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Paralisia Cerebral
Paralisia cerebral (PC) é um termo genérico para um conjunto de alterações específicas secundárias e terciárias devido a graus variados de danos e lesões ao sistema nervoso central (SNC), que controlam a atividade muscular. Os movimentos e a coordenação são frequentemente afetados.
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O quadro pode variar desde sinais e sintomas leves, moderados ou até mesmo graves. Algumas crianças serão capazes de andar por conta própria sem ajuda, outras necessitarão de auxílio de órteses, muletas, andadores ou mesmo cadeira de rodas.
As crianças acometidas podem apresentar frequentemente atraso na aquisição dos marcos do desenvolvimento motor grosso, fino, linguagem e cognição. Outros sinais e sintomas que podem ocorrer incluem convulsões, déficit visual ou auditivo, problemas com a dentição, deglutição ou constipação, escoliose (curvatura anômala da coluna vertebral), contraturas articulares e até luxação dos quadris. Alguns pacientes podem apresentar alterações comportamentais como autismo ou transtorno do espectro autista (TEA) em associação ao quadro da PC.
Os sinais precoces da PC são principalmente o atraso no aprendizado de rolar sobre seu corpo (3-5 meses), sentar-se sem apoio (6-8 meses), engatinhar (1012 meses) ou andar sem auxílio (12-15 meses). Caso seu filho/filha apresente demora para atingir estes marcos motores, deverá consultar seu pediatra para avaliação das causas deste atraso. O neurologista infantil e o ortopedista pediátrico também poderão auxiliar na avaliação, diagnóstico e seguimento. O médico irá avaliar o tônus muscular, os reflexos primitivos e os profundos, a amplitude de movimento das articulações, aquisição dos marcos motores e observar a forma como seu filho anda, parte importante da avaliação, Muitas vezes, não há necessidade de outros testes para fechar o diagnóstico porém, ocasionalmente, uma Ressonância Nuclear Magnética (RNM) do cérebro será necessária para procurar por lesões específicas ao SNC.
Em relação ao tratamento, até os três anos de idade deve ser focado em auxiliar a criança a conseguir atingir o máximo do desenvolvimento adequado. Os programas de intervenção precoce
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incluem tratamento multidisciplinar com fisioterapia, terapia ocupacional e fono-audio terapia. Ao atingir a idade escolar o tratamento baseia-se principalmente em manter as funções obtidas, com fortalecimento muscular e manter boa mobilidade das articulações. Os métodos auxiliares como órteses e outros aparelhos ajudam a criança e manterem-se inseridas em seu contexto e grupo de amigos e colegas. Outra opção para as situações de espasticidade (endurecimento) dos músculos e movimentos involuntários, é a aplicação intra-muscular de toxina botulínica tipo A a cada quatro a seis meses, que age bloqueando a hiper-ativação do nervo sobre o músculo, causando assim relaxamento muscular e propiciando ao paciente, maior facilidade e eficácia do tratamento fisioterápico. Medicações via oral ou injetados diretamente na coluna (intra-tecal) como o baclofeno, também podem causar maior relaxamento da musculatura afetada. Em crianças maiores, 6-12 anos, ou em casos específicos, tratamentos mais invasivos como cirurgias podem ser necessárias - alongamentos tendíneos, transferências de tendões, osteotomias (cortes nos ossos) de realinhamento.
A evolução de cada criança com PC é individual e única, apesar de alguns padrões serem esperados. A evolução positiva mais intensa tende a ocorrer nos primeiros anos de vida até os 6-8 anos de idade e tende a se manter assim até a adolescência, período em que, devido ao aumento do peso e ganho de massa corpórea, poderá haver algum grau de declínio das funções já adquiridas, como por exemplo, alguns pacientes que andavam com dificuldade na infância, ocasionalmente poderão deixar de andar e passar a necessitar de cadeira de rodas para sua locomoção. O importante é manter a criança ativa fornecendo o tratamento multi-disciplinar adequado e engajamento dos pais e cuidadores, garantindo e assegurando a melhor função possível, com mínimas limitação e dor, buscando sempre a melhora na qualidade de vida do paciente.
DR. REGIOS JUAN ORMANEZI RAMOS
EspecialInfância e Adolescência Transtornos Psiquiátricos na Infância e Adolescência
É importante compreender que os sintomas citados, podem ser encontrados circunstancialmente nas crianças e adolescentes, assim pais e educadores devem estar atentos e preparados para acolher e dar o melhor encaminhamento a este
menor.
A avaliação do desenvolvimento neuropsíquico da criança leva em conta as habilidades esperadas nas áreas social, motora, de linguagem e intelectual (cognitiva), bem como, dificuldades comportamentais e emocionais passadas e atuais. Tem-se como parâmetro da normalidade os padrões de desenvolvimento esperado para as determinadas faixas etárias e a falha em alcançar estes marcos pode sugerir algum transtorno psiquiátrico.
Outros aspectos devem ser buscados na avaliação, como: • Fatores Familiares: influência genética e comportamental para transtornos psíquicos; • Fatores Ambientais: influência do meio psicossocial em que a criança está inserida; • Fatores Pessoais: a própria história de vida da criança nos diversos aspectos da saúde, desde a vida intrauterina (história gestacional), crescimento biológico, sintomas de humor e comportamentais, traumas físicos e/ou emocionais, cognição e interações sociais, ou seja, o desenvolvimento como um todo.
Alguns exemplos de transtornos psiquiátricos: • Retardo Mental; • Síndromes Genéticas com manifestações psiquiátricas; • Transtornos de Aprendizagem; • Transtorno das Habilidades Motoras (coordenação); • Transtornos da Comunicação (linguagem); • Transtornos Globais do Desenvolvimento (sendo o mais conhecido o Transtorno Autista); • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade; • Transtornos de Comportamento Diruptivo (dentre eles: Transtorno Desafiador de Oposição, TOD, Transtorno da Conduta); • Transtornos Alimentares; • Transtornos de Tique;
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• Transtornos da excreção (encoprese, enurese). • Ansiedade de separação; • Mutismo seletivo. • Transtornos de Humor (Depressão Unipolar e Transtorno de Humor Bipolar); • Esquizofrenia de início precoce; • Abuso de substâncias na adolescência e comportamento suicida, entre outros.
Diagnóstico
Embora hoje a informação esteja acessível para todas as pessoas, isto não substitui, de forma alguma, a avaliação especializada do profissional da área. Isto porquê a precocidade do diagnóstico (abordagem terapêutica e bom encaminhamento no aconselhamento familiar para otimizar a resposta terapêutica) é fundamental.
Tratamento Multiprofissional
A combinação das terapias à medicação (psicofármacos), quando se faz necessário, traz uma resposta superior ao tratamento isoladamente medicamentoso.
Muitas áreas terapêuticas podem Transformar o sofrimento de ser o diferente na oportunidade de viver, fazer, pensar e agir diferente, adaptativamente faz a vida mais leve e feliz.
colaborar no tratamento, como: terapia ocupacional, musicoterapia, educadores físicos, fonoaudiólogos, grupos de apoio, dentre outros.
Todos os estímulos positivos e bem direcionados podem favorecer em muito a melhor evolução do quadro (Espectro Autista e TDAH), além de diminuir sobremaneira o dano cerebral (neuronal) (Esquizofrenia e Depressão) e o sofrimento psíquico- emocional-social (TDAH, Transtornos Ansiosos, TDO) para a criança/ adolescente e também para toda a família.
DRA. ANGELI CRISTINE KAISER
EspecialInfância e Adolescência A importância da atividade física para crianças e jovens
Quando falamos em atividade física associamos de imediato ao exercício físico vinculado à prática esportiva ou ao grande esforço. Entretanto, atividade física se define como um comportamento que envolve movimentos voluntários do corpo com gasto energético maior que em uma situação de repouso. A partir de interações com o ambiente e as pessoas, a atividade física pode acontecer durante o tempo livre, no trabalho ou escola, ao nos deslocarmos e nas atividades domésticas.
Podemos considerar como exemplos algumas atividades comuns que podemos experienciar durante nossos dias tais quais: caminhar, correr, pedalar, brincar, subir escadas, carregar objetos,dançar, limpar a casa, passear com animais de estimação, cultivar a terra, cuidar do quintal, praticar esportes, lutas, ginásticas, yoga, entre outros. Qualquer atividade que nos tire de uma situação de sedentarismo pode ser considerada como atividade física.
Para crianças até 5 anos de idade, a atividade física é realizada a partir de jogos e brincadeiras, mas também com a participação em escolinhas de esportes, aulas de educação física e espaços de recreação. As atividades devem ser supervisionadas por pais, responsáveis ou professores para que se tornem adequadas à faixa etária, prevenindo acidentes ou lesões. A partir dos 6 anos de idade, a indicação é realizar no mínimo 60 minutos de atividade física diária onde a criança e o adolescente pode optar por aquelas que lhe tragam sensações de prazer e bem-estar.
A atividade física é capaz de auxiliar no processo de crescimento adequado e no desenvolvimento saudável. Dentre os benefícios podemos elencar a diminuição do risco de obesidade infantil, a melhora da qualidade do sono, o auxílio no desenvolvimento da coordenação motora, a melhora das funções cognitivas e do aprendizado, o auxílio no desenvolvimento das habilidades motoras, psicológicas e sociais, a contribuição para o crescimento saudável dos músculos e ossos e a melhora da saúde do coração e do condicionamento físico.
A motivação é um importante critério para realização das atividades. É a partir dela que crianças e jovens vão optar por determinada atividade física e levar a prática para o decorrer de sua vida. Por isso, incentivem seus filhos, sobrinhos e conhecidos ao seu redor a eliminarem hábitos de vida sedentários para a construção de hábitos de vida mais ativos, buscando melhorar cada dia mais a qualidade de vida!
Este texto foi escrito baseado no Guia de Atividade Física para a População Brasileira desenvolvido pelo Ministério da Saúde (2021).
CLÁUDIA MORAES E SILVA PEREIRA
CREF 018664 - G/PR | Educação Física
CURRÍCULO
• Licenciatura Plena em Educação Física - UEM • Mestrado e Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas - UEPG • Integrante do Centro de Centre de Recherches Interdisciplinaires sur les Mondes Ibériques Contemporains da Universidade de
Sorbonne do Deparatemento de Letras da Sorbonne. • Responsável pelo Instituto La Bonne Santé.
41 99950-6828 instituto_la_bonne_sante Rua Franciso Burzio, 597 - Ponta Grossa-PR
EspecialInfância e Adolescência Ambliopia: o que é, sintomas e tratamento
A ambliopia é diminuição da visão em um ou ambos os olhos devido ao desenvolvimento anormal da visão na infância. É a principal causa de perda de visão entre as crianças.
A perda de visão ocorre porque as vias que transmitem sinal entre o cérebro e os olhos não são adequadamente estimuladas. O cérebro “aprende” a ver apenas imagens borradas com o olho amblíope. Como resultado, o cérebro favorece um olho, geralmente devido à falta de visão no outro olho. Outra palavra para ambliopia é frequentemente “olho preguiçoso”. Nas crianças sem nenhum problema aparente, também pode estar a ambliopia escondida pelo olho bom que supre a deficiência do problema de malformação e capacidade da acuidade visual, ou seja, a criança não enxerga com os dois olhos ao mesmo tempo, sendo que o olho fraco desenvolve, portanto a ambliopia, neste caso funcional.
O estrabismo que é a falta do paralelismo dos músculos oculares é o principal causador da ambliopia (Ambliopiaestrabísmica). Erros de refração e opacidades oculares e acidentes também são outras causas. Na ausência do estrabismo torna-se difícil o reconhecimento da ambliopia pois a ida ao oftalmologista é adiada pois os pais acham que está tudo
DRA. URSULA ZARPELLON
CRM/PR: 17456 | RQE 11665 | Oftalmologia
CURRÍCULO • Fellow no Hospital Infantil Pequeno Príncipe Paraná; • Fellow Estrabismo Fundação Hilton Rocha em Belo Horizonte - MG; • Internacional Fellowship The Hospital for Sick KIds - Toronto - CA; • Research Fellowship no The Smith Kettlewell Eye Research Institute, San Francisco - EUA. bem e que não existe nenhum problema com os olhos. O acesso precoce ao atendimento oftalmológico é uma forte arma no combate a ambliopia. Portanto, com um ano e após os três anos de idade até o final da primeira infância a criança deve frequentar o oftalmologista pediátrico para evitar a ambliopia e outras doenças oculares. O tratamento é feito em uníssono dos médicos com os pais, professores e demais pessoas que contribuem para o desenvolvimento e crescimento saudável da criança amblíope onde pode haver a cura dependendo da causa. Os óculos podem melhorar em parte a acuidade visual, mas geralmente não completamente. O uso dos óculos pode ser feito em conjunto com a oclusão do olho bom. Tornar-se um adulto sem a esteropsia ou visão tridimensional, limita profissões e oportunidades que a acuidade visual ou visão perfeita ocasiona. Assim cuidar da saúde visual na infância é uma maneira de corrigir e/ou prevenir problemas na vida adulta.