RBA A REVISTA QUE CONTRIBUI COM O CRESCIMENTO PROFISSIONAL DOS ADMINISTRADORES
PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO QUITE SUA ANUIDADE ro janei 31 ATÉ 31 DE JANEIRO DE 2013 E GANHE 1 ANO DE ASSINATURA DA RBA
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(REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO)
A REVISTA DO PROFISSIONAL DA ADMINISTRAÇÃO BRASILEIRA
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Fundo do Idoso I Parabenizo a excelente iniciativa do CFA para a elaboração do Guia sobre o Fundo Nacional do Idoso, e pela divulgação do Guia na RBA. Este tema deve estar ainda mais presente na pauta das organizações e de toda a sociedade, em virtude do impacto trazido pelo envelhecimento. O Brasil envelhece e este fator trará uma série de impactos socioeconômicos, em vários setores e áreas de atuação. No campo da Administração, surgem inúmeras oportunidades de projetos de preparação para aposentadoria, gestão de projetos para a Pessoa Idosa, entre outros. Adm. Schirlei Mari Freder
Correção Cumprimento os editores pelas matérias sempre atuais e pertinentes. Ao ler a revista nº 90, fiquei intrigado com a notícia publicada na página 51 com o título “Brasil terá a maior malha rodoviária com pedágio do mundo”. O texto da matéria se mostrou incoerente. No site mencionado percebi que a notícia havia sido trascrita com a supressão de uma frase, de suma importância para a compreensão. Ao transcrever a notícia, a RBA omitiu a frase, a seguir destacada – O Brasil já tem a maior malha de rodovias pedagiadas do mundo – com o que, em razão desta falha, a notícia restou publicada de modo incoerente. De qualquer forma, este equívoco em nada desmerece a qualidade da Revista, ao que desejo que continuem nos brindando com as excelentes reportagens e informações que sempre marcaram esta publicação. Carlos Francisco Büttenbender Guaporé/RS
Fundo do Idoso II Parabéns à RBA, edição de nº 90, pela brilhante iniciativa de disponibilizar um exemplar da Cartilha “Fundo Nacional do Idoso”. Publicação criada pelo CFA. Importante pelo seu aspecto de melhor esclarecimento e por seu cunho de incentivo social. Adm. Alexandre Neuburger Leal Salvador/BA
Realmente houve erro do autor ao indicar o faturamento anual de R$140 mil a R$180 mil. Na verdade esses valores referem-se à média das vendas mensais. Foi considerada, para efeito de cálculo, a média de 136 a 172 clientes/dia (almoço e jantar), gastando cada um, cerca de R$40,00.
Artigo do leitor
Qual o procedimento para envio de matéria ou artigo de minha autoria a ser analisado para publicação na Revista RBA?
Agradecemos a correção do nosso equívoco na nota em questão. Realmente, erramos ao transcrever “Brasil terá...”, quando o certo seria “O Brasil já tem...”.
facebook.com/cfaadm Cícero Júnior Acabei de ler a edição 89 da RBA, e gostei muito! Excelente artigo do Adm. Leandro Vieira Como torturar pessoas usando o Powerpoint - A RBA está de parabéns! Cristiany Marim Olá! Recebemos a RBA nova! Ficou linda, e as matérias estão ótimas. Adorei a matéria da Gina Indelicada e o teste do bom gestor! Quando vamos ter no formato eletrônico? Maria Augusta Ribeiro Achei genial a edição de Outubro da RBA. Mas a cereja do bolo foi uma matéria simples e despretensiosa, mas super útil. “Senhores do seu tempo” ilustra super bem o home office e como isso pode ser eficaz ou não para o seu negocio. Para mim, funciona muito bem, pois disciplina é fundamental. Keliany de Mello Recebi a edição 90 da RBA... toda a equipe está de parabéns. Adorei a entrevista com Walter Faria(presidente do Conselho de administração do Grupo Martins). Achei muito interessante todo o trabalho e esforço do grupo para tornar a empresa a primeira organização do segmento atacadista do Brasil. Outra matéria que me deu orgulho como administradora, foi saber que cada vez mais os administradores brasileiros estão tendo mais espaço no exterior. Parabéns a revista RBA, está cada vez melhor...
Adm. Schirlei Mari Freder
XXIII ENBRA Não seria justo se deixasse de registrar o sucesso do XXII ENBRA. Os três dias no VIVO RIO foram uma verdadeira festa do conhecimento. Fiquei impressionado com a coerência e a consistência dos painéis relacionados à questão do Pacto Global. As apresentações que assiti na cinemateca do MAM foram muito bem conduzidas! A presença marcante do SINAERJ foi visivelmente importante. O show de encerramento com o Bloco Mulheres de Chico foi sensacional. Nada poderia ser mais original e Carioca no Rio de Janeiro. Vou parar por aqui porque foi bom demais!! Quem viveu...VIU!!!!! Adm. Paulo Sergio da Silveira
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Li com atenção a coluna Oportunidades referente à Churrascaria, na edição da RBA nº 90, porém muito me espantou a ficha técnica da mesma. Na mesma, estão detalhados os dados como investimento, área física, número de empregados, lucratividade, taxa de retorno, onde todas estão coerentes com o negocio, porém o item Faturamento Anual, está muito baixo e acredito que deve ter havido um erro de digitação do valor ou o autor da matéria se enganou em seus cálculos. Dentro dos dados passados, o valor mais alto do faturamento anual, que seria R$ 180.000,00, não pagaria os custos de operação do negócio. Sendo que provavelmente esse valor mal pagaria o aluguel e funcionários. Ainda fazendo outra comparação com os dados passados, e pegando os mesmos R$ 180.000,00 anuais, se cada cliente pagasse, em média, R$ 30,00 ao final de sua conta, ao final de um ano teríamos 6.000 clientes passando pela churrascaria. Se a Churrascaria trabalhasse 25 dias por mês, daria apenas 20 clientes ao dia. Por esses motivos, não acredito que os dados passados estejam corretos. Amauri A. Bacci Lages/SC
RBA • Novembro/Dezembro de 2012
O texto – no mínimo de 4,5 mil e no máximo 13,5 mil caracteres – deverá abranger temas relacionados à Administração. O autor deve declarar que o texto pode sofrer revisão e adequação de linguagem.
Opinião do leitor RBA • Novembro/Dezembro de 2012
@cfa_adm Acabo de receber a revista RBA nº90 @cfa_ adm ótimo conteúdo para todos nós atuantes da área. Vale a pena a leitura! Abraços. @alexfiorinb
Cartas à Revista podem ser enviadas para SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília, DF, CEP 70070–932, para o e-mail: rba@cfa.org.br ou pelo twiter @cfa_adm.
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FIQUE
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Esperamos mais sucesso em 2013 Adm. Sebastião Luiz de Mello – Presidente do CFA Foto: CFA
PERTO DA SUA PROFISSÃO
editorial
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012: um ano que não se tem muito a comemorar. O Produto Interno Bruto (PIB) está caindo; a indústria nacional registra sofrível desempenho; e nossa competitividade vem perdendo posição no mercado mundial. Mesmo em tal cenário, alguns fatos positivos se destacaram e merecem ser considerados: o fortalecimento da democracia, aumento de oferta de empregos, maior número de crianças nas escolas e, finalmente, o respeito internacional ao nosso país, quinta economia do planeta. Houve, de fato, indicadores preocupantes. Outros nos deixam otimistas. Dois deles são especialmente fortes. De um lado, as eleições municipais para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, realizadas com muita tranquilidade e, como sempre, dando lições de cidadania, democracia e civismo. De outro, verifica-se a extraordinária resistência do comércio varejista brasileiro que, apesar do baixo crescimento do PIB e da crise por que passaram e ainda estão passando os países mais desenvolvidos, foi capaz de manter-se ativo e pulsante. É exatamente este setor – o varejo nacional – que mostrou crescimento no ano passado de 6,7% e neste ano deve experimentar pelo menos o mesmo resultado, e isto abordamos em nossa matéria de capa. Outro segmento que está bombando é o e-commerce. A previsão é atender cerca de 40 milhões de consumidores que irão adquirir mercadorias nesta nova modalidade. Também o mercado de softwares não para de crescer: a meta do governo é acelerar o crescimento da área para atingir mais de US$150 bilhões na próxima década. Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing, Ricardo Pelegrini, Vice-Presidente de Iniciativas Estratégicas para Mercados Emergentes da IBM, é o nosso entrevistado desta edição. Ele, que assumiu o cargo em julho deste ano, está otimista e garante que o Brasil vivencia um momento único de prosperidade e equilíbrio democrático. Outros temas da sua RBA: Embora relativamente novo (teve sua origem em 1969), o marketing social demonstra ser uma ferramenta de trabalho importante para grupos sem fins lucrativos e agências governamentais que lidam com a intervenção efetiva em áreas de problemas sociais. Nossa ‘história de sucesso’ vem de Cuiabá (MT). Aos 28 anos de existência, a rede de supermercados Modelo contabiliza números expressivos: em 2011, faturou R$575,133 milhões e empregou 2.899 funcionários. A seção ‘Oportunidades’ destaca um negócio de diversos sabores: a sorveteria, que registrou produção recorde de 934 milhões de litros em 2011 e espera-se, para 2012, superar a marca de um bilhão de litros/ano. Ainda nesta edição, preparamos outras matérias de real importância para nossos leitores: recursos humanos; resistência às mudanças; os desafios para controlar as finanças pessoais; os rumos da geração Y; a nova geração de líderes. Apresentamos, ainda, dois artigos assinados pelos Administradores Leandro Vieira e Nadja Medeiros, além das seções já conhecidas de nossos leitores: Quiz!, Notas, Sitema CFA/CRAs e Conexão. Feliz natal e bem-vindos a 2013!
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sumário
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ANO XXI – EDIÇÃO Nº 91
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2012 Expediente Editor: Conselho Federal de Administração Presidente: Adm. Sebastião Luiz de Mello Vice-Presidente: Adm. Marcos Lael de Oliveira Alexandre
Conselheiros Federais do CFA 2011/2012 Adm. João Coelho da Silva Neto (AC), Adm. Maria do Rosário Feitosa Souza (AL), Adm. Sheila Trícia Guedes Pastana (AP), Adm Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues (AM), Adm. Ramiro Lubián Carbalhal (BA), Adm. Francisco Rogério Cristino (CE), Adm. Rui Ribeiro de Araújo (DF), Adm. Hercules da Silva Falcão (ES), Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva (GO), Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (MA), Adm. Hélio Tito Simões de Arruda (MT),Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS), Adm. Gilmar Camargo de Almeida (MG), Adm. Aldemira Assis Drago (PA), Adm. Lúcio Flavio Costa (PB), Adm. Sergio Pereira Lobo (PR), Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE), Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha (PI), Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade (RJ), Adm. Marcos Lael de Oliveira Alexandre (RN), Adm. Valter Luiz de Lemos (RS), Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO), Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho (RR), Adm. Saul Alcides Sgrott (SC), Adm. Adelmo Santos Porto (SE), Adm. Idalberto Chiavenato (SP), Adm. Renato Jayme da Silva (TO)
Composição das Câmaras Administração e Finanças Adm. Ramiro Lubián Carbalhal ����������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Lúcio Flávio Costa �������������������������������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. André Luiz Alves de Lima Adm. Paulo César de Pereira Durand Fiscalização e Registro Adm. Hércules da Silva Falcão ����������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Joel Cavalcanti Costa �������������������������������������������������������������������������������� Vice-Diretor Adm. Rui Ribeiro de Araújo Adm. Maria do Rosário Feitosa Souza Formação Profissional Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior ������������������������������������������������������������������ Diretor Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva ��������������������������������������������������������������������� Vice-Diretora Adm. João Coelho da Silva Neto Adm. Aldemira Assis Drago Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho Desenvolvimento Institucional Adm. Saul Alcides Sgrott ��������������������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Adelmo Santos Porto �����������������������������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. Renato Jayme da Silva Relações Internacionais e Eventos Adm. Sérgio Pereira Lobo �������������������������������������������������������������������������������������������� Diretor Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha ��������������������������������������������������������������Vice-Diretor Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues Adm. Francisco Rogério Cristino Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade Comissão Permanente de Tomada de Contas Adm. Joel Cavalcanti Costa ����������������������������������������������������������������������������� Coordenador Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva ���������������������������������������������������������� Vice-Coordenadora Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha
Nos últimos dez anos o consumo nacional cresceu mais de cem por cento, em função, principalmente, do surgimento da nova classe média. Assim, o setor varejista segue em expansão, mesmo com o fraco desempenho da atividade econômica deste ano, porque fatores determinantes do consumo – como confiança do consumidor, manutenção do elevado índice de geração de empregos, expansão da renda e aumento do consumo das famílias – têm estado presentes em todo o território nacional.
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ENTREVISTA
O Vice-Presidente de Iniciativas Estratégicas para Mercados Emergentes da IBM, Ricardo Pelegrini, diz, nesta entrevista, estar convicto que o país se encontra, hoje, em um novo patamar tecnológico.
Conselho Editorial
Prof. Adm. Idalberto Chiavenato Prof. Carlos Osmar Bertero Prof. Milton Mira de Assumpção Filho
Oportunidades
Conselho de Publicações
Adm. Adelmo Santos Porto Adm. Ana Mônica Beltrão da Silva Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha Adm. Joel Cavalcanti Costa
Coordenação dos Conselhos Editorial e de Publicações
Adm. Saul Alcides Sgrott Coordenação Editorial. Editor–Executivo Jornalista Responsável. Revisão Projeto Gráfico Arte/Diagramação Fotolito/Impressão Tiragem
Produção
Via Brasília Adm. João Humberto de Azevedo Tânia Mendes – MT/3625/90 Rogério Márcio da Costa Alex Amorim e João Humberto de Azevedo (Via Brasília) Karen Rukat (Via Brasília) Plural Indústria Gráfica 118.000 exemplares
A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração, sob a responsabilidade do diretor da Câmara de Desenvolvimento Institucional, Adm. Saul Alcides Sgrott e da Coordenadora Técnica, RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA
Representação Comercial: Conecta Marketing Direto – Wladimir Reis Tel: (11) 4208-2883 E-mail: publicidade@cfa.org.br
Assinaturas
Setor de Autarquias Sul, Qd. 1, Bl. L, Ed. Conselho Federal de Administração Brasília–DF – CEP: 70070–932 Fone: (61) 3218–1818 – Fax: (61) 3218–1833 e-mail: rba@cfa.org.br Homepage: www.rbaonline.org.br
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CAPA
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Diversificação de sabores, qualidade do produto, preço competitivo, boa apresentação do estabelecimento e localizaçao adequada são os ingrediantes principais para o sucesso de uma sorveteria.
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Há sempre alguma resistência à mudança por vários motivos: as pessoas têm medo; não sabem muito bem qual o caminho a seguir; não confiam naqueles que provocam a mudança, já testemunharam várias tentativas de mudança, mas todas falharam; acham que podem perder algo.
Dinheiro
A indústria de softwares no Brasil, em 2011, confirma claramente o que especialistas já sabiam: este é um mercado que não vai parar de crescer. Foram cerca de US$37,5 bilhões, dentro do PIB do mercado de tecnologia da informação de US$102 bilhões. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
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Os especialistas em finanças pessoais consideram como causa principal do desequilíbrio financeiro o que todos sabemos: gastamos mais do que recebemos. Como evitar isso? Leia a matéria, e confira resposta para essa questão.
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Marketing
O marketing social pode ser aplicado em quaisquer situações em que um órgão ou autoridade pública, principalmente, deseja ver uma mudança social planejada no comportamento de indivíduos, grupos ou sociedade.
Sucesso
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Um “império” de dez supermercados, três hipermercados, três atacados de autosserviço , três distribuidoras e uma trasnsportadora, é dirigido pelo Adm. Altevir Magalhães.
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Tecnologia
Comportamento
Gestão
A geração Y, exaustivamente estudada por especialistas, tem um diferencial marcante em relação às gerações anteriores: acompanhou a revolução tecnológica desde o berçário.
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Liderança
Quase 20% dos jovens com menos de 30 anos ocupam cargos de liderança. Qual é o retrato desses jovens que lidam com a pressão de assumir cargos de chefia? Confira a resposta lendo esta matéria.
Internet
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Os dados confirmam o fabuloso crescimento do e-commerce no Brasil: em 2012, cerca 40 milhões de pessoas irão adquirir mercadorias nesta nova modalidade.
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Recursos humanos
O desafio dos responsáveis pelo setor de RH das organizações é bem complexo e exigente: formar e manter uma equipe não apenas tecnicamente qualificada, mas identificada com a empresa e comprometida com seus objetivos.
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ARTIGO I
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CFA/CRAs
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ARTIGO II
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CONEXÃO
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NOTAS
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QUIZ! Faça o teste desta edição e descubra se você usa bem o seu tempo.
A Adm. Nadja Medeiros faz, neste artigo, uma análise da eficácia dos serviços prestados pelo NTI. “Eleições virtuais do Sistema”, “Promoção Profissional em dia + RBA” e os resultados do XXII ENBRA, são as notícias desta edição. O Adm. Leandro Vieira vê no filme “300” lições de estratégia, liderança e bravura. Confira nesta seção indicações de filmes, livros e sites de seu interesse. Acompanhe as atualidades do Brasil e do mundo que selecionamos para você.
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entrevista
Por Tânia Mendes
Otimismo
no futuro do
Brasil
Ricardo Pelegrini faz parte da parcela do empresariado que confia no crescimento e na robustez da economia brasileira
F
Foto: Arquivo pessoal
ormado em Administração de Empresas, pósgraduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e com especialização em Marketing pela Columbia University, Ricardo Pelegrini assumiu, em julho de 2012, a Vice-Presidência de Iniciativas Estratégicas para Mercados Emergentes da IBM, organização denominada internamente como Growth Markets Unit (GMU). Integrada por 147 países, a GMU representou 22% da renda total da empresa em 2011, está no centro das atenções da IBM e a expectativa é que seja responsável por 30% da receita da IBM, até 2015. Paulistano, casado, sem filhos, 48 anos, há mais de vinte anos na organização, Pelegrini confessa-se orgulhoso em fazer parte desses 95 anos de história da IBM Brasil e está convicto que o país se encontra, hoje, em um novo patamar tecnológico. “Tenho uma grande satisfação de ter concorrido para esse progresso”. Ele, que já vivenciou situações difíceis no Brasil, anos atrás, com inflação galopante, mudanças de moedas e vários planos econômicos, diz nesta entrevista que agora estamos vivenciando um momento único de prosperidade e equilíbrio democrático e se sente honrado por ser um dos colaboradores dessa gigante mundial de tecnologia, presente em 170 países, que conta com milhares de profissionais, entre os quais três mil cientistas, cinco deles ganharam prêmios Nobel. Nesta entrevista, ele confirma suas previsões de melhores tempos para o país e diz confiar na manutenção do desenvolvimento econômico nacional.
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O senhor é bastante otimista em relação ao momento econômico por que passa o Brasil. Que fatores apontaria como principais para manter o ânimo do empresariado? Em primeiro lugar, o Brasil tem um mercado interno pungente, com grande potencial de gerar riquezas e constantes oportunidades de crescimento para as empresas aqui instaladas, notadamente, as inovadoras e tecnologicamente bem estruturadas. Vários segmentos empresariais estão sentindo esses benefícios. Os setores de serviços bancários e seguros, telecomunicações, energia e varejo, são alguns exemplos de setores que estão crescendo de forma equilibrada e constante. É inegável que os investimentos em infraestrutura, tanto da iniciativa pública como da privada, são bem significativos. Por outro lado, o estímulo à inovação, a desoneração da folha de pagamento para alguns segmentos da economia, os incentivos à pesquisa são algumas ferramentas utilizadas pelo governo brasileiro que, sem dúvida, estão estimulando as empresas a investirem mais e, consequentemente, a gerar emprego e renda. Um bom termômetro para medir a credibilidade do Brasil no cenário internacional é a chegada e, mesmo a volta, de muitas empresas para o território nacional. Isso porque não enfrentamos mais vários planos econômicos e inflação galopante, temos uma moeda estável, isso tudo facilita muito novos investimentos. Temos condições agora de planejar a longo prazo. O que podemos questionar, no momento, é a velocidade em que as coisas acontecem. Queremos mais rapidez. Quais seriam as principais medidas ainda a serem tomadas na área econômica para que o país se mantenha como a quinta economia mundial? Muitas decisões já estão sendo tomadas para que isso aconteça, como as ações que o governo federal está promovendo, que citei anteriormente. O que espero é que continue a fazer uma análise pontual para descobrir novos segmentos que precisam ser estimulados e, com isso, reduzir o que chamam de “custo Brasil”, que desestimula novos investimentos. Um aspecto que gostaria de enfatizar é o grande estímulo à pesquisa e inovação que o Brasil está promovendo. Recentemente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Projetos e Pesquisas RBA • Novembro/Dezembro de 2012
(Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram um programa importante para o desenvolvimento e internacionalização das empresas de software, alocando recursos substanciais para sua viabilização de uma proposta que considero ambiciosa. O momento é positivo e importante, mas nós empresários precisamos continuar fazendo mais e melhor, com menos.
Precisamos entender o que o mercado quer e precisa, para que possamos alinhar nossa atuação no sentido de resolver problemas.
Ao longo desses 95 anos, quais foram as maiores mudanças na IBM? O que posso dizer é que, nestes últimos vinte anos, ocorreu o direcionamento do seu foco. Antes focávamos na infraestrutura, na produção de hardware e software. Hoje nosso foco é o cliente e suas necessidades. Precisamos entender o que o mercado quer e precisa, para que possamos alinhar nossa atuação no sentido de resolver problemas, apresentar soluções viáveis. Para que isso aconteça, contamos com milhares de colaboradores, entre os quais três mil cientistas (50 brasileiros). Aplicamos mais de US$6 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e somos líder em registro de patentes. Hoje, 25% do trabalho na área de P&D da IBM está focado em projetos que atendem 11
entrevista
O momento é positivo e importante, mas nós empresários precisamos continuar fazendo mais e melhor, com menos.
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à visão Planeta Mais Inteligente e, em breve, devemos chegar a mais de 50%. É importante frisar que nosso trabalho, não só no Brasil, mas no resto do mundo – estamos presentes em 170 países – é feito de forma integrada com todos os parceiros. Atualmente, é mais fácil ou mais difícil defender investimentos no Brasil? Por quê? Não tenho dúvidas em responder que está muito mais fácil defender investimentos no Brasil. A imagem do país é forte, o grande crescimento do mercado interno brasileiro é visível para todos. Um exemplo da confiança que temos no Brasil está no investimento que fizemos no Centro de Operações Rio (COR). Este centro, espécie de quartel general da prefeitura, integra trinta órgãos com o objetivo de monitorar e otimizar o funcionamento da cidade no dia a dia, em especial, em grandes eventos, por meio de alta tecnologia para gerenciamento de informação e imagens. O COR é o primeiro do planeta na linha mundial de Cidades Inteligentes da IBM a integrar todas as etapas de um gerenciamento de crise: desde a antecipação, redução e preparação, até a resposta imediata aos eventos e realimentação do sistema com novas informações que podem ser usadas em futuros casos. O centro colhe e analisa imagens e informações em tempo (real), por exemplo, do volume dos rios, clima, alarme e trânsito.
de serviços, com foco no entendimento, modelagem e simulação de sistemas de qualidade, eficiência e produtividade. Com relação à pesquisa meteorológica que abordei anteriormente, trata-se de um projeto baseado em modelo matemático de eficácia comprovada e adaptado à cidade do Rio de Janeiro que, trabalhando com dados de várias fontes, incluindo satélites meteorológicos, pode prever a incidência de chuvas e possíveis enchentes com 48 horas de antecedência. Ganhamos o laboratório em competição com setenta países. Gostaria de enfatizar que o Brasil foi escolhido para sediar o primeiro laboratório de pesquisas e centro de excelência em recursos naturais da IBM no hemisfério sul, porque acreditamos no grande potencial de um país que oferece oportunidades para investir em tecnologia e inovação e nossa intenção é acelerar o projeto de inovação no Brasil.
Como anda o projeto do laboratório de pesquisas meteorológicas? Está centrado em quais objetivos? O laboratório tem funções bem mais amplas. O laboratório da IBM Research no Brasil, o primeiro laboratório de pesquisas da companhia no hemisfério sul e do Centro de Solução para Recursos Naturais tem foco em três vertentes importantes: petróleo, gás e mineração. Sua missão é desenvolver inovações tecnológicas para um planeta mais inteligente e abrange quatro áreas principais: descoberta, exploração e logística ligada a recursos naturais; dispositivos inteligentes utilizando avanços na área de semicondutores; inovação com ênfase em eventos de larga escala, como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016; e ciências
Como funcionam os programas para auxiliar na qualificação, voltados para estudantes universitários brasileiros? Uma das principais áreas de atenção da IBM é a qualificação e especialização de seu quadro de pessoal, em última análise, responsável pelo bom desempenho da empresa. Estamos cientes que o país enfrenta, ainda, sérios problemas na área de educação, mas há uma atenção geral ao gap em educação, que tem de ser resolvido para gerarmos mão de obra qualificada que garanta crescimento sustentado. Mas,
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quero deixar claro o que é indiscutível: os movimentos em infraestrutura são cada vez mais significativos, tanto por parte do governo, quanto pela iniciativa privada, inclusive com sérias discussões dos obstáculos enfrentados para os grandes eventos que acontecerão brevemente (Copa do Mundo e Olimpíada). Aqui na IBM temos uma série de programas para ajudar na qualificação com universidades, de forma extracurricular, que permite aos estudantes fazer cursos em áreas com maiores demandas de mercado. Investimos muito em capacitação complementar, promovendo treinamentos específicos antes da formatura, nas universidades e escolas técnicas, diferente de antigamente, quando treinávamos depois de contratar o funcionário. É importante salientar que, de 30% a 40% do pessoal recrutado pela IBM tem um nível de qualificação aquém do que a empresa precisa. Não estou afirmando que esses profissionais têm uma má qualificação, mas sim, que eles não estavam suficientemente preparados para as nossas exigências específicas. Por isso, a necessidade do treinamento complementar. O fantasma da inflação poderá ainda arrefecer o otimismo ou o país terá condições de impedir que isso aconteça? Estou plenamente convencido que o efeito da inflação, quando houver, será atacado por tudo e por todos. As cicatrizes deixadas pelo processo inflacionário que ocorreu no Brasil tempos atrás deixaram
marcas difíceis de serem esquecidas. Afinal a inflação destrói a credibilidade de um país e das pessoas e causa danos à sociedade, principalmente, à classe média, a que mais sofre com isso. O Banco Central está muito atento. Não devemos e não podemos deixar que a solidez atual seja destruída. Antes, pedíamos investimentos à matriz com mais frio na espinha do que hoje. Poderia dar sugestões aos jovens Administradores que começam agora a atuar no mercado de trabalho? Vejo o Administrador como um profissional de fundamental importância para as organizações, tanto privadas, quanto públicas, pelo conhecimento multidisciplinar. Um conselho que dou para esses profissionais é que nunca parem de estudar e procure se especializar, além de obter conhecimentos em duas vertentes principais: visão horizontal no segmento que atua, por exemplo, se atua no setor varejista, procurar conhecer sua infraestrutura, pontos fortes e fracos, gargalos, etc.; e visão vertical, na área específica de atuação, por exemplo marketing de varejo, análise do contexto (cadeia logística, concorrência, etc.). Por último, aconselho a esses novos profissionais a encararem os desafios que irão encontrar pela frente e não esquecer que sua função é muito maior que simplesmente produzir lucro para as organizações, mas também, racionalizar recursos e se comprometer com a sustentabilidade das instituições, de sua cidade, estado, país e mundo que habita. 13
oportunidades
Por João Humberto de Azevedo
Sorveteria O Um negócio antigo e de muito futuro
Foto: Shutterstock
Dando continuidade às oportunidades de negócios para quem quer investir para a Copa do Mundo de 2014, neste número, vamos falar do sorvete, um alimento nutritivo, de consistência agradável e paladar saboroso.
Estudo baseado na publicação “Sorveteria”, da série “Como abrir seu próprio negócio Edição Sebrae”, do mesmo autor.
sorvete é uma invenção antiga, dos chineses, que há três mil anos já misturavam neve com sucos de frutas para obter o sorvete. No Brasil, os sorvetes chegaram em 1834, quando dois comerciantes compraram gelo de um navio americano e, com a mesma receita básica dos chineses, começaram a fabricar sorvetes com sabores de frutas típicas tropicais. Mas, a primeira indústria do produto surgiu um século depois, em 1941. Ao longo dos anos, desenvolveu-se a sorveteria artesanal que passou a utilizar o leite como principal ingrediente. Hoje, a maioria dos sorvetes é considerado um produto lácteo, sendo reconhecido pelos nutricionistas como um alimento completo. Os dois segmentos – industrial e artesanal – tiveram um grande impulso nos últimos 60 anos. Hoje o mercado brasileiro de sorvetes industriais é dominado por dois ou três megaempreendimentos e, pelo menos, dez mil pequenos negócios artesanais vêm conquistando o paladar do consumidor. Tanta concorrência deveria assustar novos empreendedores, mas no mercado brasileiro ainda há muito espaço para negócios dessa natureza. Diversificação de sabores, qualidade do produto, preço competitivo, boa apresentação do estabelecimento e localização adequada são fatores primordiais para o sucesso de uma sorveteria. De todos os fatores, segundo os especialistas do ramo, o principal é a qualidade sanitária do produto. Para isso, são essenciais a limpeza geral do estabelecimento, a boa saúde dos empregados e a qualidade dos ingredientes, além de boas instalações, equipamento adequados, correta manutenção e ótimas condições de saneamento público.
O terreno que você vai pisar
No Brasil, quase todo mundo, independente do sexo, idade ou classe econômica, consome sorvete. Entretanto, o produto sofre efeitos da sazonalidade, com as vendas caindo nas épocas mais frias. Mudar este hábito tem sido um desafio para a indústria de gelados comestíveis. Apesar de um mercado bastante significativo, no Brasil o consumo do sorvete está abaixo da média mundial. Os brasileiros consomem, em média, 2,5 litros per capita por ano, enquanto nos Estados Unidos esta média é de 22 litros, na Austrália 20 litros, e na Nova Zelândia 16 litros. Mesmo comparando com
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os países vizinhos como Argentina ainda estamos em desvantagem: lá estima-se que o consumo seja de seis litros per capita. Mesmo assim, as perspectivas de consumo no país são animadoras. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete (ABIS), em 2011, foram consumidos 934 milhões de litros de sorvete e, espera-se em 2012, um consumo superior a um bilhão de litros anuais. Para assegurar melhores vendas nos meses mais frios, o empreendedor pode criar receitas especiais, com a utilização de caldas quentes, massas de flocos e mesclados, uvas-passas, nozes, castanhas e licores, que podem tornar o produto atraente, mesmo fora da temporada de verão. Outra alternativa é diversificar a produção, passando a oferecer também sucos, cafés, tortas geladas e até massa congelada para pão de queijo. Mas, para definir claramente o perfil do negócio, o novo empreendedor deve, contudo, observar uma série de requisitos essenciais para serem bem sucedidos no setor. É importante conhecer o perfil do consumidor potencial da área onde ele pretende atuar – cidade,
Sorvete de morango Ingrediantes para um kg de sorvete: 700 ml de leite natural; 150 g de leite em pó integral; 40 g de gordura geneve T; 130 g de açúcar refinado; 30 g de dextrose; 5 g de estabilizante; 20 g de emulsificante; 20 g PB de morango; 150 g de polpa de morango. Modo de preparar: Coloque no liquidificador parte do leite, acrescente a gordura e o emulsificante. Depois adicione o restante do leite em temperatura ambiente, incorpore os ingredientes secos que foram previamente pesados e misturados. Bater até formar uma mistura homogênea. Levar para maturar, no mínimo por três horas na geladeira e, após a maturação, deve-se produzir o sorvete na produtora. Armazenar a temperatura de -20 graus centígrados.
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oportunidades bairro ou determinada área – principalmente em termos de faixa etária, classe social, gostos e preferência. Com essas informações será possível identificar a linha de produtos mais adequada, o nível de sofisticação ou simplicidade do negócio, o tipo de embalagem mais correto, estratégia de marketing a ser utilizada, política de vendas da empresa e até o estilo de decoração a ser utilizado no estabelecimento.
Ponto comercial e investimento
Como foi dito anteriormente, um bom ponto comercial é um dos fatores mais mportantes para o sucesso da sorveteria. Encontrar o ponto ideal não é fácil, pois o local escolhido precisa ter grande fluxo de pessoas, amplo espaço, entre outros fatores. Para saber se o ponto comercial é adequado para esse tipo de atividade você deve encontrar respostas positivas para várias indagações, entre as quais destacamos: A movimentação de pedestres diante do estabelecimento é grande? O tráfego de veículos é constante na rua ou avenida onde o ponto está localizado? O número de concorrentes é pequeno ou inexistente? O acesso ao estabelecimento é fácil? Existe facilidade de estacionamento? A calçada da loja está em perfeitas condições? As imediações da loja são limpas? A região oferece condições adequadas de segurança? As condições sanitárias são adequadas? A rede de energia elétrica é adequada?
Se você pretende entrar no ramo de sorveteria deve escolher cuidadosamente os equipamentos que vai adquirir. Devem ser de qualidade e ter garantia de assistência técnica eficiente. Para fabricar, por exemplo, entre 80 a 120 litros diários de sorvetes, as máquinas e equipamentos mais importantes são: produtora com capacidade para 30/40 litros por hora; torre de resfriamento; três freezers de estocagem; um freezer de vendas; dois liquidificadores industriais; uma geladeira grande; um fogão industrial; dois filtros de água; mesa para trabalho; além de mesas, cadeiras, taças, copos, bandejas, balcões frigoríficos, caixa registradora, balança eletrônica com etiquetadora (caso o ne16
gócio adote o sistema de self service) e materiais diversos (conchas, baldes, porta-pás, colher de sorveteiro, expositores para caldas, etc.). Em relação aos custos fixos, uma pequena sorveteria artesanal, vai ter gastos com aluguel do imóvel e taxas (caso o imóvel não seja próprio); água, energia elétrica e telefone; materiais de limpeza e conservação; serviços de manutenção; honorários contábeis; etc. Os materiais que entram diretamente na produção são: água filtrada, leite, açúcar, glucose, gordura vegetal hidrogenada, estabilizante/emulsionante; polpa de frutas; e aroma. Para a produção sugerida neste estudo, o empresário vai precisar contratar dois sorveteiros, dois balconistas e um caixa, que pode substituido pelo proprietário. Uma sorveteria com produção média/diária de 80 a 120 litros de sorvete, precisa investir um capital de R$40 mil a R$70 mil em equipamentos e capital de giro; e faturar uma média mensal de R$25 mil a R$35 mil. A taxa de retorno do capital investido representa entre 12 a 18 meses. Atenção! Além da legislação obrigatória a todas as empresas brasileiras, as sorveterias estão submetids a regras legais específicas para “produtos alimentícios obtidos a partir de uma emulsão de gordura e proteínas, com ou sem adição de outros ingredientes e substâncias que tenham sido submetidas ao congelamento”.
Ficha Técnica Ramo de atividade: Sorveteria Tipo de negócio: Fabricação e comercialização de sorvetes Investimento inicial: R$40 mil a R$70mil Área física: 40 m2 a 60 m2 Número de empregados: 4 a 6 funcionários Lucratividade: 15% a 25% Taxa de retorno: 12 a 18 meses
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tecnologia
Por Tânia Mendes
Softwares: eles mudaram o ritmo e a rotina do planeta
Um mercado que não vai parar de crescer desafia cada vez mais a inteligência humana
O Ilustração: Shutterstock
s números registrados pelo setor de software no Brasil, em 2011, confirmam claramente o que especialistas já sabiam: este é um mercado que não vai parar de crescer. Foram cerca de US$37,5 bilhões, dentro do PIB do mercado de tecnologia da informação de US$102 bilhões. E, se depender do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), continuará crescendo nos próximos anos. A meta do governo brasileiro é acelerar o crescimento da área para atingir de US$150 bilhões a US$ 200 bilhões na próxima década. Para viabilizar essa proposta ambiciosa, o titular do MCTI, Marco Antonio Raupp, lançou este ano o programa ‘TI Maior’ visando a estimular o desenvolvimento e a internacionalização das empresas de software. O programa contará com recursos da ordem de R$500 milhões, originados de desembolsos do Programa Estratégico de Software (Prosoft), recursos da Financiadora de Projetos e Pesquisas (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Dentre as estratégias definidas no programa, a mais importante é a formação de ecossistemas de base tecnológica local, com investimento previsto nesta área de R$431 milhões. Não menos importante é a previsão de criação de Certificação de software desenvolvido no Brasil, a ser realizada pelo Centro de Tecnologia da Informação (CTI Renato Archer) e empresas parceiras. Um dos trunfos do programa está no poder de compra do próprio governo federal que, no ano passado, desembolsou cerca de R$7,5 bilhões na compra de softwares. Mas com o grande crescimento dessa indústria de tecnologia vieram grandes problemas relacionados a prazos e à qualidade. Ramon Durães, diretor
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executivo da 2PC Br, confirma que é um mercado que só tende a crescer, em seu artigo intitulado “Desenvolvimento de software não é construção civil”, publicado em seu blog. Durães considera que a arte de desenvolver software é baseada em um modelo completamente criativo e dinâmico, sujeito a mudanças a cada passo, sejam oriundas de uma amplificação no entendimento do valor de negócio por parte do cliente. Para este especialista, as disciplinas tradicionais de gestão baseiam-se em muitas ideias aplicadas na própria construção civil e tentam, usando esses princípios, determinar os mesmos fundamentos para projetos de desenvolvimento de software, desconsiderando que são modelos completamente diferentes e conduzidos por pessoas criativas. “Costumo dizer que, ao projetar um prédio, nós costumamos ver a evolução da construção, desde a fundação e às paredes que vão aparecendo aos nossos olhos. Rapidamente você consegue pegar e medir quanto é necessário de investimento e esforço para atingir o objetivo. Já no caso do software, a realidade é completamente diferente, pois é emergente e adaptável em cada passo dado”, destaca Durães. Em seu artigo, ele afirma que o grande marco de mudança contra os modelos tradicionais de desenvolvimento de softwares — publicado no “Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software” — está assentado em quatro pilares importantes: 1) Indivíduos e interações mais do que processos e ferramentas 2) Software em funcionamento mais do que documentação abrangente 3) Colaboração com o cliente mais do que negociação de contratos 4) Responder a mudanças mais do que seguir um plano RBA • Novembro/Dezembro 2012
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A base principal de tudo isso, argumenta, são pessoas felizes colaborando com o processo produtivo que requer adaptação frequente e muita atenção para atender à expectativa do cliente dentro dos objetivos do projeto. “No modelo ágil, direcionamos todas as energias em criar um software orientado para os desejos do cliente mas, sabemos, nunca será igual aos pensamentos originais. Eles emergem e amadurecem junto com as entregas frequentes de software, que são apresentadas em cada final de Sprint”, conclui. Holger Felgner, gerente geral da empresa alemã TeamViewer – especialista em software de acesso remoto e apresentações on-line – considera que o acesso fácil à internet e aos dispositivos móveis como smartphones e tablets já é realidade no mundo e também no Brasil, mesmo com inúmeras barreiras tributárias e comer-
ciais. “A recente vinda de fabricantes oriundos do outro lado do mundo ao país comprova esse crescimento e demonstra a importância do Brasil como mercado consumidor aos olhos de grandes empresas como Apple e a Microsoft, entre outras”, esclarece. Ele assegura: esse crescimento do acesso da população à computação móvel acompanha o ritmo acelerado do crescimento da economia brasileira. Consequentemente, muda o comportamento dos profissionais que necessitam estar conectados a qualquer hora e em qualquer lugar. Ele destaca que “hoje, há softwares que permitem o acesso total aos computadores pessoais e corporativos, mesmo que o dono dessas máquinas esteja a milhares de quilômetros de distância do aparelho, e isso mudou o ritmo e a rotina de trabalho de muitos profissionais, facilitando a vida desses trabalhadores”.
15 Aplicativos essenciais para Tablet e Android
APN Brasil – configurações para acessar redes 2G/3G das principais operadoras
Aldiko Book Reader – lê e-books nos formatos ePub e PDF
eBuddy – permite conexão com vários messengers
Evernote – transforma o tablet em uma agenda eletrônica Winamp – um dos principais players de MP3 para tablets Android Assistant – monitora recursos e realiza limpezas de ponta a ponta no tablet Pulse News – acompanha notícias, feeds, blogs e possui integração com Redes Sociais File Manager HD – facilita o gerenciamento de arquivos no Android Astro File Manager – muito popular entre os smartphones e dá conta do recado em tablets History Eraser – verdadeiro faxineiro para tablets SwiftKey Tablet X – precisão e interatividade Opera Browser – navegador leve e rápido Maxthon for Tablet – sincroniza informações de navegação entre tablets, smartphones e PCs QuickPic – central de ferramentas para visualização e gerenciamento de imagens MX Video Player – substitui os conversores de vídeo Fonte: www.mestreandroid.com.br
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comportamento
Por Tânia Mendes
O novo tempo exige
MUDANÇAS
As pessoas têm medo do desconhecido e do novo. Assim, implementar mudanças é sempre um grande desafio para qualquer organização
momento”, conta o autor: “É precisamente por isso que não apenas uma pessoa, mas muitas pessoas, compreendem que por vezes surgem percalços e que aprendem a orientar-se no sentido de um futuro melhor”. Kotter afirma que há sempre alguma resistência à mudança e essa resistência existe por vários motivos: as pessoas têm medo; não sabem muito bem qual o caminho a seguir; não confiam naqueles que provocam a mudança, já testemunharam várias tentativas de mudança, mas todas falharam; acham que podem perder algo. “E nós lidamos com a resistência mostrando às pessoas que talvez seja uma boa ideia sairmos daqui. Talvez esteja acontecendo qualquer coisa; talvez estejamos entalados aqui”, observa e conclui: “É fantástico percebermos a capacidade criativa das pessoas quando há algo que as motiva”. Marcelo de Souza Bastos, consultor da Gerência de Inovação em Tecnologia e agente de Inteligência Competitiva no Banco do Brasil, no artigo Resistência à mudança: 10 razões (do blog), considera que implementar mudanças, em qualquer ambiente é sempre um grande desafio para qualquer empresa. “No entanto, a mudança é uma realidade sempre presente na humanidade. O que mudou nos últimos tempos é que ela se tornou muito mais frequente do que no passado”. Ele lista as dez razões para as pessoas resistirem à mudança, inspirado no blog da Harvard Business Review, apresentado pela professora Rosabeth Moss Kanter. Em síntese são as seguintes:
Perda de controle da mudança – Sensação de perda de controle de seu território. Incerteza alta – As pessoas têm medo do desconhecido e do novo.
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Foto: Shutterstock
globalização – uma das muitas transformações que o mundo está atravessando – proporciona às organizações muitas oportunidades, mas também grandes riscos. Assim, a busca por melhorias contínuas, não somente para competir, mas para sobreviver; promover mudanças e quebrar paradigmas é uma constante para organizações modernas. Alterar comportamentos, mudar atitudes são obstáculos difíceis de serem encarados pelas pessoas, pois algo novo causa incertezas, medo e, consequentemente, gera resistência. Resistência à mudança é um termo utilizado em pesquisas sobre mudança organizacional: seja para introduzir novas tecnologias, métodos de produção, ou práticas gerenciais etc. Jonh Kotter, coautor do livro O nosso iceberg está derretendo (Editora Best Seller), explica que esta 22
obra é basicamente sobre uma colônia de pinguins na Antártida que habitavam o mesmo iceberg há gerações e vivem lá há tanto tempo que nem o questionam: “É o nosso lar. Temos nossa forma de fazer as coisas”. Então, uma espécie de pinguim mediano, um tipo muito curioso, percebe que um lado do iceberg está um pouco diferente do ano passado e começa a tirar medidas, a mergulhar e detectar sinais que indicam que o gelo está derretendo. A história é sobre o que faz este pinguim, a resistência do grupo às mudanças e a forma como ele e um grupo de outros personagens enfrentam os problemas reais, com que todos nós nos deparamos, descobrindo formas muito interessantes de lidar com eles. “Não há dúvida de que a mudança se dá a uma velocidade cada vez maior. Todos os indícios sugerem que tudo acontece cada vez mais rapidamente, afetando a todos a cada RBA • Novembro/Dezembro de 2012
Implementação de surpresa – Impor mudanças de surpresa é o melhor caminho para o fracasso. Tudo diferente – Implementar a mudança nos pontos mais críticos. Perda de identidade – Mudança sempre é abandono do passado. Preocupação com a empregabilidade – Mudança gera insegurança às pessoas. Mais trabalho – Por natureza, qualquer mudança gera mais trabalho. Efeito cascata – A mudança não será sentida somente pela organização-alvo. Ressentimentos do passado – Os fantasmas do passado retornam para cobrar seu preço. Às vezes a ameaça é real – A mudança causa reação, porque pode realmente machucar.
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artigo
Adm. Nadja Medeiros Justino da Silva, Técnica em TI, Gerente de Capacitação do NTI/UFPE e Mestre em Gestão Pública
Análise da eficácia dos serviços prestados pelo NTI, como gestor de TIC
Para Ramos, o fato administrativo é definido como o complexo de elementos e de suas relações entre si, resultante e condicionante da ação de diferentes pessoas, escalonadas em diferentes níveis de decisão, no desempenho de funções que limitam e orientam atividades humanas associadas, tendo em vista objetivos sistematicamente estabelecidos. (RAMOS, 1983, p. 7).
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O estudo científico da administração não é satisfatório quando a análise dos seus elementos ocorre de forma isolada, numa tentativa de explicar o todo através de uma parte. A totalidade alerta o pesquisador para a necessidade de se levar em consideração tanto a estrutura interna da administração como sua interação com todos os níveis da vida social. A discussão desse autor sobre decisão tem grande destaque neste trabalho, já que essa dimensão articula os elementos aestruturais e estruturais do fato administrativo. Em sua concepção o cerne da gestão reside na elaboração de decisões. Ramos (1983) aponta a eficácia como um dos pressupostos da decisão juntamente com os conceitos de tempo e comunicação. Concebe eficácia como a busca pela máxima produtividade, levando-se em conta os interesses da organização, sem perder de vista os interesses dos indivíduos envolvidos no processo, fazendo uso de todos os recursos informações e conhecimentos para obter os resultados propostos e vê o gestor como um facilitador do bem-estar da coletividade inserida no contexto. Tenório (2006) apresenta esse conceito expandido em três dimensões (eficácia, eficiência e efetividade) para avaliar a gestão e o processo decisório e enfatiza que a administração tem procurado, através dessas variáveis, o desenvolvimento e a sobrevivência das organizações. Eficácia é entendida como “fazer o que deve ser feito, isto é, cumprir o objetivo determinado”; eficiência significa “a melhor forma de fazer algo com os recursos disponíveis”; e efetividade “é a capacidade de atender às expectativas da sociedade” (TENÓRIO, 2006, p. 18, 20). RBA • Novembro/Dezembro de 2012
Ilustração: Shutterstock
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ficácia: tema relevante, abordado com frequência em estudos que visam à otimização da produção para obtenção dos objetivos propostos por organizações. Da mesma forma, a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é tema de impacto no desenvolvimento de atividades sejam no ensino, pesquisa, extensão ou gestão, e sua discussão tem ocorrido pela sua importância estratégica, e também por sua característica transversal como ferramenta meio nas mais diversas áreas do conhecimento. Esse fato justifica o investimento na construção e manutenção de um parque tecnológico que atenda eficazmente as demandas de TIC, atribuindo à UFPE o devido valor na realidade social onde está inserida como Instituição Federal de Ensino Superior (IFES). A proposta desta pesquisa foi analisar como a eficácia dos serviços prestados pelo Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) para a UFPE, na visão dos seus diretores, no período de 2000 até 2009, encontra-se aderente ou não à noção de fato administrativo, desenvolvido por Alberto Guerreiro Ramos. A releitura da abordagem desse autor se mostra adequada ao cenário das organizações. A contemporaneidade de seus estudos demonstra como este homem estava à frente de seu tempo quando defendia que através de uma consciência crítica, do uso da razão, no sentido clássico da palavra, seria possível utilizar conhecimentos e informações em prol da maximização e otimização da produção, sem perder de vista o indivíduo e sua inserção nos diversos sistemas sociais que circundam sua vida.
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artigo
Por Ana Graciele
CFA/CRAs
A busca pela eficácia é o objetivo dos serviços prestados pelo NTI, que visam a garantir o seu papel estratégico na realidade social da TIC na UFPE. Nesse aspecto, foi necessário analisar fatos administrativos que estão delimitados dentro de seu ambiente interno. Os depoimentos dos diretores do período em estudo conduziram à delimitação de cinco fatos administrativos, que foram caracterizados a seguir:
Distribuição dos Fatos Administrativos nos Elementos
ELEIÇÕES VIRTUAIS
Foto: Arquivo pessoal
Como conclusão, entende-se que as principais contribuições empíricas deste trabalho são os indícios encontrados de que a eficácia dos serviços prestados pelo NTI da UFPE é aderente à noção de fatos administrativos tal qual abordada por Ramos (1983), embora seja reconhecida, a partir desses relatos, como uma eficácia instrumental, já que há questionamentos sobre como atender integralmente ao conceito do autor que é atender aos objetivos propostos pela Instituição, mas também investir na satisfação pessoal dos técnicos e usuários institucionais. A originalidade do trabalho reside no fato de se ter verificado que os indícios dessas aderências ocorreram através dos três elementos constitutivos do fato administrativo, implicando a identificação de 5 fatos concorrentes para a consecução da eficácia. Os elementos do fato administrativo mostram-se suscetíveis para a projeção da eficácia instrumental dos serviços prestados pelo NTI, tendo como base a coincidência de temas abordados pelos gestores entrevistados. O conhecimento mais aprofundado sobre esta pesquisa pode ser adquirido através da consulta à Dissertação de Mestrado da pesquisadora, defendido em 2009, no MPANE/UFPE, fonte deste texto e do artigo de mesmo título ganhador do Premio Guerreiro Ramos/2012 – categoria pesquisador, promovido pelo Conselho Federal de Administração (CFA) e disponível em www.ufpe.br/mgp e www.cfa.org.br, respectivamente.
Prêmio Guerreiro Ramos em Gestão Pública tem a Adm. Nadja Medeiros Justino da Silva Ganhadora da versão/2012
Referências RAMOS, A.G. Administração e contexto brasileiro. Elementos de uma sociologia especial da administração. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1983. ______. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1989. TENÓRIO, F. G. (Org.). Gestão de ONGs: principais funções gerenciais. 10. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2006. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 26
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o dia 25 de outubro, foram realizadas as Eleições do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs). Com o pleito, foram eleitos Conselheiros Regionais Efetivos e Suplentes dos Conselhos Regionais de Administração (CRAs), sediados em todos os estados da Federação e no Distrito Federal. Além disso, os profissionais de Administração escolheram os novos Conselheiros Federais que irão representá-los em âmbito nacional, bem como seus suplentes. O resultado das eleições foi transmitido por meio da internet, para todo o país. No início da transmissão, o presidente da Comissão Permanente Eleitoral do CFA, Adm. Sergio Pereira Lobo, agradeceu à equipe envolvida na organização e divulgação das eleições. “A cada edição, o número de votantes vem aumentando. Isso mostra que as eleições do Sistema CFA/CRAs estão se aprimorando”, disse. Para atender as dúvidas dos eleitores, o CFA montou uma central de atendimento. No dia das eleições, a autarquia recebeu mais de três mil ligações e mais de 700 e-mails foram respondidos. “Isso mostra que os eleitores ainda têm muitas dúvidas. Precisamos repensar alguns procedimentos para aperfeiçoar, cada vez mais, o processo eleitoral do Sistema CFA/CRAs”, afirmou Sergio Lobo. Segurança comprovada - Para garantir maior segurança, o programa de eleições virtuais passou por uma auditoria externa com o objetivo de detectar eventos classificados como fraudulentos, maliciosos ou suspeitos. De acordo com o presidente do CFA, Adm. Sebastião Luiz de Mello, todo esse trabalho é para garantir que o processo eleitoral do Sistema CFA/CRAs seja bem conduzido. “As eleições precisam de transparência e ética”, defendeu. Referência – Essa não é a primeira vez que o CFA realiza eleições por meio da internet. Os dois últimos processos eleitorais também aconteceram on-line e fizeram do Conselho um dos pioneiros em realizar o pleito via internet. Em razão disso, o CFA tem sido referência para diversos órgãos que desejam implementar votações on-line. “Saber que hoje somos referência no assunto é muito gratificante, pois mostra que o esforço valeu a pena”, comenta o presidente do CFA. O resultado completo das eleições do Sistema CFA/CRAs está disponível no site www.votaadministrador.org.br.
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Três mil pessoas participam do
XXII ENBRA
Foto: CRA/RJ
Entre os dias 5 e 7 de novembro, no Vivo Rio, o Rio de Janeiro sediou com sucesso o XXII Encontro Brasileiro de Administração e o VIII Congresso Mundial de Administração, organizado pelo CRA-RJ, CFA e CRA-RS, e que teve como tema “Pacto Global: a contribuição da Administração para uma sociedade mais justa e sustentável”. Com mais de 3 mil pessoas presentes, os eventos contaram com a abertura do sociólogo Domenico de Masi na Conferência Magna, quase 50 outros palestrantes, 11 painéis, três Informativos sobre os acontecimentos diários e transmissão ao vivo pela Web Rádio e Web TV, além de terem sido expostos, no Museu de Arte Moderna, 42 artigos científicos de forma oral e 51 pôsteres enviados por profissionais de todo o Brasil, México, Argentina e Guatemala.
Participantes do evento
A Conferência Magna trouxe algumas respostas do sociólogo italiano Domenico de Masi a uma das perguntas mais usuais da atualidade: o que irá acontecer daqui para frente? O palestrante considerou dez itens que serão modificados da nossa realidade atual e que farão a diferença no futuro, mais precisamente no ano de 2020, e criou uma síntese do cenário que será encontrado. São eles: a Longevidade, a Tecnologia, a Economia, o Trabalho, a Virtualidade, o Lazer, a Androgenia, a Ética, a Estética e a Cultura. E o Brasil será uma das molas-mestras dessa guinada por já estar começando a pensar e agir de acordo com o desenvolvimento sustentável. “Estamos em um mundo que está em busca de um novo modelo de vida. E este modelo possa vir 28
da América Latina. O Brasil tem hoje a incumbência histórica de criar um novo modelo de sociedade que seja válido para toda a humanidade”, afirmou o sociólogo, que também é autor do livro ‘O ócio criativo’, com milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Os 11 painéis que formaram o XXII Enbra e o VIII CMA foram baseados nos princípios do Pacto Global, idealizado pela ONU. Foram eles: Direitos humanos, Educação básica e de qualidade para todos, Meio ambiente, Igualdade de gênero e valorização das diferenças, Discriminação no emprego, Apoio à liberdade de associação, Fome e miséria, Corrupção, Empregabilidade, Modelo de gestão e Desenvolvimento sustentável. Uma das palestrantes do evento foi Ana Maria Rodrigues, membro eleito do Conselho Científico da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que presidiu o painel “Fome e miséria: ações para sua eliminação em todas suas formas de manifestação”, que falou da necessidade de uma reconstrução da forma de pensar e agir da sociedade: “É imperioso recriar um novo mundo com vontade política suficiente e capaz de tomar as medidas adequadas para erradicar a pobreza e a fome de um mundo escandalosamente desigual e injusto”. Esta teoria foi corroborada por Norman de Paula Arruda Filho, presidente do Instituto Superior de Administração, que lembrou a importância do administrador nas mudanças que precisam ser feitas para que os princípios do Pacto Global sejam atendidos. “É preciso haver um movimento grande de transformação dos padrões de consumo e produção, a fim de estabelecer uma ideologia de consumo sustentável, com um compromisso com o futuro”, afirmou Norman.
Acordo com a OIT
Mais uma importante parceria para o administrador foi assinada durante o XXII Enbra e o VIII CMA: um Termo de Cooperação entre o Conselho Federal de Administração e a Organização Internacional do Trabalho, tendo o CRA-RJ e o CRA-RS como responsáveis pelas ações a serem desenvolvidas. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
O acordo visa a capacitar multiplicadores para a promoção do trabalho decente e responsabilidade social e a capacitação de administradores no Centro Internacional de Formação da OIT, em Torino, na Itália. “Acho que esse Termo de Cooperação irá nos permitir aprofundar a parceria, que já existe há algum tempo e cresceu ainda mais no ano passado. Com ela, podemos trocar experiências, organizar atividades conjuntas e outras alternativas que nos façam interagir ainda mais”, analisou Laís Abramo, diretora da OIT no Brasil, que também foi a presidente do painel ‘Discriminação no emprego: como eliminá-la”, ressaltando ainda a importância do administrador na concretização das ideias da instituição sobre um trabalho digno: “Vocês ocupam um lugar central na criação e manutenção de empregos, por isso, fico feliz que estejam aqui hoje discutindo essas muitas formas de tratar o tema”, completou Laís. Também participou do evento, como palestrante do painel sobre Empregabilidade, Antonio Graziosi, diretor de Formação do Centro Internacional de Treinamento da OIT.
Carta do Rio firma compromissos
Ao fim do evento, foi proclamada a Carta do Rio, com a finalidade de sintetizar o pensamento dos participantes do evento sobre como atender aos princípios do Pacto em toda a sociedade, principalmente, naqueles que tangem aos ambientes organizacionais em que atuam os profissionais de Administração.
Foto: CRA/RJ
CFA/CRAs
Domenico de Masi Palestrante da Conferência Magna do XXII Enbra
“A Carta do Rio coloca os debates, as discussões e as reflexões sobre os 10 princípios do Pacto Global no sentido de como eles se rebatem no mundo do trabalho. Agora, devemos pensar que reflexão é ação. E que ações são práticas. O que nossos sistemas precisarão desenvolver, a partir dessa discussão, para que a realidade se transforme?”, indagou o presidente do CRA-RJ, Wagner Siqueira, reforçando que os administradores devem sair do XXII Enbra e do VIII CMA com a mente voltada para as formas de colocarmos, no dia a dia, esses conceitos: “Devemos ser práticos, senão ficaremos apenas no subjetivismo do mundo das ideias e não das ações concretas. A Carta do Rio é uma tentativa de apontar um rumo e um destino para a administração sustentável”, finalizou. Fonte: CRA-RJ
“Profissional em dia + RBA” já iniciou O CFA realiza a promoção “Profissional em dia + RBA”. A ação abrange Administradores e Tecnólogos registrados, oferecendo aos profissionais que quitarem sua anuidade até 31 de janeiro de 2013 uma assinatura anual da Revista Brasileira de Administração (RBA) como cortesia. A assinatura inclui todas as regiões do país. O seu recebimento está condicionado ao envio da listagem, pelos respectivos CRAs, com os Administradores e Tecnólogos em Administração contemplados. Quem participar da promoção receberá a edição nº 93 (março/abril de 2013) até a edição nº 98 (janeiro/fevereiro de 2014) da RBA. A primeira está prevista para ser entregue a partir da segunda quinzena de abril de 2013. A partir do próximo ano, a RBA trará muitas novidades. A principal delas será o novo projeto gráfico e as novas plataformas para visualização, incluindo edição digital para tablets, versão on-line no site, blog e redes sociais para oferecer o máximo de conhecimento para os profissionais de Administração de várias gerações. Confira as edições anteriores da RBA em www.rbaonline.org.br Por: Ana Graciele RBA • Novembro/Dezembro de 2012
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Por Tânia Mendes
O desafio de Administrar as
FINANÇAS PESSOAIS
no início de 2013
Ilustração: Shutterstock
Como evitar uma despesa maior do que a receita?
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orçamento. Trinta dias depois, é chegada a hora de s gastos com férias, viagens, presensomar os gastos e ver qual o tamanho do problema. tes, festas de fim de ano, como semProvavelmente você terá uma surpresa desagradável: pre ficaram bem acima do esperado. gasta muito mais do que imaginava. Comece a agir Janeiro se inicia para muitos brasileinas pequenas coisas: tente reduzir a conta de água, ros como o mês mais “magro” do por exemplo, em 10%. O importante é começar a ano. Pois ainda será preciso encarar aquelas despesas reduzir, mesmo que seja pouco. Assim que conseguir tradicionais de começo de ano: impostos, matrículas atingir esse objetivo, vá aumentando a quantia a ser e material escolar, cartões de crédito, além das contas economizada até chegar a um patamar que sirva de mensais de sempre. Os recursos que entrariam no mês limite máximo para os gastos mensais. não dariam para tantas despesas. Como sair deste círCrie categorias de gastos – Comece pelas culo vicioso de má administração do próprio dinheiro? categorias mais comuns: alimentação, saúde, seOs especialistas em finanças pessoais consideram gurança, limpeza e higiene pessoal, limpeza do lar, como causa principal do desequilíbrio financeiro o que impostos (IPTU, IPVA, etc), serviços todos sabemos: gastamos mais do públicos (água, luz, telefone, etc.), que recebemos. Isso se deve à falta transporte (gastos com veículos de hábito de organizar as contas, particulares ou com transporte púfazer um planejamento financeiro. blico), educação (mensalidades, Mas como evitar isso? Por que não Controlar material escolar, livros didáticos), começar aos poucos, por exemplo, e assim por diante. Não crie uma aproveitando o mês de janeiro para as finanças categoria específica para cartão inaugurar o seu plano. Planejar é pessoais é de crédito, isso pode atrapalhar decidir antecipadamente o que deve o controle de suas finanças. Após ser feito. E um plano de ação (não muito mais alguns meses de anotações você apenas de bons propósitos) é uma uma questão de será capaz de saber quanto gasta, linha de ação pré-estabelecida. É uma atividade diária. Ou, ao medisciplina do que em média, com cada categoria e isso poderá lhe ajudar a planejar nos, semanal. conhecimento os próximos meses. Aqui estão algumas dicas para Comece a poupar – Em pouco quem quer planejar com cuidado, em finanças. tempo – no máximo quatro meses começando pelo mês de janeiro – você já deverá estar adaptado e do próximo ano. No começo é um o ato de anotar seus gastos tornapouco difícil, mas à medida em se um hábito. No final desse tempo que os resultados vão aparecendo, você pode ter uma boa surpresa: você vai se sentir mais motivado e suas contas estão bem – a despesa o planejamento das suas finanças está igual à receita. Pode até mesmo sobrar um pouco pessoais pode se tranformar num belo hábito. mais de recursos. É hora de começar a reservar algum Faça um diagnóstico do problema – Comece a dinheiro, ou seja, fazer uma poupança para aquela se questionar: Por que sempre falta dinheiro no final tão sonhada viagem de férias ou, quem sabe, comprar do mês? Por que não consigo guardar dinheiro? Para um carro novo. Mas, atenção! Faça análises periódiresponder a essas questões, você pode, por exemplo, cas em busca de melhorias. anotar todos os gastos – do cafezinho a uma roupa Fazendo isso será fácil entender que controlar as que comprou na promoção – durante um mês. Cofinanças pessoais é muito mais uma questão de discimece isso no primeiro dia do mês. Mas é importanplina do que conhecimento em finanças. E mais, cote não confiar na memória. Por isso guarde todos os locar suas contas – todas as receitas e despesas – em comprovantes de compras. Anote também todo o diuma planilha, agenda, ou mesmo, em um caderno, nheiro que entra como receita. No final do mês some fará com que as coisas passem a ser vistas de maneira os gastos e verifica se gastou mais ou gastou menos diferente. do que imaginava? Agora analise melhor os seus gasBom mês de janeiro! tos, e verá que muita coisa pode ser cortada do seu RBA • Novembro/Dezembro de 2012
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Por Adm. Leandro Vieira
Prepare-se para a
GLÓRIA
Lições de estratégia, liderança e bravura do filme 300 para os negócios
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Esparta, Grécia, em algum dia, por volta do ano 480 a.C. O lendário Rei Leônidas está entretido ensinando técnicas de batalha para o seu filho Plistarco. Ao terminar a sessão de treinamento, Leônidas recomenda ao garoto: “A verdadeira força de um espartano é o guerreiro ao seu lado. Respeite-o e honre-o, e será retribuído”. O filme é 300, que se baseia na clássica graphic novel de Frank Miller que, por sua vez, baseia-se na história da Batalha das Termópilas, um dos muitos confrontos das Guerras Médicas, como ficou conhecido o longo período de confrontos bélicos entre os gregos e os persas. Nessa emblemática batalha, Leônidas liderou um pequeno grupo de soldados espartanos (os 300, do título) contra o exército de Xerxes, o “deus-rei” persa, estimado em mais de 300 mil homens. Tanto a história original quanto a romanceada nos quadrinhos e no filme nos remetem a importantes lições de estratégia, liderança e bravura. Visto com olhos de administrador, 300 revela-se uma obra-prima de gestão, conduzindo o espectador através de um verdadeiro case de storytelling que revela preciosos links entre teoria e prática.
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Os valores de respeito, honra e coragem são talhados no espírito dos espartanos desde a mais tenra idade. Ao chegar à fase adulta, toda essa carga de princípios passa a nortear a conduta dos espartanos ao longo da vida. “Não existe brandura em Esparta”, diz o narrador do filme. “Não há tolerância para a fraqueza. Apenas os implacáveis e fortes podem denominar-se espartanos. Apenas os implacáveis e fortes”. Ao receber um mensageiro persa que vem “solicitar” a submissão de Esparta ao rei Xerxes, Leônidas repousa seu olhar pensativo sobre os cidadãos à sua volta. Homens, mulheres, crianças, idosos. Eles lhe devolvem o olhar, mas com aflição, esperando a decisão de seu líder. São apenas alguns segundos de reflexão para vir à tona os ideais espartanos de liberdade, justiça e esperança. “Espartanos nunca recuam. Espartanos nunca se rendem. This is Spartaaa!”, brada Leônidas, empurrando o mensageiro para a morte em um imenso fosso. Um ato de guerra. A batalha é iminente. Impedido pelas leis espartanas de reunir um exército para combater as forças de Xerxes, Leônidas reúne 300 de seus melhores guerreiros e marcha para as Termópilas (do grego “portas quentes”), um estreito desfiladeiro pelo qual o exército persa teria que, obrigatoriamente, passar para chegar a Esparta. A ideia era fazer uso da própria geografia da região para conter o avanço dos persas. Ao utilizar a topografia do ambiente como recurso estratégico, os gregos conseguiram diminuir sua fraqueza numérica, impelindo fortes perdas ao exército inimigo durante longos dias de batalha. No mundo contemporâneo, existe um foco exacerbado em nós mesmos: eu preciso me preparar, eu preciso conquistar meus objetivos, eu preciso vencer os concorrentes. Eu, eu, eu... 300 ensina que, sim, é fundamental esse preparo individual - algo que, na Grécia Antiga, começava, inclusive, nos primeiros anos de vida. Entretanto, é o trabalho em grupo e o foco no conjunto que revelam a grande força dos espartanos. Um todo muito maior que a soma das partes. Logicamente, a coesão do grupo seria impossível sem a figura de seu líder. Apesar de ser o rei – posição que, naturalmente, já confere poder e comando sobre os demais –, Leônidas é a personificação dos valores
e ideais espartanos (ou da “organização”, seguindo o nosso paralelo). Sua conduta é o espelho onde todos buscam se enxergar. Ao mesmo tempo em que é grande, Leônidas é humilde. Importa-se sinceramente com todos de seu grupo e reconhece a importância, o talento e a bravura de cada um. Leônidas desperta respeito, admiração e inspira seus guerreiros a darem o melhor de si. Um dos espartanos, momentos antes de sua morte no campo de batalha, olha para Leônidas e diz: “é uma honra morrer ao seu lado”. E ele lhe responde: “foi uma honra ter vivido ao seu”. Xerxes, por sua vez, é uma espécie de CEO inatingível de uma imensa multinacional. Para descer do seu trono, utiliza a cabeça de seus escravos como degraus. Um a um, eles se curvam para que o seu sagrado rei possa ter onde pisar com segurança até chegar ao chão. Autodenomina-se “deus-rei”. Autoritário e tirano, ordena decepar as cabeças de seus generais se estiver descontente com os resultados. Inspira medo e temor, nada além disso. “Você tem muitos escravos, Xerxes, mas poucos guerreiros”, disse-lhe Leônidas. “Não demorará muito para que temam mais minhas lanças que seus chicotes”, completou o espartano. Após vários dias de batalhas, os 300 de Esparta finalmente sucumbiram. O que parece ter sido uma massacrante derrota foi, na verdade, uma grande vitória dos gregos. Os espartanos infligiram grandes perdas aos persas e atrasaram a sua marcha de conquista da Grécia, o que permitiu a reorganização do exército grego e a sua posterior vitória. “O mundo saberá que homens livres enfrentaram um tirano. Que uns poucos enfrentaram muitos e, antes dessa batalha terminar, que até um deus-rei pode sangrar”, profetizou Leônidas. E assim foi. Leônidas e seus 300 guerreiros ensinaram ao mundo que, com inteligência estratégica e um pequeno grupo de pessoas extremamente preparadas e que compartilham um ideal comum, somos capazes de enfrentar inimigos (ou concorrentes) muito maiores. “Lute primeiro com a cabeça; depois, com o coração”, recomendaria o rei espartano. Esteja preparado para a glória.
Adm. Leandro Vieira, criador do Administradores. com e autor do livro Seu Futuro em Administração (Campus/Elsevier) RBA • Novembro/Dezembro de 2012
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Foto: Arquivo pessoal
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Por João Humberto de Azevedo e Tânia Mendes
O boom do comércio varejista brasileiro O setor tornou-se o modernizador dos hábitos de consumo da nova classe média e muitos fatores contribuíram para o seu crescimento
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arejo pode ser definido como todas as atividades relacionadas à venda direta de produtos e serviços aos consumidores finais para uso pessoal. Este é um segmento bem heterogêneo que envolve bens duráveis, como veículos, eletrodomésticos, móveis, e não duráveis, como alimentos, artigos de vestuário, materiais escolares. No Brasil, o comércio varejista passou por um período de grandes transformações, a partir de março de 1990, quando foram tomadas as primeiras medidas de abertura do mercado nacional aos produtos importados. A consequência mais visível é o aumento da variedade e qualidade da oferta. Esse cenário obrigou o varejo a investir em qualidade, adequando-se aos anseios do consumidor. Foi uma verdadeira revolução logística. “Hoje, o segmento varejista brasileiro é um dos mais modernos e inovadores do mundo e se mantém em constante crescimento”, diz Fernando de Castro, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV). Ele garante que nos últimos dez anos o consumo nacional cresceu mais de 100%, em função, principalmente, do surgimento da nova classe média. Para Castro, o setor segue em expansão, mesmo com o fraco desempenho da atividade econômica deste ano. “O volume de medidas tomadas pelo governo, com a desoneração da folha de pagamento para alguns setores e a redução de taxas de juros e da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns segmentos produtivos deve garantir um crescimento estimado em 6,5% para 2012”, calcula o presidente do IDV.
Crescimento das vendas
Para Castro o varejo tornou-se o modernizador dos hábitos de consumo da nova classe média e considera que muitos fatores contribuíram para que o setor crescesse 6,7% em 2011. Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC-IBGE) mostram que o setor vendeu, no primeiro semestre de 2012, 9,1% a mais do que em igual período de 2011. No acumulado de doze meses, o volume de vendas cresceu 7,5%. Na análise setorial, os dados apontam crescimento nos onze segmentos pesquisados pelo IBGE, no primeiro semestre e no período de doze meses. Destaque para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com alta de 17,9%, no primeiro semestre, e de 20,9%, nos doze meses; móveis e eletrodomésticos; artigos farmacêuticos, médicos e ortopédicos; além dos hiper e supermercados, segmento de
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maior peso no varejo. Os resultados foram positivos em todas as unidades da Federação. Os aumentos mais expressivos no volume de vendas foram verificados nos estados do Tocantins (25,2%), da Paraíba (14,2%), de Rondônia (10,6%), Roraima (10,6%) e Minas Gerais (10,0%). O índice de crescimento do varejo em 2011 foi bem superior ao crescimento registrado pelo Produto Interno Bruto (PIB), de 2,7%. “Isso transformou o varejo no segmento empresarial que mais gera empregos no Brasil e arrecada centenas de milhões de reais em impostos e é o principal canal de escoamento da produção da indústria brasileira”, esclarece Fernando de Castro. Realmente, o crescimento do varejo em 2011 proporcionou dados positivos no mercado de trabalho. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, a geração de empregos com carteira assinada para este setor chegou a 368 mil postos no país, 23% do total das novas vagas geradas. O comércio só ficou atrás do setor de serviços, responsável por cerca da metade das novas vagas. Ainda que o saldo do emprego anual seja positivo, observa-se que é resultado de uma intensa movimentação (milhões de trabalhadores) entre admitidos e desligados, trazendo impactos dos mais diversos para o trabalhador, entre eles, a redução salarial. O Caged ressalta que, para a obtenção de um saldo de 368 mil novos empregos em 2011, foram realizados 4.865.248 admissões e 4.496.752 desligamentos no setor. Hipermercados e supermercados, ao lado das lojas de ferragens, madeiras e materiais de construção foram responsáveis por quase 40% do total de vagas geradas no setor. O destaque vai para o comércio de material de construção, influenciado pelo bom desempenho da construção civil nos últimos anos. A tendência é de expansão desta atividade, sobretudo com a continuidade dos programas do governo federal, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa, Minha Vida e os eventos esportivos que ocorrerão nos próximos anos. Luiz Fernando Góes, sócio sênior da GS&MD – Gouvêa e Souza, da divisão de inteligência de mercado, considera que o crescimento econômico do país afetou o varejo brasileiro para melhor, mas acha mais adequado dizer que o varejo brasileiro é que impacta o crescimento econômico, uma vez que a grande alavanca de crescimento do PIB tem sido o componente que se refere ao consumo das famílias, fortemente alavancado 35
pelo varejo. Ele apresenta projeção otimista para 2012: “Nos últimos oito anos as taxas anuais de crescimento do varejo têm superado a taxa de expansão do próprio PIB.
O segmento varejista brasileiro é um dos mais modernos do mundo e se mantém em constante crescimento.
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Fernando de Castro
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E não será diferente este ano, com o PIB projetivamente crescendo menos de 2% e o varejo crescendo entre 7,5% e 8,0% em relação a 2011”, observa Góes, que atua há mais de vinte anos na área de pesquisa de mercado e é coautor dos livros Mercado & Consumo e Data & Varejo.
Consumo mais consciente
Para os especialistas da área de varejo, um dos grandes impulsionadores do crescimento do varejo foram, sem dúvida, as vendas a crédito. Eles consideram que isso pode acarretar um endividamento exagerado e danoso para a população, especialmente a de baixa renda, com pouca educação para o orçamento pessoal. O sócio sênior da GS&MD concorda que as vendas a crédito, sejam em volume ou facilidade de obtenção, foram um fator decisivo para incremento do varejo, especialmente para os bens duráveis. Para ele a fartura de crédito propiciou maior endividamento da população de forma geral, mas este efeito irá contribuir, no médio prazo, para a educação do consumidor no que se refere às suas finanças pessoais. “O endividamento aumentou nos últimos anos, porém a taxa de inadimplência cresceu em taxas muito inferiores e já começa a apresentar recuo nas últimas medições”, esclarece e destaca ainda que a inadimplência mostra-se mais pontual em alguns segmentos, como a venda de veículos, e em algumas regiões menos afeitas ao crédito, como o Nordeste. “É também fundamental ressaltar que esta reeducação também passa pelas instituições que oferecem crédito, que passam
a depurar mais e mais os seus sistemas de concessão”, sustenta Góes. Na opinião de Fernando de Castro, o consumo consciente é sempre necessário e desejável e a concessão de créditos deve ser administrada de forma adequada e profissional. Ele considera que o nível atual de endividamento, equivalente a 49% do PIB, é dos menores em relação a países de mesmo estágio de desenvolvimento (exceção da China, um país poupador por cultura milenar, e nesse percentual). ”Um dado interessante divulgado há pouco tempo é que 40% das famílias brasileiras não têm nenhum tipo de dívida e para aquelas que têm dívidas, o prazo médio de pagamento é de sete meses”. Ele dá o exemplo dos EUA, onde as dívidas imobiliárias representam 30% a 35% do PIB, e no caso brasileiro, menos de 5% e afirma que há um enorme espaço ainda para o desenvolvimento do crédito. “A questão da inadimplência está ligada a um grupo específico de consumidor que tem alta propensão à compra e dificuldade no manejo de suas contas pessoais – estimado em torno de 7% da população consumidora. E é com este grupo que deverá haver um trabalho importante de conscientização e também de gestão adequada da concessão”. Góes concorda que um dos principais impulsionadores do crescimento econômico brasileiro foi sem dúvida o desenvolvimento do mercado de crédito no Brasil. “O afrouxamento do crédito gerou um boom de consumo no país e ajudou a sair mais rápido da crise de 2008/2009”, considera Góes. Para ele, a maioria dos brasileiros nunca teve a cultura de lidar com crédito, por isso é natural que uma RBA • Novembro/Dezembro de 2012
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boa parcela deles tenha se endividado além de suas capacidades financeiras.
Taxas negativas caindo
No que se refere ao percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), o percentual de famílias com dívidas registrou queda, passando de 64,1%, em junho de 2011, para 57,3%, em junho de 2012. O índice também está em patamares inferiores ao observado em junho de 2011, quando o cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 74,8% das famílias endividadas, seguido pelos carnês (19,7%) e o crédito pessoal (10,4%). Ainda segundo a PEIC, embora tenha havido aumento do percentual de famílias endividadas de maio para junho, essa variação foi modesta. Apesar das políticas de crédito e aquisição de bens RBA • Novembro/Dezembro de 2012
Templos de consumo Grande número de estabelecimentos do segmento varejista brasileiro está localizado nos shoppings centers, verdadeiros templos de consumo. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o país conta com 430 empreendimentos em operação e 10 milhões de m² em área bruta locável (ABL). O setor emprega 775 mil pessoas e comporta 80.192 lojas. Para este ano o setor planeja inaugurar 43 novos empreendimentos. No perfil do consumidor de shopping center no Brasil, as classes sociais predominantes continuam sendo as A e B, que representam 56% do total de visitantes, em 2011. No entanto, as classes C e D tiveram uma participação maior entre o total de visitantes dos shoppings. Juntas, somaram 44% do total. Sábado é o dia com melhor desempenho no faturamento semanal dos shoppings, que representa 24%, seguido de sexta-feira, com 16%. 93% dos shopping centers abrem aos domingos. Este dia é considerado o terceiro com melhor desempenho no faturamento semanal; em todo o país, o tráfego mensal de pessoas atinge a marca de 376 milhões.
duráveis, as famílias têm demonstrado cautela em relação ao comprometimento de novas dívidas. Considerando que os índices de endividamento e inadimplência ficaram abaixo daqueles verificados no ano passado e, principalmente, o nível moderado dos últimos meses, não é possível afirmar que o cenário de inadimplência esteja comprometido para o futuro. Ao mesmo tempo, a queda das taxas de desemprego e a redução das taxas de juros contribuem para o controle das dívidas, não sinalizando um cenário preocupante no segundo semestre. Mas apesar da redução, as taxas de juros para pessoa física (consumidor) continuam em patamares elevadíssimos. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em junho de 2012, a taxa de juros no comércio foi de 4,72% e no ano atingiu o patamar de 74,5%. Já no cartão de crédito, a taxa men-
sal foi de 10,69%, enquanto a anualizada ficou em 238,30%.
Atraindo investimentos
De acordo com pesquisas atualizadas, o Brasil é um dos países emergentes mais atraentes para o investimento no varejo. “Isso porque o consumo brasileiro vem crescendo regular e historicamente e teve um grande salto há dez anos, com a eliminação da inflação, quando as classes menos favorecidas aumentaram o poder de compra”, justifica Fernando de Castro, observando que mais recentemente, o consumo ganhou novo impulso pelo acesso da população ao mercado de trabalho e complementa: “Além destes fatores, o Brasil tem mostrado constante e sólida evolução em itens como estabilidade política, respeito aos contratos, desenvolvimento tecnológico e capacitação de mão de obra, que não é suficiente, mas os colaboradores brasileiros são bem considerados”. 37
capa Para Castro, os níveis de investimento no mercado varejista poderiam ser maiores. “O que dificulta a entrada de investidores estrangeiros no Brasil é a burocracia para a implantação de empresas, aliada aos problemas estruturais, que vão da questão fiscal às questões logísticas e de distribuição”.
O consumidor quer cada vez mais produtos, mais serviços, mais lojas e mais experiência de compra.
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Luiz Goes
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O varejo como um todo está passando por um grande processo de modernização e expansão das fronteiras regionais e, como ressalta Castro, “cada vez mais o comércio moderno está chegando aos lugares mais distantes do Brasil, proporcionando às pessoas o acesso aos mais modernos produtos existentes. A chegada do varejo aos locais mais distantes redesenhou toda uma estrutura logística”. Ele esclarece ainda que do ponto de vista do setor, os que mais têm se desenvolvido são os ligados ao investimento das famílias. “Há dez anos houve uma explosão do chamado consumo imediato. Depois, houve um movimento para se consumir os bens semiduráveis e, posteriormente, quando as pessoas passaram a ter segurança em seus empregos e acesso a financiamentos com juros mais baratos e prazos mais longos, sentiram-se confortáveis para fazer investimentos em produtos como carro, materiais de construção, móveis e eletroeletrônicos”, exemplifica. Ele acredita que em futuro próximo esse perfil se mantenha, pois as necessidades brasileiras nestas áreas são enormes. Os segmentos do varejo mais atraentes para os investidores, sejam eles brasileiros ou estrangeiros, são os de menor concentração. Os super e hipermercados, cinco maiores varejistas, concentram mais de 50% do mercado; em farmácias e drogarias, 32%; no setor de vestuário, 26%; enquanto no segmento de materiais de construção, este índice não chega a 20%. “Esta não é uma regra simples, mas quanto menor a concentração, maior a possibilidade de investimento no varejo”, sintetiza.
Tanto Luiz Fernando como Fernando de Castro avaliam que o atual consumidor vem exigindo mais das organizações varejistas, pois está muito bem informado, tanto no âmbito global, como local. “O consumidor emergente quer, de forma crescente, cada vez mais produtos, mais serviços, mais lojas, mais experiência de compra, mais atendimento, pagando menos por tudo isto”, sustenta Luiz Góes e recomenda que o varejo e a indústria deverão permanecer atentos a estas reivindicações do consumidor e conclui: “Não é fácil para quem compra saber, através de consultas pela Internet, que o mesmo produto com muito mais qualidade, pode custar a metade, ou quem sabe um terço do valor que é pago por aqui, mesmo considerando-se todos os exageros fiscais que são cometidos no Brasil. Os exemplos mais gritantes são os de roupas e de automóveis”. Neste ano, alguns fatores impulsionaram a atividade comercial: a retirada de parte das medidas de restrição ao crédito; a adoção de incentivos fiscais para o consumo de bens duráveis, como alguns produtos da linha branca; a utilização do FGTS para compra de material de construção; o aumento real de 7,5% do salário mínimo, em vigor desde janeiro; a expectativa de um cenário mais favorável para a inflação e; o processo de redução das taxas de juros, iniciado em agosto do ano passado. Dessa forma, o mercado interno continua o principal motor do crescimento da economia brasileira e assim deverá se portar nos próximos anos, o que é um trunfo neste momento de grave crise econômica com epicentro nos países de economia desenvolvida. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
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Apoiadores
Realização
marketing
Por Tânia Mendes
O marketing que defende causas sociais Como conscientizar ou sensibilizar as pessoas a respeito de temas de natureza social.
O
marketing social, como explica Paulo Ricardo Meira, Doutor em Marketing pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), teve origem em 1969, quando Philip Kotler e Sidney Levy publicaram artigo, no Journal of Marketing, sugerindo que o escopo do marketing deveria incluir também instituições sem fins lucrativos – igrejas, escolas e órgãos públicos – porque elas também realizavam trocas, em determinado sentido, ainda que não transações de mercado. Em 1971, o mesmo jornal, em edição especial denominada Marketing`s Changing Social/Environmental Role, reuniu artigos sobre a mudança social planejada, problemas populacionais, reciclagem de resíduos, entre outros: “Naquele ano, defendendo a aplicabilidade de conceitos de marketing para a promoção de causas sociais, Kotler e Zaltman cunharam a expressão marketing social — definindo-o como “a criação, implementação e controle de programas calculados para influenciar a aceitação de ideias sociais e envolvendo considerações de planejamento, precificação, comunicação, além da distribuição de produtos e pesquisa de marketing”. Meira explica que, posteriormente, William Wilkie e Moore, em artigo de 2003, lançou as bases para o desenvolvimento do marketing social como uma área que se focaria no trabalho de grupos sem fins lucrativos e agências governamentais que lidam com a intervenção efetiva em áreas de problemas sociais, sobretudo em programas de saúde pública. Estes e outros artigos colaboraram para que o Social Marketing Institute definisse o termo marketing social como “o planejamento e implementação de programas desenhados para criar mudança social a partir de conceitos advindos do marketing comercial”. Meira adverte que o termo difere do marketing ligado a causas, cujo intuito é, em geral, comercial (pela qualificação da imagem da empresa junto aos diversos públicos de interesse), e do marketing societal, entendido como a prática do marketing comercial com os devidos cuidados no plano social e ambiental: “Tampouco marketing social é o uso de redes sociais on-line como o Facebook ou Google Plus, que devem ser tratados simplesmente como marketing em redes sociais”, ressalta. De acordo com Meira, que é também analista de marketing do Senado Federal e professor do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), o marketing social pode ser aplicado em quaisquer situações em que um órgão ou autoridade pública, principalmente, deseja ver uma mudança social planejada no comportamento de indivíduos, grupos ou sociedade, visando ao benefício individual, comunitário, ou social em geral, como em campanhas de vacinação, voto consciente, doação de sangue, trânsito seguro etc. Ele explica ainda que os principais elementos deste instrumento são o público-alvo: quem se deseja atingir; o produto social: comportamento desejado, e seus substitutos; os intermediários: voluntários ou contratados que participam da operação; e o agente de marketing social, instituição realizadora do programa de marketing social. Paulo Meira considera que há diversas diferenças entre marketing social e comercial, e as mais relevantes ele relaciona no quadro a seguir:
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Marketing comercial
Marketing social
Tipo de produto vendido
Produtos comerciais (mercadorias e serviços)
Mudança comportamental
Objetivo primário
Ganho financeiro
Ganho individual ou societal
Concorrência
Outras empresas que ofereçam mercadorias e serviços similares
O comportamento atual, ou preferido, pelo público-alvo
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marketing
O marketing social pode ser aplicado em quaisquer situações em que um órgão ou autoridade pública deseja ver uma mudança social.
Foto: Arquivo pessoal
Paulo Meira
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Dicas de eventos, filmes, sites e livros
No marketing social, também são utilizadas técnicas mercadológicas e, de acordo com Paulo Meira, as principais são: a. a orientação ao cliente, para conhecer o público-alvo e suas motivações; b. a teoria da troca é fundamental, pela qual o cidadão precisa perceber os ganhos como maiores que os custos; c. a pesquisa de marketing é utilizada ao longo do processo; realiza-se segmentação do público-alvo; d. considera-se os 4 Ps (produto, preço – custo, praça – distribuição, promoção) do composto de marketing; e. os resultados são medidos e utilizados para aperfeiçoamento.
Marketing de causas sociais
Apesar de as expressões marketing social e marketing relacionado a causas serem utilizadas como sinônimas, cabe distingui-las. Para Meira o marketing de causas sociais (MCS) ou marketing relacionado a causas (MRC) é uma parceria entre empresas e organizações da sociedade civil que utilizam o poder de suas marcas em benefício mútuo. O MRC pode ser útil à imagem – e ao desempenho comercial – da empresa, desde que os valores da causa em questão estejam alinhados aos valores dos consumidores. “O benefício, no MRC vai além da empresa em si: ocorre tanto para a empresa, quanto para a causa de caridade, e ainda para o cliente, mas a ênfase é em marketing”, enfatiza Meira. Ele acrescenta que o marketing social costuma ser praticado por governos, agências de financia-
mento e organizações da sociedade civil bem mais do que por empresas. Seu objetivo é conscientizar ou sensibilizar as pessoas a respeito de um tema de natureza social, ou buscar uma mudança de comportamento social. “Por sua vez, marketing societal pode ser entendido como um processo no qual as funções e responsabilidades de um determinado segmento de marketing são vistas como interrelacionadas com outros segmentos da estrutura social. Assim, marketing societal relaciona-se ao ambiente legal, político e com a comunidade em geral, ou seja, há uma responsabilidade para com os indivíduos”. Dois exemplos bem sucedidos de marketing social apresentados por Paulo Meira são o Programa de Vacinação do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Governo do Rio Grande do Sul (CESV) e, em nível nacional, as campanhas do Governo Federal de segurança no trânsito. “Para um exemplo bem sucedido internacionalmente, temos o da Transport Accident Commission (TAC), em Victoria, Austrália, uma bem urdida campanha relacionada à segurança nas estradas”, complementa Meira “Para exemplos mal sucedidos, prefiro dizer que dois problemas – mais comuns do que podemos imaginar – são: a) criar-se programas de marketing social sem a devida pesquisa de planejamento inicial, que subsidiaria melhor o programa em si; b) peças de comunicação que tentam dar ao cidadão uma dezena de diferentes orientações e conselhos, em vez de focar em uma orientação. Deve-se promover comportamentos singulares, simples, exequíveis – cada qual em seu tempo”, finaliza Meira. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
Filmes
O Informante A película “O informante” tem Al Pacino e Christopher Plummer, como atores e direção de Michael Mann. A história gira em torno de um cientista e de um jornalista na luta pela transparência das indústrias de cigarro nos Estados Unidos da América (EUA). Ambos têm desafios pessoais e éticos a enfrentar que acabam culminando na mudança radical na carreira dos dois.
Cidade do Silêncio
Dirigido por Greogry Nava e nos papeis principais Jennifer Lopez, Antonio Banderas e a brasileira Sônia Braga, o filme Cidade do Silêncio tem como ponto de partida casos reais chocantes e se desenvolve na fronteira entre Estados Unidos e México, repleta de indústrias americanas que se aproveitam do baixo custo da mão de obra local para aumentar seus lucros. Os governos dos dois países assinaram um acordo de livre comércio que traz vantagens econômicas para ambos. Quem sai perdendo são os trabalhadores mexicanos, muitos deles camponeses expulsos de suas antigas terras por não conseguir pagar seus impostos e oprimidos pela necessidade de sobrevivência. Pior ainda é o caso das mulheres operárias, imensa maioria dos contratados, por contarem com salários ainda menores. Jennifer Lopez faz o papel de uma jornalista americana (Lauren Adrian) enviada para escrever uma reportagem sobre os crimes e Antonio Banderas (Alfonso Diaz), dirige um pequeno jornal local, constantemente ameaçado por tiros e tentativas de censura. Ele insiste em denunciar o que realmente ocorre na cidade fronteiriça. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
conex o
www.
www.maisdiferencas.org.br Este site tem como focos Educação e Cultura inclusivas. Contando com equipe interdisciplinar para produção e elaboração coletiva de saberes e práticas. editorasenacsp.com.br Com um catálogo ativo de mais de mil livros de diversas áreas do conhecimento, coloca seus livros em praticamente todas as cidades do Brasil. canaldoensino.com.br Este portal é focado em compartilhar notícias sobre educação e ensino. Estão disponíveis livros de domínio público, cursos gratuitos, vídeo aulas, bolsas de estudo, dicas de concursos, dicas para estudantes e professores, bem como conteúdo sobre tecnologia educacional, mídias e redes sociais na educação. bn.br/portal A seção Biblioteca Nacional Digital oferece cerca de cinco mil itens entre livros, mapas, atlas, partituras e documentos históricos. comexbrasil.gov.br Recentemente remodelado e com conteúdo ampliado, o novo Portal Brasileiro do Comércio Exterior aborda temas relacionados à exportação, trânsito aduaneiro, acordos comerciais, entre outros. inovacaotecnologica.com.br Este portal pretende apresentar tudo o que acontece na fronteira do conhecimento, nas áreas de energia, espaço, informática, etc.
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conex o Muito Além da Economia Verde
Livros
Consultoria
infalível
Reconhecido como um dos mais importantes consultores do mundo, Peter Block lançou, no início dos anos 90, o livro Consultoria – o desafio da liberdade, que tornou-se referência obrigatória para todos os consultores. “Revisei este livro em 1999 quando estávamos pensando no novo milênio”, explica o autor e justifica: “Por um lado, temíamos que os negócios fossem desaparecer porque o mundo do computador iria abortar e se recusaria a crescer mais um ano. Por outro lado, havia a crença de que o novo milênio marcaria o início de uma nova consciência de paz e bem-estar”. Ele constatou que nada disso aconteceu realmente, nossa dependência de computadores e tecnologia apenas se intensificou, e uma década depois estamos em guerra, ainda dependentes de combustíveis fósseis e preocupados em ver se o sistema econômico ao qual nos acostumamos ainda é relevante. “Isso significa que viver com um presente vulnerável e um futuro incerto será uma condição permanente”, considera Peter. Este ano, uma nova edição do livro foi lançada com o título Consultoria Infalível – Um guia prático, inspirador e estratégico, que tem sido recomendado a todos os consultores e executivos que utilizam técnicas de consultoria em suas atuações profissionais, como uma verdadeira bíblia. Esta nova obra cobre os desafios que surgiram da nova forma como nos comunicamos eletronicamente e vivemos no mundo virtual. Block sugere maneiras de superar os efeitos que distanciam e isolam as pessoas, inerentes às conexões eletrônicas. O autor explica que acrescentou a esta edição dois exemplos de como as habilidades de consultoria podem ser úteis, realmente transformadoras e em um contexto mais amplo do que estritamente para pessoas em um papel de suporte ou de consultoria. Ele acrescenta que escolheu dois setores da sociedade em que o apelo por mudança e reforma têm 44
Ricardo Abramovay Editora Planeta Sustentável/Ed. Abril O livro trás uma das questões mais importantes da atualidade; o desenvolvimento de uma forma sustentável. Essa obra é resultado de um processo de debate coletivo realizado por Ricardo Abramovay, professor de economia da Universidade de São Paulo, com um grupo de trabalho, e que vem explicando porque é preciso repensar e organizar a economia não só do Brasil, mas do mundo, e afirma “É preciso aprender a fazer menos”.
gritado em nossos ouvidos há décadas, com pouca visibilidade: assistência médica e educação. “Dois novos setores de serviços, e exatamente neles muitos de nós trabalhamos hoje em dia”, diz Peter. Peter também considera a atual conversa sobre reforma da educação um equívoco: “Se trata apenas de mais controles e padrões impostos, mascarados como reforma” esclarece e acrescenta que a verdadeira reforma mudará nossa forma de pensar sobre a cultura da sala de aula, a responsabilidade do aprendiz e a relação entre professor e aluno. “Um exemplo disso vem de um professor incível do Ensino Médio, Ward Mailliard”, acrescenta.
Entendendo Michael Porter Joan Magretta HSM Edkitora Joan Magretta colaboradora de Michael Porter há duas décadas, faz a conexão entre vários conceitos que Poter levou em diversos títulos e contempla as suas mais importantes ideias: As cinco forças; Vantagem competitiva; Criação de valor; Trade offs ajuste; Continuidade. E trás uma linguagem de fácil compreensão e também o entendimento como certas empresas sustentam vantagens competitivas por décadas.
A Educação dos Futuros Milionários Consultoria Infalível – Um guia prático, inspirador e estratégico Peter Block M . Books, São Paulo (SP), 2012
Michael Ellsberg Editora Leya Brasil O livro é resultado de mais de dois anos de entrevistas com empreendedores de diversas áreas que alcançaram o sucesso e evidencia quais foram suas motivações, intuições e capacidades para chegarem ao topo. Revela, ainda, a maneira de encontrar grandes mentores e mestres, construir uma rede de pessoas poderosas e influentes, aprender marketing e vendas no mundo real, construir uma marca pessoal e se tornar autor de sua própria vida.
Confrontos Decisivos Kerry Patterson, Joseph Grenny, Ron McMillan e Al Switzler Editora Leya Brasil Esta obra trata de problemas enfrentados no trabalho e na família. Fornece suporte para melhorar imediatamente o desempenho individual e o sucesso organizacional. Fruto de mais de 20 anos de pesquisa em diferentes empresas e famílias, o livro trás dicas práticas e mostra, passo a passo, como conduzir um debate sem medo de expressar suas opiniões, transformando um momento de “atrito’’ em uma oportunidade para mudanças radicais.
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sucesso
Por Tânia Mendes
Um empreendimento
Foto: Arquivo ABS Logística
MODELO
Valores dos
consumidores
Um "império" de dez supermercados, três hipermercados, três atacados de autosserviço (cash&carry), três distribuidoras que formam a ABS Logística e Distribuição (Alliance, Bom Dia e Soma) e uma transportadora
A
trajetória bem sucedida do Grupo Modelo de Supermercados começou a ser forjada em 1984, quando o Adm. Altevir Magalhães, diretor-presidente, abriu a primeira loja em Várzea Grande (MT), numa área de 300 m². Com poucos recursos, o jeito foi recorrer à improvisação. Caixotes de madeira serviram como check-outs e prateleiras, também de madeira, foram utilizadas como gôndolas. Em seguida e em plena vigência do Plano Cruzado – que estabeleceu o congelamento de preços e de salários por um ano – o empresário inauguraria a segunda loja, desta vez na capital, Cuiabá. Mesmo 46
relacionadas ao mercado, ao ponto comercial, aos equipamentos a serem utilizados, ao arranjo físico da loja e aos custos de implantação. O resultado positivo deste empreendimento permitiu, já um ano depois, abrir duas novas frentes: o Atacado Modelo e a Transportadora Modelo, para dar suporte à estocagem e distribuição de mercadorias às lojas de varejo. Hoje, Magalhães comanda um negócio formado por dez supermercados, três hipermercados, três atacados de autosserviço (cash&carry), três distribuidoras que formam a ABS Logística e Distribuição (Alliance, Bom Dia e Soma) e uma transportadora. Juntas, estas empresas faturaram, em 2011, R$575 milhões e empregaram 2.899 funcionários.
com o plano econômico fazendo água – a demanda aumentou, mas as mercadorias, cujos preços haviam sido congelados, desapareceram das prateleiras. Em consequência, os fornecedores passaram a cobrar um valor maior – o negócio foi um sucesso. “Por esta época eu já havia aprendido muita coisa sobre o ramo de supermercado. Sabia que a montagem de uma loja de autosserviço de gêneros alimentícios requer bom planejamento, organização bem estruturada, conhecimentos específicos, técnicas gerenciais e mercadológicas e, claro, uma boa dose de criatividade”, admite o empresário. Nesta segunda experiência nada foi improvisado. Foi grande o cuidado de obter informações RBA • Novembro/Dezembro de 2012
Partindo do princípio de que uma loja de autosserviço não vende simplesmente alimentos, mas comercializa um complexo de vários componentes, que têm valores diferentes para pessoas diferentes, o diretor-presidente do Grupo observa que a experiêcia agregada nestes 28 anos lidando com o setor ensinou que, antes de montar um supermercado, deve-se fazer, necessariamente, uma análise do mercado consumidor, levando em consideração alguns de seus valores. E ensina: em primeiro lugar, deve-se avaliar os valores de conveniência, que agregam aspectos ligados a economia de tempo e esforço para o consumidor. “Os atributos mais importantes associados a esses valores são a localização da loja em relação às residências, o acesso fácil e a proximidade de outras lojas. Depois, continua RBA • Novembro/Dezembro de 2012
o empresário, consideramos os valores das mercadorias, que envolvem os aspectos relacionados a preços, qualidade e variedade, entre outros. Finalmente, analisamos os valores do comportamento comercial, que incluem o relacionamento entre o pessoal da loja, seus traços materiais e estéticos, o comportamento ético e os métodos de venda do estabelecimento. Conhecendo os valores dos consumidores e obtendo informações complementares sobre os clientes potenciais – população, classe econômica, faixa etária, sexo, aspectos culturais, ocupação, aspectos físicos – fica mais fácil identificar o segmento de mercado a ser atingido e, com isso, definir a localização da loja, o mix de produtos a serem oferecidos, o arranjo físico do salão de vendas, as dimensões do estabelecimento e os serviços a serem oferecidos. Outro aspecto importante para obtenção de bons resultados de um supermercado é a sua localização. “Um bom ponto é aquele que apresenta necessariamente, entre outras, as seguines características: ampla movimentação de pedestres e trafégo de veículos na própria rua e, de preferência, também nas artérias adjacentes”, destaca Magalhães, e completa: devem-se avaliar as vias de acesso que facilitem ao máximo a aproximação dos clientes; a área do terreno que permita instalação de um estacionamento próprio para automóveis; condições de limpeza e saneamento em toda a área das imediações da loja; área construída suficiente e adequada ao projeto. “A avaliação do ponto comercial e especialmente a repercussão da localização da loja no faturamento devem sempre levar em conta um outro fator de-
cisivo: a concorrência de estabelecimentos congêneres na região, o que pode interferir de modo significativo no desempenho das vendas”. O diretor-presidente do Grupo Modelo lista os principais fatores que proporcionaram o sucesso do negócio que dirige: • O estudo do layout e da departamentalização e a definição das mercadorias comercializadas levam em conta as caractéristicas e os hábitos de consumo de cada região. • Como nas lojas que utilizam o sistema de autosserviço, o vendedor é o próprio equipamento expositor – gôndolas, pratileiras, displays, estrados, etc. – colocamos, sempre, as mercadorias aos olhos e principalmente às mãos do consumidor. • Os equipamentos das lojas devem ser versáteis, que permitam bom aproveitamento de todos os espaços. • Na departamentalização – agrupamento de produtos em setores ou seções – consideramos sempre a melhor forma de exposição de cada produto, o espaço correto que deve ocupar no expositor e a melhor localização,de forma que permita vendas associadas.
Reconhecimento “O Grupo Modelo foi reco-
nhecido nacionalmente no ano passado, pelos seus feitos, porte e compromisso empresarial”, comemora Magalhães, mostrando que a revista Istoé Dinheiro classificou as 500 melhores empresas do ano e o Grupo Modelo conquistou duas significativas premiações e lugares entre os melhores 47
sucesso
O Grupo Modelo foi reconhecido nacionalmente no ano passado, pelos seus feitos, porte e compromisso empresarial
Foto: Arquivo pessoal
Adm. Altevir Magalhães
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inovação e qualidade e em quarto lugar do ranking nacional de responsabilidade social”, enumera com orgulho o empresário. O Grupo foi reconhecido também pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso com o certificado em responsabilidade social e, em 2012, foi premiado como Supermercado do Ano, pela Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat). Esses pretígios comprovam a qualidade do trabalho e a preocupação com o desenvolvimento da empresa, satisfação dos clientes, melhor atendimento, produtos e serviços, como afirma o empresário: “Tudo isso aliado aos valores organizacionais, que privilegiam o reconhecimento de nossos funcionários, o respeito aos cliente e a colaboração no fortalecimento do estado e do país”.
Governança
corporativa
O Grupo Modelo vem, ao longo de décadas, implantando diversos instrumentos para fortalecer sua governança corporativa, entendendo que esta é parte fundamental de sustentabilidade. “Essa preocupação se verifica pelos compromissos firmados em nosso Código de Ética, orientados para atender os diversos stakeholders da organização e os objetivos pelos quais a empresa se orienta”, explica o diretor-presidente, frisando que a missão, visão e valores da empresa vêm se adaptando aos novos tempos e sendo dissiminados e assimilados na corporação. “Nossa missão de atender bem a todos os clientes, para que possamos ser reconhecidos pela excelência de nosso trabalho e obter lucro para manter a liderança no negócio, são os princípios que
norteiam nosso trabalho”, pondera o empresário. Para ele, a trajetória do Grupo sempre foi guiada pela missão de oferecer aos clientes o que há de melhor em atendimento, produtos e serviços. “Os valores do Modelo englobam uma série de princípios que se completam numa lista em que Deus está no topo”. Outro aspecto que ele considera relevante é o comprometimento com os critérios do “comércio justo” na política da empresa, e acrescenta: “O Grupo Modelo comemora sua consolidação como empresa cidadã reconhecida publicamente no estado, com mais de 30 projetos sistematicamente desenvolvidos e apoiados, pois promover um desenvolvimento sustentável faz parte de nossos valores”. O cuidado no tratamento aos consumidores, a busca de soluções para problemas e a assimilação de sugestões de todos os envolvidos no negócio podem contribuir para o aperfeiçoamento da empresa. “Todas as ações, todos os negócios, todas a relações da empresa com fornecedores, consumidores, órgãos regulamentadores e a comunidade devem estar orientadas para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, enfatiza Magalhães. A política de qualidade é também baseada na comercialização de produtos com origem certificada, respeitando o Código de Defesa do Consumidor, correta armazenagem e manuseio dos produtos e permanente melhoria das instalações físicas do Grupo. “A busca da eficiência, de resultados financeiros acima da média do setor, da inovação gerencial e da valorização de nossa marca são propósitos constantes da nossa gestão”. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
O empresário também destaca as políticas para o público interno, baseadas em sistemática pesquisas de clima, aplicadas a cada semestre, cujo objetivo é descobrir o que pensam os seus funcionários. “Muitos instrumentos e metodologia de Gestão de Pessoas foram criados e modificados a partir dessa pesquisa, como é o caso do processo de integração de novos funcionários, que agora passam oito horas em sala de aula recebendo diversas informações sobre a empresa”, observa. Durante o processo de integração, o novo funcionário recebe três documentos que formam a base do seu relacionamento com a empresa: Guia de Sucesso – que esclarece os princípios da empresa, histórico, missão, valores, serviços, programas, benefícios e responsabilidades; Código de Ética – orienta as decisões e atitudes de todos que fazem parte da empresa; Política Eletrônica Corporativa (PEC) – visando a melhoria da qualidade dos canais de comunicação que utiliza o direcionamento correto dos sistemas eletrônicos que dispõe e a delimitação de sua aplicação. O cliente em 1o lugar
O diretor presidente do Grupo Modelo sustenta que suas lojas não gastam energia atrás de cliente da concorrência e não se vai à mídia cobrir preço de ninguém. “Ser competitivo é obrigação, mas não tratamos preço como diferencial. Não adianta ir à loja do vizinho chamar cliente para a minha”, raciocina. Para ele, deve-se, isso sim, encarar o desafio de cuidar muito bem de quem está dentro das lojas, não deixando faltar produto, recebendo-o bem em um ambiente organizado, limpo, agradável. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
“Sempre digo à equipe: converse com o cliente, diga que é bom recebê-lo, abrace-o…”, ensina Magalhães, e acredita que criar valor para o negócio é aprendizado diário com o próprio cliente. “Nossos quase três mil funcionários são treinados para ouvir atentamente o que ele tem a dizer e a responder às suas demandas. Se ele se manifesta, é porque quer ficar conosco, não quer ir embora”.
vezes o cliente só quer ser ouvido”, pondera o empresário. Ele enumera que as manifestações mais comuns são a demora no atendimento e a falta de empacotares. E admite que graças ao SOS cliente, a rede adotou novos procedimentos operacionais, como devolução de itens com base no CDC, reformas de lojas, de toaletes, melhoria de sinalização em estacionamento, redução da poluição sonora etc.
Para que o atendimento ao
No momento atual, Magalhães
Foto: Arquivo ABS Logística
do varejo nacional. Em 2009, recebeu o Prêmio Belmiro Siqueira de Administração, do Conselho Federal de Administração (CFA). “Além dessas conquistas, ficamos em segundo lugar na categoria
cliente seja completo, inovou e criou o SOS Cliente: “uma espécie de Procon da rede”, resume, pois o cliente tem sempre razão e a rede faz tudo para ouvi-lo. O SOS Cliente conta com uma equipe de dez pessoas para responder em 24 horas, por telefone ou e-mail, as 1,5 mil manifestações que chegam todos os meses da rede de 16 lojas. “E, acredite, não são respostas padronizadas. Não concordamos com tudo o que o cliente exige, mas demonstramos sempre disposição para resolver os problemas. Muitas
experimenta um novo formato de comercialização, o atacarejo – mistura de atacado com varejo – em lojas médias, menores que as tradicionais, e mais bem distribuídas pela região, aumentando a conveniência para o consumidor. “É uma experiência recente. Temos três lojas com esta formatação e estamos ainda testando as reações do consumidor. Pelo que podemos observar até agora, são grandes as possibilidades de expansão desse formato em cidades médias do Mato Grosso”, conclui. 49
notas
Atualidades do Brasil e do mundo
Foto: MSN
Frase O fim do MSN
Foi anunciado pela Microsoft, no blog oficial do Skype, o fim do Windows Live Messenger – conhecido no Brasil como MSN – no primeiro trimestre de 2013, em todo o mundo, com exceção da China. O encerramento do serviço acontecerá após a integração das contas dos usuários do MSN com o Skype, serviço de comunicação de voz sobre IP (VoIP), da Microsoft. Fonte: www.tecnologia.ig.com.br
Sete dicas para se sair bem em entrevista de estágio 1. Destaque sua formação acadêmica, diferenciais, cursos, atitudes que tenha tomado e que tenha trazido amadurecimento pessoal e profissional. 2. Seja transparente e ético. 3. Faça uma pesquisa sobre a média de salário da empresa naquele cargo, para comparar com a sua expectativa. 4. Comente como foi indicado para a vaga, na entrevista individual. 5. Cuidado com a roupa, cabelo, maquiagem. 6. Deixe claro suas competências e habilidades. 7. Utilize sempre a forma correta do vocabulário. Fonte: www.g1.globo.com
“O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final do planejamento não é a informação: é sempre o trabalho” Peter Ferdubabd Drucker (1909 – 2005) Escritor, professor e consultor
Média da bolsa-auxílio para estagiários é pequena Pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), com aproximadamente 15 mil estagiários em todo o Brasil, revelou que a média das remunerações para estagiários é de R$429,94 para o Ensino Médio, R$498,37 para o Médio Técnico e R$760,78 para o Superior. Mas, em algumas áreas de nível superior, como engenharia, administração e economia, o valor da bolsa-auxílio pode ultrapassar R$1 mil.
Investimento em P&D De acordo com relatório da consultora norte-americana Booz & Company, entre as mil firmas que mais investiram em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2011, há sete brasileiras – duas a mais que no ano anterior. A participação global do Brasil totalizou US$3,7 bilhões em 2011. O gasto corporativo dessas mil empresas totalizou US$603 bilhões. No topo do novo ranking, entre as que mais investem, estão duas empresas do setor automobilístico, quatro de saúde, três de eletrônicos e informática e uma de software e internet. São elas: Toyota (1ª), Novartis (2ª), Roche (3ª), Pfizer (4ª), Microsoft (5ª), Samsung (6ª), Merck (7ª), Intel (8ª), General Motors (9ª), e Nokia (10ª). Fonte: www.unicamp.br
Concursos públicos Até final de outubro de 2012, o governo só autorizou a realização de concursos públicos para 9.193 vagas para o Poder Executivo, o que equivale a apenas 17% dos 54.649 postos previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O número de nomeações foi de 3.955 aprovados em seleções. No total, foram autorizados 79 concursos e parte deles só deve ser realizado em 2013. Para os concurseiros, a realização de concursos não é mais prioridade para o governo e, com isso, o número desses certames realizados neste ano, só não foram pior do que no ano passado.
Números
R$1,43 bilhões É o valor das multas que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aplicou, entre janeiro a outubro deste ano, em 163 operadoras. 75% das multas foram endereçadas a uma úica operadora, a Oi. Atualmente, as multas aplicadas e não pagas, somam R$7,4 bilhões. Fonte: www.veja.abril.com.br
www.correiobraziliense.com.br
Tipos de gestores No livro Como mandar no seu chefe, de Gonzague Dufour (Editora Saraiva), são traçados perfis de gestores. Confira uma síntese do que ele diz de cada um deles. 1. Estrela – Tem muita energia, é dramático e tem foco na ação. Não tolera burocracia. 2. Bonzinho – Consciente, calmo, comunicativo, mas teme os riscos. 3. Caleidoscópio – Concentrado em acumular e consolidar o poder, é brilhante e sagaz. 4. Intimidador – Agressivo, gosta de dar ordens e é controlador. 5. Cientista – Muito lógico e aberto a feedback, mas pode ser distraído e de difícil comunicação. 6. Umbigo – Enorme ego, pode levar um grupo a decidir e a executar com velocidade e capacidade. Fonte: msn.clickcarreira.com.br
Fonte: suacarreira-saojose.blogspot.com.br 50
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Por Tânia Mendes
GERAÇÃO
serem mais ansiosos, ambiciosos, questionadores, inovadores, impulsivos, imediatistas, informais, individualistas, tecnologicamente superiores e, muitas vezes, insubordinados. Há um ramo de especialistas nesta área que, como Diogo Martins, não considera a geração Y superior tecnologicamente. Para Martins, “estes jovens usam mais tecnologia e com isso enxergam um mundo mais conectado e com menos barreiras”. Canabarro discorda que esses indivíduos sejam tecnologicamente superiores, mas não tem dúvida de que eles compreendem melhor a dinâmica por trás da tecnologia que move a economia mundial. “Dinâmica esta que rompe radicalmente com o modelo de negócios que até então praticávamos, baseando seus empreendimentos no free, na abertura e no contato direto com os clientes”, complementa. Pesquisa realizada com profissionais de 19 a 29 anos, pelo site PayScale e a empresa de consultoria Millennial Branding, ambos sediados nos Estados Unidos, mostrou que 47% desses jovens estão empregados, principalmente, em empresas de pequeno porte, com menos de 100 empregados. Somente 23% deles trabalham em companhias com mais de 1,5 mil funcionários. A preferência da geração Y em trabalhar em empresas de menor porte está ligada à possibilidade de acesso a três importantes ativos: flexibilidade de trabalho; ambiente empreendedor; livre acesso às mídias sociais. Mesmo assim, esses indivíduos são atraídos por grandes empresas do ramo de tecnologia, o que pode ser constatado quando eles indicam que as cinco primeiras empresas dos seus “sonhos” estão no setor de TI: Qualcomm, Google, Medtronic, Intel e Microsoft.
forjada pelas novas tecnologias Flexibilidade de trabalho; ambiente empreendedor; livre acesso às mídias sociais: são os principais atrativos para estes jovens ao buscar emprego em empresas de menor porte.
O
mundo corporativo tem manias, uma delas a de rotular quase tudo. Por exemplo, já rotulou gerações – conjunto de indivíduos nascidos em uma mesma época, com características similares e tratados por meio de uma linha de tempo. Os nascidos antes de 1945 foram rotulados de tradicionais; a partir dessa data até 1964, baby boomers; entre 1965 e 1977, geração X; e de 1978 a 1995, geração Y. Exaustivamente estudada por especialistas, a geração Y tem um diferencial marcante: acompanhou a revolução tecnológica desde o berçário. Para Diogo Torres Martins, presidente da Acesso Digital (considerada pela Great Place to Work a melhor empresa 100% brasileira para se trabalhar em TI e Telecom de 2012), essa geração é muito mais livre em relação a alguns paradigmas do passado como: o importante é ter um emprego estável e de preferência em uma empresa conhecida; manda quem pode, obedece quem quer; trabalhe focando no seu plano de
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carreira’. “Os jovens de hoje nunca tiveram tais pensamentos como crença. Na verdade eles valorizam o ambiente de trabalho, não temem a hierarquia empresarial, assumem mais riscos para crescer e, principalmente, não pensam que a organização irá conduzir a sua carreira”, destaca Martins. Adriano Canabarro Teixeira, doutor em Informática na Educação, afirma que além do natural direcionamento para o mercado global, a geração Y se caracteriza por: valorização do conhecimento em detrimento à tradição, da criatividade em contraposição à técnica, do compartilhamento em oposição ao segredo e da competência técnica acima de tudo. “Por fim, esta geração faz de sua ocupação profissional uma diversão!”
Tendências Muitos especialistas consideram que jovens com idade entre 17 e 35 anos, por terem nascido em um cenário de grandes facilidades pessoais e de acentuadas inovações tecnológicas, tendem a RBA • Novembro/Dezembro de 2012
A Geração Y usa mais tecnologia e com isso enxerga um mundo mais conectado e com menos barreiras Diogo Martins
Transição de paradigmas Acostumados desde cedo às novas tecnologias e a se conectarem
com o mundo digital, principalmente com a internet, que trouxe um mundo de infinitas possibilidades, a geração Y desenvolveu independência – podia encontrar respostas para suas dúvidas de forma rápida e fácil – para questionar, desafiar e discordar. Acontece que estes jovens, na maioria das vezes, estão sendo preparados por profissionais da geração anterior, a chamada geração X. Este fato pode causar atritos e conflitos entre as gerações, mas também pode se transformar em pontos positivos, dependendo da situação. Para o professor da Universidade de Passo Fundo (RS), Adriano Canabarro Teixeira, essa relação parece salutar, uma vez que estamos em um momento de transição de paradigmas empresariais. “Atualmente, estamos vivenciando um contexto de hibridização dos modelos de negócio. Um limbo entre a empresa analógica, que é pesada, onerosa e onde muitas vezes o alinhamento de pensamento vale mais do que a competência técnica de seus colaboradores; e a empresa digital, leve, flexivíel, naturalmente globalizada, aberta a novos mercados, calcada na competência técnica e na criatividade”, explica o professor. Ele esclarece ainda que, sendo esta geração bastante questionadora, os tradicionais se ressentem muito desta postura, já que aprenderam a respeitar as regras e não a questioná-las. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
Foto: Arquivo pessoal
gestão
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gestão
A relação entre a geração Y e a anterior parece salutar, uma vez que estamos em um momento de transição de paradigmas empresariais. Adriano Canabarro
Por Tânia Mendes
“Mas este aspecto não é uma prerrogativa da geração Y. Sempre foi assim quando diferentes perspectivas de mundo cohabitam. De qualquer forma é o questionamento que faz avançar a ciência, a cultura, a política e os – negócios. Assim, vivemos em um mundo onde, mais importante do que obter respostas, é fazer as perguntas certas”. Diogo Martins considera que os profissionais da geração X são acostumados a lidar com frustrações de uma forma mais madura, do que a Y. Por outro lado, esta nova geração, que está sendo treinada pelos mais velhos, encara seus mentores como uma peça fundamental, uma vez que o contato e os bons conselhos são peças-chave para boas op-
ções de carreira em um mundo corporativo, em que bons conselhos e o contato com profissinais sêniores são fundamentais. Estudo recente realizado pela empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) demonstra que uma significativa parcela da geração Y vê o seu mentor como uma parte integrante do seu desenvolvimento. “Realmente, um mentor mais experiente é uma peça crucial e tem um valor inquestionável para esses profissionais da geração Y que estão iniciando sua carreira profissional”, concorda Canabarro. A relação entre o mentor e o seu pupilo traz também frutos para o mentor, pois pode representar uma segunda chance de repensar e reaprender.
A novíssima geração Foto: Arquivo pessoal
A novissíma geração já tem nome: Z. A última letra do alfa-
beto vem do termo “zapear”, ato de trocar constantemente de canal de televisão. O que diferencia este novo grupo da geração X, que teve que se adaptar à chegada das novas tecnologias, e da Y, que cresceu juntamente com o desenvolvimento da modernidade, é a habilidade e intimidade com as novas tecnologias e a velocidade da informação é encarada como algo muito natural. Esse novo grupo de indivíduos chega ao mercado de trablho com a expectativa de encontrar um mundo semelhante ao seu: conectado, aberto ao diálogo, veloz e global. Para as empresas, fica a opção de encarar essa mudança e atualizar seus negócios, criando novas formas de liderança e motivação. Fonte: www.catho.com.br
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líderes
Uma nova geração de líderes Jovens líderes de hoje possuem acesso a muito mais informações e vivem em um mundo interconectado, veloz, globalizado.
A
s mudanças culturais dos últimos 30 anos foram profundas. As pessoas isolam-se em condomínios ou atrás de muros altos; em casa há televisões e computadores em cada cômodo; a construção de redes sociais e grupos virais é a moda do momento. No mundo corporativo, as pessoas não se relacionam do mesmo modo; o interesse em manter-se por muito tempo no mesmo trabalho não é mais prioridade; a tecnologia faz parte do dia a dia; e os jovens da geração Y começam a ocupar cargos de liderança. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
De acordo com pesquisa da Hay Group – em-
presa global de consultoria de gestão de negócios, que trabalha com líderes – quase 20% dos jovens com menos de 30 anos ocupam cargos de liderança. Como acompanhar esses novos líderes que estão vivenciando esta nova cultura? Qual é o retrato desses jovens que lidam com a pressão de assumir cargos de chefia? Esta nova geração de líderes está muito motivada; adora trabalhar em equipe; procura conhecer seus pontos fortes e fracos; e pode ser caracterizada pelo imediatismo, pois cresceu no ritmo da internet e dos computadores. 55
liderança
O que muda é que os jovens líderes de hoje possuem acesso a muito mais informações e vivem em um mundo interconectado, veloz, globalizado
Foto: Arquivo pessoal
Cassio Quintão
Cassio Quintão, sócio e gerente de operações das regiões Centro-Oeste e Norte da empresa de recursos humanos PROFF Gente & Gestão, acredita que o imediatismo é uma característica dos jovens há gerações, e completa: “O que muda é que os jovens líderes de hoje possuem acesso a muito mais informações e vivem em um mundo interconectado, veloz, globalizado”. Ele considera que, apesar de terem acesso a muitas informações, entendem que não têm todas as respostas e, por isso, são questionadores, querem aprender e valorizam o feedback. “Eles são criativos e corajosos. Os líderes da geração Y têm grandes aspirações e uma mentalidade digital. Desejam é identificar-se com os valores da empresa em que trabalham. Essa necessidade de atuar em empresas que sejam a sua cara é um grande incentivo para buscarem posições de comando e investirem no empreendedorismo”, garante o gerente da Gente & Gestão. Ele considera, no entanto, que essa mesma ansiedade, que faz com que muitos integrantes da geração Y sejam bem-sucedidos muito jovens, também os obriga a lidar com as frustrações das posições de comando muito cedo, E nem sempre estão preparados para isso.”
Cenário de
constâncias inovações
Para Mariana Melissa – especializada em endomarketing, comunicação interna, comportamento e carreira – a geração Y, a qual pertence, por ter nascido em um cenário de constantes inovações tecnológicas, muitas vezes é impulsiva e insubordinada. Por isso, 56
tem maior facilidade em exercer cargos de liderança. Mas, ela não considera que essa nova geração de líderes seja tecnologicamente superior e tendem a ter entendimento mais global. Por quê? “O fato de a tecnologia estar presente e constante no desenvolvimento dessa geração, isso não garante esse tal entendimento, até porque, com tantas facilidades e com o bombardeio de informações por minuto, a absorção no entendimento se torna superficial, possibilitando que saibam de tudo um pouco, mas de quase nada realmente aprofundado”. Tanto ela como Cassio Quintão consideram que a visão desses novos líderes é diferente da dos yuppies da geração X: “Os líderes mais antigos eram cheios de respostas, enquanto a nova geração é carregada de perguntas”, teoriza Quintão. Para ele, esses novos líderes sabem criar um ambiente inspirador, de inovação e criatividade, sintonizado com as características do trabalhador moderno e assevera que: “A geração Y dá feedbacks, fomenta mudanças e compartilha o sucesso com a equipe, uma postura diferente dos yuppies, que eram mais centralizadores”. Além disso, por crescer em um ambiente conectado, a geração Y é muito flexível e considera que a capacidade de estar sempre conectado é que diferencia essa geração, que tem várias ferramentas tecnológicas à disposição desde que nasceram. “Também trabalham de forma mais leve, descontraída. São capazes de se divertir e envolver a equipe, criando um ambiente inspirador.” RBA • Novembro/Dezembro de 2012
A Geração Y no Trabalho: O título é do novo livro lançado pela editora Campus-Elsevier. A obra explora as influências psicológicas, sociais e ambientais que afetaram esta nova geração, formada em uma época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. As autoras do livro – Nicole Lipkin e April Perryone – se basearam em conversas que tiveram com gerentes, supervisores, professores e com a própria geração Y. Comprometidos com ideias e projetos, os líderes
da geração Y não são fixados em hierarquias, por serem mais informais e enxergar além dos cargos. Assim, ser seu próprio chefe é ambição de grande parte desses jovens. A agência Namosca, de São Paulo, especializada em marketing direcionado a jovens, identificou essa tendência. De acordo com a pesquisa, realizada em universidades em diversas cidades brasileiras, 39% dos entrevistados pretendem ter seu próprio negócio. Para alguns especialistas estes novos líderes são mais bem preparados, porque recebem uma quantidade enorme de informações, mas tendem a ser mais superficiais. “Acredito que eles têm acesso a muita informação, mas isso não basta para formar um bom profissional. Essa geração vive num ambiente globalizado, conectado e rápido. Ao chegar ao mercado de trabalho, esse grupo se destaca como um profissional multitarefa, não necessariamente como um bom líder. Ele não busca a estabilidade, que era muito valorizada pelas gerações anteriores, e sim as muitas possibilidades de um mundo interconectado. Por isso, podem parecer mais superficiais, mas, na verdade, só abordam a carreira de forma diferente”, defende o sócio da Gente & Gestão. No livro “Jovens para sempre – como entender os conflitos de geração” (Editora Integrare Business), Sidnei de Oliveira diz que os jovens da geração Y tiveram uma formação diferente sobre conceitos de lideres e liderança. Ele afirma que, pouco a pouco, esta nova geração de chefes vem aumentando sua participação no mercado. Para ele, o líder de hoje desenvolveu habilidades com foco maior no desempenho individual. “Por isso, essa geração tem uma liderança muito oscilante, sem referencial. Assim, existem dois cenários prováveis: no primeiro, o líder jovem acaba sendo tirano e espera que as pessoas cumpram ordens; a outra vertente é justamente o jovem que não quer ser líder, mas é alçado à posição RBA • Novembro/Dezembro de 2012
de liderança. E aí exerce uma liderança maternal, frágil, porque acaba sendo uma chefia amiga”, considera o especialista. Nesse cenário, complementa o autor, “é nítido nas empresas que percebem isso, lançar mão de programas de gerência para instrumentalizar os jovens”, e conclui: “Apesar de gostar dos benefícios que o cargo traz – porque, normalmente, o chefe gerencia o próprio horário e ganha maiores salários – o jovem rejeita a ideia de ter que fazer escolhas. A frase que mais ouço é: Virei chefe, e agora, o que faço com isso?” Esta nova safra de líderes está sendo preparada, na maioria das vezes, por profissionais da geração X. Mariana Melissa vê de forma muito positiva a diversificação de gerações no ambiente de trabalho: “A geração mais antiga é mais tolerante e passiva no comportamento e, com a chegada dos novos líderes no mercado, a geração X está reavaliando seu comportamento e prioridades. “Porém, ainda existe certa resistência com a nova metodologia de trabalho e com a inserção definitiva da tecnologia nas rotinas da geração do milênio, mas acredito que esse comportamento diz respeito a todas as transições de gerações. A geração X tem muito que ensinar para a nova geração e, acreditem, o inverso também é verdadeiro”, destaca Mariana. Ela não descarta o conflito de gerações, acha que isso sempre existiu e são essas diferenças que enriquecem o ambiente de trabalho e conclui: “Na formação de novos líderes, é de extrema importância que humanização, respeito, aproximação, humildade e criatividade sejam pontos primordiais na formação de futuros sucessores”. Para finalizar, Cassio Quintão aconselha ao jovem que está iniciando um cargo de gestão: “Mantenha a estabilidade emocional e esteja sempre atualizado; à equipe: mantenha sua equipe motivada, em alta performance e focada em resultado; e à empresa: mantenha um comportamento exemplar e se relacione bem com os pares e superiores”. 57
qu!z
Teste do bimestre
Você usa bem o seu
tempo?
4. Qual desses métodos você aplica com mais
(
( (
frequência para organizaar o seu tempo? ) a. Realizo as tarefas de que gosto em pri- meiro lugar, deixando para o final aquela de qual não gosto. ) b. Primeiro procuro realizar tarefas que con- sidero importantes, deixando as de menor importância para depois. ) c. Geralmente, realizo as tarefas que apare- cem em primeiro lugar.
Ilustração: Shutterstock
5. Como você encara o tempo utilizado em
( (
(
P
lanejar as atividades diárias, de acordo com o tempo disponível, pode não ser uma das tarefas mais agradáveis na rotina das pessoas, mas pode concorrer para o sucesso profissional. Há quem prefira confiar na memória, cumprindo compromissos de acordo com a “ordem de chegada”, enquanto outros recorrem a uma agenda cuidadosamente preparada com antecedência. Para verificar como você planeja suas atividades e administra seu tempo, procure responder as perguntas deste teste com sinceridade, assinalando as alternativas que mais se aproximam do seu comportamento profissional. O resultado poderá indicar a necessidade de mudanças, ou pelo menos reforçar os pontos em que você age corretamente, em busca do equilíbrio entre sua vida profissional e particular.
58
1. ( ( (
Pense a seu respeito e sobre o seu traba- lho. Qual das afirmativas, a seguir, mais se aproxima do seu comportamento? ) a. Dedico quase todo o meu tempo ao trabalho. Por isso, sobra pouco para mi- nha vida pessoal. ) b. Dedico mais tempo à minha vida pes- soal – família, lazer, esportes, estudos etc. – do que ao meu trabalho. ) c. Procuro dividir meu tempo proporcional mente entre as necessidades de meu traba- lho e as atividades da minha vida pessoal.
2. Qual das descrições parece mais próxima de
( ( (
suas atitudes, em relação às tarefas que de- senvolve no dia a dia de seu trabalho? ) a. Por mais que me esforce no trabalho, tenho a impressão de que os problemas se acumulam mais e mais. ) b. Quase sempre consigo cumprir as tarefas que planejei para o dia. ) c. É dificil saber se realizo todas as tarefas diárias, não costumo planejar minhas ações e analisar o que fiz durante o dia.
3. Que pontuações você daria se fosse rela- ( ( (
cionar o grau de importância entre a vida pessoal e profissional? ) a. Pessoal = 5 pts; Profissional = 5 pts. ) b. Pessoal = 4 pts; Profissional = 6 pts. ) c. Pessoal = 7 pts; Profissional = 3 pts. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
reuniões de planejamento? ) a. Como um desperdício de tempo. ) b. Como uma hora ou mais dedicada a decisões importantes. ) c. Como um momento agradável para conversar com meus colegas de trabalho.
6. Qual dessas afirmações está mais próxima
( ( (
do seu comportamento, em relação às metas traçadas para você? ) a. Geralmente defino metas ambiciosas, mas com boa possibilidade de execução. ) b. Defino, quase sempre, metas abaixo do meu potencial de trabalho. ) c. Não costumo definir metas de trabalho.
7. Quando analisa as atividades desenvolvi-
das no dia, que sensação tem com mais frequência? ( ) a. Não desperdicei nem um minuto do meu tempo dedicado ao trabalho. ( ) b. Metade do meu dia foi desperdiçado em conversas agradáveis, que tinham pouco a ver com o meu trabalho. ( ) c. Gastei muito tempo com detalhes des- necessários.
8. Você mantém uma agenda? ( ) a. Para uso diário, onde anota os compro
( (
missos, mantendo-a atualizada. ) b. Não tenho nenhuma agenda. ) c. Tenho uma agenda, mas dificilmente utilizo, pois não me sobra tempo para anota- ções e muito menos para consultas.
Contagem dos pontos Questões 1 2 3 4 5 6 7 8
a 1 1 5 3 1 5 5 5
b 3 5 3 5 5 3 1 3
c 5 3 1 1 3 1 3 1
Total dos pontos: _____________
Resultado e análise Menos de 18 pontos – Definitivamente, você tem um problema sério com planejamento de suas atividades. A organização do seu tempo deve ser muito mal administrada. Ou você se dedica integralmente a sua vida profissional, esquecendo sua vida pessoal, ou faz o contrário. Por outro lado, quando se dedica ao trabalho, realiza as tarefas que vão chegando em primeiro lugar, em vez e fazer um planejamento, dando prioridade às ações importantes. Você deve ter a sensação, no final do dia de trabalho, de que o seu tempo foi pouco aproveitado em relação ao seu trabalho. Comece a analisar os seus pontos fracos em relação ao planejamento de suas atividades e tente organizar o seu tempo em uma agenda, anotando os compromissos e traçando prioridades para o seu trabalho e sua vida pessoal. Entre 18 a 32 pontos – Tudo indica que suas atividades profissionais e pessoais são razoavelmente planejadas e administra seu tempo com relativo cuidado. É quase certo que você convive bem com os problemas pessoais e profissionais. Apesar disso, algumas vezes você tem a sensação de que os problemas diários se acumulam mais e mais. Talvez isso seja consequência de um planejamento inadequado. Costuma utilizar métodos adequados de planejamento, mas às vezes prefere alternar tarefas agradáveis e desagradáveis, não levando em consideração o seu grau de importância. As reuniões de planejamento quase sempre são agradáveis, mas pouco produtivas. Um conselho para quem está nesta faixa de pontuação: procure se esforçar para organizaar melhor o seu tempo e desenvolver metodos de planejamento mais adequados. Há ainda muita coisa a fazer para melhorar o seu desempenho. Acima de 32 pontos – Você é certamente uma pessoa que planeja bem suas atividades e dificilmente é pego de surpresa em seu trabalho. Tudo indica que a sua jornada de trabalho é bem planejada e, com isso, consegue cumprir seus compromissos previstos. Apesar da dedicação ao trabalho, você consegue tempo para se dedicar à vida familiar, aos esportes, lazer e à cultura. Você deve ser daqueles profissionais que têm a sensação de cumprir seus compromissos e acredita que o planejamento é uma arma importante no desenvolvimento de sua empresa. Quiz! Baseado em testes produzidos pelo autor e publicado em outros veículos de comunicação.
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internet
e-commerce
Foto: Shutterstock
Por João Humberto de Azevedo
momento de desvairio generalizado, pois não havia a menor massa crítica de usuários. Hoje a situação é totalmente diferente; somos mais de 80 milhões de usuários da Internet, um contingente maior do que muitos países europeus”, teoriza o CEO do MBA60. Ele ressalta que o estouro da bolha da Internet foi positivo “pois hoje vemos projetos mais realistas e as empresas estão começando a pensar no conceito de omini chanell, que é a integração dos vários canais de vendas e atendimento”. Para Luiz Fernando Góes, o multicanal, ou seja, a possibilidade de adquirir bens e serviços por meio de diferentes canais, sempre esteve presente com maior ou menor intensidade na realidade mundial e também na brasileira. “O e-commerce é apenas mais um canal, que apesar de ser muito peculiar, já integra as estratégias dos varejistas
tradicionais”, esclarece Goes e resume: “Pode-se dizer que tornar-se um varejista multicanal ou uma indústria que oferece o multicanal diretamente ao consumidor final será, a médio prazo, uma obrigação, principalmente para os de grande porte e globais, sob pena de serem atropelados pelas expectativas do consumidor”.
Erros e acertos
Em entrevista para o site www.ecomercebrasil.com.br, Ricardo Cabianca, diretor de marketing e novos negócios da WB4BC´Negócios On-line (empresa especializada na implantação e gestão de lojas on-line), revela os maiores erros cometidos pelo varejo eletrônico e os principais itens que o empresário do e-comerce precisa prestar atenção para alcançar o sucesso. Ele afirma que entre os erros, o maior de todos é imaginar que
para se vender algo na internet é necessário somente ter um site, a imagem de um produto e o botão ‘comprar’. “E não é assim, nem de longe. O site e a plataforma de e-commerce são apenas 30% do negócio de varejo virtual. Para funcionar, é necessário investir muito tempo em pesquisa e planejamento, como em qualquer negócio”, ensina o especialista, e acrescenta que, mesmo com muitos anos de existência de lojas virtuais, a venda on-line ainda é um lugar meio obscuro, e há muito o que aprender. “São novos consumidores surgindo a cada dia e novas formas de relacionamento sendo desenvolvidas.” Na entrevista, Cabianca assegura que a grande questão é saber se o empreendedor domina, ou tem como dominar em pouco tempo, e conhece o segmento de varejo em que vai atuar no ambiente on-line.
A unidade da federação onde está localizado o site vendedor é a beneficiária do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), independentemente do domícilio do comprador via internet.
O campo é vasto, mas cheio de desafios
O
fabuloso crescimento de pessoas conectadas à Internet – cerca de 650% nos últimos onze anos – impulsionou o comércio eletrônico, também conhecido como e-commerce, no Brasil. Os dados estão aí para confirmar: em 2011, apenas 1,1 milhão de pessoas utilizavam a Internet para fazer compras, ou seja, 0,6% da população brasileira. Em 2012, segundo a e-bit, o número pulou para mais de 20% da população, ou seja, cerca 40 milhões de pessoas irão adquirir mercadorias nesta nova modalidade.
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Mauro Faria Peres, CEO do MBA60 – plataforma que oferece serviços de publicidade, campanhas de marketing e licenciamento de conteúdo – considera que o brasileiro está entre os povos que mais usam a Internet no mundo. “Apesar de todas essas evidências, o mercado de vendas pela Internet é ainda bastante concentrado. Há centenas de grandes varejistas que ainda não estão explorando o e-commerce no país”, sustenta Mauro, considerando que a causa pode estar ligada a experiências mal sucedidas durante o boom da Internet, entre 2000 e 2001. “Naquela época, vivíamos um RBA • Novembro/Dezembro de 2012
R$3 bilhões por ano é o valor estimado de tributos que não chega às cidades de grande parte desses clientes. Sergipe, Piauí e Bahia estão perdendo de R$100 milhões a R$165 milhões por ano. O Distrito Federal não tem os cálculos dos prejuízos, mas sabe-se que são superiores a R$150 milhões. São Paulo calcula que mais de R$2 bilhões entram em seus cofres públicos devido às compras virtuais por consumidores de outros lugares. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
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internet
Foto: Arquivo pessoal
Mauro Peres
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Ricardo conta: “Um senhor entrou em contato comigo querendo abrir uma loja para vender perfumes importados. Eu perguntei se ele era do ramo e disse que não, que achava que vender perfume pela Internet era fácil. Quando informei que já existem mais de 450 lojas em operação na web, ele desistiu. Ele não tinha essa informação, não tinha o mínimo conhecimento sobre o mercado em que queria ingressar”.
As grandes redes dominam
Apesar de ser dominado pelas grandes redes, as pequenas empresas vêm ganhando espaço no varejo eletrônico. Segundo a e-bit, graças às ferramentas disponíveis – compras coletivas e Facebook – os negócios de pequeno porte conquistaram 8% do faturamento on-line e venderam cerca de R$1,5 bilhão no ano passado. Para a E-Consulting Corp. – especializada em consultoria, projetos, desenvolvimento e implementação de serviços profissionais em Tecnologia da Informação (TI), telecom, mídia, internet e contact center – nos próximos três anos, empreendimentos de menor porte devem crescer a uma taxa de 15%, graças ao oferecimento de produtos e serviços personalizados. Independente do tamanho da empresa, uma loja virtual deve implementar uma infraestrutura básica para concorrer neste mercado. Na entrevista no site já citado, Cabianca considera que para uma loja virtual obter sucesso, primeiro é “necessário pesquisar muito, se possível visitar operações que já estão acon-
tecendo, entender as ferramentas existentes e fazer planejamento de resultados, com investimentos em mídia on-line, breakeven etc.”. Em relação à estrutura, ele considera de vital importância cobrir quatro áreas operacionais: gestão do negócio, responsável pelo marketing, aquele que vai observar o mercado, a concorrência, os preços, os investimentos em mídia online, as métricas, as vendas dos produtos e os resultados; atendimento, que vai focar no consumidor: aprovar a compra, acompanhar o andamento do pedido e do pós-venda; webdesign, responsável por toda a comunicação visual da loja, pelos banners de divulgação, pelas imagens dos produtos, pela navegação; e logística, pois não adianta fazer um belo trabalho de imagem e preço, se falhar a entrega. Na opinião de Cabianca, o que aconteceu de “pior” para o comércio eletrônico, em linhas gerais, foi o entendimento errôneo de que basta uma plataforma de e-commerce, fotos e carrinho de compras para iniciar uma loja on-line e complementa: “Isso provocou uma espécie de corrida ao ouro, promovendo a abertura e o fechamento de diversas lojas on-line em um curto espaço de tempo”. Mas, muita coisa boa também aconteceu: “Por exemplo, o crescimento da percepção dos lojistas sobre o relacionamento com os consumidores, ampliando os espaços de comentários e a troca de experiências de consumo, o que certamente será amplificado em 2012, com o desenvolvimento de técnicas estratégicas de Social Commerce”, finaliza. RBA • Novembro/Dezembro de 2012
recursos humanos
Gestão de RH
não há uma receita pronta
Foto: Shutterstock
O e-commerce é apenas mais um canal, que apesar de ser muito peculiar, já integra as estratégias dos varejistas tradicionais
Por João Humberto de Azevedo
Desenvolver e promover seus profissionais é a prática mais eficiente, hoje, para formação de equipes.
N
o ambiente atual de negócios em padrões globais, marcado pela competição acirrada e alta exigência por qualidade, não há como uma empresa tornar-se ou manter-se competitiva sem uma gestão eficaz de seus recursos humanos. Como adverte a professora de pós-graduação em cursos de Psicologia e Administração, Eline Neves Braga Nascimento, “não se trata apenas de atrair e selecionar profissionais. O desafio hoje é bem mais complexo e exigente. Trata-se de formar e manter uma equipe não apenas tecnicamente qualificada, mas identificada com a empresa e comprometida com seus objetivos”. Consultora e sócia da ÁgilisRH – empresa de Recife (PE), especializada no desenvolvimento e provimento de tecnologia de ponta em instrumentos e práticas de recursos humanos (RH), ela observa que as organizações de maior porte costumam utilizar a RBA • Novembro/Dezembro de 2012
intranet ou sistemas informatizados de gestão de RH como ferramenta de apoio à capacitação, com resultados bastante interessantes. “Nesse ambiente informatizado, é necessário ter uma área que reúna os conteúdos relacionados à gestão do conhecimento da empresa, que devem ser disponibilizados de forma prática, rápida e acessível aos profissionais”, ressalta a professora e esclarece que há também empresas que desenvolvem seus próprios centros de treinamento e universidades, oferecendo formação, capacitação e atualização de forma mais estruturada. “O certo é que nessa ampla gama de ferramentas e soluções, não há uma receita pronta. Cada empresa deve buscar desenvolver o formato mais adequado para atender ao seu perfil e necessidades. Empresas de menor porte, por exemplo, podem sistematizar processos de desenvolvimento com discussões sobre temas 63
recursos humanos
Os gestores sabem que formar é um processo mais lento do que buscar profissionais prontos no mercado
Foto: Arquivo pessoal
Eline Neves
considera que o investimento em políticas de gestão de pessoas é sinônimo de sucesso para qualquer organização e explica: 64
“Com a transformação das relações de trabalho, as organizações tiveram que repensar seus modelos de gestão e de investimento apenas em aspectos técnicos e científicos. No entanto, notoriamente, para trabalhar com as mais avançadas tecnologias e ciências é necessário o grande ator: o homem”. Ela enfatiza que a política de gestão de pessoas vem com a missão de atrair os melhores talentos, desenvolver as pessoas, engajá-las nos propósitos, metas e objetivos das empresas e retê-las, mantendo-as satisfeitas e se tornando uma guardiã do clima organizacional. “Empresas que não pensam em atuar e valorizar as pessoas que a compõe certamente enfrentarão problemas e conflitos, principalmente nas relações de trabalho”, assegura Karina. A ÁgilisRH realizou sondagem junto a gestores e profissionais de RH de empresas pernambucanas de diversas áreas da indústria, comércio e serviços especializados para investigar qual a melhor estratégia, na opinião deles, para contar com uma equipe qualificada. Com relação à questão: Buscar talentos prontos no mercado ou investir na formação dos profissionais dentroda empresa?, os entrevistados foram unânimes em afirmar que desenvolver e promover seus profissionais é a prática mais eficiente, hoje, para formação de equipes. Para eles, investir na formação dos profissionais conduz a uma série de ganhos para a empresa. Os mais citados, pela ordem, foram: melhor qualificação da equipe; perenidade da equipe; e menor custo para a empresa. “Os gestores sabem que formar
é um processo mais lento do que buscar profissionais prontos no mercado, mas entendem que as vantagens decorrentes desse investimento superam, em muito, essa fraqueza”, argumenta a consultora.
Retorno do investimento
Muitas empresas não investem, ou investem muito pouco, em programas de desenvolvimento de equipes e de capacitação profissional, porque consideram dificil e complicado conhecer o retorno desse investimento. Para Eline Neves, é lamentável este tipo de postura, uma vez que é possível mapear os resultados e o retorno do investimento em capacitação: “Para isso, é preciso definir antes os indicadores para esses resultados”, ensina a consultora e lista duas questões importantes: O que a empresa pretende obter ao investir na capacitação de sua equipe? Quais as lacunas existentes hoje e quais os resultados que se pretende alcançar após a ação de capacitação? Depois, deve-se monitorar o resultado alcançado para cada indicador previamente definido, comparando-o com os dados anteriores. “Há ferramentas específicas que podem apoiar o gestor nesse acompanhamento, que permitem a mensuração desse tipo de investimento”, esclarece a especialista. Karina concorda que não só é possível, como é necessário gerenciarmos aquilo que medimos. “Hoje, existem vários indicadores de RH que subsidiam as tomadas de decisão na área de educação corporativa e são usados de acordo com as metodologias de RBA • Novembro/Dezembro de 2012
cada organização”, explica a gerente de RH da LG e complementa: “A melhor ferramenta de ROI (retorno sobre o investimento) em programas de capacitação são as avaliações de eficácia”. Ela explica que na LG, o gestor é o responsável por avaliar o colaborador que participou da capacitação, por meio de workflow, 90 dias após a conclusão do treinamento. Karina continua, explicando que essa avaliação, contínua é que vai validar o aprendizado e a aplicabilidade do treinamento no dia a dia de trabalho. “Obviamente, se não obtivermos a média desejada, o gestor é responsável por elaborar um plano de ação de autodesenvolvimento e concluí-lo com a auditoria do RH. Além desta ferramenta de ROI, uso também o cruzamento de resultado de outros indicadores, tais como horas de treinamento por homem X valor de investimentos em treinamento mês ou ano, para avaliações mais minuciosas. Mediante os resultados, tomamos as ações imediatas para correção ou manutenção do indicador em questão”, enfatiza a psicológa. Eline Neves considera essa questão um grande desafio, mas os obstáculos não param por aí para que os profissionais consigam manter um bom relacionamento com os gestores; circular por todas as áreas; e fazer com que seu objeto de trabalho – a gestão de pessoas – de fato faça parte do planejamento estratégico da organização; são alguns dos desafios listados por Eline.
Apagão de talentos O tão propalado “apagão de
talentos” anunciado pelos espeRBA • Novembro/Dezembro de 2012
cialistas em recursos humanos, é confirmado pela professora: “Há um apagão sim, mas em algumas áreas específicas. No Brasil, como em outros países em desenvolvimento, percebemos que o apagão de mão de obra qualificada atinge de forma mais significativa alguns setores como engenharia e construção civil, pelo momento de retomada do crescimento, do aumento das obras de infraestrutura, setor que durante décadas permaneceu sem grandes investimentos”. Um movimento como este ocorreu em países desenvolvidos há alguns anos, quando foram buscar mão de obra mais barata em setores como o de tecnologia, em países em desenvolvimento, como a Índia, por exemplo. Segundo a consultora, hoje já se verifica que os profissionais desses países estão mais qualificados e com remuneração mais elevada: “Em síntese, existe um apagão, mas no Brasil ele ocorre de forma mais concentrada em algumas áreas; no mundo, varia de país para país”. A verdade é que a atuação do RH é fundamental, mas quem de fato responde pela política de gestão de pessoas da empresa são os executivos, os gestores. O RH apoia, dá as ferramentas, mostra as tendências, aponta as soluções, cria as condições necessárias, mas quem deve patrocinar e conduzir a política de RH é o gestor: “Porém, cabe ao RH, com apoio e patrocínio dos gestores, planejar e administrar políticas e instrumentos que permitam o desenvolvimento dos profissionais e das equipes, a melhoria do desempenho e a consolidação dos vínculos entre a organização e os profissionais”, finaliza a consultora.
Para trabalhar com as mais avançadas tecnologias e ciências é necessário o grande ator: o homem Karina Pimentel
Foto: Arquivo pessoal
específicos, unindo profissionais mais experientes e jovens profissionais”, sustenta. A psicólaga Karina Pimentel, Gerente de Recursos Humanos na LG Sistemas – especializada em tecnologia para gestão de RH,
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CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO – CFA
Presidente: Adm. Sebastião Luiz de Mello Setor de Autarquias Sul, Qd. l, Bloco L, Ed. Conselho Federal de Administração Brasília/DF • CEP: 70070–932
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO CEARÁ (CRA-CE) Presidente: Adm. ILAILSON SILVEIRA DE ARAÚJO Rua Dona Leopoldina nº 935 - Centro - 60110-001 - FORTALEZA/CE Fone: (85) 3421-0909/3421-0901 - Fax: (85) 3421-0900 E-mail: presidente@cra-ce.org.br; superintendente@cra-ce.org.br Home Page: www.craceara.org.br - Horário de funcionamento: das 8:30 horas às 18:00 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE (CRA-RN) Presidente: Adm. IONE MACÊDO DE MEDEIROS SALEM Rua Coronel Auriz Coelho nº 471 - Lagoa Nova - 59075-050 - NATAL/RN Fone: (84) 3234-6672/9328 - Fax: (84) 3234-6672/9328 E-mail: cra-rn@crarn.com.br - Home Page: www.crarn.com.br Horário de funcionamento: das 12 horas às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (CRA-DF) Presidente: Adm. CARLOS ALBERTO FERREIRA JÚNIOR SAUS - Quadra 6 - 2o. Pav. - Conj. 201 - Ed. Belvedere - 70070-915 - BRASÍLIA/DF Fone: (61) 4009-3333 - Fax: (61) 4009-3399 E-mail: presidencia@cradf.org.br, - Home Page: www.cradf.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 17 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL (CRA-RS) Presidente: Adm. CLÁUDIA DE SALLES STADTLOBER Rua Marcílio Dias nº 1030 - Menino Deus - 90130-000 - PORTO ALEGRE/RS Fone: (51) 3014-4700/3014-4769 - Fax: (51) 3233-3006 E-mail: diretoria@crars.org.br;secretaria@crars.org.br - Home Page: www.crars.org.br Horário de funcionamento: das 8h30min às 17h30min
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ESPIRITO SANTO (CRA-ES) Presidente: Adm. MARCOS FELIX LOUREIRO Rua Aluysio Simões, 172 - Bento Ferreira - 29050-632 - VITÓRIA/ES Fone: (27) 2121-0500 - Fax: (27) 2121-0539 E-mail: craes@craes.org.br - Home Page: www.craes.org.br Horário de funcionamento: das 8:30 horas às 17:30 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RONDÔNIA (CRA-RO) Presidente: Adm. EVA DA SILVA ALBUQUERQUE Rua Tenreiro Aranha nº 2.978 - Olaria - 78902-050 - PORTO VELHO/RO Fone: (69) 3221-5099/3224-1706 - Fax: (69) 3221-2314 E-mail: presidencia@craro.org.br - Home Page: www.craro.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17 horas/Atend. Público 08 horas às 14 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE GOIÁS (CRA-GO) Presidente: Adm. JOÃO DIVINO DE BRITO Rua 1.137, Nº 229, Setor Marista - 74180-160 - GOIÂNIA/GO Fone: (62) 3230-4769 - Fax: (62) 3230-4731 E-mail: crago@crago.org.br - Home Page: www.crago.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RORAIMA (CRA-RR) Presidente: Adm. CEZAR CARLOS SOTO RIVA Rua Prof. Agnelo Bitencourt, 1620 - São Francisco 69.305-170 - BOA VISTA/RR Fone: (95) 3624-1448 - Fax: (95) 3624-1448 E-mail: craroraima@gmail.com e presidente@crarr.org.br; Home Page: www.crarr.org.br Horário de funcionamento: das 7h30min às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO MARANHÃO (CRA-MA) Presidente: Adm. ISABELLE CRISTINE RODRIGUES FREIRE MARTINS Rua José Bonifácio, 920 - Centro - 65010-020 - SÃO LUIS/MA Fone: (98) 3231-4160/3231-2976 - Fax: (98) 3231-4160/231-2976 E-mail: crama@cra-ma.org.br/financeiro@cra-ma.org.br - Home Page: www.cra-ma.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 14 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SANTA CATARINA (CRA-SC) Presidente: Adm. JOSÉ SEBASTIÃO NUNES Av. Pref. Osmar Cunha 260 - 8º andar Sala: 701 a 707/ 801 a 807 - Ed. Royal Business Center - 88015-100 - FLORIANÓPOLIS/SC Fone: (48) 3229-9400/6545/8622 - Fax: (48) 3224-0550 E-mail: crasc@crasc.org.br - Home Page: www.crasc.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO (CRA-MT) Presidente: Adm. ÁLVARO SCOLFARO Rua 05 - Quadra 14 - Lote 05 - CPA - Centro Político e Administrativo - 78050-900 CUIABÁ/MT Fone: (65) 3644-4769 - Fax: (65) 3644-4769 E-mail: cra.mt@terra.com.br - Home Page: www.cramt.org.br Horário de funcionamento: das 11:30 horas às 17:30 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO (CRA-SP) Presidente: Adm. WALTER SIGOLLO Rua Estados Unidos nº 865/889 - Jardim América - 01427-001 - SÃO PAULO/SP Fone: (11) 3087-3208/ 3087-3459 - Fax: (11) 3087-3256 E-mail: secretaria@crasp.gov.br - Home Page: www.crasp.com.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17h30min/Atend. Público 9 horas às 17 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO DO SUL (CRA-MS) Presidente: Adm. HARDUIN REICHEL Rua Bodoquena nº 16 - Amambaí - 79008-290 - CAMPO GRANDE/MS Fone: (67) 3316-0300 E-mail: presidencia@crams.org.br - Home Page: www.crams.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17h30min
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SERGIPE (CRA-SE) Presidente: Adm. CARLOS MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS Rua Senador Rollemberg, 513 - São José - 49015-120 - ARACAJU/SE Fone: (79) 3214-2229/3214-3983 - Fax: (79) 3214-3983/3214-2229 E-mail: cra-se@infonet.com.br;presidencia.crase@infonet.com.br - Home Page: www.crase. org.br. Horário de funcionamento: das 8 horas às 12 horas e 13 horas às 17 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MINAS GERAIS (CRA-MG) Presidente: Adm. PEDRO ROCHA FIÚZA Avenida Afonso Pena nº 981 - 1o Andar - Centro - Ed. Sulacap - 30130-907 - BELO HORIZONTE/MG Fone: (31) 3274-0677 - 3213-5396 - Fax: (31) 3273-5699/3213-6547 E-mail: presidencia@cramg.org.br - Home Page: www.cramg.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE TOCANTINS (CRA-TO) Presidente: Adm. ROGÉRIO RAMOS DE SOUZA Registro:011 - Aniversário: 17/11 602 Norte Av.: Teotônio Segurado Cj 01 Lt 06 - 77006700 - PALMAS/TO Fone: (63) 3215-1240/3215-8414 - Celular: (63) 92228008 E-mail: atendimento@crato.org.br - Home Page: www.crato.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARÁ (CRA-PA) Presidente: Adm. JOSÉ CÉLIO SANTOS LIMA Rua Osvaldo Cruz nº 307 - Comércio - 66017-090 - BELÉM/PA Fone: (91) 3202-7889 - Fax: (91) 3202-7851 E-mail: gabinete@crapa.org.br / presidencia@crapa.org.br - Home Page: www.crapa.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 15 horas
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CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA PARAIBA (CRA-PB) Presidente: Adm. MOISÉS MARQUES DA SILVA Av. Piauí nº 791 - Bairro dos Estados - 58030-331 - JOÃO PESSOA/PB Fone: (83) 3224-3101/3243-3123 E-mail: crapb@crapb.org.br - Home Page: www.crapb.org.br Horário de funcionamento: das 14 horas às 18 horas
Relação atualizada até o dia 27 de julho de 2012
RBA • Novembro/Dezembro de 2012
O Sistema CFA/CRAs deseja aos nossos leitores um 2013 repleto de conquistas, sucesso e realizações.
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