Revista Sabores do Sul Edição 65

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COZINHA de

NATUREZA 65 97 7217 86 1700 7

ISSN 2178-6178

Ano 13 - N˚ 65 - 2017 - R$19,90

Rodrigo Bellora resgata e renova sabores no Valle Rústico



(51) 3594-1415 | (51) 99962-2024 joaoricardo@joaoricardo.fot.com.br


ÍNDICE

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A versatilidade da banana: dicas, curiosidades e receitas

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Bento Gonçalves para curtir o ano inteiro

7 Editorial 8 Entradas 12 Nossa capa: A Cozinha de Natureza 24 Tendências da gastronomia 28 Gastronomia & Negócios com Junior Maroso 46 11 Perguntas para Pedro Mattos 62 Histórias de Raul Randon 74 Tire suas dúvidas sobre vinho


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Um roteiro pelo Vale do Sรฃo Francisco e para curtir Salvador

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Receitas de um prato sรณ: prรกticas, simples e muito gostosas

80 9 Vinhos para 9 receitas 84 Dicas para harmonizar cervejas 85 5 dicas para comer bem por Claudio Cupertino 86 Caรงador de Sabores


EXPEDIENTE Capa Rodrigo Bellora Foto - João Ricardo www.joaoricardo.fot.br

Direção Geral Sabina Fuhr saboresdosul@revistasaboresdosul.com.br Editora Sabina Fuhr sabina@revistasaboresdosul.com.br Jornalista Responsável (Reg. Prof. 11289) Comercial Carla Torres saboresdosul@revistasaboresdosul.com.br Redação Igor Amaral redacao@revistasaboresdosul.com.br Diagramação Guilherme Iop arte@revistasaboresdosul.com.br Administração Morgana Dias de Sá adm@revistasaboresdosul.com.br Quer trabalhar com a gente? Envie currículo para oportunidades@revistasaboresdosul.com.br

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Rua Santa Maria, 72, sala 09 - bairro Ideal CEP 93336-180 - Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3939-2035 www.revistasaboresdosul.com.br Uma publicação da Yellow Comunicação e Produções Editoriais Ltda. Anúncios e matérias elaboradas pela Revista Sabores do Sul não podem ser reproduzidos sem autorização da empresa.

(51) 99620-1977

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EDITORIAL

Um novo tempo

O

mundo da comunicação passa por uma revolução sem precedentes. Com a invasão dos aparelhos tecnológicos no cotidiano das pessoas, criou-se a falsa ilusão de que a Era do Papel tinha chegado ao fim. É inegável a praticidade dos meios virtuais, ao passo que também não podemos esvaziar a importância do impresso. O papel tem o charme e gostinho de poder guardar para sempre fotos, reportagens e receitas. A revista impressa é parte de um mundo em extinção, aquele em que as coisas veem para ficar. E objetivando a presença, a continuidade, a publicidade física e a memória é que a Revista Sabores do Sul se reinventa e volta a circular mensalmente. Com novo formato, novo layout, a Sabores do Sul volta com ainda mais força ao mercado. Para contar as histórias inspiradoras de quem vive a Cultura Gastronômica. Também para dar visibilidade aos nossos parceiros comerciais que, com a crescente competividade, sentem a importância de aliar o seu nome à marca Sabores do Sul. Uma publicação que percorre um caminho pioneiro de 13 anos dando voz e vez aos homens e mulheres que fazem a roda da economia girar. Esse é o motivo de nossa existência, e sempre será. Nessa edição fizemos aquilo que mais nos orgulha: falar de trajetórias de sucesso e de comida boa. Nas próximas páginas você vai encontrar entrevistas com pessoas que empreenderam no mundo do comer e beber com sucesso, como Raul Randon, fundador do grupo que leva o seu sobrenome, um dos maiores empresários do Rio Grande do Sul e do jovem Junior Maroso, do Haus Burger e Ovo Gastronomia. Também vamos contar a história do Valle Rústico, que com a filosofia da Cozinha de Natureza espalha o bem, para a saúde e o bolso, em Garibaldi. Para quem gosta de viajar, as dicas são: O Vale do São Francisco, na Bahia, e Bento Gonçalves, na Serra. Dois destinos diferentes, em termos geográficos, mas que comungam a paixão pelo vinho. À mesa, banana. A fruta mais consumida no Brasil pode ser grande aliada para a saúde e ainda render belos pratos. Se praticidade é o que você busca, não deixe de conferir a seção de receitas com pratos únicos. Para beber, vinhos e cervejas harmonizadas. Um novo tempo começa para nós. E nesse novo horizonte, queremos ter você ao nosso lado, afinal, juntos somos mais fortes. Boa leitura!

SABINA FUHR EDITORA


Foto: Prosperato/Divulgação

ENTRADAS

www.prosperato.com.br

Prosperato apresenta produtos Para a safra 2017, a azeite de oliva Prosperato apresenta dois tipos de produtos. Um deles é o blend, resultado das frutas de varieadades Arbequina e Arbosana, e o outro é o monovarietal, da espécie Koroneiki. Também serão elaborados outros azeites das variedades Picual, Frantoio,

Galega e Coratina em pequena escala. A produção deste ano ficou em torno de 100 toneladas de frutas o que resultará em 15 mil litros de azeite de oliva extra virgem. A empresa tem 300 hectares de olivais em Caçapava do Sul, Barra do Ribeiro, São Sepé e Sentinela do Sul.

Fotos: Cutelaria/Divulgação

Inovação na cutelaria

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O armeiro gaúcho Rubem Lorenz criou uma técnica na cutelaria de desenhar a sombra de animais ou outros elementos na empunhadura ou cabo das facas, denominada de Animal Shadows. Essa técnica consiste na inserção ou troca do aço por madeiras nobres como o ébano do Gabão, marfim de mamute ou ouro, dentre as praticamente infindáveis opções. “O resultado é praticamente uma transmutação ou fusão perfeita do aço de damasco, também por ele produzido, e do material escolhido para realçar e destacar o desenho”, conta o artista. Esse novo design nas facas é considerado pioneiro no mundo, já reconhecido por colegas, colecionadores e demais amantes da cutelaria custom ao redor do planeta. O gaúcho tem conquistado elogios. Para conhecer os produtos do artesão, que variam entre de R$ 1,2 a R$ 6 mil, acesso sua página pessoal no Facebook.


Gianluca Zaffari no Boulevard Foto: Gianluca Zaffari /Divulgação

O Boulevard Laçador acaba de ganhar uma novidade: a Gelateria Gianluca Zaffari. Fundada em 1995, a marca trabalha com gelato artesanal servido em quatro diferentes tamanhos, além de sorvetes clássicos, como sundae e banana split, e bebidas como smoothies, cafés e sucos. A nova unidade conta com 20 opções de sabores de sorvete que serão mudados sazonalmente, para agradar os mais diversos paladares. Para os apreciadores dos gelatos, a operação ainda conta com um pergolado externo que permite aos clientes a degustação dos produtos enquanto observarem os pousos e decolagens do Aeroporto Salgado Filho.

Restaurante Wok 10 anos deixa de servir apenas pratos com temática asiática e passa a ter menus criativos elaborados por Rafael e chefs convidados. Os preços serão fechados, all inclusive e vendidos online antecipadamente para exclusivíssimas 30 pessoas. “Vou transformar o Wok no restaurante que eu gostaria de ir com meus amigos em Porto Alegre ”, afirma o chef.

Foto: Wok/Divulgação

Para comemorar os seus 10 anos, o Wok vai se transformar por completo. Deixará de ser um restaurante tradicional que abre todos os dias para inovar e trabalhar com eventos privados e abertos, além de trazer o conceito de Side Chef para Porto Alegre. A cozinha sairá de seu isolamento e invadirá o restaurante em eventos comandados pelo chef Rafael Jacobi. O Wok

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Foto: Salton/Divulgação

ENTRADAS

Sabores do sul promove almoço exclusivo na Salton

Foto: Salton/Divulgação

O leitor vai se deliciar com capeletti, massas, galeto al primo canto, polenta, radicci com bacon, sagu com creme e todas as iguarias apaixonantes da Serra Gaúcha em uma das maiores e mais antigas vinícolas do Brasil, no dia 7 de maio. O exclusivo almoço na Cave de Pedra da Vinícola Salton (escavada na rocha a oito metros de profundidade) terá vinho, espumante, água e suco

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de uva liberados durante o almoço. Além disso, o grupo de leitores irá percorrer a empresa, conhecer sua história e ver de perto o processo de vinificação. Vai ficar de fora dessa experiência encantadora? O passeio, incluindo transporte, almoço exclusivo com bebidas e visitação a vinícola custa R$ 175,00 por pessoa. Para adquirir ingressos e obter mais informações, acesse www.revistasaboresdosul.com.br


Foto: Agência Brasil

LEI DA GORJETA

Foto: Kurotel/Divulgação

O presidente Michel Temer sancionou a lei que regulamenta a cobrança e distribuição de gorjetas em bares, restaurantes, hotéis e estabelecimentos similares. A taxa continua sendo facultativa, mas a lei considera gorjeta tanto o valor pago espontaneamente pelo cliente ao empregado como o cobrado pela empresa, a qualquer título. A gorjeta não constituirá receita própria dos empregadores, destinando-se apenas aos trabalhadores e o valor será registrado formalmente nos rendimentos do trabalhador.

Kurotel espalha alimentação saudável O Kurotel Centro Médico de Longevidade e Spa de Gramado desenvolveu menus fitness para restaurantes de Porto Alegre e São Paulo. Na capital gaúcha o Menu Kur encontra-se no 300 Cosmo Dining Room, criado pelo chef Rodrigo Nappi. Em São Paulo tem Menu Kur no Restaurante Clos onde ocorre uma degustação personalizada de pratos autorais elaborados pelos chefs Carol Albuquerque e Willem Vandeve compostos por sugestões leves, livres de glúten e lactose, seguindo a filosofia de bem-estar e vida saudável desenvolvida pelo Kurotel.

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BOM, LIMPO & JUSTO Chef Rodrigo Bellora, do Valle Rústico, em Garibaldi, aplica a filosofia da Cozinha de Natureza que utiliza ingredientes sem agrotóxicos e de produtores locais. Por Igor Amaral Fotos João Ricardo

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S

ão 4 horas de uma tarde quente de fevereiro. Em um terreno acidentado, cheio de subidas e descidas entre pedras e árvores, na Linha 15 da Graciema, em Garibaldi, as engrenagens da gastronomia se movimentam de uma maneira peculiar. Ao chegar, você pode pensar que ali é só mais um dos vários sítios instalados na região que se dividem entre vales e montanhas, mas não. Aquele pedaço de chão, de 12 hectares, transpira algo diferente. O velho casarão típico italiano é o pano de fundo para o atelier onde o chef Rodrigo Bellora cria, procria e cultua a história. Ele até chama o lugar de restaurante, mas o Valle Rústico vai além. O lugar valoriza a cultura, os produtos, a biodiversidade, a economia e o povo local. Tudo, ou quase tudo, que é consumido por ali vem da região. É a ecogastronomia, que propõe um reencontro entre o homem e a natureza, aproxima as pessoas e proporciona ímpares surpresas à mesa.

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Aos 31 anos, Rodrigo é um homem feliz. Formado em Turismo, ele morou na Bahia, trabalhando em resorts, de volta ao Rio Grande do Sul, iniciou um MBA em Gestão Empresarial. Ocorre que Bellora não tinha uma empresa para gerir, foi aí que teve uma ideia. “Os colegas do curso tinham diversas empresas, falavam sobre gestão, gestão de pessoas e eu não sabia nem o que é gerir a minha vida direito. Meu pai tinha essa terra abandonada, eu pensei em vir cuidar disso aqui”, conta Rodrigo. Em mente, ele já tinha a ideia de plantar aquilo que comeria, ter um contato com a natureza e viver dela. Então, ele uniu a vontade de ter um negócio e praticar a filosofia de produção local, com as terras

abandonadas da família. Os primeiros registros de gastronomia no recém-nascido Valle Rústico são de 2008. Bellora preparava pizzas num antigo forno a lenha já existente na propriedade, claro, usando ingredientes locais e fermentação natural. E as pizzas se tornaram famosas na região. Vendo a oportunidade de profissionalizar o seu sonho, da ecogastronomia, o turismólogo foi virando chef. Primeiro, a formação no Senac, na sequência experiência prática na Itália e depois, a profissionalização como Chef Avançado na UCS/ICIF, em Flores da Cunha. E a soma de todo esse conhecimento e filosofia de vida natura resulta em um dos melhores restaurantes contemporâneos da região.

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O Valle Rústico Além de restaurante, o empreendimento congrega mais 4 nichos de negócio: A Horta, que faz a ligação entre produtor e consumidos; a Escola, que realiza oficinas de gastronomia; o Trailer- Cozinha de Raiz, um food truck que percorre a região levando produtos que seguem a linha natural do Valle; e o Centro de Eventos, que aproveita o espaço rústico externo e interno do local. Para dar conta de tanto trabalho, Rodrigo conta com uma equipe de mais de vinte colaboradores. Na cozinha, aspirantes a chef de diversas regiões do Brasil se juntam aos auxiliares e subchefes, ajudando o Bellora na criação e execução de pratos com os produtos locais. Além de profissionais de administração, marketing e de outras áreas. “Aqui somos um grupo de pessoas unidas por convicções ou interesses ou provindas de um mesmo lugar, grupo de pessoas que apresentam propriedades ou características em comum’’, orgulha-se Bellora.

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Para abastecer a despensa, o Valle Rústico reúne mais de 35 famílias de produtores da região. “Procuro agricultores que plantam uma grande diversidade de produtos ao longo do ano, aqueles que vão mudando a produção ao longo das estações, conforme a natureza permite. Eu quero aquele produtor que planta fruta nativa, que não usa agrotóxicos, que vai se virando em contato com natureza”, conta o chef. E esse contato com as famílias de agricultores da região possibilita, além de negócios, um intercâmbio cultural. A troca de experiência, descobertas de novos ingredientes, técnicas históricas são passadas entre os colonos e Rodrigo. Além de fazer

o resgate dos produtos, o método de trabalho permite trazer para atualidade formas antigas de preparo. E assim a filosofia que determina as ações do Valle vai tomando forma física. Além destes fornecedores, o local ainda tem uma produção própria de seus insumos. É comum, ao longo de almoços ou jantares, o visitante ver os cozinheiros colhendo direto da horta ou de árvores frutíferas os ingredientes que serão usados nos pratos servidos no restaurante. Contando com este estoque vivo, no quintal da cozinha, com zero de desperdício, Rodrigo e sua equipe têm um playground imenso para aplicar os conhecimentos e criatividade na criação de pratos. Revista Sabores do Sul • 17




Uma cozinha inventiva Com madeira e pedra, o Homem fez o fogo. Com ingredientes locais e criatividade, Rodrigo faz a Cozinha de Natureza. Com uma grande oferta de insumos, que vai desde as PANCs (plantas alimentícias não convencionais) até frutas silvestres que nascem sem a mínima intervenção humana, o chef e sua equipe têm o privilégio e a necessidade de criar todos os dias. Para manter essa roda-viva de ideias e energia, o quadro de funcionários do Valle é jovem, na média dos 20 e poucos anos. Além dele, o organograma ainda tem dois sous chef, chef confeiteiro, cozinheiros, auxiliares e estagiários. Todos com formação e contratos formais de trabalho, como gosta de dizer Rodrigo, que também destaca que há intensa procura por vagas em sua cozinha, os interessados vêm de diversas partes do Brasil. Um olhar mais atento de quem visitar o restaurante é capaz de detectar a polivalência dos funcionários do local. Num minuto algum cozinheiro sova um pão e mexe no braseiro com carnes, noutro finaliza uma sobremesa. Os mo-

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vimentos sincronizados da equipe transpassam organização e profissionalismo. E quem pensa que a veia inspiradora é só a gastronomia local, com a abundância de pratos típicos italianos, se engana. “Nosso foco é o ingrediente, 80% da nossa matéria-prima é daqui, distante, no máximo, 30 quilômetros. Mas os pratos servidos no restaurante têm diversas origens. Por exemplo, já servi ceviche de lichia. Um prato incrível, com uma textura maravilhosa. Um prato que não é daqui, mas seus ingredientes são”, salienta Bellora. Tendo como limite a exigência de insumos locais, o horizonte para surpreender os clientes à mesa é vasto. Misturando elementos da terra, técnicas contemporâneas e históricas e muita criatividade, o visitante do Valle Rústico tem a certeza que viverá novas experiências, comendo, por exemplo, um Gravad Lax de Tainha. Uma técnica nórdica que surgiu na idade e consiste em curar e enterrar o peixe.


Oficina de Banquetes Medievais no Valle Rústico

Um menu de confiança Rodrigo Bellora descontrói o paradigma do prato cheio, que na Serra se impõe como regra, e reconstrói-o com o prato de encher os olhos e aguçar a sensibilidade. Isso não quer dizer que o cliente sai de lá com fome, até porque o menu tem doze pratos. Hoje, o cliente no restaurante sabendo 6 pratos que irá comer, a outra metade é surpresa. Os pratos não divulgados variam segundo a natureza e suas opções, o chef vai adaptando ele de acordo com os ingredientes disponíveis. Variando entre clássicos do restaurantes e novas adaptações, Bellora vai construindo uma reta linear de sabores, de construção de sensações. “Alguns pratos são para intrigar o paladar, com gostos mais ácidos, amargos. Assim, ao longo de todo o menu, o cliente vai adaptando construindo uma série gostos e ex-

periências”, destaca Rodrigo. O jogo de sabores proposto pelo chef vai se desencadeando ao longo da refeição. “Nem todos os pratos, em um menu de 12, o cliente vai gostar, pode ter certeza disso. E, realmente, não faço pensando no gostar ou não. Crio pensando nas possibilidades. E tem pratos que muitas vezes prepara o paladar para o próximo. Então, o cliente prova um e acha meia boca, mas, na sequência, acha o próximo prato maravilhoso. Acontece que o primeiro te preparou, te deu um retrogosto. A gente faz essas brincadeiras no cardápio, e, às vezes, o cliente nem percebe”, conta o chef. O menu custa R$110 e é servido de quarta a Sábado, das 19h30 às 22h; domingo, das 12h às 15h.

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Um reencontro A filosofia da Cozinha de Natureza transcende o modismo, é uma necessidade. Aproveitar o máximo que um produto pode oferecer, evitar o desperdício, aquecer a economia local, preservar a natureza, evitando o uso de agrotóxicos, são mais que tendências, é imperativo à existência do humano na terra. O Valle Rústico propõe um reencontro entre o homem e a sua essência natural, preservando o relacionamento com o ambiente. “Acredito que isso veio para ficar na gastronomia. Essa busca por produto local e por reencontros não é só bonitinho, é uma necessidade econômica. Hoje, por exemplo, ninguém mais tem dinheiro para importar uma grande quantidade de insumo de lá do outro lado do mundo, então, tu começas a redescobrir as coisas daqui”, conta Rodrigo. E o descobrimento de novos ingredientes é tônica mundial. Segundo relatório da associação norte-americana Specialty Food Association, novos ingredientes devem surgir e serão muito conhecidos do mercado de alimentação por conta da sua rica capacidade nutricional, sabor agradável e sustentabilidade. O estudo aponta também que o redescobrimento de insumos não utilizados nas últimas décadas. O chef também aposta que, com a baixa no poder aquisitivo, haverá um novo reencontro, entre as pessoas e a cozinha. O costume de cozinhar, aos poucos, foi ficando de lado e dando espaço para a comida pré-preparada ou restaurantes. “Esse é o momento em que as pessoas menos cozinham na história. E, com certeza, isso vai mudar. O envolvimento que temos agora com a gastronomia, seja em publicações, em programas de televisão, ou até mesmo com a crise econômica, vai fazer com que muita gente volte cozinhar”, acredita. A Sociedade do Consumo que se estabeleceu nas últimas duas décadas fez com que, culturalmente, nos relacionássemos de forma menos próxima com a comida. A inúmera oferta de produtos e o barateamento dos insumos acarretaram na desvalorização da comida. Nessa Modernidade Líquida, a qual falava o sociólogo Zygmunt Bauman, a comida, muitas vezes, faz o roteiro supermercado, geladeira, lixo, sem que cumpra o seu papel: alimentar.

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Valle Rústico Linha Marcílio Dias 15 da Graciema - Garibaldi (54) 3067-1163 / (54) 8123-0080 www.vallerustico.com.br

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VOCÊ SABE O QUE VAI JANTAR NOS PRÓXIMOS MESES?

Perda zero, novos ingredientes e comida artesanal são algumas das tendências da gastronomia para este ano.

ÉÉ

bem provável que você não tenha ainda pessoas entram na onda e acabam aderindo às do momento. pensado em qual que serávocê o cardápio de sua pessoas entram na onda e acabam aderindo às bem provável ainda não tenhamanias ajudardovocê a não ficar por fora daquilo próxima refeição. Enquanto você decide, momento. pensado em qual será o cardápio de suaParamanias sucesso na sua pesquisadores de diversas partes decide, do mun-pes-que, provavelmente, Para ajudar vocêfará a não ficar por foracasa, daquilo próxima refeição. Enquanto bares e restaurantes. pesdo tentam decifrar o de comportamento à mesa. A nosque, provavelmente, fará Consultamos sucesso na sua casa, quisadores diversas partes do mundo Sociedadeconsultamos Brasileira depesquisas Varegente podedecifrar até nãoonotar, mas a Cultura Gas- Aquisas nos feitas bares pela e restaurantes tentam comportamento à mesa. Consumo e pela consultoria Sterling-Rice tronômica sofreaté alterações emmas todos os períopela Sociedade Brasileira de Varejo e Congente pode não notar, a Cultura Gas-jo efeitas ca no Colorado, Sterling-Rice nos Estados Unidos.tronômica É, mais ousofre menos, como aem moda, algumas sumoque e fi pela consultoria Group, alterações todos os perío-Group, E também ouvirnos as apostas che- E tendências surgem e desaparecem num piscar fica no fomos Colorado, Estados de Unidos. dos. É, mais ou menos, como a moda, algumasdos.que gaúchos fomos para a cozinha ano. de tendências olhos, mas surgem entre o ecomeço e o fim,num muitas ouvir as neste apostas de chefs gaúdesaparecem piscarfes também de olhos, mas entre o começo e o fim, muitas chos para a cozinha neste ano.

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DESPERDÍCIO ZERO

Vários chefs têm se manifestado ao redor do mundo sobre a quantidade de alimentos não aproveitados em cozinhas profissionais e caseiras. Uma onda de reaproveitamento e consumo consciente tomará conta de vários países. Um dos exemplos recentes é o restaurante do italiano Massimo Bottura e do brasileiro David Hertz montado no Rio de Janeiro, durante os Jogos Olímpicos de 2016, com as sobras de ingredientes da cozinha na Vila Olímpica. se esmeram na criação de novos produtos com valor comercial baseados nas perdas e nos ingredientes com aparência nem tão bonita.

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ARTESANAL

Produtos artesanais baseados em nichos de mercado já tiveram um expressivo aumento de volume, principalmente as bebidas como cervejas, cafés e sucos. Novos segmentos devem surgir com bom potencial de negócios como, por exemplo, sorvetes e chocolates artesanais. A criatividade de misturar sabores variados somada à versatilidade de produzir pequenos lotes de produtos, ganhará adeptos em nichos de mercado rapidamente.


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NOVOS SABORES

A sustentabilidade, tônica mundial, têm propiciado ao mercado novos sabores. De acordo com o relatório de 2016 da associação norte-americana Specialty Food Association (SFA), novos ingredientes devem surgir e serão muito conhecidos do mercado de alimentação por conta da sua rica capacidade nutricional, sabor agradável e sustentabilidade. É o caso das algas marinhas que são ricas em fibras, iodo e antioxidantes, são abundantes na natureza e têm baixo impacto ambiental. Nessa mesma trilha, surgem outros ingredientes como o inhame roxo e alimentos fermentados que também trazem benefícios à saúde e têm sabores agradáveis.

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NOVOS VEGETARIANOS

Se você acha que os alimentos vegetarianos não têm sabor e são sem graça, melhor reconsiderar suas referências. Alimentos sem carne surgem com novas receitas, ingredientes poderosos e criativos que vão além de uma filosofia ou estilo de vida, tornando-se opções extremamente competitivas, saborosas, econômicas, livres de hormônios e com vários benefícios à saúde. Surgem consumidores conhecidos como “novos vegetarianos” que escolhem esse tipo de alimento para reduzir o consumo de carne. Grão-de-bico, milho, leguminosas e cogumelos tomarão o posto das carnes.

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SEM GORJETA

Consumidores cada vez mais racionais com os próprios gastos e cientes da redução de seu poder aquisitivo, apresentam resistência ao pagamento de taxas de serviço ou gorjetas. Vários movimentos surgem com a proposta dos clientes avaliarem o serviço e decidirem qual percentual oferecer como gorjeta, sem aplicação de valores padrões, etiqueta ou convenções sociais. No Brasil, com a regularização da divisão das gorjetas e a não obrigatoriedade do pagamento de taxas, o mercado deve se movimentar de acordo com o gosto do cliente.

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MENU SAUDÁVEL

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POP-UP

Diante de uma crescente taxa de sobrepeso da população brasileira, onde mais de 53% dos adultos estão acima do peso, e de que metade das principais causas de morte sofrem influência direta da alimentação, é inevitável que o mercado de alimentação saudável continue prosperando no Brasil. Mais consumidores buscam opções saudáveis e estarão menos tolerantes aos ingredientes artificiais. Alguns varejistas preparam suas cadeias de suprimentos para trabalhar com ingredientes de origem conhecida e certificada, além de privilegiarem fornecedores locais e, ainda, alguns adaptarem seus processos para utilização de alimentos frescos, reduzindo, assim, o uso de alimentos enlatados e congelados.

Não se surpreenda se você ver surgir, e desaparecer, rapidamente novos restaurantes em casas vazias ou pontos comerciais disponíveis, assim como novas praças de alimentação com food trucks e instalações temporárias em terrenos livres ou estacionamentos. Os restaurantes temporários, também conhecidos como pop-ups, são novos meios favoritos dos chefs para expor suas criações culinárias contando com a alta atenção da sociedade ao redor de uma novidade, mas sem investir na estrutura pesada de um restaurante fixo.

Floriano Spiess

Chef e proprietário da Fiore Officina di Pizzas “Eu acredito que muitos empreendimentos gastronômicos irão se simplificar, ficando de uma forma menos pomposa. Já estamos vendo essa tendência em algumas casas da região, que estão trabalhando com produtos de qualidade, mas com cardápios mais simples. Estamos começando a ver aquilo que o cliente realmente quer, ou seja: os consumidores não querem mais pagar valores astronômicos para comer fora. Claro que existe um alto custo para manter as casas abertas, mas cabe a nós, proprietários, nos adaptarmos à essa nova realidade”.

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“ “ “ Aluisio Sabino

Chef executivo da Casa Vetro

“Acredito que a tendência para 2017 será a adaptação dos serviços à realidade atual dos brasileiros. Não será um ano fácil, pois vivemos no meio de uma grande crise. Comida boa, feita com respeito e muito amor, isso sempre vai dar certo. Gosto muito dessa onda das pizzarias no estilo napolitano. Acho que deu super certo. Não são muito caras, mas são um produto de altíssima qualidade. Aposto também em comida de rua. São eventos muito especiais e enriquecem muito nossos domingos, por exemplo. Drinques estão em alta. Acredito que estes dois setores irão tomar outras proporções”.

Cássio Cevallos

Chef Pâtissier e Consultor “O consumidor está atento e os restaurantes e confeitarias precisarão focar cada vez mais em reduzir o desperdício dos alimentos, reutilizando tudo que tradicionalmente seria descartado. O impulso para esta mudança será a vontade de consumir com mais consciência ambiental e social. Frutas maduras, que não servem para decorar, viram geleias, cascas de legumes viram picles”.

Rafael Jacobi

Chef e proprietário do Wok

“Não é uma moda, é uma necessidade e um compromisso que todo cozinheiro de verdade deveria ter. O aproveitamento total dos ingredientes é uma realidade em cozinhas que tem bons profissionais. Não tem saída, o alimento é cada vez mais escasso e caro no mundo, quem não tem essa consciência está muito equivocado. Acredito que a “moda” é sempre a mesma: bons ingredientes, cultivados de forma limpa e justos com quem os planta”.

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Foto: Edith Auler

Gastronomia & Negócios

Ligado no 220 volts

E

le é inquieto e dono de um personalidade e simpatia ímpares. Jovem, mas como bastante história para contar, Junior Maroso, hoje, ao lado da sócia e noiva, Juliana Dias, comanda duas casas de sucesso na capital gaúcha: o Haus Burger e o Ovo Gastronomia. Os dois locais, cada um com a sua

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particularidade e comungando do bom atendimento e, principalmente, da criatividade e ousadia, imprimem a marca do empresário: otimismo. No auge dos seus 33 anos, sempre “ligado no 220 volts” nos conta sobre a sua trajetória, e divide com os leitores da Revista Sabores do Sul dicas para manter os negócios saudáveis.


Como surgiu a tua inspiração para o ramo da gastronomia? Fui criado dentro de restaurantes, está no sangue. Meus avós foram os idealizadores do primeiro hotel de Palmeira das Missões. Meu pai teve churrascarias espalhadas pelo interior gaúcho, onde minha mãe era a cozinheira. Meu irmão mais velho, Juliano Maroso, trabalha com vinhos há mais de 25 anos e é sócio da Vinum Enoteca em Porto Alegre. Aprendi a cozinhar realmente no Exército Brasileiro. Fui Sargento Temporário de Cavalaria, servi por 6 anos, após a baixa das Forças Armadas me especializei em vinhos no curso de Sommelière em Turim, na Itália.

Como é a tua rotina para dar conta de dois negócios? Não tem glamour é trabalho mesmo. Meu luxo é ter a manhã para mim, não produzo bem pela manhã, pois durmo muito tarde. Chego às 11h e paro de trabalhar às 2h da madrugada.

bilidade cair, se não ficarmos ligados nos números, iremos entrar no vermelho e as contas não estarão em dia. E isso é muito arriscado nesse período turbulento que vivemos.

O que o Haus Burger e o Ovo têm de diferente e o que tem em comum? A gastronomia é a diferença maior, pois o Haus é especializado em hambúrgueres e o Ovo em culinária brasileira e a noite oferecemos um cardápio de churrasquinho com carnes selecionadas de raças britânicas. Em comum o atendimento familiar, somos reconhecidos pelo carinho e atenção que damos aos clientes, temos uma equipe especializada e realizamos constantes treinamentos sobre atendimento ao cliente. Nas lojas, só existe um chefe: o cliente. E ele pode demitir todas as pessoas da empresa, do proprietário ao faxineiro, simplesmente levando o seu dinheiro para gastar em outro lugar.

Antes de abrir o Ovo, você fez uma grande pesquisa sobre a Em épocas de crise, como man- comida brasileira. Como foi ter a calma e as contas em essa jornada e quais foram dia? as descobertas mais marcanSempre otimista. Gosto desta linha de pensa- tes? mento: “Nunca desperdice uma boa crise, ela nos tira da zona de conforto.” A gastronomia teve uma queda bem considerável nas vendas entre 20% e 30%, isso fez os empresários repensarem seus negócios e planejar melhor os custos, rever gastos ocultos, negociar mais, procurar alternativas entre fornecedores e comprar melhor. Os preços altos dos insumos faz a renta-

Estava lendo um livro do Carlos Cabral, que falava da culinária brasileira no palácio do Itamarati, o que os presidentes brasileiros serviam nos banquetes. Muitos exploravam nossos ingredientes e cultura; outros utilizavam tudo importado. Isso me chamou atenção e me fez viajar para a Chapada dos Veadeiros em Goiás

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onde existe um povoado descendente dos escravos Kalungas. Eles só tiveram contato com a civilização a partir de 1980, antes viviam no meio da mata escondidos, como tribo indígena. Ali passei alguns dias com as cozinheiras do vilarejo e percebi que elas cozinhavam ainda em fogões de pedra e em panelas de barro e que o gosto da comida era muito melhor pelo cozimento lento e ingredientes frescos plantados e criados por eles. Basicamente se cozinhava feijão, arroz, ovo, galinha de angola, e macaxeira, o que é muito parecido com a nossa à La minuta, ou com o famoso PF do brasileiro se substituirmos a macaxeira pela batata frita e a galinha de angola pelo bifinho. Foi nesse momento que me veio a ideia do cardápio do ovo.

hoje, quais erros você não cometeria? Daria maior importância e foco para o setor de compras da empresa, hoje percebo que o lucro está em saber comprar bem.

O que é preciso para ser um empreendedor de sucesso? Uns dizem que é sorte eu digo que é trabalho, também devemos ser curiosos e viajar bastante, as oportunidades vão aparecer, daí basta você fazer a leitura correta.

Pretende abrir novos restauQual dica daria para quem rantes? pretende abrir um negócio no Sim! Já tenho a marca registrada, estou esperando o melhor cenário, mas posso adiantar o ramo da alimentação? nome: Plano B Xizeria. Será uma casa de xis, pequena com mais ou menos 30 lugares e focada também no delivery.

Sempre quando começamos uma nova carreira, cometemos alguns erros, que só com a experiência poderíamos evitar. Se tivesse começando

Não aja pela emoção, seja racional. Estude o mercado, converse com amigos e outros donos de restaurantes. Não é porque gosta de cozinhar para os amigos ou porque tem uma boa mão para fazer docinhos que abrir um restaurante seria um bom negócio para você. Somos facilmente atraídos pela gastronomia por parecer algo glamuroso, porém o lado B não é bem assim, precisa de muito esforço, trabalho e sacrifícios, feriados e finais de semana não irão mais existir.

HAUS BURGER Rua Dr. Prudente de Moraes, 555 Fone: (51) 3407-2367 www.hausburgerbar.com.br

OVO GASTRONOMIA Des. Esp. de Lima Medeiros, 389 Fone: (51) 3573-7026 www.ovogastronomia.com.br

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O QUE É QUE A BANANA TEM? Fruta mais consumida pelos brasileiros, a banana é versátil na cozinha e traz mais benefícios para saúde do que você imagina. 32 • Revista Sabores do Sul


Foto: João Ricardo

Revista Sabores do Sul • 33


S

ímbolo do Tropicalismo que percorreu o mundo sobre a cabeça de Carmem Miranda, como um turbante, a banana é a fruta mais consumida no Brasil. Segundo o IBGE, cada brasileiro consome, em média, 8 quilos da fruta, por ano. Mesmo tão popular, a banana desperta dúvidas quanto ao seu consumo. Afinal, ela é aliada ou vilã em uma dieta? O ideal é comer à noite ou durante o dia? Na hora de comprar, optar pelas mais verdes ou maduras? Fomos em buscas das repostas e, claro, selecionamos receitas pra lá de especiais para você diversificar o uso da fruta em sua cozinha. Originária do sul da Ásia e das Ilhas Canárias, foi trazida por colonizadores espanhóis e adaptada de imediato pelas populações indígenas. Foi difundida por toda a América, chegando assim ao Brasil. E por aqui se adaptou muito bem. Para se ter uma ideia, os produtores da banana faturaram 14 bilhões de reais, em 2016. Em termos nutricionais, a banana apresenta quantidades consideráveis de minerais, eles podem variar de acordo com a maturação do fruto, em geral, as bananas menos maduras têm maiores quantidades. “Os minerais que mais se destacam são o potássio, fósforo, cálcio, sódio e magnésio, além de outros em menor proporção como ferro, manganês, iodo, cobre, alumínio e zinco”, destaca a nutricionista Sirlete Abreu. Já as vitaminas mais presentes são: A, C e complexo B, em especialmente B1, B2, B6 e niacina. “A vitamina A aumenta seu conteúdo com a maturação, enquanto a C atinge seu ponto máximo na primeira fase de maturação, com coloração verde-amarelada, decaindo progressivamente até níveis mínimos quando a casca começa a apresentar manchas marrons”, afirma a nutricionista.

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BOA PARA O SONO Como todas estas substâncias o consumo da banana é um bom aliado para o sono e sensação de tranquilidade. As quantidades de magnésio, vitamina B6 e o aminoácido triptofano encontradas na fruta são fundamentais para a produção de neurotransmissores, como a serotonina, que confere bom humor e tranquilidade, conforme destaca Sirlete: “A banana pode ser uma aliada contra a TPM, tendência a tristeza e processos depressivos. Ajudará, inclusive, no combate à insônia”, explica a nutricionista. Quem sofre de hipertensão arterial e utiliza medicamentos diuréticos que também mandam embora potássio, além do sódio, mineral que vai reter líquido e ajudar a aumentar ainda mais a pressão arterial, a banana pode ser muito útil. O potássio é fundamental para saúde dos músculos, inclusive do músculo cardíaco.

Se um dia foi estrela só de receitas doces, cada vez mais a fruta invade a área da comida salgada. “As possibilidades de transformação da banana são muitas, nas formas mais variadas, como: crua ou assada, frita ou cozida, em doces, caldos ou compotas, bebidas, entre outras”, destaca a chef pâtissier Silvia Canazaro. Como as bananas têm sabores diferentes, algumas são mais doces e outras menos, é importante prestar atenção em quais tipo usar, de acordo com o prato desejado. “Se você prepara um prato que, além da banana, vai algo com açúcar, como doce de leite, por exemplo, prefira a Banana Prata, mais verdinha. Ela tem o gosto mais azedo e isso equilibra o sabor”, explica a chef. Já para quem pretende fazer uma geleia ou uma calda com a fruta, a dica de Silvia é usar a Banana da Terra, que é mais doce. Um dos temores de quem a utiliza na cozinha é preservar a cor da fruta. Em geral, quando ela entra em contato com oxigênio fica mais escura, para evitar que isso aconteça, Silvia tem um truque: “É sempre legal utilizar um pouco de limão. Despeje um pouco do suco sobre a fruta, depois de descascada, assim, preserva a cor e o visual do prato se mantém”, destaca a chef.

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Foto: João Ricardo

NA COZINHA


5 Dicas da nutricionista sirlete abreu

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Diabéticos e quem faz dieta pode ingerir a fruta normalmente. O segredo está no tamanho da porção e em que hora consumi-la. A banana, como qualquer outra fruta, é segura e benéfica dentro de um plano alimentar que leve em conta o tamanho das porções e a distribuição ao longo das refeições diárias.

Pessoas que apresentam insônia devem consumir banana à noite devido ao estímulo da produção de serotonina, substância que melhora o sono e tranquiliza.

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O consumo de banana verde auxilia no trânsito intestinal adequado, atuando na prevenção e tratamento de quadros como diarreia e constipação, além de prevenir o desenvolvimento de doenças como o câncer de intestino.

A fruta também é importante para quem costuma fazer exercícios. Apresenta amido em sua composição, que é responsável por aumentar a energia de forma mais prolongada. Ela é rica em vitamina B6 e potássio, que são nutrientes importantes para a regulação da contração muscular, do equilíbrio hídrico e para a manutenção do ritmo cardíaco, além de prevenir cãibras.

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Foto: João Ricardo

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O ideal é consumir a banana na fase mais verde do que na mais madura, pois quando ela está nesta fase ainda possui o amido chamado “resistente”, que proporciona mais saciedade e controla melhor a fome.


BANANA-NANICA: Também conhecida como Caturra, o tipo mais popular no Brasil, é doce e possui consistência capaz de substituir o ovo em uma receita de bolo, por exemplo. E em cada 100g possui: Calorias: 87 | Fibras: 1,9g | Potássio: 376mg BANANA-DA-TERRA: Tem a polpa consistente e macia e é achatada de um dos lados, os frutos podem ter até 26 centímetros e pesar meio quilo. É a mais rica em vitaminas A e C. Comumente usada em pratos cozidos ou grelhados. E em cada 100g possui: Calorias: 122 | Fibras: 1,5mg | Potássio: 328mg BANANA-PRATA: Durável, mais consistente e pouco doce, é ideal para ser preparada grelhada. E em cada 100g possui: Calorias: 89 | Fibras: 2g | Potássio: 358mg BANANA-MAÇÃ: Pequena, doce e cremosa, ela exala um aroma que lembra o da maça. Prefira consumir a fruta ao natural. É ideal recomendada para bebês e idosos, já que tem a digestão mais fácil. Pode prender o intestino. E em cada 100g possui: Calorias: 100 | Fibras: 2,6g | Potássio: 264mg BANANA-OURO: A Banana-ouro é a menor das espécies produzidas no Brasil. Seu tamanho chega a, no máximo, 10 centímetros. Embora pequena, é a banana mais calórica, porém, mais doce. Calorias: 158 | Fibras: 2,5g | Potássio: 321mg

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Foto: João Ricardo

Massa

Cobertura

• 150 gramas de bolacha Maria ou

• 300 gramas de nata fresca gelada

Maisena

• 300 gramas de doce de leite

• 100 gramas de manteiga ou margarina

• 4 bananas prata não muito maduras • 2 colheres de sopa de açúcar de baunilha • 5 colheres de sopa de leite gelado

Banoffee Pie 38 • Revista Sabores do Sul


Preparo

Massa Triture os biscoitos no liquidificador, ou no processador, até formar uma farinha. Misture a manteiga, até que fique uma massa arenosa. Forre uma forma de fundo falso com 22cm de diâmetro e coloque a massa. Asse por 20 minutos em forno médio, pré aquecido. Depois de pronta, retire do forno e deixe esfriar bem. Cobertura Espalhe uniformemente o doce de leite sobre a massa de biscoito assada. Corte as bananas em rodelas e espalhe sobre o doce de leite. Na sequência, bata a nata, o leite e o açúcar de baunilha, até que fiquem em ponto de chantilly. Despeje a mistura sobre as bananas e leve à geladeira, até que a torta esteja bem gelada. Desenforme e polvilhe canela em pó. Sirva gelada.

Silvia Canazaro Chef Pâtissier

House Café Bistrô Porto Alegre/RS Rua Dona Laura, 19 Fone: (51) 99804-1919 www.housecafebistro.com.br

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Foto: João Ricardo

• 1 colher de sopa de manteiga

• 6 bananas Caturra

• 1 colher de sopa de canela em pó

• 180 gramas de farinha

• 1 xícara de açúcar mascavo

• 35 gramas de açúcar confeiteiro

• 1 xícara de açúcar cristal

• 120 gramas de manteiga gelada

• 1 colher de sopa de mel

• 1 ovo

• 1 xícara de água

Tarte Tartin de Banana 40 • Revista Sabores do Sul


Preparo

Em uma panela junte a água, canela, o açúcar mascavo e cristal, mel e uma colhere de sopa de manteiga. Ferva até que a mistura fique em ponto de calda. Corte as 6 bananas em rodelas grossas e junte à calda. Ferva novamente, até a banana incorporar. Retire do fogo e leve à geladeira para esfriar em uma forma redonda. Reserve. Faça uma massa com a farinha, o açúcar confeiteiro, o ovo e o restante da manteiga gelada. Deixe essa mistura gelar por uma hora. Depois, abra-a do mesmo tamanho da forma que você preparou a calda com as bananas. Quando a massa estiver aberta, cubra a calda com ela e achate as bordas. A torta será assada de cabeça para baixo. Leva ao forno médio, pré-aquecido, até que a massa fique dourada. Quando ela estiver pronta, vire a torta em um prato. O ideal é que você desinforme somente quando ela estiver morna, evitando, assim, que as bananas grudem na forma. Experimente servir com sorvete de creme, nata ou creme azedo.

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Créditos: Natália Tussi

• 3 bananas prata em cubos • 1 cebola roxa filetada • 1 pimenta dedo-de-moça em cubinhos sem sementes • 1/2 limão siciliano com casca fatiado finamente • Coentro fresco à gosto

• 30 g manga em cubinhos • Suco de 3 limões • 30 ml azeite de oliva • Opcional: • 60 g batata doce cozida em cubos • 30 g milho crocante

Ceviche de Banana 42 • Revista Sabores do Sul


Preparo

Misture todos os ingredientes e tempere com sal à gosto. Deixe apurar o sabor por alguns minutos e sirva resfriado.

Natália Tussi Rambla Porto Alegre/RS Rua Félix da Cunha, 977 Fone: (51) 3346-7275 www.rambla.com.br

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Créditos: Natália Tussi

• 22 postas de filé de peixe, em média 200 g (prego, meca, linguado) • Sal e pimenta à gosto • 20 ml dendê • 60 ml leite de coco • 50 g tomate pelatti • 5 g açafrão • coentro em pó (coloque as sementes em um moedor de pimenta) à gosto

• 100 ml caldo de peixe • 30 g cebola picada • 30 g alho picado • 40 g manteiga • 80 g panko • 5 g salsa picada • 2 bananas pequenas, com casca cortadas no sentido do comprimento (nanica, pêra, da terra)

Peixe Grelhado com Banana Tostada 44 • Revista Sabores do Sul


Preparo Para o molho, refogue no dendê a cebola, metade do alho, tomates, açafrão e coentro moído. Adicione o caldo de peixe e leite de coco. Deixe reduzir até encorpar. Triture se preferir um molho liso. Corrija sal e apimente à gosto e reserve. Seque os filés de peixe com papel toalha e tempere com sal e pimenta todos os lados. Aqueça uma frigideira antiaderente, coloque um pouco de azeite e grelhe todos os lados. Se as postas forem altas, pode finalizar no forno a 200 graus por 6 min. Se forem finas, diminua a chama e finalize a cocção na própria frigideira. Para a farofa de alho, coloque metade da manteiga m uma frigideira, refoge o alho até dourar e adicione o panko. Mexa e vá tostando em fogo baixo até que fique dourado e crocante. Desligue, tempere e finalize com salsinha picada. Em outra frigideira antiaderente, adicione o restante da manteiga e coloque as bananas com a parte aberta para baixo. Deixe dourar, vire e mantenha pelo mesmo tempo a casca. Para a montagem do prato. Coloque o molho, o peixe, a farofa e disponha as bananas. Pode servir com vinagrete de feijão fradinho para completar o prato.

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Foto: Natália Tussi

a r a p s a t n u g r s e o t P t a M o r d e P

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Formado em Gastronomia pela Unisinos, Pedro Mattos é chef da Vineria 1976, eleita como Melhor Wine Bar de Porto Alegre, no ano passado. A casa agrega rótulos seletos que são harmonizados com criações do chef Mattos. Um dos pratos clássicos da Vineria é o polvo (receita na página 68), que faz sucesso entre os frequentadores e um dos favoritos do chef.

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1

4

8

Ovo, por sua versatilidade, presente tanto em pratos salgados como doces.

A aproximação com a cadeia produtiva do alimento, seja legumes e frutas, proteínas ou grãos.

Quando e por que Qual ingredienvocê decidiu ser te não pode cozinheiro? faltar na sua Desde pequeno sempre gos- cozinha? tei muito de cozinhar com meus pais, e sempre tive uma fascinação em assisti-los cozinhado, toda aquela alquimia e não entendia como aquilo acontecia. Uns anos atrás conheci minha vizinha de porta que trabalhava num restaurante em Porto Alegre, e todos os dias ela e o irmão chegavam do restaurante batiam na minha porta, e la eu ficava até 3, 4 horas da manhã ouvindo as histórias deles.

2

Quais chefs te inspiram?

Tenho vários, como, Alex Atala, Roberta Sudbrack, Rene Redzepi e principalmente meus amigos cozinheiros.

5

E aquele que não entra de jeito nenhum? Bife de fígado, minha mãe amava e sempre fazia em casa, porque minha irmã precisava comer , e eu nunca consegui, o cheiro me repugnava.

Para você, o que é tendência em gastronomia atualmente?

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Uma harmonização perfeita?

Um vinho rosé da provance com um polvo, combinação fantástica.

10

Quais os planos para o Que restaurante futuro? frequenta quan- Acho que como qualquer cozido está de folga? nheiro, abrir meu negócio.

6

O restaurante de amigos e conhecidos, como A Pizza, Mandarinier, Daimu, entre outros.

11

Se você souQuais são as besse que suas influências Na Cozinha, qual morreria hoje, na cozinha? o principal erro qual seria a última Acredito que cozinha contemque se pode come- refeição? porânea, Slow Food, tenho Estrogonofe da minha mãe, um carinho muito grande pela ter?

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nossa cozinha regional, também!!

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Ponto de carne.

Praça Doutor Maurício Cardoso, 49 Fone: (51) 3557-4764 www.vineria1976.com.br

com arroz e batata palha. Passei minha infância comendo ele, e nunca enjoei, ficava a semana inteira comendo o que havia sobrado.

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Bento é

Demais 6

passeios para curtir Bento Gonçalves

Foto: Giordani Turismo/Divulgação

B

ento Gonçalves é o destino certo de turistas que procuram experiências em meio à viticultura. Na época da Vindima, a cidade fica cheia de visitantes atrás de cachos de uva madura. Mas para quem não tem tempo de subir a Serra entre janei-

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ro e março existem diversos atrativos que podem ser visitados ao longo de todo o ano. A convite da ConceitoCom e da Secretaria de Turismo da cidade fomos até Bento para percorrer 6 roteiros turísticos que encantam e aproximam o visitante da cultura vinífera.


PIQUENIQUE NA VINÍCOLA LARENTIS Foto: Larentis/Divulgação

É no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, que a vinícola familiar oferece a atividade todos os sábados, domingos e feriados, a partir das 14h. O visitante opta por ficar mais próximo da vinícola acompanhado da família ou entre amigos, mas também pode escolher privacidade, mais distante, no caso de um casal, acompanhados de almofadas coloridas, uma cesta de vime com produtos coloniais, incluindo geleia caseira, pão colonial e tábua de frios com queijos, salame e copa, e, claro, vinho ou espumante a escolher com direito a uma taça personalizada por pessoa de brinde. Adultos pagam R$ 70,00 e crianças de 05 a 14 anos, R$ 30,00. O valor deve ser pago à vista em dinheiro. Para participar é preciso fazer reserva antecipada pelo telefone ou pelo e-mail larentis@larentis.com.br. Linha Leopoldina – Vale dos Vinhedos Fone: (54) 3453-6469 - larentis.com.br

WINE GARDEN MIOLO RS-444, 21 Fone: (54) 2102-1500 atendimento@miolo.com.br

O Wine Garden funciona em feriados e finais de semana, das 10h às 18h30.

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Foto: Igor Amaral/SDS

O Wine Garden, um bar de vinhos móvel que oferece aos turistas que visitam a vinícola um piquenique com serviço de alimentação e bebidas, espaço kids – uma novidade na região – além, claro, da venda de vinhos e espumantes em taça. O visitante pode se deliciar, em meio a ímpar paisagem da vinícola, comidinhas que vão desde sanduíches especiais e quiches da estação até deliciosas brusquetas. A maior parte dos itens é elaborada com produtos orgânicos da horta do Wine Garden. O projeto trabalha com o conceito de arquitetura efêmera, ou seja, a cada temporada vai apresentar aos visitantes um “cenário” diferente, porém sempre descontraído e com o objetivo de estimular os sentidos através do contato com a natureza e a degustação dos vinhos da vinícola.


PARQUE DE AVENTURAS GASPER

Foto: Gasper/Divulgação

Além de rica natureza e paisagens de tirar o fôlego, o turista vai encontrar no Gasper estrutura completa para as mais diversas atividades, como: trilhas, churrasqueiras, slackline, dentre outros atrativos, tudo para apreciar as belas paisagens. Quem visitar o Parque Gasper pode optar entre as atrações radicais oferecidas pela prestativa e treinada equipe de aventuras; ou simplesmente curtir a natureza intacta que o local oferece. Para quem gosta de adrenalina há as opções de rapel, tirolesa, escalada, arvorismo e o bungee jump, saltando de uma plataforma com 150 metros de altura. Há também paintball e trilhas de quadriciclo. O Parque Gasper atende aos sábados, domingos e feriados das 9h às 18h ou sob agendamento. A entrada no local custa R$ 5,00. Cada atração é paga à parte. Linha Eulália, Snº Fone: (54) 34541072 www.parquegasper.com.br

CASA DA OVELHA O Parque Temático Casa da Ovelha, nos Caminhos de Pedra, dispõe de diferentes atividades envolvendo as estrelas do local: além de oferecer uma linha de iogurtes e queijos sem lactose, envolve os turistas na área externa com as lidas do

campo, incluindo o pastoreio das ovelhas. De uma forma divertida, uma funcionária da casa comanda a atuação de dois cães que ajudam a tomar conta das ovelhas. Crianças e adultos podem participar da amamentação dos borregos. Além do contato com os ovinos, há também a atração de falcoaria.

Créditos: Casa da Ovelha/Divulgação

O Parque funciona diariamente das 9h às 16h15 para visitação. Já a loja, para compra de derivados de ovelha, atende até às 17h30. O valor varia de acordo com cada atividade.

Rodovia Linha Palmeiro, 400 Distrito de São Pedro Fone: (54) 3455.6399 www.casadaovelha.com.br

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EPOPEIA ITALIANA Foto: Epopeia Italiana/Divulgação

Quem visita o Parque Temático Epopeia Italiana embarca em uma viagem junto aos imigrantes Lázaro e Rosa, da família Giordani, primeiros colonizadores de Bento. No parque, que conta com nove cenários construídos exclusivamente para o espetáculo, o turista revive os últimos passos do casal na Itália, a viagem até o Brasil e a chegada ao Rio Grande do Sul. Além disso, estão expostos objetos e fotos da família que representa boa parte da história da cidade. Um show de luz e som, que termina com uma celebração especial acompanhada por degustações de suco e vinho. A Epopeia está localizada próximo à estação da Maria Fumaça. O parque funciona na baixa temporada: de terça a domingo, das 8h às 17h45. Já na alta temporada, nos meses de julho, novembro, dezembro e primeira quinzena de janeiro, o atendimento ocorre diariamente, das 8h às 17h45. O valor da entrada é de R$25. Rua Visconde de São Gabriel, 507 Fone: (54) 3455-2788 www.giordaniturismo.com.br

CAPITANO BRUTUS Se engana quem imagina que os roteiros turísticos da cidade estão voltados somente para parreirais e atividades em meio à natureza. Inaugurado há pouco menos de um ano, o Capitano Brutus apresenta uma série de atividades náuticas que aproximam os turistas, e até os moradores da região, do Vale do Rio das Antas. O Brutus é o primeiro empreendimento fluvial da região, com acesso à uma parte histórica do município, incluindo o local onde Bento começou a ser colonizada. A sede, que fica às margens do Rio das Antas, bem próxima à Ponte dos Arcos, conta com espaço tranquilo em meio à mata, com uma boa infraestrutura, lounge

para curtir a paisagem, lanchonete e restaurante, banheiros com chuveiros e um deque de madeira para tomar sol e também degustar espumantes produzidos na cidade. Além dos passeios de lancha, o Capitano ainda oferece Stand Up Paddle, Banana Boat e Wakeboard. O funcionamento ocorre aos sábados e domingos das 10h às 19h; nos demais dias com horário agendado. Estrada Vicinal Passo Velho, 1120 Rota Vale do Rio das Antas Fone: (54) 9151-1542

Foto: Capitano Brutus/Divulgação

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Vinhos do

SERTAO Abastecidas pelas águas do Rio São Francisco, vinícolas investem na produção de vinhos de qualidade em meio à caatinga. Por Sabina Fuhr

O

Semiárido nordestino é dono de um sol incessante que raramente recebe a visita da chuva. Mas é exatamente no clima castigante que reside à força da produção vinífera da região. Há quatro décadas, era impensável, por exemplo, que o Sertão nos arredores do rio seria um pólo produtor não apenas de frutas para exportação, mas também de vinhos de qualidade. Atualmente, a área, utilizando um sistema de irrigação por gotejamento com as águas do Velho Chico, produz quase três safras por ano, sendo a segunda na produção de vinhos finos no Brasil, elaborados a partir de uvas vítis viníferas, também conhecidas como européias. Nas vinícolas gaúchas, por exemplo, as parreiras frutificam apenas uma vez ao ano. No Vale do São Francisco, os vinhos são produzidos nas vinícolas instaladas nos municípios pernambucanos de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista (Rio Sol, Adega Bianchetti, Vinícola Botticelli, Vinícola Terroir de São Francisco/Garzieira e Château Duccos) e no de Casa Nova, na Bahia (Vinícola Ouro Verde).

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Fotos: Sabina Fuhr/SDS

A MAIOR VINICOLA DE PERNAMBUCO A Rio Sol é a maior vinícola de Pernambuco. Pertence a Global Wines, com sede na região do Dão, em Portugal. A empresa chegou à região no começo dos anos 2000 e se instalou em Lagoa Grande, a 53 quilômetros de Petrolina, cidade pernambucana às margens do São Francisco. Quando chegaram poucos apostavam que as terras vermelhas, o clima seco e as altas temperaturas fossem capazes de gerar uvas viníferas.

Hoje, entre vinhos e espumantes por ano, são 1,3 milhão de litros. Nos 160 hectares plantados, as parreiras produzem 25 tipos de uvas, como Cabernet, Aragonês, Tempranillo e Chenin Blanc. Além do consumo doméstico, há exportação para Portugal, Inglaterra, Holanda, Estados Unidos e Canadá.

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Numa área de 200 hectares ficam situadas as plantações, a fábrica e a adega onde os vinhos descansam em barris de carvalho francês

ESPUMANTE É O CARRO FORTE Os vinhos Rio Sol agora estão divididos em cinco linhas de produtos: Premium, Reserva, Varietal, Espumante e Cotidiano. Esta mudança teve como objetivo categorizar os produtos e facilitar para o consumidor identificar suas preferências. Outra novidade é que dentro deste processo, alguns vinhos ganharam novas denominações, a exemplo do Paralelo 8 que agora passa a chamar Rio Sol Premium e dos vinhos Winemakers, que receberam a denominação de Gran Reserva. Atualmente, 60% das uvas destinam-se à fabricação de espumantes – que acabam sendo os

vinhos brasileiros de maior prestígio internacional. O restante divide-se entre vinhos jovens e os chamados vinhos de maturação, que representam 6% da produção da vitivinícola. Com mais de 300 dias de sol por ano, explica o diretor Técnico da vinícola, Ricardo Henriques, os funcionários simulam períodos de hibernação, ao causar um choque hídrico nas parreiras, a fim de renová-las para a safra seguinte. Assim conseguem obter as quatro fases da parreira, de acordo com as estações do ano: hibernação, florescimento, colheita e poda.

PASSEIO PELA VINÍCOLA Para conhecer às fazendas, a melhor opção são os pacotes oferecidos por agências, tipo a Vale Turismo (www.catamaravaleturismo.com.br), que incluem, além da visita à vinícola, almoço e passeio pelo São Francisco. No roteiro mais simples, a Vale Turismo oferece nos fins de semana um tour de oito horas, que inclui visita aos parreirais da Rio Sol, à adega e à fábrica na Santa Maria. Na segunda parte do passeio, uma degustação de alguns vinhos e espumantes a bordo de um catamarã pelas águas do São Francisco, com direito a uma parada para banho. Os visitantes retornam para a vinícola, onde são recebidos com almoço regional, onde não falta pratos com carne de bode, acompanhado de um vinho ou espumante da Rio Sol.

54 • Revista Sabores do Sul


Lindas paisagens dentro da sede Rio Sol

Rota dos Vinhos Mercure À convite da rede de hotéis Accor, que desenvolve a campanha Rota dos Vinhos Mercure, jornalistas do Sul, entre elas, a editora da Revista Sabores do Sul, Sabina Fuhr, esteve conhecendo o Vale do Rio São Francisco. A campanha tem como objetivo promover a cultura e os costumes das cidades onde estão instalados os hotéis Mercure, um dos mais famosos da rede. Uma série de TV intitulada Rota dos Vinhos – e protagonizada pela apresentadora Titi Müller, do canal Multishow fazem parte da ação.

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Experiência Autêntica no

N

DS r/S

mesmo tempo em que valoriza a cultura local proporcionando uma experiência autêntica. Isso é evidente tanto na decoração que remetem a cidade, quanto na gastronomia que não deixa de lado ingredientes e temperos típicos. www.mercure.com

Pratos Regionais

Fotos: Sa

bin a

Fu

h

a capital baiana as jornalistas do Sul que participaram do Roteiro dos Vinhos Mercure ficaram hospedadas no Mercure Salvador Pituba, da rede Accor Hotels. A proposta da marca é manter o padrão internacional ao

Mercure

O Restaurante Amaranto prioriza a cozinha internacional, sem esquecer de ingredientes regionais. As moquecas estão entre os pratos mais pedidos e são acompanhadas por pirão de peixe e farofa de manteiga. O chef Genival Menezes surpreende com criações como Salada de Frutos do Mar servida em cestinha de parmesão ou com o Camarão Grelhado na Moranga ao molho de coco verde e queijo coalho com arroz negro e purê de batata roxa.

Tapioca no café da manhã Café da manhã com tapioca é outra coisa! E além de tapioca feita na hora o hotel ainda agrada seus hóspedes com pão de queijo quentinho, capuccino, sucos com frutas nativas.

Comida no quarto Às vezes nas viagens, após um longo dia perambulando de um lado para o outro, tudo o que se quer é descansar no quarto do hotel. O cardápio do Room Service do Mercure Salvador Pituba tem lanches, pratos internacionais e regionais deliciosos que vale a pena jantar no quarto. Exemplo é o espaguete à moda Atlântico com brócolis, cenoura, abobrinha, mandioquinha e camarões grelhados.

56 • Revista Sabores do Sul


Créditos: Sabina Fuhr/SDS

Paraísos &

de mar calmo

U

m tour pelas ilhas dos Frades e Itaparica é programa mais que certeiro a se fazer na Bahia. Os dois destinos são paraísos de mar calmo e translúcido, perfeitos para mergulho e apreciar belas paisagens.

translúcido

O passeio de escuna parte do Terminal Turístico Náutico, no bairro do Comércio, em Salvador, às 9h. A navegação é em águas tranquilas, dentro da Baía de Todos-os-Santos. Coloque um chapéu, passe protetor solar e divirta-se!

Revista Sabores do Sul • 57


Ilha dos Frades

Praia com água calma e cristalina

O primeiro destino é a Ilha dos Frades, na cidade de Madre de Deus, a 65 quilômetros de Salvador. O local é uma área de preservação ambiental, cercada pela vegetação típica da Mata Atlântica e tem praias quase desertas de águas claras e tranquilas. A principal atração é curtir as belezas naturais e saborear delícias preparadas nas barracas com peixes, lagostas e camarões.

além de uma vista de tirar o fôlego, fica uma pequena relíquia da arquitetura barroca, a igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira do local, construída no século XVI. Paga-se uma taxa ambiental de R$ 6,00 para entrar na Ilha dos Frades.

Infelizmente a maioria das empresas que promove passeios estipula no máximo 2 horas de parada na Ilha dos Frades. Uma lástima já que dá vontade de ficar o dia todo por lá. No entanto, aqueles que querem dormir no local podem encontrar pequenas pousadas, que oferecem café da manhã. Além da praia a Ilha dos Frades tem outros atrativos, basta ter disposição para encarar uma escadaria de quase 200 degraus. Lá em cima,

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Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe


Ilha de Itaparica

A paisagem encanta pela beleza e riqueza histórica.

Itaparica é a maior e mais famosa das 56 ilhas da Baía de Todos-os-Santos e está distante 13 km de Salvador por via marítima. Dividida em dois municípios - Vera Cruz e Itaparica - abriga praias protegidas pelas barreiras de corais, tem águas calmas e com poucas ondas, ambiente pacato e um rico patrimônio cultural e natural. A casa onde nasceu o escritor João Ubaldo Ribeiro está entre as atrações do local; assim como a casa que Vinícius de Moraes usava para veranear. Os supersticiosos não podem deixar de provar da água que sai da Fonte da Bica, conhecida também como Fonte da Juventude. A ilha tem bons hotéis e restaurantes onde predominam frutos do mar e comida baiana. O pôr-do-sol em Itaparica é imperdível. Mesmo quem vai ao local por meio do passeio de barco que sai da capital baiana, tem tempo de admirar o sol se pondo antes de ir embora.

Baiana vendendo acarajé na Praça do Centro Artesanal

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Clássicos de Salvador

Ir a Salvador e não visitar estes quatro lugares é o mesmo que não ir a Salvador.

Fotos: Sabina Fuhr/SDS

Pelourinho

Mercado Modelo Centro de venda de produtos artesanais, ponto de encontro e convivência, além de espaço de animação artística e cultural da cidade. São centenas de boxes que vendem de fitinhas do Bonfim a roupas e artigos para casa, além de bebidas típicas e tira-gostos diversos, como as lambretas; um tipo de ostra cozida na água e sal, servida com limão e pimenta.

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O Pelourinho é Patrimônio Cultural da Humanidade. A praça é cercada por várias casas antigas, dentre elas o casarão da Fundação Jorge Amado e igrejas como a do Rosário dos Homens Pretos e a Catedral Basílica. Reúne restaurantes, artesanato, arquitetura barroca, religião, centros culturais e o legítimo batuque do Olodum.

Igreja Nosso Senhor do Bom Fim Praia do Forte

É a igreja mais famosa de Salvador e símbolo do sincretismo religioso. A tradição da lavagem de sua escadaria é mantida desde 1754. Na grade do adro em frente a igreja, uma infinidade de fitinhas amarradas por fiéis em busca da realização de seus pedidos, colore o cenário. A praça ao seu entorno reúne ambulantes de artigos religiosos e artesanato.

Considerado o mais antigo farol da América, a obra é um marco turístico e histórico da Bahia. Ele faz parte do conjunto arquitetônico do complexo militar do Forte de Santo Antônio da Barra, que abriga também o Museu Náutico. Do lado de fora, quase todos os dias, dezenas de pessoas vão curtir o famoso pôr do sol na esquina da Baía de Todos-os-Santos.


3 Moquecas baianas

Selecionamos três lugares que servem imperdíveis moquecas na Bahia

No livro Pequeno Dicionário da Gula, a pesquisadora Marcia Algranti afirma que possivelmente a moqueca e suas variações têm origem na cozinha dos negros escravos. Ela é prato típico em vários estados brasileiro. Na Bahia, a moqueca tradicional é feita

com peixe, pimentão, cebola, tomate, leite de coco, azeite de dendê e coentro. Em nossa passagem pela Bahia fizemos questão de nos esbaldar com esta delícia e selecionamos aqui três endereços para você conhecer:

Casa Da Teresa A chef Tereza Paim utiliza ingredientes regionais e técnicas do mundo para dar vida a suas criações. Seu restaurante é um dos mais frequentados no Rio Vermelho. Comece tomando uma caipirinha feita com frutas como jabuticaba, mangaba e caju. As moquecas aparecem em várias versões. Prove a Moqueca Para a Chef Ana Bueno com banana da terra, polvo, peixe e camarão. www.casadetereza.com.br

Restaurante Amaranto Fotos: Sabina Fuhr

A cozinha do chef Genival Menezes prepara uma Moqueca de Camarão para ficar na lembrança. Chega à mesa borbulhante na panela de barro e acompanhada de pirão de peixe, farofa de manteiga e, claro, molho de pimenta. O chef ainda incrementa com ovo de codorna, pimentão verde e tomate cereja. Para harmonizar o sommelier do restaurante do Mercure Salvador Pituba indicou o vinho branco italiano Cantina Cellaro Lumà Grillo. Av. Professor Magalhães Neto s/n - Fone: (71) 3021-8100

Neptuno Ristorante Na belíssima Ilha de Itaparica, no Pier da Marina, fica o Neptuno Ristorante. Oferece variados pratos no bufê e também no à la carte, mas a moqueca mista de peixe e camarão sem dúvida é a campeã de pedidos. Além do caprichado tempero o sabor extra do prato fica por conta da bela vista da baía de Itaparica. Itaparica – Pier da Marina - Fone: (71) 3631-3234

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Crédito: Giordani Turismo/Divulgação

O INCANSÁVEL RAUL

C

om mais de sete décadas de trabalho, Raul Randon está em plena forma. Comandando um dos maiores impérios empresariais do Rio Grande do Sul, o empresário continua esbanjando seu talento para os negócios. Hoje ele já não comanda mais o Grupo Randon, mas segue bebendo da fonte do empreendedorismo: produz queijos, vinhos, maçãs, derivados lácteos, acetos... Inquieto, segue ampliando a carta de produtos oferecidos pela Rasip, braço do grupo voltado para produção alimentícia. A le é inquieto enovidade dono deda umempresa perso- são particularidade e comungando do bom presunto e salames, além dos novos rótulos de vinho. Ennalidade e simpatia ímpares. Jo- atendimento e, principalmente, da criatre os destaques do catálogo da empresa vem, mas como bastante história tividade, Parmigiaqualidade e ousadia, imprimem estão os queijos Grana Padano, para contar, Junior Maroso,ohoje, no e Pecorino; espumante Cuvée e a marca doNilva empresário: jovialidade. No Sauvignon Blanc da linha. Cheio de históao lado da sócia e noiva, Juliana Dias, co- auge dos seus 33 anos, Maroso nos conta rias para contar e muita sabedoria, tanto manda duas casas de sucesso na capitalde vida, sobreseu a sua rotina e divide com empresarial quanto Raultrajetória, conversou Revista Sabores do Sul. gaúcha: o Haus Burguer e ocom Ovoa Gastroos leitores da Revista Sabores do Sul dicas

Junior Maroso

E

nomia. Os dois locais, cada um com a sua

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para manter os negócios saudáveis.


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Aos 87 anos, muitos empresários já estão aposentados, colhendo os frutos conquistados ao longo da vida. Mas o senhor segue ativo, trabalhando incansavelmente. Qual o segredo para toda essa vitalidade e paixão pelo trabalho? Exatamente a paixão pelo trabalho e gostar do que se faz. Manter a rotina de trabalho, mesmo que com uma carga menos rigorosa, é saudável, nos mantêm vivos e atuantes. Nos obriga a nos atualizarmos. Em quais projetos tem se envolvido? A Randon está profissionalizada com executivos qualificados. Eu continuo na presidência do Conselho de Administração, cumprindo minhas funções. Na Rasip Alimentos, igualmente mantenho uma rotina de reuniões, recebo clientes, mostro as instalações, porque o mercado externo tem regras bem definidas e rigorosas quanto a processos de produção e exigências sanitárias e isto fica bem visível nas unidades em Vacaria. Quem gosta de empreender até mesmo em viagem de turismo mantém o olhar nos negócios e nas oportunidades. E assim a gente vai crescendo, buscando novidades para agradar o cliente.

Hoje, além da produção de equipamentos para o transporte, o senhor também dedica esforços para a produção de queijos, vinhos, maçãz e outros produtos da mesa. Como ocorreu essa migração de negócios? Oportunidade. É preciso estar sempre atento e olhar bem longe. Na época, havia oferta de crédito para o reflorestamento e entendemos que era hora de plantar. Optamos pela maçã. Passamos de 200 hectares há mais de 35 anos para 1,1 mil hectares atualmente. Só que não foi uma migração. A Rasip é um negócio independente da Randon S.A que fabrica equipamentos para o transporte. O seu primeiro rebanho veio em dois boeings dos EUA. De onde surgiu a ideia de importar novilhas? A gente está sempre se inspirando em modelos vencedores e sabemos que é preciso fazer tudo bem feito. O veterinário que nos dava assistência naquela oportunidade recomendou importar dos Estados Unidos, porque lá estavam matrizes de melhor genética para produzirem mais leite. E, também, porque, na época, o real estava no mesmo valor do dólar. Por garantia, avaliamos e vimos que valia a pena trazer estes animais pela nossa Varig. E assim foi feito. O fato gerou notícia, porque envolveu uma grande logística. Hoje, nosso rebanho é qualificado graças ao fato de termos começado bem.

“A vida é um presente que a gente ganhou de graça e que, por isto, é preciso viver bem”

A sua história apresenta vários episódios de superação. A primeira empresa do senhor, que fabricava máquinas impressoras, sofreu um incêndio. Em 1982, a Randon pediu concordata preventiva. Em algum destes momentos você pensou em desistir? Nunca. No mundo dos negócios, tem que ter serenidade para enfrentar as dificuldades. Não se constrói nada só com glórias. Estes episódios ensinam a gente e reforçam a persistência. Na área da agricultura, por exemplo, este olhar tem que ser ainda mais exercitado, porque dependemos da variável do tempo. Às vezes, olhamos para o céu pedindo chuva. Outras, pedimos para parar de chover. A tecnologia é uma aliada da produtividade, traz resultados, mas não faz chover, nem parar de chover exatamente na época do plantio ou da colheita.

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Teremos novidades no ramo gastronômico para os próximos meses? Sim. Acabamos de lançar dois novos rótulos de vinhos, temos uma loja muito bem estruturada de produtos fabricados por nós e importados, a Spaccio RAR, e já estamos começando a comercialização de presunto e salame importados. Quais são as principais diferenças que sente ao atuar no setor de transportes e no setor gastronômico? Qual é mais prazeroso? Gosto igualmente de ambos porque os dois


foram escolhas de negócios baseados na necessidade de mercado, vontade de trabalhar, conviver com as pessoas e se empenhar para dar tudo certo. Tenho uma grande equipe de trabalho. Digo sempre que as pessoas precisam trabalhar felizes já que a dignidade vem do trabalho e do que ele proporciona. À mesa, o que mais gostas de comer? Eu gosto de tudo. A terra é muito generosa e produz um bom alimento. Claro que a origem italiana me influência a gostar muito do macarrão, dos queijos e dos galetos. Mas qualquer comida bem feita, bem temperada e bem servida na mesa me deixa alegre. O churrasco, claro, está sempre presente, até porque, mais do que uma comida, é um agregador em torno do qual reunimos amigos. A comida, de modo geral, desempenha este papel. Nos momentos de lazer, quais são as atividades preferidas? Estar com a família, com os amigos, com os clientes que invariavelmente se tornam amigos. De preferência em torno de uma boa mesa. Um jogo de carta também é bem-vindo.

Em épocas de crise, como o empresário tem de se comportar diante do mercado? Com serenidade e com bom senso para enfrentar as crises e administrá-las corretamente, visando a sobrevivência da empresa e dos empregos das pessoas. Quanto mais a gente cresce como empresário, mais aumenta a responsabilidade com quem trabalha contigo. Da vida, o que o senhor espera? Saúde e mais tempo para empreender e conviver com quem a gente gosta e que gosta da gente. Para tu viveres bastante vem em primeiro lugar a família e amigos que lhe proporcionam viver uma vida alegre. Segundo pesquisa feita por americanos, é isto o que leva a gente a viver mais. Com mais de 7 décadas de trabalho, qual foi o maior ensinamento que a vida lhe proporcionou? Que a vida é um presente que a gente ganhou de graça e que, por isto, é preciso viver bem. Ser leal com os verdadeiros amigos. Ouvir as pessoas. Dar boas risadas. E trabalhar com amor e dedicação.

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7deRECEITAS prato

Único A praticidade é um dos pontos mais importantes na hora de cozinhar. Para você não perder muito tempo na cozinha, mas sem deixar de lado a qualidade e o sabor, selecionamos 7 receitas de prato único que farão o maior sucesso na sua mesa.

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Lasanha de Frutos do

Foto: Magnólia/Divulgação

Mar

Magnólia • • • • • • • • • • • • • • •

90 g de vieiras 100 g de robalo 100 g de camarão grande 1 tomate sem pele e sem semente 2 aspargos frescos 2 colheres de sopa de cebola picada 1 dente de alho 200 ml de vinho branco 100 g de creme de leite fresco 2 colheres de sopa de manteiga Tomilho, manjericão e salsa a gosto 2 colheres de sopa de queijo parmesão 250 g de massa de lasanha fresca Sal a gosto Pimenta a gosto

Na frigideira, frite a cebola e o alho na manteiga. Adicione vinho branco e deixe reduzir. Coloque o robalo, em seguida a vieira e o camarão. Junte o tomate picado, o creme de leite, o parmesão e os aspargos cortados em três partes. Tempere com sal, pimenta e as ervas frescas. Cozinhe a massa até que fique al dente e monte a lasanha em pratos individuais, intercalando massa e molho. Não é necessário levar a lasanha ao forno. Canela | Rua Dona Carlinda, 255 Fone: (54) 3278-0102 * Chef Roberta Rech

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Polvo

Foto: Vineria 1976/Divulgação

com purê de couve-flor Vineria 1976 • 500 g de couve-flor • 350 ml de leite • 50 g de pimenta branca em grão • Sal Para o Polvo • 5 kg de polvo em tentáculos • 10 litros de água • 1 litro de shoyu • 300 g de nabo • 200 g de chá verde chinês • 50 g de páprica doce • 25 g de páprica picante • 150 g de sal

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Coloque todos os ingredientes numa panela menos o polvo e aqueça até ferver. Limpe o polvo esfregando os tentáculos com uma esponja de limpeza nova. Mergulhe o polvo e retire-o repetindo o processo por 5 vezes na panela, por fim, deixe-o em fogo brando por aproximadamente 45 minutos. Ao final do tempo, retire-o com cuidado e coloque-o numa vasilha com água e gelo. Corte a couve-flor em pedaços e toste numa frigideira sem gordura até que a flor fique quase queimada. Acrescente o leite, deixando ferver até que a couve-flor quase se desmanche. Liquidifique até ficar cremoso. Montagem: Corte os tentáculos, leve a uma frigideira quente com um fio de azeite e toste até que fique dourado e crocante. Aqueça o purê e tempere-o com sal e pimenta branca. Porto Alegre | Praça Doutor Maurício Cardoso, 49 www.vineria1976.com.br - Fone: (51) 3557-4764 *Chef Pedro Mattos


Foto: Anderson Barboza

Risoto de

Maçã cam

Filé Alto

103 Retrô Lounge • • • • • • • • • • • • • •

1L de água 1 xícara de chá de alho-poró 1 cenoura pequena 1 cebola roxa pequena 180 g de arroz arbóreo 100 ml vinho branco seco 2 colheres de sopa de cebola picada 2 colheres de sopa de azeite de oliva 1 maçã verde sem caroço 100 g de gorgonzola 2 colheres de sopa de requeijão 2 punhados de nozes picadas Sal e pimenta a gosto 2 medalhões de filé mignon com 200g cada

Prepare um caldo, com a água, o alho-poró, a cenoura e a cebola roxa. Ferva tudo até cozinhar os legumes e reserve. Comece o preparo do risoto. Refogue a cebola no azeite, acrescente o arroz e o sal e deixe refogar por alguns minutos. Acrescente o vinho, mexendo sempre até evaporar. Depois, vá colocando o brodo aos poucos e mexendo sem parar, até o arroz ficar al dente. Acrescente a maçã picada em cubos, as nozes, o gorgonzola, o requeijão, a pimenta e o sal e cozinhe até ferver. Tempere cada medalhão com sal e pimenta. Sele ambos os lados da carne em uma frigideira. Depois de selado, leve ao forno a 250 graus por Porto Alegre | Rua Jaime Teles, 103 Fone: (51) 3028-3334 *Chef Cadu Mayresse

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Foto: Le Chalet/Divulgação

Bacalhau à Portuguesa

Le Chalet • 350 g de bacalhau dessalgado do tipo Gadus Morhua • Pimenta do reino branca moída na hora • Farinha de trigo • 120 ml de azeite de oliva • 100 g de batata cozida • 70 g de anéis de cebola • 1 dente de alho sem o embrião e assado • 60 g de brócolis cozido • 40 g de azeitonas • 1 ovo cozido

Tempere o bacalhau com a pimenta. Passe na farinha e retire o excesso. Reserve. Em uma frigideira de teflon, coloque 20 ml de azeite e leve ao fogo brando. Deixe grelhar por aproximadamente 20 minutos (10 minutos de cada lado), ou até o ponto desejado. Em outra frigideira coloque o restante do azeite. Junte a cebola e o alho e deixe murchar. Junte o brócolis, as batatas e as azeitonas. Tempere com um pouco de sal. Montagem: Em um prato fundo, faça uma cama com a batata, brócolis e as azeitonas. Coloque o bacalhau e cubra com a cebola e o ovo. Sirva imediatamente.

Gramado | Avenida das Hortênsias, 1297 Fone: (54) 3286 -2474 www.lechalet.com.br

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Foto: Vera Fernandes

Go Berlin Solar da

Marquesa

• 1 batata doce grande • Mussarela de búfala • Maionese • Queijo Gorgonzola • 120 g de filé mignon • Cebola roxa cortada em rodela • Agrião • 1 colher de chá de manteiga • Azeita de oliva • Limão

Corte duas lâminas de batata doce e grelhe no azeite de oliva. Depois, asse no forno por 15 minutos. Tempere o filé com sal, limão e ervas de sua preferência. Na sequência, corte o filé em discos e coloque-os em uma frigideira com uma colher de manteiga, deixe no ponto que você deseja e reserve. Coloque uma lâmina de batata doce, passe uma colher de maionese, fatias de mussarela de búfala e lascas de queijo gorgonzola. Acrescente o filé por cima e finalize com cebola e agrião. Depois, adicione outra lâmina de batata doce. Novo Hamburgo | Rua João Antônio da Silveira, 504 Fone: (51)3065-2001 www.solardamarquesa.com.br

• Ervas

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SALMÃO com

Foto: Anderson Barboza

Legumes

Casa Vetro • 2 pedaços de salmão (200 g cada) • 4 aspargos verdes frescos • 4 mini cenouras • 50 g de manteiga • 100 ml de vinho branco seco • Azeite de oliva extra virgem • Limão siciliano • Sal • Pimenta do reino

Tempere o salmão com sal e pimenta. Coloque o vinho branco e deixe marinando enquanto prepara os legumes. Limpe os aspargos e retire as pontas mais duras. Limpe e descasque as cenouras, preservando a ponta do caule verde. Branqueie as cenouras e os aspargos: resfrie na água com gelo, para deixar os aspargos verdes e parar o cozimento. Reserve os legumes. Numa frigideira bem quente, coloque um fio de azeite e acrescente o salmão com a pele para baixo. Deixe de 3 a 4 minutos para a pele ficar crocante. Vire o peixe e deixe mais 1 minuto de cada lado. Tire da frigideira e coloque no forno pré-aquecido a 190 graus por 5 minutos. Enquanto finaliza o peixe no forno, coloque em outra frigideira um fio de azeite, manteiga e saltear os legumes. Finalize os legumes com sal, pimenta e suco de limão. Porto Alegre | Av. Veríssimo de Amaral, 110 www.casavetro.com.br - Fone: (51) 4100-9482 *Chef Aluisio Sabino

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Foto: Divulgação

Peito de de Frango Marinado com Cebola Gratinada

Chef Ana Spengler Para o frango: • 1 filé de peito de frango • 2 laranjas pêra • zeite • Sal Rosa Temperado Para a cebola gratinada: • 1 cebola • 2 colheres (sopa) queijo parmesão ralado • 1 colher (sopa) de cream cheese ou requeijão • 2 colheres (sopa) de azeite

Tempere o filé com o sal rosa, espalhe sobre a superfície e reserve por 10 minutos. Esprema o suco das laranjas e despeje sobre o frango. Deixe marinando, na geladeira, por 12 a 24 horas. Aqueça uma frigideira de fundo grosso e doure o frango num fio de azeite, ambos os lados. Quando estiver dourado, acrescente o caldo da marinada, aos poucos para cozinhar o centro do filé. Descasque a cebola, deixando a base onde fica a raiz para não desmanchar depois de assada. Coloque a cebola regada com o azeite numa folha de papel alumínio, feche e asse por 25 minutos – em forno pré-aquecido em 180°C. Misture o parmesão com o cream cheese. Corte um cone na parte superior e recheie com o creme de queijos, leve novamente ao forno até gratinar, por cerca de 5 minutos – aumente a temperatura do forno para 200°C. Curitiba/PR anaspengler.com.br *Chef Consultora

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Dicas & curiosidades

mundo sobre o

dos

É

vinhos

cada vez maior o número de pessoas que adora tomar vinho. Mas, nem todos os apreciadores entendem este universo. Guilherme Grando, Sommelier e Diretor Comercial da Villaggio Grando, vinícola localizada

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na cidade de Água Doce, em Santa Catarina, esclarece algumas das principais dúvidas dos consumidores e traz algumas curiosidades e dicas que vão deixar a experiência de tomar vinho ainda mais especial e gostosa.


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Depois de aberto, quando tempo o vinho dura Qual é a função do corta-gotas? na geladeira? Essa foi uma ótima invenção para não sujar toMinha dica é não armazenar a bebida na geladeira, com exceção dos vinhos brancos. Ao gelar o vinho, você está modificando a sensação dos taninos e a acidez da bebida, por exemplo. Para os tintos, isso é bem prejudicial no paladar. A ideia é manter o vinho na adega ou em locais frescos e sem a luz do sol.

Qual a temperatura ideal para servir vinho e espumante? Depende do corpo do vinho, do teor alcoólico, entre outras características. De forma genérica, os brancos e espumantes devem ser resfriados na geladeira e os tintos precisam estar entre 16 e 18 graus. Mas lembre-se de não deixar os espumantes e brancos tão gelados para não se perder aromas e sabores que só sentimos quando estão em temperatura acima dos 6º C.

Para que serve um decanter? Na teoria, a função é deixar os vinhos mais velhos ou sem filtração, para que decante os sedimentos que contêm no líquido. No entanto, ele costuma ser utilizado para arejar os vinhos, fazendo com que se abram os aromas e sabores, provocando uma rápida oxidação em contato com o ar. Isso faz com que o vinho mostre de forma mais rápida algumas características que só seriam possíveis com o passar do tempo. Mas é importante saber que não é a mesma coisa do que deixar a garrafa envelhecer na adega.

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alhas e roupas! O corta gotas proporciona um melhor fluxo do líquido e impede que ele pingue ao final de cada taça servida. É um objeto muito funcional.

Por que manter o vinho deitado e o espumante em pé? Ambos devem ficar deitados. A rolha precisa estar sempre em contato com o líquido para não fique ressecada e, assim, evita a entrada de ar, a oxidação do produto e até mesmo o vazamento da bebida.

O que é Terroir? É a junção de todas as características de clima e geografia que fazem de uma região propícia ou não para o cultivo de determinados produtos agrícolas, como a uva, por exemplo.

Espumantes tem prazo de guarda? Ou devo comprar sempre a safra mais atual? Depende do processo no qual foi produzido. A maioria dos espumantes é feito para consumo rápido. No entanto, alguns são feitos pelo método “champenoise”, podendo evoluir e melhorar muito ao longo dos anos. É sempre bom ler os rótulos.

Para guardar vinhos, é preciso ter uma adega em casa? Quais as condições mínimas?


Uma adega é a condição ideal de umidade e calor para armazenar vinhos. Mas, se você não tiver uma adega, não se preocupe. Procure um local fresco e sem luz do sol. Lembre-se que a principal condição é não ter variações grandes de temperatura, como é o caso das cozinhas, por exemplo.

Como saber se as “bolhinhas” do espumante são Co2 ou provenientes de um processo natural? Quando as leveduras se alimentam do açúcar natural da uva, elas são transformadas em álcool, calor e gás carbônico. É esse gás que chamamos de “perlage” ou “borbulha” dos espumantes. Geralmente, quando estamos apreciando um espumante bem elaborado, sua perlage é fina, intensa e contínua, diferente de uma borbulha larga de gás injetado, como em refrigerantes, por exemplo.

do não consegue produzir vinhos brancos com características que o permitam evoluir. Porém, indo contra, nossa vinícola tem exemplares com 10 anos de idade que estão melhores a cada ano. Isso se explica pois estamos localizados em uma das poucas regiões onde os brancos são de extrema guarda. Aliás, estes são nossos melhores vinhos.

Por que a altitude é boa para os vinhos? É ela que determina e cria as condições climáticas que favorecem o cultivo. Os fatores que fazem do local um grande e potencial terroir para uvas, são a amplitude térmica, os invernos rigorosos e os verões quentes, sem chuva em épocas de colheita.

A adição de gás carbônico ou de açúcar pode fazer mal à saúde? Estes processos tiram a naturalidade do produto e comprometem a qualidade final da bebida.

É verdade que os brancos não são vinhos de guarda? Geralmente sim. A maioria das regiões do mun-

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Fotos Fábio Winter e Lú Freitas Fotografia


Solange Flesch representa uma nova geração de estilistas que, com talento e sensibilidade, propõem um caminho inovador para a moda festiva. Voltada ao atendimento e à consultoria personalizada, a estilista oferece criações exclusivas, pensadas em cada detalhe e cujos acabamentos conferem a sofisticação da alta costura. Há mais de dez anos focada nas tendências fashionistas e nas inspirações femininas, explora seu repertório de referências para criar peças com design diferenciado, que denotam estilo e elegânciacom um toque de ousadia. Rua Joaquim Nabuco, 1478. Centro, Novo Hamburgo - RS (51) 3035 - 4610 solange@solangeflesch.com.br www.solangeflesch.com.br


9receitas vinhos para 9

A enóloga Maria Amélia Duarte, o sommelier Eduardo Erig e gerente regional da Porto a Porto Importadora, Rodrigo Albernaz, sugerem vinhos que casam perfeitamente com as receitas publicadas nesta edição da Revista Sabores do Sul.

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Pág. 38 Banoffee Pie Duorum Porto Vintage. “Um vinho que harmoniza muito bem com essa torta gelada. Vai ficar algo bem diferente, mas é importante servir ele com uma temperatura mais refrescada, entorno dos 13 graus”. Dica: Rodrigo Albernaz

Pág. 40 Tarte Tatin de Banana Nederburg Noble Late Harvest. “Uma colheita tardia muito especial com botrix, da Nederbur, um sul-africano muito interessante, que casa muito bem com essa torta que é de forno”. Dica: Rodrigo Albernaz

Pág. 42 Ceviche de Banana Santa Carolina Reserva Chardonnay. “O prato precisa ter a acidez que encontramos no Chardonnay da linha Reserva e pede também um pouco de corpo, esse vinho une as duas necessidades”. Dica: Rodrigo Albernaz

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Pág. 44 Peixe Grelhado com Banana Tostada Marques de Borba Branco. “É um vinho do Alentejo que tem uma mineralidade que combina com a banana e tem um corpo legal para sustentar o peixe grelhado e os tomates”. Dica: Rodrigo Albernaz

Pág. 67 Lasanha de Frutos do Mar Bodega Sossego Campaña Chardonnay. “A complexidade de sabores dos frutos do mar dá uma estrutura mais pesada ao prato, porém delicada. É necessário um vinho que tenha a mesma característica, sendo bem convidativos os brancos com envelhecimento em barrica, como Chardonnay, Viogner ou similar”. Dica: Maria Amélia Duarte

Pág. 68 Polvo com Purê de Couve-flor Tons de Duorum. “Vinho de cor rubi intenso com aroma de frutas vermelhas maduras e leve toque floral. No paladar é seco, possui corpo médio, boa acidez, taninos suaves e maduros e final longo”. Dica: Rodrigo Albernaz

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Pág. 70 Bacalhau à Portuguesa Pinot Noir RAR. “Quando se fala em peixes logo pensamos em vinhos brancos, mas como dizem os nossos Patrícios portugueses, Bacalhau é bacalhau, não é peixe, esse Pinot de belíssima coloração rubi brilhante com aromas de especiarias, tem corpo estruturado e uma acidez marcante que valoriza ainda mais nosso amado bacalhau de páscoa”. Dica: Eduardo Erig

Pág. 71 Go Berlin

Don Guerino Malbec Vintage. “Malbec brasileiro com 6 meses de barrica de carvalho francês, linda coloração rubi com reflexos violáceos, aromas frutados, ele nos proporciona o equilíbrio necessário entre acides e a potência, para encarar ingredientes como, filé, cebola e gorgonzola e ainda deixar uma vontade de quero mais”. Dica: Eduardo Erig

Pág. 72 Salmão com Legumes Villa Francioni Rosé. “Pela cor e vibração dos ingredientes, bem como esta peculiaridade do sabor do salmão, a dica é mergulhar em um bom vinho rosé, ao estilo provençal. O toque do limão siciliano pede também notas cítricas, por isto não aconselho rosés muito pesados. Dica: Maria Amélia Duarte

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CERVEJA COMBINA COM O QUE? A cerveja sempre está acompanhada de um tira-gosto nos botecos da vida, mas você já pensou em harmonizá-la com outras refeições?

Stout: sabor fortemente torrado. Toques de café. Harmonização: assados e defumados, comidas salgadas, sabores fortes refogados e chocolate.

Rauchbier: utiliza maltes defumados, coloração de marrom claro a escuro, límpida Harmonização: presuntos curados, bacon, feijoada e outros pratos com embutidos

Brown Ale: malte escuro com sabores de caramelo e tolfee. Harmonização: queijos, hambúrgueres, frutos do mar e carne de porco.

Pale Ale: robusto aroma de lúpulo e média amargura. Harmonização: sabores picantes, defumados e aromáticos.

Weiss: a aparência é turva e tem o sabor proeminente da levedura. Harmonização: sabores ácidos e picantes, como mostarda. Picles e raiz forte.

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Pilsen - Cerveja amarelo claro, equilibrada, límpida. Harmonização: pratos leves como queijos leves, nozes, amendoins e comidas de boteco em geral sem sabores muito fortes.


5 Dicas

Claudio Cupertino

Adepto da boa mesa, o artista plástico Claudio Cupertino indica seus restaurantes preferidos na capital gaúcha.

Tartare

O ambiente é familiar e agradável. O cardápio com variados filés, peixes, camarões e saladas. Adoro o bolinho de feijoada. Porto Alegre / RS Av. Mariland, 696 Fone: (51) 3026-3888

Saikô

Pot. Pourri

Porto Alegre / RS Rua Ijui, 668 Fone (51) 3333-5533

Porto Alegre / RS Rua Pedro Barcelos, 845 Fone: (51) 3516-3960

Japonês moderno com decoração minimalista. A saquerinha de morangos é uma boa pedida e os sushis especiais do chef Valmir Borba encantam pela delicadeza do sabor.

Pizzaria dos irmãos Leonardo e Rafael Günttler surpreende pelo charme da decoração, chic e simples ao mesmo tempo. As pizzas são individuais e de muita qualidade.

Diego Andino

Fiori

O chef Floriano Spiess é quem comanda esta delícia de pizzaria. Adoro a pizza de lombo canadense com queijo camembert e as sobremesas incríveis da Negrita. Porto Alegre / RS Shopping Viva Open Mall Fone: (51) 3209-1919

Situado em um dos bairros mais nobres da cidade, o charmoso café, onde os doces são fruto da sensibilidade e talento do chef pâtissier Diego Andino. Podem ser consumidos no local ou adquiridos à pronta-entrega. Uma explosão magica de criatividade e sabores em mais de 60 receitas, entre doces e salgados. Adoro tomar um café por lá saboreando uns docinhos. Porto Alegre / RS Rua Artur Rocha, 795 Fone: (51) 3264-4198

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BuonoCheff

Foto: BuonoCheff/Divulgação

Reconhecido pelas massas, molhos e risotos, o restaurante oferece um bufê que muda seguindo as estações do ano. Desde 2012 no mercado gastronômico, o destaque está na cozinha visível. É a transparência de que tudo deve ser muito bem feito dentro das normas e regras de uma alimentação segura. Não deixe de experimentar o salmão no forno, os cortes especiais de carnes grelhadas e o agnolini ao molho de queijo. O local ainda possui um espaço kids criado para que as crianças se divirtam, e uma boa refeição torne-se uma agradável programação em família. O restaurante fica na área central da cidade e é comandando pelo chef Tomás Juchem.

Campo Bom | Av. Presidente Vargas, 240 Fone: (51) 3597-1543 buonocheff.com.br

Foto: Néia Dutra

Santa Cecília O restaurante da Sociedade Santa Cecília serve todos os domingos um dos melhores bufês de comida alemã da região. Não faltam clássicos como chucrute, joelho de porco, salsicha bock, molho de língua, bolinho de batata, rabanetes, batatas a vapor, matambre recheado, porco assado, massas e até churrasco. As sobremesas não fogem da culinária alemã. Entre os mais de 20 tipos, um lugar de destaque para os doces caseiros de melancia, chuchu, ameixinha e pêssego. Todos mergulhados em uma saborosa calda de agradar e adoçar a todos os paladares. Durante os dias da semana, o tradicional bufê de pratos quentes também faz sucesso na região.

Dois Irmãos | Rua São Miguel, 505 Sociedade de Santa Cecília Fone: (51) 3564-3241

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Misses Cakes

Foto: Néia Dutra

A loja é o templo dos cupcakes na capital gaúcha. E não são qualquer cupcake não, os das Misses Cakes são molhadinhos e com recheios deliciosos. Os sabores mais pedidos são com a massa de cacau com recheios tradicionais como chocolate ao leite, brigadeiro, doce de leite, branquinho de nozes, com cobertura de ganache meio amargo. Não deixe de experimentar o cake de massa de cacau com recheios de sua preferência, é apaixonante. A loja oferece também tortas e bolos artísticos – tradicionais ou personalizados – , naked cake, cake balls, brownies, doces de copinho, alfajores, cucas, cookies e bolos caseiros. Na Páscoa, também são vendidos Ovos Recheados de Colher e no Natal, chocotones trufados.

Porto Alegre | Av. Nova York, 512 Fone: (51) 3085-5740 | (51) 99458-1991 www.missescakes.com

O cardápio da 393 é composto por 11 tipos de hambúrgueres, com opções como o suculento de carne de costela até a combinação de um hambúrguer de carne suína com molho de guacamole e também a opção vegetariana, com búrguer de grão de bico ou lentilha. Todos os hambúrgueres são servidos ao prato acompanhados de uma generosa porção de batata rústica e molho especial da casa, que é uma delícia. O cliente também pode optar por porções individuais de batata rústica, fritas tradicionais, polenta frita, anéis de cebola, podendo combinar com os variados molhos extras, desde um molho de queijo até um molho picante. Entre as sobremesas da Hamburgueria 393, pudim; taça de sorvete e o Petit Gâteau.

Esteio | Rua Padre Felipe, 393 Fone: (51) 3033-3355

88 • Revista Sabores do Sul

Foto: Hamburgueria 393/Divulgação

Hamburgueria 393


La Tasca

Foto: La Tasca/Divulgação

Há cinco anos a La Tasca abria as portas, com determinação de levar aos clientes produtos artesanais, sem conservantes e feitos respeitando processos de elaboração do século XVII. A padaria artesanal oferece aos seus clientes 22 tipos de pães, especialíssimos como o pão de vinho tinto, figo e nozes; além de frios, uma diversidade de tapas, sanduíches, tortinhas salgadas e doces, especialidades da gastronomia espanhola preparadas na hora por um chef de cozinha sempre de plantão. A sugestão para quem ainda não conhece a La Tasca é aproveitar o brunch de final de semana e degustar, toda a diversidade oferecida pela casa.

Porto Alegre | Rua Duque de Caxias, 678 Fone: (51) 3212-5966 www.latasca.com.br

Foto: El Barco/Divulgação

El Barco Sushi Capitaneado pelo uruguaio Andrés Amorin, que vive no Brasil há 9 anos, o restaurante El Barco caiu no gosto dos serranos desde a sua inauguração. Para diversificar o cardápio, o chef cria os próprios pratos. Ele conta que procura todos os dias inspirações em sites especializados em sushi, comida tailandesa e da alta gastronomia, para trazer ao cliente novidades. A ideia do menu é sempre estar atualizado com novos sabores, mas sem fugir do tradicional. O local serve sequências, pratos à la carte e telentrega. A cada dia da semana uma promoção diferente é oferecida.

Gramado | Rua Farrapos, 165 Fone: (54) 3295-1205 / (54) 9923-44441 www.elbarcosushi.com.br

Revista Sabores do Sul • 89 Crédito: Capitano Brutus/Divulgação


Container Bistrot

O

Containner Bistrot caiu no gosto do público assim que abriu suas portas no finalzinho de 2015. A originalidade da fachada, feita de containers, a decoração personalizada, o atendimento acolhedor e o cardápio variado e muito bem executado são motivos mais que suficientes para isso.

Quer comer uma salada? O Containner tem. Experimente pedir o Mix de folhas com manga e cubos de salmão no gergelim. A ideia é apenas petiscar acompanhado de cerveja gelada? Isso também é uma opção. Agora se sua intenção for almoçar ou jantar pode pedir pratos como o Camarão Thay com purê de mandioquinha e quinoa que leva leite de coco, molho de ostras, damasco e gentibre. Ou mesmo o Salmão como amêndoas laminadas ao molho de cardamomo acompanhado de arroz jasmim. O menu ainda tem burguers, sopas, risotos, massas e sobremesas. Mas se a sua intenção é apenas um café no meio da tarde ou um suco gelado o Containner também tem. O restaurante fica ao lado da Catedral de Pedra e junto ao Galpão Mãos do Mundo. Abre domingos, segundas e terças, das 10h às 18h e quintas, sextas e sábados, das 10h às 23h. O Containner tem espaço kids. Canela Rua Borges de Medeiros, 580 Fone: (54) 3282-7772

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Fotos: Sabina Fuhr/Divulgação

Para todas as ocasiões


Bucadisantantonio

Foto: Néia Dutra

tempo de feijoada

H Fotos: Sabina Fuhr/SDS

á tempos a Bucadisantantonio consagrou-se com uma das melhores pizzarias de São Leopoldo. Desde o ano passado, vem apostando também na feijoada para conquistar ainda mais clientes. E tem conseguido!

acompanhamentos, tais como: couve refogada, laranja, arroz, aipim frito, banana à milanesa, salada de rúcula, palmito, alface, farofa doce e salgada, além de sobremesas caseiras. A decoração deu uma repaginada, mas continua dando ênfase a objetos antigos garimpados em antiquários e relíquias de família que a Buca recebe de presente de amigos da casa. Os sábados, das 11h às 15h, são reservados para a feijoada. Já a pizza é opção no à la carte ou no delivery todas as noites, a partir das 18h. São Leopoldo Rua Santo Antonio, 1285 Fone: (51) 3566-1899

Todos os sábados entre 13 de março e 20 dezembro o restaurante abre as portas oferecendo o genuíno prato brasileiro. Já na chegada, variados rótulos de cachaça são ofertados para degustação. Outro agrado é a linguicinha calabresa com cebola servida com farofa acompanhada por um caldinho de feijão super bem termperado. Além da feijoada completa, o bufê tem mais três opções com rabo, com pé e com orelha suína. E

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Hai Sushi Lounge

Especialista no que faz

O preço e os pratos variam dependendo da escolha. A Sequência Hai, por exemplo, inclui nigiris como salmão brûlée, barriga de salmão com limão siciliano e atum com foie grãs. Quem prefere pedir pratos à la carte também tem esta opção. Inclui na relação Mini Tempurá de Camarão e Carpaccio de Salmão, temaki, combinados entre muitas outras delícias. Caso sushi não seja a sua praia, a dica são os pratos da cozinha contemporânea, que incluem risotos, filés, saladas e sobremesas. Para beber também não faltam opções tanto de vinhos quanto de drinques, como saquerinhas de frutas. O restaurante abre para almoço e jantar de segunda a sábado. Novo Hamburgo Rua Gomes Portinho, 730 Fone: (51) 3593-5757 www.haisushiloungebar.com.br

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Fotos: Sabina Fuhr/SDS

Q

uando bate aquela vontade de comer comida japonesa é impossível não lembrar do Hai Sushi Lounge Bar. Os sashimis vão além do salmão. Sempre tem por lá atum, peixe branco, polvo, lula. Os sushis têm várias opções com peixe, legumes, cogumelos, tamagoyaki (omelete japonesa). A casa é especialista no que faz. Nota-se um cuidado tanto na escolha dos ingredientes utilizados quanto na apresentação da comida. À noite o restaurante trabalha com o Bufê de Sushi e Pratos Quentes, com o Bufê de Sushi + Combinado de Sashimi, com a Sequência Degustação Hai, e com o Especial Hai.


Vermelho Grill

Fotos: Sabina Fuhr/SDS

Fotos: Vermelho Grill/Divulgação

steak e burguer

N

em colorado, nem comunista, o vermelho que carrega no nome é uma homenagem à suculência das carnes servidas no restaurante, que congrega churrascaria e hamburgueria. Para a entrada experimente o breaded bacon, que nada mais é que bacon empanado. Não deixe de conferir também o pão caseiro de alho, alecrim e tomilho. Servido à mesa logo que o cliente chega, ele vem acompanhado com uma manteiga da casa. Para o prato principal você pode optar entre porções individuais ou familiares, que servem até 6 pessoas. A variedade de cortes assados é imensa, desde a tradicional parrilla até arroz de carreteiro, passando por cordeiros e frango caipira. Uma dica, para as famílias, é a Festa Parrillera, que vem com linguiça, pão rústico, assado de tira e ojo de bife e acompanhamentos, como arroz, saladas e legumes braseados. O prato serve 4 pessoas e custa R$198. Há também 9 op-

ções hambúrgueres, todos com a carne cortada a faca, que deixa ela ainda mais suculenta. Porto Alegre Av. Nilo Peçanha, 3228 Fone: (51) 3333.0253 www.vermelhogrill.com.br

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