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Transgênero e o papel do Endocrinologista
A população trans no mundo é estimada entre 0,1% a 2,7%, podendo ser maior para faixa etária escolar.
Para esclarecer melhor o assunto, vamos às definições:
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• Sexo/gênero: é designado ao nascer, ou seja, masculino ou feminino • Identidade de gênero: percepção intrínseca de uma pessoa de ser homem ou mulher, que pode não corresponder ao gênero atribuído ao nascer. • Orientação sexual: atração física e emocional de um indivíduo por outra pessoa, independente de sua identidade de gênero. • Transgênero/transexual/incongruência de gênero: termos usados para descrever pessoas cuja identidade de gênero diferem do sexo designado ao nascer. • Disforia de gênero: é quando existe um intenso sofrimento associado à não adequação ao sexo designado ao nascer. • Transgênero masculino ou homem trans: é o indivíduo que nasceu com características femininas, mas se identifica como homem. • Transgênero feminino ou mulher trans: tem o sexo de nascimento masculino e identidade de gênero feminino.
Agora que os termos foram explicados, quero falar sobre o papel do endocrinologista na abordagem dos indivíduos transgêneros.
Para que que ocorra a mudança dos caracteres para o sexo oposto, precisa-se realizar tratamento hormonal de acordo com o sexo ao qual deseja pertencer.
Neste caso, o endocrinologista é o especialista responsável para realizar a hormonização em pacientes trans.
O tratamento deve ser supervisionado, uma vez que não é isento de riscos à saúde.
Os critérios para indicar tratamento hormonal incluem disforia de gênero persistente e bem documentada.
Aqui estão descritos alguns indicativos: as pessoas trans tem um desejo intenso de se livrar dos próprios caracteres sexuais; de possuir os caracteres sexuais do gênero oposto; de ser do gênero oposto; de ser tratado como do outro sexo; convicção de pensar e agir como o outro gênero; e por último, intenso sofrimento associado à condição.
O acompanhamento exige equipe multidisciplinar, contando com psicólogo e psiquiatra, pois essa população além de sofrer com problemas intrínsecos, também enfrentam barreiras na sociedade, como preconceito, rejeição e a falta de entendimento sobre sua condição.
Por fim, quero deixar mais um esclarecimento:
• . Nenhuma dessas características é considerada transtorno de saúde mental; • . Não são escolhas ou opção de vida; • . Elas são intrínsecas ao indivíduo, fazendo parte de como a pessoa é, merecendo o respeito de todos.
DRA. JULIA CIBELLE MORALES
CRM/PR 29724 | RQE 19384 | Endocrinologista
CURRÍCULO
• Medicina pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) - Cascavel/PR; • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Hans Dieter Schmidt - Joinville/SC; • Residência em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) - Londrina/PR.