ELEIÇÕES 2012
SISTEMA CFA/CRAs - 25 de OUTUBRO
Administração no caminho certo
Profissional de Administração acompanhe as etapas de inscrição e de votação.
Dia 25 de outubro escolha seu candidato.
Saiba quem pode votar e como votar. Mais informações acesse: www.CFA.org.br
PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO, VOTE! Verifique seu nome no Colégio Eleitoral. Dirija-se ao seu Conselho Regional e atualize já o seu cadastro. Só poderão votar Profissionais de Administração registrados e em dia com suas obrigações profissionais até 27 de agosto.
CANDIDATO! Inscreva sua chapa eleitoral. Os documentos necessários para registro de chapas (seja para o CFA ou CRAs) deverão ser apresentados perante o Conselho Regional de sua jurisdição. Inscrições: até 1º de agosto, às 18:00 horas (hora local).
As eleições do Sistema CFA/CRAs este ano serão novamente online, em todo o Brasil. Para receber sua senha de votação atualize o seu endereço no Conselho Regional - CRA
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SISTEMA
CFA/CRAs
CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO CONSELHOS REGIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO
mensagens Matérias com embasamento Para estar à frente de uma equipe, é essencial renovar dia a dia o conhecimento, qualificando e buscando atender legalmente os nossos anseios, assim como dos colaboradores e diretores. A revista RBA tem trazido matérias com embasamentos que contribuem, sobremaneira, em minhas atividades diárias. Assim foi na última edição Administração Sustentável, que uma vez mais trouxe abordagens de excelência. Parabenizo a todos! Informo também que estou concluindo uma pós-graduação em Gestão de Pessoas, pela PUC de Londrina (PR), e não pude me conter em dividir com meus colegas as matérias ali elencadas. Regina Périco Londrina/PR
Inovação
Ótima qualidade
Primeiramente parabenizo a revista pelas ótimas matérias, em especial na última edição, o artigo do Adm. Carlos Alberto Julio, que nos dá uma visão certeira de inovação, pois com certeza a interação com ambiente gera comunicação, ideias, criatividade e resulta, além da inovação, a real identificação do consumidor com a marca/produto ou serviço. Adm. Eduardo Kitagawa
Já lí várias reportagens e artigos, todos de ótima qualidade e seriedade. Alguns já selecionei para trabalhar com nossos alunos do Bacharelado em Administração. Firmo o compromisso de incentivo e mostrar os benefícios para nossos alunos e profissionais da área se registrarem no seu respectivo CRA. Adm. Zenaldo Santos Salvador/BA
Entrevista
Gostaria de parabenizar pela entrevista do presidente da empresa Brinquedos Estrela. Realmente a Estrela, com seus brinquedos, fez parte da história de muitas infâncias, inclusive a minha. Esta boneca, a Susi da foto, foi fabricada na época que a Estrela tinha contrato com a Mattel. Achei que o presidente não citou este ponto tão importante que impactou nos negócios da empresa. Outro ponto foi não investir em pesquisa e desenvolvimento para acompanhar as mudanças tecnológicas, algo que fazia a empresa ser líder nos anos 80. Hoje, não vejo crianças jogarem com os jogos de papel cartão, a exemplo do banco imobiliário, vejo mais os adultos e jovens. Aproveito para parabenizar o tipo de papel utilizado na revista e as propagandas que utilizam uma profissão e o serviço do administrador para o sucesso. É importante essa visão, e prego muito em minhas aulas, palestras e em todas as oportunidades que tenho, pois é comum ainda empresários pedirem ajuda ao contador, que quase sempre somente orienta a reduzir os custos, quando na verdade o que a empresa precisa é aumentar as vendas! Precisamos mudar a visão da maioria da sociedade que pensa que administração é organizar papel, quando na verdade nós somos os responsáveis pela tomada de decisão, pela visão de futuro e projeções de resultado e o líder necessário para que a empresa alcance o que o investidor deseja. Adm. James Figueiredo de Araújo Lima Júnior Amazonas 4
RBA • Julho/Agosto de 2012
Branding
Adm. Leandro Vieira I
Quero, primeiramente, parabenizar pela edição 88, principalmente pela matéria sobre Branding, pois sou professor de Marketing e gosto muito do tema. Porém, quero solicitar o envio das edições anteriores de 2012.
Meus parabéns a toda equipe da RBA, principalmente ao Adm. Leandro Vieira pelo seu artigo “Desperdício de talentos”. Vou contrapor: sou um jovem, gestor público e atuo no serviço público há quase sete anos. Durante a trajetória tenho percebido que a acomodação com a realidade da função pública tem cauterizado o pensamento – tanto dos velhos e dos novos no ramo – em relação às perspectivas de inovação para usufruto da sociedade. O que não é nada fácil é tornar as pessoas dispostas a atuar com profissionalismo e seriedade nesse segmento ultracomplexo e tão conhecido por desvios dos mais variados aspectos. Atualmente há informação de qualidade e acessível em toda a parte. Caberá a sociedade participar ativamente como ente fiscalizador. Isso fará com que a máquina pública, como um todo, melhore a qualidade de sua atuação em nosso país.
Adm. Israéliton Guilherme Barbosa Piauí
Deleite Já comecei a me deleitar sobre a edição 87 e tenho certeza que vou gostar muito pelo que eu vi. Adm. Flavio F. Nascimento
Pacto global Parabenizo a abordagem bem construída sobre a matéria relacionada ao Pacto Global. É cada vez mais necessária e imprescindível a adesão das empresas brasileiras ao movimento, pois somente desta forma será possível contribuir para a melhoria das culturas organizacionais e consequentemente dos stakeholders com os quais ela se relaciona, ambos em prol da sustentabilidade. As organizações têm o poder de impactar e influenciar a sociedade e é possível influenciar positivamente, de maneira local, contribuindo com o movimento global. Só assim será possível garantirmos o futuro das próximas gerações. Adm. Schirlei Mari Freder Paraná
Adm. Luís Fernando da Costa Júnior Morretes/PR
Adm. Leandro Vieira II Venho recebendo regularmente a RBA. Parabéns pela excelente apresentação, como também, pelos assuntos pertinentes à categoria com conteúdo muito atual. Neste último número, deparei-me com um artigo digno de elogios, pela sua simplicidade, escrito em português coloquial. Sem firulas, o Adm.Leandro Vieira demonstrou uma visão de cenário a curto e longo prazo, ao mostrar a inversão de valores que os nossos formandos demonstram ao escolher o corporativismo do serviço público. Carlos Moura João Pessoa/PB
Grande surpresa Destaque
Pela 1ª vez recebo um exemplar (nº 88 maio/junho) desta revista e confesso que foi uma grata surpresa. Sou tecnólogo em Processos Gerenciais e gostei muito dos assuntos contidos nesta edição.
A edição 88 apresentou reportagens e artigos muito interessantes. O destaque vai para as reportagens sobre Branding e Finanças Pessoais.
Paulo de Tarso Miquelino
Lúcia Maria Ribeiro Souza
RBA • Julho/Agosto de 2012
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mensagens Finanças pessoais Recebi a minha edição da RBA nº 88 e duas reportagens me chamaram a atenção: a primeira sobre o pacto global, muito oportuna pois coincidiu com a Rio+20; a outra foi sobre finanças pessoais, pois deixou claro que os brasileiros estão endividando cada vez mais e pouco se poupa neste país. Senti falta nesta e em outras edições matérias sobre gestão pública, tema pouco explorado na publicação. Maria Auxiliadora Três Lagoas/MG Agradecemos a sugestão e já incluímos na pauta das próximas edições reportagens sobre gestão pública.
facebook.com/cfaadm Ivanice Ghilardi - Muito boas as reportagens e entrevistas da edição Jan/Fev. Cassiano José de Souto - Olá pessoal, estou lendo a nova edição da RBA e adorei o artigo sobre liderança. Parabéns! (RBA 87). Para minha maior admiração pela revista encontrei em um dos artigos da edição atual da RBA a entrevista com uma colega de faculdade e de profissão a Adm. Gioconda Suncion Acuna. Fiquei muito contente em ver uma potiguar relatando sobre os desafios e oportunidades dos novos administradores no mercado de trabalho.
Danielle Alves - Recebi hoje, estão ótimas as matérias! (edição 88) Celsinho Cotrim - Quero falar sério. Que esta edição 87, pra mim, foi a melhor. Temas superinstigantes e atraentes, inclusive, subsidiou um documento, meu. Parabéns, pra vocês e obrigado. Ivanice Ghilardi - Muito boas as reportagens e entrevistas da edição Jan/Fev. Adm. Maria Odete Pinho (gestora ambiental) - Gostaria de parabenizar a equipe da RBA pelas excelentes matérias publicadas. A Edição março/abril de 2012 trouxe a discussão: Gestão capaz de suprir as necessidades de uma sociedade, sem comprometer a capacidade de atender as demandas das futuras gerações “Art. 225 da CF”. Ivandi Gottschalk de Azevedo - Bom dia. Estou lendo a última edição da RBA, excelente reportagem referente à “Etiqueta Empresarial”. Boas maneiras, educação e etiqueta nunca saem da moda. ADM CRA/SP. Amarilis Rocha - A RBA 88 está muito boa, continuem assim.
@cfa_adm
Marilaine Zonatto - Acabei de ler a edição 88, e Gostei Muito! É sempre bom contar com a RBA para adquir novos conhecimentos!
Lendo a revista da @cfa_adm #Adorando @ analuisaa3
Andréia Brito - A RBA é só Sucesso! #OrgulhodeSerADM.
@cfa_adm recebi minhas RBA (mar/abr e mai/jun), obg pela atenção! @RobsonFontess
Opinião do leitor 6
Cristiane Gusmão - Chegou a minha RBA nº 88, quero parabenizar toda a equipe. Maceió/AL
Cartas à Revista podem ser enviadas para SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília, DF, CEP 70070–932, para o e-mail: rba@cfa.org.br ou pelo twiter @cfa_adm.
RBA • Julho/Agosto de 2012
editorial
Lei da Ficha Limpa: em vigor, nestas eleições Adm. Sebastião Luiz de Mello – Presidente do CFA
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Foto: CFA
pleito eleitoral deste ano tem um importante significado: é o primeiro com a aplicação, de fato, da Lei da Ficha Limpa. O brasileiro será convocado para eleger 5.564 prefeitos e cerca de 60 mil vereadores. Dada à relevância do evento, a RBA preparou uma matéria especial sobre o assunto. Um publicitário e um jurista especializados, respectivamente, em direito eleitoral e marketing político foram convidados a opinar sobre como decorrerão as eleições 2012. Eles divergem em algumas questões, mas contam com um ponto em comum: a nova Lei será um balizador poderoso no perfil dos concorrentes a cargos públicos. É importante frisar que as opiniões desses especialistas não refletem, necessariamente, o ponto de vista deste Conselho, mas contribuem para a análise individual dos nossos leitores. A matéria de capa, mais uma vez, trata de assunto palpitante – os desafios de uma sociedade empresarial. Parceiros ou adversários? Para os especialistas, o empreendedor, ao escolher o sócio ou os sócios, precisa entender que estes parceiros devem complementar suas expectativas, competências e partilhar de sua visão de empreendedorismo. Nossa entrevista desta vez é com o Vice-Presidente e Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Adm. João Augusto Nardes. Ele explica por que tem alertado para a falta de controle e de iniciativa em todos preparativos para a Copa de 2014. Também abordamos os Centros de Conveniência e Serviços (CCSs), originários dos EUA, conhecidos lá fora como Strip malls, One stop shoppings ou Plazas, que chegaram ao Brasil há pouco. Confira também os artigos assinados por nossos colunistas. Outro assunto importante é o estresse no ambiente de trabalho. Definido como um estado do organismo quando submetido ao esforço e à tensão, este mal tem sido um motivo de preocupação em todo o mundo. O case desta edição conta a trajetória de sucesso de um negócio de características eminentemente familiares: o Grupo Cacique, iniciado no Piauí, mas que já lançou sua marca em outros estados do Nordeste. Na seção “Oportunidades”, nosso leitor encontrará dicas de como montar uma Pousada – um negócio com diversas alternativas e opções. Buscamos tratar, ainda, um assunto que tem sido solicitado por alguns leitores: CEO, abreviatura para Chief Executive Officer, considerado o cargo mais elevado na hierarquia da gestão de uma empresa. Faça o teste – validado pela terapeuta Vera Calvet – e descubra qual é o seu nível de estresse. Confira também as seções “Cartas” – que nesta edição ganhou uma página a mais, “Conexão”, “Sistema CFA/CRAs” e “Notas” que, com certeza, trazem informações preciosas. Não poderíamos deixar de conclamar nossos leitores a comparecerem ao evento mais importante do ano – as eleições – e desejar que escolham livremente seus candidatos com consciência e orgulho de viver em uma democracia.
Boa Leitura! RBA • Julho/Agosto de 2012
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sumário
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ANO XXI – EDIÇÃO Nº 89 JULHO/AGOSTO DE 2012 Expediente Editor: Conselho Federal de Administração Presidente: Adm. Sebastião Luiz de Mello Vice-Presidente: Adm. Marcos Lael de Oliveira Alexandre
Conselheiros Federais do CFA 2011/2012 Adm. João Coelho da Silva Neto (AC), Adm. Maria do Rosário Feitosa Souza (AL), Adm. Sheila Trícia Guedes Pastana (AP), Adm Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues (AM), Adm. Ramiro Lubián Carbalhal (BA), Adm. Francisco Rogério Cristino (CE), Adm. Rui Ribeiro de Araújo (DF), Adm. Hercules da Silva Falcão (ES), Adm. Hélio Tito Simões de Arruda (MT), Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (MA), Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS), Adm. Gilmar Camargo de Almeida (MG), Adm. Aldemira Assis Drago (PA), Adm. Lúcio Flavio Costa (PB), Adm. Sergio Pereira Lobo (PR), Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE), Adm. Adm. José Manuel Monteiro Rosa Simões Moedas (PI), Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade (RJ), Adm. Marcos Lael de Oliveira Alexandre (RN), Adm. Valter Luiz de Lemos (RS), Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO), Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho (RR), Adm. Saul Alcides Sgrott (SC), Adm. Adelmo Santos Porto (SE), Adm. Idalberto Chiavenato (SP), Adm. Renato Jayme da Silva (TO)
Composição das Câmaras Administração e Finanças Adm. Ramiro Lubián Carbalhal ����������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Lúcio Flávio Costa �������������������������������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. Sheila Trícia Guedes Pastana Adm. Paulo César de Pereira Durand Fiscalização e Registro Adm. Hércules da Silva Falcão ����������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Joel Cavalcanti Costa �������������������������������������������������������������������������������� Vice-Diretor Adm. Rui Ribeiro de Araújo Adm. Maria do Rosário Feitosa Souza Formação Profissional Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior ������������������������������������������������������������������ Diretor Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva ��������������������������������������������������������������������� Vice-Diretora Adm. João Coelho da Silva Neto Adm. Aldemira Assis Drago Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho Desenvolvimento Institucional Adm. Saul Alcides Sgrott ��������������������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Adelmo Santos Porto �����������������������������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. Renato Jayme da Silva Relações Internacionais e Eventos Adm. Sérgio Pereira Lobo �������������������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues Adm. Francisco Rogério Cristino Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade Adm. José Manuel Monteiro Rosa Simões Moedas Comissão Permanente de Tomada de Contas Adm. Joel Cavalcanti Costa ����������������������������������������������������������������������������� Coordenador Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva ���������������������������������������������������������� Vice-Coordenadora Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha
No momento de escolher o parceiro ideal – se é que ele existe – o empreendedor precisa, logo de início, entender que o sócio deve ser alguém que complemente as suas forças. É preciso que cada um tenha certa habilidade diferente e complementar para que o negócio possa ser desenvolvido e construído. Outra questão importante são os valores pessoais. Quando duas pessoas possuem valores totalmente opostos, a única certeza é que a qualquer hora poderá surgir um conflito. Confira esses e outros aspectos relacionados aos sócios de um empreendimento.
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Oportunidades
Conselho Editorial
Adm. Adelmo Santos Porto Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva Adm. André Luiz Alves de Lima
Coordenação dos Conselhos Editorial e de Publicações Produção
Via Brasília Adm. João Humberto de Azevedo Tânia Mendes – MT/3625/90 Rogério Márcio da Costa Alex Amorim e João Humberto de Azevedo (Via Brasília) Karen Rukat (Via Brasília) Gráfica Posigraf 118.000 exemplares
A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração, sob a responsabilidade do diretor da Câmara de Desenvolvimento Institucional, Adm. Saul Alcides Sgrott e da Coordenadora Técnica, RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA
Representação Comercial: Conecta Marketing Direto – Wladimir Reis Tel: (11) 4208-2883 E-mail: publicidade@cfa.org.br
Assinaturas
Setor de Autarquias Sul, Qd. 1, Bl. L, Ed. Conselho Federal de Administração Brasília–DF – CEP: 70070–932 Fone: (61) 3218–1818 – Fax: (61) 3218–1833 e-mail: rba@cfa.org.br Homepage: www.rbaonline.org.br
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Pousada, empreendimento do ramo de turismo, pode ser um bom negócio a ser explorado, desde que o empresário identifique novos segmentos e ofereça algo diferenciado em seu estabelecimento.
Conselho de Publicações
Coordenação Editorial. Editor–Executivo Jornalista Responsável. Revisão Projeto Gráfico Arte/Diagramação Fotolito/Impressão Tiragem
ENTREVISTA
Ministro Adm. João Augusto Ribeiro Nardes, vice-presidente do TCU
Prof. Adm. Idalberto Chiavenato Prof. Carlos Osmar Bertero Prof. Milton Mira de Assumpção Filho
Adm. Saul Alcides Sgrott
CAPA
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Especial
No dia 7 outubro 2012, exatos 136.589.962 eleitores serão convocados para eleger 5.564 prefeitos e 60 mil vereadores das câmaras municipais. Conheça a opinião de profissionais das áreas de direito eleitoral e marketing político sobre este tão aguardado pleito, que inaugura a aplicação, de fato, da Lei da Ficha Limpa. RBA • Julho/Agosto de 2012
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GESTÃO
Cargo mais elevado na hierarquia da gestão de uma empresa, o Chief Executive Officer (CEO) tem em suas mãos poder e responsabilidade, mas também muito trabalho. Confira, nesta matéria, o que é um CEO, suas características e importância para as organizações.
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Marketing
Como boa parte das novidades mercadológicas que aportam por aqui, os Strip malls, One stop shoppings ou Plazas, originários dos EUA – conhecidos aqui como CCSs – chegaram ao Brasil há pouco mais de duas décadas, principalmente para atender a um tipo de consumidor que não quer ou não pode perder tempo.
Sucesso
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Conheça a história do Grupo Cacique, um negócio iniciado com um posto de gasolina e hoje consolidado no mercado nordestino brasileiro.
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ARTIGO
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ARTIGO II
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ARTIGO III
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CONEXÃO
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NOTAS
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CFA/CRAs
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QUIZ!
Comportamento
O estresse pode ser considerado o conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras capazes de perturbar o seu equilíbrio. Confira, nesta reportagem o que é e quais os sintomas do estresse, considerado por alguns terapeutas como o mal do século. RBA • Julho/Agosto de 2012
O Adm. Saulo Medeiros explica a importância do prontuário do paciente como ferramenta de controle de custos por leito no hospital público.
Confira o bem humorado artigo “Como torturar pessoas usando o PowerPint”, do Adm. Leandro Vieira.
Neste artigo, o Adm. Carlos Alberto Julio questiona o leitor: O que você está fazendo para viver seus 200 anos? O que está construindo de forma sustentável? O que está transformando?
O filme “O homem que mudou o jogo” e o livro “Ter dinheiro não tem segredo” são os destaques desta seção.
Acompanhe, nesta seção, as atualidades do Brasil e do mundo.
O destaque desta seção vai para o “XIX Conamerco”, evento que reuniu milhares de pessoas no Center Convention, em Uberlândia-MG.
Faça o teste desta edição, validado pela terapeuta Vera Calvet, e descubra qual o seu nível de estresse.
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entrevista
Por Tânia Mendes
Foto: CFA
De olho nos gastos da
Copa de 2014
O Ministro Adm. João Augusto Ribeiro Nardes, gaúcho de Santo Ângelo, vice-presidente do Tribunal de Contas de União (TCU), é graduado em Administração de Empresas (FISA/FUNDAMES, Santo Ângelo), tem Pós-Graduação em Política do Desenvolvimento, Institut Université d’Études, Genebra, Suíça, é Mestre em Est. Desenvolvimento, pelo mesmo instituto, e possui Especialização em Estatística do Trabalho na Japan International Corporation (JICA) 10
RBA • Julho/Agosto de 2012
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m 1973 iniciou carreira política como vereador pelo extinto partido Arena. Desde então, foi deputado estadual pelo PDS, deputado federal pelo PPR, depois pelo PPB e pelo PP. Em 2005 abandonava de vez a vida política para assumir o cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU): “Percebi que poderia contribuir para o progresso do Brasil de uma maneira diferente da atividade parlamentar. Em vez de ajudar na criação da legislação nacional, notei que poderia contribuir na fiscalização da aplicação dessas normas e, consequentemente, no combate aos desvios de recursos públicos”. A atividade como parlamentar possibilitou sua participação ativa em diversos projetos importantes como a promulgação da Lei do SIMPLES, em dezembro de 1996, da qual foi impulsionador. Em dezembro deste ano haverá eleição para a presidência do TCU e o nome do Ministro está entre os mais cotados. A RBA quis saber dos projetos de Nardes para administrar uma instituição do porte do TCU. Nesta entrevista o Ministro afirma que ocupar um cargo desta importância só pode ser motivo de grande satisfação, tanto pessoal quanto profissional: ”Para mim, que comecei minha carreira política como líder estudantil em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, dirigir a mais alta Corte de Contas do país é motivo de orgulho e emoção”. Caso assuma no final deste ano o posto de Presidente do TCU, qual será seu modelo de gestão? Ao assumir a presidência do TCU, adotarei o modelo de administração pública gerencial, com alocação racional de recursos, transparência, produtividade e objetividade, buscando aumentar ainda mais a eficiência, a eficácia e a efetividade de nossas ações de controle. Em princípio, darei continuidade às ações tomadas por ex-dirigentes, que já trazem bons resultados para o órgão e para o Brasil. Entre essas ações estão: integração com o Congresso Nacional e com outros órgãos públicos; auditorias em obras públicas; acompanhamento dos processos de concessão de serviços públicos; auditorias operacionais em programas de governos. Também darei continuidade a diversos processos internos, principalmente no que se refere ao constante aperfeiçoamento da equipe técnica. Pretendo introduzir modificações importantes no trabalho do TCU e terei algumas diretrizes básicas, entre as quais: medir com maior profundidade as políticas públicas do Governo Federal, com vistas aperfeiçoá-las cons-
RBA • Julho/Agosto de 2012
tantemente; fiscalizar os dispêndios de recursos preventivamente ou simultaneamente à sua utilização, antes que se efetivem os danos ao erário; reforçar ações de controle em setores mais deficitários da administração pública; tornar mais forte a Rede de Controle, procurando uma maior integração com todos os órgãos já participantes; fortalecer o posicionamento do TCU junto a entidades internacionais. O senhor considera que “corremos o risco de perder a Copa de 2014, antes de ela começar’’. Por que esta preocupação? A Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou o Brasil como sede da Copa de 2014 no dia 30/10/2007, ou seja, há quase cinco anos. Desde aquela data, nosso país já deveria ter elaborado um plano de ação detalhado em todas as áreas – estádios, aeroportos, mobilidade urbana, portos, treinamento de pessoal, infraestrutura turística, aproveitamento do legado – com a totalidade das atividades a serem executadas, datas limites e respectivos responsáveis. No entanto, tudo está sendo feito muito lentamente, com baixo controle de atividades e prazos. A afirmação “corremos o risco de perder a Copa de 2014, antes de ela começar” refere-se ao fato de que eventos dessa magnitude deixam um legado que melhora a vida da população das cidades-sedes e, às vezes, até de todo o país-sede. No mínimo, eventos de tamanha relevância devem proporcionar um incremento exponencial na atividade turística do país nos anos posteriores à sua realização. Se a pessoa for bem recebida vai querer voltar, trazer sua família e vai influenciar outros habitantes de seu país. Para o turista estrangeiro se sentir bem recebido e desejar voltar, deve ter acesso a transporte público de qualidade, aeroportos modernos, hospitais disponíveis, rede hoteleira com boa relação custo-benefício, atendentes de serviços básicos. De que forma o TCU pode contribuir para melhorar os esforços em todos os níveis para o sucesso da Copa? O sucateamento dos aeroportos é uma realidade em quase todas as cidades-sedes, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Nessas capitais, basta ocorrer algum evento de grande magnitude, como um show ou conferência internacional, para os aeroportos se transformarem em caos. No entanto, todas as esferas de governo têm trabalhado para modernizar os terminais de todas as cidades-sedes e 11
entrevista já é possível verificar pequenas melhorias. Mas ainda há muito a ser feito para que o Brasil tenha aeroportos similares aos dos Estados Unidos ou Europa. O TCU tem contribuído bastante para melhorar os esforços em todos os níveis. Fizemos parcerias estratégicas com os Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios, com o Ministério Público e com outros órgãos e instituições, constituindo a Rede de Fiscalização da Copa e implantamos o Portal da Copa de 2014 (www.fiscalizacopa2014. gov.br), ferramenta que tem permitido à imprensa e aos cidadãos conhecerem os resultados desse trabalho em conjunto. Os problemas para realização da Copa são de recursos financeiros ou de má gestão? Entendo que a realização de qualquer evento dessa magnitude, em um país que não esteja com a infraestrutura já pronta para recebê-lo, envolve um grande montante de recursos públicos ou privados Não há falta de recursos financeiros, mas uma proporção indesejável entre o volume de recursos públicos e o de recursos privados. As empresas não estão acreditando que terão retorno nos investimentos relacionados à infraestrutura para a Copa do Mundo. Quanto à má gestão dos recursos públicos, esse é um problema de diversas áreas em todo o Brasil e não só nos gastos referentes à Copa. O Brasil já deveria estar com toda a infraestrutura do evento concluída com pelo menos um ano de antecedência do seu início. Assim, teríamos tempo de corrigir os imprevistos e realizar os ajustes finos, com baixo dispêndio de recursos. 12
Será que os turistas que vierem para a Copa em 2014 desejarão voltar ao Brasil e farão um marketing positivo em seu país de origem?
Quais os maiores desafios na gestão de um evento como a Copa? O grande desafio de um país na realização de um evento do porte da Copa do Mundo é conseguir aproveitar essa oportunidade para dar um salto nos seus índices de desenvolvimento econômico e social. Deve-se buscar sair de um crescimento anual linear para um crescimento exponencial, tendo como consequência a melhoria da qualidade de vida de todos os seus habitantes, principalmente dos que pertencem às classes sociais menos favorecidas. Além disso, a organização da Copa traz alguns desafios para a gestão da coisa pública: planejamento de médio e longo prazo; cumprimento de prazos; investimentos em obras de infraestrutura com o menor gasto possível de recursos; atendimento a padrões internacionais de qualidade de produtos e serviços; mobilização de diversos setores da
sociedade – entes estatais, entidades públicas, empresas privadas, sociedade civil organizada e população – em busca de um objetivo comum. Apesar desses obstáculos, enumero algumas soluções para que se atinja a principal meta, que é a realização de uma Copa sem imprevistos, com o menor gasto de recursos possível e com benefícios para a população: integração dos diversos ministérios e entidades públicas envolvidos na organização do evento – Esportes, Turismo, Defesa, Justiça, Saúde, Infraero, Anac, Polícia Federal, Receita Federal, entre outros; integração das três esferas governamentais – federal, estadual e municipal; transparência, por intermédio da disponibilização dos dados referentes a todas as ações governamentais relacionadas ao evento e aos os recursos investidos; capacidade de gerenciamento por parte do Governo Federal, visto que diversos prazos devem ser cumpridos, centenas de obras devem ser acompanhadas simultaneamente, e bilhões de recursos públicos devem ser fiscalizados; redução da burocracia, uma vez que é necessário agilidade dos órgãos governamentais para que haja sucesso na realização do evento. Como se dá este processo de avaliar a capacidade de empresas em licitações? Quando uma empresa é declarada inidônea pelo TCU, perde o direito de participar de todas as licitações com a administração pública federal, inclusive, das licitações referentes a produtos e serviços para a Copa. Não existe uma declaração de inidoneidade exclusiva para licitações da Copa do Mundo. Essa sanção está prevista RBA • Julho/Agosto de 2012
no art. 46 da Lei nº 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU) e é aplicada quando se verifica que uma empresa participou de fraude comprovada a licitação. Somente são consideradas inidôneas as firmas que sofrem sanções em julgamento definitivo, após regular procedimento de apuração, no qual são amplamente respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa. Como o TCU impede que os recursos sejam desviados? A atuação do TCU é bem ampla e profunda nos seguintes aspectos: em todos os estados brasileiros; nas áreas de saúde, educação, desestatização, meio ambiente, tecnologia da informação, sistema financeiro, contas do governo. Os instrumentos de fiscalização utilizados são levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos e monitoramentos, e o controle é realizado antes, durante e depois do evento. Dessa forma o TCU, na sua missão constitucional de controle externo, auxilia o Congresso Nacional na fiscalização da aplicação dos recursos federais nas esferas federal, estadual e municipal. Além dessas competências constitucionais, o TCU atua em conjunto com o Ministério Público, Controladoria-Geral da União, Receita Federal, Polícia Federal. Adicionalmente, este Tribunal contribui para o aperfeiçoamento da administração pública por intermédio da emissão de recomendações e determinações corretivas em suas deliberações, além da organização de diversos congressos e audiências públicas e da participação em audiências de outras instituições, principalmente, do Congresso Nacional. RBA • Julho/Agosto de 2012
A organização da Copa traz alguns desafios: planejamento de médio e longo prazo; investimentos em obras de infraestrutura.
O TCU chegou à soma de R$800 milhões/ano perdidos com o pagamento de benefícios indevidos. Por que isso ocorre? Os pagamentos de benefícios indevidos ocorrem por dois motivos: o primeiro deve-se ao fato de o Brasil ter vivido um período de instabilidade econômica, com diversos planos econômicos, trocas de moedas e, consequentemente, os mais diferentes tipos de benefícios pessoais. Com isso, a legislação brasileira da área de pessoal é complexa e muitos benefícios são pagos indevidamente devido à falta de conhecimento ou à falta de providências dos órgãos pagadores. Há também os pagamentos indevidos em decorrência de fraudes e conluios, que ocorrem, precipuamente, em razão de falhas nos controles internos dos órgãos responsáveis pela realização desses dispêndios de recursos. O TCU tem atuado constantemente com
vistas a evitar pagamentos indevidos de benefícios. Somente neste primeiro semestre de 2012, esta Corte analisou aproximadamente sessenta mil atos de admissão e de concessão de aposentadoria, corrigindo os que continham irregularidades e suspendendo os gastos que estavam em desacordo com os normativos vigentes. Em adição, foram realizadas diversas auditorias em programas de pagamentos de benefícios do Governo Federal. Existem outros “ralos” de perdas de recursos financeiros públicos em outras áreas? Quais seriam? Nas áreas da saúde e da educação; nas transferências de recursos federais a estados e municípios via convênios; e nos repasses de dinheiro público para Organizações não Governamentais (ONGs). No caso de áreas como saúde e educação, há grande capilaridade desses serviços em milhares de municípios brasileiros, o que dificulta o controle dos valores transferidos. Além disso, governos e órgãos responsáveis por esses repasses não dispõem de pessoal nem de instrumentos suficientes para a fiscalização da aplicação desses recursos. Essas entidades públicas também não contêm uma metodologia apropriada para mensurar a eficiência, a eficácia e a efetividade da aplicação dessas verbas públicas nessas duas áreas de extrema relevância para a população brasileira. Muitas ONGs recebem dinheiro público e não prestam contas da aplicação desses recursos ou demoram anos para entregar a prestação de contas. 13
Por JoĂŁo Humberto de Azevedo
Foto: Banco de imagem
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omo um dos setores que mais cresce atualmente no Brasil, segundo dados do estudo da Word Travel & Tourism Council (WTTC), o impacto dos negócios em Turismo no PIB brasileiro começa a ser expressivo: em 2011, foram US$78,502 bilhões de forma direta e, de forma indireta, US$212,855 bilhões. O mesmo estudo estima que, entre 2013 e 2022, este segmento aumente em 5% ao ano sua participação no PIB. A aproximação das datas da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016 também deverá contribuir para que o setor registre crescimento ainda maior. É verdade que neste ramo do Turismo a concorrência é acirrada. De acordo com o Sistema de Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas (Cadastur) do Ministério de Turismo, 73,2% das hospedagens brasileiras são empreendimentos com até 50 unidades habitacionais (UHs), ou seja, são de pequeno porte; destas, 46,5% são pousadas, albergues, dormitórios, hotéis fazendas e hotéis históricos. Portanto, este é um bom negócio a ser explorado, desde que o empresário identifique novos segmentos e ofereça algo diferenciado em seu estabelecimento. Ou seja, poderá optar por um tipo de hospedagem voltado para o público da terceira idade; ou visando grupos de mochileiros; e, ainda, o turismo ecológico, o turismo de esportes radicais ou que explorem os elementos históricos da região, todos eles em franca expansão. Existem diversas alternativas e opções para empreendedores RBA • Julho/Agosto de 2012
que desejam montar uma pousada. Tudo dependerá do montante de recursos que o empreendedor está disposto a investir e da localização escolhida para o empreendimento. Seja qual for a forma escolhida, um requisito importante para quem quer entrar neste tipo de negócio é conhecer o terreno. Para desvendar os segredos do negócio, o melhor caminho é pesquisar, conversar com as pessoas do ramo e questionar muito até entender o melhor possível sobre como funciona este setor.
O impacto dos negócios em Turismo no PIB brasileiro começa a ser expressivo: em 2011, foram US$ 78,502 bilhões de forma direta.
Cada negócio tem o seu lugar
No caso da pousada é necessário estar atento a alguns aspectos ligados ao local de implantação do negócio, como o acesso fácil; a infraestrutura de água, luz e telefone; a facilidade de estacionamento; as boas condições de urbanização e limpeza.
Os profissionais de turismo garantem que existem três coisas determinantes para que uma pousada dê certo: o ponto, o ponto e o ponto. A observação desta prerrogativa é muito mais importante quando se trata de pequenos empreendimentos. A partir da escolha do ponto, o empresário investe boa parte dos recursos e a escolha errada pode resultar em prejuízos irrecuperáveis. A definição da localização do empreendimento é tão importante que empresas de assessoramento empresarial elaboraram uma técnica que auxilia o empreendedor a calcular as vantagens e desvantagens na escolha entre mais de um local. A técnica é bem simples. Consiste na confecção de uma planilha onde os locais são listados na coluna horizontal e os fatores a serem analisados – custo do terreno (caso o empreendedor opte pela compra do imóvel), valor do aluguel (no caso de locação do imóvel), reformas, construção, área física, vizinhança, movimento, estacionamento acesso, etc. – na vertical. Assim, o empreendedor poderá visualizar as vantagens e desvantagens de cada local e ter mais segurança em uma tomada de decisão. Isso tudo, é claro, deve ser considerado dentro do planejamento financeiro do negócio. Os custos de aquisição ou aluguel do imóvel e obras de adaptação devem ser compatíveis com o capital disponível e com o retorno projetado para o empreendimento.
Sua pousada, seu patrimônio
Definido o ponto, partimos para a montagem do empreendimento. Aqui apresentamos um 15
oportunidades exemplo de projeto de pousada de pequeno porte, localizada na praia – com área de seis mil metros quadrados, contando com cinco chalés de quatro camas cada, área de circulação, área comum gramada e guarita. Lembramos que os valores apresentados são hipotéticos e servem somente para facilitar a compreensão dos cálculos, mesmo porque eles dependem, entre outros fatores, da localização do negócio, estilo de gerenciamento, materiais empregados e região. Finalmente, o empreendedor precisa conhecer a legislação sobre o assunto, principalmente as normas sobre instalação, montagem e funcionamento deste tipo de negócio.
A lucratividade de uma pousada gira em torno de 30% a 50%.
O investimento fixo de uma pousada é composto de obras civis (aquisição do terreno, construção de cinco chalés, de uma piscina de concreto e de uma quadra poliesportiva); máquinas e equipamentos (1 televisor grande, 5 televisores pequenos, 5 frigobares, 1 antena parabólica, 5 fogões, 1 veículo utilitário, 1 máquina industrial de la16
var roupa, 1 máquina de secar roupa, 5 sistemas de ar condicionado); Instalações: móveis (camas, mesas, cadeiras, armários, etc.); artigos de decoração; roupas de cama, mesa, banho e colchões; acessórios (ferros de passar, ventiladores, tábuas de passar, material de cozinha, louças etc.). O total do investimento fixo fica entre R$800.000,00 a R$1.200.000,00. A quantidade de pessoas que trabalham em uma pousada depende do número de apartamentos oferecidos. Uma pequena pousada deste porte emprega na alta temporada, cerca de quatro a seis empregado entre recepcionista, cozinheiro, garçom, arrumadeiras e auxiliar de manutenção. Na média e baixa temporada o número de funcionários pode ser reduzido em 50%. O total anual da mão de obra fica entre R$25.000,00 a R$30.00,00. Custos administrativos: energia elétrica, água, telefone, gás, material de limpeza e conservação, combustíveis e lubrificantes, honorários profissionais, serviços de terceiros. Estes custos ficam entre R$15.000,00 a R$20.000,00 por ano. As receitas anuais são compostas das diárias e comercialização de bebidas, refeições e outros serviços. O total do faturamento anual, levando em consideração a alta, média e baixa temporadas fica em torno de R$140.000,00 a R$180.000,00. O investimento inicial do empreendimento é composto do investimento fixo, somado ao capital de giro (custos de funcionamento e custos fixos, calculados geralmente para os três primeiros
meses, custos de registro e regularização, marketing inicial e custos diversos). A estimativa deste custo fica entre R$850.000,00 a R$1.280.000,00. A lucratividade de um investimento deste porte pode ser bastante elevado: gira em torno de 30% a 50%, em compensação o tempo de retorno do investimento (tempo necessário para recuperar o investimento inicial) é longo, entre 10 a 14 anos, em função do alto valor do investimento fixo.
Ficha Técnica Ramo de atividade Pousada Tipo de negócio Prestação de serviços de hospedagem Investimento inicial R$800.000,00 a R$1.200.000,00 Área física 6.000 metros2 No. de empregados 4 a 6 funcionários Faturamento anual R$140.000,00 a R$180.000,00 Lucratividade 30 a 50% Taxa de retorno 10 a 14 anos
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XXii eNBra
encontro Brasileiro de administração
Pacto Global: a contribuição da Administração para uma sociedade mais justa e sustentável 5 A 7 dE nOvEMbRO dE 2012
vIvO RIO
InscrIções
submIssão de ArtIgos valores
Categorias Profissionais Registrados e quites com o CRA Estudantes de Administração Membros das Instituições Apoiadoras/ Patrocinadoras Outros profissionais/ interessados Autores ou co-autores de artigos selecionados
av. infante Dom Henrique, 85 - Flamengo - rio de Janeiro
Os artigos encaminhados ao XXII ENBRA – Encontro
até 06/09/12
a partir de 07/09/12
Brasileiro de Administração / VIII Congresso Mundial
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nadas ao temário dos eventos e poderão ser aprovados
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tação oral ou exposição de pôster. Cada artigo será sub-
R$ 710,00
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Pagamento em até 12 vezes pelos cartões de acordo com as políticas de parcelamento do PagSeguro e do PayPal. A inscrição nos eventos inclui ainda a participação no coquetel de abertura, na apresentação dos artigos, na dramatização e debate “O Rei Lear”, obra imortal de William Shakespeare e no show do Bloco Mulheres de Chico. Estudantes de Administração ganham até 50 horas de Atividades Acadêmicas Complementares (AAC)*.
de Administração devem versar sobre questões relacio-
metido a três avaliadores utilizando o sistema "blind sultado do processo. Os artigos estarão vinculados ao número de inscrição e os nomes dos autores dos artigos aprovados somente serão divulgados após o término do processo de avaliação. Prazos Submissão de artigos
09/04/2012 a 31/08/2012
Aprovação dos trabalhos
28/09/2012
Pagamento inscrição do autor/co-autor
08/10/2012
A p ro g r a m a ç ã o co m p le t a , o re g u l a m e n to d e s u b m i s s ã o d e a r t i g o s e m a i s i n fo r m a ç õ e s e s t ã o d i s p o n í ve i s n o s i te w w w. e n b ra - r i o . co m *a critério do regulamento de cada IES.
reAlIzAção:
ApoIo:
signatários do pacto global da onu
pAtrocínIo:
Foto: Banco de imagem
especial
Por Tânia Mendes
O que dirão
as URNAS?
A escolha de gestores públicos que deverão ser capazes de tomar medidas concretas para a solução dos muitos e grandes problemas das cidades.
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o dia 7 outubro 2012, exatos 136.589.962 eleitores – de acordo com a última contagem da Justiça Eleitoral, realizada em janeiro deste ano – serão convocados para eleger 5.564 prefeitos e 60 mil vereadores das câmaras municipais. É uma oportunidade para o cidadão comum, de participação direta e democrática na escolha de gestores públicos que deverão ser capazes de propor medidas concretas para solucionar os muitos e grandes problemas das cidades: desde o já sem fôlego sistema Educacional, passando pela questão da Saúde, sempre em pane, até a falta de Segurança, o caos no Transporte Público, engarrafamentos nas metrópoles, estradas perigosas, coleta de lixo inadequada, entre tantos outros. O diretor e professor do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Cláudio S. de Lucena, avalia que os processos eleitorais são sempre momentos de muita importância para qualquer nação democrática e afirma que entre os BRICS, as novas nações para as quais o mundo vem olhando com enorme expectativa, o Brasil, com todas as suas imperfeições – e são muitas – é a democracia mais estável e onde há a melhor perspectiva de desenvolvimento social justo. Lucena Neto afirma que essa perspectiva passa, necessariamente, pela renovação e pela escolha periódica de bons representantes, e as eleições municipais são um dos momentos mais importantes deste processo de escolha. “Entre os entes que compõem o Estado, o Município RBA • Julho/Agosto de 2012
é exatamente o mais tangível, o mais concreto de todos, porque é nele que as pessoas efetivamente vivem e é nele onde as coisas acontecem”, enfatiza o professor. Para o especialista em comunicação e marketing político e eleitoral, Leandro Grôppo, pósgraduado em Gestão Pública pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e mestre pela Universidade de Brasília (UnB), escolher representantes políticos por meio do voto é de fundamental importância para o processo democrático. “Após a redemocratização todas as eleições são marcos na cristalização do processo democrático brasileiro, ainda jovem, mas vigoroso. Neste sentido, as eleições municipais, como a deste ano, são talvez as mais impactantes, por movimentar os mais de cinco mil municípios brasileiros. Ou seja, atingindo diretamente a vida dos cidadãos”.
Lei da ficha limpa
O pleito deste ano inaugura a aplicação de fato da Lei da Ficha Limpa. Assim, um cidadão só poderá ser candidato se cumprir as condições de elegibilidade previstas pela legislação em vigor. “Com certeza a Lei da Ficha Limpa será um importante balizador no perfil dos concorrentes a cargos públicos. Isso por que todos, sem exceção, terão que arcar com as consequências de atos passados que possam impedir sua candidatura”, avalia Grôppo, que foi assessor do ex-Vice-Presidente José de Alencar e hoje é sócio diretor da Strattegy – empresa de consultoria inovadora voltada exclusivamente para o mercado político. Ele torce para
que a lei seja realmente aplicada e cumprida pelo bem da administração pública. Mas, o professor Lucena Neto não é muito otimista com a nova lei. “A Lei Complementar 135/2010 é a maior alucinação coletiva da história do Brasil. O erro é enorme e abre caminho para desestabilizar princípios e garantias fundamentais da sociedade brasileira”, opina. Para ele nenhuma estrutura social resiste à tamanha agressão aos interesses que lhe são mais caros. “É uma pena, porque não se pode negar que a intenção é muito boa, apesar de o inferno estar cheio delas”, ironiza. Segundo o diretor da UEPB, o dispositivo parte da ideia de que, impedindo o acesso de pessoas desonestas aos espaços de poder, melhora-se automaticamente a qualidade institucional. Para ele a premissa é falsa. “A conta não é tão simples, por uma série de razões. Uma das piores implicações é o reconhecimento, pelo Estado, de que não consegue declarar alguém definitivamente culpado e ver a presunção jurídica de inocência pagar a conta desta incapacidade”. Denuncismo; presunção absoluta de desonestidade; judiciário incapaz de lidar com essas demandas, tanto em qualidade como em quantidade; interesses políticos encontrando instrumentos jurídicos simpáticos às suas manipulações e uma péssima cultura de gestão pública, não só tendem a impedir o aprimoramento da administração pública, como tendem a afastar, cada vez mais, dos espaços de poder aqueles cidadãos de bem – uma parcela, ainda que pequena, de indivídu19
especial
Gostaria mesmo que esta Lei melhorasse a qualidade dos agentes públicos do país.
Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal
Cláudio Lucena
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os interessados em dar alguma contribuição ao bem comum. E ele faz uma proposta: “Porque, afinal de contas, não torço contra. Gostaria mesmo que esta Lei melhorasse a qualidade dos agentes públicos no país, que tivesse um impacto positivo nos padrões éticos da sociedade brasileira”. Por sua vez, Leandro Grôppo se diz convencido de que a aplicação da Lei da Ficha Limpa deve, em um primeiro momento, aumentar o número de candidatos impugnados. “Mas as assessorias jurídicas serão cada vez mais importantes neste sentido, a fim de resguardar os candidatos de possíveis impugnações, ou mesmo de demonstrar a inaptidão do candidato para concorrer ao cargo público almejado”. Mas faz uma ressalva: “É bom lembrar que o objetivo da lei é aprimorar o padrão ético do candidato a cargos públicos no Brasil, punindo desvios de conduta ou de moral. A lei não deve afastar o cidadão comum da possibilidade de ocupar espaços públicos”. Para Grôppo, sob um ponto de vista pragmático, mesmo descontando todos os efeitos colaterais nocivos, em médio e longo prazo é necessário analisar se a impugnação de candidaturas será um processo ainda mais frequente, e se reconhecerá ainda mais desvios que impeçam o indivíduo de se eleger. “Mas se o número de indivíduos inelegíveis aumentar, a Lei terá pago um preço alto demais, relativizando garantias fundamentais, e ainda assim terá fracassado”, pondera o professor Lucena Neto.
Já segundo Grôppo, a justiça brasileira, pelo menos a Eleitoral, está preparada caso aconteça um número elevado de processos de impugnação. “A justiça Eleitoral normalmente é mais rápida que a justiça comum. Dessa forma, caso o assunto seja exclusivo da justiça Eleitoral, é provável que se consiga proceder o encaminhamento dos julgamentos necessários. Contudo, caso a esfera seja a justiça comum, pode ser que tais processos se acumulem à medida que surjam novas jurisprudências e leis”, considera. Mas, ele avalia que falta muita coisa – em termos de legislação e infraestrutura – para se conseguir uma democracia mais efetiva e onde o brasileiro se sinta realmente representado. “A lei eleitoral no Brasil deveria ser única, viável e capaz de corrigir distorções. O que temos hoje é uma lei fascicular, que é remendada a cada quatro anos, ao sabor dos ventos do momento”, queixa-se o professor Lucena Neto, e completa: “Uma lei fascicular vai no sentido de prejudicar o andamento do processo democrático, especialmente no cerceamento da propagação de ideias e candidaturas”, explica. Ele considera que isto afeta muito mais o candidato novo, aquele que entra pela primeira vez em uma eleição, do que o político antigo, que já detém mandato. O professor é enfático ao afirmar que a justiça brasileira não está preparada para julgar um número elevado de processos de impugnação e relembra um artigo que escreveu em 2010, de bastante repercussão. “Já havia antecipado minha preocupação com o prejuízo que isso causa à RBA • Julho/Agosto de 2012
imagem do Judiciário. O Congresso passa a legislatura inteira sem coragem de tocar na Reforma Política, e, em cima da hora, faltando menos de um ano para as eleições, propõe alguma alteração que devia ter sido apresentada a qualquer tempo, dentro do prazo adequado, para evitar a confusão”, critica o professor. Ele argumenta ainda que esses fatos não preocupam nem incomodam o parlamentar, porque, de qualquer forma, tudo vai ser rolado pra o Judiciário decidir: “O serviço e a conta vão pro Judiciário, que, de Poder constituído da
República, passa a mero peão, massa de manobra do jogo político; admite o papel secundário, não reclama, paga a conta do desgaste e ainda continua a jogar o mesmo jogo, todas as eleições. Registrei isso em 2010, um ano em que o desgaste foi horrível, porque ao admitir a discussão sobre a aplicabilidade da nova norma dita moralizadora no ano de sua edição, o Judiciário não percebeu que sua estrutura jamais daria conta de resolver a questão em tempo útil para a sociedade – coisa que a classe política, certamente percebeu, ali-
ás, contou com isso”, considera Claudio Lucena e assegura que o resultado foi uma vergonha. “Milhões de eleitores chegaram no dia da eleição sem saber quais os candidatos em quem poderiam votar sem risco de invalidar o voto, então”. A representação parlamentar de um país, na avaliação do professor, é o espelho de um povo e o processo de aprimoramento democrático vai passar, necessariamente, pelo caminho da educação. “Educação de qualidade dá oportunidades melhores, abre horizontes, permite mobilidade
Eleições virtuais do Sistema CFA/CRAs Votações ocorrerão via internet em todo o país. Para votar, o profissional de Administração registrado precisará atualizar seu cadastro junto ao CRA, até 31 de agosto. No dia 25 de outubro, o Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs) realizará eleições virtuais para eleger os seus novos representantes. Essa não é a primeira vez que o CFA realizará o pleito pela internet. O Conselho já começou os preparativos com o objetivo de garantir que o próximo pleito seja tão seguro quanto o anterior, realizado em 2010. Para garantir total segurança, o programa de eleições virtuais Sistema CFA/CARs foi auditado nas eleições passadas pela Security Labs Research Inteligence e, segundo o laudo da empresa, naquela época o sistema foi aprovado, pois ofereceu todas as garantias de segurança para a emissão de senhas e envio de correspondências para os eleitores do processo eleitoral daquele ano, proporcionando total sigilo, segurança e confiabilidade que o processo eleitoral requer. Em razão disso, o CFA tem sido referência para diversos órgãos que desejam implementar votações on line. Interessado em continuar fazendo um excelente trabalho, a Comissão Permanente Eleitoral do CFA tem conduzido o trabalho com transparência, seriedade e lisura. A missão, segundo os membros da Comissão, é repetir o sucesso das eleições passadas. O CFA faz um alerta aos Administradores e Tecnólogos registrados e em dia com os Conselhos Regionais de Administração (CRAs) para que mantenham seus dados cadastrais, como endereço e e-mail, atualizados. O recadastramento é necessário para que o profissional de Administração receba a senha para votação.
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Atualização cadastral
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especial A justiça brasileira, pelo menos a Eleitoral, está preparada caso aconteça um número elevado de processos de impugnação Leandro Grôppo
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social por mérito, humaniza e forma indivíduos mais capazes de interferir em seus destinos. O componente ética merece destaque também nesse processo de aprimoramento, mas é como se não desse ainda pra avançar muito nessa discussão enquanto as necessidades mais elementares não estiverem razoavelmente bem encaminhadas”, assegura.
Preparado para votar
“Ao contrário do que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, declarou há alguns anos, O povo brasileiro não está preparado para votar, por falta de prática e de educação. Vota mais por amizade”, garante Leandro Grôppo, e diz ainda que o brasileiro está cada vez mais acostumado a votar e já não se deixa enganar por velhas propostas nem por velhas práticas. “Costumo repetir isso em minhas palestras pelo Brasil: o eleitor brasileiro está a cada dia mais vacinado. As velhas práticas eleitorais já não colam mais. Por isso uma campanha hoje, que não seja minimamente profissional, está fadada ao fracasso, antes mesmo de ser lançada, qualquer que seja o município”, esclarece Grôppo. Além disso, ele argumenta que os tempos são outros, a comunicação mudou, o eleitor mudou, a forma de se fazer política também mudou. Neste novo tempo, diversos fatores interferem para a conquista do voto. “O ambiente eleitoral estrangulou o amadorismo e muitos ainda não atinaram para isso: disputar uma eleição requer atuação profissional. Uma onda de mudanças atropelou paradigmas e formatos tradicionais. Os candidatos neces-
sitam adequar-se às mudanças, caso contrário, serão engolidos pelos sintomas desse novo tempo”, enfatiza. Outro especialista em marketing, Antônio Lavareda – com 76 campanhas no currículo e doutorado na área – garantiu em entrevista à revista Meio e Mensagem, que o eleitor tupiniquim está mais preparado, mais educado. Ele compara a experiência do voto à prática de consumo. Para usar uma linguagem de mercado, o eleitor tem mais prática no consumo desta categoria candidatos. “Em qualquer categoria que tenha alguma relevância – por exemplo, eletrodomésticos – se um consumidor adquire dez vezes um produto desta categoria, isto é reputado como uma experiência razoável, ele não é mais um consumidor noviço”, exemplifica Lavareda. Independente de partido, o eleitor deve avaliar cada candidato e reconhecer as principais características de um bom gestor público. “Respeitar as leis, agir com impessoalidade, dentro da moralidade, com transparência e ética dificilmente será um mau gestor”, enumera Lucena Neto e acrescenta: ”Nestes tempos de mudanças tão rápidas e profundas, ter visão de mundo, disposição, criatividade e coragem para encarar desafios também são características esperadas em um bom representante municipal”. A formação profissional, a experiência em gestão e liderança seriam importantes para um candidado a prefeito. Todos sabemos, com exemplos marcantes pelo mundo afora, que formação profissional técnica, não define o perfil de um líder. Grandes vultos RBA • Julho/Agosto de 2012
da humanidade tinham apenas a experiência de vida como ferramentas para exercer a liderança. Mas é bom não adotar isso como regra, porque não é. Evidentemente, quanto mais alguém se prepara pra contribuir com sua comunidade, mais chances tem de tomar as decisões certas quando chega a sua hora”, defende.
Perfil ideal do prefeito
Na opinião de Grôppo, não existe um perfil ideal para um representante municipal, uma vez que a conjuntura de cada cidade é diferenciada. “Em muitas, a saúde pode ser o maior problema, enquanto em outras, será a segurança, ou a educação. São questões mais preocupantes para o cidadão. Dessa forma, o perfil ideal varia conforme a configuração de cada cidade, que é única”. Para ele, o principal requisito de um gestor público municipal é que ele saiba entender a conjuntura na qual está inserido, e atender às demandas e necessidades que sua população apresente. Assim,
tem que saber ouvir, buscar sempre o melhor para a maioria, ter muita vontade de trabalhar e ser um bom gestor. “Nas pesquisas que realizamos por todo o Brasil, as principais características que os eleitores mais demandam para um candidato a prefeito, além de honestidade é claro, são ser trabalhador, determinado e bom administrador. Neste sentido, experiências em gestão de órgãos ou empresas públicas e privadas são importantes aspectos na formação da imagem do candidato e no processo de decisão do eleitor”, afirma o especialista. E destaca que marketing não é a mesma coisa que propaganda e publicidade. ”Marketing é o estudo da ação do mercado. No caso político, este mercado são os eleitores. Assim, ao marketing cabe estudar os desejos, anseios e demandas do eleitorado, adequando a candidatura com propostas e ações que consigam entender e atender este eleitorado”. As pesquisas são essenciais neste processo de auscultar a população.
“Após as pesquisas, traçam-se as estratégias que melhor irão atingir o eleitorado-alvo por meio do discurso adequado. Somente no final é que entra a propaganda, como ferramenta de persuasão. Um grande erro de muitas campanhas é pensar que são feitas exclusivamente por meio de propaganda. Este é um erro crasso, pois o que se tem neste caso são campanhas com boas formas, mas sem conteúdo”, explica Grôppo. O marketing, quando praticado com competência, é poderoso para aproximar quem detém as demandas (eleitores) de quem se propõe a buscar as melhores soluções (candidato). “Assim, o marketing vem antes da comunicação, antes da propaganda. O marketing traz às eleições profissionalismo e estratégia, mas por mais bem feito que seja, não pode garantir a vitória de qualquer candidato. Porém, se não houver marketing ou se ele for mal aplicado e conduzido, estará garantida a derrota”, finaliza.
Contas irregulares Segundo a Lei Complementar nº 64, de 1990 – Lei de Inelegibilidades – o responsável que tiver as contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, não pode se candidatar a cargo eletivo nas eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão. O interessado pode concorrer apenas se essa decisão tiver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário. Desta maneira, o Tribunal de Contas da União (TCU) encaminhou à Justiça Eleitoral a relação dos responsáveis que tiveram suas contas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível daquela Corte, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou que haja sentença judicial favorável ao interessado. Candidatos, partidos políticos ou coligações podem utilizar as informações contidas na lista do TCU para impugnar o pedido de registro de candidatura de possíveis concorrentes no prazo de cinco dias, contados da publicação do edital do pedido de registro. A impugnação deve ser feita com base em petição fundamentada. A lista foi concebida em formatos distintos, em ordem alfabética e por unidade federativa, e será atualizada periodicamente até as eleições deste ano. Fonte: www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2012/contas-irregulares-tcu
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artigo
Por Adm. Saulo Emmanuel Rocha de Medeiros
O prontuário do paciente como ferramenta de controle de
custos por leito
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no hospital público
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urante sete anos pude observar as dificuldades na implantação de sistemas de controle de custos nos hospitais públicos do Estado de Pernambuco. Podemos concluir que as mudanças paradigmáticas do contexto empresarial têm levado à busca da otimização das ferramentas de controle gerencial. Segundo Souza (2011), assim como em entidades privadas, o setor público preza pela importância de conhecer seus custos como forma de medir o desempenho de programas do governo. A análise dos custos do setor torna-se fundamental para superar os desafios encontrados na saúde, como mudanças sociais e políticas, gestão de recursos humanos e usar as informações dos custos para a tomada de decisão. Nesse contexto, a problematização do uso das ferramentas de controle de custos hospitalares no hospital público tem sido um grande desafio para os gestores dessas unidades. Segundo Abbas (2001), conhecer o verdadeiro custo de cada serviço, do valor de cada conjunto de atividades que compõe os procedimentos médicos torna-se um diferencial competitivo da empresa em seu mercado. Souza (2011) afirma que uma questão importante com relação aos serviços de saúde em hospitais de ensino é que não há um controle das receitas, existe apenas o valor do serviço prestado pelo SUS determinado pelo Ministério da Saúde. Logo, para um equilíbrio financeiro, é necessário o total conhecimento dos custos e receitas. O autor ainda comenta que, conforme a legislação, a apuração dos custos dos programas e projetos públicos terão origem na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e não em um sistema de custos propriaRBA • Julho/Agosto de 2012
mente dito. Mesmo assim, é de total importância que os gestores possuam um sistema de custos, de maneira que irá auxiliar na tomada de decisões. Abbas (2001) comenta que no setor produtivo, de produção sob encomenda e de serviços, especificamente no hospitalar, os custos indiretos apresentam um papel preponderante nos custos totais. Logo, a metodologia tradicional perdeu sua utilidade e aplicabilidade no processo decisório. Nos hospitais, onde os fatores de produtividade e competitividade exigem outras abordagens, a gestão estratégica de custos assume um papel vital. Os leitos ociosos nos hospitais constituem exemplo desta mudança de abordagem. Apesar de não estarem sendo utilizados, não podem ser desativados, pois a demanda do hospital não pode ser tratada semelhante aos modelos aplicáveis às empresas. Os hospitais lidam com vidas humanas e estes leitos devem estar disponíveis para emergências. O cenário econômico do Estado de Pernambuco busca a preconização dos controles contábeis, harmonizando as ferramentas existentes as exigências nacionais e internacionais. Para Darós e Pereira (2009), as diretrizes de harmonização abrangem também a contabilidade pública, até então afastada das discussões sobre o tema. A expectativa para a área pública é que no ano de 2012 haja a convergência das normas contábeis brasileiras às Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público International Public Sector Accounting Standards (IPSAS). Um dos pontos principais da transição na contabilidade pública é a mudança do enfoque contábil, eminentemente centrado no controle orçamentário, para uma contabilidade pública patrimonial, com a adoção do regime de competência para as receitas e despesas públicas. A garantia da qualidade na geração de relatórios contábeis que intensifiquem um melhor gerenciamento de custos hospitalares vem sendo preterida de uma análise diagnóstica situacional dos setores que compõem a controladoria financeira e contábil do hospital. Para Souza (2011), a entidade pública que tiver conhecimento dos custos das atividades desempenhadas poderá ter o maior controle no sentido de evitar desperdícios e corrupção, detectar se há eficiência ou não em seus serviços e se os mesmos estão atendendo às necessidades mínimas exigidas. A 25
artigo
O setor público preza pela importância de conhecer seus custos como forma de medir o desempenho de programas do governo.
Diante das supostas dificuldades na implantação de sistemas de controle de custos em alguns hospitais públicos do Estado de Pernambuco, encontramos no prontuário do paciente, várias informações utilizadas apenas para levantamentos estatísticos sobre causas de doenças, causas mortis, entre outros. Como ferramenta de controle de custos por paciente/leito 26
podemos identificar: o nome e idade do paciente; endereço; dados familiares; dia e tipo de internação; o tipo de diagnóstico inicial e o principal; o tipo de procedimento realizado; o código CID; o código do procedimento; o resumo do caso; o período de internação e os motivos da alta do paciente; os números de dias hospitalizados; enfermaria e leito utilizados no internamento; se houve ou não acompanhante. Além dessas informações, podemos encontrar na ficha de anestesia: o tipo e a quantidade de drogas utilizadas, o tipo de técnica anestésica; no relatório de operação encontramos: as informações sobre a unidade de saúde equipe médica, data da operação, tipo de operação, descrição do ato operatório. Quanto à ficha de sala encontramos: o nome do paciente, a data da cirurgia e horário, tipo de procedimento, equipe médica com instrumentador, tipo de anestesia e as informações sobre o início e o fim da cirurgia. Ainda encontramos a ficha de evolução do paciente que nos trás dados sobre datas, horários dos registros, evolução, complicação, resultados e comparativos de exames. No plano terapêutico, encontramos os tipos de dieta do paciente, o dia e horário e quantidade prescrita, o tipo de medicação utilizada, horário e quantidade utilizada. Controles de acompanhamento da enfermidade. Diante de tantas informações disponíveis, será que não existe a possibilidade de quantificar os custos relacionados à internação do paciente e o custo por leito utilizado?
Referências ABBAS, Kátia. Gestão de custos em organizações hospitalares. Dissertação Mestrado em Engenharia da Produção – Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2001. 155p. SOUZA Erica Xavier de; SANTOS, Michael Lima dos; LIMA, Andréia Barbosa de; SILVA, Dalton Bernardino Santos; VICTOR, Rayanne Nayara. Implantação de um Sistema de Custos no Setor Público: um Estudo de Caso em um Hospital de Ensino do Nordeste Brasileiro. VIII SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – 2011. DARÓS, Leandro Luís; PEREIRA, Adriano de Souza. Análise das normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor público – NBCASP: mudanças e desafios para contabilidade pública. Universidade Federal de Santa Catarina. 9° Congresso USP Controladoria e Contabilidade, 2009.
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contabilidade de custos irá ajudar na formação de um planejamento estratégico, com intuito de atingir seus principais objetivos. Para a formulação de estratégias, o gestor deve analisar os pontos fracos e fortes da instituição à luz de oportunidades e riscos a fim de adequar-se às necessidades da entidade.
Saulo Emmanuel Rocha de Medeiros Adm. de Empresas, Especialista em Administração Hospitalar e Mestre em Gestão Pública. Consultor, Escritor, Palestrante, Professor e Administrador Hospitalar.
RBA • Julho/Agosto de 2012
gestão
Por Tânia Mendes
Profissional quase perfeito
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Cargo mais elevado na hierarquia da gestão de uma empresa, o Chief Executive Officer (CEO) tem em suas mãos poder e responsabilidade, mas também muito trabalho.
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or mais preparado que esteja para atuar em sua área empresarial, o gestor participa de um mundo habitado por conceitos próprios e rotinas específicas, que às vezes podem parecer tão estranhas quanto as palavras que os definem. São siglas, palavras e expressões estrangeiras que ganham nova dimensão no jargão próprio do mundo dos negócios. Uma dessas siglas, muito utilizada atualmente, é CEO. Trata-se da abreviatura para chief executive officer. Considerado o cargo mais elevado na hierarquia da gestão de uma empresa, o CEO reporta-se apenas ao Conselho de Administração e possui máxima autoridade e toda a responsabilidade na tomada de decisões. A função deste executivo abrange as diversas áreas da empresa (administração, produção, comercialização, marketing, gestão de pessoal, finanças etc.) e ele funciona como líder e elemento de ligação entre as diversas unidades do negócio, além de responder pelo planejamento e operacionalização da estratégia do negócio, definição e coordenação das políticas de gestão. RBA • Julho/Agosto de 2012
Pedro Carvalho, sócio da in-sight®, onde faz orientação para a carreira de executivos (executive coaching) e diretor do Centro de Carreiras de Executivos da Associação dos Ex-Alunos da FGV, explica porque o termo CEO foi adotado no Brasil, substituindo a tradicional designação de presidente ou diretor geral – para o mais alto cargo de uma organização. “Um título similar para CEO é presidente, que foi usado por muitos anos. Esse título serve mais para designar uma pessoa escolhida democraticamente, mas como em uma empresa os trabalhadores não escolhem o seu presidente, designar este profissional de CEO faz mais sentido, pois as empresas dificilmente utilizam os princípios democráticos para eleger seu mais alto executivo”, ressalta Carvalho. As atribuições do CEO são definidas pela diretoria ou Conselho de Administração, ou outra instância deste nível, dependendo da estrutura legal da organização. As responsabilidades deste profissional são amplas, geralmente ele exerce a máxima autoridade na tomada de decisões.
Carvalho destaca as principais funções de um CEO: comunicação, decisão, liderança e gerente. “O papel do comunicador pode abranger o mundo exterior à empresa – imprensa, fornecedores, clientes etc. – bem como a gestão do negócio propriamente dito e dos funcionários. O de decisor envolve a tomada decisões de alto nível sobre a política e estratégia da organização, e o de líder relaciona-se com assessoria à Mesa de Conselho, além de funcionar como instrumento de motivação para os funcionários; o papel de gerente está ligado à presidência e administração da organização”.
O CEO deste século
Trata-se de um posto de prestígio que exige inúmeras habilidades e qualidades, algumas delas até mesmo natas. O CEO deve ser capaz de: reconhecer esforços de outras pessoas; desenvolver uma adequada base de poder; utilizar sua força – poder – de forma equilibrada; construir uma boa reputação; desenvolver competências e habilidades em si e em seus subordinados; clarificar
os objetivos pessoais, bem como os da empresa; ter habilidade em comunicar-se com todas as partes interessadas; possuir uma visão de futuro; criar uma autoimagem positiva; combinar visão com atenção aos detalhes. Com sua larga experiência como executivo de empresas de grande porte (como Lucent, Nortel Networks, Elevadores Otis e Banco Pactual), Pedro Carvalho tem várias especializações, incluindo dois mestrados realizados nos Estados Unidos. Ele sinaliza como seria o perfil do CEO do século XXI. “Para galgar a posição de CEO em uma empresa alinhada com os novos paradigmas de negócios deste século, o profissional precisa mais do que talento para negócios e habilidades de gestão para dirigir uma empresa de sucesso.” “Tornar-se um CEO é uma experiência de mudança de vida, e antes de se aventurar em tão alto cargo é útil entender como os executivos mais importantes chegaram lá, qual a formação profissional, o que eles têm em comum. Em minha experiência, muitos CEOs compartilham uma
Como criar hoje as habilidades para o amanhã
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1. Identifique os desafios que a empresa enfrenta e as capacita ções de que os gestores vão precisar. 2. Crie uma estratégia de liderança para nortear o esforço de desenvolver e reter líderes com as habilidades de que a empresa precisa. 3. Desenvolva metas específicas e táticas para a criação individual de lideranças. 4. Avalie rotineiramente os resultados dos esforços feitos pela organização para desenvolver competências. Crie métricas para isso.
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gestão
Para galgar a posição de CEO, o profissional precisa mais do que talento para negócios e habilidades de gestão para dirigir uma empresa de sucesso. Pedro Carvalho
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história similar, com uma formação em finanças, engenharia ou administração. Geralmente são egressos de prestigiadas universidades e passaram algum tempo, no início de carreira, em empresas renomadas”. Uma reportagem publicada no site www.epocanegocios. globo.com, assinada por Alexandre Teixeira, tenta responder esta indagação. De acordo com a matéria “o modelo autoritário de liderança dá sinais reais de esgotamento e algo novo começa, finalmente, a ser erguido em seu lugar”. O texto também cita Gary Hamel – um dos mais influentes pensadores de negócios da atualidade, autor do livro O Futuro da Administração: “Em grande parte, sua empresa está sendo administrada, neste exato momento, por um pequeno grupo de teóricos e profissionais que já morreram há muito tempo e criaram as regras e convenções da gestão moderna nos primeiros anos do século XX”. Hamel continua afirmando: “Contudo, à diferença das leis da física, as leis da gestão não são nem pré-determinadas nem eternas – ainda bem, pois o mecanismo de gestão está sobrecarregado com o peso de uma carga que não estava programado para carregar. Mudanças abruptas, vantagens fugazes, inovações tecnológicas, concorrentes indisciplinados, mercados fragmentados, clientes poderosos, acionistas rebeldes – esses desafios do século XXI estão pondo à prova os limites da estrutura das organizações em todo o mundo, e expondo as limitações do modelo de gestão que não conseguiu acompanhar os tempos”.
A reportagem apresenta o resultado de uma pesquisa da IBM divulgada em meados de 2010: 79% de um grupo de mais de 1,5 mil CEOs de sessenta países e 33 setores esperam aumento da complexidade do cargo, mas apenas 49% sentem-se preparado para enfrentá-lo. Entre as empresas americanas, 67% admitiram, em outro levantamento recente, que seus principais gestores precisam aprimorar habilidades de liderança, e 53% afirmaram sentir falta de competências como planejamento estratégico e habilidades de comunicação. “Muitas das principais demandas reprimidas das companhias em relação a seus líderes, como motivar gestores e desenvolver funcionários, têm a ver com gestão de pessoas. Essa competência, antes negligenciada, está no centro de uma revolução que, segundo teóricos como Hamel, marcará o fim da era da liderança autoritária e o início de um ciclo competitivo centrado no capital humano”, assinala a reportagem.
Rotatividade
Neste novo cenário de crise global o índice de turn over dos CEOs experimenta aumento substancial. A pesquisa CEO Succession, da Booz & Company (em sua 12ª edição), apontou que a taxa de rotatividade dos comandantes das empresas no Brasil cresceu de 16,8%, em 2010, para 22,8%, em 2011, superando a média global, de 14,2%. Embora a maior parte das trocas tenham sido transições planejadas, muitos CEOs foram demitidos por não atingirem resultados esperados em um período de grandes expectativas. A pesquisa revela que na RBA • Julho/Agosto de 2012
tentativa de corrigir rapidamente o rumo dos negócios, 71% das organizações brasileiras que trocaram o seu CEO preferiram buscar um substituto nos seus quadros internos ao invés de procurar o candidato no mercado. A Booz & Company perguntou que conselhos estes executivos dariam aos novos CEOs. Com base em uma série de recomendações de executivos experientes à nova classe de CEOs, os conselhos mais importantes que os novos CEOs (ou aspirantes) devem considerar, incluem: 1. Limpe a casa (de forma seletiva) – lide com as mudanças mais óbvias na equipe de executivos o quanto antes. 2. Não seja tão rápido na mudança de estratégia – pense duas vezes antes de mudar a estratégia rapidamente, mesmo que você acredite que a estratégia atual esteja errada, certifique-se de que a empresa tenha
bases sólidas antes de levá-la em outra direção. 3. Saia da sua zona de perigo – entenda como cada parte da empresa funciona e qual tem sido o seu desempenho. 4. Seja transparente – seja o mais aberto possível sobre planos e motivações, com todos os players críticos, e aja de forma decisiva ao fazer as mudanças mais urgentes. 5. Não dê ouvidos a ninguém – cada um age conforme seus próprios interesses, mas nem sempre estes interesses estão de acordo com o que é melhor para o CEO ou para a empresa que você foi contratado para liderar. 6. Encontre um parceiro com quem você possa discutir planos de forma aberta – e que não tenha nenhum interesse além do seu sucesso. 7. Ponha a sua vida pessoal em ordem – gerencie com cuidado o
seu tempo e a sua vida familiar. “O primeiro ano costuma definir carreiras, e estabelecer a base necessária para uma boa performance é crucial para o sucesso, especialmente quando consideramos o ambiente tumultuado no qual muitos CEOs estão entrando”, sintetiza o estudo. Para um estudante de Administração com aspirações de se tornar um CEO, o Mestrado em Administração (MBA) é recomendado. A obtenção deste grau prova uma extensa experiência em operações de negócios e a maneira correta de gerir uma empresa. “Isso também significa que ele recebeu uma educação completa que lhe permitirá desenvolver um negócio no mundo real e será capaz mantê-lo à tona”, considera Carvalho e enfatiza: ”As competências deste novo profissional vão além daquelas aprendidas em salas de aula”. Confira no box abaixo outras siglas utilizadas no mundo corporativo.
Os CEOs mais bem remunerados do mundo De acordo com o Wall Street Journal (WSJ), quando foi nomeado CEO da Apple, em agosto do ano passado, Tim Cook recebeu da empresa a quantia de US$380 milhões, tornando-se o CEO mais bem pago do mundo. A maior parte deste valor veio como bônus de um milhão de ações da companhia, avaliadas em US$376,2 milhões, de acordo com cotação das ações da empresa na época da nomeação. A remuneração total inclui salários e bônus, além de ações, investimentos e da remuneração paga pelo desempenho de cada executivo. Confira a seguir, a lista dos dez executivos mais bem remunerados do mundo (valor em US$ milhões). 1º Timothy D. Cook Apple 377,98 2º Lawrence J. Ellison Oracle 76,01 3º Leslie Moonves CBS 69,32 4º Ronald B. Johnson JCPenney 53,27 5º Sanjay K Jha Motorola Mobility Holdings 46,59 6º Vikram S. Pandit Citigroup 42,99 7º Philippe P. Dauman Viacom 42,82 8º Gregory Q. Brown Motorola Solutions 32,07 9º Robert A. Iger Disney (Walt) 30,40 10º Alan Mulally Ford Motor 28,89 Fonte: www.infomoney.com.b
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artigo
Por Adm. Leandro Vieira
Como torturar pessoas usando o PowerPoint Criado para facilitar a vida de milhões de pessoas necessitadas de um suporte para as suas apresentações acadêmicas, comerciais e corporativas, o PowerPoint acabou se tornando um verdadeiro instrumento de tortura. Fãs de Bill Gates, tenham calma! Eu explico. O problema, como sempre, não é a ferramenta, mas o uso que se faz dela. A maior parte das pessoas utiliza o PowerPoint como uma bengala em suas apresentações. As razões podem ser diversas: insegurança, medo, despreparo, vontade de surpreender a plateia com os “efeitos especiais”, deslumbre com o programa, e por aí vai. A bronca é que, sem o bendito PowerPoint, adiós apresentação.
Adm. Leandro Vieira Criador e diretor do Administradores.com, autor do livro Seu Futuro em Administração (Campus/Elsevier).
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O modo mais comum de tortura é rechear os slides com texto. O apresentador, com medo de não lembrar o que veio falar, entope os slides com um milhão de frases. Para completar, ignora o público à sua frente e lê o que está escrito no telão. Pobre plateia. Utilizar o clipart do Windows é um dos clichês. Sempre em busca do caminho mais fácil, o torturador não pensa duas vezes antes de inserir aquelas imagens batidas em sua apresentação.
Outra estratégia torturante é o uso de bullet-time, aquele efeito irritante que faz as frases deslizarem na tela. A cada tópico lido pelo palestrante, uma nova frase faz sua entrada triunfante da esquerda para a direita (ou de baixo para cima, ou rodopiando, ou piscando...).
Os mais empolgados ainda utilizam o pacote de sons do aplicativo: “as vendas do primeiro semestre de 2010 superaram em 6% as do mesmo período do ano passado”. POW! (barulho de disparo de revólver); “Em contrapartida, fomos obrigados a reduzir nossa margem de lucro em 3,29%” SCRINNNCHHHH! (carro freando); “Dessa forma, para a nossa empresa decolar, minha proposta é de expandirmos nossa atuação para o estado vizinho” PLAC! PLAC! PLAC! (som de aplausos. Do programa, é claro.). Fale a verdade: você já viu esse filme antes, não viu? Sons, imagens, vídeos e outros recursos multimídia, podem enriquecer - e muito - uma apresentação. Mas o seu uso deve ser, apenas, para apoiar a mensagem do apresentador - e nunca para o apresentador se apoiar em seu uso. Não quero bancar o sabichão. Eu mesmo já fui um exímio torturador com o PowerPoint. Minhas apresentações seguiam o mesmo roteiro que acabei de descrever. Fui melhorando com o tempo; à medida que me sentia mais seguro para passar minha mensagem, comecei a abrir mão do copy+past de texto nos slides, e passei a utilizar uma abordagem muito mais clean, muito mais simples e harmoniosa. RBA • Julho/Agosto de 2012
Ao mesmo tempo em que pode servir como um terrível instrumento de tortura, o PowerPoint pode ser a ferramenta ideal para ajudá-lo a fazer uma apresentação fantástica e memorável. Observe como Seth Godin, Chris Anderson, Steve Jobs e outros mestres jedis na arte de encantar plateias utilizam slidewares como o PowerPoint, Keynote ou similares. Cada um tem seu estilo e personalidade na hora de contar histórias. O que suas apresentações têm em comum é, justamente, a utilização de slides simples, pouquíssimo texto, imagens marcantes e design de impacto. Em se tratando de apresentações, menos é mais. Acredite. 33
Por Tânia Mendes
Meu sócio, meu parceiro
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Confiança, lealdade, relacionamento profissional maduro e convivência saudável são fatores que reforçam uma parceria RBA • Julho/Agosto de 2012
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Diário de Natal, jornal de grande circulação da capital do Rio Grande do Norte, publicou em 13 de fevereiro de 2009, matéria sobre a disputa judicial envolvendo três irmãos – Eduardo, Washington e Thiago Gadelha Simas – sócios da Simas Industrial de Alimentos S/A. “Depois de entrar com um pedido judicial solicitando a saída da sociedade, Thiago colocou um ponto final em uma das disputas mais emblemáticas do meio empresarial potiguar, o que garante, antes de qualquer coisa, a preservação dos 1.300 empregos que a Simas gera hoje”, esclareceu a reportagem. A matéria explicava que as divergências entre os três irmãos – sócios e herdeiros da empresa Simas Industrial – já existiam há muito tempo e que eles trocaram ofensas e acusações, tornando públicas as divergências familiares que mantiveram em sigilo durante anos. Dennis Olímpio Silva, especializado em Direito Falimentar e contratos empresariais, entende que as sociedades que dão e deram certo são aquelas em que os sócios adquiriram maturidade emocional e investiram no auto-conhecimento. As que deram errado tinham como único objetivo obter o lucro pelo lucro, sem levar em consideração outras responsabilidades sociais da empresa. Numa sociedade competitiva e globalizada, as disputas como as dos irmãos Simas, que motivaram a saída de um deles da empresa, não são raras, ao contrário, são o resultado do caso clássico de discórdia entre sócios. Sobre estes e outros problemas de uma conviRBA • Julho/Agosto de 2012
vência empresarial como sócios, sejam ou não irmãos de sangue, o palestrante e consultor empresarial Victor Santos, pós-graduando em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), observa: “Motivos para sócios se desentenderem não faltam. E no topo da lista estão: desconfiança, objetivos diferentes e indefinição da estrutura do poder na empresa”. Para Santos, se um sócio passa a desconfiar do outro, qualquer coisa que aconteça na empresa e fuja do padrão, servirá de motivo para que a “pulga atrás da orelha” dê o ar de sua graça. “O mesmo vale quando falamos de objetivos. Se eu acredito que a empresa deve adotar certa estratégia para alcançar determinado resultado em médio e longo prazo e o meu sócio prefere uma fórmula que priorize o curto prazo, iremos bater de frente e não vai ser nada bonito. Isso, inclusive, nos leva ao terceiro e importante motivo das desavenças mais comuns: a estrutura de poder. A queda de braço quando há divergência de opinião é, naturalmente, um ponto importante dentre os motivos que levam os sócios a se separarem”, pondera o especialista. Exemplo típico de sociedade que fracassou foi a dos famosos idealizadores do Facebook, Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin. “Se formos analisar os motivos que levaram ao rompimento entre ambos, pelo menos de acordo com o filme A rede social, e revelado também no livro Bilionários por acaso, percebemos que desconfiança e objetivos distintos estavam presentes no cerne da questão”, analisa Santos. Mas ele cita também o caso de uma sociedade que deu certo – a da XP Investimentos.
“Quem puder ler sobre a trajetória dos jovens empresários Guilherme Benchimol e Marcelo Maisonnave vai achar bem interessante. Eles conseguiram sair do 19º lugar no ranking da BM&Fbovespa, em 2008, para a primeira colocação em 2010”, recomenda Santos.
Quando duas pessoas possuem valores totalmente opostos, a única certeza é a de que a qualquer hora poderá surgir um conflito.
Fases desta sociedade
Para os especialistas na área de direito societário, a evolução de um acordo de sociedade se dá em três etapas distintas. A primeira é a fase da procura e conhecimento do sócio, quando serão revelados talentos, habilidades e qualificação de cada um deles. Neste momento, tudo são virtudes e não se observam os defeitos. Depois que os sócios se entendem atingem a fase que estabelece as formalidades: documentação, localização do em35
capa preendimento, definição da linha de operação, divisão de papeis, aporte de recursos, investimentos necessários, definição da cota que caberá a cada um dos sócios, até a consolidação do negócio. A terceira etapa é o da aprovação, quando o negócio está consolidado no mercado. Nesta última fase a sociedade pode estar mais ou menos vulnerável aos comentários
O que não pode acontecer em uma sociedade é o conflito de autoridade.
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Alzair Oliveira e Márcia Lima
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dos amigos, parentes, subordinados, cônjuges, e uma simples observação de alguém pode ter um peso significativo e servir de gatilho para os primeiros conflitos ou, ao contrário, servir de reforço para a sociedade. Para Santos, no momento de escolher o parceiro ideal – se é que ele existe, o empreendedor precisa, logo de início, entender que o sócio deve ser alguém que complemente as suas forças. Afinal, não adianta ter duas ou três pessoas que apenas saibam martelar prego. É preciso que cada um tenha certa habilidade (qualificação) diferente e complementar para que o negócio possa ser desenvolvido e construído. Outra questão importante, de acordo com o consultor, são os valores pessoais. Quando duas pessoas possuem valores totalmente opostos, a única certeza é que a qualquer hora poderá surgir um conflito.“Em outras palavras, se eu prezo por tratar as pessoas bem e meu sócio acha que isso é mera formalidade, o atendimento ao cliente, por exemplo, pode ser motivo de discórdia. O grau de confiança entre os futuros sócios e a existência de um relacionamento profissional saudável também são questões que merecem ser consideradas, pois como os sócios passarão a conviver durante um longo período de tempo, é importante que exista essa cumplicidade”, recomenda Santos. Ele ressalta que o sócio não precisa ser seu amigo de infância
e, em muitos casos, é até melhor que não seja. “O ideal é encontrar alguém que reúna as qualidades e características adequadas e que esteja disposto a dividir o sonho e o trabalho do novo negócio com você”.
O sócio ideal
Mas, afinal, qual é o tipo de sócio ideal? Entre amigos e parentes? Entre os cônjuges? Entre desconhecidos? Nestas questões, até mesmo os consultores especializados em intermediar conflitos entre sócios, não conhecem a receita do parceiro ideal. O jovem casal Alzair Oliveira de Aquino e Márcia Lima Barbosa são sócios na Fantasia franchising, que oferece um amplo mix de produtos, desde papelaria, bolsas, mochilas, carteiras, relógios, material de informática, brinquedos, joias, artigos do lar, até as tão desejadas pelúcias. “Não somos no trabalho como somos na vida a dois, cada um tem suas experiências e habilidades anteriores que podem acrescentar muito no dia a dia, mas podem também se tornar um problema se os papéis não forem bem definidos. Cada um deve cuidar de suas obrigações para não sobrecarregar o outro nem gerar omissão por ficar esperando um pelo outro”, explica Márcia. Alzair complementa: “O que não pode acontecer é conflito de autoridade. Se um discorda da decisão do outro, isso deve ser conversado fora da empresa para não causar insegurança aos empregados e muito menos aos clientes”. Ambos acham que o ponto mais delicado na sociedade entre marido e mulher é conseguir separar trabalho e casamento. “Estamos juntos há muitos anos e sabemos que é primordial para a saúde RBA • Julho/Agosto de 2012
do relacionamento tentar manter o trabalho bem longe dos momentos a dois. É muito difícil, mas estamos nos policiando e temos nos saído bem”, garante Márcia. Antes de se associarem neste novo empreendimento eles foram sócios de uma casa lotérica por alguns anos. “Não prosseguimos no negócio porque era muito estressante e não nos trazia o prazer e a qualidade indispensável para alcançar o sucesso”. Para o casal, o novo negócio pode proporcionar maior crescimento, com a possibilidade de abertura de outras unidades de quiosque e até mesmo de lojas. Eles também aprenderam a explorar os talentos naturais de cada um. Enquanto um desempenha o papel administrativo, com contratos, compras, administração de pessoal, divulgação, finanças, o outro vende, capta e fideliza clientes, prepara e motiva a equipe de vendas. Mas o planejamento, as diretrizes e metas gerais a serem alcançadas são discutidas e decididas por ambos.
Perfil dos sócios
Para definir o papel que cada sócio vai representar na sociedade, Victor Santos considera que tudo começa a partir de uma análise da qualificação e das características que cada sócio possui. “Isso porque o perfil de cada um deles deve ser levado em conta no momento de definir o papel que cada um assumirá no negócio”. Exemplo: o sócio que entende de gestão e tem o perfil de líder, deve assumir o papel e as responsabilidades de um diretor executivo. Do mesmo modo, quem entende de marketing deve assumir responsabilidades na área mercadológica. “O importante não é ficar preso a quem teve a RBA • Julho/Agosto de 2012
ideia, mas sim delegar as funções e as responsabilidades de acordo com o perfil e a qualificação de cada um”, assegura Santos, e para que isso aconteça ele acha que o empreendedor deve analisar e avaliar vários aspectos quando está procurando um sócio. O primeiro deles é entender por quê ele precisa de um sócio. “Ora, muitos acreditam que ter um sócio é uma forma de poupar. Isso é um grande erro: o sócio será remunerado com um pró-labore e participação nos lucros da mesma, ou seja, sócio custa caro”, observa Victor. Uma vez que ele saiba o porquê de ter um sócio, é preciso se questionar que tipo de sócio será necessário. Existem sócios que auxiliam na gestão, sócios que executam tarefas cruciais para o negócio e até mesmo sócios que colocam apenas o dinheiro na empresa. Como observa Santos, “tudo é uma questão de saber o que e como deve ser feito. O certo é que inveja, ciúme e ganância pelo poder podem destruir qualquer relação. Por isso investir em autoconhecimento ajuda a pessoa a se libertar destes sentimentos altamente destrutivos”. Qual o mais importante, administrador ou capitalista? Para Santos, tudo depende das características e peculiaridades de cada sociedade. “O sócio administrador é importante para que o negócio caminhe e se desenvolva da maneira correta, ou seja, ele ajuda o empreendedor a evitar erros infantis que possam prejudicar o futuro da empresa. Já o sócio capitalista entra na história quando a empresa quer crescer e dar um salto no mercado. São coisas completamente distintas, mas muito importantes”. Conhecer e avaliar o currículo e o cadastro do sócio é importante,
mas estudar e analisar o seu perfil é primordial. Não adianta ter alguém super qualificado ao seu lado se vocês não partilharem valores pessoais e a mesma vontade de fazer o negócio dar certo. Um pedaço de papel não diz tudo sobre uma pessoa, apenas diz se ela sabe fazer isso ou aquilo.
O papel dos sócios
Dennis Silva, sócio fundador do escritório Sarti, Olimpio, Lopes, Puccia e Malheiros Advogados Associados em São Paulo (SP), explica que em uma sociedade empresarial há necessidade de se tomar decisões diariamente, ponto crucial para o sucesso da empresa. “Mas como será possível conjugar as diferentes opiniões dos sócios sobre um mesmo fato? Como possibilitar tomada das decisões, que sejam as mais adequadas para o destino da empresa, e que ainda reflitam a vontade dos sócios?”, questiona o especialista. Ele adianta que estas questões não são definidas no contrato social da empresa, aquele arquivado na Junta Comercial. “Estes contratos, em sua maioria, carregam cláusulas padrões, portanto insuficientes para decidir as chamadas questões controvertidas de uma sociedade”, esclarece Dennis. Para ele, o acordo de acionistas nada mais é do que um contrato celebrado entre os sócios onde será previamente definida a postura a ser tomada pela empresa mediante o surgimento de um determinado fato. “O combinado não sai caro, portanto, o acordo de acionistas evita o desgaste dos sócios, até certo ponto natural, considerando o tempo de convivência e os desafios que são enfrentados na criação e condução de uma empresa”, finaliza o especialista. 37
artigo
Por Adm. Carlos Alberto Julio
A gestão de quem prete
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s seres humanos sapiens surgiram na África há aproximadamente 200 mil anos, desenvolvendo o padrão moderno de conduta há mais ou menos 50 mil anos. É uma carreira ainda curta, curtíssima, num planeta que surgiu há 4,54 bilhões de anos. Vivemos rapidamente, como vagalumes, efêmeros e anônimos. Muitos indivíduos passaram por este mundo tangidos pela corrente dos acontecimentos. Nem mesmo foram notados. Para isso contribui o período breve de nossas vidas. Ao término da primeira década deste Século 21, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer chegou a 73,4 anos. No mundo, era de 66,5 anos. Comparativamente, nem é tão pouco. A expectativa de vida ao nascer no mundo, no início do Século 20 era de 31 anos. Na Grã-Bretanha Medieval era de 30 anos. No Neolítico, de 20 anos. Cabe lembrar, no entanto, que essas vidas eram tão duras quanto monótonas. O modelo de repetição, especialmente no campo laboral, definiu as biografias de nossos antepassados. Nasciam e morriam, quase sempre, no mesmo lugar. Faziam o mesmo que seus pais, avós e bisavós. Trabalhavam no campo e esgotavam seus anos diante de uma única paisagem.
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Em muitos casos, a Administração se resumia à organização da produção doméstica, geralmente em culturas de subsistência. Tempos depois, muitos deixaram escoar a vida em fábrica escuras e insalubres, criando as bases para o desenvolvimento industrial. No período de estruturação da economia moderna, gerir era tarefa de poucos. Administrar equivalia a constituir padrões de produtividade, em especial por meio de modelos “científicos” de aproveitamento da mão de obra. Em relação a 100 anos atrás, porém, a vida tem um grau de diversidade mil vezes maior, considerando-se a revolução nos transportes, o aperfeiçoamento dos meios de comunicação e o desenvolvimento da tecnologia de conexão digital. Por isso mesmo, parece-nos, muitas vezes, que existir por 100 anos é pouco. Não é tempo suficiente para vivermos todas as experiências possíveis. Justamente para esticar seu tempo na Terra, o escritor, inventor e futurista norte-americano Ray Kurzweil, hoje com 64 anos, tomou medidas extremas. Para ultrapassar a idade de 100 anos e manter seu corpo saudável, ele se dedica dia e noite à gestão de seu corpo. Regularmente, consulta um médico e passa por uma bateria de exames. Em seguida, efetua as correções necessárias para preservar sua máquina bioquímica. RBA • Julho/Agosto de 2012
nde viver por 200 anos
Toma 150 pílulas diárias de suplementos, dez copos de água alcalina e dez xícaras de chá verde. Toda semana, ingere ainda algumas taças de vinho tinto. Será que basta, porém, gerenciar os movimentos da matéria? Raghava KK é um artista indiano famoso, cartunista respeitado que lida também com pintura, escultura, instalações, filmes e peças de comunicação desenhadas para tablets e dispositivos móveis. Para ele, a vida atual também parece curta demais. Assim, em parceria com a mulher, Netra, resolveu estabelecer um plano de vida de 200 anos. Curiosamente, Raghava não ingere medicamentos caros nem se submete a uma dieta alimentar rigorosa. Seu plano se desenvolve basicamente no campo do desenvolvimento de ideias e gestão de legado. Em palestras sobre o tema, o artista mostra que os dispositivos tecnológicos digitais estenderam a vida humana para frente e para trás, ou seja, para o passado e para o futuro. Podemos, assim, resgatar ideias e feitos de nossos antepassados, antes condenados ao anonimato perpétuo. Ele conta, por exemplo, da paixão de seu avô pela atriz norte-americana Mae West. Essa admiração, nascida nos anos 1930, permitiu que o RBA • Julho/Agosto de 2012
impacto de uma vida se estendesse para além do tempo reservado ao funcionamento de um corpo. Se Mae West era M-A-E, seu neto Keshava ganhou o apelido de K-A-E. O avô de Raghava já morreu, mas seu legado permanece vivo na maneira como seus descendentes passaram a lidar criativamente com seus nomes. Raghava hoje tem um plano para gerir metodicamente sua vida e estendê-la por dois séculos, principalmente por meio de sua arte. Entre seus objetivos, está “zerar” seus traumas e inseguranças de infância, passando aos descendentes uma ideia de estabilidade, harmonia e disposição para lidar positivamente com problemas. Como ele diz, nossos cérebros não dispõem de uma tecnologia perfeita de armazenamento de memória. Dessa forma, seus conhecimentos e saberes estão sendo criteriosamente transportados para os cérebros eletrônicos. - Netra e eu realmente queremos usar nosso plano de 200 anos para organizar nosso legado digital – explica o artista. Raghava quer incluir em sua herança também os eventos que marcaram as vidas de familiares, amigos e colegas de trabalho. Um dos modos é recontar a história indiana a partir de seu ponto de vista, incluindo as impressões do mundo obtidas por meio de sua avó. 39
Para ele, um legado significante exige educação, o que contextualiza qualquer pessoa no mundo. Segundo o artista, no entanto, a gestão do futuro também depende de criatividade, ou seja, de como cada um deixará registrada sua história. Ele tem razão. Não fosse a educação, a tecnologia e a criatividade, talvez meu pais fossem esquecidos para sempre. Não serão! Estão citados em meus livros e também em meus artigos armazenados nos arquivos da Internet. Essa gestão de meu legado permite que eles sejam reconhecidos como lusitanos simples e generosos, exportados para o Brasil como mão de obra excedente. Como pessoas de valor, trabalharam com afinco no comércio, inventaram meios honestos de ganhar o sustento, criaram os filhos com amor e enviaram para o futuro uma lição de dignidade que chega às novas gerações da família Julio. 40
complementos teóricos à teoria da Administração. Sem o adequado saber de gestão, difundido e compartilhado, nossa sociedade sucumbirá. Encarará a revolta da natureza e as insurgências movidas pelas vítimas da desigualdade. Nesse contexto, é preciso compreender que a gestão será, ao mesmo tempo, o controle da mudança e a construção de legados. Quem quiser praticar a cultura da responsabilidade, precisará pensar em dois séculos ou em mil anos, ou seja, no tempo de impacto de sua existência. E você, amigo leitor, o que está fazendo para viver seus 200 anos? O que está construindo de forma sustentável? O que está transformando? Como está lidando com esta vida que promete ser longa? Como está gerindo a construção de seu legado? Pensemos nisso com carinho. É assim que se dá densidade e longevidade a nossa experiência neste mundo.
Foto: Arquivo pessoal
Nossos cérebros não dispõem de uma tecnologia perfeita de armazenamento de memória.
Se neste momento você lê sobre eles, é porque estão vivos de alguma forma. É porque souberam, de alguma forma, gerir um legado. É certo que, nos tempos atuais, de comunicação democratizada e valorização do empreendedorismo, gerir será para muitos. E cada um precisará administrar de forma sustentável seu legado. Em 2001, em seu livro A Era do Acesso, o economista e escritor norte-americano Jeremy Rifkin mostrou que a economia passava por um período de transição. Trocava o modelo da posse pelo modelo do acesso. Numa sociedade marcada por atualizações e inovações permanentes, “ter” é cada vez mais um anacronismo. Se o ciclo de vida dos produtos é cada vez mais curto, o importante é acessar. Em seu livro A Terceira Revolução Industrial, recentemente lançado no Brasil, ele mostra também que gerir o novo planeta será, cada vez mais, uma tarefa compartilhada. Ele acredita, por exemplo, que todos os prédios residenciais ou comerciais serão transformados em pequenas usinas de energia. Se a ideia é criar um paradigma de sustentabilidade global, será necessário pulverizar pelo mundo as fontes de energia renovável. Rifkin afirma que os 191 milhões de prédios espalhados pela União Europeia pode ser convertidos em miniusinas verdes, dotados de painéis fotovoltaicos nos telhados, aerogeradores nas laterais e centrais de processamento de biomassa. Esse novo paradigma, que não é sonho, mas experiência concreta, deve exigir importantes
Adm. Carlos Alberto Julio Autor de livros na área de negócios e gestão .
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pesquisa.cfa.org.br PESQUISA NACIONAL ANALISA O PERFIL DOS ADMINISTRADORES DO BRASIL. Essa análise foi feita com você e para você, Administrador. Acesse, leia, use. O Sistema CFA/CRAs disponibiliza no endereço pesquisa.cfa.org.br todos os dados da Pesquisa Nacional sobre o Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho do Administrador 2011.
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Apoiadores
Realização
conex o
Dicas de eventos, filmes, sites e livros
Filmes
Mudando o jogo O filme O homem que mudou o jogo (Moneyball) tem início em setembro de 2001 com a partida de baseball entre o New York Yankees e o Oakland Athletics, a qual daria ao vencedor o título de campeão da Liga Americana de Baseball daquele ano. O Oakland vencera as duas primeiras partidas na casa do adversário e se aproximava do título. O time dos Yankees deram o troco e ganhou os dois jogos seguintes, empatando o placar. O jogo terminou com a vitória dos Yankees. Com a derrota, o Oakland – uma equipe mediana com orçamento modesto – perde seus três principais jogadores, adquiridos por times adversários, mais abastados financeiramente. O gerente geral Billy Beane – interpretrado por Brad Pit, que concorreu, mas não levou o Oscar de melhor ator de 2011 – tenta driblar os problemas com o desfalque dos seus melhores atletas e um orçamento apertado. Certo dia, o gerente geral do Oakland conhece Peter Brand (Jonha HII), cujas opiniões são sempre levadas em consideração na hora da compra ou venda de jogadores. Brand valia-se de dados estatísticos que sinalizavam as principais virtudes de cada atleta. Beane gosta da ideia e contrata Brand como seu assistente direto. Influenciado pelas ideias de seu novo assistente, ele opta por abrir mão dos velhos conceitos de administração e passa a contratar jogadores exclusivamente em uma base estatística. O novo método dá certo, pois, mesmo sofrendo algumas derrotas iniciais, o Athletics vence a temporada e bate o recorde com 20 vitórias consecutivas. Ao abordar o baseball – uma das grandes paixões dos norte americanos – como o vetor principal e ao entrelaçar as várias histórias que giram ao seu redor, o filme consegue abordar temas importantes como valores, princípios, obstinação, determinação e perseverança, além de deixar a mensagem da possibilidade de mudar o rumo das nossas vidas a partir da crença e da defesa inabalável de um princípio. O Homem que Mudou o Jogo é dirigido Bennett Miller e conta ainda em seu elenco com Philip Seymour Hoffman – Oscar de melhor ator em 2005, pela sua atuação em Capote – que interpreta o técnico do Athletics. 42
www.
sebrae.com.br/setor/ tecnologia-da-informacao Nesta página do Sebrae são apresentados os instrumentos de apoio financeiro para o setor de Tecnologia da Informação (TI), principalmente voltados para a inovação tecnológica; as ações do Sebrae; áreas de atuação em TI; cenários e tendências; artigos e publicações; legislação e políticas de apoio. criasaude.com.br Criado e redigido por renomados farmacêuticos, este site apresenta informações com foco no setor de saúde em geral, incluindo o artigo estresse – definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, fitoterapia e dicas – tema que abordamos nesta edição. insight-consultores.com.br Este site pretende apoiar organizações públicas e privadas na avaliação das suas relações externas e internas e fornecer orientação estratégica e soluções adequadas às suas necessidades. Os destaques do site são os artigos, cursos, serviços e processos seletivos. fiscalizacopa2014.gov.br Neste portal os tribunais de contas estaduais, municipais e o Tribunal de Contas da União (TCU) formaram parceria para divulgar e fortalecer o trabalho de fiscalização preventiva, aproximar as metodologias de controle e oferecer à sociedade informações sobre o uso do dinheiro público com a realização da Copa do Mundo de 2014. RBA • Julho/Agosto de 2012
Eventos
XXII ENBRA e VIII Congresso Mundial de Administração Onde: Rio de Janeiro/RJ Quando: 5 a 7/11/2012 Informações: www.enbra-rio.com Fone: (21) 3872-9550
Contribuir para aumentar o incentivo à diversidade, de modo a consolidar a síntese masculino-feminino na sociedade como um todo, igualando a relação entre os sexos e valorizando a mulher, são os propósitos deste encontro.
IV Fórum Internacional de Administração
Onde: Foz do Iguaçu/PR Quando: 5 e 6/9/2012 Informações: www.cra-pr.org.br Fone: (41) 3311-5554
Tendo como tema central “Visão 2020: Administração de empresas na Mudança do Século XXI”, o X FIA e o IV Comad são eventos conhecidos dos Administradores brasileiros, promovidos pelos CFA, CRA/RS, CRA/SP, CRA/RJ e pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e conta com o apoio da Organização Latino-americana de Administração (OLA) e da Câmara de Comércio Portuguesa no Brasil (RS).
Dia do Administrador 2012 Onde: Centro de Eventos do Hotel Fazenda Mato Grosso Cuiabá/MT Quando: 12/9/2012 Informações: www.cramt.org.br Fone: (65) 3644-4769
IX Fórum Oeste de Administração Onde: Salão da Igreja de Deus, Marechal Candido Rondon/PR Quando: 20 e 21/8/2012 Informações: www.cra-pr.org.br Fone: (41) 3311-5554
Este fórum tem como propósitos apresentar os indicadores de desenvolvimento regional e as perspectivas do empreendedorismo, além de debater estratégias que poderão ser utilizadas pela Administração.
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II ERLA 2012
Onde: Mendoza – Argentina Quando: 7 a 9/9/2012 Informações: www.2erla.com.ar
O Encuentro Regional de Licenciados en Administración MERCOSUR 2012 pretende discutir e debater as estratégias de Administração visando à integração Latino-americana
V EPROCAD-RS - Encontro de Professores e Coordenadores de Cursos de Administração do Rio Grande do Sul Onde: Fundação Universitária do Rio Grande (FURG), Rio Grande (RS) Quando: 14 e 15/9/2012 Informações: www.crars.org.br Fones: (51) 3014-4700
Voltado para coordenadores de cursos, representantes, professores e acadêmicos de Administração, este evento terá como tema principal “O Administrador no cenário da ciência, tecnologia e informação”.
Palestra em Homenagem ao Dia do Administrador Onde: Câmara Municipal de Campo Grande/MS Quando: 13/9/2012 Informações: www.crams.org.br Fone: (67) 3316-0300
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conex o
Dicas de eventos, filmes, sites e livros
Livros
Ter dinheiro não tem
segredo
Autor de diversas obras com foco na educação financeira, Reinaldo Domingos lançou mão de sua experiência como terapeuta financeiro, educador e escritor para traduzir a metodologia DSOP (Diagnosticar, sonhar, orçar e poupar) – criada por ele – em um conteúdo de fácil leitura, instrumentalizando o leitor a empregá-la em sua vida diária para a conquista de tão sonhada autonomia. Direcionado para um público jovem – nem por isso deixa de ser interessante para o leitor mais maduro, principalmente para aqueles que estão se preparando para ingressar na faculdade ou que já estejam fazendo um curso superior – o livro começa com uma introdução bem humorada, onde o autor assegura que: “Ter dinheiro não tem segredo, nem é coisa apenas para iniciados ou poderosos. Ter dinheiro é uma consequência natural de uma vida financeira equilibrada e de uma postura de respeito em relação ao dinheiro. Algo que está ao alcance de qualquer um, inclusive dos jovens. Basta saber fazer escolhas, e isso qualquer um pode aprender”. A partir de temas importantes para o jovem de hoje, como família, mercado de trabalho, empreendedorismo, sustentabilidade, autonomia, consumo, Reinaldo Domingos mostra que é importante estabelecer uma relação saudável com as finanças desde cedo, porque, afinal, vivemos em uma sociedade capitalista, na qual o dinheiro é um meio para a realização pessoal. O autor acredita que: “Infelizmente, hoje em dia, mais do que nunca, não basta ter uma boa formação e um bom emprego para se dar bem financeiramente. Suas conquistas dependerão – e muito – da sua capacidade de lidar bem com 44
o dinheiro. Sim, porque o dinheiro sempre foi e continuará sendo a mola que move o mundo”. Reinaldo Domingos é Presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira e foi o idealizador da primeira Coleção Didática de Educação Financeira para o Ensino Básico do país, já adotado em diversas escolas brasileiras.
Ter dinheiro não tem segredo Reinaldo Domingos DSOP Educação Financeira, São Paulo (SP), 2011
RBA • Julho/Agosto de 2012
Teoria e prática do Franchising Vivian Lara dos santos Silva e Paulo Furquim de Azevedo (Organizadores) Atlas Editora A obra traz um olhar critico sobre o franchising e discute formas de proteção e de valorização da marca franqueada e os respectivos impactos sobre a forma com que as empresas utilizam a franquia como estratégia de crescimento. Com uma visão madura, os autores abordam os contratos de franquia.
A Transparência é alma do negócio Manoel Marcondes Neto Conceito Editorial Manoel Marcondes Neto enfatiza nessa obra a importância da comunicação dentro de uma organização e os benefícios de buscar novas informações para abrir portas com a sociedade. Com os 4 Rs (Reconhecimento + Relacionamento + Relevância + Reputação) ele trata de assuntos atuais que enriquece os profissionais no universo corporativo.
Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio Caio F. Torralvo, Almir F. de Sousa e Ricardo H. Rocha (Organizadores) Editora Atlas Produzido por organizadores de finanças, pesquisadores do setor e autores de livros da área de finanças pessoais. Este livro traz as mudanças ocorridas quanto ao uso do dinheiro desde a implantação do Plano Real, onde o mercado ficou mais confiável para investimentos. A obra é divida em três partes: profissão do planejador financeiro pessoal; planejamento financeiro pessoal e familiar; e detalhes técnicos de um planejamento financeiro pessoal.
Excelência em Liderança para TI Graham Walles, George Hallenbeck e Karen Rubenstrunk Editora M. Books Essa obra é baseada em estudos de casos e pesquisas que trazem conceitos valiosos para quem quer se destacar e vencer com uma excelente liderança. Os autores mostram os benefícios da motivação e a importância de valorizar as pessoas, que é o que traz os melhores resultados para as organizações. O conhecimento tecnológico junto ao desempenho para o alcance das metas vem elevando os resultados dos negócios. RBA • Julho/Agosto de 2012
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marketing
Por Antonio Marcello
Mais perto do
consumidor
Foto: Shutterstock
Com acesso fácil, conforto, mix bem dosado de produtos e serviços, os Centros de Conveniência e Serviços atraem cada vez mais clientes.
P
ara facilitar o contato com o consumidor potencial, a solução mais prática e rápida já foi descoberta há algumas dezenas de anos. E se mostra mais um “ovo de Colombo”: os Centros de Conveniência e Serviços (CCSs). São empreendimentos que vão até onde o consumidor está, ao contrário do que acontece usualmente na rede comum de comércio. Como boa parte das novidades mercadológicas que aportam por aqui, os Strip malls, One stop shoppings ou Plazas, originários dos EUA, chegaram ao Brasil há pouco mais de duas décadas, principalmente para atender a um tipo de
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consumidor que não quer ou não pode perder tempo. Em todo o planeta, o conceito de centros comerciais de vizinhança ganha cada vez mais espaço. Mas no Brasil, por enquanto, o índice de consumo dessa nova proposta é de apenas 18%, enquanto nos Estados Unidos já está em 70% e na Europa chega a 60%. Mas, o crescimento acentuado do faturamento do setor varejista brasileiro – no qual o CCS se enquadra – que, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), passou de R$25 bilhões em 2001 para R$89 bilhões em 2011, deve alavancar o mercado destes centros de conveniência. “Apesar de ainda pouco difundidos no mercado nacional, os centros podem experimentar grande crescimento nos próximos anos. A evolução da economia brasileira, o acesso fácil ao crédito pessoal e a redução nas taxas de juros farão com que o mercado consumidor brasileiro continue em ascensão por muito tempo. Isto reflete diretamente e de forma positiva no segmento de varejo”, avalia o especialista Tiago Olivetti Ferreira, assistente de incorporação da GR Properties. Para ele, o que diferencia os CCSs brasileiros dos americanos e europeus é a grandeza do projeto: “Normalmente os centros comerciais brasileiros são mais compactos, diante da escassez e elevado custo dos terrenos no Brasil. Dessa forma atendem prioritariamente a operações de RBA • Julho/Agosto de 2012
Vantagens e diferenciais
Trata-se de um empreendimento de prestação de serviços no varejo, que não se enquadra no conceito dos estabelecimentos comerciais de ruas e avenidas tradicionais. Buscam um potencial de mercado diferenciado: enquanto um shopping é construído em uma grande área e conta com centenas de lojas, atraindo para o local levas de consumidores, o centro de conveniência é compacto, abriga poucas lojas e oferece uma diversificação planejada de produtos e serviços, desde farmácia, fast food, cafeteria, bancos eletrônicos, chaveiros a lojas de produtos diversos para atrair necessidades de compras em curto período de tempo. “A principal diferença é a praticidade. Os CCSs são planejados para atender seus clientes no dia a dia. Ou seja, dentro da rotina do consumidor, estes centros encaixam-se como uma solução rápida para suprir a necessidade dos mais variados itens de consumo e serviços”, frisa o especialista. Tal como os shoppings, estes centros oferecem conforto, segurança e estacionamento. Mas com algumas diferenças: o estacionamento é gratuito, a segurança é de 24 horas, e o próprio layout destes centros é diferenciado. Além da economia, as vagas ali são mais acessíveis e práticas, pois estão localizadas no nível térreo, com acesso imediato às lojas, sempre em função do consumidor. RBA • Julho/Agosto de 2012
No caso dos lojistas as vantagens estão no rateio de custos operacionais; na grande visibilidade da loja; no usufruto da clientela gerada pelos diferentes serviços do empreendimento. A única desvantagem de um Centro de Conveniência está ligada à menor oferta de lojas. “Mas isto é superado facilmente quando o mix de estabelecimentos do centro comercial é planejado e locado de forma coerente com o púbico alvo e ocorra sinergia entre as operações presentes”, argumenta o especialista. A zona de influência de um Centro de Conveniência são os bairros vizinhos, a uma distância máxima de cinco minutos de automóvel, o que facilita ao empreendedor firmar sua presença no dia a dia do consumidor, além de aproveitar o fluxo local de automóveis e transeuntes. Os negócios mais adequados ao um centro de conveniência e serviço são as lojas dos segmentos de alimentação, cafés, farmácia, agências bancárias, lavanderia, costura, sapateiro/coureiro, artigos variados para o lar, móveis planejados, agências de viagens, perfumaria, óticas, artigos esportivos, imobiliárias, academias e escolas de idiomas e de informática. O consumo crescente e a demanda por praticidade, exigências de quem vive em centros urbanos, fez com que aumentasse rapidamente a gama de potenciais segmentos para um CCS. Diferente dos shoppings tradicionais, onde o ambiente é projetado de modo a fazer com que o consumidor percorra sempre uma infinidade de vitrines antes de localizar suas áreas de destino, estes centros, por ser
mais compacto, dispõe de uma implantação com foco na objetividade, sempre procurando disponibilizar aos lojistas maior área de vitrine, fácil acesso a
Os CCS encaixam-se como uma solução rápida para suprir a necessidade dos mais variados itens de consumo Tiago Olivetti
Foto: Arquivo pessoal
maior valor agregado, ou maior volume de vendas que consigam remunerar adequadamente os investimentos realizados”.
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marketing todas as lojas e estacionamento integrado ao pátio de consumo. Apesar de não concorrer diretamente com o shopping, o público é o mesmo, o que difere é o famoso momento da compra. Como observa Tiago Ferreira, “um consumidor não se desloca até um shopping apenas para comprar um remédio na farmácia, mas ele se dirige ao CCS do seu bairro”.
Consumidor satisfeito
Tudo indica que os CCSs chegaram para ficar e isso pode ser observado pelo número de pessoas que neles circulam e pelos altos investimentos das empresas incorporadoras nesta área. Ferreira avalia que estes centros de consumo estão se transformando cada vez mais em uma opção de negócio, uma vez que se caracteriza pela rapidez na implantação e no bai-
xo investimento. Ele explica que o projeto de construção de um centro de conveniência, desde a procura do terreno até a inauguração, dependendo do porte, leva no máximo 18 meses para ser concluído, a um custo que não supera R$25 milhões. “Em média, o CCS pode abrigar até 20 lojas, dependendo da área de locação”, enfatiza. Como os centros são localizados geralmente em esquinas de grandes áreas urbanas e em cidades do interior, o maior movimento de consumidores acontece no horário de almoço, no final da tarde e nos fins de semana – quando recebe um público que, dependendo da localização, varia entre 20 mil a 100 mil pessoas. O planejamento de um empreendimento como este deve levar em conta vários fatores importantes relacionados, antes de qualquer coisa, ao bairro em
que será localizado: características da população local (classe econômica predominante, faixa etária, hábitos e costumes etc.), tipos de empresas já instaladas na região, centros comerciais instalados, serviços oferecidos etc. Um CCS é geralmente administrado por uma incorporadora, semelhante ao que ocorre nos shopping centers. Mensalmente é cobrado um aluguel baseado no percentual das vendas declaradas pelo lojista. Comparando-se com o aluguel mínimo contratual, o que deve ser pago é aquele de maior valor entre os dois. A administração do centro tem como foco a gestão dos contratos de locação, condições de segurança e manutenção das áreas comuns do empreendimento. Os lojistas arcam com o rateio dos custos com segurança, utilidades, limpeza e manutenção das áreas comuns, e do IPTU.
Foto: Arquivo
O CCS Interlagos
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Construído em em terreno de 2.300 m², o empreendimento da GR Properties e Kelp, foi projetado para atender a demanda de conveniência e serviços de uma ampla região e bairros adjacentes, com população estimada em mais de 650 mil habitantes. A área bruta locável (ABL) é de 1.050 m², composta de sete lojas, sendo duas delas âncoras: fast food e drogaria. O faturamento médio ali é de R$600,00 por m² de atendimento e gera mais de 50 empregos diretos” O conceito one stop shop, bastante difundido nos Estados Unidos, serviu de modelo para o CCS Interlagos que focou seus serviços no atendimento ao público de passagem e vizinhanças, oferecendo um mix complementar de lojas, serviços, conveniência e alimentação. Outros centros de conveniência e serviços desenvolvidos e gerenciados pela Kelp Empreendimentos em São Paulo são o CCS Saúde, em operação há 16 anos; o CCS Vila Isabel, há 15 anos no mercado; e CCS Água Espraiada, que completou 11 anos em 2012. São exemplos de centros comerciais que funcionam muito bem, com operações ininterruptas em todos os seus espaços, desde a sua implantação.
RBA • Julho/Agosto de 2012
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notas
Atualidades do Brasil e do mundo
Números Foto: Shutterstock
R$508 milhões
Internet é a segunda mídia no Brasil De acordo com o relatório Indicadores de Mercado, produzido pelo Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil), a internet representa a segunda mídia no país, alcançando 12% de share de mercado e ultrapassando o meio jornal. Os dados são referentes ao primeiro trimestre deste ano e demonstram que a internet faturou mais de R$840 milhões, sendo R$512 milhões em search e R$330 milhões em display. www.idgnow.uol.com.br
É o valor correspondente a 5,134 bilhões de moedas que estão fora de circulação, de acordo com pesquisa do Banco Central. Este volume indica que 27% do dinheiro brasileiro em metal estão depositados em cofres ou perdidos no fundo das gavetas. Fonte: www.veja.abril.com.br
Frases “Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros” Confúcio (551 a.C - Morte, 479 a.C ) Pensador e filósofo chinês
Celular com tela transparente Um modelo de smartphone com tela transparente de 2,4 polegadas (6,096 cm) – o aparelho pode ser usado dos dois lados – foi apresentada pela empresa japonesa Nippon Telegraph and Telephone (NTT). Trata-se de um protótipo, ainda sem preço ou data de lançamento. Fonte: www.tecnologia.uol.com.br
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“Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo” Mahatma Gandhi (1869 – 1948) Fundador do moderno Estado indiano
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Excelência à mineira A organização não governamental (ONG) “Todos pela Educação” divulgou ranking das cidades que concentram o maior número de alunos com conhecimento adequado ou até superior ao esperado da série que cursam. São Tiago e Guaxupé (ambas cidades mineiras), ocuparam, respectivamente, o 1º e 2º lugares da lista. A média dos municípios brasileiros é de 23%, resultado ainda distante da média (57%) dos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Fonte: www.aranas.com.br
Números do
• 110 mil pessoas foram ao Rio de Janeiro para a Conferência das Nações Unidas (ONU) • R$274 milhões foi a estimativa de rendimento extra em hospedagem, transporte e alimentação • 45 mil pessoas estiveram presentes no Rio Centro, sede da conferência da ONU • 1 milhão de participantes estiveram nos eventos paralelos, com destaque para a Cúpula dos Povos, no Parque do Flamengo • Foram registradas 23 manifestações durante o período da conferência • Entre os dias 13 e 22, um total de 144 toneladas de lixo foi coletado, sendo um terço de material reciclável. • 95% foi a ocupação da rede hoteleira durante o evento. www.noticias.ambientebrasil.com.br
Inclusão digital O Brasil ocupa o 63º lugar entre os 158 países mapeados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo Mapa da Inclusão Digital, da FGV e Fundação Telefônica, revela que São Caetano do Sul (SP) apresenta o maior índice de acesso a internet do país (69%). O líder mundial é a Islândia, com 94% de domicílios conectados. Fonte: www.cps.fgv.br
Administradores criam site inédito no Brasil Um grupo de 15 empresários e profissionais liberais, de Campo Grande (MS), entre as quais seis são administradores, criaram um site inédito no Brasil – o Vaquinha Social. O primeiro projeto beneficiado pelo site está sendo um marco importante. “Mostra que existem muitas pessoas que já estão usando o Vaquinha Social como instrumento para a prática da responsabilidade social”, avalia o Adm. Rubens Filinto. O presidente do site, Adm. Marcelo Coutinho, reforça que a participação da população é imprescindível e considera que ajudar um projeto social faz bem para quem recebe e para quem doa. Fonte: www.vaquinhasocial.com.br
Bolsa família x queda da violência Estudo realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), feito na capital de São Paulo, associa a queda da criminalidade com a expansão do programa do governo federal Bolsa Família. O trabalho, feito para o Banco Mundial, comparou número de registros de ocorrência de vários crimes – roubos, assaltos, agressões, atos de vandalismo – de 2006 a 2009, em áreas de cerca de novecentas escolas públicas da cidade, antes e depois da expansão do Bolsa Família. www.oglobo.globo.com RBA • Julho/Agosto de 2012
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CFA/CRAs
Por Ana Graciele
XIX Conamerco é um sucesso Evento reuniu milhares de pessoas no Center Convention, em Uberlândia-MG. O público teve a oportunidade de participar de debates sobre logística, fez visitas técnicas, conheceu casos de sucesso e ainda visitou stands de empresas e entidades logísticas. Presidente do CFA, Adm. Sebastião Mello, em seu discurso de abertura
A cidade mineira de Uberlândia ficou movimentada de 13 a 15 de junho para receber o XIX Congresso de Administração do Mercosul (Conamerco). Em três dias de evento, profissionais e estudantes de Administração de todo o país e da América Latina puderam conferir debates sobre a dinâmica da logística no Mercosul. Organizado pelos Conselhos Regionais de Administração de Minas (CRA-MG) e do Rio Grande do Sul (CRA-RS), em parceria com o Conselho Federal de Administração (CFA), o XIX Conamerco recebeu mais de 5 mil visitantes e reuniu grandes nomes da logística do Brasil e do Mercosul. Além disso, o evento contou com a participação de empresas e entidades logísticas. Um dos destaques da programação do Congresso foram as visitas técnicas. Foi uma oportunidade para os Plateia do XIX Conamerco participantes conhecerem de perto o sistema de logística de empresas líderes no país como a Martins, Natura, Souza Cruz, Cargill e a Coca-Cola. A rodada de negócios também foi um sucesso. Mais de 60 empresas do setor de logística realizaram em média 180 reuniões, avaliando aproximadamente R$10 milhões em negócios.
Capital da logística
Uberlândia-MG é considerada a capital nacional da logística. Localizada no Triângulo Mineiro, a cidade cresce e se desenvolve em ritmo acelerado. Por essa razão, ela foi escolhida para sediar o XIX Conamerco. A cidade possui cinco grandes atacadistas, sendo uma delas considerada uma das maiores empresas do setor atacadista com mais de 700 mil clientes ativos e 33 empresas com Centro de Distribuição. Uberlândia também tem um Entreposto da Zona Franca de Manaus e uma das maiores frotas de veículos do país. Sua localização privilegiada concentra cerca de 80 milhões de consumidores que representam um total de 59% do PIB nacional. Em Uberlândia, o XIX Conamerco ocupou uma área de 7.300 m², no Center Convention, localizado no maior complexo de compras, negócios e lazer do Triângulo Mineiro – Center Shopping.
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O evento, realizado na capital da logística, ajudou a movimentar, também , o turismo na cidade. Segundo balanço do Convention Bureau, aproximadamente 1.800 leitos foram ocupados em hotéis da cidade, estimando que cada turista gastou cerca de R$350 por dia com alimentação, hospedagem e demais custos, o que ajudou a fomentar o setor hoteleiro e econômico da cidade mineira.
Palestras e conferências
O XIX Conamerco ofereceu aos participantes a oportunidade de debater o ramo da logística com os maiores especialistas no assunto. Prova disso foram os auditórios lotados de profissionais e estudantes de Administração. Uma das mais concorridas, por exemplo, foi a conferência “Logística de entrega X Mobilidade urbana nas metrópoles”, proferida pelo gerente de Operações dos Correios (ECT), Fernando Luiz da Silva Sobrinho e pelo Dr. Antônio Clecio Thomaz, que faz parte Laboratório de Otimização e Gestão de Inteligência – LOGIN da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Já o Adm. José Queiroz Oliveira, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o superintendente para o Mercosul da Brado Logística, Ricardo Sottomayor, e o gerente Geral da Área Comercial da Logística de Carga Geral da VALE S/A, Andre Ravara, apresentaram o painel “Tecnologias aplicadas à logística”. Além desses painéis, o XIX Conamerco trouxe palestrantes para falar sobre logística reversa, a influência da logística no preço final do produto, normas técnicas internacionais, o ensino da logística, desafio da logística na América Latina, entre outros temas relevantes. O evento apresentou, ainda, cases de sucesso de empresas. Foi o caso da Martins, maior atacadista do país que, no Congresso, mostrou ao público seu avançado sistema de logística e a implantação do WMS, software que ajuda a gerenciar o recebimento, a estocagem, a montagem de kits, a separação de mercadorias, o controle de portarias e o despacho de produtos. O caso de sucesso foi apresentado pelo diretor de Logística da Martins, Cássio Macedo Neto, e pelo gerente Nacional de Movimentação e Armazenagem da empresa, Antenor Cruz. Leandro Vieira, do portal Administardores.com, também participou do Congresso. O Administrador contou para os participantes como criou o site e quais ações tem feito para tornar o Rodada de negócios portal ainda mais atrativo para os leitores. O sucesso do portal já é tão marcante que motivou Leandro a criar a revista Administradores, publicação com conteúdo dirigido a profissionais e estudantes ligados a área de Administração.
Atividades paralelas
O XIX Conamerco foi realizado simultaneamente com a Feira Internacional de Logística (Movimenta), que reuniu expositores de várias empresas do país, além das maiores concessionárias de veículos como Volvo, Volkswagen, Scania, Mercedes-Benz e Hyundai. Durante o evento, mais de 10 veículos de grande porte foram negociados. Também foi realizado o II Encontro das Faculdades de Gestão e Negócios (EnFAGEN).O evento promoveu o debate científico, Visita Técnica na Martins a divulgação de pesquisas e a integração entre a graduação e pós-graduação dos cursos de Gestão e Negócios, facilitando a discussão de ideias, disseminação de experiências e informações sobre os campos de conhecimento em Administração.
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CFA/CRAs Relatório de Gestão 2011 Material traz a descrição de todas as ações que a autarquia realizou para promover a valorização da Ciência da Administração. O Conselho Federal de Administração (CFA) acaba de publicar o Relatório de Gestão 2011. A publicação apresenta todos os trabalhos que foram desenvolvidos ao longo do ano por meio das ações da Autarquia. Uma das ações promovidas pela autarquia foi a solenidade de diplomação e posse dos novos Conselheiros Federais Efetivos da autarquia, eleitos em outubro de 2010. Em seguida, eles elegeram o novo presidente e vice-presidente do CFA para gerir a autarquia no biênio 2011/2012. Outro destaque do ano anterior foi a realização da Pesquisa Nacional Perfil do Administrador, que atingiu o maior universo de pesquisados desde a sua criação, cujos resultados estão disponíveis no portal do CFA. Confira essas e outras ações promovidas pelo CFA ao longo de 2011. A publicação também está disponível para download. Conheça o Relatório no link www2.cfa.org.br/publicacoes
Prêmio Belmiro Siqueira 2012 recebe inscrições Prazo para se inscrever termina dia 28 de setembro. Podem participar estudantes de Administração e Administradores registrados e em dia com as obrigações no CRA Divulgar e promover a valorização dos estudos que contribuam para o desenvolvimento da Administração no Brasil. Esse é o objetivo do Prêmio Belmiro Siqueira de Administração 2012, concedido pelo Conselho Federal de Administração (CFA). Os interessados em concorrer à premiação têm até o dia 28 de setembro para se inscreverem. Podem participar estudantes de Administração e Administradores registrados e em dia com as obrigações no CRA. A edição deste ano traz como tema os resultados da “Pesquisa Nacional do Administrador: perfil, formação atual e oportunidades de trabalho”. A iniciativa visa a dar continuidade ao mapeamento dos administradores do Brasil realizado pelo CFA em 2011. Nesse sentido, os profissionais e estudantes de Administração que irão participar do prêmio terão que apresentar trabalhos relacionados à pesquisa.
Categorias
O Prêmio Belmiro Siqueira 2012 traz três categorias: “Artigo Acadêmico”, “Artigo Profissional” e
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“Pós-graduação Stricto Sensu”. Para participar da primeira modalidade – Artigo Acadêmico – é necessário ser estudante de Administração. Já os profissionais de Administração poderão se inscrever nas demais categorias. O tema para o “Artigo Acadêmico” e “Artigo Profissional” é uma análise dos resultados da “Pesquisa Nacional do Administrador: perfil, formação atual e oportunidades de trabalho” divulgado recentemente pelo CFA. Na modalidade “Pós-Graduação Stricto Sensu” serão aceitas as dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado que tenham sido defendidas nos anos de 2010, 2011 e 2012. Os vencedores de cada modalidade receberão certificado, troféu e um valor em dinheiro que varia de R$5 mil reais para o primeiro colocado na categoria “Artigo Acadêmico” e R$6 mil reais para “Artigo profissional” e “Pós-Graduação Stricto Sensu”. Confira a íntegra do edital do Prêmio no portal www.cfa.org.br. Os resultados da Pesquisa estão disponíveis em: pesquisa.cfa.org.br. Profissional e estudante de Administração, participe da história do Prêmio Belmiro Siqueira! RBA • Julho/Agosto de 2012
CFA divulga homenageados do Honra ao Mérito 2012 A Comissão Especial de Honrarias do Conselho Federal de Administração (CFA) reuniu-se na Autarquia para definir os agraciados com o Honra ao Mérito 2012. A reunião, realizada no dia 9 de julho, contou com a presença dos Conselheiros Federais, Adm. Maria do Rosário Feitosa Souza (Coordenadora), Adm. Rui Ribeiro de Araújo (Vice-Coordenador) e Adm. Aldemira Assis Drago (membro da Comissão). Durante a reunião, foram analisadas detalhadamente todas as 22 indicações inscritas para receber a homenagem. Segundo a Comissão de Honrarias do CFA, todas as indicações foram excelentes e oportunizou aos membros da Comissão conhecer a história profissional, política, social e humanitária dos candidatos que contribuem para a Ciência da Administração. Após ampla análise dos indicados, a Comissão escolheu os homenageados nas Categorias Profissional, Jovem Profissional, Honorífica, Benemérita e post-mortem. O Honra ao Mérito é uma iniciativa do Conselho Federal de Administração. Sua finalidade é homenagear pessoas que tenham se destacado e contribuído para o desenvolvimento técnico-científico da Ciência da Administração, na defesa do profissional e da profissão de Administrador ou realizado relevantes serviços e trabalhos no campo da Administração.
Os homenageados do Prêmio Honra ao Mérito 2012 Categoria Profissional/Do Administrador Adm. Zaki Akel Sobrinho Categoria Contribuição Profissional/Jovem Administrador Adm. Magnus Luiz Emmendoefer Categoria Honorífica Adm. Alcio de Araújo Categoria Benemérita Econ. Emerson de Almeida Honraria post-mortem Adm. Maria Vera Novais Leme
Manual com orientações para tecnólogos Os graduados em cursos superiores de tecnologia na área de Administração podem solicitar o registro profissional junto aos Conselhos Regionais de Administração. A medida foi aprovada por meio das Resoluções Normativas nº 373, 374 e 379/2009. Desde então, vários tecnólogos passaram a fazer parte do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs). Para esclarecer dúvidas e fornecer informações para os tecnólogos, o CFA publicou o “Guia de Orientação Profissional do Tecnólogo em Determinada Área da Administração”. A publicação traz um breve histórico sobre a origem dos cursos superiores de tecnologia no Brasil, área de formação e atribuições profissionais do Tecnólogo. Além disso, o Guia traz informações adicionais, como abreviatura, símbolo, juramento, entre outros. Ao final, a publicação esclarece as dúvidas mais frequentes relacionadas aos tecnólogos. O Guia está disponível na seção “Publicações” do portal www.cfa.org.br
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sucesso
Por Tânia Mendes
Grupo Cacique: tradição & modernidade
Foto: Arquivo pessoal
À frente de dois departamentos estratégicos do Grupo Cacique – diretoria comercial e a de recursos humanos – a Adm. Patrícia Carvalho, revela que seu segredo é dosar cuidadosamente as mais modernas técnicas de administração "com pequenos toques femininos".
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ma trajetória de sucesso de um negócio de características eminentemente familiares foi iniciada em 1968, com um posto de gasolina – o Cacique Petróleo Ltda. — inaugurado pelo casal Audir Lages de Carvalho e Maria Inês Pearce de Souza. Dali em diante a empresa cresceu e expandiu-se de tal forma que menos de uma década depois surgiriam novos empreendimentos: o primeiro deles, a loja de pneus multimarcas e uma revendedora, já consolidada no mercado em vários pontos nas cidades de Teresina (PI) e São Luis (MA). Faltava, entretanto, à Cacique uma forte parceria capaz de solidificar sua imagem junto à clientela. Assim, em dezembro de 1985, a empresa conseguiu tornar-se revendedora exclusiva da Goodyear no Piauí. Em agosto de 1990, foi montada em Teresina (PI) uma das primeiras lojas padronizadas Goodyear no Nordeste, a Cacique Autocenter, fornecedora de serviços automotivos e um dos principais revendedores da Goodyear na região. E em 1993, a Cacique montou o primeiro Transporte Revendedor Retalhista (TRR) – para comercializar
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óleo diesel a grandes fornecedores: projetos agrícolas, frotas de ônibus, construtoras etc. Esta atividade resultou na criação da empresa Cacique Derivados de Petróleo Ltda., hoje com filiais em diversas cidades do Piauí. Com o passar dos anos e com a marca já consolidada, o grupo alçou novos vôos. A diretora Comercial e de Recursos Humanos, Patrícia Carvalho Freitas Rodrigues, neta do casal fundador do grupo, convive com as atividades da empresa desde a adolescência. Estimulada pelos pais, começou a trabalhar modestamente como auxiliar de escritório. “Lembro-me que recebia meio salário e trabalhava meio turno, porque estudava pela manhã. Comecei desde cedo a valorizar as oportunidades. Aprendi administrar o tempo para dar conta das tarefas e me apaixonei pelos negócios”. Formada em Administração de Empresas, com pós-graduação em Administração de Recursos Humanos e em Psicologia Organizacional, ela precisou afastar-se por um período para concluir o ensino médio nos Estados Unidos. Ao retornar, imediatamente retomou suas atividades, além de dar aulas de inglês e estudar para o vestibular. “Escolhi o curso de Administração por oferecer uma visão ampla, facilitando a compreensão de todas as áreas da organização. Eu tinha certeza de que seria muito útil na minha vida profissional”, assegura Patrícia, que rapidamente ocuparia uma vaga de gerente em uma das filiais da Cacique Pneus. Ao longo do curso de Administração, quando conhecia algo novo que poderia ser aplicado na empresa, rapidamente levava RBA • Julho/Agosto de 2012
a proposta aos seus pais, sempre abertos a novas práticas. Dentre as novidades, ela destaca a implantação da Central de Relacionamento com Clientes (CRC). “Aqui ninguém faz nada sozinho e a gente não acredita muito no sucesso das jogadas individuais”.
O mais complexo hoje na atuação da mulher no mercado de trabalho é o desafio de equilibrar os diversos papéis: profissional, mãe, esposa, dona de casa... Isso sim é desafiador.
Um dos seus maiores desafios foi assumir um cargo de gestão aos 19 anos – principalmente por ser mulher em um ramo dominado por homens. Ao ocupar o cargo, viu que a loja apresentava sérios problemas de gestão, com desempenho insatisfatório. “Com o apoio de todos, especialmente dos colegas de trabalho, com humildade e vontade
de acertar e aprender, o processo de reestruturação da empresa foi acontecendo naturalmente. Casada, mãe de dois filhos, 34 anos, ela confessa que já sofreu restrições como jovem empresária neste ramo de negócios majoritariamente masculino. “No começo perguntavam a minha idade. Certa vez respondi sorrindo a um senhor: Posso lhe dizer já, mas me responda: qual a relevância da minha idade para resolvermos o problema do seu carro? Tentava demonstrar maturidade pelos meus conhecimentos técnicos e capacidade profissional”. Mas, admite que os obstáculos foram até pequenos graças ao seu comprometimento e ao apoio e orientações que recebeu da família e dos colegas de trabalho. “Minha avó e minha mãe sempre foram muito dedicadas ao negócio. Veio delas a minha fonte de inspiração e exemplo. O que eu percebo ser mais complexo hoje na atuação da mulher no mercado de trabalho é o desafio de equilibrar os diversos papéis no dia a dia: profissional, mãe, esposa, dona de casa... Isso sim é desafiador”, garante a jovem diretora. Como outras mulheres que têm ocupado cada vez mais posições de destaque na administração de empresas, Patrícia afirma que ambos os sexos têm o mesmo valor e as mesmas chances de sucesso, desde que se empenhem.
Modelo de gestão
À frente de dois departamentos estratégicos – a diretoria comercial e a de recursos humanos – segundo Patrícia, o segredo é dosar cuidadosamente as mais modernas 57
sucesso e as atitudes favoráveis para a execução dessa competência. A empresa investe constantemente na satisfação e capacitação dos seus colaboradores, com políticas internas que promovem o seu crescimento pessoal e profissional, dando prioridade para seleção interna, avaliações constantes de desempenho, oferta de treinamentos, bolsas integrais e parciais para formação superior, administração participativa. “A gestão participativa é um dos focos estratégicos do grupo Cacique. A equipe gesto-
gócio: qualificação, crescimento, confiança e comprometimento. “Assim, a gestão de RH tem, claramente, a atuação focada e equilibrada no desenvolvimento da carreira e na valorização do colaborador”, argumenta. Para ela não basta valorizar o conhecimento das tarefas ou a competência técnica, mas, principalmente, valorizar as habilidades
ra entende que as pessoas são o grande diferencial. São elas que possuem as competências necessárias para promover e assegurar a sustentabilidade do negócio. Portanto, pelo seu envolvimento e empenho, são consideradas parceiras. Neste contexto, os colaboradores são estimulados a dar sugestões, pois as pessoas mais diretamen-
Foto: Arquivo Cacique Pneus
técnicas de administração com pequenos toques femininos. Talvez esteja aí um dos motivos para que a Cacique Pneus fosse considerada uma das 150 melhores empresas para se trabalhar, no ranking do Guia Você S/A e Exame das edições de 2010 e 2011. O modelo de gestão de Recursos Humanos do grupo Cacique dá ênfase à valorização de seus colaboradores, prática herdada dos avós fundadores. Este modelo está assentado em quatro pilares que sustentam o crescimento estratégico do ne-
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te ligadas à execução de uma atividade têm informações relevantes para o processo decisório”, ensina Patrícia.
Visão e valores
O modelo de administração estratégica do grupo, cujo propósito é assegurar a sustentabilidade empresarial, se inicia com a definição e atualização da missão, visão e valores do negócio, que representam as suas diretrizes estratégicas. “Implantado em 1989, este modelo passou por sucessivas melhorias, sempre contando com o envolvimento dos colaboradores, apoiados pelos respectivos gestores (gerentes de filiais)”, complementa Cristina. Todo o processo é apoiado nos programas Sistema de Gestão da Qualidade e Qualidade de Vida no Trabalho. Com isso, a Cacique tem conquistado seus consumidores – a última pesquisa da CRC, indicou que 94,3% estão satisfeitos com a empresa – fator determinante para o crescimento dos seus negócios no Piauí. Mesmo se tratando de uma empresa de origem e gestão familiar, os fundamentos e princípios de administração aplicados no mundo corporativo são adotados pelo grupo. “Acreditamos que as premiações recebidas – Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho (PSQT) em 2007, 2008 e 2010; e pelo Guia Exame 2010 e 2011 – ao longo da trajetória da empresa e outros reconhecimentos locais sinalizam a credibilidade conquistada por uma marca construída com ética, valorização das pessoas, compromisso com o cliente e parceiros, sustentabilidade e RBA • Julho/Agosto de 2012
aprendizagem contínua, ao longo de mais de 40 anos”, comemora Patrícia. Para garantir qualidade nos seus serviços, a Cacique conta com técnicos constantemente treinados e atualizados, com Certificação Internacional na área automotiva (Automotive Service Excellence – ASE). O sucesso da empresa também está baseado em serviços diferenciados, como o sistema de leva-e-traz (transporte para o local de escolha do cliente); atendimento de urgência para troca de bateria ou pneu; horário estendido (das 8 horas às 20 horas). A política de marketing desenvolvida pela empresa inclui, entre outros aspectos, o fortalecimento da marca Cacique apoiado nos valores vigentes na empresa, desde a sua fundação. O Programa Felicidade no trabalho tem como requisito a excelência do atendimento para a satisfação dos clientes, avaliadas por meio de pesquisas realizadas pela CRC; além disso, o objetivo é sempre a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados e dos produtos comercializados, com ações que visam desde a seleção criteriosa dos fornecedores à criação de comitês de gestão da qualidade.
Responsabilidade ambiental
“A Cacique acredita em um desenvolvimento sustentável, por meio da preservação do meio ambiente e do atendimento dos requisitos legais e regulamentares associados a seus produtos, serviços, processos e instalações”, exemplifica Patricia. Para isso, a empresa desenvolve RBA • Julho/Agosto de 2012
ações e metas visando eliminar, minimizar ou compensar os impactos ambientais causados pela operação do negócio.
A gestão participativa é um dos focos estratégicos do grupo. A equipe gestora entende que as pessoas são o grande diferencial.
Apesar dos problemas econômicos e sociais que o Brasil e o mundo estão enfrentando, Patrícia está otimista em relação a futuras medidas de expansão da empresa. “O segmento automotivo é um dos setores da indústria brasileira que tem apresentado bom desempenho, respondendo por quase 25% do PIB industrial brasileiro e com uma estimativa de crescimento para 2012 de 5%. No Piauí, as potencialidades são muito grandes, sinalizando boas perspectivas de negócios. Para o futuro, estamos projetando investimento na modernização tecnológica, mesmo porque isso é uma constante na Cacique, na ampliação da rede de atendimento (novos pontos), na
diversificação das atividades ligadas ao negócio”. O investimento da empresa em mídias sociais é um aspecto importante, pois como afirma Patrícia, “o gerenciamento das redes sociais representa uma ação estratégica, voltada para os clientes e o mercado e tem como propósitos: agilizar a comunicação com o mercado, gerenciar a exposição da marca, gerar negócios, atrair novos talentos e promover o conhecimento profissional e empresarial”. As mídias sociais são gerenciadas pela Assessoria de Comunicação e Marketing, recebendo tratamento diferenciado. São exemplos de registros verificados: as premiações recebidas pela empresa, dicas sobre segurança automotiva, eventos de Responsabilidade Social da Empresa, registros positivos sobre a qualidade do atendimento da Empresa, campanhas específicas para este canal etc. O grande segredo de um empreendimento, seja uma indústria, comércio ou serviço de pequeno ou grande porte, é a organização dos processos, a definição de metas, o planejamento de execução das estratégias. Ou seja, uma gestão profissional, como ressalta Patrícia: “Estamos falando de uma gestão de qualidade, na qual tem papel determinante uma administração eficiente. Daí a importância de um profissional de Administração na gestão dos negócios. As empresas brasileiras têm trilhado um caminho de amadurecimento e de consolidação, calcado no profissionalismo, onde não há espaço para o amadorismo, e sim para ações pensadas estrategicamente”. 59
qu!z
Teste do bimestre
Descubra qual o seu nível de
estresse
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1. Com que frequência você costuma praticar exercícios físicos? a. ( ) Regularmente b. ( ) Raramente c. ( ) Nunca 2. Sabendo que está com carga excessiva de trabalho, você é capaz de dizer “não” quando lhe solicitam outra tarefa? a. ( ) Sempre b. ( ) Às vezes c. ( ) Nunca 3. Antes de um compromisso importante, você passa a noite em claro, preocupado com o que acontecerá no dia seguinte? 60
Ilustração: Shutterstock
ermo originalmente utilizado na Física para designar a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais, a palavra stress foi usada pela primeira vez, em 1936, pelo médico Hans Selyia, para definir um estado em que ocorre um desgaste anormal do corpo humano ou diminuição da capacidade de trabalho. Apesar de não ser considerado uma doença, o estresse em nível elevado pode favorecer o aparecimento de transtornos cardiovasculares, enxaqueca ou úlcera no estômago, entre outros males. A capacidade de gerenciar o estresse no ambiente de trabalho pode melhorar a saúde física e emocional e, fazer a diferença entre o sucesso ou fracasso profissional. Os especialistas indicam a melhor maneira de lidar com estresse: prevenir-se, levar uma vida saudável, praticar exercícios físicos, alimentar-se adequadamente, ter pensamentos positivos, boa convivência social. Faça este teste e descubra qual o seu nível de estresse indicando nas questões abaixo com que frequência você tem percebido os sintomas relacionados a cada questão. O teste não é conclusivo, portanto, não substitui uma consulta a um médico. Mas, de acordo com a terapeuta Vera Calvet, apesar de não ter rigor científico, poderá lhe dar uma boa ideia de qual o seu nível de estresse. Depois de fazer o teste, leia a reportagem, a seguir, que contém preciosas informações e conselhos de profissionais da área. a. ( b. ( c. (
) Nunca ) Às vezes ) Sempre
4. Você toma tranquilizantes para dormir, fuma ou ingere bebida alcoólica para aliviar a tensão nervosa? a. ( ) Nunca b. ( ) Às vezes c. ( ) Sempre 5. Como você lida, em geral, com situações que lhe aborrecem? a. ( ) Dificilmente fico aborrecido e quando isso acontece resolvo da melhor maneira b. ( ) Fico irritado, na hora, mas consigo esquecer c. ( ) Perco totalmente o controle RBA • Julho/Agosto de 2012
6. Você sente angústia ou medo excessivo diante de acontecimentos inesperados ou temor em relação ao seu futuro? a. ( ) Nunca b. ( ) Às vezes c. ( ) Sempre 7. Você se considera uma pessoa sociável? a) ( ) Sim b) ( ) Às vezes c) ( ) Não
12. Em geral, você é uma pessoa comprometida com o que faz? a. ( ) Sim, me comprometo com tudo o que faço b. ( ) Apenas com o meu trabalho c. ( ) Não. Não vejo sentido nas tarefas que tenho que fazer 13. Sente-se cansado e fatigado constantemente? a. ( ) Nunca b. ( ) Às vezes c. ( ) Sempre
8. Quando alguém chama para fazer algo que não tem vontade, você vai para agradar a pessoa? a. ( ) Nunca b. ( ) Às vezes c. ( ) Sempre 9. Mostra-se ansioso e irritado quando tem que enfrentar problemas do cotidiano, mesmo que eles sejam pequenos? a. ( ) Nunca b. ( ) Às vezes c. ( ) Sempre
14. Você se sente nervoso e estressado com que frequência? a. ( ) Nunca b. ( ) Raramente c. ( ) Regularmente 15. Se você não se desse bem com o seu chefe, o quanto isso influenciaria no seu trabalho? a) ( ) Em nada. Consigo focar minhas energias no trabalho b) ( ) Isso pode reduzir meu ritmo de trabalho c) ( ) Muito. Não teria mais vontade de trabalhar
10. Você sente dificuldade para se concentrar e raramente desenvolve novas ideias? a. ( ) Nunca b. ( ) Às vezes c. ( ) Sempre
16. Você se sente insatisfeito com a sua vida pessoal? a. ( ) Nunca b. ( ) Raramente c. ( ) Regularmente
11. Com que frequência você fica doente? a. ( ) Raramente b. ( ) Às vezes sinto algum incômodo, gripe ou dor de cabeça c. ( ) Sofro com doenças crônicas
17. Você, em geral, acorda cansado mesmo quando dorme a noite inteira? a. ( ) Nunca b. ( ) Raramente c. ( ) Regularmente
Resultado Se você respondeu mais de 80% das questões na letra “a” você deve estar administrando bem seu nível de estresse, seja por não se sentir pressionado ou por dispor de técnicas eficientes para lidar com ele. Parabéns! Mantenha-se sempre assim. Tem um baixo nível de estresse. Se você respondeu mais de 80% das questões na letra “b” seu nível de estresse é moderado. Atenção! Sugerimos que reavalie suas prioridades e decida o que mudar para controlar sua vida. E possuindo uma função protetora e adaptadora às exigências ambientais, não sendo prejudicial à saúde. Se você respondeu mais de 80% das questões na letra “c”, provavelmente seu nível de estresse é intenso. Cuidado! Nessas circunstâncias, é aconselhável buscar o apoio de amigos e familiares. Procure respeitar seus limites e, se necessário, procure ajuda de um profissional para salvaguardar sua saúde física e mental.
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comportamento
Por João Humberto de Azevedo
Nervos à flor
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da pele
Considerado o mal do século, o estresse não é propriamente o problema. O problema é como lidamos com ele e o que nomeamos como sendo algo estressante.
C
riativo; ótima comunicação; competente; disposto; grande poder de concentração; sabe mandar e receber ordens, ouvir e se colocar; é capaz de estimular o crescimento do grupo e dos indivíduos, além de almejar o crescimento também para si e para a empresa. Você conhece este semideus? Ele tem boa aparência e alto grau de compreensão do comportamento humano; sabe lidar com ataques histéricos de seus patrões; não se abala quando chamado de incompetente; mostra tranquilidade quando é colocado sobre seus ombros a responsabilidade de um erro a respeito de algo que na verdade não lhe competia; tem alto poder de análise e um emocional impecável. Pois saiba que este é o perfil daquele que as empresas consideram ser o “bom profissional”.
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Tensões e demandas pessoais e profissionais são os fatores de estresse no ambiente de trabalho. E quem não as sente provavelmente não será deste planeta. Pesquisa da Accountemps – empresa estadunidense especializada em recrutar profissionais temporários, realizada junto a um grupo de Chief Financial Officers (CFOs), demonstrou que a maioria dos entrevistados (41%) considerou que conciliar demandas pessoais e profissionais era a principal causa do estresse e que fatores relacionados com as políticas da empresa e conflitos com colegas de trabalho eram apenas o segundo fator de estresse (28%). Ao contrário do que pensavam muitos experts no assunto, as longas jornadas de trabalho e a lista excessiva de atribuições estão longe de serem as principais causas de estresse – somente 9% e 2%, respectivamente, dos entrevistados indicaram esses dois fatores.
Vera Calvet, fundadora e atual vice-presidente do Instituto Ráshuah do Brasil (IRB), mestra em Filosofia, concorda em parte com os dados da pesquisa, mas ressalta que entre as causas emocionais do estresse no ambiente de trabalho e na vida pessoal estão três importantes fatores: alto padrão de exigência pessoal, medo e frustração. “O perfil do que as empresas consideram ser de um bom profissional passa por características de semideuses”. Vera acrescenta que o bom profissional deve sempre estar pronto para se dedicar de corpo e alma à empresa, sem hora para terminar um serviço e jamais deixar que seus problemas pessoais interfiram em seu trabalho. Precisa saber lidar com as constantes frustrações positivamente e jamais temer, pois tem confiança, coragem, ímpeto, bom humor e vitalidade contagiante. O profissional-modelo também não fica RBA • Julho/Agosto de 2012
doente ou cansado, nunca falta ao trabalho e tem prazer em trabalhar durante suas férias quando requisitado. Existirá algum terráqueo assim? “Quando se trata de uma mulher, a perfeição é que ela não tenha filhos e, de preferência, que nunca engravide. E o mais importante, esse profissional perfeito não deve ganhar acima do que a empresa acha que vale seu trabalho, ou que esteja disposta a pagar”. É realmente longa a lista dos poderes desse super-herói imaginário. “Como se não bastasse este padrão utópico de profissional, têm sido estabelecidos também os mais altos padrões para diversos setores de nossas vidas, pois existem padrões estéticos onde a beleza física é um padrão, padrões de relacionamentos perfeitos, etc.”, complementa Vera e questiona: “Como não viver em permanente estado de medo e frustração diante de tamanhos absurdos?” Ao consultório da terapeuta, a maioria dos pacientes chega com sintomas físicos bastante acentuados, outros com sintomas emocionais devastadores para seus relacionamentos pessoais ou profissionais. “O estresse não é propriamente uma doença, mas um estado do organismo quando submetido ao esforço e à tensão. Diante de uma situação estressante, o corpo sofre reações químicas normais que preparam o organismo para enfrentar este desafio. O prejuízo, entretanto, acontece quando essas situações são contínuas e o organismo começa a sofrer com as constantes reações químicas que se sucedem, sem que haja tempo para RBA • Julho/Agosto de 2012
a eliminação dessas substâncias e sem o tempo necessário para o descanso e recuperação física e emocional”, explica Vera.
Diante de uma situação estressante, o corpo sofre reações químicas normais que preparam o organismo para reagir.
O que é estresse?
O Dr. Vladimir Bernik, psiquiatra, coordenador da Clínica de Estresse de São Paulo, fez um relato interessante no site www. cerebromente.org.br, para explicar o que é estresse. Diz ele que o mundo surpreendeu-se com a notícia de que a espaçonave russa – estação espacial Mir (Paz) – ficara sem energia por uma ordem errada do comandante Vladimir Tsibliev. O médico que cuida dos tripulantes, Igor Goncharov, explicou com a maior naturalidade, que o engano fora resultante do estresse do coman-
dante. Nunca a palavra estresse ganhou tamanha notoriedade em circunstâncias tão dramáticas. “E o que é estresse?”, indaga Bernil no artigo, para em seguida explicar que não há ainda uma definição nos compêndios de patologia médica e busca no dicionário Aurélio uma definição de estresse (em bom português): “o conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras capazes de perturbar a homeostase (equilíbrio)”. Hoje o termo estresse é amplamente usado na linguagem atual e nos meios de comunicação. Designa uma agressão, que leva ao desconforto, ou as consequências desta agressão. Hans Selye, o criador da moderna conceituação de estresse, considera o estresse fisiológico como uma adaptação normal; quando a resposta é patológica, em indivíduo mal-adaptado registra-se uma disfunção, que leva a distúrbios transitórios ou a doenças graves e, no mínimo, agrava as já existentes e pode desencadear aquelas para as quais a pessoa é geneticamente predisposta. “Aí se torna um caso médico por excelência. Nestas circunstâncias desenvolve-se a famosa síndrome de adaptação, ou a luta e fuga (fight or flight)”, de acordo com o próprio Selye. Para ele “o estresse é o resultado de o homem criar uma civilização que ele, o próprio homem, não mais consegue suportar”. Há estudos demonstrando que atualmente o estresse atinge cerca de 60% de executivos, e tem sido chamado de doença do século ou doença do terceiro milênio. Trata-se de um sério problema social e econômico; trata-se de uma preocupação 63
comportamento de saúde pública. O estresse ceifa pessoas ainda jovens, em idade produtiva e geralmente ocupando cargos de responsabilidade, imobilizando e invalidando as forças produtivas e excluindo-as das atividades necessárias ao desenvolvimento de um país.
familiar e consumismo exagerado. Todos são fatores pessoais, familiares, sociais, econômicos e profissionais, que originam a sensação de estresse e seu consequente desencadeamento de doenças, de uma simples azia à queda imunológica, que pode predispor infecções e até neoplasias”.
Os sintomas
O estresse atinge cerca de 60% de executivos, e tem sido chamado de doença do século ou doença do terceiro milênio.
Segundo o Dr. Bernik, não se sabe exatamente a incidência no Brasil, mas nos Estados Unidos são gastos de US$50 a US$75 bilhões por ano em despesas diretas e indiretas. Isto significa uma despesa de US$750 por ano por pessoa que trabalha. “A vulnerabilidade hereditária, aliada à preocupação com o futuro, num tempo de incertezas, de um país que estabiliza a moeda, mas aumenta o número de desempregados – ao mesmo tempo em que a qualidade de vida piora – existem os medos do empobrecimento, do envelhecimento em más condições, além de alimentação inadequada, pouco lazer, falta de apoio 64
A terapeuta Vera Calvet observa que por não ser exatamente uma doença, os sintomas do estresse são indefinidos e ao mesmo tempo abrangentes. “Podem ir de uma dor de cabeça, distúrbios do sono, irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou tensão muscular, até dificuldades respiratórias, dificuldade de memória, problemas digestivos, pressão alta, problemas cardíacos, e até mesmo distúrbios psíquicos como síndromes, depressão e pânico”. Ela esclarece que existem diferentes gradações e sinais que podem ser atribuídos ao estresse, embora todos nós estejamos expostos a ela diariamente. Algumas pessoas não são tão suscetíveis em um primeiro momento, outras não notam tão claramente a pressão emocional que estejam sofrendo até que adoeçam ou sofram algum tipo de desequilíbrio emocional, e há ainda as que, ao contrário, são extremamente suscetíveis. “Existem outros sintomas mais sutis, além dos apresentados no box, mas esses são os principais que podemos citar como bons sinais de alerta”, complementa. Mas, ela pondera que é possível gerenciar o estresse, mesmo porque ele faz parte da vida cotidiana, uma vez que vivemos em so-
ciedade e todas as nossas ações vão interferir na vida de outras pessoas. “A menos que se torne um eremita, mesmo assim terá seu próprio nível de estresse, pois para nos suprir, precisamos lidar com as exigências cotidianas da vida social que temos. O estresse não é propriamente o problema. O problema é como lidamos com ele e o que nomeamos como sendo algo estressante! O que é extremamente estressante para uns, não é para outros! Daí, podemos concluir que a única forma de lidarmos com o estresse é nos conhecermos cada dia mais para sabermos detectar onde estamos exigindo de nós mesmos, mais do que poderíamos”. Como lidar com o estresse no ambiente de trabalho? “As exigências estão aí e fazem parte da vida cotidiana. Mas o quanto conhecemos de fato a nós mesmos, o quanto estamos conscientes de nossos poderes e limites, o quanto podemos reconhecer o que nos trás felicidade e realizações profissionais de verdade, o quanto estamos dispostos a correr riscos ou pagarmos o preço de nossas atitudes, enfim, o quanto temos de poder de adaptação e autoconhecimento é que é a chave para lidarmos com o estresse”, ressalta Vera e aconselha: “Procure investigar a verdade de seus sentimentos e desejos! Lembre-se de que, em média, das catorze horas que passamos acordados por dia, 80% delas são destinadas à locomoção e ao trabalho. Seu trabalho precisa ser prazeroso!”. Vera costuma dizer a seus alunos que estamos diante do enigma da grande esfinge: Decifra-me ou eu te devorarei! “E a esfinge, RBA • Julho/Agosto de 2012
somos nós! A esfinge é você! Decifre a si mesmo ou poderá ser devorado pelo personagem que criou, sem perceber! Preste atenção aos sintomas de que sua vida esteja mais estressante do que suporta! Preste atenção ao medo e às frustrações. Faça uma auto-observação e, principalmente, tome uma atitude consciente, agora! Você merece! Faça isso por si e pelas pessoas a sua volta! Conhecer a si mesmo pode ser o melhor e mais gratificante encontro que terá em sua vida!”
Como administrar o estresse
Pressão para o cumprimento de metas, reuniões, trânsito, entre outros, são responsáveis pelo
estresse que afeta o rendimento e as relações do profissional no ambiente de trabalho. De acordo com dados da Internacional Stress Management Association Brasil (Isma-BR), o estresse afeta 70% dos brasileiros, sendo que 30% sofrem com níveis elevados. Algumas medidas simples podem minimizar este mal que afeta tantos trabalhadores brasileiros: • Respirar fundo nos momentos mais complicados. • Deixar a mesa de trabalho por alguns minutos para tomar água ou café é outra medida importante para gerenciar a pressão. • Sair do foco do assunto gerador do estresse, mesmo que por pouco tempo.
• Realizar atividades que permitam que o profissional se “desligue” dos problemas, como: exercícios físicos, yoga, ouvir música ou simplesmente assistir TV. Além disso, os terapeutas ocupacionais dão algumas dicas para administrar melhor o estresse: organize seu tempo e faça dele um aliado; trabalhe naquilo que lhe dá prazer; equilibre trabalho e lazer; reserve tempo para si mesmo; substitua os pensamentos negativos por positivos, mudando a forma de pensar; descanse adequadamente à noite; procure alguém para conversar ou desabafar; ajude alguém, isso melhora a sua autoestima.
No ambiente de trabalho pode ser notado o estresse em ação no momento em que começam a serem mais constantes no trabalhador os seguintes eventos: • Cansaço – chega sempre cansado, mental ou fisicamente; • Esquecimento – começa a esquecer detalhes, compromissos, tarefas. • Desatenção, dificuldade de concentração – a mente começa a voar quando está tentando ler ou compreender alguma explanação, documento, ou mesmo elaborando um texto simples. • Reações exageradas – a pessoa fica reativa a qualquer tipo de crítica, seja a um pedido de revisão em algum trabalho que tenha executado, seja a respeito de qualquer tipo de cobrança de prazo, etc. e passa a interpretar tudo como sendo “contra” si, pessoalmente. • Falta de motivação – falta ânimo e criatividade para iniciar as tarefas, a pessoa não para de olhar a hora para saber se já pode ir embora. • Exacerbação – tudo passa a ser muito grave, muito sério, nada está bom o suficiente.
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Estresse no ambiente de trabalho
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL (CRA-RS) Presidente:Adm. CLÁUDIA DE SALLES STADTLOBER Rua Marcílio Dias nº 1030 - Menino Deus - 90130-000 - PORTO ALEGRE/RS Fone: (51) 3014-4700/3014-4769 - Fax: (51) 3233-3006 E-mail: diretoria@crars.org.br;secretaria@crars.org.br - Home Page: www.crars.org.br Horário de funcionamento: das 8h30min às 17h30min CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RONDÔNIA (CRA-RO) Presidente:Adm. EVA DA SILVA ALBUQUERQUE Rua Tenreiro Aranha nº 2.978 - Olaria - 78902-050 - PORTO VELHO/RO Fone: (69) 3221-5099/3224-1706 - Fax: (69) 3221-2314 E-mail: presidencia@craro.org.br - Home Page: www.craro.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17 horas/Atend. Público 08 horas às 14 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RORAIMA (CRA-RR) Presidente:Adm. CEZAR CARLOS SOTO RIVA Avenida Santos Dumont, 1952 - Bairro 31 de Março - 69305-340 - BOA VISTA/RR Fone: (95) 3624-1448 - Fax: (95) 3624-1448 E-mail: craroraima@gmail.com e presidente@crarr.org.br; Home Page: www.crarr.org.br Horário de funcionamento: das 7h30min às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SANTA CATARINA (CRA-SC) Presidente:Adm. JOSÉ SEBASTIÃO NUNES Av. Pref. Osmar Cunha 260 - 8º andar Sala: 701 a 707/ 801 a 807 - Ed. Royal Business Center - 88015-100 - FLORIANÓPOLIS/SC Fone: (48) 3229-9400/6545/8622 - Fax: (48) 3224-0550 E-mail: crasc@crasc.org.br - Home Page: www.crasc.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO (CRA-SP) Presidente: Adm. WALTER SIGOLLO Rua Estados Unidos nº 865/889 - Jardim América - 01427-001 - SÃO PAULO/SP Fone: (11) 3087-3208/ 3087-3459 - Fax: (11) 3087-3256 E-mail: secretaria@crasp.gov.br - Home Page: www.crasp.com.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17h30min/Atend. Público 9 horas às 17 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SERGIPE (CRA-SE) Presidente:Adm. CARLOS MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS Rua Senador Rollemberg, 513 - São José - 49015-120 - ARACAJU/SE Fone: (79) 3214-2229/3214-3983 - Fax: (79) 3214-3983/3214-2229 E-mail: cra-se@infonet.com.br;presidencia.crase@infonet.com.br - Home Page: www.crase. org.br. Horário de funcionamento: das 8 horas às 12 horas e 13 horas às 17 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE TOCANTINS (CRA-TO) Presidente:Adm. ROGÉRIO RAMOS DE SOUZA Quadra 104 Sul, Rua SE 01, Conjunto 01, Lote 25, Sala 02 - Centro Empresarial Norte Centro - 77020-014 - PALMAS/TO Fone: (63) 3215-1240/3215-8414 E-mail: atendimento@crato.org.br - Home Page: www.crato.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
Relação atualizada até o dia 15 de maio de 2012
RBA • Julho/Agosto de 2012
ACADÊMICOS E PROFISSIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO
2012
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