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CONTRACEPTIVOS AFETAM O HUMOR?
AS PÍLULAS CONTRACEPTIVAS CONTRACEPTIVOS AFETAM O HUMOR? Seus efeitos na saúde mental das mulheres AFETAM SEU HUMOR? levantam mais perguntas do que respostas
por Grace Browne
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Cara%$o!!!!!
o Congresso Europeu de Psiquiatria virtual, Elena Toffol e sua equipe da Universidade de Helsinque, na Finlândia, relataram que as taxas de tentativa de suicídio eram 40% maiores em mulheres que usavam contracepção hormonal em comparação com aquelas que não usavam.
Os contraceptivos orais, que chegaram ao mercado há mais de 60 anos, são surpreendentemente populares, possuindo cerca de 100 milhões de usuárias. A pílula, como é conhecida, vem em duas formas: uma versão em progesterona e uma versão combinada de estrogênio e progesterona. Ambos contêm hormônios sintéticos projetados para interromper ou reduzir a ovulação – a liberação do óvulo do ovário.
Porque usar a pílula?
Mas a decisão de usar o anticoncepcional hormonal nem sempre é fruto do desejo de prevenir a gravidez. Seu nome é bastante impróprio; de modo que uma designação mais adequada seria “medicação hormonal, a qual muitas vezes é utilizada como controle de natalidade”. A contracepção hormonal é prescrita para uma verdadeira variedade de condições, incluindo enxaquecas, acne cística, dor menstrual crônica, síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose, entre outras.
Temores e efeitos
Os medos sobre os efeitos colaterais psicológicos da pílula se enquadram em uma tendência crescente
Getty Images / iStockphoto
que surgiu nos últimos anos: uma desconfiança generalizada em relação a todas as desvantagens da contracepção hormonal.
Mas ainda não temos uma resposta clara sobre se a ligação entre a pílula e o humor é real. O maior problema é que a maioria dos estudos até o momento foi ineficiente ao envolver somente um grupo de mulheres que estão usando a pílula e compará-las com um grupo que não está usando. “Não leva em conta que as mulheres que experimentaram a pílula e tiveram efeitos negativos no humor ou na sexualidade sairiam dela”, diz Cynthia Graham, professora de saúde sexual e reprodutiva da Universidade de Southampton e editorachefe do The Journal of Sex Research. “Isso, é uma grande razão pela qual é difícil responder à pergunta.”
Além disso, descobrir se uma droga causa depressão é complexo, de modo que envolve fatores como antecedentes socioeconômicos, status de relacionamento e histórico de doença mental na família.
Estudos recentes
A pesquisa mais famosa sobre o tema é um estudo dinamarquês de 2016, de Charlotte Wessel Skovlund, que acompanhou mais de 1 milhão de mulheres na
Algumas pessoas relatam que os contraceptivos hormonais pioram seus sintomas de humor.
Na moral?!?
Fatores externos também causam sintomas comuns na depressão
Marta Pucci e Emma Günther
Freepik faixa etária de 15 a 34 anos por um período de mais de 14 anos. Ela relatou que as mulheres com idade entre 15 e 19 anos que faziam uso de contraceptivos eram cerca de 80% mais propensas a serem diagnosticadas com depressão ou possuírem antidepressivos prescritos, quando comparadas com as mulheres que não faziam uso do medicamento. “Esse foi um estudo bem feito para o que é possível com dados observacionais”, diz Ruben Arslan, psicóloga de personalidade da Universidade de Leipzig, na
Grace Browne
REPRODUÇÃO / Minha saúde.proteste
Alemanha. Observe o termo “observacional” – a maior desvantagem do estudo é a “correlação, não causa”. Foram excluídas mulheres que haviam recebido diagnóstico de depressão antes do estudo e mulheres que estavam grávidas ou que deram à luz nos últimos seis meses para controle de depressão pós-parto. Para rastrear a depressão, o estudo usou um diagnóstico de depressão ou prescrição de antidepressivo como indicadores, mas muitos casos de depressão não são diagnosticados e tratados.
Como acontece com todas as perguntas científicas, a melhor maneira de respondê-las é por meio de um estudo randomizado controlado por placebo – o padrão-ouro da pesquisa. Em vez de observar como a pílula se comporta no mundo – onde todos os tipos de outros fatores podem estar em jogo – com esse tipo de estudo você criaria dois conjuntos de participantes altamente semelhantes e daria a um grupo a pílula e o outro um placebo, sem indicar quem recebeu o quê.
Alguns sintomas causados pelo uso de hormônios requerem um acompanhamento junto a um médico.