r e v i s ta b r a s i l e i r a d e a d m i n i s t r a ç ã o
Ano XXIII • Nº 92 • Janeiro/Fevereiro de 2013
Entrevista
Adm. Rogério Amato, presidente da ACSP
Opinião
Adm. Leandro Vieira – Procura por líderes não deve se tornar uma obsessão
Em nome da inclusão
Acesso às tecnologias de informação e da comunicação multiplicam as oportunidades no mercado global
Inteligência emocional
Ferramenta eficaz para o sucesso profissional e pessoal
Exportação sem mistérios
Ofereça seus produtos e serviços a consumidores de outros países e amplie seu mercado. Pode ser mais fácil do que parece Agora com conteúdo HSM
Peter Diamandis
R$ 9,90
A Teoria da Abundância
nova Projetos gráfico e editorial renovados Mais colunistas
Conteúdo HSM Management Novo projeto gráfico Produção certificada: ISO 9001 2ª maior publicação de conteúdo dirigido do país - Fonte: IVC
AGORA DE CARA NOVA
Parceria
Dossiês Artigos
A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração
Editorial
Mudar é preciso
R
ezou Fernando Pes-
a empresa dos serviços fornecidos (os seus negócios) pela
soa em breve trecho de
entidade governamental.
uma de suas obras mais
primorosas e reverenciadas: “(...) o que é necessário é criar”. Com certa liberdade de interpretação, é possível fazer uso dos versos do poeta lis-
ADM. SEBASTIÃO LUIZ DE MELLO Presidente do CFA
boeta para argumentar sobre a necessidade de mudar, de aperfeiçoar, de evoluir, de avançar, para que se
Management. O conteúdo de qualidade inquestionável e de utilidade para o Administrador ocupa espaço de destaque na RBA. Para esta edição de estreia, Peter Diamandis, inspirador da teoria da abundância, diz em entrevista exclusiva que, no prazo de uma geração, todos terão acesso aos bens e serviços que necessitarem e desejarem.
construa um respeitável legado. Ora, pois, o importante é
A variedade de conteúdo é uma marca da RBA e continua-
criar, é não parar na vida, independentemente do quanto ela
rá sendo. Além da entrevista com o Administrador Rogério
dure, é buscar melhorar a cada dia, mesmo porque o grande
Pinto Coelho Amato, presidente da Associação Comercial
sinal do erro é permanecer fazendo a mesma coisa do mes-
de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Co-
mo jeito por muito tempo.
merciais do Estado de São Paulo (Facesp), que reúne 420
Hoje, nossos leitores estão recebendo a nova Revista Bra-
associações comerciais. Temos, ainda, matérias tratando de
sileira de Administração ou, simplesmente, RBA. O novo
inteligência emocional e escritórios virtuais, que são cada
projeto gráfico e editorial busca informar, entreter e ser útil.
vez mais comuns como ambientes corporativos no Brasil,
Novas seções foram criadas, como, por exemplo “Desafio do
pois proporcionam redução de custos e mais comodidade
ócio”, que explora o que os Administradores fazem no seu
aos empresários, formando o recheio desta edição.
tempo livre; e “Bem-estar”, que divulga práticas saudáveis e
A RBA mudou e seguirá mudando para bem atender aos an-
até tratamentos de saúde que contribuem para a qualidade de vida social e laboral; e a “Surgiu assim”; que pretende expor produtos, empresas e marcas que fizeram e fazem história e estão presentes no imaginário popular. Na primeira edição de 2013, as mudanças estão estampadas. Porque mudar é preciso! A matéria de capa traz detalhes de como trabalha a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Como o próprio nome pode denotar, a Apex-Brasil trabalha para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e, também, para atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia
4
Merece destaque a parceria firmada com a revista HSM
seios dos seus leitores, que vinham demonstrando o desejo de ver modificações. E a mudança apresentada nesta edição é reflexo da opinião de quem lê a RBA. Por isso, todos os profissionais de administração podem e devem continuar participando da confecção da revista. Cabe ressaltar que o foco continua sendo, e não poderia ser diferente, contribuir para o desenvolvimento dos administradores e de suas atividades profissionais. A obra final é o resultado da contribuição de todos e essa renovação deve ser comemorada.
nacional. A ideia é fornecer aos profissionais de administra-
Uma ótima leitura
ção informações práticas que podem servir para aproximar
e que 2013 seja repleto de conquistas.
rba | revista brasileira de administração
Sumário Ano XXIII • Nº 92 • Janeiro/Fevereiro de 2013
ENTREVISTA
ESCRITÓRIOS VIRTUAIS
10
16
ADministrador Rogério Pinto Coelho Amato
25 anos no mercado de software
Escritórios virtuais oferecem eficiência
A Senior é uma referência no
Essas estruturas são cada vez
Presidente da Associação Comercial
26
de São Paulo (ACSP) e da Federação
fornecimento de softwares, serviços
das Associações Comerciais do
e infraestrutura em TI. Com matriz
Estado de São Paulo (Facesp), que
corporativos no Brasil. Economizar
localizada em Blumenau (Santa
reúne 420 associações comerciais,
tempo com deslocamento, ter mais
Catarina), a empresa conta com quatro
qualidade de vida trabalhando em
o Administrador e empresário
filiais – São Paulo, Rio Grande do Sul,
casa ou no lugar que for de seu agrado
paulistano acredita que é possível
Mato Grosso do Sul e Pernambuco – e
e usar telefone e internet como meios
que o Brasil conquiste melhores
atua em todo o País via seus cerca de
de comunicação principais já não são
resultados econômicos.
100 distribuidores autorizados.
mais privilégios.
LEITOR | 08 CONEXÃO | 54 CONSELHO | 56
6
CASES
rba | revista brasileira de administração
mais comuns como ambientes
ARTIGOS
20
EDUARDO ROSA PEDREIRA
O Administrador e o exercício do poder
25
ADM. GRASI OLIVEIRA
Você precisa saber dar um feedback
52
ADM. LeANDRO VIEIRA
Procuram-se líderes desesperadamente!
60
ADM. Luís Fernando da Costa Júnior
Desafios para a gestão pública na segunda década do século XXI
revista brasileira de administração
CAPA
32
Produtos e serviços do Brasil para o mundo Ampliar as fronteiras da sua empresa com a implantação da cultura exportadora é uma ótima alternativa para se manter em boas condições no mercado. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) fornece auxílio para quem deseja conquistar clientes no exterior.
19
22
Minancora, mais que uma pomada
Administrar também por diversão
Seu poder de cura não tem limites. Será
O diretor comercial goiano Adm.
crendice ou nossos pais e avós estão
Aurélio Rocha troca suas horas livres
com a razão? Crescemos ouvindo que,
pela coordenação de um grupo de
ao passar a pomada, os problemas como
corredores e ciclistas do centro-oeste
frieira, escara, espinha, ferimentos
brasileiro em busca de fazer novos
superficiais, outras afecções da pele
amigos, levar uma vida saudável e
e até os maus odores provocados pela
adquirir novos conhecimentos e
transpiração desapareceriam.
habilidades profissionais.
29
62
39
Relatórios por fazer, cobrança
Quem nunca “travou” na hora de
A parceria firmada entre as revistas
por resultados, gerenciamento de
tomar uma decisão no trabalho?
permite que RBA qualifique ainda
equipes, administração de crises,
Ou, ainda, quem nunca teve medo
mais seu conteúdo. Nesta edição de
dezenas de ligações para dar retorno
de aceitar determinados desafios
estreia, uma entrevista exclusiva com
e e-mails por responder. A pressão
ou nunca discutiu com colegas de
Peter Diamandis, inspirador da teoria
natural da atividade profissional
trabalho que atire a primeira pedra.
da abundância, e uma reportagem que
gera estresse e o Tai Chi Chuan é
Ter inteligência emocional pode ser
mostra os efeitos do acesso crescente
uma alternativa para preservar a
uma ferramenta eficaz para o sucesso
à tecnologia da informação.
saúde física e mental.
pessoal e profissional.
Tai Chi Chuan no combate ao estresse
Emoções devem ficar sob controle
HSM compartilha conteúdo na RBA
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
7
LEITOR
As mensagens para a RBA podem ser enviadas para SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília/DF, CEP 70070-932; para o e-mail: rba@cfa.org.br ou pelo twiter @cfa_adm.
Quero parabenizar a revista RBA pela edição nº 91, principalmente pelo artigo “Prepare-se para a glória”, escrito pelo Adm. Leandro Vieira. Adm. Antonio Corrêa de Oliveira
Acuso o recebimento nesta data das revistas e agradeço imensamente a cortesia. Certamente serão excelentes materiais não só em minha vida profissional como também pessoal. Minha esposa é pedagoga e adora o conteúdo das RBAs. Abraços, Adm. Dener Henrique T. Silva O nº 90 da RBA está excelente. Boas matérias, ótimos conteúdos e bonito aspecto gráfico. Sua leitura é uma verdadeira reciclagem para nós. Adm. Valmisio Menezes
Gostaria de parabenizá-los pela ótima revista. Adm. Maria Fernanda Brito Matos Melo
Muito obrigado pela atenção e apoio. Recebi os exemplares, cada um melhor que o outro em conteúdo e visual. Adm. Hilber Neves Barbosa Agradeço a atenção e agilidade na solução. Espero que volte a receber normalmente as próximas edições, o que infelizmente não vinha acontecendo. Adm. Hamilton Luis Kleinowski
8
rba | revista brasileira de administração
EXPEDIENTE
Editor | Conselho Federal de Administração Presidente | Adm. Sebastião Luiz de Mello Vice-Presidente | Adm. Sergio Pereira Lobo
: NUIDADE QUITOU A RBA GANHOU ção que administra e d is a n io Os profiss o da promoçã participam BA.” R u o nh uidade: Ga a “Quitou an exemplar d ram algum e b e c re o ã en m e-mail m enviar u RBA, pode tral nossa Cen .br) para a rg .o fa c @ a (rb inante. ento ao Ass de Atendim
Gostaria de compartilhar que chegou-me a revista e, com muita satisfação, constatei o competentíssimo texto e belíssima editoração e diagramação da matéria de que participei, sobre Marketing Social. Agradeço-lhes pelo espaço concedido, bem como pelo convite realizado. Parabéns a vocês pela ótima edição e contem comigo sempre.
Foto: Shutterstock
Paulo Meira
CONSELHEIROS FEDERAIS DO CFA 2013/2014 Adm. João Coelho da Silva Neto (AC) • Adm. Armando Lobo Pereira Gomes (AL) • Adm. José Celeste Pinheiro (AP) • Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues (AM) • Adm. Ramiro Lubián Carbalhal (BA) • Adm. Francisco Rogério Cristino (CE) • Adm. Rui Ribeiro de Araújo (DF) • Adm. Hércules da Silva Falcão (ES) • Adm. Dionízio Rodrigues Neves (GO) • Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (MA) • Adm. Alaércio Soares Martins (MT) • Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS) • Adm. Gilmar Camargo de Almeida (MG) • Adm. Aldemira Assis Drago (PA) • Adm. Lúcio Flávio Costa (PB) • Adm. Sergio Pereira Lobo (PR) • Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE) • Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha (PI) • Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade (RJ) • Adm. Ione Macedo de Medeiro Salem (RN) • Adm. Valter Luiz de Lemos (RS) • Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO) • Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho (RR) • Adm. José Sebastião Nunes (SC) • Adm. Silvio Pires de Paula (SP) • Adm. Adelmo Santos Porto (SE) • Adm. Renato Jayme da Silva (TO) CONSELHO EDITORIAL Prof. Adm. Idalberto Chiavenato • Prof. Carlos Osmar Bertero • Prof. Milton Mira de Assumpção Filho CONSELHO DE PUBLICAÇÕES Adm. João Coelho da Silva Neto • Adm. Gilmar Camargo de Almeida • Adm. José Sebastião Nunes • Adm. Renato Jayme da Silva • Adm. Francisco Rogério Cristino COORDENAÇÃO DOS CONSELHOS EDITORIAL E DE PUBLICAÇÕES Adm. Adelmo Santos Porto PRODUÇÃO Coordenação Editorial: Straub Design • Diretor Executivo: Adm. Wilgor Caravanti • Editor– Chefe: Francisco José Z. Assis • Diretor de Arte: Ericson Straub • Redação: Cinthia Zanotto, Mara Andrich e Maria Celeste Corrêa • Revisão: Mônica Ludvich • Diagramação: Indianara Barros • Colaboradores: Cícero Nogueira, Cristina Teresa Santos e Marina Lourenção • Impressão: Plural Indústria Gráfica • Tiragem: 118 mil exemplares REPRESENTAÇÃO COMERCIAL Conecta Marketing Direto (Wladimir Reis) Tel: (11) 4208-2883 E-mail: publicidade@cfa.org.br
Estou lendo neste momento a RBA nº 91 do @cfa_adm. Começando o dia com uma boa leitura. @lnetorecord Revista #RBA 91 está com matérias interessantes, @cfa_adm inclusive sobre e-commerce: o campo é vasto, mas cheio de desafios. Parabéns!! @alexfiorinb
ASSINATURAS E-mail: rba@cfa.org.br Portal: www.rbaonline.org.br Telefone: (61) 3218-1818 Fax: (61) 3218-1833 A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração sob a responsabilidade do diretor de Desenvolvimento Institucional, Adm. Adelmo Santos Porto, e da coordenadora técnica RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
9
os
ENTREVISTA
POR_FRANCISCO JOSÉ Z. ASSIS | FOTO_ ACSP/DIVULGAÇÃO
dois
lados A experiência de quem tem uma história de sucesso na iniciativa privada e também esteve à frente de uma Secretaria de Estado
C
rítico dos entraves cria-
também empresário Mario Amato e de
dos pelo Estado, o em-
Rogéria Pinto Coelho Amato e sócio da
presário paulistano Adm.
Springer, holding de capital aberto de
Rogério Pinto Coelho Amato, presi-
empresas que atuam na indústria ele-
dente da Associação Comercial de
troeletrônica, de refrigeração, trans-
São Paulo (ACSP) e da Federação das
formação de plástico e equipamentos
Associações Comerciais do Estado de
para a indústria de bebidas.
São Paulo (Facesp), que reúne 420 associações comerciais, também acredita que é possível que o Brasil conquiste melhores resultados econômicos.
10
rba | revista brasileira de administração
Também é presidente e sócio da Moreira Salles S.A. Agropecuária, uma fazenda de bovinos instalada no Paraná, e atua como sócio e diretor da Otomar
Amato, 64 anos, é formado em
Empreendimentos
Administração pela Fundação Getúlio
Participações Ltda., com atividades
Vargas de São Paulo, com vários cursos
nas áreas de destilação de álcool neutro
de extensão e especialização. É filho do
e, ainda, de operações imobiliárias.
Imobiliários
e
ADM. RogÉrio pinto coelho amato
Empresário e presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)
Entrevista leiro. Na sua visão, o que pode ser feito nos âmbitos interno e externo da pequena e média empresa para evitar o fechamento prema-
A carga tributária é alta porque os gastos públicos são muito elevados, sendo que há espaço para a redução das despesas se houver melhor gestão dos recursos, o que permitiria diminuir a tributação.”
turo de portas? RPCA - A Lei Geral da Micro e da Pequena Empresa (SIMPLES) representou um avanço no sentido de reduzir as dificuldades dos empreendimentos de menor porte, mas eles ainda enfrentam muitas dificuldades para o acesso ao crédito. Apesar de muito positivo, o SIMPLES acaba
Revista
Brasileira
de
Administração - Quais são os principais desafios dos empresários no Brasil? Rogério Pinto Coelho AmatoAs frequentes mudanças das regras legais, as intervenções casuísticas do governo na economia, a burocracia sufocante e a tributação muito elevada são desafios permanentes enfrentados pelos empresários brasileiros. RBA - Na sua concepção, as experiências de gestão podem ser compartilhadas ou cada empresa deve ser encarada de forma particular dentro do mercado em que atua?
rba | revista brasileira de administração
porque, se ultrapassarem os limites de faturamento, acabam caindo no “complexo” mundo burocrático e fiscal sem estarem ainda com em condições de enfrentar a burocracia e a tributação geral. O “desenquadrar” gradativo das empresas, com as exigências aumentando também gradativamente, seria uma alternativa interessante. RBA - Qual é a sua opinião sobre a livre iniciativa empresarial? Ela não é colocada em xeque quando o Estado evita se posicionar com respeito à invasão de produtos importados de baixo custo vindos, principalmente, da China?
RPCA - A troca de experiências entre
RPCA - A liberdade de iniciativa tem
administradores é sempre muito útil;
como contrapartida a liberdade de es-
mas cada empresa, em suas peculia-
colha do consumidor. É preciso dosar
ridades, deve ser considerada primor-
as medidas de proteção, que devem
dial na gestão do empreendimento.
sempre ser temporárias, como o dese-
RBA - O pequeno e o médio empre-
jo do consumidor. Dar condições para
sário são os grandes empregado-
12
inibindo o crescimento das empresas
as empresas brasileiras competirem é
res do País, porém sofrem para
melhor do que criar restrições.
sobreviver num ambiente tão
RBA - Sua experiência de atuação
hostil quanto é o mercado brasi-
no Poder Público, ao ter ocupado
cargo de secretário de Estado em São Paulo, lhe trouxe novos conhecimentos sobre gestão? RPCA - A atuação no setor público permite um enfoque diferente da administração, com uma visão mais ampla da realidade, mas a experiência do setor privado é sempre útil para o gestor público, como o inverso também é verdadeiro. RBA - É possível estabelecer uma comparação da gestão no setor público e das práticas administrativas adotadas na iniciativa privada? RPCA - A principal diferença é que no setor privado você faz o que não é proibido, enquanto na administração pública só pode fazer o que é permitido. RBA - A luta contra a alta carga tributária é uma marca da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O “impostômetro” é um símbolo dessa bandeira levantada pela entidade. No seu entendimento, o grande problema não está no reflexo da péssima aplicação dos recursos arrecadados?
dor que, além de dificultar a adminis-
RPCA - São duas questões interliga-
tração das empresas, pode colocar em
das. A carga tributária é alta porque
risco não apenas o patrimônio do em-
os gastos públicos são muito elevados,
presário, como sua situação pessoal.
sendo que há espaço para a redução
RBA - Na sua opinião, a burocra-
das despesas se houver melhor gestão dos recursos, o que permitiria diminuir a tributação.
cia e a dificuldade gerada pelas leis brasileiras barram um crescimento mais robusto das ativi-
RBA - Quais são as maiores difi-
dades empresariais no Brasil?
culdades impostas pelo Estado
RPCA - Com a evolução da informática
brasileiro ao empreendedor?
e das comunicações se imaginou-se que
RPCA - A burocracia e a tributação são
haveria grande simplificação das exi-
fatores de desestímulo ao empreende-
gências burocráticas e, principalmente,
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
13
Entrevista
A principal diferença é que no setor privado você faz o que não é proibido, enquanto na administração pública só pode fazer o que é permitido.” das obrigações acessórias para o paga-
ternos, e muitos empregos são trans-
setor privado através das Parcerias
mento dos tributos. No entanto, o que
feridos para o exterior.
Público-Privadas (PPPs), mas nem
RBA - As práticas de logística estão
sempre consegue atrair os investido-
sendo bem aplicadas pelas empre-
res devido a medidas intervencionistas
sas brasileiras? Há algum exemplo
que geram incertezas. Na política eco-
que merece destaque neste quesito?
nômica falta mais clareza do caminho
RPCA - As empresas brasileiras procu-
que se pretende seguir.
ram aplicar a mais moderna tecnologia
RBA - O que o senhor diria para
se observa é o inverso. Criam-se mais obrigações cada vez mais complexas, jogando o custo delas para as empresas. RBA - Qual a sua análise sobre a precariedade da infraestrutura de modo geral, que atinge estradas, aeroportos e portos, além da falta de opções logísticas para melhor atender todo o território nacional?
frentam não apenas as deficiências da infraestrutura, como os problemas de-
animar os administradores brasileiros a seguirem acreditando na carreira e no futuro do Brasil?
RPCA - Quando o Brasil era uma eco-
correntes de legislações ultrapassadas,
nomia fechada, a população brasilei-
especialmente no campo trabalhista.
RPCA - Apesar de todos os proble-
RBA - Qual a sua expectativa de
mas, o Brasil continua avançando.
ra suportava os custos da ineficiência da infraestrutura, mas não havia a
crescimento do Brasil diante das
Embora em ritmo mais lento do que o
medidas econômicas e financei-
possível, mas o tamanho de seu mer-
ras que estão sendo tomadas pelo
cado, o dinamismo dos empresários
Governo Federal?
e a melhora do emprego e da renda
ser suportados pela população, mas
RPCA - O governo vem anuncian-
sinalizam amplas possibilidades de
as empresas perdem a capacidade de
do um grande plano de obras de in-
crescimento pessoal e profissional
competir nos mercados internos e ex-
fraestrutura com a participação do
para os administradores.
ameaça às empresas e ao emprego. Com a globalização e a abertura da economia, os custos da precariedade da infraestrutura continuam a
14
em suas práticas de logística, mas en-
rba | revista brasileira de administração
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
15
CASE POR_Cícero Nogueira, Cristina Teresa Santos e Marina Lourenção
Senior,
referência em software Nascida em Blumenau, com filiais em quatro estados e atuação nacional, companhia firma-se
Fotos: Arquivo Senior Sistemas
como uma das maiores empresas de TI do Brasil
16
rba | revista brasileira de administração
A
Senior comemora 25 anos
va com seus futuros sócios, Nésio Gil-
Entre 1988 e 1992, a Senior atingiu a
em 2013 com capilaridade,
berto Roskowski e Jorge Cenci.
marca de 720 clientes ativos que uti-
A entrada de Nésio, expert em compu-
lizavam principalmente as ferramen-
força e constante evolução
no fornecimento de softwares, serviços e infraestrutura em TI. Com matriz localizada em Blumenau (SC), a empresa conta com quatro filiais – São Paulo, Rio
tação, passou a dar mais solidez e arrojo às iniciativas de inovação tecnológica da Senior. Guido, por sua vez, tinha o es-
tas de Administração de Pessoal e Controle de Ponto. Eram basicamente empresas do sul do País. Da opor-
pírito visionário para criar e gerar novos
tunidade de expandir sua presença
negócios explorando conhecimentos
para outros estados, iniciaram-se
nambuco – e atua em todo o País via seus
tecnológicos; enquanto o executivo Jor-
parcerias com canais de distribui-
cerca de 100 distribuidores autorizados.
ge Cenci juntou-se à equipe para com-
ção – empresas que comercializam,
A história da companhia iniciou-se no
plementar as necessidades de compe-
implantam e prestam suporte às so-
dia 2 de maio de 1988. Guido Heinzen
tência em administração geral e vendas.
luções da companhia.
criou-a visando ao reconhecimento
Da persistência e visão desses três em-
Hoje, mais de 10 mil clientes são aten-
como uma software house de aplicati-
preendedores, surgiu e firmou-se uma
didos pela empresa, que segue em
vos específicos para administração de
das mais tradicionais e consolidadas
constante evolução tecnológica e cres-
pessoal. Nessa época, Guido já dialoga-
empresas de tecnologia do Brasil.
cimento sustentável.
Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Per-
Em face ao crescimento da empresa, precisávamos de uma solução robusta, segura, rápida e aderente aos negócios. Os sistemas da Senior permitiram que nosso planejamento de metas, históricos, curvas de tendências e indicadores trabalhassem integrados ao nosso acervo de dados estratégicos, garantido disponibilidade, acessibilidade, integridade e confidencialidade de nossas informações. E tudo isso a um custo acessível.” Edson Matos, Gerente de TI da Eletro Shopping.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
17
Case
“O projeto foi desafiante. O importante naquele mo-
Pessoas como principal ativo
mento foi manter o foco. Criamos uma estrutura de
Acompanhando atentamente a dinâmica e a evolu-
decisões rápidas e pessoas experientes. Hoje temos uma operação bem controlada, aprimoramos o aten-
ção das necessidades de negócios de seus clientes, a Senior realiza investimentos na formação e no
dimento aos colaboradores e ganhamos eficiência
aprimoramento de sua equipe de profissionais. Atu-
nas atividades. Além disso, reforçamos as melho-
almente, mais de 3 mil pessoas, entre colaboradores,
rias na base de benefícios e conseguimos resgatar a
parceiros comerciais e distribuidores, estão envolvi-
autoestima da equipe, oferecendo um serviço com
das no negócio. A matriz e as quatro filiais somam
credibilidade, acelerando as suas tarefas diárias
mais de 800 colaboradores.
e simplificando os processos da Kimberly-Clark.”
No início de 2012, a inauguração da sua nova sede
Sérgio Nogueira, Gerente de Remuneração,
esteve alinhada à fusão, realizada em 2011, e com
Benefícios e Operações da Kimberly-Clark.
o processo de integração e alinhamento entre as cinco empresas do Grupo, assim como às mudan-
Produtos O Gestão de Pessoas é um sistema integrado para RH que
ças de posicionamento da marca no portfólio de produtos. A mudança para a nova estrutura reuniu, assim, todas as equipes, promovendo muito mais
contempla as relações trabalhistas, remuneração, desenvol-
integração e sinergia.
vimento organizacional, qualidade de vida e especializações
No mesmo ano, a empresa classificou-se em 76º
e é o mais lembrado pelos profissionais da área (5 vezes Top
no ranking das “Melhores Empresas de TI e Tele-
Of Mind Estadão de RH) e responsável pela maior fatia do
com para Trabalhar”, de acordo com a pesquisa
faturamento da empresa.
nacional realizada pelo Great Place to Work Institu-
Entretanto, não é somente no mercado de RH que a Senior atua. Os softwares Gestão Empresarial, ERP e Gestão de Acesso e Segurança são plataformas que oferecem as me-
te. Na mesma pesquisa, a Senior ficou entre as 10 primeiras em percentual de funcionários satisfeitos com as ações de capacitação.
lhores práticas de negócios e segurança patrimonial, e são utilizados por grandes clientes, como a Petrobras.
Posicionamento
Além de fornecer os softwares, a Senior também presta
Com o mote “Knowledge and belief” (conheci-
serviços de implantação, customização, treinamentos e
mento e crença), a Senior se posiciona no mercado
consultoria especializada. “O principal benefício ofereci-
como uma empresa sólida e em constante evolução,
do pela empresa é permitir que seus clientes, por meio da tecnologia, organizem e executem suas operações diárias com segurança e, de forma simples, tenham à disposição as informações necessárias para tomar decisões e ampliar seus negócios. Além de possibilitar aumento de produtividade e redução de custos, os sistemas da Senior são intuitivos e totalmente adaptáveis à realidade dos mais variados portes de empresa e segmentos”, afirma o diretor de Mercado Hermínio Gastaldi.
18
rba | revista brasileira de administração
mas que vai além da tecnologia. A companhia entende que, muito mais do que desenvolver sistemas amigáveis e que atendam às necessidades de seus clientes, também é uma disseminadora de conhecimento. “Entendemos que é preciso mais que saber. É preciso acreditar. Saber é fazer agora. Acreditar é construir o futuro”, diz o texto publicado pela companhia na área institucional de seu site.
POR_FRANCISCO JOsÉ z. ASSIS
Muito mais que uma pomada Minancora é um mito que tem o condão de curar diversos males
A
ntes de entrar no assunto
Em 1912, Gonçalves cruzou o País de
Minancora é a opção conservadora de
em pauta é bom dar expli-
norte a sul e aportou em Joinville. Sua
gestão. A família do fundador segue no
cações. O espaço “Surgiu
missão: gerenciar a Farmácia Doeli-
comando da farmacêutica e jamais a
assim...” nasce com o propósito de res-
th, a primeira da maior cidade catari-
presidência foi ocupada por quem não
gatar boas histórias de produtos, mar-
nense. Lá conheceu a esposa, Adelina
fosse descendente de Eduardo Augusto
cas e empresas muito presentes no ima-
Moreira, que lhe ajudou a produzir na
Gonçalves. Todos os projetos de expan-
ginário popular. As sugestões são livres.
própria residência os primeiros potes
são da empresa foram feitos com re-
Participe mandando mensagem para o
da famosa pomada antisséptica.
cursos próprios. Essa filosofia pode até
e-mail editor.rba@infolio.com.br.
O nome de batismo, Minancora, vem
Agora vamos falar sobre a Minanco-
da junção de Minerva, a deusa grega da
ra. Seu poder de cura não tem limites.
sabedoria, com o substantivo âncora,
Será crendice ou nossos pais e avós es-
que faz alusão à permanência do cien-
tão com a razão? Crescemos ouvindo
tista lusitano em terras tupiniquins. E,
que, ao passar a pomada, os problemas
como o registro da fórmula foi feito em
como frieiras, escaras, espinhas, feri-
1915, Departamento Nacional de Saú-
mentos superficiais, outras afecções
de Pública, o fármaco está muito pró-
da pele e até os maus odores provoca-
ximo de completar 100 anos.
dos pela transpiração desapareceriam. Não cabe aqui discutir o desempenho do medicamento. Mas o fato é que o combinado à base de cânfora, cloreto de benzalcônio e óxido de zinco caiu no gosto dos brasileiros. A Minancora foi criada pelo farmacêutico português Eduardo Augusto Gonçalves, que veio ao Brasil para trabalhar em Manaus (AM) com a fabricação do polvilho antisséptico Granado. Na capital do Estado do Amazonas, ele conheceu a diversidade da natureza da antiga colônia e encontrou ali matérias-primas que mais tarde iriam lhe servir para a produção de remédios.
ter como vantagem o fato de perenizar o negócio. Porém, em contrapartida, a velocidade de crescimento é mais lenta em comparação a outras empresas que não empenham seus cofres e tomam “dinheiro mais barato” no mercado e, também, com aqueles que diversificaram sua gama de produtos.
A Minancora adquiriu notoriedade com o impulso de uma das formas mais primitivas de marketing: o “boca a boca”, que, por óbvio, foi respaldado por sua qualidade e pelas solas de sapato gastas por seu criador para convencer os brasileiros a comprá-la e, de fato, utilizá-la para comprovar seus efeitos curativos. Hoje, as mídias sociais potencializaram esse tal “boca a boca”. Ficou mais fácil falar sobre um produto e saber o que dizem sobre ele. Saber utilizar as ferramentas digitais é questão de ordem. Outra característica bem peculiar da
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
19
OPINIÃO
O Administrador e o exercício do poder
S
e é óbvio constatar que todos os homens e mulheres na posição de administração de uma organização, seja ela pública ou privada, lidam cotidianamente com o poder, é igualmente fácil perceber que nem todos
o exercem de maneira construtiva. Muitos há que se perdem nos seus labirintos sem volta. Corrompem-se ante seu forte apelo. É compreensível que isso aconteça, posto que o poder mexe diretamente com a estima, afetando a maneira como nos vemos, somos vistos e vemos os outros. É altamente estimulante, é até mesmo afrodisíaco, como disse Ulysses Guimarães. Há, porém, administradores capazes de conviver com o poder exercendo-o para construção do bem comum. Não se perdem, não se vendem, não se corrompem, mantêm-se firmes dizendo não às pressões, às vezes insanas, que as posições do nível mais alto da organização sofrem. Observando e lendo sobre a vida desses administradores pude perceber três traços fundamentais invariavelmente presentes em todos eles.
20
rba | revista brasileira de administração
Fibra ética
Alta inteligência emocional, que
Esses administradores manifestam uma fibra ética acima
pode ser definida no contexto deste artigo como a arte de
da média. Não sofrem uma erosão no seu caráter à medida
não destruir pessoas e relacionamentos em nome do poder.
que galgam posições rumo ao topo. Certamente são ten-
Administradores emocionalmente inteligentes conseguem
tados, desejam fazer algo contrário às suas consciências
achar a medida certa entre sua carreira e seus relaciona-
visando resultados mais rápidos. Têm momentos nos quais
mentos. Um não ameaça o outro, antes complementam-se.
inclusive duvidam se fazer a coisa certa vale a pena. Mas
Não obstante o poder que têm, continuam tratando os ou-
como a fibra no músculo garante sua firmeza, a força do seu
tros de maneira elegante, apesar de ter o dever de gerenciar
comportamento ético os leva a continuar dizendo não ao
pressão sobre seus liderados para que resultados sejam
errado quando dizer sim é algo tão mais fácil e até mesmo
obtidos. Continuam sendo suportáveis no seu âmbito fami-
admirado. As pessoas mais benéficas da terra são aquelas
liar. Amam e permanecem sendo amados pelos seus mais
munidas de poder, mas igualmente dotadas de caráter.
próximos, não pela posição que ocupam, mas pela pessoa que continuam sendo apesar dela.
ÉTICA CARÁTER Um legado sustentável não somente para si mesmos, mas para toda a organização que lideram. As organizações mais longevas são aquelas historicamente geridas por esse tipo de administrador. Eles saem, mas o projeto continua. Eles têm uma referência que vai além do seu próprio umbigo. Compreenderam a essência do que é ser um gestor: alguém capaz de mobilizar ção. Os administradores mais admiráveis deixaram uma “pegada” sustentável, um legado digno de ser considerado saudável. Talvez os leitores deste artigo a esta altura perguntem-se: mas onde está esse tipo
Fotos: Divulgação
um grupo de pessoas para atingir objetivos maiores de um projeto ou organiza-
de administrador com essas três características tão maravilhosas? Eles e elas estão mais próximos de nós do que possamos imaginar. Homens e mulheres que quando com eles nos encontramos no contexto de uma organização, marcam a nossa vida, fazem da nossa carreira algo grandioso e nos inspiram a ser como eles: pessoas que, por saberem fazer a gestão do poder, transformam a gestão em algo poderoso para concretizar realizações maravilhosas para si mesmos e para todos os outros com quem convivem.
DR. Eduardo Rosa Pedreira é professor de Sustentabilidade Corporativa da Fundação Getúlio Vargas e coautor do livro “Gestão Sustentável de Negócios”.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
21
Fo to s:
Ar qu
iv op es so al
DESAFIO DO óCIO
POR_CíNTHIA ZANOTTO
Administrar
por diversão Diretor comercial goiano troca suas horas livres pela coordenação de um grupo de
O
Adm. Aurélio Rocha tem 49 anos, é chefe de família, diretor comercial da
Gráfica Amparo, com bases fixas na
corredores e ciclistas do centro-oeste
cidade de Goiânia, no centro-oeste
brasileiro em busca de fazer novos amigos,
brasileiro. Não diferente de muitos
levar uma vida saudável e adquirir novos conhecimentos e habilidades profissionais
outros homens de sua idade, ele divide seu tempo entre trabalho, família e lazer. Trabalha, em média, dez horas por dia no comando da equipe pela qual é responsável e o resto do tempo ele dedica aos seus familiares e,
22
rba | revista brasileira de administração
ainda, a planejar as atividades de ou-
inicial de realizar corridas de rua e
sionais para alongamento, uniformes,
tro grupo que administra, o Runway
pedalar por trilhas, estradão ou asfal-
água, isotônico, salada de frutas e ou-
Bike & Run. Contrariando o que pos-
to. O que começou com um pequeno
tros agrados que nos são fornecidos
sa parecer, essa última obrigação ele
número de participantes, em 2009,
pelos apoiadores/patrocinadores que
pratica por pura diversão.
ganhou adeptos ao longo de novos
nos ajudam nessa empreitada”, expli-
percursos, sendo necessário, então,
cou Rocha, o responsável por planejar
montar uma estrutura de apoio mais
e organizar toda nova ação, “incluindo
organizada e profissionalizada.
a logística”, completa.
profissionais de diferentes áreas com
Daí em diante, sob a coordenação do
Os eventos acontecem duas vezes ao
os quais tinha em comum o mesmo
goiano, o grupo ganhou corpo e pas-
mês, em média, além dos treinos rea-
objetivo, o diretor comercial decidiu
sou a oferecer também “treinamentos,
lizados três vezes durante a semana.
organizar um grupo com a premissa
tendas de apoio em eventos, profis-
Para tornar cada ação viável, é preciso
Considerado como um hobby, o Runway Bike & Run aconteceu na vida de Rocha não por acaso. Ao conhecer
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
23
Desafio do Ócio que o coordenador utilize, ao menos,
o fato de que, na hora em que são ne-
uma hora por dia do seu tempo livre,
cessários os primeiros socorros, cabe-
uma vez que é preciso trabalhar no pla-
rá aos médicos assumir o posto.
nejamento de todo evento, não importando quão simples ele seja. Isso não soa como sacrifício para o atleta, mas como uma forma de exercitar ainda mais seus conhecimentos administrativos. Nisso está incluído o desafio de liderar uma equipe de diferentes áreas profissionais. Entre eles, estão médicos, engenheiros, advogados, psicólogos, educadores físicos e por aí vai.
Ao adotar o papel de líder dentro do grupo, Rocha enxerga dois benefícios. O primeiro está ligado à saúde física. “O prazer em ser líder de um grupo coeso e divertido não tem preço. Com uma carga horária de trabalho puxada, as atividades com o grupo têm sido uma arma contra o estresse.” Já o segundo é aplicado dentro do seu ambiente de trabalho. “Os novos conhecimentos
Conhecido carinhosamente como pre-
adquiridos com certeza nos tornam
sidente pelos seus liderados, uma de
mais seguros tanto no convívio diário
suas funções é distribuir e gerenciar
com meus colaboradores como com os
tarefas entre os membros e ela é feita a
clientes da empresa, além de permitir
partir da disponibilidade e capacidade
uma abordagem menos traumática dos
de cada um, sem existir uma atribuição
problemas. As decisões fluem de forma
fixa dada aos participantes. Excluindo
absoluta”, acrescenta.
Do feedback aos novos amigos Como em toda equipe, o feedback não passa em branco, nem em horas de lazer. Rocha entende que as críticas precisam estar presentes para aprimorar e corrigir os erros e buscar o aperfeiçoamento de um grupo que acredita ser dinâmico e homogêneo. Mesmo ao incluir cada membro na sua lista de amigos, a cada evento é aberto um espaço de discussão para levantar tanto os pontos positivos e negativos com toda a equipe e, da mesma forma, na hora de escolher as novas ações a serem realizadas, pois “se não for assim, não tem sentido o grupo”, enfatiza o coordenador. Disposto a manter o diálogo aberto e fazer o projeto crescer ainda mais em 2013, Rocha atribuiu a sua motivação em dedicar boa parte de seu tempo livre à coordenação de um grupo à “indescritível sensação de romper limites e do sucesso da organização. O grupo Runway Bike & Run é minha segunda família. E não só a alegria de dever cumprido, é a alegria de ter ajudado a todos nessa missão, de ter o respeito, confiança e admiração de todos os integrantes”, finalizou o bem-humorado coordenador. Para conhecer mais sobre o grupo, acesse a fanpage deles no Facebook. com/RunwayBikeRun. Lá são disponibilizadas dicas para ciclistas e corredores, datas de eventos e outras informações pertinentes às modalidades.
24
rba | revista brasileira de administração
Artigo do LEITOR
Você precisa saber dar um feedback
E
m toda história do mundo, a
Ressalta-se aqui o “feedback”. Uma fer-
trar nada de positivo na pessoa para
comunicação é decisiva para
ramenta difundida no meio organizacio-
iniciar e finalizar seu “feedback”, então
as relações: chefes de estado
nal, mais precisamente na relação líder e
não está pronto para iniciar esse diálo-
primam pelos seus pronunciamentos,
subordinado, mas que também deve ser
go. Porque todos têm algo de bom a ser
personalidades públicas da pequena e
usada na relação de pares, amigos, fami-
enaltecido, porém você não observou a
alta importância temem o mau uso das
liares. Estudou-se, experimentou-se e
pessoa o suficiente para perceber isso
suas colocações, escutas telefônicas
foi encontrado um meio de criticar sem
e não merece que ela dê atenção para
estão na mira da mídia, inclusive no
machucar, eis o que é “feedback”.
as suas críticas.
Comece sempre um “feedback” assim:
Ademais, a característica de um bom
preferencialmente em particular, res-
“feedback” é o agradecimento que o
salte primeiro o que a pessoa tem fei-
receptor faz ao final. Quanta excelên-
Por isso, não há o que se discutir sobre
to de positivo, depois fale claramente
cia receber um agradecimento após
a relevância da comunicação. “Quem
o que precisa ser melhorado, no final
fazer uma crítica!
não se comunica se trumbica” e pronto,
ressalte por que você acredita que ela
o desastre já está profetizado. O que de
é capaz de melhorar. Se possível, na
E, para finalizar, cabe esclarecer que
fato importa agora são as ferramentas
parte intermediária, concentre-se no
de comunicação que surgem dia a dia.
que pode ser traduzida em português
processo em questão em vez de ser na
como “retroalimentação”. Ou seja, é o
Quando a ciência faz uma descoberta
pessoa, por exemplo: em vez de falar
retorno que se dá sobre uma ação ou
que salva vidas é um noticiário atrás
“você não atende os meus telefone-
inação. Todo mundo precisa de um re-
do outro, todos querem saber mais a
mas”, diga “os telefonemas não são
torno e até gostaria realmente de saber
respeito, assim também quando uma
atendidos”. O “você” tem um tom pes-
se o que está sendo feito está agradan-
nova tecnologia vem facilitar a vida das
soal e nesse caso é mais agressivo ao
do. Dessa forma, importante dizer que
pessoas. Nada de querer fazer compa-
outro. Não diga “a sua falta de atenção
o “feedback” deve ocorrer de forma cí-
rações, mas salta aos olhos o fato de que
compromete a qualidade”, opte por
clica e não apenas uma vez.
pouco se fala e se tem interesse quan-
“é preciso ter atenção à qualidade”. É
do se trata de uma nova ferramenta de
claro que o “feedback” faz parte de um
comunicação. Afinal, como já foi dito, a
diálogo, por isso esteja sinceramente
comunicação é decisiva, cria guerra ou
interessado no que o outro tem a di-
cria paz, cria traumas ou cura a alma,
zer. E, ao final da conversa, se tiver
gera depressão ou salva vidas.
que apontar algo negativo novamente,
o que se entende é crucial para amizades ou animosidades.
Como você tem usado a sua comunicação? Está ciente do bem ou mal que tem causado?
“feedback” é uma expressão em inglês
Foto: Arquivo pessoal
mundo menos afamado o que se fala e
não se esqueça de fazê-lo entremeado com falas positivas. Agora, se você não conseguiu encon-
ADM. Grasi Oliveira especialista em Auditoria Governamental.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
25
ESCRITÓRIOS VIRTUAIS POR_MARA ANDRICH
Eficiência
e comodidade Escritórios virtuais são cada vez mais comuns como ambientes corporativos no Brasil, pois proporcionam
Foto: Shutterstock
redução de custos e mais comodidade aos empresários
O escritório virtual projeta uma boa imagem corporativa para clientes e consumidores, com menor custo mensal e sem as despesas e o tempo gasto no gerenciamento de um escritório físico.” PAULO ROBERTO KARNAS
E
conomia e agilidade. Essas
do escritório virtual full time, onde há
corporativa que a empresa necessita”,
são duas características
uma ou mais pessoas para atender às
orienta Ribeiro.
que os administradores
suas demandas. Em uma segunda op-
têm procurado cada vez mais para
ção, o profissional pode utilizar a estru-
expandir seus negócios. Economizar
tura do escritório virtual quando pre-
tempo com deslocamento, ter mais
cisar fazer reuniões ou, ainda, apenas
qualidade de vida trabalhando em casa
manter a estrutura como um endereço
ou no lugar que for de seu agrado e usar
alternativo no caso de a sede da empre-
telefone e internet como meios de co-
sa estar localizada em outra cidade.
municação principais já não são mais privilégios, tornaram-se quesitos estratégicos para as empresas. O escritório virtual, que é um local alugado, bem localizado, que funciona com telefone, internet e para recebimento de correspondências se encaixa nessas características. A Associação Nacional de Centros de Negócios e Escritórios Virtuais (ANCNEV) estima que existam no Brasil cerca de 800 espaços com esse destino em funcionamento.
Parece simples, mas é preciso tomar algumas precauções antes de abrir um escritório virtual. O diretor-geral da
Já o presidente da Associação Nacional dos Centros de Negócios e Escritórios Virtuais (ANCNEV), Adm. Paulo Roberto Karnas, alerta que o escritório deve ser idôneo e estar bem localizado, já que “o endereço de grife ajuda na conquista de clientes”. E as vantagens, garantem os especialistas, são várias. Além de proporcionar economia e praticidade, o empreendi-
Regus do Brasil, Guilherme Ribeiro –
mento pode servir como uma “vitrine”
grupo que possui 34 centros de negó-
positiva para a empresa. “O escritório
cios no País – explica que quase todos
virtual projeta uma boa imagem cor-
os tipos de negócios podem atuar des-
porativa para clientes e consumido-
ta forma: para quem está começando a
res, com menor custo mensal e sem as
carreira, o escritório virtual é uma op-
despesas e o tempo gasto no gerencia-
ção vantajosa por conta da redução de
mento de um escritório físico”, reitera
custos; já para quem é mais experien-
Karnas. E, no caso de haver a necessi-
te, o que chama a atenção é a agilidade
dade de realizar reuniões presenciais,
O escritório virtual pode ser “classifi-
no trabalho proporcionada pelo escri-
basta agendar um horário no escritório
cado” em três modalidades: na primei-
tório virtual. “Ter um escritório virtual
virtual – onde, inclusive, é importan-
ra, o proprietário da empresa – ou pro-
é muito simples e sem riscos. O ideal é
te manter uma sala, mesmo que pe-
fissional que atua nela – tem a opção de
pensar no futuro da empresa para es-
quena, para essas conversas. “Alguns
trabalhar em seu home office, receben-
colher a melhor localização e o edifício
profissionais usam o escritório virtual
do todas as informações que chegam
em relação a seus clientes e à imagem
como um arranjo permanente, outros
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
27
Foto: Arquivo pessoal
Escritórios Virtuais
Ter um escritório virtual é muito simples e sem riscos. O ideal é pensar no futuro da empresa para escolher a melhor localização e o edifício em relação a seus clientes e à imagem corporativa que a empresa necessita” Guilherme Ribeiro
adotam o serviço como um ponto de
escritórios virtuais quando começam
apoio, antes de expandir um escritório
suas atividades em uma determinada
físico – muitas vezes o mesmo endere-
cidade, durante a instalação de uma
ço profissional é utilizado como escri-
nova filial, por exemplo. Segundo Kar-
tório virtual”, comenta Ribeiro. E tudo
nas, “as empresas e profissionais libe-
fica mais prático. “Enquanto o profis-
rais facilmente constatam a agilidade
sional trabalha de casa ou de outro lo-
dos escritórios virtuais e a economia
cal, um assistente recebe as ligações e
que eles representam para a empresa”.
correspondências”, completa.
28
Os valores dos aluguéis variam bas-
Crescimento Os escritórios virtuais surgiram na Europa e nos Estados Unidos e chegaram ao Brasil há 18 anos. A ideia era criar uma estrutura que proporcionasse redução de despesas para as grandes empresas e também para os profissionais liberais. Hoje, há a Associação Nacional dos Centros de Negó-
Karnas, da ANCNEV, informa que os
tante de cidade para cidade, de acordo
profissionais que trabalham no escri-
com o tipo de escritório virtual que
tório virtual (secretárias, recepcio-
se pretende manter. Em Porto Alegre
nistas, telefonistas, entre outros) e o
(RS), por exemplo, onde está a sede da
na implantação de novos.
material e equipamentos utilizados
ANCNEV, para manter uma sala exe-
De acordo com Karnas, há três anos a
– impressoras, fax, scanners, copiado-
cutiva para reuniões esporádicas paga-
ras, etc. – são igualmente comparti-
se, em média, de R$ 30,00 a R$ 40,00
maior parte dos escritórios virtuais es-
lhados entre todos os clientes daquele
por hora, segundo Karnas. Em Brasí-
local. Mas, segundo ele, o atendimento
lia, se o empresário quiser usar a sala
é personalizado, pois cada cliente de-
full time poderá gastar de R$ 150,00
verá possuir um número de telefone
a R$ 600,00 por mês, dependendo do
fixo. Além do contrato mensal, o cliente
bairro escolhido. Já quem quer toda a
paga pelo serviço que utiliza. No entan-
estrutura pessoal e de equipamentos
to, ele lembra que o investimento ini-
em um escritório virtual – para traba-
cial na estrutura é zero, pois tudo isso
lhar em casa, por exemplo – terá que
mento vem crescendo na região Nor-
é disponibilizado pelo escritório, sendo
desembolsar de R$ 200,00 a R$ 280,00
deste. Só no ano passado, foi registra-
que o cliente paga o aluguel. Algumas
ao mês. Lembrando que os valores va-
do um aumento de 28% de escritórios
empresas atuam inicialmente com
riam, dependendo da cidade.
virtuais na região.
rba | revista brasileira de administração
cios e Escritórios Virtuais, que agrega os escritórios de todo o País e auxilia
tava situada em cidades do Estado de São Paulo, como Santana do Parnaíba ou Barueri, que são consideradas uma espécie de paraíso fiscal. Mais de 250 delas estavam nesses dois municípios paulistas. Mas, nos últimos três anos, a quantidade desse tipo de empreendi-
BEM-ESTAR POR_MARIA CELESTE CORRÊA
Para
viver melhor
O Tai Chi Chuan pode ser um grande aliado no combate aos males causados pelo estresse e mantém corpo e
R
Foto: Shutterstock
mente bem conectados
elatórios por fazer, cobrança por resultados,
gatar a saúde física e mental. Uma delas é o Tai Chi Chuan,
gerenciamento de equipes, administração de
prática de exercícios terapêuticos amparada nos princípios
crises, dezenas de ligações para dar retorno e
da medicina tradicional chinesa.
e-mails por responder. Pouco tempo para executar muitas e complexas tarefas. Esse é o panorama diário enfrentado por boa parte dos administradores, executivos e empresários.
O Tai Chi Chuan surgiu no interior da China, no século XVII, como técnica de defesa pessoal. Naquele tempo, a luta corporal era a grande arma dos camponeses para a defesa
Não é sem motivo que o cansaço e o estresse se instalam
de seus vilarejos, nas infindáveis batalhas entre as dinas-
rapidamente podendo, muitas vezes, comprometer a quali-
tias que se sucediam no poder. Os integrantes da família
dade do trabalho e, especialmente, a saúde dessas pessoas.
Chen, que viviam na vila de mesmo nome, logo se torna-
Mas existem diversas alternativas para preservar ou res-
ram conhecidos por suas habilidades marciais e, por isso,
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
29
Bem-estar eram contratados para dar proteção
cerca de quatro mil praticantes. Um dos
aos navios mercantes. Com o tempo,
grandes divulgadores do Tai Chi Chuan
os membros da família Chen foram
no Brasil é o professor Levis Litz, de
desenvolvendo uma técnica de exer-
Curitiba. Ele começou a praticar em
cícios – com o enfoque nos benefícios
1984 e, nove anos mais tarde, passou
à saúde – e criaram o primeiro estilo
a dar aulas. Levis foi um dos fundado-
de Tai Chi Chuan que, até hoje, leva o
res da Associação Internacional dos
nome deles. É do estilo Chen que de-
Praticantes de Tai Chi Chuan (AIPT) e
rivam todos os demais, tais como Wu,
é o editor da revista “Tai Chi Brasil”, a
Pai Lin, Cheng Man Ching, Lam Kam
primeira do gênero no País, com distri-
e Yang, o mais conhecido e com maior
buição gratuita por e-mail.
número de adeptos.
“O Tai Chi Chuan é muito mais do que
Em todo o mundo, milhões de pessoas
um sistema de exercícios terapêuticos,
praticam Tai Chi Chuan. Por ser composto por exercícios suaves, que não agridem as articulações, possui adeptos das mais variadas idades, desde crianças até idosos. No Brasil, essa técnica corporal começou a ser difundida na década de 1960. Atualmente, conta com
que auxilia o indivíduo no desenvolvimento da disciplina, no combate ao estresse e no aumento da concentração, entre outros benefícios. A prática do Tai Chi Chuan proporciona também a consciência de que corpo e mente são, na verdade, indissociáveis. E isso é fascinante. Vejo em meus alunos, a cada momento, os benefícios que o Tai Chi Chuan proporciona. Todos trazem relatos positivos. Por isso, recomendo que as pessoas tomem contato com essa prática, mas sempre orientadas por professores”, destaca Levis Litz. Para praticar Tai Chi Chuan não é necessário o uso de roupas especiais ou equipamentos. A pessoa precisa apenas estar vestida de forma confortável e é recomendável o uso de tênis, sapatilhas ou outro calçado leve e flexível. Outra vantagem é poder praticar em qualquer lugar: em casa, numa academia ou em parques e praças. Os principais benefícios dessa prática são: fortalecimento da saúde, consolidação da consciência corporal, aumento da disposição física, do equilíbrio e da flexibilidade do corpo, além de maior
Foto: Acervo Professor Levis Litz
30
rba | revista brasileira de administração
Foto: Acervo Professor Levis Litz
executivos, estudantes, profissionais
A prática do Tai Chi Chuan proporciona também a consciência de que corpo e mente são, na verdade, indissociáveis.”
liberais e até militares.
LEVIS LITZ
concentração e agilidade mental.
se dedicam com tanta intensidade à
Como consequência, ocorre a melho-
prática. Com 30 a 45 minutos por dia,
ria da qualidade de vida.
três vezes por semana, o praticante já
Existem vários níveis de prática, do
começa a sentir a diferença no corpo
mais suave àquele que exige movimen-
e na mente. “Com o tempo, os prati-
tos mais vigorosos. Para evoluir no Tai
cantes de Tai Chi Chuan aprendem
Chi Chuan é preciso treinar com regu-
a enfrentar os desafios do dia a dia de
laridade e ter humildade no aprendi-
maneira diferente, com serenidade
zado. Esse, aliás, é o caminho seguido
e muito mais disposição física”, tes-
pelos grandes mestres. É o caso do chinês Wang Hai Jun, que atualmente vive em Londres. Quando tinha apenas nove anos de idade, ele foi levado para a vila Chen, no interior da China, para apren-
temunha Levis Litz, que tem no seu rol de alunos diversos empresários,
der Tai Chi Chuan com o grande mestre Chen Zhenglei. Wang acordava às 5 da madrugada para praticar e estudar. Os
Para saber mais
treinos diários, já naquela idade, consu-
Associação Internacional dos
miam quase 5 horas por dia, em dois pe-
Praticantes de Tai Chi Chuan
ríodos. Hoje, ele é um dos ícones mun-
(AIPT): www.aipt.org.br / aipt.org.
diais do Tai Chi Chuan estilo Chen.
br@gmail.com
Mas os benefícios do Tai Chi Chuan
Revista Tai Chi Brasil: www.
não alcançam apenas aqueles que
fotoserumos.com/revistataichibrasil
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
31
CAPA POR_MARA ANDRICH
CONQUISTE
o mercado
externo
Grandes projetos em setores produtivos variados estimulam a exportação de produtos e serviços brasileiros
A
32
diversidade cultural e produtiva brasileira é um
Como fazer para mudar isso? A saída seria promover e divul-
grande negócio para o desenvolvimento do País.
gar, de alguma forma, essas riquezas naturais. Para isso, em
Mesmo com a queda de 2,7% na produção da in-
1998 foi criado o Brazilian Fruit, um projeto desenvolvido
dústria em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
pelo IBRAF e pela Agência Brasileira de Promoção de Ex-
e Estatística (IBGE) – que aponta como um dos principais
portações e Investimentos (Apex-Brasil). A agência realiza
fatores para a queda a dificuldade de exportar –, vários se-
ações diversificadas de promoção comercial com o objetivo
tores produtivos brasileiros são bastante representativos e
de promover as exportações e valorizar os produtos e servi-
continuam na luta diária para estimular as exportações.
ços brasileiros no exterior. O resultado foi mais do que po-
Um exemplo é o setor de frutas: segundo o Instituto Brasi-
sitivo, como conta a gestora de projetos do IBRAF, Luciana
leiro de Frutas (IBRAF), o Brasil é o terceiro maior produtor
Pacheco. “No início do projeto o Brasil apresentava déficit
mundial de frutas. No entanto, há alguns anos este setor era
na balança comercial de frutas frescas de R$ 106 milhões.
“desperdiçado” no mercado externo, já que sua representa-
Já em 2012, obteve superávit de R$ 152 milhões. Ou seja, o
tividade não era tão conhecida.
País passou de importador para reconhecido exportador no
rba | revista brasileira de administração
Foto: Shutterstock
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
33
mercado mundial no período”, come-
higiene pessoal, perfumaria e cosmé-
mora. O projeto começou promovendo
ticos. A parceria entre as duas entida-
apenas quatro frutas; hoje já atende a
des visa ao apoio técnico e estratégico
mais de 30, além de muitas processa-
para a indústria e o setor como um
das, polpas e sucos.
todo, além de investimentos conjun-
Para proporcionar resultados como
tos em diversas ações de promoção
este, a Apex-Brasil realiza missões prospectivas e comerciais e rodadas de negócios, dando todo o apoio para que as empresas brasileiras participem de grandes feiras internacionais, recebam visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião, que passam a conhecer a estrutura produtiva brasileira, entre outras plataformas de negócios que também têm por obje-
frutas frescas alcaçaram em 2012 superávit na balança comercial de
R$ 152
milhões
Em comparação com 2010, o crescimento das exportações via Beautycare foi de
16% 34
rba | revista brasileira de administração
comercial nos mercados-alvo do projeto. E os resultados também já são expressivos. A diretora de Comércio Exterior da ABIHPEC, Silvana Gomes, conta que, na comparação com 2010, o crescimento das exportações via Beautycare foi de 16%, enquanto as exportações setoriais cresceram 8,7%. “Quando iniciamos o projeto, em 2001, a exportação das empresas brasileiras
tivo fortalecer a marca Brasil. De um
era praticamente nula ou inexpressi-
modo geral, a Apex-Brasil coordena os
va”, compara Silvana. Outro dado im-
esforços de atração de investimentos
portante é que nos últimos cinco anos,
estrangeiros diretos (IED) para o Bra-
segundo ela, enquanto as exportações
sil com foco em setores estratégicos
do setor cresceram 54,2%, as do pro-
para o desenvolvimento da competi-
grama acumularam um aumento de
tividade das empresas brasileiras e do
252%. Em 2011, do total de US$ 754
país. Hoje a Apex dá apoio a cerca de
milhões que o setor exportou, US$ 132
13 mil empresas de 81 setores da eco-
milhões foram provenientes das em-
nomia, como agronegócios, alimentos,
presas que participam do Beautycare.
bebidas, casa e construção, economia
O setor têxtil, representativo no Brasil,
criativa e serviços, máquinas e equipamentos, moda, tecnologia e saúde.
também tem apoio da Apex. Para estimular as exportações e, mais do que
Outro setor estratégico e que obte-
isso, tornar o processo exportador par-
ve resultados representativos com o
te integrante das estratégias das em-
apoio da Apex foi o de cosméticos e
presas do setor, a Associação Brasilei-
perfumaria – área que, por sinal, há
ra da Indústria Têxtil e de Confecção
muito tempo vem crescendo no Bra-
(ABIT) criou no ano 2000 o Programa
sil. Junto à Apex, a Associação Brasi-
de Exportação da Indústria da Moda
leira da Indústria de Higiene Pessoal,
Brasileira (TEXBRASIL). Desde en-
Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC)
tão, 1.200 empresas já receberam o
iniciou a execução, no ano 2000, do
apoio da Apex desenvolvendo ativida-
projeto Beautycare Brazil. A ideia
des de inteligência competitiva, ima-
também foi promover a internaciona-
gem e promoção comercial. O diretor
lização das indústrias brasileiras de
operacional do TEXBRASIL, Frederi-
Ilustração: Ericson Straub
Produtos vibrantes, originais, sustentáveis, que transferem à nossa moda a diversidade e o estilo de vida brasileiros, nossa versatilidade e a nossa alegria intrínsecas. Tudo isso tem fortalecido as nossas semanas de moda e imagem do Brasil no mundo” Frederico Bernardo
co Bernardo, acredita que o setor têxtil
sórios teve um incremento de 10% na
arroz. Em 2011, a Associação Brasilei-
brasileiro tem um potencial que deve
produção em 2012.
ra da Indústria do Arroz (ABIARROZ)
ser cada vez mais mostrado lá fora. Atualmente, 250 empresas participam do TEXBRASIL, que gerarou um volume de negócios de US$ 330 milhões. Somente em eventos e feiras já foram gerados US$ 205 milhões. Frederico reitera que a ABIT e a Apex -Brasil se preocupam em preparar as empresas brasileiras dos setores têxtil e de confecção para que o processo exportador seja parte integrante da estratégia delas, considerando a capacidade de entrega, o posicionamento dos produtos brasileiros no exterior e a agregação de valor do produto, a partir dos atributos reconhecidos no Brasil e no exterior. “Produtos vibrantes, originais, sustentáveis, que transferem à nossa moda a diversidade e o estilo de vida brasileiros, nossa versatilidade e a nossa alegria intrínsecas. Tudo isso tem fortalecido as nossas semanas de
Com o apoio da Apex, os participantes do TEXBRASIL representam 39% de tudo o que o País exporta em valores de vestuário, 37% das exportações têxteis e 51% das exportações de produtos de cama, mesa e banho. O setor supermercadista também já obteve bons resultados com parcerias junto à Apex-Brasil. O gerente internacional da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Claudio Macedo, conta que o Projeto Comprador foi criado para viabilizar a vinda de redes internacionais ao Brasil e em apenas dois dias de reuniões já se conseguiu a possibilidade de 93% de negócios efetivos. A parte operacional e executiva fica a cargo da ABRAS. “As nossas expectativas agora são estudar novas parcerias e novos projetos junto à Apex”, comenta.
fez uma parceria com a Apex para realizar o projeto Brazilian Rice. Foi realizado um Projeto Comprador – quando compradores de fora vêm ao País para realizar negócios –, para o qual a Apex deu todo o apoio financeiro. Segundo Andressa Silva, da ABIARROZ, o projeto obteve êxito e, a partir disso, o setor se animou e foi solicitado junto à Apex o Projeto Setorial Integrado (PSI). Para desenvolver o PSI, a Apex realizou estudos de mercado de 40 países-alvo e, a partir disso, o setor escolheu nove países que seriam focados para as ações. “Conseguimos identificar gargalos e potenciais de que dispomos para promover adequadamente nosso produto no mercado externo. Pudemos, ainda, avaliar a maturidade exportadora das suas empresas, identificar mercados e ações a serem desenvolvidas no PSI, etapa em que nos
moda e imagem do Brasil no mundo”,
Expectativas
garante Bernardo. Segundo a pesquisa
Um dos setores brasileiros que está na
O projeto está na fase de capacitação
do IBGE, o setor de vestuário e aces-
expectativa de bons resultados é o de
de pessoas que vão realizar os negó-
encontramos agora”, conta Andressa.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
35
Capa cios no mercado externo. “O próximo passo será a realização de uma rodada
ENTREVISTA
de negócios, depois a participação em feiras e missões fora do país”, explica. A estrutura para a realização das ações fora do país são proporcionadas pela Apex, o que vem estimulando as empresas e proporcionando bons resultados aos mais variados setores. “A cada dia as empresas nacionais vêm se aprimorando, com vistas a atender a um mercado externo bastante exigente e, nesse contexto, a ajuda da Apex tem contribuído para a consolidação de uma visão mais empresarial do setor. A expectativa é de que com o PSI podere-
Rogério Bellini, diretor de Negócios da Agência Brasileira de
mos dar um passo a mais em termos de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), explica o
competitividade”, observa Andressa.
papel da Apex-Brasil no cenário econômico nacional.
O setor de frutas também espera mais.
Revista Brasileira de Admi-
das micro, pequenas e médias em-
Segundo Luciana Pacheco, agora o ob-
nistração - Como podemos de-
presas e a geração de empregos.
jetivo é aumentar a participação bra-
finir a Apex-Brasil?
sileira nos mercados já consolidados
Rogério Bellini - A Agência
se beneficiar pela Apex?
Brasileira de Promoção de Exporta-
RB - A Apex-Brasil apoia e estimula
e expandir as exportações para novos mercados, como o do Oriente Médio e
ções e Investimentos (Apex-Brasil) foi
da China. O açaí, o cupuaçu e a casta-
criada pela Lei 10.668/2003 como
nha-do-pará também deverão ser pro-
Serviço Social Autônomo, pessoa
movidos cada vez mais lá fora.
36
jurídica de direito privado sem fins
RBA - Quais as áreas que podem
ações nas áreas de inovação, de desenvolvimento de design e de sustentabilidade por entender que os temas são indispensáveis para as empresas
Já o setor de tecidos e vestuário pre-
lucrativos, de interesse coletivo e
tende renovar o convênio com a Apex
de utilidade pública. A Apex-Brasil é
neste ano e traçar um plano estratégi-
responsável por promover as expor-
co de longo prazo, intensificando ações
tações de produtos e serviços brasi-
RBA - Como a Apex atua?
nas áreas de design, inovação e susten-
leiros, pela consolidação do conhe-
RB - As ações da Agência são direcio-
tabilidade. “Outro ponto que aparece
cimento da marca Brasil no exterior
nadas para aumentar as exportações
fortemente são as atividades de desen-
e pela atração de investimentos es-
de produtos de maior valor agregado,
volvimento empresarial, por meio das
trangeiros diretos (IED) para cadeias
ampliar o número de empresas brasi-
quais as empresas têm a oportunidade
de produção industriais estratégicas
leiras exportadoras, bem como apoiar
de adquirir as habilidades mais impor-
para o País. A Agência atende em-
as que já atuam no cenário interna-
tantes para o desenvolvimento de seus
presas de todos os portes, nos vários
cional, consolidando suas presenças
negócios no mercado internacional”,
estágios de maturidade exportadora,
nesses mercados, além de conquistar
diz Frederico Bernardo.
focando as atividades de exportação
novos espaços de negócios. As ações
rba | revista brasileira de administração
que buscam maior competitividade para seus produtos e serviços.
da Apex-Brasil beneficiam cerca de 13
bro, essas empresas exportaram US$
mil empresas brasileiras de 81 setores
33,7 bilhões, sendo responsáveis por
da economia, agrupados em seis gran-
quase 17% das exportações brasilei-
des complexos produtivos: alimentos,
ras no período. Além de atuar para
bebidas e agronegócio; casa e constru-
aumentar a exportação de produtos
ção civil; economia criativa e serviços;
brasileiros de maior valor agregado,
máquinas e equipamentos; moda; e
com o consequente aumento do valor
tecnologia e saúde. A Agência atua em
exportado, a Apex-Brasil também atua
estreita cooperação com órgãos gover-
para aumentar o número de empresas
namentais e em parceria com entidades
exportadoras. Estimula as empresas
empresariais. Em conjunto com as enti-
a participarem dos projetos setoriais,
dades empresariais, a Apex-Brasil realiza
organiza missões de prospecção e ofe-
ações de promoção comercial com as
rece programa de capacitação, entre
empresas participantes dos projetos se-
outras ações.
toriais, de posicionamento de imagem
RBA - Na sua opinião, na prática,
e de consolidação da marca Brasil no mercado internacional. Entre as ações, estão a organização de missões comerciais, rodadas de negócios no Brasil e no exterior e o apoio à participação em feiras internacionais multissetoriais, entre outros. As ações da Agência estão estruturadas em seis categorias, que são: Inteligência de Mercado; Qualifi-
por que é interessante para o administrador de uma empresa ou entidade trabalhar junto à Apex? Quais os resultados que ele pode obter? RB - Desde que foi criada, a Apex -Brasil vem acumulando e desenvolvendo conhecimentos e técnicas que são fundamentais para as empresas
cação Empresarial; Estratégias de Internacionalização; Promoção de Negócios e Imagem; Atração de Investimentos; e Ações Estratégicas. Juntas, elas somam mais de 30 serviços distintos disponíveis para as empresas dos mais diversos graus de maturidade exportadora. No site www.apexbrasil.com.br, clicando na área “como podemos ajudar” encontramos a relação completa dos serviços oferecidos pela Apex-Brasil. RBA - O senhor comentou que já são 13 mil empresas beneficiadas, em 81 setores da economia brasileira. Esse número vem crescendo ano a ano? Quanto? RB - Em 2012, entre janeiro e outu-
Quais os setores que recebem o apoio da Apex-Brasil? Agronegócios
Serviços
Alimentos
Máquinas e equipamentos
Bebidas Casa Construção Saúde
Moda Tecnologia Economia criativa Fonte: Apex-Brasil - www.apexbrasil.com.br
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
37
O trabalho da Apex-Brasil reduz as dificuldades inerentes da atividade exportadora e dá mais eficiência às ações das empresas que buscam se inserir no mercado internacional ou expandir suas atividades de comércio exterior.”
que se iniciam na atividade exporta-
da economia brasileira. Isso confere
sobre aspectos jurídicos e de comércio
dora ou expandem sua atuação no
à Agência um papel estratégico de in-
exterior dos mercados onde estão ins-
mercado internacional. As ações da
termediação entre aquelas instituições
talados, entre outros.
Agência são definidas conforme a ma-
e as empresas exportadoras.
RBA - Como as empresas devem
turidade exportadora das empresas,
RBA - Como é o relacionamento da
proceder para trabalhar junto à
de forma que estas têm apoio desde
Apex-Brasil em âmbito interna-
Apex (ou com o apoio da Apex)?
a capacitação para exportar até a in-
cional?
RB – Por questões de eficiência e de
RB - A Apex-Brasil mantém estreito re-
otimização das ações, a Apex-Brasil
lacionamento com governos estrangei-
atua preferencialmente em parceria
ros, embaixadas brasileiras no exterior,
com as entidades empresariais. Por
agências de promoção comercial e de
meio delas é possível beneficiar um
investimentos e de organismos multi-
número maior de empresas em todos
laterais, além de câmaras bilaterais de
os estágios, da capacitação empresa-
comércio. Essas relações são funda-
rial para exportação à internacionali-
ternacionalização, quando a empresa está plenamente inserida no mercado internacional, passando por ações de promoção comercial, de estudos de inteligência competitiva, que ajudam na identificação de oportunidades de mercado, entre outras. O trabalho da Apex-Brasil reduz as dificuldades ine-
38
mentais no apoio às empresas brasi-
zação das atividades. A Confedera-
rentes da atividade exportadora e dá
leiras nos seus esforços para exportar.
ção Nacional da Indústria (CNI) e as
mais eficiência às ações das empresas
Os exportadores brasileiros também
Federações Estaduais das Indústrias
que buscam se inserir no mercado in-
dispõem dos serviços dos Centros de
também são parceiras estratégicas da
ternacional ou expandir suas atividades
Negócios da Apex-Brasil (CNs) instala-
Agência na realização de eventos e
de comércio exterior. A Agência atua
dos nos principais mercados globais:
ações voltadas para as empresas e na
em parceria com as instâncias gover-
Miami (EUA), Bruxelas (Bélgica), Dubai
manutenção das unidades de atendi-
namentais federais e estaduais e enti-
(Emirados Árabes Unidos), Moscou
mento da Apex-Brasil nos estados. Es-
dades privadas envolvidas com a defi-
(Rússia), Havana (Cuba), Pequim (Chi-
sas unidades, responsáveis por diver-
nição e execução de políticas públicas
na) e Luanda (Angola). Os CNs são es-
sas ações da Agência, especialmente
de comércio exterior, de promoção co-
critórios avançados da Apex-Brasil que
as de captação de novas empresas,
mercial, desenvolvimento tecnológico
prestam serviços diversos para as em-
aproximam ainda mais a Apex-Brasil
e de atração de investimentos estran-
presas e entidades, como estudos de
das empresas que já exportam ou que
geiros diretos para setores estratégicos
oportunidade de mercado, consultoria
têm potencial para exportar.
rba | revista brasileira de administração
DOSSIÊ
A RBA firmou parceria com a revista HSM Management. O conteúdo qualifica a publicação do Conselho Federal de Administração (CFA) e é de extrema utilidade para o Administrador. Nesta edição de estreia, Peter Diamandis concede uma entrevista exclusiva e uma reportagem explora o novo ambiente de inclusão tecnológica. Boa leitura!
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
39
POR_VIVIANA ALONSO
A escada e
as laranjas Em entrevista exclusiva, Peter Diamandis, inspirador da teoria da abundância, diz que, no prazo de uma geração, seremos capazes de oferecer bens e serviços a todos que os necessitem e desejem. usando uma metáfora, ele diz que a tecnologia é a escada que nos leva às laranjas que estão nos galhos superiores da árvore
U
40
ma das empresas do milionário empreendedor
Isso revela muito desse homem apaixonado tanto pelo espa-
norte-americano Peter Diamandis, a Zero Gravi-
ço (já quis ser astronauta) como pelo conhecimento, paixão
ty, tem aviões especialmente adaptados para ofe-
que canalizou como empreendedor. Seu mais recente, e am-
recer “experiências de gravidade zero”. Nesses voos, a aeronave
bicioso empreendimento é uma ideia que lançou este ano no
sobe a mais de 6 mil metros de altitude e, a partir desse nível,
livro Abundância. Nele, anuncia: “No prazo de uma geração,
descreve arcos parabólicos no ar —sobe mais ainda e desce de
seremos capazes de oferecer os bens e serviços antes reser-
maneira controlada. O movimento se repete e, a cada parábola,
vados a poucas pessoas com muito dinheiro para todos que
os passageiros experimentam a sensação de gravidade zero.
os necessitem e desejem. Graças à tecnologia, a abundân-
Diamandis se lembra de quando Stephen Hawking, o célebre
cia finalmente está a nosso alcance”. Com essa afirmação
físico que ocupou a cadeira de Isaac Newton na University of
provocativa e exemplos vindos da nanotecnologia, biologia
Cambridge, pediu para ser levado em uma dessas viagens: ele
sintética, robótica e inteligência artificial, entre outras áre-
contratou uma equipe médica para supervisionar o passagei-
as, ele desdiz muita gente nesta entrevista exclusiva à HSM
ro e alegrou-se ao vê-lo flutuar, livre de sua cadeira de rodas.
Management, mas nos faz pensar.
rba | revista brasileira de administração
Foto: Shutterstock
VIVIANA ALONSO: Quando e onde
Tenho plena consciência de que muito
você enxergou abundância? Ou
poucas pessoas veem isso como eu vejo;
como e por quê?
a maioria tende a continuar enxergan-
PETER DIAMANDS: Acho que, estando à frente da X Prize Foundation e da Singularity University, costumo verificar de muito perto, de uma posição privilegiada provavelmente, o impacto positivo da tecnologia. Isso me fez perceber que nos dirigimos, sim, para um mundo de abun-
do a escassez que historicamente prevaleceu, ou seja, há uma lacuna entre sua maneira de perceber o mundo e a minha. Foi por essa razão que decidi escrever o livro. Acredito em meu ponto de vista e acho importante difundi-lo. Por que predomina o pessimismo
dância, no qual poderemos satisfazer e
sobre o futuro?
até superar as necessidades da maioria
PD: Por causa da maneira como fun-
dos habitantes do planeta. Ela ainda não
ciona nosso cérebro. Estamos pro-
está instalada, mas virá.
gramados para prestar mais atenção
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
41
às notícias negativas do que às posi-
didas. É preciso acabar com a fome, a
laranjeira no jardim carregada de frutas
tivas. Desde o início dos tempos e ao
malária, a contaminação do ar, assim
e retiro as dos ramos de baixo, terei es-
longo da evolução, os seres humanos
como dar acesso à água potável.
cassez até que disponha da tecnologia
Daí surge o que chamo de “pirâmide
(uma escada) que me permita alcançar
não sofrem grandes consequências se deixarem de perceber as boas notícias. Agora, se não tomarem conhecimento de um dado negativo, pagam caro: não detectar que um leão faminto se aproximava podia ser fatal.
da abundância”, que tem três níveis. No inferior, encontram-se a comida,
mente as laranjas serão abundantes.
a água e a moradia, ao lado de outras
A tecnologia facilitou o acesso a mui-
questões elementares para a sobrevi-
tos recursos, mas nas últimas cinco
vência. No segundo, ficam os catalisa-
décadas seu crescimento se acelerou
Portanto, a consequência desse caminho evolutivo é que o cérebro presta mais atenção às notícias negativas. A indústria da mídia aproveita isso muito bem, por exemplo. Durante 24 horas por dia, sete dias por semana, no rádio, no celular, no computador e na televisão, são divulgadas más notícias para atrair a atenção do público. Sem querer defender a classe, mas a notícia é definida como a exceção, não a regra: o homem que mordeu o cão é notícia, enquanto
até tornar-se exponencial. Gordon
A pirâmide da abundância tem três níveis. o mais alto se reserva à liberdade e à saúde”
o cão que mordeu o homem não dores de maior crescimento: energia,
que esse conceito acaba esquecido
amplas oportunidades de educação e
e a realidade se distorce, dando
acesso à comunicação e à informação.
a sensação geral de que homens
O nível mais alto está reservado à li-
mordem cães o tempo todo...
berdade e à saúde, duas condições bá-
a mídia nos faz acreditar que o mundo
siga dar sua contribuição à sociedade. Você afirma que estamos entran-
está melhor. E é possível comprovar.
do em um período no qual a tecno-
quando fala de abundância? Certamente não me refiro a uma vida de luxos para todos, e sim à criação de um mundo no qual todos possam sonhar e fazer, em vez de sofrer e lutar. Para isso, claro, é fundamental que tenham as necessidades básicas aten-
42
sicas para que qualquer indivíduo con-
está cada vez pior, quando, na verdade, A que você se refere, exatamente,
rba | revista brasileira de administração
Moore antecipou isso em 1965, quando predisse que o número de transistores de um circuito integrado duplicaria a cada 18 meses, implicando que os computadores duplicariam sua velocidade de processamento a cada dois anos. Nas próximas duas décadas, espera-se que as tecnologias que crescem exponencialmente, como a inteligência artificial, a robótica, a indústria digital, a nanotecnologia e a biologia sintética, superem com vantagem os grandes avanços científicos dos últi-
o é... O que você diz, no entanto, é
PD: O problema é que, com esse enfoque,
as dos ramos superiores. Assim, nova-
logia tem o potencial de melhorar significativamente o padrão de vida de todas as pessoas do planeta. Por quê? Qual é a diferença em relação a outras etapas do desenvolvimento da sociedade? PD: A tecnologia é uma força libertadora de recursos. Por exemplo, se tenho uma
mos dois séculos. Você menciona em seu livro outras forças que impulsionam a abundância. Quais são as mais importantes? PD: Todas interagem. A tecnologia exponencial é a primeira, o facilitador. A segunda força são os inovadores “faça você mesmo”, pessoas que usam a tecnologia para fazer a diferença no mundo. A terceira é o tecnofilantropo, o que financia o inovador. Também existe o que chamo de “o bilhão ascendente”, representado pelos indivíduos mais pobres do mundo, que nos próximos dez anos se tornarão uma das forças mais importantes.
alimentação, saúde e educação. Segundo ele, durante os últimos 150 mil anos o Homo sapiens evoluiu em
Foto: Divulgação
um mundo local e linear. O mundo
que, graças à conectividade com a internet e ao surgimento de um modelo de negócio mais inclusivo, estão se unindo à conversação global,
de hoje, no entanto, é global e ex-
com a oportunidade de se fazer ou-
ponencial [o tema foi abordado por
vir pela primeira vez e oferecer um
Ray Kurzweil na HSM Management
novo olhar aos problemas.
nº 89]. A visão proposta por seu mo-
ferramenta mais valiosA
Um livro de boas
delo de abundância se sustenta em
Idealizado como um antídoto contra
mento exponencial das novas tec-
tar com nossos desejos mais profun-
o pessimismo geral, Abundance será
nologias e o potencial que têm para
dos”, escreve Diamandis. “E, como
lançado no Brasil pela HSM Editora
criar um futuro melhor.
se não bastasse, já não é preciso es-
em novembro com o título Abundância: O Futuro é Melhor do que Você Pensa. Peter Diamandis o escreveu em 2012 mesmo, em colaboração com o jornalista Steven Kotler, para fazer uma ligação direta entre os progressos da ciência e da tecnologia e um mundo sustentável e justo. O livro reúne contribuições de líderes do pensamento científico e empresarial com experiências colhidas em diferentes regiões do mundo, para construir um modelo viável que nos encaminhe com otimismo a um futuro de abundância de recursos para toda a humanidade. Vista pela lente da tecnologia, a escassez de recursos não representa uma ameaça tão grave como se costuma pensar, de fato; o problema está concentrado no acesso aos recursos. Em Abundância, Diamandis mostra como novas tendências na área da ciência e tecnologia, assim como na economia e na cultura, podem, nos próximos 30 anos, solu-
um conceito fundamental: o cresci-
O prazo desse futuro? Ele espera que, nas próximas duas décadas, as conquistas tecnológicas superem amplamente os grandes avanços científicos dos últimos 200 anos. Mas destaca que outras três forças
“A tecnologia começou a se conec-
perar que as corporações se interessem ou os governos se comprometam: estamos vivendo uma era de máximo impacto pessoal, na qual os indivíduos começam a se apropriar de seus problemas.”
impulsionadas pelo fator humano,
Entretanto, para que as verdadeiras
além da tecnologia, são necessárias:
mudanças sejam produzidas, não
• A revolução do “faça
basta a atuação conjunta das quatro
você mesmo”. Refere-se ao fenô-
forças da abundância; é necessário
meno protagonizado por inovadores
incentivar a inovação. Segundo Dia-
que assumiram o compromisso cons-
mandis, são os pequenos grupos que
tante, fora da órbita governamental
hoje têm o potencial de fazer coisas
e corporativa, de melhorar a vida de
extraordinárias, nutridos com o aporte
milhões de pessoas.
das tecnologias exponenciais, guiados
• Os fabulosamente ricos “tecnofilantropos”. Trata-se de uma nova classe de filantropos,
por uma motivação genuína e, principalmente, com muito menos a perder do que as grandes organizações.
nascidos da revolução da alta tecno-
Abundância convida o leitor a
logia. Jovens e idealistas, destinam sua
imaginar um mundo de 9 bilhões
fortuna a causas humanitárias. Entre
de pessoas com água potável, ali-
eles destacam-se Bill Gates, com sua
mentos nutritivos, moradia aces-
cruzada contra a malária, e Mark Zu-
sível, educação personalizada, bom
ckerberg, fundador do Facebook, que
atendimento médico e energias não
se propõe a reinventar a educação.
poluentes. Ele garante: a melhor
cionar os grandes desafios da huma-
• As pessoas mais pobres do
ferramenta para obter isso é a mente
nidade em matéria de água, energia,
mundo. São bilhões de indivíduos
humana. (Laura Babini)
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
43
Foto: Arquivo pessoal
Os ‘faça você mesmo’ decidem pegar os problemas nas mãos e resolvê-los.”
Como os inovadores “faça você
Por meio da X Prize Foundation,
áreas de que falo em Abundância –
mesmo” contribuem para criar
você oferece incentivos à inovação.
alimentos e água, moradia, energia,
um futuro melhor?
Por que é necessário fomentá-la
educação, cuidados com a saúde.
PD: Graças às tecnologias exponen-
com um prêmio? Isso não deveria
ciais, pequenos grupos de pessoas po-
acontecer de maneira espontânea?
dem resolver grandes problemas. Há
PD: Vivemos em uma época na qual
30 anos, eram necessários cem com-
os indivíduos podem fazer literal-
putadores para processar uma enorme
mente qualquer coisa graças ao po-
quantidade de informações. Apenas o
der da tecnologia. Portanto, cabe
chefe do departamento de ciências da
perguntar no que deveriam concen-
computação do Massachusetts Institu-
trar seu tempo e sua energia, não?
te of Technology (MIT) tinha acesso a
O X Prize propõe estabelecer as
essa potência de cálculo. Hoje, tal velo-
prioridades, incentivando as pes-
cidade está ao alcance de qualquer um.
soas a resolver problemas que tenham
Um ponto crucial que destaco no livro é que, no passado, o melhor que se podia fazer diante de problemas graves era reclamar — para o governo,
44
impacto sobre a maior quantidade possível de habitantes do mundo e que nos permitam, ao mesmo tempo, atrair fundos de empresas financiadoras.
Os governos têm algum papel a desempenhar no modelo da abundância? Se sim, qual? PD: Os governos foram a solução de muitos problemas nos últimos mil anos, quando as pessoas não podiam fazer coisas por conta própria e precisavam se organizar em grandes grupos coletivos de capital e recursos que, em última instância, constituíam os governos. Hoje, os indivíduos podem fazer muito mais por si mesmos. Os governos ainda serão importantes, mas, no futuro, o progresso será impulsionado por pequenos gru-
para a empresa ou para outra pessoa
Em resumo, os candidatos ao prêmio
— e pedir uma solução. Hoje podemos
têm de atender a dois requisitos: que
deixar de nos queixar e fazer algo a
aquilo interesse às pessoas e, ao mes-
respeito. Os “faça você mesmo” são
mo tempo, que empresas queiram
pessoas que decidem pegar os proble-
apoiar sua causa com dinheiro. Com
PD: Imagino que a pobreza se redu-
mas nas mãos e resolvê-los.
frequência nos concentramos nas
zirá a um índice mais rápido do que
rba | revista brasileira de administração
pos e por indivíduos. Como você imagina o mundo em, digamos, cinco anos?
o esperado. As pessoas terão uma vida melhor e poderão desfrutá-la mais. Sua trajetória pessoal é muito curiosa: você estudou medicina e se transformou em empreendedor do turismo espacial. Como aconteceu essa transição? PD: Minha primeira paixão foi o espaço, porém meu pai era médico e pensei que a medicina era o caminho que, como filho, eu deveria seguir. Fui para a faculdade de medicina para fazer a família feliz, mas depois me dediquei ao espaço sideral porque, definitivamente, essa era minha meta na vida. Em sua trajetória empreendedora, você fundou 12 empresas. Qual era a hora de começar um novo projeto e quando desistir? PD: Realmente fundei muitas empresas. Algumas abandonei depois de três ou quatro anos; com outras, insisti, mesmo demorando mais de uma década para chegar ao sucesso. Quando se dar por vencido? É uma boa pergunta. A resposta é que, se a empresa na qual trabalhamos tem a ver com algo que nos apaixona, não temos de abandoná-la; devemos continuar insistindo até obter êxito. No entanto, se é algo que fazemos para a felicidade de outra pessoa ou só por dinheiro, meu conselho é deixá-la e começar algo que amemos acima de tudo. Qual é a chave de seu sucesso? PD: Meu segredo, se posso dizer isso, está na persistência e na paixão: persisti com o que me apaixonava até chegar ao sucesso. Também acho que tive muita sorte ao me dar conta do que amava muito cedo na vida. Quando era criança, o programa espacial Apolo e o seriado de televisão Jornada nas Estrelas me atraíam. Sonhava em ir para o espaço, e esse ideal me impulsionou. Por isso, digo às pessoas que não encontraram sua paixão que se lembrem do que gostavam quando crianças; aí descobrirão o que mais gostam de fazer. Ou seja, Jornada nas Estrelas o ajudou a encontrar sua paixão. Quem você preferia: Spock ou o Capitão Kirk? PD: O Capitão Kirk, naturalmente. Ele é que ficava com as mulheres bonitas [risos]. A entrevista é de VIVIANA ALONSO, colaboradora de HSM Management.
Peter Diamandis | por_viviana alonso Marcar uma entrevista com Peter Diamandis é como tentar agarrar um vaga-lume. Correndo para lá e para cá, sempre inquieto, ele percorre grandes distâncias e alturas. Mas percebe-se logo por quê. Ele estudou medicina e biologia molecular e obteve doutorado em engenharia aeroespacial no Massachusetts Institute of Technology (MIT), mas gosta mesmo é de empreender e montou um portfólio espantoso de 12 negócios, dos quais selecionei dez: • a SEDS (criada em 1980) é uma organização estudantil voltada à exploração e ao desenvolvimento de projetos relativos ao espaço e hoje está em 12 países; • a ISU (1987) oferece cursos de pós-graduação em gestão espacial em seu campus de Estrasburgo, na França; • a International MicroSpace (1989) veio na esteira do projeto Star Wars na era Reagan para fabricar um lançador de mísseis em baixa órbita terrestre e foi vendida à CTA; • a Constellations Communications (1991) é uma das cinco constelações de satélites em baixa órbita e tinha o Brasil entre seus clientes-alvo — foi vendida à Orbital Sciences; • a X Prize Foundation (1994) premia inovadores capazes de mobilizar seu capital intelectual e financeiro para melhorar o mundo; • a Zero Gravity (1994) oferece a experiência de gravidade zero a turistas em voos comerciais; • a Space Adventures (1998) é a pioneira entre as companhias de turismo espacial; • a Rocket Racing League (2004) é uma liga esportiva de competições entre aviões com motores especiais, mas ainda não teve a temporada inicial; • a Singularity University (2008) busca demonstrar o potencial das tecnologias exponenciais para solucionar os grandes desafios da humanidade; • a Planetary Resources (2012) dedica-se à mineração em asteroides — Eric Schmidt e Larry Page são coinvestidores. Certamente a lista está aumentando neste exato momento. Eu esperava um Diamandis difícil, com ideias abstratas e complexas, mas essa expectativa se revelou muito distante da voz amável que atendeu o telefone e me convidou a conversar. Em agosto de 2013, Diamandis virá ao Brasil para o Fórum HSM de Inovação.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
45
POR_EQUIPE EDITORIAL DA HSM MANAGEMENT
Em nome da
inclusão Reportagem HSM Management mostra que O acesso crescente às tecnologias da informação e da Comunicação, somado a um enfoque econômico comprometido com o social, TEM multiplicaDO as oportunidades de QUEM entra pela primeira vez no mercado global
A
meta da abundância como
difusão global das tecnologias da in-
objetivo sustentável não
formação e da comunicação.
só deve conduzir ao deba-
te sobre os efeitos das tecnologias ou como evitar as pandemias e o esgotamento dos recursos naturais. Também é fundamental situar o olhar no indivíduo como sujeito habilitado para ex-
46
rba | revista brasileira de administração
Em 1962, o sociólogo e filósofo alemão Jürgen Habermas argumentou que dar ferramentas às pessoas para que se expressem abertamente exerce uma pressão crescente sobre os líderes não democráticos, ao mesmo tempo que
pressar livremente suas ideias e forjar
expande seus direitos. Em julho de
seu destino político e econômico.
2009, o jovem Jared Cohen, especia-
É impossível pensar em um mundo
lista em política exterior e em novas
melhor sem levar em conta a liber-
tecnologias, fez a experiência.
dade como recurso primordial. Peter
Alguns anos antes, precisamente em
Diamandis a coloca, ao lado da saúde,
2004, Cohen tinha visitado o Irã pela
no topo de sua “pirâmide da abun-
primeira vez para fazer uma pesquisa
dância” e afirma que ela se nutre da
do mestrado em relações internacio-
Ilustração: Javier Joaquin
nais que cursava na Oxford University. Descobriu ali que muitos integrantes da geração de menos de 30 anos (dois terços da população iraniana) protagonizavam um verdadeiro movimento de oposição ao regime, munidos de novas tecnologias, como o protocolo Bluetooth, que lhes permitiam trocar ideias pela internet. O domínio tecnológico da juventude tinha aberto, não só no Irã, mas em todo o mundo muçulmano, uma oportunidade para a criação de redes de comunicação independentes do poder político. Em 2006, a então secretária de Estado do governo Bush, Condoleezza Rice, contratou Cohen e o tornou, aos 24 anos, um dos membros mais jovens da história do Departamento de Estado norte-americano. Sua passagem pela vida pública, que deixou em 2010 para dirigir o Google Ideas, marcou um novo caminho para a diplomacia internacional, no qual a tecnologia começou a ser considerada peça fundamental. Cohen teve outra experiência reveladora quando o Departamento de Estado o encarregou de investigar a origem dos
nha criado um grupo no Facebook cha-
que sua empresa reprogramasse o site
mado “Um milhão de vozes contra as
para que os iranianos pudessem con-
Farc”, que nas primeiras 12 horas reu-
protestos contra as Forças Armadas Re-
tinuar tuitando. Uma vez que todas as
niu 1,5 mil membros e chegou a 8 mil no
outras formas de comunicação tinham
volucionárias da Colômbia (Farc) de 5
terceiro dia. Morales decidiu entrar no
sido bloqueadas ou fechadas, o Twit-
de fevereiro de 2008: 12 milhões de pes-
mundo real e, um mês depois, com a aju-
ter se tornou a via de contato do Irã
soas de todo o mundo foram às ruas, de
da de 400 mil voluntários, desencadeou
com o mundo exterior, um fenômeno
maneira repentina e aparentemente es-
um feito histórico que gerou uma onda
que passou a fazer parte da chamada
pontânea, para exigir a libertação de 700
maciça de desmilitarização das Farc.
“Revolução Twitter”. Essa revolução
reféns e o fim da violência. Com a suspeita de que a mobilização poderia ter sido coordenada pela internet, Cohen investigou até descobrir o responsável.
No entanto, foi em 2009 que Cohen enfrentou o poder transformador da internet em toda a sua expressão. Em meio aos protestos pós-eleitorais do
Um mês antes, o engenheiro de infor-
Irã em junho daquele ano, ele pediu
mática colombiano Oscar Morales ti-
ao fundador do Twitter, Jack Dorsey,
demonstrou que as tecnologias da informação são poderosos impulsionadores da democratização, fato que ocorreu em outros países, entre eles Quênia, Tanzânia e Uganda. Também em 2009, Eric Schmidt, en-
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
47
tão CEO do Google, viajou para o Iraque em uma iniciativa proposta por Cohen ao Departamento de Estado de levar ao Oriente Médio executivos da área tecnológica. A experiência se concretizou em um artigo que Cohen e Schmidt escreveram em 2012 para a revista Foreigh Affairs, “The digital disruption”. Conscientes do papel crucial desempenhado pela tecnologia no delineamento do rumo da política exterior, afirmaram que o advento e o poder da tecnologia da informação dariam lugar a todo tipo de surpresas. “Os governos Foto: Divulgação
serão pegos de guarda baixa quando muitos de seus cidadãos, armados quase exclusivamente de telefones celulares, participarem de minirrebeliões que desafiarão sua autoridade.” Para os Estados mais poderosos do planeta, explicavam no artigo, a instauração de um cenário interconectado — no qual mais de 50% da população mundial tem acesso a alguma combinação de telefones celulares e internet — trará novas possibilidades
Foto: Divulgação
Jared Cohen
de crescimento e desenvolvimento, mas também grandes desafios às formas de governo estabelecidas.
Um deles, Stuart L. Hart, especialista em negócios sustentáveis e uma das vozes que têm manifestado seu otimismo quanto ao futuro da humanidade, tinha publicado, em 1997, “Beyond greening: strategies for a sustainable world”, artigo que catapultou a temática da sustentabilidade à agenda corporativa. Esse trabalho aproximou-o de uma das figuras mais importantes da gestão contemporânea, o economista indiano C.K. Prahalad, falecido em abril de 2010. Juntos escreveram o artigo pioneiro “The fortune at the bottom of the pyramid”, que a revista Strategy+Business publicou em 2002. Ao longo de 16 páginas, os autores explicaram que os bilhões de pessoas da base da pirâmide econômica tinham se tornado uma força econômica extraordinária, cujo poder de compra agregado abria possibilidades extremamente rentáveis. E acrescentaram que, por não ser um mercado que permitisse altas margens de lucro, a rentabilidade surgiria do volume de vendas e da eficiência do uso do capital. O verdadeiro desafio estratégico consistia em identificar um mercado ativo onde só havia
A promessa de um novo capitalismo Já em 2002, dois economistas tinham
Stuart L. Hart
48
pobres do planeta.
rba | revista brasileira de administração
pobreza e desenvolver produtos e serviços acessíveis e de boa qualidade para comercializá-los em larga escala.
mostrado ao mundo que os mercados
Prahalad
de renda mais baixa representavam
além
e
uma oportunidade dupla e prodigiosa
com sucesso nesses mercados, era ne-
para as grandes companhias multina-
cessário instalar uma infraestrutura co-
cionais: além de ganhar dinheiro, elas
mercial que se ajustasse às necessida-
poderiam melhorar a qualidade de
des de seus habitantes, e para isso havia
vida de quem morava nas regiões mais
quatro condições básicas: criar poder de
disso,
Hart que,
sugeriram, para
atuar
Foto: Divulgação
Se deixarmos de pensar nos pobres como vítimas ou como um fardo e começarmos a reconhecê-los como empreendedores criativos e resilientes e como consumidores conscientes do valor, um mundo de oportunidades completamente novo se abrirá.” C.K. Prahalad
compra (dando acesso ao crédito), dar
rações e o comportamento de compra
nos pobres como vítimas ou como um
forma às aspirações (por meio da edu-
dos consumidores emergentes, soube
fardo e começarmos a reconhecê-los
cação dos consumidores), adaptar as
dirigir-se a eles com a metodologia e as
como empreendedores criativos e resi-
soluções às realidades locais e facilitar
respostas apropriadas. De outro, a ex-
lientes e como consumidores conscien-
o acesso a bens e serviços (utilizando as
periência do Grameen Bank, também
tes do valor, um mundo de oportunida-
novas tecnologias para melhorar os sis-
chamado de “Banco dos Pobres”.
des completamente novo se abrirá.”
temas de distribuição e comunicação).
Em 1976, o economista bengalês
Cada uma dessas condições exigia
Muhammad Yunus tinha criado em
inovações em tecnologia, modelos de
Bangladesh uma entidade financeira
negócio e processos de gestão, mas era
baseada em microcréditos, com o pro-
fundamental eliminar preconceitos.
pósito de solucionar um dos maiores
“É hora de as corporações multina-
problemas enfrentados pelos pequenos
cionais analisarem suas estratégias
e pobres produtores independentes: a
de globalização por uma nova lente:
falta de acesso ao crédito bancário, que
a de um capitalismo que propicie a
os obrigava a cair nas mãos de agiotas
inclusão dos setores esquecidos. As
inescrupulosos. Yunus soube ver nos
companhias com recursos e tenacida-
mais humildes capacidades e valores
de para competir na base da pirâmide
como confiança, respeito pelo outro e
econômica mundial terão, como re-
responsabilidade na hora de pagar um
compensa potencial, crescimento e lu-
empréstimo. Foi assim que cunhou um
cro e farão uma contribuição incalcu-
conceito inovador que completa a estru-
lável à humanidade”, garantiam Hart e
tura do capitalismo: “empresa social”.
Prahalad no artigo.
Em 2004, Prahalad aprofundou essas
Os autores se inspiraram em duas ex-
ideias no livro A Riqueza na Base da
periências. De um lado, a da Hindustan
Pirâmide (ed. Bookman), no qual desta-
Lever, subsidiária da Unilever na Índia,
cou a necessidade de mudar o olhar so-
que, preocupada em entender as aspi-
bre a pobreza. “Se deixarmos de pensar
Quando as preposições importam Durante a década passada, os empreendimentos desenvolvidos na base da pirâmide se concentraram principalmente em encontrar fortuna “nas” economias mais pobres do planeta; mesmo que muitos deles não tenham prosperado como se esperava, permitiram extrair lições fundamentais. O foco agora está colocado em uma abordagem diferente e mais complexa, baseada no conceito de criar fortuna “com” a base da pirâmide. Esse é o argumento central do livro Next Generation Business Strategies for the Base of the Pyramid: New Approaches for Building Mutual Value (ed. FT Press),
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
49
Foto: Divulgação
escrito por Stuart L. Hart e Ted Lon-
nologias da informação, os países me-
don, também especialista no assunto.
nores, mais fracos e mais pobres fiquem
A partir do grande aporte conceitual de
cada vez mais marginalizados e seja
Prahalad, ambos explicam como aplicar
ainda mais difícil para eles concorrer.
com sucesso modelos de negócio, inova-
Mas é factível, segundo Yunus, outro
ções e técnicas no lançamento de uma
cenário exatamente oposto: a utilização
nova geração de empreendimentos.
das novas tecnologias para eliminar as
Em 2007, um ano depois de receber o
Muhammad Yunus
barreiras que impedem a inclusão.
Prêmio Nobel da Paz, Yunus analisou
Essa segunda possibilidade já é um
em Um Mundo sem Pobreza (ed. Ática)
fato. Bilhões de pessoas estão encon-
a incidência da revolução tecnológica
trando razões e caminhos para parti-
nas economias mais pobres do planeta e
cipar de um diálogo global, em que as
propôs cenários possíveis. O primeiro é
demandas giram em torno do direito
que, com o surgimento de novas forças
elementar de tomar decisões em todos
econômicas impulsionadas pelas tec-
os âmbitos da vida.
No futuro, brasileiros programarão retirada de lixo pelo celular POR_MICHAEL COREN
Já faz décadas que cooperativas de reciclagem do Bra-
teriais Reaproveitáveis (Coopamare) e desenvolveram
sil coletam material reciclável e vendem diariamente à
aplicativos online para monitorar as tarefas. A partir daí,
indústria pesada para reutilização. Porém, apesar de ser
a informação foi analisada e transmitida a uma rede de
responsável por boa parte da coleta seletiva de lixo exis-
catadores que abrange a cidade inteira.
tente, esse sistema tem muitas ineficiências: as rotas são caóticas, a coordenação é frágil e o conhecimento se perde facilmente quando as pessoas saem da cooperativa.
O projeto não usa softwares nem sensores revolucionários; vale-se de tecnologia convencional para resolver desafios sociais. Como diz Dietmar Offenhuber, pesquisador do
Em novembro de 2011, foram apresentados os resulta-
SENSEable City Lab, “a ideia é ajudar as cooperativas de
dos da primeira iniciativa de usar tecnologias disponíveis
recicladores informais a usar tecnologias baratas para do-
nos processos desse trabalho das cooperativas de reci-
cumentar seus conhecimentos e melhorar sua operação”.
clagem, em São Paulo. Pesquisadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) e do SENSEable City Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), uniram-se para buscar maneiras de otimizar as rotas, fixar horários para a coleta do lixo e transformar um setor ignorado da economia em uma oportunidade de investimento.
Segundo Laura Fostinone, parceira local do projeto, a fase atual é de busca de recursos para poder estender a aplicação dessa tecnologia a outras cooperativas. Na verdade, a iniciativa propõe incorporar empresas privadas, órgãos governamentais e milhares de trabalhadores informais em um sistema único de coleta de resíduos, para que, no futuro, os brasileiros possam
Colocaram GPS em carrinhos e caminhões da Coopera-
programar a retirada do lixo com seus smartphones, o
tiva de Catadores Autônomos de Papel, Aparas e Ma-
que seria (ou será) espetacular.
Michael Coren é colaborador do blog Co-exist, da revista Fast Company.
50
rba | revista brasileira de administração
OPINIÃO
Procuram-se
líderes desesperadamente!
É
o fim. Dia desses, recebi um e-mail sobre uma vaga aberta em uma grande empresa
nacional para o pomposo cargo de “Líder do Almoxarifado”. Desde os mais remotos tempos, a humanidade deposita na figura do líder a solução para os seus anseios, cultivamos uma falsa sensação de conforto e segurança porque temos um líder a nos guiar. Nas organizações,
gine um departamento com 30 líderes.
repete-se o mesmo comportamento:
Seria um ambiente realmente insupor-
precisamos de líderes, líderes, líderes!
tável e, certamente, essa organização
Sem líderes não chegaremos a lugar al-
hipotética caminharia em várias dire-
gum. Contratam-se líderes! Procuram-
ções, sem chegar a lugar algum.
se líderes desesperadamente!
52
rba | revista brasileira de administração
Todo mundo quer ser líder, o “Moisés organizacional” capaz de abrir o mar vermelho dos mercados.”
A bronca, meus amigos, é que os recru-
Certa vez me perguntaram quais se-
tadores estão tão obcecados atrás de lí-
riam as tendências mais significativas
deres que até o sujeito do almoxarifado
na formação de um bom administrador.
tem que ser um exemplo de liderança
Sei que muitos amigos e colegas pro-
– e se for um líder-servidor inspirado
fessores diriam, sem relutância, que a
por monges beneditinos, melhor ain-
principal tendência se apoia na neces-
da! Isso tem criado um enorme senso
sidade de desenvolvermos líderes. Em
de urgência entre os profissionais.
minha resposta, contudo, sugeri: ima-
Todo mundo quer ser líder, o “Moisés
A liderança é realmente essencial para o futuro de uma organização, mas a procura por líderes não pode se tornar uma obsessão
organizacional” capaz de abrir o Mar
sabem trabalhar em equipe e que pre-
Vermelho dos mercados.
ferem trabalhar no seu canto, asilados
Não vou entrar no mérito da velha discussão “líder nasce ou se torna líder?”. Liderança se aprende? Lógico! Tudo se aprende. Futebol se aprende, violão se aprende, cantar se aprende. A grande questão é: você tem alguma inclinação para alguma dessas atividades? Em caso
em seu universo particular, exatamente naquele lugar do espaço de onde conseguem extrair os resultados mais fantásticos. O gestor míope que só consegue enxergar importância nos líderes corre o risco de deixar escapar talentos brilhantes e singulares.
afirmativo, vá em frente. Se você tem um
Minha dica aos administradores é pro-
ponto forte, o mais inteligente a fazer é
curem talentos desesperadamente. Vão
investir em cima dele como um louco.
à caça de pessoas que possam, de verda-
lhores. Agora, sinceramente, se você identificar que não tem o menor talento para uma determinada atividade, reflita: realmente vale a pena concentrar todos os seus esforços para tentar diminuir um ponto fraco?
de, fazer a diferença em suas organizações – sejam elas líderes, ou não. Foto: Arquivo pessoal
Você, com certeza, será um dos me-
Existem excelentes profissionais que não têm a menor vocação para liderar alguém. Existem aqueles que, sequer,
ADM. LEANDRO VIEIRA, criador do Administradores.com e autor do livro “Seu Futuro em Administração” (Campus/Elsevier)
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
53
Imagem: divulgação
CONEXÃO Os Princípios da Prosperidade O livro “Princípios da Prosperidade”, de Henry Ford, que condensa numa só publicação os três livros do autor, “Minha vida e Minha Obra”, “ Hoje e Amanhã” e “Minha filosofia de indústria”, é a primeira versão impressa de um clássico que o CRA-RJ edita em parceria com a Freitas Bastos . A obra imortal, que teve e tem repercussão transcendental na maneira de viver da humanidade desde o primeiro quarto do século XX, gera ainda hoje, com seus conceitos e formulações, consequências indiscutíveis em quaisquer processos de gestão ou de organização do trabalho. E, ainda, tem a singularidade de ter sido traduzida por Monteiro Lobato, mestre insigne de todos os brasileiros, na formação do caráter, no amor à língua pátria e na defesa intransigente da Nação. Autor: Henry Ford | Editora: Freitas Bastos | Edição: 4ª | Ano: 2012
Imagem: divulgação
LEIA MAIS Gestão Pública: Democracia e Eficiência Ricardo de Oliveira se divide neste livro entre autor e personagem. Usando a sua experiência profissional no setor público, nos apresenta inúmeras questões relacionadas à gestão pública. Não é uma obra tipicamente acadêmica, mas é de interesse de todos, sejam agentes públicos, ou privados, envolvidos ou interessados em políticas públicas de gestão pública, em particular, sejam acadêmicos em busca de maior discernimento sobre sua condição de contribuinte e de beneficiário de políticas públicas e do Estado.
Imagem: divulgação
Autor: Ricardo de Oliveria | Editora: FGV | Edição: 1ª | Ano: 2012
Coaching: Líder Transformador Neste livro em forma de caixinha estão 100 perguntas práticas para desenvolver as habilidades e o mindset – aquelas características psicológicas muito específicas, dessas que não se ensinam nas escolas de negócio. Você vai rever sua maneira de liderar e vai se tornar um líder transformador, com alto nível de energia e determinação.
Imagem: divulgação
Autor: Flávia Lippi | Editora: Matrix | Edição: 1ª | Ano: 2012
Negociação Total O autor aborda a questão sob a ótica contemporânea de um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, discorre de forma sistemática sobre os principais aspectos para uma negociação bem-sucedida, destacando a importância das habilidades e dos relacionamentos necessários para o seu autodesenvolvimento; além de apresentar todas as técnicas e táticas para uma negociação bem-sucedida. Autor: José Augusto Wanderley | Editora: Infinito | Edição: 17ª | Ano: 2012
54
rba | revista brasileira de administração
Imagem: divulgação
Amor sem escalas Ryan Bingham (George Clooney) tem por função demitir pessoas. Por estar acostumado com o desespero e a angústia alheios, ele mesmo se tornou uma pessoa fria. Além disso, Ryan adora seu trabalho. Ele sempre usa um terno e carrega uma maleta, viajando para diversos cantos dos Estados Unidos. Até que seu chefe contrata a arrogante Natalie Keener (Anna Kendrick), que desenvolveu um sistema de videoconferência onde as pessoas poderão ser demitidas sem que seja necessário deixar o escritório. Este sistema, caso seja implementado, põe em risco o emprego de Ryan. Ele passa então a tentar convencê-la do erro que é pôr em prática tal projeto, viajando com Anna para mostrar a realidade de seu trabalho. Entra em cena um conflito entre gerência tradicional e gerência nova, que salta das escolas de negócios transformando as relações. Título original: Up in the Air | Distribuidor: Paramount Pictures Ano de produção: 2009 | Orçamento: US$ 30 milhões
REDE capes.gov.br O Capes, ou Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, com a missão de aumentar seu desempenho na expansão e consolidação dos cursos de mestrado e doutorado no Brasil, divulga em seu site desde informações sobre suas ações e programas, até os editais em abertos e bolsas a estudantes no país e no exterior.
empreendedor.com.br Para quem tem interesse em empreendedorismo, oportunidades de negócios e gestão, com ênfase para inovação e sustentabilidade, o portal eletrônico Empreendedor é uma boa pedida. De acordo com a equipe do site, a página traz reportagens, artigos e textos ideais para “quem quer abrir um negócio, quem já tem e quer melhorar seus resultados, professores e estudantes”.
ideiasustentavel.com.br O site Ideia Sustentável é uma das ferramentas da consultoria criada pelo jornalista Ricardo Voltolini para divulgar entrevistas, opiniões, notícias e pesquisas, entre outros assuntos relacionados à estratégia e inteligência em sustentabilidade.
deficientelegal.com.br Deficiente legal é um site criado pela administradora Maria Lucia Lucena, mais conhecida como Lucinha, ao sentir a falta de um endereço eletrônico onde pudesse encontrar informações e dados sobre a pessoa com deficiência, na época em que ela realizava a sua monografia “A inclusão do deficiente físico no mercado de trabalho no munícipio de Boa Vista”. Quem acessar a página irá encontrar toda a sua pesquisa divida em tópicos como leis, direitos, dicas, “empresa amiga do deficiente”, como descreve no site, entre vários outros assuntos referentes ao tema.
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
55
CONSELHO
CFA empossa novos Conselheiros Federais e realiza eleições para presidente
Adm. Sebastião Mello é reeleito presidente.
Vice-presidente
será o Administrador Sergio Pereira Lobo e ambos assumirão a gestão do biênio 2013/2014
56
rba | revista brasileira de administração
N
o dia 15 de janeiro, o
Sebastião Luiz de Mello (presiden-
Conselho
de
te) e Sergio Pereira Lobo (vice-presi-
(CFA)
dente); e a Chapa 2 – Inovar para uma
realizou a solenidade de diplomação e
Administração Convergente, composta
posse dos novos Conselheiros Federais.
pelos Administradores Valter Luiz de
Os nove Administradores que passam
Lemos e João Coelho da Silva Neto.
Federal
Administração
a fazer parte do Plenário da autarquia foram eleitos em 25 de outubro de 2012, nas eleições do Sistema CFA/CRAs.
Cada chapa teve 20 minutos para apresentar suas propostas de gestão. A chapa vencedora – Administração em Pri-
Após a cerimônia, o Plenário se reuniu
meiro Lugar – destacou, entre as suas
para eleger o presidente e o vice-pre-
propostas, o projeto de Certificação
sidente da autarquia. Duas chapas
Profissional, a reformulação regimen-
concorreram à presidência do CFA: a
tal, as ações e iniciativas para a valori-
Chapa 1 – Administração em Primeiro
zação profissional, o Pacto Federativo,
Lugar, formada pelos Administradores
entre outras ações.
Câmaras são formadas
Definida a formação das Comissões Permanentes
Câmara de Administração e Finanças – CAF Adm. Ramiro Lubián Carbalhal – BA (Diretor) Adm. Lúcio Flávio Costa – PB (Vice-Diretor) Adm. José Celeste Pinheiro – AP Adm. Francisco Rogério Cristino – CE Adm. Paulo César de Pereira Durand – RO Câmara de Fiscalização e Registro – CFR Adm. Rui Ribeiro de Araújo – DF (Diretor) Adm. Armando Lôbo Pereira Gomes – AL (Vice-Diretor) Adm. Alaércio Soares Martins – MT Adm. Joel Cavalcanti Costa – PE Adm. José Sebastião Nunes – SC Câmara de Formação Profissional – CFP Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior – MA (Diretor) Adm. Ione Macedo de Medeiros Salem – RN (Vice-Diretora) Adm. João Coelho da Silva Neto – AC Adm. Dionizio Rodrigues Neves – GO Adm. Aldemira Assis Drago – PA Câmara de Desenvolvimento Institucional – CDI Adm. Adelmo Santos Porto – SE (Diretor) Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho – RR (Vice-Diretor) Adm. Hércules da Silva Falcão – ES Adm. Renato Jayme da Silva – TO
Comissão Permanente de Planejamento Estratégico – CPPE Adm. Renato Jayme da Silva – Coordenador Adm. Lúcio Flávio Costa – Vice-Coordenador Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho Comissão Permanente de Regimentos do Sistema CFA/CRAs – CPR Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues – Coordenador Adm. José Celeste Pinheiro – Vice-Coordenador Adm. Valter Luiz de Lemos Comissão Permanente Eleitoral Adm. Hércules da Silva Falcão – Coordenador Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior – Vice-Coordenador Adm. Paulo César de Pereira Durand Comissão Permanente de Tomada De Contas Adm. Joel Cavalcanti Costa – Coordenador Adm. José Sebastião Nunes – Vice-Coordenador Adm. Renato Jayme da Silva Comissão Permanente de Licitação – CPL Adm. Armando Lôbo Pereira Gomes – Coordenador Adm. Luciano Gomes Faria Assist. Adm. Tatiana Almeida Galdeano Tec. Cont. Alberto Lopes de Barros Comissão Permanente de Mediação e Arbitragem Adm. Gilmar Camargo de Almeida – Coordenador Adm. João Coelho da Silva Neto – Vice-Coordenador Adm. Valter Luiz de Lemos
Câmara de Relações Internacionais e Eventos – CRIE Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha – PI (Diretor) Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues – AM (Vice-Diretor) Adm. Gilmar Camargo de Almeida – MG Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade – RJ Adm. Valter Luiz de Lemos – RS
Novos Conselheiros Federais do CFA Adm. Armando Lôbo Pereira Gomes – AL Adm. José Celeste Pinheiro – AP Adm. Dionizio Rodrigues Neves – GO Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior – MA Adm. Sebastião Luiz de Mello – MS Adm. Alaércio Soares Martins – MT Adm. Ione Macedo de Medeiros Salem – RN Adm. Paulo César de Pereira Durand – RO Adm. José Sebastião Nunes – SC
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
57
Conselho 1. 2.
4.
6.
3. 5.
8.
7.
58
1. Conselheiros da Câmara de Relações Internacionais e Eventos.
5. Conselheiros Hércules Falcão e Rui Otávio.
2. Conselheiros da Câmara de Formação Profissional.
6. Plenário do CFA.
3. Conselheiros da Câmara de Fiscalização e Registro.
7. Membros da Comissão Permanente Eleitoral - Biênio 2011/2012.
4. Conselheiros da Câmara de Administração e Finanças.
8. Conselheiros da Câmara de Desenvolvimento Institucional.
rba | revista brasileira de administração
CRAs
Conselhos Regionais de ADministração
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ACRE (CRA-AC) Presidente: Adm. MARCOS CLAY LÚCIO DA SILVA Av. Brasil, nº 303 - Sala 201- 2º andar - Centro Empresarial Rio Branco - Centro - 69900-191 RIO BRANCO/AC Fone: (68) 3224-1369 E-mail: craacre@gmail.com Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ALAGOAS (CRA-AL) Presidente: Adm. ALAN HELTON DE OMENA BALBINO Rua João Nogueira, nº. 51 - Farol - 57051-400 MACEIÓ/AL Fone: (82) 3221-2481 - Fax: (82) 3221-2481 E-mail: gabinete@craal.org.br; Home page: www.craal.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 14 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAPÁ (CRA-AP) Presidente: Adm. EDILJANE MARIA CAMPOS DA FONSECA Rua Jovino Dinoá, nº 2455 - Centro - 68900-075 MACAPÁ/AP Fone: (96) 3223-8602 E-mail: cra.macapa@gmail.com Horário de funcionamento: das 8 horas às 17 horas/ Atend. público: das 9 horas às 15 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAZONAS (CRA-AM) Presidente: Adm. JOSÉ CARLOS DE SÁ COLARES Rua Apurinã, 71 - Praça 14 - 69020-170 - MANAUS/AM Fone: (92) 3303-7100 - Fax: (92) 3303-7101 E-mail: conselho@craamazonas.org.br Home page: www.craamazonas.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17h30min CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA BAHIA (CRA-BA) Presidente: Adm. ROBERTO IBRAHIM UEHBE Av. Tancredo Neves, nº 999 - Ed. Metropolitano Alfa - Salas 601/602 - Caminho das Árvores - 41820-021 SALVADOR/BA Fone: (71) 3311-2583 - Fax: (71) 3311-2573 E-mail: cra-ba@cra-ba.org.br Home page: www.cra-ba.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 17h30min CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO CEARÁ (CRA-CE) Presidente: Adm. ILAILSON SILVEIRA DE ARAÚJO Rua Dona Leopoldina, nº 935 - Centro - 60110-001 FORTALEZA/CE Fone: (85) 3421-0909 - Fax: (85) 3421-0900 E-mail: presidente@cra-ce.org.br Home page: www.craceara.org.br Horário de funcionamento: das 08:30 às 18:00 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (CRA-DF) Presidente: Adm. CARLOS ALBERTO FERREIRA JÚNIOR SAUS - Quadra 6 - 2º. Pav. - Conj. 201 - Ed. Belvedere 70070-915 - BRASÍLIA/DF Fone: (61) 4009-3333 - Fax: (61) 4009-3399 E-mail: presidencia@cradf.org.br Home page: www.cradf.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 17 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO (CRA-ES) Presidente: Adm. MARCOS FELIX LOUREIRO Rua Aluysio Simões, 172 - Bento Ferreira - 29050-632 VITÓRIA/ES Fone: (27) 2121-0500 - Fax: (27) 2121-0539 E-mail: craes@craes.org.br Home page: www.craes.org.br Horário de funcionamento: das 8:30 às 17:30 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE GOIÁS (CRA-GO) Presidente: Adm. SAMUEL ALBERNAZ Rua 1.137, nº 229, Setor Marista - 74180-160 GOIÂNIA/GO Fone: (62) 3230-4769 - Fax: (62) 3230-4731 E-mail: crago@crago.org.br Home page: www.crago.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
Listagem atualizada até o dia 04/02/2013
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO MARANHÃO (CRA-MA) Presidente: Adm. ISABELLE CRISTINE RODRIGUES FREIRE MARTINS Rua José Bonifácio, 920 - Centro - 65010-020 SÃO LUIS/MA Fone: (98) 3231-4160/3231-2976 Fax: (98) 3231-4160/231-2976 E-mail: crama@cra-ma.org.br Home page: www.cra-ma.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 14 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO (CRA-MT) Presidente: Adm. LUIS CESAR SIMÕES DE ARRUDA Rua 05 - Quadra 14 - Lote 05 - CPA - Centro Político e Administrativo - 78050-900 - CUIABÁ/MT Fone: (65) 3644-4769 - Fax: (65) 3644-4769 E-mail: cra.mt@terra.com.br Home page: www.cramt.org.br Horário de funcionamento: das 11:30 horas às 17h30min CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO DO SUL (CRA-MS) Presidente: Adm. HARDUIN REICHEL Rua Bodoquena, nº 16 - Amambaí - 79008-290 CAMPO GRANDE/MS Fone: (67) 3316-0300 E-mail: presidencia@crams.org.br Home page: www.crams.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17h30min CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MINAS GERAIS (CRA-MG) Presidente: Adm. MARCOS SILVA RAMOS Avenida Afonso Pena, nº 981 - 1º. Andar - Centro - Ed. Sulacap - 30130-907 - BELO HORIZONTE/MG Fone: (31) 3274-0677 - 3213-5396 Fax: (31) 3273-5699/3213-6547 E-mail: presidencia@cramg.org.br Home page: www.cramg.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARÁ (CRA-PA) Presidente: Adm. JOSÉ CÉLIO SANTOS LIMA Rua Osvaldo Cruz, nº 307 - Comércio - 66017-090 BELÉM/PA Fone: (91) 3202-7889 - Fax: (91) 3202-7851 E-mail: gabinete@crapa.org.br Home page: www.crapa.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 15 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA PARAIBA (CRA-PB) Presidente: Adm. FRANCISCO DE ASSIS MARQUES Av. Piauí, nº 791 - Bairro dos Estados - 58030-331 JOÃO PESSOA/PB Fone: (83) 3021-0296 E-mail: crapb@crapb.org.br Home page: www.crapb.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 12 horas e das 13 horas às 17 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARANÁ (CRA-PR) Presidente:Adm. GILBERTO SERPA GRIEBELER Rua Cel. Dulcídio nº 1565 - Água Verde - 80250-100 CURITIBA/PR Fone: (41) 3311-5555 - Fax: (41) 3311-5566 E-mail: presidencia@cra-pr.org.br Home Page: www.cra-pr.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO (CRA-PE) Presidente: Adm. ROBERT FREDERIC MOCOCK Rua Marcionilo Pedrosa, nº 20 - Casa Amarela 52051-330 - RECIFE/PE Fone: (81) 3268-4414/3441-4196 - Fax: (81) 3268-4414 E-mail: cra@crape.com.br Home page: www.crape.com.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 14 horas / Atend. Público: 08 às 12 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PIAUÍ (CRA-PI) Presidente: Adm. PEDRO ALENCAR CARVALHO SILVA Rua Áurea Freire, nº 1349 - Jóquei - 64049-160 TERESINA/PI Fone: (86) 3233-1704 - Fax: (86) 3233-1704 E-mail: administrativo@cra-pi.org.br Home page: www.cra-pi.org.br Horário de funcionamento: das 12 horas às 19 horas
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO DE JANEIRO (CRA-RJ) Presidente: Adm. WAGNER SIQUEIRA Rua Professor Gabizo, nº 197 - Edf. Belmiro Siqueira Tijuca - 20271-064 - RIO DE JANEIRO/RJ Fone: (21) 3872-9550 - Fax: (21) 3872-9550 E-mail: secretaria@cra-rj.org.br Home page: www.cra-rj.org.br Horário de funcionamento: das 9 horas às 17 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE (CRA-RN) Presidente: Adm. KATE CUNHA MACIEL Rua Coronel Auriz Coelho, nº 471 - Lagoa Nova 59075-050 - NATAL/RN Fone: (84) 3234-6672/9328 - Fax: (84) 3234-6672/9328 E-mail: cra-rn@crarn.com.br; Home page: www.crarn.com.br Horário de funcionamento: das 12 horas às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL (CRA-RS) Presidente: Adm. CLÁUDIA DE SALLES STADTLOBER Rua Marcílio Dias, nº 1030 - Menino Deus - 90130-000 PORTO ALEGRE/RS Fone: (51) 3014-4700/3014-4769 - Fax: (51) 3233-3006 E-mail: diretoria@crars.org.br Home page: www.crars.org.br Horário de funcionamento: das 8h30min às 17h30min CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RONDÔNIA (CRA-RO) Presidente: Adm. ANDRÉ LUIS SAONCELA DA COSTA Rua Tenreiro Aranha, nº 2.978 - Olaria - 78902-050 PORTO VELHO/RO Fone: (69) 3221-5099/3224-1706 - Fax: (69) 3221-2314 E-mail: presidencia@craro.org.br Home page: www.craro.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17 horas/ Atend. Público: 8 às 14 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RORAIMA (CRA-RR) Presidente: Adm. UBIRAJARA RIZ RODRIGUES Rua Prof. Agnelo Bitencourt, 1620 - São Francisco 69305-170 - BOA VISTA/RR Fone: (95) 3624-1448 - Fax: (95) 3624-1448 E-mail: craroraima@gmail.com Home page: www.crarr.org.br Horário de funcionamento: das 7h30min às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SANTA CATARINA (CRA-SC) Presidente: Adm. ANTONIO CARLOS DE SOUZA Av. Pref. Osmar Cunha, 260 - 8º andar, Sl.: 701 a 707/ 801 a 807, Ed. Royal Business Center - 88015-100 FLORIANÓPOLIS/SC Fone: (48) 3229-9400 - Fax: (48) 3224-0550 E-mail: crasc@crasc.org.br Home page: www.crasc.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO (CRA-SP) Presidente: Adm. WALTER SIGOLLO Rua Estados Unidos, nº 865/889 - Jardim América 01427-001 - SÃO PAULO/SP Fone: (11) 3087-3208/ 3087-3459 - Fax: (11) 3087-3256 E-mail: secretaria@crasp.gov.br Home page: www.crasp.com.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 17h30min/ Atend. Público: 9 às 17 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SERGIPE (CRA-SE) Presidente: Diego Cabral Ferreira Costa Registro: 203501 Rua Senador Rollemberg, 513 - São José - 49015-120 ARACAJU/SE Fone: (79) 3214-2229/3214-3983 Fax: (79) 3214-3983/3214-2229 E-mail: cra-se@infonet.com.br Home page: www.crase.org.br/ Horário de funcionamento: das 8 horas às 12 horas e 13 horas às 17 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE TOCANTINS (CRA-TO) Presidente: Adm. ROGÉRIO RAMOS DE SOUZA 602, Norte Av.: Teotônio Segurado, Cj 01 Lt 06 77006700 - PALMAS/TO Fone: (63) 3215-1240/3215-8414 E-mail: atendimento@crato.org.br Home page: www.crato.org.br Horário de funcionamento: das 8 horas às 18 horas
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
59
Artigo do LEITOR
Desafios para a gestão pública na segunda década do século XXI
D
esafio o Brasil tinha em mea-
Lula e da presidente Dilma já na úl-
políticas. Os Vales do Silício estaduni-
dos de 1956, quando o presi-
tima década, século 21.
dense e israelense são bons exemplos
dente Juscelino Kubitschek
de Oliveira lançou o lendário programa governamental Plano de Metas do
países dotados de inteligência “Tecno-
de gestão voltada para a informação e tecnologia de ponta.
Informacional” caminham a distân-
Outro desafio contemporâneo que
cias quilométricas de nosso país, per-
sempre existiu, porém, era a diáfana e
cebe-se por aqui (Brasil) certa dose de
imperceptível à reflexão da ampla so-
contrassenso, ao passo que estradas,
ciedade, uma palavra bastante veicu-
linhas férreas, hidrelétricas, sanea-
lada no Congresso Nacional nesses úl-
mento, habitação, portos, ainda são
timos meses, a corrupção, ou melhor,
metas “pétreas” do governo por inter-
exterminá-la é o desafio.
médio do PAC e suas extensões.
Ribeiro2 (2010, p. 31) defende “a ideia
nacional – produtor primário –, país
Num país como o Brasil, hoje consi-
de que a corrupção não aumentou; ela
agrícola, o grande terreno do mundo,
derado a sexta economia mundial1, as
em transição para a industrialização.
atenções deveriam estar direcionadas
Entretanto, o jubilado crescimento
um pouco mais no fomento de tecnolo-
desenvolvimentista não condicio-
gia de ponta e no fortalecimento da ci-
participativa politicamente.
nou ao país a estrutura necessária,
ência, ambas caminham a curtos pas-
O brasileiro, ainda que meticuloso
fato são os PACs do ex-presidente
sos subjugadas por outras formas de
– principalmente nas classes D e E –
crescimento em cinco setores com um total de 30 metas; “50 anos em 5” era seu slogan, tendo também realizado a criação da Capital Federal no planalto goiano, que o próprio JK batizou de “meta-síntese”. Até então, o Brasil era um país com o papel figurante no cenário inter-
60
Em plena era da informação em que
rba | revista brasileira de administração
só está sendo mais percebida”, logo a sociedade acordou, não mais em berço esplêndido desperta para a nova vida
maltrata a sociedade e degenera a máquina pública responsável por servir a
Num país como o Brasil, as atenções deveriam estar direcionadas um pouco mais no fomento de tecnologia de ponta e no fortalecimento da ciência.”
todos com isonomia. Intermediadas por um olhar crítico participativo, as políticas públicas terão mais eficiência e maior abrangência administrativas – o cerne da democracia. Como diz a conhecida sentença popular: “o olho do dono é que engorda o gado”; é simplório, mas bem sintetiza o que o povo deve fazer e não se abster no que tange à participação e atuação
está mais politizado em sua comuni-
assembleias/ano e todos os cidadãos
politizada versus a contemporaneida-
dade, em seu lar, estuda on-line, têm
livres (à época, um grupo “seleto” de
de da administração pública, os politi-
acesso às notícias, o que até pouco
homens) participavam ativamente da
queiros, os favores, as benesses que, na
tempo desconhecia.
construção social que eles ora almeja-
verdade, são malefícios ao Estado.
Com o advento da expansão da inter-
vam e não havia a obrigatoriedade de
Empregar esforços, tendo em vista
net propicia-se o conhecimento ime-
presença nas reuniões.
diato e isso produz referência para o
No Brasil, uma extensa maioria vive
cidadão expressar-se crítica e social-
isso, ainda que obrigado, uma vez a
mente, o ser ativo dotado de reflexão,
cada dois anos. E no decorrer? Poucos,
em movimento na busca de seu papel,
certamente, fazem a diferença, parti-
não solo, mas protagonista no cenário
cipam das decisões de sua comunida-
1 Fonte: Conforme publicado no jornal on-line Folha de
da vida. Na Primavera Árabe não foi
de, seja em qual for o nível.
folha.uol.com.br/bbc/1026219-brasil-supera-reino-unido
O grande desafio para essa geração
em: 07/01/2012.
madura na segunda década do sécu-
2 CORTELLA, M. S; RIBEIRO, R. J. Política: Para não ser
dados com a, digamos, gestão social [corrupta?] de seus países, saíram às ruas e protagonizaram algo jamais visto na história daquelas nações. O comodismo social, a apatia política, a desinformação, o assistencialismo, entre outros, se não forem colaboradores diretos da, ou para a, corrupção, são, em suma, o ponto limiar onde ela se estabelece e se prolifera. Na Grécia Antiga havia cerca de 40
lo XXI é não dizer por aí, sem saber,
são absolutamente necessários.
Referências Bibliográficas São Paulo em 26/12/2011. Disponível em: <http://www1. -e-se-torna-6-maioreconomia-diz-entidade.shtml>. Acesso
idiota. Campinas, SP: Papirus 7. Mares, 2010. (Coleção Papirus Debates).
que político é corrupto [ou não] e sim participar ativamente da vida pública mesmo que em sua vila/bairro e buscar saber realmente o que faz o seu representante público, se ele atua em
Foto: Arquivo pessoal
diferente, os cidadãos estavam enfa-
finalizar a corrupção e seus arranjos,
prol do povo para o benefício comum e, consequentemente, esse desencadeamento produzirá mecanismos para suprimir a corrupção que tanto
ADM. Luís Fernando da Costa Júnior, Gestor Público
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
61
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL POR_MARA ANDRICH
Emoções A Ter inteligência emocional pode ser uma ferramenta eficaz para o sucesso pessoal e profissional
Q
uem nunca “travou” na hora de tomar uma
gência Emocional, Rodrigo Fonseca, “inteligência emocional
decisão no trabalho? Ou, ainda, quem nunca
é a capacidade, que todo ser humano pode desenvolver, de ca-
teve medo de aceitar determinados desafios
nalizar cada um dos seus sentimentos, desde o medo e a raiva
ou nunca discutiu com colegas do escritório ou familiares
até a tristeza e a alegria, de uma forma inteligente”. E o que
que atire a primeira pedra.
é melhor: usar tudo isso a seu favor, para ter sucesso na vida
Os relacionamentos interpessoais positivos, a coragem em
profissional e pessoal. “Os profissionais, então, precisam de-
lidar com determinadas situações no ambiente corporativo
senvolver a inteligência emocional para se relacionar com os
ou familiar e o sucesso passam, sim, pelas emoções. Afinal,
vários tipos de personalidades e para conseguir direcionar os
tudo está ligado com o autoconhecimento e, consequente-
talentos e potenciais de todos ao seu redor e vencer os gran-
mente, com o autocontrole. Por isso tanto fala-se hoje na
des desafios que surgem neste mundo, onde o diferencial não
chamada “inteligência emocional”. Ou seja: não basta ter
é mais ter informação, mas sim saber como aplicá-la na práti-
conhecimento em uma área, informação, falar diversas lín-
ca usando todo o recurso humano disponível”, explica.
guas, ser simpático e se comunicar bem. É preciso saber li-
Mas como fazer isso? Primeiramente, é importante enten-
dar com as emoções para não colocar tudo a perder. Isso é o que se chama hoje de “inteligência emocional”. Como explica o fundador da Sociedade Brasileira de Inteli-
62
rba | revista brasileira de administração
der a diferença entre ser culto, inteligente ou ter inteligência emocional. Segundo Fonseca, a pessoa culta é aquela que desenvolveu a chamada “inteligência racional”, o famoso “QI”.
Foto: Shutterstock
toda prova “São aquelas que resolvem os proble-
tica o plano de lidar com as emoções é
mas teóricos com rapidez e facilidade”,
preciso, primeiramente, perceber o que
explica. No entanto, elas têm dificulda-
causa tais emoções, sejam elas positi-
des quando são colocadas frente a fren-
vas ou negativas”. Em seguida, ele acon-
te com problemas práticos do dia a dia
selha que esses sentimentos devem ser
que envolvem, por exemplo, relaciona-
vividos com intensidade. E, quando se
mento com outras pessoas. “Elas aca-
identifica o que “dispara” os sentimen-
bam travando e repetindo sempre os
tos, principalmente os negativos, é pos-
mesmos mecanismos de defesa – emo-
sível evitar muitos deles. “Saímos da
cional –, como arrogância e egoísmo e,
situação naquele momento mais ‘emo-
portanto, não conseguem cooperação
cional’ para resolvermos num momen-
de outras pessoas para realizar objeti-
to mais propício, ou seja, quando esti-
vos maiores”, argumenta o especialista. Sendo assim, os “cultos” que ainda não aprenderam a lidar com suas emoções terão que fazê-lo. E isso só se aprende na prática.
vermos mais estáveis emocionalmente, nos permitindo enxergar de uma forma clara todos os pontos que envolvem o problema.” E tudo isso inicia-se na família, se estendendo, em seguida, para o ambiente corporativo. “Deixar claro o
A emoção não pode sabotar o sucesso.
que nos incomoda ou nos faz mal é pre-
E Fonseca alerta: “Para colocar em prá-
ciso, mas também, o que gostamos que
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
63
Inteligência Emocional façam para nós e o que nos deixa feliz.
“mente sã, corpo são”, ou seja, de que
No ambiente corporativo, isso resolverá
não há como manter um corpo saudá-
muitas questões aparentemente inso-
vel se a mente está carregada de pensa-
lúveis, por serem apenas problemas no
mentos destrutivos. Ou a constatação
A palavra “emoção” é derivada do
relacionamento”, enfatiza.
de que não há como fazer reeducação
latim “emovere”, onde o “e” (variante
alimentar se não houver “reeducação
de “ex”) significa “fora” e “movere”
emocional”. “Para levantar novas pa-
significa “movimento”, ou seja, toda
redes, é necessário destruir o velho”,
emoção é uma energia provocada por
comenta o autor do livro.
algum fato, interno ou externo, que
pode zangar-se – isso é fácil. Mas zan-
A obra tenta mostrar, ainda, que as res-
surge para ser expressada para fora do
gar-se com a pessoa certa, na medida
postas estão dentro da cada um, no in-
certa, na hora certa, pelo motivo certo
consciente, muitas vezes, e que cada
e da maneira certa não é fácil.”
pessoa é responsável pelo que faz ou pelo
Mas todos sabem que ninguém é perfeito e que não é nada fácil lidar com as emoções, principalmente as negativas. Como dizia Aristóteles, “qualquer um
Em
seu
livro
“E-MOÇÕES
–
A Inteligência Emocional na Prática!”, o diretor da Lotus Treinamentos (www.lotustreinamentos.com.br), Rodrigo Fonseca, faz diversas comparações que a maior parte das pessoas desconhece. Por exemplo, a ideia do
que deve fazer: mudar efetivamente os comportamentos negativos, abandonar vícios e esquecer as inseguranças para tomar decisões ou resolver pequenas pendências. E o autoconhecimento – e a aceitação de quem a pessoa realmente é – também está em pauta no livro.
Como definir emoção? POR_Por Rodrigo Fonseca
nosso corpo, criando movimento em nossas vidas, mas como normalmente não aprendemos a fazer isso nem com nossos pais, faculdade ou mesmo na sociedade, acabamos reprimindo a maioria delas, o que acaba por desencadear doenças que vêm tirando muitos profissionais das empresas, como depressão, pânico, estresse e outras doenças que matam tantos outros pelo mundo devido a somatização.
Qual o papel da SBIE? Inteligência
A Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBIE) surgiu com o propó-
que todo ser humano pode desenvolver, de canalizar cada um dos seus sentimentos, desde o medo e a raiva, até a tristeza e a alegria, de uma forma inteligente”. Rodrigo Fonseca
64
rba | revista brasileira de administração
Foto: Arquivo pessoal
emocional é a capacidade,
sito de reunir profissionais de todos os campos do conhecimento humano, que de uma forma ou de outra possam contribuir com sua percepção ímpar de observação do ser humano no seu campo de atuação, para criarmos técnicas e ferramentas que ajudem as pessoas a desenvolverem e aplicarem a inteligência emocional no seu dia a dia como pais, filhos, cônjuges e profissionais.
“Os 10 mandamentos” Especialista e fundador da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, Rodrigo Fonseca apresenta os 10 manda-
1
mentos essenciais sobre esse tema que vem atraindo a atenção cada vez mais da sociedade moderna:
Tenha consciência de suas emoções
fraquezas, encontre alternativas para superá-las ou usá-las onde elas se tornam fortes, aprendendo com seus erros e experimentando agir de ma-
Quando uma emoção surge, a primeira coisa
neiras diferentes. Nada neste mundo é somente
que procuramos fazer, ainda que de forma inconsciente, é negá-la e fugir. É importante que você reconheça quando uma emoção aparecer, e perceba o por que ela surgiu, com o objetivo de entendê-la e superá-la. Perceba como elas ocorrem dentro e fora de você, qual a “mensagem” que ela te traz e busque uma maneira
2 3
bom ou ruim, tudo depende como você percebe
4
e como usa o que existe dentro de você.
Aceite a dor Muitos não se arriscam por medo do que podem
de satisfazê-la sem causar prejuízos futuros, a
perder ou acontecer. É natural do ser humano
você ou ao próximo.
querer evitar a dor. Mas todas as possibilidades que aparecem em nossas vidas são carregadas de dores, porque sempre que decidimos nos ar-
Aja, ao invés de re-agir
riscar em algo novo temos que nos despedir de
Muitas vezes somos dominados por uma raiva,
algumas coisas velhas para receber outras. Nesse
uma tristeza ou qualquer outra emoção, e acaba-
processo sempre coexistirão o prazer e a dor. Mas
mos fazendo ou dizendo coisas por impulso. Isso
se você viver o resto da sua vida fugindo da dor,
ocorre quando nossas emoções nos dominam e
não terá oportunidade de experimentar as infi-
provocam sempre os mesmos resultados desas-
nitas possibilidades que a vida oferece. Enfrente
trosos. Essas reações afetam muitas pessoas e
o medo da dor. Imagine essa dor em sua maior
podem acabar com muitos sonhos. Quando per-
proporção, e sinta o que isso lhe causa. Você per-
ceber que seus impulsos estão próximos de se-
ceberá que a dor é muito menor do que pensava.
rem dominados por uma emoção, faça algo que
Não evite, arrisque-se. Você perceberá que o seu
você nunca faz e veja um ciclo repetitivo sendo interrompido por uma ação diferente.
Conheça você mesmo
5
medo é muito maior do que a própria dor.
Descubra os seus medos Muitos sonhos estão adormecidos dentro de pes-
Busque dentro de você, baseado em cada expe-
soas, simplesmente porque em algum momento
riência que você viveu e não aquilo que disseram
foram dominadas pelos seus medos. Quantos
sobre você, seus pontos fortes e suas fraquezas.
casais não se amam, mas não conseguem se se-
Valorize e explore seus aspectos positivos, use-os
parar, por medo de ficarem sozinhos? Ou quan-
a seu favor para se tornar ainda melhor. E ao in-
tas pessoas estão infelizes nos seus empregos,
vés de se culpar ou se sentir inferior pelas suas
mas continuam neles por medo de ficarem sem
JANEIRO/FEVEREIRO – 2013 | nº 92
65
Inteligência Emocional “Os 10 mandamentos” dinheiro? Acabam abrindo mão de seus sonhos por medos que talvez nunca se tornem realidade. Descubra quais são os medos que lhe impedem de tomar suas decisões e fazem você desistir dos
8
seus sonhos. Pergunte-se o que de pior poderia
qualquer lugar serve. E muitas pessoas vivem reclamando, onde quer que estejam, em qualquer se nem elas sabem onde querem chegar. Trace
nhos. E supere-os. Perceba que se os seus sonhos
uma direção para a sua vida. Esteja preparado
são reais não existirá nada que irá lhe parar.
para os obstáculos que podem ocorrer, para as necessidades antes mesmo de surgirem. E saiba re-
Assuma sua responsabilidade Encontrar culpados virou um hábito do ser humano. Se está sofrendo é porque alguém está lhe fazendo sofrer. Se algo não deu certo,
9
alguém conspirou contra você. Assuma a res-
conhecer seu poder quando realizar seus sonhos.
Seja flexível Algumas pessoas se perguntam por que algumas experiências repetem-se inúmeras vezes, em diversas áreas de suas vidas, ainda que não
ponsabilidade por tudo o que acontece na sua
tragam felicidade e tentem evitá-las. Certamen-
vida. Perceba que de alguma maneira você per-
te, essas pessoas passam suas vidas inteiras
mitiu que isso acontecesse. Você é o único res-
7
Quando não sabemos onde queremos chegar,
situação que estejam. Porque nada irá satisfazê-las
acontecer se você fosse em busca dos seus so-
6
Amplie sua visão
carregando as mesmas crenças que as molda-
ponsável pelas experiências que vive e somente
ram como verdades absolutas. Reflita sobre as
você poderá mudar qualquer coisa na sua vida.
crenças que você carrega e procure observar se elas ainda são úteis hoje para você alcançar
Perdoe-se
sua felicidade. Seja flexível a novas ideias, novas maneiras de pensar e enxergar as coisas.
Você pode errar infinitas vezes. Mas enquanto
Aceite que algumas vezes é preciso dar o braço
se culpar e se punir pelos seus erros, continuará cometendo os mesmos erros. Imagine que você se perde na rua. Você pode pensar “como sou perdido, sempre cometo o mesmo erro”, ou “errei, mas isso acontece e tenho certeza que na próxima eu acerto”. Percebe a diferença? O que você pensa é o que fica gravado a seu respeito. No momento em que você se perdoa, você abre espaço para aprender com seus erros e encontrar alternativas para não repeti-los. Perceba os erros que não quer mais cometer, perdoe-se, aprenda e esteja disposto a mudar.
a torcer e mudar para sermos realmente felizes!
10
Seja criativo As pessoas que fazem as mesmas coisas sempre obterão os mesmos resultados, ou cada vez piores. Se você já tentou atingir algum objetivo por um meio e não deu certo, procure maneiras não convencionais para isso. Aplique a criatividade de maneiras práticas, pense além do “comum”. Se o que parece ideal não está funcionando, ouse fazer aquilo que parece menos provável, talvez aí esteja sua grande criação!
66
rba | revista brasileira de administração
&
Mantenha-se diante
adiante da informação
Assine já ASSINATURA
PERÍODO DE 1 ANO
ESTUDANTE
PERÍODO DE 1 ANO
REVISTA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
R$49,90 R$40,00
A REVISTA DO PROFISSIONAL DA ADMINISTRAÇÃO BRASILEIRA
Central de Atendimento: RBA@cfa.org.br Tel: (61) 3218-1818 www.rbaonline.org.br
SE VOCÊ NÃO TEM IDEIA DA USABILIDADE DESTE SÍMBOLO, ESTÁ NA HORA DE TROCAR DE AGÊNCIA WEB.
web | hotsites | redesociais® | adwords 11. 3031 4503 | gautio.com.br | g@gautio.com.br | facebook.com/gautio.designgrafico