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TR I LO G I A | E VO LU ÇÃO
ISSN 16775767 JUNHO #237/ R$ 14,90
WWW. TOP VIE W. COM . BR
E S P E C I A L Q UA R E N T E N A
EVOLUÇÃO
JUNHO 20 2 0 # 23 7
T R I LO G I A PA R T E 3
FOTO: EDUARDO MACARIOS
AMBIENTE POR JAYME BERNARDO E GLEI TOMAZZI
CURITIBA: RUA COMENDADOR ARAÚJO, 672 • TEL.: 41 3111 2300 • SEG. A SEX. DAS 10H ÀS 19H. SÁB. DAS 10H ÀS 14H ESTACIONAMENTO NO LOCAL • ARTEFACTO.COM.BR • @ARTEFACTOOFICIALBRASIL
PROMOÇÃO VÁLIDA ATÉ 31/07/2020. OS PRODUTOS DA PROMOÇÃO SÃO APENAS OS EXPOSTOS NA MOSTRA ARTEFACTO CURITIBA CONSULTE AS CONDIÇÕES ESPECIAIS DE PAGAMENTO E ENTREGA PROGRAMADA PARA JULHO/2020. FOTO ILUSTRATIVA.
VENDA DE
MOSTRA OS MÓVEIS SELECIONADOS POR ALGUNS DOS MAIORES PROFISSIONAIS DO BRASIL PARA A MOSTRA ARTEFACTO CURITIBA AGORA PODEM SER SEUS: APROVEITE NOSSA VENDA COM
ATÉ 50% OFF E ENTREGA PROGRAMADA.
LIVE THAT VIEW Vista do 28.ยบ andar do View Ecoville.
ÍNDICE
Estilo
self
O que faz a terapia capilar?
É tempo de ser otimista
Vozes que pensam o amanhã
Ser um facilitador
Um rio chamado porcelana
Cenário em transformação
Comemoração com elegância e cuidado
Fashion por Emmanuelle Bertoldi – pág. 23
por Leo Guedes – pág. 24
por Duda Slaviero – pág. 25
O amor depois do caos Editorial de moda – pág. 26
Nova comunicação de moda por Andrea Gappmayer – pág. 34
É preciso se reinventar! George Luna – pág. 35
por Marilis Borcath Faggiani – pág. 37
por Marcos Bertoldi – pág. 38
por Ana Claudia Michelin – pág. 71
É tempo de ficar atento!
Em processo de aprendizagem
Realidade ainda mais próxima
por Paola Gulin – pág. 41
por Wilson de Araujo Bueno – pág. 74
The show must be paused
A construção de um novo caminho
Espaços culturais se reinventam devido à Covid-19 – pág. 42
Conheça o novo embaixador de lifestyle da TOPVIEW – pág. 48
Amor na quarentena
por Felipe Casas – pág. 50
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Foco na saúde e no bem-estar
Uma nova forma de celebrar com a família - pág. 40
Conexões e grandes histórias
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Especialistas projetam as transformações em diversas áreas no pós-pandemia – pág. 50
por Luciana Almeida – pág. 72
Jovem modelo sonha com carreira internacional – pág. 77
Comunicação com humanidade As curiosidades sobre o novo jornalista do Grupo RIC – pág. 84
poder O prazo da crise nos investimentos Investir à longo prazo é essencial – pág. 87
Auto Soberania: eu me governo em meio à crise por Bethânia Gilsoul – pág. 88
O segredo do Paraná por Marc Sousa – pág. 90
Anthony Hopkins versus Kardashians por Beto Cesar – pág. 91
Protagonistas da evolução por LIDE Paraná – pág. 92
Uma década de magistratura por Sandra Comodaro – pág. 95
Social View Especial Colunistas – pág. 96 Social View Quarentenados – pág. 98 Papo Final com Jorge Elmor – pág. 102
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EXPEDIENTE
Fundador e Presidente Emérito MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI Presidente do Grupo RIC LEONARDO PETRELLI Diretor Corporativo Administrativo & Financeiro ANDRÉ FERREIRA Diretor Corporativo de Tecnologia e Estratégia ANDRÉ FRONZA Diretor Corporativo de Produto, Conteúdo & Convergência MARCUS YABE Diretor Corporativo de Mercado & Soluções Integradas NEY BRAGA ALVES Head de Jornalismo & Conteúdo Multiplataforma IVETE AZZOLINI Head de Trade Marketing & Planejamento Comercial GISLAYNE MURARO Head Digital RIADIS DORNELLES Diretor Regional – Unidade Londrina CARLA HOFFMANN Diretor Regional – Unidade Maringá GUSTAVO GARCIA Diretor Regional – Unidade Oeste PEDRO LUIS ANDRADE Diretor de Mercado Curitiba GILSON BETTE Diretor de Mercado Nacional JOSÉ TRAVAGIN Diretor de Mercado de Rádios e Novos Negócios MARCELO REQUENA
Publisher MARCUS YABE Gerente de Conteúdo e Projetos Multiplataforma PATRICIA TRESSOLDI Coordenador de Produção RODRIGO SIGMURA Repórter MARIA MIQUELETTO Produtor Sênior GABRIEL SORRENTINO Produtoras Júnior EMILIA JURACH e THAÍS MOTA Designer Gráfico SUSAN VOLANSKI Estagiária IZABELLY LIRA Colunistas ANDREA GAPPMAYER, FELIPE CASAS, GEORGE LUNA, LEO GUEDES, MARC SOUSA, MARCOS BERTOLDI, MARCOS SLAVIERO, NADYESDA ALMEIDA, PAOLA GULIN, ROBERTA BUSATO e WILSON DE ARAUJO BUENO Embaixadores ANA CLAUDIA MICHELIN, BETHÂNIA GILSOUL, BETO CESAR, DUDA SLAVIERO, EMMANUELLE BERTOLDI, JOÃO PROSPITER, LUCIANA ALMEIDA, MARILIS BORCATH FAGGIANI e SANDRA COMODARO Revisão FILIPPO MANDARINO
Diretor de Mercado MARCELO REQUENA Gerente de Negócios & Relacionamento MARCELE POIANI Executivos de Negócios & Relacionamento LUBNA BRAYTIH e PRISCILA OGASSAWARA Assistente Administrativo REGIANE SCHUPEL � Impressão TUICIAL ERRATA: NA EDIÇÃO #236, PARTE DA TRILOGIA ESPECIAL SOBRE A QUARENTENA, COM O TEMA “SUPERAÇÃO”, O CRÉDITO DAS JOIAS UTILIZADAS NO EDITORIAL DE MODA REMOTO FOI ESCRITO DE FORMA INCORRETA. “RENNÊ JOIAS” É O TERMO CERTO. TOPVIEW Rua Amauri Lange Silvério, 450, Pilarzinho, Curitiba. 82120-000. Tel.: (41) 3331-6100. topview.com.br. CNPJ: 07.066.992/0001-07��
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EXPEDIENTE
embaixadores e colunistas desta edição EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
EMBAIXADOR
Ana Claudia Michelin
Bethânia Gilsoul
Beto Cesar
EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
EMBAIXADOR
Duda Slaviero
Emmanuelle Bertoldi
João Prospiter
EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
Luciana Almeida
Marilis Borcath Faggiani
Sandra Comodaro
TENDÊNCIAS
Educadora, estudiosa de moda e trendsetter, apresenta uma vasta gama de personalidades, serviços e produtos que se destacam no mercado.
OMG
A estudante de Direito escreve sobre moda, viagem, marcas, pets e família, sempre com um toque de novidade e um pouco de exagero.
BOAS AÇÕES
É engenheira civil e, desde 2016, está à frente do Projeto Luz, que fornece alimentos a pessoas em situação de rua em Curitiba.
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NEGÓCIOS
Empresária, advogada, MBA Executivo em Direito e Business Law e pós-graduada em Direito Administrativo. Foi membro da comissão da OAB e é especialista em startups e propriedade intelectual. Palestrante com notoriedade certificada pelo IBC.
BELEZA
É médica e diretora técnica da clínica Toujours Santé. Interessada em beleza, escreve sobre as principais dúvidas e tendências do segmento.
BEM-RECEBER
É diretora do Grand Hotel Rayon e sócia da Clínica Karla Assed. Escreve sobre a arte de bem-receber.
MARKETING
O publicitário e sócio-diretor da OAK Marketing levanta temas comuns ao cotidiano de todos sob o ponto de vista do marketing.
LIFESTYLE
Empresário e criador de conteúdo, apresenta as nuances do lifestyle por meio de experiências com viagens, moda, gastronomia e cultura internacional.
MUNDO JURÍDICO
Advogada, sócia e diretora da Nelson Wilians & Advogados Associados. Escreve sobre o mundo jurídico de forma acessível.
EXPEDIENTE
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
Andrea Gappmayer
Felipe Casas
George Rosa Luna
Leo Guedes
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
Marc Sousa
Marcos Bertoldi
Marcos Slaviero
Nadyesda Almeida
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
Paola Gulin
Roberta Busato
Wilson de Araujo Bueno
MODA
Designer por formação e stylist de profissão há mais de dez anos pela StylebyGapp.
POLÍTICA
Âncora da rádio Jovem Pan e repórter nacional da Record TV. Atualmente, o jornalista dedica-se à cobertura de assuntos ligados ao mundo da política.
PELO MUNDO
É viajante de carteirinha. Sócia e consultora da NomadRoots e fundadora do clube de leitura Volta ao Mundo Literária.
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SOCIAL VIEW
Um dos RPs em ascensão de Curitiba, traz os melhores eventos e personalidades do mês.
ARQUITETURA
Especializado em Arquitetura Paisagística, foi apontado, em 2010, como um dos cem arquitetos mais promissores do mundo pela Architectural Digest-USA.
SOCIAL VIEW
É designer de moda, pós-graduada em Gestão de Negócios, atuante no mercado como relações públicas e sócia idealizadora do 2GET SALE.
BEAUTY
Beauty artist, participa das principais semanas de moda do país, como a SPFW, e já fez editoriais para publicações como Vogue. Atualmente, faz parte do time de maquiadores do Boticário.
SOCIAL VIEW
É frequentador de longa data das mais prestigiadas rodas de Curitiba e de Santa Catarina. Traz sempre quem foi aos melhores eventos.
SOCIAL VIEW
Guarda a memória da sociedade paranaense. Seu olhar e sua projeção estão firmados no Paraná e em sua gente, que conhece como poucos.
CABELOS
Diretor técnico e hairstylist da Casa W, com décadas de experiência, escreve sobre cuidados e estética de cabelos mensalmente.
SOCIAL VIEW
Tem o DNA do colunismo social curitibano. Além dos eventos, ela agora se dedica ao hobby de receber com arte.
A Laguna é membro do
ARQUITETAMOS CONFORTO, DESIGN E BEM–ESTAR. A Laguna é a empresa do setor com mais certificações sustentáveis do Sul do Brasil, e a única Incorporadora brasileira membro do IWBI (International Well Building Institute), que comprova as construções mundiais focadas na saúde e bem-estar humano através da certificação WELL. A forma como vivemos a cada dia tem o poder de determinar o nosso futuro, por isso, pensamos em empreendimentos que tenham o poder de transformar rotinas, hábitos, bairros e a nossa cidade. Um Laguna surpreende de longe, de perto e por dentro.
41 3259 1801 construtoralaguna.com.br
CRÔNICA EDITORIAL
por Patricia Tressoldi, Gerente de Conteúdo e Projetos Multiplataformas da TOPVIEW
Mais empatia, por favor!
O
tema desta edição foi escolhido há exatos três meses. Na turbulência que foi a chegada do coronavírus, entendemos, lá em março, que nossos planos precisavam ser reavaliados. Dali em diante teríamos que trabalhar com projetos a curto prazo, pois pensar muito a frente seria uma perda de tempo. Hoje, analisando friamente a escolha que fizemos para essa edição, penso que talvez ela tenha sido precipitada também. Nas nossas cabeças, a sequência Recolhimento, Superação e Evolução fazia total sentido. Afinal de contas, como não evoluir diante de uma pandemia como essa? Porém, o fim da pandemia ainda não é certo, e, apesar dos números estarrecedores, ainda vemos pessoas negando a existência do vírus e ignorando as medidas de proteção – isso no mundo todo. Quando decidimos criar uma edição sobre evolução, esperávamos falar sobre como a humanidade havia progredido e como o processo de modificação constante teria alterado por completo o mundo em que vivemos. Quando decidimos falar sobre evolução, acreditávamos que a empatia seria soberana a todo esse caos. Infelizmente, as coisas não estão acontecendo exatamente como
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havíamos imaginado, mas como só conseguimos nos desenvolver mirando em bons exemplos, foi exatamente nisso que apostamos. Encontramos, no mercado, especialistas que pudessem nos ajudar a desenhar o mundo pós-pandemia. Por meio de grandes entrevistas, compartilhamos com você, nosso leitor, as percepções dessas autoridades sobre as tendências e as transformações em diversas áreas que pertencem ao nosso cotidiano. E, sinceramente, após ler cada linha com as sábias palavras desses profissionais, consigo acreditar que é possível sim, enxergar uma luz no fim do túnel. Assim como existem pessoas lutando contra, tem muito mais gente lutando a favor de um mundo melhor. Finalizamos a trilogia da TOPVIEW sobre a pandemia com a sensação de dever cumprido. Abraçamos nossos leitores na edição sobre Recolhimento, trouxemos histórias inspiradoras na edição de Superação e nessa, sobre Evolução, apresentamos o novo mundo que teremos daqui para frente. Todo o time da TOPVIEW refletiu e aprendeu muito durante a produção dessas três edições. Estamos aqui para compartilhar com você um pouco sobre o que sentimos e acreditamos. Continue com a gente, pois nós sempre estaremos por aqui.
O Melhor Lugar no Mundo é Dentro de um Abraço Pintura em aquarela 2020 | Curitiba | Paraná | Brasil "O nome dessa obra é uma música do Jota Quest que traduz perfeitamente a falta que nos faz não poder tocar ou abraçar as pessoas ao nosso redor. Aprendemos o verdadeiro valor do calor humano que tanto precisamos." Barbera van den Tempel
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a seção de moda, beleza, cosméticos e joias
O S D E S F I L E S VÃ O S E ADAP TAR ?
“O primeiro desfile digital da Chanel foi um desapontamento em vários níveis”, aponta Vanessa Friedman, diretora de moda e chefe do departamento de crítica de moda do The New York Times. Além de resenhar o desfile, Vanessa faz uma reflexão a respeito dos desfiles online. Confira o artigo por meio do QR Code. 22
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Chanel | vogue.com
Leia a análise feita por Vanessa Friedman.
FASHION | BELEZA
Mundo da Beleza por Emmanuelle Bertoldi, embaixadora CONFIRA ALGUNS TRATAMENTOS
CAPILARES EFICAZES MAIS NUTRIÇÃO
Carboxiterapia A aplicação de CO2 medicinal estimula o aumento da circulação no local, dessa forma aumenta oxigenação e envio de nutrientes para o bulbo capilar. CRESCIMENTO
Microagulhamento As microlesões aumentam a produção do colágeno e são um eficaz estímulo para o crescimento capilar. Dessa mesma maneira funcionam os lasers fracionados não ablativos. CRESCIMENTO
Laser do tipo LED: Estimulam a multiplicação das células e aceleram o crescimento dos fios. CRESCIMENTO
Radiofreqüência microagulha
O que faz a terapia capilar?
Henri Pham | unsplash
Tratamentos ef icazes melhoram a saúde do couro cabeludo e permitem um melhor aproveitamento no trabalho dos cabeleireiros
M
uitas pessoas continuam achando que o cabeleireiro é quem trata dos cabelos, mas, na verdade, todos temos aquele profissional maravilhoso, que já sabe o jeitinho que gostamos da escova, do corte, da coloração, e até de tratamentos de haste, como hidratações. Ele estudou para cortar, prender, embelezar e colorir os cabelos, mas não para tratar e diagnosticar causas de queda, por exemplo. Nesses casos, entram a avaliação médica – que, em consulta, realiza o diagnóstico por dermatoscopia – e os exames laboratoriais. Assim, é possível entender as causas da queda e até de problemas da haste ou doenças do couro cabeludo. Muitos profissionais da área médica trabalham com terapeutas capilares em conjunto. Essa classe de profissionais – apesar de realizar alguns tipos de corte (como o bordado, que só retira as pontas duplas sem reduzir comprimento) – está apta para realizar vários tratamentos com foco no couro cabeludo, para prevenção e tratamento das causas da queda de cabelo. O médico prescreve medicações e aplicação de injetáveis nos vasos de
Estimula o próprio organismo a aumentar localmente os fatores de crescimento para esse cabelo CRESCIMENTO
Drug delivery / messoterapia ou MMP capilar: Consiste na aplicação de substâncias como fatores de crescimento e medicamentos prescritos especificamente para cada tipo de problema CONTROLE DA OLEOSIDADE
Eletroestimulação e alta freqüência:
Combate a oleosidade excessiva, promove a hidratação do couro nos casos de ressecamentos e estados descamativos
alopecia, por exemplo, e esses profissionais auxiliam no tratamento desse couro cabeludo. Esses tratamentos servem para combater a oleosidade excessiva, quedas e calvície, além de estimular o crescimento dos fios e promover o fortalecimento de toda a estrutura capilar. A função desses profissionais abre um grande leque de tratamentos. Por fim, um bom diagnóstico, juntamente com um tratamento assertivo, leva a uma saúde do couro cabeludo e, conseqüentemente, dos fios, que aí sim podem ser embelezados pelos melhores cabeleireiros do país. topview.com.br
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FASHION | BELEZA
Cabelos por Leonardo Guedes W, colunista
O prof issional que cuida do seu cabelo pode ajudá-lo(a) com as melhores técnicas para impulsionar seu autoconhecimento
P
rocuro sempre enxergar o lado bom de cada situação. A lição que trago do momento em que vivemos é que, independentemente da profissão em que atuamos, temos que ser facilitadores na vida das pessoas. O cabeleireiro tem um papel essencial para a beleza e a autoestima
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e é por isso que temos de facilitar, trazendo informações que ajudem no dia a dia, ensinando cada um a lidar com seu próprio cabelo diante de diferentes possibilidades. Além disso, é importante que as orientações sejam fáceis para que as pessoas não fiquem reféns de um profissional e tenham agilidade na hora de lidar com os fios. É uma possibilidade incrível para estarmos em sintonia com nós mesmos! Um profissional de confiança é muito importante para desenvolver esse autoconhecimento. Por isso, tenha um bom cabeleireiro! Utilizo muito em meu salão a técnica do visagismo, que traz a base para identificar junto com o cliente qual é o melhor tom e corte para o rosto e o estilo. Esse processo deve ser feito em conjunto, por meio de um bate-papo descontraído e com muito carinho, pois olhar para si exige um olhar mais atento e delicado. Devemos fazer uma leitura de nós mesmos com mais amor e ter con-
fiança em um profissional amigo, tornando esse caminho de avaliação muito mais fácil e leve. Perguntam-me todos os dias o que vou fazer de revolucionário na área da beleza durante esse momento. E minha resposta é a mesma: ainda não sei. Mas garanto que vamos cuidar de todos os clientes que estão nos prestigiando com ainda mais carinho e respeito, sempre levando o melhor e o mais novo conceito de maneira a ser um facilitador na vida de nossos amigos e clientes.
“O cabeleireiro tem um papel essencial para a beleza e a autoestima e é por isso que temos de facilitar, trazendo informações que ajudem no dia a dia(...)”
Shari Sirotinak | Unsplash
Ser um facilitador
FASHION | MODA
Oh my god por Duda Slaviero, embaixadora M O DA P Ó S -PANDEMI A As pessoas vão começar a rever seus guarda-roupas, porque, afinal, ficamos sem usar quase nada do que temos nesse período. Eu, por exemplo, só tenho usado roupa de academia, moletom, roupas bem comfy. As pessoas vão aprender a usar a moda a seu favor, priorizando o conforto. Outra questão importante é a sustentabilidade, com destaque para marcas que agregam valores. Importante destacar, ainda, as vendas online, já que as marcas deverão se adaptar à vontade do consumidor de não sair de casa para comprar.
Cenário em transição
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s tendências e os hábitos mudaram e estão em constante transformação com a pandemia do novo coronavírus. Selecionei algumas da mudanças que já pudemos registrar e o que é promissor nesse novo contexto.
MENOS É MAIS Estamos aprendendo a rever o que é essencial, o que é necessário. A pandemia – e a crise que ela trouxe – fez as pessoas reavaliarem seus hábitos de consumo e economizarem mais. Consumir por consumir não existe mais. As pessoas vão passar a ser mais minimalistas.
Undplash e pixabay
SAÚDE E AUTOCUIDADO
A loja da marca na cidade de Nova York fechou suas grandes vitrines.
Esses termos nunca foram tão discutidos e pesquisados. As pessoas querem tomar cuidados e têm pesquisado como melhorar a pele e a saúde em casa, o que é muito bom. Mas, mesmo com a alta na pesquisa, temos a consciência de consumo, dando preferência a produtos e práticas multifuncionais.
Leia a coluna completa no site da TOPVIEW.
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FASHION | MODA
O AMOR D E P O I S
D O
C A O S
Sentir falta do toque, do abraço, do perfume e do calor da pele: o vazio que experimentamos durante a pandemia será substituído, gradualmente, por novas formas de contato. As nossas necessidades e os nossos desejos serão adaptados ao mundo novo que nos aguarda. Diferente, mas ainda autêntico, bonito e cheio de estilo Modelos: Izabele Ribeiro Adão Take Agency Francisco Albuquerque Imakers Management Styling: A n d re a G a p pm ayer Assistente de Styling: Letíc ia B atsef Beauty: Ralph Hallilovick Fotos: N u n o Pa p p Assistente de Fotografia: Math eu s Rh in ow Tratamento de imagem: Amais3D
Tecidos brilhosos, peças estruturadas e cortes irreverentes Iza usa vestido Novo Louvre e jaqueta Chaouiche com joias Jack Vartanian. Francisco usa Chemise Novo Louvre.
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XXX | XXX
Tecidos brilhosos e elos Iza veste Dolce & Gabbana (acervo) e joias Jack Vartanian.
Tecidos brilhosos e cortes irreverentes Francisco veste jaqueta lilรกs Novo Louvre, calรงa Iago Brand e jaqueta vermelha Chaouiche.
Mix de tecidos acetinados Francisco veste Dolce & Gabbana (acervo) e pulseira Jack Vartanian.
Alfaiataria repaginada, peรงas estruturadas e tecidos brilhosos Iza veste saia e jaqueta Chaouiche, blusa Felicia Pretto, joias Jack Vartanian e sandรกlia Vizzano.
Tecidos brilhosos e peças estruturadas Francisco veste blusa e calça Chaouiche com sapato Enrico Boaretto. Iza veste blusa Iago Brand, colete Felicia Pretto, saia Chaouiche, sandália Vizzano e jóias Jack Vartanian.
Nostalgia retrô, malhas retrô e comprimento midi. Clarissa usa blusa, cardigan, calça e saia Mixed e joias Rodrigo Alarcón. Agatha usa blusa, saia e casaco Mixed, sapato Vizzano e joias Rodrigo Alarcón.
Mood futurĂstico com corset repaginado Iza veste Dolce & Gabbana (acervo) e joias Jack Vartanian.
Assista ao making o deste editorial de moda no site da TOPVIEW.
FASHION | MODA
Moda por Andrea Gappmayer, colunista
Assista ao making off da edição #236 no site da TOPVIEW.
Nova comunicação de moda
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prendemos por meio das experiências que vivenciamos. Isso acontece para todos. O que tenho aprendido nessa pandemia? Bom, inúmeras coisas. Mas, em termos de moda, vive-se uma constante mudança. E, quando se fala de styling, precisamos sempre estar à frente do que acontece para poder prever os modelos de consumo e traduzir isso em imagem. Com a Covid-19, o mundo editorial parou porque apenas conhecíamos a fotografia de moda presencial, com toda a equipe reunida, funcionando como uma sinfonia incrível em que cada um sabia como orquestrar seu trabalho e que o todo funcionava. Contudo, como não podemos mais nos encontrar nem estar em grupo ou sair de casa, foi preciso fotografar por FaceTime. Não sei dizer ao certo quem teve essa ideia – porém, ainda bem que teve –, mas vários fotógrafos ao redor do mundo deram seus cliques experimentais e, com isso, pudemos, também, ver uma solução. Dessa forma, fizemos um editorial 34
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remoto para a edição passada da antes. As pessoas vão se perguntar TOPVIEW. Ele foi extremamente se precisam de fato de mais uma pensado e traduzido para que tivespeça. O consumo nunca vai deixar se um mood de casa. de existir, mas ele será modificado Por isso, pensamos em looks que e, com isso, as marcas também vão pudessem ser usados nas situações precisar se reinventar, assim como que temos vivido, sempre visando os stylists. ao conforto: reunião online, jantar Não acho que fotos feitas a em casa com família, pijama, roudistância serão recorrentes, porque, pão de banho e pantufas. Como a por mais que o processo tenha sido vida está sendo dessa maneira, não muito interessante e divertido – tínhamos como trazer uma realialém de desafiador –, o resultado dade que não fosse é bem diferente do a nossa para ilustrar. que temos com uma Não cabia, nesse mo“O consumo equipe com todos os mento, ter glamour ssionais reunidos nunca vai deixar profi que não fosse real, já no mesmo espaço de existir, mas físico. Acredito que que o mundo pede por naturalidade. uma alternativa ele será modifi- seja Outro elemento que não substitui o cado e, com isso, tradicional. Também que achei muito importante trazeras marcas tam- penso que não exista mos foi o mix de melhor ou pior e, sim, bém vão precisar o que pode funcionar peças da própria modelo para compor se reinventar(...)” para cada estilo de o styling, porque, foto. Evoluir é não sim, vamos pensar o consumo de parar. É estar atento para perceber outra maneira e olhar para o nosso sinais de comportamento e criar closet vai fazer parte do dia a dia das soluções para vivermos cada vez pessoas ainda mais do que já fazia melhor como coletivo.
Shutterstock
Em meio ao caos, o editorial de moda remoto torna-se uma alternativa. No entanto, será que ele é capaz de substituir o trabalho presencial?
FA S H I O N | B E L E Z A
Beauté por George Luna, colunista
É preciso se reinventar!
A indústria da beleza e os usuários comuns adaptaramse ao isolamento social e, agora, ditam as novas regras do setor – principalmente no universo digital
Africa Studio | Shutterstock e Annie Spratt | Unsplash
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esde que o período de isolamento social começou, observamos um aumento na produção de conteúdo digital em geral. No mundo da beleza, não foi diferente. É normal, por exemplo, abrirmos as redes sociais e vermos os amigos publicando suas novas habilidades ou cumprindo alguns desafios que viralizam em grandes perfis. E isso nos mostra que, sim, é possível se colocar à prova e testar técnicas que, antes, poderiam parecer profissionais demais e, por isso, muito difíceis. Há, também, o lado da indústria que se adapta e cresce com a tecnologia. Um exemplo interessante é o TikTok, que já conta com mais de um bilhão de usuários no mundo. Quem se aventura nesse universo de vídeos curtos e divertidos pode encontrar dicas de produtos e tutoriais de make incríveis! O mais interessante é que não é necessário perder meia hora do nosso dia nesse passo a passo e, ainda assim, obter um resultado muito satisfatório. Outro fator importante quando se fala dessa rede social são os negócios. Segundo sites especializados, eles cresceram exponencialmente, com as marcas sendo vistas milhares de vezes no rosto de influencers globais. Inclusive, segundo o Glossy, a Amazon registrou um aumento de vendas no setor de beleza por meio do TikTok, mesmo com a pandemia do coronavírus. O principal público atingido, nesse caso, é a geração Z. Esse público também reforça a necessidade de atenção às plataformas digitais tradicionais, que deixaram de ser usadas somente por criadores de conteúdo amadores e são, cada vez mais, fontes de inspiração para técnicas, até então, exclusivas de profissionais da área de beauty. Por fim, destaco as mudanças na indústria em si, que passará a usar a tecnologia ainda mais a seu favor. Um exemplo é a substituição de testadores convencionais pelo uso de realidade virtual nos clientes, que não precisarão sair de suas casas para ver se o produto combina com seu rosto. Além disso, as aulas de maquiagem também poderão ser feitas a distância com maior frequência, mesmo depois do fim da quarentena. É preciso se reinventar!
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Estilo
AS VIAGENS NO PÓS-PANDEMIA “O ato de viajar vai mudar: vai se tornar menor, mais íntimo e mais local”, afirma Brian Chesky, CEO e cofundador do Airbnb, em entrevista ao canal americano NBC. De acordo com Chesky, a empresa desenvolveu um protocolo de limpeza mais rígido para os "hosts" que alugam um imóvel ou ambiente para visitantes durante uma viagem por meio da plataforma.
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Unsplash
a seção de arquitetura, decoração, gastronomia, viagem e luxo
ESTILO | RECEBER BEM
Bem-receber por Marilis Borcath Faggiani, embaixadora
É tempo de ser otimista
Veja dicas de leituras inspiradoras que podem trazer novos hábitos para a sua vida
João Silas | Unsplash
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s dias de confinamento por conta das medidas restritivas garantem a segurança de todos. Quem pode fica em casa o máximo que puder – ainda que não seja fácil. É um momento de crise, reflexão e mudança. Além dos estudantes, que tiveram as aulas suspensas, muitos colaboradores também mudaram a sua rotina de trabalho. Para mim, como empreendedora, o desafio é imenso. Os últimos meses foram de incerteza e angústia. Todos nós passamos por mudanças bruscas e tivemos que nos adaptar rapidamente à nova rotina pessoal e no trabalho. Mas, como tudo na vida, o isolamento social também tem o seu lado bom. Olhando de maneira otimista, é uma oportunidade para o novo. É tempo de aprender algo diferente, reconectar-se com quem somos e planejar a vida pós-pandemia.
Vi muitas pessoas repensando a carreira, estabelecendo novas metas e tirando projetos do papel que estavam parados por falta de tempo ou de reflexão. Nesse período, parece que trabalhei muito mais do que antes, mas consegui reservar um espaço para a criatividade e novos planos. Em meio à pandemia, tivemos que criar novos modos de vida para cuidar não só de nós, mas dos outros. Se tem algo que o coronavírus ensinou, foi que, apesar das diferenças, somos todos iguais. A doença ameaça a todos da mesma forma e somente juntos podemos superar essa crise. Solidariedade é a palavra positiva do momento. O confinamento pode ser um recomeço para todos nós. Alguns livros podem ajudá-lo(a) a passar por essa época conturbada com mais leveza e otimismo, além de incentivar mudanças boas na sua vida. Confira a lista que separei e boa leitura!
MINHAS DICAS
DO MÊS AUTOR: HAEMIN SUNIM
AS COISAS QUE VOCÊ SÓ VÊ QUAN DO DESACELERA
O título fala por si só. Escrito pelo mestre zen-budista Haemin Sunim, este é o livro perfeito para tranquilizar a mente e cultivar a calma e a autocompaixão. Ajuda-nos a entender nossos sentimentos e incentiva a transformação do nosso modo de ser. AUTOR: SUHAS KSHIRSAGAR
MUDE SEUS HORÁRIOS, MUDE SUA VIDA
Ensina a como aproveitar o momento para alinhar o relógio biológico. O autor explica que fazer pequenas mudanças na rotina pode ajudar a administrar com mais facilidade o peso, o sono e o estresse. AUTOR: CHARLES DUHIGG
O PODER DO HÁBITO
Mostra que a chave para o sucesso é entender como os hábitos funcionam – e como transformá-los. Nele, você confere histórias de pessoas que conseguiram ter sucesso focando em padrões que moldam cada aspecto de nossas vidas.
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ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO
Arquitetura por Alerverson Ecker e Luiz Pellanda, convidados de Marcos Bertoldi
Aleverson e Luiz são criadores curitibanos que nos projetam internacionalmente. Ao fundarem a Holaria, em 2006, nos surpreendem com um original e variado repertório de peças em porcelana. Expostos ao redor do mundo e inúmeras vezes premiados: do mais importante prêmio de design brasileiro, pelo Museu da Casa Brasileira, ao prestigiadíssimo iF Design Award, na Alemanha, com a luminária em porcelana Wool, para citar alguns. Adequadamente instalados na região de Campo Largo, conhecido polo produtor de porcelana brasileiro, se apropriam de mão de obra e indústrias locais, contribuindo para sua modernização, seu desenvolvimento e sua sustentabilidade. Suas peças não economizam nas formas, sempre exuberantes e complexas, em contínuos movimentos e desdobramentos, que acabam por exaurir as possibilidades técnicas de sua fabricação. Ao lado dessas criações, que, de tão estimulantes ao olhar, permanecem coladas às nossas retinas, convivem peças de caráter mais lúdico e riferimento pop, como os utilitários Booh! Robin Pighood, entre outros. Ótima leitura! — Marcos Bertoldi
Um rio chamado porcelana
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Holaria é uma empresa que está profundamente ligada a uma matéria-prima: a porcelana. É por meio dela que nossa criatividade encontrou seu caminho para fluir. Vale, aqui, comentar um pouquinho sobre esse material, porque ele já define toda uma necessidade técnica e uma linguagem estética. A porcelana pode ser um material de “águas agitadas”. Tanto é que, por longos anos, o Ocidente perseguiu seus segredos de produção, restritos que estavam à China que Marco Polo visitou. Nessa época, ela era tida como o “ouro branco”. A porcelana possui um processo produtivo muito complexo, que
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envolve desde a composição correta de diversos minerais, passando pela mudança de estados físicos para sua conformação (líquido, pastoso, sólido), indo até a queima, que se faz em temperaturas muito altas (acima dos 1.300°C). Durante a queima, por exemplo, a massa adquire um aspecto muito plástico e pode colapsar se a geometria da peça não tiver sido bem estudada. Assim, ao se trabalhar com porcelanas, há muito que se possa dar errado e, por isso, o projeto de design assume uma importância fundamental, ao antecipar problemas e permitir a expressão criativa. Essa noção de projeto é muito cara à Holaria, tanto é que
está presente até em seu nome: HOLOS+OLARIA. O conceito do “todo” se refere ao caráter sistêmico que a atividade de projetar adquire no universo do design. Imaginamos desde sempre a Holaria como um laboratório técnico-estético. Técnico porque tentamos explorar os limites da deformação e da expressividade plástica da porcelana sem perder de vista a viabilidade produtiva. Estético porque almejamos incluir mais camadas de informação e significados, tornando a leitura de um objeto mais rica, mais instigante. Gostamos de pensar que, ao seu modo, o design também pode ser um tipo de literatura.
Divulgação | Holaria
Peças de porcelana com design de curitibanos ganham prêmios internacionais
ESTILO | DECORAÇÃO
Comemoração com elegância e cuidado
Nova proposta leva as comemorações para dentro de casa, especialmente para pequenos grupos
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le é referência no que faz e assina as melhores festas de Curitiba. Agora, o party designer Marcos Soares traz para a cidade um novo conceito de comemoração: o MS At Home. A tendência chega diante de um momento especial em que vivemos, seguindo com a cautela necessária e o máximo de cuidado exigido atualmente. Com a curadoria e a expertise de quem vivencia o setor de eventos há 23 anos, a nova proposta chega para levar a comemoração para dentro de casa, com tudo o que um evento pede – desde a gastronomia e os drinks até as flores –, de um jeito charmoso e em um formato reduzido de fornecedores e atendimento exclusivo para pequenos grupos. Tudo foi adaptado às normas de segurança e saúde. “Chegaremos até o cliente com o menu, as bebidas, os doces, a trilha sonora, as flores, os serviços e tudo mais o que for importante para realizar um sonho ou surpreender alguém especial. Será uma experiência única”, afirma. De acordo com Marcos, o “at home” pode ser desde uma bandeja de café da manhã – personalizada e customizada para o cliente – até um jantar a dois ou uma carne grelhada para uma noite incomum. “A celebração não é representada somente por grandes eventos, ela pode
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acontecer em um momento entre amigos, um dia em família, até em clássicas datas especiais, como um aniversário, um jantar romântico, um noivado e até um casamento”, opina. Segundo ele, a proposta também inclui casamentos em um novo formato, para pequenos grupos e dentro de casa, e ainda pode ser vivenciada no corporativo, também para pequenos grupos. Na equipe do MS At Home, estará um staff reduzido e selecionado para proporcionar uma experiência única que uma comemoração em casa requer. Na gastronomia, chefs com menus exclusivos e personalizados para o paladar do cliente, que levam uma alquimia de sabores sem perder a intimidade de um jantar em casa. Para complementar, uma degustação de cafés com o método mais elegante e moderno – o Chemex de coagem, que deixa o café mais puro e saboroso. Nos doces, receitas de pâtisserie desenvolvidas para adoçar momentos especiais. Nos drinks, a alta coquetelaria harmonizada com o jantar e a ocasião. No décor, o olhar afinado do party designer, com a produção de flores, louças e dos demais objetos e até mesmo mobiliários que podem ser levados para a casa do cliente com o objetivo de surpreender os convidados. E, para finalizar, uma trilha sonora personalizada de acordo com o gosto do cliente.
Pablo Vaz
01. Um dos principais nomes do setor de eventos em Curitiba, Marcos Soares se reinventa em um momento atípico para a sociedade. 02. A decoração feita em casa conta com sofisticação e personalidade.
ESTILO | VIAGEM
Pelo Mundo por Paola Gulin, colunista
Shutterstock
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stou há mais de uma hora com uma tela em branco na minha frente pensando em como escrever sobre as coisas que aprendi nesta pandemia. Mas, confesso, não consigo conjugar o verbo no passado. Ainda estou aprendendo. Aliás, cada dia tem sido uma escola – ou seria uma universidade? – para mim. Está sendo assim para você também? Recebemos um balde de água fria que nos mostra que não temos controle sobre a maior parte das coisas que estão ao nosso redor e que passamos, em diferentes proporções e cantos do mundo, pela mesma situação. É um choque de realidade sobre uma vulnerabilidade que sempre existiu e na qual talvez nunca tivéssemos parado para pensar. Um empurrão que tem me obrigado a aprender a viver, literalmente, cada dia como um novo dia. Depois de ver os planos de 2020 serem virados de cabeça para baixo, estou aprendendo que as pequenas escolhas e ações diárias são o que mais importam nesse momento – e nesta vida. Com isso, depois de algum tempo e algumas tentativas frustradas, estou aprendendo que não
Em processo de aprendizagem O período pelo qual estamos passando nos convida a aprender diariamente consigo abraçar o mundo. Mas eu estou entendendo, também, que consigo me colocar no lugar do outro e perceber que as minhas escolhas afetam diretamente a vida do próximo. Nesse momento de excesso de lives no Instagram, fake news nos grupos de WhatsApp, noticiários com atualizações das centenas de mortes diárias no Brasil e, provavelmente, mais algum desaforo dos nossos governantes, vem mais um processo de aprendizagem: fazer escolhas sobre o que consumir de informação. Além disso – por mais clichê que isso possa parecer –, estou aprendendo a escolher ver a beleza de pequenos prazeres, como fazer uma refeição com afeto, sentir a brisa do vento na janela, ler um
bom livro, uma ligação longa com as amigas, trabalhar com o que se ama. Estou aprendendo, também, a perceber o privilégio de poder usufruir disso. Vez ou outra, meu desejo é ficar o dia todo de pijama, com um pote de sorvete no sofá, assistindo a alguma coisa inútil na Netflix, mas eu não me perdoaria por passar por esse período sem maiores aprendizagens. Como dizem na Bahia, “vá me desculpando” pela overdose de gerúndios, mas essa é a realidade: estou aprendendo a aprender com tudo isso que estamos passando. Com as descobertas e aprendizagens diárias, quando tudo isso passar, espero poder conjugar o verbo “aprender” no passado com consciência, saúde, mas, mais ainda, com sabedoria.
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ESTILO | ARTES
As atividades presenciais do Teatro Guaíra estão suspensas desde o dia 14 de março.
The show must be paused Em tempos de pandemia, a arte se encontra na internet por Redação
“A arte, em um momento de crise, pode proporcionar refúgio, dando espaço para nós podermos viajar por meio dela e encontrarmos reflexão.” — Daniele Saucedo 42
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burburinho da plateia tomando os acentos no teatro foi substituído pelo silêncio. As obras expostas no museu não recebem visitas. As galerias de arte tiveram de fechar as portas. Assim vive o cenário artístico de Curitiba desde meados de março, por conta das recomendações da Secretaria Estadual de Saúde, que visam evitar aglomerações, auxiliando no combate ao coronavírus. Diante das restrições e da vivência diferente, ambientes culturais da capital paranaense aprenderam a ressignificar seus serviços e encontraram na internet uma forma de adaptar os palcos, as salas de exposições e as aulas de arte durante a pandemia da Covid-19. Esse fenômeno não é apenas curitibano. Museus, teatros e galerias ao redor do mundo tiveram de suspender suas atividades e migrar para o online. O Google Arts & Culture, responsável por expor na internet mostras de diversos centros culturais do mundo, serviu como um dos suportes para essa migração. As visualizações da página mais que
dobraram desde o início da pandemia, afirma Amit Sood, diretor da plataforma, em entrevista à Folhapress em junho deste ano. Entre as 2.000 instituições presentes no portal, encontra-se o curitibano Museu Oscar Niemeyer (MON). Atualmente, 12 exposições do MON estão disponíveis. Além de disponibilizar as mostras online, de acordo com Juliana Vosnika, diretora do museu, a equipe do local buscou fortalecer conteúdos digitais e inspiradores enquanto o espaço permanece fechado. “Nós iniciamos criando alguns conteúdos para as redes sociais, mostrando um pouco mais do ateliê dos artistas. Escolhemos artistas que possuem obras no acervo do museu. Nós tentamos retratar um pouco a realidade deles”, afirma. Além das exposições, o museu também reforçou a presença digital na área educativa. De acordo com Juliana, as oficinas, que eram realizadas para o público às quartas e aos domingos no ambiente do museu, estão, atualmente, disponíveis não só nas redes sociais como na plataforma do YouTube. “Hoje, é um instrumento interessante para as pessoas que estão em família ou com as crianças em casa”, complementa. As ações educativas do Centro Cultural Teatro Guaíra também migraram para o online. O Centro, representado pelo icônico teatro no bairro central de Curitiba, oferece aulas de música e de dança. “Os músicos têm que estudar e os bailarinos têm que fazer aula, senão, eles perdem a condição. A partir disso, a gente começou a conversar sobre o que poderíamos fazer na web, que é o que temos agora. O ballet já fez um trabalho na internet, a orquestra está no terceiro trabalho. Então, agora estamos indo direitinho”, afirma a diretora-presidente do Centro, Monica Rischbieter. Além de atividades educativas e exposições, outras formas de estímulo artístico surgiram na internet durante a pandemia. O Ave Lola Espaço de Criação, nascido na capital paranaense, lançou a websérie Sobre VIVER no teatro em tempos de RECLUSÃO, que documenta memórias da companhia de teatro do espaço nesse tempo. Ana Rosa Tezza, diretora do Teatro Ave Lola, pontua que as atividades presenciais do espaço foram suspensas no início da pandemia, por conta da proximidade que o teatro requer: “Não dava para ensaiar. O teatro requer que você tenha confiança no outro, falar de perto, abraçar. É tudo muito físico. Aí a gente parou [as atividades]”, explica. A Ponto de Fuga, galeria curitibana com foco na fotografia, também passou por uma ativação no online por conta do coronavírus. De acordo com Milena
“A arte existe porque a vida não basta, a gente tem que emocionar as pessoas.” — Monica Rischbieter Costa, idealizadora e curadora da galeria, devido às atividades online, o público do espaço foi ampliado. Atualmente, a galeria assiste projetos de artistas que são de outras cidades. “É bem interessante a gente pensar como teve essa expansão de alcance nesse momento, que é muito duro, mas que nos permitiu alcançar novas pessoas”, afirma Milena. Ref úgio, curiosidade e importância Pela primeira vez na história da humanidade, passamos por uma pandemia tendo acesso à internet. A migração da arte para o digital nesse momento de crise significa a criação de um refúgio. É como entende Daniele Saucedo, professora das disciplinas relacionadas à arte e ao patrimônio do curso de História da PUCPR. “A arte, em um momento de crise, pode proporcionar refúgio, dando espaço para nós podermos viajar por meio dela e encontrarmos reflexão”, reflete. Esse processo de digitalização também auxilia no despertar do interesse pela arte. “As pessoas estão vendo isso como uma oportunidade. Talvez isso dê oportunidade a pessoas que talvez não tenham uma ligação tão forte com a arte de conhecer espaços [culturais]”, afirma Daniele. Esse interesse por parte de algumas pessoas não existia antes por conta da falta de tempo, segundo a professora. “Agora, com a necessidade de ficar em casa, elas estão tendo, inclusive, a oportunidade de prestar atenção a esse setor tão importante da vida, que, muitas vezes, passa despercebido”, opina. Futuro “Eu acho que o teatro deve abrir no ano que vem, eles hão de achar uma vacina. Onde está abrindo, as pessoas têm medo de ir. Ir ao cinema, ir ao teatro... acho que essas coisas vão demorar. A arte existe porque a vida não basta, a gente tem que emocionar as pessoas”, afirma Monica Rischbieter. A data de reabertura dos espaços culturais é incerta. Apesar do show digital fluir a todo vapor, o presencial ainda está em pausa. O que nos resta é esperar que, em um futuro breve, seja seguro voltar a dizer: “the show must go on”.
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A P R E S E N TA M
Confira alguns dos arquitetos já confirmados para a próxima edição!
ANA CRISTINA AVILA
SAMARA BARBOSA
GUILHERME BELOTTO
CAMILLE SCOPEL
THIAGO TANAKA
BIANCA MORAES
RENAN MUTAO
ARY JACOBS
CAROLINA DANYLCZUK
LISA ZIMMERLIN
KARIN NEITZKE
OLGA BERGAMINI
MICHELE KRAUSPENHAR
CAROLINE BOLLMANN
DANIELA BARRANCO
ELAINE ZANON
TASSIANA FISCHER
DANIEL CASAGRANDE
LUIZ MAGANHOTO
SÉRGIO VALLIATTI
MONICA PAJEWSKI
LUCIANA PATRÃO
PEDRO SILVEIRA
MARCOS BERTOLDI
LARISSA LOH
GUILHERME BEZ
ALESSANDRA GANDOLFI
VIVIANE BUSH
EDUARDO MOURÃO
ELEUTHERIO NETTO
JORGE ELMOR
SMOLKA
CLAUDIA MACHADO
FLÁVIO SCHIAVON
KAROLINNA VENTURI
FLÁVIA GLANERT
JESSIKA BONA
GIULIANO MARCHIORATO
ANA SIKORSKI
KÁTIA AZEVEDO
RENATA MUELLER
JAYME BERNARDO
ANTÔNIO RISKALA
ISIS VIRMOND
MANUEL BAGGIO
MAURÍCIO MELARA
SUELY RUON
PRISCILA RUON
SUZANE SIMON
TALITA NOGUEIRA
MARGIT SOARES
SILMARA PIMPÃO
Em breve, os principais e mais sofisticados projetos NATÁLIA SANTOS
SABRINA BECKER
de arquitetura de Curitiba, sob organização da TOPVIEW PAT R O C Í N I O
ESTILO | LIFESTYLE
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Conexões e grandes histórias
Conheça o novo embaixador de lifestyle da TOPVIEW: o empresário e criador de conteúdo João Prospiter por Rodrigo Sigmura
Dalla Vecchia
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m 2008, o jovem que saiu de qual plataforma for, para você realmente se União da Vitória, na região sul destacar – passam pela personalidade, pela do Paraná, nem podia imaginar individualidade e por mostrar o que você por quantas cidades passaria tem a oferecer, quem você é”, opina. nem com quantas pessoas O criador de conteúdo reforça que vive diferentes seria capaz de se conectar. De lá e, por consequência, exibe um estilo de para cá, morou com seu avô vida leve. “Busco viver as coiem Joinville (SC) para fazer “Acho que sas em que acredito, ter bons cursinho – quando ainda penAcho que estou em uma relacionamentos. sava em dedicar seus esforços estou em uma fase em que à Medicina. Porém, percebeu fase em que busco me relacionar com pesque não era o que queria de boas, que me façam bem. busco me soas verdade. Tentou cursar PubliE isso vale para tudo o que relacionar faço. Costumo falar que bons cidade, mas foi no universo da moda que encontrou seu são sinônimo com pessoas relacionamentos verdadeiro caminho. Chegou a de felicidade”, explica. morar em Ponta Grossa (PR), boas, que me Agora, João Prospiter Balneário Camboriú (SC) e estreita seus laços e se junta façam bem. E até na Nova Zelândia. Hoje, ao time de embaixadores da João Prospiter diz que só sairá isso vale para TOPVIEW para falar sobre de Curitiba (PR) para ir morar tudo o que estilo de vida. “Qualquer em Nova York. que potencializa a sua faço. Costu- meio Quando chegou à capital audiência, que faz as pesparanaense, em 2015, teve seu mo falar que soas conhecerem mais o seu primeiro contato com a TOPpropósito, o que você tem a VIEW no momento em que a bons relacio- executar, eu acho que é válido. enxergou em uma loja do Pátio namentos são E eu acredito que todos os Batel. Dois anos depois, foi o de experiências que sinônimo de projetos responsável por fotografar a vamos trazer nessa embaixada felicidade.” serão importantes para isso capa da edição impressa #204 – que exibia nomes promissotambém”, opina. res da arquitetura da cidade. Cerca de um Com foco principal no conteúdo ano mais tarde, passou para o outro lado da digital, ele também atuará nas edições imlente e se juntou a grandes influencers de pressas. Para os próximos meses, o jovem Curitiba para um editorial de moda especial empresário – que comanda uma agência de de Natal. produção executiva e uma marca de beachwear — prepara uma série de conteúdos Prospiter, como é conhecido nos posts do Instagram, já concentra mais de 330 mil exclusivos ligados à moda, viagens, cultura pessoas em sua comunidade na plataforma, internacional, gastronomia e muito mais. Uma nova forma de conexão com seus na qual compartilha sua rotina, seus penseguidores e com um novo público, que samentos e seus trabalhos. “Eu acho que a gente chegou a um ponto em que a premis- promete ressignificar as experiências que teremos daqui em diante. sa e o propósito do Instagram – ou seja de
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ESTILO | MÚSICA
por Felipe Casas, colunista
Amor na quarentena
Artista curitibana conta como entende a música no contexto de isolamento social e destaca: "Apesar de tantas coisas ruins que estamos vendo, também há muito amor"
Confira a entrevista completa no site da TOPVIEW.
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isso. Peguei o violão e pensei apenas em tocar e escrever — e a letra foi saindo, se encaixando. Fui relacionando a história de amores separados com os objetos da casa, que é o lugar mais presente nas nossas vidas hoje. A música é bem enxuta mesmo, condizente com o momento. Queria também expressar o quanto esse período está difícil para quem trabalha em toda a indústria do entretenimento. Quatro meses já sem a possibilidade de trabalhar. Técnicos de som, de luz, bartenders, músicos, produtores de eventos, etc. Um momento muito delicado para todo o setor, que foi o primeiro a parar e provavelmente será o último a voltar. Se a cultura e o entretenimento são tão importantes e presentes em nossas vidas, eu espero realmente que sejam mais valorizados e apoiados nesse momento. E aí? Amor entra ou não entra em quarentena? Não entra! Porque o amor não é apenas físico, ele transcende. Ficar longe para proteger: isso é amor. Ajudar as pessoas que estão passando dificuldades: isso é amor. Apesar de tantas coisas ruins que estamos vendo, também há muito amor.
"(...) o amor não é apenas físico, ele transcende. Ficar longe para proteger: isso é amor. Ajudar as pessoas que estão passando dificuldades: isso é amor.”
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otalmente influenciado – mesmo que digitalmente – pelo novo single da cantora curitibana Rê Gugli, Nosso Amor Não Entra em Quarentena, te convido a conferir um bate-papo superinteressante que tive com ela, no qual falamos sobre esse período de pandemia e, claro, sobre a nova música. A revista chega ao fim da Trilogia da Quarentena e o tema é evolução. Qual o significado dessa palavra para você? Existem vários tipos de evolução, mas acredito que a principal é a interna, a que vem de dentro para fora. É se desprender de crenças limitantes, de pré-conceitos, é aprender com o outro, ter senso de comunidade. Principalmente nesse momento. E não se comparar com os outros, mas sim com você mesmo. Qual é o papel da música para as pessoas no momento atual? O papel da música, das artes, da cultura em geral, sempre foi imenso. O consumo da cultura, justamente, nos faz pensar, questionar, respeitar mais as diferenças e, consequentemente, evoluir. Exerce influência direta na qualidade de vida das pessoas. Além da importância econômica. Existe alguma inspiração que a marcou para a nova música? Conte mais sobre esse single, sobre os artistas, a equipe e os produtores envolvidos. A inspiração mais forte foi a própria quarentena, o momento que o mundo vive. Pessoas separadas justamente por amor – não apenas casais, mas pais e filhos, irmãos, amigos. No dia em que escrevi, estava me sentindo muito abalada com tudo
self Foto que aparece no celular: Reprodução | Instagram
a seção de saúde, f itness, comportamento, família e goodness
C R I AT I V I DAD E N O AN Ú N C I O : A NEW BABY IS COMING!
O site norte-americano Today Parents reuniu os anúncios de gravidez mais criativos que surgiram nas redes sociais durante a quarentena. Um dos posts mostra o anúncio de gravidez da fotógrafa Tamara MK: no body branco, a frase diz “mandou bem, quarentena”. topview.com.br
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Mari a Isabel Miq ueletto
por
Convidamos especialistas de diversas áreas para tentar desenhar como será o futuro, ainda tão incerto por conta da pandemia. Em grandes entrevistas, eles compartilham suas percepções sobre as tendências e transformações nas áreas de saúde global, jornalismo, meio ambiente, sociedade brasileira, trabalho, luxo e moda. Sente-se à mesa e faça parte da conversa.
Vozes que pensam o amanhã
S E L F | C O M P O R TA M E N TO
ALANNA SHAIKH
Futuro da saúde Especialista e consultora internacional em saúde global, mestre em saúde pública, autora do livro What’s Killing Us: A Practical Guide to Understanding Our Biggest Global Health Problems e sócia do projeto Tomorrow Global
Divulgação
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or que, em um mundo tão evoluído e com tanta tecnologia, não estamos preparados para enfrentar uma doença viral? Não é apenas porque é viral. Acho que não estamos preparados para qualquer grande doença contagiosa como essa. Nós não gostamos de pensar sobre de onde vem, especialmente sobre nossos atos. A combinação de uma pandemia ser algo que não acontece muito frequentemente e, ainda assim, ser potencialmente muito severa, torna difícil pensar em termos de séries de diferentes atos dos efeitos em cadeia. No seu TEDTalk você fala que o coronavírus é o nosso f uturo. Por quê? Porque a razão pela qual nós estamos vivendo esse surto agora é por causa da maneira como as pessoas lidam com o planeta, com a terra, com a vida selvagem. Nós não estamos mudando nosso comportamento, nós continuamos fazendo a mesma coisa, como no caso da Covid-19: alguém entrou em contato com um animal selvagem na China, a doença passou para as pessoas e começou a tomar grandes proporções. Humanos estão entrando em contato com animais selvagens cada vez mais. Isso poderia ter surgido em uma floresta tropical, na Amazônia, em uma floresta que está sendo cortada no sul da Ásia... enquanto continuarmos com esse comportamento [de interagir com a vida selvagem], teremos mais e mais doenças aparecendo. O que essa pandemia mostrou ao mundo quanto à saúde global? Dois fatos. Antes de tudo, a importância de uma boa preparação de saúde global, com funções clássicas
de uma boa saúde global e pública, como epidemiologia, vigilância, entre outras. Também mostrou o quão fracos são nossos sistemas [de saúde] e o quanto nós somos dependentes. O que precisamos mudar e aprimorar em nossos sistemas de saúde? Dois pontos principais sempre voltam à tona: acesso e qualidade. Nós precisamos ter um sistema de saúde que as pessoas se sintam confortável para usar, que seja gratuito ou acessível e que faça um bom trabalho com as pessoas que vão até lá. O problema mais comum, na maior parte das vezes, é de acesso. Nos locais em que os tratamentos de saúde são muito caros, as pessoas não têm acesso. Se elas não usam porque não acham que é bom, aí temos uma questão de qualidade. O que precisamos repensar para evitar a próxima pandemia? Existem várias coisas. Uma delas é que precisamos respeitar nossa vida selvagem e nossos espaços selvagens. Precisamos parar tendências como o aumento no número de interações entre humanos e animais selvagens. Outra coisa é que precisamos ter um preparo melhor e mais vigilância sobre quando e onde começam esses surtos, precisamos conhecer as localizações, para que possamos pará-los antes que cheguem a esse ponto. No Tomorrow Global, você fala sobre fazer as perguntas certas. Quais são as perguntas certas para o f uturo pós-pandemia? Nosso futuro será pautado pela experiência dessa pandemia. Não podemos mais voltar ao que era antes e, agora, precisamos fazer escolhas sobre como queremos que o futuro seja.
O que a Covid-19 nos ensinou? Temos muitos tópicos interessantes sobre saúde global que poderíamos abordar. Um deles é que a Covid-19 nos mostrou o lado aterrorizante do controle de vírus. O que nós precisamos pensar é sobre as infecções bacterianas e o fato de que os antibióticos antes receitados serão cada vez menos eficazes contra essas infecções. E, por isso, as infecções bacterianas que antes costumavam ser bastante inofensivas voltarão a ser perigosas – e não teremos antibióticos. Qual é a melhor maneira de lidar com doenças como essa? Precisamos começar a testar as pessoas muito rapidamente. Você precisa testar as pessoas que têm sintomas e precisa testar todo mundo que esteve em contato com elas. Assim, é possível parar a contaminação. Precisamos oferecer cuidados médicos que as pessoas sintam que vale a pena e precisamos restringir a movimentação delas, fazer elas pararem de circular [pela cidade].
"Coronavírus é o nosso futuro." Assista ao TEDTalk Coronavírus é o Nosso Futuro, de Alanna Shaikh
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S E L F | C O M P O R TA M E N TO
FERNANDA SANTOS
Futuro do jornalismo Jornalista brasileira, ex-editora do jornal The New York Times, professora da Arizona State University e autora do livro The Fire
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ual é o papel do jornalismo hoje, em meio à crise? Hoje, o jornalismo é mais importante do que nunca. Passamos por um desafio muito grande, que é a questão das fake news, que desmoralizam, minimizam o valor do trabalho do jornalista e põem dúvidas sobre as notícias. Isso é um grande problema, porque, hoje em dia, o que a gente precisa, para enfrentar essa pandemia, é de informação – para saber como se comportar, onde ir, onde não ir, como ir nesses lugares. Então, se você não tem uma população que, de modo geral, acredita no jornalista como uma fonte confiável de notícias, a pergunta se torna: "onde as pessoas vão obter as informações de que precisam para enfrentar, de maneira segura, o que estamos passando?" Não existe outra profissão (ou profissional) que possa preencher esse vácuo que não seja o jornalismo. É por meio do jornalista que a gente ouve os comunicados do Ministério da Saúde, que podemos ler uma matéria que combina a opinião de diferentes profissionais de saúde sobre a situação atual. Temos visto ataques a jornalistas aqui no Brasil. Recentemente, um jornalista do Estadão foi atacado enquanto estava cobrindo uma manifestação em Brasília. Como você lê esse cenário? O que está acontecendo no Brasil é o que acontece aqui [nos Estados Unidos]. Esse fenômeno não é novo. No Brasil, se exacerbou com a campanha, e depois a eleição, de Jair Bolsonaro, e aqui, nos Estados Unidos, exacerbou-se com a campanha e a eleição do presidente Donald Trump. Era
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uma situação que já existia e que agora ficou ainda mais complicada, porque estamos vivendo uma crise na saúde pública mundial e esses protestos transformaram [a pandemia] em uma questão política. Saúde não tem partido político. O coronavírus não escolhe a pessoa de acordo com o partido político que ela apoia, a religião que ela segue, o time de futebol pelo qual ela torce. Então, quando você mistura esses dois assuntos, fica muito perigoso. Quando você faz do jornalista o seu alvo, considerando o jornalista como a pessoa que traz a notícia ruim, que está mudando o caráter da notícia por ter uma agenda, por ter um motivo diferente do que informar, você cria uma situação de muito perigo. As pessoas, então, vão confiar em quem? Vão aprender com quem? Até porque o jornalista tem este compromisso com a verdade, né? Exatamente. O fundamento do jornalismo está na verdade. A verdade, muitas vezes, tem diferentes interpretações. É normal você sair e falar com uma pessoa que encara essa verdade de uma maneira e com outra que encara diferente. Oferecer essas diferentes perspectivas é parte do jornalismo. Mas, no final das contas, toda matéria é feita a partir da perspectiva da verdade. Vamos reportar os fatos e como os fatos estão impactando a vida das pessoas. Não tem como deturpar. O jornalista sério, que não é um propagandista, não vai se deixar influenciar por forças políticas. É por isso que os ataques acontecem. É porque as forças políticas não gostam do que o jornalista está reportando, mas não gostar da verdade não significa
que a gente tem que escondê-la das pessoas. Em maio, Jair Bolsonaro mandou um jornalista calar a boca em coletiva de imprensa e, em outras ocasiões, proferiu xingamentos ao jornal Folha de S.Paulo, o que gerou indignação por parte da imprensa. Por que um presidente age assim? É uma estratégia política que foi usada não só pelo Bolsonaro como também pelo Trump aqui – e por outros líderes mais autoritários em outras partes do mundo. Se você retrata a imprensa como seu inimigo e como aquele que traz notícias falsas e tendenciosas para as pessoas e faz um segmento grande o suficiente da população acreditar nessa descrição, você, automaticamente, tem a capacidade de exercer um controle maior sobre esse segmento. Ou seja, se você está falando mal da Folha de S.Paulo, e os seus eleitores e as pessoas que estão aí te apoiando, acreditam em tudo o que você fala como presidente, então, a partir desse momento, eles não só não vão acreditar na Folha de S.Paulo como vão começar a falar mal dela também. O que obviamente enfraquece o jornal, porque, quanto mais pessoas falam mal e menos pessoas o assinam, por exemplo, mais difícil fica para o jornal sobreviver. No final das contas, é uma batalha pela sobrevivência do jornalismo sério, de qualidade, que sempre foi feito aí no Brasil por jornais como a Folha de S.Paulo. É uma estratégia puramente política. A melhor maneira de controlar o seu eleitorado é se tornar a única fonte confiável de notícias para ele. No entanto, como você pode confiar em um presidente que fala para as pessoas saírem na
Dan Robles
Line: The Story of the Granite Mountain Hotshots
rua e irem trabalhar, que faz eventos em que ninguém usa máscaras, – e ele mesmo está apertando a mão das pessoas –, enquanto, no Brasil, o número de casos de coronavírus tem crescido exponencialmente? O interessante é que tanto os Estados Unidos quanto o Brasil são países que têm presidentes com uma postura muito parecida em relação à imprensa e à abertura da economia. É uma loteria e, nessa loteria, estão jogando com a vida das pessoas. É um jogo muito perigoso. Vemos nesse cenário, também, a descrença da ciência e de suas indicações de isolamento social. Isso vem exatamente do que eu estava falando. Se o controle da informação está nas mãos de uma pessoa que tem interesse em caracterizar o que está acontecendo de uma maneira que seja vantajosa para ela, então fica muito difícil de as pessoas saberem o que é verdade e o que não é. Se o cientista fala uma coisa que não é favorável, como os dois ministros da saúde no Brasil fizeram, o que acontece? Um foi demitido e o outro pediu demissão. Por quê? Porque eles falaram coisas que foram contra ao que o presidente tinha falado. Por essa razão, o presidente eliminou essa pessoa e vai botar outra, e outra, até que apareça um que diga exatamente o que ele quer dizer. Não é assim que a ciência funciona nem a verdade. Muito menos a democracia. Esse é um grande perigo, porque, no fundo, uma imprensa forte é o grande sinal de uma democracia bem estabelecida. Em momentos como esse, no qual a ameaça à credibilidade da imprensa e sua viabilidade econômica é tão grande, a grande preocupação é que o enfraquecimento da democracia seja tal que possamos sofrer consequências muito grandes. No Brasil, a democracia é muito recente. Uma democracia que não tem nem 40 anos ainda e já está sendo colocada à prova de volta. É um país que tem como vice-presidente um general. Então, que tipo de mensagem isso passa para as pessoas? Como podemos fortalecer o jornalismo nesse momento? Pri-
meiro de tudo, continuar fazendo um jornalismo sério, de qualidade. Seguir em frente. A ameaça das fake news existe porque cada vez mais pessoas consomem as notícias pelas mídias sociais. Então, o jornalismo sério e os meios de comunicação têm que estar presentes nas mídias sociais. Têm que, cada vez mais, estarem participando dessa conversa nesse universo paralelo, para que possam, de certa forma, dar o contragolpe nas fake news. Hoje em dia, temos um problema muito sério, tanto aí no Brasil quanto aqui nos Estados Unidos: as pessoas têm uma capacidade muito pequena de reter a atenção em uma coisa. Essa geração do iPhone cresceu com a resposta imediata na ponta dos dedos. Com isso, o que acontece é que as pessoas estão perdendo, também, a capacidade de análise. Durante as eleições, nós vimos muito no Brasil, como aqui também, na época das eleições do Trump, uma quantidade enorme de fake news, que influenciaram a escolha de várias pessoas. Hoje, com a pandemia, temos que suspeitar mais do que a gente vê. Não acreditar de cara, não ler a manchete e repassar, parar e perguntar: "de onde veio? É possível? É plausível o que essa matéria está falando?" Da mesma maneira que o Google responde rapidinho a pergunta "qual restaurante está aberto mais perto da minha casa?", também pode responder "é verdade esse rumor?" Você fez uma parte da sua carreira aí nos Estados Unidos, onde mora até hoje. Quais são as diferenças entre a imprensa brasileira e a norte-americana? A grande diferença é que, no Brasil, os órgãos de imprensa dependem muito do governo para se sustentar. Em época de campanha, por exemplo, os jornais e canais de televisão ganhavam muito dinheiro. Só que o Bolsonaro introduziu uma maneira de fazer campanha totalmente diferente, esse universo paralelo por meio de mídias sociais. Por essa razão, a imprensa se deu conta de que essa ideia de ganhar muito dinheiro durante as eleições, que talvez sustentasse as operações por algum tempo, já não
"Uma imprensa forte é o grande sinal de uma democracia bem estabelecida" ia ser algo com que pudessem contar. Aqui, nos Estados Unidos, a dependência da mídia dos órgãos públicos é muito menor. Cada vez mais existe um mercado crescente de organizações jornalísticas e meios de comunicação sem fins lucrativos que estão sobrevivendo, basicamente, de assinaturas de pessoas que acreditam na missão deles e de dinheiro que recebem de fundações que trabalham para fortalecer a democracia. Ou até de organizações que trabalham para educar a população a respeito de seus direitos em relação à educação pública, por exemplo. Há um crescimento muito grande e uma fragmentação do mercado por meio desses meios de comunicação que exploram nichos. Existe um website, o The Marshall Project, por exemplo, que é sobre lei e justiça. Eles têm uma equipe mais enxuta, altamente qualificada e altamente conhecedora daqueles assuntos, e uma audiência mais fiel, porque está altamente interessada. Isso no Brasil ainda não ocorre muito. Aqui, existe muito mais independência na relação entre a mídia e o governo. Eu não estou falando de repórteres individuais, mas de algumas instituições que, no Brasil, foram contaminadas pela influência política. Seja atualmente, em canais de televisão que trabalham muito próximos à administração do presidente Bolsonaro, seja no passado, entre certos canais de televisão, jornais e revistas que também trabalharam muito próximos ao governo. A distância sempre tem que existir. A imprensa aqui nos Estados Unidos é conhecida como o quarto poder. Tem o poder legislativo, executivo,
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"[Os ataques acontecem] porque as forças políticas não gostam do que o jornalista está reportando, mas não gostar da verdade não significa que a gente tem que escondê-la das pessoas." judiciário e a imprensa. Esses poderes não se misturam. Da mesma maneira como os poderes que definem a estrutura democrática de governo não se misturam – um existe para controlar o poder do outro –, a imprensa existe para observar o funcionamento desses três poderes, a reação da sociedade em relação às decisões que eles tomam e para relatar os fatos. Dessa forma, informar a população e permitir que ela possa tomar melhores decisões, seja se as pessoas devem sair ou não de máscaras de casa ou até em quem elas devem votar nas próximas eleições. Você acha que os jornais têm que deixar seu posicionamento claro? Todos os jornais têm um posicionamento claro, mas o problema é que muitas pessoas não conhecem o que compõe um jornal. O editorial é a visão institucional do jornal. O [norte-americano] New York Times, no qual trabalhei por 12 anos, é um jornal que tem uma posição mais liberal nas suas páginas editoriais. Isso não significa que a cobertura jornalística do dia a dia, feita pelos jornalistas empregados, seja, também, liberal. Os editoriais do Wall Street Journal são mais conservadores, mas isso não significa que os jornalistas que trabalham lá, fazendo a cobertura diária das notícias, sejam conservadores. Existe uma confusão muito grande e uma falta de educação [sobre isso]. A maior culpa disso é dos próprios jornais, que nunca educaram as suas
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audiências em relação às diferenças entre as seções do jornal. Se você lê a coluna da Miriam Leitão, é a opinião dela que está exposta nessa coluna, não é a opinião do jornal nem dos jornalistas que cobrem o governo ou a economia. Nos 12 anos de NYT, nunca, em nenhum momento, algum editor me pediu para fazer uma matéria de uma maneira ou de outra – eu sempre fui atrás da notícia. Com o distanciamento físico, nós, jornalistas, não podemos encontrar as pessoas para uma entrevista. Isso pode atrapalhar o desenvolvimento de uma reportagem? Como suprir? Eu penso muito na minha relação com a minha família no Brasil. A minha família inteira está aí e eu já participei de vários aniversários e nascimentos, geralmente por WhatsApp. Da mesma maneira que eu me senti conectadas com ela, acredito que um jornalista pode fazer as conexões com as pessoas. É a mesma coisa? Não. Mas, no momento, é a melhor opção que nós temos, então a gente tem mais é que se acostumar com essa situação e usá-la da melhor maneira possível para atingir o objetivo, que é poder entrar na vida das pessoas que estão sofrendo as consequências dessa pandemia e reportar para o mundo. Com meus estudantes de jornalismo narrativo, nós fizemos uma lista de diferentes estratégias para reportar quando você não pode estar presente. Uma das sugestões foi pedir para as fontes fazerem um vídeo delas mesmas falando como se sentem e o que está acontecendo. A maior qualidade do jornalista é saber se adaptar. Como você tem conversado com seus alunos? Como tem preparado eles? O que eu falo para eles é que tudo passa. As aulas, hoje virtuais, eventualmente vão voltar a ser em uma sala de aula. O mercado de trabalho, que está contraído, em algum momento, vai se abrir. A limitação do contato social que estamos vivendo hoje não vai ser para sempre. Esse é o momento de encarar os desafios como oportunidades. O que eu posso aprender? Quais são as ferramentas que eu posso incorporar a essa caixa de ferramentas de jornalismo que vão me fazer ainda mais valioso no futuro e mais atraente para um editor de jornal que esteja querendo contratar um novo redator? O jornalista deve, também, usar os desafios que está enfrentando como possíveis ideias para matérias. A vida é uma grande pauta.
NATALIE UNTERSTELL
Futuro do planeta Mestre em Administração Pública pela Universidade de Harvard (EUA) e estrategista de políticas públicas com passagem pelo governo do Amazonas e pelo Governo Federal.
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que a pandemia nos fez ver sobre o planeta e a nossa relação com ele? Em nível planetário, a gente tem um desafio, que cada vez mais pessoas já compreendem, que é a questão de ter um futuro mais quente e instável, com o aquecimento global e os impactos da mudança do clima. É uma crise que não é aguda como a pandemia, por enquanto – é uma coisa mais crônica, um pouco mais devagar. Já vínhamos observando uma série de impactos e a aceleração disso, algo que a ciência já falava há 30 anos, mas que ainda estávamos tratando como algo para 2050, para o final do século. No entanto, nos últimos cinco anos, principalmente, a ciência começou a nos dar alertas muito mais graves, de que as soluções serão para a metade do século. Precisamos implementar um plano de descarbonização no mundo todo até 2030. É um problema público, coletivo. Todos os países terão que transformar sua economia e a gente não tem tempo a perder. Fiz todo esse contexto pré-pandemia porque, enquanto vivemos um momento como esse, em que temos tantas perdas – de amigos, de pessoas de que a gente gosta, das nossas rotinas –, começaram a surgir várias coisas na mídia, como “a natureza está se recuperando”, “a poluição diminuiu”, “as águas estão mais limpas”, “as emissões de carbono estão reduzidas nesse período”. Com isso, as pessoas podem começar a achar que a gente só vai conseguir fazer uma transição para um novo modo de vida, para um mundo de baixo carbono, se a gente passar pelo sacrifício. Esse é o ponto mais importan-
te: quero dizer que não é assim. Porque, uma vez que a gente passe por esse período doloroso e ache que é só com tamanho sacrifício que a gente consegue fazer uma transformação positiva, o que vai acontecer no momento seguinte? A gente vai para o pior. É aquela coisa de quem nunca come doce, aí, quando come, se lambuza. Pode vir a ser uma coisa do tipo “vamos agora explodir em emissão, explodir em viajar, explodir em comer tudo o que pode”. Não quer dizer que tenhamos que parar tudo o que a gente faz, não é adotar um regime comunista e tampouco achar que é uma coisa incremental, que eu vou lá e digo “agora eu não como mais carne e o problema está resolvido”. É mais profundo. As pessoas têm falado isso sobre o consumo, a exemplo do “revenge buying”, a compra por vingança, no pós-crise. Existe na literatura científica o termo “poluição por vingança”. Isso acontece quando você tem um período de pausa da poluição, por conta de uma guerra ou de uma crise. Mas o que aconteceu um ou dois anos depois que retomamos a nossa atividade econômica? Ela [poluição] aumentou muito mais, porque as pessoas meio que se vingam. Acho que a gente tem que ser muito cuidadoso agora para não vender o sacrifício como a única maneira de fazer uma transição, porque não vai dar certo. Vai ser a chance de transformação perdida. E como você acha que pode ser essa transformação? Eu nunca acreditei que o sacrifício ou a dor serão [forças] mobilizadoras para o tamanho de transformação que a gente precisa fazer. Há vários
aspectos dessa transformação que estão conectados com o que estamos vivendo agora. Uma transformação interessantíssima é a de consumir mais localmente, que há muito tempo falamos. Consumir mais dos produtores orgânicos locais, das pessoas que estão mais próximas. Isso que muitos de nós estamos experimentando pela primeira vez – outros já o faziam antes. É algo que pode ter um efeito muito legal não só para as economias, mas para nós mesmos. Saber de quem estamos comprando, qual a qualidade. Além de ser legal para o planeta, já que são fluxos mais diretos entre as pessoas e as empresas. Sou super a favor da globalização, mas acho que isso pode ser parte da globalização. A gente entrou em um modo de produção e consumo muito descartável. Agora estamos vivendo uma experiência mais de reuso, de contato. Falando em globalização, como você vê a questão da mobilidade? Você, por exemplo, viaja bastante de avião. Penso aqui em mobilidade não só no sentido de como a gente anda na nossa cidade, mas no de como nos transportamos de um lado para o outro. Eu viajo bastante, mas tinha uma solução, falava: “eu compenso as minhas emissões pagando por créditos de carbono.” Estava em campanha para mais pessoas adotarem isso. Achava que a gente nunca ia parar a indústria da aviação, mas que ela ia se transformar – e estava nesse caminho mesmo. Por um lado, muito bom. Em um país grande como o Brasil, viajar e estar em conexão com vários lugares é muito legal e importante. Mas teve o outro lado, o de que se tornou comum morar em uma cida-
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“Eu nunca acreditei que o sacrifício ou a dor serão [forças] mobilizadoras para o tamanho de transformação que a gente precisa fazer.” 58
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de e trabalhar na outra – e sempre pegar um voo. [Ao mesmo tempo], a gente vinha em uma trajetória de digitalizar as nossas vidas. O próprio governo já estava nesse esforço. Mas agora não é mais um esforço, é norma. Então, para que eu vou para São Paulo fazer uma reunião de uma hora se eu tenho Zoom e trezentas outras ferramentas? Isso é uma potência gigante. Tenho um exemplo recente: tive uma reunião com o pessoal do Ministério do Meio Ambiente do Peru semana passada. Falamos de oportunidades na pandemia, o que eles vão fazer. Eles falaram que a oportunidade mais legal é que estão fazendo a transformação digital, que é passar tudo o que o governo faz para um meio digital melhorado. No Peru, existem muitos povos indígenas remotos e isolados e há um esforço no sentido de aumentar a capacidade de conexão dessas populações. É uma galera que nunca ia pegar um avião para ir até a capital do Peru para discutir por uma hora e voltar para casa. Então, o governo está com o objetivo de garantir a banda larga para eles e começar uma relação digital para assegurar que, quando tiver que implementar determinadas políticas, eles foram consultados. Temos que aproveitar essa onda. Outros países têm relações diferentes com a natureza. No Equador, por exemplo, a natureza possui direitos. Essa é outra grande oportunidade. Estou vendo movimentações inacreditáveis. Ninguém poderia acreditar, três meses atrás, se a gente contasse. Muitos países vão sair dessa pandemia com pacotes verdes de estímulos na economia. Vão despejar dinheiro público em coisas que já vão, nessa transição, fazer uma diferença brutal. Por exemplo, nos transportes públicos, as empresas todas quebraram. Vou recuperar essas empresas compran-
do ônibus elétrico ou fazendo o que já era feito antes? Compro o elétrico e vou apostar em uma tecnologia mais interessante. São esses macroplanos. A China está com um plano que vai ser interessantíssimo. Eles estão preparando um pacotaço de alguns trilhões de dólares, o dobro dos Estados Unidos. A China vinha aumentando bastante o seu consumo de carne. O que estão discutindo agora é uma mudança na dieta, com planos bem sérios de apostar em uma dieta – e em uma economia – baseada em plantas. O tal do plant based. Se eles realmente adotarem essa medida, é uma guinada sensacional. Tem uma parte bem importante da relação com a natureza que é comer animais, é algo polêmico, porque os humanos comem animais há muito tempo. É difícil fazer uma conversa, é um tabu. Mas a gente está vendo uma mudança em relação ao consumo de animais silvestres, que estão totalmente ligados às pandemias. Ebola, AIDS – que daí não é o consumo, mas o contato –, agora a Covid-19. Esse é um ponto que cada vez mais vai ser o novo zeitgeist. E aí tem uma discussão mais bonita, que é essa dos direitos da Pachamama, de como a gente passa a respeitar todos os seres vivos e não só achar que o homem é separado da natureza. Tem toda uma discussão filosófica de que somos todos Gaia. Somos mesmo. Acho que as pessoas estão pensando nisso. Acho que essa consciência coletiva sobre Gaia está presente em todos nós – ou em boa parte de nós. Muita gente tem postado sobre como “a natureza está se curando” sem a presença das pessoas. Às vezes, não é que os bichos não estavam antes lá, é a gente que não tinha tempo nem capacidade de perceber. Então, é aquela coisa: você nunca percebeu a natureza como está percebendo agora. Isso é maravilhoso. Mas não vamos
exagerar e dizer que a natureza está se recuperando, sabe? Eu acho que a recuperação da natureza requer muito mais da gente do que só esse sacrifício momentâneo. Qual é a maior barreira para virar essa chave? O principal obstáculo é as pessoas adotarem uma perspectiva de longo prazo. Para realmente fazermos essa transição, precisamos conciliar nossa visão de longo prazo com as nossas decisões de hoje. Se não queremos ter novas pandemias, vamos ter que fazer certas transformações individuais e coletivas. Só que, para isso, temos que ter clareza do que estamos fazendo. Em geral, os governos e, principalmente os políticos, estão sempre pensando em curto prazo. Agora, o “curto prazismo" dos políticos é “como eu apareço na pandemia? Como faço coisas de que as pessoas vão lembrar depois?.” Muitos não estão preocupados com o longo prazo, eles querem simplesmente ter uma recompensa em curto prazo. E isso é muito ruim, porque, quanto menos a gente conciliar, piores vão ser as medidas adotadas. Ao mesmo tempo, temos visto bons exemplos. Eu citei a China, o Peru, a própria União Europeia. Eles estão discutindo coisas que podem nos dar um bem-estar mais duradouro. Espero que no Brasil a gente consiga fazer essa discussão. Acho que ainda não conseguimos porque tem uma crise política muito forte. A pandemia vai passar, a crise política, não sei. Mas vamos dar um jeito. No Brasil, temos visto o aumento nos índices de desmatamento. É uma regressão na consciência ambiental? O desmatamento tem duas principais questões. Uma, ele dobrou, aumentando 60% na pandemia. O que isso quer dizer? Quem desmata não está fazendo distanciamento social. Essas figuras praticam atividades ilegais, eles não
têm consciência ambiental. A segunda razão é que a máquina, o trator com correntão que passa tirando todas as árvores da floresta, só vai ser desligado quando o presidente da república [Jair Bolsonaro] parar de estimular o desmatamento. Ele continua estimulando. Nesta semana, estamos lidando com uma grande negociação no Congresso Nacional que também estimula. E não é gente pobre que desmata, tá? São grandes esquemas, é crime organizado. Só esse trator custa entre meio milhão e um milhão de reais. 60% do nosso território nacional é amazônico. A gente é muito mais amazônico do que lembramos no dia a dia. É meio engraçado, mas, quando a gente fala de proteger a floresta, estamos falando de combater a ilegalidade, de ser tão rígido contra crimes na Amazônia quanto a gente é contra crimes na política, sabe? É mais do que ambiental, é um problema de não aceitar. Não aceitar que madeireiros ilegais, garimpeiros ilegais, gente que rouba terra, continue a ser tratada como se estivesse tudo bem. Não, não está tudo bem. Como você analisa a forma como o Governo vem tratando o meio ambiente? O cenário é muito ruim, porque não houve qualquer mudança, do ponto de vista desse governo, para ajustar. A gente tem que lembrar que o [Jair] Bolsonaro falou coisas inacreditáveis sobre a Amazônia, os filhos também. Só para lembrar um exemplo, que me dá até um mal-estar de falar: ele disse que a Amazônia é como se fosse uma virgem, que um monte de tarados queriam... [preferiu não falar]. Ele não tem essa vivência, nem esse entendimento. Apesar de militar, ele nunca serviu lá. O que a gente pode fazer? Uma coisa muito importante, independentemente se a pessoa votou no Bolsonaro ou não, é defender a Amazônia como 60% do seu país.
“Para realmente fazermos essa transição, precisamos conciliar nossa visão de longo prazo com as nossas decisões de hoje.” Dizer: “olha, a gente não pode tolerar crimes praticados lá que acabam com a floresta e também arruínam o patrimônio público, porque é nosso.” Tem uma necessidade do próprio eleitorado [do Bolsonaro] se posicionar e falar: “olha, não dá. Ok? Não dá.” Outra questão superimportante é [acerca dos] dados sobre a Amazônia que são produzidos por instituições nacionais, desde 1988. No ano passado, as pessoas falavam: “ai, esse dado está errado, é mentira, porque é uma ONG.” Assim, vamos combinar uma coisa? Nós, brasileiros, temos o melhor sistema de monitoramento por satélite do mundo. Sabemos tudo o que está acontecendo na floresta. Vamos valorizar isso. Um terceiro ponto é valorizar coisas da floresta. Têm chegado em Curitiba, cada vez mais, produtos da Amazônia. Temos que dizer: “se a Amazônia é nossa, então cadê ela na nossa casa? Cadê ela no nosso armário e na nossa mesa?”
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SANDRO LUIZ FERNANDES
Futuro da sociedade brasileira Cientista social, mestre em Educação e professor de História e Sociologia na rede
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que esta pandemia tem mostrado sobre a nossa sociedade? A principal questão que podemos colocar como ponto de mudança de comportamento é enxergar que nós podemos mudar, que podemos aprender. Por exemplo, em relação ao home office, ao e-commerce. Gente que nunca comprou e nunca vendeu pela internet está fazendo isso agora. Pessoas que nunca pensaram em fazer trabalho remoto. Como essas grandes crises impactam a sociedade? Acho que trazem mudanças possíveis. Estamos passando por algo delicado e não sabemos muito bem onde isso vai dar. A Segunda Guerra Mundial, por exemplo, trouxe uma mudança política sensível na Alemanha. Depois dela, [tivemos] a formação da ONU, que foi fundamental para pensar uma política globalizada. No Brasil, também: Getúlio Vargas cai. Nos EUA, a crise de 1929 provocou mudanças importantes e lá se estabeleceu o estado de bem-estar social, que durou alguns anos no país e depois foi para a Europa. Uma nova política surgiu depois da crise de 1929, principalmente da presença do Estado. Estamos falando de eventos políticos, imperialistas, mas não podemos nos esquecer dos eventos naturais. Eles provocam transformações sociais significativas, como o terremoto no Haiti. [O país] até hoje não conseguiu se reerguer. Esses grandes eventos provocam transformações, sejam eles naturais ou político-econômicos. Aqui no Brasil, hoje, a gente vê uma valorização maior do Sistema Único de Saúde. Talvez as pessoas nunca
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tivessem pensado no SUS. Agora, as pessoas estão pensando nisso. Penso que as grandes crises do mundo nos ajudam a repensar e, sem dúvida, criam possibilidades de mudança. Como a população vai ser afetada? No comportamento das pessoas, nas dinâmicas sociais... A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) está preparando um relatório para pensar isso. A primeira coisa que temos que destacar é que cada país do mundo, até cada região de cada país, vai ter algo diferente para contar sobre isso. Algo que vai acontecer, no Brasil, sem dúvida, é a ampliação do e-commerce e do trabalho remoto. Isso é uma coisa interessante, porque vai gerar um tipo de redução de custo para as empresas. Estou falando de professores, mas pense em contadores, engenheiros, arquitetos. Muitas pessoas já faziam isso, inclusive. Com a presença da Covid-19 e a obrigatoriedade de isolamento social, isso aumentou exponencialmente – e acredito que isso vai ser uma mudança significativa. A maneira como as pessoas lidam com os horários do dia a dia também vai mudar. Eu chegaria a arriscar que até a educação presencial vai mudar. Eu tenho dado aula e algumas atividades que eu faço com os alunos não precisam ser presenciais – por exemplo, a assistência a eles. O que nossa sociedade ensina a outros países e o que ainda precisamos aprender? [Agora] o brasileiro está servindo como exemplo negativo no mundo todo. Estamos demonstrando, infelizmente, uma certa incapacidade de lidar com a pandemia, do ponto de vista político. Do ponto de vista cientí-
fico, estamos conseguindo mostrar que o Brasil é um país sério. Teve uma cientista brasileira [Jaqueline Goes de Jesus], negra, que conseguiu sequenciar o vírus. Isso tem impacto positivo fora do país. [Falando no geral] acho que uma coisa que o brasileiro demonstra é o enfrentamento da vida e dos problemas de maneira não arrasada. Acho que isso é uma característica positiva. Pelo menos essa é a impressão que as pessoas de fora têm de nós, [a de] que a gente consegue rir da desgraça – não em uma conotação negativa, mas no jeito de enfrentar. O que deveríamos aprender com o exterior é levar a educação e a ciência a sério. Não é só o presidente [Jair Bolsonaro] que é ignorante em relação a isso, mas, de um modo geral, o brasileiro não leva a ciência e a educação a sério. Eu dou aula há muito tempo e percebemos [professores] o quanto os alunos têm uma posição muito passiva em relação à educação. Sabemos que em outros países do mundo não é assim, como na Índia, na Rússia, no Japão, nos países escandinavos. [Lá] os alunos querem e buscam o conhecimento. No Brasil, somos muito indisciplinados em relação aos estudos e à importância da ciência no cotidiano. Sinto que não dão tanta importância à educação como uma forma de melhorar a situação social do Brasil. Não é culpa só do aluno, é uma questão do sistema como um todo, seja a comunidade, os pais, os alunos, o corpo docente da escola, a equipe pedagógica. A gente sabe que os países que têm um IDH e um desenvolvimento alto, principalmente um desenvolvimento mais sustentável, investem muito em educação e
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municipal e particular de ensino e do curso preparatório Dom Bosco
em pesquisa. Temos que aprender. Vemos hoje o que pode soar como uma contradição: temos os movimentos sociais com muita força e, ao mesmo tempo, uma onda de conservadorismo da extrema-direita também ganhando espaço. Como você analisa esse cenário? Eu acho que é o contrário: tem uma onda progressista agora. O conservadorismo está muito mais presente na história da humanidade do que o progressismo. Tivemos uma onda do movimento negro, a partir dos anos 1960, com o auge no fim dos anos 1990, no Brasil, quando a gente teve a aprovação do estatuto da igualdade racial. A mesma coisa com os indígenas, o movimento LGBT ou a questão das mulheres – do avanço do feminismo –, os deficientes físicos. Todas essas minorias conseguiram um avanço significativo no país, principalmente nos anos 1990 e 2000. Na verdade, foi uma onda progressista muito grande, com muitos progressistas próximos ao governo, seja do FHC [Fernando Henrique Cardoso], do Lula ou da Dilma [Rousseff], pessoas que marcavam sua presença ali. Essas pessoas conseguiram fazer marcos significativos de mudança. Esse período progressista foi muito importante, mas, agora, por várias questões, não consigo analisar uma questão nacional, mas acho que é uma tentativa de algumas pessoas que perderam espaço social, ou imaginam que perderam, de querer resgatar isso. [Querem questionar] esse conservadorismo que diz que é "mimimi" a reivindicação feminista ou dos negros e a ideia de meritocracia. É uma questão delicada, os movimentos que querem pelo menos
garantir o que foi estabelecido têm que correr atrás. Veja que, por exemplo, os trabalhadores, de um modo geral, perderam muito já no fim do governo [Michel] Temer, com a Reforma Trabalhista. Os movimentos organizados, seja feminista, negro, dos deficientes físicos, indígena, têm que ficar muito próximos ao que está rolando no país. Têm que ficar de olho e, sempre que vier algo contra esses avanços sociais significativos, denunciar, ir para a luta, ir para a rua, fazer uma contraofensiva. A imprensa também tem um papel importante. Falamos, hoje, no Brasil, de uma sociedade bastante polarizada politicamente. Como chegamos a isso? Já havia polarização no Brasil. No período militar, tivemos polarização de dois lados. Quando vem a democracia, depois das Diretas Já e da formação de novos partidos a partir de 1980, essa polarização recrudesce, diminui. Mais atores sociais, pessoas e grupos passam a ter voz. O grande problema foi, de uma certa maneira, midiático. A mídia apostou que o PT estava roubando muito – e realmente estava. Não só o PT, a gente tem que se lembrar disso. Falamos mal do PT, mas não se esqueça de que, para o PT estar no poder, ele se associou a vários partidos, inclusive o PP e o PMDB, que agora apoiam o Bolsonaro. Então a gente tem essa polarização porque tanto a imprensa brasileira polarizou a discussão, colocando como inimigo o PT, quanto o grupo do Bolsonaro se aproveitou disso e criou o "meu inimigo". Isso já foi feito outras vezes no Brasil. [O ex-presidente] Getúlio Vargas também polarizou. Ele disse:
"Estamos demonstrando, infelizmente, uma certa incapacidade de lidar com a pandemia, do ponto de vista político. Do ponto de vista científico, estamos conseguindo mostrar que o Brasil é um país sério." topview.com.br
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"eu sou do bem e os comunistas cando em xeque a democracia. querem tomar o poder." Foi o golpe Isso preocupou muita gente. Tem de estado de 1937. uma falta de memória. E aí entra Então o comunismo tem sido a educação, como nosso processo considerado como um "inimigo" em educativo e a nossa memória de outras épocas? Cria-se um inimigo Brasil é ruim. [Falando sobre os] palpável e ruim para períodos democrálutar contra ele. Se brasileiros: "A gente sabe que ticos não tivesse inimigo, primeiro, a República por que a imagem do a política não da Espada não conta, Bolsonaro seria tão um golpe no é só esquerda deram agressiva? "Quem é Dom Pedro I. Aí vem meu inimigo? É o PT. e direita. Tem a República Velha, São os comunistas. os presidentes muitas variáveis com São esses esquerdooriundos de Rio de nesse meio." patas." Assim, ele Janeiro, de São Paulo cria o inimigo. É e de Minas Gerais. curioso que, naquela reunião que Aquele circuito que tinha voto de foi divulgada, ele disse: "é, porque cabresto, voto de gente morta, não os nossos inimigos..." Nunca vi um era democracia. Vem Getúlio Vargas chefe de estado falando que tem e dá um golpe de estado. Quando inimigo do país. Os chefes de estado teria eleição, dá outro golpe dentro que acompanhei falam "tem nossos do golpe. Então o primeiro período adversários políticos, tem a oposidemocrático que nós tivemos foi a ção". Que inimigos? A gente quer partir da eleição do [Eurico Gastomar o Brasil de alguém? É ridículo par] Dutra, por 19 anos. Aí vem a isso. Mas eles criam isso porque ditadura militar. Então estamos no é fácil do povo entender. Como maior período democrático – vem Getúlio Vargas fez, como os milide 1990 até 2020. 30 anos de demotares também fizeram. Não é uma cracia, para o Brasil, é um absurdo estratégia nova do Bolsonaro, é bom de tempo, mas, no geral, é muito inse lembrar disso. Criar um inimigo cipiente. Não entendemos direito as é mais fácil – e as pessoas caíram nossas instituições e como funciona nesse conto do inimigo comum. E um partido político. É um sistema aí sim, criar essa polaridade foi uma que funciona muito bem em outros estratégia política boa do Bolsonalugares do mundo, mas, no Brasil, a ro e, de certa forma, uma parte da gente não entende... tudo isso ajuda esquerda comprou a briga. E não é a deixar nossa democracia frágil, isso, é muito mais amplo do que essa porque as pessoas não sabem nem discussão facebookiana ou twitteria- como votar. Não encaramos o país na. A gente sabe que a política não ou o estado como algo em que as é só esquerda e direita. Tem muitas pessoas têm que disputar questões variáveis nesse meio. de interesses diferentes. As pessoas No mês de abril, Bolsonaro encaram a política como lugar para participou de uma manifestação, realizar seu sonho pessoal de conseem meio ao isolamento social, em guir um carro melhor, um apartaque os participantes pediam o mento, os contatos melhores. Isso golpe militar, o AI-5 e o fechasó vai mudar quando a gente tiver mento do Supremo Tribunal democracia durante mais tempo – e Federal e do Congresso Nacional. com participação social. Estamos Ou seja, em 2020, estamos coloaprendendo muito agora. Imagine
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dar um golpe agora? Voltamos para o zero de novo. Parar a democracia agora é uma burrada. Ainda estamos aprendendo. Ainda somos uma "criança" no ponto de organização política e social. Como você analisa a maneira como tratamos a ditadura? No Brasil, a gente demorou muito para discutir o problema dos militares. Isso começou a acontecer no fim do governo FHC, o Lula deu um pouco de continuidade e a Comissão da Verdade foi criada apenas no governo da Dilma. Funcionou durante um bom tempo e o Bolsonaro caçou isso. Tem esse problema político, que os militares conseguiram escapar, principalmente com a questão da anistia, do [ex-presidente Ernesto] Geisel, em 1979. Com a questão da anistia, Geisel consegue minimizar isso. A Dilma, principalmente, retoma o tema e tenta indenizar pessoas que desapareceram ou foram assassinadas. Mas isso ainda foi muito pouco. Tem um mea-culpa que deve ser feito pela educação brasileira. E, quando falo em educação, é para ampliar essa discussão, que vai além da escola e tem a ver com a mídia, como nossa história é contada fora da escola e como isso é significativo na vida das pessoas. Infelizmente, não conseguimos dar conta de mostrar os problemas gerados a partir dos militares: endividamento muito grande, corrupção, desaparecimento de pessoas, tortura. Tudo isso é muito delicado e não temos isso como memória coletiva. As pessoas têm que aprender a fazer relações, pensar de uma maneira diferente e entender que o momento dos militares teve os seus problemas. Não adianta comparar o momento dos militares com agora e falar: "ah, mas na época dos militares era um paraíso viver no Brasil." Era nada. Tinha os problemas daquela época.
CARLOS FERREIRINHA
Futuro do luxo
Presidente e fundador da MCF Consultoria, especialista em mercado e gestão do luxo e líder da ABRAEL – Associação Brasileira das Marcas de Luxo
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omo você define luxo hoje? Minha definição de luxo é sempre a mesma: é o posicionamento de produtos e serviços que alcançam o patamar da excepcionalidade, da exclusividade, da excelência por completo. Eu não acredito em mudanças de luxo. Na verdade, o que muda é o hábito de consumo – e não o luxo. O luxo é o mesmo que o petróleo e a gasolina: é uma atividade e continua sendo exatamente da mesma forma. Como a pandemia impactou o setor? Na verdade, o setor do luxo não é um setor sacro, que não sofre as situações. Eu tenho uma visão muito pragmática sobre a atividade do luxo: ele sofreu da mesma forma que sofreram todos os outros setores de atividades – a interrupção do fluxo de caixa, a queda brutal de consumo e de vendas, uma queda expressiva, principalmente em alguns setores, e, na Europa, o desaparecimento dos consumidores asiáticos, que são os mais importantes do mundo. O que o setor de luxo está sofrendo é exatamente o que estão sofrendo os restaurantes, bares e shopping centers. É uma interrupção por completo. Já se espera que, no volume da atividade, haja, no mínimo, 50% de queda para o final deste ano. Especialistas falam sobre como esse momento, que, em tese, é de reflexão, está mudando a mentalidade dos consumidores. Como você acha que isso influencia o mercado de luxo? Alguns consumidores serão mais conscientes, mas isso não é por causa da pandemia. A pandemia acelera um comportamento que já existia antes. Já existia
um crescimento em relação à sustentabilidade, em relação à responsabilidade social de uma forma geral. A Covid-19 acelera esse comportamento. Eu não comungo da linha de muito do que está sendo colocado, em que parece que estamos entrando em um novo mundo de hábitos e consumo. Não acredito. Até porque parte das marcas de luxo explodiram de vender durante esse período no e-commerce – crescimento de 40, 50, 60%. Eu não acredito em ruptura de consumo. Alguns consumidores se tornam mais conscientes, outros continuam exatamente da mesma forma que estavam. O que eu vejo é que crescerá cada vez mais – e agora acelerada pela Covid – a possibilidade de um consumo que, possivelmente, torna-se mais consciente para uma série de pessoas. Eu vejo a pandemia como a aceleradora e não como a responsável por ter criado um novo mundo de possibilidades que a gente não tinha antes. Não é o início de algo que nós nunca tínhamos ouvido falar ou novo, pelo contrário, muitos indicadores já eram claros. O André Carvalhal, grande divulgador de comportamentos de consumo e sustentabilidade, postou sobre o revenge buying, essa explosão de consumo por "vingança", depois da abertura do comércio na China. Muitas pessoas ficaram chocadas. Você acha que aqui no Brasil a gente pode experienciar algo parecido? O cenário é muito diferente. Nós vamos ter, sim, o revenge spending, que acontecerá em qualquer lugar do mundo. Não tem nenhuma condição de evitar isso, é muito tempo de confinamento. É apenas
uma questão de consumo reprimido. Agora, nos volumes que se faz na Ásia, nunca. Nós não temos aquele potencial de consumo. Não temos aquele potencial médio de riqueza, a gente não vem crescendo nos últimos anos. A América Latina está em recessão, o Brasil está em recessão há quase seis anos. Eu acho que é utópico e ufanista quando eu ouço o André e tantos outros acreditarem que é quase um [caráter de] desespero das pessoas fazendo fila na Hermès. Fizeram fila antes e vão continuar fazendo agora. A gente tem que entender, claramente, em que ponto da cadeia nós estamos. A Hermès é uma empresa muito séria, de responsabilidade social e altíssima capacidade de reflexão mercadológica. O André, que tem um trabalho espetacular, comunga de uma direção de consumo em que basicamente toda civilização humana tem que ir para um lado. Eu não acredito nisso. Quem vai fazer
"Alguns consumidores serão mais conscientes, mas isso não é por causa da pandemia. A pandemia acelera um comportamento que já existia antes."
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o revenge buying, que faça. Qual o problema? Não tem problema nenhum. A gente não tem que questionar o que os outros consomem. A gente tem que questionar outros códigos. Códigos de ética, morais. Nós não temos nenhum poder para saber se alguém que está consumindo demais também está sendo um excelente filantropo, se está fazendo projetos sociais responsáveis. Há setores que agora já estão crescendo muito nesse período, inclusive. Muito, muito, muito. Decoração, imobiliário. A gente tem que entender o consumo de uma forma muito mais plena, ampla e com uma visão de mercado. Não com a minha visão individual. O que o Ferreirinha faria como consumidor não está em jogo. A parte do jogo é eu entender mercado. É totalmente diferente. Você acha que teremos um mercado ainda mais global no f uturo ou vamos voltar a valorizar o local? Eu não tenho ufanismo nem utopia de aspectos nacionalizados. A gente tem que consumir aquilo que é bom. Se o que é bom está dentro do Brasil, maravilhoso. Temos que tomar um pouco de cuidado com isso, na minha visão, sempre de mercado, porque tem uma série de brasileiros que são amantes de moda brasileira, mas que, quando têm a chance de viajar, entram na Zara, na H&M, na Uniqlo, não há nenhuma culpa nisso. Eu não acredito que passará a ter um ufanismo, em que as pessoas só passarão a comprar produtos brasileiros. Em hipótese alguma. O que eu acredito é que nós teremos mais consumidores por mais tempo no Brasil, porque terão muito menos viagens internacionais nos próximos meses. Então existe uma chance muito boa de ter mais brasileiros consumindo produtos brasileiros. Outra vez, desde que sejam produtos ótimos. Ninguém vai decidir
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sair comprando produtos que não estejam em um nível de competitividade excelente. O Business of Fashion publicou um texto de opinião falando que o luxo não f unciona no digital. Como você analisa isso? Como alguém lança um relatório desse? Eu chego a ter um constrangimento. O luxo já fez a transformação para o digital há muito tempo, é só ver o case da Farfetch. A Farfetch é a líder global de venda online de luxo. O que as pessoas tentam [fazer é] levar é para uma questão meio épica, em que tudo tem que ser digital ou tudo tem que ser físico. Esses extremos chegam a ser constrangedores para mim. A Louis Vuitton já vende horrores no e-commerce há muitos anos. A Net-a-Porter foi uma das maiores operações digitais de luxo da história. Esse tipo de relatório que o luxo não fará... o luxo já fez. O que não acontecerá é tudo virar online. Mas nenhum setor vai ser totalmente online. Eu não tenho o perfil de polarização, de extremo, eu tenho um perfil de inteligência de mercado, em que existe oportunidade para todos. Você vê outras tendências e movimentos que, possivelmente, vamos presenciar daqui para frente? O movimento que será mais acentuado, que não é novo também, é o das marcas de luxo expressarem, de forma mais clara, as suas posturas de responsabilidade social. As marcas exercitarão, de forma mais contundente, a transparência sobre esses temas. Muitas delas já fazem trabalhos espetaculares, mas não é suficiente. Agora, eu vejo que elas deixarão mais claro quem elas são no seu papel social, na sua voz de responsabilidade social. Meu comentário pode parecer quase uma dicotomia, um paradoxo: eu não tenho nenhuma dúvida de que o sustentável vai continuar crescendo, mas ele vai crescer em um ritmo
menor agora. É o contrário do que o André Carvalhal e outros estão dizendo. Mas por uma razão muito clara: porque as perdas são muito grandes. Criar projetos sustentáveis é muito oneroso. Agora, a regra número um das empresas é resolver o buraco que teve [com a pandemia]. Nos próximos meses, a principal preocupação de todas as empresas é vender estoque. Sobreviver. Qualquer investimento ou projeto que vinha sendo feito no sustentável será interrompido no volume de dinheiro, porque a prioridade agora é estancar o sangramento, que é muito forte.
"Agora, eu vejo que elas [marcas] deixarão mais claro quem elas são no seu papel social, na sua voz de responsabilidade social."
CARLOS PIAZZA
Futuro do trabalho Darwinista digital, polímata, nexialista, futurista, embaixador do Teach the Future no Brasil, escritor e consultor que auxilia empresas e pessoas a compreender o mundo digital
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ocê consegue criar uma imagem do que vai ser este novo mundo que as pessoas estão especulando? Consigo um pouquinho perto do que já tem disponível para nós. Uma coisa que é importante neste mundo: sabemos que o normal já não existe mais. A normalidade ficou no passado, simplesmente já não está mais no mesmo lugar. Primeiro, porque as empresas tiveram a experiência da aceleração da transformação digital, o que vejo como algo bastante positivo. Demoraram 10 anos, agora tiveram que fazer tudo em dois, três dias. Vemos duas coisas para o futuro. Um esgotamento, que já vem de algum tempo, do capitalismo. A quinta Revolução Industrial, que é a convergência homem-máquina. A gente tem estruturação de empresa da segunda [revolução] e estamos pisando na quinta. Você imagina então como é difícil para as empresas darem um salto de 200 anos em tudo aquilo que é sistema de trabalho. A quinta revolução impõe a confluência do ser humano no overflow da inteligência artificial. Isso significa que a harmonia ou a convergência homem-máquina está vindo com muita potência. Não percebemos, quando testamos em casa, que estamos entregando para as máquinas tudo aquilo que a gente gostou de fazer no lugar delas. É tempo de nós observarmos confluências humanas com mais propriedade do que tecnologia do outro lado. Embora a tecnologia seja muito importante, ela nunca foi um fim em si. Nós, futuristas, vemos
que a pandemia é algo como um freio de arrumação. Muitas coisas foram para o chão, porque elas estavam em uma correria sem fim, em busca de algo que nem elas sabiam o que era, em um redemoinho, tudo puxando-as para baixo. A pandemia roubou as nossas rotinas. As pessoas, agora, estão meio perdidas. A noção do tempo, também: antes, você não tinha nenhum, porque era tragado por ele, agora, você tem todo o tempo do mundo. Primeiro, elas descobrem o que a gente já vem falando há muitos anos, há sete, oito anos, que o viver, o trabalhar e o aprender são uma coisa só. Nós nos separamos em três avatares diferentes, inclusive se vestindo para isso. A visão que temos agora é que conseguimos trabalhar, aprender e viver em uma expressão da gente mesmo. Vai ser muito difícil as pessoas voltarem para um sistema de regramento como é o sistema de trabalho e de emprego. Por que o emprego determina que você é criativo só das 9h às 18h? Eu posso ser criativo em qualquer horário. As pessoas também estão descobrindo que são elas que estão no centro dessa distribuição, não mais as empresas. Então vai haver muita resistência em se voltar para modelos anteriores. Viveremos uma fase de hipercolaboração? Sim, a hipercolaboração global. É tempo de conversarmos muito entre nós. Esse grande overflow de lives, de bate-papos, de conversas colaborativas, que está acontecendo pelo meio digital é uma coisa que ninguém tinha tempo de fazer, porque estavam muito preocupados em competir com o colega para ser melhor do que ele e, em alguns casos, até para derrubar
ele naquela competição do mundo corporativo. Agora, as pessoas têm tempo de colaborar. Já entenderam que existe o outro, porque agora dá tempo, finalmente, de enxergar o outro. A cultura da hipercolaboração vem a partir do momento em que temos coisas absolutamente novas no nosso segmento. Esse momento vai redefinir o morar também, não é? Muita gente nunca passou tanto tempo na própria casa. Exatamente. Me chamou atenção em uma live, outro dia, que a gente praticamente não prestava atenção [ao fato de] que vivíamos em um cenário [de novela]. Porque você montava uma casa bonita que não tinha muito bem a funcionalidade que ela deveria ter. De vez em quando, você chamava alguém para jantar com você – o resto do tempo ficava vazia, você estava trabalhando. E agora, o que acontece? Você está nos espaços e vê que eles não estão mais funcionais para essa nova partida que estamos vivendo. Altera profundamente a estruturação dos espaços. Não só dos espaços como da cidade. Prevê-se também o grande volume de imóveis que vão ficar vazios no planeta. Porque, na verdade, as empresas não pararam, né? Elas descobrem que as pessoas são mais criativas, mais produtivas, estando nos seus lugares de origem. Descobrem que não é necessário ter esse monte de equipamento e é como sempre falamos: o mundo digital é desmaterializado. E aí, o que acontece é que as pessoas estão prestando atenção ao fato de que existe uma hipermaterialização de tudo. Para que você tem uma empresa que tem um prédio gigantesco?
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Um aspecto interessante é que várias empresas notaram que podem trabalhar no regime de home office. Como isso vai impactar o trabalho? Isso impacta muito. Outro dia, estive com o presidente de uma empresa e ele falou: "Piazza, eu estou sendo extremamente mais produtivo, não tenho a tensão que a minha sala no trabalho me dava. Agora, em casa, eu estou muito mais à vontade. As reuniões que a gente faz pelos sistemas aí, as pessoas não atrasam e são extremamente contributivas, são muito mais rápidas. Além de tudo, posso agora ficar jogado no sofá, tomando uma taça de vinho." Várias fronteiras foram sendo demolidas sistematicamente. Poderíamos já, há muito tempo, ter essa maior comodidade, trabalhando em casa, porque, na verdade, o sistema de trabalho das empresas ficaram muito obsoletos. Sempre lembro da segunda Revolução Industrial, de 1850, que determinou que as empresas, desde aquela época, tivessem hierarquias e organogramas. As empresas até hoje estão fazendo igual. Isso é característica do fordismo, porque havia a necessidade de aumentar a produção. Então, ao longo desse tempo todo, vemos produção massiva, sobretudo. Agora, a pressão das empresas é para poder voltar à produção massiva que faziam até então. O capitalismo, tal qual o conhecemos até aqui, está sendo colocado em xeque por muita gente. Qual seria uma alternativa eficiente a esse modelo atual de capitalismo? O capitalismo cruel não faz o menor sentido – e isso fica evidente agora. Temos que enxergar três coisas que vêm nessa mesma batida. O capitalismo selvagem não faz o menor sentido, porque, agora, o inimigo não é visível. Quando tínhamos inimigos visíveis, os países gastaram uma fortuna absurda com armamento. O que adiantou esse monte de gente fazer desfile em praça pública, do poder armamentista, se, de repente, vem uma coisinha, um inimigo poderoso [o vírus]? Por isso, há até autores que falam que o
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[presidente Donald] Trump não se reelege [nos Estados Unidos]. Eles falam assim: "tá bom, a gente tem o país mais poderoso do mundo, porque ele é visto como uma grande economia capitalista, superarmado até os dentes, mas que não tem um sistema público de saúde decente para as pessoas." Que lógica há nisso? Existe alguma chance de voltarmos a esses velhos padrões? Não. O conteúdo da sociedade 5.0 já prevê o fim da produção massiva de coisas. Sabemos que no mundo digital lá dos anos 1990, quando começou a internet, houve um movimento de individualismo muito grande das pessoas, que as levou, também, ao hiperconsumo. O que está acontecendo agora é que estamos vendo o consumo consciente, dentro de um capitalismo consciente, em que existe um freio de arrumação no consumo. Outra coisa que a tecnologia nos traz é a possibilidade de experimentar coisas customizáveis para nós. Em um curto período de tempo, vamos ter impressoras que vão fazer tudo para nós. Você vai imprimir sua roupa, sua toalha de banho, da comida até o sapato. Isso faz com que o processo massificado de produção não faça sentido. A impressão, por exemplo, de comida. É a única forma de fazer duas coisas impensáveis: poder ter uma comida que se parece tanto com remédio que provavelmente não vou precisar nem tomá-lo e ser a única chance que temos, perante o meio ambiente, de produzir comida sem resíduo. Saímos da produção massiva para a geração de valor. Então a economia muda. Isso está muito claro para todos os futuristas, o nome que se dá é "Fluxonomia 4D". O que tem nisso? A economia do compartilhamento, economia criativa, economia circular, a mais sustentável de todas, porque olha a cadeia inteira e a plataforma multimoeda. São as quatro economias que vemos dentro da Fluxonomia 4D. De que maneira vai ser nossa vida? Completamente diferente. O que precisamos pensar sobre o mundo digital? A questão dos
algoritmos e dos andronitmos. Andronitmos são as capacidades humanas que as máquinas são incapazes de reproduzir: compaixão, mistério da vida, amor, ética, criatividade, ambiguidade. Então, o que nós estamos experimentando? Um pezinho na quinta sociedade, ou na sociedade 5.0, na qual vamos trabalhar em harmonia com as máquinas, criando valor. Não tentando se parecer com ela, produzindo massificação. Na sociedade 5.0, vamos trabalhar em convergência com as máquinas. É o melhor das máquinas com o melhor do ser humano voltado para criar valores. Isso é oposto do que tentávamos fazer, em que tentávamos nos parecer com uma máquina fazendo o trabalho dela, em um processo de grande massificação de alta produção. Estamos em tempo de criar valor, não de criar massificação. As empresas que são forjadas na segunda revolução ainda só enxergam produção massiva. Elas entendem que têm que produzir um monte de coisa para vender, para transformar tudo o que produzem em dinheiro. Isso não faz sentido, estamos em busca de valor. Isso está ligado a um tema que você trata, o human centered design. Exatamente. Quando falamos de human centered design, o foco total é no ser humano. Na forma de viver, trabalhar, aprender, vestir-se, na forma com que modifica sua casa. Entendemos que os sistemas de produção são voltados ao valor. O human centered design é o desenho de tudo, inclusive do design organizacional, que é a forma como as empresas fazem o design de operação. Para aonde estamos indo? Para a hipercolaboração global. Agora, o marketing é de causa, não de consumo. Essa é uma outra vertente que puxa as empresas para uma causa. Nas redes sociais, vemos um movimento expressivo cobrando das personalidades um posicionamento sobre o momento. Nessa nova era, não há como ser neutro? Não, não tem como. Peguei uma frase do Dante Alighieri, que, em determinado momento da his-
tória, disse que "no inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que não se pronunciam em tempos de crise". O tempo em que a gente vive, o zeitgeist, que é a reconstrução do habitat, supõe participação colaborativa intensa. Não dá mais para sermos protagonista do nosso próprio futuro. E aí o futurismo entra em ação, justamente na forma como a gente olha. Tudo o que vamos encontrar daqui para frente é desconhecido. Se é desconhecido, é porque vem do futuro. Portanto, o passado ficou no lugar dele. Não tem mais volta. O futurismo sempre fala isso: você pode modelar o futuro previsível e buscar dentro dele um futuro preferível, mas, hoje, o que você faz? Você dá forças para o presente, usando intensamente o passado, para justificar o que você faz no presente. O estilista Ronaldo Fraga disse algo semelhante em uma live: que não há nada mais triste do que as pessoas que querem viver em um passado que já não existe. Exatamente. Já não tem mais lugar seguro para trás. Tudo o que a gente vai ver daqui para frente é novo. Por isso que a gente tem a explicação do pós-normal. As pessoas que tentam buscar o normal agora estão loucas, elas não vão encontrar nada do que era. Isso é tenso para várias pessoas que não sabem se terão um emprego. Não, não vão. Vai ter trabalho, é diferente. Há um futurista muito famoso que diz: "nós estamos vivendo um novo ciclo do Renascimento." Como no Renascimento, quando saímos da Idade Média e entramos na Idade Moderna, estamos vivendo um novo ciclo. Os grandes exemplos: Senado fazendo deliberação online, STF também, governo liberou telemedicina, etc. Você sente que as pessoas tendem a não aceitar bem o novo? Sim, isso é geral, tem em todos os lugares. É algo que está previsto no livro do Taleb, A Lógica dos Cisnes Negros, que o negacionismo aparece poderosamente
no nosso mundo. Porque o mundo digital, da convergência digital, fez aquela coisa maluca da internet 2.0., que é a internet relacional, que fez com que as manchas digitais sejam formadas com grande confluência arquetípica. Por isso, as manchas se batem na internet por convicções. Quando você já tem um protagonismo muito grande rastreado pelos arquétipos, o que acontece com o negacionismo? Ele faz parte de um pensamento de um dos arquétipos. Então, renega tudo o que você puder imaginar. Nós estamos vivendo o cisne negro de todos os cisnes negros do universo. Essa era algo absurdamente impensável, que o planeta pudesse fechar em menos de dois meses. Todo grande cisne negro vem acompanhado de negacionismo. Porque é tão difícil a gente compreender que o planeta parou em dois meses que as pessoas renegam o quanto puderem.
"Na sociedade 5.0, vamos trabalhar em convergência com as máquinas. É o melhor das máquinas com o melhor do ser humano voltado para criar valores." topview.com.br
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CHIARA GADALETA
Futuro da moda Comunicadora e estilista de formação, é criadora do Movimento Ecoera, que integra os mercados de moda, beleza e design com a sustentabilidade ambiental, social, cultural e econômica. É embaixadora do Pacto Global da ONU Brasil
A
moda reflete – e se transforma – diante de momentos de crise. Quais serão os impactos que esta pandemia vai deixar na moda? A moda sempre foi um reflexo do seu tempo. Na virada dos anos 2000, para mim, ela tinha perdido o foco. De um lado, estavam o planeta e as alterações sofridas e a sociedade cada vez mais fragilizada, e, do outro, a moda, absolutamente alienada. Foi assim que criamos do Movimento Ecoera, que, desde 2008, dissemina informações e integra a sustentabilidade nos mercados de moda, beleza e design. Na época pré-pandemia, nossa luta foi mostrar para as empresas a necessidade de fazer as mudanças que o mundo pedia. Com a chegada da pandemia, todo o mercado teve que entender na marra que a saúde vem em primeiro lugar: a minha, a sua e a do planeta. A pandemia acelerou a consciência. O comfort wear vai pegar? A moda precisa refletir o seu tempo e vamos olhar mais para o essencial e o que realmente nos faz sentir bem. Muito tem se discutido sobre o revenge buying. Você acha que essa vai ser a postura dos consumidores no Brasil? Diferentemente de outros mercados mundiais, teremos que olhar primeiramente para a questão econômica e, nesse cenário, vamos ter a chance de valorizar o feito e produzido no Brasil. O incentivo ao mercado local pode ser uma saída? No Movimento Ecoera, já iniciamos campanhas de valorização do produto nacional. Dessa forma, iremos garantir empregos. Como podemos fazer a indús-
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tria da moda ser verdadeiramente mais sustentável? A pandemia acelerou a necessidade de reavaliar prioridades e os consumidores estarão mais preocupados com a saúde, a sua, a do outro e a do planeta. As empresas que já haviam ingressado em uma jornada mais consciente e responsável e começado a implementar boas práticas em seus processos e produtos estarão mais aptas a atender esse consumidor. O mercado de moda como um todo será mais atento, desde o plantio da matéria-prima até o descarte. A transparência e a rastreabilidade serão premissas. A Amazon anunciou o lançamento de uma nova loja para expor designers independentes dos EUA, com apoio da Vogue US e do conselho de designers dos EUA. Como você analisa isso? Cada mercado terá que se REssignificar e se unir. No meu entendimento, é a única forma de garantir a estabilidade da economia local. Precisamos valorizar o que está ao nosso redor e criar ambientes saudáveis, em termos econômicos, ambientais, sociais e culturais. Muitas marcas querem ser consideradas "verdes", usam materiais de menor impacto, mas continuam com a produção em larga escala. Isso funciona? Para medir impacto, é necessário fazer uma análise de ciclo de vida e cada peça, linha ou marca tem sua cadeia e seus processos. Cada empresa precisa medir seus reais impactos, negativos e positivos. As empresas alinhadas ao desenvolvimento sustentável geram relatórios, publicados em seus sites, com essas informações e estabelecem metas de redução. Tudo isso de for-
ma aberta e compartilhada com seus fornecedores, clientes e consumidores finais. Como evitar o greenwashing? As empresas precisam analisar sua cadeia de valor, não se amedrontar com possíveis descobertas inconvenientes. Esse é o primeiro passo para fazer mudanças e promover boas práticas. Quando uma empresa está atenta a seus processos, corre menos riscos. Na outra ponta, os consumidores, cada vez mais conscientes, buscam informações nas redes e já conseguem identificar quando as boas práticas são apenas uma jogada de marketing. Quais marcas sustentáveis são boas inspirações? Empresas que usam sua força e governança para inspirar as outras, empresas que se unem em prol da sociedade e do meio ambiente. No mundo pós-pandemia, isso ficará claro e vamos poder escolher quais serão as marcas que compartilharão nosso guarda-roupa e nossas vidas.
"A pandemia acelerou a consciência."
E VO LU ÇÃO
Esta matéria é a terceira parte de uma trilogia que analisa os impactos da pandemia da Covid-19 a partir de três perspectivas: o recolhimento, a superação e a evolução.
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ESTILO | TENDÊNCIAS
Tendências por Ana Claudia Michelin, embaixadora
Foco na saúde e no bem-estar
Fisioterapia promove a reabilitação f ísica para amenizar dores e prevenir disfunções
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Rodrigo Sigmura
Veja as novidades da CliniFisio também em vídeo, no site da TOPVIEW.
“Nossos pacientes são exigentes e buscam uma melhor qualidade de vida. É isso que nos propomos diariamente: entregar bem-estar a eles.”
estes 34 anos de formação em fisioterapia e 28 anos de CliniFisio, nunca vi com tanta clareza a importância da minha profissão. Estamos passando por transformações e percepções importantes musculares, emocionais e pessoais. Percebi, neste período de quarentena, o quanto a nossa saúde física e mental são necessárias para nos mantermos fortalecidos. A fisioterapia é uma área de extrema importância e, agora, se mostra como um apoio importante na manutenção da saúde global do indivíduo, reabilitando, reestruturando e estabilizando as estruturas motoras, através da atividade física funcional. Durante a pandemia, percebemos o quanto a falta de movimentação nos leva a perda da mobilidade, a perda de tônus muscular e, na terceira idade, até perda de equilíbrio. Isso tudo está conectado às dores e desconfortos posturais. Nossos pacientes são exigentes e buscam uma melhor qualidade de vida. É isso que nos propomos diariamente: entregar bem-estar a eles. Na nossa profissão, não podemos deixar de estar presentes para cuidar das pessoas, com profissionais especializados no raciocínio clínico da dor. A equipe da nossa clínica está alerta para perceber as perdas físicas e emocionais ocorridas nessa época e tratar sempre a causa da dor, e não a consequência dela, através de uma avaliação física individual. Diante disso, se fez necessário um crescimento profissional. Evoluímos para um novo espaço, a CliniFisio Performance. Agora, contaremos com duas unidades de atendimento: a CliniFisio – que continuará seguindo no tratamento e cuidado das patologias – e a Clinifisio Performance – onde será dada continuidade na reabilitação física em um amplo espaço planejado exclusivamente para esse tipo de intervenção, com associação de cuidados em cardiopatias, terceira idade, pós-operatórios, performance de atletas e atividades físicas funcionais. Teremos, também, uma área exclusiva de bem-estar com pilates e yoga. Nossa missão é e sempre será a inovação e o cuidado com a saúde dos nossos pacientes. Dra. Luciana L. Costa Fisioterapeuta osteopata da CliniFisio
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SELF | GOODNESS
Boas Ações por Luciana Almeida, embaixadora
É tempo de ficar atento!
M Leitura sugerida: Boletins Epidemiológicos do Ministério da Saúde
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uitos desejam o período de inverno. Tempo charmoso, momento de comidas calóricas e deliciosas. Contudo, como nem tudo é maravilha, alguns iniciam o sofrimento já nos últimos dias do outono. Com o frio e a temporada de aconchego, alguns companheiros desse período insistem em retornar. Nesse momento em que vivenciamos o início da diminuição de temperaturas, acompanhada da umidade mais baixa – o que, consequentemente, propicia um número maior de partículas suspensas no ar –, percebe-se, também, o estigma de agravamento das infecções respiratórias. Junto a isso, a partir do período de transição, vivenciamos alterações bruscas de temperaturas – às vezes, mais de 25 graus em um único dia, para cima e para baixo. Às vezes, aceleramos essas mudanças incluindo na rotina aquecedores em determinados ambientes e passamos a nos alternar entre ambientes aquecidos e não aquecidos. É o preparo de fertilização do terreno para receber as doenças respiratórias convencionais e as novas “convidadas”, como a Covid-19.
Passamos, também, pela proximidade pessoal, favorecendo a transmissibilidade entre pessoas próximas e, até mesmo, a transmissão comunitária. É um período em que tendemos a ficar mais enclausurados, próximos uns dos outros, e passamos a usar roupas que geralmente estão guardadas há muito tempo para essa época especial. Nosso corpo reage a essas mudanças de diferentes maneiras, seja pela sua ineficiência, causada pela imunossupressão – muitas vezes, deixando-nos suscetíveis às pneumonias, principalmente os mais velhos – ou pela sua exacerbação, levando a crises asmáticas, bronquites, rinites, sinusites, etc. A prevalência das doenças alérgicas com consequências respiratórias atinge mais de 30% da população. Essa condição pode contribuir para a exacerbação durante o período de temperaturas mais baixas, devido à irritação das vias aéreas, associada à entrada de micropartículas suspensas no ar. Em nossas vias aéreas, inicialmente devido ao microambiente estar frio em relação à nossa temperatura, há vasoconstrição, no intuito de preservar a temperatura corporal. Conse-
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Com a chegada do inverno, os cuidados devem ser redobrados para evitar uma infecção por vírus ou bactérias
quentemente, menos muco (líquido carregador de moléculas protetoras, como anticorpos) é produzido, tendendo a ressecar a mucosa e promover mais facilidades para o microrganismo invasor. Assim, passa-se a ter mais secreções, às vezes, ricas em vírus, por exemplo. Esse cenário inflamatório ajuda na piora de infecções e na propagação de infecções virais e bacterianas (espirros, tosse, etc.) em nossa comunidade. Nem tudo que reluz é ouro Muitos estão acostumados com essa rotina anual e costumam entender que se trata, mais uma vez, da mesma causa, quando, na realidade, é o mesmo efeito. O problema é que podemos ter desfechos diferentes e, muitas vezes, muito graves. Na medicina, estamos acostumados a montar uma história a partir das informações oferecidas pelos pacientes. Com essa coleção de sintomas, fazemos um diagnóstico sindrômico. O problema é que, normalmente, esses sintomas são semelhantes para quase todas as doenças respiratórias. Muitas vezes, tanto pacientes como médicos podem não perceber e deixar de investigar detalhes ou sintomas adicionais que poderiam diferenciar uma doença de outra. Isso é o que chamamos de diagnóstico diferencial. E o que poderia ser diferente nesse caso? Por exemplo, um paciente com tosse, coriza, lacrimejamento, febre, etc. poderia representar várias situações: uma infecção por vírus influenza, SARS-CoV-2 (Covid-19) ou, até mesmo, sarampo. Alguns sinais adicionais poderiam ajudar nessa diferenciação (lesões na orofaringe e vermelhidão pelo corpo, que poderiam indicar sarampo ou um contactante positivo para Covid-19, por exemplo). Podemos ter consequências graves se decidirmos aguardar para ver. Devemos lembrar que essas doenças são todas comunitárias e não sumiram. Digamos que, no momento, elas estão sendo menos investigadas, seja pela diminuição de consultas clínicas clássicas (avaliações que a telemedicina não é capaz de substituir) ou pela falta de atenção das pessoas em declarar para os médicos entrevistadores. É fácil notar que estamos com casos
de subnotificação de Síndrome diagnóstico molecular, é possível Respiratória Aguda Grave (SRAG), identificar, precocemente, um agente com muitos sendo notificados causador de infecção respiratória. sem causa definida ou classificados Como na Covid-19, os outros erroneamente pela falta de exames agentes etiológicos, como influenza, esclarecedores, como temos assistiadenovírus, etc., podem, em uma do pelas mídias. SRAG é um estado única amostra, serem diagnosticados agressivo em nosso corpo causado em até quatro horas. No mercado, já por inúmeros patógenos: vírus do há kits comerciais capazes de realizar grupo influenza (como H1N1), a identificação de até 21 agentes, vírus sinciciais, adenovírus, bactéchamados de "Identificação do Painel rias, etc. Mas é importante afastar Respiratório". É importante atentar das doenças inflamatórias, que, por que, quanto maior for o número de si só, poderiam colocar em risco agentes identificado no painel, meum paciente (ex: crise asmática) ou lhor a capacidade de diagnóstico. podem ser estimuladas ou agravaMuito se pode acrescentar ao das por um agente infeccioso (ex: tratamento dessas patologias respiinfecção viral). ratórias, que ainda são responsáveis A importância de fazer o por 30% de mortes – isso em casos diagnóstico diferencial (identificar notificados. Em inúmeros casos, o patógenos causadores) se traduz tratamento antiviral mostra sucesso em eficácia de tratamento, menor quando instituído em até 48h. morbidade e mortalidade, diminuiConverse com o seu médico. ção da transmissão entre pessoas. Somente com a busca do agente Enfim, mais vidas são salvas. etiológico é possível identificar a No ano de 2019, foram nocausa e definir o tratamento. Tempo tificados quase 40 mil casos de é fundamental no tratamento. SRAG – o que, por si só, pode ser É possível prevenir considerado uma subnotificação. Considerando as causas já discuDesses, 12,4% evoluíram para o tidas acima, devemos nos manter óbito e em quase 80% não foi iden- aquecidos, hidratados e afastados dos tificado o causador casos identificados, da infecção. Dos “Mais uma vez, além de realizar o casos notificados, programa de vacinafaz-se necessário ção periodicamente, o grupo dos vírus influenza é a causa a diagnóstico pre- todos os anos. mais citada. Ele tem Mais uma vez, coce das causas de faz-se tratamento, que necessário o deve ser iniciado o SRAG ou de sín- diagnóstico precoce mais rápido poscausas de SRAG dromes gripais.” das sível, uma vez que ou de síndromes é registrada uma gripais. Assim, eficácia maior quando o recurso podemos intervir com tratamentos terapêutico é iniciado até 48h após específicos para alcançar a cura e o início da doença. Estamos perden- tratamentos de suporte, que evitam do pacientes para doenças que têm complicações e promovem controle tratamento, desde que identificadas epidemiológico de transmissões. precocemente. Procure seu médico ou serviço de Não é só uma gripezinha. Em saúde, informe-se sobre prevenções, 2019, foram mais de 40 mil casos programa de vacinação indicado, danotificados. Em cinco meses de tas e busque pelo diagnóstico rápido 2020, o número de óbitos por e preciso. Atenção especial deve ser SRAG – excetuando a Covid-19 considerada em pacientes de risco – já é aproximadamente a soma de (que possuem histórico de doenças todos os casos de 2018 e 2019 com- pulmonares e diabetes, cardiopatas, pletos juntos. Claramente é uma idosos, crianças, etc). Mantenha-se subnotificação. aquecido! É possível fazer o diagnóstico Dr. Fernando Vinhal diferencial e precoce Imunologista Hoje, com os avanços do
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SELF | SAÚDE
por Wilson de Araujo Bueno, colunista
Realidade ainda mais próxima
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ormado há 27 anos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Renato Almeida trilha a Medicina com brilho. Com especialização em Nefrologia, trabalha há 22 anos no Hospital de Clínicas da UFPR, no qual atua também na ala de hemodiálise. Referência na área, Renato Almeida conjuga o talento dos pais, o lendário Felix do Rego Almeida, que, igualmente como apóstolo da saúde, marcou longos anos somando missão médica na Santa Casa de Misericórdia e, na mesma direção, Nely Almeida, que impregnou com brilho imorredouro sua longa passagem, de seis mandatos, na Câmara de Curitiba. Sobre o momento de pandemia, Renato Almeida responde à TOPVIEW: Como você pontua o atual comportamento dos brasileiros perante a pandemia? Acho que os brasileiros se comportaram bem – em geral, mantiveram-se afastados, com máscara, se cuidando. No entanto, milhões de brasileiros têm que tomar a difícil decisão de se arriscarem a sair para se manterem economicamente ativos. Os avanços tecnológicos acontecem na medicina o tempo todo. Na sua opinião, o que podemos esperar para os próximo anos? Tenho lido muito sobre os novos tratamentos e vacinas que estão surgindo por conta do entendimento 74
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da estrutura genética dos vírus e bactérias e como eles influenciam nosso sistema imunológico a nível celular. Nesse ponto, a combinação de pesquisas em muitas universidades, institutos e empresas americanas de biotecnologia é absolutamente impressionante – tenho acompanhado empresas que estão desenvolvendo uma só vacina para múltiplos tipos de vírus. É fascinante ver que, apesar das reações do governo americano à pandemia terem sido desastrosas, suas instituições continuam trabalhando rapidamente para dar uma solução ao mundo. Como ficou sua rotina de trabalho e vida pessoal desde o início da quarentena? No meu caso, a rotina não mudou – meus pacientes precisam de cuidados médicos constantes. Assim, continuo a sair para trabalhar. Contudo, reduzimos nossa vida social, os encontros. Minha mulher e meus filhos estão em casa – meu mais velho está na escola, em educação a distância. E assim vamos levando. Quais foram suas contribuições diante desse momento? Creio que contribuo por manter minha rotina hospitalar e por continuar a atender meus pacientes, que exigem cuidados especiais e contínuos. Tenho muito o que agradecer à equipe de enfermagem, que vem, bravamente, trabalhando e enfrentando essa crise comigo e com meus colegas de trabalho. Uma mensagem aos leitores da TOPVIEW? Por favor, lavem as mãos!
Nathan Dumlao | Unsplash
Médico nefrologista analisa a situação vivida pelos brasileiros diante da Covid-19
SELF | EDUCAÇÃO
Educação inovadora ressignifica o cenário por
Gabriel Sorrentino
“A experiência da Finlândia é nossa inspiração e referência em gestão educacional moderna. A pandemia, o distanciamento social e o ensino remoto reforçaram a necessidade de uma educação inovadora, ampla, assertiva e significativa, que não se conecta mais com a ‘velha escola’”
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avaliação da aprendizagem. “Todo o processo de ensino e aprendizagem exige a avaliação contínua e indispensável à mensuração da evolução de cada aluno, e a comprovação de sua efetividade nas variadas metodologias de ensino adotadas pelo professor”. Para ela, surge, então, a oportunidade de repensar antigas práticas e testar todas as possibilidades que possam funcionar para um ambiente virtual, inclusive, as avaliações. Mudança necessária Gisele afirma que a educação brasileira já clamava por uma transformação - tanto conceitual quanto tecnológica, usando como base a realidade de escolas de primeiro mundo. “A experiência da Finlândia é nossa inspiração e referência em gestão educacional moderna”, exemplifica. A diretora explica que o país nórdico está constantemente investindo na evolução de seu sistema educacional, e se destaca sempre nas primeiras posições em avaliações internacionais que medem o nível de aprendizado dos alunos. “A pandemia, o distanciamento social e o ensino remoto reforçaram a necessidade de uma educação inovadora, ampla, assertiva e significativa, que não se conecta mais com a ‘velha escola’”, comenta. Educação inovadora Gisele aponta que a educação inovadora é mais colaborativa, instigante e participativa. “Esse modelo, do século XXI, promove o conhecimento por meio de práticas tecnológicas e experiências educacionais diferenciadas, sem abrir mão do acolhimento e da afetividade, onde o desenvolvimento socioemocional tem tanta importância quanto as salas de aula modernas ou as metodologias ativas”, conclui a especialista.
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Divulgação
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undo a fora, o sistema de ensino foi surpreendido pela suspensão das aulas presenciais devido à pandemia de Covid-19. Por isso, ferramentas tecnológicas têm sido a alternativa ideal para que o fluxo de ensino e aprendizagem continue acontecendo de forma eficaz - mesmo que à distância. Aulas gravadas e on-line, envio de conteúdos por aplicativo, videoconferências e o uso de mídias sociais tornaram-se excepcionais para as instituições. Divulgada pelo Instituto Península, uma pesquisa cujo objetivo principal é a melhoria da qualidade da educação brasileira revelou que 83% dos professores das redes públicas e particulares não se sentem preparados para ensinar virtualmente. Contudo, se para a maior parte das escolas brasileiras a transformação digital chegou de repente, para o Colégio Amplação, de Curitiba, a adaptação ao ensino remoto se deu de maneira tranquila. A diretora Gisele Mantovani Pinheiro afirma que a inovação sempre esteve no DNA do colégio. "Há 8 anos, trabalhamos com práticas de metodologias ativas em sala, como o ensino híbrido e as aulas invertidas, onde o professor é mediador e o aluno é autônomo e protagonista de sua jornada", explica a educadora, acrescentando que, inclusive, parte do material didático físico já havia sido substituído pelo digital, com tablets e outros recursos instigantes. Ela relata, ainda, que a reinvenção do setor educacional foi um olhar visionário do colégio, que é considerado a "escola do futuro", por estar engajada no conceito de educação inovadora. Outro fator deve ser considerado pelas escolas, ressalta Gisele, é a
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SELF | GOODNESS
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A construção de um novo caminho
Nuno Papp
Jovem paranaense supera desaf ios e sonha com carreira de modelo internacional por Rodrigo Sigmura
entusiasmo e a determinação com que o curitibano Francisco Albuquerque, de 26 anos, encara seus compromissos atualmente podem até esconder os momentos duros vividos por ele anos atrás. No entanto, um passeio por seus posts no Instagram ou uma breve conversa evidenciam a vontade de, um dia, chegar a uma das capitais da moda no mundo. “Eu achava que as coisas seriam mais fáceis, mas, na prática, continuo tendo problemas. Só que, como eu faço o que amo e estou correndo atrás do meu sonho, tenho força para enfrentar as dificuldades”, conta o rapaz, que atua – paralelamente aos trabalhos de modelo – como pedreiro, sua primeira profissão. O contato com as obras começou quando ele tinha 15 anos e ajudava o padrasto. Com essa idade, também trabalhou em uma distribuidora de doces por meio período. Um ano mais tarde, tornou-se empacotador de supermercado e logo teve de sair do emprego para poder continuar os estudos. Depois, entrou na área administrativa e se tornou menor aprendiz em uma multinacional. Chegou a cursar Administração na Universidade Federal do Paraná (UFPR), trabalhou como promotor de vendas, jardineiro e recreador infantil, mas nada disso o fazia feliz. Decidiu, então, voltar para o setor de construção civil, no qual está até hoje. Dessa forma, trabalhando como autônomo, pode conciliar as duas profissões e, ainda, adquirir a forma física que o mercado da moda exige. Quando criança, ouvia de muitas pessoas que poderia ser modelo, mas a falta de recursos e o sobrepeso – Francisco chegou a pesar 105 kg aos 22 anos – o impediram de seguir tentando. Há três anos, ele decidiu retomar os planos de infância e, ainda, compartilhar sua rotina nas redes sociais. Com quase 20 mil seguidores no Instagram e mais de 170 mil no TikTok, o “@pedreiromodel” passou a chamar a atenção da imprensa nacional. Após a reportagem de um portal de notícias, a Vogue decidiu contar sua história. Com seu nome reconhecido em uma das maiores publicações de moda do mundo, Francisco cumpre seus trabalhos na frente e atrás das câmeras com o apoio familiar e constrói um novo momento. “Eu quero chegar a Nova York, mas eu quero curtir essa jornada. Então, eu quero vir em uma nova entrevista daqui 20 anos e falar assim: ‘eu curti cada batalha da minha jornada até aqui'", sentencia.
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SELF | PERFIL
Comunicação com humanidade Em uma conversa descontraída e sincera, o mais novo contratado do Grupo RIC desvenda a origem de seu lado humano, conta seus hobbies e revela seu maior sonho atualmente por Rodrigo Sigmura fotos Gabriel Lunardi direção fotográfica Helton Oliveira
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om 25 anos de experiência em televisão, o jornalista Jasson Goulart passa a ser visto na tela da RIC Record TV a partir de julho. Marido, pai de duas filhas, ele conversou com a reportagem da TOPVIEW para contar detalhes de sua vida que poucos conhecem, mas que explicam sua proximidade com o público, e o desejo em fazer da comunicação um meio de transformação da sociedade. Quem é Jasson Goulart? Como você se define? Me defino como um cara que gosta da comunicação, que é apaixonado pelo o que faz, pela família. Muito sentimento, muito coração, acima de tudo. Você se inspira em alguém da sua família para ter esse lado mais humano na profissão também? Eu acho que é uma coisa que vem de família mesmo. Eu me lembro de quando eu era criança, por exemplo. Meu pai fazia parte de uma associação. Ele e um amigo tinham montado uma associação que ajudava as pessoas. Eles arrecadavam roupas e distribuíam aos mais pobres. Eu acho que eu via isso e... não sei… de certa forma, acho que a gente traz no DNA esse tipo de coisa. Então, não é que eu escolhi ser um cara mais ligado às pessoas, que gosta de abraçar, de sentir, de ouvir e tentar ajudar o próximo. Acho que isso está dentro de nós, já vem com a gente. Acho, no entanto, que o meio em que eu fui criado ajudou bastante para que esse lado mais humano e cristão fosse desenvolvido. Falando da sua rotina: como é o seu dia? Bom, esse lado está mudando [risos]. Mas, assim: no dia a dia, é trabalho, leitura, família, mercado… vida normal, né? Tem também o futebol no fim de semana, que não pode faltar. Gosto muito de praia. Amo estar lá e encontrar os amigos lá, conversar muito. Então, esse tipo de coisa está muito presente na minha vida. O dia a dia é dessa forma, voltado ao trabalho, à família e aos amigos.
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Você falou de leitura. Tem algum livro que você esteja lendo agora ou que recomende mais? Coincidentemente, eu estava folheando o livro da Jovem Pan [Ninguém Faz Sucesso Sozinho] – aquele do Seu Tuta [ex-presidente da Jovem Pan] – que conta a história dele e como ele foi formar esse grupo que é, hoje, uma rede de rádios na qual estamos integrados. Muito bacana. Tem algum hobby que você leva mais a sério ou se identifica mais além do f utebol? Tem sim. Beach bets, que é bets na praia [risos]. Eu gosto muito desse esporte, principalmente quando estou no litoral. Mas, aqui [em Curitiba], prefiro o futebol mesmo. Gosto de tênis também. Costumo, inclusive, dizer o seguinte: tênis é um esporte que eu comecei há mais ou menos 25 anos. Então, já tenho 25 anos de experiência, jogando uma vez ao ano [risos]. A música também é uma coisa que esteve sempre muito presente na minha vida. Meus pais contam que, aos quatro anos de idade, eu subi em uma cadeirinha para cantar na igreja. Com cerca de oito, dez anos, eu já tocava violão. Não sou nenhum expert, porque tem um detalhe: meu pai me colocou na aula de música nos sábados à tarde, mas eu fugia para ir jogar futebol. Então, não virei nem músico nem jogador. Acabei me tornando jornalista [risos]. Mas a música sempre foi muito forte mesmo. É um hobby que eu carrego comigo. Quando vou para a praia, levo meu violão, meu cavaquinho. Na minha família, minhas filhas tocam também. Eu as coloquei na aula de música cedo para que elas pudessem aprender a tocar piano e assim o fizeram por cerca de oito anos. Hoje, uma delas toca sanfona. Então, quando nos reunimos para o almoço de domingo, tem muita música sempre. Você contou que se tornou jornalista. Em que momento entendeu que levaria isso para a sua vida e por quê? Foi no momento em que eu entrei na TV, há 25 anos. Naquele momento, eu decidi que deveria focar na profissão de jornalista. Até então, eu fazia rádio, paralelamente a outras atividades. Mas, aí, eu vi que nem uma coisa nem outra estava dando certo. Faltava foco. E, quando fui contratado na emissora de televisão em que trabalhei nos últimos anos, decidi me inscrever para o primeiro vestibular de jornalismo, fui fazer a faculdade e, depois, fiz pós-graduação e os cursos complementares. Dali em diante, foi foco mesmo. Como veio esse convite para você integrar a RIC Record TV? Chegou como uma surpresa, por meio do Marcus Yabe [Diretor Corporativo de Produto, Conteúdo e Convergência do Grupo RIC]. Eu me lembro da pergunta – muito interessante até – que ele fez no primeiro contato: “como está o seu momento profissional?” E eu vinha fazendo alguns questionamentos exatamente sobre isso. Vinha, também, desejando uma mudança. Então, o contato dele no momento certo colaborou para que a gente tivesse uma conversa que evoluiu rapidamente. O convite foi aceito. Por que você o aceitou? Acei-
tei pelo desafio. É sempre muito motivador você ter um desafio pela frente. Acho que fazer um programa de três horas e quinze minutos não é fácil, não é para qualquer um. Admiro o que o [Guilherme] Rivaroli vem fazendo no ar. Ele o faz com uma competência enorme. Eu fico até impressionado com a forma que ele conduz. Ao mesmo tempo, é gratificante poder levar uma comunicação popular, ajudar as pessoas a entender os fatos, servir como ferramenta de comunicação para o desenvolvimento da nossa comunidade e da nossa sociedade, ser aquela voz entre a comunidade e os poderes públicos, ajudar no desenvolvimento social e humano do nosso povo e da nossa gente. Eu acho que tudo isso é muito desafiante e motivante também. A sua atuação no Grupo RIC não será somente na apresentação do Balanço Geral, na televisão. Em quais outras frentes você trabalhará? Eu também vou estar presente na rádio e nas mídias digitais do Grupo. Na TV, vamos levar um formato um pouco diferente: pode apostar que vão haver algumas mudanças. Vamos tentar fazer um programa dinâmico, bastante comunicativo, afinal, serão três horas de duração. Nós queremos cativar e segurar esse público dentro do maior tempo possível. Será um desafio, também, criar o projeto da rádio, no qual estamos trabalhando. Logo, teremos muitas novidades. Qual é o seu maior sonho daqui em diante? O que você mais espera ao longo dos próximos meses? O meu sonho aqui dentro – não vou negar – é poder realizar um trabalho bastante voltado à população, ver esse resultado em forma de benefícios para o povo. Isso que faz com que a gente se realize: ver as pessoas felizes e seus projetos e sonhos realizados. Eu acho que trabalharemos muito em cima disso. Então, ao mesmo tempo em que você ajuda a realizar um sonho, você se realiza profissionalmente. E, claro, vamos trabalhar de maneira muito forte para chegar ao primeiro lugar na audiência em Curitiba. Estou muito feliz e motivado. Conto com o apoio de todos.
“É sempre muito motivador você ter um desafio pela frente. (...) Estou muito feliz e motivado. Conto com o apoio de todos.”
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poder
ECONOMIA EM BAIXA A produção econômica da Alemanha vai cair mais acentuadamente no segundo trimestre do que no primeiro, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério da Economia do país no dia 15 de junho. Os alemães enfrentam a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, depois que a economia contraiu 2,2% no primeiro trimestre. 86
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a seção dos bastidores econômicos e políticos, além do social view
PODER | POLÍTICA E ECONOMIA
O prazo da crise nos investimentos
Em momentos de turbulência política e econômica, pensar em investir em longo prazo é essencial por Renan Hamilko, sócio da Allez Invest
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vos acionários, considerando a entrada e saída de investidores em períodos de um, dois, cinco e dez anos, durante as duas décadas entre 2000 e 2020. Os resultados mostraram que, para se obter os melhores rendimentos, a Bolsa de Valores é um investimento em longo prazo. Na pesquisa, dos investidores que saíram no prazo de um ano, 37,7% tiveram resultados negativos. Esse número diminuiu com o passar do tempo. Em dois anos, 36,9%, em cinco anos, 19,69%, e, em dez anos, nenhum resultado negativo foi auferido. Esses dados mostram que, dos investidores que aplicaram seu dinheiro na Bolsa entre janeiro de 2000 e fevereiro de 2020, todos saíram com o capital maior do que o investido no início do período. Mas e agora? Como os 440 mil novos investidores – que entraram no mercado acionário só em abril – devem escolher seus ativos para o futuro? Um dos principais pontos a serem analisados em momentos de crise é o de como as empresas com capital aberto têm passado por esse período, ou seja, como é a capacidade de reagir a momentos difíceis com boas estratégias. Percebemos, nesse período de pandemia, que as empresas mais disruptivas enfrentaram melhor esse momento, porque possuem mais flexibilidade, o que faz com que se adaptem de forma mais rápida à nova realidade. Por meio dessa visão de investimentos em longo prazo, a Allez Invest ingressou no mercado financeiro para ajudar mais de 140 mil investidores do Paraná a ter bons rendimentos, mesmo em momentos difíceis.
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No mês de abril, a B3 registrou 440 mil novos CPFs, ultrapassando 2,3 milhões de investidores. Esse resultado, comparado ao mesmo mês de 2019, cresceu 48%. Contudo, o número é ainda mais surpreendente quando visualizamos o crescimento em um período mais longo. Há dois anos, o país registrava 813 mil pessoas e empresas que investiam em ativos de renda variável. E é nesse momento, de grande adesão de pessoas à Bolsa, que devemos reforçar a importância de se investir em renda variável pensando em longo prazo. Para comprovar essa posição, a XP Investimentos divulgou um estudo mostrando a média de retorno dos ati-
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os últimos meses, os investimentos em ativos de renda variável de todo o mundo sofreram baixas em seus valores, em virtude da pandemia do coronavírus. No entanto, um dado interessante aqui no Brasil é o de que, mesmo com a queda, que chegou a quase 30% desde o início da crise, a B3 contabiliza novos investidores em números expressivos. E a principal avaliação que podemos fazer dessas informações é que a baixa nos preços das ações foi uma grande oportunidade para que os investidores pensem no futuro, valorizando o capital em longo prazo.
ALLEZ INVEST R. Heitor Stockler de França, 396, sl. 2.106, Ed. Neo Business – Centro Cívico I Tel.: (41) 3514-5890 allez.com.br I @allez_invest I /allezinvest I @allez-invest
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PODER | NEGÓCIOS
Negócios por Bethânia Gilsoul, embaixadora
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Auto Soberania: eu me governo em meio à crise
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a chamada “milenar sabedoria chinesa” a palavra crise é escrita usando o ideograma Wèiji (Wéi = Perigo + Ji = Oportunidade). John F. Kennedy frequentemente usou essa ideia como recurso retórico nas suas mensagens, e o mesmo foi apropriado por Richard M. Nixon e outros políticos. Refletindo o conceito de que cada crise pode ser a perdição, mas também a glória; a derrota, mas também o renascimento. Tudo depende de como ela é administrada por governos, empresas ou cidadãos. Ser auto-soberano é blindar-se tomando o controle de sua própria vida para alcançar
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a superação sem se vitimar transformando as situações difíceis em presentes para elevar o seu estágio. Pensar positivo fará com que nenhuma tempestade lhe tire o foco e a paz. Não flertar com a crise e impedir que a instabilidade domine suas decisões; fechando a porta para o medo de errar. Ser governante da sua mente e não o contrário; para evitar que ela crie incógnitas desnecessárias. Economicamente manter sua produtividade maior que suas despesas e inovar. Para ter sucesso há quem pense que dinheiro e talento é o suficiente, mas para criar negócios é preciso muita dedicação e não se abalar ao longo do caminho.
Divulgação, Grupo Morena Rosa, TAM, Grupo Jari e Amil
Conheça exemplos de pessoas que foram além dos limites e multiplicaram o seu melhor
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01. Edson Bueno 02.Marco Franzato 03. Luiza Helena Trajano 04. Rolim Amaro 05. Sérgio Amoroso
Conheça alguns casos de superação de na rede de varejo da família no interior, empresários que comandaram sua própria passou por todas as áreas da empresa até história e criaram empreendimentos chegar no comando, e com muito esforço bilionários. e trabalho transformou a marca em uma Edson Bueno, começou a vida como das maiores e mais conceituadas lojas vendedor de frutas e depois como engrade varejo do mercado a MAGAZINE xate, foi trabalhar na Santa LUÍZA, a rede hoje opera em Casa de Saúde de São José, “Primeiro faça 16 estados. observando o balanço do Rolim Amaro, foi mecânio necessário, co de automóveis para realizar grupo Golden Cross, veio a inspiração para criar a depois faça o seu sonho e pagar o curso AMIL vendida por 10 receber o brevê de piloto, possível e, de para bilhões. limpou aviões no aeroporto Marco Franzato nasceu repente, você e trabalho como taxista, foi no interior de São Paulo e contratado por uma empresa trabalhou anos na lavoura vai perceber que de táxi aéreo. Anos depois com seu pai. Em Cianorcomprou a empresa e a transpode fazer te (PR), após trabalhos no embrião da TAM, o impossível.” formou administrativos, vendeu hoje Latam, gerando receitas Luiza Trajano que superam a casa dos 13 um Monza e com familiares abriu uma confecção bilhões. em 93. Assim começou o Grupo Morena Sérgio Amoroso, passou fome até Rosa, hoje com 5 marcas e mais de 6000 encontrar emprego em uma fábrica de pontos de vendas. embalagem, depois fundou seu pequeno Luiza Trajano, desde os 12 anos negócio em um galpão alugado, ali nascia cuidava do balcão da loja da família nas o GRUPO ORSA um dos maiores produférias, com 18 anos começou a trabalhar tores de papel e celulose do país.
MINHAS DICAS
DO MÊS LIVRO
Empodere-se agora Joel Moraes
FILME
A grande aposta IG
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PODER | POLÍTICA E ECONOMIA
Política por Marc Sousa, colunista
O segredo do Paraná O estado não politizou o coronavírus e tem bons resultados na saúde e na economia
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Paraná vai bem no combate à Covid-19. O estado, que é o quinto mais populoso do país, é um dos últimos no ranking de infectados. O número de mortes por milhão e a taxa de ocupação de UTI’s também estão abaixo das médias nacionais. O caminho desse relativo sucesso é simples: o Paraná não politizou a doença. Não há notícia de brigas entre governador, prefeitos e secretários. A inteligência parece ter falado mais alto. Não houve decretos ditatoriais mandando abrir ou fechar o que quer que seja. O distanciamento social é seguido por conscientização. Seguindo orientações sanitárias, o agronegócio seguiu funcionando e, em plena pandemia, bateu recordes de exportação de alimentos. No entento, é importante lembrar que a situação só permanece se a lição de casa continuar sendo feita: os cuidados para evitar a disseminação da doença têm de ser tomados diariamente.
FR AS E D O M Ê S
- Ratinho Júnior, governador do Paraná, sobre o combate à pandemia
PARA ACOMPANHAR
A PA S S OS DE TARTARUGA
P F SO B N OVA DIREÇÃO N O PR
VOTO SEM DATA
Dez anos depois de ser acusado de desviar mais de R$ 500 mil, o ex-deputado federal paranaense Chico da Princesa (PR) foi condenado em primeira instância. Ele teria usado notas falsas para utiliozar verba de despesas do gabinete. O político vai recorrer em liberdade.
Omar Mussi é o novo superintendente da Polícia Federal no Paraná. Ele deixou a corregedoria-geral da PF para assumir a vaga que era de Luciano Flores, delegado que atuou na Lava Jato. Mussi é paranaense e já chefiou a PF de Alagoas.
Tudo indica que as eleições municipais deste ano serão adiadas por causa da pandemia. O Congresso e a Justiça Eleitoral já discutem possibilidades. Se a situação amenizar até o início de agosto, o pleito pode ocorrer na segunda quinzena de novembro.
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Rodrigo Felix Leal. Reprodução | Câmara dos Deputados. Divulgação | PF. Divulgação | EBC. Rodrigo Felix Leal | AENPr.
“O Paraná não tem tempo para perder com briga política. O nosso foco aqui é a gestão, é a questão do planejamento.”
PODER | NEGÓCIOS
Marketing por Beto Cesar, embaixador
Anthony Hopkins versus Kardashians A evolução de nossa espécie está ligada ao ímpeto pelo aprendizado e ao gosto pela cultura
Anthony Hopkins | Reprodução
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stes dias, li um texto que me marcou muito. Falava sobre o quanto o período de isolamento expôs a real faceta dos influenciadores digitais. Longe de seus assessores e da possibilidade de gastar seu capital para promover desejos, ao expôr a presença em jantares, viagens e programas não disponíveis para a grande maioria da população, esses personagens foram obrigados a mostrar quem são no dia a dia, como pessoas reais. Aí, meu amigo, a máscara caiu. Muitas dessas pessoas ficaram sem assunto, conteúdo ou habilidades, mostrando a farsa (ou produção) que existia por trás de seus perfis. Ao contrário da indústria cinematográfica – que deixa claro o que é realidade e o que é ficção –, as redes sociais conseguiram, por um bom tempo, forjar a fantasia, vestindo-a de realidade. Quando o mercado descobriu isso, não perdoou. Resultado: as últimas semanas demonstraram uma queda brutal no número de seguidores e na criativo nas redes sociais. Com uma arrecadação com publicidade de muitos “[...] a gente pre- alma de artista e de bem com a vida, o desses perfis, até então considerados de muito sucesso. cisa, acima de ator intercalava pinceladas nas telas com reflexões sobre a carreira, os relacionaPor outro lado, curiosamente, o momento mostrou que gente talentosa e tudo, ter curiosi- mentos e por aí vai, sem papas na língua dade, gosto por para quem quisesse ouvi-lo. inteligente pode virar influenciadora até O pequeno relato acima reforça a sem querer e, via de regra, isso acontece fazer as coisas, pauta que é tema desta edição da TOPpor um motivo muito simples: são pessoas cultura e vontade VIEW: evolução. Para a espécie evoluir, que têm cultura e usam o dia a dia para gente precisa, acima de tudo, ter curioevoluir, ao invés de se exibir. de aprender.” asidade, gosto por fazer as coisas, cultura O melhor desses exemplos, para mim, e vontade de aprender. Quem acordar foi o de Anthony Hopkins, que, afastado todos os dias com essa sede vai, certamente, escrever seu da possibilidade de gravar novos filmes, desenvolveu nome na história e deixar algo de bom para o mundo. o hábito de pintar em casa e compartilhou o processo
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PODER | POLÍTICA E ECONOMIA
EM PARCERIA COM
Protagonistas da evolução
Líderes são postos à prova e serão os grandes responsáveis pela retomada da economia, com inspiração, muito trabalho e persistência por
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“A liderança provém das pessoas que ampliam o horizonte, que não estão liderando apenas de dentro de suas fábricas, de seus escritórios, mas atuando dentro de uma perspectiva mais ampla, que inclui a sociedade.”
Acesse o site do LIDE Paraná.
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s últimos meses foram marcados por um quebra de paradigmas. Vimos modelos tradicionais sendo revistos. Tivemos que reaprender a conviver com a instabilidade e a liderar em meio a um cenário de incertezas. Expostos ao limite, estamos evoluindo. Alguns sofreram mais, outros enfrentaram com bom humor. Muitos usaram a crise como uma oportunidade para se reinventar. Todos tiveram de se adaptar. Nós, como entidade empresarial que representa a livre iniciativa, atuamos diretamente como suporte aos nossos filiados, buscando aproximar todos os elos da cadeia produtiva do Paraná na construção de uma agenda positiva. Nesse momento, boa vontade e bom senso são fundamentais. Em um contexto de angústia, de incertezas, em que a saúde de quem amamos e de nossos colaboradores está em risco, o papel do líder foi posto à prova em muitas situações. Não se dirige uma empresa sem convicção, inspiração e persistência. Tenho muito orgulho do estado trabalhador que é o Paraná e não tenho dúvidas de que aqui temos força para superar esse momento e crescer. Espero que o espírito empresarial contagie outros setores, principal-
mente o setor público, porque a inovação não depende apenas do empresário. Vivemos em um ecossistema, estamos interligados, e essa pandemia nos mostrou que, para evoluirmos, precisamos ter um propósito claro e vontade de crescer, acreditando em nosso potencial e em nossa força de trabalho e mobilização. Quantas iniciativas vimos nascendo... vejo que estamos em pleno processo de transformação, um processo em que vamos construir uma sociedade melhor, mais próspera e mais humana. Vivemos uma grande oportunidade, na qual somos todos protagonistas. A liderança provém das pessoas que ampliam o horizonte, que não estão liderando apenas de dentro de suas fábricas, de seus escritórios, mas atuando dentro de uma perspectiva mais ampla, que inclui a sociedade. Espero que não fiquemos presos na contradição entre nosso potencial e nossas fraquezas. Que possamos acreditar que tudo vai passar, seremos mais fortes e evoluíremos. Heloisa Garrett – Presidente do LIDE Paraná.
Rubens Nemitz Jr.
Heloisa Garrett
HOSPITAL SÃO LUCAS CURITIBA
Em 1948, o sonho e o projeto se realizaram. Nascia o Hospital São Lucas, fruto do idealismo de médicos paranaenses, iluminado pela visão de seus fundadores e inundado de luz, graças à arquitetura visionária de Vilanova Artigas.
72 ANOS DE AMOR À MEDICIN A. E À VIDA.
Desde o início, a direção, comprometida com a qualidade e o corpo clínico, composto de especialistas de diversas áreas da medicina, formaram profissionais que fizeram dali a sua verdadeira casa. Hoje, fiel à sua origem pioneira e inovadora, o São Lucas continua crescendo, aprendendo e se modernizando. Sempre atendendo com amabilidade, respeito e profissionalismo. Assim se escreveu essa história. Assim continua sendo o dia-a-dia do São Lucas, mantendo vivo o sonho de setenta e dois anos atrás, com amor à medicina. E à vida.
HOSPITAL SÃO LUCAS
Avenida João Gualberto, 1946 | Juvevê PRONTO ATENDIMENTO: 41 3250 5500 | 41 3250 5511 contato@hslcuritiba.com.br Diretor Técnico do Hospital São Lucas: Dr. Francisco Boscardim Netto | CRM 494
hslcuritiba.com.br
PODER | JURÍDICO
Jurídico por Sandra Comodaro, embaixadora
Leia a entrevista completa no site da TOPVIEW.
Os magistrados do Paraná estão entre os pioneiros na coordenação de iniciativas de desenvolvimento de ferramentas do processo eletrônico, inclusive de audiências gravadas. Qual é sua opinião jurídica em relação às renegociações ou suspensões de pagamento de acordo nas ações trabalhistas entabuladas antes da pandemia? Os acordos judiciais homologados possuem eficácia de coisa julgada, então essa é uma questão muito delicada, porque envolve o debate de se submeter ou não a essa coisa julgada a condição rebus sic stantibus, no sentido de que alterações fáticas posteriores que tornem gravosa o cumprimento da obrigação podem autorizar mudanças que foi acordado. Naturalmente, a renegociação de Roberto Dala Barba Filho no comum acordo entre as partes não encontra maiores dificompartilha trajetória e medidas culdades, por se tratar de uma novação. Particularmente, que, caso fique cabalmente demonstrada a difide enfrentamento à pandemia entendo culdade financeira superveniente da empresa, decorrente dos efeitos das medidas adotadas no período de combate pandêmico, tornando inviável o cumprimento do acordo hegamos à edição de junho e, para encerrar a na forma homologada judicialmente sem prejuízo da trilogia especial com chave de ouro, conversei sobrevivência econômica da empresa ou até cumprimencom o renomado presidente da Associação to das obrigações contratuais dos demais empregados, é dos Magistrados do Paraná (Amatra IX) possível a revisão judicial dos termos do acordo homosobre o advento e as medidas judiciárias de logado. Contudo, adianto que respeito como absolutacombate ao coronavírus. Confira: mente compreensíveis, razoáveis e defensáveis também Como se deu sua trajetória até a chegada eventuais entendimentos em favor da imutabilidade à presidência da Associação dos Magistrados do dos termos do acordo homologado quando não houver Paraná? Sempre considerei a participação em movimenacordo entre ambas as partes. tos associativos e de representação muito importante e Quais são os reflexos da pandemia da Covid-19 fundamental, como exercício de cidadania. Participei para a Justiça do Trabalho? A Justiça do trabalho não desde antes, no ensino secundarista, quando fiz parte do parou durante todo esse período de medidas preventivas movimento estudantil, e durante o período de faculdade, à pandemia, havendo forte produção em trabalho remembro do centro acadêmico e também do Diretório moto. Ainda é muito cedo para avaliar todos os desdoCentral dos Estudantes. E, desde que ingressei na mabramentos de uma crise de saúde sem precedentes como gistratura, procurei participar – direta ou indiretamente essa. A Justiça do Trabalho tem procurado realizar as – das atividades e iniciativas da Amatra IX, sendo muito audiências telepresenciais na medida do possível. honroso e gratificante poder representar os magistrados do Muitos empregados encontraram dificuldade em trabalho da 9ª região na presidência da instituição. sacar o FGTS e se habilitar no seguro-desemprego. De que maneira a Amatra pode contribuir para Qual é sua visão jurídica sobre o tema? O enquadraa celeridade e economia processual no Paraná? A mento como força maior, por expressa previsão legal, Amatra procura sempre colaborar e prestar auxílio a todas depende do reconhecimento pela Justiça do Trabalho. as iniciativas voltadas ao aprimoramento da prestação É razoável, assim, a interpretação de que a liberação do jurisdicional. A associação encaminha, com frequência, saldo do FGTS em tais hipóteses esteja condicionada a sugestões, opiniões, pareceres – e críticas, quando necesuma decisão prévia a respeito — e não à mera declaração sário –, visando aprimorar as atividades desenvolvidas, em do empregador (especialmente não sendo mais necessária especial por ocasião da instituição do processo eletrônico. a homologação sindical do termo rescisório).
Uma década de magistratura
Patricia Klemtz
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SOCIAL VIEW | PERSONALIDADES
por TOPVIEW
Futuro modificado
Na última parte da trilogia especial sobre o isolamento causado pelo novo coronavírus, nossos colunistas indicam suas apostas para o momento que viveremos no pós-pandemia
COLU NI STA S O CI A L
NADYESDA ALMEIDA
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com o que cada um viveu nessa pandemia. Eu, particularmente, tenho a esperança de que tudo passe o mais rápido possível. Pois ainda vamos enfrentar o pós-pandemia, que não temos a certeza de como será.
“Na vida pós-Covid-19, teremos de repensar os paradigmas e valores que adotamos na vida profissional e pessoal.”
Rodrigo Torrezan e Divulgação
Gostaria de ter certezas sobre os aprendizados nestes tempos difíceis, mas ainda não tenho! Uma coisa é certa para mim: quem já tinha um olhar voltado para o próximo intensificou seus trabalhos assistenciais. Exemplo disso é o Projeto Luz, da incansável Luciana Almeida. Se realmente tudo isso que estamos vivendo não cair em esquecimento, vai nos deixar muitos aprendizados, que somente no futuro poderemos confirmar quais são! Na vida pós-Covid-19, teremos de repensar os paradigmas e valores que adotamos na vida profissional e pessoal. Talvez o uso de máscaras e álcool em gel seja incorporado na rotina das pessoas. O home office poderá ser uma opção de escolha e não uma forma de trabalho que precisou ser adotada devido à pandemia. Fala-se muito em números de óbitos e, com certeza, cada pessoa que partiu deixou um vazio imenso em suas famílias. E nisso não há aprendizado. Só a dor da perda, que é irreparável. Então, os aprendizados são de acordo
COLU NI S TA S O CI A L
ROBERTA BUSATO
E lá se vai mais um mês de quarentena. Vidas mudadas, adaptação, resiliência e se reinventar são as palavras do momento, junto com doação, persistência, foco e fé. Um momento em que todos tivemos de parar, respirar e pensar não só em nós mesmos, mas no próximo também. A dor do outro passou a ser a nossa dor e estender a mão é uma necessidade que acalma o coração. Os dias vão passando, em mais campanhas vamos nos envolvendo e parece que vemos uma luz no fim do túnel. A vida vai voltando – ou entrando no novo normal – a passos lentos, mas está seguindo seu curso. O que alivia e tranquiliza é saber que estamos fazendo a nossa parte da melhor forma possível. Descobrimos um tempo valioso que, como já contei aqui, às vezes nem sabemos o que fazer com ele. Mas estamos reapren-
dendo e, principalmente, dando valor a coisas simples da vida. Minha dica? Vamos ajudar cada vez mais e, por mais difícil que esteja, não vamos desistir, pois logo, logo tudo vai fazer sentido e entrar no eixo. Desejo muita coragem e amor em tudo o que fizerem. Com carinho, Ro Busato.
“A dor do outro passou a ser a nossa dor e estender a mão é uma necessidade que acalma o coração.”
COLU NI S TA S O CI A L
MARCOS SLAVIERO
Acredito que esta quarentena trouxe aprendizado para muitas pessoas. É muito complicado “romantizar” um momento como esse, com milhares de pessoas morrendo, milhões de outras perdendo seus empregos, mas acredito que o mundo vinha em um ritmo tão acelerado que 2020 mostrou que é necessário, às vezes, parar! Parar e dar valor às pequenas coisas da vida, como estar em contato com a natureza, ligar mais para seus pais, dedicar-se um pouco mais a você mesmo ou, simplesmente, parar um pouco para respirar em meio a esse ritmo frenético que a gente vivia! 2020 trouxe muita tristeza. Porém, lá no fundo, acho que há uma grande mensagem. E eu realmente espero que as pessoas evoluam, aprendam e que o mundo seja um lugar melhor depois que tudo isso passar!
“[...] espero que as pessoas evoluam, aprendam e que o mundo seja um lugar melhor depois que tudo isso passar!”
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SOCIAL VIEW | PERSONALIDADES
por TOPVIEW
QUARENTENADOS
E APAIXONADOS Junho, o mês dos enamorados, foi comemorado de uma maneira diferente pelos casais – em isolamento social, mas com a mesma paixão. A seguir, confira alguns cliques mais do que especiais dos apaixonados neste mês em que o amor prevaleceu, apesar dos desafios impostos pela pandemia.
Marilis e Sandro Faggiani na última festa antes do isolamento social.
Marlene e Ari Silva comemorando em casa o aniversário das filhas.
Eliseu Portugal e Eleutherio Neto.
Mariana e Rodrigo Gaião.
Ana Claudia e Ricardo Michelin.
Wagner Andrade | Arquivo pessoal
Isabella e Ricardo Mello Malucelli.
Maria Dolores e Antonio Gasparim na fazenda do casal.
Fernanda e Geninho Thomé.
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Eduarda Slaviero e Gustavo Hobmeir.
Carol e Eduardo Osten Costacurta.
Giovanna Gulin Guarinello e Renan Hamilko.
Emmanuelle Bertoldi e Fernando Pereira.
Priscila e Marcio Nobre.
Mabel Szeremeta e Cassio Alberto Lang.
Ana Lemos e Raphael Ferreira.
Fabiana e Alan Nolla.
Leonardo e Anita Yoshii.
Moises Zugman e Rafael Chaouiche na chรกcara.
Beto Madalosso e Julia Loyola comemorando em casa.
Daniela e Xavier Barrazza. topview.com.br
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L A N Ç A M E N T O
FOTOMONTAGEM DA SALA DE JANTAR DA COBERTURA
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V i va a e xc l u s iv id a d e d e u m d u pl e x c om v is t a p a n o râ m ic a .
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Com 41 anos de história, a Víncere inova com projetos que privilegiam a qualidade de vida e contribuem com o crescimento de Curitiba.
Alvará nº 362.487, julho de 2019. Matrícula nº 83.044 do Cartório do 2º Registro de Imóveis de Curitiba/PR. Todas as imagens apresentadas neste material são meramente ilustrativas. As perspectivas são ilustrativas e contêm sugestão de decoração. Os móveis e utensílios são de dimensão comercial, não fazendo parte integrante do contrato de compra e venda do imóvel. Os acabamentos serão entregues de acordo com o Memorial Descritivo.
PODER | PAPO FINAL
Jorge Elmor
Formado em Arquitetura pela Universidade Federal do Paraná em 2003, Jorge Elmor foi influenciado desde cedo por diferentes estilos arquitetônicos: começando com o escandinavo, passando pelo japonês e chegando ao espanhol. Em 2005, concluiu um mestrado em Estruturas de Madeira pela Universidade Técnica de Viena, na Áustria. No ano de 2007, o arquiteto fundou seu próprio escritório, em Curitiba, impulsionado pelo desejo de unir os estilos que conheceu pelo mundo ao design brasileiro. Em entrevista à TOPVIEW, Elmor conta por que quis se tornar um arquiteto e def ine a palavra "solidariedade". por Redação
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Desde o início da pandemia, quando criamos o movimento solidário de arquitetos contra a Covid-19, comecei a fazer jornada dupla de trabalho. Além das atividades do escritório, que não parou (apenas migramos para o home office), me envolvi na arrecadação de doações e na distribuição de cestas básicas para as comunidades carentes. Fazer esse simples gesto solidário tem sido um bálsamo psicológico para enfrentar o isolamento e parar de pensar nas consequências nefastas dessa crise humanitária. Defina "solidariedade" em uma frase. Solidariedade é trabalhar pela dignidade humana e unir-se ao outro para fazer o bem comum. Se o dia tivesse 27 horas, como você usaria essas três horas extras? Doaria esse tempo extra para trabalho social e voluntário. Se todos dedicassem 10% do seu tempo para ajudar o próximo, certamente teríamos uma sociedade mais
justa, menos violenta e um mundo mais igualitário e sustentável. Qual é a primeira coisa que você gostaria de fazer no pós-pandemia? Quero visitar a Feira do Largo da Ordem abarrotada de gente em um domingo. Quero ver o comércio aberto, os restaurantes funcionando e as calçadas cheias. Quero ver Curitiba voltar a ser cidade. Vou aproveitar para dizer o que eu não quero ver depois da pandemia: o urbanismo rodoviarista de outrora, com ruas congestionadas, poluição do ar, motocicletas ruidosas e vias rápidas. Esse é o momento de abrir mais ciclovias, alargar calçadas, reocupar o centro com moradias sociais para evitar grandes deslocamentos, investir em veículos elétricos e ampliar as áreas verdes da cidade.
Confira a entrevista completa no site da TOPVIEW.
Daniel Katz
Uma lembrança da infância? Brincar e correr livremente pelas ruas da cidade em que cresci, no interior do Paraná. Uma curiosidade sobre você? Sou um leitor compulsivo. Às vezes, leio quatro livros ao mesmo tempo. Atitude mais admirável que testemunhou recentemente? Nestes últimos meses, por meio do movimento Juntos Somos + Arq, testemunhei várias histórias admiráveis. Em uma das nossas ações de entrega de cestas básicas, conhecemos uma senhora muito simples, líder de sua comunidade, que abrigava em sua casa uma outra mulher, ex-moradora de rua. A líder se compadeceu com a situação de vulnerabilidade da outra senhora e decidiu trazê-la para dentro de sua casa. Já se passaram sete anos de convivência e elas se tornaram grandes amigas. Como você está lidando mentalmente com a pandemia? Não tive tempo de entrar em depressão.
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VISITE O DECORADO Rua Major Heitor Guimarães, 1740 41 3259 1801 construtoralaguna.com.br Imagens meramente ilustrativas. Registro de Incorporação R-1-108.485 no 6° Registro de imóveis de Curitiba, emitido em 12/11/2018.