fenafashion.indd 66
04/08/2013 23:35:50
Editorial (Esquerda) Necip Güney, presidente da Teknik Fuarcilik, organizadora da ITM, com Ricardo Haydu, diretor-presidente da RT. (Direita) Ricardo e Vivi Haydu, diretorpresidente e diretora de redação da RT, com Grace Lau, do marketing da Adsale, organizadora da ShanghaiTex
Nos últimos dois meses, passamos por diversos eventos. Esta edição está repleta de coberturas extremamente interessantes, tanto nacionais quanto internacionais. Vivenciamos duas feiras importantes em dois mercados que não param de se reinventar – e, por isso mesmo, de crescer –, a Turquia e a China. Tivemos o prazer de cobrir novamente a ITM TexpoEurasia 2013, e acompanhamos, desde edições anteriores, o crescimento do evento que culminou com tamanho sucesso que nem mesmo uma manifestação grandiosa que ocorreu em Istambul atrapalhou os números impressionantes de vistação e, principalmente, negócios. A ShanghaiTex também nos impressionou bastante. Mesmo sendo regional, voltada a negócios no país, ocupou 100 mil m2 do novo Centro de Exposições Internacional de Xangai, repleta de novas tecnologias. Por fim, trazemos um pós- evento da Techtextil e da Texprocess, também com números animadores. A primeira coisa que pude notar é o quanto as feiras internacionais estavam cheias, com um público diversificado. Empresários de diferentes países do mundo, tanto em Istambul, quanto em Xangai, aproveitaram a ocasião das feiras para renovar seus parques fabris, negociando novas máquinas e sistemas diversos para otimizar suas produções. Ou seja, investindo em tecnologia e inovação, ações que já consagraram, por exemplo, a Alemanha. A China, com uma reputação dúbia por aqui, prova que também está investindo em modernização e tecnologias diferenciadas, inclusive preocupada com questões ambientais. O Dr. Yongjiang Shi, professor da Universidade de Cambridge, falou sobre o país e as mudanças que já começaram, em palestra no 1º Seminário Internacional de Inovação Têxtil, realizado pelo Sinditêxtil-CE, em Fortaleza (que nós também cobrimos, em um perfil sobre o estado que é um dos maiores polos têxteis no Brasil). Visitamos, também, a fábrica da Lectra, na França, onde pudemos notar a grandiosidade dos projetos, a preocupação com os clientes e o respeito aos próprios funcionários, o que resulta em uma empresa próspera, preparada para enfrentar adversidades. Por aqui, passamos pelo Première Vision São Paulo, que destacou a força dos setores de fitness, lingerie e moda praia, provando a importância e crescimento do uso dos tecidos técnicos. Já havíamos notado isso no Salão Moda Brasil e, certamente encontraremos algo parecido na Fevest, em Nova Friburgo. Isso me alegrou, pois sempre defendi que os tecidos técnicos nos garantirão um diferencial para o nosso sucesso no futuro. Além deste segmento, o Première também mostrou que a estamparia digital já é uma realidade e que cada vez mais empresas investem nessa tecnologia, preferencialmente em plantas próprias, com equipes para desenvolverem design exclusivo. Os lançamentos das grandes tecelagens de denim também agradaram muito: as tecnologias de acabamento e mesmo de construção de tecido surpreenderam. Isso nos mostra que, apesar de o mercado mundial estar vivendo tempos difíceis, nos lugares onde há investimento em inovação e uso de tecnologias, o resultado não poderia ser diferente: sucesso. Há um consenso em que o consumidor moderno mudou, não está mais focado em quantidade. Agora, ele quer qualidade. E a indústria têxtil deve se preparar para suprir essa demanda. Boa leitura!
Revista Têxtil I 01
editorial.indd 1
04/08/2013 23:31:03
Sumário
04 06 10 26 36 38 42 46 47 48 54 56 58 60 62 63 64
A força de um polo que só cresce Diversidade de negócios Encontro entre a Turquia e o mundo Um mercado que cresce Sucesso em feiras alemãs Fábrica da Lectra na França é o retrato do sucesso Tubos, tubetes e cones merecem papel de destaque Combate ao trabalho escravo A Formação Profissional Esculpir o futuro Denim: Inverno 2014 Moda, tecnologia e crescimento Fevest, 23ª edição Café no Bule: uma nova etapa Crianças na moda Fenim pelo Brasil Negócios têxteis em Criciúma Visite nosso site:
Online
www.revistatextil.com.br www.revistatextil.com.br/rv.virtual/default.html
Expediente
Coréia (Korea) – Jes Media International 6th Fl., Donghye-Bldg. – 47-16, Myungil-Dong Kandong - Gu – Seoul 134-070 Tel./Phone: + (822) 481-3411/3 / Fax: + (822) 481-3414
Edição Nº 726 - 4/2013
Correspondente na Argentina – Ecodesul Av. Corrientes, 3849 – Piso 14° OF. A. Buenos Aires - Argentina Tel/Phone: (541) 49-2154 / Fax: (541) 866-1742
A REVISTA TÊXTIL é uma publicação da R. da Silva Haydu & Cia. Ltda. Inscr. Est. 104.888.210.114, CNPJ/MF: 60.941.143/0001-20. • Diretor-Presidente: Ricardo da Silva Haydu; Diretora de Redação: Clementina A. B. Haydu • MTB 0065072/SP • Jornalista: Laura Navajas • Projeto e Produção Gráfica: Carlos C. Tartaglioni Representantes Comerciais Europa – International Communications Inc. Andre Jamar 21 rue Renkin – 4800 – Verviers – Belgium Tel/Phone: + 32 87 22 53 85 / Fax: + 32 87 23 03 29 e-mail: andrejamar@aol.com Ásia (Asian) – Buildwell Int. Co., Ltd. Nº 120, Huludun, 2nd St., Fongyuan, Taichung Hsien - Taiwan 42086 - R.O.C. Tel/Phone: + 886 4 2512 3015 / Fax: + 886 4 2512 2372
Órgão Oficial das entidades
Órgão de divulgação das entidades Abint – Associação Brasileira das Ind. de NãoTecidos e Tecidos Técnicos; Núcleo Setorial de Informação do SENAI/CETIQT; REDAÇÃO/ADMINISTRAÇÃO Rua Albuquerque Lins, 1151 2º andar – Santa Cecília Cep 01230-001 - São Paulo - SP - Brasil Tel/Phone: +55-11-3661-5500 Fax: +55-11-3661-5500 - Ramal 220 E-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Site: www.revistatextil.com.br
Publicação bimestral com circulação dirigida às fiações, tecelagens, malharias, beneficiadoras, confecções nacionais e internacionais, universidades e escolas técnicas. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a filosofia da revista. A reprodução total ou parcial dos artigos desta revista depende de prévia autorização da Editora. REDAÇÃO Releases, comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas a matérias. Pedidos de informação relacionados às matérias e à localização de reportagens: e-mail: redacao@revistatextil.com.br PUBLICIDADE Anuncie na REVISTA TÊXTIL e fale diretamente com o público leitor mais qualificado do setor têxtil no Brasil e no mundo: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br ASSINATURAS Para renovação e outros serviços, escreva para: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br
02 I Revista Têxtil
sumario.indd 2
05/08/2013 00:00:53
sumario.indd 3
05/08/2013 00:00:55
Tema da Edição
Da esq. para dir. Fernando Pimentel, Abit, Alexandre Pereira, Cede, Germano Maia, Sinditêxtil-CE, Dr. Roberto Macedo, FIEC, Rafael do Prado, Texbrasil. (Foto: Giovanni Santos)
A força de um polo que só cresce Região Nordeste é responsável por grande número de indústrias têxteis e de confecção que geram empregos, consomem matérias-primas e atraem eventos variados
U
m evento de sucesso sempre atrai a nossa atenção para o seu entorno. Neste caso, estamos falando do 1º Seminário Internacional de Inovação Têxtil, realizado no dia 22 de maio, pelo Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará, Sinditêxtil-CE, que contou com palestras de renomados profissionais estudiosos do setor, para mostrar como a inovação e a tecnologia têm elevado o setor a um novo patamar. O auditório lotado da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), apoiadora do evento, somado à proximidade da realização da terceira edição da Maquintex – Feiras de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para a Indústria Têxtil e a Femicc – Feira de Máquinas para a indústria Coureiro Calçadista, atraíram nossos olhos para Fortaleza, Ceará. No estado, estão 7% das indústrias têxteis e de confecção do país, segundo dados do IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial). Levando-se em conta o Nordeste como um todo, os números ficam ainda mais interessantes: o sul e o sudeste, ainda detentores da maior participação das indústrias têxteis e de confecção vêm perdendo lugar para a região, que concentrava 19% da produção nacional, em 2007, e em 2011 chegou a 21,3%. Fortaleza é apontada por muitos como um destaque da região, junto com o polo de Pernambuco. De acordo com Germano Maia, presidente do Sinditêxtil-CE, são poucas as indústrias têxteis no estado, mas são grandes. “Nós contamos com temos 26 que são associadas, devemos ter cerca de 150 indústrias têxteis no Estado. A gente pode citar a Vicunha, TBM, a Santana Têxtil, temos grandes indústrias no nosso parque”, conta.
Na produção do vestuário, o estado se destaca mais ainda. No segmento de roupas íntimas, o Ceará fica entre os dois primeiros produtores nacionais. E não é só na capital. “Em Freicheirinha, boa parte das peças produzidas vai para exportação, além de atenderem o mercado interno, principalmente no sul. A cidade investe e cresce por conta disso. Há grandes empresas que conseguem fazer moda onde os asiáticos não conseguem, não vendem peças baratas, mas com valor agregado”, diz. Outros números: o setor gera mais de 60 mil postos de trabalho dentro do estado, sendo o segundo maior consumidor de energia elétrica dentro da indústria de transformação, representando 1/3 da força de mão de obra da indústria de transformação do Ceará.
Algodão A relação do Ceará com o setor têxtil vem de longas datas, segundo Germano Maia. O estado foi um grande produtor de algodão e ganhou muito dinheiro com as usinas de caroços. Na época, começou também a tradição de tecer a fibra. “Com a crise do bicudo, o Ceará deixou de produzir algodão, mas a fiação ficou em nosso DNA. Temos orgulho de falar que somos o primeiro estado no Brasil na produção de fios de algodão e de índigo”, afirma o presidente do sindicato. “No entanto, a gente não tem nem matéria-prima, nem público consumidor. Então, é um estado que está entre os cinco primeiros na produção têxtil e de confecção no Brasil, porém sofre com problemas de logística, tem que trazer a matéria-prima e
04 I Revista Têxtil
nodeste-abertura.indd 4
04/08/2013 22:26:04
Tema da Edição
Público lota Seminário sobre inovação. (Foto: Giovanne Santos)
tem que levar o produto pronto para outros lugares. Além disso, como todo estado brasileiro a gente também sofre com o custo Brasil. E não resta outra opção a não ser inovar, tentar agregar valor aos produtos pra se sobressair nesse mercado tão competitivo”, completa Maia. Daí, surgiu a ideia para o 1º Seminário Internacional de Inovação Têxtil, realizado no dia 22 de maio, focado em trazer informações para que os empresários, profissionais e estudantes da indústria da moda tenham mais subsídios para pensar diferentemente.
Modelos para a inovação Assim, as palestras ficaram por conta do Dr Yongjiang Shi, chinês radicado em Londres, professor da Universidade de Cambridge, Mário de Araújo, da Universidade Minho, de Portugal, Fernando Pimentel, da ABIT, com um panorama sobre o setor, e Leah Jorgensen, da WGSN, com tendências para o inverno 2015. O evento contou com o apoio do Senai e Sebrae e foi realizado em parceria com a Fiec. “O Ceará já foi um expoente no setor têxtil e agora queremos retomar esta liderança”, afirmou Roberto Macedo, presidente da Fiec, na abertura do evento. “Temos que sair daqui com ânimo para buscar soluções para competir com os importados”, completou. A primeira palestra foi a do Dr. Shi, que falou um pouco sobre o mercado chinês, que está se reinventando para continuar a crescer. Segundo ele, a indústria têxtil chinesa se formou nos últimos 35 anos, com uma taxa de crescimento do período de cerca de 10% ao ano. Em exemplos, ele mostrou como o país atingiu estes números e o que pode ou não ser exemplo para o Brasil (conferir matéria ShanghaiTex).Para o futuro, o dr. Shi prevê um crescimento maior ainda nos próximos 40 anos, tanto para a China quanto para o Brasil, em menor escala. Ele finalizou dizendo ser necessário buscar um novo modelo de negócios, que prospera sem impacto ao ambiente. Em seguida, foi a vez do especialista em marketing e gestão estratégica professor-doutor Mário de Araújo que, ao contar um pouco da história da indústria têxtil e de moda, mostrou como há modelos de negócios variados que podem dar certo. Segundo
Carlos Cruz - Diretor Superintendente do Sebrae/ Ce; Marcus Venícius - Presidente Sindiconfecções; Verônica Perdigão - Membro do Conselho Consultivo Sinditêxtil; Roberto Macêdo – Presidente FIEC; Germano Maia – Presidente Sinditêxtil; Francisco das Chagas Magalhães – Superintendente do Sesi/ Ce; Fernando Nunes - Diretor Regional do Senai/Ce. (Foto: Giovanni Santos)
ele, a Ásia detém 72% de todos os empregos da indústria têxtil e 60% do vestuário. Já em números de produção, a Ásia responde por 41% dos têxteis produzidos, seguida da América, com 30%, depois Europa, com 29%. Na confecção, a Ásia produz 50%, América 28% e Europa 22%. “Como a UE, os EUA e o Japão são responsáveis por 80% da importação mundial, há um grande mercado ainda a se explorar”, diz Mário de Araujo. Estes países e região só têm competitividade na produção de têxteis diferenciados, de maneira que outros países e regiões podem exportar vestuário. Aos países em crescimento, como os BRICS, pode ser uma boa alternativa suprir estes mercados. Para tanto, é necessário possuir competência técnica, entregar a encomenda a tempo e ter o preço certo. Os fatores de competitividade da União Europeia expostos pelo professor envolvem investimento em pesquisa e desenvolvimento, inovação, criatividade, design e mercado, além da formação da mão de obra. Sobre o Brasil, para ele trata-se de um país democrático e tolerante, muito rico em recursos naturais e em franco progresso, mas também muito protecionista e burocrático. Ele alerta que a emergência da classe C é notória, mas o fácil acesso ao crédito para o consumo pode vir a trazer os mesmos problemas que à UE, EUA e outros. De uma maneira geral os brasileiros são muito conscientes em questões ambientais e de sustentabilidade e, no que diz respeito à indústria têxtil e vestuário, a qualidade dos produtos e a organização das empresas é geralmente muito boa. Existem excelentes estilistas, mas falta inovação em termos de tecnologia e materiais. “Considero o Brasil o mais sustentável dos BRICS com enorme potencialidade de crescimento sustentável”, finaliza. Depois, foi a vez de Fernando Pimentel apresentar um panorama geral do setor no Brasil, mostrando dados atualizados que provam a relevância econômica e social do setor, que incorpora e demanda inovação. Para ele, há muitas possibilidades de se destacar. Exportar é uma estratégia, principalmente com o auxílio da ApexBrasil. “A exportação no setor de vestuário cresceu graças ao design e inovação. A indústria investe em máquinas e equipamentos, o empresário brasileiro vai ao mundo. E terá que RT ir mais”, afirmou Pimentel.
Revista Têxtil I 05
nodeste-abertura.indd 5
04/08/2013 22:26:08
Tema da Edição
Diversidade de negócios Variedade e crescimento da indústria têxtil e de confecção nordestina atrai investidores de lugares diversos à região
A
região nordeste é apontada como uma das promessas do setor no país, justamente pela busca por inovação, o que tem atraído toda a cadeia para a realização de negócios. “A região é o futuro da indústria têxtil brasileira, com investimentos governamentais, localização estratégica para exportação, mão-de-obra em desenvolvimento, vontade política e empresários que valorizam e participam ativamente de suas fábricas, junto com os colaboradores”, opina Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor presidente da FCEM Feiras e Eventos, que realiza a Maquintex e a Femicc, além de mais dois eventos na região (Signs Nordeste, em Fortaleza, e AgresteTex, em Caruaru – ver edição 724). Um dos investimentos a que Pompeo se refere é o novo Expo Ceará, o mais moderno pavilhão de eventos da América Latina, que abriga feiras, palestras, shows, congressos, exposições, eventos esportivos e outros. Com capacidade para abrigar até 30 mil pessoas em um único evento, além de poder ser dividido em 48 eventos simultâneos, é o segundo maior da América Latina, com área total de 206 mil m2, sendo 185 mil m2 de construção e 21 mil m2 de área verde. Neste pavilhão, será realizada a Maquintex – Feira de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para Indústria Têxtil, entre os dias 20 a 23 de agosto. A última edição do evento contou com a participação de 600 marcas, 150 estandes e cerca de 20.500 visitantes de todas as regiões do Brasil e de 13 países. “A Maquintex está com ótimas perspectivas de sucesso, com a presença de expositores nacionais e internacionais, hoje ultrapassando a casa de 700 marcas”, conta Hélvio Pompeo Madeira, diretor-presidente da FCEM.
Presidente da FCEM, Helvio Roberto Pompeo Madeira, Lançamento Feiras FCEM em Fortaleza baixa. (Foto: Divulgação)
Em paralelo a ela, acontece a estreia da Femmic – Feira de Máquinas para a Indústria Coureiro-Calçadista, que reunirá as melhores empresas do setor em segmentos como acabamentos, couros e adesivos, entre outros, lembrando que o Ceará hoje é o terceiro maior polo calçadista do Brasil. O terceiro evento organizado pela FCEM em Fortaleza é a Signs Nordeste – Feira de Equipamentos e Serviços para a Indústria de Impressão Digital e Serigrafia, que acontecerá entre os dias 29 de outubro e 01 de novembro de 2013, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza (CE), onde serão apresentados os principais lançamentos das diversas áreas da comunicação visual.
Aposta O Grupo NS mostra sua aposta na região ao apresentar sua Filial Nordeste, situada na cidade de Natal/RN, às margens da BR 101 Norte, Km 10,5. “A empresa não tem medido esforços no sentido de ampliar a sua capacidade produtiva e estar mais próximo do seu mercado”, afirma Diana Artêmis Alves, assistentente de marketing. Segundo ela, a planta incrementa o parque fabril das divisões NS Química, NS Sincronizadas e NS Metal Mecânica, bem como será depósito e distribuição dos produtos da NS Têxtil (Groz-Beckert®, Memminger-IRO®, Kern Liebers®, entre outros). “Vislumbramos a região como um forte território de desenvolvimento socioeconômico no país e esperamos aperfeiçoar os nossos esforços em logística, focando assim no atendimento técnico personalizado que sempre foi a marca registrada do nosso grupo. O mercado pode esperar
Grupo NS investe na região. (Foto: Divulgação)
06 I Revista Têxtil
nordeste.indd 6
04/08/2013 22:31:30
Tema da Edição
Revista Têxtil I 07
nordeste.indd 7
04/08/2013 22:31:33
Tema da Edição grandes novidades vindas do Grupo NS nos próximos meses, pois estamos buscando as melhores tecnologias para oferecer um portfolio de produtos cada vez mais completo aos nossos clientes”, finaliza Diana. Ela adianta o novo slogan do grupo, “Além do que se vê”, que vem de encontro com as muitas novidades que a NS apresentará no evento.
Negócios Para o engenheiro Edson José de Souza, diretor comercial da Silmaq, a importância da região é grande. “O Nordeste responde por cerca de 30 % do faturamento e existem alguns focos que são muito importantes, em virtude do grande volume de equipamentos instalados e pela alta tecnologia exigida. Polos como o de Fortaleza, Natal e de Caruaru têm muita representatividade devido ao tamanho e tecnologia aplicada”, comenta. Para a Silmaq, a feira é sempre uma oportunidade de conhecer novos clientes e abrir perspectivas de negócios. “Assim como nós fornecedores, os clientes aguardam a oportunidade dessa feira para conhecer novas tecnologias que lhes permitam produzir mais, com mais qualidade e menor preço”, diz Edson José de Souza, diretor comercial. A Silmaq irá apresentar na feira o Carrossel de estamparia marca M&R, modelo Sportsman. A máquina de estamparia digital marca Kornit, modelo Storm 931 e as máquinas de costura Juki e Siruba.
Inovação Outra empresa que olha com carinho para a região como um todo é a Lectra, que comemora seus 40 anos. “No Nordeste se encontram empresas que estão prosperando a todo vapor e temos observado um grande potencial de negócios. O Ceará lidera a região com a maior concentração de empresas, seguido pela Bahia e Pernambuco”, conta Daniella Ambrogi, gerente de marketing. A empresa vai para a Maquintex com grandes expectativas. “Queremos divulgar a Lectra para toda a região, como uma empresa que estabelece parcerias a longo prazo com nossos clientes, sempre oferecendo ao mercado soluções de alta tecnologia, com o melhor custo benefício para que os clientes consigam atingir seus objetivos e superar os desafios desta indústria”, finaliza. Na Maquintex haverá a apresentação da Lectra Fashion Platform, soluções integradas e colaborativas que vão desde o Design a Produção, como o Kaledo Style e Textil, solução de Design de Moda e Textil, O Modaris, solução de modelagem Plana e 3D, e o Diamino, uma solução de encaixe revolucionária que possibilita uma altae conomia de material. Além de apresentações e demonstrações da Plataforma Fashion, a Lectra irá promover um ciclo de mini palestras no seu stand sobre diversos temas como “Novos Modelos de Negócios”, “O Processo de design inteligente”, “O Processo colaborativo entre o design e a engenharia de produto” e outros temas.
Delta. (Foto: Divulgação)
Silmaq (Foto: Divulgação)
Malhas Já a Delta equipamentos chega para a feira com duas grandes novidades, uma delas é a Embaladeira Automática de Rolos, que foi desenvolvida para atender o processo de expedição de rolos de malhas e tecidos. Ela embala, pesa e etiqueta os rolos e seu sistema totalmente automatizado facilita o trabalho do operador e garante alta produtividade, chegando a quatro rolos por minuto. Além de possuir tecnologia 100% nacional, conta com uma equipe completa de assistência técnica. A outra novidade será a Relaxadeira de Malhas, desenvolvida para eliminar os problemas de retração no corte, ou seja, descansa a malha de rolo para rolo de forma continua e equalizada, elimina o descaso convencional, aumenta a produtividade do corte e agrega qualidade ao produto final.
Concurso Inovando em todos os sentidos, o Sinditêxtil-Ce, o Sindroupas e o Sindconfecções, juntamente com Sebrae, Senai e FCEM, promoveram, na ocasião do Seminário, o lançamento da quinta edição do Concurso Sinditêxtil de Costura, Modelagem e Design 2013, que passou a se chamar Ceará Moda Contemporânea. A ação tem como objetivo motivar os que fazem a moda no Ceará - estudantes, autodidatas e profissionais - e mostrar à sociedade a sua relevância, dando espaço aos talentos. Ao todo, são três categorias: Design (individual), Modelagem (dupla) e Costura (individual). A final do evento ocorrerá durante a Maquintex, com desfiles dos looks dos finalistas designers, no RT dia 21 de agosto, no Centro de Eventos do Ceará.
08 I Revista Têxtil
nordeste.indd 8
04/08/2013 22:31:35
Tema da Edição
Revista Têxtil I 09
nordeste.indd 9
04/08/2013 22:31:36
Foto: Arquivo RT
Mercado Global
Encontro entre a
Turquia e o mundo Organizadores se orgulham dos números obtidos na ITM Texpo Eurasia 2013, que apontam resultados positivos para expositores e visitantes no país que valoriza cada vez mais o setor têxtil, investindo em tecnologia e inovação
A
ITM Texpo Eurasia já é considerada um dos eventos mais importantes para o setor têxtil. Sua última edição, realizada entre os dias 29 de maio e 01 de junho em Istambul, concomitantemente à Hightex – Feira Internacional de Nãotecidos e Tecidos técnicos, e à Feira Internacional de Fios de Istambul, apresentou números que comprovam sua importância. Nas feiras, gigantes do mundo inteiro expuseram suas últimas tecnologias: de máquinas de fiação a teares, contando com tecnologias para nãotecidos, acabamento e estamparia digital. Já na abertura, o evento bateu recordes: nos seus dez pavilhões, que totalizaram 90 mil m2, representantes de 1223 empresas de 40 países receberam quase 40 mil visitantes. Destes, 83,8% eram da própria Turquia e 16,2% oriundos de
10 I Revista Têxtil
ITM.indd 10
05/08/2013 20:47:48
Mercado Global
Necip Güney corta a faixa de abertura da ITM TexpoEurasia 2013 junto com representantes das principais entidades locais do setor. (crédito – Divulgação ITM)
71 países, número que significa um aumento de 4% no total de visitantes, 21% de aumento no número de visitantes estrangeiros e 11% no aumento da diversidade de países, segundo dados dos organizadores. “As feiras formaram um ponto de encontro a favor do nosso país, o mundo se encontrou por aqui”, orgulha-se Necip Güney, presidente da Teknik Fuarcilik, organizadora do evento.
Mercado Os olhos do mundo têm uma boa razão para estarem voltados para a Turquia. O país dispõe de população jovem e empreendedora, mão de obra barata e boa engenharia, com consciência de qualidade, facilidade e profissionalização, além de incentivos públicos e produção rápida. “A atmosfera econômica estável na Turquia garantiu que visitantes de qualidade viessem de mercados alvo e garantissem o sucesso da ITM 2013”, diz Serdar Yalçin, presidente do conselho executivo da Tüyap, apoiadora do evento. Para ele, Istambul é um mercado ideal, em constante renovação, com estrutura em desenvolvimento e excelente posição geográfica. “Além de ser um centro de negócios que conta com 55 países, a Eurasia é também um centro de produção têxtil mundial e a Turquia está no meio da região, se tornou importante por esta posição de vantagem, Nossa feira pode introduzir os compradores e fornecedores neste centro”, conclui.
Locomotiva A busca pelo desenvolvimento do setor têxtil também pode ser facilmente compreendida. É um dos que geram mais empregos para o país, com dois milhões de profissionais diretos. De acordo com Ramazan Kisa, Adido Comercial da Turquia no Brasil, há aproximadamente 20 mil empresas têxteis e 30 mil confecções. “A Turquia é um dos raros países que têm a capacidade de atuar com abrangência em todas as eta-
pas da indústria têxtil, do algodão e fio ao vestuário finalizado, home têxtil completo e outros”, orgulha-se Kisa. Necip Güney completa, alegando que, justamente por esse motivo, “o setor têxtil é indispensável para a Turquia. Os representantes do segmento, cientes disso, se renovam sempre, melhorando as condições de competitividade continuamente com o mundo. Assim, realizam novos investimentos, estudos e melhorias de processos, variando seus produtos e avançando nos diferenciais. Na feira, novas tecnologias desenvolvidas para redução de custos atraíram grande atenção, bem como produtos com alto valor agregado e tecidos técnicos”. Além disso, o setor têxtil turco é a locomotiva das exportações. Este sucesso se refletiu no relatório da World Trade Association (WTA). O país aparece na 4ª posição nos dados de exportação na pesquisa de 2011, com US$ 10,8 bilhões para o têxtil e US$ 13,9 bilhões para a confecção. Os países mais importantes entre os importadores são Alemanha e Itália. Têxtil e confecção combinados representam 19% de toda a exportação. Em relação ao Brasil, as relações comerciais entre os dois países são bem equilibradas. Em 2011, as exportações têxteis da Turquia para cá foram de US$ 95 milhões e, em 2012, de US$ 144 milhões, demonstrando um aumento expressivo de aproximadamente 51,6% do volume total. Os principais produtos foram fios, roupas prontas e tapetes. Em maquinário, no ano de 2011 o Brasil comprou US$ 700 mil da Turquia. Na contramão, em 2011 o país europeu importou daqui US$ 139 milhões e US$ 141 milhões em 2012, sendo algodão o principal produto.
Futuro A educação é um assunto importante para o país que, como próximo passo, quer ser mais do que fabricante de volume, mas também prestador de serviço e fornecedor de design. Por essa razão, precisa focar no conhecimento e educação. Há 18 faculdades formando designers e seus métodos operacionais variam, para que os projetos de design sejam baseados em habilidades multifocais. A grande presença de jovens na ITM Texpo Eurasia 2013 também comprova este fato. Necip Güney destacou esta participação como um dos destaques da feira. “Nos alegra o número de pessoas jovens percorrendo a feira para ver desenvolvimentos têxteis, pensando no futuro do setor. Por isso este setor nunca irá cair e morrer”.
Tecnologia Máquinas com tecnologias diversas foram apresentadas em todos os segmentos presentes na ITM Texpo Eurasia 2013. Como a próxima edição da feira está prevista apenas para 2016, essa feira foi intensa. Para muitas empresas estrangeiras, a ITM representou um passo a mais para um futuro no mercado turco. Confira um pouco do que rolou por lá!
Revista Têxtil I 11
ITM.indd 11
05/08/2013 20:47:48
Mercado Global Índia, são 2,5 milhões de fusos, depois a Turquia, com 500 mil fusos, em média. Para se ter uma ideia, o Brasil possui cerca de 80 mil fusos”, compara.
Markus Licheinstein, da Toyota, e Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
Toyota A empresa realmente quer dar ênfase no mercado da Turquia. Markus Licheinstein, novo responsável pela região (também responsável no Brasil), conta que tem dois representantes no país, um para fiação e outro para tecelagem. “Diferentemente do mercado brasileiro, a Toyota atua com duas frentes separadas na Turquia, sendo uma para fiação e outra para tecelagem, para conseguirmos atender ao grande mercado da região. O Sr. Ediz Ozeti representa máquinas de fiação convencional e o Sr. Burhan Tekkececi máquinas de tecelagem plana”, conta. A Toyota apresentou os novos dispositivos da máquina de tecer a jato de ar JAT810, além de dispositivos para a produção de fios diferenciados para filatório RX300. Para ele, a Turquia tem muito potencial de crescimento. “É um mercado de tecnologia têxtil de ponta, que produz artigos de alto valor agregado para mercados muito exigentes. Em virtude disso, a Toyota vem ganhando cada vez mais destaque, com produtos que superam as expectativas do cliente em qualidade e produtividade”, afirma. “É importante ressaltar que a Toyota está entrando neste mercado agora, através da filial brasileira, pois nota-se uma semelhança grande entre os sistemas produtivos desses dois países. Com isso, temos ganhado cada vez mais destaque no mercado de lá e dessa forma poderemos agregar o conhecimento que temos do mercado brasileiro ao turco e vice-versa”, compara. Em um ranking de mercado, “a China é o número um, sem dúvida nenhuma. Lá são comprados em torno de 20 mil teares a jato de ar por ano. Depois, vem Índia, Paquistão, Indonésia e Brasil, em boa colocação, mas com distância muito grande, comprando apenas 400 teares por ano. A Turquia, em jatos de ar, ainda está ruim, mas em pinça é segundo ou terceiro, mais ou menos com 2600 teares por ano. Queremos ampliar o mercado de jato de ar”, conta. “Já em fiação, a Turquia é o terceiro do mundo. Em primeiro lugar, temos a China, com cinco milhões de fusos. Na
Uster Apresentou o testador Uster® MN100, que fornece a solução para problemas de neps nos fios, monitorando a sequência completa de produção, e rastreando sua fonte em cada estágio. O que o torna especial é a gama de aplicações em processos desde a matéria-prima, além de ser baseado em padrões AFIS e oferecer muitas vantagens de monitoramento. É uma ferramenta que os gerentes da fiação podem usar como a base para suas decisões principais sobre qualidade, manutenção e configurações do processo, pois seus gráficos de controle trazem uma vista geral. Savio A Turquia está entre os cinco principais mercados de exportação para a Savio, que recém inaugurou uma filial na região. No estande da Alfredo Modiano, que representa grandes marcas do setor na Turquia, apresentou sua bobinadeira automática Polar/I Direct Link System. Esta máquina leva a automação a seu nível máximo, ao fornecer link direto nos frames da fiação de anel para as bobinas. As vantagens são qualidade do fio que é preservado, sendo as bobinas preparadas e automaticamente removidas dos frames de anel, sem nenhum manuseio do operador ou carregar em caixas separadas – maior eficiência no enrolamento, e minimização de pessoal na sala de rebobinamento. Verdol A Verdol apresentou toda sua gama de produtos para fiação, cobertura, combinação e acabamento. As máquinas UT, UTC e UTW, por exemplo, são conhecidas em todo o mundo pela sua flexibilidade. Produtos diferentes podem ser torcidos em cada fuso, graças a posições orientadas totalmente individuais. Para cabeamento e torção para filamentos sintéticos e fios torcidos, a empresa oferece uma vasta gama de máquinas com fusos mecânicos: CD, DT e CDDT, agora disponível com EcoTexÒ, os já reconhecidos componentes têxteis com significante redução no consumo de energia. Eles são desenhados para processar cada tipo de fio o mais economicamente possível, de acordo com o ambiente industrial. LMW Apresentou cardas, quadros de velocidade com autodoffer e frames de anel com sistema de fiação compacto. A empresa indiana cresceu muito desde sua fundação e conta com 60% do mercado interno de máquinas de fiação, além de exportar para Turquia, Indonésia, Bangladesh, Paquistão, Tailândia, Vietnã, Nepal, Irã, Uzbequistão, África e México e, neste ano, também para o Brasil. A meta é competir com empresas europeias, e já conta com 10 a 15% da fatia do mercado da Turquia.
12 I Revista Têxtil
ITM.indd 12
05/08/2013 20:47:51
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 13
ITM.indd 13
05/08/2013 20:47:51
Mercado Global
Stoll. (Arquivo RT)
Has Group. (Arquivo RT)
Muratec A Vortex, mais recente investimento da empresa, foi o destaque no estande. A máquina permite a fabricação de um fio único, original e funcional e a produtividade mais alta do que num método comum (Spinning). Como as características deste fio são diferentes do tradicional, o tecido a partir dele também será diferente. Bilgin Group A LYNX-64DW foi apresentada ao mercado pela primeira vez, recebida com grande entusiasmo. Trata-se de uma máquina de warping, que separa nylon e o fio mãe, uma espécie de poliéster, e simultaneamente os enrola no cilindro. Há 64 posições no modelo padrão que podem puxar até 960 farpas. Stoll Apresentou ao mercado turco sua mais recente tecnologia, a CMS ADF3, que pode ser chamada de revolução na malharia, com sua nova técnica de devorê, que permite que os pontos permaneçam no lugar desejado pelo uso de monofilamentos. Has Group Apresentou diferentes inovações em malharia e tecelagem. Ihsan Mokanoğlu, gerente de vendas e diretor de marketing do grupo, destacou uma relação especial com o evento, pois foi onde a empresa lançou as primeiras máquinas stenter. “A máquina atual é uma das melhores de todas. Ram-X1 e Ram-X2 são nossos modelos diferentes. Durante 5 anos, nós fizemos algumas mudanças importantes na série Ram-X, com otimizações e desenvolvimentos, pelo grupo de 12 especialistas em pesquisa e desenvolvimento, com feedback de milhares de usuários e operadores”, conta. LGL Presente no mercado há 30 anos, a italiana de Bérgamo LGL apresentou produtos com alta tecnologia, desenvolvidos para o sistema de malharia e tecelagem. Especialmente para
Alpha 400 series, da Schönherr (Divulgação)
a ITM, o foco foi em dois sistemas de freios eletrônicos que são muito práticos e trazem contribuições importantes para os produtores têxteis. Stäubli Mostrou vários produdos da sua gama de soluções para o setor têxtil. Entre eles, máquinas Jacquard eletrônicas e sistemas de preparação para tecelagem. Sistemas eletrônicos de controle para máquinas têxteis da Deimo também foram expostos. Além disso, a Schönherr, empresa do grupo, apresentou amostras de carpete tecidas na Alpha 400, além de fornecer informações sobre a recém-anunciada Alpha 500. Nas máquinas Jacquard, a empresa mostrou a Type SX Jacquard machine, compacta e que oferece alta performance, maior produtividade e velocidade, com mínima manutenção. Outro modelo similar, a Type SX V Jacquard é indicada para a produção de veludo. Já a Type CX 172 Jacquard tem controle computadorizado, instalação simplificada e fácil ajuste das cabeças para encontrar a exata largura do tear. As amostras de carpetes exibidas pela Schönherr foram tecidas pela Alpha 400 series. Além disso, os visitantes puderam conhecer o lançamento Alpha 500, que reúne todas
14 I Revista Têxtil
ITM.indd 14
05/08/2013 20:47:57
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 15
ITM.indd 15
05/08/2013 20:48:00
Mercado Global Tsudakoma Esteve presente com sua nova máquina a jato de ar, a ZAX 9200 Master, tecnologia que é o upgrade da mais vendida da marca, a ZAX 9100 Professional. O novo tear economiza recursos, sua nova função inteligente de grade de ar combinada com um compressor de ar pode reduzir os custos de energia para toda a tecelagem. A ZAX 9200 tece vasta gama de tecidos usando alta densidade e alta tensão. Pode tecer um máximo de oito cores enquanto alcança operação estável e melhoria de qualidade. Tsudakoma. (Arquivo RT)
Erwin Dewloo, da Picanol, e Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
ITEMA. (Arquivo RT)
as caracteristicas da Alpha 400, porém com largura de 5,3m, o que aumenta produtividade e garante alta flexibilidade com tamanhos diferentes de carpete. A.M.T. A A.M.T. Macchine Tessili é uma empresa sediada no Norte da Itália com tradição em teares. Há 3 anos, desenvolveu a nova Wizard PR 01 tear rapier, que promete versatilidade, simplicidade de uso, performance, baixos custos de manutenção e preço. A empresa está presente com seus teares na Itália, Brasil, Mèxico, Egito, Coreia do Sul e agora está pronta para entrar no mercado turco e mostrar todo o potencial do seu produto.
Automatex A empresa canadense conhecida mundialmente é especializada em automações para têxteis do lar, tais como máquinas para toalhas e lençóis. A Automatex é muito poderosa nos mercados da Argentina, Brasil, Turquia e França. A Tateks Makine, sua representante na Turquia, atestou que em 2012 e na primeira metade deste ano, eles assinaram grandes projetos e o país será um dos grandes mercados no futuro. Picanol A Picanol deu um show para o setor de tecelagem. A empresa vem atendendo ao mercado turco há mais de 50 anos, conta até com uma subsidiária no país, inaugurada em 1998, para dar suporte aos clientes. É a líder no fornecimento de teares para a Turquia, que representa o terceiro mercado para a empresa, segundo Erwin Dewloo. Na ITM, a Picanol apresentou dois dos mais avançados teares rapier. A OptiMax 4-R 190 para denim tem funcionamento perfeito. Um denim de 10oz com fio torcido pode ser tecido neste avançado tear rapier com Sistema Gripper guiado, a solução perfeita para fios torcidos. Esse tear corre em uma velocidade industrial nunca atingida antes. Já a OptiMax 8-R 340 conta com o sistema Free Fligh (FF), especialmente desenvolvido para tecer fios delicados, oferecendo máxima versatilidade de preenchimento e torções amigáveis, com tratamento especial aos fios torcidos. Conta com o sistema ELSY (Eletronic Selvedge System), dirigido por motores individuais, e o Electric Filling Tensioner (EFT), um freio completamente ativo. Pelo uso de longas lamelas, a força de freio é distribuída durante um longo período de enchimento. ITEMA A Itema impressionou com suas tecnologias únicas. Depois do sucesso do Open House na Itália (conferir na edição 722), a Itema realizou o lançamento oficial da R9500 para a Turquia, o que confirma o foco em participação neste mercado. A empresa já contabiliza resultados importantes nas vendas para o país, os teares podem ter aplicações diversas, como lençóis, estofamento e forro de móveis, com vendas significantes também para os setores de denim e tecidos técnicos. Segundo Juerg Kundert, junto com a China e a Índia, a Turquia é um dos principais mercados para a empresa. O Brasil, diz ele, continua sendo visto com bons olhos.
16 I Revista Têxtil
ITM.indd 16
05/08/2013 20:48:05
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 17
ITM.indd 17
05/08/2013 20:48:07
Mercado Global Além das R9500 e A 9500, a Itema apresentou outros produtos e serviços, entre eles o Alpha PGA Tear Rapier, com alta flexibilidade graças à pinça universal PGA, que possibilita inserir diferentes materiais na trama e contagem de fios no mesmo tecido, garantindo uma gama ilimitada de tecidos. Já o tear Vamatex Silver 501 foi especificamente desenhado para lidar com estilos diferenciados ou denims pesados nas mais altas velocidades de produção. Van de Wiele Uma das marcas líderes na fabricação de teares para carpete e veludo, o grupo também conta com empresas parceiras, como a Bonas, que fez seu nome especialmente em máquinas de jacquard, e outras áreas têxteis. Atuando desde 1808, conta com uma equipe de 2400 pessoas, com escritório central na Bélgica. Com os novos produtos inteligentes, a empresa pretende tomar novo fôlego, vendo muito espaço no mercado Turco, que é bastante significante. QTM A Qingdao Textile Machinery Company tem uma história de 90 anos atuando em todos os campos do têxtil e oferece inovações em uma gama que vai de seletor de fios até nãotecidos. Fundada em 1920, a empresa apresentou seus novos produtos e soluções inovadoras. Desde a produção da primeira máquina de cardas chinesa, a QTM desenvolveu diversos produtos, incluindo equipamentos para nãotecidos, sala de sopro (blowroom) e máquinas de carda, máquinas de bordar e outras. Entre seus 1300 funcionários, há 300 pessoas trabalhando no setor de máquinas para nãotecidos e, depois de mais de 20 anos de invenções e melhorias constantes, empresa tem clientes de nãotecidos em todo o mundo, como 3M, Freudenberg, Ahstrom, Andrew, Chisso, Kuraray e Sun Chemical. “Nosso principal escritório está localizado na China, por isso somos tão fortes no país. Sobre a Turquia, o país está no começo na área de nãotecidos, com potencial para o futuro”, explica Ji Xin, diretor geral. “Na feira, os clientes podem testar nossos produtos. Queríamos mostrar toda a nossa tecnologia, qualidade e força em nãotecido”, finaliza. Eurotech A marca especializada em máquinas de impressão digital têxtil do grupo turco Teknotan apresentou inovações aos visitantes. Uma delas, a Sub-i, uma impressora de 3,2 m de largura para transferência com tecnologia Epson, foi lançada na feira. A segunda inovação foi a Grand-SU, máquina com 3,2m de largura que estampa direto no tecido. E a tecnologia Ricoh GEN E5 será um upgrade da Grand-SU, a ser lançado entre os próximos 6 a 12 meses. Mas, para os clientes que adquiriram a máquina na feira, o upgrade será garantido sem custo adicional. Já a Moda-K series será lançada no dia 10 de agosto de 2013, na fábrica de Çorlu-Tekirdag. Trata-se de uma máquina
Mimaki. (Arquivo RT)
para tintas reativas e dispersivas, com a Kyocera KJ4, que é a cabeça de impressão mais rápida do mundo. “O setor de estamparia digital se renova constantemente e eu posso dizer que dentro deste segmento, nós somos inigualáveis”, afirma o gerente geral da Teknotan, Şafak Ağdoğan. “Vamos continuar nossos investimentos neste segmento, além de oferecer vantagens de custos e venda de partes avulsas e serviços para as empresas turcas”, diz. A Eurotech possui mais de 400 máquinas instaladas e exporta para mais de 43 países. Mimaki Em estandes de representantes, apresentou a TX500-1800B, com alta velocidade e qualidade, que imprime direto na fibra. A máquina é uma evolução da tecnologia da impressora em transfer TS500- 1800, que ganhou o prêmio em 2012 como “A melhor Máquina de Impressão Têxtil em Largura”, pela sua alta velocidade e qualidade. Na versão mais nova, dois litros de tinta são usados ao invés do tradicional sistema de cartucho, e a estamparia fica mais econômica. O Módulo de Desgaseificação MDM-20 (por bolha de ar) está posicionado em um padrão que foi desenvolvido para uma alimentação econômica e industrial de tinta, de maneira consistente e suave. Além disso, o software RIP RasterLink6 também está nesta máquina. Pelo seu fácil uso, profissionalismo e qualidade de impressão podem ser alcançados no resultado final. E o TxLink Pro fornecido opcionalmente, proporciona possibilidades de impressão em opções mais avançadas. AIT A AIT Digital Textile Printing Systems & Machine Technologies LTD apresentou novas versões do software têxtil MIRACLE, com um sistema automático de distinção de cores. Além disso, há uma nova versão do software RIP e do software de interpretação 3D. “Para nossas máquinas funcionarem, precisamos de software com suporte”, afirma Saliha Özgür, executiva da AIT. A intenção, diz ela, é mostrar ao mundo do que a Turquia é capaz. Já contam com softwares usados na Itália, Alemanha, Grécia, Índia e ainda pretendem expandir os horizontes.
18 I Revista Têxtil
ITM.indd 18
05/08/2013 20:48:10
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 19
ITM.indd 19
05/08/2013 20:48:11
Mercado Global Durst A austríaca Durst apresentou a Kappa 180 V2, produto revolucionário com cabeças de impressão inter-relacionadas. A inovação foi baseada em demandas de clientes, teve suas unidades de tingimento redesenhadas e as tintas reativas reformuladas, inclusive para a viscose. Nesta versão as cores se ajustam de maneira simétrica para cada cabeça de impressão. Essa técnica previne o surgimento de linhas e estrias que as cabeças de impressão de alta velocidade causam quando são ajustadas assimetricamente. A Durst também apresentou sua unidade de secagem opcional para malharia.
Durst. (Arquivo RT)
MS A MS atraiu a atenção com a sua nova máquina Lario, que realiza 75 mil impressões por minuto. A empresa é uma das mais importantes da Turquia no assunto e planeja expandir seus negócios para o Japão e o Paquistão. Sua outra máquina, JPK Eva também pode realizar 10 mil impressões por minuto. Cenk Elkatip, representante da empresa, disse que a ITM é importante para a expansão para novos mercados. Zimmer A empresa apresentou uma máquina que imprime diretamente no tecido, cerca de 50m por minuto. A máquina imprime em fitas e elásticos, sempre diretamente e dos dois lados com uma imagem muito limpa. Conta com oito cabeças e sistema central aberto, adaptando-se a softwares. Nova no mercado, teve sua primeira instalação em fevereiro, na França. Depois veio a Alemanha e, para o futuro, Turquia, China e Brasil estão nos planos. O próximo passo? Estampar cobertores, é a última tecnologia.
MS. (Arquivo RT)
Estampas feitas por máquinas da Zimmer. (Arquivo RT)
Future Digital Segundo o gerente geral da Future Digital, Selçuk Hazneci, eles estão bem adaptados às inovações no setor de impressão têxtil. A empresa apresentou a máquina Klieverik, de estamparia por transferência. O gerente explica que eles introduziram principalmente novas tintas (inclusive fluorescentes) e também apresentaram a marca Qtex, que tinge direto, e a Belgel, de papel de transferência para o setor. Reggiani A Reggiani conta com mais de 60 anos de experiência no setor de estamparia digital e esteve na ITM com seus melhores produtos. Antônio Tricomi, gerente de desenvolvimento de negócios, destaca que a marca envolve todos os processos têxteis, incluindo tecelagem, lavagem e máquina de impressão. “O mercado da Turquia é uma prioridade para nós. Embora estejamos mais concentrados em impressão tradicional, no momento, na Turquia esperamos expandir para a impressão digital”. Ele conta que a Reggiani introduzirá um novo produto no mercado, que será a máquina de impressão digital mais rápida jamais projetada. “Não trouxemos produtos especifica-
20 I Revista Têxtil
ITM.indd 20
05/08/2013 20:48:18
Mercado Global mente para esta feira, mas nós estamos apresentando nossa melhor máquina de impressão digital, que logo será lançada. No momento, temos o software mais recente. Em termos de mecânica, renovamos todos os nossos sistemas eletrônicos. Hoje, possuímos as máquinas de maior prestígio, com bom o equilíbrio entre mecânica, eletrônica e software”. “Recentemente, estabelecemos nossa marca na Turquia. A expansão que precisamos é na América do Sul e China, porque estamos em boas condições na Europa. A propósito, olhamos a Turquia como nosso modelo ponto de referência para expandir para outros mercados”. FOLPA Ao adquirir a representação da MUTOH, a FOLPA entrou no setor têxtil. Na feira, apresentaram a MUTOH 1638, máquina de sublimação que é um modelo avançado com sistema DX7 de dupla cabeça e atinge 65 m2. “Posso dizer que é uma máquina locomotiva e foi muito apreciada”, afirmou o gerente geral Seyfetting Işiğibol. Na ITM pela primeira vez, ele destacou que o segmento é muito promissor.
O grupo Fong’s é o maior fornecedor de máquinas de tingimento ao redor do mundo. Suas marcas mais fortes, Goller e Then, têm uma excelente reputação no campo de equipamentos para tingimento e acabamento. A inovação é a chave para o sucesso para os fabricantes têxteis globais. Exemplo mais recente: a série TEC, que oferece baixa relação de banho para máquinas hidráulicas de tingimento. Os resultados na nova série TEC só podem ser batidos pela tecnologia Then Airflow, até hoje a mais eficiente maneira de economizar água, energia e tempo no tingimento descontínuo. Para o contínuo tratamento de ampla largura, a Goller fornece soluções individuais para as diferentes necessidades de tratamento para tecidos e malhas. Com o conceito Sintensa, a marca alemã oferece não apenas alta eficiência de lavagem independente da velocidade da produção; o sistema de acionamento e o guia do tecido também garantem um tratamento muito gentil às mais sensíveis variedades. Não importa se o objetivo é lavar, clorificar, tingir ou mercerizar: com a Goller os clientes sempre podem contar com alta produtividade e acerto na primeira tentativa.
Fong’s No seu estande, a Fong’s mostrou a sua Allfit 30. A série Allfit é adaptável a fornadas de tamanho médio e melhora o laboratório para melhor precisão. Também pode ser usada para desenvolver novas tecnologias e produzir amostras para o cliente de um modo eficiente.
Elteksmak A empresa é uma das líderes no setor de secagem têxtil e se orgulha de ter atingido o nível de qualidade europeu. Participou da ITM expondo uma vasta gama de produtos, com bastante foco em máquinas para secagem têxtil. “Nós somos de Denizli e viemos do têxtil. A produção de máqui-
Revista Têxtil I 21
ITM.indd 21
05/08/2013 20:48:19
Mercado Global nas veio depois, mas como conhecemos o setor muito bem, somos bons na sua fabricação e estamos nos tornando solução para todos”, diz Mehmet Poslu. Teksel Já no primeiro dia de feira, a empresa contabilizava duas máquinas de acabamento e dois teares circulares vendidos. “Achei a ITM deste ano mais ativa, comparada com a última. Isso também é muito importante para o setor e é bom estar aqui”, diz Suleyman Batur. Neste ano, a marca separou a divisão de acabamento em um estande próprio. “Ao fazer isso, demos um passo adiante, porque quando mostramos que damos importância ao segmento, os clientes dão mais atenção. Assim, atingimos novos mercados”. Ele diz que os profissionais do setor na Turquia têm a mente aberta e se renovam. “Eu vejo um bom futuro para o setor têxtil. O aumento dos investimentos recentemente é importante. Especialmente no campo de fios, nós vemos que há mais investimentos para a região”. Memnun Líder em fabricação de máquinas de tingimento, apresentou dois produtos importantes, chamados de máquina de jigger de pressão e brush sander, que prometem trazer ganhos significantes aos clientes. Kemal Memnun diz que “A jigger de pressão é produzida por 4 a 5 empresas no mundo, uma delas somos nós. Nossos competidores em máquinas brush sanding são italianos, a maioria. A última tecnologia jigger tem um sistema patenteado. Sua característica mais importante é controlar a tensão durante todo o processo. Velocidade e tensão constantes são muito importantes. Nós usamos motores Dance e Servo e garantimos a velocidade e a tensão constantes durante todo o processo”. Feteks A empresa representa, entre outras, a italiana Brazzoli, fabricante de máquinas de tingimento, que foram apresentandas ao setor turco. Segundo Faruk Kiliç, suas tecnologias são diferentes das de outras empresas, com novos sistemas de lavagem contínua, que usam menos água e trabalham em menor espaço de tempo. Os visitantes tiveram a chance de conhecer essas características. Metsa Fabricante de máquinas de tingimento da Região de Corlu. Os equipamentos prometem alta qualidade, com economia de energia e água. A Metsa exporta para diferentes países do mundo, especialmente para Bangladesh, Índia e Rússia. Na feira, seus produtos chamaram a atenção de visitantes do Irã, também. A empresa está aumentando suas atividades e seu investimento em tecnologia, se renovando continuamente.
Tekspart A Tekspart participou com produtos de suas representadas, como as agulhas originais da Tokyo Korean, platinas da brasileira Schick Bin, óleos da Turkey Promar, máquinas de colarinho da Taiwanesa Flying Horse e máquinas de malharia da chinesa Longxing. “Temos o princípio de oferecer qualidade, confiabilidade e preço, o triângulo que traz a melhor combinação para nossos clientes garantirem seu lugar com competitividade na cadeia”, afirma o proprietário da Tekspart, Alpaslan Demir, que disse também que a feira traz muita competitividade ao setor. Luwa Atuando como fornecedora de ar condicionado para o setor têxtil, a suíça Luwa começou uma importante empreitada. Ainda trabalhando com a Erbel Agency na Turquia, a empresa lançou seu próprio serviço de assistência no país. Seus objetivos incluem estar mais perto dos seus clientes e encontrar soluções para os problemas que aparecerem. A empresa participou da ITM para promover essa rede de serviços. Sua atividade consiste em controle automático, aquecimento, resfriamento, sistemas de ventilação, limpadores de móveis para instalações de fiação e tecelagem, reciclagem de unidades de calor.
Conclusão Para muitos expositores, a ITM atingiu seus resultados. Cemal Iri, presidente do conselho da EFFE Endüstri Otomasyon A.Ş., resumiu bem a opinião geral dos expositores. “Estamos satisfeitos com os visitantes, vimos algo novo nesta feira: eles sabem o que querem, e entram nos lugares de acordo com suas necessidades”. Hüseyin Birben, gerente geral da Beneks, disse que a ITM é um evento essencial para todo o setor. “Em outras feiras, não encontramos tanta chance para vender nossos produtos. Aqui fizemos 4 ou 5 vendas diretas, só no primeiro dia, incluindo países que compraram de nós pela primeira vez, como o Sudão. Depois de cada ITM, testemunhamos uma renovação no setor, por causa de novos clientes, novos mercados e novas iniciativas”. Mehmet Saraçoğlu, gerente geral da Sarteks, afirma que o setor têxtil turco passou por várias fases e dá crédito à ITM pelo seu papel no desenvolvimento do setor. “Este evento está se tornando um ponto de encontro para marcas internacionais e isso é muito importante para nosso país”. Fethi Özkök, da Canlar, concorda “O setor têxtil turco obteve significantes desenvolvimentos. A ITM é agora comparável à ITMA, eu confio na feira. Nós acreditamos que somos os melhores neste setor. Estamos em um período em que o setor de maquinário vive uma era de ouro”. “Se você me perguntar, a Turquia é um mercado muito forte no setor têxtil, tanto para negócios quanto para produção. É um país inacreditável, um lugar de oportunidades”, finaliza Bastian Fritsch, gerente regional de vendas da Karl Mayer.
22 I Revista Têxtil
ITM.indd 22
05/08/2013 20:48:19
Mercado Global
Presença brasileira Graças ao investimento em participações de feiras no exterior, a Schick Bin conquistou uma representação na Turquia e esteve na ITM no estande de seu representante. Assim, a empresa exporta suas platinas para a região, que é porta de entrada para outros países da Europa. O presidente Valdir Schick falou com exclusividade à Revista Têxtil sobre como começou essa parceria, sua análise do mercado turco e comparação com o brasileiro.
Revista Têxtil: Como a Schick Bin foi parar na ITM? Valdir Schick: Nunca imaginei exportar para a Turquia. Isso começou quando, em 2007, participamos da ITMA, em Munique. Lá conhecemos a Tekspart, que dinamizou a parte de exportação para aquele lado da Europa. Fomos a única empresa brasileira presente como expositores na ITM. RT: E qual é o resultado desta parceria? A Tekspart representa todos os produtos da empresa? VS: O resultado está sendo excelente, a Tekspart tem um conceito muito bom no mercado turco, além de ser uma empresa muito bem administrada, foi ótimo firmarmos a parceria. Nosso carro chefe são platinas e gaiolas, mas, na Turquia, vendemos apenas as platinas. Na feira, vi uma empresa que produz gaiolas e não temos como competir com o preço. Pelo que percebi, quase nenhuma empresa que exporta máquinas para lá manda com gaiolas, que são compradas desses fabricantes locais, que são poucos, um ou dois. RT: O que achou da feira? VS: É a primeira vez que eu participo pessoalmente da ITM. A Tekspart sempre coloca nosso cantinho no estande, mas dessa vez eu fui pessoalmente, e tudo mudou bastante, foi muito importante porque eu fui mostrar a cara para os meus clientes do outro lado do mundo. Quando você conversa olho no olho é diferente de falar via e-mail. Independente da feira eu tenho vendido normalmente, mas percebi um aumento, visitei umas malharias que já compram da gente e isso foi importante, o cliente ficou contente de ver a gente lá, ouvindo a opinião deles sobre o produto, propondo soluções de problemas. A ITM foi muito produtiva nesse sentido. A Turquia é um mercado muito grande dentro do ramo têxtil. Para nós foi muito importante. RT: O que pensa sobre o mercado turco? VS: O mercado turco é muito exigente em qualidade e exportamos para lá porque atendemos a esse quesito, senão estávamos fora. Ganhamos das peças alemãs, nossas maiores concorrentes, tanto em preço quanto em qualidade, mas na Turquia eles prezam mais a qualidade do que o preço. O país fornece muito para a Europa, em questão de tecidos, roupas, por isso prezam qualidade. É um grande exportador. RT: A Schick Bin enfrenta alguma dificuldade para exportar? Há algum auxílio governamental?
Hélvio Roberto Pompeo Madeira, da FCEM, Valdir Schick e Ricardo Haydu (Arquivo RT)
VS: Não temos dificuldade nenhuma para exportar. A Apex ajuda na parte de divulgação do produto no exterior. Quando fomos para a ITMA, fomos com o apoio deles, um dos poucos órgãos do governo que funciona em relação à indústria, monta uma estrutura externa de feira com um subsídio muito bom. É importante que o empresário brasileiro saiba disso, é um canal importante que te abre as portas. A parte de comercialização é com a gente. Neste ponto, a Abimaq dá um apoio grande para o empresário, com departamentos de exportação e comércio exterior para orientar e apoiar, ensinar os caminhos que devem ser seguidos. RT: Conseguimos comparar o mercado turco com o brasileiro? VS: O mercado turco é enorme. Em números não oficiais, a Turquia tem uns 25 mil teares circulares, enquanto o Brasil deve ter hoje em torno de 15, 16 mil teares (não são números oficiais porque isso é muito difícil de mensurar, os empresários sonegam informações). Claro, nos falta apoio governamental. Além da Apex, o único órgão governamental que nos auxilia um pouco é o BNDES, que facilita o pagamento para quem compra máquinas fabricadas no país. Mas tudo isso é muito pouco. Além disso, temos o problema do custo Brasil. O dólar está chegando a um patamar melhor, mas ainda temos a questão do nosso custo interno de produção, de agregados. Isso tem que ser repensado. O custo Brasil é da ordem de 47%, se pegarmos uma empresa na Alemanha, que faz um produto por 100 reais, se transferirmos essa indústria para o Brasil, do mesmo jeito, o produto sai por 147 reais. RT: Mesmo assim, a Schick Bin ainda tem planos de expandir suas exportações? VS: Já exportamos platinas para o Peru e Argentina, em quantidade menor. A ideia de expansão sempre existe. Ano que vem, vamos traçar nova estratégia de exportação e tentar atingir novos mercados, com o México e a América Central, que são mercados grandes. Mas, para isso, temos que ter preços competitivos.
Revista Têxtil I 23
ITM.indd 23
05/08/2013 20:48:22
Mercado Global
24 I Revista TĂŞxtil
ITM.indd 24
05/08/2013 20:48:29
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 25
ITM.indd 25
05/08/2013 20:48:31
Mercado Global
Um mercado que cresce ShanghaiTex reuniu empresas e visitantes de diversos países interessados nas novas tecnologias têxteis e, principalmente, no mercado chinês
A
pesar das oscilações de mercado e da ShanghaiTex 2013 ter coincidido com o feriado do “Dragon Boat Festival”, os compradores continuaram mostrando confiança na economia chinesa e no evento, que contabilizou 53.183 visitantes, de 79 países e regiões, número recorde. A Câmera do Comércio e Indústria do Vietnã, o Sindicato geral de Trabalhadores da Fiação, Tecelagem e Tingimento de Hong Kong e Kowloon e países como Brasil, Índia, Indonésia, Coreia, Tailândia, Turquia, França e outros estiveram presentes com suas delegações de compradores. Os top 10 países visitantes foram Coreia, Índia, Indonésia, Taiwan, Hong Kong, Paquistão, Bangladesh, Japão, Turquia e Tailândia.
Cambridge, explicou um pouco sobre a história e o crescimento do setor têxtil no país mais habitado do planeta, apontando os planos e direções possíveis para o futuro. Segundo ele, a indústria têxtil chinesa se formou nos últimos 35 anos, já que, até 1978 não tinha moda, consumo
Mercado Em palestra no 1º Seminário Internacional de Inovação Têxtil, realizado em Fortaleza, no Ceará, o dr. Yongjiang Shi, chinês radicado em Londres, professor da Universidade de
Stanley Chu, presidente da Adsale Exhibition Services Ltd. recebe convidados de honra e lidera um tour VIP pela feira. (Foto: Divulgação)
26 I Revista Têxtil
Shanghai2.indd 26
05/08/2013 20:46:47
Mercado Global têxtil. A taxa de crescimento do período foi média de 10% ao ano e por este tempo, diferentes desafios foram enfrentados e o primeiro deles foi a mudança do controle. Até 1980, o estado comandava 75% das indústrias têxteis, e agora tem apenas 15%, o setor privado contribuiu muito para o crescimento. Durante estes 35 anos, a China emergiu como o maior fabricante, o maior mercado e o maior país exportador de vestuário. A maior parte destas indústrias está localizada na região costeira, ao Leste, em lugares como Hong Kong, Beijing, Tianjin e Shanghai. Os rios dessas regiões cobrem o mercado interno, facilitando a saída da produção. Em termos de sofisticação, diz o chinês, há diversidade. Há processos simples de produção, mão de obra barata, mas isso oferece diferentes opções. “É fato que os investimentos nos levaram para outro nível. As empresas chinesas começaram “mal”, mas cresceram e se inovaram. Há muitas empresas verticalmente integradas”, comenta, citando como exemplo a Meters Bonwe, empresa da indústria do vestuário que ele compara à Zara. “Surgiu do nada, em 1995 uma loja em de uma marca local, seu dono era um fazendeiro que investiu seu lucro em inovação. Depois disso, cresceu dramaticamente, conta com mais de 1000 outlets na China sendo atualmente a número um do mercado nacional, com vendas de 250 milhões de dólares”, conta. Segundo Shi, a loja exemplifica a diversificação de modelos de negócios, a reforma interna da indústria chinesa, que hoje tem foco nos fornecedores e nos clientes, são redes globalizadas. “Fábricas bem planejadas ajudam a reduzir custo e aumentar produtividade”, diz o chinês. Ele finaliza lembrando que a indústria chinesa é jovem e já gastou um tempo bom para resolver seus problemas de qualidade. “Desde o final dos anos 80, já foram implantados alguns programas de qualidade. Antes, tudo o que se produzia vendia, mas o mercado agora pede mais qualidade. Japão e Taiwan, quando começaram a produzir, colaboraram para aumentar a qualidade chinesa”, conta. Dr. Shi ainda aponta outra questão: o crescimento desenfreado da China trouxe graves consequências ecológicas. Estatísticas apontam que a poluição mata mais do que o cigarro, no país. De maneira que há novos estudos para que o crescimento continue, principalmente voltado ao mercado interno, mas com uma cadeia sustentável. Por isso, na feira, assunto foi tão comentado e as máquinas novas sempre apresentaram características como economia de energia e água, maior produtividade com menor custo e outras similares. A China quer crescer, mas também quer se desenvolver, em todos os aspectos.
Visitantes de todo o mundo lotaram o centro de exposições. (Foto: Divulgação)
China, apresentou novidades tecnológicas para o setor, além de se apresentar como uma plataforma de intercâmbio de informações para compradores da indústria para adquirirem excelente capacitação profissional e inspiração criativa. Eventos paralelos Foram realizadas cerca de 20 atividades paralelas sobre tendências do mercado, incluindo “Fórum das últimas tecnologias têxteis”, “Fórum de Tendências de Sportswear e Denim”, “Conferência de Imprensa sobre Tingimento sem água e tecnologias de estamparia por transferência”, simpósio sobre “Novos equipamentos, tecnologias e produtos para tecelagem”, “Uma nova abordagem para soluções ecofriendly de estamparia, por Kornit Digital” etc. Entre as palestras, a convite de um expositor e da organização da feira, a Rhodia realizou duas apresentações de seu sucesso tecnológico “Emana”. Fornecedores de marcas como Nike, Adidas, Puma, entre outras, ouviram as últimas novidades sobre aplicação desta tecnologia que, a cada novo teste clínico realizado com ajuda de institutos e universidades, revela benefícios, tanto para prática desportiva quanto para beleza e juventude da pele. Elizabeth Haidar, diretora de Novos Negócios da Rhodia Fibras, apresentou a palestra “EMANA Smart Fabrics”. “Reclama-se tanto da vinda de produtos têxteis chineses ao Brasil, mas podemos também levar produtos brasileiros para a China, pois nosso poder de inovação é muito grande”, disse Haidar.
ShanghaiTex A Feira Internacional da Indústria Têxtil (ShanghaiTex), realizada entre os dias 10 a 13 de junho no Novo Centro de Exposições Internacional de Shanghai, em Pudong, Shanghai,
Elizabeth Haidar em palestra na ShanghaiTex. (Foto: Divulgação)
Revista Têxtil I 27
Shanghai2.indd 27
05/08/2013 20:46:49
Mercado Global A abertura da 16ª edição do evento do evento contou com a presença de autoridades chinesas do setor, como o sr. Yang Ji Chao, vice-presidente da Associação Chinesa das Indústrias Têxteis, sr. Xi Shi Ping, presidente da Associação Têxtil de Xangai, sr. Wang Lie, vice-presidente da China Council para a Promoção do Trade Internacional, sr. Du Shuang Xin, presidente do Centro de Exposições e Serviços para Tecnologias Têxteis de Xangai, sr. Feng Ya Pei, vice-presidente da Shangtex Holding Co Ltd., sr. Stanley Chu, presidente da Adsale Exhibition Services Ltd., e o sr. Gu Chun Ting, presidente da Shanghai International Exhibition Co Ltd., que se juntaram a outros convidados de honra para visitar o evento.
Expositores Entre os visitantes, os depoimentos eram otimistas. Os expositores também se mostraram satisfeitos, entre opiniões diferentes. Confira!
Truetzschler
A Truetzschler apresentou maquinário de diferentes unidades de negócios, fiação, fibras artificiais, nãotecidos e guarnição de cardas. Thomas Brauburger, gerente de vendas da divisão de fibras artificiais participou da feira pela primeira vez, e apontou aspectos positivos e outros a serem melhorados. “Como eu estava representando os negócios de fibras artificiais, não sei os detalhes das outras divisões. No entanto, posso afirmar que houve uma boa aceitação dos clientes chineses e a Truetzschler vendeu máquinas de carda durante a exposição. Em relação aos negócios de fibras artificiais, tivemos conversas interessantes com potenciais clientes da China, Índia, Coreia e Irã. Quanto à organização da exposição, eu sinto que eles precisam melhorar a comunicação, por exemplo, sobre os expositores, procurei algumas empresas, mas não fui capaz de encontrá-las no catálogo. Em alguns pavilhões havia muito barulho, devido ao funcionamento das máquinas sem limitação de horário. Talvez seja uma boa
Thomas Brauburger, da Truetzschler, com Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
ideia, como nos eventos internacionais, determinar horários para o funcionamento das máquinas, assim nos períodos de silêncio podemos falar com os clientes”, opinou, concluindo que a ShanghaiTex foi uma exposição bemsucedida para a empresa.
Karl Mayer
As empresas de malharia tradicionalmente são bem representadas na ShanghaiTex, e a Karl Mayer não é exceção. Alguns de seus destaques incluem a nova TM 4 EL, com velocidade acima de 1400 por minuto e que fabrica também tecidos semi-técnicos, uma MJ 42 / 1B, uma HS 2-SE completamente reformulada e uma RD 7/ 2-12 EL. A nova TM 3 produz tecidos planos com 4 barras guiadas. A TM 4-T é desenhada para produzir tecido frisado. A configuração técnica das duas máquinas é idêntica, ambas têm alto grau de facilidade de uso e um produto de excelente qualidade. Outro destaque ficou por conta da HKS 2-SE, que foi reformulada em relação à velocidade de tecelagem e as barras guias, que foram completamente redesenhadas. Essas medidas aumentaram a velocidade em cerca de 12,5%, comparada com o modelo prévio. Com uma largura de 130”, produz um tecido bielástico que pode ser usado em maiôs e sportswear e também processado em lingerie. Também para este segmento, veio a nova MK 42/ 1 B, que oferece uma vasta gama e pode ser obtida com uma boa taxa de preço-performance, sendo mais rápida. Durante a feira, nosso diretor presidende Ricardo Haydu conversou com Arno Gaertner e Oliver Mathews e eles afirmaram que a A ITMA Europa continua sendo o maior evento para inovação, mas a ShanghaiTex tem ficado mais internacional com o passar dos anos, apesar de ter mais forte o foco no mercado chinês. Segundo eles, quase todos os expositores presentes na feira estavam focados na produção chinesa. A Karl Mayer tem uma grande unidade de produção no país, porque sempre foi uma estratégia importante para a empresa produzir diretamente nos mercados alvo. Assim, já produziu no Brasil, EUA e Japão e, na China, tem fábrica própria desde 1999.
Arno Gaertner e Oliver Mathews, da Karl Mayer, e Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
28 I Revista Têxtil
Shanghai2.indd 28
05/08/2013 20:46:53
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 29
Shanghai2.indd 29
05/08/2013 20:46:54
Mercado Global Eles contaram também que a Karl Mayer tem uma fatia de mercado mundial de 70% na venda de teares de malharia. Sobre o Brasil, os negócios estão bem, crescendo nos últimos anos, não como nos anos 80 e 90, mas crescendo. “Se você investigar a fundo, vai sempre ver a mesma coisa: chineses não investem em máquinas velhas. Eles querem ter as máquinas mais modernas, produzir com custo mínimo, este é o alvo. Produzimos máquinas na china, e nossa fábrica está equipada com as mais modernas ferramentas para oferecer qualidade. Só assim podemos competir com a produção chinesa”, completa Gaertner.
Oerlikon
Durante a ShanghaiTex, a Oerlikon convocou a imprensa para um jantar onde reafirmou seu novo formato no têxtil, conforme a Revista Têxtil já havia anunciado na edição passada (número 725). De todas as divisões do grupo, a têxtil contava com a Barmag, Neumag, Schlafhorst, Saurer e Textile Components. As três últimas foram vendidas para o Grupo Saurer. A Oerlikon continua, portanto, com a Barmag e Neumag, divisões relacionadas às fibras artificiais. A primeira, voltada à fiação e a segunda a tecidos técnicos. Na ShanghaiTex, o grupo apresentou lançamentos, mas também apresentou seu novo escritório na região. A intenção é focar na Ásia por meio deste novo escritório. Na feira, o foco também foi, entre outros produtos, na linha BCF (completa para fabricação de fibras para carpetes). A Oerlikon Barmag oferece qualidade superior, inovações sustentáveis, tecnologia comprovada, soluções diferenciadas que incluem plantas completas de fiação para fios pré-orientados (POY), fios texturizados e fios industriais de fluxo contínuo de poliéster ou poliamida. Já as máquinas de texturização frisam (texturizam) os fios POY, que viram DTY (Draw Texturized Yarn), dando um toque similar ao do algodão. Na parte de componentes para plantas de fiação, o portfólio inclui winder, godets, precision gear metering e pumps. Além disso, a divisão oferece serviços de engenharia que incluem estudos de viabilidade e consultoria, layout da planta, mecânica, elétrica e utilitários, montagem e start-up de uma planta completa. Já a divisão Oerlikon Neumag trabalha com: • Plantas BCF (Bulked Continuous Filaments) para produção de fios para carpetes. • Linhas de Staple Fiber produzem materiais usados em fios têxteis para vestuário, bem como fibras usadas em nãotecidos, lãs e filtros. • Linhas de Spunlaid de até 7m de largura para aplicações técnicas. Linhas de Meltblown para aplicações de filtragem e barreira. • Linhas Airlaid para a produção de materiais de núcleo absorvente, lenços, toalhas de mesa. A Oerlikon é um grupo especializado em engenharia de máquinas e plantas, sendo um fornecedor de soluções industriais inovadoras nas áreas têxtil, nanotecnologia avançada e outras. A empresa suíça conta com mais de 100
As três divisões da Oerlikon futuramente mudarão de nome, já que foram vendidas para o grupo Saurer.(Arquivo RT)
André Wissenberg, da Oerlikon, e Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
anos de tradição, sendo hoje um player global com mais de 12.700 funcionários espalhados em cerca de 160 locações em 34 países. Em 2012, as vendas do grupo atingiram 2,9 bilhão de francos suíços, e, no mesmo ano, investiu CHF 106 milhões em pesquisa e desenvolvimento, com mais de 1000 especialistas.
Rieter
Segundo Edda Walraf, vice-presidente de marqueting da Rieter, apesar de a ShanghaiTex continuar sendo uma feira regional, estar presente é muito importante, mesmo que seja com um estande diferenciado, com menos produtos, apenas peças pequenas, mas com paineis e vídeos sobre todos os equipamentos. “Na ITMA Ásia, comparecemos com força total”, afirma.
Uster
O grupo Uster fabrica produtos para controle de qualidade e certificação para a indústria têxtil, fornecendo instrumentos, sistemas e serviços de monitoramento que permitem uma oti-
30 I Revista Têxtil
Shanghai2.indd 30
05/08/2013 20:46:59
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 31
Shanghai2.indd 31
05/08/2013 20:47:00
Mercado Global
Ricardo Haydu conversa com Edda Walraf, da Rieter, sobre a ShanghaiTex (Arquivo RT) David McAlister, da Uster, e Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
mização da produção, garantindo a qualidade em cada estágio da produção têxtil, das fibras ao acabamento do tecido. Com um banco de dados que permitiu a formação de estatísticas próprias, a Uster possui máquinas de análise e um sistema de comparação, de acordo com essas estatísticas. A máquina USTER® TESTER 5, por exemplo, previne o efeito de pilling no tecido, ao voltar ao controle da qualidade e do tipo do fio, que deve estar de acordo com seu uso. Testes no laboratório de fiação medem a quantidade de pilosidade nos fios, que é comparada por um sistema a uma taxa considerada boa, média ou ruim. Assim, o fio pode ser trabalhado ou mesmo descartado antes da produção do tecido. David McAlister, gerente de marketing de produto, disse que a ShanghaiTex é concentrada para o mercado nacional. A ITMA Ásia, que acontece no mesmo pavilhão, é mais internacional. “A ShanghaiTex é um ótimo evento porque nos permite realizar meetings com os compradores, mostrar os equipamentos e gerar negócios”, afirma.
Loepfe
A Loepfe também esteve presente na ShanghaiTex, apresentando suas tecnologias como o YarnMaster Zenit FP, limpador de fios de última geração, que detecta e limpa materiais estranhos no fio com segurança. (ver edição 723). Kathrin Kunz, do marketing da Loepfe, disse que: “A ShanghaiTex é tão importante e internacional quanto a ITMA Ásia. A Loepfe acredita que tem que estar presente em todos os países, inclusive no Brasil, onde participamos da última Tecnotêxtil e ficamos muito satisfeitos com os resultados. Hoje, trabalhamos focados em participar de feiras em mercados diversos”.
Groz-Becker
Kathrin Kunz, do marketing da Loepfe, conversa com Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
Daniel e Adriana Stringelli, da Carmelo, com Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
Como a temática da feira girava em torno de produtividade e economia de energia, a Groz-Becker se ateve a isso. No setor de malharia, o ponto central foi a produtividade. A solução mais recente é revolucionária e, com alta velocidade, garante o diâmetro circular mais largo. A face geométrica de suas agulhas foi otimizada, evitando quebras. No setor de tecelagem, o foco foi em máquinas de preparação. Com o nome de KnotMaster, a Groz-Beckert oferece performance com tecnologia impressionante e operação simples. A inteiramente automática WarpMaster permite máxima flexibilidade com mínimos esforços de instalação. Para os fabricantes de nãotecidos, a Groz-Beckert apresentou a nova EcoStar, agulha de feltro universal para quase todas as aplicações. Comparada com agulhas padrão, oferece uma maior qualidade de superfície do produto final e longa vida útil. Também apresentaram no evento a GEBECON, que fornece a combinação ideal de boa qualidade da superfície do produto final mais a melhor resistência à flexão.
Grupo Santoni
Em meio a grandes fabricantes mundiais e nacionais, o Grupo estava com um dos maiores estandes, por conta da vas-
32 I Revista Têxtil
Shanghai2.indd 32
05/08/2013 20:47:05
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 33
Shanghai2.indd 33
05/08/2013 20:47:06
Mercado Global Alessandro Asperti, general manager da Santoni, com Ricardo Haydu. (Arquivo RT)
Durst Kappa V2 180. (Foto: Divulgação)
ta gama de produtos e forte presença na China com a subsidiária Santoni-Shanghai. A brasileira Carmelo, que representa o grupo, esteve presente no estande por meio dos irmãos Daniel e Adriana Stringelli, filhos do fundador Carmelo Stringelli. “Também pudemos conhecer o stand da nova empresa do Grupo Santoni, a JingMei, fabricante de máquinas circulares de grande diâmetro com diversidade de produtos com a qualidade e certificação Santoni”, conta Adriana. “A Shanghaitex é uma feira muito importante principalmente para os mercados da Ásia e da Europa, porque traz os principais fabricantes de máquinas e as novas tecnologias para a indústria têxtil. A feira estava bem completa, englobando todos os processo, desde a fabricação de fios até peças prontas, como seamless (a Santoni é detentora da patente desta tecnologia) e meias. Percebemos um crescimento em termos do número de fabricantes de um mesmo produto, aumentando a concorrência”, opinou Adriana. Para ela, o ponto forte da Feira foi ver as tendências para onde o mercado aponta, como a impressão digital, o aperfeiçoamento dos processos e máquinas e o grande número de concorrentes e fabricantes chineses, mostrando que estão dispostos a manter e até aumentar sua participação no mercado global. “Podemos ver uma forte industrialização da China que está em constante movimento para melhorar seus produtos e exportá-los para o resto do mundo. Em contrapartida o Brasil tem se tornado cada vez menos industrializado e mais dependente dos produtos chineses. Essa relação precisa mudar e o Brasil precisa voltar a ser competitivo, especialmente mantendo sua indústria forte e os produtos nacionais como os principais protagonistas do cenário têxtil. Não há nada feito na China que não possa ser feito aqui no Brasil, que possui um mercado interno muito rico e ainda com muita oportunidade de ser explorado”, diz. “Acredito que a Shanghaitex é uma referência importante de como podemos trabalhar melhor nossas feiras aqui no Brasil a fim de atrairmos empresas de todo o mundo e também nacionais para promover as novas tecnologias e as tendências do mercado”, aconselha. No estande, os destaques estavam por conta da SWD4/2J e da SWD6/ 2J, máquinas para produção de peças sem costu-
ra. E da Mec-Mor Variatex CMP, tear circular com duplo Jersey, com a tecnologia Variatex (painel variável) para a produção de vestuário em malha de trama que oferece um item de acabamento de alta qualidade, garantindo alta produtividade. Por fim, a série JXP, teares circulares de ampla largura, com 3 alimentadores por polegada e sistema de pontos centralizado.
Durst
A empresa expôs, com destaque, a nova Durst Kappa V2 180, que é a geração seguinte da tecnologia Kappa 180. Conceituada como a “máquina de produção perfeita”, o modelo oferece resolução de 1000 dpi (6144 nozzles por cor), sistema de cabeçotes de impressão Quadro Z - Ricoh, com oito canais, que permite alta consistência de cores utilizando aplicação de pontos bidirecional sem comprometimento de produtividade ou velocidade. Na impressão, podem ser gerados pontos de 7 a 21 picolitros, o que permite a impressão de alto nível de detalhes. Além disso, a Kappa V2 180 está enquadrada no conceito “verde” de produção, uma vez que utiliza tintas certificadas com o padrão internacional GOTS, que atesta total seguridade para o meio ambiente e operadores. Também permite redução de água e energia. A Kappa V2 180 pode operar com os padrões de tinta Durst Kappa Ink R para mídias a base de algodão, Ink D para fibras sintéticas e poliéster, e Ink A para aplicações silk. RT Opinião nacional Marcelo Lopes, da Tabatex, visitou a ShanghaiTex para encontrar representados e verificar as tecnologias apresentadas. Para ele, a feira foi interessante, chegando inclusive a possibilitar o encontro de novos fornecedores. “Os expositores estão cada vez mais agressivos com seus estandes e nas apresentações de seus produtos, é impressionante como eles estão desenvolvendo novas tecnologias”, opina Lopes. Ele apontou como segmentos de destaques as impressoras digitais.
34 I Revista Têxtil
Shanghai2.indd 34
05/08/2013 20:47:10
Mercado Global
Revista TĂŞxtil I 35
Shanghai2.indd 35
05/08/2013 20:47:11
Mercado Global
Sucesso em feiras alemãs Novos recordes de visitantes e expositores alcançado pelas feiras de maquinários para tecidos técnicos, nãotecidos e confecções
O
mês de junho também esteve movimentado na Europa, com a realização da Techtextil e Texprocess, feiras que apresentam máquinas para nãotecidos, tecidos técnicos e confecção e vestuário. Juntas, apresentaram um crescimento de 15% no número de visitantes, cerca de 40 mil (em 2011 foram 34.725), vindos de 113 países para encontrarem as últimas inovações e tendências do setor têxtil. “A Techtextil e a Texprocess estabeleceram novamente novos recordes”, disse Detlef Braun, membro do conselho executivo da Messe Frankfurt GmbH, comentando sobre os resultados da dupla feira têxtil. Um total de 1.652 expositores de 56 países apresentaram seus últimos produtos e inovações, um aumento de 8% em relação a 2011. O uso de tecidos técnicos se tornou comum em muitos campos, como por exemplo, na tecnologia para vestuário, fabricação de automóveis e no setor de segurança, e esses tecidos têm uma demanda especial de máquinas e plantas. Com equipamentos de alta tecnologia, é possível processar quase tudo, de materiais leves a muito pesados, de vestuário funcional, passando por bancos de carros e cintos de segurança até o interior de aviões. A dupla feira combina todos esses aspectos. Como no passado, a Techtextil uniu todas as áreas de aplicação e grupos de produtos do setor de tecidos técnicos para criar uma plataforma de inovação inigualável em todo o mundo. Já a Texprocess apresentou soluções high-tech em todos os estágios da cadeia de processamento têxtil, com um espectro abrangente com produtos que vão desde design e corte, passando por costura, bordado e tricô, até o acabamento, estamparia digital, logística e TI. “Expositores e visitantes de todos os segmentos ficaram entusiasmados com o conceito futurista da Techtextil e Texprocess. Em particular, os exemplos práticos de aplicação que foram vistos nos dois eventos confirmaram o caráter inovador dos nossos expositores”, disse Detlef Braun. “Os resultados em 2011 foram excelentes e o fato que fomos capazes de melhorá-los ressalta claramente a estratégia de sucesso de realizar as duas feiras ao mesmo tempo”.
mento, resistência à chama e estabilidade e durabilidade. A empresa líder em especialidades químicas juntou as prioridades de performance com soluções avançadas para garantir que os têxteis técnicos pudessem cumprir realmente suas funções.
Pavilhão Ecológico A VDMA organizou um pavilhão com 25 empresas das duas associações, a de tecnologias para vestuário e couro e a de máquinas têxteis, todas sob o chapéu do logo Blue Competence, iniciativa para sustentabilidade da VDMA, que une a força e especialização do setor de engenharia mecânica e o núcleo de tecnologias para atingir metas sustentáveis. “A sustentabilidade está assumindo significado crescente na indústria do vestuário e entre produtores de tecidos técnicos por razões ecológicas e econômicas”, diz Elgar Straub, diretor da VDMA Associação de tecnologias para o Couro e Vestuário. “A consciência crescente da necessidade da conservação de recursos, melhoria da eficiência e responsabilidade social corporativa é um desafio que o setor precisa encarar”, acrescenta. Regina Brückner, diretora da Brückner Trockentechnik GmbH & Co. KG, Leonberg, mostrou como tecnologia inteligente pode prevenir aquecimento desnecessário e fases de esfriamento em quadros de stentering. Os resultados concretos são aumento de produtividade, redução de consumo de energia e menor emissão de CO2 por quilo
Químicos A Clariant levou à Techtextil novas soluções químicas que promovem processos com benefícios ambientais para tecidos técnicos. O foco: repelência e desprendi-
Tecido de metal para uso em fachadas da GKD. (Foto: Messe Frankfurt Exhibition GmbH Jean-Luc Valentin)
36 I Revista Têxtil
techtextil.indd 36
04/08/2013 22:58:16
Mercado Global de tecido. Já Sascha Oehl, da VEIT GmbH, explicou como com a série Veit eMotion apenas a quantidade de vapor realmente necessária pode ser controlada de maneira inteligente, programável, enquanto salva energia e reduz custos.
Linha completa A Trützschler apresentou um portfólio abrangente de máquinas para a produção de nãotecidos e tecidos técnicos, com participação na feira com as divisões Trützschler Nonwovens, Trützschler Card Clothing e Trützschler Man-Made Fibers, que apresentaram informações sobre plantas completes, máquinas, card clothing, componentes individuais, bem como serviços.
Acabamento A Picanol estava em um estande organizado pela Symatex, a Associação Belga de fabricantes de máquinas têxteis, chamado o Lounge Belga. Com a introdução das garras de direção positivas e da nova OMNIplus Summum na ITMA Barcelona, a Picanol alcançou grandes avanços em segmentos tais como apoio de carpete, tecidos largos revestidos e correias transportadoras, entre outros. A Picanol fez avanços em diversos segmentos graças a inovações como o ECOFILL, sistema sem desperdícios, o
Estande da Trützschler na Techtextil. (Foto: Divulgação)
EFT, freios de trama programados, e o novo DWC, encosto para fios industriais. Como não é permitido mostrar máquinas ligadas durante este evento, a Picanol preparou amostras para os visitantes conseguirem ter uma ideia da tecnologia que a empresa está oferecendo para este segmento de mercado. Produtos com acabamento exemplar, tecidos em máquinas Picanol, estavam no estande, onde gerentes de vendas e representantes responsáveis por tecidos técnicos da Picanol estavam no estande para tirar dúvidas e atender aos visitantes. RT
Revista Têxtil I 37
techtextil.indd 37
04/08/2013 22:58:18
Perfil Fábrica da Lectra na França. (Foto: Divulgação)
Fábrica da Lectra na França é o retrato do sucesso
P
or várias edições passadas, temos apresentado inovações da Lectra, seja por cobertura de feiras, matérias individuais ou mesmo anúncios publicitários. Pois bem, nesta edição, eu tenho a satisfação de poder falar da empresa com olhos de quem viu tudo ao vivo. Explico: entre as coberturas da ITM, em Istambul, e da ShanghaiTex, na China, tinha planejado uma parada em Paris para uma visita da exposição do Brasil no Le Bon Marchè e uma exposição da Swaroski. Sabendo destes planos, a gerente de marketing da Lectra Brasil, Daniella Ambrogi, nos convidou para visitar o lugar de onde saem tantas inovações. E o resultado não podia ser melhor. A fábrica está localizada em Cestas, na região de Bordeaux, em um terreno com muito verde de 12 hectares, com 27 mil m2 de área construída, extremamente agradável para os 550 funcionários que trabalham no local, que conta também com uma excelente infraestrutura para refeitório, espaço para café, biblioteca e área e projeto especial para a prática de jogging no horário do almoço. Dentro desse projeto, a empresa realizou parceria com um clube vizinho para que os praticantes de corrida possam usar o vestuário antes de retornar ao trabalho. Tudo isso torna a jornada mais tranquila, o que influencia diretamente na qualidade de produção dos colaboradores.
Por Vivi Haydu
Nathalie Fournier-Christol, responsável pelo RP da empresa, organizou toda a programação do dia, que me permitiu conhecer grande parte da empresa. • 09h15 – 09h30: Café de boas vindas (Christine Dandieu – diretora IATC) • 09h30 – 11h00: Apresentação Global da Lectra (Christine Dandieu - diretora IATC) • 11h00 – 11h30: Apresentação de Pesquisa e Desenvolvimento de Software/ Hardware (Laurence Jacquot, diretora industrail de P&D de Hardware e Laurent Alt, diretor de P&D de Software) • 11h30 – 12h45: Visita à produção (Laurence Jacquot) • 13h00 – 14h30: Almoço com Laurence e Laurent. • 14h30 – 15h00: Apresentação do Fashion software Modaris 3D (Roberta Gnan e Lourdes Cambra, especialistas de produto) • 15h00 – 15h30: Apresentação design/Kaledo (Marjolaine Faure, especialista de produto - Design) • 15h30 – 16h15: Apresentação Vector & Sala de Corte Integrada (Pierre-Michel Richer, gerente de produtos, Fredéric Hellebois, suporte técnico internacional, Pedro Barros, especialista de produtos)
38 I Revista Têxtil
lectra2.indd 38
04/08/2013 23:04:23
Perfil
Vista interna da fábrica. (Foto: Divulgação)
Vista interna da fábrica. (Foto: Divulgação)
Passado Tudo começou há 40 anos, em 1973, quando Bernard e Jean Etcheparre, dois irmãos engenheiros criaram a Lectra Systèmes, nos arredores de Bordeaux, França. Em 1976, a Compagnie Financière du Scribe tornou-se a maior acionista da Lectra. Dez anos depois, a empresa conquistou o título de líder mundial em soluções CAD para a indústria do vestuário e no ano seguinte, inicia oferta pública. Depois de uma séria crise financeira, no início dos anos 90, por coincidência outros dois irmãos tomaram a liderança dos negócios: André e Daniel Harari recapitalizam a companhia e tornam-se seus gestores. Plano estratégico para recolocação: programa de pesquisa e desenvolvimento intensivo, vistoria de toda a gama de produtos da empresa e busca de novos setores de mercado, com um novo modelo de negócios. No ano 2000, a empresa torna-se número um no mundo e abre o primeiro Call Center Internacional. Em 2007, a Lectra lança sua solução PLM, para a indústria de moda, e a nova geração da Vector, ambas resultado do investimento ainda intenso em pesquisa e desenvolvimento. A crise de 2008 afetou seriamente a Lectra, que passou por redução de custos, salvaguardando seus ativos principais. “A empresa chegou a viabilizar um estudo para mudar para a China, na época muitas empresas faziam isso. Poderíamos ter uma redução de custo de até 20%. No entanto, achamos melhor ficar e investir firmemente em pesquisa e desenvolvimento. Superamos essa diferença de preços”, conta Laurence Jacquot. Assim, um novo plano estratégico foi traçado para se preparar para a economia pós-crise, onde mantiveram a equipe com 75% do salário, mesmo as vendas tendo caído 50%. Como resultado, já em 2010 a Lec-
Daniel Harari. (Foto: Divulgação)
André Harari. (Foto: Divulgação)
tra provava sua resiliência, com resultados fortes em vendas, com recorde de renda. Atualmente, a Lectra produz 400 máquinas por ano. No ano passado, novas versões dos softwares Lectra, renovação de toda a oferta de equipamentos CAD/ CAM e investimentos para o futuro podem garantir que a empresa continue crescendo.
Presente Líder mundial em soluções de tecnologias integradas especialmente desenhadas para indústrias têxteis, de couro, tecidos técnicos e componentes, a Lectra busca criar e comercializar soluções tecnológicas inovadoras, destinadas para mercados mundiais. Com filosofia inovadora, não vende produtos, mas vende projetos de melhorias de produção como um todo. Atualmente, as soluções da empresa estão funcionando em mais de 100 países ao redor do mundo, permitindo automação específica para cada necessidade de cada setor, sendo eles: • Moda – vestuário, calçados e acessórios; • Automotiva – Bancos e interiores de carros, airbags; • Moveleira – Cadeiras e sofás; • Outras indústrias - aeronáutica, marinha, energia eólica, equipamentos de proteção pessoal, sistemas de filtro etc. Cerca de 1350 funcionários de 50 nacionalidades trabalham em 31 subsidiárias para atender a 23 mil clientes. Seu mercado mais forte ainda está na Europa (48%), seguido da Ásia (26%) e Américas (21%). A Lectra atua como uma empresa de cultura corporativa baseada em valores de empreendedorismo, continuamente
Revista Têxtil I 39
lectra2.indd 39
04/08/2013 23:04:25
Perfil Agradeço à Lectra e a todos que me receberam tão bem por todas as informações obtidas. Nathalie FournierChristol, Christine Dandieu, Laurence Jacquot, Laurent Alt, Roberta Gnan, Lourdes Cambra, Marjolaine Faure, Pierre-Michel Richer, Fredéric Hellebois, Pedro Barros. (Foto: arquivo RT)
se reinventando, antecipando as necessidades dos clientes e oferecendo soluções para garantir o desenvolvimento dos seus negócios. O foco no cliente é notável: há equipes próprias espalhadas pelo mundo, não são representantes, são funcionários formados e preparados para dar suporte pós-venda ao cliente. “Após a implantação do projeto, a relação continua, para termos certeza do retorno do produto”, explica Laurance Jacquot, diretora industrial de pesquisa e desenvolvimento de hardware. Laurent Alt, diretor de pesquisa e desenvolvimento de software, conta que a empresa tem estudos que garantem que o investimento feito nas máquinas retorna em um ano. Depois da apresentação deste histórico, pude fazer um tour pela fábrica e ouvi palestras sobre as soluções da empresa, que oferecem um pacote completo para o cliente: o software Modaris, o software Kaledo e a sala de corte, onde pude conhecer a moderna Vector, máquina de corte. Além disso, pude ver pessoalmente o atendimento ao cliente funcionando no Call Center. Os clientes (principalmente os que têm contrato anual) se privilegiam muito de um ótimo retorno de suporte. Por meio do Call Center, boa parte de possíveis problemas em maquinários pode ser resolvidos por telefone, reduzindo tempo de parada e otimizando a produção.
Futuro A aposta da Lectra no futuro não está só nos investimentos e preparos para dentro da própria empresa. Ao reconhecer a sua responsabilidade como líder mundial no segmento, entende que tem um compromisso grande com a educação. Para ajudar a preparar os estudantes para sua vida profissional, a Lectra desenvolveu parcerias com mais de 850 escolas e universidades em 60 países. Cada uma delas usa métodos específicos de ensino, então a Lectra adapta suas tecnologias a eles. Entre os parceiros, escolas e universidades de design de moda, faculdades de engenharia têxtil ou tecnologia e associações profissionais de moda, além de projetos de incubadoras. RT
Seminário Recentemente, a Lectra realizou, também, um seminário para clientes na própria fábrica. Assim, eles também tiveram a chance de conhecer toda a modernidade do processo, entender mais sobre os produtos. “A visita ao Centro Internacional de Tecnologia da Lectra nos permitiu uma visão geral fantástica da empresa e de sua história. Além disso, o seminário propiciou a oportunidade de conhecer e trocar experiência com clientes da Lectra de todo o mundo. A tecnologia, a expertise e instalações de ponta colocam a empresa em um patamar acima dos concorrentes. Este evento com certeza reforçou nosso relacionamento”, diz Claudemir Chiaratti, responsável por compras e corte da Dudalina. “Nós aprendemos muito sobre como adaptar nossa cadeia de fornecedores e o processo de desenvolvimento de coleções a fim de reduzir custos e aumentar a competitividade. Foi uma grande oportunidade visitar as instalações que são o centro da cultura inovadora da Lectra, mas também interagir com outros clientes e descobrir como a Lectra tem ajudado empresas de todo o mundo a superar seus desafios”, completa Edmundo Barbosa, diretor de inovação da Malwee.
Parcerias A mais recente parceria anunciada pela Lectra foi com a WGSN, empresa que realiza pesquisas internacionais, trazendo para os seus clientes as próximas tendências de comportamento. Assim, a WGSN fornece as informações e a Lectra torna possível tirá-las do papel. “Ambas somos empresas com soluções para a moda, foi natural a parceria, lançada mundialmente ano passado, e agora no Brasil”, diz Kristen Salaun Batby, gerente corporativa de fashion marketing da Lectra. O anúncio oficial da parceria no Brasil foi dado no dia 26 de junho, na sede da Abit. Na ocasião, clientes nacionais puderam conhecer melhor sobre as empresas. “A moda é complexa. Não há outro produto com tanta variedade de cores, tamanhos, para públicos diferentes. Por isso, trabalhar junto é importante”, completa Kristen. Outra parceria recente da Lectra no Brasil foi com o Senai Nacional. Pelo convênio, serão implantados os softwares Lectra em todas as regionais da instituição, onde tenha uma forte indústria de confecção. Além disso, a parceria envolve treinar e acompanhar os docentes. No Senai Cetiqt, Centro de Tenologia da Indústria Química e Têxtil especificamente, a parceria já existia. A instituição conta com uma planta piloto, que tinha uma máquina de corte Vector e, para garantir que continue com tencologia de ponta, a máquina será trocada pelo modelo mais recente. E a tendência é que a parceria continue, com o Senai Blumenau, onde a Lectra pretende montar um showroom como referência das suas soluções para a indústria de confecção.
40 I Revista Têxtil
lectra2.indd 40
04/08/2013 23:04:28
Perfil
Revista TĂŞxtil I 41
lectra2.indd 41
04/08/2013 23:04:29
Perfil
Tubos, tubetes e cones merecem papel de destaque
Essas peças fazem a diferença não apenas na fiação, mas também na tecelagem, gerando produtividade e até mesmo segurança.
A
o fazer uma análise da real dimensão da cadeia têxtil, muitas vezes não dá para imaginar a importância de cada peça funcionar perfeitamente, para que o resultado final saia dentro do esperado. Na fiação, os tubos, tubetes e cones são peças-chave do processo de produção e podem garantir um aumento de produtividade e até mesmo a segurança dos profissionais que operam as máquinas. Durante a Tecnotêxtil Brasil, que aconteceu em São Paulo entre os dias 15 e 18 de abril, o assunto nos chamou a atenção. Achamos interessantes as parcerias escolhidas pela Murata para apresentar a 3ª geração da tecnologia Vortex. Além da Lenzing, que já é conhecida pela qualidade das suas fibras celulósicas, a Heda, fabricante
Por Laura Navajas
de cones de papelão, também forneceu seus produtos para a demonstração da Vortex. A Heda faz parte do grupo Tubo-Tec, que produz cones, tubos e tubetes de papelão para fiação e texturização de fios plásticos, sintéticos, mesclas e de algodão, que podem ser usados em todos os tipos de teares. A empresa, maior produtora de cones da América Latina, foi escolhida pela Murata pela sua preocupação não só com a matéria-prima usada, como também questões relacionadas à estabilidade e resistência do produto, por exemplo. “As máquinas Murata, tanto Vortex #870 quanto as Conicaleiras QPRO, são as mais rápidas do mundo. O volume de produção é alto e a exigência ao conical é grande, pois precisamos de resistência das pontas, do corpo, medidas exatas e
Fábrica de cones, tubos e tubetes. (Divulgação)
42 I Revista Têxtil
heda.indd 42
04/08/2013 23:07:39
Perfil alinhamento perfeito. Com tudo isso, eliminamos rejeição de cones, o desperdício e o repasse, mantendo o desempenho”, explica Marcio de Andrade, gerente de assistência técnica têxtil da Murata. Ele diz que o uso do cone adequado potencializa o resultado da máquina e que firmou parceria com a Heda porque ela consegue atender a essa especificação e, mais do que isso, atende aos clientes da Murata com agilidade e qualidade. “As máquinas têxteis atuais estão cada vez mais rápidas. A necessidade de conicais que atendam a essa exigência é extremamente importante para o processo. O objetivo final disso tudo é atender com qualidade nossos clientes”, conclui.
Cones Os cones são produzidos em três ângulos diferentes. Os de 3°30’ ainda são usados por poucas empresas, então respondem por apenas 5% da produção. Já os cones de abertura de 5°57’ (cerca de 60% da produção), vêm sendo substituídos gradativamente pelos de 4°20’, que já respondem por 35% da produção total da Heda. “O ângulo mais fechado permite que o fio deslize melhor, tanto no enrolamento quanto no desenrolamento, por reduzir o atrito, aumentando a produtividade”, explica Silvio José Bispo, gerente administrativo e comercial da Heda. A estabilidade de medidas que a Murata buscou na parceria é um ponto muito importante. As máquinas de fiação mais modernas operaram a uma velocidade muito elevada, chegando a enrolar até 1.700 metros de fios por minuto, exigindo uma alta performance do cone. Assim, a empresa mantém rígidos controles de qualidade, observando as mínimas variações de diâmetro interno de virola, diâmetro interno de base, comprimento, peso e circunferência, evitando atingir os limites de tolerância aceitos por esse exigente mercado. Tanto cuidado é justificado,
“pois caso o cone não tenha a estabilidade necessária, a máquina poderá expelir o produto causando sérios problemas de segurança e produtividade.”, diz. Por fim, a resistência do produto ao esmagamento e outros fatores também faz a diferença. Além de trabalharem em velocidade, as empresas bobinam mais ou menos 2,5 kg no cone e ainda o submetem a um sistema de fixação do filamento que passa por alta temperatura e vapor de água. Esse procedimento pode, caso o cone não seja de alta qualidade, descolar o produto ou amassá-lo, influenciando de modo negativo na produtividade da fiação e até mesmo de seu cliente final, no caso a tecelagem. A Têxtil Carmem atua no mercado têxtil desde a década de 80, quando foi fundada por Cleber Elias Moises e seu pai, João Moisés. Familiar, começou com apenas 5 filatórios (2000 fusos), mas muito cedo entendeu a necessidade de se modernizar sempre e hoje trabalha com as modernas máquinas Vortex. Para que sua produção mensal de 150 toneladas de fios de viscose, modal, tencel e misturas saia de acordo com o planejado, investe em qualidade. E apostou nos cones da Heda, os de 5°57’. “Conhecemos a Heda quando nosso antigo fornecedor fechou. Eles mesmos nos indicaram a concorrente, pois já sabiam da sua qualidade. Na hora da troca de um cone cheio por um vazio na máquina, o sincronismo deste movimento tem que ser preciso. Para isso, as medidas do cone têm que estar perfeitas e a Heda nos atende muito bem neste quesito”, conta José Antônio Lonigro, gerente industrial da Têxtil Carmem.
Tubos No caso dos tubos e tubetes, a Tubo-Tec mantém a mesma preocupação em relação à qualidade dos produtos. Com Francisco Pompeo Neto, filho do fundador da empresa, na gestão, a fábrica atualmente mantém um alto padrão de produção, que
Cones de papelão fazem a diferença na produção de fios. (Divulgação)
Revista Têxtil I 43
heda.indd 43
04/08/2013 23:07:42
Perfil foi implantado também na 3ª fábrica do grupo, na Paraíba. São produzidos todos os tipos de tubos técnicos para fios sintéticos de nylon, poliéster, poliamida entre outros. Os principais tubos produzidos para cada tipo de fio são os POY (Partly Oriented Yarns - Fio Parcialmente Orientado) e DTY (Fios texturizados). O que os diferencia, é uma série de acabamentos que são dados de acordo com o tipo e titulo do fio e a máquina utilizada para sua produção. Para a produção de tubos, há também a preocupação em manter níveis exigentes de qualidade, pois diferenças de 1 mm fora da tolerância, podem inviabilizar toda a produção de uma fiação e causar sérios prejuízos. A resistência dos tubetes é muito importante, porque a tendência dos fios é de compressão, o tubo tende ao esmagamento. Esta resistência provém basicamente do uso de matéria-prima diferencial somado a processos de fabricação específicos. “Nossa empresa é diferenciada basicamente porque oferece um produto com maior resistência. Além de oferecermos um ótimo atendimento, com um tempo de entrega menor que os concorrentes e serviços de pós-venda diferenciados”, ressalta Francisco. Em relação ao atendimento, José Antônio Lonigro, da Têxtil Carmem, confirma o que apresentou o gerente. “Além de nos atender em relação à qualidade, estamos satisfeitos também com relação à entrega do produto. O mercado têxtil sempre foi complicado e continua sendo, você tem que diversificar seu produto e uma mudança de planejamento, por exemplo, de tipo de fio, requer que eu compre uma cor de cone que não estava no programa. A gente solicita e eles atendem bem rápido e isso nos ajuda muito”, elogia. Por fim, ele completa lembrando que, em todo o processo de produção, sempre pode ocorrer falhas. Para Lonigro, um dos diferenciais da Heda está no fato de que, quando algo que não agrada os clientes é apontado, há muita prestatividade no
Parceria com Murata garantida pela excelência dos produtos. (Divulgação)
ouvir e atender às queixas, mostrando rapidez e solicitude ao ouvir os clientes.
História Todo o know how da empresa se deve a anos de experiência. Tudo começou no final da década de 70, quando Francisco Pompeo Filho fundou, em Suzano, a primeira empresa do grupo, a Tubo-Tec, especializada em tubos e tubetes para fiação de fibras artificiais. Paralelamente, em Ibitinga, nascia a Heda, especializada em cones de papelão, fundada por Erceu Cantarim (atual diretor comercial) em parceria com dois sócios. Na metade da década de 90, a Heda passou por um processo de modernização, ampliou mercado e o grupo conta hoje, com uma terceira fábrica, a Tubo-Tec Nordeste, fundada em 2012, na região metropolitana de João Pessoa, Paraíba, que uniu os dois produtos.
Futuro O grupo não pretende parar por aí. Nos planos para o futuro, a conquista do mercado internacional, a começar pelo Mercosul. Para isso, a empresa não para de investir em inovação e tecnologia, atingindo a produção mensal de 150 toneladas de cones e 140 toneladas de tubos e tubetes.
Meio ambiente Além de todo o investimento em tecnologia e inovação, o grupo Tubo-Tec orgulha-se, também, de trabalhar com um produto ecologicamente correto. A matéria-prima, papelão, é reciclada (de primeira linha, garante Silvio José Bispo) e até a cola utilizada na produção dos cones, tubos e tubetes é biodegraRT dável, a base de amido de milho ou de mandioca.
Tubo-Tec produz todos os tipos de tubos técnicos para fios sintéticos. (Divulgação)
44 I Revista Têxtil
heda.indd 44
04/08/2013 23:07:47
Perfil
Revista TĂŞxtil I 45
heda.indd 45
04/08/2013 23:07:48
Combate ao trabalho escravo é uma prioridade mundial
N
o Brasil que estamos buscando construir — uma nação desenvolvida, democrática, pluralista, regida pelas leis de mercado em sua economia e pela liberdade e equilibradas relações de prerrogativas e deveres no plano político e social — é inimaginável o desrespeito aos direitos humanos, incluindo o flagelo da escravidão. Por isso, é muito louvável a lei sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, em janeiro último, que prevê o fechamento de empresas que utilizem trabalho em condições análogas à escravidão. Com absoluta pertinência, a medida, baseada em proposta do deputado estadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB), cassa a inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS dos estabelecimentos comerciais envolvidos na prática desse crime, seja diretamente ou no processo de produção, como nos casos de terceirização ilegal, por exemplo. Além disso, os autuados ficarão impedidos por dez anos de exercer o mesmo ramo de atividade econômica ou abrir nova firma no setor. Para que se faça absoluta justiça aos transgressores e aos estabelecimentos que cumprem a legislação e respeitam os princípios do capitalismo democrático e da dignidade do trabalho, é muito importante que a regulamentação da lei seja feita de modo muito competente. Para isso, é preciso buscar subsídios e parâmetros relativos à matéria. Referência bastante adequada é a definição da Organização Internacional do Trabalho (OIT), absolutamente clara e conclusiva. Análise desse importante organismo multilateral observa que “toda forma de trabalho escravo é degradante, mas o recíproco nem sempre é verdadeiro. O que diferencia um conceito do outro é a liberdade. Quando falamos de trabalho escravo, referimo-nos a um crime que cerceia a liberdade dos trabalhadores. Essa falta de liberdade dá-se por meio de quatro fatores: apreensão de documentos, presença de guardas armados e gatos, de compor-
Alfredo Bonduki Presidente do Sinditêxtil-SP
Foto: Divulgação Abit
ABIT / Sinditêxtil
tamento ameaçador, por dívidas ilegalmente impostas ou pelas características geográficas do local que impeçam a fuga”. A OIT, é importante salientar, tem atuado há algum tempo em cooperação com o governo brasileiro, com o qual deu início, em 2002, ao Projeto de Cooperação no Combate ao Trabalho Escravo. A instituição alerta que todas as formas de escravidão no Brasil são clandestinas, mas muito difíceis de combater, considerando as dimensões territoriais do País, dificuldades de acesso, precariedade de comunicação e limitações de inspeção. Por isso, é bastante positiva a adoção de medidas pelos governos estaduais, como faz São Paulo agora, engrossando e descentralizando o combate a esse inaceitável crime. É importante, apenas, sinergia com tudo o que já vem sendo realizado e definições claras na tipificação do delito, para impedir injustiças no cumprimento da lei. Devemos, também, considerar que os mesmos critérios aplicados aos produtos e empresas nacionais sejam estendidos aos importados. Instrumentos para isso não faltam. Se as cadeias produtivas são cada vez mais globais, os procedimentos e regulações também assim devem ser. Tal procedimento não é novidade e já vem sendo adotado por meio da organização The Business of a Better World (BSR), rede global multilateral, constituída por mais de 300 companhias, dentre as quais marcas como Abercrombie, Gap, Burberry, Levi’s e Ralph Lauren. Defendemos a aplicação de leis como a de combate ao trabalho escravo concomitantemente em todo o território nacional, mas isso tudo deve ser feito com critérios claros para que não se cometam injustiças ou avaliações precipitadas. Também é essencial a sinergia e simultaneidade em relação aos produtos importados, sob pena de estarmos, paradoxalmente, beneficiando países produtores que sabidamente cometem tal desrespeito às condições humanas, em detrimento da produção nacional. RT
46 I Revista Têxtil
ABIT.indd 46
04/08/2013 23:13:17
ABTT
A Formação
U
m tema em destaque na imprensa, na área governamental, nos meios acadêmicos e principalmente nas empresas é a falta de profissionais para preencher as vagas disponíveis no mercado. Muitas pesquisas apontam para a necessidade, cada vez maior, de trabalhadores especializados: operários, técnicos e engenheiros. O nosso setor, Têxtil/Confecção, o quarto maior do país, tem uma estrutura socioeconômica globalizada onde se evidenciam contrastes de tecnologia e conservadorismo preso a estruturas sociais e tradições regionais, assoladas pelo advento da internacionalização. Competir em mercados mais exigentes impõe às empresas produtos de melhor qualidade e, para atender esta situação, é necessário uma equipe com nível de inteligência empresarial, profissionais bem preparados e atenção com uma evolução sustentável. De forma geral, a formação profissional tem que preparar o jovem para o mercado de trabalho e deve manter vínculo direto com as oportunidades que o mercado disponibiliza, com cursos de formação, qualificação e especialização. Entretanto, implantam-se políticas de formação com o objetivo de universalizar oportunidades de profissionalização, ampliando as vagas. Em países como Alemanha e Japão, o governo faz pesquisas que antecipam as demandas futuras por trabalhadores, aqui a qualificação é feita pela oferta de cursos vista somente pela ótica das escolas e não pela demanda das empresas. Também temos que considerar o nível de automação da indústria Têxtil/Confecção que está diretamente associado ao custo do trabalho. Onde este custo é baixo, a tendência tem sido não investir em tecnologia, já quando o custo desta mão de obra aumenta, os investimentos em automação são maciços, já que é um mecanismo de diferenciação competitiva. Há também casos em que há transferência de unidades produtivas de país desenvolvido para países em desenvolvimento, pesando o custo da mão de obra. Assim muitas vezes o que vemos é a transferência de fábricas sem potencial tecnológico.
Foto: Divulgação
Profissional Antonio César Corradi Presidente ABTT Também temos políticas de formação profissional voltadas à inclusão social com o objetivo claro de agradar a opinião pública, sem um efetivo acompanhamento dos seus reais resultados. Para termos políticas efetivas há necessidade de um planejamento com base no mercado de trabalho, na distribuição espacial do emprego, nos processos de produção, nas tecnologias consagradas e emergentes, em formas de organização do trabalho, no perfil profissional e, sobretudo, em pesquisa, vislumbrando estratégias de onde, como e quando formar profissionais. A formação é uma atividade ampla onde é preciso conhecer o aluno e suas habilidades e proporcionar formas de complementação de sua formação, capacitando o indivíduo para o mercado com conhecimentos, habilidades e atitudes adequadas ao perfil profissional. Ainda é preciso planejar a formação profissional, organizar e investir em ambientes de ensino e desenvolver a capacitação que transforme profissionais em docentes e conquiste o valor e o reconhecimento da sociedade. Temos que revalorizar estratégias não escolares de formação profissional que conduzam a flexibilidade para atender às mudanças de conteúdos gerados pelo avanço tecnológico. Mas este planejamento só estará completo quando for criado um Plano Estratégico de Desenvolvimento do setor Têxtil/Confecção em que se articulem poder público, em todas as esferas, empresas e associações do setor, sociedade e entidades de ensino para construir uma política de formação Profissional efetiva que impulsione a Nação para o desenvolvimento tecnológico e superação dos desafios da internacionalização. O governo como um todo, seja na esfera federal, estadual e municipal, deve direcionar recursos para a fixação das empresas dentro do território nacional, fazendo com que se tornem cada vez mais competitivas, através da facilitação do acesso e uso de novas tecnologias. Se a fuga de indústrias para países que ofereçam facilidades fiscais continuar ocorrendo, todo o esforço da forRT mação profissional será em vão.
Revista Têxtil I 47
ABTT.indd 47
04/08/2013 23:14:05
Lançamento
Esculpir o futuro
Tecelagens brasileiras buscam novos nichos de mercado e investem em tecidos inteligentes, com acabamentos diferenciados
O
Première Vision São Paulo, realizado nos dias 10 e 11 de julho, abriu o calendário de moda referente ao inverno de 2014, apresentando os lançamentos das principais indústrias têxteis e de malha do país, tecidos com diferenciais que garantam valor agregado. A estamparia digital consolidou sua posição de destaque, bem como os acabamentos. Além disso, texturas e construções diferenciadas foram vistas. A variedade de expositores vindos de países diferentes possibilitou aos designers brasileiros um contato com uma vasta gama de produtos. O Fórum de Tendências e Cartela de Cores foram apresentados sob o comando de Pascaline Wilhelm, diretora de moda do Première Vision. Ela falou sobre a importância da união entre a tecnologia e o artesanal contemporâneo. Nas palavras da diretora de moda, o outono/inverno 2014 virá para esculpir o futuro com todas as suas emoções, reflexões, sentimentos e desejos, deleitando-se com o material, apropriando-se do volume e transformando os tecidos em vestimentas. A estação incita brincar com os tecidos em três dimensões, com ligações frutíferas entre tecnologia e artesanato, natural e químico, unindo o majestoso à descrição e a neutralidade ao brilho. Assim, entram em evidência o artesanal contemporâneo com imperfeições e irregularidades, fios “flammés”, jacquards e motivos “efeitos materiais”, em tecidos técnicos de visuais brutos, algodão e lãs revestidas ou mebranadas. Nas texturas, fios ou torções em malha ou construções e tramas com efeitos de contraste ampliado. Tweed revisitados, ampliados ou miniaturizados, versões ultrafinas ou jeans, multicolorido amalgamado, com feltro e flanelas, volumes desordenados, acolchoados e jacquards. Nos acabamentos, revestimentos coloridos, tinturaria, pátinas em cores, metal mineral, efeitos de bronze ou cobre. Ilustrações, motivos de insetos, flores e xadrezinhos. Já uma transição do volume à linha traz lençóis macios, feltros maleáveis, moleskines fundidas, aveludados densos, neoprenes refinados e enobrecidos, alfaiataria e lãs flexíveis com elastano. São vistas alfaiatarias e sedas, brilhos mercerizados ou polidos, em malhas e tecidos. Rendas, bordados e lãs, cetins e sedas com reflexos de couro. Jeans revestidos de brilhos. Jogos de aparecimentos/ desaparecimentos, sombreados e mudanças, motivos parcialmente escondidos.
Fitness O segmento está em destaque, tanto que mereceu uma mesa redonda, e uma palestra com especialistas do Senai Cetiqt sobre o assunto. “A Première organizou este debate para ajudar a tirar a distância entre o setor fashion e o de tecidos técnicos, aproveitando para mostrar novas oportunidades de mercado”, conta Guglielmo Olearo, diretor dos salões internacionais do Première Vision. “O Brasil não para de criar. O valor central deste evento está na inspiração, vista como uma necessidade, um motor que pode tirar o setor de crises e abrir novos mercados. A indústria brasileira, assim como a europeia, poderá sair à luz se inovar”, completa. “Quando o fitness encontra a moda”, contou com Geni Ribeiro de mediadora, Adriana Berto, da Kalimo, Ana Paula Silveira, da Bia Brazil (marca que faz sucesso levando as roupas ao exterior), Natalie Oliffson, da Carlan, Andre Hi-
Reebok. (Divulgação)
48 I Revista Têxtil
vision2.indd 48
05/08/2013 20:45:57
Lançamento dalgo, da Casa de Criadores, e Raquel Alvarez, estilista. “As marcas esportivas já têm feito apelos, parcerias com estilistas e, do outro lado, as marcas de moda têm desenvolvido linhas baseadas em esporte. O consumidor quer conforto e isso abre uma ótima oportunidade para as indústrias têxtil e de confecção pensarem o segmento, com produtos transversais”, aconselha Natalie Oliffson. Para Ana Paula Silveira, os tecidos diferenciados e a modelagem são fundamentais para o sucesso da grife. Para ela, no fitness as peças devem auxiliar na performance. Adriana Berto, da Kalimo, concorda. A empresa investe no segmento há cerca de três anos e hoje já representa 10% da produção. “Levamos nosso conhecimento de moda para o fitness e atentamos para fios com tecnologias e mantemos o foco nos acabamentos e estampas diferenciadas”, diz. Andre Hidalgo completa: “acho bacana a pesquisa de materiais que o universo do fitness fez e depois a moda absorveu”, comenta. Depois, foi a vez de Christina Rangel e Michelle Carvalho dissertarem sobre a influência do esporte na moda e sobre o que há de mais moderno em tecnologias para tecidos de fitness e sportswear. “Por conta do novo comportamento social de culto ao corpo, a prática de atividades esportivas deixou de ser limitada a atletas e ganhou as ruas. Por consequência, influencia a moda”, explica Christina Rangel. Na palestra delas, ficou evidente que a nanotecnologia se coloca, mais uma vez, em lugar de destaque, criando possibilidades vastas. Teda A malharia Teda foi outra que investiu no segmento de fitness, com uma linha denominada Moda Esportiva. Destaque para os tecidos Cooper, uma base furadinha para tops em poliamida e poliéster; Energy, base crepe para parte tops em poliamida e elastano; Exercise, base para parte de baixo (leging / saia / macacão / shorts) em poliamida e elastano e Training, base para parte de baixo (leging / saia / macacão / shorts), em poliéster e elastano. Segundo o gerente comercial Edson Brazzarotto, a empresa optou investir no segmento por se tratar de “um mercado em constante cres-
Teda. (Divulgação)
cimento, principalmente pelo “culto ao corpo” que estamos vivenciando nesta geração”, comenta. Rollatextil Até a Rollatextil, empresa de acessórios, já descobriu o segmento. “Nós identificamos uma macrotendência que dizia respeito a uma maior atenção com relação à saúde e busca do bem-estar. Seguindo este pensamento, enxergamos a oportunidade de crescimento de setores que tivessem ligação com esta tendência. A partir daí, criamos nossos primeiros materiais e nasceu uma linha Rollatextil exclusiva para o Fitness”, conta Aline Aumondi Kautzmann, do marketing da empresa. Assim, a Rollatextil fabrica e comercializa uma linha de elásticos personalizados, que podem ser usados como tiras para tops e cós de calças. Além destes, os elásticos lisos confeccionados em matérias-primas especiais conferem um toque macio quando em contato com a pele. Canatiba Quando o assunto é Denim, o segmento que é um sucesso no Brasil e fora dele se moderniza cada vez mais, com novidades que encantaram aos visitantes. A Canatiba, por exemplo, apresentou diversos lançamentos. Os tecidos PTs diferenciados em fio penteado e construção cetim são uma base que garante maior vivacidade da cor na hora de estampar (a empresa investiu recentemente em maquinário de estamparia, assim traz uma linha grande de estampados), além de garantir um toque muito macio e poder ser tingido diretamente, sem necessidade de preparo. A Canatiba apostou forte em misturas e pesos variados. O denim com estrutura semelhante à malha, no azul e na cartela de cores foi possível graças a uma construção diferenciada, garantindo máximo conforto. Nos acabamentos, tecidos com toque de borracha, acetinado, couro e metalizado, em várias cores. Dentro da já renomada Megaflex Comfort, a Canatiba traz a tecnologia Thermoelast, que proporciona um stretch super power que, além de tudo, garante maior estabilidade para o tecido que não laceia, não forma joelheira, volta para o mesmo lugar, sempre.
Rollatextil. (Divulgação)
Canatiba. (Arquivo RT)
Revista Têxtil I 49
vision2.indd 49
05/08/2013 20:45:58
Lançamento
Cedro. (Divulgação)
Cedro Aparências futuristas e tecnológicas marcaram a coleção da Cedro para o inverno 2014. Na linha, estampas modernas, com efeitos tridimensionais e metalizados e denims escuros que permitem variedade numerosa de efeitos de lavanderia. Dentro do tema, a busca foi por toques diferenciados. Além disso, os lançamentos apresentam larguras úteis que variam entre 1,47 e 1,55m, com pesos diversos, o que abre um leque grande para os confeccionistas. Nos destaques, o Lotus Mild, com uma resina que proporciona toque emborrachado ao tecido, podendo ser aplicadas em estampas, que viram desenhos emborrachados em alto-relevo. Já o Lotus Luminus imprime brilho à superfície do tecido e mantém o toque macio do produto. Dentro dos blues intensos, o Nilo é elastizado e mercerizado, com ótimo toque e caimento e o Columbia possui tingimento Ultra Blue 100% e vai do azul bem intenso até a graduação mais clara. Santana Depois de comemorar 50 anos, a Santana passa a enfatizar a marca Loco Serius com uma linha diferenciada, voltada para moda, com investimentos em acabamento e tingimento. Entre os itens apresentados, há o Bona (denim algodão com tingimento de alta intensidade, peça-chave para coleções jeanswear); Close (denim com aparência 3D e visual mais moderno, ideal para modelagens tanto para masculino quanto feminino); Duanna (denim mais versátil, com brilho e intensidade de cor); Folk (com cross-flamê em sua estrutura e Intensive Blue na coloração) e Honos (denim em algodão, com tom acinzentado). Com uma linha comemorativa para o aniversário, a Santana fez uma parceria com o estilista Renato Kherlakian, que criou 50 peças que mostrassem como os tecidos poderiam ser customizados, aviamentados. A aliança tríplice incluiu ainda a Tecnoblu, que forneceu os aviamentos e etiquetas, que também ganharam design do estilista. Covolan A Covolan trouxe 29 tecidos novos para sua coleção, a Prime Denim, que apresenta tecidos que contam com aca-
Santana. (Divulgação)
Covolan. (Divulgação)
bamento mercerizado, tingimentos especiais e composição em algodão combinado com elastano ou 100% algodão. Já a linha No Stretch traz tecidos 100% algodão. A Power Comfort traz tecidos com tingimento intenso e elastano confortável. A marca também apresentou novas estampas com efeito de corrosão e resina PU, que, combinados aos efeitos de lavanderia, proporcionam possibilidades variadas. Miroglio “A tecnologia encontrou seu lugar no mercado. Não é a tecnologia do futuro, mas já é uma realidade”, disse Gugliemo Olearo. A Miroglio Textile é considerada líder no segmento de tecidos estampados na Europa. Presente no Brasil desde 2010, trabalha com tecidos planos e de malha vindos da Itália, estampados por aqui de acordo com pesquisas de mercado nacional. O grande estoque de tecidos disponível permite que os prazos para entrega sejam curtos. No banco de dados, já há mais de 50 mil estampas. Os desenhos para o inverno 2014 têm como inspiração texturas naturais com influência de artesanatos de diferente culturas, contos místicos e uma estética futurista. Assim, podemos ver um novo étnico ou ainda imitações de tricô. Renaux View A Renaux View foi outra que começou com sua linha de estampados em uma planta que está em funcionamento há seis meses e ainda pretende crescer até o final do ano. O departamento conta com uma equipe de 11 pessoas para desenvolver estampas próprias. Mas a empresa apostou também em texturas, com artigos maquinetados, como por exemplo nos tecidos de viscose dos artigos Maon, que, dependendo da variante, têm predominância de sarja ou de cetim, ou ainda mesmo uma combinação destas duas construções, ou o Viscel, que dispensa forros. A viscose permite cores mais intensas e caimento superior. A RenauxView ainda aposta nas suas flanelas, que são quase únicas. Principalmente as dupla-face da linha grunge, um tecido inovador com faces distintas tanto na padrona-
50 I Revista Têxtil
vision2.indd 50
05/08/2013 20:46:00
Lançamento
Revista Têxtil I 51
vision2.indd 51
05/08/2013 20:46:01
Lançamento Giselle Araújo, em frente a cartaz da campanha da Lenzing. (Divulgação)
Renaux View. (Divulgação)
Santanense. (Divulgação)
gem quanto na textura. Uma face mostra um padrão xadrez e é levemente flanelada enquanto que a outra traz listras horizontais e o conforto de uma super flanela. Santanense A Santanense investiu em novos processos e técnicas de estamparia, auxiliados por inovações em acabamentos, que agora possibilitam outras características aos tecidos, em efeitos diversos. Assim, a estampa ganha um efeito de couro (Cordova), ou ainda efeito baixo-relevo ou o Puff (alto-relevo). Há também o acabamento por corrosão e o acabamento dourado (Gold flex). Lenzing A empresa focou no uso do denim com Tencel®, fibra funcional, de origem botânica (madeira de eucalipto) e com produção ecológica, que resulta em tecidos mais absorventes do que os de algodão, mais suaves que os de seda e mais frescos que os de linho, oferecendo atributos diferenciados (conforto) aos tecidos e que atendem aos desejos dos consumidores contemporâneos. “O lyocell, nome da fibra genérica, foi introduzido no denim nos anos 90. Agora, vemos uma nova geração de tecidos em índigo e sarjas coloridas com tencel em mistura minoritária ou majoritária, que conferem valor agregado estético, funcional e ambiental (redução de uso de água e produtos químicos). Já que o denim nasceu em algodão, podemos dizer que na terra do denim, o algodão é rei. No entanto, como o mercado está em constante transformação e plena expansão, existe uma necessidade de desenvolvimento de produtos. Percebemos que a reputação do Tencel® como o melhor parceiro do algodão cresce rapidamente, porque quando se trata de misturar um com o outro, ambos são fibras celulosicas, naturais e tingem com os mesmos corantes. Em alguns casos, quando a propria maciez já é dada pela fibra, não há necessidade de usar tantos produtos químicos como num tecido 100% algodão”, explica Giselle Araújo, gerente de marketing da Lenzing Fibers para a América Latina.
Segundo ela, o Tencel® pode ser utilizado também em esporte ativo, pelo atributo do gerenciamento de umidade, nos texteis lar (lençóis e enchimentos de travesseiros e edredons) e tecidos com aplicações técnicas, como uniformes além de nãotecidos, um uso ainda não muito comentado no Brasil. Clariant A força do denim também ficou provada nesta edição do Première Vision SP, quando até a Clariant, especializada em química, apresentou seu novo conceito de tingimento, o Advanced Denim. O processo possibilita a redução do consumo de água na ordem de 92%, gasta 27% menos energia e possibilita evitar o desperdício de algodão em 87,5%. E o que se gasta de água ainda pode ser tratada, o que significa uma economia final de 100% de água. “A ideia é voltada para sustentabilidade”, explica Marcio Catanhede, gerente de Special Dyes, nova divisão da Clariant. A empresa vende, antes de mais nada, um conceito. Trata-se de um projeto de um processo que, com os produtos adequados, diminui o número de banhos do fio para adquirir a cor adequada. RT Britânnia conquista mercado nacional
Britânnia. (Divulgação)
A Britânnia merece destaque mais uma vez. Além de investir em diferenciações no seu produto sempre, a empresa participou do Première Vision SP, do Salão Moda Brasil e do Inspiramais, buscando mostrar a versatilidade de seus produtos em setores variados. Os engenheiros têxteis se esforçam para descobrir o que dá para fazer de diferente com os produtos que se renovam a cada coleção. Tanto cuidado com a escolha e a combinação de tecidos, com a divulgação da marca e dedicação em atender às necessidades dos clientes garantiram um convite especial: a empresa participará do Mod’Amont 2014.
52 I Revista Têxtil
vision2.indd 52
05/08/2013 20:46:03
Lançamento
Revista Têxtil I 53
vision2.indd 53
05/08/2013 20:46:04
Lançamentos Tavex. (Arquivo RT)
Denim: Inverno 2014 Tavex
Em evidência na coleção da Tavex, estão os sobretingimentos, os Ultra Stretch® Denims e o Fitness® Denim, bastante voltado ao mercado masculino, que busca conforto, mas com estilo. Novos acabamentos metalizados e novas lavagens dentro do conceito Acquasave ® by Tavex completam a coleção Inverno 2014. Os tecidos com a recém-lançada tri-blend technology também foram vistos, como o Avant, que além de conforto é estável. A coleção reúne também tecidos 100% algodão, adequados ao original vintage super-lavados, como o Phantom, com acabamento resinado, e o Job, que tem uma estrutura mais densa, possibilitando explorar variedades de cor. Na linha Fitness® Denim, o Liff e o Intensitá, este último um puro índigo. Na coleção, também tecidos de visual mais sofisticado em função do acabamento, como o Bloom e o Toffee, com efeito couro, além de cores intensas, com aposta no Blueblack e no Índigo puro. O retorno dos blacks ficou por conta do OMZ, um black over black (tecido preto sobretinto de preto), com visual escuro que pode ser explorado nas lavagens.
Nos tingimentos diferenciados, há o Matte, um black blue com sobretingimento terroso no avesso, e o Regatta, um black blue intenso.
Vicunha Na coleção da marca, novidades em texturas, estampas e tingimentos para as linhas denim e brim. O ponto alto ficou por conta dos estampados que, nesta coleção, misturaram-se ao acabamento couro na família Mistery Leather. Os padrões de caveiras (Vanitas), camuflado (Army) e cobra (Grunge e Mystic) receberam uma cobertura especial que pode ser desgastada em lavanderia, revelando assim a estampa, na intensidade desejada. Ainda na linha dos couros, o acabamento Lustrous Leather traz mais brilho para a linha, em uma base cetim, com efeito encerado. O artigo Cher pode ser encontrado nas cores preto, vinho, azul Klein e karrom. A CARBOLumen ganhou mais cores, o vinho, o vermelho Ferrari e o telha. Outra novidade foram as estampas com toques diferenciados. O Printed Suede, acabamento diferenciado, pode ser conferido nos artigos Ziggy e Dust, com motivos barro-
54 I Revista Têxtil
denim2.indd 54
04/08/2013 23:27:51
Lançamentos
T)
Vicunha. (Divulgação)
co, e o Safari, desenho de girafa, aposta grande da marca para a estação. A técnica também pode ser vista em artigos em índigo, como o Barok, um 7oz puro índigo com relevo art nuveaux e o Savage, que faz uma releitura do camuflado. A linha Eco-D, dos denims coloridos feitos com poliéster de garrafa PET que reduzem em até 80% o consumo de água em seu tingimento, agora ficaram mais ecológicos, pois passaram a utilizar algodão certificados pela BCI – Better Cotton Initiative, ONG global que observa critérios de produção redução de impactos no meio ambiente, não uso de trabalho infantil, visando ao bem-estar das comunidades agrícolas.
Capricórnio Sua coleção incluiu inovações que merecem destaque. A empresa apostou no uso de técnicas de engenharia têxtil para obter resultados diferenciados: diminuiu a titulagem dos fios de urdume e aumentou sua quantidade. “Em um índigo convencional, 9,5oz, utiliza-se cerca de 4 mil fios. Nós estamos usando 7 mil”, explica Ubiratan Furtado, gerente de produtos da empresa. Segundo ele, o tecido é
Capricórnio. (Divulgação)
resultado de engenharia têxtil aplicada aos teares a jato de ar de última geração que a fábrica já possuía, e permite não só maior elasticidade, mas também garante mais intensidade de cor. A linha inclui produtos em construção sarja 2X1, 3X1 e cetim. Os tecidos chegam a 55% de stretch, mas mantendo a suavidade no corpo. “O lançamento é atemporal, como os tecidos têm peso mediano, podem ser usados no verão e no inverno”, conta Donata Coradi, consultora de estilo da marca. Outro destaque foram os lançamentos Bottoming Black, processo de tingimento feito em duas etapas. O primeiro banho, verde ou preto, seguindo de um banho índigo. A técnica garante um desbotamento acinzentado ou esverdeado na lavanderia. Por fim, Furtado revela que a empresa está desenvolvendo um novo trabalho de tingimento com um produto diferenciado que segura a penetração do corante no fio. Assim, penetra menos no fio, mas fixa mais. Com menos corante na fibra, a água usada para tingimento caiu de 12 para 4L por metro de fio. Além disso, os trabalhos de lavanderia a laser ficaram facilitados, também. RT
Revista Têxtil I 55
denim2.indd 55
04/08/2013 23:27:56
Moda Íntima Desfile geral do evento. (Foto: Samuel Chaves)
Moda, tecnologia e crescimento
Segmentos de lingerie, beachwear e fitness se destacam, com perspectiva de crescer 7,9% no próximo ano, graças ao investimento em inovação
A
s novas tecnologias têxteis vêm sendo cada vez mais aplicadas na prática. Pelo menos, nos segmentos de Lingerie, Moda Praia e Fitness. Na 10ª edição do Salão Moda Brasil, realizada em São Paulo, entre os dias 16 e 18 de junho, ficou evidente que estes setores investem cada vez mais em tecidos de qualidade, de preferência com alguma tecnologia embutida, para aumentar competitividade e garantir seu espaço no mercado. “Nos estandes, vimos diversas tecnologias, desde produtos que disfarçam imperfeições a funcionais, como tecidos que combatem a celulite”, afirmou Indhira Pêra, diretora da Newstage, organizadora do Salão. A TDB, por exemplo, investiu em máquinas de última geração que produzem rendas de ótima qualidade. O maquinário recém-adquirido conta com um sensor que verifica se há defeitos, o que garante uma renda boa com preço acessível. A empresa sempre atuou fortemente no segmento de lingerie e agora ampliou a linha de moda praia. Um dos desafios vencidos é trabalhar com máquinas ketten, que garantem mais resistência ao tecido, além de permitir corte a fio e em qualquer sentido e maior elasticidade, mas garantindo toque macio graças a técnicas de acabamento. Outro destaque da coleção é o Otok, tecido 100% poliamida com características antiestáticas, que trazem sensação de bem-estar, além de ser
termorregulador. A TDB se orgulha de ter sido certificada com o selo independente OEKO-TEX® Standard 100, sistema internacional que atesta que os produtos não possuem tóxicos. O grupo Rosset também investiu nas rendas e no shapewear, com máquinas de última tecnologia. Na linha de shape, trabalhada em malharia circular, mas com um fio novo no mercado, importado, os tecidos são leves, com cerca de 170g, mas com muito power. Na estamparia rotativa da empresa, houve desenvolvimento de uma nova técnica, conjunto de tecido base com maquinário diferenciado e cilindros importados, que garantiu mais nuances de cor, quase se aproximando da digital. A Rosset e Doutex já são reconhecidas pelo pioneirismo na estamparia digital para praia e lingerie. A Malharia Princesa também lançou a linha de rendas com produção própria, em quatro referências de rendas novas, estreitas, largas e resinadas com brilhos. A Kalimo também tem na estamparia sua força. Trabalhando com digital e cilindro, a empresa lançou 30 estampas novas durante o Salão. Com 30 anos de mercado, há 3 investe na linha praia e fitness, destacando-se pela qualidade. A Salotex trouxe tecidos diferenciados, com destaque para o Angorá, que tem a textura do veludo, mas é malha com elastano. O Fênix é próprio para calcinha sem costura, não precisa de elástico. O Pele de Pêssego garante toque avelu-
56 I Revista Têxtil
salao3.indd 56
05/08/2013 20:45:46
Moda Íntima dado. E o Efeito Couro tem a aparência de couro, mas é uma malha que é ideal para moda praia e outras peças. No segmento de estamparia, a Prima Digital, pertencente ao Grupo Promex, também apresentou seus desenhos diferenciados, em bases da TexPrima, empresa do mesmo grupo, que traz tecidos de alta qualidade e valor agregado para moda íntima, moda praia e fitness.
Desfile Fruit de La Passion. (Arquivo RT)
Boa forma As mulheres sempre mostraram interesse em moldar o corpo. Assim, não é surpresa que o investimento em peças modeladoras seja cada vez maior. A Affiniti Berlan, por exemplo, apresentou em seu estande uma loja conceito de shapewear, com peças que mostravam toda a variedade que se pode obter com os tecidos da marca, elaboradas pelos seus clientes. Trabalhando com compressão baixa, média e alta, a Affiniti chega aos seus resultados de acordo com o tipo e quantidade de elastano (Lycra) usado e da construção do tecido. Entre as novidades, jacquards com shapewear, além de estampados, para dar um certo glamour às peças. Falando em boa forma, a tecnologia Emana®, desenvolvida no Brasil pela Rhodia, ganha o mundo, enquanto por aqui a equipe conseguiu vencer o desafio técnico de colocar, em uma única microfibra, duas ou mais tecnologias juntas. Assim, o lançamento apresentado foi o Emana biotech®, que juntou as propriedades anticelulite e redução da fadiga muscular com a funcionalidade bacteriostática do Biotech®, ou ainda com o fio UV protection, garantindo fator de proteção solar FPS 50+. Em seu estande, a Rhodia realizou atividades lúdicas para que o consumidor pudesse conhecer as tecnologias presentes no tecido e quais as suas vantagens. A empresa está investindo no aumento da capacidade de produção de fios e fibras têxteis e industriais, em um projeto que deverá ser concluído até o final do ano e inclui a utilização de máquinas e equipamentos de última geração.
Na prática A marca Fruit de La Passion é um exemplo de que produtos com alto valor ajudam conquistar um nicho específico de mercado, o de alto padrão. A conquista se deu porque toda a coleção conta com matéria-prima de alta qualidade (para garantir o conforto, sem abrir mão do luxo, explica Cecilia Bourdon, proprietária da marca). Aos 20 anos, a grife produz atualmente 40 mil peças por mês, seguindo alto rigor de qualidade, trabalhando com tecidos nacionais ou importados, na mesma proporção, de países como Colômbia, Coreia, Japão, China, França e Argentina. “Eu adoraria comprar tecidos somente por aqui, evitaria erro de cores, de apostas. Mas não temos opções de tecidos, não é só uma questão de preço. O industrial precisa se modernizar”, afirma Cecília.
Além disso, ela investe pesado para mostrar suas peças, sem medo de cópias, e diz que não teme concorrência nem de grifes nacionais e nem de importadas. “Enquanto as pessoas copiam meu passado, eu estou fazendo o meu futuro. Minha maior concorrência vem dos outros segmentos, comprar lingerie é algo em que a brasileira ainda não está tão ligada. Por isso, precisamos divulgar, assim o mercado vai ganhar”, finaliza.
Números Uma das novidades dessa edição foi o anúncio da parceria com o IEMI, Instituto de Estudos e Marketing Industrial, para realizarem um mapeamento completo do setor. A intenção é que, a partir dos estudos possam ser traçadas estratégias para desenvolvimento e crescimento. “Temos que inovar os produtos, entender o que o consumidor quer”, explicou Marcelo Prado, do IEMI. Os números preliminares revelam crescimento de 33% do setor, nos últimos quatro anos, além de uma expectativa otimista para 2013, de crescimento de 7,9%. No total, o Salão Moda Brasil recebeu 21 mil visitantes de todo o país e contou com 320 estandes. A Amni/ Rhodia é a patrocinadora gold do Salão, e os silver são a Affinitti Berlan, Delfa e Rosset, todos desde a primeira edição. Outras novidades, além dos lançamentos dos expositores, foram os desfiles com um formato diferenciado e o Beachwear Show Made in Brazil, espaço que contou de forma conceitual a história da moda praia brasileira. RT
Revista Têxtil I 57
salao3.indd 57
05/08/2013 20:45:47
Moda Íntima Lingerie Pelle Nuda: setor prova sua força. (Foto: Erika Castro)
Fevest, 23ª edição:
Polo de Nova Friburgo sedia feira íntima novamente*
A
cidade da região serrana carioca de Nova Friburgo já é famosa pelo volume de produção de peças íntimas. Para movimentar mais ainda os negócios, o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo e região - Sindvest, realiza anualmente a Feira Brasileira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima - Fevest. Neste ano, em sua 23ª edição, o evento vai reunir 90 expositores no Country Club de Nova Friburgo entre os dias 04 e 06 de agosto. A organização espera receber compradores de todo o país para conhecer e realizar negócios nos estandes das indústrias de confecção, matéria-prima, serviço e tecnologia. A feira vai ocupar uma área de 3.000m² e deve receber um público de cerca de 8 mil pessoas, 2 mil a mais do que no ano passado. A organização da feira também está otimista em relação à geração de negócios. “Nossa expectativa é de um aumento de 20% em relação a 2012, quando foi registrado o valor de R$ 36 milhões”, diz o presidente do Sindvest, Marcelo Porto. Todas as novidades e tendências para a próxima estação estão nos estandes e na passarela. As coleções primavera/ verão das marcas serão apresentadas em desfiles distribuídos nos três dias de feira.
O Polo de Nova Friburgo
O Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região é considerado o maior do país, com 1.000 confecções de pequeno, médio e grande porte, espalhadas pelos bairros da cidade e pelos municípios que ficam em seu entorno. Em alguns segmentos, o Polo é responsável por 25% da produção do mercado brasileiro, gerando 20 mil postos de trabalho, sendo 8 mil diretos e 12 mil indiretos.
Cores e diversidade
A Pelle Nuda vem para o estande da Fevest apresentando sua coleção Primavera-Verão 13/14 ao mesmo tempo em que estreia nova identidade visual. Andréa Luiza Barbosa, proprietária da marca, após separar do marido e sócio, multiplicou os clientes e viu seu negócio crescer 30% em apenas um ano. A produção também aumentou: saltou de 240 mil peças/ano, para quase 400 mil. “Eu dei um salto como empresária. A partir do momento em que me separei, eu coloquei tudo que sentia, tudo que eu queria, dentro
58 I Revista Têxtil
fevest.indd 58
05/08/2013 20:46:30
Moda Íntima De Chelles apostou em sofisticação. (Foto: Divulgação De Chelles)
Cores fortes estão presentes na coleção da Pelle Nuda. (Foto: Érika Castro)
da minha empresa. Apliquei tudo nas peças: cores, estilo... Antes, a gente fazia o básico: preto, branco e chocolate. Hoje a empresa está numa trajetória de sucesso. O fato de trabalhar com qualidade fez com que a marca ficasse conhecida. Aqui não temos devolução de peças. Quem compra, volta”, gaba-se ela. Nesta coleção a Pelle Nuda lança sua nova identidade visual. “Mudamos por uma questão de valor. Estamos valorizando mais o tecido, o corte e os detalhes. Estamos fazendo peças mais sofisticadas”, explica Andrea. Além dos tons básicos, estão na pauta desta coleção o amarelo, o coral, o azul bic, o verde florence, o pink e o castanho. A linha de produtos é diversificada: conjuntos de sutiã e calcinha, sutiãs cropped e também corpetes, bodies, camisetes e as linhas plus size e de sustentação.
Sofisticação e exclusividade Já a De Chelles aposta em uma coleção sensual, extremamente chique e sofisticada, a Seduction. A marca produz também a linha Nude, de lingerie básica, e a linha Acqua, de moda praia. A coleção é fruto de intenso trabalho em pesquisa, criação e desenvolvimento de produtos voltados para os públicos A e B. Um dos segredos da De Chelles está na mistura de materiais. Renda em alto relevo, cetim, poás, bordados, tule elástico, voil, tule arrastão, paetês, chiffon – uma variedade combinada de forma inteligente e inspiradora. Na linha Acqua, a coleção “A Dois Passos do Paraíso” conta com estampas digitais exclusivas e uma diversidade de modelos. Aliás, a exclusividade é algo que a empresa busca sempre.
“Nossos tecidos dificilmente podem ser vistos em outras marcas, pois trabalhamos de forma exclusiva com os fornecedores”, conta Carol Chelles, estilista. Fabricando uma média de 600 mil peças/ano, a empresa exporta com regularidade desde 2001. “Voltamos a exportar, agora que a cotação do dólar começou a ficar favorável novamente. Exportação é relacionamento. Optamos por exportar até 5% da produção. Assim mantemos os mercados e não sofremos tanto com as oscilações do dólar”, explica Paulo Chelles, proprietário. RT * Durante o fechamento desta edição, fomos convidados para cobrir o evento. Portanto, mais novidades na próxima RT.
Revista Têxtil I 59
fevest.indd 59
05/08/2013 20:46:32
Empreendedorismo
Café no Bule: uma nova etapa
A cidade de Gramado recebe novo evento a partir de outubro.
A
realização de feiras de moda na cidade de Gramado é tradicional. O charme da cidade, que conta com boa infraestrutura hoteleira e gastronômica, somado à quantidade de confecções de vestuário e lojas nas redondezas, a tornou cenário ideal para Claudio Goerl, que começou seu trabalho como organizador de feiras há 32 anos. Durante a realização da 6ª edição da Fenim Gramado de verão, Claudio Goer convocou a imprensa para anunciar mais uma mudança em sua carreira: sua despedida da Fenim. Desde o primeiro evento que organizou, a Feninver, no Hotel Lage de Pedra, em 1981, o empresário percorreu um longo caminho, sociedades foram feitas e desfeitas e, agora, ele comemora o lançamento de mais uma novidade: a Feira Café no Bule Fashion Denim, promovida pela sua nova empresa, a Cia. Das Feiras. A primeira edição do evento acontece já entre os dias 29 e 31 de outubro. Inspirada no modelo da feira alemã de street e urbanwear – Bread & Butter (em português – Pão com Manteiga) – a feira de negócios terá foco em moda denim, além de malharia, moda feminina, confecção geral, underwear, acessórios e suprimentos. “Será um evento para antecipar informações de tendências, gerar negócios e parcerias entre compradores e expositores e criar oportunidades de marketing e comunicação para as marcas brasileiras especializadas em jeanswear. O país é o segundo maior produtor e o terceiro maior consumidor de denim do mundo e ainda não tinha uma feira segmentada”, diz Claudio. No calendário, uma feira em maio, outra em outubro, e outra em janeiro. “A feira de maio vende verão e alguma pronta entrega de inverno. A feira de outubro vende preview de inverno e ainda vende alto verão e mercadoria de final do ano. E em janeiro, inverno. Assim, atingimos tanto aos lojistas que querem comprar com antecedência como aos que querem uma compra mais próxima da estação”, completa. Ele menciona, também, que não se trata de feiras para lançamentos de coleções, mas sim de eventos para a realização de negócios, inclusive setorizado, com estandes localizados de acordo com o segmento em que os expositores atuam, para gerar a otimização da busca por produtos.
Claudio Goerl anunciou novo evento em Gramado. (Foto: Arquivo)
60 I Revista Têxtil
cafe.indd 60
04/08/2013 23:33:14
Empreendedorismo História Claudio Goerl estava mais acostumado aos bastidores da organização da Fenim, por isso poucas pessoas o conheciam, justifica. Mas ele atuava desde a primeira Feninver, até que, em 1987, ele mudou de ares, vendeu sua parte na sociedade. Quando resolveu voltar ao mercado, em 1992, o cenário era diferente. “O mercado tinha mudado, fiquei dois anos fazendo feira de pronta entrega”, lembra. Em seguida, foi convidado para criar o Shopping DC Navegantes, em Porto Alegre, que deveria funcionar como outlet. O modelo de negócios chegou a ter 250 lojas funcionando, mas no final da década de 98, Claudio percebeu que os investimentos estavam escassos e resolveu mudar novamente, voltar a fazer feiras. Bom observador, encontrou um nicho de mercado diferente. “Resolvi fazer no estacionamento do Shopping Iguatemi a Feira das Escolas. Foi quando o Julio Viana, meu antigo sócio, quis retornar a fazer feira, nós tínhamos parado a Feninver, nome que já não nos pertencia. Então, em 99, no Lage de Pedra voltamos a fazer feira, com o nome de Fenim”. Visionário, Claudio quis sair do hotel para o pavilhão, que, à época, parecia grande demais. Na terceira edição, no entanto, a Fenim já lotava o lugar. Neste meio tempo, os sócios também organizaram a SIC, de calçados, e a Texfair, em Blumenau, em parceria com o Sintex, que durou até 2007. Em 2008, Gramado ganhou uma Fenim de verão, em junho. As duas feiras, de verão e de inverno, aconteceram neste formato até dezembro de 2012. A partir daí, a sociedade se desfez, e a Fenim teve ainda três edições realizadas. Duas pelo ex-sócio Julio Viana, uma em Fortaleza e outra em São Paulo, e Claudio manteve a última edição da Fenim Gramado de verão. “Eu quis realizar este evento, em respeito ao lojista, que vem aqui há seis anos. Apesar de todas as dificuldades, fiz de tudo para que acontecesse e desse certo como sempre foi”, comenta.
Edilson Borges de Sousa, Sindiroupas, Claudio Goerl, José Divino Arruda, Sinvest, e José Alves Pereira, Sindiroupas. (Foto: Arquivo)
Para a realização das novas feiras, Claudio fez um contrato de exclusividade com o pavilhão, para feiras têxteis, por cinco anos. O nome foi alterado em uma modernização da marca. “Vem que tem Café no Bule é uma expressão comum na região”, justifica.
Fenim Gramado Em sua 6ª edição, a Fenim Gramado comemorou um resultado positivo. Realizada entre os dias 18 a 21 de junho, recebeu investimentos da ordem de R$ 3,8 milhões. A realizadora do evento reformulou toda a estrutura dos estandes para evitar que os expositores tivessem gastos desnecessários. Os espaços foram padronizados e personalizados pelos expositores, que confirmaram a importância do evento na região e ficaram satisfeitos com os resultados. O terceiro dia da feira recebeu a visita de duas missões técnicas, uma do Mato Grosso do Sul e outra de Goiás, o que possibilitou a ampliação de contatos, conhecer sobre o funcionamento de uma grande feira de atacado e como atuar neste mercado. A comitiva de Goiás foi integrada pelo presidente do Sinvest (Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Goiás), José Divino Arruda, presidente e vice-presidente do Sinroupas (Sindicato de Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Goiânia), Edilson Borges de Sousa e José Alves Pereira Jr. Já o grupo de Mato Grosso do Sul estava formado por 17 empresários da capital e do interior, entre eles o vice-presidente do Sindivest (Sindicato das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de MS), Cláudio Salomão, e o presidente do Sinvesul (Sindicato das Empresas do Vestuário, Industrial, Fiação e Tecelagem da Região Sul do Mato Grosso do Sul), Gilson Lomba, além de técnicos do Sebrae e Senai. RT
Marcos Castro, Técnico do Sebrae MS, e Gilson Lomba, do Sinvesul. (Foto: Arquivo)
Revista Têxtil I 61
cafe.indd 61
04/08/2013 23:33:18
Feiras & Eventos
Crianças na moda
Coleções infantis alinham-se com tendências da moda e tecidos como laise, rendas e camisaria ganham lugar nas passarelas mirins
A
FIT 0/16, Feira Internacional do Setor Infanto-Juvenil e Bebê, já é considerada a maior feira do segmento na América Latina. Na sua última edição, realizada entre os dias 2 e 5 de junho, contou com 160 marcas expositoras, que mostraram como o uso de tecidos diferenciados tem ajudado o setor a se manter firme. Segundo Humberto Rebonato, diretor do Grupo Interfeiras, organizador da FIT 0/16, a expectativa de geração de negócios estava na ordem de R$ 400 milhões, sem contar com negócios pós-feira. “É um evento voltado para as classes A e B, e os importados com preços baixos não competem. As marcas internacionais que têm padrão similar também são luxuosas, com preços altos”, explica. Das marcas internacionais a que ele se refere, algumas estavam presentes ao evento, como Levi’s, Calvin Klein, Ecko e Paul Frank, de olho em um setor que, no Brasil, só cresce. Segundo Rebonato, representa 15% de todo o confeccionado no país, movimentando US$ 5 bilhões ao ano. São Paulo e Santa Catarina concentram a maior parte da produção de roupa infantil do país. Para o diretor do Grupo Interfeiras, o mercado interno do setor infantil não é tão afetado pela importação desenfreada pelo estilo das roupas. “O designer brasileiro é muito criativo, usa muitos detalhes que as importadas não usam. O que precisamos é ter diferenciais, a tecnologia está presente em todo o lugar e, se não temos, podemos perder mercado”, justifica. As coleções apresentadas no evento justificam a opinião de Humberto Rebonato. A Elian, por exemplo, apresentou
Gabriela Aquarela (Divulgação)
peças em malha (da AN Têxtil, malharia do grupo), trabalhadas com estamparia rotativa (também investimento interno) ou ainda misturadas com tecidos em devorê. Já a Colorittá, marca do mesmo grupo, apostou em uma menina sofisticada, mas que está bastante confortável em conjuntos com rendas, laise e pedrarias e bordados. A Gabriela Aquarela apostou em uma coleção dividida em temas, dos quais o destaque é para o Mini Divas, que trouxe a mistura de rendas, plissês, pérolas e strass, em tons de rosa, preferidos das meninas. A empresa usa estampa exclusiva, em digital (terceirizada), em animal print ou borboletas, por exemplo. Para os tecidos, apostou no Kanesh, um tecido da Glow feito em poliéster, mas com toque de seda. Até a Hering esteve presente, com as divisões Hering Kids, Dzarm e PUC, que lançou sua coleção em malha orgânica, material livre da maioria dos químicos e outros elementos considerados prejudiciais à natureza. Mantendo a linha ecofriendly, as peças são produzidas com um amaciante de manteiga de cupuaçu. A marca mineira de moda praia Siri esteve presente com a divisão Siri Kids, que aposta em tecidos diferenciados para garantir a qualidade dos produtos, como Lycra com proteção UV ou ainda acabamentos de brilhos nas peças, além de destacar estamparia digital exclusiva. Na cama, mesa e banho infantil, destaque para a Inconfral, que fez sucesso com as peças licenciadas do Neymar Jr., novo personagem do Maurício de Souza que homena-
62 I Revista Têxtil
FIT2.indd 62
05/08/2013 20:46:15
Feiras & Eventos geia o jogador de futebol. Outra linha apresentada levou a assinatura da estilista Isabela Capeto, que opinou em relação aos materiais utilizados e desenvolvendo cores e estampas de acordo com o seu universo inspiracional. Localizada em Itaúna (MG), a empresa tem capacidade produtiva de 300 toneladas de algodão por mês, produzindo aproximadamente 2.500.000 de metros de tecido, voltados a artigos de cama, mesa e banho, produtos licenciados e tecidos em metro tintos e estampados, para o setor infantil. RT Brandili lança coleção primavera 2013 A empresa se inspirou nas alegrias da estação para lançar sua coleção Primavera 2013, com peças estilosas e confortáveis. As cores são um dos principais destaques desta coleção. As variações do coral, como o goiaba e o flamingo, aparecem como forte tendência. Os tons fluorescentes de framboesa e maçã verde também estão presentes. Outro elemento importante são os tons de verde. A grande novidade é o rosa para meninos, em combinação com um pouco de cinza e verde. Entre os destaques das peças, vestidos e as calças legging floridas, que estarão muito na moda. Além disso, estampas com figuras de bonecas e sapatilhas para as meninas e inspiradas nas corridas de carros esportivos para os meninos. No tema Tropical, flores, folhagens, palmeiras, pássaros e flamingos. A Brandili Mundi, marca premium, aposta em uma leitura diferenciada das mesmas inspirações, com produtos mais estilizados, confeccionados com muitos detalhes, como botões personalizados, patches e apliques de laços e flores. Além dos tecidos planos, as malhas pique e devoré, o jacquard e os tecidos acetinados também estão presentes e demonstram a exclusividade dessa linha. A grife catarinente conta ainda com peças assinadas pela top mirim Duda Bündchen, sobrinha de Gisele Bündchen, que segue um estilo romântico e delicado, destaque para a calça legging de renda. O diferencial da linha aparece com o vestido mullet, animal prints e modelagens peplum.
Duda Bündchen para Brandili. (Divulgação)
Fenim pelo Brasil
D
epois do sucesso das edições de Gramado, o grupo organizador da Feira se dividiu e o empresário gaúcho Julio Viana optou por descentralizar os lançamentos da indústria de confecção, realizando edições do evento em São Paulo e em Fortaleza. Ocupando 15 mil metros quadrados do Centro de Eventos do Ceará (CEC), a Fenim Nordeste contou com cerca de 150 expositores com aproximadamente 1.000 marcas das mais representativas no cenário nacional. Marcas nacionais como Sawary, Ton Age, Marisol e Mineral dividiram espaços com confecções locais, como a Handara, tradicional marca de jeans ou a CCF COURO, que se destacou pelos produtos em couro de ovelha deslanada. Para 2014, a 2ª edição do evento já está agendada: será de 27 a 29 de Maio de 2014, no mesmo local, o Centro de Eventos do Ceará e, segundo Julio Viana, já conta com uma reserva de 38 empresas do nordeste que se juntarão aos expositores vindos do restante do Brasil. Já a Fenim São Paulo recebeu, entre 16 e 18 de Junho, na capital paulista, um público de 25.000 visitantes, que viram uma feira especialmente formatada para comercializar as propostas da indústria da moda nacional para a próxima Primavera/Verão na Região Sudeste. Com expositores que apresentaram as tendências em roupas e acessórios de 1.300 marcas, a nova Fenim São Paulo apresentou volume de negócios significativo para os participantes. O evento em São Paulo atraiu um publico considerável vindo de várias regiões do país, representando vários estados, como Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e outros. Para a edição do próximo ano, já agendada para 15 a 17 de Junho, a organização já confirma a presença de todos os expositores deste ano. A próxima Fenim, que abre o calendário de 2014, será realizada de 21 a 24 de Janeiro de 2014, no Serra Park, em RT Gramado (RS), comemorando sua 18.a edição.
Julio Viana dá entrevista durante Fenim SP. (Foto: Moisés Moraes)
Revista Têxtil I 63
FIT2.indd 63
05/08/2013 20:46:16
Feiras & Eventos
Negócios têxteis
em Criciúma Fenafashion encerra com balanço positivo e próxima feira já está marcada para 2015
A
região Sul de Santa Catarina ganhou uma nova plataforma de negócios para o setor têxtil: a Feira Nacional para Indústria da Moda - Fenafashion - foi realizada em Criciúma, entre os dias 23 e 26 de julho, e registrou resultados positivos. Em sua primeira edição, o evento contabilizou cerca de 10 mil visitantes, público classificado como muito qualificado e interessado em negócios pelos organizadores da feira. “Nós unimos tecnologia, estudo de tendências e produto final e a reunião destes três pontos, associados à intensa divulgação, fizeram com que o evento tivesse sucesso”, comenta a coordenadora da Fenafashion, Fabíola Taraskevicius. Com os resultados, a organização se animou e já marcou a segunda edição para julho de 2015, em data ainda a definir. Na opinião dos expositores, a feira foi bem-sucedida e a próxima também será. Daniel Porto, da D´Porto Estamparia, afirma que estará presente novamente em 2015. “Nossa expectativa era mostrar para os clientes da região nossa diversidade de produtos. No entanto, compareceram também clientes de Brusque, Blumenau e outros locais”, revela. A vinda de empresários de outras regiões de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul também chamou a atenção do executivo de contas da Useall, Mateus Lourenço Ferreira. Ele afirma que já saem da feira com demonstrações agendadas e contatos importantes em mercados que ainda não atuavam. Para o gerente comercial da Tecnoblu, Bruno Brandão, a Fenafashion abriu muitos contatos que devem se converter em negócios dentro de um ou dois meses. “Nós vendemos projetos e o ciclo de venda é mais longo”, explica.
Natiéle Ugioni Vitali (estudante premiada), Charlene Amâncio Nunes (coordenadora do Núcleo do Vestuário) e Silvio Bitencourt (diretor do Senai Criciúma).
Silvio Nazário, da Mega Máquinas de Costura, revela que 10 máquinas foram comercializadas durante os três primeiros dias, exemplificando como negócios também foram realizados durante a feira. “Também fizemos muitos contatos que devem gerar negócios de curto a longo prazo. Tivemos um ótimo retorno e estaremos na próxima Fenafashion”, afirma.
Programação paralela A Fenafashion 2013 contou com uma programação paralela direcionada aos profissionais expositores e visitantes da feira. Foram 22 eventos divididos em 16 palestras e três oficinas focadas em reciclagem profissional, além de quatro desfiles. Entre os palestrantes, Bruna Ortega da WGSN apresentou “Confirmação de passarelas Inverno 2014 feminino + tendências de varejo”, Amélia Malheiros, da Cia Hering, falou sobre o “Santa Catarina Moda Contemporânea, SCMC, Pelo futuro da moda e designer de Santa Catarina” e Fábio Dutra, consultor do Senai falou sobre “Inovação na indústria Têxtil”, entre outros temas.
Concurso A estudante Natiéle Ugioni Vitali, do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda do Senai/Unesc foi a vencedora do concurso para criação da sacola oficial do evento, confeccionada com material sustentável, e recebeu como RT prêmio um tablet.
Bons negócios realizados durante a Fenafashion
64 I Revista Têxtil
fenafashion.indd 64
04/08/2013 23:34:41
fenafashion.indd 66
04/08/2013 23:36:16
fenafashion.indd 66
04/08/2013 23:37:30