2 I Índice
16 I Qualisol Referência para o mercado de aquecimento solar Novo Qualisol Brasil prevê selos de garantia para fabricante, revendedor, projetista e instalador
3 I Editorial
Notícias do Dasol 4
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6
Aquecimento solar presente na FEBRAVA E congresso mostra tecnologia de fornos solares para cozinhar alimentos ABRAVA apresenta Programa 1 Solar em Cada Casa à Eletrobras-Procel Proposta visa disseminar aquecimento solar de água e poupar energia elétrica Um laboratório dedicado à tecnologia do banho LABAN-USP irá testar as diferentes opções de aquecimento de água
Case Solar 8 I Especial 20
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3º CB-Sol lança oficialmente o Programa 1 Solar em Cada Casa Proposta para disseminar o aquecimento solar foi um dos destaques do congresso
Empresa une projeto e execução em condomínio em BH Sistema central de aquecimento solar leva água quente a todos os apartamentos Sol aquece 2,2 milhões de litros de água no Sesi de Mogi das Cruzes Aquecedor garante expressiva economia de energia elétrica
22 I Notícias do Dasol
Editorial I 3
Otimismo e possibilidades Nosso 3º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar (CB-Sol) foi cercado de perspectivas positivas para o segmento solar térmico – uma ilha ensolarada em meio ao mar revolto das crises, nuvens carregadas, temporais e tsunamis de más notícias que se abateram sobre a economia. Otimismo e possibilidades animaram os dois dias do CB-Sol dentro da Intersolar South América no pavilhão do Expo Center Norte. O clima era motivado e motivador, com o segmento focado em novos negócios, crescimento e oportunidades.
DASOL ABRAVA Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA). Conselho de Administração do DASOL Presidência Luís Augusto Ferrari Mazzon VP Relações Institucionais (VPI) Amaurício Gomes Lúcio VP Operações e Fomento (VPOF) Mauro Isaac Aisemberg VP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) Jamil Hussni Junior VP Marketing (VPM) Rafael Bomfim Pompeu de Campos VP Desenvolvimento Associativo (VPDA) Ernesto Nery Serafini Past President (PP) Carlos Artur Alves de Alencar Secretário Executivo Marcelo Mesquita
Revista Sol Brasil
Apesar do ano conjunturalmente complexo, era consenso, das rodas de conversa aos painéis mais técnicos, que nosso segmento tem muito potencial para crescer. Percebemos demandas de setores fortes como o de revendas de materiais de construção, construtoras e projetistas, concessionárias de energia e da própria EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Claro que, em um quadro de crise conjuntural e, especialmente, no momento exato de implementação da compulsoriedade do Inmetro, muitas das atenções estão voltadas para o curtíssimo prazo. Porém, é importante que os agentes do setor continuem pensando grande para não deixar que as preocupações imediatas se sobressaiam às oportunidades de médio e longo prazo. Nesse contexto, a Intersolar e o CB-Sol se confirmam como os principais fóruns de debate do nosso segmento, beneficiando tanto o setor térmico solar quanto o setor fotovoltaico por se tratar de tecnologias complementares. O DASOL segue atuando como porta-voz do nosso setor, multiplicando a apresen-
Conselho Editorial Marcelo Mesquita, Mayara Ambrosio e Nathalia Moreno Edição Fernando Leite Zamith (MTb 11.286) Projeto gráfico e editoração eletrônica Izilda Fontainha Simões Foto da Capa A Atual Impressão Formato Empresarial
tação do programa Um Solar em Cada Casa junto à sociedade e a diferentes agentes
DASOL/ABRAVA Avenida Rio Branco, 1492 Campos Elíseos – São Paulo – SP 01206-905 - Fone (11) 3361-7266 (r.142) Fale conosco: solar@abrava.org.br
leitura.
governamentais e dando mais visibilidade à nossa indústria com suas importantes contribuições energéticas e conquistas como o estudo sobre a participação do solar térmico na matriz elétrica do Balanço Energético Nacional (BEN). Na expectativa de que nossos leitores compartilhem dos apontamentos do 3º CB-SOL e os avanços na exposição do nosso segmento, desejamos a todos uma ótima Rafael Bomfim Pompeu de Campos Vice Presidente de Marketing do DASOL
Setor solar térmico presente na FEBRAVA
Fotos: Febrava/ Divulgação
4 I Notícias do Dasol
Congresso apresenta tecnologia termossolar para cozinhar alimentos
A energia solar térmica esteve presente na 19ª FEBRAVA (Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar), maior evento do setor na América Latina. A feira, que tem na ABRAVA seu principal apoio institucional, reuniu 500 empresas expositoras e 640 marcas em um espaço de 50 mil m2 no São Paulo Expo, em São Paulo, entre os dias 22 e 25 de setembro. Uma das novidades da feira foi a realização da Ilha Temática de Aquecimento Solar, que apresentou soluções da tecnologia solar térmica para poupar energia elétrica, como o sistema de aquecimento solar compacto, o mesmo utilizado no Programa Minha Casa Minha Vida, além de cozinhas e fornos solares. Na Ilha Solar, os visitantes também receberam informações sobre equipamentos para aquecimento solar, componentes, automação para instalações solares e controles e sistemas.
Demonstração dos fornos solares na Escola Politécnica da USP
CONBRAVA Evento paralelo à feira, o 14º CONBRAVA promoveu no dia 24 de setembro três palestras sobre tecnologia solar. O CONBRAVA é organizado pela ABRAVA para divulgar conhecimento e experiências nas áreas de refrigeração, ar condicionado, ventilação, aquecimento e tratamento de ar. “Análise técnica e econômica de sistema coletivo de aquecimento de água com uso combinado de coletor solar e gás natural” foi o tema da apresentação dos pesquisadores Guilherme Gattas Irani e Alberto Hernandez Neto, da Escola Politécnica da USP. Os pesquisadores da FATEC Etevaldo Francisco Carreira Jr., José Benedito Sacomano, Anna Cristina Barbosa de Carvalho e João Pereira da Silva Neto apresentaram a palestra “As possibilidades de aplicação de sistemas de aquecimento solar de água em indústrias no Estado de São Paulo”. O professor Celestino Rodrigues Ruivo, da Universidade do Algarve (Portugal), apresentou a palestra “A cocção solar como factor de sustentabilidade - a experiência de um professor de ar condicionado.” Na véspera da FEBRAVA, o professor Ruivo proferiu a palestra “Cozinha Solar” na Escola Politécnica da USP, com participações do professor Alberto Hernandez Neto, da Poli, do pesquisador Nicolau Francine (empresa Pleno Sol de fornos solares) e do professor Elmo Dutra Filho, do SENAI e FTEC de Caxias do Sul (RS). Os palestrantes demonstraram a aplicação da energia solar para cozimento de alimentos. Além da teoria, os participantes puderam degustar bolo, café, pão de queijo e castanhas preparados na área externa.
Notícias do Dasol I 5
ABRAVA apresenta Programa 1 Solar em Cada Casa à Eletrobras- Procel Proposta visa disseminar aquecimento solar de água e poupar energia elétrica O Programa 1 Solar em Cada Casa, proposta da ABRAVA-DASOL para disseminar o uso do aquecimento solar de água e poupar energia elétrica, foi apresentado em 6 de outubro à Eletrobras-Procel. O presidente do DASOL Luís Augusto Ferrari Mazzon e o secretário executivo Marcelo Mesquita foram recebidos pelo gerente do Departamento de Desenvolvimento da Eficiência Energética do Procel, Luiz Eduardo Menandro de Vasconcellos e sua equipe, nos escritórios da Eletrobras no Rio de Janeiro. No encontro, a ABRAVA destacou os benefícios da energia solar térmica e formalizou o convite para que a ação receba também o apoio institucional do Procel. Entusiasta do setor solar térmico há vários anos, o Procel é parceiro com ações que somam mais de R$ 8,3 milhões em investimentos em projetos desde o ano 2000. Entre esses projetos está o de Contagem (MG) com instalação de equipamentos e pesquisa de resultados, várias iniciativas de capacitação e a implantação do Laboratório Green Solar na PUC-MG. Em todas as frentes de atuação somente no ano de 2014, o Procel contribuiu para uma economia de 10,5 bilhões de quilowatts-hora (kWh), o equivalente a 2,2% de todo o consumo nacional de energia elétrica naquele ano, ou o consumo anual de 5,25 milhões de residências brasileiras. Essa economia também trouxe benefícios ambientais, como as emissões evitadas de 1,425 milhão de toneladas de CO2 equivalentes que correspondem às emissões de 489 mil veículos em um ano. O documento “Resultados Procel” de 2014, entregue na oportunidade ao representante da ABRAVA, destaca ajustes importantes no programa de etiquetagem de equipamentos para aquecimento solar de água. Tais ajustes visaram facilitar o acesso das micro e pequenas empresas à certificação compulsória estabelecida em 2012. Um exemplo é a inclusão da previsão do modelo 3 de certificação mais brando, que não prevê auditorias no sistema produtivo.
Encontro no Rio de Janeiro: Luís Augusto Ferrari Mazzon (ABRAVA-DASOL) e Luiz Eduardo Menandro de Vasconcellos (Eletrobras-Procel)
Ao final do encontro, os representantes da Eletrobras ratificaram a importância do setor de aquecimento solar. Novas propostas de projetos poderão surgir em breve em apoio ao segmento para economia de energia.
Apoio do MCTI ao 1 Solar em Cada Casa O Programa 1 Solar em Cada Casa foi um dos temas da palestra do presidente do DASOL durante o evento Dia da Indústria Heliotérmica promovido pela GIZ (agência de cooperação alemã) nos dias 29 e 30 de setembro em São Paulo. Na ocasião, Luís Augusto Ferrari Mazzon entregou uma cópia da proposta ao representante da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Eduardo Soriano Lousada, que participava do evento. Responsável pela área de coordenação geral de tecnologias setoriais, Lousada elogiou a proposta do DASOL e informou que as ações receberão a atenção do MCTI para identificar as melhores estratégias de apoio e fomento tecnológico ao setor.
Presidente do DASOL entrega proposta ao representante do MCTI, Eduardo Soriano Lousada, durante evento em São Paulo
6 I Notícias do Dasol
Um laboratório dedicado à tecnologia do banho LABAN-USP irá testar os diferentes opções de aquecimento de água Resultado de uma demanda conjunta da Universidade de São Paulo, do DASOL da ABRAVA, entidades e empresas de equipamentos a gás e elétricos, está em fase de construção o primeiro laboratório que se tem notícia dedicado a testes comparativos de longo prazo de equipamentos de aquecimento de água para banho. A principal finalidade do Laboratório de Energia, Tecnologia e Conforto de Banho (LABAN-USP) é desenvolver o conhecimento sobre os diferentes modos de aquecimento de água e os potenciais de atuação conjunta entre eles, tendo sempre como condição de contorno a conservação e o uso racional e eficiente de energia e água. Uma segunda finalidade é a busca de elementos para conscientizar a população sobre as opções existentes no mercado e sobre o impacto energético, ambiental e financeiro de cada tecnologia na sociedade, no meio ambiente e no orçamento das famílias. Para atingir esses objetivos, o laboratório fará coleta de dados para comparação simultânea entre as diversas
Vista interna da tubulação de cobre dentro dos vestiários
Montagem da estrutura metálica de suporte dos reservatórios. Ao fundo, a Raia Olímpica da USP
tecnologias de aquecimento, seu consumo de água e de energia e a satisfação do usuário, mantendo-se sempre as mesmas variáveis, como por exemplo, a pressão e a vazão de água. Efeitos que alterem as condições iniciais (como sazonalidade e eficiência de equipamentos ao longo do tempo) também deverão ser estudados neste laboratório. O laboratório deverá disponibilizar um espaço aos fabricantes de sistemas de aquecimento solar, elétrico ou a gás para testarem seus equipamentos e mostrarem suas qualificações a um público formador de opinião: os usuários da Raia Olímpica do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo. Os resultados obtidos ao longo dos testes deverão ser publicados em revistas especializadas e nos diferentes meios de divulgação à população, atingindo assim toda a sociedade. O Laboratório passou pela fase de instalação da tubulação de cobre na parte interna dos vestiários masculino e feminino da Raia Olímpica e agora se encontra na segunda fase, com a montagem das estruturas de suporte dos reservatórios de água e das placas solares. Ao mesmo tempo, já está passando por testes o sistema de aquisição e interpretação de dados que será instalado em local próximo aos vestiários.
Montagem de teste do sistema modular de aquisição de dados, com entrada simultânea de informações. Em primeiro plano, o medidor de fluxo digital.
3º CB-Sol lança o Programa 1 Solar em Cada Casa
Fotos: Dasol/Divulgação
8 I Especial
Proposta para disseminar o aquecimento solar de água e poupar energia foi destaque no congresso organizado pelo DASOL
Iniciativas e conhecimento marcaram o 3º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar, realizado pelo DASOL da ABRAVA nos dias 2 e 3 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo, durante a Intersolar South America. O lançamento oficial do Programa 1 Solar em Cada Casa, proposta de política pública para disseminação do aquecimento solar nos lares brasileiros, foi acompanhado por dinâmicos e enriquecedores debates sobre as perspectivas e oportunidades da indústria solar térmica. Além da presença de especialistas e pesquisadores da tecnologia solar, o 3º CB-Sol contou com a participação de representantes das distribuidoras de energia elétrica,
Luís Augusto Ferrari Mazzon
que compartilharam sua experiência com aquecedores solares dentro dos programas de eficiência energética sob coordenação e fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O Programa 1 Solar em Cada Casa, já apresentado a diversas esferas do Governo Federal, propõe cinco ações de impacto para promover o uso do aquecimento solar e consequente economia de energia elétrica: mecanismo de financiamento com recursos do FGTS; inserção no Programa de Eficiência Energética da Aneel; presença dos aquecedores solares em todas as moradias do Programa Minha Casa Minha Vida; obrigatoriedade de utilização de aquecedores em obras beneficiadas por recursos públicos; e campanha nacional de conscientização e promoção sobre os benefícios do produto. O presidente do DASOL da ABRAVA, Luís Augusto Ferrari Mazzon, detalhou os objetivos do Programa 1 Solar em Cada Casa e ressaltou a oportunidade da iniciativa, diante dos altos custos da energia elétrica, e o seu potencial de preservação ambiental, ao possibilitar o aproveitamento dos recursos naturais de forma sustentável. “Ganha quem vende, quem compra, quem fabrica, quem instala, o Governo com a melhoria da situação energética, o planeta com a economia de recursos e redução de emissões. O aquecedor solar traz uma imensa relação de ganha-ganha para todos”, assinalou o presidente do DASOL.
Especial I 9 Demanda sustentável Na abertura do 3º CB-Sol, o presidente da ABRAVA, Wadi Tadeu Neaime, destacou o uso de aquecedores solares como fundamental na demanda energética sustentável que vem surgindo no cenário brasileiro atual. “Temos orgulho de participar deste mercado na direção do ecologicamente correto”, afirmou o presidente. Amaurício Gomes Lúcio, vice-presidente de Relações Institucionais do DASOL e coordenador da Comissão do Congresso, tamWadi Tadeu Neaime bém deu as boas-vindas aos participantes e salientou as ações da entidade, bem como a programação para os dois dias de congresso.
Plano Paulista de Energia Milton Flávio Lautendschlager, subsecretário de Energias Renováveis da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, esteve presente na abertura do 3º CB-Sol. “É inconcebível utilizarmos energia fotovoltaica sem ter adotado antes o sistema de aquecimento solar”, Subsecretário afirmou o subsecretáMilton Flávio rio. Considerando que o aquecimento da água do chuveiro representa até 40% do consumo familiar, o subsecretário argumentou que investir na energia solar térmica é altamente vantajoso para todas as classes sociais, pelo baixo investimento de implantação e expressiva economia na conta de energia. Milton Flávio destacou ainda a importância do segmento solar térmico no Plano Paulista de Energia para 2020. “São Paulo produz 55% da energia elétrica que utiliza. Com todo o potencial solar que temos aqui, comparado ao do Nordeste, a energia solar pode ser fundamental para conseguirmos alcançar uma produção de 69%”, afirmou.
Presença no BEN Ricardo Gorini, diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), falou sobre o papel e importância do setor de energia solar térmica no Ricardo Gorini Plano Nacional de Energia para 2050. “Este tema entra em nossa agenda com muita força. Inclusive, entre nossas principais medidas está inserir a energia solar térmica oficialmente no Balanço Energético Nacional (BEN)”, anunciou Gorini. Segundo o diretor da EPE, o mercado solar irá duplicar até 2020 e crescerá em mais de seis vezes até 2050. Gorini ainda acrescentou que a utilização conjunta de aquecedores solares de água com sistemas fotovoltaicos poderá ampliar expressivamente as vantagens energéticas e ambientais que a energia solar pode proporcionar.
Oportunidade para o varejo Os aquecedores solares como oportunidade de negócios foi o tema da apresentação de José Carlos de Araújo, diretor da Escola do Varejo da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), entidade que representa 148 mil lojas de todo o País. “Oferecer produtos diferenciados, que têm este viés sustentável e de soluções para a crise energética e hídrica, é uma das bandeiras que levantamos e que tem aquecido as vendas de material de construção. Nosso varejo tem muito interesse em ampliar a presença dos aquecedores solares nos pontos de venda”, afirmou. Araújo citou uma pesquisa do Instituto Anamaco, segundo a qual apenas 1% das lojas comercializam soluções de aquecimento solar. No entanto, 7% têm José Carlos interesse em vender de Araújo sistemas de aquecimento de água, o que demonstra, mais uma vez, o potencial desse mercado, motivado principalmente pelo aumento das tarifas de energia elétrica.
10 I Especial Diferenciais do mercado Os painéis da tarde do primeiro dia Rafael abordaram temas Campos variados, todos com foco no desenvolvimento do mercado de aquecedores solares no Brasil. O primeiro foi moderado por Rafael Campos, vice-presidente de Marketing do DASOL, e teve como tema “Aquecimento solar como diferencial de mercado – viabilidade econômica”. José Jorge Chaguri, sócio-diretor da Chaguri Consultoria e Engenharia de Projetos, mostrou a visão dos projetistas sobre os diferenciais do aquecedor solar. “Definimos o tipo de consumo de 48,5% das edificações, com padrões José Jorge Chaguri de certificação do Inmetro para edifícios. Leva-se em conta o projeto, a instalação e o uso para a redução do consumo de energia e da água. Nosso maior desafio é adequar o projeto ao uso, com menor consumo possível, sem limitação do conforto, seguindo normas de desempenho energético”, disse Chaguri. Já Marcelo Matsusato, gerente de sistemas prediais da construtora Tecnisa, apresentou duas obras realizadas com sistema de aquecimento solar, apontando de forma satisfatória para preços, custos e economia, do Marcelo ponto de vista Matsusato da construtora, assim como potenciais de melhoria de interação com outros agentes do setor.
Criatividade contra a crise Os presentes contaram ainda com a Lázaro enriquecedora explaContreras nação do consultor Lázaro Contreras, que trouxe diversas dicas sobre como vender mais e recomendou encarar o momento econômico que o Brasil vive com criatividade e inovação. “Vendam com qualidade e tornem-se consultores de seus clientes. Todos temos problemas. Faça com que seu cliente perceba que tem uma necessidade e ofereça a solução, pois é isso que todos buscam”, disse. No encerramento do painel, o moderador Rafael Campos destacou que, apesar do momento de crise econômica, os diferentes setores presentes no Congresso apresentam aumento de demanda para aquecedores solares. Entretanto, as discussões do painel mostraram que para fomentar este crescimento é necessário um melhor entendimento das responsabilidades de cada agente na cadeia produtiva e de serviços do setor, ampliando a comunicação entre fabricantes, instaladores, construtoras, projetistas e outros agentes.
Novas aplicações O segundo painel da tarde com o tema “Novas Aplicações em Energia Solar Térmica”, foi moderado por Carlos Artur Alencar, past president do DASOL, chamando a atenção para o grande potencial de aproveitamento da energia solar térmica que ainda está por ser explorado. “O mercado Carlos Artur Alencar atual de aquecimento solar está praticamente apenas nas aplicações residenciais, sendo que o maior potencial de consumo de energia para aquecimento se apresenta nos setores industrial e comercial. Daí a grande importância que sejam dominadas e desenvolvidas novas aplicações”, recomendou. A professora Elizabeth Marques Duarte Pereira do
Especial I 11
Profa. Elizabeth Duarte Pereira
Centro Universitário UNA, fez uma apresentação sobre tecnologias de aplicação para novos mercados e não poupou palavras de incentivo para o setor. “Confiem, corram atrás. Quando a gente sonha grande, a realidade aprende.”
Ar condicionado e energia heliotérmica Também participaram desse painel o engenheiro Lúcio Mesquita, diretor da Thermosol Consulting, e Marcos de Oliveira Costa, da GIZ (Agência Alemã Internacional de Cooperação Brasil Alemanha), que se dedicaram a dois temas novos no segmento de aproveitamento da energia
solar térmica. Ao falar sobre ar condicionado solar térmico, Lúcio Mesquita apontou que o tipo de tecnologia pode ser “competitivo em sistemas grandes, com a vantagem de que se pode armazenar o calor e reduzir a demanda contratada da edificação”. Marcos Costa
Lúcio Mesquita
Marcos Costa apresentou as formas de aplicação da energia heliotérmica, ainda insipiente no Brasil, mas que pode representar uma importante fonte de energia no futuro, especialmente para a indústria.
12 I Especial Workshop no congresso O primeiro dia do Congresso terminou Luciano Torres com o workshop “Como instalar aquecedor solar em casas já construídas”, apresentado pelo engenheiro Luciano Torres. A atividade foi um grande sucesso, contando com cerca de 70 participantes. Torres esclareceu sobre sistemas, tipos de instalações e itens de dimensionamento a serem observados, de acordo com a localidade do imóvel e das condições climáticas, características de uso da família e outros detalhes sobre o funcionamento dos aquecedores, entre outros fatores para o sucesso da instalação de um sistema de aquecimento solar em edificação já existente.
Eficiência energética O segundo dia de Congresso teve início Sérgio Luiz com a apresentação Gatti de Sérgio Luiz Gatti, consultor de Eficiência Energética da concessionária de energia Elektro. Gatti falou sobre os desafios e inovações para os fornecedores de sistemas de aquecimento solar. O foco da palestra foi o desenvolvimento de sistemas híbridos e a criação de misturadores eletrônicos inteligentes. Alexandre Moana, diretor técnico da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), descreveu a experiência das Escos com a população de baixa renda em programas bem-sucedidos de eficiência energética (exigidos pelo Governo Alexandre desde 2005) e que resulMoana taram em menor custo de geração. Luis Carlos Lopes, da CPFL, maior grupo privado de energia no Brasil com 7,4 milhões de clientes em 12 distribuidoras, falou sobre diversas ações de efici-
ência energética e o papel do ser humano nos processos. “A ação humana é importantíssima, pois a simples troca de tecnologia não basta se não promovemos o uso eficiente”, disse Lopes. Ele apresentou o Programa Comunidades Eficientes, com mais de 32 mil clientes da companhia atendidos em aproximadamente 100 cidades, R$ 74 milhões investidos, economia de mais de 32 mil MWh/ano de energia elétrica e emissão evitada de mais de 2 milhões de toneladas de CO2. Lopes citou também a necessidade de melhores controladores eletrônicos para os utilizadores dos sistemas de aquecimento solar e falou brevemente sobre o sistema fotovoltaico. “Temos um sistema de geração fotovoltaico instalado em Luís Carlos Campinas. Para quem Lopes vai instalar, o retorno do investimento só acontece em 8 ou 9 anos. Vale a pena do ponto de vista da sustentabilidade, mas ainda não do ponto de vista financeiro”, alertou. Antonio Raad, coordenador do Grupo de Trabalho de Eficiência Energética da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) e moderador do painel, falou sobre os desafios do mercado para a tecnologia de aquecimento solar. “Temos um grande potencial de mercado, de 30 milhões de consumidores. O desafio principal Antonio deste setor é oferecer Raad uma gestão completa do produto, inclusive o pós-compra. Precisamos trabalhar também outros mercados além do de baixa renda, pois o custo da energia subiu muito e está caro para todas as classes sociais.”
Inovações na indústria O segundo painel do dia continuou com assuntos técnicos. Teve como tema “Inovações na Produção Industrial” e contou novamente com a presença da professora Elizabeth Marques Duarte, Pereira do Centro Universitário UNA, como moderadora. Nesse painel, o engenheiro Lúcio Mesquita, da Thermosol Consulting, ofereceu um panorama sobre como os processos de termografia e infravermelho podem ser aplicados na indústria e no desenvolvimento de produtos e máquinas.
Especial I 13 Rodrigo Ratão
Tiago Lima
Em seguida, Rodrigo Ratão, gerente técnico e de marketing na Saint-Gobain, falou sobre isolantes térmicos com materiais fibrosos, fabricados pela divisão Isover, e como novas tecnologias como a lã de vidro oferecem conforto e segurança para os produtos. Evitar a corrosão dos reservatórios de água dos sistemas de aquecimento solar foi o tema da apresentação de Tiago Lima, engenheiro da Aperam South America. O palestrante falou sobre versatilidade, manutenção e atributos do aço inoxidável e como proteger os equipamentos.
Nelson Massaia, Rodrigo Trindade e Marcelo Mesquita
Qualificação profissional A tarde foi o momento de falar sobre qualificação profissional, um dos maiores gargalos do segmento de material de construção. Rodrigo Trindade, diretor da Agência Energia, foi o moderador do painel “Qualidade de Aplicação e Instalação”. Nesse painel, Marcelo Mesquita, secretário executivo do DASOL da ABRAVA, apresentou o novo Programa Qualisol Brasil. O programa foi atualizado e contemplará a certificação de profissionais pelo SENAI, categorias Empresa
14 I Especial
Participantes do painel de Certificação: Douglas Messina, Elizabeth Pereira, Antonia Sônia Alves Cardoso Diniz, Leonardo Rocha, Maria Margarida Correia de Andrade e Ricardo Padovani
e Profissionais Autônomos, um novo portal na Internet e novas logomarcas por tipo de qualificação – fabricantes, revendas, projetistas, instaladores. Nelson Massaia, especialista em desenvolvimento industrial do SENAI Nacional, apresentou o Sistema Senai de Certificação de Pessoas e explicou os trabalhos normativos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), acreditados pelo Inmetro. Estes mecanismos se integram e oferecem seus certificados para quatro perfis dos participantes do Programa Qualisol Brasil: instalador básico, intermediário, avançado e pleno.
Laboratório do Banho Esse mesmo painel do dia contou com a presença de Márcio Vilela, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) que está à frente do Laboratório de Energia: Tecnologia e Conforto de Banho (Laban). O objetivo do laboratório é utilizar os vestiários da raia olímpica da universidade para medir a qualidade e a economia dos diferentes tipos de banho – aquecido com energia elétrica, energia solar térmica, a gás etc. Márcio “Nossa finalidade princiMaia Vilela pal é produzir conhecimento, dados de aquecimento de água de várias tecnologias com análise comparativa, avaliação de custos e eficiência energética, impactos ambientais. Queremos oferecer respostas empresariais e para a sociedade sobre nossas escolhas e experiências”, explicou Márcio Vilela.
Certificação compulsória O último painel, extremamente movimentado, esclareceu sobre a certificação compulsória do Inmetro, que começou
a valer a partir de 10 de setembro para reservatórios e coletores térmicos solares fabricados no Brasil ou mesmo os importados. Leonardo Rocha, chefe da divisão de regulamentação técnica e programas de avaliação da conformidade no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), ressaltou os prazos de adequação de acordo com a Portaria do Inmetro/MDIC 301 (15 de junho de 2012) e 352 (6 de julho de 2012), com ajustes de escopo e abrangência do programa. Rocha garantiu que, diante das dificuldades relatadas por empresas, laboratórios e Organismos de Certificação de Produto (OCPs) para se adequarem aos prazos de certificação, a fiscalização do Inmetro terá inicialmente um caráter orientativo, com o objetivo de reconhecer os esforços já empreendidos. Além disso, poderão ser revistos os prazos e condições para equacionar algumas dificuldades, principalmente levando em conta que os dois laboratórios acreditados (IPT e Green Solar) ainda não concluíram as adequações necessárias para atender plenamente o setor. Foi ponderado também que, na falta de histórico e experiência sobre os novos testes exigidos pelo Inmetro para certificação, as empresas necessitarão de mais tempo para adequarem seus produtos e processos produtivos diante de eventuais resultados não conformes. Também participaram do painel Ricardo Padovani, gerente de Certificação da Celack, a professora Antonia Sônia Alves Cardoso Diniz, do Grupo de Estudos em Energia da PUC/MG (Green), Douglas Messina, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e Maria Margarida Correia de Andrade, sócia-diretora do Instituto de Tecnologia MHC. Os presentes puderam esclarecer dúvidas e trocar experiências sobre este importante momento com os participantes. O 3° CB-Sol foi encerrado pelo vice-presidente de Relações Institucionais do DASOL/ ABRAVA, Amaurício Amaurício Gomes Lúcio, Gomes coordenador da Comissão do Congresso, que agradeceu a participação e empenho de todos para o sucesso do evento. “Queremos fazer um programa bom para todos e conquistar cada vez a mais a participação de vocês. Nos vemos no 4º CB-Sol em 2016”, finalizou. Reportagem: Mariana Vidal (Organix Comunicação)
Especial I 15
Solar térmico na Intersolar A feira e conferência internacional Intersolar South America recebeu mais de 9 mil visitantes entre os dias 1 e 3 de setembro no Expo Center Norte. Maior evento de energia solar da América do Sul, apresentou as principais novidades em sistemas termossolares, tecnologias de produção fotovoltaica e de armazenamento de energia. A Intersolar também foi uma oportunidade para debater tendências, trocar informações sobre desenvolvimento tecnológico e realizar negócios. A indústria solar térmica nacional esteve presente na Intersolar com a realização do 3º CB-Sol - Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar e a participação das empresas Bosch/Heliotek, Enalter, Pro-Sol e Soletrol como expositoras. “A parceria com a Intersolar tem sido muito importante para promover as aplicações das energias renováveis e ampliar a percepção do aquecimento solar de água como solução energética”, avaliou o vice-presidente de Marketing do DASOL, Rafael Campos. A Intersolar South America 2015 reuniu mais de 115 expositores de 11 países, um aumento de 60% em relação ao ano passado. Desde que foi fundada, tornou-se uma importante plataforma para a indústria de fabricantes, fornecedores, distribuidores, prestadores de serviços e parceiros na indústria solar global. “Ficamos muito satisfeitos com o resultado da Intersolar South America deste ano e já é grande nossa expectativa para a próxima edição, em 2016”, disse Daniel Strowitzki, CEO de Gestão de Marketing Internacional da Freiburg, um dos organizadores do evento. Com informações da Intersolar South America
16 I Qualisol
Qualisol: uma referência para o mercado de aquecimento solar
Novo Qualisol Brasil prevê selos de qualificação para fabricante, revendedor, projetista e instalador
A qualidade e eficiência dos sistemas de aquecimento solar depende tanto de produtos certificados como de projetistas, revendas e instaladores qualificados. E para orientar o consumidor na escolha de fornecedores qualificados, o DASOL da ABRAVA está lançando a segunda fase do Programa Qualisol Brasil. O novo Qualisol Brasil foi apresentado durante o 3º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar, em São Paulo.
Marcelo Mesquita, secretário-executivo do DASOL, detalhou o funcionamento do programa e apresentou o novo portal Qualisol (www.qualisol.org.br), onde o consumidor poderá consultar empresas e profissionais certificados no fornecimento de sistemas de aquecimento solar. A reformulação do Qualisol levou em conta a posição estratégica e contribuição que fabricantes, revendas, projetistas e instaladores representam na difusão do aquecimento solar. “Eles são os fornecedores que estão em contato direto com engenheiros, arquitetos e o consumidor nos momentos que antecedem a compra do equipamento. Também são os responsáveis por realizar um bom projeto e uma instalação bem feita,
Amaurício Gomes Lúcio, Luís Augusto Ferrari Mazzon, Leonardo Rocha (Inmetro) e Marcelo Mesquita apresentam novos selos do programa Qualisol durante o 3º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar (3º CB-Sol)
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garantindo o funcionamento, durabilidade e estética dos sistemas de aquecimento solar”, observa Marcelo Mesquita. O programa também abrange os fabricantes que realizam instalações e respondem por todo o processo da venda ao pós-venda de aquecedores solares. Por essa razão, o novo Qualisol prevê selos de garantia para as categorias de fabricante, revendedor, projetista e instalador. Os novos selos também foram apresentados no CB-Sol. Como explica Marcelo Mesquita, uma empresa participante do programa poderá estar enquadrada em mais de uma categoria. Além das empresas, profissionais autônomos também poderão participar e receber um Certificado de Qualificação com data de validade. Na categoria Profissional Autônomo, enquadram-se os instaladores de sistemas de pequeno e médio porte, de alta e baixa pressão, com volume até 3 mil litros e/ou piscinas com área até 100 m2 para segmentos de mercado como habitações de interesse social, residências, comércio e serviços. Na categoria Empresa, enquadram-se os profissionais de projeto, revenda e instalação de sistemas de pequeno e médio porte e as empresas fornecedoras para obras de grande porte, habitação de interesse social e indústrias. A adesão de empresas e profissionais ao Qualisol Brasil é voluntária. A reformulação do Qualisol Brasil visa ampliar o conhecimento dos fornecedores sobre o aquecimento solar, ampliar a base de mercado, aumentar a qualidade das instalações e consequente satisfação do consumidor final. Visa, por fim, aumentar a confiança do consumidor nos sistemas de aque-
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Telefone (11) 3361-7266 (r. 142) Fale conosco: solar@abrava.org.br
cimento solar. “Também acreditamos que o novo Qualisol Brasil irá estimular o interesse e habilidade dos fornecedores na prospecção de novos clientes e no surgimento de novos empreendedores”, avalia.
Novo portal As empresas interessadas em fazer parte do Qualisol Brasil deverão se inscrever no novo portal do programa (www.qualisol.org.br), previsto para entrar em operação em novembro. O portal terá uma área restrita para empresas e profissionais se cadastrarem para participar do programa e obter o certificado online. Nesse portal, os consumidores poderão consultar informações das empresas participantes online, com cadastro positivo. Bastará fazer a busca por nome da empresa/ profissional, CNPJ ou código de registro do Qualisol. Este é mais um serviço oferecido aos participantes do programa. As empresas que cumprirem os requisitos do programa poderão solicitar placas de identificação com o logo do Qualisol para exibição desse selo de qualidade em seu estabelecimento comercial.
Certificação profissional Uma das exigências do Qualisol Brasil é a certificação dos profissionais que atuam na fabricação, projeto, revenda e instalação dos sistemas de aquecimento solar. A certificação profissional comprova que o profissional possui a
18 I Qualisol Programa prevê certificação Q1 - Instalador de SAS Básico, adotado nos programas de habitação de interesse social
qualificação necessária para executar essas atividades. O SENAI, órgão acreditado pelo Inmetro, está desenvolvendo a certificação de profissionais do setor termossolar, que incluirá a realização de exames teóricos e práticos. O processo de certificação avalia o desempenho profissional para comprovar a capacidade na atividade conforme as Normas Brasileiras de Ocupação/Associação Brasileira de Normas Técnicas ou normas de competência elaboradas pelo SENAI. Nesta segunda fase, as empresas participantes devem ter no quadro de funcionários profissionais certificados pelo SENAI. As provas para certificação elaboradas pelo órgão estarão disponíveis ainda em 2015. O Qualisol passará a
exigir essa certificação seis meses depois que o SENAI iniciar a oferta de exames e provas. Estão previstos cinco níveis de certificação. Inicialmente, o SENAI oferecerá os dois primeiros níveis: o Q1 - Instalador de SAS Básico (Habitações de Interesse Social) e o Q2 - Instalador de SAS Intermediário (circuito hidráulico aberto). Mais adiante serão oferecidos os níveis Q3 - Instalador de SAS Avançado (circuito hidráulico fechado); Q4 - Instalador de SAS (piscina) e Q5 - Instalador de SAS Pleno (circuito hidráulico fechado e piscinas).
Segunda fase do Programa Qualisol Aquecimento Solar de Água Central Escopo
Certificação mínima Habilitação
C1 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)
Q1 (básico)
C2 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)
Q2 (intermediário)
Sistemas de baixa pressão em residências, comércio e serviços
C3 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI
Q3 (avançado)
Sistemas de alta pressão em residências, comércio e serviços
Q4 (pleno)
Sistemas de pequeno, médio e grande porte em qualquer mercado
C4 (somente empresas certificadas)
Aquecedores em habitações de interesse social
Aquecimento Solar de Piscinas Escopo
Certificação mínima Habilitação
P1 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)
Q4 (piscinas)
Sistemas para residências, comércio e serviços para piscinas até 40 m2
P2 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)
Q5 (pleno)
Sistemas para residências, comércio e serviços para piscinas até 100 m2
P3 (somente empresas certificadas)
Q5 (pleno)
Sistemas para residências, comércio, serviços e outros de grande porte (até ou acima de 100 m2)
Qualisol I 19
SENAI: programa valoriza profissionais A apresentação do novo Qualisol Brasil durante o 3º CB-Sol foi seguida pela palestra de Nelson Massaia, especialista em Desenvolvimento Industrial no SENAI Nacional. Desde a década de 1990, o SENAI atua no processo de certificação de pessoas. Em 2007 constituiu o Sistema Senai de Certificação de Pessoas, organismo acreditado pelo Inmetro, que mantém 13 centros de exames práticos e teóricos no país. Massaia iniciou a palestra falando sobre certificação de competências, processo que envolve a avaliação e reconhecimento das competências de uma pessoa, independentemente da forma como foram adquiridas. Esse processo é composto por um conjunto de exames que podem ser escritos e/ou práticos, acompanhados ou não de questões orais. Os exames podem ser realizados em oficinas ou em situações reais de trabalho. Dentro da certificação de competências, o mercado prevê exigências diferentes para a certificação profissional e a certificação de pessoas A certificação de pessoas tem relação com normas da ABNT, demandas de mercado, emissão de certificados e diplomas com prazo de validade e monitoramento e atualização.
“A certificação profissional tem relação direta com currículo de cursos regulares: é baseada na legislação educacional e a emissão de certificados e diplomas sem prazo de validade”, descreveu Massaia. Já a certificação de pessoas pode ser voluntária ou compulsória e está prevista na ABNT NBR ISO/IEC 17024:2013. É realizada por organismo independente, que não participa da formação ou da inserção do profissional no mercado de trabalho. A certificação de pessoas tem como objetivos assegurar o nível de competência dos trabalhadores; garantir a qualidade do trabalho aliada às novas tendências e tecnologias do mercado; prover satisfação e motivação aos profissionais que querem evoluir profissionalmente; e valorizar os profissionais de diferentes níveis de competência. Com tudo isso, o consumidor é também beneficiado. Essa certificação tem como princípios a imparcialidade, confidencialidade e a transparência. A avaliação deve ser válida/confiável, precisa/fidedigna, justa/ suficiente, viável/prática. Nelson Massaia salientou as políticas que regem o Sistema Senai de Certificação de Pessoas (SSCP) e que preveem: oferecer serviços acessíveis a todas as pessoas elegíveis; ser justo, independente e imparcial em relação a seus solicitantes, candidatos e pessoas certificadas, inclusive seus empregadores e clientes; contribuir para elevação da qualificação e níveis de desempenho dos profissionais da indústria; promover a inclusão social e atender à diversidade. Pressupõem também tomar todas as medidas possíveis para garantir a imparcialidade, a ética, a eficácia, a confidencialidade, a segurança e a sustentabilidade em suas atividades.
Etapas da certificação A elaboração de um processo de certificação envolve etapas como a identificação das demandas do mercado; análise de normas e regulamentos legais; definição de perfil profissional; esquema de certificação; elaboração de instrumentos de avaliação; aplicação de exames e entrega de resultados. O SSCP já concede certificação para diversas atividades em áreas como soldagem, turismo, construção civil, setor têxtil e vestuário, setor automotivo, área de petróleo e gás e metalmecânica. E está concluindo os preparativos para oferecer a certificação para profissionais do aquecimento solar de água. Esse processo demandou reuniões e discussões com diversos agentes do setor, inclusive o DASOL, até chegar a um formato que atendesse às necessidades do mercado solar térmico. Mais informações sobre as certificações oferecidas pelo SSCP estão disponíveis no site www.senai.br/certificacao.
Fotos: Manut Energias
20 I Case Solar Lucas Miraglia Ribeiro e André Luiz F. Ribeiro
Sistema central de aquecimento solar com 60 m2 de área coletora leva água quente a todos os apartamentos
Empresa une projeto e execução em condomínio de alto luxo em BH Em Belo Horizonte, a construtora Agmar soma a seu portfolio mais um edifício residencial de alto padrão que faz uso da tecnologia solar para aquecimento de água. O Edifício Biarritz é composto por 14 andares, um apartamento por andar com 230 m² cada e quatro suítes, todas com água quente. O sistema de aquecimento solar é composto por 60 m² de área coletora com classificação A do Inmetro, volume de armazenamento de 6.000 litros e apoio a gás que garante o fornecimento de água quente quando necessário em dias não favoráveis. Toda a montagem foi de responsabilidade da Manut Energias, que atuou ativamente no processo de integração entre os projetos do sistema, instalação e comissionamento da obra. A experiência da empresa em manutenção preventiva e corretiva de sistemas de aquecimento central em condomínios contribuiu para compatibilizar todas as fases implantação do sistema, visando eficiência aliada à manutenção. O engenheiro Leonardo Avelar Pires, responsável técnico da Manut Energias, enfatiza a importância dos detalhes na execução do projeto para otimizar os resultados. Leonardo destaca alguns itens que contribuíram para a eficiência do sistema central de aquecimento de água do Edifício Biarritz. “A automatização do acionamento do sistema de recirculação de prumada permite reduzir o desperdício com a diminuição do tempo de espera da chegada da água quente no ponto de consumo. Além disso, os controladores digitais de acionamento do solar e dos aquecedores permitem ajustes
mais precisos ao funcionamento do sistema de acordo com os horários de pico de consumo do condomínio, resultando em redução do consumo de gás.” Outro ponto fundamental para o ajuste e economia do sistema foi a regulagem das vazões. A instalação de redutores de vazão nos pontos de consumo e regulagem das válvulas redutoras de pressão contribuíram para reduzir o consumo de água sem a perda de conforto para o morador. Pontos básicos também foram atentamente observados, como as normas técnicas de instalação e o isolamento térmico de toda a tubulação de água quente com materiais de qualidade comprovada. Para agilizar diagnósticos e facilitar os procedimentos de manutenção, foi instalado um sistema de monitoramento na portaria, indicando a temperatura do sistema e informando casos de falta de água na caixa superior com travamento automático das bombas de recirculação. O sistema ainda informa se houver falha de alguma das bombas. A Manut Energias trabalhou em sintonia com a construtora e os projetistas neste empreendimento, visando conciliar as partes envolvidas desde as definições iniciais do projeto até a entrega aos condôminos e acompanhamento em manutenções periódicas para garantir um sistema eficiente, econômico e durável. As informações são de responsabilidade da Manut Energias.
Manut Energias
www.manutenergias.com.br
Case Solar I 21
Fotos: Soletrol/Divulgação
Sol aquece 2,2 milhões de litros de água por ano no Sesi de Mogi das Cruzes
Aquecedor garante expressiva economia de energia elétrica
Os vestiários do Sesi de Mogi das Cruzes (SP) são muito frequentados e a alta utilização de 26 chuveiros elétricos para aquecer a média de 500 banhos diários acarretava uma elevada necessidade de manutenção dos equipamentos, um excesso de consumo elétrico e alto custo da conta de energia elétrica. Em 2012, o Sesi encontrou no sol a solução para economizar eletricidade, ao contratar uma empresa especializada em projetos de energia solar térmica que optou pelos aquecedores Soletrol para prover muita economia. Foram instalados 80 coletores solares de 2,0 m2, com classificação A no Inmetro. Os 160 m2 de área total coletora de irradiação solar têm o objetivo de aquecer 6.000 litros de água à temperatura de 55°C, que fica armazenada em dois reservatórios térmicos de 3.000 litros, de baixa pressão. O projeto previa a interligação do aquecedor solar ao sistema pressurizado de água fria do Sesi, promovendo o aquecimento da água por meio da placa trocadora de calor, o que caracteriza o sistema como indireto – quando a água aquecida pelo solar não é a água que atende o ponto de consumo. O sistema possui ainda válvula misturadora automática, programada para entregar a água no ponto de consumo à temperatura de 37°C. Quando a temperatura é insuficiente, o sistema de backup – chuveiros eletrônicos inteligentes, que substituíram os antigos e gastadores chuveiros elétri-
cos – eleva a temperatura até 39°C. A decisão de colocar o backup na ponta do consumo, e não no solar, foi motivada pela grande distância entre o sistema de aquecimento solar e os banheiros, evitando, assim, gastos com a recirculação de água nas prumadas da edificação. A fase de pré-projeto teve início em dezembro de 2012 e o sistema foi entregue em junho de 2013, totalizando seis meses da contratação à instalação. O Sesi de Mogi das Cruzes, que utiliza a média anual de 2,19 milhões de litros de água aquecida pelos aquecedores Soletrol, informou que vem aferindo expressiva economia de energia elétrica. Este resultado motivou a entidade a utilizar o sol para aquecer os banhos das unidades do Sesi em Araraquara, Marília, Santo André e Diadema, para as quais os projetos de implementação do sistema de aquecimento solar já foram desenvolvidos. Soletrol Aquecedores Solares As informações são de www.soletrol.com.br responsabilidade da Soletrol.
22 I Notícias do Dasol
Com heliotermia, aquecimento solar no Brasil tende a crescer Durante palestra no evento Dia da Indústria Heliotérmica 2015, o presidente do DASOL-ABRAVA Luís Augusto Ferrari Mazzon ressaltou que a heliotermia pode contribuir para o setor de aquecimento de água no Brasil. O evento, realizado nos dias 29 e 30 de setembro em São Paulo, contou com o apoio da GIZ (agência de cooperação alemã) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Segundo Luís Augusto Ferrari Mazzon, é preciso colocar as tecnologias solar térmica convencional e heliotérmicas no mesmo patamar de importância das fotovoltaicas. As duas primeiras podem podem ser desenvolvidas no País, enquanto as fotovoltaicas dependem de importações. Ele também destacou as oportunidades da heliotermia para crescer dentro do setor de aquecimento de água no Brasil.
Cursos
Energia Heliotérmica
Memorando sela parceria entre ABRAVA-DASOL e GIZ A ABRAVA-DASOL e a GIZ formalizaram em outubro memorando de entendimentos para parceria de apoio e cooperação na aplicação e disseminação das tecnologias heliotérmicas para aproveitamento de calor em processos industriais. O documento prevê ações para o desenvolvimento de projetos de capacitação e pilotos para a inserção competitiva das tecnologias heliotérmicas e a divulgação dos resultados. O objetivo é formar base de estudos para que empresas e órgãos competentes possam aprimorar a aplicação dessa tecnologia e desenvolvimento de aspectos legais e regulamentação de sua utilização. A parceria do DASOL com a GIZ já vem de longos anos de relacionamento e em 2015 teve como ações a realização de dois cursos de energia heliotérmica na ABRAVA.
AGENDA SOLAR Em parceria com a GIZ (Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável), o DASOL promoveu no dia 2 de outubro o segundo Curso em 2015 de Energia Heliotérmica (CSP – Concentrating Solar Power). O curso de outubro foi ministrado pelo engenheiro industrial Johannes Tobias Schrüfer, que nos últimos dois anos coordenou para a empresa alemã IA Tech GmbH a implementação de estudo de potencial para integrar a tecnologia heliotérmica nas indústrias brasileiras para o fornecimento de calor de processo.
Projetista de SAS De 25 a 27 de novembro, o DASOL da ABRAVA oferece o curso Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar, ministrado pelo engenheiro Luciano Torres Pereira no auditório da ABRAVA em São Paulo. O objetivo do curso é discutir conceitos e aplicações de Sistemas de Aquecimento Solar - SAS e promover competências e habilidades envolvidas no dimensionamento, projeto e instalação. O conteúdo engloba aplicações para pequeno, médio e grande porte e aquecimento solar de piscinas.
2º Semestre 2015 25 a 27 de novembro – Das 9h às 18h Curso: Projetista de Sistema de Aquecimento Solar Auditório da ABRAVA-SP
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Inscrições no site do DASOL Acompanhe no site www.dasolabrava.org.br a programação de cursos do DASOL e faça ali mesmo sua inscrição. Empresas associadas e entidades apoiadoras têm desconto no valor dos cursos oferecidos. Mais informações: (11) 3361-7266, ramal 142 – cursos@dasolabrava.org.br