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EDITORIAL
A REVISTA TÊXTIL é uma publicação da
R. da Silva Haydu & Cia. Ltda. Inscr. Est.: 104.888.210.114 CNPJ/MF: 60.941.143/0001-20 MTB: 0065072/SP
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Órgão de divulgação das entidades Abint: Associação Brasileira das Ind. de NãoTecidos e Tecidos Técnicos; Núcleo Setorial de Informação do SENAI/CETIQT; Redação/Administração Rua Albuquerque Lins, 867 8º andar - Santa Cecília São Paulo/SP - Brasil - CEP 01230-001 Tel/Phone: +55 (11) 3661.5500 E-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Site: www.revistatextil.com.br Publicação bimestral com circulação dirigida às fiações, tecelagens, malharias, beneficiadoras, confecções nacionais e internacionais, universidades e escolas técnicas. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a filosofia da revista. A reprodução total ou parcial dos artigos desta revista depende de prévia autorização da Editora. Redação Releases, comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas a matérias. Pedidos de informação relacionados às matérias e à localização de reportagens: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Publicidade Anuncie na REVISTA TÊXTIL e fale diretamente com o público leitor mais qualificado do setor têxtil no Brasil e no mundo: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br Assinaturas Para renovação e outros serviços, escreva para: e-mail: revistatextil@revistatextil.com.br
FELIZ NOVOS NEGÓCIOS Em 2019 tivemos diversas situações importantes para o mercado nacional e internacional. Foi um ano difícil do ponto de vista político, mas apesar disso, deixou resultados positivos e projeções encorajadoras para 2020. Segundo dados divulgados na coletiva de imprensa da Abit, em dezembro de 2019, o setor têxtil brasileiro sofreu por conta das questões na Argentina, mercado extremamente importante para as exportações brasileiras. O algodão também teve sua alta no início do ano impactando nos custos dos têxteis, e apenas com a nova safra, os preços reduziram. O algodão ainda é a fibra mais transformada no Brasil, representando cerca de 50%. Soluções de baixo impacto ambiental em toda a cadeia produtiva têxtil estão contando com investimentos permanentes, graças às novas demandas mundiais, com o objetivo de agregar valor ao produto, reduzir os impactos ambientais e reduzir os custos de produção. O ano passado contou com dois grandes eventos mundiais, que confirmaram a evolução tecnológica do setor: a ITMA Barcelona, e a Techtextil e Texprocess, que apresentaram inovações em tecnologia, soluções e sustentabilidade para a cadeia têxtil. A Revista Têxtil começa 2020 em busca de mais inovações para vocês nossos leitores. Estaremos na Colombiatex, em Medellin, na Colômbia, agora em janeiro como convidados e faremos a cobertura completa do evento. Não perca a próxima edição. Até a próxima e feliz 2020!
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SUMÁRIO
ABIT
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UMA AGENDA EFICAZ PARA AMPLIAR A INTEGRAÇÃO GLOBAL
ABTT
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57 ANOS NÃO SÓ DE HISTÓRIAS
PREVIEW
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COLOMBIATEX 2020
DENIM
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SEMANA DENIM
CONHECIMENTO
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2019: O ANO DO CONHECIMENTO
MODA
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46ª EDIÇÃO DA CASA DE CRIADORES
MERCADO
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ABIT DIVULGA BALANÇO DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO
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PICANOL NA ITMACH INDIA PRODYE-R DA KARL MAYER ESTABELECE NOVOS PADRÕES PADRÕES DE JACQUARD 4.0 SOLUÇÕES DA AUTEFA SOLUTIONS NA TECHTEXTIL INDIA KARL MAYER PARTICIPA DA ISPO EM MUNIQUE
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RELAÇÃO DE FORNECEDORES
TECNOLOGIA
RELAÇÃO
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ABIT
UMA AGENDA EFICAZ PARA AMPLIAR A
INTEGRAÇÃO GLOBAL DO BRASIL FERNANDO VALENTE PIMENTEL Presidente da ABIT
A
discussão sobre a maior inserção comercial do Brasil no contexto global, cuja agenda deverá ter novos desdobramentos no ano novo, e a realização da Olimpíada de Tóquio em 2020 suscitam uma analogia sobre o ritmo, intensidade e timing desse necessário movimento. O Futebol Olímpico teve, entre 1952 e 1980, somente seleções dos então países do Leste Europeu como ganhadoras da Medalha de Ouro. Tal hegemonia deveu-se ao fato de as então nações da região disputarem a competição com suas seleções principais, constituídas por amadores de fachada, jogando contra times de juniores e aspirantes. A FIFA não permite profissionais no futebol olímpico e o equilíbrio só ocorreu quando ficou definido que as equipes seriam constituídas por atletas sub-23, reforçados de três com idade superior. A concorrência entre desiguais transposta para a economia resulta em desinvestimento, desindustrialização, desemprego e queda do PIB. Assim, não é sensato propor movimentos acelerados de alterações tarifárias, sem que se avance, nas soluções para os problemas mais graves que limitam nossa competitividade. Porém, isso precisa ser feito no âmbito dos acordos multilaterais, como o firmado entre o Mercosul e a União Europeia, ou bilaterais, conforme se preconiza nos diálogos com o Canadá, Coreia do Sul, Cingapura, Japão e México. É preciso reconhecer isso e ter sabedoria para consertar o que for necessário. É claro que não podemos estar satisfeitos com a trajetória da inserção do Brasil nas redes globais de valor dos últimos 30 a 40 anos, pois perdemos posição relativa no comércio mundial e aumentamos sensivelmente a proporção de produtos primários em nossa pauta exportadora.
O valor é equivalente a cerca de 22% do PIB nacional e ao dobro do referente à indústria de transformação (cerca de R$ 800 bilhões). Para solucionarmos esses problemas, há medidas, incluindo a modernização da infraestrutura de transportes, reforma tributária, desburocratização, mais segurança jurídica, queda dos preços da energia e ampliação das fontes e do acesso aos financiamentos. Também é decisivo um choque de qualidade no ensino, cuja precariedade reflete-se na baixa produtividade do trabalho. Este quadro onera a indústria, setor mais exposto à concorrência internacional, bem como o agronegócio, o comércio e os serviços. Todos os segmentos precisam ser fortes, e o Brasil tem potencial para isso. Aspecto positivo é que pela primeira vez, em 30 anos, temos taxas de câmbio e juros na direção correta, condições, que, mantidas, melhorarão nossa competitividade. Infelizmente, a isonomia concorrencial não pode ser estabelecida por mera medida administrativa, como a mudança de idade dos jogadores, como fez a FIFA. O que temos de fazer é trabalhar sem parar, no setor público e no privado, para aumentar nossos negócios com o mundo de maneira dinâmica, explorando todo o nosso potencial, fomentando P&D, estimulando investimentos e gerando milhões de postos de trabalho. Para isso, precisamos de uma agenda clara, previsível e transparente. A indústria nacional, como a têxtil e de confecção, já exportou mais do que atualmente e está pronta para participar de modo mais intenso do comércio global. O setor não é ensimesmado, não quer privilégios e subsídios, mas apenas condições isonômicas para competir. RT
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ABTT
57 ANOS NÃO SÓ DE HISTÓRIAS NELSON PEREIRA JÚNIOR PRESIDENTE DA ABTT
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o último mês de novembro de 2019 a ABTT completou 57 anos de fundação comemorados onde tudo começou: no bairro Riachuelo, no estado do Rio de Janeiro, mas pelo destino, a última comemoração de aniversário nesta unidade do atual SENAI CETIQT sucessor do ETIQT. Última sim neste local que por várias décadas abrigou uma das referências em ensino técnico têxtil no país, sendo que por motivos pontuais e estratégicos irá continuar com a sua competência, mas agora em outros locais mais apropriados para a realidade do setor têxtil do Brasil e do Mundo. Não podemos imaginar toda a evolução industrial sofrida nestas últimas 16 décadas de indústria têxtil no Brasil sem ter passado pelas mãos de técnicos têxteis, que com muita competência estiveram envolvidos em realizar e trazer inovação, sendo em equipamentos, processos, matéria prima, conceitos, entre outros. Os que conviveram neste período, lembram de grandes dificuldades tecnológicas que limitavam a criatividade e perspicácias destes profissionais, por falta de informações ou acesso no período próximo ao da fundação da ABTT. Ocorria por ser assim as questões de informações, por não haver mecanismos globais de informações que já temos há algum tempo, mas mesmo sem isso os valorosos profissionais cumpriram suas funções nas academias de ensino, fábricas, pesquisas e entre toda a cadeia têxtil. O mundo inteiro passa por revoluções constantemente, sendo de conceitos, visões, gostos, desejos, necessidades que temos, e que se queremos estar nesta revolução precisamos não só abrir a mente, como também querer ser atualizado com tudo isso, também temos desejos, gostos e necessidades para estar nesta onda de
vivência ou sobrevivência. Podemos discutir e contribuir com as regras, expor as opiniões, mas vamos jogar! A ABTT sempre esteve presente neste jogo. Sempre discutiu e contribuiu, sendo hoje a mais antiga associação profissional do setor têxtil atuante em sua missão, que é levar conhecimento a todo profissional têxtil. Parceira de Associações Texteis, Federações Industriais, Sindicatos do Setor, Membro de Comitês Relevantes, Academias de Ensino, Fabricantes de Máquinas/Equipamentos e Insumos em Geral, Imprensa e eventos dos mais conceituados para o setor como apoiadora e geradora de conteúdo técnico. Presente na maior feira de máquinas têxteis no mundo, a ITMA, a ABTT participou com um local de encontro durante a feira, representando todos os profissionais têxteis do Brasil, onde recebemos a demonstração de reconhecimento não só dos visitantes brasileiros, mas de todo Mundo. Realizamos o XXVIII CNTT Congresso Nacional de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda, uma edição que manteve a característica de outras edições, porém reinventada para a condição atual em que os profissionais e o mercado necessitam, e com isso tivemos um resultado acima do esperado, agradecendo a confiança de todos os envolvidos, congressistas, palestrantes, entidades de classe, entidades governamentais e parceiros amigos. Com essas ações somadas nestes 57 anos, podemos ver que não é só a história da ABTT, é ter a consciência do trabalho intenso que estamos realizando nestes anos, empenhados dia a dia em nos reinventar, atualizar, discutir e promover o crescimento tecnológico do setor têxtil, juntos a todos os envolvidos. RT
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PREVIEW
COLOMBIATEX 2020
APOSTA EM SUSTENTABILIDADE, TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Evento espera receber 15 mil compradores de 50 países
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Colombiatex 2020, realizada pela Inexmoda, acontece entre os dias 21 e 23 de janeiro de 2020, na Plaza Mayor, em Medellín, na Colômbia. O reaproveitamento de água, tecidos feitos de plástico reciclado e materiais biodegradáveis serão algumas das tendências que serão vistas durante o evento, que irá contar com cerca de 530 expositores e 15 mil compradores vindos de 50 países. O mundo enfrenta uma agenda importante em termos de sustentabilidade ambiental e as indústrias são desafiadas por consumidores mais conscientes, informados e exigentes, a desenvolver produtos e serviços que tenham um impacto mínimo no meio ambiente, exigindo das indústrias equilíbrio entre sustentabilidade ambiental e rentabilidade dos negócios. Dentro desse contexto, a Colombiatex de las Américas 2020 abordará o tema como principal tópico de discussão através da Rota da Sustentabilidade Ambiental, uma iniciativa que destaca os processos e novos modelos de negócios de 50 expositores do evento, sendo 27% do Brasil. A Rota mostrará as empresas que estão aplicando práticas sustentáveis diferenciadas em seus modelos de negócios, educando os visitantes sobre as novas alternativas disponíveis no mercado. O Fórum de Tendências é um espaço para compradores e visitantes conhecerem as tendências da moda
RENATA MARTORELLI
primavera - verão 2020, que abrirão o calendário comercial do ano por meio de conferências diárias. No fórum, os visitantes saberão o que será visto no mercado em termos de têxteis, suprimentos e cores nesta temporada. No dia 22 de janeiro, a Inexmoda celebrará o Dia do Jeans convidando os participantes a vestirem sua melhor peça. A Inexmoda considera o conhecimento e o aprendizado o ativo número um das organizações e a feira contará com o famoso Pavilhão do Conhecimento Inexmoda-UPB, um espaço aberto ao público em parceria com a Universidade Pontificia Bolivariana, onde cerca de 28 especialistas compartilharão experiências. A Colombiatex se destaca por ser a plataforma de negócios da indústria têxtil e de vestuário mais importante da América Latina, graças à sua certificação UFI, que reconhece eventos mundiais, para onde convergem 50 países. Com quase 11 mil metros quadrados de exposição, o evento receberá 2.500 compradores internacionais. Compradores e visitantes também terão a oportunidade de visitar o Mercado Graph, um espaço da Inexmoda dedicado a mostrar o talento criativo de designers gráficos e ilustradores como fornecedores essenciais na cadeia de produção. Além disso, o evento destacará mais de 100 empresas participantes cuja produção é 100% colombiana por meio do selo Origin Colombia, a fim de incentivar e destacar a produção local. RT
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Jaquetas confeccionadas e customizadas para a campanha “Qual é o tom da sua jaqueta”, apresentada no showroom da Capricórnio.
SEMANA DENIM
MOVIMENTOU A CIDADE DE SÃO PAULO VIVI HAYDU E RENATA MARTORELLI
A
cidade de São Paulo foi palco dos lançamentos das principais empresas produtoras de Denim do Brasil. Durante a primeira semana de novembro de 2019, as tecelagens apresentaram suas apostas para a próxima temporada, abordando temas como sustentabilidade, tecnologia, inovação e tendências de moda. Confira algumas das novidades do mercado Denim.
CAPRICÓRNIO APRESENTOU LANÇAMENTOS NO CAPRICONECTA VOL. 2 Nos dias 05 e 06 de novembro, a Capricórnio realizou a segunda edição do CapriConecta, no Iate Clube de Santos, em São Paulo, celebrando a diversidade e a inclusão. O evento contou com novidades em tecidos, Workshops e Talk sobre moda e inovação e uma exposição inédita de jaquetas com o artigo Algarve, confeccionadas e customizadas por grandes marcas e designers brasileiros. As novidades da empresa para 2020 vêm destacadas em três famílias de produtos: Confort Denim, Flat Confort Denim e Light Denim. A Linha Confort Denim conta com algodão com elastano, é confortável e permite criações com efeitos, como os rasgados. Entre os lançamentos da linha estão o Trek, um moletom mais leve, indicado para peças mais amplas, como joggings e bermudas; o Ibira Black Flex, que apresenta um visual de
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tecido 100% algodão, com sarja marcada, com stretch e largura útil de 1,53m; o Ibira Sky Blue Flex, a variação do black, com tingimento azul; o Medina, puro índigo, com flamê suave, que permite lavagens do tom mais intenso até o mais claro, com largura útil de 1,57m; o Zico, que apresenta um tingimento bottoming, 1,47m de largura útil e peso 10oz; o Oscar e o Jango, tecidos com tecnologia Dual Core (T400), que apresenta grande desempenho de flexibilidade, conforto e resistência, numa composição de algodão, poliéster e elastano; e o Guga Blue Black, com composição 98% algodão e 2% elastano, largura útil de 1,72m e peso de 9,5oz. Já a Linha Flat Confort Denim traz o toque do cetim aliado ao elastano. Entre os lançamentos está o Oslo, um tecido Premium, o primeiro cetim algodão/elastano da Capricórnio, com toque agradável no avesso do tecido e 1,50m de largura útil. Na Linha Light Denim, o jeans é leve, ideal para vestidos, camisas e tops. O Iza é um índigo blue 100% algodão, leve, com 1,64m de largura útil; e o Liz une o algodão, o poliéster e o elastano e traz a largura útil de 1,42m.
SANTANA TEXTILES VERÃO 2020/2021 Após percorrer as cidades de Fortaleza, no Ceará, e Rio do Sul e Brusque, em Santa Catarina, a Santana Textiles realizou o Blue Day na capital paulista, nos dias
Fotos: Divulgação
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Santana Textiles – Bahama.
Coleção Corpo Cedro Têxtil Calça Duo M, Bermuda Ultra Duo e Jaqueta Galaxy Foto: Márcio Rodrigues
6 e 7 de novembro, e apresentou os principais lançamentos para a próxima temporada. “O Blue Day é um evento pensado para todas as pessoas que fazem parte do universo denim, com o propósito de agregar conhecimento e informação a todos os convidados”, comentou Airam Cristina Pagliosa, coordenadora de Produto e Marketing da empresa. Entre as novidades apresentadas pela Santana Textiles, estiveram os artigos Tairon, Aruba, Tróia, Bahamas, Matrix Baby Blue, Matrix Blue, Matrix Black Blue e Castor Dark, além dos artigos da Linha Sustentare, que economizam água e corante na produção. A programação do Blue Day também contou com palestras sobre sustentabilidade, negócios e marketing de moda; e um talkshow com o tema “Desmitificando o Poliéster”, com a participação de profissionais de lavanderia e de produtos químicos.
CEDRO LANÇA COLEÇÃO CORPO A Cedro Têxtil apresentou entre os dias 5 e 7 de novembro, no Lounge Cedro Têxtil, em São Paulo, a coleção Corpo, com a proposta de levar um jeans com alto valor agregado, para todos os tipos de corpos do Brasil. Com 10 novos produtos, a coleção tem como destaque os três novos artigos da linha Duo: os denins Duo Volpi e Duo Ventura e a sarja Duo Lira, construídos com fio T400 Dual FX, da LYCRA®, constituído de dois polímeros em cada fila-
mento, recobertos com Dual FX. As peças oferecerem stretch que pode chegar a 80%, com menor laceamento, maior flexibilidade, conforto e melhor modelagem no corpo. Outras novidades que mereceram destaque foram o Bronx, primeiro artigo com viscose lançado pela Cedro Têxtil, e o Saville, primeiro moletom da empresa com toque agradável aliado à elasticidade, que devido a sua construção mais estável, possibilita diversos trabalhos de fundo de lavanderia. O conceito da coleção representa o enaltecimento do corpo, que é a razão de ser da Cedro Têxtil. “Fizemos uma analogia com os corpos celestes, colocando o corpo humano como o centro do universo jeanswear. Como estamos pensando na primavera/verão de 2021, trouxemos uma mescla do jeans, que representa o orgânico, com tecidos sintéticos, representando o artificial, trazendo um contraponto futurista para as composições”, explica Eduardo Paixão, estilista da empresa.
VIPREVIEW SS21 A Vicunha realizou nos dias 06 e 07 de novembro de 2019 o VIPREVIEW SS21, no seu showroom one stop shop, em São Paulo. A edição marcou um novo momento para a companhia, lançando o posicionamento “jeansidentity”; seis novas macrolinhas, reformuladas em cores; e também o primeiro denim brasileiro sem algodão virgem.
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DENIM A multiplicidade de V.Lines também se reflete nas macrotrends apontadas para a temporada SS21, como a Natural Punk, que traz a influência do movimento punk, através da valorização das fibras naturais e recicladas; Storytellers, que resgatam referências do passado para escrever um novo futuro, ressignificando a moda por meio da sustentabilidade, como upcycling e customizações; e a Efficent Era, onde a eficiência, tecnologia e performance são transferidos para tecidos que unem recuperação, alta flexibilidade e conforto.
CANATIBA DENIM EXPERIENCE
Canatiba
O posicionamento “jeansidentity”, através da campanha “Viva a Multiplicidade”, traduz a identidade jeanswear da Vicunha. “O jeans é único, se transforma, se adapta e evolui, o que contempla os atributos que desejamos para a Vicunha. Assim chegamos à campanha de solidificação do jeansidentity - um jeans, vários estilos, todas identidades - ideia central que irá nortear nosso posicionamento daqui para a frente”, afirma o diretor de Marketing e Vendas da Vicunha, German Alejandro. A Vicunha apresentou os primeiros artigos feitos no Brasil sem algodão virgem - o Timber e o Cypress, que chegam para agregar a linha V. Eco Absolut. Os dois artigos são compostos pela Refibra™: uma fibra inovadora e tecnológica, que aproveita a reciclagem dos resíduos de algodão em uma nova fibra Tencel. Colocando em prática o conceito de economia circular na moda, é a primeira feita a partir da celulose, sendo composta por 20% polpa de algodão reutilizado de resíduos de confecção, e 80% da polpa de madeira. A fibra, desenvolvida pela empresa Lenzing, é unida ao algodão reciclado Vicunha, proveniente de resíduos do processo produtivo da tecelagem. Parte da transformação da empresa está também nas novas macrolinhas, que visam simplificar a experiência do cliente: V.Eco, V. Light, V. Original, V. Moove, V. Tech e V. Athletic.
O Canatiba Denim Experience marcou o cinquentenário da tecelagem e reafirmou seu DNA em um evento que mesclou passado, presente e futuro da empresa. O evento teve início com a apresentação do vídeo institucional comemorativo, com depoimentos de funcionários, amigos e colaboradores que ajudaram a construir os 50 anos de denim, trajetória que teve início em outubro de 1969. Darci Covolan, diretor da Canatiba; Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e Fábio Covolan, diretor e terceira geração no comando da empresa, falaram dos desafios e aprendizados neste cinquentenário da Canatiba Denim Industry. Preservação do meio ambiente e responsabilidade social são marcas registradas da Canatiba Denim Industry. Os tingimentos Eco dye geram uma economia de cerca de 80% no uso de água em seus processos, além de menor consumo de energia e produtos químicos. A Canatiba apresentou uma linha de produtos com tingimentos sem anilina, adiantando práticas internacionais de ponta, para se juntar às bases com fios reciclados de algodão e liocel, reduzindo cada vez mais os resíduos industriais. Todo o algodão utilizado pela indústria possui a certificação BCI. Já os fios de Liocel, Modal e Viscose são certificados pela Lenzing, padrão mundial em sustentabilidade. A poliamida biodegradável certificada pela Rhodia reduz a decomposição ambiental dos tecidos de 50 para 3 anos. Esse conjunto de tecnologias compõe a Éko Sustainable Denim, representada no evento pelas criações do estilista João Pimenta. A Canatiba retomou suas origens reeditando a linha de produtos de alfaiataria. Com a cultura sustentável no Denim, a tecelagem apresentou uma série de
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DENIM produtos com o conceito No laundry, que dispensa a lavagem pós-confecção das peças, representada pela estilista Heloísa Faria. A empresa que nunca se acomodou com o blue jeans apresentou estampas com técnicas fabris diversas, cores e variações. Para mostrar essa coleção, a marca escolhida foi a ‘Você simples assim....’, assinada por Milton M. Filho e Marcelu Ferraz. Da união do Tailoring com o Denim, surgiu o Couture com calças, camisas, ternos e blazers com bases maquinetadas que lembram o risca de giz, com fios tintos e construções diferenciadas, podendo ser transformados pela lavanderia industrial. Helena Machado foi escolhida para dar forma a essa coleção. No índigo, a Canatiba apresentou sarjas marcadas, feitas para ganhar os desenhos do tempo e seu percurso.
SANTISTA JEANSWEAR VERÃO 2021 A Santista Jeanswear lançou no dia 7 de novembro de 2019 sua coleção Verão 2021 inspirada nos 90 anos de história da empresa, com o resgate das melhores bases e demandas por maior mobilidade. Além do lançamento, a Santista promoveu uma festa para celebrar seus 90 anos, que contou com uma exposição para contar sua história. A nova coleção conta com 10 lançamentos, entre eles destaque para a evolução do Tri-blend® na versão Bardot 8,9 Oz stretch de 50% e cor índigo blue. Seguindo a tendência dos anos 80, foi feita a releitura do first denim, sucesso nas duas últimas estações, em versões black stretch: First Denim Up Black e 100% algodão: o Nash. A Santista também apostou no retorno do original denim, com um visual mais rústico e efeitos ring / flamê, lançando o Kill, denim de 10 Oz, na cor Galaxy, blue black, que permite várias interpretações de lavanderia e estilo. Atendendo a crescente demanda por elasticidade e conforto, a empresa apostou no Venice 8,8 oz, com 51% de stretch e cor índigo blue.
FOCUS FASHION SUMMIT Entre os dias 05 e 06 de novembro, a Bienal do Parque Ibirapuera, em São Paulo, recebeu o Focus Fashion Summit, um encontro inédito idealizado pela Focus Têxtil. O evento contou com uma programação gratuita de
Santista
Focus Fashion Summit
palestras, talks, workshops e desfiles, além de um marketplace em formato original, que incluiu diversos artigos e serviços do segmento. Há quase 80 anos no ramo do desenvolvimento e comercialização de tecidos, a Focus Têxtil inovou ao promover a conexão de mais de 4 mil visitantes entre confeccionistas, estilistas, empreendedores, designers e estudantes da cadeia têxtil e de moda, que conferiram as principais tendências de Verão 2020/21, durante mais de 30 horas de conteúdo. O evento também contou com um hall de peças feitas em colaboração com a Amapô, Alexandre Her-
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Denim City
chcovitch e Casa de Criadores; um lounge assinado pelo IED SP, com mobiliário de upcycling produzido por estudantes e algumas peças que participaram do Design Week 2019. Entre os desfiles que fizeram parte da programação do evento, um dos destaques foi o da 3ª edição do Design Vision, projeto do Instituto Focus Têxtil destinado a capacitação e orientação de estudantes de moda e arte de diversas localidades do Brasil, com mentoria de Walter Rodrigues e Renato Dib. Este ano, o programa recebeu mais de 120 inscrições e teve 10 alunos selecionados (9 de moda e 1 de arte). Durante 7 meses, eles participaram de 4 encontros presenciais e criaram peças com retalhos de tecidos, trabalhando a sustentabilidade de forma criativa e única. Por meio do projeto Viés, eles ainda contaram com o apoio em corte e costura de ONGs que capacitam jovens e adultos em condições de vulnerabilidade social, como o Instituto Acaia e a Fundação Francisca Franco. O Focus Fashion Summit promoveu um marketplace com foco em B2B, composto por mais de 40 estandes, reunindo estúdios de estamparia, aviamentos, lavanderias, maquinários, tecnologias, produtores e o portfólio completo de artigos da Focus Têxtil.
DENIM CITY SÃO PAULO RECEBEU A MÍDIA EM SUAS FUTURAS INSTALAÇÕES O time da Denim City São Paulo apresentou o projeto, que tem inauguração prevista para o 1º semestre de 2020
São Paulo foi a cidade escolhida para receber a filial da segunda Denim City do mundo e a primeira fora da Holanda. A Denim City São Paulo é uma iniciativa com origem em Amsterdam, que tem como principal fundador a House of Denim e como parceiros as principais marcas e fabricantes europeus de Denim, e será a primeira filial da Denim City Amsterdam. Um grupo de empresários brasileiros trouxe a iniciativa para São Paulo, com o intuito de auxiliar e fortalecer o setor em termos de educação, inovação, sustentabilidade e conexões. Com o objetivo de impactar o setor Denim no Brasil, aproveitando a vocação natural e a enorme demanda e capacidade de produção do país, a Denim City Academy será inaugurada em um espaço de 4.000m², no Brás, que contará com corte, confecção e lavanderia piloto, com tecnologia de ponta fornecida pelos patrocinadores, além de showroom, lojas, coworking, auditório e restaurantes. Toda essa infraestrutura permitirá que a escola forneça cursos práticos e workshops ministrados por especialistas do setor, cujo enfoque será o de aprimorar os conhecimentos, elevar o padrão técnico e prático, reduzir o impacto ambiental, estimular a adoção de inovações mais sustentáveis e estimular projetos de educação, colaboração e co-criação. Em Amsterdam, o Denim City conta com 1.000 m². A DCSP abordará temas como: design; modelagem; tecidos; a história do Denim, sua evolução e as melhores escolhas; costura; lavanderia; sustentabilidade; melhores práticas e varejo, entre outros; além de programas personalizados. O site oficial da Denim City São Paulo (www.denimcity.org.br), que está em fase final de desenvolvimento e conta com o mesmo layout do site de Amsterdam (www.denimcity.org), será inaugurado na 2ª quinzena de janeiro, com o conteúdo dos cursos, grades, horários, valores e demais informações relativas ao Projeto. O projeto conta atualmente com o patrocínio de 23 players do setor: Audaces, Biotipo, Canatiba, Capricórnio, Consciência Jeans, Duettos, Dzarm, GB Customização, Giassi, Hi Tech, John Cler, Lycra, Mega Polo Moda, Myr, Reserva, Santista Jeanswear, Silmaq, Sinfiatec, Tecnoblu, Vibemac, Vicunha, Yuocom e Zune. RT
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CONHECIMENTO
2019: O ANO DO CONHECIMENTO
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m 2019 o setor têxtil e de confecção contou com diversos investimentos em conhecimento. A Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) realizou seu congresso anual em Belo Horizonte, Minas Gerais. Já a ABTT (Associação Brasileira de Técnicos Têxteis) realizou seu congresso que acontece a cada dois anos em Americana, interior de São Paulo. O Febratex Group inaugurou o Febratex Summit em Blumenau, Santa Catarina. O evento nasceu com a proposta de levar inovação, alta performance, mudança geracional, novas tecnologias, processos disruptivos e cases de sucesso para o setor têxtil, através de uma parceria com o Citeve (Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário), de Portugal. Confira os principais destaques dos eventos que levaram conhecimento sobre tecnologia, inovação, sustentabilidade, gerenciamento e negócios para o setor têxtil brasileiro.
CONGRESSO INTERNACIONAL ABIT 2019 POR CÉSAR ANTONIO CORRADI
Palestra de Abertura – O Futuro da Indústria: Quebrando Barreiras e Ampliando Fronteira Rodrigo Damiano – Sócio de consultoria em operações e supply chain, PWC
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Em sua palestra, Rodrigo apresentou os resultados dos estudos realizados pela PwC sobre a 4ª Revolução Industrial, que preveem um futuro muito mais colaborativo. Na pesquisa, 56% dos CEOs ouvidos acreditam que players do seu setor vão se tornar competitivos em outro segmento. Esse fim das barreiras entre os setores é uma das duas ondas provenientes das mudanças. Ele acredita que, com esse fenômeno, a indústria tem muito a ganhar, principalmente em capital tecnológico: “desta maneira, você consegue incorporar elementos de diferentes setores e assim criamos novos modelos de negócios, produtos e serviços”. Um bom exemplo são as empresas de tecnologia, como o Google e o Facebook, que com o tempo, transformaram-se em provedoras de experiência do usuário. Além desse intercâmbio, há também outro fim de fronteiras, que acontece entre produtores, fornecedores e consumidores. Os ganhos são em eficiência e na maior capacidade de atender as exigências dos consumidores. “Essa quebra contribui para a formação de ecossistemas que viabilizam essa atuação mais colaborativa em um mercado cada vez mais exigente e complexo”, explica Rodrigo. Enquanto revoluções antes desta eram motivadas por apenas uma nova descoberta, como a força hidráulica na primeira, desta vez há inteligência artificial, drones, realidade aumentada, blockchain, entre outras. Essas tecnologias se combinam para prover uma nova integração entre as indústrias e os grandes players de uma cadeia de valor.
Fotos: Divulgação
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CONHECIMENTO Painel 1 – A transformação através dos materiais, disseminação, desenvolvimento e aplicações de fibras, fios e novos materiais capazes de integrar funcionalidades e propriedades físicas, químicas e biológicas, com usos em diferentes finalidades Carlos H. Gonzalez – Diretor do Setor de Fibras da América Latina, Wood Mackenzie; Paulo Coutinho – Gerente do Inst. Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, Senai Cetiqt; Raul Fangueiro – Coordenador Fibrenamics, Universidade do Minho Para Paulo, a exploração da biodiversidade brasileira para o desenvolvimento de novas fibras naturais, artificiais e sintéticas é primordial para o crescimento do país e, se feita de modo correto, pode trazer vantagens e um diferencial competitivo para as empresas brasileiras no mercado global. “É importante avaliar essa vantagem proporcionada pela diversidade brasileira, identificando o que deveria ser mais trabalhado no país — considerando as reservas, materiais e aplicações que poderiam ser direcionados”, diz Coutinho. Por isso, a busca por novos materiais: artificiais, sintéticos e naturais, para melhor aproveitar a nossa diversidade deve ser pauta. Para ele, as maiores tendências mundiais que englobam o tema são as fibras sintéticas e as novas funcionalidades que podem vir com o avanço tecnológico aplicado a elas, partindo de uma visão sustentável. Segundo Coutinho, o uso das fibras funcionalizadas vai além do setor têxtil: ele pode beneficiar a agricultura, energia, construção civil e até mesmo a indústria automobilística. Sobre a atuação do Brasil no cenário internacional de pesquisa em fibras naturais, Coutinho pontua que o país é bastante atuante e com potencial de ser líder em um espaço curto de tempo. Já nas fibras sintéticas e funcionalizadas, o Brasil ainda precisa evoluir bastante, investindo recursos e buscando cada vez mais o desenvolvimento sustentável. —
Painel 2 – Da expectativa de demanda ao sob demanda, a experiência de consumo, por meio de tecnologias, redes, mídias e canais físicos, vem passando por transformações que permitem uma maior
interação consumo - produção e a antecipação das necessidades ou demandas dos consumidores Aureo Charles da Cunha – Gerente de Planejamento de Demanda da Cia. Hering; Döndü Ünal Haktar – Diretora do Dep. de Gerenciamento de Projeto Corporativo da Hugo Boss; Laurent Aucouturier – Sócio da Gherzi. —
Painel 3 – Sustentabilidade 360, da criação ao consumo/descarte, as questões relativas à sustentabilidade, em suas diferentes vertentes, deverão estar cada vez mais inseridas nos projetos de produto, pensado desde a criação ao consumo/descarte, numa perspectiva do Design 360 Beatriz Luz – Fundadora, Exchange 4 Change; Marcia Costa – Vice-Presidente de Gente & Gestão da C&A Brasil; Taise Beduschi – Gerente de Sustentabilidade e Qualidade, Malwee. A visão da vice-presidente de Gente & Gestão da C&A Brasil, Marcia Costa, aponta um caminho interessante para as empresas em relação aos desafios atuais e futuros das indústrias têxtil e de confecção, “acreditamos que, para ser uma empresa mais sustentável, precisamos orientar a nossa estratégia de negócios visando contribuir para o desenvolvimento do planeta, da sociedade e de toda a nossa rede, desde o algodão usado nos produtos até a melhor forma de descarte. As empresas precisam entender o importante papel educador que exercem na sociedade e em seu processo produtivo”. “Na C&A, a sustentabilidade faz parte da nossa cultura, dos nossos valores e da nossa forma de fazer negócio, impactando nossos funcionários, fornecedores e clientes. Atualmente, cerca de 60% dos produtos de algodão da C&A Brasil são de origem mais sustentável, aqueles cultivados de acordo com padrões da Better Cotton Initiative (BCI) e/ou de cultivo orgânico, com certificado na origem. Até 2020, queremos que 100% dos nossos produtos sejam de algodão mais sustentável. Também temos como meta reduzir em 30% o consumo de água em nossas matérias-primas e 10%, em nossas Revista Têxtil #764 I 19
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CONHECIMENTO operações até 2025. Em 2018, a C&A economizou, globalmente, 1 bilhão de m³ de água, o equivalente a 400 mil piscinas olímpicas”, complementa Márcia Costa. —
Palestra de Abertura dia 23/10 – Prepare-se para evolução da indústria de moda e saiba quais tendências já são realidade com impacto no mercado brasileiro Guilherme Machado – Analista Sênior, Euromonitor. Segundo o analista, “as novas tecnologias atingem cinco camadas do setor: matérias-primas, estrutura dos parques fabris, estrutura das confecções, inovações no ambiente de varejo e mudanças no comportamento dos consumidores. No Brasil, nota-se novas formas de cultivo de algodão, com o crescimento do produto orgânico e naturalmente colorido. O varejo sai do contexto online/offline para o digital - físico mas digital, utiliza canais de omnichannel, guide shops, venda de mostruários pela internet e inteligência artificial. Há algumas iniciativas em caráter experimental no país, como a dos provadores inteligentes que detectam automaticamente os produtos que entram na cabine de prova, e esses ambientes também possuem telas touch, onde o consumidor já seleciona o produto, sem a necessidade de interação com vendedores. Há também o uso de ferramentas que detectam sentimentos através das reações faciais dos clientes. Consumidores hiperconectados e mais conscientes a partir do uso das mídias digitais, também trazem um novo desafio para as marcas em relação à sua reputação”. —
Painel 4 – O designer e suas relações com o consumidor Adriana Bozon – diretora de criação da In Brands; Camila Toledo – diretora de tendências da Fashion Snoops; Henry Costa – diretor de produto da Renner. No segundo dia de atividades, o painel “O designer e suas relações com o consumidor”, falou da nova rela-
ção entre criação e consumo, que prevê um processo mais interativo, no desenvolvimento e customização de peças baseado na identificação do indivíduo. Camila Toledo, diretora de tendências da Fashion Snoops apresentou a macrotendência one to one, que consiste na utilização da tecnologia para personalizar o atendimento, a produção e a comunicação com o consumidor. Para Camila, o cenário do mercado está mudando em dois patamares: como a marca se comunica e como ela produz e ambos precisam da alta tecnologia para se adequarem à comunicação one to one, principalmente em um mercado de massificação de produtos. Assim, o maior desafio da indústria será a aplicação de tecnologia que entregue dados relevantes sobre o consumidor para ele ser atendido da maneira mais personalizada e exclusiva. Painel 5 – A comunicação omnichannel, ser capaz de comunicar seus produtos, serviços e marca, de forma adequada, multicanais, para os diferentes públicos de interesse, é uma das principais competências exigidas na atualidade. Vencer esse desafio é imperativo para o setor têxtil e de confecção Gabriela Platinetty – Sócia da Mckinsey; Marcos Carvalho – Sócio Fundador e CEO da AM4; Mario Paravisi – Diretor Executivo da| Marisol. De acordo com Marcos, “o cliente virou mídia” e hoje as empresas passam por uma transição. “Elas estavam acostumadas a um modelo de departamentalização da comunicação que caiu por terra. Quando usamos a premissa de que o cliente virou mídia quer dizer que o veículo são as pessoas, ou seja, um modelo ‘B2B2C’, onde o seu consumidor é o cliente do seu cliente”, afirma Carvalho. Esse modelo revela-se ainda mais importante quando pensamos na gestão da imagem pública das organizações, onde a reputação está constantemente em risco e a transparência é regra. Para o CEO, a má gestão comunicativa pode colocar a reputação da marca em risco: “a comunicação multicanal tem que dar largada com a premissa de que não adianta empregar nenhum tipo de estética ou planejamento de público-alvo se o cliente em potencial tiver uma má impressão da marca no primeiro contato”, diz Marcos. ”Não faz muito sentido fazer propaganda com a possibilidade de, no dia seguinte, ela poder ser destruída. É tentar dar uma roupa nova para um corpo que não mudou”, explica. No passado as causas eram pontuais
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CONHECIMENTO e isoladas, mas atualmente as pessoas se reúnem em volta dessas questões de modo exponencial. “Qualquer lista de recusa ou manifesto, mesmo que a comunidade impactada seja muito pequena, pode ter milhares de assinaturas por causa do engajamento. A causa gera movimento”, comenta o CEO. —
Painel 6 – Hibridização de produtos – serviços, a intensificação do emprego de novas tecnologias de produtos, processos, comunicação, entre outras, e a hibridização de produtos e serviços estão promovendo mudanças na estrutura empresarial e estimulando o desenvolvimento de novos modelos de negócio
A marca acredita também que a estratégia de hibridização é essencial para aumentar o tráfego de clientes em seus pontos de venda físicos. “Com a chegada do online, é cada dia mais difícil as pessoas irem ao shopping. Acredito que esse modelo de negócios esteja em decadência e o grande desafio do varejo é transformar as lojas em pontos de encontro com os clientes, onde eles vão consumir serviços”, explica o CEO. —
Palestra de Encerramento – Apresentação de Pesquisa Inédita Consumo, moda e identidade: O mercado pela lógica da demanda Renato Meirelles – Presidente do Instituto Locomotiva
Braz Costa – Diretor Geral da Citeve Gabriel Zandomênico – Sócio fundador e CEO da Oficina Reserva Tulio Capeline Landin – CEO da Track&Field. O CEO e fundador da Oficina Reserva, marca carioca especializada em roupas básicas feitas sob medida, que além de comercializar peças sem estampas, oferece uma gama de serviços para fidelizar seus clientes, vem ao congresso para conta um pouco sobre essa forma inovadora de aliar produtos e serviços e como essa tendência está mudando o varejo. A empresa de Gabriel é um case fora da curva de hibridização. Isto porque a Oficina fez o caminho inverso que a grande maioria das varejistas percorre. A marca começou como uma consultoria de estilo e startup que fabricava camisas masculinas sob medida para seus clientes, realizando os ajustes por meio de um software. “Nós invertemos a situação. Se não temos a verba suficiente para o marketing, vamos lançar um serviço”, explica Gabriel Zandomênico. A Oficina logo conseguiu lançar a marca high tec de roupas customizáveis para o dia-a-dia. Desta maneira, continuou agregando a lógica dos serviços à experiência do consumidor. Hoje, o cliente pode fazer a barba, assistir a uma palestra sobre empreendedorismo e até mesmo tomar um drink dentro de uma das três lojas da marca. O objetivo sempre é responder à seguinte pergunta: “que tipo de serviço o meu cliente já consome em outro lugar e que tenha a ver com o branding da minha marca?”.
28º CONGRESSO NACIONAL DE TECNOLOGIA TÊXTIL, CONFECÇÃO E MODA Cerca de 2.000 pessoas participaram das 27 palestras, do fórum e de uma conferência durante o 28º Congresso Nacional de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda (CNTT), promovido em 2019 pela ABTT – Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda, na Fatec Americana, em Americana, interior de São Paulo. A abertura do evento aconteceu no Senai Americana e contou com a presença de personalidades do setor têxtil, de confecção e moda. Os participantes conheceram um pouco mais sobre as edições dos congressos realizados ao longo dos 56 anos de história da ABTT, e tiveram a oportunidade de ouvir o representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Daniel Barros, apresentar o Programa Minha Chance, desenvolvido para oferecer cursos de qualificação profissional conforme as demandas das empresas e do mercado de trabalho. No segundo dia de evento aconteceram as palestras: Tratamento Corona: nova aplicação para a indústria têxtil no beneficiamento de palha de seda (Fatec Americana); Desvendando a Indústria 4.0 no mundo têxtil (Senai Francisco Matarazzo); Fibras sintéticas poliméricas de alto desempenho (MBB Enterprises); Tecendo com tecnologia impulsionada pela inovação (iTema); Inovações para tecelagem plana (Staubli); Como ele-
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var o nível da qualidade e produtividade no processo de cardagem na fiação (Graf); Máquinas e processos inovadores para a indústria de malharia - Sem costura e artigos de malha para calçados (Carmelo); Inovações tecnológicas para máquinas de tecer a jato de ar – Tecelagem (Toyota); Novas tecnologias para impressão têxtil rotativo (SPGPrints); Leve sua fiação para o próximo nível (Rieter); Matéria-prima x padronização no processo da confecção (Delta Equipamentos) e A cadeia têxtil brasileira após a década de 90: análise de competitividade (Fatec Americana). No terceiro dia pela manhã, o Fórum de Moda, Tecnologia e Sustentabilidade levantou temas como ética, responsabilidade, impactos ambientais, consumo consciente e as urgências do universo da moda, com Alexandra Farah, Bruna La Serra, Luciana Ramos de Souza, Maria Zenaide Carvalho e Marina Torrezan. No período da tarde foram promovidas as palestras: Aplicando o “MES” na indústria têxtil - Indústria 4.0 (OKEA); Processos sustentáveis na indústria têxtil (Golden Technology); Novas tecnologias de tingimento por espuma (Gaston Systems | TOTAL Ecomáquinas); Indústria têxtil, biotecnologia e inovação (Akmey); Ri-
cowash MA-Smart Wash de corantes (Grupo Doptex | Fratelli Ricci Química Brasil); Solução definitiva para eliminar pilosidade no tecido plano, malha e não tecidos – Osthoff-Senge (Rivitex); Inovações tecnológicas em máquinas de fiação (Toyota); Análise de banhos para otimização de processos de tingimento (Mathis Suíça); Novas tecnologias de tingimento contínuo de fitas para Indústria 4.0 (Mathis Brasil); Inovações na preparação da fiação – ITMA 2019 (Trützschler); Muratec Vortex um novo tipo de fio - QPRO - maximize seus benefícios (Muratec) e a Conferência Processos e mecanismos da moda mundial, com o novo Calendário B da moda brasileira – Verão 2021 – influências, cores, tecidos, estampas e forma (Arena Bureaux), que deixou o público com expectativas para um novo encontro. Encerrando a programação do Congresso, as últimas palestras abordaram os temas: Tingimento Ecodyeing - Processo sustentável, economia de água, tempo e energia (Werken); Tratamento de superfície em materiais têxteis utilizando plasma (Fatec Americana); Entendendo as certificações Oeko-Tex®: requisitos e procedimentos para a certificação (Citeve) e Logística 4.0 aplicada em toda indústria têxtil (Store Automação).
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CONHECIMENTO O CNTT contou ainda com o espaço do expositor, em que grandes marcas expuseram seus produtos ao público presente e tiveram a oportunidade de gerar novos negócios. “Além de prestigiar o nosso município, o Congresso prestigiou também profissionais da nossa região, que ministraram palestras aos congressistas vindos de todo o país que tiveram a possibilidade de conhecer ainda melhor tudo o que a nossa região pode oferecer ao mercado brasileiro e internacional.”, destacou a Presidente do Congresso, Maria Adelina Pereira. “O 28º CNTT nos trouxe de volta a motivação do porquê fazemos tudo isso. Enquanto voluntários na Diretoria da ABTT, dedicamos nosso tempo e conhecimento em prol do setor têxtil, de confecção e moda, porque acreditamos no potencial da indústria brasileira, e esta edição do Congresso comprovou que temos muita qualidade para oferecer e competir com qualquer outra indústria mundial” comemorou o Presidente da ABTT, Nelson Pereira Junior. “Em nome da ABTT e do Congresso, agradeço a todos os patrocinadores e apoiadores que mais uma vez confiaram em nosso trabalho e no prestígio deste evento”, finalizou o Presidente. A próxima edição do Congresso Nacional de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda acontece de 12 a 16 de abril de 2021, em Brusque, Santa Catarina.
1ª EDIÇÃO DO FEBRATEX SUMMIT POR RENATA MARTORELLI
Entre os dias 6 e 7 de novembro 2019, a Vila Germânica, em Blumenau, Santa Catarina, foi palco da primeira edição do Febratex Summit, evento promovido pelo Febratex Group, que promoveu um debate para 500 pessoas em 33 palestras sobre inovação, alta performance, mudança geracional, novas tecnologias, processos disruptivos e cases de sucesso do setor têxtil. Segundo Giordana Madeira, diretora executiva do Febratex Group, o público respondeu positivamente às palestras, inclusive de palestrantes europeus. “Esse reconhecimento já garantiu a realização da próxima edição do Febratex Summit em 2021, novamente em Blumenau”. O primeiro dia do evento foi marcado por muita informação, com destaque para a visão da Renner para
o futuro da moda, que foi o primeiro tema apresentado. Segundo a diretora de operações Fabiana Taccola, a receita bruta da Renner em 2018 foi de R$ 11,4 bilhões, e atualmente, são mais de 21 mil colaboradores e 600 mil clientes circulando todos os dias nas 570 lojas da rede. Fabiana ressaltou entre os diferenciais competitivos o posicionamento consistente, o olhar atento para a mudança do comportamento do consumidor e a busca pelo encantamento do cliente. O consumidor digitalizado, compartilhamento de roupas, hibridização (associação de produtos físicos a um serviço) e a exigência de mais design, performance, rapidez e flexibilidade foram algumas das tendências apresentadas pelo diretor geral do Citeve, de Portugal, Antônio Braz Costa. “No futuro haverá em grande escala a possibilidade do design ser feito no momento da compra”, acrescentou. Braz Costa também mencionou a desmaterialização de processos, que vai reconfigurar o setor nos próximos anos, a necessidade de preocupação com o meio ambiente (água, energia e reciclagem), e alternativas ao algodão, como a utilização de fibras celulósicas e poliéster. Lourival Flor, fundador da Golden Technology, fabricante de produtos químicos para a indústria têxtil, falou sobre as parcerias firmadas pela empresa com as universidades nos últimos 20 anos. Segundo ele, a academia pode contribuir entendendo os problemas enfrentados pelas empresas e buscando soluções por meio de inovações disruptivas. A especialista em tendências e comportamento Andrea Bisker, da Spark:off, focou a apresentação em quatro pontos: demografia, panorama inclusivo, perspectivas de luxo e futuros sustentáveis. Até 2035 teremos mais de 1,5 milhão de pessoas com mais de 100 anos (o triplo de 2019). Uma das tendências são as famílias multigeracionais, com lares onde haverá várias gerações morando juntas. Quanto à inclusão, citou marcas que tem abraçado a diversidade, não apenas dos produtos, mas dentro da empresa. Como a indústria têxtil pode regenerar as florestas? O tema foi abordado por Beto Bina e Pedro Saldanha, da Farfarm. Bina acredita que a cadeia produtiva pode utilizar um resíduo que seja positivo. “Nós consideramos uma empresa que gera cadeias produtivas, regenera a natureza e promove desenvolvimento social”, explicou. Através do estímulo à
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CONHECIMENTO agrofloresta, a Farfarm pretende vender tecidos sustentáveis, oriundos de fibras vegetais, para empresas que queiram investir ou fabricar produtos de matéria prima realmente sustentável. Stephan Verin, da empresa UP-TEX, falou sobre como transformar uma indústria tradicional em uma indústria têxtil técnica. Verin explicou que há quatro pilares de inovação técnica no setor têxtil técnico da Europa, e que atualmente há uma grande tendência na Europa, que se trata do eco-têxtil, relativo à sustentabilidade. Gerardo Gordon, da Epson, abordou as tecnologias de impressão digital e como elas influenciam o mercado da moda. “Os clientes estão exigentes, querem algo único, querem flexibilidade, qualidade e customização, ou seja, querem algo único. A impressão digital influencia no design, no fabricante, podendo produzir o que lhe é exigido e, nas vendas, tornando-as mais eficazes com base nesta tecnologia”, relatou Gordon. Os palestrantes Paulo Vaz, Miguel Pedrosa, Ana Silva e José Manuel realizaram o painel ATP, um case do setor têxtil em Portugal e o sucesso do Made From Portugal. Paulo Vaz, iniciou o painel fazendo uma apresentação sobre a evolução do setor têxtil português. Os números apresentados mostraram que 10% das exportações de mercadorias nacionais se referem a indústria têxtil de Portugal. Vaz ainda apresentou os indicadores de crescimento do país na cadeia têxtil.
SEGUNDO DIA DE PALESTRAS Entre os destaques das palestras do segundo dia do Febratex Summit, Taíse Beduschi, do Grupo Malwee, falou sobre sustentabilidade - a conexão entre a responsabilidade social e a estratégia de negócios. Desde a fundação, o Grupo Malwee já investe na comunidade do entorno, em ações voltadas para cultura, meio ambiente, educação e esportes. O sucesso sustentável através da inteligência emocional também foi o tema abordado por Adriana Rutzen, da Evolução Essencial. Já Amélia Malheiros, do SCMC, apresentou o Lab Moda Sustentável, uma plataforma multissetorial de colaboração e inovação, composta por 40 lideranças, que quer abordar e transformar os principais desafios do mundo da moda no Brasil. Como o PLM e a Inteligência artificial estão revolucionando a indústria da moda foi o tema apresen-
tado por Thiele Biff, da Coleção Moda. Ela mostrou exemplos de uso da IA na moda, como o caso da americana Stitch Fix. A diretora do Instituto-E, Nina Braga, apresentou o movimento ASAP – As Sustainable As Possible, As Soon, As Possible –, traduzido para o português como “o mais sustentável possível, o mais rápido possível”, que incentiva as pessoas a pensarem na sustentabilidade e no futuro do planeta. Criado pela marca Osklen, o Instituto-E desenvolveu um projeto que tem o objetivo de usar a moda a favor do planeta, com início na Amazônia. Trazendo as principais tendências da indústria têxtil de 2020 a 2030, o presidente do Valérius Group, José Manuel, explicou como a empresa se adequou as transformações da indústria ao longo dos últimos anos. “A indústria têxtil se quer sobreviver, precisa aderir as novas tecnologias, inovações e processos mais sustentáveis que estão revolucionando o modo como fazemos e pensamos inúmeros setores da economia mundial”, afirmou Manuel. Marco Sales, da SPG Prints, empresa de origem holandesa, apresentou as novidades e inovações para o mercado de estamparia rotativa. “Hoje em dia existe a necessidade do modo convencional se aproximar do digital, visto que é possível alcançar uma qualidade su-
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perior, mais agilidade, além dos custos mais baixos”. Já Vasco Pizarro apresentou a Pizzaro Wiser, novo projeto, que surgiu da Pizarro S.A, empresa da família. “Com o projeto, podemos pegar um produto que seria descartado e transformá-lo em um novo, desenvolvendo assim mais sustentabilidade e incentivando a reutilização de peças”, afirmou Pizarro. O empresário Cristiano Buerger, da empresa Tecnoblu, apresentou sobre o potencial da moda brasileira para ser protagonista no mundo. “Nosso país precisa de maior cooperação, é preciso levantar e tentar fazer diferente, somente assim será possível mudar itens que dificultam que o nosso país cresça em diferente ramos”, comentou. Francesco Marchi, da Textile Expert, falou sobre o Tratado de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia. O Tratado, assinado em junho de 2019, ainda depende do processo de ratificação. Marchi explicou que, a partir do acordo, as empresas brasileiras terão a oportunidade de criar ou acessar novos nichos de mercado e atender a solicitações específicas da UE. De acordo com o especialista, outro possível benefício diz respeito à cadeia de valor brasileira de fios e tecidos que, a médio prazo, aproveitará o efeito da cooperação industrial apri-
morada, inovações conjuntas, crescentes investimentos e acordos bilaterais entre a UE e as empresas brasileiras de têxteis e de vestuário.
ECOSSISTEMA CIRCULAR NA CADEIA DE FORNECIMENTO O painel foi apresentado pela Renner com dois palestrantes e um mediador, sendo eles, Claudio Junior, José Guilherme Teixeira e Weber Amaral, respectivamente. José Guilherme, da empresa Cotton Move, explicou como a empresa desenvolveu produtos reciclados, circulares e sustentáveis. “No início foi bastante complicado, mas conseguimos. Hoje nossa logística é reversa, nós coletamos o resíduo da mesa de corte, fazemos uma nova massa de fios, onde é feita a tecelagem e aí, fazemos um novo jeans, o mesmo é enviado para as confecções, e assim o ciclo se reinicia”, explicou. Claudio Junior, da Renner, explicou sobre a parceria com a Cotton Move. “Nosso maior desafio era dar destino a 26 toneladas de tecidos por mês. E então, o melhor caminho foi a parceria com a Cotton Move, onde conseguimos destinar estes tecidos para que os mesmos fossem utilizados novamente por meio do projeto Re Jeans”. RT Revista Têxtil #764 I 25
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MODA
46ª EDIÇÃO DA
CASA DE CRIADORES Projetos sociais e jeanswear foram destaques desta edição RENATA MARTORELLI
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ntre os dias 26 e 30 de novembro de 2019, aconteceu a 46ª edição da Casa de Criadores, com desfiles autorais, ousados e criativos, em um galpão na Barra Funda, em São Paulo. A Rhodia, empresa do Grupo Solvay, lançou mais uma parceria de sucesso com foco na indústria têxtil durante o evento. Em parceria com a Canatiba, foi apresentado o primeiro denim desenvolvido a partir do Amni Soul Eco®, primeiro fio de poliamida biodegradável do mundo, e 100% reciclável, na passarela da Casa de Criadores, com looks assinados pela estilista Heloisa Faria. O denim nomeado de Bio Soul Eco Denim agrega benefícios como leveza, conforto térmico, toque interno macio, respirabilidade e rápida absorção de umidade. Além da biodegradabilidade, a poliamida da Rhodia também agrega funcionalidade ao jeans, com as propriedades de secagem rápida e facilidade de manutenção, pois a peça não precisa ser passada. A coleção assinada por Heloisa Faria teve referência nos anos 60, com shapes volumosos, misturados com cortes de alfaiataria. A lavagem do jeans seguiu uma linha anos 90, lisa e limpa, trabalhando o tom de jeans natural. A penúltima noite da 46° edição da Casa de Criadores contou com o desfile oferecido pela Sou de Algodão - patrocinadora do evento, que convidou estilistas já conhecidos pela Casa para apresentarem um look ao som de MC Tha. Logo após, Mateus Car-
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doso - vencedor do concurso Sou de Algodão da edição anterior, Estamparia Social, Jal Vieira, Dario Mittmann, Rodrigo Evangelista e Boldstrap, apresentaram suas criações. O Movimento Sou de Algodão, da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), do qual a Cedro faz parte, contou com um desfile de 23 histórias relacionadas à fibra, celebrando os três anos do movimento exaltando as origens da moda brasileira. Nesta edição, o Sou de Algodão foi além das passarelas de moda e apresentou um desfile tocante, que deriva em uma campanha, com profissionais que trabalham com o algodão no lugar de modelos. “A intenção foi trazer diferentes perfis para contar a trajetória do algodão, do plantio ao consumidor final, mostrando que há muitos processos e pessoas envolvidas nas roupas que compramos”, explica Milton Garbugio, presidente da Abrapa, que desfilou com sua própria família na ocasião. Com foco no masculino, Mateus Cardoso investiu em um novo design para este setor, com novas formas, combinações, cores e tecidos. A coleção fala sobre a inquietação pessoal do estilista sobre masculinidades contemporâneas, que o levou a analisar o vestuário tradicional de seu público para se chegar a novos resultados. Grande parte dos tecidos usados são a base de algodão, mesclados à algumas peças de lã. Dia de visita é o dia mais esperado da semana na cadeia. Esse foi o tema escolhido para o tema da cole-
Crédito fotos: Marcelo Soubhia/Agência Fotosite
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Estamparia Social
Sou de Algodão
ção da Estamparia Social. A passarela foi importante para mostrar, pra todos, a realidade da cadeia e o quanto o projeto tem valor. A Estamparia Social traz um olhar para o futuro, é um processo de reintegração, voltar a dar sentido e oportunidades a estas pessoas. Nesta segunda coleção, o projeto recebeu um desafio da Sou de Algodão: trabalhar com resíduos de jeans. A Estamparia Social sempre foi voltada para a serigrafia e ter este estímulo abriu novas oportunidades, que serviram para levar o projeto a um maior número de egressos, tanto homens, quanto mulheres, que puderam repensar suas ações e minimizar o impacto deste resíduo, dando a ele uma nova vida.
DIVERSIDADE DO JEANSWEAR Na passarela da última edição da Casa de Criadores, a Vicunha continuou incentivando o design autoral brasileiro através do apoio a 19 estilistas participantes do line-up do evento. Nos desfiles foi possível conferir
Sou de Algodão
a versatilidade do portfólio Vicunha por meio de artigos como o Creta, sarja de composição mista de algodão, modal e linho, que confere leveza e frescor; White Jeans 9,5, de apelo ecológico, que dispensa processos de tingimento e lavagens; e Diamond, brim premium com fios de LUREX® Supersoft. Já os tecidos com stretch estiveram presentes nas criações de Mateus Cardoso, Igor Dadona, Diego Gama e na marca Reptilia, de Heloisa Strobel, em artigos que favorecem o movimento do corpo como Maranello, Lavine, Natalia e Amsterdam, este último com construção cetim e superstretch. Os artigos Morus e Pine, da linha V.Eco Absolut, que economizam até 95% de água e até 95% de produtos químicos em sua produção, moldaram o look exclusivo em denim da KOIA, apresentado especialmente para o desfile do movimento Sou de Algodão. Já as malhas denim Margô e Karen apareceram com acabamentos feitos à mão na coleção de Diego Fávaro. RT Revista Têxtil #764 I 27
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MERCADO
ABIT DIVULGA BALANÇO
DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO Coletiva de imprensa revelou os resultados do mercado em 2019 e fez uma projeção positiva para 2020 RENATA MARTORELLI
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m coletiva de imprensa realizada no dia 18 de dezembro de 2019, Fernando Pimentel, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), apresentou os resultados do setor têxtil e de confecção em 2019 e fez uma projeção positiva para 2020. O mercado nacional e internacional contou com um ano conturbado politicamente, mas que deixou um saldo positivo e um sentimento de esperança para 2020. O setor têxtil brasileiro sofreu por conta das questões na Argentina, já que o país é o primeiro mercado do Brasil em exportação. O algodão também esteve caro no início do ano e isso impactou nos custos dos têxteis. Mas com a nova safra, os preços reduziram e o preço do algodão nas bolsas internacionais teve uma queda de 10 a 15%, segundo dados da Abit. O algodão ainda é a fibra mais transformada no Brasil, representando cerca de 50%. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e CAGED/MTE (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho), de janeiro a outubro de 2019, a produção têxtil no país caiu -1,7%, a produção de vestuário -0,3% e
o emprego cresceu 15.010 postos de trabalho, se comparados com o mesmo período de 2018. Pelas projeções da Abit, a produção têxtil nacional fecharia 2019 com queda entre 1 e 2%, enquanto a confecção se manteria estável com alta de 0,6%, e as vendas internas com um aumento entre 0,6 e 1%. Na exportação de têxtil e de confecção houve um aumento de 3,7%, de janeiro a novembro de 2019, em relação ao mesmo período do ano passado. A importação de máquinas e equipamentos teve um aumento de 6,5%, movimentando US$ 431 milhões entre janeiro e novembro de 2019. Para 2020 as projeções são positivas e a expectativa da Abit é que a produção têxtil e de confecção suba 2,3%, as vendas internas cresçam 3%, a importação 4,1%, a exportação 2,5% e que ocorra a criação de 6.610 postos de trabalho. Este ano, segundo Pimentel, terá temas importantes para serem debatidos no país, como a reforma tributária, a redução do custo de energia, juros e acesso ao crédito, negociações internacionais e maior inserção do Brasil nas redes de valor, redução contínua da burocracia e aumento da segurança jurídica. RT
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TECNOLOGIA PICANOL NA ITMACH INDIA A Picanol demonstrou sua mais recente tecnologia de tecelagem na terceira edição da ITMACH India, realizada em Gandhinagar (Gujarat), o mais importante centro de fabricação de tecidos do país. A ITMACH India conheceu a estreia indiana da nova máquina de jato de ar da Picanol, a OmniPlus-i. “A Índia é um dos principais mercados têxteis do mundo. Portanto, estamos muito orgulhosos de poder demonstrar nossa mais recente máquina a jato de ar, a OmniPlus-i, para nossos clientes indianos pela primeira vez. Atendemos com sucesso o mercado indiano desde 1956 e, tendo em vista o crescimento potencial e esperado, decidimos estabelecer nossa própria organização na Índia no início de 2008. O objetivo por trás dessa mudança era garantir que pudéssemos apoiar mais ativamente nossos clientes indianos. Com a mais ampla gama de produtos do mercado em máquinas de tecelagem a jato de ar, serviços locais aprimorados e presença considerável, continuamos altamente comprometidos com o mercado indiano”, comentou Johan Verstraete, vice-presidente de máquinas de tecelagem da Picanol.
PRODYE-R DA KARL MAYER ESTABELECE NOVOS PADRÕES NA PRODUÇÃO DIÁRIA A KARL MAYER pertence aos principais fabricantes de equipamentos de tingimento índigo em todo o mundo. Com sua unidade de tinturaria PRODYE-S, a empresa se estabeleceu como fornecedora líder no setor de jeans de alta moda; já com o PRODYE-R, a empresa está a caminho do topo do mercado. Em abril de 2019, um renomado fabricante de jeans colocou em operação a PRODYE-R. A máquina impressiona por seu desempenho na produção diária do poderoso denim player, alta velocidade durante a abertura dos cabos após o tingimento, número reduzido de caixas de tingimento necessárias, e menos produtos químicos, com cerca de 20% menos de sulfureto de hidrogênio. O processo é 15% a 20% mais rápido. O PRODYE-R possui apenas 8 a 9 em vez de 12 unidades de corante, mas atinge profundidades de cores de até 5,5%. Graças à seção de corante mais curta, é possível reduzir o volume total do banho de corante índigo em mais de 25% e também reduzir o consumo de energia.
Karl Mayer
PADRÕES DE JACQUARD 4.0 O lançamento RSJ 4/1 ON explora todas as vantagens das soluções de software integradas. A máquina utiliza a conectividade de alta tecnologia dos sistemas k.ey e k.innovation na marca digital KM.ON da KARL MAYER e é a primeira a integrar os extensos sistemas de inovação para otimizar o desenvolvimento virtual de têxteis. Graças aos seus recursos colaborativos, o k.innovation oferece mais do que apenas padronizar softwares e se concentra em um novo tipo de desenvolvimento de produto, o que garante que os resultados do desenvolvimento virtual de tecidos sejam transferidos diretamente para a máquina através da nuvem segura do KM.ON. Graças à tecnologia EL como padrão, os artigos podem ser alterados rapidamente durante a produção, aumentando a flexibilidade. A RSJ 4/1 ON também oferece produtividade máxima. Com uma largura de trabalho 50% maior, esta nova máquina oferece uma relação custo-benefício 37% melhor do que seu antecessor na mesma velocidade. Como outros produtos de ponta produzidos pelo Grupo KARL MAYER, a máquina pode ser conectada em rede a outros sistemas KM.ON inteligentes via k.ey para aumentar a eficiência da produção. A máquina está disponível com largura de trabalho de 195 “e bitola E 28. As primeiras máquinas estarão disponíveis no início de 2020. Revista Têxtil #764 I 29
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TECNOLOGIA KARL MAYER PARTICIPA DA ISPO EM MUNIQUE
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SOLUÇÕES DA AUTEFA SOLUTIONS NA TECHTEXTIL INDIA Durante a Techtextil India, de 20 a 22 de novembro, os visitantes conheceram soluções preparadas para o futuro no estande da Autefa Solutions. No segmento de não-tecidos premium, a Autefa Solutions possui um produto abrangente para os sistemas de moldagem e colagem. Com a introdução da nova máquina de hidroentrelaçamento V-Jet, a Autefa Solutions oferece agora toda a linha para produtores Spunlace. Já o injetor V-Jet para máquinas Spunlace e a Square Drum Dryer SQ-V, são contribuições inovadoras para economia de energia e redução de custos. A máquina Airlay FUTURA, baseada no bem-sucedido Airlay K 12, recebeu inovações, incluindo o Crosslapper com sistema de circuito fechado, que influencia na qualidade e na economia de matéria-prima. A Autefa Solutions oferece o serviço de placa de agulha personalizada. A ferramenta de simulação de agulhas i-Point aumenta a capacidade e a qualidade na produção. O desenvolvimento de novos padrões de agulhas e a avaliação da qualidade da superfície é muito mais eficaz e econômico com a tecnologia de software i-Point. As linhas de punção com agulha da Autefa Solutions produzem um tecido uniforme e homogêneo com excelente desempenho em termos de resistência à tração e uniformidade.
Após o sucesso na ISPO Munique 2019, a KARL MAYER irá participar da próxima edição da feira, que acontecerá de 26 a 29 de janeiro de 2020, no estande 408, no pavilhão C2. Os destaques do estande da KARL MAYER incluem uma camisa de ECG para medir os sinais vitais. Esta peça, que apresenta tecnologia de sensor integrado, foi desenvolvida sob o conceito de TEXTILE-CIRCUIT no TEXTILE MAKERSPACE da empresa e foi estreada na ITMA 2019 para um público altamente interessado. Os sensores foram atualizados para a ISPO. Outro destaque será uma apresentação de tecidos de malha de urdidura que foram especialmente desenvolvidos para atender aos requisitos do setor esportivo. Isso inclui forros de malha leves e estáveis, tecidos de calçados resistentes, tecidos elásticos com características de respirabilidade e compressão, entre outras novidades. Sob o conceito de REVOLUÇÃO DE BODYMAPPING, a KARL MAYER mostrará o potencial do RASCHELTRONIC® na produção de roupas novas, praticamente perfeitas e confortáveis para prática esportiva ou uso diário. Outra novidade é a alternativa de malha de urdidura aos tecidos de malha convencionais para fabricantes de roupas esportivas que confiam em tecidos de jersey. Os tecidos macios oferecem um alto grau de elasticidade, com boa recuperação, bordas suaves e estáveis, sem tendência a enrolar para um estilo de corte livre, assim como a malha.
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RELAÇÃO DE FORNECEDORES
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por ABTT, RIETER, WEKO, KAARI, FCEM, ABIT, SINDITÊXTIL, TRÜTZCHLER, TREMEMBE, RIVITEX, BRÄCKER, NOVIBRA, MERROW e SPGPRINTS Revista Têxtil #764 I 31
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