Revista Têxtil 728

Page 1


sumario.indd 4

26/11/2013 23:28:11


M

Ricardo Haydu Diretor presidente da RT

Editorial

ais um ano chega ao fim e o clima de festas contagia a todos. Será? Não é o que eu sinto pelo retorno que tenho em conversas com clientes e parceiros do setor têxtil. Ao contrário, entre nós, o clima é de apreensão, mesmo para aqueles que tiveram um resultado positivo. Além de nossas conversas informais, colhemos opiniões de sindicatos, associações e empresários de vários segmentos da cadeia, de estados diferentes do Brasil e ainda algumas internacionais. No próximo ano, o Carnaval acontecerá em março, a Copa do Mundo em junho/ julho e as eleições em outubro. Três eventos que costumam parar o país e estão dividindo as opiniões de nossos entrevistados. Alguns acham que o ano será fraco pelo desvio de atenção. Outros veem aí uma oportunidade de ampliar os negócios. Há ainda os que acreditam no aumento de vendas, mas temem que ele seja direcionado a produtos importados. Em relação à importação, a polêmica mais atual ficou por conta da manifestação na entrada da GOTEX Show, feira que trouxe produtos têxteis das fibras à confecção de diversos países, mas principalmente da China. Sindicatos e associações locais alegaram que a feira incentivaria um aumento das importações. No entanto, as opiniões foram divididas. Empresários e autoridades do setor visitaram o evento e a maioria acredita que a culpa não é dos chineses, mas sim do custo Brasil e da falta de atenção do governo ao setor. Quanto a nós, sabemos da importância da redução de impostos e outras medidas, mas também acreditamos que as oportunidades devem ser aproveitadas. Ainda achamos que o investimento em inovação, tecnologia e diferenciação é o melhor caminho. Esta edição da revista traz exemplos disso. No Salão +B, por exemplo, vimos que os designers de moda de diversas marcas estão se empenhando cada vez mais para buscar soluções e encontrar seu espaço no mercado. É fato que o estilo brasileiro é extremamente apreciado no mundo inteiro e algumas marcas já conquistaram seu lugar. Além disso, o setor têxtil poderia seguir o exemplo do coureiro: antevendo uma possível mudança de cenário, buscou agregar valor ao produto para que ele conquiste o mercado, independente da parte financeira. O projeto Design na Pele é um diferencial e tanto (confira na matéria sobre o Salão e lançamento do projeto). Vimos, também, o exemplo do Peru, que, com uma matéria-prima especial, o algodão Pima, está apostando em outras estratégias para recuperar o mercado perdido com a retração econômica dos EUA. Outro setor que tem um vasto campo de crescimento no país, provocado pelo aumento do poder de compra do brasileiro, é o de nãotecidos. A Abint, Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos, apostou na realização de uma nova feira por aqui, além da parceria com a Edana, associação internacional, para capacitar os profissionais do setor. Assim, nós podemos dizer que estamos otimistas. O próximo ano já se inicia melhor, com a realização de eventos importantes, como Première Vision São Paulo, Agreste Tex e Febratex, entre outros. Sabemos que o fim de ano é um momento de reflexão e seguimos confiantes de que os empresários encontrarão seu caminho. A equipe da Revista Têxtil deseja a todos Boas Festas e um ótimo 2014! Boa leitura!

Revista Têxtil I 01

editorial.indd 1

26/11/2013 23:24:55


Sumário

03 16 20 25 26 29 41 49

Retrospectiva e Perspectiva Tecidos Tecnológicos ABTT ABIT Mercado Global Feiras e Eventos Notícias Relação de Fornecedores

Errata: O artigo “A qualidade de produtos têxteis”, publicado na última edição, foi de autoria de Danielle Cordeiro, marketing & supervisora de vendas, e Érica Missiato, gerente de produtos têxteis, vestuário & calçados, ambas da Intertek.

Visite nosso site:

Online

www.revistatextil.com.br www.revistatextil.com.br/rv.virtual/default.html

Expediente

Coréia (Korea) – Jes Media International 6th Fl., Donghye-Bldg. – 47-16, Myungil-Dong Kandong - Gu – Seoul 134-070 Tel./Phone: + (822) 481-3411/3 / Fax: + (822) 481-3414

Edição Nº 728 - 6/2013

Correspondente na Argentina – Ecodesul Av. Corrientes, 3849 – Piso 14° OF. A. Buenos Aires - Argentina Tel/Phone: (541) 49-2154 / Fax: (541) 866-1742

A REVISTA TÊXTIL é uma publicação da R. da Silva Haydu & Cia. Ltda. Inscr. Est. 104.888.210.114, CNPJ/MF: 60.941.143/0001-20. • Diretor-Presidente: Ricardo da Silva Haydu; Diretora de Redação: Clementina A. B. Haydu • MTB 0065072/SP • Jornalista: Laura Navajas • Projeto e Produção Gráfica: Carlos C. Tartaglioni Representantes Comerciais Europa – International Communications Inc. Andre Jamar 21 rue Renkin – 4800 – Verviers – Belgium Tel/Phone: + 32 87 22 53 85 / Fax: + 32 87 23 03 29 e-mail: andrejamar@aol.com Ásia (Asian) – Buildwell Int. Co., Ltd. Nº 120, Huludun, 2nd St., Fongyuan, Taichung Hsien - Taiwan 42086 - R.O.C. Tel/Phone: + 886 4 2512 3015 / Fax: + 886 4 2512 2372

Órgão Oficial das entidades

Órgão de divulgação das entidades Abint – Associação Brasileira das Ind. de NãoTecidos e Tecidos Técnicos; Núcleo Setorial de Informação do SENAI/CETIQT; REDAÇÃO/ADMINISTRAÇÃO Rua Albuquerque Lins, 1151 2º andar – Santa Cecília Cep 01230-001 - São Paulo - SP - Brasil Tel/Phone: +55-11-3661-5500 Fax: +55-11-3661-5500 - Ramal 220 E-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Site: www.revistatextil.com.br

Publicação bimestral com circulação dirigida às fiações, tecelagens, malharias, beneficiadoras, confecções nacionais e internacionais, universidades e escolas técnicas. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a filosofia da revista. A reprodução total ou parcial dos artigos desta revista depende de prévia autorização da Editora. REDAÇÃO Releases, comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas a matérias. Pedidos de informação relacionados às matérias e à localização de reportagens: e-mail: redacao@revistatextil.com.br PUBLICIDADE Anuncie na REVISTA TÊXTIL e fale diretamente com o público leitor mais qualificado do setor têxtil no Brasil e no mundo: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br ASSINATURAS Para renovação e outros serviços, escreva para: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br

02 I Revista Têxtil

sumario.indd 2

26/11/2013 23:30:36


2013 / 2014

O que foi e o que virá

O

ano de 2014 é uma incógnita para a indústria brasileira. Com a Copa do Mundo e as eleições presidenciais na pauta principal, o futuro não está claro para os industriais do setor. Além disso, de modo geral, 2013 não foi apontado com um bom ano, o que aumenta ainda mais a dúvida sobre o que vai acontecer daqui pra frente. A RT colheu depoimentos de representantes de entidades de diversas regiões do país e de empresários de vários segmentos da cadeia têxtil e eles foram bastante divergentes. De modo geral, preocupados, salvo exceções provocadas pelo aquecimento de alguns mercados específicos. Confira!

Associações e Sindicatos Abest, Valdemar Iodice, presidente

“Tivemos um ano muito positivo e marcante: completamos 10 anos e registramos feitos inéditos, como a chegada de nossos estilistas à China e o fortalecimento da moda brasileira em mercados estratégicos, como Estados Unidos e França. Em 2014, esperamos continuar nessa trajetória de crescimento, agregando ainda mais marcas ao nosso time de 91 associados que representam o DNA da moda brasileira. Vamos aproveitar o momento de grande destaque do Brasil com a Copa do Mundo para promover ainda mais a presença constante da moda brasileira em polos mundiais, para onde levamos as criações de nossas marcas, em feiras, desfiles e showrooms. Vamos também seguir com ações como a Academia ABEST de Formação empreendedora, que lançamos em 2013 - uma

iniciativa que oferece cursos de profissionalização no setor para empresários, estilistas e pessoas interessadas na área. O Salão +B, que aconteceu em duas edições neste ano, também registrou números positivos para os negócios da moda brasileira e continuará com força total. Iniciativas como essas ajudam a consolidar nossa missão de promover, no Brasil e no mundo, o valor agregado da moda brasileira, com características únicas e reconhecidas de seus produtos finais. Acreditamos que, no próximo ano, a moda brasileira estará ainda mais competitiva, unindo seu design único a preços competitivos e materiais de qualidade para se destacar ainda mais frente aos estrangeiros”.

Abint, Wagner Souto Carvalho, presidente

“Estimamos que, em 2013, o consumo aparente de nãotecidos irá crescer 4%, chegando a 332.234 ton.. O aumento da massa da população economicamente ativa faz com que apresentemos esse crescimento. O Brasil apresenta-se hoje com uma indústria tecnologicamente moderna, com as últimas novidades em máquinas equipando o parque fabril. A capacidade instalada geral de nãotecidos hoje no país chega a 439.000 ton/ano, ou seja, com condições de pleno atendimento ao mercado interno e externo. Para 2014, estimamos um crescimento de em torno de 5% no geral, consideradas as demandas que teremos em função das eleições e da Copa do Mundo de Futebol, eventos que trarão reflexos importantes à nossa indústria. Uma das principais características do nãotecido é a sua versatilidade de uso final. Pela sua importância, tem atraído para o Brasil eventos interna-

Revista Têxtil I 03

retrospectiva4.indd 3

27/11/2013 00:52:14


2013 / 2014 cionais, realizados pela ABINT em parceria com a EDANA. Além disso, foi lançada para 2015, a FINTT, Feira Internacional de Nãotecidos e Tecidos técnicos”.

ABTT - Antônio César Corradi, presidente

“O aumento real da renda tem garantido uma expansão do comércio com taxa de crescimento anual do varejo, para a indústria têxtil e de confecção, em torno de 22 %, segundo ABQCT, Evaldo Turqueti, presidente o IBGE. Apesar de expressivo, este número não impulsiona “Desde 2008, o setor vem sofrendo queda em produção e a indústria nacional, pelo aumento da importação. O acesso rentabilidade. Graças aos esforços feitos pelos empresários a produtos estrangeiros, sobretudo em viagens internacioe associações de classe, a situação não é pior. As importa- nais, deixa claro o diferencial competitivo entre o mercado ções cresceram de janeiro a setembro de 2013, enquanto as brasileiro e o internacional. Crescendo as exigências, temos exportações caíram, deixando um déficit para o setor. Para os que nos adequar. O grande desafio consiste na conciliação confeccionados, a situação ainda é pior, as importações cres- de qualidade, produtividade e competitividade, que só será ceram 8,2% e a produção física apenas 2%. Em 2014, há even- possível com a modernização do parque e treinamento de tos positivos para alguns setores e negativos para outros, como pessoal. Apesar da importância atribuída à capacitação para o têxtil, na minha opinião. Será um ano tão difícil quan- como forma de acesso a novas tecnologias e inovações, o to 2013. A globalização tem alterado o mundo dos negócios, gasto das empresas com esta atividade é limitado. fazendo com que cada segmento Não podemos deixar de falar pense fora da caixa, para enconda alta taxa tributária e do custo trar uma solução de sobrevivência. da produção, que fazem a indúsAlém dos movimentos que o setor tria nacional perder espaço. Por tem feito em busca de melhor comoutro lado, temos empresas que petitividade, eu vejo que o maior vislumbraram um núcleo de merproblema são os confeccionados cado e estão crescendo a marque, se desaparecerem, trarão difigem de dois dígitos. 2014 será um culdade para o restante da cadeia, ano de grandes realizações, terepois não temos competitividade mos a Copa do Mundo no Brasil, para exportar. Tenho receio que o que trará um grande número de têxtil siga o mesmo destino da inpessoas e impulsionará a econodústria de brinquedos, por isso é mia brasileira. É preciso acompaimportante a união de todos para nhar os avanços, teremos grancoibir a importação de confecciodes feiras espalhadas pelo Brasil, nados e criar algo para conscientia ABTT participa de quase todas, zar o consumidor que, ao comprar na grande maioria promovendo uma roupa importada, está contriseminários que levam atualização buindo para menos empregos no Evaldo Turqueti, ABQCT ao setor. É preciso empreender seu país”. neste momento de dificuldade, temos um cenário com o dólar de R$ 2,30 a R$ 2,40, mais Abravest, Roberto Chadad, Presidente adequado à competitividade de nossa indústria. A grande “O cenário econômico para o setor têxtil/ vestuário é altamen- conquista do setor será perceber que é uma cadeia ligada e te preocupante, porém promissor para o varejo. Na área produtiva, que, quando um segmento começa a cair, pode levar todos diversos fatores negativos atingem há anos o segmento: custo Bra- consigo, assim o pouco caso com uma parte pode represil, com carga tributária absurda; falta de mão de obra qualificada; sentar a extinção do setor em médio prazo. Os países granfalta de dirigentes profissionais; custo de matérias-primas nacionais des e desenvolvidos não conseguiram manter os asiáticos acima do mercado internacional; dependendo do produto, o lucro afastados, tampouco nós conseguiremos. Temos que lutar líquido no fim de 12 meses não chega a 3% , assim, as empresas levando para o consumidor aquele produto que os asiáticos ficam descapitalizadas e não podem investir; falta de política seto- não podem fornecer, com valor agregado. Continuaremos a rial que atenda às milhares de empresas pequenas. Por outro lado, ser um país produtor de têxtil e confecção com resistência, cresceu assustadoramente o número de empresas que vendem ousadia, criatividade e inovação atrelado ao desenvolvimentêxteis/ vestuário no varejo, com fatores positivos, na sua atividade to do nosso pais”. comercial, como: produto importado em abundância; modelos e produtos variados que atendem desde a classe A até a D; custos Alobrás, Jean Makdissi Jr, conselheiro executivo dos importados reduzidos em cerca de 30 a 40%; tempo de trans“Definitivamente 2013 não foi bom para o comércio. Viveporte pode levar somente 72 horas para serem colocados no Brasil, mos, de forma geral, um quadro econômico morno no Bracom prazos de pagamento que podem chegar a 180 dias ou mais; sil e, por isso, os dados deste ano devem igualar os númealém de poderem ser produzidos com a própria marca”. ros de 2012, o que não é positivo, visto que há uma perda

“Tenho receio que o têxtil siga o mesmo destino da indústria de brinquedos, por isso é importante a união de todos para coibir a importação de confeccionados e criar algo para conscientizar o consumidor que, ao comprar uma roupa importada, está contribuindo para menos empregos no seu país”

04 I Revista Têxtil

retrospectiva4.indd 4

27/11/2013 00:52:15


2013 / 2014

Revista TĂŞxtil I 05

retrospectiva4.indd 5

27/11/2013 00:52:16


2013 / 2014 para a inflação. O que fica claro é que o governo não pode mais adiar o processo de redução do custo Brasil. Abaixar e equacionar impostos, reduzir a burocracia e desonerar a folha de pagamento mostra-se mais que urgente. O país tem um grande potencial que fica limitado, devido à ineficiência do nosso governo. Do ponto de vista municipal, a prefeitura deve focar na requalificação urbana do bairro, bem como incentivar e criar políticas concretas para melhorar a recepção dos turistas de compras, sem esquecer do combate ao comércio irregular e melhoria da segurança. Em termos de números, o Brás deve fechar 2013 com vendas entre 4,5% e 5,5% maiores em relação ao ano passado, mas isso não indica crescimento do setor. Muitos lojistas aumentaram a oferta de promoções para vender e atrair o consumidor. A Alobrás prevê um faturamento de R$ 12 bilhões de reais. A realização da Copa do Mundo deve animar um pouco a economia no primeiro semestre e, por isso, esperamos que 2014 seja melhor que este ano. Os rumos econômicos influenciarão essas expectativas, mas não prevemos nada muito diferente do que aconteceu em 2013. Ainda assim, temos esperanças”.

ApexBrasil, Rafael do Prado Ribeiro

“Em 2013, foi iniciado o nono convênio entre Apex-Brasil e ABIT, o Texbrasil, e foram realizadas 63 ações nacionais e internacionais, até novembro, que culminaram em cerca de 330 milhões em exportações pelas empresas participantes do projeto, até setembro. Neste período, destacaram-se ações como a venda de produtos nas lojas Le Bon Marché na França, showroom para a rede Monoprix e programas que desenvolvem a inovação, práticas sustentáveis e a inserção do design nas peças. Outro ponto de destaque são as exportações para o gigantesco mercado Chinês, que cresceram mais de 100% no comparativo 2013/2012. Para 2014, esperamos atingir a meta de US$ 613.000,000,00 em exportações, com o aumento de ações inovadoras através da abordagem do design thinking, o acompanhamento do processo de amadurecimento de cada empresa do projeto, levando-as do nível iniciante ao experiente, ou mesmo internacionalizadas, e o fortalecimento da percepção da imagem do branding Texbrasil nos mercados-alvo. Desde 2002, o número de empresas comunicando e fazendo negócios no exterior cresceu de maneira vertiginosa, de 20 em 2002 para 350 em 2013. O resultado foi o aumento nas exportações no setor; de 65 milhões em 2002 para mais de 450 milhões em 2012”.

CSMAT – Ricardo Rossi, presidente

“Concluímos que 2013 foi um ano de razoável para bom, dependendo de qual subsetor de máquinas têxteis estamos falando, e levando-se em conta as dificuldades macroeconômicas globais. Na média geral, houve um ligeiro crescimento, mas vários fatores nos deixaram preocupados e merecem atenção. A participação das vendas via FINAME

cresceu expressivamente em 2013. Se de um lado isto é positivo e somos muito gratos por esta ferramenta do BNDES, de outro nos preocupa se o FINAME continuará a ter o volume de recursos necessário para 2014. Outra preocupação foi a exagerada entrada de máquinas e componentes importados em nosso mercado. Não se trata de um discurso ufanista, mas de uma valorização da concorrência isonômica. Em 2013, pudemos assistir a continuidade da desindustrialização do nosso parque fabril. Na ABIMAQ a luz amarela já acendeu, estamos trabalhando pelo setor e temos alertado as autoridades. Fato é que temos feito a lição de casa e o setor de máquinas têxteis brasileiro é competitivo, mas do portão para dentro. Temos que ser competitivos do portão para fora e isto não depende apenas de nós. 2014 será bastante atípico. Copa do mundo, eleições e outros eventos permitirão muitas oportunidades e vai depender de como cada empresário aproveitará este momento. Acreditamos em um crescimento setorial razoável, algo entre 5% e 7%. O mercado existe e poderíamos ter números melhores, se o ambiente de negócios para a indústria brasileira fosse mais propício. Se nada for feito, seguiremos ameaçados pelos importados e sem muita força para exportar. Temos debatido muito sobre as formas para fortalecer a indústria de máquinas. Em vez de estarmos preocupados com a desindustrialização, deveríamos estar falando da reindustrialização do Brasil”.

Sindifibras BA, Wilson Galvão Andrade, presidente

“O sisal é uma fibra com papel diferenciado para o sertão baiano. Suas exportações diminuíram 20%, em relação a 2012. até agosto deste ano totalizaram 38,3 mil toneladas, sendo 50,4% beneficiadas, 38,1 % de cabos, cordas e cordéis, 4 toneladas de fio e três de tapetes. A persistirem essas taxas, pode-se estimar que as exportações de 2013 girarão por volta de 58,5 mil toneladas. Como representam, normalmente, 80% da produção anual, devemos chegar a cerca de 75 a 80 mil toneladas, estimativa surpreendente para o segundo ano de secas na região. Isso confirma que a cultura do sisal é uma das únicas que resistem às adversidades do semiárido brasileiro, sendo de fundamental importância socioeconômica. Assim, a Câmara de Fibras da Bahia apresentou o Programa Emergencial e Estruturante para recuperação da Cadeia Produtiva do Sisal da Bahia, que busca a implantação de um novo arranjo produtivo local (APL) e tem metas como a modernização dos equipamentos; melhoria da qualidade do produto, da produtividade e renda no campo, além de desenvolver e explorar novos usos para a fibra do sisal. O convênio firmado em junho entre o Estado da Bahia e o Senai/DR/B, para execução do desenvolvimento de máquina desfibradora de folhas de sisal, foi um passo importante. Isso trará, já em 2014, melhores condições de trabalho, maior produtividade e, em escala, o aproveitamento de 100% da planta (atualmente somente 4% são aproveitados em forma de fibra), ou seja, novas fontes de renda”.

06 I Revista Têxtil

retrospectiva4.indd 6

27/11/2013 00:52:17


2013 / 2014

Revista TĂŞxtil I 07

retrospectiva4.indd 7

27/11/2013 00:52:18


2013 / 2014 SINDITEC, Dilézio Ciamarro, presidente

“O ano de 2013 não está sendo representativo para o setor. Aqui na “Região Têxtil Paulista”, encontramos os tecidos e fios que o mercado necessita. A concentração de 500 indústrias têxteis (tecelagem, fiação, retorção, engomagens, tinturarias, estamparias, fábricas de linha de costura) forma uma cadeia completa, junto com as cerca de 1200 confecções. Algumas empresas investiram em ampliação, maquinários e até mesmo qualificação da mão de obra, mas o retorno não foi satisfatório. Poderíamos ofertar 180 milhões de metros lineares de tecido, mas estamos em 120 milhões, um número bastante reduzido. Os industriais fazem a sua parte: contribuem para a economia empregando e ofertando produtos de qualidade, que competem com qualquer tecido importado. Esperamos que o governo federal reconheça a força que o setor possui, pleiteamos mais atenção, pois as confecções dependem dos tecidos e temos condições de produzir para atender a demanda nacional e as exportações. Não entregaremos sem luta nosso parque têxtil fabril, acreditamos e dedicamos nossa vida por nossas indústrias. O SINDITEC está localizado em uma região que possui a cadeia completa. É importante a união dos empresários nas ações desempenhadas, pois só assim demonstraremos a força para um futuro promissor para quem produz aqui”.

ao Ministério da Fazenda, estamos tendando implementar o RTCC – Regime Tributário Competitivo para Confecção. Em São Paulo, estamos implantando, dentro do Programa Nacional de Resíduos Sólidos, um projeto de Logística Reversa para retalhos e resíduos têxteis, com apoio da prefeitura e do deputado estadual Chico Sardelli, para desonerar essa atividade”.

Sindivest MS, José Francisco Veloso Ribeiro, presidente

“O setor de confecção nacional está sofrendo com as importações, devido ao custo Brasil, que torna as indústrias menos competitivas, e a consequência repercute em Mato Grosso do Sul, mesmo com todo esforço do governo estadual em manter os incentivos fiscais e apoio do Sistema Fiems na ampliação da qualificação e apoio à inovação através do Senai, em parceria com a atuação do Sindicato. Os empresários do setor têm buscado alternativas de novos conceitos em seus produtos, agregando valor e reduzindo custos. Em 2013, alguns setores da indústria de confecção que atuam regionalmente tiveram retração por conta da diminuição de peBasseto didos e vendas. As perspectivas para 2014 são de crescimento de 2,5%, caso o governo federal desonere o setor. É importante que ele atenda as nossas reivindicações na questão da Salvaguarda e desoneração dos tributos fiscal e trabalhista, ainda ampliando o crédito e facilidades de investimento para as indústrias, com atenção especial às micro e pequenas que são mais de 95% do total”.

“E aí teremos Carnaval em março, Copa em julho e eleição em Outubro. Viva 2015, 2014 não vai existir. Até lá, vivemos de pão e agua!”

Sinditêxtil-SP, Alfredo Bonduki, presidente

“2013 foi um ano difícil, de crescimento muito baixo, o varejo vinha crescendo na faixa de 10% e esse ano tende a crescer só 4%. Aliado a isso, aumentou a importação, principalmente de vestuário e isso afetou significativamente a indústria. Por outro lado, a desvalorização do Real nos ajudou um pouco. Assim, foi um ano de produção menor, mas a competitividade um pouco maior. Para 2014, a expectativa é que continue essa desvalorização do real. Além disso, o consumo deve ser melhor, por conta da Copa. A matéria-prima tende, também, a ficar estável ou até baixar (no fim de 2013 já baixou um pouco). O ano deve ser melhor, pela demanda mais aquecida. Por outro lado, as eleições devem trazer um pouco de instabilidade, o que torna 2014 um ano de difícil prognóstico. Espero que o aumento de consumo de têxteis possa ser revertido para a indústria nacional. A Abit e o Sinditêxtil vão continuar a trabalhar na pauta trabalhista, que tem normas que, se forem aprovadas, podem trazer prejuízo para o setor, por exemplo a lei das 40 horas, a NR12, os 10% sobre o fundo de garantia. Continuamos com uma pauta no MDIC, lutando para, dentro das regras da OMC, ter algum tipo de proteção. Junto

Empresários do setor Avanço/ Orizio

“Consideramos que 2013, apesar de algumas dificuldades, foi um bom ano. Seguimos com a liderança no mercado brasileiro, onde temos uma participação próxima dos 60%. Podemos dividir 2013 em três partes: o primeiro trimestre dava a entender que seria um ano difícil e as expectativas não eram das melhores, considerando os dados da macroeconomia (inflação, PIB etc.). Mas depois, visto que a economia do dia a dia seguia bem, os empresários voltaram a apostar em novas máquinas, com ligeira diminuição de demanda no meio do ano e, nesta última parte, um retorno às compras. No final, conseguiremos fechar com um volume de vendas 10% superior a 2012. Também tivemos um considerável aumento no volume de exportações, o que ajudou a superar nossa meta. Já 2014 é um ano difícil para previsões. Mas temos metas ambiciosas. Esperamos superar nossos

08 I Revista Têxtil

retrospectiva4.indd 8

27/11/2013 00:52:18


2013 / 2014

Revista TĂŞxtil I 09

retrospectiva4.indd 9

27/11/2013 00:52:19


2013 / 2014 números em volume e faturamento em aproximadamente 15%. Isto não é um número “chutado” do nada, mas definido por novas estratégias que estão sendo internamente criadas e que ainda não posso comentar. Imaginamos que será uma boa oportunidade para aumentarmos nossa participação no mercado nacional e internacional, com planos ambiciosos, que incluem a entrada em novos mercados. Estamos atentos às mudanças”.

Basseto

“O ano de 2013 foi muito fraco, com redução dos projetos e, consequentemente, das vendas. Novos projetos muito escassos, com uma queda de pelo menos 50% nos pedidos colocados. Há muita insegurança dos clientes com relação à regulação existente no Brasil, importação de produtos acabados e custo Brasil. E aí teremos Carnaval em março, Copa em julho e eleição em outubro. Viva 2015, 2014 não vai existir. Até lá vivemos de pão e água!”

J-Teck

“Com relação a 2013, tivemos ótimos resultados e crescimento, graças à qualidade das tintas J-Teck e das impressoras Epson. Nos consolidamos cada vez mais no Brasil, com parceiros distribuindo nossas tintas, além do atendimento direto aos clientes. Temos uma estrutura técnica de manutenção em todo o país, própria ou em cooperação com a rede de assistência técnica da Epson. No suporte em perfilação de cores, temos uma equipe de assistência que auxilia os clientes a obterem ótimos resultados em cores e economia de tinta. Para 2014, traremos grandes novidades ao mercado, ampliando a gama de produtos, como plotters de 1,80 metros de largura, toalhas e tecidos lisos, além de desenhos, para sublimação, e tecidos acabados para moda, nos projetando também no mercado têxtil de alta produção. A J-Teck Itália continua aprimorando a qualidade de suas tintas utilizadas nos equipamentos com cabeças de impressão Epson,com tecnologias Nano e Cluster. Com o advento de novas tecnologias, lançou tintas para a Ricoh e Kyocera, cabeças que estão instaladas nos mais modernos e velozes plotters recém lançados no mercado”.

Mathis

“Apesar da expectativa negativa para o ano de 2013, pela dúvida do empresário em fazer novos investimentos, tivemos um ano positivo, com negócios concretizados, graças ao desenvolvimento de produtos que trouxeram para o mercado têxtil brasileiro novas tecnologias. A Mathis tem investido muito em novos produtos, tecnologia e mão de obra altamente especializada. Acreditamos que este seja o melhor remédio para conseguir passar por estes momentos de crise. O Brasil está passando por um processo de aumento das importações de peças e equipamentos, e isto tem dificultado o crescimento ou até mesmo a sobrevivência das empresas fabricantes de equipamentos no país. Será

um ano de muitas mudanças, tanto no setor político quanto industrial, as empresas terão que de alguma maneira se adaptar”.

Grupo NS

“Temos desenvolvido uma aliança forte com os clientes na busca por soluções que agreguem valor ao seu produto final há algum tempo. O ano de 2013, em especial, nos reservou grandes desafios, pois nessa busca provocamos um incremento de portfólio, com as marcas Schoeller Technologies AG.®, Gütermann® e Madeira®. Porém, continuamos a sofrer com a entrada de produtos acabados originários da Ásia, importados de forma a beneficiar somente o comerciante e não o industrial nacional, gerador de impostos e renda para milhares de brasileiros. Para o futuro, continuamos convictos em apoio aos clientes na criação de valor, resultando em vantagem competitiva. O empresário brasileiro pode superar o asiático em qualidade de serviço, produto e produtividade, desde que o Brasil tome as devidas ações, com relação a entrada de produtos subfaturados, originários de países que exploram a mão de obra de uma forma vergonhosa”.

PML

“Buscamos novos produtos na área do têxtil convencional, nos tecidos técnicos e também em nãotecidos, para oferecer aos clientes soluções que atendam a demanda da indústria, aliando qualidade com alta produtividade. O ano foi altamente competitivo no mercado, com medidas governamentais tímidas. Ainda falta um incentivo maior para estimular o desenvolvimento do segmento, principalmente pelos altos impostos aplicados ao setor, que diminuem a competitividade em relação aos produtos importados. Por conta deste cenário, 2014 será também um ano de grandes desafios para as empresas têxteis do Brasil”.

Toyota

“O ano mostrou-se difícil para as empresas do segmento têxtil. Além do volume menor de vendas e das incertezas no cenário internacional, a entrada de produtos confeccionados importados cresceu, o que levou a uma desaceleração do mercado como um todo. Apesar disso, para a Toyota, 2013 foi positivo. Os investimentos em máquinas de tecer e de fiação foram intensos nos países da América Latina e também na Ásia. Além disso, este ano foi marcado para nós pela entrada da primeira máquina de tecer a jato de ar JAT810 e o primeiro filatório modelo RX300 no Brasil. As perspectivas para 2014 são otimistas. Acreditamos em um primeiro trimestre ainda de incertezas e com poucas conclusões de projetos no mercado nacional, seguido de uma recuperação gradativa a partir do segundo trimestre. Quanto ao cenário global, a Toyota consolida a sua posição de liderança em vendas de máquinas de tecer a jato de ar e aposta no sucesso do lançamento das novas máquinas com

10 I Revista Têxtil

retrospectiva4.indd 10

27/11/2013 00:52:20


2013 / 2014

Revista TĂŞxtil I 11

retrospectiva4.indd 11

27/11/2013 00:52:21


2013 / 2014 projeções ainda mais otimistas de vendas no próximo ano. Apostamos em sustentabilidade como conceito das novas máquinas, com economia energética considerável, além do uso de dispositivos inovadores para flexibilizar ainda mais sua utilização pelas indústrias”.

em empresas de ponta processos com economia de tempo e enorme redução no consumo de água e energia. Isso tem nos proporcionado a venda de alguns produtos de forma consistente que deverá crescer no próximo ano, o que nos possibilita vislumbrar um 2014 com melhores perspectivas”.

Schick Bin

WEKO

“Em um balanço, 2013 foi um ano cheio de altos e baixos, não conseguimos fazer um planejamento de produção de compras de investimentos, tudo foi feito a toque de caixa. Um país que não tem uma politica industrial é assim mesmo, mas conseguimos terminar 2013 de pé. 2014 deverá ser um ano melhor, teremos Copa do Mundo e isto deve movimentar a fabricação de roupas esportivas, porém os chineses também sabem disso . O empresário brasileiro é persistente e produtivo, se tivermos um mínimo de apoio, teremos sucesso”.

Sintequímica

“Nosso core business é trabalhar com estamparia têxtil e este setor segue aquecido. Embora a indústria ainda sofra com importações de tecidos prontos da Ásia, a estamparia é feita em nosso país. Além disso, investimos fortemente na produção, para ter processos cada vez mais eficientes e modernos. Neste ano, finalizamos as obras de ampliação que aumentaram em 1/3 nossa capacidade. Também inauguramos novos escritórios com muito mais espaço e tecnologia para permitir nosso crescimento futuro. Além disso, os investimentos em estamparia continuam, tanto em equipamentos convencionais quanto em digitais, o que significa que provavelmente a capacidade seja cada vez maior. Estamos preparados para atender a essa demanda. Hoje, modernos processos em estamparia com pigmentos permitem uma qualidade bastante alta, similar à conseguida com corantes, usando um processo mais sustentável. A Sintequímica é pioneira na fabricação de dispersões de pigmentos no Brasil e também no atendimento da estamparia digital. O ano também será de comemoração porque a Sintequímica fará 60 anos, dia 04 de fevereiro”.

“2013 foi marcado pela estagnação econômica generalizada. A maior parte das empresas onde conversamos, entre clientes e fabricantes de máquinas/equipamentos das mais diversas áreas, se queixou. Existiu interesse, mas a falta de segurança passada pelo governo inibiu os investimentos pela incógnita deixada. Contudo, trabalhamos para consolidar a marca WEKO no cenário latino-americano e mundial, participando de várias feiras e abrindo novos mercados. Acreditamos que oferecer equipamentos com rápido retorno de investimento e, com isto, a possibilidade de os clientes se tornarem ainda mais competitivos, facilitou nossos negócios. Foi um ano difícil, no qual trabalhamos bastante, mas o resultado, em compensação, foi excelente. Já 2014 promete ser atípico para o Brasil, com dois fatores importantes: Copa do Mundo e eleição presidencial. Acreditamos que o mercado interno deva oscilar muito por isso. Na questão macroeconômica, a expectativa é que os EUA e China devem crescer menos, o que coloca um ponto de interrogação para economia global. Com estas grandes oscilações, é um desafio para nós, fornecedores de bens de capital, mensurar 2014. Weko Contudo, acreditamos que a palavra chave será planejamento, direcionar nossos trabalhos para alguns cenários e, a partir disto, diminuir nossos riscos”.

“Acreditamos que a palavra chave será planejamento, direcionar nossos trabalhos para alguns cenários e partir disto diminuir nossos riscos”

Tremembé

“Este ano não foi muito diferente dos últimos. Além de muito suado por todos os aspectos comerciais, tivemos uma grande inadimplência, além de muitos clientes encerrando suas atividades, o que é um fator muito ruim para o setor. Mesmo diante destes obstáculos, a Tremembé está encerrando o ano com resultados semelhantes ao anterior, ou seja, com balanço positivo. Investimos pesado no campo de tecnologia e sustentabilidade, onde conseguimos implantar

Mercado internacional Além da análise da economia mundial apresentada por alguns empresários brasileiros, buscamos opiniões de representantes de entidades e empresários, de fora do Brasil. Os números confirmam: o mercado está (ou esteve) desaquecido, inclusive na China. Mas os investimentos em tecnologias e diferenciais parecem ser a aposta para a solução do problema.

ACIMIT (Itália)

“A indústria de máquinas têxteis italiana fechará 2013 com um leve declínio na produção e nas exportações. De acordo com as últimas previsões realizadas pelo departamento econômico da ACIMIT, a produção vai registrar queda de 4% em relação a 2012, devido tanto à diminuição nas vendas ao exterior (particularmente na China), quanto aos baixos níveis de

12 I Revista Têxtil

retrospectiva4.indd 12

27/11/2013 10:28:20


2013 / 2014 investimento observados no mercado doméstico. Em relação ao Brasil, a venda de máquinas têxteis italianas registrou queda de 16% nos primeiros seis meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Nos últimos dez anos, as exportações para o Brasil vinham crescendo em cerca de 5% ao ano. A ACIMIT espera ansiosamente por uma recuperação da atividade para a indústria italiana de máquinas têxteis em 2014, primeiramente devido a uma forte demanda vinda dos mercados primários (China e Índia)”.

BTMA (Inglaterra)

“Não temos dados para 2013 inteiro, mas nas estatísticas da metade do ano o Brasil caiu 67% em relação ao mesmo período de 2012, que foi o pior ano em uma década. Nós não prevemos nenhuma melhoria nos próximos seis meses ou em 2014. No entanto, estatísticas gerais indicam que a exportação de máquinas têxteis do Reino Unido nos primeiros seis meses de 2013 subiu 85% sobre o mesmo período em 2012, com a Ásia apresentando o maior aumento. Tristemente, a América do Sul caiu 10%”.

ITMF (Suíça)

Enviou o relatório mundial de fios e tecidos para o segundo bimestre de 2013. A produção subiu no período e as estimativas para o 3º e 4º bimestre são positivas na Ásia e negativas na Europa. O resultado foi obtido em comparação ao segundo bimestre de 2012 e se manteve positivo por causa

da Ásia, Américas do Sul e do Norte, enquanto a produção permaneceu praticamente a mesma na Europa. O estoque mundial de fios ficou ligeiramente maior, devido à Europa e Ásia, enquanto na América do Sul foi mais baixo. Os pedidos de fios na Europa e no Brasil caíram em relação ao primeiro bimestre e também comparado com o mesmo período do ano passado. Em relação aos tecidos, a saída global subiu no segundo bimestre de 2013, como consequência de maior produção na Europa, América do Sul e Ásia. A produção anual cresceu na Ásia e Europa, mas caiu na América do Sul. Em comparação com o mesmo período do ano passado, os estoques mundiais de tecidos caíram, por causa da América do Sul e do Norte e Europa, mesmo subindo na Ásia. Os pedidos de tecidos no Brasil cresceram, mas na Europa caíram.

UCMTF (França)

“Voltamos aos melhores níveis de antes da crise que atingiu a economia global entre 2008-2010. Em 2012, muitas de nossas empresas atingiram recorde de vendas e pedidos. A única desvantagem é que os prazos de entrega podem chegar a um ano ou mais. Isso significa que temos uma boa visibilidade para o ano inteiro de 2013, entrando assim em 2014. Geograficamente falando, as diferenças são enormes, comparadas com o que prevalecia antes da crise. Nosso mercado nacional para vestuário e têxteis para o lar entrou em colapso, como muitos países na Europa. Esses mercados mudaram para lugares como a China, Índia e a Turquia, mas isso pode

Revista Têxtil I 13

retrospectiva4.indd 13

27/11/2013 00:52:22


2013 / 2014 ser volátil. A China vinha menos dinâmica ultimamente, mas parece estar voltando; a Índia é muito ativa com incentivos governamentais para investimentos. Para os tecidos técnicos, que representam cerca de 40% do consumo de fibra, a situação está mais balanceada, já que a produção destes produtos em crescimento é de aproximadamente 1/3 em cada continente: Europa, América e Ásia. Nós não competimos nos mercados de massa, como fiação de algodão. Nossas companhias são desenvolvedoras, produtoras e fornecedoras de serviço de máquinas especializadas, está em nosso DNA. Nós trabalhamos para ajudar nossos clientes a introduzir novos produtos, com produção confiável e eficiência de custos. Como fortemente acreditamos que nossa estratégia é a certa, estamos otimistas para nosso futuro”.

VDMA (Alemanha)

“2013 foi de muito sucesso para a indústria alemã de máquinas têxteis – não um ano recorde, mas com bom resultado. A previsão da VDMA de aumento de receita em 5% para a indústria provou-se realista. O mercado brasileiro, no entanto, foi fraco em 2013. As exportações de máquinas têxteis e acessórios alemães para o país decresceram em mais de 40%, de janeiro a agosto de 2013, comparado com o mesmo período em 2012, e atingiram cerca de 41.2 milhões de Euros. Pelo menos pela primeira metade de 2014, a maioria das empresas alemãs de máquinas têxteis não espera uma chance de melhorar esta situação. Quando perguntamos sobre os pedidos do Brasil até junho de 2014, 60% das empresas responderam que esperam que os pedidos fiquem nos mesmos níveis de 2013. No entanto, o quadro geral das condições da indústria têxtil brasileira dá razão para otimismo. O Brasil tem um mercado doméstico enorme e uma classe média crescente. Esse potencial está esperando para ser coberto. A situação presente não é o fim da história de sucesso brasileira. Mais cedo ou mais tarde a indústria têxtil do país estará no bom caminho novamente”.

Benninger

“2013 mostrará um aumento considerável em vendas, com um volume de negócios acima da meta. As vendas cresceram em todos os continentes, também na América do Sul. O Brasil é tradicionalmente o mercado mais forte para a Benninger no continente, e contribuirá em uma fatia importante para o resultado financeiro do ano. No momento, é difícil prever a quantidade de investimento em máquinas de acabamento para 2014. Nós abaixamos nossas expectativas para o ano. Ainda há um bom número de projetos ativos no Brasil, que mostram que as fábricas líderes em acabamento apreciam as vantagens de custos reduzidos de produção, graças à gama de acabamento da Benninger”.

LOEPFE

“A demanda e a tendência para uma maior automação, especialmente nos mercados chinês e indiano, continuaram

em 2013. Isso teve, é claro, um impacto positivo na demanda para máquinas de torção automática equipadas com nossos limpadores de fios. Outros mercados importantes, tais como Turquia, Indonésia, Vietnã e Bangladesh tiveram aumento substancial de pedidos. Apesar de muitas incertezas no mercado global, ele se desenvolveu melhor do que o esperado. Os investimentos no Brasil foram limitados, a indústria está lutando com custos altos de produção. No entanto, o país permanecerá um player chave na indústria têxtil global e há sinais de melhoras para 2014. Como as atividades de negócios da Loepfe estão espalhadas mundialmente, até o momento fica difícil prever o desenvolvimento da demanda para máquinas têxteis para o ano que vem. A demanda depende, entre outros fatores, do desenvolvimento dos preços de fios e matéria-prima, taxas de câmbio, custos de financiamento e o sentimento do consumidor no mundo. No entanto, baseados na carteira de pedidos atual, nós estamos otimistas para 2014”.

Santex - Heinz Michel

“Este ano foi um diferencial para o Grupo Santex entre máquinas têxteis e máquinas para tecidos técnicos. A Santex tradicionalmente sempre tem um pé no mercado do Oriente Médio, mas a agitação política foi um empecilho e isso afetou as vendas, que mostraram queda, em relação ao ano passado. A Turquia, por exemplo, foi muito cautelosa em investir em novas máquinas de acabamento. Por outro lado, a Santex está indo tremendamente bem em alguns mercados da China e sudeste asiático. A SperottoRimar foi capaz de vender novas máquinas de acabamento na Itália e também na China. O Brasil foi um dos mais importantes mercados na América do Sul, nossos novos agentes no país foram bem-sucedidos em criar um contato mais próximo com o cliente. No campo dos tecidos técnicos, a Cavitec foi capaz de fechar muitos negócios em áreas de revestimento e laminação com a tecnologia Hotmelt, entregando máquinas não só para a Europa, mas também para a Ásia. Para 2014, o grupo Santex espera um ano mais dinâmico no campo de tecidos técnicos. Os projetos para as Tecnologias Prepreg, revestimento e laminação com a tecnologia Hotmelt junto com a tecnologia de impregnação, são promissores. Em geral, temos um olhar positivo. A recém-desenhada máquina Cavimelt P+P terá grande potencial nos países do sudeste asiático. Novos investimentos estão acontecendo na América do Sul, incluindo Brasil e os prospects de máquinas têxteis em 2014 são muito encorajadores”.

Stäubli

“O mercado brasileiro de máquinas têxteis manteve um nível estável para nossa empresa este ano. Para 2014, continuará estável ou aumentará, graças aos investimentos em alguns setores (algodão) para combater a competição predatória praticada pelo mercado asiático. Nosso escritório Stäubli São Paulo está muito ativo e aumentou as ações para acompanhar as atividades, visitas e serviços aos nossos clientes”. RT

14 I Revista Têxtil

retrospectiva4.indd 14

27/11/2013 00:52:23


2013 / 2014

Revista TĂŞxtil I 15

retrospectiva4.indd 15

27/11/2013 00:52:24


Artigo

Tecidos Tecnológicos: moda, performance e bem estar

É

fato que toda e qualquer influência no vestuário e, consequentemente, nos materiais têxteis, são provocadas pelas mudanças no comportamento do consumidor que, a cada dia, adquire novos hábitos e exige novos padrões de qualidade dos produtos. Desde meados do século XX, em função de um novo estilo de vida incorporado pelos moradores das grandes cidades do mundo, que passaram a adotar a rua para a realização de atividades esportivas, a prática do “culto ao corpo” vem ganhando destaque. Com a popularização das academias e da adoção de um novo padrão de beleza (o corpo perfeito) como fator de distinção social, temos observado na sociedade uma busca frenética pela perfeição estética e corporal que atravessa todas as classes sociais e idades.

Michelle Carvalho e Christina Rangel, do Senai Cetiqt. Por outro lado, nas práticas esportivas profissionais, percebe-se um aumento significativo, em número e qualidade, das competições. A cada instante, novos recordes são quebrados, impulsionando atletas e treinadores a superar novos limites e a buscar condições ideais, não só para a melhoria da performance, como também para a manutenção da saúde e conforto do esportista. Em resposta a essas demandas de mercado, que se alternam entre questões estéticas, preocupações ambientais, saúde, desempenho, bem-estar e conforto, associadas à intensificação do desenvolvimento e da difusão de pesquisas tecnológicas, surge uma nova técnica de produção de fios e fibras que se situa nas fronteiras da física, química, biologia, ciência dos materiais - a Nanotecnologia. Tal tecnologia permite, por meio da miniaturização de materiais em partículas, adicionar às fibras, durante o processo de fabricação, propriedades especiais, conferindo aos tecidos novas funcionalidades, além de contribuir decisivamente para o estabelecimento de novas fronteiras de utilização nos produtos de moda. As possibilidades são vastas, sendo as que se encontram hoje disponíveis ao consumidor final são:

Leveza

Do esporte para a moda: malha prene da Texprima, em desfile do estilista Victor Dzenk.(crédito: Texprima)

A leveza do tecido pode estar ligada ao tipo de fibra e ao tipo de entrelaçamento utilizado. Fibras como poliéster e poliamida são muito leves e, com a evolução da microfibra (filamentos de diâmetro micrométrico), é possível o desenvolvimento de fios contínuos cuja metragem de 10.000 m pesa apenas 0,01g. Por outro lado, os tecidos tiveram seus entrelaçamentos alterados, buscando-se estruturas mais abertas que permitissem, além do auxílio na evaporação de suor, utilizar menos quantidade de fios por m², originando tecidos mais leves.

16 I Revista Têxtil

tecido tecnologico.indd 16

26/11/2013 23:39:36


Artigo Estrutura Quando se fala em termo de estrutura de tecido, a mais famosa tecnologia que tem essa característica é a Dry-Fit, tipo de entrelaçamento de malha que visualmente possui “poros”, ou pontos sem entrelaçamento, que permitem a evaporação do suor. Outra estrutura que conquistou as piscinas de natação é a que imita pele de tubarão. Sua superfície imita a aerodinâmica das escamas do animal, reduzindo o atrito do corpo do atleta com a água em mais ou menos 2%. Isso se reflete em milésimos de segundo e, em uma competição, pode levar o atleta ao pódio.

Gerenciamento de umidade A transpiração é responsável pela regulagem térmica do corpo, criar um bloqueio para evaporação das partículas de suor pode causar extremo desconforto térmico e hipertermia. Um tecido capaz de gerenciar umidade do corpo controla a quantidade de suor entre a pele do usuário e o tecido, ajudando a manter o corpo do atleta seco sem encharcar a peça do vestuário, acelerando, assim, a secagem do material. Tecidos com a característica de absorção de suor e secagem rápida podem ser produzidos através de fibras sintéticas com seção transversal diferenciada (tipo estrela), que criam espaços no entrelaçamento, facilitando a evaporação do suor do corpo, ou por meio de acabamentos nanotecnológicos que ajudam a eliminar o suor, transferindo-o para a superfície do tecido. É importante frisar que o tecido que apenas absorve o suor da pele não é um tecido com gerenciamento de umidade. O diferencial dessa tecnologia é a secagem rápida do material, ou seja, a transferência do suor da pele para o ambiente externo, mantendo a temperatura corporal do atleta elevada.

Eliminação de bactérias A combinação suor, umidade e calor pode criar um ambien-

te propício para a proliferação de bactérias, por vezes responsáveis pelo mau cheiro. Há duas tecnologias que podem acabar com esse problema: • Bactericida - elimina a colônia de baterias. • Bacteriostática - inibe o crescimento das bactérias. Essa característica de inibir a proliferação de bactérias e, consequentemente, evitar o mau cheiro é possível através da adição de íons de prata ao tecido, poderoso agente antimicrobiano usado inclusive para purificação de água. Dependendo da forma de aplicação da prata ao tecido, podemos ter essa ação inerente ou resistente a um número de lavagens. Quando os íons de prata são adicionados na fabricação da fibra, que nesse caso tem que ser sintética (poliéster ou poliamida são as mais comuns), a ação bacteriostática no tecido se torna permanente. Já em casos onde a adição dos íons de prata é apenas superficial, essa ação resiste a um número de lavagens que vai variar de acordo com o tipo de acabamento utilizado na fabricação do tecido e o tipo de lavagem (caseira ou industrial) realizada na peça confeccionada.

Proteção UV O próprio tecido e sua estrutura oferecem um bloqueio físico à incidência de raios UV, porém podemos potencializar essa proteção com aplicação de acabamentos com fator de proteção solar. Para esportes praticados ao ar livre, esse tipo de proteção previne desde queimaduras leves a câncer de pele.

Geração de energia A aplicação de cristais bioativos em tecidos tem a capacidade de absorver o calor emitido pelo corpo e o transformar em raios infravermelhos longos, que atuam sobre o corpo humano ativando a circulação sanguínea, promovendo o equilíbrio térmico, eliminando toxinas e reduzindo espasmos musculares. Essa tecnologia, conhecida comercialmente como biocerâmica ou photon platina ionizada, é indicada para esportes de esforço de longa duração ou de alta intensidade. Porém, como ativam a circulação sanguínea, também ajudam a evitar e a tratar a celulite.

Compressão muscular

A nanotecnologia surge em resposta às demandas de mercado associadas à intensificação do desenvolvimento tecnológico. (Credito: Adidas)

Estruturas compactas de tecido aliadas à adição de elastano em sua composição produzem tecidos de alta compressão muscular, que diminuem o efeito de trauma, reduzem a vibração e aumentam a potência muscular, retardam a fadiga e melhoram a propriocepção (referência de posição e movimento articular). Esportes que exigem esforços de longa duração e de alto impacto utilizam dessa tecnologia para evitar lesões musculares nos praticantes.

Revista Têxtil I 17

tecido tecnologico.indd 17

26/11/2013 23:39:38


Artigo Têxteis termicamente sensíveis Materiais termicamente sensíveis são os que respondem a estímulos térmicos predeterminados, sofrendo alterações físicas ou químicas em uma pequena faixa de variação de temperatura. Atualmente dois tipos destes materiais têm sido explorados no mercados activewear e fitness: • Materiais de Mudança de Fase (PCM - Phase Change Materials): são compostos que derretem ou solidificam de acordo com temperaturas específicas, capazes de descarregar calor quando passam para o estado sólido e absorver quando voltam ao estado líquido, sem alterar sua temperatura. Quando a temperatura corporal de uma pessoa está superior a 37,5 °C o corpo precisa esfriar, então os vasos sanguíneos sob a pele se dilatam, o corpo produz suor e ocorre o arrefecimento por evaporação. Caso seja utilizada a tecnologia de PCM para a absorção do calor do corpo, esse material irá atrasar o início da subida da temperatura para 37,5 °C, exigindo assim menos de arrefecimento necessário para o corpo, menos transpiração e, consequentemente, sensação de frescor. • Materiais Termocrômicos: são capazes de converter radiação térmica para produzir um efeito cromático. O corante leuco é uma classe de corante que tem a capacidade de sair de transparente a uma cor específica de acordo com a temperatura. Por exemplo, um corante leuco amarelo sobre um substrato têxtil vermelho, dependendo da temperatura corporal do usuário, pode parecer transparente, onde se vê apenas vermelho do substrato. Pode parecer laranja onde se vê parte do corante amarelo somado a cor do substrato (vermelho) ou pode parecer amarelo, onde se vê apenas o corante. Esse tipo de corante não tem a capacidade de mudar de cor e emitir todas as cores do espectro, porém dependendo da combinação corante mais substrato, pode-se alcançar uma variação interessante de cor.

Materias termoelétricos São materiais capazes de converter energia térmica em eletricidade. Esse tipo de material ainda se encontra em estudos, mas estão caminhando para a fabricação de tecidos como fonte de energia. De acordo com o criador do tecido, David Carroll, um celular revestido com o material poderia aumentar a carga da bateria do telefone de 10 a 15%, ou seja, mais de oito horas de uso, usando o calor absorvido a partir do bolso de uma calça em uso.

Tecido e1, da suíça Schoeller: altamente elástico. Suas moléculas integradas de carbono garantem baixa carga eletrostática e gerenciamento de temperatura. Foto: Divulgação

Condutor Elétrico Nanotubos de Carbono possuem extraordinárias propriedades de condução térmica, mecânica e elétrica. O uso desses nanotubos em acabamentos têxteis pode transformar uma peça em um condutor elétrico capaz de detectar alterações térmicas, de pressão e químicas em contato com a pele do usuário. Os sinais elétricos emitidos pelos nanotubos são enviados para um computador ou qualquer dispositivo móvel inteligente para que sejam interpretados por um médico ou pelo próprio usuário. Para que essas vestimentas possam ser desenvolvidas, pelo menos 1% das fibras têxteis utilizadas deve conter nanotubos. Na intensa luta entre a padronização e personalização, entre o espetáculo do desempenho esportivo e a alfaitaria, a sensação de bem estar e a ritualização do corpo perfeito, novos materiais, novos produtos com valores ampliados, ficam cada vez mais próximos e chegam com maior velocidade ao mercado, proporcionando uma experiência de compra diferenciada pela materialização dos desejos aspiracionais. Quem ganha é o consumidor. RT

18 I Revista Têxtil

tecido tecnologico.indd 18

26/11/2013 23:39:39


tecido tecnologico.indd 19

26/11/2013 23:39:40


ABTT

Reunião de Conselho e Plenária da ABIT

P

Por Antonio César Corradi, Presidente da ABTT, que fez uma síntese do evento especialmente para a Revista Têxtil

residida por Aguinaldo Diniz Filho, atual presidente da ABIT, da Cedro e do Conselho Consultivo do CETIQT, a reunião contou com a presença de empresários, representantes da Frente Parlamentar Mista José de Alencar, dirigentes de sindicatos patronais e de trabalhadores, entidades empresariais e de trabalhadores, representantes do governo federal e estadual e diretores de escolas têxteis e de confecção. Abaixo, um resumo do que foi debatido: Albano Franco, Senador da República, lembrou José Alencar e o grande esforço que ele fez pela indústria têxtil e de confecção, elogiou a garra e a luta de toda a categoria parabenizou Aguinaldo pela condução da ABIT e de todo o seu esforço no sentido de ser uma entidade atuante. Jorge Ávila, do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, contou que o Instituto tem a função de proteger a propriedade intelectual por leis de patentes e de registros de propriedade, além de divulgar e valorizar o conhecimento. “O objetivo é usar essa proteção a favor dos inventores brasileiros e mostrar como fazer negócio com essa propriedade intelectual. Mas o diagnóstico é que não prestamos o serviço com a qualidade necessária e muito menos conseguimos disseminar o conhecimento de como gerar valor com a propriedade intelectual”, explicou, ao agradecer a oportunidade de estar na reunião divulgando o produto que certamente deve ser de interesse dos empresários que trabalham com design e inovação. Mauro Borges Lemos, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, ressaltou a importância da tradição para o crescimento do país e do setor, comparou o Brasil com outros países muito próximos que estão passando por dificuldades e falou sobre a contribuição que podemos ter na balança comercial, ressaltando a capacidade de adequação e de dar a volta por cima. Lembrou que o governo não abandonou o setor, e que a RTCC é uma proposta sensata, com efeito de ancorar a indústria têxtil, defendendo a proposta junto ao ministério da fazenda, apresentando seu efeito multiplicador, sentido na indústria, comércio e varejo. Segundo ele, a proposta do kit-enxoval, do “Minha casa melhor”, teria maior respaldo técnico e melhor acei-

tação. A introdução da decisão CMC 2512, do MERCOSUL, aumenta incentivos para investimentos na indústria, a possibilidade de parceria com os outros três países do grupo (Argentina, Uruguai e Paraguai), em um programa que busca integrar as cadeias produtivas de forma a fortalecer os pequenos e médios empresários da região, procurando sempre reforçar a complementaridade entre as produções locais. Ele falou, também, sobre a proposta de oferta de livre comércio com a União Europeia e outros três blocos, recuperando nosso comércio industrial consolidado. Luciano Coutinho, do Banco Nacional de Desenvolvimento - BNDES, explanou sobre o panorama da economia internacional, EUA com a taxa de desemprego em queda, crise política e a retirada dos estímulos monetários pelo FED. O Euro passa por ajustes em estado avançado, com recuperação das micro e pequenas empresas ao nível de atividade. O mercado emergente está em ajustamento. Com a manutenção da política monetária americana, houve um alívio e uma desaceleração do nível de atividade, com saída de capital e depreciação cambial, “Overshooting versus novo equilíbrio”. Na China, há recuperação do crescimento de curto prazo, regime de grande produtividade, com crescimento do capital físico no primeiro trimestre e crescimento dos bens de capital. De modo geral o cenário internacional mostra melhoras no desempenho dos desenvolvidos e em menor dimensão dos emergentes, porém sem grandes riscos. No Brasil, a expectativa de curto prazo é: a recuperação da margem de alguns indicadores; aumento das vendas no varejo; melhora nos fundamentos macroeconômicos; aumento no volume de reservas; sólidos indicadores de solvência; sistema bancário bastante sólido; quadro jurídico/ financeiro estável; forte mudança da desigualdade no mercado consumidor doméstico e uma expectativa de evolução da taxa de investimentos, em porcentagem do PIB, previsto para 18,9%. No longo prazo, vemos a tremenda mudança da classe C, indo de 69,6 para 100,3 milhões de pessoas e as classes D e E diminuindo, mudando o formato de pirâmide e com grande interferência sobre o consumo. Vemos um

20 I Revista Têxtil

abit.indd 20

27/11/2013 00:54:44


ABTT desembolso alto em infraestrutura econômica, um investimento muito grande em energia, chegando este ano em torno de 30 bilhões com participação da iniciativa privada e ampliação dos investimentos do BNDES. No setor têxtil, a produção industrial apresenta recuperação em vestuário e calçados, faturamento em alta e confirmação de exportação crescente com recuperação do mercado e uma posição superavitária da cadeia têxtil. Melhora na normalização dos estoques com utilização da capacidade instalada, com instrumentos de apoio do BNDES através do: Cartão BNDES; Programa Revitaliza; FINEM, BNDES inovação e Pró-design, que tem 500 milhões destinados a investimentos em intangíveis. Todo eixo intangível, design, moda, marketing, faz parte de uma cadeia que enfrenta grande pressão e vai continuar a sofrer, mas temos grandes perspectivas. Ubiraci Dantas de Oliveira, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil - CGTB, manifestou sua preocupação com a política econômica do país, com as altas taxas de juros, o câmbio, a aquisição de empresas brasileiras por capital estrangeiro e a concorrência predatória. Disse que estudou no CETIQT e enalteceu a iniciativa de se ter um Instituto de Tecnologia, afirmando que o que faz um país crescer é uma indústria forte e competitiva, que temos um problema interno, que falta a união de trabalhadores e empresas para um aumento do crescimento do Brasil e a redução de uma taxa de juros para níveis internacionais. Julio César Bueno, Secretário de Políticas Públicas do Estado para a Indústria Têxtil do Rio de Janeiro, mencionou o grande dinamismo econômico que o petróleo deu ao estado, hoje a grande luta é pelo Rio além das commodities, com a estratégia de trazer, nos últimos sete anos, a indústria de transformação para o estado. O têxtil é um destes ramos que conta com os incentivos tributário, financeiro e promocional. Isto fez o estado crescer 22% desde 2006, com a lei estadual 6331/12 e a aplicação do regime especial de tributação e a resolução 434/11, que dispõe do prazo especial para pagamento do ICMS, 60 dias após o término do evento. Também contribuíram a criação de agências de fomento, um trabalho conjunto com o BNDES, através do FINAME, do apoio a eventos, como a FEVEST da região Serrana e ao Fashion Rio. Ele se declarou favorável à guerra fiscal, que “incentiva os estados a terem um menor custo e a reduzirem impostos na briga por investimentos”. Henrique Fontoura, Deputado Federal (PT/RS), presidente da Frente Parlamentar da Indústria Têxtil e de Confecção, lembrou que o setor abriga um milhão e setecentos mil trabalhadores, o que não é pouca coisa para o crescimento do país, e que a grande preocupação é como

conduzir políticas que possam proteger a indústria nacional. Todos os países do mundo fazem isso, a globalização veio para abrir os mercados, mas com ajustes que favoreçam a indústria nacional. “Estamos com o menor nível de desempenho da História, com um mercado consumidor atraente, temos que produzir negociações e debater mecanismos antidumping, que é muito importante para o País, buscar o estabelecimento de regras tributárias diferenciadas para proteger a indústria têxtil e de confecção”, disse Fontoura. Ele apresentou as conquistas da Frente Parlamentar: alteração da contribuição previdenciária sobre o setor têxtil e margem de preferência de compras de produtos, que protege uma indústria eficiente de um produto predatório de outros países. Por fim, posicionou-se contra a guerra fiscal, considerando-a um desastre em alto grau de irracionalidade que aumentou o impacto para as importações. Nelson Marchezan Junior, Deputado (PSDB/RS), salientou a necessidade de reforma trabalhista, tributária e previdenciária, além da melhoria de infraestrutura. Colocou que o setor público tem que trabalhar com organizações civis pelos cidadãos em geral, frisando que as mudanças do setor público terão que vir da sociedade. Aparecida Trajano, presidente da Ubiraci Dantas Confederação da Indústria do Vestuáde Oliveira rio, explanou sobre o Plano Brasil Maior, oportunidade de discutir os caminhos da confecção do País, um dos setores que mais empregam jovens, mas que não ficam no emprego por muito tempo e migram para outros segmentos. “Buscamos, através do plano, a valorização do trabalho e da profissão com medidas que farão os profissionais da indústria têxtil e de confecção se sentirem valorizados”. José Calixto, da Confederação Nacional de Trabalhadores da Indústria - CNTI, falou sobre a cultura sindical e ressaltou que a palavra chave é competitividade e que isso não coaduna com concorrência desleal, disse que há empresários usando em sua linha de produção produtos feitos em países asiáticos, com etiqueta nacional. Eunice Cabral, da Confederação Nacional da Confecção e Vestuário – CONACCOVEST, abordou a necessidade da valorização e qualificação do trabalhador, alertou que o CETIQT ainda não alcançou o chão de fábrica e precisa investir neste setor. Sobre a GOTEX e a manifestação contra as empresas asiáticas, posicionou-se favorável, como forma de sensibilizar a população para o problema e necessidade de se cobrar do governo garantias dos postos de trabalho e diminuição dos impostos que pagamos para um retorno muito baixo. Francisco de Assis Gadelha, da Federação das Indústrias da Paraíba – FIEP, iniciou mencionando as rendas

“O que faz um país crescer é uma indústria forte e competitiva”

Revista Têxtil I 21

abit.indd 21

27/11/2013 00:54:44


ABTT Aguinaldo Diniz fez suas despedidas da Abit agradede bilro como a primeira indústria a se instalar no Brasil. Disse que a indústria nacional cresceu muito e hoje cendo a colaboração de sua equipe, enalteceu a ajuda passamos por uma guerra fiscal e que o seu nome é o de empresários e entidades e que as conquistas obtidas mercado asiático, temos tributação sobre a venda, sobre são fruto de muito esforço e dedicação. Aponta sua prefeo consumo e sobre a renda, que os chineses não têm, rência na sucessão para Rafael Cervone Neto, mas como precisamos ter no Brasil um regime especial para fazer a bom mineiro cita o ditado “mineração só se sabe depois contraposição ao regime chinês. Por exemplo, criar aqui de minerar”. Quando perguntado se haveria outro candios outlets, para que os brasileiros não precisem ir para dato, disse não ter conhecimento de uma outra chapa. Ricardo Steinbruch, vice-presidente da Abit, agradeMiami para fazer compras e deixar lá o seu dinheiro. Carlos Mariani, vice-presidente da Federação das In- ceu a Aguinaldo a dedicação e a competência, bem como dústrias do Rio de Janeiro - FIRJAN, falou sobre o tra- de sua equipe encabeçada por Fernando Pimentel. Citou balho da entidade no segmento têxtil e mostra que tem que é imprescindível ter uma confecção forte para ter uma possibilidades de crescer, de explorar a criatividade do indústria têxtil grande, ressaltou a atuação do setor no empresário local e usar instrumentos que confirmem a congresso e as dificuldades ultrapassadas na conciliação do trabalho entre a empresa Cedro e o sindicato Abit. Faqualidade e a sofisticação do que se produz no Rio. Gustavo Leal, do SENAI – DN, apresentou o Programa lou em nome de todos na satisfação com o trabalho feito por Aguinaldo Diniz e desejou sucesso. SENAI de Competitividade da Indústria O então presidente da Abit continuou Brasileira, plano estratégico para a inagradecendo o apoio da Fiemg, do Sedústria com educação e inovação, banai, do sindicato e falou de sua luta para seado em cinco fatores prioritários na o projeto de revisão do simples nacional competitividade. O desafio do SENAI e outros importantes projetos de lei para é ampliar a mão de obra, a tecnologia a regulamentação das terceirizações, e a inovação, ampliando o número de com o objetivo de tornar a produção mais matrículas nas escolas para alcançar: competitiva. Agradeceu a todos pela pretrês milhões de matrículas; 80% dos sença e convidou-os para um congraçaalunos empregados; 817 escolas; 208 mento. laboratórios. O SENAI está entregando A ABTT só pode parabenizar o sr. 53 novas unidades, modernizando 253 Aguinaldo pela brilhante condução desta e investindo em educação à distância, entidade, que é uma referência naciosimuladores, kits didáticos, polos innal e tem uma dinâmica muito proativa, dustriais e parcerias com o governo FeAguinaldo Diniz Filho e Marcos Fonseca buscando o fortalecimento de um setor, deral, pelo Pronatec. como apresentado aqui, cheio de conPelo plano estratégico, investimentos em tecnologia e inovação, serão 23 Institutos SENAI trastes e de objetivos muitas vezes díspares, mas que de Inovação e 63 de Tecnologia, voltados para prestação fazem parte de uma cadeia e a principal ideia é o trabade serviços de alto valor agregado com base em áreas lho integrado para seu fortalecimento. Neste item, o pretécnicas priorizadas. Em Inovação, serão oito grupos, par- sidente foi incomparável, trazendo grandes progressos ceria com o MIT, CITEVE e Fraumhofer e incentivos do para o setor. Sentimo-nos honrados em fazer parte desta associação, que nos enche de júbilo e alegria, e em poder BNDES 1,9 bilhões e 400 milhões do Senai. Aguinaldo Diniz Filho e Marcos Fonseca, do Senai Ce- prestar a nossa colaboração, tendo um assento no contiqt, explicaram que o objetivo é transformar a instituição. selho, ocupado pelo sr. Reinaldo Rozzatti, presidente do Serão investidos R$ 50 milhões em dois anos, sendo R$ Conselho Consultivo e de Ética da ABTT. Parabéns ao trabalho feito junto ao Cetiqt, implemen18 milhões em máquinas e equipamentos e R$ 14 milhões em laboratórios para atender a indústria, fora o que já tando mudanças tão necessárias e que, temos certeza, existe. Mais o apoio à indústria de confecção, tornando o trarão um novo horizonte para a cadeia têxtil e de confecção. Cumprimentá-lo pela indicação do sr. Rafael Cervone Cetiqt uma instituição essencial para toda a cadeia. O compromisso é ficar mais próximo da indústria; mais Neto, que, sabemos, tem muito potencial para substituí-lo focado nas demandas dos clientes; agir ativamente em e saberá levar esta entidade para frente no patamar que toda a cadeia produtiva têxtil e de confecção; modernizar- ela merece. Gostaríamos de cumprimentar o sr. Cervone, -se e equipar-se para oferecer serviços de alto conteúdo já dizendo que não é fácil substituir um presidente com tecnológico; articular-se com toda a rede Senai nos es- uma estatura política, postura e um trabalho intenso e retados, de forma sistêmica e sinérgica, colocando toda a conhecido, falo isso com propriedade, mas sabemos que estrutura do Cetiqt para isso, alojamentos, serviços, in- é possível. Sucesso nesta empreitada e pode contar com a ABTT. vestimentos e capacitação. RT

“...o objetivo é transformar a instituição em referência em inovação, serão investidos R$ 50 milhões em dois anos...”

22 I Revista Têxtil

abit.indd 22

27/11/2013 00:54:45


abit.indd 23

27/11/2013 10:08:33


ABTT

Evento de Tecnologia 2013

A

Associação Brasileira de Técnicos Têxteis, ABTT, está sempre atenta às condições e necessidades do mercado. A inovação tecnológica é um dos principais fatores de sucesso. Assim, a entidade realizou, no dia 19 de setembro, no auditório da FIEMG, em Belo Horizonte, o Evento de Tecnologia, focado nos mais recentes desenvolvimentos de máquinas e processos têxteis. Foram realizadas quatro palestras tecnológicas, apresentadas por empresas de ponta do mercado mundial de máquinas e equipamentos, assistidas por numeroso público, interessado em obter novos conhecimentos. A Lectra levou o tema “Desenvolvimento de produto inteligente: o processo colaborativo entre o design e modelagem”, apresentado pela gerente de marketing da empresa, Daniella Ambrogi. Com 40 anos de experiência em antecipar as necessidades do mercado, a Lectra investe 9% do seu faturamento em Pesquisa e Desenvolvimento, somando 86 milhões de euros desde 2007. O aperfeiçoamento contínuo de tecnologias atuais e o desenvolvimento de tecnologias futuras está no centro de suas atividades. A palestra apresentada teve como foco a inovação, tecnologia e novos modelos de produtividade integrada. Daniella Ambrogi explanou sobre a linha tripla que une os elementos básicos do desenvolvimento de produtos formado por: pessoas, soluções e processos. E dissertou sobre a colaboração e união desses fundamentos e sua utilidade para enfrentar os grandes desafios do futuro da indústria do vestuário: velocidade, custo e qualidade. Já Bruno Ziehfuss, gerente de venda da Trützschler, apresentou a Carda TC 11, lançamento recente da marca. Apresentada como a nova fórmula de sucesso para cardagem, esta nova geração do equipamento é a resposta antecipada da Trützschler às exigências do mercado, satisfazendo expectativas elevadas, graças aos seus argumentos exclusivos de vendas: produção aproximadamente 40% maior, em área ocupada compacta e inalterada; máxima qualidade, devido a um maior comprimento e área de cardagem; custos operacionais menores e quantidades de desperdícios mínimas. A Picanol também esteve presente, com o tema “Versatilidade, qualidade e produtividade com foco na redução de custo”, apresentado pelo eng. Edmilson De Nadai. Segundo ele, atualmente, com a constante evolução e variação dos artigos, é necessário ser criativo, versátil, encontrar o “pulo do gato” para continuar sadio no mercado têxtil. Para ter tal versatilidade que o mercado pede, naturalmente os investimentos devem ser exaustivamente avaliados e pesados numa decisão e as empresas precisam ter os novos desenvolvimentos vividos no dia a dia de todos envolvidos na organização.

Por Reinaldo Aparecido Rozzatti

Diante deste cenário, a Picanol focou a apresentação exemplificando sobre as dúvidas dos clientes os diferentes tipos de inserção que oferece ao mercado, jato de ar e pinças, bem como o intercâmbio de recursos e acessórios que suas máquinas possibilitam, dando uma vantagem competitiva interessante para as empresas que buscam versatilidade e produtividade, sem perder o foco em qualidade, primordial no mercado atual. Por fim, a eng. Luciana Crespim D. Neves, da Stäubli apresentou “Inovações para uma tecelagem moderna”, oferecendo soluções para emendar e para liçar automaticamente os fios de urdume. Os sistemas de preparação à tecelagem da empresa, utilizados para uma mudança eficiente de urdume e de artigo, aumentam a flexibilidade e a produtividade da tecelagem. A máquina de atar teias Topmatic é fruto de uma experiência de 70 anos, baseada em uma mecânica de alta precisão e associada a componentes eletrônicos modernos, com detecção electrónica de fios duplos exclusiva e patenteada, para urdumes com ou sem cruz, proporcionando aumento do rendimento do tear. As máquinas de liçamento automático Delta 110 e Safir 80 são a solução para as mudanças dentro da tecelagem e o aumento do número de trocas de artigos. A Stäubli também atualizou sua linha de caixas de excêntrico com os novos modelos 1671/1681/1781, oferecendo uma variada gama para produção de tecidos planos, pesados ou técnicos, com utilização de até 10 quadros de liço. Já as novas maquinetas eletrônicas S3060/ S3260 dispõem de um aperfeiçoado sistema de bloqueio que proporciona maior segurança na seleção dos liços, que permite um rendimento mais elevado e, consequentemente, melhora os resultados operacionais. As máquinas Jacquard são parte importante da indústria da tecelagem porque permitem ilimitadas possibilidades de tecimento. A recém-lançada Jacquard SX está disponível nos formatos de 1408 ganchos ou 2688 ganchos e é indicada para todos os tipos de teares de pinça, de projétil e de jato de ar de alta velocidade. Pronta para o futuro - A Stäubli continua a marcar o ritmo em tecnologia, qualidade e desempenho na tecelagem plana. As novas máquinas de alta flexibilidade permitem aos fabricantes de têxteis produzir tecidos que satisfaçam plenamente as suas exigências, tanto hoje como no futuro. RT

24 I Revista Têxtil

ABTT.indd 24

26/11/2013 23:43:28


Exercício da democracia nas entidades de classe

N

Foto: Divulgação Abit

nheiro écnica idente

ABIT / Sinditêxtil

Alfredo Bonduki Presidente do Sinditêxtil-SP

o contemporâneo capitalismo democrático, as entidades de classe patronal cumprem missão de extrema importância, pois são as legítimas representantes dos distintos ramos de atividade na sua interlocução com todos os elos das respectivas cadeias produtivas, os governos federal, estaduais e municipais, o Poder Legislativo, a Justiça, os trabalhadores e a sociedade. Trata-se de um trabalho relevante na defesa dos interesses setoriais e também da economia brasileira, cujo desempenho global é fruto da performance de cada segmento. Nesse contexto, as entidades de classe — associações ou sindicatos — têm forte natureza política, na melhor acepção desse termo. Afinal, são organizações juridicamente constituídas para congregar e representar um conjunto de empresas em numerosas ações e instâncias: negociações trabalhistas; para propor ou contestar, numa interação ética e transparente com o Legislativo, projetos de lei com impacto setorial; realização de estudos e pesquisas macroeconômicas sobre a atividade; interação com organismos correlatos de todo o País e do exterior; defesa comercial; contribuição para o aporte tecnológico e a formação profissional; e realização de eventos, dentre outras atividades. Portanto, a responsabilidade de dirigir uma entidade de classe patronal é imensa, o que evidencia a pertinência de seus diretores serem eleitos, de modo democrático, pelo voto direto dos associados. Tenho plena consciência da seriedade e dimensão desse compromisso, ao ser reeleito para mais um mandato como presidente do Sinditêxtil-SP.

Os deveres e atribuições relativos à gestão de uma organização patronal assumem especial complexidade no tocante ao setor têxtil, atividade muito sensível às oscilações da economia e aos caprichos da globalização, fortemente competitiva no mundo todo e com múltiplos modelos de negócios entre os associados. No caso do nosso sindicato em São Paulo, as responsabilidades são potencializadas pelo fato de a indústria têxtil paulista, considerando fios, linhas, tecidos, cama, mesa e banho, representar cerca de 30% da produção nacional. Por isso, é justo reconhecer o empenho e a imensa dedicação da diretoria com a qual compartilhei a governança do Sinditêxtil-SP na gestão que se encerra. Também deve ser enfatizada a tenacidade dos novos dirigentes eleitos, que aceitaram enfrentar os numerosos desafios que temos pela frente. Ocupar cargos estatutários em entidades de classe é um exercício democrático e atitude de desprendimento em prol de toda uma categoria empresarial. É um trabalho que exige horas e dias que deixam de ser dedicados à gestão do próprio negócio e tempo não compartilhado com a família. No cumprimento dessa missão associativa em nosso setor, é muito importante ser isento e equilibrado, para atender todos os elos da longa cadeia têxtil, muitas vezes com interesses que se opõem. A estrutura organizacional, os modelos de gestão e eleição de numerosas entidades de classe, dentre as quais se incluem o Sinditêxtil-SP e a ABIT, são exemplos positivos do ordenamento da sociedade em favor de melhores condições para a economia e a vida de todos os cidadãos. A atuação dessas instituições evidencia como a boa política RT é fator exponencial na busca do bem comum!

Revista Têxtil I 25

abit.indd 25

26/11/2013 23:44:06


Peru: moda confortável

Foto: Arquivo RT

Mercado Global

Com as características do algodão Pima como grande diferencial, fiações, tecelagens e confecções peruanas conquistam espaço no Brasil

O

algodão Pima já é famoso pelas suas características como maciez e brilho, qualidades atribuídas à extensão e espessura das suas fibras (que têm, em média, 44mm), sendo comparado ao algodão Egípcio, usado, portanto, em produtos de alto padrão. A matéria-prima é encontrada em abundância no Peru e a indústria têxtil do país faz um bom uso desse diferencial. Assim, com tecidos de qualidade, encontra cada vez mais espaço no mercado, expandindo os negócios inclusive com o Brasil. Justamente com este objetivo, uma delegação com 25 empresas da cadeia têxtil desembarcou no dia 06 de novembro em São Paulo, no shopping JK, para a realização da Exposição Peru Moda no Brasil. Promovido pela Promperu (Comissão de Promoção do Peru para Exportação e Turismo), o evento funcionou como uma espécie de rodada de negócios, além da oportunidade para os empresários brasileiros conhecerem mais o trabalho de empresas da cadeia têxtil peruana, desde fios até confeccionados. “Nosso trabalho é vender as marcas do Peru, que oferecem um produto de qualidade e preço adequado, com um prazo rápido de entrega, que varia entre 45 a 60 dias”, explica Antônio Castilho, conselheiro administrativo da Promperu. No caso do Brasil, o trâmite ainda é facilitado por não haver taxa de importação, devido ao intercâmbio comercial entre o dois países, além de sua proximidade logística.

Na exposição, peças diversas em algodão Pima e também no fio Tanguis. Além disso, fios, tecidos e roupas provenientes de fibras animais, onde se destacam a lã de Alpaca, Vicunha, Cashmere e Mohair. No destaque, tecidos em malharia circular. O país exporta, anualmente, US$ 150 milhões só para o Brasil, e esses valores não param de crescer, tanto que, desde 2010 houve um crescimento de 22% da produção de fios, tecidos e acabamentos. A Cotton Knit, por exemplo, produz, a partir de fios Pima e Tanguis, cerca de 550 mil

Antônio Castilho, da Promperu, e Ricardo Haydu. Crédito: Arquivo

26 I Revista Têxtil

peru.indd 26

26/11/2013 23:46:20


Foto: Arquivo RT

Mercado Global

Revista TĂŞxtil I 27

peru.indd 27

26/11/2013 23:46:21


Mercado Global peças de roupas por mês, somente para exportação. Como fabrica o próprio tecido, em uma fábrica que conta com 40 teares circulares e 8 retilíneos, considerada de porte pequeno, pode disponibilizá-lo para exportação, também. Os principais clientes da marca são os EUA e países da Europa, mas negocia também com Argentina, Brasil e China. Com a modificação do cenário econômico mundial, o país foi obrigado a se adaptar. “Dentro dessa crise mundial aprendemos que temos que trabalhar a diferenciação, porque se formos fazer a produção em massa, não vai dar certo. Investimos em tecnologia, qualidade, acabamento, rapidez de entrega”, conta Castilho. A Precotex é um exemplo de empresa que cresceu, apostando na diferenciação. O negócio começou há 15 anos, apenas com estamparia. Hoje, a empresa conta com técnicas diferenciadas para isso, como por exemplo a Alpha, uma serigrafia em tamanhos grandes de tecidos, ou ainda um foil em alta qualidade, por meio de um gel por baixo da tinta. São, atualmente, mais de 100 máquinas de bordar e um número de teares suficientes para produzir cerca de 300 toneladas por mês de tecidos, que são acabados, estampados e exportados com valor agregado. “O mercado americano, que era o principal, caiu fortemente. Tivemos que olhar o mercado interno e outras opções, América Latina, por exemplo. Além disso, manter um produto exclusivo, com qualidade e prazo. Isso é complicado, mas as coisas estão assim e temos que adaptar”, explicam Rodrigo Martínez e Ricardo Diaz, diretor comercial associado e gerente comercial, respectivamente, da marca. A brasileira Athena já representa por aqui o Consórcio Têxtil Vianny Sac, que apresentou na ExpoPeru um tecido diferenciado: uma malha com aspecto denim, em fio 20/1,

com tingimento índigo. A peça permite todos os efeitos de estonagem e lavanderia do jeans, mas garante o conforto da malha, segundo Carlos Moura. A cadeia têxtil peruana emprega 128 mil trabalhadores no setor de vestuário, 32 mil na produção de fios e têxtil e 200 mil na produção de fibras (algodão e lã de alpaca). No país, a cultura fabril é aliada à alta capacidade de renovação e inovação. Antônio Castilho lembrou que em todas as fábricas do país as máquinas são novas, em média com 5 anos. Normalmente, italianas, mas também alemãs e ainda brasileiras. Ele aponta 45 indústrias maiores, responsáveis por exportarem US$ 50 milhões por ano. Então tem as médias, que exportam de US$ de 10 a 50 milhões. As maiores são verticalizadas. O destaque fica por conta da produção de malharia, os tecidos planos respondem por apenas 20% da produção do país. Ou seja, há um campo enorme ainda a ser explorado. A Creditex atua nesta área há mais de 30 anos. Verticalizada, a empresa é especializada em Pima peruano. Parte de um grande grupo econômico, a empresa conta com 100 teares Picanol, e está ainda comprando outros, da mesma marca, de velocidade maior. “Primamos pela vanguarda e tecnologia de ponta”, afirma Mauricio Larrain Tafur, chefe de vendas para América Latina. Segundo ele, a empresa fatura US$ 100 milhões ao ano, sendo que 50% vem da produção de fios, tanto para malharia quanto para tecido plano. O restante, divide-se entre tecidos e peças prontas de confecção. Marcas icônicas, como Armani Exchange, Lacoste, Hugo Boss, Polo Ralph Lauren, entre outras, fabricam suas coleções em empresas peruanas. Por aqui, Brooksfield, Ellus, Dudalina e Cavalera, já produzem parte de suas coRT leções no país.

Algodão Pima: abundante no Peru, destacase por qualidades como brilho e maciez. Crédito: Arquivo

Da fibra ao produto pronto, evento trouxe tudo. Crédito: Arquivo

28 I Revista Têxtil

peru.indd 28

26/11/2013 23:46:25


Feiras & Eventos

Importar o diferencial

Evento apresentou produtos de empresas chinesas que querem ampliar seus negócios com o Brasil

O

s profissionais da cadeia têxtil brasileira puderam conferir, entre os dias 23 a 25 de outubro, produtos chineses, das fibras ao vestuário pronto, passando por tecidos diferenciados como seda e linho, além de aviamentos, durante a realização da primeira edição da GO TEX SHOW – Feira Internacional de Produtos Têxteis, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo. Segundo os organizadores, o evento recebeu cerca de cinco mil visitantes, que conferiram os lançamentos de 340 expositores. Promovido pelo Grupo China Trade Center, com o apoio da CCCT - Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Têxteis e Vestuário e do CCPIT TEX - Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional através do Sub-Conselho da Indústria Têxtil, o evento foi organizado pela FCEM – Feiras, Congressos e Empreendimentos e contou com a presença de diversas autoridades chinesas, inclusive do Cônsul Econômico-Comercial, Yu Yong. A próxima edição já tem data marcada: 27 a 29 de outubro de 2014, no Pavilhão Amarelo, do Expo Center Norte, também em São Paulo. Para Wang Qingyuan, Ministro-Conselheiro da Embaixada da República Popular da China no Brasil, o intercâmbio comercial entre os dois países beneficia a ambos, pois um complementa o outro. Ele citou como exemplo a soja brasileira, muito consumida pelos chineses. “Na verdade, a China importa muitas coisas do Brasil que contém alta-tecnologia. A China não é só um país com grandes exportações, ele importa também, a cada ano em torno de 20 bilhões”, comenta. “A questão complementar entre dois países depende muito da situação de cada um. Na verdade, até o ramo têxtil (moda) é via de duas mãos, a China já importa bastante do Brasil, como exemplo, as sandálias Havaianas e Melissa, que fazem grande sucesso e chegam a custar três vezes mais do que aqui. Os brasileiros têm muita criatividade, o design está no topo do mundo”, completa. Ele finalizou lembrando que não se pode ter medo de competitividade, já que isso é comum em todo o mundo, em vários setores. “Esperamos que, nessa competição, as empresas brasileiras consigam se otimizar cada vez mais. Eu já

Jacquard de seda metalizado da Fareastex. Crédito: Dorival Zucatto

trabalho há muitos anos no Brasil, tenho um amor muito grande pelo país. Espero que os empresários brasileiros sejam mais agressivos”, finaliza.

Produtos Da fibra ao vestuário, os profissionais da cadeia têxtil encontraram de tudo na feira. Uma das grandes novidades ficou por conta da Fareastex, que apresentou um jacquard de seda entremeada com fios metálicos, que deram ao tecido um efeito holográfico, uma ideia de movimento. Com tecidos diferenciados, a empresa já negocia com o Brasil há três anos. A maior dificuldade? A língua, segundo Greel Chen, gerente da empresa. Outro destaque ficou por conta do tecido que muda de cor em contato com a luz ou ainda com a água, da Jin Sheng Yuan. A empresa investe pesado em tecnologias diferenciadas, especialmente no acabamento, caso do tecido apresentado. Além de investir em teares novos, busca fios e matérias-primas em mercados variados. O foco é em fibras artificiais, porque são mais fáceis de embutir tecnologia, segundo Eric Yuan, gerente geral da empresa.

Revista Têxtil I 29

gotex.indd 29

26/11/2013 23:48:10


Feiras & Eventos Wang Qingyuan, Ministro-Conselheiro da Embaixada da República Popular da China no Brasil. (arquivo RT)

Wang Yu: mercado chinês busca investir em tecnologia e design para manter competitividade. Crédito: Dorival Zucatto

As empresas trouxeram matérias nobres, como a Tata Tex, especializada em sedas e tecidos para decoração (os quais já exporta para o Brasil), e a Yixing Tinging, que trabalha com fibras naturais, especialmente o linho. A Surround Ocean trouxe chifons, rendas e bordados, além de apostar também em estamparia digital. A aposta da Fushun To é no algodão, em tecidos planos, ou ainda outras fibras em tecidos para moda praia, feminino, infantil e tricô. A feira trouxe desde empresas pequenas até grandes grupos, como o Jiangsu Guotai, que conta com mais de dez empresas em segmentos diferentes, incluindo fiação, tecelagem e confecção. Para a GOTEX, focaram em produtos prontos. Outro grupo grande foi o Jiangsu High Hope que, como muitos no país, é estatal, todo o seu funcionamento (inclusive os colaboradores) é mantido pelo governo. O grupo atua em vestuário, tecelagem e cama, mesa e banho e já conta com uma exportação para o Brasil, mas a ideia é expandir os negócios.

Palestras O evento contou, também, com uma programação paralela que incluiu duas palestras de negócios e o Seminário Eco-

Roberto Pompeo Madeira, diretor-presidente FCEM, Wang Yu, vicepresidente da CCCT, José Divino Arruda, presidente do Sinvest, e Pan Faming, diretor do China Trade Center. Crédito: Dorival Zucatto

Autoridades chinesas durante coquetel de abertura da feira. (Crédito: Dorival Zucatto)

tece, organizado pelo Instituto Ecotece. A primeira palestra, “O mercado têxtil chinês”, ministrada pelo sr. Wang Yu, vice-presidente da CCCT, falou um pouco sobre a situação do comércio têxtil e vestuário da China, que, em 2013, representou um total de US$ 200 bilhões, dos quais US$180 bilhões foram destinados à exportações. Segundo ele, a China também está enfrentando aumento de custo de matéria-prima e mão de obra, além da redução das importações dos EUA e da Europa. Assim, estão apostando em novas táticas de mercado. A primeira, é se voltar ao mercado consumidor interno, que cresce e teve uma alta de 12,8% entre os meses de janeiro e agosto. A segunda, investimentos. “Para ser competitivo, tem que aperfeiçoar com design, pesquisas de qualidade, materiais, inovações e tecnologias”, disse Wang Yu. Para ele, o setor é importante, tanto para o Brasil quanto para a China, e ele sugere um diálogo entre os dois países, já que a China poderia aproveitar a matéria-prima e o design brasileiros. O responsável pela área de comércio, importação e exportação do Grupo China Trade Center, Aldenizio Bezerra, realizou a palestra “Negócios Brasil/China”, abordando as diferenças culturais entre as duas nações que se refletem nos negócios.

30 I Revista Têxtil

gotex.indd 30

26/11/2013 23:48:15


Feiras & Eventos

Revista TĂŞxtil I 31

gotex.indd 31

26/11/2013 23:48:17


Feiras & Eventos A responsável pela área têxtil do Grupo, Priscila Verdelho Sotana, falou sobre as especificidades da área e os cuidados que devem ser observados pelos confeccionistas brasileiros para a realização de bons negócios com o mercado chinês. No “Seminário Ecotece”, foram realizadas cinco palestras: “O Princípio do Vestir Consciente”, que apresentou uma reflexão sobre o poder da moda e a força de sua influência e transformação; “Materiais Ecológicos - Tecidos Orgânicos/Reciclados e Beneficiamento”, sobre as principais matérias-primas, tecnologias e serviços sustentáveis ligados à moda e seus aspectos sociais, econômicos e ambientais; “Evolução das Fibras Celulósicas – uma visão ecossustentável”, por Gilberto Campanati, da Lenzing, que apresentou o baixo impacto ambiental de três tipos de fibras celulósicas – viscose, modal e liocel -, comparando-as com fibras convencionais de algodão, polipropileno e poliéster; “Design e Criação Sustentável”, sobre a necessidade dos profissionais da área compreenderem os elementos que agregam valor ao produto para criarem design durável e sustentável; e “Empresas, novos caminhos – Responsabilidade Socioambiental”, que destacou a importância das empresas terem uma visão sustentável e como essas ações agregam valor à marca.

Tecnologia: tecido muda de cor com a luz ou água. Crédito: Dorival Zucatto

Manifestações A abertura do evento foi marcada pela presença de entidades de classe e sindicatos, que se manifestavam contra as importações têxteis, apontadas como principais causadoras da crise no setor. Manifestantes vestidos de chineses tentavam impedir a entrada de visitantes na feira, alegando que era uma facilitadora na importação e, portanto, contribuía para a crise. No entanto, não são todos que concordam com essa opinião. Roberto Chadad, presidente da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário), pediu desculpas pelo ocorrido e lembrou que “o futuro do mundo é o futuro comercial Brasil-China. Os chineses compraram uma parte para ajudar a extrair petróleo da Petrobrás. Além disso, se não tivermos tecidos em condições de produzir para o povo brasileiro barato, como a China produz, vamos ter o quê? Temos maquinário com financiamento do BNDES com juros baixíssimos, para pagar em 36 meses. Temos 1 milhão e 600 mil costureiras no Brasil preparadas pelo Senai, pago pela indústria. Temos potência. A diferença está no custo Brasil. Essa resposta tem que ser dada em Brasília, para o Governo Federal, não aqui”. Para José Divino Arruda, presidente do Sinvest, Sindicato do Vestuário de Goiás, a China faz o seu papel e recebe muito bem os produtos brasileiros, de modo que devemos fazer o mesmo. Ele também acredita que o protesto deva ser levado ao governo, já que, nas condições atuais, não há como não importar. Ele ainda vai mais longe “se é para reduzir importação, que seja dos grandes magazines, que acabam com as pequenas confecções. O que estão fazendo aqui é facilitar para que elas sofram menos”, diz. RT

Linho da Yixing Tinging: tecidos de fibras naturais também foram expostos. (Arquivo RT)

32 I Revista Têxtil

gotex.indd 32

26/11/2013 23:48:20


Luxo e

Feiras & Eventos

sofisticação

Moda brasileira aposta em design, inovação e matéria-prima de qualidade para expandir mercado

O

Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo, foi palco da terceira edição de um evento que está se tornando um dos mais importantes para a indústria da moda brasileira: o Salão +B. Com o objetivo de gerar negócios e conteúdo criativo, o evento chegou à sua terceira edição com sucesso. Com 36 marcas expositoras, conta com expectativas de movimentar mais de R$ 10 milhões em negócios, realizados durante ou após o evento. A Abest, Associação Brasileira de Estilistas, é a realizadora do evento. A entidade tem por objetivo promover o design da moda brasileira, aqui e no exterior. Assim, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), trouxe dez compradores internacionais, inclusive da centenária britânica Selfridges, que vende coleções de designers como Marc Jacobs e Diane Von Furstenberg, e das americanas Anthropologie e Calypso St. Barth. As coleções expostas no Salão são resultado de investimentos em tecnologias e outros diferenciais por parte das grifes, a começar pelas matérias-primas. A Novo Louvre, por exemplo, aposta nas sedas, junto com o algodão e a poliamida. O investimento em tecnologia mais recente é o desenvolvimento de um método próprio de digitalização de moldes, ainda em fase embrionária, que permitirá melhor aproveitamento do tecido. A marca é nova, mas já conta com dez pontos de venda no país e um showroom no Japão, que distribuirá a coleção verão 2014 no país a partir de fevereiro. Seda, viscose e renda foram as matérias-primas escolhidas pela Princess, que também investiu em peças de couro na nova coleção. A marca existe há 10 anos e agora está investindo no mercado nacional de forma abrangente. Todas as peças e estampas são desenvolvidas exclusivamente pela equipe de estilo.

Desfile de Ronaldo Fraga no SPFW: design e tecidos brasileiros, couro no destaque. (Agência Fotosite)

Já a grife Juliana Moriya apostou no neoprene, no cetim duchese e cetim com estamparia digital, mais recente investimento tecnológico. A marca se projetou ao mercado em 2010, quando venceu o concurso IT MTV Elle Fashion Fabric, da MTV Brasil. Em 2011, desfilou na passarela da Casa de Criadores. Em paralelo ao Salão, o evento contou com a Conferência Abest de Conteúdo Criativo, que trouxe palestrantes de diversas áreas, para debater sobre temas relacionados ao setor de moda, como varejo, tendências, marketing, design, legislação, economia e gestão de marca. O painel foi aberto por Ronaldo Fraga, que, por meio do projeto Design na Pele, falou sobre “A moda como vetor cultural”.

Couros diferenciados O estilista apresentou o projeto do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que envolveu, também, a artista plástica Heloísa Crocco. Iniciado em abril de 2013, foi pensado para aproximar a indústria coureira nacional da cultura do design. Para viabilizar a iniciativa, os criadores foram divididos em dois núcleos, totalizando 13 curtumes nessa primeira etapa. Ronaldo trabalhou com os de grande volume, enquanto Heloísa atuou com os curtumes dedicados aos couros especiais, produzindo artigos cuja origem da pele é diferenciada, como avestruz, cobra, peixe e rã. A ideia é agregar valor aos produtos de couro, ao inserir nas peças a identidade brasileira. “É importante entender o que a moda passa no mundo, principalmente em seu berço. Com a mudança para a Ásia, o fortalecimento da moda pede que ela seja mais do que a própria roupa. Isso já aconteceu com a gastronomia”, explica Ronaldo

Revista Têxtil I 33

design.indd 33

26/11/2013 23:50:33


Feiras & Eventos Fraga. Para ele, é necessário inserir valor nas peças, não apenas trabalhar com produção em larga escala. “O criador faz pontes, ainda frágeis, entre o Brasil industrial e o feito a mão, que não se conhecem, mas se relacionam. Mais do que nunca, temos que resolver esse caminho. É questão de sobrevivência”, afirmou. A partir desse conceito, eles começaram a trabalhar o projeto. “Heloísa e Ronaldo tiveram oficinas em grupo com seus respectivos curtumes e também consultorias individuais em que puderam avaliar in loco o trabalho e as possibilidades de cada empresa. A intenção era observar a realidade do curtume e trazê-la para dentro do projeto, extraindo ao máximo os talentos e a criatividade de cada empresa”, ressalta José Fernando Bello, presidente do CICB. De acordo com Maurício Medeiros, da Abest, a matéria-prima ainda tem vasto mercado a ser desbravado. “O couro consegue permear a vida das pessoas em praticamente todas as aplicações. Queremos estimular seu uso em segmentos onde ele não é muito usual, como decoração, design e utilidades. Na indústria automobilística, no setor de estofamentos e na moda, esse emprego já é muito forte”, aponta. “A nobreza do couro se expressa em muitos mais atributos do que os naturais, tecnológicos e estéticos”, enfatiza José Fernando Bello. Ronaldo Fraga desfilou no São Paulo Fashion Week uma coleção onde 90% da matéria-prima utilizada é couro. O resto é seda, linho e jacquard, produzidos no Brasil, pela Renaux View. Para ele, faltam tecelagens brasileiras que entreguem produtos diferenciados, infelizmente. “A impressão de uma identidade é muito mais do que uma estampa com temas brasileiros. É isso, também. Mas envolve processos de capacitação, geração de emprego e

renda com apropriação cultural, é um produto que se faça diferente, em todo o seu processo, é trabalhar as dificuldades a seu favor, garantindo um certificado de procedência”.

Mercado O projeto não deixa de ser uma antecipação do setor coureiro à possibilidade de ter redução de negócios. O Brasil é um dos três maiores fornecedores de couro do mundo, como matéria-prima, com 45 milhões de peças por ano. No entanto, outros países, como a Itália, por exemplo, ganham a maior fatia do bolo, ao importarem o couro e trabalharem com acabamento. O setor, embora sofra instabilidades pelo câmbio (a maior parte do couro brasileiro é exportada), vem tendo bons resultados. No entanto, sofrerá dois grandes baques a partir de 2014. “Cerca de 36% da exportação brasileira vai para a Europa. O continente mantém um acordo para importar de países em desenvolvimento, que precisam de apoio comercial. A partir de janeiro de 2014, 61 países perderão as prioridades em taxas que têm com a Europa e o Brasil é um deles, ou seja, os custos para exportação aumentarão em 3,5%. Em compensação países que concorrem com a gente, como Índia e México, vão continuar tendo. Além disso, em 31 de dezembro encerra o Reintegra, o que aumenta os custos de produção em 3%. Já há um embate nas negociações”, conta o presidente do CICB. “Assim, o Design na pele torna-se uma maneira de lutar contra essas dificuldades”, completa. “Vamos dar uma cara ao couro brasileiro, através do nosso conhecimento tecnológico, nossa tecnologia, nosso design, para agregar valor”. RT

Ronaldo Fraga. Crédito: Torin Zanette

José Fernando Bello Crédito: Torin Zanette

34 I Revista Têxtil

design.indd 34

26/11/2013 23:50:35


Feiras & Eventos

Revista TĂŞxtil I 35

design.indd 35

26/11/2013 23:50:36


Feiras & Eventos

Fashion Rio A

lexandre Herchcovitch protagonizou um dos lançamentos mais interessantes da semana: o primeiro denim do mundo com Emana®, tecnologia da Rhodia, em uma parceria tríplice também com a Canatiba. Com investimento de mais de sete milhões de dólares e muitos profissionais envolvidos na pesquisa e desenvolvimento desta inovação, o fio é feito de poliamida com cristais bioativos, que levará o jeans para outra dimensão – graças à ciência, ele deixa de ser apenas uma roupa e vira um aliado da beleza e no combate à celulite. Além de todos os benefícios do Emana® Denim em relação à pele, o fio traz para o jeans uma exclusiva e inédita maciez, além de leveza e visual sofisticado. Em paralelo ao Fashion Rio, aconteceu também o Salão Bossa Nova Moda e Negócios, que reuniu 200 marcas no Pier Mauá, com exposição e comercialização das coleções de Outono/Inverno 2014. Com direção-geral de Eloysa Simão, o evento teve cerca de 15 mil visitantes e, segundo ela, conseguiu repetir o volume de vendas do Inverno 2013, “o que é bastante positivo neste cenário atual”, diz Eloysa. Confira a cobertura completa da semana de moda carioRT ca na próxima edição da Têxtil Moda.

Alexandre Herchcovitch. Crédito: Marcio Madeira

Corredores do Salão Bossa Nova. Crédito: Divulgação

36 I Revista Têxtil

rio.indd 36

26/11/2013 23:52:59


Feiras & Eventos

São Paulo Fashion Week

A

semana de moda mais importante do país apresentou tendências de moda para o Inverno 2014. Nos tecidos, as coleções foram além da lã e do preto/ branco/ cinza. O vermelho é a cor da vez e os tecidos esportivos, como moletom e neoprene, em oposição aos nobres – seda, cetim e organza, por exemplo – vêm com tudo. Também são grandes destaques o jeans e o couro. Confira a cobertura completa do que foi mostrado no SPFW e as principais tendências para o inverno 2014 na quarta edição da TEXTIL MODA. RT

Amapô. Crédito: Agência Fotosite.

Desfile no Metrô de SP abriu a semana de moda. (Agência Fotosite)

Revista Têxtil I 37

SPFW.indd 37

26/11/2013 23:53:53


Feiras & Eventos

Casa de Criadores

A

Casa de Criadores chega à sua 34ª edição. Sob o comando do jornalista André Hidalgo, o evento é conhecido como a principal vitrine de criação de moda do país. Nomes como Cavalera, Marcelo Sommer, Ronaldo Fraga, Samuel Cirnansck, André Lima e outros foram revelados nas suas passarelas. Esta edição reuniu, além dos desfiles, um ciclo gratuito de palestras, no “Lições de Casa”, que abordaram temas como moda inclusiva, cool hunting e sustentabilidade. Também foram apresentados os trabalhos finalistas do projeto “BtoBe - Brazilians to Be”, em parceria com o Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, mantido pela Abit e pela Apex-Brasil). Na foto, look de Ale Brito, que se inspirou no filme Mulher Solteira Procura, para resgatar os anos 80, nos materiais, como o couro, e nas cores. Walério Araújo dividiu sua coleção em três etapas: África, Grécia e Índia, com peças com acabamento impecável. Felipe Fanaia mostrou um homem nada convencional na passarela, com muito plástico e vinil pink, ao lado do preto e do bege. Confira a cobertura completa do que foi mostrado nas passarelas do evento na quarta edição da TEXTIL MODA. RT

Ale Brito. Crédito: Agência Fotosite

Walério Araujo. Crédito: Agência Fotosite

Felipe Fanaia. Crédito: Agência Fotosite

38 I Revista Têxtil

casa2.indd 38

26/11/2013 23:54:45


União para o futuro

Feiras & Eventos Fotos: Zé Takahashi/Agência Fotosite Desfile de abertura: looks que integraram peças de marcas diversas, com uma trilha sonora com um mix de estilos: orquestra e escola de samba sob a regência de Wager Tiso.

Com o tema Parceria & Mercado, a 13ª edição do Minas Trend baseou-se na união de diferentes setores para garantir os negócios do futuro.

O

tema da 13ª edição do Minas Trend foi levado ao pé da letra: Parceria & Mercado. Em muitos aspectos do evento, a valorização do trabalho coletivo ficou evidente, desde o desfile de abertura, ambientação, projetos paralelos e mesmo nos lançamentos das marcas. A ideia foi mostrar como várias pessoas trabalhando juntas podem atingir resultados melhores. Na prática, as parcerias funcionaram: durante os cinco dias, 216 marcas expositoras receberam um público superior a mais de dez mil visitantes e, segundo pesquisa informal realizada entre os expositores, registrou um incremento de vendas da ordem de 18% em relação à temporada outono/ inverno anterior. “Parcerias hoje são fundamentais para o fortalecimento desse mercado. Elas geram inovação, novos produtos, difusão de conhecimento, troca de experiências, instantaneamente fazem com que os mercados se consolidem. A própria sociedade absorve isso naturalmente”, comenta o arquiteto Pedro Lázaro, responsável pela cenografia e ambientação do Minas Trend. O evento em si, desde 2007, se constitui em uma iniciativa de participação coletiva, mobilizando em todas as edições importantes entidades como o Sebrae-MG, CNI (Confederação Nacional da Indústria), Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), ABI (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), APEX (Associação de Promoção das Exportações), Texbrasil e Governo do Estado de Minas Gerais. Já no desfile de abertura houve novidades. Coordenado pelos stylists Mariana Sucupira, João Paulo Durão e Davi Leite, apresentou peças de diversas marcas participantes da semana de moda mineira, misturadas em looks onde o preto predominou em composições luxuosas. A trilha sonora foi regida ao vivo pelo maestro Wagner Tiso e teve a participação dos músicos da Orquestra de Câmara do Sesi Minas e ritmistas da Escola de Samba carioca Estação Primeira de Mangueira.

Cada detalhe da ambientação do evento tinha um porquê. Pedro Lázaro usou elementos diferenciados, como rodas de bicicleta e guarda-sóis, para criar espaços que remetessem à diversidade sócio-cultural, étnica e econômica brasileira. A marca Vivaz, que comemora quinze anos de mercado, também fez uma pequena coleção que complementava a estrutura.

Coletivos Ainda dentro da proposta de parcerias, o evento contou, também, com três intervenções coletivas, desenvolvidas por grupos formados por profissionais das áreas de moda, música, artes plásticas, arquitetura, fotografia, design e gastronomia. Os coletivos buscaram a interação da indústria de moda com outros setores produtivos e fizeram parte da ambientação do evento, estimulando a discussão sobre os rumos do mercado e as inovações para o futuro.

Reciclar Quem circulou pelos espaços do Minas Trend também conheceu a exposição do Projeto Carne Seca, da estilista Vanuza Bárbara, de Ipatinga, em parceria com a Associação de Bordadeiras do local. Cada peça exposta foi confeccioniada a partir de material reciclável – retalhos de tecido e refugo industrial doados para o projeto, que tem patrocínio da Proves (indústria de uniformes) e apoio da Fiemg Regional Vale do Aço e do Sesi-MG. O objetivo é incentivar a indústria mineira a aplicar as leis de incentivo, patrocinando produções que viabilizem, também, aspectos culturais, sociais e ambientais.

No salão O Estado de Minas Gerais, de acordo com dados levantados pela Federação das Indústrias de Minas Gerais

Revista Têxtil I 39

minas2.indd 39

26/11/2013 23:57:10


Feiras & Eventos

Olavo Machado, presidente da Fiemg

Pedro Lázaro com os guarda-sóis ao contrário que simbolizam a união do povo brasileiro no lugar mais democrático: a praia.

- FIEMG, realizadora do evento, tem participação expressiva no segmento de moda: das cerca de 83.000 empresas em todo o Brasil – incluindo fabricação de produtos têxteis, artigos de vestuário e acessórios, preparação e fabricação de produtos em couro, artigos para viagem e calçados – Minas Gerais abriga 11.263, gerando cerca de 150.000 postos de trabalho. Durante a 13ª edição do Minas Trend, as marcas mineiras apresentaram suas apostas para a próxima estação. O que se viu nas coleções foi uma mudança de paradigma, com a aproximação do tradicional uso de técnicas artesanais nas peças aos looks mais casuais, em uma mistura de materiais, técnicas e texturas que culminou em looks modernos, mas ainda assim artesanais, em tecidos diferenciados. A Fleche D’or, por exemplo, inspirou-se nos artistas Miró, Salvador Dali e no arquiteto Antonio Gaudí, da Catalunha, Espanha, para elaborar uma coleção rica em estampas surrealistas, geométricas e florais, bordados e aplicações de rendas, em jacquards metalizados, jérseis, cetins, tules, organzas e sedas. Os materiais nobres também apareceram nas camisas da Calmoni, que usou sedas e aspectos de sedas, organzas, crepes, musselinas, rendas

e guipures. A Maracujá também apostou na sofisticação, misturando seda, organza, musseline, crepe, tule e renda a malhas e neoprene. A DBZ Jeans participou pela primeira vez do Minas Trend. A executiva Ilda Buzeti se inspirou em mulheres urbanas ávidas por viagens para compor sua coleção de Inverno 2014, a Cosmopolitan, composta por peças como o denim básico, resinado, com texturas, destroyed e estampados. A grife levou ao Salão de Negócios do Minas Trend, no Expominas – Belo Horizonte / MG, quatro de suas principais linhas: O Elasfit®, carro chefe de vendas da marca, o jeans street com cós, a Camisaria de Algodão Pima, fabricada no Peru, e a linha Casual, que trabalha com malhas, alfaiataria e seda mista.

Novos Talentos A segunda edição do concurso Ready to Go também foi destaque no Minas Trend. Os novos talentos participantes integraram o estande coletivo patrocinado pelo Sindicato das Indústrias do Vestuário de Minas Gerais – Sindivest-MG. Participaram do concurso marcas novas e algumas que já integraram a primeira edição, Organza, Amour, Amicci, Heaven, Lu Pessanha, Anne Est Folle, Lucas Magalhães, Auá, Virgílio Couture, Thays Temponi, Jardin e Laví. As marcas Lucas Magalhães e Anne est Folle, das irmãs Renata e Ludmila Manso, empataram em primeiro lugar e a Jardin ficou com a segunda colocação. Os vencedores terão direito a um estande individual na temporada Verão 2015 do Minas Trend. O concurso é promovido pelo Workshop MIT – Moda, Informação e Transformação, realizado pelo Sindivest-MG. Já a 6ª edição do Concurso Drapping, promovido pelo Senai, teve como concorrentes estudantes de cursos técnicos ou superiores de moda, que construíram peças diretamente no manequim de provas. Tuany Marques Miranda, do Senai, garantiu o primeiro lugar, Eugênio dos Santos, do Centro Universitário UNA, ficou em segundo, e Patrick Santos Silva, do Centro Universitário UNIBH, em terceiro. Cada um dos estudantes de moda foi contemplado com um prêmio nos valores de R$ 3.500, R$ 2.500 e R$ 1.000, respectivamente. RT

As irmãs da Anne est Folle e Lucas Magalhães recebem os prêmios pelo Ready to Go. (Arquivo RT)

40 I Revista Têxtil

minas2.indd 40

26/11/2013 23:57:13

te loo des


Feiras & Eventos Nas

pas

sar elas

Esportes: A malha prene (ou neoprene) e o moletom definitivamente ganham seu espaço na moda casual.

A pres mistur a cas ente m de ma uais te e nos fico smo n riais e d u e s pas evid as co o luxo files s teci arelas, do Mi ente t leções n a d look os e ac a mistu as Tren mbém s do aba r d a .N d des taqu s estilis mentos e textu as ra t es t êxte as. Con marcou s, is. fira o algu s ns

Lucas Magalhaes

Sobreposições e mix de texturas A mistura de estilos variados se reflete no uso de aviamentos nobres sobre tecidos mais simples, na mistura de tecidos e ainda nas sobreposições apresentadas por algumas grifes. Couros e resinados também apareceram bastante.

Matérias-primas nobres: Sedas, Organzas, Cetins, tecidos nobres garantiram a sofisticação das marcas, em parceria com bordados e aplicações cheios de brilho.

Victor Dzenk

Corpo à mostra Tules e rendas aplicados nos lugares certos mostrando um pouco de pele.

Llas

Plurale Vicenza

Jacquards e Estampas O inverno vem, claro, em tons de preto, off-white e cinza mescla. No entanto, há uma contraposição com estampas inspiradas em motivos diversos.

GIG

Revista Têxtil I 41

minas2.indd 41

26/11/2013 23:57:16


Notícias

Nova parceria: Brasil Digital passa a ser um canal de distribuição da Epson no Brasil

A

Brasil Digital, empresa especializada em fornecer produtos para estamparia digital, tornou-se, recentemente, a mais nova distribuidora oficial de produtos Epson no país. Durante a Signs Nordeste, realizada em Fortaleza, no mês de outubro, o estande da empresa recebeu a visita do vice-presidente da Epson norte-americana, Augustin Chacon, junto com Paulo Ferraz e Ewerson Mattos, o presidente e diretor de vendas da Epson do Brasil. Durante o evento, foram apresentados os novos lançamentos da marca. A linha F, que se trata de plotters específicos para sublimação nas medidas de 1,10 e 1,60 metros de largura, as tintas sublimáticas Epson e o papel para a sublimação. Mostrou-se também a série S, que se trata de um plotter eco solvente. Eles aproveitaram a visita para anunciar, também, que a Epson lançou um programa de fidelidade chamado Epson Rewards, que premia clientes que utilizem a tinta e o papel da marca nos novos equipamentos. O programa oferece

Da esq. para dir.: Ewerson Mattos, Augustin Chacon, Juliano Everton Ferreira (Brasil Digital), Roseane Schmitz (Brasil Digital), Paulo Ferraz, Ricardo Muniz (Epson). (Foto: Divulgação)

uma série de vantagens, como garantias de cabeças de impressão, garantias estendidas, custos reduzidos de peças de reposição, entre outras. A Brasil Digital venderá as impressoras e tintas Epson, bem como todos os equipamentos da marca, como impressorinhas, projetores etc.

Nãotecidos e Tecidos técnicos: um mundo a ser explorado

O

setor de nãotecidos e tecidos técnicos movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano. E ainda tem um enorme potencial de crescimento, por ter aplicações em produtos diversos, cujo consumo está crescendo, como por exemplo a linha de higiene. Pela preocupação com este setor, a Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos, Abint, realizou, em parceria com a Edana, Associação Europeia de Nãotecidos e Descartáveis, o workshop Sustentabilidade na Cadeia Produtiva dos Nãotecidos e Tecidos Técnicos, no dia 19, em São Paulo. Foram realizadas seis palestras, com temas diversos, com os temas: Agenda regulatória dos resíduos sólidos / PNRS; O mercado brasileiro de reciclagem de plásticos e a PNRS; Exigências regulatórias e de sustentabilidade na gestão de produtos – conceitos; reciclagem de PET e case embalagem/ PNRS – Visão Abipet; ACV – Análise do ciclo de vida, seu papel e gestão, e case – visão Braskem, Nonwovens vison 2020 – globalização, sustentabilidade e inovação. Também em parceria com a Edana, está programa-

Jean-Michel Anspach, diretor técnico e educacional da Edana, apresenta palestra sobre o futuro dos nãotecidos. (Foto: arquivo RT)

do para acontecer em São Paulo, o evento até então só realizado na Europa, o Outlook Latin América 2015, que abordará questões gerais relativas a Nãotecidos e Descartáveis.

42 I Revista Têxtil

noticias.indd 42

27/11/2013 00:56:28


Notícias

Novo espaço para Nãotecidos e Tecidos Técnicos

FINTT é lançada para 2015 para suprir a demanda por uma feira específica para o setor

A

Associação Brasileira de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (Abint), lançou, em parceria com a Nascimento Feiras e Eventos, promotora e realizadora de feiras, a FINTT Feira Internacional da Indústria de Nãotecidos e Tecidos Técnicos, agendada para os dias 15 a 17 de novembro de 2015, no Pavilhão de Convenções do Anhembi, em São Paulo. Com aplicações diversas, o segmento movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano, com produtos que fazem parte do cotidiano das pessoas, como materiais de limpeza doméstica, fraldas, curativos, lenços umedecidos, além de escorregador de passageiros em aviões, air-bags, lonas para armazéns e blindagem de veículos. O evento foi lançado com um café da manhã, também na capital paulista, onde Hércules Ricco, diretor de feiras da Nascimento, apresentou como será o evento, além de falar um pouco sobre a experiência de mais de 40 anos no setor de feiras de Evaristo Nascimento, proprietário da empresa, e 20 anos de sua própria atuação. A expectativa, segundo Ricco, é de reunir cerca de 100 marcas expositoras, que deverão atrair oito mil visitantes, reunindo assim toda a cadeia que representa o setor de nãotecidos e tecidos técnicos. “Nosso objetivo é oferecer um produto que atenda às reais necessidades desta cadeia, um setor com enorme potencial de crescimento e que, diariamente, ganha força na economia do país”, afirma. A FINTT 2015 abrangerá os segmentos de nãotecidos, tecidos e outros têxteis técnicos, máquinas, equipamentos e componentes, convertedores de nãotecidos e tecidos técnicos, matéria-prima e insumos, entre outros serviços. “Além de estruturarmos uma feira sob medida para esse setor, vamos priorizar pela qualidade do atendimento aos expositores e visitantes. Nosso objetivo é oferecer um serviço diferenciado e personalizado”, diz Hércules Ricco, que diz também que o evento contará com palestras técnicas sobre o setor, e os expositores também poderão usar o auditório para palestras próprias. “Estou tentando me aproximar de entidades, como SEBRAE e BNDES, para trazer novidades para a feira, além de facilitar a vinda de visitantes e expositores de fora. É a atualização mercadológica que impulsiona vendas”, completa.

Wagner Souto Carvalho, presidente da ABINT, anuncia parceria com a Nascimento para lançamento da FINTT. Crédito: Arquivo RT

Revista Têxtil I 43

noticias.indd 43

27/11/2013 00:56:31


Notícias

Verão 2014/15 em denim, pela Covolan Têxtil

A

Covolan Têxtil antecipou o lançamento de seus denims no showroom de São Paulo, nos dias 6, 7 e 8 de novembro. A coleção completa será apresentada no Première Vision São Paulo, nos dias 21 e 22 de janeiro de 2014. Dos tecidos apresentados, merecem destaque os que têm construção cetim, que apresentam opções de tingimentos diferenciados, agora em tons delavê (tecido Cetim Delavê), cor carbono (tecido Satin) e em black (tecido Cetim Black), além dos coloridos Azul e Vermelho com trama tinta em cor preta. Todos eles com 3% de elastano, dentro da linha Ultra Stretch Denim. Seguindo a tendência de estampados, a marca apresentou mais opções, tanto em tecidos mais leves, com estampas pequenas e em processo de corrosão, como também

em tecidos de peso médio, através de estampas florais entre outros temas, além de uma novidade chamada “marca d’água”, onde a estampa só é revelada através de efeitos localizados, como o used por exemplo. Os tecidos Motive e Freedom, em 100% algodão e com tingimento especial, são destaques dentro da coleção Prime, que tem grande potencial de lavanderia. Eles também confirmam a tendência dos tecidos rígidos, sem elastano. Outro importante lançamento é o tecido Ytaly, disponível com trama tinta em duas cores diferentes (bege e azul), composição algodão e elastano, que oferecem muitas opções de lavanderia, por se tratar de um tingimento de urdume mais intenso, com o avesso colorido em tons sutis, muito versátil e confortável.

Outono/ Inverno para crianças

A

Foto: Divulgação

FIT 0/16 – Feira Internacional do Setor Infanto-Juvenil e Bebê chegou à sua 42ª edição. Realizada entre os dias 24 e 27 de novembro, em São Paulo, a feira contou com 135 marcas que apresentaram suas coleções para o Outono/Inverno 2014. Conhecida como maior evento dedicado a profissionais do setor na América Latina, recebeu lojistas de todo o país, que visitaram os estandes de 135 marcas que mostraram suas coleções. Dentre os expositores participantes, grifes como Levis, Calvin Klein, VRK, Pampili e Animê, entre outras. Além do salão de negócios, o evento trouxe, também, desfiles infantis durante toda a semana, na quarta edição da FIT 0/16 Fashion Collection, um preview das coleções de dez das principais marcas expositoras. Por fim, o evento trouxe, também, a terceira edição do concurso “Estilista Revelação – FIT 0/16”. A última edição do evento recebeu cerca de 15 mil visitantes e movimentou aproximadamente R$ 300 milhões em negócios.

Capricórnio Têxtil se renova

R

eestruturar, investir e inovar. Esse é um processo pelo qual a Capricórnio Têxtil vem passando há quatro anos, com perspectiva para novas mudanças em 2014. Depois de anunciar a contratação de Maria José Orione como diretora de planejamento estratégico, a empresa anuncia novas táticas para 2014. O projeto de renovação da empresa começou com a ampliação da unidade fabril de São Carlos, no interior paulista. O projeto teve investimentos em maquinário, com a compra de teares

Jato de Ar Toyota e Sulzers 7.300, além da instalação de uma nova máquina de tingimento, em 2012, totalizando um aporte de R$ 30 milhões. Para 2014, estão previstos investimentos em tecnologias de acabamento. A tecelagem prevê, ainda, um novo calendário de suas coleções e dará continuidade aos eventos em diversos polos jeanswear do país, dessa vez, contando com um projeto especial de consultoria do WGSN, bureau de pesquisa em tendências e notícias para a indústria de moda, estilo e comportamento.

44 I Revista Têxtil

noticias.indd 44

27/11/2013 00:56:31


Notícias

Tavex apresenta coleção Verão 14/14

A

Fotos: Divulgação

Tavex apresentou, no dia 21 de novembro, no Hotel Unique, em São Paulo, sua coleção Summer 14-15 a clientes, parceiros e profissionais da cadeia têxtil. Na ocasião, foram lançados quatro novos conceitos: Denim Couture by Tavex. Exclusiva seleção de artigos de alta qualidade com aspectos sofisticados, toques especiais, estruturas refinadas e com especial atenção aos pequenos detalhes e acabamentos. Runway by Tavex. Combinação de sofisticação e conforto extras. Estruturas novas e não convencionais. Tecidos confortáveis e versáteis. Absolute Fit by Tavex. Um denim de conforto extremo, com mais de 50% de elasticidade. O tecido stretch contorna o corpo sem perder sua forma original ao longo do tempo. Tecidos com mesclas especiais, garantindo maciez e excelente recuperação. Denim Therapy® by Tavex - Svelt. Um exclusivo tecido com propriedades cosméticas que melhoram o aspecto da pele de laranja. Uma solução integral que une inovação tecnológica com a versatilidade própria do tecido denim. A Tavex Summer 14-15 é composta ainda por novos artigos de lançamentos anteriores, como Tri-blend technology® by Tavex, Fitness Denim® by Tavex, Jeather Denim® by Tavex e Dualtex® by Tavex. RT

Workshop de nanotecnologia reuniu especialistas e mostrou avanços no país trando as tendências nas áreas têxtil, metal mecânica, saúde humana e animal. O evento é uma realização do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), com organização da Fundação CERTI.

Foto: European-coatings

A

nanotecnologia vem ganhando cada vez mais espaço no mercado, com seu uso se expandindo em segmentos diversos. Para discutir o assunto, foi realizado o 3º Workshop Nanotecnologias: da ciência ao mundo dos negócios, nos dias 21 e 22 de novembro, em Florianópolis. O objetivo do evento foi de impulsionar a colaboração entre a indústria e pesquisadores para dinamizar o setor da nanotecnologia no Brasil, que vem crescendo exponencialmente. “Há previsões que o mercado mundial será de US$ 3,3 trilhões em 2018. Portanto, o Brasil necessita de sinergia para alcançar o desafio de crescimento pelo menos 1% nesse mercado, ou seja, US$ 33 bilhões”, afirma Leandro Berti, organizador do evento pela Fundação CERTI e Secretário Executivo do API.nano, Arranjo Promotor de Inovação em Nanotecnologia do Polo Tecnológico da Grande Florianópolis. Em 2010, o mercado mundial de Nanotecnologia foi de US$ 383 bilhões, movimentando US$58 milhões no Brasil. O Workshop abordou áreas de interesse regional do estado de Santa Catarina, destaque em nanotecnologia, mos-

Revista Têxtil I 45

noticias.indd 45

27/11/2013 00:56:36


Notícias

Trützschler comemora 125 anos

N

A quarta geração, Heinrich Trützschler (filho de Hans Trützschler) e Michael Schürenkrämer (genro de Hermann Trützschler), se juntou na administração em 1991, depois de muitos anos na empresa. A rápida expansão continuou no mercado chinês, com uma cooperação tecnológica formada com um parceiro local, em 1993. Em 2001, uma fábrica da própria empresa foi estabelecida em Shanghai. Esse passo foi importantíssimo para o sucesso da Trützschler no mercado de fiação da China, mesmo com a feroz competição das empresas locais. Em um desenvolvimento conjunto com a Toyota Industries Corp., a gama de produtos para instalações de preparação de fiação foi ampliada com a penteadeira. Em 2012, a máquina foi apresentada pela a primeira vez. Sob a direção do Dr. Michael Schürenkrämer e Heinrich Trützschler, três novas divisões de negócios foram estabelecidas durante os últimos dez anos. A criação da Trützschler Card Clothing, em 2003, foi baseada na aquisição da especialista em guarnições Hollingsworth. A divisão de negócios Trützschler Nonwovens nasceu das empresas Fleissner (secadora, entrelaçamento de jato de água), Erko (abertura, carda larga, dobradores de véu e agualhadeiras) e Bastian (enroladores). O segmento da Fleissner (máquinas para a produção de fibras artificiais cortadas) e SwissTex AG (máquinas de filamentos para carpete e filamentos industriais), compõem a quarta divisão de negócios: Trützschler Man-Made Fibers. O crescimento da empresa no curso desses 125 anos e quatro gerações tem sido um sucesso, graças a alta capacidade inovadora, relações próximas com os clientes, assistência técnica, orientação para sucesso a longo prazo e flexibilidade em uma empresa familiar. Hoje, a Trützschler preza pela liderança tecnológica e conta com aproximadamente três mil colaboradores, em nove fábricas pelo mundo.

Fotos: Divulgação

o dia 1 de agosto de 1888, Paul Heinrich Trützschler registrou uma forjaria em Crimmitschau. Desde o começo, os negócios foram focados em serviços para indústrias têxteis. Inicialmente, a ênfase estava em reparos, mas em questão de poucos anos, a empresa iniciou a produção de máquinas. Em 1902, registrou a sua primeira patente. Rasgadeiras e máquinas para limpar algodão foram as primeiras a serem fabricadas. A “Cotônia”, uma limpadora de algodão e resíduos, foi o produto mais popular daquele período. A segunda geração da família, Bruno, Willy e Karl Trützschler, expandiu a empresa durante as décadas de 20 e 30. Já naquela época, as máquinas eram comercializadas globalmente. A Segunda Guerra Mundial não passou sem deixar suas marcas na companhia. Depois da guerra, uma tentativa de reconstrução foi feita. No entanto, Crimmitschau era localizada na área de ocupação soviética e as forças não permitiam um negócio familiar. Por fim, a empresa foi desapropriada e os irmãos Karl e Willy foram presos. Em 1947, a terceira geração, Hermann e Hans Trützschler, recomeçou do zero em Rheydt/ Mönchengladbach. Esta nova base rapidamente se transformou em uma companhia com presença internacional. Já no fim dos anos 60, foi aberta uma filial em Charlotte, EUA, e em meados dos anos 70, foram abertas filiais em Curitiba, no Brasil, e Ahmedabad, Índia. Localizar essas filiais em mercados grandes e em proximidade aos clientes foi uma realização corporativa excepcional. Os marcos no desenvolvimento são as alimentadoras pneumáticas para cardas, em 1963, fabricação da primeira carda, em 1967, a produção de componentes e quadros elétricos teve inicio na década de 70 e passadores foram adicionados ao escopo de fornecimento, em 1992.

Paul Heinrich Trützschler fundou a empresa em 1888, Crimmitschau, Saxony

Em 1947 novo começo em Rheydt, em um lugar danificado durante a Guerra.

Os dois sócios administradores, Heinrich Trützschler e Dr. Michael Schürenkrämer, são a quarta geração para liderar a empresa familiar.

46 I Revista Têxtil

noticias.indd 46

27/11/2013 00:56:38


NotĂ­cias

Revista TĂŞxtil I 47

noticias.indd 47

27/11/2013 00:56:39


Notícias

Empresa chinesa moderniza fiação compacta com ZinserImpact 71, da Schlafhorst

A

companhia têxtil chinesa Linding Huaxing Textile Co., Ltd. é uma das maiores fábricas de fio compacto na província de Shandong e cliente da Schlafhorst há bastante tempo. A empresa realizou um grande pedido de 99 máquinas do modelo ZinserImpact 71, em um total de 118.800 fusos. A nova geração de máquinas ZinserImpact 71, desenhada especialmente para o mercado têxtil asiático, confortavelmente responde às necessidades dos clientes por máquinas de fiação de alta qualidade. A ZinserImpact 71 é equipada com a mais confiável tecnologia autolimpante do mundo, a Impact FX. A qualidade consistente e máxima eficiência da máquina são sempre garantidas. Monitoramento pessoal intensivo, inspeções e interrupções da produção para limpeza são coisas do passado. Empresas têxteis inovadoras têm o modelo como favorito por sua alta produtividade, confiança e qualidade. A Linqing Huaxing Textile Co., Ltd. processa 100% de algodão com titularidade de 40 a 120 e produz 34 mil toneladas de fios compactos por ano. Esses fios são usados em malharias e tecelagens e são subsequentemente usados para itens de vestuário e homewear de qualidade.

Lingin Huaxing é uma empresa têxtil moderna e inovadora.

Máquinas de fiação compacta ZinserImpact 71. (Divulgação)

Texfair: reposicionamento

O

Sintex, Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, comunicou o cancelamento da edição 2014 da Texfair – Feira Internacional de Produtos Têxteis, que aconteceria em março do próximo ano. O cancelamento foi anunciado no início do mês de novembro. Confira na íntegra o comunicado.

COMUNICADO AO MERCADO TEXFAIR 2014

04/11/2013 O SINTEX - Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, comunica ao mercado que, após consultas e sugestões obtidas junto à suas principais associadas e expositores, decidiu rever o formato da próxima edição da Texfair - Feira Internacional de ProdutosTêxteis, suspendendo a realização do evento no período de 25 a 28 de março de 2014. Diante dessa avaliação, e procurando atender as necessidades estratégicas e comerciais de seus associados, o Sintex está finalizando o planejamento de um novo evento, com características inéditas na América do Sul, que deverá fortalecer o Estado de Santa Catarina como o principal polo de têxteis para o lar do País, além de potencializar os negócios e o relacionamento entre empresas e clientes. Em breve, iremos divulgar todas as características e diferenciais deste novo projeto, que será realizado, mediante a adesão das empresas consultadas, ainda em 2014.

Ulrich Kuhn Presidente da SINTEX Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau

48 I Revista Têxtil

noticias.indd 48

27/11/2013 00:56:39


Relação de Fornecedores

Relação de Fornecedores

Revista Têxtil I 49

fornecedores.indd 49

27/11/2013 00:09:23


Relação de Fornecedores

Associação Brasileira de Técnicos Têxteis A ABTT, há já meio século, tem como principal objetivo a divulgação de avanços tecnológicos para os que atuam na cadeia têxtil-moda-vestuário, sejam estudantes, profissionais e professores. Promove Congressos Nacionais, Seminá-rios Tecnológicos e conferências em dife-rentes locais, buscando atender aqueles que buscam o conhecimento. Secretaria em São Paulo Rua Bom Jesus de Pirapora, 2435/2441 Jundiaí – SP – CEP 13206-305 Fone: 11 – 4587-5530 Fax: 11– 4607-1850 E-mail: abtt@abtt.org.br Home Page: www.abtt.org.br

50 I Revista Têxtil

fornecedores.indd 50

27/11/2013 00:09:24


Relação de Fornecedores

Representações e Serviços Ltda. ANDRITZ Asselin Thibeau - Francesa Linhas completas para nãotecidos, agulhados, costurados, termoligados, hidroentrelaçados, impregnados. Cardas, dobradores, estiradores, agulhadeiras. Agulhadeiras para fibras especiais.

RAMINA – Italiana Linhas completas e máquinas complementares para produção e aplicação de nãotecidos em: Geotêxteis, roofing, reciclados, paineis acústicos. Empilhadores, calandras e máquina especiais.

ANDRITZ Perfojet - Francesa Equipamentos para produção de nãotecidos por hidroentrelaçamento Spunlace. O sistema neXline combinando Jetlace, hidroextração neXaqua, o secador Perfodry e calandra de gravação neXcal twin.

RIVERMILLS - Belga Fios para produção de tapetes e carpetes (juta, algodão, polipropileno, acrílico, poliéster e suas misturas). Base primária e secundária para carpetes tufados.

BROOKSBANK - Inglesa Manchões especiais para penteadeiras, frotadores e filatórios. Escovas para penteadeiras. CALEMARD – SPOOLEX - Francesa Equipamentos para desenrolamento, bobinamento e corte de precisão e selamento térmico para tecidos, nãotecidos e outros materiais superficiais.

DD Sistemas de Climatização Têxtil DD Sistemas de Recuperação de Resíduos Têxteis DD Lavadores de Ar DD Filtros Rotativos Automáticos DD Ventiladores Axiais DD Umidificadores de Ar DD Pré Separadores de Fibra DD Compactadores de Resíduo CACR Engenharia e Instalações Av. dos Imarés, 949 - Moema São Paulo - SP CEP: 04085-002 Fone: (11) 5561-1454 Fax: (11) 5561-0675 Home Page: www.cacr.com.br E-mail: cacr@cacr.com.br

SELLERS ENGINEERS - Inglesa Navalhadeiras , impregnadoras e secadoras para tapetes, carpetes , placas e grama sintética. SEREL - Belga Auto reguladores para cardas por raio X. Controladores de qualidade para nãotecidos.

CAVITEC SANTEX - Suiça Linhas para recobrimento, laminação e impregnação de tecidos, nãotecidos, malhas. Aplicação de hot melt. Equipamentos de tratamento térmico de nãotecidos.

SUPERBA - Francesa Máquinas para tratamento térmico (vaporização) de tows, fios e filamentos para malharia e indústrias de tapetes e carpetes. Linhas de texturização de fios de grama sintética pelo processo - Knitde-knit.

COBBLE - Inglesa Máquinas tufting para carpetes e tapetes. Peças de reposição para indústria de tufting. Conversões

TANGHE - Belga Linhas automáticas para corte, acabamento (overlock, franja e colagem) e embalagem para tapetes e carpetes

HENGXIANG Needles - Chinesa Agulhas com rebarbas para nãotecidos e feltros agulhados

TECNOMECCANICA BIELLESE - Italiana Máquinas de preparação (abertura, mistura e dosagem) de fibras naturais ou químicas para fiação ou nãotecidos. Filtração em geral.

MICHEL VAN DE WIELE - Belga Teares para tapetes, veludos e tecidos técnicos. Urdideiras diretas. MODRA - Australiana Máquinas para produção de amostras de tapetes tufados e tecidos. Navalhadeiras e engomadeiras de amostras de tapetes e carpetes. Linhas de tingimento contínuo de fios. NEDGRAPHICS - Holandesa CAD/CAM para desenhos Jacquard para Tapetes. NSC fibre to yarn – Francesa Cognetex N.Schlumberger Seydel Sant’Andrea Cardas, craqueadeiras, passadores intersectings, penteadeiras, frotadores e filatórios para fibras longas, naturais ou químicas.

TITAN (NVA De koninck) - Belga Máquinas para aplicação de franjas, “overlock” e fitas para tapetes, cobertores e tecidos. Emenda de topo em tecidos. Automação em acabamento de tapetes. Fabricação de sacos e tecidos técnicos especiais. Basseto Representações e Serviços Ltda R. Eugênio Trevisan, nº 110 13280-000 - Vinhedo - SP Fone: (019) 3826 2980 Fax: (019) 3826 2984 E-mail: basseto@basseto.com.br Home page: www.basseto.com.br

Revista Têxtil I 51

fornecedores.indd 51

27/11/2013 00:09:25


Relação de Fornecedores

A Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios Têxteis – CSMAT foi o primeiro setor de máquinas do Brasil a se organizar como entidade de classe, visando o profissionalismo e o interesse tecnológico de nosso país e dando origem à nossa Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Desde então estamos sempre buscando entender os anseios do setor pois acreditamos na força e capacidade da indústria têxtil brasileira. Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios Têxteis da ABIMAQ Avenida Jabaquara, 2925 - Planalto Paulista - 5 andar - São Paulo - SP CEP 04045-902 Site: www.camaras.org.br/site.aspx/ Home-CSMAT E-mail: csmat@abimaq.org.br Fone: 11.5582-6378/6368

Indústria e Comércio Ltda.

Tudo em Teflon* Acessórios DD Esteiras de Armalon® para máquinas secadoras; DD Armalon® para máquinas de compactação; DD Armalon® anti-estático para fusionar colarinhos; DD Armalon® para máquinas seladoras, fitas adesivas, lenções etc; DD ®m.r. Indaco *m.r. Du Pont Av. Octalles Marcondes Ferreira, 448 São Paulo/SP CEP: 04696-010 Fone: (11) 5693-5741 Fax: (11) 5521-5136 Home Page: www. indaco.com.br E-mail: indaco@indaco.com.br

INPAL QUÍMICA INDUSTRIAL LTDA Produtos Químicos DD Especialidades químicas para indústria têxtil DD Amidos modificados e auxiliares para engomagem de fios DD Alvejamento, tinturaria, estamparia e acabamento (Novos Lançamentos) Av. Brasil, 42.401: Campo Grande Rio de Janeiro/RJ CEP: 23095-700 Fone: (21) 2394-9600 Fax: (21) 2394-9620 Rodovia BR 470, Km 66, Encano do Norte Indaial/SC CEP: 89130-000 Fone: (47) 3333-1111 Home Page: www.inpal.com.br E-mail: inpal@inpal.com.br

52 I Revista Têxtil

fornecedores.indd 52

27/11/2013 00:09:26


Relação de Fornecedores

KAARI Máquinas Ltda. Equipamentos e acessórios para beneficiamento, tecelagem, malharia e estamparia DD Foulards para todas as finalidades; DD Foulard de Tingimento e Impregnação; DD Cilindros de pressão flutuante K; DD Secadeiras; DD Máquinas de lavar; DD Jiggers; DD Máquinas de beneficiamento em geral; DD Máquinas especiais sob encomenda; DD Peças para reposição para qualquer máquina; DD Assistência técnica; Av. Lauro de Gusmão Silveira, 175, Jd. São Geraldo: Guarulhos/SP CEP: 07140-010 Fone: (11) 2402-9555 Fax: (11) 2407-3059 Home Page: www.kaarimaquinas.com.br E-mail: kaarimaq@uol.com.br

Fecho Milainox Garanta a segurança de seus produtos com economia de embalagem DD Não requer ar comprimido

DD Não requer energia elétrica

DD Equipamento portátil usado no cinto do operador DD Simples manuseio

Um produto Simples e Funcional www.fechomilainox.com.br atendimento@fechomilainox.com.br Telefone: (19) 3432-5616 / 3426-3885

Mathis

Ap. de Laboratório Mathias Ltda. DD Aparelhos de laboratório para tingi-mento, acabamento, beneficiamento têxtil, controle de qualidade, solidez à lavagem, testes físicos, controle de cores e banhos, além de aparelhos para aplicações de coating, papel e couro; DD Máquinas de produção para tingimento e acabamento contínuo de fitas; DD Máquinas piloto para revestimentos, laminados, espatulagem (coating) Empresas representadas: DD Konica Minolta Sensing Americas, Inc / Americana & Japonesa Espec-trofotômetros e Colorímetros DD Textest AG / Suíça Equipamentos para testar permeabilidade ao ar e à água Estrada dos Estudantes, 261, Cotia/SP CEP: 06707-050 Fone: (11) 3883-6777 Fax: (11) 3883-6750 Home Page: www.mathis.com.br E-mail: mathis@mathis.com.br

Teares circulares para malharia Tecendo a tecnologia do futuro

AVANÇO S/A: IND. E COM. DE MÁQUINAS

Av. Presidente Wilson, 3544 – Ipiranga São Paulo – SP – 04220-000 Fone: (11) 2066-0020 Home Page: www.orizio.com.br E-mail: comercial@avanco.ind.br

Revista Têxtil I 53

fornecedores.indd 53

27/11/2013 00:09:31


Relação de Fornecedores

PML Petersen Matex Imp. e Exp. Ltda Andritz Küesters GmbH & CO. KG Alemanha Calandras para tecidos e não tecidos

Saurer ALLMA Alemanha Retorcedeiras fio fantasia

Amcon Volute Japão Máquinas para separação do lodo em tratamento de efluentes

Saurer VOLKMANN Alemanha Máquinas retorcedeiras de dupla torção

Brückner Trockentechnik GmbH & CO. KG Alemanha Processos de acabamento a seco, ramas, sanforizadeiras e secadeiras Brugman Holland Holanda Lavadoras,mercerizadeira e equipamento de tingimento a úmido Buser Print System Ltd. Suiça Estampadoras a quadros e rotativas CCC Machinery GmbH Alemanha Financiamento de máquinas e equipamentos Drei-S-Werk GmbH Alemanha Agulhas e sistemas de guarnições agulhados Hermann Vogt GmbH & CO. KG Alemanha Vasos para fiação J. Schlenter GmbH & CIE. KG Alemanha Facas e contrafacas para navalhadeiras Katayama CO, LTD. Japão Bobinadeira para amostras Mahlo GmbH & Co. Alemanha Sistemas de controle e automação MST Áustria Acessórios e peças p/agulhadeiras Saurer - Zinser Alemanha Maçaroqueiras e filatórios (fibras curtas e longas) Saurer Arbon Suiça Bordadeiras industriais

OSTHOFF-SENGE Alemanha Chamuscadeiras p/tecidos planos e malhas/Linhas de limpeza contínua Petersen Santa Clara Ltda. Brasil Máquinas de preparação para tecelagem e acabamento úmido e seco RSG Alemanha Linhas de automação específicas Reiners + Fürst GmbH U. CO. Alemanha Viajantes e anéis de fiação/retorção e afins Sonoco Plastics GmbH Alemanha Tubos, tubetes e cones SSM Schärer, Scheiter Mettler AG Suiça Binadeiras Testa Spa Itália Embaladeiras, revisadeiras e planos de corte Textechno Herbert Stein GmbH & CO. Alemanha Aparelhos para laboratório têxtil, equipamentos para controle de fios e tecidos Thies GmbH & CO. KG Alemanha Máquinas para tingir e alvejar,Tumbler e equipamentos para tinturaria de fios e secadores Tsudakoma Corp. Japão Máquinas de preparação para tecelagem, máquinas de tecer a jato de ar, teares a jato de água R. Alexandre Dumas, 1901, Bloco A – Térreo São Paulo / SP - CEP 04717-004 Fone: (11) 5186-2052 Fax: (11) 4082-8660 Home Page: www.pml.com.br E-mail: servicos@pml.com.br

54 I Revista Têxtil

fornecedores.indd 54

27/11/2013 00:09:31


Relação de Fornecedores

Equipamentos para fiação (Fabricação Curitiba-PR) DD Máquinas de abertura, mistura limpeza para algodão e fibras sintéticas; DD Carda de alta produção; DD Passadores auto-reguladores; DD Filtros de ar com capacidade de até 80.000 m³/h; Equipamento para linhas de Nãotecidos (Fabricação Curitiba-PR) DD Linha de abertura, mistura, abertura fina; DD Alimentadores de carda; Trützschler Nonwovens GmbH (Fabricação Alemanha) DD Linha de Nãotecidos para os processos: Agulhados / Spunlace / Thermobonding / Chemicalbonding; DD Máquinas: Carda Larga / Airlay / Dobradores de véu / Estirador de Véu / Agulhadeira / Spunbonding / Foulard / Fornos Thermobonding; DD Linhas para fabricação de fibras cortada (PES, PP Bicompnente); DD Linhas para fabricação de fibras de Cabono; DD Linhas para fabricação de filamentos BCF e Techinical Yarn;

Máquinas Têxteis Brasil Ltda. Fiação / Tecelagem DD Máquina de tecer a jato de ar; DD Máquina de tecer a jato de água; DD Filatório a anel; DD Maçaroqueira; DD Penteadeira; Av. Ibirapuera, 2907 - Cjs. 117 a 120 Indianópolis - São Paulo/SP CEP: 04029-200 Fone: (11) 5053-9912 Fax: (11) 5053-9914 Home Page: www.tmtb.com.br E-mail: comercial@tmtb.com.br

Uma revista inovadora que discute a indústria da moda nacional e internacional, com um olhar novo e apurado. Da cultura a gastronomia, do design a beleza, sempre tendo a inovação tecnológica e a tradição guiando os grandes temas. Não fique de fora! Endereço: Rua Doutor Albuquerque Lins 1151/ 21 – Santa Cecilia- CEP 01230-001 E-mail: textil.moda@revistatextil.com.br Facebook: www.facebook.com/textilmodamagazine

Trützschler Card Clothing (Fabricação Curitiba-PR /Alemanha) DD Guarnições Metálicas e Flexiveis; DD Flats Circulantes e Fixos; Trützschler Ind. e Com. de Máquinas Ltda Rua João Chede, 941 Curitiba/PR CEP: 81170-220 Fone: (41) 3316-1200 Fax: (41) 2247-9415 Site: www.truetzschler.com.br E-mail: truinco@truetzschler.com.br

Revista Têxtil I 55

fornecedores.indd 55

27/11/2013 00:09:32


Relação de Fornecedores

56 I Revista Têxtil

fornecedores.indd 56

27/11/2013 00:09:36


sumario.indd 4

26/11/2013 23:28:52


sumario.indd 4

26/11/2013 23:29:40


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.