Sermais edicao 39

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Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 3 | Nº 39 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora Executiva: Julyana Rosa Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Gerente de Projetos: Gleide Santos Projeto Gráfico: Henrique Melo Direção de Arte: Estúdio Mulata (www.estudiomulata.com.br) Relacionamento com o cliente: Claudia Lima Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: av. Rangel Pestana, 1.105 – 3º andar. São Paulo - CEP 03001-000 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou e-mail); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox

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Editorial Estratégias para minimizar as interrupções Voz e emoções Up to date Cidadão 21 Como a nutrição funcional pode ajudar a prevenir e curar doenças? Moda, Beleza e Estilo 2.0 Alinhamento dos níveis neurológicos para a construção de uma meta de coaching +otimista - Sopre a vela MANUAL DO SUCESSO

44 Relações de trabalho e compliance: parceria necessária 46 A importância da música e outras atividades artísticas no desenvolvimento de habilidades 48 Empreendedor no mercado corporativo 50 Consumidor de banda larga: entenda seus direitos 52 A autoestima de Nanda 54 “Como a flexibilidade psicológica pode nos trazer serenidade” 56 Fun Learning 60 No alvo 62 +vitrine 64 Gaudencio responde 66 +Expressão – Está cada vez mais perigoso conversar Sigam-nos no twitter:

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Especialistas nesta edição André Percia

Bel Cesar

4 deeditorasermais.com.br Gabriel Luiz Gustavo Carvalho Guimarães

Cersi Machado

Christian Barbosa

Cyda Zola

Dane Avanzi

Daniella Janoni

Rogeria Gieremek

Dra. Gisela Savioli

Frederico Costacurta

Lunice Dufrayer

Marcelo Ortega

Maria Rita Sales

Ômar Souki

Paulo Gaudencio

Reinaldo Polito

Sandra Adalgiza Barboza

Van Marchetti


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Três capacidades para desenvolver em 2013

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Psicossomática humana: a relação da emoção com o corpo

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CAPA As 7 leis da prosperidade financeira

Liderança e responsabilidade 36

Jogo Rápido Toque de Areia

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EDITORAL Caro leitor, O ano de 2013 já caminha para a metade, será que você conseguiu colocar em prática o planejado para o período? Como está o trabalho para alcançar suas metas? Desejo de verdade que tenha trilhado um belo caminho e esteja muito perto de suas conquistas. Caso ainda esteja um pouco perdido, há bastante tempo para colocar tudo nos eixos e, aqui, relacionamos alguns textos para ajudá-lo a realizá-las. Um exemplo é o artigo do escritor Cersi Machado que relaciona três capacidades para desenvolver neste ano. O autor aborda a questão do tempo, como é importante saber empregá-lo corretamente para organizar melhor a vida. É uma leitura fundamental para manter o foco e ir adiante em seus planos. Nessa mesma toada, a da sua realização, Cristina Folli fala do intraempreendedorismo, uma das competências necessárias para destacar-se no mercado corporativo atual. Ser dono do próprio negócio, ainda que dentro de outro empreendimento, está entre as características esperadas dos profissionais. Por que não tratar o trabalho como se ele fosse o seu próprio negócio? Por qual motivo não trazer para si a responsabilidade pelo sucesso daquilo que você faz? São apenas duas perguntas, mas que podem fazer a diferença se colocadas em prática. Ambas tazem como resposta algumas das características do comportamento do intraempreendedor, para as demais recomendo a análise aprofundada do conteúdo proposto pela escritora que, aliás, está imperdível! As recomendações até agora foram para o lado profissional mais prático da sua vida, mas de nada adianta estar bem nele se o emocional e a saúde não acompanharem. Para ficar bem consigo mesmo e ter força para superar os desafios propostos no dia a dia, sugiro a leitura de mais três artigos. O do nutricionista Gabriel de Carvalho sobre como a nutrição funcional pode ajudar a prevenir e curar doenças. O texto o ajudará a identificar o melhor tipo de alimentação para o seu organismo funcionar a mil, assim como o da psicoterapeuta Lunice Dufrayer, que aborda a relação da emoção com o corpo, por meio do estudo da psicossomática. E, por fim, o da especialista em Yoga da Voz Cyda Zola, que fala sobre a relação da voz com as emoções. Todos trazem informações interessantes para o autoconhecimento e autocontrole, que contribuirão para verdadeiramente para o seu aprimoramento. No mais, espero que aproveite os demais conteúdos da edição, há outros artigos igualmente importantes. Um grande abraço. Julyana Rosa Diretora executiva Editora Ser Mais

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ARTIGO CHRISTIAN BARBOSA

ESTRATÉGIAS PARA

MINIMIZAR AS

INTERRUPÇÕES

partamento que o cara do telefone está pedindo ou direcionar para a telefonista? Ler o manual do celular ou perguntar para alguém como configurar o e-mail? A preguiça ativa a interrupção. Por outro lado, como as pessoas não têm tempo, elas não explicam corretamente, delegam errado, não pensam, preferem perguntar ao invés de procurar, pedem ajuda para fazer alguma coisa e por ai vai. Dá para perceber que esse assunto não é simples e exige uma série de mudanças na cultura, sistemas, modelos de atendimento, produtividade e planejamento pessoal para o problema ser minimizado.

De forma bem simples, separei cinco dicas para minimizar o volume de interrupções no seu dia a dia, espero que consiga aplicar no seu ambiente: 1 – Mapeie as suas interrupções – se você só sabe que é muito interrompido, mas não sabe por quem, quando, o quê, frequência, etc. não terá como resolver. É preciso conhecer o real problema para buscar uma solução. Uma simples planilha no Excel pode ajudar nessa estratégia. 2 – Compartilhe conhecimento – Quanto mais você reter aquilo que sabe, mais as pessoas vão te interromper e perguntar. Tudo o que você conhece e outra pessoa esteja envolvida deveria ser compartilha-

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ma das reclamações mais frequentes que tenho recebido de leitores, diz respeito ao volume de interrupções que as pessoas sofrem no ambiente de trabalho. Na Triad PS já tivemos muitos casos de consultoria para resolver especificamente esse problema em segmentos e níveis hierárquicos diferentes. É uma epidemia. Para ser honesto e sem delongas, a origem da epidemia de interrupções se deve a fatores como preguiça e falta de tempo, entre outros. O que é mais fácil, ler no quadro a lista impressa com o ramal do de-

Quanto mais você reter aquilo que sabe, mais as pessoas vão te interromper e perguntar. Tudo o que você conhece e outra pessoa esteja envolvida deveria ser compartilhado.

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Para ser honesto e sem delongas, a origem da epidemia de interrupções se deve a fatores como preguiça e falta de tempo, entre outros.

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do. Você pode simplesmente criar uma pasta na rede chamada PROCEDIMENTOS e criar arquivos de Word como: roteiro para emissão de NF.doc, procedimento quando o sistema falhar.doc, etc. 3 – Determine horários – Romper a cultura de interrupção não é algo trivial, as pessoas precisam ser disciplinadas e isso exige tempo. Se alguém vier te interromper e for uma coisa que possa esperar, agende com a pessoa um horário para resolver essa e outras questões. 4 – Antecipe – Uma parcela das interrupções acontece a partir de atividades que você delegou ou está envolvido. Se este for seu caso, nada como revisar logo no início da manhã as prioridades e se algo já indica que vai gerar dúvidas. Se for o caso, antecipe-se para evitar o problema. Um simples papo rápido na sala de café pode ajudar muito.

5 – Interrupções Externas – É comum ouvir frases como: “meu cliente me interrompe a toda hora”, “o fornecedor sempre chega na hora errada”, “não posso dizer não para meu cliente”, etc. Em diversas consultorias que fizemos nesse sentido, conseguimos entender que na maior parte dos casos, dizer não para o cliente é saudável para ambas as partes. Agora não é sair negando atendimento ao cliente, é saber priorizar o cliente. É diferente. Em uma empresa que trabalhamos, definimos dias de atendimento a fornecedores, enviamos as instruções via e-mail para todos, com os horários e agenda de marcação. Nesse período alocávamos dois membros do time para atender com qualidade essas pessoas. O problema terminou, o resultado aumentou e o padrão foi replicado em outras áreas da empresa. Interrupções são comuns no am-

biente de trabalho, sofrer por elas é opcional. Existem diversas alternativas para diferentes tipos de interrupções. Sempre existe uma, se pararmos para entender e resolver o problema de verdade.

Christian Barbosa Especialista em administração de tempo e produtividade. CEO da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo. www.triadps.com.br


ARTIGO CYDA ZOLA

VOZ E EMOÇÕES

A

“Quando eu soltar a minha voz Por favor, entenda Que palavra por palavra Eis aqui uma pessoa se entregando...”

o ser convidada a escrever sobre voz e emoções lembrei-me da música de Gonzaguinha – Sangrando – Comecei a cantá-la, acompanhando-me ao piano, e fui escalando as mais diferentes formas de interpretá-la, buscando internamente o que de maior visibilidade poderia ter o meu texto para chegar ao coração de algum leitor. Voz reflete emoção, estado de ânimo, sentimento. Assim sendo clama por atenção, e o trecho citado retrata bem esse apelo. O caos sonoro que se estabeleceu com o avanço tecnológico- e aqui me refiro ao caos sonoro externo e interno, e este o mais preocupante, intercepta possibilidades de se aprimorar e usufruir dos benefícios que a voz, com toda sua carga emocional pode nos proporcionar. Não há tempo para ouvir; não há tempo, muitas vezes, sequer para

percebermos o sussurro do êxtase pós o ato de amor; não há tempo para a degustação dos diferentes falares; não nos sobra tempo para escolhermos as palavras e o que estamos querendo transmitir. Não há tempo para alinhavar as frases e contextualizar. O caos sonoro interno, com as palavras gritando dentro de nós, pedindo espaço para se manifestar; o turbilhão de ideias, de novas mensagens e informações exigindo rapidez de escolhas transforma as conversações em disparos de palavras desconexas, na espera agonizante de que o outro nos compreenda. Não há tempo para se dedicar à entonação, às nuances do colorido das frases, ao gosto das palavras. E nossa voz, envolta nas mais variadas emoções, dilui-se na instrumentalização dos ruídos agressivos que se interpõem à exigência do avanço mundial. Ao escrever sobre voz e emoções é importante ressaltar as potenciali-

dades que as palavras emanam. Ocupe-se, por um momento, a reproduzir a frase a seguir sob as condições propostas, observando o efeito de cada expressão falada em sequência. Ai, que lindo! ao avistar um arco-íris; a mulher recebendo o anel de noivado; numa situação de sarcasmo, ironia; referindo-se a uma criança; exultando de surpresa. Proponho, a seguir, que se pense na expressão: fdp! -referindo-se ao juiz de futebol num momento de falta imprecisa; -numa discussão entre um casal; -numa explosão de raiva no trânsito; -numa descontração entre amigos. No teatro os atores se dedicam a encontrar o tom revelador de cada palavra para despertar na plateia a emoção peculiar à cena. editorasermais.com.br 9


Nas frases musicais os bons intérpretes absorvem a emoção para darem vida à mensagem. Em uma entrevista de emprego, se o entrevistador se empenhar em acompanhar as variantes vocais do entrevistado(a) terá subsídios para melhor identificar se essa pessoa corresponde aos quesitos exigidos pela empresa. Mesmo o entrevistado(a) tendo treinado para este momento, as nuances vocais determinam o grau de credibilidade de sua fala, confiança, segurança, envolvimento e flexibilidade. O corpo fala; a voz declara! Ao direcionar um trabalho de orientação vocal (seja individual ou em um grupo coral/teatral) inicio solicitando aos participantes que liberem emoções como raiva, medo e tristeza através de exercícios específicos, para só então começarmos a estabelecer o fio condutor que o texto está nos oferecendo. Vale lembrar que as emoções –raiva,medo e tristeza- (e com mais suscetibilidade as duas primeiras) são mais facilmente perceptíveis na voz do que a alegria e o amor. Pense em alguém que você conhece bem e tente lembrar-se de uma situação bastante comum que é, ao falar ao telefone, no

simples“alô”reconhecer o estado de ânimo desta pessoa. Isto ocorre porque, neste momento, sendo a voz o único recurso de expressão ,toda a carga emocional vem à tona clarificando, ainda que involuntariamente, a emoção predominante. A voz é trasmissor de emoção. Mas é preciso tempo e ternura para decifrarmos o que quer nos dizer quem clama por nossa atenção. É preciso também saber entoar, para que o interlocutor se encante com o nosso falar. Tal qual um “sommelier” deveríamos nos deliciar em decifrar diferentes entonações, os mais variados timbres, a sugestão de uma frase, de uma declaração. Nossa voz-veleiro navega em intenção, em comoção, em sensação. Por quais águas singra esse veleiro? Singra por águas revoltas à espera de quem o reconduza; à deriva, no desalento de não ser percebido; singra na tênue linha do horizonte tecendo a ternura da Vida. “Quando eu soltar a minha voz por favor, entenda...” Cyda Zola

Cyda Zola

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Estética vocal para palestrantes, empresas e técnicas de oratória. Cantora, compositora e Regente de Coral Membro da Academia Linense de Letras. Coautora Ser Mais com Saúde Emocional. cydazola@gmail.com


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ARTIGO CERSI MACHADO

TRÊS CAPACIDADES para desenvolver em

M

ais um novo ano chegou e com ele a certeza de que as mudanças velozes continuarão no contexto profissional. Para acompanhar a dinâmica do mundo atual, onde os resultados são para ontem, três capacidades comportamentais precisam ser desenvolvidas: 1- Saber otimizar o seu tempo; 2- Se relacionar com mais qualidade; 3- Ter autoliderança. Vejamos a seguir a importância de cada uma delas:

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2013 Saber otimizar o seu tempo: nos dias atuais, se torna imprescindível saber fazer mais com menos, através de uma gestão do tempo consciente, principalmente quando o estresse começa a tomar conta da rotina do dia-a-dia. A maioria das pessoas está vivendo uma rotina de correria, pois os prazos são curtos e a sobrecarga de trabalho é evidente. De acordo com a International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), o estresse já afeta 70% dos brasileiros economicamente ativos. A cada dia surgem estudos revelando que o nível de estresse e

o estilo de vida determinam 60% das doenças. Segundo dados recentes do INSS, o estresse e a depressão afastam do trabalho mais de 200 mil pessoas por ano no Brasil. É preciso tomar cuidado, pois o excesso de informação, combinado com a procura incessante por resultados em curto espaço de tempo leva a um nível de ansiedade muito alto. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a ansiedade está entre as principais causas de afastamento do trabalho. Para lidar com isso é preciso, primeiro, identificar o modo como você usa seu


Nos dias atuais, se torna imprescindível saber fazer mais com menos, através de uma gestão do tempo consciente, principalmente quando o estresse começa a tomar conta da rotina do dia a dia.

tempo e depois começar a se organizar. Então, foque nas atividades que são realmente importantes, trabalhe com prioridades, faça um planejamento semanal de suas tarefas, com metas realistas e prazos adequados para executar. As exigências no campo profissional vão continuar, então é chegada a hora de aprender a filtrar as diversas informações que surgem ao longo do dia e saber dizer NÃO a tudo o que não é importante e que só vai consumir sua energia. Certa vez, Winston Churchill disse: “o tempo é neutro, mas pode se tornar o aliado daqueles que o capturarem e o usarem por completo.” Sendo assim, reveja como tem usado seu tempo e aprenda a usá-lo com sabedoria. - Se relacionar com mais qualidade: no atual mundo competitivo, muitas pessoas, por estarem tão focadas em resultados no curto espaço de tempo, esquecem de um dos fatores mais importantes para o sucesso profissional, a qualidade dos relacionamentos. Ninguém alcança sucesso sozinho, para isso é preciso saber se relacionar positivamente com as pessoas ao nosso redor. A qualidade nos relacionamentos é determinada pela qualidade da comunicação estabelecida entre as pessoas. Se você pretende evoluir profissionalmente será necessário evoluir, também, em sua capacidade de comunicação. Quem desenvolve sua comunicação interpessoal de forma consciente se adapta mais facilmente em qualquer contexto onde exista diversidade de crença, opiniões e personalidades. Até para vender uma boa imagem, fortalecer o marketing pessoal e atender com mais eficácia seus clientes, uma boa comunicação se torna indispensável. Então, seja cooperativo, empático e agregador em tudo que fizer. - Ter autoliderança: é a capacidade de gerenciar as próprias emoções, com consciência e atitude para manter equilíbrio, pois a vida não é só trabalho e contas para pagar, mas é, também, composta da área familiar, lazer, saúde e etc. Autoliderança também significa ter objetivos e metas claras, e se automotivar para não perder o foco e não sair da rota da conquista daquilo que considera importante para sua vida. Todos aqueles que se dedicam a desenvolver sua autoliderança conseguem fazer uma gestão do tempo com mais assertividade e conseguem se relacionar com mais facilidade com qualquer tipo de pessoa. Portanto, se você quiser alcançar novos patamares em sua carreira profissional, comece liderando a si mesmo. Não fique reclamando da falta de tempo e do excesso de trabalho, pois os desafios continuarão. Tenha atitude e desenvolva as três capacidades para SER e ter muito mais em 2013.

Cersi Machado Atua há 12 anos como palestrante motivacional e treinador comportamental em diversas regiões do Brasil. Autor de dois livros e coautor dos livros Ser+ Líder, Ser+com PNL e Ser+ com Motivação da Editora Ser Mais. www.cersimachado.com.br cersi@cersimachado.com

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ARTIGO SANDRA ADALGIZA BARBOZA

CONTROLE EMOCIONAL NO TRABALHO

A

titude é tudo, e torna visível o quantum emocional em que nos encontramos nos diversos papéis que desempenhamos na vida pessoal e profissional. Uma pessoa em qualquer cargo ou função que desempenhe, pode adotar diferentes comportamentos no trabalho que afetarão diretamente sua produtividade, nível de satisfação, exercendo um grau de influência

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positiva ou negativa nos demais colaboradores que interagem com ela. Entretanto, para que possamos controlar qualquer coisa, precisamos conhecer as variáveis de sua estrutura, forma de manifestação, possíveis causas e impacto nos resultados. O grande enigma e desafio do Universo é que nós, seres humanos, quando nascemos, não recebemos um Manual de Instruções, que nos possibilite essa análise crítica de forma objetiva.

A linguagem das emoções nos oferece a oportunidade do reconhecimento da grade emocional pela qual passamos durante um dia, uma semana, um mês e em toda nossa vida. Cada um dos estados emocionais como a felicidade, alegria, satisfação, são emoções de aproximação; raiva, medo, aversão, tristeza e desprezo são emoções de recuo, que abrangem uma família de emoções afins. Entretanto, a intensidade e a forma


de expressá-las, como negativas ou positivas, tomarão visibilidade através das expressões faciais, tom de voz e gestos corporais. A face, quando avaliada isoladamente, pode oferecer mensagens falsas, como aquele “sorriso amarelo” ou forçado, mas se associada aos tons vocais, podem revelar o que está sendo reprimido ou dissimulado. O tônus muscular em uma pessoa triste é observado na perda da energia, demonstração de apatia, postura retraída e sem ação. Os padrões de expressão das emoções são aprendidos em sua permissão e formas de manifestação desde a infância, tendo como determinante fatores culturais, climáticos e genéticos. As expressões das emoções tornam visíveis sinais corporais, relativos ao estímulo estressor positivo ou negativo, como a transpiração, alteração do tom da pele, intensidade da respiração e movimentação do fluxo sanguíneo para as mãos (bater), quando sentimos raiva ou para as pernas quando sentimos medo (fugir). Na escala evolucionária nós, seres humanos, possuímos programas abertos (software) de afeto, de forma que podemos aprender o que funciona e armazenar essa informação, que orientará automaticamente nosso comportamento. Existe, porém, o perigo de transferirmos a aprendizagem generalizada negativa para alguns papéis sociais vivenciados no trabalho. As competências comportamentais exigidas para o desempenho de

cada função organizacional, desde a avaliação objetiva instrumental, ao feedback dado ao colaborador(a) quer no nível estratégico, tático ou operacional, são de suma importância para que você possa perceber e calibrar a intensidade dos estados emocionais nas interações e na co-

Uma pessoa em qualquer cargo ou função que desempenhe, pode adotar diferentes comportamentos no trabalho que afetarão diretamente sua produtividade, nível de satisfação, exercendo um grau de influência positiva ou negativa nos demais colaboradores que interagem com ela. municação. Assim, você pode balizar o nível de maturidade emocional em que se encontra e exercitar padrões mais saudáveis que contribuam para integrar e harmonizar o ambiente, resolvendo possíveis conflitos ou divergências de forma produtiva, principalmente em reuniões de tomada de decisão, o que terá impacto na produtividade e na qualidade de produtos e serviços.

O emocionômetro abaixo, poderá ser utilizado por você diariamente e ficará a seu critério a elaboração por períodos: manhã, tarde, noite, estruturando um calendário. Acrescente também horários de referência, por exemplo: manhã: das 8h às 10h, 10h às 12h e assim por diante. Dessa forma, ao final de cada dia/ semana, será possível você identificar em quais momentos e em quais interações precisa modificar seu comportamento. Outros fatores também como a natureza do trabalho, função ocupada e motivação, podem sequestrá-lo(a) positivamente ou negativamente, dispersar seu foco, concentração não atividades principais, buscando rituais de fuga. Responda também às seguintes perguntas e correlacione-as com os estados emocionais identificados no calendário que você elaborou. - Estou de bem com o meu trabalho? - O trabalho me desafia de maneira adequada? - Meu trabalho é útil em algum sentido? Faço parte da solução e não do problema? - Estou aprendendo novas habilidades e adquirindo experiência valiosa? - Posso expressar minha criatividade? - A gestão reconhece e aprecia o meu desempenho? A quantidade de respostas “sim” e “não” podem propiciar reflexões interessantes para transformar o seu trabalho em grande parceiro e amigo, pois é nele que passamos a maior parte de nossa vida.

Sandra Adalgiza Barboza Diretora da Dinâmica Desenvolvimento de Recursos Humanos, Psicanalista e Coach em Gestão. Escritora do livro Ser+ em Gestão de Pessoas. cheroke@terra.com.br

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^ SE ATUALIZAR UP 2 DATE NOVIDADES PARA VOCE

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01 - Resistência toda prova

Anunciado na CES 2013, o Xperia Z promete ser o queridinho da Sony. O modelo traz recursos de ponta, como a última versão do sistema Android, além de ser resiste a quedas e água. O hardware de última geração vem com processador quad-core Snapdragon S4 Pro de 1,5 GHz, GPU Adreno 320 e 2 GB de RAM. A tela é de LED com resolução Full HD e a câmera de 13 MP grava em FHD com HDR. 16 editorasermais.com.br

02 - As medidas da maçã

iCalc é o mais novo gadget para os fãs da Apple. Ideal para a inserir dados em planilhas, programas de cálculo e aplicações numéricas, a calculadora funciona por meio de bluetooth e se conecta ao teclado por meio de um ímã na lateral. O design é inspirado nos produtos da empresa que seguem a linha de alumínio. O valor sugerido é de US$ 60 nas lojas especializadas da marca.

03 - Zoom até não querer mais A Nikon apresenta a sucessora da câmera P510, a CoolPix P520. O modelo permite capturar imagens à grande distância através do zoom óptico de 42x. Além disso, é equipado com lentes de 24-1000mm de alcance focal e processador de imagens EXPEED C2, que garante a resolução de 18.1 Megapixels. O preço anunciado é de US$ 450 nos Estados Unidos.


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04 - Chama acesa

A escuridão fica bem longe quando você acende a Minecraft Wall Torch. A lanterna em forma de tocha se mantém acesa com três pilhas AAA e acompanha um kit para ser montada no gelo, descongelando a neve. O acessório ainda pode ser colocado na parede com ajuda de um suporte, ou sobre a mesa. O preço estimado em US$ 35 no site ThinkGeek.com.

05 - Tentáculo USB

As novidades do mundo tecnológico também podem ter uma boa dose de humor. Depois do cachorrinho que grudava nas portas USB, é a vez do tentáculo. Basta plugá-lo que começará a balançar de um lado para o outro. Sua única função é deixar o ambiente mais descontraído, uma boa pedida para os geeks de plantão. O USB Squirming Tentacle está à venda no site ThinkGeek.com, por US$ 25.

06 - Gorilla Glass

Presente em mais de um bilhão de celulares, a tela Gorilla Glass chama atenção. Mais resistente do que as tradicionais, a tela é à prova de riscos, diminuindo a chance de quebra até para visores maiores. O sucesso do item acompanha o do mercado para smartphones, que estima crescimento de 56% em 2013, segundo dados do IDC Brasil. Com informações do Engadget.com

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ARTIGO LUIZ GUSTAVO GUIMARAES

LIDERANÇA E RESPONSABILIDADE

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iderança não é algo fácil e não é para qualquer um. Poucas são as pessoas que têm a capacidade de persuadir e comandar. Raros os indivíduos que conseguem a proeza de liderar, pois estar à frente, é muito mais do que “dar ordens” é ser um exemplo ao grupo, ter compromisso, “pulso firme” e responsabilidade. Recentemente assisti ao “Tropa de Elite 2″ e pude notar a postura do Capitão Nascimento, mesmo de forma autoritária e severa a maior parte do tempo, era capaz de chegar a ótimos resultados com seus soldados. Mesmo quando o seu objetivo não era alcançado, definia uma nova estrategia, reunia a equipe e seguia em frente. E justamente sobre uma parte do filme que resultou numa falha da equipe tática, que eu quero falar. O Sargento André Mathias procura o Capitão com o intuito de assumir sozinho a culpa pelas mortes na invasão da cadeia de Bangú I. Já que ele (Mathias) comandava a equipe, foi sensato em querer assumir o que aconteceu, pois sabia que o primeiro tiro partiu dele e a missão dada “não foi cumprida”. Mas a lição que podemos tirar disso está na resposta de seu superior: “A respon-

sabilidade é minha! O comando é meu!” (Capitão Nascimento). E destaco neste momento uma típica atitude de líder, “chamar a responsabilidade para sí”, pois mesmo sabendo que André iria sofrer consequências, não o deixou só e “assumiu a bronca”, pois líderes de verdade não se “escondem”, “dão à cara à tapa” e com essas atitudes, mostram para seus liderados porquê estão alí, porquê foram escolhidos para estar à frente e porquê são pessoas diferenciadas e comprometidas. O líder se compromete com o objetivo e também com os seus liderados, muitos acreditam que “o fim, justifica os meios”, o que dá a entender que para se conseguir o que deseja, “vale tudo”, vale qualquer caminho, o importante é o resultado, mas líderes, são aqueles que normalmente acreditam que “os meios, justificam o fim”, ou seja, pensar na equipe, na estratégia e verificar o “melhor caminho” são primordiais para se chegar ao êxito! Se você já tem uma equipe e pretende levá-la à melhores resultados, não cobre apenas, incentive, mostre que está preocupado com as tarefas, mas também com as pessoas, não tenha medo dos talentos que surgirem, na verdade uma das suas missões é desenvolver o potencial de cada um, seja comprometido, ético e responsável. E se você pretende liderar, seja humilde para aprender e cauteloso ao colocar em prática, mas sem dúvida alguma, tenha atitude hoje para amanhã também deixar o seu legado.

Se você pretende liderar, “seja humilde para apren-

der e cauteloso ao colocar em prática

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Luiz Gustavo Guimarães Palestrante, humorista e coautor do livro “Ser + em Comunicação”. www.luizgustavo.tv


ARTIGO DRA. GISELA SAVIOLI

Como

está

sua

Vitamina D?

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Dra. Gisela Savioli Nutricionista clínica, escritora, articulista da Revista Canção Nova e apresentadora do Programa ”Mais Saúde”, pela TV Canção Nova e pelas Rádios CançãoNova e América 1410 AM. blog.cancaonova.com/maissaude

vitamina D está envolvida em muitos processos importantes do nosso corpo, inclusive é indispensável para fixar o cálcio nos ossos. Uma constatação tem me preocupado: de cada dez pacientes que vem ao consultório, oito estão com deficiência de Vitamina D! E não pense que os outros dois que estão dentro do padrão de normalidade, estão no que eu qualificaria de “ótimo”. Em alguns laboratórios a faixa varia de 30 a 100ng/ml, portanto quando o exame aponta 32ng/ml, está dentro da faixa de normalidade, porém muito próximo do valor mínimo referência. Por isso é preciso ficar atento. Quando for ao médico, peça esse exame da seguinte forma: 25 hidroxivitamina D. Alguns convênios não cobrem esse tipo de exame, mas se não conseguir fazer pelo seu plano de saúde, vale o investimento. A Vitamina D é um hormônio com importantes funções no nosso metabolismo. Receptores para esta vitamina são encontrados em quase todos os tecidos do nosso corpo, inclusive no cérebro. Estudos recentes apontam que 2.776 pontos de ligação em nosso

código genético necessitam da vitamina D. Sua falta poder estar associada a problemas no sistema imunológico, a doenças como Esclerose Múltipla e doenças Inflamatórias Intestinais. Além de alguns tipos de depressão e 17 tipos de câncer. A vitamina D também tem ação antiinflamatória e regula o receptor de insulina, podendo assim beneficiar o controle glicêmico. Como eu escrevi no meu livro “Tudo Posso, Mas Nem TudoMe Convém” (Ed. Loyola), obesidade é reconhecida como uma doença inflamatória. Será que a falta dessa vitamina não estaria envolvida na dificuldade do emagrecimento? O detalhe é que temos poucos alimentos com essa vitamina. Encontramos um pouco no salmão, sardinha e gema do ovo. Mas o importante é você saber que sua vitamina D é fabricada na sua pele a partir do sol + colesterol (viu que ele não é tão vilão assim). Hoje estamos todos (com razão) fugindo do sol e usando protetor solar que impede que nossa pele fabrique essa vitamina. Na falta desta vitamina, a suplementação é indispensável, mas como vem em gotas oleosas lembre -se de tomar no almoço e no jantar, quando você ingere mais gordura.

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ARTIGO LUNICE DUFRAYER

Psicossomática Humana: A relação da emoção com o corpo

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ão há nada que desperte mais interesse aos homens do que temas que falem de si próprios, principalmente assuntos relacionados à alma. E a Psicossomática Humana é, sem sombra de dúvidas, um assunto que chama a atenção. A etimologia da palavra Psicossomática vem do grego psiquê (alma) e soma (corpo) ou seja, a relação das emoções no corpo. O termo “psicossomático” é relativamente novo, foi publicado pela primeira vez em literatura médica alemã em 1922. Mas a ideia de que a mente e o corpo são uma unidade remonta pelo menos 4.500 anos. Huang Ti, conhecido como o Imperador Amarelo da China, autor de um clássico de medicina interna observou, já naquela época, que a frustração podia fazer com que as pessoas ficassem fisicamente doentes. Admitiu-se por séculos que as pessoas poderiam morrer de desgosto ou tristeza e que um amor não correspondido poderia causar sérias doenças, podendo levar a morte, assim como a ira e a medo também tinham o poder de desequilibrar o corpo. Entretanto, com o advento dos estudos sobre a ação de germes, bactérias e vírus na segunda metade de século XX, e o estudo crescente da medicina pelos microrganismos e as doenças que 20 editorasermais.com.br

causavam, foi relegada boa parte da compreensão da natureza humana e do papel das emoções no desenvolvimento de doenças. O respeitado psiquiatra britânico Henry Mandsley disse: “Em Biologia é impossível estabelecermos uma separação entre mente e corpo. A mente não se limita a afetar o corpo, mas também participa da sua constituição... Por outro lado, não há uma só função orgânica no corpo que não participe da constituição da mente”. Atualmente, a Psicossomática Humana tem sido alvo de interesse e estudo de vários profissionais da área de saúde, indo além, a área de Gestão Humana tem dados sinais do desejo de compreensão do ser humano como um todo. É verdade que muitos ainda têm uma compreensão equivocada quando se fala de doenças psicossomáticas. A crença popular é que se uma doença é causada pela mente ou pela emoção, então ela é imaginária. É recorrente nos consultórios médicos que alguns pacientes sintam-se ofendidos no momento do diagnóstico, porque crêem que o médico não está dando crédito aos sintomas. Na verdade, não é por que uma doença é de fundo psicossomático que ele não existe, ela é real, e se não tratada devidamente pode

ter sérias consequências, podendo levar à morte em alguns casos. Hipócrates sugeriu a existência de uma relação entre doenças e o temperamento. Na época em que a medicina baseava-se exclusivamente em observações clínicas, os médicos mais atentos notavam a ocorrência frequente de determinadas doenças tinham relação com alguns tipos de personalidade. E exatamente como Hipócrates, hoje podemos fazer um prognóstico das possíveis doenças que o paciente poderá vir a desenvolver conhecendo seu temperamento. O que tem sido observado e cuidadosamente estudado por médicos e psicólogos é que alguns pacientes fazem recorrentemente as mesmas doenças por anos, doenças que na verdade se repetem por causa dos conteúdos emocionais próprios de cada personalidade, doenças que acompanhadas por tratamento médico e psicoterapêutico desapareceriam. Vivemos em uma sociedade altamente competitiva, onde é quase impossível mantermos o equilíbrio emocional dia após dia. As constantes crises econômicas, pessoais e existenciais, o mundo moderno que nos cobra para que sejamos “super” em todas as áreas de nossas vidas, a corrida desenfreada para o sucesso a qualquer custo, a falta de tempo para lazer e para relações mais saudáveis, vão sendo “engolidas” pelo


Lunice Dufrayer Psicóloga, psicoterapeuta, palestrante e empresaria na área de Gestão Humana. Escritora do livro Ser+ com Saúde Emocional.

Atualmente, a Psicossomática Humana tem sido alvo de interesse e estudo de vários profissionais da área de saúde, indo além, a área de Gestão Humana tem dados sinais do desejo de compreensão do ser humano como um todo.

corpo sem aparente protesto. Todo esse stress absorvido pelo corpo de forma “silenciosa” acaba “falando” em algum momento através de um órgão – o ponto franco de cada um – e nem sempre o que ele “diz” é bom. A queixa mais comun dos “psicossomáticos” do mundo corporativo é o sistema digestivo. Esse é extremamente sensível às tensões, frequentemente manifestando essa sensibilidade através de dores estomacais, diarréia, constipação e até mesmo as úlceras. As dores de estômagos podem estar relacionadas simbolicamente a algo que a pessoa não “consegue engolir”. A ira contida é a emoção mais presente nessas pessoas, e quase sempre se escuta delas: “Isso está me corroendo por dentro”; “Ainda não digeri isso direito”; “Essa notícia foi um soco no meu estômago”, e assim por diante. Como o exemplo acima, todos os outros órgãos respondem diretamente a uma emoção, que sentida recorrentemente vai “danificar” o órgão correspondente. E aí você se pergunta: “Quer dizer que minhas emoções vão me adoecer?”. A resposta é não! Se você souber como canalizá-las de forma adequada terá uma vida física saudável. E como se faz isso? É imprescindível que todo ser humano se conheça, que tenha consciência de suas limitações e aprenda a desenvolvê-las. Isso é possível através do processo psicoterápico. Vale à pena investir em você, pode ter certeza, seu corpo agradece!

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´ POR UM PLANETA SUSTENTAVEL

Papa-cartão

Impressora SEM

tinta ou papel A tecnologia japonesa tem evoluído em prol de um mundo sustentável. Graças à uma nova impressora inventada na Terra do Sol Nascente, não são mais necessários papel ou tinta para imprimir documentos. A Prepean utiliza uma peça térmica para realizar as impressões em folhas plásticas especialmente desenvolvidas para este fim. Além de ecológicas, são à prova d’água e facilmente apagadas. Para reutilizá-las, coloque-as novamente na impressora que, ao aquecê-las, a próxima impressão ficará no lugar.

Os cartões de plástico vencidos já têm destino certo na capital paulista. Oito estações de metrô foram equipadas com uma máquina “papa-cartão”. A ideia veio para facilitar a vida de quem circula pela rede de transporte público e de encontro com a boa cartilha da sustentabilidade, o PVC dos cartões é reciclado e reaproveitado. A máquina, idealizada por Renato Soares de Paula da empresa Ideia Sustentável, funciona de forma simples. Para utilizá-la, basta inserir o cartão em sua fenda na parte superior e depois girar uma manivela. De maneira prática e sem precisar de nenhum material cortante, o cartão descartado é fragmentado.

Congresso internacional de inovação e sustentabilidade São Paulo sediará o 1° Congresso de Internacional de Inovação e Sustentabilidade. O evento será realizado nos dias 29 e 30 de agosto e seu objetivo será o de compartilhar experiências e estratégias de inovação para a aplicação mercadológica. Na oportunidade, estarão presentes profissionais da área de sustentabilidade, acadêmicos, especialistas e estudantes do Brasil, América Latina, Estados Unidos e Ásia. Os temas que serão discutidos foram divididos nos painéis: educação, ciência e tecnologia, construções sustentáveis, comunicação e cultura e tecnologias. O encontro acontecerá das 8h30 às 18h na FATEC do Tatuapé, situada à rua Antônio de Barros, 800. Inscrições limitadas, realizadas pelo site http://ciis.com.br/. editorasermais.com.br 23


SAUDE ´ GABRIEL DE CARVALHO

Como a nutrição funcional pode ajudar a

PREVENIR E CURAR DOENÇAS

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urbinar o funcionamento das suas células. Este é o objetivo que temos quando aplicamos a Nutrição Funcional em uma pessoa. Cabem algumas analogias para que você compreenda o que quero dizer. Um automóvel pode ser movido à etanol, gasolina comum, gasolina aditivada ou diesel, por exemplo. Nutricionalmente, procuraremos encontrar a mistura de combustíveis (alimentos) que gerará o melhor resultado (performance, energia, saúde) no seu organismo. Esta mistura é única e não veio escrita no “manual do proprietário”, como no seu carro, ou ao lado da sua boca (como na tampa do tanque de combustível...). Por que “única”? Você sabe que não existe ninguém igual a você, nem seu irmão ou irmã, mesmo gêmeos univitelinos são diferentes, está comprovado! Se por fora somos tão diferentes, você não tem ideia o quanto somos ain-

da mais diferentes internamente, na bioquímica que comanda as nossas células. Imagine se estive gravado ao lado da sua boca: “colocar apenas alimentos do tipo.....”. Será que ali estaria escrito refrigerante, cerveja, batatas fritas, salgadinhos, pizza? O que será que estaria gravado? Este é o objetivo da Nutrição Funcional. Descobrir o que estaria gravado ali, e com isso, oferecer a mistura perfeita, para o máximo resultado que você desejar. Então isso significa que me transformarei em um “escravo das dietas”, em um “natureba inveterado”, um chato de plantão, ortoréxico, para usar um termo mais técnico? De forma alguma. Ao contrário, você ganhará toda a liberdade para comer o que bem entende, sabendo exatamente a dose que precisa para ter a performance que deseja! Imagine a situação comum, e por que não, hilária: “estou de férias, não preciso que meu cérebro esteja se concentrando tão bem, então, vou comer os alimen-

tos x, y, z...” É exatamente assim. Como que descobrimos a mistura perfeita de alimentos para este resultado excelente? São muitos os passos que damos para esta descoberta. A anamnese, como chamamos a “entrevista” que fazemos com o cliente, é detalhada. Iniciamos com o histórico de doenças/ saúde da pessoa (da infância aos dias atuais) e da família (pais, avós e irmãos), incluímos o histórico de alimentação, um histórico de exames laboratoriais (se disponível), cirurgia que o indivíduo já tenha sofrido e reações de alergias / intolerâncias (metais, tecidos, perfumes, produtos químicos, medicamentos, alimentos). Ainda nos interessa todo tipo de medicamentos e complementos alimentares utilizados. Além destas, aplico um questionário auto avaliativo com 66 perguntas, repetido a cada consulta, que funciona com um acompanhamento e registro das melhoras obtidas, e também para

Como que descobrimos a mistura perfeita de alimentos para este resultado excelente? São muitos os passos que damos para esta descoberta. 24 editorasermais.com.br


auxiliar onde precisamos realmente focar nossas energias. Complementam estas informações clínicas, uma detalhada avaliação bioquímica laboratorial, com exames de urina e sangue, que incluem as diversas vitaminas, minerais, metais tóxicos, hormônios e outros marcadores, solicitados conforme a avaliação prévia já realizada. Outro elemento importante é a avaliação adequada destes exames, que é feita segundo valores ótimos para longevidade e saúde, e não apenas olhar para os exames seguindo as referências laboratoriais para diagnóstico de doenças. Um exemplo é o colesterol HDL. A maioria dos laboratórios indica como >40mg/dl o

Gabriel de Carvalho Nutricionista e farmacêutico bioquímico. Introdutor da Nutrição Funcional no Brasil. Escritor do livro Ser+ com Saúde Emocional da Editora Ser Mais.

valor normal. Outros já diferenciam o valor de referência em “> 40mg/dl para homens” e “>50mg/dl para mulheres”. Entretanto, uma ferramenta de risco cardiovascular mundialmente aceita e também adotada no Brasil, o Escore de Risco de Framingham, classifica como risco -1 (ou seja, conta como fator de risco negativo = reduz o risco cardiovascular) indivíduos com HDL maior ou igual a 60mg/dl. Então por que apenas ficarmos satisfeitos com um HDL de 45, por exemplo? Percebam que só conhecendo os detalhes de cada teste bioquímico é que um profissional pode questionar o que é “imposto” por um laboratório de análises clínicas, “alterando” o valor de referência de forma que realmente “maximize” sua saúde, leve a longevidade. Poderíamos citar ainda os problemas ligados ao HDL alto demais, acima de 90mg/dl, que também tem sido associado a maior mortalidade, fato este desconhecido da maior parte dos profissionais de saúde. Após então analisar detalhadamente cada uma dos exames solicitados, que chegam facilmente a mais de 30 em uma consulta inicial, vamos estruturar, integrando com os dados coletados anteriormente na anamnese, uma alimentação adequada para aquela pessoa, que está ali, na nossa

frente, considerando ainda a época do ano (devido a sazonalidade dos alimentos), preferindo os alimentos menos contaminados com agrotóxicos (estatisticamente) ou cultivados ecologicamente e o gasto energético de cada um. Ainda na escolha dos alimentos, vamos pensar em como corrigir os nutrientes que apresentaram déficit, segundo os exames e sinais s sintomas clínicos apresentados, evitar aqueles que encontramos quantidade excessiva, como é comum com o ferro em homens, usar os alimentos para prevenção das doenças mais incidentes na família, ou que já ocorrem no indivíduo, reduzindo o agravo. Ainda orientamos a forma adequada de preparo, os recipientes adequados para preparo e armazenamento, o melhor óleo, o melhor sal, o horário ideal para a ingestão de líquidos, a quantidade adequada para cada pessoa, conforme seu peso corporal e ingestão calórica. Assim, deixo a meditação: será possível que em uma página de revista alguém encontre a sua “dieta ideal”? Será possível que em “uma consulta”, todos seus problemas sejam solucionados? A resposta é não para ambas. Trabalhe com seriedade, invista em seu destino, respeite seus genes e pratique Nutrição Funcional.

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MODA, BELEZA E ESTILO

Pele sempre bonita O Anna Pegova Pour le Cou é um creme indicado para a região do pescoço. Sua formulação contém extrato de planta, que aumenta a densidade do tecido adiposo e firma o tecido cutâneo. O cosmético proporciona mais maciez e renova a pele, sua textura fina é rapidamente absorvida e promete não deixar resquícios oleosos ou manchas em roupas.

Outlet online

O site www.glamour.com.br é o primeiro e-commerce de moda do Brasil com marcas famosas como: Calvin Klein Jeans, Cavalera, Melissa, Reserva e Polo Ralph Lauren. O espaço oferece mais de 20 mil produtos de 50 grifes diferentes. Todos os produtos estão com pelo menos 40% de desconto. Além disso, a loja realiza semanalmente uma pesquisa com os clientes para saber quais marcas ganharão a “etiqueta laranja”, com descontos ainda maiores.

Provocante na medida O Agent Provocateur EDP é a primeira fragrância assinada pela marca de lingeries de luxo Agent Provocateur. Seu aroma, como o próprio nome já sugere, propõe seduzir, além de proporcionar prazer e um certo quê de provocação. O perfume contém notas de flores de açafrão da Índia, coentro da Rússia, rosa, jasmim egípcio, magnólia, âmbar, cedro, vetiver e musk. Todos esses ingredientes foram cuidadosamente selecionados e, segundo o fabricante, prometem deixar a mulher ainda mais atraente e sedutora.

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Simplicidade na essência O minimalismo e elegância do estilista Issey Miyake estão traduzidas em seu mais novo perfume feminino “A scent by Issey Miyake”. O perfume é inspirado na simplicidade da natureza, nas folhas, nas flores e na madeira, tem notas verdes e amadeiradas. O item, além de dar um certo frescor à pele, vem com embalagem que pode ser utilizada como peça de decoração, é uma garrafa de vidro transparente com três profundidades diferentes.


NOVIDADES DO MUNDO DA WEB

M-commerce

O e-commerce por celulares (m-commerce) tem crescido expressivamente no mercado global. A Movile, empresa de conteúdo mobile, acompanha essa tendência e está investindo na startup iFood R$ 5,5 milhões. A companhia, que recebe o aporte financeiro, desenvolveu e administra uma plataforma online de pedidos de refeições com mais de 1.000 restaurantes cadastrados. Por mês, recebe cerca de 50 mil pedidos de comida via aplicativos mobiles e também pela internet. Desse total, 21% são efetuadas em smartphones. Acesse em: http://www.ifood.com.br/delivery/

Sítio no iPad

Já está disponível para download o jogo para iPad do Mundo do Sítio, que traz as aventuras das personagens do Sítio do Picapau Amarelo de Monteiro Lobato. O aplicativo, batizado de Plic Ploc Plac, propõe desafios que treinam a agilidade e ensinam noções de espaço para as crianças. O game é ambientado no pomar de Dona Benta, em que as cobiçadas jabuticabas viram alvo do jogador. Seu objetivo é que, em pouco espaço de tempo, o jogador consiga guardar todas as frutas dentro de um cesto. Quanto mais frutas forem encontradas e guardadas, mais pontos são acumulados, que foram representados por estrelas em uma escala. Disponível em: www.plicplocplac.com.br

Refeição mais saudável Alimentar-se de forma saudável para melhorar o bem-estar e a qualidade de vida é o desejo de muitos. Tempo para separar a refeição adequada e organizar-se, por vezes, são apontados como impeditivos. Para ajudar a todos nessa questão, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Usp acaba de lançar o aplicativo “Meu Prato Saudável”. O programa permite aos usuários adequarem os ingredientes que já fazem parte do seu dia a dia a uma dieta com maior valor nutricional e menor valor calórico no café da manhã, nos lanches, no almoço e no jantar. Com ele é possível acompanhar os valores nutricionais de cada refeição e compará-los aos ideais para cada idade, sexo e peso. Sua tecnologia ainda permite compartilhar fotos de pratos em um mural e participar de uma espécie de ranking, que contém a pontuação obtida pela refeição inclusa. Mais informações em: www.meupratosaudavel.com.br

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COACHING ANDRE ´ PERCIA

ALINHAMENTO DOS NÍVEIS NEUROLÓGICOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA META DE COACHING

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ste procedimento com base em PNL busca “alinhar” o cliente para que ele se prepare para um momento importante, trabalhe um posicionamento ou qualquer situação na qual seja bastante desejável ter coerência e consistência. Algumas vezes os melhores resultados vêm com a prática contínua. Conduza com o cliente ou grave esse workshop para ele num CD, o qual pode ser usado por você para um trabalho pessoal, usando a voz calma, tranquila e uma música bem relaxante e baixa ao fundo. Você também poderá pedir que alguém leia as instruções nas mesmas condições. Ou poderá ir lendo e fazendo, uma vez que não é indispensável que esteja em relaxamento. O procedimento deve ser feito preferencialmente num local amplo onde possa dar alguns passos para trás e para frente. Peça que o cliente se concentre num desafio ou meta que tenha escolhido para trabalhar no Coaching de vida, os quais você gostaria de ter mais escolhas para poder resolvê-los. Algo em que ele poderia estar mais alinhado e usando mais recursos para gerar um resultado mais satisfatório. Você também poderá usar este exercício para verificar se ele está dando o melhor de si numa num processo de mudança que exija o melhor de seu desempenho. Pode-se terminar um ciclo de Coaching com um alinhamento dos níveis neurológicos. 28 editorasermais.com.br

Conduza assim: 1. De pé, concentre-se no seu ambiente onde o “problema” ou “desafio” se manifesta. Traga a sua mente as características desse ambiente, as coisas, pessoas e situações que interagem com você nesse ambiente. Onde está o “problema”? Onde ele se manifesta? Como? Com quem (se for o caso) além de você? 2. Pausa para processamento. 3. Dê um passo para trás. Concentre-se nos seus comportamentos. O que você faz no ambiente onde o “problema” se manifesta? Quais são seus pensamentos e ações mais frequentes? Como seu comportamento interage com o ambiente? 4. Pausa para processamento. 5. Dê mais um passo para trás e pense nas suas capacidades gerais e aptidões que vêm usando para lidar com o desafio. Que outras habilidades têm na vida? Quais as principais estratégias e tipo de raciocínio que utiliza? Como usa a criatividade? E a comunicação? Quais as qualidades que possui que trazem resultados desejados por você? O que faz bem em qualquer situação? Como suas capacidades influenciam nos seus comportamentos?

6. Pausa para processamento. 7. Dê mais um passo para trás, e vamos analisar seus valores, que mostram para onde sua vida está rumando. O que é importante na sua vida? O que faz que vale a pena? Quais as crenças positivas construtivas e motivadoras que tem sobre si mesmo? E sobre as pessoas do trabalho? Quais os princípios que norteiam suas ações? Como seus valores influenciam a escolha das capacidades que usa? 8. Conscientize-se de que as pessoas são muito mais do que aquilo o que elas fazem e aquilo o que elas acreditam. 9. Pausa para processamento. 10. Dê mais um passo para trás. Reflita... Quem você é? O que quer realizar no mundo? Qual sua missão, ou qual poderia ser? Que metáfora (símbolo ou ideia) pode melhor expressar sua identidade como pessoa? Como quem você é influencia o que é importante para você (valores)? 11. Pausa para processamento. 12. Dê um último passo para trás e reflita sobre sua conexão com o todo, com tudo o que é vivo, com o plano espiritual, se desejar também. Crie uma metáfora que expresse esse significado (ideia, símbolo). Se for


uma pessoa religiosa, conecte-se com aquilo no que acredita.

sicas desta fase, e traga-as consigo no novo passo para frente. Reflita sobre quais comportamentos.

13. Viva intensamente essa sensação e, quando se sentir pleno, dê um passo para frente reentrando no plano de sua identidade, só que trazendo junto o senso de conexão com tudo o que é vivo e com a realidade espiritual, se houver.

26. Como melhor poderá agir para dar vazão a esta nova forma de perceber e sentir sua realidade? O que precisa fazer e deixar de fazer para que seja coerente com ela?

15. Amplie o senso de quem você é e de quem ainda poderá ser. Sinta as repercussões sobre seu corpo, seu organismo, e traga essas sensações físicas com você quando der mais um passo para frente. 16. Reflita agora sobre o que é importante com essa nova visão, percepção ampliada e sensações. 17. O que acredita agora? 18. O que passará a ser mais importante? Que crenças e valores expressam sua identidade? 19. Preste atenção em seu corpo, nas sensações físicas. 20. Pausa para processamento. 21. Dê mais um passo para frente. O que isso tudo influencia no nível das suas habilidades ? 22. O que mais pode usar nessa situação? 23. O que mais pode aprender para somar e construir um resultado ainda melhor? 24. Pausa para processamento. 25. Concentre-se no seu corpo e nas sensações fí-

André Percia Psicólogo clínico e hipnoterapeuta com formação internacional em Coaching. Coordenador de livros da Editora Ser Mais. youtube.com/Andrepercia apercia@terra.com.br

27. Pausa para processamento. 28. Finalmente dê mais um passo para frente, trazendo tudo isso com você e perceba como houve uma mudança na sua visão do ambiente, sua relação com as coisas, pessoas e situações que o compõem. Como, especificamente, sua relação com as coisas, pessoas e situações e seu senso de “problema” se modificam depois desta experiência? 29. Pausa para processamento. 30. Abra os olhos, escreva sobre sua experiência e sobre o que fará para experimentar e vivenciar tudo o que sentiu. Não adianta vislumbrar coisas bonitas sem um senso concreto de como, especificamente, serão postas em prática. Tire um ou dois momentos por dia onde irá visualizar-se em três situações futuras, já tendo feito os ajustes por conta deste processo, colhendo prazer, satisfação e múltiplos resultados para sua vida como um todo. Essa visualização deve ser no formato que mais lhe agradar. O importante é gostar do que irá visualizar. Bibliografia: livro “Coaching, missão e superação – Desenvolvendo e despertando pessoas” André Percia – Editora Ser Mais.

14. Pausa para processamento.

Amplie o senso de quem você é e de quem ainda poderá ser. Sinta as repercussões sobre seu corpo, seu organismo, e traga essas sensações físicas com você quando der mais um passo para frente.

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Omar Souki

As 7 leis da prosperidade financeira A empresa American Express realizou uma pesquisa nos Estados Unidos para identificar qual seria o investimento que daria o melhor retorno. Os resultados indicaram que não são as bolsas nem os imóveis, mas sim o tempo e o capital dedicado à nossa própria educação e ao nosso crescimento pessoal. A pesquisa mostrou que o fator de maior influência na renda das pessoas é o seu nível de educação. Portanto, a prosperidade financeira está diretamente ligada ao tempo dedicado ao estudo e ao desenvolvimento pessoal. De um modo geral é assim que funciona: quanto mais estudo, mais dinheiro! Mas será que é só isso? Estudou e pronto! Acho que não. Há pessoas que estudam muito, mas, mesmo assim, não conseguem vencer na vida. Enquanto outras, com pouco estudo, atingem extraordinário progresso material.

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Omar Souki

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xaminei a trajetória de empresários bem sucedidos no Brasil e no exterior. Alguns não chegaram a completar seus estudos. No Brasil posso citar o caso de Rolim Amaro, o famoso Comandante Rolim, fundador da TAM Linhas Aéreas, que não fez curso superior. Começou trabalhando em uma oficina mecânica da Volkswagen em Marília, no estado de São Paulo. Com enorme esforço pessoal e dedicação conseguiu tirar o brevê e decolar na vida e nos negócios. Outro exemplo é o de Attílio Fontana, criador da Sadia, indústria de alimentos. Até os 8 anos não tinha dinheiro nem para comprar

sapatos. Para sobreviver, vendia bolachas feitas em casa na estação de trem de sua cidade. Não completou seus estudos. Há também o caso de Norberto Odebrecht, de Recife, Pernambuco. Aos 14 anos começou a trabalhar como pedreiro nas obras do pai; e, aos 25 anos, em 1945, fundou a Construtora Norberto Odebrecht, que tem obras até no exterior. Nos Estados Unidos, estudei a vida de Bill Gates (Microsoft), Walt Disney (Disney Corporation) e Ted Turner (CNN News Network). Nenhum deles concluiu o curso universitário. Bill

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Gates abandonou Harvard de-

pois de dois anos para fundar a Microsoft. Walt Disney nem chegou a cursar a universidade e Ted Turner quase concluiu seus estudos na Brown University, mas foi expulso devido a problemas disciplinares. Esses casos isolados de mega empresários que não completaram os estudos não chegam a comprometer a tendência identificada pela American Express. No entanto, existe outra pesquisa, feita pela Harvard University, mostrando que, de um modo geral, aqueles que conquistam grandes fortunas, ou não chegaram ao ensino superior, ou cursaram universidades de pouco prestígio. Enfim, muito estudo, em vez de ajudar pode até atrapalhar. A explicação para tal resultado é que as pessoas com muito estudo são também mais cautelosas e não correm os riscos que os menos letrados estão dispostos a enfrentar. Afinal, quem está com a razão? A pesquisa da American Express (mais estudo, mais dinheiro) ou a de Harvard (estudo em excesso, menos dinheiro)? Ambas. Vou explicar por que. Embora um dos primeiros passos para aumentar a nossa renda seja, de fato, nos qualificarmos mais, existem outras variáveis que influenciam, e muito, o processo de aquisição de riqueza. São fatores ligados ao psiquismo humano — aquela parte formada por atitudes, emoções e espiritualidade. Grandes pensadores têm se dedicado a explicar esse nosso lado imponderável e sua ligação com o sucesso. Com o decorrer dos séculos foram descobertas regras básicas, ou leis, que podem ajudar na conquista da independência financeira. Publiquei o

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livro Riqueza Infinita (faça download: www.amadeuw.com. br), no qual apresento os resultados de vários estudos sobre o tema e, pouco tempo depois, produzi um vídeo sobre o mesmo assunto (assista ao vídeo Riqueza Infinita: www.youtube. com). Nessas obras, explico alguns passos que podem facilitar a nossa trajetória rumo à prosperidade financeira. Combinando o que foi apresentado naqueles estudos com pesquisas mais recentes,cheguei às seguintes leis da prosperidade: 1. Dinheiro é energia; 2. Acreditar é preciso; 3. Missão é direção; 4. Mente é imã; 5. Emoção é poder; 6. Ação é resultado; 7. Generosidade é prosperidade. 1. Dinheiro é energia O dinheiro que você tem agora no bolso, debaixo do colchão, na conta bancária ou investido, reflete a sua energia pessoal. Para mim isso é tão claro quanto a luz do sol que brilha nesta gloriosa manhã. Soa tão nítido quanto o canto do bem-te-vi que acaricia meus ouvidos. Pessoas sem energia, sem motivação, sem entusiasmo pela vida, não conseguem produzir riqueza. Outra verdade é que a pessoa próspera não é aquela que ganha muito dinheiro, mas sim aquela que está contente com o que tem. A insatisfação crônica pode gerar enormes carências tanto afetivas, quanto financeiras. Podemos almejar a riqueza sim, mas, antes, é necessário valorizar e agradecer pelo que temos. O foco naquilo que não se tem leva as pessoas a perderem aquilo que têm. Mas, ao valorizarmos aquilo que já está em nossas mãos, criamos estados

mentais positivos que atraem mais prosperidade. A pessoa contente e satisfeita gasta menos; e o que realmente interessa é o quanto você consegue poupar. Para isso, é necessário que esteja mental e emocionalmente saudável. Os desequilíbrios levam as pessoas, mesmo as que ganham muito, a se atolarem em dívidas. Em suma, o que conseguimos economizar depende de nossa energia pessoal, de um estado mental e emocional vigoroso, de gratidão constante, de otimismo, de alegria e de boa disposição. A energia do dinheiro é um estado perene de gratidão pelo que se tem e predisposição para fazer mais: para se doar mais e melhor. 2. Acreditar é preciso Se a pessoa acredita que dinheiro é sujo, que rico não entra no Céu, que ser rico é pecado, simplesmente não vai prosperar. Pode até trabalhar muito, mas estará sempre se boicotando e desperdiçando seus recursos. Theodore Malloch escreveu o livro Ganhar dinheiro não é pecado (Editora Thomas Nelson) com o intuito de provar que é possível ter sucesso na vida sem vender a alma. Ele descreve seu encontro com John Templeton, homem de enorme fortuna e grande investidor de Wall Street. Afirma que, apesar de toda a sua riqueza, Templeton conservava uma alma humilde. Nas palavras de Malloch: “Seu olhar era semelhante ao de um sábio, de alguém que, apesar de pertencer ao mundo dos negócios, também era pleno de conhecimentos espirituais, o que fazia com que irradiasse alegria. Ele apresentou-me um


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desafio direto, porém simples: demonstrar como certas empresas e os empresários que as iniciaram são guiados por uma força espiritual, arraigada na fé”. Henry Ford também pensava assim, tanto que chegou a dizer: “Se você acredita que pode, ou se acredita que não pode; em ambos os casos estará certo!”. O que determina aquilo que vamos conquistar é a nossa fé, primeiro em Deus e, depois, em nossa capacidade de trabalho. A fé em Deus é de fundamental importância porque há momentos em que nenhuma força humana poderá alimentar o nosso ânimo. Durante a tormenta somente a força espiritual pode nos sustentar. É importante acreditar que, como filhos e filhas de Deus, nós merecemos ter vida plena. “Eu vim para que tenham vida e para que a tenham em abundância”, disse Jesus (João 10,10). 3. Missão é direção Respire fundo. Em sua mente procure aquele lugar que mais lhe agrada. Busque pelo seu lugar favorito de repouso. Pode ser uma praia distante ou mesmo uma fazenda onde o ar é puro e o tempo parecer não existir. Veja-se em companhia das pessoas mais prósperas e mais agradáveis que você conhece. Aproveite a ocasião para perguntar-lhes se têm uma missão, um propósito superior para a vida. Uma forma simples de fazer esse questionamento é simplesmente perguntar: “Qual é o seu sonho?”. Esse tipo de pessoa, feliz e realizada, raramente vai dizer que o seu propósito superior de vida é ser feliz

ou ganhar muito dinheiro. Mesmo que ela já seja assim, alegre e próspera, talvez não tenha sido esse o seu “sonho”. Aquilo que elas pediram a Deus poderá até surpreender você. Pode ser algo tão simples quanto “fazer a minha família feliz” ou “ajudar meus clientes a realizar seus sonhos” ou “colocar um computador em cada lar e em cada mesa de trabalho” (Bill Gates) ou até mesmo: “oferecer condições de morte digna aos mais pobres dentre os pobres” (Madre Teresa). O foco daqueles que conquistaram seus sonhos raramente se limita ao seu entorno pessoal. Os seres extraordinários têm propósitos amplos, que visam beneficiar a um número cada vez maior de pessoas.“Tenho para mim, por longa meditação, a convicção de que um ser humano com um propósito estabelecido deve realizá-lo e que nada pode resistir a uma vontade que aposta a sua existência na realização desse propósito” (Disraeli). 4. Mente é ímã John Templeton escreveu uma obra magnífica, Leis universais da vida (Editora Novo Século). Em seu livro, ele cita Jesus: “Pelos seus frutos, você os conhecerá. Por ventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz maus frutos” (Mateus 7, 15-17). De acordo com Templeton, ao dizer isso, o Mestre dos mestres estava enunciando uma lei importante para se ter sucesso em qualquer área da vida.Saúde, finanças, relacionamentos, bem-estar são frutos. A árvore que vai

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produzir esses frutos é a nossa atitude mental. Se não estamos gostando dos frutos que estamos colhendo — saúde fraca, dificuldades financeiras, relacionamentos problemáticos, insatisfação no trabalho — isso é sinal de que precisamos mudar a nossa atitude mental. O pessimista, aquele que tem uma visão péssima do mundo, atrai escassez. O otimista, aquele que tem uma visão ótima do mundo, atrai abundância. A nossa mente influencia nossas emoções, que determinam aquilo que vamos colher da árvore da vida.

que a nossa ação seja eficaz. O pensamento produz a emoção, mas é a emoção que nos move. Uma das emoções mais fortes que podemos ter é a da alegria. As Sagradas Escrituras identificam a alegria como um dos dons mais preciosos do Espírito Divino. Alegria, deleite e júbilo são emoções que procedem do Espírito Santo. Zig Ziglar, escritor e palestrante, mostra na obra O melhor caminho para a vida (Editora Thomas Nelson), que a alegria e as emoções afins são os grandes responsáveis pelo sucesso e pela abundância em todos os sentidos.

5. Emoção é poder

6. Ação é resultado

Tudo começa com o pensamento: o artigo que você está lendo, a revista que tem nas mãos, a cadeira na qual está assentado, o café que está tomando, etc. até mesmo a emoção que está sentindo. As emoções que sente agora emanam dos pensamentos que este artigo lhe sugere. Até aqui você refletiu sobre a energia do dinheiro, a importância de acreditar — de ter fé —, pensou sobre o seu propósito de vida e meditou a respeito do poder da mente positiva. É por isso que está se sentindo tão bem, tão animado. Esses pensamentos vibrantes tocam o seu coração. Fazem você se sentir com vontade de alçar vôo em direção a uma vida em plenitude. É assim que as coisas funcionam. Primeiro você pensa, depois sente e, somente depois, se motiva para a ação. A emoção positiva é fundamental para

A ordem que devemos seguir para realizar nossos sonhos é a seguinte: pensamento, emoção e ação. Em qualquer área, lembre-se sempre desses três passos fundamentais: 1. planejar com precisão — focar a sua mente (pensamento-mente é imã); 2. mobilizar suas forças internas — motivar-se e motivar seus colaboradores (emoção é poder) e 3. colocar a mão na massa — agir (ação é resultado). Faça isso com firmeza de propósito — para o seu bem e para o bem dos outros (missão é direção) e terá vida em abundância (dinheiro é energia — generosidade é prosperidade). Eu e James Cunnigham, ex-diretor da Disney University, escrevemos um livro chamado As incríveis chaves WOW! para o seu sucesso em vendas (Editora Novo Século). A obra, baseada no espírito empreendedor de

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Walt Disney, explica que uma das razões porque ele era tão bem sucedido é que tinha uma incansável atenção a detalhes. Disney se preocupava tanto com o bem estar dos clientes, quanto dos seus colaboradores. Sua ação era baseada em resultados positivos. Por isso, estava sempre procurando por feedback. Assim como achava importante avaliar o desempenho dos seus funcionários, estava também aberto para receber comentários e sugestões sobre o seu próprio desempenho. Você tem a humildade de perguntar o que os outros acham de suas atitudes e ações? Você reconhece o trabalho bem feito daqueles que estão trabalhando com ou para você? Sabe elogiar com frequência? A vida é feita de desafios, tanto em casa quanto no trabalho. O segredo do sucesso é saber se motivar e motivar aos outros — jamais desistir — e encarar (com alegria) os obstáculos do caminho. 7. Generosidade é prosperidade Bill Gates já doou 48% de seu patrimônio, ou seja, US$ 28 bilhões, para causas filantrópicas. Seu trabalho na Fundação Bill & Melinda Gates é doar (da melhor forma possível) o que conquistou através da Microsoft. Bill diz que se inspirou em pessoas como Andrew Carnegie (magnata do aço, que doou 90% do que tinha para a filantropia) e J. D. Rockfeller (barão do petróleo e filantropo). A generosidade de Rockfeller é lendária: contribuiu para a


CAPA

^

Omar Souki

melhoria da saúde, construiu escolas, bibliotecas e universidades. Bill Gates acredita que o altruísmo estimula as pessoas a doarem parte do que conquistaram. Outro mega filantropo é Warren Buffet, amigo de Gates, que pretende doar 99% de sua fortuna calculada em US$ 47 bilhões. Você deve estar pensando: “Se eu tivesse tanto dinheiro, também seria generoso como eles. Antes de começar a distribuir o que tenho, vou procurar ganhar mais!”. Mas, de acordo com Bruce Fleet, autor do livro Os sete princípios de Salomão (Editora Lua de Papel), não importa o quanto ganhamos, uma parte deve ser distribuída para os mais carentes. Segundo Fleet, quando se reparte o que se tem, mesmo que seja apenas o nosso tempo, isso nos ajuda a receber mais. Cita o apóstolo Paulo quando

diz que devemos trabalhar com seriedade para que possamos socorrer aos mais necessitados (Efésios 4, 28). O ato de ganhar deve andar de mãos dadas com o de doar. Aos poucos, vamos descobrir que, quanto mais se doa, mais se ganha. O Rei Salomão nos aconselha: “Há os que distribuem e, contudo, se engrandecem; e quem retém o que seria justo dar e só alcança perdas. O generoso enriquecerá, pois o que atende aos outros, também será atendido” (Provérbios 11, 24-25). Fleet chegou à conclusão de que as coisas materiais que acumulamos, de fato, não têm valor. O que realmente conta é ver o sorriso no rosto das pessoas que ajudamos. Embora ele ensine a arte de investir corretamente, confessa que o maior investimento que se pode fazer é na felicidade dos outros.

Saiba mais: Cunningham, J. & Souki, O. As incríveis chaves WOW! para o seu sucesso em vendas. Osasco, SP: Novo Século, 2010. Fleet, Bruce. Os sete princípios de Salomão. São Paulo: Lua de Papel, 2010. Hill, Napoleon. As regras de ouro de Napoleon Hill. Osasco, SP: Novo Século, 2009. Malloch, Theodore. Ganhar dinheiro não é pecado. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2011. Provérbios. Bíblia Sagrada. São Paulo: Paulus, 2011. Souki, Ômar. Riqueza Infinita. Belo Horizonte: Souki House, 1997.(faça download:www.amadeuw.com.br) Souki, Ômar. Riqueza Infinita — vídeo. Belo Horizonte: SSV, 1998.(assista ao vídeo:www.youtube.com) Templeton, John. Leis universais da vida. Osasco, SP: Novo Século, 2010. Ziglar, Zig. O melhor caminho para sua vida. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2007.

Ômar Souki P.h.D. em comunicação pela Ohio University, nos EUA, e autor de mais de 30 livros. Escritor dos livros Ser+ com Palestrantes Campeões, e Ser+ em Vendas vol.II. www.souki.com.br omarsouki@bol.com.br

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JO GO RÁ PI DO 36 editorasermais.com.br

Toque de Areia

O Toque de Areia trouxe para o setor de treinamento empresarial o ar lúdico e criativo do teatro, inovando com a criação da técnica de Teatro Treinamento. Comemorando 20 anos em 2013, David Rizk traz na bagagem mais de 3.000 eventos realizados em 1.200 empresas por todo o Brasil, com 250 espetáculos abordando temas diversos, como como liderança, trabalho em equipe, comunicação, autoestima.

O que é o teatro empresa? Teatro empresa é toda atividade lúdica realizada nas empresas e nos eventos empresariais. Ainda na década de 1990, nós formatamos essa atividade, demos uma linguagem própria e batizamos a técnica de Teatro Treinamento. Como surgiu a ideia de criar o Toque de Areia? Na década de 1990 eu estava trabalhando como Engenheiro Civil, que é a minha formação. Comecei no mundo do teatro ajudando o grupo amador da minha esposa, que estava montando uma peça infantil. Não havia ninguém para produzir, administrar ou vender o espetáculo e me ofereci para auxiliar. Após seis meses de apresentações, percebemos que o caminho não era aquele. Eu precisava trazer algo diferente para

esse universo já repleto de produtoras teatrais. Notamos que o nicho de teatro empresarial era praticamente inexistente, com pequenas produções para as Sipats (Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho). Entramos forte em eventos empresariais, lançando, em 1994, um espetáculo sobre qualidade total, lotando duas sessões no Teatro Itália, em São Paulo, e presença na televisão. Assim nasceu o Teatro Treinamento. São 20 anos de atividades e, com certeza muitas histórias para contar. Quais as mais marcantes? São mais de 3000 eventos realizados então são inúmeras histórias! Em Campos do Jordão, São Paulo, por exemplo, logo após encerrarmos um espetáculo sobre inteligência emocional, notei vários homens ligando para suas esposas para dizer que a


amavam. Já presenciei pessoas que tinham um relacionamento de atritos dentro da empresa e não se falavam se perdoarem após um curso comportamental. Uma das cenas que mais me emocionou foi ver abraços calorosos e lágrimas de comprometimento após uma sequência de exercícios que incluia gerantes criando uma apresentação para os funcionários. Tudo vale a pena depois de presenciar esse tipo de reação. Quais os principais benefícios do treinamento que vocês trazem em formato de peça teatral? Uma peça teatral tem recursos maravilhosos para levar uma mensagem às pessoas dentro de uma empresa, como o poder de síntese. São 30 a 60 minutos nos quais é possível mostrar a história da empresa, os passos da venda, características de um profissional campeão, visão, missão, valores, código de ética e etc. As histórias que criamos são contadas através de personagens e dão vida à mensagem. É a natureza do teatro. Em segundo lugar, uma peça atinge o espectador no tríplica aspecto:

visão, audição e cinestésico. É a melhor forma para fixar certos conceitos e comportamentos. Qual a primeira reação dos colaboradores ao saber que participarão de um treinamento diferenciado? Que tipo de feedback vocês recebem? Quando os colaboradores sabem que o treinamento é teatro já vão mais soltos, prontos para receber a mensagem e até mais aliviados. Aprendem conceitos de forma natural, portanto a fixação é maior. Também fazemos pesquisas de satisfação, além de ter um retorno imediato da plateia. Mas não utilizamos o grau de risada como medidor, pois qualquer situação leva ao riso. Temos o feedback dos que nos levam para dentro da empresa e nos contratam mais de uma vez. Quando retornamos, somos muito bem recebidos, as pessoas lembram dos personagens e ficam satisfeitas com o treinamento diferente dos convencionais. O Toque de Areia é uma empresa familiar. Quais os desafios enfrentados? São os mesmos de qualquer empresa

do gênero. Sou casado com Eliane há 28 anos e nossa empresa comemora 20 anos em 2013. No passado nossos cinco filhos trabalharam no Toque de Areia, mas “apenas” três continuaram. Há varios desafios de se trabalhar em família, principalmente quando se trata de cumprir ou não o combinado ou tomar decisões que nem sempre coincidem. É necessário muita calma e paciência e ter consciência de que todos somos falíveis e que o trabalho é a maior ou uma das maiores atividades de aprendizagem e evolução em nossa estada neste planeta. Além do setor empresarial, para quais áreas os treinamentos podem ser adaptados? O trabalho em empresas é o grande foco, mas já participamos dos mais variados eventos, como universidades e escolas, com o corpo docente como alvo. Além de congressos, seminários e órgãos como SEBRAE, SENAC e SESI. Grupos de Recursos Humanos, assoiações de família, encontros espíritas também nos convidaram para apresentar o treinamento.

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OTIMISTA ^ OMAR SOUKI

SOPRE A VELA!

E

liane, uma amiga minha, me disse que, quando está agitada, lembra-se de algo que aprendeu comigo: se as coisas não estão dando certo ou se percebe que uma discussão está prestes a acontecer, diz: “Soprem a vela! Vamos soprar o ar como se sopra uma vela!”. Segundo ela, isso acalma os ânimos. Então, me lembrei que Eliane tinha participado de uma de minhas sessões de relaxamento e meditação em que sugiro aos participantes que se esvaziem. Peço que soprem o ar dos pulmões como se estivessem soprando uma vela. Ao soprar o ar devem imaginar que estão se livrando de suas preocupações,

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ansiedades, medos, culpas, tristezas e raivas. Ao inspirar, devem pensar em confiança, fé, coragem, amor, alegria, e paz, muita paz! Foi daí que ela teve a idéia de solicitar que as pessoas soprassem a vela em momentos de tensão. Sopre você também a vela! Apague o fogo da agitação, da ansiedade, da angústia, da impaciência, da imprudência, do sentimento de culpa, da necessidade de estar sempre certo, de estar sempre fazendo mais, mais rápido. Sopre a vela e respire fundo! Sopre novamente. E assim por diante, até se acalmar. Deu certo? Talvez funcione para você também. Algo usado no contexto do relaxamento e da meditação, alguém levou para a vida prática. Sim,


estamos respirando rápido demais. Queremos tudo pra ontem. Não dá pra parar. Será que não dá mesmo? Não dá pra tirar férias. Será que não dá mesmo? Nem para dar uma saidinha de fim de semana com a família? Estamos correndo contra o tempo. Mais um ano se passou e ainda não conseguimos realizar tantos sonhos. Até parece que a vida está nos deixando para trás. Você sente que as demandas do mundo superam as suas possibilidades de realização? Sente que não consegue atender satisfatoriamente as solicitações que brotam a todo instante da família, do trabalho, da faculdade, da escola das crianças, do clube? Isso quando não acontecem acidentes em casa, na empresa ou no trânsito. Às vezes, parece até um milagre que ainda estamos vi-

Ômar Souki P.h.D. em comunicação pela Ohio University, nos EUA, e autor de mais de 30 livros. Escritor dos livros Ser+ com Palestrantes Campeões, e Ser+ em Vendas vol.II. www.souki.com.br omarsouki@bol.com.br

sistiu da idéia. Talvez tenha pensado: “viver é melhor!”. Como viver melhor em um mundo que parece estar cada vez pior? Desacelerando. Isso choca frontalmente com os avanços da tecnologia que “nos ajudam a fazer as coisas de forma mais rápida”. Para que não sejamos iludidos por essa febre de fazer mais, mais rápido, precisamos aprender a “soprar a vela”. Quando, em casa ou no trabalho, as coisas se acelerarem demais, lembre-se de “soprar a vela”. Respire fundo. Acalme a sua mente e o seu coração. Um segundo pode significar para você a diferença entre a vida e a morte. Naquele segundo você pode não apenas estar salvando a sua, mas também a vida de outras pessoas com o seu exemplo de paz, serenidade e amor!

Ao soprar o ar devem imaginar que estão se livrando de suas preocupações, ansiedades, medos, culpas, tristezas e raivas. Ao inspirar, devem pensar em confiança, fé, coragem, amor, alegria, e paz, muita paz!

vos e raciocinando com certa clareza. O desespero parece estar tomando conta da humanidade. O número de suicídios é alarmante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nos últimos 45 anos, o número de suicídios cresceu 60%. Atualmente, a cada ano um milhão de pessoas cometem suicídio, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, isso ocorre a cada hora. Para cada pessoa que efetivamente tira a própria vida, ocorrem de 12 a 25 tentativas não consumadas. Isso quer dizer que, a cada ano, mais de 12 milhões de pessoas atentam contra a própria vida. Isso equivale à população da cidade de São Paulo. E você, já pensou nisso? Em sair de cena para não voltar mais? Pode até ser que sim, mas, logo depois de-

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Daniella Janoni e Rogeria Gieremek

Relações de Trabalho e

COMPLIANCE: parceria necessária

O

cenário empresarial e o ambiente regulatório trabalhista estão cada vez mais complexos, o que reflete diretamente nas Relações do Trabalho, exigindo constantes atualizações das políticas de uma organização. E, quando falamos em Pessoas, os números de processos trabalhistas distribuídos na Justiça do Trabalho são bastante significativos: só no ano de 2011, tivemos mais de 2 milhões de novas Reclamações Trabalhistas ajuizadas no Brasil, 6% a mais do que no ano anterior, considerando-se a distribuição perante as Varas do Trabalho, conforme relatório

de estatísticas do Tribunal Superior do Trabalho (fonte TST – 2011). Isso significa que cada vez mais as empresas devem ficar atentas quanto à adoção de práticas corporativas pautadas na ética, na observância da Legislação Trabalhista e, não menos importante, de práticas voltadas à melhoria no processo de Gestão de Pessoas, pois muitos dos conflitos nascem de problemas de relacionamento entre colegas de trabalho, principalmente, entre subordinados e liderados e, ao final, deságuam no Judiciário Trabalhista. Prova disso são os inúmeros pedidos

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~ GESTAO


~ GESTAO

que versam sobre assédio moral no ambiente de trabalho. Algumas empresas não possuem controles rígidos de conduta e não disseminam a ética no trabalho e, por via de consequência, não tomam conhecimento de fatos como esses a tempo de resolver o problema e punir os responsáveis. Daí a importância de uma forte Política de Ética nas Relações de Trabalho e cumprimento da legislação trabalhista, a qual pode ser gerida por uma área de Compliance, bem como consubstanciada em Canais de Ouvidoria, Códigos de Conduta com previsão de sanções disciplinares, Transparência no Processo de Comunicação, dentre outras ferramentas auxiliadoras no Controle das Relações do Trabalho, seja para prevenir ou para identificar riscos. Além disso, um programa eficaz de Compliance, aliado às melhores práticas de Gestão de Pessoas, aumenta o grau de satisfação e de confiança do empregado na empresa, impactando diretamente no clima organizacional. É sabido que as pessoas querem trabalhar num ambiente saudá-

vel, ético, íntegro, que respeite os valores intrínsecos ao ser humano e que efetivamente busque o bem da coletividade. Um programa eficaz de Compliance permite que se alcancem esses objetivos. A eficácia e a eficiência do Programa de Compliance vão muito além da mera existência formal de um Código de Conduta Ética – se os colaboradores de uma empresa perceberem que não há coerência entre as disposições do Código e as práticas adotadas na organização (por exemplo, sonegação de impostos, pagamentos realizados “por fora” do contrato de trabalho, condutas desrespeitosas aos direitos do trabalhador, maus-tratos), por mais bem feita que seja a norma, seguramente será tida como “letra morta”. Assim, a integridade, no sentido de unicidade entre o que se prega e o que se pratica numa organização, adquire mais importância do que nunca, a fim de garantir o equilíbrio entre as relações trabalhistas. O papel da área de Compliance, nesse contexto, fica evidente. O empregado deve saber que

tem a quem recorrer e que será ouvido, sem riscos de retaliação. Daí a necessidade de canais de denúncias, que admitam o anonimato, a fim de preservar a identidade daquele que, corajosamente, decidiu dividir a sua dor ou mesmo expor uma fragilidade sistêmica, de controles, ou um fato concreto. Claro que sempre deve haver a correta e criteriosa apuração dos fatos, a fim de evitar qualquer injustiça, mas, uma vez comprovada a denúncia, as providências devem ser adotadas de imediato e, sem a exposição dos protagonistas, dar-se publicidade ao ocorrido para que sirva de exemplo e alerta para os demais empregados. Com essa medida, tanto se divulgará que a empresa não tolera malfeitos, sejam de que natureza for, como ouve os seus colaboradores e apura com rigor os fatos que sejam trazidos ao seu conhecimento. Não há segredo – é dessa maneira que se consegue conquistar a confiança dos empregados. Assim, fica a dica: sem dúvida, a parceria Relações do Trabalho e Compliance é um diferencial para as grandes organizações.

Daniella Janoni – Consultora de Relações Trabalhistas e Sindicais da Votorantim Cimentos. Rogeria Gieremek - Gerente Executiva de Compliance da Serasa Experian para a América Latina.

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Marcelo Ortega

COMPORTAMENTO

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA E OUTRAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES

A

arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas: na música, na escultura, pintura, cinema, teatro, dança, entre outras. Arte é um termo que vem do Latim, e significa técnica/habilidade. A definição de arte varia de acordo com a época e a cultura, por ser arte rupestre, artesanato, arte da ciência, da religião e da tecnologia. Atualmente, arte é usada como a atividade artística ou o produto da atividade artística. Após seu surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na sociedade, haja vista que algumas representações da arte são indispensáveis para muitas pessoas nos dias atuais, como, por exemplo, a música, que é capaz de mexer com nossa emoção e com a nossa razão. D E S E N V O LV E N D O HABILIDADES A arte é uma maneira de as pessoas expressarem seus sentimentos, suas emoções, de desenvolverem a sua sensibilidade, sua concentração, criatividade e imaginação, além de ser uma forma de comu-

nicação, sendo essa, por sons, palavras, desenhos, gestos, toques, etc. A prática de uma atividade artística é importante pois ajuda no desenvolvimento da expressão e da criatividade do indivíduo, tornando-o mais sensível e fazendo com que ele veja o mundo com outros olhos. Em minhas palestras costumo me valer da uma das expressões mais interessantes da arte, a música como metodologia de comunicação. Atuo com desenvolvimento profissional há mais de dez anos e, buscando uma forma para me diferenciar em meu trabalho e também uma metodologia que tornasse mais eficaz a fixação das informações e dos conceitos abordados em nossos eventos, descobri na música (um hobby praticado desde minha adolescência) uma excelente forma de comunicação e interação com a plateia, o que fez com que as palestras ficassem ainda mais dinâmicas e participativas. A música é uma linguagem universal e faz parte de nossa vida desde antes de nascermos, haja visto que muitas mulheres grávidas cantam músicas para seus bebês quando eles ainda estão se desenvolvendo em suas barrigas. Ela também nos acompanha em toda a nossa vida, nas canções infantis, cantigas de ninar, de roda, na escola, nos grupos religiosos, etc.

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A música é emoção; através de seus elementos harmônicos, melódicos e rítmicos ela penetra em sentimentos mais profundos e provoca percepções essencialmente sutis e refinadas, sendo assim a audição da música e/ou a prática de um instrumento musical melhora nossa criatividade, concentração e nossa percepção. Em nossa profissão, independente de qual seja, o benefício de ser uma pessoa mais criativa, concentrada e com melhor percepção é algo de muito valor. Do ponto de vista da execução da em um instrumento, a música é lógica, pois existem escalas, acordes, intervalos, a escrita da partitura e estes conceitos são praticamente matemáticos e, dessa forma, a prática da música estimula o pensamento lógico e melhora consideravelmente nossas habilidades psicomotoras como: velocidade de reação, velocidade de deslocamento, coordenação psicomotora, percepção de tempo/espaço e o ritmo. Em minhas palestras venho utilizando recursos musicais e obtendo sucesso do ponto de vista da facilidade de comunicação, da interatividade, fixação de informações e também pelo fato da música ter me tornado um profissional diferenciado em comparação a uma metodologia tradicional. MÚSICA & HABILIDADES Além do conhecimento musical e


COMPORTAMENTO

da técnica específica do instrumento, em quais outras habilidades a prática da música de forma profissional ou amadora pode trazer para um indivíduo? Habilidade (do latim habilitate) é o grau de competência de um sujeito concreto frente a um determinado objetivo. As habilidades podem ser técnicas, humanas e conceituais. HABILIDADES TÉCNICAS Estão relacionadas com o fazer, isto é, com o trabalho com “coisas”, como processos materiais ou objetos físicos e concretos e envolvem o uso de conhecimento especializado e facilidade na execução de técnicas (contabilidade, engenharia, programação). A prática de um instrumento como, por exemplo, violão ou piano irá influenciar diretamente nas habilidades técnicas, pois a sua execução depende de ler partituras. A partitura traz a representação escrita da música, com símbolos próprios (notas musicais), padronizados mundialmente e que são associados aos sons. É como se fosse um procedimento operacional padrão. Além disso tocar um instrumento é algo que trabalha a coordenação motora como a “técnica das mão” (formar acordes, digitar escalas, dedilhar, etc.).

HABILIDADES HUMANAS: Estão relacionadas com o trabalho com pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais (Saber trabalhar com pessoas e por meio das pessoas). Ao tocar um instrumento um indivíduo pratica o trabalho em equipe quando precisa tocar em conjunto com outros músicos, além da música ser uma arte que facilita e promove a comunicação entre as pessoas. A música é uma linguagem universal, então música é música em qualquer lugar do mundo. Mesmo que a letra de uma música seja escrita em uma língua estrangeira, ainda assim ela nos provoca reações como: alegria, tristeza, entusiasmo, reflexão, etc. HABILIDADES CONCEITUAIS Envolvem a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações. Estão relacionadas com o pensar, com o raciocinar, com o diagnóstico das situações e com a formulação de alternativas de solução dos problemas. Na medida em

que construímos uma carreira profissional e subimos na hierarquia em uma organização, precisamos, cada vez mais, desenvolver nossas habilidades conceituais para não limitar nossa empregabilidade e para termos mais êxito em nossos objetivos. Um indivíduo praticante de um instrumento precisa avaliar situações diversas como: qual é a melhor tonalidade para se tocar/cantar determinada canção, qual região do instrumento é mais confortável se executar determinada passagem, qual interpretação deve-se dar para determinada música, o que determinada letra está dizendo, quais lições ela nos traz para a nossa vida pessoal e profissional. Certamente isso colabora para nossa sensibilidade em relação ao que nos cerca e também ao nosso poder de observação do mundo como um todo. Em resumo, pratique um instrumento musical, além de ser um hobby bastante sadio, isso lhe trará vários outros benefícios para a sua vida pessoal e profissional.

Marcelo Ortega Vendedor, Treinador, Palestrante e Fundador do Instituto Marcelo Ortega Autor dos Best-Sellers: Sucesso em Vendas e Inteligência em Vendas – Ed. Saraiva www.institutomarceloortega.com.br - Formando Treinadores e Líderes Educadores www.marceloortega.com.br - (11) 3323-7596 – Palestras e Treinamentos In Company editorasermais.com.br 47

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Maria Rita Sales

CORPORATIVO

EMPREENDER NO MERCADO CORPORATIVO

N

o dicionário Aurélio, Empreender aparece como a ação de praticar, de pôr em execução. Origina-se do latim imprehendere. A tradução da palavra inglesa entrepreneurship, originou o termo “empreendedorismo”. Empreendedorismo é o ato do empreendedor identificar oportunidades, planejar, buscar recursos, gerar resultados, rentabilidade e lucratividade promovendo o desenvolvimento econômico e social do país. Fazendo outra leitura pode-se dizer que o Empreendedorismo foca sua atenção no estudo voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à criação de um projeto (técnico, científico, empresarial).

A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir. Em 1800, Jean B. Say define o empreendedor como elemento do ciclo econômico. Em 1911, Shumpeter introduz o conceito de destruição criativa e destaca algumas características essências dos empreendedores, tais como iniciativa e independência. Segundo o contemporâneo Robert Hirsch, empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da

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satisfação econômica e pessoal. Concordo com o pensamento dele em número, gênero e grau. Lendo os parágrafos acima, me reportei à década de 1950 quando a comunidade celetistas era formada por dedicados, comprometidos, fiéis, inseparáveis das camisas, gorros, meias que traziam a marca da sua empresa. Eles tinham dois registros: o do nascimento, quando eram apresentados ao mundo e o da CTPS, quando eram fichados em alguma valorosa marca, da qual tinham absoluto orgulho e deferência. Dedicavam-se anos, décadas, toda uma vida. Suas mentes eram lentamente tomadas pelo fazer, reproduzir o que a empresa determinava. Pouco pensando, pois inovar, confrontar, ousar era arriscado. Bom era quem obedecia, seguia regras


CORPORATIVO

e agarravam-se docilmente às normas pré estabelecidas. Heróis! Conquistaram a estabilidade, viviam em paz até a aposentadoria. Eis que a história ofegante se revolve e novos personagens surgem: Sras. Internet, Arquitetura organizacional, Líder autônomo, educador, Reengenharia. Cai por terra a moda do fiel celetista, surge na passarela, impactando a platéia, o ousado, irreverente Sr. Empreendedor corporativo, que investe seus neurônios e sinapses em prol do universo que o acolhe, lhe dá um sobrenome, um lugar, benefícios, um laboratório para pensar, se desenvolver, ser destaque em Informativo corporativo, sites, muitos desafios, claro com retorno mais que garantido. O que aconteceu? Entende-se que o filho(a) quieto(a), obediente que fazia tudo o que a “grande mãe empresa” desejava cresceu, tornou-se responsável, debutou e hoje faz prevalecer sua identidade ao lado da empresa ao invés de deixar de existir em prol da empresa. Penso que a diferença é exatamente esta. Na década de 80 ocorreram grandes modificações. Pessoas foram motivadas a romperem vínculos de décadas; os mais jovens foram sensibilizados a permanecerem nas empresas no máximo cinco

“Empreendedorismo”, é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. anos, mais do que isto, eram rotulados acomodadas em suas zonas de conforto, nada atrativos para o mercado. Os Empreendedores Corporativos funcionam como grandes navegadores que desbravavam mares em busca de novos mercados, fazendo a economia girar. Inventores de outrora são os Empreendedores de hoje. Hoje as empresas se vêem desafiadas a uma nova realidade: alcançar seus objetivos com equipes mais críticas, assertivas, informadas, questionadoras e nada acomodadas. A alta gestão que tiver competência de identificar, contratar, conviver, gerenciar e reter esta classe de

empregado (pregado em algo, segundo Gikovate), terá nas suas equipes pessoas (entrepeneur) que viverá seu setor, área de trabalho como sua própria empresa. Este sujeito terá sensibilidade, perspicácia para fomentar os produtos e serviços da empresa aonde atua, prospectando de forma inovadora, em busca da sua projeção, de promoções e ganhos diferenciados. A ambição aqui é saudável e funciona como combustível. O empreendedor corporativo usa o investidor, os acionistas, a inteligência (planejamento estratégico), o marketing, o RH, o contábil financeiro, o atendimento ao cliente, máquinas e equipamentos em favorecimento próprio. Ele habita a corporação e por osmose toma para si o que pode, devolvendo à empresa o que é dela: visibilidade, rentabilidade, fatia opulenta do mercado e lucratividade. A relação é equilibrada, adulta, assertiva. As identidades são preservadas, os sonhos parameados, os universos respiram e a relação é ganha empresa ganha empregado. O empreendedor corporativo é o sangue bom do sistema empresa. Tem paixão, inova e ao fracassar não desiste. Atenção... ele jamais fará do jeito que você quer se não for o melhor para ele e para a empresa!

Maria Rita Sales Psicóloga especialista organizacional, escritora, Mestre em Criatividade Aplicada, Consultora de RH, Professora universitária. editorasermais.com.br 49

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Dane Avanzi

TECH

Consumidor de banda larga:

ENTENDA SEUS DIREITOS

A

nova cartilha da Anatel, divulgada no início do mês, trouxe algumas inovações significativas ao consumidor de produtos e serviços de telecomunicações em geral. O objetivo desse projeto é elencar as principais obrigações das operadoras e esclarecer o consumidor sobre quais são seus direitos e como exigi-los. No que tange aos serviços de banda larga, a grande novidade foi a criação de uma Entidade Aferidora de Qualidade dos serviços de banda larga fixa. O serviço está disponível no site www.brasilbandalarga.com.br, e fornece informação em tempo real da velocidade disponibilizada pela operadora. Segundo a lei, a velocidade instantânea não pode ser inferior a 20% da contratada. As operadoras de banda larga fixa deverão elevar este nível mínimo para 30% a partir de novembro deste ano e 40%

a partir de novembro de 2014. Cabe ao usuário monitorar por esse site oficial a velocidade que está sendo disponibilizada e conferir se está em conformidade com o contrato. Num acordo de 10 megas, por exemplo, a velocidade instantânea mínima não pode ser inferior a 2 megas, ou seja, 20%. Quanto à instalação do serviço, estando o consumidor na área atendida pela operadora, a ativação deve ocorrer, no máximo, em até 15 dias úteis da data de solicitação. A cobrança deve ser detalhada com todos os valores devidamente discriminados, serviço por serviço. Em caso de interrupção ou degradação na qualidade do serviço, a prestadora deve descontar da assinatura o valor proporcional ao número de horas ou fração superior a 30 minutos. Se a rede estiver em manutenção e causar a suspensão momentânea do serviço, a operadora deve comunicar o consumidor com antecedência mínima de uma semana.

Se decidir rescindir o contrato, as faturas devem cessar imediatamente, a partir da data de rescisão, que deve ser processada independentemente da existência de débitos e atendida em até 24 horas. Em todos os casos as operadoras são obrigadas a emitir um número de protocolo referente ao atendimento. Em caso de não atendimento da solicitação no prazo prometido, que varia conforme o pedido, o consumidor deve reclamar diretamente à Anatel pelo telefone 1331 ou 1332, exclusivo para portadores de deficiência auditiva. É muito importante a participação de todos os usuários no controle de qualidade do serviço prestado pelas operadoras, portanto, exerça seu direito de cidadania com responsabilidade, informando a Anatel qualquer não observância da lei por parte das operadoras. Agindo assim, você estará ajudando a construir uma nova ética na relação entre concessionárias de telecomunicações e consumidor.

Dane Avanzi Advogado e empresário de engenharia civil, elétrica e de telecomunicações e diretor presidente do Instituto Avanzi, ONG de Defesa do Consumidor de Telecomunicações. 50 editorasermais.com.br

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Frederico Costacurta

A Autoestima

de Nanda

N

anda prepara-se para o movimento. Deverá correr, apoiar as mãos no solo, realizar um giro e terminar com pés no chão, pernas juntas, corpo ereto, braços estendidos, mãos para cima. Para uma criança de sete anos é um grande desafio. Em instantes ela estará em evidência, o professor observando, seus colegas esperando um erro para rir. O chão duro deve doer, se cair... Mas em seu cérebro, os neurônios faíscam de excitação, alguns até estão se ligando pela primeira vez, através das sinapses. Seus olhos percebem distâncias, sua pele, a temperatura e a umidade, seus pés sentem o solo, e todos enviam sinais ao cérebro, que os processa e responde através de comandos de movimentos. Nanda realiza o movimento com precisão suficiente para receber elogios: vitória! Ela quer mais, ela confia ainda mais em sua capacidade, em seu poder de enfrentar os desafios e os perigos, de improvisar e resolver questões... Nanda está, ali, ficando mais inteligente. Está preparando-se para a prova de matemática, para escrever uma carta, para o vestibular, para aproximar-se

de pessoas e cativá-las. Ela está criando referências para a vida. Atividades motoras têm sido reconhecidas como importante componente do desenvolvimento afetivo de crianças e jovens. Há oportunidades na educação física escolar, na prática livre em praças, praias e terrenos vazios, e em escolas de esportes e academias. A orientação adequada irá provê-los de encorajamento positivo e ajudá-los a estabelecer metas realistas e sincera autoavaliação. Gallahue e Donnely (2008) sugerem a utilização de “dilemas morais” como meio positivo de aprendizagem. Crianças são, segundo os autores, aprendizes cooperativos em constante autodescobrimento. É o caso de Nanda que, ao passar por uma rica, empolgante, viva experiência de aprendizado, teve seu pensamento estimulado. O movimento cria a base para crianças tornarem-se pensadores críticos. McBride (1992) foi pioneiro ao

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~ EDUCACAO ,


~ EDUCACAO ,

considerar o incentivo ao pensamento crítico –ou complexo, como ele também se referia- em Educação Física. Diversos autores indicam condições favoráveis para que se desenvolva pensamento crítico e todas envolvem a “percepção do outro” num amplo sentido de visão verdadeira do coletivo. Estar bem informado, ser compreensivo, paciente e, principalmente, estar disposto a compartilhar ideias. Na Educação Física, em qualquer das suas manifestações, isto significa “reflexão para tomar decisões”. Decisões sobre o movimento. Sobre o próximo movimento, que deve ser razoável, deve ser defensável. Educadores devem estar preparados para identificar as estratégias dos professores de educação física que promovem o pensamento crítico. Estes professores vão estruturar, organizar e avaliar o ambiente de aprendizagem, determinar metas e promover experiências que envolvam análise e contraste de habilidades. E aplica-los em atividades desenvolvimentistas de jogo, dança e ginástica, por exemplo. Não são apenas os educadores que devem estar atentos às estratégias. Mães e pais podem estar engajados em um projeto conjunto de construção da autoestima de suas crianças. Foi justamente Gallahue (2002) quem melhor definiu as etapas do desenvolvimento motor desde o nascimento e suas pesquisas são referência a educadores físicos de todo o planeta. Ele foi categórico: para crianças com idade aproximadamente até 11 anos,

apenas atividades consideradas “pré-desportivas” são recomendadas. Isto significa que a criança vai se acostumando com regras, competições, eliminatórias, aos poucos. Ela vai experimentar a pressão da “vontade de ganhar” e do “medo de perder”. E percebe a importância do trabalho em equipe, de um técnico, de uma estratégia, a tática. Mães e pais precisam compreender isto. Precisam fazer o dever de casa e completar a estratégia. Realmente, não importa se o filho, na escolinha de esportes, ou na aula de educação física, ganhou ou não o jogo. Marcou um gol? Seu time foi campeão? O que importa é se a criança pôde experimentar sensações novas, praticar movimentos como “correr para trás”, “saltar”, “rebater”, por exemplo. Importa, sim, se ele trabalhou em grupo e aprendeu a melhorar o desempenho de suas ações a partir da cooperação com colegas. Outra questão frequentemente enfrentada por quem convive diariamente com crianças é o desafio em “plantar” em suas consciências o prazer de exercitar-se regularmente. Uma expectativa exagerada dos pais pode refletir em ansiedade e aversão a esportes. Pular etapas no desenvolvimento motor e acelerar o processo de amadurecimento emocional em relação a competições, por exemplo, pode precipitar o estresse físico e psicológico. É, justamente, assim que se cria grande resistência no futuro jovem em relação a aderir a uma vida ativa e excluir o sedentarismo de sua vida.

É assim: antes de “jogar tênis”, a criança deve aprender a “rebater” objetos, bolas, bexigas, meias, petecas. Deve aprender a correr para o lado, alterar a pressão de seu peso de uma perna para outra, isolar o movimento dos braços em relação ao quadril, ou tronco. E tudo isso deve acontecer em aulas estrategicamente elaboradas, com elementos atraentes, lúdicos, adequados ao momento e em crescente dificuldade. Nestas aulas podem, até, existir raquetes e bolas de tênis... Criar desafios e metas que possam ser atingidas é um meio eficiente de cativar crianças e avaliá-las. Ao observar as aulas de tênis de seus filhos, em nosso exemplo, pais devem estar atentos ao ambiente criado pelo professor e ajudá-lo, concentrando seus elogios no esforço, na correta observação dos movimentos, na evolução decorrente da prática dos exercícios que desenvolvem os movimentos fundamentais e as habilidades correspondentes. É imenso o potencial de evolução individual a partir das experiências vividas ao praticar esportes ou atividades físicas. Foi-se o tempo em que “educação física” era apenas o aprimoramento da saúde e uma forma de disciplinar crianças rebeldes. Já é considerada o principal aliado de educadores de qualquer disciplina. Com a prática esportiva, Nanda, como vimos, aprimorou sua autoimagem e seguiu fortalecida para enfrentar obstáculos que, com certeza, virão. Cabe a nós torcer por ela.

Frederico Costacurta

Personal e Professional Coach, professor de Educação Física, Instrutor de Pilates. Criador da metodologia Tonus de Pilates. Escritor do livro Ser+ com Saúde Emocional. fred@falarefazer.com.br

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Bel Cesar

DESENVOLVIMENTO

Como a FLEXIBILIDADE PSICOLÓGICA

pode nos trazer serenidade

O

budismo nos ensina que nossa sanidade básica está sustentada pela capacidade interna de nos mantermos abertos e receptivos. Tal atitude assemelha-se a visão panorâmica do topo de uma montanha. Ao gradualmente olharmos para todos os lados, ganhamos um senso de perspectiva constante capaz de gerar curiosidade e confiança para explorar novas possibilidades. Sem medo do caos e do desconhecido, sentimos-nos serenos, pois estamos sustentados pela profunda experiência de poder nos mover livremente em nosso espaço interior. Mas, devido a estreita visão que temos da realidade, nos sentimos paralisados, pela sensação de falta de espaço para nos mover. O desconforto da falta de espaço dentro e fora de nós cresce na medida em que nos vemos paralisados, sem recursos para agir. O budismo esclarece a que a raiz de nossos pensamentos de sofrimento está no hábito de darmos solidez à realidade. Ao projetarmos a ideia de que as coisas são imutáveis, densas e concretas,

criamos uma separação entre nós e o “outro”, entre o que acontece dentro e fora de nós. Quanto maior for a ideia de que as coisas são fixas maiores nos aparecerão os obstáculos. Condicionados por tais hábitos mentais, emocionais e culturais, costumamos dar demasiada solidez aos problemas, sejam eles reais ou imaginários. Desta forma, nossa mente se mantém fixa, pouco arejada. Quando temos a sensação de não haver saída: tudo se torna agressivo. Onde quer que nos movamos, deparamo-nos com outro obstáculo. Por menor que ele seja, gera mais uma irritação. Sem abertura, nos tornamos rígidos e reativos. Ao perdemos a flexibilidade conquistada pela visão panorâmica nos tornamos obsessivos e fanáticos. Inquietos e mal humorados. Mas, como recuperar a serenidade quando já nos tornamos inflexíveis? O melhor é parar. Desistir de insistir. Assim como a água se mantém turva enquanto estiver turbulenta, temos que nos aquietar para recuperar uma visão

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clara. Aquietarmo-nos sem nos deixarmos ser tomados por uma sensação de fracasso e derrota. Devemos nos manter parados o tempo suficiente para que surja em nós a disponibilidade interna de olhar para todos lados. Pois, enquanto nossa mente estiver lutando para ver algo, permanecerá defensiva. Durante esta “parada obrigatória”, podemos aproveitar o tempo para recuperar uma visão panorâmica e reconhecer como as coisas estão ligadas umas às outras. A partir desta visão interdependente, novas perspectivas podem se manifestar. Caso contrário, será como agitar novamente a água, tornando-a turbulenta. Por isso, temos que parar o tempo o suficiente para recuperar o espaço interior. Os primeiros sinais de uma nova abertura mental surgem quando temos o desejo de conhecer algo sem intelectualizar demais. Deixar-se levar por uma certa curiosidade, mas sem ainda aprofundar nossos conhecimentos de forma a já definir o caminho a seguir. Uma mente aberta é flexível por estar sempre interessada em


DESENVOLVIMENTO

conhecer algo mais. Ela possui a qualidade fresca daqueles que olham algo como se fosse pela primeira vez.

tudo será claro”. A flexibilidade surge como uma lente zoom capaz de aproximar e distanciar a visão de um mesmo ponto.

Este estado de abertura e fluidez diante de nossas ideias e sentimentos gera espaço interior: a base da serenidade. Ser sereno quer dizer ter espaço livre para pensar e sentir: abraçar o paradoxo existencial de nossa vida. Afinal, queremos e não queremos tantas coisas ao mesmo tempo! Outras vezes amamos e rejeitamos simultaneamente...

Ser flexível não quer dizer “abrir” não de nossas necessidades diante das necessidades alheias, mas sim reconhecer como estas estão interligadas.

A incapacidade de acolhermos nossos pensamentos, sentimentos e emoções paradoxais nos torna rígidos, inquietos e sobretudo cansados. Cabe ressaltar que ser flexível não quer dizer aceitar tudo de qualquer maneira. A flexibilidade nos dá a capacidade de nos mover, mas será a ética interna e nossos propósitos de vida que nos nortearão por onde iremos seguir em frente. Ser flexível não significa perder-se em extremos! Há uma dizer budista que nos inspira como ser flexíveis diante da dúvida: “Não se apegue, nem rejeite, então

O hábito de agradar ao outro a qualquer custo faz com que as nossas necessidades não sejam vistas. À medida que aprendemos a atender às nossas necessidades diante das necessidades alheias, passamos a ter relacionamentos mais saudáveis. Pois, livres do fardo de corresponder às expectativas alheias como ordens inquestionáveis, passamos a nos sentir recompensados pelos benefícios de cuidarmos de nós mesmos. Quando a flexibilidade é resultado do processo contínuo de auto conhecimento, isto é, da auto responsabilidade, tomamos atitudes sensatas, baseadas na realidade interna e externa. O importante é buscar coerência entre nosso mundo interior e a realidade exterior. Viver bem pressupõe con-

siderar a realidade acima de qualquer coisa. Lama Gangchen Rinpoche nos disse certa vez: “Não olhe para a sombra, mas para o lado da realidade. Uma mente cientista é capaz de analisar a realidade e não gerar duvidas.” Somos seres inacabados. Estamos em contínuo processo de transformação. Na medida em que conhecemos algo mais profundamente precisamos simultaneamente ampliar nossa visão quando ela se tornar novamente focada em um único ponto de visão. No budismo, esse treinamento ocorre por meio da reflexão sobre os ensinamentos e da meditação: ambos nos ajudam a abandonar uma falsa visão sobre nós mesmos e a nos familiarizarmos com nossa natureza inata de uma mente saudável: flexível e serena.

Ao ampliarmos nossa visão nos tornamos flexíveis e gradualmente sentimos o conforto da suave serenidade interior.

Bel Cesar Psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático. Escritora do livro Ser+ com Saúde Emocional da Editora Ser Mais. belcesar@vidadeclaraluz.com.br

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Aqui você aprende inglês e se diverte. A cada edição são novas piadinhas e vocabulários diferentes para enriquecer o seu outro idioma.

12 Chickens

ANOMALIES IN STOCK LEVELS

The farmer’s son was returning from the market with the crate of chickens his father had entrusted to him, when all of a sudden the box fell and broke open. Chickens scurried off in different directions, but the determined boy walked all over the neighborhood scooping up the wayward birds and returning them to the repaired crate. Hoping he had found them all, the boy reluctantly returned home, expecting the worst. “Pa, the chickens got loose,” the boy confessed sadly, “but I managed to find all twelve of them.” “Well, you did real good, son,” the farmer beamed. “You left with seven.”

An internal auditor for a manufacturing group was concerned about anomalies in stock levels. He thought someone might be pinching stock but he couldn’t prove it. He had his eye on one shifty-looking individual who every day drove his old truck out of the factory with the load covered by a tarpaulin. Time after time the auditor stopped the bloke, made him remove the tarpaulin and then inspected the load. On every occasion there was only scrap metal in the truck which the driver said he was taking to the tip. On three occasions the auditor made the bloke remove the tarpaulin and then unload the scrap in front of him, suspecting that there might be stolen stock hidden underneath. Nothing. He could never find anything amiss. After a few months of this the auditor was offered a better job elsewhere and resigned. A few weeks later he was drinking in a pub when the shifty character walked in. On a n impulse the auditor went up to him and said, “Look, I’ve left the company, I’m not interested in taking it any further and I won’t shop you, but I just have to know. What were you taking?” And the bloke said “Tarpaulins.”

VOCABULARY HELP • all of a sudden - de repente • box - caixa • break (break, broke, broken) open - quebrou e se abriu • chicken - galinha • crate - caixa • entrust - confiar, dar em confiança • expecting the worst - esperando o pior • fall (fall, fell, fallen) - cair • farmer - fazendeiro • find (find, found, found) - encontrar • hope - esperança • leave (leave, left, left) - sair • market - mercado • neighborhood - vizinhança • return - retornar, voltar • sadly - tristemente • scooping up - recolhendo • scurry off - correr em debandada • son - filho • walk - andar • wayward bird - pássaro desobediente • you did real good - você fez muito bem

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VOCABULARY HELP • bloke - sujeito, cara • concerned - preocupado • drive (drive, drove, driven) - dirigir • elsewhere - em outro lugar • He could never find anything amiss - Ele nunca descobriu nada errado • load - carga • manufacturing group - empresa de manufatura • old truck - caminhão velho • pinching - roubando • resigned - pedir demissão • scrap metal - ferro velho • shifty-looking individual - indivíduo com olhar fugidio, que evita olhar os outros nos olhos • stock levels - níveis de estoque • tarpaulin - lona para cobertura de caminhões • underneath - debaixo • What were you taking? - O que você estava levando?


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ARTIGO VAN MARCHETTI

AS CONVERSAS

PARALELAS

DA MENTE

AO FALAR EM PÚBLICO

Q

uem já não passou pela situação de estar diante de uma plateia e começar a imaginar coisas surpreendentes? Para piorar, na maioria dos casos, esses pensamentos são negativos ou sobre o que essas pessoas estão pensando a respeito do que está sendo dito.

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Dessa maneira, gera esquecimentos (o famoso “deu branco”), medo da crítica, autocrítica negativa e anula nossa capacidade natural de comunicação em responder claramente aos questionamentos que venham a surgir.

Muitos de nós já passamos por isso! No entanto, se não tomarmos as rédeas de nossos pensamentos, isso se tornará um ciclo cada vez mais vicioso e pernicioso para o sucesso de qualquer tipo de apresentação, desde pequenas reuniões até apresentações para públicos maiores.

E o que desencadeia esses pensamentos? Bom, podemos começar por uma pessoa na plateia que parece demonstrar uma expressão de não estar gostando do que falamos. Aí começamos a fantasiar inúmeras possibilidades, principalmente a de que a apresentação está sendo um fracasso. Aí vem a desconcentração, seguida dos esquecimentos. Infelizmente, a tendência da grande maioria das pessoas está em imaginar sempre o lado negativo das coisas.

Esses pensamentos, que na arte de falar em público chamo de “conversas paralelas da mente”, são as gotas de veneno que matam paulatinamente nosso equilíbrio emocional e minam nosso autocontrole.

Então pergunto: por que não pensar que esta mesma pessoa talvez esteja passando por algum problema, algum momento ruim e por isso expressa uma feição não muito feliz? E aí o problema não está em sua


apresentação. Ou talvez, realmente a pessoa não esteja gostando do que você diz... mesmo assim, o problema pode não estar em sua apresentação. Temos que ter consciência de que as pessoas tem convicções diferentes entre si. E a partir do momento que considero e assimilo isso, sei que nem sempre posso agradar a todos. Isso é uma questão de respeito próprio, e me reporta imediatamente ao equilíbrio emocional e à segurança em falar em público. Uma técnica para tirar a “prova dos nove” é conversar com essa pessoa. Isso mesmo! Nessas situações nossa tendência é fugir, mas eu lhe convido a enfrentar. Dale Carnegie tem uma frase que cabe perfeitamente nessa situação: “Enfrente aquilo que mais teme e seu medo irá se derreter”. Pegue um gancho em sua apresentação e faça perguntas à plateia. Dirija-se a algumas pessoas que parecem demonstrar mais conexão com o que você está apresentando e depois a essa pessoa. Veja a reação dela. Isso certamente lhe dará mais segurança emocional em ambos os casos: ela estar concordando ou não com o que está sendo exposto. O que eu sinto é uma questão de escolha minha, e não de circunstâncias de vida. Se-me deixo levar pelo medo e pela insegurança, crio mais medo e insegurança, e deixo de construir sentimentos de segurança e autocontrole. É uma questão de escolha e não de destino. Falar em público com equilíbrio emocional e desenvoltura pode ser adquirido com treino, muito treino. Os atletas querem vencer e treinam assiduamente. Os atores ensaiam exaustivamente antes da estreia. Então, por que achamos que podemos estar à frente de uma reunião ou de uma apresentação sem nos preparar? Isso é loucura! Nos preocupamos tanto em nos alimentar de coisas saudáveis. E por que? Porque sabemos que a saúde de nosso corpo é proporcional à qualidade da comida que ingerimos. Portanto, preocupe-se cada vez mais com a qualidade de seus pensamentos, pois são deles que nascem as suas emoções, e como você as administra, te guiam e te conduzem ao fracasso ou sucesso da performance de suas apresentações!

Van Marchetti Consultora, palestrante, facilitadora e instrutora de treinamentos corporativos. Diretora da Attitude Plan – Consultoria e Treinamento Empresarial. www.attitudeplan.com.br

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Fortalecimento de duas grandes

MARCAS INTERNACIONAIS

A Emirates, companhia área dos Emirado Árabes, é a nova parceria global da competição automobilística Formula 1®. O acordo, válido por cinco anos, e que começa neste ano, terá a exibição do distintivo Fly Emirates em diversos circuitos como o de Silverstone, na Inglaterra, de Monza, na Itália, e de Interlagos, em São Paulo. O anúncio foi realizado pelo sheik Ahmed bin Saeed Al-Maktoum, presidente da Emirates, e por Bernie Ecclestone, CEO do grupo Formula One. A empresa aérea terá forte presença em 15 Grandes Prêmios da atual temporada e, além de ser apresentada ao longo dos circuitos, também estará no Formula One Paddock Club™, área luxuosa do evento para convidados VIP’s e patrocinadores.

Outro jeito de fazer

NEGÓCIOS A empresa de publicidade online, Lomadee, está de olho nos profissionais da Geração Z e como eles interagem com anúncios pela internet. Com base nas características dos nascidos em meados da década de 1990, criou uma plataforma de afiliados e monetização. Esse espaço é capaz de unir grandes anunciantes, que desejam comunicar-se com esse público, e com os publishers, que oferecem espaço em blogues e redes sociais para a divulgação de anúncios. Lá, a remuneração depende da visibilidade do conteúdo e da forma de monetização escolhida, geralmente de acordo com a necessidade dos usuários. As atividades de trabalho deles são desenvolvidas em casa, estabelecidas de maneira organizada, com coordenação de quipe e o cumprimento de metas.

De vento em popa

Afiado no inglês para as olimpíadas Os profissionais das áreas de turismo, transporte, alimentação e entretenimento já podem aprender inglês a tempo das olimpíadas. A Fisk acaba de lançar o curso “May I Help You?”, para alunos com necessidade de rápido domínio do conteúdo básico do idioma. O programa tem 36 lições distribuídas em dois módulos de 45 horas cada, enquanto o regular tem 72 lições, em 6 módulos, com um total de 300 horas. Para frequentá-lo, não é necessário estar associado a nenhuma entidade de classe e também não há faixa etária específica. 60 editorasermais.com.br

A Small Luxury Hotels of the World anuncia que, desde o seu nascimento, há 21 anos, obteve no ano passado os seus melhores resultados. A rede de pequenos hotéis luxuosos pelo mundo registrou um aumento anual de 10% no número de noites e de 9% na receita, sendo 341 mil diárias e faturamento de US$ 119 milhões. Além dessa nova marca em reservas e noites, o programa de fidelidade The Club cresceu cerca de 46% em relação a 2011, foram adicionados 56 mil novos membros, totalizando 190 mil sócios.


DANÇA DAS CADEIRAS Nova diretora comercial na Deadalus A Daedalus, empresa fornecedora de soluções para a computação em nuvem, acaba de contratar Maria Cristina Junqueira para sua diretoria comercial. A executiva tem a missão de ampliar o relacionamento com a base de mais de 400 clientes e de manter o ritmo de crescimento dos últimos anos. Desde a divulgação da companhia como provedora de serviços da área pelo Google e pela

Delsio Klein assume presidência da Doers A Doers, empresa de consultoria e capital humano, contratou recentemente Delsio Klein para sua presidência. O executivo vem para substituir Marcelo Santos, sócio-fundador, e tem como objetivo ampliar a visão internacional da companhia e trazer novos serviços para o mercado nacional. Klein possui mais de 30 anos no mercado e foi Diretor de Qualidade, de Controles Internos e de Recursos Humanos do Citigroup no Brasil, Itália, Espanha, Portugal e na Grécia.

Amazon Web Services Services, foi registrado um crescimento de cerca de 45%. Maria Cristina possui 25 anos de experiência no mercado de TI e nos últimos 11 teve forte presença na área comercial. Na TOTVS foi Diretora de Atendimento e Relacionamento, sendo a responsável comercial por toda a área metropolitana de SP, com um time de mais 100 profissionais.

Ex- DM9Rio volta à YDreams

Mudanças na Tempo Assist

Luiz Eduardo Kühner está de volta às origens. O diretor de arte retorna à agência YDreams após um período na DM9Rio. O profissional atuará na equipe de criação chefiada por Ana Monte e, além de ter trabalhado na empresa, possui trabalhos próprios para marcas como Nextel, Coca-Cola, Bob’s e Oi. Além de estar no Brasil, a agência com sede em Lisboa atua globalmente por meio de seus escritórios na Espanha, Estados Unidos e se baseia em três pilares: tecnologia, criatividade e negócios.

Novas lideranças já estão conduzindo as áreas de Operações, Comercial e de Produtos da Tempo Assist, companhia de prestação de serviços de seguros saúde, planos odontológicos, assistências especializadas, home care e soluções em saúde. Todos os profissionais se reportam diretamente à Gibran Marona, vice-presidente da companhia. João Carlos Armesto está à frente da área comercial, Daniel Meneghin da diretoria de operações e Vittorio Rullo do segmento Técnico e de Produtos. As mudanças na estrutura organizacional visam assegurar o bem-estar dos clientes.

Fonte: assessorias de imprensa das empresas.

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VITRINE DE SUCESSOS

Todo novo começo surge de um antigo começo Este livro é sobre a diferença entre inovações excelentes que dão certo e outras, igualmente formidáveis, que fracassam. Ron Adner, especialista em inovação, baseia-se em mais de uma década de pesquisa e testes em campo para revelar a estrutura oculta do sucesso. Rogério Chér Editora Évora R$ 49,90

Código Y O conceito da geração Y e a relação dela com o ambiente escolar, com a família, a carreira, o trabalho, a tecnologia, a diversão e o engajamento político e social, é o que traz a obra “Código Y”. O livro é dividido em três partes e traça uma análise sobre o poder de influência e de comunicação do universo dos “ípsilones”. Sua base é um estudo realizado sobre a vida dos jovens que nasceram entre os anos de 1980 e 1995, que aponta um norte para as empresas que desejam maximizar a abrangência de um produto ou serviço. A pesquisa trata da abordagem geracional, forma como é denominada a maneira de fazer leituras dos rumos e atitudes de grupos ou indivíduos apoiadas nos contexto em que foram criados e vivem. Alfredo Motta e Marcos Calliari Editora Évora R$ 44,90

*Fonte: assessorias de imprensa das editoras.

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Todo relacionamento entre sócios pode ser melhorado A coesão entre os proprietários pode ser o ponto chave no êxito de qualquer corporação. Para ter sucesso, os donos da empresa precisam estar dispostos a aprender, avaliar seu próprio desempenho e mudar. São necessários ajustes de estilo, gestão, dedicação, entre outros. São destes temas que o consultor empresarial José Carlos Ignácio trata no livro “Todo relacionamento entre sócios pode ser melhorado”. A obra fala da relevência em administrar e cultivar a convivência entre os donos. O especialista traz um título com base em casos reais, inspirado nos seus mais de 20 anos na área de consultoria, e na aplicação de uma metologia criada e aplicada em seu trabalho. José Carlos Ignácio Editora Anadarco R$ 27,00

Escolha Certa –Como tomar a melhor decisão hoje para conquistar uma carreira de sucesso amanhã A descoberta da vocação, o mapeamento das áreas de interesse, a importância em delinear o perfil comportamental, assim como lidar om as influências externas, esses são alguns dos temas abordados no livro “Escolha Certa – Como tomar a melhor decisão hoje para conquistar uma carreira de sucesso amanhã”. A obra oferece uma orientação educacional e vocacional, tanto para quem já está no mercado de trabalho como para os que desejam mudar de carreira. O título trata de um dos grandes problemas para jovens e adultos, a tomada de decisão. As muitas opções de cursos e as diferentes oportunidades no mercado, segundo o autor, seriam os grandes responsáveis pela dificuldade em decidir, além das questões relacionadas ao autoconhecimento. Maurício Sampaio Editora DSOP R$ 24,90


Sugestão de Sucesso

Análise financeira e ORÇAMENTÁRIA U

ma obra que auxilia no planejamento das instituições, Análise financeira e orçamentária é ideal aos profissionais que atuam nas áreas de contabilidade, administração e gestão. O livro trata dos conceitos básicos de administração que são aplicáveis às pequenas e médias empresas que buscam um futuro sem surpresas e com base em decisões tomadas a partir de projeções confiáveis. É uma leitura complementar e recomendada às disciplinas de administração financeira e orçamentária nos cursos de graduação e pós-graduação. Cleônimo dos Santos Editora IOB R$109,00

Todo mês, uma escolha para você ampliar seu conhecimento e Ser Mais! editorasermais.com.br 63


COLUNA PAULO GAUDENCIO

SUA PERGUNTA... Gostaria de fazer a faculdade de Sistemas da Informação. Mas depois de ler sobre a área, pensei muitas vezes e estou na dúvida, pois dizem ser muito estressante, com prazos e entregas a cumprir. O que faço? Fábio Almeida

...GAUDENCIO

RESPONDE

O critério para a escolha da Faculdade é o interesse que desperta a profissão que ela ajuda a formar. Não deve ser levado em consideração o trabalho que ela vai dar, como por exemplo, “ser muito estressante, com prazos e entregas a cumprir”. O verbo mais importante de seu texto é gostaria. O que indica a existência do interesse. Em seguida vem o trabalho que o curso pode dar, o que leva o verbo para o condicional. O que você deve fazer? Repensar o interesse respeitado pela profissão. Se ele de fato existir, deve fazer a faculdade. Não esqueça de que: “quem corre por gosto, não cansa”.

Paulo Gaudencio Psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.

Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br 64 editorasermais.com.br


A seção de anúncios mágicos da Ser Mais

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EXPRESSAO REINALDO POLITO

Graça por graça

uma vez só basta

N

a época de criança, depois de eu e meu irmão nos divertirmos com duas ou três brincadeiras mais ruidosas nossa avó Joana nos dizia pausadamente: opa, opa, opa, graça por graça uma vez só basta. Acusávamos a reprimenda e batíamos em retirada. Aprendi assim, depois de levar muitos desses puxões de orelha, que brincadeiras ruidosas podem irritar algumas pessoas e que não é um comportamento bem-vindo em todos os lugares. Podemos e devemos brincar. Afinal, a vida com alegria é quase sinônimo de felicidade. As piadas e brincadeiras barulhentas, todavia, além de irritar Joanas, podem prejudicar a imagem do engraçadinho. São dois extremos. Se por um lado o humor sutil, refinado transforma-se num atestado de inteligência e de preparo intelectual, por outro o trocadilho grosseiro e a piada rasteira demonstram rusticidade social. Considere também que, por ser sutil, o mesmo humor que pode nos projetar, pode também, às vezes, nos trazer aborrecimentos. A sutileza do humor funciona quando o interlocutor também é dotado de sensibilidade e massa cinzenta. Quanto mais inteligentes e bem preparadas forem as pessoas, mais sutil 66 editorasermais.com.br

e subentendido pode ser o humor. Quanto mais rústicas e despreparadas forem as pessoas, mais evidente e ostensivo deve ser o humor. A informação deve ser tão clara e concreta que ninguém precisará fazer nenhum esforço para compreendê-la. Se depois de fazer uma brincadeira, você tiver de explicar que sua intenção foi diferente daquela entendida pelo interlocutor, provavelmente errou na medida e não soube usar o humor de forma adequada. Leve em conta ainda que o humor sutil, além de nem sempre ser entendido por todos, pode se transformar numa poderosa arma nas mãos de inimigos e adversários. Esses Joaquim Silvério dos Reis de plantão ficam aguardando a oportunidade para dar o bote e atacar. Pegam ao pé da letra as palavras que deveriam ser entendidas apenas no sentido figurado, fingem que não entenderam a intenção sutil da brincadeira e se mostram, normalmente diante de outras pessoas, indignados. Quem brincou fica preocupado em dar explicações de que tudo não passou de uma atitude ingênua e sem maldade. A pessoa que fingiu ser atacada se mostra condescendente e faz aquele ar de quem está perdoando o deslize. Só que as outras pessoas que participam da conversa também podem ficar contami-

nadas e acreditar que a brincadeira foi grosseira. Por isso, quando suspeitar da presença de algum inimigo na conversa, não vacile. Faça brincadeiras com sutileza, use o humor sutil, que é a medida do seu preparo e a marca da sua inteligência, mas exagere na maneira de comunicar. Fale fazendo caretas, imitando vozes estranhas, use pausas mais prolongadas, para que não fique nenhuma dúvida de que a intenção é muito distinta do que a mensagem direta comunica. Na dúvida, não arrisque e fique na sua. Não deixe de brincar ou de usar seu humor sutil, mas fique atento para se defender daqueles que naturalmente têm dificuldade para entender brincadeiras sutis e das pessoas bem preparadas que não possuem escrúpulos para dar uma boa puxada no seu tapete.

Reinaldo Polito Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. www.polito.com.br


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