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A MAIOR PARADA LGBTQ+ ESTÁ EM SÃO PAULO

Primeiro megaevento após período de restrições da pandemia atraiu o dobro de turistas da última edição em 2019 e deu força para a retomada econômica por LUIZA ANDRADE fotos IWI ONODERA

A26ª Parada do Orgulho lgbt+ de São Paulo coloriu mais uma vez a avenida Paulista, neste domingo (19), quando uma multidão com milhões de pessoas passou pela avenida, segundo a Associação da Parada do Orgulho lgbt de São Paulo, entidade organizadora do evento. A festa, que contou com 19 trios elétricos e a participação das cantoras Pabllo Vittar, Luiza Sonza, Ludmilla, Jojo Todynho e Gretchen, entre outras, foi além das expectativas sem nenhum registro de incidente grave durante sua realização e recorde de participação de turistas.

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“A parada lgbt+ de São Paulo não é somente a maior manifestação da comunidade, ela traz benefícios que vão muito além do segmento do orgulho. Seu impacto na economia, na geração de empregos e na imagem positiva para a cidade são inestimáveis, principalmente neste momento de retorno após dois anos de pandemia. Voltamos com milhões de pessoas unidas para defender a democracia, o feminismo, a equidade, a inclusão e o voto com orgulho”, declarou o presidente da Associação, Cláudia Garcia.

O evento em São Paulo, considerado o maior do gênero no mundo, este ano, surpreendeu os organizadores por três motivos: a porcentagem de turistas passou de 40% do total de participantes, um clima de tranquilidade redução no número de ocorrências policiais, e a grande movimentação econômica com a rede de hotéis da cidade registrando 80% de ocupação.

De um confronto entre policiais e manifestantes nos Estados Unidos, em junho de 1969 surgiu a data do Dia Internacional do Orgulho

A parcela de turistas que vieram do interior e de outros estados ultrapassou 28% do total de pessoas na avenida, mais do que o dobro da edição anterior. Os números foram revelados pela pesquisa Perfil e Satisfação de Público Parada lgbt+ 2022 realizada pelo Observatório do Turismo da cidade de São Paulo, que ouviu 1.223pessoas no dia do evento.

De 24 anos para cá, a Parada passou de 2 mil pessoas para a expressiva marca de mais de 4 milhões de participantes na Avenida Paulista, segundo a diretoria da Associação da Parada do Orgulho lgbt. Entre eles, se destacam não só participantes brasileiros, mas também de todo o mundo.

No início, nossa Parada reunia um número bem menor de participantes nas ruas, tendo levado em suas primeiras edições 2, 20 mil até chegar em seu auge de público, com mais de 4 milhões de participantes em 2019, que entrou para a história do evento como a maior parada do mundo.

E, como consequência do seu impacto, o evento de 2019 em comemoração aos 50 anos da revolta de Stonewall foi responsável por contribuir com mais de 400 milhões de reais para a cidade de São Paulo.

“Os resultados da pesquisa indicam uma tendência de aumento na demanda pela cidade, o que ultrapassa a simples questão econômica. É um sinalizador de impacto social, na geração de emprego e renda”, explica o secretário municipal de Turismo, Rodolfo Marinho.

Desfilaram pelas ruas, a partir da Avenida Paulista até a Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, 19 trios elétricos com a participação de artistas financiados por empresas que possuem políticas de inclusão e diversidade.

“São Paulo mostrou no domingo porque é uma das grandes capitais mundiais da diversidade com uma festa grandiosa que é também um protesto contra a intolerância e sem nenhum episódio de violência”, afirma o coordenador de Políticas para lgbt da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (smdhc), Cássio Rodrigo. “A cidade mostrou também que está pronta para realizar grandes eventos, após este período mais grave da Covid”, completa Cassio.

Como ocorre em todas as oportunidades, a Prefeitura de São Paulo prestou o apoio por meio de várias secretarias, ao principal evento do calendário turístico da cidade. Este ano, a smdhc divulgou o evento por intermédio de suas redes sociais e desenvolveu a campanha, “O tempo não para, cada vez mais inclusiva, diversa e colorida”, com um vídeo de um minuto de duração, que reforça a importância da evolução social e do respeito à diversidade, entre outras iniciativas como a participação das unidades móveis lgbt durante todo o mês dedicado ao Orgulho lgbt+, apresentando serviços como apoio jurídico, psicológico e social.

Com a parceira do Metrô de São Paulo e concessionárias, a campanha divulgou vídeos e mensagens incentivando o uso do serviço sp156 para denúncias contra a lgbtfobia. As estações foram decoradas com motivos alusivos ao orgulho lgbt+ , como a Estação Luz, que adesivou as suas escadas rolantes com as cores do arco-íris.

Por meio da smdhc, a Prefeitura de São Paulo desenvolve diversas iniciativas na cidade de São Paulo, visando garantir e dar mais oportunidades à população lgbt+. Uma dessas iniciativas, o programa trans cidadania, beneficia travestis, mulheres transsexuais e homens trans, que enfrentam diariamente o preconceito e a violência, além da falta de oportunidade devido a exclusão. Por sua amplitude, importância e alcance, o programa ganhou renome internacional, e em julho de 2022 o número de vagas será ampliado de 510 para 660, com a incorporação de 150 vagas, o equivalente a um acréscimo de cerca de 300% nos últimos três anos.

O trans cidadania oferece ao participante uma bolsa de estudos no valor de R$ 1.272,60 e tem como condição o prosseguimento dos estudos. Durante os seus seis meses de duração e carga horária diária de seis horas, o programa proporciona oficinas, cursos de qualificação e intermediação com empresas e instituições visando a empregabilidade.

A smdhc mantém uma rede de apoio com cinco Centros de Cidadania lgbt, em todas as regiões da cidade. No mês passado, realizou o lançamento oficial do Cadastro Municipal lgbt+ , iniciativa para ampliar os dados disponíveis sobre a comunidade na capital. As informações que são coletadas, como termos econômicos, sociais, educacionais e etários, serão amplamente utilizadas para a implementação e aprimoramento das políticas públicas direcionadas para este público.

Quem não tem acesso à internet, pode fazer seu cadastro em qualquer Unidade Móvel de Cidadania lgbt, nos Centros de Cidadania lgbt ou ainda nas 17 unidades do Teia, rede de coworkings públicos ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (smde). Além disso, a capital paulista também conta com o Programa Respeito Tem Nome, gerido pela Coordenação de Políticas lgbti da smdhc, com vistas a proporcionar o registro gratuito do nome social por meio da retificação do nome, pronome e gênero na documentação. No mês passado, foram entregues os primeiros documentos retificados às beneficiárias, representando uma grande conquista para a cidadania.

Agora, como denunciar? Desde agosto de 2021, o serviço municipal sp156 atende denúncias de lgbti fobia tanto nos canais digitais como por telefone, e a equipe teve um treinamento de sensibilização para realizar esses atendimentos. Não há pré-requisitos ou a necessidade de qualquer documentação oficial, como um boletim de ocorrência, para denunciar. Serão solicitadas informações sobre o ato ou situação que se quer reportar, como quando e onde ocorreu, quem praticou a ação e o que aconteceu.

Veja aqui um passo a passo de como fazer uma denúncia.

O Portal sp 156 fortalece a rede de atendimento já disponível por meio dos equipamentos da smdhc, que seguem recebendo denúncias e acolhendo vítimas. A rede é formada por quatro cclgbti+ e um Centro de Referência e Defesa da Diversidade (crdd), que desenvolvem ações permanentes de combate à homofobia e respeito à diversidade sexual, atuando nos eixos de Defesa dos Direitos Humanos e na Promoção da Cidadania lgbti. Além das sedes fixas, quatro Unidades Móveis de Cidadania lgbti percorrem São Paulo.

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