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“A Eficiência está no ADN do SUCH”

Paulo Sousa, Presidente do Conselho de Administração do SUCH, em conversa com a Revista Pontos de Vista, garantiu que a organização, ano após ano, aposta nas “vertentes da eficácia e da eficiência”, de modo a “conseguir dar uma resposta cabal, técnica e rápida às diferentes instituições”. Além disso, destacou que a inovação é um «chavão» essencial para a contínua promoção da eficiência e da qualidade no ramo da saúde.

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OSUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, é, cada vez mais, uma entidade de prestígio e reconhecimento pelo serviço público que tem vindo a promover ao longo de mais de meio século, mais concretamente 57 anos. Desta forma, como é que o SUCH tem vindo a fomentar essa aposta clara na qualidade e eficiência?

A eficiência está no ADN do SUCH. Há 57 anos, com o Decreto-Lei n.º 46 668, passou a ser possível a criação de serviços complementares da organização hospitalar, para a realização de fins de interesse - ou de utilização – comum aos estabelecimentos e serviços da mesma organização. O Prof. Coriolano Ferreira, primeiro Presidente do SUCH, e ainda hoje reconhecido como uma das individualidades da Saúde em Portugal, anteviu, em 1965, que as instituições prestadoras de cuidados de saúde, deveriam libertar-se da gestão de atividades que não constituíssem a sua função principal e, antes, centrarem-se naquela que era – e é – a sua missão: a prestação de cuidados de saúde. A motivação, de caráter cooperativo, levou à criação do SUCH enquanto entidade que resolveria problemas de exploração económica e de organização, que já excediam, à época, a capacidade de cada um dos estabelecimentos de saúde. Daí que, desde a sua criação, o SUCH tenha continuamente de apostar nas vertentes da eficácia e da eficiência para conseguir dar uma resposta cabal, técnica e rápida às diferentes instituições que, por seu turno, também têm exigências e desafios diferenciados.

Sendo a Saúde um pilar evidente dos denominados países desenvolvidos, de que forma é que, em Portugal, é vital continuar a promover os serviços de saúde e a eficiência dos mesmos em prol do cidadão comum?

Claramente. Hoje, a experiência do SUCH torna evidente que a promoção dos serviços de saúde – mormente do SNS, cuja existência e valia nunca é demais reconhecer – tem de ser perspetivada na ótica do utente, sendo que, esta perspetiva tem de ser transversal a toda a prestação de cuidados de saúde. Veja-se a arquitetura hospitalar! Desde a génese das infraestruturas de saúde, o utente tem de ser o foco do projeto, seja no que se refere à acessibilidade física, ao conforto, ao acolhimento, etc.

Também a alimentação hospitalar, a qual, sendo uma vertente da recuperação do doente, deve refletir a preocupação na humanização, com uma dieta vocacionada para a sua condição, mas ao mesmo tempo, de qualidade, na apresentação, na diversificação, na temperatura a que é servida, enquanto fatores que proporcionam melhores condições hoteleiras e de conforto aos doentes. São muitos os exemplos de como as prestações acessórias aos cuidados de saúde constituem um meio essencial para uma boa prestação de cuidados de saúde, nos quais o SUCH se tem especializado

Sente que Portugal, neste momento, está no bom caminho no que concerne à qualidade e eficiência na resposta integrada de serviços partilhados em saúde?

A resposta integrada de serviços partilhados dada pelo SUCH é caso único na Europa. Em alguns países existem serviços partilhados, mas segmentados a áreas específicas. Uma resposta tão diversificada e integrada, como o SUCH garante, torna-nos um exemplo. O que, para nós, é motivo de orgulho. O mesmo orgulho que sentimos quando vemos o SNS ser sempre referenciado como um exemplo a seguir. Estamos no bom caminho.

Que lacunas ainda existem e de que forma é que entidades como o SUCH, podem ser um apoio essencial para colmatar essas lacunas e obstáculos?

Embora no bom caminho, ainda há muito a fazer. Há mesmo setores em que já deveriam ter sido dados passos mais assertivos. Por exemplo, na gestão e tratamento de dispositivos médicos de uso múltiplo ou a esterilização. Esta é uma atividade em que Portugal ainda está longe de alcançar a exigência praticada nos países vizinhos.

É de lamentar que, uma área tão técnica e rigorosa e que está diretamente relacionada com a prevenção das infeções associadas aos cuidados de saúde, não tenha a atenção devida, nomeadamente na avaliação dos riscos inerentes ao incumprimento dos requisitos aplicáveis.

Em 2016, o SUCH teve oportunidade de fazer um diagnóstico a alguns serviços de esterilização e ficámos com a certeza de que era iminente avançar neste setor. Hoje, é com orgulho que detemos uma das melhores instalações, que se dedica à prestação de serviços de esterilização centralizada: a primeira unidade do SECH –Serviço de Esterilização Comum dos Hospitais, a qual está certificada pela Norma ISO 13485 e cumpre todos os requisitos regulamentares, para reprocessar os dispositivos médicos dos nossos associados, com a segurança e qualidade exigidas.

Um outro exemplo, é a gestão de estacionamentos nos perímetros e redondezas hospitalares como forma de permitir a mobilidade dos profissionais de saúde, mas em especial para garantir e facilitar acesso aos doentes a consultas e tratamentos médicos, reduzindo tempos de desperdício (custos) a quem tem de cuidar deste aspeto (doente, familiar ou ambulâncias).

Hoje a inovação é uma «marca» essencial em qualquer setor de atividade, sendo que o da saúde não «foge» a esse desígnio. Desta forma, qual tem sido o papel da Inovação nesta dinâmica de promoção da eficiência da saúde e de que forma é que esta aposta tornou mais simples comprovar e solidificar a qualidade em saúde?

Mais um exemplo… A roupa hospitalar circula diariamente e em grandes quantidades nos serviços de cada hospital. A par do processo de tratamento da roupa hospitalar, realizado em lavandarias industriais, há que assegurar um eficiente sistema de distribuição e controlo das quantidades das diferentes tipologias em circulação entre a lavandaria e a rouparia hospitalar. Hoje, os sistemas avançados de rastreabilidade têxtil, com recurso à tecnologia RFID, permitem monitorizar em tempo real todo o percurso de cada peça de roupa, através de um TAG (chip). Este dispositivo contém toda a informação necessária à identificação da peça no circuito, e através do software de gestão, garante todo histórico de tratamento e de utilizações, ao mesmo tempo que assegura uma eficiente gestão de stock, o que resulta num profundo conhecimento do perfil de consumo por parte do gestor hoteleiro, mitiga o risco de extravio de roupa da instituição e potencia um eficiente controlo dos custos e planeamento dos recursos disponíveis.

O SUCH, na senda da inovação e da eficiência, disponibiliza esta solução integrada de tratamento e rastreabilidade de roupa hospitalar, através das suas lavandarias industriais distribuídas a nível nacional.

Se a inovação é primordial, o Capital Humano não fica atrás. Como é que o SUCH tem sido um elemento promotor de equipas especializadas e qualificadas para dar foco à promoção de uma capitalização do conhecimento, de competência e de Pessoas/Profissionais preparados para dar resposta às maiores dificuldades no domínio da saúde?

O capital humano está sempre no centro da decisão do SUCH e o reconhecimento e a valorização dos nossos profissionais são uma aposta clara na gestão quotidiana. Nesse sentido, pro-

SIDO DADOS PASSOS MAIS ASSERTIVOS. POR EXEMPLO, NA GESTÃO E TRATAMENTO DE DISPOSITIVOS MÉDICOS DE USO MÚLTIPLO OU A ESTERILIZAÇÃO” movemos o acesso permanente a formações técnicas específicas de cada área, o que tem tornado o SUCH numa incubadora de talentos especializados na área hospitalar. Hoje damos atenção e preocupação essencialmente ao recrutamento dos melhores e à retenção dos que prestaram provas. Não é tarefa fácil, pois estamos circunscritos às regras do universo hospitalar público dos nossos associados e a competitividade é muita.

Do seu ponto de vista, e pela enorme experiência que tem neste setor, que caminho deveria tomar a saúde em Portugal? Olhando para as críticas que diariamente ouvimos e lemos por parte do cidadão comum, sente que é necessária uma espécie de reforma do sistema de saúde luso?

Perdoe-me não ajudar muito nesta questão, mas não diria que é preciso uma reforma, mas sim uma reforçada e contínua aposta no SNS e sua adaptação ou atualização aos tempos atuais.

A Sustentabilidade é também um desiderato primordial da vossa orgânica. De que forma promovem essa dinâmica de sustentabilidade e como é essencial que o sistema de saúde e os seus players estejam alinhados com a promoção da sustentabilidade em Portugal? Essa aposta tem impacto, por exemplo, no aumento da eficácia e eficiência do Serviço Nacional de Saúde? A aposta na sustentabilidade tem impacto em todos os setores de atividade, incluindo o da saúde. No SUCH, a prossecução da sustentabilidade não é nova, embora, desde 2020 tenha sido mais consolidada, nomeadamente com a sua “fixação” enquanto pilar estratégico de atuação e com a recente criação do Plano de Desenvolvimento e Sustentabilidade que o SUCH tem em marcha.

O que podemos continuar a esperar por parte do SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais para 2023 e de que forma é que pretendem garantir a autossatisfação das necessidades dos vossos associados?

Os nossos associados podem continuar a confiar no SUCH enquanto parceiro estratégico e como um instrumento ao seu serviço, promovendo soluções a cada um dos seus problemas, nas áreas instrumentais à prestação de cuidados de saúde que prosseguem em primeira linha, mantendo e reforçando a nossa disponibilidade e capacidade, e garantindo a fiabilidade na procura de soluções económicas, eficientes e eficazes.

Qualidade, Inovação, Eficiência e Sustentabilidade. Podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que estes serão os pilares evolutivos do SUCH para o vindouro?

Sempre foram esses os pilares de atuação do SUCH e continuarão a ser no futuro! ▪

“ESTA APOSTA CONTÍNUA NA

INOVAÇÃO DO CENFIM, TEM-SE REFLETIDO EM

TODOS OS PILARES DE COMPETÊNCIA DA NOSSA

ATIVIDADE, E EM PARTICULAR NO DOMÍNIO TÉCNICO E PEDAGÓGICO"

MANUEL GRILO

É já longa a “estrada” percorrida pelo CENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, ou seja, são 38 anos a marcar a diferença no domínio da Formação Profissional e muito mais. Dizemos muito mais, pois o CENFIM assume-se como um player de prestígio e reconhecimento em muitas outras áreas, promovendo um serviço ímpar e de excelência na valorização profissional dos recursos humanos do Setor Metalúrgico, Metalomecânico e Eletromecânico.

São 13 os núcleos pertencentes ao CENFIM e são os mesmos que perpetuam esse legado de compromisso com as Pessoas e as Empresas em Portugal, consolidando as suas metodologias inovadoras de Formação, permitindo uma resposta personalizada e coletiva, assente num modelo flexível, autónomo e qualificante.

Manuel Grilo, Diretor Nacional do CENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, é o principal rosto deste projeto e sabe que o mesmo representa, diariamente, inúmeros desafios, que têm sido ultrapassados, mesmo face a diversos obstáculos que vão surgindo e são inevitáveis. Saiba mais de uma marca com 38 anos de história e que é hoje o reflexo de como um parceiro de excelência perpetua um passado, um presente e um futuro de competência, dedicação e empenho.

O CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica é um centro protocolar de âmbito nacional, que promove a formação, orientação e valorização profissional deste setor. Muito perto da come - moração dos 38 anos de história, como analisa a evolução do projeto até ao momento?

O crescimento de Portugal esteve, e estará, sempre, diretamente ligado à qualificação dos seus Recursos Humanos, dotando-os de conhecimento técnico para assegurar o melhor desempenho profissional, num clima de estabilidade. Nesse caminho o CENFIM tem procurado estar na vanguarda, e por isso a sua história não se dissocia da própria história da evolução da Indústria e do Trabalho em Portugal.

Ao longo destes 38 anos acompanhámos os avanços tecnológicos, as alterações estratégicas, geográficas, sociais e políticas, internas e externas, e a evolução das Empresas, com o grande objetivo de garantir a integração, com sucesso, dos fatores que lhes permitiam crescer.

Nos momentos de crise, independentemente da origem, criámos parcerias que permitissem sustentar a economia portuguesa e reinventámos novas respostas que pudessem trazer novas oportunidades no âmbito da formação e da qualificação dos Recursos Humanos e isso permite-nos a ousadia de afirmar que somos uma referência na evolução das características do Trabalho, em Portugal.

O setor metalúrgico e metalomecânico é hoje o principal motor da economia portuguesa, e aquele que mais contribui para o PIB e para as exportações nacionais, e, para essa performance, o CENFIM tem tido um papel fundamental. A aposta do setor na formação profissional foi vital para o “milagre económico” que esta indústria personificou.

Ao longo dos tempos, o CENFIM tem providenciado uma formação focada no cliente e orientada para o mercado. Quais diria que são os fatores diferenciadores desta formação e que a têm elevado ao topo do reconhecimento nacional?

O CENFIM foi criado pela Indústria e trabalha para a Indústria, ou seja, tem de facto a sua atividade focada no cliente.

Para potenciar esse foco, tem uma metodologia diferenciadora que engloba cumulativamente o foco na estratégia e o foco na abordagem pedagógica.

Para consumar esta estratégia, o nosso modelo assenta num conjunto de fases operacionais que se inicia no Diagnóstico, centrado nos perfis profissionais, possível através do contacto continuo e direto com as empresas, ou através de abordagens mais sistemáticas, como por exemplo o Levantamento de Necessidades de Formação que realizamos a cada dois anos.

A Conceção da nossa resposta formativa, norteada pelo Diagnóstico, permite apresentar um Planeamento baseado num modelo flexível e orientado para as necessidades do cliente, através de abordagens pedagógicas animadas pela Pedagogia do Êxito, na qual o Formando é o protagonista e o Formador o orientador pedagógico, procurando assim reforçar um modelo operacional de Formação assente em Resultados de Aprendizagem, e uma Avaliação focada na reflexão sobre os resultados e competências adquiridos.

Deste modo conseguimos ter uma oferta orientada para as Empresas, seja de catálogo ou desenhada à medida das suas necessidades específicas, uma oferta orientada para jovens, através do sistema de Aprendizagem, apostando numa mão de obra qualificada para o setor, e uma oferta orientada para adultos, ativos ou desempregados, reforçando o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou a sua reconversão e reintegração profissional, sempre com o foco no mercado.

E esta será a razão para os nossos índices de empregabilidade se situarem acima dos 95%.

Além disso, o CENFIM tem vindo a desenvolver a sua atividade, através de 13 Núcleos de Formação localizados em diversos pontos do país, o que gera um contacto próximo e ativo com mais empresas do setor. Quão importante é, para o sucesso da formação da marca, este estreito relacionamento com o setor?

No nosso setor, de forte matriz tecnológica, sabemos que por mais que introduzamos as novas ferramentas e dimensões digitais que podem e devem promover aprendizagens à distância, estas nunca poderão afastar-nos completamente do chão de fábrica, onde operamos e ensinamos os nossos formandos a trabalhar com os equipamentos e as técnicas que as empresas utilizam. Para nós, hoje, como desde a nossa origem, não faz sentido a edificação centralizada da nossa resposta, por exemplo nas grandes cidades, se isso nos afasta das zonas industriais onde a população ativa se encontra. A estratégia foi compreensível, irmos para perto dos beneficiários da nossa atividade, em cada região, e onde somos precisos.

Ora, este nosso posicionamento descentralizado, criteriosamente desenhado para servir as zonas de maior intensidade de empresas do sector, trouxe-nos a proximidade física com as pessoas e com as empresas. Desta vizinhança nasceu uma relação de proximidade, de contacto contínuo, de conhecimento mútuo e de confiança. E desta forma, cada um dos nossos Núcleos de Formação acabou por fazer parte do eco sistema social, empresarial e profissional dessas regiões, herdando as suas características específicas.

Quando olhamos para alguns dos nossos Núcleos reconheceremos neles envolvimento nas diversas atividades técnicas do ciclo de fabrico da produção de moldes, por exemplo. Se olharmos para outros Núcleos descortinaremos outras ‘personalidades’, aqueles que estão mais investidos na automação e manutenção pelas características do tecido industrial da região, ou aqueles que dentro da resposta ampla que todos estão aptos a dar, se especializaram na refrigeração e climatização, ou em energias renováveis. Isto para dizer que, embora todos os Núcleos estejam preparados para responder a todos os perfis profissionais, a verdade é que quando olhamos para cada Núcleo, a forma como fez evoluir o seu quadro técnico e pedagógico, as áreas com mais expressão na sua atividade, vemos incorporadas características distintas, e que nascem dessa fortíssima

"TEMOS

PREPARADOS PARA NÃO PERDER AS NOSSAS VANTAGENS COMPETITIVAS E ISSO SÓ SERÁ POSSÍVEL SE TIVERMOS OS MELHORES INSTRUMENTOS DIGITAIS E SE ACOMPANHARMOS ESTE FENÓMENO COM A MESMA COMPETÊNCIA E CELERIDADE QUE AS DEMAIS ECONOMIAS" cumplicidade com o tecido industrial da região. Mas a proximidade é apenas um dos vetores da diferença, pois outro vetor relevante, é a confiança e qualidade dos restantes intervenientes numa rede alargada de trabalho.

A rede local, e nacional, constituída por cada um dos nossos 13 Núcleos, com uma forte interação com os demais agentes, sejam as autarquias, as CIM, Centros de Emprego, Associações Empresarias, os agentes do desporto e demais forças vivas locais.

A rede tecnológica, integrando diversos polos tecnológicos e clusters, parcerias com diversas universidades e politécnicos, a nível nacional e internacional.

Uma parceria motivada por uma história de amizade levou o artista plástico mais reconhecido nacional e internacionalmente, Pedro Cabrita Reis, a criar uma nova imagem para o CENFIM. Alterar uma identidade visual com quase quatro décadas de permanência representa a oportunidade de afirmar um novo momento da existência do CENFIM.

É possível ler na proposta uma reinterpretação plástica do elemento nuclear do CENFIM, o fuso infinito. Que carrega agora um registo vigoroso, num gesto pleno de energia, liberto dos constrangimentos que a representação do rigor técnico encerra.

Estamos a mudar as partes que compõem o nosso logotipo sob o mote “Arte e Indústria – Uma visão criativa”.

A rede pedagógica, pelas relações de proximidade com o IEFP e com a ANQEP, a presença no Conselho Setorial de Qualificação do setor, e pela participação ativa em fóruns de entidades supranacionais como é o caso do CEDEFOP e OCDE.

A rede institucional, pela relação direta com o Ministério do Trabalho e o Ministério da Educação. A rede formal, em sede do seu protocolo com as associações, AIMMAP e ANEME e o IEFP.

E a rede da acreditação e certificações, da sua Formação, seja por ser uma entidade certificada no âmbito da Responsabilidade Social, dos Recursos Humanos, da Gestão Ambiental, do Sistema de Gestão da Qualidade e da Segurança e Saúde Ocupacional, e pelas suas acreditações, Autodesk, DGEG (TIM II e TIM III), IEP/EDP, ATB-EWF/IIW, ANACOM (ITED/ITUR), bem como Centro Qualifica. Esta estratégia de trabalho em rede, de que muito nos orgulhamos, e que estamos certos ser o caminho para responder de forma mais pronta e eficaz às necessidades das empresas e às expectativas das populações, é de facto um vetor altamente diferenciador.

Cumulativamente, todo o trabalho do CENFIM resulta de uma aposta firme num elevado know-how técnico, tecnológico e técnico-pedagógico em todos os domínios do processo formativo, numa perspetiva de inovação. Em que medida a inovação tem sido um pilar essencial no crescimento da empresa?

Este tem sido sempre o caminho do CENFIM desde a sua origem.

Esta forte ligação ao «planeta» industrial é o vínculo, a fonte de motivação para uma procura contínua na atualização de competências técnicas e uma permanente readaptação dos nossos métodos e currículos de formação, de modo a podermos acompanhar e apoiar as empresas nos desafios e expetativas de cada época da sua evolução. A inovação é, por isso, algo que habita o nosso dia a dia desde a nossa origem, e resulta deste olhar para as expetativas dos nossos formandos, mas também para as necessidades das empresas do sector que os irá integrar na vida profissional.

Esta aposta contínua na inovação do CENFIM, tem-se refletido em todos os pilares de competência da nossa atividade, e em particular no domínio técnico e pedagógico. As dinâmicas dessa inovação têm seguido dois caminhos. O processo incremental, que resulta do nosso esforço de desenvolvimento no dia-a-dia nas nossas diversas unidades orgânicas, com impacto mais global, e um processo mais disruptivo que assenta em esforços mais concentrados num período limitado de tempo, em perseguição de objetivos bem definidos. Este segundo modo, que traduz uma forte tradição e prática na gestão da inovação por projetos no CENFIM, tem áreas de impacto mais pequenas, mas é mais tumultuoso. E isso é fundamental para criar saudáveis linhas de mudança e obrigar-nos a sair das nossas áreas de conforto.

Sejam quais forem os planos onde ela se verifica, a inovação, seja técnica ou pedagógica, faz parte do ADN do CENFIM. No seu cerne está uma contínua insatisfação, o saber que podemos fazer melhor.

Observando a Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, de que forma a marca tem acompanhado a inovação que hoje se sente em todos os campos de atividade? Neste sentido, quais diria que são os grandes desafios do setor?

A tecnologia muda todos os dias e o CENFIM tem sabido reinventar os modelos de formação para preparar as pessoas para essa constante evolução. Essa resposta absorve modelos pedagógicos inovadores a que temos estado atentos e particularmente ativos na sua implementação, mas também o envolvimento possível com as tecnologias industriais emergentes.

São incontornáveis os inúmeros desafios que o METAL PORTUGAL terá de enfrentar no futuro próximo, muitos deles que a pandemia veio acelerar ao acentuar tendências que vinham a ser anunciadas desde há mais de 10 anos.

É absolutamente premente que a indústria metalúrgica e metalomecânica se mantenha na vanguarda da dupla transição, digital e energética.

A competitividade e a criação de melhores condições de trabalho dependem fortemente da transição digital da economia nacional, particularmente da indústria transformadora.

O nosso setor tem vantagens competitivas que marcam a diferença em qualquer parte do mundo, como a enorme versatilidade, capacidade de adaptação e de customizar a oferta, produzir em pequenas séries, enorme qualidade e incorporação tecnológica.

Temos de estar preparados para não perder as nossas vantagens competitivas e isso só será possível se tivermos os melhores instrumentos digitais e se acompa-

"O SETOR METALÚRGICO E METALOMECÂNICO É HOJE O PRINCIPAL MOTOR DA ECONOMIA PORTUGUESA, E AQUELE QUE MAIS CONTRIBUI PARA O PIB E PARA AS EXPORTAÇÕES NACIONAIS, E PARA ESSA PERFORMANCE, O CENFIM TEM TIDO UM PAPEL FUNDAMENTAL. A APOSTA DO SETOR NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL FOI VITAL PARA O “MILAGRE ECONÓMICO” QUE ESTA INDÚSTRIA PERSONIFICOU" nharmos este fenómeno com a mesma competência e celeridade que as demais economias. Um processo de digitalização que não deve centrar-se apenas na evolução tecnológica, mas também, e particularmente, na evolução dos recursos humanos.

Se formos capazes de formar as pessoas neste admirável mundo novo, podemos tornar a nossa economia e as nossas empresas mais competitivas e, ao mesmo tempo, tornar a nossa sociedade mais justa e sustentável.

Atualmente, a formação à medida e ao longo da vida tem um peso significativo para o aumento dessa competitividade e da capacidade de a economia nacional criar riqueza. A dupla transição digital e energética, implica enormes exigências ao nível dos processos e métodos de formação, exigências essas que norteiam toda a atividade do CENFIM.

Finalmente, o setor depara-se há vários anos com um enorme desafio que promete manter-se no futuro próximo, uma necessidade absoluta de contratar trabalhadores, mas não encontra resposta no mercado de trabalho.

Com efeito, a nossa indústria não tem o reconhecimento social proporcional ao nível de excelência tecnológica e contribuição para o PIB nacional que caraterizam o METAL PORTUGAL.

É urgente encontrar uma resposta para este problema, sob pena de comprometer este setor de importância incontornável. Seja através da adoção de medidas sociais que sejam um estímulo para que a população ativa queira trabalhar neste setor, ou de um conjunto de medidas que potenciem e valorizem a formação profissional e a requalificação/ formação ao longo da vida, aumentando a atratividade da indústria, particularmente nas camadas mais jovens da população.

Certo é, o CENFIM assume, diariamente, uma posição convicta de responsabilidade social. A nível interno, o que é imprescindível para pertencer a esta equipa e de que forma a mesma tem impulsionado valor acrescentado no mercado?

É com um sentimento misto de honra, orgulho e grande satisfação que somos certificados no referencial NP 4469-1, Responsabilidade Social, desde 2015.

O CENFIM gere a sua equipa sob os princípios de responsabilidade social e da conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar, valorizando a gestão centrada nas pessoas, no talento e na liderança ética, envolvendo todos os níveis hierárquicos para a consubstanciação de uma cultura organizacional equitativa, motivadora e inclusiva, nomeadamente quanto à integração e desenvolvimento das pessoas e à prevenção dos diversos desafios, à estabilidade do ambiente de trabalho.

A equipa CENFIM ao afirmar a responsabilidade social e ao assumir voluntariamente compromissos que vão para além dos requisitos reguladores convencionais a que, de qualquer forma, estaríamos sempre vinculados, procura elevar o grau de exigência das normas relacionadas com o desenvolvimento social, a proteção ambiental e o respeito dos direitos fundamentais e adotar uma governação aberta em que se conciliam os interesses de diversas partes, numa abordagem global da qualidade e do desenvolvimento sustentável. ▪

O CENFIM tem quase 38 anos de crescimento bem-sucedido. Enquanto Diretor Geral da marca, que mensagem gostaria de deixar a todos os intervenientes que, de uma maneira ou de outra, contribuíram para este sucesso?

A cada um dos intervenientes, nesta rede alargada de sucesso, estou grato pelo seu compromisso com a nossa Missão, sabendo que os contributos de cada um fizeram esta história e que sem eles não estaríamos a comemorar 38 anos!

Às Empresas do setor que têm confiado no CENFIM como parceiro do seu crescimento e que dessa forma nos motivam a fazer mais e melhor, representadas pelas suas associações, o meu Obrigado.

Por fim, uma palavra de agradecimento aos que dentro do CENFIM, a nossa equipa, têm entregue toda a sua competência e empenho, ao longo dos anos, para fazer do sonho inicial esta história consistente e com futuro.

No que concerne aos Núcleos de Santarém e Sines, de que forma estas regiões são hoje mais ricas em mão de obra qualificada e sucesso organizacional, após a fundação dos mesmos?

A atividade do Núcleo de Santarém objetiva apoiar todo o tecido empresarial da Região Ribatejana, mais precisamente do Distrito de Santarém, gerando mais qualificações e valorizando competências. O tecido empresarial da indústria nesta região é muitíssimo diversificado, abrangendo pequenas oficinas associadas a processos de maquinação convencional e tratamento de superfícies, unidades de produção de semirreboques, associadas à maquinação programada (CNC), muitíssimas pequenas, médias e grandes empresas ligadas ao setor agrícola e agroalimentar, exploração de pedreiras, produção de papel, todas elas com necessidades enormes nos domínios da manutenção, de máquinas e equipamentos, eletricidade, hidráulica pneumática, segurança e higiene e mesmo no desenvolvimento das soft skills dos seus recursos humanos a par de unidades industriais de elevada dimensão, as quais operam nos domínios da engenharia e produção de moinhos eólicos, a quem são disponibilizadas qualificações, designadamente nas áreas da manutenção industrial, soldadura, com certificação reconhecida internacionalmente.

Neste contexto é de relevar a circunstância da oficina de soldadura deter reconhecimento como ATB – Authorized Trainnig Body, no âmbito EWF e IIW, federações europeia e internacional no domínio da soldadura, proporcionando formação de acordo com os mais elevados padrões internacionais nesta área, e por isso conferente competentes certificações premium em termos internacionais. Neste momento essa

Sensibilizar para a importância da Formação

secção encontra-se em fase de adaptação para vir a operar como Oficina Individual de Formação (OIF - Soldadura), projeto pioneiro no CENFIM, e em termos nacionais.

O Núcleo de Sines e o seu polo de Grândola, abrangem, em termos territoriais, os concelhos de Odemira, Sines, Santiago do Cacém, Grândola e Alcácer do Sal, tendo as respetivas atividades iniciado no final do ano de 2008, em Sines, tendo-se procedido ao arranque do Pólo de Grândola, em fevereiro de 2018.

A relação com as empresas tem vindo a ser uma prioridade de atuação, havendo já a registar colaborações muito interessantes. Especial destaque merecem as ligações a empresas do complexo petroquímico em Sines, designadamente nos domínios das qualificações desenvolvidas na soldadura, (chapa e tubo/pipping), manutenção industrial, segurança e higiene, diretivas SEVESO, ATEX, trabalhos em altura. Destaque-se igualmente o apoio às empresas da região que operam na área da prestação de serviços de manutenção ou no ecossistema logístico associado ao Porto de Sines, as quais têm vindo a ser apoiadas através de uma disponibilização alargada de qualificações nos domínios da manutenção de máquinas e equipamentos, mecatrónica, eletricidade, eletrónica, hidráulica e pneumática, bem como operação com empilhadores. No concelho de Grândola, o foco têm sido o apoio à indústria aeronáutica, todavia já com ramificações no apoio a empresas situadas no Pólo Aeronáutico de Évora, por via de disponibilização de um conjunto de qualificações nas vertentes técnicas da mecatrónica, maquinação programada e convencional. Este conjunto de parcerias têm permitido posicionar o Núcleo como uma plataforma de desenvolvimento local, articulando produção, educação/formação. ▪

ONúcleo de Torres Vedras tem participado nos Campeonatos Regionais, Nacionais, Europeus e Mundiais das Profissões (EUROSKILLS e WORLDSKILLS), tendo obtido diversas medalhas. Para este Núcleo e para o CENFIM, em que é que se traduzem estas conquistas?

Com a participação nos Campeonatos, pretende-se aferir a eficácia da Formação Profissional ministrada, e, simultaneamente, induzir fatores de crescente qualidade, inovação e criatividade nos processos de ensino-aprendizagem. Os resultados alcançados, possibilitam-nos, sensibilizar os jovens para a importância da obtenção de uma qualificação profissional com padrões de excelência, e dinamizar o intercâmbio científico e tecnológico, mas também social e cultural, entre os técnicos de formação, operadores de formação e empresas.

Para além de sensibilizar os jovens, famílias, empresários e população em geral, para a importância da Formação como fator de aprendizagem ao longo da vida, de desenvolvimento pessoal, de promoção da inovação, de crescimento económico e coesão social, potenciando uma divulgação mais forte da nossa oferta formativa. ▪

ONúcleo dos Arcos de Valdevez nasceu em 2005 com o objetivo de apoiar e fomentar o desenvolvimento das empresas que se instalaram na região. Assim, de que forma, o projeto, tem respondendo às necessidades de mão de obra qualificada?

Desde que iniciamos até à data já qualificamos cerca de 900 profissionais (Jovens/Adultos) nas saídas profissionais de apoio à Indústria Metalúrgica e Metalomecânica.

As empresas, para além de precisarem de mão de obra qualificada, também precisam de formar/qualificar os seus colaboradores e o Núcleo tem realizado formação à medida das suas necessidades. Construindo juntamente com a empresa, programas, conteúdos e duração que cumpram os requisitos dessas necessidades.

Prestamos serviços de formação às empresas nas seguintes áreas de formação: Maquinação (CNC e Convencional); Mastercam; Eletricidade; Automação Industrial; Eletromecânica de Motores; Pneumática; Hidráulica; Desenho (CAD); Metrologia; Informática; Ferramentas da Qualidade; Higiene e Segurança; Metodologia 5S; Normas da Qualidade; Trabalho em Equipa; Liderança; Gestão do Tempo; Segurança na operação de Empilhadores, Stackers, Pontes Rolantes; entre outras.

As instalações do Núcleo da Marinha Grande estão perfeitamente adaptadas ao contexto industrial, uma vez que pretendem simular uma empresa o mais verdadeiramente possível. Em que medida, a qualidade deste espaço, permite a quem o procura encontrar uma formação especializada e focada no conhecimento e nas competências técnicas e sociais?

A rápida evolução técnica e tecnológica, com as empresas industriais na dianteira desse desenvolvimento, indica-nos que o futuro já não dependerá tanto deste ou daquele equipamento/máquina, mas sim do que com elas se conseguir fazer. Na utilização de máquinas híbridas que envolvam várias tecnologias de produção, na capacidade de integrar essas mesmas tecnologias em processos e ciclos produtivos mais complexos, mais curtos, e de maior rigor dimensional. Na integração da inteligência artificial, no desenvolvimento dos softwares de conceção e gestão de processos e de produção integrada e em rede, na fabricação aditiva e impressão 3D em escala e de alta resolução, juntando novos e diversificados materiais. Para isso foi implementado um inovador conceito pedagógico de formação técnica – Oficina Individual de Formação – na área oficinal de Maquinação e Programação CNC, o que levou a uma total alteração do Layout oficinal, tornando-o mais adequado, flexível e apelativo para o processo de aprendizagem. Criou-se a área laboratorial de impressão 3D (polímeros e fusão a laser de pó metálico), fazendo desta tecnologia a articulação em complementaridade com a área do desenho, do pro- jeto e da modelação, e consequentemente com a produção, nomeadamente, a Eletroerosão; podendo-se antecipar a visualização de peças/ objetos que se querem fabricar/ construir. Pretende-se despertar nos Formandos a curiosidade, a criatividade, a autonomia, a capacidade de realizar, desenvolver o espírito crítico construtivo e reflexivo. Mas também na oportunidade de acompanhar o fenómeno da transformação digital, seja nos contextos industriais, com o apetrechamento tecnológico para nos aproximar da Indústria 4.0, seja na educação digital em larga escala, na expectativa que a mesma possa ser acompanhada com novas estratégias pedagógicas: mais modernas, mais compreensíveis, mais comunicacionais, mais atrativas para os indivíduos. As fortes mudanças no meio envolvente das empresas numa sociedade digital e onde a comunicação é instantânea, implicam, cada vez mais, estruturas organizacionais flexíveis. Assim são também os espaços oficinais, laboratoriais e de inovação de um Núcleo de formação do CENFIM. Onde se proporciona um ambiente aberto e criativo, com Formandos empenhados e comprometidos, responsáveis e autónomos, mas, simultaneamente, que trabalhem em equipa e para a equipa, empreendedores e com sentido crítico, onde o desenvolvimento de competências técnicas (umas especializadas e outras transversais) são condição necessária, mas não suficiente. O CENFIM não Forma e Qualifica apenas Indivíduos, o CENFIM preocupa-se genuinamente com as Pessoas. Ajudando-as a crescer, a terem “sonhos” e objetivos, a fortalecer as suas Soft Skills. ▪

Sendo Lisboa uma área com maior densidade de empresas do país, de que forma este Núcleo tem investido na valorização das competências técnicas e pessoais dos formandos, para que estes, posteriormente, apoiem e promovam o sucesso dessas mesmas empresas?

A região onde se insere o Núcleo de Lisboa do CENFIM, pela sua grande dimensão e heterogeneidade de empresas, com dinâmicas e características próprias, não apenas na sua dimensão, mas também nos diversos subsetores de atividade, coloca-nos o desafio de adequar a nossa oferta a públicos alvos distintos.

Esses destinatários tanto são os trabalhadores das empresas, parceiros sempre ativos e essenciais ao desenvolvimento das nossas ações, como jovens ou adultos que procuram novas qualificações ou o aperfeiçoamento das suas atuais valências. Procuramos intensamente criar, desenvolver e oferecer programas formativos que se adaptem a diferentes públicos, promovendo a inovação técnica e pedagógica, procurando acompanhar a evolução do contexto tecnológico das Empresas na região onde estamos inseridos.

Todo o nosso processo formativo se centra na pessoa, na sua valorização profissional e pessoal, tendo a convição de que no nosso setor de atividade, se encontra e concretiza o futuro.

A grande empregabilidade que a região proporciona permite adequar o perfil dos nossos formandos às principais características e necessidades das empresas que os acolhem no período de prática em contexto de trabalho, fazendo com que todos se sintam valorizados e mantendo a proximidade entre os diferentes parceiros envolvidos neste processo de formação.

A proximidade que procuramos estabelecer com as empresas da região incentiva a nossa evolução e a aposta no desenvolvimento e inovação técnica e pedagógi- ca, procurando acompanhar o progresso do contexto tecnológico das Empresas. A nossa oferta compreende para além dos percursos habituais, de formação presencial de grupos, uma oferta que designamos por Oficina Individual de Formação neste momento na área da maquinação e programação CNC que permite que cada formando possa escolher o seu horário de formação, progredir ao seu ritmo de forma autónoma e individualizada, utilizando recursos inovadores, baseados em contextos reais de fabrico, que são introduzidos através de casos de estudo e kits práticos. Procuramos ainda proporcionar aos nossos formandos experiências diferenciadoras que podem passar por visitas técnicas a empresas, encontros técnicos, estágios internacionais ao abrigo do programa ERASMUS, execução de projetos finais de curso em parceria com as empresas, estimulando assim a realização de atividades distintas que se pretende possam contribuir para a sua progressão enquanto futuros profissionais.

Também através dos nossos formadores, muitos deles provenientes e no ativo nas empresas do nosso setor, permite que através do seu contributo e incentivo para o enriquecimento de conhecimentos dos nossos formandos, se efetive uma maior aproximação à realidade do mercado de trabalho.

A formação que realizamos à medida das empresas é uma das valências com maior expressão no Núcleo de Lisboa e tem contribuído para proporcionar um espaço de partilha entre formandos, formadores e empresas e integração de conhecimentos técnicos atuais e inovadores que visam reforçar as competências dos adultos que se encontram no ativo.

Procuramos que todos se sintam valorizados e trabalhamos todos os dias para que a região onde nos encontramos seja mais um fator agregador e estimulante para o sucesso da nossa atividade formativa. ▪

ONúcleo do Porto tem a particularidade de ser o único do CENFIM que, no norte do país, está dotado de uma oficina de refrigeração e climatização. O que é que este fator distintivo significa, para os formandos e para a região?

As áreas de Refrigeração e Climatização e Gás estão em crescente expansão, tanto no segmento empresarial como doméstico. Por esse motivo, é da maior importância qualificar jovens e adultos, ou requalificar os profissionais, com competências que lhes permitam fazer face às exigências destas áreas e aos últimos desenvolvimentos técnicos e tecnológicos. O Núcleo do Porto dispõe e aposta muito na sua oficina, dotada de uma diversidade de modernos equipamentos, com o apoio da ARISTON, proporcionando aos formandos o contacto com tecnologia de última geração e uma formação prática de qualidade.

Está reconhecido pela DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia para a formação dos cursos de Técnico de Gás, Instalador de Redes de Gás, Soldador de Cobre e Polietileno e Instalador de Aparelhos a Gás. Ministra, ainda, cursos de Manuseamento de Gases Fluorados e de Técnico de Refrigeração e Climatização que dá acesso à credenciação de TRM. Deste modo, o Núcleo do Porto contribui para a qualificação da população da região e o desenvolvimento das empresas do Sector Metalúrgico, Metalomecânico e Eletromecânico e de outros Sectores como a saúde, hotelaria, restauração, transportes e armazenagem.

O resultado atingido no WorldSkills 2022, na Alemanha – Vice-Campeão do Mundo em Refrigeração e Ar Condicionado, é uma boa demonstração do know-how e da excelência da nossa formação. Por último, importa referir que a atuação do Núcleo do Porto não se esgota na Refrigeração e Climatização, colocando, anualmente, no mercado de trabalho formandos com qualificações nas áreas de Manutenção Industrial/Mecatrónica, Eletricidade, Automação e Robótica, Desenho/CAD, CNC, Soldadura e Serralharia. ▪

Quão legítimo é afirmar que o Núcleo de Oliveira de Azeméis veio colmatar a necessidade de mão de obra qualificada e especializada não só nesta região, que é fortemente industrializada, como nas proximidades?

Em fevereiro de 1987, quando o Núcleo foi criado, iniciámos a nossa atividade com as primeiras formações direcionadas especificamente à área dos moldes. 36 anos volvidos, desenvolvemos agora formação em áreas mais abrangentes, formando técnicos em diversas profissões ligadas à indústria em geral e, em particular, à Metalomecânica.

Desde a nossa criação, até ao final de 2021, passaram por nós cerca de 27006 formandos, em 2030 ações realizadas. O plano de formação é definido em função do levantamento de necessidades de formação, efetuado diretamente às empresas da região, o que nos permite ir ao encontro das necessidades locais. A flexibilidade de adequar a nossa oferta às expetativas das empresas é uma das nossas principais vantagens.

O CENFIM tem contribuído, em quantidade e qualidade, para a mão-de-obra qualificada na indústria, da região. Colocamos todos os anos no mercado de trabalho, vários profissionais, pese embora o facto de não conseguirmos dar resposta a todas as solicitações, atendendo à carência sentida, a nível nacional, do tipo de profissionais que formamos.

Neste sentido, acolhemos a maior academia de formação CNC em Portugal, parceria com a HAAS, com mais equipamentos (9 centros de maquinação) e, consequentemente, melhores condições para a aprendizagem, trazendo relevantes vantagens tecnológicas, não apenas para o CENFIM, mas para Portugal, num contexto de enorme destaque no âmbito da tecnologia Industrial e da inovação. ▪

No que diz respeito à qualidade, ambiente e segurança, de que forma o CENFIM tem cumprido os seus objetivos, garantindo a conformidade legal e normativa da sua atividade?

O CENFIM é uma organização certificada nos referenciais de Qualidade (NP EN ISO 9001:2015), Ambiente (NP EN ISO 14001:2015), Segurança (ISO 45001:2018), Gestão Pessoas (NP 4427:2018) e Responsabilidade Social (NP 4469:2019).

Acompanhamos a eficácia dos processos em vigor através da interpretação de resultados e reflexão sobre as tendências, com objetivo de reajustar estratégias em prol dos objetivos globais serem totalmente concretizados e até excedidos Realizamos a verificação de conformidade face à legislação aplicável ao CENFIM e na eventualidade de ser necessário desenvolver planos de ação no sentido de atingir a conformidade, são imediatamente desenvolvidas pela equipa.

O sucesso das auditorias de 1º parte (internas) 2ª parte (fornecedores) e 3ª parte (externas), de transição, renovação ou acompanhamento, agregada à inexistência de coimas, contraordenações ou inspeções, transmitem a confiança ao CENFIM sobre o cumprimento dos seus objetivos, garantindo a conformidade legal e normativa da sua atividade, no diz respeito à qualidade, ambiente e segurança.

Face à sua experiência, como define esta que é uma entidade com responsabilidade social?

O seu compromisso com a Responsabilidade Social é mais profundo, está intrínseco à cultura da empresa, à atividade que desenvolve. Na formação de gerações com a partilha do saber com todas as partes interessadas, na orientação de carreiras, desenvolvendo pessoas habilitadas e felizes, realizadas profissionalmente e com um futuro auspicioso. Declarado expressamente na Missão, Visão e Política CENFIM.

Avaliamos o nosso desempenho também com base na não existência de reclamações das partes interessadas relevantes, nem de ordem legal, financeira ou social passível de influenciar a organização.

Promovemos atividades internas como a realização de simulacros de Responsabilidade Social ou o desenvolvimento do Programa de Promoção da Saúde Mental, em 2021. Participamos nos programas Erasmus, Euro Skills e WorldSkills. Envolvemos a equipa na formação Igualdade de Género no Trabalho e no Emprego promovido pelo IEFP-NAU e celebramos dias especiais, como o Dia da Mulher.

Colaboramos com organizações, como Amnistia Internacional, a Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas, na iniciativa Melhores Fornecedores RH, a MAKE-A-WISH, a E-CYCLE na Campanha de Recolha de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos, a Ordem dos Psicólogos na iniciativa Healthy Workplaces Awards, com a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego no Projeto IGUALPRO: As Profissões Não Têm Género.

Ser uma entidade com Responsabilidade Social, é desenvolver ações voluntárias para beneficiar todas as partes interessadas, alicerçadas por valores, princípios e condutas que promovem o bem-estar de todos, quer no benefício da sociedade, mas também do meio ambiente. Assim é o CENFIM. ▪

JOSÉ NOVAIS DA FONSECA, DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE PROJETOS DESDE 2011

Como analisa o caminho do CENFIM no que diz respeito à formação? O que é que, na sua perspetiva, urge aprimorar atualmente? Responder a esta questão sugere que se comece por distinguir a Formação Profissional, enquanto instrumento para a qualificação, do que é o ensino regular. Preparar as pessoas para a vida ativa, dotando-as de competências e atitudes é muito diferente de prover conhecimentos de modo mais abstrato. E estas distintas abordagens definem-se logo na missão das organizações de ensino. Numa escola, o ‘cliente’ é o estudante e esse contrato termina assim que a sua estadia académica cessa também. Num Centro de Formação como o CENFIM o ‘cliente’ são as empresas, que fundam o mercado de trabalho, o beneficiário é o formando, e o contrato de formação só é plenamente sucedido depois da integração do formando no mundo do trabalho. Aqui, o processo formativo, sendo o centro da nossa ação, toma um papel instrumental, tudo o que ensinamos visa o alcance das necessárias qualificações para a integração e o sucesso profissional dos nossos formandos.

Esta visão, distinta da visão ‘escolar’, obriga-nos a olhar para fora. Não é possível cumprir o desiderato da qualificação profissional, se não conhecermos profundamente o mercado de competências onde a mesma se irá inserir. Para simplificar diria que ao desafio pedagógico se têm sempre somado os desafios de natureza técnica. Num sector industrial (a metalomecânica) com forte matriz tecnológica é fundamental que o Staff do CENFIM domine as suas capacidades técnicas (o saber-fazer) para depois as poder partilhar através dos processos de geração de conhecimento.

Sabemos que o mundo de hoje é veloz, com inovações constantes. Assim, de que forma o CENFIM tem inovado os seus processos e metodologias de formação?

Os Projetos, enquanto espaços de gestão de trabalho onde são assumidos compromissos de recursos e de calendários de execução, adequam-se aos picos de mudança e têm sido um instrumento importante, na medida em que nos deslocam das nossas zonas de rotina para um território mais fértil de ideias e oportunidades. Desde 1989 que o CENFIM tem desenvolvido e participado em projetos técnicos e pedagógicos, internos e com entidades externas, na maioria dos casos, internacionais, e que hoje ultrapassam mais de uma centena. Alguns determinantes para um salto significativo dos nossos processos técnicos e pedagógicos. Poderia evocar um vastíssimo número de projetos de inovação que temos pela frente, mas optarei pelo domínio da Educação Digital. Esta tem de ser considerada como mais que um mero slogan ou a aquisição massiva de equipamentos e infraestruturas digitais. Em primeiro lugar, consideramos que ela deve começar pela nossa própria transição digital. A mudança faz-se sempre de dentro para fora. Isto implicará fortes desafios, ao nível do alargamento das nossas competências, mas também com projetos de desenvolvimento que visarão implantar e integrar novas tecnologias, como a cibernética ao nível dos nossos contextos oficinais, o desenvolvimento de recursos digitais interativos e a inclusão de soluções de realidade aumentada e de inteligência artificial para apoio à aprendizagem, ou a continuação no investimento nas tecnologias emergentes, ao nível da maquinação CNC, da robótica colaborativa ou da fabricação aditiva, para trazer apenas alguns exemplos. ▪

Como nos pode descrever a evolução do Núcleo de Ermesinde e da sua importância para as empresas do setor metalúrgico e metalomecânico da região?

O Núcleo de Ermesinde, tem sedimentado a sua posição nas áreas da Maquinação/Programação CNC e Mecatrónica Industrial. Nos últimos 4 anos realizamos uma forte aposta na área da Soldadura e Projeto Modelação CAD, assim como em novas áreas como a da Impressão3D (manufatura aditiva de metal e polímeros), Scanner 3D, Metrologia e Robótica Industrial.

Através de uma imagem atrativa, de novos equipamentos de base altamente tecnológica, aumentamos significativamente a oferta formativa e o número de formandos.

O CENFIM aposta e investe, de forma estruturada, nas pessoas, em novos modelos de formação e nos equipamentos, porque as empresas e o mercado assim o exigem.

O recente título de Campeões Mundiais em Projeto CAD demonstra bem a qualidade da nossa formação. A nossa alta taxa de empregabilidade representa, inequivocamente, a nossa importância para as empresas do setor da Metalurgia e da Metalomecânica. Não somos somente o Centro de Formação de Excelência do setor, mas também o parceiro no desenvolvimento de soluções e na atração de investimento e capital estrangeiro ou nacional para a região. ▪

Quão importante tem sido a atuação do CENFIM em Amarante e a sua interatividade com as empresas da região?

Foi a importância do Setor Metalúrgico e Eletromecânico no desenvolvimento económico da Região entre Douro, Tâmega e Sousa que levou à implementação do Núcleo de Amarante, em 2008. Respondemos às empresas na promoção e na absorção das inovações técnicas e tecnológicas, na racionalização dos seus processos produtivos e no investimento na qualificação técnica e profissional dos seus Recursos Humanos, pela via da Formação/ Qualificação.

A interatividade com as Empresas da região, assim como a proximidade e a especialização das equipas de formação, potencializam as capacidades formativas.

Existem várias empresas do setor que têm equipas totalmente formadas no CENFIM. Todos na vanguarda do conhecimento e tecnologicamente atualizados. É esse o caminho, porque vão sempre surgindo novos equipamentos, novos softwares, novas técnicas, fazendo todo o sentido termos formações que procurem criar valor acrescentado.

A nossa oferta formativa tem sido sempre alinhada com as reais necessidades do mercado de trabalho. Temos, à data, mais de 300 solicitações de recrutamento de recursos humanos qualificados por parte das empresas da nossa região, sendo o maior número de pedidos de sempre do Núcleo de Amarante. Reflete que o setor está muito ativo, empregador, mesmo com os grandes constrangimentos que está a atravessar. ▪

Osucesso organizacional pode definir-se através de inúmeros conceitos, valorizando, acima de tudo, o Capital Humano. De que forma os Recursos Humanos têm sido um dos pilares por detrás do sucesso do CENFIM?

O principal desafio é fazer com que todos os pilares que sustentam a operação do CENFIM funcionem de forma sincronizada para o alcance dos objetivos.

É inegável a centralidade dos recursos humanos no CENFIM. Mais destaque assume o tema quando se fala de um centro protocolar que é criado com o propósito de formar recursos humanos do setor da metalurgia e metalomecânica pois a parte substantiva da geração de valor tem a sua produção intensiva em pessoas. Assim é fundamental que as nossas pessoas estejam cientes do seu papel de enorme relevo e se sintam valorizadas por isso.

O CENFIM pela sua cultura de responsabilidade social e compromisso com a sustentabilidade, gere o seu capital humano sob os princípios de responsabilidade e da conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar, valorizando a gestão centrada nas pessoas, no talento e na liderança ética, envolvendo todos os níveis hierárquicos para a consubstanciação de uma cultura organizacional equitativa, motivadora e inclusiva, nomeadamente quanto à integração e desenvolvimento de pessoas e à prevenção de diversos desafios à estabilidade do ambiente de trabalho.

Sem pessoas, não há organização. Por esse motivo é necessário investir no seu desenvolvimento, motivação e crescimento. Em que medida o CENFIM tem apostado nestas três vertentes?

É evidente no CENFIM o papel estratégico que as pessoas possuem para a consecução dos objetivos do CENFIM. Assim, trabalhar continuamente a boa gestão de pessoas, identificar as suas capacidades e potencialidades, proporcionar condições de evolução, contribuirá certamente para um melhor desempenho do CENFIM. Com a motivação e comprometimento de todos, Diretores, Formadores e Técnicos é inegável a geração de confiança na comunidade formada no CENFIM, visível em primeira linha na interação sustentável e recíproca com formandos, pais e responsáveis.

Tudo isto é feito através da perpetuação do propósito e dos valores do CENFIM, promovendo um ambiente aberto ao diálogo, respeitoso e inclusivo.

A gestão dos recursos humanos no CENFIM como um dos pilares da ação da gestão propriamente dita, tem limitações decorrente do estatuto de Entidade Pública Reclassificada, nomeadamente no recrutamento e seleção ou políticas de remuneração. Contudo, é possível gerir em áreas não menos importantes e estratégicas para a organização como a comunicação, a motivação ou a formação. ▪

ODepartamento de Formação tem sido, ao longo de mais de três décadas, uma «base de ferro» e um importante alicerce na história do CENFIM. Como verifica a evolução e consolidação desta formação até ao momento?

O Departamento de Formação (DF), é uma peça estruturante que, contudo, atua integrada e que tem nos 13 Núcleos do CENFIM, os verdadeiros obreiros da atividade, cujos números, ao longo destes 38 anos, refletem a nossa dinâmica operacional, nomeadamente: 33 mil empresas, 24 mil ações, 325 mil formandos e mais de seis milhões de horas de formação.

São da responsabilidade do DF, a Orientação Profissional, a Conceção dos cursos e recursos pedagógicos, o Planeamento e Controlo da Formação e Avaliação e Certificação, garantindo ainda os processos de cofinanciamento da atividade junto ao Fundo Social Europeu (FSE), procurando sempre, uma adaptação ao contexto do mercado e às exigências do financiamento.

Quão importante é, para o Centro, poder afirmar que tem uma elevadíssima taxa de empregabilidade de 95%?

Quando, por força da pandemia, ouvíamos as notícias sobre a disputa para se conseguir obter as vacinas do Tipo A, que tinham um efeito de proteção de 91% contra a vacina do tipo B, com apenas 63%, estes dados relevam e justificam a procura pelas mais apropriadas e eficazes. Por analogia, a taxa de empregabilidade, tem o mesmo efeito. Considerando que o CENFIM, foi criado pelas Empresas e para as Empresas, através das suas Associações Setoriais, para responder às necessidades de formação e requalificação dos Recursos Humanos, percebe-se a importância da taxa de empregabilidade. Neste contexto, quando a taxa de empregabilidade é de 95%, infere-se que a Formação vai ao encontro das necessidades do mercado, sendo importante para: as Empresas que acolhem recursos humanos qualificados; para os Formandos, pela empregabilidade, e também para o CENFIM, porque vê reconhecido que o investimento público efetuado tem a desejada aplicabilidade e retorno direto para o mercado e para a sociedade. ▪

ONúcleo da Trofa mantém uma parceria com mais de 400 empresas da região. Esta proximidade tem sido primordial no sucesso do projeto? De que forma?

O Núcleo de Trofa iniciou a sua atividade em 1988 e tem o seu âmbito de atividade na zona do Vale do Ave, composta maioritariamente por um tecido empresarial de empresas do sector da Metalurgia e Metalomecânica.

A proximidade com as empresas tem sido primordial para o sucesso do projeto deste núcleo. Periodicamente realizamos junto das empresas levantamentos de necessidades formativas que nos orientam para a definição dos nossos planos de formação, respondendo efetivamente às suas necessidades e garantindo 100% de empregabilidade aos nossos formandos.

Para além da formação de catálogo, o contacto com as empresas permite identificar necessidades pontuais e emergentes de formação, proporcionando às empresas a realização de prestações de serviço de formação à medida. Este núcleo desenvolve a sua atividade maioritariamente nas áreas de formação da Maquinação e Programação CNC, Desenho e Projeto de Construções Mecânicas, Manutenção Industrial/ Mecatrónica, Soldadura, Serralharia e Montagem de estruturas Aeronáuticas entre outras. ▪

Quais têm vindo a ser os grandes objetivos do CENFIM para os Núcleos de Peniche e das Caldas da Rainha?

Os contextos sociais e económicos dos dois Núcleos são muito diferentes pelo que os objetivos e a estratégia para os alcançar também o têm sido.

No Núcleo de Peniche temos apostado mais em cursos para jovens, de conteúdos diversificados e abrangentes, que permitem maior polivalência profissional e elevada empregabilidade.

Está previsto para 2023 um investimento nas instalações do Núcleo, com o objetivo de torná-las mais confortáveis e atrativas, e a aquisição de equipamentos didáticos compatíveis com os desafios que a transição digital e ambiental da economia trazem ao contexto laboral.

O Núcleo de Caldas da Rainha, para além dos jovens, tem direcionado muita da sua atividade formativa para adultos e empresas. Como não existe uma indústria predominante na região, para responder às necessidades de formação, tem vindo a capacitar-se em várias áreas técnicas, com destaque para a Soldadura, Serralharia, Eletricidade, Automação Industrial e Infraestruturas de Telecomunicações em Edifícios e Urbanizações (ITED e ITUR). Realça-se o facto de ser o primeiro Núcleo do CENFIM a obter a certificação da ANACOM como entidade formadora e a única na sua área de intervenção. Pretende-se desenvolver a capacidade formativa na área da Programação e Maquinação Assistida por Computador, estando previsto para 2023 a aquisição de mais uma fresadora CNC.

Apesar das suas diferenças os Núcleos de Peniche e Caldas da Rainha têm um objetivo comum, afirmar-se como o estabelecimento de ensino/formação tecnológico de referência dos seus concelhos e contribuir para o desenvolvimento económico e social da região. ▪

Considera que a casa CENFIM (para todos os Colaboradores) e escola (para todos os que optam por aqui aprender) de integração no mercado de trabalho é singular e distinto? Que fatores fomentam esta ideia?

A resposta a esta questão é simples, claro que considero. Existem vários fatores que provam que efetivamente o CENFIM é singular e distinto na integração no mercado de trabalho dos seus formandos. O principal fator é sem dúvida a elevada percentagem de empregabilidade, próxima dos 100%. A procura que existe no mercado de trabalho por formandos do CENFIM ultrapassa a disponibilidade de formandos existentes neste centro de formação. Outro fator relevante é o investimento constante em novas tecnologias, que nos permitem ter formandos aptos a uma integração imediata nas empresas, com capacidade de contribuírem, de uma forma imediata, para o aumento da sua produtividade.

Já do ponto de vista do mercado, o que tem significado a atuação do CENFIM ao longo dos tempos?

Hoje em dia, no mercado de trabalho, tudo muda muito rapidamente, tanto no aparecimento de novas tecnologias e a obsolescência de outras como no aparecimento de novas exigências ao nível dos recursos humanos, tais como a formação à distância. Este novo paradigma, traz-nos novos desafios, oportunidades, mas também obstáculos e dificuldades que, em conjunto com as empresas, temos que ultrapassar com o objetivo final de conseguir atrair recursos humanos qualificados para o nosso setor.

O setor metalúrgico e metalomecânico é um setor que nos últimos anos tem tido um forte crescimento. Para isso, o CENFIM tem desempenhado um papel fundamental na formação de quadros técnicos, altamente especializados que trazem uma mais valia fundamental para o referido crescimento. A nossa formação é focada no cliente e orientada para o mercado. Por parte das empresas, verifica-se um aumento significativo da procura de formação à medida das suas necessidades, das prestações de serviços de formação, que comprovam o reconhecimento da qualidade e mais valia que trazem as formações efetuadas no CENFIM. ▪

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