Revista Sabores do Sul Inverno 2016

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inverno 24 receitas para deixar seu

aconchegante e delicioso

PRAIA DO ROSA | ENOTURISMO GAÚCHO | QUEIJO SERRANO | ENTREVISTAS | RESTAURAN TES


Gastronomia harmonizada com talento e dedicação.

eventos@rafaeljacobi.com.br 51 3018.1465

EVENTOS Rio Grande do Sul

Porto Alegre Country Club Libero Badaró, 524 Passo D’Areia - Porto Alegre / RS

RESTAURANTE WOK Porto Alegre / RS

PORTO ALEGRE COUNTRY CLUB Porto Alegre / RS


A

Revista Sabores do Sul está com novidades: a Sabores do Sul TV. Nossa proposta é a cada semana apresentar uma novidade pra você, que assim como nós, é apaixonado por gastronomia. Os pratos clássicos que nunca saem de moda, as inovações à mesa, os grandes profissionais em atuação no Rio Grande do Sul inspiram nosso canal. Apresentamos receitas saborosas e fáceis de fazer e ainda sugerimos harmonizações para tornar sua experiência ainda mais completa.

A apresentação é da jornalista Sabina Fuhr que a cada semana recebe um convidado para preparar suas delícias na cozinha da Revista Sabores do Sul. O vídeo leva a marca da Sabores do Sul TV com produção do estúdio João Ricardo Fotografia e Vídeo. Um novo programa entra no ar todas as quartas-feiras. Confira o vídeo de boas-vindas e se inscreva no YouTube para não perder nadinha youtube.com/revistasaboresdosul Você também pode acompanhar na nossa página no Facebook.


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La Bella Polenta 14 NEKA BARRETO 16SABORES DA PRAIA DO ROSA 28QUEIJO SERRANO 31 FONDUE 38

REI DO BOTECO 44 DIA DE SOPA 56

TODO MÊS UMA SURPRESA 62 ÁGUAS QUE CONTÊM MUITOS SEGREDOS 64 7 vinícolas GAÚCHAS 74 NIETO SENETINER 765 VINHOS 78

5 DICAS 80GIRO 82 CAÇADOR DE SABORES 90 CINE GOURMET 96 DOCE INVERNO 104 11 PERGUNTAS



EDITORIAL 2016 - Ano 12 - Edição Especial

revistasaboresdosul.com.br Direção Geral - Sabina Fuhr saboresdosul@revistasaboresdosul.com.br Diretora Comercial - Carla Torres carlatorres@revistasaboresdosul.com.br Editora - Sabina Fuhr sabina@revistasaboresdosul.com.br Jornalista Responsável (Reg. Prof. 11289) Redação Igor Amaral redacao2@revistasaboresdosul.com.br Diagramação Jonatham Duarte arte@revistasaboresdosul.com.br Administração Morgana Dias de Sá adm@revistasaboresdosul.com.br Capa Foto - João Ricardo www.joaoricardo.fot.br

Um inverno de sabores As baixas temperaturas estão de volta. Assim como as demais épocas do ano, neste período é preciso ficar atento às particularidades do tempo e repensar a sua dieta, aliando as delícias que a época proporciona com a sua proteção. Esta edição da Revista Sabores do Sul traz um apanhado de opções para se alimentar com qualidade, sabor, sem deixar de lado os cuidados com a saúde. Você vai encontrar diversas receitas de sopas, caldos, polentas e outros pratos que suprirão –de maneira reconfortante– suas necessidades diárias. O friozinho também combina com vinho, não é mesmo? Ele pode se tornar ainda mais atraente se visto sob a ótica de um produto cultural. O nosso estado é referência mundial na produção de vinhos e espumantes. Bem no nosso quintal há uma indústria centenária repleta de belas histórias para contar. Quer conhecer algumas das vinícolas que nos brindam com essas riquezas? Preparamos um guia para você se aprofundar no mundo da produção vinícola do Rio Grande do Sul. Por falar em colocar o pé na estrada, temos também um roteiro saboroso e encantador pela Praia do Rosa, em Imbituba-SC. Reconhecida como uma das 30 baías mais belas do mundo, a praia reúne alguns dos melhores restaurantes de Santa Catarina, em meio à natureza rústica. Para quem gosta de boa comida, descanso e conforto, o Rosa é, sem dúvida, um destino apetitoso. Como Cultura e Gastronomia são inseparáveis, sempre estamos atentos aos costumes e tradições de nossa região. Na página 28, há uma matéria especial sobre o Queijo Artesanal Serrano. Um produto que mantém sua receita desde a colonização portuguesa e, atualmente, é um importante nicho econômico nos Campos de Cima da Serra. A Cultura do Cinema também marca presença nessa edição. Contemplando filmes e gastronomia, o Cine Gourmet mistura esse dois prazeres da vida. E, claro, nossa edição não podia deixar de lado as sobremesas. Separamos receitas de fondues, bolos, chocolate e muito mais. Com certeza, você vai encontrar alguma que combina com seu gosto.

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Ainda temos entrevistas especiais com os chefs Guilherme Bobsin, Aluisio Sabino, Tuca Padilha, Arika Messa e Neka Barreta. Além de um papo sobre o Boteco Natalício e um roteiro gastronômico com dicas de lugares para você conhecer.

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Delicie-se!

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SABINA FUHR EDITORA Uma publicação da

Rua Caeté, 189H Vila Rosa Novo Hamburgo/RS CEP 93315-100 Fone: (51) 3939-2035

“O Senhor dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.” Salmo 85:12 Anúncios e matérias elaborados pela Revista Sabores do Sul não podem ser reproduzidos sem autorização da empresa.


Há 25 anos conquistando os apaixonados por churrasco

Av. Ramiro Barcelos, 389 51 3225 2205

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Estádio Beira Rio 51 3232 7622

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La Bella Fotos: João Ricardo

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lenta O prato típico italiano presente na mesa dos gaúchos. Revista Sabores do Sul • 09


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O milho ainda não havia chegado até a Itália. O grão apareceu primeiro na Europa e foi a partir de Veneza que se espalhou pelo norte e centro da Itália. Nessa época, a polenta era o alimento do povo.

Antes de chegar ao Sul, a polenta sofreu algumas alterações. Antigamente na Itália, a versão original do prato era um mingau de cereais, feita com aveia, trigo-sarraceno ou espelta. Os grãos eram moídos e cozidos na água.

Ao longo dos séculos, a polenta chegou a outros países. Na área gastronômica, o alimento seguiu o mesmo percurso culinário que muitos outros pratos de origem humilde. Passou de comida popular a prato clássico, conquistando um lugar permanente nos cardápios de restaurantes luxuosos.

razida na mala ao Brasil pelos imigrantes do norte da Itália, a polenta é um prato presente até hoje nas refeições dos gaúchos. Na época da imigração, o Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a aceitar a receita feita com farinha de milho, água e sal.

P R AT O A

polenta é muito versátil. Pode ser cozida e servida com manteiga e queijo, ou pode ser acompanhada de peixes, aves e carnes. Depois que esfria, pode ser fatiada e frita, grelhada ou assada. A chef Betina Oliveira destaca que a polenta faz parte do seu cardápio. “É um sucesso nas minhas receitas, ela pode acompanhar diferentes tipos de molhos, carnes e legumes. Além disso, a polenta é uma fonte de fibras, vitaminas e sais minerais”, comenta. Livre de gordura quando preparada mole, a polenta é uma fonte de fibra, vitaminas e sais minerais. “Algumas polentas instantâneas contém glúten, como eu gosto muito de uma linha funcional achei a polenta instantânea Paganini (www. paganinigastronomia.com.br) excelente por não conter o glúten, sendo assim, liberada para celíacos.” Para comprovar que a polenta combina com diversos pratos, Betina preparou duas receitas. A primeira delas é a polenta de forno ao molho de tomate, uma opção prática para as refeições do dia a dia. Para ocasiões que demandam um prato mais sofisticado, a chef indica a receita da polenta cremosa com cogumelos selvagens e Jamón Serrano. A polenta por ser um prato que tem diversas combinações te possibilita experimentar na cozinha. Acompanhe as receitas e inove no seu cardápio.

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POLENTA DE FORNO AO MOLHO DE TOMATE

VE R SÁT I L Ingredientes •

3 xícaras de chá de polenta

6 xícaras de chá de leite

Pitada de noz-moscada

200 g de queijo parmesão ralado

1 Molho de tomate

Pimenta

Sal Manteiga para untar

Modo de Preparo Em uma panela leve ao fogo leite, nozmoscada, sal e pimenta e deixe levantar fervura. Adicione a polenta gradativamente mexendo sem parar por aproximadamente 5 minutos. Despeje a mistura em uma forma antiaderente e deixe esfriar por 1 hora. Com um molde redondo de alumínio corte a polenta modelando os círculos e colocando um ao lado do outro em uma forma de porcelana (untada com manteiga) que vá ao forno. Coloque o molho de tomate por cima e queijo parmesão. Asse por 30 minutos a 180 graus.


Dica

de

H a r m o ni zação : Innis & Gunn Rum Finish Cerveja escocesa envelhecida no carvalho com uma infusão de runs especialmente selecionados. Estilo Wood Aged e tipo Lager (baixa fermentação), é composta por malte ale, malte cristal, cevada tostada e malte tostado. A cor é vermelho rubi e possui aromas de frutas e especiarias. Em boca é leve, macia, frutada, com notas aromáticas de especiarias. Amadureceu 57 dias em barrica e possui graduação alcoólica de 6,8%.

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Ingredientes 2 xícaras de polenta • 1L de leite • 200g de queijo gruyere ralado • 200g de cogumelo porcini • 150g de cogumelo shitake • 1 potinho de cogumelos trompettes (hidratado em água quente por 10 minutos) • 150g de cogumelos paris • 3 dentes de alho • 1/2 xícara de salsinha picada • 1/2 colher de chá de sal • 1/2 colher de sopa de tomilho (melhor fresco) • 3 colheres de sopa de manteiga (ou margarina) • 3 colheres de sopa de azeite de oliva • 2 unidades de mini cebola roxa • 1/2 xícara de vinho branco seco • 150g de jamón serrano (em tiras) • Sal a gosto • P imenta do reino •

POLENTA

cremosa com cogumelos selvagens e Jamón Serrano

Modo de Preparo Decoração de Jamón Serrano Coloque o jamón em tiras em cima de uma forma antiaderente e asse por 15 minutos a 180 graus. Quando ficar crocante use para decoração.

Modo de Preparo do Funghi Amasse o alho e misture com a salsinha e o sal. Em uma panela aqueça a manteiga, os cogumelos, cebolas roxas, tomilho e mexa sem parar até as cebolas ficarem translúcidas. Tempere com sal e pimenta. Adicione o vinho branco e cozinhe por mais uns 5 minutos.

Modo de Preparo da Polenta Leve uma panela ao fogo e aqueça o leite, quando levantar fervura adicione a polenta, sal e pimenta gradativamente. Cozinhe em fogo baixo por aproximadamente 5 minutos. Adicione o queijo gruyere e mexa sem parar. Transfira para um prato fundo de porcelana e coloque o funghi por cima.

Dica

de

Harm on izaç ão: MT Selección de la Familia Vinho tinto com aroma de frutas maduras como amora e cassis, baunilha e chocolate. Em boca é seco, apresenta boa acidez, taninos macios e bem estruturados com final persistente. Na composição, a uva Tempranillo corresponde a 90% e a Cabernet Sauvignona 10%. Amadurece 14 meses em barricas francesas. Produtor: Marqués de Tomares Região: Ribera del Duero, Espanhac

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Foto: Bárbara Pustai

CONVERSA DE CHEF

NEKA MENNA BARRETO

COZINHANDO COM LEVEZA

Por Bárbara Pustai

Nascida em Porto Alegre, Neka Menna Barreto tornou-se, em São Paulo, uma das mais conhecidas banqueteiras do país. Formada em Nutrição, ela gosta de dizer que desenvolve suas receitas com “liberdade, leveza e profundidade”. Depois de 30 anos de experiência, Neka decidiu se dedicar ao ramo de eventos, onde consolidou-se no mercado. Ela também foi apresentadora do programa “Fome de Quê”, pelo canal Discovery Home & Health.

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Qual tua memória afetiva ligada à gastronomia mais antiga e mais querida? Eu me lembro muito bem de uma lata de biscoito de milho com erva doce que a minha avó tinha. Quando eu ia à casa dela, abria essa lata, que sempre estava cheia de biscoitinhos. Até hoje, isso tem significado pra mim. De vez em quando, eu faço na minha casa e me lembro daqueles momentos com a minha avó. Eu não sou tomadora de café, mas eu recordo que o meu pai, depois da janta, tinha o hábito de dar um beijinho em cada filho, e eu me lembro do cheirinho da boca de café dele. Então eu gosto de café, mas uso como se fosse um incenso, mesmo que na hora de tomar sempre me decepcione. Eu peço pra moça que trabalha comigo pra passar um café pra sentir o aroma porque, de alguma maneira, lembra o meu pai. Essas duas coisas são sempre afetivas pra mim. Quando tu percebeste que a gastronomia era uma paixão e que poderia se tornar uma profissão? Quando eu era pequena, eu me lembro de colocar folhinhas de cinamomo nos formigueiros, pra facilitar o trabalho das formigas. Eu gosto desse ato de alimentar o outro. Na geografia da minha casa, a cozinha era o lugar que eu mais gostava de ficar. Por exemplo, eu não gosto de sentar num sofá, eu prefiro sentar ao redor de uma mesa, de degustar, eu adoro essa cena. Além disso, eu adoro mandar, mais do qualquer outra coisa, ter outros chefs ao meu lado e eu só delegando: “Corta isso, assim não está bom, faz mais fino, grelha, vamos colocar no forno”. Eu gosto da produção em si, eu imagino a produção gastronômica mais do que ato de cortar, de picar, de matar. Eu gosto dessa coisa da cozinha, da horta, dos alimentos, do colorido, dos cheiros. Hoje eu acordei de madrugada no hotel e, no caminho para o banheiro, eu pensei: “Nossa, folhas de espinafre grelhadas, um pouco de passas, vou colocar algumas lascas de parmesão, grelhar cogumelos, e de repente vou servir com a polenta”. Assim me veio o prato que eu fiz hoje. A cozinha simplesmente me vem, eu só preciso ter calma. Eu ando respeitando muito o ritmo das coisas, preciso fazer tudo no meu tempo. E o que é essa Gastronomia Inventiva que conduz o teu trabalho? É a que trabalha muito na intuição. Eu

gosto da simplicidade, frequento muitas feiras orgânicas, os pequenos produtores, sempre estive ligada nisso. Acho que também é fazer boas misturas, criar uma boa combinação de alimentos, sem exageros, só na delicadeza. A alimentação saudável sempre fez parte da tua vida? A minha mãe fez dietética, então já existia na minha casa uma preocupação com o alimento saudável. Nós tínhamos horta, usávamos mais o pão preto que o pão branco, tínhamos o hábito de usar alimentos não processados, feitos em casa. Então, para comer massa, fazíamos em casa; na hora de fazer pão, usávamos farinha integral. Usar o alimento como ele é mesmo, sem interferência de herbicidas, de agrotóxicos e sem alimentos industrializados. E acho que esse é o nosso futuro. Quais pratos tu acreditas serem os mais emblemáticos da tua carreira, que mais te representam como cozinheira? Olha, por incrível que pareça, há muito tempo eu faço uma picanha de colher que todo mundo acha muito interessante, porque é uma maneira diferente de ver esse corte. Agora em São Paulo existem mais fazendas trabalhando com boi orgânico, então eu fico ainda mais feliz de usar como alimento um animal que foi feliz até o momento de ser abatido. Além disso, gosto muito de todos os pratos com legumes. Gosto de tratar uma cenoura, por exemplo, como se fosse um filé: grelhar, selar, cozinhar. O reino vegetal é bem emblemático na minha vida. Quais foram os momentos mais desafiadores da tua carreira? Quando fizemos a Copa do Mundo de 2014 foi um desafio. Foram cerca de 25 mil refeições, que saíam para o Rio de Janeiro, para Minas Gerais, para São Paulo. Foram trinta dias de trabalho intenso, foi muito desafiador fazer uma comida que tivesse qualidade, pois era bastantão. No estádio não tinha outro tipo de comida, então as pessoas dos nossos camarotes comiam com pouca gordura, nada de fritura, folhas orgânicas. Isso foi uma grande batalha pra gente. Meus

primeiros dias de carnaval no Rio de Janeiro também foram desafiadores. Atualmente eu tenho uma cozinha grande, com tudo do bom e do melhor, mas quando eu comecei foi difícil. Claro, eu era mais jovem, tinha o viço que ajudava também. Sabe trabalhar 24 horas por dia? Eu tinha 20 quilos a mais, então acho que eu dei os quilos pra esse acordar cedo, trabalhar sem parar, sem ver o tempo passar. Como gaúcha, tu costumas usar ingredientes típicos do Rio Grande do Sul? Eu uso bastante pinhão, erva de chimarrão, algumas carnes que tem mais presença por aqui como maminha, costela, cordeiro. A maioria das pessoas que gosta de carne prefere filé, mas eu prestigio os outros tipos de carnes e de cortes, apesar de não ser uma carnívora. Quais produtos não entram de forma alguma na tua cozinha? Gordura hidrogenada, óleo de soja, transgênicos. Eu sempre presto atenção de onde vem o alimento, como foi tratado. E o que não pode faltar? Verduras, folhas, grãos, frutas da estação sem herbicidas. Eu só fico feliz quando vejo vegetais na minha geladeira e, particularmente, eu não como nada que não seja orgânico, com algumas exceções. E atualmente eu tenho uma máquina onde eu faço meus próprios óleos virgens. Antes tu me contaste que a broa de milho da tua avó é uma lembrança gastronômica muito afetiva. Mas qual é o teu prato preferido, aquele que te aquece a alma e faz tu te sentires em casa? Sabe que o meu prato preferido, que eu mais amo na vida, é salada? Adoro! Porque o meu dia-a-dia é feito de verduras, me alimento basicamente disso. Mas uma vez a cada duas semanas eu faço para o café da manhã a broinha com um fubá de moinho de pedra lá de Minas Gerais. E, quando eu estou um pouco mais sensível, precisando dar uma atenção maior pra minha alma, eu faço um belo mingau com aveia, ameixa, amêndoa e canela, isso é muito afetivo pra mim.

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Que a Praia do Rosa, em Imbituba, é o paraíso dos surfistas e lugar perfeito para aqueles que buscam descanso em meio à natureza não é novidade para ninguém. O que talvez muita gente não saiba é que o Rosa reúne alguns dos melhores restaurantes de Santa Catarina. Farta em opções, a bela e rústica praia tem lugares para quem ama frutos do mar, adora massas, prefere cozinha tailandesa, ama culinária contemporânea, quer deliciarse com bons drinques ou apenas saciar a fome com uma boa pizza. Impossível não ficar satisfeito. Muitos dos restaurantes ficam dentro de pousadas, enquanto outros se espalham pelos mais variados cantos da Praia do Rosa. Por falar em pousadas, elas também não deixam nada a desejar. É possível encontrar desde lugares simples a locais sofisticados com jacuzi na varanda e vista de tirar o fôlego. Reconhecida por ser uma das 30 baías mais belas do mundo, o local é destino turístico durante todo o ano, recebendo visitantes das mais diversas faixas etárias e lugares do país. Selecionamos 8 restaurantes e 3 pousadas para você incluir no seu próximo roteiro de férias. Ainda não conhece? Bora, pro Rosa! 16 • Revista Sabores do Sul


Textos e fotos por Sabina Fuhr

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Fotos: Sabina Fuhr

O ENCANTADOR PEDRA DA VIGIA

ao forno junto com o siri para gratinar. Excelente combinação!

No Caminho do Alto do Morro, junto à pousada Regina Guest House, fica o encantador Pedra da Vigia. Antes mesmo de ser apresentada ao cardápio já estava maravilhada com o lugar. O dia ensolarado iluminava o ambiente destacando sua decoração colorida e que mantém as características tradicionais dos antigos engenhos de farinha da região, com telhas aparentes, ripas de casca de coqueiro e toques de artesanato local. À noite, a luz baixa dá um clima mais romântico ao bistrô comandado por Maria Regina Pedreira e seu filho Daniel Marquês (foto). A dupla, em total sintonia, cuida de todos os detalhes, desde a trilha sonora até os delicados arranjos floridos das mesas. Na cozinha, o gaúcho Cacá Borges é responsável pela execução dos pratos inspirados na culinária francesa com ingredientes regionais. Além de menu fixo, tem opções diárias preparadas de acordo com os insumos disponíveis no dia. Entre as entradas a dica é a Casquinha de Siri no Leito de Manga. A manga faz às vezes de casquinha, indo

Como prato principal, o Camarão da Lagoa de Ibiraquera Flambado ao molho de queijos acompanhado de arroz branco é uma alternativa sem erro. Outra sugestão é o Linguado ao Molho Cítrico de Uvas Passas e Cebola Roxa, acompanhado por purê de batata doce com gengibre e leite de coco. Se você não abre mão da sobremesa a Clafoutis de morango e chocolate branco com sorvete de creme; e as Trufas de Chocolate ao Bailey´s são excelentes pedidas. Para beber, vinhos como o francês Denis Dubourdie Château Haura Graves 2004 e cervejas artesanais como a Terra Nova, produzida no próprio Rosa. Sem dúvida, o Bistrô Pedra da Vigia entra para história como uma das mais saborosas experiências da nossa temporada na paradisíaca praia. De abril a novembro o restaurante abre de terça a sábado a partir das 14h. Já de dezembro a março, funciona de terça a domingo, também das 14h em diante. Imbituba/SC Caminho do Alto do Morro, s/nº Fone: (48) 3355-6247 www.reginagh.com.br

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o marcante Fotos: Sabina Fuhr

TIGRE ASIÁTICO

O Tiagre Asiático, referência em cozinha oriental no Sul do Brasil, fica muito bem localizado, no centrinho da vila. Uma escultura esculpida em madeira maciça da Shiva, deusa do amor, posicionada em frente à porta recepciona os clientes. Da entrada em diante, o espaço rústico é totalmente inspirado no estilo tailandês, japonês e indonésio. São vários ambientes disponíveis como tatame, salas reservadas, deque externo, um mais lindo que o outro. A proprietária Márcia do Nascimento já morou na Tailândia e trouxe de lá as experiências necessárias para montar a casa que é sucesso desde 2005. Com frequência ela retorna ao país para buscar novas inspirações. A porta da adega, por exemplo, em madeira entalhada foi importada de lá. Quando o assunto é a comida o restaurante também é um primor. O cardápio é bem variado, com entradas, saladas, sopas, pratos principais, pratos da estação, pratos kids, sushis e sobremesas. Tudo elaborado com os famosos temperos picantes e aromáticos característicos da culinária oriental. Iniciamos o jantar com um passeio pela cozinha japonesa provando o Atum Tatak (atum selado, com molho oriental e gergelim) e o Rosa Roll (salmão e cream chease). Perfeita combinação com o espumante brut rosé da casa, elaborado pela Vinícola Suzin, da Serra Catarinense. Na hora do prato principal, a escolha foi um dos carros chefes: o Tom Yum Goong à base de peixe e frutos do mar em um molho de leite de coco picante e arroz jasmine. Outra pedida foi o Neau Cream, filé mignon ao creme de manteiga aromatizado com especiarias tailandesas, levemente picante, acompanhado por

purê de batata baroa. Na sessão de sobremesas imperdível o Coconut Banana (com banana flambada, calda de maracujá fresco, leite de coco e sorvete de coco) e o Damasco Frash (lâminas de damascos em calda preparada com gengibre e especiarias, servido gelado e acompanhado por sorvete e amêndoas crocantes). O Tiagre Asiático é um daqueles lugares marcantes. Difícil de esquecer. Abre diariamente às 19h e é aconselhável fazer reserva com antecedência, principalmente na alta temporada. Imbituba/SC Estrada Geral da Praia do Rosa, s/nº Fone: (48) 3355-7045 www.tigreasiaticorestaurante.com.br

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O INIGUALÁVEL

URUCUM

Foto: Cris Berger

A vista mais esplêndida de toda a Praia do Rosa pode ser apreciada do Solar Mirador Exclusive Resort. E é nesta pousada que fica o Urucum. Com ênfase na culinária brasileira e tipicamente capixaba o restaurante tem a frente o chef Rafael Miralha. Suas criações são servidas em panelas de barro o que dá um toque todo especial a inigualável comida. Ao visitar o lugar nossa dica é a seguinte: escolha uma mesa bem próxima da janela para poder fazer a refeição contemplando a lagoa e o mar verde do Rosa. Peça um vinho branco ou um espumante e entre uma bebericada e outra de uma volta no deque para ver um pouco mais como Deus foi generoso por lá. Pedimos o sul africano Cape Elephant Chenin Blanc. Depois se volte para o cardápio e escolha a Casquinha de Siri, preparada à moda capixaba com vinagrete de pimentões e farofa de semente de urucum. Pode ser gratinada ou não com catupiri. A melhor do mundo!

Foto: Sabina Fuhr

A Moqueca Urucum acompanhada de pirão de frutos do mar, farofa de semente de urucum reserva grandes emoções à mesa. Coentro na medida certa. O Bobó

de Camarão também é uma escolha respeitável. No Urucum há alguns caminhos para encerrar a refeição – e são geralmente felizes. Um deles é o refrescante Creme de Tapioca com Coco, Creme de Açaí e Farofa Doce com Castanhas do Pará. O outro é a aromática tortinha de macaxeira com coco e sorvete de pitanga à base de água e calda de frutas vermelhas.

Foto: Sabina Fuhr

Aproveite que o restaurante abre diariamente das 13h a meia noite e delicie-se. Imbituca/SC Av. Porto Novo, s/n°, junto à pousada Solar Mirador Fone: (48) 3355-7330 restauranteurucum.com.br

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Fotos: Sabina Fuhr

o a u t o r a l LUA MARINHA A chef Taís Muradás tem proporcionado momentos de pleno prazer ao redor da mesa na Praia do Rosa. Desde 2001 seu restaurante, o Lua Marinha, serve menu autoral, com influência espanhola, a base de ingredientes locais, peixes e frutos do mar fresquíssimos. Pode-se identificar a valorização de ingredientes como ostras, polvos, camarões da lagoa, peixes, mexilhões e vieras. O Ceviche de Robalo é uma opção interessante para começar a refeição assim como escolher o espumante Maximo Boschi Speciale 2008 Extra Brut, da Serra Gaúcha para harmonizar. Também se saem bem o aconchegante Polvo com Passas e Funghi acompanhado com Risoto de Maçã. Comfort Food total! O refrescante sorvete de butiá com calda de chocolate meio amargo é a dica para finalizar o jantar.

Um ar de antigamente envolve o ambiente rústico, rico em detalhes, com luminárias e velas, que abriga mesas e cadeiras coloridas. O deque de madeira rodeado por bambus é concorrido nas noites quentes de verão. O Lua Marinha fica escondido numa pequena travessa de terra que chega até a lagoa, siga as placas e seja feliz. Na baixa temporada abre de quinta a domingo, a partir das 18h. Já em feriados e meses de movimento, abre diariamente a partir do meio-dia. Imbituba/SC Estrada Geral de Ibiraquera, s/nº Fone: (48) 3354-0613 www.luamarinha.com.br

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REFÚGIO DO PESCADOR A inspiração do Refúgio do Pescador vem do mediterrâneo. Por isso, o cardápio é cheio de pratos feitos à base de ingredientes frescos, ervas, azeites e frutos do mar. Uma das melhores paellas que já provei foi neste restaurante capitaneado pelo chef paulista Luciano Franco. Só de lembrar da Paella Marineira e seus camarões, lulas, polvos e mexilhões perfeitamente equilibrados com o arroz e o açafrão já fico com água na boca. Seguindo a sugestão do próprio cardápio harmonizamos com o vinho Artero Tempranillo. Antes do prato principal fui surpreendida com o Polvo à Galega, polvo refogado com alho, pimenta, cebola, toque de páprica, batatas e azeitonas. Neste caso para beber provamos a caipirinha de morango com manjericão. Na hora da sobremesa aceitamos a sugestão do chef: mousse gelado de doce de leite com chocolate e sorvete de amêndoas com morangos. Bela escolha! O Refúgio do Pescador tem estilo praiano e vários espaços aconchegantes, tanto externos como internos. O restaurante fica junto a Hospedaria das Brisas. Em janeiro e fevereiro abre das 12h às 23h30 já na baixa temporada, das 14h às 23h. Imbituba/SC Estrada do Caminho do Rei, s/nº Fone: (48) 3355-6020 hospedariadasbrisas.com.br

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Fotos: Sabina Fuhr

O SURPREENDENTE


Fotos: Sabina Fuhr

O apaixonante

Sapore di Pasta Os apaixonados por massas encontram no Sapore di Pasta um lugar ideal para saboreá-las na Praia do Rosa. Instalado junto à Pousada Morada dos Bougainvilles em um chalé de alvenaria e madeira de lei o restaurante apresenta a leveza da culinária italianomediterrânea contemporânea. As pastas de fabricação própria se mesclam a saborosos frutos do mar e carnes muito bem preparadas. Impossível não encontrar uma que agrade. Eu, por exemplo, me apaixonei por todas que tive o privilégio de provar. Além disso, tem ambiente intimista, boa trilha sonora, vinhos variados, lareira para os dias frios e vista para o mar. Como entrada a sugestão são as clássicas bruschetas feitas com pão italiano, tomate ao alho, manjericão, azeite de oliva e lascas de parmesão. Entre os primores do cardápio está o Spaghetti Nero di Seppia com lascas de salmão puxado na redução de laranja. Outra boa dica é o Fettuccine de Funghi com camarão. Quem prefere carnes, não erra ao apostar no Tornedor ao Molho de Pimenta Vermelha acompanhado por batata rosti. Entre as sobremesas, as bananas flambadas e servidas com sorvete são incríveis, mas também têm os saborosos petit gateau e panacota. De dezembro a março abre das 12h à 0h. Já de abril a novembro de quinta a domingo, das 12h à 0h. Imbituba/SC Estrada Geral do Alto Arroio, Caminho do Rei, s/nº Fone: (48) 3355-6100 www.moradadosbougainvilles.com.br

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Fotos: Sabina Fuhr

Se existe um lugar na Praia do Rosa com uma carta de drinques invejável este lugar é o Nhá Frida. Bebidas variadas se unem a ingredientes inusitados resultando em surpreendentes combinações. É impossível contentar-se com uma única dose. Há tanto a se provar... O “Bar de Gente Grande”, como eles mesmos se definem divide a carta em Martini, Flute, Dessert Drinks, Rock, Bombs, Gin & Tonic, Long Drinks e Shots.

O INOVADOR

Nhá Frida

Em cada categoria há várias opções como Strawberry Crush 43: licor 43, morangos, manjericão, suco de limão, vinagre balsâmico branco; Black Widow: Tequila Anejo, amora preta, manjericão e suco de limão; Rosa Berries Attraction: Absolut raspberry, suco de frutas vermelhas, amora preta e suco de limão; Absolut Citric Frida: Absolut Citron, suco de tangerina, suco de limão e folha de limoeiro. Além das opções da carta, volta e meia surgem novidades como a Margarita de Beterraba e o Pisco com suco de tangerina, morangos, amora preta, licor 43, suco de limão e pimenta chocolate. Na cozinha o Nhá Frida mescla a culinária mineira com a mexicana. Apresenta o “Prato do Dia” com sugestões como Camarões Rosa, cogumelos frescos, favas e manjericão com arroz de coco, Espaguete com Camarões, rúcula, tomates cereja, raspas de limão e vinho branco, Bobó de camarão com arroz branco e legumes, Peixe em Crosta de Fubá com purê de cenoura e laranja, Penne com filé e cogumelos, Ceviche com Maracujá, Filé Suíno com redução de tamarindo e purê de beterraba. O restaurante está sempre inovando seja nos quesitos comida e bebida, seja na decoração rústica que mistura artesanato mineiro e rosense, a exemplo da Pousada Casa do Ceo a qual pertence. Aberto quinta e sexta, das 18h às 23h. Sábados, das 12h à meia-noite. E aos domingos, das 12h às 17h. Imbituba/SC Estrada Geral da Praia do Rosa, s/nº Fone: (48) 3355-7098 www.casadoceo.com.br

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Foto: Paulinho Sefton / Divulgação

o impecável

Prazeres da Gastronomia A cozinha da chef Rô Reis (foto) não está mais na Praia do Rosa, e sim, na vizinha Garopaga, mas somos tão fãs do seu trabalho que vale a indicação. Juntamente com a sócia Mara Lúcia a chef gaúcha, comanda o Prazeres da Gastronomia. O restaurante aposta nas comidinhas de boteco e nos pescados das praias próximas. O resultado são pratos impecáveis preparados com técnicas e temperos certeiros.

Entre os destaques do restaurante estão a Casquinha de Siri, o Linguado, levemente enfarinhado e grelhado, regado ao molho de gomos de laranja, flambado no contreau, acrescido de nata e uva passa acompanhado por arroz preto, os Camarões, mexilhões e lula com tomate concassé defumados e manjericão acompanhados por arroz com perfume de limão. Rô adora utilizar ingredientes frescos, agregar temperos picantes e se divertir em meio às panelas, frigideiras e pratos flambados. A cozinha pra ela é uma festa.

Garopapa/SC SC- 434, Km13 Fone: (48) 3254-4595 facebook.com/prazeresdagastronomiagaropaba

Fotos: Sabina Fuhr

Quando morava no Rio Grande do Sul, Rô Reis era professora de gastronomia do Senac e, hoje, além de chef restaurateur, é consultora de gastronomia.

Já ajudou vários outros restaurantes da Praia do Rosa a criarem seus pratos e cardápios.

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Fotos: Sabina Fuhr

onde ficar?

Imbituba/RS Rua Caminho do Rei, 60 Fone: (48) 3355-7097 www.vigiadasmares.com.br

pousada

Vigia das Marés Com uma vista privilegiada e rodeada por árvores e pássaros, inclusive tucanos, a Pousada Vigia das Marés é uma excelente opção de hospedagem na Praia do Rosa. A decoração rústica, de muito bom gosto, marcada por encantadoras obras de arte, torna o lugar super aconchegante. Uma ampla sala de estar envidraçada, com lareira e confortáveis sofás chama para a leitura ou momentos de relax. O café da manhã é delicioso e variado com pães e bolos quentinhos feitos na própria pousada. Sucos, frutas, geleias, frios e cereais também são servidos diretamente na mesa assim que o hóspede solicita. As suítes e cabanas estrategicamente distribuídas para preservar a privacidade de seus ocupantes, são aconchegantes e bem equipadas. A parte externa tem piscina com deque panorâmico, quiosque com churrasqueira, fogão à lenha e estacionamento fechado. A Vigia das Marés é a primeira pousada do Caminho do Rei, a 400 metros do mar e a 300 metros do centrinho da Praia do Rosa.

Pousada Solar Mirador

Pousada

Imbituba/RS Estr. p/ A Praia do Rosa, s/nº Fone: (48) 3355-6144 www.solarmirador.com.br

Imbituba/RS Estr. p/ A Praia do Rosa, 962 Fone: (48) 3355-6677 www.casadoceo.com.br

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Casa do Ceo


Foto: MigKids/Divulgação

Melhor Espaço de Eventos Kids

E

m atuação há pouco mais de um ano em São Leopoldo, o Espaço Mig Kids tem se tornado referência em festas infantis na cidade. O local nasceu da insatisfação do casal Jéferson de Oliveira e Priscila Reffiel em encontrar um espaço que antedesse às necessidades para fazer a festa do filho, Miguel. Eles buscavam, principalmente, o conforto para que os pequenos pudessem brincar sob a supervisão dos pais. Já que o mercado oferecia poucas opções, eles abriram o próprio empreendimento. O Espaço Mig Kids tem como grande diferencial a proximidade entre as mesas e os brinquedos. Assim, os pais podem comer, beber e conversar com amigos

durante os eventos, enquanto os filhos se divertem a poucos metros de distância. Segundo Priscila “isso garante que os pais possam também aproveitar as festas com tranquilidade”. Outro destaque do local, que acomoda até 100 pessoas, é o bufê, que apresenta grande diversidade de sabores: são 16 tipos de salgados e oito doces. O estacionamento próprio e a decoração gratuita também agradam muito os clientes do espaço. Em uma localização estratégica, com acesso fácil para a BR116 e o Centro de São Leopoldo, o Mig Kids está preparado para realizar a sua festa.

www.espacomigkids.com.br | fone: (51) 8248-1386 / (51) 3064-3238 Rua Medianeira, 37 | são leopoldo | RS


Fotos: Epagri/Divulgação

O Queijo Serrano saiu dos Campos de Cima de Serra e chegou até a cozinha de grandes Chefs, trazendo a tradição portuguesa e a singularidade da produção dos artesanal.

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C

om quase dois séculos de história, o Queijo Artesanal Serrano (QAS) tem marcado presença na mesa de muitos chefs. Produzido na região dos Campos de Cima de Serra, local com perfil econômico voltado para a pecuária, o queijo artesanal é feito através da adaptação da receita de origem portuguesa, preservando a tradição a cada nova geração. Com qualidades únicas e feito com leite cru, ele tem sabores e texturas singulares que são resultantes de fatores como a região em que é produzido, a mineralização do solo, água e a alimentação natural das vacas. A comercialização do queijo teve início na época do Tropeirismo, entre a segunda metade do século 18 e na primeira do 19. Quando montados em mulas, homens faziam a rota RS-SP, comprando e vendendo produtos. Desde aquela época, o Queijo Serrano virou uma das principais fontes de renda para famílias

de pequenos produtores pecuaristas. Mas nas últimas décadas eles enfrentaram dificuldade para regulamentar a venda do produto. Como a produção é toda artesanal, o controle sanitário era deficitário. Assim, órgãos de fiscalização impediram que ele fosse comercializado fora do seu município de origem. Para reverter esse quadro, associações que representam os produtores e órgãos de fiscalização têm se aliado para adequar o sistema produtivo. Ultimamente, com o fortalecimento da pecuária leiteira no Rio Grande do Sul, o Queijo Serrano foi descoberto por turistas e, mais recentemente, passou a ser usado por chefs da alta gastronomia. E graças a iniciativa destes gourmets, a história mudou. Aí começa o pulo do gato dos queijeiros dos “Alpes do Sul”. Para conhecermos mais sobre a história do Queijo Serrano e a sua aplicação na cozinha, entrevistamos um especialista na produção do produto e um chef que o utiliza em suas receitas. Confira:

“Queijo

Serrano é

A

comida típica de um povo não se restringe só à alimentação. Muito além disso, ela agrega traços culturais e regionais. Este é o caso do Queijo Serrano, onde o sabor e consistência não são simples resultantes da soma de ingredientes. Para o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epagri), Ulisses Cordova, o Queijo Artesanal Serrano é um símbolo da tradição regional. Ele coordena o núcleo de apoio ao produtor e é autor de uma pesquisa sobre o produto. Em entrevista à Revista Sabores do Sul, ele comenta sobre os aspectos econômicos e culturais do Queijo Artesanal Serrano.

Quais elementos ainda são preservados da receita original vinda de Portugal?

Ao longo de mais de dois séculos a receita permanece praticamente inalterada. A única mudança importante é a utilização do coalho industrial, por exigência sanitária, quando originalmente era utilizado o coalho animal, feito do estômago de animais como tatu ou terneiros. Uma mudança que está ocorrendo é que está deixando de ser um produto sazonal, para ser produzido o ano todo, devido à importância econômica que representa para as famílias que o produzem.

simbolismo e identidade há mais de dois séculos” ULIssEs CORDOVA

A Epagri realizou um amplo estudo sobre o Queijo Artesanal serrano, quais foram as principais descobertas?

Talvez a principal conclusão é a importância econômica e cultural que o Queijo Artesanal Serrano representa para milhares de famílias de pecuaristas, que tem nesse produto a principal fonte de renda. Verificou-se que a tradição de produção e comercialização do Queijo Artesanal Serrano reporta-se além dos aspectos econômicos, remete também a um simbolismo e identidade por mais de dois séculos e perpetuando uma cultura notoriamente reconhecida, mas que precisa ser valorizada e regulamentada. Por quais motivos o Queijo artesanal serrano pode ser considerado um Patrimônio Cultural Imaterial?

Pela importância econômica, social e histórica, o modo de saber fazer do Queijo Artesanal Serrano é um patri-

mônio cultural de natureza imaterial, assim como outros queijos que já obtiveram junto ao Iphan esse registro. Esse reconhecimento para o Queijo Artesanal Serrano já foi solicitado através da Epagri, Emater-RS e algumas associações de produtores dos dois estados. Aguardamos a avaliação do órgão. o Queijo Artesanal Serrano tem sabor peculiar. A que vocês creditam essa especiaria?

Existem diversas razões para isso: é um produto de regiões frias e de altitude, condição única no Brasil; a base forrageira das vacas ordenhadas é pastagem, incluindo as naturais de altitude; predomina ainda rebanho de corte ou misto; o queijo é maturado em ambiente de temperatura amena ou baixa. Por que ele tem sido tão usado na Alta gastronomia atualmente?

Entendemos que essa maior utilização do Queijo Artesanal Serrano está ligada a diversos fatores, um deles é a organização dos produtores, a divulgação e qualificação do produto e a legalização dos produtos artesanais, outro aspecto importante é a mudança cultural da sociedade que cada dia valoriza mais o produto diferenciado, com características únicas da região onde é produzido e com agregação da importância social e histórica e respeito ao meio ambiente.

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“Queijo

Caprese do RS

Serrano combina com tudo” CHARLIE TEcCHIO COLONEttI

V

encedor do reality show Super Chef do programa Mais Você, da Rede Globo, Charlie Tecchio Colonetti é atento ao paladar exigente do público. O chef acrescentou ao seu cardápio pratos com o Queijo Serrano, valorizando assim a cultura regional. Nesta conversa com a Sabores do Sul, Colonetti conta o motivo pelo qual optou por eles e ainda nos dá duas receitas de seu menu.

4 porções Ingredientes •

100 g de queijo serrano

200 g de tomate cereja

Folhas de manjericão

Azeite de oliva do RS

80 g de sorbet de manjericão

Crema de Cabernet Sauvignon

Modo de Preparo Corte o queijo serrano em cubos, marine no azeite de oliva o tomate cereja cortado ao meio, tempere com sal e pimenta. Misture ao queijo, dispondo em um prato, sobre ele adicione o sorbet de manjericão e as folhas de manjericão com umas gotas da crema de Cabernet Sauvignon. Use flores comestíveis para decorar.

Por que você escolheu o Queijo Serrano para os seus pratos?

Tenho um lema que é gastronomia contemporânea com tempero regional. Utilizo os produtos regionais e tento apresentar de uma forma diferente, valorizando cada vez mais o produto. Quais são os diferenciais dele nos pratos?

Acredito que o sabor característico e a cremosidade sejam os pontos fortes do produto. Com quais bebidas e pratos ele combina bem?

O Queijo Serrano combina com praticamente tudo da entrada a sobremesa. E a bebida um bom vinho branco. Por exemplo, Chardonnay, uma uva que combina bem por ser um queijo jovem e fresco. No que ele se difere de outros queijos?

Acho que o queijo serrano se diferencia pela capacidade de combinações que você pode criar com ele. Suas combinações são infinitas.

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Queijo, Schmier e compota artesanal 4 porções Ingredientes •

100 g de queijo serrano

15 g de pólen

100 g de schmier de uva

100 g de compota de Laranja

Kinkan •

300 ml de suco de abacaxi natural

2 cargas de sifão de soda

Modo de Preparo Em um sifão de soda adicione o suco de abacaxi e de duas cargas com o gás. Deixe de um dia para o outro para que incorpore bem. Corte o Queijo Serrano em cubos médios, com o auxílio de um maçarico toste o queijo e sobre ele adicione o pólen. Sirva com a compota de Kinkan, a schmier de uva e o refrigerante natural de abacaxi.


O príncipe do inverno

Um dos maiores prazeres do inverno são pedaços de pão secos espetados num garfo comprido, mergulhados no queijo derretido, que deixa um cheirinho pelo ar; ou de morango mergulhado em chocolate derretido. Sabe no que estamos falando? Sim, nele: o príncipe do inverno, o Fondue. Ele recebe o título de nobreza já que é um dos queridinhos na estação dos

termômetros baixos. Queijo, carne e chocolate compõem essa delícia, e são sinônimos de reuniões aconchegantes, a dois, ou entre amigos. Há quem não dispensa um bom restaurante, já outros se arriscam a fazer esse prato apetitoso em casa. Se você é um desses que se arrisca, mas preza pelo autêntico sabor, vai adorar as receitas que separamos. Confira! Revista Sabores do Sul • 31


Fondue

de Chocolate Branco com Cassís

Ingredientes 500g de chocolate cobertura branco 1 creme de leite ½ mamão papaia 1 cálice (50ml) de licor de cassís 1 colher de (sopa) de geléia de cassís (opcional) Modo de PreparO Pique o chocolate e acrescente o creme de leite. Sobre o réchaud, (tendo o cuidado de manter a chama sempre baixa), ou no microondas, no caso da panela de vidro refratário (na potência média por 2 minutos) dissolva a mistura. Assim que a mesma estiver derretida, acrescente o mamão batido com o licor e a geleia. Aguarde a temperatura própria para iniciar a degustação tomando o cuidado de não deixar o chocolate entrar em ebulição. Deguste com frutas da estação ou bolo amanhecido.

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Fondue

de Chocolate preto Ingredientes 250g de chocolate ao leite 125g de chocolate meio amargo 200g de creme de leite (com soro) ½ cálice de licor (menta, laranja, etc.) ou conhaque

Modo de Preparo Pique o chocolate, junte o creme de leite e o licor. Sobre o réchaud, (tendo o cuidado de manter a chama sempre baixa), dissolver a mistura até que esteja homogênea e na temperatura ideal para ser degustada. Observe para que a mesma não entre em ebulição. No caso de utilização de panela de vidro, você poderá derreter a mistura no microondas, usando potência média por 2 minutos. PARA servir Frutas da estação cortadas em cubos; bolos; frutas secas; etc. Espete os acompanhamentos com os garfos especiais para Fondue e mergulhe na mistura aquecida.

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Foto: Restaurante Padova/Divulgação

Ingredientes 500ml de água 50ml de leite 75gde farinha de milho fina 01 colher (chá) de azeite 01 colher (chá) de sal 01 colher (cafezinho) de açúcar

Fondue

à Moda de Treviso

Modo de PreparO Na panela especial para fondue coloque a água acrescentando o leite, o azeite, o sal e o açúcar, (a água pode ser aquecida previamente em uma chaleira). Sobre o réchaud assim que a mesma apresentar sinais de ebulição acrescente a farinha e com a chama do queimador baixa cozinhe pelo tempo aproximado de 30 minutos, ou no caso das farinhas pré-cozidas pelo tempo indicado na embalagem. Acompanhe com linguicinha calabresa cortada e aferventada, salsichas, queijo provolone, queijo parmesão, queijo caccio cavalo, lanche, etc.

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Fondue

de Queijo com Pimenta-Verde e Cogumelos Modo de PreparO Esfregue as metades de alho nas laterais e no fundo da panela de fondue. Derreta a manteiga, refogue a échalote com a pimenta-verde, flambe com o conhaque e refogue por cima os cogumelos. Regue com o vinho, deixe ferver e derreta os queijos. Misture, em um copinho, o kirsch com a fécula de batata. Despeje sobre o queijo e volte ao fogo para engrossar. Se precisar, tempere com a pimenta-do-reino.

Foto: Restaurante All Seasons/Divulgação

Ingredientes 200g de queijo gruyère ralado 500g de queijo raclette ralado 30g de funghi porcini seco, hidratado com água 100g de cogumelo shiitake cortado 10g de pimenta-verde 50g de manteiga 4 dentes de alho cortados ao meio 1 colher de chá de fécula de batata, 50ml de kirsch 400ml de vinho branco seco pão italiano cortado em cubos de 1,5cm pimenta-do-reino moída na hora a gosto 50ml de conhaque 1 colher de sopa de échalote picada (tipo de cebola francesa)

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Foto: Livro Receitas Práticas de Fondue/Divulgação

Fondue de banana

Ingredientes 600g de queijo emmental, 1 dente de alho, 330ml de vinho branco, 4 colheres rasas de chá de maisena, 1 colher de chá de suco de limão, 2 colheres de chá de água. 1 copinho de ginjinha pimenta-do-reino moída, noz-moscada ralada (opcional) Para cada pessoa: 2 bananas e 2 colheres de sopa de sucrilhos.

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Modo de PreparO Rale o queijo. Esfregue a parte interna da panela de fondue com dente de alho. Despeje o vinho na panela e deixe amornar. Em seguida, acrescente o queijo e mexa. Formar-se-á uma bolota, até que o queijo comece a se dissolver. Deixe ferver, mexendo vigorosamente. Dissolva a maisena com o suco de limão e a água e misture-a à massa de queijo, mexendo com uma colher de pau no sentido de um oito, para que o queijo não fique em ponto de fio. Quando a massa estiver cremosa, misture a ginjinha, tempere com a pimenta e a noz-moscada, se quiser. Corte as bananas em pedaços. Esmigalhe os sucrilhos e distribua-os em 4 tigelinhas individuais. Mergulhe 1 pedaço de banana por vez na massa de queijo quente e, em seguida, passe-o nos sucrilhos. Sugestão: tempere os pedaços de banana com raspas da casca de limão.


Foto: Maria Mattos

Fondue de Chocolate com frutas

Ingredientes 80g de chocolate com 62% de cacau 80g de chocolate ao leite 2 bananas cortadas 1 maçã cortada 1 kiwi cortado Modo de PreparO Coloque o chocolate em uma panela e deixe em banho-maria até que ele derreta. Deixe-o no fogo até que sua consistência fique homogênea. Caso esteja muito grosso, acrescente meia xícara de leite. Dica: se você é intolerante à lactose, acrescente ¼ de xícara de água.

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Foto: Avner Fernandez/SDS


N

o ano de 2006, o pernambucano Eduardo Natalício resolveu deixar sua terra natal em busca de uma nova vida no Rio Grande do Sul. Até então, Natalício vendia churrasquinho em Pernambuco. O negócio começou na praia de Porto de Galinhas, mas se expandiu pra outras regiões de Recife. Foi lá que o empresário acabou conhecendo uma gaúcha e decidiu vender tudo e rumar ao Sul. A ideia inicial era fazer o negócio de churrasquinhos, com alguns quiosques em supermercados de Porto Alegre, mas parou na burocracia e nas dificuldades de realizar esse projeto. A partir de então, com a convivência em Porto Alegre, Natalício percebeu que, ao contrário do que já havia em outras partes do Brasil, a Capital gaúcha era carente de botecos e que o termo era usado de forma pejorativa aqui. Boteco não era um termo “bonito” para chamar um estabelecimento. Foi então que ele decidiu entrar no curso de gastronomia do Senac e, em abril de 2006, abrir o Boteco Natalício. De acordo com o proprietário, o empreendimento era algo novo em Porto Alegre, mas não demorou muito a se consolidar e cair na boca do povo, inserindo a culinária nordestina no gosto dos gaúchos. Hoje são cinco Botecos Natalício em Porto Alegre nos bairros Cidade Baixa, Zona Sul, Moinhos de Vento e Jardim Botânico; em Canoas, no shopping. Além do Boteco Dona Neusa e o Dona Zefinha, que o empresário criou, mas que hoje são administrados por seu pai e mais dos sócios. Além de empresário, Eduardo Natalício também é cozinheiro e o encarregado em criar os pratos da casa.

Quais foram as dificuldades de iniciar o empreendimento? Quando eu vim pra cá, comecei a fazer um curso de gastronomia no Senac. Fiz alguns eventos na casa das pessoas e como essa casa (onde hoje é o Boteco Natalício) é na esquina do Senac, eu olhava pra ela e ela olhava pra mim. Então eu disse: “Vou botar um boteco ali”. Todo mundo era contra. Primeiro porque não tinha estacionamento na volta, segundo porque o nome era boteco e, também, porque os ingredientes eram muito nordestinos. Cerca de três meses depois, teve a Copa do Mundo na Alemanha. No boca a boca a casa acabou ficando popular rapidamente e de lá vieram as outras. O Boteco Dona Neusa e o Dona Zefinha, que eu criei, mas não sou mais proprietário, ficaram com o meu pai e dois sócios, além das três casas do Boteco Natalício.

Qual é o diferencial do Natalício pras outras casas da região? Eu acho que o diferencial é sempre inovar nos pratos, na forma de servir e, também, o atendimento e o ambiente, a questão de tu realmente se sentir na extensão da tua casa. É um boteco que tu não precisa vir acompanhado. Tu vindo sozinho, já vai fazer amizade com os garçons, vai participar do processo da casa, visto que a gente cria pratos com o nome dos clientes, faz homenagens, etc. Então eu sempre costumo falar que o diferencial é um bom atendimento, uma boa comida e uma boa bebida. O segredo de tudo é isso e fazer o negócio com alma.

Qual é o prato mais pedido da casa? Nós temos o escondidinho, que, quando chegamos, ninguém em Porto Alegre sabia o que era. Hoje tu vê até restaurante francês, chique, fazendo escondidinho. Então eu acho que os escondidinhos são os campeões de venda, que hoje todo mundo tem, mas quer saber o

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segredo, já que o escondidinho da gente é o diferente. Também tem a costelinha de porco, que já foi premiada como melhor petisco de Porto Alegre e a coxinha de galinha, eleita a melhor do Brasil pela Revista Seleções.

ingredientes gaúchos. Por exemplo, lá na base do Nordeste, temos o charque, que é muito forte e a macaxeira, que é o aipim aqui. Então, basicamente, é o que trabalhamos na culinária nordestina e tem no Boteco.

Como você vê a popularidade da culinária nordestina hoje?

Qual é o diferencial do Boteco Natalício para os demais?

Foto: Avner Fernandez/SDS

Quando eu cheguei a Porto Alegre há mais de uma década, a cidade era conhecida pelos Pubs e Cafés. O próprio brasileiro desvalorizava o que vinha de fora do seu Estado. Agora até os grandes chefs do Brasil estão dando valor aos ingredientes que temos aqui. Então a gente conseguiu trazer um pouco do Nordeste pra Porto Alegre. O Brasil começou a aceitar as coisas daqui e o Rio Grande do Sul, que era o Estado mais fechado para o restante do país, hoje também já aceita muito bem. Também, se tu for colocar a culinária e os ingredientes nordestinos, eles são muito próximos dos

Eu acho que é aquela coisa de ser verdadeiro. Todo mundo que entra aqui, os funcionários em si, abraçaram a causa. E o que mais me surpreende com a ampliação das casas, além do movimento, que tá grande, é o fato de ver as pessoas comemorando por ter o Boteco Natalício no seu bairro. Isso é o que mais me emociona, ver as pessoas terem orgulho de estarmos indo pra perto de suas casas. E o nosso diferencial é essa coisa de ser o boteco mais querido de Porto Alegre, pois as pessoas se identificam com ele. A parte mais gratificante do negócio é esse carinho dos clientes, que costumamos dizer que são amigos, pelo boteco.


Foto: Avner Fernandez/SDS

Qual é o tipo de público do Natalício? A gente atende desde os mais jovens até os mais velhos. As vezes tinha um estudante de direito que recém entrou na faculdade e, na outra mesa, o presidente do Tribunal de Justiça. Não fazemos distinção de público, vem de tudo no boteco. De 18 a 100 anos a gente atende. A parte mais gratificante, nesse ponto, é de pais se encontrarem com filhos aqui, sem saber que ambos frequentem. Já tivemos vários momentos assim.

Como funciona a parte da criação de pratos? Essa é a parte que eu mais gosto. Eu viajo muito, procuro trazer tudo o que eu encontro no mundo, nos melhores restaurantes, pra

dentro do meu boteco. Eu vejo um prato, por exemplo, lá em Dubai, e penso que tal prato, sim, pode virar uma comida de boteco. Aí tu acaba se inspirando e adaptando pra cá. Porque a cozinha é mais a imaginação.

Fale sobre a cultura do chope no boteco.

O boteco foi eleito colarinho de ouro e, também, colarinho de prata. Todos os funcionários são treinados para servir. Nós seguimos a risca o que a Real Academia de Chopp manda fazer. Por exemplo, a gente sempre costuma passar para o cliente o colarinho de dois centímetros e meio, que são dois dedos, mas têm clientes que preferem sem colarinho, nós aconselhamos a tomar cerveja. Hoje abrimos algumas exceções, mas procuramos servir na maneira correta, pra que o cliente deguste da melhor forma o chope.

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Qual a importância dos prêmios que vocês já receberam? Já recebemos diversos prêmios, que nada mais é do que a satisfação do cliente. E é isso que eu prezo: a satisfação do cliente. Ficamos felizes em receber esse reconhecimento, por saber que esse é o critério de avaliação. Temos muitos prêmios, mas espero que venham muito mais.

Você imaginava que o Boteco Natalício ia tomar essa proporção? Eu acreditava no sucesso da casa, até pelo fato de ela ser diferente das outras, por trazer uma inovação. Era um risco, mas eu apostei nisso. Mas que hoje seria tão reconhecido, tão querido e tão inserido na cultura do porto alegrense, eu não imaginava que teria essa proporção e que teria um nome tão forte e tão conhecido em Porto Alegre.

Quando você percebeu que o boteco tinha se tornado um sucesso? Até hoje eu não percebi que o Natalício é um sucesso. Pra mim é um boteco e a gente tá dentro do boteco. Às vezes, quando eu estou lá fora, quando estou viajando e as pessoas descobrem que sou o dono do Boteco Natalício e pedem pra tirar fotos, aí que tu vê como é grandioso. Porque quando a gente tá dentro do boteco, pra mim é o nosso boteco, que a gente brinca e as pessoas não têm noção de como é simples o jeito de lidarmos aqui dentro.

Você pretende expandir o empreendimento pra outras cidades? Há muitos anos que eu escuto as pessoas perguntando por que eu não vou pra outras cidades, porque eu não vou para o interior. Agora estamos preparados, com toda a estrutura, com todos esses anos, nós vimos que podemos levar o Natalício pra outras cidades sem perder a essência. Eu sempre digo que não viso o lucro em primeiro lugar, mas sim, a satisfação das pessoas. Porque o lucro é a consequência da satisfação. É plantar para colher.

Quais os desafios e os prazeres de ser um empresário? Os prazeres são ver a satisfação dos clientes. Ver os teus sonhos se concretizarem, tu imaginar uma casa, montar ela e ficar realmente do jeito que tu queres. Também acho a questão dos desafios, de sempre procurar coisas novas, pois é uma luta constante. Acho que a parte ruim do negócio são as leis trabalhistas, a parte tributária, a falta de mão de obra qualificada, a segurança, etc. É um dos países mais difíceis de empreender. Pois tudo vem pra ser contra o empresário, além de ser o que mais gera lucros pro Estado e todas as leis são contra. Essa é a pior parte de ser empresário no Brasil.

Qual dica você dá para o empresário que está começando na área? Primeiro sempre pense no cliente, o que será feito de bom para o cliente. É a parte da frente do balcão, como eu costumo falar. Depois se pensa na gestão e no lucro. Nunca abra um negócio pensando primeiro no lucro, pois nunca vai dar certo. Acho que o segredo é sempre pensar no bem estar do cliente.


Agora a família está completa O Tons de Duorum é o irmão mais novo da família Duorum, projeto vinícola de elevada qualidade desenvolvido em um terroir excepcional, na região do Douro, em Portugal.

DOURO

Elaborado por dois dos mais renomados enólogos de Portugal, João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco, nos melhores vinhedos da região do Douro.

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Nem vem de garfo que hoje ĂŠ

dia de sopa

44 • Revista Sabores do Sul


A

sopa é um dos mais versáteis pratos que se conhece. Simples de ser preparada, ela pode ser espessa, como um caldo; mais encorpada, como um creme; e densa, bem estruturada, como um purê. A versatilidade é tanta que, dependendo de sua espessura e ingredientes, a sopa pode servir tanto como uma entrada como o prato principal. Caldos e cremes, geralmente, são usados na abertura das refeições para aguçar o apetite. Já as sopas mais robustas, com peixes, carnes, legumes e verduras, funcionam muito bem como prato principal. Há restaurantes que servem até cinco sopas diferentes em seu menu degustação. Tida por muitos pesquisadores como prato mais antigo do mundo, consumida antes mesmo do assado e, consequentemente, do fogo, a sopa moldou a culinária de muitas civilizações. Na pré-história, o Bortsch russo foi uma das receitas mais populares em todo o Continente Europeu. Sabese que os caldos hebreus eram feitos à base de cereais e carne. Os gregos eram grandes fãs dos caldos: o mais conhecido era o Caldo Negro de Esparta que, acredita-se, era elaborado com sangue de animais. Já em Roma,

os pastores comiam-na com cereais, legumes, frutas e queijo. As sopas de Apicio, o mais famoso gastrônomo de Roma, eram conhecidas por ser refinadas e suculentas. Eram servidas com lentilhas, ervilhas e outros vegetais e ainda com muito azeite. Na época Medieval, surge a sopa dourada, uma receita feita com fatias de pão, molho à base de açúcar, vinho branco, gemas de ovo, águas de rosas e açafrão. Mesmo com todas as metamorfoses que a gastronomia mundial sofreu ao longo dos séculos, o prato continuou fazendo parte do cardápio das pessoas, sejam ricos ou pobres. O hábito persiste até hoje em todos os cantos do planeta. Quem não se derrete por um caldo quentinho nos dias de frio? Porém, por mais fácil que pareça, preparar uma bela sopa exige alguns toques de criatividade, cuidado e, claro, conhecimento. A seguir, apresentamos dicas de vegetais, temperos, condimentos e receitas.


Sopa sem segredos Uma boa sopa pode nos aquecer nos dias de frio e até nos refrescar durante o calor; pode também abrir uma refeição, como entrada, balancear um repasto ou ser o prato principal. Quente ou

P

reparar uma sopa não é um desafio. Geralmente, elas têm como base uma cebola refogada e outro condimento qualquer, de acordo com o gosto de quem vai comer. Depois, você só precisa acrescentar o caldo de sua preferência e cozinhar o tempo suficiente para que os ingredientes fiquem macios e liberem os seus sabores. Segundo, sopas fazem bem à saúde. Escolha os ingredientes da estação no seu período mais favorável. Assim, você terá a garantia de que está usando insumos frescos. Tenha moderação com as quantidades de gordura e sal. Evite o acréscimo exagerado destas substâncias que, conhecidamente, não fazem bem. Terceiro, abuse da criatividade. As sopas são muito versáteis e ficam gostosas com a combinação de diversos ingredientes. Legumes desempenham papel importante na receita. As raízes, como aipim, cenouras e batatas, são

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fria, um simples caldo ou bem recheada, sopa cai muito bem em inúmeras situações. Na hora de colocar a mão na massa, ou melhor, no caldo, é preciso prestar atenção em quatro aspectos comuns:

cruciais para dar volume. Os bulbos, como a cebola e alho, acentuam o sabor. Grãos, como ervilha e feijões, adicionam cor e sabor e podem ser usados como purê ou inteiros. As carnes podem ser usadas das mais diversas formas. Linguiças e bacon acrescentam sabores especiais ao caldo. Frango, inteiro ou em pedaços, pode ser usado para fazer o caldo e a carne ser servida como acompanhamento ou desfiada, na própria sopa. Peixes e frutos do mar de todos os tipos também fazem muito sucesso. Quarto, a praticidade das sopas é inigualável. Feitas na hora ou congeladas, elas podem ser o refúgio quando chegam visitas inesperadas. Preparadas em uma única panela, elas não exigem o uso de muitos talheres ou pratos. Agora que você já sabe a história e algumas dicas importantes para preparar uma sopa, separamos alguns truques e receitas para você se aventurar na cozinha.


Dicas

Vegetais: prefira sempre os mais

frescos. Descasque e lave-os bem para remover as sujeiras e toxinas.

Batatas: use-as picadas ou

amassadas, como um purê, para dar consistência à sopa.

Tomates: utilize-os sem pele para dar cor e sabor ao caldo.

Cenouras: as mais jovens e tenras

têm sabor mais doce.

Cebolas: em rodelas ou picadinhas,

dão corpo a qualquer sopa.

Pimentões: os amarelos e vermelhos

têm sabor mais adocicados do que os verdes.

Ervas: frescas e aromáticas tais como

hortelã, salsa, manjericão, estragão e coentro; podem transformar até mesmo os ingredientes mais triviais de uma sopa. Não tenha medo, experimente.


Canja Ingredientes • 500 g de coxa de frango com a pele • 1 peito de frango com a pele e o osso (620g) • 1 colher (sopa) de sal • suco de 1 limão • 1 colher (sopa) de azeite de oliva • 1 cebola média picada • 1 talo de salsão cortado em cubinhos • 1,5 litro de água fervente • 1 batata média picadinha • 1 cenoura média ralada

modo de preparo Em uma tigela, coloque a coxa e o peito de frango, e tempere com meia colher (sopa) de sal e o suco de limão. Em uma panela de pressão, coloque o azeite e leve ao fogo alto para aquecer. Junte a cebola e o salsão, e refogue por 3 minutos, ou até que a cebola fique transparente. Acrescente o frango e frite por 10 minutos, ou até dourar. Regue com a água, tampe a panela e deixe cozinhar por 15 minutos após o início da fervura. Retire do fogo, reserve o caldo e desfie o frango grosseiramente. Volte para a mesma panela, junte a batata, a cenoura, o sal restante e regue com o caldo reservado. Deixe cozinhar com a panela semi tampada, por 10 minutos, ou até que a batata esteja cozida.

• 1 tomate médio, sem pele e sem semente picado (150g)

Acrescente o tomate e o arroz, e deixe por mais 15 minutos, ou até o arroz ficar cozido.

• meia xícara (chá) de arroz cru

Polvilhe com a salsa, retire do fogo e sirva em seguida.

• 1 colher (sopa) de salsa picada

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Sopa de músculo com legumes

Ingredientes • 2 colheres de sopa de azeite • 2 dentes de alho picados • 1 cebola picada • 500 g de carne tipo músculo cortada em cubos • 1 tomate picado

modo de preparo Em uma panela de pressão, leve ao fogo o azeite, o alho e a cebola até dourar. Acrescente a carne, o tomate, o salsão, o caldo de galinha e metade da água. Misture, tampe a panela e cozinhe por 35 minutos após pegar pressão.

• 1 xícara (chá) de talo de salsão picado • 2 cubos de caldo de galinha • 2 litros de água • 3 mandioquinhas sem casca picadas • 2 batatas sem casca picadas • 2 cenouras sem casca picadas • 1 chuchu sem casca picado • Salsa picada para polvilhar

À parte, aqueça a água restante. Retire a panela de pressão do fogo, deixe sair a pressão, destampe e volte ao fogo. Acrescente a mandioquinha, a batata, a cenoura, o chuchu e a água aquecida. Cozinhe, mexendo de vez em quando, por 15 minutos ou até os legumes ficarem macios.

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Sopa de macarrão com Espinafre, Inhame e Gengibre

Ingredientes • 1 xícara chá de Macarrão tipo Argola • 2 colheres sopa Azeite de oliva extra virgem • 1 cebola picada • 5 dentes de alho (picados) • 3 inhames médios (sem casca) • 1 colher café de gengibre (em cubos) • 1 litro de água • 1 colher sobremesa de sal • 1 xícara chá de folhas de espinafre (picado)

Ingredientes para polvilhar • 3 colheres (sobremesa) de cheiro verde (picado) • 1 colher (chá) de tomilho e alecrim (triturados) opcional • 3 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado

modo de preparo Cozinhe o macarrão embalagem.

seguindo

as

instruções

da

Em uma panela, doure o alho e a cebola no azeite. Junte o inhame, água, o gengibre e o sal, ao levantar fervura, baixe o fogo, tampe a panela e cozinhe por cerca de 10 minutos ou até que os inhames estejam cozidos “al dente”, cozidos porem firmes a morder. Adicione o espinafre, misture e cozinhe por 1 minuto e depois acrescente ao macarrão.

Para polvilhar: Em uma vasilha junte o cheiro verde, tomilho e alecrim, o queijo parmesão , misture e polvilhe as porções individuais a gosto sirva quente.

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Ingredientes • 2 colheres (sopa) de margarina sem sal

Sopa de com cenoura gengibre

• 1 cebola média picada • 1 dente de alho espremido • 1 kg de cenoura cortada em cubos pequenos • 1 talo de salsão picado (40g) • meia colher (sopa) de gengibre ralado • 1 litro de água fervente • Meia xícara (chá) de leite desnatado (100ml)

modo de preparo Em uma panela grande, coloque a margarina e leve ao fogo alto para derreter. Junte a cebola e o alho, e refogue por 2 minutos, ou até a cebola ficar transparente. Adicione a cenoura, o salsão e o gengibre, e cozinhe em fogo médio, com a panela tampada, mexendo de vez em quando, por 10 minutos, ou até a cenoura dourar. Acrescente a água e cozinhe por mais 20 minutos, em fogo baixo, ou até a cenoura ficar macia. Bata, aos poucos, no liquidificador, sempre com um pouco de caldo até ficar homogêneo. Volte à panela, junte o leite e deixe em fogo baixo por 5 minutos, ou até aquecer bem. Retire do fogo e sirva em seguida.

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Foto: Café Pelé/Divulgação

Sopa de cebola com toque de café

modo de preparo

Ingredientes • 4 colheres (sopa) de manteiga (52g) • 4 cebolas cortadas em rodelas (500g) • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo (13g) • 1 colher (chá) de páprica doce • ¼ xícara (chá) de vinho branco (60g) • 1 tablete de caldo de carne (9,5g) • Pimenta do reino e sal a gosto • ½ colher (sopa) de café pelé solúvel (2g) • 2 xícaras (chá) de água (500ml) • Fatias de pão tostado com manteiga, a gosto • Queijo (parmesão, prato ou cheddar) ralado a gosto

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Em uma panela, leve a cebola para refogar na manteiga. Adicione a farinha de trigo, a páprica e, misturando sempre para dissolver a farinha, junte o vinho, a água, o café solúvel e o caldo de carne. Tampe a panela e cozinhe em fogo baixo, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo da panela. Tempere coma pimentado-reino e sal e deixe cozinhar até a cebola fique transparente. Retire 1/3 do volume total, deixe esfriar um pouco e leve para bater no liquidificador. Despeje a sopa batida sobre a reservada na panela e leve ao fogo novamente até que a mistura fique homogênea. Distribua a sopa em tigelas refratárias individuais, decore com fatias de pão tostado, polvilhe com o queijo ralado e leve ao forno médio, pré-aquecido, para gratinar. Sirva imediatamente.


Sopa cremosa com toque de café

Ingredientes • 1 maço de brócolis grande com os talos • Azeite para borrifar • Sal e pimenta-do-reino a gosto • 1,5 xícara de grão-de-bico cozido • ½ xícara de levedura nutricional • 2 colheres (sopa) de suco de limão • 2 colheres (sopa) de extrato de tomate • 1 colher (chá) de missô branco • ½ a 1 colher (chá) de fumaça líquida, a gosto • 1 colher (chá) de alho em pó • ½ colher (chá) de páprica defumada • ¼ de colher (chá) de cúrcuma • 2 xícaras (500 ml) de caldo de legumes • 2 xícaras (500 ml) de água

modo de preparo Pré-aqueça o forno a 200 °C. Forre uma assadeira com papel-manteiga ou tapete de silicone. Separe os buquês do brócolis e corte os talos em fatias finas. Espalhe em uma assadeira. Borrife levemente com azeite e salpique com sal e pimenta-do-reino. Misture bem. Asse por 20 minutos, virando uma vez para garantir o cozimento por igual. No liquidificador, junte o grão-de-bico, a levedura, o suco de limão, o extrato de tomate, o missô, a fumaça líquida, o alho em pó, a páprica, o cúrcuma e o caldo de legumes e bata para homogeneizar. Acrescente o brócolis cozido e pulse para misturar a maior parte (deixe alguns pedaços de brócolis). Transfira essa mistura para uma panela grande e acrescente a água. Cozinhe em fogo médio, mexendo sempre, por volta de 2 minutos. Tampe e cozinhe por mais 8 minutos, sempre mexendo. Retire do fogo e sirva quente. As sobras podem ficar na geladeira, em recipiente hermético, por 3 ou 4 dias.

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Caldo de feijãO

Ingredientes • 500g de feijão carioca • 4 pães italianos de 100g cada • 200g de linguiça fina defumada • 2 cebolas médias picadas • 2 dentes de alho • Azeite de oliva • Sal e pimenta-do-reino a gosto

modo de preparo Cozinhe o feijão carioca em uma panela de pressão com 2 litros de água por 15 minutos. Em uma frigideira, frite no azeite a cebola, o alho e a linguiça em rodelas. Passe o feijão no liquidificador e coe em uma peneira. Acrescente o tempero com a linguiça e deixe ferver por mais 10 minutos. Tire a tampa do pão italiano e um pouco do miolo. Sirva o caldo dentro do pão.

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Mocotó Ingredientes • 2 patas de porco • 2 kg de mondongo • 1 tripa grossa de porco • 500g de linguiça de porco • 500g de feijão branco – deixar de molho por 4 horas • 2 colheres de óleo • 2 cebolas picadas • Sal e pimenta preta a gosto • 1 colher de extrato de tomate • 100g de azeitonas verdes

modo de preparo Cozinhe todas as carnes na água, separadas, até ficar bem macias. O tempo de cozimento varia de acordo com cada carne. Depois de cozidas, corte em tiras e reserve. Cozinhe o feijão branco – que ficou de molho – com 2 litros de água e sal a gosto. Reserve. Em outra panela, frite a cebola, coloque todos os ingredientes já cozidos na panela e misture. Adicione a extrato de tomate, as azeitonas e temperar com sal e pimenta. Deixe ferver por 5 minutos e está pronto. Sirva com ovo cozido e salsa picada.

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Assinaturas gastronômicas proporcionam comodidade e sabor sem sair de casa Uma das grandes tendências do mercado gastronômico são as assinaturas mensais. Mais do que uma moda, a opção é uma alternativa para quem prefere não se deslocar para fazer compras. Assim é possível receber qualquer alimento em sua porta, sem sair do conforto de sua casa. Cientes disso, os clubes têm explorado cada vez mais opções de assinaturas. O consumidor pode escolher desde alimentos restritivos até bebidas artesanais. As alternativas são infinitas!

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Foto: Revista Sabores do Sul

bolo de forno N

ão há bolo caseiro que não tenha sabor de nostalgia e aroma de amor. Seja pela lembrança dos quitutes preparados pela vovó ou então aquele feito pela nossa mãe. A ideia da Bolo de Forno, criada pela mamãe e designer Denise Lopes, é justamente essa: trazer de volta essa lembrança à porta da sua casa. Os bolos não possuem conservantes e você pode escolher entre os sabores: laranja, cenoura, limão, formigueiro, goiabinha, fubá, chocolate e coco. São duas opções de assinatura: Kit com 4 bolos tamanho família (20 cm) por R$ 90,00 e Kit com 4 bolos tamanho casal (15 cm) por R$ 75,00. É possível agendar a data e o local para a entrega. Também há outras opções para quem gostaria de provar a sobremesa.

Porto Alegre/RS Fone: (51)8904-4774 www.bolodeforno.com.br

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clube do zero U

Foto: Revista Sabores do Sul

ma rotina restritiva nem sempre é fácil, principalmente quando deixamos de comer o que gostamos por causa da intolerância. Cansado de encontrar sempre os mesmos produtos sem lactose em mercados tradicionais, o publicitário Daniel Walfrid criou o Clube do Zero, junto com os sócios Adriane Laste e Maicon Pleizarro. O clube de assinatura é dedicado para quem procura produtos sem lactose, glúten ou açúcar. A ideia é que todo mês a caixa tenha uma temática voltada às necessidades dos assinantes, oferecendo sempre produtos

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diferentes do mês anterior. O kit conta com doces, salgados, bolos, farinhas especiais, sucos, vitaminas e snacks sem glúten, lactose ou açúcar, além de uma revista com dicas de bem estar, alimentação e saúde. Tudo isso em uma caixa enviada pela empresa, por um preço de R$ 89,90. Basta informar a sua restrição ou então optar por um mix de todos. Porto Alegre/RS Rua Sorocaba, 150 – sala 205 Fone: (51) 3276-2287 www.clubedozero.com.br


GrãoGourmet.com N

Foto: Revista Sabores do Sul

ada melhor que um delicioso café quentinho para começar o dia. A ideia do GrãoGourmet.com é que você possa começar a sua rotina com cafés especiais, que deixem um delicioso aroma no ar. O clube, fundado em 2013, foi criado por Boris e Renata Gancev, dois apaixonados por café. A partir da assinatura, é possível desfrutar diversas variedades da bebida de todas as regiões do Brasil. O assinante também pode escolher a quantidade que quer receber, com valores a partir de R$ 29,80, e também a opção moído ou em grãos. Além da assinatura, o clube oferece kits para presente. Aqui na Sabores recebemos um café torrado da Paraíba, com notas de frutas vermelhas e banana. O aroma tomou conta da redação! Outro detalhe que chamou bastante atenção foi a embalagem, um mimo. Além, é claro, de conservar bastante o produto. São Paulo/SP PRAÇA MARECHAL DEODORO, 121 Fone (11) 2372-4721 www.graogourmet.com

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clube do matchê É

Foto: Revista Sabores do Sul

possível montar a maior roda de chimarrão do mundo? Roberto Vieira e Genaro Viera acreditam que sim. A partir desta proposta, os gaúchos criaram o Clube do Matchê, que além de compartilhar erva mate de qualidade, leva a cultura do nosso Rio Grande para todo o país. Além de dar a oportunidade para pessoas de fora poderem provar o “bom e velho mate”. O kit de assinatura conta com três variedades de erva, quitutes e brindes especiais, além de uma revista com dicas e receitas. Na caixa do mês de maio, recebemos a erva-mate Ferrari (produto artesanal e de sabor marcante) a Sabadin (suave e que possui granulometria mais grossa) e a

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Gaúcha da Serra (granulometria média, pra um chimarrão suave). Um gel pós barba feito a partir da planta foi o brinde surpresa da vez, mas não se preocupem, meninas! Os rapazes garantem que há surpresas para vocês também. A assinatura custa R$ 59,90 por mês com frete incluído para a região sul. Caso você não queira assinar, pode comprar um kit para presentear alguém ou para melhorar a rodinha de chimarrão na firma. Bora formar a roda! São Leopoldo/RS Av. Riachuelo,330 Fone: (51) 3126-0155 www.clubedomatchê.com.br


Foto: Revista Sabores do Sul

h av e a c o f f e e

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clube de assinatura é formado por uma equipe de jovens apaixonados por café, Felipe Souza, Marco Oliveira Santos, Rodolfo Spalenza e Makoto Hashimoto.A partir do clube, é possível receber todo mês uma seleção de cafés especiais, em grãos ou moído, isso é você quem escolhe. O mais legal é que para quem toma a bebida todo dia, há a possibilidade de provar grãos de diversas regiões do Brasil, sem precisar sair de casa para procurar a marca em mercados especiais. No site, sempre há dicas, sugestões

e receitas para diferentes métodos de preparo de café. Para vivermos a experiência dos assinantes do clube, recebemos o café moído do tipo Catuaí Amarelo do Sítio Boa Vista, da região de Espírito Santo. Só o aroma já vale a assinatura, mas o sabor ficou na memória. O valor da assinatura para 250g de café é R$34,90 e de 500 g é R$64,90. Vitória/ES Rua Comissário Octavio de Queiroz, 40 www.haveacoffee.com.br

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Águas P que contÊm muitos segredos

ara quem olha, as águas minerais parecem todas iguais: inodoras, insípidas e incolores. Mas cada garrafa e marca apresentam muitas diferenças, tanto no sabor, quanto na composição. Como cantou Maria Bethânia: a água contém muitos segredos. Segredos estes, que os especialistas têm desvendado e contribuído para que possamos saborear cada rótulo na situação mais adequada. “Cada garrafa guarda uma composição muito particular, que vai além dos dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio”. Quem garante isso é o especialista em águas e sócio do House Café & Bistro, José Renato Brosina. Advogado por formação, ele não se considera um sommelier de água. José Renato estuda a bebida desde 2010, quando abriu uma cafeteria e começou a trabalhar com alimentação. Nesta conversa com a Sabores do Sul, Brosina explica a diferença entre tipos de água e dá dicas para que você possa saborear melhor tanto água quanto seu acompanhamento.

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Como surgiu o interesse pelas águas e como você se descreve profissionalmente?

Adquiri uma cafeteria em 2010 e passei a comercializar as melhores águas do mundo. Para vendê-las era necessário conhecer as diferenças entre elas. Não Qual o tipo de água mais indicado dume considero um sommelier de água embora possa rante uma refeição? tranquilamente me enquadrar nos diversos conceitos empregados para o termo. Estudo as águas desde que Para acompanhar uma refeição a água comecei a trabalhar com alimentação. Sommelier é o prodeve estar à altura do alimento a ser fissional especializado e encarregado em conhecer bebidas ofertado. Uma comida elaborada com e os assuntos relacionados ao serviço deste. Adicionalmente, os melhores ingredientes exige uma água que não altere o cuida da compra, armazenamento e controle de estoque. Elasabor do alimento, que prepare as papilas gustativas para bora as cartas de bebidas para os estabelecimentos comerciais. reconhecer o sabor dos alimentos. Para este tipo de serviço indico águas pouco mineralizadas. Normalmente as águas menos mineralizadas são encontradas nos E para acompanhar bebidas, quais são as mepolos do planeta, pois o aquífero se estabelece sob lhores? camadas de gelo com pouca ou nenhuma interferência rochosa ou terrestre. A água para acompanhar um vinho deve sempre respeitar a bebida de fundo. Preliminarmente, é necessário identificar o tipo de vinho a ser servido. No caso das espumantes não existem regras. A água pode ser com ou sem gás; servida gelada ou temperatura ambiente. No caso dos vinhos brancos devemos identificar o tipo de uva e o terroir. Vinhos mineralizados permitem qualquer tipo de água e temperatura. Para os vinhos brancos frutados não aconselho águas muito mineralizadas para não inibir o gosto das frutas. Os vinhos tintos exigem um cuidado maior. Indico sempre harmonizar com água sem gás, pouco mineralizadas e temperatura ambiente de serviço. A água nunca deve ser servida em temperatura inferior a bebida principal. Bebidas muito geladas não contribuem para a degustação dos alimentos, pois perturbam o paladar.

“Cada garrafa guarda uma composição muito particular, que vai além dos dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio”.

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Qual tipo de água traz mais benefícios para a saúde?

Os estudos médicos afirmam que beber água alcalina é essencial para um bom equilíbrio da acidez do sangue. É recomendado o consumo de água com PH superior a 7,0, pois desta forma neutraliza o efeito do consumo de alimentos ácidos. Atualmente, existem várias águas de qualidade para consumo. O importante é sempre beber água diariamente independente do rótulo.

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Dentre as diversos marcas no mercado hoje, qual a sua preferida? É difícil dizer minha água preferida, pois gosto de todas as marcas nas quais trabalho. Indico sem risco as importadas Voss, São Pelegrino, Acquapanna, Badoit e Evian. Entre as nacionais, prefiro a Sferrier e a Minalba.

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Foto: Gilmar Gomes

Destino: o mundo do vinho

7 CONHEÇA

vinícolas

encantadoras

da rota do

vinho

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H

á pouco mais de 140 anos, diversas famílias partiram do Norte da Itália rumo ao Brasil. De lá, trouxeram parcos bens materiais, mas por outro lado a vontade de fazer uma nova vida em nosso país. O sonho desses imigrantes fez com que a paisagem da Serra Gaúcha mudasse. Abrindo picadas nas matas selvagens, homens e mulheres deixaram um legado de dedicação, fibra e coragem. Uma dessas heranças é produção de vinhos. Iniciada como um hobby pelos colonos, ao longo do tempo ela se desenvolveu e hoje ocupa lugar de destaque na Economia gaúcha. Cada vez mais o vinho gaúcho tem conquistado o paladar dos brasileiros. Junto com essa evolução, empresários do setor criaram diversas atividades paralelas à produção vinícola. Não precisa ser um expert ou apaixonado pela bebida para se aventurar nessas atrações. Visitar as vinícolas durante o inverno é um convite às refeições mais longas, diante de uma bela mesa com pratos típicos locais. Além disso, o visitante conhece detalhes de produção de vinhos e espumantes que são reconhecidos em várias partes do mundo. Destacamos sete vinícolas as região serrana que você pode conhecer e vivenciar experiências ímpares. Revista Sabores do Sul • 65


Foto: Peterlongo/Divulgação

Peterlongo A

vinícola Peterlongo nasceu do sonho de um homem só, Manoel Peterlongo que desembarcou em Garibaldi, no ano de 1899. Como parte do acordo de migração, o italiano trabalhava para o governo, em troca ganhava porções de terra e pedras. Canalizando seus rendimentos para a construção da vinícola, em poucos meses, ele já possuía um terreno de 96 mil metros quadrados, cercado por pedras de basalto.

Naquelas terras, Manoel também construiu um imponente casarão, o qual denominou como Castelo, onde o italiano morava com a família. E assim surgiu a semente de um grande patrimônio: A Vinícola Peterlongo. Hoje, um século após sua fundação, a Vinícola Peterlongo é referência no cenário vitivinícola nacional, modelo de pioneirismo e de amor à cultura da uva e do vinho. Além da excelente aceitação de seus produtos no mercado brasileiro, a Peterlongo vem conquistando cada vez mais a preferência do consumidor em diversos países. Atualmente, a marca Peterlongo está presente em países como África do Sul, Colômbia, Estados Unidos, Japão e Panamá. “A história da família Peterlongo é a personificação desse sonho de artífices, dessa jornada secular de magia e encantamento que permeiam a elaboração da bebida. Uma história que juntou o aprendizado do método de produção tradicional, a contemporaneidade de pensamento de homens com uma visão de negócio e de sociedade muito avançada desde que chegaram à Serra Gaúcha, no final do século XIX. E nós precisamos ter isso muito presente agora, pois a Peterlongo é um patrimônio social, cultural e produtivo que projeta um futuro brilhante”, afirma Luiz Carlos Sella, um dos sócios da Vinícola Armando Peterlongo S/A.

Destino turístico

T

oda a história da Peterlongo pode ser conferida em uma visita à vinícola. Durante o passeio, os turistas conhecem a estrutura do castelo onde a família ergueu seu império e as caves da empresa, com o charme noturno, ou até mesmo durante o dia. A visitação guiada dura, em média, 50 minutos e, neste período, é possível reviver a história da elaboração do 1º Champanhe do Brasil. É necessário fazer reserva antecipada.

Garibaldi/RS Rua Manoel Peterlongo Filho, 216 Fone: (54) 3462-1355 www.peterlongo.com.br

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Foto: Aurora/Divulgação

Aurora C

ooperativa criada em 1931 por 16 famílias de colonos, a Aurora produz, hoje, 50 milhões de litros de vinhos e sucos por ano. Trata-se de maior empreendimento do segmento no país, atualmente com mais de 1,1 mil famílias no comando. As duas bebidas alcoólicas mais vendidas da Aurora são o Sangue de Boi e o Country Wine, ambos de uma linha mais básica. Enquanto isso, o requintado suco Casa de Bento, totalmente natural e sem conservantes, reposiciona a vinícola no mercado nacional. “Falamos de produtos muito diferentes, pois cada um deles tem o seu público”, disse o enólogo André Peres Jr. Também fazem parte dos mais procurados pelos consumidos, o Moscatel Rosê e o Branco Colheita Tardia feito com as uvas semillon e malvasia. “Esse tipo de rótulo faz com que a nossa conta de matéria-prima seja bastante superior à quantidade de vinhos produzidos. Para se ter uma ideia, usamos 65 milhões de quilos de uvas para fazer 50 milhões de litros de bebidas por ano”, completou Peres.

Destino turístico

A

empresa é conveniada com agências de turismo locais e, uma vez por semana, recebe visitas gratuitas e oferece degustações, também sem taxa. Quem desejar conhecer mais a história e estrutura da vinícola pode agendar uma data e um horário para ser recebido. Além de contar com um café recém-inaugurado, a sede da Aurora, localizada na zona central de Bento Gonçalves, tem uma adega recheada de itens raros, como safras antigas, e também conta com uma sala de degustações para grupos de pequeno e médio porte. Nessa atividade, o aporte financeiro e as reservas são necessários. Quem gostar de exclusividade pode negociar e tentar fazer uma visita ao vinhedo deles no município de Pinto Bandeira. A paisagem é incrível e é possível almoçar ou jantar no local.

Bento Gonçalves/RS Rua Olavo Bilac, 500 Fone: (54) 3455-2000 www.vinicolaaurora.com.br

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Fotos: Miolo/Divulgação

Miolo O

Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, localizado entre as divisas dos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, foi onde imigrantes italianos encontraram no final do século XIX as condições ideais para o cultivo das pequenas mudas de videira que traziam em sua bagagem. Privilegiada pelo clima temperado, de invernos rigorosos e excepcionais períodos de sol no verão, é a região principal e originária das vinícolas brasileiras. E foi naquele distinto pedaço do Rio Grande do Sul que Giuseppe Miolo adquiriu um lote de terra de 24 hectares, que trazia em sua escritura o número 43 da Linha Leopoldina. O lote, por mais de um século, serviu para o sustento da família em

terras brasileiras, produzindo uvas. Até que no início da década de 90, a família passou a produzir comercialmente vinhos. A partir daí, o nome Miolo virou sinônimo de vinhos de qualidade e de potencial empresarial meteórico. O primeiro vinho da marca Miolo foi um merlot produzido com as uvas do Vale dos Vinhedos, sede da empresa. Em 20 anos, a empresa tornou-se líder no mercado de vinhos finos nacionais. A Miolo elabora mais de 100 rótulos em seis projetos vitivinícolas, em diferentes regiões do país e com parcerias internacionais com Argentina, Chile, Espanha e Itália. É a maior exportadora brasileira de vinhos e está entre as três principais produtoras de espumantes, com participação de 15% no mercado. As empresas do grupo elaboram 12 milhões de litros de vinhos finos e possuem a maior área de vinhedos próprios no país, com 1.150 ha, todos de uvas viníferas, conduzidas pelo sistema vertical (espaldeira). Nos últimos dez anos, a Miolo Wine Group investiu R$ 120 milhões em expansão da produção, tecnologia de ponta, mudas importadas, instalações e equipamentos de última geração.

Destino turístico

O

roteiro de enoturismo pela Miolo é uma verdadeira imersão ao mundo do vinho. O visitante conhece o histórico Lote 43, local que ainda hoje abriga parte das videiras da empresa, as pipas de fermentação e todo o processo de produção dos vinhos. E, claro, sempre rola aquela degustação de vinhos. Há também a experiência do Wine Garden, um piquenique pelos vinhedos da empresa com comes e bebes e espaço para crianças. No menu, existem sanduíches típicos com muito queijo e presunto cru, doces e belisquetes inspirados na Itália. Muitos ingredientes que vão para a mesa são produzidos em uma horta orgânica cultivada especialmente para isso.

Bento Gonçalves/RS RS-444, Km 21 – Vale dos Vinhedos Fone: (54) 2102-1500 www.miolo.com.br


Fotos: Igor Amaral/SDS

Salton A

história da Vinícola Salton começa no ano de 1878, na Itália. Foi de lá que saiu o fundador e patriarca da família Antonio Domenico Salton. Instalado em Bento Gonçalves, o italiano começou de forma artesanal a produção de vinhos, aplicando os conhecimentos trazidos de sua terra natal. Em 1910, os irmãos Paulo, Ângelo, João, José, Cézar, Luiz e Antônio deram cunho empresarial aos negócios do pai. Eles passaram a se dedicar à cultura de uvas e à elaboração de vinhos, espumantes e vermutes, com a denominação “Paulo Salton & Irmãos”, no centro de Bento Gonçalves. E a partir daí, começa a história comercial da empresa. “A uva nasce da generosidade da terra”, assim que o diretor-presidente, Daniel Salton descreve a estima dos produtores com a terra. Hoje, mais de um século depois, a Salton é reconhecida como uma das principais vinícolas do País. Na extensa lista de conquistas destes mais de 100 anos de história comemora o fato de ser familiar e 100% brasileira. Atualmente, com a terceira geração à frente da empresa, tanto na Unidade em Bento Gonçalves quanto em São Paulo, a Salton já revela em seus quadros a quarta geração, que promete o mesmo empenho e dedicação com que a empresa foi comandada até agora. Presente em mais de 15 países, atualmente, a Salton é líder no segmento de espumantes e produz mais de nove milhões de garrafas de derivados da uva por ano. Toda essa movimentação rende, em média, 300 milhões de reais em faturamento anualmente. Com olhos no futuro, a vinícola pretende expandir os negócios no exterior nos próximos anos. “Não adianta colocar o chapéu de colono e saudar o passado, nós estamos voltados para o mundo”, é o que garante Daniel Salton.

Destino turístico

A

Vinícola Salton, motivada pelo interesse crescente no mundo do vinho, mantém qualificado atendimento ao público e oferece programas customizados de visitação. A sede da empresa em Bento Gonçalves, situada em um imponente prédio com decoração antiga recebe os visitantes. Um dos destaques que torna a Salton uma atraente opção turística é a facilidade de se passear pela vinícola. Passarelas aéreas possibilitam ao visitante acompanhar todo o processo produtivo de recebimento, elaboração, engarrafamento e amadurecimento dos produtos. A cada ano, a vinícola recebe mais de 70 mil turistas. A surpresa da visita fica por conta da Cave Evolução. Em um labirinto escuro e com música instrumental ambiente, o visitante conhece parte da história da empresa, com objetos e imagens que contam o século de atuação da Salton. Entre eles, o cálice usado pelo Papa Bento XVI quando veio ao Brasil. Na ocasião, foi servido ao pontífice o vinho Salton Talento.

Bento Gonçalves/RS Rua Mário Salton, 300 – Distrito de Tuiuty Fone: (54) 2105-1000 www.salton.com.br


Foto: Igor Amaral/SDS

Geisse

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vinícola nasceu da ideia de Mario Geisse, um espanhol que se mudou para a região serrana do Rio Grande do Sul. Logo nos primeiros anos, ele percebeu que aqui existia um potencial incrível e ainda não desvendado para se desenvolver a elaboração de produtos de alta qualidade, principalmente em matéria de espumantes, que ele considerava ser a grande vocação da região. Desde então, passou a investigar qual seria o local mais apropriado para plantar seus vinhedos e obter o padrão mais elevado possível em matéria prima. Geisse se deparou com a região de Pinto Bandeira, distrito de Bento Gonçalves, hoje conhecido como região dos Vinhos da Montanha, onde identificou todas as características consideradas ideais para iniciar seus trabalhos: boa altitude (800m), solo com excelente drenagem, boa amplitude térmica e posição solar ideal. De acordo com Daniel Geisse, filho do fundador da marca, “as terras do Sul têm vocação para produzir bons vinhos. Com a técnica e o tempo necessário, não há por que não haver produtos de qualidade no mercado”. O objetivo principal de Mário Geisse sempre foi o de desvendar o real potencial de qualidade que a região pode oferecer. Para isto, renunciou às grandes produções do método de cultivo vigente na região - latada - e optou pelo de espaldeiras altas, com produções menores, mas de melhor qualidade, aliando conhecimento, tradição e técnica. Hoje, na Cave Geisse, é dada a máxima atenção em cada fase do processo de elaboração dos

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espumantes. Essa dedicação é recompensada com o alto padrão de qualidade atingido pelas bebidas elaboradas, marcadas pelo respeito ao estilo próprio de vinhos que o Brasil pode oferecer.

Destino turístico

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roteiro de visitação da Cave Geisse contempla três modalidades: a Geisse Experience, Open Lounge e a Visita e Degustação. A Experience faz parte de uma aventura pelo Terroir Geisse a bordo de um 4x4 que o levará para conhecer os vinhedos e seus arredores, acompanhado de um guia que mostrará todos detalhes. O passeio dura, aproximadamente, 1h30. Como plus, um brinde no Espaço Zen, em meio à natureza. O Open Lounge é propício para que o visitante desfrute dos sons da natureza em um agradável ambiente entre os parreirais da vinícola, acompanhado de empanada artesanal chilena e harmonizada com um delicioso espumante da Família Geisse. A Visita e Degustação mostra todos os encantos da Vinícola Geisse em meio às lindas paisagens que compõem o seu terroir. A visita mostra os detalhes do milenar processo de elaboração de espumantes pelo método tradicional. O visitante pode aproveitar para degustar os mais conceituados espumantes da América do Sul elaborados pelas mãos dos principais especialistas no assunto. Para a visita e degustação, o turista deve reservar uma hora. Quem deseja marcar um dos três passeios pode entrar no site da vinícola para fazer o agendamento ou ligar para a sede da Geisse.


Foto: Dal Pizzol/Divulgação

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Dal Pizzol

riada em 1974, a Vinícola Monte Lemos, mais conhecida por Dal Pizzol, surgiu a partir de uma proposta diferenciada que privilegia a produção controlada. Comandada pelos irmãos Antônio e Rinaldo Dal Pizzol, a vinícola elabora anualmente 300 mil garrafas (225 mil litros) e tem como enólogo responsável Dirceu Scottá. O controle de qualidade tem início no cultivo da videira e, para isso, mantém parceria com produtores por meio de acompanhamento técnico realizado por dois enólogos e um engenheiro agrônomo da vinícola. A assessoria ocorre durante todo o processo, desde a variedade de uva a ser implantada até a colheita. Cada produtor recebe uma cartilha de procedimentos e práticas para o cultivo da videira. O material dá instruções, inclusive,

sobre o limite de produção por área, variedade e sistema de condução da parreira. Essa parceria também contempla uma tabela de benefícios conforme a qualidade e tratos culturais implementados no vinhedo para cada safra. A vinícola faz parte da Rota das Cantinas Históricas, distante 11 quilômetros do centro de Bento Gonçalves. O projeto é composto por propriedades rurais que retratam a vida cotidiana dos imigrantes italianos que se instalaram nas encostas de Faria Lemos e lá cultivam a videira e seus costumes há mais de 130 anos. O passeio possibilita vasto contato com moradores locais que adoram partilhar dos seus saberes e fazeres, visita às cantinas com degustação de vinhos, espumantes e sucos de uva.

Destino turístico

A Enoteca, localizada em um antigo forno da olaria, conservado e restaurado, guarda os vinhos produzidos pela empresa da família desde sua fundação em 1974. Contém ainda uma réplica do primeiro vinhedo construído pelos imigrantes, todo de madeira e sem fios de arame. A Dal Pizzol também possui um restaurante que resgata a cultura dos imigrantes italianos. O Ristorante Enoteca Dal Pizzol, um pitoresco restaurante ao lado dos lagos, atende grupos pré-agendados e oferece cardápios temáticos que resgatam as tradições dos imigrantes italianos que colonizaram a região. Interessados em viver esta experiência podem visitar a Dal Pizzol de segunda-feira à sexta-feira, das 9h às 11h40 e das 13h30 às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h30. Para grupos é preciso agendar reserva.

A

vinícola construiu um museu para recontar a história do vinho, com objetos, imagens, textos e vinhos históricos de diversas partes do planeta. Outro ponto bacana do complexo é os Vinhedos do Mundo, uma coleção ampelográfica privada, em campo, com cerca de 400 variedades de uvas, de 30 países. Hoje, é considerado uma das três maiores coleções de uvas privada do planeta, a maior da América Latina. Desde 2005, quando começou a ser desenvolvido, o projeto conta com o apoio da Embrapa Uva e Vinho e de entidades internacionais que têm contribuído com o envio de exemplares para serem cultivados na vinícola. Durante as visitas, o turista pode fazer uma degustação às cegas. Uma experiência sensorial incrível. Desde 2011, a vinícola realiza a colheita simbólica, celebrando a cultura do vinho e a solidariedade entre as nações. Na quarta colheita simbólica, realizada no dia 8 de fevereiro de 2014, a vinícola aproveitou para lançar o Vinum Mundi 2013, vinho produzido a partir de microvinificações com 100 variedades de uvas.

Bento Gonçalves/RS RS 431, Km 5,3 Fone: (54) 3449.2255 www.dalpizzol.com.br

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Fotos: Don Giovanni/Divulgação

Don Giovanni A

Don Giovanni tem uma tradição respeitável na elaboração dos seus vinhos e espumantes, que hoje é representada pela quarta geração da família. A vinícola uniu a herança de técnicas enológicas com processos modernos de vinificação. O resultado desta fusão criou vinhos de alta qualidade, uma referência para as melhores produções do Rio Grande do Sul. Hoje, a empresa possui 50 hectares, sendo 18 de vinhedos que produzem 120 mil litros de vinhos e espumantes todos os anos, na sua maioria Pinot Noir e Chardonnay as quais são usadas na produção de espumantes, que representa 80% da produção da vinícola. Além destas duas variedades a propriedade também possui vinhedos de Cabernet Franc, Merlot, Tannat, Ancelotta. Os espumantes são elaborados pelos métodos Champenoise e asti, sendo que o foco da Vinícola está nos espumantes produzidos pelo método tradicional, com diferentes tempos de maturação (12, 18, 24, 36 e 48 meses). Para completar a linha, a Don Giovanni possui um Brandy, envelhecido em barris de carvalho, por no mínimo 12 anos.

Destino turístico

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a propriedade da Don Giovanni existe uma casa antiga, construída em meados dos anos 1930, que, hoje, abriga uma pousada com oito quartos para hospedagem. Há também uma charmosa cabana disponível para os hóspedes em meio aos vinhedos. Todos os ambientes são decorados com móveis antigos, o que dá uma sensação ao visitante de voltar às origens da colonização italiana. A vista dos quartos é encantadora ao amanhecer, um açude ao lado do casarão agrega um charme ímpar ao local. A local também dispõe de um restaurante no andar térreo da pousada. Com capacidade para 60 pessoas, lá são realizados jantares para os hóspedes e pequenos grupos, mediante reserva

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antecipada. O cardápio é baseado na gastronomia local e tem como destaque o Risoto de Alcachofras, acompanhado de frango na cerveja, passas de uva e cebolas, batata com alecrim e alho, além de saladas. As sobremesas também fazem sucesso: cassata com calda de vinho e espumante, ambrosia, frutas em calda e doce de abóbora. Boa parte dos insumos é plantada na própria horta da Don Giovanni.

Pinto Bandeira/RS VRS 805 - Linha Amadeu,28 - km 12 Telefone: (54) 3455-6293 www.dongiovanni.com.br


melhor churrasco

Foto: Chama de Fogo/Divulgação

chama de fogo

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Churrascaria Chama de Fogo Além disso, o bufê possui mais de 35 variedades de saé um dos pontos mais tradicioladas, aspargos, palmitos selecionados, alcachofra, kani nais para quem busca cortes de kama, e também as tradicionais comidas campeiras qualidade e serviço qualificado na Sercomo carreteiro, feijão e farofa. Como opção de sobrera Gaúcha. A casa apresenta grande dimesa, a Churrascaria Chama de Fogo oferece petit gâversidade: o rodízio inclui 24 variedades teau com sorvete de baunilha, cheesecake, tiramissu, de carnes como picanha nobre, picanha duo gelatto, semifredo de limão e sobremesas catradicional, filé mignon, costela Premium, seiras.Para beber, disponibiliza diversas marcas de costela em tiras, costelão 12 horas, fraldicervejas, como a Baden e Baden, Eisenbahn, Boehnha, contra-filé argentino, maminha, costela mia tradicional e escura, além de uma carta variade porco, baby beef, cupim, alcatra, coração da que apresenta 100 rótulos de marcas de vinhos frango, frango, linguiça, pão de alho recheado nacionais e importados.Horário de atendimento com queijo, queijo assado e o shoulder steak. é de segunda a sexta, das 11h45 às 15h40 e E também cortes como o carré de cordeiro e o das 19h00 às 22h40. Sábados e Domingos, das pernil de cordeiro. 11h45 às 15h40 e das 19h00 às 22h40.

www.churrascariachamadefogo.com.br | Fone: (54) 3286-2563 Av. Borges de Medeiros, 1350 | Gramado | RS


A CENTENÁRIA BODEGA

Nieto Senetiner O

s primeiros parreirais da Bodegas Nieto Senetiner foram plantados no final do século XIX, na província de Mendoza, por imigrantes italianos. Durante as primeiras décadas de produção a vinícola foi administrada por diferentes famílias, que transmitiam a paixão pela produção de grandes vinhos. Já na década de 60, a vinícola foi comprada pelos sócios Nieto e Senetiner, sogro e genro, que expandiram as instalações dando início a uma nova fase de crescimento e desenvolvimento de suas marcas. Em 1998, passou a fazer parte do Grupo de Negócios da Molinos Río de la Plata. A adega tem hoje uma posição consolidada de liderança na Argentina e pontua com bons índices de venda no Brasil. Comprometida com os mais altos padrões de elaboração e qualidade, sustentados em um plano contínuo de investimentos tanto nas explorações agrícolas quanto na tecnologia dos processos de produção. Durante visita ao Rio Grande do Sul, o sommelier da vinícola no Brasil, Rodrigo Pimenta, conversou com a Sabores do Sul. Ele fala sobre a tradição familiar da produção de vinhos e apresenta as linhas de produção da Neito Senetiner. Confira:

A produção familiar de vinho contribui para a qualidade do produto?

Com certeza. Na vinícola há muitos parentes: cunhadas, esposas, maridos e até amigos, como o enólogo e o técnico agrícola, por exemplo. Lá se fala um único dialeto. Mesmo que existam muitas pessoas com formação em diferentes universidades, até mesmo fora do país, lá todos falam a mesma língua: fazer um vinho de boa qualidade, com pouca intervenção humana. Um caso é o DOC (Denominação de Origem Controlada), a Nieto Senetine foi a primeira vinícola argentina a receber este selo. Hoje, outras três produtoras de vinho também têm o selo. Para obter essa certificação, o vinho deve obedecer diversos padrões de qualidade, que vão desde a parreira até o armazenamento na Barrica de Carvalho.

As linhas Benjamim e Emília tem a maior parte das uvas compradas de agricultores familiares em Mendoza. Essa ação tem um cunho social, para apoiar os pequenos produtores. Claro, sempre com um controle rigoroso. Toda a semana, um representante da empresa vai até a vinícola do produtor conferir e orientá-lo. É uma parceira muito importante para vinícola. A linha Emília é recente e fruto da pesquisa de mercado com clientes. Com diferentes teores de doçura, espumantes, vinhos rosé, tinto e branco. É um produto que, embora seja novo, ele já marcou posição no mercado brasileiro. A linha Reserva é a mais clássica, inclusive o DOC está dentro dela. A menina dos olhos é o Malbec Doc, da Reserva. É muito importante carregar um vinho com essa sofisticação. Também nesta linha temos o bivarietal que é composto por duas uvas, 50% de cada. Na linha Don Nicanor que já é mais Premium. Onde as uvas são mais selecionadas, com controle de rendimento e qualidade direto na parreira. E, finalmente, temos a linha Cadus, a mais top da vinícola. Este vinho tem um tratamento mais detalhado. Ele sempre é armazenado em barricas de carvalho francês novas. É um vinho com potencial de guarda, que você pode guardar na prateleira para tomar daqui a 10 anos.

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A Vinícola tem várias linhas de produtos, como funciona a produção deles?


Qual a diferença entre o vinho produzido para o consumo imediato e o com poder de guarda?

É muito relativo, depende do rótulo. O que define é todo o processo de produção, desde a parreira, passando pela vinificação e o armazenamento na barrica. Por exemplo, os vinhos da linha Benjamim e Emília são vinhos para serem tomados agora. Inclusive com todo o glamour da rolha, mas hoje temos o Screw cap, a tampa de vidro, o vino-lok e a rolha sintética. O Screw cap, por exemplo, mantém o frescor e sabor do vinho por mais tempo. Isso é muito bom para vinhos brancos e rosés. A linha Reserva é mais trabalhada. Com rendimento melhor na parreira e com fruto mais concentrando, então ele está mais pronto para aguentar um estágio em barrica. Ele vai ter o Tanino da barrica, que é o oxidante, e faz com que ele dure um pouco mais. Já no caso da linha Cadus, que é um vinho com potencial para 10 anos na garrafa, além de se ter o antociano, que é o componente característico do vinho tinto, há também o Tanino. Assim, ele vai estar mais preparado para enfrentar a ação do tempo.

São Paulo é um mercado muito grande e seguro. Embora, o impacto de mercado econômico tenha influenciado um pouco no consumo final do produto. O Rio de Janeiro também tem sido um campo muito interessante. O Rio Grande do Sul está crescendo bastante, não só como consumidor, mas como um polo gastronômico e produtor. Com o aumento do número de restaurantes no estado, a procura tem crescido bastante.

Porque a Argentina se caracteriza pela uva Malbec?

como sommelier?

importado maior quantidade de vinho?

Cada país tem a sua uva autóctone. Mas poucas se adaptaram tão bem ao local plantando, este foi o caso da Malbec na Argentina. Ela foi trazida de Cahors, no Sul da França, para um local com o clima muito diferente e se adaptou muito bem. A natureza se encarregou de criar essa uva que casa muito bem com pratos encorpados, como carnes e churrascos. Que são pratos muitos consumidos dentro da Argentina. Então, nasceu uma identidade muito forte entre os argentinos e os vinhos Malbec. E hoje, é impossível comparar a qualidade da Malbec produzida na Argentina para a francesa.

A média de vida de uma parreira é de 30 anos. Mas temos todo um trabalho, desde a poda em verde até a escolha dos frutos. Nós fizemos um direcionamento, escolhemos as folhas que darão frutos, quantos cachos ela terá. Por exemplo, ao invés de termos 10 cachos médios, nós optamos por ter 5 muito bons. As parreiras mais antigas já fazem essa avaliação. Ela mesmo já cuida de seleção. O paladar sente a maciez de um vinhedo mais antigo.

Como é o teu trabalho

No Brasil, qual o estado que tem

Como a idade de uma parreira interfere na qualidade do vinho?

Eu trabalho desde 2008. Comecei fazendo pequenos cursos e hoje tenho uma coleção de diplomas. Nada que me contente, o volume não quer dizer nada. Eu estou sempre buscando mais conhecimento, viajando pelo mundo. Eu vim de restaurantes, sou um sommelier de serviço e isso foi muito importante para mim. Hoje, eu não poderia começar trabalhando na vinícola sem o conhecimento que tenho em serviço, gastronomia e até na história do vinho. Atualmente, eu atendo aos consumidores na casa Nieto Senetiner, em São Paulo, e apresento a marca, a história, como os produtos são produzidos e também novos rótulos. É uma atividade pioneira, já que nenhuma marca ainda fez isso no país. O consumidor tem todo o suporte da vinícola aqui no Brasil mesmo.

O Don Nicanor Malbec é um vinho que me agrada muito, por custo-benefício e versatilidade. Eu posso abrir ele sozinho em casa ou em um grande jantar. Temos uma variação dele que é o Barrel Select, mas é algo excepcional. Depende muito da variação da produção. Eu posso produzir em um ano e no outro não. É um vinho que o enólogo prova 10 barricas para engarrafar apenas algumas como Select.

Qual o teu vinho preferido na Vinícola?

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5 Vinhos

Por JOANA RAUSCHKOLB Sommelier da importadora Porto a Porto, formada na Faculdade Senac de Bento Gonçalves. Adoro trabalhar com vinho e gastronomia: “O vinho é uma bebida encantadora, cheia de histórias, exige muito trabalho, dedicação, amor de quem o faz . Por isso, é e deve ser tão apreciado.”

Due Lune É um italiano mais moderno da região da Sicília, da Cantina Cellaro. Interessei-me quando um colega o descreveu dizendo que para ele o vinho era como se degustasse uma mulher de tão bom. Achei engraçado e me instigou a experimentá-lo. Realmente ele tinha razão, o vinho é impressionante, a cor é vibrante e intensa, seus aromas são de frutas maduras com delicado toque de pimenta. Preço médio: R$ 200,00 e 220,00

Cava Don Román Brut Adoro espumante, este em especial é um dos meus preferidos pelo seu frescor que acho essencial em um espumante. É cítrico, com aromas frutados, de corpo médio, acidez equilibrada, tem personalidade bem viva e festiva, fácil de beber e agradar, excelente sugestão para eventos e festas. Ótimo custo beneficio. Acompanha muito bem aperitivos e peixes. Preço médio: R$ 60,00 e 75,00

Château Haura Rouge É um clássico de Bordeaux, elaborado por um dos mestres da enologia na França Dennis Dubourdieu. É encorpado, gastronômico, elegante, passa 12 meses por carvalho. O vinho transmite os taninos frescos do Cabernet Sauvignon com a sedosidade da Merlot, as uvas se combinam perfeitamente. Harmoniza perfeitamente com carnes mais untuosas. Preço médio: R$ 198,00 e 218,00

Cf e iro Reserva Carmenère Este vinho me encantou. Muito equilibrado, sua cor é intensa, aromas de frutas vermelhas, herbáceo, uma pitada de especiarias, devida a passagem pela madeira, lembra chocolate. Na boca é agradável, sedoso, um vinho cativante. Pode ser acompanhado com carnes vermelhas sem muita gordura ou quem sabe um cordeiro assado com geleia de pimenta. Preço médio: R$ 58,00 e 78,00

Porto Messias T awny Não dá pra deixar de indicar um Porto, aliás em casa nenhuma deveria faltar. Tenho paixão pelo vinho, seus diferentes estilos, sua história, poucos realmente conhecem sua diversidade. O Tawny além de ser ótimo custo benefício, tem grande complexidade de aromas como de frutas vermelhas maduras, geleias, remetem tostados, chocolate café, frutas secas, amêndoas. Podem ser servidos refrescados, uma ótima companhia para sobremesas a base de chocolate, amêndoas ou frutas secas. Uma dica: após aberto pode se conservar na geladeira de 6 à 8 semanas. Preço médio: R$ 68,00 e 75,00

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5 Dicas

Por CRIS PEREIRA O humorista Cris Pereira viaja pelo estado com seus espetáculos de humor. Durante suas andanças, Cris faz apenas duas exigências: ficar no melhor hotel e comer no melhor restaurante da cidade. Mas isso não quer dizer que ele sempre fica e come no mais refinado e conhecido estabelecimento. Para ele, o melhor nem sempre é o mais caro ou famoso, a comida boa pode estar em qualquer canto da cidade e no churrasco o que mais conta é o sabor da maionese.

Dom Henrique Churrascaria Um local bastante simples e pequeno, mas com carnes muito boas e a maionese, servida na mesa, é espetacular. Para mim, o que define uma boa churrascaria é a maionese e tem que ser caseira, a de lá é maravilhosa. Porto Alegre/RS Getúlio Vargas, 1170 (51) 3233-5811

Galeto D’Itália Também com uma maionese muito gostosa. O atendimento é rápido e atencioso. A comida, sempre fresquinha, é feita na hora. Os garçons nunca deixam a mesa ficar vazia. Gosto muito de ir lá com as minhas filhas. Novo Hamburgo/RS Benjamin Constant, 171 (51) 3595-2611

Olé Mexicano

Cantina Cândido Valduga Um local pequeno, aconchegante e sofisticado onde você é atendido pelos proprietários. A salada é plantada lá mesmo por eles. A comida, italiana, é muito gostosa. São Leopoldo/RS Coelho Neto, 78 (51) 3588-9800

Gosto muito daquele espaço pelo cuidado que tiveram em trazer elementos fiéis a comida mexicana e também pelos eventos culturais que acontecem lá, com DJs mexicanos e bailarinos. As quesadillas são muitos gostosas. Ao meio-dia eles servem um bufê sensacional. Eu vou bastante lá, gosto de ver a interação entre culinária e cultura. Novo Hamburgo/RS Silveira Martins, 711 (51) 3036-2036

Bar Central Eles servem uma a la minuta maravilhosa. O ambiente de bar, com toalha xadrez quadriculada, é muito bacana. O que mais me chama atenção é a batata-frita que é descascada na hora. Sempre que posso, dou uma fugida lá. Novo Hamburgo/RS João Aluisio Allgayer, 1266

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Giro

Por CLAUDIO CUPERTINO_ARTISTA PLÁSTICO

Boragó, Santiago, Chile É muito bom chegar a Santiago, com o nariz grudado na janela do avião, admirando a interminável Cordilheira dos Andes, seus picos e vulcões, e, de repente surge Santiago, cercada de montanhas esbranquiçadas de neve. Santiago é realmente linda, todos ficam encantados com a cidade de 5 milhões de habitantes, limpa e segura, com arquitetura que se faz notar a todo o tempo, com muitos edifícios de cristal, com projetos de designs dos mais avançados do planeta. A capital dos chilenos é organizada, oferece todo o tipo de atração que se espera de uma grande cidade: museus, praças, parques, monumentos, exposições de arte em galerias e nas ruas, comércio enorme de lojas, shopping-centers, grande rede hoteleira, bares e muitos, muitos restaurantes que merecem a sua visita atenta. E pra quem gosta e aprecia a alta gastronomia internacional, como pensar no Chile e não pensar no Boragó. O restaurante número 1 em seu país e eleito pelo Prêmio Latin Americas´s 50 Best Restaurants 2015, na posição de número 2 no ranking do maior prêmio da gastronomia mundial. Estive com exclusividade em Santiago no Chile, para jantar e conversar com o renomado Chef Rodolfo Gúzman. Foram 2 dias de encontro, pois no dia seguinte, voltei ao Boragó, num final de tarde, a convite do Chef Rodolfo Guzman, para que ele pessoalmente preparasse mais alguns pratos, para que eu visse o cuidado e o preparo de cada prato. Foram horas de apresentação e conversa com o Chef, que contou a história e o significado de cada prato, sua historia de vida, prêmio, livro e programa de TV, tudo registrado em fotos e vídeos com exclusividade.

anos, com as comunidades de colheitas e pequenos produtores em todo país. Estabelecendo laços com todos os povos nativos que abriram os nossos olhos, para entender o real significado da comida, a sensação da fome e a nossa origem. - Explica o Chef. Como a cozinha do Boragó só utiliza produtos naturais, seus pratos mudam constantemente, já que os produtos variam conforme a estação do ano. São utilizados carnes, flores, sementes, tubérculos, raízes, peixes e terra (sim, terra!) como ingredientes que são preparados em pedras vulcânicas ou defumados em madeiras típicas do país. Comer no Boragó é algo completamente diferente. Eu ouso em compará-lo ao Noma, na Dinamarca do Chef René Redzepi, que há 4 anos lidera o topo de número 1 do mundo, na premiada lista da revista Britânica Restaurant, no qual eu estive em 2013, para conhecer, jantar e escrever. No Boragó do jovem e transformador Rodolfo Gúzman é realmente uma viagem na culinária chilena. Ousando e usando em sua cozinha, ingredientes locais como mato, terra e pedra. A experiência é incrível! Eu comi tudo!

Em nossa conversa, o Chef Rodolfo Guzman me contou que procurou renovar a cozinha chilena a partir de um ponto de vista que considera de valor inestimável: a cozinha “endêmica”. Nossos mares, florestas, vales e montanhas, sempre usando o legado dos antepassados. É por isso que o Boragó busca uma conexão com o solo chileno, os povos nativos como eles propõem. O respeito com a coleção de produtos de lugares mais incomuns os levou a ter uma relação estreita ao longo dos

O Boragó busca uma conexão com o solo chileno, os povos nativos como eles propõem.

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Pebre de Harina Tostada y Marraqueta Creme à base de cebola, sal, alho, salsinha, coentro e limão, com farinha tostada como se fosse terra. É servido com pão Marraqueta bem quentinho. Pão de origem chilena.

Chupe de setas silvestres de pina Creme de cogumelos selvagens das florestas e folhas secas de rabanestes. Vinagre de maçã, e, mais algumas plantas apimentadas locais, que misturam texturas cremosas, crocantes e macias.

Ciervo de la Patagônia Maravilhoso tatare de Cervo é servido à mesa, com folhas comestíveis, colhidas nos picos das montanhas da Codilheira dos Andes. As folhas represetam a floresta, dando origem ao habitat natural do Cervo.

Ensalada de plantas de altura Salada de flores frescas locais, farofa de leite, folhas e ervas colhidas nas montanhas da Cordilheira dos Andes. Técnica, gastronomia de território. Mistura de texturas e sabores. É por essas e outras que o Boragó é o segundo melhor restaurante da America Latina, listado como um dos melhores do mundo.

Cremoso de Hierbas Rocas Saboroso creme de beterraba, frutas locais picantes da temporada colhidas nos Andes e folhas de mato colhidas nas rochas a beira do mar, pela equipe de Rodolfo Gúzman. Uma delicia, comi tudo!

Espino Chileno – Frio Glacial Sobremesa feita à base de leite de cabra e sementes de Espino (árvore típica do Chile), e frutos de quintal. Muito gelado! Ao experimentar, fumaça saia pelo nariz e se espalhava pela boca. Foi quando o Chef me explicou que eu tinha provado um mentol feito com água glacial e nitrogênio líquido, para se sentir na Patagônia Chilena. Inesplicável textura e sabor.

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The Raven Restaurant Foto: Sabina Fuhr/SDs

Foto: Igor Amaral/SDS

Parrilla Del Sur

bundância é a palavra da casa: são 17 tipos de asados de parrilla, 17 cortes de carne, 20 acompanhamentos. Além de sobremesas, massas, vinhos, whisky e muito mais. Não deixe de experimentar o Lomito de Cordeiro, Carré de Cordeiro e Matambre a la Punta del Este. Na parte dos doces você precisa conhecer a Torta Alfajor, que leva várias camadas de massa especial crocante, recheada com doce de leite e coberta com chantilly; e o Flan com Dulche de Leite, que tem o tradicional pudim de leite acompanhado de doce de leite uruguaio.

C

Rua Amélia Teles, 399 (esquina Nilópolis) Fone: (51) 3012.7878 www.parrilladelsur.com.br

Rua Sarmento Leite, 969 Fone: (51) 3072-2882 www.theravenrestaurant.com

ozinha internacional junto aos seus temperos e sabores mediterrâneos. O local se destaca por pratos como: Risoto Campesino, Conchiglione Genovese, Linguine aos Frutos do Mar, Salmão Marroquin, Linguado à Belle Meuniere, Entrecot Raven e Filé Rossini. Além disso, há diversas opções de massas. Para completar, o The Raven ainda oferece sobremesas. Uma das mais pedidas é mousse de chocolate, que pode ser acompanhado de um malbec argentino Nieto Senetiner.

Galeto Santa Maria

House Café Bistrô Foto: House Café Bistrô/Divulgação

Foto: Galeto Santa Maria/Divulgação

porto alegre

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esclando as influências da culinária italiana e portuguesa, o local é um dos pontos mais tradicionais de Porto Alegre quando o assunto é galeto al primo canto. A casa oferece, além do galeto, mais de 50 variedades entre saladas, pratos quentes e sobremesas. O bufê executivo é servido ao meio-dia, diariamente. À noite e finais de semana, o galeto al primo canto é servido na mesa. Aos domingos a casa amplia seu cardápio com outros tipos de carnes como costelinha, coração de galinha e kibe.

A

Rua Frederico Mentz, 1561, loja 147 – DC Shopping Fone: (51) 3374-7777 www.galetosantamaria.com.br

Rua Dona Laura, 19 Fone: (51) 3407-7371 e (51) 9804-1919 www.housecafebistro.com.br

casa serve diariamente um charmoso e romântico chá da tarde. São servidos doces, salgados, café e chás. Em parceira com outros estabelecimentos, o House propicia aos seus clientes uma reunião de sabores e um lugar extraordinário e carregado de história. Segundo a chef Ana “a intenção é de mimar as minhas clientes com mesas postas e lindas”. E a beleza dos pratos, junto à sofisticação e o acolhedor saltam aos olhos. O valor para se deliciar livremente com os pratos é de R$50. A casa também oferece vinhos ou espumantes.

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Solar da Marquesa Foto: Igor Amaral/SDS

Foto: Primavera/Divulgação

Primavera

ituado numa casa antiga datada de 1930, o Solar é um dos mais bonitos ambientes de Novo Hamburgo, mesclando elementos da história, natureza e muito requinte. Além de uma brigaderia gourmet, com doces produzidos com o legítimo chocolate belga, acompanhados de um dos excelentes cafés e chás, o cardápio, que tem inspiração em Metting Fodd, possui também diversos tipos de petiscos e empratados produzidos na hora. Há também uma peculiar carta de vinhos e cervejas. O Solar da Marquesa é convidativo para excelentes experiências gastronômicas.

O

Rua João Antonio da Silveira, 504 Fone: (51) 3065-2001 www.solardamarquesa.com.br

BR-116, 2554 Fone: (51) 3595-8081 www.restaurantesprimavera.com.br

cliente que deseja comer um churrasco pode optar entre o mini-espeto e o espeto completo. A diferença é que o mini-espeto conta com uma variedade menor de carnes e um preço mais acessível, enquanto o espeto completo destaca-se pelos 22 tipos de cortes. Na pizzaria a massa é feita na hora com uma espessura típica das melhores pizzas italianas. Os clientes podem escolher entre 38 sabores de pizzas salgadas e mais de dez doces. A novidade da casa é a nova carta de vinhos, que apresenta mais de 100 rótulos.

Trattoria Pizzaria

D

e terça a domingo á noite a Trattoria abre suas portas servindo pizzas com massa artesanal e sabores bem equilibrados. São mais de 40 opções. Entre as campeãs de pedidos estão às exclusivíssimas Mozzarella & Carne Seca, Mexicana Furiosa, Filé a Gorgonzola e Don Pepperoni. Entre as novidades da estação estão às bordas de chocolate e quatro queijos. O local ainda tem pizza vegana, com massa integral e sem lactose. A carta de vinho também não deixa a desejar. Você pode saborear as pizzas da Trattoria no restaurante ou em casa. Pedindo na telentrega chegam rapidinhas. Rua Heller, 326 Fone: (51) 3035-7878 www.trattopizza.com.br

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Toast Resto Bar Foto: Toast Resto Bar/Divulgação

Foto: Sabina Fuhr/SDS

novo hamburgo

S

A

casa é um local para apreciar o melhor da gastronomia internacional contemporânea. Além dos pratos, a arquitetura do lugar também enche os olhos. O Toast é um ambiente onde o rústico contracena com o moderno. O cardápio conta com vários destaques, tais como o salmão mediterrâneo, o paillard de mignon ao creme de quatro queijos e o risoto de camarões com queijo brie e limão siciliano. Também há opção de pizzas à la carte, com 16 sabores no cardápio e o autêntico sabor italiano. Rua Almirante Barroso, 11 Fone: (51) 3035-6260 www.toastrestobar.com.br


Lá em Casa

– Cine Gastro Bar

Foto: Magnólia/Divulgação

Foto: Igor Amaral/SDS

Magnólia

I

nstalado em um lindo casarão da década de 1950 reúne elaborados drinques, ótimas cartas de cervejas e vinhos, djs, mini cinema, área infantil e espaço de evento. A mistura inédita de ambientes traz ao visitante uma gama de opções. Dá para tomar uma cerveja no cinema, curtindo um filme retrô cult; sair de lá e jantar em um dos salões superiores. Quem comanda a cozinha é a chef Roberta Rech, eleita duas vezes como a melhor de Canela.

V

Rua Dona Carlinda, 255 Fone: (54) 3278-0102

Rua José Luiz Corrêa Pinto, 346 Fone: (54) 3278-1049

encedor da categoria Melhor Comida Caseira do Prêmio Revista Sabores do Sul, em 2015, o restaurante faz jus ao prêmio. A comida é caseira não só pelo sabor, mas por ter uma família envolvida na preparação. Em um amplo ambiente, como dois andares, o Lá em Casa é referência quando se fala em comida caseira lá em Canela. A variedade das comidas é renovada diariamente, grande parte das receitas é herança da mãe de Maria Helena, proprietária da casa. Grande sucesso nos paladares dos visitantes são as sobremesas.

Empório Canela Foto: Empório Canela/Divulgação

Foto: Igor Amaral/SDS

canela

Serramanna

O

Serramanna é um autêntico pedaço da Itália na Serra Gaúcha. Comandado pelo chef Aldo Floris, nascido na cidade italiana com o mesmo nome do restaurante, o local oferece pratos com requinte e personalidade. O restaurante serve pratos tradicionais, como a Bruschetta di Pomodoro, e os criativos, como Fiorentina al Vino Bianco, que leva chuleta grelhada ao molho de vinho branco, alho e cogumelos. Há também as pastas italianas, preparadas pelo chef com massas frescas. O restaurante ainda oferece carnes, risotos, sopas e sobremesas.

B

RS 466, 1774 Fone: (54) 3282-6889

Rua Felisberto Soares, 258 Fone: (54) 3031-1000

istrô, café, livraria, loja de artesanato e antiquário. Rústico, aconchegante, moderno e clássico. A tarefa de caracterizar o Empório Canela é complexa, contraponteando com o aconchego que o local proporciona. Situado em um casarão com vista para a Catedral de Pedra, o bistrô transpira cultura. A cozinha serve a variedade de pratos que um Empório exige. Quem quiser comer pode escolher uma à la minuta de entrecot, filé recheado com queijo brie e risoto de aspargos frescos, risoto de cogumelo; e uma gama variada de pratos. Para quem não está com muita fome, uma salada ou sanduíche.

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Café Et Patisserie Mundo de Chocolate

Foto: Sabina Fuhr/SDS

Foto: Sabina Fuhr/SDS

La Table D´Or

P

ertinho do Lago Negro, um dos principais pontos turísticos de Gramado, o La Table D´Or inspira-se na cozinha mediterrânea. Além do cardápio principal, o restaurante oferece menu sugestão, com oito pratos, e o menu degustação, com cinco pratos. Um dos destaques da casa o Crevettes et Truffes aux Formages. Uma espécie de massa recheada com mussarela e manjericão ao molho quatro queijos acompanhado de camarões grelhados. Na hora dos doces, opte pelo creme brûlée. O ambiente decorado com detalhes em preto e branco, cadeiras estofadas e mesas com feltro sob a toalha para amortecer o som e aumentar o conforto.

U

m dos cafés mais legais de Gramado fica no Parque Temático Mundo de Chocolate da Lugano. Na carta, cafés e chocolates especiais, como o capuccino com chocolate meio amargo e o chocolate quente com gengibre e canela. Para comer, 15 variedades de sanduíches como Croque Madame e Croque Monsier, além de quiches, empadas e tábuas de frios. Entre os doces, pavê tiramissú e petit gateau de doce de leite. O lugar também vende docinhos da grife Holic e fondue.

Fornace Di Luiggi

Colosseo Foto: Igor Amaral/SDS

Foto: Igor Amaral/SDS

gramado

Av. Borges de Medeiros, 2497 Fone: (54) 3295-5973 www.mundodechocolate.rs

A

A

Av. das Hortênsias, 3607 Fone: (54) 3286-6414

Av. das Hortênsias, 1560 Fone: (54) 3286-7259 www.restaurantecolosseo.com.br

s redondas são preparadas com a receita exclusiva do chef Luiggi que, embora as faça em frente aos clientes, não revela seus ingredientes especiais. São mais de 40 sabores, todos assados em forno à lenha e servidos à la carte. Entre as mais pedidas está a Siciliana. A casa fundada em 2008 serve ainda massas, saladas e parrilas uruguaias. Na dúvida, prove o nhoque a bolonhesa servido no pão. As sobremesas também merecem destaque, como por exemplo, o abacaxi caramelizado com sorvete de creme.

86 • Revista Sabores do Sul

dica para quem quer esbaldar-se é pedir a sequência. Primeiramente vem à mesa o queijo fundido com acompanhamentos como brócolis, pão, goiabada e batata baby. Em seguida é a vez da fondue na pedra, com carnes de gado, frango e porco e 12 tipos de molhos doces e salgados. Fazendo as vezes de sobremesa, uma panelinha com chocolate derretido é servido para banhar frutas como morango, laranja, abacaxi e uva. Quem não quiser fondue pode optar por pratos como Cordeiro ao Molho de Hortelã com polenta mole ou filé com risoto de funghi de creme.


Casa Di Pietro Foto: João Ricardo

Foto: Sabina Fuhr/SDS

Restaurante Primrose

o meio-dia, o bufê a quilo serve saladas muito frescas e com grãos, grelhados, acompanhamentos e sobremesas. À noite, o cardápio ganha novos sabores com o tradicional bufê de sopas e cremes, juntamente com os grelhados e massas. São servidos sempre cinco sabores, um fixo que é a sopa de capeletti, e os outros quatro variam a cada noite. No total, são 29 sabores diferentes. As massas, os molhos e os grelhados são preparados na hora da escolha e levados até a mesa. Filé mignon com espaguete ao molho quatro queijos é uma opção. A porção é bem generosa, e a farofa que acompanha a carne é feita no próprio restaurante.

I

Rua Benetti, 05 Fone: (54) 3286-4077 www.dipietro.com.br

Rua das Flores, 171 Fone: (54) 3295-7700 www.saintandrews.com.br

nstalado no Hotel Saint Andrews Gramado, o restaurante é destaque na cidade. No cardápio de entradas, iguarias como Caviar Asetra do mar Cáspio, Prosciutto crudo San Daniele e Escalope de foie gras poêlé Entre os pratos principais, Stinco de cordeiro estufado e polenta trufada, Vieiras canadences, caviar Asetra e Linguine com Manteiga de Dill e Risoto de camarões com palmito e caviar asetra do mar Cáspio. Entre as sobremesas, Parfait de côco e bergamota, dacquoise de côco e telha de chocolate. Também são oferecidas opções de menus harmonizados com os mais finos vinhos disponíveis na adega.

Gelateria Veneta

O

local utiliza insumos seletos, como chocolate suíço e belga, frutas novas e leite fresco. A receita mantém a tradição, importada da Europa: leite, fruta, água, açúcar e o sabor. Nenhum dos gelatos recebe adição de gordura, o que deixa ainda mais convidativo. A variedade de sabores vai desde os tradicionais, como os de fruta e chocolate suíço, até os novíssimos, como Ferrro Raffaello, Snickers e chocolate com menta. Outro destaque da Veneta é o chocolate quente. Todos feitos com chocolate belga fazem o maior sucesso. Também tem opções com Baileys, Nutella, doce de leite, menta, entre outros ingredientes. Av. Borges de Medeiros, 2727 – Sala 22 Fone: (54) 3286­-4629 www.gelateriaveneta.com.br

Mamma Pasta

Foto: Sabina Fuhr/SDS

Foto: Igor Amaral/SDS

gramado

A

A

cozinha italiana é o forte do Mamma Pasta. Localizado bem ao fundo da galeria Largo da Borges tem cardápio formado por massas, risotos, filés, pratos kids e excelentes entradas. Uma dica de entrada é o capeletti artesanal frito acompanhado por pimentinha caseira. Entre as massas destaques para o saboroso Botticelli, rigatoni com iscas de filé salteadas no vinho do porto, molho vermelho e cogumelos e para a espetacular Spaghetti Siciliano com Camarões. As massas vêm servidas em panelas de ferro. Na seção de sobremesas têm fondue de chocolate com frutas da estação.

Av. Borges de Medeiros, 2727 – Largo da Borges Fone: (54) 3286-5107

Revista Sabores do Sul • 87


C

onstruído em um prédio da década de 50, o República das Cervejas congrega tudo o que gira em torno da bebida. O local se divide em Pub, restaurante, loja de cervejas, espaço para eventos, loja de insumos para cervejeiros, escola para produção de cerveja artesanal e cursos de harmonização com cervejas. Servindo pratos típicos alemães com uma roupagem diferenciada, criados pela chef Manuela Zang, o pub tem ambiente amplo, com decoração rústica, que traz elementos decorativos que lembram o mundo cervejeiro. O República das Cervejas funciona sextas e sábados, das 20h às 2h.

Rua Amadeo Rossi, 350 Fone: (51) 8100-6018

E

m atuação há 23 anos em São Leopoldo, a Papo de Anjo é referenciada por moradores de diversas cidades da região. A prova disso é que o local já foi agraciado sete vezes com o Prêmio Revista Sabores do Sul, com votação expressiva dos leitores. A confeitaria produz mais de 45 tipos de tortas e 10 variedades de pão. As tortas que fazem mai sucesso entre os clientes são: Delícia Laranja (nozes, castanhas trituradas na massa sem farinha de trigo, suspiro assado, pudim de laranja, leite condensado e requeijão), a Morango Moreno (pão de ló de chocolate, brigadeiro artesanal e morango) e a Diamante do Vale (creme cetim branco nozes e pão de ló amanteigado com nozes). Rua Antunes Ribas, 50 – sala 2 Fone: (51) 3592-3405

Foto: Sabina Fuhr/SDS

Paradouro Cantina

Harmonia Natural Foto: Morgana de Sá/SDS

São leopoldo

Papo de Anjo Foto: Igor Amaral/SDS

Foto: Igor Amaral/SDS

República das Cervejas

A

O

Rodovia RS-240, 4581, Km 4,5 Fone: (51) 3568-3532

Rua Independência, 1153 Fone: (51) 3592-6918 www.harmoniasl.com.br

casa oferece uma mesa farta, com variadas saladas, pratos quentes e sobremesas. Acompanham o bufê: rodízio de cortes especiais como costela, picanha, vazio, maminha, queijo, pão com alho, abacaxi com chocolate e canela e a famosa paleta de cordeiro assada no espeto. A refeição ainda inclui massas deliciosas como a espaguete ao molho de nata e a tortéi com calabresa, tomates e azeitonas. O Paradouro Cantina é multicampeão do Prêmio Revista Sabores do Sul, em diversas categorias. O local é referência em gastronomia de primeira e preço justo.

88 • Revista Sabores do Sul

local oferece alimentos integrais, orgânicos e funcionais, como: arroz e massas integrais, estrogonofe de proteína de soja, saladas fresquinhas, sushi, peixes variados, frango grelhado, salmão, bacalhau, camarão, pão oriental com gengibre e as famosas panquecas doces e salgadas nas sextas-feiras. Também são oferecidos sucos feitos na hora, iogurtes com frutas e granola e o açaí na tigela. A casa oferece a opção de bufê a quilo. À tarde, é servido o delicioso e sortido chá da tarde.


Casa Silva Foto: Casa Silva/Divulgação

Foto: Santa Luiza/Divulgação

Santa Luiza

S

N

Morro Reuter/RS BR-116, 7500, km 216 Fone: (51) 9958-3798

Taquara/RS Av. Sebastão Amoreti, 3535 Fones: (51) 3542-1826 www.restaurantecasasilva.com.br

o cardápio, mais de 50 tipos de bifes, uma grande variedade de peixes, além de cervejas especiais, vinhos e drinques. Em funcionamento há cinco anos, o Restaurante Casa Silva é sinônimo de abundância e boa comida caseira. No ano passado, foi eleito como o melhor bife de Taquara, pelo Prêmio Revista Sabores do Sul.A família Silva aposta no prazer gastronômico da comida caseira e no aconchego do ambiente para conquistar os clientes e tem o objetivo de fazer o cliente esquecer o relógio, as obrigações e que o momento da sua refeição se torne único.

Buono Cheff

R

econhecido especialmente pelas massas, molhos e risotos, o restaurante oferece um bufê que muda seguindo as estações do ano. Desde 2012 no mercado gastronômico, o destaque está nas iguarias como salmão no forno e os cortes especiais de carnes grelhadas. O restaurante busca a excelência em sabor, mantendo a originalidade dos pratos, com toques pessoais, desmistificando e mostrando o lado simples da gastronomia. Esta é a principal característica do chef Tomás Juchem, que propõe um cardápio inspirado na alta gastronomia, com preocupação em oferecer comida saudável. Campo Bom/RS Av. Presidente Vargas, 240 Fone: (51) 3597-1543 buonocheff.com.br

Casacurta Foto: Sabina Fuhr/SDS

Foto: Buono Cheff/Divulgação

outras cidades

ervindo o melhor da comida caseira, com vasta influência da cozinha regional alemã, o Santa Luiza é ideal para quem aprecia uma mesa farta, repleta de variedades. Os destaques do cardápio são o assado de porco ao forno e o matambre recheado. Outro ponto forte do restaurante é a mesa de sobremesas, com diversas opções, dentre elas, o doce de chuchu é o mais procurado. O ambiente é agradável e a paisagem através da janela é um lindo cartão postal para ilustrar o almoço.

O

restaurante do Hotel Casacurta é sinônimo de tradição e contemporaneidade, mistura a sofisticação da culinária francesa com a tradição da cozinha italiana, sem deixar de lado o melhor estilo da serra gaúcha. Membro do movimento SlowFood, surgido na Itália, cujo conceito é oferecer alimentos frescos, de boa qualidade e a preço justo,os pratos elaborados no restaurante oferecem sabores especiais. Há também una adega, com mais de 100 rótulos. Todos os produtos são criteriosamente selecionados e alguns deles cultivados na horta do próprio hotel, garantindo frescor e bons sabores.

Garibaldi/RS Rua Luiz Rogério Casacurta, 510 Fone: (54) 3462-2166 www.hotelcasacurta.com.br

Revista Sabores do Sul • 89


participando para saber Cine Gourmet completa uma década reunindo gastronomia e Sétima Arte no hotel Casa da Montanha

90 • Revista Sabores do Sul


J

á é tradição em Gramado: uma vez por mês o hotel Casa a Montanha, um dos mais imponentes da cidade, recebe renomados chefs para preparar banquetes inspirados em filmes. É o Cine Gourmet que em 2016 chega a sua décima temporada combinando o melhor da alta gastronomia com a sétima arte. Tudo isso associado a todo charme que a cidade mais turista do Rio Grande do Sul oferece. Desde 2008 a tarefa de cozinhar um sucesso do cinema é responsabilidade da Associação da Boa Lembrança, que indica os chefs participantes dentre os seus associados. A edição de maio do Cine Gourmet teve a presença do chef Claudemir de Barros, do Restaurante Wiella Bistrô, de Pernambuco. O filme tema foi à comédia gastronômica Pegando Fogo (2015) de John Wells, e super elenco com Bradley Cooper, Sienna Miller, Uma Thurmam e Emma Thompson.

A culinária internacional, inspirada na francesa, mas sem deixar de lado ingredientes regionais nordestinos, nortearam Claudemir na missão de criar uma refeição completa, da entrada à sobremesa. Entre tantas delícias destaque mais do que louvável ao Ravióli de rabada com musseline de fruta pão, tartar de tomate e agrião. Impecável a Lagosta ao Molho de Caramelo com arroz negro e especiarias. Além do cuidado com a comida, o Cine Gourmet também se preocupa em criar cenários temáticos, figurinos exclusivos e esquetes teatrais para promover um encontro de delícias, emoções e surpresas inesquecíveis. Só participando para saber!

agende-se De 01 a 03 de julho: “Cinderela” pela chef Ariani Malouf Restaurante Mahalo, MT

De 09 a 11 de setembro: “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” pela chef Conceição Neroni Restaurante Margutta, RJ

De 05 a 07 de agosto: “Titanic” pelo chef Jaime José de Barcelos Restaurante Ostradamus, SC

De 07 a 09 de outubro: “O Tempo e o Vento” pelos chefs Vico Crocco, Arika Messa e Marcelo Shambeck - chefs gaúchos farão uma homenagem ao Estado.

Revista Sabores do Sul • 91


Foto: Sabina Fuhr/SDS

Todo participante do Cine Gourmet ganha um prato de cerâmica pintado exclusivamente para a ocasião, seguindo a tradição da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança.Na foto o chef Claudemir de Barros.

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Foto: Sabina Fuhr/SDS

Ragout de cogumelos e creme de couve-FLor Ingredientes 200 g de couve-flor 100 g de cogumelos frescos (shimeji, shitake e Paris) 50 g de parmesão 30 g de tomate picado sem pele 30 g de tomate picado sem pele 20 g de cebola picada 100 ml de creme de leite fresco 20 ml de azeite 10 ml de shoyu 10 ml de molho de ostra 4 gotas de óleo de gergelim torrado Salsa picada Sal e pimenta

DICAS DE HARMOnização Bouza Chardonnay 2014 Produtor: Bodega Bouza País: Uruguai

Modo de Preparo Faça um refolgado da cebola com azeite, junte o tomate e os cogumelos, logo acrescente o shoyu e o molho de ostra, deixe ferver e finalize com o óleo de gergelim e a salsa picada, reserve. Refolgue a couve-flor com cebola e azeite, cubra com o creme de leite, deixe ferver. Bata no liquidificador e regule o sal e a pimenta. Sirva quente com o ragout de cogumelos e parmesão crocante. Revista Sabores do Sul • 93


Foto: Sabina Fuhr/SDS

Lagosta ao Molho de Caramelo Ingredientes 300 g de calda de lagosta sem a casca, mas com o rabinho 200 g de arroz negro cozido 30 g de cebola picada 30 g de açúcar 20 g de tomate sem pele picado 20 g de castanha de caju 200 ml suco de laranja 100 ml de azeite 50 ml de creme de leite 30 ml de vinho branco 10 g de passas Curry Salsa picada Sal e pimenta

DICAS DE HARMOnização Saurus Pinot Noir 2014 Produtor: Familia Schroeder País: Argentina, Patagônia

Modo de Preparo Tempere as lagostas com sal e pimenta, grelhe as lagostas no azeite e reserve. Faça um refolgado de cebola com azeite, junte as passas, a castanha e o tomate, ponha o arroz e o vinho, deixe o vinho evaporar e finalize com a salsa e regule o sal e a pimenta. Para o molho dissolva o açúcar em ponto de caramelo, junte o suco de laranja 94 • Revista Sabores do Sul

e o curry, deixe reduzir à metade e ponha o creme de leite, misture pra homogeneizar e acrescente um toque de sal pra realçar os sabores. Sirva a lagosta grelhada com o arroz negro e regada com molho de caramelo.


Foto: Sabina Fuhr/SDS

Ravióli de Rabada Ingredientes Ingredientes: 200g de rabo de boi cozido e desfiado 200g de massa fresca para raviole 300 ml do caldo do cozimento do rabo de boi reduzido 100g de tomate cassé 50 ml de azeite Salsa picada 100 ml de leite 50 ml de creme de leite 100g de fruta pão cozido 10 g de manteiga Sal e pimenta Agrião fresco

Modo de Preparo Monte os ravioles com a massa fresca e recheie com o rabo desfiado. Cozinhe na hora de servir em água fervente com sal. Para a musseline, processe o fruta pão com o leite e ponha numa panela com o creme de leite e a manteiga, mexa e deixe ficar macio, tempere com sal e pimenta. Para o tartar, misture o tomate cassé bem picado, com azeite e salsa, tempere com sal e pimenta. Sirva o raviole sobre uma cama de musseline de fruta pão, regado com o caldo do rabo reduzido, o tartar de tomate e o agrião fresco.

DICAS DE HARMOnização Anarkos 2013 Produtor: Accademia dei Racemi País: Itália, Puglia

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O frio pede pratos quentes e comidas que reconfortem. E isso inclui a sobremesa. Por isso, selecionamos 5 receitas doces que devem fazer parte do seu cardápio nesses dias em que o melhor a se fazer é ficar em casa.

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bolo de uva Foto: João Ricardo

Por Chef Biba Retamozo para Fritz & Frida

Ingredientes 3 ovos 160g de açúcar mascavo 160g de açúcar refinado 40g de manteiga levemente derretida 480g de farinha de trigo 240ml de leite integral 400g de doce de uva 1 colher (sopa) de fermento químico Açúcar de confeiteiro para polvilhar

modo de preparo Bata os ovos com os açúcares até que fiquem bem, aerados, incorpore a manteiga aos poucos, batendo devagar. Misture a farinha, o leite e, fora da batedeira, o doce de uva (reserve um pouco do doce de uva para servir com o bolo) e o fermento, mexendo lentamente. Asse em uma forma redonda untada e enfarinhada (25cm) em forno pré-aquecido a 200ºC por 40 minutos. Na hora de servir, polvilhe açúcar de confeiteiro e coloque doce de uva por cima.

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Foto: João Ricardo

S t ru d e l de Pinhão Por Chef Biba Retamozo para Fritz & Frida

Ingredientes 400g de pinhão cozido sem sal e picado 100g de amendoim 100g de açúcar de baunilha 100g de açúcar mascavo Cravo e canela 500g de massa filo 500g de nata batida em ponto de chantilly açúcar de confeiteiro para polvilhar

modo de preparo Cozinhe o pinhão até conseguir descascá-lo; corte-o, depois de frio; e asse-o com os açúcares, o amendoim e as especiarias até caramelizar (em baixa temperatura, a 150ºC, leva aproximadamente duas horas). Essa preparação servirá para rechear quadradinhos (6cm) de massa filo, que devem ser assados enroladinhos como charutos. Use pelo menos três quadradinhos por strudel, enrolando sempre o recheio no sentido inverso ao quadrado de massa anterior. Disponha os charutinhos em uma assadeira untada com manteiga e asse em forno pré-aquecido a 150ºC por aproximadamente 15 minutos (até ficarem douradas). Quando saírem do forno, polvilhe açúcar de confeiteiro dos dois lados e sirva com nata batida.

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Brigadeiro de Capuccino modo de preparo Ingredientes: 300ml de leite condensado 20g manteiga sem sal 20g de café solúvel 10g de chocolate em pó 30g de leite em pó

Coloque todos os ingredientes em uma panela. Misture bem antes de levar ao fogo. Leve ao fogo e cozinhe, em fogo baixo e sem parar de mexer, até começar a ver o fundo da panela e adquirir consistência de brigadeiro. Retire da panela e deixe esfriar. Para fazer bolinhas, unte a mão com manteiga e molde as bolinas do tamanho que desejar. Caso queira fazer em copinhos não deixe chegar em ponto de brigadeiro.

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Foto: João Ricardo

Crème Brûlée

100 • Revista Sabores do Sul


modo de preparo

Ingredientes: 500ml de leite integral 500 ml de creme de leite fresco 1 fava de baunilha 9 gemas de ovo 180g de açúcar Açúcar demerara para caramelizar

Em uma panela, coloque o creme de leite fresco e a fava de baunilha. Abra a fava, tire todas as sementinhas e jogue tudo na panela. Leve ao fogo médio até começar a levantar fervura. Assim que ferver, desligue o fogo e tampe a panela. Bata as gemas com o açúcar até ficar um creme claro. Adicione uma concha do creme de baunilha quente nas gemas e bata rapidamente. Acrescente o restante do leite e bata para incorporar. Encha os ramequins ou potinhos rasos, até a borda. Asse em banho-maria a 150ºC, por 45 minutos. Leve o crème brûlée já assado para a geladeira, e deixe esfriar por completo, algo que deve demorar entre 3 e 5 horas.

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MUITO CHOCOLATE QUENTE

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Ingredientes: 2 xícaras de leite 100 gramas de chocolate amargo ou meio amargo 1 pau de canela 2 colheres de chá de mel 1 colher de chá de açúcar mascavo 1 colher de chá de extrato de baunilha 2 colheres de sopa de rum escuro

modo de preparo: Coloque o chocolate picado em pedaços pequenos em uma panela com o leite, a canela, o mel e o açúcar. Leve ao fogo até que o chocolate derreta completamente. Se optar pelo extrato de baunilha acrescente-o depois de o chocolate derreter. Acrescente o rum aos poucos e prove para ver se não ficou forte, retire a canela e sirva quente.


No lugar

104 โ ข Revista Sabores do Sul

certo

Por Bรกrbara Pustai


Foto: Bárbara Pustai

No início dos anos 2000,

morando em São Paulo para iniciar a faculdade de Publicidade e Propaganda, Arika Messa não imaginou que seria, quinze anos mais tarde, uma renomada chef de cozinha. De férias em Porto Alegre, descobriu que sua mãe a havia inscrito para o vestibular da primeira turma de Gastronomia da Unisinos. “Eu já gostava muito de cozinhar em casa, mas nada profissional, tanto que colocava Sazón, Arisco e caldo Knorr tudo dentro da mesma panela e ficava horrível”, se diverte. Bastou o primeiro dia de aula para perceber que estava no lugar certo. Com a intenção de absorver conhecimento técnico e adquirir prática, já no primeiro mês de curso começou a trabalhar com Marcelo Gonçalves, do restaurante Pâtissier, onde permaneceu por um ano e meio. Dentre as experiências mais marcantes nos doze anos de profissão, destacam-se os trabalhos no Grupo Press, no Hotel Casa da Montanha, na Copa do Mundo com a chef Neka Barreto, no Senac e no programa The Taste, transmitido pelo canal a cabo GNT. Nessa edição da Revista Sabores do Sul ela ensina a receita Verdes da Horta. O prato criado pela chef faz o maior sucesso nos eventos comandados por ela. Revista Sabores do Sul • 105


Foto: Bárbara Pustai

Receita Verdes da Horta Aspargos tostados, mousse de ervilhas frescas, espaguete de abobrinhas, molho de cebolinha, queijo labneh e creme azedo de iogurte de ovelha 10un de aspargos verdes frescos 500g de ervilha fresca congelada 01 batata rosa descascada cortada em cubos 1litro de caldo de legumes 300ml de creme de leite fresco gelado 2un de abobrinhas italianas 1molho de cebolinha 100ml azeite de oliva 2un limão siciliano 30ml de vodka 2un de queijo labneh 200ml de iogurte de ovelha Flor de Sal Pimenta do Reino Brotos verdes variados para decoração.

Aspargos: Limpe os aspargos tirando o talo grosso da parte inferior e reserve todos em um prato. Aqueça a grelha de ferro (bem quente). Unte os aspargos com azeite de oliva e tempere com sal e pimenta. Grelhar por cerca de 5 minutos de cada lado. Reserve para montagem. Mousse: Cozinhe a batata no caldo de legumes até estarem macias. Desligue o fogo e acrescente as ervilhas. Coe ainda quente, reservando o caldo. Leve a mistura de batatas e ervilhas aos poucos ao liquidificador, adicione caldo suficiente para obter um purê cremoso. Leve ao fogo 200ml de creme de leite, deixe reduzir em fogo baixo pela metade. Coloque a mousse, misture bem e tempere a gosto. Reserve para a finalização. Espaguete: Na mandolina, com a lâmina média, fatie as abobrinhas no sentido do comprimento. Reserve. Aqueça uma frigideira,

salteie as abobrinhas rapidamente no azeite de oliva. Tempere com sal e pimenta. Molho: Corte a cebolinha grosseiramente. Leve ao liquidificador as cebolinhas, o azeite, o suco e raspas do limão siciliano. Bata bem até formar um molho liso e homogêneo, tempere e reserve em uma bisnaga. Creme azedo: Em uma tigela de inox, coloque o creme de leite fresco gelado, a vodka e o iogurte. Bata até formar picos leves, adicione com raspas e o suco de limão siciliano peneirado. Reserve na manga de confeitar. Finalização: Risque o prato com a mousse de ervilhas, disponha no meio do prato o espaguete, coloque os aspargos tostados nas pontas, distribua o queijo esfarelado pelo prato. Coloque gotas do creme azedo intercaladas. Regue o prato circulando com o molho de cebolinha e decore com os brotos.


Revista Sabores do Sul • 107


Hoje, ela comanda o Tuca Truck um dos mais badalados trucks da capital gaúcha. 108 • Revista Sabores do Sul

Foto: Thomas Erh

TUCA PADILHA N

ascida em São Paulo, Tuca Padilha é graduada pelo Cozinheiro Chef Internacional do Senac-SP e em Publicidade pela PUCRS. A chef ainda tem passagens pelos restaurantes paulistas Vie de France, Dry Bar, Marcel Restaurante, La Pasta Gialla; e também pelo Press Café, em Porto Alegre.


quando e por que você decidiu ser chef?

1

5

Eu morei fora há alguns anos atrás e acabei trabalhando numa cozinha, e me senti muito confortável no ambiente.

Margarina. Não vejo utilidade nenhuma.

2

quais chefs te inspiraram?

São tantos, mas ultimamente a cultura dos locais que visito me inspira mais do que um chef em questão.

3

quais são as suas influências na gastronomia?

A minha influência sempre foi a cozinha da minha família, por isso o meu perfil vai mais para o comfyfood.

4

e aquele que não entra de jeito nenhum?

6

9

para você, o que é tendência em gastronomia atualmente?

que restaurante frequenta quando está de folga?

Acho que a valorização do ingrediente, a utilização dele por completo, o simples, o sabor na essência.

Eu costumo ir muito ao Woking, porque é prático, preço justo e muuuuito bom, e agora tem delivery meio dia.

10

7

na Cozinha, qual o principal erro que se pode comer?

Pensar que sabemos de tudo. Todos os dias é dia de aprender.

qual ingrediente não pode faltar na sua cozinha?

8

Bacon. Porque bacon é vida.

Burger, batatinhas e cerveja.

uma harmonização perfeita?

quais os planos para o futuro? Estou estudando sobre isso ainda.

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se você soubesse que morreria hoje, qual seria a última refeição? O Estrogonofe do meu pai com arroz branco e batatinha palha feita em casa.


No ano passado, Bobsin foi escolhido pelos leitores da Revista Sabores do Sul como Chef Revelação de Canela. 110 • Revista Sabores do Sul

Foto: Divulgação

guilherme bobsin A

paixão pela cozinha vem da infância, desde aquela época Guilherme já gostava de se infiltrar entre as panelas e o fogão. Em 2003, ele se formou em Gastronomia pelo Senac e partiu para os Estados Unidos em busca de experiência. Hoje, Bobsin é personal chef e atua em eventos.


quando você decidiu se tornar chef?

1

5

Quando eu tinha 8 anos já ajudava minha mãe e avó na cozinha, tentei fazer uns cursos em faculdade mas sempre amei cozinhar e decidi tornar meu hobby em minha profissão.

Não gosto de cozinhar com temperos prontos.

2

quais são as tuas influências na gastronomia?

Acho que minha culinária tem influência mais francesa, mas gosto de variar e misturar outras culinárias criando meus pratos e novos sabores.

3

quais chefs te inspiram?

Jamie Oliver me inspira muito com suas criações diferentes inovadoras com rápida preparação.

4

qual ingrediente não pode faltar na sua cozinha?

Principal ingrediente é paixão, amor quando estou cozinhando. Mas também não deixo de lado Vinho e Ervas, como manjericão, manjerona, tomilho e alecrim.

e aquele que não entra de jeito nenhum?

6

na horas de folga, qual restaurante tu frequentas?

Gosto de ir no Empório Canela, pelo ambiente aconchegante, ótima culinária com ótimos sanduíches e cafés; e na Me Gusta Hamburgueria, pelo excelente hambúrguer artesanal.

7

qual o país tem a melhor gastronomia do mundo?

Para mim todas gastronomias são as melhores hoje em dia é muito difícil poder definir uma como a melhor.

9

para você, o que é tendência em gastronomia atualmente?

Pratos leves com sabores refrescantes e suaves,

gastronomia saudável.

9

quais os planos para este ano?

Buscar mais conhecimento na área para poder satisfazer melhor meu clientes.

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uma harmonização perfeita?

A Cerveja Double Perigosa é uma Strong Ale envelhecida em barril de carvalho que já armazenou vinhos Cabernet Sauvignon, harmonizada com um picadinho estilo sarapatel carregado em temperos com um percentual de gordura. Ele fica perfeito com essa cerveja, que fira o peso do prato.

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se você soubesse que morreria hoje, qual seria a última refeição? Um bom churrasco e um frango na cerveja malzibier.


Aluisio Sabino F

Hoje, é chef-executivo de gastronomia da Casa Vetro, eleita como Melhor Espaço e Gastronomia de Eventos pelos leitores da Revista Sabores do Sul. Lá, ele é o responsável pela equipe de gastronomia, que trabalha na área de eventos, como: casamentos, formaturas e eventos corporativos. 112 • Revista Sabores do Sul

Foto: Divulgação

ormado pelo Instituto de Culinária Italiana, em 2008, Aluisio Sabino já teve experiências trabalhando em renomados restaurantes europeus. Antes disso, trabalhou como garçom, na Espanha, onde despertou a vontade de ser cozinheiro.


1

quando e por que você decidiu ser chef?

Em 2005, quando viajava pela Europa. Na Espanha, eu resolvi trabalhar de garçom e me interessei. Fiz cursos na Itália e voltei para o Brasil com a intenção de trabalhar como chef e abrir um negócio próprio.

2

quais chefs te inspiraram?

Helena Rizzo,Viko Tangoda, Alex Atala e Marcelo Schambeck.

3

quais são as suas influências na gastronomia?

A Itália, pela minha formação, e Espanha, pela logística e respeito pelos alimentos que eles têm.

4

qual ingrediente não pode faltar na sua cozinha?

O Gengibre. Gosto dele pelo sabor que da à comida e pela versatilidade para usar em vários pratos.

5

e aquele que não entra de jeito nenhum?

8

uma harmonização perfeita?

Não gosto de cozinhar com pó industrializado.

Peixe com um bom vinho branco. E, acredito que a principal harmonização seja com a companhia.

6

9

que restaurante frequenta quando está de folga?

Gosto do Mandarinier e Olivos 657, pela qualidade da comida e o padrão que os dois oferecem. Gosto também do Bar do Beto, local ideal para comer um bife à parmigiana com batata frita.

7

na Cozinha, qual o principal erro que se pode comer?

Todo mundo tem suas limitações, com cozinheiro não é diferente. Mas o principal ponto onde não se pode falhar é no comprometimento. O profissional tem que seguir o horário e estar sempre disponível.

para você, o que é tendência em gastronomia atualmente? Respeito e utilização de produtos locais e a proximidade com o produtor local, dando preferência aos insumos da região.

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quais os planos para o futuro?

Seguir na Casa Vetro. Este ano, vamos mudar nosso cardápio. Nossa ideia é usar mais os ingredientes locais, seguindo as tendências da gastronomia.

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se você soubesse que morreria hoje, qual seria a última refeição?

Eu comeria Navaja,que é um marisco bastante consumido na Espanha, com vinho.



MASSA PAGANINI SEM AZEITE DE OLIVA PAGANINI NÃO É A MESMA COISA.

www.paganinigastronomia.com.br

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