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O IMPACTO DO ALUMÍNIO
Com alta taxa de reciclagem, e atrelado ao sustento de várias famílias, como o aluminio pode impactar posivitimamente a vida e o descarte do seu produto
Oalumínio pode estar mais presente no seu dia a dia do que você imagina O alumínio é um dos metais mais abundantes, importantes e presentes na sociedade moderna. Se você olhar ao seu redor, vai ser difícil encontrar algum objeto que não tenha pelo menos uma parte feita de alumínio. Mas afinal, o que é alumínio? Conheça os impactos ambientais do alumínio, os motivos dele ser tão utilizado, saiba como reciclá-lo e quais são suas propriedades.
O elemento químico AL, o alumínio, quando puro, possui a forma de um metal prateado, leve e inodoro. O alumínio é considerado o terceiro elemento químico mais abundante na crosta terrestre e o mais abundante entre os elementos metálicos. Porém, ele não é encontrado na forma metálica como o conhecemos, mas sim em diversos minerais e argilas.
A matéria-prima principal do alumínio metálico é a Alumina. A alumina é extraída de uma classe de rochas chamada de bauxita, através do processo Bayer. Estima-se que as reservas mundiais de bauxita totalizem cerca de 34 bilhões de toneladas – O Brasil possui 10% desse total (em torno de 3,6 bilhões de toneladas).
Após a obtenção da alumina, que é um óxido de alumínio (AL2O3), é necessário obter o alumíniometálico puro. Isso se dá por meio de um processo chamado eletrólise, em que uma corrente elétrica passa pela alumina, fazendo com que ela se transforme em alumínio metálico, o alumínio primário.
Ele é extremamente utilizado em diversas áreas, como em construções, materiais, cerâmicas, processos industriais, alimentos, fármacos, cosméticos, tratamentos de água, embalagens, veículos, utensílios domésticos e aviões, entre outras. O mesmo também é muito importante para o mercado de pedras preciosas. Rubi, safira, granada (garnet), jade e topázio possuem alumínio em suas composições. O alumínio foi e é muito importante para o desenvolvimento da sociedade moderna. Apesar de ser considerado um recurso natural praticamente inesgotável, sua constante e crescente exploração afeta o ambiente, além de apresentar riscos à saúde humana.
Atualmente, o brasil ocupa o décimo quarto lugar no ranking dos países que mais produzem alumínio primário e está em quarto lugar entre os maiores produtores de alumina do mundo. Além disso, a indústria brasileira de alumínio tem participação significativa no pib do país, representando cerca de 4,9% do pib caracterizado como industrial no Brasi.
Pela possibilidade de reciclagem, muitas vezes, o alumínio é visto como uma “opção mais verde” em relação ao plástico, por exemplo. No entanto, é preciso considerar que ele tem grandes impactos ambientais e que, em grande parte das vezes, mundialmente utiliza-se matéria-prima virgem e não alumínio proveniente do processo de reciclagem.
Nas palavras de Carl A. Zimrig, autor do livro Alumínio Upcycled: “enquanto os designers criam produtos atraentes de alumínio, as minas de bauxita em todo o planeta intensificam sua extração de minério a um custo duradouro para as pessoas, plantas, animais, ar, terra e água das áreas locais”. É preciso incentivar a reciclagem e o uso do alumínio reciclado, além de levar em consideração seus impactos:
Devido ao fato do alumínio ser um metal muito estável, a energia necessária para a sua produção é extremamente alta, chegando à 16,5 kwh para cada quilo de alumínio produzido. Traduzindo este dado: um quilo de alumínio produzido por meio da alumina consome energia, em média, para manter um computador funcionando por 8 horas, todos os dias, 24h por dia, durante um mês inteiro.
Para cada tonelada de alumínio que é produzida no Brasil, a indústria consome uma média de 14,9 megawatt/hora (MwH) de energia elétrica ao ano. Esta quantidade de energia representa 6% de toda a energia elétrica gerada em todo país. A energia usada para transformar bauxita e alumina em alumínio é tanta que esse ramo da indústria brasileira, lidera o ranking dos maiores consumidores industriais de energia elétrica do país, especialmente no estado de São Paulo (SP).
Graças a este consumo extremo de energia, a planta industrial que transformará a alumina em alumínio deve possuir estações geradoras de energia exclusivas para a sua produção. Dependendo do tipo de conversão de energia, isso pode trazer ainda mais impactos para o meio ambiente. Muitas vezes, essas estações de energia são hidrelétricas, as quais, ao contrário do que muitos pensam, não são consideradas uma fonte de energia totalmente “limpa”.
O alumínio é considerado um material 100% reciclável, pois não se degrada no processo de reciclagem. Se um quilo de alumínio for reciclado, teoricamente um quilo será recuperado. Além disso, para se reciclar uma tonelada de alumínio, gasta-se somente 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, a reciclagem do alumínio proporciona uma economia de 95% de energia elétrica. Sendo assim, o Brasil tem destaque na lista dos países que mais reciclam latinhas de alumínio.
O processo da reciclagem do alumínio consiste basicamente no aquecimento até a sua total fundição, quando o alumínio fica líquido. Depois, ele é posto em formas para a geração dos lingotes e então resfriado até solidificar. Para a reciclagem de latinhas, primeiramente é necessário uma inspeção para a retirada de papéis, plásticos e quaisquer materiais que não sejam alumínio. Após a inspeção, as latinhas são prensadas para ocuparem menos espaço e serem “derretidas” de forma rapida e econômica.
O alumínio é o único elemento abundante na natureza que não possui função vital para nenhum sistema biológico do organismo, o que é estranho do ponto de vista evolutivo. “Nós não temos nenhuma evidência de que algum organismo use ativamente o alumínio para qualquer propósito benéfico”, comenta o professor de química bioinorgânica e especialista em Ecotoxicologia do alumínio, Christopher Exley, da Universidade Keele, no Reino Unido.