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Unilever e sua relação com o impacto positivo
Fernando Fernandez cita a Kibon, empresa que gera grande impacto social
Como superar a desconfiança de que sustentabilidade é só marketing?
Nosso presidente global diz que as companhias que ignorem o problema da fome, da equidade, da diversidade, da mudança climática no curto prazo não vão ter razão de existir. O consumidor quer saber o que está por trás de uma marca, de um produto, os valores da companhia. E as corporações ao final seguem o dinheiro. Se o consumidor dá as costas porque não vê uma genuína preocupação com esses temas, em algum momento você vai perder.
Qual é a lógica de aproximação com empreendedores sociais?
A gente precisa imbuir dentro da companhia esse espírito empreendedor. No final das contas, eu sou um administrador do dinheiro dos outros. Mas os empreendedores correm risco pessoal, colocam paixão nas suas iniciativas. Queremos isso mais e mais dentro do negócio.
É possível misturar com sucesso as duas culturas?
O “talibanismo” das grandes empresas é ruim. O dos empreendedores sociais, também. O pêndulo tem que se acomodar em um algum lugar onde possamos falar uma linguagem comum. Os problemas são demasiadamente grandes para que só um lado resolva. Todos os temas de sustentabilidade, entre eles o uso racional de recursos, são demasiadamente importantes para serem deixados nas mãos dos governos.
A empresa lançou um projeto de venda direta de sorvete?
O projeto se chama Eu Sou Kibon, uma iniciativa global. É um sistema móvel de vendas e distribuição baseado em microempreendedores e microdistribuidores. O que está por trás disso: na praia, no parque ou na saída da escola não há loja para comprar sorvete. No Brasil há um freezer de sorvete para cada 2.000 habitantes. Na Europa e mesmo no Equador, tem-se um para cada 500 habitantes. Como será explorado este potencial de crescimento?
Começamos com piloto em Recife ano passado, a venda em locais públicos estava muito limitada e chegávamos ao consumidor a um preço alto. Costuma-se pagar R$ 3, R$ 4 a mais na praia do que na padaria. Havia muitos níveis de distribuição dentro da cadeia.
Microempreendedores, que se associam a seis ou sete sorveteiros cada um.
A ideia é expandir para 8.000 vendedores nas ruas ligados a mil microempreendedores e podemos chegar a 20 mil em cinco anos. Este é um projeto ambicioso, mas representa uma oportunidade para os microempreendedores envolvidos.