mensagens Erros de Gestão Parabenizo a todos e a todas, pela edição 86 Jan/Fev de 2012 da RBA. Depois de ler o artigo sobre Gestão, levei para sala de aula para debater com os alunos. Aproveitei a oportunidade e informei o site do CFA para que eles tenham oportunidade de ler outras reportagens, principalmente sobre os temas “Estágio” e “Administrador do século XXI”. Excelente fonte de consulta para estudante e profissinais de administração. Parabéns a todos! Adm. Lúcio Mariano A. Melo (CRA-PB 001)
Correção
Observo que na pagina 44, da RBA nº 86, com o título ¨Números¨ o valor grafado omitiu três zeros (R$ 1.500.000.000,00), pois conforme o texto ¨O país poderá facilmente bater a marca de R$1,7 trilhão”. Dessa forma o título deveria ser: R$1.500.000.000.000,00. Adm. Claudio Raul Monteiro Realmente nosso leitor tem razão, faltaram os três zeros no valor indicado. A equipe da RBA agradece a correção.
Matérias heterogêneas
O recebimento da RBA me deixa sempre entusiasmada! Além das matérias heterogêneas, que envolvem diversos segmentos, deixando os leitores por dentro dos mais diversos ramos de negócios e oportunidades para empreender, gosto da seção “Conex@o”, que dá dicas de livros e filmes. Espero que mais matérias sobre “Cidades”, não só com as Capitais, mas com outros municípios, sejam publicadas porque proporcionam uma verdadeira viagem cultural, social e econômica. Parabéns a toda equipe do CFA por esse importante periódico! Valquiria Luiza Tafner Florianópolis (SC) Por conta das eleições municipais deste ano, deixamos de publicar a seção “cidades”. Após o pleito municipal voltaremos com assunto, levando em consideração a sugestão do leitor e nossa disponibilidade de espaço.
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Conteúdo de qualidade
A RBA jan/fev de 2012 está excelente. Vou utilizar muitos textos na sala de aula. Quero parabenizá-los pela qualidade do conteúdo e solicitar outros materiais que possa utilzar com meus alunos. Inclusive livros. Sou professora da matéria “Teorias Administrativas” da Universidade Federal do Piaui (UFPI). Maria Dilma Ponte de Brito Parnaíba (PI)
Caminhos da Administração
Minha RBA do bimestre está sendo entregue pelo motoboy em endereço errado. Recebi a mesma por acaso, pois desta feita devolveram para o correio, que fez a gentileza de me entregar no endereço certo. Aguardo providências e também quero parabenizar pelos assuntos que estão sendo abordadas nesta edição, princiaplmente, a matéria “Todos caminhos levam a Administração”. Kleber Rogerio do Prado Registro nº 6-000401 (CRA-SP) A Central de Atendimento ao Assinante da RBA está a sua disposição pelo telefone (61) 32181818, de 2ª a 6ª feira, das 8:30 às 12:00 horas e das 13:30 às 18:00 horas; ou pelo e-mail rba@cfa. org.br; ou nos escreva: SAUS Quadra 1 Bloco “L” Ed. CFA - Brasília/DF - CEP: 70.070-932.
RBA • Março/Abril de 2012
O Administrador do século XXI
Parabenizo esta revista pela maneira clara e objetiva com que tratou o tema “O Administrador do Século XXI”, sobre a Pesquisa nacional “Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho do Administrador”. Fiquei muito feliz ao saber que a pesquisa identificou a existência de um amplo mercado de trabalho para o Administrador. Outro aspecto da pesquisa que deixou-me entusiasmado, foi a constatação do Adm. Mauro Kreuz, presidente da Angrad: “A elevada e consistente demanda pelo curso e pelo profissional de Administração é sinal claro na busca por uma melhor gestão profissional em todas as dimensões, sejam elas organizacionais, sociais, públicas ou privadas”, Dulcinéia Aparecida de Jesus Uberlândia (MG)
Contribuição da RBA
Desejo externar elogios à louável e imprescindível contribuição da RBA no contexto da informação e divulgação da profissão de Administrador, sem dúvida uma parcela importante no universo de trabalho brasileiro. Ramires Souto Belém (PA)
facebook.com/cfaadm Ronise Mariane - Noossa!! a edição de janeiro/fevereiro ta boa demais! Todas são maravilhosas, mas essa trouxe um bolo recheado para todos os gostos. Parabéns! Ameii!
Crítica
Gostaria que RBA abrangesse mais reportagens sobre o tema “mercado de trabalho”. Minha crítica é que a publicação dá mais ênfase a assuntos relacionados com o empreendedorismo. João Batista Vergueira João Pessoa (PB) Procuramos atender nossos leitores, na medida do possível. Quando apresentamos matérias sobre empreendedorismo, o fazemos para acatar as sugestões apresentadas por nossos leitores. Nesta edição, por exemplo, você vai encontrar três matérias que, de alguma maneira, remetem ao tema mercado de trabalho:”Coaching, como acelerar resultados”, “A arte de liderar” e “Tenho um diploma: e agora?”.
Elogio
Sou leitor das edições da RBA e gostaria de parabenizá-los pela grande contribuição que toda a equipe da revista vem proporcionando para o engrandecimento de nossa profissão de Administrador. Giacomenes Lisbetto Jundiai (SP)
Hanna Ventura. Interessante Mônica Susmikt. Muito bacana!! Adriana França Cesario. Muito bacana mesmo!!!!
@cfa_adm Recebi mais um exemplar da #revista do #administrador. Agora ficar sempre atualizado no mundo da administração. @cfa_adm @marcosarl
Opinião do leitor RBA • Março/Abril de 2012
@cfa_adm a melhor materia da RBA 86! pic. twitter.com/YBFbTCDU @jfloriano
Cartas à Revista podem ser enviadas para SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília, DF, CEP 70070–932, para o e-mail: rba@cfa.org.br ou pelo twiter @cfa_adm.
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editorial
Sustentabilidade: um tema recorrente
O
Brasil vai sediar, em junho deste ano, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+20, ocasião em que líderes de 193 países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU), além de representantes das mais diversas instituições mundiais, se reunirão para discutir como podemos transformar a Terra em um lugar melhor para se viver. Neste evento deve ser dado o alerta feito pelo Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de que são bastante prováveis ocorrências de eventos climáticos extremos em várias partes do nosso planeta. A premissa do IPCC, aliada à tendência mundial que aponta para consumidores e investidores que buscam empresas socialmente responsáveis, aceleraram o senso de urgência nas organizações pela implementação da sustentabilidade na cultura e na gestão. Nesta edição, a RBA decidiu abordar novamente este assunto – tema recorrente e necessário – desta vez sob a ótica da Administração Sustentável. Falando em consumidor socialmente responsável, a RBA traz uma matéria sobre o Código de Defesa Consumidor, que no ano passado entrou na maioridade e está cada vez mais consolidada pela sociedade brasileira. Na entrevista deste bimestre, o Adm. Carlos Tilkian, presidente da Estrela, fala sobre o percurso desta grande indústria de brinquedos, que depois de perdas sucessivas no mercado – por conta da concorrência chinesa – deu a volta por cima e já começa a ver perspectiva de retomada do crescimento. A RBA ouviu também profissionais conceituados na área de etiqueta empreRBA • Março/Abril de 2012
sarial que dão preciosas dicas de boas maneiras e de respeito ao próximo. Além destas matérias, esta edição aborda ainda outros temas que interessam de perto aos nossos leitores: coaching, uma metodologia ainda recente, empregada para obter melhor performance dos recursos humanos da empresa; liderança na prática, cujos conceitos foram se aprimorando com o passar do tempo; o case do Chocolats Du Mond, o primeiro site do Brasil especializado na comercialização de marcas internacionais; e hackers, os piratas cibernéticos, que desafiam a inviolabilidade de dados de grandes conglomerados empresariais, bancos e sites oficiais de governos. Ainda nesta edição, registramos os depoimentos de três recém-formados que dão conselhos do que fazer após à graduação. Por fim, as seções oportunidades, conexão, notas, CFA/CRAS, cartas e recados dos leitores completam a edição.
Foto: Wellington Nascimento
Adm. Sebastião Luiz de Mello – Presidente do CFA
Boa leitura! 7
sumário
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ANO XXI – EDIÇÃO Nº 87 MARÇO/ABRIL DE 2012 Expediente Editor: Conselho Federal de Administração Presidente: Adm. Sebastião Luiz de Mello Vice-Presidente: Adm. Marcos Lael de Oliveira Alexandre
Conselheiros Federais do CFA 2011/2012 Adm. João Coelho da Silva Neto (AC), Adm. Maria do Rosário Feitosa Souza (AL), Adm. André Luiz Alves de Lima (AP), Adm Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues (AM), Adm. Ramiro Lubián Carbalhal (BA), Adm. Francisco Rogério Cristino (CE), Adm. Rui Ribeiro de Araújo (DF), Adm. Hercules da Silva Falcão (ES), Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva (GO), Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (MA), Adm. Hélio Tito Simões de Arruda (MT),Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS), Adm. Gilmar Camargo de Almeida (MG), Adm. Aldemira Assis Drago (PA), Adm. Lúcio Flavio Costa (PB), Adm. Sergio Pereira Lobo (PR), Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE), Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha (PI), Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade (RJ), Adm. Marcos Lael de Oliveira Alexandre (RN), Adm. Valter Luiz de Lemos (RS), Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO), Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho (RR), Adm. Saul Alcides Sgrott (SC), Adm. Adelmo Santos Porto (SE), Adm. Idalberto Chiavenato (SP), Adm. Renato Jayme da Silva (TO)
Composição das Câmaras Administração e Finanças Adm. Ramiro Lubián Carbalhal ����������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Lúcio Flávio Costa �������������������������������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. André Luiz Alves de Lima Adm. Paulo César de Pereira Durand Fiscalização e Registro Adm. Hércules da Silva Falcão ����������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Joel Cavalcanti Costa �������������������������������������������������������������������������������� Vice-Diretor Adm. Rui Ribeiro de Araújo Adm. Maria do Rosário Feitosa Souza Formação Profissional Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior ������������������������������������������������������������������ Diretor Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva ��������������������������������������������������������������������� Vice-Diretora Adm. João Coelho da Silva Neto Adm. Aldemira Assis Drago Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho Desenvolvimento Institucional Adm. Saul Alcides Sgrott ��������������������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Adelmo Santos Porto �����������������������������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. Renato Jayme da Silva Relações Internacionais e Eventos Adm. Sérgio Pereira Lobo �������������������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha ��������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues Adm. Francisco Rogério Cristino Comissão Permanente de Tomada de Contas Adm. Joel Cavalcanti Costa ����������������������������������������������������������������������������� Coordenador Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva ���������������������������������������������������������� Vice-Coordenadora Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha
Conselho Editorial
Para que uma empresa obtenha resultados econômicos satisfatórios, precisa reduzir os impactos ambientais e garantir a melhoria das condições sociais de todos os que estão, de alguma forma, envolvidos no negócio. A melhoria social está ligada ao bem estar dos funcionários, maior inclusão social da comunidade em que a empresa está inserida e ocompromisso dos fornecedores com práticas sustentáveis e satisfação dos clientes.
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Informática
Conselho de Publicações
Coordenação dos Conselhos Editorial e de Publicações
Adm. Saul Alcides Sgrott Coordenação Editorial. Editor–Executivo Jornalista Responsável. Revisão Projeto Gráfico Arte/Diagramação Fotolito/Impressão Tiragem
Produção
Via Brasília Adm. João Humberto de Azevedo Tânia Mendes – MT/3625/90 Rogério Márcio da Costa Alex Amorim e João Humberto de Azevedo (Via Brasília) Karen Rukat (Via Brasília) Gráfica Total Editora 117.000 exemplares
A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração, sob a responsabilidade do diretor da Câmara de Desenvolvimento Institucional, Adm. Saul Alcides Sgrott e da Coordenadora Técnica, RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA
Representação Comercial: Conecta Marketing Direto – Wladimir Reis Tel: (11) 4208-2883 E-mail: publicidade@cfa.org.br
Assinaturas
Setor de Autarquias Sul, Qd. 1, Bl. L, Ed. Conselho Federal de Administração Brasília–DF – CEP: 70070–932 Fone: (61) 3218–1818 – Fax: (61) 3218–1833 e-mail: rba@cfa.org.br Homepage: www.rbaonline.org.br
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ENTREVISTA
O Adm. CarlosTilkian, presidente Brinquedos Estrela, fala da estratégia adotada para enfrentar a difícil concorrência dos produtos chineses.
Prof. Adm. Idalberto Chiavenato Prof. Carlos Osmar Bertero Prof. Milton Mira de Assumpção Filho
Adm. Adelmo Santos Porto Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva Adm. André Luiz Alves de Lima Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha Adm. Joel Cavalcanti Costa
CAPA
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O termo hacker foi empregado originalmente, na década de 50, para definir pessoas interessadas por uma ciência que se iniciava: a informática. Com o tempo, o termo passou a ser vinculado a especialistas em computadores, que realizam alterações e adaptações em softwares e hardwares.
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Consumidor
O Código de Defesa do Consumidor, criado pela Lei 8.078, já está consolidado no Brasil e faz parte do dia a dia das empresas e dos consumodires e é muito respeitado por toda a sociedade. RBA • Março/Abril de 2012
Etiqueta
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Espécie de manual de boas maneiras e de respeito ao próximo, a etiqueta empresarial, de acordo com os especialistas do ramo, deve ser observada em diferenes situações por todos os profissionais, independentemente do cargo que ocupam nas organizações.
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Coaching é uma metodologia de aceleração de resultados que consiste no desenvolvimento de novas habilidades, aprimoramento de competências, desbloqueio de crenças limitadoras para definição de metas e alcance de resultados planejados. Para que isso ocorra são utilizadas ferramentas, métodos e técnicas de várias ciências: administração de empresas, psicologia, neurolinguística, neurociências, entre outras.
28 ARTIGO
O Adm. Carlos Alberto Julio, fala sobre o assunto “Como fazer nascer uma ideia realmente inovadora”.
Liderança
Os conceitos de liderança foram se aprimorando com o passar do tempo e, atualmente, os estudiosos reconhecem a importância e o valor de uma liderança orientada para o desenvolvimento das pessoas e das organizações.
Trabalho
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Em plena era da competição e do individualismo, três graduandos em Administração contam o que fizeram depois de formados para conquistar seu espaço no mercado de trabalho.
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Recursos humanos
Sucesso
A Chocolat Du Mond – primeiro site do Brasil especializado em marcas internacionais de chocolate – comercializa dezesseis marcas diferentes de trufas, bombons napolitanos e tabletes de diversos sabores provenientes de vários paises. RBA • Março/Abril de 2012
32 quiz
Neste teste você poderá fazer uma análise do quanto está por dentro do tema “Gestão Sustentável”.
44 ARTIGO
“Os concurseiros e o desperdício de talentos” é o tema que o Adm. Leandro Vieira discorre neste artigo.
48 Conexão
Conheça os livros que venceram o Prêmio Belmiro Siqueira – 2011 e confira os eventos, filmes e sites indicados pela redação da RBA.
52 Sistema CFA/CRAs
Informações sobre publicações do CFA e Programa de Apoio aos Conselhos Regionais de Administração (Proar), são algumas notícias do Sistema CFA/CRAs desta edição.
59 Notas Os 50 anos da Universidade Tiradentes (Unit) e Reconstrução do Japão, são algumas notas desta edição.
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entrevista
Por Tânia Mendes
Tradição, pioneirismo e
inovação Brinquedos Estrela: há 75 anos presente no imaginário de milhões de brasileirinhos.
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Foto: Arquivo Pessoal
e uma pequena fabricante de bonecas de pano e carrinhos de madeira instalada no bairro do Brás, em São Paulo, até se tornar a maior indústria de brinquedos do país, a Brinquedos Estrela vem trilhando o caminho da inovação e criatividade. Atualmente conta com a colaboração de 800 funcionários, chegando a cerca de 1,2 mil a 1,4 mil em períodos de pico de produção, geralmente a partir do segundo semestre. “A Estrela foi uma das primeiras companhias brasileiras a abrir seu capital”, observa o Adm. CarlosTilkian, presidente da companhia desde 1996. Ele começou sua carreira profissional como trainee da Gessy Lever – atualmente Unilever – e permaneceu nesta empresa por dezessete anos. Tilkian também exerce o cargo de vice-presidente da Fundação Associação Brasileira das Indústrias de Brinquedos (Abrinq) e é membro do conselho de administração da do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial (IEDI). Nesta entrevista ele fala sobre o percurso da empresa até se tornar esta grande indústria que já extrapolou as fronteiras paulistas e da estratégia adotada para enfrentar a difícil concorrência dos produtos importados da China.
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Qual é a origem da Manufatura de Brinquedos Estrela? A Estrela é uma tradicional fábrica de brinquedos do Brasil, e tem como símbolo uma estrela de quatro pontas. A empresa foi fundada em 1937, em São Paulo e em pouco tempo passou a ser uma indústria automatizada. Desde a primeira boneca, RBA • Março/Abril de 2012
a Estrela já produziu mais de 25 mil brinquedos diferentes, num total de mais de 1,2 bilhão de unidades distribuídas em todo o Brasil. É importante dizer que a Estrela imprimiu à sua marca qualidade, inovação e criatividade na produção e comercialização de brinquedos. Quais foram as principais dificuldades que o senhor enfrentou ao assumir o cargo de presidente? Quando assumi o cargo em 1996, meu principal desafio foi o de enfrentar a concorrência de produtos importados – principalmente da China. Até 1990, em uma economia fechada para produtos importados, o varejo era dominado pelos fabricantes brasileiros. Nossas indústrias não estavam preparadas para uma transição tão abrupta de uma economia fechada para a abertura do mercado. Isso foi feito sem planejamento nenhum e sem exigir reciprocidade das empresas estrangeiras que vieram se instalar no Brasil, sem dúvida um modelo vantajoso para a importação. Para que a Estrela pudesse enfrentar este desafio e continuar competitiva montamos uma equipe de profissionais muito eficientes. Outra estratégia foi reduzir os custos de produção, sem entretanto abrir mão da qualidade, e fabricar brinquedos mais baratos que pudessem competir com os preços dos produtos chineses que inundaram o mercado brasileiro. Além disso, passamos a produzir também na China. Essa estratégia foi acertada, em 2010, por exemplo, 40% do nosso faturamento veio de produtos fabricados na China. RBA • Março/Abril de 2012
Na lista de preocupações do setor, a concorrência de produtos chineses ainda persiste? É claro que sim. A perda de espaço e competitividade das empresas brasileiras fabricantes de brinquedos e de outros produtos em relação à China está ligada diretamente ao que se costuma chamar de “custo Brasil”: câmbio, impostos, juros, etc. o que pode representar até 80% da diferença entre os produtos asiáticos e os brasileiros.
Nossas indústrias não estavam preparadas para uma transição tão abrupta de uma economia fechada para a abertura do mercado. Isso foi feito sem planejamento nenhum
Por que a empresa resolveu expandir seu parque fabril para outros estados? Um dos custos industriais mais altos, além dos impostos, do câmbio e dos juros, é o frete, que no Brasil é basicamente
feito por transporte rodoviário. Desta maneira, tivemos que descentralizar a produção para reduzir custos. Assim, montamos nossa primeira fábrica no Nordeste, na cidade de Ribeirópolis (SE) e continuamos a produzir em Itapira (SP) e Três Pontas (MG). Quantos produtos integram hoje a linha de produção da Estrela e quais são os de maior sucesso até então? É de conhecimento de todos que somos a principal indústria brasileira de brinquedos, que produz e comercializa atualmente cerca de 520 tipos de produtos. De toda a linha de produção oferecida pela empresa, atualmente muitos deles são 100% nacionais, como a linha de bebês, jogos pré-escolares, brinquedos de massinha e a boneca Susi. Os brinquedos de maior sucesso são os das famílias das bonecas, dos jogos, das super massas e dos automóveis. A veterana boneca “Susi”, o “Meu Bebê”, o “Nenezinho” e a “Amiguinha”, são produtos de grande sucesso entre as meninas. O “Banco Imobiliário” – nas várias alternativas – o “Jogo da Vida”, o “Detetive” e o “Cara a Cara”, sao jogos muito procurados. A linha de “Autoramas” e “Ferroramas” são outros brinquedos de grande procura. É importanate frisar que a Estrela, nos anos 50, transformou o Dia das Crianças em tradição no Brasil. De que forma a presença da Estrela nas redes sociais impulsionou os negócios? Sem dúvida nenhuma a globosfera é uma frente de comunica11
entrevista
Como estão os planos para lançamentos de novos produtos? A cada ano renovamos entre 20% a 30% da nossa linha de brinquedos. Estes novos produtos, cerca de 200, são lançados na Feira Brasileira de Brinquedos (Abrin), que acontece geralmente no mês abril. Este evento é muito importante para dar visibilidade ao produto brasileiro, que concorre de frente com o produto chinês. Devo dizer, que o aumento do imposto de importação – que consideramos uma ação positiva do governo brasileiro – a meu ver produziu pouco efeito prático em razão dos ganhos que o câmbio proporcionam aos importadores. Como e quando são realizadas pesquisas antes do lançamento de um novo produto? A Estrela conta com uma equipe multidisplinar de 25 profissionais – administradores, pedagogos, costureiras, psicólogos, engenheiros, dentre outros – que testam e discutem cada novo produto. Somente depois de testados nos mais diversos aspectos – durabilidade, utilidade, dinâmica, riscos etc 12
– são encaminhados à linha de produção e distribuidos para comercialização.
De toda a linha de produção muitos deles são 100% nacionais, como a linha de bebês, jogos pré-escolares, brinquedos de massinha e a boneca Susi.
Foto: Divulgação
ção importante para atingir esse novo consumidor, portanto não poderíamos ignorar esta ferramenta. Desta maneira passamos a adaptar a lógica de brinquedos antigos para as redes sociais, como o jogo “Cara a Cara” no Facebook, ou do “Twitterama” para o “Autorama”. Breve estaremos utilizando um número maior de plataformas eletrônicas e digitais para alcançar os consumidores deste novo século.
Como a Brinquedos Estrela acompanha a evolução do mercado? Os tempos mudam, novos materiais são lançados no mercado e modernas tecnologias são apresentadas em ritmo cada vez maior e, é claro, temos que acompanhar essas mudanças. No início as bonecas eram de pano, depois vieram as de cerâmica, de plástico e, atualmente, de vinil. Os padrões de beleza também mudam radicalmente de tempos em tempos. Nos anos 40 e 50, por exemplo, era inadimissível uma boneca esguia, magrinha, mais fashion, como as que são produzidas hoje. Por outro lado, as tendências estão sempre se renovando. As meninas de 10 e 12 anos que antigamente brincavam de boneca, atualmente se interessam por outras coisas. Assim, tivemos que introduzir em alguns brinquedos o conceito arts and craft (arte e artesanato), visando este público que se interesa mais por produtos que estimulem mais a criatividade. Por outro lado, as novas tecnologias que a cada dia são lançadas no mercado nos obriga a inovar sempre. O senhor está otimista em relação às perspectivas do Brasil na área econômica? Apesar de faltar ao Brasil uma política de desenvolvimento industrial mais clara, objetiva e arrojada, eu estou otimista. E a prova disso, pode ser notada pela instalação da nova fábrica na Região Nordeste. Para este ano, pretendemos investir cerca de R$18 milhões em desenvolvimento de novos produtos, ações de marketing e pesquisa de mercado. RBA • Março/Abril de 2012
Por Tânia Mendes
internet
Piratas do milênio
V
ilões ou heróis, eles são invisíveis. Na última década proliferaram-se por todo o planeta, ou seja, por toda a globosfera. Denominados de hackers, esses novos “piratas” cibernéticos são capazes de invadir os sites mais seguros e protegidos, o que tem preocupado governos e instituições. Exímios na arte de entrar em qualquer setor da internet mundial, no Brasil as invasões mais recentes ocorreram nos sites do vice-presidente da República, no Blog do Planalto e no do Batalhão de Operações Especiais (BOPE-RJ). O termo hacker foi empregado originalmente na década de 50, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para defiRBA • Março/Abril de 2012
Foto: Shutterstock
Hackers: eles desafiam a inviolabilidade de dados de grandes conglomerados empresariais, bancos e sites oficiais de governos.
nir pessoas interessadas por uma ciência que se iniciava: a informática. A palavra originou-se do verbo inglês to hack – picar, dilacerar, cortar – mas pode significar também o ato de alterar alguma coisa que já está pronta ou em desenvolvimento, deixando-a melhor. Com o tempo, o termo passou a ser vinculado a especialistas em computadores, que conseguem realizar alterações e adaptações em softwares e hardwares. Para Luiz Vieira, especialista em Segurança da Informação, sócio-diretor da OYS Academy, é importante não confundir hacker com craker. “O hacker é o profissional ético, comprometido com o conhecimento e a segurança. Cracker é um termo vinculado ao criminoso que se uti-
liza de seus conhecimentos tecnológicos para realizar crimes”. Existem atualmente hackers de áreas diferentes – software, hardware, telefonia etc – mas os profissionais do ramo utilizam outras classificações, como Gray Hat, White Hat e Black Hat. De acordo com Vieira, essas três classificações seriam, respectivamente: o pesquisador, que de alguma forma tenta equilibrar os dois lados da balança, utilizando conhecimento de exploração de sistemas e mantendo a ética profissional; o profissional de Segurança da Informação, que precisa manter uma postura sempre ética; e o invasor, para quem não existe lei que regule suas atitudes a não ser aquela do submundo da tecnologia ou underground. 13
internet
Quem vai acreditar na segurança de uma instituição que foi invadida ou teve seu site derrubado?
Estratégias de ação
Um episódio explorado exaustivamente pela mídia mundial foi o que cobriu os ataques do grupo internacional Anonymous aos sites de bancos brasileiros. “Muitos não acreditaram na notícia”, diz Vieira, “mas o fato aconteceu. Além de causar prejuízos financeiros, isto afetou a credibilidade dos bancos. Quem vai acreditar na segurança de uma instituição que foi invadida ou teve seu site derrubado, ainda mais quando se trata daquele que cuida do nosso dinheiro?”. Para o especialista, em plena era tecnológica o prejuízo financeiro sempre é secundário, pois o que é afetado em primeiro lugar é a credibilidade, lado a lado com a disponibilidade, confidencialidade e integridade da informação. O Anonymous se autointitula um grupo internacional de hackers que atua em diversas frentes, defendendo causas em prol da sociedade. Vieira acredita, em parte, 14
na veracidade desta postura. “É indiscutível que há uma ideologia por trás dos atos do grupo, mas a grande questão é que muitos que participam das ações não podem ser considerados hackers e sim meros instrumentos para que o grupo realize os ataques, disponibilizando suas máquinas para que os verdadeiros responsáveis controlem-nas à distância”. Ações como manifestações públicas nas ruas, protestos e etc, na avaliação de Vieira, já não dão resultados: “Então esses grupos, que já fazem parte de uma nova geração, buscam outros meios de se manifestarem por seus ideais”. A tendência é de que esta prática aumente cada vez mais. E como alerta o especialista, “isso pode fazer surgir iniciativas de grupos brasileiros com os mesmos objetivos”.
Legislação
No Brasil, ainda não há legislação específica para punição a ataques e fraudes eletrônicas. “O que existe é um Código Penal obsoleto, com décadas de existência, quando nem se sonhava que todos teriam um computador em casa e acessariam seus e-mails andando na rua, ou fariam transações bancárias dentro do ônibus via smartphone”, disse Vieira. Ele chama a atenção para o fato de que há uma tentativa, sem sucesso, de “adaptar” de maneira capenga essas leis antiquadas a um novo paradigma que não tínhamos vivenciado até então: “Enquanto a geração tecnológica não assumir o poder público, pessoas de uma geração completamente analógica tentarão, sem sucesso, elaborar leis que já nascem obsoletas”, lamenta.
Por outro lado, as instituições brasileiras não dispõem de mecanismos e nem profissionais capazes de inibir este tipo de delito, além de não existir investimentos públicos nesse setor. “O Brasil ainda possui a postura de só tomar uma atitude quando o problema já está instalado, e isso também se reflete na área de segurança da informação. Os poucos profissionais capacitados, estão empregados em sua maioria em multinacionais e grandes empresas, enquanto as instituições públicas carecem de profissionais desse calibre em seus quadros, já que a proporção de profissionais de segurança da informação em instituições privadas é inúmeras vezes maior do que em instituições públicas”, critica o especialista. Ele argumenta que se fosse montado um adequado sistema de segurança de informação haveria a possibilidade de inibir ou reduzir esses ataques. “Uma infraestrutura bem organizada e com um bom sistema de contenção e proteção de perímetro pode ajudar bastante, mas nem sempre será capaz de mitigar ataques, principalmente quando falamos de ataques de negação de serviço, cujo objetivo é simplesmente derrubar um serviço, ao invés de invadi-lo”. E alerta: “Um bom sistema de segurança envolve a instalação, configuração e acompanhamento de programas, dentre os quais estão: sistemas de detecção de intrusão de hosts e redes; sistemas de prevenção de intrusão; firewalls; sistemas de monitoramento; antivírus; criptografia de e-mails; troca e armazenamento de arquivos; além de verificações periódicas do bom funcionamento desses sistemas”. RBA • Março/Abril de 2012
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internet Como surgiram O termo hacker surgiu em meados da década de 1960, quando esse indivíduo era um simples programador, pessoa que criava os códigos de computação. No início eram idealistas, ou visionários – tinham o dom e a capacidade técnica para adivinhar novas maneiras de usar os computadores. Mas além da extrema competência na área, estes piratas modernos eram“fuçadores”de novas possibilidades no computador. Orgulhavam-se de suas habilidades e muitos deles, na época, conseguiram desenvolver ainda mais seus dons. Hoje, a facilidade de se difundir, via internet e por todo planeta, as principais ferramentas e programas construídos por hackers deixam evidente a total fragilidade dos sistemas de segurança em geral. A internet abriga dezenas de sites que ensinam como fazer qualquer tipo de pirataria cibernética. Além disso, como os hackers não conhecem limites podem se dar ao luxo de anunciar previamente os ataques em todo o mundo. A ousadia aumenta a cada invasão e muitas delas significam uma forma de protesto contra governos e instituições bancárias – tidos como “a cara do capitalismo”. No Brasil, o ano mal começou e eles chegaram novamente no final de janeiro, quando o grupo Anonymous invadiu os portais do governo do Distrito Federal deixando ali a máscara do filme V de Vingança, a marca do grupo. Dali em diante deu-se uma sucessão de invasões a portais de grandes bancos: no caso do Bradesco, o ataque foi comemorado no twitter:“alvo foi atingido. O bradesco.com.br está à deriva”. Resta-nos aguardar os próximos acontecimentos cibernéticos promovidos por estes às vezes piratas, às vezes heróis. Anuncio_MBA_Gestao_2012_1_Sem_210x140.pdf 1 07/03/2012 12:07:36
Gestão Pós-Graduação Lato Sensu
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Cursos Presenciais e a Distância Direito Empresarial e Gestão de Negócios Gestão Ambiental de Empresas Gestão de Cidades Gestão e Auditoria Ambiental Gestão em Saúde Suplementar Gestão Escolar MBA em Comunicação Corporativa MBA em Controladoria Empresarial MBA em Gestão com Pessoas MBA em Gestão da Qualidade MBA em Gestão de Negócios em Moda MBA em Gestão e Estratégia Empresarial MBA em Gestão Estratégica da Saúde MBA em Gestão Estratégica de Negócios MBA em Gestão Estratégica de Pessoas MBA em Gestão Pública MBA em Gestão Tributária MBA em Varejo e Serviços
MBA Executivo em Finanças Gestão de Projetos e Programas Socioeducacionais e Esportivos Gestão do Consumo Sustentável Empresarial Gestão em Responsabilidade e Marketing Socioambiental MBA em Gestão Estratégica de Vendas MBA em Gestão Financeira Empresarial MBA em Gestão de Pessoas no Setor Público MBA Executivo em Finanças Corporativas MBA Executivo em Gestão Empresarial MBA em Marketing e Gestão de Clientes MBA em Marketing, Comunicação e Eventos MBA em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável MBA em Planejamento e Organização de Eventos Educacionais MBA em Propaganda, Marketing e Comunicação Integrada MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político MBA em Gestão em Logística e Operações Globais MBA em Gestão Estratégica em Comércio Exterior MBA em Gerência de Sistemas Integrados em QSMS
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ESCOLHA COM CERTEZA
consumidor
Por Tânia Mendes
Legítima defesa O Código brasileiro de Defesa do Consumidor tem reparado erros na complexa convivência entre empresas e consumidores
Há cerca de seis meses o funcionário público Antonio Resende comprou uma moderna televisão. Um mês depois o aparelho acusou defeito. Imediatamente Resende reclamou à loja, sendo encaminhado à assistência técnica da marca. Diagnosticado um defeito de fábrica, o consumidor foi informado que a peça danificada seria substituída em poucos dias. Um mês depois, cansado de esperar, Resende lançou mão de um recurso a que todo consumidor deve recorrer quando se sente lesado em seus direitos: levou sua queixa ao Procon. Em menos de quinze dias recebeu um documento da instituição informando que havia ordenando à loja substituir imediatamente o artigo danificado por outro novo em perfeito funcionamento. Esta história poderia ser a de qualquer um dos mais de 1,6 milhão de pessoas que procuram atendimento no Procon a cada 16
ano. O Código de Defesa do Consumidor (CDC), que em setembro de 2011 completou 21 anos de vigência, foi o responsável pela mudança. Se este fato acontecesse há 21 anos atrás, consumidores como Antonio Resende estariam ainda no começo de um longo processo judicial para tentar trocar a mercadoria danificada por outra em perfeitas condições ou receber o valor pago pela compra. Como afirma o promotor da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon), Leonardo Bessa, o Código criado pela Lei 8.078, é lei inovadora, está consolidado e cumpre plenamente seu papel de proteger integralmente os direitos do consumidor brasileiro. “Não dispomos de dados estatísticos para afirmar isso, mas sem dúvida o Código faz parte do dia a dia das empresas e dos consumidores e é muito respeitado
por toda a sociedade. Muitas empresas sérias já se adequaram aos princípios do Código, pois com a concorrência cada vez mais acirrada, a empresa precisa tratar o consumidor com o respeito que lhe é devido”, afirma o promotor. Ele explica que estas empresas muitas vezes vão além do que exige o CDC. Uma das principais conquistas está na proteção integral aos consumidores, ao contrário das leis anteriores que os beneficiavam de forma fragmentada. Por outro lado, com o advento do Código, as relações de consumo passaram a ser mais transparentes, as empresas se preocuparam mais em oferecer produtos de qualidade e, com certeza, os consumidores estão mais exigentes na medida em que sabem da existência de uma legislação altamente eficaz criada a seu favor. “De forma geral, a maior conquista do CDC foi RBA • Março/Abril de 2012
consumidor promover o respeito ao consumidor. Hoje, notamos que as empresas têm se preocupado cada vez mais em atender os interesses e anseios do consumidor. De forma específica, destacaria a proteção contratual. Isso porque o consumidor passou a ter direito a acessar previamente o contrato, que também não pode ser redigido em termos complexos. As principais cláusulas de interesse do consumidor devem aparecer em destaque e as que geram onerosidade excessiva podem ser anuladas”, alerta Leonardo Bessa.
Um longo caminho
Alguns direitos importantes ainda são pouco conhecidos pela sociedade, como os que tratam do prazo de arrependimento pela compra realizada; da retirada do nome do cadastro de devedores; e sobre como proceder quando o consumidor recebe produtos sem a devida solicitação. No início, algumas dificuldades foram encontra-
das: “Por ocasião da implantação do Código, a classe empresarial, com raras exceções, não viu com bons olhos o surgimento desta nova lei, pois ainda não tinha consciência de que o sucesso de qualquer empreendimento empresarial passa, inevitavelmente, pela plena satisfação do consumidor”, relembra o promotor. Ele considera que a fase de adequação à nova lei já foi superada e as empresas, em sua grande maioria, já não encaram o CDC como um obstáculo, mas como uma ferramenta importante para o desenvolvimento empresarial. Apesar dos avanços, muitos passos ainda precisam ser dados em busca da melhoria da qualidade nas relações de consumo. As reclamações relativas a bancos, operadoras de telecomunicações, aparelhos celulares, equipamentos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, invariavelmente, aparecem no topo do ranking.
Em 2011, segundo boletim divulgado pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, foram realizados pelos Procons cerca 1,6 milhão de atendimentos. Este número mostra que a relação fornecedor/cliente ainda é muita obscura e que sua melhoria depende do fortalecimento dos Procons. “Estas empresas argumentam que o número de reclamações é grande porque é muito alto o número de consumidores. Entretanto, os problemas são recorrentes, como por exemplo cobrança de ligação não efetuada, e nada tem sido feito para minimizar estes problemas”, frisa o promotor.
De forma geral, a maior conquista do CDC foi promover o respeito ao consumidor Leonardo Bessa
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consumidor Para ele, é difícil avaliar a questão da consolidação dos Procons no Brasil. “O que posso dizer é que existem Procons bem estruturados, como é o caso de São Paulo. Mas em outras regiões do Brasil ainda não estão devidamente estruturados, principalmente porque não contam com uma equipe de profissionais comprometidos, uma vez que são funcionários emprestados de outros órgãos ou cargos comissionados, pois não contam ainda com um Plano de Cargos e Salários, por exemplo”.
Muitas empresas sérias já se adequaram ao Código, pois, com a concorrência acirrada, precisam tratar o consumidor com o respeito que lhe é devido
Outro ponto abordado por Leonardo Bessa refere-se ao aperfeiçoamento do CDC: na época de sua implantação ainda 18
não eram comum, por exemplo, as compras via comércio eletrônico. “Assim, precisamos incluir este e outros temas que ficaram fora do CDC. Mas há um ano foi formada no Senado Federal uma comissão de juristas, presidida por Antonio Herman – e da qual faço parte – com a finalidade de atualização do código”, esclarece. O promotor argumenta também que a atuação do Ministério Público (MP) em relação ao CDC é a da defesa coletiva. “Ao contrário dos Procons, por exemplo, que cuidam das questões individuais, o MP se preocupa quando há ofensa à coletividade dos consumidores, como em casos de publicidade enganosa, cláusulas abusivas em contratos, recall de produtos, entre outros”. Outros tipos de prejuízos ao consumidor, como a propaganda enganosa, também precisam estar em pauta sempre. Como alerta o promotor, esta propaganda pode ser do tipo falsa: a empresa anuncia determinado produto por um preço e quando o consumidor vai adquiri-lo o preço é mais alto. Este tipo de publicidade, enfatiza Bessa, “é burra e só depõe contra a empresa”. Outro tipo é a propaganda com mensagem dúbia. “Por exemplo, uma concessionária anuncia um certo tipo de veículo com todos os acessórios e expõe um preço em letras garrafais. E, em fontes bem pequenas, explica que aquele preço é para o veículo básico. Ou seja, mostram-se as vantagens em preços grandes e as ressalvas sempre em letras miúdas, ilegíveis na TV”. Embora necessite de aperfeiçoamentos e atualizações, o
CDC é uma lei que “pegou” em todo o país e serve de modelo para outros países. “O Código brasileiro influenciou as leis da Argentina, do Paraguai e de outros países da América Latina. Além disso, nos meios acadêmicos europeus e americano, o CDC é muito conhecido e debatido”, completa Bessa.
Campeões de Reclamações
De acordo com boletim divulgado no início deste ano pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), os bancos e as operadoras de telecomunicações foram os campeões nacionais de reclamações. O documento informa que os problemas mais comuns enfrentados pelos consumidores brasileiros estão relacionados a cartões de crédito, telefonia móvel, serviços bancários, telefonia fixa e aparelhos celulares. Cerca de 1,7 milhão de consumidores de todo o Brasil procuraram os Procons para fazer queixas. As reclamações mais usuais diziam respeito a cobranças indevidas ou com informaçõesinsuficientes,ofertas não realizadas, contratos não cumpridos e denúncias de má qualidade em produtos e serviços prestados.
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etiqueta
Por João Humberto de Azevedo
Sua imagem, As pessoas compram o que elas vêem: 70% do que as pessoas pensam sobre você são reflexos do seu visual.
E
m um restaurante fino, o presidente de importante multinacional e seu gerente de marketing aguardavam, para almoço de negócios, o deputado autor de emenda parlamentar que iria beneficiar seu município com a implantação de um grande empreendimento. Ao chegar, com mais de uma hora de atraso, o parlamentar desculpou-se, sentou-se à mesa e reclamando do calor que fazia lá fora, enxugou o suor do rosto com o guardanapo. Ao final da refeição, para fechar com chave de ouro suas gafes, pediu ao garçom um paliteiro que, na sua avaliação, estaria faltando à mesa. Cenas como esta contada por Augusto Cesar, MBA em Cerimonial, Protocolo e Eventos Institucionais, podem parecer folclore, mas não são. Repetem-se com frequência nos salões da elite — especialmente nos meios políticos e empresariais — onde muitos ainda não descobriram as regras básicas de etiqueta. “A não observância dessas regras causa má impressão e pode colocar tudo a perder”, assegura Augusto Cesar, Chefe do Cerimonial da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA), e também professor de Planejamento, Organização e Execução de Cerimonial de Eventos e de Boas Maneiras no Ambiente do Trabalho. Um conjunto de hábitos e costumes – conhecido como etiqueta empresarial – torna-se cada vez mais necessário. Não se admitem gafes, por exemplo, como em um jantar de negócios, chegar atrasado, abusar da bebida e muito menos palitar os dentes.
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etiqueta
, sua marca Mas o que vem a ser etiqueta, boas maneiras e protocolo? Existem diferenças entre elas, embora a maioria das pessoas entenda que são sinônimos. “Na prática, há um oceano de diferença”, frisa Augusto César. O termo etiqueta surgiu na Europa há mais de meio milênio e consistia em um conjunto de atitudes cerimoniais para mostrar quem era nobre e quem era plebeu. Trata-se de um cerimonial que abrange estilos, usos e costumes a serem observados pela realeza, nas sedes governamentais e em atos públicos. O especialista ressalta que as boas maneiras dizem respeito ao convívio em sociedade e permitem às pessoas se entenderem, independentemente de classe social, religião, condição econômica e cultural. Etiqueta e boas maneiras são regidas por hábitos e costumes, variam de lugar para lugar e evoluem ao se adaptarem a cada época. Tornou-se um requisito cultural, regional, temporal e flexível. Como ensina César, “as boas maneiras promovem a tolerância e previnem atritos: é sempre mais difícil agredir alguém a quem se acabou de desejar bom dia ou pedir um favor. O protocolo social codifica as regras que regem o cerimonial com o objetivo de dar a cada um dos participantes as prerrogativas, privilégios e imunidades a que tenham direito”. RBA • Março/Abril de 2012
Etiqueta empresarial
“Por meio da percepção e análise da imagem das pessoas, constrói-se um conceito a respeito delas – positivo ou negativo. Esse conceito vai norteando as decisões das pessoas que com elas convivem, seja na instância pessoal, social ou profissional, e vai construindo uma marca pessoal”, afirma Maria Aparecida Araújo, consultora de comportamento profissional, etiqueta social e marketing pessoal. Ela acrescenta ainda que “quanto mais prestígio agregamos à nossa marca, mais valorizados e disputados seremos pelo mercado e maiores as nossas chances de ascensão e reconhecimento”. A etiqueta empresarial pode ser considerada uma espécie de manual de boas maneiras e de respeito ao próximo, a ser seguido em diferentes situações por todos os profissionais, independentemente do cargo que ocupam numa organização. “Atender ao telefone com profissionalismo, receber clientes e fornecedores com pontualidade e se apresentar de forma adequada são atitudes exigidas”, como enfatiza a consultora de estilo Daniela Kniggendorf, sócia da Organize Consultoria Empresarial Ltda., especializada em consultoria de imagem e estilo. No caso do requisito boa apresentação, Daniela afirma que uma imagem de sucesso deve ser coerente com o estilo de vida, personalidade, biotipo e objetivos
A não observância das regras de etiqueta causa má impressão e pode colocar tudo a perder Augusto Cesar
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etiqueta O figurino Em uma entrevista de emprego, é fundamental chegar no horário – não exatamente na hora marcada mas sim uns 15 minutos antes para se acalmar Maria Aparecida Araújo
Maria Aparecida Araújo, autora do livro Etiqueta Empresarial Ser Bem E Esporte - Homem: camisa sem gravata ou polo, jaquetas, malhas. Mulh Passeio - (também chamado de esporte completo, esporte chique ou es gravata (opcional). Mulher: tailleur, saia e blazer em cores diferentes, v Passeio Completo - Homem: terno escuro, camisa social lisa, gravata discreta Black Tie - Homem: smoking, com gravata e faixa preta. Mulher: vestid bordados, pedrarias ou transparências. Gala (White Tie) - Homem: casaca ou fraque. Mulher: vestido longo co de cada pessoa. “Ter estilo é saber manter a mesma ideia do começo ao fim. Estilo pressupõe conteúdo pessoal, baseado no seu modo de vida, profissão, hobby, idade, residência. Adequar seu estilo e guarda roupa à imagem que você deseja projetar na vida profissional e pessoal pode ser uma tarefa árdua, mas também muito prazerosa, que traz excelentes resultados”.
Com que roupa
Maria Aparecida sustenta que a boa aparência é fundamental nas relações pessoais e profissionais e cita os resultados de uma pesquisa recentemente realizada pela Universidade Federal Fluminense (UFF): o mercado de trabalho no Brasil, a partir da década de 80, passou a adotar a aparência física como fator de seleção. “Pessoas com boa aparência têm maiores chances de conseguir um emprego e manter-se nele”, nota a consultora de estilo e recorre a uma outra pesquisa, realizada pela Universidade de Chicago (EUA). “O estudo mostrou que uma em cada cinco executivas obteve uma promoção ou aumento salarial depois de aprimorarem seu jeito de vestir e de maquiar. Isso também se repetiu com os executivos. Quase metade dos entrevistados afirmou usar roupas de cores neutras e dis-
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cretas, pois associam a cor e o estilo clássico à credibilidade”. Para Augusto Cesar, a forma de vestir funciona como um cartão de visitas e um convite para adentrar qualquer ambiente – ou ser expulso dele. “Na competição do mercado de trabalho entre dois candidatos de igual capacitação técnica, terá maiores chances aquele com visual e trato mais agradáveis”, assegura. E destaca que as solenidades terminam, a imagem fica; as pessoas se vão, o conceito se firma; a moda passa, a elegância permanece. “Imagem pessoal também é comunicação e ela tem peso na sociedade. Pode ajudá-lo ou atrapalhá-lo, só depende de como você a utiliza”, alerta o especialista, para quem a vestimenta é o elemento que revela, no primeiro contato, se a pessoa está ou não integrada ao seu próprio círculo social e profissional. “Isso adquiriu um peso implacável no julgamento das pessoas. Se estamos bem vestidos e bem apresentados, ganhamos credibilidade e confiança porque a aparência funciona como cartão de visita de nossa personalidade”. Os consultores desta área são unânimes ao afirmarem que os primeiros trinta segundos são determinantes para a pessoa que nos vê pela primeira vez. O impacto RBA • Março/Abril de 2012
etiqueta
urino certo
Ser Bem Educado é... descreve alguns trajes exigidos para cada ocasião: alhas. Mulher: blusa, saia ou calça comprida. ique ou esporte fino) - Homem: blazer, calça social, camisa lisa ou listrada, ferentes, vestidos tubinho, saia e blusa. ata discreta em tecido nobre. Mulher: vestidos ou tailleurs de tecidos nobres. her: vestidos longos até o tornozelo ou curtos (mais sofisticados), com
o longo cobrindo os pés. produzido neste tempo permanecerá por muitos anos no subconsciente desse indivíduo. “As pessoas compram o que elas vêem: 70% do que as pessoas pensam sobre você são reflexos do seu visual. Por isso não tenho receio de afirmar que primeira impressão realmente é aquela que fica”, admite Augusto Cesar. Esta é também a opinião de Daniela Kniggendorf. Ela acredita que neste átimo de tempo quando vemos uma pessoa pela primeira vez, intuímos sobre sua personalidade, profissão, estado civil, nível social, escolaridade, tudo a partir da imagem apresentada por ela. “Por isso o ditado que diz não termos uma segunda chance de causar a primeira boa impressão é verdadeiro. Por mais que nos esforcemos ao longo do relacionamento para transmitir outras qualidades, a pessoa sempre terá em mente aquilo que viu no primeiro encontro”. Maria Aparecida acrescenta que a etiqueta não está ligada somente à apresentação: “Em uma entrevista de emprego, é fundamental chegar no horário – não exatamente na hora marcada mas sim uns 15 minutos antes para se acalmar”. Pontualidade é regra máxima, embora a forma de se vestir tenha peso importante em várias situações profissionais. Estar RBA • Março/Abril de 2012
vestido de acordo com a filosofia da empresa é um aspecto que não se deve esquecer nestas ocasiões. A especialista avalia que não é complicado se apresentar de acordo com os parâmetros de comportamento definidos por uma organização. “Antes de uma entrevista de emprego, sugiro que o candidato pesquise e observe como os funcionários se vestem. E recomendo que sua roupa esteja um ponto acima do que observou”, ensina Maria Aparecida. Esta regra vale tanto para uma multinacional ou qualquer outra organização, pois o que a empresa quer, em primeiro lugar, é que o candidato cuide bem de si mesmo, o que demonstra sua preocupação em relação ao trabalho e a imagem que reflete aos seus empregadores. Os especialistas insistem em que no caso da apresentação pessoal existe um guarda roupa para cada ocasião e, de acordo com a situação ou evento, a vestimenta terá de ser apropriada. “Se for um evento social, pode-se abusar da descontração, cores, brilhos e transparências. Em um casamento a formalidade deve ser a tônica. Mas em um evento protocolar até a cor é fundamental: preto, azul marinho e cinza escuro para os homens é a regra, sem esquecer da gravata”, finaliza.
Por mais que nos esforcemos ao longo do relacionamento para transmitir outras qualidades, a pessoa sempre terá em mente aquilo que viu no primeiro encontro Daniela Kniggendorf
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gestão
Por João Humberto de Azevedo
A arte de
liderar Um líder é respeitado por seus liderados quando possui valores construtivos referendados nas suas atitudes cotidianas. 24
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“
íder é alguém com coragem para enfrentar a nova realidade dos negócios, com humildade para admitir que não detém todas as respostas e com energia para liderar a mudança”. (William C. Taylor) Muitas são as reflexões, teorias e modelos sobre liderança, o que demonstra a permanente atualidade e popularidade do tema. Por isso, escrever sobre liderança, em princípio, parece uma tarefa fácil, mas não é. Warren Bennis, nascido em 1925, conselheiro de quatro presidentes norte-americanos, um dos profetas da liderança, afirma que “a liderança é o tema sobre o qual mais se escreve, mas menos se concluiu sobre ele”. Os conceitos sobre o tema foram se aprimorando com o passar do tempo e, atualmente, os estudiosos reconhecem a importância e o valor de uma liderança orientada para o desenvolvimento das pessoas e das organizações. É o que destacam James Belasco e Ralph Stayer, no livro O voo do búfalo (Ed.Campus). Os autores relatam que durante muitos anos as pessoas foram treinadas a acreditar que liderança era planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Este modelo funciona, ou funcionava, na maioria das organizações, muito semelhante a uma manada de búfalos, pois búfalos são seguidores absolutamente fiéis de um líder. Eles fazem tudo que o líder quer que façam e deslocam-se para todos os lugares que o líder determina. Nesse tipo de liderança, o líder pretende que os liderados façam exatamente o que ele diz e pensa, e como ele age. Dessa forma, RBA • Março/Abril de 2012
os chamados “líderes de búfalos” acreditam, de boa fé, estar assegurando que seus liderados sejam leais, quando na realidade são submissos. A moral desta história, explicam os autores: os primeiros colonizadores da América do Norte identificaram esse fenômeno e puderam dizimar inúmeras manadas de búfalos com enorme facilidade matando o líder. Este é um modelo mais relacionado à gestão e menos à liderança. Contrapondo-se ao modelo da manada de búfalos, Belasco & Stayer identificam um novo modelo organizacional de liderança, no “voo dos gansos”. Estas aves voam em forma de “V”, a liderança muda frequentemente, com diferentes gansos revezando-se no trabalho de orientação do grupo. Todos os gansos são responsáveis por si mesmos à medida que se deslocam, mudando o papel de acordo com as necessidades, alternando-se na função de liderança. Quando muda a tarefa, os gansos são responsáveis pela mudança da estrutura do grupo de modo a poder se acomodar à nova realidade. Muitos autores, como os citados, sustentam que liderança e gestão são de natureza e funções distintas. E destacam a liderança como uma influência de relacionamento, ao passo que a gestão se caracteriza como uma relação de autoridade. “A liderança envolve líderes e seguidores que buscam mudanças reais na organização, enquanto a gestão envolve a coordenação de pessoas e recursos para a produção e venda de bens ou serviços na organização”, explica Warren Bennis em um de seus artigos recentes. Para outro especialista, Abraão Zelez-
nik (Harvard Business Review nº2), os líderes têm uma atitude ativa e não reativa, formando ideias em vez de darem respostas. “Em consequência, alteram o modo como as pessoas encaram o que é desejável”. Além disso, estes líderes desenvolvem novas abordagens para velhos problemas e abrem campos para novas ações.
A principal qualidade de um líder de vanguarda está relacionada às competências que desenvolve e domina Maria Rita Miranda
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O “líder de búfalos” acredita estar assegurando que seus liderados sejam leais, quando na realidade são submissos.
O papel dos líderes
Maria Rita Miranda Gramigna, diretora do Instituto de Gestão de Pessoas (IGP), diz que independente do cargo que ocupa, o profissional que exerce função de liderança necessita desenvolver três conjuntos de papéis: Informacionais: relativos à circulação de informações junto aos pares, superiores e colaboradores. Nesse conjunto de papéis, a maior responsabilidade do líder é agir como porta-voz da sua empresa. Interpessoais: voltados para o relacionamento e interação com as pessoas, de forma a estimular a motivação, criar um bom clima de trabalho e garantir resultados. Decisoriais: espaço onde o líder toma decisões de toda ordem, envolvendo gestão de recursos e gestão de pessoas. Para Maria Rita, que também é mestra em Criatividade Aplicada às Organizações (Universidade de Santiago de Compostela) e Pós-graduada em Administração de Recursos Humanos, a principal qualidade de um líder de vanguarda está diretamente relacionada às competências que desenvolve e domina. “Dentre elas, podemos enumerar aquelas consideradas universais: adaptação a mudanças e flexibilidade, administração
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Contrapondo-se ao “líder de búfalos” os especialistas identificaram um novo modelo de liderança, baseado no “voo dos gansos”.
de conflitos, criatividade e inovação, desenvolvimento de talentos, motivação e energia para o trabalho, planejamento, tomada de decisão, relacionamento interpessoal, trabalho em equipe e visão sistêmica”. Cofundadora e diretora executiva do Grupo Sabin – laboratório de análises clínicas, premiado diversas vezes – Janete Ana Ribeira Vaz considera líder aquele que é o primeiro a fazer o que ele espera dos outros, alguém que não precisa ser supervisionado ou mandado a fazer algo. “Por outro lado, o líder nem sempre é o que sabe mais. Mas, sem dúvida, é o que transita com mais atitude e desenvoltura, buscando ouvir, treinar, monitorar os anseios e colher impressões com foco na diversidade e que facilite as realizações do coletivo”, acrescenta. Ela acha ainda que exercer a liderança não é adotar uma postura egocêntrica, mas perseguir a eficiência e o desenvolvimento das pessoas dentro da organização. Janete cita Vicente Falconi, autor de diversas obras, dentre as quais O Verdadeiro Poder – Práticas de Gestão que Conduzem a Resultados Revolucionários: “Liderar é bater metas consistentemente, com o time fazendo certo.” Dentre as diversas tipificações dos líderes, Janete Vaz – eleita, em
2011, uma das Melhores Gestoras de Empresas do Brasil, pela Revista Valor Liderança – diz ter se deparado com os mais variados tipos e cita o líder situacional e o líder positivo. “O líder situacional é aquele em que suas atitudes se ajustam à situação, sendo capaz de se adequar a diferentes tarefas propostas e tratar individualmente os membros da sua equipe quando o buscam de forma coletiva, dependendo do nível de maturidade das pessoas que o mesmo deseja influenciar. O principal problema que essa teoria busca resolver é descobrir qual estilo ajusta-se mais a determinadas situações”, considera. Ela conceitua líder positivo como o que tem clara tendência a reforçar os pontos fortes dos seus comandados; otimismo, ao invés de pessimismo; comunicação que apoia mais do que critica, com foco nos talentos e na manifestação plena do potencial das pessoas. “Os pais são exemplos de lideranças positivas, pois têm a responsabilidade de procurar as habilidades de seus filhos. É necessário identificar e dar ênfase àquelas matérias que os filhos têm maior desenvoltura. E também dessa forma ocorre na vida corporativa. Precisamos reforçar na equipe os pontos fortes, elevar a autoestima, comunicar e multiplicar os pontos positivos”. RBA • Março/Abril de 2012
Valores do líder
“Um líder é respeitado pelos seus liderados quando possui valores construtivos referendados nas suas atitudes cotidianas”, sustenta Maria Rita Gramigna. E enumera algumas dicas de como obter a confiança dos liderados: reconhecer que depende dos outros; desenvolver atitudes de colaboração; tratar todos com respeito, educação e consideração; reconhecer sua equipe como especial e excepcional; procurar descobrir o que motiva as pessoas e concentrar-se naquilo que as estimula. Ela afirma que dentre os líderes da atualidade que construíram um mundo melhor o número um é Steve Jobs – líder na tecnologia da informação – considerado e reverenciado como a fonte das inovações que enriqueceram e melhoraram as vidas das pessoas, tornando nosso mundo uma aldeia global. Talento e carisma são qualidades fundamentais para o líder, ressalta ela: “Um líder talentoso é aquele que possui um conjunto de habilidades específicas para liderar, conhecimentos sobre pessoas e sobre seu ofício e a adoção de atitudes assertivas – estes são os componentes das competências que tornam os líderes carismáticos aos olhos de seus liderados”. A diretora executiva do Sabin, Janete Vaz, concorda e acrescenta que o líder talentoso é aquele capaz de gerar resultados dos profissionais que comanda, levando-os a superarem metas, mas também a buscarem seus sonhos. “O líder precisa conquistar a pessoa desde o primeiro momento. Um líder carismático faz o primeiro dia ser especial, é amado pela equipe e por isso é capaz de fazer as pessoas segui-lo, RBA • Março/Abril de 2012
atingindo os resultados revolucionários para a empresa e para a própria pessoa”. Ela cita alguns líderes, que além de talentosos são carismáticos: Fábio Barbosa (do Grupo Santander Brasil), Ozires Silva (oficial da Aeronáu-
O líder talentoso é aquele capaz de gerar resultados dos profissionais que comanda Janete Vaz
tica que liderou o grupo para a criação da Embraer), Jorge Gerdau Johannpeter (atual presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau), Luiza Helena Trajano (presidente da rede de lojas de varejo Magazine Luiza), Ram Charan (consultor indiano que inspirou diversos líderes). Também para Maria Rita, todo ser humano nasce com potencial para liderar. “Ao investir no desenvolvimento desta competência é possível tornar-se um bom líder. Dedicar-se ao estudo do tema, participar de cursos de aperfeiçoamento, praticar a liderança de forma positiva, manter uma postura aberta ao feedback, agir com ética e respeito aos liderados, são algumas das ações que conduzem à excelência”, ensina. Por outro lado, Janete Vaz avalia que liderar é um ato que pode nascer com as pessoas, mas ele pode ser desenvolvido também. “É difícil afirmar que as pessoas já nascem com determinadas características, mas elas vão sendo desenvolvidas à medida que vão se tornando necessárias. Existem líderes que nascem com características de líder e outros que são formados em sua vida profissional”. Ambas as especialistas estão de acordo com esta máxima: os novos líderes têm como missão construir um estilo de liderança, baseado não só em suas qualidades, mas também nas das pessoas que lideram. “Para isso precisam dar o exemplo, fazer junto, saber ouvir (o que é diferente de escutar), exercer muitas vezes a função de professor, transitar pela organização, conhecer os anseios e sonhos dos seus liderados, compartilhar cada vez mais, acompanhar o fluxo de decisões e monitorar resultados. 27
artigo
Carlos Alberto Julio
Como fazer nascer uma
ideia inovadora Ninguém faz o novo se não conhecer bem o que já existe. Ninguém inventa se não desvendar os enigmas de seu tempo.
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Quando eu era criança, gostava de utilizar os sentidos para investigar os mistérios do mundo. Era assim que andava pelas ruas da Zona Sul paulistana, num tempo em que prédios altos eram raros na Vila Guarani, na Cidade Vargas e Vila Fachini. Mentalmente, eu mapeava e cata-
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logava passarinhos, árvores, ruas, casas e pessoas. Na época, eu já era fascinado pela diversidade. Tinha dois grandes amigos nipo-brasileiros e fiz algumas boas aulas de nihongo, a língua japonesa. Eu, bem “portuguesinho”, tive também amigos de ascendência italiana e espanhola. E aprendi muitos com os afro-brasileiros, sempre acolhedores e criativos.
Naquela época, a rua era também uma escola. A gente aprendia nas aventuras lúdicas do cotidiano. Lá onde hoje passa a Rodovia dos Imigrantes, havia uma mata fechada, que a molecada visitava para subir em árvores ou para observar pequenos animais, como esquilos e gatos do mato. Certamente, foi por meio dessas experiências que comecei a desenvolver RBA • Março/Abril de 2012
meu espírito inovador. Ninguém faz o novo se não conhecer bem o que já existe. Ninguém inventa se não desvendar os enigmas de seu tempo, de seu lugar e das pessoas que nele vivem. Lembro-me de que eu e minha mãe, por exemplo, descobrimos um jeito de ganhar um dinheirinho com as contendas esportivas que se desenrolavam no campinho de várzea que existia atrás de casa. Geramos, pois, qualidade e conveniência para o povo que se aglomerava para assistir ao rústico espetáculo da bola. Minha mãe preparava bolinhos de bacalhau deliciosos que eu ia vender para o povo. Naquele momento e naquele território, era um sistema inovador de vendas. Isso porque os torcedores não precisam sair do lugar para adquirir um excelente produto, saboroso e ainda quentinho. Aproveitamos essa oportunidade e, com um modesto investimento, realizamos bons negócios. Frequentemente vejo executivos desesperados em despertar o espírito de inovação de seus comandados. Paradoxalmente, eles próprios, muitas vezes, não sabem exatamente como inovar. E, pior: muitos seguem a onda e não estão plenamente convencidos da necessidade de projetos dessa natureza. A inovação nasce invariavelmente da observação, da vivência e do desejo obsessivo de melhorar até mesmo aquilo que já está bom. O conhecimento adquirido nos permite identificar se há um mercado receptivo e se existem players corporativos procurando atender às necessidades desse grupo de clientes-consumidores. Muitas vezes, esse público nem mesmo sabe que precisa de alguma coisa, mas o empreendeRBA • Março/Abril de 2012
dor visionário percebe que um produto ou serviço faria melhor a vida dessas pessoas. Nessas ocasiões, ele lança seu olhar para o inconsciente coletivo e capta um desejo não expresso.
Vejo executivos desesperados em despertar o espírito de inovação de seus comandados.
Akio Morita, da Sony teve essa revelação ao pensar no desenvolvimento do walkman, em 1979. Alguns de seus executivos de vendas, baseados em pesquisas, afirmaram que o produto poderia se transformar num case de fracasso mercadológico. Morita bateu o pé e fez deslanchar o negócio, que se converteu num sucesso mundial. O empreendedor-executivo adorava óperas e queria ouvi-las, de modo privado, durante suas viagens de avião. Intuía que outras pessoas, em situações análogas, também ficariam contentes em contar com um equipamento sonoro portátil. Estava certo e revolucionou nosso jeito de ouvir música. Desde criança, Morita era fascinado pela ciência, particularmente por novas
tecnologias. Estudou física e gostava de eletrônica e matemática. Paralelamente, era interessado em marketing, globalização, finanças e recursos humanos. Em 1960, a empresa se estabeleceu nos Estados Unidos e, no ano seguinte, foi a primeira companhia japonesa a ser listada na Bolsa de Valores de Nova York. Portanto, Morita era também um inovador em questões relativas à captação de capital. De alguma forma, todo notável inovador tem uma visão holística do mundo. É o caso de Steve Jobs, que não era apenas um nerd viciado em eletrônica. Quando jovem, experimentou o que pôde, seguindo o estilo de vida da contracultura. Andou descalço, vendeu garrafas usadas, morou numa cabana, fez uma jornada de espiritualidade na Índia e estudou caligrafia. Esse saber integral certamente o ajudou a atender as demandas modernas por meio de produtos como os computadores da linha Machintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Jobs era um mestre da inovação porque tinha habilidades para lidar com a tecnologia, porque aprendeu a lidar com o mundo dos negócios e, principalmente, porque advinhava nossos sonhos de conexão. Ao investigar o espírito humano, Jobs entendeu que todos temos uma disposição nata para o religare, isto é, para a projeção religiosa. Prosperou aos nos fornecer equipamentos que nos permitiram, no universo da virtualidade, efetuar essa construção de multiconectividade. As invenções da Apple nos fizeram maiores, mais profundos e até mesmo mais transcendentes. Não há inovação, portanto, sem transdisciplinaridade. Ela parte sempre do conhecimento daquilo que existe e da percepção do 29
artigo aprimoramento possível. Frequentemente, associamos esse processo ao desenvolvimento tecnológico. Há, no entanto, diversas outras facetas de conduta inovadora. São basicamente sete: • inventar um produto/serviço ou aperfeiçoar um produto já existente para que se torne, por exemplo, mais preciso, mais resistente, mais econômico ou mais bonito; • fazer um mesmo produto ou oferecer um mesmo serviço, mas com um custo mais baixo, vantagem que pode ser repassada ao cliente; • oferecer produto ou serviço de forma mais ágil, por conta de transformações no processo produtivo, no controle administrativo e no planejamento logístico; • tornar um processo industrial ou gerencial mais eficiente, no qual menos esforço gera mais resultado; • aprimorar um sistema ou cultura de trabalho, gerando motivação, satisfação e sentido de realização; • modificar uma nova prática de marketing (promoção, preço, distribuição e publicidade), de modo a constituir novos atrativos para o mercado. • gerar e gerir um negócio que, no decorrer do tempo, torna-se cada vez mais ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. • Cabe ressaltar que há mentes criativas, realmente capazes de inovar e comandar o processo de mudança. No entanto, a transformação somente se completa se for estabelecida uma convergência cooperativa interna na companhia 30
e se o benefício criativo for compreendido e aceito pelo mercado. Muitas empresas já mantêm grupos de pesquisa e inovação, em que os melhores resultados somam experiências de pessoas de diversas áreas, até mesmo com visões de mundo divergentes. Nesse caso, porém, ainda transitamos no campo da closed innovation. As corporações mais interessadas em desenvolver diferenciais competitivos recorrem hoje também à open Innovation, comprando ou licenciando processos gerados no ambiente externo, em outras empresas ou instituições. Nesse modelo de fluxo aberto, elas também vendem ou trocam suas ideias no mercado. No caso da produção de conteúdo, do aprimoramento e da invenção, as empresas administrativamente mais sofisticadas buscam soluções no crowdsourcing, ou seja, na contribuição inteligente da multidão. Trata-se, pois, de uma forma complexa de engajamento de simpatizantes da marca e de consumidores-protagonistas. Quando presidi a Tecnisa, iniciei uma série de ações nesse sentido, capitaneadas pelo setor de marketing. Dessa forma, coletamos inúmeras ideias e projetos destinados a qualificar nossos produtos imobiliários. Aos poucos, percebemos que muitas sugestões poderiam ser, realmente, transformadas em diferenciais competitivos. Hoje, muitas dessas propostas estão sendo colocadas em prática, especialmente no campo da sustentabilidade, com ênfase na redução de consumo de água e de energia elétrica. Métodos participativos como
esse geram uma forte relação de compromisso com clientes e prospects. Afinal, num mundo interligado, com distâncias reduzidas, muitas pessoas, especialmente os jovens das gerações X e Y, sentem-se valorizadas quando veem suas ideias aproveitadas pelas corporações. A chamada “cocriação” é, portanto, muito mais do que um artifício de marketing. É uma forma de democratizar o processo de inovação e contemplar as reivindicações e demandas da sociedade. Quer fazer nascer uma ideia realmente inovadora? Saia para a rua, navegue pelas comunidades virtuais, converse com as pessoas e convide-as a opinar. Inovar hoje tem muito a ver com diálogos de recíproca iluminação.
Carlos Alberto Júlio Administrador, empresário, palestrante e autor de livros na área de negócios e gestão
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Adm. William Resende de Faria
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opinião
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qu!z
Teste do bimestre
Você sabe o que é
?
Sustentabilidade
O
riginário da palavra latina sustiner, sustentável significa manter vivo, defender. Ao longo dos anos, o termo teve várias interpretações, sendo o seu significado no âmbito econômico: restituir os recursos naturais consumidos pelas organizações. Hoje, presente nos relatórios das empresas, nas propostas dos ambientalistas, nas teses científicas, na mídia e em todas as esferas da sociedade, o tema “Gestão Sustentável” virou moda, no bom sentido da palavra. Neste teste você poderá fazer uma análise do quanto está por dentro do assunto e se preocupa com o meio ambiente. Responda as questões colocando (F) para falso e (V) para verdadeiro, nas afirmativas a seguir:
1. ( ) O desenvolvimento capaz de suprir as necessidades atuais da população, sem comprometer a capacidade das futuras gerações, é uma das definições mais usadas para desenvolvimento sustentável. 2. ( ) Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. 3. ( ) O conceito de Sustentabilidade é bem simples, pois atende a um conjunto de variáveis independentes, ligadas principalmente ao desenvolvimento econômico e político. 32
4. ( ) O termo desenvolvimento sustentável surgiu oficialmente no relatório Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente. 5. ( ) A Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, foi realizada em Estocolmo (Suécia), em 1972. 6. ( ) A expressão inglesa Triple Botton Line pode ser traduzida como três linhas do limite ecológico. 7. ( ) Os três “Ps” do Triple Botton Line significam: People, Planet and Profit. 8. ( ) O termo People refere-se ao tratamento justo ao capital humano de uma empresa ou sociedade. RBA • Março/Abril de 2012
Teste do bimestre
qu!z
9. ( ) Uma das críticas ao desenvolvimento sustentável é de que ele tenta criar laços sociais e culturais como os adotados no capitalismo
15. ( ) O uso de fontes de energia limpas e renováveis tende a reduzir o consumo de combustíveis fósseis.
10. ( ) Os especialistas em sustentabilidade consideram que se toda a população da Terra consumisse como os Estados Unidos seria preciso que nosso planeta fosse quatro vezes o seu tamanho.
16. ( ) O conceito de sustentabilidade começou a ser empregado, na ECO-92 realizada em 1992, no Rio de Janeiro.
11. ( ) Em 2002, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, chamada também de Rio+10, ocorreu em Johanesburgo (África de Sul). 12. ( ) Os aspectos políticos e culturais também devem ser levados em conta quando se adota o modelo de gestão sustentável.
17. ( ) O desenvolvimento sustentável não leva em consideração as reinvindicações dos defensores do desenvolvimento econômico, mas se preocupa unicamente com os setores interessados na conservação dos recursos naturais.
13. ( ) A sustentabilidade está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico e social sem agredir o meio ambiente, usando os recusos naturais de forma inteligente.
18. ( ) Com a finalidade de preservar o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras, foram criados dois programas nacionais: o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e o Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natura (Conpet).
14. ( ) A adoção de ações de sustentabilidade não garante, em longo prazo, um planeta com melhores condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida.
19. ( ) A gestão sustentável concilia o desenvolvimento econômico, com as preocupações de setores interessados na conservação dos ecosistemas e da biodiversidade.
Gabarito Questões 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Total dos pontos: RBA • Março/Abril de 2012
V 1 1 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 0 0 1 1
F 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0
Resultado Acima de 15 pontos – Você está por dentro do tema sustentabilidade e, com certeza, sabe da importância da gestão sustentável. No dia a dia, adota práticas para economizar recursos naturais e, possivelmente, divulga suas ideias para amigos e familiares. Abaixo de 15 pontos – Tudo indica que, embora esteja consciente da necessidade de se preservar o meio ambiente, você conhece muito pouco o tema gestão sustentável. O assunto é complexo, mas é preciso conhecêlo melhor, para que comece a praticar ações positivas de sustentabilidade, tais como: economizar energia e água, recusar sacolas plásticas, produzir menos lixo. Enquanto isso leia a matéria a seguir
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Por João Humberto de Azevedo
S Crescimento u s t econômico e n tcom a reb Administração sustentável é a arma eficaz para enfrentar as ocorrências cada vez maiores de catástrofes naturais na Terra
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extremos, desde secas na Amazônia a grandes enchentes no Sudeste Asiático. Boa parte do planeta não ficou livre de grandes prejuízos com ondas de calor, queimadas e tempestades. Apesar dessas constatações, os cientistas ainda não estão seguros de que estas catástrofes são resultado do aquecimento global. Também não há como apresentar conclusões definitivas sobre a influência humana em furacões, tufões e tornados. De qualquer forma, o IPCC considera concretas suas informações e fornece às autoridades opções de como administrar riscos e realizar ações que compatibilizem a utilização racional dos recursos naturais e desenvolvimento econômico. “O anúncio pessimista do IPCC – o planeta está aquecendo em um ritmo assustador e poderíamos chegar a um limite perigoso de aquecimento de 2°C, o que significaria um comprometimento da qualidade de vida no planeta pela ação humana – acelerou o senso de urgência nas empresas pela implementação da sustentabilidade na cultura e na gestão”, considera o publisher da
revista Ideia SocioAmbiental e articulista do tema Responsabilidade Social na Gazeta Mercantil, Ricardo Voltolini. Ele acrescenta que, a partir desse momento, quando se coloca um tom de alerta para a sociedade, o tema sustentabilidade deixa de ser privilégio de um pequeno grupo de profissionais e passa a ser do interesse da sociedade em geral.
Gestão sustentável
O conceito de sustentabilidade vem sendo cada dia mais acoplado ao desenvolvimento social e econômico, não só para os ambientalistas, mas para governos, empresários e sociedade em geral. Vladimir Brandão, editor do Anuário Expressão de Sustentabilidade, sustenta que não se admite mais administrar uma organização sem pensar em gestão sustentável. RBA • Março/Abril de 2012
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O
alerta foi dado pelo Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC): as probabilidades para eventos climáticos extremos em diferentes cenários de emissões globais considerou como “provável” a porcentagem acima de 66% e de “virtualmente certo” o índice acima de 99%. “O aumento da frequência e da magnitude das temperaturas diárias extremas acontecerá em todo o planeta, no decorrer deste século. É provável que a duração e a intensidade das ondas de calor crescerão. Recordes de temperaturas, que costumavam ser batidos a cada 20 anos, provavelmente serão quebrados a cada dois anos”, adverte o documento. O relatório traz novas conclusões sobre o impacto das ações do ser humano sobre o clima e destaca que é preciso realizar ações de gerenciamento de catástrofes. Nos últimos anos foram registrados diversos fenômenos climáticos
Fotos: Shutterstock
am responsabilidade bilida d e social
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tempestades...
Enchentes...
“Hoje em dia, para que uma empresa obtenha resultados econômicos satisfatórios, precisa reduzir continuamente os impactos ambientais e garantir a melhoria das condições sociais de todos os que estão, de alguma forma, envolvidos no negócio”, diz ele. E esclarece que a melhoria social está ligada, dentre outros fatores, ao bem estar dos funcionários, maior inclusão social da comunidade em que a empresa está inserida, obtenção de compromisso dos fornecedores com práticas sustentáveis e satisfação dos clientes. Segundo Brandão, a prática de uma gestão sustentável já está arraigada na região sul do país, onde 83% das corporações já controlam o impacto de seus investimentos em ações sociais, como demonstrou a 7ª Pesquisa de Gestão Sustentável, realizada pela Editora Expressão. Dados demonstram que a visão da responsabilidade social como ação filantrópica é foco de investimento para 33,9% das empresas pesquisadas. Outra pesquisa, da Câmara Americana do Comércio para 36
o Brasil – São Paulo (Amcham Brasil), realizada em 2011, revelou que 57% das companhias pesquisadas já incorporaram, de forma abrangente, a sustentabilidade às suas operações. A jornalista Renata Firace, assessora de imprensa da Amcham, cita ainda outro dado da pesquisa: 20% das empresas pesquisadas acreditam que a sustentabilidade é um driver essencial para suas atividades a ponto de terem modificado de forma significativa seu negócio, desenvolvendo novos produtos e processos. Nesse grupo, o tema está presente não apenas nas estratégias corporativas, como também em seus valores e cultura organizacional.
O que é gestão sustentável
O publisher Ricardo Voltolini, explica que a ênfase atual à Administração Sustentável é irreversível e tende a ser incorporada cada vez mais pelos diversos segmentos da sociedade. “Notamos com certo regozijo que o termo desenvolvimento sustentável está em todo lugar – nas empresas, nas organizações não governa-
mentais, em documentos científicos, nos consumidores – e é, sem dúvida, o novo paradigma para uma infinidade de discussões econômicas, políticas ambientalistas e sociológicas”, ressalta. Mas afinal, o que significa Administração Sustentável? Uma das definições mais usadas para o termo é a gestão capaz de suprir as necessidades de uma sociedade, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Isso quer dizer que é preciso crescer, desenvolver, mas sem destruir o ambiente e esgotar os recursos naturais. Votolini, autor do livro Conversa com Líderes Sustentáveis, argumenta que para entender melhor o conceito de Gestão Sustentável é preciso voltar a 2002, quando a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, chamada também de Rio+10, ampliou a discussão do que seria o tripé da sustentabilidade, o triple bottom line, conhecido como os três pês – People, Planet and Proift (pessoas, planeta e lucro) – conceito que pode ser aplicado tanto de forma geral (um país, o planeta) como RBA • Março/Abril de 2012
secas...
de forma particular (empresa, casa, comunidade). O primeiro “p” (people) refere-se ao tratamento do capital humano em uma empresa ou sociedade. Isto quer dizer que, além do salário justo, a empresa precisa pensar em outros aspectos como o bem estar e saúde dos funcionários. E precisa também se preocupar em saber como sua atividade econômica afeta a comunidade em que está inserida. O “p” de planet é o fator ambiental do tripé. A empresa e a sociedade devem se preocupar em como amenizar os impactos ambientais que, em princípio, toda a atividade econômica produz. Isso inclui, por exemplo, as formas de repor os recursos naturais utilizados, controlar a quantidade de dióxido de carbono no processo produtivo, levar em consideração a legislação ambiental — fatores que devem fazer parte da preocupação das organizações públicas ou privadas. O terceiro “p”, de profit, refere-se ao lucro, ou seja, o resultado financeiro positivo da organização. Mas isso deve ser sempre entendido como lucrar sem devastar. RBA • Março/Abril de 2012
e ondas gigantes, são efeitos do aquecimento global.
Crescimento econômico X sustentabilidade
Para Vladimir Brandão, crescimento econômico e sustentabilidade são conceitos que, na maioria das empresas, ainda não estão totalmente associados. “O crescimento econômico tem causado pesados impactos ambientais devido ao aumento das emissões de gases de efeito estufa, como gás carbônico (queima de petróleo e de árvores) e metano (criação de gado), e da redução de áreas de florestas, com impactos sobre o clima e a biodiversidade. Por outro lado o crescimento econômico tem conseguido reduzir desigualdades sociais e tirar milhões de pessoas da pobreza (casos de Brasil, Índia e China), porém em razão ainda insuficiente (um bilhão de pessoas passam fome no mundo) e o custo ambiental é alto”, enfatiza. Ele acredita que a conciliação entre crescimento econômico e sustentabilidade depende da migração de uma economia baseada em carbono para uma economia verde, que apresente fontes alter-
nativas viáveis de energia e que obtenha maior produtividade das matérias primas e com maiores índices de reciclagem de resíduos, dentre outros aspectos. Passa também pela mudança de hábitos de consumo da população. Para o especialista, gestão sustentável é, sem sobra de dúvida, uma acertada estratégia de negócio. “Gerir uma organização com séria preocupação com a sustentabilidade reduz riscos jurídicos e resulta em ganhos de imagem. A redução de desperdício de materiais, por exemplo, já permitiu ganhos significativos para muitas empresas”, sustenta. Ricardo Voltolini concorda com esta afirmativa: “Há uma parcela importante do mercado disposta a pagar mais por produtos de menor impacto ambiental, como alimentos orgânicos, eletrodomésticos de baixo consumo ou veículos menos poluentes. Várias certificações de cunho socioambiental abrem portas de mercados no exterior (manejo sustentável de florestas, fair trade, gestão ambiental, etc). Também há muitas oportunidades para estratégias focadas na inovação, para o desenvolvimento 37
capa de produtos e processos mais sustentáveis”. Para Voltolini, implementar a sustentabilidade nas organizações não é mais uma opção, mas uma necessidade. “As organizações modernas precisam avaliar o que estão fazendo para garantir às futuras gerações um ar respirável, um solo fértil, água potável, um clima estável e igualdade social”. E destaca que depois de analisar estas questões, as organizações devem construir uma série de processos internos, que vão levar à economia de recursos naturais, redução de impactos na atmosfera e promoção do desenvolvimento humano. Várias instituições já estão desenvolvendo de fato ações neste sentido. Como ressalta Brandão, “algumas cooperativas são muito bem sucedidas na associação de crescimento econômico com inclusão social, permitindo o acesso de milhares de pequenos produtores rurais a mercados muito exigentes e rentáveis e ainda distribuindo lucros a todos no final do ano”. A cooperativa Aurora, de Chapecó (SC), que atua com deriva-
A Gestão Sustentável é irreversível e o novo paradigma para de discussões econômicas, políticas ambientalistas e sociológicas.
dos de frango, suínos e leite, e a Cooxupé, de Guaxupé (MG), que fornece café de alta qualidade às principais cafeterias do mundo, são exemplos disso. Empresas de geração de energia como a Trac-
tebel, Baesa e Enercan, todas de Santa Catarina, desenvolvem amplos projetos para mitigação de impactos socioambientais e compensações para impactos decorrentes da inundação de áreas por barragens e do deslocamento de famílias”, exemplifica o especialista. Segundo ele, muitas empresas mudaram profundamente seus processos para reduzir desperdícios e reciclar matérias primas, gerando menos resíduos. “Caso das gaúchas AGCO (máquinas agrícolas) e Marcopolo (ônibus). A Hering, de Blumenau, é outro bom exemplo de empresa que possui um sistema integrado de gestão ambiental, que coordena ações em todas as etapas produtivas, e também tem uma destacada atuação social onde atua”. Por sua vez, Ricardo Voltolini destaca que no setor automobilístico é exemplar o caso da Toyota, vista como uma das empresas mais sustentáveis do mundo. “Em todos os ramos imagináveis, a sustentabilidade será o ponto alto de inovação”.
Turismo Sustentável Fundado há mais de 25 anos, o Refúgio Ecológico Caiman entrou rapidamente na lista dos nove lugares no mundo considerados Long Run Destinations. Este conceito tem a certificação da Global Ecosphere Retreat – dada pela Zeitz Fundation – e considera quatro critérios de sustentabilidade: conservação, comunidade, cultura e comércio. Os locais escolhidos devem gerir ou ter influência direta na gestão do turismo em áreas de conservação natural, com limites geográficos definidos. É importante que os negócios proporcionem experiências com a natureza e com as comunidades locais. O Refúgio Ecológico Caiman, localizado no estado de Mato Grosso do Sul, tem aproximadamente 53 mil hectares e reune três atividades: Estância Caiman, a fazenda de criação extensiva de gado de corte; Pousada Caiman, voltada para o ecoturismo; e Programa de Conservação da Natureza, que mantém uma Reserva Particular de Patrimônio Natural, além de desenvolver intercâmbio com universidades e pesquisas científicas como os projetos Arara-Azul e Papagaio-Verdadeiro.
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Trabalho
Tenho um diploma:
e agora? As preocupações e desafios dos recém-formados em Administração, sob o ponto de vista de jovens graduandos
Q
uantos milhares de jovens recém-formados não se deparam com inúmeras perguntas em relação ao seu futuro no mercado de trabalho? Este é um momento mágico e ao mesmo tempo difícil. Em plena era da competição e do individualismo, merecem espaço as opiniões destes jovens. Aqui registramos os depoimentos de três graduandos que já têm o que dizer sobre esta etapa da vida profissional. Depois de “ralar” por quase cinco anos nos bancos de uma faculdade, passar dificuldades para pagar a mensalidade em dia, abrir mão de lazer, passar noites em claro estudando para se sair bem nas provas, Nilcimar
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Rebouças de Carvalho, 26 anos, formada em Administração de Empresas, em 2011, pela Faculdade Castro Alves, Salvador (BA), questionava: Será que vou conseguir exercer de fato minha profissão? Existe espaço para mim no mercado de trabalho? E agora que me graduei, serei promovida em meu trabalho? É hora de abrir meu próprio negócio? E agora? Questões idênticas passaram também pela cabeça de Gioconda Suinción Acuña, 23 anos, graduada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ela considera que as maiores dúvidas de um recém-formado em Administração estão relacionadas ao leque de opções de carreira que a profissão apresenta.
“Identificar qual será a área de atuação que devemos focar é uma decisão difícil, mas essa fase deve ocorrer ainda na faculdade. Qualificar-se durante a graduação é essencial para encarar o mercado de trabalho, caso contrário, encontraremos um cenário bem mais competitivo”. Ela dá o recado: “São muitas as dúvidas e incertezas que só serão sanadas com o passar do tempo, após investigar quais são as reais carências do mercado ou após se informar sobre as políticas de cargos e salário e recompensas da empresa em que atuava”. Aluízio Vinicius Gonçalves de Oliveira Altafin, 31 anos, recém-formado em Administração pela Universidade Norte do Paraná (Unopar), concorda que identificar a área da Administração RBA • Março/Abril de 2012
mais promissora é um desafio. “Por falta de oportunidades no mercado de trabalho, a maioria acaba adotando o mesmo trabalho onde teve oportunidade de estagiar. São raros os casos onde o recém-formado tem a possibilidade de escolher a área que mais lhe agrada após a conclusão do curso”.
O que não fazer
Se é complicado o processo de identificar a área e se lançar no mercado de trabalho, o jeito é pensar o que não se deve fazer. Assim elimina-se as áreas de pouco ou nenhum interesse do recém-formado. “Para começar, todo estudante de Administração é obrigado a fazer um estágio. É ali que a gente desenvolve uma visão analítica, o que podemos aprender na prática”, afirma Gioconda, mas ressalta que o estágio é uma boa oportunidade “quando realmente entramos para aprender coisas novas e não nos acomodamos, como acontece com muitos estagiários, principalmente de órgãos públicos. Estágio é para aprender e não necessariamente para ganhar dinheiro. Devemos saber a hora de sair e procurar novas experiências e desafios”, acrescenta. Aprimorar é a palavra de ordem para disputar uma vaga no mercado de trabalho cada vez mais competitivo. “As empresas parecem buscar pelo que podemos chamar de Profissional Empreendedor, ou Comportamento Empreendedor. Este é o funcionário que utiliza o poder de inovação e criatividade a serviço da empresa onde trabalha, buscando tratá-la como se fosRBA • Março/Abril de 2012
se seu próprio negócio, visando sempre os melhores resultados”, argumenta Aluizio. Gioconda considera também que a visão empreendedora, seja para ocupar determinado cargo em uma organização ou para abrir negócio próprio, é uma característica importante para todo profissional, principalmente para o Administrador. “Acredito que no cenário econômico atual, as oportunidades para arriscarmos a abrir nosso próprio negócio é algo em que se deve pensar”. Para Nilcimar, o empreendedorismo é uma boa alternativa: “Nós, recém-formados, saímos da faculdade cheios de ideias e com muita vontade de colocar em prática todo conhecimento adquirido e exercitar o espírito empreendedor”. Mas destaca que o mercado costuma oferecer resistência a novos empreendedores. “Essa resistência não se sustenta diante de um bom planejamento e produtos ou serviços inéditos”, defende.
Nós, recémformados, saímos da faculdade cheios de ideias e com muita vontade de colocar em prática todo conhecimento adquirido e exercitar o espírito empreendedor Nilcimar Rebouças
Empresa júnior
Os graduandos devem experimentar a maior quantidade possível de experiências. Gioconda garante que a empresa júnior é uma excelente oportunidade, pois oferece uma visão de empresa, trabalho em equipe, hierarquia, aplicação dos estudos de administração à realidade de negócios, acesso a empresas do mercado de sua cidade e formação de um networking profissional. “Fiz parte da Adm Consult, empresa júnior de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e ela foi fundamental para aprender, acertar – e errar também”, esclarece. Ela 41
Trabalho acrescenta que também participou da Federação Nacional dos Estudantes de Administração (Fenead-RN), onde aprendeu a desenvolver relacionamento com clientes, gestão de conflitos, argumentação e defesa de ideias, dentre outros aspectos comportamentais. “Essas experiências ofereceram-me uma visão clara do que eu gostaria de seguir pós-universidade”, garante. Nilcimar tem uma crítica a fazer às universidades brasileiras. Ela afirma que estas instituições preparam o estudante tecnicamente e os abandonam mercadologicamente. “A maioria das universidades, quando requisitam trabalhos de desenvolvimento prático, utilizam situações hipotéticas, que nem sempre retratam a realidade do mercado. Além disso, as universidades fornecem uma gama de conhecimentos baseados em teorias e conceitos antigos e obsoletos”, sustenta. E enfatiza: “Os únicos momentos em que o trabalho acadêmico se aproximou da realidade foi quando realizei visitas técnicas e ao elaborar o Trabalho de Conclusão de Curso, quando tive que ir a campo para investigar o mercado a fim de adquirir embasamentos práticos”.
Conselhos
O fato de concluir a faculdade não significa que o profissional esteja pronto para enfrentar todos os desafios que serão impostos. Nilcimar acha que é obrigatório estar sempre atento às demandas do mercado. “Os cursos extra-curriculares, como os de idiomas ou relacionados a áreas administrativas, são um bom caminho para conquistar
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Acredito que no cenário econômico atual, as oportunidades para arriscarmos a abrir nosso próprio negócio é algo em que se deve pensar Gioconda Suinción
um lugar no mercado de trabalho”. Para ela, quanto mais rico for o currículo em relação a experiências e cursos de aprimoramento, maiores serão as chances de se ingressar no mercado de trabalho. “Achar que ao se formar as coisas serão mais fáceis e todas as portas se abrirão automaticamente é pura ilusão, pois existe uma gama enorme de recém-formados que estão em busca do seu espaço no mercado”, observa. Além de manter-se atualizado, é importante ter uma boa rede de relacionamentos; uma boa convivência com atividades, seja na faculdade ou no estágio e características como dinamismo, proatividade, facilidade de comunicação e trabalho em equipe são considerados diferenciais no momento da seleção do profissional. Gioconda argumenta que logo depois de formado o profissional precisa se conhecer. “É clichê dizer isso, mas é fundamental. Pare um tempo, vá à praia, saia do seu ambiente seguro e confortável, e liste o que você já fez, o que gosta de fazer, quais áreas mais atrativas para você. Imagine-se, no futuro, atuando nessa área, se gosta de prestar consultoria, ou prefere ser executivo de uma grande empresa, ou gostaria de arriscar e abrir sua própria empresa. Se você possui pouca experiência na área, deve estar preparado para ser humilde e aprender em uma empresa, onde você provavelmente começará em algum cargo de baixo escalão”. Além disso, ela considera que independente da área que escolheu seguir, nunca deixe de estudar, se atualizar. “Eu leio três revistas por mês (HSM Management, Pequenas Empresas Grandes Negócios RBA • Março/Abril de 2012
e Época Negócios), além da RBA e de livros da minha área. Isso me ajuda na atualização constante de conhecimento”. Outra coisa importante é investir em cultura e conhecimentos gerais. “Minha vida profissional é trabalhada como um planejamento estratégico, um plano de marketing e de gestão de processos. Fiz uma análise Swot, construí minha missão, minha visão, o que gostaria de ter e ser em várias épocas da minha vida, e tracei minhas estratégias para alcançar estas metas”, ensina Gioconda. E confessa que às vezes se perde, se desvia, mas sempre volta à trilha. Para disputar uma vaga no mercado, o recém-formado deve investir em na sua qualificação: “Fiz um levantamento pessoal dos requisitos necessários a várias oportunidades de emprego. Além de uma graduação, fazer cursos específicos dentro de minha área de formação foi fundamental. Se houver certificações, a de gestão de projetos que possui Project Management Institute (PMI), melhor ainda”. Outra sugestão é a participação em projetos voluntários. “Por exemplo, se sua área é a de gestão ambiental, você pode participar de uma Organização não Governamental (ONG) com foco neste setor, e desenvolver e implementar um projeto em sua comunidade, o que vai lhe ajudar a desenvolver os aspectos de liderança e aprimorar seus conhecimentos”. Para Nilcimar, atualmente muitas empresas utilizam o sistema de indicação no momento de contratar um novo profissional. “Neste momento possuir um bom network faz toda diferença. RBA • Março/Abril de 2012
São raros os casos onde o recémformado tem a possibilidade de escolher a área que mais lhe agrada após a conclusão do curso Aluízio Vinicius Gonçalves
Ex-colegas de faculdade ou de antigos trabalhos e estágios, ex-chefes e até professores são excelentes contatos”, recomenda. Mas faz uma ressalva: “Uma rede de relacionamentos só funciona se durante o período de convivência com essas pessoas possuímos uma boa e sólida referência nas atividades executadas. Assim, pode-se dizer que a inserção no mercado de trabalho por meio do famoso QI (quem indicou) fica menos difícil se tivermos o perfil que a instituição procura ou afinidade com o trabalho proposto”.
Dicas Criar sua rede de contatos profissionaisdesdecedoémaisdo que recomendável, além de, se possível, estagiar o quanto antes. Frequente feiras sobre carreiras e mercado de trabalho desde a faculdade; •Procure ir a seminários com profissionais de destaque em sua área de atuação para familiarizar-se. •Durante as entrevistas de emprego, adote uma política de exposição de seus potenciais. Mostre-se diferente da maioria. •Escreva textos e artigos sobre suaespecialidadeetentepublicá-los em veículos especializados, pois assim ganhará visibilidade e pontos no currículo. •Desde cedo exercite seu networking, pois a grande maioriadascontrataçõesainda é feita por meio de indicação. Fonte: www.carreiras.empregos.com.br
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artigo
Leandro Vieira
Desperdício de
talentos
E
u sabia que iria gerar polêmica. Eu sabia que iria levar pedrada. Mas alguém tem que fazer o trabalho sujo. Há algum tempo venho expressando minha preocupação com o crescente número de pessoas empenhadas em conquistar uma vaga no setor público. Em 2007, escrevi um artigo intitulado O ônus da cultura do funcionalismo público que até hoje conta com uma grande repercussão na internet e fora dela, sendo republicado por diversos jornais e até mesmo pela Revista Brasileira de Administração.
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A minha preocupação central é com a corrida desenfreada por vagas no setor público, cujo trabalho em nada acrescenta ao crescimento econômico do país. Quando falo de crescimento econômico, isso não desmerece a importância do serviço público ou dos funcionários públicos. Todos cumprem o seu papel na operacionalização da máquina estatal, sem a qual não viveríamos. Em 2007, a revista Veja publicou uma matéria de capa enfatizando que 5 milhões de brasileiros iriam prestar concurso público naquele ano. Número de vagas? 100 mil. Sabe quantos candidatos tivemos em 2011? 12 mihões! Mais do que dobramos o número de candidatos em apenas quatro anos. É muita gente para pouca vaga. Não é preciso criar modelos matemáticos para prever o que irá acontecer com essa turma nos próximos 10 ou 20 anos. Para gerar crescimento econômico, é preciso investir em ciência e tecnologia, inovação e desenvolvimento de novos negócios. Esse é um postulado econômico puro e simples. Porém, grande parte de nossos maiores talentos sente-se muito mais atraída pelo eldorado chamado serviço público, devido, principalmente, a fatores como salário vitalício, diversos benefícios garantidos pelo Estado, estabilidade, carga horária conveniente, e por aí vai. Essas mesmas pessoas
poderiam estar contribuindo para a melhoria das condições do setor privado (que é quem leva o Brasil nas costas), seja estudando a fundo a problemática das empresas, seja colocando em prática a sua visão de excelência, servindo de exemplo e referência para outras empresas e outros profissionais. Costumo dizer que os gênios americanos criam empresas fantásticas que mudam os rumos da humanidade. Os gênios brasileiros passam em concursos públicos. A mecânica do êxodo para o setor público é muito simples: a instabilidade econômica e escassez de empregos ocasionam o desinteresse por empreender e a buscar oportunidades na iniciativa privada. Como consequência, eleva-se o interesse por vagas no setor público, em virtude das “vantagens” já citadas. Um número incontável de pessoas inteligentes e preparadas passa a se dedicar – e com uma certa obsessão – a passar em algum concurso, independente de seus talentos ou vocações individuais. Logicamente, o setor público não pode absorver todo esse contingente de pessoas. Alguns passam, mas a imensa maioria permanece se preparando continuamente, na esperança de algum dia ser aprovado. Enquanto se preparam para os concursos, não desenvolvem habilidades e competências essenciais na iniciativa privada. Os conhecimentos que adquirem nessa jornada são RBA • Março/Abril de 2012
rasos. Sabe mais quem sabe um pouco de tudo para poder fazer a prova, e saber um pouco de tudo é o mesmo que nada: não provoca avanços na ciência, tampouco estimula a inovação e tampouco fomenta novos negócios. Tais conhecimentos, arrisco-me a dizer, também não são úteis para promover melhorias significativas no próprio setor público. Por quê? Porque o sistema burocrático tem autodefesas muito fortes. Se enxergarmos a sociedade através do prisma da burocracia, iremos encontrar um grande sistema de dominação. Um importante pensador da Administração, o saudoso Fernando Carlos Prestes Motta, compartilhava a visão de Claude Lefort de que “a burocracia é um grupo que tende a fazer prevalecer um certo modo de organização, que se desenvolve em condições determinadas, que se amplia devido a um certo estado da economia e da técnica, mas que somente é o que é em sua essência, em virtude de uma atividade social”. Ressalta-se, nesse conceito, a questão da atividade social fazendo menção à intenção dos burocratas de se constituírem em um grupo à parte, de um sistema de poder coletivo definido a partir de sua oposição à ausência de poder dos dominados. Cita-se também a sua intenção de se organizarem em um “sistema de mando e subordinação que estabelece diferenças materiais e de prestígio entre os membros do grupo”. Para Motta, o fenômeno burocrático caracteriza-se por um conservadorismo expresso especialmente na manutenção e expansão de uma situação de privilégio. É um retrato do nosso sistema. RBA • Março/Abril de 2012
No lugar de representar uma ponte entre os interesses particulares e os coletivos, a burocracia serve a seus próprios interesses – “uma corporação que se defende em oposição às demais corporações”. A esse respeito, o seguinte trecho da obra de Motta merece destaque: “Enganam-se os que julgam a competência da burocracia pela satisfação dos interesses da sociedade civil. Nesse sentido, a burocracia é sempre incompetente, já que como círculo fechado vive para si própria. A competência da burocracia precisa ser vista na sua capacidade de manutenção e expansão enquanto sistema de poder”. Ressalto que o setor público é indispensável em toda e qualquer sociedade. Uma das características dos países desenvolvidos é justamente o perfeito funcionamento das suas instituições, elemento fundamental para que os atores sociais se desenvolvam e contribuam para o desenvolvimento de seu país (questão central também do pensamento de Douglas C. North, Nobel de Economia). Porém, o Estado brasileiro não faz sua parte. Pelo contrário, joga contra. O Estado por si só não se sustenta. É preciso uma economia de mercado dinâmica para sustentar suas atividades de forma que possibilite-o desempenhar o seu papel de forma excelente, devolvendo à sociedade em forma de serviços essenciais aquilo que a sociedade lhe proveu na forma de tributos. Entretanto, cá entre nós, falta dinamismo e eficiência ao nosso setor privado. O empreendedorismo brasileiro, no geral (e essa é uma generalização necessária), ainda é muito rudimentar, surgindo muito mais por necessidade do que pela identificação de oportunidades. Não há
diálogo entre academia e mercado. E, ao invés de termos pessoas debruçadas sobre os problemas enfrentados por nossas organizações, pesquisando, inovando ou empreendendo, temos um êxodo cada vez maior dos nossos talentos em busca do setor público. A questão não é se o setor público brasileiro é eficiente ou ineficiente. A questão é que o nosso setor privado precisa de pessoas capacitadas, talentosas e inteligentes, mas grande parte de nosso contingente pessoal com essas características sente-se muito mais atraída por cargos públicos. Do ponto de vista individual, os concurseiros estão mais do que certos. Lógico: por que eu deveria me esforçar para atuar em um campo cheio de riscos, sem segurança e sem estabilidade quando posso trabalhar para o Estado, sem me preocupar pelo resto da vida? Porém, o ônus do ponto de vista coletivo é muito alto. Quantos Bill Gates já não perdemos nesse processo?
Leandro Vieira Editor do Administradores.com, autor do livro Seu Futuro em Administração (Campus, 2011)
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sucesso
Por Tânia Mendes
CHOCOLATE
on line
P
equenas empresas têm se sentido atraídas cada vez mais por um lugar ao sol no mercado de uma iguaria aprovada por dez entre dez brasileiros: o chocolate. E já estão em busca de uma significativa fatia do rentável bolo da comercialização de chocolates finos, tradicionalmente dominado por gigantes como Nestlé e Kraft Foods. A paixão por chocolate combinada à oportunidade de mercado levaram o administrador, empresário e ex-consultor de empresas na área de Planejamento e Marketing, Epson Andrade de Carvalho, a lançar-se neste nicho do mercado. E, conincidentemente, foi uma consequência de outra paixão de Carvalho, a literatura. Em 1990 ele montou a ‘MFC’, primeira de suas três livrarias, e já começava a pensar
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no famoso plano b. Que logo seria posto em prática. A mesma motivação que o levou ao mercado de livros, animou-o a comercializar chocolate. Nascia a Chocolats Du Monde, o primeiro site, no Brasil, especializado em marcas internacionais de chocolates finos. A empresa – que na verdade é uma divisão da Printemps Ltda, razão social de uma das livrarias – comercializa dezesseis marcas diferentes de trufas, bombons napolitanos e tabletes de diversos sabores provenientes de dez paises, incluindo, é claro, Suíça e Bélgica. O interesse pela montagem de um negócio começou em uma das viagens de Carvalho ao exterior. “Fiquei pensando como seria bom ter acesso fácil e rápido a chocolates de qualidade. Encomendei um lote de produtos de marcas consagra-
Primeiro site do Brasil especializado na comercialização de marcas internacionais de chocolate comemora o sucesso.
das e coloquei-os à venda em uma das livrarias, como teste. Tive uma grata surpresa! Em pouco tempo vendi tudo e descobri que muita gente também gostava de saborear chocolates de alta qualidade”, conta ele, que em 2010 começou a estudar o mundo do chocolate, pesquisando sua história, mercado e marcas. Aos poucos ia diversificando a linha de produtos. O posicionamento da empresa é oferecer grandes marcas e desenvolver a cultura do chocolate gourmet no Brasil. “Aliás, aqui do Brasil comercializamos apenas a marca Amma, um produto de altíssima qualidade, citado pelos especialistas como um dos melhores do mundo”, ressalta Carvalho. Para o empresário, o grande diferencial da Chocolats Du Mond RBA • Março/Abril de 2012
é a flexibilidade de soluções, em função da multiplicidade e diversidade dos produtos oferecidos pela empresa. Para os próximos dois anos a meta é tornar a marca conhecida e reconhecida pelos consumidores finais e compradores institucionais. “Estamos investindo na internet e em mídias sociais, cientes de que a experiência positiva e a recomendação da clientela fortalecem a imagem da marca. A próxima etapa prevista no plano de negócio é a abertura de lojas físicas”, comemora.
Marketing
O empresário assinala que embora tenha sido o maior fornecedor mundial de cacau, o Brasil nunca teve uma forte tradição na produção de chocolates de qualidade, mas acredita que isso está mudando e deve acelerar nos próximos anos: “Estamos
apostando nessa tendência que já ocorreu com outros produtos, como o vinho e o café gourmet e, mais recentemente, com o azeite e o chá. O chocolate começa a ser incluido nesta tendência de valorização da qualidade”. Ele acredita que isso se deve ao bom momento econômico do país, pois o cenário favorece a venda de produtos com preços relativos mais elevados, uma vez que houve um aumento substancial do poder de compra e da renda discricionária dos brasileiros. Com isso as pessoas estão viajando mais, se informando mais, e aprendendo a reconhecer os benefícios de produtos de melhor qualidade e, naturalmente, isso vem contribuindo para o crescimento deste mercado”. No início deste ano a Chocolats Du Monde começou uma campanha voltada para o mercado corporativo, com a propos-
ta de full service. “Em parceria com outras empresas especializadas estamos preparados para oferecer um pacote completo de serviços, desde o planejamento da comunicação, incluindo a seleção dos tipos de chocolates, criação da embalagem, contato com os destinatários, distribuição dos produtos, até o follow-up”, esclarece Carvalho. Para que os planos da empresa alcancem o sucesso esperado ele é enfático ao sublinhar que a sua política de administração é manter a empresa com uma equipe enxuta e de alto desempenho. “Por isso a atenção ao fator humano é o centro da estratégia. Temos, no total, um time com doze pessoas fixas, capacitados por meio de treinamento in loco e de cursos técnicos. Com o apoio desta equipe, estamos aptos a levar deliciosos chocolates aos quatro cantos do Brasil.”
Paixão mundial Os antigos Maias foram os primeiros a descobrir os segredos do cacau. As civilizações da América Central acreditavam que as sementes de cacau eram um presente de um deus e para esses povos o chocolate não era somente seu alimento favorito, desempenhando importante papel em sua religião e na vida social. Em 1502, Colombo tornou-se o primeiro europeu a entrar em contato com o cacau em sua quarta viagem a América e em 1528, Hernán Cortez levou o “ouro marrom” e provavelmente a receita da exótica bebida para a Europa. Tanto o cacau quanto o açúcar eram caros. Somente os ricos podiam dar-se ao luxo de beber chocolate. Na França o chocolate era um monopólio estatal e consumido apenas entre os membros da corte. No início do século XVII foi inventado o chocolate sólido e a sua produção em massa tornou-o acessível a um amplo público. Com a revolução industrial, o francês Doret inventou uma máquina hidráulica para prensar as sementes de cacau. Outro francês, Dubuisson, criou um moinho a vapor que possibilitou a moagem do cacau em larga escala, proporcionando alta produção de chocolate de forma rápida e barata. Mas uma das mais importantes invenções para a indústria do chocolate foi criada pelo químico holandês Coenraad Van Houten. Sua máquina extraía a manteiga de cacau deixando apenas o pó de cacau. Hoje a fabricação do chocolate transformou-se em um misto de ciência e arte. Graças ao comércio e a tecnologia, sementes de cacau e chocolate são parte de uma economia de mercado global, que inclui a maioria dos países do mundo. A maioria dos chocolates consumidos no mundo é produzida com cacau africano. O maior produtor é a Costa do Marfim, com 1,4 milhões de toneladas anuais. Fonte: www.chocolatsdumonde.com.br
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conex o
Dicas de eventos, filmes, sites e livros
Livros
Gestão de Programas de
Remuneração
E
ste livro se destina primeiramente aos que possuem uma visão generalista sobre remuneração, mas que necessitam ampliar essa visão com questões do dia a dia e com reflexões sobre objetivos e desafios dos mais variados programas e instrumentos de remuneração”, explica o autor Marcelino Tadeu de Assis. Ele acrescenta ainda que, pretende compartilhar reflexões com aqueles que conhecem o tema “remuneração”, mas de dentro de estruturas com menos complexidade e dinamismo. “Estudantes, já iniciados no estudo de gestão dosprogramas de remuneração, também podem se beneficiar do livro, desde que estejam estudando o tema em eventos de extensão, graduação ou pós-graduação”, complementa Marcelino. A obra fala dos aspectos-chave das pesquisas de remuneração; da dinâmica associada à gestão dos cargos e estruturas funcionais; dos modelos de estruturas salariais, tabelas salariais, avaliação ou classificação dos cargos; além de apresentar reflexões sobre motivação, incentivos financeiros e isonomia salarial. “Gestão de Programas de Remuneração” foi estruturado em cinco capítulos a saber: 1. Aspectos introdutórios, onde faz uma abordagem histórica sobre remuneração estratégica, flexível, variável e dinâmica; 2. O salário, onde discorre sobre a parte fixa da remuneração direta, bandas salariais: oportunidade, riscos e desafios, o salário e o desempenho individual, gratificação de desempenho, programas de bônus para executivos e programas de reconhecimento; 3. Incentivos financeiros, focalizando temas como recompensar e reconhecer, remuneração variável em vendas, participação nos lucros ou resultados, gratificação de desempenho; 4. Métricas, onde fala sobre
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os indicadores de gestão dos programas de remuneração; 5. Estudos complementares, quando discorre sobre benefícios, vantagens e facilidades, remuneração e cultura organizacional, remuneração e culturas regionais, o valor dos incentivos financeiros, os pilares da gestão dos recursos humanos, e a isionmia salarial e a gestão da remuneração.. Marcelino Tadeu de Assis é graduado em Administração e pós-graduado em Gerencial Empresarial. Tem larga experiência nas áreas relacionadas ao tema desta obra, além de pertender ao corpo docente da Universidade Estácio de Sá (Unesa) e Universidade Federal de Goiás (UFG). Conceitos, aplicações e reflexões Marcelino Tadeu de Assis Qualitymark Editora, 2011
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Administração voltada à Gestão Pública Este livro se propõe a ser um guia de estudo direcionado para os aspectos teóricos e práticos da administração voltada para o setor público. Os temas abordados na obra – Bases para a Administração Pública, Entendendo a gestão pública, Estruturas governamentais do Estado Brasileiro, e Tópicos emergentes da Administração Pública – são apresentados de forma simples, objetiva e clara. Fabrizio é graduado em Administração, especialista em Gestão Internacional, Mestre em Administração, Doutorando em Administração. Professor Me. Fabrizio Meller da Silva Centro Universitário de Maringá (Cesumar) – Maringá (PR)
Planejamento Estratégico Teorias, modelos e processos Em linguagem simples e objetiva, o autor construiu um texto e roteiro que auxilia alunos, executivos e empreendedores na elaboração e desenvolvimento do processo de planejamento estratégico em organizações reais. Para o autor – formado em Administração, mestre e doutor em Engenharia de Produção – um planejamento estratégico bem imaginado certamente vai contemplar a grande massa de novos consumidores que começam a ser resgatados com o aumento de emprego e renda, criando novos produtos, melhores e mais baratos, que possam fazer frente aos importados.
Maurício Fernandes Pereira Editora Atlas – São Paulo (SP)
“Causos” de RH O livro O título do livro já indica o seu conteúdo: causos, cases ou casos que tem como cenário o serviço público, em especial o de Brasília, definida no prefácio da obra como o berço esplêndido desta categoria de trabalhadores que, apesar de viverem sobre a pecha de habitantes e servidores de uma “ilha da fantasia”, vivem como todo ser humano, em busca de reconhecimento e amor. O autor, formado em Administração, é consultor na área de criatividade, comunicação, formação de lideranças e recursos humanos. Evandro Valentim de Melo Livre Expressão Editora – Rio de Janeiro (RJ)
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conex o Filmes
Um sonho possível O filme, dirigido por John Lee Hancock, conta a história de Michael Oher (Quinton Aaron), um jovem negro, obeso, que cresceu entre um e outro lar adotivo. Sua vida começa a mudar quando Leigh Ann (Sandra Bullock) o encontra na rua em uma noite fria, e decide simplesmente levá-lo para sua casa e dar-lhe um lar. Leigh Ann e sua família – Sean (Tim McGraw), um ex-jogador de basquete e seus dois filhos Collins (Lily Collins) e S.J. (Jae Head), o acolhem e acreditam em seu potencial, incentivando seu desempenho nos esportes. Com a ajuda do treinador de futebol de sua escola e de sua nova família, Oher terá de superar diversos desafios a sua frente. O filme, baseado em fato verídico, leva o título original The blind sid (termo derivado de táticas do futebol americano). Aborda temas como superação e esperança, mostrando que é possível sonhar com uma humanidade caridosa e altruista. Eventos
IV e V (Eprocad-RS) Onde: Canoas (RS) - Quando: 13 a 16/6/2012 Informações: www.crars.org.br - Fone: (51) 20144702
O Encontro de Professores e Coordenadores dos Cursos de Administração do Rio Grande do Sul tem como tema “Os desafios de Porto Alegre na área de Mobilidade Urbana”. O evento debaterá assuntos relacionados com inovação, qualidade e sustentabilidade no ensino de Administração.
XIX Conamerco Onde: Uberlândia (MG) - Quando: 13 a 16/6/2012 Informações: www.conamerco2012.com - Fone: (31) 3274-0677
O Congresso de Administração do Mercosul terá como temas específicos: Logística Reversa e sua contribuição para a preservação do Meio Ambiente; A Influência do Custo da Logística no Preço (final) do Produto; Logística de Entrega X Mobilidade Urbana; Licitações Públicas de Compras e Serviços voltadas para a Sustentabilidade; Normas Técnicas Internacionais e seu impacto no Comércio Exterior; O Papel da Arbitragem Internacional no Mercosul: Atual Contexto e Perspectivas futuras; O Ensino da Logística nos Cursos de Administração. Estão previstas uma séria de atividades paralelas. 50
www. siamar.com.br Este site é dedicado a comercializar vídeos de treinamento corporativo. A Siamar, hoje líder no Brasil e seu segmento, fornece mais de 600 títulos sobre diversos temas como segurança, marketing, liderança, trabalho em equipe e vendas. brasilprofissoes.com.br O portal Brasil Profissões, pretende ser uma fonte de consulta para esclarecer, aconselhar, apoiar e orientar as pessoas interessadas em conhecer as profissões brasileiras e seus diversos graus de exigência de qualificação, formação especializada e libre formação. ideiasustentavel.com.br Criada pelo consultor Ricardo Voltolini, Ideia Sustentável é uma consultoria especializada em estratégia e inteligência, e sustentabilidade. O site da empresa acompanha de perto a trajetória de evolução dos temas socioambientais na gestão das corporações brasileiras. gestaoambiental.com.br O site pretende ser uma ferramenta de apoio a pesquisas, desenvolvimento de tecnologia, discussões e avanços na área da gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.
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CFA/CRAs
Por Ana Gonçalves (Proativa Comunicação)
Imposto de Renda pode ajudar crianças
Publicação criada pelo CFA orienta aqueles que desejam destinar parte do Imposto de Renda para ajudar projetos sociais ligados à infância e juventude Começou o prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2012, ano-base 2011. Quem deseja ajudar uma instituição social sem ter gasto extra, pode destinar uma parcela no Imposto de Renda ao Fundo para a Infância e Adolescência (FIA), cuja finalidade e financiar programas e iniciativas voltadas para a defesa e promoção dos direitos da criança e adolescente. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), qualquer pessoa física pode destinar até 6% de seu Imposto de Renda devido diretamente ao Fundo. Contudo, poucas pessoas sabem disso e as contribuições ainda são pequenas. Com o objetivo de maximizar o número de doadores, o Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs) publicou o guia “Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente – Como investir seu imposto de renda em benefício das nossas crianças e adolescente”. A publicação é uma iniciativa que visa contribuir com o Pacto Global. Com ela, o CFA espera divulgar o benefício para todo o país. 52
Os Fundos também recebem doações de pessoas jurídicas. Para esse público a dedução é limitada a 1% do Imposto de Renda em cada período de apuração. Essa é uma excelente forma de contribuir com projetos financiados pelos Fundos no combate à exploração sexual, projetos de proteção às crianças e adolescentes, entre outros. O CFA aposta na iniciativa. A doação tem custo zero e, depois de declará-la, o valor será restituído ou deduzido da quantia que deve ser para à Receita Federal. Além disso, ao contribuir, a pessoa decide qual o destino da doação. O doador pode destinar o imposto para Fundos da Infância e Adolescência Municipais ou para o Fundo Estadual. Tanto um quanto o outro tem o mesmo propósito: ajudar projetos voltados para crianças e adolescentes. Os Fundos são administrados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, formados por representantes da sociedade civil e do governo. Os Conselhos têm o papel de deliberar e controlar ações com foco em crianças e adolescentes e, por consequência, o uso dos recursos destinados aos referidos Fundos. RBA • Março/Abril de 2012
Publicações do Conselho Federal de Administração Com o objetivo de disseminar conhecimentos relacionados à Administração, o Conselho Federal de Administração (CFA) edita várias publicações como livros, anais, manuais, cartilhas, pesquisas, entre outros.
• Umas das publicações disponíveis é o livro “A saga de um microempresário”, do Administrador João Humberto de Azevedo. A obra retrata a trajetória de um candidato a microempresário, demonstrando como ocorre a criação e a administração de um mini-mercado. A obra nasceu a partir das reportagens publicadas em forma de capítulos na RBA, entre janeiro de 2007 e outubro de 2008. • O livro é um guia de gestão empresarial para quem pretende montar um negócio ou deseja ampliar ou diversificar o seu empreendimento. Planejamento, registro formal, plano de marketing, gerência, finanças, estoques, compras, vendas e muitas outras questões que permeiam o desenvolvimento de um negócio compõem as 176 páginas do livro. RBA • Março/Abril de 2012
• Outra obra indispensável para todos os Administradores e publicada pelo CFA é “Uma introdução ao Histórico da Organização Racional do Trabalho”, de autoria de Alberto Guerreiro Ramos. Apesar de ter sido escrito em 1950, o livro não sofreu modificações em seu conteúdo original, dada a sua grande contribuição para os dias atuais. No livro, os leitores poderão conferir uma vasta fundamentação teórica, pouco vista nos livros de Teoria Geral da Administração (TGA). • E quem quiser conhecer melhor a história da Administração não pode deixar de conferir a obra “O Sistema CFA/ CRAs no contexto da Administração no Brasil”. O livro apresenta os diversos momentos da Administração, catalogando as ações mais expressivas e importantes do Conselho. Fotos, textos e pesquisas minu-
ciosamente elaboradas fazem parte do conteúdo dessa proposta, que tem como resultado uma edição ilustrativa sobre a profissão, a atuação do Conselho Federal e de suas Regionais, além de contar um pouco da história da administração no Brasil e no mundo. • Além disso, o CFA oferece aos leitores o boletim “Notícias do Sistema CFA/CRAs”, o guia “Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente – Como investir seu imposto de renda em benefício das nossas crianças e do adolescente”, o “Código de Ética dos Profissionais de Administração”, o guia “Recuperação Judicial de Empresas”, entre outras publicações. • As publicações do CFA estão disponíveis no site. Os interessados em conferi-las podem acessar o endereço www2. cfa.org.br/publicacoes. 53
CFA/CRAs
Homenagem ao Profº Antônio Gildo Galindo O Conselho Regional de Administração da Paraíba (CRA-PB) sediou a 1ª Assembleia de Presidentes do Sistema CFA/CRAs de 2012. O encontro aconteceu nos dias 15 e 16 de março, na sede do Regional. Um dos destaques da programação do evento foi a homenagem ao Adm. Antônio Gildo Paes Galindo. O Profº Gildo Galindo tem contribuído muito para a Ciência da Administração. Em sua passagem pelo Sistema CFA/CRAs, criou o Programa de Apoio aos Conselhos Regionais de Administração (Proar) que hoje é responsável por alocar recursos para os CRAs, possibilitando o crescimento dos Regionais em todo o país. Em 2012, o Proar entrará em uma nova fase. No final do ano passado, na última reunião Plenária, o CFA criou o Programa de Desenvolvimento dos Conselhos Regionais de Administração (Proder). Neste novo programa, o CFA incorporará as experiências aprendidas com o Proar, mas acrescentará novos métodos, uma nova filosofia voltada para resultados com o objetivo de promover o desenvolvimento integrado do Sistema CFA/CRAs.
Administrador dedicado
Pernambucano da cidade de Alagoinhas, Gildo Galindo é casado, tem quatro filho e dois netos. Torcedor do Náutico Capibaribe, não perde nenhuma partida do time de coração. Nas horas vagas, gosta de fazer palavras cruzadas e jogar buraco. Contudo, seu hobbie preferido é reunir a família, tomar café da manhã na padaria depois de uma caminhada na orla da praia de Boa Viagem e, claro, viajar. A sua trajetória profissional é marcada pela dedicação e profissionalismo. Foi vice-presidente do CFA nos anos de 1999, 2000, 2001, 2005 e 2006. Formado na primeira turma de Administração do Estado de Pernambuco, o Prof. Gildo Galindo foi executivo de empresas públicas por mais de 35 anos. Com passagens pela Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco, Secretaria de Finanças da Prefeitura do Recife e Pró-reitor da Universidade de Pernambuco, foi, ainda, presidente da Empresa de Tecnologia da Cidade do Recife (Emprel) e da Fundação Guararapes. Mestre em Administração pela COPEAD (UFRJ), em 1978 lecionou em diversas faculdades de Pernambuco e hoje é diretor da Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE/PE), onde coordena 55 turmas de pós-graduação. Além disso, o professor é Diretor de Ensino e Pesquisa da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD). Presidente do Conselho Regional de Administração de Pernambuco (CRA-PE) durante o desmembramento que deu origem ao CRA-PB e Conselheiro Federal do CFA em quatro ocasiões, ocupou a vice-presidência por seis anos, período no qual presidiu diversas comissões, em especial a do PROAR e do Prêmio Belmiro Siqueira.
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Promotor lança livro “Despesa pública e corrupção no Brasil” Lançamento da 2ª edição da obra que aborda a malversação dos recursos públicos com base em fatos ocorridos no cotidianoaconteceu, do promotor Ruszel Cavalcante, em João Pessoa (PB) Denúncias de atos de corrupção envolvendo a administração pública brasileira, problema presente em várias esferas do Poder Público, responsável por causar prejuízos incalculáveis ao país, é tema do livro “Despesa pública e corrupção no Brasil”, de autoria do promotor Ruszel Cavalcante. A segunda edição da obra foi lançada no último dia 15 de março, em João Pessoa-PB. O livro, prefaciado pelo presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Adm. Sebastião Luiz de Mello, aborda a malversação dos recursos públicos com base em fatos ocorridos no cotidiano. Os casos denunciados, segundo a obra, possuem um vínculo comum: vício no processo da despesa pública que, gerido de modo consciente, poderia evitar uma série de escândalos. A obra traz a tona reflexões sobre casos de corrupção no Brasil, o quanto o país gasta com a má gestão pública, para onde vai o dinheiro público e aponta caminhos para tentar eliminar a mancha negra da improbidade administrativa. Além de desvendar as causas que levam a má gestão no país, o promotor Ruszel apresenta propostas para acabar com a corrupção. Ele defende, por exemplo, que “Estado mais eficiente e austero é aquele que gasta nas áreas onde a sua atuação é mais necessária e eficiente”. Ele sugere, ainda, que “um projeto nacional ou de gestão pública inovadora tem que enfrentar temas jurídicos construídos ou herdados por nós, como o caso do sistema de controle interno não só em nível municipal, mas fundamentalmente em nível de secretarias estaduais e ministérios federais, conhecido hoje com o nome de Controladorias Gerais, que se encontra esquecido ante as prioridades da nação”. RBA • Março/Abril de 2012
Outro ponto a destacar na obra é que o sucesso da primeira edição serviu de base para a Proposta de Emenda à Constituição 54/11, do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a qual estabelece critérios para o exercício da função de controladores internos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. A intenção é fazer com que o controlador tenha mandato de autonomia. Além disso, o parlamentar criou o Movimento Despesa Pública Democrática para incentivar parlamentares, dirigentes e militantes a apresentarem propostas idênticas a PEC nos estados.
O autor O promotor Ruszel Cavalcante é Promotor de Justiça do Piauí. Bacharel em Ciências Jurídicas pela Universidade Católica de Pernambuco (1992), é especialista em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (2001) e Mestre em Direito Internacional Econômico pela Universidade Católica de Brasília. Membro do Ministério Público do Piauí, desde 1997, assessorou o Serviço de Defesa Comunitário – órgão integrante do Ministério Público Estadual para Defesa dos Consumidores; coordenou o Centro de Apoio de Combate à Corrupção, do Ministério Público; foi fundador e 1º diretor da Fundação Escola Superior do Ministério Publico do Piauí. É autor dos livros “A Lei de Responsabilidade Fiscal”, “A Lei 10.028 e os fiscais municipais”, com o apêndice “O Caso Guaribas”, e “Corrupção, origens e uma visão de combate”.
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oportunidades
Por João Humberto de Azevedo
Copa de
Oportunidades
A
Copa do Mundo de 2014 – que acontecerá no Brasil, entre 12 de junho e 13 de julho – está movimentando o mercado brasileiro com
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a construção de estádios, infraestrutura de transporte aéreo e terrestre, hotéis, entre outros empreendimentos de grande porte. Mas a situação também é propícia para pequenos empreendedores
que pretendem abrir seu próprio negócio. A partir deste número, a equipe da RBA vai apresentar resumo de boas oportunidades de negócio, para quem pretende lucrar com o evento. Confira!
Agência de Turismo
Borracharia
Empresa que tem como atividade venda de passagens avulsas para pessoas físicas ou jurídicas, revenda de pacotes turísticos, intermediação em reserva de hotéis, locação de carros e ônibus, fornecimento de guias de turismo, reserva e compra de ingressos para espetáculos etc.
Os serviços de uma borracharia compreendem: conserto e troca de pneus, além dos serviços de alinhamento de direção, balanceamento de rodas e cambagem. Pode vender também pneus usados, recauchutados, remodelados e câmaras de ar. Este é o tipo de negócio de aparência simples e despojada, mas muito rentável.
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Choperia
Estacionamento Rotativo
O consumo de chope no Brasil ainda é pequeno, em relação às outras bebidas, mas o crescimento é evidente. O negócio pode ser montado em espaço pequeno – inclusive em pequenas “ilhas” de grandes shoppings – desde que o ponto escolhido permita a instalação de mesas na calçada.
Este negócio reúne fatores primordiais para o seu sucesso: rapidez na implantação, baixo custo operacional e baixo valor agregado do serviço. O empreendimento deve ser implantado em regiões de grande movimento de veículos – aeroportos, hospitais, equipamento público, áreas comerciais e educacionais.
Distribuidora de Bebidas
Churrascaria
Os produtos básicos nesses estabelecimentos são refrigerantes e cervejas. Mas, é possível oferecer outros tipos de bebidas. O ponto escolhido deve oferecer facilidade para estacionamento de veículos dos clientes, como também caminhões de fornecedores.
Comer um bom churrasco já virou um programa que poucos brasileiros recusam. Atendimento impecável, alta qualidade da matéria prima, localização adequada e um bom churrasqueiro são ingredientes que não podem faltar na receita de sucesso deste negócio.
Estamparia em Serigrafia
Fábrica de brindes
Mais conhecida como silk-screen, é o processo empregado para estampar imagens e textos em tecido (camisetas, blusões, sacolas, brindes etc.). Negócio simples, que requer boa dose de criatividade e sua ampla aplicação permite contar com bom número de clientes.
Os brindes servem para marcar presença de um produto ou uma marca no dia a dia do consumidor. Este mercado vem se evolunido e se firmando como peças de marketing, cada dia mais utilizadas. O principal reflexo desta evolução é o fato de os brindes estarem perdendo seu caráter sazonal.
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oportunidades
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Floricultura
Lava rápido
Por comercializar mercadorias de rápido consumo – flores, plantas, vasos e acessórios – a floricultura é um negócio de baixo risco. Localização em ruas movimentadas, conhecimento básico sobre plantas, preços adequados e criatividade nos arranjos para presentes são fatores imprescindíveis para o sucesso do negócio.
O crescimento deste tipo de negócio está atrelado ao aumento da frota de automóveis. Um lava rápido pode ser montado em postos de gasolina, estacionamentos, pátios de supermercados, etc. Bom preço, qualidade dos serviços e atendimento exemplar são fatores primordiais para o sucesso deste empreendimento.
Loja de souvenir
Pizzarias
Este tipo de negócio busca satisfazer as necessidades emocionais de pessoas com interesse particular em determinado tema – futebol, basquetebol, automóveis, artistas, museus etc. As lojas de souvenir comercializa dois tipos de produtos: licenciados e não licenciados.
As pizzarias eram uma exclusividade das colônias italianas e dos seus redutos. Depois, se disseminaram por todo o país, até se transformarem em um dos mais promissores e rentáveis negócios do ramo de alimentação, isto porque, a pizza é aceita em todas as regiões e camadas sociais.
Pousada
Sorveteria
Presentes na maioria das cidades brasileiras, as pousadas – uma versão conteporânea das hospedarias do passado – representam uma alternativa de hospedagem mais barata. O segredo deste tipo de negócio é aliar o preço acessível ao conforto, serviços personalizados e bom atendimento.
Mesmo com tanta concorrência, o mercado brasileiro ainda tem muito espaço para novas sorveterias. Mas, como em todo negócio, o sucesso vai depender de vários fatores: preço competitivo, boa apresentação do estabelecimento, boa qualidade e diversificação dos produtos.
RBA • Março/Abril de 2012
Atualidades do Brasil e do mundo
Reconstrução do Japão
Pouco mais de um ano após o terremoto seguido de tsunami que devastou algumas cidades japonesas, o jornal britânico Daily Mail divulgou uma série de fotos da rápida reconstrução do Japão pós-tsunami. Agora, o grande desafio é processar o entulho deixado pela tragédia – que aconteceu em 11 de março do ano passado. Somente na província de Fukushima, estima-se que a catástrofe tenha produzido cerca de 23 milhões de toneladas de entulho e, até o momento, só foram processados 5% do material recolhido. www.portalnippon.com
50 anos da Unit A história da Universidade Tiradentes (Unit) – que em março deste ano comemorou 50 anos de existência – começa quando o professor Jouberto Uchôa de Mendonça inaugura o Colégio Tiradentes, no centro de Aracaju (SE), oferecendo cursos de primeiro e segundo graus, profissionalizante-pedagógico e contabilidade. O ideal de vida do professor Uchôa de oferecer cursos de ensino superior tornou-se realidade em 11 de julho de 1972, data em que o projeto Faculdade Integradas Tiradentes (Fits) foi aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). Hoje a Unit possui cinco campi no Estado de Sergipe, diversos polos de ensino a distância em 70% do território sergipano e na capital alagoana, Maceió, onde a Sociedade de Educação Tiradentes também mantém a Fits. A Unit possui 30 mil alunos nas diversas áreas; mais de 40 cursos de graduação, tecnológicos e a distância; cerca de 100 especializações lato sensu; quatro mestrados e dois doutorados. A instituição tornou-se referência no Brasil, graças à obstinação e perseverança do professor Uchôa, que de boia-fria, tecelão, bedel, vigia, servente, inspetor, se transformou no fundador e reitor da Unit, a segunda maior instituição particular de ensino superior do Nordeste. Fonte: Unit
RBA • Março/Abril de 2012
notas
Frases “Tudo o que você precisa é ter em mente que o marketing, em sua essência, não trata de preço, qualidade ou mesmo serviço. Tampouco de reputação ou logística. Na verdade, o marketing trata de ideias.” Jay Conrad Levinson autor do livro Marketing de Guerrilha
“O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma. Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro.” Franklin D. Roosevelt 32° presidente dos Estados Unidos (1882-1945)
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notas
Foto: Shutter Stock
Líderes inovadores
David Schmittlein, reitor da escola de negócios e empreendedorismo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), tem como tarefa preparar líderes empreendedores e inovadores para o século XXI – sejam eles empresários, administradores públicos ou inventores. E Schimittlein tem um método para cumprir sua missão. O primeiro ponto é oferecer a pós-graduandos de mais de 60 países que estudam na instituição uma convivência intensa com pesquisadores e empresário. Para Schmittlein, a principal função de um líder é fazer com que todos os envolvidos em um projeto entendam a necessidade e o sentido das tarefas a serem executadas. Um bom líder se preocupa com o desenvolvimento da equipe como um todo. Tem a consciência de que cada parte é fundamental para o todo, além de desenvolver habilidades para assumir erros e fracassos. Além disso, o líder de hoje, precisa fazer com que as pessoas entendam o propósito de uma empresa ou de um projeto. E precisa envolvê-las nisso. Fonte: www. revistaalgomais.com.br
O maior grileiro do mundo O grileiro Cecílio do Rego Almeida dizia-se dono de uma área de 4,7 milhões de hectares no vale do Rio Xingu. Se a grilagem tivesse dado certo, Cecílio se tornaria dono de um território o suficiente para equivaler ao 21º maior estado brasileiro, com rios, matas, minérios, solos, numa das regiões mais ricas em recursos naturais. Em outubro do ano passado, a 9ª vara da justiça federal em Belém (PA) mandou cancelar a matrícula desse verdadeiro estado, que constava dos assentamentos do cartório imobiliário de Altamira, em nome da Fazenda Curuá. O grileiro morreu em março de 2008, no Paraná, aos 78 anos, mas suas pretensões foram transmitidas aos herdeiros e sucessores. Fonte: www.mst.org.br
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Bovinos rastreados
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) contabilizou, em março deste ano, 1.948 fazendas que estão aptas a realizar negócios com os europeus. Juntos, todos os credenciados foram responsáveis pelo abate de um plantel superior a quatro milhões de animais, somente em 2011. De acordo com o Mapa, os estabelecimentos rurais abateram, em frigoríficos sob inspeção federal, 4.887.953 bovinos identificados individualmente e registrados no Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que permite o rastreamento dos animais desde o nascimento até o abate. Fonte: g1.globo.com RBA • Março/Abril de 2012
Ciências sem fronteiras
Impacto do salário mínimo Lançado em 2011, o programa “Ciências sem Fronteiras”, tem como propósito promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira, por meio de intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação. A Presidenta Dilma Rousseff assinará, ainda este ano, um acordo para que 200 brasileiros façam doutourado em engenharia e informática no Instituto de Teconologia de Massachusetts (MIT). O programa pretende conceder até 2014, 75 mil bolsas de estudo no esterior a universitários brasileiros. Fonte: www.capes.gov.br
Com o novo salário mínimo que entrou em vigor no início do ano – passou de R$ 545,00 (2011) para R$ 622,00 (2012) – o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), calcula que será injetado R$ 47 bilhões na economia brasileira. O Dieese informa ainda que, 48 milhões de pessoas têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo e, portanto, serão diretamente beneficiadas com o aumento. O governo também passará a arrecadar R$ 22,9 bilhões a mais devido ao aumento do consumo causado pelo reajuste. Fonte: exame.abril.com.br
Agroindústria brasileira registrou queda em 2011 De acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), a agroindústria brasileira, teve uma queda, no ano passado, de 2,3%, em relação a 2010. Os setores vinculados à agricultura (-1,6%), de maior peso na agroindústria, apresentaram desempenho abaixo dos setores associados à agropecuária (-0,6%). Inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário, decresceu 16,9% em 2011, causando impacto negativo pelo aumento das importações. Fonte: www.ibge.gov.br .
RBA • Março/Abril de 2012
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recursos humanos
Por Tânia Mendes
Coaching:
como acelerar resultados Conhecida como Ciência das Relações Humanas, a metodologia é ainda recente e permite obter melhor performance contando com um auxílio profissional externo.
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RBA • Março/Abril de 2012
C
oaching, coach e coachee – ao pé da letra podem ser traduzidas, respectivamente, como: treinamento, treinador e treino. “Mas, os significados desses termos vão muito além. Em resumo, podemos conceituar coach como o profissional que exerce a profissão, que conduz o processo de coaching. Coaching é o processo de desenvolvimento humano que o coach conduz. Coachee é o indivíduo (cliente) que passa pelo processo de coaching”, sintetiza José Roberto Marques, um dos pioneiros desta área no Brasil, com experiência de mais de 26 anos, fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC).
Coach é o profissional que exerce a profissão. Coaching é o processo de desenvolvimento humano. Coachee é o indivíduo (cliente). José Roberto Marques
José Roberto observa que o primeiro grande coach, conhecido em todo mundo, foi o filósofo grego Sócrates, 470 AC, ao criar RBA • Março/Abril de 2012
o Modelo Socrático, que consiste em fazer perguntas poderosas para o alcance de reflexões e ações mais efetivas. “Chegando ao século XX, mais precisamente na década de 1970, o coaching foi introduzido no universo dos esportes pelo americano Timothy Gallwey. A partir daí tornou-se uma metodologia aplicada à área esportiva para conduzir, motivar os esportistas, monitorar resultados das equipes, dar feedbacks e servir como apoio mental para os atletas que não tinham um professor, mas um treinador, um coach”. Ele acrescenta que este profissional, além de fazer um trabalho estruturado para os resultados dentro do esporte, também procurava desenvolver habilidades emocionais e psicológicas dos atletas, visando alcançar melhores performances. Margareth Bianchini Correa de Moraes, PhD em Administração pela Florida Cristhian University (EUA) e diretora da Mbianchini Consulting, considera que a profissão de coach é relativamente nova em nossa sociedade como Ciência das Relações Humanas. Ela explica que este processo foi descrito pela primeira vez em 1974 no livro The Inner Game of Tennis, escrito por Timothy Gallwey. “O autor, por meio de suas experiências pessoais como jogador de tênis e, posteriormente, como treinador identificou como todos nós podemos ter uma melhor performance se contarmos com um auxílio profissional externo. No caso um treinador, um coach, que nos mostre como podemos chegar ao resultado almejado”.
Todos nós podemos ter uma melhor performance se contarmos com um auxílio profissional externo. Margareth Bianchini
Acelerando resultados
O presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, Villela da Mata, considera que a principal missão do coach é fazer com que o coachee – seja ele pessoa ou empresa – enxergue o que deve efetivamente fazer para atingir uma meta específica. “O processo se inicia com a identificação do objetivo que se quer atingir. Depois, em conjunto, o coach e o coachee traçam metas e estabelecem quais serão os indicadores de sucesso”. Para o presidente do IBC, o coaching é uma metodologia de aceleração de resultados que consiste no desenvolvimento de novas habilidades, aprimoramento de competências, melhora nas relações e comunicação interpessoal, desbloqueio de crenças limitadoras para definição de metas e o alcance de 63
recursos humanos resultados planejados. “Para potencializar os resultados, em um processo de coaching, são utilizadas ferramentas, metodologias e técnicas de várias ciências: administração de empresas, psicologia, neurolinguística, neurociências, entre outras”, enumera José Roberto Marques. Ele explica ainda que o coach trabalha com o coachee em sessões individuais de coaching que duram, em média, uma hora e meia, em encontros semanais, quinzenais ou mensais. Esse processo é conduzido de acordo com as metas previamente definidas.
A principal missão do coach é fazer com que o coachee – seja ele pessoa ou empresa – enxergue o que deve efetivamente fazer para atingir uma meta específica. Villela da Mata
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“A cada encontro são definidas tarefas a serem cumpridas, metas a serem alcançadas e estipulados pontos de melhoria. Como o processo é baseado na relação de confiança entre as partes, todas as informações trocadas durante as sessões são mantidas em absoluto sigilo”.
Diferentes tipos de coaching
O gestor de equipes Evaldo Bazeggio, com mais de trinta anos de experiência na área, consultor de estratégia, desenvolvimento organizacional e de pessoas, destaca que existem vários tipos de coaching, sendo os mais conhecidos: coaching de carreira – destinado à orientação sobre direcionamento e mudança de trajetória profissional; coaching de vida – tem como objetivo aumentar a performance das pessoas na sua auto realização; coaching de liderança – tem a finalidade de desenvolver, ampliar ou redirecionar as competências dos gestores na condução das suas equipes; coaching executivo – prepara as pessoas para encarar as pressões próprias da vida corporativa. Dorothy Irigaray Coelho, consultora, professora de pós-graduação e Coach Sênior, afirma que para se tornar um coach o profissional precisa desenvolver certas características, dentre as quais destaca: autoconhecimento, acessibilidade, flexibilidade paradigmática, capacidade de relacionamento interpessoal, liderança, visão sistêmica e processual, foco na satisfação e nos resultados.
Existem vários tipos de coaching, sendo os mais conhecidos: coaching de carreira – destinado à orientação sobre direcionamento e mudança de trajetória profissional; coaching de vida Evaldo Bazeggio
Para o presidente do IBC, um coach não precisa necessariamente ser um especialista na área de atuação de seu cliente. “Para um coach ser capaz de ajudar a proporcionar o sucesso de seu cliente deve ter a capacidade de ouvir, gostar de lidar com pessoas, ter flexibilidade, comunicação efetiva, humanidade, honrar o principio da confidencialidade, ter respeito pela história do outro, além de conhecimentos efetivos para oferecer o processo”, enumera. RBA • Março/Abril de 2012
Um coach o precisa desenvolver certas características de liderança e de visão sistêmica. Dorothy Irigaray
Quando contratar um coach
Valéria Blanco, consultora sênior em gestão do conhecimento e em planejamento, mensuração e avaliação de resultados, diretora de negócios do Sirdar Instituto, explica que existem diversas situações para que uma organização contrate um coaching, principalmente quando sentir a necessidade de envolver mais efetivamente líderes e gestores ou dar-lhes apoio para enfrentar a rotina de gestão e liderança; e para estimular profissionais, equipes e times de alto desempenho. “Por outro lado, a contratação deste profissional nunca deve ser feita por modismo ou apenas para seguir o que os outros estão fazendo, pois o impacto será baixo”, adverte. José Roberto Marques lista os motivos pelos quais as empresas geralmente buscam o coaching: quando as organizações identiRBA • Março/Abril de 2012
ficam dificuldades de relacionamento e comunicação entre colaboradores e superiores; quando os funcionários têm ações incongruentes com a cultura organizacional; para manter a motivação das equipes; formar lideranças; reter talentos, aumentar a produtividade, alinhar a cultura, a missão e os valores de forma sistêmica; criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento; preparar um colaborador para uma promoção ou aposentadoria. Ele acrescenta que os profissionais que passam pelo processo de coaching, passam também por um processo de autoconhecimento, de identificação de novas habilidades, preparam-se para ser grandes líderes, mais assertivos e efetivos em suas ações, para identificar crises, resolver conflitos entre colaboradores e também a motivá-los da forma correta para que desenvolvam todo seu potencial, e dessa forma, cumpram as metas que a empresa projetou. Para José Marques, alguns indicadores fornecem forte recomendação do coaching nas organizações. Pesquisa realizada pela Revista Fortune apontou as seguintes melhorias nas organizações que utilizaram os serviços de Coaching: melhor relacionamento de trabalho com subordinados (77%); melhor relacionamento com chefe (71%); melhor relacionamento com pares (63%); aumento do nível de satisfação com o trabalho (61%); aumento de comprometimento com a empresa (44%). Um estudo publicado no Public Personnal Management Journal concluiu que os executivos que participaram de treinamentos gerenciais aumentaram em 22,4%
sua produtividade. E aqueles que tiveram coaching, após esse mesmo treinamento, aumentaram sua produtividade em 88%. Nos EUA, segundo o jornal Executive Channel, mais de 40% dos executivos já passaram pelo processo de coaching. O método é tão difundido que muitas empresas oferecem o serviço de coach como benefício do cargo. Mais de 40.000 executivos possuem coaches nos Estados Unidos (Revista Fortune). Cerca de 88% das empresas do Reino Unido utilizam ou já utilizaram os serviços de um coach e mais de 70% das empresas australianas já se beneficiaram da metodologia de coaching. E 92% dos líderes que fizeram coaching disseram que planejam fazê-lo novamente.
A contratação de um coach nunca deve ser feita por modismo ou apenas para seguir o que os outros estão fazendo, pois o impacto será baixo. Valéria Blanco
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CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO – CFA
Presidente: Adm. Sebastião Luiz de Mello Setor de Autarquias Sul, Qd. l, Bloco L, Ed. Conselho Federal de Administração, Brasília/ DF • CEP: 70070–932
CONSELHOS REGIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO – CRAs CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ACRE (CRA-AC) Presidente:Adm. MARCOS CLAY LÚCIO DA SILVA Av. Brasil nº 303 - Sala 601 - Centro Empresarial Rio Branco - Centro - 69900-191 - RIO BRANCO/AC Fone: (68) 3224-1369 E-mail: craacre@gmail.com - Home Page: www.craac.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17h30min / Atend. Público: 8 horas às 12 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ALAGOAS (CRA-AL) Presidente:Adm. ARMANDO LÔBO PEREIRA GOMES Rua João Nogueira nº. 51 - Farol - 57021-400 - MACEIÓ/AL Fone: (82) 3221-2481 - Fax: (82) 3221-2481 E-mail: presidencia@craal.org.br; gabinete@craal.org.br - Home Page: www.craal.org.br Horário de funcionamento: das 7 horas às 13 horas
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA PARAIBA (CRA-PB) Presidente: Adm. MOISÉS MARQUES DA SILVA Av. Piauí nº 791 - Bairro dos Estados - 58030-331 - JOÃO PESSOA/PB Fone: (83) 3224-3101/3243-3123 E-mail: crapb@crapb.org.br - Home Page: www.crapb.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 12 horas e 13 horas às 17 horas
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MINAS GERAIS (CRA-MG) Presidente: Adm. PEDRO ROCHA FIÚZA Avenida Afonso Pena nº 981 - 1o. Andar - Centro - Ed. Sulacap - 30130-907 - BELO HORIZONTE/MG Fone: (31) 3274-0677 - 3213-5396 - Fax: (31) 3273-5699/3213-6547 E-mail: presidencia@cramg.org.br - Home Page: www.cramg.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE TOCANTINS (CRA-TO) Presidente:Adm. ROGÉRIO RAMOS DE SOUZA Quadra 104 Sul, Rua SE 01, Conjunto 01, Lote 25, Sala 02 - Centro Empresarial Norte Centro - 77020-014 - PALMAS/TO Fone: (63) 3215-1240/3215-8414 E-mail: atendimento@crato.org.br - Home Page: www.crato.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARÁ (CRA-PA) Presidente: Adm. JOSÉ CÉLIO SANTOS LIMA Rua Osvaldo Cruz nº 307 - Comércio - 66017-090 - BELÉM/PA Fone: (91) 3202-7889 - Fax: (91) 3202-7851 E-mail: gabinete@crapa.org.br / presidencia@crapa.org.br - Home Page: www.crapa.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 15 horas
Relação atualizada até o dia 12 de agosto de 2011
RBA • Março/Abril de 2012