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Especial Saúde do idoso e qualidade de vida
e qualidade de vida Como envelhecer melhor
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Saúde na Geriatria, compreende principalmente a capacidade funcional preservada como autonomia para tomar as suas próprias decisões e independência para gerir a própria vida. Para envelhecer bem é necessário ter boa saúde física, mental, espiritual, apoio familiar e uma rede social de apoio.
Para preservar a autonomia é importante ter uma boa função cognitiva, ou seja, memória e funções cerebrais preservadas.
Há alguns anos um estudo finlandês chamado Finger, avaliou 1260 idosos entre 60 a 77 anos, e comparou um grupo que realizava exercícios físicos 4x por semana, atividades sociais, exercícios para a memória, dieta saudável, controle adequado da pressão arterial, colesterol e diabetes com outro grupo sem essas intervenções. Após 2 anos foi demonstrado que o primeiro grupo evoluiu melhor nos testes de memória e na velocidade de processamento de informações.
Interessante observar que estas medidas já trouxeram resultados em curto período de tempo, em pessoas já na terceira idade, mostrando que nunca é tarde para começar a cuidar da saúde e colher os seus benefícios.
A partir deste estudo 45 países, incluindo o Brasil, estão fazendo estudos neste mesmo modelo, no intuito de prevenir a demência, uma doença que até o momento não tem tratamento eficaz.
Mais da metade das pessoas com demência no mundo, vivem em países em desenvolvimento como o Brasil e em 2050 este número vai aumentar para 70%. Nos países em desenvolvimento a demência se manifesta mais precocemente do que em países mais desenvolvidos, devido à falta de controle adequado de doenças como pressão alta, diabetes, aumento de peso, colesterol elevado, dieta inadequada e também à baixa escolaridade.
Estudos mostram que na America Latina 56% dos casos de demência são atribuidos a 9 fatores de risco modificáveis como pressão alta, diabetes, falta de atividade física, hábito de fumar, depressão, isolamento social, obesidade, diminuição de audição e baixa escolaridade. Significa que se houver um controle adequado desses fatores de risco pelo menos metade dos casos de demência poderiam ser evitados.
e qualidade de vida
É necessário, com urgência prevenir e tratar melhor todos estes fatores de risco. Começa cedo, investir na escolaridade, e assim durante toda a vida é importante estimular o cérebro, praticar a leitura, aprender novas coisas, ter desafios.
Atividade física é essencial para a saúde mental e física, pelo menos 150 minutos de exercício aeróbico por semana, como caminhadas, esteira, hidroginástica.
Incluir na alimentação uma variedade de verduras e frutas, cereais integrais, probióticos e proteínas, além de tomar bastante líquidos.
Fazer acompanhamento médico regular para o controle adequado da pressão arterial, diabetes, colesterol e peso. Tratar possíveis deficiências vitamínicas como de vitamina B12 que é muito importante para o cérebro, além de controlar adequadamente doenças crônicas.
Tratar distúrbios do sono, a insônia é comum em idosos e acarreta falta de concentração, atenção e diminuição de memória. E também aumenta o risco de depressão, quedas, descontrole de pressão arterial e derrame.
É muito importante procurar ajuda quando apresentar sintomas de ansiedade e depressão. O tratamento adequado da depressão e ansiedade protege o cérebro e ajuda a evitar piora da memória.
Além disso, relacionamentos saudáveis são imprescindíveis para envelhecer bem.
Fundamental para ter uma melhor qualidade de vida e longevidade é ter um propósito de vida, um motivo para acordar todos os dias.
Nunca é tarde para começar a se cuidar, comece o quanto antes: Hoje !!
DRA. CAROLYN MARIA DE GEUS WENCESLAU
CRM/PR 13205 | RQE 7135 | RQE 9806 | Geriatria e Reumatologia CURRÍCULO
• Especialista em Geriatria e Reumatologia; • Residência no Hospital das Clínicas; • Fellowship em Geriatria e Reumatologia no Canadá; • Mestrado em Ciências Biomédicas - UEPG.
Fundamental para ter uma melhor qualidade de vida e longevidade é ter um propósito de vida, um motivo para acordar todos os dias. Nunca é tarde para começar a se cuidar, comece o quanto antes: Hoje !!
e qualidade de vida Saúde ocular no Idoso
Assim como outras partes do corpo, o olho também envelhece e, com isso, sofre alterações. Tal situação exige a realização de consultas e exames oftalmológicos periódicos como forma de prevenção. As doenças mais comuns são as listadas a seguir.
Catarata:
É a principal causa de cegueira reversível no mundo e ocorre principalmente após os 50 anos de idade, quando há perda progressiva da transparência do cristalino. Em certos casos é potencializada por doenças sistêmicas como o diabetes e uso crônico de medicamentos como corticóides.
Sintomas: embaçamento visual com evolução gradual até a perda completa da visão.
Cuidados preventivos: dieta rica em alimento antioxidantes, controle do diabetes e do fumo que são causas secundárias, assim como proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros e proteção ultravioleta.
Glaucoma:
A doença provoca lesão no nervo óptico e manifesta-se principalpemnte na terceira idade podendo levar à cegueira irreversível caso não seja diagnosticada a tempo.
Tem como principal fator causador o aumento da pressão intraocular, assim como diabetes, miopia e hereditariedade.
Sintomas: a principal forma da doença que é o glaucoma primário de ângulo aberto não causa sintomas. Na forma menos comum, que é o glaucoma agudo, há forte dores de cabeça, fotofobia, náuseas e dor ocular intensa com visão de halos ao redor da luzes.
Cuidados preventivos: a realização de consulta rotineira para a medida da pressão intraocular e exame do fundo do olho, assim como os exames oftalmológicos complementares são importantes para o monitoramento de cada caso.
Retinopatias (diabética e hipertensiva):
As alterações nos vasos sanguíneos da retina constituem essa doença, causando má circulação na retina, sendo provocadas por complicações do diabetes e hipertensão arterial.
Sintomas: embaçamento visual, visão borrada com manchas, impressão de “moscas voando” ou visão de flashes e nos casos de hemorragia há queixa de perda súbita de visão.
Cuidados preventivos: controle rigoroso da glicemia e da pressão arterial e exame periódico do fundo do olho.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI):
Consiste na degeneração de uma parte da retina chamada mácula, responsável pela visão central, detalhes e cores. Tem correlação também à exposição a raios solares, obesidade, tabagismo, aterosclerose e histórico familiar.
Sintomas: visão com linhas onduladas, pontos escuros ou espaços em branco, distorção das formas e visão embaçada.
Cuidados preventivos: adotar dieta rica em alimentos com alto teor de ômega 3 e vegetais de folhas verdes, não fumar, praticar exercícios, controlar peso e pressão arterial, uso de óculos escuros com proteção ultravioleta.
Olho seco:
É causado pela diminuição da produção da lágrima ou deficiência de um de seus componenetes. Alterações senis nas pálpebras (entrópio e ectrópio), distúrbios do sistema lacrimal (obstrução) e como efeito colateral de certos medicamentos são também possíveis causas.
Sintomas: ardor, queimação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em ambientes com ar condicionado ou em frente ao computador.
Cuidados preventivos: uso de colírios ou géis lubrificantes oculares, suplementos vitamínicos, ou a correção cirúrgica das possíveis causas do distúrbio.
É muito importante que pessoas com a idade avançada visitem um oftalmologista periodicamente para identificação dos fatores de risco. A ideia é monitorar e aplicar o tratamento adequado precocemente para diminuir as chances de danos visuais.
DR. LEONARDO SALIBA CUNHA
CRM/PR 18645 | RQE 12162 | Oftalmologia
• Graduação Médica pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; • Residência em Oftalmologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; • Fellowship em Glaucoma e Catarata pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte; • Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
DRA. PRISCILA DE OLIVEIRA CUNHA
CRM/PR 21752 | RQE 17015 | Oftalmologia
• Graduação Médica pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; • Residência em Oftalmologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; • Fellowship em Plástica Ocular e Estrabismo pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte; • Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
e qualidade de vida Cuidando hoje da Saúde de Amanhã
O aumento da expectativa de vida ou longevidade, nem sempre vem acompanhado de qualidade de vida.
O que já se sabe é que a saúde global (física e mental) do idoso, é em sua maior proporção, o resultado de tudo que fez e cultivou em hábitos de vida saudáveis ao longo da vida subtraindo o que fez contra sua saúde em todo seu viver. Do resultado desta simples aritmética, temos: - Se o saldo é positivo, mais saúde se desfruta. - Se o saldo é negativo, mais comprometida está sua saúde.
Sendo assim, a questão maior que se quer salientar nesta matéria, é a importância em se criar um saldo positivo na saúde, impactando positivamente na vida como um todo.
Dentre os hábitos que podemos cultivar ao longo da vida, temos: os aspectos voltados à saúde física e os de ordem mental/psíquica, embora se reiterem ao longo do tempo, um diretamente ligado ao outro. - Alimentação rica em nutrientes (quanto mais natural e menos industrializados, melhor). - Regularidade ciclo de sono e vigília (evitar privações de sono). - Prática regular de atividade física de sua preferência. - Evitar excesso de toda ordem. - Evitar vícios: lícitos (álcool, tabaco, etc.), ilícitos (drogas, cyber – telas em excesso, redes sociais, etc.). - Cultivar rede familiar, amigos, convivência interpessoal. - Lazer. - Viver da melhor maneira “o agora”.
DRA. ANGELI CRISTINE KAISER
- Não guardar e ruminar mágoas/ rancor. - Cultivar a gratidão e a vida.
Não basta estarmos vivos, devemos nos sentirmos vivos!
E para isso, temos que ter sonhos, lembranças vivas, recordações, histórias para contar, vontade de viver, entre tantos outros.
Neste contexto, mesmo com alguma limitação, há que buscar viver da melhor maneira. Quando não se sente capaz de viver assim, pode-se buscar auxílio dos profissionais de saúde a fim de tornar a vida mais leve, feliz e saudável.
e qualidade de vida Hidrocefalia de Pressão normal no Idoso
A hidrocefalia de pressão normal consiste em dificuldade em andar, incontinência urinária e demência devido a um aumento no líquido que normalmente circunda o cérebro.
Normalmente, o líquido que circunda o cérebro e o protege de lesões (líquido cefalorraquidiano) é produzido de forma contínua nos espaços dentro do cérebro (ventrículos), circula em torno dele e é reabsorvido. Acredita-se que a hidrocefalia de pressão normal ocorra quando esse líquido não é reabsorvido de forma normal, fazendo com que ele fique acumulado. A quantidade de líquido nos ventrículos aumenta e o cérebro é então pressionado para fora.
A hidrocefalia de pressão normal é classificada como uma das seguintes:
• Secundária: quando é causada por outro distúrbio (como hemorragia subaracnoide, meningite ou uma lesão na cabeça) • Idiopática: quando a causa não pode ser identificada
Em geral, os principais sintomas de hidrocefalia de pressão normal consistem em uma instabilidade geral e perda de equilíbrio. Normalmente, as pessoas apresentam um caminhar anormalmente lento, instável e com as pernas muito abertas. Os pés podem parecer presos ao chão (chamado de passo magnético). As pessoas também têm incontinência urinária e uma tendência a cair.
A demência pode não se desenvolver até o final da doença. Muitas vezes, os primeiros sinais de demência são dificuldade de se planejar, organizar, expor ideias ou realizar ações para uma tarefa na ordem certa (em sequência), pensar de forma abstrata e prestar atenção. A memória tende a ser perdida posteriormente.
Suspeita-se de hidrocefalia de pressão normal quando os pacientes apresentam os três sintomas típicos:
• Dificuldade ao andar • Incontinência urinária • Demência
No entanto, o diagnóstico de hidrocefalia de pressão normal não pode ser baseado apenas nos sintomas, particularmente em pessoas mais idosas. Outras demências podem causar sintomas semelhantes e em pessoas mais velhas, muitas doenças podem dificultar o andar ou causar incontinência urinária.
Testes neuropsicológicos, que são mais detalhados, são por vezes necessários. Esses exames cobrem todas as funções mentais principais, incluindo o estado de ânimo, e a sua realização dura de 1 a 3 horas. Esse teste nos ajuda a distinguir a demência de outras condições que podem causar sintomas semelhantes, tais como desgaste da memória associado à idade, do transtorno cognitivo leve e da depressão.
Diagnóstico de hidrocefalia de pressão normal:
Imagens do cérebro, geralmente por ressonância magnética (RM), são realizadas para verificar o excesso de líquido cefalorraquidiano. Encontrar excesso de líquido e outras alterações características no cérebro corrobora o diagnóstico de hidrocefalia de pressão normal, mas não o confirma.
Para ajudar no diagnóstico, fazemos uma punção lombar ou coloca-
e qualidade de vida
mos um dreno temporário na medula espinhal para remover o excesso de líquido cefalorraquidiano. Se esses procedimentos aliviarem os sintomas, geralmente pela melhora da marcha, é mais provável que exista hidrocefalia de pressão normal e é mais provável que o tratamento seja eficaz.
O tratamento da hidrocefalia de pressão normal consiste na colocação de um pedaço de tubo de plástico (uma derivação) nos ventrículos do cérebro e passá-lo sob a pele, geralmente até o abdômen (derivações ventriculoperitoneais). O líquido cefalorraquidiano é então drenado do cérebro. Os efeitos desse tratamento podem não ser evidentes por várias horas. Esse procedimento pode melhorar significativamente a capacidade de andar e coordenação e pode diminuir a incontinência. No entanto, a função mental melhora menos e num menor número de pessoas. Desta forma, é importante o diagnóstico precoce, para que as pessoas possam ser tratadas antes do desenvolvimento da demência.
Para ajudar no diagnóstico, fazemos uma punção lombar ou colocamos um dreno temporário na medula espinhal para remover o excesso de líquido cefalorraquidiano.
DR. FÁBIO VIEGAS