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Índice 11
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Rafael Meirelles David Procel e aquecimento solar: mais energia para o Brasil Chefe da Divisão de Estudos Eficientes da Eletrobras fala sobre ações do Procel para incentivar o uso do aquecimento solar e poupar energia elétrica
Editorial 19
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Entrevista
Mercado
Qualisol Certificação profissional agrega qualidade ao mercado de aquecimento solar
Produção de coletores cresceu 19,8% Área acumulada chegou a 9,8 milhões m2
Notícias do Dasol 7
Inmetro designa Green e IPT para testes Laboratórios realizarão ensaios para certificação compulsória SP: Isenção do ICMS até 2021 Benefício para matérias-primas usadas na fabricação de aquecedores solares
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1 Solar em Cada Casa Campanha fortalece programa da ABRAVA
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Aquecimento solar na Feicon Dez empresas do setor participaram do Salão Internacional da Construção
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Novo manual sobre SAS Guia orienta projeto em habitações multifamiliares
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2º CB-Sol na Intersolar South America Congresso do Aquecimento Solar retorna em agosto
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Uso da energia solar na indústria DASOL destaca aplicações do SAS em evento da CNI
Case Solar 20
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Jelly Fish aquece parque aquático do São Paulo Futebol Clube Sistema híbrido de bombas de calor e coletores solares manterá água aquecida a 28°C o ano todo Condomínio em Campo Grande aposta na solução da Mondialle Coletor de tubo a vácuo garante aquecimento de 8 mil litros de água por dia, mesmo com área coletora limitada
Arquitetura Solar Qualidade de vida no Residencial Rubens Lara em Cubatão Escritório Levisky Arquitetos assina projeto de conjunto da CDHU reconhecido pelas Nações Unidas como habitação social verde
Editorial Editorial
Crescendo juntos “Conte-me e vou esquecer, mostre-me e eu vou lembrar, envolva-me e eu vou entender”. Este pensamento do filósofo chinês Confúcio inspira as atividades da Vice-Presidência de Desenvolvimento Associativo e o nosso permanente convite à participação das empresas nas discussões sobre o presente e o futuro do mercado de aquecimento solar.
DASOL ABRAVA Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA). Conselho de Administração do Dasol Presidência Luís Augusto F. Mazzon VP Relações Institucionais (VPI) Amaurício Gomes Lucio VP Operações e Finanças (VPOF) Ernesto Nery Serafini VP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) Jamil Hussni Junior VP Marketing (VPM) Rafael Bomfim Pompeu de Campos VP Desenvolvimento Associativo (VPDA) Alander Brandão Past President (PP) Carlos Artur A. Alencar Secretário Executivo Marcelo Mesquita
Revista Sol Brasil Conselho Editorial: Nathalia Moreno, Natália Okabayashi e Marcelo Mesquita Edição: Ana Cristina da Conceição (MTb 18.378) - Setembro Comunicação Projeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha Simões Capa: Soletrol Agradecimentos: Adriana Levisky, Rafael Meirelles David Impressão: Grass Indústria Gráfica DASOL/ABRAVA Avenida Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – São Paulo – SP – CEP 01206905 - Telefone (11) 3361-7266 (r.142) Fale conosco: solar@abrava.org.br
Ao longo dos últimos 22 anos, as iniciativas que o DASOL empreendeu para fortalecer o setor de aquecimento solar nasceram da participação das empresas associadas. Cada assembleia é uma oportunidade de aprender e de compartilhar conhecimento, trocar experiências e discutir novas ideias e melhores práticas voltadas à ampliação do nosso mercado, como o Programa 1 Solar em Cada Casa e a campanha Eu Esquento, temas desta edição. Além de dar visibilidade ao nosso setor, essa participação proporciona a cada empresa o acesso a informações úteis sobre o mercado, o Brasil e o mundo para o seu planejamento estratégico. Também coloca ao alcance do associado uma biblioteca técnica continuamente enriquecida com o conhecimento das empresas e dos nossos parceiros na universidade. O exemplo mais recente é o Manual “Projetando Sistemas de Aquecimento Solar para Habitações Multifamiliares”, lançado no mês de abril e distribuído gratuitamente aos associados. O conhecimento também chega aos associados por meio da newsletter Solar News e da Revista SOL BRASIL, que nesta edição destaca duas notícias relevantes para o setor. Uma é o aumento de quase 20% na produção de coletores em 2013, o que representa uma retomada dos índices de crescimento verificados até 2010. A segunda notícia é a prorrogação até 2021 do prazo de isenção do ICMS no Estado de São Paulo para matérias-primas usadas na fabricação de sistemas de aquecimento solar. O DASOL aguarda a benvinda participação dos associados em nossas assembleias. A contribuição de novas boas ideias seja de associados ou de novos parceiros também torna nossa atuação mais abrangente e o nosso setor ainda mais forte. O crescimento contínuo e efetivo da nossa indústria só depende de Nós. Entrem em contato. Estamos sempre à disposição no email solar.dasol@abrava.org.br Boa leitura! Alander Brandão VP de Desenvolvimento Associativo do DASOL da ABRAVA
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Mercado
Produção nacional de coletores solares cresce 19,8% Área acumulada chegou a 9,8 milhões m2 em 2013 A produção nacional de coletores para sistemas de aquecimento solar cresceu 19,8% em 2013, somando mais de 1,38 milhão m2. Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) junto às empresas do setor, a área acumulada de coletores instalados no país chegou a 9,793 milhões m2. Essa área acumulada equivale à geração de energia térmica suficiente para evitar a emissão anual de 2,15 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (tCO2). O
mesmo efeito seria obtido com o plantio de 10,79 milhões de árvores. Em 2013, a produção de coletores solares abertos (para piscinas) cresceu 18,3%, enquanto a de coletores fechados (para aquecimento da água de banho) aumentou 19,4%. Já a fabricação de reservatórios térmicos registrou a produção de 171.223 unidades e capacidade média de 74 litros por metro quadrado. “O mercado vem apresentando retomada moderada nos
Evolução do Mercado de Aquecimento Solar Brasileiro
Mercado
Evolução das vendas por região 2012
2013 9,07%
0,71% 4,01%
6,80% 2,73% 17,33%
12,38%
16,55%
56,60%
73,84%
dois últimos anos”, avalia Rafael Campos, vice-presidente de Marketing do DASOL, lembrando que este foi o melhor resultado desde 2010, quando a produção cresceu 21,1%. Em 2011, o crescimento foi de apenas 6,5%. Contribuíram para o resultado de 2013 as ações comerciais das empresas e principalmente os programas habitacionais que utilizam aquecimento solar, além das leis de incentivo ao uso de SAS. A pesquisa demonstrou que 60% das vendas foram destinadas ao segmento residencial. Os programas habitacionais oficiais representaram 19%, seguidos pelo comércio e serviços, com 18%. As vendas para aplicações industriais representaram 3% do total.
Distribuição das vendas por segmento Indústria 3% Programas Habitacionais (HIS) 19%
Comércio e Serviços 18%
Residencial 60%
Expectativa de crescimento de vendas de coletores para 2014 30% 20% 15%
15%
15% 5%
de 0 a 5%
de 6 a 10%
de 11 a 15% de 16 a 20% de 21 a 30% mais de 30%
Crescem vendas no Centro-Oeste A região Sudeste é a principal compradora de aquecedores solares, com representatividade de 56,6% das vendas. A região Centro-Oeste representou 17,33% e a região Sul respondeu por 16,55%. As regiões com menores participações de mercado em 2013 foram Nordeste e Norte, com 6,8% e 2,73% respectivamente. As informações das vendas dos produtos em 2013 têm como base as empresas participantes da pesquisa. Esses dados não devem ser comparados com períodos anteriores, uma vez que a base difere de um ano para outro. A pesquisa apontou também o desempenho das empresas. Metade das empresas participantes indicou um aumento de até 20% no volume de vendas de coletores solares em 2013. Para 25%, houve redução no faturamento.
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Mercado No caso dos reservatórios térmicos, 50% das empresas participantes da pesquisa indicaram crescimento de até 20%. E para 15% das empresas, o crescimento dessas vendas
superou os 40%. Segundo a pesquisa, 50% das empresas esperam aumento de 50% nas vendas de coletores solares em 2014.
Produção dos coletores solares divididos por HIS e outros segmentos
Período
Total de Unidades
Crescimento no mesmo período
HIS (200 litros)
Crescimento no mesmo período
Outros (500 litros)
Crescimento no mesmo período
2009
78.046
-
21.901
-
56.145
-
2010
122.876
57,44%
54.079
146,92%
68.797
22,53%
2011
128.790
4,81%
19.745
- 63,49%
109.045
58,50%
2012
168.825
31,09%
57.378
190,59%
111.447
2,20%
2013
171.223
1,42%
101.459
76,82%
69.764
- 37,4%
Notícias do Dasol
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Inmetro designa Green e IPT para testes de SAS
Reunião com o Inmetro Até o fechamento desta edição, a ABRAVA-DASOL aguardava orientação do Inmetro sobre os prazos de adequação das indústrias do setor à nova regulamentação de certificação compulsória. A manutenção dos prazos foi tema de reunião com o Inmetro dia 14 de março. A reunião foi solicitada para dis-
Isenção do ICMS até dezembro de 2021 O Convênio ICMS 10, de 21 de março de 2014, alterou o Convênio ICMS 101/97, prorrogando até 31 de dezembro de 2021 a isenção do ICMS para matéria-prima usada na fabricação de aquecedores solares de água. A prorrogação aprovada para todo o território nacional pelo CONFAZ atende solicitação do DASOL encaminhada em 27 de fevereiro deste ano ao Subsecretário de Energias Renováveis do Estado de São Paulo.
cutir questões pendentes como exigência de novos testes, adequação dos laboratórios, número reduzido de Organismos de Certificação de Produtos e a concentrada demanda de ensaios esperada para os próximos meses.
Simulador solar do IPT
Filipe Peçanha (F2D2P2)
O Inmetro designou os laboratórios Green-IPUC, em Belo Horizonte, e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, para realizar os testes de desempenho térmico conforme a nova regulamentação de certificação compulsória dos aquecedores solares. As duas instituições apresentaram resultados satisfatórios nos ensaios interlaboratoriais comparativos, trabalho que contou com o acompanhamento do Inmetro e colaboração das empresas do setor e cuja conclusão assegura a qualidade, uniformidade e conformidade dos testes.
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Notícias do Dasol
ABRAVA fortalece o Programa 1 Solar em cada Casa Campanha “Eu Esquento!” no Parque Villa Lobos aquece o programa para incentivar o uso da energia solar
Lançamento da campanha contou com a distribuição de 3 mil bolas de plástico entre os visitantes do parque
No Dia Internacional do Sol, 3 de maio, o DASOL da ABRAVA lançou a campanha nacional “Eu Esquento!” no Parque Villa Lobos, localizado na região oeste da cidade de São Paulo. A campanha faz parte do Programa “1 Solar em cada Casa”, desenvolvido pela associação, e reúne iniciativas para o fomento do mercado e conscientização da sociedade sobre os benefícios da energia solar térmica em substituição à energia elétrica e gás para o aquecimento de água. O evento contou com a colaboração das Secretarias de Energia e de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e com o apoio da Anamaco e das empresas do setor: Bosch/Heliotek, Jelly Fish, Komeco, Pro-Sol, Solar Evolution, Soletrol e Solarem/Tuma. “Esta ação é uma oportunidade de mostrar ao público que é possível ter água aquecida sem necessariamente usar energia elétrica. Além disso, quanto mais gente estiver usando o aquecimento solar, menos necessidade teremos de construir uma nova hidrelétrica e assim estaremos protegendo o meio ambiente”, observou o presidente da ABRAVA, Wadi Tadeu Neaime. “A campanha visa ampliar a consciência coletiva sobre a necessidade de preservar recursos energéticos de forma que cada pessoa, voluntariamente, possa colaborar e fazer a sua parte”, explica o presidente do DASOL da ABRAVA, Luís Augusto Ferrari Mazzon. O presidente lembra que a energia solar é uma fonte limpa, renovável e abundante no Brasil. “É uma das formas mais fáceis, econômicas e inteligentes para que cada brasileiro
Notícias do Dasol contribua com o meio ambiente e se beneficie com redução expressiva de suas contas de consumo de luz e de gás.” Durante o evento no Parque Villa Lobos, 3 mil bolas de plástico alusivas à campanha foram distribuídas entre os visitantes do parque, que puderam interagir com as atrações , como o teatro solar e a recreação com monitores. Os visitantes conheceram a “Casa Solar”, uma casa lúdica com um sistema de aquecimento solar e um chuveiro para mostrar a aplicação e o funcionamento para gerar a energia solar térmica. Natália Okabayashi, coordenadora do evento pelo DASOL, ressalta que a conscientização sobre o aquecimento solar continua na internet e nas mídias sociais, como o Facebook e o Instagram. “Está no ar o site www.euesquento.org.br, para interação com a comunidade e difusão de informações. Essas informações são complementadas no site www.umsolaremcadacasa.org.br, que explica o funcionamento, aquisição e instalação de aquecedores solares”. Também estão previstos outros eventos de conscientização ao longo do ano.
Brasil, país solar O Brasil possui um dos maiores índices de irradiação solar do mundo. Esses valores de irradiação solar global incidente (4200-6700 kWh/m²), em qualquer região do território brasileiro, são superiores aos da maioria dos países da Europa, como Alemanha (900-1250 kWh/m²), França (900-1650kWh/m²) e Espanha (1200-1850 kWh/m²). Praticamente todas as regiões brasileiras recebem mais de 2.200 horas de insolação por ano. Apesar disso, o fator de penetração do aquecimento solar no país é de apenas 0,033 m2/habitante, cerca de 10 vezes inferior ao da Áus-
Sistema de aquecimento solar em exposição durante o evento
tria e Grécia em 2008, segundo cálculos do Ministério do Meio Ambiente. Bilhões de kWh de energia elétrica hoje consumida no aquecimento de água para banho no horário de pico poderiam ser supridos com o aquecimento solar, atenuando o acionamento das usinas hidrelétricas e a necessidade de grandes investimentos na expansão do sistema elétrico. Para se ter uma ideia da economia possível, basta citar pesquisa da Eletrobras apontando que no Brasil 24% do consumo residencial de energia elétrica são destinados ao aquecimento de água para banho (veja entrevista à página 11). Os 9,8 milhões m2 de coletores térmicos solares atualmente em operação no país geram energia superior a 6,3 GWh/ano, o que corresponde ao consumo residencial anual de uma cidade com cerca de 12 milhões de habitantes como São Paulo(*). (*) considera 160,8 kWh/mês por domicílio (EPE-2013) e 3,3 moradores por domicílio ( IBGE-2010)
Proposta para reduzir consumo de energia O DASOL da ABRAVA também se movimenta em várias frentes visando ampliar a presença do aquecimento solar no país, reduzir o consumo de energia elétrica hoje utilizada no aquecimento de água e contribuir assim para a diversificação da matriz energética. Em fevereiro deste ano, o DASOL da ABRAVA enviou à Presidenta Dilma Rousseff e aos ministros da Casa Civil, Minas e Energia, Cidades e Meio Ambiente as linhas gerais de um amplo programa de incentivo à massificação da tecnologia dos sistemas de aquecimento solar de água (SAS), evitando o maior consumo de energia elétrica no horário entre 17h e 22h. Entre os principais pontos da proposta está a adoção de um programa de conscientização junto a governos, empresas, instituições e consumidores sobre os benefícios do aquecimento solar. O setor também pleiteia o lançamento de um
programa de incentivo para facilitar a aquisição de aquecedores solares de água. A indústria defende ainda a extensão do aquecimento solar a todas as moradias do programa federal Minha Casa Minha Vida. Atualmente, o benefício é previsto somente para as casas unifamiliares da faixa 1 (para famílias com renda de até R$ 1.600,00). Segundo cálculos do DASOL da ABRAVA, a extensão desse programa para outras faixas de renda e habitações multifamiliares do Minha Casa Minha Vida significaria a implantação do aquecimento solar em aproximadamente 1 milhão de moradias a serem contratadas. Pelas regras atuais, está prevista a instalação de SAS em apenas 263 mil moradias. Os fabricantes reivindicam que a tecnologia solar seja adotada nos programas habitacionais estaduais e municipais e em construções financiadas com recursos governamentais.
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Notícias do Dasol
Empresas de aquecimento solar expõem na Feicon StúdioF Imagem
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Salão Internacional da Construção atraiu 130 mil visitantes Dez empresas do setor de aquecimento solar associadas à ABRAVA participaram como expositoras da 20ª Feicon Batimat – Salão Internacional da Construção em São Paulo. As empresas Bosch/Heliotek, Jamp Brasil, Jelly Fish, Komeco, Mondialle Solar, Pro-Sol, Soletrol, Thermosystem, Tuma e Unisol apresentaram ao público seus produtos, enfatizando a solução sustentável que a tecnologia solar térmica oferece. Realizada entre 18 e 22 de março no Pavilhão de Exposições do Anhembi, a Feicon reuniu 1.050 marcas em uma
Público conferiu as novidades na Feicon Batimat 2014
área de 85 mil m2 e atraiu 130 mil visitantes além de gerar em torno de R$ 430 milhões em negócios. A feira cresce ano a ano, bem como o movimento de prospecção para concretizar novos negócios. A presença do público também evidencia consumidores cada vez mais interessados em tecnologias que tragam conforto, segurança, economia e sustentabilidade.
Entrevista
Entrevista: Rafael Meirelles David, da Eletrobras
Procel e aquecimento solar: mais energia para o Brasil Quase um quarto da energia elétrica consumida nos lares brasileiros é destinado ao aquecimento de água para banho. Mas em um país como o Brasil, com boa incidência de radiação solar, essa energia poderia ser poupada para outras finalidades, trazendo benefícios para os consumidores, para o sistema elétrico, para a economia do país e para o meio ambiente. Esta visão orienta as ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) para incentivar o uso e o desenvolvimento de sistemas de aquecimento solar de água. Entre essas ações está, por exemplo, a concessão do Selo Procel para coletores solares e reservatórios térmicos mais eficientes do mercado. “Estimula-se, dessa forma, que os consumidores gerem parte da energia que consomem”, observa o engenheiro Rafael Meirelles David, chefe da Divisão de Estudos Eficientes da Eletrobras, que concedeu esta entrevista à SOL BRASIL: Como a Eletrobras avalia a importância da energia solar térmica para o aquecimento de água no Brasil? De acordo com a Pesquisa de Posse de Eletrodomésticos e Hábitos de Consumo (PPH) de 2005, cerca de 24% do consumo de energia elétrica no setor residencial brasileiro é para aquecimento de água para banho. Diante da boa incidência média de radiação solar no território brasileiro, a Eletrobras/Procel trabalha para que parte dessa energia possa ser aproveitada para o aquecimento de água e assim substituir boa parte do aquecimento elétrico utilizado hoje, o que obviamente traz benefícios diretos aos consumidores e para o sistema elétrico brasileiro, diminuindo o consumo de energia e a demanda em horário de ponta. Isso sem mencionar outros segmentos onde o aquecimento solar de água poderia ser estimulado, como, por exemplo, a agroindústria.
Rafael Meirelles David: Etiquetagem compulsória facilitará implementação do Selo Procel Eletrobras para coletores e reservatórios
Como o Procel apoia o desenvolvimento da tecnologia de aquecimento solar? De que forma essa tecnologia pode ser ainda mais presente na matriz energética nacional? A Eletrobras/Procel estabelece parcerias para o desenvolvimento e incentivo do uso de equipamentos de aquecimento de água a partir do aproveitamento da energia solar. Essas ações se justificam, primeiro, pela atuação do Procel em ações de eficiência energética na oferta de energia, uma
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Entrevista
nar a estruturação, em 2000, do Reluz, que ajudou o país a tornar eficientes mais de 2,5 milhões de pontos de iluminação pública instalados nas 5 regiões brasileiras. Outro destaque, já em 2009, foi o lançamento, em parceria com o Inmetro, dos regulamentos para etiquetagem de edifícios comerciais, públicos e de serviços. Por fim, a economia de energia elétrica proporcionada pelas ações do Procel em 2013 foi de 9,7 bilhões de kWh, o que representa 2,10% do consumo de energia elétrica no Brasil naquele ano. Esse resultado permitiu que 935 mil tCO2 equivalentes deixassem de ser lançadas na atmosfera, tendo em vista a energia elétrica que não precisou ser gerada. Além disso, no sentido de apoiar o uso eficiente de fontes renováveis de energia, a Eletrobras/Procel concede o Selo para os coletores solares, reservatórios térmicos e módulos fotovoltaicos mais eficientes do mercado. Estimula-se, dessa forma, que os consumidores gerem parte da energia que consomem. Em 2015 o Procel completará 30 anos. Como está organizado atualmente o Procel, quantos são seus subprogramas e em quais deles se encaixa a tecnologia solar térmica? As ações conduzidas pela Eletrobras/Procel estão concentradas em iniciativas voltadas ao uso final da energia, assim como as direcionadas à execução de políticas públicas de eficiência energética. No caso do uso final, os segmentos abrangidos são o industrial, comercial, saneamento ambiental, edificações, iluminação pública e gestão energética municipal. Nesse sentido, dispõe de subprogramas que atuam diretamente na execução de ações e projetos nos segmentos público e privado (Procel Reluz, Procel Sanear, Procel GEM-Gestão Energética Municipal, Procel Edifica, Procel EPP e
Quais são as estratégias e ações da Eletrobras para mobilizar a sociedade para o consumo consciente da energia elétrica e uso de fontes renováveis? Projeto Mangueira, no Rio de Janeiro Há 28 anos, a Eletrobras executa o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel, garantindo a infraestrutura e os investimentos necessários para contribuir com o desenvolvimento sustentável do país no que se refere à eficiência energética. Um marco importante em sua trajetória foi a criação, em 1993, do Selo Procel Eletrobras, que hoje é responsável por aproximadamente 98% dos resultados apurados em energia economizada. Não podemos deixar de mencio-
Fotos: Jorge Coelho/Eletrobras
vez que esses sistemas de aquecimento de água utilizam a energia solar em substituição às fontes convencionais (elétrica, gás, óleo etc.). Segundo, pelo papel da Eletrobras/ Procel em trabalhar para alavancar políticas públicas no país. Em 2000, numa parceria entre Eletrobras e Inmetro foi iniciada a concessão do Selo Procel Eletrobras para coletores solares e em 2002, para reservatórios térmicos. O Selo Procel Eletrobras visa estimular o consumo de equipamentos com maior eficiência energética. Em 2004, utilizando parte dos US$ 11,9 milhões doados ao governo brasileiro, a Eletrobras/Procel, por meio do Banco Mundial, capacitou o Laboratório Green Solar da PUC-MG com um simulador solar. Sendo o primeiro na América Latina, o equipamento permitiu uma avaliação mais minuciosa dos coletores solares, contribuindo para o avanço tecnológico do setor com melhorias nos ensaios de eficiência energética, necessários ao Programa do Selo Procel Eletrobras e ao Programa Brasileiro de Etiquetagem - PBE. Depois de concretizada a infraestrutura necessária aos ensaios laboratoriais, em 2010 a Eletrobras/Procel finalizou um estudo sobre as reais condições das instalações de aquecimento solar no Brasil, mediante uma pesquisa de campo em diversas cidades do país, onde foram identificadas ações necessárias nessa área. Em 2011, a Eletrobras/Procel estabeleceu um convênio com a Universidade UNA, visando à formação da Rede Nacional de Cooperação em Energia Solar Térmica para capacitação profissional e apoio ao Programa Minha Casa Minha Vida, com um investimento total de R$ 3,9 milhões, sendo R$ 2,9 milhões da Eletrobras/Procel e R$ 1 milhão como contrapartida da Universidade.
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Entrevista Procel Indústria). Dispõe também de subprogramas que visam alcançar a sociedade em geral, como a promoção de tecnologias eficientes e disseminação da informação (Procel Selo e Procel Info), bem como promover mudanças de hábitos e capacitação acadêmica (Procel Educação). Os trabalhos desenvolvidos pela Eletrobras/Procel na área termossolar, devido à abrangência de atuação dessa tecnologia, alcançam diversos de seus subprogramas, com destaque para o Procel Selo, Procel Edifica e Procel Indústria.
logia dos SAS no Brasil em várias aplicações e nichos de mercado.
A exemplo de outros países, como a Eletrobras/Procel planeja o desenvolvimento de um grande projeto para implantação massiva de SAS nas várias aplicações e nichos de mercado que utilizam água quente? Há cerca de 15 anos a Eletrobras/Procel vem trabalhando para o desenvolvimento do SAS no Brasil, por meio de diversas iniciativas, como mencionado anteriormente. A Rede Eletrobras Procel Solar, último grande projeto iniciado e ainda em curso, tem como principais objetivos:
O setor de aquecimento solar está a poucos meses da implantação da etiquetagem compulsória do Inmetro e o Procel colaborou nesse trabalho. Quais são os principais benefícios da compulsoriedade da etiqueta nos coletores e reservatórios térmicos na visão do Procel? A compulsoriedade da etiquetagem para equipamentos de aquecimento solar de água foi uma opção adotada pelo Inmetro, coordenador do PBE, de forma amplamente discutida com o setor produtivo e a sociedade, por meio de consulta pública. Com a compulsoriedade, todos os coletores e reservatórios comercializados no país deverão passar pelo processo de etiquetagem e novos fornecedores serão integrados ao PBE, gerando uma grande massa de informação técnica que facilitará a implementação do Selo Procel Eletrobras para esses equipamentos.
Qual o atual estágio da Rede Eletrobras Procel Solar? A Rede Eletrobras Procel Solar possui centros de capacitação espalhados por todo o Brasil e já formou centenas de alunos. O portal da Rede está em operação (http://www. redesolar.eco.br/) e as iniciativas de pesquisa se encontram em curso. A previsão é de que todos os trabalhos previstos se encerrem em 2015.
“Ações do Procel em 2013 proporcionaram economia de 9,7 bilhões de kWh, o que representou 2,10% do consumo de energia elétrica no Brasil naquele ano”
• Capacitação de mão de obra de todos os níveis para atuar no mercado de SAS. Foram estabelecidas parcerias com instituições de ensino espalhadas pelas cinco regiões brasileiras para formar desde profissionais de nível fundamental para a instalação de sistemas até profissionais de nível superior, como engenheiros e arquitetos, para fazer o projeto de sistemas com todos os níveis de complexidade; • Criação de um portal na internet com informações sobre SAS para diversos segmentos de públicos. Esse portal já está em operação e pode ser acessado em http://www. redesolar.eco.br/; • Pesquisa acadêmica para avaliação do desempenho temporal dos equipamentos dos SAS e seu impacto sobre a energia produzida nas instalações que utilizam essa tecnologia. Pretende-se criar uma base de dados para validar modelos de indicadores de qualidade de instalações de aquecimento solar e propor metodologias atuais de cálculo da economia gerada ao longo da vida útil da instalação e custos da energia produzida; • Estudos para medição e verificação (M&V) de sistemas solares de aquecimento de água em conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV. Com esse programa de medição, pretende-se propor protocolos mínimos de monitoramento para instalações de aquecimento solar. Todas essas iniciativas estão alinhadas com o objetivo principal de incentivo ao uso e desenvolvimento da tecno-
Em entrevista à SOL BRASIL de fevereiro, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética Maurício Tolmasquim citou estimativas de que o SAS evitará a geração de 18 TWh até 2022. Como o Procel se insere nesse trabalho? As atividades citadas anteriormente que o Procel vem desenvolvendo e o apoio continuado a esse mercado estão alinhados com a política de incentivo ao maior uso de SAS em substituição a outras formas de aquecimento de água, notadamente o uso de energia elétrica. Dessa forma, acreditamos estar contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento dos SAS no Brasil. Pesquisas, como a de Posse de Eletrodomésticos e Hábitos de Consumo, são importantes ferramentas de estudo e planejamento. O que há de novidade em estudos e pesquisas que possam estar relacionadas ao SAS? Nesse momento, a Eletrobras está desenvolvendo uma nova metodologia para coleta de informações em pesquisa de posse e hábitos (PPH). Essa nova metodologia contemplará várias perguntas relacionadas ao SAS. Entretanto, ainda não se tem previsão para a realização de uma nova rodada de pesquisa.
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Notícias do Dasol
DASOL lança novo manual sobre SAS Entre as ações de fortalecimento do QUALISOL está a disseminação do conhecimento técnico do setor. Na assembleia de associados de 2 de abril, o DASOL lançou o Manual “Projetando Sistemas de Aquecimento Solar para Habitações Multifamiliares”, um guia de orientação para construtoras, empresas de engenharia e projetos, em conformidade com as melhores práticas de mercado. Além do exemplar impresso, a versão digital está disponível em http:// www.dasolabrava.org.br/publicacoes/aquecimento-solar/
AGENDA SOLAR 2014 Próximas assembleias 04/Junho extraordinária
06/Agosto
05/Novembro
Cursos “Projetista de Sistema de Aquecimento Solar” 22 e 23 de maio / 26 e 27 de novembro Obs.: Programação sujeita a alterações durante o ano.
2º CB-Sol será um dos eventos da Intersolar South America em agosto Congresso retorna com nova programação e periodicidade anual em parceria com a Intersolar
1º CB-Sol foi realizado em 2011 em Campinas
para fabricantes, fornecedores, atacadistas, prestadores de serviços e parceiros do setor. A Intersolar também é uma oportunidade para empresas e profissionais do setor estabelecerem contatos e atualizarem informações sobre os mais recentes desenvolvimentos de mercado, métodos de produção eficientes, bem como de financiamento e planejamento de projetos. © Solar Promotion International GmbH
O 2º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar, organizado pelo DASOL-ABRAVA, será realizado em parceria com a exposição Intersolar South America. Com a parceria, o CB-Sol retorna com nova programação e periodicidade anual. A Intersolar acontece este ano de 26 a 28 de agosto, no Pavilhão Branco do Expo Center Norte, em São Paulo. A Intersolar South America faz parte da série de exposições Intersolar, considerada o maior evento global do setor de energia solar, abrangendo quatro continentes. A Intersolar é realizada também na China, Europa, América do Norte e Índia. A série concentra-se nas áreas de tecnologias solares térmicas, energia fotovoltaica (PV), tecnologias de produção e armazenamento de energia PV. Desde a sua criação, tornou-se a plataforma mais relevante da indústria de energia solar
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DASOL/Divulgação
Notícias do Dasol
2º CB-Sol 2014, parceria com a Intersolar A realização do 2º CB-SOL durante a Intersolar South America é resultado de uma parceria entre ABRAVA-DASOL e os organizadores da Intersolar. A negociação que levou à parceria foi liderada pelo vice-presidente de Marketing do DASOL, Rafael Campos, com apoio da equipe e da diretoria. O DASOL terá um estande na Intersolar. Em abril, os detalhes da parceria ainda estavam sendo discutidos, entre eles os dias de realização do congresso e descontos para empresas associadas ao DASOL-ABRAVA. Mais informações sobre o evento no site https://www.
intersolar.net.br traz informações gerais sobre o evento. Associados do DASOL terão desconto de 10% na contratação de espaços para exposição. Reunindo os principais agentes do segmento, a Intersolar oferece uma excelente oportunidade de exposição para as marcas. Para elaborar a programação do CB-SOL, o DASOL criou um Comitê Técnico-Científico, formado pelos vice-presidentes Amaurício Gomes Lucio (coordenador), Jamil Hussni Junior, Alander Brandão e o secretário executivo Marcelo Mesquita.
Notícias do Dasol
CNI debate uso da energia solar na indústria A experiência brasileira com aquecimento solar na indústria foi o tema da apresentação do presidente do DASOL, Luís Augusto Ferreira Mazzon, durante o seminário “Aquecimento Solar para a Indústria: Novas Oportunidades Sustentáveis”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no dia 17 de março em São Paulo. O presidente apresentou um panorama do setor representado pela ABRAVA que congrega em todo o território nacional 31 empresas associadas, que representam 80% do mercado nacional. Mazzon destacou também a proposta de um programa nacional de disseminação do aquecimento solar com o objetivo de poupar energia elétrica. Em seguida, o engenheiro Carlos Salviano, da Salviano Engenharia, apresentou o projeto de aquecimento solar da Arena Pernambuco. Parceiros do DASOL, a professora Elizabeth Pereira fez apresentação do projeto “Energia Solar no Setor Industrial”
e o professor Lúcio Mesquita falou sobre “Indicadores de Viabilidade e Tecnologias para Processos Industriais”. DASOL/Divulgação
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Evento enfatizou o aquecimento solar como solução sustentável
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Qualisol
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Certificação profissional agrega qualidade ao mercado de aquecimento solar O processo de certificação profissional, que prevê exames escritos e práticos em todo o país, abrangerá quatro perfis de instalador (para sistemas de aquecimento solar em habitação de interesse social, sistemas em circuito aberto, em circuito fechado e sistemas de aquecimento para piscinas). A proposta do DASOL é que a certificação profissional tenha início nas 40 empresas que já participam do QUALISOL e avance rapidamente para as demais interessadas do mercado em todo o Brasil. Komeco/Divulgação
Em breve, o Programa QUALISOL BRASIL irá oferecer certificação profissional para fabricantes, revendas, projetistas e instaladores de sistemas de aquecimento solar. As provas para obtenção do certificado serão aplicadas pelo Sistema Senai de Certificação de Pessoas, instituição acreditada pelo Inmetro. Na opinião de Maurício Ballarine, do Senai-DF, a certificação valoriza o profissional pois agrega valor nos quesitos referentes ao desempenho, comprovando que a performance está de acordo com os padrões estabelecidos para as atividades profissionais exercidas. A certificação faz diferença também para a empresa, pois assegura que a prestação do serviço é realizada conforme os padrões de qualidade e segurança praticados pelo mercado e adequados às exigências evolutivas dos produtos e processos industriais. A certificação profissional faz parte das ações de fortalecimento do QUALISOL, programa instituído pelo setor para garantir ao consumidor a qualidade dos fornecedores de sistemas de aquecimento solar. “Nosso objetivo é tornar o QUALISOL um programa de referência nacional na certificação dentro de três anos”, observa Jamil Hussni, vice-presidente de Tecnologia e Meio Ambiente do DASOL. A instalação de produtos por empresas e profissionais com certificação poderá se tornar uma condição para a validação da garantia de fábrica dos equipamentos. “Essa certificação representará um mecanismo de proteção para o mercado”, acrescenta.
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Certificação assegura qualidade do serviço de instalação
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Case Solar
Jelly Fish aquece piscinas do São Paulo Futebol Clube Sistema híbrido de coletores solares manterá água aquecida a 28°C o ano todo
Fernando Nunes/São Paulo FC
Um dos mais tradicionais clubes paulistas, o São Paulo Futebol Clube escolheu a Jelly Fish para modernizar o sistema de aquecimento de seu parque aquático. O clube queria manter em 28 °C a temperatura das piscinas olímpica e recreativa durante o ano todo, mesmo no inverno e em semanas de pouca insolação, garantindo assim o conforto dos sócios. Com área de 1.000 m2, a piscina olímpica tem capacidade para 1,45 milhão de litros de água. A piscina recreativa, com 1.200 m 2, tem capacidade para 1,1 milhão de litros. A Jelly Fish dimensionou, então, um sistema híbrido composto por 20 bombas de calor Jelly Fish BC180, com capacidade de aquecimento de 180 mil BTU/h, e 1.800 m2 de coletores solares para piscina modelo JF5, com produção mensal de energia de 89,15 kWh/mês.m2 e 527,77 kWh/mês. O projeto inclui ainda sistemas de bombeamento, sistema hidráulico de retorno de água quente e instalações elétricas. O sistema de coletores solares foi dividido em duas áreas coletoras de 900 m2 (uma para cada piscina), instaladas no telhado do prédio social. A instalação foi executada pela TermoCOP Engenharia de Campinas (SP). O estudo realizado pela Jelly Fish para dimensionar o sistema mostrou que as duas piscinas tinham uma ne-
Jelly Fish Tosi Indústria e Comércio Ltda.
www.jellyfish.com.br
cessidade anual de mais de 3,716 milhões de kWh para se manterem aquecidas em 28 °C. O sistema de coletores solares garante energia correspondente a 1,44 milhão de kWh/ano. Se o aquecimento fosse feito somente com as bombas de calor, os gastos com energia elétrica somariam R$ 291 mil por ano. Com a instalação do sistema híbrido com solar (bombas de calor mais coletores solares), essa despesa cai para R$ 183 mil. O sistema híbrido está equipado com controles para garantir a máxima eficiência dos equipamentos. O sistema de coletores solares funcionará de forma contínua trazendo para a piscina toda a energia que possa ser fornecida pelo sol. O controle será feito por diferencial de temperatura entre a temperatura da água e a dos coletores, de forma independente das bombas de calor, garantindo que toda parcela solar será aproveitada. Para as bombas de calor, o sistema de comando será independente, desligando os equipamentos durante o horário de ponta do sistema elétrico e evitando o funcionamento noturno, quando possível, para priorizar a energia solar no dia seguinte. As informações são de responsabilidade da Jelly Fish.
Parque aquático do São Paulo Futebol Clube: 20 bombas de calor e 1.800 m2 de coletores solares
Case Solar
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Coletor de tubo a vácuo garante aquecimento de 8 mil litros de água por dia, mesmo com área coletora limitada Os condomínios brasileiros estão se rendendo às vantagens do aquecimento solar para água, obtendo grande economia nos custos da energia elétrica. Porém, um desafio constante são as pequenas áreas disponíveis para a instalação dos equipamentos. O edifício Manhattan, localizado em Campo Grande (MS), é um exemplo. O edifício é um projeto arquitetônico diferenciado assinado pela construtora Consbase, que pesquisou e investiu na solução de um sistema de aquecimento solar Mondialle para garantir o aquecimento diário de 8.000 litros de água. Neste projeto, havia dois desafios. A área coletora do edifício era muito pequena para gerar a energia suficiente necessária sem diminuir a eficiência do sistema de aquecimento. O segundo desafio eram as características agressivas da água da região, com excesso de ferro. A água quente com alta concentração de ferro e cloro poderia reagir com o cobre dos tubos do sistema, produzindo zinabre, que traz danos à saúde do consumidor que utiliza tintura de cabelo, por exemplo. O zinabre também mancha o piso da residência. Para resolver o primeiro desafio, a Mondialle instalou coletores solares de tubo a vácuo, feitos de vidro de boro silicato, com excelente absorção solar, mínima perda de calor e excelente resistência a impactos. Foram dimensionadas 12 placas coletoras, cada uma com 30 tubos a vácuo. Os 360 tubos geram eficiência energética de 94,5 Kwh/mês/m2, uma solução 37,60% superior à do coletor plano na mesma situação. As 12 placas somam área coletora de 60 m2. Placas convencionais exigiriam uma área de 90m2 a 100 m2, não disponível no edifício. As placas foram instaladas sobre o telhado com inclinação de 35 graus e um sistema bombeado de baixa pressão (HeatTransferPipe), com apoio a gás. O segundo desafio foi vencido utilizando dois reservatórios de 4.000 litros cada, fabricados em aço 304 para evitar a ação agressiva da água. O custo benefício da implantação do sistema de tubo a vácuo da Mondialle valeu o investimento. Após dois anos da implantação do sistema, o condomínio registra
Edifício Manhattan, em Campo Grande: área coletora soma 60 m2
Mondialle www.mondialle.com.br
economia anual de 60% em relação ao consumo de energia elétrica. Os moradores dos 60 lofts e dos quatro apartamentos de cobertura estão tendo uma ótima experiência com banhos quentes sem precisar utilizar o chuveiro elétrico, o aparelho que mais consome energia em uma residência. As informações são de responsabilidade da Mondialle Solar.
Divulgação Mondialle
Condomínio em Campo Grande aposta na solução da Mondialle
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Arquitetura Solar
Qualidade de vida no Residencial Rubens Lara Conjunto da CDHU é reconhecido pela ONU como habitação social verde O desenvolvimento urbano pauta os projetos assinados pelo escritório Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana, de São Paulo. “A preocupação com o entorno, com a mobilidade, o transporte público, a bicicleta, a valorização dos passeios públicos, a relação do pedestre com o lugar, a integração do projeto com a vizinhança consolidada, a preocupação com o gerenciamento dos condomínios por seus moradores e o estímulo ao deslocamento a pé estão na raiz dos desenhos produzidos pela equipe”, descreve a arquiteta Adriana Levisky. Um exemplo é o Residencial Rubens Lara, loteamento da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), que promove a construção e o usufruto sustentável em habitações de interesse social no Jardim Casqueiro, em Cubatão (SP). O projeto faz parte do Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, coordenado pela Secretaria Estadual da Habitação e Secretaria Estadual do Meio Ambiente. As 1.840 unidades do condomínio (ocupadas pela população que vivia em áreas de risco) visam garantir a estabilização das áreas de encosta, a recuperação ambiental (fauna e flora) da região, bem como a regularização fundiária. “O loteamento recebeu o desenho de um novo bairro para a valorização da qualidade de vida dos moradores e aplicação de soluções sustentáveis em habitações de inte-
resse social”, observa Adriana, que também é conselheira do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável). Entre essas soluções estão o sistema de aquecimento solar de água (reduzindo o consumo de energia elétrica para acionar chuveiros), medição individualizada de água, janelas mais amplas (que representam o dobro de luz natural e ventilação natural nos ambientes e também resultam em economia de energia e garantia de maior salubridade) e uso de pastilhas no revestimento externo. A arquiteta destaca também os cômodos mais amplos com vedos passíveis de remoção, portanto oferecendo uma flexibilidade da reordenação do lay out dos ambientes ao longo da vida do imóvel, atendendo as variações de demanda da família moradora. Outros destaques do Residencial Rubens Lara são o pé direito mais alto, o dimensionamento dos ambientes em atendimento aos parâmetros do desenho universal, e a formatação do loteamento em pequenos condomínios, favorecendo a facilidade de gerenciamento e manutenção pelos condôminos. Tais características, lembra Adriana Levisky, fizeram do Residencial Rubens Lara o único conjunto habitacional popular a receber o reconhecimento do programa de Iniciativa de Habitação Social Sustentável, da Organização das Nações Unidades (ONU).