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ACIDIFICAÇÃO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA - CONHECIMENTO QUE POTENCIALIZA RESULTADOS

Por Bruno Magalhães, gerente de desenvolvimento de Mercado SQM VITAS Brasil

A SOLUÇÃO NUTRITIVA É O MEIO PELO QUAL SÃO OFERECIDOS ÁGUA E NUTRIENTES, DOIS DOS PRINCIPAIS FATORES DE PRODUÇÃO PARA AS PLANTAS.

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A constituição e as características da solução nutritiva fazem parte dos parâmetros que definirão a eficiência de absorção, o ritmo de desenvolvimento vegetativo, o potencial produtivo e, a qualidade dos frutos formados.

Existem vários fatores que devem ser considerados em uma solução nutricional, entre eles: a condutividade elétrica, que é uma grandeza relacionada à concentração de nutrientes e sais dissolvidos; o conhecimento de quais nutrientes estão presentes na solução e a relação entre eles, que determinará a capacidade de absorção através dos processos de sinergismo e antagonismo; o hábito de crescimento das plantas, definido principalmente pela relação estabelecida entre Nitrogênio e Potássio e, a qualidade da água utilizada na irrigação. E, no que se refere a dureza, que é a mensuração da concentração de carbonatos e bicarbonatos na água, informação importantíssima para evitar reações indesejadas na fertirrigação e entupimento de gotejadores, além da classificação da mesma para uso agrícola baseada na condutividade elétrica.

Nesse contexto um tema ganha um destaque especial, o pH, grandeza que determina a concentração de íons H+ na solução determinando o comportamento ácido ou básico do meio.

As condições de acidez e basicidade influenciam na biota do solo, na disponibilidade e absorção de nutrientes e no desenvolvimento das plantas.

Na agricultura a acidificação do meio é trabalhada em três aspectos principais. O primeiro deles é na formação da calda de pulverização, e essa ação é de fundamental importância para garantir alta eficiência de herbicidas, fungicidas e inseticidas, haja visto que cada um exige uma faixa adequada de pH para ativar a molécula do princípio ativo e manter a estabilidade da calda.

O sucesso da nutrição foliar também é dependente do pH, uma vez que em meio alcalino as reações de precipitação entre os elementos ocorrem com maior intensidade, gerando dessa forma um cenário de baixa eficiência na disponibilidade e absorção de nutrientes, além de entupimento dos filtros, perda da calda e possível fitotoxidez nas folhas.

A aplicação de ácidos também é comumente utilizada na limpeza e manutenção dos sistemas de irrigação e fertirrigação. Grande parte das impurezas que causam entupimento e obstrução dos labirintos dos gotejadores são precipitados insolúveis formados pela reação de diferentes elementos. Quando em meio neutro e alcalino esse tipo de precipitado tende a se formar mais facilmente e quando em meio ácido não há a formação do composto insolúvel.

Porém, numa realidade em que já exista o entupimento dos gotejadores pelo acúmulo de insolúveis é possível reverter a situação através da criação de um meio ácido durante um período de reação suficiente para solubilização desses precipitados.

Para atingirmos este objetivo precisamos adotar o seguinte procedimento: o primeiro ponto de atenção se relaciona com a seleção da fonte ácida a ser utilizada no processo de limpeza do sistema. O ideal é que se opte por fontes com poder tamponante, que é a capacidade de manter a estabilidade do pH na faixa desejada, e alta capacidade de neutralização. A dosagem do agente acidificador a ser utilizada varia de acordo com a capacidade de neutralização de carbonatos e bicarbonatos. Aqueles com menor poder de neutralização exigem maior dosagem, enquanto os produtos acidificantes com alto poder de neutralização exigem dosagens menores.

Finalizada a etapa da seleção das fontes, iniciamos a etapa operacional do processo. Nesse momento é necessário pressurizar o sistema de irrigação até o momento em que todas as mangueiras estejam com água em seu interior e, com gotejadores ativos. Após definido esse momento de pressurização, devemos proceder a injeção do ácido no sistema. Para tal é necessário termos a informação de tempo de avanço,

que se refere ao tempo gasto para que o produto injetado na caixa de preparo atinja o ponto mais distante do setor de irrigação; respeitado esse tempo a uniformidade de concentração da solução ácida será maior e assim conseguimos atingir um alto nível de sucesso na limpeza do sistema.

Finalizada a etapa operacional, iniciamos o processo químico: nesse ponto é necessário um tempo de reação de no mínimo 6 horas para que haja a solubilização dos elementos obstruentes (figura 01 e 02).

(Figura 01) Componentes de gotejo com tratamento ácido e sem tratamento ácido.

(Figura 02) Mangueiras de irrigação sem tratamento ácido e com tratamento ácido.

Uma vez respeitado o tempo de reação devemos liberar os terminais das mangueiras de irrigação, pressurizar o sistema novamente e deixar lavar o interior das mesmas. Essa operação é de fundamental importância, uma vez que garantirá que todo o material seja expulso da mangueira por outra via que não seja os gotejadores.

Como resultado alcançado após a operação de limpeza do sistema de irrigação, teremos uma maior uniformidade na entrega de água e nutrientes. A terceira aplicabilidade do uso de acidificantes é relacionada à adequação da solução nutritiva disponível para as plantas.

O pH da solução é peça chave no que diz que respeito à disponibilidade de nutrientes para absorção pelas plantas, existindo uma faixa de valor de pH adequada para se obter melhores condições de absorção. A faixa que compreende os valores de 5,5 e 6,5 é aquela que consegue atender a maior quantidade de nutrientes (Figura 03).

(Figura 03) Disponibilidade dos nutrientes de acordo com o pH.

A adequação do pH do meio auxilia na melhor absorção de nutrientes pelas plantas e maior translocação destes nas plantas. Na figura 04 pode-se avaliar a concentração de fósforo na nervura central de folhas de tomate em quatro situações distintas: no tratamento 1 não foi oferecido nenhuma dosagem de P2O5 para as plantas; no tratamento 2 houve oferta de P2O5 via cobertura; o tratamento 3 contou com oferta de P2O5 via fonte ácida Dripsol Magnum P44; e o tratamento 4 a oferta de P2O5 foi realizada através de MAP.

Figura 04. Concentração de Fósforo (P) na nervura central da folha de acordo com as fontes utilizadas.

Os tratamentos conduzidos com a oferta de P2O5 via fontes ácidas demonstraram uma maior eficiência na absorção e concentração de P-Foliar, sendo que o tratamento com Dripsol Magnum P44 sobressaiu-se em relação ao MAP, uma vez que possui maior poder de neutralização e efeito tamponante. Outra evidência positiva da interferência do pH na absorção dos nutrientes é evidenciada através da análise do conteúdo de Potássio e Magnésio em pecíolos de videira (figura 05).

(Figura 05) Concentração de Potássio e Magnésio-Foliar em diferentes faixas de pH da solução nutritiva.

Ao se trabalhar o pH da solução nutritiva entregue às plantas é importante se atentar ao valor que será mantido na rizosfera. Nas situações em que o pH se mantém abaixo de 5,0 por longos períodos de tempo pode ocorrer a perda de cátions pelas raízes para que se consiga manter o equilíbrio iônico, o que acaba por configurar perda da eficiência nutricional das plantas.

As diversas fontes de nutrientes se comportam de maneiras distintas em relação ao pH. Existem aquelas com poder de acidificação e aquelas com efeito de basicidade, e a escolha da fonte adequada ao manejo nutricional interferirá no balanço iônico e manutenção do pH na solução nutritiva.

Dentro desse contexto existem algumas tecnologias que conferem aos nutrientes uma menor dependência do pH para atingir sua máxima disponibilidade. Um exemplo disso são os polímeros de quelatos.

Esses polímeros tem como função se ligar aos nutrientes através de ligações químicas e deixando-os protegidos de reações indesejadas e que resultam em indisponibilidade. Para que um nutriente seja capaz de reagir com os quelatos ele precisa seguir 2 regras essenciais, a primeira rege que deve se tratar de um metal, e a segunda que seja um cátion com valência +2 ou +3.

A ligação do quelato com o nutriente o torna mais estável em uma ampla faixa de pH (figura 06).

(Figura 06) Estabilidade dos nutrientes ligados ao agente EDTA em diferentes faixas de pH.

Além de evitar reações de precipitação com outros nutrientes como o Fósforo (figura 07).

(Figura 7) Reação de precipitação existente na presença de Cobre e Fósforo na solução, formação de Fosfato de Cobre que é insolúvel.

Portanto, para conseguirmos atingir os bons resultados esperados na cultura devemos sempre respeitar as escolhas das melhores fontes, garantindo sinergia de absorção entre os nutrientes, aliados à adequação do pH da solução nutritiva dentro de uma faixa que garanta a máxima disponibilidade de nutrientes e reduza o risco de reações de incompatibilidade e adsorção em estruturas do solo.

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João Ferreira

EXPEDIENTE Tomate Brasil em Revista www.tomatebrasil.com.br Grupo de debates Tomate Brasil Fundado em 24/01/2016

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