Nº 115 | OUTUBRO 2022 (MENSAL) | 4 Euros (CONT.) Pontos de Vista “A Finpartner sempre assumiu como seu objetivo ser uma referência tanto a nível nacional como a nível internacional” PARTNER DA FINPARTNER Daniela Esteves DOMINGOS SALVADOR - GESTÃO, CONTABILIDADE & CONSULTORIA Em destaque PLENOENERGIA Parceiro na Sustentabilidade SAGE E a Fatura Eletrónica
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A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão.
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TEMA DE CAPA
14 A 18
EM GRANDE DESTAQUE NESTA EDIÇÃO ESTÁ DANIELA ESTEVES, PARTNER DA FINPARTNER – UMA EMPRESA ESPECIALIZADA EM CONTABILIDADE, CONSULTORIA FISCAL E GESTÃO A NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL. CONHEÇA DE QUE FORMA A MARCA TEM PRIMADO PELA DIFERENÇA NO SETOR ONDE ATUA.
20 A 21
EM ENTREVISTA À REVISTA PONTOS DE VISTA, FILIPE ALVES JESUS, PARTNER DA STABLEPERCENTAGE, REVELOU A SUA VISÃO EM DIVERSAS QUESTÕES, NOMEADAMENTE NO QUE DIZ RESPEITO À SUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL.
22 A 23
O 7º CONGRESSO DA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS REALIZOUSE NO PASSADO DIA 21 DE SETEMBRO, NO ALTICE ARENA, EM LISBOA. O MOTE DO EVENTO FOI A SUSTENTABILIDADE E O RELATO NÃO FINANCEIRO, MAS FORAM ABORDADAS OUTRAS QUESTÕES PERTINENTES.
36 A 38
CRESCIMENTO E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL FOI O TEMA PELO QUAL SE REGEU A CONVERSA COM PEDRO OSÓRIO DE CASTRO, COUNTRY MANAGER DA MYPOS EM PORTUGAL – UMA MARCA QUE OFERECE AS MELHORES SOLUÇÕES DE PAGAMENTO INTEGRADAS.
40 A 42
NO MÊS DE OUTUBRO A DSOLUTIONS CONSULTING GROUP CELEBRA 16 ANOS DE «VIDA» NO MERCADO. DULCE FORTE, A CEO DA MARCA, REALÇOU OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DESTA HISTÓRIA DE SUCESSO.
46 A 49
CARLOS ÁLVARES, CEO DO BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, ABORDOU EM ENTREVISTA A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO BNU, NA PROMOÇÃO DA LIGAÇÃO DE MACAU E DA CHINA AOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA.
62 A 64
SOBRE O DIA MUNDIAL DA DOENÇA DE ALZHEIMER (ASSINALADO A 21 DE SETEMBRO), LUÍS DA SILVA, DIRETOR REGIONAL DAS RESIDÊNCIAS ORPEA PORTUGAL, ASSUMIU O COMPROMISSO DA MARCA NO COMBATE A ESTA PROBLEMÁTICA.
OUTUBRO 2022 | 3 PONTOS DE VISTA SUMÁRIO
Estatuto Editorial
OS DESAFIOS DA MOBILIDADE NA ÁREA
METROPOLITANA DO PORTO
Ana Paula Vitorino defende “mobilidade mais ecológica como prioridade para crescer e aposta num sistema multimodal eficiente e interligado”.
AAutoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), presidida por Ana Paula Vitorino, realizou no dia 14 de setembro a conferência sobre “Os Desafios da Mobilidade na Área Metropolitana do Porto”, no âmbito do Ciclo de Conferências da AMT.
Depois da conferência - “Regulação e mobilida de: Que Futuro?” – que teve lugar em dezem bro de 2021, a AMT abriu um novo espaço de discussão sobre os desafios da mobilidade nas áreas metropolitanas, em parceria com os Muni cípios de Lisboa e do Porto, para discussão con junta destes temas, de forma a informar os ci dadãos, fundamentar cientistas e profissionais, contribuindo para a ação da AMT na prestação de um melhor serviço à sociedade, bem como para um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
No Porto, Ana Paula Vitorino abriu o encontro com uma nota de boas-vindas e uma visão so bre a mobilidade. Para a Presidente do Conselho
ANA PAULA VITORINO
4 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA MOBILIDADE E SUSTENTABILIDADE
CONFERÊNCIA DA AMT
de Administração da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes: “A mobilidade encontra -se em profunda mutação, impulsionada pela conjugação de diversos fatores, sendo determi nante a prossecução dos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas, bem como da Estratégia de Mobilidade Sustentável e Inteli gente e do Pacto Ecológico Europeu, da União Europeia. Tornar a mobilidade mais ecológica deve constituir a nova prioridade que permita a este mercado crescer, apostando num sistema multimodal eficiente e interligado, com redes otimizadas, devidamente suportadas em in fraestruturas de abastecimento com emissões nulas ou muito reduzidas. Segundo a responsá vel, “considerando as exigências, metas e com promissos assumidos por Portugal, no contexto internacional e europeu, é imperativo pensar na redefinição e redesenho das políticas públicas, designadamente no universo do transporte pú blico de passageiros”.
Ana Paula Vitorino, realçou que, “a conferência de hoje é uma ocasião incontornável para co nhecer melhor a perspetiva e o papel da cidade do Porto e dos Municípios da Área Metropoli tana na promoção da acessibilidade e coesão social, nos incentivos à utilização dos serviços de mobilidade e as respetivas políticas de com bate às alterações climáticas e de transforma ção digital”.
A Presidente da AMT salientou que a visão da Área Metropolitana do Porto quanto à organiza ção regional e a integração de redes de vários modos e os respetivos contributos para aumen to da eficiência do sistema, num contexto de descarbonização, é “indispensável”, acrescen tando que “o objetivo último da multimodali dade é potenciar as vantagens dos diferentes modos de transportes, sem descontinuidades, e oferecer soluções de transporte mais eficientes para pessoas e bens, tendo em conta as altera ções de padrões de deslocação e as possibili dades oferecidas pelos serviços de mobilidade partilhada e colaborativa, em zonas urbanas, mas também na sua relação com os serviços de amplitude regional, nacional e internacional”.
Segundo Ana Paula Vitorino, “o regulador tem um compromisso para com a sociedade civil e a sua missão não deve ser exercida de forma isolada, mas sim em interação permanente, en quanto organização que aprende, antecipando uma multiplicidade de futuros possíveis. Ape nas esta interação pode criar conhecimento e alavancar um crescimento verdadeiramente sustentável”.
A presidente da AMT concluiu, assinalando que “as diferentes atividades que constituem o ecos sistema da mobilidade têm de ser reinventadas e o seu financiamento também. É este o desa fio que se coloca. Descobrir neste processo de transição oportunidades que gerem desenvol vimento económico e simultaneamente contri
A MOBILIDADE MAIS ECOLÓGICA DEVE CONSTITUIR A NOVA PRIORIDADE QUE PERMITA A ESTE MERCADO CRESCER, APOSTANDO NUM SISTEMA MULTIMODAL EFICIENTE E INTERLIGADO, COM REDES OTIMIZADAS, DEVIDAMENTE SUPORTADAS EM INFRAESTRUTURAS DE ABASTECIMENTO COM EMISSÕES NULAS OU MUITO REDUZIDAS”
buam para melhorar a qualidade e atratividade dos sistemas de transportes, aumentando a sua sustentabilidade social, ambiental e económica e contribuindo para a qualidade de vida dos ci dadãos. A AMT está a desenvolver um estudo sobre Obrigações de Serviço Público (OSP) mais verdes, que vão ao encontro da perspetiva do Green Deal da União Europeia. Este estudo tam bém se debruça sobre o financiamento dessas OSP pois maior exigência implica maior custo. No final do dia, resta saber como fazer e como financiar. E é também para dar resposta a isso que aqui estamos”.
A sessão de abertura contou ainda com as pre senças do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira; Sérgio Humberto, vice-presi dente da Área Metropolitana do Porto; e Jorge Delgado, Secretário de Estado da Mobilidade.
A Conferência foi composta por quatro painéis, o primeiro, intitulado “Incentivos à utilização de transportes públicos e à promoção da acessibi lidade, proximidade e coesão social e urbana” abordou os sistemas de mobilidade das cidades e incentivos à sua utilização, bem como o con tributo das políticas urbanas para o combate às alterações climáticas e para a transição digital e ecológica.
Nesta sessão, estiveram presentes, como ora dores, Pedro Baganha, vereador da Câmara Mu nicipal do Porto; António Perez Babo, professor da FEUP; e João Marrana, presidente da Metro -Mondego S.A.
No segundo, sobre “O planeamento e a orga
nização regional da mobilidade e o seu con tributo para a descarbonização” abordou-se a organização regional e a integração de redes de vários modos nas áreas metropolitanas, bem como o respetivo contributo para aumento da eficiência do sistema, num contexto de descar bonização. Como oradores, marcaram presença, Tiago Braga, presidente da Metro do Porto; Ál varo Costa, consultor da área dos transportes e mobilidade e investigador da Universidade do Porto; e Avelino Oliveira, professor no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa e antigo secretário da Comissão Executiva da AMP.
No terceiro painel, tendo por tema “O financia mento da transição ambiental”, discutiu-se de que forma os serviços de interesse económico geral, que têm subjacentes a definição de obri gações de serviço público (OSP), devem ser fi nanciados. A transição ambiental e os desafios da descarbonização implicam OSP cada vez mais exigentes (OSP Verdes) que exigem refle xão sobre as respetivas fontes de financiamen to, públicas e privadas. Este painel contou com a presença de Alexandra Carvalho, diretora do Fundo Ambiental; José Gomes Mendes, profes sor da Universidade do Minho e antigo Secretá rio de Estado Adjunto e da Mobilidade; e Carlos Alves, vice-presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social. O quarto painel abordou “O conceito de Smart Cities e o impulso para a transição digital”, o que implica a simplificação de procedimentos no contexto dos desafios colocados por platafor mas digitais e pela gestão de um volume im pressionante de dados e informação relativos a múltiplas atividades urbanas, essenciais para o bom funcionamento das cidades inteligentes. Estiveram presentes Ana Marques, coordenado ra do Pilar 3 do Plano de Ação para a Transição Digital – Estrutura de Missão Portugal Digital; Manuel Paulo Teixeira, administrador da TIP –Transportes Intermodais do Porto; e Pedro Gas par, Diretor do “Future Business Technology, do CEiiA - Centro de Engenharia e Desenvolvimen to de Produto. ▪
OUTUBRO 2022 | 5 PONTOS DE VISTA MOBILIDADE E SUSTENTABILIDADE
“TORNAR
“A grave crise Energética que atravessamos fez com que este processo fosse Acelerado”
mundo. Conheça de que forma as empresas podem promover o menor impacto climático possível e, assim, abraçar as questões ambientais, para o bem do presente e, principalmente, do futuro.
APlenoEnergia é uma comerciali zadora de energia, com forte ver tente para o desenvolvimento de soluções que reduzem as emissões de carbono. Tendo uma equipa com mais de dez anos de experiência no mercado, de que forma a marca se tem vindo a destacar neste que é um setor essencial?
A base do nosso sucesso tem sido a forma individualizada como tratamos cada cliente ou parceiro, face às necessidades e especificidade de cada projeto, o que faz com que coloque mos em cada, um único interlocutor. O nosso objetivo é que no desenvolvimento da solução, implementação e gestão da operação haja uma satisfação plena com o nosso serviço, isso é o que nos faz trabalhar diariamente. Para que isso aconteça é imperativo direcionar cada projeto para aquilo que o cliente pretende, agregando sempre todos os benefícios que uma central de produção de energia solar possui. Uma apre sentação clara e completa são princípios que não abdicamos e que acreditamos que sejam determinantes.
Com uma preocupação ambiental crescente, a sociedade e as organizações estão a direcio nar as suas atenções para a descarbonização e energia verde. Neste sentido, qual tem vindo a ser o papel da PlenoEnergia no processo de transição?
A PlenoEnergia, dentro da sua responsabili
dade social, tem procurado fazer ações que visam a sensibilização, orientação e transfor mação para que estas comunidades sejam agentes ativos na transição energética local. Portugal é um dos países que mais se pode vangloriar de ter na grande maioria dos dias uma alta radiação solar que permite produ ções energéticas acima da média. Somos apologistas que todas as coberturas do país deviam estar repletas de equipamentos de produção de energia.
Considera que hoje as empresas estão cada vez mais preparadas para promover a redução do impacto climático? Que desafios considera que o mercado português tem pela frente e que urgem ultrapassar?
Tem havido claramente uma evolução nesse sentido e era inevitável que assim fosse. No entanto, há muito que as empresas ainda podem fazer. Como é sabido, grande parte do tecido empresarial são subsídio-dependentes o que faz que estejam reféns desse mesmo con tributo. Constantemente à espera de que che guem os apoios do estado sem que se tomem decisões para se definirem as estratégias de redução de custos e ambientais antes da neces sidade que se ocorre. Quando existem empre sas, como a PlenoEnergia, que se colocam na responsabilidade do investimento e oferecem serviços onde rapidamente podem começar a beneficiar da poupança.
6 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA ENERGIA E SUSTENTABILIDADE
Rodolfo Vacas, Country Manager em Portugal da PlenoEnergia – uma marca comercializadora de energia, com forte vertente para o desenvolvimento de soluções que reduzem as emissões de carbono -, conversou com a Revista Pontos de Vista sobre a preocupação ambiental que hoje se vive (e sente) em todo o
RODOLFO VACAS (NO CENTRO)
“PORTUGAL É UM DOS PAÍSES QUE MAIS SE PODE VANGLORIAR DE TER NA GRANDE MAIORIA DOS DIAS UMA ALTA RADIAÇÃO SOLAR QUE PERMITE PRODUÇÕES ENERGÉTICAS ACIMA DA MÉDIA. SOMOS APOLOGISTAS QUE TODAS AS COBERTURAS DO PAÍS DEVIAM ESTAR REPLETAS DE EQUIPAMENTOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA”
Certo é, a energia solar tem sido uma alter nativa comum a que as famílias e empresas recorrem nos últimos tempos. Para melhor entender, em ambas as vertentes, quais as grandes vantagens desta solução – que a Ple noEnergia promove?
As grandes vantagens são a poupança finan ceira, redução da emissão de CO2 para o meio ambiente e possibilidade de independência energética oferecidos por uma empresa que possui toda a cadeia de valor. Desde o primeiro contacto até à manutenção, a PlenoEnergia é sempre a empresa presente. Não temos dúvi das que isto será o futuro, cada um de nós terá a sua unidade de produção para autoconsumo. A grave crise energética que atravessamos fez com que este processo fosse acelerado. Infeliz mente, precisámos de um sério aviso para avan çarmos para soluções que já existiam antes e agora há uma enorme procura para estas solu ções e atuamos em contrarrelógio.
No que concerne à questão ambiental, de que forma a utilização de energias renováveis impulsionam o cumprimento das metas esta belecidas pela União Europeia para a neutrali dade carbónica até 2050?
Parece-nos que terá papel central, mas a verda de é que temos um longo caminho pela frente. Todos sabemos onde queremos chegar, que é à neutralidade carbónica, mas tão importante como a meta é o caminho a percorrer, e essa é a nossa responsabilidade. É um processo longo, onde se entendeu que alguma coisa tinha de ser feita, agora estamos na aplicação de medi das para melhorar o nosso meio ambiente. Com o avanço da tecnologia, que não podemos dis sociar da energia, será possível.
É legítimo afirmar que Portugal tem estado no mesmo patamar de resposta que outros países europeus? Enquanto BM da PlenoEner gia, o que falta (ou não) aprimorar?
“A NOSSA ESTRATÉGIA PASSA PELO DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES JUNTO DOS CONSUMIDORES. NUM MUNDO EM CONSTANTE EVOLUÇÃO, A DEMOCRATIZAÇÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS OFERECE SOLUÇÕES
PARA QUE TODOS OS CONSUMIDORES POSSAM PAGAR UM PREÇO JUSTO E EFETIVO SEM VARIAÇÕES”
Sim, de facto Portugal é um dos países que está num patamar muito competitivo no que concerne ao cumprimento das metas estabe lecidas. Acreditamos que a regulamentação será um ponto importantíssimo para que se possa acelerar todo este processo, visto que aos dias de hoje existem alguns entraves buro cráticos e administrativos e quiçá da estru tura da distribuição da energia que devem ser aprimorados. Por mais que as empresas e os consumidores façam a parte deles é de suma importância que o poder político assu ma a responsabilidade que tem neste desen volvimento. A PlenoEnergia, no seu plano de expansão mundial, debate-se diariamente com regulamentos completamente diferen ciados no mesmo espaço comunitário. Somos defensores de que o espaço comunitário europeu devia ser muito equiparado a nível de legislação para que se cumpram então as
metas definidas e que haja incentivos para que as empresas possam estabelecer-se em outros países membros. Por outro lado, fora da EU, verificamos muita capacidade de resposta aos pedidos, no entanto com riscos associados pela falta de legislação para o setor. Nós temos noção do que se passa noutros países porque também estamos a desenvolver atividades em Espanha, Luxemburgo, Angola, São Tomé, Guiné-Bissau, Cabo-Verde e Brasil.
Em que medida a PlenoEnergia tem abraça do as questões ambientais?
A questão ambiental faz parte dos três pila res que sustentam a filosofia e a visão da PlenoEnergia: sociais, financeiros e ambientais. Para isso, a PlenoEnergia, juntamente com a Associação Plantar uma Árvore, promove men salmente a reflorestação do nosso país. Este ano, já plantamos largas centenas de árvores. ▪
Num mundo em constante evolução, que estratégia a PlenoEnergia irá ado tar no futuro a médio e longo prazo no setor em que se posiciona?
A nossa estratégia passa pelo desenvol vimento de ações junto dos consumi dores. Num mundo em constante evo lução, a democratização das energias renováveis oferece soluções para que
todos os consumidores possam pagar um preço justo e efetivo sem varia ções. Hoje, a PlenoEnergia conta com mais de 1000 aderentes às suas futuras comunidades de energias renováveis e democratização global das energias renováveis sendo que para isto estamos sempre atentos a todas as movimenta ções do mercado.
OUTUBRO 2022 | 7 PONTOS DE VISTA ENERGIA E SUSTENTABILIDADE
A eiC (Empresa Internacional de Certificação) é um Organismo de Certificação acreditado pelo IPAC para a certificação de Sistemas de Gestão, Produtos e Serviços. Está presente em vários países do mundo e atua em vários setores de atividade.
AeiC (Empresa Internacional de Certificação) foi fundada no ano 2000. É uma sociedade anónima e resultou da junção de entidades, já reconhecidas pelo seu conheci mento e atuação em diversos setores de atividade, com pessoas detendo larga experiência na atividade de certificação, tanto em Portugal como na Europa. Encontra-se acreditada pelo IPAC (Instituto Português da Acreditação) para a certificação de Sistemas de Gestão (Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho, Segurança de Informação, Investigação Desenvolvi mento e Inovação, entre outros); presta, ainda, serviços de certi ficação de produtos, de serviços e de controlo de produção em fábrica. A certificação permite, após a realização de uma auditoria, a obtenção de um certificado emitido pela eiC, como organiza ção externa, independente e imparcial, comprovando a seguran ça, a confiança e a conformidade do sistema, serviço ou produto objeto de certificação. Desta forma, é possível assegurar a clien tes, parceiros ou até a entidades reguladoras, que o produto ou serviço fornecidos pela entidade auditada são confiáveis. Con forme mencionado em www.eic.pt, “após auditar a empresa ou organização, e verificar que se estão a cumprir todos os requisitos especificados na norma de referência aplicável, a eiC, enquanto entidade certificadora, emite um certificado que funciona como
uma demonstração pública da conformidade com uma norma”. A certificação aplica-se aos vários setores de atividade, como a construção, indústria, transportes, ambiente e energia, seguran ça, tecnológico, alimentar, educação e outros. Como membro do IAF (Internacional Accreditation Forum), entidade independente que define a nível mundial os procedimentos que os organismos de certificação devem cumprir de forma a garantir que fornecem serviços de forma competente e imparcial, a eiC tem as suas cer tificações reconhecidas mundialmente. Para além de Portugal, está presente em vários países, como Espanha, Itália, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Uruguai e Egito. O rigor na análise, a res ponsabilidade assumida, a proximidade e sólida parceria com os clientes são dos valores mais importantes para a eiC. Deste modo, é uma preocupação da eiC continuar a evoluir e procurar conti nuamente novos processos e ferramentas que ajudem a apresen tar soluções de certificação às solicitações dos diferentes clientes que surgem. Na eiC queremos apresentar-nos como uma empre sa dinâmica, de confiança e fiabilidade irrepreensíveis. Fazemos uma gestão de proximidade com os nossos clientes, sempre com a melhor competência técnica, boa capacidade de resposta e sentido de oportunidade, sem esquecer o rigor e credibilidade que a atividade de certificação exige. ▪
8 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA CERTIFICAÇÃO - INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
WWW.EIC.PT
Rock à Moda do Porto no Super Bock Arena é já este mês
Falar da Mui Nobre Sempre Leal e Invicta cida de do Porto é falar de um Povo vulgarmente conhecido como tripeiros, que desde os pri mórdios soube sempre manter-se do lado de quem protegia os seus costumes e cultura. Até aos dias de hoje, orgulhosos detentores da pronúncia do Norte e um punhado de história de bandas de Rock que resistiram ao passar das modas e ainda hoje palpitam no coração de um país inteiro. O convite é sim ples e o cartaz um luxo! Clã, GNR, Pluto, Três Tristes Tigres, Zen, a Vibes and Beats, faz a justa homenagem ao melhor da música por tuense. Um evento único e inesquecível no dia 22 de outubro, na Super Bock Arena –Pavilhão Rosa Mota, que vai dar vida à expres são “O Porto é uma Nação”.
CNN Internacional destaca os melhores destinos para visitar no outono
O verão já terminou e os dias de calor vão dar lugar a temperaturas mais bai xas e até mesmo a alguma chuva, mas isso não significa que tenha de ficar fechado em casa – há sítios que são ainda mais bonitos no outono.
A CNN Internacional partilhou uma lista dos melhores destinos para visitar nesta altura e a paisagem natural dos Açores é um dos grandes destaques. O arquipé lago, composto por nove ilhas e situado no meio do Atlântico, é reconhecido como “o Havai da Europa”.
Nesta lista destaca-se ainda a Cidade do México, Samoa, Madrid, Greenville (Carolina do Sul), Egito, Hanói (Vietna me), Cidade do Cabo (África do Sul), Cruzeiros EUA-Canadá, Baviera (Alema nha), Buenos Aires e Havai.
OUTUBRO 2022 | 9 PONTOS DE VISTA BREVES
A Retail Mind assinala dez anos de atividade com novidades
Fundada em 2012, a Retail Mind assinalou, no passa do dia 30 de setembro, os seus primeiros dez anos de história, num evento que teve lugar no Vinha Boutique Hotel, em Vila Nova de Gaia - cidade de onde a consultora especialista em retalho é originária. A personalidade Marta Leite Castro foi a apresentadora desta ocasião especial, que juntou stakeholders, clientes e parceiros, num ambiente de negócio, de pes soas para pessoas.
Num mercado cada vez mais exi gente e concorrencial, esta empre sa 100% portuguesa tem vindo a evoluir, ajustando-se às necessida des crescentes dos seus clientes. Hoje em dia, atua não só ao nível da gestão e expansão de marcas, como também no desenvolvimen to e comercialização de projetos
de retalho, nomeadamente Retail Parks.
Na última década, a empresa, que viu quadruplicar o portefólio de marcas nacionais e internacionais em carteira, tem vindo a diversificar de forma consistente as suas áreas de negócio, bem como investir em inovação, nomeadamente na digitalização através do seu novo website.
A esta evolução, acresce a aposta no mercado sul-americano, onde a consultora está a iniciar atividade na Colômbia, através de um par ceiro local, e a abertura de escri tórios em Espanha, cujo Managing Director deste país será Andrés Martínez-Lage. O próprio afirma que “os próximos dez anos na Re tail Mind serão, sem dúvida, um desafio. Gostaria de trazer a cultura da Retail Mind para Espanha e criar
10 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DEZ ANOS RETAIL MIND
O Vinha Boutique Hotel foi o palco da celebração dos dez anos de história da Retail Mind – uma marca que se posiciona no mercado como uma consultora especializada em gestão e expansão de marcas, dando «vida» a diversos espaços e conceitos. À frente desta empresa visionária está Vítor Rocha que, na teoria a idealizou e, na prática, concretizou uma marca digna e respeitada no mercado nacional e internacional.
um local de trabalho que respon da às novas preocupações ou as pirações do mercado de trabalho. Ambiciono conseguir posicionar a empresa, em Espanha, ao nível que se verifica no seu país de origem, que é Portugal”.
Certo é, a soma de todas as partes resulta no trabalho de excelência que a Retail Mind desenvolve jun to dos seus clientes e parceiros de negócios, e é reflexo do know-how de uma equipa multidisciplinar e do olhar atento de Vítor Rocha, CEO da marca. Contudo, é nas próprias palavras desses mesmos parceiros, que encontramos o reflexo de uma experiência de vários anos no setor, tal como se verifica:
ILÍDIO SILVA ADMINISTRADOR, RÁDIO POPULAR
“A Retail Mind tem sido um excelente parceiro porque tem conhecimentos graníticos sobre o retalho imobiliário Português”
FILIPE MAGALHÃES
CEO, UNDER BLUE
“Temos uma história e continuaremos a fazer história através de lealdade, compreensão, profissionalismo e muita dedicação. A Retail Mind é mais do que um parceiro”
EDGAR SEABRA
CEO XTREME
“A parceria celebrada com a Retail Mind, da qual destaco a atenção, profissiona lismo e dedicação da sua equipa, foi fundamental para acelerar o processo de expansão e crescimento da nos sa insígnia, contribuindo assim para a consolidação da notoriedade da nossa marca no mercado nacional”
RENATO ARIÉ ADMINISTRADOR, PERFUMES & COMPANHIA
“Parabéns Retail Mind! Vocês têm sido uma peça essencial do projeto da Perfumes&Companhia e parceiros na definição estratégica da nossa rede de retalho. Cá estaremos juntos daqui a dez anos a festejar o vosso vigésimo aniversário”
JOÃO VENTURA
CEO DO GRUPO REAL FOOD
“Para a Real Food (h3, Tomatino e Café3), tem sido muito importante contar com o conhecimento e os contactos da Retail Mind, quer para a expansão, quer para a gestão dos contratos de utilização de lojas, do nosso grupo”
OUTUBRO 2022 | 11 PONTOS DE VISTA DEZ ANOS RETAIL MIND
“Sentimos que devemos ter cada vez mais Responsabilidades Ambientais e Sociais”
A problemática da sustentabilidade tem chamado cada vez mais a atenção das empresas portuguesas, que têm vindo a adotar estratégias que reduzem o seu impacto ambiental. Foi sobre este tema que Filipa Garcia, CEO da Garcias, conversou com a Revista Pontos de Vista, revelando que “aqui na Garcias é um objetivo direto nosso, da Administração, que passa diretrizes no sentido da procura constante por soluções amigas do ambiente”.
AGarcias é líder na venda de Vinhos e Bebidas Espirituosas, que conta com uma rede de distribuição a nível nacional, com três bases logís ticas, sete lojas e uma garrafeira. Analisando o percurso feito até à data, qual diria que foi o fator-chave para o sucesso da marca?
A capacidade de adaptação ao longo dos anos tem sido o fator crítico de sucesso. O espírito de resiliência da Família Garcias desde 1981, pas sou sempre para todos os Colaboradores, entre todas as gerações. Além destas soft skills que apontamos como fatores de sucesso, a nossa Visão Comercial foi sempre uma vantagem competitiva e isso nasceu já com os fundado res – João Garcia e Arnaldo Garcia. Esta Visão Comercial é traduzida numa estratégia firme e de compromisso com os nossos Clientes e Par ceiros de negócio.
Sabemos que o compromisso da Garcias com a sustentabilidade é sério e real, até por que o futuro das empresas depende também da capacidade das mesmas para colocar as questões ambientais no centro das atenções. Neste sentido, quais são os objetivos do mais recente “Projeto de Desmaterialização”?
Este foi um projeto que se iniciou no início deste ano 2022 com o Parceiro Papiro, atra vés de estudos intensivos dos atuais Proces sos e Workflows entre os Departamentos da GARCIAS. Existindo um elevado volume de documentação dentro da Empresa, é cada vez mais determinante automatizar os processos de trabalho e aumentar a agilidade. Retirar ao máximo o papel a circular na Empresa é o nosso Objetivo Prioritário. Se através desta solução, automatizarmos processos de forma ainda mais eficiente, é a solução perfeita. Esta redução de desperdício tem um impacto direto na redução
12 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA SUSTENTABILIDADE
“ESTAMOS CONSCIENTES QUE TEMOS CONSTANTEMENTE DE RESPONDER À EVOLUÇÃO DOS RISCOS CLIMÁTICOS E, ENQUANTO GRANDE EMPRESA, MITIGAR AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E PROMOVER A RESILIÊNCIA DE TODAS AS MEDIDAS”
FILIPA GARCIA
de custos financeiros, o que impacta positiva mente toda esta decisão. Com este projeto, ten tamos colocar nos nossos Colaboradores este compromisso, dando origem a um sentimento global de otimismo com o futuro da empresa e com o seu compromisso ambiental.
De que forma, no seio da Garcias, se equili bram as responsabilidades económicas, am bientais e sociais?
Devido à nossa dimensão e a todo o cresci mento atual, sentimos que devemos ter cada vez mais Responsabilidades Ambientais e Sociais. A Garcias atingiu uma dimensão que nos coloca claramente neste patamar de com promisso. No que respeita a responsabilidades ambientais, temos como já referido anterior mente, um projeto interno de Desmateriali zação. Existe diariamente uma tentativa de adaptação dos vários departamentos à nova realidade “sem papel e sem desperdício” com a prática de medidas simples de redução do papel ao máximo. Sempre que necessário o uso de papel, fazemo-lo de forma mais circular, com a utilização de mais papel de rascunho. No que respeita a frotas, estamos neste momento com 80% da nossa frota 100% elétrica e o nosso compromisso até 2025, é ter 100% desta frota elétrica. É um investimento grande de forma a ter um compromisso ambiental que seja efeti vamente real e imediato.
Sobre consumo de energia, temos as nossas principais bases logísticas de Alcochete e Algoz dotadas de painéis solares e temos em estudo o alargamento destas medidas a todas as nossas lojas. No que concerne à parte social e dada a dimensão atual da empresa, com os seus 350 colaboradores, damos ajuda pessoal sempre que necessário com o nosso gabinete jurídico especializado. Esta ajuda centra-se em dúvidas e questões pessoais de cada funcionário, nos quais conseguimos ajudar com pessoas exter nas, gerando um sentimento que a Garcias está sempre disponível para ouvir toda e qualquer dúvida pessoal. Isso para nós, é muito impor tante. Além disso, temos com enorme orgulho a nossa Fundação Garcia, sedeada em Vila de Rei, que visa o bem-estar e o desenvolvimento das pessoas com deficiência, promovendo ativi dades de cariz prático e lúdico-recreativo. Além desta Fundação Garcias, temos ao dia de hoje,
apoio a várias instituições, como é o caso da Educa & Cria e da ACCA – Associação de Crian ças Carenciadas do Algarve.
“EXISTE DIARIAMENTE UMA TENTATIVA DE ADAPTAÇÃO DOS VÁRIOS DEPARTAMENTOS À NOVA REALIDADE “SEM PAPEL E SEM DESPERDÍCIO” COM A PRÁTICA DE MEDIDAS SIMPLES DE REDUÇÃO DO PAPEL AO MÁXIMO”
Sabemos que ao reduzir a impressão de cer ca de 68 mil folhas por ano, a Garcias “poupa” sete árvores. Acredita que, de uma forma ge ral, existe hoje – e cada vez mais – uma maior consciencialização para as questões relacio nadas com a sustentabilidade e proteção do planeta?
Acredito que é um tema que está cada vez mais na ordem do dia de todas as empresas. O impacto de notícias, artigos diários e de confe rências internacionais sobre o tema é enorme. Aqui na Garcias é um objetivo direto nosso, da Administração, que passa diretrizes no sentido da procura constante por soluções amigas do ambiente. As nossas pessoas trazem-nos cada vez mais esta consciencialização para dentro e para fora da empresa, o que nos orgulha e moti va de forma a estarmos todos mais conscientes.
Neste sentido, de que forma, enquanto em presa comprometida com o futuro da susten tabilidade e da eficiência, têm vindo a pro mover a resiliência climática e a fomentar a inclusão na cultura da organização?
Estamos conscientes que temos constante mente de responder à evolução dos riscos cli máticos e, enquanto Grande Empresa, mitigar as alterações climáticas e promover a resiliência de todas as medidas. Promovemos estas medi das com os investimentos que fazemos, já expli cados anteriormente, e com uma comunicação
clara aos nossos colaboradores. Temos cons ciência que há muito trabalho pela frente e isso faz-nos pensar diariamente na ação e menos no problema central, pois esse está claramente identificado – a nossa sustentabilidade e futuro enquanto empresa e pessoas no mundo atual.
Para a Filipa Garcia, onde é que verdadeira mente começa e acaba a responsabilidade social no que diz respeito à sustentabilidade ambiental, particularmente no tecido empre sarial?
Começa no início de cada dia, com a lembrança constante deste equilíbrio aos seus colaborado res e através da cadeia de valor da empresa. Ter mina no final do dia com a prática destes atos no seio familiar com a preocupação constante de passar aos seus filhos, que são os líderes das próximas gerações. Estes pequenos e simples atos, acredito que, no conjunto global, se trans formam numa onda de mudança internacional. No tecido empresarial temos de ter um constan te sentido de equilíbrio entre as boas práticas e o custo/beneficio financeiro. O que tentamos fazer, diariamente, é procurar a implementação de medidas simples, que impactam em larga escala os nossos custos, mas também o senti do de comunhão e compromisso de todos os envolvidos na cadeia de valor. ▪
Com os olhos postos no futuro, como perspetiva os anos que se avizinham para a Garcias? De que forma está a ser desenhado o contínuo compro misso com o meio ambiente?
Temos o compromisso de, até 2025, atingir as seguintes metas que para nós e para toda a estrutura estão cla ras. A frota das Equipas Comerciais ser 100% elétrica, todas as Delegações e Lojas com painéis solares e o papel ser reduzido aos mínimos essenciais.
Fomentamos a comunicação destas metas em toda a nossa comunicação interna e sentimos que existe um com promisso real de todos os colaborado res com estas metas.
OUTUBRO 2022 | 13 PONTOS DE VISTA SUSTENTABILIDADE
“ACREDITAMOS QUE PODEMOS FAZER A DIFERENÇA NO NOSSO SETOR. MUITAS VEZES ADJETIVAMONOS INTERNAMENTE COMO “IRREQUIETOS”, NO SENTIDO DE QUERERMOS SEMPRE PROCURAR DIFERENTES FORMAS DE ABORDAR UM TEMA OU UMA TAREFA” DANIELA ESTEVES
DIANA
FOTO:
QUINTELA
FINPARTNER
Uma M arca projetada a nível Nacional e Internacional
A Finpartner – empresa especializada em contabilidade, consultoria fiscal e gestão a nível nacional e internacional assume-se, internamente, como uma marca irrequieta. Regularmente, as mentes vivas e entusiastas são as que, apesar das adversidades naturais à vida (e ao sucesso das organizações), se destacam e conseguem prosperar no mercado. Nas linhas seguintes falamos precisamente sobre este espírito impulsionador, que não tem medo de arriscar e ser melhor – falamos da Finpartner e da sua evolução enquanto empresa que, hoje, se evidencia a nível nacional e internacional. Daniela Esteves, Partner da mesma, contou tudo à Revista Pontos de Vista.
Aliderança da Finpartner é resultado da dedicação que predomina desde o dia número um. Desde a sua cria ção, esta mesma liderança é impul sionada por tenacidade, espírito inovador e um conceito diferenciado de proximidade ao cliente. Olhando para estes 16 anos de histó ria, como define o crescimento da marca em Portugal? Que aspirações já foram cumpridas e que outras faltam cumprir?
A Finpartner evoluiu bastante em 16 anos de existência, e esse desenvolvimento fez-se notar em distintas áreas. Nomeadamente, no que concerne à estabilização e expansão da nossa carteira de clientes das mais diversas nacionali dades e setores de negócio.
Na diversificação dos serviços que prestamos, criando serviços complementares à contabi lidade, distanciando-nos assim, da imagem do típico gabinete de contabilidade, passan do a ser visto pelos nossos clientes como um verdadeiro parceiro de negócios. Também a nossa equipa sofreu grandes transformações desde a organização do trabalho quotidiano, à diversificação da forma de trabalhar através da adoção de um regime híbrido de trabalho, ao aumento das nossas equipas reforçando-as de profissionais com as mais diversas formações e experiências e com a capacidade de falar várias línguas, o que sem dúvida nos ajuda a ficar mais próximos dos nossos clientes. Temos igualmente apostado afincadamente na certificação de qualidade dos nossos ser viços, e como resultado desse esforço levado a cabo por cada um dos membros das nossas equipas, obtivemos a certificação de qualidade ISO 9001 dos nossos serviços de contabilidade, processamento salarial e representação fiscal.
OUTUBRO 2022 | 15 PONTOS DE VISTA TEMA DE CAPA
FOTO: DIANA QUINTELA
Todas estas conquistas alcançadas reforçaram a nossa imagem junto dos nossos clientes e parceiros e consequentemente projetaram a nossa marca a nível nacional e internacional. O nosso caminho continua a fazer-se com o foco na qualidade do serviço e dos profissionais que connosco trabalham e também com o apoio da tecnologia que tem sido decisiva no ganho de eficiência que temos adquirido ao longo dos anos.
A Finpartner é especialista com competên cias técnicas e com um profundo conheci mento em contabilidade, impostos, payroll, gestão, entre outros. Qual considera que é o verdadeiro papel da marca em todas as suas áreas de atuação?
Um dos nossos principais objetivos é ser um verdadeiro parceiro de negócios dos nossos clientes, indiscutivelmente isso exige de nós uma maior dedicação e envolvência nos proje tos de cada um deles. Nesse sentido, apostamos na formação contínua dos nossos profissionais, pois todos os nossos serviços assentam, de uma maneira ou de outra, em legislação, que muda constantemente, daí ser premente a atualização constante dos nossos colaboradores.
Também com vista a este propósito e aliado a um plano de carreira diferenciado, criamos dentro da nossa estrutura o que chamamos de colégios de especialidade. Estes colégios permitem-nos incentivar os nossos colabora dores a seguirem a via da especialização nas mais destintas áreas em que atuamos, criando assim bolsas de conhecimento especializado dentro da nossa estrutura, o que é sem dúvida uma mais-valia interna, mas também externa, permitindo-nos prestar um serviço de grande qualidade técnica.
Acredita que pode fazer a diferença num se tor que atualmente se encontra estagnado. Assim, do ponto de vista das empresas, quais diria que são as grandes vantagens de se as sociarem à Finpartner?
Sim, acreditamos que podemos fazer a diferen ça no nosso setor. Muitas vezes adjetivamo-nos internamente como “irrequietos”, no sentido de querermos sempre procurar diferentes formas de abordar um tema ou uma tarefa. Esta atitu de, transversal a todos os nossos profissionais, permite-nos abrir os horizontes, e com a ajuda de desenvolvimentos tecnológicos consegui mos atingir os nossos objetivos aumentando a nossa eficiência e melhorando continuamente a qualidade do nosso serviço.
Os nossos clientes sabem que podem contar com um acompanhamento personalizado e tempestivo adequado à sua realidade, sabem igualmente que têm plataformas criadas por nós, como por exemplo a nossa APP e a nossa assistente Finny, que visam melhorar a relação interpessoal tornando-a mais interativa. Para além disso, sabem que podem contar com um
grupo de profissionais dedicados que estão sempre disponíveis para ajudar no que for necessário.
Em todos estes segmentos, de que forma a marca se tem vindo a atualizar diariamente, de modo a orientar o cliente com base numa visão vigente? Quão desafiante é este cons tante (e necessário) upgrade?
Na nossa área a necessidade de atualização é constante, pois já é “tradição” haver mudanças à legislação fiscal todos os anos. Estes últimos tempos com a COVID-19 e com os impactos que a Guerra começa a produzir na nossa eco nomia, as alterações legislativas têm sido mais recorrentes. Esta realidade obriga-nos a estar mais atentos e sermos mais proativos na busca de conhecimento, e é isso que fazemos e incu timos nas nossas equipas.
Também, neste aspeto a criação dos colégios de especialidade que temos vindo a imple mentar ajudam-nos a atualizar. Pois ao criarmos especialistas dentro da nossa estrutura sobre determinados temas, ajudam-nos a estar sem pre atualizados o que permite que a informação circule e flua dentro da nossa estrutura.
A tecnologia está no ADN da marca – e a pro gressão e modernidade da mesma fala por si. Entende que a capacidade de inovação é fundamental para o sucesso que se tem vindo a traçar? Em que medida esta inovação tem demonstrado ser um pilar essencial nos resul tados positivos que emergem?
A inovação e a tecnologia são um pilar da nossa organização, o que nos tem permitido
evoluir e reforçar a nossa marca nestes últimos anos e é uma aposta a manter no futuro.
A tecnologia, nos dias de hoje é imprescindível em todos os aspetos da nossa vida, e com ela surgiram várias exigências que nós, enquanto consumidores, damos como garantidos sem pre que a utilizamos, nomeadamente no que toca à disponibilização da informação de uma forma tempestiva e acessível a qualquer altura de uma forma User Friendly. Todos os avanços tecnológicos que temos vindo a assistir impe lem o mundo dos negócios a acompanharem e atualizarem-se, correndo o risco de se tal não acontecer serem ultrapassados.
A digitalização e os desenvolvimentos tec nológicos de uma forma geral permitem-nos ser mais competitivos e eficientes e na área da contabilidade e da consultoria, acaba por ter um papel fundamental, pois os clientes ao terem informação dos seus negócios e investi mentos de uma forma tempestiva permite-lhes tomar decisões com base em informação atual e fiável.
É evidente que o paradigma de o contabilista ser a pessoa que insere informação no sistema e responde a obrigações fiscais tem obrigatoria mente de mudar, o mundo dos negócios assim o exige, a tecnologia e a digitalização aplicada à nossa área de atuação, são um dos passos mais importantes para que essa mudança tenha lugar.
Na Finpartner é isso que procuramos, usar as ferramentas tecnológicas para nos tornarmos mais eficientes e competitivos de forma a que os nossos clientes beneficiem de um serviço diferenciador e de qualidade.
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DE VISTA TEMA DE CAPA
PONTOS
A verdade é que a Finpartner considera que a tecnologia, de uma forma global, está cada vez mais presente e é, sem dúvida, o futuro de toda e qualquer organização que queira pros perar e ser competitiva no mercado. Atual mente este será o caminho mais viável para a internacionalização?
Acreditamos que sim, a tecnologia aproxima o que fisicamente está longe. Com a COVID-19 tivemos o primeiro contacto com o teletraba lho que correu muito bem, e que acabámos por optar por adotar num regime híbrido, o que nos permitiu não só dar uma experiência melhor aos nossos colaboradores como alargar a nossa contratação a profissionais que estão em distin tas zonas do país. Esta opção de contratar pes soas em diferentes pontos do país permito-nos adaptar a nossa forma de gerir à distância e que apesar de levantar novos desafios, tem-se reve lado uma aposta de sucesso.
Contamos ainda este ano abrir um escritório no Porto, que conte com uma equipa de pro fissionais locais. Acreditamos que esta experiên cia poderá ser a rampa de lançamento para no futuro abrirmos em outros países e atingirmos a internacionalização que tanto almejamos.
A Tecnologia poderá ser, sem dúvida alguma, a ponte para a internacionalização da marca, em que contaremos também com o suporte de alguns parceiros que nos ajudarão a impulsio nar esta nova etapa.
Sabemos que a internacionalização foi sem pre um objetivo para a Finpartner. Ao longo dos anos conseguiu compor uma carteira de clientes essencialmente estrangeiros, que
acabou por criar o know-how diferenciador que hoje imprime no serviço que presta. Quão legítimo é afirmar que a marca já tem presença permanente no estrangeiro e, assim, o seu nome consolidado a nível nacional e in ternacional?
Efetivamente a Finpartner conta com uma car teira de clientes composta essencialmente por investidores e empresas estrangeiras. O con tacto que a nossa carteira de clientes nos pro porciona com distintas realidades, permite-nos adquirir um know-how técnico que de outra forma seria muito difícil de obter. Este contac to aliado ao esforço contínuo que fazemos na busca de parceiros locais dos países de onde são oriundos os nossos clientes, bem como o forta lecimento dessas mesmas relações, permitem -nos começar a ter presença além-fronteiras. Tudo isto permite que a nossa marca comece a ser conhecida no exterior, estamos cientes de que ainda temos um longo caminho a percor rer, para atingirmos o nível de notoriedade da nossa marca no estrangeiro, contudo já come çamos a colher os frutos do nosso trabalho.
Observando o mercado português, no qual os estrangeiros têm apostado cada vez mais, como analisa o momento atual do mesmo, face ao setor onde a Finpartner se insere? Portugal teve em 2021 um crescimento do PIB, apesar da recessão causada pela pandemia da COVID-19. No primeiro trimestre de 2022, con seguimos obter um crescimento importante tendo sido dos mais elevados da zona euro, muito impulsionado pela retoma do turismo bem como uma das mais altas taxas de vacina ção do mundo.
Contudo, e apesar de tudo isso, estima-se que com os efeitos da guerra e com a inflação impulsionada por esse facto, que grandes desa fios se venham a colocar à nossa economia e consequentemente às empresas e investidores de uma forma transversal.
Para as empresas na nossa área de atuação, creio que estamos perante um duplo desafio. O primeiro prende-se com a gestão dos nossos próprios negócios e a manutenção do nosso negócio corrente e das nossas equipas. Em segundo, estarmos ao lado dos nossos clientes para os ajudar e aconselhar da melhor forma possível. O nosso papel de atualização cons tante, tem de ser redobrado para que possa mos permitir que os clientes que compõem as nossas carteiras possam beneficiar das medidas que o governo tem vindo a anunciar. O sucesso e a manutenção dos negócios dos nossos clien tes são a chave para que em conjunto possa mos prosperar.
Entrando agora no quarto e último trimestre do ano de 2022, quais foram, na sua opinião, os grandes desafios e oportunidades que Portugal proporcionou a quem no país quis investir ao longo destes meses?
Portugal continua a ter uma capacidade de captação de investimento estrangeiro muito relevante, não só pelo país em si com todas as suas qualidades, mas também através de medi das especificas como os Golden Visa, os vistos para nómadas digitais, o programa regressar, o regime dos residentes não habituais entre outros. O facto de Portugal investir na atra ção de profissionais altamente qualificados, de construir hubs e clusters tecnológicos que
OUTUBRO 2022 | 17 PONTOS DE VISTA TEMA DE CAPA
“A INOVAÇÃO E A TECNOLOGIA SÃO UM PILAR DA NOSSA ORGANIZAÇÃO, O QUE NOS TEM PERMITIDO EVOLUIR E REFORÇAR A NOSSA MARCA NESTES ÚLTIMOS ANOS E É UMA APOSTA A MANTER NO FUTURO”
DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA FOTO:
“A PARTILHA DE EXPERIÊNCIAS, IDEIAS E CONHECIMENTOS E O INCENTIVO CONSTANTE À PROATIVIDADE ENRIQUECE-NOS COMO PESSOAS E COMO ORGANIZAÇÃO, PELO QUE O ENVOLVIMENTO DE TODOS É FUNDAMENTAL PARA O CRESCIMENTO QUE PRETENDEMOS ALCANÇAR”
começam a ter um reconhecimento mundial comprovam que temos sabido usar a adversi dade e aproveitar novas oportunidades. Contudo continuamos a insistir em erros que não são novos e que teimam em persistir, como é o caso da burocracia e a falta de transparên cia em alguns processos. Um dos exemplos prementes desta situação é as candidaturas a fundos europeus, fundos tão relevantes para o nosso tecido empresarial que apresentam um excesso de burocracia e demoram muito tempo a dar resposta. Outro exemplo prende -se com termos sistemas informáticos de enti dades públicas que devem comunicar entre si e que não o fazem criando muitas vezes uma entropia desnecessária.
Estes são sem dúvida, desafios que Portugal tem de superar com celeridade de forma a que estes entraves não se sobreponham aos benefí cios que os investidores vêm quando escolhem o nosso país para investir.
Face aos tempos controversos que vivemos até então e às constantes mudanças no mer cado – no que diz respeito, por exemplo, ao investimento estrangeiro – foi (e é) necessária uma enorme diligência e devoção por parte de todos os trabalhadores do setor. No caso da equipa da Finpartner, sob a gestão da Da niela Esteves, como soube transformar os de safios em oportunidades para os clientes?
Tenho o privilégio de trabalhar com profissio nais que vestem a camisola e que unem esfor ços sempre que algum desafio se atravessa no nosso caminho.
Gostamos de pensar que em cada problema ou adversidade existe algo bom que podemos retirar e explorar e é esse o nosso mote. Com os desafios que nos foram apresentados pela COVID-19 conseguimos tirar proveito deles,
reforçar a proximidade e a relação com os clien tes e ainda conseguimos lançar novos serviços. Conseguimos igualmente desenvolver novos Robots que nos proporcionaram uma maior eficiência.
Acredito que esta nova fase conturbada que se avizinha será um novo desafio que como equi pa iremos conseguir superar e estou convicta de que sairemos dela mais reforçados.
A realidade é que cada um dos colaborado res da Finpartner, aportam novas característi cas que enriquecem, dia após dia, esta equi pa. Tem sido, por isso, um propósito valorizar os Recursos Humanos? Como é que esta va lorização «afeta» a relação com os clientes e a prosperidade da empresa?
As nossas equipas são a peça fundamental do nosso serviço. Temos ao longo dos tempos vindo a reforçar as nossas equipas com profis sionais de diferentes áreas de qualificação bem como em formas de reter estes talentos.
Hoje em dia o mercado de trabalho é extre mamente competitivo, aliando a este facto os movimentos emergentes como o Great Resig nation, faz com que as empresas de uma forma geral sofram com a rotatividade.
Nós valorizamos muito a estabilidade nas nos sas equipas, pois isso impacta diretamente no serviço que prestamos.
Um dos nossos focos é a prestação de serviços personalizados e próximos, quando há muita rotatividade essa relação é inevitavelmente impactada. Contudo, e apesar das medidas de retenção que temos vindo a implementar, estruturamos a nossa prestação de serviço de forma a que o cliente não veja só a pessoa A ou B, mas sim a equipa que lhe dá o suporte, dessa forma minimizamos os impactos que a saída de um colaborador pode aportar, e conseguimos
suprir as necessidades do cliente sem que ele seja impactado por ausências ou saídas dos nossos colaboradores.
De que forma a Daniela Esteves perpetua, na sua equipa, uma mentalidade inovadora e uma postura com rigor, integridade e eficiên cia?
O facto de ter passado por várias funções dentro da Finpartner, ajuda-me muito na ges tão que faço das minhas equipas, pois dá-me uma visão mais aprofundada de cada função. Enquanto líder entendo que só podemos ser fortes como organização tendo connosco uma equipa forte e comprometida.
Acredito numa liderança de integração que promova sempre um ambiente colaborativo e é isso que cultivo na nossa estrutura organiza cional. É imprescindível que o rigor esteja sem pre presente no nosso dia a dia e é igualmente satisfatório receber o feedback e as ideias dos nossos profissionais incentivando-os sempre a uma comunicação transparente. Através desta partilha, muitas vezes, criam-se novos projetos nas mais distintas áreas que beneficiam toda a organização e acrescentam valor aos nossos ser viços melhorando em muito a nossa eficiência. A partilha de experiências, ideias e conheci mentos e o incentivo constante à proatividade enriquece-nos como pessoas e como organiza ção, pelo que o envolvimento de todos é fun damental para o crescimento que pretendemos alcançar. ▪
A terminar, quais são as metas que apraz cumprir, a nível interno e exter no, no futuro a médio/longo prazo? Onde gostaria de elevar o nome de esta que já é uma marca reconhecida no mercado?
A Finpartner sempre assumiu como seu objetivo ser uma referência tanto a nível nacional como a nível interna cional. Acreditamos estar no caminho certo, mas estamos só no início. Ire mos, tal como referi anteriormente, consolidar a nossa presença no Porto com uma equipa local.
A melhoria contínua da qualidade dos nossos serviços, também é algo que vamos continuar a apostar, alargan do o âmbito da nossa certificação ISO 9001 a outros serviços complementa res que temos de desenvolver.
Vamos continuar a apostar na tecno logia que tem revelado ser bastante frutífera, bem como no marketing digi tal que tem sido a peça chave na visi bilidade da marca. Acreditamos que virão muitos mais anos de sucesso.
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DE VISTA TEMA DE CAPA
PONTOS
LÍDER ENTENDO QUE SÓ PODEMOS SER FORTES COMO ORGANIZAÇÃO TENDO CONNOSCO UMA EQUIPA FORTE E COMPROMETIDA”
“ENQUANTO
FOTO: DIANA QUINTELA
“A Ciência e a Inovação são os alicerces essenciais para a tomada das melhores decisões”
“Podemos ter um país
OFilipe Alves Jesus atua há mais de uma década no segmento da pres tação de serviços nas áreas da Con tabilidade, Fiscalidade e Recursos Humanos, onde se distingue pela capacidade de inovação e qualidade. Enquanto profissio nal que conta longos anos de experiência, de que forma tem vindo a perpetuar valor e dina mismo nos setores onde atua?
Há mais de uma década, não, há 25 anos que trabalho em Contabilidade e Fiscalidade. A evo lução da profissão de Contabilista Certificado está em crescendo, e isso tem que ser valori zado e reconhecido como tal. Estou ciente que muitos dos nossos colegas não estão prepara dos para tal mudança, mas que mudou sem dúvidas nenhumas, mudou. Hoje os CC acres centam valor às empresas, às organizações e à sociedade. Vou-lhe dar um pequeno exemplo, durante o período pandémico, quem foram os médicos das empresas? Fomos nós, Contabi listas Certificados. Um Contabilista Certificado, hoje vale 8/2 e explico-lhe porquê. A principal razão, para o excelente investimento ser no CC, é a sua formação em contabilidade geral, em contabilidade analítica, por centro de custos, na fiscalidade, nos recursos humanos, na gestão de tesouraria, e nos apoios ao Balção 2020 e 2030, seja nacional ou europeu, ou seja, hoje, somos 8/2, sendo a segunda os representantes das obrigações fiscais perante a AT. Por isso hoje um Contabilista Certificado tem um valor imensurá vel. Hoje os CC são talentos, e é isso que tem de ser valorizado ao seu justo valor, quer em venci mento salarial, ou avençalmente, e esta luta tem de ser ganha, porque quando o vencimento ou a avença deixar se ser uma luta, passar a ser uma colaboração, aí todos ganhamos.
A realidade é que cada vez mais assistimos a mudanças tecnológicas que influenciam a forma como os profissionais e as organizações desenvolvem o seu trabalho. Para o Filipe Al ves Jesus, em que medida a Revolução Digital está a transformar o setor da Contabilidade, Fiscalidade e Consultoria?
A Ciência e Inovação são os alicerces essenciais para a tomada das melhores decisões. Estamos no tempo de enormes adaptações e alterações para serem introduzidas quer na produção de
FILIPE ALVES JESUS
conhecimento, quer na mobilização de recursos humanos altamente capacitados, para serem criados novos modelos de negócio. Entramos numa 4º Revolução Industrial, que nos traz o Digital, que vai trazer um enorme potencial para melhorar as condições de vida das empresas, das pessoas e da sociedade.
O impacto da digitalização é muito variável, pois os resultados dependem dos diversos setores de atividade. Não podemos ter os mes mos resultados em certas áreas, com atividades diferentes. Não se pode pedir, que num setor de comunicações, ou da energia seja igual ao setor da área financeira e neste caso da estamos a falar da contabilidade. O Digital tem por base o melhoramento da visibilidade e da flexibilida de, tornado as empresas e as organizações mais produtivas e eficientes, e mais próximas, é esse o principal objetivo do Digital. Para a contabi lidade o Digital, vai trazer uma maior automa tização, uma melhor informação, uma redução de custos e uma maior segurança contabilísti ca. Depois, em princípio deverá seguir-se um “Green Deal”, para uma recuperação económica que respeite mais o ambiente e que promova uma melhor qualidade de vida às próximas gerações. Tem de haver uma fusão entre o Digi tal e o Ambiente.
Assim, considera que este setor enfrenta efe
tivamente um grande desafio na adaptação às novas necessidades tecnológicas? De que forma?
Não, pelo contrário, Portugal será o polo tecnoló gico europeu dos próximos anos, vamos ser o país com um maior índice de empresas tecnológicas, tanto que Lisboa, já tem connosco o Web Sum mit, e vai ser criada nos próximos tempos a fábrica de Unicórnios, que deste modo, teremos todas as condições para seremos os Hub Tecnológicos Europeus. O Orçamento de Estado para 2022, já traz condições fiscais muito atraentes e benéficas para as Empresas de TI, como a isenção em IRC em 85% para os Royalties e qualquer receitas prove nientes da exploração da Propriedade Intelectual, ou da venda de Software. Traz também um regime específico para o registo de Patentes o chama do Patentes Box, ou seja, tudo isto é uma mais -valia e uma oportunidade rara para país. Podemos ter um país visionário, que aposta na Ciência e na Tecnologia para atrair os maiores talentos para as nossas empresas, para que possam tornar-se mais inovadoras e competitivas. Portugal está a chamar a si, mais empreendedores, estamos num conceito diferente de criação de outro género de trabalho. Vou-lhe dar um pequeno exemplo, a economia de Israel, é suportada, por Start-ups e venda de regis to, direitos de proiedade intelectual e patentes. Por isso, é necessário aproveitar esta oportunida de para que possamos ser mais produtivos e assim alavancar a economia portuguesa, baseada neste contexto e fazer um Pacto de Regime para com a Ciência e a Tecnologia, sempre inserida nos valo res europeus. Temos que libertar visões de curto prazo e de ciclos de políticas curtas e criar ciclos mais latos que permitam enfrentar desafios estru turais, com objetivos claros na concretização de uma maior estabilidade, e de uma regularidade de um futuro mais previsível para as futuras gerações.
A STABLEPERCENTAGE, não prescinde de aliar valores como a ética, responsabilidade, segu rança e profissionalismo, e inovação. Podemos afirmar que é este conjunto de fatores que per mite uma prestação de serviços bem-sucedida nas áreas onde atua? Porquê?
Quando olhamos para esta Era, estamos a falar de uma 4º Revolução Industrial, e de novas gera ções, que são constituídas por pessoas muito mais bem informadas, mais conscientes, e mais
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visionário, que aposta na Ciência e na Tecnologia para atrair os maiores talentos para as nossas empresas”, garante Filipe Alves Jesus, Partner da STABLEPERCENTAGE. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, revelou ainda o seu ponto de vista acerca da proposta da semana de quatro dias de trabalho, bem como dos impactos da sustentabilidade da Segurança Social. Fique a par.
instruídas, e para o qual a nossa missão e visão tem de ser muita mais exigente. A STABLEPER CENTAGE, nasceu a pensar nesta nova era, e para esta nova geração, para que consiga ajudar a definir, missões e visões estratégica, para com os seus clientes, fornecedores, acionistas e stakehol ders. Enquanto estiver ao comando da STABLE PERCENTAGE, existem critério de qualidade que não prescindo. A empresa tem de ser observa dora, focada, criativa, responsável, com clareza, organizada, e bem definida, sempre na procura constante, de obter mais conhecimento na sua área de atuação, e não só, também noutras áreas. Este conhecimento faz-nos elaborar e anteci par planos de ação estratégicos, e implementar procedimentos com muito mais clareza que nos levam a ultrapassar os desafios inerentes, ao que a própria economia nos impõe, para que assim, possamos ter a certeza, do caminho certo e do sucesso, com responsabilidade, ética, segurança, profissionalismo e inovação.
Numa altura em que tanto se fala sobre resiliên cia, o fator sustentabilidade da Segurança Social tem sido objeto de debate em Portugal e na Eu ropa ao longo dos anos. Para o Filipe Alves Jesus, quais serão os maiores impactos deste sistema, a médio e longo prazo. Que novidades trará?
Ouve-se há alguns anos, uma frase muito utiliza da pelos portugueses, “no nosso tempo não have rá reformas”. Acredito que na minha e próxima geração, ainda se consiga manter o nosso sistema contributivo com capacidade a sustentabilidade das reformas, mas a seguir será completamen te impossível. Isto porque, as recessões que tem vindo acontecer há mais de 15 anos, sem deixa rem respirar a economia, agora mais uma crise que vai atingir as famílias, a inflação, de certeza que daqui a uns 40 ou 50 anos, essas gerações irão ficar realmente sem reformas. Depois não consigo entender a lentidão na resolução de problemas crónicos, tão importante para a vida das pessoas e das sociedades, tendo sempre como solução, o aumento da idade da reforma, fazendo dos trabalhadores escravos de trabalho para supor tar um Estado que criou tamanha dimensão que não se consegue financiar sem um totalitismo de impostos sobre os trabalhadores, funcionários e empresas. Há uns anos atrás falou-se de um regi
me privado como solução para o nosso sistema contributivo para que se conseguisse ter um alívio ao retirar os maiores vencimentos sobre alçada da Segurança Social. Não sou realmente a favor de um regime totalmente autónomo, mas encontro a solução, para esses vencimentos milionários, ser criado pelo nosso sistema contributivo um regime especial, ou seja, um regime público ou privado, e estando a falar dos vencimentos milionários. Para os restantes vencimentos, ficarão sobre alçada do sistema contributivo público, onde poderão ser criadas condições para um teto máximo contribu
EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO DE CONTABILISTA CERTIFICADO ESTÁ EM CRESCENDO, E ISSO TEM QUE SER VALORIZADO E RECONHECIDA COMO TAL”
tivo, e dar condições de isenção aos vencimentos laborais acima desse teto. Ficando o remanes cente do vencimento e da contribuição, para ser espelhado na nossa economia, tendo em linha de conta que estamos a abranger as classes médias altas. Outras das soluções em consonância, de uma isenção ao nível do rendimento do trabalho até aos 25.000 Euros, dando condições de vida digna aos assalariados e as classes mais baixas promovendo a sustentabilidade da Segurança Social, podendo a receita que foi absorvida por esta isenção, ser ressarcida através de decimais aos vencimentos na parcela abater da Declaração de rendimento do IRS. Estas soluções, no meu ponto de vista, tornariam a voltar fazer crescer a nossa classe média alta, a economia, pois são estes esca lões de trabalhadores que fomentam a economia do nosso país.
Tem vindo a ser discutida ao longo do presente ano, a proposta da semana com quatro dias de
trabalho. Podemos afirmar que esta medida se ria um forte impulso à economia do nosso país?
Porquê?
Existem países que já adotaram esta redução do tempo de trabalho para os quatro dias da sema na, tendo contribuído de uma retoma económi ca. Isto para mim, não me faz qualquer sentido, vamos ver até quando essa retoma de crescimen to económica feita através de uma redução de trabalho dará resultados. E explico porquê, como é que os países crescem economicamente tra balhando menos? Impulsionando ao consumo?
E não estarão a estar a criar endividamento as famílias? Quando vivemos em tempos de crises crónicas ainda agora vem um período de infla ção que não sabemos quanto tempo durar. Isto para mim não faz qualquer sentido. Outra ques tão pertinente, será que depois da existência dos quatro dias por semana de trabalho, poderá haver um retorno da semana para os cinco dias, no caso de ser necessário? O PIB não sofrerá impacto? O mercado de trabalho, de certeza que terá de alte rar a sua estrutura legislativa e empresarial, que poderá ficar abalada, pois o que se fazia em cinco dias terá de ser feito em quatro dias, podendo criar desemprego, e para o Estado a vantagem de receber mais 52 dias de impostos por ano, e ter como referência estatística o aumento do salarial médio, poderá não ser assim tão benéfico. Aos trabalhadores, com certeza, que terão um maior equilíbrio de saúde, e familiar. Para mim, faz muito mais sentido, e defendo um caminho para uma liberalização no mercado laboral ao nível da redu ção de horário, ou redução de horas. A redução de horas semanais, cria maiores condições ao merca do de trabalho para as entidades empregadoras beneficiarem dos trabalhadores a part-time. Aliás com este género liberalização, poderá existir uma redução no desemprego, abrangendo uma maior quantidade populacional, e mantém o aumento do salário médio português, dando ainda uma maior folga financeira às empresas. Mais, não será necessária uma alteração legislativa tão acentua da no Código de Trabalho. Para mim este, é este o caminho mais acertado e favorável para que os Estados, consigam beneficiar da retoma econó mica pretendida. É preciso é ser criado condições laborais benéficas para o mercado de horário e horas reduzidas. ▪
OUTUBRO 2022 | 21 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO E CONTABILIDADE
“A
7º Congresso da Ordem dos Contabilistas Certificados
A21 de setembro celebra-se o dia de São Mateus, um cobrador de impos tos que se viria a converter num dis cípulo de Cristo, e como sabemos, num passado recente, também os Contabilis tas Certificados eram vistos como cobradores de impostos. Felizmente, esta é uma profissão que atravessa uma transformação e o contabi lista está, atualmente, a converter-se num con sultor e parceiro de negócios junto dos seus clientes. Por esse motivo, este dia representa precisamente essa mudança. Foi no ano de 1997 que teve início o processo de inscrição na Associação dos Técnicos Oficiais de Contas e é neste sentido, que este ano, 2022, muitos dos presentes no evento, exercendo ou não a ativi dade antes daquela data, assinalam os seus 25 anos de inscrição. É um momento único e para o qual a Ordem criou uma medalha comemo rativa.
A primeira a subir a palco, como não podia dei xar de ser, foi Paula Franco, Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados. Com um discur so emocionado, garantiu que “este é não só o maior Congresso de sempre, como certamente será o mais marcante e influenciador do futuro próximo da nossa profissão. O tema do nosso Congresso é a sustentabilidade e o relato não -financeiro. Este será o mote não apenas deste Congresso, mas também do futuro da nossa profissão, uma vez que, hoje, os vários stakehol ders com quem nos relacionamos já não exi gem de nós apenas informação financeira, exi gem informação não-financeira e é esse o novo valor acrescentado da nossa profissão”.
Se voltarmos atrás no tempo, percebemos que foi em 1759 que Marquês de Pombal criou a primeira aula de comércio. Hoje, passados 263
anos, dia 21 de setembro, data em que se assi nala o Dia Nacional do Contabilista Certificado, a Bastonária não esconde o orgulho com que entrega medalhas a mais de quatro mil pro fissionais. “Tenho honra e o maior orgulho em entregar as medalhas a tantos contabilistas que marcam os seus 25 anos de inscrição na Ordem”, sustenta, acrescentando ainda, ao dirigir-se a todos os condecorados: “ Vejam esta medalha como um símbolo de 25 anos de muito tra balho, dedicação, sacrifício, de grande criação de valor. É pelo menos um quarto de século a trabalhar em prol da nossa sociedade, por isso, sempre que olharem para ela, sintam-se orgu lhosos. Exibam a medalha, mostrem que, humil demente, muito deram a toda a sociedade”.
O Congresso arrancou com o projeto de Cer tificação de Qualidade e abandonando o ante rior Controlo de Qualidade, de forma a melho rar a qualidade e o exercício da profissão do contabilista. Segundo Paula Franco, “esta Cer tificação de Qualidade avançará a par com a capacitação dos contabilistas certificados com base no manual de boas maneiras”. Além dis so, evento que durará três dias, debruçar-se-á sobre problemáticas como a sustentabilidade e o relato não-financeiro, a par da responsa bilidade empresarial, do empreendedorismo social, da economia sustentável, passando pelos índices contabilísticos e pelos desafios populacionais contemporâneos. Isto porque, “é importante preocuparmo-nos com as con
22 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA 7 º CONGRESSO DA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A Revista Pontos de Vista marcou presença no 7º Congresso da Ordem dos Contabilistas Certificados, no Altice Arena, em Lisboa, no dia 21 de setembro, data em que se celebra o Dia Nacional do Contabilista Certificado. O mote do evento este ano foi a sustentabilidade e o relato nãofinanceiro, no entanto, houve ainda espaço para festejar e condecorar mais de quatro mil Contabilistas Certificados. Saiba tudo.
PREOCUPARMO-NOS
sequências que o nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis e nas mais diferentes pers petivas. Queremos e devemos ter ainda mais responsabilidade naquilo que diz respeito ao ambiente, à parte social e a uma boa gestão”, garante a Bastonária.
No último Congresso dos Contabilistas Cer tificados, que aconteceu em 2019, falou-se sobre a revolução digital que todos os setores de atividade – nomeadamente a contabilidade – viviam e vivem. Mas a verdade é que, nessa altura, “estávamos longe de imaginar que pas sados poucos meses os mais fundamentados alicerces da nossa sociedade seriam abanados, e teríamos, de um dia para o outro, mudar ra dicalmente os nossos hábitos pessoais e profis sionais. Sem sabermos o tema deste congresso, o que aconteceu há três anos, mostrou ser fun damental e alertou todos os congressistas para um cenário que se tornou muito real. Foram três anos de enorme superação profissional. Na pan demia, caso existissem dúvidas, mostrámos que somos os agentes económicos com mais valor para o equilíbrio e balança da nossa sociedade. Perante os desafios mostrámos estar presentes”, sustenta, orgulhosamente, Paula Franco. Quem também não prescindiu de marcar pre sença neste tão importante acontecimento, foi Fernando Medina, Ministro das Finanças, que
não deixou espaço para dúvidas “o contributo dos Contabilistas Certificados para a nossa eco nomia não se esgota. Num país com elevado número de micro e pequenas empresas, os contabilistas são muitas vezes o aconselhamen to profissional essencial de muitos empresários, indo muitas vezes além do estrito cumprimen to das suas obrigações. Gostaria de salientar o importante papel que os contabilistas recente mente desempenharam no contexto de pande mia. Tal como toda a sociedade, os contabilis tas certificados tiveram que se adaptar à nova realidade imposta pela pandemia que obrigou a novas formas de organização do trabalho. Os Contabilistas Certificados estiveram à altura do desafio e continuaram a prestar um excelente serviço as empresas”.
No decorrer dos três dias, o evento resultou num ambiente de grande emoção e orgulho por parte de todos os Contabilistas Certificados, Congressistas e Medalhados, encerrado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que terminou garantindo que “quando se decide fornecer para as pessoas o máximo de informação acerca dessa decisão, é incluí-las no processo de decisão também. A responsabilida de social passa por aí. Há medidas que têm que ser tomadas agora, embora produzindo efeitos para o ano, e nos anos seguintes”. ▪
PAULA FRANCO
“É com enorme gosto que me associo ao 7º Congresso da Ordem dos Contabilistas Certificados, e quero salientar o papel fundamental que os mesmos têm na nossa economia. Quer na importância da profissão no quadro da atividade empresarial, quer pelo importante papel que desempenharam na nossa sociedade durante a pandemia”
FERNANDO MEDINA
“Reconhecendo que os Contabilistas Certificados são um parceiro privilegiado do Ministério das Finanças, na medida em que exercem a intermediação entre os Contribuintes e o Estado, é fundamental garantir uma cooperação e comunicação ágeis. Dessa forma, o Ministério das Finanças tem vindo a modernizarse ao longo dos anos. O que temos feito, é, sobretudo, um compromisso para o futuro”
OUTUBRO 2022 | 23 PONTOS DE VISTA 7 º CONGRESSO DA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
“É IMPORTANTE
COM AS CONSEQUÊNCIAS QUE O NOSSO TRABALHO TEM NOS MAIS DIFERENTES NÍVEIS E NAS MAIS DIFERENTES PERSPETIVAS”
“A Digitalização permite impulsionar os Negócios e as Empresas”
A Digitalização é hoje um pilar das marcas/entidades direcionadas para um futuro de sucesso, independentemente do setor de atuação. Uma das áreas que mais tem apostado na vertente da transformação digital e inovação é o da Contabilidade e, por isso, a Revista Pontos de Vista foi conhecer a XL Conta – Consultores & Assessores, tendo conversado com José Manuel Anastácio, CEO da marca, que revelou como tem sido esta adaptação e de que forma é fundamental continuar neste caminho, pois, para além de tornar os escritórios mais leves, no sentido em que cada vez existem menos documentos em papel, a transformação digital permite contribuir com maior vigor o este propósito de sustentabilidade. A otimização de recursos é imprescindível.
AXL Conta – Consultores & Assessores trabalha em prol da gestão de PMEs nas áreas da contabilidade, fiscalida de, recursos humanos e consultoria. Para melhor compreendermos, qual tem vindo a ser o papel da marca no apoio às empresas? De que forma o têm vindo a desenvolver?
A título preliminar, cumpre referir que, o nosso papel é acompanhar de forma eficiente, prática e crítica cada cliente para um serviço à medida do mesmo. O nosso objetivo é que o cliente possa usufruir de uma rede de serviços numa só marca – a XL Conta – uma marca próxima e para as pessoas.
A par com a digitalização, o fator social é um valor fundamental para a nossa empresa. Apesar do mundo digital ter tornado possível o traba lho remoto, a internacionalização das empresas, na verdade nada substitui a confiança e a asser tividade do contacto físico entre as pessoas e as organizações. Neste momento, um dos nossos objetivos, é aproximarmo-nos dos nossos clien tes, parceiros, não desconsiderando a importân cia dos meios digitais e das vantagens que os avanços tecnológicos nos proporcionaram.
No nosso caso, é crucial referir que foi através dos meios digitais que substituímos proces sos de registo e arquivo de documentos con tabilísticos (i.e., funções ancestrais na área da contabilidade) por processos de digitalização e gestão documental, em prol de uma melhor monotorização organizacional interna, assim como, na eficácia e qualidade da informação, o que resultou no aperfeiçoamento de novas funções e competências entre a nossa equipa, que tem culminado no feedback positivo dos nossos clientes resultando na sua satisfação e fidelização.
Em paralelo, uma das nossas convicções é o potencial da internacionalização da XL Conta e dos nossos clientes. Na prossecução desse obje tivo, estaremos presentes na Accountex España 2022, que se irá realizar nos dias 3 e 4 de novem bro em Madrid, uma feira internacional que
MANUEL ANASTÁCIO
conta com a presença de vários profissionais da área financeira, legal e tecnológica, a fim de res ponder aos desafios enfrentados diariamente na prática das PME’s.
Sabemos que através da tecnologia, são uma marca que moderniza, otimiza e automatiza os processos. Num momento em que cada vez mais se vive a Transformação Digital, quais considera que são os maiores impactos desta abordagem no setor da contabilidade?
A otimização dos processos e sustentabilidade são os fatores em que a transformação digital tem vindo a ter maior impacto. Esta transforma ção diminui a margem de erro, aumenta a rapi dez nos processos, eficiência e, acima de tudo, a qualidade da informação processada. Quando valores como a transformação digital e sustenta
bilidade deixam de ser um tabu, começa o ver dadeiro desafio para as empresas.
Em que medida considera que a Digitaliza ção deste setor, impulsiona os negócios e as empresas? Quão preparada a XL Conta – Con sultores & Assessores está para esta realidade?
A Digitalização permite impulsionar os negó cios e as empresas no sentido de aumentar a simplicidade, praticidade, autonomia e eficiên cia dos processos. A XL Conta já estava prepa rada para esta transformação antes do boom que se deu durante e pós-pandemia, e de facto, tivemos de acreditar no nosso propósito e dar “salto de fé”. Quando foi necessário passar este processo 100% para o digital foram necessários apenas pequenos ajustes.
Não há dúvidas de que foram os últimos dois anos que impulsionaram a Transformação Di gital na Contabilidade. Mas hoje, num período pós-pandemia e a viver uma guerra na Europa, avizinha-se uma crise económica. Que impor tância tem este setor, agora mais do que nun ca? De que forma a XL Conta se está a preparar para atender às necessidades dos clientes?
Consideramos que, mais do que nunca, a área contabilística e financeira é essencial para pla near e prevenir, i.e., fazer uso das ferramentas de gestão de modo a perspetivar orçamentos a curtos períodos com o objetivo de acompanhar as variações forçadas pela conjuntura económi ca social que se presencia a nível global.
São uma marca que acredita nos benefícios da internacionalização, e têm, portanto, 30 anos de experiência nesta vertente. Como analisa a contabilidade como profissão global no quadro das novas tecnologias? Qual o ba lanço que faz deste “investimento”?
Esta é uma profissão de futuro, com um poten cial de índole tecnológico enorme, sendo que tem todas as capacidades para acompanhar as constantes mudanças no panorama envolven
PONTOS DE VISTA CONTABILIDADE E DIGITALIZAÇÃO
JOSÉ
24 | PONTOS DE VISTA |
te. É importante salientar que, as Universidades têm apostado, cada vez mais, na área de estudo da contabilidade a par com a tecno logia, resultando claramente em grandes profissionais, munidos de competências que os permitem avaliar crítica e objetivamente a realidade que (n)os rodeia. Por trás destes está, também, a liderança da Ordem Dos Contabilistas Certi ficados (“OCC”). Sendo que, temos todos a agradecer à Bastonária da OCC, a Drª. Paula Franco que tem feito um trabalho extraordinário, a todos os níveis.
O mote do 7.º Congresso da Or dem dos Contabilistas Certifica dos foi a sustentabilidade e o re lato não-financeiro. De que forma analisa o atual panorama destas problemáticas no setor da conta bilidade? Quais as suas perspeti vas para os próximos tempos?
Em bom rigor, devemos ter em consideração que cada empresa deve gerir a sua atividade finan ceira atendendo à sua valorização com uma perspetiva de futuro. A resposta deve (sempre) estar rela cionada com os valores imateriais e intangíveis – que fazem toda a diferença na hora de atingir obje tivos e resultados prospetivos, em prol de uma melhor performance no mercado e no aumento da con fiança dos possíveis investidores.
Salienta-se que, ter conhecimen to da realidade que nos rodeia é fundamental para a delineação de uma estratégia/modelo de negó cio sustentável (i.e., nas dimensões ambientais, sociais e governamen tais).
Na ótica do setor da contabilida de há, de facto, alguma resistên cia em incorporar estes valores internamente. É necessário que as empresas (a montante e a jusante) entendam, estrategicamente, qual a melhor forma de operar para que
o seu crescimento possa ajudar os Governos nacionais a alcançar os objetivos de desenvolvimento sus tentável e a identificar as oportu nidades para obterem uma vanta gem comercial competitiva.
Se por um lado a Transformação
Digital é um dos aliados do setor da contabilidade, por outro, acar reta também algumas ameaças e desafios. Tendo em conta a sua experiência, quais diria que são os mais difíceis de colmatar?
Do exposto, da perspetiva das empresas um dos maiores desa fios que se coloca é a transição sustentada e a mudança cultural na obtenção de metas verdes. A sustentabilidade, lado a lado, com a transformação digital per mite levantar questões de ener gias renováveis, descarbonização, economia circular, a impressão e o reaproveitamento de recursos, relembrando que setores como o turismo, imobiliário e agricultu ra são veículos impulsionadores desta mudança.
Da ótica dos Recursos Humanos, o papel de uma liderança atenta e informada é a chave para o suces so de qualquer tipo de mudança significativa na esfera do negócio e na prossecução dos objetivos de sustentabilidade – que, por sua vez, devem ser valores refletidos no processo de recrutamento e na retenção de colaboradores.
Por fim, podemos elencar alguns desafios como os problemas nor mativos legais para a digitalização, automação de processos, otimiza ção de recursos, armazenamento e uso dos dados (RGPD), entre outros.
Num mundo em constante transformação, qual continuará a ser a posição da XL Conta – Con sultores & Assessores, de forma a estar continuamente na van
guarda da Transformação Digital e oferecer, assim, o melhor e mais adequado serviço ao mercado e aos clientes?
A posição e visão da XL Conta, assim como em qualquer outro setor, é ter uma presença ativa e crítica do panorama envolvente, tentar responder às necessidades do mercado, não desconsideran do o papel humano especializado que é fundamental naquilo que é a
implementação da transformação digital no nosso dia-a-dia e dos nossos clientes.
Em face do exposto, cumpre referir que a transformação digi tal não é um conceito longínquo, mas a realidade atual. É vital que as empresas nacionais se moder nizem e transformem a sua cultura organizacional para que conti nuem competitivas face à concor rência nacional e internacional. ▪
OUTUBRO 2022 | 25 PONTOS DE VISTA CONTABILIDADE E DIGITALIZAÇÃO
EQUIPA XL CONTA
“A XL CONTA JÁ ESTAVA PREPARADA PARA ESTA TRANSFORMAÇÃO ANTES DO BOOM QUE SE DEU DURANTE E PÓS-PANDEMIA, E DE FACTO, TIVEMOS DE ACREDITAR NO NOSSO PROPÓSITO E DAR “SALTO DE FÉ”. QUANDO FOI NECESSÁRIO PASSAR ESTE PROCESSO 100% PARA O DIGITAL FORAM NECESSÁRIOS APENAS PEQUENOS AJUSTES”
“Ser Contabilista Certificada é motivo de Honra e O rgulho”
depositaram e continuam a depositar em nós. Isso é elemento fundamental e um fator de cre dibilidade para o mercado. Somos um parceiro de confiança e de zelo para os nossos clientes, onde fazemos por caminhar juntos na direção do rumo certo.
A Domingos Salvador preza, desde sempre, por manter um serviço personalizado, conhe cendo a realidade intrínseca dos seus clien tes. Assim, qual tem vindo a ser o importante papel dos profissionais da empresa, na vida e sucesso das empresas?
ÂNGELA SILVA
Éatravés do esforço constante nas tare fas do dia a dia que a Domingos Salva dor – Gestão, Contabilidade & Consul toria consegue superar-se e distinguir -se no mercado. Tendo sido fundada há 46 anos, como descreve a sinergia de elementos fundamentais que levaram a marca ao reco nhecimento?
A marca, Domingos Salvador, foi sendo cons
truída, manifestada e ganhando força e reco nhecimento no mercado ao longo dos seus atuais 46 anos de existência pela sinergia de vários elementos. O profissionalismo, o rigor e a competência fazem parte da sua essên cia, associados ao destaque de uma prestação de serviços com qualidade, permitindo que a marca, Domingos Salvador, se posicionasse no mercado pela confiança que os nossos clientes
O papel dos profissionais da empresa é manter os padrões de profissionalismo, rigor e qualida de que nos caracterizam. Para além do apoio nos fatores emocionais e sociais que tem vindo a estabilizar, fruto das tréguas da estabilização da pandemia, a Domingos Salvador aposta na valorização contínua e especializada. Conhecer a realidade de cada um dos nossos clientes é também um fator de sinergia, pois só através dessa cooperação entre as partes é que a nossa equipa de profissionais consegue dar uma resposta adequada às necessidades de cada empresário e de cada empresa. É, também, muito importante a cooperação entre uma equipa de profissionais que, no dia a dia, traba lham com o cuidado em manter os padrões que distinguem a marca da Domingos Salvador.
A par disso, um fator que destaca a Domin gos Salvador é a formação contínua e a es
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Presente no 7º Congresso dos Contabilistas Certificados esteve Ângela Silva, Contabilista Certificada e Gerente da empresa Gabinete de Contabilidade – Domingos Salvador, uma marca que soma 46 anos de existência e credibilidade no mercado. “Triunfante”, foi a palavra escolhida pela nossa entrevistada para caracterizar este que é um evento de imensa importância para todos os profissionais da área.
FOTO: CONGRESSO DA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
pecialização dos vários departamentos que integram a organização. De que forma esta ação permanente se traduz em vantagem competitiva?
Sim, a Domingos Salvador valoriza a formação contínua e personalizada da sua equipa. Esta especialização é fundamental e proporciona uma resposta rápida, eficiente e eficaz nas ques tões e especificidades de cada um dos nossos clientes. A especialização pelos vários depar tamentos que integram a Domingos Salvador, sejam eles o departamento fiscal, o departa mento de recursos humanos, o departamento de gestão e análise e os referentes às diversas áreas de contabilidade, tornam-nos mais fortes na capacidade de resposta, particularmente na rapidez, face às solicitações da nossa carteira de clientes.
A Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) organizou, entre os dias 21 e 23 de setembro, na Altice Arena, em Lisboa, o 7.º Congresso dos Contabilistas Certificados. Na sua pers petiva, em que medida este acontecimento demonstrou ser ímpar e indispensável?
Eu sou apaixonada por esta profissão e tenho um enorme orgulho em pertencer a esta clas se de profissionais, a classe dos Contabilistas Certificados. Mas, tenho, também, uma enorme consideração pela equipa que integra a Ordem dos Contabilistas Certificados que tem vindo a trabalhar pela dignificação e elevação da nossa classe profissional. Com efeito, somos cada vez mais um profissional reconhecido pelo tecido empresarial, que nos procura não só pela obri gatoriedade, mas, como um parceiro funda
“A ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS PROCUROU ANTECIPAR QUESTÕES, DA ATUALIDADE, QUE TERÃO UM ENORME IMPACTO NO FUTURO. FEZ-NOS REFLETIR E REFORÇAR A IMPORTÂNCIA DOS NOSSOS
ATOS NO DIA A DIA, BEM COMO NA ADOÇÃO DE PRATICAS INTERNAS”
mental para fornecer informação financeira e não financeira, contribuindo e ajudando no pro cesso das diversas tomadas de decisão. Neste sentido, mais uma vez a Ordem dos Contabilis tas Certificados presenteou os seus membros com a organização de um fantástico Congresso, o 7.º Congresso dos Contabilistas Certificados. Quanto às vossas palavras, ímpar e indispensá vel, na minha perspetiva foi ímpar, pelo excelen te congresso que tive a oportunidade de parti cipar e indispensável, pela importância de nos reunirmos para debater um tema da atualidade com um impacto no nosso trabalho atual e, principalmente, num futuro próximo. Contudo, para mim, e depois de muito refletir… a palavra que define este 7.º congresso é TRIUNFANTE!
A sustentabilidade e o relato não financeiro, a par da responsabilidade empresarial, do em preendedorismo social, da economia susten tável ou das métricas e índices contabilísticos, foram algumas das principais linhas de força deste sétimo congresso. Qual a importância destes temas no panorama atual do setor? No meu entender a Ordem dos Contabilistas Certificados procurou antecipar questões, da atualidade, que terão um enorme impacto no futuro. Fez-nos refletir e reforçar a importância dos nossos atos no dia a dia, bem como na adoção de praticas internas, sensibilizando os Contabilistas Certificados a ser um modelo na aplicação de medidas como sejam o caso das ESG (Environmental, Social and Governance), incutindo-nos a responsabilidade de sensibilizar os nossos empresários e, consequentemente, o nosso tecido empresarial. Ou seja, para além
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PAULA FRANCO E DOMINGOS SALVADOR
www.domingossalvador.pt
“A UNIÃO, QUALIFICAÇÃO, CONHECIMENTO E EXCELÊNCIA SÃO PILARES
FUNDAMENTAIS PARA O DESEMPENHO DA NOSSA PROFISSÃO”
do relato financeiro, as variáveis ESG que inte gram a questão ambiental, social e governança, ganham relevância na importância e no relato não financeiro.
Para além dos temas abordados no Congres so, este Congresso iniciou no Dia Nacional do Contabilista, com a celebração dos 25 anos de profissão, atribuindo uma medalha aos mem bros com, pelo menos, 25 anos de inscrição na ordem. Em que medida este acontecimento teve impacto na Domingos Salvador?
Com 46 anos de existência, a Domingos Sal vador teve naturalmente este reconhecimen to, através da entrega de uma medalha de 25 anos de profissão ao seu fundador, Domingos Salvador da Silva. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para parabenizar o meu pai pelo seu trabalho e dedicação ao longo destes anos. Dele herdei o gosto e a paixão pela contabili dade e, para além do orgulho que tenho nele e na minha profissão de Contabilista Certificada, agradeço a oportunidade que os meus pais me deram na sucessão desta empresa, juntamente com o meu irmão, Bruno Silva, na qual cami nhamos juntos para manter a essência daquilo que nos define e caracteriza: Profissionalismo, Rigor, Competência e Qualidade, para além de muita responsabilidade e trabalho, naturalmen te. Aproveito, também, para enviar uma palavra de apreço e agradecimento à nossa colabora dora, Teresa Moreira, pela celebração dos seus 25 anos de profissão, juntamente com 25 anos de dedicação à Domingos Salvador. Isto, sim, é reter talento.
21 de setembro é um dia significativo no se tor, uma vez que se assinala o Dia Nacional do Contabilista. Considera que hoje, a ideia de que a união, qualificação, conhecimento e ex celência é a base desta profissão? O que urge aprimorar?
Ser Contabilista Certificada é motivo de honra e orgulho e ser detentora de uma profissão com elevados conhecimentos em diversas áreas que se assumem numa enorme responsabilidade no apoio à gestão dos empresários e conse
quentemente à economia do nosso país. Esta foi a frase que transmiti na celebração do dia 21 de setembro. Mas, sem dúvida, a união, quali ficação, conhecimento e excelência são pilares fundamentais para o desempenho da nossa profissão. O que urge aprimorar é a valorização profissional e individual de cada Contabilista Certificado. Somos cada vez mais uma profissão reconhecida e de interesse público e, isso, acar reta uma responsabilidade em elevar cada vez mais a nossa profissão pela aplicação de boas práticas contabilísticas e empresariais. ▪
O desempenho superior e a pros secução de estratégia de cresci mento contínuo e de liderança competitiva têm vindo a ser reco nhecidos no seio da Domingos Salvador. De forma a manter ou elevar esta verificação, que novi dades podemos esperar no futuro da empresa?
Podemos sempre esperar a conti nuidade do sentido de responsabi lidade em manter o foco em cada um dos nossos clientes. Apostar na formação para acrescentar valor e manter elevados padrões de conhecimento. Apesar do reconhe cimento da Domingos Salvador, não podemos parar e devemos continuar na procura incessante da melhoria constante. Isso, sim, é qualidade! Parafraseando o nosso Excelentíssimo Presidente da Repú blica, Marcelo Rebelo de Sousa no discurso de encerramento do 7.º Congresso dos Contabilistas Certi ficados: “Um Portugal melhor passa pelo vosso futuro.”. Assim, o sentido de responsabilidade passa também pela Domingos Salvador.
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FOTO: CONGRESSO DA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS FOTOS: CONGRESSO DA ORDEM DOS CONTABILISTAS
CERTIFICADOS
Robbie Williams dá concerto em Portugal
Robbie Williams anunciou novas datas europeias da ‘XXV TOUR’, que celebra os seus 25 anos como artista a solo. A tour de um dos maiores músicos e entertainers interna cionais, passará por Portugal no dia 27 de março de 2023, na Altice Arena, em Lisboa, num concerto onde ouviremos todos os seus grandes êxitos intemporais, num espe táculo completo com uma grande banda pop-rock.
Trazendo os seus espetáculos para a Europa, as novas datas da tour de 2023 come çam em Bolonha, Itália, a 20 de janeiro, antes de passar por cidades de todo o con tinente, incluindo Lisboa a 27 de março. A tour de arenas será uma feliz celebração dos 25 anos de Robbie como artista a solo, após o lançamento no início deste mês do seu álbum, ‘XXV’, que apresenta muitos dos seus maiores sucessos e temas favoritos dos fãs.
Avaliando apenas o valor das operações dos cartões portugueses, o crescimento foi de 19% face a 2019. No que se refere apenas ao valor das compras efetuadas em setores tradicionalmente associadas ao turismo –alojamento, restauração, transportes e lazer – registou-se um aumento de 49% compa rativamente ao período pré-pandemia e de 54% em relação ao ano passado.
Durante o período em análise na infografia, o MB WAY atingiu os 4,3 milhões de utiliza dores únicos, e registou um crescimento significativo do número de operações de compra superior a 80% face ao mesmo período de 2021, e de 7,3x vs período pré -pandemia.
Mais compras de estrangeiros em Portugal Entre as nacionalidades que mais viajaram para Portugal, os cartões franceses con tinuam a liderar, representando 27% de todas as operações com cartões estrangei ros. Seguem-se na lista os cartões britâni cos, com 12%, e, em terceiro, os espanhóis, com 10%. Figuram ainda entre os principais países os cartões norte-americanos, os alemães e os holandeses, por esta ordem.
Porém, entre as nacionalidades que mais cresceram no valor das operações, os car tões norte-americanos destacam-se em primeiro lugar, com um aumento de 3,2x, seguidos dos do Reino Unido e da Alema nha, com um crescimento de 2,2x.
No que se refere aos cartões nacionais no estrangeiro, os dados do SIBS Analytics per mitem concluir que o peso do consumo além-fronteiras foi superior em Espanha (com um peso de 38%), seguido de Fran ça (18%), Itália (7%), Bélgica e Alemanha (ambos com 4%) e Reino Unido (3%), desti no que verificou o maior aumento de con sumo português no período face a 2021.
Férias no país
Analisando o peso do número de cartões por região do país, destacam-se os distritos de Beja, Évora, Portalegre, Santarém, Caste lo Branco e Guarda como os que tiveram maior incidência de cartões em férias em território nacional.
O festival Jardins Abertos está de regresso à capital para promover os idílicos espaços ver des da cidade, ao longo de dois fins de semana: 22/23 e 29/30 de outubro.
Este ano, a 10.ª edição vai abrir dez novos jardins e revisitar outros dez em inéditas visitas guiadas com especialidades. Poderá visitar espaços
como o Jardim Botânico da Ajuda, o Jardim do Palacete de São Bento, a Estufa Fria de Lisboa ou o Parque Botânico do Monteiro-Mor. O evento é gratuito e haverá um espetáculo de abertura no dia 21 de outubro, sexta-feira. A programação completa está disponível no site do evento.
30 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA BREVES
Consumo aumenta 22% com recorde de operações com cartões estrangeiros
Está quase a chegar a 10.ª edição do festival que abre os portões dos jardins de Lisboa
Aumentou a venda de informações sensíveis de hospitais e clínicas médicas na Dark Web
Desde o início da pandemia, o setor da saúde posicionou-se como um dos principais alvos dos cibercriminosos, demonstrando um eleva do grau de exposição a ciberataques. Entre as principais ameaças registadas durante o primei ro semestre de 2022, a equipa de Threat Inte lligence da S21sec detetou um aumento dos ‘data breaches’ (comprometimento ou fuga de informação/dados) em hospitais e clínicas, bem como a venda ou leilão de acessos a infraes truturas tecnológicas do setor da saúde e tam bém ataques de ransomware a organizações deste setor. Foram identificados um total de 50 ‘data breaches’ neste período, um número que, segundo os especialistas, poderá ser na realida de substancialmente superior porque algumas clínicas, hospitais e outras organizações não reportam nem publicam os incidentes devido a ignorância ou medo de danos na reputação, e porque nalguns casos os hackers não anunciam
para o exterior a venda dos dados roubados. De acordo com este relatório, as vendas ou lei lões de acesso a infraestruturas de hospitais e clínicas (muitos deles acessos com privilégios elevados ou de administradores das infraestru turas) aumentaram em fóruns e chats na Deep e Dark Web. Durante o primeiro semestre do ano, foi contabilizado um total de 33 publicações de vendas ou leilões, isto sem ter em conta os que se realizaram em canais privados ou fóruns com maiores restrições de acesso. “Os dados relacio nados com a saúde tornaram-se bastante valio sos e apetecíveis para venda pelos cibercrimi nosos. A informação é de tal forma valiosa que observámos leilões de venda de informação sobre hospitais nos Estados Unidos, Canadá, França e Reino Unido com um preço inicial de licitação entre 3.000 e 5.000 euros”, refere Hugo Nunes, team leader de Threat Intelligence da S21sec.
Novo filme de “O Rei Leão” estreia em 2024
Lançado em 1994, “O Rei Leão” é um clássico da Disney que todos conhece mos e um sucesso brutal, tendo sido este o motivo pela qual se tem conti nuado a investir na história.
Assim “Mufasa: The Lion King”, deve rá contar o percurso de Mufasa, o pai de Simba, até ao trono, bem como as divergências entre si e o seu irmão Scar. As vozes das personagens serão, em princípio, de Aaron Pierre e Kelvin Harrison Jr.
A estreia do filme foi anunciada para o ano de 2024, contudo ainda não foi revelado se irá estrear nos cinemas ou se irá diretamente para a plataforma da empresa, a Disney+.
Fundação Champalimaud e Atrys estabelecem parceria
A Fundação Champalimaud, uma das institui ções mais reconhecidas na prevenção, diagnós tico e tratamento do cancro, e a Atrys Health, S.A. (BME:ATRY), que se dedica à telemedicina e à oncologia de precisão, anunciam um acordo de colaboração em oncologia para a realiza ção conjunta de procedimentos diagnósticos e terapêuticos avançados.
Com sede em Lisboa e pioneira no desenvolvi mento de programas de investigação biomédi ca avançada e técnicas de tratamento de radia ção de alta precisão, com destaque para a radio terapia extrema hipofracionada e de dose única (SDRT), a Fundação Champalimaud agrega os melhores cuidados clínicos com uma ambiciosa
programação de investigação - atividades que desenvolve no Champalimaud Center for the Unknown (CCU), instalações de vanguarda em termos oncológicos a nível mundial.
A Atrys é uma empresa global, dedicada à pres tação de serviços de saúde 360º que vão desde a prevenção e promoção da saúde ao diagnós tico médico e tratamento oncológico de preci são. É líder em telediagnóstico em castelhano e reconhecida em radioterapia de última geração, com uma equipa de mais de 3000 profissionais.
A empresa está presente em Espanha, em Por tugal, na Suíça e na América Latina.
No âmbito deste acordo, as duas instituições iniciam a aplicação de protocolos conjuntos
e metodologias sob a Coordenação Científica do Professor Carlo Greco. Ao abrigo deste acor do, aplicar-se-ão protocolos e metodologias comuns e otimizar-se-á o cuidado ao paciente em cada um dos seus centros.
OUTUBRO 2022 | 31 PONTOS DE VISTA BREVES
Sage Portugal Na Vanguarda da Transformação D igital
No que concerne à promoção da digitalização no mercado nacional, sabe-se que, a partir do dia 1 de janeiro de 2023, a emissão de faturas eletrónicas passará a ser acompanhada por uma assinatura eletrónica qualificada. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, Joaquim Machado, Compliance, Alliances & Business Development Advisor da Sage Portugal, aprofundou este e outros temas que estão na ordem do dia no que diz respeito à inovação em Portugal.
ASage é líder de mercado na área dos sistemas integrados de gestão de con tabilidade, salários e pagamentos e está comprometida em apoiar as ambições dos empreendedores, em todo o mundo. Desde a sua criação, de que forma a marca tem transfor mado a forma de pensar e de trabalhar, levando as empresas ao sucesso, nomeadamente em Por tugal?
A Sage, fundada, em 1981, em Newcastle, por David Goldman, o fundador do grupo, é ela tam bém na sua génese um negócio de start-up.
David Goldman empreendeu com uma equipa de estudantes da Universidade de Newcastle no senti do de desenvolver software capaz de automatizar a avaliação das necessidades de impressão e o proce dimento contabilístico básico no seu próprio negó cio de uma forma mais eficiente. Compreendendo que outras empresas poderiam igualmente benefi ciar destes conhecimentos, criou então a Sage para possibilitar a comercialização do software. Ao agir dessa forma, definiu uma categoria e atualmente permanecemos líderes mundiais nesse espaço. À medida que os PCs se foram generalizando, a Sage cresceu e o seu negócio foi ganhando força. Cotada posteriormente na Bolsa de Valores de Londres em 1989 entra mais tarde, em 1999, no FTSE 100, no qual se mantém atualmente. É nesse mesmo ano de 1999 que a Sage chega a Portugal, liderando o mercado de software de gestão desde então e vindo a contribuir de forma expressiva e inequívoca para a transformação da forma de pen sar e trabalhar.
Vários são os exemplos da forma como a Sage liderou os grandes momentos de transformação digital em Portugal nos últimos 25 anos. Os gran des momentos de transformação digital a que se assistiu nas últimas duas a três décadas, desde a desmaterialização das declarações fiscais, iniciada na década de 90, passando pela adoção e imple mentação pioneira do SAF-T (normativo da OCDE para estandardizar reporte fiscal) por parte de Portugal em 2008, passando posteriormente pela certificação do software de faturação em 2011 (também aqui Portugal mais uma vez inovador face aos demais países da OCDE), até à digitalização de inúmeros outros processos que facilitam e agilizam a relação entre agentes económicos e as entidades governamentais e mais recentemente a digitaliza ção da Contabilidade claramente impulsionada pela pandemia que obrigou agentes económicos
e contabilistas certificados a mudar a forma como interagiam entre si, a Sage sempre esteve presente de forma inequívoca.
A verdade é que, face à sua diferenciação, a Sage ajuda, efetivamente, os seus clientes na gestão dos negócios através de uma nova gera ção de soluções. De que soluções estamos a fa lar e em que medida, as mesmas, vão ao encon tro das necessidades das startups e das médias e grandes empresas?
Soluções que são desenvolvidas e pensadas para ajudar as empresas, sejam elas de pequena dimen são, start-ups, empreendedores que iniciam a sua atividade, médias ou grandes empresas a poupar tempo para levar o seu negócio ao nível seguinte, independentemente da etapa em que se encontra no seu percurso.
Soluções que pretendem ser uma ferramenta efi caz para ajudar as empresas a gerir as diversas áreas do seu negócio desde a simples necessidade de gerir a faturação, contabilidade, recursos humanos ou tesouraria até à necessidade de gerir seja a pro dução, a distribuição e logística, a área de serviços ou da área da indústria alimentar.
A Sage disponibiliza um portefólio de soluções
muito abrangente para empresas de pequena média ou grande dimensão bem como soluções setoriais para áreas com necessidades muito espe cificas como é o caso dos Gabinetes de Contabili dade.
Para o segmento das start-ups/microempresas que necessitam essencialmente de uma peque na solução de faturação a Sage tem uma solução cloud designada de “Sage One”. Estas empresas de muito pequena dimensão não necessitando mui tas das vezes de soluções noutras áreas como a da Contabilidade e Recursos Humanos recorrem a Contabilistas Certificados/Empresas de Contabili dade para as quais a Sage tem também um produ to de referência na área, o “Sage for Accountants”. O “Sage for Accountants” é uma solução desenha da por Contabilistas para Contabilistas e inclui todas as ferramentas que este segmento de mer cado necessita para prestar um serviço de exce lência aos seus clientes num mercado muito com petitivo e exigente. No conjunto de ferramentas que esta solução agrega, além de naturalmente as soluções de Contabilidade, Recursos Humanos, Gestão de Ativos, Faturação do próprio gabinete e para faturação em nome dos seus clientes, inclui ainda um conjunto vasto de ferramentas de auto matização de processos, nomeadamente a Gestão de Obrigações, Gestão de Gabinete e Arquivo Digital contabilístico.
Ainda para o segmento das micro e pequenas empresas que representam mais de 96% do tecido empresarial português (são mais de 1,3 milhões em Portugal segundo dados da Pordata relativos a 2020) a Sage tem como soluções a “Sage 50cloud Faturação” e a “Sage 50cloud Loja” que é a solução para qualquer tipo de loja. A oferta “Sage 50cloud” também inclui, naturalmente, soluções de Contabi lidade, Recursos Humanos e Gestão de Ativos.
Num mundo cada vez mais digital a “Sage 50c” agrega também soluções de e-commerce permi tindo que estas empresas possam gerir de forma eficaz quer os seus espaços físicos quer os seus pontos de venda online.
Para o segmento médias e grandes empresas a Sage oferece o “Sage X3”, um ERP para médias e grandes empresas que precisam de gerir eficaz mente todo o negócio, acelerando-o desde a aqui sição à produção, ao armazenamento, às vendas, ao serviço ao cliente e à gestão financeira, fornecendo perceções sobre custos e desempenho mais rápido em todas as etapas e a uma escala global.
32 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO – FATURA ELETRÓNICA
JOAQUIM MACHADO
Observando o mercado, sabemos que o ano de 2022 é marcado pela continuidade de um percurso anteriormente já iniciado para a im plementação do processo de transformação digital. Tendo em conta as áreas onde a Sage opera, como se encontra atualmente o panora ma nacional no que diz respeito à digitalização?
No que toca à digitalização, o mercado está extremamente dinâmico, tendo-se assistido nos últimos anos, muito derivado da pandemia e da necessidade de suportar o teletrabalho, a uma enorme transformação.
Quer no segmento empresarial onde as empre sas se viram na necessidade de levar para o digi tal os seus negócios, desde as pequenas lojas de bairro até às empresas de maior dimensão, implementando em tempo record lojas online, quer no segmento dos contabilistas que, ven do-se privados da interação física com os seus clientes, se sentiram obrigado a adotar soluções quer de digitalização da contabilidade como o Arquivo Digital, quer ao nível da automatização da colaboração entre contabilista e cliente a dinâmica é enorme.
A Sage naturalmente e como em outros momentos acompanhou a tendência do merca do e tem hoje soluções inovadoras que vão de encontro ao que o mercado solicita.
No segmento empresarial a Sage tem desde logo oferta de soluções de e-commerce que inte gram com todas as soluções Sage bem como no segmento dos contabilistas uma solução muito poderosa de Arquivo digital contabilístico e uma solução que chamamos de “Contabilidade Con nection” que agiliza e automatiza a colaboração Contabilista/Cliente ao permitir a troca de infor mação completamente automática entre ambos.
Uma das mudanças que está para breve é a emissão de faturas eletrónicas, que irá passar a ter de ser acompanhada por uma assinatura eletrónica qualificada (ou por um selo eletró nico qualificado), a partir de 31 de dezembro. Para melhor entender, o que irá mudar e quais os benefícios esperados desta nova legislação?
A partir de 1/1/2023 as empresas que já hoje recorrem ao envio de faturas em formato eletró nico, ainda que um simples PDF assinado hoje por um certificado avançado, precisarão de, para estar em conformidade com a nova legislação, passar a assinar as faturas através dum certificado qualificado. Para responder cabalmente a estas novas exigências/regras para a Fatura Eletrónica a partir de 1/1/2023 a Sage disponibilizou já há mais de um ano em todas as soluções uma inte gração com a plataforma SAFE da AMA - Agência de Modernização Administrativa.
Também ao nível da faturação eletrónica à Administração Pública as empresas têm de acau telar alterações que entram também em vigor a partir de 1/1/2023, após algumas alterações sucessivas que temos assistido.
Os benefícios esperados são diversos sendo de destacar claramente a agilidade nos processos de envio, poupando desde logo tempo e custo com a impressão e menores gastos associados ao envio de faturas em suporte papel via CTT. Também o de dar uma imagem de modernida de a clientes e concorrentes ao adotar uma solu ção inovadora e naturalmente o de substituir o arquivo físico de faturas que exige espaço físico de armazenamento/arquivo por arquivo ele trónico rapidamente acessível e com o mesmo valor legal que o velho arquivo físico em pastas. Este último benefício tem dupla faceta ao per mitir que também os clientes das empresas dei xem de ter eles também necessidade de arqui var faturas impressas, otimizando e poupando no espaço físico.
Contudo, não podemos esquecer que mui tas empresas portuguesas estão atrasadas na transformação digital. Na sua perspetiva, de que forma este facto se irá refletir na imple mentação da fatura eletrónica? Que desafios são esperados?
Diria que essencialmente falta sensibilização. Estamos a três meses do prazo e as empresas precisam essencialmente de serem sensibiliza das. Duma maneira geral as empresas não estão assim tão atrasadas, sendo a utilização de solu ções do ponto de vista legal, generalizado. A ver dade é que o processo de transformação digital tem sido uma constante e as empresas têm vindo a se adaptar a alterações no âmbito da transfor mação digital adotando soluções que incorpo
ram já hoje a colocação dum QRCode nas faturas (obrigatório já desde 1/1/2022), comunicação de faturação em tempo real à Autoridade Tributária em alternativa ao processo manual de comunica ção mensal via ficheiro SAF-T.
Referir também que no que toca à sensibilização das empresas, a própria AT tem um papel impor tante e crucial. Prova disso é a recente iniciativa de controlo das obrigações de faturação mas também de caráter preventivo e pedagógico levada a cabo pela AT.
As soluções de software Sage são, em si, um recurso fundamental para proceder a aposi ção de uma assinatura digital qualificada nas faturas eletrónicas. Como verifica o facto de a marca estar na vanguarda de todas as ne cessidades das empresas? Como tem vindo, a Sage, a promover a transformação digital das mesmas?
Como é sabido, a obrigatoriedade de aposição duma assinatura digital qualificada impunha-se a partir de 1/1/2021 sendo, no entanto, suces sivamente adiado por parte da AT por força da pandemia e de todos os desafios que nos trouxe. A Sage tem as soluções preparadas já há bastan te tempo como referido anteriormente e levou a cabo já no passado ano de 2021 e este de 2022 sessões/webinars de sensibilização dos Parceiros.
Temos agora previsto já para o próximo mês de outubro um conjunto de ações de divulgação/ sensibilização para que os nossos Parceiros e Clientes consigam de forma cabal estar prepara dos para as alterações. ▪
OUTUBRO 2022 | 33 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO
FATURA ELETRÓNICA
–
Por fim, qual a estratégia implementa da para o futuro da Sage, no sentido de continuar a oferecer aos seus clientes escolha, apoio, competência e inova ção? Que novidades o mercado pode esperar?
Brevemente apresentaremos uma solu ção que permitirá aos nossos Contabi listas utilizadores da solução “Sage for Accountants” a poder utilizar em qual quer lugar e a qualquer hora sem que necessitem de estar no seu gabinete.
Inovação O ADN da Quasinfalível
A Revista Pontos de Vista conversou com Margarida Gonçalves, Founding Partner da Quasinfalível acerca de inovação, melhoria contínua e liderança na gestão de projetos. A líder da marca especialista em qualidade de processos de software, não deixou margem para dúvidas, “a sociedade evoluiu e compreendeu que entregar valor é uma atividade contínua. A mudança é uma realidade e na Quasinfalível vivemos com ela”.
AQuasinfalível foi fundada no ano de 2010, como uma empresa especia lista em qualidade de processos de software. Após 12 anos de história e enquanto partner, como descreve a evolução da marca?
A Quasinfalível evoluiu numa direção muito clara e que se espelha no nosso core purpose – os processos que desenhamos melhoram a qualidade da entrega dos nossos clientes e a qualidade não é one-size-fits-all, tem de entrar no ADN da empresa.
É uma marca que acredita firmemente que as organizações prestam um melhor serviço aos seus clientes quando trabalham bem. No seio da Quasinfalível, o que significa trabalhar
bem? De que forma procuram diferenciar-se das restantes marcas do mesmo setor de ati vidade?
Há muito tempo que a Quasinfalível prati ca uma abordagem ágil com os seus clientes: ciclos curtos, muito acompanhamento, objeti vos alcançáveis nesses ciclos. A nossa diferen ciação é a garantia que, se o cliente trabalhar connosco, vai acabar certificado e que o apoia mos até o objetivo dele ser atingido. Não só atingido, como integrado com os seus outros sistemas.
Inovação, melhoria contínua e liderança na gestão de projetos, são fatores determinantes no sucesso de qualquer marca. Neste sentido, qual tem vindo a ser a maior aposta da Qua
“A NOSSA DIFERENCIAÇÃO É A GARANTIA QUE, SE O CLIENTE TRABALHAR CONNOSCO, VAI ACABAR CERTIFICADO E QUE O APOIAMOS ATÉ O OBJETIVO DELE SER ATINGIDO”
34 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO E LIDERANÇA NA GESTÃO DE PROJETO
MARGARIDA GONÇALVES
sinfalível? É legítimo afirmar que “inovar” é o vosso nome do meio?
Inovar está no nosso ADN. Os nossos colabo radores fazem doutoramentos e mestrados, em ligação ao que de melhor Portugal tem para ofe recer enquanto ensino superior. As associações profissionais são nossos parceiros. Temos cursos com o Técnico+ (a escola de formação avança da do Instituto Superior Técnico) e colaborações para enriquecimento dos profissionais com a APOGEP e a ASSOFT. Mudámos completamen te a nossa abordagem de formação para cursos blended learning, dando mais flexibilidade aos clientes e momentos de aprofundamento das matérias com os especialistas. Estamos sempre atualizados nas últimas versões das normas ISO ou de outros referenciais em que fazemos con sultoria. Um dos nossos valores é a contribuição para a sociedade através da participação regular e sustentável em atividades pro-bono. Fazemos parte de comités ISO, da IPMA e orientamos teses de mestrado. Todo este envolvimento da inovação na estrutura da Quasinfalível, associa do à experiência em trabalhar com certificação de Investigação Desenvolvimento e Inovação (IDI), permite-nos de forma muito inata maxi mizar a criação de valor, através do desenvol vimento e integração de novos processos nos nossos clientes.
A verdade é que os inúmeros setores de ati vidade sofreram alterações profundas nos úl timos dois anos. De que forma a Quasinfalível se adaptou a estes novos desafios?
A Quasinfalível cresceu nos últimos anos e continua a crescer. A sociedade evolui e com preendeu que entregar valor é uma atividade
contínua. Em vez de uma grande entrega, com um grande deadline, os projetos tornaram-se entregas pequenas e contínuas. A mudança é uma realidade e na Quasinfalível vivemos com ela. Gostamos sempre de contar uma história quando falamos da pandemia: no arranque da pandemia, recuperámos um projeto que estava a ser planeado com o IST para desenvolver um MOOC, envolvendo um processo de prepara ção e gravação de vídeos profissionalmente na faculdade.
Dadas as restrições do confinamento, adaptá mos o processo e preparámos todo o MOOC apenas com os nossos computadores: pre paração do material e gravação de vídeos. Ao invés de demorar bastante tempo (como outros MOOCs do IST), montámos tudo num mês e a primeira edição do MOOC teve 1500 participan tes e foi um sucesso. São os desafios que nos movem.
Sabemos que um dos grandes objetivos da Margarida Gonçalves é agarrar projetos desa fiadores, com equipas complexas que traba lham com a tecnologia de ponta. Acredita que só com esta ambição se vinga neste setor de atividade? Porquê?
Acreditamos que o mundo VUCA (Volatile, Uncertain, Complex and Ambiguous) veio para ficar e que a tecnologia é central. Incontornavel mente, somos humanos e temos de gerir essa nova realidade. Como? Assumindo a mudan ça, através de uma Liderança Agile focada nas pessoas. E, complementarmente, fazendo cada vez melhor software. Nesse sentido, apostamos que as empresas têm de testar melhor e vamos lançar iniciativas de apoio às empresas nessa
matéria. As normas que certificam a qualidade de software, incluindo a sua segurança, vieram para ficar e para gerar valor.
A Quasinfalível trabalha junto dos clientes, não para eles. Assim, o que têm em comum os diversos clientes? Que vantagens os serviços da marca apresentam aos mesmos?
Os nossos clientes têm todos em comum serem empresas ambiciosas e a crescer. A nossa equipa tem flexibilidade em trabalhar de qual quer lugar, é multilingue e adaptamos o detalhe dos processos às metas dos nossos clientes. ▪
Por fim, que novas conquistas podemos esperar no futuro da empresa? Que novidades estão a ser desenhadas para ir de encon tro com as necessidades dos clientes?
O ano de 2022 já foi cheio de novidades, de novas ofertas de formação e de novos clientes. O ano de 2023 será um ano de lan çamento da ISO 25000; dos ser viços de melhoria de qualidade de software numa versão mais barata; mais leve e muito focada.
As normas grandes e pesadas têm os dias contados. Estamos cheios de energia e muito confiantes que estamos no caminho certo.
OUTUBRO 2022 | 35 PONTOS DE VISTA
INOVAÇÃO E LIDERANÇA NA GESTÃO DE PROJETO
“A Mudança para o novo Escritório é mais um passo no nosso Crescimento”
Inovação é hoje, e cada vez mais, a palavra de ordem no seio de qualquer empresa. Por esse motivo, a Revista Pontos de Vista rumou até aos novos escritórios da myPOS, no coração de Lisboa. Em entrevista, Pedro Osório de Castro, Country Manager da marca em Portugal, deu a conhecer o novo espaço, sublinhando que este é mais um grande passo no crescimento da mesma. Saiba mais acerca de uma empresa que está empenhada em oferecer as melhores soluções de pagamento integradas, acrescentando valor aos seus clientes.
AmyPOS “nasce” em Portugal no ano de 2016, com a missão de oferecer ao mercado e aos clientes – tipica mente comerciantes – uma solução de aceitação de pagamentos em cartão, pro porcionando-lhes os benefícios da inovação e tecnologias modernas. Muito resumidamente “o cliente abre uma conta de moeda eletrónica connosco, essa conta está numa plataforma, o cliente compra os seus terminais, ativa-os nessa mesma plataforma, recebe o dinheiro instanta neamente nessa conta, e tem um cartão para a movimentar”, inicia o interlocutor. Além disso, os clientes têm ainda a possibilidade de criar uma loja online e fazer envio de pagamentos por link, tudo dentro da plataforma criada pela myPOS. Até porque, segundo o Country Mana ger da marca em Portugal, “o nosso propósito é proporcionar ao cliente ter uma única solução para todos os canais de pagamento”.
Um dos desideratos da marca é solucionar os desafios de pagamento, inovando das mais robustas formas. O que exige que todos os dias, a equipa trabalhe no sentido da inovação e pro cure reinventar os serviços que já oferecem. O entrevistado revela que “do ponto de vista da solução de aceitação de pagamentos, temos procurado adicionar mais funcionalidades àquilo que temos e alargando cada vez mais as funcionalidades, até porque um dos nossos objetivos é termos de facto integrações com vários softwares para que a solução tenha cada vez mais valor. No caso de funcionalidades, o lançamento da loja online é um caso paradig mático porque um pequeno comerciante que não tenha um site, não precisa de ter, através da nossa plataforma cria a sua loja online e, por tanto, divulga a sua loja. No ponto de vista da expansão de atividade temos – além da abor dagem direta ao mercado – desenvolvido uma rede de negócio indireta, que é uma rede de negócio que está a ganhar imensa tração e pre tendemos assim desenvolver a atividade com o crescimento de uma equipa própria, mas tam bém através de parceiros”.
36 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA CRESCIMENTO E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
FOTO: DIANA QUINTELA
PEDRO OSÓRIO DE CASTRO
O REFORÇO E EVOLUÇÃO DA MARCA
Fruto da pandemia que em muito transformou todos os setores de atividade, a empresa depa rou-se com uma necessidade de alterações relevantes, e foi no ano de 2021 que se proce deu ao seu reforço em Portugal. É então pela construção de uma nova equipa, que a “nova” myPOS, se tem vindo a consolidar no mercado. “Desde essa altura que temos vindo sempre a reforçar a equipa, porque a evolução da marca assim o exige. O que temos vindo a fazer é pre cisamente o relançamento da empresa e da atividade em Portugal. O que mudou essen cialmente foi o construir uma equipa nova, e depois consolidá-la com o reforço da marca”, revela o entrevistado.
Além disso, uma das maiores e mais recentes apostas é o canal de vendas indireto, que está a proporcionar à empresa um crescimento bas
tante significativo. Segundo Pedro Osório de Castro, “contamos triplicar o volume de negócio do ano passado, todos os meses excedemos os objetivos, e a ideia é chegar ao fim de outubro com os objetivos do ano cumpridos e a partir daí ser acima dessa bitola”.
A verdade é que, passo a passo, a myPOS foi crescendo significativamente, e com isso, sur giu a necessidade de mudança de espaço. “A mudança para o novo escritório é mais um passo no nosso crescimento. Porque apesar de funcio narmos em modelo híbrido e flexível, sentimos a necessidade de um espaço maior e com melho res condições. No meu entender devemos ter as condições flexíveis para que cada pessoa traba lhe da melhor maneira. Porque a minha ótica de liderança é dar as condições que cada um preci sa, desde que ao fim do mês os resultados sejam positivos”, garante o líder.
A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
A verdade é que a problemática da sustentabi lidade empresarial está cada vez mais na ordem do dia de qualquer organização, presente nas suas estratégias e no relacionamento interno e externo. Para a myPOS, a sustentabilidade empre sarial é fundamental, e, portanto, o que procuram é evoluir paulatinamente. Isto é “temos vindo a aumentar a equipa de forma gradual e confor me as nossas necessidades, não temos tido uma postura excessivamente agressiva, porque não faz sentido colocar de um dia para o outro uma equipa de 50 pessoas, para depois não as conse guir manter”, confessa o interlocutor. Até porque, como sabemos, atualmente assistimos a um con junto de empresas inovadoras em várias áreas do mercado, que devido à sua postura “agressiva”, estão neste momento a regredir.
OUTUBRO 2022 | 37 PONTOS DE VISTA CRESCIMENTO E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
“A MUDANÇA PARA O NOVO ESCRITÓRIO É
MAIS UM PASSO NO NOSSO CRESCIMENTO. PORQUE APESAR DE FUNCIONARMOS EM MODELO HÍBRIDO E FLEXÍVEL, SENTIMOS A NECESSIDADE DE UM ESPAÇO MAIOR E COM MELHORES CONDIÇÕES”
FOTO: DIANA QUINTELA
Na ótica da myPOS, o mais importante é ser uma empresa rentável. O Country Manager não tem dúvidas “fazer as coisas desta forma tem resultado bastante bem. Step by step, é assim que temos funcionado e é assim que vamos continuar”. Precisamente porque, a expansão e crescimento de uma empresa, se não for feito de forma sustentável, será uma questão de tempo até falhar. Atualmente, e mais do que nunca, é fundamental ter responsabilidade corporativa, tendo em conta que vivemos um momento delicado, com subidas de preços impensáveis.
“Se olharmos para trás três anos, vamos perce ber que tivemos um período de crescimento interessante, depois tivemos uma pandemia, mal saímos da pandemia entrámos numa guer ra, e a seguir não sabemos como será. Acho pro vável que venhamos a ter alguns ajustamentos em várias áreas de negócio que cresceram des mesuradamente. Neste momento é fundamen tal ser ponderado, mais do que nunca”, sustenta Pedro Osório de Castro.
NOVO ESCRITÓRIO: UMA LUFADA DE AR FRESCO AO DESENVOLVIMENTO DA MYPOS
Para uma empresa, mudar de espaço, só pode ser bom sinal. No caso da myPOS, não foi dife rente. O entrevistado revela, que “esta mudança foi feita porque efetivamente a empresa está a ter um crescimento muito significativo. A equi pa está a crescer, precisamos de mais espaço, e, portanto, procurámos um espaço que albergas se as necessidades para os próximos tempos. É uma mudança que decorre exatamente desta necessidade e penso que é um bom sinal, signi fica que estamos no bom caminho”.
Para o líder da equipa, numa fase de crescimen to e consolidação como a que se encontram, é fundamental uma opção com flexibilidade. Por tanto, um dos critérios das quais não prescindiu,
“O CAMINHO TEM QUE SER SEM SOMBRA DE DÚVIDA, O DE SERVIR AS NECESSIDADES DOS CLIENTES. A INDÚSTRIA DA ACEITAÇÃO DE PAGAMENTOS, É UMA INDÚSTRIA QUE TEM TIDO IMENSA TRANSFORMAÇÃO NOS ÚLTIMOS ANOS, E VAI CONTINUAR A TER NOS PRÓXIMOS”
foi instalar os novos escritórios em espaços de cowork. Mas porquê? “Porque esses espaços são altamente flexíveis, e essa flexibilidade na fase em que estamos faz todo o sentido. Optamos por um espaço que é onde está também insta lada a comunidade Fintech House, porque nós também somos uma Fintech. A Fintech House é uma comunidade muito dinâmica e que é do nosso setor de atividade, e, portanto, considera mos que a nossa presença nesta comunidade faz todo o sentido”, sustenta.
Em menos de dois anos de relançamento da marca, os bons resultados estão a aparecer. Quem o garante é Pedro Osório de Castro, “o reforço da marca tem vindo a correr bastante bem, estamos de facto a conquistar clientes todos os dias e estamos a conseguir crescer muito significativamente”.
No que diz respeito a expectativas, o mais importante é manter os pés assentes na terra. O objetivo da marca passa por continuar a cres cer de forma consistente e reforçar a equipa, não apenas em Lisboa, como noutras zonas do país. “Queremos pegar no trabalho que temos vindo a desenvolver e ampliá-lo. Esta mudança de escritório foi bastante pensada, até porque , do ponto de vista da gestão, pensamos que faz sentido investir quando esse investimento tem retorno. E quanto mais retorno direto tiver, melhor”, confessa o interlocutor.
TENDÊNCIAS FUTURAS: O QUE ESPERAR?
Todos sabemos que o mundo está em constan te mudança e, tendo a convicção deste facto, é necessário que os players consigam acompanhar as tendências do mercado e preparar o futuro. Para Pedro Osório de Castro, “o caminho tem que ser sem sombra de dúvida, o de servir as neces sidades dos clientes. A indústria da aceitação de pagamentos, é uma indústria que tem tido imensa transformação nos últimos anos, e vai continuar a ter nos próximos. Aos dias de hoje, servir um cliente meramente com um terminal de pagamento, já não é suficiente. Portanto, atualmente, um comerciante mesmo que seja pequeno, precisa de uma ferramenta de gestão para gerir a sua aceitação de pagamentos, que passa por um terminal de pagamento, ter uma ferramenta de gestão onde tem toda a sua infor mação, servir todos os canais, aceitar as principais marcas internacionais, e ter integração com soft wares diversos para ter uma grande amplitude, e é nesse sentido que estamos a caminhar”.
Além de tudo isso, a myPOS tem uma solução “all in one”, na qual estão a trabalhar todos os dias, para a tornar o máximo inovadora e funcional pos sível, por dois motivos: valor acrescentado para os clientes e diferenciação face à concorrência.
Pedro Osório de Castro terminou com um agra decimento especial à Fintech House e ao Sítio pela utilização do espaço, na certeza de que lidera uma equipa coesa e uma marca com um crescimento sustentável, satisfeito por saber que, na myPOS, “temos a possibilidade de oferecer ao cliente uma única solução para tudo”. ▪
38 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA CRESCIMENTO E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
FOTO: DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA
o sonho com a realidade, o resultado é que estes 16 anos têm valido a pena e estamos seguramente prontos para muitos mais”
A DSolutions Consulting Group by Dulce Forte está prestes a celebrar 16 anos, e como não podia deixar de ser, a Revista Pontos de Vista, conversou com a CEO, Dulce Forte, que revelou pormenores acerca da nova imagem da marca, e garantiu que, quase duas décadas de história, apenas são possíveis com “trabalho, proatividade, dedicação e confiança”.
ADSolutions Consulting Group é uma organização que tem como priori dade estabelecer uma relação de proximidade, confiança e benefício mútuo com os clientes, através de princípios como a simplicidade, eficácia e excelência. Neste sentido, que marcos destacaria da evo lução da marca, tendo em conta os pilares pelas quais se guia?
A marca DSolutions Consulting Group repre senta atualmente um grupo de empresas que atuam em diversas áreas de negócio das quais se destacam a consultoria financeira e de ges tão, a contabilidade e fiscalidade, a formação profissional, a mediação e o investimento imo biliário. Ao longo dos anos temos vindo a con solidar a área pela qual somos reconhecidos no mercado, e que está diretamente interligada com a minha experiência profissional de mais de 30 anos, na área da consultoria de proje tos (DSolutions Projects) e formação. Importa destacar a certificação pela DGERT, em 2021, como entidade formadora com oito áreas de formação certificadas e com a implementação de uma plataforma de formação e-learning (DSolutions Academy). Em 2020 foi criada uma área de negócio dedicada ao apoio de gestão às empresas (DSolutions Finance) que englo ba o desenvolvimento dos planos de negócio, apoio na abertura das empresas, a contabili dade, a fiscalidade e a mentoria ao desenvol vimento dos negócios. Desde 2017 que uma das empresas do grupo é detentora de licença AMI para a promoção de negócios no âmbito do investimento imobiliário (DSolutions Real Estate), com foco em parcerias e clientes inter nacionais.
Certo é que a missão da DSolutions Consul ting Group passa por prestar um serviço de qualidade, com o objetivo de criar valor e vantagens competitivas para as organizações.
PONTOS DE VISTA 16 º ANIVERSÁRIO
“Juntando
DULCE FORTE
Assim, qual tem vindo a ser o caminho estra tégico da marca para alcançar essa meta?
Trabalho, proatividade, dedicação e confiança. Todos os dias acordamos motivados para fazer mais e melhor pelos nossos clientes. Com dife rentes áreas de negócio conseguimos propor cionar aos clientes serviços integrados o que lhes permite poupar tempo e dinheiro. Conhe cemos as empresas e sempre que é oportuno sugerimos serviços que lhes podem trazer mais valias e/ou potenciar as suas atividades e resultados. Um exemplo claro destas sinergias prende-se com a formação aos colaboradores. Sendo a formação uma obrigatoriedade legal para as empresas, regularmente propomos à nossa carteira de clientes que proporcionem aos seus colaboradores ações de formação diversificadas. Desta forma o cliente sabe que tem esta obrigação cumprida e não tem que fazer consultas no mercado. Tudo isto se conse gue porque na relação com os clientes há uma base de confiança que se tem construído ao longo dos anos.
A organização cumpre 16 anos de história, no dia 13 de outubro. Qual o sentimento que permanece ao celebrar mais de uma década a prestar o melhor serviço a quem vos procura? É sem dúvida um sentimento de grande satis fação pessoal. Em primeiro lugar porque todo este caminho nasceu do meu desejo, desde criança, de ser empreendedora e ter a minha própria empresa. Esta realidade deu-se quando fiquei desempregada e tive que procurar alter nativas, ou melhor, avançar para o que já sentia que era o caminho e estava na hora de o fazer. Há também uma grande satisfação empresarial porque ao longo dos anos, desde que foi criada a primeira empresa do grupo, todas as áreas de negócio têm sido pensadas de forma a comple mentar o que já está feito. Toda esta abordagem tem permitido criar sinergias, notoriedade e consolidação no mercado.
Sabemos que a comemoração de mais um ano, implicou também a renovação da ima gem da marca, bem como novos serviços.
“TODOS OS DIAS ACORDAMOS MOTIVADOS PARA FAZER MAIS E MELHOR PELOS NOSSOS CLIENTES. COM DIFERENTES ÁREAS DE NEGÓCIO CONSEGUIMOS PROPORCIONAR AOS CLIENTES SERVIÇOS INTEGRADOS O QUE LHES PERMITE POUPAR TEMPO E DINHEIRO”
Enquanto CEO, que motivos diria que condu ziram esta mudança?
Renovação e modernidade. A nova imagem está mais cuidada e alinhada com a estratégia que se pretende transmitir de integração de ser viços e permite a segmentação de cada área de negócio. Até há bem pouco tempo o mercado desconhecia o que a DSolutions efetivamente fazia ou que áreas de negócio é que desenvol víamos e, se é certo que nos conheciam pelos projetos de investimento, é certo que as restan tes áreas eram desconhecidas. A nova imagem permitiu que as quatro áreas que atualmente desenvolvemos estejam perfeitamente identi ficadas e comuniquem de forma autónoma os serviços prestados e que são os que já identi fiquei acima. Consoante a atividade o logo da DSolutions associa a referência Projects, Acade my, Finance ou Real Estate, clarificando assim o que se pretende comunicar.
Neste sentido, quais os maiores benefícios que esta renovação trará aos clientes? Proximidade e cooperação. Ao identificarmos de forma clara e precisa todos os serviços que
prestamos estamos mais próximos do mercado que assim sabe sem dúvidas o que fazemos e isso permite-nos cooperar com todos os agen tes com quem intervimos diariamente: empre sas, instituições, parceiros, clientes e público em geral. Estamos num mercado muito con correncial e onde existem muitas empresas que prestam os mesmos serviços que nós, mas na sua grande maioria são empresas especia lizadas, ou seja, prestam serviços de contabi lidade ou formação ou consultoria de gestão. A integração destas três áreas de negócio na mesma empresa é menos comum, é mais desa fiante e traz-nos mais responsabilidade porque corremos o risco de perder um cliente se uma das áreas correr mal ou for prestado um mau serviço. Por isso a importância da proximidade para identificarmos de forma clara as necessi dades dos clientes e a cooperação para que sempre que necessário todos os consultores e gestores de projeto trabalhem no mesmo sentido: satisfação do cliente. Não referi nesta integração de serviços a mediação imobiliá ria porque a mesma é muito específica e só pontualmente se adequa à nossa carteira de
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clientes. No entanto, é devido as estas mesmas sinergias que temos clientes internacionais que vieram investir, em imobiliário, em Portugal e porque necessitaram de abrir uma empresa no nosso país têm a sede nos nossos escritórios e são acompanhados pelos nossos contabilistas e consultores fiscais.
Num mercado que se mostra cada vez mais competitivo, quão importante é inovar neste sentido? Além disso, que hábitos a DSolu tions Consulting Group adota diariamente de forma a destacar-se das restantes marcas do setor?
Comunicar todos os dias os serviços que pres tamos de forma clara e específica. Do quadro de pessoal da organização faz parte uma espe cialista em Marketing Digital que é responsável pela comunicação. Neste sentido todas as áreas de negócio têm o seu plano de comunicação perfeitamente definido. Todos os dias da sema na comunicamos com o mercado, mas sempre sobre um tema diferenciado. Esta estratégia
Para a Dulce Forte, o que signifi ca celebrar 16 anos de história à frente de uma marca como a DSo lutions Consulting Group?
Significa, em primeiro lugar, que o meu sonho de criança se está a realizar e que é bom sonhar. Todos temos dentro de nós sonhos e proje tos que, às vezes, só precisam de um empurram ou de uma circunstância da vida para verem a luz do dia. No meu caso foi o desemprego. Como sou otimista por natureza este sonho começou com a criação da primeira empresa numa sexta-feira treze, o que prova que a vontade de sonhar e realizar é superior à supers tição. Por outro lado, sendo a res ponsável das diferentes empresas todas as decisões passam por mim, e essa é, sem dúvida uma grande responsabilidade e a minha maior preocupação diária. Quando corre bem é bom e festejamos todos, quando corre mal há que assumir de forma individual o erro, encontrar alternativas e continuar o caminho. Mas, juntando o sonho com a rea lidade o resultado é que estes 16 anos têm valido a pena e estamos seguramente prontos para muitos mais. Para terminar deixo um agra decimento às equipas, internas e externas, da DSolutions Consulting Group porque sem pessoas nada funciona e o nosso lema é: Somos Pessoas a trabalhar, com Pessoas, para Pessoas!
tem permitido promover e divulgar os diferen tes serviços e criar um posicionamento no mer cado relativamente a cada área de negócio. De forma regular partilhamos conteúdo sobre as nossas áreas o que permite a interação com o público e cria novas relações de negócio: novos parceiros ou clientes.
Podemos afirmar que – além da renovação de imagem e serviços – a digitalização é tam bém um fator-chave para a dinâmica e atua ção no setor? Em que medida?
Sim. A digitalização é sem dúvida a palavra de ordem para as empresas. No nosso caso, já esta mos a implementar a digitalização nos serviços prestados às empresas na área da contabilidade o que permite que se elimine o papel e muitas horas de trabalho humano. Esta otimização dos recursos, além de tornar a estrutura de custos mais leve permite que sejam alocadas horas de trabalho a outras atividades. Além da con tabilidade, também a formação tem na nossa empresa uma forte componente digital porque
TAMBÉM UMA GRANDE SATISFAÇÃO EMPRESARIAL PORQUE AO LONGO DOS ANOS, DESDE QUE FOI CRIADA A PRIMEIRA EMPRESA DO GRUPO, TODAS AS ÁREAS DE NEGÓCIO TÊM SIDO PENSADAS DE FORMA A COMPLEMENTAR O QUE JÁ ESTÁ FEITO”
o nosso foco é sem dúvida o e-learning. Não dispensamos o presencial, mas esta forma de organização da formação, online, permite-nos disponibilizar de forma permanente e imediata um maior leque de cursos para o público em geral. Neste sentido vamos lançar nos próximos dias uma loja on-line totalmente dedicada à for mação.
Quais os principais desafios da marca para o futuro e o que podemos continuar a esperar da DSolutions Consulting Group?
Consolidar as áreas de negócio que temos atualmente. Manter-nos no mercado com a imagem que temos e que sabemos que nos é reconhecida: qualidade no trabalho que leva mos a cabo e confiança nas equipas que colo camos ao dispor dos clientes e dos projetos que nos são adjudicados. É expectável que em breve estejamos com novos espaços fora da nossa área geográfica (Loures e Grande Lisboa) bem como fora de Portugal. Mas por agora o segredo é a alma do negócio! ▪
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“HÁ
Maratona de Boston irá contar com categoria para atletas não-binários
A organização decidiu mudar as regras e pela primeira vez que os atletas que não se identificam com nenhum dos géneros irão ter a sua própria categoria nas provas da maratona de Boston. Segundo o comunicado partilhado pela Associação de Atletismo de Boston, “atletas não-binários que tenham completado uma maratona como participante não-binário durante a atual janela de qualificação (1 de Setembro de 2021 a 16 de Setembro de 2023) podem apresentar um pedido de inscrição na mara tona de Boston de 2023”. Para os mesmos, os padrões de qualificação serão iguais aos da competição feminina, no entanto, a associação expli cou que os tempos de qualificação serão “atualizados em conformidade” em corridas futuras. A Associação de Atletismo de Boston revelou ainda que são esperados 30 mil maratonistas para a 127.ª edição de uma das provas mais prestigiadas e participadas do mundo que tem data marca da para dia 17 de abril de 2023.
“Alma Viva” vai representar Portugal nos Óscares
“Alma Viva” é o filme português que vai representar o nosso país na candidatura aos Óscares do próximo ano. Estreou este ano no prestigiado Festival de Cinema de Cannes e ainda não tem data de estreia nas salas portuguesas. A narrativa explora a cultura trans montana, onde a realizadora tem raízes, bem como os laços familia res, o fenómeno da emigração, as diferenças sociais e económicas que daí resultam e até algum grau de misticismo. O enredo centra -se especificamente em Salo mé, uma menina que todos os
verões regressa à terra da família nas montanhas da região. Subita mente, a sua avó morre e recaem suspeitas de bruxaria. Enquan to os adultos discutem sobre o funeral, Salomé é atormentada por um espírito. É esta a premis sa de “Alma Viva”, cujas gravações aconteceram em Junqueira, con celho de Vimioso, sobretudo com atores não profissionais. Recorde -se de que Portugal nunca teve um filme nomeado ao Óscar de Melhor Filme Internacional, mas o País apresenta sempre uma candi datura.
PONTOS DE VISTA BREVES
FILIPE FARIA GROUP 40 ANOS A PROMOVER VALOR
A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com José Filipe Faria, Administrador do Filipe Faria Group, que comemora, este ano, quatro décadas de existência, onde foram abordados diversos pontos sobre as valias da marca que hoje é um player de relevo no mercado. O nosso interlocutor não tem dúvidas, lembrando que o sucesso chegou pelo trabalho e persistência e hoje “vejo que todo o esforço pessoal e de sacrifício, valeram a pena”.
Assumindo um compromisso central com o mercado, clientes e parcei ros, o Filipe Faria Group tem vindo a promover uma dinâmica assente em pilares como excelência, transparência e rigor. Desta forma, e para contextualizar junto do nosso leitor, de que forma é que a marca tem vindo a preconizar este sentido de valor e mais valia perante o mercado?
Pautamos pela prestação de um serviço de qua lidade aos nossos clientes. É através do trabalho quotidiano, o qual executamos com todo o rigor e profissionalismo, com o objetivo de alcançar a maior satisfação dos nossos clientes. Ao longo de todo o nosso percurso temos vindo a promover a implementação de processos transparentes e de proximidade com o cliente, que nos têm levado ao sucesso dos projetos.
Este ano, 2022, preconiza um momento ímpar na história do Filipe Faria Group, pois é o ano em que a mesma celebra quatro décadas de história. Desde o primeiro momento, em 1982, até hoje, de que forma é que a marca foi capaz de se ir adaptando às novas exigências do mer cado, perpetuando assim uma linha reveladora de inovação e de desenvolvimento contínuo?
Desde cedo que iniciamos um percurso de valorização da modernização das nossas instala ções, com o objetivo de melhorar processos de fabrico e oferecermos o melhor possível adap tado às alterações do mercado. Em 40 anos, já ultrapassamos vários cenários de crises, às quais fomos sobrevivendo com bastante trabalho e fé no futuro. Acreditamos sempre em pontos de viragem, e em momentos como os aconte cimentos mais recentes, de pandemia mundial,
JOSÉ FILIPE FARIA
não baixámos os braços e adaptamos os nossos produtos e serviços ao que o mercado necessi tava. Foi seguindo sempre esta lógica de mol dagem e de seguir as tendências de mercado, que nos foi sendo sempre possível persistir e ultrapassar as dificuldades que foram surgindo ao longo das décadas.
O que significa para si estes quarenta anos de existência por parte da marca no mercado? Filipe Faria Group é um nome que foi crescendo com a evolução da empresa inicialmente criada em 1982, por mim, em nome individual. Olhando para trás e revendo todos estes anos passados, posso dizer que é uma conquista pessoal, uma superação de um desafio que se iniciou aos 22 anos de idade e que abracei durante grande parte da minha vida. Foi sempre com trabalho e persistência, e, olhando para o presente, vendo o que a empresa alcançou e pondo os olhos no
futuro, vejo que todo o esforço pessoal e de sacri fício, valeram a pena.
Um dos vossos pilares passa pela capacidade recorrente e vasta em continuar a promover a inovação, numa lógica definida de “Inovar hoje, Inovar amanhã”. Porquê esta aposta constante na inovação e de que forma é que essa prática vos tem levado mais longe?
Desde cedo vimos que o mercado onde nos inserimos é muito dinâmico, e que nos exige esta constante aposta em melhorar processos e em oferecer as melhores soluções. Fazemos um esforço quotidiano no sentido de adquirir uma grande parte das nossas matérias primas diretamente na fonte, o que nos permite pou par alguns custos e recursos. Ao longo dos anos, percebemos que esse caminho de inovação nos processos e técnicas seria também a garantia de sobrevivência da empresa. O nosso objetivo foi criar uma empresa sólida durante estes 40 anos e pretendemos continuar a satisfazer as neces sidades dos nossos clientes no futuro alargado, portanto iremos continuar a inovar, a apostar na formação das nossas pessoas e melhorar todos os dias.
Com estes 40 anos, surgiu também a neces sidade de elevar a marca a outro patamar, ou seja, à promoção de uma transformação que se traduz não só a nível organizacional, mas tam bém e principalmente a nível do seu espaço fí sico. Que mudanças é que teremos nesta lógica de evolução e crescimento?
Demos início ao projeto de inovação produtiva, na Upbrand, com o apoio do Portugal 2020, que permitiu a aquisição de equipamentos tecnolo
44 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA 40 º ANIVERSÁRIO
Que mensagem lhe aprazaria deixar a todos aqueles que ao longo destas
décadas contribuíram para o sucesso do Filipe Faria Group? Apraz-me deixar um enorme agradecimento à equipa e a todos os envolvidos de forma positiva e que contribuíram para o caminho percorrido ao longo des tes anos. Nem todos os momentos foram os mais positivos, mas com esforço e dedicação fomos sempre superando os desafios, e para mim, pessoalmente é muito gratificante poder contar com o contributo destas pessoas, desde cola boradores, fornecedores, clientes, parceiros, amigos e família.
gicamente avançados e softwares de desenho para os segmentos de impressão e gravação. Sentimos a necessidade mudar o armazém de consumíveis e matérias-primas para um único espaço, para facilitar a gestão de stocks. Iniciámos obras de ampliação do gabinete de pro dução e preparação de projetos, e ainda a otimização das áreas de Serralharia, Pintura e Acabamentos, para a colocação de monocarris para transporte de matérias pri mas e produtos, ao longo de todo o parque industrial, facilitando e melhorando o processo produtivo da Primetool.
Este projeto compreende ainda a construção de espaços de arma zenagem de produto acabado, com área estimada de 500 m2 e a construção de uma fachada venti lada e decorativa com sistema de sombreamento para o edifício, com o objetivo de minimizar variações térmicas e assinalar uma significati va poupança no consumo energéti co, contribuindo também para um baixo impacto ambiental.
O que esperam conquistar e con seguir com estas alterações no domínio organizacional e físico? Porquê a aposta neste “novo cami nho” para a marca?
Com a concretização deste pro jeto, através da empresa Upbrand, pretendemos entrar em novos seg mentos de mercado, como: prototi pagem e fabricação aditiva, ao ser viço da impressão e do desenvol vimento de novos produtos 100% customizados e suportes impressos maleáveis. Através da empresa Pri metool, pretendemos lançar uma linha de produtos e marcas pró prias, e com os quais pretendemos iniciar o caminho para consolidar a internacionalização do Grupo.
Nos dias que correm, cada vez mais, falamos da importância do Capital Humano das entidades/or ganizações e da sua influência no sucesso das marcas. Desta forma, como é que o fator humano tem sido fundamental no sucesso do grupo?
Tentamos todos os dias melhorar as condições de trabalho, criar par cerias que dão aos nossos funcio nários acesso a serviços que facili tem a vida quotidiana e promovam a saúde e bem-estar das suas famí lias, como seguros de vida, seguro de saúde, entre outros. Também desenvolvemos um processo de gratificações baseadas no mérito e contributo para os resultados atin gidos no final de cada ano. Esta é uma forma de democratizar a dis tribuição da receita gerada, que só é possível graças à equipa coesa e de imenso valor técnico e humano. Muitos deles já com décadas de dedicação ao Grupo e com uma importância singular em toda esta trajetória. Temos tido a gratifican te oportunidade de criar carreiras evolutivas, nas quais alguns cola boradores iniciaram o seu percur so na empresa há muitos anos, e presentemente conseguimos preencher a maioria dos postos de chefia por pessoas que começaram as suas carreiras nas nossas empre sas, e sem nenhuma experiência ou conhecimento específico.
Fale-nos um pouco das soluções integradas e criativas que o grupo apresenta aos seus clientes e par ceiros. Quais são as mais valias das mesmas e de que forma é que a tecnologia e o design são elemen tos base e integrantes da filosofia do grupo?
A filosofia da criação do grupo nasce precisamente da necessi
dade de oferecer ao mercado um serviço consolidado e integrado, desde o planeamento, à prepa ração, execução e montagem de todos os nossos projetos. As nos sas várias empresas, vocacionadas cada uma na sua área e dotadas de equipas experientes, são capazes de dar uma resposta altamente eficaz a um projeto chave-na-mão. Acreditamos que para o nosso cliente entregar o trabalho a uma só equipa que irá trabalhá-la e con cretizá-la em conjunto do início ao
fim, é uma poupança de esforço e um grande mais valia.
Quais são os desafios para o futu ro da marca e como perspetiva os próximos anos para a marca?
Como já referido, os próximos desafios passam pela consolidação da internacionalização. Estamos também a preparar o caminho para, através da nossa empresa Lastpower, oferecer ao mercado a prestação de serviços especializa dos de assistência e manutenção. ▪
OUTUBRO 2022 | 45 PONTOS DE VISTA 40 º ANIVERSÁRIO
quatro
“UM DOS PRODUTOS QUE NOS DIFERENCIA DA CONCORRÊNCIA LOCAL, É A CONCESSÃO DE CRÉDITO PARA AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADES EM PORTUGAL, QUE SÓ É POSSÍVEL POR CONTARMOS COM O SUPORTE DA CGD. SOMOS O ÚNICO BANCO EM MACAU A FAZÊ-LO” CARLOS ÁLVARES
“Hoje o BNU mantém o seu compromisso com a comunidade e é o elo de ligação com os Países de Língua Portuguesa”
Ao Banco Nacional Ultramarino (BNU) foi confiada a importante missão de criar e emitir a moeda local e de contribuir com êxito e de forma decisiva para a criação e desenvolvimento do sistema bancário e monetário local. Atual mente mantém o seu estatuto como um dos bancos emissores para o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM). Como nos pode descrever a evolução do BNU até ao momento?
Desde a abertura da sua primeira agência no território, na Avenida da Praia Grande em 1902, que o BNU tem sido uma instituição financei ra ao serviço de Macau e da sua população. A missão do BNU na criação e emissão da moeda local, foi essencial para manter a estabilidade económica e social de Macau ao longo dos anos.
Hoje o BNU mantém o seu compromisso com a comunidade e é o elo de ligação com os Paí ses de Língua Portuguesa, através do Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Há 120 anos que o BNU tem apoiado as ativi dades empresariais locais. O conhecimento e a experiência adquiridos ao longo do tempo, são a chave fundamental para trazer sucesso às empresas e projetos dos clientes? De que forma?
Fazendo parte do Grupo CGD, uma das maio res instituições financeiras da Europa, o BNU beneficia da extensa presença internacional do Grupo CGD, o que aliado à nossa ampla expe riência e conhecimento adquiridos ao longo dos tempos, representam aspetos fundamen tais para o êxito dos projetos dos nossos clien tes, tanto particulares como empresas.
A solidez do banco e o excelente relacio namento com as instituições e associações locais, faz do BNU o parceiro de negócios melhor posicionado para apoiar o desenvolvi mento do empreendedorismo e para facilitar o estabelecimento de empresas estrangeiras
as provenientes
Países de Língua Portuguesa, bem assim como empresas chinesas que queiram trabalhar com os PLP. Uma das nossas missões continua a ser a promoção do negócios transfronteiriços luso-chineses.
A presença do BNU em Macau, com uma equipa multicultural e poliglota, que entende o ambiente de negócios do mundo lusófono bem assim como o de Macau e da China Con tinental é uma das chaves fundamentais para o sucesso a longo prazo dos nossos clientes.
O principal objetivo do BNU é prestar servi ços bancários personalizados, destinados a particulares e empresas e contribuir para o desenvolvimento económico e social de Ma cau. De que serviços estamos a falar e em que medida, os mesmos, se diferenciam?
O BNU oferece um leque muito diversifica do de produtos e serviços, em várias moedas. Um dos produtos que nos diferencia da con corrência local, é a concessão de crédito para aquisição de propriedades em Portugal, que
OUTUBRO 2022 | 47 PONTOS DE VISTA COOPERAÇÃO ECONÓMICA E COMERCIAL ENTRE A CHINA E OS PLP
no território, sobretudo
dos
Carlos Álvares, CEO do Banco Nacional Ultramarino (BNU), afirmou em entrevista à Revista Pontos de Vista que “desde a sua fundação, a missão primordial do BNU foi, é e continuará a ser, o apoio ao desenvolvimento financeiro, económico e social de Macau e a promoção da ligação do território e da China aos Países de Língua Portuguesa”. Saiba de que forma o tem vindo a concretizar ao longo de 120 anos de atividade.
“FAZENDO PARTE DO GRUPO CGD, UMA DAS MAIORES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DA EUROPA, O BNU BENEFICIA DA EXTENSA PRESENÇA INTERNACIONAL DO GRUPO CGD, O QUE ALIADO À NOSSA AMPLA EXPERIÊNCIA E CONHECIMENTO ADQUIRIDOS AO LONGO DOS TEMPOS, REPRESENTAM ASPETOS FUNDAMENTAIS PARA O ÊXITO DOS PROJETOS DOS NOSSOS CLIENTES, TANTO PARTICULARES COMO EMPRESAS”
só é possível por contarmos com o suporte da CGD. Somos o único banco em Macau a fazê -lo. Outra das nossas vantagens é a facilidade e rapidez das operações bancárias entre o BNU e o Grupo CGD nas várias geografias onde este está presente.
Por outro lado, os nossos clientes também têm um acesso facilitado à China Continental, através dos vários meios de pagamentos que o BNU disponibiliza, quer diretamente, quer através dos nossos parceiros na China. Impor ta também referir que Macau é um dos centros de liquidação para a moeda Chinesa, o Yuan Renminbi (CNY), pelo que os nossos clientes podem fazer pagamentos aos seus fornecedo res na China diretamente na moeda local.
O BNU pertence ao Grupo Caixa Geral de Depó sitos (CGD), um dos maiores grupos financeiros com uma extensa rede global na Europa, Ásia, África e América. Assim, a CGD está presente nos Países de Língua Portuguesa, e também em Ma cau, Hengqin e Shanghai, sendo uma forte plata forma de ligação entre a China, Macau e o Mundo Lusófono. De que forma o BNU apoia ativamente o comércio entre a Ásia e o resto do mundo?
Precisamente por pertencer ao Grupo Caixa Geral de Depósitos, que está presente nos quatro Conti nentes, com destaque para os Países de Expressão Portuguesa onde na sua maioria continua a ter uma posição de liderança, o BNU está estrategicamente posicionado para fazer a ponte entre as empresas/ empresários chineses e lusófonos.
A nossa rede de contactos na China - Macau, Hen gqin e Shanghai – em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor, são uma mais-valia para os empresários de Macau e da China que queiram entrar nesses mercados, tendo o BNU em Macau e em Hengqin este papel facilitador dos negócios sino-lusófonos.
A China tem sido um parceiro comercial da maior importância para os oito Países de Língua Portuguesa (PLP), e com criação da RAEM, decre tou o português como língua oficial e, em 2003, estabeleceu em Macau o Fórum para a Coope ração Económica e Comercial entre a China e os PLP. Face aos anos já passados, qual foi a impor tância da criação do Fórum Macau?
O Fórum para a Cooperação Económica e Comer cial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) é uma importante instituição multilateral entre a China e os PLP, que serve sobretudo um propósito de manutenção de um diálogo cons tante entre os seus membros com o objetivo de progressivamente aumentar a cooperação inter governamental sino-lusófona no sentido de apro fundamento das relações económicas e comerciais. Nesse sentido, é um mecanismo que permite man ter um intercâmbio permanente, para se ultrapassar obstáculos ao comércio, fomentar as trocas comer ciais e incentivar um maior contacto cultural. E acima de tudo, com o objetivo de promover Macau como a plataforma por excelência entre os negó cios luso-chineses.
Integrando a RAEM no mais promissor e ambi
“O BNU APOIA O DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS DAS EMPRESAS LOCAIS E LUSÓFONAS COM A CHINA, COLOCANDO À DISPOSIÇÃO DOS EMPRESÁRIOS UMA VARIEDADE DE PRODUTOS, SERVIÇOS E OPERAÇÕES BANCÁRIAS QUE VISAM PROMOVER A EXPANSÃO E APROFUNDAMENTO DAS SUAS RELAÇÕES COMERCIAIS COM A CHINA”
cioso projeto de expansão económica e desen volvimento social do sul da China, acredita que o investimento em indústrias de valor acres centando e de alto desempenho tecnológico, financeiro e de formação profissional superior, permitiu a Macau escapar da dependência da indústria do turismo e do lazer? O que mudou com a ligação do extenso mercado da China com os mercados internacionais e, em especial, com os de Língua Portuguesa?
O projeto de desenvolvimento da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, que inclui Macau, Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong, é de facto o futuro para a diversificação da economia de Macau. Contudo, ainda não pode mos dizer que Macau escapou da dependência da indústria do turismo e do jogo, pois esses setores continuam a ser os motores económicos de Macau. No entanto, pretende-se que a RAEM desenvolva outras áreas económicas aproveitando a Zona de Cooperação Aprofundada de Guangdong-Macau em Hengqin.
O BNU tem uma agência em Hengqin desde 2017, e temos vindo a apoiar muitos empresários a esta belecerem os seus negócios na Zona de Coopera ção, pois beneficiam de um conjunto de incentivos que facilita o comércio com a China Continental.
Deste modo, Macau está numa posição privile giada para beneficiar do desenvolvimento desta região e aprofundar o seu importante papel como ponte entre a China e os mercados de expressão Portuguesa. O facto de ser uma cidade multicul tural, com uma matriz jurídica portuguesa, onde o português é uma língua oficial, são, sem dúvida, características muito atrativas para empresas lusó fonas com interesse nesta região do mundo.
Macau pode também ser um polo de atração de holdings de multinacionais com empresas ope racionais na Ásia, competindo com outras praças mundiais nesse domínio. Macau tem as infra -estruturas adequadas para as receber, diversificaria a receita fiscal, permitiria gerar emprego para cen tenas de jovens que se licenciam nas universidades locais, é friendly para os expatriados e o sistema financeiro tem condições para as servir.
Considera que o papel de Macau, enquanto pla taforma de Cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, no comércio, investimen to, energia, infraestruturas e cultura, é reconheci do aos olhos do Mundo Lusófono?
Existe ainda muito a fazer no que diz respeito à promoção das vantagens de Macau junto dos paí ses de expressão portuguesa, e certamente o papel do território não goza ainda de um tão amplo reco nhecimento junto da comunidade empresarial lusófona como gostaríamos.
Contudo, é importante mencionar que Macau tem apostado na divulgação do seu papel junto dos mercados lusófonos, sobretudo através de inter câmbio de empresários, visitas a certames comer ciais e à organização de um conjunto de eventos, conferências e feiras comerciais no território com participação de empresas dos PLP e da China.
Com a pandemia, houve uma redução significa tiva destas atividades presenciais de promoção, no entanto, o Governo de Macau e as instituições locais têm vindo a migrar estas atividades para o mundo digital.
A Feira Internacional de Macau (MIF), por exemplo, é um dos eventos anuais multissectoriais, que tem servido como uma importante plataforma de inter câmbio sino-lusófono. Já vai na sua 27ª edição, e realiza-se este ano de 20 a 22 de outubro, contando com uma componente online, onde os interessa dos podem participar através de uma visita virtual aos expositores e também participarem de seminá rios e sessões de apresentação online. O BNU tem estado presente em várias edições da MIF e este ano também estará, com presença física e digital.
Face à experiência internacional do BNU, neste processo de cooperação, qual tem sido o apoio prestado no desenvolvimento de negócios e o suporte a uma maior diversificação económica de Macau e aos Países de Língua Portuguesa?
O BNU apoia o desenvolvimento de negócios das empresas locais e lusófonas com a China, colocan do à disposição dos empresários uma variedade de produtos, serviços e operações bancárias que visam promover a expansão e aprofundamento das suas relações comerciais com a China. Temos um con junto de instrumentos de financiamento do comér cio internacional (trade finance), tais como cartas
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DE VISTA COOPERAÇÃO
E
A
E OS PLP
PONTOS
ECONÓMICA
COMERCIAL ENTRE
CHINA
de crédito documentário, de créditos de curto prazo à importação e à exportação, cobrança e liquidação de documentos de exportação e importação de mercadorias, garantias bancárias, através da CGD possibilitamos transferências em quase todas as moedas estrangeiras para qual quer lado do mundo, bem como outros serviços de intermediação.
Importa referir que, o BNU, desempenha um imenso valor também a nível local – o próprio edifício é um ícone de Macau, quer pela sua beleza arquitetónica, quer pelos anos de his tória com que conta. Quais acredita que serão os grandes desafios e oportunidades deste mercado nos próximos anos?
Existem, de facto, muitas oportunidades neste mercado e alguns desafios também. O desenvol vimento da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin é uma gran de oportunidade para os empresários expan direm os seus negócios para a Área da Grande Baía. Isto porque podem beneficiar de uma serie de incentivos, tais como, políticas fiscais preferenciais, tanto para empresas como para particulares, sistema próprio de gestão e registo das mercadorias que entrem por Hengqin (são
isentas de impostos ou são elegíveis para bene ficiar de taxas especiais). As trocas comerciais entre as empresas registadas em Hengqin estão isentas de imposto de valor acrescentado e/ou de impostos de consumo. Consideramos que o principal desafio é a harmonização das três juris dições diferentes: Macau, Hong Kong e China Continental, cada qual com as suas próprias moedas, alfândegas, ordenamento jurídico, siste mas financeiros distintos, entre outros.
Enquanto CEO do BNU, o que urge, na sua perspetiva, aprimorar no setor financeiro em Macau?
Atualmente existem uma série de iniciativas em curso para a modernização do setor finan ceiro de Macau. Um dos aspetos a melhorar é a digitalização da banca, no sentido de permi tir aos clientes ter acesso a todos os serviços bancários, sem necessidade da sua deslocação a uma agência. Isto está em linha com o que já acontece, por exemplo, com vários serviços públicos em Macau. E, claro, é também impor tante continuar a capacitar os recursos huma nos e a atrair de quadros altamente qualifica dos, que possam contribuir para o desenvolvi mento do setor em Macau. ▪
COMERCIAL
Como banco emissor de papel-moeda da RAEM, o BNU tem uma posição de relevo no sistema financeiro local e ajuda na sua estabilização e no apoio à recuperação económica. Face às cons tantes mudanças do mundo, qual a estratégia que o BNU irá adotar a médio e longo prazo, no sentido de cumprir esta sua missão?
Desde a sua fundação, a missão primor dial do BNU foi, é e continuará a ser, o apoio ao desenvolvimento financeiro, económico e social de Macau e a promo ção da ligação do território e da China aos Países de Língua Portuguesa. Para isso contamos com o apoio e as sinergias cria das pela rede global da CGD.
Outro ponto importante a salientar é que não excluímos um maior crescimento do Banco na zona da Grande Baía e que podemos contribuir para a criação de joint-ventures entre empresas dos PSC que têm know-how em produtos específi cos e empresas de Macau que têm know -how do mercado, para se explorar negó cios na referida GBA.
OUTUBRO 2022 | 49 PONTOS DE VISTA
COOPERAÇÃO ECONÓMICA E
ENTRE A CHINA E OS PLP
“Em Moçambique primamos por oferecer aos nossos C lientes o melhor que temos”
“O potencial geopolítico da CPLP enquanto plataforma económica é grande”, afirma Ricardo Coelho, Country Manager da PKF Moçambique - Auditores e Consultores, que, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou esta dinâmica e como é necessário continuar a promover a competitividade, principalmente no que concerne ao tecido empresarial, acrescentando valor e credibilidade às operações económicas desenvolvidas por cada ator, assegurando que se pode contar com a PKF, pois a mesma está presente em seis dos nove países pertencentes à CPLP e por isso terá um papel ativo no apoio e suporte às empresas e governos neste caminho.
APKF Moçambique - Auditores e Con sultores é uma firma membro da rede PFK International Limited, que forne ce serviços de auditoria, contabi lidade e consultoria empresarial. Estando em Maputo desde 2007, de que forma esta firma tem par tilhado recursos, conhecimentos e competências com as restantes desta rede reconhecida em inú meros países?
A PKF é uma rede global de fir mas com mais de 220 membros operando sob uma única marca em 150 países e cinco continen tes. Uma rede ambiciosa e focada no futuro, que atualmente está no TOP 15 das principais empresas de consultoria e auditoria a nível mundial e que atua em uníssono, compartilhando ideias, conheci mento e recursos especializados. Isto significa que, quando é neces sário agregar expertise internacio nal a trabalhos locais, que pela sua complexidade assim o exigem, as equipas são constituídas por cola boradores de diversas firmas, por forma a que seja possível servir o cliente – rigth people, rigth size, right solutions!
A PKF está em Moçambique há mais de 15 anos e tem vindo ao longo do tempo a fazer vários tra balhos em articulação com outras firmas membro, sobretudo por via da nossa ligação à PKF Portu gal. Temos escritórios em Lisboa e no Porto (Portugal continental), Funchal (Ilha da Madeira), Luanda (Angola), Maputo (Moçambique), Sal (Cabo Verde) e São Tomé e Príncipe (São Tomé). Nos últimos dois anos estreitou relacionamen to com as firmas de Joanesburgo, Durban, Cape Town e de Londres,
com quem temos executados tra balhos de auditoria quer a empre sas internacionais, quer a ONG’s e instituições públicas que são financiadas pela União Europeia e/ ou Agências de Cooperação Inter nacionais.
Certo é, todas as firmas têm um denominador comum: a paixão pela qualidade. De que forma, através da astúcia que define a marca PKF Moçambique, se tem destacado no seu mercado?
Sem dúvida que a qualidade está subjacente a todos os trabalhos que a PKF faz em qualquer latitude do planeta. Em Moçambique prima mos por oferecer aos nossos clien tes o melhor que temos! Mas, isso por si só não chega. É preciso, em primeiro lugar, perceber o contexto do país, entender a sua cultura e o modus-operandi. Sem isso apenas seríamos mais uma empresa de consultoria e auditoria. Não quere mos ser mais uma, mas sim trazer algo novo. Estabelecer uma relação de proximidade com cada cliente
é a pedra de toque! Ou seja, estar mos verdadeiramente presentes, viver em Moçambique e respirar o mesmo ar que os nossos clientes. Só assim é possível alcançar “Trust”. Diria que, por vezes é necessário abandonar algum do conservado rismo que caracteriza as firmas de consultadoria e auditoria interna cionais, e adotar uma linguagem e forma de estar um pouco diferen te. Apostar em recursos humanos locais, capacitá-los dando-lhes competências para que possam crescer profissionalmente e ganha rem compromisso.
Recordando os marcos institu cionais estabelecidos ao longo do tempo pela CPLP, observa-se uma evolução significativa da coopera ção neste espaço, onde se procura interligar todos os atores e todas as áreas setoriais que foram sendo fortalecidas até então. Como ana lisa o crescimento e a importância da auditoria e consultoria no do mínio da CPLP?
O potencial geopolítico da CPLP
(integra nove países e 32 estados observadores associados) enquan to plataforma económica é grande. Em conjunto, os Estados-Membros da CPLP representam 8% da super fície continental do planeta, mais de 50% recursos energéticos desco bertos desde o início deste seculo, o 4.º lugar da produção mundial de petróleo e uma vasta plataforma continental com recursos marinhos e minerais, com 14% das reservas mundiais de água doce. O desafio da cooperação é grande, tendo em conta a pertença dos Estados -Membros a regiões distintas, em processos de integração económi ca. Mas como se percebe, apesar da descontinuidade territorial, o sucesso pode gerar um retorno sig nificativo.
No último ano, por via das minhas funções como Conselheiro da Camara de Comércio de Moçambi que para a CPLP, pude testemunhar o esforço que os vários Estados -Membros fazem no sentido con certar as suas prioridades a nível económico, nomeadamente quan to à promoção de um quadro favo rável aos negócios, ao investimento e às exportações.
O tecido empresarial necessita de reforçar a sua competitividade. As empresas precisam de adotar práticas de boa governança, que permitam uma gestão eficiente, eficaz e transparente dos recursos e sem dúvida que neste processo as firmas de consultoria e auditoria desempenham um papel impor tante mostrando-se como o “parcei ro” certo a esse nível, acrescentando valor e credibilidade às operações económicas desenvolvidas por cada ator.
Neste processo de evolução, a
50 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA AUDITORIA E INTERNACIONALIZAÇÃO
RICARDO COELHO
CPLP tem olhado para a coope ração económica e empresarial como o objetivo geral. Neste sen tido, em que medida o setor onde a PKF Moçambique se insere tem vindo a ser fundamental no acon selhamento de negócios, da ges tão e da promoção de valias para as organizações que procuram a firma?
Na nova visão estratégica da CPLP, o reforço da atuação da Comuni dade na cooperação económica e empresarial é considerado uma prioridade. Num contexto econó mico atual, caracterizado por uma grande volatilidade, incerteza, com plexidade e ambiguidade, as exi gências de competir no mercado global são enormes uma vez que o tecido empresarial é sobretudo composto por micro, pequenas e médias empresas. Por isso é neces sário apostar na capacitação e a formação, promover a melhoria do ambiente de negócios, facilitar o acesso ao financiamento e apoiar a internacionalização. As empre sas que nos procuram pretendem apoio nesse trajeto e sabem que encontram nas empresas do nosso setor a experiência e a competência para as ajudar a alcançar os seus objetivos. Esse tem sido o trabalho da PKF Moçambique ao longo dos anos, apoiar o futuro dos nossos clientes. O futuro do seu negócio!
Atualmente, devido à crescente evolução do mercado empresarial, o setor da auditoria e consultoria tem sofrido diversas alterações que contribuem para a sua me lhoria contínua e tornam possível o apoio a outras empresas. Assim, quão legítimo é afirmar que, e face ao crescimento do setor, o mesmo é um pilar para que as empresas possam singrar em mercados dís pares e complexos no universo da CPLP? Quais os motivos?
Com a crescente evolução dos mercados, o ritmo de transforma ção dos negócios tornou-se cada vez mais intenso. Empresas e inves tidores precisam ter acesso rápido e eficiente a informações seguras, confiáveis e que apoiem sua estra tégia. Como tal as empresas de con sultoria e auditoria foram chamadas a reinventarem-se na mesma pro porção, acompanhado as neces sidades dos seus clientes. Alguns buscam orientação e experiência
para mapear estratégias futuras e cenários de negócios, outros preci sam de conhecimento estratégico para reestruturar suas operações. Por essa via, a procura de serviços de consultoria de qualidade, que engloba serviços de contabilidade, auditoria, finanças corporativas e tributação, cresceu no seio da CPLP.
A internacionalização das empre sas, a proteção mútua de investi mentos e o incremento das trocas comerciais são alguns dos desa fios identificados na CPLP no cur to-prazo. Quais diria que serão os melhores caminhos a tomar para que estes desafios, em uníssono, se possam ultrapassar com suces so? Neste processo, que papel a PKF Moçambique irá assumir?
Os Estados-Membros devem, antes de mais, apoiar-se mutua mente e criar instrumentos que reforcem a capacidade produtiva, a formação dos recursos humanos e promovam as trocas comerciais e a captação de investimento. Existem algumas medidas que podem ser adotadas e que apenas dependem da vontade política para o fazer como por exemplo, desenvolvi mento de parcerias de comple mentaridade com vista a potenciar a produção e reforçar a oferta nos respetivos mercados; criar zonas francas onde seja possível; mitigar a dupla tributação internacional reduzindo desse modo os custos fiscais do investimento e por con seguinte estimular a internacio
nalização; promover o combate à fraude e evasão fiscal, criando condições de concorrência entre as empresas.
Do lado do financiamento veria como muito bons olhos a criação de linhas de financiamento especí ficas para fomentar o comércio, as exportações e internacionalização; a criação de fundos de capital de risco; a mobilização de fundos para projetos estruturantes através de parcerias público-privadas e cria ção de instrumentos específicos, para dar resposta às dificuldades as micro, pequenas e médias empre sas no acesso ao financiamento.
A PKF está presente em seis dos nove países pertencentes à CPLP e por isso terá um papel ativo no apoio e suporte às empresas e governos neste caminho.
Para terminar, quais os próximos passos a dar pela PKF Moçambi que, para continuar na vanguarda
das suas soluções de auditoria e consultoria de alta qualidade?
A palavra-chave é inovação! Da mesma forma que os seus clien tes, as empresas de contabilidade e auditoria necessitam de avaliar a forma como a transformação digi tal poderá alterar a sua abordagem ao negócio. O uso da automação ajuda a processar mais dados de forma mais rápidas e a libertar con tabilistas e auditores para tarefas que geram valor acrescentado para os seus clientes. Pese ainda exista uma quantidade significativa de transações económicas suporta das por documentos manuscritos em Moçambique que dificultam a automação, as tarefas de classi ficação e registo manual de docu mentos deverão ser abandonadas gradualmente e substituídas pela digitalização de documentos, reco nhecimento eletrónico e lança mento automático, libertando-se assim tempo para tarefas de análise do negócio do cliente e a produção de reporting de grande qualidade, o qual será disponibilizado ao clien te na sua área do nosso portal para download, o que poderá inclusi vamente ser através feito através do seu smartphone. Na área de auditoria estamos também empe nhados em investir em ferramen tas automação de processos para que possamos focar a atenção na identificação dos riscos, permitindo agilidade e qualidade nas informa ções que fornecemos aos nossos clientes. ▪
OUTUBRO 2022 | 51 PONTOS DE VISTA AUDITORIA E INTERNACIONALIZAÇÃO
"O TECIDO EMPRESARIAL NECESSITA DE REFORÇAR A SUA COMPETITIVIDADE"
“O S etor Imobiliário é dos mais Resilientes da Economia”
Joana Resende, CEO da Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar, não tem qualquer dúvida, ou seja, os tempos são, neste momento, de incerteza, e, naturalmente, que existem preocupações acrescidas face ao atual contexto económico/social menos positivo. Contudo, a nossa interlocutora garante que há uma verdade incontornável: “o setor imobiliário é dos mais resilientes da economia”.
Apesar das vendas e preços dos imó veis continuarem estáveis, dada a incerteza causada pela guerra na Ucrânia e pelos níveis de inflação, a comunicação social insiste que estamos perante uma mudança no ciclo imobiliário. Qual a sua opinião?
Os ciclos económicos existem desde sempre. Aliás, é um conceito estudado por diferentes economistas desde o século XVIII, como forma de explicar os motivos das crises económicas, considerando o comportamento dos merca dos, e procurando entender os motivos que levam as economias a crescerem com flutua ções e não pela tendência que deveriam seguir. Ora, às flutuações entre crescimento e reces são normais, acrescem os condicionalismos
externos que, atualmente, se prende muito ao conflito bélico na Ucrânia e que impacta a nível global.
Mas com este cenário, com uma taxa de infla ção alta, aumento de taxas de juro, custos de construção muito elevados e a diminuição na confiança do poder de compra dos portugue ses, o setor imobiliário mantém-se resiliente, com uma excelente resposta, ainda com recor ds de volume de negócios.
Daquilo que são os dados que já temos, 2022 será um ano excecional em volume de investi mento, ultrapassando os valores de 2021 (que foi o melhor ano de sempre). 2023 será um ano desafiante, mas neste momento o setor mostra -se tranquilo e motivado a enfrentar os desafios que possam surgir.
Um tema incontornável também é o au mento das taxas de juro, e do impacto direto e imediato junto das famílias e do poder de compra. Qual é a sua opinião na forma como este tema também terá influência no desafio de que fala para o setor a partir de 2023?
Em primeiro lugar é necessário perceber o por quê da subida das taxas de juro, uma vez que a comunicação social muitas vezes esquece o seu papel informativo e passa automaticamente para o discurso alarmista a catastrofista. O Banco Central Europeu tem a função e obrigação de regular os preços de mercado, estabilizando-os quando se observem grandes oscilações. Ora, quando os preços (do custo de vida em geral) têm uma subida muito repentina, a inflação é demasiado elevada, o instrumento do aumen
52 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA IMOBILIÁRIO NO CONTEXTO ATUAL
JOANA RESENDE
to das taxas de juro ajuda a trazer a inflação de volta ao objetivo de 2% a médio prazo. No atual contexto global, na sequência de dois anos de pandemia e com o conflito bélico na Ucrânia, a taxa de inflação na zona Euro fixou-se nos 8,6% (em junho), valor máximo desde 1998.
As taxas de juro aumentam, tornando o crédito mais caro e as poupanças mais bem recompen sadas, mantendo as expetativas de inflação sob controlo. Mas recordemos também que estas mesmas taxas estiveram em terreno negativo por muitos anos, cenário que sabíamos que não seria comportável por muito mais tempo. À data de hoje, o Primeiro Ministro António Costa declarou que não existem sobressaltos relativamente à capacidade da generalidade da população portuguesa face ao aumento dos juros nos seus créditos habitação, assumindo inclusivamente que já existem algumas propos tas em cima da mesa, na sequência de um diá logo constante quer com o regulador, quer com os bancos, medidas essas que poderiam passar por exemplo, por moratórias, alargamento da dedução de juros em sede de IRS (nos contratos de Crédito Habitação), renegociação de crédito com as instituições bancárias, entre outras.
No que ao nosso setor diz respeito, e no ime diato, o investimento imobiliário continua a ser um refúgio para os investidores nacionais e internacionais. Aliás, nesta última semana de setembro, o Dr. Hugo Santos Ferreira, presiden te da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) reforçou a entrada de quatro grandes fundos imobiliários na APPII, de grande escala internacional, com interesse em investir no nosso país.
Face ao que expus, não considera que vá existir uma descida acentuada dos preços dos imóveis, considerando que nos últimos anos temos assistido a um aumento anual conse cutivo de quase dois dígitos?
Há uma enorme expetativa na população em geral na descida substancial dos preços dos imóveis, mas isso é um cenário muito pouco provável. Aliás, o BCE prevê uma descida de 9% em dois anos, o que face à subida de quase 50% nos últimos cinco anos, não terá impacto relevante.
Este cenário é explicado pela contínua falta
de oferta, o interesse no investimento imobiliá rio em detrimento aos depósitos a prazo, bem como o já referido investimento estrangeiro. Segundo dados da Confidencial Imobiliário, no período do verão, apenas existiam 39 mil habitações à venda em Portugal, o valor mais baixo dos últimos anos. De salientar que, antes de 2020, esse número era superior a 60 mil. Ora, mesmo com redução de procura face à dimi nuição de capacidade de compra dos portu gueses, a oferta será sempre escassa, não sendo o diferencial suficiente para uma redução subs tancial. Pode não haver uma valorização como temos assistido até agora, mas a tendência tam bém não será uma inversão. Por outro lado, com os valores da construção a atingirem máximos históricos, há uma retração do investimento em obra nova, logo menos oferta de habitação nova e menos produto deste no mercado.
Na minha opinião, haverá uma mudança de ciclo. As pessoas até podem adiar os seus pla nos de mudança de casa por um tempo, mas haverá sempre um dia em que essa decisão será tomada. Nesse dia, a procura será diferente; o valor de investimento será repensado median te o valor de prestação bancária, a tipologia mais adaptada ao valor disponível a investir, e a localização mais periférica e longe dos grandes centros.
Os tempos podem ser de incerteza, mas há questões que são claras e que podemos ante cipar. E neste cenário, há uma verdade incontor nável: o setor imobiliário é dos mais resilientes da economia. ▪
“NA MINHA OPINIÃO, HAVERÁ UMA MUDANÇA DE CICLO. AS PESSOAS ATÉ PODEM ADIAR OS SEUS PLANOS DE MUDANÇA DE CASA POR UM TEMPO, MAS HAVERÁ SEMPRE UM DIA EM QUE ESSA DECISÃO SERÁ TOMADA. NESSE DIA, A PROCURA SERÁ DIFERENTE; O VALOR DE INVESTIMENTO SERÁ REPENSADO MEDIANTE O VALOR DE PRESTAÇÃO BANCÁRIA, A TIPOLOGIA MAIS ADAPTADA AO VALOR DISPONÍVEL A INVESTIR, E A LOCALIZAÇÃO MAIS PERIFÉRICA E LONGE DOS GRANDES CENTROS”
OUTUBRO 2022 | 53 PONTOS DE VISTA IMOBILIÁRIO NO CONTEXTO ATUAL
“É fundamental que se alterem mentalidades”
ARLINDO MORAIS, 56 ANOS, CONTABILISTA
A1ª República em Portugal iniciou-se com a proclama ção da mesma a 5 de outu bro de 1910, acabando com o fim da Monarquia. 122 anos depois, que opinião tem sobre o rumo que o país tomou até aos dias de hoje e o que urge mudar?
A primeira palavra que me vem à cabeça é “negro”. Vivemos um momento muito complicado em Portugal, onde as pessoas deixaram de acreditar e quando assim é, pas samos a ver somente o individual e perdemos aquele espírito de unida de, fundamental para um país cres cer e se continuar a desenvolver. As pessoas estão completamente descrentes no presente e futuro do país e sentem que existe um sentido de impunidade e injustiça tremenda no seu dia a dia. Aliás, sinto as pessoas revoltadas com o atual panorama em Portugal e isso reflete-se no seu bem -estar. Sinceramente, é fundamental
que se alterem mentalidades, mas ao nível de quem nos lidera e governa, e só quando isso acontecer é que podemos começar a pensar em evo luir e crescer em todos os quadrantes da sociedade, sejam eles sociais, eco nómicos, educativos, entre outros. Temo que tenha que existir uma rutu ra social grave para que este estado de coisas se altere. Não sei mesmo qual será o futuro do país se não alte rarmos o atual rumo das coisas.
Neste sentido, qual a importância deste marco na história de Portu gal?
É imenso. Diria que fez de nós aqui lo que somos hoje. Trata-se de um período de condensação de um con texto de crise multifacetada em que se inscreveu o colapso da Monarquia constitucional e o rasgo de um cami nho, de certa forma inexorável, que conduziu à República e que somos hoje.
FRANCISCA PEREIRA, 25 ANOS, ASSISTENTE ADMINISTRATIVA
A1ª República em Portugal iniciou-se com a procla mação da mesma a 5 de outubro de 1910, acabando com o fim da Monarquia. 122 anos depois, que opinião tem sobre o rumo que o país tomou até aos dias de hoje e o que urge mudar? Se por um lado o fim da Monarquia trouxe uma solução socioeconó mica para vários problemas que Portugal enfrentava (relembrando que o povo tinha cada vez mais restrições para combate à crise mas a família real era acusada de conti nuar a esbanjar dinheiro), deixou, por outro lado, o país à mercê da construção dessa nova República. Na minha opinião, apesar desta mudança ter sido, obviamente, importante, não é menos impor tante que, nos dias de hoje, Portu gal se mantenha atento a outros governos, que com outros tipos de liderança conseguem salvaguardar
o seu país garantindo uma qualida de de vida cada vez mais desejada, também, pelos portugueses.
Neste sentido, qual a importân cia deste marco na história de Portugal?
5 de outubro é, para mim, inde pendência, igualdade e represen tatividade. A conquista que nos permitiu poder escolher pessoas com ideias que apoiamos para que nos representem e confiram ao país um rumo com o qual con cordamos. Não foi um caminho rápido, vejamos: em 1913 apenas 30% dos homens tinham direito ao voto e desses, menos de metade o fizeram. Mas permitiu que, 20 anos mais tarde, também as mulheres o pudessem fazer. Abriu portas para que hoje, 122 anos depois, todos possamos usufruir dos mesmos direitos e deveres, em plena liber dade democrática.
54 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA “ANÓNIMOS” E O MUNDO
“5 de outubro é, para mim, independência, igualdade e representatividade”
de fazer um “reset” ao país”
A1ª República em Portugal iniciou-se com a procla mação da mesma a 5 de outubro de 1910, acabando com o fim da Monarquia. 122 anos depois, que opinião tem sobre o rumo que o país tomou até aos dias de hoje e o que urge mudar? Temos de fazer um “reset” ao país. Não podemos continuar a ter um país com tantas assimetrias, onde os pobres ficam cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Agravado com o facto de estarmos constantemente a ani quilar e a asfixiar a classe média, que é o pilar central de qualquer país que se diz desenvolvido. Como se diz na gíria, o país está no “lodo” e isso reflete-se nas pessoas e nas empresas, onde temos cada vez mais famílias e empresas que lutam diariamente não para viver, mas para sobreviver. Os culpados? Todos nós. Continua mos a fomentar o compadrio e a esquecer a meritocracia e isso tem impacto nas nossas vidas. Somos um país excecional, com condi ções para proporcionar condições de vida excelentes aos portugue ses, isto nas mais diferentes áreas,
mas teimamos em cometer os mesmos erros de sempre.
Como disse inicialmente. Temos mesmo de fazer um recomeço e criar bases que façam com o que nosso país possa crescer e se possa desenvolver num cunho timbrado pela equidade e igual dade. Não podem ser sempres os mesmos a pagar pelos erros alheios daqueles que lideram os destinos do país.
Neste sentido, qual a importância deste marco na história de Portu gal?
Tem muito mais do que aquilo que todos nós achamos. Temos de continuar a dar a conhecer esta data aos mais novos e continuar a promover nestas faixas etárias um sentido de pátria e de preocupa ção com o próximo. Esta efemé ride fez de nós aquilo que somos hoje ou então que deveríamos ser. Nunca nos podemos esquecer do nosso passado, sob pena de não conseguirmos avançar para um futuro próspero, íntegro e trans parente, conceitos que, infeliz mente, falham cada vez mais neste momento em Portugal.
OUTUBRO 2022 | 55 PONTOS DE VISTA “ANÓNIMOS” E O MUNDO
RITA ROQUE, 36 ANOS, ADMINISTRATIVA
“Temos
Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável Um Ponto de Viragem para Portugal
OPrograma Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) nasce com o propósito de melhorar o estado nutricional da população. Para melhor compreendermos, com que iniciativas e metas está a ser alavancado este projeto?
O PNPAS, um Programa de Saúde Prioritário da Direção-Geral da Saúde (DGS), organiza-se em cinco eixos. O primeiro relaciona-se com a necessidade de termos um sistema de informação na área da alimen tação e nutrição que nos permita fazer uma monitorização regular da situação alimentar e nutricional em Portugal. Este é um eixo central, pois permite-nos fazer um diagnóstico e identificar prioridades, contribuir para a identificação de intervenções orientadas para dar resposta aos principais problemas identificados, bem como para a monitorização e avaliação das medidas de saúde pública implementadas. O segundo e o terceiro eixo relacionam-se com a implementação de medidas para modificar os ambientes alimentares e aumentar a literacia da população na área da alimentação e nutrição, que na verdade correspondem aos principais instrumentos que o PNPAS utiliza para concretizar a sua missão. O quarto eixo prevê o esta belecimento de parcerias, já que a intervenção na área da promoção da alimentação saudável faz-se muito fora do sistema de saúde, o que obriga a um modelo de inter venção intersetorial. O último eixo relaciona-se com a necessidade de envolver e capacitar um número alargado de profissionais, para que também possam ser agentes ativos no que toca à promoção da ali mentação saudável. Consideramos
neste âmbito os profissionais de saúde, mas também profissionais da área da educação ou na área da ação social. São apenas alguns exemplos, mas de facto é importan te multiplicar a mensagem nesta área e através do envolvimento des ses profissionais temos essa pos sibilidade. Quanto às metas foram definidas seis metas para o ano de 2020. Metas que se relacionam com a melhoria da composição nutri cional dos alimentos (menos sal, açúcar e ácidos gordos trans), com o consumo de fruta e hortícolas (enquanto um dos indicadores da qualidade da alimentação), com o conhecimento que a população tem acerca da Dieta Mediterrânica e por último com o controlo do cres cimento do excesso de peso e obe sidade infantil. Estas são as orienta ções estratégias atualmente ainda em vigor, mas que terminaram em 2020. No âmbito do novo Plano Nacional de Saúde, encontram -se também a ser desenvolvidas as novas linhas de orientação estraté gica do PNPAS.
Sabemos que a melhoria do es tado nutricional tem impactos diretos na prevenção das doenças dominantes em Portugal. De que forma a organização do programa tem procurado incentivar a popu lação, na prática, ao consumo ali mentar adequado?
Muitas das ações que o PNPAS tem vindo a implementar são ações que apoiam e facilitam a disponibilida de e o acesso a opções alimentares mais saudáveis, bem como ações de proteção da população face ao ambiente obesogénico
que vivemos. No primeiro caso refiro -me por exemplo às medidas
56 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA PROGRAMA NACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
em
que temos vindo a implementar para
Maria João Gregório, Diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, revelou à Revista Pontos de Vista que “Portugal é hoje reconhecido como um país de referência na área da promoção da alimentação saudável”. Conheça tudo acerca de um projeto tão necessário a todos.
MARIA JOÃO GREGÓRIO
incentivar a redução dos teores de sal e de açúcar nos alimentos processados e no segundo caso dou como exemplo as restrições à publicidade alimentar dirigida a crianças que temos atual mente em Portugal. Estas são ações que têm a vantagem de não depender do esforço e da von tade individual de cada um. Mas sabemos que em paralelo, temos que promover a literacia da população na área da alimentação e da nutrição e nesse sentido temos, com os nossos meios de comunicação digitais, procurado facilitar o aces so da população a informação de qualidade na área da alimentação. Temos dinamizado campa nhas para sensibilizar e incentivar a população para a prática de uma alimentação saudável e desenvolvido conteúdos procuram ajudar em pôr em prática as recomendações que fazemos.
Uma das estratégias do PNPAS é aumentar o conhecimento sobre os consumos alimentares da população portuguesa. É legítimo afirmar que ainda existem desigualdades sociais no acesso a uma alimentação adequada? O que está a ser realizado nesse sentido?
A evidência científica aponta nesse sentido. Sabemos hoje que a adesão à Dieta Mediterrânica é menor nos grupos mais vulneráveis da popula ção e que a obesidade e outras doenças crónicas potencialmente associadas à alimentação inade quada, como a diabetes e a hipertensão arterial, se distribuem de forma desigual pela população, sendo mais prevalentes nos grupos mais vulne ráveis do ponto de vista socioeconómico. Dados do último inquérito alimentar nacional mostram que a prevalência da obesidade é cerca de quatro vezes superior nos indivíduos que têm um nível de escolaridade mais baixo, comparativamen te aos mais escolarizados. A resolução destes problemas é complexa e depende muito mais de um conjunto de políticas que não se relacio nam diretamente com o setor da saúde. Mas o PNPAS tem estado atento a esta situação e tem implementado medidas específicas para reduzir o impacto das desigualdades sociais no acesso a uma alimentação saudável. Destaco o sistema de monitorização da insegurança alimentar que foi implementado em Portugal no período da última crise económica, e que nos permitiu ter os ser viços de saúde atentos a este problema, já que este sistema de monitorização foi implementado no âmbito dos cuidados de saúde primários. Des taco também um conjunto de ferramentas que foram igualmente desenvolvidas durante este período para capacitar a população para uma alimentação saudável a baixo custo. Por último, destaco também o trabalho que temos vindo a desenvolver em articulação com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com o objetivo de garantir que o programa de ajuda alimentar a pessoas carenciadas segue os princí pios de uma alimentação saudável. Este tem sido um grande desafio e uma necessidade desde logo identificada, já que muitas vezes os progra mas de ajuda alimentar aos mais carenciados têm dificuldades em distribuir alimentos saudáveis.
No decorrer do ano de 2021 foram implemen tadas algumas políticas públicas para a criação de ambientes alimentares saudáveis. Qual a importância do contributo destas políticas?
A modificação dos ambientes alimentares é fundamental para que as políticas alimentares e nutricionais possam ter sucesso e produzir gan hos em saúde. O ano de 2021 ficou por exem plo marcado pela publicação do Despacho n.º 8127/2021, que determina a oferta alimentar em meio escolar. Tal como já referi, este tipo de medidas, são medidas que facilitam e apoiam a mudança de comportamentos, sem colocar excessivamente a responsabilidade sobre o indivíduo. São medidas que tornam as opções alimentares saudáveis mais fáceis. Nos últimos anos os ambientes em que vivem tornaram-se obesogénicos e as medidas direcionadas para a criação de ambientes alimentares saudáveis pre tendem contrariar esta tendência.
O que mudou – e melhorou -, na prática, com a implementação das políticas públicas?
Portugal é hoje reconhecido como um país de referência na área da promoção da alimentação saudável. Ainda recentemente, foi feita uma avaliação externa do que alcançamos e ficámos situados no topo superior dos países europeus com políticas públicas de referência nesta área. Nestes dez anos alinhámos com as boas práti cas internacionais, tanto da OMS como da CE e em alguns aspetos fomos mesmo pioneiros. A nível internacional já desde 1974 que se reco nhece a importância da existência de políticas alimentares e nutricionais, mas Portugal acaba por só a concretizar e a identificar como uma prioridade em 2012 com a criação do PNPAS no seio da DGS. A existência de um progra ma nacional para esta área, permitindo ter uma visão estratégia, traçar um plano de ação e implementar um conjunto concertado de medidas a médio e longo prazo, é sem dúvida umas das grandes conquistas dos últimos dez
anos e que se traduz na implementação de um conjunto alargado de medidas.
Para a Maria João Gregório, enquanto Diretora do Programa, quais considera que têm sido os maiores desafios nesta que é uma “luta” ineren te a todos?
É uma luta de todos, mas que por vezes confli tua com os interesses de alguns, seja o interesse económico de quem vende um determinado tipo de alimentos, seja o interesse individual de cada um de nós que por múltiplos fatores valo riza e aprecia ter à sua disposição um conjun to de alimentos que nem sempre são os mais adequados para a sua saúde. Por estes motivos, algumas das medidas que implementamos são por vezes impopulares, o que faz com que a luta de quem defende a alimentação saudável e a promoção da saúde dos cidadãos seja um desa fio constante.
Estudos mostram que em Portugal, os hábi tos alimentares inadequados estão entre os cinco fatores de risco que mais determinam a perda de anos de vida. No seu ponto de vista, quais os principais motivos que levam a po pulação a ter um comportamento alimentar inadequado?
Os hábitos alimentares estão de facto entre os principais fatores de risco da carga da doença em Portugal e as projeções para 2030 sugerem que os hábitos alimentares inadequados vão ultrapassar o tabaco no conjunto de fatores de risco que mais condiciona a mortalidade e a perda de anos de vida saudável. Os determi nantes das nossas escolhas alimentares são múl tiplos e é sempre difícil apontar apenas alguns, mas destacaria as mudanças no nosso sistema alimentar como o fator que mais tem condicio nado os atuais hábitos de consumo alimentar.
Foram já implementadas algumas ações prio ritárias. Qual o balanço que faz dos resultados das mesmas até à data? Para o futuro, que no vas estratégias estão a ser desenhadas?
Os últimos dez anos marcam um ponto de vira gem na estratégia de Portugal para melhorar a alimentação da população, mas o caminho é longo e temos áreas prioritárias para a nossa ação no futuro, nomeadamente ações dirigidas para grupos particularmente vulneráveis como as crianças pequenas, ações dirigidas para melho rar a resposta dos serviços de saúde na área da nutrição e do tratamento da obesidade, ações que envolvam o setor da restauração no conjun to de medidas que temos vindo a implementar para melhorar os ambientes alimentares e ações que permitam ter uma abordagem mais abran gente para reduzir todas as formas de marketing dirigido a crianças. Temos uma lei nesta área, mas ainda falta regular muitas formas de marketing. E por último a importância de melhorar o nosso modelo de comunicação, face ao atual contexto de comunicação digital e ao minuto em que pro lifera a desinformação.▪
OUTUBRO 2022 | 57 PONTOS DE VISTA
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
PROGRAMA NACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA
“PORTUGAL É HOJE RECONHECIDO COMO UM PAÍS DE REFERÊNCIA NA ÁREA DA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL”
VIATRIS - UM LÍDER NA INDÚSTRIA DA SAÚDE
COM 43 PRODUTOS DISPENSADOS A CADA MINUTO EM PORTUGAL EM 2021
Se perguntarmos aos portugueses se conhecem alguns dos medicamentos mais icónicos de sempre, não há ninguém que não reconheça esses nomes. E a verdade é que a grande empresa por detrás destes medicamentos de marca e de venda livre (OTC) também tem uma carteira diversificada de medicamentos genéricos, medicamentos melhorados sem patente e biossimilares.
AViatris, um dos principais atores da indústria de saúde portuguesa, foi criada em 2020 com um objetivo global - criar uma nova empresa de cuidados de saúde, empenhada em proporcionar mais e melhor acesso a medicamentos e produtos de saúde, promovendo operações sustentáveis e desen volvendo soluções inovadoras para os cidadãos. Com medica mentos pertencentes a uma vasta gama de áreas terapêuticas, a Via tris fornece tratamentos para nove das dez principais causas de morte definidas pela OMS, nomeada mente em áreas como: Oncologia, Cardiologia, Doenças Respiratórias, Diabetes ou Tuberculose.
A Viatris oferece tanto medica mentos para um grande número de doentes, assim como medica mentos para um ou dois doentes com doenças raras em Portugal. Com uma sólida experiência cien tífica, de fabrico e distribuição, e, adicionalmente, uma capacidade regulamentar, clínica e comercial comprovadas, que assegura o for necimento de medicamentos e produtos de saúde de qualidade aos doentes portugueses, quan
do e onde eles necessitam deles. A missão da Viatris é capacitar as pessoas em todo o mundo para viverem mais saudáveis em cada etapa da vida, independentemen te da geografia ou circunstância.
De acordo com Alberto Navia -Osorio, Country Manager da Viatris Portugal, “Na Viatris vemos os cui dados de saúde não como são, mas como deveriam ser. Agimos corajo samente e estamos posicionados de forma única para sermos uma fonte de estabilidade num mun do de crescentes necessidades de cuidados de saúde”. Em Portugal, em 2021, foram vendidos 61.827 medicamentos por dia, 2576 por hora, 43 por minuto. É uma gran de responsabilidade e um orgulho no que podemos proporcionar no presente e no futuro da saúde em Portugal e no mundo”.
Navia-Osorio acrescenta ainda que “a Viatris definiu uma inicia tiva estratégica para remodelar a empresa como uma empresa mais simples, mais forte e mais focalizada, uma empresa que es pera proporcionar mais acesso aos doentes, mais oportunidades aos colegas e mais valor aos acio nistas”.
58 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA SAÚDE & INOVAÇÃO
“O PORTEFÓLIO DIFERENCIADO DA VIATRIS INCLUI MEDICAMENTOS DE MARCA, GENÉRICOS, MESMOS OS COMPLEXOS E BIOSSIMILARES NUMA VASTA GAMA DE ÁREAS TERAPÊUTICAS. A VIATRIS FORNECE TERAPIA PARA NOVE DAS DEZ PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE IDENTIFICADAS PELA OMS” ALBERTO NAVIA-OSORIO
A Viatris está presente em mais de 165 países e territórios, com um portefólio diversificado e di ferenciado. Em que medida esta característica posicionou a marca como um elemento chave para satisfazer as necessidades de saú de em evolução no mundo?
Talvez seja importante começar por explicar o nome da empresa. Viatris é uma palavra proveniente do latim que significa três cami nhos: Acesso, Liderança e Parceria. A nossa diversidade de produtos, combinada com a escala global da organização, abordagem local, ex celentes parceiros, bem como um conhecimento profundo dos nos sos mercados, permite um melhor acesso aos medicamentos para os doentes. E é exatamente isso que defendemos - o acesso dos doentes. O portefólio diferencia do da Viatris inclui medicamentos de marca, genéricos, mesmos os complexos e biossimilares numa vasta gama de áreas terapêuticas. A Viatris fornece terapia para nove das dez principais causas de morte identificadas pela OMS.
A Viatris contribui para preen cher necessidades terapêuticas não satisfeitas através da ciência e inovação. Como é que, até à data, isto tem sido realizado?
Estamos 100% empenhados na sustentabilidade e no acesso a me dicamentos e produtos de saúde. Dou-vos o exemplo do HIV: as te rapias envolveram a necessidade de um transporte que garantiu a embalagem refrigerada entre 2ºC e 8ºC. A Viatris foi a primeira empre sa a conseguir medicamentos ter moestáveis e assim disponibilizar estas terapias a mais pessoas, com qualidade e segurança, além de facilitar a logística de distribuição e conservação pelos utilizadores, em qualquer área geográfica. Outro exemplo são os medicamentos ge néricos e biossimilares - e, para não esquecer: A Viatris possui também um portefólio de medicamentos com marcas icónicas conhecidas pela população portuguesa.
A Viatris em Portugal está com prometida com os doentes, man
tendo a confiança de médicos e farmacêuticos nos seus medica mentos e o respeito das farmácias comunitárias e distribuidores. Com as constantes mudanças na sociedade e no mundo, como é que a marca adapta a sua ativida de no dia a dia, assegurando ao mesmo tempo a sua missão?
A Viatris é líder no mercado am bulatório em Portugal, pelo que temos a obrigação diária de man ter o nosso foco. Agimos com co ragem e estamos posicionados para ser uma fonte de estabilidade num mundo de crescentes neces sidades de cuidados de saúde. E é por isso que damos grande impor tância a que permaneçamos perto do nosso cliente e a que ouçamos as suas necessidades. Estamos em diálogo contínuo com todos os nossos parceiros, nomeadamente com autoridades, farmacêuticos, médicos e distribuidores/armaze nistas, para que possamos sempre encontrar as melhores soluções para os doentes. Esta é a nossa “cadeia de valor”. Temos conver sas regulares com associações de doentes do setor para nos darem diferentes pontos de vista, para nos educarem sobre as necessidades e para nos ajustarmos às histórias de
Como empresa farmacêu tica líder em Portugal, que projetos e novidades está Viatris “a conceber” para o futuro, a fim de permitir que as pessoas, em todo o mun do, vivam mais saudáveis em todas as fases da vida? Como somos líderes no mer cado de ambulatório, temos a responsabilidade de trabalhar
diariamente e com qualidade para a saúde das pessoas. E só isto exige uma dedicação sem precedentes que fazemos questão de manter e transmi tir a todos aqueles que come çam a sua viagem connosco, quer sejam colaboradores, médicos, farmacêuticos, en fermeiros, doentes ou quais quer outros parceiros.
vida. O nosso diálogo com o mer cado português é permanente e vai nos dois sentidos.
Durante a próxima década, estes instrumentos de financiamento farão fluir meios numa dimensão sem precedentes para a moderni zação e desenvolvimento econó mico e social de Portugal. Ao lon go deste caminho, que desafios serão esperados para o setor da
saúde e, por outro lado, qual seria a prioridade a estabelecer?
A Viatris ajudará a reforçar o sis tema nacional de saúde, do qual somos parte integrante, e a servir a população em situações nor mais ou excecionais, tais como uma pandemia, a reforçar a nossa cadeia de valor e a manter a nos sa investigação, a fim de garantir sempre o acesso e a acessibilidade dos cidadãos. ▪
OUTUBRO 2022 | 59 PONTOS DE VISTA SAÚDE & INOVAÇÃO
“A VIATRIS É LÍDER NO MERCADO AMBULATÓRIO EM PORTUGAL, PELO QUE TEMOS A OBRIGAÇÃO DIÁRIA DE MANTER O NOSSO FOCO. AGIMOS COM CORAGEM E ESTAMOS POSICIONADOS PARA SER UMA FONTE DE ESTABILIDADE NUM MUNDO DE CRESCENTES NECESSIDADES DE CUIDADOS DE SAÚDE”
“A Saúde Visual continuará a ser uma Prioridade para os Portugueses”
Sobre o Dia Mundial da Visão – este ano celebrado a 13 de outubro -, Cidália Ferreira, CEO das empresas OPTICALIA Esonor, lda e Olharlongo, lda, aborda em entrevista à Revista Pontos de Vista, entre outros temas associados, a necessidade da consciencialização para a importância dos rastreios de prevenção a problemas oculares. Saiba tudo.
Sempre me considerei uma pes soa empreendedora, trabalhadora e que não tem receio de desafios. É muito importante acreditarmos nos projetos, não baixarmos os braços e sabermos adaptar-nos ao mercado. Acima de tudo, não nos acomodarmos, procurarmos sem pre mais e melhor, porque rapida mente as coisas se alteram de um momento para o outro e quem tem esta capacidade de resiliên cia e de adaptação rápida, são os negócios que saem fortalecidos e vencedores.
CIDÁLIA FERREIRA
ACidália Ferreira é Sócia Gerente da Opticalia – Esonor, Lda há mais de 25 anos. Tendo em conta a trajetória da marca até aos dias de hoje, como descreve a sua evolução?
Tem sido um percurso recheado de muito trabalho e persistência, mas também de sucesso. De saber ver onde estão as oportunidades, nunca virar costas a um desafio e acreditar que com trabalho, foco e objetivo tudo se consegue.
Foi em 1997 que decidi que que ria ter o meu próprio negócio.
Posso por isso dizer que tem sido uma evolução muito positiva e ainda com muito caminho para andar.
A verdade é que o mundo se en contra em constante transforma ção e aquilo que há 25 anos seria prioridade, atualmente já não é. Neste sentido, quais são hoje as prioridades e preocupações da marca?
Era o que dizia anteriormente. Temos de nos ir adaptando ao mercado, ao tempo em que vive mos e às preocupações, ou situa ções que se vivem no meio que nos rodeia.
Com 25 anos de história e com
uma marca muito bem consoli dada dentro dos locais em que estamos presentes, conseguimos ir um pouco mais além e de algu ma forma devolver ou… se calhar mais do que devolver, ajudar no desenvolvimento da comunidade que ao se tornar parte da nossa vida, nos fez crescer e faz parte da nossa história de sucesso. Tentamos, por isso mesmo, sem pre retribuir de alguma forma, aju dar a trabalhar nas soluções dos problemas, para que possamos todos crescer e ser melhores como um todo, por isso mesmo temos definido na nossa empresa que sempre que nos for possível esta remos envolvidos em ações em prol da comunidade.
Por outro lado, temos também como prioridade ter os nossos profissionais motivados e felizes, até porque eles são a linha da fren
te com o cliente. Apostamos por isso na formação interna de todos os nossos colaboradores, seja para o seu crescimento a nível profissio nal, como também pessoal.
E por último, algo que creio ser atualmente uma preocupação também transversal a várias mar cas, que é a sustentabilidade. Procurar a diminuição da nossa pegada, pela mudança de com portamentos, dos materiais que são usados nos produtos que ven demos, na reutilização sempre que possível de materiais, entre outros.
Este ano, o Dia Mundial da Vi são celebra-se a 13 de outubro, segunda quinta-feira do mês. É legítimo afirmar que em 2022, as pessoas já estão consciencia lizadas para a importância dos rastreios?
De um modo geral trabalhamos
60 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIA MUNDIAL DA VISÃO
muito na gestão dos problemas depois de ocor rerem e ainda muito pouco na prevenção dos mesmos. É verdade que já foi pior e a desinfor mação também, mas acredito que é cada vez mais importante trabalhar na prevenção, na consulta regular a um profissional da visão para perceber se está tudo ok com a saúde visual. Mais importante e regular deverá ser esta visita se estivermos a falar de crianças/jovens ou pes soas com mais idade porque as necessidades e cuidados visuais serão ainda maiores.
E por outro lado, a preocupação das pessoas ainda vai muito para os óculos graduados e ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito aos óculos de sol e à necessida de de usar lentes escuras que tenham um bom filtro UV.
E, claro, atualmente, a questão dos ecrãs, tele móveis, televisões, tablets, entre outros, que fazem parte dos agregados familiares e que em tanto contribuem para a degradação da saúde visual das famílias e cujos danos poderiam ser minimizados pela utilização de lentes com um filtro da luz azul.
Já vamos tendo algumas campanhas de sen sibilização para todos estes assuntos, mas creio que ainda temos um longo caminho a percorrer no que à saúde ocular diz respeito.
Certo é que, esta é uma marca que desen volve ao longo de todo o ano, iniciativas que promovem a prevenção de problemas visuais e a proteção da visão das pessoas. Que cam panhas estão a ser a desenvolvidas neste mo mento e com que objetivos?
Realização de rastreios localmente e palestras de alerta de saúde visual.
Sabemos que Portugal atinge agora máxi mos históricos de inflação, o que em muito poderá mudar o estilo de vida da população. Em que medida a preocupação dos portugue ses com a visão poderá passar para segundo plano?
Estamos a viver tempos preocupantes a nível
“EM TERMOS DE SETOR, TEMOS DE SER MAIS UNIDOS, VALORIZAR A PROFISSÃO E TRABALHAR NA PROCURA DAS MELHORES SOLUÇÕES PARA O CLIENTE E PARA A SUA SITUAÇÃO PARTICULAR”
pessoal e profissional. Diariamente somos bom bardeados com notícias de aumentos de pre ços em todas as áreas e a retração do consumo será inevitável, ou pelo menos a opção por uma compra mais inteligente e económica.
Acredito, no entanto, que a saúde visual conti nuará a ser uma prioridade para os portugueses e que o importante é continuar a comunicar a importância de cuidarem da mesma, ajudando e dando ferramentas para que não tenham de deixar a saúde para segundo plano.
Assim, de que forma a Opticalia – Esonor, Lda, se está a preparar para esta realidade?
A essência do nosso negócio é a fidelização do cliente. Para isso investimos forte na excelên cia do serviço, sempre com preocupação em acrescentar valor para o cliente, para que este sinta uma satisfação total com o serviço que lhe foi prestado e sinta vontade de voltar. Mas por outro lado, sabemos que o nosso produto, sendo uma necessidade médica temos a obri gação de o tentar tornar o mais acessível possí vel para os nossos clientes, mas sem nunca des curar a qualidade do mesmo! Isso não fazemos. Temos outras formas de ajudar o cliente, como
Há mais de duas décadas na área e com uma quota imensa de expe riência, como perspetiva o futuro do setor em Portugal?
O mercado da ótica é um mercado que está cada vez mais profissio nalizado e maduro, e onde não há margem para amadorismo e para negócios menos “organizados”. Há que ter uma boa estrutura montada e gerir eficazmente todos as áreas que envolvem o negócio de forma a oti mizar todos os recursos.
É verdade que nos últimos anos, este tem estado em expansão e desen volvimento, com muita concorrência e muito ruído para os consumidores o que pode dificultar o momento da compra. Mas o que aconselhamos sempre é que vão aos óticos em que confiam, pois estes serão as melhores pessoas para recomendar o produto que faz mais sentido para cada um. Depois em termos de setor, temos de ser mais unidos, valorizar a profis são e trabalhar na procura das melho res soluções para o cliente e para a sua situação particular.
as nossas campanhas que permitem por um preço muito acessível os clientes comprarem os seus óculos completos, ou as ferramentas de financiamento que dispomos. Isto sim, acredi tamos que é acrescentar valor para o cliente e para o mercado. ▪
OUTUBRO 2022 | 61 PONTOS DE VISTA DIA MUNDIAL DA VISÃO
“O nosso Objetivo é ser uma Extensão da Unidade Familiar do Residente”
O Dia Mundial da Doença de Alzheimer, assinalado a 21 de setembro, tem vindo a tornar-se cada vez mais importante no sentido da consciencialização desta patologia. Por esse motivo, a Revista Pontos de Vista conversou com Luís da Silva, Diretor Regional das Residências ORPEA Portugal, que garantiu que “a ORPEA não tem parado o combate ao Alzheimer e ao seu retardamento, desenvolvendo meios inovadores para enfrentá-la, perante um país com uma população cada vez mais envelhecida e propícia a ter a doença que mais incapacidade gera”.
Neste momento, quantas residências tem o grupo Orpea em Portugal? Em que cidades?
A ORPEA tem atualmente dez resi dências em Portugal, distribuídas por todo o território nacional, com um total de 907 camas: Flavicórdia em Chaves, Casa de Avioso na Maia, Coimbra Sénior em Cernache, Doce Viver em Vila Seca, Porto Salus em Azeitão, Praia Grande em Colares, ResiSénior em Braga, Saúde Sénior no Montijo, Sénior Club na Póvoa de Santa Iria e a Residência Orpea Viseu em Viseu. Temos também um hospital, o Hospital Nossa Senhora da Arrábida (HNSA). Portugal é o primeiro país, a nível mundial, a ter um hospital do Grupo. O HNSA está aberto ao público em geral e não só aos nossos residentes e disponi biliza cuidados de saúde multidis ciplinares e possui equipas multi/ interdisciplinares centradas nas necessidades globais do utente e da sua família. Dispõe de várias espe cialidades em ambulatório, como também, de 109 camas de interna mento. Recentemente reforçou os cuidados paliativos a doentes com patologias graves ou incuráveis com foco na dignidade da pessoa e alívio do sofrimento. Por último, também
contamos com o Centro de Reabi litação Giesta (C.R.G.), especializa do em consultas e reabilitação de doenças neurológicas, sendo uma referência em Portugal no atendi mento a seniores com AVC, paralisia cerebral ou Parkinson. Também é direcionado para seniores com pro blemas cardiorrespiratórios como D.P.O.C., asma, bronquiolite ou recu peração de cirurgias cardiovascula res e conta também com uma uni
dade de fisioterapia que trata vários problemas músculo-esqueléticos.
Que serviços podemos encontrar nas residências Orpea?
Todas as residências Orpea pos suem instalações adaptadas às necessidades dos residentes e ofe recem atividades, programas e tera pias não farmacológicas inovadoras que têm como objetivo manter as capacidades físicas e cognitivas dos
nossos residentes, desde atividades e visitas socioculturais a terapias como ateliers de memória, culiná ria terapêutica, balneoterapia, horta terapêutica, programas intergera cionais, roboterapia, terapias com animais, workshops de tecnologia e redes sociais com seniores, entre outros. Pretendemos promover e incentivar um envelhecimento ativo, prolongando o tempo de autono mia pessoal e retardando o surgi mento de uma possível situação de dependência. Estamos em constan te evolução e inovação tanto em ter mos de terapias e atividades, como na própria dinâmica de equipas nas residências.
O que vos diferencia no setor?
Sabemos que escolher uma resi dência para um familiar não é uma tarefa fácil, e por isso o nosso obje tivo é ser uma extensão da unidade familiar do residente, todo o agrega do familiar tem de se sentir sereno e feliz com essa decisão. Acreditamos que só conseguimos alcançar esse objetivo tendo um modelo de cui dados que se foca na personalização dos nossos serviços não só os que são prestados diretamente ao resi dente, mas também à sua unidade familiar. E é por isso que nas nossas
62 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIA MUNDIAL DO ALZHEIMER
LUÍS DA SILVA
residências as equipas são flexíveis e moldam-se às necessidades e preferências de cada residente pois vamos recebê-lo naquela que será “a sua casa”. As nossas instalações são modernas, luminosas e acolhedoras. Os quartos são totalmente persona lizáveis, há espaços amplos e espa ços verdes comuns. Damos também grande importância à alimentação. As pessoas mais velhas precisam de usufruir de uma dieta adequada que também satisfaça as suas necessi dades nutricionais. Por esta razão, todos os centros ORPEA preparam menus adaptados às necessidades dos residentes, concebidos por um nutricionista e revistos pela equipa médica. Os pratos são apresentados em ciclos de cinco semanas em que o menu não é repetido e que têm em conta a estação do ano. Con sistem sempre em duas escolhas de primeiro e segundo prato, com variantes para residentes específi cos (por exemplo, diabéticos). Além disso, os membros da família podem desfrutar dos mesmos pratos junta
mente com os residentes na sala de jantar dos convidados e os residen tes podem tomar o pequeno-almo ço no quarto. Recentemente a resi dência Flavicórdia em Chaves ficou em segundo lugar na sexta edição do Torneio de Cozinha ORPEA, de entre 60 residências de Portugal e Espanha.
A formação das equipas também é fundamental para nós, reunimos profissionais especializados em geriatria e saúde: enfermeiros, fisio terapeutas, assistentes sociais, psi cólogos, terapeutas ocupacionais, animadores, entre outros. Equipas que trabalham todos os dias com a missão de cuidar e apoiar aqueles que decidiram viver numa residên
cia ORPEA para que possam desfru tar de maior bem-estar e qualidade de vida.
A ORPEA em Portugal, decidiu apostar nos cuidados e tratamento de pessoas com doença de Alzhei mer e outras demências. Porquê esta aposta?
Um dos nossos pilares é de facto a personalização dos serviços e o foco no bem-estar físico e mental do residente e respetiva família, uma pessoa com Alzheimer ou outro tipo de demência precisa de ainda mais atenção, de cuidados específicos, para tentarmos retardar os efeitos da doença e uma possível situação de deterioração da autonomia da
pessoa, esses cuidados têm de ser individualizados e pensados espe cificamente para aquela pessoa. Foi com este objetivo que criámos as Unidades Protegidas para Alzheimer e outras Demências, espaços pen sados para cuidar especificamente de pessoas com estas patologias para lhes proporcionar os melhores cuidados e uma melhor qualida de de vida. Em Portugal, estima-se que existam 194 mil pessoas com demência, das quais 60 a 80% têm Alzheimer, uma doença que afeta sobretudo os seniores. Algumas esti mativas apontam para que 25% das pessoas com mais de 85 anos sofram de demências, das quais 70% terão origem na doença de Alzheimer. Em
OUTUBRO 2022 | 63 PONTOS DE VISTA DIA MUNDIAL DO ALZHEIMER
“UM DOS NOSSOS PILARES É DE FACTO A PERSONALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS E O FOCO NO BEM-ESTAR FÍSICO E MENTAL DO RESIDENTE E RESPETIVA FAMÍLIA, UMA PESSOA COM ALZHEIMER OU OUTRO TIPO DE DEMÊNCIA PRECISA DE AINDA MAIS ATENÇÃO”
Portugal, haverá 145 mil doentes com Alzheimer. Perante estes dados a ORPEA não tem parado o combate ao Alzheimer e ao seu retardamento, desenvolvendo meios inovadores para enfrentá -la, perante um país com uma população cada vez mais envelhecida e propícia a ter a doença que mais incapacidade gera. Neste combate encon tramos a criação de um sistema individualizado de prevenção, cuidados, instalações e exercícios específicos cuja expressão máxima são as Unida des Protegidas para Alzheimer e outras Demências (UPAD), únicas no setor. Estas unidades combinam tratamentos farmacológicos e cognitivos, exercí cios com animais ou videojogos, salas de memori zação ou multissensoriais (salas de snoezelen).
Foram pioneiros em Portugal ao criar essa Unidade Protegida para Alzheimer e outras Demências. Pode explicar-nos o que é ao certo uma UPAD e como funciona, quais são os seus benefícios?
Uma UPAD é uma Unidade Especializada consti tuída por espaços adaptados e seguros, onde os residentes podem desfrutar de diversas atividades com pessoas próximas, onde se sentirão tranqui los, o que é essencial para evitar complicações. Nestas unidades encontramos profissionais com formação específica, que desenvolvem terapias cognitivas, físicas e sociais, entre outras. Estas tera pias ajudam a retardar a evolução da deterioração e a que a pessoa mantenha um certo grau de autonomia pelo maior tempo possível. As ativida des desenvolvidas com estes residentes têm como objetivo fortalecer a componente psicológica, o corpo, e, em algumas pessoas, a manutenção dos laços sociais, embora as atividades recreativas tam bém sejam importantes. O Alzheimer afeta sobre tudo a memória, a orientação, perceção visual e linguagem das pessoas que com ela padecem, comprometendo a sua autonomia, bem-estar e qualidade de vida. Portanto, a abordagem a esta patologia requer cuidados específicos e uma equi pa profissional multidisciplinar que seja coordena da e capaz de traçar um plano de intervenção inte gral de acordo com as necessidades variáveis que a pessoa tem em cada fase da doença. Para além das terapias não farmacológicas, a ORPEA continua a
investigar novas terapias que ofereçam bem-estar a pessoas com diferentes tipos de demências.
Que terapias não farmacológicas existem nes te momento que possam retardar a doença de Alzheimer?
As terapias não farmacológicas, ou seja, qualquer intervenção não química realizada para treino ou reabilitação física, cognitiva, sensorial e emocional, que melhore e mantenha a autonomia da pessoa, melhoram a qualidade de vida das pessoas com Alzheimer. Entre as terapias não medicamentosas mais interessantes estão a reminiscência, a terapia animal, musicoterapia, videojogos e salas multis sensoriais ou snoezelen. A terapia de reminiscên cia é uma técnica aplicada a pessoas com demên cia para promover relações sociais e a comunica ção, reforçar a autoestima, a identidade e melhorar o humor. Baseia-se na evocação de memórias e acontecimentos do passado, conectando-os ao presente, a fim de fortalecer e consolidar a própria identidade. Depois, passar algum tempo com ani mais de estimação ajuda a reduzir o stress e a ansie dade, o que melhora o bem-estar e a qualidade de vida. Também combate a sensação de solidão e evita o sedentarismo. Geralmente, as terapias com animais contam com cães e gatos, mas, na ORPEA inovamos e são realizadas sessões de terapia com aves de rapina, que oferecem diferentes estímulos como a melhoria na concentração e a estimulação sensorial e cognitiva. Também facilita a socialização dos seniores, uma vez que os residentes gostam de as acariciar, segurá-las e ajudá-las a voar. Os
jogos da consola Wii são usados para treino físico e cognitivo de forma lúdica. Além disso, é uma exce lente terapia funcional e cognitiva, pois favorece a autonomia pessoal. Já a realidade virtual fornece ambientes tridimensionais nos quais é possível interagir com qualquer objeto em tempo real e por meio de múltiplos canais sensoriais: visual, auditivo, tátil, olfativo, entre outros. Por fim, as Salas Snoezelen, são muito importantes e eficazes, são espaços interativos que recriam um ambiente que proporciona experiências agradáveis que promo vem o bem-estar emocional e estimulam as habili dades físicas e cognitivas das pessoas.
Criaram também salas Snoezelen nas vossas residências na Póvoa de Santa Iria, em Chaves e na Residência de Castelo da Maia. Podem expli car melhor como funciona e quais são os seus benefícios?
As pessoas com Alzheimer ou deficiência cog nitiva grave têm dificuldade em controlar as suas habilidades psicomotoras. Este tipo de demência altera as capacidades cognitivas, comportamentais e emocionais das pessoas que sofrem com estas patologias e as salas multissensoriais Snoezelen permitem que esses aspetos sejam abordados e estimulados. Estas áreas, as salas Snoezelen, são espaços interativos para estimular os sentidos. Os sentidos permitem-nos comunicar e interagir com o nosso ambiente, e assim, através de luzes, aromas, música ou sons e texturas, conseguimos recriar um ambiente que proporciona experiências agradáveis, cria bem-estar e estimula as capacida des físicas e cognitivas das pessoas com Alzheimer. Quando a doença está numa fase avançada, é difícil a pessoa entender o ambiente que a rodeia e conseguir expressar-se. E é por isso que estes estímulos tão básicos, como um aroma ou uma canção que evocam memórias, ou uma luz em movimento que desperta a curiosidade, represen tam um grande avanço. Principalmente porque também convidam a pessoa a escolher os elemen tos que quer no seu ambiente, os estímulos que o fazem sentir melhor ou mais confortável, e isso permite-nos conhecer profundamente a pessoa e dá-nos informações valiosas para podermos cui dar melhor dela e personalizar o seu tratamento e acompanhamento.
Porque motivo o foco na doença de Alzheimer deve tornar-se uma prioridade nas Residências no futuro do nosso país?
Em Portugal, algumas estimativas apontam para que 25% das pessoas com mais de 85 anos sofram de demências, das quais 70% terão ori gem na doença de Alzheimer o que exige, desde logo, uma resposta ao nível da habitação e do acompanhamento da doença nas habitações que acolhem pessoas com esta patologia. A Orpea vai continuar a traçar um caminho de combate, retardamento e acompanhamento desta doença, disponibilizando cada vez mais soluções a quem sofrer desta patologia. ▪
64 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIA MUNDIAL DO ALZHEIMER
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“A ORPEA VAI CONTINUAR A TRAÇAR UM CAMINHO DE COMBATE, RETARDAMENTO E ACOMPANHAMENTO DESTA DOENÇA, DISPONIBILIZANDO CADA VEZ MAIS SOLUÇÕES A QUEM SOFRER DESTA PATOLOGIA”
O cheiro dos livros
Livros em papel ou livros digitais? Eis a minha questão para si, hoje. Compará-los é como confrontar o calor do sol com a sua sombra. Esta é a afirmação peremptória de quem «padece» de bibliosmia (não se preocupe: é incurável, mas consigo viver bem com isso). Importa, contudo, não perder a objetividade e conseguir evidenciar as vantagens e desvantagens de cada um dos formatos.
Quais são então as vantagens dos livros digitais? Começamos pelo fator preço. Os digitais são mais ba ratos do que os livros físicos. Considerando que ficamos apenas com uma espécie de holograma, o valor dos e -books em Portugal é relativamente elevado.
Outra vantagem é de facto, a facilidade de transporte. Transportar as seiscentas páginas de «Moby-Dick» durante as férias do verão foi exigente, mas não deixei de o fazer. O Kindle teria facilitado o pro cesso.
Podemos ler mais do que um livro em simultâneo, e ter a casa mais arrumada sem livros espalhados pelas várias divisões.
Os digitais duram mais e são uma excelente opção para as bibliote cas públicas. Pobre da minha coleção da Anita que não sobreviveu aos bolores dos invernos dos anos.
Os livros digitais possibilitam-nos aceder ao dicionário e descobrir de imediato o significado de palavras desconhecidas. Permitem -nos personalizar as fontes e o tamanho das letras, o que dá, sem dúvida, um jeito tremendo, à medida que a idade nos vai obrigando a aumentar as dioptrias. Existem certos programas que possibilitam a sua leitura em voz alta, o que os torna ainda mais inclusivos.
Os livros digitais podem até ser considerados mais «amigos do am biente» comparativamente com os físicos por causa do consumo de papel e outros recursos. Mas os e-readers também consomem água e energia elétrica, além da questão da reciclagem do equipa mento após o seu tempo útil de vida.
Se desejar entrar no mundo da leitura dos livros digitais tem à sua disposição os e-books da Rakuten Kobo, disponíveis também na FNAC e que podem ser lidos nos e-readers Kobo. Depois, temos a gigante AMAZON, a maior livraria do mundo com acesso através do Kindle.
Em relação às desvantagens, a leitura de e-books é mais impessoal, menos envolvente. No meu caso, adoro sublinhar os livros, por isso, estabelece-se à partida, um fosso de emoção. A leitura de e-books é também incompatível com alguns lugares, como a praia e o seu manuseamento exige um certo cuidado.
Quais são as vantagens dos livros físicos?
A nossa ligação emocional com os livros é inegável. Fazem parte da História da humanidade. Acompanham-nos e anotam a evolu ção daquilo que fomos, somos, pensamos, desejamos, sonhamos, amamos, odiamos.
As discussões sobre qual foi o primeiro livro são imensas. Há re gistos que remontam a 3200 a.c. O primeiro livro impresso, técnica desenvolvida por Johannes Gutenberg foi a Bíblia, em 1455, um dos grandes bestsellers mundiais de todos de todas as épocas. Falamos, pois, de uma ligação com muitos e muitos anos de vida.
Os livros são objetos colecionáveis que podem ser transmitidos de geração em geração (se forem bem conservados, claro).
A sua leitura torna-se menos cansativa comparativamente com a que fazemos num ecrã de um e-reader. Conseguimos prolongar o tempo de leitura muito mais com um livro físico do que com um livro digital.
Os livros ajudam-nos a manter a concentração, a focar melhor os detalhes e a desligar do mundo eletrónico, o que tanto precisa mos nos tempos em que vivemos.
A grande desvantagem dos livros físicos será mesmo o seu trans porte principalmente quando falamos de obras volumosas. Mas, para quem já transportou «Moby-Dick» até à Irlanda e anda agora numa relação de proximidade com «Para Onde Vão os Guarda -Chuvas», de Afonso Cruz, nem isso serve de obstáculo.
A melhor opção? Aproveitar o melhor dos dois mundos. No meu caso, tenho um Kindle e compro em formato e-book aqueles li vros que pretendo ler e que não me importo (por razões várias), de não o possuir em papel.
Já agora: se gosta de abrir um livro e sentir o seu cheiro, folhear as primeiras páginas, viajar no seu aroma mesmo antes de se perder na história, não se preocupe, está tudo bem consigo e somos, fe lizmente, muitos. Tal como eu, «sofre» de bibliosmia.
Se apreciar o cheiro de um livro funcionar também como um es tímulo à leitura (que acredito, que sim), eis um hábito que deveria ser contagioso. ▪
66 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA LEITURA E ESCRITA
ANALITA ALVES DOS SANTOS