Ano XXIV • Nº 99 • Março/Abril de 2014
r e v i s ta b r a s i l e i r a d e a d m i n i s t r a ç ã o
Entrevista
Adm. Francisco Honório Pinheiro planeja uso do tempo para ter sucesso
Impostos
Leis de incentivo fiscal permitem que empresas invistam em projetos sociais
MOBILIDADE URBANA:
Brasil perde chance de avançar Copa do Mundo deveria ter motivado investimentos, mas pouco ou quase nada aconteceu
Em nome da produtividade Empresas deixam colaboradores mais à vontade para se vestir
Qualificação Profissional uma questão de necessidade Voracidade do mercado de trabalho cobra busca constante por capacitação
R$ 9,90
Simplicidade foi palavra de ordem durante a HSM Expomanagement 2013
VISIBILIDADE PARA O PROFISSIONAL OPORTUNIDADE PARA AS EMPRESAS
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Editorial
PROBLEMA AINDA SEM SOLUÇÃO
S
onho realizado. Após a “tragédia” vivida no
meio de um discurso que foi parar no fundo de alguma gaveta.
Estádio
A reportagem de capa da presente edição da Revista Bra-
Jornalista
Mário Filho, o popular Maracanã, em 1950, o Brasil terá a chance de mais uma vez ver sua seleção de futebol disputar
ADM. SEBASTIÃO LUIZ DE MELLO Presidente do CFA
a Copa do Mundo dentro dos seus mandos, em seu território. Grande parte da população bra-
sileira aguardava com certa ansiedade a possiblidade de dar um novo capítulo a essa história de vitórias e derrotas que mexe com muitos sentimentos e, sim, influenciam no ambiente motivacional da Nação. Porém, o torneio não deveria trazer só mais um pouco de futebol para o País, que já tem o calendário anual tomado por campeonatos estaduais, nacionais e continentais. As promessas eram outras e deixariam, caso saíssem na íntegra do papel, um legado de avanço estrutural importante. Com a confirmação do Brasil para sediar a Copa deste ano, dada em outubro de 2007 pela Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), deveria ser cumprido um chamado caderno de encargos, que não envolvia, pura e simplesmente, a construção e reforma de estádios. A reboque viriam investimentos - entre outros - em obras de infraestrutura, que melhorariam aeroportos, ferrovias, rodovias,
sileira de Administração (RBA) busca colocar em debate o assunto em questão. Trata-se da discussão sobre o problema da mobilidade urbana, que, de certa forma, afeta a esmagadora maioria dos brasileiros que vivem nas cidades de grande e médio porte do País. Para minimizar o duro impacto trazido à baila pelo tema de capa, a seção destinada ao conteúdo compartilhado com a HSM Management fala de simplicidade. Mais especificamente de como a tecnologia para ajudar a simplificar o processo decisório dentro das empresas. Diferente do que acontecia em tempos remotos, hoje a decisão não pode mais ficar a cargo de apenas um experiente executivo. O volume de dados que devem ser processados para se chegar a uma conclusão é enorme e impede que uma pessoa faça solitariamente o trabalho. A busca pela simplificação está se transformando em mandamento e os aparatos tecnológicos representam uma das alternativas para se atingir tal objetivo. E como faz bem conhecer histórias de sucesso. Histórias de pessoas que perseveram, se esforçam, estudam e alcançam o sucesso. O Administrador Francisco Honório Pinheiro, empresário de sucesso no ramo supermercadista, é o entrevistado desta edição.
portos, e de mobilidade urbana, principalmente em cidades
A RBA de número 99 ainda guarda no rol de seus conteú-
que daqui a alguns dias irão receber as partidas de futebol
dos matérias sobre a importância da certificação profissio-
entre as 32 melhores seleções do mundo. E não é que muito
nal; os benefícios gerados por empresas que se valem das
pouco ou quase nada foi feito! Triste constatação.
leis de incentivo fiscal para repassar recursos a projetos
Os milionários campos de jogo estão bonitos e mais belos ficarão cheios de torcedores assistindo partidas de futebol recheadas de verdadeiros craques. Porém, o compromisso assumido era maior. Muito se falou em metrô, trens, corredores exclusivos para ônibus, pontes, trincheiras, asfaltamento e ampliação de ruas e avenidas. Não passou de retórica e tudo
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o que foi dito hoje faz parte de uma linha escrita e perdida no
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sociais e culturais; os desafios da gestão de micro e pequenas empresas; as organizações que deixaram de lado a formalidade para ganhar em produtividade; e os cuidados que devem ser tomados com relação à ergonomia no ambiente de trabalho. Vale a pena conferir! Boa leitura!
Sumário Ano XXIV • Nº 99• MARÇO/ABRIL DE 2014
ENTREVISTA
RECURSOS
COMPORTAMENTO
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16
19
Além de ser o responsável pela gestão
Leis de incentivo fiscal permitem que
Não há mais espaço para estabelecer
de suas empresas, o administrador
empresas destinem parcela do que
e cobrar que padrões sejam
cearense participa ativamente do
seria pago em tributos para União,
seguidos quando o que está em
corpo diretivo de entidades de classe
estados ou municípios a projetos
jogo é a produtividade. Empresas
e prega que o segredo para dar conta
sociais. Adm. Schirlei Mari Freder
perceberam que deixar seus
de tudo está em planejar.
explica que há diversas entidades que
colaboradores mais à vontade para
necessitam desses recursos.
se vestir pode render bons frutos.
Adm. Honório Pinheiro usa seu tempo com planejamento
Parte do dinheiro pago em impostos pode virar investimento social
LEITOR | 08
ARTIGOS
CONEXÃO I 49
30
CONSELHO | 50
Cai ditadura da gravata e empresas liberam roupas menos formais
CARLOS OSMAR BERTERO Mas, afinal, quem se compromete?
36
ADM. CLAUDIO AUGUSTO ALVES Gestão da informação como chave da produtividade e competividade às empresas
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EDUARDO PEDREIRA Tênis, gestão e mérito
64
ADM. LEANDRO VIEIRA Desventuras de um Early Adopter
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rba | revista brasileira de administração
revista brasileira de administração
CAPA
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Mobilidade urbana ainda atormenta gestores públicos e a população A realização da Copa do Mundo de futebol deveria ter estimulado investimentos no setor de mobilidade urbana em, pelo menos, doze grandes cidades brasileiras, as escolhidas para sediar os jogos. Porém, os anos passaram desde a escolha do Brasil como local de realização do evento esportivo e apenas uma pequena parte dos projetos foi executada.
32
54
60
Esforços repetitivos, horas ininterrup-
Em tempos de mercado de trabalho
Além de ser ótima oportunidade do pro-
tas sobre a cadeira e má postura no coti-
voraz, com absurda competividade
fissional se tornar empreendedor e ser
diano laboral são alguns dos fatores que
e empregadores exigentes, a certi-
seu próprio patrão, a abertura e manu-
prejudicam a saúde e causam dores. A
ficação profissional passa a ter um
tenção de micro e pequenas empresas
Ergonomia pode ajudar no combate a
valor maior e mais significativo do
significa a garantia de novos postos de
esse mal e a escolha certa do mobiliário
que a simples garantia de bom futuro
trabalho e de geração de renda para boa
contribui para evitar problemas.
ao trabalhador.
parte da população brasileira.
Ambiente e postura no trabalho podem prevenir dores
Busca pela certificação é caminho necessário
Boa gestão de MPE's é desafio que vale muito a pena
66
Xerox se tornou sinônimo de fotocópia e exemplo de sucesso Todos que trabalham no setor industrial sonham que o produto que fabricam torne-se sinônimo da função que presta aos seus consumidores. Pois, a façanha foi conquistada pela Xerox. A marca adquiriu o mesmo significado de “fotocópia” e virou até verbo.
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LEITOR
As mensagens para a RBA podem ser enviadas para SAUS, Quadra 1, Bloco L, Edifício Conselho Federal de Administração, Brasília/DF, CEP 70070-932, e-mail: rba@cfa.org.br ou fanpage: facebook.com/cfaadm
Quero parabenizá-los pela qualidade das matérias da RBA n.º 96. Inclusive, cada edição desta revista me surpreende! Agradeço pela oportunidade de me manter atualizada e receber Foto: Shutterstock
os exemplares em minha casa! Dayane de Angeli
Agradeço a atenção dispensada ao longo do tempo. Há de ser estimulada a inscrição na revista, posto que apresenta qualidade inigualável. Parabéns aos editores. Emerson Pires de Souza
Desde o ano passado tenho recebido a RBA, com excelentes matérias. Semana passada recebi a de n.º 98 (jan.-fev./2014). Foto: Shutterstock
Nelson ANdo
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rba | revista brasileira de administração
Leitor da RBA, mantenha sempre o seu endereço atualizado. Se houver qualquer alteração, encaminhe-a para rba@cfa.org.br ou pelo telefone: (61) 3218-1818.
Foto: Shutterstock
EXPEDIENTE
Sou tecnólogo em Gestão de Cooperativas e desde minha filiação ao CRA-ES recebo a RBA. Agradeço pelo envio da revista e parabenizo pelos conteúdos. Mesmo não tendo como foco o setor em que atuo (cooperativismo e terceiro setor), sempre oferece elementos interessantes para me desenvolver como pessoa e como profissional da Administração. Quero ressaltar a entrevista de Alexandre Caldini, publicada na edição n.º 97. Gostei de ver o incentivo a ser administradores éticos; afinal, muitos apontam o dedo para os políticos corruptos (que, infelizmente, são muitos), mas poucos lembram que político corrupto sem empresas corruptíveis não fariam nada. Mais uma vez obrigado pelos conteúdos da RBA e... "pra frente". Fabio Frigerio, tecnólogo em Gestão de Cooperativas.
Que orgulho a edição 98 da
Gostaria de agradecer a
revista. Assuntos inovadores,
oportunidade de conceder
novas percepções de mercado e o
entrevista da Revista Brasileira
incentivo ao empreendedorismo
de Administração (edição 97).
social.
Ficou muito boa!
Maria Augusta Ribeiro.
Adm. Alexandre Caldini.
Obrigado pelo pronto atendimento. Fico muito satisfeita com a qualidade do serviço. E ainda mais com o conteúdo publicado, o qual vem contribuindo indiscutivelmente com os meus conhecimentos. Foto: Shutterstock
Luciene Souza.
Editor | Conselho Federal de Administração Presidente | Adm. Sebastião Luiz de Mello Vice-Presidente | Adm. Sergio Pereira Lobo CONSELHEIROS FEDERAIS DO CFA 2013/2014 Adm. João Coelho da Silva Neto (AC) • Adm. Armando Lobo Pereira Gomes (AL) • Adm. José Celeste Pinheiro (AP) • Adm. Nelson Aniceto Fonseca Rodrigues (AM) • Adm. Ramiro Lubián Carbalhal (BA) • Adm. Francisco Rogério Cristino (CE) • Adm. Rui Ribeiro de Araújo (DF) • Adm. Hércules da Silva Falcão (ES) • Adm. Dionízio Rodrigues Neves (GO) • Adm. José Samuel de Miranda Melo Júnior (MA) • Adm. Alaércio Soares Martins (MT) • Adm. Sebastião Luiz de Mello (MS) • Adm. Gilmar Camargo de Almeida (MG) • Adm. Aldemira Assis Drago (PA) • Adm. Lúcio Flávio Costa (PB) • Adm. Sergio Pereira Lobo (PR) • Adm. Joel Cavalcanti Costa (PE) • Adm. Carlos Henrique Mendes da Rocha (PI) • Adm. Rui Otávio Bernardes de Andrade (RJ) • Adm. Ione Macedo de Medeiro Salem (RN) • Adm. Valter Luiz de Lemos (RS) • Adm. Paulo César de Pereira Durand (RO) • Adm. Carlos Augusto Matos de Carvalho (RR) • Adm. José Sebastião Nunes (SC) • Adm. Silvio Pires de Paula (SP) • Adm. Adelmo Santos Porto (SE) • Adm. Renato Jayme da Silva (TO) CONSELHO EDITORIAL Prof. Adm. Idalberto Chiavenato • Prof. Carlos Osmar Bertero • Prof. Milton Mira de Assumpção Filho CONSELHO DE PUBLICAÇÕES Adm. João Coelho da Silva Neto • Adm. Gilmar Camargo de Almeida • Adm. José Sebastião Nunes • Adm. Renato Jayme da Silva • Adm. Francisco Rogério Cristino COORDENAÇÃO DOS CONSELHOS EDITORIAL E DE PUBLICAÇÕES Adm. Adelmo Santos Porto PRODUÇÃO Coordenação Editorial: Straub Design • Diretor Executivo: Adm. Wilgor Caravanti • Editor–Chefe: Francisco José Z. Assis • Diretor de Criação: Ericson Straub • Diretor de Arte: Fernando Ratis • Redação: Ana Graciele, Cinthia Zanotto, Mara Andrich, Nájia Furlan e Raquel Bocato • Revisão: Mônica Ludvich • Diagramação: Fernando Ratis, Indianara Barros e Rafaela Lech • Colaboradores: Cícero Nogueira, Cristina Teresa Santos e Marina Lourenção • Impressão: Plural Indústria Gráfica • Tiragem: 120 mil exemplares REPRESENTAÇÃO COMERCIAL Conecta Marketing Direto (Wladimir Reis) Tel.: (11) 98969-6075 E-mail: publicidade@cfa.org.br ASSINATURAS E-mail: rba@cfa.org.br Portal: www.revistarba.com.br Telefone: (61) 3218-1818 Fax: (61) 3218-1833 A RBA é uma publicação bimestral do Conselho Federal de Administração sob a responsabilidade da Câmara de Desenvolvimento Institucional, Conselheiros: Adm. Adelmo Porto, Adm. Dionizio Neves e Adm. Carlos Augusto, e da coordenadora técnica RP Renata Costa Ferreira. As matérias não refletem necessariamente a opinião do CFA. A RBA é certificada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC) como de circulação controlada de conteúdo dirigido
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ENTREVISTA POR_Mara Andrich
Sem tempo. Segredo é planejar
O administrador Honório Pinheiro, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DAS CDL's DO CEARÁ E vice-presidente da CNDL, é exemplo de que é possível desenvolver muitas atividades com sucesso
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Francisco Honório Pinheiro
Foto: Divulgação
vice-presidente da CNDL
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Entrevista
Nacional
da
Federação
das CDL's do Ceará; Vicepresidente da Confederação de
Dirigentes
O empreendedor deve saber transpor os obstáculos com sabedoria, nunca desistir de seus planos e entender que o ‘errar’ muitas vezes o faz crescer.”
Foto: Divulgação
P
residente
Lojistas
(CNDL); vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu); vogal da Junta Comercial do Ceará; diretor da Faculdade CDL; membro
do
Conselho
Estadual
de
Desenvolvimento Econômico (Cede) e membro da Academia Cearense de Administração (Acad). A quantidade de atividades impressiona. É o cotidiano do Administrador cearense
de
ceram as oportunidades. Eu já passei
Francisco Honório Pinheiro, grande
Administração (RBA): Sabemos
por cargo de gerenciamento em em-
empresário do ramo supermercadista.
que o senhor construiu um grande
presa de grande porte, o que me trou-
Sim, é possível dar conta de tantas ati-
patrimônio em sua região. Como
xe larga experiência administrativa.
vidades. Pelo menos é o que ele mes-
foi essa trajetória? O senhor hoje
Atividade profissional que só me aju-
mo afirma. E garante: o planejamento
está no ramo de supermercado,
dou na construção de um grande so-
é fundamental. “Falam que o tempo
mas já atuou como executivo em
nho, que começou a se tornar realidade
é precioso. E é mesmo. Infelizmente,
outros ramos também, não é? Quais os desafios e empecilhos
com a abertura da pequena Mercearia
ele não volta. Mas o planejamento é fundamental para nossas ações.
que enfrentou?
Buscamos sempre planejar nossos projetos e o dia a dia em nossa empresa. Organizando as tarefas diárias e fazendo uma previsão futura, encontramos ‘tempo’ para gerir nosso negócio e representar as entidades das quais participamos.”
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Revista
Brasileira
Francisco H. Pinheiro (FHP): Os desafios nos fortalecem com o tempo. Nascido em Solonópole, cidade fincada no Sertão Central cearense, distante 285 quilômetros de Fortaleza, eu e meu irmão Bosco Pinheiro tivemos o
União, fundada em 1979, por mim e por meu irmão Bosco Pinheiro, para ser administrada por nosso pai Joaquim Honório Alves. Enquanto seu Joaquim ia ganhando a simpatia dos moradores, nós continuávamos na batalha diária do nosso trabalho. Mas percebemos, que apesar do pequeno espa-
incentivo da família para enfrentar a
ço para locomoção dentro da nossa
Aos 60 anos de idade, Pinheiro é gra-
cidade grande. Não foi fácil. Mas, para
mercearia, que os moradores do bairro
duado em Administração, Direito
chegarmos ao patamar em que hoje
se tornaram fregueses habituais por
e Psicologia pela Universidade de
nos encontramos, buscamos adquirir
conta do atendimento e qualidade nos
Fortaleza (Unifor), pós-graduado em
experiências profissionais em gran-
serviços. Resolvemos, então, ampliar
Administração também pela Unifor
des empresas da capital e que eram
nossa mercearia. E foi assim que tudo
e em Marketing pela Escola Superior
referência no mercado. Muitas portas
começou. Em um espaço modesto,
de Propaganda e Marketing (ESPM),
foram abertas e outras tivemos que
mas aconchegante, consolidava-se a
do Rio de Janeiro.
transpor. Mas, graças a Deus, prevale-
marca do Bom Vizinho.
rba | revista brasileira de administração
RBA:
Como
estão
os
seus
mas seria uma situação pela qual
FHP: Antes eu participava ativamen-
negócios hoje?
muitas pessoas passam hoje?
te da admissão funcional do Pinheiro
(FHP): Em 1991, abri o primei-
FHP: Já falam que o tempo é precio-
ro negócio junto com meus pais e o
so. E é mesmo. Infelizmente, ele não
meu irmão, Bosco. Hoje, dirigimos
volta. Mas o planejamento é funda-
o Pinheiro Supermercado – o Bom
mental para nossas ações. Buscamos
Vizinho, que soma 11 lojas (seis em
sempre planejar nossos projetos
Fortaleza e as demais nas cidades de
e o dia a dia em nossa empresa.
Quixadá, Itapipoca, Sobral e Limoeiro
Organizando as tarefas diárias e
do Norte); um centro de distribuição;
fazendo uma previsão futura, en-
sete cinemas em Sobral, Limoeiro do
contramos “tempo” para gerir nosso
Norte e Quixadá; três restaurantes
negócio e representar as entidades
Pino’s (em Sobral, Limoeiro do Norte e
das quais participamos. E, por ter re-
Quixadá) e três franquias dos Correios
cebido uma boa educação em valores
(Fortaleza e Sobral).
e ética, onde a união sempre esteve
falar pela sua experiência, ou até por algo que o senhor ainda não tenha conseguido fazer, mas que pretende realizar... FHP: Antes de tudo deve ter um perfil determinante em suas ações diárias, além de um olhar mais compreensivo
Um quesito que não pode faltar é a vontade do colaborador em exercer determinada função, somado ao querer aprender sempre e, principalmente, ter pertencimento na sua atividade profissional dentro da empresa. Hoje temos no quadro funcional profissionais com mais de 15 anos de empresa, e quase todos já com cargo gerencial, aliás, profissionais que começaram auxiliares, mas que hoje ocupam funRBA: Qual o segredo do sucesso
o Administrador deve ter como dedor de sucesso? O senhor pode
nho de perto nossas contratações.
ções importantes dentro da empresa.
RBA: O que o senhor considera que requisitos para ser um empreen-
Supermercado, mas ainda acompa-
Falam que o tempo é precioso. E é mesmo. Infelizmente, ele não volta. Mas o planejamento é fundamental para nossas ações”
e apurado das mudanças que ocorre-
de uma grande empresa? E hoje em dia, no atual governo, quais as dificuldades que empresas como a do ramo de supermercados vêm enfrentando? Que alternativas o senhor e sua equipe utilizam para contornar ou solucionar os problemas? FHP: Para uma empresa se manter viva no mercado não está sendo nada
rem em seu ambiente profissional. O
fácil. Acredito que um dos entraves
empreendedor deve saber transpor
presente, e ainda por sermos uma
os obstáculos com sabedoria, nunca
empresa familiar, estamos frequen-
desistir de seus planos e entender que
temente juntos, quer seja no trabalho
o “errar” muitas vezes o faz crescer.
ou no lazer. E pelo acúmulo de fun-
O planejamento das ações é o maior
ções que hoje tenho que administrar
êxito de um empreendedor, principal-
ainda consigo equacionar esse tem-
mente quando conhece o mercado em
po. Não é fácil, mas se faz necessário
que deseja empreender.
administrá-lo bem.
RBA: Hoje o senhor está à frente da
RBA: Quais os diferenciais que
criação da Super Rede, que agrega vá-
FCDL e também de outras entida-
seus funcionários têm que ter
rios supermercados, sendo hoje uma
des. Como o senhor divide seu tem-
para terem sucesso em seus em-
das maiores centrais de compras do
po em meio a tantas atividades?
preendimentos? Qual o principal
Brasil. Essa foi uma saída para poder-
Qual o “segredo” de ser “vários em
problema hoje quando o assunto é
mos conseguir maior retorno em nos-
um só” (fazendo uma brincadeira,
uma contratação?
sa atividade de comerciante.
para o crescimento de qualquer empresa é a grande carga tributária que temos que assumir e a burocracia, que nos deixam rodar em marcha lenta – e agilidade no mundo dos negócios é essencial para nosso crescimento. Mas o cearense não nega suas raízes: é teimoso e criativo. Podemos citar a
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Foto: Divulgação
Entrevista
RBA: Como administrador, quais as dificuldades que o senhor vê hoje na profissão? O senhor ainda é diretor da Faculdade CDL de Fortaleza? Como vê a universidade dentro de todo esse processo? FHP: Hoje sou diretor da Faculdade CDL, credenciada pelo MEC com conceito máximo (5), e tenho orgulho de ter participado de sua fundação no período em que eu ainda presidia a CDL de Fortaleza. Sabemos das dificuldades que temos em manter uma faculdade, mas sempre friso que, para obter sucesso como Administrador é necessário ter persistência/querer no que deseja realizar. E hoje a Faculdade CDL se tornou realidade e vem, a cada ano, formando bons profissionais por meio dos seus grandes mestres. O conhecimento é tudo. Temos sempre que buscar excelência em nossa vida e a educação facilita todo o processo do conhecimento profissional.
Francisco Honório Pinheiro Registrado no Conselho Regional de Administração do Ceará (CRA-CE) sob o número 01447.
Graduado em Administração, Direito e Psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), pós-graduado em Administração também pela Unifor e em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro.
Empresário dos setores supermercadista, logística, cinema, alimentação e franqueado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; presidente da Federação das CDL's do Ceará; vice-presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL); vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu); vogal da Junta Comercial do Ceará; diretor da Faculdade CDL; membro do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede) e membro da Academia Cearense de Administração (Acad).
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Um quesito que não pode faltar é a vontade do colaborador em exercer determinada função, somado ao querer aprender sempre e, principalmente, ter pertencimento na sua atividade profissional dentro da empresa”
CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO
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Encaminhe seu artigo para o CRA do seu estado. Prazo: 29 de agosto No ano que comemora bodas de prata - 25 anos - o Prêmio Belmiro Siqueira em Administração continua com o objetivo de divulgar e promover a valorização dos trabalhos realizados pelos estudantes em Administração, que contribuam para o desenvolvimento da profissão e da Ciência da Administração no Brasil.
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RECURSOS POR_Nájia Furlan
Responsabilidade
social,
um bem para todos Recursos deduzidos dos impostos – em ÂMBITOS federal, estadual e até municipal, em alguns casos – podem ser aplicados em diferentes áreas sociais
E
specialistas afirmam: “O uso inteligente dos recursos, atrelado às boas decisões, tende a gerar como consequência ótimos resultados”. E uma boa maneira de unir as duas coisas é aproveitar os benefícios fiscais au-
torizados e investir parte do Imposto de Renda na promoção social. Não dizem por aí que um bom negócio é aquele em que todos saem ganhando? Pois bem, é o caso. Ao destinar parte dos recursos que pagariam em impostos com responsabilidade e engajamento, ganham as empresas, com marketing e valor de marca: ganham os grupos e entidades, com poder de ação. E lucra a sociedade, com mudanças efetivas. Atualmente, os recursos deduzidos dos impostos – em âmbitos federal, estadual e até municipal, em alguns casos – podem ser aplicados em diferentes áreas sociais. Meio ambiente, esporte, cultura, infância, idosos, pessoas com deficiência. O leque está cada vez maior. Resta à empresa saber escolher a melhor entre as opções para investir. “Existe um grupo enorme de instituições e projetos que precisam de recursos. Além disso, hoje, esses estão cada vez mais preparados para vender seus projetos.
Ilustração: Shutterstock
Afinal, as leis de incentivos fiscais são mais uma opção para captar mais recurso”,
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afirma a Adm. Schirlei Mari Freder. Fundadora e diretora executiva da Creare Gestão Ltda., Schirlei, atualmente, coordena o núcleo paranaense da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR). Mestranda em Gestão Urbana na Pontifícia Universidade Católica
Foto: Divulgação
É preciso observar o impacto social daquele projeto, ação ou organização. É fundamental que haja comprometimento;
Adm. Schirlei Mari Freder: “é preciso ter critério para escolher”.
ADM. SCHIRLEI M. FREDER
do Paraná (PUCPR), especialista em Gestão Social e Desenvolvimento Sustentável, docente e pesquisadora nas áreas de Gestão das Organizações, Empreendedorismo Social e Criativo, Economia Criativa, Elaboração de Projetos e Captação de Recursos nas áreas social e cultural, ela tem know-how de so-
CFA dá boas dicas O Conselho Federal de Administração (CFA) editou duas cartilhas que possuem informações e orientações essenciais para empresas e empresários que desejam
bra para alertar: “é preciso ter critério para escolher”.
contribuir com o Fundo Nacional do Idoso
Muito mais que optar pelo projeto ou ação que vá garantir visibili-
(FNI) e o Fundo dos Direitos da Criança e
dade, é preciso que haja, também por parte das empresas, comprometimento. “É preciso observar o impacto social daquele projeto, ação ou organização. É fundamental que haja comprometimento; que o projeto escolhido seja considerado como um braço, uma extensão da empresa. Responsabilidade social é algo sério”, afirma.
do Adolescente (FDCA) por meio de leis de incentivo fiscal. Trata-se de guias básicos e didáticos que esclarecem e incentivam a reversão do pagamento de impostos em investimento social. O material está disponível em www.cfa.
Segundo ela, o mundo ideal seria que o empresário pudesse apoiar
org.br e é de acesso livre. Basta entrar
projetos que tenham condições de promover a transformação
no site, clicar em “serviços” e depois em
social. “Não basta dar a mão uma vez ao ano, esporadicamente. É
“publicações”. Não custa nada e pode
preciso que os projetos sejam acompanhados, lado a lado, para que
fazer a diferença para pessoas que neces-
se observem os resultados”, comenta.
sitam de auxílio.
De acordo com a Administradora, o ganho que se tem com esses recursos destinados a projetos sociais não é um ganho que se pode mensurar em números. “É preciso entender que a marca cresce junto com esse apoio e que isso gera efeito direto junto ao cliente/consumidor que, cada vez mais, valoriza a empresa responsável”, garante a especialista. Para Schirlei Mari Freder, esse debate sobre responsabilidade e sustentabilidade é um movimento internacional, uma tendência e, além disso, um caminho sem volta. “As empresas podem, com essa opção de destinasa virada, da mudança de cultura e da transformação social”, conclui.
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Ilustração: Shutterstock
ção de recursos, ser as grandes protagonistas des-
Recursos
Um bom exemplo bem e pensam no social, no meio ambiente e na cultura, quem não se lembra de O Boticário? Esta, segundo a Adm. Schirlei Freder, é uma das empresas que se des-
Foto: Divulgação
Quando se fala em marcas que praticam o
tacam nesse contexto do marketing social – como deve ser. Diante da constatação, a equipe de reportagem da Revista Brasileira de Administração (RBA) conversou com Bruno Monte Jorge, gerente de Branding de O Boticário, para saber um pouco mais sobre essa prática. O Boticário é uma empresa do Grupo Boticário que utiliza recursos incentivados. Como explica o gerente, o desenho da política de patrocínios de O Boticário se baseia em um modelo concreto e assertivo para destinação de recursos da fran-
Bruno Monte Jorge, gerente de Branding do Boticário.
queadora e também da rede de franquias, composta hoje por mais de 3.600 lojas
companhias, festivais, mostras, cursos de
em todos os estados brasileiros. O modelo
formação e outras atividades ligadas à
adotado a partir de 2013 é resultado de
dança – como livros e vídeos.
um estudo de quase dois anos, que tem
“Os projetos apoiados neste ano foram se-
como foco o incentivo à dança.
lecionados por meio de um edital, aberto ao
“A dança é uma arte fonte de alegria,
público em maio de 2013. Ao todo estão
emoção e beleza. Entendemos que a dan-
sendo apoiados este ano 39 projetos, de 14
ça é um instrumento para transformar as
estados brasileiros, que receberão cerca de
pessoas pela arte. Por isso, ela tem tudo a
R$ 5,4 milhões”, revela o profissional.
ca acredita: o poder transformador da beleza. Antes de 2013, a empresa tinha apenas iniciativas pontuais de patrocínio”, comenta Bruno Monte Jorge.
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O objetivo prioritário do programa, de acordo com o gerente de Branding, é contribuir de fato para o desenvolvimento cultural do país, valorizando a dança como expressão artística. “Escolhemos
Segundo Jorge, batizada como “O Boti-
uma arte que tem muita sinergia com os
cário na Dança”, a plataforma utiliza re-
valores de O Boticário e não há dúvida
cursos da lei federal de incentivo à cultura
de que isso agrega muito para a nossa
e também de leis estaduais para apoiar
marca”, explica.
rba | revista brasileira de administração
Ilustração: Shutterstock
ver com O Boticário e com o que a mar-
Alternativas de incentivos fiscais Em âmbito federal, as opções são as seguintes:
• Lei Rouanet • Lei do Audiovisual
CULTURA •Lei de incentivo ao esporte
ESPORTE
• Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) • Fundo Nacional do Idoso • Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS)
PESSOAS OUTRAS POSSIBILIDADES • Doações às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público/OSCIP • Para entidades de pesquisa • Alguns estados e municípios, também possuem leis de incentivo fiscal e apoio às iniciativas sociais e de cultura. Informe-se!
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PRODUTIVIADE POR_CINTHIA ZANOTTO
Foto: Shutterstock
O VISUAL DA
NA BUSCA POR SIMPLICIDADE E CONFORTO, EMPRESAS MANDAM EMBORA O TERNO, A GRAVATA E A CAMISA SOCIAL PARA DAR LUGAR À CAMISETA, AO JEANS, AO TÊNIS E ATÉ À BERMUDA EM ÉPOCAS DE MUITO CALOR
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rba | revista brasileira de administração
tas-feiras era permitido o uso de rou-
gestão integrada, iniciou
pas mais leves, no conhecido casual
o ano de 2014 com uma mudança de
day. Com a nova medida, não fica mais
posicionamento que refletiu, princi-
restrito a um único dia, mas passa
palmente, no dress code da empresa.
a existir durante toda a semana um
Desde janeiro, os funcionários foram
apelo na empresa pela simplicidade e
incentivados a se vestirem de um jeito
pelo conforto, duas qualidades preza-
mais simples. Em vez da roupa social,
das pela geração Y, também conhecida
passaram a usar camisetas, tênis, ras-
como geração bermuda pelo sociólogo
teirinhas e bermudas. A postura adota-
e mestre em Comunicação Dario Cal-
da veio com a intenção de estreitar os
das. Para ele, essa geração superou a
laços com as novas gerações. Mexer no
formalidade herdada do século 20 e
visual dos colaboradores foi entendido
entende que se vestir a rigor não tem a
pelos dirigentes como uma necessida-
ver com a produtividade.
de para consolidar tal proposta.
Foto: Divulgação
Até o final de 2013, somente nas sex-
desenvolver sistemas de
O movimento nacional “Bermuda
A novidade coincidiu com o período de
Sim” parece exemplificar a afirmativa
temperaturas elevadas no país, sentidas
do sociólogo. Os três jovens profissio-
nos dois primeiros meses do ano. Po-
nais por trás da causa se questiona-
rém, não foi esse o único fator a motivar
ram, inicialmente, sobre o porquê, em
os funcionários da TOTVS a aceitarem
um país onde predomina o calor como
prontamente o novo código. Segundo
o Brasil, não é permitido vestir bermu-
Cristiano Brasil, diretor de RH, para
das em dias de temperaturas elevadas
atualizar o dress code da companhia
e a razão pela qual ainda é exigido o
houve a participação dos colaboradores,
uso de terno, gravata e tecidos pesa-
por meio de um estudo realizado em to-
dos nos ambientes profissionais. Na
das as unidades, e sugestões foram aca-
tentativa de gerar mudanças nos dress
tadas pelo comitê responsável pela ação.
codes das empresas brasileiras, o trio
Foto: Divulgação
A
TOTVS, reconhecida por
Equipe da Taqtile, empresa especializada na criação e desenvolvimento de aplicativos
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Foto: Shutterstock
Produtividade
Foto: Shutterstock
Simplificar a rotina em nome do conforto do funcionário e ser mais flexível parece plausível a Caldas, pois a casualização do vestir faz parte do estilo de vida adotado pela sociedade nos dias de hoje. Antigamente, a interação social era formal. A partir dos anos 1950, começou a passar por modificações até chegar à forma mais despojada como acontece na atualidade. A roupa vai no mesmo caminho. Se no passado servia para mostrar poder, no presente perdeu sua importância. “Atu-
Foto: Shutterstock
almente, manifesta mais poder quem não precisa usar terno e gravata, quando se
Certa liberdade, quando se faz neces-
fala em executivos”, afirma o sociólogo.
sária e é oportuna, poderá ser con-
Basta olhar para as grandes empresas
siderada um ganho pelo funcionário,
nos setores de tecnologia e criatividade.
afirma Caldas. Porém, faz um lembrete:
Google, Facebook e Yahoo são algumas
“A empresa é um lugar de normas e são
das conhecidas pelos seus ambientes
indispensáveis certas regras”. Para não
poucos formais, que, consequentemente,
perder o controle, a companhia precisa
pedem um vestuário mais leve.
deixar bem explicado as ressalvas quan-
Edmar Miyake, sócio-fundador da Taqtile, empresa especializada na criação e desenvolvimento de aplicativos, diz que nos Estados Unidos, lugar onde nasceu a rede social de Mark Zuckerberg, há uma cultura mais aberta em relação ao ambiente de trabalho. Em viagens ao país do norte, ele declara ver
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to ao que é aceitável em suas dependências, especialmente em épocas de muito calor, quando a roupa é escolhida com a finalidade de amenizar os possíveis desconfortos causados por altas temperaturas. Nessa hora, vale o bom senso tanto por parte da direção como dos colaboradores, diz o sociólogo.
com frequência nos bancos pessoas
A TOTVS e a Taqtile utilizam um có-
prestando atendimento ao público com
digo de conduta para não haver exces-
tatuagem e piercing à mostra. Miyake é
sos. Em ambas, não é permitido o uso
um adepto do pensamento de “o fruto
de bonés, regatas, chinelos e camisetas
divulgou uma “campanha para mos-
da competência não ser a vestimenta,
de time. Para quem trabalha no aten-
trar com bom humor que a roupa não
mas o trabalho”, diz. E a máxima vale
dimento, pode ser solicitado o uso de
influencia na postura ou no rendimen-
para guiar o dress code da sua compa-
roupas mais formais nos encontros
to profissional de ninguém. Apesar de
nhia. Em 2012, foi autorizado o uso da
com os clientes – que aceitaram po-
ser fato que um funcionário com mais
bermuda para os funcionários, com o
sitivamente a mudança no visual dos
conforto trabalha melhor”, publicaram
objetivo de conferir maior liberdade e,
colaboradores das duas companhias,
no site bermudasim.com.br. O movi-
também, aumentar a produtividade. A
declararam Cristiano Brasil e Edmar
mento foi parar no Facebook, lugar
liberação foi possível após mudarem de
Miyake. Quando for o momento de
onde os idealizadores divulgam suas
casa, pois no prédio onde estavam loca-
atender, a regra é sempre respeitar os
ideias para mais de 18.100 seguidores,
lizados anteriormente eram feitas algu-
costumes e normas de determinado
contabilizados até março deste ano.
mas restrições em relação ao vestuário.
ambiente, disseram.
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PARA ACERTAR NO VERÃO
Se é permitido o uso da bermuda, valem
Boa parte dos exageros cometidos no vi-
comprimento. O tamanho aconselhado
sual dos trabalhadores acontece quando
pelo jornalista é a altura do joelho, tanto
as temperaturas sobem. A lógica é que
para homens como mulheres. O “Bermu-
em dias mais frios as pessoas optem por
da Sim” publicou "os 10 bermudamen-
usar roupas fechadas e menos coloridas.
tos" para tratar especificamente do tema.
No verão, na busca pelo frescor e con-
De acordo com o site, “bermuda só a par-
forto, acontece o oposto. Glauco Sabino,
tir dos 29,8 graus e três dedos acima ou
jornalista e roteirista do GNT Fashion, pas-
abaixo do joelho”. E não dá para repetir a
sa algumas dicas de como não extrapolar
peça mais de duas vezes na semana. Uni-
os limites em períodos quentes e se vestir
forme de time, short de praia e estampa
conforme pede o local de trabalho, seja
floral, em nenhuma circunstância. Em dia
formal ou não.
de reunião, veste-se calça. Para saber se
"Roupas com muitas estampas e cores chamativas podem não cair bem no visual", diz o jornalista. Acerta quem escolhe
acertou no visual, eles aconselham: “Se mais de duas pessoas zoaram sua bermuda é porque ela não é apropriada”.
os tons neutros e discretos. Para os ho-
Roupas mais leves não pedem o uso do
mens, que geralmente precisam usar rou-
chinelo. Para Sabino, só deve ser usado
pas mais fechadas, uma boa alternativa
em casa ou na praia, e não no ambiente
é procurar os tecidos naturais, como o
profissional. As mulheres precisam ain-
algodão, ou os tecnológicos, bacterianos
da ter cuidado com a rasteirinha, pois
e de fibras inteligentes. Peças produzidas
pode parecer muito casual. A primeira
com esses recursos ajudam a diminuir os
opção deverá ser um sapato fechado.
desconfortos ocasionados pela transpira-
Aos homens, mesmo com jeans é o ide-
ção. Se não pode faltar o terno, a opção
al. Se estiver liberado, um tênis adequa-
é substituir os de lã fria por um de seda
do também serve.
ou algodão. Para saber diferenciar um do outro na hora da compra, basta passar a mão; se for mais áspero, é de lã e se mais liso, de seda. Para quem opta por vestir paletó com calça jeans, o interessante é buscar os estilos mais esportivos, de modelagem diferenciada. Não é recomendado fazer uso do paletó de um terno separado da calça do conjunto, pois com o tempo o desgaste será diferente em cada uma das partes. Para terem a mesma vida útil, é melhor serem usados juntos. Foto: Shutterstock
algumas regras, como prestar atenção no
Não menos importante, os acessórios merecem atenção, de acordo com o jornalista, e “são sempre um perigo”. Um relógio ou uma pulseira discreta são aceitos na composição do visual dos homens. A elas, vale a mesma discrição no uso de anéis, colares e brincos pequenos. É preferível os objetos que não façam barulho, para não atrapalhar a concentração dos colegas. Nos cabelos, “nada de prender com lápis ou elástico de trabalho”, afirma. "Rabo-de-cavalo e
Para as mulheres, Sabino indica a saia lápis,
coques baixos são bons penteados para
“pois afina o corpo e sugere uma postura
o verão, mas o cabeleireiro pode auxiliar
formal”, acrescenta. Para combinar, basta
a encontrar formas rápidas de arrumá-lo
usar uma camisa de seda ou blusa de alça.
para o dia a dia", completa Sabino.
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CAPA POR_Mara Andrich | FOTOGRAFIA_RAFAELA LECH
O VELHO
(novo)
problema Há poucas semanas da Copa do Mundo 2014, um velho problema está sendo a atual dor de cabeça dos gestores públicos: a mobilidade urbana nas grandes cidades
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N
Manaus, capital do estado do Amazo-
quanto
complicado
nas, é uma das cidades-sede. De iní-
andar de ônibus, trem
cio, os gestores da cidade planejaram
ou metrô. Basta ir às ruas. Veículos
um monotrilho e o Bus Rapid Transit
lotados, atrasados, alguns até mal
(BRT). No entanto, não deu tempo de
conservados e, para completar, com
fazer os dois, e uma terceira alternati-
passagens caras. Também não é difícil
va foi colocada em prática: o BRS (Bus
constatar que o trânsito das grandes
Rapid System). Para tanto, plataformas
cidades piora a cada dia, em função do
de embarque e desembarque foram
grande número de carros de passeio
reformadas e o pavimento e a sinali-
nas ruas e também dos ônibus e motos,
zação dos corredores da cidade foram
que se misturam e formam um ema-
recuperados, incluindo a avenida que
cidade onde o transporte
ranhado indescritível. E neste ano,
passa em frente ao estádio. E como mo-
quando o Brasil vive uma de suas gran-
bilidade não se resume em transporte
coletivo tem pouca
des festas – a Copa do Mundo –, esses
público, os gestores de Manaus tam-
prioridade na malha
problemas ganham uma dimensão
bém pensaram nos estacionamentos do
ainda maior e se transformam em ver-
entorno do estádio, onde haverá ônibus
viária. Mas a prefeitura
dadeiros “calos nos pés” dos gestores.
para transportar os torcedores até o lo-
Aliás, não está sendo fácil para eles
cal dos jogos. A expectativa, segundo o
melhorarem a mobilidade em suas ci-
superintendente da Superintendência
dades. O trabalho é árduo.
Municipal de Transportes Urbanos
é
Por sorte, em horários de jogos da Copa, as cidades vão, literalmente, parar. Não haverá expediente na maior parte das
(SMTU) de Manaus, Pedro Carvalho, é
Foto: Divulgação
ão é difícil verificar o
Manaus é uma
está trabalhando para melhorar isso.” Pedro Carvalho, gestor da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) de Manaus.
que 56% dos torcedores utilizem transporte público em dia de jogo.
empresas e os torcedores poderão assis-
Na opinião de Carvalho, o principal pro-
tir aos jogos tranquilamente. Mas muitos
blema em Manaus, no que se refere à
irão para casa, outros, para bares e res-
mobilidade, ainda é a infraestrutura. Ele
taurantes. Portanto, a mobilidade, assim
entende que o caminho para melhorar
como em todos os dias ditos “normais”,
isso é a priorização do transporte públi-
é o grande ponto que está sendo discu-
co, com a criação de corredores exclusi-
tido para o sucesso deste evento. Tanto
vos para os ônibus – o que já existe em
que as cidades-sede estão se preparan-
algumas cidades do país, como Curi-
do, há meses, para melhorar o trânsito
tiba, no Paraná, por exemplo, onde
e o transporte público, não só para os
há as canaletas exclu sivas para al-
moradores, como também para os tu-
guns ônibus. “Manaus é uma cidade
ristas – afinal, todos têm que se deslocar.
onde o transporte coletivo tem pouca
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Foto: Divulgação
Capa
Manaus tinha duas opções: monotrilho e o Bus Rapid Transit. No entanto, uma terceira alternativa, o BRS (Bus Rapid System) – as faixas exclusivas para ônibus, foi colocada em prática.
prioridade na malha viária. Mas a pre-
com a prefeitura, 56 obras estão em an-
feitura está trabalhando para melhorar
damento em Cuiabá e Várzea Grande,
isso”, garante. Para Carvalho, se os ôni-
entre elas as melhorias no aeroporto,
bus andarem com mais velocidade – a
o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e
ideia do BRS –, haverá maior frequên-
o corredor Mário Andreazza. Todos
cia de veículos e, consequentemente,
os investimentos somam R$ 3 bilhões,
menor lotação. “Tudo isso melhora a
sendo R$ 2,06 bilhões somente para
qualidade do serviço e atrai mais pas-
mobilidade urbana.
sageiros”, analisa. Outras obras também têm sido feitas na cidade desde o ano passado e de olho na Copa, como reforma dos terminais, construção de novos pontos de ônibus e a compra de novos veículos. “Mas ainda há muito o que se fazer. A cidade vai crescendo, e o poder público precisa acompanhar”, diz Carvalho.
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rba | revista brasileira de administração
O VLT terá dois eixos (CPA-aeroporto e Coxipó-Centro). Ele será implantado no canteiro central das avenidas Historiador Rubens de Mendonça, FEB, 15 de Novembro, Tenente-Coronel Duarte (centro), Coronel Escolástico e Fernando Correa Costa. Já o corredor Mário Andreazza, obra finalizada, é uma opção a mais de locomoção en-
Em Cuiabá, no estado do Mato Gros-
tre o aeroporto e a arena e os princi-
so – outra cidade-sede da Copa –,
pais hotéis. A Rua Mario Andreazza
também estão sendo realizadas várias
também está sendo duplicada, assim
obras para melhorar a mobilidade na
como a Estrada da Guarita, e de pon-
cidade, um problema que não é visto
tes sobre o Rio Parí e a construção da
apenas em época de Copa. De acordo
ponte sobre o Rio Coxipó.
fego, novas trincheiras, binários, refor-
sempre foi referência em transporte
ma da Rodoferroviária, entre outras.
público. Há cerca de 40 anos, os gestores da cidade criaram os ônibus expressos, com capacidade para mais passageiros do que os veículos normais e com suas canaletas próprias para circulação. Com o passar dos anos, esses expressos foram alongados, em função do número de passageiros, que cresceu muito – pelo menos 20 vezes - e se transformaram nos biarticulados. Os biarticulados têm entre 18,7 e 20 metros e capacidade para 160 a 180 passageiros. E já está em teste um veículo ainda maior, um ônibus articulado com 23 metros de comprimento e com capacidade para até 210 passageiros.
Foto: Divulgação
Curitiba, capital do estado do Paraná,
A RBA também procurou a prefeitura de São Paulo, que não retornou à reportagem até o fechamento desta edição.
Saúde afetada Quem utiliza o transporte público nas grandes cidades evidentemente fica irritado. E não é difícil entender os motivos: ônibus e metrôs cheios, atrasos, horas e horas para chegar ao destino, passagem cara. Mas se fosse somente a
Paulo Resende, doutor em Planejamento de Transportes e Logística
“E essa situação pegou o gestor público de surpresa, porque o Brasil nunca teve
irritação, esses problemas não seriam
um planejamento a longo
tão preocupantes: em 2007, pesqui-
prazo para solucionar o
sadores da Universidade de São Paulo avaliaram 500 pessoas que trabalham
problema. Pelo contrário, o
nas ruas, como motoristas. Todas elas
gestor público direcionou
O estudo do metrô também está sendo
apresentaram substâncias tóxicas no or-
feito, mas até agora não saiu do papel.
ganismo e risco dobrado de desenvolver
recursos para aumentar o
Recentemente, cogitou-se a exclusão
câncer do pulmão. Também podem de-
número de carros e não para
de Curitiba como cidade-sede em fun-
senvolver bronquite, asma e até infarto.
tirar as pessoas dos carros.”
ção de atrasos nas obras da Arena da
Outro problema grave são os acidentes
Baixada, estádio onde ocorrerão qua-
de trânsito, que fazem muitas vítimas
tro jogos na cidade. Porém, após muita
todos os dias – em média, quatro pesso-
béis muito acima do tolerável ocupam o
discussão, as obras foram retomadas
as morrem, por dia, no trânsito de São
terceiro lugar no ranking de problemas
e a prefeitura garantiu a cidade como
Paulo. E os feridos ainda contribuem
ambientais que mais afetam populações
uma das sedes. A reportagem da RBA
para a superlotação de hospitais, além
do mundo inteiro.
procurou representantes da prefeitu-
de propiciar o aparecimento de outras
ra de Curitiba para falar sobre outras
doenças, como estresse, hipertensão e
obras de mobilidade que estão sendo
lesões por repetição de movimentos.
feitas por conta da Copa do Mundo,
Quem dirige no trânsito caótico também
o carro na garagem e andar de ônibus.
apresenta problemas de saúde, como do-
Entre as opções não tão confortáveis
res lombares, no pescoço e nos ombros,
de enfrentar o trânsito dirigindo ou
além de dores de cabeça, nas pernas e
no transporte público, ele preferiu a
nos pés. Outro problema provocado pe-
segunda porque ainda vê nela mais
los engarrafamentos é a exposição a um
vantagens do que desvantagens. “Apro-
nível elevado de ruído. Segundo a Orga-
veito o tempo para leitura, não me pre-
nização Mundial da Saúde (OMS), deci-
ocupo com a direção e não me estresso
mas não obteve retorno. No site da Copa em Curitiba, a prefeitura anuncia investimentos de R$ 383 milhões em 15 obras, entre elas obras na Linha Verde Sul (a Linha Verde liga pontos extremos da cidade), a implantação de um sistema de monitoramento de trá-
É por estes e outros problemas que o Administrador do Espírito Santo Fernando de Albuquerque decidiu deixar
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Capa procurando estacionamentos, além do
Em meio a tantos problemas, o usu-
custo-benefício”, afirma ele. Entre os
ário tem vias oficiais para registrar
problemas, estão os velhos conhecidos.
sua reclamação. O Idec criou um site
“O desconforto e o tempo”, comenta. Albuquerque mora na região metropo-
a pessoa pode não só registrar sua in-
litana de Vitória, no Espírito Santo. Ele
dignação, mas também encontrar in-
conta que sua empresa não oferta esta-
formações sobre direitos.
cionamento, outro motivo que o levou a optar pelo transporte coletivo. Pegando somente um ônibus e pagando R$ 4,40, ele vai direto para a empresa, Foto: Divulgação
sem precisar trocar de coletivo. Mas, se
Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, doutor em Planeja-
pegar dois ônibus. “Na maioria das ve-
excesso de veículos e problemas em ge-
zes, principalmente no verão, vou tra-
ral com mobilidade urbana, como já se
balhar com este mais caro, chamado
vê, são comuns em todo o mundo, des-
aqui de seletivo. Para o retorno, quase
de as cidades menos desenvolvidas até
pego ele no início de seu trajeto”, conta.
Existe solução? O problema do transporte público e da mobilidade em geral tem sido um dos grandes desafios dos gestores públicos. Mas algumas cidades já conseguiram verdadeiros “milagres”. Algumas até
as que já criaram várias alternativas para amenizar a situação. Segundo ele, a frota de veículos aumentou mais de 100% no Brasil, nos últimos dez anos. “E essa situação pegou o gestor público de surpresa, porque o Brasil nunca teve um planejamento em longo prazo para solucionar o problema. Pelo contrário, o gestor público direcionou recursos
já oferecem passagem gratuita (Bal-
para aumentar o número de carros, e
timore, nos Estados Unidos; Chang-
não para tirar as pessoas dos carros”,
ning, na China; Talinn, na Estônia; no
afirma. Ele explica que essa alternati-
Brasil, as cidades de Porto Real no Rio
va, em princípio, deu certo – constru-
de Janeiro, e Agudos, em São Paulo.
ção de viadutos, por exemplo. Mas, de-
O site www.freepublictransports.com/ city/ traz essas informações. Outras alternativas vão sendo criadas, ao longo dos anos, para amenizar a situação
rba | revista brasileira de administração
fessor do Núcleo de Infraestrutura e
mento de Transportes e Logística, o
a pressão do tempo e vou sentado, pois
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Mas na opinião do coordenador e pro-
quiser gastar menos, R$ 2,55, tem que
sempre utilizo o outro, pois não tenho
Na capital do Estado do Amazonas, plataformas de embarque e desembarque de passageiros dos ônibus foram instaladas junto com as melhorias feitas no pavimento e na sinalização.
(chegadeaperto.org.br) para isso. Nele,
do trânsito caótico. Em Estocolmo, na Suécia, o pedágio urbano é realidade desde 2006, bem como a restrição para a circulação de veículos no centro da cidade em determinados horários. Cingapura,
pois, foi um “tiro no pé”. Mesmo a restrição do movimento, com pedágios urbanos, por exemplo, também têm limite, acredita o professor. “Os anos se passam e nunca temos investimentos para a melhoria no transporte público, que é o que dá resultado”, reclama. Ele acredita que a solução é a mesma no
por sua vez, criou o pedágio urbano em
mundo inteiro: investimento em metrô e
1975. Bergen, Oslo, Trondheim e Stavan-
trens metropolitanos. “São comprovada-
ger, na Noruega, na década de 1990.
mente eficientes”, garante.
Os melhores O Inhabitat, blog ligado ao Boston ArchitecturalCollege, fez uma lista com as cinco cidades que mais se destacam quando o assunto é transporte coletivo de qualidade. O ranking utilizou como critérios o conforto, a conveniência, a eficiência, a limpeza, a rapidez e a facilidade de utilização dos serviços. Confira a lista, reproduzida pelo site The City Fix Brasil:
1º
lugar Tóquio (Japão)
A cidade é uma das maiores do mundo e tem o sistema de transporte mais complexo e completo do mundo: ônibus, metrô, balsas, VLTs e BRTs somam cerca de 10,5 bilhões de viagens por dia. O transporte público é a primeira opção de deslocamento da população de Tóquio.
2º
lugar Nova York (EUA)
A maior cidade dos Estados Unidos também tem as mais diversas opções de deslocamento: ônibus, trem, metrô, bicicletas etc. Faixas exclusivas para pedestres também são destaque.
3º
lugar Londres (Inglaterra)
A cidade tem o maior e mais antigo metrô do mundo. O London Underground entrou em operação em 1863, tendo hoje cerca de 400 quilômetros de extensão abrangendo quase 270 estações. A capital inglesa conta também com redes de ônibus, trens de superfície e bondes suburbanos.
4º
lugar Paris (França)
A cada 500 metros você pode encontrar uma estação de metrô na capital francesa, pois são cerca de 300 espalhadas pela cidade. Paris também oferece um sistema de aluguel de bicicletas, que conta com 1.400 estações. Recentemente, a administração da cidade suspendeu a tarifa dos ônibus por um fim de semana inteiro para que as pessoas deixassem seus veículos em casa e utilizassem o transporte público, para que a poluição fosse amenizada.
5º
lugar Moscou (Rússia)
A cidade tem um sistema ferroviário inaugurado há cerca de 80 anos, com 305 quilômetros de extensão.
Fonte: publicado no site do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco
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OPINIÃO POR_CARLOS OSMAR BERTERO
Mas, afinal,
QUEM SE COMPROMETE? T
ornou-se
lugar-co-
as novas gerações consideram normal
mum nos discursos de
um
que se troque de emprego com razoá-
Administradores lembrar a
vel frequência. Não é hoje incomum
necessidade de que para o atingimen-
que uma pessoa no meio de sua vida e
to de metas e obtenção dos resultados
de sua carreira, que coincidem entre
desejados todos devem estar compro-
45 e 50 anos, já tenham passado por
metidos. O que uma empresa necessita
cinco ou seis empregos. Permanecer
como diferencial que a prepare e a tor-
muito tempo numa empresa pode até
ne vencedora no jogo competitivo é um
revelar uma personalidade acomoda-
quadro de empregados ou colaborado-
da e sem grandes ambições. O discurso
res efetivamente comprometidos.
da empregabilidade, ou seja, de quem
Mas o discurso do comprometimento na prática parece ter pouca ressonância. Na verdade, o percentual de pessoas que trabalham numa empresa efetivamente comprometidas é pequeno. O legendário Carlzon, CEO da
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se capacita e gere a própria carreira, é cada um de nós e não mais a empresa, traz mais sustentação à manutenção deste tipo de relacionamento que é descomprometido tanto do lado do colaborador como da empresa.
SAS-Scandivan Airlines System, di-
As carreiras tradicionais, hoje sobre-
zia que sua empresa tinha um núme-
vivendo em poucas empresas e ainda
ro bastante elevado de colaboradores
mantidas no serviço público e algumas
comprometidos, chegando a 20% do
organizações sociais, implicavam com-
“headcount”. Empresas dispensam
prometimento recíproco. Colaborador
pessoas com facilidade e sem titubear e
e organização celebravam um pacto
rba | revista brasileira de administração
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
tácito. A empresa oferecia uma car-
Além desses impactos tecnológicos que
reira que implicava ascensão ao longo
repercutiram sobre a estrutura houve
dos diversos degraus hierárquicos du-
o tão decantado aumento de compe-
rante um período que não raramente
tividade e a obsessão com redução de
incluiria toda a vida do profissional. E
custos. Adicionem-se a isso os valores
o indivíduo comprometia-se com sua
e o estilo de vida e as expectativas da
dedicação e lealdade, realizando to-
nova cultura em que coisas estáveis e
das as tarefas e cumprindo com todos
duráveis perderam muito do charme e
os requisitos para ascender até o topo
do apelo. As pessoas, também graças à
da carreira. Tal tipo de carreira pres-
tecnologia, no caso, mídias sociais, aca-
supunha um vínculo empregatício
baram por expandir enormemente sua
não necessariamente vitalício, mas de
rede social e tendo mais relações, mas
longa duração. Ainda hoje é possível encontrar pessoas, certamente já des-
portanto de menor duração.
frutando da aposentadoria, que tra-
Diante deste quadro, falar em compro-
balharam tendo à sua disposição esse tipo de carreira. Certamente os tempos mudaram. As coisas se volatilizaram, incluindo as carreiras tradicionais. A explicação provém das alterações em tecnologia, particularmente a TI (Tecnologia de Informações), que acabou por atingir diretamente a profissão de Administrador. A micro-informática Ilustração: Shutterstock
talvez mais pontuais e superficiais e
alterou tarefas e impactou a estrutura das organizações. Uma consequência foi o achatamento da estrutura, ou seja, a redução dos níveis hierárquicos, e com os níveis hierárquicos se volatilizaram muitos empregos de administradores. É importante reconhecer que a maioria dos administradores não pode ser gesto-
metimento de pessoas com empresas parece um discurso destinado a cair no vazio, a não ser para poucas pessoas. A maneira de aumentar o número e a intensidade do comprometimento, caso as empresas desejem que isso aconteça, implicaria rever muitos dos conceitos usados como empregabilidade, ausência de carreira, conteúdos dos cargos, e especialmente, ver o que a empresa concretamente pode oferecer para que o comprometimento aconteça. Na carreira tradicional havia reciprocidade. No momento atual falta reciprocidade de parte da empresa e apenas manter as pessoas empregadas pode não ser suficiente para motivá -las ao comprometimento.
ra de cúpula. Esta ainda é relativamente pequena para tantos gestores e empresas, bem como as demais organizações ainda mantém um formato piramidal. Na verdade, carreiras tradicionais demandavam organizações com muitos níveis hierárquicos por onde as pessoas iriam ascendendo no decorrer de uma longa vida acompanhada de emprego estável e longa carreira.
CARLOS OSMAR BERTERO É Professor Titular da Fundação Getúlio Vargas/EAESP
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DOR, BEM-ESTAR OPINIÃO
POR_cinthia zanotto
COMO A FLEXIBILIDADE E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO AJUDAM A PREVENIR POSSÍVEIS DORES E LESÕES OCASIONADAS PELOS AMBIENTES PROFISSIONAIS.
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rba | revista brasileira de administração
Foto: Shutterstock
o ambiente tem a ver com isso
E
sforços repetitivos, muitas horas sobre uma cadeira e a má postura causam dores
e lesões ao corpo humano. Os estudos e pesquisas só comprovam aquilo que a maioria dos trabalhadores sente na pele, ou melhor, nas costas, ombros, mãos e em outros membros nos quais esses hábitos se apresentam em forma de desconforto ou doenças. Essas não são as únicas consequências. A baixa na produtividade, o desânimo, o cansaço e a falta de criatividade também se manifestam pelas ações contínuas do trabalho. Além do que o próprio ser
profissional proporcionar os meios necessários para promover a qualidade de vida de quem trabalha. E a falta de atenção para esse aspecto pode sair caro para a empresa e para os funcionários - é o que a ergonomia afirma. A ergonomia é a disciplina dedicada ao trabalho, explica Auristela Duarte Moser, doutora nesse campo de estudos e professora do curso de Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Ela também aponta que são diversos os fatores essenciais para colaborar para a saúde do funcionário. Não só os mobiliários – as mesas e cadeiras – precisam atender aos requisitos, mas também o espaço, a ventilação, a iluminação, os instrumentos
Organizar o trabalho é criar um ambiente justo e pensado para promover a experiência humana. Para que isso aconteça é preciso flexibilidade, diz Rique Nitzsche, professor de design
Foto: Arquivo pessoal
rotina, cabe igualmente ao ambiente
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humano pode fazer para se prevenir da
thinking no MBA da ESPM-RJ, Master Class do Ibmec e Consultor Master do CriaLab do InovaPUC-RS. “Se o escritório for flexível, isso irá se refletir no corpo e na mente”, completa. Nitzsche é um dos responsáveis pelo projeto dos dois Think Labs dos prédios do Ibmec-RJ. Lá tudo pode ser mudado de lugar. As mesas e as paredes são flutuantes e feitas do mesmo
e o que mais estiver envolvido na reali-
material do quadro branco, para os
zação de determinada função, como a
alunos e professores poderem escre-
própria organização do trabalho. Esta
ver e apagar suas ideias a qualquer
última a doutora reconhece como uma
momento. A mobilidade dos objetos
das mais importantes, pois atende às
foi concebida para incentivar a in-
necessidades físicas do trabalhador e
teração e o relacionamento humano
ainda preocupa-se em manter saudá-
em primeiro lugar, pois “quanto mais
vel sua mente e o emocional.
flexibilidade, mais criatividade. As
Rique Nitzsche: Organizar o trabalho é criar um ambiente justo e pensado para promover a experiência humana. Para que isso aconteça, é preciso flexibilidade
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Bem-estar
31 de março do mesmo ano. Para Nitzsche, “o corpo é assim, não aguenta ficar sentado por muito tempo. Mobilidade física ajuda também na concentração e a gerar novas ideias”. Embora os aspectos físicos tenham grande importância, a professora destaca o estresse como o principal culpado pelas doenças originadas em ambientes profissionais atualmente. Por isso, ainda faz parte da organização do trabalho se preocupar com a carga horária, pressões, possíveis assédios morais e bullying que possam ocorrer nas organizações. No Brasil, de acordo com Auristela, as empresas só passam
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a se preocupar em organizar o ambienpessoas precisam ter espaços para conversas, pois os negócios só existem por causa do relacionamento interpessoal”, acrescenta. A interação, de maneira quase óbvia, ajuda a manter a movimentação e, consequentemente, promove uma quebra
por Esforço Repetitivo) é um exemplo. A síndrome apresenta quatro etapas de evolução, sendo o terceiro e o quarto irreversíveis, afirma Auristela. Quem se lesiona, em muitos casos, precisa ser realocado na empresa e, em eventos mais extremos, ser afastado e aposentado.
espaços reservados para convivência,
Quando as empresas precisam sanar um
atendem parte das normas ergonômicas, diz Auristela, pois permitem que
rba | revista brasileira de administração
estágio mais avançado. A LER (Lesão
na repetição. Ambientes projetados com descanso e que possibilitem o diálogo
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te quando surge algum problema em
problema ocasionado por um ambiente já existente, as medidas a serem tomadas são chamadas de ergonomia de cor-
o funcionário se mexa, saia do lugar, dê
reção. Em situações em que a preocupa-
uma pausa à mente e não se mantenha
ção em atender aos requisitos enquanto
por tanto tempo sentado. O periódico de
o ambiente ainda está em etapa de de-
medicina Archives of Internal Medicine
senvolvimento, é conhecida como ergo-
publicou, em março de 2012, um estu-
nomia de concepção e quando já foi ter-
do realizado com 250 mil participantes
minado, mas é necessário acrescentar
afirmando que “ficar mais de 11 horas
algo para atender as normas, nomeia-se
por dia sentado, seja trabalhando, vendo
ergonomia de adaptação. Dos três, quem
televisão, jogando videogame ou nave-
deixa para resolver na última hora, ge-
gando na internet, pode dobrar o risco de
ralmente vai pagar mais caro, pois ques-
morrer dentro dos próximos três anos”,
tões trabalhistas e multas deverão fazer
para pessoas com mais de 45 anos – esse
partes dos gastos da empresa para solu-
artigo foi postado no site da Veja, no dia
cionar o problema, reconhece Auristela.
Uma das razões por que as organiza-
conseguido introduzir e manter a
funcionário por motivos de saúde, a
ções continuam a manter ambientes
ginástica laboral dentro do seu cro-
melhora na atenção e na produtivi-
pouco flexíveis e redundantes, diz
nograma. Conduzidos por um edu-
dade, até o aumento da relação inter-
Nitzche, está relacionado à herança deixada pelo pensamento industrial, em que os empregadores tinham por objetivo manter o controle sobre seus empregados – contratados para realizar uma única função -, entendendo ser este o método mais eficaz de manterem a produtividade. “Mas é o contrário. Deveríamos redesenhar a experiência do trabalho. As pessoas desenham ambientes e acabam criando verdadeiras armadilhas, que aprisionam a imaginação”, concluí.
GINÁSTICA LABORAL A flexibilidade e a queda no número de funcionários lesionados, não eficientes e insatisfeitos, está ao alcance de todos. Uma das sugestões de Auristela para os interessados em promover um ambiente apto para o trabalho é contar
cador físico, esses intervalos servem
pessoal entre os colaboradores.
para realizar pequenos exercícios
As organizações que promovem a gi-
de alongamento e relaxamento, po-
nástica laboral também conseguem um
dendo se estender para conversar
atenuante em casos de processos tra-
sobre como melhorar a qualidade
balhistas perante a justiça. Como essa é
de vida individualmente e no coleti-
uma atividade opcional, é possível fazer
vo. Os benefícios são percebidos em
um controle de participação para ser
diferentes formas pelas empresas.
posteriormente utilizado, caso exista
Desde a diminuição da abstenção do
Mas é o contrário. Deveríamos redesenhar a experiência do trabalho. As pessoas desenham ambientes e acabam criando verdadeiras armadilhas, que aprisionam a imaginação”, concluí.
alguma queixa de funcionário. Para quem trabalha em casa, Sérgio passa algumas dicas. Como é o indicado, a cada período trabalhado, é necessário fazer um intervalo para quebrar o ritmo. Alongamentos e pequenos exercícios são recomendados, mas é sempre bom pedir a orientação de um profissional para saber o que realizar nessas pequenas pausas, para evitar lesões adquiridas pela má execução das atividades.
com a consultoria de um profissional de ergonomia para conceber, aprimorar ou se enquadrar às normas ergonômicas aplicáveis à cada profissão, ou aos padrões gerais; como manter a temperatura entre 22°C a 24C°, ideal
NOTA
para lugares fechados.
Para ler mais sobre o Think Lab,
Outra alternativa indicada pelos pro-
acesse: www.dthink.com.br .
fissionais e órgãos da saúde como preventivo e promoção do bem-estar é a ginástica laboral. Sérgio Nunes, personal trainer e dono da Qualifis, uma empresa criada para atender as empresas nesta área, diz que são previstos pelo Ministério do Trabalho alguns pequenos intervalos durante a jornada de 6 a 8 horas para descanso do funcionário. Com pequenas micro pausas, de 8 minutos cada, algumas companhias têm
MARÇO/ABRIL – 2014 | nº 99 Foto: Shutterstock
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ARTIGO DO LEITOR
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO como a chave da produtividade e da competitividade às empresas
Ilustração: Shutterstock
O mundo global impôs às organiza-
seu processo produtivo. A esse pro-
boa gestão da informação na empresa,
ções um novo desafio frente à tarefa
cesso, as pessoas interagem com vá-
para assim dar sentido ao uso da infor-
de saber lidar com a informação. A
rios tipos de informações, como, por
mação no papel estratégico de cresci-
sua inserção na estratégia empresarial
exemplo, informação fundamental,
mento e capacidade da organização.
passou a ser um valor contribuinte às
informação sobre a produtividade, in-
Diante do valor conquistado, este bem
vantagens competitivas. Se, por um
formação sobre as competências e in-
de valor econômico precisa ser gerido
lado, ela ajuda a detectar novas opor-
formação sobre a locação de recursos
de forma que se atinjam os objetivos
tunidades e ganhos financeiros, por
escassos (Drucker, 2002).
de efetividade e competitividade.
outro, ajuda a defender-se de ameaças
Choo (2003) ressalta que a informa-
A gestão da informação, segundo
ção é mais do que um componente
Ponjuan Dante (2004) é um processo
intrínseco de quase tudo o que uma
mediante o qual se obtém, desdobram
empresa faz, ou seja, é o suporte de
ou utilizam recursos básicos (econô-
qualquer organização e é um elemen-
micos, físicos, humanos, materiais)
to indispensável à sua existência. A
para conduzir estrategicamente a
imposição desse papel pela nova era
informação no âmbito organizacio-
da informação pode ser um fator cha-
nal, para assim auxiliar no desenvol-
ve para se atingir uma situação de ex-
vimento das atividades e no processo
mação e os dados de onde ela provém
celência na empresa: quem dispõe de
de tomada de decisão.
são, para a empresa, um importante
informação potencial, fidedigna, em
recurso que necessita e merece ser ad-
quantidade adequada e no momento
ministrado pelos seus gestores.
certo adquire vantagens competitivas,
provenientes da concorrência. A sua importância, em âmbito de empresa, está no processo de descoberta e introdução de novas tecnologias, na exploração das oportunidades de investimento e, ainda, na planificação de toda a atividade industrial. Isso nos leva a considerar que a quantidade de infor-
Sabe-se que a produção de bens, sejam tangíveis ou intangíveis, não pode
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porém, se falta isso tudo, dá azo a erros e à perda de oportunidades.
O processo de gerenciamento da informação acontece, de acordo com Davenport (1998), pelas seguintes etapas: a primeira se concentra na determinação da necessidade de in-
ser desenvolvida sem antes fazer a
É nesse sentido que se supõe efetiva
formação, que consiste na identifica-
coleta de informações necessárias ao
necessidade de implantação de uma
ção das fontes e tipos de informações
rba | revista brasileira de administração
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
serviços, é necessário informação a
empresas, o que se traduz num grande
três níveis, segundo Anthony (1965):
desafio aos gestores. Tal fato pode ser
Nível estratégico: situado no topo
comparado a um jogo de uma modali-
da pirâmide de uma hierarquia organi-
dade desportiva, em que só há um lugar
zacional. Aqui, são tomadas decisões
de destaque ao primeiro lugar, apesar de
estratégicas, com informações varia-
todos os concorrentes terem a mesma
das, complexas e seguras, advindas
oportunidade de poder ocupar. No mun-
de fontes externas à organização e de
do dos negócios, só será possível auferir
outros níveis hierárquicos. São deci-
dessas oportunidades, saindo vitorioso,
informações que definem objetivos, políticas e diretrizes organizacionais. Nível tácito: considerado nível intermediário que abriga as decisões táticas e que exigem informação pormenorizada, com alguma triagem, havendo responsabilidades na interpretação da informação, que provém de fontes necessárias à organização; na segunda etapa, o processo consiste na obtenção de informações e envolvem a exploração, classificação, formatação e estruturação das informações; já na etapa seguinte, a distribuição, que abrange a forma como as informações vão se espalhar pela organização, até a
internas e sendo obtida com alguma frequência. Nível operacional: aqui são tomadas as decisões operacionais. Decisões para problemas bem definidos, sendo necessárias informações bem claras, provenientes, essencialmente, do sistema interno, com vista a ações imediatas.
quem chegar; e, por fim, a utilização
O papel da gestão da informação, nes-
da informação, que parece ser a fase
se caso, é auxiliar e dar um senso de di-
mais difícil do processo, pois envolve
reção aos níveis estratégicos, vislum-
o aspecto pessoal do uso, como prefe-
brando a eficácia informacional em
rências e necessidades.
todos os níveis apresentados.
Esse processo se vislumbra no sentido
A informação tornou-se tão importante
de que a informação quando criada,
que Drucker (1993 a,b) defende o pri-
organizada e processada pela organi-
mado dela como a base e a razão para
zação passe a ter um valor estratégico
um novo tipo de gestão, para uma nova
e produtivo no seu mundo dinâmico e
forma de gerência não só como recurso,
incerto. O que se é construído nas em-
mas também como força motriz de peso
presas, através do uso da informação e
para tomada de decisão. A gestão mo-
como principal ingrediente de compe-
derna exige que a tomada de decisão seja
titividade, é transformado em conhe-
feita com o máximo de informação.
cimento, em estratégia empresarial.
Assim, diante desse novo cenário, a
Na gestão de uma unidade econômica,
revolução da informação exige a admi-
que tem por base gerar produtos ou
nistração (gestão) da informação nas
se houver uma conjugação coerente de gestão e informação, para assim desenvolver melhores atividades comerciais num mercado sem fronteiras. Referências Bibliográficas ANTHONY, R. N. Planning and control systems: a framework for analysis Cambridge: Harvard University Press, 1965. CHOO, Wei. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: SENAC, 2003. DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da Informação: porque só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998 DRUCKER, P. Gerindo para o Futuro. Difusão Cultural. Lisboa, 1993a DRUCKER, P. Sociedade Pós-Capitalista. Difusão Cultural. Lisboa, 1993b DRUCKER, P. O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo: Nobel, 2002. PONJÚAN DANTE, G. Gestíon de información: dimensiones e implementación para el êxito organizacional. Rosário: Nuevo Parhadigma, 2004.
Foto: Divulgação
sões tomadas a partir de uma gama de
ADM. Claudio Augusto Alves, Mestrando em Ciência da Informação – UFPB Administrador na Secretaria de Recursos Humanos da UFCG/PB
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POR_ ADRIANA SALLES GOMES colaboradorA de HSM MAnagement
SIMPLIFIQUE! Simplicidade foi a palavra de ordem da HSM ExpoManagement 2013 como a melhor resposta para a economia de ruptura mundial atual e sua complexidade. Os palestrantes sugeriram diferentes métodos para simplificar, de novas tecnologias para lidar com o big data ao tradicional estilo gerencial japonês.
O
s “hipopótamos” dominam a tomada de de-
tecendo. Em um ambiente complexo, eles não ajudam a
cisões das empresas desde o surgimento da
simplificar as coisas.
administração moderna, na virada do século
19 para o 20, até hoje. Agora devem abandonar essa responsabilidade, por uma razão: eram efetivos quando o volume de dados relevantes a analisar em uma decisão de
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Essa metáfora do reino animal foi utilizada no auditório principal da última HSM ExpoManagement por Andrew McAfee, pesquisador de negócios digitais da Sloan School que nos últimos anos se tornou referência mun-
negócios mostrava-se baixo, no patamar de dez; hoje per-
dial em empresa 2.0. Vem, na verdade, do acrônimo em
dem a eficácia quando a quantidade de dados por decisão
inglês “hippo”, que significa “opinião da pessoa mais bem
supera os 100 e ruma a 1.000 ou mais, como vem acon-
remunerada” (highest paid person’s opinion). A palavra
rba | revista brasileira de administração
Nos bastidores da HSM ExpoManagement, as ferramentas visuais em prol da simplicidade ganharam grande importância. Pela primeira vez no evento, artistas gráficas desenharam, em tempo real, mapas mentais do que era dito no palco principal. Ao lado, de cima para baixo, estão os painéis que mapearam as palestras de Bill George, Regis McKenna e Vicente Falconi
“hipopótamos” designa, assim, os
tomar decisões deve ser simplificado
pria personificação da simplicidade, in-
executivos experientes que alcan-
pela tecnologia.
clusive. Acionista e CEO da JBS, grupo
çaram o alto da hierarquia de uma empresa e tomam todas as decisões –é possível que você, leitor, seja ou esteja a caminho de ser um deles. Os hipopótamos não chegam a ser os novos dinossauros, analogia animal para quem se desatualizou profissionalmente, porque, segundo McAfee, mantêm-se úteis às empresas de outras maneiras, conforme veremos
O tema “simplicidade na gestão” foi consistentemente desenvolvido ao lon-
Hipopótamos são os executivos experientes que estão no topo das hierarquias corporativas e decidem”
nesta cobertura especial. Só não de-
brasileiro que é o maior processador de proteína animal do mundo, Batista foi questionado sobre como gerenciar um grupo de 185 mil funcionários espalhados pelo mundo e não hesitou: “Acreditamos em fazer coisas simples; podemos ganhar tamanho, mas não podemos perder a essência simples”. A eleição da simplicidade como tema preferencial pela maioria dos palestrantes, estrangeiros e brasileiros,
vem continuar a responder pelo pro-
go de toda essa edição do megaevento
serve de termômetro: indica que os
cesso decisório como fazem hoje. Em
de executivos realizado pela HSM. O
gestores, no Brasil e no exterior, têm
um mundo complexo onde cada deci-
empresário brasileiro de destaque no
externado cada vez mais essa preocu-
são tem mais de 100 dados em jogo,
evento, o goiano Wesley Batista, é a pró-
pação sobre seu dia a dia.
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Diversidade de receitas As recomendações para simplificar variaram entre os palestrantes, no palco principal e nos auditórios paralelos, da Mostra de Conteúdos e Soluções. Fazemos aqui um panorama, para que cada gestor possa escolher a mais adequada à sua empresa ou ao seu perfil, e as mais significativas são detalhadas nas matérias a seguir. • Tecnologia como filtro e elemento conector McAfee ressaltou a tecnologia para tomar decisões a partir do big data (como a gigantesca quantidade de dados disponíveis vem sendo chamada), com quatro usos fundamentais: para previsões e prognósticos, para operações, para gestão de talentos e para identificação (e solução) de problemas. O CEO da Cisco Systems, Rob Lloyd, disse que a tecnologia pode conectar pessoas, processos, dados e objetos para, com simplicidade, melhorar a experiência do consumidor e aumentar a eficiência, a produtividade e a rentabilidade das empresas; é a internet de todas as coisas. “Um sensor que evitasse a perda atual de 30% de água no transporte até o destino final faria uma revolução no agronegócio”, explicou. A CEO e presidente do conselho de administração da IBM, Ginni Rometty, disse A música foi um marcador da HSM ExpoManagement 2013, em linha com a ideia-chave da simplicidade, pois transmite uma série de mensagens. O pianista e maestro João Carlos Martins, com alguns músicos de sua Bachiana Filarmônica, emocionou a plateia com Villa-Lobos e outros clássicos. O pop, o rock e a trilha sonora de cinema também ganharam espaço: cada um que se apresentava no palco principal entrava ao som de uma música-tema que o refletia; o especialista em liderança e ex-CEO Bill George, por exemplo, escolheu o tema de Carruagens de Fogo
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rba | revista brasileira de administração
que, como o propósito corporativo deixou de ser reduzir custos de transação, a empresa precisa transformar-se por inteiro, para alcançar seu novo propósito: tomar decisões e entregar de modo simples, eficiente e eficaz. Não é só a tecnologia que deve mudar, de acordo com ela, mas também a cultura e a liderança.
Imagem: Detalhe dos Painéis
disse, incitando a plateia. Ele o ilustrou com uma decisão da Igreja Católica dos Estados Unidos: vender suas ações em companhias petrolíferas. O filósofo Clóvis de Barros também frisou a importância, nas decisões corporativas, do amor cristão, que fica feliz com a felicidade alheia. • Estilo nipo-brasileiro O consultor Vicente Falconi, que trabalha com boa parte das empresas brasileiras consideradas eficazes, argumentou
• Liderança de equipe
opção para a gestão em um país como
Betania Tanure, professora de gestão
o Brasil, antes mesmo do fenômeno do
da PUC Minas e do Insead, afirmou
big data. Ele explicou: quando persegue
que é preciso gerar uma nova lide-
metas, uma empresa necessariamente
rança que acabe com a aceitação, fre-
tem de sair do território que lhe é fami-
quente nas empresas brasileiras, do
liar e entrar no desconhecido, tratando
“subdesempenho satisfatório”. A sim-
-o, primeiro, como mera hipótese. Isso
plicidade, nesse caso, está no bom sen-
gera medo nas pessoas, especialmente
so: uma empresa deve ser gerenciada e
em uma cultura avessa a riscos como a
liderada sempre por uma equipe, uma
brasileira e que convive com burocracia
vez que, conforme a especialista, sozi-
e o custo Brasil em geral. O antídoto para
nho ninguém é completo –assim, equi-
os temores está na simplicidade para li-
libram-se razão e emoção.
dar com o desconhecido, de modo obje-
• Energia criativa e amor O consultor suíço Didier Marlier sustentou que o melhor modo de simplificar a gestão nesta economia de ruptura é promover a energia criativa das equipes de funcionários em um ambiente acolhedor, que estimule a confiança e a liberdade de criar. Para Paul Dickinson, especialista em sus-
Foto: Shutterstock
que a simplicidade sempre foi a melhor
tivo (trabalhando com dados e análises, como fazem os engenheiros e detetives) e subjetivo (usando a intuição, como os artistas e religiosos). Isso é muito bem feito pela gestão japonesa, segundo Falconi, o modelo que o inspirou e que ele aplica a seus clientes. • É preciso estratégia – e estratégia é inovação
tentabilidade e fundador do Carbon
O indiano Vijay Govindarajan, estu-
Disclosure Project (CDP), os ne-
dioso da Tuck School e grande influên-
gócios só valem a pena se fizerem o
cia de multinacionais como a General
mundo melhorar, e isso depende de o
Electric (GE), já simplificou tudo no
afeto poder condicionar as decisões
próprio título de sua palestra: “Estraté-
empresariais. “É preciso saber deci-
gia é inovação”. Ele convocou todo ges-
dir com o coração; quem sabe o Brasil
tor a focar em transformar seu negócio
não ensina isso ao resto do mundo?”,
em líder de mercado em 2025 e reco-
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mendou que construa sua estratégia para chegar lá coordenando atividades entre três caixas: para gerenciar o presente, para esquecer o passado, para criar o futuro.
• Histórias (impossíveis) e design Em palestra na estação do conhecimento Brasil DesignWeek, a gerente de criação da Disney Brasil, Tokie Esaka, contou que os sucessos da
• Três visões de marketing
Disney no cinema desenvolvem-se
Regis McKenna, que foi “guru” de
sempre a partir de uma história im-
Steve Jobs e de outros empreendedores do Vale do Silício, disse que o marketing precisa aprender a seguir a tecnologia –esta não entra como
possível –o que desativa o racional e ativa o emocional das pessoas–, que é trabalhada tanto por meio de storytelling como com o desenho, receita
canal, mas como fator transforma-
simples para envolver pessoas.
dor das pessoas. No que se refere à
• Pensar dentro da caixa
estratégia de marketing, pode-se citar Michael Porter, que defendeu a diferenciação das empresas –“continua a ser o maior fator de competitividade”. Jaime Troiano alertou para a importância de a marca traduzir o propósito corporativo e aglutinar todos em torno dele. E ensinou
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Imagem: Detalhe dos Painéis
Os painéis logo tornaram-se alvo das fotografias de celular; além de sintetizarem o conhecimento que acabava de ser adquirido, ensinavam ao público como se faz um mapa mental. Em cima, no alto, está o mapa mental da apresentação de Betania Tanure; embaixo, o painel sobre Jaime Troiano
Wesley Barbosa, executivo de negócios no Brasil do Baidu, o Google da China, disse que mais simples é privilegiar a usabilidade para um produto, ou a visão tradicional para uma empresa, em detrimento de inovação e modelo de negócio criativo. Ele argumentou contra práticas
• Foco nas mulheres O consumo feminino ainda não é bem compreendido pelas empresas, até por haver relativamente poucas mulheres em cargos de liderança. Mas, conforme Michael Silverstein, do Boston Consulting Group, disse na HSM ExpoManagement 2013, o esforço para compreendê-las pode ser o modo mais simples e eficaz de ter sucesso. O consultor compartilhou pesquisas sobre elas.
A PROVA DEFINITIVA A evidência de que as precariedades do mundo vêm causando insegurança e pedindo por simplificação também veio de Silverstein: seus estudos nos
que propósito se descobre com uma
como o brainstorming de funcionários,
pergunta: “O que o mundo perderá
por exemplo, que tende a matar as ideias
se sua empresa deixar de existir?”.
simples (melhor seria pedir sugestões
Philip Kotler, o “pai” do marketing
anônimas), e a cocriação com consu-
para muitos, reforçou a mensagem
midores, que pode levar à perda de foco
se apresentou no auditório do Café
ao discorrer sobre como crescer em
e excesso de informações. Subtrair ele-
Filosófico da CPFL, citou Thomas
tempos de crise: “Quem tiver marcas
mentos dos produtos para simplificá-los
Hobbes (1588-1679) a esse respeito: a
fortes terá o mundo a seus pés”.
foi uma das recomendações de Barbosa.
vida se organiza nas precariedades. .
rba | revista brasileira de administração
Estados Unidos revelam que 35% das mulheres hoje casadas acreditam que estarão divorciadas em cinco anos. O filósofo Luiz Felipe Pondé, que
Conheça a nova HSM Management, a revista que continua com conteúdo de maior relevância aos líderes brasileiros, mas agora com um novo design gráfico e editorial.
POR_ ADRIANA SALLES GOMES colaboradorA de HSM MAnagement
O PARADIGMA está, enfim, mudando
EXECUTIVOS, PROFESSORES E CONSULTORES DESTACARAM A LIDERANÇA DISTRIBUÍDA E “AGRIDOCE”
C
omo uma empresa de 400
No campo da tecnologia, tudo se torna
de ruptura e desafios? “Eu privilegio a
mil funcionários pode rein-
programável, e até autoprogramável.
clareza acima de tudo, porque clareza
ventar-se por completo?
No da cultura organizacional, a tônica
acaba sendo sinônimo de execução na
Esse é o desafio atual da IBM que sua
passa a ser a do envolvimento um a um
vida real. Também continuo a agir com
CEO, Ginni Rometty, compartilhou
entre as pessoas e os líderes, mesmo em
as pessoas como agi em toda a minha
com o público da HSM ExpoManage-
uma comunidade de 400 mil. Quan-
carreira: sempre tentando aprender
ment 2013. “Nos tempos que vivemos,
to à liderança, o princípio agora é o de
algo com elas”, resume a CEO.
todas as organizações terão de migrar
stewardship, termo em inglês que pode
do paradigma da empresa eficiente
ser traduzido como gestão ética e res-
para o da empresa inteligente, que cria
ponsável. A CEO da IBM compartilhou
valor continuamente –o que significa
sua definição com a plateia do auditório
criar produtos que não se pareçam com
principal: “O líder, agora, tem de tomar
nada que existia antes– e que inspira
decisões de curto prazo em um contex-
confiança”, explicou ela.
to de longo prazo; é a junção da estraté-
Isso requer uma tecnologia, uma cultura e uma liderança diferentes, segundo
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O empresário Wesley Batista, CEO da JBS
gia com a responsabilidade socioambiental empresarial”.
A plateia da HSM ExpoManagement teve a oportunidade de comparar a proposta de Rometty com a de Wesley Batista, o empresário goiano que é CEO da JBS, a maior processadora de proteína animal do mundo, com 185 mil funcionários. As duas máximas que o guiam, disse ele, são a simplicidade e o respeito às pessoas.
Rometty, e pode ser feito de maneira
E como Rometty, que foi considerada
Na prática, isso significa que, mesmo
razoavelmente rápida e simples se o
a executiva mais poderosa do mundo
com esse tamanho todo, a burocracia
tecido social colaborar –leia-se: as 400
pela revista Fortune em 2012 e 2013,
(e a divisão em feudos) é diariamente
mil pessoas da IBM, nesse caso.
exerce sua liderança nesse contexto
combatida na organização. “Somos um
rba | revista brasileira de administração
Michael Beer, da Harvard Business School
CEO e chairman mundial da IBM, Ginni Rometty
Professora Betania Tanure
grupo de gente que aprende fazendo e
de tirania. No caso da IBM, Hamel já
com gosto.” Esse é o estilo Frog, como
a citou várias vezes por conta de suas
Wesley Batista e seus irmãos o batiza-
inovadoras jam sessions de ideias dos
ram, que seria “from Goiás”, ou vindo
colaboradores, que convertem a gigan-
de Goiás. Que não se iludam: há muita
tesca companhia em um laboratório
tecnologia e processos bem estrutura-
experimental, exatamente como ele
dos lá dentro, mas o eixo é o comparti-
acredita que deve ser.
lhado pelo CEO.
O senão de Hamel seria se essas em-
LIDERANÇA DISTRIBUÍDA
presas dependessem desses dois líde-
Se tivesse se apresentado no mesmo dia
importante, mas nenhum líder pode
de Batista e Rometty, Gary Hamel os teria visto e vibrado. Ele, que é o maior pesquisador de inovação em gestão, apreciaria o estilo Frog, como apre-
À esquerda, o especialista em inovação em gestão Gary Hamel;
res. Para o especialista, a liderança é ser insubstituível. “Foi por não entender isso que a Microsoft parou de inovar sem Bill Gates, por exemplo.” E de simplificar. Michael Beer, professor
cia todas as empresas que procuram
da Harvard Business School, concor-
privilegiar as pessoas em detrimento
da. Ele destacou o papel do líder como
da burocracia –a seu ver, a burocracia
agente de transformação da empre-
é o maior entrave à simplicidade e ao
sa, o que requer autoconhecimento e
desempenho, além de ser uma forma
autenticidade de sua parte, além de
À direita, o consultor Vicente Falconi
MARÇO/ABRIL – 2014 | nº 99
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disposição de ser parceiro dos funcionários, mas reforçou a importância de O professor de filosofia Clóvis de Barros participou dos três dias da HSM ExpoManagement, com o patrocínio do Hospital Sírio-Libanês, provocando nos executivos reflexões profundas com sua usual linguagem rasa –ou baseada em energia e em palavrões, como ele a define. Em uma das palestras, por exemplo, ele discorreu sobre as três expressões de amor que estão em nossa vida: o desejo do que nos falta (eros, como o amor platônico), a alegria de aproveitar o que já se tem (filia, como o aristotélico) e o bem-querer incondicional do próximo (ágape, como o cristão). De acordo com Barros, dois grandes desafios para as empresas no mundo atual estão em converter o amor de Platão, que é hegemônico nos negócios, em amor aristotélico e em amor cristão. No primeiro caso, as organizações têm de conseguir transmitir, em sua busca de resultados, que a cada meta alcançada corresponde uma vida boa e um significado para as pessoas. No segundo, devem mostrar que “uma equipe de pessoas que se preocupam com os colegas dificilmente é vencida”. Barros lançou no evento seu livro O Executivo e o Martelo (ed. HSM).
adotar o modelo de liderança coletiva. Para Betania Tanure, professora de Gestão da PUC Minas e do Insead, o dirigente, que alia o perfil de gestor (preocupado com a eficiência) ao de líder (que gera significado para as pessoas), lidera em equipe, não sozinho. Ela lamenta que, no Brasil, dirigentes e mesmo líderes ainda sejam relativamente raros. “O que há são gestores preocupados com eficiência, o que é necessário, mas não suficiente.” De acordo com Vicente Falconi, para quem a liderança é um pé do tripé do sucesso, o líder cumpre ao menos duas funções chave para o sucesso de uma
Um dos fatores que tornam os dias atuais mais complexos para as pessoas pode ser sua relação desequilibrada com o tempo. Não tem a ver com a angústia pela falta de tempo, da qual tanto se reclama, e sim com uma escolha mais profunda que fazemos.
GERENCIANDO NOSSA RELAÇÃO
COM O TEMPO
Todos praticamos trocas entre presente e futuro: incorremos em um custo agora para obter um benefício mais tarde ou usufruímos o benefício no presente para pagar no futuro. Pessoas e sociedades priorizam um ou outro tipo de troca, e, se isso ocorrer em níveis razoáveis, não há problema em qual é priorizado. A complexidade do ambiente aumenta, no entanto, quando uma das
O economista Eduardo Giannetti, professor do Insper
opções é hegemônica. “É natural que as pessoas estabeleçam com o tempo uma posição credora ou devedora”, explicou o economista e professor do Insper Eduardo Giannetti à plateia do auditório CBN Young Professionals, da HSM ExpoManagement. Ele exemplificou-as na carreira: quem prefere um emprego que remunere menos hoje porém ofereça mais perspectivas de futuro está tomando uma posição credora; quem empreende com capital de investidores coloca-se na posição devedora, usufruindo agora para pagar mais tarde. O que ocorre, contudo, quando uma sociedade começa a agir como um agrupamento de James Deans [ator de Hollywood conhecido por seus excessos e morto prematuramente], vivendo cada dia como se fosse o último, consumindo ao máximo tudo o que dá prazer? Ou,
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empresa: recruta as pessoas certas e as faz crescer; garante que as metas sejam alcançadas com método pela equipe de modo ético. Falconi ecoa o conceito de liderança de Hamel ao dizer que esta não deve ser centrada apenas no indivíduo que lidera formalmente, mas distribuída pelo contexto em que o líder atua, como equipe, cultura, clima, valores da companhia etc. Para o consultor, a melhor maneira de uma companhia crescer é ter excesso de líderes preparados para poder acionar nos momentos de expansão. “É assim que a Ambev e as empresas de Marcel Telles, Jorge Paulo Lemann e Beto Sicupira crescem”, observou o professor.
Carlos Wizard Martins, fundador do Grupo Multi de Educação (vendido para a Pearson recentemente), apresentou-se como um professor empreendedor e disse, no Atelier de Líderes, que tanto não faltam oportunidades para quem quer empreender no Brasil que aqui surgem 30 novos milionários por dia. "O desafio é descobrir qual é seu dom e se perguntar se ele atende a uma necessidade do mercado", afirmou.
então, quando seus membros se recusam a realizar coisas concen-
e não apenas para o imediato, a “intoxicação hormonal” de
trando-se apenas nos sonhos de amanhã, como faziam os japone-
posição devedora predominará.
ses nos anos 1960, que só poupavam dinheiro, não consumindo
Um dos principais problemas do desequilíbrio atual do Ocidente
quase nada?
em sua relação com o tempo é o paradoxo entre o hiperconsu-
O hiperconsumismo que se verifica hoje na sociedade ocidental
mismo e a maior longevidade. O aumento da expectativa de vida
como um todo, e particularmente no Brasil, é uma evidência de
requer dos indivíduos mais posições credoras, o que não está acon-
exagero de posições devedoras de James Dean, assim como o é o
tecendo, e as consequências podem ser nefastas. Se não houver
fato de boa parte das pessoas trabalhar só pelo dinheiro.
reequilíbrio na relação com o tempo, cumpre-se ainda o que dizia
Esse imediatismo é um fenômeno esperado quando há alguma tra-
Karl Marx: trabalhar vira apenas alugar seu tempo ao empresário
gédia, segundo Giannetti –por exemplo, por ocasião do atentado
e a pessoa só se sente ela mesma quando não está trabalhando.
terrorista de 11 de setembro de 2001, pesquisas mostraram que
Simplificar, nesse caso, tende a ser uma escolha individual. "O se-
despencou a demanda de spas, academias e dietas nos Estados
gredo é saber conciliar a pressão para ter renda com uma atividade
Unidos, pois, inseguras quanto à existência do futuro, as pessoas
que realize nosso potencial criativo, inovador, para que mostremos
concentraram-se em usufruir benefícios do presente. No entanto,
realmente quem somos", afirmou Giannetti no evento.
na ausência de fatores externos, é preocupante.
Simplificar também pode ser uma escolha das empresas, se in-
O desequilíbrio em prol da posição devedora ainda encontra ex-
cluírem, de modo planejado, pessoas de posição credora em
plicações na criação familiar: uma criança que não é ensinada a
seu mix de funcionários. Como a plateia pôde deduzir da pales-
aceitar perdas para colher benefícios não desenvolve capacidade
tra de Giannetti, as mulheres costumam ser mais credoras do
de espera nas mínimas situações cotidianas.
que os homens, especialmente os homens jovens, e o mesmo
“O equipamento cerebral para fazer essas trocas intertempo-
vale para pessoas com mais idade.
rais é constituído quando temos entre 4 e 12 anos de idade,
As estatísticas comprovam isso: 80% dos assassinados e 90% dos
segundo as pesquisas, e, sem o exercício das frustrações, ele
assassinos são homens jovens; o consumo de drogas e álcool deles
pode ser atrofiado”, explicou o economista. Se o adulto tam-
é duas vezes maior do que o delas, e eles registram taxas de suicí-
bém não orientar o adolescente a olhar para a longa trajetória
dio três vezes superiores às femininas.
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BUSCA DO ESTILO AGRIDOCE: RAZÃO COMBINADA COM EMOÇÃO As oportunidades de simplificar com as pessoas são as mesmas que podem
inclui o adjetivo “agridoce”, acre como
clientes, as metas nunca podem ser
o gestor e doce como o líder.
estabelecidas de cima para baixo, nem
Mesmo Falconi, muito mais associa-
a partir do nada. Elas devem ser fac-
do ao que é racional, revelou um lado
tíveis, como um desdobramento de
agridoce ao reiterar a importância das
oportunidades reais de ganho (correspondendo a lacunas de desempenho
tirar o Brasil da “era do subdesempenho satisfatório”, como a chamou Betania Tanure em sua palestra. Segundo a professora, nosso país possui boa quantidade de gestores nas organizações (profissionais preocupados com a eficiência), mas poucos líderes (que são os que influenciam e geram significado para as pessoas) e raros dirigentes (os capazes de aliar o perfil de
existentes), e têm de ser determinadas
O imediatismo é esperado quando há uma tragédia, mas, na falta de uma, mostra-se preocupante”
é preciso ser racional, para mudar as coisas é necessário inspirar”, observou ela. O glossário de liderança de Tanure
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Na segunda menção às emoções, Falconi observou que as metas assustam as pessoas porque implicam entrar em território desconhecido e recomendou que essa abordagem ao desconhecido seja feita de modo objetivo (com análises que costumam levar tempo) e também subjetivo (com
eficiência ao de influenciador). “Isso não basta. Ao mesmo tempo em que
em conjunto com a equipe.
intuição, o que é mais rápido, embora emoções e das pessoas ao menos duas
precise se submeter à verificação de-
vezes durante sua participação.
pois). Falconi até aconselhou que as
Na primeira, o especialista deixou
pessoas façam meditação para aperfei-
claro que, no método que propõe aos
çoar a intuição, como ele mesmo faz.
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CONEXÃO
Marketing segundo Peter Drucker O livro é o primeiro olhar abrangente da sabedoria do marketing de um dos mais influentes pensadores empresariais da história moderna. Um antigo aluno de Peter Drucker, William Cohen, examinou seu vasto trabalho, separou suas ideias mais relevantes sobre marketing e colocou-as em uma moldura que não apenas delineia a filosofia de marketing de Drucker, como fornece conselhos práticos sobre como atingir metas de marketing no cenário empresarial de hoje. Autor: William A. Cohem, PhD | Categoria: Administração, Vendas e Marketing
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Brasil Pentacampeão – 300 momentos de emoção Este livro é uma homenagem e um agradecimento a todos os campeões mundiais das Copas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, que proporcionaram ao Brasil o privilégio de ser o único país Pentacampeão, descreve emoções especiais e específicas narradas pelos depoentes, incluindo trinta e três Campeões do Mundo, que ficaram gravadas em suas memórias e ao relembrá-las, brota-lhes, naturalmente, um sorriso de felicidade e saudade. Autores: Milton Mira de Assumpção Filho e Tiana Chinelli | Categoria: Esportes e Lazer |
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Confiança Criativa Libere sua criatividade e implemente suas ideias A inovação e a criatividade são reconhecidas como os principais elementos por trás do sucesso nos negócios e, atualmente, são tidas como características fundamentais em líderes. Mas muitos acham que a criatividade é exclusiva de alguns poucos “tipos criativos” — pintores, escultores, designers ou escritores profissionais. Em Confiança criativa, os irmãos Kelley nos lembram que todos temos muitas ideias e insights para oferecer. Eles mostram que a criatividade é uma abordagem proativa na busca por soluções. Nem todos somos artistas, mas podemos ser advogados, médicos, gerentes ou vendedores mais criativos. Autores: Tom Kelley e David Kelley | Categoria: Administração em Geral | Editora: HSM Edição: 1.ª | Número de páginas: 264.
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LEI SECA CONSELHO
INICIATIVA SMART CITIES, DA FGV PROJETOS, BUSCA SOLUÇÕES COLABORATIVAS PARA MELHORAR AS CIDADES BRASILEIRAS
D
esenvolver projetos de assessoria técnica com o objetivo de introduzir modelos de gestão e planejamento que facilitem a in-
trodução de soluções inteligentes – tecnológicas e não tecnológicas – de acordo com as necessidades locais das cidades brasileiras é um dos principais objetivos
Foto: Shutterstock
ADMINISTRADOR, publique seu artigo no site do CFA
E
m setembro de 2013, o Conselho Federal de Administração (CFA) lançou novo portal com o objetivo de celebrar os 48 anos da re-
gulamentação da Administração e aperfeiçoar os servi-
da Iniciativa Smart Cities, da Fundação Getúlio Vargas
ços oferecidos aos profissionais.
(FGV) Projetos.
Uma das novidades do novo portal é a seção de artigos. O
O Conselho Federal de Administração (CFA), por meio
espaço é aberto para os estudantes de Administração e
da Câmara de Gestão Pública, apoia essa ideia e, para
todos os profissionais registrados que desejarem publi-
isso, convoca todos os Administradores que atuam na
car artigos no portal do CFA.
esfera pública municipal para participar de uma pes-
Os interessados em enviar artigos para o site da autar-
quisa de percepção sobre Cidades Inteligentes.
quia precisam, primeiramente, cadastrar o currículo no
A pesquisa é on line e visa atender melhor às demandas específicas municipais acerca de projetos de cidades inteligentes. Além disso, o resultado do estudo poderá servir de subsídio para o desenvolvimento de possíveis ações do Sistema CFA/CRAs na área da Administração Pública,
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Print: cfa.org.br
CFA apoia pesquisa sobre Cidades Inteligentes
portal, no link http://www.cfa.org.br/acoes-cfa/bancode-curriculos. Depois do cadastro, o site disponibilizará um espaço onde os profissionais poderão enviar os textos. Os artigos serão avaliados pelo Conselho Editorial do portal e, uma vez aprovados, serão publicados.
especialmente, em relação à sustentabilidade das cidades.
NORMAS
Para participar, bastar acessar o endereço:
As normas para publicação de artigos podem ser visua-
www.casullodevelopers.com.br/homologacao/fgv2/
lizadas no portal. Dúvidas podem ser encaminhadas
ou o portal do CFA – www.cfa.org.br
para o e-mail portal@cfa.org.br.
rba | revista brasileira de administração
Ilustração: Fernando Ratis
Administrador,
use ADM antes do nome
O
Administrador é um profissional
de
múltiplas
competências que faz a
diferença na gestão das organizações públicas. Portanto, o Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (Sistema CFA/CRAs) lançou este ano a campanha “Use Adm antes do nome”.
Currículos já podem ser cadastrados no Portal ADM Empregos “PORTAL ADM EMPREGOS” É UMA INICIATIVA DO CFA VOLTADA EXCLUSIVAMENTE PARA PROFISSIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO REGISTRADOS
O
Conselho Federal de Administração (CFA), por meio da Câmara de Estudos e Projetos Estratégicos (CEPE), lançou em janeiro o projeto “PortalADMempregos”. O benefício é exclusivo para profissio-
nais de Administração – Administradores e Tecnólogos – registrados e em dia com a anuidade do Conselho Regional de Administração (CRA). “O objetivo da iniciativa é proporcionar a esses profissionais um canal de empregos, bem como permitir que as empresas possam oferecer oportunidades
Além de valorizar a profissão, a cam-
para estes candidatos”, disse o Conselheiro Federal e Diretor da CEPE, Adm.
panha tem como objetivo mostrar
Rui Otávio Bernardes de Andrade.
as três letras que fazem a diferença e conscientizar os administradores a utilizarem a sigla Adm antes do nome.
Para ter acesso ao serviço, os profissionais de Administração poderão acessar o site do www.admempregos.org.br onde eles irão cadastrar seus currículos. Além disso, as empresas autorizadas divulgarão suas vagas e
Administrador registrado no CRA
também poderão pesquisar candidatos. A ideia é semelhante aos sites de
mostre que você tem orgulho da pro-
emprego que já estão no mercado, mas com o diferencial de ser gratuito e
fissão, use Adm antes do nome.
especializado no segmento de Administração.
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Conselho
Imposto de Renda pode ajudar crianças e idosos PUBLICAÇÕES CRIADAS PELO CFA ORIENTAM AQUELES QUE DESEJAM DESTINAR PARTE DO IMPOSTO DE RENDA PARA AJUDAR PROJETOS SOCIAIS
C
omeçou no dia 6 de março o prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2014, ano-base 2013. Quem deseja ajudar uma instituição social sem ter gasto
extra pode destinar uma parcela no Imposto de Renda para o Fundo para a Infância e Adolescência ou para o Fundo Nacional do Idoso. Com o objetivo de maximizar o número de doadores, o Sistema Conselhos Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs) publicou os guias “Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente – Como investir seu imposto de renda em benefício das nossas crianças e adolescentes” e “Fundo Nacional do Idoso – Como investir seu imposto de renda em benefício dos nossos idosos”.
no Sistema CFA/CRAs
O
Sistema CFA/CRAs já se prepara para as eleições que vão eleger novos
conselheiros federais e regionais. O regulamento que define as regras do sufrágio foi aprovado pela Resolução Normativa nº 438, de 20 de dezembro de 2013. Mais uma vez, o CFA realizará o plei-
“Essas publicações são uma iniciativa que visa contribuir com o Pacto
to pela internet por meio do site www.
Global. Com ela, esperamos divulgar o benefício para todo o país”, diz o
votaadministrador.org.br. Entretanto,
presidente do CFA, Adm. Sebastião Luiz de Mello.
o Conselho faz um alerta para que
O presidente aposta, ainda, nas vantagens em contribuir com os Fundos. “A doação tem custo zero e, depois de declará-la, o valor será restituído ou deduzido da quantia que deve ser para a Receita Federal”, explica, lembrando que, ao contribuir, a pessoa decide qual o destino da doação. “O doador pode destinar o imposto para fundos municipais ou para o
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ANO DE ELEIÇÕES
Administradores e Tecnólogos registrados e em dia com os Conselhos Regionais de Administração (CRAs) mantenham seus dados cadastrais – como endereço e e-mail – atualizados.
fundo estadual”, explica.
Esse procedimento é necessário para
As publicações estão disponíveis no site do CFA: http://www.cfa.org.br/
ção via internet. Mais informações no
servicos/publicacoes.
portal www.cfa.org.br
rba | revista brasileira de administração
que o eleitor receba a senha para vota-
Conselhos Regionais de ADministração CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ACRE (CRA-AC) Presidente:Adm. MARCOS CLAY LÚCIO DA SILVA Av. Brasil nº 303 - Sala 201 - Centro Empresarial Rio Branco - Centro - 69900-191 - RIO BRANCO/AC Fone: (68) 3224-1369 E-mail: craacre@gmail.com Home Page: www.craac.org.br Horário de funcionamento: 8h30 às 14h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ALAGOAS (CRA-AL) Presidente: Adm. ALAN HELTON DE OMENA BALBINO Rua João Nogueira nº. 51 - Farol - 57021-400 MACEIÓ/AL Fone: (82) 3221-2481 - Fax: (82) 3221-2481 E-mail: presidencia@craal.org.br; gabinete@craal.org.br Home Page: www.craal.org.br Horário de funcionamento: das 7h às 13h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAPÁ (CRA-AP) Presidente:Adm. EDILJANE MARIA CAMPOS DA FONSECA Rua Jovino Dinoá nº 2455 - Central- 68900-075 MACAPÁ/AP Fone: (96) 3223-8602 E-mail: cra.macapa@gmail.com Horário de funcionamento: das 8h às 17h/Atend. Público 9h às 15h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO AMAZONAS (CRA-AM) Presidente:Adm. JOSÉ CARLOS DE SÁ COLARES Rua Apurinã, 71 - Praça 14 - 69020-170 - MANAUS/AM Fone: (92) 3303-7100 - Fax: (92) 3303-7101 E-mail: conselho@craamazonas.org.br Home Page: www.craamazonas.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA BAHIA (CRA-BA) Presidente:Adm. ROBERTO IBRAHIM UEHBE Av. Tancredo Neves nº 999 - Ed. Metropolitano Alfa - Salas 601/602 - Caminho das Árvores - 41820021 SALVADOR/BA Fone: (71) 3311-2583 - Fax: (71) 3311-2573 E-mail: cra-ba@cra-ba.org.br Home Page: www.cra-ba.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO CEARÁ (CRA-CE) Presidente: Adm. ILAILSON SILVEIRA DE ARAÚJO Rua Dona Leopoldina nº 935 - Centro - 60110-001 FORTALEZA/CE Fone: (85) 3421-0909 - Fax: (85) 3421-0900 E-mail: presidente@cra-ce.org.br Home Page: www.craceara.org.br Horário de funcionamento: das 8h30 às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL (CRA-DF) Presidente:Adm. CARLOS ALBERTO FERREIRA JÚNIOR SAUS - Quadra 6 - 2o. Pav. - Conj. 201 - Ed. Belvedere 70070-915 - BRASÍLIA/DF Fone: (61) 4009-3333 - Fax: (61) 4009-3399 E-mail: presidencia@cradf.org.br, carlos.ferreira@ agricultura.gov.br Home Page: www.cradf.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO ESPIRITO SANTO (CRA-ES) Presidente: Adm. MARCOS FELIX LOUREIRO Rua Aluysio Simões, 172 - Bento Ferreira - 29050-632 - VITÓRIA/ES Fone: (27) 2121-0500 - Fax: (27) 2121-0539 E-mail: craes@craes.org.br Home Page: www.craes.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17:30h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE GOIÁS (CRA-GO) Presidente: Adm. SAMUEL ALBERNAZ Rua 1.137, Nº 229, Setor Marista - 74180-160 GOIÂNIA/GO Fone: (62) 3230-4769 - Fax: (62) 3230-4731 E-mail: crago@crago.org.br Home Page: www.crago.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h
Listagem atualizada até o dia 27/03/2014
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO MARANHÃO (CRA-MA) Presidente:Adm. ISABELLE CRISTINE RODRIGUES FREIRE MARTINS Rua José Bonifácio, 920 - Centro - 65010-020 - SÃO LUIS/MA Fone: (98) 3231-4160/3231-2976 - Fax: (98) 32314160/231-2976 E-mail: crama@cra-ma.org.br/ financeiro@cra-ma.org.br/oamilton@ibest.com.br Home Page: www.cra-ma.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 14h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO (CRA-MT) Presidente: Adm. LUIS CESAR SIMÕES DE ARRUDA Rua 05 - Quadra 14 - Lote 05 - CPA - Centro Político e Administrativo - 78050-900 - CUIABÁ/MT Fone: (65) 3644-4769 - Fax: (65) 3644-4769 E-mail: cra.mt@terra.com.br Home Page: www.cramt.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO DO SUL (CRA-MS) Presidente:Adm. HARDUIM REICHEL Rua Bodoquena nº 16 - Amambaí - 79008-290 - CAMPO GRANDE/MS Fone: (67) 3316-0300 E-mail: presidencia@crams.org.br Home Page: www.crams.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MINAS GERAIS (CRA-MG) Presidente:Adm. SÔNIA FERREIRA FERRAZ Avenida Afonso Pena nº 981 - 1o. Andar - Centro - Ed. Sulacap - 30130-907 - BELO HORIZONTE/MG Fone: (31) 3274-0677 - 3213-5396 - Fax: (31) 32735699/3213-6547 E-mail: presidencia@cramg.org.br Home Page: www.cramg.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARÁ (CRA-PA) Presidente:Adm. JOSÉ CÉLIO SANTOS LIMA Rua Osvaldo Cruz nº 307 - Comércio - 66017-090 BELÉM/PA Fone: (91) 3202-7889 - Fax: (91) 3202-7851 E-mail: gabinete@crapa.org.br / presidencia@crapa.org.br Home Page: www.crapa.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 15h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA PARAIBA (CRA-PB) Presidente:Adm. FRANCISCO DE ASSIS MARQUES Av. Piauí nº 791 - Bairro dos Estados - 58030-331 JOÃO PESSOA/PB Fone: (83) 3224-3101 / 3243-3123 E-mail: crapb@crapb.org.br Home Page: www.crapb.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 12h e de 13h às 17h
CRAs
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO DE JANEIRO (CRA-RJ) Presidente:Adm. WAGNER SIQUEIRA Rua Professor Gabizo nº 197 - Edf. Belmiro Siqueira Tijuca - 20271-064 - RIO DE JANEIRO/RJ Fone: (21) 3872-9550 - Fax: (21) 3872-9550 E-mail: secretaria@cra-rj.org.br Home Page: www.cra-rj.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 17h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE (CRA-RN) Presidente:Adm. KATE CUNHA MACIEL Rua Coronel Auriz Coelho nº 471 - Lagoa Nova - 59075050 - NATAL/RN Fone: (84) 3234-6672/9328 - Fax: (84) 3234-6672/9328 E-mail: cra-rn@crarn.com.br Home Page: www.crarn.com.br Horário de funcionamento: das 12h às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL (CRA-RS) Presidente:Adm. CLÁUDIA DE SALLES STADTLOBER Rua Marcílio Dias nº 1030 - Menino Deus - 90130-000 PORTO ALEGRE/RS Fone: (51) 3014-4700/3014-4769 - Fax: (51) 3233-3006 E-mail: diretoria@crars.org.br;secretaria@crars.org.br Home Page: www.crars.org.br Horário de funcionamento: das 8h30 às 17h30 CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RONDÔNIA (CRA-RO) Presidente:Adm. ANDRÉ LUIS SAONCELA DA COSTA Rua Tenreiro Aranha, nº 2988 Olaria – 76801-254 PORTO VELHO/ROFone: (69) 3221-5099/3224-1706 - Fax: (69) 3221-2314 E-mail: presidencia@craro.org.br Home Page: www.craro.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h /Atend. Público 08horas às 14 horas CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE RORAIMA (CRA-RR) Presidente: Adm. UBIRAJARA RIZ RODRIGUES Rua Prof. Agnelo Bitencourt, 1620 - São Francisco 69.305170 - BOA VISTA/RR Fone: (95) 3624-1448 - Fax: (95) 3624-1448 E-mail: crarr@crarr.org.br; presidente@crarr.org.br; gerenciaexecutiva@crarr.org.br Home Page: www.crarr.org.br Horário de funcionamento: das 7h30 às 18h CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SANTA CATARINA (CRA-SC) Presidente: Adm. ANTONIO CARLOS DE SOUZA Av. Prefeito Osmar Cunha, 260 - 7º andar Salas 701 a 707/ 801 a 807 Ed. Royal Business Center - Centro 88015-100 Florianópolis – SC Fone: (48) 3224-4181/6545/8622 - (CRA) - Fax: (48) 3224-0550 E-mail: crasc@crasc.org.br Home Page: www.crasc.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARANÁ (CRA-PR) Presidente:Adm. GILBERTO SERPA GRIEBELER Rua Cel. Dulcídio nº 1565 - Água Verde - 80250-100 CURITIBA/PR Fone: (41) 3311-5555 E-mail: presidencia@cra-pr.org.br Home Page: www.cra-pr.org.br Horário de funcionamento: das 9h às 18h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO (CRA-SP) Presidente:Adm. WALTER SIGOLLO Rua Estados Unidos nº 865/889 - Jardim América - 01427001 - SÃO PAULO/SP Fone: (11) 3087-3208/ 3087-3459 - Fax: (11) 3087-3256 E-mail: secretaria@crasp.gov.br Home Page: www.crasp.com.br Horário de funcionamento: das 8h às 17h30 / Atend. Público 9h às 17h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE PERNAMBUCO (CRA-PE) Presidente:Adm. ROBERT FREDERIC MOCOCK Rua Marcionilo Pedrosa nº 20 - Casa Amarela - 52051330 - RECIFE/PE Fone: (81) 3268-4414/3441-4196 - (81) 3268-4414 E-mail: cra@crape.org.br Home Page: www.crape.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 14h / Atend. Público 8h às 12h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE SERGIPE (CRA-SE) Presidente: Adm. DIEGO CABRAL FERREIRA COSTA Rua Senador Rollemberg, 513 - São José - 49015-120 ARACAJU/SE Fone: (79) 3214-2229/3214-3983 - Fax: (79) 32143983/3214-2229 E-mail: atendimento@crase.org.br ; Home Page: www.crase.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 14h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PIAUÍ (CRA-PI) Presidente:Adm. PEDRO ALENCAR CARVALHO SILVA Rua Áurea Freire, nº 1349 - Jóquei - 64049-160 TERESINA/PI Fone: (86) 3233-1704 - Fax: (86) 3233-1704 E-mail: administrativo@cra-pi.org.br Home Page: www.cra-pi.org.br Horário de funcionamento: das 12h às 19h
CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE TOCANTINS (CRA-TO) Presidente: Adm. ROGÉRIO RAMOS DE SOUZA Registro:011 - Aniversário: 03/12 602 Norte Av. Teotonio Segurado Conj. 01 Lt 06 - 77.7006700 -PALMAS/TO Fone: (63) 3215-1240/3215-8414 E-mail: atendimento@crato.org.br Home Page: www.crato.org.br Horário de funcionamento: das 8h às 18h
MARÇO/ABRIL – 2014 | nº 99
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CERTIFICAÇÃO POR_Nájia Furlan
CERTIFICAÇÃO
PROFISSIONAL: nem vaidade, nem competição. Necessidade
Foto: Shutterstock
ADMINISTRADOR SAMUEL MELO JÚNIOR AFIRMA QUE INVESTIR EM QUALIFICAÇÃO É TER AS HABILIDADES E CONHECIMENTOS VALIDADOS
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rba | revista brasileira de administração
E
m tempos em que o mercado
“Hoje não existe mais dúvida de que as
vem instrumentos de acompanhamento
é voraz – em competitivi-
organizações de sucesso são aquelas
de negócios que suportam melhores de-
dade, oferta e demanda –,
que souberam valorizar seus profis-
cisões”, afirma Picarelli.
assim como são altos os padrões críticos
sionais, dando-lhes condições de cres-
e de exigência dos clientes, a certificação
cimento e reconhecendo suas contri-
Sobre a certificação profissional, o con-
profissional passa a ter um valor muito
buições ao negócio da empresa. Na era
maior e mais significativo do que a simples garantia de um bom futuro a um único trabalhador. Seja na administração pública ou na privada, garantir eficiência e qualidade é questão de sobrevivência. Para o consultor em Gestão Empresarial e de Pessoas Vice nte Picarelli Filho, sócio aposentado da Deloitte, não é de hoje
do conhecimento, as pessoas fazem a diferença nas organizações, agregando valor aos negócios por meio de processos eficientes, contribuições aos resultados, inovações”, complementa. Ele, que já foi responsável pela Consultoria de Capital Humano da empresa no Brasil e América Latina, garante que a relação entre a competitividade da
sultor diz ser importante por tornar pública a capacidade de realização de um profissional em determinada área. Para ele, a validação se torna mais importante quanto mais séria e reconhecida for a instituição acreditadora. “Uma boa forma de escolher uma instituição é verificar se, além de certificadora, ela também representa e regula os interesses de determinada profissão”, orienta.
ESTRATÉGIA
mais valioso da organização”. Porém, en-
fissionais que atuam na gestão é direta,
Ainda segundo Picarelli, tão impor-
tre o discurso e a prática, segundo o espe-
verdadeira e virtuosa. “É fato que os pro-
tante como o profissional ter a inicia-
cialista, levou-se algum tempo.
fissionais que atuam na gestão desenvol-
tiva de buscar essa oportunidade de se
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A melhoria no desempenho e a excelência dos serviços oferecidos pela administração pública têm estado no centro das reformas no mundo inteiro, pelo menos desde o final da década de 1990. De
Foto: Divulgação
empresa e o reconhecimento dos pro-
que se atribui às pessoas o título de “ativo
países como a Inglaterra, de Margaret Thatcher, Nova Zelândia, Austrália e Canadá, foi se generalizando. No Brasil, como explica Regina Pacheco, coordenadora do mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), essas respostas vieram primeiro em âmbito de Estado. “Minas, Pernambuco, São Paulo. Esses estados brasileiros vêm, mais visivel-
Regina Pacheco, coordenadora do mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP)
mente, dando resposta à ideia de que o cidadão é um usuário e
Muito tem sido feito para garantir a excelência dos serviços,
também deve receber serviço de qualidade, com melhorias na gestão
mas é preciso avançar. Para Regina, tão importante quanto
de processos e reorganização das estruturas”, afirma.
verificar o conhecimento técnico do profissional, em qualquer
Seguindo essa tendência, considerando que o capital humano,
nível da administração – seja pública ou privada –, é analisar
assim como as estruturas, são fundamentais para atender aos
as competências, de acordo com o cargo.
anseios do mercado e dos clientes, a certificação profissional também tem surgido como alternativa para a garantia da qua-
“Hoje, além de certificar que aquele profissional entende
lidade das empresas e órgãos públicos.
perfeitamente do assunto, é ainda mais necessário que es-
“É fundamental ter gente boa, engajada, motivada e qualificada. Nesse sentido, Minas tem começado a incentivar as
sas validações garantam que aquele gestor tem visão estratégica, sabe cobrar resultados e gerir outras pessoas. Ou
certificações ocupacionais. O governo de São Paulo, também,
seja, é preciso que se avancem as mentalidades para melho-
para alguns cargos, mas é preciso ampliar”, diz.
rar ainda mais”, sugere a coordenadora da FGV.
MARÇO/ABRIL – 2014 | nº 99
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Certificação empresas entenderem “que não basta só um currículo bem escrito dentro dos moldes e padrões mais modernos, o que de fato valerá são as certificações que um profissional possui e suas experiências pessoais que englobam comportamento e potencial de crescimento”.
CERTIFICAÇÃO DO CFA
Foto: Divulgação
diferenciar no mercado de trabalho é as
O Conselho Federal de Administração (CFA) tem uma comissão específica para tratar de certificação, esta formada pelos administradores Alberto Whitaker, Carlos Henrique Mendes e Samuel Melo Júnior. O trabalho desta Comissão também é balizado pelos estudos desenvolvidos pela Câmara de Formação Profissional do CFA - composta pelos Conselheiros:
Adm. Samuel Melo Júnior: certificação profissional do sistema CFA/CRAS representa quebra de paradigma
Os benefícios da empresa, com isso, são
Adm. Samuel Melo Júnior, Adm. Aldemira Assis
muitos. “Desde o conhecimento das ca-
Drago e Adm. João Coêlho da Silva Neto.
pacidades de seus profissionais vis-à-vis
Segundo Adm. Samuel, doutor na área de gestão, a
às necessidades do empreendimento até
certificação profissional do CFA representa uma quebra de paradigma no Sistema CFA/
a organização desses conhecimentos
CRAs. “Delineia uma nova dinâmica de distinção dos profissionais da administração no
para que eles possam ser compartilha-
mercado de trabalho. Essa modelagem evidencia a possibilidade de percepção por parte
dos entre todos os que se interessam
das organizações com relação aos administradores, ao mesmo tempo em que identifica
em aprender. Também é um benefício o
talentos e competências específicas”, afirma.
fato de se estabelecer relações entre os
Segundo o Administrador, por se tratar do Conselho Federal de Administração, Órgão
conhecimentos existentes na empresa
Certificador, conjuntamente com os Conselhos Regionais de Administração, que repre-
e as competências necessárias para a
sentam os profissionais de administração no país, o processo de certificação profissional
execução das estratégias da organiza-
cresce em importância e abrangência.
ção, como também o acompanhamento
“O candidato que obtiver êxito na certificação, seja na modalidade por experiência ou
da evolução dos seus profissionais atra-
por prova, receberá um atestado referendado pela entidade de classe de suas habilida-
vés dos processos certificatórios e seus
des e competências, com prazo de validade de três anos, pois estará sujeita a ‘recer-
impactos nos resultados de negócios
tificação’. Ressalta-se que os profissionais certificados estarão em um banco de dados
gerados pelo indivíduo, equipe e organi-
do Sistema CFA/CRAs para consultas de empresas e entidades que demandam esses
zação”, lista o consultor.
profissionais”, garante o Administrador.
Administrador
Samuel explica que a exigência e a busca pela certificação profissional vem acontecen-
Herbert Steinberg, do Conselho Regional
do, de forma gradativa, por áreas da administração; a primeira delas é a de Recursos
Como
completa
o
de Administração de São Paulo (CRA-
Humanos, aonde está concentrada boa parte do valor de uma empresa.
SP), apesar de o Administrador ter o de-
“O valor do capital humano está nas várias facetas que representam o homem e a mu-
ver de cuidar e buscar sua própria certifi-
lher organizacional, desde a força de trabalho em uma empresa com agregação de valor
cação, cada vez mais as empresas tendem
e geração de retornos financeiros e sociais, até a perspectiva da construção da cultura
a exigir essa certificação. “Isto será mais
organizacional. As empresas que valorizam as pessoas traduzem melhor sinergia com
e mais verdade em breve futuro. Entendo
seus clientes e evidenciam potencial em: informações, conhecimento e criatividade/ino-
que posições como as de CEO e CFO se-
vação. As pessoas tornam-se ainda mais poderosas quando unidas e motivadas para o
rão as mais comuns entre as que se exi-
alcance dos objetivos organizacionais e dos seus próprios”, pontua o conselheiro do CFA.
girá certificação, pois são chaves e sensí-
A acreditação no fator humano, segundo ele, pressupõe harmonizar e dar maiores con-
veis, tanto sob o ponto de vista estratégico
dições para adaptações e, consequentemente, respostas imediatas por parte das organi-
como de sua inerente responsabilidade
zações diante de seu sistema, seja na seara da gestão pública ou no mercado corporativo.
fiduciária. A busca por qualidade e exce-
“Na atualidade, a discussão sobre competência não está restrita a qualidades in-
lência funcional é a base da competição por sobrevivência”, conclui.
trínsecas e habilidades destacadas do profissional. Há efetivamente maior complexidade, considerando-se as infinitas retóricas que se assentam no ambiente das organizações e nas exigências por parte do mercado, quanto a confiabilidade, segurança, referências e adequação ao escopo de trabalho”, afirma o representante da comissão de certificação do CFA.
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rba | revista brasileira de administração
CONHECIMENTO E EXPERIÊNCIAS CERTIFICADOS O
Administrador
Ricardo
Antonio
Foto: Divulgação
Gallina, gerente de Recursos Humanos na Sementes Roos, uma das principais empresas do agronegócio do Sul do Brasil, foi o primeiro a receber a certificação profissional emitida pelo Conselho Federal de Administração (CFA).
Adm. Ricardo Antoni Gallina: primeiro a receber a certificação profissional emitida pelo CFA
A certificação com certeza será um diferencial, tanto para os profissionais, como para as empresas onde atuam"
O QUE MUDOU, NA SUA VIDA PROFISSIONAL, SER CERTIFICADO? Assim como uma formação ou especialização realizada, a certificação é um diferencial importante na vida profissional. Além do desenvolvimento de competências necessárias para o sucesso em um cargo de gestão, a certificação reforça a confiança de que os profissionais estão preparados para alcançar resultados positivos.
Ricardo é formado em Administração,
NA
desde 2005, pela Universidade Regional
PROFISSIONAIS FIZERAM A MESMA
Integrada de Erechim (RS), pós-gradu-
OPÇÃO? VOCÊ ACREDITA QUE A
ado em Gestão de Pessoas e tem MBA
CERTIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
em Gestão Empresarial pela Fundação
FAZ A DIFERENÇA PARA A EMPRESA?
Getulio
OUTROS
disso,
complementares,
como
Por ser um processo recente e que
Professional and Self Coaching pelo
ainda está limitado a uma área espe-
Instituto Brasileiro de Coaching (IBC).
cífica (Recursos Humanos), não tenho
cursos
(FGV).
EMPRESA,
Além
tem
Vargas
SUA
Atuando há aproximadamente 14 anos na área de Recursos Humanos, sendo destes mais de cinco anos em cargos de gestão em empresas de grande porte da região norte do Rio Grande do Sul, a preocupação em se aperfeiçoar e ob-
conhecimento de outros profissionais que buscaram a certificação. Com a ampliação da divulgação e das áreas de abrangência (Finanças, Marketing, etc.), a certificação com certeza será um diferencial, tanto para os profissionais como para as empresas onde atuam.
ter a validação de todo o conhecimento e experiência adquiridos, para ele, vai
PARA O CLIENTE, QUAIS OS
além da simples garantia de um bom
BENEFÍCIOS DE ENCONTRAR
futuro profissional. Confira na entrevis-
NA EMPRESA PROFISSIONAIS
ta que a RBA fez com o administrador:
QUALIFICADOS?
O QUE O LEVOU A BUSCAR A
Assim como acontece em outras profis-
CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL?
sões, a certificação é uma garantia de que o profissional está apto a exercer a
Sempre
fui
favorável
à
existên-
atividade. Obviamente, existem outros
cia de critérios para certificação de
fatores determinantes para a qualidade
Administradores. Acredito que proces-
dessa atuação. As empresas que bus-
sos como este, tanto por experiência
cam assegurar a preparação de seus
como conhecimento, ajudam a forta-
profissionais, podem oferecer melhores
lecer a profissão e diferenciar os pro-
produtos ou serviços para seus clientes,
fissionais com uma maior qualificação.
contribuindo para sua satisfação.
MARÇO/ABRIL – 2014 | nº 99
57
Ilustração: Shutterstock
OPINIÃO
M
esmo vivendo no país do futebol, o tênis é meu esporte favorito. Um dos
aspectos mais admiráveis desse jogo é a
TÊNIS, GESTÃO E MÉRITO 58
rba | revista brasileira de administração
explícita expectativa de que seus players tenham uma postura de total fair play. Um exemplo disso dá-se quando o “acaso” cria uma vantagem não justa para um dos lados. Essa situação acontece quando um jogador ganha um ponto por ter a bola batido na rede, tendo sua direção alterada conduzido o seu adversário ao erro. O ponto é dado a quem de direito, mas, invariavelmente, quando isso ocorre, o jogador favorecido levanta a mão num pedido de desculpas ao seu oponente por ter ganho com o auxílio da imprevisibilidade. Desculpa-se por ter auferido alguma vantagem não totalmente justa. Por trás desse gesto, está a recusa de aceitar uma conquista não resultante do próprio talento e esforço. A vitória deve ser uma consequência da combinação desses dois elementos, só então o mérito é devido.
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
Como seria bom se nas empresas essa
aquilo que você faz da maneira que
res fracos e incompetentes. Receber
fosse a tônica dominante para a escolha
faz. O mérito nem sempre se traduz no
o convite de alguém assim não é uma
dos seus gestores. Como todos sabe-
resultado pretendido, mas sim na inte-
promoção, e sim um retrocesso, não é
mos, nem sempre é assim. Em alguns
gridade com que se joga o jogo.
uma honra, antes uma ofensa.
Se você é alguém que está na posição
Talvez tudo isso lhe soe romântico de-
de escolher gestores, busque abs-
mais para a selva corporativa cuja lei
trair-se ao máximo de suas prefe-
não é do justo mérito, mas a do mais
caos, não são o talento, o esforço, o conhecimento, os resultados, os elementos decisivos para ocupar uma posição nos níveis de gestão, mas sim as conexões com as pessoas “certas”. Os chamados relacionamentos “estratégicos” em alguns ambientes são os critérios decisivos. Não raro, os gestores escolhidos unicamente pela proximidade relacional com pessoas influentes dentro de uma organização demonstram ser os menos talentosos, esforçados e com-
rências pessoais para recompensar quem realmente merece e não quem se submete cega e bajuladoramente. Lembre-se: os melhores gestores com os resultados mais duradouros são aqueles capazes de conduzir um grupo a um objetivo coletivo, por isso mesmo querem ganhar o jogo pelo
forte adaptável a qualquer realidade. O que proponho nestas linhas não é uma postura ingênua, ao contrário, falo da inteligência necessária para escolher os melhores gestores, formadores das melhores equipes, produtoras dos melhores resultados. Para isso acontecer precisamos cultivar e solidificar uma
petentes. A meritocracia é violada na
mérito que distribuem justamente.
cultura na qual uma saudável com-
sua essência e, quando isso acontece, a
E se for você aquela pessoa escolhida
as pessoas mais qualificadas. E assim
Gerir pessoas, processos, projetos, requer a já tão conhecida junção de conhecimento, habilidade e atitude. Isso não acontece do dia para a noite.
injustamente, não por critérios técnicos de competência, mas sim por ter cultivado as amizades “certas”? Meu conselho: faça como os tenistas,
como nas quadras, seja também nas empresas o justo mérito o senhor das conquistas!
levante mão e peça desculpas, recuse-
É fruto de um longo aprendizado, ao
se a ganhar uma posição não advinda
mesmo tempo prazeroso e árduo. De-
do seu talento e esforço. Se você está
pois de percorrer o devido caminho
na posição de gestão sem o devido
do preparo e do aprimoramento do ta-
merecimento, faça por merecer. Não
lento, é sempre uma experiência emo-
se humilhe em aceitar algo que não é
cionalmente perturbadora, sentir-se
seu por mérito. Gestores arrogantes,
preterido por outra pessoa menos
vaidosos, procurarão premiar pesso-
apta, escolhida somente com base em
as medíocres por serem incapazes de
critérios duvidosos. Se esse é de fato o
fazer-lhes sombra. Ser convidado por
seu caso, não permita que as dores tão
um gestor assim para assumir uma
justificáveis de ter sofrido uma injus-
posição de gestão é ter confirmada a
tiça moldem seu comportamento. Não
suspeita de que você é visto por essa
abra mão da competência, do zelo, do
pessoa como alguém incompetente.
talento, de continuar sendo e fazendo
Ditadores inseguros buscam gesto-
Foto: Divulgação
derrota do time é eminente.
petição coloque na posição de gestão
Eduardo Pedreira é professor de Sustentabilidade Coorporativa da Fundação Getúlio Vargas. É um dos autores do livro Gestão de Negócios Sustentáveis. prof.eduardofgv@terra.com.br
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PEQUENAS EMPRESAS POR_Mara Andrich
Pequenas
que crescem...
...Mas que não atingem a maturidade
“I
ncentivar a abertura e a manutenção de micro e
da Consult Saúde Ocupacional, reflete uma realidade que
pequenas empresas, além de oportunizar ao cida-
as micro e pequenas empresas (MPEs) trazem enraizadas
dão brasileiro, principalmente áquele das classes
em suas histórias no Brasil: segundo dados do Instituto
menos favorecidas, mais uma possibilidade de trabalho, ofere-
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as MPEs
ce a rica experiência de ser um Administrador do seu próprio negócio, desenvolver um possível potencial empreendedor, criativo, aumentar o seu conhecimento e desenvolvimento
Ilustração: Shutterstock
pessoal além da permanência de riquezas produzidas no país.”
60
são responsáveis por 60% dos 94 milhões de empregos e constituem 99% dos seis milhões de estabelecimentos formais existentes no país. Ou seja, números que não negam sua importância para a economia e confirmam a
A declaração da microempresária de Curitiba (PR) Maria
afirmação de Maria Cristina, que sempre enfrentou de-
Cristina Teixeira de Freitas Carvalho Lima, proprietária
safios para manter seu negócio em pleno funcionamento.
rba | revista brasileira de administração
MPE's EM NÚMEROS • Quase metade dos MEIs (Microempreendedores Individuais) mantêm seus negócios em casa. Dos 3,5 milhões de cadastrados no programa, 1,7 milhão mantém o empreendimento no domicílio. • Pelo menos 99% das empresas no Brasil são de pequeno porte.
Foto: Divulgação
• Em 2013, 8 milhões de micro e pequenas empresas no país eram optantes pelo Supersimples. • Segundo o Ibge, a maior parte dos micro e pequenos negócios estão localizados na Região Sudeste (com quase três milhões de empresas) e o setor preferencial é o comércio, seguido de serviços, indústria e construção civil. • O número de optantes pelo Simples Nacional cresceu 16% no ano de 2013 na comparação com o registrado em 2012 (passou de 7,074 milhões de empresas para 8,236 milhões). Na passagem de 2011 para 2012, a expansão foi de 25% e, no período anterior (2010 para 2011), o aumento foi de 29% (de 4,340 milhões de optantes para 5,631 milhões). • O número de optantes pelo Micro Empreendedor Individual (MEI) aumentou 37% entre 2012 e 2013 – de 2,665 milhões de empresas para 3,659 milhões. Na comparação dos resultados de 2011 e de 2012, a alta foi de 60%. • As MPEs criaram mais de 1 milhão de postos de trabalho entre janeiro e novembro de 2013, ficando responsáveis por 88,3% do total de empregos formais gerados no país nesse período, contra 81,5% em 2012. Maria Cristina Teixeira de Freitas Carvalho Lima, proprietária da Consult Saúde Ocupacional
Fontes: Sebrae, Governo Federal e IBGE.
“Manter a empresa competitiva nos
Estas dificuldades enfrentadas por
Apesar de as MPEs serem tão importan-
aspectos técnico e financeiro duran-
Maria Cristina não são de hoje. Há mui-
tes para a economia no que diz respeito
te estes 12 anos de funcionamento foi
tos anos, os micro e pequenos empresá-
ao mercado de trabalho, existe um con-
sempre meu maior desafio”, declara.
rios vêm “matando um leão por dia”. O
trassenso: as MPEs representam ape-
presidente da Confederação Nacional
nas 20% do Produto Interno Bruto (PIB)
das Micro e Pequenas Empresas e
brasileiro – percentagem que poderia
dos
Individuais
ser bem mais alta, já que na Alemanha
(Conampe), Ercílio Santinoni, avalia
e na Itália, por exemplo, a participação
que os tributos e as dificuldades de aces-
no PIB chega a 60%, como lembra o
so ao crédito são os empecilhos que ain-
professor da Faculdade de Economia,
da atormentam os pequenos empreen-
Administração e Contabilidade da
dedores e dificultam o crescimento de
Universidade de São Paulo (FEA-USP),
suas empresas. “E, quando eles têm
Paulo Feldmann, também presidente
tas fiscais, que são altas, dificultam o
acesso ao crédito, pagam juros altos.
do Conselho da Pequena Empresa da
crescimento da empresa como a con-
Para um empresário que não tem capital
Federação do Comércio de São Paulo. “O
tratação de pessoal e investimento em
de giro nem patrimônio, fica muito difí-
Brasil trata muito mal as micro e peque-
estrutura e divulgação”, reclama.
cil. É preciso desburocratizar”, reclama.
nas empresas”, reclama.
Ela conta que no início da empresa, os serviços do Sebrae a auxiliaram por meio de cursos e consultorias. Mas ela afirma que em seu ramo – prestação de serviços na área da saúde – não encontrou facilidades para a manutenção ou crescimento da empresa. “Os custos de abertura e, principalmente, as alíquo-
Empreendedores
MARÇO/ABRIL – 2014 | nº 99
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Foto: Divulgação
Pequenas Empresas O professor avalia que no Brasil não há políticas públicas positivas para os microempresários. “Em outros países, como Itália, Holanda e Alemanha, por exemplo, as políticas públicas propiciam com que as pequenas empresas enfrentem as grandes. Mas no Brasil nem passa pela cabeça dos governantes que isso possa ocorrer”, critica. Ele exemplifica o descaso explicando que cerca de 40% Ercílio Santinoni, presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais (Conampe)
das exportações italianas são feitas por pequenas empresas, sendo que no Brasil esse índice não passa de 2%.
AVANÇOS Em evento no ano passado, o diretor técnico do Sebrae nacional, Carlos Alberto dos Santos, destacou que os pequenos negócios precisam utilizar o crédito de forma racional, com uma política de gestão financeira. Ele chamou a atenção para o fato de que as MPEs influenciam e são influenciadas pela economia. De acordo com o diretor, mudanças na economia brasileira nos últimos anos favorecem a atuação dos pequenos negócios. “No país, houve aumento e redistribuição da renda, com o surgimento de uma nova classe média com mais de 100 milhões
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
de pessoas”, relatou. O surgimento dessa classe média, que
O microempreendedor individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria
fez aumentar o consumo no país, é
e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor
uma das vantagens para as MPEs, na
individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60 mil por ano e não ter par-
opinião do presidente da Conampe,
ticipação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado que receba salário mínimo ou o piso da categoria.
Santinoni. Segundo ele, as pessoas que agora estão com maior poder
A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o
aquisitivo e consomem mais têm
trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado. Entre as
contribuído para o bom andamen-
vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas
to das MPEs, especialmente no se-
Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de em-
tor de serviços. Outros avanços têm
préstimos e a emissão de notas fiscais. Na avaliação do presidente da Conampe, Ercílio Santinoni, a Lei cobriu uma lacuna importante. “Deu as condições para que o empresário informal tenha condições de contribuir com a previdência”, avalia.
ocorrido no setor nos últimos anos, com o Projeto de Lei Complementar 221/2012. No entanto, algumas mo-
Além disso, segundo o Governo Federal, o MEI será enquadrado no Simples
dificações que ainda podem ser con-
Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins,
firmadas se referem aos municípios.
IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 37,20 (comércio ou
Se forem aprovadas essas alterações,
indústria), R$ 41,20 (prestação de serviços) ou R$ 42,20 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo.
as prefeituras ficarão proibidas, por exemplo, de cobrar impostos dos microempreendedores. Uma das al-
Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefí-
terações foi a que ocorreu na Lei do
cios como auxílio-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria, entre outros. “A
Supersimples – uma das novidades é
cada dois anos avançamos um pouco. Esperamos que as próximas mudanças também sejam aprovadas”, comenta Santinoni. Fonte: Governo Federal
o enquadramento no Supersimples, que não será mais por categorias profissionais, mas apenas pelo faturamento. Assim, qualquer empreendimento com receita bruta anual de até
62
rba | revista brasileira de administração
CLASSIFICAÇÃO
leis nesse sentido, sendo muito poucos aqueles que contemplam
No Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 1999, o critério adotado para conceituar micro e pequena empresa é a receita bruta anual, cujos valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004, e são os seguintes: • Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14;
o segmento da MPE com legislações próprias de fomento. Além do critério adotado no Estatuto da Micro e Pequena Empresa, o Sebrae utiliza ainda o conceito de número de funcionários nas empresas, principalmente nos estudos e levantamentos sobre a presença da micro e pequena empresa na economia brasileira, conforme os seguintes números:
• Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00.
• Microempresa: I) na indústria e construção: até 19 funcionários;
Atualmente, esses critérios são adotados em diversos programas
II) no comércio e serviços: até 09 funcionários.
de crédito do governo federal em apoio às MPE.
• Pequena empresa:
O regime simplificado de tributação (simples), que é uma lei de
I) na indústria e construção: de 20 a 99 funcionários;
cunho estritamente tributário, adota critério diferente para enquadrar micro e pequena empresa. Os limites, conforme disposto
II) no comércio e serviços: de 10 a 49 funcionários. Nos levantamentos que têm como fonte de dados o IBGE, as
na Medida Provisória 275/05, são: • Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00;
estatísticas sobre micro e pequenas empresas divulgadas pelo Sebrae utilizam o critério acima. Nos levantamentos dos censos e pesquisas socioeconômicas anuais e mensais, o IBGE classifica as
• Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00.
firmas segundo as faixas de pessoal ocupado total. O conceito de “pessoas ocupadas” em uma empresa abrange não
Cada estado brasileiro possui uma variedade de critérios para
somente os empregados, mas também os proprietários. Essa é
classificar as micro e pequenas empresas, de acordo com sua si-
uma forma de se dispor de informações sobre o expressivo nú-
tuação econômica e fiscal própria.
mero de microunidades empresariais que não empregam traba-
Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia, que adotaram R$ 2.400.000,00 de receita bruta anual. Os municípios carecem de
lhadores, mas funcionam como importante fator de geração de renda para seus proprietários. Fonte: Sebrae
R$ 360 mil passa a ser enquadrado
plica Feldmann. “Os países desenvolvi-
como microempresa. Mas Santinoni
dos estão preocupados com o domínio
ainda defende outras mudanças. “A
das grandes, com a oligopolização da
universalização do Simples também
economia, pois se somente as grandes
é necessária. Hoje, poucas empresas
crescem elimina-se a concorrência, o
se enquadram nele”, analisa.
que não é saudável para a economia”,
Na opinião do professor Feldmann, da
analisa. O professor defende ainda que
FEA-USP, um dos maiores incentivos
Ilustração: Shutterstock
Os maiores limites de enquadramento são definidos por São
se deixem de lado os pensamentos in-
que o governo poderia dar às MPEs se-
dividualistas e passe-se, efetivamente,
ria a liberação da lei do consórcio. Ou
a agir. “No Brasil, é cultural que só se
seja, as MPEs teriam isenções de im-
pense em concorrência. Mas os micro e
postos, o que auxiliaria muito na sua
pequenos empresários precisam fazer o
“sobrevivência”. Aliás, a expansão delas
contrário, precisam se unir, e o governo
seria um avanço para o país, como ex-
precisa estimular as parcerias”, opina.
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OPINIÃO
Desventuras de
um early adopter Comprar produtos logo que são lançados pode dar prejuízo, mas é tão bom...
S
ou
constantemente
zoado
no resto do mundo alguns meses depois,
adepto inicial, representado no famo-
em minha família por fazer
fazia tudo o que o Touch faz, mas com
so gráfico em forma de sino abaixo:
as “piores compras”. Por não
a singela diferença de servir também
conseguir conter a curiosidade, tenho
como telefone celular. Meti o pé na jaca
a mania de comprar os produtos assim
de novo.
que são lançados.
Geoffrey Moore, consultor americano que ficou famoso após a publicação de Crossing the Chasm(Atravessando
Outra vez, no primeiro dia em que o
o Abismo), explica que esse modelo da
Sabe quando teve o boom das TVs de plas-
Kindle foi lançado para o resto do mun-
década de 1950 postula que, quando
ma em 2006, ano da última Copa? Pois
do, lá estava eu novamente, cego para
um mercado confronta-se com a pos-
é. Paguei 9 mil reais na minha. Alguns
os valores e possíveis consequências de
sibilidade de mudança de paradigmas
meses depois os preços despencaram, e
comprar um produto recém-lançado.
– como a transição das máquinas de
meus irmãos me chamavam carinhosa-
Novamente, pouco tempo depois o preço
escrever para os processadores de tex-
mente de otário toda vez que me viam,
do gadget da Amazon caiu e, para minha
tos –, os consumidores se separam ao
virou quase um apelido. Algum tempo
irritação, eles liberaram para compra in-
longo de um eixo de aversão ao risco,
depois, com o mesmo dinheiro já era pos-
ternacional o Kindle DX, com tela maior
iniciando e com os inovadores (inno-
sível comprar duas TVs iguais à minha.
e com mais recursos. Bastardos!
vators), imunes ao risco, terminando
Logo que a Apple lançou o iPod Touch,
Em termos teóricos, no Ciclo de Vida
em 2007, não hesitei em comprá-lo. O
da Adoção de Tecnologia, enquadro-
único detalhe é que o iPhone, lançado
me na categoria de “Early Adopter”, ou
com os retardatários (leggards), totalmente avessos ao risco. Entre esses dois extremos, surgem outras três comunidades, identificadas como adeptos iniciais (early adopters), maioria
Technology Adoption Life Cycle
inicial (early majority) e maioria tardia (late majority). Segundo o modelo, a mudança á adotada sempre da esquerda para a direita. Em conjunto, esses cinco grupos constituem o Ciclo de Vida da Adoção de Tecnologia. Durante a década de 1980, as empresas se apoiaram na ideia
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3
Fonte: Moore, Geofrrey A. Inside the Tornado.
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rba | revista brasileira de administração
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5
de desenvolver o mercado trabalhando
*Este artigo não reflete necessariamente a opinião do CFA.
de um perfil para o outro. Em tese, isso era maravilhoso. O que Moore identificou foi que, na prática, a teoria não funcionava com frequência.
Moore identificou algumas características peculiares de cada grupo e os rebatizou da seguinte forma:
A transição dos visionários (early adopters) para os pragmáticos é especialmente complicada, em
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virtude das diferenças gritantes entre
Inovadores = Entusiastas pela tecnologia
os dois grupos. Em vez de estarem
São aqueles caras realmente comprometidos com a nova tecnologia, e que têm prazer em
dispostos lado a lado, como o modelo
dominar as suas complexidades. Você já deve tê-los visto na TV passando a noite na rua, na
previa, Moore apontou que existe um abismo (the chasm!) entre eles – e atravessar esse abismo não é tão simples quanto parece.
fila de alguma loja, para serem os primeiros a comprar o último lançamento da Apple. Essas pessoas são extremamente importantes. Se algum determinado produto não cair no gosto dessa turma, as chances de conquistar os demais grupos serão muito pequenas (um exemplo claro é o do Zune, MP3 player da Microsoft criado para concorrer com o iPod).
Perdoe-me o leitor entretido na leitura por não ensinar a cruzar o abismo neste artigo. A fórmula não é simples,
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Adeptos Iniciais = Visionários Esses são os verdadeiros revolucionários, dispostos a usar a descontinuidade de
o próprio Moore a vem desenvolvendo
qualquer inovação para romper com o passado e começar um futuro totalmente novo.
e aperfeiçoando desde a década de
Juntamente com os entusiastas pela tecnologia, eles formam o mercado inicial. Enquanto
1990, sendo explorada em vários de
os entusiastas desejam explorar, os visionários desejam aproveitar o novo recurso. Uma vez
seus livros. Por falar em livro, não
que a empresa obteve sucesso na conquista do mercado inicial, formado pelos entusiastas
deixe de procurar em sebos o “Dentro
pela tecnologia e pelos visionários, deverá procurar outro tipo de cliente, que deseja apenas
do Furacão” (Inside the Tornado),
o que os outros desejam. São os pragmáticos.
se eu não me engano, a única obra de Geoffrey Moore traduzida para o português. É uma edição da Futura
3
de 1996. Pela relevância, merecia ser tratada com mais carinho. Voltando ao tema principal, estou me coçando agora pelo PlayStation 4. Entretanto, se depender do preço cobra-
Agora estamos falando do grosso de todas as compras de infraestrutura tecnológica. Eles não amam a tecnologia, mas entendem a sua necessidade. Entretanto, os pragmáticos procuram adotar inovações somente após comprovarem que elas realmente funcionam, são necessárias e promovem melhorias. Olham com desconfiança para novas marcas e preferem confiar apenas nos líderes de mercado.
do no Brasil, meu comportamento será o de um cético retardatário. Infelizmente, nosso país não é o melhor lugar do mundo para os early adopters...
Maioria Inicial = Pragmáticos
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Maioria Tardia = Conservadores Sabe aquele tipo de cara pessimista diante da possibilidade de adotar uma nova
tecnologia, que não deseja que nada atrapalhe o seu próprio jeito de fazer as coisas? Os
Foto: Arquivo pessoal
conservadores relutam em investir em novas tecnologias e só o fazem sob pressão. São muito sensíveis a preços, altamente céticos e muito exigentes. O segredo para fazer negócio com os ADM. LEANDRO VIEIRA, criador do Administradores. com e autor do livro Seu Futuro em Administração (Campus/Elsevier)
conservadores é justamente simplificar os sistemas e transformá-los em produtos funcionais.
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Retardatários = Céticos Combatem a alta tecnologia, são muito menos clientes potenciais do que críticos
onipresentes. Contudo, o objetivo do marketing de alta tecnologia não é vender para eles, mas ao redor deles.
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POR_FRANCISCO JOsÉ z. ASSIS
“D
POR_FRANCISCO JOsÉ z. ASSIS
iz-se de, ou palavra que tem a mesma ou quase a mesma significação que outra.” Assim está definido pelo dicionário Aurélio o significado da palavra “sinônimo”. O valor dessa definição é inestimável
para o setor industrial. Todos que labutam no ramo almejam, um dia qualquer, que o produto que fabricam torne-se sinônimo da função que presta aos seus consumidores. Pois a façanha foi conquistada pela Xerox. A marca adquiriu o mesmo significado de “fotocópia” e ganhou até variações dentro dos manuais da língua portuguesa: “xerocar”, “xerocopiar”, “xerografia” e “xeroxar”. Mérito total e válido pelo pioneirismo. Sonho de muitos, mas realidade para poucos.
A HISTÓRIA
O MÉTODO
O NOME
A Xerox foi idealizada pelo norte-ameri-
O nó do problema começou a ser desatado
Chester Carlson patenteou seu invento
cano Chester Carlson. Nascido no ano de
com a ajuda dos manuais sobre fotocon-
em outubro de 1942. Em 1944 angariou
1906, graduado em Química e em Física
dutividade. Carlson e Kornei cobriram uma
US$ 15 mil com uma organização de
pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia,
placa de zinco com fina camada de enxo-
pesquisa sem fins lucrativos por meio de
o cientista trabalhava em Nova York, na
fre e escreveram com tinta comum sobre
contrato para comercializar seu produto.
divisão de patentes da P.R. Mallory and
uma lâmina de vidro os dizeres “10-22-38
A sorte mudou após três anos. A duras
Company (fabricante de produtos eletrô-
ASTORIA”. Esfregaram com um lenço de
penas, conseguiu US$ 15 mil e, com eles,
nicos), quando percebeu que o número
algodão a placa metálica para carregá-la
manteve sua parte no bolo que então
de fotocópias de especificações de paten-
de eletricidade estática e a cobriram com
começava a crescer. Em 1947, sua sorte
tes disponíveis não atendia à demanda.
a lâmina de vidro, expondo, em seguida, o
começaria a mudar com a celebração de
A necessidade de solucionar o problema
conjunto à luz de um refletor. A luz drenou
acordo com a Haloid, que fabricava pa-
obrigou Carlson a se dedicar à pesquisa
a carga elétrica da chapa metálica preser-
pel fotográfico e equipamentos. A em-
de algo que reproduzisse os documentos
vando somente o local coberto pela tinta
presa adquiriu a licença para desenvolver
em quantidade e qualidade, sendo ainda
dos dizeres. O cientista norte-americano,
máquinas xerográficas. A ideia do nome
rápido e seguro. As noites de estudo na
então, sacou a lâmina de vidro e pulveri-
Xerox surgiu nesse contexto. Afinal, a
Biblioteca Pública nova-iorquina rende-
zou a placa metálica com um pó chamado
palavra xenografia tem origem grega e
ram e, na manhã do dia 22 de outubro de
licopódio. O processo resultou na visibili-
surge da junção de “xerox”, que significa
1938, ele e seu assistente, o físico alemão
dade dos dizeres “10-22-38 ASTORIA” e,
“seco”, e “grafia”, que quer dizer “escri-
Otto Kornei, chegaram ao método que
quando uma folha de papel foi pressiona-
ta”. A partir de 1948, a marca foi registra-
mais tarde foi batizado como Xerox.
da contra a superfície metálica, a inscrição
da e utilizada para nomear as precursoras
transferiu-se para ela. Foi concluído o teste
das copiadoras. A primeira máquina foto-
com sucesso e descoberta a ferramenta
copiadora a ganhar o mercado surgiu em
para resolver a falta de fotocópias.
1949. Grande, lenta e de manuseio complicado. O resultado das vendas foi pífio. O sucesso chegou em 1959, quando dos laboratórios da Haloid saiu o modelo Xerox 914. Nos anos que se seguiram foram lançados os modelos 813 e 2400. Em todas as máquinas, o espírito inquieto de Chester Carlson estava presente.
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