Revista Textil #733

Page 1


Feiras & Eventos

66 I Revista TĂŞxtil


Editorial

Ricardo Haydu,

Diretor-Presidente da Revista Têxtil

E viva a tecnologia!

Esta edição trouxe uma surpresa que me deixou muito feliz. Este ano vem carregado de dificuldades. Não só no setor têxtil, não só no Brasil. A palavra crise foi ouvida em todos os meses, seja pelo Carnaval, depois Copa do Mundo, depois Eleições. O futuro parece incerto. No entanto, durante a cobertura do maior evento têxtil do País, a Febratex, realizada em Blumenau, em agosto, ficamos surpresos de ver a quantidade de empresários em busca de novas tecnologias. No evento, os expositores trouxeram todas as novidades e destaques em máquinas e acessórios relacionados a toda a cadeia. A maior parte eles, com garantias de redução de uso de recursos como água e energia ou economia de matéria-prima. Tudo isso, auxiliando na competitividade do empresário brasileiro. O alto número de visitantes e o retorno dos expositores mostraram que o empresário brasileiro está buscando essas inovações. Acreditamos que ele tenha percebido que é em momentos difíceis como o que estamos vivendo que o investimento se faz necessário, pois a tecnologia trabalha a favor do setor, forma importante de combater a concorrência.

A Revista Têxtil sempre insistiu no tripé inovação, tecnologia e sustentabilidade. O resultado da Febratex só veio confirmar o que mostramos a cada edição. Ficamos mais felizes ainda de poder ver isso ao vivo. Por um convite da TRÜTZSCHLER, fizemos uma visita à Costa Rica, indústria têxtil quase verticalizada, com fiação, malharia e previsão de investimento em acabamento. A fiação e a malharia são recém-inauguradas e, segundo a gerente geral da unidade, contam com o que há de melhor em tecnologia. A abertura conta com equipamentos TRÜTZSCHLER de última geração. Nós e os outros convidados para a visita saímos impressionados com o que vimos. Não deixe de ler a matéria. Outro exemplo do bom uso de tecnologia foi visto em outra visita, esta no início da cadeia. Fomos conhecer os campos de algodão da Bayer, além de sua unidade de pesquisa e produção de sementes, em Goiás. Marcus Lawder, gerente de marketing estratégico de sementes de algodão, nos acompanhou nesta imersão no segmento. Os estudos para buscar sementes mais produtivas para o cotonicultor, com fibras de maior qualidade para o setor têxtil, avançam diariamente, em um trabalho árduo, que une a tecnologia às técnicas artesanais. Além disso, temos um artigo sobre tecidos técnicos em vestuário de segurança, enviado pela Escola de Engenharia do Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil, da Universidade do Minho, Portugal. Em outro texto, trazemos dados do mercado mundial de têxteis técnicos, apresentados ao Brasil pela Messe Frankfurt, que, junto com informações sobre o aumento do uso destes tecidos pelo mercado de Taiwan, em busca de diferenciação e competitividade, tornam o segmento um dos destaques da edição. Temos, também, além de notícias sobre o setor, coberturas de outros eventos, dois deles em setores que o Brasil só cresce: lingerie e vestuário Plus Size. Vale a pena conferir todas as páginas da RT! Boa leitura.

Revista Têxtil I 01

editorial.indd 1

22/09/2014 20:10:48


Sumário

04 Matéria-prima 08 Tecnologia 30 ABTT 32 Mercado 37 Artigo 40 Informe publicitário 46 Comunicação 47 Abit/Sinditêxtil 48 Notícias 53 Perfil 54 Feiras e Eventos

Capa: arquivo

Visite nosso site:

Online

www.revistatextil.com.br www.revistatextil.com.br/rv.virtual/default.html

Expediente

Coréia (Korea) – Jes Media International 6th Fl., Donghye-Bldg. – 47-16, Myungil-Dong Kandong - Gu – Seoul 134-070 Tel./Phone: + (822) 481-3411/3 / Fax: + (822) 481-3414

Edição Nº 733 - 5/2014

Correspondente na Argentina – Ecodesul Av. Corrientes, 3849 – Piso 14° OF. A. Buenos Aires - Argentina Tel/Phone: (541) 49-2154 / Fax: (541) 866-1742

A REVISTA TÊXTIL é uma publicação da R. da Silva Haydu & Cia. Ltda. Inscr. Est. 104.888.210.114, CNPJ/MF: 60.941.143/0001-20. • Diretor-Presidente: Ricardo da Silva Haydu; Diretora de Redação: Clementina A. B. Haydu • MTB 0065072/SP • Jornalista: Laura Navajas • Projeto e Produção Gráfica: Carlos C. Tartaglioni Representantes Comerciais Europa – International Communications Inc. Andre Jamar 21 rue Renkin – 4800 – Verviers – Belgium Tel/Phone: + 32 87 22 53 85 / Fax: + 32 87 23 03 29 e-mail: andrejamar@aol.com Ásia (Asian) – Buildwell Int. Co., Ltd. Nº 120, Huludun, 2nd St., Fongyuan, Taichung Hsien - Taiwan 42086 - R.O.C. Tel/Phone: + 886 4 2512 3015 / Fax: + 886 4 2512 2372

Órgão Oficial das entidades

Órgão de divulgação das entidades Abint – Associação Brasileira das Ind. de NãoTecidos e Tecidos Técnicos; Núcleo Setorial de Informação do SENAI/CETIQT; REDAÇÃO/ADMINISTRAÇÃO Rua Albuquerque Lins, 1151 2º andar – Santa Cecília Cep 01230-001 - São Paulo - SP - Brasil Tel/Phone: +55-11-3661-5500 Fax: +55-11-3661-5500 - Ramal 220 E-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Site: www.revistatextil.com.br

Publicação bimestral com circulação dirigida às fiações, tecelagens, malharias, beneficiadoras, confecções nacionais e internacionais, universidades e escolas técnicas. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a filosofia da revista. A reprodução total ou parcial dos artigos desta revista depende de prévia autorização da Editora. REDAÇÃO Releases, comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas a matérias. Pedidos de informação relacionados às matérias e à localização de reportagens: e-mail: redacao@revistatextil.com.br PUBLICIDADE Anuncie na REVISTA TÊXTIL e fale diretamente com o público leitor mais qualificado do setor têxtil no Brasil e no mundo: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br ASSINATURAS Para renovação e outros serviços, escreva para: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br

02 I Revista Têxtil

sumario.indd 2

22/09/2014 22:21:25


sumario.indd 3

22/09/2014 22:21:26


Matéria-Prima Créditos: arquivo RT.

O algodão do futuro começa hoje Bayer CropScience investe no desenvolvimento de sementes que aumentam a produtividade dos cotonicultores e a qualidade das fibras. Para um próximo momento, os planos incluem um aperfeiçoamento do diálogo entre as áreas têxtil e agrícola, que são tão próximas e, ao mesmo tempo, tão distantes.

A

cadeia têxtil começa bem antes da fiação. Antes, até, da plantação do algodão, uma das principais matérias-primas naturais para o setor. A cadeia começa com a produção das sementes do algodão. Líder do segmento no Brasil, a Bayer CropScience, subgrupo da Bayer AG, aproveitou o lançamento de variedades FiberMax com sua nova tecnologia GlyTol-LibertyLinkTwinLink (GLT), e convidou a Revista Têxtil para conhecer suas instalações, em Trindade, Goiás, onde são desenvolvidas variedades de sementes de algodão que se tornam cada vez mais produtivas e resistentes. Por meio de cruzamentos varietais, a Bayer CropScience faz a melhoria do algodão, com variedades totalmente desenvolvidas em estudos da companhia, em sua unidade localizada em Trindade, Goiás. Além disso, as sementes podem receber traits, genes que podem torná-las resistentes a herbicidas e pragas (conferir na página 06). A unidade de Trindade, com toda a sua infraestrutura de pesquisa, é a única deste tipo na América Latina, responsável pela produção de sementes na região. No mundo, há mais seis

semelhantes. Em um terreno com 62 hectares de área própria, mais 42 hectares arrendados (utilizados pelas unidades de Sementes e Proteção de Cultivos da Bayer CropScience), a unidade conta com um laboratório com oito salas para avaliação de doença azul, 15 casas de vegetação com capacidade para cultivar 15 mil plantas, salas de escritório, oficina, beneficiamento de sementes, câmara fria, recepção de amostras, descaroçamento, deslintamento, secagem e almoxarifado. Além disso, há outras duas estações satélites de pesquisa, que dão suporte ao programa de melhoramento, uma localizada em Luís Eduardo Magalhães (BA) e outra em Campo Verde (MT). Em Trindade, há vários departamentos onde trabalham treze colaboradores, entre eles uma equipe inteiramente dedicada ao estudo das sementes, composta por dois melhoristas, um entomologista, um fitopatologista, para ajudar com fungos da lavoura, e um melhorista biomolecular. “Estamos um passo a frente no mercado, que é entender um pouco a fenologia, qual é a arquitetura necessária pela planta para que ela absorva mais luz, produza mais, renda mais maçãs”, comenta Marcus Lawder, gerente de marketing estratégico de sementes de algodão.

04 I Revista Têxtil

Bayer.indd 4

22/09/2014 22:07:09


Matéria-Prima Necessidades A Bayer trabalha de acordo com as necessidades do agricultor. “Trazemos cotonicultores aqui para nos ajudar a direcionar o que apresentaremos para eles no futuro. Não só genética, que é nosso forte, mas vemos necessidade de trazer algo a mais, um estudo de adubação, por exemplo, para ajudar a produzir mais por área. Tudo sai do nosso centro de pesquisa”, conta Lawder. Uma grande preocupação é o foco na capacidade produtiva do agricultor. “Além de um bom rendimento de fibra, procuramos orientar o produtor de forma que ele possa extrair o máximo potencial da variedade por área”. A empresa busca padrões de excelência de germinação acima do que o Ministério da Agricultura exige, com o que há de melhor no mercado em vigor, especialidade e pureza do material. “Em todas as etapas, testamos para ver se a variedade atende às características que desejamos, para vender realmente uma planta 100%”, comenta. Cada nova semente é resultado de anos de pesquisas, estudos, desenvolvimentos, muitos cruzamentos, experimentos em campo com várias linhagens, para, em cerca de doze anos, apresentar uma, duas ou três variedades que atendam às necessidades do agricultor. Todas as sementes comercializadas no País hoje são oriundas do banco genético brasileiro de semente . Elas foram obtidas por meio de cruzamentos varietais. “Cruzamos de maneira convencional uma planta com outra e as resultantes são analisadas para verificar se atingem as características requeridas”, explica Marcus Lawder. “Quando começamos o trabalho com a FiberMax (nome da marca de sementes da Bayer CropScience) no Brasil, o rendimento de fibra no setor como um todo era baixíssimo, não passava de 250kg por hectare. Com nossas pesquisas, conseguimos trazer essa produtividade nacional para mais ou menos 1.500kg de fibra por hectare. Isso traz um valor agregado muito forte para o nosso produtor”.

Cruzamento

O responsável pelo bloco de cruzamento é o José Cruz. Nesta etapa, uma planta macho combina-se, em geral, com duas fêmeas, com base nas características definidas como prioritárias. Tudo começa com uma flor antes da sua abertura, de sua maturação, que é ela estar pronta para receber o pólen. Por um processo bem artesanal, é retirada toda a sua parte masculina, a flor é marcada com uma fita azul, demonstrando que não foi polinizada, e recebe um tubinho para proteger o tubo polínico. Esta é uma planta emasculada, pronta para receber a polinização, que acontece, também manualmente, assim que a flor amadurece. Isso é feito com cada flor. “É um trabalho longo, de 70 dias sem parar, porque tem que aproveitar toda a florada da planta”, comenta José Cruz. Para garantir a pureza, toda a produção de sementes é feita na estação, com uma estrutura específica que possibilita que não haja cruzamento entre um material e outro. “Nas áreas de cultivo comercial dificilmente é possível manter essa pureza, porque se trabalha com diversas variedades”, comenta José. Na estação, há o olhar do melhorista, em constante avaliação e vigilância. As melhores variedades pesquisadas em condições de campo vão para os laboratórios da Bayer CropScience receber os traits e retornam em um volume baixo de sementes, que precisam ser multiplicadas novamente nas casas de vegetação. Por fim, estas sementes serão testadas em campo, nas unidades de Trindade, Bahia e Mato Grosso, para só então serem comercializadas, após terem sido verificadas todas as suas características e comportamento em cada região. Essa última análise é feita pela equipe de desenvolvimento técnico, que vai recomendar para os produtores qual é a época de plantio, qual espaçamento correto, manejo adequado. Marcus Lawder, gerente de marketing estratégico de sementes de algodão da Bayer CropScience.

“É nas casas de vegetação onde começa o futuro do algodão, as próximas variedades que virão”, afirma o melhorista Allan Silva, enquanto apresenta a estrutura aos visitantes. Todo o trabalho de pesquisa começa dentro de uma das 16 casas, com a etapa do bloco de cruzamento. Todas as variedades disponíveis são combinadas entre si em uma técnica completamente manual, de acordo com as características que se quer obter. Por exemplo, uma planta com um ciclo interessante pode ser combinada com outra que tem qualidade de fibra. São muitas as opções. “Além da qualidade de fibra, temos que entregar produtividade. Para isso, tem que haver resistência a doenças, lagartas, um bom ciclo de produção. Temos que tentar aliar todas essas características fazendo hibridações, cruzamentos”, conta Allan. Revista Têxtil I 05

Bayer.indd 5

22/09/2014 22:07:11


Matéria-Prima É nas casas de vegetação que todo o processo começa.

“Nosso objetivo é chegar com o material convencional muito bom, para que depois eles retornem com as mesmas características e o trait inserido. Mesmo assim, as sementes voltam para o campo, para mais dois anos de avaliação”, afirma o melhorista Allan Silva. Quem define as características da planta são os melhoristas do Brasil, de acordo com as necessidades do produtor nacional.

de poder realizar o rodízio de grupos químicos não seletivos para combater a resistência de plantas daninhas. Por fim, o TwinLink é uma importante tecnologia que traz dois genes Bt de resistência a insetos, Cry 1 Ab e Cry 2 Ae, para a autodefesa das plantas de algodão contra lagartas lepidópteras, como curuquerê, lagarta-da-maçã, lagarta militar, lagarta-rosada e falsa medideira.

Trait

História

O trait (GLT) é uma tecnologia desenvolvida pela Bayer CropScience que é inserida à semente pela manipulação de traços de DNA, por meio de processos também desenvolvidos pela companhia. As sementes produzidas aqui, depois de passar pelas etapas de melhoramento genético e testes de resultados, são enviadas para os EUA, onde há uma unidade da Bayer específica, em Memphis, Tennessee, onde tudo é feito em uma sala robotizada, que impossibilita falhas, e elas voltam dois ou três anos depois com a tecnologia. O mais recente lançamento conta com três traits em uma mesma semente. O primeiro deles é o é o GlyTol, tecnologia desenvolvida pela Bayer CropScience que proporciona resistência a herbicidas a base de glifosato, para controle de plantas daninhas. Permite uma ampla janela de aplicação do defensivo, reduzindo o número de pulverizações necessárias e não atingindo a planta de algodão. A segunda tecnologia é o LibertyLink, que proporciona tolerância aos herbicidas a base de glufosinato de amônio, comercializado no Brasil sob a marca Liberty. Assim, o agricultor pode realizar a aplicação de glufosinato para o controle de um amplo espectro de plantas daninhas, além

A Bayer CropScience atua no Brasil com sua marca de sementes, a FiberMax, há mais de onze anos. Em 2009, começou a trazer seu primeiro trait, o LibertyLink, que possibilitou ao agricultor parar com capinas na lavoura e controlar mais facilmente plantas daninhas com herbicida. Em 2011, a empresa apresentou a primeira variedade BT do mercado, com a WideStrike, tecnologia da Down AgroScience licenciada para a Bayer, introduzida na FiberMax 975 WideStrike, que auxiliou o produtor no controle das principais lagartas do algodoeiro, garantindo mais economia por área, flexibilidade e produtividade. Em 2013, foram apresentados mais dois materiais, muito bem posicionados para a área de refúgio. “Toda tecnologia tem que ter uma proteção, entre elas a área de refúgio. Hoje, damos a possibilidade de o agricultor colocar materiais tão bons quanto em Bt”, comenta Lawder. E agora, com a FiberMax GlyTol-LibertyLinkTwinLink (GLT), a Bayer CropScience chega à terceira geração de genética, mais adaptada ao Brasil, com mais produtividade e rendimento de fibra. A tecnologia vem em três variedades, com as mesmas características, mas com

06 I Revista Têxtil

Bayer.indd 6

22/09/2014 22:07:13


a.

Matéria-Prima diferentes janelas de plantio, que trazem flexibilidade ao agricultor. A FiberMax FM 980 GLT é para a abertura do plantio, de um ciclo de 160 a 190 dias; a FM 940 GLT, plantio intermediário, de 150 a 170 dias, e a FM 913GLT é um material de ciclo um pouco menor, de 150 a 160 dias, que ajuda o produtor se houver algum problema, por exemplo com chuvas, na época do plantio.

Agricultor O contato com o agricultor é importante não só para saber o que ele espera das sementes, mas também para auxiliá-lo no melhor manejo para que o rendimento seja pleno. “Nossa tecnologia é essencial, mas é uma ferramenta. Ainda é necessário prática de manejo integrado, monitoramento a cada três dias na lavoura, quantificar a presença de lagartas e mariposas, saber qual lagarta, para saber qual defensivo deve ser aplicado. A tecnologia sozinha é eficiente, mas não podemos deixá-la sem ter um manejo integrado de pragas (MIP)”, comenta Marcus Lawder. “Ao mesmo tempo em que apresentamos a tecnologia, trazemos o conhecimento para ensinar aos agricultores a melhor forma de usá-la”, comenta. “Não adianta ter uma boa genética, se não tiver um bom manejo, um solo com fertilidade, fazer uso adequado de corretivos, fertilizantes, defensivos agrícolas. É preciso saber respeitar a fisiologia da planta, para que, no final, obtenha o maior potencial produtivo da semente”. Uma das maneiras de possibilitar a durabilidade da tecnologia é a área de refúgio. A recomendação é que cerca de 20% da área de produção tem que ser plantada com algodão não Bt, com o mesmo ciclo, que receba aplicações estruturadas de inseticidas de acordo com as recomendações dos engenheiros agrônomos responsáveis pela fazenda e que podem ser consultadas no site da FiberMax. “É importante ter essa área para proteger as tecnologias e os agricultores”

Futuro

na homogeneização do algodão. Diferentemente de alguns anos atrás, a variedade plantada no Mato Grosso é a mesma que a de Goiás, Bahia e outras regiões. “Só que um fator importante hoje é o clima. Quem dá o tamanho de fibra, além do manejo, adubação e solo, é o clima. Se o agricultor não tiver todo esse manejo bem realizado, talvez não consiga algumas características que deseja no padrão. A genética dá o potencial da fibra, mas depende do solo, do clima e de quando o agricultor vai plantar”, diz Lawder. Na verdade, segundo ele, até a presença da Bayer CropScience no segmento, não havia uma variedade tipicamente brasileira. O algodão que produzíamos era trazido dos EUA e Austrália, por exemplo, por isso era tão variável. Quando a empresa começou a atuar por aqui, foi realizando cruzamentos genéticos em busca da melhor adaptação ao solo brasileiro. Assim, surgiu a primeira variedade que foi muito bem aceita pelo mercado, a FM 993. “Trouxemos a genética de outro país, que não era adaptada, mas tinha características importantes, então começamos a multiplicar e cruzar”, comenta. Para um próximo momento, os planos incluem um aperfeiçoamento do diálogo entre as duas áreas, têxtil e agrícola, que são tão próximas e, ao mesmo tempo, tão distantes. A ideia é entender quais características de algodão são esperadas pela indústria têxtil e unir isso à produtividade do cotonicultor. Outro ponto é trabalhar a planta para que ela tenha mais fibras e menos caule, o que geraria menos impurezas. “Temos estudos com uso de maturadores e reguladores para que a planta tenha o mesmo potencial, mas que diminua a quantidade de caules. Temos também produtos químicos, defensivos agrícolas que podem ser usados para desfolha do algodão, sem perder a qualidade de fibra. Sem folhas, não há impurezas na colheita e não há problemas na indústria. Enfim, só com o diálogo nós poderemos saber de que maneira as indústrias têxtil e agrícola podem se ajudar”, conclui Lawder. RT

A Bayer não para por aqui, continua, no Brasil e no mundo, buscando soluções, principalmente para tolerância ao stress da planta, a seca. “O clima está um pouco mais árido, temos que fazer com que as plantas aguentem mais a temperatura seca, a falta d’água. Nossos cientistas estão pesquisando plantas que durem mais, que façam melhor uso da água, em lugares onde já existe o problema. Além disso, há pesquisas também no controle de nematoides e fungos, para tornar as plantas mais tolerantes a doenças e pragas”, comenta Lawder. Um plano importante para a Bayer é o contato com a indústria têxtil para saber do que ela precisa, além de qualidade de fibra. Há pesquisas de uniformidade de comprimento, por exemplo. Uma das consequências desta modernização do processo de produção que já atinge a indústria têxtil está

Revista Têxtil I 07

Bayer.indd 7

22/09/2014 22:07:14


Tecnologia Foto: Arquivo RT

TRÜTZSCHLER: tecnologia de ponta Em visita à fábrica da Costa Rica, em Santa Catarina, TRÜTZSCHLER mostra a seus clientes o que há de mais moderno na abertura da fiação.

A

Costa Rica é uma fábrica em processo de verticalização. Com unidades fabris em diferentes cidades do Paraná, a empresa, que iniciou com uma confecção, começou a se verticalizar há cerca de um ano e meio. Conta com uma moderna fiação, malharia, confecção e, em breve, beneficiamento. Com produção de fios de titulagens diversas, de Ne 8 até Ne 30, singelos, a empresa optou por máquinas de última geração da TRÜTZSCHLER, especialista em maquinários do fardo à fita. “Com certeza, todos os nossos equipamentos da fiação são os melhores do mundo. Nossas compras são focadas na melhor tecnologia para oferecer mais qualidade para os clientes e nosso produto se tornar referência”, conta Deise Silvano, gerente geral da unidade.

Separador Múltiplo Funcional: detecta eventuais faíscas e partes pesadas. Foto: Arquivo RT

Blendomat: máquina faz a mistura perfeita do algodão, primeiro passo para um fio de qualidade. Foto: Arquivo RT

Durante a Febratex, realizada entre os dias 12 a 15 de agosto, em Blumenau, a TRÜTZSCHLER aproveitou a presença de seus clientes na região e convidou-os para uma visita às instalações da Costa Rica, em Nova Trento, SC. “Assim, podemos mostrar uma fiação nova, moderna, com equipamentos de ponta. Além disso, na mesma planta, há uma fiação open end e uma fiação a anel convencional penteada, de modo que dá para ver as duas tecnologias”, comenta Rene Werner, diretor da TRÜTZSCHLER. Com capacidade para produção mensal em torno de 700 toneladas de fios, entre penteado e Open End, a Costa Rica conta com moderna linha de abertura, treze cardas e nove passadores da TRÜTZSCHLER, além de equipamentos de última geração de outros fornecedores, incluindo maçaro-

08 I Revista Têxtil

trutz.indd 8

22/09/2014 15:50:22


Tecnologia

As cardas garantem uma fita uniforme para a fiação. Foto: Divulgação Costa Rica

queiras, penteadeiras, filatórios longos, conicaleiras e filatórios Open End. O processo de preparação da fiação inicia no abridor automático de fardos Blendomat, máquina consolidada no mercado, com mais de 300 em funcionamento no Brasil. Esse equipamento faz a pré-abertura e mistura de todo o algodão, que vem do cotonicultor em fardos e, por fatores como clima, localização da lavoura, beneficiamento, podem ter colorações diferentes. “Essa é justamente uma das razões de ter que se fazer uma mistura perfeita, mesclar essas diferenças do algodão. A máquina tira camadas sempre iguais de todos os fardos, proporcionando uma mistura homogênea. Com isso, é possível evitar barramentos e outros problemas, principalmente na malharia”, explica Bruno Ziehfuss, gerente de vendas da TRÜTZSCHLER. “A abertura tem influência direta na qualidade do fio e no produto acabado. As máquinas precisam ser devidamente apropriadas e reguladas para não prejudicar as fibras. Com uma boa abertura, evitamos ineficiência na limpeza e desperdício de matéria-prima. A consequência disso será um fio sem imperfeições, com resistência e alongamento e, no produto acabado, resistência ao rasgo e abrasão, baixa formação de pilling e menos problemas de encolhimento”, explica o coordenador da fiação da Costa Rica, Erasmo Debatin. O coordenador de manutenção geral, Sidnei Zanella, completa: “as máquinas TRÜTZSCHLER atendem as nossas necessidades, contamos com baixa manutenção corretiva e a preventiva é simples de executar. O fornecedor está sempre pronto a nos auxiliar em qualquer situação, com sua equipe técnica e comercial”.

Passadores TRÜTZSCHLER garantem homogeneização das fibras. Foto: Divulgação Costa Rica

As fibras são aspiradas do Blendomat pelo Separador Multifuncional – SP-MF, que ajuda a eliminar partes pesadas, metálicas, faísca e fogo. “A máquina detecta essa faísca e a elimina, manda para uma caixa que tem um sensor infravermelho, que nota se a temperatura está normal ou aumentando. Se necessário, injeta antichama para evitar que esta faísca vire realmente uma combustão”, explica Bruno Ziehfuss. “Vale lembrar que, aqui na Costa Rica, como eles produzem fios finos, tanto em anel, quanto open end, optaram por trabalhar com uma mistura só. Mas a linha de abertura poderia processar duas misturas diferentes, uma para cada processo”, continua. A partir do SP-MF há então a divisão do algodão em duas linhas de abertura, uma para penteado e outra para Open End. Cada uma é composta por um Pré-limpeza – AXIFLO / CL-P, Caixa misturadora – MX-U e limpeza fina –Cleanomat, sendo CL-C1 para linha penteada e CL-C3 para open end, além de dois desempoeiradores – DUSTEX no final de cada linha. “Todas essas máquinas estão eliminando impurezas do algodão, que são aspiradas pelos filtros TRÜTZSCHLER modelo CF”, completa Bruno Ziehfuss. Da linha de abertura, os flocos de algodão chegam às cardas. No processo Open End, são nove cardas modelo TC07, que junto com quatro passadores, realizam a paralelização e homogeneização das fitas. A linha penteada está equipada com quatro novas cardas modelo TC 11, que possuem área de cardagem 30% maior que a modelo TC 07. Destaque nesta fábrica foi o investimento na climatização do ambiente, providenciada pela empresa Sultex. “O cuidado com a temperatura e a umidade fazem toda a diferença no funcionamento das máquinas em sua eficiência”, explica José David, diretor da Sultex.

Revista Têxtil I 09

trutz.indd 9

22/09/2014 15:50:22


Tecnologia Foto: Divulgação Costa Rica

Foto: Divulgação Costa Rica

Foto: Arquivo RT

Foto: Arquivo RT

Foto: Arquivo RT

História da Costa Rica A empresa começou com a dona Matilde de Lima Sanchez, que confeccionava roupas com retalhos que comprava em São Paulo, cortava e costurava. Com o crescimento do negócio, o filho Fábio de Lima Sanchez começou a ajudar nas vendas e administração do negócio, que passou a incluir comércio de malhas. Atualmente, filhos e netos trabalham na empresa que tem 40 lojas, em 23 estados do Brasil. A confecção, que conta com marca própria e atende private label, também está a toda. Entre lojas e fábricas, atualmente são 500 funcionários. Visionário, Fábio Sanchez optou por verticalizar a produção. “Terceirizávamos todo o serviço, menos a rede de lojas. Mas nosso diretor abriu a fiação e malharia para ser mais competitivo e alcançar mais qualidade com a tecnologia em que investimos”, explica Deise Silvano. De fora, vêm os fios sintéticos usados na malharia, que são importados, e, por enquanto, o beneficiamento, que é tercerizado. Mas os investimentos continuam. “Estamos em 450 toneladas de malha por mês. Nosso objetivo é chegar em 1.000 toneladas, tanto na malharia quanto na fiação. E também

faremos o beneficiamento com capacidade para 1.000 toneladas mês de tingimento. Acreditamos que, em um ano e meio, estejamos com a tinturaria rodando e a ampliação vem em sequência”, continua.

Visitantes Dentre os visitantes, podemos citar executivos de importantes fabricantes têxteis como: COCAMAR, INTEGRADA, ITABAIANA, SUDOTEX, COAMO, FIAÇÃO E TECELAGEM DIVINÓPOLIS, GRUPO SHIROI e FIAÇÃO E TECELAGEM SÃO GERALDO. Também professores e estudantes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que conta com cursos de Engenharia Têxtil, Design de Moda e Técnico em Vestuário. O campus fica localizado em Apucarana, forte polo têxtil de produção de bonés. “Trouxemos alguns alunos para visitar a Febratex e, a convite da TRÜTZSCHLER viemos conhecer a Costa Rica”, conta a professora Fábia R.G.Ribeiro. “Essa interação com a indústria faz parte do processo de conhecimento. Temos bastante contato com a TRÜTZSCHLER, principalmente na disciplina de projetos industriais, em que os alunos projetam fábricas”, comenta a

10 I Revista Têxtil

trutz.indd 10

22/09/2014 15:50:28


Tecnologia

Clientes e parceiros TRÜTZSCHLER em visita à Costa Rica. Foto: Arquivo RT

professora. Para Bruno Ziehfuss, “a presença dos estudantes é importante, pois eles formarão a nova geração de profissionais têxteis”, finaliza.

Futuro A fiação Costa Rica foi constituída com um projeto de tecnologia de ponta e garante flexibilidade na produção simultânea de fios a rotor e anel. O investimento em equipamentos novos resulta em produtos de melhor qualidade com menor custo de produção, consequentemente competitividade no mercado internacional de fios. “O Brasil produz a própria matéria-prima, algodão, e um projeto concebido com seriedade como esse se torna viável, dentro de um processo de verticalização que evita a saída da commodity algodão em pluma”, complementa Rene Werner. RT

Instalações da Costa Rica. Foto: Divulgação Costa Rica

Revista Têxtil I 11

trutz.indd 11

22/09/2014 15:50:32


Tecnologia Crédito: Arquivo RT

Negócios na Febratex 2014 Principal evento do setor no País apresentou tecnologias, alavancou negócios e sinalizou um período mais otimista para a indústria têxtil

A

Febratex – Feira Brasileira para a Indústria Têxtil – terminou sua 14ª edição contabilizando a visitação de 90 mil profissionais. O número de visitantes, os estandes cheios e os produtos apresentados reforçaram a importância da inovação tecnológica para o setor. Realizado entre os dias 12 e 15 de agosto, no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC), o evento reuniu expositores de mais de 50 países, em um total de 2.250 marcas, entre nacionais e internacionais, e sinalizou um período mais otimista para a cadeia têxtil. “A feira mostrou que, mesmo com crise, é uma excelente oportunidade para inovar e encontrar novas soluções, porque as empresas são obrigadas a sair da zona de conforto”, comenta Hélvio Roberto Pompeo Madeira Júnior, diretor de marketing e comunicação da FCEM. Foram apresentadas novidades em equipamentos, acessórios, insumos e matérias-primas, além de informações técnicas e de tendências comportamentais e de varejo. Além das novidades em tecnologia, o evento ganhou

um foco ambiental mais forte, visto também em alguns equipamentos e estandes. “Destaco o TEXTIL VERDE FEBRATEX, em parceria com a Revista Têxtil. Por causa deste projeto conseguimos selecionar as melhores práticas sustentáveis dos expositores. E isto veio para ficar, é assim lá fora e será no Brasil, também. Nós, da FCEM, além de trabalharmos com as práticas sustentáveis, vamos dar foco a outras questões de cunho social associadas à indústria têxtil, como o abuso da mão de obra escrava, entre outras”, explica Hélvio Júnior. O tema foi debatido durante uma mesa redonda mediada pela diretora da Revista Têxtil, Vivi Haydu, que contou com a presença de Hélvio Júnior, Leopoldo Nóbrega, consultor do Moda Arte Plenna, Maria do Carmo Xavier, professora CODAI/ UFPE e o presidente da ABTT – Associação Brasileira de Técnicos Têxteis, Antonio César Corradi. Todos apresentaram ideias sustentáveis e concordaram com a importância do tema e, no encerramento, Hélvio Júnior

12 I Revista Têxtil

febratex.indd 12

23/09/2014 11:13:11


Tecnologia

Revista TĂŞxtil I 13

febratex.indd 13

23/09/2014 11:13:12


Tecnologia

Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor presidente da FCEM, e Hélvio Roberto Pompeo Madeira Júnior, diretor de marketing e comunicação da FCEM. (Foto: Giselle Seibel)

Mesa Redonda sobre sustentabilidade. (Foto: Giselle Seibel)

Cada debatedor apresentou as medidas que as associações representadas tomaram para ajudar os empresários, mas o lado do trabalhador também foi exposto. Ao final do debate, todos concordaram que, além da adequação dos equipamentos às normas, é necessário investir na capacitação e conscientização dos operadores para se coibir acidentes envolvendo máquinas no País.

Prêmio

Debate e Informações NR12. (Foto: Giselle Seibel)

propôs que este fosse apenas um debate inicial, que teria continuidade em outras edições da Febratex e em outros eventos da FCEM. Além disso, a Febratex teve, mais uma vez, um caráter informativo muito forte, com a realização do Fórum Febratex de Informações e Seminário Tecnológico ABTT, com palestras e debates sobre temas do interesse do setor. Destaque para a discussão sobre a Norma Regulamentadora número 12, a NR 12, no “Debate e Informações NR12”, com o coordenador do Cerest – Centro de Referência de Saúde do Trabalhador da Macroregião de Blumenau, Francisco Gilberto de Brito; o presidente da ABTT, Antonio César Corradi; a secretária executiva da Abramaco – Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos para Confecção, Neide Ferreira; e o consultor da Abimaq – Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, Lourenço Righetti Netto. O presidente da ABTT, Antônio César Corradi explicou aos presentes o que é a NR 12, norma que define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção que visam garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. O foco do debate foi avaliar como a atual redação da norma afeta a indústria nacional, que terá que adaptar todo o seu parque em um investimento bilionário.

Durante a Febratex, no dia 13 de agosto foi realizada a cerimônia de entrega dos prêmios da 3ª edição do “Prêmio Egon Deustschendorf”, que agraciou empresas expositoras que completaram dez participações na feira, parceiros, veículos de comunicação e um colaborador do grupo FCEM, além do prefeito do município de Blumenau, Napoleão Bernardes. Entre os agraciados, estavam a Audaces Automação e Informação Industrial, Multiágua Engenharia Ambiental, Rivitex Comércio, Importação e Exportação e Sintequímica do Brasil. Além de empresas, foram homenageados dois parceiros da FCEM, o Grupo China Trade Center, representado por Lina Xu, e a Merkur Fair, da Turquia, representada pelo senhor Serkân Atíci; e alguns veículos de comunicação. Por fim, foi homenageada também Neuza Guedes, gerente financeira da FCEM.

Parceiros internacionais O Grupo China Trade Center e a Merkur Fair trouxeram para a Febratex expositores chineses e turcos. Do país asiático, vieram 17 empresas, que apresentaram produtos de diversos segmentos, como teares, impressoras, corantes, telas de cilindro e tecidos. Entre os destaques, a Screen Printing Machine, da empresa Ruian Minghui Machinery Co. Ltd., e o tear Jaquard Computadorizado e a Cord Knitting Machine, da empresa Xiamen Yitai Industrial Co. Ltd. “Os expositores chineses gostaram da feira, que teve boa visitação de profissionais da área, proporcionando vários contatos”, comenta Lina Xu.

14 I Revista Têxtil

febratex.indd 14

23/09/2014 11:13:16


Tecnologia

Ampla (Arquivo RT)

Também participou da Febratex a Reyda International Exhibition Group, especializada em promover a participação de empresas chinesas em feiras de negócios em todo o mundo, apoiada por seu relacionamento com associações de países como Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, entre outros. Já da Turquia, no total vieram doze empresas, oito das quais sob o chapéu da Merkur Fair, em um espaço de 200 m2. Entre os produtos, fios, químicos e maquinários. “A Febratex é a maior feira da América do Sul. É muito importante para nós e para o mercado têxtil”, comenta Serkân Atíci, gerente de marketing da Merkur. “Nossos expositores tiveram muitas visitações, alguns com ofertas de compra. Isso é um ótimo começo. Veremos como ficarão as coisas no futuro”, continua. “O mercado brasileiro é muito importante para nós, temos grande expectativa de negócios, mas temos alguns desafios. Os dois países são muito distantes, as taxas do Brasil são muito altas e muitos dos produtores brasileiros não conhecem as máquinas turcas, além da dificuldade do idioma. Ainda assim, temos grandes planos para o Brasil e, se quisermos realizá-los, temos que vir para a Febratex”, conclui.

Febratex 2016 A 15ª edição da Febratex já tem data marcada: de 9 a 12 de agosto de 2016, no Parque Vila Germânica. A novidade é que o local contará com uma nova estrutura, a ser inaugurada já em 2015, conforme anunciou o Prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, na cerimônia de entrega do “Prêmio Egon Deustschendorf”. O Setor 4 será erguido na modalidade de naming rigth, seguindo o modelo dos maiores espaços de eventos do mundo, e contará com dois pavimentos. “A notícia do novo pavilhão é bastante positiva, já que a cada edição a Febratex reforça a sua posição de maior feira da indústria têxtil nas Américas e conta com diversas empresas interessadas em expor no evento, mas, infelizmente,

Audaces (Divulgação)

devido à atual limitação de espaço não é possível”, comemora Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor presidente da FCEM. Confira alguns destaques dos expositores!

Ampla A empresa apresentou sua impressora de sublimação de alta produtividade, a Targa XT Aquatex, que conta com a tecnologia do software RIP Caldera e traz o conceito de robustez, precisão e facilidade da linha XT, sendo referência em equipamentos de sublimação. A impressora é voltada ao mercado de estamparia digital, tem largura de impressão de 1,80m e pode ser equipada com 04, 08 ou 16 cabeças de impressão, chegando a operar a uma velocidade de 229m²/h, com resolução real de 1.200 dpi. A tinta Aquatex à base de água oferece também um dos melhores custos de produção do mercado, cerca de R$ 1,00 m². “A Febratex foi uma feira muito interessante para podermos conhecer melhor o mercado e apresentar aos visitantes a nossa impressora. Também observamos que este segmento está aos poucos adotando a sublimação como uma opção muito interessante, o que é bastante positivo, pois poderá aumentar ainda mais a procura pelo nosso produto”, comentou Regina Ferreira, marketing da Ampla.

Audaces Nos seus dois estandes, a Audaces apresentou vasta gama de equipamentos do seu portfólio. No destaque, a Audaces Neocut, máquina de corte que funciona inteiramente de acordo com a NR12. “São alterações de mecânica, eletrônica, mas, principalmente, de software, de inteligência, mesmo. Hoje a máquina é quase um robô que identifica que tem um humano em situação de risco e reage, de modo que agrega mais segurança para seu usuário. Hoje é, certamente, a mais segura do mundo”, comenta Cláudio Grando, presidente da Audaces. O projeto agrega inteligência de software e sensores, para que, se o usuário chegar em determinada área de risco, por

Revista Têxtil I 15

febratex.indd 15

23/09/2014 11:13:19


Tecnologia

Aupicor (Arquivo RT)

engano ou imperícia, a máquina pare. Outro diferencial é que depois ela volta exatamente no ponto em que ela parou, não precisa reiniciar, independente do tempo que ficou parada. “Hoje, muitas empresas estão adaptando máquinas para a NR12. Neste caso, quando a máquina para, você tem que reinicializar o trabalho e isso diminui a produtividade das empresas em 30%, 40%. Com a máquina da Audaces, isso não acontece. A produtividade é mantida, mesmo a máquina sendo muito mais segura para o usuário”, conta Grando. Outro diferencial é a possibilidade de realizar determinadas atividades com a máquina ainda em movimento, porém com velocidade reduzida. Basta apenas uma programação específica. Além da Neocut, o estande apresentou também os serviços exclusivos para os usuários do Clube Audaces. “O que estamos fazendo são lançamentos mais frequentes para os clientes, com um período de exclusividade, antes de alcançarem o mercado”, diz Grando. Um exemplo é o Audaces Supera, que é um servidor de encaixes, desenvolvido a partir de um processador matemático específico que consegue processar ao mesmo tempo várias técnicas para encontrar os melhores encaixes, garantindo o melhor aproveitamento de tecido.

Aupicor A empresa apresentou seus materiais para tratamento e branqueamento do algodão cru, a purga ou pré-alvejamento. A enzima LAZIM PE/AB é aplicada em Biopurga para cores médias e escuras, e em Bio Pré-Alvejamento, para cores claras. A Bioredox CONC é um agente biológico de base enzimática para neutralização de peróxido de hidrogênio em banhos de pré-alvejamento e alvejamento. A BIOPOL NB é uma enzima de biopolimento e neutralização de peróxido de hidrogênio residual. Biodegradável, a enzima garante um processo limpo, obtendo o mesmo resultado, com economia de água e energia. Além disso, a Aupicor apresentou também seus auxiliares, corantes para fibras de algodão, poliéster e poliamida. A

Adriana Stringelli, da Carmelo (Arquivo RT)

empresa tem seis anos de mercado, mas vem de um grupo italiano centenário. Nasceu com a finalidade de atender a parte de auxiliares, enzimas de pigmentos e de corantes. E agora está entrando na parte de tintas digitais sublimáticas. As enzimas são fabricadas no Brasil, em Pomerode. Já os corantes são importados.

Carmelo A empresa apresentou vários destaques na feira. Entre eles, as máquinas de meias ponteira fechada da marca Lonati, nos modelos G615F, S by S e a G544F S by S. Essa tecnologia é exclusiva da Lonati, que produz a meia completa, já com a ponteira da meia costurada em “vero remalho”. O segundo destaque foi a máquina Seamless (sem costura), que fabrica peças prontas, necessitando de um mínimo de trabalho de confecção. Foram apresentadas peças de underwear, sportwear e casualwear. Outro destaque apresentado na feira foram as máquinas circulares eletrônicas de grande diâmetro, da nova empresa do Grupo Lonati-Santoni, a JingMei. Foi apresentado o modelo JLC Series, que é uma máquina de meia-malha, jackard eletrônico, com o Kit Mash, que fabrica tecidos para a linha lingerie e fitness, e a máquina Modelo JT Series, Interlock, que produz tecidos dupla-face, como o spacer e neoprene. “Acreditamos que a feira foi um sucesso de público, muito importante para divulgar e apresentar os produtos de última tecnologia para o setor têxtil. Vale a pena realçar a importância deste tipo de evento para mostrar o quão rico e vasto é o mercado têxtil e quantas oportunidades ele oferece para quem deseja investir ou empreender no Brasil. Embora a crescente importação de produtos acabados vindos da China e de outros países que possuem um custo mais baixo tenha desestimulado um pouco o setor, ainda assim, podemos ver o otimismo do nosso empresariado mostrando sua capacidade de se renovar e se reinventar para gerar riqueza para a nossa indústria”, comenta Adriana Diogo Stringelli, sócia da Carmelo.

16 I Revista Têxtil

febratex.indd 16

23/09/2014 11:13:24


Tecnologia

Revista TĂŞxtil I 17

febratex.indd 17

23/09/2014 11:13:25


Tecnologia Durst A empresa apresentou informações sobre sua máquina Durst Kappa, além de amostras de tecido produzidas na mesma. A dificuldade maior foi apresentar a máquina italiana sem trazê-la ao estande, já que a sua configuração mais básica conta com 25m de comprimento. “Nosso desafio era fazer com que as pessoas visualizassem as nossas soluções e acabou sendo interessante, porque o mercado não conhece muito as vantagens da impressão direta digital, conhece mais o transfer, sublimação. Foi nossa oportunidade de trocar algumas ideias e mostrar o que é possível fazer com a máquina”, explica Ricardo Pi, diretor da Durst. Segundo ele, a máquina está focada em alto volume de produção, que pode chegar a 900m2/hora e pode trabalhar 24 horas por dia. Ainda assim, pode imprimir tiragens pequenas. “Isso ainda é novidade para muita gente. É interessante mostrar as vantagens para as pessoas, que não tem tiragem mínima, pode personalizar, em uma quantidade pequena. A exclusividade para a moda de alto valor agregado é muito importante”, continua. A Kappa trabalha com três tipos de tinta, atendendo a praticamente todos os tipos de tecidos.

Grupo NS Com as paredes do estande forradas com um tecido estampado inteiramente sem emendas, o Grupo NS dividiu o espaço com sua representada Groz-Beckert® para apresentar suas novidades e destaques, alinhadas ao conceito de Produtividade e Qualidade – Além do que se vê. “A ideia do tecido na parede foi mostrar que, em se tratando do segmento têxtil, as possibilidades são infinitas”, comenta Diana Artêmis Alves, analista de marketing do Grupo. “Todas as tecnologias apresentadas vêm com um único conceito, o de produzir mais, em menos tempo, com menos pessoas. Ou seja, aumentar a produção, minimizando o custo. Para isso, é preciso um bom equipamento, boas peças

Grupo NS (Arquivo RT)

de reposição e boa manutenção”, comenta Fábio Sartorti, diretor presidente do Grupo NS. Dentro deste conceito, ele conta como, por meio de trabalhos técnicos realizados, em uma mesma máquina, com as mesmas pessoas, foi possível aumentar a produtividade em 17%. “O segredo está na precisão, qualidade de produtos, treinamento de pessoas. São mudanças mínimas em cinco fatores chave dos processos de malharia: velocidade da máquina, eficiência, tempo de vida da agulha, índice de quebra e consumo de energia. Nós trabalhamos no sentido de melhorar a performance de nossos clientes”, comenta Fábio. A Groz-Beckert®, também comprometida com este conceito, apresentou novas tecnologias para o cliente ter resultados cada vez superiores em sua produção, como por exemplo, a inovadora geometria da agulha LoopControl® e a máquina de atar KnotMaster. Outra parceira que fez sucesso foi a Madeira®, com sua nova cartela de cores das linhas Frosted Matt, a primeira linha de bordado realmente fosca, que garante alta definição e qualidade. Por fim, a NS Química® trouxe as tecnologias da Schoeller® Technologies AG, como o ecorepel®, acabamento de alta tecnologia, que oferece repelência natural à água e sujeiras de maneira ecológica, totalmente livre de fluorocarbono, biodegradável, resistente a lavação, durável e agradável ao toque. E ainda é homologado por um instituto que conta com a bandeira do Greenpeace, livre de produtos químicos nocivos.

Huntsman Depois de começar com um pequeno negócio, John Huntsman fez sua empresa crescer, nos últimos 30 anos e, hoje, atua com petróleo, resinas epóxi, negócios de Poliuretanos, e finalmente, adquiriu o segmento têxtil da CIBA especialidades químicas. Assim, a divisão Textile Efects da Huntsman, que produz corantes e produtos químicos para o beneficiamento têxtil, esteve presente na Febratex apresentando seu portfólio.

Hyosung (Arquivo RT)

18 I Revista Têxtil

febratex.indd 18

23/09/2014 11:13:28


Tecnologia Uma preocupação constante é com um conceito ecológico e de sustentabilidade. Em geral, os produtos lançados no mercado usam menos água, menos energia, tempos de processo menores. “Isso, lá na frente, vai ser uma necessidade básica de todos, de toda a indústria”, comenta Alex Muller, gerente de vendas Mercosul. “E, logicamente, primamos por processos ou projetos inovadores. A escassez de água e o aumento de custo de energia estão nos levando a sempre pesquisar processos inovadores”, continua. Entre os destaques do estande, a linha Avitera para tingimento reativo. Trata-se de uma linha sustentável de corantes para estamparia digital que proporciona economia de até 50% mais água, energia e tempo.

Hyosung Para a feira, a novidade foi o elastano creora® highclo, costumeiramente usado para moda praia, principalmente pela sua resistência à exposição ao cloro. O fio resiste a uma exposição de até 280 horas, sem o desgaste de seu poder de elasticidade no tecido, enquanto outros elastanos normalmente aguentam até 80 horas. Assim, é indicado para uma roupa de banho de alta performance, principalmente atletas, que costumam passar quatro, cinco horas na piscina, para que não tenham que trocar a peça a cada 15 ou 20 dias. Além disso, garante a compressão e a modelagem dos artigos confeccionados. Pela sua resistência, o fio

também é bastante indicado para jeanswear, podendo sofrer vários efeitos de lavanderia. Outro fio destaque, inclusive produzido no Brasil, é o creora® Power Fit, polímero cujo principal atributo é uma alta resistência térmica, que garante excelente solidez das cores com corantes dispersos a altas temperaturas. Com elevado power e retenção, promete compressão e modelagem superiores, bastante indicado para sportswear, fitness, moda praia e outros. A Hyosung chegou ao Brasil há quase dez anos, na época apenas com produtos importados. O grupo conta com atuação em diversas áreas, entre elas a têxtil, com a produção de poliéster, nylon, tecidos técnicos, e o elastano Creora, líder mundial em termos de produção. Desde setembro de 2011, conta com fábrica própria no País, onde conquistou grande espaço no mercado. Localizada em Araquari, no sul do Brasil, a fábrica produz em torno de dez mil toneladas por ano de elastano. Daqui, a empresa exporta para a América do Sul, porém o foco principal está no mercado brasileiro. “A ideia era exportar mais, mas tivemos uma recepção tão boa do mercado brasileiro, que foi necessário segurar um pouco essa exportação”, conta Bruno Valesin, supervisor de vendas. Há um plano de expansão para suprir essa demanda. A planta brasileira é a primeira fora da Coreia que produz o highclo. Em geral, as plantas, uma na Coreia, três na China, uma no Vietnã e uma na Turquia, produzem o Power Fit. As especialidades são produzidas na Coreia. A produção global de elastano gira em torno de 160 mil toneladas por ano.

Revista Têxtil I 19

febratex.indd 19

23/09/2014 11:13:29


Tecnologia INVISTA O grande destaque do estande foi a nova campanha de comunicação da marca, LYCRA® MOVES YOU, que foi apresentada ao trade (ver mais informações na página 46). Em telas espalhadas pelo estande, os visitantes puderam conferir um pouco do making off da campanha. Além disso, foi apresentado também o Projeto Connect, iniciativa que irá mover toda a cadeia têxtil. “É especial lançar tudo isso num evento que tem a cadeia têxtil integrada. Queremos mover negócios de todos os parceiros que trabalham conosco”, comenta Luiza Barros, gerente de comunicação da marca LYCRA®. Um dos compromissos da empresa é com a inovação. Na feira, foram lançadas duas novidades. Para malharia circular, foi apresentado o fio LYCRA®T222S, que possui dois fios 23 Dtex monofilamento enrolados juntos em um único tubo. O alto alongamento do fio, aliado à baixa tensão, permite às malharias circulares a confecção de tecidos mais leves ou a utilização de estiramento mais elevado, diminuindo o custo de elastização do tecido. “A princípio, é um cabo único, mas se divide em dois cabos, o que traz uma série de benefícios na produtividade, em rendimento e em qualificação do tecido”, afirma Luiza. Outra novidade foi o fio LYCRA® T267B, desenvolvido para malharia circular e de urdume. Ele possui a nova tecnologia anti-tack e oferece produtividade, reduzindo a frequência de troca de carga e de limpeza e máquina, também diminuindo o custo de elastização do tecido. Por fim, o recém-lançado fio bio-derivado também foi apresentado no estande.

duas cabeças micropiezo e velocidade de até 64m2/hora. A outra máquina é a E-JET V2, com software Photoprint, com velocidades que vão de 30 m2/hora até 56 m2/hora, dependendo da resolução. Seu sistema de bulk garante capacidade para 1,5 litros de cada cor. A máquina possui duas cabeças de impressão micropiezo e chega a imprimir até 1440 dpi. Também teve como novidade a E-JET V0, impressora de 1,60 m de largura com valor equivalente à de 1,10 m e com todos itens de série inclusos, com software photoprint, velocidade de até 30 m2/ hora, uma cabeça de impressão piezo. A J-TECK pode se gabar de oferecer uma linha de máquinas de qualidade, a preços acessíveis. “Nossa ideia é criar uma linha que atenda desde aquele pequeno empresário que quer começar um negócio, com uma linha de impressoras de mesa, depois mudar para uma máquina melhor, até empresários que já queiram começar com plotters de maior porte, com uma boa relação custo-benefício”, comenta o gerente Fabricio Christoff. As tintas J-TECK também estavam no estande, sendo apresentadas em diferentes máquinas, pois a J-TECK possui a solução de conversão para todos os tipos de equipamento. No estande foi possível ver como as tintas J-TECK podem aumentar a eficiência das impressoras, pelo uso das tecnologias nano e cluster, que evitam entupimento, garantindo mais rendimento, mais cor e qualidade de impressão. Outra novidade foi a tinta Special Black, voltada para quem necessita de um preto mais intenso. Com suporte técnico capacitado, oferece desde serviços a perfis de cores para seus clientes.(Veja mais nas páginas 40 e 41).

J-TECK

Lectra

Distribuidora das tintas italianas J-TECK no Brasil, a empresa apresentou um produto diferenciado, suas tintas são ecologicamente corretas, a base de água, com cores fortes e vibrantes e maior rendimento. Para agregar em seus produtos para sublimação digital, a J-TECK Global tornou-se distribuidora no Brasil de novos equipamentos. O Papyrus Black, da D-Gen, conta com software Wasatch, largura de até 1,83 m,

A empresa apresentou uma solução de modelagem avançada para criação, gradação e prototipagem virtual 3D, o Modaris Expert 3D. O software possibilita o desenvolvimento de modelagem plana, com testes simultâneos em manequins virtuais 3D, além da realização de todos os ajustes necessários, sem a produção de protótipos físicos. A cada alteração, a modelagem inteira da peça se adapta automaticamente,

J-Teck (Arquivo RT)

Lectra (Foto: Giselle Seibel)

20 I Revista Têxtil

febratex.indd 20

23/09/2014 11:13:32


Tecnologia inclusive o encaixe das estampas ou a aplicação de detalhes como bolsos. A solução também permite a simulação de cores, estampas, texturas, volumes, bordados e rendas, entre outros. Outro destaque foi o Lectra Fashion Platform, solução de gestão de ciclo de vida de produto que integra tecnologia de design e desenvolvimento em uma plataforma colaborativa, que melhora a comunicação do design com a produção, ao integrar os diferentes departamentos envolvidos no projeto. A solução também é um instrumento importante na abordagem “Design to Cost”. Por fim, os visitantes que passaram pelo estande da Lectra também puderam conhecer a solução para corte Vector Fashion iX e a enfestadeira Brio série X. “Durante os quatro dias de evento, a Lectra recebeu mais de 2.000 visitas em seu estande, entre clientes, prospects das indústrias de moda e vestuário e associações de classe e instituições educacionais. Esta edição da Febratex superou as expectativas e nos deu um alto nível de visibilidade e potencial para novos projetos”, comenta Daniella Ambrogi, gerente de marketing da Lectra. “Foi uma excelente oportunidade para divulgarmos nossas soluções para potenciais clientes de todo Brasil”, finaliza.

Mathis A empresa lançou duas versões novas de sua máquina de laboratório para tingir amostras em canecas até 135ºC,

com aquecimento infravermelho. O modelo ALT-ECO tem preço extremamente acessível, com controlador touch screen simples. Já o modelo ALT-MASTER é automatizado, com controlador touch screen gráfico de última geração, que permite programar até 99 processos, além de controlar até quatro máquinas ALT-Master ao mesmo tempo, cada uma rodando um processo diferente. Quanto às máquinas de produção para o tingimento contínuo de fitas, a Mathis apresentou, também, seu mais novo armário Universal para fixação de corantes em processo Thermosol e vaporização Pad-Steam, com novos acionamentos, e um sistema totalmente automatizado de controle do processo. Para a Mathis, a Febratex foi um sucesso. “Apesar das expectativas de receber menos clientes neste ano difícil, vimos com surpresa que houve visitas importantes, com a presença de diretoria de empresas buscando soluções específicas e ainda acreditando no mercado têxtil nacional”, comenta o diretor industrial Pedro de Mendonça Neto. “Como sempre, consideramos importante a presença de todos na Febratex para reunir as empresas do setor têxtil, porém sentimos que seria muito importante efetuar um evento deste porte na cidade de São Paulo. O setor têxtil é responsável em movimentar grande parte da cadeia financeira do Brasil. Desta forma, é ideal que um evento desta grandeza tenha uma repercussão bem maior dentro dos veículos da mídia”, analisa Isis Steffens, gerente de marketing.

Revista Têxtil I 21

febratex.indd 21

23/09/2014 11:13:33


Tecnologia Picanol A Picanol também esteve presente na Febratex, com um estande para informações sobre seus teares. “Houve um grande afluxo de clientes no estande, não apenas de Santa Catarina, mas também de várias outras regiões do Brasil. A Febratex segue como uma das mais importantes feiras do setor. Na próxima edição do evento estaremos presentes, com toda a certeza”, comenta Walter Kilmar, representante nacional da Picanol. Ele aponta, no evento, grande destaque para o segmento de felpa, mercado que continua em alta para tecelagens que detém maquinário de elevada tecnologia.

Silmaq

Mathis (Divulgação)

Ricardo Haydu e equipe Picanol. (Arquivo RT)

Silmaq (Arquivo RT)

Com investimento pesado em sustentabilidade, o estande da Silmaq estava certificado com o selo Carbon Free, pela neutralização de toda a emissão de gás carbônico do estande. A ONG Iniciativa Verde tem um sistema de cálculo que permite saber exatamente qual é o volume da emissão a partir da montagem até a desmontagem do estande. Essa emissão é revertida em árvores a serem plantadas pela Silmaq, que ainda garante a manutenção. Mas a iniciativa verde da empresa não para por aí. Além de plantar árvores e cuidar da reciclagem do lixo, a empresa busca trabalhar com representadas que atuem também sustentavelmente, além de terem um portfólio de produtos que garanta uma produção mais limpa aos clientes. Assim, a Juki, por exemplo, remodelou o design de seus equipamentos, de modo que evitem o uso de peças que não possam ser recicladas. A PROCUT XL 7501, da Topcut Bullmer, máquina de corte automática, tem uma precisão de encaixe tamanha que seu resíduo é inferior ao de outras marcas. Já a Kornit Digital permite uma estampa mais limpa, direta no tecido, por quadro ou transfer. Enfim, a sustentabilidade é vista pela Silmaq como um tripé que une o social, o ambiental e o econômico.

Marcelo Macedo e José Clarindo Macedo (Arquivo RT).

22 I Revista Têxtil

febratex.indd 22

23/09/2014 11:13:39


Tecnologia Sintequímica A empresa levou a seu estande amostras de tecidos estampados pelos seus clientes com seus produtos para estamparia com pigmentos, entre eles as dispersões pigmentárias SINTERDYE, totalmente livres de metais pesados, ftalatos e “APEO-FREE”. A ideia era mostrar os resultados possíveis a partir da escolha da estamparia com pigmentos ao invés de corantes, tanto em cores quanto no toque dos tecidos. “Estamos mostrando onde você consegue chegar no dia a dia, com as coleções dos clientes estampadas em pigmentos. Existia uma ideia de que com pigmento você não atingia brilhos de cor como com o corante, mas a tecnologia avançou muito. E, além dos níveis de cor, estampar com pigmento é muito mais barato, já que o processo é mais simples, não precisa vaporizar, nem lavar, só estampar e secar”, conta Marcelo Macedo, diretor comercial da Sintequímica. A cartela de cores conta com ao redor de 60 bases que podem ser misturadas, garantindo muitas possibilidades. Outra ideia que precisa ser mudada, segundo Macedo, é a de que a estampa com pigmento modifica o toque do tecido, porque ele precisa ser resinado. As tecnologias químicas também estão mais modernas. No caso da Sintequímica, o ligante SUPERPRINT ET garante um excelente toque, com ótima resistência eletrolítica. Além de mais simples, o processo de estamparia com pigmentos acaba resultando em economia de água e energia, ou seja, torna-se mais vantajoso para quem se preocupa com questões ambientais. A questão do preço também influencia, já que, não só o quilo do pigmento é mais barato, como a economia financeira do processo inteiro é considerável. Além dos produtos químicos para estamparia com pigmentos, os visitantes do estande da Sintequímica também puderam conhecer a COLARIS-NF, máquina de estamparia digital de fitas. Com velocidades que podem chegar a 50m/min, com padrões de quatro, seis e oito cores, a máquina atinge a mesma produção e custo para lotes maiores ou menores.

SPGPrints A holandesa SPGPrints é especializada em estamparia, tanto digital quanto convencional. A empresa nasceu a partir da separação de uma divisão do grupo Stork. Por isso, ainda usa a expressão Stork Technology. E por isso, também, comemorou 50 anos da primeira máquina rotativa de estamparia, em 1964. Nesta área, os visitantes puderam conferir os cilindros microperfurados de níquel, em especial das linhas NOVA® e RANDOM®. Esses cilindros possuem alta definição e proporcionam economia de outros insumos, reduzindo perdas. Além disso, também encontraram novidades em acabamento e recobrimento, lacas, máquinas de estampar e gravação, entre outros. Revista Têxtil I 23

febratex.indd 23

23/09/2014 11:13:40


Tecnologia

SPGPrints (Arquivo RT)

Staübli (Divulgação)

Já na área de digital, a empresa apresentou, em uma parceria com a La Meccanica, sua nova máquina para estamparia digital, a LEOPARD, que promete revolucionar o mercado têxtil latino-americano, pelo seu baixo custo e grande produtividade, com velocidades de até 315m2/hora. Equipada com um trilho linear de oito cabeças Kyocera, a LEOPARD possui três versões de largura, até 3,40m. Outro modelo que os clientes puderam saber mais informações na feira foram as TIGERS, que têm as mesmas versões de largura, porém com uma arquitetura de cabeças ainda mais robusta, de dois a três trilhos de oito cabeças cada, além de outros recursos, que permitem às TIGERS estamparem em uma velocidade de 810 m2/ hora. Além disso, a SPGPrints aposta, também, no desenvolvimento de tintas e na melhoria de corantes, como os ácido, reativo, sublimático, disperso, re-acid e pigmento.

de novos fios e velocidades de tecelagem cada vez maiores. A Stäubli enfrenta esse desafio com sua linha completa de máquinas de formação de cala e sistemas de preparação de tecelagem, sem fazer concessões no que diz respeito à qualidade e à inovação”, completa.

Staübli A empresa apresentou a Atadora TOPMATIC. Com seu sistema de atar urdumes, a TOPMATIC, é o resultado de mais de 70 anos de experiência em projeto e fabricação deste tipo de máquinas. Componentes mecânicos de alta precisão, combinados com a eletrônica moderna, permitem ao usuário aproveitar as maiores vantagens do mercado. O exclusivo e patenteado recurso de detecção eletrônica de fio duplo da TOPMATIC PC opera em urdumes com ou sem encruz. A significativa redução no número de fios duplos e fios faltantes no urdume aumenta a eficiência do tear. “A Stäubli não se limita somente a fabricar e distribuir seus produtos, oferecendo a seus clientes o treinamento para a operação das máquinas em todas as aplicações”, conta Luciana Crespim D. Neves, engenheira têxtil da Stäubli. “A Febratex é uma das principais feiras do setor têxtil brasileiro, recebemos diversos clientes em nosso estande, todos de extrema importância e com bons projetos e boas perspectivas para o futuro. Temos o compromisso de atender nossos clientes em um mercado com muita exigência

Tabatex Nesta edição da Febratex, um grande destaque do estande da Tabatex foram as máquinas de meia, dois modelos da empresa Dakong. Uma delas, a B521 estava sendo lançada no Brasil. Trata-se de um equipamento de quatro alimentações e diâmetro de quatro polegadas, com três motores de passo equipados com atuadores (Tamburino) WAC. A B521 produz meias com calcanhar e ponta no sistema falso e verdadeiro e sua produção varia de 24 a 38 pares de meia por hora, de acordo com o tipo do produto.

Tabatex (Divulgação)

24 I Revista Têxtil

febratex.indd 24

23/09/2014 11:13:43


Tecnologia Já a B318 é um equipamento de uma alimentação com seis cores por linha e duas cores de elástico. Possui painel LCD multilíngue, atuadores (tamburino) WAC. O equipamento dispõe de um recurso para produção de artigos em 3D e sua produção varia de 10 a 14 pares de meia por hora, de acordo com o tipo do fio e desenho do produto. A Dakong conta com mais de 50 anos no mercado de fabricação de máquinas e teares circulares para produção de meias. Todos os seus equipamentos possuem tecnologia italiana e seu software não necessita de chave Hardlock (podendo ser executado em mais de um computador). Em média os equipamentos da Dakong são 30% mais baratos do que o da concorrência, utilizando a mesma tecnologia. Todos os equipamentos contam com um ano de garantia (mecânica e eletrônica), fornecida pelo fabricante, além de toda assessoria para instalação e suporte técnico, bem como reposição de peças e acessórios, feitas por uma equipe da Tabatex aqui no Brasil. Outro destaque no estande foi o lançamento da Vega 3180, da Chinesa Atexco, modelo de máquina de impressão digital que possui um inovador conceito com cabeças de alta produção para uso industrial, aliado a praticidade de operação da máquina. Seu processo de impressão utiliza tintas ácida, reativa, dispersas ou pigmentos, e permite a impressão em diversos tipos de tecido, mantendo sua maciez, com ótimo rendimento de cores.

Texima A empresa apresentou a Rama modelo R4, já consolidada como a máquina de maior rendimento operacional do mercado, com mais de 25 equipamentos instalados. A Rama R4, com a utilização do Recuperador de Energia Ar-Ar (que tem a maior confiabilidade do mercado e também foi exposto no evento), é a máquina que apresenta o menor custo operacional. Para Caio Ramos, Gerente de Marketing da TEXIMA, a Febratex surpreendeu pela visitação qualificada de seus principais clientes, que demonstraram interesse em investimentos de curto e médio prazo. “A TEXIMA está muito confiante em receber novos pedidos até o final de 2014. A excelente visitação e interesse de nossos clientes nos faz acreditar em um cenário otimista para o setor em 2015”, conclui.

Valvugás A empresa apresentou suas válvulas e filtros produzidos em aço carbono laminado, o que proporciona mais segurança contra vazamentos, pois não possuem as microporosidades encontradas em outros tipos de materiais. As válvulas de controle realizam o ajuste da temperatura, pressão ou vazão em sistemas industriais. Trabalham com ampla gama

Revista Têxtil I 25

febratex.indd 25

23/09/2014 11:13:43


Tecnologia de aplicações, fluidos e configurações. Basicamente, onde se utiliza sistemas de fluido térmico, são utilizadas válvulas para controle de temperatura na secagem do tecido, ou onde há caldeiras de vapor.

WEKO Os visitantes tiveram a chance de conhecer os equipamentos, fazer testes, tirar dúvidas com os profissionais especializados e fechar negócios. A empresa apresentou seu Sistema de Aplicação de Líquidos – WEKO SIGMA –, alternativa rentável e prática aos métodos e equipamentos convencionais, como por exemplo, em processos de “foulard”. Seja montado na entrada ou na saída da rama, o Sistema tem várias vantagens: os tempos de produção e secagem diminuem consideravelmente, os têxteis e nãotecidos são submetidos a menos tensão, porque não é necessário espremer o material para retirar o líquido em excesso, os têxteis de alta qualidade não ficam comprometidos, não é necessária pós-produção e as camadas funcionais, como plastificantes, avivagens, proteção contra chamas e outros, são aplicadas em menores quantidades de diluição, conforme necessário. Outro lançamento apresentado foi a WEKO Cond-it, solução completa que possibilita ao cliente preparar, em sua pró-

Texima (Divulgação)

Weko (Divulgação)

pria empresa, o material que ele vai usar depois em impressão digital. A máquina substitui o uso do foulard e da rama, reduzindo custo, inclusive com a possibilidade de aplicar o produto só de um lado e em partidas menores. Os visitantes do estande puderam saber mais sobre a série de novos produtos e, ver sobre melhoria de processos e tecnologias ambientais desenvolvidos pela WEKO para máquinas de acabamento têxtil. Por fim, os visitantes também puderam conhecer a WEKO-Cut-it, que minimiza significativamente o desperdício no corte de ourelas de malhas/tecidos, e o WEKO Spread-it, que, na entrada da rama, executa uma abertura de ourelas e agulhamento confiável e sem vincos. RT

SCMC O Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), movimento de moda catarinense que envolve empresas e Instituições de Ensino, também aproveitou a Febratex para reunir sua diretoria e apresentar o projeto em uma coletiva de imprensa. Ao todo, 17 empresas participam do SCMC ano#9: a Altenburg, Audaces, Cia. Hering, Círculo, Dalila Têxtil, Daniela Tombini, Digra, Dudalina, Fakini Malhas, HI Etiquetas, Karsten, Lancaster, Marisol, Meu Móvel de Madeira, Oceano, Printbag e Tecnoblu. A ideia principal do projeto, segundo Claudio Grando, presidente do SCMC, é mudar o cenário e tornar as empresas de Santa Catarina mais competitivas. “O que temos que fazer de diferente para isso está no design e valorização do produto e da marca. Para isso, nos juntamos, empresas da cadeia têxtil cuja criação e desenvolvimento estejam aqui no Estado”, conta Grando. Além disso, a inserção dos estudantes é fundamental. Eles participam, ao longo de um ano, de todo o processo de produção da fábrica e têm que desenvolver, ao final, um produto diferenciado. “A maioria das universidades não dialoga com as empresas, não conhece suas necessidades. Hoje, formam designers. E quem faz modelagem, quem põe na prática? Trabalhamos com os estudantes, eles também são capacitados para entenderem quais recursos dispõem”. O SCMC foi criado em 2005 e o projeto conta com ações específicas ao longo do ano, como a “Experience”, onde os empresários se reúnem para trocar experiências, visitando as empresas uns dos outros. O “Thinking” acontece em um momento informal, encontro entre empresários e familiares, para gerar sinergia entre eles. O “Experience EDU” é o momento em que as Instituições de Ensino recebem as empresas para apresentar sua forma de ensino, práticas de gestão, linhas de pesquisa e atividades realizadas. Essas e outras ações vão contribuindo para a formação e mudança de mentalidade de empresários e estudantes, os futuros profissionais do setor.

26 I Revista Têxtil

febratex.indd 26

23/09/2014 11:13:45


Tecnologia

Revista TĂŞxtil I 27

febratex.indd 27

23/09/2014 11:13:46


Tecnologia

28 I Revista TĂŞxtil

febratex.indd 28

23/09/2014 11:14:06


Tecnologia

Revista TĂŞxtil I 29

febratex.indd 29

23/09/2014 11:14:08


ABTT

Conhecimento

Foto: Arquivo RT

Fórum Febratex de Informações e Seminário Tecnológico ABTT trouxeram importantes palestras e debates para a Febratex 2014.

A

Antônio César Corradi Presidente da ABTT

Febratex 2014 trouxe momentos de engrandecimento para a cadeia têxtil. Com empresas de grande expressão no mercado nacional e internacional, o evento reuniu mais de 50 países, entre os quais Alemanha, Inglaterra e Japão, que abordaram temas de tecnologia e conhecimento nos campos têxtil, confecção, moda, estilo e varejo, apresentados pelos expositores e, em especial, no Fórum Febratex de Informação e no Seminário Tecnológico ABTT. Agências de tendência de moda puderam proporcionar aos participantes a oportunidade de ver looks, books, cartelas de cores e assim vivenciar materiais com texturas e visual cheios de inspiração e criatividade, desenvolvidos para suprir necessidades dos clientes em design, marketing e comunicação. Os profissionais do setor puderam encontrar na feira os principais lançamentos de máquinas, acessórios, insumos e tecnologias da cadeia produtiva, da matéria-prima ao varejo. As tecnologias em 3D vieram incrementar o mercado de confecção e modelagem com simulação de cores, estampas, texturas, volumes, bordados e rendas. Palestras de gestão com foco em abastecimento do setor produtivo, fluxo de mercadorias, ritmo de operação, sistemas de fabricação, foram propostos como forma de redução de custos operacionais por meios produtivos. Empresas de tecnologia com desenvolvimento de cabeças de impressão para o mercado de sublima-

ção, que não ficam obstruídas com o uso de tintas não necessitam mais de tantas limpezas, evitando o desperdício e, com processos mais rápidos e baixos impacto, melhoram a produtividade e baixam os custos. Os fabricantes de corantes com tingimentos que utilizam baixo consumo de água e redução do tempo de montagem proporcionam economia. Lavanderias com processos mais inteligentes capazes de fazer vários tipos de lavagens com um único produto. O destino de resíduos das atividades industriais foi outro tema bastante abordado pelas empresas prestadoras de serviços que vêm atender a demanda da indústria na tentativa de amenizar o impacto do passivo ambiental, gerando uma grande economia com a redução do peso, volume e umidade dos lodos gerados no beneficiamento. O jeans ganhou destaque com os equipamentos de gravação e corte a lazer com visão LED. O setor de aviamentos foi outro que apresentou grandes destaques com novidades para a inovação de produtos de identificação visual. As palestras coordenadas pela ABTT causaram momentos de grandes e profundos conhecimentos transmitidos aos profissionais do setor e, certamente, contribuirão de forma relevante para o sucesso profissional de trabalhadores de empresas têxteis, confecções, tinturarias, lojistas do varejo e atacado e estilistas que puderam ver a antecipação de tendências globais de moda e estilo. RT

“O destino de resíduos das atividades industriais foi outro tema bastante abordado pelas empresas prestadoras de serviços que vêm atender a demanda da indústria na tentativa de amenizar o impacto do passivo ambiental, gerando uma grande economia com a redução do peso, volume e umidade dos lodos gerados no beneficiamento”

30 I Revista Têxtil

abtt.indd 30

22/09/2014 22:08:56


Revista TĂŞxtil I 31

abtt.indd 31

22/09/2014 22:08:57


Mercado

De olho no Brasil Messe Frankfurt fecha parceria com a FCEM para divulgação de seus eventos

D

urante a Febratex, a Messe Frankfurt organizou uma coletiva de imprensa para apresentar as suas principais feiras voltadas ao setor têxtil. Ao todo, a empresa organiza 110 eventos, que reúnem mais de 80 mil expositores e três milhões de visitantes, por ano. A empresa conta com 50 escritórios no mundo, que representam 150 países. Da cadeia têxtil, são 40 eventos, em nove países. O foco foi na apresentação da Techtextil, voltada para o mercado de têxteis técnicos, realizado na Alemanha, EUA, Rússia, Índia e China, e a Texprocess, voltada para o processamento de têxteis e confecção, que acontece na Alemanha e EUA. O diretor Michael Jänecke apresentou algumas características dos mercados relacionados aos eventos. Em relação aos tecidos técnicos, o segmento cresce mundialmente, respondendo hoje por 27% de toda a produção têxtil. Na Alemanha, por 50% e nos EUA 40%. Já para vestuário e tecnologias de vestuário, a produção global cresceu 7,4% no primeiro trimestre de 2014, comparado com o mesmo período de 2013. As economias emergentes mantiveram o maior crescimento, com 10%, e a liderança da China, seguida pela África do Sul e Indonésia. Na Alemanha, os pedidos por tecnologias têxteis e de couros, cresceram 20%, nos primeiros meses do ano. O Brasil emerge como 4º produtor de vestuário e 5º de têxteis, com um setor crescente pelo aumento da demanda doméstica por têxteis para o lar, além de uma necessidade crescente por têxteis técnicos para carros, construção civil e infraestrutura. O País é líder na produção de denim e terceiro produtor de malharia. Nos dois eventos da Messe, os visitantes poderão encontrar fabricantes de tecidos técnicos e nãotecidos, vestuário de tecidos funcionais, estofados e colchões, têxteis para as indústrias automotivas e aeroespaciais, têxteis para o lar e tecnologias para produção, acabamento e conversão de têxteis. As duas feiras cobrem toda a cadeia têxtil. A edição de 2013 da Techtextil foi considerada a maior e mais bem sucedida de todas, com 1.330 expositores de 48 países (10% a mais, comparado a 2011), e 27. 400 visitantes, de 97 países. Para 2015 o evento promete algumas novidades, entre elas o fato de durar quatro dias, em paralelo à Texprocess. O evento contará com quatro halls, sendo que o novo hall 6.1 focará em têxteis funcionais para vestuário. Até

agosto deste ano, 80% dos espaços já estavam reservados. A edição contará com uma programação paralela com o 13º Techtextil Award, prêmio de inovação, o 18º Techtextil Symposium, a 13ª competição para construções têxteis e o novo “Apparel Fashion Show @Techtextil + Texprocess 2015”. Um dos focos do evento estará em têxteis funcionais para vestuário, um mercado importante que movimentou quase 290 milhões de dólares em 2012, com os setores de vestuário de proteção e militar em destaque de crescimento, além de sportswear e aplicações médicas. Desde 1997, o evento sofreu uma mudança de conceito e passou a ser dividido por áreas de aplicação. Os visitantes recebem informações prévias sobre os expositores, de modo que podem buscar diretamente o que estão procurando, de acordo com os setores. “É uma questão chave para o sucesso. Um design de carros que usa têxteis precisa de informações diferentes do que um arquiteto que usa produtos têxteis. Nós podemos direcionar as pessoas”, comenta Jänecke. Assim, as empresas são classificadas em produtoras de têxteis para agronomia, lar, construção, uso industrial em geral, vestuário, higiene e saúde, geotécnicos, automóveis, ambientais, embalagens, proteção e esportes. Já a Texprocess apresenta tecnologias para design, corte, TI, costura, bordados, acabamento e logística. Em 2013, o evento contou com 330 expositores de 38 países e 12 mil visitantes de 98 países, cerca de 16% a mais do que na edição de 2011. Para 2015, cerca de 2/3 do espaço do evento já está reservado. Marcas líderes internacionais confirmaram presença. O objetivo é juntar expositores de toda a cadeia têxtil e de vestuário. No hall 4, por exemplo, desing, corte, softwares. No 5, máquinas, acessórios para costura, bordados e no 6, tecnologias para acabamento e logística. Haverá uma área especial para têxteis funcionais com renomados institutos de pesquisa e universidades. A IT@Texprocess, plataforma para a indústria de TI será novamente organizada em 2015, apresentando softwares e soluções para os setores de vestuário, têxteis para o lar, automotivos e outros. Dave Gardner, da Spesa, parceira da Messe nos EUA, na organização da Techtextil North America em Altanta e Houston e Texprocess, esteve presente na coletiva apresentando os dois eventos. As edições deste ano foram muito bem-

32 I Revista Têxtil

messe.indd 32

22/09/2014 22:10:27


Mercado

Revista TĂŞxtil I 33

messe.indd 33

22/09/2014 22:10:29


Mercado -sucedidas, inclusive por terem sido realizadas em paralelo com a JEC Americas. Os eventos receberam juntos nove mil visitantes, o que comprova a recuperação do mercado dos EUA. A próxima edição acontecerá na primavera de 2015, em Houston, novamente com a JEC Americas. A VDMA, Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas Têxteis, é um dos parceiros estratégicos dos dois eventos. Elgar Straub, Managing Director da VDMA Garment and Leather Technology, também esteve presente na coletiva para falar sobre o mercado de vestuário e a relação dos eventos com a tecnologia alemã. O mercado alemão de tecnologias para processamento têxtil registrou um aumento de 20% nos pedidos na primeira metade de 2014 e aumento de vendas de 7%, sendo o terceiro fornecedor global em 2013. Ele falou um pouco sobre os desafios de mercado para a indústria de vestuário e de processamento de têxteis técnicos, pela intervenção digital no design, processamento e logística, rapidez, flexibilidade e comprometimento com a sustentabilidade. Esta, aliás, é a preocupação número um da indústria, um importante fator competitivo. Segundo Elgar, as empresas alemãs estão investindo muito no desenvolvimento dos produtos para ajudar seus clientes em uma produção mais eficiente e sustentável. Redução do consumo de energia, água e tecidos ajudam a reduzir os custos de produção e no cuidado com o meio ambiente. “No fim, nós ajudamos nossos consumidores a ficarem ou se tornarem competitivos. Por exemplo, as inovações podem reduzir o consumo de água e energia de máqui-

nas de passar em mais de 30% a 40%. Sistemas de controle inovadores em máquinas de costura reduzem o consumo de energia em cerca de 20% ou mais. Se multiplicarmos isso pelo número de máquinas em uma planta de produção, podemos obter economias incríveis. Isso se torna mais e mais importante com o aumento do custo de energia e água ao redor do mundo”, afirma. Outra tendência é a das instalações de produção se relocarem para perto dos clientes, para terem mais agilidade, menos custo de produção e logística, além de ficarem perto dos mercados consumidores. Assim, a América Latina pode ser um mercado potencial para a Alemanha. “O objetivo de visitar a Febratex foi aprender sobre o desenvolvimento do evento e do mercado brasileiro desde minha última visita, há seis anos. A Febratex manteve seu lugar de destaque no mercado interno. No entanto, é possível perceber que o Brasil está sofrendo um pouco agora, depois de alguns anos de sucesso e ascensão”, comenta Elgar. “A médio e longo prazo, o Brasil será um dos mercados líderes por causa do seu tamanho, mas também por causa da sua crescente qualidade de produção, tanto para vestuário como processamento de têxteis técnicos”, completa. No entanto, para uma recuperação duradoura, o mercado deve ser mais aberto para importação e exportação. “O Brasil trabalha muito para o mercado interno e gasta enorme potencial de crescimento com isso. De qualquer maneira, os produtores de tecnologia alemã continuarão sua presença no mercado do Brasil”, finaliza. Segundo ele, cerca de 30 empresas alemãs estiveram presentes na Febratex, independentemente ou por meio de representadas. RT

Messe. Legenda: Michael Jänecke, diretor da Messe Frankfurt, Elgar Straub, Managing Director da VDMA, e Dave Gardner, da Spesa. (Arquivo RT)

34 I Revista Têxtil

messe.indd 34

22/09/2014 22:10:32


Mercado

Revista TĂŞxtil I 35

messe.indd 35

22/09/2014 22:10:34


Mercado

Desafios da indústria têxtil

Lectra realiza seminários analisando o segmento no Brasil e no mundo

N

o dia 13 de agosto, no Blumenau Plaza, e no dia 19 de agosto, em São Paulo, a diretora global Lectra Fashion Marketing, Stacey Charbin, realizou uma palestra sobre o mercado global de moda, suas características, desafios e tendências para o futuro, traçando um paralelo com o mercado brasileiro e suas particularidades, apresentando e analisando cases de sucesso. Especialista em moda e em tecnologia para moda há mais de 20 anos, Stacey Charbin atuou nos mercados dos EUA, Canadá e França. Ela está à frente do desenvolvimento e implantação das tecnologias que têm revolucionado o processo de criação e desenvolvimento de produtos nesta indústria. Por liderar as equipes Lectra na França, UK, Asia, Europa e Américas, adquiriu uma visão ampla e apta a analisar a indústria da moda sob a perspectiva de realidades mundiais diversas. Segundo ela, para ter sucesso, é importante conhecer o que se está vendendo e para quem, e de que maneira esse produto cria valor e rende economicamente. Os recursos chave, diz Stacey, são a equipe, os processos e os equipamentos. Em uma análise global, a diretora aponta alguns mercados que estão bastante saturados, como o dos EUA e o Japão, considerados bastante maduros, com uma concorrência acirrada para produtores. As ofertas são muitas e a internet dá acesso a todas as informações, o consumidor vai escolher o que for melhor. As marcas precisam estar à frente, bem informadas e com tecnologias e processos que permitam atender a essa expectativa. Isso atinge inclusive o Brasil. No entanto, ainda somos um mercado pouco saturado, com novos consumidores com poder de compra, metade da população com menos de 30 anos. O País é muito dinâmico e tem espaço para crescer e isso tem chamado a atenção de empresários do mundo inteiro. Ou seja, o mercado nacional será cada vez mais competitivo. Uma das vantagens do Brasil está no fato de que as indústrias ainda são verticalizadas, há meios de perpetuar a cadeia. Nos EUA, por exemplo, a reconstrução do setor têxtil é um gargalo, porque muito conhecimento foi perdido. Aqui, há muitas empresas, inclusive grandes ou médias, ainda concentradas no Sul e Sudeste, com outras regiões a explorar. O calendário inverso ao da Europa, Stacey considera um benefício a ser explorado. Entre os nossos desafios, o Brasil é um país muito grande, com diferentes climas, culturas, pessoas. Há muitas pequenas cidades que também se abrem para a moda e, daqui para frente, as empresas precisam estar presentes, para alcançar toda a população. Infelizmente, é um país com muita burocracia e impostos, mas os brasileiros adoram comprar.

A Lectra oferece vantagens para quem quer se manter atualizado de acordo com esses valores de mercado. Uma delas é o programa de educação muito forte, em parceria com as mais importantes instituições de ensino no País. Uma dificuldade apontada é que os jovens querem ser designers, mas poucos querem saber de corte, modelagem e isso é um risco potencial. Em um estudo, a Lectra concluiu que todas as empresas têm departamento de corte e modelagem e a maioria tem designers, mas estes departamentos não são integrados e, muitas vezes, pouco automatizados. Na China, nosso grande concorrente, a automação é uma realidade. A velocidade é uma característica importante atualmente. Quanto mais frequentes as coleções, mais visitas as lojas recebem. As roupas são compradas para serem usadas imediatamente, deixando o conceito de estações mais afastado. Outro segmento importante a ser observado pelas empresas hoje em dia é o mercado online. Isso significa prestar bastante atenção aos ajustes das peças. Ainda há um potencial forte a ser explorado, apenas 12% a 14% das roupas são compradas pela internet. E a maior parte das trocas e devoluções nas compras online ainda são causadas pela falta de ajuste. Neste aspecto, a ferramenta 3D da Lectra pode auxiliar bastante. Além da modelagem perfeita, o software garante, também, produção mais rápida, melhorando o controle de custos e tempo. Enfim, mais importante do que oferecer a tecnologia, em si, é o conjunto de serviços oferecidos para que ela seja melhor aproveitada, garantindo bons resultados, para que os empresários estejam aptos a enfrentarem os novos desafios RT de mercado. Stacey Charbin, diretora global Lectra Fashion Marketing, em palestra sobre o mercado global de moda (Divulgação)

36 I Revista Têxtil

lectra.indd 36

22/09/2014 17:56:38


Artigo

Vestuário de proteção para

usuários de motosserra

F. Steffensa,1, R. Carvalhoa,1, C. Relvasa, M. Barrosb, R. Fangueiroa* 2C2T – Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil, Escola de Engenharia, Universidade do Minho, 4800-058 Guimarães, Portugal b LMA – Leandro Manuel Araújo Lda, 4795 - 160 Rebordões, Santo Tirso, Portugal a

Abordagens do mercado A proteção ao corte, de uma forma generalizada, é normalmente obtida através da associação de diferentes tipos de materiais que, agindo de forma conjunta, impossibilitam que o usuário, ao manusear determinado equipamento cortante, seja afetado por danos de incisão ou perfuração. Tratando-se especificamente dos produtos para usuários de motosserra, as abordagens tecnológicas centram-se em três conceitos fundamentais: multicamada, enchimento e aplicação de componentes eletrônicos. O conceito multicamada refere-se à utilização de diversas camadas de estruturas fibrosas com propriedades particulares produzidas, por exemplo, a partir de diferentes materiais, como algodão, poliéster, aramidas, polipropileno, entre outros, com ou sem faixas refletoras, distribuídos em várias camadas, que podem variar entre diferentes quantidades [1] [2] [3] [4] [5] [6]. Estes produtos podem ser impermeáveis, ou possuírem ainda proteção à radiação UV [7] [8] [9]. Outra abordagem existente, conhecida como “conceito de enchimento”, é caracterizada por uma estrutura formada por emaranhados de fibras com um papel bem definido, que é o de conter a corrente da motosserra quando esta entra em contato com as fibras. A aplicação de componentes eletrônicos refere-se a uma nova tendência que ainda não se encontra disponível no mercado. A função destes sistemas é a de travar a motosserra quando esta se encontra a determinada distância do vestuário [10] [11] [12].

[14] [15]. Estima-se ainda que aproximadamente 30% dos acidentes que ocorrem na área florestal são provocados por motosserras, sendo que a maior parte destes acidentes poderia ser evitada com o uso de um equipamento de proteção individual apropriado [16]. Os EPI’s podem ser definidos como produtos de utilização individual destinados à proteção pessoal contra riscos que possam ameaçar a segurança e saúde durante a atividade laboral, garantindo a realização de tarefas com o mínimo de conforto necessário [17]. De acordo com a atividade, o vestuário de proteção pode incluir vários acessórios, como macacões, aventais, luvas, calças e também outros tipos de peças que tenham a função de revestir o corpo. O objetivo é apenas um: proteger o

Equipamento de Proteção Individual É difícil definir quantos acidentes anuais ocorrem a nível mundial com os operadores de motosserra, justamente porque em muitos lugares do mundo os trabalhadores podem não estar completamente legalizados com as normas vigentes. Entretanto, estudos realizados apontam que sua localização mais frequente é nos membros inferiores [13]

Figura 1: Equipamentos de proteção pessoal para usuários de motosserra: vestuário, capacete, luvas e botas

Revista Têxtil I 37

protecao.indd 37

22/09/2014 22:04:40


Artigo usuário contra as mais variadas condições, como calor, frio, umidade, componentes tóxicos e químicos, corrosivos, eletricidade, perigos de ordem biológica e física, entre outros [18]. Desta mesma forma, as exigências de proteção pessoal indicadas durante trabalhos com motosserra abrangem os seguintes elementos: capacete, protetor auricular, óculos de proteção e vestuário apropriado (Figura 1). Entretanto, a utilização de tal indumentária com propriedades particulares é, na maioria dos casos, omitida. Assim, o vestuário adequado deverá ser flexível, porém justo, precisamente para evitar que este entre em contato com a motosserra [16] [19] [20]. Outro requisito muito importante é a seleção criteriosa dos materiais fibrosos a serem utilizados. Desse modo, torna-se necessário determinar o tipo de risco, a potencial exposição ao mesmo, para assim definir o grau de proteção necessário. A avalição do desempenho mecânico e a forma que os materiais são entrelaçados na estrutura são preceitos fundamentais a serem avaliados [21]. Por este motivo, a maior parte dos produtos existentes são compostos por fibras e fios de alto desempenho, os quais possuem propriedades físicas e/ou químicas muito superiores às convencionais [22]. Exemplos de fibras de alto desempenho são: aramidas, carbono, polietileno de alta densidade, poliamida, poliéster e polipropileno de alta tenacidade [23].

Levantamento de necessidades Com o objetivo de se confirmar as necessidades existentes no mercado quanto ao vestuário de proteção individual para utilizadores de motosserras, foi preparado e distribuído um questionário para mais de 30 entidades florestais, diretamente aos usuários finais deste tipo de vestuário de proteção, incluindo lenhadores e bombeiros. A Figura 2 mostra os resultados obtidos. Confirmando os problemas já relatados com o manuseio da motosserra, a principal preocupação dos seus usuários é a proteção contra o corte provocado por ferramentas mecânicas (parte cortante da motosserra), o que corresponde a 47%; outro problema que também ocorre durante o corte é a projeção de fragmentos e para 20% dos entrevistados este é o item mais importante que o vestuário deverá assegurar; as questões referentes à resistência ao rasgo e a abrasão também foram mencionadas durante o inquérito, com 16% e 6%, respectivamente, pois sabe-se que existem circunstâncias em que o utilizador poderá ter de ficar em determinada posição que acabe por flexionar sua vestimenta e originar rasgos; ou então o atrito constante ocasionado pelo contato com árvores ou outros objetos poderá levar ao desgaste devido à abrasão; já 4% dos entrevistados atestaram que a indumentária deve ser confortável durante o ano inteiro, e isto indica que muitos EPI’s possam ser excessivamente quentes quando usados no verão, mostrando a necessidade da utilização de ma-

Figura 2: Propriedades mais relevantes que um EPI contra o corte deve possuir

teriais leves e respiráveis; e para 4% dos entrevistados o importante é a fácil colocação e remoção da indumentária, comprovando que a praticidade da modelagem também deverá ser analisada; por fim 3% dos entrevistados declararam que o mais importante do EPI é a fácil realização de movimentos durante o trabalho, indicando que o item conforto, associado ao peso do material, também é importante durante o desenvolvimento deste tipo de vestuário. Referindo-se especificamente ao vestuário de proteção para usuários de motosserra, simultaneamente através da análise das abordagens no mercado (por camada, enchimento ou sistemas eletrônicos), é possível a introdução de novas tecnologias, como estruturas têxteis diferenciadas, que proporcionem, por exemplo, uma maior dissipação de energia no momento do corte; ou então a inclusão de materiais de alto desempenho, usados em várias camadas dispostas no sentido do urdume ou trama, combinados com as soluções já existentes, e que tenham a preocupação de proteger ainda mais o utilizador.

Conclusão O inquérito permitiu comprovar que a principal preocupação dos utilizadores de motosserra está relacionada com o corte provocado por ferramentas mecânicas, ou seja, pela própria motosserra. Outro fator importante é que questões ergonômicas também devem ser consideradas durante o processo de criação deste tipo de vestuário. O desenvolvimento de novas tecnologias, relacionadas às fibras, fios, estruturas têxteis e acabamentos é cada dia mais marcante. Assim, a sinergia de conhecimentos de diversos segmentos do setor têxtil como a engenharia, design, confecção tornam-se primordiais para proporcionar aos profissionais que trabalham em ambientes insalubres ou perigosos, mais segurança e mais conforto. RT

38 I Revista Têxtil

protecao.indd 38

22/09/2014 22:04:40


Artigo

REFERÊNCIAS 1. PubliProtege - Carregado, “Comércio de Equipamentos de proteção e segurança,” [Online]. Available: http://www.publiprotege.com. [Acedido em Maio 2014]. 2. Abacexi - Exportação, Impotação, Ltda, “Equipamento de Protecção Individual,” [Online]. Available: http://www.abacexi.com. [Acedido em Maio 2014]. 3. Nantong Tongmao New Material Industrial & Trading Co., LTD, “Protective Clothing,” [Online]. Available: http://www.tongmao. net.cn. [Acedido em Maio 2014]. 4. Helder & Luís Madeira Lda, “Husqvarna,” [Online]. Available: http://www.hlm.com.pt. [Acedido em Maio 2014]. 5. National Fire Fighter Corp., “Brush Pants - Kevlar, Nomex Pants,” 15 Maio 2004. [Online]. Available: http://www.nationalfirefighter.com. [Acedido em Maio 2014]. 6. L. Messenger e T. Petrilli, “Inspecting, Cleaning, Repairing, and Retiring USDA Forest Service Chain Saw Chaps,” USDA - United States Department of Agriculture, Maio 2004. [Online]. Available: http://www.fs.fed.us. [Acedido em Maio 2014]. 7. Stihl, [Online]. Available: http://www.stihl.pt. [Acedido em Maio 2014]. 8. Northern Arb Supplies, “SIP 1SRK FREEDOM 1 CHAINSAW TROUSERS TYPE A CLASS 1,” [Online]. Available: http://www. northernarbsupplies.co.uk. [Acedido em Maio 2014]. 9. Arbtalk - Arboriculture discussin, “Introducing the NEW STEIN “Revolution” Chainsaw Trousers,” [Online]. Available: http:// arbtalk.co.uk. [Acedido em Maio 2014]. 10. J. B. Rodie, “Textile World,” 2011. 11. “HORST makes forestry work safer: New sensor system for cut-protection trousers prevents accidents,” Hohenstein Laboratories GmbH & Co. KG, Hohenstein Textile Testing Institute GmbH & Co. KG, Hohenstein Institut für Textilinnovation gGmbH, Hohenstein Academy e.V., Bönnigheim, Germany, 2011. 12. J. Beringer, M. Rupp e A. Mahr-Erhardt, “Sensorische Schutzbekleidung für die Forstarbeit mit Motorsägen,” em 9th International Multi-Conference on Systems, Signals and Devices, Gernamy, 2012. 13. C. d. M. Sant’Anna e J. R. Malinovski, “Avaliação da segurança no trabalho de operadores de motosserra no corte de eucalipto em região montanhosa,” Ciência Florestal, vol. 9, pp. 75-84, 1999. 14. J. d.V. Medeiros e S. R. Jurado, “Acidentes de trabalho em madeireiras: uma revisão bibliográfica,” Revista Agrogeoambiental, vol. 5, pp. 87-96, Agosto 2013. 15. Elvex, “ProChaps and ProVest Made with Prolar,” 1997-2011. [Online]. Available: http://www.elvex.com. [Acedido em Maio 2014]. 16. G. H. Hetzel e J. Butler, Safety With Chainsaws, Virginia, EUA, 1996. 17. J. C. d. S. v. d. Linden, “Proposta conceitual de instrumento para a avaliação de conforto de equipamentos de proteção individual,” em 8º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento de Design, 2008. 18. ESAB AB, “Welding and cutting – risks and measures. Reg. No. XA00096120,” [Online]. Available: www.esab.com. [Acedido em 2014]. 19. S. Hiziroglu e B. Ross, Safe Use of Chainsaws - Division of Agricultura Sciences and Natural Resources, Oklahoma State University, Oklahoma. 20. J. L. Silva, Identificação dos iscos associados ao corte semimecanizado na conversão de áreas, para implantação de florestas comerciais, Curitiba, Paraná, 2013. 21. M. Parthiban e M. Rameshkumar, “Application of protective clothing in textiles,” The Indian Textile Journal, 2007. 22. J. G. Guillén e I. Gacén, “Fibras de alta tecnologia,” Química Têxtil, vol. 71, pp. 71-74, Junho 2003. 23. M. Miraftab, “Technical fibres,” em Hanbook of Technical Textiles, Cambridge, Woohead Publishing Limited, 2000, pp. 29-30.

AGRADECIMENTOS O grupo de pesquisa agradece à empresa LMA no âmbito do projeto n.º 24739 “Desenvolvimento de um Sistema Fibroso Multicamada para a Proteção contra o Corte”, co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – FEDER, através do COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade (POFC). F. Steffens (BEX 0978/12-4) agradece a Fundação CAPES, Brasil, pelo apoio financeiro do seu doutorado.

Revista Têxtil I 39

protecao.indd 39

22/09/2014 22:04:40


Informe Publicitário

40 I Revista Têxtil

jteck.indd 40

22/09/2014 21:49:01


Informe Publicitário

Revista Têxtil I 41

jteck.indd 41

22/09/2014 21:49:03


Informe Publicitário

Pensou em têxteis, pensou em Taiwan

Ad. by Bureau of Foreign Trade Taipei Innovative Textile Application Show – TITAS 2012 – 333 expositores de 11 países, com 27 mil visitantes. (Divulgação)

A indústria têxtil de Taiwan é conhecida por sua cadeia de fornecimento integral. Como uma das líderes em fibra química, desenvolveu vários têxteis funcionais e ecofriendly para o mercado global, sendo reconhecida como uma “concentradora de abastecimento internacional”.

A

indústria têxtil de Taiwan começou com o processamento de matérias-primas importadas. Mais tarde, evoluiu para se tornar uma fornecedora de materiais têxteis derivados de processos petroquímicos, enquanto importava algodão natural e fios sintéticos. No desenvolvimento do processo, tornou-se inteiramente integrada e consolidou redes completas de produção, que incluem fios e fibras sintéticos, tecidos, tingimento e acabamento, bem como vestuário e acessórios. Começando nos anos 1950, evoluiu e cresceu rapidamente durante as últimas décadas, em linha com as crescentes demandas dos mercados internacionais. Desenvolvimento de produto consistente com mercado e modernização tornaram o têxtil o mais abrangente setor industrial do País. Os produtos taiwaneses se tornaram uma das principais fontes do mercado de consumo têxtil. Encarando a atual estrutura de mercado de excesso de estoques e impacto negativo dos altos preços de petróleo, a indústria têxtil de Taiwan agora tenta se diferenciar desenvolvendo mais materiais de valor agregado. Assim, os têxteis taiwaneses recebem alto reconhecimento do mercado global, se distinguindo com sucesso de produtos fabricados em países concorrentes. A indústria manteve uma atitude cautelosa,

comprometida com o desenvolvimento de têxteis funcionais e eco-friendly, além de melhorar a qualidade do produto.

Moda + função + sustentabilidade “As competências essenciais da indústria têxtil de Taiwan são sua pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e inovação”, diz Justin Huang, secretário geral da Federação Têxtil de Taiwan (TTF). Essas características ajudaram a indústria a vencer tempos difíceis e desafios e a permanecerem entre os líderes mundiais. Como a busca da população por atividades esportivas e de lazer aumenta, os consumidores têm mais demanda por têxteis relacionados aos esportes. Aumenta, também, a demanda por vestuário com funções como retenção térmica, com design atraente, proteção à prova d’água, ecologicamente corretos, leves e com efeitos positivos à saúde. Além disso, cada vez mais os consumidores buscam individualidade e estar de acordo com a moda. Por isso, a necessidade por produtos têxteis que sejam funcionais e fashion também existe. Claramente, lazer e esportes agora viraram um setor importante para o mercado de vestuário global. Como as marcas líderes apresentam alta qualidade e têxteis fashions e funcio-

42 I Revista Têxtil

taiwan.indd 42

22/09/2014 20:37:02


Informe Publicitário

Revista Têxtil I 43

taiwan.indd 43

22/09/2014 20:37:03


Informe Publicitário Ad. by Bureau of Foreign Trade Pavilhão de empresas de Taiwan na Go TEX Show de 2013, em São Paulo. (Divulgação)

nais, os fornecedores de Taiwan respondem agressivamente criando valor agregado e apresentam essas características a compradores para expandir o mercado potencial. Mais e mais fabricantes procuram têxteis multifuncionais com princípios técnicos para manter a liderança. Os têxteis funcionais de Taiwan não apenas dão ênfase em tendências de moda, mas também focam em cortes ergonômicos e características funcionais para garantir conforto, segurança e saúde. No aspecto de têxteis sustentáveis, fabricantes procuram produção com baixa poluição, baixo consumo de energia e materiais reciclados, para diminuir o impacto no meio-ambiente. Tecnicamente, fabricantes taiwaneses devotaram esforços pesados em Pesquisa e Desenvolvimento para melhorar os processos de produção, automação dos equipamentos e maximizar a eficiência de produção. “Para as empresas têxteis de Taiwan, o lixo realmente pode significar dinheiro, enquanto nosso planeta fica mais limpo. Com alguma criatividade mais tecnologia, garrafas PET usadas podem se transformar em cobertores e borra de café se torna sportswear. Agora a indústria está incessantemente buscando desenvolver têxteis verdes, incorporando inovações funcionais com estética sustentável para melhorar nossa vida diária”, diz Justin Huang. Para verificar as funções dos têxteis, a TTF criou um sistema de certificação, chamado Taiwan Functional Textile Certification System, que agora está no seu 13º ano, e fornece garantia de segurança para têxteis funcionais. O esquema inclui certificação para têxteis antibactericidas para uso médico, transferência de umidade e têxteis de secagem rápida, impermeáveis, protetores aos raios UV, infravermelhos, repelentes a água, resistentes a chamas, desodorizantes e com efeito gelado. Com a demanda crescente por têxteis para esportes e lazer, os padrões de testes e certificação de produto se tornarão requisitos necessários para fornecer têxteis funcionais de alta qualidade. Durante a FIFA 2010, a competição de futebol em que participaram países como Brasil, Holanda, Croácia e Eslováquia,

os jogadores usaram uniformes fabricados em Taiwan, com tecidos de poliéster de alta tecnologia, feitos de garrafa PET reciclada. Os uniformes não apenas eram 13% mais leves, mas também excelentes em ventilação e absorção da transpiração. Essas conquistas foram possíveis por causa de uma longa relação colaborativa entre a indústria têxtil de Taiwan e as marcas líderes em sportswear. Esses desenvolvimentos provaram o alto reconhecimento que os têxteis funcionais recebem das marcas líderes globais. Como uma fonte líder para tecidos funcionais, a indústria têxtil de Taiwan está sempre com um olhar próximo para os últimos desenvolvimentos do mercado e espera continuar em um papel chave, fornecendo tecidos de alta tecnologia no futuro. Para sacudir a competição de outros países de custos mais baixos, a Indústria Têxtil de Tawian está tentando desenvolver todos os tipos de materiais com valor agregado, para se ater ao propósito da diferenciação. Recentemente, o governo de Taiwan forneceu verbas para Pesquisa e Desenvolviento para encorajar o desenvolvimento de tecidos funcionais para um nicho de mercado melhor. Concentrando-se nas fibras sintéticas como elementos básicos, com a experiência e a capacidade em desenvolvimento de tecidos adequados para a moda, os têxteis de Taiwan que combinam inovação, moda e sustentabilidade são certamente uma vantagem comparativa para compradores internacionais.

Perfil A Federação Têxtil de Taiwan (TTF) foi fundada em 25 de novembro de 1975, com a orientação e apoio do governo, bem como com doações da própria indústria têxtil. Desde o início, a principal tarefa da TTF foi ajudar o governo nas negociações bilaterais de cotas têxteis e administrar a cota de exportação de têxteis. Nos últimos 30 anos, no entanto, ocorreram alterações e modificações nas operações da TTF. Isso foi feito para ajudar a indústria a lidar com os desafios apresentados pelo ambiente econômico e comercial, em constante mudança. A fim de assistir a indústria têxtil a lidar com a ameaça da globalização, a Federação Têxtil de Taiwan, autorizada pela Secretaria de Comércio Exterior, Ministério da Economia, implementa o “Projeto de Promoção de Exportação Têxtil” (TEPP), selecionando exportadoras de têxteis premium para promover as suas exportações. Espera-se que, por estas ações, os têxteis premium de Taiwan sejam ainda mais reconhecidos por compradores do mundo inteiro.

Têxteis de Taiwan no Brasil Nos próximos dias 29 e 30 de setembro, os brasileiros poderão conhecer algumas empresas têxteis do País, durante o “Meet Taiwan Textiles”, evento inédito no Brasil. Será como uma rodada de negócios com a participação de seis empresas taiwanesas, além da TTF. O evento acontecerá no Mega Polo Modas, em São Paulo. RT

44 I Revista Têxtil

taiwan.indd 44

22/09/2014 20:37:05


Informe Publicitário

Revista Têxtil I 45

taiwan.indd 45

22/09/2014 20:37:07


Comunicação

LYCRA® mira o consumidor final Ao atingir o último elo, campanha de comunicação da marca beneficiará toda a cadeia têxtil

A

INVISTA investiu pesado para levar a sua marca mais conhecida, a LYCRA®, a um novo patamar. Com a certeza de que é o consumidor final que move toda a cadeia têxtil, a empresa mira justamente nele com sua nova campanha de comunicação. “Nossas pesquisas nos indicaram oportunidades de explorar mais a parte emocional e racional da marca. Descobrimos que as consumidoras conhecem e adoram o fio LYCRA®, associam o produto à liberdade, movimento e conforto, mas não entendem exatamente o que ele é. Assim, lançamos a campanha ‘LYCRA®Moves You™ ’, que é global, mas o primeiro lugar em que lançamos é no Brasil”, explica Denise Sakuma, diretora global de comunicação da marca LYCRA. A ideia é que o consumidor conheça um pouco mais do que está por trás da roupa adquirida, por meio de uma ampla campanha de comunicação. “Nosso desafio é fazer com que um fio, que é invisível, seja visível. Para o trade, a marca é muito visível, com lançamentos e inovações. Mas para o consumidor, é mais difícil. Temos que nos aproximar dele e contar, de forma simples, o que é a marca LYCRA®”, diz Sakuma. Para cumprir seu objetivo, além de material nas principais revistas de moda, a campanha traz também um comercial de TV e atua em mídias sociais e experiências de varejo. A Agência Santa Clara foi responsável por tirar a ideia do papel e transformá-la em realidade. “Entramos no projeto há um ano. Nosso grande desafio era tornar relevante e legítimo algo que é invisível. Essas duas palavras são cruciais porque fazem com que o consumidor filtre as informações recebidas diariamente”, explica Fernando Campos, sócio e vice-presidente de criação da Santa Clara. “Apelamos para a emoção, que também é invisível, mas perceptível. Por isso a plataforma ser baseada num mover que não é só físico, mas, sim, criativo e emocional. A cliente leva mais autoconfiança, uma roupa que a faz sentir mais bonita”, completa. A arquitetura da marca também foi reduzida, a fim de simplificar a comunicação. Antes com várias submarcas, agora há a marca máster, LYCRA®, responsável por comunicar liberdade de movimento, conforto e caimento. Há também as submarcas LYCRA® SPORT, associada à alta performance esportiva, LYCRA® XTRA LIFE, que comunica resistência e durabilidade às peças de moda praia e a LYCRA® BEAUTY, para comunicar controle e modelagem com conforto, para peças íntimas que moldam a silhueta. E todas essas mudanças serão comunicadas pela etiqueta, que dará ao consumidor a certeza de estar adquirindo um produto LYCRA®. “O fio LYCRA® é invisível. Está presente na roupa, mas o consumidor só sabe disso pela etiqueta, que se tornou sinôni-

mo de qualidade e conforto, além de durabilidade e liberdade de movimento. Essa mesma etiqueta oferece, para as marcas, confecções e varejistas, serviços exclusivos, como ações de marketing e comunicação para o consumidor final, tendências de moda, cartelas de cor e consultoria de negócios, entre outros”, conta Andrea Martins, diretora de marketing da marca LYCRA® para o Brasil e Argentina. O projeto foi lançado para o trade no começo do ano. “Este movimento começa na INVISTA, mas beneficia toda a cadeia têxtil, unindo o trade e o consumidor”, comenta a gerente de comunicação Luiza Barros. “Preparamos o trade para este momento, quando o consumidor vai se conectar ainda mais à marca LYCRA® e isso vai ser um fator ainda maior na decisão de compra, o que vai gerar mais negócios para todos”, continua. A cadeia inteira estará conectada por meio do Projeto Connect, uma plataforma virtual onde malharias e tecelagens, confecções e varejo receberão informações e estratégias. “Contamos mais uma vez para nossos clientes como agregamos valor ao negócio, não é só um fio de elastano. Somos um fio que está na composição do tecido, que chega à confecção e entra no varejo. Até chegar ao consumidor final, esse fluxo tem um processo longo. É diferente da campanha de quem vende um produto para o consumidor final, que já está pronto. No nosso caso, os outros elos precisam estar junto conosco nesse movimento”, argumenta Luiza . RT

Foto: Divulgação

46 I Revista Têxtil

invista.indd 46

22/09/2014 22:02:23


ABIT / Sinditêxtil

Como transformar ideias em bons negócios

E

Foto: Divulgação

Rafael Cervone Presidente da ABIT

m 2012, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), juntamente com a Abit, decidiu implantar um Programa de Inovação visando as empresas que produzem roupas profissionais - uma iniciativa inédita do governo federal no setor têxtil. Após entrevistas e visitas a cada empresa inscrita, somente 20 foram selecionadas, de diferentes regiões do País, para a maratona de 17 módulos com 272 horas de capacitação e 1.022 horas de trabalho. Dois anos depois, com aulas ministradas na sede da Abit - praticamente um MBA gratuito, o Programa de Inovação encerrou as aulas presenciais no último 16 de julho, e os “empresários-estudantes” tiveram até 30 de agosto para entregar um Plano Estratégico individual de suas empresas à ABDI. “Daqui cinco anos existirão dois tipos de empresas: as inovadoras e as mortas”, declarou enfaticamente Valter Pieracciani, sócio da consultoria contratada para coordenar os módulos, em seu discurso no último dia de aula. “Isso aqui é o começo e não o final. Tenho certeza que todos aqui mudaram sua visão sobre inovação. E, apesar de todas as dificuldades de se produzir no Brasil, precisamos lembrar que um avião nunca decola com o vento a favor”, disse o presidente da Abit, Rafael Cervone, em sua fala aos empresários. Cervone ainda elogiou a iniciativa do grupo em manter contato entre eles e a criação de um Grupo de Inovação da Abit, que deve fazer parte do Comitê de Uniformes Profissionais. “Esse grupo de empresas alcançou um grau de maturidade que

é único, principalmente por ser todas do mesmo segmento. Tenho certeza que o setor de roupas profissionais do Brasil estará em outro patamar, em alguns anos”, concluiu ele. Para o especialista de projetos da ABDI, Caetano Ulharuzo, o Programa de Inovação está inserido dentro das diretrizes apontadas pelo Plano Estratégico para o Setor Têxtil e de Confecção, projetado para até 2023, estudo coordenado pela ABDI em parceria com vários organismos do governo e com a participação das entidades de classe e da academia. “Identificamos que o segmento de roupas profissionais é o que agrega mais tecnologia e pode gerar uma alavancagem nacional e internacional de mercado”, disse Ulharuzo que, afirma ser possível repetir o mesmo curso para outras empresas, contudo com fornecedores e clientes de roupas profissionais, visando o mesmo grau de inovação em toda essa cadeia. O especialista da ABDI informou que, a partir da análise de cada Plano Estratégico, a Agência irá atuar no sentido de viabilizar as inovações pretendidas pelas empresas. O representante dos alunos, Roberto Yokomizo, da YKZ Confecções, agradeceu em nome de todos os empresários à ABDI e à Abit, além dos consultores que ministraram o curso. “Participamos muito, entramos colegas e saímos amigos. É fundamental contar com o apoio da Abit para continuar esse vínculo. Já temos até uma agenda em comum. Nenhum de nós é o mesmo de um ano e meio atrás. Hoje temos uma visão de futuro” declarou Yokomizo. RT

“Daqui cinco anos existirão dois tipos de empresas: as inovadoras e as mortas”, Valter Pieracciani

Revista Têxtil I 47

abit.indd 47

22/09/2014 20:45:12


Notícias

VDMA tem primeira presidente mulher Regina Brückner é a nova presidente da Associação Alemã de Máquinas Têxteis

C

om a eleição de Regina Brückner, sócia-diretora da Brückner Trockentechnik, pela primeira vez em sua longa história, a VDMA, Associação Alemã de Máquinas Têxteis, será liderada por uma mulher. Na ocasião da reunião da Associação, realizada em Lindau (Lake of Constance), a executiva de Leonberg, 13km a oeste de Stuttgart, foi eleita para substituir Fritz P. Mayer, Sócio da Karl Mayer Textilmaschinenfabrik. Ele liderou a Associação desde 2008 como presidente e permanecerá ativo no setor têxtil, tendo sido eleito vice-presidente pelo novo quadro durante a reunião inaugural. Neste mandato, ele dedicará atenção especial para as relações europeias e internacionais da associação. Depois de sua eleição, Regina Brückner explicou: “Quero expressar meus sinceros agradecimentos a todos, pela confiança depositada em mim com esta eleição. O novo quadro de diretores é uma mistura de associados já reconhecidos e novos empresários. Eu acredito que estes são bons pré-requisitos para um trabalho de sucesso e criativo durante os Presidente e vice-presidente da VDMA, Regina Brückner e Fritz P. Mayer (Foto: Divulgação)

próximos três anos. Eu gostaria de agradecer, em particular, o sr. Mayer por sua disposição para continuar a apoiar o quadro com sua experiência”. “Eu estou muito feliz que Regina Brückner, uma executiva experiente, tenha se tornado minha sucessora. Ela liderou a empresa familiar, a Brückner, em qualquer tipo de situação, durante os últimos 15 anos. Mais do que isso, ela provou sua liderança competente desde 2008, como vice-presidente da VDMA. Estou convencido que a sra. Bruckner será uma excelente presidente e eu espero ansiosamente pela continuidade de nosso trabalho em conjunto no quadro de diretores”, comentou Fritz P. Mayer, sobre a eleição. A Brückner é uma das fabricantes líderes de sistemas para acabamento têxtil a seco. Com o maquinário Brückner, têxteis como vestuário, linhas para cama ou cortinas são finalizados, impregnados e secos, depois do processo de tingimento e estamparia. Também os mais diferentes têxteis técnicos são revestidos e acabados em máquinas Brückner. Deste modo, fibras de vidro, nãotecidos e carpetes ganham seu polimento final. Em duas locações na Alemanha, em Swabian Leonberg e Bavarian Tittmoning, 330 colaboradores geram um volume de negócios de 80 milhões de Euros.

O quadro executivo para o período de três anos até 2017 é composto por: • Regina Brückner, BRÜCKNER Trockentechnik (Presidente); • Fritz P. Mayer, Karl Mayer Textilmaschinenfabrik (Vice-presidente); • Johann Philipp Dilo, Oskar Dilo Maschinenfabrik; • Michael Ebeling, Lindauer DORNIER; • Arno Gärtner, Karl Mayer Textilmaschinenfabrik; • Roland Hampel, A. Monforts Textilmaschinen; • Markus Kleindorp, Memminger-Iro; • Stefan Kroß, Oerlikon Barmag Zweigniederlassung der Oerlikon Textile; • Daniel Lippuner, Saurer; • Andreas Lukas, Andritz Küsters; • Benjamin Mayer, Mayer & Cie.; • Andreas Schellhammer, H. Stoll; • Eric Schöller, Groz-Beckert; • Peter Schulz, Rieter Ingolstadt; • Verena Thies, THIES; • Heinrich Trützschler, Trützschler.

48 I Revista Têxtil

noticias.indd 48

22/09/2014 23:00:39


Notícias

SSM fornece máquinas a reconhecido fabricante

O

mercado crescente de fibras sintéticas requer máquinas de processamento de alta qualidade. Um dos mais reconhecidos fabricantes de fios de poliamida de alta qualidade (não divulgado) está investindo em novas máquinas para aumentar sua capacidade. A SSM GIUDICI irá entregar um total de 20 TG30-A, máquina automática de texturização por falsa torção, uma TG30-AE, máquina automática de texturização por falsa torção com dispositivo de desenrolamento integrado e uma RG12-DTB, máquina automática de texturização por falsa torção para contagem de fios grossos. Uma SSM DP5-T DIGICONE ® fastflex™ de texturização a ar completa o pedido. As máquinas serão entregues em cinco estágios e, até o final de 2016, todas estarão em operação.

SSM GIUDICI TG30-A

Fios contam a história do tecido

Testes com USTER® TESTER 5 e USTER® CLASSIMAT 5 mostram como um tecido será e qual o seu toque

S

atisfação total do cliente é a meta de todo produtor de fios e sua reputação depende disso. Todo fio deve ser testado para garantir que o tecido resultante vá de encontro às expectativas, não importa o mercado ao qual esteja sendo fornecido. Todas as evidências confirmam isso, desde os produtores de fios mais bem-sucedidos do mundo e de detalhadas análises práticas. Usuários de fios têm seus requerimentos específicos – e é essencial que as fiações entendam essas necessidades e como atendê-las. O que está claro é que o teste dos fios é fundamental para a satisfação do cliente. O Grupo PALLAVAA é uma fiação bem-sucedida da Índia, especializada em viscose, micromodal, modal, poliéster, bamboo, supima e suas misturas, e algodão puro. Estabelecido em 1995, o grupo alcançou a liderança de mercado, fornecendo marcas famosas. “Nós temos orgulho de ser fornecedores da NEXT, H&M, Victoria’s Secret e outras”, diz Durai

Palanisamy, diretor do grupo. Claro, o PALLAVAA não está sozinho no seu desejo de trabalhar com os maiores varejistas. E o grupo é rápido em reconhecer que suas ambições neste sentido dependem de controle de qualidade eficiente, que atenda às demandas dos compradores de fios. De fato, relação duradora com o consumidor, baseada em altos padrões, pede uma gama de parâmetros de qualidade de fios a serem controlados: nivelamento, imperfeições (neps, partículas finas e grossas), pilosidade, defeitos remanescentes e fibras diferentes. Medições da USTER® TESTER 5 garantem relatórios e análises em nivelamento, imperfeições e pilosidades, enquanto defeitos remanescentes e fibras diferentes são descobertos pela USTER® CLASSIMAT 5. Fiações preocupadas com qualidade confiam nesses dois instrumentos há décadas, por dados precisos e seguros. Estes dados podem dizer a qualidade do fio – e mesmo prever como o tecido final parecerá.

Revista Têxtil I 49

noticias.indd 49

22/09/2014 23:00:39


Notícias

Rieter publica relatório de sustentabilidade

Com seu relatório de 2013, a Rieter anunciou os resultados de seus esforços pelo terceiro ano seguido. Os temas centrais desta edição são a promoção de futuras gerações de pessoal e eficiência energética.

A

meta de longo prazo da empresa é garantir a provisão de uma futura geração de pessoal para a Rieter e a indústria de fabricação de máquinas. A Rieter também obteve sucesso em otimizar mais a eficiência de energia dos seus produtos, em comparação com o ano anterior. O programa de investimento de 2012/ 2013 da Rieter também incluiu a expansão e modernização de sua capacidade de produção na China e Índia, o que aumentou o consumo de energia do grupo em termos absolutos de 2.000 MWh para 133.000 MWh. Ao mesmo tempo, a Rieter foi capaz de reduzir o consumo total de energia relativo a saída (vendas) em 15%, graças ao programa de economia de energia. A Rieter também dá grande importância à redução do consumo de energia no desenvolvimento de seus produtos e inovações.

O progresso contínuo é evidente, por exemplo, na atual fiação a rotor R60, que consome 5% menos energia do que o modelo anterior. A empresa investe pesado em treinamento para continuar a atender às expectativas dos clientes para o futuro. A tradição de aprendizagem da Rieter começou em 1906. Ate hoje, 4.000 aprendizes foram treinados na Rieter Machine Works, em Winterthur. A ideia atrás destes treinos orientados pela empresa é a de sucessão e plano de carreira para a Rieter e a indústria de máquinas. Pelos últimos 5 anos, a Rieter também esteve envolvida em treinar futuras gerações de pessoal na Índia e China, além de seu treino vocacional da Europa. Colaboradores bem treinados são um fator chave para o sucesso da empresa. O relatório completo, em inglês e alemão pode ser baixado no site da Rieter, em http://www.rieter.com/Media.

Stäubli demonstra sua força inovadora

A

água. Quatro teares com máquinas Jacquard Stäubli produziram tecidos exclusivos no estande. Entre as soluções apresentadas, estavam a SAFIR S30, ferramenta poderosa de alta produtividade e qualidade. “Hoje é ontem e o amanhã é agora”. É por isso que a Stäubli aguarda ansiosamente pela ITMA 2015, em Milão, de 12 a 19 de novembro de 2015.

Fotos: Divulgação

recente 4ª edição da ITMA Ásia + CITME atraiu cerca de cem mil visitantes, 7% a mais do que em 2012. O estande atrativo de dois andares da Stäubli deu aos visitantes do andar superior uma vista panorâmica das várias operações de tecelagem no piso térreo. Isso incluiu novidades em máquinas, tais como uma máquina Jacquard instalada em um tear a jato de

50 I Revista Têxtil

noticias.indd 50

22/09/2014 23:00:40


Notícias

Grupo Isko

A

ISKO é uma das líderes mundiais na fabricação de premium denim. Com uma capacidade de produção de 250 milhões de metros/ ano, a empresa anunciou sua apresentação ao mercado brasileiro. À frente do escritório e showroom, localizado em Pinheiros, São Paulo, está Marli Vernillo, executiva com mais de 20 anos de experiência no segmento. Com a assinatura “ISKO, the denim language”, a empresa tem entre seus clientes globais marcas como Calvin Klein, Diesel, G-Star, Guess, Hugo Boss e Levi’s, entre outros. Sempre atenta aos movimentos e demandas do mercado, a ISKO possui patentes (TM®) de produtos em vários mercados, prática que deverá adotar também no Brasil. Um time de 65 especialistas – entre físicos, químicos, biólogos e experts em nanotecnologia – trabalha em pesquisa, desenvolvimento e lançamento de novos produtos, que também contam com qualidade do algodão da Turquia e um sistema de tingimento sem similar diferenciado. A ISKO tem suas fábricas instaladas na Turquia, clientes em mais de 60 países nos cinco continentes e escritórios em 35 países. Sua contribuição para o segmento global de

denim acontece também por meio de inúmeros projetos de marketing em parceria com seus principais clientes, algumas das mais conceituadas universidades do mundo e eventos do setor, como a ‘Bread & Butter’. A ISKO pertence ao Grupo SANKO, uma das cinco maiores holdings da Turquia e detentora da maior produção de algodão do país. Para marcar a importância do Brasil dentro da estratégia de negócios da empresa, a ISKO vai receber um grupo seleto de clientes, jornalistas e formadores de opinião para apresentar suas estratégias mercadológicas, as principais ações globais de marketing e os planos da empresa para o mercado brasileiro nos próximos meses. Os convidados do “DENIM VIBES - ISKO meets Brazil” serão recebidos pela executiva Marli Vernillo e pelo Executivo de Marketing da ISKO® para as Américas, Kutay Saritosun, responsável pelo relacionamento com marcas de jeanswear, incluindo ações de marketing cooperado e relações públicas. O evento acontece no elegante Hotel Emiliano e vai reunir as personalidades mais importantes do segmento jeanswear brasileiro.

Novos reforços para o grupo Santex Marco Tecchio assume como CEO do Grupo Santex e o CEO da Santex AG, Heinz Michel, foi apontado como Presidente da Santex AG

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

E

m um contexto de adaptação contínua ao mercado e em linha com a visão de um grupo global, o Grupo Santex começou há cerca de dois anos um programa para atingir força e crescimento, investindo em empresas, pessoal e knowhow. No dia primeiro de agosto de 2014, o quadro do Grupo Santex decidiu envolver ativamente no gerenciamento Marcco Tecchio. Ele foi nomeado CEO do Grupo e CEO da Santex AG, agindo a partir da matriz, em Tobel. Heinz Michel foi nomeado presidente da Santex AG, com um papel ativo em gerenciar as empresas. A equipe de Heinz Michel, Marco Tecchio e Stefano Gallucci irá trabalhar junta para gerenciar o crescimento do Grupo Santex para fortalecer as atividades de venda e alavancar a presença mundial. Marco Tecchio tem um respaldo técnico forte e foi importante para o crescimento de sucesso das empresas trabalhando em mercados competitivos. Ele foi diretor e CEO de outras empresas em setores como ferramentas, automotivo e eletrônico.

Marco Tecchio, Stefano Gallucci, Heinz Michel

Revista Têxtil I 51

noticias.indd 51

22/09/2014 23:00:41


Feiras & Eventos

Grandes & lindas

Fotos: Divulgação

Fashion Weekend Plus Size apresenta moda mais moderna para gordinhas que ganham cada vez mais espaço no mundo fashion

O

Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca foi palco do mais importante evento de moda GG do País, quando hospedou, no sábado, dia 23 de agosto, a 10ª edição do Fashion Weekend Plus Size. Nas passarelas do FWPS, doze grifes apresentaram suas coleções Verão 2015 com muita estampa, tecidos variados e cortes diferenciados, garantindo às gordinhas estilo, jovialidade e sensualidade. A moda GG, antes branca ou preta, reta, sem graça, agora segue tendências internacionais. “Tudo que uma magrinha usa, a gordinha vai usar. E tem opção de estilo, não precisa mais usar uma calça legging e camiseta, calça preta e camisa branca”, comenta a diretora do evento, Renata Poskus. Quando escrevia o blog mulherão, Renata percebeu a demanda de grifes Plus Size por um espaço onde pudessem mostrar suas coleções, já que o tamanho grande não é muito visto em editoriais de moda. Essa demanda somada às solicitações das leitoras sobre onde comprar roupas modernas e descoladas fizeram com que a jornalista começasse o evento, que tem papel fundamental na mudança de posicionamento do segmento. Sucesso desde a primeira edição, o evento ajudou a popularizar a moda GG e ajuda a reduzir o estigma da mulher gorda. “Antes, por ser gordinha, você se sentia marginalizada. Agora não. As pessoas têm que entender é que o Plus Size não é só a mulher gorda, é a mulher alta, grande. A brasileira cresceu em estatura, também, então precisa ampliar essa numeração”, comenta Renata. O line-up do FWPS Verão 2015 contou com grifes presentes no evento há várias edições, mas também com grifes inéditas, como a marca de moda festa Arthur Caliman, que está lançando uma linha especial para mulheres curvilíneas, a marca de moda praia Belle Plage e a marca gaúcha Chica Bolacha. Outro ponto alto do desfile foi o lançamento da coleção “Vislumbre by Renata Poskus”, que oferece lingeries modernas e sensuais para mulheres que vestem manequim a partir do 44. Além dos desfiles, o evento contou com um salão de negócios. RT

52 I Revista Têxtil

fwps.indd 52

22/09/2014 21:08:32


Perfil

Moda para

Foto: Divulgação

grandes

mulheres

Verde Mar investe em estilo e qualidade para moda tamanho GG

A

Verde Mar é especializada em produzir moda feminina Plus Size. Roupas modernas em modelagens especiais, que vão do manequim 44 ao 52. “Nosso propósito é vestir bem e com elegância estas grandes mulheres!”, comenta Ana Paula Lorenzatto da Silva, designer de moda, responsável pela Criação e Desenvolvimento da Verde Mar. No mercado desde 2001, a Verde Mar começou com a fabricação de bermudas femininas e masculinas, tamanhos normais e extra G. Depois de algumas pesquisas de mercado, em 2010 a empresa sentiu a necessidade de focar seu trabalho, e especializou-se em moda feminina plus size. “Na época, 48% das mulheres brasileiras, praticamente metade, estavam acima do peso. E o que mais se observava era que os produtos oferecidos a este público eram muito simples e já havia demanda por um produto mais elaborado”, explica Ana Paula. O sucesso foi tanto que, em 2013, a Verde Mar lançou a marca Mariê, com direcionamento mais jovem e peças mais elaboradas. A coleção verão 2014/15 da Verde Mar / Mariê traz muita beleza e conforto em suas peças. Inspirada na busca da beleza interior, as peças buscam resgatar a auto-estima da mulher Plus Size em looks que as valorizem e as façam se sentir grandes mulheres. Tecidos leves e confortáveis, texturas, estampas florais, geométricas e animal print e muita cor fazem parte da coleção. Cores fortes são sucesso: laranja, coral, pink e azuis. O preto e nude são clássicos e sempre ficam bem. Rendas, leves transparências dão charme e jovialidade às peças, que vêm para atender as necessidades das mulheres Plus Size:

calças, shorts, saias, blusas, camisas, além de vestidos curtos e longos. Os tecidos planos ou malhas, nacionais ou importados, são selecionados visando sempre a qualidade, o conforto, as tendências e o caimento. “Faz toda a diferença adquirir um produto de qualidade e bem acabado, ainda mais quando é desenvolvido especialmente para tamanhos maiores”, afirma a designer. “Percebe-se que a moda Plus Size no Brasil está em ascensão, embora ainda seja um movimento muito tímido. Por ser algo bem recente, ainda há um pouco o preconceito pelos padrões de beleza estabelecidos”, comenta Ana Paula. Para ela, muitas vezes, é difícil fazer o mercado entender que existem mulheres e homens fora destes padrões, mas que são vaidosos e gostam de se vestir bem, querem roupas mais descoladas, em tamanhos maiores. A responsável pela criação afirma que trabalhar para o segmento plus size é um grande desafio, pela infinidade de estereótipos. Pessoas altas e grandes, pessoas baixas e gordinhas, mulheres com mais busto e menos quadril, mulheres com mais quadril e menos busto, mulheres com silhueta mais reta ou com mais curvas. Assim, os produtos são cuidadosamente desenvolvidos, baseados em tendência de moda, mas com a modelagem certa para este público, buscando sempre valorizar o que a mulher plus size tem de mais bonito. “Até pouco tempo atrás, as mulheres não conseguiam comprar uma roupa bonita, com um corte mais moderno em uma modelagem maior. Hoje, já é possível encontrar roupas modernas, pensadas e desenvolvidas justamente para este público, que respeitam suas medidas. É o que a cliente Verde Mar vai encontrar”, conclui. RT

Visite nosso site e conheça toda nossa coleção:

www.verdemar.ind.br

E-Mail: verdemar@verdemar.ind.br Telefone: (49) 3634-1950

Revista Têxtil I 53

verde.indd 53

22/09/2014 23:01:57


Feiras & Eventos Foto: Divulgação

Fevest 2014

Evento se profissionaliza e cresce a cada edição, superando expectativa de público e negócios

E

ntre os dias 3 e 5 de agosto, o polo de Nova Friburgo sediou a 24ª edição da Fevest – Feira Brasileira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima, que recebeu cerca de dez mil e quinhentos profissionais, entre compradores nacionais e internacionais. Realizado no Country Club de Nova Friburgo, o evento superou as expectativas dos organizadores, atingindo cerca de R$ 48 milhões em negócios. A próxima edição será realizada entre os dias 2 e 4 de agosto de 2015. Para o presidente do Sindvest - Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo e Região, Marcelo Porto, “o principal objetivo da feira é estreitar o relacionamento entre confeccionistas, fornecedores e compradores. Aqui os empresários fazem contatos e conhecem as novidades para depois dar continuidade aos negócios”. Rodrigo Queiroz, diretor da Fábrica de Ideias, empresa organizadora da Fevest, aponta alguns fatores para o su-

cesso do evento. Segundo ele, desde 2012, com a padronização dos estandes, a Fevest recebeu um padrão de salão internacional. Já em 2013 e 2014, a maturidade na forma de tratar os compradores, espaços institucionais, desfiles e a comunicação do evento foram prioridade. Especialmente nesta edição, ele aponta algumas realizações que fizeram a diferença, como a “Loja Conceito Lingerie Sebrae”, um espaço com workshops para que o lojista soubesse exatamente como montar a sua loja, expor os produtos, oferecer o conforto ideal para seu cliente. O “Lounge dos patrocinadores”, além de área de convivência, também foi um espaço para palestras sobre mercado, e-commerce e tendências, organizadas pelo Sebrae em formato de talk-show. Um grande destaque merece ser dado à “Arena de Desfiles”, espaço para 300 convidados onde foram realizados dois desfiles e uma palestra, diariamente. Durante os três dias, a Zanotti, Rosset e Malharia Princesa apresentaram seus cader-

54 I Revista Têxtil

fevest.indd 54

22/09/2014 20:27:43


Feiras & Eventos

Rodrigo Queiroz, diretor da Fábrica de Ideias. (Arquivo RT).

nos de tendências e seus principais lançamentos. “Os desfiles foram tratados como o grande ponto para a evolução da apresentação do Polo de Nova Friburgo e Região”, comenta Rodrigo, apontando que houve aumento no número e melhor qualificação no casting, além da contratação de um renomado stylist, Rogério S.. A cenografia, desenvolvida pela Fábrica de Ideias, contou com artistas que grafitaram o ambiente, que mudava diariamente. No último dia de evento, o público também conferiu o resultado da 10ª edição do prêmio Destaque da Moda. A Suspiro Íntimo foi a vencedora deste ano e ganhará uma viagem internacional de pesquisa com a equipe do Senai Moda Design. As marcas Trave e Lia Lou ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Todo o sucesso do evento não se deve apenas aos seus três dias de duração. Durante o ano, tanto o Sindvest quanto os parceiros (Sebrae e Firjan/Senai Moda Design) oferecem cursos de capacitação, viagens de pesquisa, consultoria técnica, entre outras ações, para que os empresários cheguem à feira com coleções maduras, modelagens elaboradas e padrões dentro das necessidades exigidas pelo mercado. “A Fevest já faz parte do calendário nacional para os lançamentos do setor. É fundamental que qualquer barreira seja transposta para tornar o evento viável e cada vez melhor a cada ano. Para isso, assim que acaba uma edição já se começa a pensar na próxima”, comenta Rodrigo Queiroz. O Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região, maior do país, reúne cerca de 1.300 confecções, de pequeno, médio e grande portes, espalhadas pelos bairros da cidade e pelos municípios em seu entorno.

Inauguração Durante a Fevest, foi inaugurado o SENAI Espaço da Moda, primeiro e único centro de referência no Estado do Rio destinado a atender às necessidades do setor de moda íntima. Participaram da cerimônia de inauguração, no dia 03 de agosto,

o presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, a presidente da FIRJAN Centro-Norte Fluminense, Marcia Carestiato, e o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo Sindivest, Marcelo Porto. O local conta com salas para o Conselho da Moda e para os sindicatos, espaços para exposições, palestras, laboratórios, auditório e biblioteca, além de uma materioteca, local que concentra os principais lançamentos têxteis para o setor da moda. O SENAI Espaço da Moda promoverá oficinas, consultorias e workshops com o objetivo de auxiliar os empresários do setor a ter ganhos de competitividade e produtividade, além de cursos para qualificar a mão de obra que trabalha na indústria têxtil. O centro de referência é uma ação do Programa Indústria Criativa, lançado pelo Sistema FIRJAN para aproximar as indústrias clássica e criativa.

Fórum de Tendências Também durante a Fevest, o Sistema FIRJAN, por meio do SENAI Moda Design, apresentou o Fórum de Tendências, exposição localizada na entrada do evento, que informava aos visitantes sobre as próximas coleções e as novidades do setor de moda íntima. Três macro tendências de comportamento e consumo orientaram os caminhos de inspiração e criatividade e, com base nelas, o Fórum apresentou materiais (tecidos, acessórios e outros), cedidos pelos fornecedores da cadeia de moda íntima, para inspirar expositores e visitantes.

Coleções As 90 marcas que participaram desta edição mostraram ao público as tendências para a temporada primavera/verão 2014/2015 e apresentaram novidades no mercado de lingerie. Rendas, cores fortes e peças mais largas nas alças e laterais, dando prioridade ao conforto, foram os destaques na feira. Tecidos transparentes e anticelulite fizeram sucesso pelos corredores. A moda masculina chamou a atenção com cuecas para pessoas com deficiência física e também mais práticas para os atletas. A coleção da Lalie Lalou, por exemplo, traz um olhar de liberdade sobre os excessos, fazer o que se gosta. Assim, as peças são alegres, coloridas, com estampas exclusivas com temas da natureza, grafismos divertidos, listras, poás, combinações inusitadas e muito contraste. “O design das peças busca encantar com simplicidade e conforto porque acreditamos que menos é mais”, conta Ana Amélia Rabello, proprietária da marca. Um dos destaques está na linha de loungewear, pois o conceito se encaixa perfeitamente com as ideias de liberdade, simplicidade e prazer. Os tecidos utilizados são da Santaconstancia. Entre eles, o Fluity, uma microfibra leve, de toque gelado, qualidade e alta aceitação entre os clientes da Lalie Lalou. Com o Pele de Anjo, a marca introduz o uso de tecidos com a fibra Modal, da Lenzing, resistente a bactérias e ambientalmen-

Revista Têxtil I 55

fevest.indd 55

22/09/2014 20:27:44


Feiras & Eventos

Monthal. (Divulgação)

Pelle Nuda. (Divulgação)

te correto. Para Ana Amélia, participar da Fevest é importante para a empresa. “Nesta edição, tivemos um crescimento de 30% em pedidos, em relação ao ano passado”, comenta. A proprietária da Monthal, Eleonora Maria Monnerat Erthal, concorda com a importância do evento. “É uma feira de grande visibilidade para o nosso polo, vieram compradores internacionais e de diversas regiões do Brasil”, diz. A marca lançou sua coleção para o verão 2015, apostando em estampas digitais exclusivas e modelagens diferenciadas, acompanhando tendências internacionais. “O carro chefe da Monthal é a microfibra de fios inteligentes da Rhodia, com exclusiva tecnologia Amni”, comenta Eleonora. A marca conta com 25 anos de mercado e vem crescendo com o investimento em tecnologia, sem deixar de lado a sustentabilidade. No ano passado, seu projeto Monthal Lúdica ganhou o Prêmio Firjan de sustentabilidade. Para 2014, visa diminuir os resíduos de poliamida, pela sua transformação em uma nova matéria-prima para a indústria moveleira e civil. Entre os investimentos recentes, estão a aquisição de uma enfestadeira automática, que garantiu mais qualidade e

agilidade, além do software Audaces Digiflash, que aumenta a produtividade e precisão na área de modelagem. A Pelle Nuda apostou no lançamento de uma linha de lingerie Plus Size, até o tamanho 58, para vestir as mulheres gordinhas, com peças bonitas e sofisticadas. Entre os lançamentos, estampas digitais exclusivas e quatro cores novas, incluindo o verde esmeralda. “Fomos a única empresa em todo o Brasil a comprar esta cor”, conta Andrea Luiza de Souza Barbosa, diretora da Pelle Nuda. Nas peças, a marca usa bastante microfibra e tecidos com Foil (micro com banho de brilho). Com 20 anos de mercado, teve um crescimento considerável nos últimos dois anos, graças ao investimento no padrão de qualidade, cores e tecidos diferenciados, além de tecnologias, o que a colocou em evidência no mercado. “Recentemente, em um investimento de cerca de quarenta mil reais, compramos um equipamento da Audaces, para um corte mais perfeito e dinâmico”, revela Andrea. A aposta da Lucitex foi uma linha e shapeware que unisse a beleza à proposta de contenção e sustentação, com produtos

56 I Revista Têxtil

fevest.indd 56

22/09/2014 20:27:47


Feiras & Eventos

Revista TĂŞxtil I 57

fevest.indd 57

22/09/2014 20:27:49


Feiras & Eventos Tecidos

Suspiro. (Arquivo RT)

mais sensuais, sem abrir mão da funcionalidade. Como exemplo, o uso do vermelho queimado, reforçando a sensualidade. Nos tecidos, tule de sustentação com alto poder de contenção, excelente toque e com 36% de sua composição em elastano power, com o poder do fio Beauty Lycra. As peças contam ainda com acabamento sem elástico, pelo uso do corte eletrônico, dando suavidade, conforto e deixando a peça com poder de não marcar sob a roupa. Entre os investimentos em tecnologia, há um ano e meio a empresa adquiriu um modelo mais recente de cortadora automática, mais dinâmico e apropriado ao corte de lingerie. Já a Sapeka lingerie apresentou a sua coleção anual de moda sensual. Com uma produção de 60 mil peças por mês, é considerada uma das mais competitivas no setor de fantasias sensuais do Brasil. Por isso, atua fortemente não só no País, mas também na Europa, África, Américas do Sul e do Norte, participando de importantes feiras internacionais, como o Mode City, em Paris, França. Para comemorar seus 15 anos, a marca realizou um coquetel e um desfile especiais, durante a Fevest.

Diversas tecelagens aproveitaram o evento para apresentar seus lançamentos voltados para o segmento. É cada vez maior o número de empresas que voltam seus olhos para a região, que cresce com investimentos em tecnologias e tecidos diferenciados, para atender a demanda crescente por novidades dos consumidores. A Advance Têxtil, por exemplo, sempre participa da Fevest, pois considera Nova Friburgo um polo de lingerie muito importante, que deve ser respeitado por todos os fornecedores. “A Advance atua fortemente com o segmento de lingerie e sem dúvida, o polo deve sempre marcar presença em todas as nossas ações comerciais, devido a sua representatividade em participação de mercado. A organização é muito feliz em proporcionar uma feira que realmente é voltada para negócios, com estande padrão e valores baixos de investimento. Hoje o mercado não pode se dar ao luxo de gastos abusivos”, conta Eliane Waetge, gerente de marketing da empresa. Na ocasião, foi apresentada a coleção inverno 2015 e, para quem já estava buscando novidades, uma prévia do verão 15/ 16. Segundo Eliane, os artigos em microfibra são sempre os mais procurados. “A Advance oferece uma família grande para lingerie, sua participação se destaca em microfibras, rendas, tules, jerseys”. Já para a Affiniti Berlan, a feira foi uma surpresa. “Havia algum tempo que não participávamos, foi muito boa, nos surpreendeu”, comenta Helena Schargel, que lembra que a empresa conta com uma nova equipe de vendas na região. “É um polo bastante promissor, sendo assim, importante para nossa empresa”. Entre as novidades, sendo parceiros da Rhodia, a empresa já lançou o Emana e agora trouxe o tecido Biodegradável, entre os 20 artigos especiais apresentados. A Rosset aproveitou a ocasião para marcar presença e receber os clientes que prestigiam a feira considerada a mais importante do segmento. Para a empresa, esta edição da Fevest foi uma oportunidade bem explorada, visto que não aconteceu o Salão Moda Brasil. Visitantes de outros estados deram peso ao evento. Para a Rosset, Nova Friburgo é uma praça importante, seja pelo volume de lingerie que produz, seja pela qualidade. Cada vez mais se eleva o nível de criatividade e a Rosset encontra um mercado receptivo a seus produtos mais refinados. Entre os produtos lançados, aparece a nova coleção de rendas Jolie, as tecnológicas bases de sustentação, uma ampla e criativa coleção de estampados na tecnologia digital e a cartela de cores Inverno 2015. A feira foi uma ótima ocasião para o lançamento das coleções Rosset e Doutex Inverno 2015 e do Caderno de Tendência de Lingerie 2015, apresentado pela pesquisadora do mercado de lingerie, Lívia Medeiros. O Caderno é hoje um dos maiores referenciais de tendências do segmento. Para cada tema pesquisado, surgem particulares seleções de cores, tecidos, rendas, modelagens, elementos essenRT ciais para a construção de uma boa coleção.

58 I Revista Têxtil

fevest.indd 58

22/09/2014 20:27:52


Feiras & Eventos

Revista TĂŞxtil I 59

fevest.indd 59

22/09/2014 20:27:53


Feiras & Eventos Foto: Divulgação

EXPODISNEY Têxteis para o lar, vestuário e outros segmentos se unem no mundo mágico da Disney

N

os dias 30 e 31 de julho, o pavilhão do Transamérica Expo Center sediou mais uma vez um espaço focado no mundo mágico da Disney. Realizada pela The Walt Disney Company (Brasil), a EXPODISNEY 2014 apresentou produtos dos seus 220 licenciados brasileiros das marcas e propriedades Disney, Marvel e Lucasfilm para cerca de onze mil visitantes, de diversos segmentos ligados ao negócio de bens de consumo e entretenimento. Os visitantes puderam conhecer as novidades das linhas de produtos licenciados com os consagrados personagens Mickey, as Princesas da Disney, Os Vingadores, da Marvel, e Operação Big Hero 6, o novo longa de animação dos estúdios, que será lançado entre o segundo semestre de 2014 e o início de 2015, entre outros. “A Disney é muito mais do que produto de consumo, então tentamos colocar dentro da EXPO um pouco de todo o universo Disney. Tentamos incluir na feira não só o produto, mas mostrar de onde ele vem, quem é seu personagem, que faz a magia do produto. Temos feito as pessoas entenderem que o produto, na verdade, é uma consequência de um conteúdo e é uma forma de vivenciá-lo”, comenta Andrea Salinas, diretora de marketing da Disney. Atualmente, o conteúdo vem, além do cinema, dos canais de TV, que no Brasil são três, a rádio e a plataforma online, com site e fan page. O sucesso da Disney, empresa quase centenária, tem uma plataforma baseada em inovação. Seus personagens se reinventam, como a Cinderela, por exemplo, que é um clássico e será relançada com todos os recursos tecnológicos de hoje. Rapunzel também passou por esse processo, tornando-se uma princesa moderna que se salva sozinha e escolhe com quem quer ficar, ou ainda a Valente, princesa que não quis casar. A Malévola era uma vilã, mas tornou-se

personagem principal, ganhando um filme só para ela. “Por trás disso, tem tecnologia, gente desenvolvendo roteiros. O Infinity, o game, ele também é uma forma do consumidor viver a história dentro de um universo de tecnologia completamente inovador. É isso que mantém a Disney ativa, atual”, comenta Andrea. A Disney ajuda às empresas que querem ser licenciadas, com uma equipe dedicada a isso. Mas há uma série de requisitos. Antes de mais nada, deve entender a Disney como uma empresa que preserva a marca. Assim, todo o processo de produção tem que ter um padrão certificado, com capacidade de produzir e distribuir. “Sabemos que é um mercado competitivo, mas a Disney faz questão de que o processo produtivo seja absolutamente correto. Nossa equipe realiza um estudo de negócios, para entender se a parceria faz sentido para os dois, e garante todo o suporte”, conta Andrea. No caso do setor têxtil, há uma equipe de designers que desenvolvem todos os conceitos ou padrões de comunicação, padronagem de tecidos, estamparia, referências de moda, tudo. E, claro, há um alto controle da qualidade. Muitas amostras são verificadas, desde a tinta usada em estampas ou tingimento, a origem dos tecidos, tudo. “O têxtil é uma categoria muito relevante, porque tem muito volume. Para nós, é muito importante que a pessoa possa usar uma camiseta do personagem, dormir com o cobertor, porque isso é vivência no dia a dia com a marca e, como construção de marca com o consumidor, é muito relevante”, completa Andrea. Depois de ter um produto licenciado, há uma equipe de suporte de desenvolvimento de produto e ainda uma de varejo, dentro da Disney, que ajuda na negociação de espaços, de promoções junto com o varejo, para estimular a introdução e o giro de produtos no ponto de venda, suporte RT de desenvolvimento de produtos.

60 I Revista Têxtil

disney.indd 60

22/09/2014 21:54:26


Feiras & Eventos

Week-End Textile

Première Vision São Paulo sediou workshops com estilistas internacionais em que o tecido se destaca, em uma união do manual com a tecnologia

P

ara inaugurar um novo conceito de difusão de informação, o Première Vision São Paulo trouxe ao Brasil, em parceria com o instituto Rio Moda, os criadores das marcas Marques Almeida e Satu Maaranen para realização do Week-end Textile Première Vision. Com os workshops: “Redesigning Denim”, apresentado pela dupla de portugueses radicada em Londres Marta Marques e Paulo Almeida, em parceria com a Canatiba; e “Estamparia Radical em Seda”, com a estilista finlandesa Satu Maaranen e a Werner, a ideia foi aproximar os participantes do tecido, por meio de trabalhos manuais. “Depois de cinco anos no Brasil, percebemos que era necessário criar uma interação maior entre as marcas, os estilistas e a matéria-prima”, comenta Olívia Merquior, coordenadora de moda do Première Vision São Paulo. “Nossa cultura tem muito trabalho em croqui, em pesquisa de tendência, mas muita gente reclama que, na faculdade, não aprendeu nada de costura, de modelagem. E isso na cabeça de outras culturas é impensável, tem que saber construir uma peça”. Por isso, pode-se dizer que a dupla de estilistas da Marques Almeida e Satu Maaranen não foram escolhidos ao acaso. Ambas as marcas têm um trabalho especial para a construção das peças, de forma muito manual, mesmo tendo aliado este trabalho às novas tecnologias. “Nosso começo foi muito artístico, com muita experimentação”, comenta Marta Marques. “E isso foi provavelmente o que tornou tudo especial e diferente da indústria de jeans de produção de massa, com tudo muito industrial”, completa Paulo Almeida. “Obviamente, agora estamos crescendo, precisamos encontrar meios de reinventar o que fazemos, mas a base do nosso trabalho é muito manual. Mesmo se a produção chegar a um ponto que tenhamos que industrializá-la, ainda teremos que experimentar, pois é o que nos leva a novos produtos”, continua Marta. “Sempre buscamos fabricantes e industriais que são abertos a encontrar, de algum jeito, novas maneiras de industrializar o que fazemos de modo muito artesanal”, resume Paulo. “Na seda, eu sempre começo com minhas mãos. Posso continuar com computadores, se vou fazer estamparia di-

gital, mas a maioria das peças para as coleções pessoais são pintadas a mão. Eu acho que, se eu perder o toque, vou perder minhas ideias, também. Mas, mesmo que a maioria das coisas seja feita a mão, sem a tecnologia eu não poderia fazer tudo”, concorda Satu Maaranen. Entre todos os bons resultados do workshop apontados pelos estilistas, um deles diz respeito à parceria com as tecelagens. A dupla da Marques Almeida admitiu que provavelmente a Canatiba entrará para o rol de fornecedores. Eles inclusive saíram impressionados com a qualidade e o tamanho da indústria de denim brasileira, até então, para eles desconhecida. A estilista finlandesa também não poupou elogios às sedas da Werner, marcando inclusive visitas às fábricas para conhecer as tecnologias envolvidas na produção da tecelagem. A Marques Almeida começou em 2011, mas em pouco tempo foi reconhecida como uma das marcas mais promissoras do mercado e suas peças passaram a ser comercializadas por grandes compradores internacionais. Já Satu Maaranen trabalha como freelancer e já recebeu prêmios internacionais por ter desenvolvido técnicas próprias de pintura em seda que encantaram desde a centenária marca francesa Petit Bateau até as principais revistas de moda internacionais. RT Paulo Almeida e Marta Marques. Divulgação.

Revista Têxtil I 61

premiere.indd 61

22/09/2014 23:05:08


Feiras & Eventos

CHINA HOMELIFE E CHINA MACHINEX BRASIL 2014 A feira de negócios China HomeLife 2014 trouxe o melhor do design e da tecnologia Made in China pela primeira vez ao Brasil, com mais de 1.000 produtos de alta qualidade e design, junto com a China Machinex, que exibiu artigos Premium em autopeças, máquinas e equipamentos industriais. Entre os dias 29 e 31 de julho, 170 fornecedores das áreas de móveis e decoração, eletrodomésticos e utensílios para o lar, têxtil e vestuário, cozinha e banheiro e iluminação, dividiram o Pavilhão Expo Transamérica com cerca de 270 expositores que expuseram mais de 1.500 máquinas e equipamentos chineses para os setores de Energia & Eletricidade (alta e baixa voltagem), Composição e Reciclagem de Plástico, Ferramentaria, Processamento de Alimentos & Embalagens e Autopeças. “O evento, itinerante, já passou por países como Índia, Polônia, Turquia, Dubai, Egito, Jordânia, Cazaquistão e, agora, Brasil. A versão brasileira quer aumentar o relacionamento dos produtores chineses com os brasileiros”, afirma Anselmo Carvalho, diretor do Grupo Feira & Cia, empresa responsável por trazer o evento ao Brasil. “Essa feira realmente é diferente. Sua proposta, como ela se apresenta, o modelo de comunicação, o perfil dos expositores. É uma feira Premium, a história das feiras chinesas ganha um novo capítulo”, comenta. O evento é voltado para empresários e profissionais em busca dos melhores fornecedores de produtos vindos do maior centro de indústrias do mundo. Entre os seus diferenciais, está o Matchmaking, ponto de encontro com tradutores para facilitar as negociações entre os empresários brasileiros e os expositores chineses. Binu Pillai, CEO da Meorient, a organizadora internacional, e Anselmo Carvalho informam que trabalharam com os departamentos do governo e visitaram diversas províncias para selecionar o que há de melhor na China para trazer para o Brasil. “Houve um esforço muito grande da nossa parte em trazer as melhores empresas, tanto em termos de qualidade de produto quanto de qualidade da oferta”, diz o executivo da Meorient. “A participação de chineses em feiras tradicionais já deixou de ser o modelo que eles almejam, em geral os seus pavilhões são marginalizados e a dificuldade de comunicação é grande. Além disso, o governo chinês quer se identificar, quer feiras personalizadas”, comenta. A feira pretende fazer parte do calendário anual do Brasil, com a próxima edição confirmada. Segundo Anselmo, esse modelo de internacionalização já tem histórico na Europa, no Oriente Médio e na Ásia. Agora, a China busca um parceiro importante, que faz parte do convênio dos Brics, e que, diz ele, é um “grande vendedor para a China. Não adianta reclamar, porque lá estamos vendendo. Ano passado, a China ultrapassou os EUA, que sempre foi nosso maior parceiro comercial. Ela não só vende, também compra”, finaliza.

CAFÉ NO BULE A Cia. das Feiras apresentou, em uma coletiva de imprensa em parceria com a Prefeitura de Gramado, todos os detalhes da próxima edição da Fenim Gramado, que acontecerá de 20 a 22 de janeiro de 2015, nos pavilhões do Serra Park, em Gramado. Em sua 16ª edição, a feira chega com importantes novidades como a Café no Bule Fashion Tricot Inverno 2015, evento paralelo, incorporando uma área especial com espaço exclusivo para malharias, que seria realizada em outubro, mas por causa das eleições acabou sendo unida à edição de janeiro. “Para o produtor, a feira ser realizada em outubro é muito importante, porque o setor de malhas termina suas coleções por esta época e produz no escuro, até janeiro. O ideal é poder, pelo menos, apresentar a coleção e ter uma resposta, para continuar produzindo. Mas, este ano, contatamos os lojistas e eles não sabiam se iriam comprar, por causa das eleições. Então, transferimos a feira para janeiro, pois fica difícil trazer o expositor e não dar uma resposta para ele”. afirma Claudio Goerl, Diretor da Cia das Feiras, promotora da Fenim Gramado & Café no Bule Fashion Tricot Inverno 2015. Outra grande novidade é o ar condicionado, investimento que deixará os pavilhões completamente climatizados, garantindo mais conforto para expositores e visitantes. “Com isso a feira fica ainda mais completa. A qualificação dos ambientes reforça a parceria entre o evento e a cidade de Gramado. Essa é uma aliança histórica, que tem contribuído diretamente para o sucesso da feira”, conclui Goerl.

62 I Revista Têxtil

feiras.indd 62

22/09/2014 23:06:38


Feiras & Eventos

TMT O Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação Tecelagem e do Vestuário promoveu, entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, a 2ª edição da TMT – Turnê do Mercado Têxtil. O evento promoveu visitas de compradores de todo o Brasil aos showrooms e às fábricas de dez empresas da região: Atlântica, Bella Janela, Bouton, Buettner, Buddemeyer, Döhler, Fibrasca, Hedrons, Karsten e Lepper. O número de participantes foi um pouco maior do que o da primeira edição, realizada em fevereiro deste ano, e a ideia foi permitir maior proximidade entre compradores e indústrias, característica que foi amplamente valorizada pelos participantes da primeira edição.

MODA PERNAMBUCANA A indústria têxtil de Pernambuco esteve agitada entre os dias 20 a 22 de agosto, durante a realização da 18ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana. O evento superou as expectativas do mercado têxtil nacional com um aumento de 24% nas vendas para a temporada Primavera-Verão 2015. “Na ultima edição de verão, realizada em agosto de 2013 faturamos R$ 19,5 milhões, em um total de 1,5 milhão de peças”, declara Ricardo Montenegro, presidente da ACIC (Associação Comercial e Empresarial de Caruaru), realizadora do evento. O encontro recebeu compradores de todas as partes do Brasil, como região Sul e Sudeste - com muitos compradores do interior de São Paulo e regiões serranas e dos lagos do Rio de Janeiro, além de Espírito Santo -, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, como Bahia, Ceará e Piauí, regiões que, cada vez mais, procuram o polo em busca de seus produtos têxteis. A Rodada de Negócios da Moda Pernambucana tem como objetivos fortalecer o estado como polo produtor de moda e vestuário e uma opção de fornecimento para redes varejistas em todo o País. Ao todo, participaram 120 expositores do estado de Pernambuco, com itens expostos em oito segmentos: moda masculina, feminina, infantil, jeanswear, bebê, íntima, surf, streetwear e praia & fitness.

SIGNS NORDESTE 2014

A terceira edição da “Signs Nordeste – Feira de Equipamentos e Serviços para Impressão Digital, Sinalização e Serigrafia” será realizada entre os dias 14 e 17 de outubro de 2014, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza (CE). O evento, promovido e organizado pela FCEM – Feiras, Congressos e Empreendimentos, utilizará quatro mil m² do Pavilhão Oeste do Centro de Eventos e já está com quase todos os lugares ocupados. A “Signs Nordeste” reunirá mais de 100 marcas e deverá receber um público de 5 mil profissionais e empresários da indústria serigráfica. O evento tem o objetivo de facilitar o acesso dos empresários da região Nordeste aos principais fabricantes de máquinas de serigrafia e comunicação visual do país, apresentando os principais lançamentos do mercado em lonas, adesivos, substratos e tintas para impressão digital, além de prestadores de serviço e publicações técnicas. A programação paralela da feira destaca o “I Fórum Acrílico Norte Nordeste”, realizado em parceria com o Indac – Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Acrílico. Também será realizado o “III Seminário Norte-Nordeste para a Indústria Gráfica e Digital”.

ITMF 2014 Com um processo longo e complicado, a indústria têxtil como um todo – da fibra à moda – é responsável por desenvolver uma cadeia de fornecimento eficiente e sustentável. Isso oferece enormes oportunidades para todos os players. Assim, um melhor entendimento de toda a cadeia e parceiras próximas está cada vez mais importante. É por isso que todos os estágios, da fibra ao varejo, são representados na Conferência Anual da ITMF, que acontecerá em Beijing/China, entre os dias 16 e 18 de outubro, hospedada pela China National Textile and Apparel Council (CNTAC). O tema geral da conferência, “Responsabilidade Dividida – Oportunidade Dividida”, indica que a indústria têxtil global não será observada e analisada de maneira isolada.

Revista Têxtil I 63

feiras.indd 63

22/09/2014 23:06:38


Feiras & Eventos

GO TEX SHOW A segunda edição da GO TEX SHOW – Feira Internacional de Produtos Têxteis, que acontece entre os dias 27 e 29 de outubro de 2014, no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, na capital paulista, vai receber a primeira edição do Concurso NOVOS DESIGNERS BRASIL (NDB), destinado a estudantes dos cursos de moda da cidade de São Paulo e que terá como tema “Ano Novo Chinês à Brasileira – 2015 o Ano da Cabra”. A proposta do Concurso é colocar os designers em formação em contato com fabricantes de matérias-primas, expositores da feira, possibilitando o intercâmbio entre novos criadores e indústria têxtil mundial. Os alunos deverão desenvolver produtos diferenciados, utilizando matérias-primas internacionais e design brasileiro. Simultaneamente, o NDB irá estabelecer uma relação entre a “GO TEX SHOW” e as principais instituições de ensino com cursos de moda da cidade de São Paulo. O NDB conta com a apresentação da “GO TEX SHOW” e da Audaces, com patrocínio do Grupo China Trade Center e das tecelagens chinesas Kunshan Huarong, Jiangyin Weipeng e Jiangsu Highhope e da taiwanesa Chain Yarn. Como prêmio, o vencedor do Concurso vai receber uma licença de uso do Software de Criação Audaces Idea Full.

CHINA SOURCING FAIR

Conhecida como o maior evento de produtos asiáticos realizado na América do Sul, a China Sourcing Fair realizou sua 3ª edição no Brasil, entre os dias 11 e 13 de agosto, no Centro de Exposições Imigrantes. O evento reuniu grandes fabricantes de diferentes segmentos de mercado, como Eletrônicos, Materiais de Construção & Acabamentos, Brindes & Utilidades e Vestuários & Têxteis. Também trouxe às empresas brasileiras a oportunidade de negociar com os principais fabricantes da Ásia, sem sair do País. A Feira, que tem edições também em Hong Kong, Dubai, Miami, Joanesburgo, Mumbai e Jacarta, é voltada a importadores, distribuidores e revendedores de grandes volumes. A China Sourcing Fair é uma oportunidade imperdível para os profissionais que buscam produtos de qualidade a preços competitivos, diretamente dos maiores polos de produção do mundo.

ITMA 2015 A seção de fibras e fios da ITMA 2015 irá contar com uma nova divisão de fibras e fios reciclados. A inauguração da seção na ITMA 2011 foi endossada com uma excelente plataforma pelos expositores. Quase todos os expositores pesquisados no evento indicaram que eles voltariam com uma participação maior. Entre as grandes marcas que participaram da ITMA 2011 estão Rieter, Rhodia e Lenzing. Mais de 1.300 fabricantes de tecnologia e matéria-prima já reservaram espaço para a ITMA 2015. A ITMA é a plataforma de negócios para produtores de fibras e fios, porque: • Atrai uma gama internacional de compradores para soluções na produção de têxteis tradicionais e materiais inovadores • Apresenta uma rara oportunidade para produtores de fios e fibras trabalharem em parcerias com maquinários em demonstrações ao vivo. • Única feira do mundo que conta com maior gama de produtos em um só lugar • Frequentada por marcas globais tais como Adidas, Burnerry, Hugo Boss, Levi’s e Nike.

64 I Revista Têxtil

feiras.indd 64

22/09/2014 23:06:39


Feiras & Eventos

66 I Revista TĂŞxtil

feiras.indd 66

22/09/2014 22:12:41


Feiras & Eventos

66 I Revista TĂŞxtil

feiras.indd 66

22/09/2014 22:13:37


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.