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making of :: capa
Experimentar PELA EXPERIMENTA, abrimos uma excepção. Regressamos à capa única, que assinala um momento irrepetível.
EXPERIMENTADESIGN 09 Uma fotografia tirada no coração da Experimenta (EXD 09), o Lounging Space, foi a proposta de capa apresentada pela equipa de design de comunicação da Bienal. Aderimos instantaneamente. As gordalhufas letras de espuma, que acompanharam as festas da EXD e se fixaram na sede, são uma versão 3D do design de Ian Anderson que marcou esta edição. As pessoas em movimento, quase fora de campo, remetem para a passagem do tempo, numa referência clara ao tema da Bienal.
Daniel Almeida Campos
Filipa Cristina
Rita Peres Pereira
CAPA BRANCA O projecto tangencial da blue Design na EXD chamava-se Capa Branca. Porque dávamos carta branca à comunidade criativa emergente para
de Daniel Almeida Campos, Filipa Cristina e Rita Peres Pereira. Perdoem-nos a exigência, mas não conseguimos atribuir a nenhuma(s) honras de capa. Ainda assim, ficam registadas e a todos os participantes, um grande obrigado!
B L U E
muitas propostas e decidimos atribuir três menções honrosas, às capas
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desenhar uma capa para a nossa edição de Dezembro. Recebemos
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11/16/09
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editorial :: blue design
Beauty and brains “Desenhem para a vida, não para as capas de revista!” sentenciou Jasper Morrison na capa da (revista) “Icon” de Setembro. Assim, sobre um fundo branco, e com uma característica caligrafia desleixada-ordenada, que os seus seguidores reconhecerão de imediato, o designer britânico subvertia o convite que lhe havia sido dirigido, transformando a “capa em branco” num manifesto minimal contra o design como entertainment. Lá dentro, Morrison dava uma das suas raras entrevistas (a outra, deu-a recentemente à blue Design, apesar de não o ter confessado) e continuava, com a autoridade que lhe é reconhecida e o humor que lhe vamos reconhecendo, a distribuir, à esquerda e à direita, verdades de luva branca. Jasper Morrison pode criticar à vontade o design-espectáculo empolado pelos media. É grande, e um dos poucos designers irrepreensíveis que restam (outro de que nos lembramos é Konstantin Grcic. E é por isso uma honra publicarmos uma entrevista com o designer alemão, que passou por Lisboa para participar na Experimenta). Assim, mesmo correndo o risco de parecer que nos infligimos um estrondoso tiro no pé, não podemos deixar de aplaudir (de pé, precisamente) o statement verbal e visual de Morrison. Na blue Design, nunca quisemos ter uma perspectiva elitista ou hermética sobre o tema que nos ocupa. Não há nada pior do que não ser capaz de ver além do seu próprio umbigo. A nossa ideia sempre foi a de aproximar o design das pessoas, assumi-lo como mainstream, já que o design também é isso: o grande rio que tudo reúne e congrega e em cujas águas nunca nos banhamos duas vezes. Mas ser mainstream não significa não ser sério, profundo, ou crítico. Como ser glossy, esteja lá o brilho onde estiver (nas páginas lustrosas ou nas mentes radiosas) não significa ser oco. Superfície e substância são só duas faces da mesma moeda. Afinal, no design como na vida, é difícil, mas de todo impossível, ter beauty and brains. Apostemos no cerebelo.
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MADALENA GALAMBA mgalamba@blue.com.pt
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DESIGN
SUMÁRIO
B L U E D E S I G N 11
D E S I G N
WWW.BLUE.COM.PT
11 B R A N D N E W D E S I G N As últimas novidades das primeiras marcas.
22 D E S I G N G U R U : K O N S T A N T I N G R C I C Esteve na Experimenta e estivemos com ele. O design decisivo de Konstantin Grcic.
38 E N T R E V I S T A : I A N A N D E R S O N O director criativo de comunicação da ExperimentaDesign 09 em conversa electrónica. Sumarento.
42 ESPECIAL: EXPERIMENTADESIGN 09 A review da Bienal.
62 E N T R E V I S T A : M A T A L I C R A S S E T Matali Crasset, a heroína do design francês, prepara um projecto numa floresta. Perfeito para quem tem uma obsessão por árvores.
78 M O T O R : C I T R O Ë N G T A virtualidade real do GT by Citroën, por Rui Catalão.
80 D E S I G N : C O L E C Ç Ã O P A U L O P A R R A Luís Royal foi a Évora ver a Colecção Paulo Parra, e deixou-nos cheios de inveja.
82 FOCO: CASAMANIA NA BIENAL DE VENEZA A Casamania leva o design à Bienal de Veneza.
88 F O C O : L I S B O N I D O Lisbon ID, lufada de ar fresco no design nacional.
94 D E S I G N I N T R O : S K I T S C H Um conjunto heterogéneo, mas entusiasmante de propostas pela nova editora italiana Skitsch.
100 P R O J E C T O D E S I G N : M A K E I T B E T T E R 8
O do it yourself luso em grande.
108 PROJECTO ARQUITECTURA: CASA NAS JANELAS VERDES
IDEIAS
Espaços privados e públicos que brilham.
72 H I G H L I G H T S
GUIA
126 E X P O S I Ç Õ E S
130 S N E A K P R E V I E W Levantamos o véu e descobrimos o design mais fresco.
O arquitecto Pedro Domingos recuperou um edifício com vista sobre a cidade.
A arte que vem.
127 L I V R O S Para folhear o design.
128 M O R A D A S
D E S I G N
Procure e encontre.
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ARQUITECTURA & INTERIORES
102 B R A N D N E W A R Q U I T E C T U R A
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A FORMA SEGUE A EMOÇÃO
BLUE MEDIA Rua Vera Lagoa, n º 12, 1649 - 012 Lisboa, Tel.: 217 203 340 | Fax geral: 217 203 349 | Contribuinte nº 508 420 237 DIRECTOR GERAL Paulo Ferreira | DIRECTORA Madalena Galamba, mgalamba@blue.com.pt DIRECTOR DE ARTE E PROJECTO GRÁFICO BLUE DESIGN Pedro Antunes, pantunes@blue.com.pt | COLABORAM NESTA EDIÇÃO Ricardo Polónio (Fotógrafo) DIRECTOR COMERCIAL Paulo Ferreira, pferreira@blue.com.pt | DEPARTAMENTO DE MARKETING & PUBLICIDADE Maria Reis, mreis@blue.com.pt; Fax publicidade: 217 203 349 MARKETING Designer: Alberto Quintas, aquintas@blue.com.pt | REVISÃO DE TEXTO Elsa Gonçalves | PRÉ-IMPRESSÃO Nuno Barbosa, nbarbosa@blue.com.pt DISTRIBUIÇÃO Logista | IMPRESSÃO União Europeia | DEPÓSITO LEGAL 257664/07; Registado no E.R.C. 125205 | PROPRIEDADE: Paulo dos Reis Ferreira | Tiragem: 20.000 exemplares { INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUAISQUER MEIOS }
O seu comentário é fundamental para melhorarmos a blue Design a cada edição. Assim, criámos este e-mail para que nos possa apontar todos os defeitos que for encontrando na sua revista. Muito obrigado! qualidade@blue.com.pt
design :: brand new
COLECÇÃO DE TAPETES MANGAS DE PATRICIA URQUIOLA PARA A GANDÍA BLASCO
Tudo na manga MANGAS É O NOME DA NOVA COLECÇÃO de tapetes criada por Patricia Urquiola para a Gandía Blasco. A ideia é criar um patchwork de malhas (pura lã 100%), com várias tipologias que surgem da combinação das formas-base, desde a manga curta à manga de balão. O resultado é uma série de oito tapetes absolutamente originais e criativos, com diferentes formas, cores e texturas (a lã é trabalhada usando diferentes pontos). Para o chão, mas também perfeitas para pendurar na parede, estas mangas são a segunda colaboração de Urquiola com a Gandía Blasco, e fazem parte da linha de têxteis e tapetes GAN. O new craft inspirado, imaginativo e acolhedor.
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brand new :: design
COLECÇÃO CRYSTAL CANDY DE JAIME HAYON PARA A BACCARAT
Ponto de açúcar PARECEM REBUÇADOS. Divinais guloseimas para devorar com os olhos, criadas por Jaime Hayon, esse quase semideus do design, que tudo o que toca se transforma em pura graça. O designer catalão “explorou as possibilidades criativas” que a Baccarat oferecia, procurando cores refinadas e geniais combinações de materiais (cristal, cerâmica, cobre) em nove peças-personagem, que partilham curvas femininas e um toque de humor. Para obter as diferentes texturas e motivos desta edição limitada de 25, foram usadas várias técnicas de talha do vidro. A inspiração, conta Hayon, está algures entre o exotismo dos frutos tropicais e o brilho das pedras preciosas. Entre o abacaxi e o rubi, derretemo-nos em ponto de açúcar.
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11/16/09
3:30 PM
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brand new :: trend
TENDÊNCIAS AW09, DA M.A.C
Who’s that girl A MAQUILHAGEM COMO PONTO DE VISTA é um dos statements mais poderosos da M.A.C, a marca que elevou o make up ao estatuto de arte. As tendências para o Outono-Inverno são grandes quadros a partir dos quais chegamos ao look individual, capaz de fazer sobressair a personalidade de cada um, objectivo da M.A.C. A grande inspiração continua a ser os anos 80 e a sua obsessão em esculpir a pele. Como os deliciosos nomes musicais que as identificam (Lid Vicious, Who's That Girl e Sculpture Club), as tendências percorrem o riquíssimo espectro dos anos 80, do punk a Boy George. Suavizados e actualizados, os eighties surgem verdadeiramente renovados. Algumas pistas: há que escolher entre acentuar os olhos ou a boca (não podemos ter os dois ao mesmo tempo), e aí a tendência é preto volumoso nas pestanas e pálpebras e vermelhos e fúcsias (delineados) nos lábios à la Cindy Lauper. Regressam os pigmentos puros e as texturas mineralizadas, em tons metálicos ou dark. A pele, claro, tem de estar impecável para aguentar tanto dramatismo.
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3:37 PM
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SISTEMA DE PRATELEIRAS SUM, DE PETER MARIGOLD PARA A SCP
Caos ordenado B L U E
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DAS GALERIAS DE DESIGN para as nossas casas as estantes Sum, do britânico Peter Marigold, ajudam-nos a ordenar o caos sem perder a descompostura. Um infalível sistema assimétrico, Sum é parte da Boxed collection, a linha mais acessível da SCP (o brief dado aos designers era o de desenharem peças que pudessem ser facilmente empacotadas e transportadas para casa à mão) e vem em conjuntos de três unidades (cada prateleira com uma forma diferente) permitindo configurações muito flexíveis. www.scp.co.uk 16
design :: brand new
PEACOCK, DE DROR BENSHETRIT PARA A CAPPELLINI
Vaidosa UM ILUSTRE DESCONHECIDO, Dror Benshetrit, assina esta cadeira pavoneante ma non troppo, numa aposta ganha de um dos maiores talent scouts do design mundial, Giulio Cappellini. A Cappellini orgulha-se de combinar, nesta cadeira, as premissas do design industrial e o inimitável toque do alfaiate. Uma única folha de feltro (com dois tons ou um só, em verde ou azul) enrolada à volta de uma base de metal pintada de castanho para um efeito poderoso. Confortável e elegante, num material convidativo e acolhedor, Peacock é um pavão low profile com o corte de um clássico.
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www.cappellini.it
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LOJA MARC BY MARC JACOBS LISBOA
De primeira NO NUMERO UM DO LARGO DE SÃO CARLOS, abriu recentemente a primeira loja da Marc by Marc Jacobs em Lisboa. Um encontro de “primeiros”: o número um na porta, as criações de Marc Jacobs e o edifício onde nasceu Fernando Pessoa. Com projecto da Stephan Jaklitsch Architects, a loja, de 150 metros quadrados, acolhe as colecções de pronto-a-vestir para homem e senhora, para além dos acessórios. Os pormenores originais do edifício foram
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mantidos, mas adaptados ao universo Marc Jacobs. Toldos azuis característicos da griffe pintam a fachada, e o design de interiores segue a linha de outras lojas da marca, com acabamentos “Marc Blue” em aço inoxidável acetinado e vidro transparente e espelhados e a grande mesa “skateboard”, também no inconfundível azul, com logos gravados. Marc by Marc Jacobs Largo de São Carlos, 1 | 21 342 93 15 www.marcjacobs.com 18
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CONTENTORES GUERRILLA, DE STONE DESIGNS PARA A RS
Revolucionário GUERRILLA É O NOME DESTES VERSÁTEIS contentores-separadores criados por Cutu Mazuelos e Eva Prego (a dupla da Stone Designs) para a barcelonesa RS. Trata-se,
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segundo os designers, de “uma revisão amável e pacífica de um elemento bélico”, já que os
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sacos (como sacos de café) amontoados como trincheiras, formam composições polivalentes. Dentro dos sacos, pode colocar-se uma gaveta opcional para armazenamento, mas a ideia é a mesma: “brincar” com eles fazendo separadores de espaços, bancos informais ou o que quisermos. www.rs-life.com
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11/16/09
3:44 PM
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G
“O DESIGN PURAMENTE SIMPLES TORNA-SE ABORRECIDO. É PRECISO
MAIS”
KONSTANTIN
GRCIC Konstantin Grcic é
o designer mais
consensual da sua geração. Decidido, concentrado, simples, o seu design é sempre rigoroso e nítido, o que não significa que seja transparente,
IMAGENS
MADALENA GALAMBA
CORTESIA KGID
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ENTREVISTA
D E S I G N
nem muito menos fácil.
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design :: entrevista
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NA CAPA DO LIVRO KGID,
Konstantin Grcic fala-nos destas coisas
adivinha-se o vulto de Konstantin
no pátio do Palácio Braamcamp, rodeado
Grcic, o designer industrial,
de improváveis batráquios verdes de
equilibrado numa bicicleta que conduz
faiança, que contrastam com a
com uma só mão, enquanto com a outra
sobriedade do seu look all black.
agarra, de braço esticado, uma cadeira
Está de volta a Lisboa, e de volta à
de alumínio. A cadeira é a chair_ ONE,
Experimenta, dez anos depois da sua
produzida pela Magis, um dos produtos
primeira visita, no ano de estreia da
mais queridos do designer
Bienal. Passaram-se dez anos, e de
“A chair_ ONE foi um dos projectos mais
“respeitado designer emergente” Grcic
excitantes da minha carreira. Já que
passou a “consensual designer
tinha a oportunidade de trabalhar com
estabelecido”. O que mudou?
um molde de alumínio, achei que a devia
“É bom estar de volta e bom saber que
levar até ao fim. Decidi que toda
a EXD se consolidou. Criar um evento
a cadeira, ou a maior parte da cadeira,
assim para o design é qualquer coisa.
devia ser uma só peça.”
Quando vim pela primeira vez,
E a bicicleta, descobrimos, é o objecto
estava a começar. Agora, fui convidado
que Grcic gostaria de desenhar.
de novo e fiquei contente.
design :: entrevista
“KONSTANTIN GRCIC FALA-NOS DESTAS COISAS no pátio do Palácio Braamcamp, rodeado de improváveis batráquios verdes de faiança, que contrastam com a sobriedade do seu look all black”
UM BOM OBJECTO DE DESIGN segundo Konstantin Grcic 1) ECONOMIA DE MEIOS Consegues muito com muito pouco. 2) LEGIBILIDADE Todos lemos os objectos. Gosto de coisas que sejam legíveis. 3) POESIA As palavras são o que são mas há muito mais para além delas. A poesia é simples e sugestiva. Um bom objecto também. O design puramente simples para mim torna-se aborrecido. É preciso mais.
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Se este objecto imaginário for produzido industrialmente, então é perfeito. Tenho uma grande admiração pela indústria
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SUAVE Glove, o recipiente de cerâmica com pega escondida (2002, CorUnum). Na pågina anterior, banco Miura (2004, Plank).
entrevista :: design
“A QUESTÃO DO TEMPO E DA ACELERAÇÃO É IMPORTANTE. Não quero chegar a uma conclusão, porque a conclusão é uma armadilha”
e desculpe a sinceridade, é uma cidade
preciso abrandar... Para mim a resposta
remota. Pois bem, desde que cá cheguei
está algures no meio, entre a
há uma hora já encontrei cinco pessoas
aceleração e o abrandamento.”
conhecidas... Algumas coisas mudaram
E voltando ao tema da bienal,
em mim em dez anos. Quando vim pela
é tempo de quê? “A questão do design
primeira vez era um jovem designer,
e da sustentabilidade não é nova.
agora já não o sou. Sou consciente
Temos de ter imenso respeito pelos
disso. Para mim, é um teste à minha
recursos, pelo que damos e pelo que
própria atitude. Como jovem designer
retiramos de uma coisa. Para mim é
tinha muito entusiasmo, energia...
importante que desenhemos coisas que
Agora venho dar uma conferência
acrescentem alguma coisa ao que já
que é uma espécie de statement”.
existe. Mas para mim o design é uma
O statement de Grcic, como o seu
profissão. Fazer menos é melhor.”
design, foi tão sério quanto bem
“A grande questão é fazer perguntas
humorado. Com casa cheia no Teatro
sabendo que as perguntas nunca são
Camões, Grcic falou da sua experiência
gerais. São sempre específicas.
como designer, mas não se ficou pelos
Quando desenhamos ‘mais uma cadeira’
seus projectos. A partir de três
estamos a fazê-lo para uma empresa
Mayday, o candeeiro imediato
exemplos de indústrias de mobiliário,
específica, num país específico,
de Grcic, vencedor de um
com diferentes dimensões (por ordem
para uma pessoa específica.”
Compasso d’Oro (1998, Flos).
crescente, da familiar Plank à mega
Konstantin Grcic não é o tipo de
Vitra, passando pela Magis)
designer que desenvolve projectos
Gric falou-nos de design e de
autopropostos. Ele precisa da ignição
indústria, contra o pano de fundo do
da encomenda. Dos constrangimentos do
tempo. E mostrou como, para que um
cliente nasce a sua liberdade.
processo de design seja levado
Isso não o impediu de desenvolver
a cabo com êxito, são tão importantes
belíssimos projectos para galerias,
as relações humanas
como a Kreo (Missing Object e mais
(entre designer e produtor)
recentemente Karbon), mas na palavra
quanto o funcionamento das máquinas,
composta “designer industrial” Grcic
que o fascinam.
faz questão de frisar o segundo termo.
“A questão do tempo e da aceleração é
Konstantin Grcic nasceu em Munique em
importante. Não quero chegar a uma
1965. Estudou carpintaria no Parnham
conclusão, porque a conclusão é uma
College antes de entrar no Royal
PRÁTICO
D E S I G N
armadilha. Chegamos ao cliché de que é
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Lisboa é uma cidade bonita mas também,
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design :: entrevista
BUCÓLICO
O cesto de roupa 2-Hands (1996, Authentics), símbolo do design industrial,
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num cenário campestre.
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design :: entrevista
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IMPERTURBÁVEL A simplicidade imperturbável do design de Grcic manifesta-se nesta composição de objectos em madeira, como a estante Es (1999, Moorman), o escadote Step (1995, Moorman) e a secretária Prado (1996, SCP).
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design :: entrevista
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College of Arts. Trabalhou um ano no estúdio de Jasper Morrison antes de fundar, em 1991, o KGID, em Munique. Gosta do barulho das máquinas, sente-se fascinado pelos mecanismos e pelas fábricas. O que, como demonstraram Mayakovsky e Álvaro de Campos, não é de todo incompatível com a poesia. Como escreve Pierre Doze, “o trabalho de Grcic não é fácil”.
Procura
dificuldade. Gera resistência. Grcic é consciente de que o seu trabalho é, geralmente, difícil de ler. Radical, concentrado, condensado, o seu design é rigoroso, mas não poupado. Porque, mesmo no objecto mais utilitário, há sempre, escondida, uma inenarrável dose de poesia, pronta a explodir. É a pluralidade de leituras, o desdobramento de sentido depositado URBANO
em cada objecto que torna o design de
Em cima, cavalete Bishop
Grcic tão denso e tão apaixonante.
(1991, SCP). Na página ao lado, Square (1991,
Não há nada aqui que positivamente
Authentics),
nos “entre pelos olhos”. E no entanto
o primeiro produto de plástico
tudo, de um cesto de plástico a uma
desenhado por Grcic.
“É A PLURALIDADE DE LEITURAS,
cadeira de alumínio, tem a acutilante
o desdobramento de sentido
O KGID foi um dos sete ateliers
depositado em cada objecto
capacidade de nos perfurar, racional e emocionalmente. espalhados pelo mundo seleccionados
B L U E
D E S I G N
por Tulga Beyerle para integrar a
que torna o design de Grcic
exposição Pace of Design, na EXD.
tão denso e apaixonante”
A curadora destacou a forma estruturada e organizada em que se trabalha no estúdio de Grcic. Nada surpreendente. “Para mim, a organização de um dia de trabalho é um assunto muito sério. Preciso de uma estrutura muito firme. Começamos às nove e acabamos às sete.
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design :: entrevista
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PÚBLICA design :: entrevista Public_ONE, a versão
para espaços públicos, com base de betão, da
famosa
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Chair-ONE (2004, Magis).
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design :: entrevista
Dentro deste quadro há muita liberdade.” Mas a pausa para o chá, às 11 da manhã, é obrigatória. E onde fica o génio criativo no meio desta ordem alemã? “É trabalho. A maior parte do tempo é trabalho duro. É uma coisa estruturada. O talento está envolvido mas há mais. Há muita paixão. Como o Castiglioni, que quando já tinha feito tudo continuava com o mesmo entusiasmo. Nunca perdeu a paixão e a alegria por fazer o que fazia. É este impulso que é realmente raro no design de hoje.” Um exemplo? “ Vou dar-lhe um nome que provavelmente não esperava. Philippe Starck. Ele está aí desde os anos 80. E claro que fez algumas coisas não tão brilhantes, mas se pensarmos em tudo o que fez, e tudo o que fez pelo design... Ele abriu o caminho à minha geração. É como a música pop. Há hits que podem até não ser brilhantes mas são catchy. O Starck é muito radical, progressista mas ao mesmo tempo consegue ser comercial.” Percebe-se que Grcic, que nitidamente não está muito preocupado com o que as pessoas possam dizer sobre o seu trabalho (na conferência, um dos slides citava as reacções das pessoas à sua polémica cadeira 360˚, e continha pérolas como “instrumento de tortura” ) aspira a essa universalidade, que é para ele a componente mais industrial do design.
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D E S I G N
“Sou claramente um designer industrial. Não sou um artista. No design não estamos a resolver problemas, mas a responder a problemas. Tudo está em aberto. O design é muito uma evolução. O bom design é muito cultural. Na cultura, não falamos de problemas mas de contextos.” 36
e
design :: entrevista
“PARA MIM A ORGANIZAÇÃO DE UM DIA DE TRABALHO é um
assunto
muito sério. Preciso de uma estrutura muito firme. Começamos às nove e acabamos às sete”
POLÉMICA A cadeira giratória 360˚ (2009, Magis) foi descrita por um blogger como
é um objecto inesperado, a antítese da confortável cadeira de escritório.
B L U E
Apesar da ortodoxia da forma,
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“instrumento de tortura”.
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IAN ANDERSON, O REPUBLICANO
O director criativo de comunicação da ExperimentaDesign fez questão em responder às nossas perguntas, enviadas por e-mail, em “cor-de-rosa Experimenta”. Descubra o homem por detrás da poderosa trilogia: NEW, NOW, WOW. ENTREVISTA MADALENA GALAMBA
1. “The Designers Republic é uma
— Jogas com as cartas que te calham. Podes não gostar
declaração de independência em relação ao
da tua mão mas a única maneira de ganhar o jogo é
que percepcionamos como sendo a
sabendo que é um jogo. Não tenho escolha senão jogá-lo,
comunidade do design existente”. O que
portanto talvez seja melhor tentar ganhá-lo.
procurava quando fundou a TDR?
O consumismo, como a religião, é fascinante. Porque é
— Marcar a diferença. Criar diálogo. Deixar uma marca.
que nos deixamos convencer de que precisamos de uma coisa que antes não sabíamos que queríamos?
2. 23 anos mais tarde, acha que a
Porque é que gastamos o nosso tempo a comprar coisas
comunidade do design está melhor?
para as quais temos pouco ou nenhum uso? Porque é que
— Está maior. Hoje em dia é mais fácil abordarmos o
as pessoas acreditam em Deus mas não em fadas no
design, pelo menos à superfície, porque a
fundo do jardim? Porque é que alguém morreria por uma
democratização tecnológica do processo criativo tornou
coisa cuja existência não podem demonstrar? As
os meios de produção mais acessíveis. É um caso
respostas não importam, mas as perguntas são
clássico de “tenha cuidado com o que deseja” (pode
importantes. Não tenho a certeza de ser anti-
tornar-se realidade). Podes levar as pessoas a uma ideia,
establishment, não tenho tempo para perder uma batalha
mas não podes fazer com que pensem.
a sós, mas como diz Jarvis (Cocker), tens de te perguntar porque é que “Cunts are still running the world”:
3. Porque é que escolheu Sheffield para fundar esta república?
9. A ideia de autoria é crucial para si. Mas dir-
— A tua casa está onde está o teu coração. (Home is
se-ia que a ideia de autor (ego) entra em
where the heart is).
colisão com a ideia de um colectivo de design. Na TDR não é assim. Como é que diferentes
4. É verdade que a TDR foi fundada num dia
“egos” transmitem a ideia de uma autoria
“revolucionário”, a 14 de Julho (tomada da
coerente?
Bastilha)? Foi de propósito?
— Tento encontrar as pessoas certas para trabalhar.
— Nada é por acaso.
Pessoas criativas que partilham as minhas atitudes, a abordagem em a relação quer com o processo de design
5. Qual era a intenção dos slogans falsos*
quer com o output. Pessoas que percebem a filosofia
criados pela TDR? Como surgiam?
intuitivamente. Há uma visão e uma missão e estamos no
— Fazer perguntas que não podíamos responder.
bom caminho.
6. Disse “Sou pragmático quanto ao
10. Alguma vez sentiu que a TDR era o Ian
casamento entre ideais socialistas e
Anderson?
trabalhar em publicidade”. Quando é que
— Nunca pensei nisso até que me tentei distanciar dela, e
o design é mais revolucionário?
aí tornou-se óbvio que embora não fôssemos um só,
— Quando menos o esperas.
estávamos inextricavelmente ligados. Houve quem me
mundo|?
perceberam o que era e é a TDR. Fiz mal em pensar que
— Devíamos tentar.
alguma vez poderiam compreender e fiz mal em ouvi-los. Mas estás sempre a aprender…
8. É fascinado pelo consumismo.
Mas obviamente sou, acima de tudo, o Ian Anderson, e isso
E no entanto também é anti-establishment.
permite-me trabalhar com outras pessoas, colaborar com
É uma relação de amor/ódio com a nossa
outras agências e explorar ideias em diferentes contextos,
cultura e sociedade?
um dos quais é a TDR.
B L U E
respirar… Mas essas pessoas estavam enganadas, não D E S I G N
dissesse que a TDR floresceria e cresceria se eu a deixasse 7. Acredita que o design pode mudar o
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entrevista :: design
11. A dada altura, a TDR começou a ser
16. O que é o que o design precisa para ser
copiada, o que dava a entender que se tinha
inteligente?
tornado num “estilo”. Como se sentiu com
— Uma ideia e uma razão para a ter.
isto? Porque um estilo “cristalizado” e copiável é um pouco a antítese da TDR…
17. Onde é que encontra a poesia?
— Há uma diferença entre o que escolhemos fazer
— Nas pontas dos meus dedos?
e o modo como as pessoas escolhem percepcionar o que fizemos. Sou consciente de que o trabalho de certas
18. O que tem a dizer-nos sobre a relação
pessoas é genuinamente inspirado naquilo que fazemos,
entre a TDR e a música electrónica?
e orgulho-me de que a TDR tenha tido esse impacte.
— Mesma inspiração, mesma influência, mesma
E também sou consciente de que há pessoas que nos
visão.
copiam simplesmente porque são demasiado preguiçosas para criarem algo de novo.
19. “Empenhei-me no design porque estava numa banda mas não sabia tocar”.
12. Ao falar da extinção da TDR, disse,
Que instrumento gostaria de ter tocado?
“dinamitámos o nosso próprio mito”. Como
— Acho que é mais interessante não poder tocar.
é que isto aconteceu? — Esqueci-me do que era importante para mim, e do que
20. Qual é o seu projecto de sonho?
era importante para as pessoas com quem trabalhava.
— O próximo.
Trocámos a magia pelos “account managers” e ideias novas por “new business”. Transformámo-nos naquilo contra o
21. E é para quando, a esperadíssima
qual lutávamos: uma grande agência comandada pelo
antologia sobre a TDR?
negócio.
— Para breve… talvez duas!
13. E a nova TDR, voltará às raízes?
22. Como é que começou a sua colaboração
— Não podemos voltar atrás, mas vamos para a frente
com a Experimenta?
com o mesmo espírito que nos inspirou e a mesma atitude
— A Guta implorou-me ;-) Em perspectiva, como estive
que nos pôs na vanguarda.
em Lisboan a primeira edição da EXD parecia inevitável… Estava à procura de um novo desafio para
14. Brain Aided Design™ and Thinking and
2009 e como eu e Guta estamos sempre em contacto
Doing™ são dois conceitos-chave da TDR.
por uma razão ou outra… Agora estou aqui.
O que significam para si? — BAD™ versus CAD (computer aided design). Reclamem
23. O que queria fazer como director
amanhã… e Thinking & Doing™ é o nosso modus operandi.
criativo de comunicação da Experimenta?
O design é pensar (primeiro) e fazer- um sem o outro é uma
—Inspirar e sintonizar.
perda de tempo. O escapismo não é liberdade.
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24. Como é que foi trabalhar num cluster 15. Das marcas às supermarcas, a TDR tornou-
criativo como a Experimenta?
se muito influente nos anos 90 e para além
— É uma sensação confortável e familiar… muito como
dessa década. É muito diferente desenhar para
a TDR ao princípio.
uma editora de discos alternativa ou, por exemplo, para a Coca-Cola?
25. Como “music man”, que playlist
— A abordagem e a atitude é a mesma. O nosso papel
recomendaria para esta edição
é o mesmo. Há apenas um material-base diferente, que
da Experimenta?
temos de filtrar e dirigir, e um público diferente. Mas há
— Tudo… em Dub.
sempre uma mensagem e um produto para vender. 40
EXPERIMENTA EM GRANDE Mais de 18.000 visitantes nos cinco dias da semana inaugural são um bom número para a EXD09 que regressou a Lisboa imparável. No ano em que cumpria uma década, a bienal cumpriu de novo o seu propósito de colocar Lisboa no centro do mundo do design. Foram 67 eventos (conferências, Open Talks, intervenções urbanas, projectos tangenciais e exposições nucleares) que puseram a cidade a mexer. POR MADALENA GALAMBA FOTOS RICARDO POLÓNIO E CORTESIA EXPERIMENTADESIGN
tema :: design
Exposições QUICK, QUICK, SLOW A musicalidade do título era um bom indício do ritmo da exposição Quick, Quick, Slow, que trazia o design gráfico (e a imagem em movimento, e a era digital) para o núcleo da EXD. Com curadoria da historiadora de design Emily King (autora de vários livros sobre design gráfico, foi comissária da monográfica sobre Alan Fletcher no Design Museum de Londres), Quick, Quick, Slow é uma das exposições que mais directamente, e com maior sucesso, aborda o tema proposto pela Bienal, o tempo. Fá-lo de uma maneira transparente, líquida, num “olhar retrospectivo” que arranca no início do século XX, com os futuristas e a explosão Dada, e termina em 2009, com a exploração vertiginosa do meio digital. Num percurso historiográfico não completamente linear (a exposição arranca no contexto actual, com uma instalação digital e Bjork a desenhar o seu esconderijo no vídeo de Hidden Place, e o fio temporal que desenha está cheio de desvios e paragens) Quick, Quick, Slow cumpre com louvores a promessa de articular “texto, imagem e tempo”. Da imagem “parada”, numa excelente selecção de peças gráficas impressas, à imagem em movimento (com projecções de cinema abstracto, genéricos de filmes e videoclips onde o “gráfico” assume protagonismo) até às contemporâneas peças digitais, a exposição traça o retrato do tempo na sua faceta mais visível e plástica: a de movimento, aceleração e fluxo. Dos panfletos dadaístas de Tristan Tzara e Picabia ao grande-formato da lendária revista Emigré, passando por agendas perpétuas (como as dos M/M) e calendários heterodoxos (como o de Julia Born), BD alternativa (“Jimmy Corrigan, The Smartest Kid on Earth”, de Chris Ware, que retrata o tempo em que não fazemos nada), à “bíblia” de Bruce Mau, aos cartazes “musicais” de Josef Muller, o tempo, registado, a vários ritmos. Uma co-produção EXD’09/ Museu Colecção Berardo, Quick, Quick, Slow prolonga-se para lá da Bienal, até 29 de Novembro,
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o que é, para quem a viu, motivo de alegria
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(podemos vê-la outra vez), e para quem ainda não lá foi, sinal de que aqui a falta de tempo não será desculpa. Fotos: EXD
experimenta :: design
TIMELESS Depois de visitar a exposição Timeless, no Museu do Oriente, em Lisboa, perguntamo-nos: onde está o tempo? Onde é que ele pára? Porque só com muito esforço é possível perceber a relação entre a exposição (como um todo, para além de cada projecto individual) e o tema da bienal. É evidente que aqui se tratava do lado “está na hora” da expressão “It’s About Time”. É tempo de fazer mais com menos, e de assumir que, nos tempos que correm, “menos é melhor”, como sugere, e muito bem, a EXD. O repto lançado pela EXD às comunidades criativas de quatro países (Portugal, Índia, Reino Unido e África do Sul) estava cheio de boas intenções. E a ideia de propor “novos artefactos para o século XXI” com “menos recursos, sistemas de produção menos complexos e formas de distribuição mais simples” é de facto urgente. Timeless, no entanto, não esteve à altura do desafio. Desmembrada e sem norte (a co-curadoria não resultou), confusa e pouco legível, nem o design de exposição de Miguel Vieira Baptista a salvou. Faltou o chapéu aglutinador numa mostra onde quase tudo, do espaço ao tamanho das legendas explicativas dos projectos, era difícil. Contrariamente ao lema na sua base, Timeless não transmite que “menos é melhor”, mas só que menos é muito pobrezinho. Valham-nos as pérolas que descobrimos, como os computadores portáteis de madeira e bordado kaantha, Precious Seconds, de Padmaja Krishnan, uma metáfora para o cruzamento entre o artesanato e a tecnologia, ou a nobreza de Hippo Water Roller, de Grant Gibbs, um dispositivo desenhado para melhorar o acesso à água.
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Fotos: Ricardo Polónio
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experimenta :: design
LAPSE IN TIME Esta é uma exposição emocionante. Daquelas que provocam pele de galinha. De ver e chorar por mais. Ao ponto de nos perguntarmos porque é que a EXD só acontece de dois em dois anos. Um comissário de peso, Hans Maier-Aichen, juntou em Lapse in Time 18 designers com projectos memoráveis numa exposição que curiosamente, versava sobre a inspiração desenfreada que irrompe dos intervalos (lapsos) no tempo. Maier-Aichen, co-fundador da Authentics, tem um olho clínico para detectar o design que surpreende e emociona. E é isso que Lapse in Time faz. Tocar-nos. Espantar-nos positivamente. Ensaiar uma legião de bocas abertas de contentamento nos visitantes desprevenidos. Longe da previsibilidade do mainstream, Lapse in Time dá a ver o lado mais independente do design, mais vincadamente idiossincrático, mais interdisciplinar (as pontes com outras disciplinas, da antropologia às ciências naturais, são surpreendentes). Este intervalo revelador (Maier-Aichen procurava plasmar a “elasticidade mental” dos designers, para lá do binómio forma-função, para lá da encomenda do cliente) é também o momento onde o design mais se aproxima da arte, com a diferença de que nesta exposição, se podia, em princípio, tocar nas peças. O design de exposição de Fernando Brízio (com os nomes dos autores e das peças inscritos em simples bancos de madeira) é esplendoroso, nítido e luminoso (olhem para cima, por favor). Numa sala desafogada, uma sequência cheia de harmonia de projectos experimentais que transpiram liberdade. Lado a lado, nomes fortes e talentos emergentes. No mesmo espaço, duas peças de Nacho Carbonell, os finíssimos e fabulosos ataques de Jason Miller ao establishment ao mesmo tempo que regista o uso e o tempo (notem a delicadeza das suas dedadas na patine poeirenta sobre a cadeira dos Bouroullec ou o candeeiro de Barber Osgerby), a beleza de situações inadequadas como o armário de espuma de Sílvia Knuppel, ou a mesa “ao contrário” de Yvonne Fehling. O inesperado português D E S I G N
está belissimamente representado por Target, as mesas-alvo de Fernando Brízio (onde as setas têm de acertar na(s) mouche(s) para assegurar a estabilidade da mesa) e as experiências com insectos de Susana Soares.
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Um acertadíssimo lapso. Oxalá fossem todos assim,
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e passaríamos a vida a enganar-nos. Fotos: Ricardo Polónio
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PACE OF DESIGN Não se espere uma exposição de design clássica. Em Pace of Design, há muito poucos objectos. Sete ao todo. Um por cada atelier representado. Um por cada continente. E estão todos confinados ao início da exposição, atrás de uma cortina de plástico transparente, que dificulta (achamos que propositadamente) a sua leitura. Isto porque Pace of Design é uma exposição sobre processos, não objectos. E são os processos que se desenrolam diante dos nossos olhos, como o fio de um novelo, ao longo de um dia, das nove às cinco, ao longo de dias, no tempo que leva um projecto a desenvolver-se. Tulga Beyerle, a comissária, viajou pelos quatro cantos do mundo para observar e registar o quotidiano de sete estúdios de design com muito pouco em comum. Ou talvez não. Passou dois dias, não mais que isso em cada cidade: Munique (Konstantin Grcic), São Francisco (Lunar Design), São Paulo (Fernando e Humberto Campana), Cidade do Cabo (Haldane Martin), Nova Deli (CKS), Hong Kong (Michael Young) e Tóquio (Iwasaki Design Studio). Pace of Design é o resultado deste périplo, que tem muito de estudo etnográfico, embora sem pretensões científicas. No Antigo Picadeiro do Colégio dos Nobres, na Rua da Escola Politécnica, vemos o resultado. A exposição, no sentido mais puro do termo. Mega telas transparentes atravessadas pelos fios condutores que nos levam dos objectos à sua origem (na parede da retaguarda, cada estúdio e a hora local) apresentam dados comparativos, estatísticos, sobre o ritmo, o modo, o tempo de trabalho em cada estúdio. Esta é a dimensão macro de Pace of Design. Mas existe o outro lado: o lado íntimo, dos bastidores, onde se passa tudo o que não vemos, longe do glamour dos Salões e das revistas passadas a gloss. É esse universo que nos é dado a ver. Espreitamos pelo buraco da fechadura e, sentados em poufs luminosos, mergulhamos no quotidiano de Konstantin, Michael e Fernando e Humberto. Na parede, são projectadas fotografias que condensam numa sequência de 15 minutos, um dia de trabalho. Colocamos os auscultadores e imergimo-nos na música que se ouve em cada lugar (os estúdios enviaram as
pode não ser a mais funcional das exposições. Afinal, de quanto tempo precisaríamos para passar pelos sete estúdios, sentados, sozinhos, em frente a cada projecção? Mas é de certeza intrigante. Num formato arrojado sem ser high-tech. Intimista e geral. Glocal.
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entrevista de Tulga Beyerle a cada designer. Pace of Design
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playlists). Por trás, vamos escutando o registo áudio da
Fotos: Ricardo Polónio 49
experimenta :: design
Projectos especiais
EFEITO D O design como defeito, mas sem carga negativa, Efeito D é um projecto de design para a diferença. Uma iniciativa da BBDO, em co-produção com a EXD, o projecto começou como um desafio a designers portugueses para que criassem projectos que acentuassem uma diferença, um defeito ou uma falha, que pudesse ser transformado numa característica especial, singular e positiva. Depois ampliou-se a um painel internacional. Para todos os designers, a inspiração é a diferença, como a contida no cromossoma 21, na origem da Síndrome de Down, e o objectivo é a angariação de receitas para o Centro Diferenças, um centro de desenvolvimento para crianças com deficiências. Está prevista a criação de uma marca que permitirá comercializar estes produtos. Atenção à cómoda com a gaveta
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interminável de Brízio, e ao ADN da cerâmica de Maxim Velcovsky. Fotos: Ricardo Polónio
JARDIM DE SANTOS A reabilitação do Jardim de Santos será um dos legados da EXD’O9 para a cidade de Lisboa. O projecto, uma intervenção multidisciplinar que combina arquitectura paisagista (João Gomes da Silva), design de equipamento (Fernando Brízio e Pedrita), design de som (Rui Gato), design de luz (José Álvaro Correia) e design de comunicação (António Silveira Gomes), tem como objectivo reinventar o jardim, devolvendo-o à cidade (e ao rio), criando um novo conceito de espaço verde urbano (para o século XXI). Flexível, transversal, convidando ao recolhimento e à interacção, o novo Jardim de Santos é uma promessa apetecível. Mal podemos esperar para nos vermos sentados nos bancos de cortiça e betão dos Pedrita, descobrir a nova clareira, trepar à casa na árvore, brincar com a luz ou mergulhar nos sons em mutação que nos propõem. Fotos: EXD
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experimenta :: design
COCA COLA GOSTA DE TI Durante todo o Verão fomos bombardeados pelo desafio Coca-Cola light, de trocar objectos caducos por refrescantes latinhas de refrigerante. Desses detritos da cultura material surgiram novos objectos, transformados, reconvertidos, reinterpretados por uma mão-cheia de bons designers da praça. A curadoria esteve a cargo da EXD, e embora as propostas fossem desiguais, valeu a pena. Gostámos da singela homenagem às meias brancas (Socksaround, de Susana António) e pro-
Uma retrospectiva dos ícones do design democrático da IKEA ocupava o piso -1 do Lounging Space. Entre 1995 e 2009, o gigante sueco lançou seis colecções PS (a crème de la crème do design para todos) e esta exposição é uma selecção dos hits mais vanguardistas e inesperados. A atmosfera da exposição era muito IKEA (os preços estavam à vista) e percorrido o circuito a conclusão era clara: o bom design não é incompatível com os preços acessíveis, antes pelo contrário. A IKEA aproveitou o élan da bienal para trazer alguns dos seus designers mais conceituados a Lisboa, para realizarem workshops temáticos com estudantes portugueses e lançar um concurso de design, em parceria com o MUDE, o Centro Português de Design e a EXD. Chapeau. Fotos: Ricardo Polónio
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IKEA
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curámos, em vão, o vibrador desaparecido (sim, dizem que existiu). Refrescante. Fotos: Ricardo Polónio
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Projectos tangenciais WORKSTATION (Marco Sousa Santos) O mais literalmente tangencial dos projectos tangenciais (decorre na Sociedade Nacional de Belas Artes, ao lado da exposição Lapse in Time) Workstation, de Marco Sousa Santos, é um maravilhoso ensaio sobre a cadeira. A partir de um objecto tão corrente quanto exigente enquanto projecto, Sousa Santos aborda o “carácter metodológico do processo criativo” instalando um simulacro de atelier, cenário de work in progress, para toda a gente ver. Sousa Santos dedicou oito meses a este “jogo das cadeiras” e o resultado está à vista, com o exemplo de um designer que atingiu a maturidade num invejável estado de graça. Combinação de materiais, linhas exactas, poesia, economia à la Jasper Morrison. Muito bom, também, o gesto de sobrepor a imagem de uma secção de uma cadeira ao texto âncora da exposição, interrompendo/ entrecortando a leitura. Palavras para quê?
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Fotos: Ricardo Polónio
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DOIS TEMPOS (R2) A intervenção tipográfica de Artur Rebelo e Lizá Ramalho (R2) na fachada da Ermida Nossa Senhora da Conceição foi um dos tangenciais mais unanimemente celebrados nesta edição da Experimenta. “Dois Tempos” é uma espécie de sequela da primeira intervenção da dupla portuense na Ermida, mas desta feita, o tema é o tempo. A instalação apresenta títulos de notícias relacionadas com o tempo, frases cómicas e insólitas, retirados de jornais portugueses e internacionais, e cobertos de tinta fotoluminescente para que tenham várias leituras ao longo do dia. Para acentuar o efeito, a inauguração foi à meia-noite. Fotos: FG+SG últimas reportagens
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Projectos Tangenciais
VIA LÁCTEA (Júlio Dolbeth + Sam Baron) Um ilustrador (Júlio Dolbeth) e um designer (Sam Baron) num projecto a duas mãos que trabalha a história da Vista Alegre através de uma abordagem narrativa inédita e irrepetível. As formas e os motivos clássicos das porcelanas seculares, mas também as técnicas, são revisitados e recompostos por Dolbeth e Baron em novas constelações. As duas etapas —a da produção e a da decoração das peças— estão intimamente ligadas e articuladas, numa colecção de peças únicas, mates e brilhantes, que evocam a poeira das estrelas.
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Fotos: Ricardo Polónio
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SÓTÃO (Fernando Brízio + Miguel Vieira Baptista) Com um Sótão como este, para que precisamos do resto da casa? Fernando Brízio e Miguel Vieira Baptista regressam “juntos e ao vivo” e apresentam, na “cave” da Marz galeria (registe-se a ironia), uma série de novos projectos autopropostos, guardados, até agora, nos seus “sótãos” particulares. Felizmente para todos, resolveram tirá-los da gaveta, dar-lhes forma, e mostrá-los, desempoeirados, no contexto de uma galeria de arte. Em “Sótão” os dois designers não trabalham em conjunto, mas em diálogo, e a mostra testemunha até que ponto Brízio e Vieira Baptista têm visões distintas do design, e até que ponto essas visões comunicam num entendimento invulgar e belo. Rendemo-nos às jarras da colecção 78 RPM, de Miguel Vieira Baptista, peças (únicas) de acrílico enroladas em lã construídas usando um gira-discos (a peça central é colocada sobre o prato do gira-discos e em rotação é enrolada à mão por um fio de lã), e ao cabide de Fernando Brízio (Colour Hanger (Red)), executado em sinterização selectiva por laser, onde seguimos o percurso ondulante de um tubo de óleo.
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Fotos: Cortesia Marz Galeria
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RENDEZ-VOUS: GRAPHIC ESSAY ON MEAL OBJECTS (Ana Paula Pais + Alice Graça) D E S I G N
Rendez-Vous insere-se na corrente do “slow design”
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Um “ensaio gráfico” à volta do universo da refeição,
da refeição, e actuar sobre o tempo.
que toma o tempo como espaço de reflexão. A ideia é repensar os objectos de uso quotidiano, mas também os hábitos associados ao momento O projecto é consistente e suculento. Fotos: Ricardo Polónio
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TAKE YOUR TIME + BIZARRE (Fabrica e Sisley Chiado) Quem passe no Chiado não pode ficar indiferente à montra da Sisley, ocupada por insólitas criaturas de cerâmica. Em branco imaculado, são uma criação de Sam Baron, que em Bizarre funde os elementos naturalistas da cerâmica portuguesa com objectos decorativos de formas clássicas. Assim, somos surpreendidos pelas orelhas arrebitadas de um coelho a espreitar numa jarra, o mergulho de um peixe num prato e o apaixonado beijo de dois cisnes. Híbrido e bom. Do outro lado da rua, na Fabrica, uma maravilhosa sequência de cartazes, Take Your Time, retira o tempo do seu contexto habitual — relógios, calendários — para o analisar através de evocações do tempo que consumimos com objectos e gestos quotidianos. Um tiquetaque inteligente e divertido, que põe o tempo a nu evidenciando a sua dimensão relativa e subjectiva. Fotos: Ricardo Polónio
LOSING VALUES (Toni Grilo) Na Fabrico Infinito, Toni Grilo apresenta Losing Values, D E S I G N
uma colecção de “objectos perturbados”, que reflecte os tempos conturbados que vivemos. Apesar de ser sobre valores em queda, as jarras, mesa e cadeira de Toni Grilo “não pretendem fazer uma crítica”, salienta o designer. Seja
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como for, a instabilidade é aqui um valor acrescentado.
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Fotos: Ricardo Polónio`
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OUT THERE, OVER HERE (Marília Maria Mira, Raul Boino, Madalena Avelar) O dualismo conceito/realização, a relação entre o acto de pensar e acto de fazer, foi o ponto de partida para o projecto Out There, Over Here, onde um grupo de alunos do curso de joalharia do Ar.Co (e uma joalheira que se juntou ao projecto) reflectem sobre o Tempo e o Espaço e as ligações conceptuais entre o “fora” e o “dentro”(e muito mais). Reflexões em miniatura, absolutamente preciosas, sobre os “pares”que nos (des)orientam, revelam a proximidade da joalharia com a arte conceptual contemporânea. Fotos: Cortesia Ar.Co
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CAPA BRANCA (Blue Design)
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experimenta :: design
previsto, na nossa edição de Dezembro). Por isso, decidimos atribuir três menções honrosas (às propostas de Daniel Almeida
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Lançámos o desafio à comunidade criativa emergente. Quem quer ser capa de revista? Recebemos várias propostas, mas nenhuma foi suficientemente esmagadora para subir ao pódio com destaque (e chegar a ser capa de revista, como tínhamos Campos, Filipa Cristina e Rita Peres Pereira) que podem ser vistas, juntamente com outras capas e páginas soltas da Blue Design, no papel de parede que construímos para a Experimenta. PARA VER NO HOTEL ALTIS BELÉM. Fotos: Ricardo Polónio
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AR PURO
MATALI
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SUNIC, o frasco de perfume que marcou a estreia de Matali Crasset. Fotografia de Patrick Gries
CRASSET A Matali Crasset não lhe interessam os objectos
Tão-pouco os espaços.
Só quer saber das relações que se tecem nesses espaços. Parte da vida para a questionar através do design. Em projectos e objectos que redefinem e reescrevem a nossa maneira de viver. Muitas vezes em ruptura. Poucas vezes ao lado do essencial. POR MADALENA GALAMBA IMAGENS CORTESIA MATALI CRASSET
design :: guru
AREJADA Matali Crasset nasceu e cresceu num ambiente rural, a anos-luz dos ambientes contemporâneos, tecno-poéticos, a que nos acostumou. Ilustração de Justin Morin.
O CORTE DE CABELO À LA JOANA D’ARC tornou-se um cliché ao qual é impossível escapar. A imagem de marca de Matali Crasset (n. 1965) a mais importante designer francesa da sua geração, uma das figuras incontornáveis do design no feminino, é um assunto que escolhemos não abordar. Apesar de usar este invulgar corte há décadas, sem aparentemente se fartar, Matali deve estar farta de responder a perguntas sobre o seu corte de cabelo. Preferimos pesquisar em entrevistas passadas, e descobrimos que, como confessou à Icon, usa assim o cabelo porque isso “a deixa respirar”. Ar puro. É isso que se desprende da conversa com Matali. Oxigénio, espaços abertos, vento e correntes de ar são palavras que surgem com frequência no seu discurso. Com uma voz fininha, quase esganiçada, Matali Crasset vai revelando a sua mente arejada, responsável por alguns dos objectos e projectos mais “fora” do design do século XX (e XXI). Matali Crasset nasceu e cresceu num ambiente rural, a anos-luz dos ambientes contemporâneos, tecno-poéticos a que nos acostumou (ou talvez não tão distante, se nos
”NÃO ME INTERESSAM OS OBJECTOS OU OS ESPAÇOS. Interessam-me os laços, as relações
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que se estabelecem no espaço. É a vida que me interessa ”
fixarmos na quantidade de árvores que aparecem no seu trabalho, e que, transformadas, guardam um resquício de ruralidade). O pai cultivava cereais, e toda a vida de Matali quis sair dali. Foi para Paris, estudar Marketing, mas um projecto numa cadeira de publicidade, onde era necessário imaginar toda uma campanha para um perfume, fê-la descobrir o design. De repente, o frasco era o mais importante. Mudou de curso. Depois de uma passagem por Itália, onde estudou com o seu mestre Denis Santachiara, regressou a Paris para trabalhar com o semideus do design gaulês, Philippe Starck. Quando o fabricante de electrónica Thomson encarregou Starck do redesign dos seus produtos, o designer colocou Matali à frente do projecto, e deixou-a assinar as peças “design Matali Crasset, art direction Philippe Starck”.
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DESMONTÁVEL Para a Moustache, Matali Crasset desenvolveu uma linha de móveis flexíveis de montagem quase instantânea. Na fotografia , Instant Seat.
RELACIONAL Em cima, a Maison des Petits, em Paris (fotografia Jérôme Spriet). Em baixo, o tema da árvore na instalação Nature Morte à Habiter, Galerie Thaddaeus Ropac (fotografia Charles Duprat)
design :: guru
”CADA PROJECTO QUE FAÇO É UMA MANEIRA de abordar a natureza, de questionar a natureza e retraduzi-la
Xtra-Room é o outro projecto desenvolvido para a
novo. Abriu o seu estúdio em 1993 e desde então tem
Moustache. Inscreve-se na linha dos “quartos dentro de
tocado praticamente todas as áreas do design: produto,
quartos” de Matali, as alcovas portáteis, os habitats
gráfico, interiores. O percurso é longo, e extremamente
temporários. Com uma cortina de tecido sobre uma
coerente. Distinguimos questões recorrentes com
estrutura de madeira, tem uma aparência teatral.
absoluta claridade. Como se a sua actividade como
Para Matali, é absolutamente prosaico: “Aquilo que
designer fosse um exercício em aberto, que nunca se
gosto de fazer é trabalhar os códigos domésticos.
esgota, mas que se recria perpetuamente. Existem
Se fizermos sempre mesas, cadeiras, não estamos a
árvores, motivos vegetais que conjugam futurismo
acrescentar nada de novo. Eu defendo os espaços
e poesia. Os móveis-espaço. A pesquisa em torno de
abertos, onde há o menos de separação possível.
noções chave como a modularidade e a flexibilidade.
Projectos como o Xtra Room são, mais do que
A predilecção por espaços versáteis, fluidos, sem
mobiliário, dispositivos. Gosto da ideia de dispositivo,
separações. As alcovas, cápsulas, ninhos, quartos
uma estrutura flexível que não nos encerra, que nos
dentro de quartos para colocarmos onde quisermos.
permite muito maior liberdade. Hiperespecializámos os
Vivermos como escolhermos. Ao olhar o percurso de
espaços, o que significa que acabamos por desperdiçar
Matali Crasset descobrimos que, como os vegetais que
espaços. Posso criar um espaço íntimo no meio de uma
adora, o seu trajecto no design começa também com
sala. É essa flexibilidade que procuro.”
uma semente, um gérmen que está lá, desde o início,
As árvores, o campo, levam-nos a outra questão.
e que brota e cresce como uma árvore esplendorosa,
Porquê tantos ramos e folhinhas (ainda que estilizados)
com um tronco sólido e “n” ramificações.
no trabalho de Matali? “É verdade, mas foi um pouco
Matali Crasset foi uma das designers escolhidas para
inconsciente, até à altura em que montei uma exposição
desenhar peças para a primeira colecção da Moustache,
em Praga e me apercebi até que ponto o meu trabalho
uma empresa nova de mobiliário contemporâneo (ver
estava impregnado de motivos vegetais. Penso que as
blue Design 10) com um posicionamento no segmento
pessoas se sentem bem na natureza. Eu faço objectos e
médio do mercado. “É muito importante encontrar
projectos que procuram aproximar as pessoas dessa
produtos justos, sobretudo nesta época de crise,”
sensação. Cada projecto que faço é uma maneira de
salienta Matali, a propósito da linha de cadeiras e mesas
abordar a natureza, de questionar a natureza e retraduzi-
desmontáveis que desenvolveu para o editor francês.
la à minha maneira. Não se trata de copiar a natureza, mas
“Com o trabalho para a Moustache, aproveitei para
sim de retraduzir a sensação de bem-estar que a natureza
voltar à gama-média e aos projectos perenes. Não é um
nos traz.”Outra tipologia cara a Matali é a dos móveis-
projecto de status. Gosto muito de trabalhar as noções
espaço. Com os irmãos Bouroullec, Matali faz parte do
de modularidade e flexibilidade. Orgulho-me da forma
selecto (e reduzido) grupo de designers não britânicos a
como utilizámos uma estrutura: o cavalete, e o
colaborar com a Established & Sons. Para eles, criou Open
desmontámos, o cortámos, o abrimos, A forma é apenas
Room, que descreve como“uma plataforma para convidar
o resultado do desdobramento do cavalete.”
as pessoas a deixar o espaço aberto.
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Foram cinco anos na Thomson, e depois Matali voou de
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à minha maneira ”
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design :: guru
TOTAL O Happy Bar é apenas uma das faces de um projecto integral de Crasset, o Hotel Hi, em Nice.
É um espaço simbólico. A partir de elementos muito simples (estes planos verticais e horizontais), criar um esqueleto que as pessoas absorvem como um sistema. Mais do que uma secretária, é uma possibilidade, é um contexto para a vida.” Possibilidade. Liberdade. Partilha. Empatia. São palavras-chave no design de Matali Crasset. Enquanto ideia e enquanto concretização. “O meu trabalho é uma questão de intenção. Não me interessam os objectos ou os espaços. Interessam-me os laços, as relações que se estabelecem no espaço”, esclarece a designer. “É a vida que me interessa. A forma vem depois. O importante não é a forma ou a matéria. Isso só interessa aos designers, são exercícios para consumo interno. A minha metodologia parte da vida.” Do quotidiano, das pessoas, e é por isso que o design de Matali tantas vezes surge como uma redefinição ou reinvenção. Parte da vida real, questiona-a, muitas vezes entra em ruptura com ela. Nasce algo novo. Mas que já cá estava.Matali Crasset faz design de produto, mas também de espaços. Gráfico. “Tenho um approach global, que pode aplicar-se a muitos sectores diferentes. Esta diversidade é apaixonante.” O Hotel Hi, em Nice, continua a ser o seu projecto mais completo. Emblemático, porque nele está toda a Matali. Ela desenhou a identidade gráfica do hotel, o bar, as camas, a banheira (com tal sucesso que passou a ser seis anos, o que para um hotel experimental é bastante tempo, o Hi “não tem uma ruga”, diz Matali. Continua a ser experimental, vanguardista. Sem cortinas, sem
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produzida autonomamente) e o serviço. Inaugurado há
hipoalergénica, o hotel ganhou recentemente o “label” ecológico sem ter de fazer nenhum esforço de
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tapetes, com uma atmosfera naturalmente
conversão. Simplesmente, é assim. 69
COMPOSTINHO Compo’sit, um sofá para todas as ocasiões desenhado por Matali Crasset para a Dunlopillo é um dos projectos mais
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recentes da designer.
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design :: guru
”EM LA MEUSE, MATALI CRASSET É RESPONSÁVEL por um projecto que inclui a criação de um centro de arte numa floresta”
Quando queremos saber qual o projecto de sonho, Matali responde, serena: “Trabalho com os sonhos dos parceiros que me pedem ideias e querem trabalhar comigo.” Por exemplo, o primeiro projecto de arquitectura assinado por Matali, onde vai desenhar também o edifício: um novo Hi na Tunísia. Em pleno deserto, este projecto não é uma miragem. “O meu objectivo é mostrar a fragilidade do oásis, e propor um espaço-tempo completamente diferente, O deserto é um espaço extremo em equilibrio com a actividade humana. De cada vez temos de começar do nada, e trabalhar em função do contexto.” Aqui, sente-se a aposta de Matali no valor do local como resposta ao anonimato e à banalidade da globalização. A designer trabalhou com artesãos locais e usou materiais locais (a palmeira) para pôr de pé este projecto. “É ao nível local que se passam algumas das coisas mais interessantes para um designer nos dias que correm.” E dá exemplos de colaboração com artistas e artesãos locais, como a construção de um infantário numa aldeia da Bretanha, a recuperação de um edifício classificado em Loudain para albergar um restaurante de cozinha experimental e um projecto absolutamente especial: a criação de um centro de arte numa floresta em La Meuse. Matali Crasset é responsável pela criação de uma estrutura que permita às pessoas ficar na floresta para ver as obras de arte, no projecto com um nome assombroso: Le Vent des Forets. “Como vê, não preciso É só deixar a janela aberta, o ar correr. e
COM ONDA A telefonia DON O (Thomson Multimedia), um dos primeiros projectos de Crasset,
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de ter sonhos,” conclui Matali “Eles vêm até mim.”
com direcção artística do mestre Starck. 71
Highlights
Highlight GADGET
LEICA M8 “WHITE EDITION”
IMACULADA A Leica já era uma máquina sem mácula, mas agora nesta versão all white mostra-se ainda mais perto do céu. Existem apenas 275 unidades da Leica M8 White Edition, uma edição limitada que não é, de facto, para todos. Os puristas preferirão a clássica, mas uma Leica é uma
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Leica, mesmo quando o corpo de magnésio e titânio é pintado de branco lacado. Continua a ser o Rolls Royce da fotografia, mesmo quando no seu interior esconde um sistema digital. As características técnicas desta pequena bomba são idênticas às da M8. Só muda a pele, em cool
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angelical, mantém-se o mito.
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www.comercialfoto.pt
Highlight BELEZA
EDIÇÃO ESPECIAL BE DELICIOUS, DKNY
PERFUME POP Uma dentada sumarenta na Grande Maçã é a promessa trazida por Be Delicious, o perfume best
seller da DKNY que se inspira na frescura do fruto verde e na sua ligação à cidade de Nova Iorque. O fruto proibido é mesmo o mais apetecido, e para comemorar o aniversário do lançamento de Be Delicious, a DNKY criou Delicious Art, uma nova interpretação, inspirada no atrevimento da pop art, da fragrância original. Na realidade, o sumo (isto é, o perfume) é essencialmente o mesmo, o que muda é a maçã (o frasco), num verde energético, com um padrão às bolas e lettering digno de uma tira de BD. O ilustrador Brad Hamann criou um anúncio que
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www.dknyfragrances.com
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retrata a rapariga Be Delicious transformada em
cartoon, com Nova Iorque como pano de fundo.
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Highlights
Highlight MODA
LACOSTE HOLIDAY COLLECTOR’S SERIES 09
CROCODILO DESIGN Depois de Tom Dixon, Michael Young e Zaha Hadid, a Lacoste volta a associar-se com a nata do design internacional, desta vez com os irmãos Campana, para o lançamento da Holiday Collector's Series 2009. Os Campana partiram de um conhecido projecto da sua autoria, a cadeira Alligator, onde vários crocodilos surgem “empilhados”, e transpuseram-na para o universo Lacoste: sobre um pólo branco, liso, oito logótipos do crocodilo aparecem sobrepostos num cluster. Uma edição superlimitada (12 pólos de senhora e 12 pólos de homem) onde os logótipos são cozidos à mão (por costureiras da associação Coppa Rocca, da favela Rocinha) para formar uma camisa única, na linha dos trabalhos dos Campana, é um luxo ao alcance de muito poucos (na foto). Para todos, mas especialmente para um público mais jovem e urbano é a colecção Lacoste Red!, que com cores vivas e cortes mais justos actualiza um clássico. Gostamos do dinamismo e do look retro arrojado.
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www.lacoste.com
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Highlight DESIGN SUSHI COLLECTION, DE EDWARD VAN VLIET PARA A MOROSO
WRAP Como um rolinho japonês que combina diferentes ingredientes, a Sushi Collection, criada por Edward van Vliet para a Moroso é uma delícia visual e táctil. Van Vliet, mais conhecido pelo seu trabalho em design de interiores e têxteis, é especialista em combinar diferentes elementos para criar atmosferas únicas, e talvez por isso tenha sido escolhido por Patrizia Moroso (com quem colaborou directamente) para trabalhar neste projecto. Sushi é uma amálgama de motivos geométricos, carpas japonesas e estilizados elementos marroquinos que compõem numa nova paisagem visual leve e vibrante. Os nomes das peças (sofá Karmakoma, pouf Donut, cadeirão Juju) evocam a mestiçagem na origem da colecção, num exotismo temperado e inequivocamente contemporâneo.
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www.moroso.it
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Highlights
Highlight GOURMET
GLACÉAU VITAMIN WATER
COOLORIDA Está por todo o lado, e é impossível não reparar nela. De Manhattan para Lisboa, a Glacéau Vitamin Water transporta o espírito urbano da Grande Maçã para as colinas alfacinhas. Em roxo amora ou laranja energético, ou qualquer um dos seis sabores coloridos (framboesa-maçã, limão, laranja, pitaya, citrino tropical e frutado) a Vitamin Water é uma delícia que se bebe com os olhos. A companheira perfeita para um estilo de vida moderno e criativo, a Vitamin Water acompanha urbanites de todo o mundo nas actividades mais variadas: do ginásio ao window shopping , passando pelo trabalho que levamos para casa ou o passeio no jardim. Como o nome indica, a Vitamin Water é uma combinação saborosa entre as propriedades hidratantes da água e as vitaminas e outros nutrientes de que precisamos para o dia. Foi criada por um nova-iorquino, que, a caminho de uma aula de yoga, engoliu uma pastilha de vitamina C juntamente com algumas goladas de água. Sentiu a energia, e partilhou-a com o mundo. O detox de bolso, um (rosa) shock vitamínico revigorante e colorido.
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www.vitaminwater.pt
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Highlight TECNO
TELEVISOR BEOVISION 4 DE 103'' DA BANG & OLUFSEN
GIGANTE É um gigante cheio de estilo. O novo televisor plasma Beovision 4 de 103” da Bang & Olufsen é uma afirmação de peso para a marca dinamarquesa, que não se contenta em lançar um dos maiores televisores do mercado, mas deixa claro que o faz em grande. É o único televisor gigante equipado com um suporte motorizado, que permite elevar o televisor premindo um botão e incliná-lo para a posição de visualização ideal. Potente mas também discreto: quando está
com elegância para revelar a coluna BeoLab 10 escondida no seu interior e até se colocar na posição ideal. Com ecrã Full HD, plataforma vídeo BeoSystem 3 e sistema de comando à distância Beo5 personalizável, um televisor titânico, no tamanho e na performance. www. bang-olufsen.com
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alguns centímetros do chão. Quando se liga, eleva-se
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desligado, este gigante adormecido repousa a apenas
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Motor
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CITROテ起 GT
POR RUI CATALÃO FOTOGRAFIA CORTESIA CITROËN
LOAD”” Vivemos uma época diferente. Num tempo em
A Citroën, através do seu designer Takumi
intensificam uma agressividade muscular quase
que o real e o virtual se confundem. Numa
Yamamoto, lançou-se no desafio para a criação
ameaçadora e que se equilibra na perfeição com
sociedade de comunidades, que aprendeu a viver
do seu novo superdesportivo no jogo GT. Graças
o branco celestial de todo o corpo.
com intensidade a olhar para cristais líquidos em
a uma amizade de infância entre Takumi e
A repetição visual das curvas que envolvem
formato de 15 polegadas.
Kazunori Yamauchi, presidente da Polyphony,
o carro mantém-se em pormenores como os
Estas são novas gerações que se construíram em
juntaram-se num projecto diferente. Será esta
retrovisores e que nos convidam a entrar num
volta de uns e zeros. Em jogos de Spectrum e
apenas uma relação amistosa ou um
habitáculo futurista, de linhas contínuas,
Timex no princípio dos 80 testando capacidades
extraordinário golpe de marketing? Esta é uma
e totalmente focado no piloto. Este é o ambiente
a pilotar naves Arkanoid e apanhar ovos em
percepção clara da importância deste jogo e dos
de um jogo, que precisa de ser ganho nos
diferentes níveis. Esta era uma época de
novos tempos virtuais.
melhores circuitos digitais, ao volante estilo F1
descoberta. Uma travessia do Atlântico sem ideia
Este GT by Citroën concebido especificamente
e com um cronómetro que não perdoa deslizes.
de um novo mundo que viria.
para a 5ª geração do jogo só agora sairá do ecrã
O GT by Citroën é um exercício visual tão forte e
Os anos passaram. Os computadores assumiram
para a estrada. Numa produção ultraexclusiva de
bem pensado pela Polyphony, que homenageia
uma parte integrante da nossa vida e os jogos
apenas seis carros, a Citroën procura mostrar ao
a obra avant-garde de uma marca que nos
atingiram novos níveis. Esquecemos os ovos
mercado que uma marca habituada a fazer
brindou com ícones como o Boca de Sapo. Um
e as naves ridículas que nos davam scores.
frigoríficos familiares também consegue
exercício com referências históricas no abrir das
Assumimos tácticas de guerra com uma
surpreender o mundo superdesportivo.
portas Gullwing imortalizadas pelo Lamborghini
virtualidade tão real que sentimos o som das balas
Uma afirmação tão perspicaz e inteligente
Countach ou no longo vidro curvo que nos lembra
a passarem perto, e o cheiro a borracha queimada
conseguida agora pela porta grande.
o incrível Lancia Stratos.
nas travagens em circuito. Hoje temos uma
Esta máquina apresentada no Salão de Paris de
Passaram-se 27 anos desde o lançamento da
indústria dedicada de Wiis e Playstations focada
2008, foi pensada de início para transmitir toda
pequena máquina que revolucionou a vida pacata
em milhões de adeptos de várias modalidades.
a força de um carro de corrida habituado às pistas
das famílias sem ZX Spectrum. Hoje já não nos
São jogos que arrastam multidões e que
do Gran Turismo onde habitam outros colegas
irritamos com o barulho ensurdecedor dos jogos
funcionam como trend setters do que realmente
de meter respeito.
que se carregavam em cassete. Basta ligar
interessa.
Com um visual verdadeiramente espacial
a PlayStation e viver o mundo digital mais real do
Neste universo tão grande há um player especial
enfatizado por uma traseira tão exagerada
mundo. Este é o princípio da verdadeira mudança
dedicado ao mundo automóvel. O seu nome GT -
e longa que nos prende o olhar, o GT by Citroën
em que um carro será construído para
Gran Turismo. Lançado em 1997 pela Polyphony,
transmite-nos uma sensação de velocidade
seisverdadeiros adeptos de um novo mundo.
uma subsidiária da Sony Entertainment Inc. vive
constante. Um movimento acentuado graças
Um mundo que já não digita Load””.
agora uma 5ª geração com mais de 50 milhões de
a uma altura de apenas 1,09m e a um spoiler
unidades vendidas. Um caso tão sério de sucesso
traseiro praticamente imperceptível que se integra
que levou à criação de uma estação de televisão
na estrutura de forma perfeita.
e uma academia de pilotos que procura os
Este é um protótipo especial, que não esquece
próximos Sennas e Prosts da pista.
as origens. Que aplica a história na sua frente
Esta marca GT é única no meio, assumindo
onde reconhecemos o Double Chevron, o símbolo
proporções assustadoras de influência. Uma
Citroën incluído numa grelha característica
influência virtual que preocupa a real indústria
que define a identidade visual dos produtos
automóvel e redefine estratégias e abordagens.
da marca francesa.
É neste ambiente que se alteram as regras.
As bolsas que se formam junto às cavas das rodas
e
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www.citroen.com
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Design
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COLECÇÃO PAULO PARRA
POR LUÍS ROYAL
OBJECTOS DE EXCEPÇÃO Uma colecção portuguesa a par de qualquer outra
Mas fora desta realidade, envolvida em plumas
mas que não deixa de nos remeter para um
em qualquer parte do mundo. Uma colecção
e lantejoulas, temos outras pérolas, com a
universo emocional, onde identificamos imagens,
ainda em casa, enquanto algumas outras já
modéstia alentejana, mas que não ficam atrás
ambientes e situações das nossas vidas e
ocupam lugares em museus.
dos reflexos exaustivos do design de luxo ou do
imaginário cultural. Vão “da pedra lascada ao
Mas isso é no resto do mundo.
pensamento intelectual, que catapultam o design
iPod”, muito embora se centrem na criação
Se as colecções de arte já ocupam lugar nos media
como uma vanguarda e um privilégio. É um
industrial permitida pela disciplina do design,
e no discurso corrente de uma burguesia urbana e
conjunto de objectos exactos, envolvidos pela
e onde se podem ver exemplos de “heróis do
informada, as colecções de design, também por
paixão de coleccionar mas também pelo rigor
design” como Christopher Dresser, Peter Behrens,
não serem nunca tantas como as de arte, ainda
de exaltar a relevância dos avanços notáveis
Raymond Loewy, Ettore Sottsass ou Philippe
estão na sombra e aguardam pelo seu merecido
da cultura material. Uma homenagem ao homem
Starck. Enaltecem a capacidade criativa do
estrelato. À parte dos museus de design, que vão
e às conquistas que tem vindo a conseguir no
homem e os avanços permitidos pela tecnologia,
surgindo, os grandes museus de arte
mundo, através de um conjunto de provas
como parte da nossa evolução, sem nunca
contemporânea, ou até mesmo os das artes
reunidas pela ênfase que é exaltar essas
esquecer os paralelos possíveis a estabelecer com
decorativas, já integram exemplos notáveis de
conquistas, mas também por uma pesquisa
os sistemas biológicos encontrados na natureza.
design (vejam-se as colecções do MoMA ou do
rigorosa dos princípios ditadores de novas
Reflectem sobre o progresso e os novos cenários,
Victoria and Albert Museum), a par de obras de
realidades na cultura material, espacial e visual,
propondo para cada estágio desse progresso
arte ou de manufacturas de sempre, mas o design
através de critérios e contextos sociais,
um novo “ícone” que, mais do que apenas um
por si só ainda trilha um caminho que começa a
políticos e culturais.
objecto, é um aglomerado de referências
tornar-se cultural e socialmente autónomo e
A Colecção Paulo Parra, que teve lugar de
que formam a cultura.
mediaticamente relevante. Os coleccionadores são
destaque na Igreja de S. Vicente (de 11 de Julho
A par da exposição em Évora, onde pudemos ver
estrelas de quem se fala; os grandes museus de
a 30 de Setembro), no centro de Évora, na
desfilar 250 exemplos “sagrados” de toda a
arte são referências nos guias das cidades; os
exposição Ícones do Design, tem vindo a ser
colecção, foi editado um catálogo (pela Câmara
artistas mais notáveis (cujas obras atingem preços
aumentada com o entusiasmo e critério de um
Municipal de Évora / Turismo do Alentejo)
mais astronómicos) são frente de T-shirts e de
designer e investigador, contando hoje com cerca
com um levantamento dos princípios que
outro merchandising altamente vendível. Mas o
de 2 500 objectos da produção humana. São,
motivam a colecção, e uma base de exemplos
design, nesta envolvência social, ainda é
sobretudo, objectos relevantes, no sentido em
explicados pelo autor, organizada por contextos
bastardo. Os museus de design ainda se contam
que relevância é uma qualidade que distingue a
que segmentam a nossa vida. Até vermos um
pelos dedos e podem andar à procura de lugar em
utilidade. É a história do homem contemporâneo
lugar definitivo para a Colecção Paulo Parra,
países como o nosso, depois de já terem provado a
ilustrada pelos seus artefactos, em primeiras
contentamo-nos a folhear e acreditar que só pode
sua relevância.Se a colecção mais mediática que
edições ou momentos notáveis da sua produção.
estar bem guardada.
temos em Portugal parece ter encontrado o seu
São sempre instantes de transformação da nossa
lugar num projecto para a Baixa de Lisboa,
forma de viver no mundo, através de uma
acreditamos que o design está a ser visto por aqui.
actividade quotidiana que implica um
Paulo Parra, na Igreja de S. Vicente, em Évora,
Se a Experimenta Design recebeu todos os apoios
manuseamento preciso com um objecto concreto
de 11 de Julho a 30 de Setembro de 2009
que seriam esperados, e teve mais uma edição na
para um fim determinado e útil.
cidade de Lisboa, acreditamos que os nossos
Os “objectos úteis” (Delfim Sardo) de Paulo Parra
decisores confirmam o design como uma
evidenciam as suas várias dimensões, e com eles
disciplina e um mind frame para o pensamento
as nossas dimensões e critérios na selecção de
e cultura contemporâneos.
artefactos. São uma escolha com rigor científico,
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Imagens da exposição Ícones do Design - Colecção
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POR AMOR À ARTE:
DESENHAR O MUNDO NA BIENAL DE VENEZA A Casamania
é parceira da Bienal de Veneza desde 2007.
História de um encontro prodigioso entre arte e design.
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projecto :: design
NUNCA SE FALOU TANTO das intersecções entre o design e a arte como agora. E a colaboração entre a Casamania e a Bienal de Veneza mostra como estão próximos. Em Veneza, à beira dos canais, pendurada das
”A CASAMANIA OFERECE ÀS PESSOAS a possibilidade de fazerem o seu próprio mundo: um mundo que reflicta a sua
varandas, ou emoldurada pelos arcos dos palácios, a arte está nas ruas. E o design também, nos espaços abertos (Giardini della Biennale), nos lugares fechados (Arsenale), nas instalações particulares que levam a marca da Casamania. Elis Doimo, presidente da Casamania, expõe as razões que levaram a marca italiana a aproximar-se da bienal. Por amor à arte.
personalidade, gostos, interesses e estilo de vida ”.
Como começou a colaboração entre a Casamania e a Fondazione Biennale de Venezia, em 2007?
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A Fondazione Biennale procurava parceiros para mobilar os espaços exteriores e interiores da Bienal. Conhecemo-nos durante o Salone del Mobile 2007, quando nos visitaram. Apresentámos a nossa colecção e os produtos que nos pareciam interessantes e eles adoraram. Em 2007, a fundação escolheu uma série de produtos para os espaços exteriores e também algumas peças para os espaços de arquivos. 84
design :: foco
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design :: foco
E este ano, a presença será muito diferente? A presença da Casamania na Bienal é já uma constante mas algumas mudanças foram introduzidas na organização e no layout dos espaços. Isto levou a uma evolução no tipo de produtos apresentados, e este ano decidimos, em conjunto com a Bienal, apresentar alguns lançamentos da nossa colecção de 2009. O tema da Bienal de Veneza deste ano é "Making Worlds" (fazendo mundos). Como definiria a visão do mundo da Casamania? Fazer mundos é um conceito no coração da marca Casamania. É um tema que pode ser interpretado numa miríade de maneiras distintas, e essa é a sua beleza. Para a Casamania, fazer mundos significa criar espaços; definir as áreas que povoam as nossas vidas; espaços para trabalhar, espaços para viver; espaços para relaxar e espaços para a contemplação. A Casamania oferece às pessoas a possibilidade de fazerem o seu próprio mundo: um mundo que reflicta a sua personalidade, gostos, interesses e estilo de vida. Que novos produtos da Casamania estarão este ano em Veneza? O sistema modular URBAN de Claudio Bellini e a cadeira BEK de Giulio Iacchetti. Como descreveria a cultura contemporânea e como é que esta se exprime no design da Casamania? Que grande pergunta! Parece-me que a cultura contemporânea se caracteriza por uma dicotomia fundamental entre a busca do individualismo e de todos os sentimentos, lugares, experiências e objectos que fazem sentir-nos únicos e nos diferenciam, e um crescente entendimento da natureza colectiva da existência humana, e as responsabilidades que temos para com as pessoas e o mundo que nos rodeia. Creio que a Casamania está em sintonia com este desejo.
marca que oferece algo de diferente, uma alternativa ao banal. Isto não significa que os nossos produtos sejam excêntricos, mas simplesmente que são bem concebidos e produzidos, desenhados para enriquecer as vidas das pessoas que os utilizam. Tudo isto acompanhado de uma pesquisa infatigável de novas formas, materiais, e modos de produção tão
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que fazemos em conjunto com os nossos designers. A Casamania é uma
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É este desejo que se esconde por detrás da nossa evolução e das escolhas
respeitadores do ambiente quanto possível. e 87
foco :: design
IDENTIDADE DESIGN A primeira edição do Lisbon Interior Design,
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na feira Intercasa, abriu um novo espaço dedicado ao design criando
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pontes entre designers, marcas e indústria. Uma estreia prometedora para um evento inédito no design português. FOTOS CORTESIA LISBON ID
de equipamento e interiores num mercado como o
público em geral, o Lisbon ID foi uma injecção de
português, em ano de crise, podia parecer uma aventura.
criatividade, originalidade e exclusividade na Intercasa.
Mas para Anabela Santos e Magda Alves Pereira, da
Em ano de arranque a adesão das marcas internacionais
Design Trupe, era uma aventura demasiado apetecível
foi ainda prudente (muitas não arriscam um investimento
para ser adiada. E foi por isso que propuseram à Feira
na primeira edição), mas ainda assim satisfatória, com
Intercasa uma parceria para a criação do Lisbon Interior
algumas presenças importantes. As marcas, e sobretudo
Design (Lisbon ID) um novo espaço dedicado ao design
a indústria nacional, fizeram-se notar com mais força,
que pretende ser “uma nova plataforma de negócios entre
nomeadamente através de projectos com designers
o público, os profissionais do sector, a indústria, os
(como o de Marco Sousa Santos para a Larsofá, e os
designers e as marcas”. Com espaços para as marcas
novos projectos de Paulo Parra e Inês Secca Ruivo,
(Design Marcas), para a indústria (Design Indústria, com
entre outros). Nas conferências, designers como Carlos
parcerias especiais entre designers e fabricantes), para os
Aguiar (Cifial), Tiago La Fuente (Silampos)
designers (consagrados e emergentes), para os novos
e Sam Baron (Vista Alegre) partilharam experiência e
materiais e serviços e para o design de interiores (LX
conhecimentos. No capítulo dos novos talentos,
Interiores), o Lisbon ID foi ainda palco de conferências
apresentados no espaço designers, ao lado dos seniores,
onde designers e empresas deram o seu testemunho
destaque para os projectos de Rodrigo Vairinhos
sobre o que é trabalhar em design.
e Pedro Melo Mendes.
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Dirigido aos profissionais do sector mas também ao
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LANÇAR UM NOVO EVENTO DE DESIGN
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foco :: design
Como nasce o Lisbon ID,
Qual é o modelo do Lisbon ID?
o que vos leva a criar este evento?
O modelo é idêntico à Tent London. Na verdade, depois
A necessidade de Portugal passar a ter um palco para o
de concebermos o evento, de delinearmos as áreas
lançamento de novos produtos, de promoção de marcas
temáticas e os objectivos, verificámos ser parecido
e de apresentação de designers, materiais e serviços
com a Tent London.
relacionados com design e a arquitectura de interiores. A necessidade de este espaço ser uma plataforma de
Que marcas estão representadas
negócios e de troca de informação e experiências entre
no Lisbon ID?
diferentes competências: a indústria, o designer, o
A Vitra, trazida pela Paris Sete, a Missoni, Quinze &
distribuidor e os media.
Milan, Sywawa, Paola Lenti, Thorsten Van Elten pela Arte
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Assinada, a Fermob pela Underblue, as nacionais Corque, Relativamente à Intercasa, feira onde se
Cerne (renovada, com novas linhas) a Bombaamor,
integra, o que distingue o Lisbon ID,
a Via Bizunno (espaço do auditório).
qual a sua especificidade?
Foram lançadas novas marcas, como a Riluc e a Dynox,
A Feira Intercasa vai na sua 34ª edição e apresenta, ao
já fruto das parcerias entre design e indústria.
público e aos profissionais, produtos e serviços para os interiores, o LISBON ID está integrado na feira como o espaço dinâmico dedicado ao design, com diferentes áreas temáticas e competências.
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O arranque tardio no calendário anual, não permitiu trazer mais marcas internacionais ao Lisbon ID. Houve muitas marcas que quiseram esperar para ver como corria a primeira edição, com receio da qualidade do evento. Sentem
a indústria? Acabar com isso é um dos objectivos do Lisbon ID? Sem dúvida queremos contribuir para a cooperação entre industriais e designers. No LISBON ID, estão presentes várias indústrias que desenvolveram novos produtos com designers. Esta mediação é feita com critérios baseados na experiência do designer e na capacidade produtiva e qualidade das indústrias. O Lisbon ID pretende ainda contribuir para a comercialização dos produtos lançados, através de uma loja online (www.lisbonid.com)
”O LISBON ID É UMA NOVA PLATAFORMA DE NEGÓCIOS entre o público, profissionais do sector, indústria, designers e marcas” D E S I G N
em Portugal é o “divórcio” entre os designers e
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que um dos principais problemas do design
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foco :: design
Na secção Designers, apresentam-se novos projectos de designers emergentes ou estabelecidos. É um formato diferente. O que pretendiam ao misturar os juniores com os seniores? Inicialmente o projecto apenas previa um espaço para jovens designers, recém-licenciados. Acontece que quando o Lisbon ID começou a ser divulgado, apareceram designers já estabelecidos interessados em estar presentes. Resolvemos assim abrir um espaço para designers e micro-empresas e achámos interessante existir o diálogo e convívio entre seniores e juniores. Na totalidade são apresentados mais de 40 projectos/protótipos e alguns produtos, no espaço designers. O Lisbon ID será ainda palco de várias conferências. A quem se destinam Na secção Design Indústria assistiremos ao lançamento de novos produtos fruto da colaboração entre um designer e uma marca. Foram projectos em parceria propostos pela Lisbon ID ou já existiam e vão apenas ser apresentados durante o evento? A grande maioria são novos produtos lançados no Lisbon ID. Algumas indústrias trazem outras
e qual o objectivo? O objectivo principal é abordar temas tão básicos e tão presentes no trabalho diário de um Designer, como a relação entre o design e a indústria, o design e a marca, o design e a consciência social. São também os temas das áreas expositivas do Lisbon ID. O facto de o auditório estar inserido no espaço da feira tem como objectivo as conferências serem mais «abertas» aos visitantes com um formato mais informal. e
peças que já comercializavam. www.lisbonid.com
Na parte dedicada aos Materiais e Serviços, que novidades destacaria? A impressão digital em diferentes suportes, tecido, madeira, alumínio, acrílico, trazidas pela Printlab
NÚMEROS
e os interruptores da Berker trazidos pela Tev2.
60.000 visitantes 3000 metros quadrados de exposição Número de designers representados
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interiors? É um espaço habitável único
Mais de 40 participantes no espaço Designers
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50 marcas nacionais e internacionais
Qual o conceito por detrás da secção LX
o T0, T1, T2, Suite e Estúdio. Foram convidados diferentes
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que se desdobra em várias áreas ou são vários
Mais de 80 designers no Lisbon ID
espaços/propostas independentes?
A organização do Lisbon ID agradece a todos os que corajosamente
O LX interiores apresenta várias tipologias habitacionais,
decidiram fazer parte deste arranque. Muitos entendidos, académicos e profissionais do design,
profissionais (arqºs interiores, designers e decoradores)
acreditam que a organização e os participantes desta 1ª Edição
para criarem os ambientes dos espaços.
contribuíram para a história do design em Portugal.
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SKITSCH: DESIGN EMOCIONAL A Skitsch é a nova cara do design italiano. Uma editora/distribuidora de objectos de design estimulantes e emotivos, que aposta no e-commerce e no talento de 28 designers internacionais. As Front, Maarten Baas e Kiki van Eijk estão lá. Konstantin Grcic também. TEXTO MADALENA GALAMBA FOTOS CORTESIA SKITSCH
intro :: design
“CADA UM À SUA MANEIRA, todos somos designers na vida quotidiana.” Foi partindo desta ideia
“DEPOIS DE VER A COLECÇÃO DA SKITSCH, CHEGAMOS À CONCLUSÃO de que poderíamos, de facto, viver sem aquele pouff ou aquele bule de chá, e neste sentido pouco acrescentam à “razão de ser”. Mas também percebemos que são objectos como estes que mostram como o design pode contribuir para a nossa felicidade.”
que Renato Preti criou a Skitsch, a nova editora/distribuidora de design italiana, o fenómeno mais falado na última edição do Salone del Mobile de Milão. Preti, que anteriormente esteve ligado à Unopiù, à B&B Italia e à Moooi, escolheu 28 designers – reconhecidos e emergentes — da cena internacional e pediu-lhes que criassem projectos para a Skitsch, produtos que combinassem “máxima qualidade e funcionalidade com uma forte razão de ser e uma boa dose de criatividade”. A ansiada “razão de ser” é de facto um argumento forte nos tempos que correm, em que os objectos sem razão (nem emoção, de resto), abundam. Depois de ver a colecção da Skitsch, chegamos à conclusão de que poderíamos, de facto, viver sem aquele pouff (de Todd Bracher) ou aquele bule de chá (de Maarten Baas), e neste sentido pouco acrescentam à “razão de ser”. Mas também percebemos que são objectos como estes que mostram como o design pode contribuir para a nossa felicidade. E essa é razão de peso. O design está por todo o lado, e é para todos, e isso explica porque é que uma colecção ecléctica e até “desnorteada” (na medida em que lhe falta alguma coerência) faz todo o sentido. Depois de muitos anos a procurar e documentar bom design, ideias novas e talentos frescos, a veterana jornalista Cristina Morozzi passou-se para outro lado, o da produção tridimensional, como supervisora artística da Skitsch. Morozzi é muito clara na defesa da heterogeneidade de uma colecção que tem de tudo, de uma colher a uma cama: “A fórmula da colecção baseia-se na qualidade do design mais do que na identidade de um estilo, e permite dar voz a grandes personalidades individuais,
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implementar projectos muito identitários, e desenvolver ideias ainda em fase embrionária.” O design “emocional e contemporâneo” da Skitsch descobre-se numa série de produtos que partilham muito pouco, mas que têm em comum o essencial: o facto de despertarem, idealmente, emoções em quem os observa, e de poderem coexistir pacificamente, sem ter em conta o estilo ou o designer na sua origem. 96
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BOOKSHELF CUPBOARD, DAS FRONT DESIGN
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foco :: design
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O SERVIÇO HAPHAZARD HARMONY, DE MAARTEN BAAS
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“ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA, ESTÃO ALGUNS DOS PRODUTOS apresentados pela editora, como o serviço de café Haphazard Harmony de Maarten Baas, que demonstra até que ponto o ar tosco e acidental do design do holandês funciona na pequena escala.”
Morozzi salienta que os 28 designers seleccionados foram escolhidos por serem “convincentes” independentemente da fama ou das tendências. Ainda assim, é impossível escapar ao lado glamoroso do design, e na lista de convocados surgem inevitavelmente alguns dos nomes mais sonantes do momento: as Front, Maarten Baas, Philippe Nigro, Kiki van Eijk e Joost van Bleiswijk, Todd Bracher, Xavier Lust e Fabio Bortolani. A maioria dos designers, constatamos, não é italiana, mas a Skitsch faz questão de salientar que tudo é regido por uma “orientação produtiva, artística e estética totalmente italiana”. Assim, para que não restem dúvidas. Acima de qualquer suspeita, estão alguns dos produtos apresentados pela editora, como o serviço de café Haphazard Harmony de Maarten Baas, que demonstra até que ponto o ar tosco e acidental do design do holandês funciona na pequena escala, ou Bookshelf Cupboard, das Front design, um armário com uma porta em trompe l’oeil, que imita uma estante cheia de livros. Ao todo são mais de 50 novos produtos, da art de la table aos sofás, cadeiras, camas e iluminação, passando por acessórios. Todos podem ser adquiridos online, rapidamente e sem intermediários, no site da Skitsch que inova também ao nível da distribuição pela aposta clara que faz no e-commerce. O site permite uma busca por tipologia de produto mas também por divisões da casa, evidenciando o carácter exaustivo da colecção tudo, de um candelabro a uma mesa, passando pelo tapete e o relógio. A completar a colecção, “dedicated to Skitsch”, uma selecção de peças icónicas do design contemporâneo, produzidas por outras marcas, coloca os grandes nomes do design à distância de um click. e
A CHAIR_ONE, DE KONSTANTIN GRCIC, NA EDIÇÃO ESPECIAL
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Skistch, onde podemos encontrar (e combinar)
DEDICATED TO SKITSCH 99
Get Ready 2, Sapateira com assento e arrumação (Miguel Vieira Baptista)
Secretária MUS (Lagranja)
FAÇA VOCÊ MESMO (e divirta-se)
MAKE IT BETTER Um olhar criativo sobre o mobiliário em kit é a proposta de Make it Better. Seis projectos mostram que o bom design não tem de ser caro.
O BRIEF, MUITO LIVRE, era criar “novos equipamentos para novas realidades”. Foi isso que Guta Moura Guedes, responsável pelo design estratégico do projecto Make it Better pediu aos “seus” designers. São eles: os portugueses Pedrita e Miguel Vieira Baptista (MVB), e os espanhóis do atelier Lagranja. Cada atelier desenvolveu dois novos projectos de equipamento para a Movelpartes, empresa de mobiliário em kit, que procurava um upgrade da sua linha Make it, introduzindo mais-valias e diferenciação através de uma ferramenta única: o design. Para que o ramalhete estivesse completo, o atelier RMAC ficou responsável pelo design de comunicação da nova linha. Extremamente articulados e focados, os quatro ateliers desenvolveram um projecto que responde a novas realidades e necessidades: novas tipologias e regimes de habitação, um novo quadro em que somos simultaneamente mais flexíveis e mais exigentes. “O desafio não era só desenhar novos produtos, mas também pensar como os tornar interessantes para mais clientes e para clientes diferentes, apresentar conceitos de embalagem mais eficazes e em paralelo propor instruções de montagem simples e facilmente legíveis”, explica Moura Guedes. À venda segmento do ”faça você mesmo”. Podemos levar para casa, numa embalagem manuseável e a um preço acessível, uma secretária Lagranja (sem parafusos) ou um toucador MVB (com espelho escondido). Design de autor para todos. As tipologias são diferentes, as soluções encontradas também, o ponto comum é um olhar criativo, e extremamente lúdico, sobre o faça você mesmo. e
Escrivaninha e aparador para espaços pequenos
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nas grandes superfícies, Make it Better representa um paradigma no
Studio (Pedrita) 101
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LOJA CAMPER TÓQUIO, DE JAIME HAYON PARA A CAMPER
Lollyshop NÃO É QUE O UNIVERSO DAS GULOSEIMAS fosse completamente alheio às propostas de Jaime Hayon, mas parece que ultimamente o designer catalão se tem inspirado nos rebuçados e chupa-chupas com verdadeira devoção. Esta nova loja para a marca e sapatos espanhola Camper em Tóquio é disso testemunho e motivo mais que suficiente para termos Hayon em dose dupla neste número da blue Design (ver Crystal Candy). O universo circense, defende Hayon, é o grande tema deste espaço, mas os puxadores das portas, em forma de bengala açucarada apontam para outra direcção. Seja como for, adoramos a fantasia e sim, a doçura deste espaço, onde só existem curvas e formas arredondadas, e onde a sofisticação dos mosaicos Bisazza, a cobrir as paredes, convive alegremente com a rudeza do chão de cimento.
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www.camper.com
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arquitectura :: brand new
SERPENTINE GALLERY PAVILION 2009, KAZUYO SEJIMA & RYUE NISHIZAWA, SANAA
Serpentinante SANAA NA SERPENTINE. O pavilhão de Verão da reputada galeria Serpentine, em Londres, é já um clássico no domínio da arquitectura efémera. E na sua nona edição, a encomenda foi dirigida aos japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, do atelier SANAA, que projectaram um “campo de actividade sem paredes”, uma estrutura temporária ultraleve e reflectiva, capaz de espelhar e ampliar a luz, as folhas, e tudo. O pavilhão era uma espécie de abrigo flutuante, uma folha de alumínio, como um lago ou uma nuvem, a “vaguear entre as árvores como fumo”. Com toda a poesia, o pavilhão servia fins bem práticos: o café e o auditório onde se desenrolava a programação de Verão da Serpentine. A estrutura de metal serpenteia por entre as árvores, a diferentes alturas, entre o céu que reflecte, e a terra, que quase toca em determinados pontos. Nunca um pavilhão da Serpentine abraçou de forma tão literal os Kesington Gardens. E nunca desejámos tanto que a arquitectura seja “etern(a)enquanto dure”. www.serpentinegallery.org Serpentine Gallery | Kesington Gardens, Londres information@serpentinegallery.org
brand new :: arquitectura
CASA DAS HISTÓRIAS, PROJECTO DE EDUARDO SOUTO DE MOURA
Narrativa NÃO É BEM UM MUSEU. É uma casa onde se desenrolam histórias, como nas telas, belas e brutais, de Paula Rego. De olhos fechados, a artista entregou o projecto a Eduardo Souto de Moura, de quem disse que era o único capaz de o fazer. E o arquitecto portuense entregou-lhe uma casa viva, dominada por duas torres piramidais (que ecoam arquitecturas próximas) e tingida de betão vermelho. São 750 metros quadrados de exposição em tons neutros, que naturalmente não competem com as obras (Paula Rego doou ao museu a totalidade da sua obra gravada, e cedeu à Casa das Histórias, para além de desenhos, 52 pinturas, dos anos 60 aos dias de hoje, com particular ênfase nos anos 80), um auditório de 200 lugares e uma esplanada aberta para o jardim. www.casadashistoriaspaularego.com Av. da República, 300
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Cascais | 214 826 970
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DESIGN MUSEUM HOLON, ISRAEL, PROJECTO DE RON ARAD
Remoinho SÓ INAUGURA EM FEVEREIRO, mas o Design Museum Holon, o primeiro grande projecto de arquitectura do israelita Ron Arad, já está a gerar controvérsia. Há quem o compare à escultura de Richard Serra ou ao Gugg de Nova Iorque, mas também quem diga que é mais um exercício vazio, onde um belo envoltório não encontra correspondência no interior do projecto (resolvido com duas “caixas”, as salas de exposições, que se escondem dentro da espiral). Seja como for, a pele do edifício, de COR-TEN, e em espiral crescente, é inequivocamente Arad.
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www.dmh.org.il
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JUVET LANDSCAPE HOTEL, PROJECTO DE JAN OLAV JENSEN
Norwegian Wood ENCRAVADO NOS BOSQUES NORUEGUESES, este Juvet Landscape Hotel redefine o conceito de “amor e uma cabana”. Assim, sim. Em Alstad, uma localidade remota do Noroeste da Noruega, um empreendedor local, Knut Slinning soube tirar partido do melhor que a natureza e o design têm para dar. Partindo das características da costa norueguesa, entre montanhas, ravinas (juvet) e fiordes, mas também da cultura local e da arquitectura moderna (o projecto é de Jan Olav Jensen) criou este geoturismo de sonho. Num cenário praticamente virgem, onde existia uma quinta que foi restaurada e que serve de D E S I G N
base de operações, foram construídas dez cabanas modernas, dez quartos autónomos que se fundem com a natureza e parecem flutuar na paisagem. Embora no interior sejam idênticos, os quartos são todos diferentes e das suas janelas generosas a vista nunca é a mesma. Foram estrategicamente posicionados de maneira a que de um quarto não se vejam os
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outros quartos. Em projecto, mais 21 quartos e Spa. Sonhem. www.juvet.com Juvet Landscape Hotel Alstad | 6210 Valldal | Phone 004795032010 106
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MICHELBERGER HOTEL, BERLIM
Os amigos de Tom TOM MICHELBERGER, 31 ANOS, tentou estudar gestão, foi programador de jogos de Internet em São Francisco e caterer em part-time. Até que decidiu, com um grupo de amigos (e família) abrir um hotel. É assim que nasce o Michelberger Hotel, em Berlim, um budget hotel à medida dos bolsos e das necessidades dos seus hóspedes. Como Berlim, o Michelberger é carismático, livre e rebelde. É o hotel ideal,
imaginaram. Com tectos altos e grandes janelas, o hotel tem 119 quartos divididos em três tipologias (33, 55 e 88 metros quadrados). O seu espírito é laid back e inclusivo. Mas suspeitamos que, como nos sugerem, funcionará melhor com “sonhadores, artistas e viajantes”. Inspirador.
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onde todos gostaríamos de ficar, ou pelo menos era isso que os amigos de Tom tinham em mente quando o
Wasschauer Strasse 39/40 Berlim | + (49) 362 977 859 -0
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Michelberger Hotel
www.michelbergerhotel.com 107
CASA NAS JANELAS VERDES LISBOA, projecto de Pedro Domingos
JANELA ABERTA Nas Janelas Verdes, em Lisboa, o arquitecto Pedro Domingos projectou uma casa para a sua família. Do oitocentista edifício existente, degradado, ficou apenas o perímetro. No interior, uma nova estrutura de madeira e gesso substitui a anterior, prolongando-a. E por todo o lado surgem pontes (literais) para o espaço exterior. FOTOGRAFIA FERNANDO GUERRA.
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POR DETRAS DA FACHADA desta casa nas Janelas
“Como actuar perante uma preexistência, envelhecida,
Verdes, em Lisboa, esconde-se uma nova estrutura de
inapta e num bairro histórico, foi sem dúvida o maior
madeira e gesso. É o miolo da casa, uma opção do
desafio do projecto” explica Pedro Domingos. O edifício
arquitecto, Pedro Domingos, que procurava um núcleo
existente, revelam as fotografias, estava muitíssimo
mais leve e flexível que o betão, e sobretudo mais
degradado. Mais do que um esqueleto, o que restava era
compatível com a estrutura existente. E por detrás da
uma carcaça à espera de ser esvaziada (ou preenchida com
fachada desta casa nas Janelas Verdes está uma família.
uma estrutura leve e contemporânea). “O edifício
Os três filhos do arquitecto —três rapazes de oito, cinco e
preexistente era relativamente incaracterístico, sem
dois anos— foram o “principal estímulo para este projecto”.
grandes qualidades arquitectónicas e estava muito
“À medida que a família foi crescendo começámos a sentir
degradado e abandonado,” conta o arquitecto. “Mais do
a necessidade de ter uma casa que tivesse espaços muito
que o edifício, o que nos entusiasmou logo na primeira
diferenciados que servissem as várias necessidades da
visita foi o potencial que ele continha. Verificámos que seria
família e, acima de tudo, que tivesse um espaço exterior
possível e interessante intensificar a relação da casa com o
onde os nossos filhos pudessem brincar.” Funcionalidade,
jardim e com as vistas.” A relação interior/exterior foi um
flexibilidade e uma ligação fluida com o exterior são
dos fios condutores do projecto e é visível, literalmente, a
características deste projecto de reabilitação que envolveu
vários níveis (no pátio, na ponte para o jardim no piso 1,
uma alteração profunda de programa: passar de um edifício
no miradouro com vista para o rio no topo do edifício).
multifamiliar a uma habitação unifamiliar.
Tratando-se de uma casa que se desenvolve em altura,
design :: encontro
foram encontradas soluções piso a piso. “Percebemos logo no início do projecto que à medida que se subiam os vários pisos da casa, ia-se tendo relações muito diversas com o exterior
Assim, a casa oscila entre, no primeiro piso, uma relação mais de prolongamento do espaço interior – o jardim funciona como mais uma “sala” da casa; e no terceiro piso a casa abre-se à cidade e ao rio através de duas trapeiras deformadas que se colocam como dois olhos que olham o território.” As paredes perimetrais mantiveram-se, mas o interior do edifício foi completamente renovado, com materiais (madeira e gesso) que replicam os originais. “Contra a vontade de alguns empreiteiros que consultámos e que insistiam numa solução pesada em betão, optámos por reconstruir o interior com uma estrutura da mesma natureza da do existente – madeira e gesso, na tentativa de encontrar uma
”COMO ACTUAR PERANTE UMA PREEXISTÊNCIA, envelhecida, inapta e num bairro histórico foi sem dúvida o maior desafio do projecto ”
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poderia enriquecer muito a forma de habitar esta casa.
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e que um desenho intencional piso a piso dessa relação
compatibilidade entre o edifício existente e a nova estrutura.” 111
”O OBJECTIVO ERA FAZER UMA CASA QUE NÃO ESTIVESSE presa a uma tipologia especializada mas tivesse
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uma certa flexibilidade de uso ”
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projecto :: arquitectura
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”EM CADA PISO FOI CRIADO UM CORPO CENTRAL contendo as escadas, as casas de banho e os roupeiros, libertando um espaço habitável a nascente e a poente ”
O OBJECTIVO, explica o arquitecto, era fazer uma casa que não estivesse presa, ou fixa, a uma tipologia especializada, mas tivesse uma “certa flexibilidade de uso”. Em cada piso foi criado um “corpo” central contendo as escadas, as casas de banho e os roupeiros, libertando um espaço habitável a nascente e a poente. E é esse espaço habitável que é preenchido com enorme liberdade (com “disponibilidade e abertura”, afirma Pedro Domingos), sendo ocupado pelos quartos, a cozinha, a sala. Percorridos por uma característica estrutura de vigas de madeira, estes espaços habitáveis, na sua flexibilidade, permitirão acompanhar as novas configurações que entretanto surjam com a evolução da família.
e
“INSIDE O projecto da casa das Janelas Verdes consiste na reconstrução de um edifício do séc. XIX, inserido na bairro Lapa/Prazeres. O edifício encontrava-se em avançado grau de degradação, sendo as fachadas e as empenas a estrutura aproveitável. A estratégia consistiu na substituição do “órgão” envelhecido e inapto do edifício - a estrutura interior de madeira e gesso. Esta foi substituída por uma nova igualmente em madeira e gesso, procurando-se assim a compatibilidade da totalidade do “corpo”. Os espaços habitáveis organizam-se piso a piso a partir da construção de uma estrutura funcional ao centro, que inclui escadas, casas de banho e armários, libertando um espaço para nascente e outro para poente, que podem ser ou quartos ou salas, com dimensões variáveis. Esta estrutura central liberta a leitura do sinuoso e sólido perímetro, clarificando a relação entre existente e novo.”
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Pedro Domingos
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”NO TERCEIRO PISO A CASA ABRE-SE À CIDADE através de duas trapeiras deformadas que funcionam como dois olhos que olham o território”
ABERTURA A relação interior/exterior foi um dos fios condutores do projecto.
ALTIS BELÉM HOTEL & SPA:
CASUAL, CHIQUE, DESIGN UM CINCO ESTRELAS A DESTILAR DESIGN POR TODOS OS POROS, O ALTIS BELÉM HOTEL & SPA DEIXOU-NOS DESLUMBRADOS. OS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES REVISITADOS POR UMA DREAM TEAM DE ARQUITECTOS, DESIGNERS E CRIATIVOS NACIONAIS NUM PROJECTO ÚNICO, COM RENOVADA ALMA LUSA, ONDE CADA DETALHE FOI PENSADO E INTEGRADO. ÉPICO. POR MADALENA GALAMBA
DIZIA A MINHA AVÓ que quando um português batia à porta, do outro lado não perguntavam “quem é?”, mas “quem foi?”. Esta visão romântica, saudosista e até um bocadinho deprimente da nossa História, felizmente é história. A fasquia estava bem alta, mas projectos como o Altis Belém Hotel & Spa mostram que continuamos inspirados. Mostram o que fomos, mas também o que somos, numa
”A LUZ DO SOL É PARA SER VIVIDA EM PLENO NO
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sundeck, no topo do hotel, com uma pequena piscina, simbólica mas divertida,
visão contemporânea do tema dos Descobrimentos que cruza passado e presente. A localização do hotel, à beira-rio, entre o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém, é o ponto de partida para o tema (o hotel integra-se no projecto de requalificação da zona ribeirinha do Porto de Lisboa, num terreno concessionado por 30 anos, pela Administração do Porto de Lisboa). Depois, é partir à “descoberta das Descobertas”, no edifício que mergulha no rio sem o perturbar, nos painéis (todos diferentes) no interior dos quartos que transportam os cheiros e as cores das especiarias, na carta da cafetaria que relata a história do
a olhar a barra ”
rinoceronte enviado por D. Manuel I ao papa Leão X (a “Mensagem”). Num projecto que levou oito anos a desenvolver, o grupo Altis reuniu uma dream team nacional, composta por arquitectos, designers de interiores, designers de comunicação e estilistas que asseguraram que nada, absolutamente nada, era deixado ao acaso, e que o todo era coerente sem ser repetitivo.
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design :: hotel
O PROJECTO DE ARQUITECTURA É DO ATELIER RISCO (a escolha de Manuel Salgado parecia lógica, dada a proximidade com o Centro de Cultural de Belém) e o design de interiores é da responsabilidade de Margarida Grácio Nunes e Fernando Sanchez Salvador (autores do projecto da Bica do Sapato). A identidade, o design gráfico e as ilustrações que cobrem os painéis dos quartos são obra da RMAC e foram distinguidos com vários prémios. A fardas de toda a equipa do hotel, em azul marinho e não só, são da autoria da dupla Manuel Alves/ José Manuel Gonçalves. Para que não faltasse rigor histórico a tanta inspiração (sobretudo para as magníficas ilustrações, verdadeira narrativas de parede) o professor Anísio Franco, do Museu de Arte Antiga, ocupou-se da consultadoria histórica do projecto. E ASSIM SE FAZ UM HOTEL DE DESIGN 100% PORTUGUÊS, com uma atmosfera chique (não deixa de ser um cinco estrelas) mas ao mesmo tempo apetecivelmente casual. O hotel, com uma volumetria apesar de tudo bastante silenciosa, é extremamente convidativo. Com grandes janelas envidraçadas no piso térreo e shutters (que se abrem e fecham consoante o desejo do cliente) nos pisos superiores, o hotel abre-se ao exterior em quase todas as frentes e é possível usufruir dos seus espaços (a vista maravilhosa do bar 38°41’, as iguarias do restaurante Feitoria, a simpatia da cafetaria Mensagem) sem passar pelo lobby, o que é uma vantagem para visitantes e hóspedes. Espelhando as rotas dos portugueses, os 45 quartos e cinco suites do hotel prestam homenagem aos Descobrimentos, dividindo-se em três grandes áreas: Ásia, África e América. Existem quartos para todos os perfis, das espaçosas suites com jacuzzi na varanda e casas de banho de paredes transparentes (ou não) a quartos mais pequenos, muitíssimo bem aproveitados, com uma atmosfera assumidamente casual mas sem perder o norte (é um
”COM GRANDES JANELAS ENVIDRAÇADAS
cinco estrelas contemporâneos (TV LCD Full HD com Digital Guest
no piso térreo e shutters (que se abrem e
base de especiarias. Todos os quartos têm vista (mais ou menos
hotel de luxo). Todos os quartos estão equipados com o full pack dos Service, Internet sem fios, etc.) e reservam algumas surpresas como a máquina Nespresso e os amenities da marca grega Korres, feitos à
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frontal) e nenhuma delas, como seria de esperar num hotel deste
fecham consoante o desejo dos clientes)
calibre, é para a estrada. Com efeito, é a ligação e a abertura dos
nos pisos superiores, o hotel abre-se ao
quartos para o Tejo (até ao extremo de, numa suite, nos sentirmos no deck de um transatlântico) um dos pontos mais emocionantes e
exterior em quase todas as frentes”
bem conseguidos do projecto, que resolve a equação entre vista e privacidade, entre luz e sombra, através de um sistema de shutters — uma pele que cobre todo o edifício – reguláveis, a partir do interior do quarto, pelo cliente. A textura das persianas verticais deixa passar a luz, filtrando-a e permitindo que do interior do quarto se perceba o exterior, mas não o contrário.
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CASUAL CHIC Uma atmosfera casual chic caracteriza os interiores do Altis BelĂŠm.
A luz do sol é para ser vivida em pleno no sundeck, no topo do hotel, com uma pequena piscina, simbólica mas divertida, a olhar a barra, e a garantia imaculada do mobiliário de exterior (daybed e muito mais) da Gandía Blasco (também presente no bar). Como se faltassem motivos para uma visita ao Altis Belém, duas belíssimas razões, em que a ideia é mimar corpo e alma, embora de maneiras diametralmente diferentes: o restaurante Feitoria e o Spa, Bspa. NO RESTAURANTE FEITORIA, o chef Cordeiro convida-nos a deliciarmo-nos com a sua cozinha de autor, um remix apurado da melhor cozinha portuguesa com um toque criativo e contemporâneo, que revela também as influências trazidas dos Descobrimentos. Para além dos pratos (podemos deixarnos surpreender pelas propostas “às cegas” do chef) e da excelente carta de vinhos vale a pena mencionar o toque contemporâneo da carta de águas e da carta de azeites. Aos domingos, na Mensagem, o brunch, também da autoria do chef Cordeiro, é já um clássico, sem esquecer o Oyster & Sushi Bar, onde todos os dias, excepto às segundas-feiras quando não há peixe fresco à altura, um sushiman prepara os seus rolinhos e demais delícias em miniatura. DEPOIS DO FESTIM, o melhor é mergulhar no detox
suficientemente neutro para não incomodar podemos experimentar diferentes “tratamentos e rituais” como o hammam (o único com 100% de humidade), a sauna, o duche Vichy, banho, esfoliação e massagem. A ideia é reunir
”NUM ESPAÇO ELEGANTE MAS SUFICIENTEMENTE neutro para não incomodar podemos
o melhor de dois mundos: as terapias holísticas, com técnicas ancestrais de massagem e cura (shiatsu, reiki, massagem
experimentar diferentes
ayurvédica, etc.) e a última tecnologia, como o Kinesis System
tratamentos e rituais ”
da Technogym, uma máquina de pesos que respeita a flexibilidade dos músculos e articulações através do movimento. Como tudo no Altis Belém, mais um exemplo
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desfrutar do relaxamento à medida. Num espaço elegante mas
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revigorante do Bspa, um espaço de 500 m2 onde podemos
do casamento irrepetível entre passado e presente. e 125
GESTALTEN EDS: R. KLANTEN, S. EHMANN
Nunca temos uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. É por isso
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PHAIDON PRESS
Um livrinho pequenino, mas poderoso. My Name Is Charles Saatchi and I Am An
HELMUT NEWTON, SUMO
TASCHEN
“O mesmo DNA, uma nova edição.” É assim que a Taschen anuncia o regresso de Sumo, uma
que o packaging, um factor determinante na
Artoholic contém uma série de declarações
edição que assinala o décimo aniversário da
decisão de compra, é tão importante. E é por isso
bombásticas proferidas por Charles Saatchi,
publicação original do livro titânico de Helmut
que um livro como Boxed and Labelled: New
coleccionador de arte, galerista e fundador da
Newton. Desde a sua publicação em 1999,
Approaches to Packaging Design nos entretém
mega-agência de publicidade Saatchi &
Sumo, “o livro que redefiniu a monografia
tão bem. Com o selo da Gestalten, expert em
Saatchi, que, segundo dizem, é alérgico a
fotográfica”, quintuplicou o seu preço. Apesar da
surveys que se comem com os olhos, este
entrevistas. Parece que abriu uma excepção e
diferença de peso (o original pesava 30kg) e de
volume contém 288 páginas com o melhor,
aceitou responder às questões de jornalistas,
tamanho, esta nova edição não é uma versão
mais inovador, inteligente, lúdico e atraente
críticos e o público em geral, sobre tudo e mais
light. Está lá tudo, garantem os editores, das
design de packaging contemporâneo. O tema
alguma coisa.O mundo da arte, a publicidade,
imagens que revolucionaram a fotografia de
é muitíssimo relevante, sobretudo num contexto
a sua vida pessoal, tudo é motivo de conversa
moda às fotografias eróticas e retratos de
em que o consumidor já não é o que era.
e pretexto para a provocação. O subtítulo do
celebridades, ao making of da edição original,
Felizmente, somos cada vez mais complexos,
livro, “Tudo o que precisa de saber sobre arte,
sem esquecer o suporte para o livro (réplica do
específicos, matreiros e exigentes. Embalagens,
anúncios, a vida, Deus, e outros mistérios e
original de Sumo). Tudo, só que mais
etiquetas, design gráfico e materiais, num saco
não teve medo de perguntar”, diz (quase) tudo.
democrático.100 €
de compras inesperado para consumidores
O resto está lá dentro. 9,95 €
apaixonados e designers atentos. 44 €
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MY NAME IS CHARLES SAATCHI AND I AM AN ARTOHOLIC
WWW.TASCHEN.COM
BOXED AND LABELLED: NEW APPROACHES TO PACKAGING DESIGN
WWW.PHAIDON.COM
WWW.GESTALTEN.COM
livros :: media
Expos ... E PROPOMOS ALGUMAS EXPOSIÇÕES QUE NÃO VAI QUERER PERDER.
C O O R D E N A D A S S O LTA S Martí Guixé em Berlim, Konstantin Gric em Chicago (e Londres): é o planeta design em movimento, em coordenadas soltas que não queremos perder por nada. Na nova galeria de design berlinesa Helmrinderknecht (o nome não é fácil, mas vale a pena) Guixé apresenta as suas mais recentes incursões no tema da cadeira. Chairs and Fireworks é mais uma série de “statement
chairs”, com uma declaração quase final: a autêntica “designer chair” onde designer e cadeira, sujeito e objecto, se fundem num só (o designer tem de estar fisicamente sentado na cadeira para que esta esteja terminada). Kostantin Grcic prepara-se para a sua primeira grande exposição num museu norte-americano, inaugurando as galerias da “ala moderna” do Art Institute of Chicago com o seu “design decisivo”. Do outro lado do Atlântico, Grcic (que entrevistamos neste número) é o guest curator da Serpentine Gallery na primeira mostra de design da galeria, Design Real. Grcic, que a Serpentine qualifica como “um dos mais influentes designers do século XXI”, seleccionou uma série de projectos desenvolvidos na última década e apresenta-os num espaço interactivo, especialmente desenhado por ele. Se estiver em Londres, dê um salto à Tate Modern para espreitar as obras de John Baldessari que escaparam à fogueira. Em ano de comemorações, a Bauhaus apresenta-se em todo o seu fulgor no MoMA, onde o cineastaartista Tim Burton tem honras de retrospectiva, numa mostra que reúne mais de 700 artefactos, entre desenhos, pinturas, storyboards, marionetas e claro, filmes. Por cá, estaremos atentos à colaboração entre Miguel Rios e Ângela Ferreira, no projecto [SUM]one: exercícios de apropriação, que estará apenas uma semana na Galeria Filomena Soares, à nova e esperamos que contestatária exposição no MUDE, É Proibido Proibir, sobre design e moda nas décadas de 60 e 70, e ao prémio BesRevelação, que regressa a Serralves. O Centro Português de Design organiza o Congresso e-design, visões para o ensino na Europa nos novos contextos ambientais e económicos, na Culturgest, em Lisboa, nos dias 6 e 7 de Novembro. www.congressoe-design.eu
■
MARTI GUIXÉ, CHAIRS AND FIREWORKS, Helmrinderknecht Contemporary Design, Berlim,
até 7 de Novembro, www. helmrinderknecht.com ■
KONSTANTIN GRCIC: DECISIVE DESIGN, Art Institute of Chicago, Chicago,
de 20 de Novembro a 24 de Janeiro, www.artic.edu ■
DESIGN REAL, Serpentine Gallery, Londres, de 26 de Novembro a 7 de Fevereiro,
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SNEAK PREVIEW
Espreitamos pelo buraco da fechadura e mostramos-lhe o design que há-de vir. E que muito pouca gente viu.
Re-make, part II É tradição pensar-se que as segundas partes nunca são tão boas como as primeiras. Pois bem, para provar o contrário, aí está o CIN RE-MAKE'09, a sequela do projecto de intervenção urbana que transforma, através da cor, elementos urbanos e que este ano ganha uma nova dimensão. Em 2008, seis eléctricos da capital foram transformados por seis artistas portugueses de renome, deixando os alfacinhas de boca aberta. Este ano, o RE-MAKE estende-se à Invicta, e mostra o seu lado mais
underground, chegando ao Metro de Lisboa e do Porto. A CIN lançou o desafio às principais faculdades de arquitectura e design do país e foram seleccionados oito projectos finalistas (IADE, Faculdade de Arquitectura de Lisboa, Etic, RESTART, Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, ESAD Matosinhos, Universidade Católica Portuguesa do Porto - Escola de Artes, Som e Imagem, e Escola Superior Artística do Porto). Quatro autocarros e quatro carruagens de metro são as telas onde se desenvolvem os temas propostos: uma conjugação de cor e géneros musicais. Arte em movimento, para ver em directo, numa carruagem perto de si, até 26 de Novembro. Blue Lounge (FBAUP)
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