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Editorial Foto: Arquivo RT

O ano chega ao fim e com ele a última edição da Revista Têxtil de 2015. Este foi um ano difíA REVISTA TÊXTIL é uma publicação da

R. da Silva Haydu & Cia. Ltda. Inscr. Est.: 104.888.210.114 CNPJ/MF: 60.941.143/0001-20 MTB: 0065072/SP

Diretor-Presidente: Ricardo Haydu Diretora de Redação: Clementina Haydu Editor: Ricardo Gomes Arte: Carlos C. Tartaglioni Capa: freeimages.com Representantes Comerciais Europa – International Communications Inc. Andre Jamar 21 rue Renkin – 4800 – Verviers – Belgium Tel/Phone: + 32 87 22 53 85 / Fax: + 32 87 23 03 29 e-mail: andrejamar@aol.com Ásia (Asian) – Buildwell Int. Co., Ltd. Nº 120, Huludun, 2nd St., Fongyuan, Taichung Hsien - Taiwan 42086 - R.O.C. Tel/Phone: + 886 4 2512 3015 / Fax: + 886 4 2512 2372 Coréia (Korea) – Jes Media International 6th Fl., Donghye-Bldg. – 47-16, Myungil-Dong Kandong - Gu – Seoul 134-070 Tel./Phone: + (822) 481-3411/3 / Fax: + (822) 481-3414 Correspondente na Argentina – Ecodesul Av. Corrientes, 3849 – Piso 14° OF. A. Buenos Aires - Argentina Tel/Phone: (541) 49-2154 / Fax: (541) 866-1742 Órgão Oficial das entidades

Órgão de divulgação das entidades Abint – Associação Brasileira das Ind. de NãoTecidos e Tecidos Técnicos; Núcleo Setorial de Informação do SENAI/CETIQT; Redação/Administração Rua Albuquerque Lins, 1151 2º andar – Santa Cecília Cep 01230-001 - São Paulo - SP - Brasil Tel/Phone: +55-11-3661-5500 E-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Site: www.revistatextil.com.br Publicação bimestral com circulação dirigida às fiações, tecelagens, malharias, beneficiadoras, confecções nacionais e internacionais, universidades e escolas técnicas. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a filosofia da revista. A reprodução total ou parcial dos artigos desta revista depende de prévia autorização da Editora. Redação Releases, comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas a matérias. Pedidos de informação relacionados às matérias e à localização de reportagens: e-mail: redacao@revistatextil.com.br Publicidade Anuncie na REVISTA TÊXTIL e fale diretamente com o público leitor mais qualificado do setor têxtil no Brasil e no mundo: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br

cil para os brasileiros e principalmente para o setor têxtil, que, mesmo sendo um dos maiores empregadores do País, sofreu um duro golpe deste governo. Mesmo com todos os avisos, e articulações de parlamentares, entidades têxteis, empresários e trabalhadores, o governo federal insiste na lambança do veto 38 que excluiu o setor têxtil da desoneração da folha de pagamento,

Ricardo Haydu da Revista Têxtil

mesmo sabendo que a medida vai custar milhares de postos de trabalho. Os administradores públicos corruptos têm

feito o dinheiro dos impostos escorrer pelo ralo, ou para suas contas pessoais, inviabilizando os investimentos necessários para alavancar o crescimento de um povo heroico que precisa, dia após dia, conquistar tudo com braço forte. O lado bom destas mazelas é que sairemos desta crise mais fortes ainda. E por falar em notícias boas, a Revista Têxtil com sua equipe de colaboradores especializados da aérea acabam de voltar da ITMA Milão 2015, onde a visitação brasileira surpreendeu aos expositores e à organização do evento. A feira trouxe muitas novidades que vão nortear o setor nos próximos quatro anos e que serão apresentadas em nossa primeira edição de 2016 podendo assim beneficiar os profissionais que não puderam vivenciá-las de perto. As novas tecnologias vão abastecer a cadeia têxtil que certamente será mais produtiva, dinâmica e sustentável. Acompanhe as matérias desta edição e a Relação de Fornecedores. Nos encontramos no próximo ano que promete, com seu extenso calendário de eventos como a AgresteTex em Pernambuco, ITM em Istambul, Febratex em Santa Catarina, ITMA Ásia em Shangai e ITME na Índia, entre outros, movimentar o setor. Que tenhamos todos um 2016 mais leve e com muito trabalho. Boas festas e um feliz ano novo!

Assinaturas Para renovação e outros serviços, escreva para: e-mail: revistatextil@ revistatextil.com.br

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Sumテ。rio

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34 NOSSA CAPA

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03

DENIM

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NテグTECIDOS

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ARTIGO

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ESTAMPARIA

18

ENTREVISTA

22

ABIT

24

ABTT

25

TECNOLOGIA

26

INTERNACIONAIS

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NACIONAIS

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FEIRAS & EVENTOS

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FORNECEDORES

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Denim

Denim para o Verão 2017 Os fabricantes mais importantes de Denim que comercializam seus produtos no Brasil já fizeram suas apostas para o próximo verão.

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specialistas, pesquisadores, fabricantes já estão preparados para planejar o Verão 2017. A estação certamente será mais leve e com tecnologias que prometem melhorar a performance do bom e velho jeans, tanto no aspecto do conforto, quando no quesito beneficiamento, sempre seguindo a rota de um jeans mais sustentável. Dentre todos os aspectos perseguidos pelos fabricantes, a busca por técnicas de fabricação sustentáveis e tecnologias que contribuem para que os processos de lavanderia consumam menos água e poluam menos, são os mais almejados. O conforto, o toque agradável e a funcionalidade dos tecidos são conseguidos com tecnologias inovadoras, construções perfeitas e o uso de fios diferenciados. O que percebemos em todas as coleções apresentadas é que o Verão 2017 para o segmento jeanswear vai chegar com tecidos mais elastizados para homens e mulheres,

Ricardo Gomes

Fotos: Divulgação

na maioria das vezes buscando o conforto, deixando a sensualidade em segundo plano. Tons mais claros são certamente a grande aposta das marcas para o Verão 2017 e, consequentemente, os lançamentos das tecelagens foram pensados para que as técnicas de beneficiamento consigam atingir uma paleta de cores mais suaves. Com a mudança do estilo de vida e com locomoções alternativas como caminhadas e uso da bicicleta ganhando cada vez mais adeptos, os fabricantes de denim estão se preparando para oferecer bases que vão se transformar em peças que precisam aliar, conforto para os movimentos, toque agradável e visual moderno. Para atender estes requisitos os tecidos estão mais leves, por conta de gramaturas mais baixas aliadas a tecnologias de ponta usadas nas construções do tecido mais democrático e consumido do planeta. Acompanhe as principais apostas das tecelagens para o Verão 2017. Revista Têxtil #740 I 03

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Denim Cedro

ISKO

Santista

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Denim CEDRO

O Verão 2017 da Cedro vem reforçar as características que posicionam artigos com alto valor agregado, possibilitando, através das tecnologias usadas na feitura dos tecidos, aparência mais sofisticada, contribuindo com a revelação dos beneficiamentos. A estação chega com quatro linhas de produtos. A Super Elastic conta com tecidos com potencial de stretch entre 35 e 70%, a Elastic com tecidos com power de 20 a 42%, a Fix é composta por tecidos rígidos e a Flow por tecidos mais leves. Outra novidade vem com ampliação da linha de produtos Duo fabricada com as misturas de algodão, poliéster e elastano com o fio T400 com baixo percentual de laceamento, minimização dos “joelhos” com melhor toque e sensação de conforto.

ISKO

A coleção ISKO ARQUAS™ foi estruturada em quatro conceitos. O Dance congrega denims para dançarinos, praticantes de yoga e amantes de fitness. O Urban Tech conta com tecidos tecnológicos que garantem excelente ajuste e máxima liberdade de movimentos, sem sacrificar o conforto ou o desempenho. O Blue Outdoor oferece proteção contra os elementos climáticos e ambientais para os praticantes de esportes ao ar livre. Já a linha Biking Commuter é destinada a fabricação de peças para os ciclistas urbanos que precisam de versatilidade para se locomover. A coleção ISKO ARQUAS™ é uma plataforma activewear para tecidos que intregam a performance necessária para esportes ou para a vida urbana agitada.

SANTISTA

A coleção Summer Blue Verão 2017 da Santista Jeanswear brinca com os opostos: claro e escuro; rígido e fluido; masculino e feminino; fast fashion e exclusivo. As nuances de cores surgem mais suaves em azuis médios nas famílias Icon, Free e Denim Couture que congregam 16 lançamentos. Os produtos Icon são 100% algodão em estruturas mais fluidas. A linha Free tem alta performance, toque e recuperação, agora também voltados à moda masculina. Os produtos Denin Couture contam com acabamentos especiais que permitem visual único e toque refinado.

VICUNHA

O verão da marca chega com a linha Bi-stretch Denim Fitness com stretch multidirecional, com máRevista Têxtil #740 I 05

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Denim

Vicunha

xima liberdade de movimento e extremo conforto. Os artigos Raissa (9,2 Oz) e Wendy (9,7 Oz) têm stretches de 60% e 87% respectivamente, modelando o corpo e valorizando as curvas. Outro lançamento é a linha Shirting Collection em 100% Tencel® com o Denim Stanley (5,8 Oz) e o brim Melissa (5,9 Oz) que têm toque suave, leveza e controle térmico que contribui para uma sensação de frescor durante todo o dia, mesmo em temperaturas elevadas.

COVOLAN

Covolan

A Covolan aposta nos tecidos da linha Ultra Stretch Denim com alto power stretch e alongamentos que vão de 40% até 90%. Entre os lançamentos está o Overstretch, tecido com tingimento azul super intenso e trama preta com composição de 67% algodão, 28% poliéster, 5% elastano e 9 Oz . O Acetinado tem tingimento azul super intenso, 77% algodão, 20% poliéster e 3% elastano, com peso de 10,3 Oz. Já o Caima tem 77% algodão, 20% poliéster e 3% elastano, peso de 11 Oz,

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Denim

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Canatiba

tingimento azul super intenso e 60% de alongamento. A linha Ultra Stretch Denim conta com o Hyperflex Blue com tingimento azul médio e o Hyperflex Blue Black com tingimento acinzentado. Ambos têm 96,5% algodão e 3,5% elastano e peso de 10,7 Oz. Bases em 100% algodão também tem destaque na coleção com o tecido Uber com 10,5 Oz e tingimento azul intenso.

CANATIBA

A elasticidade e conforto dos denins em bases leves para alfaiataria, a construção sustentável da linha Hi-Comfort e a performance Duo Core estão entre as apostas da Canatiba para o verão 2017. O Hiperflex é o denim com 98% de algodão e 2% de elastano, ideal para um verão urbano e funcional. O tecido se destaca pela sua elasticidade sendo indicado para shorts e bermudas. Esse denim permite total liberdade para lavagens detonadas e efeitos puídos. Os tecidos de menor gramatura também chegam com força para os cortes de alfaiataria como

Capricórnio

camisas, coletes e jaquetas. As bases em 100% algodão e misturas com fibras de Tencel® e Modal® são construídas com processos de baixíssimo impacto ambiental.

CAPRICÓRNIO

As apostas para o Verão 2017 da tecelagem tem uma pitada de nostalgia e por isso os azuis surgem mais claros, sugerindo modelagens dos anos 70 construídas com tecidos leves que partem de 5,5 Oz. A nova cor Sky Blue, um azul elétrico e brilhante que se adapta bem aos amaciados, mantendo-se firme e luminosa, como os delavés, tão apreciados na estação. Outro lançamento é o tom Fountain Blue, desenvolvido em puro índigo, através de um processo de tingimento que permite lavagens com altos contrastes em costuras proporciona maior facilidade nos processos de lavanderia, com economia de água, tempo, energia e mão de obra, trazendo benefícios ambientais e reduRT ção da ordem de 30% na lavanderia. Revista Têxtil #740 I 07

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Nãotecidos

Têxteis Técnicos em debate Workshop sobre têxteis técnicos e seu mercado no Brasil e no mundo discute os rumos do setor.

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Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos - ABINT em parceria com a ABIT e o Sindtêxtil-SP promoveu um workshop a fim de debater as tecnologias, aplicabilidade, mercados e produção dos Nãotecidos e Tecidos Técnicos no Brasil, bem como sua participação no futuro. Além de associados das três entidades já citadas estiveram presentes também os associados da Abrafas, Afipol e Abritac. Para abrir o evento os organizadores fizeram questão de conceituar os têxteis técnicos como estruturas especificamente projetadas e desenvolvidas para utilização em produtos, processos ou serviços de quase todas as áreas industriais. São produtos que pretendem satisfazer requisitos funcionais bem determinados, distinguindo-se, nesse aspecto, dos têxteis convencionais, nos quais as necessidades estéticas e de conforto assumem importância primordial. De acordo com esta definição, um têxtil técnico pode ser utilizado de três formas diferentes: como componente de outro produto contribuindo diretamente para a sua resistência, desempenho e outras propriedades (materiais do tipo compósito reforçados por têxteis); como ferramenta na produção de outro produto (filtros têxteis na indústria alimentícia); isoladamente, desempenhando uma ou várias funções específicas (geotêxteis).

Os tecidos técnicos e nãotecidos estão em diversos segmentos

Ricardo Gomes

Fotos Divulgação

Segundo a NBR 13370/2002 Nãotecido é uma estrutura plana, flexível e porosa, constituída de véu ou manta de fibras ou filamentos, orientados direcionalmente ou ao acaso, consolidados por processo mecânico (fricção) e/ou químico (adesão) e/ou térmico (coesão) ou combinações destes. Indicadores do mercado de têxteis gerais - 2014 Geral Nãotecido Técnico Produção 2444 351 348 (x1000t) Importação 405 37 50,1 (x1000t) Exportação 128 45 8,2 (x1000t) Consumo aparente 2721 343,4 390,7 (x1000t) Faturamento 59 1,4 2,6 (xB USD) Pessoal ocupado 1329 18,9 25,8 (x1000t)

Estrutura do nãotecido

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Nãotecidos Produção Mundial de nãotecidos por região Produção - mn t (1000t) Região 2006 China 949 Europa 1591 NAFTA 1432 Outros (Asia/Pacífico) 527 América do Sul 239 Mena 231 Japão 332 Resto do mundo 115 Total 5416 As matérias-primas básicas utilizadas na produção de nãotecidos são as fibras naturais ou químicas, bem como os polímeros (resinas) sintéticos e artificiais. Entre as matérias-primas artificiais estão a viscose, lyocell, vidro e outras. Entre as naturais estão o algodão, lã, juta, curauá, polpa de madeira etc. Na categoria das sintéticas podemos destacar o poliéster,

Participação (%) 2011 1627 1898 1817 684 354 298 329 303 7310

2016 2779 2400 2330 982 572 448 361 563 10435

2016 27% 23% 22% 9% 5% 4% 3% 5% 100%

polipropileno, poliamida, polietileno, entre outras. Para a produção do nãotecido é necessário o processo da formação do véu ou manta que pode ser por via seca (cardado e air laid), via úmida (wet laid), via fundida (spunbonded e melt blown) e hibridos (SMS, spunlace + air laid, spunbonded + air laid, entre outros). Na sequência vem o processo de consolidação que pode

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Nãotecidos ser mecânico (agulhagem, hidroentrelaçamento e costura), térmico (calandragem e hot air through) e o processo químico através da resinagem. A consolidação de um véu ou manta é obtida pela ação de calor, por meio da fusão de um componente. Existem dois métodos para a consolidação ou acabamento térmico: por calandragem (cilindros aquecidos) e por passagem de ar por cilindros perfurados. Os nãotecidos têm aplicabilidade em diversos segmentos como médico/hospitalar (ataduras, gazes, bandagens, máscaras, gorros, aventais descartáveis e curativos), higiene pessoal (componentes de fraldas, absorventes e lenços umedecidos), usos domésticos (panos de limpeza/polimento, esponjas, edredons e equipamentos para colchões), automotivos (pisos, tetos, bases para peças moldadas, estofamentos e isolamento termo-acústivo), construção civil (impermeabilização de diques e tanques, geotêxteis e bases para manta asfáltica), calçados (componentes e laminados sintéticos), confecção (forros, enchimentos, entretelas e etiquetas), usos industriais (roupas de proteção, absorventes de óleos, cabos elétricos e limpeza pesada), alimentação (saquinhos de chá) e proteção ao meio ambiente (barreiras e absorventes de óleo e produtos químicos e aterros sanitários). A classificação do nãotecido quanto ao peso pode ser leve - menor que 25 g/m2, médio - entre 26 e 70 g/ m2, pesado - entre 71 e 150 g/m2 e muito pesado - acima de 151 g/m2.

Mercado em acensão

O mercado de não tecidos, ao contrário do têxtil, tem crescido ano após ano e as previsões indicam que em 2016 o setor continuará crescendo conforme demonstra o tabela da página anterior. O mercado de nãotecidos no Brasil também tem crescido anualmente, no entanto ainda tem muito para crescer. A importância do País no segmento de nãotecidos pode ser confirmada pelo fato de que, das nove maiores fabricantes do mundo, sete têm operações por aqui. São elas: Avintiv Specialty Materials, Freudenberg Performance materiais, Kimberly-Clark, DuPont, Ahistrom, Fitesa e Suominen. Vale destacar ainda que a Fitesa, sexta maior fabricante de nãotecidos do mundo tem origem no Brasil.

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Nãotecidos Pontos chave

Os têxteis técnicos tradicionais (tecelagem, malharia por urdume ou trama, trançados, etc.) ainda com a maior participação no mercado global. Os nãotecidos estão com crescimento acima dos outros segmentos anualmente. As principais tendências apontam que o crescimento do segmento dos nãotecidos se confirmam porque o setor tem sempre novas áreas de aplicação e certamente ainda teremos muitas descobertas e aplicabilidades para os produtos da cadeia. Por ser uma indústria de ponta está em constante busca por novos processos produtivos. Outro ponto importante no setor é a cooperação bastante próxima entre produtores, fornecedores e consumidores. Segundo o Jürgen Grebe Corporate Sector Analysis, os fatores de sucesso da indústria de nãotecidos são: liderança tecnológica, eficiência energética e de matérias-primas, estratégias de sustentabilidade, desenvolvimento de tecnologias de produção em massa, principalmente no segmento de compósitos e a internacionalização do setor. Ja os fatores de risco para o setor são as novas tecnologias, falta de proteção e know how, dinsponibilidade de fibras químicas, disponibilidades de corantes auxiliares têxteis, regras de origem preferenciais, flutuação do preço das comodities, utilização da capacidade com a flutuação dos pedidos e migração do know how. Profissionais do Jürgen Grebe Corporate Sector Analysis tratam das perspectivas considerando que os têxteis técnicos se benefiarão das megatendências globais, tais como crescimento demográfico, urbanização e o crescimento da proteção ambiental. Segundo os especialistas o crescimento da indústria vai ser dirigido por conquistas permanentes das novas áreas de aplicação e o desenvolvimento dos novos processo de produção. Já os desafios para o setor pairam sobre os fortes impactos cíclicos, a inovação permanente e o desenvolvimento dos processos de produção em massa em algumas áreas. A diretoria da Abint aproveitou o workshop para divulgar os planos de um evento para o segmento que deve acontecer no segundo semestre de 2016 com um formato voltado para um congresso com uma mostra RT paralela de produtos. Revista Têxtil #740 I 11

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Artigo

Proteção térmica Estudo feito em dissertação de mestrado avalia, através de ensaios, o conforto térmico, físico e ergonômico de onze tecidos utilizados na fabricação de roupas destinadas a proteção de riscos de origem térmica Cristina Salete Valentin

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conforto é um dos mais importantes requisitos da qualidade de vida. O ser humano, consciente ou não está permanentemente procurando manter ou melhorar seu benéfico estado de conforto, físico ou psicológico. O conforto pode ser entendido como um estado de harmonia física e mental com o meio ambiente, excluindo a ausência de qualquer sensação de incômodo (GASI; BITTENCOURT, 2010). Quando se trata de satisfação com as condições térmicas de um ambiente, então se está tratando do conforto térmico (RUAS, 1999). Ruas (1999), também define que o conforto térmico num determinado ambiente, é a sensação de bem-estar experimentada por uma pessoa, como resultado da combinação satisfatória, de diversas variáveis presentes nesse ambiente: a temperatura radiante média, a umidade relativa, a temperatura, a velocidade relativa do ar com a atividade lá desenvolvida e com a vestimenta utilizada pelas pessoas. Nesse contexto, o vestuário constitui uma resistência natural entre o corpo humano e o seu meio ambiente. Desse modo e em seus vários aspectos, a roupa se caracteriza como isolante térmico. Por outro lado, quando se trata de vestuário de proteção, contra algum infortúnio, este possui antes de mais nada, e como primeira função, proteger o usuário em função do risco a que vai ser exposto, para o qual o vestuário se destina. Nesse entendimento, consideram-se têxteis de proteção o vestuário e outros produtos confeccionados com tecidos concebidos para proteger o usuário de efeitos ambientais perigosos que possam resultar em danos ou morte (ARAÚJO, FANGUEIRO, HONG, 2000). Uma das características fundamentais, que a maior parte dos têxteis de proteção deve ter, é resistir ao

fogo e ao calor (ARAÚJO, FANGUEIRO, HONG, 2000). Por essa razão, as fibras utilizadas na sua produção são comumente fibras sintéticas, altamente resistentes ao fogo e ao calor; porém, também são amplamente conhecidas pelo desconforto térmico que causam em função, por exemplo, da incapacidade de absorver umidade devido à impermeabilidade do tecido. Dentro deste contexto, foi desenvolvido um estudo inédito das características relacionadas com a perspectiva de conforto dos têxteis (tecidos), utilizados nas vestimentas destinadas a proteger riscos de origem térmica (calor e fogo) as quais estão presentes no mercado brasileiro. Foram selecionados no mercado onze tecidos utilizados na fabricação de vestimentas destinadas a proteção frente aos riscos de origem térmica. • Tecido 1: ligação sarja, com densidade de 26 fios/cm e 19 batidas/cm e composição 93% meta-aramida 5% para aramida 2% fibra de carbono • Tecido 2: ligação sarja, com densidade de 27 fios/cm e 20 batidas/cm e composição 54% modacrilico 44% algodão 2% fibra de carbono • Tecido 3: ligação sarja, com densidade de 26 fios/cm e 14 batidas/cm e composição 54% modacrilico 44% algodão 2% fibra de carbono • Tecido 4: ligação sarja, com densidade de 28 fios/cm e 18 batidas/cm e composição 60% modacrilico, 35% algodão, 4,5% poliamida, 0,5% fibra de carbono • Tecido 5: ligação sarja, com densidade de 27 fios/cm e 20 batidas/cm e composição 48% modacrilico, 37% liocel, 15% para aramida • Tecido 6: ligação sarja, com densidade de 30 fios/cm e 17 batidas/cm e composição 100% algodão FR

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Artigo

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Artigo • Tecido 7: ligação sarja, com densidade de 30 fios/cm e 24 batidas/cm e composição 50% aramida e 50% viscose • Tecido 8: ligação sarja, com densidade de 32 fios/cm e 19 batidas/cm e composição 88% algodão FR, 12% poliamida de alta tenacidade • Tecido 9: ligação tela, com densidade de 26 fios/cm e 18 batidas/cm e composição 93% meta aramida 5% para aramida 2% fibra de carbono • Tecido 10: ligação sarja, com densidade de 30 fios/cm e 20 batidas/cm e composição 93% meta aramida 5% para aramida 2% fibra de carbono • Tecido 11: ligação sarja, com densidade de 28 fios/cm e 20 batidas/cm e composição 54% modacrilico 44% algodão 2% fibra de carbono Foram realizados os ensaios de transporte de umidade e resistência ao vapor de água para avaliação do conforto térmico; e o ensaio Kawabata Evaluation System (KES) para avaliação do conforto físico e ergonômico. Especificamente nos ensaios de conforto térmico, o ensaio de transporte de umidade apresentou resultados similares entre os diferentes tecidos: foi possível deduzir que aqueles que apresentaram pior resultado possuíam algum tipo de tratamento superficial, afetando, assim, os resultados, e fazendo com que estes tecidos se comportassem como impermeáveis. De acordo com os resultados obtidos, os tecidos que possuíam algum tipo de tratamento superficial são: o tecido 2 (54% modacrilico 44% algodão 2% fibra de carbono), tecido 4 (60% modacrilico, 35% algodão), tecido 7 (50% aramida 50% viscose) e o tecido 10 (93% meta-aramida 5% para aramida 2% fibra de carbono). Dessa forma, de acordo com os resultados de capacidade de transporte de umidade (OMMC) obtidos, pôde-se separar os tecidos estudados em dois grupos: os que apresentaram nula capacidade de transporte de umidade, por possuírem algum tratamento superficial e os que ofereceram capacidade de transporte de umidade, por não possuírem tratamento superficial. O tecido 1 (93% meta-aramida 5% para aramida 2% fibra de carbono) é o que oferece maior capacida-

de de transporte de umidade, enquanto que, por outro lado, o tecido 9 (93% meta-aramida 5% para aramida 2% fibra de carbono) é o que apresenta menor capacidade de transporte de umidade. Do ensaio de resistência ao vapor de água, à vista dos resultados obtidos, pode-se dizer que os tecidos ensaiados são todos transpiráveis ao vapor de água. Para tecidos do gênero de malha ou tecido plano, se pode afirmar que valores entre 3-5 se consideram que têm boa transpirabilidade, e há valores menores de três, que se considera de muito boa transpirabilidade. No caso dos dois tecidos que piores resultados davam no ensaio de transporte de umidade (tecido 4 60% modacrilico, 35% algodão, 4,5% poliamida, 0,5% fibra de carbono, e tecido 7 50% aramida e 50% viscose), onde se concluiu que a amostra ensaiada se tratava de tecido impermeável, - pode-se dizer que são transpiráveis ao vapor de água, mas impermeáveis à água. No caso dos dois tecidos que melhores resultados davam no ensaio de transporte de umidade (tecido 2 - 54% modacrilico 44% algodão 2% fibra de carbono e tecido 3 54% modacrilico 44% algodão 2% fibra de carbono), - onde se concluiu que as amostras ensaiadas apresentavam uma rápida absorção de umidade e uma rápida secagem, - no ensaio de Ret além do mais disseram que são também transpiráveis. Quanto mais grosso um tecido, mais isolamento apresentará, mas também maior resistência ao vapor de água (menor transpirabilidade). O caso ideal seria aquele que, apresentando o maior isolamento possível, apresenta ainda a resistência ao vapor de água mais baixo possível. Nos ensaios para avaliar o conforto físico e ergonômico, especificamente os ensaios realizados através do sistema Kawabata, os resultados também se apresentaram muito similares entre si: todos os produtos se mostraram aptos para a aplicação a que se destinam (vestimenta inferior masculina). Além disso, segundo o sistema de medição KES, o tecido 1, o tecido 5 e o tecido 7 se catalogaram como excelente para a categoria. Os demais, todos se catalogaram como bom RT para a categoria a que se destinam. Obs.: Artigo baseado em dissertação de mestrado de Cristina Salete Valentin apresentada na Universidade de São Paulo.

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Estamparia

PRINTSP O 1º Encontro Nacional de Estamparia reuniu criadores de estampas na Escola São Paulo

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1º Encontro Nacional de Estamparia aconteceu entre os dias 12 e 13 de novembro na Escola São Paulo na capital paulista. O evento nasceu da lacuna deixada pelo cancelamento da Première Vision São Paulo, onde as empresas estavam apresentando suas coleções. O PRINTSP tem curadoria do Coletivo Estampa, que em setembro realizou no Rio de Janeiro um encontro de agências criativas no Rio de Janeiro (PRINTRJ). O PRINTSP reuniu cinco agências que trabalham com estampas no País: Coletivo Estampa, Adriana Boulos, Caju Collective, Estúdio Capim e Elaiá que apresentaram às marcas de varejo e indústria têxtil (tecelagens e estamparias), estampas exclusivas. A ideia é que o evento siga para outras cidades. As coleções e métodos de criação encheram os olhos dos visitantes que puderam conhecer o trabalho dos estúdios e como trabalha cada um deles: Adriana Boulos: O estúdio leva o nome da sua fundadora e desenvolve coleções mensais ou exclusivas desenvolvidas por mais de 30 designers brasileiros e de outros países, funcionando como uma curadoria de designers.

Adriana Boulos

Caju Colletive

Ricardo Gomes

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Caju Collective: É comandado pela brasileira radicada em Nova York, Patrícia Bomeny. As estampas têm uma pegada brasileira com olhar cosmopolita, por isso o trabalho da designer a levou para a equipe de Marc Jacobs. Coletivo Estampa: Nasceu inicialmente como ecommerce e evoluiu para formato físico. O Coletivo Estampa reúne mais de 1500 opções de estampas corridas e localizadas de diversos designers em um banco de imagens e também trabalha com estampas exclusivas. Estúdio Capim: Comandado por Alexandra Ward, o estúdio trabalha com cinco designers que criam coleções com a marca Capim e também desenvolvem estampas exclusivas para clientes. A coleção principal do Inverno 2017 tem Brasília como inspiração e outras coleções para a temporada partem do universo infantil e dos Jogos Olímpicos. Elaiá: Com sede em Blumenau-SC, o Estúdio Elaía conta com 14 designers na empresa que apresentam uma nova coleção a cada 15 dias. O estúdio atende clientes nacionais e internacionais como tecelagens, designers e marcas com as coleções da empresa ou desenvolvendo estampas exclusivas. O estúdio está apostando na coleRT ção exclusiva para o segmento fitness.

Coletivo Estampa

Estúdio Capim

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Entrevista

Mercado em transformação O empresário Julio Viana, Diretor da Fenin, concedeu entrevista exclusiva à Revista Têxtil e falou sobre o momento atual do setor têxtil Brasileiro.

Ricardo Gomes

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uando falamos sobre o mercado de feiras de confecções no Brasil, certamente precisamos considerar a experiência, profissionalismo e o histórico do empresário Julio Viana, o gaúcho que conta com mais de 30 anos de experiência na organização e realização de feiras da indústria têxtil e de confecção. Atualmente o empresário organiza a Fenin que conta com edições em Gramado, São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas novidades marcam o calendário da Fenin 2016. A primeira delas é o lançamento da Fenin Inverno São Paulo, que acontece entre os dias 10 a 13 de Janeiro, no Palácio de Convenções do Anhembi. A outra novidade é que a Fenin Sul que nasceu em 1997, em Canela, mudou-se para Gramado em 2000 e aconteceu em Bento Gonçalves nas últimas edições, agora volta a ser realizada em Gramado, já na próxima edição. Segundo o empresário o maior entrave para realização da feira em Bento Gonçalves era a questão das hospedagens porque a cidade não tem leitos de hotel suficientes para acomodar, expositores, compradores e imprensa. “Vale ressaltar que apesar das questões de hotelaria, as edições da Fenin em Bento foram muito bem sucedidas e com números surpreendentes de visitação e geração de negócios. Em Gramado tem mais estrutura hoteleira e os expositores gostam da cidade. O pavilhão agora com ar condicionado vai ser mais aprazível para todos”, declarou Viana.

A 20ª edição da Fenin Sul acontece entre os dias 19 e 22 de janeiro no Serra Park em Gramado que conta com uma área útil coberta de 25 mil metros quadrados, apresentando as coleções de roupas e acessórios para o Outono/Inverno 2016. Entre as atrações da feira estão o Salão Lingerie Brasil Sul, Espaço Interjeans Fashion, Tricô Moda Brasil, Espaço de Moda Masculina e Salão de Tecelagem. Revista Têxti - O que mudou da primeira Fenin para hoje? Julio Viana - O que mudou basicamente foi que a confecção nacional começou a perder espaço para os importadores. As empresas que importam não o fazem por modismo, mas sim porque é necessário fazê-lo para sobreviver. Agora com a alta do dólar ficou inviável importar e as empresas começaram a se voltar para o mercado interno. RT - O que o Senhor tem a dizer aos empresários do setor têxtil que sempre reclamam mesmo quando estão faturando? JV - Não podemos ficar de braços cruzados. Já passamos por todos os planos e com inflação de até 80% ao mês. Temos uma capacidade de recuperação muito alta. O mercado sofre depuração e é uma seleção natural. Competência tem definido quem fica ou não no mercado. Quem está procurando novos nichos e se adequando está tendo sucesso, isso depende da pujança de cada

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Entrevista empresa. Acredito que a indústria nacional vai retomar o crescimento e as empresas que há cinco anos não estavam na minha feira agora estarão voltando porque estão vendo que o mercado interno será aquecido. Temos que seguir em frente. Reclamação falsa ou verdadeira não contribui com o crescimento de nenhuma empresa. Trabalho, trabalho e mais trabalho fazem a diferença num mundo tão competitivo. RT - Porque o Senhor escolheu o Rio de Janeiro para lançar mais uma Fenin? JV - Para atingir o mercado do nordeste e de outras regiões. O momento é difícil. A feira foi razoável para uma primeira edição e as empresas cariocas me procuraram para promover um evento para o Rio de Janeiro. RT - Lançar uma feira nova em um período de crise como este não lhe pareceu arriscado? JV - Não era o momento, mas os meus expositores queriam este evento, inclusive as empresas cariocas que tiveram bons resultados com a feira. RT - A Fenin sempre recebeu importadores e empresas estrangeiras, o que foi condenado pelo setor no Brasil e, no entanto hoje, temos feiras estrangeiras e feiras nacionais com estrangeiros como expositores. Como foi ser um dos primeiros a ter esta iniciativa? JV - Conduzo meu negócio sempre prestando atenção no mercado e em sinergia com ele. Tenho uma clientela de 15 mil lojistas e eles pedem os importados. Há anos se fez necessário importar para conseguir se manter competitivo. Viajamos para a Europa e para os Estados Unidos e vemos que lá também se trabalha com impor-

tados. Pelo parque fabril que temos no País poderíamos ser a China da América do Sul e fabricar muito, porém o custo Brasil inviabiliza nossa produção. Pagar 42% de imposto sobre uma peça de roupa é uma loucura. Somos um mercado aberto e importar não é contra a lei. Com esta alta do dólar é hora de voltarmos à produção nacional. RT - O que o Senhor acha que os brasileiros devem fazer para fazer frente à concorrência estrangeira no setor têxtil? JV - Os chineses não perdem negócio, sabem negociar e se moldam de acordo com o mercado que atendem. Temos que fazer o mesmo dentro das nossas limitações. O dólar está possibilitando a produção nacional. Grandes empresas que importavam estão começando a trabalhar com o mercado interno e já estão querendo ir para feiras comprar dos fabricantes brasileiros. RT - Quais as suas considerações finais acerca deste momento que estamos vivendo no País? JV - O mercado está recessivo e o consumidor também está mais comedido com as compras. Esperamos que o Natal ajude o mercado a dar uma reagida. Acreditamos que as feiras devem ser boas em termos de visitação e geração de negócios, no entanto tudo deve acontecer com cautela. O mercado vai ser depurado por este momento. Por um lado é bom, mas o ruim é que o mercado e a economia vão demorar a dar a volta por cima. O nosso problema e mais político que econômico. Não importa se o governo atual fica ou sai. O que importa de verdade é que tenhamos um plano para que o Brasil volte a crescer. RT O que está acontecendo no Brasil é um absurdo.

Serra Park em Gramado volta a ser a casa da Fenin no Sul

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Planejar é preciso!

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ara quem sofre as consequências do momento atual da nossa economia e acompanha com perplexidade a falta de articulação do Executivo e Legislativo ante a grave crise nacional, não foi surpresa a revisão para 3% das previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional) quanto à queda do PIB brasileiro em 2015, seguida de retração de 1% em 2016. Já era de se esperar considerando o rebaixamento do nosso grau de investimento por duas agências internacionais de avaliação de risco, o rombo no orçamento da União para o próximo ano, a redução dos investimentos da Petrobras e a queda no nível de confiança do empresariado. Enquanto retrocedemos, enfrentando a burocracia, juros fora de propósito, altos impostos e uma legislação trabalhista antiquada, engessada e superprotetora, a maioria dos países desenvolvidos e emergentes crescem. Somente a Rússia, dentre as grandes economias, terá desempenho pior do que o do Brasil este ano. Na América do Sul, apenas a Venezuela terá resultado inferior ao nosso. Terminaremos 2015, segundo o FMI, como a nona maior economia mundial. Perdemos duas posições, em 2014 estávamos em sétimo lugar. Fomos ultrapassados pela Índia, que crescerá 7,3% em 2015, e a Itália. A China avançará “apenas” 6,8%. Como se não bastasse, ainda estamos sendo os “culpados”, no estudo do FMI, pela retração de 0,3% da América Latina e do Caribe. Desde 2009 a região não enfrentava uma recessão. Devido ao tamanho da economia brasileira, o nosso retrocesso de 3% tem forte impacto no continente. O Relatório da CEPAL (Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe) contrasta com os dados do Fundo Monetário Internacional, mas é congruente quanto ao desempenho das economias na região, que prevê crescimento de 0,5% este ano. No entanto, para a América do Sul a previsão é de recuo de 0,4%, puxado pelo Brasil; a América Central e o México terão expansão de 2,8% e o Caribe, 1,7%. Agora, o próprio governo brasileiro admite que a retração de nosso PIB em 2015 será de 2,8%. Percebe-se que nosso país está carente de direção. Há uma ansiedade do governo em encontrar soluções

Rafael Cervone

Presidente da ABIT

de emergência para reparar o abismo fiscal que ele próprio provocou, gastando muito mais do que arrecada. Porém, as medidas de contenção das despesas são frágeis, as decisões são lentas e a solução acaba recaindo, como sempre, na desgastada e equivocada fórmula de subtrair ainda mais recursos da sociedade e dos sistemas produtivos, embora ninguém mais suporte aumentos de tributos no Brasil. Além da crise político-econômica, ética e moral, a grave conjuntura da economia nacional também se deve à ausência de planejamento de médio e longo prazos em todas as esferas de poder. Seguimos com medidas cujo alcance nunca ultrapassa o horizonte das próximas eleições. São decisões guiadas pelas pesquisas de opinião e raramente focadas no futuro do País. Mesmo que se consiga equilibrar as despesas, receitas e se produza um superávit primário no próximo ano, à custa de maior tributação das empresas e pessoas físicas, a crise não se dissipará. Será apenas atenuada até que a estrutura pouco eficiente do Estado volte a produzir déficit, num círculo vicioso cada vez mais insustentável. A solução real precisa ser baseada na mudança profunda da cultura governamental, promoção de avanços estruturais nas políticas públicas e construção de uma agenda para a economia e o desenvolvimento, tornando o Estado brasileiro muito mais enxuto, eficiente, menos intervencionista e menos burocrático. O anúncio de um planejamento consistente e exequível, com visão de médio e longo prazos, ajudaria a combater a crise e resgataria a confiança das empresas e consumidores. O Brasil precisa de um projeto no qual se incluam a redução dos impostos, responsabilidade fiscal, menores juros, estratégia cambial, regras bem definidas e previsíveis, política industrial horizontal e recursos disponíveis e mais baratos para financiamentos produtivos. Quem trabalha e produz precisa de um horizonte e terreno firme para caminhar. Está na hora de se deixarem de lado disputas e interesses pessoais para assumirmos de fato o compromisso de um pacto de governabilidade, pensando no futuro do Brasil e seus RT valorosos cidadãos.

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As Mudanças para 2016 Começaremos o ano com um cenário de perdas em investimentos e diminuição do número de postos de trabalho, a indústria têxtil enfrenta hoje a sua pior crise.

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ara sair de uma crise o importante é entender o ambiente de negócios, compreender as ações e idealizar como reagir. Certamente nem sempre isto é simples porque é necessária muita reflexão e principalmente desejo de mudar. Os períodos de turbulência servem exatamente para isso, para questionar e tomar novos rumos. A ITMA Milão 2015, exposição de maior prestígio no mundo, dentro do setor têxtil, vem de encontro à esta premissa, trazendo o que de novo tem no mercado e apontando quais os rumos globalizados estão sendo seguidos. A maior feira de máquinas, equipamentos e acessórios para a indústria têxtil lançou um fórum de tecidos técnicos, nãotecidos e tecidos para vestuário funcional, trazendo tendências, oportunidades, desafios e tecnologias de produção e gestão. Os nãotecidos e tecidos técnicos vêm se consolidando nas economias industrializadas e em países em desenvolvimento que visam consolidar a produção industrial e a sustentabilidade ambiental, com tecnologias que reduzem o consumo de matérias-primas, de recursos naturais e a emissão de gases e energia. Segundo a agência internacional Transparency Market Research, a demanda mundial por têxteis técnicos deverá aumentar U$ 160 bilhões até o final de 2018, enquanto o Instituto de Pesquisa GIA projeta que o mercado mundial de vestuário funcional, incluindo roupas esportivas de alto desempenho, deverá alcançar US$ 126 bilhões em 2015, com previsão de crescimento. Para os nãotecidos, as estimativas da EDANA/INDA – associações internacionais representativas do setor são de que até 2016 a produção mundial atinja 10 milhões de toneladas.

Antônio César Corradi

Presidente da ABTT

Inovação e sustentabilidade são as palavras de ordem para os lançamentos da feira de Milão, que reuniu 1355 expositores de 45 países, sendo 64% da Europa, 16% da Ásia, 12% das Américas e 8% da África, do Brasil estavam participando 12 empresas. Com certeza estas serão as tendências do mercado que já trabalha com programas de produção mais limpas e de uso de materiais de origem sustentáveis para adicionar valor em todos os níveis da cadeia. A tecnologia utilizada pela indústria têxtil é um fator primordial e decisivo para o desenvolvimento de coleções que visam o atendimento das necessidades e desejos do consumidor final, que busca peças criativas, confortáveis, que atendam as necessidades com qualidade e de fácil manipulação e com um preço justo. Para a integração entre moda e têxtil é necessário que toda a cadeia esteja em sintonia e trabalhando juntas e em constante evolução e, para isso, os maquinários têxteis precisam estar atualizados. Com a crescente consciência ambiental e responsabilidade social, a indústria de têxteis e vestuário já tem hoje escolhas sustentáveis, não apenas como uma opção mas como parte da cadeia de valor dos produtos. Matérias-primas, normas de sustentabilidade, tecnologias de fabricação sustentáveis, processamento de materiais novos e reciclados e pesquisa e inovação são os requisitos do mercado a serem atendidos. A crise econômica realmente abriu os olhos de muitos empresários em relação ao seu negócio e levou muita gente a mudar e buscar o crescimento com produtos com preços justos e valor agregado ao produto final, dentro de um conceito de inovação, sustentabilidade e eficiência, conceito chave para a competitividade. MuRT dar para vencer.

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Sustentabilidade

Moda, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável Mesa redonda organizada pela Lectra em Paris reuniu experiências e ações da H & M, Kering, Agência Europeia TK’Blue e Eva Zingoni

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Lectra, líder mundial em soluções integradas de tecnologia organizou recentemente uma mesa redonda com o tema “Moda, Desenvolvimento Sustentável e Tecnologia”. O encontro foi capitaneado por Céline Abecassis-Moedas e Valérie Moatti, diretoras da Lectra-ESCP Europe, que tem o objetivo de desenvolver e transmitir o conhecimento baseado em inovações nos setores da moda e de luxo, graças as tecnologias de ponta. Entre os participantes da mesa redonda estavam Rémi Crinière, Chefe de Responsabilidade Ambiental e Social da H & M França; Dr. Helen Crowley, chefe de inovação e obtenção sustentável da Kering; Philippe Mangeard, Presidente da Agência Europeia TK’Blue; Eva Zingoni, designer de moda sustentável, bem como Laurence Jacquot, Diretor de Operações Industriais e Hardware R & D da Lectra. Os participantes concordaram em uma série de princípios que precisam ser observados para que a indústria da moda se torne ambientalmente sustentável de forma rápida e eficiente como: um passo à frente do comportamento dos consumidores, a necessidade de transparência da cadeia de abastecimento, a participação em plataformas que impulsionem à inovação; uso da tecnologia que permite que marcas de moda sejam mais amigas do ambiente, bem como socialmente responsáveis. “A indústria da moda deve estar à frente do seu tempo. Infelizmente, ela tem ficado para trás quanto ao desenvolvimento sustentável. A indústria do vestuário sofre de problemas estruturais, tornando-se um dos setores menos sustentáveis. Isso afeta toda a cadeia de abastecimento, começando com a produção de matérias-primas chegando ao produto final, passando pelos processos produtivos”, assinalou Eva Zingoni.

Da redação

Para Helen Crowley da Kering, as empresas de moda têm de gerir suas cadeias de abastecimento em todo o mundo. “Desenvolvemos várias ações e programas para melhorar a nossa compreensão de modo a medir melhor o nosso impacto e, portanto, reduzindo-o passo a passo ao longo de toda a cadeia de abastecimento”, explica. A Kering está no topo do Índice de Sustentabilidade Dow Jones de 2015 no setor dos têxteis, vestuário e produtos de luxo. Para Rémi Crinière da H & M, é possível desenvolver e encontrar soluções mais sustentáveis, desde que exista uma vontade de fazê-lo. “As escolhas estratégicas da empresa devem ser estáveis e duradouras. É acima de tudo uma questão de cultura”, afirma o executivo da empresa sueca que aderiu ao desenvolvimento sustentável. A H & M Consciente Foundation lançou recentemente o Prêmio Mudança Global para impulsionar a inovação e a economia sustentável para indústria da moda. Para Philippe Mangeard da TK’Blue, a inovação é a solução para ajudar a reduzir o custo do transporte e os efeitos poluentes (CO2, partículas, ruído, congestionamento, entre outros) em uma indústria que é fortemente dependente desses meios. “Este não é apenas o caso para o transporte internacional, mas também a entrega do centro da cidade para lojas e clientes de e-commerce”, acrescenta. Laurence Jacquot da Lectra falou das soluções inovadores que a empresa disponibiliza aos players da indústria da moda e que ajudam na redução da emissão de carbono, respeitando as prioridades econômicas. “A tecnologia 3D reduz o uso de protótipos físicos, enquanto o Lectra Fashion PLM permite que as equipes trabalhem juntas em tempo real, sem qualquer trabalho de papel. Coleções melhor projetadas reduzem o desperdício de tempo, energia, insumos e de mercadorias RT não vendidas”, concluiu o executivo. Revista Têxtil #740 I 25

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Internacional OERLIKON

A empresa recebeu 300 visitantes, de mais de 25 países em sua sede em Leper, na Bélgica, para apresentar a OptiMax-i (foto), a sua nova máquina, é um marco na indústria, porque é a mais novo tear industrial de pinças. Com design inovador, a máquina é versátil, tem o menor consumo de energia no mercado e pode ser adaptada a uma grande variedade de tecidos. Outro destaque do Open House na Picanol foi a prévia da TerryMax-i, uma nova máquina para tecer tecidos terry fabrics que está pela primeira vez disponível em um formato de florete. As novas máquinas foram lançadas na ITMA em Milão.

A Oerlikon instalou um sistema para produção de nãotecidos (foto) na Avintiv, antiga Polymer Group Inc, em Benson, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, um dos maiores produtores mundiais de nãotecidos para o setor de medicina, higiene e limpeza. Montado em apenas três meses e três semanas de ajustes, o sistema começou a operar em condições estáveis.

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Internacional SUKANO

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O Conselho de Administração da Sukano nomeou Thomas Bernhardt (foto) como novo CEO e Presidente do Conselho Executivo. Bernhardt assume também a gestão da vendas da Sukano. O executivo, tem vasta experiência no setor, tendo passado pelas empresas Hoechst, Clariant e recentemente pela Archroma. Segundo Martin Schmutz, presidente da Sukano, Bernhardt é uma aposta do conselho administrativo que acredita que esta nova liderança vai aproximar ainda mais a empresa dos clientes, com mais flexibilidade e respostas mais ágeis às necessidades do mercado.

LOEPFE

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A fiação open-end tem a vantagem de ter uma alta produção, uma vez que o enrolamento não é necessário. Por outro lado, defeitos do fio podem ter um enorme impacto sobre o produto final: o chamado efeito Moiré. Depuradores de tipo 3N1 (foto) e 1N1 de Loepfe oferecem uma possibilidade rápida e segura, para detectar essas falhas durante o processo de fiação open-end, resultando em uma melhor qualidade do fio produzido. As falhas que ocorrem em fios open-end pode causar defeitos de qualidade no tecido. Os depuradores óticos Loepfe acompanham uma velocidade de fiação de até 400 m/min com uma cabeça de detecção.

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Internacional SSM A SSM mudou sua estrutura de vendas a fim de reforçar os negócios na China. O principal objetivo da mudança é se aproximar de seus clientes, sem o uso de qualquer agência como intermediária. Neste processo, promoveu Steven Lin, que foi representante da empresa por vários anos, ao cargo de Diretor de Vendas da SSM na China. O executivo vai liderar uma equipe de vendas recém-formada. Mesmo com a concorrência no segmento de máquinas têxteis, a SSM tem sido capaz de manter a sua liderança na China.

SAURER

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O Grupo Saurer está empenhado em fortalecer ainda mais suas operações na Índia, um dos mercados de anéis mais importantes. Sua nova planta de desenvolvimento tem gestão local, marcando assim o início de um novo capítulo para Saurer na Índia. O projeto, localizado em Vadodara, Gujarat, tem 85.000 m2. A nova unidade também inclui um hub de abastecimento para todo o grupo e estações de serviços para várias unidades como Saurer Bordado, e é construído para atender às demandas no mercado doméstico bem como os mercados internacionais de exportação. Segundo o Dr. Martin Folini, CEO do Saurer Group, o mercado indiano é um dos mais importantes do mundo e com o estabelecimento da nossa nova instalação em Vadodara. “Estamos em uma posição melhor para atender às necessidades de nossos clientes. A nova planta na Índia não só permitem à Saurer abastecer o mercado indiano mas também para os mercados essenciais do Sudeste Asiático com mais agilidade”.

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Nacional Com o Slogan “Estolas de pele para a elegância feminina”, em 1948 foi inaugurada a Peleria Nutria. Pioneira na industrialização desse tipo de produto no Brasil, a empresa – hoje grupo Nutrisport, administra as marcas Nutria e Lilla Ka, com operações de varejo e atacado fabricando quase a totalidade do que comercializa. Em três plantas fábris equipadas com máquina de corte eletrônica, passadoria específica e toda a tecnologia para alfaiataria industrial, a empresa retoma sua atuação no mercado de private label com mais de 150 funcionários, capacidade produtiva de cerca de 20 mil peças por mês. Para o inverno a marca aposta em vestidos minimalistas, tubos e modelos acinturados, calças pantalona, fitted e flare, além de macacão, capa (foto), trenchcoat e parka, que são tradição da marca.

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PRIVATE LABEL NUTRISPORT

AGRESTE TEX A terceira edição da Agreste TEX – Feira de Máquinas, Serviços e Tecnologia para a Indústria Têxtil acontece entre os dias 8 e 11 de março de 2016, em Caruaru (PE). O evento é promovido e organizado pela FCEM – Feiras, Congressos e Empreendimentos em parceria com a ACIC – Associação Comercial e Empresarial de Caruaru. A feira vai apresentar o que há de mais moderno no segmento têxtil em tecnologia, serviços e informação ao polo de confecção do Agreste de Pernambuco, formado por 13 cidades: Agrestina, Belo Jardim, Bom Jardim, Brejo da Madre de Deus, Caruaru, Cupira, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, Surubim, Taquaritinga do Norte, Toritama e Vertentes. O polo conta com mais de 18 mil unidades produtivas, geradoras de mais de 150 mil postos de trabalho. Suas empresas produzem cerca de 900 milhões de peças por ano, gerando negócios que movimentam mais de R$ 3,2 bilhões. Mais informações no site www. agrestetex.com.br .

ROLAND EXPERIENCE DAY Nos dias 18 e 19 de novembro a Roland DG levou ao Rio de Janeiro soluções em impressões de grandes formatos e abordou como os equipamentos podem auxiliar as empresas a transformar seus negócios. O ano de 2016 será movimentado no Rio de Janeiro, com as Olimpíadas e as eleições, por isso as empresas têm boas chances de garantir um ano rentável. O tradicional Roland Experience Day reuniu clientes, parceiros, especialistas e executivos de diversas empresas para apresentar as principais tecnologias e soluções em impressão de alta definição para pequenas e médias empresas de comunicação visual, têxtil, brinde e personalização. No encontro foram apresentadas as tecnologias das linhas de equipamentos: VersaEXPRESS com as impressoras RF-640 e RF-640S, VersaUV com o equipamento LEF20, Soljet Pro 4 XF-640S e a linha VersaCAMM SP-540.

CIRCUITO ABIT/TEXBRASIL Realizado pela Abit, Apex-Brasil e Texbrasil, o evento tem como objetivo, informar os empresários da região sobre o panorama e perspectivas do setor, o impacto da energia elétrica na produção e, ainda, o caminho para começar a exportar ou aumentar as exportações para quem já está no mercado internacional. O encontro aconteceu em Santa Catarina com empresários de Brusque para falar de desafios, inovação e exportação. O seminário “Circuito Abit/Texbrasil - Competitividade e Internacionalização” contou com a parceria do Sindivest Brusque, da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) e do Sindicato das Indústrias Têxteis (SIFITEC).

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Nacional CASA DE CRIADORES E BTOBE

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As marcas Lara Wisnik e Japonique vencem a terceira edição do Concurso BtoBe (Brazilians to Be), uma parceria entre a Casa de Criadores e o Texbrasil, Abit e Apex-Brasil. O projeto tem como principal objetivo a descoberta, capacitação e promoção de novos estilistas empreendedores no mercado internacional. As ações do projeto BtoBe começam com um programa de aceleração, que em cerca de dois meses realizará um diagnóstico das duas empresas e traçará um plano para cada marca, individualmente. O concurso conta ainda com o patrocínio da Lectra, que oferecerá aos vencedores suas soluções de software de projeto e modelagem, além de treinamentos e consultorias. Na Casa de Criadores se apresentaram Alê Brito, Ben, Corre Sempre(por Emicida), Cotton Project, Der Metropol, Fábia Bercsek, Felipe Fanaia, Fernando Cozendey, Hangar 33. Heloísa Faria, Igor Dadona, Karin Feller, Rafael Caetano, Rober Dognani e Weider Silverio.

EXPOPRINT DIGITAL A tecnologia da impressão digital revolucionou a indústria de impressão e mostra que a demanda por produtos impressos não está caindo, mas mudando de rumo. A tiragem dos produtos impressos diminuiu para otimizar campanhas, mas o número de edições de cada tiragem vem aumentando. Se antes falávamos em dez mil cópias, hoje falamos de dez serviços de mil cópias cada. A boa notícia é que a margem de lucro tende a aumentar. É com esta premissa que a feira que congrega o mercado da impressão digital no Brasil vai ser realizada entre os dias 6 a 9 de abril de 2016, no Pavilhão Branco do Expo Center Norte, em São Paulo. Tecnologias e insumos para setor de impressão serão apresentadas na mostra para atender o mercado brasileiro. Mais informações no site www.expoprintdigital.com.br .

SCMC DESIGN CAMP

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Realizado pelo Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), o SCMC Design Camp aconteceu durante os dia 23 a 28 de novembro e reuniu 18 empresas para troca de ideias e geração de inovação entre academia e mercado de trabalho. Durante cinco dias, estudantes de moda e design de 17 instituições de ensino apresentaram soluções para desafios de 18 companhias da cadeia de moda e design do Estado. Ao todo, 100 projetos foram entregues. Segundo os organizadores, o formato de imersão, utilizado pela primeira vez pelo SCMC trouxe resultados expressivos para as empresas. Além dos desafios criados pelas empresas – que envolviam pesquisa e desenvolvimento de protótipos e croquis, entre outras atividades – os estudantes encararam outra realidade: o convívio entre as equipes. Os alunos foram divididos em quatro times, com pessoas de instituições e semestres diferentes. O SCMC está no ano 10 e reúne 18 empresas e entidades de ensino que acreditam que é possível, através da descoberta de uma identidade de moda e design, criar desejo por produtos e marcas produzidos no estado. As empresas integrantes do movimento são: Altenburg, Audaces, Cia. Hering, Círculo, Coratex, Dudalina, Elaiá, Elegance, Fakini, HI Etiquetas, Karsten, Lancaster, Lepper, Loa Underwear, Marisol, Meu Móvel de Madeira, Printbag e Tecnoblu. Revista Têxtil #740 I 33

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Feiras & Eventos

Colombiatex de Las Américas

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O setor têxtil Sul-Americano se reúne em Medelin, na Colômbia, entre os dias 26 e 28 de janeiro de 2016

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mas das feiras mais importantes da América do Sul vai movimentar o setor, promovendo as matérias-primas, insumos, máquinas e produtos químicos. A mostra será realizada na Plaza Mayor, em Medellín, entre os dias 26 e 28 de Janeiro do próximo ano. A Colombiatex é hoje, certamente, a feira que mais congrega elos da cadeia produtiva têxtil na América do Sul. Segundo a organização, cerca de 500 expositores (40% de fora da Colômbia) e 11.000 compradores vão movimentar o evento que segundo Carlos Eduardo Botero, diretor executivo da Inexmoda, tem a premissa de que as tendências da moda nascem nos setores têxteis e de insumos. “Ressaltamos a presença de países como a Índia, Espanha e Brasil que encabeçam a lista de expositores. Nesta edição temos, pela primeira vez, um grupo de empresas da Itália, graças a embaixada do país na Colômbia”, declarou o executivo. Estudantes, designers, empresários, acadêmicos e amantes do sistema de moda também podem participar do show graças ao Inexmoda no Pavilhão do Conhecimento - UPB. Sob o tema “Conectando conhecimento para vibrar o Sistema da Moda”, o Inexmoda quer conectar não só a indústria, mas gerar paixão pelo negócio e pelo conhecimento.

A impressora PIKE® da SPGPrints incorpora a tecnologia Archer® e conta com 43 cabeças de impressão Fujifilm Samba. Estas cabeças funcionam a 32KHz, em uma largura de impressão de 1850mm e oferecem tamanhos de pontos variáveis (de 2 a 10pl) com uma resolução de 1200x1200ppp. O furo de 4mm entre as cabeças de impressão e o tecido permitem imprimir uma ampla gama de texturas de tecidos utilizando as tintas reativas HD, especialmente formuladas para eliminar a névoa de tinta. A empresa também irá apresentar ainda as tintas PIKE® que oferecem um excelente comportamento em máquina e o cilindro Nova® 245 que foi desenvolvido com o objetivo de igualar os elevados padrões atuais dos tecidos impressos pela impressão digital. RT

SPGPrints

A SPGPrints estará na Colombiatex apresentando sua nova impressora digital, a PIKE®, e as demais inovações tecnológicas como as tintas reativas HD e os cilindros Nova® 245 Mesh e Random®. Para o diretor da SPGPrints Brasil, José Maria Alves, a feira é uma grande oportunidade de negócios para o grupo e por isso vão levar para a mostra as soluções em impressão digital e rotativa.

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Feiras & Eventos

GOTEX Show 2015 A terceira edição da mostra consolidou o evento no calendário têxtil e já tem data marcada para 2016

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o início de outubro a cidade de São Paulo sediou a terceira edição da GOTEX Show - Feira Internacional de Produtos Têxteis. O evento que aconteceu no São Paulo Expo consolidou-se como uma plataforma internacional do setor, reuniu players de toda a cadeia produtiva de Bangladesh, Brasil, Cingapura, China, Estados Unidos, Índia, Itália, Hong Kong, México, Peru e Taiwan. Os visitantes puderam acompanhar os lançamentos em fibras, fios, tecidos, produtos acabados (moda e homewear – cama, mesa e banho) e aviamentos. Durante três dias 116 expositores apresentaram seus produtos, para o mercado brasileiro e latino-americano. Mais madura, a feira no geral estava mais profissional e com produtos de qualidade. O destaque desta edição da GOTEX Show foram as matérias primas e insumos para o setor de confecção. Importantes magazines e clientes de todos os portes estiveram na mostra e as negociações que começaram na feira devem seguir até o final do primeiro semestre de 2016. Aproveitando a elevação da qualidade dos produtos, o comitê organizador montou uma amostra com produtos dos expositores, o que, segundo os visitantes e imprensa especializada, foi um avanço para a feira. A organização já anunciou que em 2016 a exposição vai ser ainda mais interessante e vai ganhar um lugar de destaque dentro do mapa da feira. Para incrementar a programação a GOTEX Show contou com palestras de especialistas do setor que discorreram sobre assuntos de interesse da cadeia produtiva têxtil como: “Comércio eletrônico para vestuário: um novo canal para aumentar as vendas” e “Panorama do e-commerce de moda no Brasil”, apresentadas por Jairo Lobo Migues, especialista com mais de 20 anos de experiência na área de Tecnologia da Informação, do Sebrae-SP, e “O impacto do fashion blogging na comunicação de marcas de moda”, pela Prof.ª Dr.ª Carol Garcia, do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Da Redação

Foto: Dorival Zucatto

“A GOTEX SHOW está se tornando, cada vez mais, uma plataforma internacional. Em três dias de realização, a feira se propôs a fortalecer negócios, criar novas parcerias e a cooperação em toda a cadeia têxtil”, afirmou Pan Faming, Diretor-Executivo do Comitê Organizador do evento que é formado pelo Grupo China Trade Center, a CCCT - Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Têxteis e Vestuário, o CCPIT TEX – Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional e o Grupo Fiera Milano. A quarta edição da GOTEX Show acontece entre os dias 20 e 22 de setembro de 2016 e uma das novidades é que ela volta a acontecer no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte. Além da realização do Concurso Novos Designers Brasil, o comitê organizador está preparando outros eventos paralelos que vão reforçar RT o line-up do evento.

Amostras dos produtos dos expositores Revista Têxtil #740 I 35

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Feiras & Eventos

Novos Designers Brasil Francesco Bogarin do Centro Universitário Anhanguera venceu a 2ª edição do Concurso e foi premiado com uma viagem de pesquisa de moda na China.

Da Redação

Fotos: Dorival Zucatto

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2ª edição do Concurso Novos Designers Brasil aconteceu no primeiro dia da GOTEX Show reunindo os desfiles dos 10 finalistas selecionados para a final do certame. As 10 coleções de quatro looks foram inspiradas no tema: “Piratininga, a São Paulo de etnias tão misturadas”, uma alusão à obra “Operários” de 1933, pintada por Tarsila do Amaral. A pintura e o tema tratam das etnias que deram origem à cidade de São Paulo hoje tão miscigenada. Os dez designers que se classificaram para a final foram: Danilo Ibrahim (SENAI), Fernanda Douat (Istituto Europeo di Design), Jack Vailatt (SENAI), Luiza Zanutto (SENAC), Mariana Takikawa (Istituto Europeo di Design), Marina Rodrigues (Centro Universitário Belas Artes de São Paulo), Rafael Scaranaro (Centro Universitário Anhanguera), Renata De La Rosa (Istituto Europeo di Design) Rodrigo Rooka (Universidade Anhembi Morumbi) e o vencedor do Concurso Francesco Bogarin (Centro

Rodrigo Rooka

Jéssica jin

Francesco Bogarin e a coleção premiada

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Universitário Anhanguera). A coleção vencedora foi batizada de “Lavoura de Fronteiras” e foi inspirada no bairro do Bom Retiro, que segundo o Francesco é um ícone da diversidade paulistana por reunir o convívio interétnico dos imigrantes, misturando a exótica população negra, o olhar frio dos coreanos, o comportamento dos judeus e o bom gosto do vestir dos italianos. Como prêmio o vencedor viaja em 2016 à China para uma pesquisa de moda. O Evento contou ainda com o desfile da vencedora da edição 2014 do concurso, Jéssica Jin, do Instituto Europeu di Design, que se apresentou como convidada mostrando uma coleção inspirada nos índios Karajás e nas fadas dos contos típicos coreanos. A terceira edição do concurso novos designers Brasil já foi confirmada. O regulamento será lançado no início de 2016, quando será conhecido o tema, as matérias-primas que serão usadas e o prêmio para o vencedor. A final do concurso acontece no dia 20 de setembro. A novidade da próxima edição é que o concurso deixa de ser municipal e todos os estudantes das escolas de moda do estado de São Paulo poderão RT se inscrever.

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Feiras & Eventos

Minas Trend:

A Força de Quem Faz

Semana de moda mineira dribla a crise mostrando que a combinação entre design, criatividade, gestão e preços adequados aos produtos podem ser a solução para a geração de negócios. Da Redação

Fotos: Agência Fotosite

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om o tema “A Força de Quem Faz”, a edição Outono/Inverno 2016 do Minas Trend, uma das principais plataformas de negócios do setor no país, destaca o poder da criatividade e da força do trabalho dentro do processo produtivo. A 17ª edição mostrou, em primeira mão, as coleções de vestuário, calçados, bolsas, jóias e bijuterias para a próxima estação. Promovido pela FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, o evento contou com desfiles, exposições, oficinas e instalações. O tema da semana de moda mineira teve como objetivo ressaltar a importância dos profissionais dentro da indústria da moda, destacando a criatividade, inovação e empreendedorismo como

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Feiras & Eventos do salão de negócios com orquestração de Paulo Martinez teve como fio condutor o Japão. O elo de ligação das peças de coleções diversas foi o branco com pinceladas de vermelho e preto. A produção se inspirou em elementos dos quimonos, maxi-acessórios, cabúqui e na bandeira do Japão para encantar com a passarela que deu o tom do que poderia ser encontrado nos estandes dos expositores. No desfile musicado pelo coral lírico Cantos de Minas, surgiram produções elaboradas com mix de texturas, gola role, pantacourts e amarrações. A sobreposição imperou no desfile mostrando o “truque” ideal para um inverno tão eclético nos estados brasileiros. Os vestidos fluidos combinam com calças, blazers arrematam peças mais leves e os bordados, tradicionais na moda mineira, dão identidade e sofisticação ao inverno que sai das Minas Gerais e segue aos quatro cantos do país em temperaturas que podem variar de 0 a 30 graus.

Fabiana Milazzo

A designer apostou no “jogo dos opostos” para o Inverno 2016 com a feminilidade unida com o universo masculino para trazer peças de alfaiataria. As estampas e bordados fazem o contraponto entre artesanal e tecnológico. Nos shapes saias godês, midi e longas e vestidos ajustados que vão do curto ao longo. Entre os materiais, a novidade é o jeans da parceria com a Canatiba. Na cartela de cores, tons de rose que escurecem até chegar ao vinho, assim como o azul que chega gradualmente ao ônix, além do prata. diferenciais que incorporam valor em todas as fases da produção. A temática vem reafirmar o trabalho artesanal como principal atrativo da moda mineira. “Sem dúvida, o potencial humano é um dos principais pilares que mantém a nossa indústria de moda e, como representantes do setor, temos que valorizar e estimular a qualificação e participação desses profissionais no dia a dia das empresas” avalia Olavo Machado Junior, presidente da Fiemg. “O tema ‘A Força de Quem Faz’ reflete, sobremaneira, o perfil criativo da moda mineira que carrega em seu DNA o espírito dos nossos mais genuínos artesãos”, completa o executivo. O tradicional desfile de abertura do evento que reúne uma seleção finíssima de produtos dos expositores

Lucas Magalhães

Referências clássicas das artes gráficas e de coleções anteriores dão o tom do inverno da marca em bases de tricô e couro para a alfaiataria. Estampas, linhas mais retas e comprimentos midi surgem em vestidos e saias rodadas. A cartela de cores inclui preto, branco, laranja, verdes e rosas.

Mabel Magalhães

A androginia marca a coleção trazida pelo vestuário masculino. A alfaiataria surge em cortes sóbrios e na camisaria que ganham trabalhos de superfície como bordados de pedraria e plumas. A feminilidade surge nos tecidos como rendas, tules italianos bordados, georgetes de seda e cetim duchese, além das esRevista Têxtil #740 I 39

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Feiras & Eventos

Da esquerda pra direita: Anne Est Folle, Fabiana Milazzo, Faven, Lino Villaventura, Llas, Lucas Magalhães, Mabel Magalhães, Plural e Vivaz

tampas florais. Na paleta de cores destaque para o duo preto e branco e o pink.

Lino Villa

O designer Lino Villaventura lançou no evento sua mais nova marca, a Lino Villa, mostrando seu lado mais prêt-à-porter, e nem por isso menos conceitual. Sua segunda marca menos rebuscada jamais poderia ser simples. Chega com identidade marcada pelas formas, com interferências do criador sobre os materiais. Bordados em pedrarias, nervuras, rendas e a aplicação de cristais migram do DNA da marca-mãe e recebe o frescor das estampas.

Faven

Os famosos tricôs da marca tiveram Bauhaus como inspiração. As cores, texturas e estampas passeiam pela elegância e sobriedade da arquitetura e design dos anos 30 desdobrando-se em composições intensas, geométricas e sofisticadas. Os shapes são secos e assimétricos com base na alfaiataria e no militarismo. O tricô jacquard surge forte na coleção em tons de bordô, verde militar, mostarda, azul marinho, laranja e preto.

Vivaz

O universo da equitação e o imaginário dos contos de fadas trazem para a marca um inverno com peças

diáfanas de ninfas, guerreiras e princesas unindo a delicadeza, a força e o romantismo. As peças são fluidas e ganham nervuras, rendas e babados em shapes amplos e lânguidos. As estampas são leves e sutis para contrastar com a alfaiataria e os bordados monocromáticos na mistura de correntes e pedrarias.

Anne Est Folle

As irmãs Renata e Ludmila Manso partiram da pesquisa de formas e linhas arquitetônicas e de objetos do cotidiano que imprimiram a linguagem visual da coleção. Uma cartela colorida pintou fortes grafismos, geometria e linhas orgânicas em cores vibrantes como azuis, turquesas e pinks contrastados por fundos escuros. Na matéria-prima fibras nobres dos tecidos pongés, cetins, crepes pesados, organzas de seda, draps de lã, fios robustos de seda pura tricotados à mão e jacquards.

Plural

O inverno da marca chega bem feminino e com estampas estilizadas em silhuetas de rostos e corpos em nanquim ou formas aquareladas e linhas em preto e branco. A cartela de cores passa pelo off white, bege escuro, chumbo, marinho, marsala e bordô para colorir coletes de comprimentos diversos, pantacourts e casacos 7/8 que mostram-se repaginados pelos tecidos que

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Feiras & Eventos SALÃO DE NEGÓCIOS

aquecem a estação, como o moletom, o lurex, o matelasse, o jacquard, a viscose maquinetada e o tricô.

Llas

A coleção das irmãs Lorena e Laura Andrade trouxe o reaproveitamento dos retalhos para compor os patchworks coloridos, lacinhos e roletes aplicados nas peças. Destaque para as saias abertas coloridas com várias aberturas construídas com tecidos assimétricos que deixam à mostra as bermudas justinhas. A coleção propõe um inverno muito leve com telas, sedas, cetins e RT cambraias de algodão.

Um dos sustentáculos, talvez o mais importante deles para o Minas Trend, é o Salão de Negócios - a grande mola propulsora que faz girar a engrenagem do evento, injetando o capital para que as marcas possam investir na criação das produções que dão graça e charme à passarela. Mesmo com a retração provocada pela instabilidade política e econômica instalada no Brasil, a maioria dos expositores do Minas Trend promoveu ajustes nas áreas de produção e gestão, ampliou as facilidades para os compradores, tudo isto sem deixar de lado o design para manter, e em alguns casos até ampliar, o fluxo de vendas para a próxima temporada. Para o Superintendente de Gestão e Comunicação da Fiemg, Henrique Câmara, o principal objetivo do Minas Trend é oferecer uma plataforma de negócios consistente para que a indústria de moda possa fidelizar o comprador e estimular, cada vez mais, o processo de venda. “Esforçamos-nos para encontrar um ponto de equilíbrio entre todos os elementos necessários para gerar um evento de qualidade que, a cada edição, mantenha o Minas Trend como o melhor salão de negócios de moda da América Latina”, declarou o executivo. Os números da 17ª edição do Minas Trend, mesmo neste momento intempestivo que assola o País, confirmam o potencial de geração de negócios do evento. O salão mineiro contou com 250 marcas expositoras, 4,2 mil compradores e 742 profissionais de imprensa de todo o Brasil e exterior. Várias marcas como Debora Germani, Heliana Lages, Confraria, Tonagê, entre outras registraram crescimento nas vendas desta estação em relação à estação passada no evento. Segundo os expositores isto foi possível pelo trabalho prévio que fizeram com os clientes, incentivando a visitarem o salão. Esta é a fórmula perfeita para uma bolsa de negócios: Promotores, organizadores e expositores comprometidos em divulgar e fazer um trabalho de levar o cliente para feira. O resultado podia ser visto todos os dias - corredores e estandes sempre lotados.

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Feiras & Eventos

Colcci

Retrospectiva SPFW

São Paulo Fashion Week

A

40ª edição do SPFW comemorativa aos 20 anos do calendário oficial da moda brasileira aconteceu de 18 a 23 de outubro celebrando os processos e as singularidades do fazer com o tema “Do princípio ao início”. A novidade da edição foi a volta da semana Paulista para o Prédio da Bienal, sua casa mais emblemática, além de uma série de conteúdos interativos apresentados, ao longo da semana, que destacaram a capacidade humana de criar com as mãos e inspirar novas possibilidades, do artesanal ao tecnológico, do princípio ao início,

Iódice

Osklen

Ricardo Gomes

Fotos Divulgação

em constante evolução, sempre em busca de novos pontos de partida. Na passarela as marcas Alexandre Herchcovitch, Animale, Uma por Raquel Davidowicz, Ronaldo Fraga, Lilly Sarti, Vitorino Campos, Iódice, GIG Couture, João Pimenta, PatBo, Ellus, Reinaldo Lourenço, Samuel Cirnansck, Apartamento, Coven, Hêlo Rocha, Lethícia para Riachuelo, Gloria Coelho, Fernanda Yamamoto, Juliana Jabour, Lolitta, Lino Villaventura, Giuliana Romanno, Patrícia Viera, Ratier, Wagner Kallieno, Amapô, Colcci e Osklen RT apresentaram suas propostas para Inverno 2016.

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Feiras & Eventos

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Relação de Fornecedores

Relação de Fornecedores ABIMAQ 45 ABIT/SINDITEXTIL 44 ABTT 45 AGRESTE TEX 43 ARMARINHOS 45 CACR 37/46 CARMELO 46 CEARÁ MODA CONTEMPORÂNEA 31 FCEM 45 HAVIR 27 INDACO 37/46 INPAL 46 INTERFACE 46 ITM 3ª Capa 4ª Capa JTECK KAARI 46 LECTRA 21 LUMOBRAS 2ª Capa MILAINOX 37/47 MVAZ 47 ORIZIO 19/47 PICANOL 15 PORTO SEGURO 23 RIETER 13 SILMAQ 29 SINDILAV 05 SPG PRINTS 47 STAUBLI 47 TABATEX 09 TREMEMBE 47 TRUTZSCHLER 48 TRUTZSCHLER NÃOTECIDO 11 WEKO 17

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Relação de Fornecedores

A Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios Têxteis – CSMAT foi o primeiro setor de máquinas do Brasil a se organizar como entidade de classe, visando o profissionalismo e o interesse tecnológico de nosso país e dando origem à nossa Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Desde então estamos sempre buscando entender os anseios do setor pois acreditamos na força e capacidade da indústria têxtil brasileira. Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios Têxteis da ABIMAQ Avenida Jabaquara, 2925 - Planalto Paulista - 5 andar - São Paulo - SP CEP 04045-902 Site: www.abimaq.org.br/csmat E-mail: csmat@abimaq.org.br Fone: (11) 5582-6378/6370

Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda A ABTT, Associação que congrega profissionais das áreas têxtil, de confecção e de moda, há mais de meio século, tem como objetivo a divulgação de avanços tecnológicos para os que atuam na cadeia têxtil, moda, vestuário, sejam eles estudantes, profissionais ou professores. Promove congressos, seminários e conferências em diversas localidades, buscando atender aqueles que buscam conhecimento. Fone: 11 – 4587-5530 Fax: 11– 4607-1850 E-mail: abtt@abtt.org.br Home Page: www.abtt.org.br

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Relação de Fornecedores

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