Nº 116 | NOVEMBRO 2022 (MENSAL) | 4 Euros (CONT.) Pontos de Vista “ESTAMOS A CELEBRAR 30 ANOS GRAÇAS À CONFIANÇA DOS NOSSOS PARCEIROS” COUNTRY MANAGER PORTUGAL DA WEALINS CRN-CONTABILIDADE EM DESTAQUE BUBBLE-GO INOVAÇÃO E CAPITAL HUMANO SOFTFINANÇA 32 ANOS DE VALOR FOTO: DIANA QUINTELA
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A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão.
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TEMA DE CAPA 58
A 61
A NOSSA PERSONALIDADE DE CAPA É LETÍCIA SOARES, COUNTRY MANAGER PORTUGAL DA WEALINS, QUE, UMA VEZ MAIS, REVELOU COMO A MARCA TEM CRESCIDO EM PORTUGAL, SEMPRE APOIADA POR PARCEIROS E CLIENTES DE HOJE E DE AMANHÃ. QUAIS AS RAZÕES DO SUCESSO DA WEALINS? SAIBA MAIS.
6 A 33
A DIGITALIZAÇÃO NO UNIVERSO DA CONTABILIDADE. SE HOUVE SETOR QUE SE ADAPTOU E RENOVOU COM A PANDEMIA DA COVID-19, E NÃO SÓ, FOI O DA CONTABILIDADE. HOJE, TEMOS UMA INDÚSTRIA MAIS INOVADORA E PREPARADA PARA DAR RESPOSTAS CÉLERES ÀS EXIGÊNCIAS E NECESSIDADES DO MERCADO.
36 A 38
BERNARDO MACIEL, CEO DA YUNIT CONSULTING, ABORDA O PAPEL DA MARCA NO QUE CONCERNE AO PROCESSO DE FUSÕES & AQUISIÇÕES (M&A), ASSEGURANDO AINDA QUE O PRR, OS INSTRUMENTOS DO BANCO DO FOMENTO E O PORTUGAL 2030 SERÃO IMPRESCINDÍVEIS PARA APOIAR OS EMPRESÁRIOS NA INICIAÇÃO DE NOVOS CICLOS DE INVESTIMENTO NUM CONTEXTO DE INCERTEZA.
40 A 44
NO PASSADO DIA 25 DE OUTUBRO, NO HOTEL PENHA LONGA, EM SINTRA, A HAIER EUROPE, REALIZOU UM EVENTO DEDICADO À IMAGEM DA MARCA. SAIBA MAIS DESTA INICIATIVA, ONDE PERSONALIDADES COMO O CHEF RUI PAULA E O CHEF RICARDO COSTA TAMBÉM PARTICIPARAM, COM UMA SESSÃO DE SHOWCOOKING QUE DELICIOU TODOS OS CONVIDADOS. JOÃO PAULO FERREIRA, COUNTRY MANAGER PORTUGAL, FOI O ROSTO PRINCIPAL DESTE CERTAME.
4 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA SUMÁRIO
Estatuto Editorial
48 A 49
32 ANOS DE VALOR. 32 ANOS A PROMOVER VALIAS. 32 ANOS A SINGRAR NO MERCADO. O QUE TEM FEITO DA SOFTFINANÇA UM PLAYER DE SUCESSO NESTES 32 ANOS? LUÍS TEODORO, ADMINISTRADOR DA MARCA, CONTA TUDO SOBRE ESTA EFEMÉRIDE E O PERCURSO TRILHADO AOS LONGO DESTES 32 ANOS.
50 A 57
MULHERES QUE ASSUMEM NATURALMENTE A LIDERANÇA DE NEGÓCIOS, EMPRESAS E MARCAS. SÃO CADA VEZ MAIS, FELIZMENTE. DEIXAMOS MAIS ALGUNS EXEMPLOS DISSO MESMO E QUE DIARIAMENTE DÃO UM POUCO DE SI PARA OS PROJETOS QUE LIDERAM POSSAM SINGRAR.
62 A 74
O CRESCIMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE PORTUGAL E O LUXEMBURGO FAZEM-SE POR DIVERSAS VIAS E VÁRIAS RAZÕES. OS PLAYERS QUE PERPETUAM ESSA LIGAÇÃO E CRESCIMENTO SÃO MUITOS E, EM TODOS OS ELES, EXISTE UMA DINÂMICA DE RIGOR, TRANSPARÊNCIA E QUALIDADE. DOIS PAÍSES, UM DESIDERATO: PROMOVER A LIGAÇÃO INTRÍNSECA E SUSTENTADA ENTRE AMBOS.
75 A 79
COMO É QUE AS EMPRESAS OLHAM PARA O SEU CAPITAL HUMANO NOS DIAS QUE CORREM? SÉRGIO GOMES, DIRETOR-GERAL DA BUBBLEGO, EMPRESA NA ÁREA DO IT, FALOU SOBRE ISTO E SOBRE O RECENTE REBRANDING DA MARCA, SEM ESQUECER COMO TEM SIDO UMA EQUIPA NO SEU TODO A LEVAR E ELEVAR O NOME DA BUBBLE-GO.
84 A 85
COSTA AMANZE, MANAGING PARTNER DA AMANZE & ASSOCIADOS - SOCIEDADE DE ADVOGADOS, NÃO TEM DÚVIDAS QUE O DIREITO E A JUSTIÇA EM MOÇAMBIQUE CRESCEM DE UMA FORMA QUALITATIVA TODOS OS DIAS. PORQUE O DESIDERATO PASSA POR CONTINUAR A ASSEGURAR O ACESSO À JUSTIÇA A TODOS.
89 A 109
SUSTENTABILIDADE. ENERGIA. VIDRO. CERÂMICA. PAINÉIS SOLARES. NESTA RETA FINAL DA EDIÇÃO, SAIBA TUDO SOBRE ESTES TEMAS, COM DIVERSOS PLAYERS A DEMONSTRAR O PORQUÊ DE SEREM OS MELHORES NOS SEUS MAIS DIVERSOS CAMPOS DE ATUAÇÃO.
NOVEMBRO 2022 | 5 PONTOS DE VISTA SUMÁRIO
“Escolher a CRN-Contabilidade é sinónimo de crescermos junto dos nossos Parceiros”
O rigor, a transparência e a excelência são três pilares das denominadas entidades que perpetuam uma dinâmica de valor e qualidade para o mercado. Sem esses três vetores, torna-se impossível alcançar e almejar o sucesso. A CRN-Contabilidade assume-se como um caso paradigmático disso mesmo, ou seja, de proporcionar um relacionamento próximo, sustentado e consolidado com os seus clientes, realidade que fomenta confiança e certeza, sendo esta forma de estar que está presente desde a sua génese, uma questão de ADN, diríamos.
ARevista Pontos de Vista, foi conhecer a CRN-Contabilidade e conversou com as diferentes personalidades da marca, e onde compreendemos que, acima de tudo, «vestir a camisola» da CRN-Contabilidade é estar imbuído de um espírito de família e de apoio entre todos, pois só dessa forma se pode almejar grandes feitos e conquistas.
Rúben Nunes dá o «pontapé de saída» para esta conversa, sendo ele o rosto “principal” da marca, mas sabe que sozinho nada se constrói, sendo um Líder conhecedor da importância do Capital Humano na evolução de qualquer entidade. Conheça mais de uma marca que «oferece» ao setor da Contabilidade uma imagem de profissionalismo, conhecimento, inovação e valor.
A CRN-Contabilidade assume-se hoje como um dos principais players no que concerne à excelência dos serviços prestados no domínio da contabilidade organizada, fomentando dessa forma uma melhoria evidente na gestão dos negócios dos
6 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO E CONTABILIDADE
RUBEN NUNES
seus parceiros e clientes. Desta forma, qual tem sido o «segredo» da marca para assumir-se atualmente como um ator de relevo neste mercado?
No quotidiano, o nosso lema de atuação é prioridade com o foco nos parceiros e capital humano e fortifica a nossa posição, bem como, um acréscimo na responsabilidade e a melhoria evidente que se traduz num culminar de vários fatores que contribuem para que a CRN-Contabilidade seja conhecida pela determinação, servindo e entregando qualidade.
A Contabilidade tem sido um dos setores que mais tem sido «alvo» de diversas alterações em Portugal, principalmente no pós pandemia, onde a inovação e a digitalização entraram em força no setor. Como é que a CRN-Contabilidade analisar esta dinâmica da digitalização do setor da contabilidade e como é que se adaptou para responder às exigências e necessidades do mercado?
A CRN-Contabilidade tem vindo a destacar esta importância e de momento, é o nosso método de trabalho numa métrica de 90% do processo digital, onde os nossos parceiros contribuem para estes ingredientes diariamente com sugestões primordiais à melhoria contínua promovendo a satisfação das partes interessadas.
Na sua opinião, sente que esta mudança no setor era realmente necessária e que esta aposta na digitalização era fundamental para o setor?
Os contabilistas foram uma «bengala», em Portugal, logo com novos processos e novas regras diárias para serem aplicadas. Tiveram de participar em constantes formações diárias, acelerando o processo de auxílio a famílias e micro, pequenas e médias empresas. A pandemia uniu o setor num objetivo e a digitalização foi um incremento que veio aperfeiçoar o dia a dia
do setor e do empresário com processos mais dinâmicos.
Sente que esta aposta na Inovação foi também uma forma de promover uma espécie de seleção do próprio mercado, ou seja, os players de qualidade e que se souberam adaptar continuam a crescer no mercado e aqueles que não quiseram seguir este caminho, foram, inevitavelmente, eliminados?
Por vezes, estas questões têm fatores primordiais a cada caso e acreditamos que o suporte das empresas, nos últimos anos, têm sido os apoios e a resiliência do empresário. Reunir ingredientes com consciencialização é, a seu tempo, uma adaptação que será efetuada no momento certo. O presente é digital e é o presente da CRN-Contabilidade.
A CRN-Contabilidade foi reconhecida pelas Boas Práticas de gestão e a Certificação TOP 5% Scoring 2022/Melhores PME de Portugal 2022 pela SCORING. Quão importantes são estes reconhecimentos para vocês?
A importância é inegável. Contudo, a filosofia da CRN-Contabilidade é de manter o foco em entregar qualidade e obter capacidades formativas anualmente no setor da contabilidade e gestão, entre outros hardskills, em prol da satisfação de todas as partes interessadas.
O que aportam os mesmos à dinâmica da marca a nível interno e no que concerne ao mercado?
Na dinâmica da marca, enquadramos, sempre da melhor forma, o apoio à gestão com estes reconhecimentos e é um culminar do processo ser efetuado com determinação e motivação.
Espelha-se no interior e na importância que a satisfação dos nossos parceiros tem para nós.
Este certificado Top Scoring reconhece as boas práticas de gestores especializados no vosso setor e assim, promove a imagem da marca como um pilar no domínio da Contabilidade. Que impacto aporta esse cenário na melhoria da gestão dos negócios dos vossos clientes?
A CRN-Contabilidade com o certificado demonstra as boas práticas exercidas ao longo dos anos. Para os nossos parceiros, acreditamos que o impacto será mais um conforto e garantia em servir e entregar qualidade.
Naturalmente que os reconhecimentos e prémios são bastante importantes, mas isso não significa que o «caminho» esteja concluído. Desta forma, o que podemos continuar a esperar por parte da CRN-Contabilidade para este ano?
A CRN-Contabilidade encontra-se na fase de auditoria para implementar a norma da ISO9001 e é o que todos nós ambicionamos. Logo o caminho faz-se caminhando e juntos dos nossos parceiros vamos conquistando os objetivos propostos. ▪
Quais são os grandes desideratos da marca para 2023 e o que significa escolher a CRN-Contabilidade? A Internacionalização poderá ser o passo seguinte? Escolher a CRN-Contabilidade é sinónimo de crescermos junto dos nossos parceiros. Em 2023, pretendemos dar o salto para a internacionalização, proporcionando mais opções ao mercado e a quem procura o nosso leque de serviços empresariais.
PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO E CONTABILIDADE
“A CRN-CONTABILIDADE ENCONTRA-SE NA FASE DE AUDITORIA PARA IMPLEMENTAR A NORMA DA ISO9001 E É O QUE TODOS NOS, LOGO O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO E JUNTOS DOS NOSSOS PARCEIROS VAMOS CONQUISTANDO OS OBJETIVOS PROPOSTOS”
“As Novas Tecnologias e a D igitalização são uma mais valia para a CRN-Contabilidade”
“A CRN-Contabilidade está muito orgulhosa e grata pelos parceiros e clientes terem contribuído nesta nova etapa para o futuro da era digital e facilitado a implementação nos processos contabilísticos da CRN-Contabilidade”, afirma Cátia Nunes, Diretora Técnica da marca, que, em entrevista à Revista Pontos de Vista, revelou como a marca está direcionada para o futuro, apostando fortemente na digitalização e na inovação.
Que significado tem tido na sua carreira, fazer parte do universo da CRN-Contabilidade e que forma é que tem visto o crescimento da marca ao longo dos anos?
Desde a abertura da CRN-Contabilidade, tem sido uma experiência muito desafiante e enriquecedora. Desde o início que os meus conhecimentos na área da contabilidade têm aumentado em várias matérias e setores de atividade. A CRN-Contabilidade, com o lançamento do site à nossa imagem de marca, otimizado e muito informativo, fomentou um crescimento de procura pelos serviços da CRN com uma variedade de situações, desde em termos de informações sobre o IRS até informações sobre o comercio à distância e internacionalização de empresas.
Quais diria que são os pontos fortes da marca e como é que a mesma tem vindo a preparar-se
para os desafios diários, principalmente num momento de dificuldade económica que se vive no país?
Os pontos fortes da CRN-Contabilidade são o pessoal qualificado, a digitalização, a qualidade de serviço, o atendimento personalizado e a satisfação das necessidades dos clientes. Com os vários desafios diários, em termos de alterações na legislação, tecnológicas e crises económicas, temos efetuado os esforços em acompanhar os clientes nestes vários desafios e os ajudá-los a supera-los no que podemos nos negócios de cada cliente.
Abordando esta visão de futuro, onde é que a Inovação e a Digitalização se podem verificar e analisar no âmbito da orgânica e quotidiano da CRN-Contabilidade?
As novas tecnologias e a digitalização são uma mais valia para a CRN-Contabilidade nos processos contabilísticos dando mais rapidez e organização nesses processos.
O arquivo digital da documentação ajudou na redução de custos de economato e obtenção de mais espaço no escritório.
8 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“OS PONTOS FORTES DA CRN-CONTABILIDADE SÃO O PESSOAL QUALIFICADO, A DIGITALIZAÇÃO, A QUALIDADE DE SERVIÇO, O ATENDIMENTO PERSONALIZADO E A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES DOS CLIENTES"
Sente que esta aposta tem tido o reconhecimento por parte do mercado, mais concretamente de clientes e parceiros? De que forma é que essa vertente é visível?
A CRN-Contabilidade está muito orgulhosa e grata pelos parceiros e clientes terem contribuído nesta nova etapa para o futuro da era digital e facilitado a implementação nos processos contabilísticos da CRN-Contabilidade.
O Capital Humano é, hoje, e cada vez mais, essencial na prossecução dos desideratos de marcas e empresas, sendo um pilar fundamental para o sucesso das mesmas. Desta forma, qual tem sido o papel daqueles que vestem a «camisola da CRN-Contabilidade» para o êxito da marca?
A CRN-Contabilidade dá graças ao pessoal qualificado e empenhado que dispõe para execução de todas as tarefas necessárias para o bom funcionamento da organização e na prestação de serviços de qualidade aos nossos clientes.
A CRN-Contabilidade tem como lema colocar um espírito de equipa e de “família” em todos os colaboradores desde os mais antigos até aos mais novos.
Analisando esta nova dinâmica digital no setor, de que forma é que isso vos «obrigou» a promover formação no domínio do vosso Capital Humano e das Vossas Pessoas?
Com as constantes alterações contabilísticas e tecnológicas, a CRN-Contabilidade tem apostado em formações em contexto de trabalho com formadores internos e externos, à organização e dá muito valor, também, às formações disponibilizadas pela OCC, seja nos auditórios ou em e-learning.
Para quem não vos conhece, o que significa escolher os serviços e a dedicação da CRN-Contabilidade?
A CRN-Contabilidade, como tenho indicado durante a entrevista, tem um espírito de equipa e “família” para com os colaboradores bem como com os clientes. O nosso objetivo é identificar os problemas e as preocupações dos clientes e resolvê-los da melhor maneira possível, contabilisticamente e fiscalmente, até mesmo dando sugestões de melhoria contabilística e de tesouraria. Preocupamo-nos em prestar serviços de contabilidade com eficácia e qualidade, cumprindo as legislações em vigor, bem como os prazos. ▪
CÁTIA NUNES
MENDES, SUPERVISORA
ao
Uma das apostas é a digitalização”. Esta é uma citação sua e, desta forma, pergunto que relevância tem a mesma no seu quotidiano enquanto elemento da orgânica da CRN-Contabilidade?
Tem um impacto significativo sendo que a digitalização está implementada com sucesso e tornou-se uma experiência inovadora no processo.
De que forma é que é fundamental dar uma resposta capaz e eficaz às exigências e necessidades dos vossos clientes e como o conseguem realizar de uma forma célere, rigorosa e transparente?
É fundamental. O sentido de urgência e com a implementação da qualidade que se encontra na fase final, iremos fortificar o rigor, proporcionando eficácia e eficiência.
Assume a função de Supervisora na marca, sendo, portanto, um exemplo a seguir pelos seus pares. Que significado tem para si fazer parte de um projeto tão ambicioso e desafiante?
Ao me ser atribuído a função de supervisora, vi que o trabalho que tenho prestado tem sido valorizado pela empresa, o que reforça a minha motivação em querer sempre fazer o melhor para a superação dos objetivos da organização. Fazer parte de um projeto tão ambicioso e desafiante possuiu um grande significado para mim, pois é muito importante procurar
novos desafios e querer atingir novas metas estabelecidas pela empresa. Isto faz com estejamos sempre a aprender coisas novas, o que contribui para a nossa evolução, quer a nível pessoal quer a nível profissional.
Nos últimos tempos, a CRN-Contabilidade tem conquistado alguns reconhecimentos/prémios. Que relevância tem isso para si e como é que este cenário revela a excelência do trabalho realizado? Como é que analisa o desenvolvimento da marca ao longo dos anos? Sente que este desenvolvimento tem sido positivo e salutar?
A CRN-Contabilidade, ao longo dos últimos anos, tem verificado uma evolução positiva, pois tem conquistado novas quotas de mercado, ou seja, tem atraído uma maior procura, tendo sido alguns por recomendações de clientes que já pertenciam à empresa. Dado esta evolução positiva, a CRN-Contabilidade tem tido algum reconhecimento no mercado o que traz uma grande satisfação aos colaboradores, pois é assim que vemos o nosso trabalho valorizado. Posto isto, procuramos sempre oferecer um serviço de excelência aos nossos parceiros.
Quais são as valias que a marca consegue oferecer ao mercado?
A CRN-Contabilidade consegue oferecer ao mercado rigorosidade, rapidez, excelência e inovação dos seus serviços. ▪
ANatacha Chaves assume a função da Sénior Account na CRN-Contabilidade, sendo uma profissional de excelência e que tem promovido o nome da marca e a marca em si. Como é que analisa o seu percurso no seio da empresa e quais as valias que a mesma lhe apresenta para o seu crescimento?
A CRN-contabilidade é uma marca que preza pelo crescimento dos seus colaboradores e, decorrente das formações e ferramentas de trabalho que a mesma nos fornece o meu percurso na empresa tende a evoluir tanto a nível de conhecimento como a nível interpessoal.
Como é que a CRN-Contabilidade tem vindo a promover uma vertente de profissionalismo, rigor e excelência no setor?
A satisfação do cliente com a implementação da qualidade na fase final fortificou o foco da CRNContabilidade. Desta forma, trabalhamos em equipa para podermos responder aos empresários de acordo com as suas necessidades, com seriedade e dedicação.
Estando no cerne do setor da contabilidade, a verdade é que assistimos, cada vez mais, a mudanças tecnológicas que têm vindo a influenciar a forma como os profissionais e as organizações desenvolvem as suas atividades. Qual a análise que perpetua da área da Contabilidade em Portugal?
Apesar das mudanças tecnológicas, a área da contabilidade
tem acompanhado de forma significativa a era digital. Existem programas/ferramentas em constante atualização o que, a nós, profissionais do setor da contabilidade, permite andar de mãos dadas com as mudanças do dia a dia, nomeadamente alterações legislativas.
A CRN-Contabilidade foi reconhecida pelas Boas Práticas de gestão e a Certificação TOP 5% Scoring 2022/Melhores PME de Portugal 2022 pela SCORING. Quão importantes são estes reconhecimentos para vocês?
Todo o reconhecimento é motivo de orgulho. É sinal de muito trabalho e dedicação. Para nós, termos este reconhecimento, é gratificante, porque nos coloca em destaque em termos profissionais e permite-nos chegar mais além e atingir os nossos objetivos.
Esta é uma demonstração clara e inequívoca da qualidade que a marca procura impor e incutir no seu dia a dia? O que esperam alcançar com estes reconhecimentos?
É com certeza uma demonstração da qualidade que a CRN- Contabilidade possui. Esperamos ir além-fronteiras e sermos uma marca de prestígio.
O que significa escolher a CRN-Contabilidade?
Escolher a CRN significa escolher crescimento profissional e pessoal como colaborador, e qualidade, eficiência e rigor como cliente. ▪
10 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“A CRN-Contabilidade
longo dos últimos anos tem verificado uma evolução positiva”
“Todo o reconhecimento é motivo de orgulho”
JAEL
NATACHA CHAVES, SÉNIOR ACCOUNT
para mim, significa Família”
SOFIA CORREIA, ACCOUNT REPORT & ANALYST
“Desde o primeiro dia fui recebida de braços abertos”
ASofia Correia entrou recentemente no universo da CRN-Contabilidade. Que balanço pode fazer deste período e como analisa a forma como tem sido recebida pelos seus pares?
Este período na CRN-Contabilidade tem sido incrível, e como recém-licenciada, ansiosa por colocar em prática todos os meus conhecimentos, pude alcançar esse meu objetivo de entrar no “mundo real”. Desde o primeiro dia fui recebida de braços abertos por parte da liderança e equipa, do qual me fizeram sentir imediatamente integrada.
O que nos pode dizer sobre o que tem conquistado após a sua entrada na CRN-Contabilidade?
Como recém-licenciada, posso dizer que o meu percurso desde que entrei na CRN-Contabilidade tem sido sempre crescente. Quando entrei na equipa comecei desde o início a trabalhar a 100% com a área, algo ótimo para quem acabou de sair de uma licenciatura e está ansioso para colocar em prática todos os conhecimentos. Para além da área profissional, cresci também como pessoa, que me propocio-
nou a oportunidade de aperfeiçoar o meu trabalho em equipa com o apoio da colega Natacha Chaves e estou constantemente a desafiar-me no desenvolvimento e na descoberta de novos temas propostos pela CRN-Contabilidade.
Qual tem sido a ligação/apoio prestado pela liderança da CRN-Contabilidade desde a sua entrada?
A liderança da CRN-Contabilidade está sempre presente em todas as situações. Qualquer questão que tenhamos, temos sempre apoio. Desde o início, qualquer dificuldade ou dúvida é-nos proporcionado ferramentas e formação para podermos compreender e evoluir.
O que significa para si a CRN-Contabilidade?
Para mim, a CRN-Contabilidade, para além de ser o meu local de trabalho, significa também família. Fui recebida de braços abertos por excelentes profissionais. Está a ser uma experiência incrível com pessoas igualmente incríveis que todos os dias me ajudam a melhorar e a crescer tanto profissionalmente como pessoalmente. ▪
Como Account Analyst and Report na CRN-Contabilidade, quais são as suas dinâmicas e funções e de que forma analisa o crescimento da marca nos últimos anos?
A minha função tem por base a contabilidade e a análise, através da análise da situação financeira das empresas, das suas demonstrações, e com a aplicação de rácios nas mesmas. Também elaboro pesquisas no âmbito técnico que são publicados no blog da página, relacionados com a contabilidade e análise financeira.
A marca tem crescido exponencialmente, sendo cada vez mais procurada e adquirindo clientes fiéis a cada dia.
De que forma é que a CRN-Contabilidade procura fazer a diferença na necessidade dos empresários e como procura colmatar essas exigências e pedidos?
A CRN-Contabilidade tem elementos e processos aplicados no cuidado com o tratamento diário dos empresários, disponibilizando vários meios de contacto e prontidão a tempo inteiro para esclarecimento de dúvidas. Sempre que nos é enviado um pedido por parte de um empresário, de alguma necessidade que ele tenha, tentamos resolvê-lo o mais célere possível e manter-
mo-nos sempre atentos para outras necessidades que possam surgir.
Tentamos ao máximo nos focar na voz do cliente e mantê-los satisfeitos com o nosso serviço e implementação da qualidade que está na fase final e vem fortificar o objetivo.
Para além disso acompanhamos a sua situação fiscal.
Uma das principais caraterísticas da marca passa pela capacidade que tem de personalizar cada cliente/parceiro. De que forma é que este acompanhamento personalizado é essencial?
É essencial de forma que os clientes vejam as suas necessidades realizadas, e para que saibam que podem contar com a CRN-Contabilidade em tudo o que precisarem. Cada empresário tem necessidades diferentes, dependendo da atividade e da forma como gere o seu negócio. Nesse âmbito devemos estar sempre disponíveis ao arranjar ferramentas que ajudem na sua gestão e tomada de decisão.
Para si e numa palavra, o que significa a CRN-Contabilidade?
CRN para mim significa família. A relação entre todos é de respeito, carinho e união. Mais do que equipa, sinto que aqui tenho uma segunda família. ▪
NOVEMBRO 2022 | 11 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“CRN-Contabilidade,
PATRÍCIA GONÇALVES, ACCOUNT ANALYST & REPORT
CRN-CONTABILIDADE
“É sempre bom regressar a CASA”
APatrícia Silva é uma profissional que fez o seu regresso à CRN-Contabilidade. Em poucas palavras, como avalia o seu regresso a esta marca e que balanço é possível perpetuar?
Avalio da melhor forma possível. A CRN-Contabilidade não é somente um trabalho, é uma empresa que nos motiva, que se dedica inteiramente aos seus recursos humanos, proporcionando a cada profissional todas as ferramentas necessárias e todo o apoio de que necessitamos.
Porquê o regresso a esta «casa»? Como profissional e pessoa está feliz com este passo?
Porque é sempre bom regressar a CASA. Quando trabalhamos numa empresa que nos trata como família, existe uma motivação adicional em darmos o nosso melhor e a querer evoluir como profissionais e com a ambição de fazer crescer produtivamente a empresa. Estou muito feliz por ter dado este passo e espero contribuir sempre para o sucesso da CRN-Contabilidade.
Na sua opinião, que valias apresenta a CRN-Contabilidade que faz da mesma um player de excelência no universo da contabilidade em Portugal?
Primeiramente a excelência que
cliente.
Na CRN-Contabilidade, os empresários são recebidos com o máximo respeito e com o maior profissionalismo por uma equipa vasta, competente e formada. A satisfação do cliente é a cultura da CRN-Contabilidade. O foco é estarmos sempre na linha da frente em termos de tecnologias e inovação, por forma a conseguirmos, sempre, auxiliar o empresário da melhor forma, de uma maneira eficiente e eficaz.
Podemos considerar a Patrícia Silva uma profissional de contabilidade direcionada para a Inovação e a Digitalização? Sente que a CRN-Contabilidade é exemplo desta prática? Pertencendo à CRN-Contabilidade é impossível não sermos profissionais direcionados para a inovação e subsequentemente a digitalização. A digitalização é o futuro da contabilidade e é algo que não se pratica em 80% do setor, que ainda usam métodos tradicionais. Esses métodos tradicionais são praticados há 30 anos, e carece de inovação. A CRN-Contabilidade, atua e inova.
Na CRN-Contabilidade existe um foco na inovação e nas novas metodologias relacionadas com as áreas da contabilidade, fiscalidade, finanças, entre outras. ▪
12 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
existe no tratamento ao cliente e na constante preocupação de satisfazer as necessidades do
PATRICIA SILVA, ACCOUNTING & CONSULTING
SOFIA BURNAY, TÉCNICA DE CONTABILIDADE
“É fascinante o apoio que existe entre toda a equipa”
Oque significa para si fazer parte da CRNContabilidade e de que forma caracteriza a marca?
A nível profissional, a CRN-Contabilidade foi uma ótima oportunidade para iniciar a minha carreira, num ambiente estimulante e desafiante. Contando sempre com o apoio dos meus colegas, temos conseguido levar a empresa até mais longe. Se pudesse caraterizar a marca em poucas palavras diria que a mesma é transparente, comunicativa, assertiva e responsável.
Quais são as mais valias que a marca aporta ao mercado?
O sistema de gestão de gabinetes utilizado pela empresa dá-nos a vantagem de possuirmos informação empresarial de forma organizada e de ter uma margem de erro muito baixa. Para além da excelente entreajuda da equipa, um fator importante que a empresa apresenta,
é a sua organização documental que nos permite trabalhar com uma maior eficácia e eficiência.
Personalização e Excelência fazem parte do ADN da marca. Como é que analisa o crescimento da CRN-Contabilidade no mercado?
O crescimento da CRN-Contabilidade tem excedido as nossas expetativas, tendo ultrapassado o nosso objetivo muito antes do prazo que esperávamos. Sendo uma PME, a entidade encontra-se inserida num bom patamar no mercado.
Para si, o que significa a CRN-Contabilidade?
Para mim a CRN-Contabilidade é mais do que uma equipa, é uma família. É fascinante o apoio que existe entre toda a equipa e a fácil comunicação que temos entre nós. A empresa trouxe-me novos conhecimentos, formações e proporcionou-me um crescimento não só profissional, mas também pessoal. ▪
MARISA LIMA, ESTAGIÁRIA DE CONTABILIDADE
significa oportunidade de crescimento”
AMarisa Lima é uma profissional que ingressou recentemente na CRN-Contabilidade. De que forma é que pode espelhar como foi recebida na marca?
Após concluir o curso, a busca por uma oportunidade no mercado de trabalho foi longa, foram muitas as respostas “Estamos à procura de pessoas com experiência na área”. A CRN-Contabilidade acolheu-me. independentemente da minha falta de experiência, e agradeço constantemente a oportunidade que me foi atribuída e todo o carinho transmitido neste curto espaço de tempo. Posso acrescentar ainda que o amor e os valores aplicados nesta empresa foram algumas das razões pelas quais decidi ingressar neste projeto.
Na sua opinião, o que aporta ao mercado a forma de atuar da CRN-Contabilidade e de que forma se identifica com a mesma?
Sendo a CRN-Contabilidade uma empresa que se foca
constantemente no processo de inovação e na procura do acompanhamento dos avanços tecnológicos, nomeadamente a digitalização e é expetável que o seu desempenho no mercado seja notável. Identifico-me com a forma de atuar da empresa, na medida em que o caminho a percorrer pela mesma seja focado na qualidade, na digitalização e em processos contínuos que possam abrir portas para novos desafios que a CRN-Contabilidade proporciona.
O que significa para si fazer parte do universo da CRN-Contabilidade?
Fazer parte do universo CRN-Contabilidade significa oportunidade de crescimento dentro de uma empresa que se preocupa não só com a comodidade de todos os seus clientes como também de todos os colaboradores. Significa abraçar um projeto que deposita todos os seus esforços para proporcionar sempre os melhores serviços e a melhor qualidade com lead time otimizado. ▪
NOVEMBRO 2022 | 13 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“CRN-Contabilidade
“Devemos desmistificar a ideia que um Contabilista é um burocrata”
No âmbito dos seus 45 anos – que se assinalam este ano, a Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade – APOTEC - organizou a VIII Jornada da História da Contabilidade que se realiza no dia 26 de novembro. Qual é o objetivo deste evento?
A VIII Jornada da História da Contabilidade acontece em Coimbra e o que pretendemos é potenciar o conhecimento histórico e promover uma reflexão sobre a contabilidade e as suas diversas valências. O lema desta edição é a relevância da história na compreensão da contabilidade atual. Organizar estes encontros é algo que muito nos orgulha, são abertos ao mundo inteiro e vivemos um momento crucial para a partilha destas temáticas.
A APOTEC celebra este ano o seu 45º aniversário e ao longo dos meses assinalamos a data de formas distintas: tivemos as conferências Inspire +45; um almoço-convívio de aniversário, campanhas para associa-
dos e uma série de eventos alusivos a um marco histórico que muito nos orgulha.
Observando o panorama geral do setor da Contabilidade, o que considera necessário melhorar?
Em primeiro lugar acredito que devemos desmistificar a ideia que um contabilista é uma pessoa que preenche papéis, um burocrata. Creio que é necessário que se unam esforços para dignificar esta classe profissional que com maior ou menor visibilidade está presente em todas as áreas da nossa sociedade quer seja na vertente pública, quer seja na privada.
Penso que seria interessante incluírem-se temas de Contabilidade nos programas escolares, e promover e desenvolver a profissão. Hoje em dia, ser contabilista de certa forma assemelha-se a ser professor: são profissões pouco estimulantes para os nossos jovens.
De que forma é que se poderiam introduzir os temas de contabilidade nos currículos escolares?
O ensino em Portugal – deste e de outras matérias – tem que se reinventar. As escolas e as universidades deveriam ser lugares não só de aquisição de conhecimentos como de prática.
Ao nível do ensino secundário por exemplo, e estamos a falar de um universo que tipicamente se situa algures entre os 15 e os 19 anos – seria interessante se ensinassem os alunos de todas as áreas e não especificamente aos de Ciências Socioeconómicas, o que são siglas como IRS, IVA, IRC, IMI e que lhes ensinassem princípios básicos de cidadania financeira e fiscal. Falo em Secundário, abrangendo todo o tipo de ensino, desde o regular, ao recorrente, ao técnico-profissional. A prática e o contacto com o conceito de contabilidade são fulcrais para estimular a camada mais jovem para estas profissões.
A nível universitário, seria interessante que as entidades e as universidades estabelecessem
PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“SER CONTABILISTA, DE CERTA FORMA, ASSEMELHASE A SER PROFESSOR: SÃO PROFISSÕES POUCO ESTIMULANTES PARA OS NOSSOS JOVENS”
ISABEL CIPRIANO @BETHEONE
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A APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade celebra, no presente ano, 45 anos de história. No âmbito desta comemoração irá ser realizado, a 26 de novembro, na cidade de Coimbra, a VIII Jornada da História da Contabilidade. Nas linhas seguintes, Isabel Cipriano, Presidente desta organização, menciona o objetivo pelo qual se rege o evento e ainda algumas questões sobre a atualidade do setor em Portugal.
protocolos que recebessem alunos desde o primeiro ano nas suas empresas, uma espécie de estágio de curta duração que de alguma forma permitiria aos estudantes uma noção mais prática sobre o que é Contabilidade, Fiscalidade, Economia, Gestão, Finanças e qual a sua real dimensão. Acredito que o que falta no Ensino é o sentido realmente prático. Quantos jovens dizem que querem ser contabilistas?
Em 1996 a APOTEC criou de forma inovadora no País o Centro de Estudos da História da Contabilidade – CEHC. Que dinâmicas oferece esta vossa valência?
O principal objetivo do CHEC é dinamizar o estudo da História da Contabilidade nacional e internacional ou seja, não apenas em Portugal como igualmente em países de Língua Oficial Portuguesa ou outros locais onde a nossa diáspora esteja presente como, por exemplo, Macau e Brasil. Promovemos esta partilha de conhecimentos que muitas vezes está em simbiose com outras matérias como a fiscalidade, a gestão, a economia ou as finanças e a sociologia.
Além das Jornadas e do Prémio de História da Contabilidade “Martim Noel Monteiro” (cujas candidaturas estão abertas ao público em geral, até ao dia 15 de dezembro), temos parcerias com universidades, privilegiamos os protocolos com docentes e alunos e queremos criar o Museu da Contabilidade mas para que seja possível precisamos, naturalmente, de apoios.
Também fomos inovadores noutros temas, para além da História da Contabilidade. Orgulhosamente e com sentido de serviço público, a APOTEC está cá desde a criação do primeiro Plano Oficial de Contabilidade, é membro de pleno direito da Comissão de Normalização Contabilística, promove também o Prémio de
Contabilidade “Luiz Chaves de Almeida” – que é o mais antigo da área na Península Ibérica – e colabora com as entidades públicas no desenvolvimento do pensamento refletivo destes temas.
A APOTEC é uma instituição que partilha e promove a excelência do conhecimento. Nesta reta final de 2022, quais as metas que faltam alcançar?
Este ano de 2022 – após uma pandemia que teve implicações em todas as dinâmicas, incluindo na nossa – está a ser um ano particularmente interessante. Além de assinalarmos o nosso 45º aniversário, temos uma série de iniciativas que são muito bem acolhidas quer pelos associados, quer pela população em geral; voltamos a ter formações (algumas esgotadas) presenciais a par com as que são online, e sentimos que estamos a fazer um bom trabalho.
Creio que não se tratam exatamente de metas a alcançar em 2022 mas sim no que pretendemos a curto-prazo, nomeadamente que os Governos, e cor politica à parte, olhem para as Associações de outra forma. O livre associativismo é essencial em sociedade, pois permite aos cidadãos terem uma intervenção profissional, social e cultural, ativa.
Durante este ano e congratulamo-nos por isso, aumentamos o nosso número de associados e isso é fruto do nosso trabalho. Temos campanhas para os novos associados com a oferta de uma formação gratuita, e ainda ofertas aos outros associados, para além de um jornal digital e apoio contínuo, variadíssimos protocolos que conferem benefícios vantajosos e estamos a falar de quotas mensais com valores ajustados ao momento que o País atravessa: €2 (estudantes, desempregados, inscritos ou estagiários do IEFP), €4 (singulares) e €19 (empresas/entidades). ▪
Enquanto Presidente da APOTEC, que mensagem gostaria de transmitir a todos os associados no âmbito destes 45 anos de existência?
Ao longo das décadas ultrapassamos inúmeras barreiras e mantemos o nosso foco. Estamos preparados para mais 45 anos nos quais nos comprometemos a dignificar a profissão de contabilista e a valorização dos técnicos de contabilidade; apoiar as mudanças necessárias para posicionar os profissionais e estamos atentos e disponíveis para as novas necessidades do tecido empresarial.
A CURTO-PRAZO QUE OS GOVERNOS, E COR POLÍTICA À PARTE, OLHEM PARA AS ASSOCIAÇÕES DE OUTRA FORMA”
NOVEMBRO 2022 | 17 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“QUEREMOS CRIAR O MUSEU DA CONTABILIDADE MAS PARA QUE SEJA POSSÍVEL PRECISAMOS, NATURALMENTE, DE APOIOS”
“PRETENDEMOS
“A Unifiedpost quer continuar a apostar na Inovação”
“um aliado das empresas e dos contabilistas, trazendo de
constante
se deparam possam ser mitigados com recurso à tecnologia”. No mercado nacional desde 2021, a verdade é que as suas soluções já estão a apoiar as empresas portuguesas no que diz respeito à transição digital. Saiba de que forma.
Na Unifiedpost, a missão é tornar os negócios fáceis e inteligentes, ajudando as organizações a construir fortes conexões digitais com os seus clientes. Como tem vindo a ser o concretizar deste propósito nos 32 países onde se encontra e, em particular, na Europa – onde opera há mais de 20 anos? Qual o posicionamento atual da marca no panorama mundial?
Notámos uma grande evolução nos últimos 20 anos, com uma especial aceleração nos últimos dois anos, no período final da pandemia. Recordo que a Unifiedpost, como o próprio nome indica, foi criada no início do século com o objetivo de unificar as comunicações empresariais, que nessa altura assentavam quase exclusivamente em papel e serviços postais. Hoje estamos já muito longe desse cenário, mas sem dúvida que os últimos anos mudaram completamente o paradigma empresarial dominante desde o início do século. A Unifiedpost tem aportado às empresas com quem trabalha, na sua grande maioria empresas de contabilidade e seus clientes, uma forma rápida e fácil de melhorar o processo de comunicação, e a possibilidade de oferecer serviços de alto valor acrescentado com baixo esforço, pois são 100% suportados pela nossa tecnologia. Atualmente estamos muito enfocados em ajudar as PMEs, porque são aquelas que mais sofrem com o impacto da digitalização (ou da falta dela) e são também as que mais necessitam de ajuda na sua jornada de transformação digital.
As soluções da Unifiedpost, como o Channel ou o Collect, têm presença global e atingem diversos mercados. Além disso, a marca também tem soluções locais disponíveis nos países onde opera. Como nos pode descrever a atuação e as vantagens destes serviços no mercado?
Cada vez mais as empresas funcionam em rede, e cada vez mais essas redes são globais. De nada nos serve sermos os “maiores na nossa quinta”, quando o mercado é cada vez mais global. Usar uma solução com presença global, mas com presença e soluções que respondem às necessidades de cada mercado é, acima de
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Miguel Zegre, Country Manager da Unifiedpost, assumiu em entrevista à Revista Pontos de vista que a marca pretende ser
forma
a solução para que os problemas com que
MIGUEL ZEGRE
tudo, a garantia que o investimento efetuado responde ao cenário futuro, estejam os nossos parceiros de negócio onde estiverem. Essa é sem dúvida a maior vantagem de trabalhar com um grupo como a Unifiedpost.
A verdade é que as soluções da Unifiedpost são líderes para processos administrativos, financeiros e de pagamento e comunicações entre as partes, tendo chegado a ser o partner preferencial das Ordens de Contabilistas de alguns países. Na sua perspetiva, o que diferencia esta marca no setor onde atua?
Sem dúvida que o valor que trazemos desde primeiro momento. Sendo uma ferramenta muito fácil de usar, o retorno do investimento é imediato. Esse é a principal razão do sucesso da nossa solução Banqup quer para os contabilistas, mas também para as PMEs que a usam. Outro fator diferenciador é a capacidade de termos uma ligação com todos os bancos nacionais, não obrigando as empresas a mudar para o Banco A ou B para tirarem partido da nossa solução.
Face ao seu sucesso inegável, a Unifiedpost rumou até Portugal em 2021, com o objetivo de apoiar os setores público e bancário, bem como as empresas privadas, na transição suave para um ecossistema administrativo e financeiro mais digital. Após um ano de atividade no mercado nacional, como analisa as empresas portuguesas no que diz respeito a esta transição?
Para nós, este primeiro ano foi o ano zero, em que tivemos acima de tudo enfocados em preparar a nossa solução global para as necessidades locais, além de começar a estabelecer os primeiros contactos com entidades reguladoras e parceiros. 2023 será o verdadeiro ano um no que diz respeito à nossa atividade comercial. As interações que temos tido reforçam o que já sabíamos. Há no mercado uma grande necessidade e apetência para este tipo de soluções.
Nesta «viagem» para Portugal, a Unifiedpost trouxe consigo a solução Banqup – um serviço digital simples e inteligente que permite aos clientes combinar
pagamentos, faturação e gestão documental num sítio só. Em que medida este produto é único e se diferencia no mercado português?
A solução Banqup permite que as empresas possam, num único sítio, gerir o seu negócio. Além da gestão de fornecedores, a plataforma oferece a possibilidade de incluir um botão de pagamento em todas as faturas, ajudando a que os prazos de pagamento se possam reduzir. Além disso, e ao estar ligada a todos os bancos, permite que o processo de reconciliação seja feito de forma automática, conciliando pagamentos com documentos.
Numa era onde muito se fala em transformação digital (e que cada vez mais é uma realidade no mundo em todos os setores de atividade), que mais-valias a solução Banqup traz ao setor da Contabilidade e de que forma irá mudar o seu paradigma?
Numa frase: “Fazer mais com menos”. As empresas são cada vez mais exigentes. Querem tudo para ontem, de melhor qualidade e mais barato. E a realidade hoje ainda não é esta. Tudo está mais caro, e para controlar o preço sacrifica-se qualidade ou prazo de entrega. A solução Banqup vem permitir ao contabilista que possa oferecer mais serviços ao seu cliente, sem gastar mais tempo na prestação deste serviço. E isto vai aumentar o valor acrescentado que o contabilista pode trazer ao seu cliente, mas também vai ajudar a que as empresas fiquem 100% focadas no que é mais importante: o seu negócio. ▪
Com uma poderosa expansão da marca pelo mundo – e na vanguarda da transformação digital – quais os passos que hoje precisam de ser dados, para que no futuro a Unifiedpost continue na liderança através das suas soluções? Que novidades podemos esperar? A Unifiedpost quer continuar a apostar na inovação. Por esse motivo temos mais de 400 pessoas no nosso departamento de Investigação e Desenvolvimento. E este número tem tendência a aumentar, tantas são as oportunidades de inovação
com que nos deparamos diariamente. De nós, o mercado pode esperar soluções globais, inovadoras e em contante evolução. Queremos ser um aliado das empresas e dos contabilistas, trazendo de forma constante a solução para que os problemas com que se deparam possam ser mitigados com recurso à tecnologia, e podemos dizer daqui a uns anos que fomos um ator relevante no processo de transformação digital das empresas portuguesas. Essa é a nossa verdadeira missão e o que nos move.
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“A Melhoria contínua do nível de serviços prestados aos nossos Clientes é, para nós, um desígnio, a que nos propomos diariamente”
A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Rui Pedro Almeida, CEO e Managing Partner da Moneris e com Nuno Martins Cavaco, Partner da MIL - Moneris Innovation Lab e, numa conversa esclarecedora e elucidativa, ficamos a compreender como tem sido o percurso daquele que é o maior grupo nacional de contabilidade e apoio à gestão. Vários pontos e temas foram abordados, ficando a certeza que o futuro da Moneris continuará a assentar em três pontos: valor, excelência das suas pessoas e inovação ao nível dos processos. Não perca!
AMoneris é o maior grupo nacional de contabilidade e apoio à gestão, com cerca de 20 escritórios, em todo o país, e mais de 300 consultores. Como tem vindo a marca a perpetuar um caminho de partilha, criação de valor, exigência e integridade até ao momento?
Rui Pedro Almeida (RPA) Estes são os nossos valores fundamentais e, sem dúvida, que procuramos, a todo o momento, exceder a expetativa dos nossos clientes, criando valor para toda a economia nacional. Este desígnio é por nós assumido com um elevado padrão de exigência e de integridade, que nos distingue na forma como nos relacionamos com o mercado. A par-
tilha é outro dos nossos valores fundamentais, criando oportunidades internas que promovem a mobilidade geográfica, a evolução técnica e profissional dos nossos recursos. Esta partilha estende-se aos nossos clientes e às geografias que servimos, levando até aos diferentes territórios as melhores práticas contabilísticas, de relato financeiro e promovendo a melhoria dos processos de gestão e de apoio à decisão.
Os vossos 15 anos de atividade resultaram numa Moneris cuja abordagem é focada no cliente e com uma oferta no mercado integrada de serviços e soluções que permitem às organizações um apoio de 360 graus na
área da gestão. Qual considera que é o papel da empresa na melhoria dos processos de tomada de decisão – decisão essa crucial para o sucesso dos clientes?
RPA Temos como abordagem não apenas o acompanhamento de processos de conformidade contabilística, fiscal e laboral, mas também, e sobretudo, apoiar os processos de decisão dos nossos clientes. O relato financeiro deve ser um instrumento fundamental na análise económica e financeira dos negócios e empresas, sendo este uma finalidade fundamental dos processos contabilísticos. Adicionalmente, apoiamos os nossos clientes em áreas tão diversas como a gestão de processos regulatórios e
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RUI PEDRO ALMEIDA
NUNO MARTINS CAVACO
de compliance, processos de investimento ou de financiamento ou em processos de fusões e aquisições, entre muitos outros. O nosso objetivo é o de sermos consultores das empresas, apoiando-as em todas as suas atividades, conduzindo à sustentabilidade e crescimento dos projetos empresariais.
Além disso, a Moneris organiza diversas iniciativas que procuram descodificar a complexidade dos temas do mundo empresarial. Quão importantes têm demonstrado ser ações como estas no mercado?
RPA Estamos empenhados em contribuir para a melhoria das competências de gestão e para o aumento da literacia financeira. Neste sentido, temos trabalhado com associações empresariais, com câmaras do comércio, com o IAPMEI, e com bancos e sociedades de advogados, para levar até às empresas uma maior proficiência e eficiência nas estratégias de gestão, maximizando a competitividade empresarial. Os nossos relatórios e estudos setoriais, em áreas tão distintas como a Agricultura, o setor da Educação ou o Turismo tornaram-se uma referência para os agentes económicos. Estas são iniciativas que desejamos continuar a promover, através dos nossos centros de competência ou centros de conhecimento, e que têm envolvido os agentes públicos e privados. O nosso objetivo é de contribuirmos de forma distintiva para uma maior produtividade e competitividade da nossa economia global.
A preocupação mundial em torno do meio ambiente caminha para um consenso na adesão de um novo estilo de desenvolvimento que deve combinar eficiência económica, justiça social e prudência ecológica. Na sua perspetiva, qual é o papel da Contabilidade no caminho para o desenvolvimento sustentável?
RPA A consciência coletiva relativamente aos temas de ESG (Environmental, Social e Governance) é, cada vez mais, uma prioridade na agenda corporativa, desempenhando um papel de crescente relevância nos relatórios financeiros. Novos regulamentos sobre relatórios e divulgações, relacionados com ESG, estão a ser discutidos por todos os reguladores. Cada vez mais, os financeiros podem e devem desempenhar um papel vital quando se trata de ESG, pois as funções financeiras passam a ter de relatar não apenas indicadores financeiros, mas também informação não financeira.
É expectável que, a curto prazo, o acesso a financiamento, a capacidade de promover investimento e as obrigações de compliance com temas não financeiros venha a condicionar a capacidade das empresas se manterem sustentáveis e de se desenvolverem.
Assim, entre muitas outras áreas, o conhecimento por parte da função financeira e da contabilidade dos temas de ESG, assim como o desenvolvimento e melhoria contínua de pro-
cessos sistemáticos de recolha, rastreamento, e relato de indicadores, estarão no centro da atividade de compliance das empresas.
Nestes tempos de mudança, a tecnologia aplicada à Contabilidade veio abrir caminho a um novo mundo, com claras vantagens para todos. Observando o estado atual do setor e os benefícios que a inovação tem evidenciado, acredita que a tecnologia terá uma função fundamental no futuro das empresas de Contabilidade? De que forma?
Nuno Martins Cavaco (NMC) A tecnologia é, sem dúvida, um fator determinante de competitividade das empresas, independentemente da sua dimensão ou setor, sendo uma constatação que se aplica, inevitavelmente, também às empresas de contabilidade. A sofisticação dos clientes, a acelerada inovação tecnológica, as crescentes exigências regulatórias, a incerteza e volatilidade dos mercados, são exemplos dos desafios do contexto atual que implicam processos e relacionamentos mais ágeis, céleres, fiáveis e confiáveis, capazes de gerar mais eficiência e rigor. A transformação digital das organizações é já uma inevitabilidade, e a consciência digital uma realidade que foi acelerada pela pandemia. As empresas assumiam a adoção de práticas digitais como condição futura e não como necessidade imediata. Contudo, a Covid 19, veio mostrar o contrário e a imersão no digital foi transversal e uma exigência que permitiu desmistificar conceitos e demonstrar os seus benefícios. As empresas de contabilidade não fogem a esta realidade e foram também elas expostas a estas circunstâncias, pelo que acredito que a tecnologia tem já hoje uma fun-
ção fundamental no setor e, com toda a certeza, continuará a ter no futuro.
Não obstante as iniciativas já empreendidas, é pertinente ter noção que a jornada digital é uma caminhada e que também acarreta riscos. A adoção de práticas digitais pode aumentar a exposição ao cibercrime e induz à necessidade de evitar investimentos descontextualizados de uma visão integrada de transformação digital das empresas. Dado a panóplia de soluções disponíveis, importa priorizar e saber quais as que geram mais valor e melhor se adequam ao negócio em concreto. A automação de processos, por via de soluções de RPA (Robotic Process Automation), são uma forma de aumentar a eficiência operacional, eliminando redundâncias e tarefas rotineiras. A digitalização de documentos, tais como faturas físicas, e a sua posterior tramitação digital com data capture dos seus metadados (via inteligência artificial e machine learning) e respetiva integração da informação nos ERP de contabilidade, é outro exemplo da mais-valia da aplicação da tecnologia ao contexto específico do setor, permitindo eliminar o papel, reduzir o erro humano, o retrabalho e tempos de ciclo, libertando o contabilista para trabalhos de maior valor acrescentado para o cliente.
A ciência dos dados e data analytics são outro exemplo de tecnologias ao dispor que, pela obtenção de informação estruturada, fidedigna e em tempo útil, com funcionalidades que possibilitam a realização de simulações e antevisão de impactos, geram melhor reporting e aumentam a qualidade das decisões. Também as plataformas digitais colaborativas são ilustrativas dos benefícios da tecnologia. Quer as plataformas
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QUE O GRUPO MONERIS ATRIBUI AOS DESAFIOS TECNOLÓGICOS E DIGITAIS QUE O SETOR ENFRENTA"
internas, apoiando os novos modelos de teletrabalho, quer as de relacionamento/ interface com clientes, suportando funcionalidades de CRM (Customer Relationship Management) e de Service Desk que permitem uma gestão mais integrada e eficiente do cliente e de seus pedidos e solicitações, assim como uma melhoria do cumprimento dos níveis de serviço acordados. Por último destacaria a cibersegurança, que por razões óbvias não pode deixar de ser uma prioridade. Importa referir que a Moneris tem vindo a investir cada vez mais nestas tecnologias em prol da melhoria da qualidade do serviço que prestamos e do aumento da nossa produtividade e da dos nossos clientes.
Sabemos que o conhecimento técnico dos profissionais da Contabilidade é um fator decisivo para a qualidade do compliance. Mas, considera que será a inovação também um motor na prestação de serviços de compliance contabilístico e fiscal? Quais os motivos? NMC Sem dúvida. A globalização dos mercados e a massificação do digital acarretam novas realidades comerciais e transacionais, desde novos modelos de pagamentos, novos formatos de trading, criptomoedas, entre outros, e, consequentemente, novos e desconhecidos riscos que têm impacto em toda a fileira do setor financeiro. Como resposta a estes desafios e no sentido de mitigar impactos negativos resultantes destas circunstâncias, a regulamentação internacional será cada vez mais complexa e exigente. Questões relacionadas com KYC (Know Your Customer), branqueamento de capitais (AML – Anti Money Laundering), financiamento do terrorismo e fraude fiscal, que são já hoje uma preocupação, serão cada vez mais alvo de atenção redobrada. É aqui que a inovação tecnológica, mais do que pode, deve ser um contributo ao compliance, permitindo robustecer a prestação de serviços nesta área tão crítica. A integração/ interação com plataformas inteligentes internacionais de compliance, plataformas de autenticação e sistemas de validação de autenticidade de identidade e de documentos, sistemas inteligentes de rastreamento de capitais e de transferências financeiras,
integração entre sistemas e bases de dados, blockchain, tecnologias de certificação digital, entre outras, são soluções que irão inevitavelmente assumir um papel cada vez mais preponderante.
A tecnologia e a sustentabilidade são, de facto, dois temas que têm vindo a marcar o mundo e os setores de atividade. Em que medida acredita que a tecnologia poderá apoiar no cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável das empresas de Contabilidade?
NMC A designada twin transition (transição verde e digital) é um movimento em marcha que retrata bem a forma como a tecnologia e a sustentabilidade andam de mãos dadas. A sustentabilidade, nas suas dimensões económica, social e ambiental é uma responsabilidade de todos, governos, empresas e sociedade em geral. Esta consciência está presente, mas nem sempre se manifesta na prática, pelo menos na veemência e velocidade necessárias. A inovação tecnológica deve assentar no propósito de contribuir para a sustentabilidade, permitindo eficiência, redução do desperdício, medição da pegada de carbono, melhoria da gestão dos consumos de energia e água, promovendo a economia circular, a ética e a equidade, bem como disponibilizando soluções para o combate à pobreza, de apoio à saúde e de acesso à educação e justiça. A amplitude dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) é vasta e abrange as preocupações mencionadas, sendo da competência de cada entidade assumir as suas prioridades, bem como definir a forma, direta ou indireta, como deseja/ pode/deve endereçar cada ODS, tendo em conta
a natureza do seu negócio. Sendo prestadores de serviços profissionais com conhecimento profundo do negócio dos seus clientes e detentores de relacionamentos próximos e de confiança, as empresas de contabilidade têm uma responsabilidade acrescida, não só de dar um exemplo positivo de compromisso com os ODS, mas também de apoiar os seus clientes na identificação e aconselhamento de como também eles podem contribuir e incorporar valor. Recorrer à tecnologia para recolher, tratar e monitorizar informação, melhorando o rigor, auditabilidade e transparência do reporte a entidades oficiais e instituições financeiras, para evidenciar compromisso e alcance de objetivos, metas e desígnios, comprovar conformidade com diretivas, regulamentos e obrigações, bem como para aceder a fundos/ financiamentos cada vez mais indexados aos indicadores e rankings ESG, é outra forma de usufruir das capacidades que as soluções digitais colocam ao nosso dispor.
Face a todos os desafios e oportunidades que emergem no mercado, é estratégia da Moneris conhecer bem os seus clientes, para que possam responder ativamente às suas necessidades. Num mundo em constante mudança e evolução, de que forma o Grupo tem acompanhado as tendências do setor e sido, também ele, inovador e arrojado?
NMC Estamos cientes das mudanças e evolução do setor e das suas implicações no negócio, bem como conscientes do papel que a tecnologia pode e deve assumir como instrumento alavancador. Desde a desmaterialização dos processos à faturação eletrónica, muito já se evoluiu e a
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“O COMPROMISSO DA MONERIS PARA COM O DIGITAL E INOVAÇÃO É TAMBÉM EVIDENCIADO PELA RECENTE CRIAÇÃO DA MONERIS INNOVATION LAB (MIL) QUE REFLETE BEM O INTERESSE E RELEVÂNCIA
visão do futuro é de um contexto cada vez mais digital. A Moneris tem vindo a investir continuamente em tecnologia, nomeadamente na automação dos processos, na integração de sistema e em cibersegurança. Assumimos a tecnologia como fator estrutural para responder ativamente às necessidades dos nossos clientes, bem como para aumentar a sua e a nossa eficiência interna, mas também como desafio para se posicionar continuamente como player de vanguarda e pioneiro na adoção de soluções disruptivas no setor. O compromisso da Moneris para com o digital e inovação é também evidenciado pela recente criação da Moneris Innovation Lab (MIL) que reflete bem o interesse e relevância que o Grupo Moneris atribui aos desafios tecnológicos e digitais que o setor enfrenta. Esta área de negócio surge com a missão de introduzir inovação tecnológica nas várias atividades e serviços da Moneris, com o propósito de aumentar a produtividade e competitividade do ecossistema Moneris (incluindo clientes e parceiros), bem como apoiar os nossos clientes na sua jornada de transformação digital, por via da sua oferta de soluções tecnológicas e pela prestação de serviços de consultoria tecnológica, que abrange diagnóstico e planeamento estratégico de sistemas de informação, roadmaps de transformação digital, conceção/ desenvolvimento de soluções informáticas, integração e implementação de sistemas e de dados, automação de processos, gestão de projetos e desenvolvimento de competências digitais, bem como apoio à captura de incentivos, adoção de soluções indústria 4.0 e iniciativas de estímulo à inovação de produtos, processos e de novos modelos de negócio.
Para além da criação da MIL, a aposta na GoFact, startup do ecossistema das Fintech, comprova que a inovação e o empreendedorismo estão no ADN da Moneris. Esta empresa do grupo, foi destacada no Portugal Fintech Report 2022 pelas suas soluções de integração e automação de sistemas de suporte à gestão com funções bancárias e financeiras, afigurando-se como uma das startups mais entusiasmantes e promissoras nas dimensões de pagamentos e transferências de dinheiro, entre as fintech portuguesas. ▪
A Moneris tem, atualmente, a responsabilidade de ser uma empresa de Contabilidade e Consultoria de grande qualidade e dimensão. De forma a continuar a «honrar» a história que se tem vindo a traçar, que planos estão previstos para o futuro a curto e médio prazo?
RPA O futuro da Moneris continuará assente na diversificação da sua proposição de valor, na excelência das suas pessoas, e na inovação ao nível dos processos.
Os nossos serviços e soluções são integrados, assentes em equipas multidisciplinares, com competências distintivas que acrescentam valor e diferentes dimensões de conhecimento, de acordo com as necessidades dos nossos clientes. Somos altamente motivados pela inovação e pela tecnologia, por isso perseguimos uma abordagem cada vez mais tecnológica e digital em todos os nossos serviços e soluções. Nos próximos anos, continuaremos a investir na valorização das nossas pessoas, promovendo o desenvolvimento das suas competências nos mais diversos planos – comportamental, cognitivo e técnico.
Queremos continuar a ser reconhecidos por parte dos profissionais, do mercado, dos nossos clientes e dos principais stakeholders, como a empresa líder na qualidade dos serviços prestados na área da contabilidade e do apoio a gestão. A melhoria contínua do nível de serviços prestados aos nossos clientes é, para nós, um desígnio, a que nos propomos diariamente.
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A Proximidade com a realidade do mercado empresarial é a M arca do ISCAP
Quase a soprar as velas do 136º aniversário, que se celebram a 23 de novembro, esta instituição de ensino carateriza-se pela formação de excelência que oferece aos estudantes, descritos como sendo «a razão da sua existência e da sua identidade», e por responder às necessidades das empresas. Com mais de cinco mil alunos, anualmente, preza-se por erguer a bandeira da inovação e da empregabilidade, tendo uma taxa de sucesso acima dos 90%.
Desde 1886 que os números e a análise de dados estão de mãos dadas com a génese do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do PortoISCAP. Atualmente, possui uma vasta oferta formativa, tanto ao nível de licenciaturas, como de mestrados nas áreas das ciências empresariais: são elas a contabilidade, a gestão, o comércio, o Marketing, entre outras. “Em todos os cursos há uma forte ligação com a comunidade e o meio envolvente, mas também uma resposta atenta a quase 90% das necessidades de gestão das empresas de diferentes setores, que por vezes, são de nicho, ou seja, bastante específicas”, como começa por contar à Revista Pontos de Vista, Manuel Moreira da Silva, Presidente desta instituição.
O nosso interlocutor acrescenta que a Porto Executive Academy (PEA) surgiu para fazer face a este tipo de procura. Hoje, esta academia conta com um “portefólio de 26 pós-graduações e mais de 20 cursos breves, que são mais flexíveis e maneáveis” para as organizações e, por isso, “rapidamente adaptáveis” a uma exigência específica.
A obtenção de resultados e a inserção no mercado de trabalho é aquilo que move qualquer estudante. E, no ISCAP, essa realidade está mais próxima. O entrevistado relata que a taxa de empregabilidade do vasto campo de licenciaturas existente ronda os 95%, o mesmo acontecendo com os mestrados. Relativamente a este ponto, o Presidente da instituição assume
a esperança de ver a percentagem melhorar e, para além disso, adianta que o número redondo “significa que, por um lado o mercado conhece e reconhece a formação que é prestada no nosso seio e por outro que há de facto uma pressão positiva sobre esta escola – que tem um ADN muito próprio e reconhecido pelos estudantes e pelas empresas da região - de não colocar um travão no seu crescimento e desenvolvimento”. Neste sentido, Manuel Moreira da Silva afirma que identificar e fomentar o talento instalado no Instituto que lidera, por exemplo com a atribuição de prémios aos melhores estudantes, acaba por ser uma função intrínseca da mesma, perante a procura crescente por parte do ramo empresarial. E aqui, fala-se desde pequenas a
24 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
MANUEL MOREIRA DA SILVA
“EM TODOS OS CURSOS HÁ UMA FORTE LIGAÇÃO
COM A COMUNIDADE E O MEIO ENVOLVENTE, MAS TAMBÉM UMA RESPOSTA ATENTA A QUASE 90% DAS NECESSIDADES DE GESTÃO DAS EMPRESAS DESTE SETOR (…)”
grandes empresas, assumindo que estão preparados para dar resposta a qualquer entidade empresarial.
Contudo, faz um alerta ao evidenciar que “a escola cria o ambiente certo para o desenvolvimento do talento de cada estudante, que o mercado depois procura, consciente do valor da marca ISCAP".
Preservar os laços com os antigos estudantes, fora de portas, “manter uma ligação” com o seu crescimento profissional e compreender como é que essa comunidade pode contribuir o posicionamento de prestígio da instituição, tem sido parte do trabalho do Gabinete Alumni. Este departamento –que também estabelece relações com os atuais alunos e os ajuda a chegar ao mercado - constrói possibilidades de contactos para os já diplomados e promove uma rede de novas oportunidades, também ao nível institucional. Daqui advém uma das justificações para o
elevado número de reingressos, que é sobretudo um motivo de “reconhecimento da qualidade do ensino obtido, e isso, leva, naturalmente, a um sentimento de orgulho enorme”. Fomentar a relação com os Alumni é um compromisso forte “com o intuito de manter um contacto próximo com os antigos alunos e com o seu percurso profissional”, revela o nosso entrevistado.
“O ISCAP É A ESCOLA MAIS INTERNACIONAL DO POLITÉCNICO DO PORTO”
“O ISCAP é a escola mais internacional do Politécnico do Porto”. É com assertividade nas palavras que o também professor deste Politécnico – Manuel Moreira da Silva - inicia outro tópico de conversa: a mobilidade internacional. Acerca deste cenário, revela que “a capacidade de formação vai muito para além do nosso espaço,
da nossa região e do nosso país e prova disso é o simples facto de anualmente conseguirmos atrair 400 estudantes internacionais”. Esses, provêm dos PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, bem como de países
europeus e ainda da América do Sul. E a influência para aterrarem em solo lusitano encontra-se no ensino “multicultural, multilingue e interdisciplinar desenvolvido em linha com as expetativas do mercado”.
NOVEMBRO 2022 | 25 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
INOVAÇÃO DIGITAL NA CONTABILIDADE
“A contabilidade está interligada a todas as áreas de gestão de uma empresa e é essencial que evolua em paralelo com a dinâmica de gestão das próprias empresas”. E, como tal, o ISCAP “tende a incorporar os novos modelos de trabalho digitais, para valorizar as competências do estudante e promover a sua empregabilidade”. Essa implementação é feita em sala de aula, em diferentes unidades curriculares, onde o estudante tem a possibilidade de “simular todo o ambiente atual de trabalho, com recurso a software de entidades parceiras que o mercado utiliza”. Devido a essa exigência, há que oferecer tecnologia atualizada, todos os anos, e de trabalhar na formação do corpo docente, “porque são os professores que estão no centro da transformação”.
Neste momento, esta instituição está a “preparar um conjunto de investimentos para potencializar o uso do meio digital em sala de aula, mediante o investimento em novos meios de software e hardware e da transformação dos espaços para apoiar o ensino virtual”. No fundo, estamos “a deixar cair os processos “analógicos” e a passar a utilizar processos digitais para oferecer ao estudante um ambiente aproximado ao do dia a dia de uma empresa, pois queremos ser um exemplo claro de aposta na Inovação”, revela o nosso entrevistado.
Questionado sobre o trabalho de transformação digital do universo empresarial, Manuel Moreira da Silva confessa que “inúmeras vezes” acontece que a própria escola está, em algumas áreas, “um pouco à frente de algumas empresas”, naquilo que concerne ao uso de certos produtos técnicos e tecnológicos. Face a este cenário, “percebemos que a transição dos nossos estudantes com um conjunto de ideias e saberes novos, nem sempre é fácil, dada a alguma resistência em acomodar o novo saber, ou a nova forma de saber-fazer, uma vez que o conjunto de conhecimentos e práticas existentes ainda permite à empresa a manutenção do seu posicionamento no mercado”.
Diante desta realidade, o Presidente do ISCAP refere que é im-
portante que os estudantes, no momento da sua integração nas empresas, saibam sensibilizar para a necessidade de transformação e transição para o digital, tal como a equipa de investigadores do Instituto tem vindo a fazer nos projetos em que analisa o posicionamento e identifica as necessidades das empresas no mercado português.
O COMPROMISSO COM A SUSTENTABILIDADE E A RESPONSABILIDADE SOCIAL
A implementação de estratégias sustentáveis também é um desiderato desta presidência, que há cerca de um ano, viu implementar um projeto transformador da escola em termos de consumo de energia elétrica. Em consequência, dispõe agora de um “conjunto de painéis solares instalados, que suportam cerca de dois terços do nosso consumo energético”. E dentro em breve irão “concorrer a mais áreas onde possamos aportar fundos do PRR ou fundos europeus para tornar o edifício ainda mais sustentável”. A acrescentar a isto, também têm celebrado diferentes “projetos na área da sustentabilidade com a Câmara Municipal de Matosinhos” e outras entidades.
Manuel Moreira da Silva acredita que o enraizamento deste ideal se faz com o contributo e o envolvimento da instituição no seu todo, desde estudantes, a docentes e a colaboradores. Aqui, admite que,
por vezes, não é fácil atrair os jovens para a colaboração em projetos sustentáveis, dando o exemplo do Projeto Eco-Escolas. Todavia, relata que para inverter essa situação, é fundamental que as instituições elaborem uma estratégia para interligar a participação neste género de iniciativas com instrumentos que “valorizem a postura e a dedicação a este bem comum”. A sugestão do principal órgão de gestão do ISCAP passa assim pelo desenvolvimento de mecanismos como um “suplemento ao diploma” do curso, que indique o número de horas que o aluno dispensou com esta atividade. Desta forma, as entidades empregadoras obteriam uma visão mais concreta da ligação do estudante ao ideal da sustentabilidade.
O LEMA É CONTINUAR A ELEVAR O ISCAP “Transformação” é a palavra que define o fecho desta conversa e que foi lançada pelo próprio entrevistado para caraterizar o início deste ano letivo. Destaca o regresso à normalidade, depois de dois anos de tormentas, fruto da pandemia, e todos os desafios que isso aporta, como a promoção da inovação pedagógica, que torna necessário “transpor o saber fazer para a formação dos professores”. Aliás, neste aspeto, assegura que há “várias propostas de novos ciclos de estudo e que o Instituto, irá,
brevemente, passar a contar também com oferta formativa de mestrado em formato de e-learning”.
Em jeito de análise ao ainda curto mandato enquanto Presidente do ISCAP, iniciado em maio último, Manuel Moreira da Silva, revela a sua satisfação pelo trabalho que está a ser colocado em prática pela sua equipa. Exemplo dos bons resultados, está todo o “trabalho que foi feito para a criação de novos mestrados em áreas estratégicas para o futuro do ISCAP.”
Além do mais, comunica que para os próximos anos pretende “continuar a elevar a instituição e ir adequando a mesma com infraestruturas suficientes para responder às necessidades da transformação digital e às exigências do mercado que permitam oferecer aos estudantes competências e formação à altura das suas expetativas”. De modo a alcançar esta união conclui que é imperativo que a instituição, os estudantes, docentes e colaboradores “continuem a cooperar, juntos, para reforçar e afirmar a escola”, ao mesmo tempo que espera que os parceiros “estejam connosco e proponham desafios, que vão ao encontro dos seus fitos e da missão e competências do ISCAP, pois pretendemos continuar a ministrar um ensino de excelência e a afirmamo-nos como uma das instituições mais prestigiadas do país”, termina o nosso entrevistado. ▪
26 | PONTOS DE VISTA |
DE VISTA
PONTOS
INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
"A ESCOLA CRIA O AMBIENTE CERTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO TALENTO DE CADA ESTUDANTE, QUE O MERCADO DEPOIS PROCURA, CONSCIENTE DO VALOR DA MARCA ISCAP"
Ranking dos eventos com melhor reputação em Portugal
A Consultora OnStrategy apresentou os resultados do estudo anual de perceção associada à reputação dos eventos em Portugal, em que se destacam NOS ALIVE e TAÇA DE PORTUGAL FUTEBOL como os eventos com melhor reputação emocional na música e no desporto respetivamente.
Este trabalho é desenvolvido em conformidade com a certificação das normas ISO20671 (avaliação de estratégia e força), assentando numa abordagem qualitativa que identifica espontanea-
mente as marcas e também numa abordagem quantitativa para avaliar os indicadores de reputação emocional (relevância, consideração, confiança, admiração, preferência, recomendação).
Na área dos eventos de música destaca-se ainda o Rock In Rio, o MEO Sudoeste, o Super Bock Super Rock e o Vodafone Paredes de Coura. Já no que diz respeito ao desporto, estão presentes neste ranking eventos como o Vodafone Rally de Portugal, Meia-Mini Maratona Lisboa, Volta a Portugal Bicicleta e a Liga MEO Surf.
Disneyland Paris celebra um Natal ainda mais mágico no 30º aniversário
Quer começar a celebrar já o Natal? Então temos boas notícias: a época natalícia teve início a 12 de novembro na Disneyland Paris, com o Natal Encantado da Disney. Este ano a magia do Natal será ainda mais intensa com as comemorações do 30.º aniversário e surpreenderá, certamente, visitantes de todas as idades. Quer venham passar momentos mágicos com a família, fazer uma escapadela inesquecível com amigos, ou mesmo passar um fim de semana romântico, a Disneyland Paris é o melhor destino para viver as férias de Natal. O Natal Encantado está presente na Disneyland Paris até ao dia 8 de janeiro de 2023.
Este Natal juntese à Make-A-Wish para transformar estrelas em desejos
“São Estrelas como estas que fazem os sonhos brilhar” é o mote desta campanha que conta com a embaixadora Cláudia Vieira e a Francisca (que viu o seu desejo realizado em 2021) como protagonistas e prova que, estrela a estrela, é possível transformar a vida das crianças que mais precisam, proporcionando-lhe um momento inesquecível.
Em setembro, estreou na Sala Carmen Dolores “O Diário de Anne Frank”, de Frances Goodrich e Albert Hackett, uma encenação de Marco Medeiros, com Beatriz Frazão no papel de Anne.
No diário de Anne Frank, a jovem descreve o período em que sobreviveu à perseguição Nazi, que, entre 1941 e 1945 matou mais de seis milhões de Judeus, e deixa um testemunho pleno de resiliência e esperança que continua a inspirar gerações até aos dias de hoje.
Anne Frank tinha apenas 13 anos quando foi lançada a este cruel desafio, juntamente com os seus pais, irmã, um casal amigo com um filho e um homem. Destas oito pessoas, sobreviveu apenas uma, Otto Frank, pai da Anne Frank, que mais tarde decidiu dar a conhecer ao mundo o diário da sua filha, morta num campo de concentração com apenas 15 anos. Este espetáculo é uma produção do Teatro da Trindade INATEL, e estará em cena de quarta-feira a sábado às 21h e aos domingos às 16h30, agora até dia 30 de dezembro.
Assim, por cada doação feita através do site natal.makeawish.pt, é adicionada uma estrela a uma Constelação capaz de concretizar desejos. Neste site é possível criar a sua própria Constelação e convidar amigos, familiares e colegas para se juntarem ou fazer parte de uma já existente e brilhar ao lado de tantos outros que se uniram também para ajudar esta causa. Em cada desejo há uma constelação e cada estrela é um contributo para que este se torne realidade, provando que nem o céu é o limite quando nos unimos por um bem maior. Simultaneamente, a versão física da campanha promete iluminar casas e corações, trazendo de volta as já conhecidas estrelas da Make-A-Wish. Este ano foram lançadas cinco estrelas diferentes, em que cada uma conta a história de um desejo realizado que é possível ler através de um QR Code. A cada semana é lançada uma das histórias - testemunhos de resiliência e coragem, partilhados pelas crianças, que mostram que a força de vontade não se mede aos palmos. Estas estrelas podem ser encontradas no site oficial da Make-A-Wish e, além de serem a prenda ideal para familiares e amigos, são ainda a solução perfeita para tornar a sua decoração natalícia mais cintilante e especial. Existem igualmente ações a decorrer especificamente para as Escolas do país que se queiram juntar a um Concurso de Decoração com as estrelas de Natal Make-A-Wish ou propostas de envolvimento junto dos colaboradores das empresas.
NOVEMBRO 2022 | 27 PONTOS DE VISTA BREVES
“O Diário de Anne Frank” estará em cena até ao final do ano, face à enorme procura do espetáculo
“A perspetiva mais prática e próxima da realidade (…) é um elemento distintivo da nossa Escola”
ACoimbra Business School | ISCAC é considerada por muitos, mais do que uma escola de ensino superior, é também um espaço de cultura, de livre pensamento e de liberdade. Assim, como analisa o posicionamento da mesma no âmbito do ensino superior em Portugal até ao momento?
Consideramos que uma escola de ensino superior tem que preparar os seus estudantes para serem profissionais competentes, mas que isso não basta. Este posicionamento resulta desde logo da nossa visão e, na prática, significa que a nossa escola está aberta à comunidade, acolhendo uma variedade de eventos, palestras, exposições, congressos, entre outros, que permitem que os nossos estudantes usufruam de muito mais do que das suas aulas, e assim possam conhecer outras áreas do conhecimento e
outras perspetivas sobre as suas áreas de estudo. Para além disso, os nossos estudantes são encorajados a participar em diversas atividades extracurriculares, como o voluntariado, através do gabinete Voluntas (que faz a ponte entre os estudantes e diversas oportunidades de voluntariado), a júnior empresa da escola (onde podem participar em projetos com empresas), a Tuna Mista do ISCAC, a Associação de Estudantes e inúmeros eventos organizados pelos estudantes, como o Marketing Move (semana do marketing organizada pelos estudantes da licenciatura em Marketing e Negócios e Internacionais), a CBS Business Week (feira de emprego e saídas profissionais).
A verdade é que a Coimbra Business School | ISCAC é uma escola completa, capaz de proporcionar uma formação cívica e humana,
complementar à tradicional formação técnica e académica. Tendo por base valores como a liberdade, responsabilidade, independência, honestidade e integridade, de que forma o Instituto tem formado quadros para a economia do futuro?
Para preparar os nossos estudantes para a economia do futuro, a Coimbra Business School | ISCAC tem tido a preocupação de procurar ouvir os seus vários stakeholders e incorporar as suas preocupações, as suas expectativas e os seus contributos na definição da nossa estratégia e na adequação da nossa oferta formativa. Queremos ser uma escola prospetiva e não apenas reativa. Reunimos regularmente o nosso conselho estratégico, formado por representantes políticos, empresários e académicos, o que nos permite olhar para o contexto à nossa volta de uma forma mais plural.
28 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
Alexandre Gomes da Silva, Presidente da Coimbra Business School | ISCAC revelou em conversa com a Revista Pontos de Vista a importância da visão prática que a instituição perpetua para a vida académica e profissional dos estudantes. Para além disso, falou das mudanças que têm adotado na escola para ajustar a mesma à realidade 4.0.
BRUNO ALMEIDA, VICE-PRESIDENTE, ALEXANDRE GOMES DA SILVA E ANTÓNIO CALHEIROS, VICE-PRESIDENTE
Temos também um corpo docente diversificado que, além de puros académicos que trazem para o seu ensino o conhecimento científico mais recente, inclui também professores especialistas, profissionais das áreas em que lecionam, e que trazem aos estudantes uma perspetiva mais prática e próxima da realidade, que permite aos estudantes conhecer métodos e especificidades da realidade profissional que será o seu futuro. Acreditamos que esta complementaridade, um elemento distintivo da nossa escola, é uma clara mais-valia para os estudantes.
Norteada por uma cultura atenta à dinâmica do mercado e às suas necessidades, em que medida a Coimbra Business School | ISCAC tem acompanhado a mudança de paradigma, numa era da transformação digital? O que tem vindo a mudar?
Estes últimos anos vieram confirmar que a Coimbra Business School | ISCAC há muito tempo estava atenta e no caminho certo. A tecnologia que permitiu as aulas à distância durante a pandemia era uma realidade na nossa escola há cerca de uma década. Várias das nossas pós-graduações e MBA utilizavam essa tecnologia permitindo a participação de estudantes em diversos continentes. Com a pandemia, o que mudou foi apenas a escala.
Podemos também ver essa mudança nos processos administrativos, em que os estudantes agora se matriculam online e podem tratar de todas as burocracias da sua relação com a escola de forma remota, com ganhos de tempo e conforto.
Mas o nosso perfil humanista não nos permite ignorar também a desumanização e isolamento que toda esta tecnologia traz e os seus riscos
para a saúde mental dos estudantes. A escola continua a promover a presença dos estudantes, o seu conforto e a interação com os restantes elementos do contexto escolar, mantendo-se a proximidade entre estudantes e professores outra das marcas distintivas da escola.
Observando o mercado em geral, rapidamente percebemos que a inovação e a transformação digital são temas recorrentes. Em particular no setor da Contabilidade e Auditoria, considera que esta mudança está cada
vez mais presente na realidade das empresas?
Quais os motivos?
A contabilidade e a auditoria, bem como todas as ciências empresariais, são facilmente algoritmizáveis na maioria esmagadora dos seus processos. Assim, a automação, a robótica, o machine learning são tecnologias inovadoras suscetíveis de ter efeitos na contabilidade e na auditoria. Tudo isto é potenciado pela crescente disseminação de tecnologias inovadoras, dos incentivos à utilização dessas novas tecnologias, na procura contínua de crescimento por
NOVEMBRO 2022 | 29 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“O INÍCIO DO MANDATO ESTÁ JÁ MARCADO PELA CRIAÇÃO DE DOIS NOVOS CURSOS DE LICENCIATURA UM EM “CIÊNCIA DE DADOS” E OUTRO EM “ASSESSORIA DE DIREÇÃO” COM RAMO GESTÃO E COM RAMO CLÍNICO”
parte das empresas, na tentativa de melhoria da eficiência operacional e na redução dos custos administrativos.
Impulsionada por novas tecnologias e mudanças regulatórias, a transformação digital dos negócios alcançou um patamar singular de complexidade. Na sua perspetiva, quão legítimo é afirmar que esta mudança trouxe ao mercado português uma maior competitividade empresarial, até mesmo a nível internacional?
A informação digital dos negócios impacta na sua complexidade. No entanto, o mercado português, onde as PME têm um peso substancial, na sua esmagadora maioria, ainda não saiu da era analógica e por isso, os níveis de competitividade não se alteraram grandemente. Espera-se, contudo, com a crescente digitalização da economia, uma alteração progressiva dos processos empresariais, bem como dos modelos de negócio, o que se repercute na competitividade a nível nacional e a nível internacional.
A adoção das novas tecnologias já começou sendo o caminho irreversível. Quem não se atualizar tende a desaparecer.
Certo é, a competitividade das empresas de Auditoria e Contabilidade depende da forma como usarem os instrumentos da transição digital. Face à colaboração que a Coimbra Business School | ISCAC tem com o mercado, qual será o papel do Instituto neste processo?
No nicho particular das empresas de contabilidade e auditoria o futuro passará indubitavelmente pela contabilidade e auditoria 4.0. Se as empresas não se capacitarem que esta será a realidade num curto espaço de tempo ficarão desajustadas relativamente à realidade empresarial. Esta realidade trará novos desafios para os futuros contabilistas e para os futuros auditores: analisar de forma mais célere grandes volumes de dados; melhorar a exatidão dos relatórios,
das precisões e das estimativas; acompanhar as empresas no seu desenvolvimento tecnológico e responder à suas necessidades e exigências; detetar de uma forma mais rápida e eficaz distorções; e enfatizar o pensamento crítico.
Neste sentido, a nossa escola já está a rever os programas das licenciaturas e dos mestrados, de modo a estes se adaptarem à economia digital, incorporando nesses programas alguns dos boosters da economia digital: dados e big data, inteligência artificial e machine learning e blockchain, que serão transversais aos cursos de ciências empresariais. Paralelamente a esta revisão esperamos iniciar o próximo ano letivo com uma nova licenciatura: Ciências de Dados para a Gestão. Queremos ter um papel ativo na transformação da nossa sociedade, queremos ser um elemento transformador, dotando os nossos alunos de ferramentas e do pensamento critico que vai permitir singrar no mundo empresarial da economia 4.0. Queremos que os nossos alunos tenham uma visão futurista da empresa e não uma visão retrógrada.
Nestes tempos de mudança o Alexandre Gomes da Silva assumiu, recentemente, a Presidência da Coimbra Business School | ISCAC. Tendo prometido sucesso escolar e inovação pedagógica, quais são os seus planos para o futuro deste Instituto?
O início do mandato está já marcado pela criação de dois novos cursos de licenciatura um em “Ciência de Dados” e outro em “Assessoria de Direção” com ramo gestão e com ramo clínico. Estes novos cursos além de estarem totalmente adaptados à realidade das empresas e das organizações, têm cargas horarias mais baixas e um número significativo de unidade curriculares comuns a outros cursos privilegiando a transversalidade de competências e mobilidade. Estamos já a protocolar com uma universidade brasileira uma dupla titulação, dentro da estratégia de internacionalização da escola.
Iniciámos o ano com reuniões com todos os docentes dos cursos e com os presidentes dos órgãos numa enorme partilha de experiências e soluções.
Todos os cursos vão entrar em avaliação pela A3ES pelo que vamos ter oportunidade de atualizar os planos curriculares mantendo a escola com elevado impacto no mercado de trabalho e com elevada empregabilidade dos nossos alunos.
Esta reorganização interna é o primeiro passo para a motivação e o envolvimento dos alunos. Celebrámos protocolos, realizámos seminários e aulas abertas permitindo o desenvolvimento, não só técnico-científico, mas também cívico e social dos alunos.
Ainda promovemos duas ações de team building entre docentes, funcionários e alunos uma desportiva na Figueira da Foz e outra na Serra da Lousã.
Por fim, enquanto atual Presidente da Coimbra Business School | ISCAC, que mensagem gostaria de deixar a todos intervenientes desta história de sucesso no contexto do ensino superior em Portugal?
Em primeiro lugar é uma mensagem de agradecimento por fazerem parte da equipa e serem parceiros neste sucesso.
Portugal e Coimbra em particular já desempenharam um papel muito relevante no ensino superior, a Coimbra Business School espera estar à altura deste desafio promovendo não só bons profissionais, mas acrescentando valor científico e técnico em termos nacionais e internacionais com investigação significativa e atual, impactante para o futuro.
Assim, a Coimbra Business School | ISCAC acolhe todos os que quiserem fazer diferente e mais pelas ciências empresariais. Orgulhamo-nos de ser uma escola inovadora, aberta e recetiva a todos os projetos percebendo o valor que está neste diálogo permanente entre a academia e a comunidade. ▪
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PONTOS
INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“ESPERAMOS INICIAR O PRÓXIMO ANO LETIVO COM UMA NOVA LICENCIATURA: CIÊNCIAS DE DADOS PARA A GESTÃO”
“O descanso/repouso é demasiadas vezes ignorado”
ODia de Consciencialização do Stress – tradicionalmente comemorado na primeira quarta-feira de novembro – visa promover a importância do bem-estar para o indivíduo. Na sua opinião, é fundamental estarmos atentos ao fenómeno de normalidade que o stress assume na sociedade? Por que motivo este facto acontece? Nos dias que correm, o stress, a ansiedade e o desgaste mental das pessoas tem vindo a crescer substancialmente porque se vive cada vez mais com a ideia de que se deve viver para trabalhar em vez de se trabalhar para viver. Os trabalhos precários e os baixos rendimentos são dois dos alicerces que justificam a minha ideia inicial, uma vez que as pessoas se veem forçadas a trabalhar horas extraordinárias para terem melhores rendimentos, terem duas ocupações profissionais para terem um rendimento que corresponda aos altos preços praticados a nível imobiliário, de transportes e de alimentação. Tudo isso traz um enorme stress e ansiedade, porque têm de pôr comida na mesa, porque têm contas para pagar e porque querem viver uma vida para a qual não têm capacidades. Cada vez mais é normalizado este stress, esta ansiedade em que as pessoas vivem, porque, como sociedade, estamos conformados com as situações pelas quais nos fazem passar. Uma situação que, na minha opinião, sempre foi gritante em termos profissionais, é a normalização do trabalho para além das horas estabelecidas. Cada vez se acha mais comum que um bom trabalhador é aquele que tem de sair às 18:00, mas sai às 19:30. Em situações esporádicas, de imenso trabalho,
entende-se, agora fazer disso um comportamento habitual é acabar com a sanidade mental de uma pessoa, uma vez que a falta de vida social é uma das causas para o aparecimento de stress e ansiedade nas suas vidas.
Apesar de invisível, o stress tem um peso elevado na saúde. Assim, no trabalho e no quotidiano, quais os sinais que não devemos ignorar? Há vários momentos que acabam por passar despercebidos à primeira, mas que com o passar do tempo se tornam recorrentes e podem (e devem) ser vistos como algo grave e de grande peso na saúde mental de uma pessoa. O excesso de horas no trabalho é um deles: revela que a pessoa é incapaz de desligar da sua ocupação, bem como o diálogo constante sobre temas de trabalho. Tudo isso transmite a ideia de que a pessoa é incapaz de pensar e ocupar o seu tempo com outras atividades. Uma fraca alimentação, quando a pessoa perde paulatinamente o apetite indica que nem para comer tem tempo e todos nós sabemos o quão importante é ter uma boa alimentação para um bom estado físico e psicológico. O descanso/ repouso é demasiadas vezes ignorado, ou posto de parte, e é essencial para recarregar energias, deixar-nos a mente limpa. No local de trabalho, a notória falta de concentração ou de memória, a incapacidade para tomar decisões assertivas, a impaciência e a ansiedade são tudo sinais que demonstram o excesso de stress com que uma pessoa pode estar a lidar naquele momento.
stress interfere e perturba o nosso equilíbrio”
ODia de Consciencialização do Stress – tradicionalmente comemorado na primeira quarta-feira de novembro – visa promover a importância do bem-estar para o indivíduo. Na sua opinião, é fundamental estarmos atentos ao fenómeno de normalidade que o stress assume na sociedade? Por que motivo este facto acontece?
O stress interfere e perturba o nosso equilíbrio. Todavia, nem sempre é totalmente mau. Em demasia é que pode ter proporções más. Na minha opinião, é importantíssimo estarmos atentos a esta situação. Por vezes achamos que o stress já faz parte do nosso dia a dia, tendo uma conotação normal, sendo que a vida não tem de ser vivida assim. Deixamos que seja levado a níveis extremos, o que prejudica a nossa saúde física e mental, bem-estar, relações, etc. Achamos normal não conseguir dormir cedo, achamos normal dormir pouco, achamos normal não ter concentração, achamos normal andarmos nervosos e arranjamos sempre alguma justificação para isso. Aspetos como, problemas no local de trabalho, problemas financeiros/familiares, ansiedade e pessimismo, ativam o stress e, como somos “obrigados” a ser fortes, a continuar, aceitamos a normalidade que é viver com stress. A verdade é que, tem de haver um equilíbrio.
Apesar de invisível, o stress tem um peso elevado na saúde. Assim, no trabalho e no quotidiano, quais os sinais que não devemos ignorar?
O stress tem uma direção direta com várias doenças, às quais as pessoas desvalorizam. Sinais como queda de cabelo, um fator muito importante ignorado por grande parte da sociedade e também um dos mais comuns, dores de cabeça, alergias/ coceiras como psoríase, eczemas, perda de sono, facilidade em adoecer, problemas digestivos, dores na lombar, perda de apetite ou, contrariamente, ganho de peso. Cada pessoa reage de forma diferente, mas considero importante não se negligenciar nenhum aviso.
NOVEMBRO 2022 | 31 PONTOS DE VISTA "ANÓNIMOS" NO MUNDO
JOÃO PEREIRA, 23 ANOS, GESTOR DE OPERAÇÕES
“O
RITA NUNES CORREIA, 29 ANOS, EDUCADORA DE INFÂNCIA
“Estamos focados em agregar Tecnologia à Profissão e não substituir Pessoas por Inteligência Artificial”
Paulo Luz, CEO da TCAGest – empresa que apoia empresários, empreendedores e gestores, em áreas nucleares como fiscalidade, contabilidade, sistemas de informação, entre outras -, conversou com a Revista Pontos de Vista sobre o desenvolvimento que, em particular, a contabilidade tem sofrido ao longo dos anos. Hoje, a mudança que mais impulsiona o sucesso deste setor é a digitalização e, consequentemente, a inovação, componentes que esta marca já abraçou.
ATCAGest nasceu com o objetivo de se afirmar como uma estrutura global de apoio à organização de empresas, nomeadamente nas áreas da Contabilidade, Fiscalidade, Gestão de Pessoal, Consultoria e Apoio à gestão. Mais de três décadas após a sua fundação, como diria que tem vindo a ser o concretizar desta missão?
As empresas vivem num ambiente competitivo e cada vez mais volátil o que exige uma resposta pronta e eficaz para uma gestão eficiente. Neste ponto, a TCAGest, tem apoiado os empresários, empreendedores e gestores, em áreas nucleares como fiscalidade, contabilidade, sistemas de informação, finanças e gestão de recursos humanos. Para tal, dispomos de uma equipa especializada, conhecedora dos desafios financeiros, fiscais, legais e económicos que as empresas enfrentam no mercado, e nas mais diversas áreas.
Com clientes em quatro continentes, concentramo-nos em apoiar os nossos clientes na criação de sistemas contabilísticos e de gestão que permitam à empresa desenvolver a sua atividade em vários países.
Os nossos consultores mantêm um contato permanente com o cliente, o que facilita a partilha de informação e o aconselhamento em matérias de caráter estratégico, operacional e financeiro com um objetivo comum - a melhoria do desempenho.
Desde o seu início, a TCAGest assume uma atitude diferenciadora, vencedora e, em particular, inovadora – e hoje é uma entidade respeitada no segmento das empresas de prestação de Serviços de Consultoria e Apoio à Gestão. De que forma estas palavras-chave têm feito a diferença num mercado em constante mudança?
Não podemos ignorar que nesta era da globalização o conhecimento e a inovação têm uma utilidade significativa.
É numa procura constante de novas formas de fazer as coisas que conseguimos impulsionar o desenvolvimento económico, a produtividade, a diferenciação e a competitividade, o que nos tem permitido o desenvolvimento de novos processos, produtos, serviços e soluções que criam mais valor para os clientes, potenciando a criação de novos negócios.
Este modelo de gestão na TCAGest tem funcionado porque existe uma sintonia entre diretores, funcionários e parceiros, o que se resume numa frase – “A colaboração dá resultados”.
A verdade é que, o mercado e, consequentemente, os inúmeros setores de atividade, evoluem à velocidade da luz. Com uma visão centrada naquilo que é o setor da Contabilidade atual, quais foram, para si, as transformações que mais impactaram este universo em Portugal?
Incontestável é o facto de a contabilidade ter sofrido um desenvolvimento significativo a partir de 1494, quando uma das figuras incontornáveis da contabilidade, Luca Pacioli, define a con-
tabilidade de dupla entrada ou ainda “método das partidas dobradas”.
A contabilidade permite analisar todas as transformações sofridas pelo património de qualquer entidade económica durante o exercício da sua atividade, de modo a saber em qualquer momento, a sua composição e o seu valor. Estes dados são essenciais para a tomada de decisões de gestão e para o estado tributar o rendimento.
Verifica-se então que a contabilidade não se resume a recordar o passado e a conhecer o presente, mas é fundamental para projetar o futuro, planear a atividade e definir objetivos.
Entretanto, a transformação digital na contabilidade é muito mais que uma simples implementação de sistemas eletrónicos.
A tecnologia desencadeia uma revolução na estrutura, nas estratégias aplicadas, na cultura dos colaboradores e nos processos adotados. À primeira vista parece um processo trabalhoso e difícil, no entanto, a inovação é altamente compensatória.
A velha expressão tão conhecida “Sempre fizemos assim(!)”, será areia movediça para aqueles que não entenderem que a forma como se fazia… já ficou para trás.
Porém, não podemos temer o presente da transformação digital. Acredito que o melhor para o setor é fazer do elo entre o passado e o futuro, uma sólida ponte.
Uma das grandes mudanças atuais deve-se à era digital. Várias foram as profissões que tiveram de atualizar os seus procedimentos através do uso da tecnologia, e no mundo contabilístico a realidade não foi diferente. Enquanto empresa inovadora, que mais-valias emergem desta digitalização?
A transformação digital é fundamental para estimular o crescimento e a inovação, reduzir a complexidade e combater riscos.
Para isso, os nossos investimentos em tecnologias da informação são cada vez mais expressi-
32 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
PAULO LUZ
vos, especialmente com o intuito de obter dados para a tomada de decisões em tempo real. A informação, atualmente, tem importância altamente expressiva e pode representar um grande poder para quem a possui, seja a pessoa, seja a instituição. Ela possui valor, pois está presente em todas as atividades que envolvem pessoas, processos, sistemas e recursos financeiros.
O equilíbrio máquina-humano continua no quotidiano da nossa empresa.
A tecnologia no digital não veio para substituir o trabalho humano, mas para otimizá-lo. Em outras palavras, trata-se de um investimento em serviços online que auxiliam na gestão, organização e armazenamento de dados utilizando a automação para que as equipas possam usar o seu tempo e energia em atividades realmente importantes.
Um bom sistema de gestão é capaz de automatizar processos burocráticos e repetitivos.
Estamos focados em agregar tecnologia à profissão e não substituir pessoas por inteligência artificial - Este é o futuro.
Usar os meios digitais para valorizar a figura do profissional e a sua valiosa contribuição intelectual na análise e orientação com respeito pelos clientes.
A inteligência artificial, em particular, irá mudar a forma como o mundo trabalha e é nessa medida que continuamos a antecipar e a inovar.
Face à atualidade das empresas nacionais e aos temas vigentes do país, tais como a Inflação e o Orçamento de Estado, que importância tem o papel da Contabilidade?
Nos tempos atuais a informação desempenha um papel dos mais relevantes para a tomada de decisões em todos os domínios da vida.
Os indicadores económicos são utilizados diariamente, nomeadamente, em todos os meios de informação.
Entretanto, o papel crucial das informações geradas pela Contabilidade é inegável.
O entendimento que temos acerca da Contabilidade em tempos de crise pode mudar drasticamente o seu uso nas empresas e na sociedade.
A informação certa e tempestiva é capaz de evitar falências de empresas. Contudo, em períodos de crise social, as informações ganham ainda mais importância.
A contabilidade deve posicionar-se ao lado das empresas, disponibilizar informação atempada e ser parceira na tomada de decisões.
Esta certamente levará a uma decisão mais ponderada, com base em dados financeiros e consequentemente, a empresa terá mais sustentabilidade no futuro.
Mas tem de haver também uma mudança de mentalidades: tanto do empresário ao olhar para a contabilidade como do contabilista naquilo que tem como papel fundamental na economia, isto é, a oportunidade de adotar
uma posição mais estratégica e proativa nas empresas.
Contudo, nesta nova era digital, é exigido a prestação de um serviço mais intimista e personalizado. Nesse sentido, as capacidades e qualidades humanas serão parte fundamental do perfil do consultor.
No próximo dia 26 de novembro, a APOTEC –Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade irá promover a VIII Jornada de História da Contabilidade, na qual a TCAGest marcará presença. Quão importante será debater e refletir nesta VIII Jornada sobre os temas anteriormente mencionados? Como perspetiva esta edição? Desde o antigo Egito, a contabilidade vem aperfeiçoando os seus métodos de escrituração, por isso, é sempre importante refletir sobre o passa-
A TCAGest tem vindo a habituar o mercado ao cumprimento exímio dos princípios de rigor, qualidade e valor acrescentado. Neste mundo em rápida evolução, é possível continuar a surpreender positivamente com este desempenho no futuro? De que forma a marca o irá fazer?
Atualmente continuamos a investir em inteligência artificial implementando novas formas de trabalho ao nível do digital para otimizar o trabalho humano. Este investimento em serviços online que auxiliam na gestão visa fidelizar e atrair cada vez mais clientes. O processo de fidelização é demorado e precisa ser contínuo. Para isso, estamos a apostar numa cultura baseada em dados com business intelligence, permitindo que os nossos clientes tomem decisões com confiança através de análises atualizadas em tempo real.
do para pensar no presente e investir no futuro. O futuro passa não só pelo que estamos a executar no presente, mas também pelas novas exigências do futuro.
Neste particular, a informação que as empresas terão de apresentar vai impactar muito do relato da sustentabilidade empresarial. As empresas vão ter de mudar a informação que prestam ao mercado e serão avaliadas não só pelo relato financeiro, mas também em função das suas preocupações a nível social e ambiental.
Refletir e discutir sobre o passado só faz sentido se projetarmos o futuro.
Estas obrigações trazem um grande desafio às empresas e vai criar uma grande pressão no mercado – Não vamos poder fugir a esta realidade. A contabilidade vai ter um grande desafio de avaliar e fiabilizar esta informação. ▪
NOVEMBRO 2022 | 33 PONTOS DE VISTA INOVAÇÃO EM CONTABILIDADE
“A CONTABILIDADE DEVE POSICIONAR-SE AO LADO DAS EMPRESAS, DISPONIBILIZAR INFORMAÇÃO ATEMPADA E SER PARCEIRA NA TOMADA DE DECISÕES”
“O Planeamento é crucial na Gestão dos Recursos Financeiros”
À conversa com a Revista Pontos de Vista esteve Ricardo Costa Oliveira. Enquanto Intermediário de Crédito, abordou o facto de Portugal ser o país da Zona Euro onde a Literacia Financeira é mais reduzida. Neste sentido, e face à sua experiência consolidada no setor da Intermediação de Crédito, o nosso entrevistado salientou, entre outras questões relacionadas, as lacunas que urgem colmatar para que a Literacia Financeira assuma uma posição favorável no país.
Pedir um crédito é um processo que exige tempo e paciência. Os bancos e instituições de crédito exigem vários documentos para analisar a situação financeira dos clientes e decidirem se estes são ou não elegíveis para o financiamento. Enquanto I ntermediário de Crédito, como analisa a evolução deste setor em Portugal até ao momento?
A Banca no seu geral tem evoluído de uma forma muito positiva e numa direção em que o foco é o serviço do cliente.
Com esta visão, o processo de crédito tem vindo a tornar-se cada vez mais célere, tanto no que diz respeito à recolha, validação, análise e decisão do processo.
Muitas entidades possuem já processos que, para nós, Intermediários de Crédito, são bastante úteis no que respeita à obtenção de condições para apresentar ao cliente e tambem na decisão e contratação dos mesmos.
Esses processos tendem, no entanto, a ser cada vez menos pessoais e personalizados para os clientes que se veem confrontados com uma enorme quantidade de informação, que muitas das vezes se transforma em desinformação.
Em Portugal, existem mais de quatro mil entidades de intermediação de crédito, que trabalham para facilitar a vida aos consumidores, sobretudo nos pedidos de empréstimo, quando estes pretendem conhecer as várias soluções do mercado consoante o seu perfil. Neste sentido, qual diria que é o papel deste setor na sociedade?
O papel do Intermediário de Crédito é ainda algo desconhecido na sociedade portuguesa, apesar do
número de entidades a trabalhar como tal.
Segundo a consulta do Portal do Cliente Bancário, existem cerca de 5619 entidades registadas, sendo que os Intermediários dividem-se em três tipos: Intermediário de Crédito vincu-
lado - É uma pessoa singular ou coletiva que atua como intermediário de crédito em nome e sob a responsabilidade total e incondicional do mutuante ou de vários mutuantes com quem tenha celebrado contrato de vinculação. Intermediário de Crédito a título
acessório - É uma pessoa singular ou coletiva que fornece bens ou serviços e que, em nome e sob responsabilidade total e incondicional do mutuante ou de vários mutuantes, atua como intermediário de crédito, tendo em vista a venda dos bens ou serviços por si oferecidos.
Intermediário de crédito não vinculado - É uma pessoa coletiva que atua como intermediário de crédito sem que tenha celebrado contrato de vinculação com qualquer mutuante e celebra um contrato de intermediação com o consumidor, no qual são estabelecidos os termos e as condições da prestação de serviços de intermediação de crédito.
A grande maioria dos Intermediários/entidades registadas são registados a título acessório, ou seja, são praticamente invisíveis ao cliente, pois “apenas” complementam uma venda de produto próprio como já vinham a fazer até à criação da atual configuração.
O Intermediário de Crédito deve ser considerado como um especialista na sua atividade, sendo capaz de estabelecer um plano não só de uma operação, mas tornar-se num parceiro de vida financeira do cliente e a sua intervenção na sociedade deveria ser necessária, se não mesmo obrigatória, na obtenção de determinados serviços e produtos oferecidos pelo mundo financeiro.
No que diz respeito à literacia financeira, Portugal foi classificado como o país da Zona Euro onde a mesma é mais baixa. De que forma observa este facto e quais os motivos que considera cruciais para que seja uma realidade?
No que diz respeito à literacia financeira verifica-se, efetivamente,
34 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INTERMEDIAÇÃO DE CRÉDITO EM PORTUGAL
RICARDO COSTA OLIVEIRA
“NO QUE RESPEITA À LITERACIA FINANCEIRA E PARA AUMENTAR A MESMA JUNTO DA POPULAÇÃO, DEVERIAM SER IMPLEMENTADOS E INCREMENTADOS RECURSOS EDUCATIVOS DESDE CEDO”
que a mesma é reduzida em Portugal.
A sociedade tem por base uma cultura de consumo desenfreado baseando-se numa oferta muito alargada para que esse consumo também seja algo facilitado e quase sempre com recurso a financiamento.
Isto não deve ser visto de uma forma negativa, no entanto como não há uma cultura de poupança e gestão de rendimentos, a população, na sua generalidade, gasta os recursos que tem e recorre a financiamento para incrementar as suas capacidades de consumir, sem se preocupar com a sua capacidade de cumprir com as mesmas.
O planeamento é crucial na gestão dos recursos financeiros, na gestão e criação de suporte/poupança para investimentos (aquisição de produtos, serviços e outros) e muitas das vezes verificamos que muitas das pessoas não têm um simples plano orçamental mensal e muito menos um plano a médio e/ ou longo prazo que permita ter um plano para atingir um determinado objetivo.
Na sua perspetiva, que lacunas urge colmatar para que a literacia financeira assuma uma posição mais favorável? Que iniciativas seriam importantes incrementar na literacia financeira em Portugal?
No que respeita à Literacia Financeira e para aumentar a mesma junto da população, deveriam ser implementados e incrementados recursos educativos desde cedo, nas escolas básicas e tendo continuação durante a vida escolar para que a população mais jovem absorva desde cedo esta cultura não só de consumo, mas também de poupança e gestão dos seus recursos.
Se observarmos com atenção verificamos que na sociedade e nos mais diversos setores, especialmente no Financeiro e Educação, os recursos educativos e informativos existem, no entanto não estão evidenciados nem divulgados da melhor forma para que a população na sua generalidade possa aceder aos mesmos e utilizá-los com facilidade.
Temos de criar uma cultura assente em três pilares, rendimento atual, património e criação de poupança/ recursos.
Uma cultura financeira gerada no
lado da poupança e rendimento, colocando o gasto como investimento e não apenas consumo desenfreado pode trazer e criar um futuro sustentável.
Existem já algumas entidades que de uma forma proativa passam esse conhecimento, mas o caminho ainda é longo até atingir um grau de penetração considerável.
Face à sua experiência consolidada, de que forma o setor da Intermediação de Crédito é um pilar fundamental na promoção da literacia financeira e tem vindo a contribuir para um mercado transparente, rigoroso e de excelência?
A I ntermediação de Crédito tem como sua missão moldar a sociedade para conseguir passar a mensagem que o acesso a determinados produtos e serviços, traduzindo as mensagens mais técnicas em factos mais acessíveis para leitura e compreensão.
Esta postura transforma o mercado e torna-o, de uma forma efetiva, num mercado com mensagem mais transparente, obrigando as entidades a serem rigorosas nas mensagens emitidas.
Tudo isto eleva a experiência do cliente e usuário do serviço, tornando a excelência num patamar tradicional e acessível a todos.
A verdade é que, os Intermediários de Crédito assumem um papel de relevo na sociedade. Por este motivo, é vital fomentar maior fiscalização em prol da transparência deste setor, promovendo um domínio sério, digno e rigoroso? O que é premente estabelecer?
Com o estabelecer dos Intermediários de Crédito numa posição de relevo é necessário a fiscalização e seguimento para que o setor seja transparente, digno e rigoroso no comportamento e relação com o cliente e com os Parceiros financeiros intervenientes no processo.
O Regulador tem vindo a atuar e a fazer um seguimento muito eficaz no setor.
No meu ponto de vista, o setor e função, carece ainda de alguma afinação sobre as competências necessárias para acesso e desempenho da mesma junto do mercado, no entanto considero que o caminho está a ser percorrido e temos excelentes profissionais no
mercado e que atuam com seriedade, rigor e transparência.
Tendo em conta o momento atual da Intermediação de Crédito em Portugal e todos os desafios mencionados anteriormente, de que forma a marca Ricardo Costa Oliveira Unipessoal, irá de tudo fazer para acompanhar e apoiar os consumidores e, ainda, promover um setor sério e transparente?
Como já referi, a Intermediação de Crédito em Portugal é um setor criado recentemente, cuja finalidade é desmistificar o jargão utilizado no mercado financeiro, nomeadamente na área de crédito habitação e consumo, tornando-o e transformando-o num setor sem letras pequenas e condições menos transparentes e perceptiveis ao cidadão comum.
Na ação que temos desenvolvido
desde a nossa fundação e fruto da experiência na área financeira, temos vindo a estimular a educação e acesso a informação de uma forma holística, promovendo uma cultura de educação ao cliente cujo feedback e informação tem sido bastante satisfatória, tida como séria e transparente.
O nosso serviço pessoal e adaptado a cada cliente e suas particularidades torna o mesmo praticamente Tailor Made/à medida para cada um dos nossos clientes.
Temos o compromisso de atingir um patamar de excelência no serviço prestado ao cliente, e inclusive na relação com os parceiros financeiros, com uma base de confiança, seriedade, fiabilidade e transparência na apresentação de propostas e negociação de condições para que ambas as partes fiquem servidas da melhor forma possivel na altura em que a mesma é elaborada. ▪
NOVEMBRO 2022 | 35 PONTOS DE VISTA
INTERMEDIAÇÃO DE CRÉDITO EM PORTUGAL
“O nosso foco tem de ser a Criação e Entrega de Valor para os nossos Clientes”
“Na Yunit, acreditamos que o M&A apresenta um papel crucial não só em momentos de crescimento económico, mas também em momentos de incerteza como o que vivemos”, revela Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting, que em entrevista à Revista Pontos de Vista, passou em «revista» o papel da marca no que concerne ao processo de fusões & aquisições (M&A), assegurando ainda que o PRR, os instrumentos do Banco do Fomento e o Portugal 2030 serão imprescindíveis para apoiar os empresários na iniciação de novos ciclos de investimento num contexto de incerteza. Conheça esta empresa de consultoria que existe, entre outros propósitos, para apoiar as empresas nas suas tomadas de decisão financeiras, para que assim possam dar um salto qualitativo e competitivo no seu crescimento.
-las para o contexto de cada um dos nossos clientes e apoiar a sua mudança e adaptação, para dar a melhor resposta e continuar a criar valor para as empresas. Internamente, destacaria novamente o facto de fazermos da diversidade de competências e a sua melhor combinação ajustada ao projeto/cliente uma das nossas principais vantagens competitivas.
Num mundo global, os negócios de sucesso são os que sabem enfrentar os múltiplos desafios que têm pela frente e é mais fácil consegui-lo com parceiros de confiança. Hoje, com mais de 20 anos de experiência, o que faz da Yunit Consulting esse parceiro?
O nosso maior desafio é, e sem dúvida continuará a ser, conseguirmos continuar a ser relevantes para as empresas e acompanhá-las na sua exigência de contar com um parceiro com competências cada vez mais transversais e diversificadas e disponível para estar ao lado delas em todos os momentos-chave de tomada de decisões. A adequação e combinação de recursos da área económico-financeira, com diferentes especialidades de engenharia tem sido crítica para fazer face a exigências cada vez mais distintas e abran-
gentes que a pandemia salientou.
Por um lado, temos de ser capazes de nos envolvermos na reflexão estratégica e no apoio à tomada de decisão dos gestores, sempre com uma visão holística da organização e do mercado e, por outro, há que ter capacidade e compromisso na execução dos diferentes projetos.
Procuramos também ter, desde a nossa origem, a mesma lógica de relação na criação de valor através de sinergias na oferta e promoção de negócio. Por isso, continuamos também a privilegiar as parcerias na promoção do negócio, sendo parceiros de referência das principais instituições financeiras em Portugal no que diz respeito ao apoio ao investimento (CGD, Millenium BCP, Santander e Novobanco) ou das Câmaras de Comércio, no suporte às PME e às soluções para o crescimento (CCIP e CCILE).
A Yunit Consulting tem como foco a criação de valor para as PME portuguesas, através de incentivos ao investimento, internacionalização, fusões & aquisições, entre outros. Considera que, o facto de a marca ser também uma PME e ter, por isso, contextos e desafios semelhantes aos dos clientes, a coloca numa posição privilegiada para identificar as mudanças no mercado? De que forma o faz para si e, consequentemente, para os clientes?
O nosso propósito é apoiar as empresas a tomar melhores decisões para que possam dar um salto qualitativo no seu crescimento. O facto de sermos uma PME e termos lógicas e desafios semelhantes aos dos nossos clientes, coloca-nos numa posição privilegiada e de proximidade para sermos capazes de identificar e diagnosticar as mudanças no mercado, traduzi-
Ao longo dos anos criámos uma metodologia de trabalho onde, para cada projeto, selecionamos uma equipa capaz de dar resposta aos nossos clientes em todas as dimensões (setor de atuação, especificidades técnicas e âmbito do projeto), de forma a garantir que todas as competências necessárias estão presentes, mas também que teremos a capacidade de falar a mesma linguagem do cliente, e respetivas equipas, garantindo assim uma visão total da empresa.
A abordagem holística às necessidades das empresas é cada vez mais um imperativo pois não há soluções fechadas e estanques. A capacidade de diagnosticar o momento de intervenção e projetar o impacto desta nas diferentes áreas do negócio exige competências diversas e complementares. Essa tem sido a nossa principal diferenciação e, mais que isso, o nosso compromisso.
Como anteriormente mencionado, o processo de fusões & aquisições (M&A) é um dos vários focos da Yunit Consulting. Atualmente, esta abordagem constitui uma força motriz no mundo dos negócios? Quais os motivos?
A procura de investidores, a abertura de capital ou olhar para o crescimento através da aquisição de
36 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA FUSÕES E AQUISIÇÕES
BERNARDO MACIEL
outras sociedades passaram a marcar presença de forma significativa nas opções dos gestores e empresários portugueses.
Considerando as dificuldades de crescimento orgânico e o custo corrente do capital e/ou excedentes de tesouraria, as operações de Fusões e Aquisições desempenham um papel decisivo no âmbito da criação de valor e nas atuais dinâmicas de crescimento das empresas, assumindo-se como uma componente chave da estratégia organizacional, uma vez que representam uma das opções estratégicas mais rápidas e eficazes para esse crescimento, promovendo a inovação e alavancando vantagens competitivas.
De entre as principais motivações pelas quais as empresas optam por esta estratégia salientam-se as seguintes: expansão geográfica ou de novos produtos; incorporação de know-how ou novas tecnologias; gestão estratégica do portfólio de negócios; procura de sinergias e economias de escala; aumento da quota de mercado; acesso a novas tecnologias; aquisição de recursos e competências; redução da concorrência.
A nível nacional, embora as M&A tenham recuado em 2021, acredita-se que as decisões de investimento que foram adiadas vão retomar agora, até porque os consultores, gestores e líderes empresariais sabem que as empresas precisam de se tornar mais competitivas. Concorda que este será um momento de ascensão? Qual será o grau e nível de desenvolvimento deste setor em Portugal?
Apesar da situação geopolítica e do contexto de elevada incerteza internacional, acreditamos que, durante os últimos anos, foram criadas condições de fundo que irão fomentar o crescimento no longo prazo do mercado de M&A em Portugal.
Relativamente às empresas, constatamos uma procura por capital que suporte os processos de crescimento e profissionalização, bem como um imperativo de obtenção de sinergias e melhoria da eficiência e competitividade assente em processos de concentração. Constatamos ainda (i) a existência de uma geração de empresários de sucesso sem sucessão e que, por isso, pretendem alienar as suas participações e (ii) um elevado dinamismo por parte de startups, com vantagens competiti-
vas no mercado internacional, procurando realizar fundraising visando estimular o seu crescimento
Ao mesmo tempo, observamos atentamente o crescimento do mercado de Private Equity, com um número cada vez maior de intervenientes com competência e experiência que procuram investir em PME com vantagens competitivas distintivas e com trajetórias de crescimento sustentado e bem delineado.
Por fim, é de salientar que, nos últimos anos, as multinacionais e investidores estrangeiros têm vindo a olhar com cada vez mais atenção para as vantagens competitivas do mercado português, materializando-se esse interesse em diversos investimentos.
Também em Portugal, esta atividade mantém-se muito exposta ao investimento estrangeiro, sendo que os setores tecnológico, financeiro e imobiliário lideram as operações, ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) possa trazer oportunidades para outros setores, nomeadamente o energético. O que esperar do mercado de M&A e destes setores, após os fundos comunitários?
Pela nossa experiência, acreditamos que o PRR, os instrumentos do Banco do Fomento e o Portugal 2030 serão imprescindíveis para apoiar os empresários na iniciação de novos ciclos de investimento num contexto de incerteza. Se, por um lado, os fundos comunitários se assumem como uma ferramenta a ser utilizada pelas empresas para cimentar vantagens competitivas e diferenciação, por outro lado, as Private Equity e as operações de M&A apresentam-se também como um pilar de apoio nestas dinâmicas de crescimento.
Temos notado uma procura crescente por ativos no mercado nacional e de origem muito diversa para o qual estes instrumentos de apoio à economia têm sido fator relevante. Apesar dos setores referidos terem sido os primeiros a ganhar relevo, hoje o turismo, a saúde e também os setores mais tradicionais como a metalomecânica, moldes e plásticos, entre outros, têm sido também alvo de operações de aquisição ou de concentração, sempre numa lógica de ganhar dimensão e competitividade. As alterações nas cadeias de valor nos últimos anos, aceleradas nos últimos anos com a Pandemia ou o conflito na Ucrânia, têm tornado
As empresas têm de continuamente criar valor no mercado em que atuam e, ao mesmo tempo que a Yunit Consulting as apoia neste processo, também cria a sua própria vantagem competitiva ao promover a inovação e a diversificação de produtos, serviços e processos. Com os olhos postos no futuro, que novidades podemos esperar da marca?
Enquanto consultora, o nosso foco tem de ser a criação e entrega de valor para os nossos clientes, uma vez que esse é um pilar essencial para a sustentabilidade financeira do negócio e para a sua longevidade. Isso implica olharmos também para dentro, para as soluções e serviços que disponibilizamos e para os processos e tecnologia que os suportam e perceber se dão respostas às expectativas e necessidades dos nossos clientes. Para isso, e numa lógica de customer centricity, estamos a realizar investimentos num conjunto de plataformas tecnológicas de apoio à decisão, tanto interna como externamente, bem como na nossa presença online, com um duplo objetivo: proporcionar uma melhor experiência ao nosso cliente e as ferramentas necessárias aos nossos colaboradores para ambos poderem
As empresas que criam valor, em simultâneo, para os seus stakeholders, parceiros e clientes são aquelas que têm maior potencial de assegurar a sua rentabilidade no médio/longo prazo e garantir que são competitivas dentro do seu sector.
relevantes no contexto internacional algumas indústrias como as que referi atrás, onde a capacidade técnica e de inovação, flexibilidade e resposta fazem claramente a diferença.
Entre estes setores diretamente impulsionados pelo M&A, destaca-se o energético, que poderá ter uma maior dinâmica face ao conflito na Ucrânia, mas também a transição energética e climática que tem sido uma prioridade de várias organizações e que é, inclusivamente, um dos pilares do PRR. Assim, que multiplicidade de oportunidades poderão emergir desta atividade no setor energético?
Num contexto internacional em que se verifica uma maior preocupação com os investimentos a realizar, materializando-se no ESG - Environmental, Social & Governance, acreditamos que este investimento público na transição energética e climática permitirá às empresas reforçarem elas próprias as suas estratégias de investimentos nestas áreas e colocarem no topo das suas agendas estas preocupações, tornando-as mais apetecíveis para os investidores.
Vivemos uma época de desafios constantes e as empresas não podem presumir que o pior já passou, uma vez que o clima de incerteza deverá continuar a fustigar o mercado. Em que medida os momentos de incerteza e fragilidade económica podem trazer mais-valias para as empresas no que respeita ao M&A?
Na Yunit, acreditamos que o M&A apresenta um papel crucial não só em momentos de crescimento económico, mas também em momentos de incerteza como o que vivemos. Desde logo, pela necessidade de capitalização das empresas para ultrapassarem as adversidades.
Destaca-se, neste âmbito, o Programa Consolidar do Banco do Fomento, criado com o propósito de apoiar a subscrição de fundos de capital de risco para investimento em PME e Mid Caps impactadas pela pandemia, mas economicamente viáveis e com potencial de recuperação. Para este efeito, foram já selecionadas 14 Sociedades de Capital de Risco para investimento pelo Fundo de Capitalização e Resiliência e que estarão envolvidas neste processo.
Estes momentos são também propícios para operações de fusão ou aquisição visando não só aumentar a competitividade, mas acima de tudo garantir a estabilidade económica das Sociedades em causa.
Diga-se ainda, que as alterações legislativas através do Programa Especial de Revitalização (PER) e Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE) promovem um sistema favorável à revitalização das empresas sendo expectável a realização de movimentos de aquisição para posterior reestruturação.
Do nosso lado, temo-nos empenhado em ser o principal parceiro das PME também neste contexto. A nossa experiência no acompanhamento das empresas nos seus principais momentos de mudança, coloca-nos numa posição relevante quando se abordam estas questões. Mais que um broker, somos um parceiro que, ao lado das empresas, as apoia na reflexão e ponderação das melhores soluções estratégicas, onde as operações de M&A são só mais uma das opções disponíveis.
A conclusão é que a atividade de M&A foi, e continua a ser, uma chave-mestra para as empresas que procuram acelerar o seu crescimento. Deste modo, o que podemos esperar deste mercado para o último trimestre de 2022 e para os meses que se seguem, em 2023?
Acreditamos que, aos poucos, os operadores económicos estão a compreender que a incerteza (Covid, Guerra na Ucrânia, inflação) irá permanecer no dia a dia das organizações, pelo que as decisões passarão a ser tomadas neste tipo de contextos. Assim, acreditamos que, durante os próximos meses, haverá uma recuperação do mercado de M&A em termos internacionais, sendo que este fenómeno poderá ser ainda mais acelerado em Portugal pelos motivos anteriormente abordados, nomeadamente relevância das Private Equity e investidores internacionais.
A capitalização das empresas e a sua capacidade de fazer face aos desafios constantes que as mudanças exigem colocam o M&A como uma opção relevante a considerar. Temos sentido, ao longo do ano de 2022, um aumento da procura bastante considerável, seja por parte de players externos ou nacionais.▪
38 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA FUSÕES E AQUISIÇÕES
"É VISÃO DA COMPANHIA SER A PRIMEIRA ESCOLHA DE SMART SOLUTIONS NO MERCADO. EM PORTUGAL JÁ SOMOS, APESAR DE QUE AINDA AMBICIONAMOS CRESCIMENTOS MUITO SUPERIORES. ORGULHA-NOS PODER AFIRMAR QUE JÁ TEMOS MAIS DE TRÊS MILHÕES DE USUÁRIOS REGISTADOS NA APP HON NA EUROPA”
JOÃO PAULO FERREIRA, COUNTRY MANAGER PORTUGAL
FOTO: DIANA QUINTELA
Evento Haier Europe
Marca Nº1 Mundial em Eletrodomésticos pelo 13º ano consecutivo
A Revista Pontos de Vista marcou presença no Evento Haier Europe, que se realizou no passado dia 25 de outubro, no Hotel Penha Longa, em Sintra. Totalmente dedicado à visibilidade da marca Haier, João Paulo Ferreira, Country Manager Portugal e a sua equipa, procuraram, através desta iniciativa, apresentar ao público nacional a qualidade destes equipamentos. Personalidades como o Chef Rui Paula e o Chef Ricardo Costa também participaram, com uma sessão de showcooking que deliciou todos os convidados.
Há mais de 30 anos que a Haier aplica a sua energia e os seus conhecimentos especializados no desenvolvimento dos melhores eletrodomésticos, com o objetivo de satisfazer os clientes mais exigentes.
A verdade é que, desde a sua fundação, a empresa evoluiu com o mundo moderno e o consumidor atual, começando a implementar no seu caminho produtos premium e inovadores. Hoje, o compromisso é atualizar e expandir continuamente a sua gama de produtos, capaz de ser um parceiro vitalício dos clientes e uma marca de eletrodomésticos posicionada no mercado como número um a nível mundial.
Com presença em 160 mercados, a Haier conta com 122 fábricas, mais de 100 mil colaboradores, 14 centros de pesquisa, 28 parques industriais e uma faturação na ordem dos 26 biliões. Embora a Haier esteja a dar os seus primeiros passos na Europa, marcas como a Candy ou a Hoover (que, também elas, pertencem ao Grupo Haier), foram, e ainda são, as mais utilizadas. É precisamente neste sentido que a Haier pretende, juntamente com as marcas do Grupo, partilhar uma história de sucesso no espaço europeu, incluindo em Portugal.
Para isso, são necessárias iniciativas que promovam a visibilidade, a interação, o toque e a criatividade – características que o Evento Haier Europe, que teve lugar no Hotel Penha Longa, em Sintra, reuniu na perfeição.
Foi no passado dia 25 de outubro que este Evento, cujo objetivo foi o de promover a marca em Portugal, teve início com a participação do Chef Rui Paula, considerado como uma referência incontornável da cozinha moderna e distinguido com duas Estrelas Michelin, e do Chef Ricardo Costa, convicto e entusiasta da gastronomia portuguesa e orgulhoso da sua cozinha que, também ela, foi condecorada com duas Estrelas Michelin. Ambos partilharam através de um showcooking as suas especialidades, conquistando a atenção e a barriga dos convidados. A esta celebração e calorosa reunião de pes-
soas amigas, juntaram-se ainda personalidades queridas do público português, como Vanessa Oliveira, Marta Aragão Pinto, Marta Andrino, Pedro Crispim, Olívia Ortiz, entre muitos outros que, com as suas próprias mãos puderam experimentar os produtos premium e compreender, assim, a qualidade que lhes é reconhecida a nível mundial.
O Evento Haier Europe não podia terminar sem umas palavras especiais de João Paulo Ferreira, Country Manager Portugal. Após um breve enquadramento da marca, o próprio assume que “é visão da companhia ser a primeira escolha de smart solutions no mercado. Em Portugal já somos, apesar de que ainda ambicionamos crescimentos muito superiores. Orgulha-nos poder afirmar que já temos mais de três milhões de usuários registados na App hOn na Europa”.
A mencionada App hOn é uma das grandes vantagens e fatores diferenciadores da Haier –é possível tirar o máximo potencial da marca, através do seu ecossistema inteligente e interconectado.
João Paulo Ferreira referiu no seu discurso que “esta App é intuitiva, adaptável e transversal a todos os produtos e serviços. Além das mais-valias práticas e técnicas que inclui, também o consumo é uma questão importante que não nos podemos esquecer. Atualmente, os consumos de energia estão cada vez mais dispendiosos e a utilização desta aplicação ajuda-nos a controlar estes níveis”.
A mensagem do Country Manager Portugal termina a referir que a «Distância Zero» é a filosofia que move a Haier. Quer isto dizer que, só assim é possível desenvolver continuamente a sua gama de produtos e garantir que esta se adapta aos ritmos em constante evolução dos lares modernos.
Fazendo uma breve analogia, é legítimo considerar que «Distância Zero» foi, também, aquilo que o Evento Haier Europe proporcionou. Após dois anos de pandemia, onde a proximidade foi colocada em causa por motivos maiores, esta iniciativa conseguiu, finalmente, aproximar a marca e os consumidores. ▪
NOVEMBRO 2022 | 41 PONTOS DE VISTA EVENTO HAIER EUROPE
FOTO: DIANA QUINTELA
SHOWCOOKING
CHEF RUI PAULA
“Eu e o Ricardo Costa somos dois amigos e dois cozinheiros reunidos por este Grupo da qual somos Embaixadores. Neste showcooking decidimos não trazer algo quente, até porque também se fazem maravilhas comidas frias. No meu caso trouxe até aqui um bife tártaro em formato de sanduíche. A forma de apresentação é engraçada e simples”.
CHEF RICARDO COSTA
“A minha representação e parceria com a Candy tem dois meses e espero que corra tudo bem, espero acima de tudo que seja importante para a marca. Tenho muito gosto em estar presente e lado a lado com o Chef Rui Paula. Da minha parte decidi trazer um pequeno snack que se encontra disponível no Restaurante do The Yeatman Hotel. É um crocante de alga”.
42 | PONTOS DE VISTA |
DE
EVENTO
PONTOS
VISTA
HAIER EUROPE
FOTOS: DIANA QUINTELA
FOTOS: DIANA QUINTELA
“Tivemos dois anos de pandemia em que não foi possível realizar estes eventos de proximidade e fico muito contente e satisfeita por fazer parte de um projeto como este, em que é possível dar a conhecer os nossos produtos de forma estreita aos clientes e públicos-alvo. Posso dizer que todos os eventos que temos efetuado têm corrido muito bem, mas a adesão a este em particular foi diferente e muito importante para nós. É gratificante observar o que vimos aqui acontecer”.
NOVEMBRO 2022 | 43
DE
PONTOS
VISTA
EVENTO HAIER EUROPE
SUSANA VALADA, MARKETING NA HAIER EUROPE
"Fico muito contente e satisfeita por fazer parte de um projeto como este"
FOTOS: DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA
FOTOS: DIANA QUINTELA
O QUE DIZEM AS PERSONALIDADES CONVIDADAS
MARTA ARAGÃO PINTO
“Eu acho que, mais do que nós conseguirmos ver produtos num catálogo ou através de um site, não há nada como os vermos ao vivo e este evento serve para isso mesmo. Para podermos abrir as máquinas, abrir os frigoríficos, sentirmos mesmo o eletrodoméstico e vermos todos os benefícios e todas as características que cada um tem. O evento está a ser melhor do que o esperado”.
VANESSA OLIVEIRA
“É muito mais simples nós, aqui, termos contacto com os eletrodomésticos e percebermos aquilo que eles fazem por nós. Neste caso a maioria deles é smart e, vê-los ao vivo dá-nos a possibilidade de percebermos o que é que, dentro das nossas necessidades, mais precisamos. Pessoalmente gosto desta parte tecnológica e adoro que os equipamentos façam a maior parte das coisas por nós. Já tenho um frigorífico da Candy que tem WI-FI e uso imenso. Sinceramente, penso que esta é a mais-valia da Haier neste caso, da Candy e da Hoover - podermos ver e experimentar tudo com as nossas mãos”.
MARTA ANDRINO
“Nós vamos criando laços com as marcas, mas depois tem a ver também com o próprio sucesso das mesmas no nosso dia a dia. A minha máquina de lavar é da Hoover, e de facto é a minha tarefa de casa. Eu não cozinho, adoro a parte de tratar da roupa e por isso é um processo que preciso no meu dia a dia que seja prático. É ótimo que tenhamos um espaço e tempo onde alguém nos possa explicar quais são as funcionalidades das máquinas, uma vez que já têm uma série de características muito mais evoluídas”.
"Acima de tudo, gosto da interação permitida por este tipo de estrutura. O toque, o visualizar, a presença, o conseguirmos inclusive fazer quase uma montagem visual daquilo que mais faz sentido na nossa casa, na nossa estrutura familiar. Acho que se cria uma sintonia quando há toque, quando temos os nossos sentidos despertos. Nesse sentido, estar com a equipa que melhor conhece o produto desde raiz e nos passa a informação, energia e paixão necessárias, é de facto uma perspetiva muito melhor”.
44 | PONTOS DE VISTA |
DE VISTA EVENTO
PONTOS
HAIER EUROPE
PEDRO CRISPIM
FOTOS: DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA
CASA ERMELINDA FREITAS
O Natal é a época do ano que junta as famílias à mesa, nomeadamente na noite de consoada. Olhando à tradição, que vinhos Ermelinda Freitas combinam bem com o rei bacalhau?
O bacalhau é sem dúvida o prato mais típico da mesa de natal das famílias portuguesas. Temos na nossa gama vinhos que combinam com esta grande iguaria como o Dona Ermelinda Reserva e o Dona Ermelinda Branco. Gostamos, dentro da nossa variedade, poder permitir ao consumidor final escolher o vinho que melhor se adequa ao seu gosto e registo, recomendamos para acompanhar os tradicionais doces com o nosso Casa Ermelinda Freitas Moscatel DO de Setúbal, finalizando com uma celebração de mais um ano com Casa Ermelinda Freitas Espumante Branco Bruto. Esta é uma época especial e queremos todos os nossos consumidores felizes e realizados.
Boas Festas!
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DE
CASA
PONTOS
VISTA
ERMELINDA FREITAS
LEONOR FREITAS
CASA ERMELINDA FREITAS
VINHOS NATAL
Notas de Prova:
Vinho com cor amarelo esverdeada, aroma com notas de frutos doces e algum citrino, bem integrado com a madeira onde estagiou. Na boca apresenta-se cheio e cremoso com final elegante e persistente.
Pratos recomendados: Excelente para pratos de peixe, saladas, massas e carnes brancas.
Temperatura de consumo: 12º - 14º C
Notas de Prova:
Vinho com cor granada quase opaco, com aromas a lembrar frutos pretos, especiarias e fumo, com alguma compota devido à grande maturação atingida. Na boca é um vinho denso, cheio, com grande estrutura, taninos presentes, mas integrados e macios. Final longo persistente e muito agradável.
Pratos Recomendados: Carnes, carnes vermelhas, pratos de caça, queijos, queijos de pasta mole, queijos fortes
Temperatura de Consumo: 16 - 18 ºC
CEF MOSCATEL DE SETÚBAL: 6€ PVP
Notas de Prova:
Vinho de cor dourada, rico e complexo, com aromas a lembrar mel e casca de laranja bem típicas da região. Na boca é cheio e doce revelando boa acidez que lhe confere frescura. Fim de boca persistente e muito prolongado.
Pratos recomendados: Acompanha bem pastelaria fina, doçaria Árabe, como pode servir de aperitivo.
Temperatura de consumo: 14 - 16 ºC
Para finalizar nada como celebrar mais um ano com o Casa Ermelinda Freitas Espumante Branco Bruto:
CASA ERMELINDA FREITAS ESPUMANTE BRANCO BRUTO: 8€ PVP
Notas de Prova:
Vinho de cor amarelo brilhante, frutado, a lembrar citrinos e frutos tropicais. Boa estrutura e boa acidez que lhe dá frescura e longevidade. Final de boca a lembrar o fruto, fresco e agradável.
Pratos recomendados: Ideal como aperitivo ou a acompanhar carnes gordas.
Temperatura de consumo: 8 - 10 ºC
NOVEMBRO 2022 | 47 PONTOS DE VISTA
DONA ERMELINDA BRANCO RESERVA: 12€ PVP
DONA ERMELINDA TINTO RESERVA: 12€ PVP
SoftFinança 32 anos de Valor e Excelência
A «renovação das expetativas» para o 32º aniversário da SoftFinança foi celebrada no passado dia 22 outubro. Efeméride essa que foi motivo para dar palco e voz à análise da trajetória do setor financeiro e abordar os contributos das soluções desta empresa na promoção da modernidade do mesmo, como por exemplo a introdução de self-service nos sistemas financeiros, entre outros.
Reconhecida e Conhecida pelos seus pares, a SoftFinança deu mote ao seu percurso, no ano de 1990, num trajeto de 32 anos e que têm sido preenchidos com sucessos, vitórias e capacidade para dar respostas eficazes e positivas a todas as exigências e necessidades do mercado, clientes e parceiros. Com uma vasta panóplia de produtos e serviços, onde se incluem soluções de self-service, pagamentos móveis, monitorizações e controlo, segurança e partilha de informação sensível, a marca tem perpetuado, numa linha de crescimento sustentado, a sua posição de prestígio no mercado.
Nesta dinâmica, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Luís Teodoro, Administrador da SoftFinança, e que nos deu a conhecer um pouco mais sobre o caminho calcorreado pela marca ao longo destas mais de três décadas de existência e atividade, assegurando que este percurso, “foi acompanhando a evolução do setor, que sofreu muitas alterações, mas sempre foi exigente e inovador e nós estivemos sempre presentes nesse seguimento”, afirma convicto.
O mesmo adianta que, ao longo do tempo, sentiram a necessidade de “passar de uma companhia de projeto, para uma casa de produtos, seguindo a dinâmica que os clientes necessitavam, nomeadamente as instituições financeiras”, assume, lembrando que estes players do setor financeiro, “deixaram de ter uma orientação ao desenvolvimento de soluções próprias, e ou através de parceiros, para terem uma cultura, que busca serviços que lhes permitam fazer saltos quânticos e obter uma visão mais orientada à diferenciação e à superação de expetativas dos seus clientes”, esclarece o entrevistado. E tal como se afirma em bom português, a mudança acarreta oportunidades. O caso desta instituição é exemplo disso, uma vez que “os desejos de inovar, melhorar e superar” proporcionou “a geração de fatores de diferenciação”, ao seu portefólio de clientes, “dentro das funcionalidades e das evoluções das raízes dos seus produtos”, revela Luís Teodoro.
O interlocutor divulga que, atualmente, a competitividade deste ramo não assenta somente na
48 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA 32 ANOS DA SOFTFINANÇA
LUÍS TEODORO
FOTO: DIANA QUINTELA
relação de confiança entre cliente e funcionário da instituição bancária, mas sim na “quantidade e qualidade de serviços” que foram sendo desenvolvidos, no seio das instituições financeiras, com a transformação digital, como por exemplo a “introdução do self-service nos sistemas”. Ou seja, “perdeu-se o conceito de localização” e tem vindo a assistir-se ao fenómeno da conveniência, em que “o banco está no local em que nós estivermos sendo esta uma mudança muito importante para a forma como o cliente se relaciona com essa entidade financeira, principalmente o cliente particular”, explica-nos. Luís Teodoro revela ainda que a criação e implementação de uma “aplicação multivendor para ATM”, foi um dos contributos da SoftFinança para a massificação deste processo, possibilitando uma utilização uniforme, por parte do público, e uma célere adoção.
OS DESAFIOS À PROSPEÇÃO INTERNACIONAL
O Administrador da SoftFinança refere ainda que o “período pandémico surgiu numa fase em que estávamos em plena aceleração no mercado internacional e esta espécie de congelamento que tivemos votados fez-nos passar uma fase relativamente difícil, na medida em que tínhamos as oportunidades e não conseguimos atendê-las da forma mais correta, porque não nos podíamos movimentar, embora tivéssemos conseguido ultrapassar essas vicissitudes, pois pretendemos dar sempre uma resposta eficiente e eficaz. Até porque no nosso modelo de negócio, a presença física é relevante, e em mercados emergentes ainda mais, para dar um conforto de credibilidade, presença e acompanhamento ao cliente”.
O gestor indica ainda que a pandemia da Covid-19 apareceu numa altura em que “tínhamos definido restruturar a nossa internacionalização, ou seja, ao invés de apenas termos a nossa presença nos PALOP - Países Africanos de Língua Portuguesa – queríamos conquistar três novos mercados: o de língua francesa no centro de África, o de língua espanhola na América Latina e, por último, o Leste Europeu”, salienta o nosso interlocutor.
No primeiro mercado a oportunidade foi concretizada em Dakar, ainda em fase pandémica, com limitações de viagens e nas atividades comerciais. Luís Teodoro confirma que nos dias de hoje, “foi retomada a normalidade, e podemos afirmar que estamos presentes em cinco países dessa região, com propostas implementadas e encerradas”. Relativamente à aposta no mercado da América Latina, apesar de também ter coincidido com esta época de instabilidade mundial, “o parceiro local da SoftFinança criou condições para a realização de deslocações e devido a isso, conseguimos, num ano, implementar um projeto bastante ambicioso na República Dominicana, o que nos deixou, por um lado, satisfeitos e por
outro confiantes no trabalho elaborado. Esse, acabou por gerar novas leads que estão, neste momento, a ser trabalhadas, por isso, vamos conseguir recuperar dos obstáculos provocados pela pandemia mundial que vivemos recentemente”, esclarece o nosso entrevistado, admitindo ainda que "o terceiro eixo de internacionalização, o leste europeu, encontra-se em stand by, dada a atual conjuntura, portanto, a decisão foi de adiar a aposta nesta alternativa, até quando estiverem reunidas condições para tal. Até lá repensa-se se o caminho é mesmo por aqui, ou não”. Perante esta adversidade, e outras que foram aparecendo ao longo destes 32 anos de experiência, o responsável pela SoftFinança demonstra que são adversidades que os têm tornam mais resilientes, e que “cada dia é um novo desafio, que nos obriga a ter os pés bem assentes no chão, para resolver as dificuldades e dar sempre respostas capazes de satisfazer o mercado, aproveitando sempre o nosso know how, e, por outro lado, fomentando uma perspetiva de maturidade, o que permite, hoje, olhar para estas questões, com maior segurança e pragmatismo”, esclarece, evidenciando que as decisões da gestão da empresa, por vezes, não são as mais simpáticas, “mas são as necessárias, para que a mesma se mantenha suficientemente sólida para continuar a ter a confiança necessária dos seus clientes, colaboradores e investidores”.
A ESTRATÉGIA PARA O FUTURO É DE “CRESCER NO MERCADO NACIONAL” Não se pode pretender crescer lá fora, sem que se tenha primeiro uma base forte, consolidada e sustentada no país de origem. Esta é, portanto, a lógica da SoftFinança, sendo que para Luís Teodoro, os desideratos da marca, passam exatamente por isso, ou seja, pelo aumento de clientes e parceiros do mercado português. “Temos de seguir essa linha, naturalmente. Não nos podemos esquecer da relevância que o mercado luso tem na nossa orgânica e dinâmica e, desta forma, nunca iremos descurar o mercado em Portugal e estaremos sempre presentes para dar respostas a todas as necessidades dos players existentes no mesmo”, assume Luís Teodoro, revelando ainda que “a nível internacional a nossa estratégia passa por elevar expressivamente o crescimento na ordem dos dois dígitos, durante os próximos dois, três anos, essencialmente com cross selling na nossa atual gama de clientes, bem como pela abertura de novos públicos”. Avança também que, neste último ponto, têm sido desenvolvidas “soluções de ATM, todavia o sucesso e a credibilidade que estamos a conquistar em novas geografias, mercados e clientes têm despertado o interesse e a atenção para outras soluções da SoftFinança. Portanto, querem conhecer mais produtos do nosso portefólio, o que nos permite alargar a nossa presença em outras áreas de atividade das instituições financeiras, a acrescentar à realidade da rede de ATM”. ▪
32 ANOS DE EXCELÊNCIA
O remate da conversa fez-se de agradecimentos e perspetivas para o próximo ciclo de vida. A palavra de agradecimento do entrevistado é dirigida aos colaboradores, o Capital Humano da SoftFinança, - que são “a espinha dorsal da nossa estratégia, pela dedicação e confiança que prestam diariamente nas suas funções, contribuindo de uma forma muito pessoal para o sucesso que alcançamos”. Depois, o apreço é voltado para a cadeia de clientes e parceiros, sobretudo por “reconhecerem as competências e os valores desta marca, mas também por continuarem a apostar nos nossos serviços e estarem disponíveis para aceitar as nossas abordagens quando lhes apresentamos projetos novos e evoluções dos nossos produtos”.
Desta forma, o desejo para os próximos anos será direcionado para a preservação do rigor e da seriedade, tanto com os clientes como com parceiros e colaboradores, porque “estaremos sempre presentes para continuar a dignificar a marca SoftFinança e nunca defraudar aqueles que acreditam sempre em nós e isso tem sido refletido ao longo destes 32 anos, que foram preenchidos com uma linha orientadora assente na transparência, na proximidade, rigor e excelência no «servir» bem todos aqueles que nos procuram”, finaliza, Luís Teodoro, Administrador da SoftFinança.
NOVEMBRO 2022 | 49 PONTOS DE VISTA 32 ANOS DA SOFTFINANÇA
FOTO: DIANA QUINTELA
“Sou, acima de tudo, uma Apaixonada pelo que faço”
O Ecorkhotel é, atualmente, um ponto de referência em Évora, cidade Património Mundial declarado pela UNESCO. Mas não é só a localização inspiradora que promove esta estrutura, é também o facto de ser o primeiro hotel ecológico em Portugal. Entre tantas componentes distintas, também Ana Patrícia Duarte, Diretora Geral deste espaço de turismo se destaca, pela liderança que impulsiona a motivação de todos os que por ali passam.
Localizado a poucos quilómetros de Évora, cidade Património Mundial declarado pela UNESCO e única cidade portuguesa membro da “Rede de Cidades Europeias mais Antigas”, o EcorkHotel Évora está à distância de uma hora de carro de Lisboa. Além da localização, o que torna este espaço prestigiado num «ícone», não só de Évora, como de Portugal? O Ecorkhotel Évora é um espaço único, ideal para quem pretende descansar e abstrair-se do “corre-corre” do dia a dia. Aqui, escuta-se o silêncio e a nossa equipa tem como missão diária fazer com que os hóspedes se sintam em casa. A própria construção do hotel torna o projeto em si especial, na medida em que existe o edifício principal com os serviços gerais e, em separado, as unidades de alojamento, que são fora, com acesso individual e independente. Esta particularidade do alojamento permite aos nossos hóspedes uma experiência diferente e singular, na qual o silêncio é “rei” e o seu “reinado” se traduz numa boa dose de descanso. De energias renovadas, os nossos hóspedes podem experienciar, com vagar, o Alentejo em cada serviço que proporcionamos.
Integrado na paisagem alentejana e construído com base em fortes preocupações ambientais, esta propriedade tem como maiores apostas a sustentabilidade e eficiência energética, tendo sido o primeiro hotel ecológico certificado em Portugal. Para melhor entender, em que é que se traduz esta certificação?
Desde o seu início que o Ecorkhotel Évora foi construído com a ideia de ser um hotel ecológico e com uma pegada de carbono baixa. A sua certificação como primeiro hotel ecológico prova a qualidade na sua construção que teve em conta pessoas, ambiente e tecnologia. O conceito dos “3Rs” (reutilizar, reduzir e reciclar) esteve presente desde a sua primeira pedra e continua a estar presente na sua operação diária. As pedras que alicerçam o hotel são as que já se encontravam no terreno e os restantes materiais foram escolhidos pela proximidade, desde a central de betão, à pedreira, passando pela empresa de construção. As energias renováveis são as preferidas. Utiliza-se energia geotérmica para aquecer a piscina interior e controlar a temperatura do edifício principal. Os painéis solares acumulam energia que é canalizada para aquecer as águas sanitárias. Quanto à água que a natureza nos dá, ou melhor, que o subsolo
ANA PATRÍCIA DUARTE
acumula, esta é tratada para uso humano, consumida de diversas formas e posteriormente tratada para ser reutilizada no sistema de rega dos espaços verdes do hotel. Os próprios espaços verdes são compostos por vegetação típica Alentejana (por exemplo, oliveiras, sobreiros, azinheiras, alfazema e rosmaninho), flora local que possibilita economizar água, uma vez que está habituada ao clima seco.
A verdade é que, cada vez mais, a consciência ambiental está presente na sociedade. Assim, considera que um fator-chave de interesse no EcorkHotel, é o facto do projeto ser ecológico?
Os turistas estão hoje mais consciencializados desta informação, quando escolhem um local para ficar?
O turismo eco-friendly tem uma expressão cada vez maior, o que demonstra que a consciência ambiental dos turistas está presente quando escolhem um hotel para ficar. Sendo o Ecorkhotel Évora o primeiro hotel ecológico em Portugal, sem dúvida que é o factor-chave de interesse e de atração. Para além de um local para ficar, cada vez mais se sente que os turistas prestam atenção às energias e materiais utilizados pelo próprio hotel. Os nossos hóspedes questionam quais as nossas medidas eco-friendly, dão sugestões de medidas a adotar, é muito interessante a partilha criada.
Além disso, o EcorkHotel tem a preocupação em proporcionar aos seus clientes uma experiência com produtos portugueses, essencialmente regionais. Que serviços e/ou produtos 100% portugueses o hotel dispõe?
O Ecorkhotel Évora tem como objetivo proporcionar aos seus hóspedes uma experiência com produtos portugueses, privilegiando, sempre que possível, produtos do Alentejo. No pequeno-almoço, almoço ou jantar os nossos hóspedes podem encontrar refeições confecionadas com alimentos de origem portuguesa, sempre que possível de produtores locais. Na carta de bebidas de bar oferecemos, entre outros, gins, licores e vinhos Alentejanos e, inclusive chá “feito no Alentejo, com vagar”. No SPA, o hóspede pode desfrutar de uma experiência com aromas característicos do Alentejo, como o azeite, alecrim e alfazema. Também no alojamento os nossos hóspedes podem desfrutar dos aromas do nosso país, nos produtos que vão encontrar. Sem desvendar toda a experiência, pois quero manter o fator “surpresa” na experiência dos nossos hóspedes, estes são alguns dos exemplos que o Ecorkhotel Évora dispõe de serviços.
Observando os factos anteriormente mencionados, são vários os fatores de distinção e valor do EcorkHotel. Contudo, um dos mais importantes é a liderança que move a equipa do mesmo. Na qualidade de Diretora Geral do projeto, face aos desafios inerentes à vida, como se gere um hotel e as suas pessoas associadas? Quem é a líder Ana Patrícia Duarte?
Sou, acima de tudo, uma apaixonada pelo que faço, pela minha área profissional e pela dinâmica do funcionamento de um hotel. É essa paixão que faço questão de transmitir diariamente à minha equipa, pois considero que o amor pelo que fazemos se traduz em melhores competências técnicas e mesmo comportamentais e, consequentemente, em melhores resultados na satisfação dos nossos hóspedes. O nosso local de trabalho é onde gastamos a maior parte do nosso tempo, pelo que para mim é crucial manter a minha equipa feliz, motivada e a sentir-se parte integrante do projeto. Se é fácil gerir um hotel e as suas pessoas associadas? Não. Mas é, sem dúvida, um desafio e isso faz-me sentir viva, pois a vida é isso mesmo, uma sequência de desafios, que nos faz sentir vivos ao enfrentá-los. Ser líder é, também, ser exemplo, somos o espelho das nossas equipas. O
50 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA PONTOS DE VISTA NO FEMININO
nosso comportamento é refletido na própria atitude da equipa que lideramos, pelo que mais do que implementar e fazer cumprir procedimentos devemos ser os primeiros a segui-los.
Licenciada em Turismo, a Ana Patrícia Duarte já ocupou diversas funções distintas, dentro desta área de atuação. Quão legítimo é afirmar que liderar um projeto como o EcorkHotel é um sonho antigo – e hoje concretizado? Sempre ambicionou estar por detrás de um negócio de sucesso? Honestamente, mais do que liderar um projeto de sucesso, o mais importante para mim sempre foi ter oportunidade de liderar um projeto com o qual me identifico. E, nesse sentido, sem qualquer dúvida que liderar o Ecorkhotel Évora é um objetivo cumprido.
Precisamente por estar por detrás de um negócio de sucesso, torna-a num exemplo na sociedade de liderança feminina. Considera que a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres é hoje uma realidade? Face à sua experiência, como observa o panorama geral desta questão?
Podemos ainda não estar no que considero a realidade justa, mas acredito estarmos no caminho certo para a igualdade de oportunidade entre homens e mulheres. Cada vez mais, em cargos de
liderança, públicos ou privados, se vêm mulheres a ocuparem os mesmos. As mentalidades têm vindo a mudar e, nesse sentido, as oportunidades à liderança feminina têm surgido, com condições iguais oferecidas aos homens que ocupariam esses mesmos cargos. Falando da minha experiência pessoal ser mulher nunca foi uma condicionante ao meu percurso profissional. Considero que tive as mesmas oportunidades que os meus colegas de trabalho homens. Inclusive, cresci profissionalmente com homens em cargos de liderança que sempre apostaram em mim, a quem sou muito grata. Devemos “acreditar” em pessoas pelas suas competências e não pelo seu sexo, ser homem ou mulher não define um bom ou mau profissional. Nesse sentido, enquanto líder, e tendo essa possibilidade, dou o meu contributo para o que considero uma realidade justa, elegendo pessoas para cargos de chefias pelas suas competências e não pelo seu sexo.
Muitos afirmam que os sonhos devem ser ilimitados – nunca perderemos a vontade de sonhar, executar e, por fim, concretizar. Nesta perspetiva, enquanto pessoa, mulher e profissional, que passos ainda têm de ser dados?
Sem dúvida alguma que concordo que os sonhos devem ser ilimitados, pelo que pretendo ainda dar tantos passos. Neste momento estou feliz em Évora
Já do ponto de vista do Ecork Hotel, que novidades podemos esperar a curto e médio prazo, para que este se mantenha um espaço inovador, sustentável e reconhecido no mercado?
O Ecorkhotel Évora tem como objetivo posicionar-se cada vez mais como um produto único e diferenciado. Neste sentido, continuamos a trabalhar diariamente para nos mantermos atualizados, no que respeita, por exemplo, às energias renováveis e materiais eco-friendly utilizados e, também, nos mantermos únicos na experiência proporcionada aos nossos hóspedes, no que respeita aos produtos consumidos e fornecedores a quem recorremos.
e focada em pleno no projeto. Quero absorver o máximo desta experiência enquanto Diretora Geral do Ecorkhotel Évora, aprender e consolidar conhecimentos. Porém, a médio longo prazo faz-me sentido ter uma oportunidade profissional que me proporcione estar mais perto da minha família. ▪
NOVEMBRO 2022 | 51 PONTOS DE VISTA
PONTOS DE VISTA NO FEMININO
«Deixar Marca», à dimensão possível do produto da minha Vivência e Imagem”
Assume-se como uma Mulher concretizada, mas reconhece ser uma pessoa obstinada na procura da realização pessoal, ambicionando fazer a diferença de alguma forma. Falamos de Victoria Quintas, Diretora Geral e Fundadora da BIODECON - BDSD, Soluções de Biodescontaminação Lda, que, em entrevista à Revista Pontos de Vista, levantou um pouco o véu sobre o seu percurso e carreira, a forma como lida com os desafios e os supera, assegurando que, apesar de existir uma melhoria evidente, ainda existe um longo caminho a percorrer, no que concerne à diversidade de género nas empresas em Portugal.
Sabemos que a Victoria Quintas é uma profissional experiente, com sólida carreira na indústria farmacêutica, tendo atuado em áreas como Neurologia, Nefrologia, Oncologia e Doenças Raras. Gostaríamos de conhecer um pouco mais da sua história. O que nos pode confidenciar?
Com formação de base em Biologia pela Universidade de Lancaster, Reino Unido, desempenhei funções de Direção de Marketing e Vendas em empresas do ramo do Diagnóstico Clínico e Farmacêutico, ao que se seguiu a experiência de empreendedorismo da BIODECON, a única empresa nacional, exclusivamente, dedicada a soluções de erradicação e controlo da contaminação ambiental – não só na saúde, no combate às vulgarmente designadas infeções hospitalares – como, e cada vez mais, noutras áreas.
Com a atividade da BIODECON sentimos que constituímos parte da solução de um problema que afeta vidas humanas, o que é extremamente gratificante. A confiança depositada na nossa prestação de serviços de biodescontaminação ambiental automatizada é fonte de contínua motivação e empenho. No entanto, pelo contexto socioeconómico do nosso país e a ainda diminuta dimensão da estrutura da BIODECON, o contínuo desafio é a palavra de ordem, a nossa realidade diária.
Além disso, é também proficiente em gestão de marketing e vendas, com especial interesse em liderança de equipas multifuncionais. Porquê todos estes campos distintos de atividade?
Não me parecem campos distintos. O sucesso comercial de uma equipa vem muito da empatia e inteligência emocional de cada um dos seus membros e assenta na base de uma boa formação, estruturada numa relação de confiança na Organização. Costumo dizer informal-
VICTORIA QUINTAS
QUE O TERMO
mente que “gosto de pessoas”, de as “formar” e não só “treinar”, o que, no caso das equipas que tive e tenho o privilégio de liderar, significa fazer crescer não só a nível profissional como pessoal, incutindo responsabilidade e proatividade, com a adaptabilidade multifuncional a que a realidade atual obriga.
Como já mencionado, tem uma carreira sólida na sua área e é, sobretudo, empreendedora neste círculo, tendo, por isso, fundado a marca Biodecon – Soluções de Biodescontaminação, há nove anos. Com que objetivo nasceu esta marca no mercado?
A BIODECON surgiu no contexto de uma conjuntura bem identificada: A realidade nacional da mais elevada taxa europeia de prevalência de infeções hospitalares, atualmente definidas de forma mais abrangente como Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS). Segundo o inquérito efetuado entre 2011 e 2012 pelo European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), a prevalência de infeção adquirida em internamento de hospitais de agudos em Portugal era de 10,5%, praticamente o dobro da média europeia, que desceu para 7,8% no último inquérito, realizado em 2016, um valor tendencialmente mais favorável, mas ainda demasiado elevado.
Apresentámos, desde o início da empresa, um modelo de negócio mais facilitador particularmente para as instituições do SNS, cujos conhecidos constrangimentos financeiros e de recursos humanos dificultam a aquisição de equipamento: A prestação de serviços de biodescontaminação ambiental automatizada certificada pela NP ISO 9001 - 2015, uma intervenção “chave na mão”, incluindo consumíveis, equipa de técnicos especializados que conduzem e monitorizam toda a operação, providenciando inclusive evidência do nível de eficácia atingido em cada ciclo de biodescontaminação.
52 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA PONTOS DE
NO FEMININO
VISTA
“DIRIA
LIDERANÇA NUMA ESTRUTURA DE DIMENSÃO REDUZIDA COMO A DA BIODECON É MUITO RELATIVA... AINDA ASSIM, TENTO – COM UM EXERCÍCIO PERMANENTE DE AUTOCRÍTICA E CONTROLO PESSOAL –APROXIMAR-ME O MAIS POSSÍVEL DO QUE CONSIDERO SER UM BOM LÍDER”
Mais do que uma oportunidade de mercado, dar acesso à inovação técnica que contribui para a redução das IACS constitui o “Compromisso e Responsabilidade Social” que a BIODECON orgulhosamente assume como Missão.
A Biodecon contribui para a contenção, erradicação e prevenção das Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS), que constituem um desafio de dimensão nacional. Na prática, de que forma o faz?
A Biodecon combina a melhor relação de eficácia e rapidez na erradicação de microorganismos causadores de infeção, com um portfolio cada vez mais alargado de tecnologias, que vão desde a vaporização com Peróxido de Hidrogénio de alta concentração (35%) – a referência mundial na descontaminação de superfícies –até à utilização de outros biocidas aplicados por nebulização, ou por vaporização eletrostática, assim como a radiação ultravioleta.
A BIODECON atua ainda a nível do ar, com uma nova gama de equipamentos particularmente custo-efetivos para tratamento por filtragem de alta eficácia e biodescontaminação 24/24h sem consumível, a utilizar em espaços com a presença de pessoas.
Noutra área de atividade muito solicitada na sequência da pandemia por SARS-CoV-2, fabricamos em Portugal estruturas para isolamento de doentes de fácil montagem e dimensão customizada, com pressão negativa para contenção da infeção, que reduzem a contaminação cruzada e maximizam a flexibilidade das instituições de saúde para acomodar doentes de risco e/ou infetados.
Novas áreas de atividade e segmentos de mercado se abrem atualmente na BIODECON, que dá este ano o seu primeiro passo de Investigação e Desenvolvimento local, num estudo de consórcio em que lidera.
O facto de ser uma mulher líder da sua organização, muito diz sobre o desenvolvimento da sociedade. É do conhecimento geral que a procura incessante das mulheres pela inserção profissional em cargos antes ocupados apenas por homens tem surtido resultados positivos
nas empresas. Acredita que o paradigma está, finalmente, a mudar? Como observa a atual panorama desta questão no setor onde atua? Existe efetivamente uma valorização crescente dos traços de liderança mais frequentes entre as mulheres, como é o caso do trabalho em equipa, a promoção das relações interpessoais e a motivação do grupo, mas Portugal ainda tem muito espaço para melhorar a vários níveis: Dados do estudo “A Diversidade de Género nas Empresas em Portugal” mostram que nos cargos de topo a representação feminina é ainda bastante minoritária. Não existindo grandes diferenças de género na população ativa e constituindo as mulheres cerca de 60% de todos os licenciados, só podemos concluir que a sua representação em posições de chefia está ainda muito longe da paridade. Em 2021, nas quase 40 mil empresas criadas em Portugal, apenas 27% têm liderança feminina, valor 1 pp superior ao de 2019. Ainda que modesto, este valor traduz, no entanto, uma evolução positiva, já que há dez anos se encontravam pouco acima dos 5%. Choca-me particularmente a questão da disparidade salarial, que vai aumentando à medida que se vai subindo nos quadros da estrutura empresarial. Se nos profissionais não qualificados as mulheres ganham, em média, aproximadamente menos 10% que os homens, nos quadros superiores (com mais responsabilidades, como definição da política geral da empresa ou funções consultivas) a diferença ronda os 26%, apesar das mulheres possuírem, em média, mais habilitações.
No entanto, para além do género, existem hoje outras questões estruturantes, como a integração de diferentes gerações e culturas, o acolhimento dos millennials, as competências-chave para a tão necessária adaptabilidade, os novos segmentos de negócio, o ambiente tecnológico, as condições de trabalho remoto e a gestão de equipas à distância.
A verdade é que a capacidade de liderança positiva nada tem a ver com o género do líder. No caso da Victoria Quintas, em que medida a liderança que pratica tem sido essencial no sucesso da Biodecon e também na
motivação da sua equipa? O que é, para si, um bom líder?
Diria que o termo liderança numa estrutura de dimensão reduzida como a da BIODECON é muito relativa... Ainda assim, tento – com um exercício permanente de autocrítica e controlo pessoal – aproximar-me o mais possível do que considero ser um bom líder: alguém que pratica um bom modelo de gestão pelo exemplo, traz a sua equipa a participar nas decisões da empresa com a inerente mais-valia da criatividade pessoal e proatividade, promove o sentimento de “pertença” e confiança na Organização, num ambiente da maior estabilidade possível... o que não é de todo fácil! Só uma excelente gestão de expetativas pessoais, atenção ao pormenor das distintas personalidades e muita inteligência emocional se pode assegurar a motivação que é a chave para o sucesso do coletivo. ▪
A terminar, do ponto de vista pessoal e profissional, o que falta ainda concretizar na sua vida? Que marca gostaria de deixar não só na equipa da Biodecon, como no mundo?
Concretizado o importantíssimo “legado” de mãe que deixo a duas filhas de que muito me orgulho, procurarei, ainda assim, que me falte sempre algo a realizar: Um novo desafio a abraçar – pessoal ou profissional – uma meta a alcançar, algo que me garanta o entusiasmo de continuar a criar algo.
«Deixar marca», à dimensão possível do produto da minha vivência e imagem, parece-me improvável e deveras excessivo! Ainda assim, reconheço ser obstinada na procura da realização pessoal ambicionando “fazer a diferença” de alguma forma e à medida das minhas capacidades.
NOVEMBRO 2022 | 53 PONTOS DE VISTA
FEMININO
PONTOS DE VISTA NO
"Queremos inspirar e promover a Liderança Feminina e a Igualdade de Género na sociedade"
AComunidade In Women’s World acaba de ser lançada na cidade do Barreiro, qual o propósito e papel esperado na promoção e estimulação da união em rede de Mulheres Empreendedoras?
A In Women’s World é uma Comunidade que tem como propósito capacitar e otimizar as valências do público feminino através de uma rede sólida de parcerias e cooperação entre Mulheres Empreendedoras nas suas diversas ocupações. Pretendemos fomentar o seu crescimento pessoal e profissional, mediante o apoio à concretização das suas ideias de negócio, expansão e capacidades de liderança, com ações de formação, eventos, parcerias e atividades networking que vamos desenvolvendo.
Temos uma estrutura flexível e de gestão compartilhada entre a direção e as embaixadoras, que assumem um papel fundamental na dinamização dos programas e iniciativas que promovem a interação entre as Membros. Através destes fomentamos o enriquecimento e desenvolvimento pessoal e profissional das Empreendedoras mediante partilhas de conhecimento, experiência e referências, por meio de diferentes ferramentas e metodologias na vertente técnica e comportamental, com base nas competências de outras Empreendedoras, Parceiros, Instituições credenciadas e Mentores.
Através de uma plataforma dinâmica e canais digitais as Empreendedoras podem encontrar apoios necessários para criar e gerir uma empresa, trocar experiências, promover as suas marcas e fomentar parcerias.
Queremos impulsionar uma Nova Geração de Mulheres Empreendedoras, contribuindo para um maior equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional.
Como surge a ideia de criar esta Comunidade e porquê na cidade do Barreiro?
Na verdade, é um projeto antigo que não vingou e que, após alguma maturação, no decorrer deste último ano, me decidi a repensar e a criar uma nova metodologia mais abrangente, com um propósito que servisse de alavanca ao desenvolvimento pessoal e profissional da Mulher Empreendedora.
De alguma forma acaba por ser um reflexo do que vivi e tenho experienciado no meu percurso de vida, nomeadamente aquando da tomada de decisão de criar o meu próprio emprego. Após 18 anos vinculada a grandes multinacionais deparei-me com a possibilidade de seguir o meu caminho, organizar a minha vida familiar, já com 4 filhos, e fazer o que mais gosto: comunicar e lidar com pessoas. Acreditando sempre na viabilida-
54 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA PONTOS DE VISTA NO FEMININO
Mafalda Flores é uma Empresária, Empreendedora, Networker, Especialista em Comunicação de Marketing & Relações Públicas que temos vindo a acompanhar ao longo destes últimos anos, numa trajetória que a tem ligado a diferentes projetos e iniciativas. Acaba de lançar uma Comunidade de Empreendedorismo Feminino e queremos saber o que a levou por este caminho.
ANA MAFALDA FLORES, FUNDADORA DA IWW “A ESSÊNCIA DA IWW ASSENTA NUMA PLATAFORMA ONDE AS EMPREENDEDORAS PODEM ENCONTRAR APOIOS PARA CRIAR E GERIR UMA EMPRESA E, ALÉM DISSO, BENEFICIAR DE OUTROS MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA DESENVOLVER O SEU CAMINHO”
de de ter uma agência de comunicação própria, assente na minha experiência e bons contactos no meio, foi o foco e a persistência que me levaram a ultrapassar algumas adversidades que também fui encontrando pelo caminho e, que naturalmente, me foram abalando. A oportunidade de me poder apoiar em outras empreendedoras e demais parcerias, que fui consolidando na minha rede de networking, foi fundamental para poder crescer e desenvolver as competências fundamentais para me tornar uma profissional de referência, mais confiante, independente e capacitada, para ser dona do meu próprio negócio.
Percebendo que muitas outras mulheres se revêm nesta minha incursão e vontade de fazer mais pela vida, desafiei-me a mim própria, a criar uma Comunidade de Empreendedorismo conjuntamente com um grupo de mulheres, igualmente empreendedoras, que acreditam na força da entreajuda e combinação de sinergias.
O Barreiro não foi uma coincidência, mas uma opção pensada e por convicção. Com a minha mudança de vida para esta cidade, rapidamente percebi o potencial que tem a nível social e económico e, claro, pelos laços que vou criando diariamente, interação com novos parceiros, e, principalmente, contacto com muitas mulheres empreendedoras que tenho conhecido e que são uma verdadeira inspiração.
Esta feliz combinação traduziu-se na formalização da Comunidade IWW, que pela sua génese e propósito tem o apoio de diversas entidades locais.
No próximo dia 19 de novembro, comemora-se o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Primeiramente, qual a relevância que esta efeméride tem e deve continuar a ter a nível mundial e que mensagem é que esta data deve passar?
A relevância deste dia prende-se com o facto de ser uma data que celebra e incentiva o protagonismo de mulheres no campo empresarial, seja como donas do seu próprio negócio ou em funções de relevância e chefia. Se na verdade não sou grande apologista de datas dedicadas a assuntos que devem ser encarados como normalidade, por outro lado, considerando-as, ainda existentes, divergências no que respeita à equidade de género, nomeadamente no que respeita ao ambiente empresarial, nunca é demais homenagear as mulheres empreendedoras que, diariamente, se reinventam, desafiam, encaram as adversidades como desafios, criam negócios, inventam e inovam... fazem acontecer!
Temos vindo a assistir a uma evolução gradual das políticas e medidas que visam concretizar o tratamento de homens e mulheres de forma igual, tanto no enquadramento social, como profissional. Mais uma vez, algo que deveria de ser a normalidade… sendo que considero igualmente importante avaliar o facto do homem e da mulher serem naturalmente diferentes, apresentando características e aptidões diversas entre si. Levando isto em consideração, o esforço posto no empoderamento da mulher na sociedade e no trabalho não deverá acontecer no
sentido de atenuar estas características que lhe são próprias, mas sim em se estabelecer uma igualdade de oportunidades, para que a mulher possa ser aquilo que naturalmente é e, através disso, potenciar a sua participação a todos os níveis.
Qual é a importância do Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino para uma mulher empreendedora que fundou o seu próprio negócio?
Encaro este dia mais como uma homenagem a todas as mulheres que não cruzam os braços face às adversidades e que veem os desafios como uma oportunidade para darem o salto e fazerem algo de diferente na e pela sua vida. Independentemente de criarem um negócio próprio ou de integrarem uma outra organização.
Na generalidade, somos cada vez mais autónomas, financeiramente independentes e seguras das nossas capacidades e competências, reflexo do atual elevado número de Mulheres Empreendedoras com negócios próprios a nível mundial. Este movimento tem provocado transformações no mercado de trabalho, trazendo inovação, ideias diferenciadoras e, naturalmente, quebrando alguns paradigmas quanto à capacidade de liderança da mulher.
Havendo ainda um longo caminho a percorrer em termos sociais e comportamentais, é também evidente o crescimento no investimento no talento feminino.
Como posiciona a Comunidade IWW neste paradigma sociocultural e económico?
Como referi anteriormente, a In Women’s World é uma Comunidade de Empreendedorismo Feminino que se apresenta como uma organização que pretende estimular e unir em rede Mulheres Empreendedoras com o mesmo espírito e visão, fomentando o crescimento económico da sua região, mediante apoio à concretização das suas ideias de negócio e expansão, através de ações de formação, eventos, parcerias e atividades de networking.
Como apoio ao enriquecimento e desenvolvimento pessoal e profissional das Empreendedoras promovemos a partilha de conhecimento, experiência e competências por meio de diferentes ferramentas e programas de apoio técnico e comportamental, com base nas competências de outras Empreendedoras, Parceiros, Instituições credenciadas e Mentores. A essência da IWW assenta numa plataforma onde as Empreendedoras podem encontrar apoios para criar e gerir uma empresa e, além disso, beneficiar de outros materiais necessários para desenvolver o seu caminho de empreendedora, como é o caso da formação, identificação de financiamento, colaboradores, fornecedores, contactos e outras informações de apoio à criação e/ou expansão de negócios.
No dia do lançamento da In Women’s World foi realizado um cocktail com momentos de partilha e networking. Qual a importância deste género de eventos na promoção desta realidade?
Neste caso em particular, o cocktail surge como forma de enquadramento e conexão das Mulhe-
res que aceitaram o convite para vir conhecer a In Women’s World, no dia 27 de outubro de 2022.
Assumindo que estes momentos de networking são fundamentais e parte integrante da proposta de valor da Comunidade IWW, como forma de otimizar contactos e sinergias, o fundamento e propósito que queremos aportar vai mais além, através de um conjunto de programas, mentorias, workshops e leque de parceiros que vão apoiar o crescimento pessoal e profissional de cada empreendedora, de acordo com o seu estado e objetivo.
O networking vai acontecer de forma natural, ao estarem juntas em alguns dos programas selecionados, iniciativas, eventos e canais digitais onde comunicam entre si. É uma ferramenta que favorecer a partilha de experiência, criação de novas oportunidades, diversidade de negócios, novas relações pessoais.
Ainda analisando o futuro, qual será o papel da Comunidade In Women’s World, neste desígnio de apoio às Mulheres Empreendedoras?
Acima de tudo pretendemos inspirar e promover a liderança feminina e a igualdade de género na sociedade, através do desenvolvimento e expansão dos seus negócios, por meio de diferentes ferramentas e programas de apoio técnico e comportamental. Queremos ‘criar’ uma Nova Geração de Mulheres com voz ativa e capacitada para assegurar a sua independência pessoal e financeira.
E é neste contexto que convidarmos todas as Empreendedoras a entrar no Mundo IWW: Vem Desafiar, Acreditar e Empreender! ▪
Que mensagem gostaria de deixar a todas as Mulheres que alcançaram aquilo que pretendem e, mais importante ainda, às Mulheres que pretendem crescer e singrar? Porque nunca podem desistir dos seus sonhos?
Começo por partilhar uma frase de uma mulher que marcou uma geração, quebrando com todas as regras e paradigmas da sociedade, quando decidiu dar um rumo à sua vida: ‘Uma mulher pode ser duas coisas: quem e o que ela quiser’. Coco Channel é para mim uma verdadeira inspiração e heroína na persistência, perspicácia e fiel às suas convicções. Superou dificuldades e obstáculos, sem ir contra os seus princípios, mantendo-se confiante nas suas escolhas e objetivos.
E é esta a mensagem que deixo a todas as mulheres, independentemente da idade, origem ou posição, o importante é ter ambição e objetivos na vida. Os desafios são um teste à nossa inteligência e capacidade de resiliência. E sobre isso não tenho dúvidas… somos mestres em ultrapassar!
NOVEMBRO 2022 | 55 PONTOS DE VISTA
PONTOS DE VISTA NO FEMININO
Projeto In Women’s World
Como se descreve enquanto Mulher Empreendedora, qual o seu propósito e razão de ligação à IWW?
Pelo que tenho vivido, pelas oportunidades e experiências acumuladas ao longo da vida, considero-me, principalmente, uma mulher feliz. Com 51 anos, casada e com um filho sinto que já cumpri parte da minha missão e, atualmente, a cumprir novos sonhos e parcerias, também sempre muito ligada a causas sociais. Nasci em Évora e com três anos vim para o Barreiro, cidade onde cresci e abri o meu negócio de viagens. Uma verdadeira paixão que descobri aos 12 anos quando fui a Vilamoura pela primeira vez e, de tão fascinada que fiquei, decidi que seria a área de estudos a seguir para poder ser feliz. Licenciei-me em Turismo e logo comecei a trabalhar em agências de viagens. Em novembro 2011 fui surpreendida por questões de má gestão na agência onde trabalhava, pelo que decidi desvincular-me de imediato. Como não sei estar parada e já tinha alguma experiência e contactos na área, aproveitamento da boa relação com alguns clientes e parceiros que gostavam do meu trabalho, crio o meu próprio negócio a 5 dezembro, a Maripoza Viagens, a partir de casa. Passado um ano dou
o salto indo abrir um escritório na Avª da Liberdade, em Lisboa. Tudo muito certo, mas até que o apelo pela minha cidade foi crescendo, enquanto também queria estar mais perto da família, regresso ao Barreiro onde mantenho a operação, com a mesma dinâmica, no Business Center da Baía do Tejo. Gosto de acreditar que a Maripoza Viagens é diferenciadora na oferta, com um serviço totalmente personalizado, onde a regra é programar viagens de sonho, à medida de cada um. Superamos expetativas promovendo a felicidade. O segredo… acredito que na minha paixão pelo turismo e fazer pessoas felizes. As sinergias e relações de confiança que construo com os meus parceiros, em vários setores, dão-me a credibilidade de fazer acontecer. A vertente Social, é outra constante na minha vida, que me apaixona desde sempre, estando ligada a vários projetos. Fui fundadora da Associação AMAR A VIDA e faço parte da Direção dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, faço voluntariado local e mais, recentemente, aceitei o desafio de ser uma Embaixadora In Women’s World. Lisonjeada com o convite, ambiciono ajudar outras mulheres a darem o salto, encontrarem o seu propósito e lutarem pelos seus objetivos, tal como eu o faço diariamente. ▪
Como se descreve enquanto Mulher Empreendedora, qual o seu propósito e ligação à Comunidade IWW?
Sou coach integrativa, formadora e mentora de processos de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, entre várias outras coisas que me permito ser e fazer atualmente. Com 41 anos encontro-me a recriar a minha forma de estar e servir o mundo ativamente desde 2020, altura em que me reinventei enquanto empreendedora que se empoderou para estar onde está, transmutando o seu trabalho de cura em sabedoria, partilhando-a com quem chega até si. Tornei profissão a minha paixão pela partilha e apoio pessoas a crescerem e consciencializarem-se no sentido de abertura dos seus horizontes e valorização da sua própria singularidade, escolhi trabalhar de forma independente e também assente na minha criatividade, espontaneidade e intuição. Venho de um percurso ligado à gestão de RH, em contexto empresarial, tendo em simultâneo enriquecido o meu conhecimento e experiência no âmbito do desenvolvimento pessoal e comportamental, áreas com as quais mais me identifico, a par da conexão e cuidado com o “outro”, algo muito natural na minha forma de ser e estar. Motivada por isso
mesmo, criei a minha forma de trabalhar e servir pessoas, dedicando-me a apoiá-las precisamente através do autoconhecimento e do desenvolvimento pessoal, inspirando-as a acederem à sua própria magia, potenciando tudo aquilo que já trazem bem dentro de si mesmas. Paralelamente ao trabalho que desenvolvo online e presencialmente, sou apologista e recetiva a parcerias de valor, iniciei o meu percurso empreendedor a par do lançamento do “Evento de Saúde Holística”, trabalho em parceria com o espaço Bodhi Chandra, em Setúbal e o Greatboom, no Barreiro. Atualmente, com muita gratidão e honra, sou também uma Embaixadora In Women’s World. Enquanto mentora dou as boas-vindas a mulheres que, como eu, querem fazer diferente, ou que já estão a fazê-lo e querem redescobrir-se e fortalecer-se. Acolho-as no Programa Onboarding, de modo que possam encontrar a forma de interagir e beneficiar das ferramentas e parcerias que dispomos. Uma Comunidade que as quer ver brilhar e prosperar em leveza, alegria, conexão consigo e com o que as faz felizes. Aqui, sem dúvida, vivo mais uma forma de desenvolver a minha missão. Não é sobre impressionar, é sobre inspirar. Permite-te Sentir e Evoluir, isso é viver.
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▪ No contexto do Projeto In Women’s World, lançámos algumas questões a um grupo de Empreendedoras que integram esta Comunidade, que se lançou na cidade do Barreiro, como Embaixadoras e Membros ativas.
MARIA DE AIRES PIMENTA, AGENTE DE VIAGENS E TURISMO
principalmente, uma Mulher Feliz”
ANA SOFIA PRIMO, COACH INTEGRATIVA E MENTORA
“Considero-me,
“Enquanto mentora dou as boas-vindas a Mulheres que, tal como eu, querem fazer diferente”
“Somos uma dupla de Empreendedoras em ascensão”
Como se descrevem enquanto Mulheres Empreendedoras, qual o vosso propósito e ligação à Comunidade IWW?
Somos uma dupla de empreendedoras em ascensão, vivemos a vida de forma positiva a olhar para o futuro, onde a entreajuda e forte amizade que nos une, têm sido fundamentais para o nosso equilíbrio e crescimento pessoal e profissional. Hoje somos sócias numa empresa do ramo imobiliário – LOTE107, juntamente com um outro sócio, também ele empreendedor. Foi o destino que nos juntou, em ambiente profissional, sem nos apercebermos disso.
Trabalhámos todos na área do telemarketing, no mesmo call center, em períodos cruzados, mas em campanhas diferentes, pelo que nunca estivemos juntos. Por insatisfação de uma e fim de contrato de outra, saímos em busca de novas oportunidades e aí sim, acabámos por nos cru-
zar na mesma Agência Imobiliária, em Setúbal. Se do meu lado, Fátima, esta foi uma oportunidade que procurei pelo gosto que sempre tive por casas e decoração, percebendo ao fim de um ano que tinha feito a escolha certa pelos resultados conseguidos, a Alexandra vê esta entrada no setor de forma totalmente diferente. A verdade é que estou muito feliz e realizada com o que faço, mas não fui eu que escolhi ser consultora imobiliária, aconteceu pelas circunstâncias do momento e hoje sou muito grata por isso. A ideia de abrirmos uma agência nossa, onde pudéssemos oferecer um serviço diferenciador e estar no mercado da forma que acreditamos ser a melhor, a realizar sonhos dos nossos clientes, surge com a junção do nosso outro sócio, que nos incentivou a avançar para este desafio, entrando como investidor. Assim nasce o LOTE107 em janeiro de 2022. Sentimo-nos privilegiadas pelo que temos e pelo
que fazemos. Não há um dia igual ao outro e isso é um desafio muito grande que nos leva a um misto de emoções. Mas conseguirmos satisfazer o sonho dos nossos clientes, quer na venda ou compra da sua casa, é uma vitória com máxima satisfação. Além do mais, sendo um negócio de pessoas para pessoas, construímos relações, parcerias e grandes amizades todos os dias, mesmo nas situações mais inusitadas. Tal como aconteceu com a fundadora da In Women’s World que conhecemos após a batida dos nossos carros. Tão rapidamente percebemos a sintonia entre as três, como a vontade de não perdermos o contacto. Isso levou-nos a um almoço e ficar a conhecer o propósito da IWW, que tanto nos identificamos como mulheres. Integramos esta Comunidade como Membros Business, sendo nosso objetivo tornarmo-nos Embaixadoras e contribuir de forma mais ativa no apoio a outras mulheres. ▪
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ALEXANDRA DOMINGUES E FÁTIMA CARVALHO, SÓCIAS CONSULTORAS IMOBILIÁRIAS
DIANA
“A NOSSA VISÃO DE COLABORAÇÃO COM OS NOSSOS PARCEIROS PERMITE-NOS PARTILHAR KNOW-HOW E AJUDA RECÍPROCA, OFERECENDO A MELHOR SOLUÇÃO POSSÍVEL, GARANTINDO O RESPEITO PELA NATUREZA EXCLUSIVA E PRIVILEGIADA DA RELAÇÃO ENTRE O CLIENTE E O PARCEIRO EM QUESTÃO” LETÍCIA SOARES COUNTRY MANAGER PORTUGAL DA WEALINS
FOTO:
QUINTELA
WEALINS 30 anos a ser um parceiro de Excelência no mercado
A WEALINS celebra, no presente ano, três décadas de história – o mundo evoluiu, o mercado avançou e, com eles, esta marca de referência no setor segurador, prosperou. Esta cronologia de sucesso é agora descrita por Letícia Soares, Country Manager Portugal que, nas linhas seguintes aborda o compromisso que hoje se mantém em trabalhar lado a lado com os parceiros e clientes, uma vez que são estes os fortes impulsionadores da motivação que dá asas aos resultados promissores do presente e, principalmente do futuro desta companhia.
AWEALINS tornou-se, ao longo de 30 anos, num parceiro de confiança e um dos principais atores no setor dos seguros de vida que operam sob o regime da Liberdade de Prestação de Serviços do Luxemburgo. Como nos pode descrever não só papel do empenho e da experiência da marca, como a relação que a mesma construiu com o cliente nas últimas três décadas?
Ao longo destes 30 anos, a equipa WEALINS tem vindo a desenvolver a sua abordagem ao mercado. No nosso cerne, apoiamos uma abordagem centrada no ser humano.
A nível interno, contamos com mais de 120 especialistas pluridisciplinares e multilingues que, devido à sua proximidade com todos os mercados, compreendem as expetativas dos parceiros e seus clientes e são movidos por uma vontade permanente de inovar para melhor compreender e satisfazer as necessidades dos nossos clientes.
A experiência da nossa equipa, bem como o conhecimento e compreensão aprofundados dos quadros regulamentares e fiscais de cada mercado permite-nos oferecer um serviço de qualidade.
A WEALINS desenvolveu uma abordagem de parceria exclusiva, que reúne profissionais reconhecidos nas áreas da gestão de ativos e estruturação de patrimónios.
A nossa visão de colaboração com os nossos parceiros permite-nos partilhar know-how e ajuda recíproca, oferecendo a melhor solução possível, garantindo o respeito pela natureza exclusiva e privilegiada da relação entre o cliente e o parceiro em questão.
O nosso objetivo no mercado define-se a longo prazo: compromisso com a excelênciaprestando um serviço de excelência aos nossos parceiros, fortalecemos a relação destes com os seus clientes.
NOVEMBRO 2022 | 59 PONTOS DE VISTA TEMA DE CAPA
FOTO: DIANA QUINTELA
A noção de “foco no cliente” e a satisfação dos nossos parceiros e dos seus clientes estão no centro da nossa atividade. Aspiramos à excelência. Todos os nossos colaboradores têm domínios de especialização específicos, e as sinergias entre as nossas equipas permitem-nos criar soluções que respondem às exigências do mercado.
Têm sido todas estas características que ao longos destes 30 anos nos transformaram num parceiro de confiança.
A equipa dedicada da WEALINS realizou um roadshow em nove cidades europeias – incluindo Lisboa – para agradecer a confiança no mercado. Quão importante foi (e é) este contacto próximo com as cidades que, com a empresa, têm escrito uma história de sucesso?
Estes eventos são de extrema importância. Afinal só estamos a celebrar 30 anos graças à confiança dos nossos parceiros. São eles que nos motivam a melhorar todos os dias, a superar-nos. Por isto, este tipo de evento não demonstra apenas o quanto estamos comprometidos com o mercado, mas também é uma forma de agradecer aos nossos parceiros a confiança depositada ao longos dos anos.
A verdade é que a WEALINS tem, efetivamente, caminhado e crescido lado a lado com diversos mercados, nomeadamente o português. Na qualidade de Country Manager Portugal, como analisa o país relativamente ao setor segurador?
O setor segurador, nas suas várias vertentes de vida e não-vida, continua a ter um papel muito importante na sociedade, não só na proteção dos nossos bens, mas também da nossa saúde e poupanças. Considero que o setor segurador em Portugal tem vindo a adaptar-se a todas estas mudanças e desafios resultantes das alterações climatéricas, a pandemia, a guerra, entre outras.
A indústria dos seguros está a lutar para crescer e manter a rentabilidade em mercados mais maduros e voláteis em termos de condições económicas. Considera que Portugal é um mercado maduro neste tipo de soluções? De que forma a WEALINS tem impulsionado o crescimento do mesmo?
Portugal é sem dúvida um mercado maduro neste tipo de soluções. Os nossos parceiros reconhecem as vantagens para os seus clientes e, face ao quadro legislativo e às últimas crises económicas pelas quais o país tem passado; a segurança que esta tipologia de produto encerra é fator diferenciador no mercado português. Apesar da notória maturação, considero que Portugal continua a ser um mercado em crescimento, não apenas pela maior procura por esta gama de soluções de forma transversal, mas também pelo crescendo de estrangeiros que
cada vez mais escolhem Portugal para residir. Considerando que temos muitos parceiros internacionais que nos procuram de cada vez que um seu cliente muda a sua residência para Portugal, entre eles nórdicos, brasileiros e franceses, a WEALINS acaba por impulsionar o mercado português, apresentando as melhores soluções, sempre em conformidade com o quadro jurídico e legal do país.
Não é só a procura pela gama de soluções que a WEALINS oferece que está a evoluir com o tempo, também a procura de estrangeiros que pretendem residir no país está a aumentar. Por que motivo considera que temos vindo a assistir a este crescendo de estrangeiros em Portugal?
São várias as razões que poderemos encontrar para este crescendo de procura por Portugal. Aliás, poderia dizer-se que estamos “na moda”.
Desde o facto de Lisboa e Porto serem cidades cosmopolitas, que em nada ficam atrás a qualquer outra cidade europeia, a segurança, a
qualidade da nossa gastronomia, bem como o facto de sermos um dos destinos mais ensolarados da Europa têm ajudado muito sem dúvida. Os incentivos fiscais criados, como por exemplo o regime de residentes não habituais também tem fomentado essa eleição. E não nos podemos esquecer que somos considerados um dos países mais seguros do mundo.
Neste momento começamos inclusive a ver uma grande procura de americanos pelo nosso país.
Neste processo, a WEALINS acaba por desempenhar uma função importantíssima: contribuir, através do seguro de vida, para o apoio que os estrangeiros precisam na mudança. Neste contexto, em que medida o seguro de vida é uma ferramenta útil?
Mudar para um novo país inclui adaptar-se a muitas mudanças na vida cotidiana. Algumas das mais importantes são muitas vezes a economia privada e garantir que o planeamento sucessório está adaptado ao novo país. O
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PONTOS
VISTA
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FOTO: DIANA QUINTELA
“AO LONGO DESTES 30 ANOS, A EQUIPA WEALINS TEM VINDO A DESENVOLVER A SUA ABORDAGEM AO MERCADO. NO NOSSO CERNE, APOIAMOS UMA ABORDAGEM CENTRADA NO SER HUMANO”
seguro de gestão de património é na maioria dos países, entre eles Portugal, uma ferramenta muito útil que facilita isso
À medida que as seguradoras se vão adaptando à maturidade dos mercados e à volatilidade económica, a sua capacidade de integrar tecnologia e inovação no modelo de negócio, a longo prazo, pode ser a chave para o sucesso. Neste sentido, de que forma a digitalização tem desempenhado um papel importante no setor segurador nos últimos anos?
A digitalização tem desempenhado um papel fundamental nos últimos anos e continuará a transformar a forma como intervimos e colaboramos com os vários parceiros do setor de seguros e gestão de património. Com o evoluir do setor de seguros de gestão de património, a digitalização veio simplificar os processos para o cliente, sem nunca descurar a segurança nos vários passos.
Basta pensarmos nestes últimos dois anos em que o teletrabalho foi imperativo e a digitalização veio ajudar a que o negócio continuasse a fluir.
Inovar dia após dia para desenvolver soluções, serviços únicos e personalizados para proporcionar uma experiência única ao cliente é uma realidade na WEALINS. Assim, e face ao avanço tecnológico necessário atualmente, o que mudou e/ou melhorou no seio da empresa e nas suas práticas?
Muita coisa mudou e melhorou nos últimos tempos.
Lançámos produtos digitais em todos os nossos mercados.
Com o e-Wealins, a nova versão da nossa plata-
forma digital para os nossos parceiros, os nossos sistemas são cada vez mais user friendly, rápidos e eficientes e isso acaba por tornar uma subscrição de um seguro de vida cada vez mais rápido e eficaz. O cliente assina tudo de forma digital, esteja ele em que parte do mundo estiver. Um processo que antes poderia demorar várias horas, demasiados papéis e assinaturas, é agora um processo simples. Para além disso, estamos a lançar até ao fim do ano o acesso direto pelos clientes finais ao nosso sistema. Mas sabemos a digitalização para este tipo de solução ainda não terminou, e a nossa equipa continua totalmente atenta às novas tendências por forma a satisfazer sempre e continuamente as necessidades dos nossos parceiros e seus clientes.
Acredita que o futuro do setor onde a WEALINS se insere passará exatamente por estas três palavras chave: digitalização, inovação e sustentabilidade? Na sua perspetiva, tendo estes conceitos alinhados, que oportunidades irão emergir, não só para as empresas, como para os clientes?
Acredito sim. Tal como temos consciência que muitos desafios nos aguardam, novas tendências também moldarão as novas expetativas e exigências dos nossos parceiros e clientes. Ao mesmo tempo, sabemos que devemos lidar com o aumento das restrições regulatórias (por exemplo, o Regulamento SFDR - Sustainable Finance Disclosure Regulation). O facto de estarmos atentos a estas evoluções, tal como antecipá-las e responder-lhes da melhor forma possível farão sempre com que novas oportunidades surjam ou sejam criadas pelos mercados.
Face à realidade que hoje já se assume, que passos ainda precisam de ser dados pela WEALINS, a fim de estar um passo à frente destas tendências de mercado?
Com os olhos postos no futuro, que novidades podemos esperar da empresa, em particular no mercado português?
Continuar a inovar, desenvolver novas soluções, encontrar o equilíbrio certo entre digitalização e relações humanas para atender às necessidades e expetativas dos parceiros e seus clientes, já que considero que a confiança e a presença física ainda são essenciais na construção de relacionamentos de longo prazo e neste tipo de negócio, mantendo sempre um serviço de excelência.
Desenvolvemos uma visão e orientação de longo prazo. Estamos comprometidos em trabalhar lado a lado com os nossos parceiros e clientes para concretizar as suas expetativas de gestão de património atuais e futuras e construir com eles o seguro de gestão de património do amanhã.
Sabemos que os nossos parceiros e seus clientes desejam cada vez mais ter acesso a uma gama de produtos e serviços que combinam uma abordagem digital e hiperpersonalizada. A WEALINS tem que ter em conta essas expetativas no desenvolvimento das suas ofertas futuras de produtos e serviços por forma a podermos estar sempre um passo à frente destas tendências de mercado. ▪
NOVEMBRO 2022 | 61 PONTOS DE VISTA TEMA DE CAPA
“SABEMOS QUE OS NOSSOS PARCEIROS E SEUS CLIENTES DESEJAM CADA VEZ MAIS TER ACESSO A UMA GAMA DE PRODUTOS E SERVIÇOS QUE COMBINAM UMA ABORDAGEM DIGITAL E HIPERPERSONALIZADA”
FOTO: DIANA QUINTELA
“Como Governo precisamos de participar na Transformação Digital da nossa sociedade e de nos adaptarmos às evoluções digitais”
OMinistério da Digitalização surge do desejo do governo de colocar a digitalização no centro das suas preocupações. Em que medida a revolução digital está a transformar os sectores de atividade e os governos?
A digitalização faz parte da nossa vida quotidiana e, como Governo, precisamos de participar na transformação digital da nossa sociedade e de nos adaptarmos às evoluções digitais, a fim de continuarmos a oferecer serviços públicos que se ajustem às necessidades dos cidadãos e correspondam aos seus hábitos diários.
A COVID-19 e os bloqueios subsequentes aceleraram definitivamente a transformação digital. Todos nós precisamos de nos adaptar, levando os cidadãos a completar ainda mais procedimentos administrativos em linha, o que é ilustrado pelo crescimento excecional das transmissões de procedimentos administrativos na plataforma transacional MyGuichet.lu - de 550.000 em 2019 para 2.250000 em 2021 e 3.800000 em 2021. As estatísticas mais recentes confirmam que esta tendência está aqui para se manter.
Neste sentido, o que tem sido feito até à data pelo Ministério da Digitalização? Que medidas foram já implementadas para tornar o Luxemburgo cada vez mais um país tecnológico e inovador?
O Ministério e o Centro Governamental de TI (CTIE), responsável pelo portal MyGuichet.lu e Guichet. lu, têm vindo continuamente a acrescentar novas funcionalidades e procedimentos administrativos ao MyGuichet.lu. Lançámos tam-
bém a aplicação MyGuichet.lu, permitindo aos cidadãos completar os seus procedimentos administrativos onde quiserem, quando quiserem e como quiserem.
Desde a criação do Ministério, temos dado muita ênfase a uma abordagem coordenada e colaborativa, considerando a interligação da digitalização. Assim, propusemos ao Conselho de Governo em fevereiro de 2020, o estabelecimento de um sistema de governação digital, sendo um dos elementos-chave a criação de um Comité Interministerial para a Digitalização. É composto pelos responsáveis por projetos estratégicos relativos à transformação digital de todos os ministérios e reúne-se regularmente para fazer o balanço dos projetos digitais do Estado e para estabelecer uma agenda coordenada de iniciativas para continuar a desenvolver o eGovernment.
O Alto Comité para a Transformação Digital é um segundo órgão de governação, composto por representantes dos ministérios, mas também por membros ativos da sociedade civil ou com um interesse específico no processo de digitalização. Em virtude da sua composição, o Alto Comité dedica-se a considerar os desafios da digitalização, a partir de uma variedade de perspetivas relacionadas com a economia, trabalho, educação, saúde, aprendizagem ao longo da vida e serviços públicos digitais. Os seus membros reúnem-se duas vezes por ano para propor, analisar e discutir iniciativas e projetos potenciais para fazer avançar a transformação digital, ao mesmo tempo que consideram a inclusão digital de todos os cidadãos.
62 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA COOPERAÇÃO PORTUGAL – LUXEMBURGO
Em entrevista à Revista Pontos de Vista, Marc Hansen, Ministro delegado à digitalização do Luxemburgo, falou da importância da digitalização, como um motor transformador da sociedade e dos serviços públicos, bem como de algumas das iniciativas implementadas no país, até ao momento, como por exemplo a aplicação móvel MyGuichet.lu.
MARC HANSEN
A par de uma abordagem coordenada, era também essencial definir normas para a digitalização, que dirigiriam as nossas ações ao longo dos próximos anos. Neste sentido, o Ministério da Digitalização propôs um quadro nacional de interoperabilidade (NIF) no início de 2019, o qual foi adotado pelo conselho governamental. Este quadro orienta os organismos do sector público do Grão-Ducado do Luxemburgo, que se inserem no seu âmbito, sobre a forma de alcançar um nível mais elevado de interoperabilidade. Isto é importante não só para o Luxemburgo, mas também para a nossa colaboração europeia, considerando que a necessidade de todas as administrações eletrónicas interagirem com outras organizações e de trocarem dados ou documentos está a aumentar e a tornar-se cada vez mais premente.
Além disso, no início de 2021, o Conselho de Governo adotou a estratégia “Governação Eletrónica 2021-2025”, elaborada conjuntamente pelo Ministério da Digitalização e pelo CTIE. Esta estratégia determina os elementos essenciais do sucesso da transição digital do Estado, a fim de proporcionar aos cidadãos o acesso a serviços digitais de qualidade e assegurar a transição gradual para a governação digital, tal como defendido por organismos internacionais.
Além disso, o lançamento do Laboratório GovTech em novembro de 2020, criado pelo Ministério da Digitalização e o CTIE, marcou uma importante viragem na forma como as inovações são integradas nas tecnologias governamentais e na forma como o sector privado e o sector público colaboram. O Laboratório GovTech visa acelerar o desenvolvimento e a melhoria dos serviços públicos digitais e reagrupa uma comunidade do Laboratório GovTech em torno das suas atividades. Representa também uma oportunidade para os funcionários públicos se familiarizarem com as novas tecnologias e experimentarem-nas.
Quais acha que são os principais desafios que as empresas e organizações enfrentam na adaptação às novas necessidades tecnológicas? Qual tem sido o papel do Ministério nesta área?
A transformação digital diz respeito às empresas, mas também aos ministérios e agências governamentais em geral. O Ministério da Digitalização atua como “facilitador” e coordenador dos ministérios e outros parceiros que desejem desenvolver as suas atividades digitais.
Um desafio comum diz respeito às competências digitais, com a necessidade de atrair talentos com as competências tecnológicas e os conhecimentos necessários, para além da necessidade de formação contínua do pessoal, de modo a mantê-los atualizados com os avanços tecnológicos.
A iniciativa AI4Gov é um bom exemplo do que está a ser empreendido para promover novas tecnologias entre os funcionários públicos e para os ensinar a utilizá-las no seu campo de atividade. A iniciativa visa encorajar os ministérios e admi-
nistrações a fazer uso da inteligência artificial (IA) e da ciência de dados para se transformarem, a fim de desenvolver novos métodos e processos analíticos para lidar com as questões existentes, aumentar a sua eficiência no processamento de dados, e assim melhorar tanto os seus serviços como os seus procedimentos.
Apesar de todos os nossos esforços no sentido de alcançar um governo digital, é importante ter em mente que não somos todos iguais quando se trata de digitalização. Na verdade, uma das principais áreas de enfoque do Ministério diz respeito também à inclusão digital, o processo de tornar a tecnologia digital acessível a todos os indivíduos e de lhes proporcionar as competências digitais necessárias para alavancar adicionalmente a sua inclusão social e económica. Esta missão reflete o compromisso do governo de incluir todos os cidadãos na transformação digital da nossa sociedade e, por sua vez, contrariar a ameaça de uma eventual divisão digital.
“TODOS OS PROJETOS DO MINISTÉRIO TÊM APENAS ESTE ÚNICO OBJETIVO: FACILITAR OS PROCESSOS AOS CIDADÃOS E EMPRESAS, FORNECENDO-LHES SERVIÇOS GOVERNAMENTAIS DIGITAIS, DE FÁCIL UTILIZAÇÃO, INOVADORES E ACESSÍVEIS
A TODOS”
O Ministério da Digitalização estabeleceu o objetivo de um governo digital bem-sucedido, tal como recomendado por organismos internacionais. Como está o Luxemburgo a adaptar-se a este objetivo?
O Ministério definiu quatro eixos estratégicos para alcançar um governo digital, que se destaca pela sua abordagem mais eficiente, convivial, integradora e inclusiva, de acordo com a OCDE.
Ao desenvolver o governo eletrónico, avançar com a reforma administrativa, promover a inclusão digital e integrar novas tecnologias, o Ministério está em linha com esta abordagem e implementou uma série de projetos em cada eixo estratégico que cumprem os seus objetivos.
A fim de monitorizar as nossas ações, encomendámos uma “Revisão do Governo Digital do Luxemburgo” à OCDE, que avalia os esforços feitos pelo nosso governo na transição para uma abordagem de governo digital. A revisão fornece uma análise aprofundada e recomendações políticas para melhorar a governação institucional, os investimentos digitais, os talentos e competências digitais, a prestação de serviços governamentais e a utilização estratégica dos dados. Utilizaremos as suas conclusões para alcançar
uma administração ainda mais amadurecida digitalmente e orientada para os dados, a fim de melhor servir os cidadãos e as empresas.
Além disso, o Ministério apoia a “inovação aberta”. O que significa este conceito e porquê a sua criação?
A inovação aberta implica a utilização de conhecimentos externos para evitar trabalhar em silos. Aplicado aos serviços públicos, procura introduzir ideias, competências ou tecnologias inovadoras de empresas, start-ups, trabalhadores independentes/freelancers, estudantes ou investigadores dispostos a apoiar e reforçar a inovação nos serviços públicos.
O Ministério da Digitalização introduziu a abordagem da inovação aberta, já amplamente presente no sector privado, ao serviço público através do seu Laboratório GovTech. O Laboratório GovTech combina tecnologias governamentais e inovação aberta e propõe-se incentivar e apoiar uma cultura de inovação e mudança dentro do Estado, a fim de repensar os procedimentos e fluxos operacionais existentes e integrar princípios tais como digital por padrão, pensamento de conceção ou serviço por conceção na edificação de novas soluções. A inovação na aquisição é um assunto importante e, neste sentido, o Laboratório GovTech lança parcerias de inovação para atores nacionais e internacionais para atores nacionais e internacionais (empresas, start-ups, centros de pesquisas etc., para participarem no desenvolvimento de soluções novas e inovadoras. No seu mandato de simplificação administrativa, o Ministério da Digitalização adotou também uma abordagem colaborativa centrada na experiência dos cidadãos para simplificar os procedimentos de forma participativa e co criativa. Para tal, o Ministério propõe que todos os cidadãos se envolvam diretamente, contribuindo na plataforma participativa Zesumme Vereinfachen (Vamos simplificar juntos!) cujo slogan reflete o seu conceito: “Para serviços públicos que facilitam a sua vida quotidiana”.
Um dos principais objetivos da criação deste Ministério é tornar a vida das pessoas mais fácil. Após dois anos de trabalho, é legítimo dizer que tem sido bem-sucedido?
Quer ampliemos a lista de procedimentos administrativos em formato digital ou desenvolvamos novas funcionalidades no MyGuichet.lu ou ofereçamos documentos oficiais de forma digital, segura e verificável: todos os projetos do Ministério têm apenas este único objetivo: facilitar os processos aos cidadãos e empresas, fornecendo-lhes serviços governamentais digitais, de fácil utilização, inovadores e acessíveis a todos.
As referências internacionais, tais como a referência do eGovernment 2022, onde o Luxemburgo ficou em 3º lugar, subindo dois lugares a partir de 2021 e oito lugares a partir de 2020, e a revisão governamental da OCDE mostram que estamos no caminho certo, mas o nosso trabalho nunca para e ainda há muito que queremos alcançar. ▪
NOVEMBRO 2022 | 63 PONTOS DE VISTA
LUXEMBURGO
COOPERAÇÃO PORTUGAL –
“As a Government we need to participate in the Digital Transformation of our society and adapt to digital evolutions”
In an interview with Points of View Magazine, Marc Hansen, Luxembourg’s Minister Delegate for Digitalisation, spoke about the importance of digitalisation as a transformative driver of society and public services, as well as some of the initiatives implemented in the country so far, such as the MyGuichet.lu app.
The Ministry for Digitisation arises from the government’s desire to place digitalisation at the center of its concerns. To what extent is the digital revolution transforming sectors of activity and governments?
Digitalisation is part of our everyday life and as a government, we need to take part in the digital transformation of our society and adapt to digital evolutions in order to continue to offer public services that fit citizen’s needs and match their daily habits.
COVID-19 and the subsequent lockdowns definitely accelerated the digital transformation. We all needed to adapt, leading citizens to complete even more administrative procedures online, which is illustrated by the exceptional growth of transmissions of administrative procedures on the transactional platform MyGuichet.lu - from 550.000 in 2019 to 2.250000 in 2021 and 3.800000 in 2021. The latest statistics confirm that this trend is here to stay.
In this sense, what has been done to date by the Ministry for Digitalisation? What measures have already been implemented to make Luxembourg increasingly a technological and innovative country?
The Ministry and the Government IT Center (CTIE), which is in charge of the MyGuichet.lu and Guichet.lu portal, have continuously been adding new functionalities and administrative procedures to MyGuichet.lu. We also launched the MyGuichet.lu app, enabling citizens to complete their admi-
nistrative procedure where they want, when they want and how they want.
Since the creation of the Ministry, we have put a lot of emphasis on a coordinated and collaborative approach, considering the intertwining of digitalisation. We thus proposed to the Government Council in February 2020, the establishment of a digital governance system, one of the key elements of which was the creation of an inter-ministerial Committee for Digitalisation.
Itis composed of those responsible for strategic projects concerning the digital transformation of all ministries and meets on a regular basis to take stock of the state’s digital projects and to set a coordinated agenda of initiatives to further develop eGovernment.
The High Committee for Digital Transformation is a second governance body, which is composed of representatives of ministries, but also of active members of civil society or those with a specific interest in the process of the digitalisation. By virtue of its composition, the High Committee is dedicated to consider the challenges of digitisation from a variety of perspectives relating to the economy, work, education, health, lifelong learning and digital public services. Its members meet twice a year to propose, analyse and discuss potential initiatives and projects to advance digital transformation, while considering the digital inclusion of all citizens.
Next to a coordinated approach, it was also essential to define standards for digitalisation, which would direct our actions over the
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MARC HANSEN
next years. In this sense, the Ministry for Digitalisation proposed a national interoperability framework (NIF) in early 2019, which was adopted by the government council. This framework guides public sector organisms of the Grand Duchy of Luxembourg, which fall within its scope, on how to attain a higher level of interoperability. This is not only important for Luxembourg but also for our European collaboration, considering that the need for all electronic administrations to interact with other organisations and to exchange data or documents is increasing and becoming more and more pressing.
Furthermore, early in 2021, the Government Council adopted the ‘Electronic Governance 2021-2025’ strategy, drawn up jointly by the Ministry for Digitalisation and CTIE. This strategy determines the essential elements of the State’s successful digital transition in order to provide the citizens with access to quality digital services and ensure the gradual transition to digital governance, as advocated by international bodies.
Moreover, the launch of the GovTech Lab in November 2020, set up by the Ministry for Digitalisation and the CTIE, marked an important turn in how innovations are integrated in government technologies and the way the private sector and the public sector collaborate. The GovTech Lab aims to accelerate the development and further improvement of digital public services and regroups a GovTech Lab community around its activities. It also represents an opportunity for public servants to get acquainted with new technologies and to experiment with them.
What do you think are the major challenges that companies and organisations face in adapting to new technological needs? What has been the role of the Ministry in this area?
The digital transformation concerns companies but also ministries and government agencies across the board. The Ministry for Digitalisation acts as a “facilitator” and a coordinator for ministries and other partners wishing to develop their digital activities.
A common challenge relates to digital skills, with the need to attract talents with the required technological skills and expertise additionally to the need for ongoing training of the staff in order to keep them up to date with technological advancements.
The AI4Gov initiative is a good example of what is being undertaken in order to promote new technologies among civil servants and to teach them how to use them for their field of activity. The initiative is aimed at encouraging ministries and administrations to make use of artificial intelligence (AI) and data science to transform in order to develop new methods and analytical processes for dealing with existing issues, increase their efficiency in processing data, and thereby improve both their services and their procedures.
Despite all our efforts towards attaining a digital government, it is important to keep in mind that we are not all equal when it comes to digitalisation. Actually, one of the Ministry’s main areas of focus concerns also digital inclusion, the process of making digital technology accessible to all individuals and providing them with the necessary digital skills to additionally leverage their social and economic inclusion. This mission reflects the government’s commitment to include all citizens in the digital transformation of our society and, in turn, counteract the threat of an eventual digital divide.
The Ministry for Digitalisation has set the goal of successful digital government as recommended by international bodies. How is Luxembourg adapting to this?
The Ministry’s has defined four strategic axes in order to achieve a digital government, which stands out for its more efficient, user-friendly, integrative and inclusive approach according to the OECD.
By developing eGovernment, advancing administrative reform, promoting digital inclusion and integrating new technologies the Ministry is in line with this approach and has implemented a series of projects in each strategical axis that meet its goals.
In order to monitor our actions we have commandited a “Digital Government Review of Luxembourg” to the OECD, which evaluates the efforts made by our government to transition towards a digital government approach. The review provides an in-depth analysis and policy recommendations to improve institutional
governance, digital investments, digital talent and skills, government service delivery and the strategic use of data.
We will use its findings to achieve an even more digitally mature and data-driven administration to better serve citizens and businesses.
In addition, the Ministry supports “open innovation”. What does this concept mean and why the creation of it?
Open innovation entails using external knowledge to avoid working in silos. Applied to public services it seeks to introduce innovative ideas, skills or technologies from businesses, start-ups, the self-employed/freelancers, students or researchers willing to support and strengthen innovation in public services.
The Ministry for Digitalisation has introduced the open innovation approach, which is already widely present in the private sector, to public service through its GovTech Lab. The GovTech Lab combines government technologies and open innovation and sets out to encourage and support a culture of innovation and change within the State in order to rethink existing procedures and operational flows and integrate principles such as digital by default, design thinking or service by design when conceiving new solutions. Innovation in procurement is an important subject and in this sense, the GovTech Lab launches innovation partnerships for national and international actors (companies, start-ups, research institutes to participate in the development of new and innovative solutions.
In its remit of administrative simplification, the Ministry for Digitalisation has also adopted a collaborative approach focusing on citizens’ experience to simplify procedures in a participatory and co-creative way. To this end, the Ministry is proposing that all citizens get directly involved by contributing on the participative platform Zesumme Vereinfachen (Let’s simplify together!) whose slogan reflects its concept: “For public services that make your daily life easier”.
One of the main goals of creating this Ministry is to make people’s lives easier. After two years of work, is it legitimate to say that it has been successful?
Whether we extend the list of administrative procedures in digital form or we develop new functionalities on MyGuichet.lu or we offer official documents in a digital, secure and verifiable way: all the projects of the Ministry have only this one goal: to facilitate processes for citizens and companies by providing them with digital governmental services, which are user-friendly, innovative and accessible to all.
International benchmarks, such as the eGovernment benchmark 2022 where Luxembourg was ranked 3rd,climbing two places from 2021 and eight places from 2020 and the OECD government review show that we are on the right tracks, but our work never stops and there is still a lot we want to achieve. ▪
NOVEMBRO 2022 | 65 PONTOS DE VISTA
PORTUGAL
LUXEMBOURG
COOPERATION -
AND
“ALL THE MINISTRY’S PROJECTS HAVE ONLY THIS SINGLE GOAL: TO FACILITATE PROCESSES FOR CITIZENS AND BUSINESSES BY PROVIDING THEM WITH DIGITAL GOVERNMENT SERVICES THAT ARE USERFRIENDLY, INNOVATIVE AND ACCESSIBLE TO ALL”
Bâloise Vie Luxembourg Na Vanguarda da Mudança
É do conhecimento geral que o mundo moderno caminha em direção a culturas e serviços inovadores e sustentáveis. Neste processo de mudança encontra-se a Bâloise Vie Luxembourg – uma marca seguradora que está a dar passos largos de distinção no seu setor de atividade. Olga Soares, Legal & Tax Expert desta marca, assumiu, assim, o compromisso da mesma perante a inovação e a sustentabilidade e ainda o seu posicionamento enquanto entidade cujo valor poderá impulsionar e desenvolver os países onde atua, nomeadamente Portugal.
OLGA SOARES
Amarca Bâloise Vie Luxembourg presta serviços de seguros no Grão-Ducado do Luxemburgo desde 1890 e, desde então, está firmemente ligada ao tecido económico e social do país. Como tem vindo, a mesma, a elevar o seu (bom) nome até ao topo do reconhecimento, ao longo dos seus 132 anos de história?
O crescimento e desenvolvimento da Bâloise até ao seu reconhecimento foi efetuado em quatro etapas. A primeira etapa foi a criação, implementação e fomentação da Bâloise no mercado segurador Europeu, seguido da fase de desenvolvimento a partir dos anos 1900 e seguintes. Nesta segunda fase, a Bâloise procurou criar e desenvolver novas soluções e produtos que melhor respondiam à procura do mercado segurador da altura.
Consequentemente, a terceira etapa foi marcada pela expansão da marca Bâloise e que visou sobretudo o crescimento da empresa, através da aquisição e desenvolvimento de novas atividades. É nesta altura que se desenvolve a atividade em Livre Prestação de Serviços, através
de um passaporte europeu que nos possibilitou proceder à oferta dos nossos produtos em vários países da Europa, entre os quais Portugal. Assim, e nos últimos anos, a Bâloise vive a sua quarta etapa, mais focada em servir os seus Clientes e procura, essencialmente, o desenvolvimento de estratégias e soluções que permitam tornar o mundo dos seguros uma experiência humana e agradável para os nossos Clientes e Parceiros. Na Bâloise, acreditamos que para cada problema existe uma solução que responde plena e rapidamente à situação dos nossos Clientes e Parceiros, nomeadamente através de um suporte próximo e de qualidade, como a i) criação de produtos simples e claros e que melhor correspondem às necessidades dos nossos Clientes e Parceiros, ii) criação de processos claros, autónomos e digitais para que possamos dedicar mais tempo ao que realmente importa, e também através de uma iii) comunicação mais transparente.
Graças a uma gama completa de produtos, a Bâloise Vie Luxembourg procura todos os dias
cobrir as necessidades de seguro dos seus clientes. De que forma a marca tem acompanhado as tendências do mercado?
A verdade é que o mundo de hoje é demasiado volátil e instável, pelo que acompanhar as tendências do mercado nunca se apresentou tão difícil, até porque o que é hoje tendência, pode já não o ser amanhã. Assim, a Bâloise conta com equipas e grupos de trabalho que têm por objetivo acompanhar as evoluções e tendências do mercado, de forma a fomentar soluções e produtos que respondam às necessidades e objetivos do mercado de forma duradoura e sustentável.
A verdade é que a Bâloise Vie Luxembourg não está apenas presente no mercado luxemburguês: oferece também os seus seguros de pensões e serviços de investimento além-fronteiras, nomeadamente em Portugal. Qual diria que tem vindo a ser o papel da empresa na ligação com o mercado português e o seu crescimento?
A Bâloise foi uma das primeiras Seguradoras
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estrangeiras a distribuir os seus produtos e soluções no mercado Português e desde aí este mercado tem ocupado um lugar de relevo no seio da nossa empresa. Procuramos ser pioneiros não só na abordagem que fazemos do mercado; através da oferta de soluções que melhor respondem às necessidades dos Clientes, até porque o Cliente Português é um Cliente bastante exigente que procura soluções eficazes, inovadores e duradouras, que asseguram a proteção e planeamento do seu património.
Sabemos que, atualmente, a imprevisibilidade domina diversas áreas de atividade – os tempos mudaram e o setor segurador também mudou. Que análise faz do setor onde a Bâloise Vie Luxembourg integra, no Luxemburgo e em Portugal?
O setor é hoje em dia um setor marcado pela
inovação, digitalização e sustentabilidade, que procura adaptar-se de forma célere e eficaz, através da oferta de produtos e soluções eficazes, sustentáveis e rentáveis, tendo sempre presente que vivemos tempos bastante conturbados, marcados pela instabilidade, entre crises económicas, pandemias mundiais e guerra com grande impacto para o setor segurador.
O digital é um dos temas de fundo para a indústria dos seguros de há uns tempos para cá. A utilização do digital perante clientes, fornecedores e parceiros, a par da digitalização também para a própria resiliência do setor é hoje uma realidade? O que mudou?
Efetivamente, o mundo de hoje está como nunca esteve no passado muito associado ao mundo digital, onde tudo se encontra acessível através do nosso telemóvel. Consequentemente, também o próprio Cliente é hoje em dia um Cliente mais exigente não só nas soluções de índole patrimonial e “tailor made” que procura, mas também nos serviços que são oferecidos pelas Empresas de Seguros.
Aliado a isto, tivemos a pandemia da Covid19 que desencadeou um frenético desenvolvimento da digitalização nos diversos setores, uma vez que a tecnologia era a pricipal aliada das empresas para garantir a continuação da sua atividade num contexto de isolamento social global.
Assim, o desenvolvimento de soluções digitais tornou-se hoje uma das prioridades do sector.
A Bâloise não foi exceção e este foi o momento que desencadeou a mudança mais significativa ao nível do digital dos últimos tempos. A necessidade de rápida adaptação e o grande desafio de assegurar a continuidade da sua atividade potenciou a implementação de diversos procedimentos digitais ao nível das relações com Clientes, fornecedores e parceiros que, devido ao seu sucesso, mantêm-se ainda hoje em prática.
Face aos tempos modernos, a inovação tornou-se um fator de sucesso para a competitividade de uma empresa. Considera que a Bâloise Vie Luxembourg está na vanguarda da mudança? Em que medida?
Nos últimos anos, a Bâloise adotou uma forte cultura de transformação digital implementando e desenvolvendo largamente a inovação e agilidade no seio da empresa e, em especial, no espírito das equipas. Consequentemente, o desenvolvimento e inovação da empresa ao nível do digital fez despoletar, com bastante sucesso, uma mudança significativa no Grupo. A Bâloise é uma empresa cujo foco e orientação é servir os seus Clientes e Parceiros de forma eficaz, digital e simples.
De igual forma, a Bâloise continua a promover e incentivar o desenvolvimento de projetos inovadores, sendo que ao longo dos últimos
NOVEMBRO 2022 | 67 PONTOS DE VISTA COOPERAÇÃO PORTUGAL – LUXEMBURGO
“A BÂLOISE FOI UMA DAS PRIMEIRAS SEGURADORAS ESTRANGEIRAS A DISTRIBUIR OS SEUS PRODUTOS E SOLUÇÕES NO MERCADO PORTUGUÊS E DESDE AÍ ESTE MERCADO TEM OCUPADO UM LUGAR DE RELEVO NO SEIO DA NOSSA EMPRESA”
Com os olhos postos no futuro, e tendo em conta os vários mercados onde a Bâloise Vie Luxembourg tem atividade, em particular no Luxemburgo e Portugal, que novidades podemos esperar por parte da marca, no sentido de garantir inovação e qualidade diária?
A Bâloise tem procurado nos últimos anos lançar produtos inovadores e sustentáveis, quer no âmbito das nossas soluções de seguros para o ramo “não Vida”, quer no âmbito de soluções para o ramo “Vida”.
Nos últimos anos, lançamos por exemplo soluções sustentáveis tais como os fundos Baloise Eticx, produtos seguros para as famílias, fundos de pensões e reforma, seguros à medida para carro elétrico, entre outros.
Obviamente, a Bâloise está constantemente a estudar, desenvolver e criar novas soluções e produtos. Temos alguns projetos em curso, para os quais estamos muito entusiasmados com a sua conclusão e que verão a luz do dia brevemente.
anos já foram realizadas diversas parcerias com empresas externas, feitos investimentos em start-ups e fundadas start-ups próprias com bastante sucesso.
Neste contexto, podemos concluir que a Bâloise se encontra na vanguarda da mudança e destaca-se no mercado pela sua forte cultura de inovação.
A verdade é que o mundo evoluiu também na sua posição no que diz respeito à sustentabilidade. Com extrema preocupação sobre o tema, a Bâloise Vie Luxembourg inspira-se diariamente nas metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para construir a sua política de sustentabilidade. Neste sentido, o que tem sido concretizado?
A sustentabilidade é hoje em dia um dos temas inegáveis da nossa sociedade e da nossa cultura, resultado das mudanças climáticas causadas pela atividade humana. A Bâloise tem desde há alguns anos procurado desenvolver políticas, e atividades que tenham em consideração os critérios sociais, económicos e ambientais que permitam assegurar a perenidade da nossa atividade num mundo que se quer mais sustentável.
A Bâloise dispõe nomeadamente de uma política de sustentabilidade ao nível do Grupo Bâloise que se concentra na implementação de medi-
“A BÂLOISE ESTÁ CONSTANTEMENTE A ESTUDAR, DESENVOLVER E CRIAR NOVAS SOLUÇÕES E PRODUTOS”
das de sustentabilidade nos respetivos mercados nacionais.
Nos últimos anos temos vindo a impulsionar projetos e soluções com uma índole cada vez mais sustentável, como por exemplo, prioritizamos investimentos em produtos que visam não só proteger e assegurar o funcionamento de empresas, economias, comunidades e indivíduos, mas também a promoção de uma sociedade centrada no longo prazo, por forma a impulsionar ativamente uma mudança sustentável.
De forma a espelhar a nossa cultura, bem como os nossos ideais, a Baloise irá em breve mudar-se para a sua nova sede num dos primeiros edifícios eco-responsável do Luxemburgo “Wooden”.
Acredita que é possível o setor segurador conseguir ser inovador e sustentável na mesma medida? O que é que, na sua perspetiva, urge aprimorar?
Na mesma medida que a inovação se destaca como um fator imprescindível no setor, a sustentabilidade é sem dúvida um aspeto fundamental cada vez mais relevante no cenário atual.
A implementação de princípios de sustentabilidade é hoje uma realidade do setor que tem vindo a contribuir para o foco nas questões socioambientais e de governança por parte das seguradoras, proporcionando o desenvolvimento de políticas direcionadas para um mercado e sociedade mais resilientes e sustentáveis.
O maior desafio reside, essencialmente, na consciência ambiental de todos os intervenientes. Certo é que se as Seguradoras têm hoje em
dia um papel fundamental no desenvolvimento de atividades e soluções que assegurem a sustentabilidade e proteção do nosso planeta, tal só pode ser assegurado com a colaboração de todos os intervenientes (parceiros, clientes, entre outros).
Neste processo de mudança, desenvolvimento e crescimento do setor, de que forma a relação entre o Luxemburgo e Portugal terá como denominador comum a digitalização, a inovação e a sustentabilidade?
Tanto Portugal como o Luxemburgo fazem parte da comunidade Europeia, e vimos nos últimos anos um reforço e proliferação de legislação, que visa impor medidades de sustentabilidade aos seus países membros.
Por exemplo, vimos recentemente a entrada em vigor do Regulamento (UE) 2019/2088 de 27 de novembro de 2019 sobre relatórios de sustentabilidade no setor dos serviços financeiros. Este regulamento visa alcançar os objetivos de sustentabilidade da ONU, através do impacto de investimentos financeiros. Não se trata apenas de combater as alterações climáticas, mas também, de adotar comportamentos para alcançar objetivos ecológicos, sociais e de boa governação empresarial.
Assim é de esperar que influenciados pelas novas medidas europeias que a relação entre ambos os países, quer ao nível da digitalização, inovação e sustentabilidade, se mantenha certamente convergente e harmoniosa neste contexto de mudança, desenvolvimento e crescimento do setor. ▪
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LUXEMBURGO
CENTRO EUROPEU PARA O PRIVATE EQUITY
OLuxemburgo é reconhecido em toda a Europa como o centro de excelência para a domiciliação de fundos alternativos, em particular de fundos de Private Equity e Capital de Risco. Trata-se de um novo impulso do centro financeiro Luxemburguês após décadas de sucesso do sector bancário e dos fundos UCITS1 (fundos de investimento), com os quais se tornou o segundo maior centro mundial com €5.3 biliões de fundos domiciliados.
Hoje estima-se que os fundos de Private Equity e Capital de Risco representem cerca de 10% dos fundos sob gestão no Luxemburgo, sendo de longe a classe de ativos que registou em 2021 o maior crescimento (84%).2
UM SETOR EM TRANSFORMAÇÃO
Se até recentemente o Luxemburgo era conhecido por ser um centro de operações “back-office” da indústria de fundos, esta realidade tem-se alterado nos últimos anos, em grande medida como resultado da regulamentação Europeia AIFMD3. As novas regras ditaram maior segurança para o investidor e novas exigências que se traduziram na criação de novos serviços e novos perfis profissionais em áreas como gestão de risco, gestão de portfólio, entre outras.
O Luxemburgo foi particularmente célere na implementação da regulamentação AIFMD o que colocou o país na vanguarda do sector e levou à criação de um conjunto de ferramentas legais muito apreciadas pelos investidores. Se hoje o Luxemburgo é considerado um centro global para o Private Equity,
muito o deve a estruturas como o Reserved Alternative Investment Fund (RAIF), as Limited Partnerships (SCSp) ou a adoção da gestão de fundos por terceiros, inovações que foram, entretanto, também adotadas por outros países.
RELAÇÃO COM INVESTIDORES
O próximo passo da indústria já está a ser antecipado por muitos especialistas. É expectável que após a consolidação do “middle office”, o Luxemburgo se torne um centro para o “front office”, em particular no que diz respeito à angariação de fundos. A LPEA (Luxembourg Private Equity & Venture Capital Association), associação que reúne os profissionais do setor, dedicou o seu último evento anual a esta possibilidade e várias são as vozes que antecipam este como um centro de excelência para a gestão das relações com os investidores.
Alguns destes investidores encontram-se no Luxemburgo, como é o caso de cerca de uma centena de family offices, ou ainda da banca privada que tem de forma crescente
aderido a produtos de Private Equity. A atração de investidores institucionais é uma aposta de longo prazo e que será possivelmente precedida pela adesão de investidores de retalho, uma tendência que se observa a nível global e para a qual o Luxemburgo se saberá posicionar.
DESAFIOS
Como em todos os setores, o rápido crescimento vem acompanhado de desafios, o principal dos quais é a falta de profissionais qualificados e com experiência. Trata-se de um problema global, mas que o Luxemburgo sente de forma particular, uma vez que continua a depender da atração de profissionais vindos de outros países. Por esse motivo, a mesma LPEA organiza sessões de formação para a preparação de quadros qualificados, bem como uma feira de emprego digital que tem acolhido candidatos de toda a Europa, incluíndo de Portugal. Oportunidades que visam profissionais qualificados, mas sobretudo jovens que procuram uma experiência profissional no maior centro
financeiro da União Europeia.
O Private Equity não é imune à conjuntura internacional e esse é naturalmente um desafio com que todos os profissionais do setor se debatem. Se inicialmente se sentiu um impacto nas valorizações dos fundos de Capital de Risco, também os fundos de Private Equity se encontram expostos ao impacto da subida das taxas de juro e ao clima geral de incerteza. No entanto, quem investe no setor, fá-lo em grande parte pelo seu horizonte temporal alargado (8 a 10 anos) e preteção contra a volatilidade do curto prazo.
A perspectiva global é assim positiva, sendo expectável que os fundos alternativos em geral (inclui Private Equity, Capital de Risco, entre outros) dupliquem de tamanho nos próximos 5 anos4
A RELAÇÃO COM PORTUGAL
A relação entre Portugal e o Luxemburgo vai muito além dos 100 mil Portugueses residentes no Grão Ducado. Trata-se de um dos maiores “mercados da saudade” onde, de vinhos a livros, toneladas de produtos oriundos de Portugal são vendidos, diariamente.
Ao nível do Capital de Risco e Private Equity, a relação é, porém, ainda pouco evidente. Nos últimos anos assistimos ao acréscimo considerável de atores de Capital de Risco em Portugal, lado a lado com um ecossistema de startups vibrante e alguns unicórnios de referência.
São já alguns os fundos Portugueses que têm uma verdadeira exposição internacional, alguns até com investimentos no Luxemburgo! Estou convicto que não tardará muito para que estes atores globais procurem no centro financeiro da Europa a plataforma que lhes facilitará o acesso a novos investidores. ▪
NOVEMBRO 2022 | 69 PONTOS DE VISTA COOPERAÇÃO PORTUGAL – LUXEMBURGO
LUÍS GALVEIAS, CHIEF OPERATING OFFICER DA LUXEMBOURG PRIVATE EQUITY & VENTURE CAPITAL ASSOCIATION
1 Undertakings for Collective Investment in Transferable Securities 2 CSSF: AIFM Reporting Dashboard 3 Alternative Investment
Fund Managers Directive
4 Preqin 2022
IFSB E A LIGAÇÃO PORTUGAL - LUXEMBURGO
Segundo Bruno Renders, CEO do IFSB - Institut de Formation Setoriel du Bâtiment, a relação entre Portugal e o Luxemburgo é extremamente importante para o desenvolvimento do setor da construção de ambos os países e que tem tido um impacto muito positivo nesta indústria. Fique a saber mais sobre o papel da IFSB neste domínio.
OIFSB foi criado em 2002, com o objetivo declarado de se posicionar como o centro de formação para a construção sustentável no Luxemburgo. Ao longo destes 20 anos de história, como analisa o crescimento do Instituto e a concretização da missão a que se propôs?
É importante dizer que em 2002 as duas federações tinham como objetivo a criação de um instituto de formação para assegurar a formação profissional contínua dos seus empregados. Naturalmente, para ter uma qualidade superior, mas também para assegurar a continuidade de um processo de construção sustentável. Durante os últimos 20 anos, o setor da construção evoluiu muito, especialmente, em termos de técnicas de construção relacionadas com o desempenho energético e, por conseguinte, a importância da formação dos trabalhadores na aplicação prática, das diferentes técnicas.
Ao longo destes 20 anos, tentamos tornar esta aventura possível, a existência do nosso instituto prova que fomos bem-sucedidos em projetos, mas acima de tudo, vamos prosseguir outros projetos importantes para o nosso planeta, tais como a redução das emissões de carbono dos edifícios. Durante os últimos dez anos, o grupo CDEC, e nomeadamente o IFSB, têm feito questão de honrar a realização da sua avaliação do carbono.
Certo é, o Centro de Formação do IFSB recebe, anualmente, milhares de formandos, para que possam colocar em prática as aulas teóricas apoiadas pelos formadores. Seja na vertente teórica, seja na prática, quais diria que são os fatores que hoje destacam este ator na evolução e revitalização do setor e das suas técnicas? Temos mais de 850 módulos de formação e temos formado 8.000 formandos por ano, sobre vários tópicos relacionados com a segurança pessoal e coletiva nos estaleiros de construção,
técnicas de construção e construção sustentável, mas também a gestão de obra. Um dos fatores importantes para o sucesso de um curso de formação é o investimento em estruturas educativas, práticas e teóricas, de modo a colocar o formando numa situação real de trabalho.
O estagiário poderá seguir o curso em teoria e pôr esta aprendizagem em prática no nosso terreno de formação. Temos 6.000 metros quadrados de superfície utilizada para formação prática, visando ajudar os nossos formandos a obter a melhor formação.
Desenvolvemos parcerias com vários fabricantes para assegurar que temos sempre a mais recente tecnologia nos cursos de formação. Para alguns dos nossos cursos de formação, oferecemos aos nossos formandos um simulador de condução de máquinas. Este simulador dá aos nossos estagiá-
rios a oportunidade de se familiarizarem com os controlos de uma máquina antes de praticarem na realidade.
Uma verdadeira ferramenta pedagógica, este simulador ajudará os futuros estagiários a descobrir e testar alguns equipamentos como a escavadora de lagartas, de forma produtiva e segura antes do seu primeiro passo no terreno. Mais um passo para a construção 4.0. Investimento no nosso capital humano, a qualidade da comunicação interna é um fator importante para que um pedido de formação efetuado por uma empresa membro, possa ser tratado pelos nossos colaboradores e posto em prática com um resultado positivo no estaleiro, esperado pelos nossos membros.
A dinâmica fabricante/desenvolvedor, instituto de formação e empresa de construção é muitas vezes a chave para um trabalho exemplar e o sucesso de um projeto de formação ou de construção.
A digitalização do setor é uma realidade que permite explorar novos caminhos no que diz respeito a negócios, inovações tecnológicas ou processos educacionais inovadores. Assim, de que forma o IFSB apoia o setor nesta transformação tecnológica e digital?
A digitalização do setor da construção no Luxemburgo é uma das prioridades do nosso instituto, encontrar as soluções e os módulos de formação adaptados ao nosso público.
Usando objetos conectados no local de trabalho, usando um ‘tablet’, em vez de planos em papel, o projeto pode avançar mais rápido e reduzir o erro de construção.
A integração do BIM com o qual o ‘designer’ fará as alterações no modelo em 3D e os instaladores terão as modificações rapidamente para a execução do projeto. A utilização dos simuladores e da realidade virtual para chamar a atenção do estagiário para o risco devido a um comportamento
70 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA COOPERAÇÃO PORTUGAL – LUXEMBURGO
BRUNO RENDERS
pouco responsável em termos de segurança individual, coletiva e rodoviária.
No IFSB, além do simulador de condução de máquinas, dispomos de um capacete de realidade virtual que permite imergir-se numa obra virtual e experimentar situações «perigosas» a evitar, por exemplo. Dispor de ferramentas de formação complementares à formação teórica e aos exercícios práticos
A realidade virtual permite colocar em situação «reais» os nossos estagiários e tornar as nossas formações mais dinâmicas. O formador pode treinar várias pessoas, simultaneamente, tendo um impacto pedagógico maior do que um curso tradicional.
Contudo, a sociedade e, mais especificamente, o setor da construção estão a mudar e os desafios não são apenas técnicos e tecnológicos, mas também energéticos, ambientais e sociais. Qual tem vindo a ser o compromisso responsável e sustentável do IFSB com o setor?
Realizamos vários percursos de formação relacionados com desempenho energético dos edifícios e recentemente lançamos um novo percurso sobre economia circular e de baixo carbono para o setor de construção.
Estamos empenhados há 20 anos no desenvolvimento sustentável e isso passa também pela escolha dos materiais e sistemas utilizados internamente nos nossos edifícios:
A economia circular é primordial e tentamos reutilizar ao máximo os materiais. A construção classe AAA é um ‘standard’ de construção no Luxemburgo, o trabalho desenvolvido pelo nosso instituto é de grande responsabilidade para preparar os aplicadores e os gestionários de obra a uma execução correta imposta pela legislação.
Consumo responsável e uso de produtos ecológicos nos nossos edifícios. Instalação de fontes de recuperação de energia solar nas novas construções e antigas. Estamos prestes a inaugurar o nosso projeto FRESH - construção de uma estufa urbana no telhado do nosso restaurante corporativo que permite reduzir as emissões de CO2 do nosso edifício.
O alumínio utilizado para a construção da extensão é um alumínio reciclado. Este alumínio é certificado com um máximo de 2,3 kg de CO2/kg de alumínio. No projeto o IFSB, evitou a emissão de 12,6 toneladas de CO2 (em comparação com a média europeia de alumínio primário).
O setor da construção é um grande emissor de gases de efeito estufa, implementamos projetos-piloto, visando dinamizar o setor e poder partilhar a nossa experiência e o nosso saber-fazer. Há dez anos que realizamos o nosso balanço de carbono. Os nossos investimentos resilientes permitir-nos-ão reduzir em 20% as nossas emissões até 2023
Face às suas componentes distintas, sabemos que o IFSB desenvolve serviços para responder e antecipar as necessidades das empresas de
construção no Luxemburgo. Acredita que, através da inovação, digitalização e sustentabilidade, o processo de resposta e previsão de futuras tendências é mais eficaz? De que forma?
Claro que sim, ao implementar o uso das máquinas há alguns anos para aliviar o esforço físico dos trabalhadores, aumentamos a qualidade e a produtividade do setor de construção.
Se um operário usar um ‘tablet’ no qual ele tem acesso a todas as informações atualizadas do projeto de construção, que ele poder preencher os relatórios da obra, verificar o planeamento, realizar vários cálculos e até mesmo encomendar os materiais necessários (Exemplo encomendar em direto o betão a central) o estaleiro poderá avançar mais rapidamente.
O uso de robôs para medição das superfícies construídas e envio para uma plataforma digital que fará a modificação ou criação da maqueta em 3D, análise de riscos e perigos por um robô, diminui os acidentes e lesões num estaleiro de obras. Integração dos exoesqueletos no setor da construção para diminuir o esforço físico dos operadores e evitar as doenças profissionais a longo prazo.
É do conhecimento geral também que, muitos são os portugueses que rumam até ao Luxemburgo à procura de emprego no setor da construção. Como observa a relação que hoje prevalece entre Portugal e o Luxemburgo neste contexto? Qual tem vindo a ser o papel do IFSB neste sentido?
O Luxemburgo é um país muito multicultural, nos nossos estaleiros de obra, encontramos várias nacionalidades que trabalham em conjunto.
A presença dos trabalhadores portugueses é uma mais-valia para o setor, dada a sua capacidade de integração e sentido do trabalho. Temos entre os nossos estagiários muitos portugueses que chegam a nós com um grande desejo de ter sucesso e aprender.
Criámos cursos traduzidos em língua portuguesa para lhes facilitar a aprendizagem, temos também entre os nossos colaboradores, formadores de origem portuguesa que utilizam a sua língua materna para explicar em pormenor, em caso de necessidade. O nosso papel é sem dúvida o de ajudar à integração dos portugueses através da formação profissional, mas também de todos os que decidem vir juntar-se ao setor da construção luxemburguesa.
Quão legítimo é afirmar que o futuro desta ligação entre Portugal e o Luxemburgo irá passar, também ela, pela inovação, digitalização e sustentabilidade? Em que medida estes domínios serão vantajosos em termos de oportunidades para ambos os países?
Temos vários projetos com países europeus, mas também em África, a visita da delegação do Luxemburgo a Portugal permitiu a troca de conhecimentos e experiências, e sobretudo a troca de coordenadas entre os diferentes participantes.
Pensamos que a relação entre os dois países será importante para o desenvolvimento do setor da construção, português e luxemburguês, temos o domínio de várias técnicas, mas a experiência portuguesa no domínio da construção e tecnologia será uma oportunidade de trabalho comum, para o desenvolvimento sustentável e a digitalização.
O mundo e, em particular, o setor da construção estão em constante mudança. Assim, tendo em conta os desafios que este facto acarreta, de que forma o IFSB irá a curto e médio prazo, de forma transparente e participativa com todos os seus stakeholders, acompanhar as tendências do mercado? Que novidades podemos esperar?
O IFSB e as estruturas do grupo CDEC permanecerão sempre na dinâmica de mudança e adaptação para acompanhar o setor, muitas vezes tentando antecipar, de modo a propor novas soluções para o setor.
Temos como pilares importantes a formação do pessoal do setor, a inovação, a robotização e a digitalização da construção no Luxemburgo. Construção sustentável, integrando o desempenho energético, a circularidade dos materiais, mas também um grande desafio que faz parte do presente e será sem dúvida a herança para os nossos filhos, a diminuição das emissões CO² do setor de construção. ▪
https://www.ifsb.lu/
NOVEMBRO 2022 | 71 PONTOS DE VISTA COOPERAÇÃO PORTUGAL – LUXEMBURGO
v.figueira@ifsb.lu
ROYAL KIDS
Amor, Inclusão e Diversidade
“A Royal Kids é uma família, e uma família apoia, protege e compartilha”. Quem o afirma é Paula Castro, CEO desta creche e centro de dia, situada no Luxemburgo, que transforma as crianças em cidadãos críticos e capazes de ultrapassar e resolver qualquer adversidade. Conheça as mais-valias desta estrutura pré-escolar e o papel de extrema importância que a mesma desempenha na vida futura destas crianças.
Acreche e centro de dia Royal Kids é um local que trabalha com crianças durante grande parte da sua infância. Assim, qual tem vindo a ser o papel da marca no crescimento das mesmas, bem como no desenvolvimento de elementos essenciais como a sociabilidade, a linguagem, as emoções, entre outros?
«O papel do educador é orientar as crianças nos seus interesses e preparar um ambiente rico em atividades adaptadas. Permite que cada criança exercite e desenvolva o seu espírito de iniciativa e decisão.»
A nossa equipa está disponível para prestar assistência, responder às questões e dificuldades que a criança encontra à medida que a sua experiência progride. Temos muita sorte porque toda a nossa equipa fala vários idiomas: francês, luxemburguês, alemão, inglês, português, espanhol, árabe, o que facilita o contacto com pais de todas as origens. Trabalhamos a linguagem verbal, mas também a linguagem visual (pictogramas) e a linguagem gestual.
Apresentamos novas atividades às crianças e estimulamos os seus interesses (pesca do pato, massinha de modelar, a nossa sala de snoezelen, entre outras). Observamos com atenção, respeitando o caráter, a personalidade e o ritmo de cada criança.
Sabemos que a educação infantil é essencial para que a criança desenvolva habilidades fundamentais à formação humana, além das capacidades cognitivas e motoras. Tendo em conta a sua vasta experiência nesta matéria, quão importante é, para as crianças, se desenvolverem num ambiente como a Royal Kids?
A Royal Kids tem uma pequena capacidade para acomodar crianças em cada um dos grupos:
• O grupo Royal Babies (0-2 anos) – dez crianças
– dois educadores
• O grupo Royal Kids (2-4 anos) – 15 crianças
– dois educadores
• O grupo Royal School (4-12 anos) – 11 crianças
– dois educadores
A direção, bem com a responsável pedagógica, move-se em cada grupo para dar uma mão, se necessário.
A formação de pequenos grupos é uma vanta-
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PAULA CASTRO
gem para nós porque todos os educadores conhecem todas as crianças, todos os pais e trabalham igualmente em todos os grupos.
Temos uma pessoa de referência em cada grupo e o segundo ajudante em outro grupo se necessário quando um educador termina o seu serviço.
Isso faz com que seja possível ter uma pessoa de referência para as crianças do grupo e também que os educadores estejam sempre a par de tudo o que acontece no dia a dia e possam, na melhor das hipóteses, reportar aos pais ao fim do dia.
Várias ferramentas são postas em prática para facilitar a troca de informações entre os educadores como a mesa de atendimento, a ficha do dia e sobretudo no final de cada atendimento, o educador que sai do grupo faz sempre um debriefing do dia aos seus colegas.
Os pequenos grupos também são uma vantagem em termos de tempo dado a cada uma das crianças. Com efeito, no grupo Royal Babies, as educadoras raramente têm dez crianças ao mesmo tempo no grupo porque, sendo ainda muito pequenas, o ritmo das crianças não é o mesmo e por isso podem dormir, comer, brincar em várias horas do dia. Isto permite-nos dar muito mais atenção e tempo às crianças do que se tivéssemos um grupo de 20 ou mais por grupo, como em algumas estruturas de acolhimento.
Mas não fiquemos por aqui, uma vez que a Royal Kids privilegia temas como a diversidade, igualdade e inclusão. Sendo esta uma instituição com crianças de várias nacionalidades distintas, de que forma a mesma une estes três campos e os promove junto das mesmas?
A nossa estrutura não faz nenhuma diferença em relação às crianças. Todas elas são acompanhadas da mesma forma, ou seja, com amor. Respeitamos o ritmo das crianças, o ritmo das famílias e fazemos o nosso melhor para que pais e filhos possam evoluir connosco nas melhores condições.
Gostamos muito da troca de culturas entre as famílias.
Uma família cadastrada na Royal Kids não tinha conhecimento da festa de Halloween. Durante várias semanas, preparámos a mesma com as
“A NOSSA ESTRUTURA NÃO FAZ NENHUMA DIFERENÇA EM RELAÇÃO ÀS CRIANÇAS. TODAS ELAS SÃO ACOMPANHADAS DA MESMA FORMA, OU SEJA, COM AMOR. RESPEITAMOS O RITMO DAS CRIANÇAS, O RITMO DAS FAMÍLIAS E FAZEMOS O NOSSO MELHOR PARA QUE PAIS E FILHOS POSSAM EVOLUIR CONNOSCO NAS MELHORES CONDIÇÕES”
crianças e decorámos a Royal Kids com magníficas decorações e artesanato para depois comemorarmos com as crianças. Esta família não conhecia a escultura tradicional da abóbora e adorou!
Por outro lado, através de uma outra família descobrimos que na sua cultura grega, eles dão pouca importância ao aniversário de alguém de acordo com a sua data de nascimento, porque todos são comemorados de acordo com seu primeiro nome.
Temos muita sorte por estarmos imersos nesta diversidade cultural. Estamos muito abertos a novos conhecimentos, novas pessoas e culturas diferentes.
A verdade é que esta etapa de desenvolvimento é importante também, porque o que a criança aprende enquanto pequena, é, muitas vezes, o que leva na bagagem para a sua vida toda. Do ponto de vista da Royal Kids, quão gratificante é transformar as crianças em cidadãos críticos e capazes de ultrapassar e resolver situações do seu dia a dia?
Um dos nossos principais objetivos é que as crianças não precisem mais de nós.
Quando vemos uma criança a crescer e a adquirir experiências, lições de vida, e até mesmo quando nos diz «sim, eu sei», para nós, é uma satisfação porque estamos presentes diariamente para essas crianças e conseguimos ensinar linguagem, habilidades motoras, socialização, autoconfiança, autoestima, entre outras, e vemos uma pessoa à nossa frente, com as bases para poder continuar a sua aprendizagem, as suas experiências e a sua vida sem nós.
Levantamo-nos de manhã e damos o nosso melhor para acompanhar as crianças, estabelecer uma relação de confiança e dar-lhes todo o nosso amor.
Considera, portanto, que o papel da educação na pré-escola é crucial para o futuro da educação e desenvolvimento da sociedade no Luxemburgo – local onde a Royal Kids se situa? Olhando para o momento atual do país, de que forma esta vertente irá influenciar o mesmo?
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Até aos três/quatro anos, antes de entrarem na escola, as crianças têm a capacidade de aprender muitas coisas. Seja linguagem, relações sociais, não-verbal, motricidade, tédio, conflitos, entre outros. A maioria dos pais no Luxemburgo trabalha muito durante o ano, desfrutando apenas no seu período de férias. Isso significa que, com os pais a trabalhar, se não estivessem numa estrutura pré-escolar, onde estariam as crianças? O que é que as crianças fariam? Aos quatro anos, as escolas têm exigências em termos de conhecimentos das crianças, como limpeza, polidez, respeito. Esses valores são ensinados na Royal Kids, para depois prepará-los para o mundo escolar. Mas cuidado, respeitamos sempre o ritmo de cada criança.
Quando falamos de ensino, não nos podemos esquecer da transformação digital que hoje lhe está associada. Contudo, importa também referir que o digital não poderá perder de vista as competências sociais e humanas a desenvolver com os alunos e, neste caso, com as crianças. É possível investir na digitalização (necessária à evolução dos tempos modernos), sem descurar da proximidade indispensável ao desenvolvimento dos adultos de amanhã? Como perspetiva o futuro do ensino?
O material digital não está presente no grupo de 0-2 anos e 2-4 anos. Por outro lado, no nosso grupo do centro de dia (4-12 anos), existem vários suportes digitais. Estes são supervisionados pelas educadoras e são utilizados durante os trabalhos de casa das crianças.
A maioria das escolas disponibiliza as tarefas no seu próprio site. Os educadores do Royal Kids conectam-se, usando um utilizador recebido no início do ano, dando a possibilidade de aceder aos trabalhos de casa.
Também temos um site: Royalkids.lu, uma conta no Instagram: royalkidslux e uma conta no Facebook: Royal Kids.
Usamos o facebook como um plus dentro do estabelecimento Royal Kids. Com efeito, para cada um dos nossos grupos (Royal Babies 0-2 anos, Royal Kids 2-4 anos e Royal Scolaires 4-12 anos) abrimos uma página privada no facebook onde apenas os pais de cada grupo são convidados.
Apenas os pais das crianças de cada grupo têm acesso às informações publicadas na página privada.
Publicamos fotografias e vídeos do dia passado com as crianças. Podem ser momentos em que as crianças fazem trabalhos manuais, passeios ao ar livre, momentos divertidos, momentos de descontração, entre outros.
A Paula Castro afirma que “as crianças são os reis da casa”, daí a designação Royal Kids. Para que estas cresçam a saber, entre muitas outras coisas, o que significa amor, inclusão, diversidade e empatia, de que forma a instituição irá «batalhar» no futuro, para que estas palavras de ordem nunca se percam?
Iremos manter os nossos mesmos valores, o nosso mesmo desejo de compartilhar a paixão pela nossa profissão. Sermos verdadeiros e sinceros connosco, com a equipa e com os pais e filhos, é a qualidade mais bonita.
Como já disse em várias entrevistas, a Royal Kids é uma família, e uma família apoia, protege e compartilha.
Mas esta página também é usada para publicar mensagens importantes para passar aos pais.
Este meio de comunicação e troca é uma mais-valia porque o nosso principal meio de comunicação é a verbal, com os pais pela manhã ao dar as boas-vindas e deixar a criança.
Também digitalizamos uma tabela com informações de cada criança, desde a sua entrada até à sua saída. Temos para cada grupo a lista de crianças onde anotamos a hora de chegada e saída de cada uma bem como as informações do dia como, por exemplo, a refeição, as mudanças, a sesta, entre outras.
Por isso, temos equipamentos digitais dentro do estabelecimento, mas tentamos ao máximo manter as crianças afastadas dos ecrãs. Esta é uma política que temos. Um mínimo de tela para um máximo de contacto humano.
Faço um pequeno parêntese para vos dizer que há alguns meses a Royal Kids embarcou em vários projetos com o tema principal: Reciclagem. Convido-vos a descobrir nos próximos tempos os nossos vários projetos sobre este tema. ▪
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DIANA
BUBBLE-GO TEMOS COMO OBJETIVO CONSTRUIR UM FUTURO SUSTENTÁVEL, NÃO APENAS COM AS SOLUÇÕES QUE DESENVOLVEMOS E AÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO JUNTO DOS NOSSOS CLIENTES, MAS TAMBÉM, ATRAVÉS DE ESFORÇOS CONJUNTOS COM UMA REDE DE PARCEIROS INTERNACIONAIS DETENTORES DE UMA VASTA EXPERIÊNCIA NA ÁREA DO GREEN IT" SÉRGIO GOMES, DIRETOR-GERAL DA BUBBLE-GO
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QUINTELA "NA
“As relações de confiança unificam a missão da Bubble-go em ser a Rede Tecnológica Digital mais fiável da Europa”
Com cinco anos de existência, no mercado português e internacional, a Bubble-go procura tornar-se a Rede Tecnológica e Digital mais fiável da Europa. Na qualidade de Managing Diretor, como impulsiona este objetivo?
Na génese da empresa, sempre houve uma ideia muito clara de que mais do que uma empresa de IT, a Bubble-go teria na sua essência uma filoso-
fia, que ilustrasse a nossa forma de estar na vida. Diariamente, trabalhamos com o foco naquilo que achamos ser fundamental para o nosso dia a dia, as relações de confiança que mantemos com os nossos Parceiros, Clientes e Colaboradores, tentando estar sempre em perfeita harmonia e com o respeito pela nossa causa maior, o nosso Planeta. Tendo estas ideias como base, surgiu, no início deste ano, a necessidade de levarmos a cabo um
processo de rebranding, criando a marca Bubble-go que unifica esta ideologia e todos nós, em torno de uma missão, a de nos tornarmos a rede tecnológica e digital mais fiável da Europa. Não nos esquecemos do nosso passado como TechFirm Portugal e temos até imenso orgulho nele, pois foi o que nos permitiu crescer e chegar onde estamos hoje, com os olhos postos no futuro. Acreditamos que, neste momento, estamos mais fortes,
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prepa-
Sérgio Gomes, Diretor-Geral da Bubble-go empresa na área do IT, com sede em Lisboa, esteve à conversa com a Revista Pontos de Vista, onde falou do recente rebranding da marca, que irá ajudar a organização a cumprir metas e objetivos estabelecidos. Para além disso, destacou os pilares da oferta tecnológica: Bubble-Growth, Bubble-Git e Bubble-Green.
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rados e com todas as ferramentas necessárias para alcançarmos o nosso grande e ambicioso objetivo, a nossa missão. Acreditamos que o mundo do IT necessita de um novo olhar, competente e confiável que tenha em atenção as motivações das Pessoas, as expetativas dos nossos Clientes, mas também as necessidades do nosso Planeta. Para tal, é condição fundamental a relação de confiança que construímos com todos.
A Bubble-go desafia, concebe e entrega todas as ideias dos clientes através de três principais ofertas: a Bubble-Growth, Bubble-Git e Bubble-Green. Como nos pode descrever cada uma destas vertentes e de que forma as mesmas se diferenciam no mercado?
Nas últimas décadas, a tecnologia tem vindo a assumir um papel preponderante no crescimento dos negócios, mas a pandemia tornou-a incontornável e ainda mais essencial, e foi evidente a urgência em acelerar os processos tornando-os mais digitais. A nossa oferta responde de forma clara e direta a esta necessidade de mercado. Na Bubble-Growth potenciamos o crescimento das marcas e negócios dos nossos Parceiros e Clientes através da análise, definição e implementação de estratégias digitais. Não nos limitamos a desenvolver produtos ou sistemas que não façam sentido para o contexto em que estejamos envolvidos, temos o espírito critico e queremos estar sempre um passo à frente daquilo que o mercado nos exige. Com o Bubble-Git queremos dar as melhores respostas com as mais adequadas tecnologias, de forma segura, acessível, fiável e escalável para as ideias dos nossos Parceiros e Clientes. Usamos a tecnologia ao serviço dos seus desejos. Com a nossa mais recente oferta, o Bubble-Green, almejamos reduzir o impacto ambiental e emissões de carbono dos nossos Parceiros e Clientes ao desenvolvermos a sua atividade no mundo digital de forma sustentável e eco friendly.
Certo é, face à sua atividade, a Bubble-go reúne Colaboradores, Clientes e Parceiros em perfeita harmonia e respeito pelo planeta terra. De forma o concretiza?
Na Bubble-go temos como objetivo construir um futuro sustentável, não apenas com as soluções que desenvolvemos e ações de sensibilização junto dos nossos Clientes, mas também, através de esforços conjuntos com uma rede de Parceiros internacionais detentores de uma vasta experiência na área do Green IT que nos ajudam a dar respostas baseadas em soluções amigas do ambiente. I nternamente também promovemos a consciência ambiental e queremos ser um exemplo no mercado nesta área. Assim todas as nossas soluções internas estão assentes em tecnologia amiga do ambiente e alojadas em sistemas cloud que usam 100% de energia renovável proveniente de fontes hidroelétricas. Para além disso, sensibilizamos os nossos Colaboradores relativamente às práticas ambientais no seu dia a dia, por exemplo no nosso
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FOTO: DIANA QUINTELA
“ESSE É UM DOS PONTOS MAIS IMPORTANTES NA HISTÓRIA ASSIM COMO NO FUTURO DA BUBBLE-GO. ESTA É UMA EMPRESA DE PESSOAS, PARA AS PESSOAS. O COLABORADOR ESTÁ NO CENTRO DAQUILO QUE SOMOS, SÃO A NOSSA IDENTIDADE. É O SEU CONHECIMENTO, A SUA VONTADE DE CRESCER E EVOLUIR EM CONJUNTO COM A EMPRESA, A SUA DEDICAÇÃO E EMPENHO EM TUDO O QUE FAZEM QUE NOS PERMITE SER A EMPRESA QUE TODOS AMBICIONAMOS SER”
FOTO: DIANA QUINTELA
escritório, que batizámos de Bubble-Home temos um conjunto de regras de utilização do mesmo que promove a política dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Em questões relativas ao ambiente, na nossa visão, não basta parecermos, exigimos que o sejamos de facto.
O teletrabalho é um tema impulsionado pela pandemia, no entanto já faz parte da Bubble-go há mais tempo. Tendo adotado um regime de remote first, em que a decisão de permanecer em teletrabalho, em trabalho presencial ou em regime híbrido é do Colaborador, quão importante e vantajoso é, para a empresa, oferecer esta flexibilidade às suas pessoas?
O teletrabalho era já uma realidade na Bubble-go na fase pré-pandemia, mas o período que todos atravessámos obrigou-nos a adotar, durante muito tempo, um regime de full remote quebrando alguns dos preconceitos que existiam relativos ao teletrabalho e impulsionou a adoção de modelos de trabalho mais flexíveis. Sabemos que a área do IT é uma área privilegiada neste aspeto, pois atuando no mundo digital a transição para regimes de trabalho remoto são mais fáceis de implementar. Ainda para mais, tendo na Bubble-go, atualmente, uma carteira de Clientes internacional, para nós não faria qualquer sentido não adotarmos um modelo flexível. A decisão de adotarmos um regime de remote first foi natural e teve como base a nossa preocupação com o bem-estar dos nossos Colaboradores. Para além das questões ambientais relativas à diminuição de deslocações em transporte próprio ou público para o escritório assim como a redução de consumo de energia, foi crucial na nossa decisão o respeito pela vida pessoal dos nossos Colaboradores e a promoção do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, numa altura em que o tema da saúde mental está tão atual. Mesmo assim, promovemos um conjunto de atividades na nossa Bubble-Home que incentiva a interação e partilha entre os nossos Colaboradores.
Muitas organizações procuram encontrar um equilíbrio entre as necessidades do negócio e as dos Colaboradores – e uma das medidas adotadas é precisamente o teletrabalho. Contudo, esta mudança precisa de resultados corporativos e é importante que os Recursos Humanos cumpram com a sua parte da equação. Como observa o paradigma flexibilidade versus responsabilidade do trabalho? Que desafios existem?
A adoção de um regime flexível baseado no teletrabalho é vantajosa quer para a empresa como para o Colaborador, mas tem um conjunto de desafios que temos de ter em conta. Esta flexibilização só é possível em organizações que detenham uma cultura organizacional baseada na transparência e confiança. Na Bubble-go, como já referi, é o Colaborador que tem a autonomia para decidir diariamente qual o regime de trabalho que melhor se adapta às exigências do seu dia, podendo permanecer remoto, deslocar-se até à Bubble-Home o dia inteiro ou parcialmente. É evidente que associada a qualquer uma destas escolhas está a
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responsabilidade de assegurar as funções que lhe foram confiadas. O nosso entendimento sobre a flexibilização do modelo de trabalho é esse mesmo, tem de existir um compromisso inato entre a Bubble-go e o Colaborador, que permita a este último a decisão voluntária sobre a melhor opção para realizar as suas funções. De forma a garantir o sucesso desta equação é necessária uma ação de dar e receber de ambas as partes. Há claramente uma necessidade da ter uma visão muito mais clara do trabalho realizado por parte dos Colaboradores, mas sem qualquer tipo de controlo, baseado na confiança, mas para a empresa é também imprescindível o máximo foco e atenção junto dos seus Colaboradores de modo a suprir as necessidades e proporcionar-lhes a melhor experiência possível.
As pessoas em cargos de liderança têm a tarefa difícil de conduzir a organização e gerir, simultaneamente, os Colaboradores. Tendo em conta o regime de remote first da Bubble-Go, de que forma esta capacidade de gestão tem vindo a ser colocada à prova?
No período pré-pandemia, a presença dos nossos Colaboradores no escritório acontecia de forma mais assídua, o que à primeira vista podia fazer pensar que o acompa-
nhamento da produtividade dos Colaboradores seria mais fácil de realizar. Com a obrigatoriedade de passarmos a um regime full remote, foi necessária uma análise relativa ao trabalho de liderança que fazíamos. Rapidamente percebemos que estávamos já munidos das ferramentas necessárias e suportados por uma cultura empresarial que nos permitia uma adaptação a um regime de trabalho remote first muito suave. Não obstante, foram necessárias algumas alterações à atividade do dia a dia. Foram melhorados os processos de comunicação em modo remoto, passando esta a ser mais clara e assertiva e passámos a estar mais próximos dos nossos Colaboradores, não como forma de controlar o seu trabalho, mas na ótica de avaliar e sentir as suas necessidades. Foram realizadas ainda formações sobre liderança remota, responsabilidade e comunicação em modelos remotos e híbridos. Uma das nossas maiores preocupações foi a de, mesmo neste modelo flexível, mantermos a nossa Cultura e nunca nos desviarmos daquilo que é a nossa Missão e Valores.
Fazendo uma análise ao futuro do mercado e da forma como hoje o paradigma relacionado com a forma de trabalhar está a mudar, quais diria que serão as tendências deste
universo a médio e longo prazo? A transição digital deverá acentuar ainda mais o trabalho remoto? Olhando um pouco à nossa volta, creio que esta flexibilidade dos modelos de trabalho veio para ficar, isso parece-me inegável. Cada vez que leio alguma notícia de empresas a regressar ao escritório, deixa-me triste, pois na maioria das vezes esse regresso tem como base uma obrigatoriedade, o que retira da equação a flexibilidade que as gerações atuais e as próximas vão continuar a valorizar como um dos pontos fundamentais aquando da escolha do seu local de trabalho. E muitas dessas empresas durante a pandemia partilharam publicamente a adaptação a essa nova forma de trabalhar rapidamente e com resultados, e eu acredito mesmo que sim. Mas se assim foi, então porquê voltar atrás e retirar essa liberdade aos seus Colaboradores? Na minha opinião, as empresas que o façam vão ter dificuldades quer na retenção do seu talento assim como na contratação de novos talentos. Relativamente à transição digital acentuar ainda mais o trabalho remoto, penso que ela será mais uma consequência natural do facto deste modelo de trabalho passar a prevalecer no nosso mercado e obrigará alguns dos players a investirem na digitalização daquilo que é a sua oferta. ▪
Apesar da liderança ser um dos motores principais de cada empresa, o Capital Humano é, também, um veículo valioso para alcançar resultados. Olhando para o caminho da Bubble-go no mercado até ao momento, qual é o papel dos colaboradores nesta história de sucesso?
Esse é um dos pontos mais importantes na história assim como no futuro da Bubble-go. Esta é uma empresa de Pessoas, para Pessoas. O Colaborador está no centro daquilo que somos, são a nossa identidade. É o seu conhecimento, a sua vontade de crescer e evoluir em conjunto com a empresa, a sua dedicação e empenho em tudo o que fazem que nos permite ser a empresa que todos ambicionamos ser. Desde o início que nos foi permitido a todos sem exceção experimentarmos, errarmos, corrigirmos e voltarmos a tentar até acertarmos. Sempre envolvemos os Colaboradores nas decisões que a empresa toma, não há gabinetes nem portas fechadas para ninguém, todos contam e todos são ouvidos, e creio que esse é o contexto ideal para os Colaboradores que se revêm nestes valores e que querem evoluir e crescer e até agora tem sido uma viagem fantástica com todos. Creio que prova disso é a baixa taxa de turnover que temos, assim como uma taxa de crescimento média anual, nos últimos 5 anos a rondar os 35%.
É sustentada nos nossos Colaboradores que a Bubble-go quer enfrentar o futuro e alcançar os seus ambiciosos objetivos, contamos com todos para lá chegarmos.
NOVEMBRO 2022 | 79 PONTOS DE VISTA CAPITAL HUMANO
FOTO: DIANA QUINTELA
“Temos tido um papel muito relevante entre o Empresariado C abo-Verdiano e o Português”
Com mais de uma década de existência, mais concretamente, 12 anos, a SAMP-Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L., assume-se como um player de relevo e prestígio em Cabo Verde, perpetuando uma dinâmica de excelência em prol e ao serviço do direito, da advocacia e da justiça no país. Mas quais os predicados que fazem desta sociedade uma das mais conceituadas do país? Sobre este e outros temas, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com o mentor da marca, Manuel de Pina, Sócio e Administrador da SAMP-Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L, que falou também da importância do capital humano da sociedade, referindo-se mais concretamente a Viviane Silva Santos, Associada, e a Titziana Ribeiro, Advogada. Saiba mais.
No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, quando foi edificada a SAMP - Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L. e de que forma é que a mesma tem vindo a preconizar um serviço de transparência e rigor em prol do Direito em Cabo Verde?
A SAMP-Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L. é um projeto que começou em abril de 2010 juntamente com uma colega e desde então nos propusemos a prestar um serviço de advocacia comprometido com as necessidades dos clientes e a quebrar o preconceito social de uma justiça ao alcance só de alguns, fazendo uma advocacia transparente e ética, contribuindo para uma maior acreditação da advocacia. Nesse sentido trabalhamos nestes 12 anos de existência, criando uma relação de transparência, rigor e profissionalismo, em prol de uma justiça mais igual.
No domínio do Direito, quais são as principais vicissitudes sentidas em Cabo Verde? De que forma procuram colmatar alguma lacuna que eventualmente exista no âmbito da Justiça e do Direito no país?
Cabo Verde vem trilhando o seu caminho, estribado numa Democracia sólida e consolidada, com uma Constituição que defende a separação de poderes, consagra os direitos fundamentais, a independência dos tribunais e das instituições da República. O país tem adotado reformas nas diversas áreas do Direito, adaptando-se aos novos tempos e às novas exigências, nomeadamente no direito laboral, com as sucessivas reformas, no Código Comercial e das Sociedades Comerciais, no Direito Administrativo, estando em calha o Código do Procedimento Administrativo, entre outros. O recurso aos bons exemplos, dentro ou fora do país, continua a ser solução em caso de lacunas. Quando, para casos análogos, o sistema legal (as leis) não dê uma
determinada solução a uma situação concreta, o aplicador do direito recorre às soluções disponíveis nos sistemas que nos são mais próximos, como é o caso do direito português.
Muito recentemente, a SAMP - Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L., foi alvo de uma reformulação, onde saiu uma sócia e entraram duas novas personalidades, Viviane Silva Santos e Titziana Ribeiro. Porquê esta reformulação e o que poderão aportar de novo estas duas novas personalidades?
A reformulação societária prende-se com a necessidade de se renovar após 12 anos de sua fundação, em termos de competências e de recursos humanos, para continuar a prestar uma advocacia de qualidade e voltada para os novos tempos e desafios. A Viviane Santos já colaborava connosco desde 2016 e a sua entrada para a sociedade, como
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associada, vem culminar uma caminhada de partilha de conhecimentos e parceria, caminhada essa que continua agora com mais responsabilidades e maturidade. A Titziana Riberio é uma jovem Advogada muito competente e cheia de vontade de aprender mais e de fazer as coisas, vem trazer mais disponibilidade e qualidade de trabalho à firma.
Quais são os novos ideais da marca e de que forma é que a missão da mesma foi alterada face a estas mudanças?
A marca SAMP foi pensada estando centrada nos seus sócios fundadores, enquanto motores de uma advocacia voltada para as necessidades dos clientes. Porém, com a saída de um dos fundadores da sociedade, quisemos manter essa identidade, associada à cadeia de valores criados nesses 12 anos. As mudanças foram muito subtis, passando a incorporar uma ideia de uma firma de Advogados centrada em todos os seus membros enquanto equipa (Advogados e Colaboradores), capaz de continuar a prestar um serviço cada vez mais competente. Continuaremos, agora com maior disponibilidade e vontade, a prestar uma advocacia com valores, ao alcance de todos, mas sobretudo que encaixa nos anseios dos cidadãos e empresas que confiam as suas vidas e seus negócios nas nossas mãos.
É legítimo afirmar que estas mudanças vêm demonstrar como a marca perpetua um sinal claro e
“A MARCA SAMP FOI PENSADA ESTANDO CENTRADA NOS SEUS SÓCIOS FUNDADORES, ENQUANTO MOTORES DE UMA ADVOCACIA VOLTADA PARA AS NECESSIDADES DOS CLIENTES. PORÉM, COM A SAÍDA DE UM DOS FUNDADORES DA SOCIEDADE QUISEMOS MANTER ESSA IDENTIDADE, ASSOCIADA À CADEIA DE VALORES CRIADOS NESSES 12 ANOS”
inequívoco de preocupação com o seu capital humano? De que forma é que este valor, as Pessoas, têm sido essenciais no sucesso e reconhecimento da SAMP - Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L.? Acreditamos que, quanto melhores pessoas formos, mais felizes seremos e mais facilmente fazemos os outros felizes. Isto aplica-se a todas as vertentes da vida do ser humano. Essa felicidade é possível, começando por nós mesmos, estendendo-se pelo nosso ambiente de trabalho. O princípio é de que todos, no escritório, têm de estar bem-dispostos, diariamente. Se alguém não estiver, o resto da equipa fará com que esteja. Só assim damos conta uns dos outros e dos nossos objetivos. Temos uma equipa coesa, competente, mas sobretudo produtiva, porque valorizamos cada um, e cada um é especial naquilo que faz, para que tenhamos sucesso no que fazemos. Neste momento contamos com duas assistentes administrativas e cinco Advogados, dos quais dois são estagiários. Planeamos reforçar a
equipa em breve, com a contratação de mais um assistente administrativo e mais um Advogado, de modo a podermos cumprir mais cabalmente os nossos objetivos.
A SAMP - Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L., é hoje um player de relevo no universo do direito em Cabo Verde. Em que áreas é que estão mais familiarizados e de que forma procuram acompanhar o vosso cliente/parceiro em todos as fases dos processos? Esse acompanhamento e personalização são fundamentais?
Tem sido um trabalho árduo, constante e coerente, durante estes 12 anos de existência da SAMP-Sociedade de Advogados, R.L. para manter um nível elevado de rigor técnico e científico naquilo que fazemos, e corresponder à expetativa dos nossos clientes. O mercado é diversificado, mas, com o tempo, o mesmo mercado acaba por exigir de cada um aquilo que mais e melhor precisa. Nesse senti-
NOVEMBRO 2022 | 81 PONTOS DE VISTA
ADVOCACIA
CAPITAL HUMANO NA
MANUEL DE PINA
TITZIANA RIBEIRO
VIVIANE A. SANTOS
do, atentos ao ambiente onde estamos inseridos, dedicamos com maior ênfase à assistência a negócios nas suas várias vertentes: Do direito comercial, laboral, administrativo, fiscal e tributário, mas também o direito da família e das sucessões e o direito real e imobiliário turístico. Dedicamos igualmente à Arbitragem Voluntária, desde 2010 a esta parte, tanto como árbitros afetos a um dos Centros de Arbitragem Voluntária do país, como no patrocínio de contenciosos arbitrais. Tentamos ser diferenciados no serviço que prestamos, tanto pela qualidade técnica como pela defesa intransigente de valores sociais, éticas e humanas que nos são imprescindíveis. A satisfação dessas necessidades específicas só se consegue dando um acompanhamento personalizado a cada processo e a cada cliente.
No universo empresarial, qual tem sido o papel da SAMP - Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L. no que concerne à ligação entre empresas lusas e cabo-verdianas?
A SAMP-Sociedade de Advogados, R.L. vem tendo um papel muito relevante no que refere à conetividade entre o empresariado cabo-verdiano e o português. Na verdade, uma boa parte do empresariado nacional é português e muitos deles são clientes do escritório. Muito recentemente, tem-se verificado a transferência de sedes de muitas empresas portuguesas de Portugal para Cabo Verde e a SAMP-Sociedade de Advogados, R.L. tem tido o privilégio de participar deste processo. De modo que, assumimos ser um parceiro assíduo nessa ligação entre os empresários dos dois países, ligação essa que já é histórica e remonta a muitos anos. Tentamos ser o braço direito desses empresários naquilo que entenderem sermos úteis.
Muito recentemente, a Ministra da Justiça de Portugal, Catarina Sarmento e Castro, e a Ministra da Justiça de Cabo Verde, Joana Rosa, assinaram um protocolo para operacionalizar ações de cooperação estratégica na área da Justiça para 2022-2026. Primeiramente, o que lhe parece este compromisso? Quais as mais valias do mesmo e de que forma é fundamental para fazer a ligação entre ambos os países?
O acordo assinado entre as duas Ministras de Justiça, vem dar continuidade ao Plano Estratégico de Cooperação vigente entre os dois países, desde 2017 a 2021. Como referimos na resposta à pergunta anterior, a cooperação e parceria entre os dois países é histórica e cultural e vem sendo alinhadas com o que são as prioridades de desenvolvimento dos dois países. Cremos que vai intensificar particularmente a parceria jurídica e judiciária até agora existente entre os dois países e haverá um cada vez maior ganho, aos setores chaves de cooperação como é o caso da justiça. Parece-nos ser um compromisso firme dos dois países em continuar, cada vez com mais incisão, essa parceria estratégica e histórica, em áreas muito importantes para os dois povos. O setor da justiça cabo-verdiana ainda é carente de recursos humanos e meios técnicos para alavancar o seu funcionamento a um nível melhor
do que aquilo que vem sendo até ao presente. Esse acordo deverá permitir um melhor desenvolvimento dessas capacidades, de modo a que a justiça cabo-verdiana venha definitivamente a dar o salto qualitativo de que tanto precisa. No final do dia os cidadãos dos dois países sairão a ganhar.
Crê que esta é mais uma oportunidade de promover a continuidade à cooperação entre os dois Estados na área da Justiça?
A assinatura deste acordo veio no fundo formalizar essa tal continuidade, e cada vez a um nível mais reforçado.
É importante ainda salientar o Acordo sobre a Mobilidade nos Estados-Membros da CPLP. De que forma é que é importante na prossecução da vossa atividade e que impacto tem na vossa orgânica?
O Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados da CPLP vem permitir uma livre mobilidade dos profissionais de todas as áreas, mas sobretudo do direito, no quadro da CPLP. Permitirá o intercâmbio do conhecimento e das boas práticas de um Estado membro para o outro, desideratos há muito almejados. Obviamente que precisam de ser limadas ainda muitas arestas para que o referido acordo possa funcionar de facto e em pleno. Estamos em crer que os ganhos serão incomensuráveis no exercício do direito no espaço da CPLP, tanto para os utilizadores da justiça como das próprias instituições de cada um dos Estados membros. A implementação do acordo virá a constituir um plus aos acordos de parceiras existentes entre Portugal e Cabo Verde nos vários domínios, mas também na parceria já existente entre as ordens profissionais, nomeadamente as Ordens dos Advogados de Portugal e de Cabo Verde.
A Digitalização e a aposta na Inovação têm sido um dos pontos mais falados, principalmente na fase pós pandemia, no domínio do Direito e da Justiça. De que forma é que se têm preparado para este novo paradigma e quais as vantagens que analisa nesta aposta mais transformadora do Direito e da Justiça? Sente que, no domínio da Digitalização do seu setor, Cabo Verde tem tido uma visão vanguardista?
A Digitalização da justiça cabo-verdiana é algo de há muito falado. Essa solução viria resolver muitos problemas do funcionamento da justiça
A terminar, o que podemos continuar a esperar por parte da SAMP - Serviços de Advocacia, Manuel de Pina e Associados, Sociedade de Advogados, R.L.? O que podem esperar, todos aqueles que vos escolhem como parceiros/representantes?
A SAMP-Sociedade de Advogados, R.L pretende continuar a apresentar-se como um parceiro competente, confiável e cre -
12 ANOS
SIDO UM TRABALHO ÁRDUO, CONSTANTE E COERENTE, DURANTE ESTES 12 ANOS DE EXISTÊNCIA DA SAMP-SOCIEDADE DE ADVOGADOS, R.L. PARA MANTER UM NÍVEL ELEVADO DE RIGOR TÉCNICO E CIENTÍFICO NAQUILO QUE FAZEMOS, E CORRESPONDER À EXPETATIVA DOS NOSSOS CLIENTES"
e contribuíria, em grande escala, para a redução da morosidade hoje existente. Efetivamente, nos momentos mais críticos da pandemia o mundo acordou pela necessidade da digitalização dos serviços e nisso incluem tanto os serviços da justiça como os escritórios de advocacia, entre outros serviços e setores da atividade. A SAMP-Sociedade de Advogados, R.L. já vinha dando passos nesse sentido, mas aproveitamos a oportunidade de reorganização, para implementarmos a completa digitalização do escritório, de modo a que informações e processos possam ser acedidas de qualquer lugar, no país ou não. Neste momento estamos a trabalhar para que brevemente tenhamos um escritório totalmente digital. Se ainda hoje não temos uma justiça digital, acreditamos que a problemática não passa tanto por uma visão vanguardista do sistema e do setor, mas sobretudo pelas resistências e debilidades que os sistemas adjacentes ainda apresentam, nomeadamente nos setores da segurança cibernética e tratamento de dados pessoais. ▪
dível, mas acima de tudo preparada para assistir, aconselhar e apresentar soluções jurídicas aos seus clientes, lá onde a nossa intervenção for precisa. A remodelação societária que agora se concluiu veio no sentido de nos afinarmos cada vez mais com aquilo que são as necessidades dos nossos clientes, atentos aos desafios dos novos tempos.
82 | PONTOS DE VISTA |
PONTOS DE VISTA CAPITAL HUMANO NA ADVOCACIA
“TEM
“Alice in Magicl Garden”
A reação calorosa por parte do público levou ao prolongamento do espetáculo, até 30 de dezembro.
A luz e a magia do espetáculo “Alice in Magical Garden” continuará no Jardim Botânico do Porto até 30 de dezembro. O sucesso desta experiência imersiva e interativa junto do público, tendo recebido 50 mil pessoas e conquistado, recentemente, o recorde de visitantes diários, perfazendo os 1.760, levou ao prolongamento do evento, que, inicialmente, era para ter terminado no passado dia 30 de outubro.
Esta iniciativa desenhada para todas as idades pelo ateliê criativo OCUBO, em colaboração com a Universidade do Porto e a autarquia local, direciona o público numa viagem à história da Alice no País das Maravilhas e de Alice no Outro lado do Espelho. Em comunicado, Edoardo Canessa, produtor executivo da OCUBO refere que este prolongamento “vai permitir não só que mais pessoas tenham a oportunidade de viver esta experiência, como também de conhecer de perto o importante legado de biodiversidade e conhecimento do Jardim Botânico do Porto”. Para além disso, destaca que “O Alice in Magical Garden traz uma experiência diferente ao centro da cidade do Porto, combinando tecnologia, arte, natureza e literatura para criar uma nova dimensão, encantada e imaginária”. Assim sendo, não só possibilita “um momento de fruição e de partilha para toda a família”, mas também “conecta os visitantes com um dos espaços naturais e educativos mais emblemáticos da cidade do Porto, fomentando também, pela ligação à obra de Lewis Carroll, o gosto pela leitura junto de um
público jovem e mais alargado”. O espetáculo acontece num percurso de quase um quilómetro, percorrido durante a noite, com hologramas, mais de 300 esculturas luminosas e experiências sensoriais, como por exemplo lanternas luminosas gigantes, ambientes sonoros, video mapping e espaços interativos.
O preço dos bilhetes para entrar nesta aventura custam 8€, sendo que a entrada é gratuita para as crianças até aos 3 anos de idade, e encontram-se disponíveis na plataforma PORTUGALAGENDA. COM de quarta-feira a domingo.
Três atrações portuguesas foram distinguidas nos Remarkable Venue Awards
“Lugar mais notável”; “melhor atração” e “local mais inovador” foram as categorias em que Portugal foi premiado.
O Oceanário de Lisboa, o Museu FC Porto –Estádio do Dragão e Livraria Lello foram as três atrações portuguesas distinguidas nos Remarkable Venue Awards, os prémios que nomeam os melhores museus e atrações no mundo.
O Oceanário de Lisboa recebeu o prémio de “lugar mais notável”; o Museu FC Porto – Estádio do Dragão foi considerado como “melhor atração” e a Livraria Lello foi eleita “local mais inovador”. Este resultado adveio da escolha. realizada online, dos consumidores de todo o mundo.
O anúncio dos vencedores foi feito pela Tiquets, plataforma digital de reserva e compra de bilhetes, no passado dia 2 de novembro, na Cimeira de Inovação no turismo, que teve lugar em Sevilha, na Espanha.
É de salientar que esta foi a primeira vez que estes espaços turísticos entram neste concurso. Em competição também estiveram atrações da Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália, Países Baixos e Reino Unido.
O objetivo da Associação de Comerciantes do Porto para este ano é reduzir em 30% o consumo energético.
A decoração alusiva à quadra natalícia, fomentada pela Associação dos Comerciantes do Porto em colaboração com a Câmara Municipal, irá iluminar as ruas da cidade a partir de 30 de novembro até 6 de janeiro de 2023, Dia de Reis. Em declarações à Lusa, a Associação dos Comerciantes do Porto referiu que as iluminações de natal são importantes para “o estímulo ao comércio” desta cidade, todavia, perante à situação de crise energética atual, serão adotas medidas de prevenção.
Uma delas é a utilização de tecnologia LED, que será para continuar este ano, ao passo daquilo que ocorreu em 2020 e 2021. A mesma entidade revelou que a aposta em micro lâmpadas LED de baixa consumo possibilitará “uma redução do consumo energético em cerca de 30%, face aos anos anteriores”.
As luzes estarão em funcionamento de domingo a quinta-feira, das 18h00 horas até às 23h00, ou seja, durante aproximadamente cinco horas, e às sextas-feiras, sábados e em vésperas de feriado o período de iluminação prolongar-se-á até às 24h00 horas, ficando, nesses dias de quadra, ativas seis horas.
NOVEMBRO 2022 | 83 PONTOS DE VISTA BREVES
Luzes de Natal no Porto vão ter tecnologia LED de baixo consumo e estar no máximo seis horas ativas
vai continuar na cidade do Porto até dezembro
“Queremos continuar a assegurar o acesso à Justiça”
de Advogados, tendo conversado com Costa
e Managing Partner, que nos deu a conhecer um pouco mais da realidade do Direito no país e como o mesmo tem crescido, fruto, também, da capacidade, resiliência e rigor de marcas como a do nosso entrevistado.
AAmanze & Associados é uma prestigiada firma moçambicana fundada em 2020.
Como nos pode descrever a evolução da marca ao longo destes (quase) três anos de história?
A Amanze & Associados - Sociedade de Advogados, é uma prestigiada firma moçambicana de prestação de serviços jurídicos em toda a abrangência permitida por lei, fundada em 2020, num período caraterizado por inúmeras restrições decorrentes da pandemia da COVID-19 e consequente encerramento de inúmeras empresas, em todos os setores. A história da evolução da firma e a consolidação da marca têm, por isso, e desde a sua fundação, sido construída tendo base a resiliência, a persistência e, sobretudo, uma planificação, execução e controlo rigorosos e criteriosos dos instrumentos e soluções de gestão definidos no Plano de Negócio e que são avaliados, revistos e ajustados regularmente.
A equipa da Amanze & Associados é constituída por profissionais especialistas de todas as áreas de Direito, Público e Privado. Face às constantes mudanças da sociedade e do mercado, de que forma a mesma tem vindo a acompanhar as tendências que vão surgindo?
Definir previamente os perfis e as competências de cada um e de todos os profissionais para os diferentes setores da firma, tendo em atenção os objetivos, as responsabilidades, os valores, a missão e a visão da firma, bem como a segmentação clara e objetiva do mercado e das Áreas de Atuação,
apoiados em planos e estratégias de comunicação e de formação continuada do capital humano nas áreas técnico-jurídicas e de gestão, reforçados por uma Política da Qualidade e “Compliance”, tem produzido resultados que confortam e garante que a firma esteja sempre preparada para aceitar qualquer desafio, satisfazendo e, muitas vezes, superando as expetativas dos clientes mais exigentes, o que contribui para que a a firma se destaque no mercado como um parceiro de confiança.
Se o mercado muda e evolui, os inúmeros setores de atividade, por consequência, também o fazem. Assim, e com uma visão centrada na Advocacia atual, quais foram, para si, as transformações que mais impactaram a área do Direito em Moçambique?
A pandemia da COVID-19, inquestionavelmente, foi uma mudança que impactou gravemente em todos os setores da economia e a advocacia não foi uma exceção. Para o contexto de Moçambique, implicou um grande abrandamento no fluxo dos grandes investimentos, não somente no setor de petróleo e gás, mas também, nos setores de turismo, construção civil e obras públicas, transportes, no mercado financeiro e de capitais, entre outros, situação que afetou negativamente a demanda pelos serviços jurídicos. Um corolário positivo foi que, tal como todos os setores, as firmas de advogados tiveram que reinventar-se e com recurso às tecnologias e através do “home office” adotar novas
84 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIREITO & JUSTIÇA – MOÇAMBIQUE
De que forma é que a Advocacia, o Direito e a Justiça têm evoluído em Moçambique? Qual tem sido o papel dos players deste setor nessa senda crescente? Sobre esta realidade, a Revista Pontos de Vista foi conhecer a Amanze & Associados - Sociedade
Amanze, Fundador
COSTA AMANZE
técnicas e meios para continuar a prover assistência legal aos seus clientes virtualmente.
A Ordem dos Advogados de Moçambique tem um papel importante e necessário no país e no âmbito de todos os profissionais da área. Na sua perspetiva, em que medida a OAM tem sido um parceiro estratégico e indispensável na defesa da ordem jurídica nacional?
A Ordem dos Advogados de Moçambique, recorde-se, é uma agremiação representativa de uma classe profissional que é um dos três pilares da Administração da Justiça. Nessa qualidade, é um importante e insubstituível ator que cumpre, zelosamente, a missão de defender o Estado de Direito Democrático, os direitos e liberdades fundamentais, participando de forma ativa na boa administração da Justiça e, também, empenha-se na promoção do acesso à justiça, nos termos da Constituição e demais legislação além de, obviamente, zelar pela função social, dignidade e prestígio da profissão de advogado e promover o respeito pelos respetivos princípios deontológicos, defender os interesses, direitos, prerrogativas e imunidade dos seus membros.
Um dos temas mais debatidos, atualmente, é a digitalização. Muitos afirmam que a digitalização está a mudar a forma como as sociedades de advogados funcionam, obrigando-as a investir cada vez mais em novas soluções tecnológicas. Como tem a Amanze & Associados atuado perante estas tendências modernas?
A digitalização sendo uma realidade inevitável e pela forma acelerada como vem mudando os paradigmas e formas de atuar de vários setores de atividade é, de facto, um grande desafio que as sociedades de advogados devem preparar-se para, gradualmente, ir integrando as soluções que ela oferece, para enfrentar um futuro digital que já é uma realidade também em Moçambique, embora ainda de forma tímida.
Além disso, a tecnologia pode reforçar a eficiência das sociedades de advogados, ajudando-as a serem mais competitivas no mercado. Concorda que a tecnologia é, e será
“ALGUMAS
SOCIEDADES DE ADVOGADOS, COMO
É O CASO DA AMANZE & ASSOCIADOS - SOCIEDADE DE ADVOGADOS, NOS LIMITES DO PERMITIDO PELA LEI, JÁ EXPLORAM E TIRAM VANTAGEM, POR EXEMPLO, DOS BENEFÍCIOS DO MARKETING DIGITAL E DA ADVOCACIA DIGITAL"
durante uns anos, parte desse caminho diferenciador? O universo da Advocacia em Moçambique já segue esta «mentalidade inovadora»?
Algumas sociedades de advogados, como é o caso da Amanze & Associados - Sociedade de Advogados, nos limites do permitido pela lei, já exploram e tiram vantagem, por exemplo, dos benefícios do marketing digital e da advocacia digital. Portanto, a firma está ciente e confiante no contributo das tecnologias para melhorar e reforçar a eficiência e eficácia das ferramentas e soluções de gestão, quer dos escritórios de advogados, quer na interação com os seus clientes, na melhoria da qualidade e flexibilidade nos processos internos de planificação, na organização e na comunicação interna e externa, além de permitir um maior e melhor acesso à potenciais clientes internacionais através da divulgação e reforço da marca e da identidade corporativa da firma.
Moçambique tem uma forte relação com Portugal, devido ao passado histórico que os une, nomeadamente no que diz respeito à semelhança da cultura jurídica. De que forma esta ligação pode
impulsionar uma maior cooperação entre ambos os países? Portugal e Moçambique são um bom mercado de investimento um para o outro?
As vantagens dessa similitude de cultura jurídica entre os dois países têm sido um grande diferencial que, comprovadamente, vem unindo cada vez mais firmas de advogados de um e do outro país. Até porque, os investidores de Moçambique têm Portugal como porta de entrada para o mercado europeu e Portugal, vê Moçambique como uma ponte segura para aceder ao promissor mercado da África Austral e, por essa via, aceder aos mercados das outras sub-regiões de África, todos abertos aos investimentos e nos últimos anos, no caso de Moçambique, considerado o novo “El Dorado”, pela descoberta e abundância de todo o tipo de recursos.
Neste processo de cooperação, qual tem vindo a ser o papel da Amanze & Associados? De que forma a marca ajuda quem vem de Portugal para investir em Moçambique?
A firma, sendo membro de pleno direito da Ordem dos Advogados
de Moçambique (OAM), de algumas câmaras e associações empresariais que dinamizam o mercado e um melhor ambiente de negócios, aliado à estreita e já consolidada cooperação com, por exemplo, APIEX (Agência de Promoção de Investimentos e Exportações, Instituto Público), o IPEME (Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas, Instituto Público), APME (Associação das Micro, Pequenas e Médias Empresas), ACIS (Associação de Comércio, Indústria e Serviços), além do contributo que presta participando nas várias iniciativas de reforma legal em reforma legal em vários sectores, promovidas pelo Governo e pela Confederação das Associações Económicas (CTA), tem desempenhado o papel de parceiro estratégico dos investidores, nacionais e estrangeiros (incluindo os portugueses), não somente nos processos de registo e licenciamento de empresas mas também, nos processos de registo de investimentos, importação e exportação de capitais, e agenciamento de parceiros de negócio para novos investimentos, atuando em todos os setores da economia.
Por fim, quais são os planos a curto e médio prazo para a estratégia da Amanze & Associados no mercado? Que novidades podemos esperar?
Os objetivos imediatos passam, por um lado e necessariamente, pelo investimento contínuo no capital humano da firma nas diferentes Áreas de Atuação do escritório, por forma a assegurar uma cada vez melhor qualidade dos serviços demandados pelos clientes e, também, para potenciar o aperfeiçoamento técnico e profissional dos colaboradores. Ainda a curto prazo, a firma irá continuar a realizar investimentos para o fortalecimento da marca no mercado nacional e regional, mas, almejando outros horizontes, como por exemplo, a internacionalização da marca, a captação de potenciais clientes e parceiros de outras latitudes. A consolidação do “PROJECTO CULTURA JURÍDICA”, depois do sucesso de 2022, é outra prioridade da firma para o ano de 2023, devido ao acentuado fim social, permitindo que cidadãos carenciados e minorias sociais possam também ter acesso à justiça formal. ▪
NOVEMBRO 2022 | 85 PONTOS DE VISTA DIREITO & JUSTIÇA – MOÇAMBIQUE
EQUIPA DA AMANZE & ASSOCIADOS - SOCIEDADE DE ADVOGADOS
MANUEL RAMIREZ FERNANDES, SÓCIO FUNDADOR DA RAMIREZ & ASSOCIADOS, SOCIEDADE DE ADVOGADOS, SP, RL E FORMADOR DE DEONTOLOGIA PROFISSIONAL NO CONSELHO REGIONAL DE LISBOA DA ORDEM DOS ADVOGADOS
A ADVOCACIA, A ORDEM DOS ADVOGADOS
E O PROJETO DE REVISÃO DA LEI DAS ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS PROFISSIONAIS
A Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro foi um marco na regulação das associações públicas de profissionais, ao estipular regras harmonizadoras e inovadoras. Mas, no caso da Advocacia, abanou os valores deontológicos defendidos afincadamente pela grande maioria dos profissionais forenses, situação que se agudiza com o novo projeto de alteração da lei.
Em que direção pretende este novo projeto “empurrar” a Advocacia, submergindo-a num manto de princípios europeus ligados às regras da concorrência, que esquecem como nasceu, porque nasceu e para o que nasceu. Qual é o tipo de Advocacia que o Estado de Direito deve assegurar aos cidadãos? Uma Advocacia movida pelo interesse público dos atos que pratica, balizada e condicionada por rigorosos princípios deontológicos de independência e integridade, ou uma Advocacia essencialmente direcionada e preocupada com os aspetos “comerciais” da profissão, nomeadamente com o seu marketing e publicidade, exponenciados pela associação com outras profissões? Queremos uma Advocacia que possa estabelecer uma relação de necessária confidência e confiança com os cidadãos que dela precisam para aceder à Justiça, ou uma Advocacia cujo segredo profissional seja permeável e falível por via da associação com outras profissões ou face a mecanismos de controlo do Estado? Queremos uma Advocacia livre para executar a sua missão de defesa dos direitos liberdades e garantias dos cidadãos, ou uma Advocacia institucionalmente condicionada por interesses económicos e políticos governamentais? Em suma, em que Estado de Direito queremos viver? Nestas exíguas linhas é, naturalmente, impossível analisar o pro-
jeto de alteração ao pormenor, pelo que nos propomos salientar apenas alguns dos princípios desta projetada reforma, centrando-nos no exercício da Advocacia.
1. AS ESPECIFICIDADES DA ADVOCACIA.
A Advocacia é uma atividade profissional com consagração constitucional, e esta não se deve a quaisquer honrarias que o legislador constitucional lhe tenha entendido prestar, mas sim ao facto de a Advocacia ser a primeira linha de defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos nas suas relações privadas e com o Estado. Os Advogados constituem um pilar fundamental para a existência e manutenção de um Estado de Direito. O direito/dever de segredo profissional é conferido constitucionalmente ao Advogado como uma prerrogativa, o que não tem paralelo noutras profissões sujeitas ao mesmo tipo de dever. A Constituição da República Portuguesa é bastante clara ao admitir a existência de limitações ou restrições ao exercício de determinadas profissões de interesse público, quer ao nível da sua preparação técnica, quer, sobretudo, na exigência de que os seus profissionais obedeçam a um regime deontológico. O elemento histórico de interpretação do direito fundamental de escolher uma profissão resulta de uma evolução da Lei Fundamental (desde as Constituições liberais), onde a valorização do elemento pessoal tem prevalecido sobre o elemento económico. Uma boa referência para medir a existência de uma sociedade livre e democrática é analisar as condições em que nela é exercida a Advocacia. Na medida em que não existam condições para o exercício de uma Advocacia livre e independente, teremos o prenúncio seguro da existência de défice democrático nesse Estado, nessa sociedade. É assim
PONTOS DE VISTA DIREITO & JUSTIÇA
que sentimos a expressão de Roberto Dromi, “A advocacia é uma profissão que surge com a liberdade e existe para a sua defesa. Morre quando ela morre”. Reza a história que Hitler proibiu os judeus de serem assistidos por advogados e, mais ou menos na mesma altura, Mussolini terá mandado incendiar os escritórios dos advogados que defendiam os seus opositores. Ora, este “adn” da Advocacia deve ser espelhado no seu Estatuto e ponderado em qualquer iniciativa legislativa que enquadre, direta ou indiretamente, o seu exercício.
2. O ACESSO À PROFISSÃO.
O estágio de Advocacia. Qual é o nível de preparação e experiência que deve ser exigido a um licenciado em Direito para poder exercer, livremente, esta profissão? O projeto pretende diminuir a duração máxima do estágio profissional de 18 para 12 meses, o que, quanto a nós, é uma evolução no sentido errado. A imensa responsabilidade inerente à credenciação de um profissional para poder exercer livremente a profissão de Advogado carece de um período de preparação e avaliação maior, e não menor. Sobretudo quando, a montante, os cursos de Direito viram o seu período letivo diminuído pela Convenção de Bolonha. No caso dos Magistrados o tempo de formação para o exercício da função de Juiz ou de Magistrado do Ministério Público é de 3 anos, após o mestrado, já que este é exigido aos candidatos que pretendam ingressar no Centro de Estudos Judiciários (no caso de licenciados pósConvenção de Bolonha). Não existe qualquer fator de ordem técnica ou profissional que aconselhe tamanha diferença de tempo e formação para preparar o profissional para o exercício autónomo da profissão/ função. Mesmo o objetivo de que as matérias de formação profissional não incidam sobre matérias ou unidades curriculares que integram o curso conferente da necessária habilitação académica (como pretende o Projeto) nos parece lavrar num equívoco. Na Universidade as matérias são lecionadas por Ilustres Académicos num intuito essencialmente formativo da ciência do Direito, concedendo a licenciatura. Nos Centros de Estágio dos Conselhos Regionais da Ordem dos Advogados as matérias são ministradas por profissionais forenses, com objetivos práticos e preparatórios do exercício concreto da profissão de Advogado, com base na experiência – que não pode ser descurada e deixar de relevar – do exercício da profissão que os Licenciados em Direito estarão prestes a iniciar. Licenciar um cidadão não é o mesmo que credenciar um profissional. E a diferença entre os “bancos da Universidade” e a “vida prática forense” é assinalável. É, seguramente, uma matéria que merece uma maior reflexão e ponderação. É preciso não esquecer que existem muitas áreas práticas do Direito (substantivo e processual) que não são lecionadas na Universidade, e que está também excluída desta a incontornável matéria da Deon-
ADVOCACIA DEVE TER UM SISTEMA DE AVALIAÇÃO E ACREDITAÇÃO PRÓPRIO DOS SEUS PROFISSIONAIS. PARA ESSE EFEITO, PODE E DEVE TER UM SISTEMA EFICAZ E TRANSPARENTE DE ACREDITAÇÃO DOS SEUS ESPECIALISTAS, UTILIZANDOOS, PREFERENCIALMENTE, EM PROL DA FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS ADVOGADOS”
tologia Profissional, “pedra de toque” e essência do exercício da Advocacia, de manifesto interesse público e essencial para a administração da Justiça. E compreende-se que assim seja!
3. ALTERAÇÕES ORGÂNICAS E DE GESTÃO DA DISCIPLINA DOS ADVOGADOS.
Conferir a gestão da disciplina dos Advogados a nãoAdvogados põe em causa a independência da Ordem dos Advogados. Sobretudo não garante que as pessoas a quem é conferida esta espinhosa (mas muito necessária) função tenham competência e experiência para analisar as complexas questões deontológicas que são geradas pela prática forense. Conferir competência às Universidades para designar membros de órgãos das associações profissionais (como pretende o Projeto) não faz qualquer sentido. São entidades com uma natureza e função muito importante, mas completamente diferente das Ordens Profissionais. Sem prejuízo
dos protocolos de cooperação entre os órgãos da Ordem dos Advogados e a Academia, que atualmente já existem, e que podem (e devem) ser aprofundados (tal como na formação contínua de Magistrados), a gestão dos destinos da profissão/função, nomeadamente da sua disciplina, deve ser cometida aos Advogados e à sua Ordem Profissional.
O projetado “órgão de supervisão” (que substituiria o atual Conselho Superior) seria constituído por sete pessoas, sendo apenas três delas Advogados (e é preciso não esquecer que o Conselho Superior é atualmente composto por 21 Advogados). A criação de um órgão de supervisão que passe a estabelecer as regras do estágio de Advocacia e a avaliação final dos estagiários teria como consequência que estes deixassem de estar a cargo da Ordem dos Advogados e passassem a ser da sua competência exclusiva. O referido órgão cumularia tais funções com as funções jurisdicionais que, até
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“A
agora, são da competência do Conselho Superior. Esta evolução parece trazer à colação, novamente, a vontade de intervenção da Academia numa realidade relativamente à qual não tem experiência (e com a qual não se confunde). A Academia pouco conhece sobre o quotidiano prático da Advocacia. Atualmente as decisões disciplinares têm duas instâncias internas de análise e são sindicáveis externamente em sede judicial. E este regime parece-nos de manter, sendo suficientemente garantístico.
A atribuição da presidência do projetado “órgão de supervisão” a um não-advogado e a sua composição com maioria de elementos alheia à Ordem dos Advogados põe em causa a autonomia e independência da profissão e dos Advogados. O destino da Ordem dos Advogados passaria a ser, muito provavelmente, governamentalizado. Tal como nas Magistraturas, um eventual órgão superior de supervisão do acesso e exercício da profissão deve continuar a ter uma maioria (se não exclusividade) de Advogados na sua composição, entre eles aquele a quem for cometida a presidência desse órgão.
4. A POSSIBILIDADE DE EXISTÊNCIA DE SOCIEDADES PROFISSIONAIS MULTIDISCIPLINARES.
Dúvidas não podem existir de que as sociedades multidisciplinares não são admissíveis na Advocacia. A profissão de advogado é dificilmente associável com outras profissões, nomeadamente com auditores ou contabilistas. A criação das chamadas “Chinese Walls” (ou “paredes éticas”) não pode ser, por definição, aplicável à Advocacia, face ao instituto do conflito de interesses. Essa associação promoveria a perda efetiva da independência e autonomia dos Advogados e faria perigar, inadmissivelmente, o sagrado dever/direito de segredo profissional, pilar essencial do exercício da profissão. Os princípios da livre escolha do Advogado pelo cliente e da proibição de solicitação de clientes ficariam claramente em causa. Assim, a eliminação da possibilidade de os estatutos das associações públicas, como a Ordem dos Advogados, poderem proibir a multidisciplinariedade nas respetivas sociedades profissionais é absolutamente inaceitável.
5. A DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
DO ADVOGADO.
Qual o ponto de equilíbrio entre a possibilidade de exercer uma atividade de forma puramente mercantil e as especificidades a que deve estar sujeita a Advocacia (tanto na vertente “prerrogativas”, como na vertente “limitações”), face à função do Advogado nas sociedades democráticas? Tendo os Advogados a possibilidade de praticar atos sobre os quais recai confiança pública, quais são as garantias dos cidadãos de que o exercício da Advocacia só é permitido a profissionais íntegros?
O perfil que deve ter – obrigatoriamente – um
“ALGUNS ASPETOS DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA CARECEM DE UMA REFORMA. O INÍCIO DESTE PROCESSO REFLEXIVO DESTINAVA-SE, ANTES DE MAIS, A PROMOVER UMA EFETIVA AUTOCRÍTICA, UMA REFLEXÃO INTERNA, UM “ATO DE CONTRIÇÃO”
Advogado não está escrito nos manuais universitários, nem nas decisões judiciais. E não decorre também de legisladores conjunturais. O seu perfil está escrito na história da Advocacia, desde a antiga Grécia até aos nossos tempos. A Deontologia Profissional do Advogado é a pedra basilar do seu exercício. É uma realidade incontornável. Negá-la é contribuir para o desgaste e para a mediocrização da profissão, para o enfraquecimento do Estado de Direito. Coartar a autonomia profissional da Advocacia é tão grave quanto atentar contra a autonomia dos Magistrados. Ambos são essenciais à administração da Justiça. Assim, é obrigação da Ordem dos Advogados continuar a alimentar o sonho (para muitos a utopia) de apenas admitir no seu seio as pessoas que, de uma forma natural e vocacional, possam advogar seguindo os valores inscritos na sua Deontologia. A crise – ou a aparente irrelevância e importância prática – das normas de conteúdo ético significa, necessariamente, o prenúncio de uma massiva e grave violação das restantes normas, seja qual for a sua natureza, seja qual for a área de atividade. Então, o que reformar? Alguns aspetos do exercício da Advocacia carecem de uma reforma. O início deste processo reflexivo destinava-se, antes de mais, a promover uma efetiva autocrítica, uma reflexão interna, um “ato de contrição”. Antes de procurarmos fatores externos que possam constranger o exercício da Advocacia, devemos discernir porque é que há Advogados que não se identificam com a sua Ordem, porque é que muitos advogados não conseguem “fazer vida da Advocacia”, porque é que estão expostos a uma imagem pública que os apresenta, muitas vezes (demasiadas vezes), como profissionais pouco éticos?
A Ordem dos Advogados (todos os seus órgãos) deve acentuar o exercício da sua função de zelar pela dignidade e prestígio da profissão, através da intransigente defesa da Deontologia Profissional e do princípio estruturante do interesse público da Advocacia. Todos os órgãos de Ordem dos Advogados devem concertar-se nesse sentido, no âmbito das suas competências, através do seu órgão de governo (Conselho Geral e Bastonário), ajudando-se mutuamente. A Ordem dos Advogados deve também enfatizar a sua atuação como tenaz defensora dos Direitos Humanos e dos Cidadãos, desig-
nadamente (mas não só) no âmbito da crise que atualmente assola a nossa sociedade. E é necessário aprofundar a virtualidade da existência, na Ordem dos Advogados, de Colégios da Especialidade. O acento tónico não pode deixar de ser posto na proteção da vulnerabilidade do Constituinte e na verdade e transparência da imagem dos Advogados. Mas não são unicamente estes os objetivos da existência de Colégios da Especialidade e de Advogados Especialistas. O desaproveitamento e falta de visão estratégica quanto ao desenvolvimento destes Colégios aumenta a (aparente) dependência da Advocacia das instituições académicas e estatais e a valorização do seu papel na formação dos Advogados e na promoção do acesso ao conhecimento e aplicação do Direito.
A Advocacia deve ter um sistema de avaliação e acreditação próprio dos seus profissionais. Para esse efeito, pode e deve ter um sistema eficaz e transparente de acreditação dos seus especialistas, utilizandoos, preferencialmente, em prol da formação e avaliação dos Advogados. E é da acreditação de profissionais que se trata, sem prejuízo da necessária colaboração que se pode, e deve, promover, com a Universidade. O mesmo se advoga para a formação dos Magistrados (e até, porque não, dos próprios estudantes de Direito, aproveitando esta sinergia num “sentido inverso”). Por sua vez, a formação de Advogados e Juízes deve também evoluir numa colaboração mais estreita. Este trabalho conjunto auxilia a que exista uma maior compreensão mútua entre estas profissões, essenciais à administração da Justiça. Deve solicitar-se a estes Colégios uma atuação constante e dinâmica, iniciativas no plano da feitura das leis, intervenção em reformas respeitantes à organização judiciária e análise crítica do direito vigente, que seja capaz de interagir com o poder legislativo e de, perante ele, afirmar a Ordem dos Advogados como uma parceira institucional incontornável. A Ordem dos Advogados deve continuar a assumir a responsabilidade dos Advogados e Advogados-estagiários no acesso ao Direito e à Justiça. Em contrapartida, esta função pública pode ser conjugada com o projeto de criar estágios de Advocacia remunerados pelo Estado, pugnando pela dignificação do modelo legal de proteção jurídica, na ótica da melhoria do serviço aos cidadãos e da dignificação desta função.
Quem perde com estes aspetos do Projeto, se for avante, no que respeita à profissão de Advogado, são os cidadãos, em cujo nome se administra a Justiça. A independência, o acesso condicionado à profissão e a regulamentação do seu exercício são fatores que reforçam a confiança dos cidadãos nos Advogados. Devemos aprofundar esta conceção da Advocacia, não permitindo que a projetada reforma legal das associações profissionais tenha, no que à Advocacia diz respeito, outras finalidades ou objetivos.▪
88 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIREITO & JUSTIÇA
“Quem salva o Oceano, salva-se a S i mesmo”
“Na atualidade, poucos temas em Portugal são tão consensuais como a importância do mar para o desenvolvimento do país”. Quem o garante é José Maria Costa, Secretário de Estado do Mar, que, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou a importância de salvaguardarmos a sustentabilidade deste recurso essencial para o futuro de um planeta saudável.
Foi no passado mês de março que passou a integrar o XXIII Governo Institucional, na qualidade de Secretário de Estado do Mar. Quais foram os grandes objetivos a que se propôs, no início das suas funções?
As prioridades foram estabelecer um modelo de desenvolvimento sustentável suportado no conhecimento, na capacidade tecnológica e na liderança. Portugal é hoje líder em muitas áreas, justamente pela capacidade que tem demonstrado em assumir esse papel, quer pelo caminho já percorrido, quer pela forte aposta em áreas altamente tecnológicas. Veja-se por exemplo a aposta e o investimento nas energias renováveis que colocam Portugal no grupo de países da Europa com maior produção de energia a partir de fontes renováveis e a aposta na digitalização nos mais diversos setores da economia.
Para o mar, a prioridade é justamente o nosso empenho e a nossa capacidade de nos conseguirmos afirmar como líderes no desenvolvimento da economia azul, sustentável, circular e inclusiva.
O caminho de Portugal, de afirmação e de liderança para o Oceano, de conservação e uso sustentável dos recursos marinhos dentro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, tem sido trilhado ao longo dos últimos anos. Iniciou-se antes da primeira Conferência dos Oceanos das Nações Unidas e culminou com a organização conjunta com a República do Quénia, da Segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas,
de 27 de junho a 1 de julho de 2022, em Lisboa.
A organização da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas representou o culminar deste percurso e afirmou Portugal como líder global nas matérias do Oceano.
O desenvolvimento da economia do mar é uma das muitas missões que tem ganho destaque em Portugal. Como observa, atualmente, a evolução da mesma?
Em Portugal, a importância da economia do mar é medida através da Conta Satélite do Mar. Costumo dizer que a importância da economia do mar é explicada, justamente, pelo facto de Portugal ter sido o primeiro país do mundo a criar uma Conta Satélite do Mar. Trata-se de um instrumento desenvolvido para apurar a componente de economia do mar nas contas nacionais, isto é, determinar qual a parcela do PIB nacional a que corresponde a economia do mar.
Os dados mais recentes da Conta Satélite do Mar (2016-2018) indicam que, em 2018, o valor da economia do mar tem um peso de 5,1% no Produto Interno Bruto Nacional (PIB) e de 5,4% no Valor Acrescentado Bruto (VAB). O valor das exportações associado à economia do mar é de 5 % do total nacional.
No caso do VAB direto o valor nacional é de 4%, que coloca Portugal em 7.º lugar no grupo de países da União Europeia, à frente de Espanha (3 %) mas ainda longe da Croácia, de Malta ou de Chipre, com 8,4%, 6,6% ou 6%, respetivamente.
NOVEMBRO 2022 | 89 PONTOS DE VISTA DIA NACIONAL DO MAR
JOSÉ MARIA COSTA
“O MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO MAR ESTÁ EMPENHADO NO AUMENTO DA CRIAÇÃO DE VALOR E COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS PORTUGUESAS DA ECONOMIA DO MAR, NUM QUADRO DE CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL, INTEGRADOR, DIVERSIFICADO E ASSENTE NO MELHOR CONHECIMENTO CIENTÍFICO”
Por isso, queremos ir mais além e aumentar o contributo da economia do mar para 7 % do VAB da economia nacional, que é justamente o valor da meta definida na Estratégia Nacional do Mar 2030.
Muitos afirmam que o desenvolvimento da economia do mar depende da formação e da capacitação de capital humano qualificado. Uma nação que verdadeiramente aposte no crescimento azul, tem de estar preparada para um aumento significativo de pessoas a interagirem diretamente com o mar? Portugal tem tido resposta para este facto? Há uma compreensão crescente do papel crítico da componente humana na ciência dos oceanos e nas cadeias de valor de ciência para a gestão e para a inovação. Há também um reconhecimento crescente da importante contribuição da ciência dos oceanos para uma economia azul sustentável, e para o desenvolvimento sustentável em geral. De acordo com o último Global Ocean Science Report, publicado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamenal, países europeus, como Portugal e a Noruega, têm o maior rácio de investigadores em ciências do mar em relação à população total, com mais de 300 investigadores empre-
gados por milhão de habitantes. Este número é bastante demonstrativo do interesse que o mar e o “saber e aprender o Mar” continua a suscitar nos portugueses. O pioneirismo de Fernão Magalhães e a inovação de Portugal nas ciências da navegação traduz-se hoje numa nova geração altamente qualificada, mais aberta ao mundo, seguindo a rota do conhecimento, sendo, portanto, uma das principais heranças do navegador português. Hoje, Portugal poderá e deverá continuar a liderar pelo exemplo, quer pelo conhecimento de excelência que detém graças a instituições de ensino como a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, quer pela capacidade reconhecida de boa governação no que ao Mar diz respeito, quer honrando o legado deixado por muitos navegadores, e particularmente por Magalhães, que demonstrou a oceanidade do Mundo.
Nas últimas décadas, as Nações Unidas têm procurado corresponder aos anseios de paz, liberdade e desenvolvimento da humanidade com uma preocupação assente sobre a sustentabilidade. De que forma a sustentabilidade do mar em Portugal é uma oportunidade de «salvar» o planeta que habitamos?
Na atualidade, poucos temas em Portugal são tão consensuais como a importância do mar para o desenvolvimento do país. Todos os agentes políticos e da sociedade reconhecem a relação especial que temos com o oceano e o seu papel histórico na prosperidade e bem-estar dos portugueses. Afinal, quem salva o oceano, salva-se a si mesmo!
Atualmente, contamos com a Estratégia Nacional para o Mar 2030, que tem por base a importância do conhecimento científico, a proteção do oceano, a valorização dos serviços dos ecossistemas marinhos e o reconhecimento do seu papel como vetores de desenvolvimento sustentável e, em paralelo, a robustez dos setores tradicionais e emergentes da economia azul. Esta estratégia visa potenciar o contributo do mar para a economia do País e o bem-estar dos portugueses, e dar resposta aos grandes desafios da década, reforçando a posição e visibilidade de Portugal no mundo enquanto nação oceânica. Os seus princípios orientadores estão alinhados com a Agenda 2030 das Nações Unidas, com o Pacto Ecológico Europeu, com a Política Marítima Integrada da União Europeia, e com a nova Missão “Estrela do Mar” para Oceanos Saudáveis do programa
90 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIA NACIONAL DO MAR
Horizonte Europa. Esta estratégia é assim demonstrativa que o Governo de Portugal continua a valorizar o conhecimento e a aposta no saber para desenvolvimento do país e da sua sociedade.
Um dos pontos fulcrais que não podemos descurar é a necessidade de termos mais e melhor ciência e tecnologia para gerar prosperidade através da inovação e restaurar a saúde dos oceanos? De que forma o país o tem feito?
O nosso caminho é o de desenvolvermos uma economia azul sustentável, um modelo de desenvolvimento sustentável suportado no conhecimento e na inovação.
Para tal, estamos a desenvolver uma rede de infraestruturas para a economia azul, que designámos por Hub Azul. Este projeto tem na sua génese a ideia de que os nossos portos são portas de entrada e hubs para a economia azul. Aquilo que pretendemos é potenciar esta sinergia e materializar a ideia de portos tecnológicos. Por outras palavras, queremos aproximar e estabelecer as pontes necessárias entre o sistema científico e de inovação e as empresas da economia azul, por forma a implementar novas soluções para criar mais valor nas empresas.
Pretendemos dotar as infraestruturas portuárias de espaços vocacionados para desenvolver e testar tecnologia que poderá ser utilizada nas mais diversas áreas, desde operações e atividades marítimas até à monitorização e vigilância do espaço marítimo. Acreditamos que o investimento em inovação e desenvolvimento terá um duplo retorno, uma vez que possibilitará a modernização dos nossos portos com um reforço da competitividade, da qualidade e oferta de serviços, mas também na construção de um cluster tecnológico na área do mar, moderno e competitivo, aproveitando as oportunidades decorrentes das transições energética e digital.
O investimento Hub Azul prevê a criação e a dinamização de vários polos nacionais que se constituirão como um verdadeiro ecossistema de infraestruturas em rede e com competências para a economia azul. Este investimento está contemplado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estando previsto o montante de 87 milhões de euros para a construção das infraestrutu-
ras e aquisição dos equipamentos necessários ao seu funcionamento. A conceção do Hub Azul prevê assim oito polos operacionais e um polo exclusivamente dedicado à gestão da rede e do modelo de negócio.
A 16 de novembro celebra-se o Dia Nacional do Mar. Nesta data, um pouco por todo o país, multiplicam-se iniciativas que procuram destacar a importância que o mar tem para a história, identidade, economia e desenvolvimento do país. É legítimo afirmar que a população está, hoje em dia, suficientemente consciencializada para a importância de unir esforços para conservar os ecossistemas marinhos ou há ainda um longo caminho a percorrer?
A construção da nação portuguesa está intimamente ligada ao oceano.
O oceano foi o meio da expansão portuguesa no século XV e é precisamente esse aspeto que confere a Portugal uma marcada visibilidade no mundo enquanto nação eminentemente marítima.
A Escola Azul é um programa educativo liderado pelo Ministério da Economia e do Mar com o enquadramento da Estratégia Nacional para o Mar que tem como missão promover a Literacia do Oceano nas escolas portuguesas.
Este programa de âmbito nacional procura estimular as escolas a trabalhar as problemáticas com pertinência nas suas comunidades e reforçar a ligação do setor do mar à comunidade educativa. Introduzir o Oceano no currículo e estimular o pensamento crítico, a criatividade, a cidadania global e o ativismo nas crianças e jovens do país é o denominador comum a todo o trabalho realizado.
O resultado desta e de outras iniciativas, faz com que os portugueses olhem para o mar como uma enorme fonte de recursos ao seu alcance, mas também como um espaço de coesão, onde é possível traçar pontes para estreitar o amplo território nacional atlântico e os laços da Lusofonia.
Para terminar, face aos desafios e oportunidades anteriormente mencionados, quais são as suas expetativas para a saúde do mar a curto e médio prazo? O que urge, na sua perspetiva, melhorar?
Temos muitos desafios justamente porque esta legislatura se iniciou
recentemente e temos um conjunto de programas de financiamento estruturais para alavancar a economia do mar. A esse respeito, o principal desafio que temos é o de colocarmos os instrumentos financeiros como o PRR, o PT2030, o Fundo Azul, o EEA Grants e outros fundos de investimento sustentável, como o Portugal Blue, ao serviço das empresas e das instituições de I&D.
O investimento nas empresas e em I&D é o caminho para nos tornarmos mais eficientes e mais competitivos. Vai também permitir dinamizar o setor, sobretudo ao nível dos novos negócios na área da economia azul, onde as start-ups azuis terão um papel crucial no ecossistema de inovação e empreendedorismo da economia azul.
Na retoma de uma crise económica resultante de uma emergência sanitária sem precedentes na nossa memória e num cenário de grande incerteza em termos energéticos, marcado por um crescimento abrupto da inflação, temos que demonstrar a capacidade de colocar todos os mecanismos disponíveis para ajudar as empresas. Para tal, temos que trabalhar para identificar constrangimentos ou barreiras administrativas e agilizar procedimentos.
O Ministério da Economia e do Mar está empenhado no aumento da criação de valor e competitividade das empresas portuguesas da economia do mar, num quadro de crescimento sustentável, integrador, diversificado e assente no melhor conhecimento científico. Costumo referir que temos um mar de oportunidades, mas temos que demonstrar capacidade para as aproveitar. Estamos conscientes que para conseguirmos realizar todo o potencial
da economia do mar, temos de assegurar a boa saúde do Oceano e utilizar os seus recursos de forma sustentável e reduzir as pressões ambientais a que está sujeito. Nesse contexto, o Ministério da Economia e do Mar está a dar continuidade ao trabalho já desenvolvido e, muito em breve, esperamos aprovar o diploma que cria o regime que possibilitará por um lado, classificar áreas marinhas protegidas para além das 12 milhas náuticas e, por outro, criar a rede nacional de áreas marinhas protegidas. Este diploma é absolutamente crucial e necessário para prosseguir os objetivos de conservação assumidos pelos Estado português assim como constituirá mais uma peça fundamental para um melhor ordenamento do espaço marítimo nacional.
Todo este processo dependerá de uma perfeita articulação entre diferentes atores, desde a administração pública, a atores de ordem nacional ou de ordem internacional, como as organizações regionais de pescas ou as organizações regionais de proteção do meio marinho, a atores económicos e também requererá uma articulação com os países vizinhos.
Portugal tem vindo também a reforçar o nexo Clima – Oceano com uma aposta clara na descarbonização do país e uma aposta nas energias renováveis oceânicas. Para a concretização destes objetivos anunciados pelo Primeiro Ministro na abertura da II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas que decorreu em Lisboa foi já constituído um grupo de trabalho interministerial para proporcionar as melhores condições para atingirmos a meta de instalação de 10 GW em energias renováveis offshore até 2030. ▪
Para a celebração do Dia Nacional do Mar deste ano, que atividades e iniciativas o Governo irá promover?
Para comemorar o Dia Nacional do Mar, o Governo irá ter a oportunidade de, perante um cenário privilegiado como é o Navio de Investigação Mário Ruivo, materializar as bases para a constituição do Polo IPMA – Oeiras Mar enquanto ecossistema de referência para monitorização, prospeção e vigilância marinha. Serão também desenvolvidas iniciativas conjuntas com outras entidades para aprofundar o contacto das crianças e dos jovens com o oceano e as atividades ligadas ao mar, como forma de promover a criação de gerações oceânicas conscientes da necessidade de um oceano sustentável.
NOVEMBRO 2022 | 91 PONTOS DE VISTA DIA NACIONAL DO MAR
“Continuamos a apostar fortemente na qualificação dos profissionais do Mar”
Em conversa com a Revista Pontos de Vista, Pedro Nogueira, Diretor do Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar – FOR-MAR, falou da importância da evolução dos modelos de aprendizagem para a qualificação dos profissionais do mar, mas também dos projetos e atividades que têm desenvolvido, no âmbito da economia azul.
OCentro de Formação Profissional das Pescas e do Mar – FOR-MAR, criado em 2008, sendo atualmente uma instituição de enorme relevo no que concerne à formação profissional para a valorização dos recursos humanos dos setores ligados às atividades marítimas. Desta forma, que balanço é possível fazer ao longo destes 14 anos de atividade?
O FOR-MAR foi criado em 2008, resultado da integração de duas entidades (o FORPESCAS e a EPMC – Escola de Pesca e da Marinha do Comércio). Desde então, realizamos várias ações de inovação e melhoria da formação.
Com a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade e a adoção de uma Política de Qualidade, elaborámos processos e metodologias de trabalho, desafios e metas a atingir, análise e prevenção de riscos e uma permanente auscultação a entidades parceiras e aos profissionais do nosso setor. O feedback tem sido muito positivo, tanto por parte das empresas públicas e privadas, associações e organizações com especial incidência no setor marítimo, como dos ex-formandos.
Passámos também a ministrar formação noutras modalidades (a distância/e-learning/b-learning) que se adaptassem às necessidades dos profissionais marítimos e possibilitassem a sua realização em qualquer lugar, inclusivamente a bordo dos navios. Adaptámos, ainda, formação que até então decorria presencialmente para a plataforma MOODLE. Este passo foi fundamental para a diversificação das modalidades de formação, com tudo o que implica ao nível do desenvolvimento curricular, adaptação de programas e metodologias de formação.
Assim, o balanço que fazemos é claramente positivo: continuamos a apostar fortemente na qualificação dos profissionais do mar, no sentido de dar resposta às exigências de qualificação nacionais e internacionais, sem descurar os outros subsetores da economia do mar, em linha com a Estratégia Nacional para o Mar.
O FOR-MAR assenta a sua dinâmica em três grandes eixos: Formação Profissional; Avaliação e Certificação e Promover a Formação, estando dispersa ao longo da costa conti-
NOGUEIRA
nental portuguesa, ministrando formação em 12 Polos. De que forma é que esses três eixos são essenciais na dinâmica da marca e quão importante é conseguir dar resposta às necessidades e exigências do mercado a nível nacional?
Falarmos de formação no setor marítimo é ter em linha de consideração as suas especificidades que têm forte implicação na conceção e no desenvolvimento da formação para o setor do mar: o exercício de uma atividade fisicamente
desafiante, o ambiente de trabalho desfavorável e com riscos causados por condições meteorológicas adversas, o tempo de trabalho incompatível com a frequência de formação, a dificuldade de atratividade do setor que se repercute num défice de profissionais e nas dificuldades de renovação.
Assim, as ações de formação tendem hoje a ser cada vez mais curtas e específicas, tendo em conta as regras de certificação internacional –certificados de competência e de qualificação, ao abrigo da Convenção STCW. Em média, um profissional marítimo tem entre 3 a 7 certificados internacionais, que têm que estar a ser permanentemente atualizados.
O nosso modelo de formação é descentralizado, localizado junto dos principais portos da costa continental portuguesa. Este método permitiu-nos implementar um sistema de formação centrado na melhoria contínua, que acompanha as tendências do setor e as exigências de qualificação dos profissionais marítimos.
Outro dos pontos que consagra o FOR-MAR, passa pela capacidade e ligação que aporta com o universo empresarial, nos mais diversos setores da área marítima. De que forma é que as empresas estão hoje mais recetivas às dinâmicas da formação e quão importante é que as mesmas compreendam essas vantagens?
A formação profissional tem sido vista como uma mais valia no âmbito das suas atividades, dado que a contratação de profissionais tecnicamente qualificados traz benefícios evidentes para o mercado de trabalho.
O que temos verificado é que as empresas estão a querer ter um papel mais ativo, passando a ser envolvidas nos processos formativos dos seus colaboradores. O conhecimento que detêm, aliado à formação que é desenhada à medida das necessidades, traduz-se num aumento da eficiência com possibilidade acrescida de retorno do investimento.
Um dos pontos também importantes na vossa dinâmica, passa pela vertente da Sustentabilidade. De que forma é que existe uma filosofia em prol da Sustentabilidade na orgânica do FOR-MAR?
92 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIA NACIONAL DO MAR
PEDRO
“O NOSSO MODELO DE FORMAÇÃO É DESCENTRALIZADO, LOCALIZADO JUNTO DOS PRINCIPAIS PORTOS DA COSTA CONTINENTAL PORTUGUESA”
A atividade formativa do FOR-MAR está intimamente relacionada com um largo espectro de atividades económicas relacionadas com os oceanos, mares e regiões costeiras, a chamada economia azul.
Temos estado atentos a novas mudanças e desafios no setor e na legislação internacional e nacional que venham ao encontro de um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU (ODS 14), que identifica a necessidade de conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos do planeta. Os temas relacionados com a sustentabilidade oceânica são temas a que estamos atentos, sobre os quais já disponibilizamos alguma formação, e que iremos agora certamente reforçar nos novos cursos profissionais que estão previstos na sequência da alteração do novo regime jurídico da atividade profissional do marítimo e da renovação do Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), trabalhos em que o FOR-MAR se encontra fortemente envolvido.
Estamos também envolvidos no Projeto On the Wave, iniciativa transnacional financiada pelo EEA Grants, no âmbito da qual iremos tentar identificar competências necessárias aos profissionais marítimos ao nível da sustentabilidade e desenvolver algumas unidades de formação que deem resposta às necessidades identificadas.
A sustentabilidade também está presente no dia a dia do FOR-MAR. Com a implementação de um novo programa de gestão da formação, os processos pedagógicos são digitais, o que nos permite reduzir o consumo de papel.
Por outro lado, as obras de requalificação e modernização de alguns dos nossos Polos ao abrigo do PRR, irão cumprir as metas de eficiência energética estabelecidas.
Quais são os principais desideratos do FOR-MAR para o futuro? Que novidades esperam poder apresentar para os próximos tempos?
Os próximos 4 anos são fulcrais no processo de requalificação e modernização do FOR-MAR, com a execução de um financiamento do PRR. Este investimento irá refletir-se na modernização das infraestruturas, dos equipamentos tecnológicos e digitais de apoio à formação, e na conceção e desenvolvimento de conteúdos digitais interativos para a formação e-learning. Tudo isto é essencial para podermos dar uma resposta cabal às exigências de formação no âmbito das Convenções STCW e STCW-F, para além das restantes áreas que se enquadram na fileira do mar e que têm constituído o alicerce da nossa oferta formativa.
Por outro lado, e não menos importante, teremos em consideração o desenvolvimento da oferta de cursos de formação ao abrigo do Decreto-lei nº 166/2019 para as novas profissões marítimas, que terão novas qualificações e competências para fazer face aos desafios e
exigências que se colocam atualmente aos profissionais marítimos, para as quais é necessário desenhar e desenvolver recursos pedagógicos.
Importa ainda destacar a aposta que se mantém na participação em projetos de âmbito nacional e internacional, em parceria com diversas entidades, com especial ênfase na criação de serviços digitais para a comunidade marítima, no desenvolvimento de novas ofertas formativas e modelos de formação e conceção de
recursos pedagógicos digitais, que permitam processos formativos personalizados, flexíveis e centrados na autoaprendizagem.
Diremos, por fim, que todo este conjunto de desafios se consubstanciam numa ideia central que é a de contribuir para o surgimento de um efetivo ecossistema de infraestruturas que funcionem em rede e, desta forma, ter impacto visível no desenvolvimento sustentado da economia do mar. ▪
NOVEMBRO 2022 | 93 PONTOS DE VISTA DIA NACIONAL DO MAR
O Mar do Futuro:
Como pode a colaboração potenciar a Aquacultura em Portugal?
Todos os dias somos confrontados com a necessidade de alimentar uma população mundial crescente e a aquacultura tem sido apontada como parte da solução.
No que respeita à nutrição do pescado, o setor há muito tempo que aposta na investigação científica, desenvolvendo alternativas inovadoras aos ingredientes usados tradicionalmente, nomeadamente farinha de peixe e óleo de peixe de pescas direcionadas – recursos considerados insustentáveis. Embora com alguns entraves, o desenvolvimento deste setor é claro. O mesmo não se passa com outras áreas: de facto, a aquacultura nacional tem ficado constantemente abaixo das previsões de crescimento e, na minha opinião, um dos problemas é o fosso que existe entre a investigação científica e a concretização de soluções por parte da indústria.
A implementação em Portugal do conceito de Laboratório Colaborativo (CoLAB), com o objetivo potenciar a valorização social e económica do conhecimento, proporcionou ao setor da Aquacultura uma oportunidade única. De facto, para quem atua na fronteira entre a indústria e a academia (grupo ao qual me orgulho de pertencer), há muito que é evidente a falta de atores que façam a transposição para a indústria da excelente ciência desenvolvida no nosso país. Muitos projetos de investigação bem-sucedidos não são posteriormente valorizados, não porque não exista mercado para eles, mas por questões bem mais irrelevantes, em teoria: não há quem passe do piloto ao industrial; os investigadores não conseguem vender os seus produtos; e outras razões facilmente ultrapassáveis – em teoria. Na prática, o que acontece é que os investigadores não só não estão preparados para vender a sua ciência, como também não são particularmente beneficiados com isso. Ajudava se a indústria e a academia falassem a mesma linguagem, o que acontece raramente e não estimula
a comunicação eficaz. É mesmo essencial trabalharmos a comunicação: a linguagem científica é muito distinta da linguagem industrial, o que não estimula as simbioses entre os dois meios. É este o enquadramento que levou à criação do B2E, Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul. Em conjunto com os seus associados, o B2E pretende ajudar a moldar uma nova Aquacultura, alavancada em tecnologias de automação 4.0 e data exchange. A produção mais sustentável, operada sob condições controladas, é fundamental para a manutenção da saúde e dos serviços dos ecossistemas marinhos. A consistência, a segurança e a qualidade do fornecimento de biomassas marinhas – como por exemplo as microalgas ou os coprodutos da indústria conserveira – para alimentação animal (ou qualquer outro uso de valor acrescentado), assentes numa estratégia de biorrefinaria marinha, devem ser equilibradas de maneira a enfrentar os desafios ambientais e de sustentabilidade, alinhadas com os princípios da economia circular. Enfrentamos no futuro desafios únicos. A estratégia “Farm to Fork” da União Europeia estabele -
ce os princípios da alimentação sustentável. A nível de segurança alimentar não há comparação possível com a UE, que sempre primou pelas decisões tomadas em prol da saúde humana e bem-estar animal, e pelos padrões elevados de qualidade dos produtos colocados no mercado. Do mesmo modo, a aquacultura europeia não só cumpre com os regulamentos impostos, mas até, muitas vezes, vai além dos mesmos, de forma a garantir que o pescado que nos chega ao prato é, de facto, de qualidade superior. Esta mensagem quase nunca chega ao consumidor, infelizmente. A verdade é que vivemos num mundo em que a informação é global, mas a legislação é local. Com que frequência vemos (nas redes sociais, em documentários) informações preocupantes e incorretas acerca da aquacultura? Poderíamos dar o exemplo da utilização de hormonas e antibióticos como promotores de crescimento na produção animal, prática ainda comum em alguns países, mas proibida na União Europeia há duas décadas. No entanto, o consumidor não tem conhecimento de tal e, quando confrontado com este tipo de informação negativa, perde a confiança no setor que o alimenta. Também aqui, na literacia da população, o B2E tem um papel importante a desempenhar.
Os desafios da Aquacultura só poderão ser enfrentados efetivamente de forma colaborativa. Alimentar de forma saudável a população em crescimento só será conseguido se atuarmos de forma inteligente, reduzindo o desperdício e diversificando e intensificando a produção alimentar de forma sustentável. É também aqui, ajudando a levar para o mercado as soluções inovadoras desenvolvidas pelos nossos cientistas, que os CoLABs podem ajudar. ▪
94 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA DIA NACIONAL DO MAR
OPINIÃO DE ELISABETE MATOS, COORDENADORA TÉCNICO-CIENTÍFICA DO LABORATÓRIO COLABORATIVO PARA A BIOECONOMIA AZUL (B2E)
SolarShop
Um dos Principais Players de material solar em Portugal
A estratégia europeia 2030, que orienta o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), deu um passo importante para o país e para o planeta: foi aprovada a redução do IVA para quem aposta nos painéis solares – agora, o imposto é tributado a 6%. Mas qual o impacto desta medida? Sobre este e outros pontos, a Revista Pontos de Vista, esteve à conversa com Pedro Lima, CEO da SolarShop, marca edificada em 2011, e que é hoje um player de relevo no domínio das energias renováveis.
ASolarShop surgiu em 2011, no mundo das energias renováveis, com foco nas instalações isoladas e componentes e desde então, não mais tem parado. Com um vasto portefólio e milhares de clientes satisfeitos, de que forma a marca tem vindo a perpetuar um caminho de sucesso com base na qualidade demonstrada e conhecimento técnico?
Desde a fundação da empresa, há 11 anos, que o foco foi sempre a qualidade dos produtos vendidos e do serviço técnico prestado. Confesso que no decorrer deste tempo e em alturas em que a procura era menor, foi tentador vender produtos baratos e de menor qualidade aos nossos clientes, como foi feito por outras empresas. Todavia, mantivemo-nos sempre fiéis aos nossos princípios de qualidade e esta estratégia resultou a longo prazo. Conseguimos associar o nome SolarShop a um sinónimo de qualidade, uma vasta carteira de clientes instaladores fiéis, que confiam em nós e nos produtos que vendemos e dos quais somos representantes.
Com o crescimento, temos alargado a equipa técnica de pré e pós-venda, garantindo que o acompanhamento personalizado, que é uma das nossas imagens de marca e diferenciação face à nossa concorrência se mantém, apesar do aumento do volume de negócios.
Ao mesmo tempo, ampliamos as nossas instalações, contando agora com cerca de 2000m2, de forma a garantir stock e assim servir os nossos clientes, o melhor e mais rapidamente possível. Neste momento, devido à crise energética a nível mundial e à respetiva procura por sistemas solares, existe uma escassez global de produtos. Felizmente para nós, devido às excelentes relações e parceiras de que dispomos, com os nossos fabricantes, temos conseguido uma posição privilegiada no mercado e garantir assim que os nossos clientes tenham as menores quebras de
execução de instalações, a não ser em alguns artigos pontuais.
Devido a todos estes fatores, que muito trabalho nos deram, mas que nos enchem de orgulho, permitiram-nos passar de uma pequena microempresa instaladora, a um dos principais distribuidores de material solar em Portugal.
A loja online SolarShop é uma extensão dos seus serviços, sendo a mais antiga plataforma de compras online do setor em Portugal. Em que medida esta vertente tem distinguido a marca no mercado?
A loja online, serve de ferramenta de marketing para os nossos clientes, como se de um catálogo interativo se tratasse. Permite, na palma da mão, terem acesso às últimas novidades, fichas
técnicas, e em breve disponibilidade e stock em tempo real. Os instaladores, podem também registar-se e terem assim, total acesso a preços de revenda especiais e realizarem encomendas de uma forma muito rápida e intuitiva.
Os clientes têm também acesso a artigos técnicos, novidades e convites para webinars e formações técnicas. Temos muitas novidades e inovações em preparação para loja online, queremos continuar a ser a plataforma e site de referência de energia solar em Portugal a longo prazo.
Atualmente, a sociedade e as organizações estão a direcionar as suas atenções para a descarbonização e energia verde. Neste sentido, qual tem vindo a ser o papel da SolarShop no processo de sustentabilidade e transição e de que forma tem abraçado as questões ambientais?
Não sendo uma empresa industrial, ou produtora de emissões ou materiais poluentes, o nosso papel tem passado pela simplificação e assessoria técnica a muitos instaladores, que necessitam do nosso apoio de dimensionamento e aconselhamento.
Este serviço, tem levado a que a energia fotovoltaica chegue a empresas e pessoas menos informadas acerca das vantagens destas tecnologias, ao mesmo tempo que retiramos uma parte significativa de trabalho de pré-venda aos instaladores, permitindo-lhes focarem-se no trabalho de instalação e divulgação. Com isto, dispomos de mais de 30MW vendidos, o suficiente para abastecer mais ou menos o equivalente, ao consumo de mais de 20.000 famílias e 10.000ton de CO2 evitados por ano.
A estratégia europeia 2030, que orienta o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), deu um passo importante para o país e para
96 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA ENERGIA - PAINÉIS SOLARES - ESTRATÉGIA EUROPEIA 2030
PEDRO LIMA
o planeta: foi aprovada a redução do IVA para quem aposta nos painéis solares – agora, o imposto é tributado a 6%. Com esta redução do IVA, considera que a decisão pelo autoconsumo fica mais próximo dos consumidores que pensam verde? Para melhor entender, quais as grandes vantagens dos painéis solares?
A redução do IVA de 23% para 6% foi um pequeno impulso à instalação de sistemas autoconsumos residenciais, significando, para o consumidor final uma redução de 13% no preço de um conjunto completo.
Todavia, o decreto de lei é muito incompleto e apresenta várias lacunas. Apenas contempla kits completos, ou módulos fotovoltaicos soltos. Os restantes componentes, se adquiridos fora do “kit”, seja para upgrades futuros, ou substituições, são taxados a 23%. Isto vem limitar bastante o interesse dos consumidores em adquirirem baterias por exemplo, ou em substituírem os inversores antigos, por equipamentos modernos, com gestão de cargas e comunicação com carregadores de veículos elétricos por exemplo.
Esperamos, todavia, que o executivo corrija este lapso, na próxima revisão do decreto de lei, pois está-se a perder uma janela de oportunidade muito grande para clientes com sistemas existentes, com necessidade de upgrades, neste Inverno em que o preço da eletricidade vai provavelmente aumentar em toda a Europa.
Pensamos também, que nós, enquanto Europeus, devíamos incentivar a criação de indústria de fabrico de componentes locais, pois infelizmente, a maioria, de momento está localizada em países asiáticos.
Não vemos qualquer limitação a que tal aconteça, para além da burocracia excessiva e falta de
apoio ao empreendedorismo. Neste momento, o sector solar na Europa, é basicamente um sector de serviços, não industrial. Os postos de trabalho diretos e indiretos, nas indústrias de alta tecnologia e o valor acrescentado, estão todos deslocados do nosso Velho Continente. Está na hora, da Europa voltar a re-industrializar-se, mas para tal, são necessárias grandes mudanças a nível político.
A grande vantagem dos painéis solares é garantir aos consumidores e empresas, para além de uma poupança elevada com tempos de retorno muito vantajosos, uma certa imunidade a estas variações extremas de preços.
Existem também sistemas de autoconsumo com função de backup, que permitem que uma habitação, comércio ou indústria, para além de poderem carregarem baterias durante os períodos de tarifa em Vazio, para uso nos períodos de Cheias, mais dispendiosos, possuem também a vantagem de garantirem o fornecimento elétrico, mesmo em caso de blackouts e falhas por tempestades.
A verdade é que, hoje, quando discutimos o nosso futuro, o futuro das gerações seguintes e o futuro da humanidade, a sustentabilidade, a poupança e a energia verde são temas presentes. Assim, que impacto os painéis solares têm nestas três vertentes?
O futuro da transição energética, terá de passar por uma mistura de várias fontes de eletricidade. Os painéis solares, são um facto chave em vários aspetos:
- Complemento da energia eólica, geralmente nos dias de sol, existe pouco vento, e nos dias de pouco sol, muito vento;
-Fonte principal de energia durante os períodos de maior consumo durante o dia.
Ao ser uma fonte energética, na sua grande maioria local, irá evitar a necessidade de upgrades astronómicos, na rede de distribuição elétrica, devido à substituição de veículos a combustão, pelos equivalentes elétricos. Instalação simples e com excelentes prazos de retorno, quer seja a pequenas famílias, bem como grandes indústrias e centrais fotovoltaicas.
Face à experiência da SolarShop, acredita que Portugal tem estado no mesmo patamar de resposta que outros países europeus? Na sua perspetiva, que pontos ainda precisam de ser estabelecidos?
Portugal tem estado na vanguarda da Europa no que respeita a sistemas solares. Somos já um dos países com menos entraves técnicos à instalação de sistemas solares, apenas necessitamos de melhorar pequenos pontos, ao nível da clareza de algumas leis, como a lei da redução de IVA a 6% referida anteriormente, quer uma maior capacidade de resposta por parte da DGEG a alguns pedidos de esclarecimento e certificação de equipamentos.
Num futuro que se espera sustentável e consciente, que estratégia a SolarShop irá adotar, por forma a acompanhar as tendências do setor das energias renováveis?
A SolarShop, está sempre em constante busca por aprendizagem, tanto em produtos e inovações, bem como em tendências de futuro nas energias renováveis. O mercado do solar, está em contante alteração e a um ritmo alucinante, quer com as monitorizações e otimizações de sistema, inversores e painéis mais eficientes e fiáveis, baterias com maior capacidade, comunicação, cargas e descargas, capacidade de armazenamento, tempo de vida útil das mesmas, sistemas solares integrados, tanto com EV Charger’s bem como sistemas de aquecimento e refrigeração doméstica e industrial, novos tipos e conceções de módulos, quer sejam telhas, janelas entre outros… Como se pode verificar, pelo descrito anteriormente o setor, ainda tem muito por onde crescer e julgamos que estes próximos dez anos trarão, muitos desafios e consequentemente inovações em produto e aplicações dos mesmos.
A SolarShop, como sempre, vai estar atenta às necessidades e novidades do mercado, continuando sempre, a tornar o processo de instalação, cada vez mais simples, fiável, acessível e transparente. O nosso objetivo é que no futuro a prazo, a seleção e instalação de um sistema solar, seja algo tão comum, vulgar e acessível, como a instalação de um mero eletrodoméstico. ▪
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- PAINÉIS SOLARES - ESTRATÉGIA EUROPEIA 2030
ENERGIA
“Possuímos um compromisso firme com a Sustentabilidade”
Analisando a sua experiência a trabalhar maioritariamente em empresas do Brasil e em Angola e, no caso da Biocom, com a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, entre outros, de que forma é que acredita que estas empresas têm vindo a pautar o seu caminho com base na transparência e excelência de resultados?
Pela minha experiência, diria que é fortalecendo a Governança Corporativa. Isso porque, em algumas situações, pode haver conflito de interesses entre a excelência de resultados (vista exclusivamente pelo viés da produtividade) e a transparência. Essas situações precisam, portanto, de estar bem endereçadas nas políticas e nos procedimentos internos de modo a assegurar que as decisões, nestes casos, sejam tomadas pelos órgãos competentes nas empresas, de forma qualificada. No caso específico da Biocom, há um forte trabalho institucional para a divulgação de seus compromissos com a excelência de resultados.
Fazendo uma alusão à sua experiência na Biocom, qual o lugar que a inovação tem tido na prosperidade da empresa no mercado angolano?
A Unidade Agroindustrial operada pela Biocom já é em si uma inovação, pois toda a Fábrica é 100% mecanizada e utiliza tecnologias de última geração. Para além disso, na Biocom há inovações na área agrícola tais como: o uso de piloto automático nos equipamentos, o monitoramento do canavial através de drones, viveiros de plantas e espécies de cana-de açúcar e laboratórios agrícolas de última geração.
As empresas pelas quais passou destacam-se pela competitividade e pelo foco nas pessoas e no cliente. Quão importantes têm sido, ambas as vertentes, no crescimento, desenvolvimento e reconhecimento das mesmas?
Ambas as vertentes têm sido essenciais. Arriscaria dizer que esta é a “fórmula do sucesso” destas empresas. Costumamos dizer que as pessoas fazem parte do valor intangível das empresas e quando essas pessoas estão motivadas e desafiadas a apresentarem os melhores resultados de acordo com os propósitos do Cliente não há como não obter resultados positivos. E, ao final, se o Cliente recebe um produto que esteja de acordo com o que comprou e fique satisfeito com o mesmo, a imagem da empresa, outro valor intangível, é sempre beneficiada.
Além disso, é cada vez mais fulcral que as empresas promovam medidas que permitam reduzir emissões de carbono até 2030, sendo que, para alcançar esta meta, é fundamental promover medidas promotoras de um enorme compromisso com a sustentabilidade e o futuro do planeta. Em que medida é que a Biocom, sua atual empregadora, assume esse compromisso com a sustentabilidade?
A Biocom, independentemente da questão da emissão de gases atmosféricos, já possui um compromisso firme com a sustentabilidade, não só em Angola como na região onde desenvolve as suas atividades, que é a Província de Malanje. Como exemplo, gostaria de citar que a Biocom foi a primeira empresa da região a celebrar um convênio para a destinação de todos os pneus inutilizados de sua
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A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Juliana Azevedo, Responsável Jurídica na Biocom Companhia de Bioenergia de Angola, que nos falou sobre a importância da sustentabilidade e como a marca tem vindo a perpetuar esse conceito na sua organização, e também sobre a publicação do seu livro, cujo tema versa sobre os acordos de leniência no Brasil.
JULIANA AZEVEDO
Unidade para servir de combustível para uma das maiores cimenteiras aqui do país, fomentando o uso do que é conhecido como “CDR” (Combustível Derivado de Resíduos).
Sabemos que as empresas devem atuar na prevenção e, quando necessário, na remediação ou mitigação de impactos ambientais. Para isso, de que forma a empresa pode gerir os riscos e monitorizar a forma como as suas atividades interferem na natureza?
Primeiramente cumprindo com toda a legislação e regulamentação existente em matéria ambiental, no âmbito nacional e no internacional. É notório que o mundo está focado na redução destes impactos e isso reflete nas regulamentações que são bastante rígidas. Em segundo lugar, a empresa precisa incentivar a “cultura” da prevenção nos seus ambientes. Esse é um processo desafiador e que requer atuação constante. Não basta dar apenas formação uma vez aos trabalhadores sobre consciência ambiental e depois nunca mais falar no tema.
Angola não é, de todo, alheio às preocupações com o ambiente e tem estado, hoje, a assumir também um papel de relevo no domínio das energias renováveis e da transição energética. Considera que Angola (e o mundo) parecem estar, finalmente, a alinhar-se na mesma direção, no que concerne a salvar o planeta? 2030 é, na sua opinião, uma meta perfeitamente capaz na missão de reduzir as emissões de carbono?
Com certeza. Angola tem leis e regulamentos bastante completos e alinhados ao contexto internacional em matéria ambiental e eu considero que essa regulamentação, associada ao trabalho de conscientização que mencionei mais acima, resulta em um alinhamento na mesma direção no que concerne salvar o planeta. No que se refere a 2030, acredito que é uma meta desafiadora, mas possível no que se refere a reduzir as emissões de carbono. Sabe-se que há um esforço mundial neste sentido.
Qual o significado de ESG para si?
Para mim o ESG nada mais é do que unir, com um só propósito, temas que já eram tratados no âmbito das empresas quais sejam: ambiente e sustentabilidade, social e governança. É um conceito interessante que faz com que esses três pilares sejam geridos com uniformidade de propósitos e pelos altos níveis de governança, o que, na minha opinião nada mais é que assegurar que a empresa cumpra com a sua função social, compensando a sociedade pelo impacto de suas atividades. ▪
Recentemente publicou um livro cujo tema versa sobre os acordos de leniência no Brasil, especialmente no contexto da Operação Lava Jato, o que leva à necessidade de fortalecimento da governança nas empresas, baseada em regras rígidas de compliance. O que falta estabelecer, na sua perspetiva, para que as empresas realmente atuem na mudança por um mundo melhor, em cumprimento com a sua função social?
O livro que publiquei traz questões académicas práticas que surgiram aquando da execução dos primeiros acordos de leniência celebrados pelas empresas no
Brasil, com base na Lei Anticorrupção (editada naquele país em 2013). O link do tema do livro com o objeto das demais questões que aqui estamos tratando é o fato de que, também no âmbito destes acordos, há mudanças significativas na governança das empresas. Assim, a minha resposta a esta pergunta é a de que o que é essencial é reforçar a governança e a transparência dentro das empresas, seja em relação a temas ambientais, de compliance, entre outros, para que as decisões sejam efetivamente tomadas nas estruturas competentes e de forma qualificada, assim como alinhada à cultura de determinada empresa.
“COSTUMAMOS DIZER QUE AS PESSOAS FAZEM PARTE DO VALOR INTANGÍVEL DAS EMPRESAS E QUANDO ESSAS PESSOAS ESTÃO MOTIVADAS E DESAFIADAS A APRESENTAREM OS MELHORES RESULTADOS DE ACORDO COM OS PROPÓSITOS DO CLIENTE NÃO HÁ COMO NÃO OBTER RESULTADOS POSITIVOS"
NOVEMBRO 2022 | 99 PONTOS DE VISTA SUSTENTABILIDADE
Intelligent Cleaning na promoção de um Ambiente melhor
primeiros a disponibilizar aos clientes o robot de desinfeção por UV-C mais seguro em Portugal.
Podemos ainda falar de outras conquistas como reconhecimentos internacionais. Desde o ‘Ones to Watch’ - que premeia a inovação, histórias de sucesso e empreendedores éticos das empresas europeias. Por duas vezes obtivemos o reconhecimento pelo ‘Melhor uso de Tecnologia ao Serviço dos Programas de Limpeza’ nos European Cleaning & Hygiene Awards.
Ahistória da Climex nasceu com o propósito de proporcionar aos clientes um ambiente melhor. Face a esta missão, quais foram as grandes conquistas que a marca orgulhosamente alcançou até ao momento?
O Intelligent Cleaning é o conceito que tem por base a diferenciação e implementação de novas tendências no setor da limpeza e que carateriza cada sucesso ao longo da nossa história.
A implementação de novas tendências no setor de limpeza tem-nos permitido superar todos os desafios, sejam os inerentes às atividades dos clientes, sejam os do mercado ou até
mesmo de uma pandemia como a que experienciámos nos últimos anos.
Identificamos nas nossas conquistas ao longo de 55 anos, um pioneirismo que é reconhecido à Climex pelo mercado. Com a missão de proporcionar um ambiente melhor obtivemos a certificação da Qualidade em 1996 e a do Ambiente em 2006.
Fomos pioneiros na introdução de sistemas robóticos para limpeza, desde as primeiras gerações até à conceção do uso de inteligência artificial em robots de limpeza de pavimentos, o i-RoCS. Sempre com o objetivo exclusivo de marcar um posicionamento de diferenciação tecnológica. No início da pandemia fomos
Os serviços de higiene e limpeza são feitos por pessoas e a Climex tem uma responsabilidade para com todos os colaboradores de os tornar mais valiosos e reconhecidos pelos clientes. Com isso em consideração criámos uma Academia de Formação para os Técnicos de Limpeza, com o intuito de profissionalizar os recursos humanos na atividade de limpeza, dotar os colaboradores de competências técnicas, de sentido de responsabilidade e profissionalismo durante a execução do serviço nas instalações do cliente. Isto também nos permite ajudar a criar um ambiente inclusivo para os Técnicos de Limpeza. No âmbito da nossa ação e responsabilidade social, procuramos criar e promover ambientes de trabalho que possam ser edificantes para cada Colaborador, promovendo a diversidade – como forma de respeito e de valorização das idiossincrasias individuais – e a inclusividade – como prática de equidade, um dos Valores que prezamos.
Direcionado para os nossos colaboradores a nível nacional, e com o intuito de fomentar a proximidade, criámos vários canais de comunicação, dos quais destacamos o Portal do Colaborador, acessível a todos, e a introdução em Portugal do Dia Internacional dos Técnicos de Limpeza, dia mais dedicado ao reconhecimento desta profissão, identificada durante os anos de pandemia como ‘Essencial’ para a Sociedade.
100 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INTELLIGENT CLEANING – SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO
os
Sara Hipólito, Diretora Diretora de Marketing, Innovation & Training da Climex, esteve à conversa com a Revista Pontos de Vista, tendo abordado diversos assuntos referentes à dinâmica da marca, assegurando que “a cada grande conquista percebemos que o percurso da Climex em direção ao Intelligent Cleaning, com a missão de proporcionar aos clientes um ambiente melhor, se tem tornado ainda mais forte, mais transparente e com um objetivo comum, o bem-estar dos nossos clientes”.
SARA HIPÓLITO
FOTO: DIANA QUINTELA
A cada grande conquista percebemos que o percurso da Climex em direção ao Intelligent Cleaning, com a missão de proporcionar aos clientes um ambiente melhor, se tem tornado ainda mais forte, mais transparente e com um objetivo comum, o bem-estar dos nossos clientes. Este ano, com a nova resolução da ONU de reconhecer o acesso a um ambiente limpo e saudável como um Direito Humano, vimos reforçada a nossa convicção quanto à crescente necessidade de utilização racional de recursos naturais e de produtos químicos e de gestão responsável de resíduos, para minimização dos impactos adversos na Natureza e proteção da biodiversidade, caminho que a Climex tem vindo a percorrer desde há vários anos.
O ecossistema de serviços da Climex, para o bem-estar e proteção de pessoas e instalações tem a inovação como denominador comum. Em que medida, a capacidade de inovação e a aplicação de tecnologia e inteligência artificial tem permitido oferecer relações de parceria win-win aos clientes?
A utilização de tecnologia tem sido crucial para melhor atender aos requisitos dos clientes. Quer operacionalmente, quer como ferramenta de gestão (suportada em dados analíticos), as inovações tecnológicas permitem-nos cocriar com os nossos clientes estratégias dirigidas aos seus workplaces, com soluções 360º, proporcionando uma melhoria da perceção de experiência
dos seus espaços por todos os seus utilizadores. Quando se concebem soluções ajustadas às necessidades específicas de cada cliente, e que permitem a utilização racional de recursos e a redução do potencial poluidor, estamos certos de que contribuímos para o bem-estar, o conforto e a segurança de pessoas e espaços que todos merecem.
A Climex é da opinião que, se houve um ponto positivo que podemos reconhecer que a pandemia trouxe ao mundo, foi o crescimento exponencial da transformação digital e tecnologia assente em dados. A própria aceitação por parte do mercado aos produtos tecnológicos evoluiu? Quais são as expetativas do atual cliente/consumidor?
A aceitação por parte do mercado e dos clientes
relativamente a novos recursos tecnológicos tem sido progressiva. A pandemia criou uma necessidade global clara: a flexibilidade, com uma rápida capacidade de adaptação, e decerto que esta contribuiu para um aumento de interesse em soluções assentes em tecnologia. Mas além desta agilidade necessária na capacidade de resposta, a inovação da tecnologia e da inteligência de dados confere ainda solução para novos desafios da gestão dos espaços sentidos pelos clientes – p. ex., a variabilidade das taxas de ocupação, criadas por modelos de trabalho híbridos e remotos – permitindo aumento de níveis de qualidade e uma maior eficiência na reconversão de utilização de tempos e recursos.
Hoje, é necessário pensar cada espaço como único e assegurar o reajuste da limpeza e desin-
NOVEMBRO 2022 | 101 PONTOS DE VISTA
– SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO
INTELLIGENT CLEANING
“OS RECONHECIMENTOS QUE TEMOS RECEBIDO NOS ÚLTIMOS ANOS, PRINCIPALMENTE INTERNACIONAIS, SÃO SEM DÚVIDA UMA VALIDAÇÃO DO MERCADO À FORÇA DA MARCA CLIMEX”
feção. Para isso, quão vantajosas são as soluções de limpeza inteligentes, como o CMS ou o QR Corde e tasks analytics, da Climex? Versatilidade e transparência, pensando cada espaço dedicadamente. Imagine a potencialidade da digitalização da informação em detrimento de registos em papel, e com isso saber exatamente quando limpar o que é necessário, em lugar da tradicional limpeza com periodicidade fixa numa área que ainda está limpa por reduzida utilização. Significa que vamos utilizar exatamente os recursos necessários, de forma mais sustentável, para realizar o serviço, sem desperdício, p. ex., de água, de energia elétrica ou de químicos, obtendo um modelo de custo-benefício ambiental muito mais apelativo, para os clientes e o Planeta.
A utilização de sensores e a gestão suportada em dados analíticos permitem flexibilidade no ajuste da limpeza e desinfeção às reais necessidades de cada cliente e uma aproximação ao conceito de ‘on demand’, sem, no entanto, ser necessário um pedido efetivo, com a vantagem acrescida de disponibilização on time das evidências do serviço realizado.
Além disso, a Climex está assu-
midamente comprometida com ações de sustentabilidade. O que tem vindo a ser concretizado no seio da empresa e da sua atividade, perante questões como a proteção climática, menor consumo de água e menor pegada de carbono?
Em alinhamento com os objetivos de sustentabilidade, estamos a caminhar rumo à meta net zero.
Apontamos a digitalização de processos e procura contínua de novas soluções que permitam uma menor pegada de carbono como um dos principais destaques do que temos concretizado. Desenvolvemos o Portal do Colaborador com disponibilização digital de informação (recibos de vencimento, declarações e outras relevantes) e consequente redução do consumo de papel, para um universo de 2500 colaboradores. Disponibilizamos aos nossos clientes faturação eletrónica. Implementámos o CMS e o CMS+ aliando serviço a proximidade, otimizando rotas, reduzindo os quilómetros percorridos.
Temos recorrido à utilização de sistemas de limpeza mais inteligentes, que permitem reduzir o desperdício e aumentar a eficácia da limpeza. Algumas das medidas concretizadas passam por: utilização de mopas microfibras em detrimento da tradicional esfregona, porque necessitam de menos água para obter melhores resultados; utilização de produtos de limpeza mais concentrados, que nos permitem obter mais qualidade na limpeza, ter doses exatas de produto, reduzir a utilização supérflua e reduzir significativamente a quantidade de embalagens de plástico e, assim, os resíduos produzidos.
A prova em como a Climex tem caminhado lado a lado com a inovação e a sustentabilidade ao longo dos anos são os prémios que tem arrecadado, como por exemplo, nos European Cleaning & Hygiene Awards. Estas «validações» são importantes, até para a sua competitividade no mercado? De que forma?
Temos percorrido o caminho que consideramos oferecer maiores vantagens aos clientes e é para eles que trabalhamos na implementação de soluções inovadoras e sustentáveis. Os reconhecimentos que temos recebido nos últimos anos, principalmente internacionais, são sem dúvida uma validação do mercado à força da marca Climex. ▪
102 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA INTELLIGENT CLEANING – SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO 2023 O ANO DE 2022 ESTÁ QUASE A DAR LUGAR À ENTRADA DE UM
PARA O MESMO, QUE
A CLIMEX IRÁ APRESENTAR? PODEMOS DIZER QUE EM 2023 VAI
MEX PARA DESCOBRIR EM PIONEIRISMO E
NOMEADAMENTE
MOS
PIONEIRISMO E INOVAÇÃO
NOVO MOMENTO.
NOVIDADES
HAVER MAIS CLI-
INOVAÇÕES
EM TER-
DE SUSTENTABILIDADE.
FOTO: DIANA QUINTELA
“Ambicionamos ser uma entidade com
C rescimento S ustentável, que possa estar à altura das necessidades da indústria de amanhã”
“Os setores da cerâmica e do vidro em Portugal dispõem atualmente de tecnologia atualizada, com produtos de qualidade, competindo nos mercados internacionais com as melhores empresas mundiais”, afirma Jorge Manuel dos Santos, Presidente do Conselho de Administração do CTCV - Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Saiba mais de uma marca edificada em 1987 e que perpetua um serviço de excelência nos setores da cerâmica e do vidro.
OCTCV - Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro é hoje um player de enorme reconhecimento e prestígio, provido de uma cultura de IDI orientada para resultados e valorização dos conteúdos de utilidade industrial. Desta forma, e no sentido de contextualizar junto do nosso leitor, qual tem sido o papel da instituição no domínio dos setores da cerâmica e do vidro?
O CTCV foi criado em 1987, como uma parceria entre Estado, Associações Setoriais e empresas, para satisfazer várias necessidades destes setores, como um laboratório independente que desse resposta às necessidades de controlo de qualidade e de ensaios para a certificação de produtos, tendo-se o CTCV apetrechado com os meios necessários (equipamentos, pessoas e acreditações exigidas).
O CTCV está dotado de um corpo técnico especializado para prestar serviços técnicos para a resolução de problemas relacionados com os processos produtivos, como a não qualidade, defeitos, quebras de produção, melhoria dos processos, eficiência energética, investindo e acompanhando o que é a evolução tecnológica e a sustentabilidade destes setores.
Ao longo dos anos, o CTCV foi estabelecendo uma forte aposta no campo da inovação e da tecnologia, sendo esse o lema da marca. Assim, quais considera serem os contributos do trabalho do CTCV para a modernidade do setor e que lacunas ainda identificam no mesmo?
Os setores da cerâmica e do vidro em Portugal dispõem atualmente de tecnologia atualizada, com produtos de qualidade, competindo nos mercados internacionais com as melhores empresas mundiais.
O CTCV tem vindo a contribuir para a modernidade do setor, através da Inovação e Desenvolvimento. Cito como exemplo azulejos cerâmicos sensorizados, telhas e revestimentos exteriores que produzem energia, produtos auto-limpantes ou fluorescentes que brilham no escuro,
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JORGE MANUEL DOS SANTOS
entre outros. Também o desenvolvimento de novos processos e novos equipamentos como por exemplo fornos de micro-ondas para a cozedura de porcelana, ou novos processos de produção por via seca que reduzem drasticamente o consumo de água e as necessidades energéticas dos processos.
Como já referimos, a inovação e a tecnologia estão na génese do CTCV. Nesse sentido, em termos práticos, como é que têm ajudado as empresas na procura de soluções para melhorar e facilitar a transição dos seus conhecimentos para o digital?
Exercemos uma vigilância tecnológica permanente em busca de novas tecnologias e materiais emergentes, desenvolvimento de soluções informáticas (manuais, plataformas digitais, etc.) e desenvolvimento de parcerias para a transferência de tecnologia, continuando a apoiar tecnicamente as empresas, transferindo conhe -
cimento, através da formação e de projetos em parceria, designadamente, através da criação de spin-offs.
Atualmente temos em curso um processo de transferência de conhecimento de Impressão 3D para produção de protótipos e modelos, sendo o destinatário todo o subsetor dos produtos de cerâmica decorativa e também utilitária.
Um outro exemplo é a impressão digital da decoração em produtos de louça utilitária como taças ou chávenas, em que o processo de I&D desenvolvido com o fabricante da tecnologia levou à criação de máquinas de impressão digital que não existiam e que hoje estão a ser vendidas por todo o mundo.
Um dos propósitos do CTCV é promover a inovação e desenvolver as capacidades técnicas e tecnológicas dos profissionais deste ramo. Foi esta conceção que ministrou a edi-
ficação da Academia CTCV? Qual o balanço que se pode realizar sobre esta iniciativa? E que outros projetos ou iniciativas estão em cima da mesa, com base a dar seguimento a este fim?
A Academia de formação do CTCV surge com o propósito de colmatar lacunas de conhecimento nos profissionais, seja através de formação interempresas ou intraempresas, ajustando os programas formativos às necessidades específicas da empresa, desenvolvendo parcerias estratégicas com a indústria, a associação do setor e estabelecimentos de ensino superior. Exemplo disso, são os projetos de formação-ação com a APICER, que abrangeram mais de 40 empresas ou o curso de especialização, pós-graduado em Tecnologia Cerâmica com a Universidade de Aveiro, que vai já na sua 4ª edição abrangendo mais de 50 quadros técnicos da indústria cerâmica.
Recentemente, transformaram a antiga fábrica de cerâmica em Coimbra num LUFAPO HUB, que irá receber artistas, um pouco de todo o mundo. Com este espaço, também pretendem aliar a história da cerâmica e a valorização do património de uma região à inovação? Sendo isso uma mais-valia, existe também a atenção de não esquecer o tradicional?
Com a instalação do CTCV no iParque - Parque Tecnológico de Coimbra, libertaram-se as antigas instalações do Loreto, onde tinha funcionado a fábrica cerâmica Lufapo, nascendo aí o LUFAPO HUB, constituindo a oportunidade do CTCV continuar a desempenhar o seu papel de transferência de tecnologia e de conhecimento para as empresas, embora aqui de outra forma e com outro tipo de empresas, apoiando o seu crescimento num espaço que propicia o desenvolvimento criativo e inovador.
Na perspetiva histórica, conseguiu-se recuperar o espólio da antiga fábrica Lufapo que se encontrava guardado na Universidade de Coimbra e que já se encontra exposto. Em breve será publicada uma monografia, sobre a Lufapo e a sua importância para o setor e para a região.
Também as indústrias criativas ligadas ao setor da cerâmica e mesmo artesãos podem ter aqui o seu espaço de cocriação e cowork, tendo o CTCV equipado um espaço com equipamentos tradicionais como roda de oleiro, forno, extrusora e outros menos tradicionais como impressoras 3D de cerâmica, procurando assim juntar técnicas tradicionais com tecnologias inovadoras num espaço que promova a inovação e a criatividade.
Acredita que a concretização desta ideia é uma forma de estimular e atrair os jovens a enveredarem pela formação nesta arte, colmatando assim a escassez de recursos humanos?
Estabelecemos um protocolo com o CEARTE
104 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA AGENDA 2030 | CERÂMICA E VIDRO
"O CTCV TEM TRABALHADO A ÁREA DA SUSTENTABILIDADE DOS PRODUTOS E DOS PROCESSOS, PROCURANDO QUE AS EMPRESAS ADOTEM BOAS PRÁTICAS E MELHORES TÉCNICAS DISPONÍVEIS DE SUSTENTABILIDADE"
que é um centro de formação para o artesanato e que forma jovens em várias artes, entre as quais a cerâmica e o vidro, visando estimular os jovens que após a sua formação, pretendam dar continuidade prática e para a qual necessitam de ter um espaço com condições para, em criação ou em cocriação, poderem desenvolver esta arte. A impressão 3D de cerâmica pretende aproximar e cativar os jovens para a utilização das novas tecnologias digitais no desenvolvimento das suas ideias.
Nos dias de hoje, as indústrias portuguesas estão mais conscientes da sua pegada ecológica e do papel que têm de construir para a implementação da economia circular. Todavia, ainda existem alguns entraves, seja ao nível de recursos financeiros ou humanos, que são vistos como barreiras para a concretização desta transição. Perante este cenário, o que é que o CTCV tem feito para sensibilizar o vosso portefólio de parceiros para esta prática?
O CTCV tem trabalhado a área da sustentabilidade dos produtos e dos processos, procurando que as empresas adotem boas práticas e melhores técnicas disponíveis de sustentabilidade. São exemplos estudos de substituição de matérias-primas por outras mais sustentáveis, descarbonização do leito de fusão, estudos de incorporação de resíduos e subprodutos em produtos cerâmicos que favoreçam a economia circular. Na indústria cerâmica, os desperdícios do processo são hoje praticamente todos reincorporados ou reciclados. O mesmo acontece na indústria do vidro, que é um exemplo de
reciclagem interna e principalmente externa (o primeiro vidrão foi colocado no final da década de oitenta), com uma economia de energia significativa e redução das emissões de dióxido de carbono quando se aumenta a percentagem de incorporação de casco reciclado. No entanto, há ainda muito a fazer na sensibilização da população e dos industriais do canal HORECA para aumentar as taxas de reciclagem de vidro que em Portugal são ainda relativamente baixas.
O CTCV colabora com a iniciativa “Plataforma Vidro +” que foi lançada este ano, para promover e sensibilizar a população para o aumento da taxa de reciclagem do vidro em Portugal.
O setor da Cerâmica está neste momento a enfrentar uma grande crise energética. Que tipo de medidas têm sido implementadas no CTCV, de modo a apoiar este ramo? Perante este contexto, na sua opinião, que oportunidades surgiram para a cerâmica artística e artesanal?
A crise energética abrange todo o setor da cerâmica e do vidro, em duas componentes: o preço da energia e as emissões de CO2. As empresas destes setores são consumidoras intensivas de energia, e têm procurado investir na eficiência energética e em energias renováveis. O CTCV, integra o projeto “Ecocerâmica e Cristal de Portugal”, numa parceria com as empresas e associações do setor da cerâmica e do vidro, financiado pelo PRR. Um dos principais objetivos é o desenvolvimento de tecnologia e de processos que permitam a produção de produtos de cerâmica e vidro mais sustentáveis e com menores emissões de CO2.
Face ao cenário que se vive atualmente, qual é a estratégia de desenvolvimento do CTCV para o futuro?
A organização do CTCV está assente em quatro centros de competência: medição e ensaio; consultoria técnica especializada; I&D tecnológico; e Academia de Formação Profissional. No âmbito da estratégia do CTCV, vamos continuar a apostar nas parcerias com a indústria e com instituições de ensino superior e de inovação; na vigilância tecnológica como forma de permanente atualização do conhecimento e da I&D destes setores de atividade; do reconhecimento como entidade de referência no setor e com capacidade para responder aos desafios da indústria. Em suma, ambicionamos ser uma entidade com crescimento sustentável, que possa estar à altura das necessidades da indústria de amanhã.
Também para as PME do setor da cerâmica, foi aprovado um projeto no âmbito do Plano de Promoção Eficiência no Consumo de Energia que visa promover e capacitar para a eficiência e a transição energética das empresas. ▪
NOVEMBRO 2022 | 105 PONTOS DE VISTA AGENDA 2030 | CERÂMICA E VIDRO
“A SPCV procura servir de charneira entre os vários atores setoriais: academia, centros tecnológicos e indústria”
ASociedade Portuguesa de Cerâmica e Vidro (SPCV) é uma associação sem fins lucrativos que desde 1980 procura promover o que de melhor se faz no setor da cerâmica e do vidro, ao nível científico, tecnológico, artístico, cultural e didático. Assim sendo, e de modo a contextualizar o nosso leitor, qual tem sido o papel da instituição para a concretização desse objetivo?
Foi no dia 12 de abril de 1980, no anfiteatro do então Departamento de Engenharia Cerâmica e Vidro (DECV) da Universidade de Aveiro
(UA), que um grupo de técnicos das indústrias do vidro, do refratário, do barro vermelho e do barro branco, para além de representantes do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial e do DECV, reuniu-se para discutir a criação daquilo que viria a ser a SPCV. Na reunião ficariam definidos os objetivos da mesma, e o compromisso para uma nova reunião, alargada a todos os interessados (industriais, técnicos, acadêmicos), que acabaria por se realizar no dia 14 de maio do mesmo ano. Desde então a SPCV tem estado na organização de várias iniciativas, procurando sempre servir de charneira
entre os vários atores setoriais: academia, centros tecnológicos e indústria. Tendo em conta que a inovação está na génese da SPCV, quais considera ser os contributos da organização para a evolução do setor?
Logo na sua formação toda uma conjuntura propicia um fervilhar de ideias e de iniciativas para a SPCV. Assim seguiu a década de 80 e a seguinte, com workshops sectoriais (e.g., Luso 1988) e Jornadas Técnicas de Cerâmica e Vidro (e.g., Luso 1995), os congressos conjuntos com a SECV Sociedade Espanhola de Cerâmica e Vidro, e o nascimento da Revista da Sociedade
106 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA AGENDA 2030 | CERÂMICA E VIDRO
A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com José Carlos Almeida, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cerâmica e Vidro (SPCV), que destacou a história e o papel desta associação para a promoção do setor, a nível nacional e internacional, mas também perspetivou as tendências e desafios do ramo para 2023.
“OS PRÉMIOS, COMO O FARIA FRASCO, SERVEM PARA INCENTIVAR OS MELHORES ALUNOS A SE JUNTAREM AOS DESAFIOS. O RESULTADO É SEMPRE UM ACRÉSCIMO DE VALOR AO SETOR”
JOSÉ CARLOS ALMEIDA
Portuguesa de Cerâmica e Vidro em outubro de 1982. A Revista serve de fórum de discussão, de apresentação de temas tecnológicos e científicos, e de trabalhos académicos.
Em maio de 1990, em Vilamoura, realiza-se o 1º Congresso de Cerâmica Portuguesa, que junta, para além da SPCV, as três associações setoriais de então: a Associação Portuguesa de Cerâmica, a Associação Nacional dos Industriais do Barro Vermelho, e a Associação Portuguesa dos Industriais da Cerâmica da Construção. Desse congresso saíram as bases de criação da APICER - Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria (1996).
Em maio de 1987 nasce a European Ceramic Society (ECerS), e em 1988 a SPCV é aceite como membro. Em junho de 1989 é publicado o primeiro número do Journal of the European Ceramic Society, editado pela Elsevier, e cujas receitas darão origem ao Fundo JECS Trust (fundo de apoio às iniciativas da ECerS).
Nos últimos anos podemos destacar a realização em 2017 do Primeiro Encontro de Jovens Investigadores de Cerâmica e Vidro, e a participação da SPCV na XIII Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro. Durante a Bienal tem lugar o seminário sobre Novas Tecnologias de Decoração. Nesse mesmo ano a SPCV participa nas Jornadas Técnicas de Cerâmica.
Em 2018 a SPCV é convidada pela SECV para a organização de outro congresso conjunto, desta vez em Barcelona, contando com a participação de jovens investigadores de várias instituições.
Em 2019, também em Aveiro, a SPCV organiza a VII Conferência Internacional de Conformação de Materiais Cerâmicos (SHAPING 7), uma Summer School sobre Reologia Aplicada à Manufatura Aditiva, ambas em parceria com a ECerS, e um seminário sobre Novas Tecnologias de Conformação em Cerâmica; os três eventos numa única semana, e com a participação de estudantes, técnicos e académicos de vários países. Participa na XIV Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro e nas Jornadas Técnicas de Cerâmica.
O Prémio Faria Frasco, com um valor monetário de 2.000€, pretende incentivar a produção de projetos originais de jovens investigadores na área da cerâmica e do vidro. Qual é a importância deste tipo de iniciativas para os estudantes e investigadores do campus da Universidade de Aveiro, mas também para a valorização do setor em Portugal?
Nestes últimos cinco anos verificou-se um novo incremento de atividade do setor, com valores históricos ao nível da exportação, e do posicionamento do país no panorama internacional. Entretanto, novos desafios tecnológicos são colocados com as normas REACH e com o
“NESTES ÚLTIMOS CINCO ANOS VERIFICOU-SE UM NOVO INCREMENTO DE ATIVIDADE DO SETOR, COM VALORES HISTÓRICOS AO NÍVEL DA EXPORTAÇÃO, E DO POSICIONAMENTO DO PAÍS NO PANORAMA INTERNACIONAL”
European Green Deal. Existe uma necessidade crescente de inovação que coloca novos desafios à academia. Os prémios, como o Faria Frasco, servem para incentivar os melhores alunos a se juntarem aos desafios. O resultado é sempre um acréscimo de valor ao setor.
Ainda no mesmo tópico de conversa, que projetos têm sido colocados em prática, nos domínios da cerâmica e do vidro, através desse incentivo monetário?
São vários, em áreas tão distintas como a dos novos materiais para aplicações biomédicas, mas também em áreas tradicionais como a do grés para hotelaria, onde já se aplica a decoração digital e procura-se aplicar a radiação laser para auxiliar do processo de cozedura da decoração.
Atualmente, a SPCV está localizada no Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica da Universidade de Aveiro. Na sua opinião, em que medida o trabalho que dia-
riamente desenvolvem contribui para o desenvolvimento da região de Aveiro?
Apenas quatro anos antes do nascimento da SPCV acontece o nascimento, na ainda jovem Universidade de Aveiro, do Departamento de Engenharia Cerâmica e Vidro, com o intuito de fornecer técnicos a uma indústria que estava em grande expansão. A SPCV é uma consequência. Na minha humilde opinião, foram as várias dezenas de engenheiros, mestra e doutores formados ao longo destes mais de 40 anos que tem servido para auxiliar este desenvolvimento. A região centro contribui em mais de 80% para o setor.
Nos dias de hoje, a grande maioria das empresas portuguesas dedicadas à área da cerâmica e do vidro estão mais conscientes da implementação da economia circular nas soluções e serviços que prestam. Todavia, ainda existem alguns casos que fogem a esta transição. Face a esta realidade, que papel tem tido a SPCV, de modo a sensibilizar a comunidade para a concretização desta prática?
O papel é o de sempre: servir de elo de ligação aos vários atores. Um exemplo atual é a nossa contribuição para a realização do “Workshop on Energy and Decarbonization of the Ceramic Industry” que terá lugar na Universidade de Aveiro neste mês de novembro.
A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a comemoração do Ano Internacional do Vidro durante este ano, 2022. Este material tem enriquecido a qualidade de vida de milhões de pessoas. Na sua opinião, porquê que é importante dar ênfase e celebrar esta efeméride?
O vidro foi e será um material fundamental para a nossa civilização. As suas aplicações estão presentes em áreas tão diversas, desde a medicina às telecomunicações.
O aumento do preço do gás é um dos graves problemas que o setor vive, nos dias de hoje. Sendo este um combustível essencial para esta indústria, e estando nós na reta final do presente ano, pergunto-lhe como perspetiva as tendências deste ramo para o ano 2023?
Não faço a mínima ideia, e não sei mesmo se alguém se atreve a fazer alguma previsão. O que sei é que vamos ter de encontrar tecnologias disruptivas. Estão a surgir várias. E outras surgirão.
Face ao cenário que se vive atualmente, como perspetiva o futuro da SPCV?
Depende das novas gerações e do seu interesse pelo associativismo. Trabalhamos de forma altruísta. Já fizemos 42 anos de existência, com altos e baixos como a indústria cerâmica. Sou otimista o suficiente para acreditar no futuro. ▪
NOVEMBRO 2022 | 107 PONTOS DE VISTA AGENDA 2030 | CERÂMICA E VIDRO
CINCA Sustentabilidade e Eficiência
Fundada em 1964, a CINCA – Companhia Industrial de Cerâmica compromete-se, junto dos seus mercados, a entregar soluções de pavimento e revestimento cerâmico que cumprem com rigorosas normas de qualidade e ambientais. Exemplo disto são as certificações que possui, nacionais e internacionais, que testemunham os seus esforços para contribuir para a criação de um mundo sustentável.
Odesafio que a CINCA propôs abraçar desde o início da sua criação deixaria de fazer sentido se não estivesse comprometida em oferecer soluções duradoras que vão muito além de questões estéticas: A CINCA tem como foco criar ambientes bonitos e confortáveis que promovam o bem-estar de quem os usufrui, de forma duradoura, sem colocar em causa as gerações futuras. Por isto mesmo, a CINCA é detetora de um processo de produção de pavimentos e revestimentos cerâmicos comprometido com
a preservação do meio ambiente, a utilização eficiente dos recursos, a evolução do progresso social, o crescimento económico estável e a erradicação da pobreza.
Neste sentido, e através da aplicação de métodos que vão ao encontro do desenvolvimento e apresentação de soluções que tornam a indústria cerâmica sustentável, a CINCA possui certificações que atestam o seu compromisso. As certificações GreenGuard Gold e CCC dos produtos, IQNET ISO 14001 do sistema de gestão ambiental e a sua participação como membro
da USGBC testemunham a envolvimento da CINCA na criação de um mundo sustentável. Mundo este que atende às necessidades do presente, tendo como preocupação o não comprometimento das futuras gerações, deixando-lhes um legado com continuidade à vista.
CINCA NO PANORAMA INTERNACIONAL Com as problemáticas ambientes que despertaram a emergência climática, e com a necessidade de desenvolver soluções que vão ao encontro de mudanças alinhadas com a cons-
108 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA AGENDA 2030 | CERÂMICA
JOÃO LIMA, GENERAL DIRECTOR / EXECUTIVE BOARD MEMBER @ CINCA
“OS PRODUTOS QUE A CINCA APRESENTA AOS SEUS MERCADOS TÊM COMO CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL DESPERTAR UMA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA POSITIVA, MAS TENDO SEMPRE COMO OBJETIVO PRIMÁRIO CONFERIRLHES CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS QUE OS TORNAM SUSTENTÁVEIS: DURABILIDADE, BAIXO IMPACTO AMBIENTAL NO CICLO DE VIDA DO PRODUTO, ADEQUAÇÃO A QUALQUER TIPO DE CONSTRUÇÃO E IMPLANTAÇÃO, RESISTÊNCIA ÀS INTEMPÉRIES (FOGO E ÁGUA) ENTRE MUITAS OUTRAS CARACTERÍSTICAS NÃO NEGLIGENCIÁVEIS”
trução de um novo paradigma, a CINCA tem aplicado esforços contínuos que se apoiam sobre técnicas e métodos mais responsáveis. Indubitavelmente, a pressão para que o setor da cerâmica aposte em técnicas e métodos mais responsáveis é uma realidade que tem melhorado continuamente a sua reputação. A CINCA mantém uma grande preocupação com a eficiência dos seus processos de produção, nomeadamente com a reciclagem dos subprodutos de produção, ou seja, com os resíduos gerados ao longo do seu processo produtivo, que são totalmente incorporados na preparação da pasta cerâmica. Além disso, a reutilização das águas usadas no processo industrial é uma realidade atual, tendo a CINCA reduzido substancialmente o consumo deste recurso natural. A sua preocupação com a eficiência energética é uma constante procurando investir em equipamentos mais eficientes, monitorizando todo o processo e tomando todos os esforços no sentido da melhoria contínua dos procedimentos de trabalho diário, que contribuem sustentadamente para a redução dos consumos de energia.
As emissões de CO2 são outra preocupação constante da CINCA, que monitoriza anualmente as suas emissões, através de entidades externas certificadas, com o objetivo de reduzir a pegada ambiental da sua indústria.
Em suma, a forte consciencialização para a temática da preservação do meio ambiente materializa-se na conceção, na produção e na manutenção ao longo do ciclo de vida do produto, incluindo o seu desmantelamento em fim de vida. Através da escolha de matérias-primas e de processos eficientes, com a otimização de recursos e análise dos impac-
tos no meio ambiente, na comunidade e no mundo.
É essencial colaborar na preservação do nosso ambiente e natureza, optar por recursos naturais da forma mais eficiente, evitando consumos exagerados e os seus potenciais desperdícios, atendendo, deste modo, aos desafios propostos pela economia circular.
ABRAÇAR A SUSTENTABILIDADE E FAZER DELA UM LEMA
Os produtos que a CINCA apresenta aos seus mercados têm como característica fundamental despertar uma experiência estética positiva, mas tendo sempre como objetivo primário conferir-lhes características técnicas que os tornam sustentáveis: durabilidade, baixo impacto ambiental no ciclo de vida do produto, adequação a qualquer tipo de construção e implantação, resistência às intempéries (fogo e água), entre muitas outras características não negligenciáveis.
Hoje em dia, a aposta no design e no custo do produto cerâmico são apenas parte do negócio.
As alavancas fundamentais do negócio, passaram a incorporar medidas em torno da mudança climática, da redução dos recursos naturais e da necessidade de apostar em fontes de energia renováveis, especialmente, tendo em conta as mudanças que a sociedade sofreu nos últimos anos, nomeadamente com os efeitos da pandemia, o impacto destas “novas” realidades passou a sentir-se de outra forma, mais consciente.
Por exigir muito trabalho, esforço e investimento tanto em termos sustentáveis como arquitetónicos, esta transição de procedimentos e mentalidades vai prolongar-se durante anos e será com certeza um caminho sem retorno ao passado. ▪
NOVEMBRO 2022 | 109 PONTOS DE VISTA AGENDA 2030 | CERÂMICA
“Sermos uma M arca
100% Nacional é algo que me orgulha particularmente”
A LTX Iluminação Técnica é uma empresa credibilizada e reconhecida no mercado da iluminação e uma marca com Selo Nacional. Estas são algumas das componentes que hoje elevam a entidade em Portugal e além-fronteiras, não esquecendo, ainda, o seu compromisso com a sustentabilidade, eficiência energética e o meio ambiente. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, o Administrador Carlos Manteigas aborda, além destes temas, a novidade que se traduz no atual showroom inovador e interativo que dá uma perspetiva real aos visitantes das suas soluções. Saiba tudo.
podermos agregar outros serviços complementares à necessidade do futuro mercado de eficiência energética.
A missão da LTX Iluminação Técnica é oferecer soluções únicas de qualidade e um serviço de excelência, alta performance e inovação. De que forma a entidade tem conjugado estas três componentes, aliando-as, ainda, às expetativas dos clientes?
Seguindo uma estratégia que se rege pela qualidade, rigor e profissionalismo, critérios que não abdicamos na gestão da Empresa, regemo-nos diariamente na nossa atividade Comercial nos princípios da Sustentabilidade, Eficiência Energética e respeito pelo Meio Ambiente, absorvendo o melhor dos Nossos parceiros fornecedores nestas áreas.
Cumprir com as expetativas num mercado altamente competitivo, onde a oferta de equipamentos e novidades técnicas são uma constante, obriga-nos a estar sempre atentos, acompanhando as tendências e necessidades do mercado, tendo a mais-valia do reconhecimento, inovação e qualidade superior das marcas que representamos em exclusivo, como é o caso da Trilux e AEC Illuminazione.
ALTX Iluminação Técnica foi fundada em 2006 em Portugal, sendo representante oficial TRILUX para Portugal, PALOP e Brasil. Após 16 anos de atividade, quem é hoje esta empresa?
A LTX é hoje uma empresa credibilizada e reconhecida no mercado da iluminação que, acima de tudo, se dedica a este setor num conceito alargado, completando um ciclo na sua oferta de serviços técnicos e especializados, com uma vasta gama de equipamentos de alta performance, nas vertentes de iluminação interior e exterior pública.
Ao longo destes 16 anos, que encaro de forma desafiante, ao mesmo tempo que gratificante, temos vindo a consolidar o nosso posicionamento no mercado, reflexo do crescimento em
termos de negócio e equipa de profissionais qualificados, atualmente com 26 elementos, com atuação de norte a sul do país.
Se no início da nossa atividade tínhamos uma predominância na oferta de iluminação interior – funcional e generalista, pelo facto de ter começado este projeto diretamente ligado ao Grupo Trilux AG, que também se destacava nestas categorias, há cerca de quatro anos, no seguimento do negócio, percebemos a efetiva oportunidade de fortificar a nossa oferta na área da iluminação pública, tendo assumido a representação da reconhecida marca Italiana AEC Illuminazione. Complementarmente, estando o tópico da eficiência energética no topo das nossas prioridades, constituímo-nos como uma ESE - Empresa de Serviços Energéticos, com o objetivo de
Marcas, continuamente, premiadas a nível internacional pelo desenvolvimento de novas tecnologias, componente sustentável e design.
Além disso, a Iluminação tem um papel fundamental, quer na área dos custos, quer na área da eficiência energética de instalações. Neste contexto, qual é o compromisso da LTX Iluminação Técnica com a sustentabilidade, a eficiência energética e o meio ambiente?
Como referi anteriormente, a LTX não estando alheia aos grandes desafios ambientais, alinha a sua estratégia pelos princípios da Sustentabilidade, Eficiência Energética e respeito pelo Meio Ambiente, aplicando-os de forma ajustada em todos os projetos que desenvolvemos na Nossa ação comercial.
Estamos qualificados para estudar e propor as
110 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA NEGÓCIOS E MARCAS COM SELO NACIONAL
CARLOS MANTEIGAS
NEGÓCIOS E MARCAS COM SELO NACIONAL
melhores soluções de Iluminação, em alinhamento com as mais recentes normas de Certificação Breeam, Leed e Well de forma a garantir o grau de sustentabilidade ambiental, atualmente requerida nas novas instalações. Cada assunto comercial é um desafio técnico sustentado na eficiência energética e exploração dos espaços, sustentado pelo conhecimento profundo dos colaboradores nesta área.
Iluminação Técnica inaugurou o seu showroom, em Lisboa, com várias marcas que representa. Sendo este um espaço inovador e interativo, que objetivos são aqui assumidos por parte da marca?
Posso dizer que este foi um projeto, há algum tempo idealizado, para integrar a nossa estratégia de proximidade, conhecimento, discussão e também formação para clientes e parceiros de negócio.
A tomada de decisão que levou à mudança de instalações, que ocorreu em 2020, já incluía a vontade de ter um espaço de exposição dinâmico, que interagisse com os nossos escritórios, para além da necessidade de uma área maior que acomodasse a equipa em crescimento.
Tendo a mudança ocorrido, em plena fase de pandemia, vimos este projeto adiado, mas não ultrapassado…, pelo que hoje, passados quase 2 anos, é um orgulho termos inaugurado este showroom com a presença de mais de duas centenas de amigos, clientes e parceiros que nos têm acompanhado no crescimento sustentado da empresa.
Mais do que termos uma exposição de alguns dos equipamentos mais recentes, inovadores e diferenciadores nas áreas que atuamos com maior predominância: iluminação interior e exterior pública, e gestão de iluminação. O Showroom foi idealizado para ser um espaço interativo, digital e experiencial que será otimizado como ferramenta de trabalho, onde se incluem formações técnicas, workshops e iniciativas com parceiros e fornecedores, relacionadas com o vasto mundo da iluminação.
A verdade é que a exposição e o teste de equipamentos das marcas que a LTX Iluminação Técnica representa no mercado, dá uma perspetiva real aos visitantes. Em que medida, receber clientes no
showroom e desenvolver ações mais técnicas e representações dos produtos, eleva o nível de competitividade da empresa?
A relação de proximidade e trabalho conjunto com os nossos clientes e parceiros, desde o desenvolvimento do projeto, aos estudos, propostas e acompanhamento em obra, é uma das facetas que não abdicamos. As inovações na área de iluminação ocorrem a um ritmo muito veloz, pelo que procuramos passar esse conhecimento ao setor.
Ter agora um espaço que nos permite contactar diretamente com os equipamentos e criar iniciativas, quer de caracter mais formativo, quer de caracter mais lúdico, tendo sempre em vista a otimização das relações, aquisição de novos conhecimentos e competências, criação novas sinergias será com toda a certeza uma mais-valia.
A LTX Iluminação Técnica é, hoje, uma verdadeira referência em vários setores e uma marca com Selo Nacional. Que significado tem este selo não só para a empresa como também para os consumidores?
Sermos uma marca 100% nacional é algo que me orgulha particularmente. Tenho dedicado boa parte da minha vida a este projeto e, como administrador em funções, vivo diariamente os desafios e mudanças de paradigmas e, em especial, as muitas alegrias e conquistas, que vamos contabilizando com uma equipa de excelentes profissionais que se dedicam a entregar o melhor de si por esta empresa.
Como empresa certificada pela ISO 9001 e reconhecida com o estatuto de PME Líder 2021, orgulhamo-nos de promover uma contínua melhoria da organização, com o propósito de garantir a satisfação das expectativas dos nossos clientes e parceiros e o envolvimento dos nossos colaboradores e fornecedores na concretização dos nossos objetivos.
O ano de 2022 está na reta final e é tempo de reflexão. Como analisa o desempenho da LTX Iluminação Técnica nos últimos tempos?
Já a olhar para os meses que se seguem, e sabendo que a marca tem uma nova área de negócio,
que novidades nos pode confidenciar?
Temos seguido uma estratégia coerente, ao longos dos anos, no que respeita ao tipo de oferta de serviços e soluções que disponibilizamos na LTX, agregados a marcas de grande prestígio internacional.
Olhando para o futuro de forma positiva, sempre com vista ao crescimento e expansão do negócio, estamos mais focados na diversificação dos segmentos e extensão de gamas a setores mais técnicos e específicos, do que propriamente na internacionalização. Apesar de mantermos a operação ativa no Brasil e PALOP’s.
No entanto, olhando às mudanças socioeconómicas, nomeadamente influenciadas pela pandemia e, mais recentemente, pela guerra, o nosso desafio é ir mais além, crescendo para áreas diferenciadas, enquanto mantemos o nosso nível de servi-
ço e posicionamento consolidado nos segmentos de iluminação que somos reconhecidos: serviços, retalho, escolas e iluminação pública.
Há cerca de um ano, beneficiando do nosso posicionamento no grande retalho, entrámos num novo segmento ‘nicho’ com uma oferta especializada de equipamentos de iluminação para expositores e móveis de frio.
Outros segmentos como a Indústria química, Agropecuária e o setor da Mineração já fazem parte integrante da estratégia comercial, como uma consequência natural do trabalho que se tem vindo a realizar nos últimos anos. Complementarmente, com o reforço na equipa de Exterior, marcaremos cada vez mais presença em processos de eficiência energética, onde nos sentimos por competência técnica muito direcionados. ▪
NOVEMBRO 2022 | 111 PONTOS DE VISTA
“As Casas precisam de expressar Vida e de fazer sentido para os seus ocupantes”
A Casa dos Paquetes e a Casa do Ferrador, ambas situadas em Terrugem, Elvas, são dois projetos que impulsionam a marca JDF_GLOBAL no mercado do turismo em Portugal e consolidam a experiência que é viver o Alentejo e todas as suas tradições. José Duarte Ferreira, CEO da empresa, contou à Revista Pontos de Vista a história do negócio até ao momento, de que forma o mesmo se destaca neste meio e ainda os objetivos que se pretendem alcançar no futuro.
trução uma nova piscina de dez metros de comprimento por quatro de largura, assim como na área da decoração dos espaços interiores e exteriores.
Temos consciência que o hóspede é cada vez mais exigente e procura qualidade e, como tal, temos que inovar e ir de encontro às suas necessidades, se queremos crescer nesse negócio.
No contexto do turismo da JDF_GLOBAL, o período de pandemia apresentou um índice de crescimento significativo. Considera que um dos principais motivos é por estes espaços abrangerem um elevado nível de privacidade? Quão importante é o processo de fidelização destes clientes?
A pandemia veio trazer uma necessidade crescente de privacidade aleada às boas experiências que a casa oferece, quer seja de interior ou exterior.
AJDF_GLOBAL tem, na sua génese, diversas atividades, nomeadamente a vertente do turismo no Alentejo. Qual é a importância genealógica da Casa dos Paquetes e da Casa do Ferrador? Em que medida o investimento inicial de ambas as instalações foi orientado para as experiências dos hóspedes e, hoje, que outros investimentos estão em curso?
Integrámos no ano 2013 a atividade de turismo, no nosso portefólio de atividades, segundo um modelo de aluguer de casa completa sem partilha de espaços com outros clientes, por pura casualidade dado que se tratava de uma atividade afastada no nosso core business.
Trata-se de um projeto genealógico que nasceu da ideia de rentabilizar um imóvel tradicional (Casa dos Paquetes) sito em Terrugem Elvas, de extremo valor sentimental, dado que tinha pertencido aos bisavôs de Alexandra Velez, esposa de José Duarte Ferreira.
Todo o projeto de restauro da Casa dos Paque -
tes e posteriormente da Casa do Ferrador teve dois pilares orientadores. O primeiro adaptar os diferentes espaços interiores e exteriores com o fim de proporcionar ao Cliente o máximo de conforto assim como diferentes experiências em cenário de lazer. O segundo manter o máximo possível da arquitetura tradicional alentejana, com a manutenção das chaminés, da lareira de chão e com o piso em lajeta negra, as paredes em pedra e tijoleira e o telhado com estrutura em madeira e telha.
A Casa do Ferrador foi um investimento necessário dado que permite, enquanto segunda unidade, ser alugada individualmente ou em complemento à Casa dos Paquetes, passando a lotação para seis adultos, sendo neste cenário a ligação entre as duas unidades, através dos jardins.
Ao longo do tempo temos vindo a desenvolver projetos de melhoria contínua de forma a proporcionar ambientes mais acolhedores aos nossos hóspedes. Este ano apostámos na cons-
O espaço privilegia o convívio familiar ou de grupo de amigos, não só pelas características da casa como também pela sua privacidade, como é o caso da piscina exclusiva. As casas totalmente equipadas proporcionam todo um ambiente agradável em que o hóspede se sente identificado com a mesma, e como tal, pretende voltar. Essa fidelização é importante para nós, pois sentimos que estamos no caminho certo em termos de satisfação de expetativas de quem nos visita.
A arquitetura tradicional do Alentejo já é, por si, um verdadeiro ponto de interesse. Seja na Casa dos Paquetes, seja na Casa do Ferrador, como nos pode descrever a sua decoração cuidada e os seus equipamentos de qualidade?
Entendemos que é fundamental oferecer ambientes organizados e otimizados para o bem-estar dos seus clientes. Procurámos materiais que se integrassem bem com os originais e um lote completo de equipamentos de qualidade, que não desvirtuando a traça original Alente -
112 | PONTOS DE VISTA | PONTOS DE VISTA TURISMO NO ALENTEJO
JOSÉ DUARTE FERREIRA
jana, permitam criar uma decoração com identidade própria. As casas precisam de expressar vida e de fazer sentido para os seus ocupantes. Os espaços exteriores e interiores tais como o jardim a zona da piscina e de refeições exteriores proporcionam experiências e diferentes sensações de conforto e lazer. O ambiente interior oferece um conjunto de comodidades, nomeadamente quartos e salas climatizados, wi-fi, tv com tecnologia recente, entre outros, que faz com que o hóspede sinta um prolongamento da sua casa, e daí o nosso lema “a sua casa no coração do Alentejo”.
A gastronomia local, a envolvência da aldeia no dia a dia dos hóspedes, os passeios e a paisagem, os monumentos e o comércio local são alguns dos muitos motivos que impulsionam as mais-valias deste turismo? De que forma, este conjunto de elementos, destacam e diferenciam a Casa dos Paquetes e a Casa do Ferrador?
A Terrugem é uma aldeia situada no Concelho de Elvas, distrito de Portalegre. Está a cerca de 190 kms e 1h50m de Lisboa, maioritariamente por autoestrada. Esta típica aldeia Alentejana tem como base económica, tanto a agricultura de sequeiro como a indústria de curtumes, sendo esta última atividade, uma fonte empregadora bastante significativa. A Terrugem fica localizada próxima de Elvas, cidade com as suas fortificações, tendo sido classificada pela UNESCO como património mundial, oferecendo um leque de bens culturais dignos de serem visitados. O comércio local da Terrugem é uma vertente bastante importante e que permite ao hóspede usufruir de toda a qualidade dos produtos gastronómicos da zona. Poderá optar pelos restaurantes locais ou por preparar as suas próprias refeições em casa desgostando as delícias Alentejanas enquanto disfruta a natureza. Terra de gente simpática e hospitaleira faz com que os visitantes se sintam bem e criem laços com a população local e as suas tradições.
Num mundo em constante evolução, qual diria que é a relevância não só de parceiros
BASTANTE SATISFEITOS COM O RETORNO OBTIDO FACE AO INVESTIMENTO REALIZADO DURANTE ESTES NOVE ANOS. ESTA OPERAÇÃO PERMITE, DE ACORDO COM OS OBJETIVOS INICIAIS, RESPEITAR A VALORIZAÇÃO DOS ATIVOS, A CRIAÇÃO DE RIQUEZA LOCAL E UM RESULTADO OPERACIONAL QUE DEFINEM A MOTIVAÇÃO PARA CONTINUAR A INVESTIR NO RAMO”
estratégicos na manutenção e desenvolvimento das instalações, mas também de propostas vindouras e constantes em programas e atividades culturais e desportivas, que se associem à Casa dos Paquetes e à Casa do Ferrador?
Durante todo o percurso que desenvolvemos tornou-se estratégico a aproximação a um conjunto de empresas locais que pela sua qualidade e disponibilidade nos oferecessem um conjunto de serviços complementares e fundamentais ao nosso processo de investimento para o Cliente.
Queremos ser uma empresa geradora de riqueza localmente e para isso procuramos sempre soluções de proximidade. A título de exemplo, durante o corrente ano construímos uma nova piscina de 40 m2 pensada para todos os escalões etários e remodelámos os jardins. Relativamente a este projeto, queremos deixar uma palavra de agradecimento aos nossos parceiros na área de arquitetura e construção, sitos em Elvas, Arquiteto João Paulo Martins e Carlos Maneta Construções Unipessoal, Lda., respetivamente, que pela sua dedicação e qualidade foram fundamentais para a realização e construção deste projeto em calendário previsto.
A Casa dos Paquetes oferece um conjunto de atividades a quem nos visita, nomeadamente, caminhadas pela aldeia ou pelos campos circundantes, disponibilizamos duas bicicletas de
adulto e uma de criança para passeios de proximidade e estamos a estabelecer contactos com empresas locais para a realização, mediante marcação prévia, de passeios temáticos, e desportos mais radicais como por exemplo passeios no rio Guadiana.
Por fim, e face a todo o investimento já capitalizado, que expetativas de retorno tem a longo prazo?
Estamos bastante satisfeitos com o retorno obtido face ao investimento realizado durante estes nove anos. Esta operação permite, de acordo com os objetivos iniciais, respeitar a valorização dos ativos, a criação de riqueza local e um resultado operacional que definem a motivação para continuar a investir no ramo. O facto deste projeto se inserir no Município de Elvas, com toda a sua envolvente em termos de qualidade de oferta aos visitantes, a Câmara Municipal de Elvas, com a sua estrutura, organização e disponibilidade, com destaque para o Departamento de Urbanismo, motivam à realização de novos projetos, permite-nos estar bastante otimistas relativamente à continuação de um futuro de investimento neste ramo e nesta zona. O facto de trabalharmos 100% com capitais próprios, leva-nos a um ritmo de investimento sempre dependente da análise de retorno, no entanto o futuro será sempre em Elvas e direcionado para a satisfação das expetativas do nosso Cliente. ▪
NOVEMBRO 2022 | 113 PONTOS DE VISTA TURISMO NO ALENTEJO
“ESTAMOS
ANALITA ALVES DOS SANTOS
As vantagens de ler o livro certo
As crónicas do
têm o condão de provocar várias reações e refletir é sem dúvida uma delas.
Recentemente li um seu texto intitulado «Pôr a ler dá trabalho» e enquanto os olhos percorriam as letras e o cérebro assimilava as ideias só conseguia anuir com a cabeça e pensar «é mesmo isto!».
A crónica começa com esta afirmação: «De nada serve as pessoas que têm a sorte de ler, dizerem às que não lêem, que não sabem o que estão a perder.»
E continua mais à frente: «O que é preciso, para cada não-leitor, é uma comissão de leitores que se dedique a descobrir qual é o primeiro livro que deve recomendar àquele indivíduo, atendendo aos interesses e à personalidade que tem. O problema da leitura é a escolha do livro certo para uma certa pessoa. O livro escolhido tem de ser divertido, tem de prender o leitor, tem de ser útil: tem de parecer escrito de propósito para aquela pessoa.»
Sliman e a consolidar assim a própria voz literária. Os livros serão sempre a melhor escola para quem pretende estar no ofício da escrita.
Incentivar não-leitores a aderir a um clube de leitura é também positivo. A leitura conjunta acaba por transformar um ato solitário num acontecimento social com efeito de contágio associado ao desafio. Ninguém quer fica para trás quando em grupo se decide ler um determinado livro com um prazo; todos queremos ter a oportunidade de expressar a nossa opinião, a nossa visão. Além disso os clubes de leitura possibilitam-nos o contacto com livros que por nossa escolha nunca iríamos ler.
"UM LIVRO CUMPRE DIVERSAS FUNÇÕES: DIVERTIR, ENTRETER, FAZER REFLETIR, FONTE DE CONHECIMENTO. CABENOS A NÓS, «ATIVISTAS LITERÁRIOS» APRESENTAR OPÇÕES E DEIXAR O LEITOR DECIDIR O QUE MAIS LHE AGRADA. UM NOVO LEITOR ACABA POR CADA VEZ QUERER MAIS, QUERER DIFERENTE. LER É UM VÍCIO QUE SE ADQUIRE. E QUE FICA"
A escolha do livro certo para a pessoa certa pressupõe conhecer o potencial leitor e um trabalho de tentativa e erro. Pressupõe também olhar todos os livros de olhos nos olhos, de igual para igual e deixar de uma vez por todas de os categorizar como «alta literatura» ou «literatura classe média», expressão que tive um dia a infelicidade de escutar, felizmente, já me esqueci na boca de quem. Essa «categorização» só ostraciza ainda mais os leitores e os próprios autores cujas obras são bestsellers e fazem milhares ler — e não é isso que se quer?
Um livro cumpre diversas funções: divertir, entreter, fazer refletir, fonte de conhecimento. Cabe-nos a nós, «ativistas literários» apresentar opções e deixar o leitor decidir o que mais lhe agrada. Um novo leitor acaba por cada vez querer mais, querer diferente. Ler é um vício que se adquire. E que fica.
Há poucos dias apresentei a escritora Leïla Sliman a um membro da minha comunidade. Considerei esta sugestão literária uma mais-valia em termos de aprendizagem (porque identifiquei traços similares em termos de construção da narrativa). Resultado? A aspirante a escritora está a iniciar a leitura do quarto livro de Leïla
Todos saímos enriquecidos com a experiência principalmente quando temos o privilégio de trocar impressões com o próprio escritor. É isso que acontece no clube de leitura «Encontros Literários O Prazer da Escrita» que faço a curadoria em conjunto com o David Roque, professor de História e há vários anos dinamizador do clube de escrita criativa da Biblioteca Municipal de Lagoa.
Procure este clube de leitura no Facebook com a hashtag #bookloveroprazerdaescrita e que tal juntar-se a nós? A próxima proposta literária (novembro) é «Livro de Vozes e Sombras», do João de Melo que também estará connosco online no nosso encontro mensal (data ainda a informar). Em dezembro, o livro sugerido é «O segredo de Wuhan», de Luís Corredoura que também estará connosco via Zoom. Em 2023, vamos ler somente autores portugueses: seis escritores e seis escritoras. A lista está já disponível aqui: https://oprazerdaescrita.com/clube-de-leitura-online/.
Ler estimula a atividade cerebral, ajuda a desenvolver o espírito crítico, faz bem à saúde física e mental, diminui o stresse, melhora a concentração e memória. Ler faz-nos ser empáticos, criativos e mais sociais.
Estas são apenas algumas das vantagens da leitura que sentimos quando lemos o livro certo. Por isso, apesar de pôr a ler dar trabalho, compensa. E muito. ▪
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Miguel Esteves Cardoso