1 minute read
A A
As Carro As Tunadas
Criado em 3 de junho de 2012, a primeira edição do Pimp My Carroça aconteceu no Vale do Anhangabaú e contou com a ajuda de mais de 700 apoiadores. Foi encabeçada pelo grafiteiro Mundano, que fez desenhos e frases provocativas nas carroças dos catadores de recicláveis.
Mas além de trazer um ‘grito de existência’ a esses trabalhadores que estão em diversas cidades do Brasil, com o tempo, o movimento se tornou um ponto de referência e apoio.
Além das intervenções artísticas, com o tempo vieram as orientações profissionais e assistência para trabalhar de forma adequada, seja com o uso de equipamentos de proteção ou ajudando a estruturar planilhas e fluxos de caixa.
“Com cerca de dez mil atendimentos a catadores e catadoras, com envolvimento direto de mais de 20 mil pessoas em mais de 80 cidades e 28 países. Foram mais de 3 mil artistas e 6 mil voluntários que utilizaram sua força de trabalho para promover a causa dos catadores”, explica Leticia Tavares.
Ela afirma que a ideia do Pimp sempre foi tentar aproximar a sociedade dos catadores, mostrando a importância do trabalho dessas pessoas. “Somos uma plataforma em que catadores e catadoras podem encontrar pessoas interessadas em ajudá-los de diferentes formas”, completa.
O trabalho do Pimp em valorizar o trabalho dos catadores, focando em fortalecer a autoestima dessas pessoas, não é pouca coisa. Uma pesquisa recente feita pela própria organização com seus atendimentos mostra que metade já sofreu algum tipo de preconceito por exercer essa profissão.
“Creio que como a gente lida com algo que para sociedade não tem mais valor, parece que nos tornamos iguais”, afirma a catadora Letícia Gouvêa, 28. Para ela, a ideia de trabalhar com reciclagem surgiu em família e por necessidade. O pai tinha acabado de sair de um emprego como faxineiro em uma empresa e foi catar recicláveis por conta própria.