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Editorial Foto: Nadeem Mazhar

Ondas se acalmam, ventos cessam e até terremotos diminuem sua frequência. Da mesma forma que as inquietações da natureza passam, as econômicas também. E isso ficou muito claro ao visitarmos a edição 2016 da International Textile Machinery Exhibition, a ITM, que mais uma vez abriu suas portas na Turquia e mostrou o que há de mais moderno em maquinários têxteis. Muitos deles já antecipados aqui na última edição. O fato é que entre todos os presentes, via-se o mesmo semblante, a Ricardo Haydu mesma gana de fechar negócios e moDiretor-Presidente vimentar o setor. Quando perguntados da Revista Têxtil sobre a crise global e o que fazer, a resposta de todos era a mesma: investir. Ao invés de focar na instabilidade, a ideia é concentrar energia no que fazer depois que ela acabar. E esse espírito pode e deve ser aproveitado pelos empresários brasileiros. Embora passemos atualmente por mudanças nas esferas políticas e por tempos de incerteza econômica, não se deve deixar de investir, pois essa é a melhor forma de ser lembrado quando o pior passar. E como o melhor jeito de seguir adiante é a inovação, esta edição da Revista Têxtil está focada em tecnologia. Veja nossa matéria especial com as inovações que são medalha de ouro no setor têxtil e também as principais novidades que conferimos de perto na ITM 2016, em Istambul. Das quais, algumas já tem data para chegar ao Brasil na 15ªedição da Febratex (Feira Brasileira para a Indústria Têxtil-Blumenau), evento que reunirá mais de 400 expositores e irá, dentre outras atrações, apresentar o Fórum de Palestras ABTT, que irá propor debates como a mesa redonda sobre estamparia digital. E contará com a cobertura da Revista Têxtil, claro. E ainda, leia nossa matéria com tudo o que aconteceu no Congresso Internacional Abit, onde empresários se reuniram para discutir os desafios do mercado no Brasil. O que fazer em tempos de variação do dólar e quais os rumos do setor durante a crise, bem como o novo perfil do consumidor, dentre outros tópicos.

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Sumário

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MERCADO ENTREVISTA CAPA LANÇAMENTOS ABTT ABIT SINDITÊXTIL EVENTOS TECNOLOGIA

ANUNCIANTES RIETER TOYOTA BRÜCKNER MATHIS SSM TABATEX AVANÇO

03 05 07 11 13 15 17

NILIT MILAINOX INDACO TRÜTZSCHLER SILMAQ SINTEQUÍMICA WEKO

19 23 23 25 27 29 31

CACR TREMEMBÉ _

35 39

SPG LECTRA GOTEX

2ª CAPA 3ª CAPA 4ª CAPA

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Mercado

Setor têxtil dá sinais de recuperação da crise econômica

Reinaldo Rozzatti, Cesar Corradi e Carlos Bazela

Fotos: Ricardo K

Congresso Internacional Abit reuniu empresários do segmento para discutir os rumos do segmento no Brasil e no mundo

O

setor têxtil começa a reverter o cenário atual de retração nos negócios provocada pela crise econômica no Brasil. Essa foi uma das constatações do Congresso Internacional Abit, que aconteceu entre os dias 01 e 02 de junho no hotel Sheraton, dentro do complexo do WTC em São Paulo (SP). O evento reuniu cerca de 400 empresários do segmento e, além dos rumos dos negócios no País, discutiu temas como tecnologia, inovação e, principalmente, como capitalizar clientes. “O setor acompanhou o cenário de queda nos negócios, mas agora começamos a observar uma pequena mudança, já

que a crise era de confiança no governo e não no País”, comenta o presidente do conselho de administração da Abit, Rafael Cervone Netto. Segundo pesquisa da Abit, os empresários já preveem realizar contratações, depois de reduzir significativamente o número de demissões em abril. “O segmento têxtil foi um dos primeiros a se instalar no Brasil e vem se consolidando ao longo das décadas até chegar ao patamar atual, responsável por empregar 1,5 milhão de trabalhadores e pela geração de R$ 126 bilhões de riquezas para o País”, revela secretário executivo do Ministério

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Mercado da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Fernando de Magalhães Furlan.

Investir para produzir

O segmento investe pesado em tecnologia. Para se ter uma ideia, só em 2014, foram cerca de US$ 1 bilhão em modernização, compra de máquinas e equipamentos. Essas medidas contribuíram para o setor ocupar o quarto lugar no ranking mundial de produção de vestuário e o quinto em produção têxtil. São 5,5 bilhões de peças confeccionadas por ano. “Nossa moda é reconhecida internacionalmente e muitos compradores, tanto da Europa quanto dos Estados Unidos, vêm para comprar produtos aqui. Temos que explorar isso”, enfatiza Furlan. Neste sentido o MDIC criou o programa Brasil Mais Produtivo, para atender 3000 empresas industriais de pequeno e médio porte em todo o país, com o objetivo de aumentar a produtividade através da redução dos desperdícios, do tempo de espera, do número de defeitos, agilizando o transporte e melhorando o processamento. Sua meta é uma redução de 20%.

A sinalização de uma diminuição das importações de têxteis e uma retomada das exportações e o atual câmbio deixa o Brasil competitivo novamente. De acordo com o balanço da Abit, houve queda de 60% nas importações de vestuário em abril na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Com isso, o déficit da balança comercial saiu de US$ 2,1 bilhões negativos para US$ 1 bilhão, na comparação dos primeiros quatro meses deste ano com o mesmo período do ano passado. “As empresas estão cada vez mais eficientes e a busca por produtividade é ainda mais importante neste momento”, considera Cervone. Neste sentido, a tecnologia aparece como grande aliada do setor têxtil para garantir melhor produtividade, otimização dos custos, eficiência logística e produtos que atendam às expectativas do consumidor.

Internacionalização

No primeiro painel, sobre internacionalização, tivemos a fala do Sr. David Barioni, presidente da Apex-Brasil: meta é fechar o ano com R$ 1 bilhão

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Mercado

em exportações. Segundo ele, o comércio exterior é uma alternativa para as empresas driblarem a crise e alcançarem o crescimento dos negócios. Uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) mostra que 83,6% dos entrevistados consideram que a expansão internacional é altamente importante para o sucesso da empresa. Com o intuito de promover a internacionalização das companhias brasileiras, a Apex-Brasil apoia mais de 70 projetos setoriais relacionados ao comércio exterior, incluindo o Texbrasil - Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido em parceria com a Abit há 15 anos. De acordo com o gerente executivo de exportação da Apex-Brasil, Christiano Lima Braga, durante esse período foram realizadas cerca de 6 mil ações de promoções comerciais, que beneficiaram mais de 1.500 empresas participantes e que contaram com investimentos de R$ 300 milhões. As exportações do projeto já ultrapassaram US$ 4 bilhões. A agência apoiou ainda 324 feiras internacionais que movimentaram mais de US$ 240 milhões e a vinda de 1.196 compradores internacionais, garantindo uma geração de US$ 88 milhões em negócios. “O Bra-

sil é referência mundial no setor têxtil e a Apex, por meio de programas como o Texbrasil, tem apoiado a internacionalização dessas empresas”, diz Braga, ao explicar que o Texbrasil tem o objetivo de promover a inserção no mercado internacional das empresas de toda a cadeia – fiação, beneficiamento, tecelagem, produtos de vestuário e cama, mesa e banho, além do segmento de tecidos técnicos. Algumas medidas governamentais poderiam contribuir com a internacionalização das companhias brasileiras. A presidente da área de comércio internacional e relações governamentais da Sandler, Travis & Rosenberg, PA, Nicole Collinson, considera que os acordos comerciais entre os países poderiam ajudar a promover a indústria têxtil fora do território nacional. “O Brasil pode fazer acordos bilaterais e ainda manter-se competitivo”, considera Collinson. “O País tem grande potencial e muitas oportunidades podem surgir para o setor têxtil e de vestuário (com os acordos bilaterais)”.

Cases de Sucesso

Alguns executivos palestraram contando seus cases de sucesso em internacionalização, como Alexandre Cobra, CEO da Adriana Degreas, que fa-

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Mercado

Da esquerda pra direita: Achim Berg, Alessandro Pascolato, Alexandre Cobra, Christiano Braga, Lars Leber, Linda Keppinger, Lorna Hall, Luiza Trojano, Mário Sette, Mike Fralix, Nicole Collinson, Paulo Macedo e Rafael Cervone

lou sobre a ascensão da marca Adriana Degreas, em 2011 com o showroom em Nova York e Paris e que o grande balizador deste crescimento foi ter produtos desenvolvidos desde a origem com um design diferenciado. César e Adriana Degreas, os designers em beach wear trabalham sobre pilares importantes, como a grande interação da equipe. Já sobre mercado, revelou o interesse da marca no mercado de luxo brasileiro, mas o foco nos Estados Unidos, para onde vão a maior parte das vendas. E com especial atenção para a França, berço da moda e importante mercado para a internacionalização de têxteis e confecção; Sobre o modelo de negócios, o executivo evidenciou a importância de buscar o consumidor. “Antes você ficava esperando o cliente, hoje você tem que ir até ele”, disse ele, advertindo para se ter cuidado com parcerias erradas, não fazer estudos sobre viabilidade de produtos e eliminar práticas empresariais rígidas.

A experiência de expandir além da fronteira

Já Mário Sette, Vice-Presidente Comercial da Coteminas contou que o processo de internacionalização da Coteminas começou em 1977, ingenuamente para a

Argentina como experiência para em 2002 entrar nos EUA. Segundo ele, houve embates,como as legislações fiscal e trabalhista, além dos aspectos culturais. Eles começaram primeiro com uma aliança estratégica e depois seguiram com a internacionalização. “Muitos percalços, aprendemos a desenvolver potencialidades para substituir os expatriados, definir rapidamente a nova equipe de comando, a Coteminas chegou a ter 150 técnicos brasileiros nos EUA, e após alguns anos achamos melhor retornar a fabricação no Brasil, desmontar a estrutura lá e montar aqui”, contou. O executivo ainda revelou que o processo trouxe muito conhecimento sobre as experiências vividas em contexto com outras culturas, apresentou a importância de fortalecer a integração vivendo com os nativos e compartilhando de outra língua.

Potencial de exportações

Achim Berg, sócio da McKinsey & Company falou sobre qual o papel da América Latina e dos estudos com compradores dos EUA e União Europeia. De acordo com ele, temos um mercado muito volátil e vemos que o varejo está meio estagnado e os preços dos vestuários devem aumentar. Revista Têxtil #744 I 09

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Mercado “Vendo o mercado global achamos grandes diferenças, outros players tem crescido muito se comparado a América Latina e Sul América, um mercado que tem 4% das exportações e tem grande possibilidade de melhorar. O Brasil não teve um aumento significativo das exportações e a explicação é que grande parte dos produtos são consumidos internamente, o aumento das exportações para a China não mudou proporcionalmente o consumo”, explicou. O sócio disse ainda que outra tendência que se anuncia na UE é a procura por compras mais próximas, especialistas acham que México e Caribe vão ter um aumento das exportações. Um dos motivos é a crise de 2009, que teve um impacto significativo e o mercado ainda não voltou ao normal. Outro indicativo, para o consultor, é que os compradores estão querendo sair da China e estão dispostos a investir em outros mercados, como a América Latina.

No varejo

Um dos painéis do evento teve como tema o varejo e analisou empresas de sucesso, como o Grupo Magazine Luiza, que conta com mais de 36 milhões de clientes e uma gestão de pessoas que tem sido reconhecida e premiada várias vezes por diversas instituições ”porque faz parte da nossa essência a excelência no desenvolvimento humano, que sempre foi e continua sendo a prioridade da empresa”, segundo Luiza Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza. “Somos uma companhia que tem progredido consistentemente ao longo dos anos, combinando crescimento orgânico e aquisições. Mais do que números, temos uma cultura centrada na valorização de pessoas e colaboradores, como já mencionamos, bem como na transparência de nossas ações e decisões e na ênfase especial que damos ao relacionamento com nossos clientes”, contou ela. A executiva ainda revelou suas preocupações com o cenário econômico atual “Três coisas movem o varejo e elas são o aumento de renda, o pleno emprego e o acesso ao crédito. O emprego caiu demais, a renda caiu demais e as pessoas não estão buscando crédito”. Contudo, ela se mostrou otimista. “Parece que agora a economia está encontrando uma luz no fim do túnel”.

Vendas com crise de identidade

O varejo está passando por uma crise de identidade e no momento, pelo mundo todo, estar se pensando o que tem que mudar. Este foi o mote da apresentação intitulada: As novas regras do varejo, de Lorna Hall, Gerente de inteligência de mercado na WGSN, empresa jovem que se reorganizou e reestruturou a sua equipe. Investindo em profissionais de engenharia e tecnologia para entender o setor e atender às necessidades dos consumidores. Segundo ela, esta percepção vem da ideia que tem que se atender o cliente de uma forma diferente. A forma como o varejo foi concebido e construído não funciona mais. É necessário mudar a sua história, analisar as novas tecnologias e mirar o destino das próximas gerações. Eles viram a necessidade de defender as novas tecnologias e fizeram parcerias com universidades e criaram algoritmos com possibilidades de aumentar as vendas em 40% e diminuíram em 20% o número de devoluções. “Em análises, os resultados das mudanças alcançadas a partir de rastreamento de compradores para ver as necessidades do pessoal que utiliza os produtos e quais as necessidades para superar as tarefas a serem cumpridas foram incorporadas aos produtos e com resultados muito bons. O varejo precisa acompanhar as mudanças”, completa Hall.

O novo cliente

Diversos empresários concordaram em dizer que o perfil do cliente está mudando e grande parte dessa evolução de perfil se deve à internet. O consumidor está cada vez mais conectado e isso se reflete na escolha do produto e na maneira como ele quer adquirir suas mercadorias. Em 2010, 54% dos compradores tinham acesso à internet. Esse percentual subiu para 82% em apenas cinco anos. Outro dado que chama atenção é que 80% dos jovens com menos de 20 anos visitam sites de varejo com frequência e 70% desses mesmos clientes compram produtos de sua marca preferida on-line. Aliado ao avanço tecnológico, ainda há o fato de que o novo consumidor quer itens mais personalizados. Diante deste novo perfil do comprador, tanto a indústria quanto o varejo estão tendo que se adaptar. Do lado da indústria, uma das estratégias adotadas é

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Mercado ouvir o consumidor antes de definir seus novos produtos. “Se antes o design guiava as coleções, hoje é o desejo do consumidor que determina peças que irão estampar as vitrines do mundo”, completou a executiva do Magazine Luiza. Nesse novo conceito de cliente, a relevância do consumidor se torna cada vez mais evidente dentro do negócio e não é só o último elo da cadeia e o varejista, que está preocupado em agradá-lo. Todos os setores da produção, desde o desenvolvimento de projetos, produção, logística e vendas devem estar interligados para garantir a satisfação do cliente, porque com a facilidade de comprar atualmente, ele vai buscar o concorrente, que pode ser encontrado em apenas um clique. “O cliente gosta de todo tipo de atendimento, indiferente do canal”, afirma Luiza Trajano, ao lembrar que inovação e atendimento devem caminhar juntos para garantir o bom desempenho nos negócios. Para Lars Leber, CEO do e-commerce de moda Oqvestir, o e-commerce já é uma realidade no mundo inteiro. E no Brasil trata-se de um segmento muito

forte que, no ano passado, movimentou cerca de R$ 40 bilhões. Com a venda de celulares sendo de três a quatro vezes maior do que a venda de computadores, a tendência é que em poucos anos todos os adultos do mundo vão ter acesso a um smartphone e, consequentemente, mais pessoas devem usar o canal virtual para adquirir produtos e serviços. Apesar disso, a estratégia de entrar no mundo online deve ser muito bem pensada, conforme alerta Lars Leber, CEO da Oqvestir – um dos maiores e-commerce de moda do mundo. Ele conta que a fidelização é um dos segredos para ter sucesso no mundo virtual. Para isso, é necessário prestar o melhor serviço, ter os melhores produtos e o melhor marketing para atrair clientes. “É importante superar as expectativas do cliente. Em São Paulo, por exemplo, 90% dos nossos pedidos são entregues no mesmo dia, mesmo com o nosso centro de distribuição em Belo Horizonte”, diz o executivo. O cliente faz a compra de manhã e recebe no fim do dia. “Essa surpresa que causamos ao cliente (de entregar o produto antes do prazo que ele estava esperando) gera o que chamamos de ‘efeito

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Mercado O Congresso Internacional Abit reuniu empresários para debater o presente e o futuro do mercado têxtil

uau’, o inesperado. O que é um ponto positivo neste processo de fidelizar o cliente”, conta Leber. Além disso, diz ele, quando se vende pela internet a principal comunicação com o comprador é a embalagem, por isso, é importante investir também neste item. As estratégias têm funcionado. Cerca de 80% das vendas da sua empresa são recorrentes.

A tecnologia e o consumidor

A gerente de Inteligência de Mercado do WGSN, Lorna Hall, concorda que o varejo precisa pensar no comprador de uma forma diferente e quais são os caminhos e ferramentas que podem ser usadas para continuar competitivo. “É fundamental se adaptar às necessidades do consumidor”. Para Mike Fralix, Presidente e CEO da TC Square, é importante que a indústria e o varejo estejam preparados para dar essa resposta rápida ao potencial do cliente. “Na década de 1970, o comprador fazia o pedido pelo catálogo e esperava de seis a sete semanas para receber a mercadoria. Hoje a média mundial é que o produto seja entregue em até três dias”, co-

mentou em sua palestra sobre produção customizada citando as impressoras 3D como exemplo para agilizar a produção e a entrega. Por falar em inovar nos processos, a estamparia digital também aparece como uma oportunidade de revolucionar os negócios. Mas, Isso não significa que substitua por inteiro o processo convencional. “Não vejo uma técnica se afastando da outra”, afirma Alessandro Pascolato. Presidente da Santaconstância. Segundo ele, há muitas tecnologias disponíveis no mercado, mas ainda não é um sistema que tem um custo acessível aos empresários. A estamparia digital garante que a imagem fique mais fotográfica e não há limitação no número de cores, por isso, os estilistas aderiram a esse modelo. Segundo o diretor de inovação da Tropos Lab, Paulo Renato Macedo, o empoderamento do jovem, a tecnologia e os novos padrões de consumo trouxeram uma nova tendência para o mercado. “Criatividade, qualidade e marca são fundamentais. Mas a mudança está mesmo na forma de oferecer, comercializar, gerir, entender e se relacionar com o cliente”.

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Mercado Ele afirma ainda que não há receita pronta para agradar esse novo perfil do consumidor. A dica, dizem os especialistas, é buscar o equilíbrio nas decisões. Elgar Straub, diretor executivo da VDMA, concorda. “O desafio é combinar a produção em massa com volumes menores. O fato é que cada empresa tem que gerir suas estratégias e, na maioria das vezes, guiada pelo consumidor final”, finaliza.

A importância da sustentabilidade

Produto personalizado, agilidade na entrega, compra on-line e bom atendimento estão entre os principais pontos considerados pelo consumidor na hora de decidir pela compra. Outro item que está ganhando força para esse novo perfil de cliente é a sustentabilidade. “O consumidor está mudando, está preocupado com o futuro e valoriza o que as empresas estão fazendo na área ambiental”, diz Linda Keppinger, CEO e Fundadora da Materials Move. Neste sentido, ela cita as medidas adotadas, por exemplo, pela Vicunha, que foi uma das primeiras empresas a adotar o algodão sustentável que causa menos impacto ambiental. E da Levis, que criou o primeiro jeans feito com material já usado pelo consumidor. “A camiseta usada pelo cliente é transformada em um novo produto”, revela. Para atrair o novo consumidor, mais consciente, o investimento em inovações de materiais é fundamental. Fazer mais com menos é palavra de ordem. Assim sendo, tem empresas usando os mais variados processos para apresentar um produto diferente, inovador e confortável ao cliente. “Há empresas que usam garrafas plásticas para produzir suas roupas. Com 18 garrafas de água é possível fazer um kit completo de uniforme de futebol (camiseta, bermuda e meião)”, conclui Keppinger. Ricardo Steinbruch, da Vicunha, conta que a empresa usa processos automatizados para reduzir as demandas ambientais, mas a sustentabilidade não é só ambiental. Ela tem que ser também social e econômica, afinal a empresa busca lucro. “É uma equação difícil, mas que estamos fazendo o melhor possível para alcançar êxito”. A empresa tem usado processos automatizados e isso contribui para reduzir as demandas ambientais. “O desafio é o cliente perceber a diferença e pagar por isso. Mas estamos Revista Têxtil #744 I 13

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Mercado As apresentações foram divididas em painéis com temas relevantes, como varejo e internacionalização

usando diversas parcerias tecnológicas para produzir usando menos recursos, como água e energia”, explica o executivo.

A era das startups

As startups, empresas criadas por grupos de pessoas com ideias inovadoras, estão revolucionando o mercado mundial e aos poucos começam a entrar também no universo têxtil. “Pensando no setor têxtil, podemos dizer que as startups podem atuar em toda a cadeia produtiva, desde a modelagem, logística e no e-commerce. A tecnologia pode ser usada ainda para reduzir as perdas e otimizar a produção”, revela presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Amure Pinho. Hoje são cerca de 4.000 unidades fazendo parte do universo de empresas cadastradas pela entidade. Não há dados estatísticos sobre o número de startups que atuam no setor têxtil. No entanto, algumas iniciativas mostram que trata-se de um mercado promissor. Entre eles está o Dujour, rede de moda que contou com o apoio da academia Wayra, aceleradora da Telefônica que faz parte do programa global Open Future da companhia, voltado ao empreendedorismo. A companhia investiu cerca de US$ 50 mil e ficou um ano no programa, oferecendo assessorias e treinamentos em diversas áreas, como marketing digital e vendas. “Hoje a Dujour já saiu do programa e está até ampliando sua área de atuação”, revela o

responsável pela aceleradora da Telefônica no Brasil, Renato Valente. O Itaú, apesar de não ser do ramo de tecnologia, também está investindo fortemente em projetos inovadores. O coordenador do Cubo - Inteligência de Mercado do Itaú, Lucas Mendes, conta que mais de 600 empresas já passaram pelo projeto que tem como missão fomentar o empreendedorismo tecnológico no Brasil. “A tendência é que as startups ganhem cada vez mais força dentro do mercado brasileiro, já que essa é uma maneira barata de combater a crise”, conclui Pinho.

Uma nova revolução industrial

O Congresso Abit ainda foi palco para o lançamento do livro A Quarta Revolução Industrial do Setor Têxtil e de Confecção: a visão de futuro para 2030’, do pesquisador e professor em engenharia têxtil e de produção, Flávio da Silveira Bruno. Na publicação, ele reúne alguns fatos do panorama atual e projeta o futuro. “A automação e a robotização estão evoluindo dentro do setor. Hoje já é perfeitamente possivelmente que todo o processo da confecção seja feito de forma virtual”, considera. “Desenvolvemos o estudo tendo em vista quatro grandes áreas: confecção, design, fibras e novos canais de comércio.” Durante quase dois anos, pesquisas e levantamentos em campo, no Brasil e em vários países, até o lançamento do trabalho, uma iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A obra é uma revisão de um estu-

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Mercado do criado em 2008, que projetava os caminhos das indústrias até 2023. Bruno explica que as tecnologias indicadas naquela época continuaram a ser desenvolvidas, mas era preciso aglutinar essas tecnologias e criar uma sinergia dentro dos vetores que foram traçados. Isto resultou no que passou a ser chamado de Confecção 4.0. “Hoje, é preciso entender a compressão do espaço-temporal da produção e do consumo. O consumidor quer comprar algo customizado, com bom preço, pela internet e receber em casa no dia seguinte. A cultura de produção padrão com grande escala utiliza máquinas do século XVIII e mão de obra do século XVII. Mas o mercado é muito maior do que antes, porém, é individualizado em cada consumidor. A produção tem que ser customizada, robotizada e com mão de obra super capacitada. Isso não é para o próximo século. É para agora e é muito menos caro do que se imagina.”

Produção mais eficiente

De fato a tecnologia da informação permite que o físico e o virtual possam convergir para tornar a produção mais eficiente, sem necessariamente ter que despender de muitos recursos financeiros. “Fábricas pequenas também podem aproveitar da tecnologia para tornar a produção mais eficiente e com menos impacto ambiental”, segundo Bruno. Neste sentido, explica o pesquisador, o Senai trabalha em produtos com base em inovação, tecnologia e automação para garantir uma manufatura mais ágil, flexível, integrada, eficiente e sustentável. A tendência que já está em curso é a virtualização e integração completa das unidades de produção. “Com a falta de costureiras e dificuldades em encontrar operador de máquinas, a robotização torna-se cada vez mais importante.” No Estados Unidos, pequenas empresas que fabricam camisas e até calças jeans para o Walmart têm o processo totalmente robotizado. “Se o Walmart está investindo nisso é sinal que o caminho é por aí mesmo”, avalia o especialista. Mas engana-se quem acha que isso vai representar redução de empregos. Para o pesquisador, com a robotização, os funcionários ficarão liberados para se capacitarem em trabalhos mais estratégicos dentro da companhia e as ações repetitivas ficarão a RT cargo das máquinas. Revista Têxtil #744 I 15

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Entrevista

Edouard Macquin:

As necessidades do consumidor e o futuro do segmento têxtil no Brasil Vice presidente executivo de vendas da Lectra fala sobre o cenário brasileiro

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oje o design tem que acompanhar o que o consumidor quer, customizar a produção, bem diferente do que é o varejo tradicional – com este comentário o vice-presidente executivo de vendas global da Lectra – empresa francesa de automação, Edouard Macquin, resumiu as necessidades do momento durante sua apresentação no Congresso Abit 2016. Para ele, é importante entender as expectativas do novo consumidor e conhecer o perfil de quem adquire seus produtos e serviços, se quiser que a sua empresa continue a crescer. Macquin considera que a geração de Millennials, jovens nascidos entre 1980 e 2000, é um público que deve ser analisado com atenção pelas empresas. “Eles representam 2,5 bilhões da população mundial. Em 2020, serão responsáveis por 40% de toda venda do varejo

Reinaldo Rozzatti e Cesar Corradi

Fotos: Ricardo K

e preferem compartilhar do que comprar.” Para essa nova geração, a tecnologia (comprar ou vender por meio da internet, por exemplo) é um modelo de negócio e não mais uma ferramenta. Uma maneira de se aproximar desse novo nicho de mercado é pela customização. “Tratar cada uma das pessoas como um comprador em potencial é importante e faz com que elas queiram voltar ao seu empreendimento”. De acordo com ele, a tendência é produzir só o que precisa e não mais estocar. Outra vantagem das coleções menores é que tende a diminuir também o tamanho das fábricas. Com grande volume de produção, as indústrias dependiam de grandes parques fabris. Mas com o preço do terreno valorizado nas grandes cidades, a produção era levada para outros municípios, es-

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Entrevista

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Entrevista tados e até países. Isso começa a mudar com produtos mais personalizados e coleções menores. Além disso, com o dólar mais caro, fica mais barato produzir em território nacional do que importar, o que deve levar a um outro paradigma na indústria da moda nacional. “Às vezes, é mais fácil produzir rápido e perto do que do outro lado do mundo”, avalia Macquin. Outra característica do novo consumidor é a agilidade em que ele quer ter os produtos e serviços. “Se está chovendo, o cliente vai querer a roupa de chuva na hora. Não daqui a uma semana”, enfatiza o executivo. Além de fundamentar os pontos de sua apresentação, Edouard Macquin concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Têxtil revelando os próximos passos da Lectra no País. Confira: Revista Têxtil: Quais são os maiores desafios da Lectra hoje? Edouard Macquin: Entender os nossos clientes e acompanhar as suas necessidades, muitos dos nossos clientes atingiram o estágio de empresas 4.0, esta nova revolução industrial ou as “Cyber industry”, empresas que tem tudo conectado, integrado em uma plataforma ou estão muito perto deste processo que vem avançando com força. RT.: Com sua experiência, já que morou no Brasil por alguns anos, como você vê o País neste contexto? EM.: O Brasil tem um mercado com uma configuração voltada à moda muito adequada, com muitas empresas verticais, com pensamentos e conceitos que estão avançando e trazendo novidades, plataformas “PLM” e o mais importante tentando atender ao consumidor. O Brasil tem um mercado que gosta de moda, procura a novidade e vai atrás para desenvolvê-la. RT.: E a nossa Indústria? EM.: Ainda hoje o industrial, principalmente brasileiro, encara a busca por tecnologia como um custo e não tem o olhar de investimento, o que causa ilhas de tecnologia espalhadas pelo País. Empresas que tem este foco estão “Up to date” com os lançamentos enquanto outras correm atrás de tecnologias sedimentadas, quase sempre em fim de processo e sempre estarão obsoletas.

RT.: E como mudar isso? EM.: A estratégia para o Brasil para os próximos 20 anos teria que ser com a atualização da tecnologia e aí mudar a cultura de que a mão de obra atrapalha na implementação de processos automatizados. Também é necessário investir na capacitação, em manutenção, em desenvolvimento e modelagem, com profissionais mais bem formados, entender que caimento e visual fazem parte do produto, modelagem digital, estudos para diminuição de gastos com desperdícios e foco na sustentabilidade. A Lectra investe em parcerias com as escolas de moda para disponibilizar novas tecnologias e treinamentos. Investimos muito em consultores e especialistas dentro da própria área de R & D. Atualmente a Lectra utiliza 9% do faturamento, cerca de 230 milhões de Euros em desenvolvimento e pesquisa e tem suas ações priorizadas em projetos de criação e aprimoramento de equipamentos, em áreas de projetos de máquinas e de software. RT.: Quais são as novidades? EM.: Temos muitos desenvolvimentos em novas gerações de equipamentos, se falarmos de máquinas de corte, 2/3 dos cortes de “Air Bag’s”, são feitos em máquinas Lectra. Temos novos desenvolvimento em máquinas de corte de couro, com softwares que vão evoluindo e ampliando para modelagem, encaixe e corte. Como já falamos, é necessário estar atento às necessidades dos clientes, analisando o mercado e investindo em novidades e tecnologias emergentes. RT.: Existem grandes projetos à vista? EM.: A Nike desenvolve um produto e pretende renovar o parque industrial nos maiores mercados EUA e China, com investimentos em especialistas e consultores. A Lectra, quando vende um pacote, ele inclui: além das máquinas, consultores especialistas que assessoram para a escolha de equipamentos adequados, de formas de trabalho eficientes e programas de manutenção efetivos e ainda realizam treinamento especializado.O Brasil é um mercado em desenvolvimento. Estamos atentos aos movimentos e aptos para a indicação das melhores opções para atender às suas RT necessidades.

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Entrevista

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Medalha de ouro em tecnologia

Reinaldo Rozzatti, Cesar Corradi e Carlos Bazela

Fotos: Ricardo K

Veja algumas inovações apresentadas em matéria-prima para roupas esportivas e saiba o que poderá trazer o tecido do futuro

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m agosto, os olhos do mundo todo estarão voltados para o Brasil por conta dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E com o mercado têxtil não será diferente. A cada nova medalha, uma vitória para os fabricantes que criaram as máquinas, os materiais e os processos que deram origem à roupa que o atleta está vestindo. Seja em quadra, na pista ou na piscina. Sendo assim, em clima de Olimpíadas, fomos até o Salão Moda Brasil para conhecer o que as empresas estão trazendo de mais moderno em matéria prima para que o País fique na vanguarda dos tecidos esportivos. “O consumidor quer uma roupa que ofereça muito mais que o básico, que são a proteção do corpo e o conforto. Ele quer uma roupa que possa expressar seu estilo de vida com visual atraente, mas com atributos tecnológicos”, comenta Renato Boaventura, presidente da unidade global de negócios Fibras do Grupo Solvay. Durante o Salão Moda Brasil 2016, o Grupo Solvay apresentou novidades para o segmento desenF1. Rhodia Emana

volvidas pela Rhodia, que desenvolve fios têxteis de poliamida com foco em produtos inteligentes e sustentáveis. Para isso, a empresa tem reforçado investimentos em pesquisa e inovação em sua fábrica localizada em Santo André, na Grande São Paulo. No local, foram aplicados em torno de R$ 50 milhões para implantação de novas máquinas e equipamentos. “Nosso pipeline de pesquisa e desenvolvimento de novas aplicações de fios têxteis de poliamida possui em torno de 20 projetos em diferentes fases de implementação. Temos trabalhado em novas ideias para acrescentar produtos ao nosso portfólio e auxiliar na expansão da indústria têxtil brasileira”, comenta Boaventura. Todo esse investimento já tem resultados. No Salão, a Rhodia mostrou a tecnologia Emana. A novidade consiste em um fio têxtil inteligente (Foto 1), que absorve o calor do corpo humano e o devolve sob a forma de raios infravermelhos longos. Estes raios interagem com o calor do corpo, estimulando a F2. Emana - Aplicação

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Capa microcirculação sanguínea e ajudando aos atletas a reduzir a fadiga muscular e obter recuperação mais rápida. De acordo com a Rhodia, os benefícios da fibra foram demonstrados em testes científicos realizados em universidades e institutos de pesquisa independentes, em mais de quatro anos de ensaios clínicos extensos. Além de melhorias de performance no esporte, o fio Emana também traz outros efeitos ao corpo, inclusive estéticos. Estudos realizados pela empresa junto ao Instituto Kosmoscience comprovam que os efeitos dessa fibra vão desde o aumento da elasticidade da pele até a redução dos sinais da celulite (Foto 2). A Rhodia ainda afirma que os benefícios das peças feitas com essa fibra são permanentes, independente do número de lavagens realizadas. Outro fornecedor de matéria-prima que já oferece hoje tecnologia do futuro em seus fios é a Nilit. A empresa, que também esteve presente no Salão Moda Brasil, levou ao evento algumas de suas inovações e entre elas estava o fio Nilit Innergy (fotos 3 e 4), que faz uso dos raios longos infravermelhos para auxiliar o corpo de quem veste. No caso da Nilit, os efeitos são quase terapêuticos, uma vez que a fabricante indica o uso dos fios Innergy na confecção de meias para serem usadas em longas viagens aéreas, por ativar a circulação (foto 5).

F3. Nilit Innergy

F4. Nilit Innergy

No dia-a-dia

Além do fio inovador Innergy, a Nilit levou ao evento algumas de suas tecnologias consagradas. A mais famosa é o fio de Nylon 6,6 Supplex. O material mais conhecido da empresa é geralmente empregado em roupas que modelam o corpo e é obtido por um processo de fiação e texturização com jatos de ar, que garante um toque natural muito semelhante ao do algodão, mas com respirabilidade maior e secagem rápida. Outro destaque da empresa no Salão foi o Nilit Breeze. Também composto por um fio de Nylon 6,6, que reduz a temperatura do corpo em até 1,7ºC. O efeito da redução de temperatura é o resultado de uma combinação de secção transversal especialmente projetada, com inserção de um aditivo inorgânico ao polímero. Mas, a grande novidade mesmo foi o Nilit Heat, que utiliza cascas de café

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Capa incorporadas ao polímero do fio por meio de nanotecnologia para criar isolamento térmico. De acordo com a empresa, o fio é naturalmente bacteriostático e tem alto poder desodorante, para oferecer conforto e proteção em dias muito frios. Já o Grupo Rosset, detentor da marca Lycra, levou ao Salão as roupas fitness desenvolvidas no projeto Ketten Sports (foto 6). Entre as novidades estão os tecidos esportivos que trazem fios com a tecnologia Solarmax da Invista, que se destacam pelo alto fator de proteção contra os raios UV com FPU50+, bloqueando 97.5% dos raios ultravioleta. “Tecidos com fio Lycra já têm sua qualidade reconhecida. Agora, combinada com a tecnologia Solarmax, passa a oferecer também proteção para sua pele, ou seja, muito mais liberdade de movimento, a qualquer hora do dia, sem preocupações”, comenta Denise Sakuma, Diretora de Negócios da INVISTA para América Latina Durante o Congresso Abit, alguns nomes fortes do setor também falaram do papel da tecnologia no setor têxtil e quais mudanças elas podem promover na vida das pessoas, sejam elas atletas de alto rendimento ou não. “Está em desenvolvimento um vestuário que ajuda a queimar calorias por meio de uma tecnologia de eletroestimulação. Baterias mandam a estimulação a sensores e as fibras do tecido a ramificam para toda a roupa, contribuindo para a perda de gordura localizada”, comenta o consultor da Singularity University - Califórnia, José Luis Cordeiro. Segundo Cordeiro, o projeto visa o desenvolvimento de um portfólio de protótipos personalizados e multifuncionais para atletas de alta competição que

ajuda a prevenir e tratar lesões, além de reduzir as dores. Os protótipos combinam materiais e estruturas funcionais, que comprimem e realizam electroestimulação na zona afetada, promovendo melhor retorno das correntes linfáticas e sanguíneas e acelerando a recuperação por meio do estímulo muscular. Outro projeto que já foi desenvolvido promete ajudar no tratamento do linfedema, patologia associada ao câncer da mama. Trata-se da manga elástica diagnóstica, que é munida de sensores, com leituras regulares da evolução do diâmetro e pressão no braço. Um software que recolhe os dados permitirá aos médicos um acompanhamento eficaz do paciente com esta doença. O consultor diz ainda que já existem estudos até para fazer da roupa infantil um aliado no bem-estar das crianças. E não estamos falando de conforto ou facilidade de lavar e secar. “É uma espécie de chip na roupa da criança, que vai monitorar o bebê enquanto dorme e, caso haja algum comportamento diferente, um sensor emite sinais para avisar aos pais”, explica ele. Diante deste cenário, “Em 20 anos veremos maismudanças tecnológicas do que nos últimos 2.000 anos”, prevê o consultor da Singularity University - Califórnia, José Luis Cordeiro. Ele estima que em 2045 a tecnologia vai alcançar o mesmo patamar da inteligência humana. “A internet das coisas já é uma realidade. Existe um projeto para que todas as pessoas do mundo tenham acesso à internet e isso deve acontecer em breve”, afirma Cordeiro ao considerar que isso trará um novo patamar tanto de consumo quanto de relacionamento com os produtos. “Estamos vivendo os tempos mais incríveis da história humana”, finaliza.

F6. Ketten Sport

Tecendo o futuro pelas fibras

O tecido do amanhã

Para o coordenador da Fibrenamics – plataforma internacional de inovação em materiais e produtos com base em fibras –, Fernando Cunha, o grande desafio do setor é inovar por meio das fibras. Na Universidade do Minho, em Portugal, ele explica que tem buscado o que há de mais inovador em fibras que darão vida a novos produtos. “Pesquisamos novas aplicações tanto para fibras convencionais, quanto para as que requerem cuidados especiais na aplicação de novas tecnologias”, conta o professor.

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Capa Entre os projetos em estudo pela Universidade está justamente a inovação mencionada por José Luiz Cordeiro: um vestuário que ajuda a queimar calorias por meio de uma tecnologia de eletroestimulação. Baterias mandam a estimulação a sensores e as fibras do tecido a ramificam para toda a roupa, contribuindo para a perda de gordura localizada. Por gerar valor à sociedade, podemos entender que a solução deve ser útil ao maior número de pessoas possível. E, claro, não deixar de ser acessível, para que se crie um mercado para ela. Ainda que no início das vendas – onde o preço ainda cobre os custos de pesquisa e desenvolvimento - isso seja uma meta difícil. Para tanto, Fernando Cunha insiste que é preciso se concentrar nas fibras dos tecidos e, principalmente, em novos materiais. “A inovação só é interessante se gerar valor ao mercado e à sociedade”, considera Cunha. “A fibra é a base que comanda todos os processos. O desafio é trabalhar com novos materiais e dar funcionalidade a essas

nanofibras. E as empresas estão atentas e atuando fortemente em inovações de materiais”, complementa o representante português.

O tecido e o computador

Sundaresan Jayaranab, professor da Georgia Institute of Technology, lembra que a computação teve início no fim do século 18 e início do século 19 com Basile Bouchon e Joseph-Marie Jacquard, que construíram os primeiros teares automatizados, por isso, por mais que muitos considerem que o setor não é suficientemente tecnológico, a inovação está na essência deste ramo de atividade. “É importante destacar que é possível transformar a economia por meio da inovação”. A nanotecnologia já tem sido aplicada amplamente na indústria têxtil e existem diversas pesquisas para colocar no mercado mais produtos ainda mais inovadores. “Os produtos têm que ser bonitos, estéticos e multifuncionais”. Ele considera que o tecido pode vir munido de tecnologia que ajude, por exemplo, a iden-

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José Luis Cordeiro, Fernando Cunha, Ana Paula Vendramini e Sundaresan Jayaranab

tificar se o usuário está tendo um problema de saúde ou se se envolveu em acidente de trânsito. “O tecido inteligente é um computador, com capacidade de pensar e agir, mas ao mesmo tempo tem que proteger e fazer a pessoa ficar linda”, diz o especialista. “Acredito que no futuro o médico terá na própria roupa dos pacientes sensores inteligentes que darão todo o histórico da pessoa”. Ele conta que têxteis e eletrônicos estão convergindo e até 2057 os fios e chips desaparecerão das camisetas e elas terão uma função muito além de vestir podendo, por exemplo, monitorar a frequência cardíaca. Testes neste sentido já estão ocorrendo no Instituto assim como estudos com tecido que avisa o local em que o soldado foi atingido, por exemplo.

Inovação e competitividade

Para Ana Paula Vendramini Maniero, gerente de negócios da GS1, a tecnologia também pode ser um fator de competitividade para as empresas do setor têxtil. É o caso da tecnologia RFID (sistema de identificação por rádio frequência), que tem sido amplamente usada neste segmento. “Entre os benefícios de utilização do RFID estão: diminuição no custo e reclamação, melhoria no despacho e retorno de item”, conta ela.

Essa tecnologia começou a ser usada na década de 1930 para identificar as aeronaves norte-americanas e evitar que fossem abatidas em conflitos. Mas desde 1980 expandiu para diversos setores. “Pode ser usada tanto em coisas simples, como o bilhete único do ônibus, até em situações mais complexas, como a geladeira avisar que o leite está acabando”, comenta Ana Paula. No setor têxtil, o RFID é utilizado para identificar os produtos. Nos Estados Unidos, 40% de todos os itens que saem da linha de produção das indústrias já têm o RFDI e 48% das fábricas estão implementando esse processo. Já no varejo, 47% contam com este sistema para identificar suas mercadorias. As indústrias contabilizam cerca de 80% de melhoria no despacho ou picking (separação e preparação de pedidos). “Contribui ainda para a autenticidade e ajuda nas ações contra pirataria, além de conseguir confirmar que o item foi entregue”, explica Ana Paula. Já no varejo, o RFID pode reduzir em até 96% os gastos com inventário em estoque. Com tantas inovações chegando para o setor têxtil, uma coisa é certa: seja no esporte ou mesmo no dia-a-dia, o tecido do futuro terá muitas outras funções além de cobrir o corpo das pessoas. E a indústria RT já sabe disso.

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SPGPrints lança Tintas Nebula ácidas HD Foto: Divulgação

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SPGPrints lançará sua nova linha de Tintas Nebula ácidas HD (Alta Densidade) para aplicações em moda praia, seda e lã, na Febratex 2016, que acontece de 9 a 12 de agosto, no Parque Vila Germânica, em Blumenau/SC. Elas podem ser usadas com qualquer impressora com cabeças de impressão Kyocera e se originam de uma formulação completamente nova, desenvolvida e produzida pela empresa, que oferece maior intensidade de cor e melhor execução. A nova gama de tinta é ideal para Lycra Poliamida (PA), itens de seda de luxo como echarpes e gravatas de alta costura e peças em lã. Segundo José Maria Alves, Diretor Geral da SPGPrints América Latina, a indústria de moda praia tem requisitos exigentes para impressoras têxteis quanto ao alto desempenho, cores vivas duráveis e desenhos complexos com detalhes cada vez mais elaborados. “As Tintas NEBULA ácidas HD cumprem com estas demandas, estabelecendo um novo patamar para aplicações”, destacou. As Tintas NEBULA ácidas HD atendem a todas as normas da indústria para cores e resistência à água e às especificações de todos os principais fabricantes de moda praia. As tintas estarão disponíveis a partir de setembro de 2016, inicialmente em CMYK, laranja, vermelho, azul e cinza. “Estas tintas representam tal avanço em termos químicos que a SPGPrints promoverá a supressão gradual de toda sua linha atual de tintas ácidas. Por isso, iremos fornecer todo o suporte a clientes durante a transição, e auxiliá-los a recalibrar os perfis de cor para executar novas tintas de alta densidade”, explicou. Outro destaque da empresa no evento é a estreia da Javelin para o Brasil e América Latina. Além de estar presente a máquina terá apresentações regulares durante o evento para que os visitantes possam conhecer de perto seu desempenho.

Projetada para produção anual de até dois milhões de metros, a impressora JAVELIN® apresenta a mesma tecnologia ARCHER (que nós detalhamos na página 14 de nossa última edição) e é ideal para empresas que desejam dar o primeiro passo na impressão digital têxtil, ou que têm necessidade de complementar sua capacidade existente. “O lançamento da impressora JAVELIN® fornece outra ferramenta poderosa para empresas que operam em um mercado altamente competitivo. Qualidade de impressão e tempo rápido para comercialização, esta tecnologia fornece o que os proprietários de marcas desejam e o que as estamparias têxteis precisam para ter vantagem competitiva”, conclui Alves Com ela, detalhes finos, meios tons, chapados e geométricos podem ser reproduzidos com precisão graças à capacidade variável de tamanho de gotas da Javelin (2pL - 10pL), que emprega leitura multiplas passadas com uma disposição de cabeças de impressão Fujifilm Dimatix para cobrir a largura de 1850mm com produção de imagens nítidas. RT

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ABTT

Palestras ABTT na FEBRATEX 2016 Cesar Corradi

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impressão digital têxtil obteve uma enorme evolução nos últimos anos em todo o mundo. Os equipamentos se tornaram mais confiáveis e grandes marcas ocuparam o espaço merecido e oferecem aos empresários: qualidade, versatilidade e criatividade possibilitando ao profissional têxtil a produção de peças únicas. A grande variedade de cores e o perfeito delinear dos contornos na estamparia digital oferecem inúmeras possibilidades para os segmentos de vestuário, moda, decoração, camisetas personalizadas, transfer, impressão inkjet em tecido e customização de ambientes. O mercado têxtil é um dos que mais estão sendo impactados pelas novas tecnologias da estamparia digital e, por isso mesmo, precisa ser dinâmico e atualizado. Visando isso a ABTT fará um fórum com as novas tecnologias do setor de estamparia digital, que estará disponível durante a 15ª edição da FEBRATEX – Feira Brasileira para a Indústria Têxtil, a maior feira do segmento na América Latina, que acontecerá entre os dias 9 e 12 de agosto de 2016, no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC), promovido pelo Grupo FCEM e pela ABTT. O Fórum ABTT trará os principais lançamentos mundiais em Tecnologia apresentados por profissionais de renome nacional e internacional reconhecidos no mercado Têxtil, Confecção e Moda além de produtores de máquinas e equipamentos, acessórios, insumos e matérias-primas para o segmento têxtil. Os visitantes da feira terão a oportunidade de participar de três eventos de tecnologia com foco em inovação e sustentabilidade: o Seminário de Tecnologia, com palestras mostrando as principais novidades no mercado; o CONTEXMOD, evento na área têxtil e de moda voltado para o meio acadêmico com participação de palestrantes nacionais e internacio-

nais representantes das mais conceituadas instituições de ensino do Brasil, especializadas nas áreas têxteis e de moda e o Fórum de Estamparia Digital Têxtil – com o Apoio da ABTT, ABIT e FCEM e patrocinado por Global Química & Moda, Epson, Dy Star, Golden Tecnology, SPG Prints, Sintequimica e pela WTIN, instituição especializada em Inteligência de mercado com foco têxtil. No Fórum digital, teremos a palestra de Tim Philips, referencia mundial no segmento de Estamparia digital Têxtil e diretor da empresa IMI Europe, abordando informações sobre o mercado digital têxtil com retrospectos e comparativos do passado e presente, além de perspectivas para o futuro. Após a apresentação será realizado um fórum de debate, com participação dos patrocinadores e mediado por Fernando Pimentel,Diretor Superintendente da ABIT. O evento é uma grande oportunidade para se discutir a necessidade dos substratos têxteis destinados ao tingimento ou a estamparia de exigirem uma preparação prévia. Hoje esta preparação, denomina-se beneficiamento primário e depende do processo de fabricação do tecido e da classe de fibra (natural, artificial ou sintética). Ele tem por finalidade tornar o tecido limpo, branco e receptivo aos tratamentos aquosos, tornando-se o mais higroscópico possível, a fim de favorecer a interação entre corante e fibra. No Seminário o destaque está sendo dado por modelos de negócios para a cadeia produtiva e de confecção; inovação e fontes de fomentos; Grandes tendências no mercado de varejo; química e tecnologia, uma parceria biossustentável e a quarta revolução industrial do setor têxtil e de confecção. A feira promete ser uma grande alavanca na reRT cuperação da indústria têxtil nacional.

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Abit Sinditêxtil

Manufatura avançada revolucionará o setor têxtil

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setor têxtil deverá migrar cada vez mais rapidamente do modelo de competitividade baseado na baixa remuneração do trabalho para um sistema industrial marcado pela automação modular, robotização, redes digitais de comunicação, novos materiais, a chamada internet das coisas e design inovador, além da produção mais ágil e customizada. Essa transição é tema do livro “A quarta Revolução Industrial do Setor Têxtil e de Confecção: A visão de Futuro para 2030”, coordenado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai (Senai CETIQT) e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A obra mostra com a evolução da economia têxtil está abrindo caminhos novos não previstos durante o processo de globalização. Segundo o presidente da Abit, Rafael Cervone, o consumidor e a indústria passarão a interagir mais, em um processo de coevolução. “Para o Brasil, a manufatura avançada significará ótima oportunidade de concorrer com a produção dos asiáticos e, ao mesmo tempo, implicará o desafio de disputar mercados, inclusive o interno, com países como Estados Unidos e os da União Europeia”, explica. A robotização é algo que se mostra cada vez mais barata e, nos próximos cinco ou 10 anos, deve tornar-se acessível a todos. No contexto das oportunidades, essa nova era de tecnologia abrirá um bom caminho para as pequenas confecções. Por exemplo, uma mini fábrica automatizada e integrada abrangerá o processamento de pedidos, design, modelagem, corte ótico, manipulação robótica, costura, acabamento e expedição, permitindo a produção personalizada, o que

gerará lucros duas ou até três vezes maiores do que o verificado nos processos convencionais. Para Cervone, esse processo promove uma nova geração de recursos humanos, pois um sistema robotizado e virtualizado requer trabalhadores mais qualificados e talentosos, aptos a lidarem com tecnologias altamente produtivas. O presidente da Abit faz um alerta, contudo, sobre a importância de se solucionarem antigos problemas brasileiros: impostos e juros elevadíssimos, insegurança jurídica e imprevisibilidade das políticas públicas, crescente desequilíbrio fiscal do Estado, desestabilizando a economia, encargos trabalhistas muito onerosos e excesso de burocracia. A remoção desses obstáculos contribuiria para o desenvolvimento do setor, assim como de toda a indústria de transformação e atividades produtivas no Brasil. Apesar de todos esses empecilhos, os têxteis e confeccionados têm conseguido avançar muito ao longo das últimas décadas e se preparam para um novo patamar tecnológico. Será um salto comparável à primeira revolução industrial, na qual se partiu da roda d’água para gerar energia e se chegou à eletricidade, transformando completamente a vida da população e os processos produtivos. Muitas mudanças deverão ocorrer em todos os setores nos próximos anos. Tal evolução favorece países, como o Brasil, que não adotaram baixos salários e descaso com normas ambientais como fatores de redução de custos. “Nossa indústria têxtil e de confecção já tem uma cultura enraizada de busca de qualidade, tecnologia e produtividade, respeito à dignidade do trabalho e compliance. Portanto, reúne todos os pressupostos para ingressar na era da manufatura RT avançada”, enfatiza Rafael Cervone.

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Eventos

Ceará Moda Contemporânea movimenta cadeia têxtil Salão focado em negócios atraiu visitantes de todo Brasil à região Nordeste

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Salão Ceará Moda Contemporânea, promovido pelo Sindconfecções-CE, Sindroupas-CE e Sinditêxtil-CE, que aconteceu no final de abril no Centro de Eventos do Ceará, superou as expectativas já na primeira edição. Com visitantes vindos de todo o País, o evento apresentou inovações tecnológicas e tendências para diferentes segmentos da moda, e proporcionou o fechamento de diversos negócios. Mais de três mil pessoas visitaram o Salão para conferir coleções e novos produtos de 60 empresas dos setores lingerie, moda praia, roupas femininas e masculinas, infantil e fitness, além de empresas de aviamentos e do setor têxtil. As marcas realizaram mini-desfiles para destacar suas criações. Para a superintendente do Sinditêxtil–CE, Kelly Whitehurst, o evento atendeu às expectativas, mesmo considerando a atual conjuntura econômica desfavorável que o Brasil se encontra. “Tanto na organização e na participação dos expositores, como na prospecção de novos contatos e efetivação de negócios, conseguimos mostrar o melhor da moda cearense para o mundo”, declarou.

Da Redação

Fotos: divulgação

tido de apoiar nossos confeccionistas. Não viemos para fechar negócios e sim para que eles fechem”, disse ela. Por mês, a Delfa produz 5 milhões de pares de bojo, que atendem unicamente ao mercado nacional. Na unidade fabril, também são feitos todos os elementos que compõem os bojos, como matriz, espuma e o tecido. Hoje, a empresa é dona de 90% do mercado no Ceará e também detém uma fatia de 20% em São Paulo. Ainda que o número pareça baixo, a Delfa ressalta que iniciou 2016 com apenas Liebe

Lançamentos e inovações

A Delfa aproveitou o evento para realizar o pré-lançamento de um novo produto, o Fastdry. Esta tecnologia, exclusiva da empresa, dá maior respirabilidade ao bojo e seca mais rápido após as lavagens. O produto é voltado para o mercado fitness e moda praia. Segundo a gerente comercial e marketing Diana Murinelly, o evento surpreendeu. “Foi muito bom, pois conseguimos mostrar nossos produtos. A nossa presença na feira tem sido no sen-

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Eventos 10% do mercado paulista e tem como meta terminar o ano com 33%. Já a marca de lingerie Ritati apresentou as inovações da empresa e se destacou no setor plus size. Evidenciando peças com tecidos com gramaturas que variam entre 170 e 210 gramas, o que garante a sustentação necessária para este biotipo, mas que mantém a propriedade da maciez e confere às peças o status de lingerie sensual. O toque do brilho perolado também se faz presente combinado às rendas jacquatrônicas. O designer da marca, Marleudo Costa, destacou ainda, a linha Freedom, confeccionada com tecido que dispensa o uso de elásticos. “A peça ganha funcionalidade e conforto extremo para o dia a dia”, revelou. Costa comentou ainda que priorizaram os acabamentos embutidos para elásticos, principalmente em bases de sutiãs e cós de calças. “O elás-

tico, com o passar do tempo, acaba se tornando um companheiro incômodo. Ele está presente, porém sem o contato direto com a pele, mas mantém sua propriedade de sustentação e ganha o toque macio da microfibra de poliamida”, explicou. A Liebe, por sua vez, aproveita sua experiência de 10 anos no mercado para investir constantemente em alta tecnologia nas matérias-primas e em maquinários que possibilitam a produção de peças com o máximo em beleza e conforto. Os diferenciais dos produtos mostrados no Salão – Alguns no corpo da modelo Sheila Mello - estão na qualidade dos aviamentos, como rendas e joias diferenciadas, além de tecidos tecnológicos. Entre eles, as microfibras supermacias e confortáveis, usadas em conjunto com bojos inusitados e exclusivos para compor shapes inovadores. RT

Ritati

CONCURSO DE TALENTOS

Germano Maia (Sinditêxtil) e Marcus Vinícius (Sindconfecções) com o vencedor do Ceará Moda Contemporânea

O Salão ainda foi palco para a final da sétima edição do Concurso Ceará Moda Contemporânea. Mais uma vez, a disputa revelou trabalhos criativos e autorais, com o objetivo de promover o reconhecimento e a valorização dos estudantes e profissionais de moda atuantes na cadeia têxtil do Estado, mostrando sua criatividade e relevância. A principal categoria da premiação era Design que, neste ano, teve Jeferson Caio Nascimento (foto) em primeiro lugar, seguido por Bruno Queiroz e, em terceiro, Bruno Bandeira. A estilista Lidiane Diniz levou o prêmio Mérito por Excelência. Revista Têxtil #744 I 33

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Eventos

Dragão Fashion Brasil

2016 resgata raízes autorais Estilistas exploram diferentes matérias-primas e criam novos tecidos e padrões

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a 17ª edição do Dragão Fashion Brasil (DFB) o evento multicultural destacou o tema Sangue Latino em alusão ao potencial criativo e a consolidação da indústria têxtil da Colômbia. Nesta conexão com o Brasil, algumas novidades exclusivas ganharam espaço, como o projeto “Mano a Mano”, que levou ao DFB o I Seminário Internacional de Moda, Cultura e Desenvolvimento; um desfile da marca colombiana Lenerd; e a exposição “Artesanías de Colombia”, com objetos de moda e design assinados por criadores colombianos. Para o diretor do DFB, Cláudio Silveira, neste momento é preciso ter força para lutar num cenário tão difícil como o que o Brasil está política e economicamente. “Tentamos fazer com que o evento acontecesse, mesmo que fosse na moda autoral. Surgimos ainda maior e mais forte para a moda brasileira e, a partir deste ano, para moda latino-americana”, desabafa. E este foi justamente o ponto alto do evento. O resgate às suas raízes com passarelas que apresentaram belas criações realmente autorais, com destaque para diferentes matérias-primas das mais simples às mais elaboradas. Foram quatro dias de muita criatividade, moda e design, divididos em 32 desfiles assinados por 22 criadores brasileiros e convidados de países vizinhos, além dos coletivos do Concurso dos Novos e da Comunidade Moda. Destacamos algumas coleções e o que elas trouxeram de inovações para o mercado da moda. Confira!

Da Redação

Fotos: divulgação

Mucuripe e levou para a passarela um homem sofisticado que veste alfaiataria com estampas exclusivas em jacquards. O mix de textura, tecido e matéria-prima fluiu naturalmente ao longo do desfile com destaque para o crochê. Casaco, jaqueta e colete foram as

David Lee

O jovem estilista homenageou em sua segunda participação no evento os jangadeiros cearenses do

Cláudio Silveira, diretor do DFB

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Eventos bases para a elaboração dos looks que utilizaram referências militares, alfaiataria e um pouco de streetwear. “Imagino os jangadeiros como soldados indo à guerra, frágeis e pequenos sem a certeza da volta”, relatou Lee.

modelagens penduradas no ateliê do mestre. “Com as texturas eu consigo criar algo novo, desconstruir o tecido ou o couro, além de dar um relevo interessante que as pessoas têm vontade de tocar, de sentir”, explicou.

Almerinda Maria

PENA Conceito

Numa parceria com Deoclys Bezerra que surgiu há dois anos, a estilista apresentou a coleção Luxo no Paraíso, inspirada no filme Bonequinha de Luxo e na silhueta da Audrey Hepburn. A ideia é vestir uma mulher moderna e sofisticada que marca presença em diversos ambientes. “Este ano, desenvolvemos juntos cada peça e cada ideia. A alfaiataria tem muito da minha cara na coleção e a mistura de colocar elementos novos e contemporâneos para vestir as mães e também as filhas”, comentou Deoclys.

Num novo momento que explora 100% do lifestyle praiano, a marca apresentou uma coleção leve, sofisticada e atemporal, misturando materiais rústicos a processos manuais delicados. De acordo com Isaac Monteiro, da equipe de estilo, boa parte dos tecidos é composta por fibras 100% naturais, como o linho e o algodão. “Apostamos em peças com acabamentos manuais delicados, desfiados nas extremidades causando um efeito de franjas, tudo feito manualmente e desfiado um a um”, dis-

Gil Braga

Atento em criar uma roupa exclusiva e que tenha um forte DNA, Gil Braga apresentou pela primeira vez para um grande público e teve a iniciativa, com a coleção Crisálida, de levar o público a uma reflexão sobre as mudanças e a relação que se trava com o novo e com capacidade das pessoas se abrirem para isso. A coleção nasceu de um processo intenso e visceral, que foi da escolha dos tecidos até a montagem das peças que usam de seda a nylon. “Utilizei aplicação de aviamentos, como cordões e fitas de cetim, de uma forma até certo ponto obsessiva. Costurei sobre o tecido que antes era simples e comum uma trama de linhas criando figuras geométricas e abstratas, gerando uma nova superfície, única e exclusiva”, descreveu. Para ele, a exclusividade apesar de aparentemente nadar contra a corrente, encontrou um nicho de mercado em exponencial crescimento.

Gisela Franck

Para criar uma coleção inspirada nas obras do mestre da cultura e do artesanato regional cearense Espedito Seleiro, a estilista surpreendeu-se ao pedir autorização para retratar sua obra, Espedito quis participação. Por ter muitos detalhes, as peças que exploram muito o couro e o linho demoraram quatro meses para serem produzidas. Nas técnicas, experimentos de formas e rabiscos de arabescos, como as Revista Têxtil #744 I 35

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Eventos

Almerinda Maria, David Lee, Gil Braga, Gisele Franck, Lindebergue Fernandes, PENA Conceito, Ronaldo Silvestre e Weider Silverio

se. Nas peças, a aplicação de tranças de algodão cru em tecidos de algodão tingido causou o efeito de estampas com texturas. “É um processo minucioso, onde cada trança é aplicada manualmente na montagem da peça”, contou. Outro destaque da coleção foi a base de moletom com tingimento índigo, onde o tecido recebeu o mesmo corante usado nas calças jeans, e foi possível criar diversos tipos e efeitos de lavagem. A técnica da lavagem marmorizada criou vincos com tonalidades contrastantes e passou um efeito de fundo do mar. Outro material em evidência foi o couro de tilápia curtido e tingido manualmente por um grupo de artesãos de Jaguaribara, no interior do Ceará. As estampas presentes na coleção também foram desenhadas manualmente para depois serem silkadas nas peças.

Weider Silveiro

Técnicas artesanais da cultura indígena brasileira foram o mote central de um desfile minimalista e brasileiro. O estilista, que começou em 2002 no evento no Concurso de Novos Talentos, abusou do mix de materiais que foi do crochê hand made até malhas tecnológicas desenvolvidas em parceria com a malharia Marles, como o crepe de malha pesado e o neoprene dublado. “Sempre preso por usar tecidos tecnológicos, mas contraponho com elementos de hand made”, declarou.

Ronaldo Silvestre

Em sua 10ª participação no Dragão, o estilista é um defensor da moda autoral. Na coleção O Piano, levou para passarela looks atemporais seguindo o movimento Slow Fashion aliando sustentabilidade ao feito à mão. Explorou tecidos orgânicos e com

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Eventos

Visão geral

identidades próprias, que se uniram ao jeans e suas nuances; criando texturas e dando uma identidade única a cada peça. Silvestre ainda explorou a seda artesanal e as sarjas com estampas geométricas e rendadas. No bordado, a técnica de renda irlandesa utilizando viés em jeans e seda artesanal. “Utilizamos a tecnologia aplicada à produção de jeans para refilar o denim da Capricórnio Têxtil, transformando em viés e retecendo em cima de gaze de seda artesanal, criando um novo tecido”, detalhou.

Lindebergue Fernandes

Pela 14ª vez no evento, o queridinho da plateia é reconhecido pelas criações inspiradas em lembranças afetivas e na cultura popular. Este ano, evidenciou a vida de Virgulino Ferreira, o Lampião, que tinha como ícone de vida e de estilo, o imperador

francês Napoleão Bonaparte. O estilista descobriu analogias a elementos andróginos do vestir, adotados e subvertidos pelo bando de Lampião de forma inocente e orgânica. No menu de referências, o estilista empresta o oversized do skate e dos pixadores, como se estes fossem os novos cangaceiros. A partir do jogo de leve e pesado, misturou tecidos como sarjas rígidas da Vicunha e tules diáfanos.Também trouxe o neoprene que ganhou desgastes e bordados de pedrarias. “O importante é apresentar uma narrativa capaz de refletir o Brasil em que vivo. E é esse país com nervos expostos, instável, dividido, que se revela nessa coleção. É árido, ferido, mas tem uma esperança imbatível”. Reafirmando sua história de amor com o feito a mão, Lindebergue convidou o Betina Gauche Atelier de Patchwork para desenvolver peças criadas a partir RT do reaproveitamento de tecidos 100% algodão. Revista Têxtil #744 I 37

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Tecnologia

Montex 6500 leva a Döhler ao topo

Carlos Eduardo Bazela

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a ITM 2016, a Monforts apresentou a nova máquina Montex 8500. Contudo, aqui no Brasil, outra solução da empresa já é capaz de fazer a diferença para a Döhler, fabricante têxtil situada em Joinville (SC), que atua no segmento de cama, mesa e banho. ”Para estar à frente na concorrência, nós estamos sempre buscando novas tecnologias e soluções para melhorar nossa capacidade produtiva”, conta o diretor Ingo Döhler. Essa busca incessante por crescimento os fez optar por uma Montex 6500. “A Montex nos deixou mais flexíveis”, afirma. Segundo ele, outras máquinas são capazes de concluir apenas um tipo de produto em particular, sendo que o modelo antigo aceitava larguras de até 1,50 m, enquanto a Montex 6500 pode receber até 3,20 m. Trabalhar com larguras maiores permitiu à Döhler aumentar seu portfólio. “A Montex abre novas oportunidades de mercado para nós”, conta Ingo. E isso significa garantir o pioneirismo em alguns segmentos, como o de cortinas tipo blackout, feitas com um tecido com 2,80 m de largura.“Atualmente, uma cortina blackout dessa largura tem de ser importada. Nós seremos a primeira empresa brasileira a oferecer esse produto”, conta o diretor. Além de trabalhar com tecidos maiores, a Montex 6500 também trabalha mais rápido. Ela é capaz de produzir a velocidades de 40 m/min, mais do que os 27 m/min conseguidos pelo maquinário previamente instalado na empresa. Isso tudo sem falar na eficiência energética. “Nós não nos decepcionamos. Ela nos trouxe uma economia de energia em torno de 18%”, completa o diretor Ingo Döhler. Com todos esses benefícios, a Montex 6500 se revelou a escolha perfeita para a empresa. “É impossível mensurar a importância desta nova máquina para nós e os benefícios que ela nos consentiu”, afirma o executivo, que começou a trabalhar na Döhler

aos 13 anos após a escola e hoje, 60 anos depois, continua a se surpreender. “Por muito tempo, pensei que as mudanças no segmento de impressão fossem as mais significativas. Mas hoje eu vejo que a tecnologia da Monforts foi a mudança mais dramática em nosso negócio”, finaliza Ingo.

Uma empresa de família

Com uma produção de 1.500 toneladas por mês em sua planta de 220.000 metros quadrados, a Döhler é uma empresa familiar que iniciou suas atividades em 1881. Fundada pelo imigrante alemão Carl Gottlieb Döhler, a empresa é hoje presidida por Udo Döhler, que também é prefeito de Joinville, eleito em 2013. A empresa ainda conta ao todo com 10 membros da família no corpo de funcionários, sendo 6 deles diretores e outros 4 em cargos ligados à produção. Há 60 anos, a companhia decidiu centralizar seus esforços na produção de tecidos domésticos do segmento de cama, mesa e banho. “Essa gama extensa de produtos nos garante a flexibilidade para atender a demandas sazonais por determinados tipos de produtos”, explica o diretor Ingo Döhler. Com diversos produtos no portfólio, a empresa, por consequência, trabalha com matérias-primas diferentes como algodão, poliéster e suas mesclas e até poliamida e aramida para produção de casacos e uniformes militares. Tanta versatilidade garante à Döhler posição de destaque no mercado têxtil brasileiro ao ponto deles planejarem dobrar a produção dentro de cinco anos. Voltados para o mercado interno brasileiro, a empresa ainda minimiza a concorrência dos asiáticos. “Nós oferecemos o produto certo pelo preço certo. Por isso não precisamos nos preocupar com a concorrência dos asiáticos no nosso mercado”, RT explica Ingo.

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Tecnologia

ITM 2016

Carlos Eduardo Bazela

Fotos: divulgação

Evento mostra novidades em máquinas e soluções e a força do mercado têxtil da Turquia mesmo em tempos de crise

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ntre os dias 1 e 4 de junho, a cidade de Istambul, na Turquia, se tornou a capital mundial do setor têxtil. Considerada uma das mais importantes feiras de máquinas para o setor têxtil, a ITM 2016 - International Textile Machinery Exhibition mais uma vez reuniu novidades e tendências que prometem trazer avanços para a cadeia têxtil já neste ano e nos próximos. A presença dos executivos das companhias, juntamente com os representantes locais, mostrou a força do mercado turco e o quanto as fabricantes aumentaram seu interesse nele, embora os tempos atuais sejam de certa dificuldade para o país. ”A Turquia é um mercado altamente significativo para nós e para a indústria têxtil global”, afirmou Dick Joustra, CEO da SPG Prints. Neste ano, os presentes encontraram uma feira maior em diversos sentidos. Contudo, alguns setores se destacaram ainda mais, como os produtores de máquinas de fios para processos que envolvem tecelagem

e tricô. Impressão digital também foi outro nicho que mostrou crescimento na feira. Em números, a ITM 2016 - International Textile Machinery Exhibition quebrou recordes estabelecidos pelas edições anteriores. Ao todo, a feira ocupou 12 halls e 120.000 metros quadrados do Tüyap Fair and Congress Center e recebeu mais de 49.700 visitantes, que vieram de 76 países, durante seus quatro dias de duração. O chefe do conselho do Tüyap, Bülent Ünal, mostrou entusiasmo ao cortar a fita que abriu a edição 2016 da feira e comentou a data. “Nós despendemos um esforço especial neste ano. As feiras da marca ITM tem feito uma contribuição significante no desenvolvimento da indústria têxtil. Temos uma parceria harmoniosa com a Teknik Fuarcilick por muitos anos e que ainda resultarão em outras edições da feira. Nos vemos em 2018”, concluiu Ünal. Embora a cabeça da organização do evento já esteja na próxima edição, o que importa para nós aqui

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Tecnologia no Brasil é saber quem mais se destacou tanto na ITM quanto na HIGHTEX 2016, a feira que aconteceu paralelamente e no mesmo local, dedicada a nãotecidos. E é isso que mostraremos nas páginas a seguir.

SSM

A SSM expôs seu maquinário mais recente na ITM 2016. Atuando nos segmentos de fios e tecelagem, a marca impressionou por apresentar máquinas com design customizados para os clientes. Os destaques da firma sediada na Suíça, entretanto, foram a enroladora SSM XENO-YW-DIGICONE 2, (Figura 1) a SSM DURO-TW, enroladora de precisão para fios técnicos e a SSM GIUDUCI TG2-FT, máquina automática de texturização false-twist. “A ITM sempre foi uma boa feira e nós queríamos fazer parte da edição 2016”, afirmou Thomas Elsener, do marketing da SSM. O executivo ainda aproveitou a oportunidade para comentar o interesse da empresa no mercado turco. “O mercado turco é importante para a Europa, regiões vizinhas e está em crescimento. A SSM produz máquinas de alta qualidade e já que esta característica está ganhando importância, para se obter bons fios é necessário equipamento de qualidade”, finaliza.

Stäubli

O mercado turco é muito importante para a Stäubli. Com subsidiária no país desde a década de 1990, a empresa conta com técnicos e vendedores por toda a Turquia e, como não poderia deixar de ser, levou três novas máquinas à ITM (que nós

apresentamos em detalhes na página 09 de nossa última edição): a LX Jacquard (Figura 2), a S3060 e a SAFIR S60. O objetivo este ano era levar soluções para tecidos sofisticados. A empresa é uma das poucas que expõem na ITM desde as primeiras edições da feira e não pretende mudar essa tradição. “Estamos aqui desde o início da ITM e vamos continuar vindo”, comenta Muzaffer Sinangil, gerente geral da Stäubli. O executivo ainda aproveitou para elogiar a força do segmento têxtil na Turquia. “Nós temos um lugar importante no mercado turco e acreditamos muito nele e na nossa contribuição”, finalizou.

Trützschler

A fabricante chegou à ITM 2016 com um único propósito: “Aproveitar boas oportunidades de negócios”, segundo o gerente de marketing, Michael Van den Dolder. A marca se destacou na feira ao apresentar soluções que se encaixassem em diversas etapas da produção e capazes de processar todos os tipos de matéria prima, incluindo fibras sintéticas e nãotecidos.

Picanol

A Picanol não deixou por menos na ITM 2016. A empresa belga apresentou dois produtos pela primeira vez na feira, as máquinas Optimax-I (Figura 3) e Terrymax-i (Figura 4). A Optimax-I é um tear de pinça extremamente versátil que traz tecnologias especialmente desenvolvidas para trabalhar com tecidos técnicos. Além disso, a Picanol afirma que se

Figura 2: LX Jacquard Figura 1: XENO-YW

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Tecnologia

Figura 3: Optimax-I

Figura 4: TerryMax-I

trata da máquina industrial mais rápida do mundo em sua categoria. “A nova Optimax-I é, inquestionavelmente, o tear de pinça mais rápido do mundo”, afirma Johan Verstraete, VP de vendas, marketing e serviços da empresa. Já a Terrymax-i é uma máquina desenvolvida com foco na confecção de tecidos atoalhados. Como diferencial, a máquina permite que a distância entre um fio e outro do tecido seja regulada eletronicamente, o que possibilita inúmeras opções de design. “Há mais de quarenta anos, nós lançamos nosso primeiro tear industrial. Desde então, nós instalamos mais de 90.000 pelo mundo todo”, confirma Verstraete. Além de apresentar suas novidades, a Picanol foi á ITM de olho no mercado do oriente médio. “Nós encontramos toda a indústria turca por aqui, claro. Mas também viemos ver também algumas pessoas do Iran, como vejo agora”, comentou Erwin Dewloo, gerente de operações de marketing, dizendo ainda que a Picanol fez ótimos negócios durante as últimas edições do evento.

Monforts

A Monforts foi para a ITM 2016 para divulgar suas máquinas de revestimento, que prometem economia, eficiência na produção e sustentabilidade nos processos. O foco era a nova Montex 8500 (Figura 5), que trouxe entre suas novas características uma interface mais intuitiva e que pode ser operada com a ponta dos dedos, feita com base nos smartphones. Além de operar e monitorar os processos de forma mais ágil e inteligente, a nova plataforma ainda é mais ergonômica e permite que o operador a customize com seus requerimentos e preferências. Manfred Goffart, o gerente de negócios de área da empresa falou sobre os planos da marca. “O fato de participarmos desta feira mostra que, para nós, o mercado turco é muito importante”, disse ele. O gerente ainda elogiou a organização do evento. “A ITM é muito bem organizada. Tudo está bem e nós estamos muito contentes com isso”.

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Tecnologia Oerlikon

A Oerlikon levou uma experiência totalmente nova para seus clientes e visitantes da ITM 2016. Com óculos 3D, a empresa mostrou suas soluções em um ambiente virtual, uma estratégia acertada para atingir o público diversificado que frequentou o evento. “A ITM traz participantes e visitantes de uma área maior neste ano e nós acreditamos que esta é a oportunidade para estabelecer novos relacionamentos”, comentou Georg Stausberg, o CEO da Oerlikon. O executivo comenta ainda que os esforços no mercado turco são uma forma de compensar a retração do segmento na China. Ponto que é reforçado por seu colega, André Wissenberg, vice-presidente de relações públicas da Oerlikon. “A contração do mercado chinês oferece grande oportunidade para a Turquia. Muitas marcas de moda como Nike e Adidas querem diminuir as distâncias e simplificar a logística. Eles planejam produzir em regiões próximas da Europa”, comenta Wissenberg.

Grupo Dilo

O Grupo Dilo também estava na Turquia. A empresa, que levou suas máquinas preparadas para trabalhar com fibras sintéticas e naturais, vê no mercado turco perspectiva de crescimento. “A Turquia é definitivamente um mercado em ascensão na indústria têxtil, então esperamos novos projetos”, comenta o diretor de vendas Gunnar Hemmer. O executivo diz ainda que a feira não é só importante para atrair novos clientes, mas para encontrar os habituais. “Muitos de nossos clientes estiveram na ITM 2016. Esse tipo de feira não é focada em vendas, mas no contato com os clientes. Por isso, temos contatado nossos clientes para fechar projetos mesmo durante a fera”, comenta Hemmer.

SPG Prints

A marca levou para a ITM um lançamento que pode ser descrito como a grande estrela do evento: a impressora digital para tecidos Javelin (Figura 6). Com uma produção de até 2 milhões de metros por ano, a nova impressora digital é uma excelente aquisição para empresas têxteis que querem melhorar a qualidade e aumentar os volumes de produção. “O

Figura 5: Montex 8500-02

Figura 6: Javelin

lançamento da Javelin traz a impressão digital em tecidos a um novo nível, por permitir a companhias menores a entrar nesse tipo de produção e aumentar a capacidade das empresas maiores”, disse Jos Notermans, gerente comercial de tecidos digitais da SPG Prints. A empresa também mostrou as telas rotativas (rotary screens) Nova Screen, que oferecem maior velocidade de impressão por conta do níquel presente em sua composição. A NovaScreen malha 245 ainda oferece resolução e definição excepcionais, de acordo com a fabricante. Por conta disso, a tela permite que o processo de impressão seja mudado de digital para convencional sem comprometer a qualidade. “Os visitantes do nosso estande viram também que temos soluções que vão desde telas até tintas digitais de compatibilidade universal. Essas tecnologias reafirmam a posição de liderança da SPG Prints na indústria”, afirma Notermans. Ainda no estande da ITM 2016, a SPG exibiu também o gravador a laser BestLEN 741 X (Figura Revista Têxtil #744 I 43

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Tecnologia 7), que elimina custos por não gastar com matérias-primas como filmes, tinta ou químicos, além agilizar a produção. Ao diminuir o número de processos, o gravador também reduz a probabilidade de erros humanos que podem ocorrer.

Figura 7: BestLEN

Benninger

O processo de tingimento é complexo e influenciado por um grande número de parâmetros, incluindo sustentabilidade, por envolver o uso de produtos químicos. Na ITM 2016, a Benninger revelou a máquina DyePad, que traz a tecnologia de rolos S da Küsters para combinar o máximo em qualidade e o mínimo em custos de produção e uso de recursos.

Uster

Figura 8: Tester 6

O objetivo da Uster na ITM foi mostrar soluções para deixar o processo de produção mais seguro, reduzindo falhas e paradas, que podem comprometer a produtividade e, por consequência, a lucratividade da linha. Para isso a empresa mostrou as soluções Quantum 3 Anniversary Edition e Quantum 3, um conjunto de sistemas e sensores que monitoram a linha em busca de defeitos nos fios de acordo com parâmetros pré-estabelecidos pelo operador. A novidade, entretanto, ficou por conta do Tester 6 (Figura 8). Apresentado pela primeira vez em Istambul, a máquina de testes informatizada está em sua sexta evolução e traz melhorias em seus sensores capacitivos, e está mais precisa para avaliar parâmetros com a extensão dos fios. O sistema ainda exibe possíveis defeitos antes de eles aparecerem ao analisar o andamento da linha de produção.

Groz-Beckert

Figura 9: Autocoro 9

Groz-Beckert fornece soluções para os processos de tecelagem, malharia, cardagem e para a produção de nãotecidos. Na ITM 2016, a fabricante mostrou entre outras de suas especialidades (que comentamos em nossa última edição – página 10), a GEBECON e a EcoStar. Enquanto a primeira apresenta estabilidade e alta resistência à dobra,a segunda é indicada para a produção de tecidos utilizados no segmento automotivo. No segmento de cardagem, os destaques são as agulhas SiroLock e EvoStep, que garantem aumento de até 30% na per-

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Tecnologia formance. Isso melhora o controle de fibra mesmo a altas velocidades de produção. Özkan Edirne, gerente geral da Groz-Beckert, ainda falou da importância do mercado turco para a empresa. “Nós abrimos nosso escritório na Turquia em 2015. A importância do mercado turco é que ele é desenvolvido em diversos campos. E nós também estamos distribuídos assim, em diversas áreas, não apenas em vestuário. Quando alguém vem do exterior para a Turquia, nós podemos ajudar em todas suas necessidades dentro do mercado têxtil”, comenta.

Figura 10: Zister 72

Saurer

As marcas alemãs Saurer Schlafhorst e Saurer Zinser levaram para a ITM 2016 suas tecnologias feitas com base em 3 pilares: energia, economia e ergonomia. Tudo com o único propósito de aumentar a produção e os lucros de companhias têxteis. Entre os destaques, estavam a Autocoro 9 (Figura 9) e a Zinser 72 (Figura 10). A Autocoro 9 é uma máquina de fiação a rotor foi apresentada ao mercado com a tarefa de superar sua predecessora. O objetivo, de acordo com a Schlafhorst, foi atingido com sucesso e o que foi mostrado em Istambul é um equipamento que consome 25% menos energia e economiza 19% em rotores, enquanto trabalha a uma velocidade de 180.000 rpm. Já a Zinser 72 é uma máquina de fiação por anéis que traz como atributos a economia e a interface amigável com o operador. De acordo com a Saurer, ela é capaz de apresentar uma redução nos custos na casa dos 11%. Além das novas máquinas, a empresa alemã também mostrou na ITM 2016 sua excelência em termos de suporte ao cliente. São mais de 500 funcionários em 20 estações de serviço de 3 centros de tecnologia prontos para aconselhar clientes do mundo todo sobre como aumentar a produtividade, a qualidade e reduzir energia utilizando as soluções da alemãs Saurer Schlafhorst e Saurer Zinser. A empresa foi representada pelo chefe do conselho executivo, Cem Yalçin, que revelou os desejos da Saurer em ampliar seus negócios na feira. “Nós oferecemos fibras longas e curtas com as máquinas de fiação por anéis. Nós somos a úni-

ca companhia que oferece essa gama de escolhas, pois nossos concorrentes trabalham com um tipo de fibra ou o outro”. Yalçin também se mostrou conhecedor do mercado turco ao se mostrar interado das particularidades do país, como o alto custo da energia e a falta de recursos para confeccionar produtos de baixo custo. Ainda assim, se mostrou bastante entusiasmado com a feira. “Ao invés de irmos a cidades diferentes, nós concentramos em receber os clientes aqui”. É uma feira muito positiva. A Turquia está em um bom caminho em termos de segmento têxtil e eu acho isso gratificante.

Roland DG

A Roland exibiu na feira diversas máquinas, sendo algumas voltadas ao setor têxtil: como a linha Texart, composta pelos modelos XT-640, RT-640 e CS-64 (Figuras 11) e os modelos EJ-640 e RF-640. O gerente de vendas para o mercado turco, Stevan Korac, falou sobre as particularidades do país para o negócio de impressoras têxteis. “O mercado têxtil turco parece ter ficado um pouco mais difícil desde a segunda metade de 2015. As exportações e pedidos do mercado interno são prováveis fatores-chave para a redução e termos de instalação de unidades de impressão digital”, afirmou. O executivo finalizou dizendo que a expectativa da Roland DG para o evento era justamente entender as necessidades do mercado nesse momento Revista Têxtil #744 I 45

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Tecnologia em particular e oferecer soluções compatíveis. “Nós vamos investir muito para capacitar o setor e nossa base de clientes para que eles preservem seu investimento e aumentem seus negócios nos próximos anos”, finalizou Korac´.

Figura 11: RT-640

Andritz

O interesse da Andritz não estava propriamente na ITM, mas na HIGHTEX 2016, a feira de nãotecidos que aconteceu paralelamente e no mesmo Tüyap Fair and Congress Center em Istambul. Assim como ocorre com o evento principal, a HIGHTEX 2016 trouxe soluções e tecnologia com representantes e visitantes de diversas partes do globo. “Nós vendemos máquinas para produção de nãotecidos que usam diferentes tecnologias. Graças às nossas máquinas, nossos clientes podem produzir tecidos nãotecidos para diversos tipos de uso e aplicações, como os setores médico e automotivo”, comenta Bernd Can, gerente de vendas da Andritz. O executivo ainda aproveitou para enfatizar o potencial do mercado turco no segmento e também o quanto é estratégico estar na Hightex. “A Turquia é um mercado em expansão em tecnologia de nãotecidos e nós temos cada vez mais clientes. Por meio da feira, nós temos a chance de investir não só na Turquia, mas em outros países, além de exportar tecnologia para os Estados Unidos e China, além da Europa”, completou Can.

Itema

A italiana Itema levou à ITM 2016 a maquina de tricotar R9500p Rapier (Figura 12), que chamou a atenção no estande por sua alta performance. Contudo, a presença da empresa no evento foi muito além de um showcase de máquinas, mas uma oportunidade de conhecer o mercado e fechar negócios. “Nossa empresa é sediada na Itália, então esse tipo de feira abre novas portas para nós, pois temos a chance de encontrar representantes de indústria de diversas partes do mundo”, revelou o gerente geral, Carlos Rogora. O executivo também comentou o interesse da Itema no mercado turco. “Estamos muito ativos na Turquia, ela tem uma importância estratégica para nós”, finalizou Rogora.

Rieter

O Grupo Rieter esteve presente na ITM 2016 e levou consigo suas quatro empresas: Bracker, a Graf, a Novibra e a Suessen. Com muitas novidades para o segmento têxtil, o vice-presidente Werner K. Strasser revelou o objetivo do grupo de alcançar mais clientes no evento deste ano. “Em 2015, nós tivemos um bom ano, então nossas expectativas para o evento são altas”. Não era para menos. Durante o evento, a marca mostrou a máquina de fiação compacta K 46. O modelo, criado para processar fios compactados, se destaca pelo baixo consumo de energia. De acordo com a Rieter, a economia fica na casa dos 25%. A nova máquina ainda elimina os custos de substituição de alguns componentes usados. Além disso, a K 46 (Figura 13) ainda traz um sistema de ar guiado, que garante a consistência do fio. Com isso, a produtividade do sistema aumenta. Já entre as ouras marcas pertencentes ao Grupo os destaques foram para: Novibra – Operada pela velocidade do eixo, a coroa de aperto e corte CROCOdoff (Figura 14) traz dentes com design melhorado para garantir que o fio seja preso e cortado com confiança. Além disso, o

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Tecnologia

Figura 12: R9500-Rapier

CROCOdoff reduz o risco do fio ser quebrado durante o arranque, minimiza a perda de material e ainda diminui o consumo de energia. CROCOdoff é adequado para o uso em máquinas novas, bem como um upgrade para algumas máquinas antigas. Graf – A marca apresentou a striping plana DABM (Figura 15) pela primeira vez em Istambul. O DABM permite a remoção gentil e correta de guarnições planas flexíveis gastas pelas barras chatas de aperto rápido. A máquina tem motor trifásico AC livre de manutenção. Outra novidade são os pentes X-Comb e FlexComb. O primeiro consiste em pentes feitos com revestimento metálico, que passam por tratamento especial na superfície. Já o segundo tem altura ajustável, spoiler destacável e uma superfície de pentear de 130°, para penteadeiras de última geração. Bracker – Pela marca Bracker, a Rieter apresentou o supergrinder Berkol (Figura 16). A máquina tem capacidade de moagem de até 350 rolos superiores por hora e oferece uma capacidade de armazenamento de 450 rolos superiores com 32 mm de diâmetro. Mesmo com um ritmo de produção superior o consumo de energia foi reduzido em 10%. O novo Berkol ainda é controlada por um painel touch

Figura 13: K46

de simples operação, que pode ser configurado em oito línguas: alemão, turco, inglês, chinês, italiano, russo, espanhol e português. Suessen – Já os destaques da Suessen foram sua linha de peças Premium, como o PS7 TwinDisc, que reduz a largura do disco e, por consequência, causa menor contato com o eixo do rotor, garantindo uma significante redução no consumo de energia.O TwistTrap Navel, por sua vez, cria uma falsa torção adicional na zona de maior tensão da fiação - no interior do rotor - ao girar fios de tricô de algodão na Revista Têxtil #744 I 47

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Tecnologia gama de Ne 18 a Ne 40, conseguindo um aumento de produção de 5% a 15% reduzindo o multiplicador de torção, sem aumentar a velocidade do rotor. Contudo, Werner K. Strasser mostrou não estar alheio às dificuldades do mercado turco e reiterou sua importância. “O mercado turco é importante para todos em termos de têxtil. Ele passou por um declínio neste ano, mas a indústria continua investindo e oferecendo qualidade. Europa e Turquia estão próximos e pensam de forma similar neste sentido, por isso nós entendemos e cooperamos para garantir o sucesso do país e do continente no mercado têxtil. Assim, todos ganham”, finalizou o executivo.

Santex Rimar Group

O grupo italiano reúne Cavitec, Isotex, Solwa, Sperotto Rimar e a própria Santex esteve na Turquia pra apresentar novidades. A principal delas foi a Decofast 3.5, uma máquina para decatizar lã, que também é resultado do trabalho da empresa em desenvolver plasma para reduzir custos na indústria têxtil. Na feira, o CEO do Grupo, Stefano Gallucci, revelou a importância do mercado turco. “Alguns de nossos clientes de ponta estão localizados aqui, por isso o mercado é importante em termos de mercado de referência.” O executivo também mostrou estar atento às necessidades do mercado local. “O mercado turco demanda por altos padrões em produtividade e qualidade, mas também em termos de controle de custos. Nós somos bons nisso e estamos colocando muito esforço nesse mercado de alto padrão”, RT finaliza Gallucci.

Foto: Arquivo RT

Figura 14: CROCOdoff

Figura 15: DABM

Da esquerda para a direita – Necip Güney, organizador do evento, Ricardo Haydu, diretor presidente da Revista Têxtil, Emin Ekinci, assessor de comunicação do evento e Toygar Naiboglu, gerente de projeto da ITM 2016

HOMENAGEM À REVISTA TEXTIL

Figura 16: Supergrinde R Berkol

No primeiro dia do evento da ITM 2016, foi realizado o Jantar de Gala para toda a imprensa internacional . Na ocasião a equipe da ITM 2016 prestou uma homenagem à Revista Textil por seus 85 anos de existência e a seu diretor presidente Ricardo Haydu, pelos seus 40 anos de dedicação editorial voltados para o engrandecimento do setor.

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