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Pandemia Emocional

Como vai a saúde emocional do(s) seu(s) filho(s)?

Sem dúvida nenhuma, o impacto emocional em decorrência da pandemia COVID – 19, na vida psíquica das crianças e adolescentes é uma realidade!

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Por um lado, as privações: de convívio, de passeios, viagens... • Privações afetivas: perdas de entes queridos, medo da perda, da doença, da morte, do futuro... (privação de um entendimento que, por vezes, nem os adultos tiveram).

Do outro lado: os excessos (da rotina doméstica, do isolamento social, do estreito convívio com as mesmas pessoas); excesso de telas (computador, celular, TV, videogame, redes sociais, aulas online); excesso de incertezas desproporcionais a capacidade deles processarem/ acompanharem; excesso de erro alimentar (muitas vezes numa forma de compensar os outros prazeres que foram privados); excesso de falta de rotina de sono/ vigília...

Neste contexto ambíguo que todos estamos ainda vivendo, emergem muitas variantes patológicas que temos que estar atentos no cuidado dos menores, a fim de buscar atendimento especializado: • Quando os sintomas acusam sofrimento desproporcional aos fatores e situações; • Quando não ocorriam anteriormente (mudança comportamental negativa); • Quando não remitem ou diminuem com o passar dos dias; • Quando existe comportamento de risco contra a integridade física, sendo a mais grave a ideação suicida (sim, isto pode acontecer!!).

Nestes casos, pais e educadores devem estar atentos e preparados para acolher e dar o melhor encaminhamento a este menor (seja ele psicoterápico e/ou psiquiátrico).

Dentre os transtornos que temos observado, refletindo todo este contexto turbulento e desfavorável, são os mais comuns:

“É importante compreender que os sintomas citados, podem ser encontrados circunstancialmente nas crianças e adolescentes, assim pais e educadores devem estar atentos e preparados para acolher e dar o melhor encaminhamento a este menor.”

• Transtorno Depressivo (choro excessivo, falta de vontade e prazer, irritabilidade excessiva, etc.); • Transtorno Ansioso (desespero, angústia, etc.); • Distúrbios do Sono – Vigília (dificuldade de dormir, despertar precoce, etc.); • Transtorno Obsessivo – Compulsivo (rituais de conferência, limpeza, pensamentos excessivos de doença, etc.); • Transtorno de Somatização (sintomas físicos inexplicáveis por exames ou outros especialistas de outras áreas); • Transtorno de Ansiedade de Separação (desespero e reação intensa ao se afastar das figuras parentais); • Transtornos Alimentares (comer compulsivo, por exemplo); • Entre tantos outros.

Importante compreender que os sintomas citados, podem ser encontrados circunstancialmente nas crianças e adolescentes, assim como em nós mesmos, adultos. E que isto não significa necessariamente a procura imediata por tratamento ou preocupação desmedida. Na verdade há que se levar muito em conta é a interferência destes sintomas (intensidade, frequência e duração) e, principalmente o quanto gera de prejuízo global no funcionamento da vida da criança/ adolescente em suas relações consigo mesmo (grau de sofrimento psíquico) e com o meio em que se vive (seja familiar, escola, círculo de amizades, etc.).

O momento deste novo normal exige, sem dúvida nenhuma, uma maior capacidade individual para todos em adequar-se as demandas físicas e principalmente emocionais, como uma norma de sobrevivência. Afinal, estamos vivos!! Para educadores e pais o desafio é ainda maior, pois além das demandas pessoais (que não são poucas) temos que auxiliar os menores nesta jornada.

DRA. ANGELI CRISTINE KAISER

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