Anuรกrio 2010/2011
BEM VINDO A UM MUNDO MELHOR
ATITUDES QUE CONSTROEM UMA VIDA Eu gosto da energia de uma noite de 24 de dezembro. Porém, sempre acreditei que o significado que o ser humano passou a atribuir ao Natal não deveria ter representatividade apenas no final de um ano. Pois é nobre a essência desta festa. Só então muitos de nós despertamos para o amor, pelo menos tornou-se normal ou necessário que as pessoas promovam encontros, sejam com familiares, com colegas de trabalho, enfim, de uma maneira ou de outra, nós acabamos nos lembrando de alguém. E qualquer aproximação, numa sociedade tão individualista como a nossa, deve ser encarada com otimismo. Entretanto, este ano vou poupar a todos das tradicionais frases natalinas, pois acredito mais no cultivo deste espírito dentro de cada um de nós, para todos e a qualquer tempo. À parte de todo o consumismo e de toda essa desvairada ilusão promovida pelos oportunistas, o Natal ainda guarda uma valiosíssima mensagem: Amar é bom!
LIA MARIA AGUIAR Presidente
Somos uma Fundação por essência. Nossa missão é garantir que a estrutura que construímos, e ampliamos continuamente, esteja sempre apta a desenvolver ações conjuntas com as entidades e pessoas que circundam nossas sedes, sem visar lucro monetário algum, e devolver às comunidades um ambiente com mais qualidade para se viver. Nossa proposta é participar ativamente de projetos sociais e ambientais, em todo o território nacional, ajudando a dar força aos ideais de progresso responsável e igualitário que nasçam dentro de nossa entidade, ou que sejam apresentados pela sociedade. Esta publicação é mais que uma retrospectiva, é uma mensagem de incentivo, representa nossas crenças num futuro mais digno para os brasileiros e a todos os que também acreditam no enorme potencial de nosso solo, nosso povo e nossa cultura.
LUIZ HARUNARI GOSHIMA Membro honorário
NA ESTRADA DA INCLUSÃO Há um ano, boa parte de nossos projetos eram concebidos, estavam verdadeiramente nascendo. O futuro deles, então, dependia unicamente de nossa vocação empreendedora e da confiança não só da Fundação na sociedade, como vice-versa. Hoje, estão em andamento mais de 15 trabalhos técnicos e educativos - principalmente nas cidades de Campos do Jordão e Caldas, nos estados de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente - que são expressão exata de nossos anseios. Comemoramos o fechamento de mais um ciclo altamente estimulante de desenvolvimento e envolvimento de muitos agentes catalisadores do bem viver. A todos, muito obrigado! Nossa meta é continuar ampliando nosso campo de atuação rumo ao desenvolvimento pleno de uma consciência coletiva mais igualitária e atuante. Seja com a natureza, na música, na escola, através da dança, sempre de mãos dadas com o saber, poderemos enxergar, em tudo o que fazemos, nossos principais valores como instituição e família. Sem estes parâmetros, nada alcançaríamos.
Auto Realização
Ser humano preparado Descoberta do universo em que está inserido Socialização
4 - SER HUMANO PREPARADO PARA SUPERAR DESAFIOS,
com autonomia, senso crítico, auto estima e comprometido em disseminar o conceito de sociedade sustentável
3 - DESCOBERTA DO UNIVERSO EM QUE ESTÁ INSERIDO
Mobilizar conhecimentos e potencialidades desenvolvidas para aplicabilidade da prática consciente do respeito ao ser humano, ao meio ambiente e exercício do senso crítico
2 - SOCIALIZAÇÃO
Reconhecimento de si e conhecimento do outro ; Respeito às regras e relacionamento em grupo
1 - AUTO-CONHECIMENTO
Auto conhecimento
Prover saúde física; Descobrir e conhecer o eu , seu potencial, seu limite e aceitar as diferenças; Favorecer o desenvolvimento da linguagem que permita a expressão do seu pensamento, sentimento e valores
Recuperando e ensinando a preservar nossas riquezas, ambientais e intelectuais, estamos confiantes em um novo ano de transformações. Felicidades, Boa Leitura e Bom Futuro!
EQUIPE Fundação Lia Maria Aguiar
Em meados do século passado, numa extensa área montanhosa de Mata Atlântica, mais precisamente na cidade paulista de Campos do Jordão, no bairro que é batizado de Pedra Mármore, justamente na divisa com o sul do estado de Minas Gerais, era inaugurada uma mineradora. A fim de aproveitar os recursos naturais da Serra da Mantiqueira e impulsionar o desenvolvimento econômico e social daquela parte da - então pouco urbanizada - cidade de inverno, a indústria carioca instala-se em um terreno que abrange também a vizinha mineira Piranguçú. Durante a primeira década de atividade, a mineração dava sinais de prosperidade, e foi responsável pela criação da primeira estrada a garantir acesso de veículos motorizados às imediações do bairro. Pouco tempo depois, porém, a pequena indústria passou a alternar momentos de instabilidade e, diante das dificuldades, fechou as portas, por volta da década 1960, ficando completamente abandonada, até ser comprada, no final da mesma década, por João Corrêa. A, então batizada, Mineração Corrêa funcionou, de maneira intermitente, durante mais 50 anos, até chegar aos limites mínimos de operação por volta do ano de 2005. Da ideia de progresso, até pouco tempo, restavam apenas uma enorme clareira na mata, instalações sucateadas e algumas famílias de trabalhadores que, mesmo com tantos problemas e sem estrutura adequada, não deixaram a região.
O antigo gerador importado para a usina de energia da Mineração ainda se encontra em Pedra Mármore. Essa e outras relíquias evidenciam o ideal progressista à época da inauguração
Desejo realizado: a criação de uma Fundação para materialização de sonhos Em 2006, a paulista Lia Maria Aguiar compra toda a área de 680 hectares pertencentes à antiga Mineração Corrêa, bem como os direitos de extração de minério do local, com o propósito definido de revitalizar o ecossistema devastado pelo extrativismo garimpeiro seletivo, pouco ou nada sustentável, desenvolvido antigamente na região. Nos anos seguintes, já com a Fundação Lia Maria Aguiar¹ inteiramente à frente da Mineração Corrêa - o nome da antiga indústria foi mantido -, promove uma reformulação geral, sob a ótica da técnica rigorosa de profissionais capazes de garantir que toda a área gravemente afetada pela extração de minério fosse recuperada, e que as formas de extrair tais riquezas naturais fossem totalmente sustentáveis a partir de então.
¹ A Fundação Lia Maria Aguiar foi fundada em setembro do ano de 2008
Com a recuperação dos pontos mais críticos, já muito mais resistentes à erosão, os trabalhos de extração de minério por meio da frente de lavra liberada pelos órgãos ambientais puderam ser retomados ainda em 2009. Segundo o engenheiro de minas Jaime Eleutério, a manipulação consciente e responsável desta reserva permite que todo o restante do terreno seja utilizado para materializar as visões e missões da Fundação. “A lavra compreende atualmente menos de 10% de toda a área da mineradora. Como se trata de um ponto meticulosamente estudado e o processo de extração é o mais limpo possível, não há desperdícios e toda a mata nativa do entorno pode ser recuperada, por exemplo”, diz o especialista responsável que garante a vida útil de uma reserva como essa, utilizando-se os métodos sustentáveis de extração por, no mínimo, 20 anos.
Mas era necessário ir um pouco além para que toda essa engrenagem pudesse finalmente girar. O quadro de saúde na região que circunda a Mineração Corrêa, à época da recuperação, foi considerado alarmante. Como forma de superar essa preocupante realidade, foi instituído o ambulatório médico-odontológico, que fornece tratamento clínico geral, ginecológico, pediátrico e psicológico àquelas pessoas. Com a incidência de “todo tipo de doença”, segundo o médico coordenador do Ambulatório, Dr. Luiz Marcelo Sandoval, foi necessário desenvolver, antes de qualquer coisa, uma medicina puramente curativa. “Primeiramente, focalizamos nossos esforços em curar as diversas doenças diagnosticadas. Para isso encomendamos todos os remédios necessários. Em seguida, demos início ao trabalho de medicina preventiva, orientando as pessoas a mudarem seus hábitos como forma de não adoecerem”, diz o médico, que também é um dos conselheiros da Fundação.
Resultados do primeiro ano de funcionamento, com números resumIdos de forma simplificada da rotina do Ambulatório
CONSULTAS MÉDICAS
2.704
TRATAMENTOS ODONTOLÓGICOS
1.494
CONSULTA DE ENFERMAGEM
1.576
PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM
3.932
VISITAS DOMICILIARES DO AGENTE
832
ATENDIMENTOS PSICOLÓGICOS
733
COLPOCITOLOGIA ONCOTICA
86
COLPOSCOPIA
2
MAMOGRAFIA
3
ULTRASSOM
30
PROTESES DENTÁRIAS
59
REMOÇÕES COM AMBULÂNCIA
115
EXAMES BIOQUIMICOS
3.413
RAIO X ODONTOLÓGICOS
22
RAIO X DE TORAX
3
MEDICAMENTOS VIA ORAL E TÓPICOS MEDICAMENTOS INJETÁVEIS
50.703 303
O Ambulatório segue o calendário anual de vacinação do Ministério da Saúde. O trabalho de prevenção contra doenças se estende a tratamentos odontológicos gratuitos. O resultado são sorrisos saudáveis
As verduras e legumes são servidos diariamente nas
51 CANTEIROS CENOURA
CEBOLINHA
ESPINAFRE
da Mineração Corrêa e do
PIMENTA
SALSINHA
BRÓCOLIS
Ambulatório Médico, além de 12
MANDIOCA
ALFACE - 03 TIPOS
REPOLHO
famílias que recebem orientações
ABÓBORA - 02 TIPOS
CHICÓRIA
BERINJELA
de como cultivar a horta orgânica
PEPINO
COUVE
GILÓ
em suas casas com as mudas
TOMATE - 02 TIPOS
RÚCULA
BETERRABA
fornecidas pela Fundação
ABOBRINHA
ALMEIRÃO
RABANETE - 02 TIPOS
refeições de 50 colaboradores
Durante esse processo, foi verificado que as principais causas do alto índice de doenças na região eram, sobretudo, pobreza, carência alimentar, falta de instrução e orientação, além da falta de oportunidades. Das palestras ministradas sobre a reeducação alimentar e de higiene, tão necessárias para os moradores, surgiu a Horta Comunitária da Mineração Corrêa. “Percebemos que a alimentação dos pacientes da região era extremamente pobre de nutrientes, o que favoreceu a proliferação de muitas doenças. Com a contratação de nossa nutricionista, conseguimos desenvolver a Horta bastante diversificada. Todos puderam, gradativamente, reformular seus cardápios com alimentos frescos e saudáveis, que eles podem plantar e levar para suas casas”, explica Sandoval. Toda essa revolução reduziu de forma drástica o número de doenças diagnosticadas na região.
Na esteira dessa ideia, a equipe de saúde foi mais ousada e sugeriu também a implantação da Escola de Alfabetização para Adultos, outro trabalho mantido, como a maior parte dos projetos da Fundação, com as receitas das mineradoras, agora recuperadas
A EMON aplica os métodos mais responsáveis de extração do granito Califórnia Brown, garantindo a manutenção do ecossistema de toda a região. Exemplo são as áreas no entorno reflorestadas com mudas de árvores nativas
A Empresa de Mineração Ouro Novo (EMON), situada no município de Caldas, em Minas Gerais, foi adquirida em 2008 pela FLMA com o mesmo propósito que norteou a recuperação da Mineração Corrêa, anos antes. Trazer de volta à atividade a, também abandonada, indústria mineira ratifica a proposta, sustentável, da Fundação em investir a receita gerada com o trabalho de extração de minério em atividades de recuperação ambiental e social. A meta para a EMON é, basicamente, empreender as mesmas ações bem sucedidas em Campos do Jordão, em uma gradativa integração com a comunidade Caldense. Analisando o entorno da renovada indústria a equipe da Fundação tratou de identificar as principais potencialidades e problemas de Caldas, sob diversos aspectos, todos ligados à qualidade de vida. Com a definição de diretrizes apropriadas para cada novo desafio, começaram a ser elaborados projetos viáveis à melhoria das condições gerais do município.
A simpática Caldas é uma cidade com história e cultura muito ricas. A 434 km de Belo Horizonte, o município – hoje com quase 15 mil habitantes – ganhou destaque, principalmente nas décadas de 1930 a 50 do século passado como grande produtora de uvas da região sul do estado. E, a partir dos anos 60, o setor passou a sofrer concorrência das vinícolas de maior porte instaladas no Sul do país e, ao mesmo tempo, cresceu a procura por outros tipos de cultura na região forçando a viticultura local, já tradicional à época, a reduzir bastante a área de cultivo, derrubando drasticamente o volume de produção da fruta e seus derivados. A Fundação busca participar ativamente de trabalhos de valorização cultural na cidade de Caldas e formou parceria com a EPAMIG -Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, órgão mantido pelo governo do estado, para, juntas, trabalharem na recuperação de uma tradicional vocação caldense: a viticultura.
O projeto de reforma no prédio da EPAMIG, onde funcionará a unidade de processamento de suco, já foi aprovado e as obras serão iniciadas logo após a assinatura do convênio entre as duas entidades
O centro de pesquisa estatal que cria, há mais de 30 anos, na unidade Caldas Uva e Vinho, tecnologias para o plantio de vinhas e desenvolvimento de suco de uva em Minas Gerais, mostra que o empreendimento é extremamente viável e, mais, pode ser bastante rentável, tendo em vista a forte demanda do mercado para os próximos anos. O produto com mais chances de sucesso na retomada é, sem dúvida, o suco integral de uva. A região é apropriada para o cultivo e fabricação desta categoria, a ser lançada no mercado de forma bastante competitiva. Para garantir volume suficiente da fruta, que poderá ser novamente o “carro-chefe” comercial e cultural de Caldas, o projeto prevê a capacitação e seleção de novos e experientes produtores, que acreditem nessa oportunidade de movimentar a economia local fazendo o que sabem de melhor.
Plantando o valor da preservação do nosso patrimônio cultural e ambiental
Maria Aguiar – inicialmente, cogitava-se a concepção de um Jardim Botânico na cidade com o nome da Fundação -, que será, sobretudo, um centro de desenvolvimento de ações de defesa do meio ambiente regional e trabalhará de forma educativa junto à comunidade, incentivando o estudo científico e o turismo, capacitando novos profissionais
Como as cidades brasileiras, especificamente,
ambientalistas, consequentemente, elevando o nível de
desenvolvem-se de forma rápida e pouco planejada,
desenvolvimento humano da população.
geralmente contando com um sistema educacional fraco,
Já em fase avançada de elaboração, o plano de construção
fica muito difícil o enraizamento de certos valores coletivos
do Parque prevê um ambiente bastante diversificado. Quem
essenciais à boa qualidade de vida em nossa sociedade. Pelo
visitar o grande empreendimento poderá escolher variadas
ponto de vista ambiental, podemos perceber preocupante
formas de interagir com a natureza, seja estudando as
redução de áreas verdes preservadas nos centros urbanos.
espécies da fauna e flora locais catalogadas, fazendo cursos
Neste contexto estuda-se a criação do Parque Ecológico Lia
ou apenas caminhando por entre muitas árvores.
Animais venenosos e peçonhentos
Plantas tóxicas e medicinais
Cuidando do seu pomar
Permacultura Arborismo Culinária ecológica
Coleta seletiva de lixo
Neutralização das Emissões de CO2
Alternativas para horta em casa Captação de água da chuva Culinária ecológica
Farmácia verde
Agrofloresta
Cursos
Projetos
Parque Ecológico Lia Maria Aguiar
Saneamento ecológico Orquidário Jardim Didático
Monitoramento da qualidade de águas naturais
Viveiro Luiz Hiroshi
Permacultura em casa
Reciclagem e coleta seletiva Alternativas para horta em casa
Produção de maquetes
FLMA
Estado e Município
Sistemas agroflorestais
As equipes da FLMA e da Naturalis, - empresa que desenvolveu o projeto do parque - estão avaliando as possíveis áreas, dentro do território de Caldas, que se adequem as características previstas para a implantação do empreendimento
Um dos problemas também diagnosticados, e que necessita de solução urgente, é o do “lixão” de Caldas. Para resolvê-lo, existem diversas ações que podem mudar o atual quadro degradante do destino do lixo caldense. Porém são necessários recursos financeiros suficientes para bancar os trabalhos de recuperação; e, para levantálos, é necessário que sejam apresentados aos órgãos governamentais projetos coerentes e que sejam tecnicamente viáveis. Aí entra a colaboração da Fundação Lia Maria Aguiar, que se propôs a doar um projeto técnico de um aterro sanitário. Primeiramente, promoveu a avaliação geológica do terreno da prefeitura e, com base nas características do local, foi definida outra área mais apropriada. E assim que for aprovada a verba para o início das obras - com duração aproximada de seis meses - , toda a área que hoje está degradada pelo lixo será ambientalmente recuperada.
MARE - Museu de Arte para a Educação – é um portal concebido e desenvolvido com patrocínio da Fundação Lia Maria Aguiar e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP. O museu virtual - www.mare.art.br - é um banco interativo de imagens e textos sobre os temas representados na arte ocidental, desde a Antiguidade. Ele é interativo, porque, embaixo de cada página dedicada a uma obra de arte, há um campo reservado aos usuários, no qual eles podem não apenas pedir esclarecimentos suplementares, como deixar registrado sua própria contribuição à análise da obra.
Autor desconhecido, xilografia. Frontispício da obra de João de Barros, Grammatica da Lingua Portuguesa com os mandamentos da santa madre igreja. Lizboa, em casa de Luís Rodrigues, 1539. Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional
Praxíteles, Hermes carregando Diônisos criança Mármore, 340 / 330 a.C. Olímpia, Museu Arqueológico
Cada documento visual ou textual está em um Index Iconográfico (I.I), agrupado em dez itens principais, que vão desde Mitologia, História e Topografia Antigas até Temas Diversos e Imagens não identificadas.Os usuários podem realizar buscas em MARE através das seguintes variáveis: Tema (I.I), Geral (qualquer palavra dos textos constantes no portal), Artista, Períodos Históricos ou Local de conservação da obra. MARE é um guia criado para, gradativamente, tornar-se grande plataforma de referência para o estudante do ciclo médio, o estudante universitário e os professores de todos os ciclos de ensino. A enciclopédia on-line já está acessível ao público em geral desde junho de 2010 e, todos os dias, recebe imagens novas, Parmigianino, Madona com o pescoço longo óleo sobre madeira, 216 x 132 cm, 1534 - 1540 Florença, Galleria degli Uffizi
sempre apoiadas em fichas técnicas completas e textos de análise. Acesse MARE e venha descobrir, aprender e contribuir com seus conhecimentos para o fortalecimento da cultura de nosso país!
Carlos Chambelland Final de Jogo óleo sobre tela, 102 x 150 cm, 1907 Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes
José Joaquim da Rocha, Captura de Jesus Óleo sobre tela, 105 x 95 cm, 1786 Salvador, Museu de Arte da Bahia
Lambert Lombard São Paulo e Dionísio diante do Altar ao Deus desconhecido óleo sobre tela, 1533c. Bruxelas, Musée d’Art Wallon
A Fundação Lia Maria Aguiar e seus parceiros promovem o desenvolvimento do ser humano através do debate, do conhecimento de qualidade para todos e da arte da música
O segundo Fórum Rumo da Cidadania contou com as palestras de: Renato Janine Ribeiro, Zilda Gricoli Yokoi, Antonio Carlos dos Santos, Alvaro Nagib Atala, Manoel Rodrigues Neves, Gal. Alberto Mendes Cardoso, Enio Perez da Silva, Urgel de Almeida Lima, Jose Eduardo Bevilacqua, Ricardo Bonalumi
Com o propósito de discutir planos e estratégias consistentes para a disseminação ampla e igualitária da informação e do conhecimento em nossa sociedade, tão desigual, foi realizada, no mês de setembro, a segunda edição do Fórum Rumos da Cidadania, em Campos do Jordão, com a participação de diversas personalidades do mundo acadêmico, pesquisadores e representantes das instituições brasileiras de apoio ao desenvolvimento científico, além de agentes do governo e de meios de comunicação.
Nos três dias de evento, os debates giraram em torno de assuntos cruciais para o nosso país, como o meio ambiente e a sustentabilidade, a produção de alimentos, de medicamentos, a produção de energia e a defesa nacional, sob a perspectiva das políticas públicas de fomento a ciência. Focalizaram a necessidade de criar e ampliar projetos científicos - sobretudo ações ligadas às ciências humanas - com maior alcance e participação populares, considerando que a verdadeira O livro Rumos da Cidadania é uma compilação de todas as palestras da primeira edição do Fórum de 2009, na íntegra. O segundo encontro foi acompanhado mais uma vez por jovens da rede escolar jordanense
autonomia de nossa sociedade só virá com a implantação de políticas científicas que possam resultar na superação das desigualdades, na ampliação dos direitos sociais e na preservação do nosso patrimônio cultural.
Durante quatro dias, musicalmente memoráveis,Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí, em São Paulo, abrigaram um dos maiores eventos de música erudita e popular do país, além do tradicional Festival de Inverno. Uma oportunidade rara para apreciar e aprender com grandes instrumentistas brasileiros e internacionais,como Quinteto Sopra 5, King David Quartet (com a participação especial do flautista israelense Noam Buchman), Nelson Ayres Trio, Traditional Jazz Band, Quinteto Villa-Lobos , Cantilena Ensemble e a BAMFLIMA – Banda Marcial Fundação Lia Maria Aguiar –, que foi o sentido principal do 1º Festival de Música da Primavera, promovido em parceria com a Art Invest, de 06 a 09 de setembro de 2010.
Além de fomentar o turismo fora de época na região, um dos objetivos do Festival foi estimular a formação de futuros artistas. Todas as crianças e jovens integrantes da Banda Marcial participaram de oficinas ministradas pelos músicos profissionais que se apresentaram nos concertos. E, para garantir o máximo interesse entre os alunos e toda a comunidade, os professores se responsabilizaram por belíssimas apresentações, com repertórios que foram da música clássica ao jazz. As apresentações nas igrejas das duas cidades foram gratuitas. Já o valor arrecadado com os ingressos da apresentação no principal palco da música erudita brasileira, o Auditório Cláudio Santoro, em Campos, foi integralmente revertido para a APAE – Associação de Pais e Amigos do Excepcional – da cidade. O público pode curtir os grupos musicais em horários alternados entre manhã, tarde e noite.
A música eleva o espírito de maneira que não diferencia classe social ou idade, tem o poder de resgatar os que estão à margem, daí a importância de disseminarmos essa incrível ferramenta de inclusão social à todas as comunidades
Todas as noites primaveris de música no Cláudio Santoro foram abertas pela BAMFLIMA. Foi até aqui o auge deste trabalho social que forma novos cidadãos para o mundo
Quando eu saí da internação, eu pedi pra vir para BAMFLIMA porque eu sabia que, sem ela, eu certamente iria voltar pras drogas. Hoje, eu só penso em música e seguir em frente, pois a Banda é tudo pra mim D. G., 17, sobre sua volta ao projeto social apoiado pela Fundação
Em 2001, dois membros de uma das mais pobres regiões da badalada Campos do Jordão resolveram enfrentar a dura realidade da Vila Santo Antônio – bairro que já foi conhecido como “caldeirão do diabo” - lançando, de forma totalmente independente, o mais importante projeto social já realizado na cidade. O motorista de uma rede de lojas, Fulvio Mendonça, maestro autodidata, juntamente com a diarista Maria Aparecida e mais um grupo de mães de jovens do bairro, acreditaram que poderiam convencê-los a ficar longe das drogas e do ócio através da música. Criaram, portanto, com poucos instrumentos emprestados, uma pequena banda que, em curto espaço de tempo, foi ganhando destaque, pela força que demonstrava, e saltou do status de fanfarra para banda marcial, sendo batizada então por BAMOM – Banda Marcial Octávio da Matta – em homenagemao educador que deu origem também ao nome da escola pública do bairro.
A partir de 2009, o projeto foi adotado pela Fundação, ganhando o novo nome de BAMFLIMA – Banda Marcial Fundação Lia Maria Aguiar. Desde então, o número de crianças e adolescentes atendidos pelo projeto subiu. Os ensaios noturnos de teoria e prática musicais passaram a ser acompanhados por mais um professor,
Antes, quase nunca tinha dinheiro pra viajar, era muito difícil arrumar instrumentos, e não tinha onde ensaiar direito. Hoje, a Fundação dá todo conforto pra tocar e ônibus pra levar a gente para as apresentações M. D., 12 anos
favorecendo a melhora no desempenho do grupo, que conquistou vários troféus em encontros, campeonatos e festivais importantes em grandes cidades de diferentes estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ainda hoje, os corpos musical e coreográfico da BAMFLIMA treinam em espaço disponibilizado pela Escola Octávio da Matta. As aulas passarão a acontecer em prédio próprio da Fundação Lia Maria Aguiar, que trabalha atualmente na reforma do local.
Hoje o bairro tem nova referência e a comunidade possui outra visão sobre si mesma. Não é mais lembrada apenas por seus problemas sociais. A Vila Santo Antônio voltou a ser chamada pelo nome
As atividades artísticas deste projeto contemplam o total de 65 crianças e adolescentes e vêm promovendo importantes evoluções na vida de famílias inteiras. É o caso da família Gonçalves. A senhora Maria Benedita tem atualmente todos os quatro filhos participando da BAMFLIMA. “Esse trabalho trouxe muito aprendizado para os meus dois filhos maiores, que melhoraram muito o relacionamento deles com as pessoas, e está ensinando muitas coisas boas também aos meus outros dois filhos menores, que praticamente nasceram na Banda”, explica a mãe - e “tiete” - de João Anderson, Ana Júlia, Nilton César e Nicolas Augusto, que têm idades que variam dos 2 aos 14 anos.
...diversão, balé Como a vida quer!...
MODALIDADE
FAIXA ETÁRIA
NO DE ALUNOS
BALLET CLÁSSICO
DE 03 A 20 ANOS
147
DANÇA LIVRE
DE 07 A 10 ANOS
39
JAZZ E CONTEMPORÂNEO
DE 11 A 20 ANOS
77
CONDICIONAMENTO FÍSICO
DE 13 A 20 ANOS
46
INGLÊS
DE 07 A 20 ANOS
116
TEATRO
DE 07 A 20 ANOS
77
VÍDEO
DE 13 A 20 ANOS
30
CEPROCOM
DE 03 A 20 ANOS
97
Todos os projetos sociais lançados pela Fundação LiaMaria Aguiar são direcionados ao cumprimento de metas que são definidas por uma mesma visão: ajudar o menos favorecido a desenvolver em si valores que o capacite a melhorar sua condição por meio do autoconhecimento e da contextualização consistente do universo em que está inserido, para que possa, ele mesmo, encontrar as melhores alternativas para sua vida, pelo ponto de vista individual e coletivo. Não poderia ser diferente com o projeto do Grupo de Dança da Fundação, montado em 2009, que tem como essência formar mais que bailarinos, cidadãos preparados para exercer seus direitos e deveres perante a sociedade.
Eu vejo a Fundação como uma fada madrinha para as minhas meninas. Deu a elas a oportunidade de conhecer o balé, que é algo que eu talvez não poderia proporcionar sozinha Adriana Moreira, mãe de duas jovens do GDFLIMA
O início deste trabalho, especificamente, deu-se com o apoio de algumas escolas públicas de Campos do Jordão, que cederam espaço, mas que não contam com a estrutura adequada para o desenvolvimento pleno do projeto. Por conta disso, em outubro de 2009, a Fundação inaugurou a sede do Grupo, centralizando neste local todas as atividades, que transcendem as várias técnicas da dança - que vão do balé clássico ao jazz - e proporcionam uma ampla reeducação para seus integrantes. Lá, os alunos – com faixa etária entre os 3 e 18 anos – têm à disposição atendimento médico e psicológico de qualidade, aulas de inglês, uniformes e alimentação balanceada por nutricionista.
N贸s ensinamos nosso aluno a conhecer seu pr贸prio corpo e, com esse conhecimento, enfatizamos a necessidade de respeitar seus limites e os limites de seus colegas, com 茅tica e vontade de viver Jane Oliveira, coordenadora do GDFLMA
Em 2010, a Fundação Lia Maria Aguiar se uniu ao CEPROCOM – Centro Promocional Comunitário – de São Bento do Sapucaí e estendeu o seu projeto do Grupo de Dança à entidade vizinha. O Centro são-bentense já conta com mais de 40 anos de existência, recebe apoio financeiro da prefeitura local e atende atualmente 210 crianças de 2 a 14 anos, oferecendo diversos serviços de manutenção da saúde, cultura e qualidade de vida aos menores e seus familiares, que moram, predominantemente, na grande área rural da cidade.
Mais importante, talvez, que o consequente sucesso de uma grande apresentação, como o espetáculo de Natal preparado pela Fundação, seja perceber como nossos jovens se dedicaram inteiramente ao projeto, tornando a preparação para as grandes noites, uma passagem memorável
Os integrantes do Grupo de Dança ensaiaram intensivamente, durante todo o ano, as coreografias do musical natalino
Chegando a época de seu segundo Natal, a Fundação Lia Maria Aguiar arquitetou um grande espetáculo comemorativo, que reuniu todos os integrantes de seus projetos culturais, num único esforço para transmitir, sobretudo, uma mensagem de esperança. Sentimento que foi expresso por meio da arte que as crianças e jovens jordanenses têm a oportunidade de desenvolver continuamente.
Oficina de teatro dirigida por Massayuki na sede do Grupo de Dança prepara os jovens para a apresentação de “Um Conto de Natal”
Este ano, foi disponibilizada toda estrutura necessária para a produção de uma grandiosa peça teatral capaz de integrar os grupos de dança e música da Fundação num trabalho de nível profissional . O título escolhido para a apresentação foi o musical Um Conto de Natal, que é uma adaptação da obra do britânico Charles Dickens, e foi dirigida pelo experiente ator Massayuki Yamamoto. “A escolha se deu porque se trata de uma peça que abrange e desenvolve as capacidades dos alunos e questiona o pensamento materialista de nossa atual sociedade, embasada no verbo ‘ter’, valorizando a necessidade crescente de o homem ‘ser’ ”, explica.
Primeira edição do “Natal dos Sonhos”, em 2009, reuniu grandes artistas populares. A festa também contou com uma belissíma decoração natalina no Parque da Estrada de Ferro Campos do Jordão
Logotipos desenvolvidos para a promoção das duas últimas edicões do evento
A base do elenco foi composta por atores profissionais. “Foi muito positiva, além de necessária, a participação destes atores mais experientes. Eles puderam ensinar muito aos mais jovens e possibilitaram a devida caracterização dos personagens”, comentou o diretor. Além de aprenderem técnicas de interpretação, os jovens alunos foram incumbidos de registrar cinematograficamente todo o processo de construção e desenvolvimento do espetáculo, com acesso a equipamentos de alto nível e orientação profissional. Todo o material por eles coletado será transformado num documentário.
Todos têm aquele brilho nos olhos! Foi dada a eles uma oportunidade e é gratificante ver como aproveitam ao máximo, com todo empenho! Massayuki Yamamoto, diretor geral de “Um Conto de Natal”
Uma das novas rotinas para os moradores da região é encontrar os colegas de escola na van que os leva, diariamente, para as aulas
Por conta da recuperação de uma antiga mineradora, em meio à mata, agora capaz de cumprir com sua indispensável função, muito mais que minério pode ser extraído do bairro Pedra Mármore. A concepção da Nova Mineração Corrêa – a partir da Fundação Lia Maria Aguiar - possibilitou ampla reavaliação das condições sociais do entorno. E dos estudos realizados pela equipe do Ambulatório sobre a saúde dos moradores, num raio de 7,5 km a partir da indústria, surgiu a escola para adultos. Os médicos detectaram, além da falta de nutrientes no organismo, falta de instrução e oportunidades para aqueles que sempre viveram distantes do centro. Com um alto índice de analfabetismo, a capacidade dos pacientes para compreender as orientações médicas estava comprometida.
O livro, bem sabemos, é o tijolo com que se constrói o espírito. Fazê-lo acessível é multiplicar tanto os herdeiros como os enriquecedores do patrimônio literário, científico e humanístico, que é, talvez, o bem maior da cultura humana Darcy Ribeiro, antropólogo e educador
Foi então realizada uma pesquisa para mensurar o grau de interesse da população do bairro em reverter o quadro. Mesmo com a pequena adesão inicial, a Fundação recuperou o prédio desativado da antiga escola da Pedra Mármore, com duas salas de aula, capazes de abrigar até 50 alunos que estivessem dispostos a recuperar o tempo perdido fora da escola. Em julho deste ano, passou a funcionar o curso para Alfabetização de Adultos, aberto para os funcionários e moradores com idade entre 30 e 80 anos, coordenado por um corpo pedagógico profissional. As aulas seguem o conteúdo do cronograma normal que é aplicado a crianças da 1ª a 4ª série do ensino fundamental.
O objetivo agora é expandir o alcance dos trabalhos educativos, com o funcionamento da sala para leitura, reforço do conteúdo didático e encontro das mulheres do bairro para confecção de peças artesanais, que é mais um dos grandes desafios propostos pela Fundação para 2011
A meta para o primeiro semestre do projeto foi a de que todos os alunos estivessem, ao final do ano, capacitados a ler e escrever o próprio nome. Uma verdadeira revolução para quem passou grande parte da vida ignorando os diversos significados linguísticos que formam a verdadeira cultura de um povo. Para o período de festas, os alunos foram incentivados a confeccionar seus próprios cartões de Natal. Cada cartão foi entregue por seu criador ao “amigo secreto” no dia da festa comemorativa de fim de ano, que foi animada pela sanfona bem tocada do senhor Lindolpho, um dos mais queridos pupilos da escola mantida pela Fundação. Com a proposta do “Amigo Cartão”, foi possível fechar o primeiro ciclo do projeto com belos e simples trabalhos de integração social. Simples, mas com valor inestimável. Esses novos cidadãos já puderam aplicar seus conhecimentos para transmitir, em muitos dos casos, pela primeira vez, uma mensagem de esperança a alguém especial.
Aprender a ler e a escrever foi o maior presente que eles poderiam ganhar neste Natal Ana Maria Degli, professora destes, realizados, alunos
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