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TENDÊNCIAS
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N OVAS I N FLU Ê N CI AS
ISSN 16775767 #245 / R$ 14,90
NOMES PARA SE FICAR DE OLHO EM 2021
GASTRONOMIA
TRADIÇÃO RENOVADA
+
O RESGATE DAS PIZZAS NAPOLITANAS
LIVROS PARA ENTENDER O MUNDO ATUAL
Parte do time de embaixadores da TOPVIEW.
A INFLUÊNCIA DA
E DIÇ ÃO #2 4 5
VIDA REAL
Al.Dr. Carlos de Carvalho, 1285 . Batel . Tel: (41) 3224-6660 | tonsurton.com.br
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No Vigo, cada detalhe foi pensado para refletir suas conquistas. Da arquitetura contemporânea à localização extraordinária. Dos Terroirs na Borgonha entregues aos moradores às caves particulares para armazenar suas próprias safras de vinho. Um lugar onde o conforto convive com o luxo. Assim é o Vigo.
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INCORPORADORA: IVC SALDANHA MARINHO EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO LTDA. CNPJ 26.296.250/0001-04. CONSTRUTORA: IRTHA ENGENHARIA S/A CNPJ 05.459.880/0001-82. Imagens meramente ilustrativas. Móveis e objetos decorativos não fazem parte do contrato de compra e venda do imóvel. Os acabamentos serão entregues conforme memorial descritivo. Matrícula 39.542 da 6ª Circunscrição do Registro de Imóveis de Curitiba. Alvará n.º 363439/2019 Smolka Arquitetura. Impresso em janeiro de 2021.
TERROIR NA BORGONHA | CAVES PARTICULARES NO 2ยบ SUBSOLO
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Dinâmico, moderno e funcional. Vem aí o novo portal da TOPVIEW. Aguarde e se surpreenda.
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ÍNDICE
Fashion Seu microuniverso fará a moda por Dani Nogueira – pág. 20
Transformadores de mentalidade por Emmanuelle Bertoldi – pág. 21
Trajetória de sucesso na cirurgia plástica
Estilo Construção pensada para as pessoas
PINAH deve obter certificação que garante saúde e bem-estar – pág. 38
A união pela arte
por Marcos Bertoldi – pág. 40
Romão Youssef possui uma das maiores estruturas de cirurgia plástica do país – pág. 23
O décor influenciado
A influência da vida real
por Adriano Tadeu Barbosa – pág. 44
Editorial de moda – pág. 24
por Eduardo Mourão – pág. 43
A influência por nichos
Influenciadores digitais na hospitalidade
por Marilis Borcath Faggiani – pág. 45
Micro é mais
por Camila Neves – pág. 47
Balneário Camboriú: o paraíso é aqui! por Lis Faiad – pág. 48
Aperte o enter!
Conheça a embaixadora de tecnologia da TOPVIEW – pág. 50
Quem você influencia? por Carlos Aros – pág. 52
Arte sem Frescura
por Ana Claudia Michelin – pág. 53
Antídoto escapista na pandemia por Paulo Camargo – pág. 54
Para ler em 2021
11 obras para entender o momento atual do mundo – pág. 56
O exército branco
As relações maternas e as dinâmicas do cuidado – pág.60
Charutos merecem o seu like por Stefan Deckert – pág. 63
Velhos hábitos, novas influências por Elis Cabanilhas Glaser – pág. 64
Retorno à essência
O movimento de resgate das pizzas tradicionais em Curitiba – pág. 65
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self Cuidado com o greenwashing! por Carol Gusi – pág. 69
A nova influência
O que significa “influenciar” hoje em dia? – pág. 70
Novas influências
por João Prospiter – pág. 78
O contato que aproxima por Ane Calixto – pág. 79
O falso saber e o saber verdadeiro por José Pio Martins – pág. 80
Solte a voz
por Luciana Almeida – pág. 81
Tecnologia e humanização
TOPVIEW ganha novo embaixador para falar sobre odontologia – pág. 82
Torne-se irresistível
por Lígia Guerra – pág. 84
poder Influenciadores digitais: quais acompanhar em 2021?
Cinco nomes que seguem as tendências da profissão previstas para 2021 – pág. 86
Criar vem bem antes de anunciar
Social View
por Roberta Busato – pág. 95
Social View
por TOPVIEW – pág. 96
por Beto Cesar – pág. 89
Social View
“Microinspiradores”: siga quem engaja e faz a diferença
Inauguração
por Matthias Schupp – pág. 90
Laços de Grife abre primeira unidade em shopping de Curitiba – pág. 99
Liderar é influenciar
Social View
LIDE Paraná terá Comitê de Gestão em 2021 – pág. 91
Política
por Marc Sousa – pág. 94
por Felipe Casas – pág. 98
por Wilson de Araújo Bueno – pág. 100
Papo Final
com Fabbi Cunha – pág. 102
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EXPEDIENTE
Fundador e Presidente Emérito MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI (in memoriam) Presidente do Grupo RIC LEONARDO PETRELLI Diretor Corporativo Administrativo e Financeiro ANDRÉ FERREIRA Diretor Corporativo de Tecnologia e Estratégia ANDRÉ FRONZA Diretor Corporativo de Produto, Conteúdo e Convergência MARCUS YABE Diretor Corporativo de Mercado e Soluções Integradas MARCELO REQUENA Head de Jornalismo e Conteúdo Multiplataforma IVETE AZZOLINI Head Digital RIADIS DORNELLES Diretora Regional – Unidade Londrina CARLA HOFFMANN Diretor Regional – Unidade Maringá GUSTAVO GARCIA Diretor Regional – Unidade Oeste PEDRO LUIS ANDRADE Diretor de Mercado Curitiba GILSON BETTE Diretor de Mercado Nacional JOSÉ TRAVAGIN
Publisher MARCUS YABE Gerente de Conteúdo e Projetos Multiplataforma PATRICIA TRESSOLDI Coordenador de Produção RODRIGO SIGMURA Repórter MARIA MIQUELETTO Produtor de Branded Content GABRIEL SORRENTINO Produtoras Digitais EMILIA JURACH e THAÍS MOTA Produtor Audiovisual MATHEUS BALBINO Designer Gráfica MARIANE ALMEIDA Estagiária IZABELLY LIRA Colunistas CAMILA NEVES, CARLOS AROS, DANI NOGUEIRA, ELIS CABANILHAS GLASER, FELIPE CASAS, JOSÉ PIO MARTINS, MARC SOUSA, MARCOS BERTOLDI, MATTHIAS SCHUPP, PAULO CAMARGO, ROBERTA BUSATO, STEFAN DECKERT e WILSON DE ARAUJO BUENO Embaixadores ADRIANO TADEU BARBOSA, ANA CLAUDIA MICHELIN, ANE CALIXTO RUH, BETO CESAR, CAROL VOSGERAU GUSI, EDUARDO MOURÃO, EMMANUELLE BERTOLDI, JOÃO PROSPITER, KARLA KERSTEN CARVALHO PETRELLI, LAYDIR DE LA TORRE, LÍGIA GUERRA, LIS FAIAD, LUCIANA ALMEIDA, MABEL CRISTINE SZEREMETA e MARILIS BORCATH FAGGIANI Revisão FILIPPO MANDARINO Gerente de Negócios & Relacionamento MARCELE POIANI Executivas de Negócios & Relacionamento LAURIANE LINDSEY e PRISCILA OGASSAWARA Assistente Administrativa REGIANE SCHUPEL � Impressão TUICIAL ERRATA: DEVIDO A UM ERRO DE DIGITAÇÃO, A PALAVRA "MUDANÇAS", PRESENTE NA COLUNA DA EMBAIXADORA MARILIS BORCATH FAGGIANI, FOI ESCRITA DE MANEIRA ERRADA NA EDIÇÃO #244, COM O TEMA VERÃO E BEM-ESTAR. TOPVIEW Rua Amauri Lange Silvério, 450, Pilarzinho, Curitiba. 82120-000. Tel.: (41) 3331-6100. topview.com.br. CNPJ: 07.066.992/0001-07
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A FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE É UMA DAS MAIS IMPORTANTES INSTITUIÇÕES DEDICADA EXCLUSIVAMENTE AO ENSINO DA SAÚDE. A excelência da unidade educacional do Complexo Pequeno Príncipeé confirmada pelo Ministério da Educação por meio do Índice Geral de Cursos (IGC), que avalia a qualidade de instituições de Ensino Superior com base em uma análise conjunta de seus cursos. Numa escala que vai até 5, a FPP alcançou nota 4 na avaliação de 2017.
GRADUAÇÃO Medicina Biomedicina Farmácia Enfermagem Psicologia
CONCEITO MEC* 4 4 4 5 4
RESIDÊNCIA ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO DOUTORADO
fpp.edu.br * Enfermagem: Portaria de Renovação de Reconhecimento nº 822 de 30 de dezembro de 2014. Conceito 5 • Biomedicina: Portaria de Renovação de Reconhecimento de Curso nº 135 de 01 de março de 2018 Conceito 4 • Farmácia: Portaria de Renovação de Reconhecimento de Curso nº 135 de 01 de março de 2018 Conceito 4 • Psicologia: Portaria de Renovação de Reconhecimento n. 270 de 3 de abril de 2017. Conceito 4 • Medicina: Portaria de Reconhecimento nº159 de 03 de junho de 2020. Conceito 4 • Geral: Portaria de Recredenciamento nº 1221 de 2 de setembro de 2017 Visita in loco 19-23/02/2017 Conceito 4
EXPEDIENTE
embaixadores e colunistas desta edição EMBAIXADOR
EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
EMBAIXADOR
EMBAIXADORA
Adriano Tadeu Barbosa
Ana Claudia Michelin
Ane Calixto Ruh
Beto Cesar
Carol Vosgerau Gusi
EMBAIXADOR
EMBAIXADORA
EMBAIXADOR
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EMBAIXADOR
Eduardo Mourão
Emmanuelle Bertoldi
João Prospiter Empresário e criador de conteúdo, apresenta as nuances do lifestyle por meio de experiências com viagens, moda, gastronomia e cultura internacional.
Karla Kersten Carvalho Petrelli
Laydir de la Torre
É médica e diretora técnica da clínica Toujours Santé. Interessada em beleza, escreve sobre as principais dúvidas e tendências do segmento.
EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
Lígia Guerra
Lis Faiad
LUXO
Profissional que busca movimentos no luxo para diferenciar pessoas no marketing pessoal. Por isso, sua carreira é pautada pela criação de conteúdos, palestras e consultorias no Brasil e no exterior.
ARQUITETURA
Arquiteto formado pela PUCPR, desenvolve projetos de arquitetura residencial, comercial e hoteleira com uma linguagem única, repletos de praticidade e funcionalidade sem deixar de lado a exclusividade e a sofisticação.
COMPORTAMENTO
Uma mulher em constante (r)evolução. Escritora por paixão. Psicanalista, palestrante e comentarista de rádio e TV. Alguém que sabe que todos os territórios têm fronteiras, mas os seus sonhos, não. 14
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TENDÊNCIAS
Educadora, estudiosa de moda e trendsetter, apresenta uma vasta gama de personalidades, serviços e produtos que se destacam no mercado.
BELEZA
ESTILO | SC
Graduada em Terapia Ocupacional, Direito e Negócios Imobiliários e com pós-graduação em Marketing Empresarial, encontrou na moda e na comunicação digital as suas inspirações e a sua paixão.
CAMPOS GERAIS
Influencer, fisioterapeuta e mãe de três meninos. Escreve sobre lifestyle, negócios, opções de compras, gastronomia e turismo nos Campos Gerais.
LIFESTYLE
MARKETING
O publicitário e sócio-diretor da OAK Marketing levanta temas comuns ao cotidiano de todos sob o ponto de vista do marketing.
MARCA TOPVIEW
SUSTENTABILIDADE
Formada em Direito e fundadora do @cvgambiental, plataforma que fornece consultoria ambiental e informações sobre sustentabilidade. Participa de projetos e empreendimentos na área de meio ambiente.
ODONTOLOGIA
Advogada e pós-graduada em Marketing.
Dentista, ortodontista e Invisalign Top Doctor. Leciona na área de Ortodontia e de Invisalign. Pai de duas meninas e apaixonado por vinhos.
EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
EMBAIXADORA
Luciana Almeida
Mabel Cristine Szeremeta
Marilis Borcath Faggiani
BOAS AÇÕES
É engenheira civil e, desde 2016, está à frente do Projeto Luz, que fornece alimentos a pessoas em situação de rua em Curitiba.
TECNOLOGIA
Administradora de empresas, mãe, apaixonada pelo mundo dos negócios e da tecnologia. Escreve sobre TI de forma leve, informativa e acessível.
BEM-RECEBER
É diretora do Grand Hotel Rayon e sócia da Ipo Dermatologia. Escreve sobre a arte de bemreceber.
Há
A Invictta está completando uma década de consultoria imobiliária exclusiva. São milhares de portas abertas para as melhores conquistas. Somos essa soma de sonhos que se tornam verdade em lares extraordinários. Temos muita gratidão a cada cliente que confia em nós para encontrar os espaços mais inspiradores para os momentos mais importantes de suas vidas.
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abrimos espaço para novas histórias.
EXPEDIENTE
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
Camila Neves
Carlos Aros
Dani Nogueira
Elis Cabanilhas Glaser
Felipe Casas
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
José Pio Martins
Marc Sousa
Marcos Bertoldi
Matthias Schupp
Paulo Camargo
COLUNISTA
COLUNISTA
COLUNISTA
Roberta Busato
Stefan Deckert
Wilson de Araujo Bueno
VIAGENS
Jornalista de viagem com um pé no luxo e outro no minimalismo — malas leves, destinos exóticos e experiências significativas são sempre prioridade.
ECONOMIA
Economista e reitor da Universidade Positivo, escreve e publica sobre economia, finanças, administração e filosofia.
SOCIAL VIEW
É designer de moda, pós-graduada em Gestão de Negócios, atuante no mercado como relações públicas e sócia idealizadora do 2GET SALE.
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TECNOLOGIA
Carlos Aros é jornalista, comentarista de tecnologia e diretor de conteúdo do Grupo Jovem Pan, além de editor-executivo da MIT Technology Review Brasil.
POLÍTICA
Âncora da rádio Jovem Pan e repórter nacional da Record TV. Atualmente, o jornalista dedica-se à cobertura de assuntos ligados ao mundo da política.
CHARUTOS
É um amante da vida boêmia, da cultura charuteira, dos bons vinhos e cervejas, além de diretor da rede O Bodegueiro.
MODA
Essence hunter, mentora, professora-comunicadora e podcaster em Aquarius. Escreve sobre moda e design, integrando um olhar transversal e holístico centrado no ser humano e em sua essência.
ARQUITETURA
Especializado em Arquitetura Paisagística, foi apontado, em 2010, como um dos cem arquitetos mais promissores do mundo pela Architectural Digest-USA.
PERSONALIDADES
Guarda a memória da sociedade paranaense. Seu olhar e sua projeção estão firmados no Paraná e em sua gente, que conhece como poucos.
VINOSOPHIE
É jornalista, sommelière e editora da Revista Vinícola, primeira publicação 100% digital sobre vinhos do Brasil.
NEGÓCIOS E INOVAÇÃO
CEO da Neodent e EVP do Grupo Straumann LATAM, empresa líder mundial em soluções odontológicas. Alemão, mora há 7 anos no Brasil. É apaixonado por cavalos e gestão de pessoas. Matthias escreve sobre negócios e inovação.
SOCIAL VIEW
Um dos RPs em ascensão de Curitiba, traz os melhores eventos e personalidades do mês.
COMUNICAÇÃO E CULTURA
Paulo Camargo é jornalista, cronista, integrante da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e professor da PUCPR e da UniBrasil.
CRÔNICA EDITORIAL
por Patricia Tressoldi, Gerente de Conteúdo e Projetos Multiplataformas da TOPVIEW
Diga-me quem segues e lhe direi quem és!
Q
uem nunca, ainda criança, escutou dos pais a seguinte frase: “Diga-me com quem andas e lhe direi quem és”? O ditado popular tem um significado simples, coerente e totalmente aplicável. A preocupação dos nossos pais ao trazer essa frase não era em vão, afinal, nossas amizades influenciam nossos comportamentos, modificam nossos hábitos, fazem-nos frequentar lugares novos e diferentes, usar novas palavras e expressões, pensar de novas maneiras, influenciam nossas opiniões e até nosso jeito de se vestir e pentear os cabelos. Contudo, em tempos de redes sociais, como as influências digitais afetam nosso comportamento? Figuras públicas, como artistas, governantes e escritores, sempre foram responsáveis por influenciar. Seja para ditar tendências de moda e comportamento ou até mesmo influenciar pensamentos e opiniões por meio de suas críticas abertas e públicas. Na era das redes sociais, isso se aplica também aos
“Se há cinco anos ter milhões de seguidores era sinônimo de influência, em 2021, as coisas não são bem assim.”
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influenciadores digitais – e, mesmo que nem todos cheguem a ser famosos, ainda têm um nicho de público que os acompanham e é influenciado de várias maneiras. Acontece que, com o acesso facilitado a qualquer tipo de informação – ou desinformação –, não é tão fácil assim tornar-se um influenciador digital e, por consequência, influenciar os seguidores. Se há cinco anos ter milhões de seguidores era sinônimo de influência, em 2021, as coisas não são bem assim. Os microinfluenciadores – influenciadores digitais que têm entre 10 mil e 100 mil seguidores – normalmente têm taxas de engajamento maiores do que as dos megainfluenciadores. Isso porque influenciar está cada vez mais difícil. O público quer consistência, verdade e personalidade. A linha tênue entre publicidade e opinião é o grande “calcanhar de Aquiles” dos influenciadores. Quando o público já não consegue mais entender o que é opinião genuína ou opinião paga, o influenciador perde sua relevância e sua reputação. Por esse e tantos outros motivos, os digital influencers já deixaram para trás a era dos “seguimores” e se tornaram profissionais que desenham suas estratégias, trabalham diariamente disseminando conteúdo qualificado e são firmes em suas convicções. Quem não segue essa cartilha acaba cancelado e perdendo lugar para novos influenciadores.
a seção de moda, beleza, cosméticos e joias
Fashion
Gemma Chua | Unsplash
Saiba mais sobre o filtro.
B E L E Z A S E M F I LT R O De acordo com o estudo #StatusOfMind, divulgado pelo instituto britânico The Royal Society for Public Health, o Instagram foi apontado pelos jovens como a rede social mais prejudicial à saúde mental. A brasileira Ju Ferraz, defensora do movimento Body Positivity, é uma das pessoas que decidiram usar a influência para disseminar a importância do amor próprio nas redes, lançando o “Beleza Real”, um filtro que traz mensagens para dar um up na autoestima e deixar de lado os efeitos tóxicos da beleza idealizada. topview.com.br
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FASHION | MODA
por Dani Nogueira, colunista
Seu microuniverso fará a moda Adquirir referências e projetar suas escolhas para o mundo: isso é a influência real
Divulgação
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oi preciso uma quarentena estendida por todo o 2020 para nos colocar em xeque-mate com os velhos hábitos e considerar atitudes que pedem mais leveza, autenticidade e engajamento sincero. nesse jogo de xadrez da pandemia, enfrentamos as situações, sociais, pessoais e comerciais, que são expostas com rapidez, na velocidade de um wi-fi. no ambiente online, temos a oportunidade de partilhar e vivenciar percepções, vulnerabilidades, estilos de vida e o retorno à autoestima. podemos nos tornar a parte inspiradora do processo de mudança do outro, na medida sincera em que começamos a nos expor nas redes sociais, levando para esse campo, em um clique, o abraço e o aperto de mão, que deixou de acontecer no offline. este não é um texto sobre seres inalcançáveis com altas métricas, é sobre eu e você, e nossas saídas, a la o gambito da rainha: assim como na série da netflix [já viu?], o microuniverso pessoal de cada um é o que terá maior potencial de influência sobre as pessoas, dada a superação de quem é pequeno para se tornar referência. o comportamento, ingrediente para criar moda, passa por mudanças – influenciadores e seguidores também. precisamos de pessoas com um cotidiano mais próximo do nosso. desconectados de grandes desfiles e montagens de looks elaborados, precisamos de empatia e soluções mais simples. grandes centros e marcas de moda tornam-se distantes – e é aí que os microinfluenciadores trazem a autenticidade de uma vida real possível, uma vez que estão conectados a marcas de moda locais e autênticas da sua região. ganham aderência de um público bem segmentado, que, antes de ser público, é formado por humanos e querem atenção. respeitam respiros, o movimento slow content [conhece?] é uma forma do microinfluenciador estar na rede, já que, sendo “gente como a gente”, possui também sua rotina, não precisando postar e aparecer a toda hora, com cronogramas tão opressivos. quanto aos micros, “o comportamen- tudo o que é menor concentra mais to, ingrediente potência, essência e para criar moda, gera mais resultados passa por mudan- saudáveis, já que esse é o caminho rumo à ças – influenciaNova Era de Aquário. dores e seguidores a sensação de “junte-se aos seus pares” se também.” amplia, seja pelo nosso
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A Guid Meinelecki (@guid) cria conteúdos para quase 50 mil seguidores no Instagram.
comportamento ou pelo uso consciente de roupas e produtos de moda. somos atraídos pelos mesmos gostos daqueles que nos influenciam – e ainda recebemos um bom dia. devemos é microinfluenciar tudo à nossa volta. aquilo que já somos se integra ao outro pela queda de distâncias – e isso é tudo o que o mundo fashion precisa em tempos de pandemia. Escaneie o QR code e acesse o Instagram da Dani Nogueira.
FASHION | BELEZA
Mundo da Beleza por Emmanuelle Bertoldi, embaixadora
Transformadores de mentalidade
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o mundo digital, influenciadores ditam modismos não só no mundo fashion, mas nas regras de beleza. Criam estereótipos de padrões irreais cheios de alterações e desenvolvem na cabeça das pessoas a necessidade de serem aquilo. Por que a maioria dos famosos não usam fotos sem tratamento? Fotos reais? Por que sempre postam fotos retocadas sendo que ao vivo e a cores não são nada daquilo? É importante termos em mente que a informação e o acesso a ela são incríveis, mas que nem toda mensagem é passada para nós. Sejamos cabeças pensantes. Para que realmente servem os oito passos de beleza das coreanas se não for para aumentar as vendas de cosméticos? Será que são realmente necessários? Porque precisamos de primers cheios de silicone com uma textura incrível mas que são péssimos para a pele, se não para criar uma necessidade de parecermos como na foto do Instagram? Com qual embasamento teórico esses influenciadores indicam produtos para serem usados? Nenhum. São todas parcerias pagas, não se engane. Como você sabe que o produto é maravilhoso para a blogueira e combina com o seu tipo de pele? Eu já conheci algumas bem famosas com milhares de
seguidores que nas fotos têm uma pele linda e na vida real precisam de um “reboco” gigantesco de maquiagem para esconder os problemas – principalmente de acne. A acne cosmética é muito mais comum do que se imagina e ela é causada pelo uso incorreto de produtos de beleza. As pessoas adoecem em busca de uma beleza do Instagram, desse estereótipo irreal criado por um computador. Até hoje é muito difícil ver pessoas completamente simétricas. Os nossos olhos não são treinados para ver esses pequenos defeitos que, às vezes, tornam uma pessoa muito mais bonita ao vivo do que um padrão irreal. E pele bonita não precisa de um milhão de passos, muito menos de um milhão de produtos, mas do uso consciente e correto do produto certo para tratar a pele. Pele bonita é aquela tratada com viço e luminosidade e isso só se alcança com a indicação correta para sua textura, idade e tipo de pele. Se você tiver uma pele bonita, não precisa encher de maquiagem. Basta um produto levinho uniformizando ou até somente um iluminador, por exemplo. Sejamos nós os transformadores de mentalidade. Vamos abolir coisas desnecessárias e nos cuidar de verdade. Tratar de verdade em busca da realidade.
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É preciso ter cuidado com o que se vê nas redes sociais e entender quais os melhores cuidados para o seu tipo de pele
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FASHION | BELEZA
Trajetória de sucesso na cirurgia plástica Romão Youssef é o médico responsável por uma das maiores estruturas de cirurgias plásticas do país por Gabriel Sorrentino
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VIEWS OF BRAND ESTE CONTEÚDO É PRODUZIDO POR TVBC – TOPVIEW Branded Content. Trata-se de um conteúdo em formato editorial criado especialmente para o cliente. Esta notificação faz parte da nossa nova política de transparência com o leitor e o mercado anunciante.
DR. ROMÃO YOUSSEF
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E
m 1990, um curitibano ingressava na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ainda sem imaginar a história de sucesso que o futuro reservava para ele. Romão Youssef, cirurgião plástico com mais de 23 anos na área médica, hoje é responsável pelo Grupo Youssef, composto por sete clínicas – sendo uma especializada em estética e com equipamentos de alta tecnologia –, além de um hospital. Nos planos de expansão, há, ainda, a projeção de um novo hospital em Balneário Camboriú (SC). “A cirurgia plástica surgiu para mim ainda na faculdade. Decidi quando passei pelo estágio obrigatório. Ali, descobri que era apaixonado pela área. Cheguei a experimentar outras, mas não me deixaram tão emocionado quanto a cirurgia plástica”, revela o médico. Naquele momento, o profissional já pôde concluir que a especialidade era, sim, algo especial – e não vista como supérfluo, como muitas pessoas pensam. Além de melhorar – e muito – a autoestima das pessoas, Romão Youssef acredita que a sua área de atuação, inclusive, pode interferir positivamente na vida profissional dos seus pacientes. “Recentemente, tivemos uma paciente de 14 anos que queria operar a mama. Em um primeiro momento, eu disse que não faria a cirurgia, por conta de ela ser tão jovem. Os responsáveis disseram, contudo, que a
jovem tomava seis antidepressivos. Me mostraram carta do psiquiatra e do mastologista, ambos associando o problema psicológico à mama. Depois da cirurgia, ela nunca mais tomou antidepressivos na vida”, relembra Youssef, emocionado. “Isso foi algo que me deixou extremamente feliz e satisfeito. A cirurgia plástica é a minha vida. Eu vivo a cirurgia plástica como se fosse outra parte da minha família”, revela. Uma história de sucesso Após se formar na universidade, Youssef iniciou uma residência em Cirurgia Geral em Florianópolis, que durou dois anos. Em seguida, iniciou seus estudos em Cirurgia Plástica no Hospital Teknon, em Barcelona, na Espanha, entre 2000 e 2004. “Na Europa, também fiz pós-graduação em Paris, durante quase um ano, com o doutor Gilbert Aiach. Depois, estudei Cirurgia Craniofacial com Paul Tessier, o “pai” desse tipo de cirurgia. Tive o privilégio de aprender com esses cirurgiões, mas a minha história deve-se hoje em dia ao meu professor, meu mestre, o Dr. José Maria Palacín, de Barcelona, um dos mais respeitados profissionais do mundo. Hoje, além da parte profissional, temos uma relação de pai e filho”, afirma o curitibano, que chegou, inclusive, a morar na casa de Palacín junto com a família do médico, ainda na época de seus estudos. Analisando toda a sua trajetória, Youssef conclui: “Evoluímos de uma maneira constante, lembrando que ética, responsabilidade e trabalho árduo são extremamente importantes para que você cresça. Além, claro, do estudo contínuo.”
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FASHION | MODA
A I N F L U Ê N C I A DA V I DA R E A L A verdadeira capacidade de persuadir uma audiência está nas mãos de poucos e não é mais praticada como há alguns anos. Os embaixadores da TOPVIEW reuniram-se no Jardim PINAH para um shooting exclusivo em meio à natureza. O espaço dará lugar ao mais novo empreendimento da Construtora Laguna 24
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Fotos: William Bucholtz Assistente de Fotografia: Nancy Duarte Beauty: AndrĂŠ Bartolini Cabelo: Jeff Moslinger Saiba mais sobre o PINAH no portal da TOPVIEW.
Retouch: On.retouch e Rebeca Jacuniak Tratamento de imagem: Helton Oliveira
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FASHION | MODA
Adriano Tadeu Barbosa
Embaixador de Luxo
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Ana Claudia Michelin
Embaixadora de TendĂŞncias
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FASHION | MODA
Ane Calixto Ruh Embaixadora dos Campos Gerais
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Eduardo MourĂŁo
Embaixador de Arquitetura
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FASHION | MODA
Emmanuelle Bertoldi Embaixadora de Beleza
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JoĂŁo Prospiter Embaixador de Lifestyle
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FASHION | MODA
Karla Petrelli Embaixadora da marca TOPVIEW
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Laydir de la Torre Embaixador de Odontologia
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FASHION | MODA
Lis Faiad
Embaixadora de Estilo | SC Arranjo de flores por Lu Hara
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Mabel Cristine Szeremeta
Embaixadora de Tecnologia
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F PA OSDHEIRO N | P| EM RO SO DN A ALIDADES
Marilis Borcath Faggiani
Embaixadora de Bem-receber
Confira os bastidores desta sessĂŁo de fotos no portal da TOPVIEW.
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Estilo
Spancer Davis | Unsplash
a seção de arquitetura, decoração, gastronomia, viagem e luxo
CLIQUES QUE DÃO FOME A gastronomia é o segundo setor que mais contrata microinfluenciadores no Brasil, com 15% por investimento, segundo levantamento realizado pela plataforma de marketing de influência Squid. O setor fashion lidera as contratações do ranking com 25% dos investimentos. Carlos Tristan, cofundador da empresa, afirmou, em entrevista à Época Negócios, que o resultado mostra o que os brasileiros mais consomem nas redes sociais. topview.com.br
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ESTILO | ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO
Construção pensada para as pessoas PINAH, novo empreendimento da Construtora Laguna é o primeiro residencial do país em processo de conquistar o WELL Building Certif ication
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VIEWS OF BRAND
por Gabriel Sorrentino
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ocê sabia que, em apenas um ano, passamos aproximadamente 7,9 mil horas de nossas vidas em ambientes construídos? É o que afirma o estudo National Human Activity Pattern Survey, realizado pela Berkeley Lab Energy, instituição americana que pesquisa e desenvolve tecnologias de energia e redução de impactos ambientais. Por isso, cada vez mais, profissionais responsáveis pela construção de empreendimentos – sejam eles comerciais ou residenciais – passaram a destacar a importância de colocar as pessoas no centro do processo construtivo. Essa tendência fez surgir o WELL Building Certification, considerado o primeiro certificado do mundo focado exclusivamente na saúde e no bem-estar humano. O
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PINAH, novo empreendimento da Construtora Laguna, é o primeiro residencial do país em processo para conquistar essa certificação. E a empresa é a única representante do país a fazer parte do WELL Portfolio, um seleto grupo com apenas 30 empresas de todo o mundo. Para André Marin, diretor de incorporação da empresa, o selo WELL traz uma chancela para o esforço em melhorar o conforto, a saúde, o bem-estar e, até mesmo, a felicidade dos moradores e frequentadores dos projetos da construtora. “Nossa preocupação vai além da relação edifício-ambiente. Colocamos as pessoas em foco e, por isso, vamos além dos princípios de sustentabilidade. O selo WELL é uma consequência dos valores que temos na Laguna”, afirma Marin.
Requisitos WELL O WELL estabelece 10 critérios para a garantia da certificação. Um deles, por exemplo, é a água do empreendimento, que deve estar livre de contaminantes. A luz do sol, que regula o relógio biológico, também chamado de “ciclo circadiano”, é abundante em empreendimentos WELL. Além disso, o projeto também considera cuidadosamente o estímulo ao movimento no seu design. As áreas comuns do PINAH foram projetadas para diversas atividades do dia a dia, com espaços para quem deseja tirar um tempo para si mesmo, levar as crianças para brincar, exercitar-se, receber a família e os amigos ou simplesmente relaxar, aproveitando o melhor da integração com a natureza. Destaque para o Salão Gourmet, ligado a uma varanda externa, que se debruça sobre a esquina e permite ver o movimento da região e da Praça da Espanha. Já o Deck Corpo e Mente é dedicado às práticas restaurativas, para o bem-estar físico e mental. A área das piscinas é o centro do complexo. Está integrada visualmente com a academia e tem acesso direto à sauna úmida, à sala de massagem e ao Deck Corpo e Mente. O espaço estimula o cuidado, o relaxamento e a contemplação, com piscina aquecida, área de spa com hidromassagem, queda d’água e paisagismo exuberante. Outro espaço diferenciado é a Sala multifuncional, equipada com espaldar, barra e espelhos, que permitem a prática de modalidades como pilates solo, yoga, boxe ou ballet. ESPAÇO LAGUNA Rua Major Heitor Guimarães, 1.740 Seminário, Curitiba/PR (41) 3259-1801 construtoralaguna.com.br @construtoralaguna
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Divulgação | Construtora Laguna
A certificação foi lançada em 2015 pelo International Well Building Institute (IWBI) e seu desenvolvimento passou por pontos importantes, como evidências de estudos promovidos por entidades médicas, científicas e da área de engenharia. Além do selo WELL, o PINAH contará com a certificação GBC Ouro, que reconhece residências mais eficientes e confortáveis. “O PINAH é um exemplo do alinhamento entre o desenvolvimento econômico com a diminuição dos impactos socioambientais negativos, a redução do uso de recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar das pessoas”, atesta Felipe Faria, diretor-executivo do GBC Brasil. O paisagismo, assinado por Felipe Reichmann, será um dos grandes destaques do empreendimento. Além da preservação das 13 araucárias do terreno, a proposta propõe o plantio de árvores nativas, algumas frutíferas, para atrair pássaros e aves como a gralha azul, o beija-flor e o tucano. “Acredito que morar ao lado de um bosque, em uma região como esta, é um privilégio muito grande”, conta o arquiteto Jayme Bernardo, que assina o projeto de interiores do empreendimento. “A natureza está presente na vegetação, nas formas da escada ‘escultórica’ e na escolha dos materiais, como a madeira e o mármore, trazendo acolhimento para todos os que chegam. As pessoas vão se sentir ao ar livre”, completa o arquiteto.
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ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO
por Coletivo 7Mulheres, convidado de Marcos Bertoldi
A união pela arte Neste mês, não temos um único convidado, mas um grupo de sete mulheres reunidas pela arte. Um coletivo de bravas fotógrafas dispostas a vasculhar e capturar, com suas lentes e mentes, o mundo que nos rodeia. Neste primeiro trabalho, intitulado Noite, Paisagens Imaginárias, a noite e toda a sua carga simbólica assume o protagonismo das preocupações do grupo. A conexão com o subconsciente e o feminino... caos, morte e renascimento. Paralelos socioculturais e políticos emergiam das reuniões noturnas no Centro de Florianópolis e na longa noite que se anunciava no cenário político brasileiro, com as novas eleições. O trabalho apresentado é proveniente de um somatório de qualidades individuais, sem deixar de oferecer um conjunto muito bem articulado, derivado de uma curadoria e um exigente exercício de autocrítica coletivos. A narrativa tem um fio condutor feminino e onírico em que imagens de luz espectral são arrancadas da escuridão e emergem, atmosféricas e brumosas, com cores e formas evanescentes, em cenários diversos. Surgem figuras de contornos borrados e fantasmagóricos, causados por uma luminosidade deletéria de todas as coisas que existem ou por intrigantes técnicas mistas em imagens radiográficas. Pensamos na pintura de William Turner e, mais contemporaneamente, na obra pictórica da brasileira Mariannita Luzzati. Belas cenas que também nos transportam ao cinema e por viagens interiores ao nosso próprio inconsciente, que acaba por se encontrar, com o inconsciente coletivo destas sete excepcionais artistas. Marcos Bertoldi
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01. Coletivo 7Mulheres. 02. Lucila Horn. 03. Ro Cechinel.
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Coletivo 7Mulheres é composto por sete artistas (Ana Sabiá, Betinha Trevisan, Dirce Körbes, Luciana Petrelli, Lucila Horn, Ro Cechinel e Soninha Vill) reunidas desde 2014 como um grupo de pesquisas no Núcleo de Estudos em Fotografia e Arte – NEFA. Nossa formação se deu a partir de reflexões e práticas sobre nossos processos na fotografia. Afirmamo-nos como coletivo em final de 2018, por meio de nosso posicionamento ético, estético e político enquanto grupo plural e heterogêneo. No decorrer destes anos juntas, confirmamos nossa potência como coletivo e entendemos que a reflexão abre frentes para a diversidade e a multiplicidade nos modos de ver a vida e a nós mesmas. Nosso primeiro trabalho como coletivo foi Noite, Paisagens Imaginárias, realizado entre 2018 e 2019 a partir de questionamentos, pessoais e coletivos, sobre o lado misterioso, poético e indecifrável que rege, simbolicamente, o conceito de noite, o trânsito para o inconsciente e os medos fundados na instabilidade po-
lítica de então. Esse trabalho fotográfico foi selecionado em 2019 no edital do BRDE de Curitiba, calendário de Artes Visuais em 2020 (adiado pela pandemia). Além das fotografias, em 2019, o trabalho desdobrou-se em uma videoinstalação, sendo apresentado em festivais de fotografia: INSTANTES – Festival Internacional de Fotografia de Avintes (Portugal); Festival Foto em Pauta (Tiradentes/MG); e Festival de Fotografia Floripa na Foto (Florianópolis). No mesmo ano, realizamos a primeira edição da revista NEFA, inauguramos uma sala-laboratório e apresentamos na Lovely House (livraria especializada em livros autorais em São Paulo) uma videoperformance sobre o trabalho processual de Noite, Paisagens Imaginárias. Atualmente, estamos finalizando nosso primeiro livro do Coletivo 7Mulheres, a partir de questionamentos histórico-culturais-sociais, inteiramente elaborado e produzido online. Nossas discussões abarcam nossos processos e o modo de ser e estar no mundo de hoje. Coletivo 7Mulheres
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04. Soninha Vill. 05. Luciana Petrelli. 06. Betinha Trevisan. 07. Dirce Körbes. 08. Ana Sabiá.
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ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO
por Eduardo Mourão, embaixador
O décor influenciado Prof issionais do setor de arquitetura e decoração utilizam suas plataformas digitais para propagar dicas e atrair novos clientes
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a contramão da pandemia, o marketing digital, uma nova cultura de publicidade criativa, vem ganhando importância na relação de aproximação dos clientes com marcas, produtos e serviços. A nova forma de consumo das mídias sociais ganha relevância pela interferência de pequenos influenciadores, que reúnem em seu perfil de 1K (mil) a 10K (dez mil) seguidores – o que parece ser pouco. Porém, muitas vezes, apresentam resultados relevantes e são uma ótima oportunidade para alavancar negócios. Esses produtores de conteúdo normalmente ficam dentro de um nicho específico de atuação, falam diretamente com seu público e geram uma alta visibilidade do produto em suas postagens. Especificamente no setor de arquitetura e decoração, temos visto um crescimento significativo de profissionais da área, que, por meio de suas mídias sociais, fornecem dicas, ideias, soluções e, ainda, apresentam produtos e serviços – com assuntos relacionados ao morar bem. Com muita frequência, um número maior de consumidores passou a demonstrar interesse na forma de ver e usar a casa. O espaço de trabalho e, consequentemente, as postagens que abordam as novas tendências do novo morar passaram a alcançar um grande engajamento dos seguidores, confiantes na qualidade e na frequência das matérias, resultando no sucesso e na credibilidade dos influenciadores.
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ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO
por Adriano Tadeu Barbosa, embaixador
A influência por nichos Plataforma online reúne influencers para destacar o melhor da arquitetura e da decoração
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Foto feita para a Decor Influencer no empreendimento Dsenho, da Idee Incorporadora, em Curitiba.
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Acesse o perfil do Adriano Tadeu Barbosa no @decorinfluencer.
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e voltarmos no tempo, já iremos perceber o quanto influenciamos. E, para escrever sobre o tema, nada melhor do que usar a primeira pessoa, afinal, influencio você aqui na escrita com uma informação que vai fazê-lo refletir e depois agir – seguindo o seu instinto ou, simplesmente, mirando forças para um novo lado. Antes de influenciar, nós somos influenciados. Comecei dizendo que, se voltarmos no tempo, iremos perceber o quanto influenciamos para sermos influenciados. Mas e se for o contrário? O certo mesmo é que, dos primórdios de uma rede social, o Fotolog, a dinâmica do Reels e do TikTok e a influência por nichos são caractectísticas que fazem um usuário ser relevante. Precisávamos de certas regras para influenciar, principalmente em um ambiente online, em que não há limites de alcance. Por isso, supostamente – e até pouco tempo –, ter mais do que 10 mil seguidores ou até milhões, assim como atingir milhares de curtidas ou centenas de milhares, era o que valia. ERA. Um período histórico de grande extensão que se caracteriza por apresentar formas de vida e culturas diferentes, segundo os dicionários. Entramos em uma nova fase, uma nova era: a de nanoinfluenciar. Nada muito novo. Lembra do começo do texto? “Se voltarmos no tempo, já iremos perceber o quanto influenciamos.” A influência de hoje é a influência do passado, acrescida das redes sociais, que dão voz às diferentes formas de vida e culturas. O quanto antes entendermos como influenciamos e o quanto nosso lifestyle é o novo marketing, antes continuaremos a influenciar. Descobre-se, quando assumimos nosso nicho, já no olhar de grandes redes varejistas, afinal, como as marcas mais valiosas de 2020 chegaram a um bom resultado? Resposta: somando às suas estratégias poucas curtidas de milhões de nanoinfluenciadores, juntos –, por uma causa, uma mensagem, um porquê. Como consumidores, buscamos sentido, transparência, verdade e itens que, como pessoas físicas, já trazemos de fábrica, bastando postar e agir honestamente. É o que a plataforma Decor Influencer proporciona. Reúne influenciadores – nanos, micros, macros e estrelas – em um só endereço web para compartilhar assuntos sobre o universo da decoração, no Brasil e no exterior. Influenciando por nicho. Espero você em meu perfil por lá!
ESTILO | VIAGEM
Bem-receber por Marilis Borcath Faggiani, embaixadora
Influenciadores digitais na hospitalidade Esforço online tem permitido a volta dos movimentos pelo mundo de forma segura
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s influenciadores digitais são um reflexo da nova era digital. Eles são uma forma eficiente de alcançar centenas de pessoas onde quase todos estão diariamente: nas redes sociais. No segmento de hospitalidade, que inclui hotéis e restaurantes, não é diferente. Geralmente em lançamento de novos produtos, serviços e instalações, profissionais da área consideram uma estratégia em parceria com os influenciadores digitais para alcançar e atrair o público-alvo nas redes sociais. Isso porque – não é de hoje – consumidores sempre foram mais propensos a se envolver com outras pessoas do que com as próprias marcas. Hoje, o que não faltam são boas opções de parceiros para isso. No Grand Hotel Rayon, buscamos, sempre, verificar o público do influenciador, que deve estar interessado no tema do negócio e ter cuidado com a qualidade do conteúdo. Além disso, para trazer bons resultados, avaliamos a reputação do influencer, por exemplo. Também analisamos criteriosamente todas as parcerias que chegam até o nosso estabelecimento, pois queremos, antes de tudo, aproximar as experiências à realidade das pessoas comuns. Já trabalhamos tanto com micro quanto com macroinfluenciadores e notamos um índice de engajamento maior com aqueles que já possuem um contato mais próximo com o hotel e o público local. Grande parte dos microinfluenciadores trabalha o conteúdo de forma mais amigável e espontânea. As ações com influenciadores na hotelaria permitem maior disseminação dos produtos e serviços para novos clientes, ajudando no crescimento de seguidores. Neste ano, na retomada do turismo, os influencers tiveram um papel ainda mais importante. Por meio deles, hotéis de todo o mundo têm conseguido orientar o maior número de viajantes sobre os cuidados durante as viagens, além de estimular um retorno mais rápido e seguro das atividades turísticas.
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ESTILO | VIAGEM
por Camila Neves, colunista
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is o cenário: passagens compradas, hotéis reservados, roteiro elaborado – recheado de hotspots da moda – e malas prontas. Você atravessa o oceano a 35 mil pés por nove horas, faz conexão com avião bimotor (aquele de barulho assustador), pega a estrada por mais alguns quilômetros e atravessa o ferry para, enfim, chegar a uma ilha paradisíaca indicada pelo influenciador digital de mais de um milhão de seguidores que conhece setenta países e virou uma espécie de guru, porta-voz do mercado. “Todo esforço é recompensado com dias inesquecíveis de dolce far niente”, havia garantido ele em uma das postagens durante a viagem. O que você não esperava era se deparar com um mar de água escura e repleta de algas, completamente diferente ao da foto em tons vibrantes divulgada pelo “expert”. Não imaginava também o serviço despreparado e o acesso restrito às atrações mais legais. Por essas e outras, ser digitalmente influenciado pode ser um tanto arriscado. Sim, explorar destinos pouco conhecidos em um mundo invadido pelo turismo de massa é altamente sedutor – e um perrengue ou outro faz parte da realidade de quem curte viajar. Contudo,
com tanta informação disponível, não é sensato confiar de olhos fechados em grupos de grande alcance que costumam ser pagos para transformar destinos duvidosos em grandes atrações ou para “hypar” hotéis e restaurantes que não entregam o que vendem. A crescente de casos semelhantes ao narrado tira, aos poucos, o poder absoluto desses perfis grandes e comerciais e o realoca para usuários menores, mais transparentes, genuínos e com alto poder de influência entre os seus. É o velho e bom boca a boca, agora em ambiente virtual. Sem status de celebridade, mas com um certo número de seguidores, a autenticidade dos microinfluenciadores atrai engajamento e atenção. Eles costumam ser especializados em um determinado tema ou envolvidos em uma causa – quanto mais “nichados” a destinos específicos, melhor. O resultado são dicas locais e sempre frescas e experiências verdadeiras e sem grandes interesses. Em todos os casos, porém, fazer a tarefa de casa – leia-se pesquisar, pesquisar e pesquisar – ou contar com agentes e concierges de confiança não corrompidos pelo mercado é divertido e evita maiores dores de cabeça.
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Com a credibilidade em cheque, grandes influenciadores perdem espaço no mercado de turismo – todos os olhos estão voltados para quem tem poucos, mas bons seguidores
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ESTILO | VIAGEM
por Lis Faiad, embaixadora de Estilo | SC
Balneário Camboriú: o paraíso é aqui! Um estilo de vida para ser feliz Personal styling por Reginaldo de Souza
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Hildo Junior e Reginaldo de Souza
m lugar na praia é o sonho de muitos – e Balneário Camboriú é a sua realização. A cidade conta com infinitas opções de lazer e gastronomia e possibilita experiências únicas para quem a visita por alguns dias, por uma temporada ou, ainda, para quem tem nela residência definitiva, buscando qualidade de vida! O mais desejado balneário do sul do Brasil – e um dos mais badalados da América Latina – oferece inúmeras opções àqueles que desejam curtir dias de descanso ao lado da família ou noites na agitada Barra Sul cercados de amigos. E por que não reunir isso tudo nos melhores lugares da cidade? As paisagens naturais são exuberantes e podem ser apreciadas no Parque Unipraias e na Rodovia Intermares, que leva às paradisíacas praias de Estaleiro e Estaleirinho, por exemplo. Ou, ainda, do alto de algum arranha-céu. E, nesse ponto, “BC”, como é carinhosamente conhecida, faz jus ao apelido de “Dubai Brasileira”, já que ostenta um skyline de tirar o fôlego. São edifícios que chegam a 280 metros de altura – o equivalente a 81 andares. O comércio é vibrante em toda a cidade – com destaque para a Avenida Brasil –, além de uma ampla infraestrutura de restaurantes, bares, casas noturnas, supermercados, farmácias e hospitais. Não posso deixar de falar que um dos maiores atrativos de Balneário Camboriú são as lindas praias, como as já mencionadas Estaleiro e Estaleirinho, além da de Taquaras, dos Amores e a mais frequentada de todas, que é a Praia Central. Esta possui a melhor infraestrutura da cidade, com uma extensa faixa de areia, ampla calçada para passeio de pedestres, ciclofaixa compartilhada para bicicletas e patine-
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tes, quiosques e bares. Para as famílias que têm crianças, como a minha, não faltam opções de lazer, como o Parque Unipraias, que, além do belo visual, possibilita passeio de teleférico, tirolesas, arvorismo, trenó, entre outros. Recentemente inaugurado, o Oceanic Aquarium é um passeio imperdível na Barra Sul – e pode ser combinado à visita ao Parque Unipraias, já que são muito próximos. E, em 2020, em meio à pandemia, Balneário Camboriú recebeu um novo empreendimento. No começo de dezembro de 2020, ao som da banda Jota Quest, por meio de um show transmitido ao vivo, foi inaugurada a Big Wheel, a maior roda gigante estaiada da América Latina. Um complexo em uma área privada de 37.500 m² (e mais de 57.000 m², se contarmos a faixa de marinha). Os visitantes da Big Wheel, além do passeio, podem aproveitar a estrutura do local, que conta com áreas de conveniência com alimentação, lojas de souvenirs e banheiros. É o lugar perfeito para os amantes da selfie, já que o local possui uma iluminação incrível e Wi-Fi, tudo isso com segurança em toda a área construída. Toda a estrutura se conecta ao deck do Pontal Norte, que foi reformado com a chegada desse projeto. Quem visita a Big Wheel tem uma experiência única de 20 minutos, em um passeio silencioso, limpo e seguro! Seu design é similar ao da London Eye, de Londres. A Big Wheel vai operar em um horário diferenciado para atender ao
Acesse @lis.faiad no Instagram.
gosto de todos, sejam os que apreciam passear durante o dia ou os amantes da noite. O mais importante é que a atração cumpre todos os protocolos para a prevenção da Covid-19. E, para finalizar, eu não poderia deixar de mencionar a gastronomia diferenciada da cidade, que conta com diversas opções de restaurantes, chefs de cozinha renomados e cardápios exclusivos de dar água na boca. Indico o Passeio São Miguel, que é um boulevard descolado com decoração diferenciada, proporcionando gastronomia para todos os gostos. Um lugar que reúne boa comida, arte e beleza. Com tantas opções, é difícil não se apaixonar por BC.
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ESTILO | TECNOLOGIA
Aperte o enter! A tecnologia no contexto feminino de forma acessível e descontraída: nova embaixadora da TOPVIEW promete evidenciar o tema com autenticidade e determinação por Redação
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om passagem pela IBM e pela Oracle, a diretora corporativa da Safesystem, Mabel Cristine Szeremeta, junta-se ao time de embaixadores da TOPVIEW neste mês para falar sobre um dos temas que mais mexem com o mundo pessoal e corporativo na atualidade: tecnologia. Confira mais sobre sua carreira e seus gostos nesta entrevista exclusiva: Descreva a sua trajetória profissional e o seu interesse por tecnologia. De onde ele surgiu? Por incrível que pareça, não comecei na área de TI (Tecnologia da Informação) por formação acadêmica, mas sim, por meio dos corredores da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) – instituição na qual me formei em Administração de Empresas, em Florianópolis (SC). Em 2001, após um dia de trabalho, estava eu andando pelos corredores da universidade me deslocando para a primeira aula da noite, quando me deparei com um cartaz da IBM sobre seu programa de estágios, que se chamava, na época, Passaporte IBM. Como sempre fui muito curiosa e destemida, anotei o site para acessá-lo no dia seguinte, no primeiro horário, quando chegasse em meu trabalho. Claro que dormi superansiosa naquela noite, pois não via a hora de entender como funcionava o processo. No dia seguinte, ao chegar à minha estação de trabalho, logicamente a primeira atividade que fiz foi entrar no site da IBM para entender sobre o programa de estágio. Comecei a ler atentamente todas as informações e percebi que só havia cidades fora das proximidades de Florianópolis, como Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e assim por diante. Por um breve momento, fiquei triste. Mas, ao mesmo tempo, não pensei duas vezes e, mesmo Florianópolis não constando nas cidades, fiz minha inscrição para participar do processo, mesmo que fosse para me mudar para Curitiba ou Porto Alegre, por exemplo. Finalizei a inscrição e, a partir dali, meus pensamentos posi-
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Nuno Papp
tivos e a esperança de ser chamada já se iniciaram. Um e gigantes da tecnologia, percebi que estava na hora mês após o envio do formulário, recebi um e-mail da de trazer toda a bagagem e conhecimento que adquiri IBM solicitando respostas a umas perguntas voltadas ao longo de quase 17 anos para o dia a dia do nosso à área de Administração e Processos. Eu, mais nervosa negócio. Em outubro de 2017, comecei minha jornada do que nunca, tremia nas bases, pensando em como iria na Safesystem, empresa do meu esposo, Cassio Alberto responder da melhor forma ao questionário, para que Lang, que foi fundada em 1991. Desde então, estou à vissem em mim uma potencial candidata. Depois de frente da gestão do time de arquitetura e vendas corpoalgumas respirações profundas, concentrei-me naquele rativa, entregando soluções de tecnologia dos maiores mundo de perguntas, busquei inspiração em todos fabricantes no segmento. os meus neurônios e células, respondendo da melhor Se você pudesse se descrever em uma frase, qual forma que pude e torcendo para que olhassem para utilizaria? Por quê? minhas respostas com o mesmo zelo e atenção com que “Vai lá e vença.” Sou uma pessoa muito determinada, me dediquei para respondê-las. Mais ou menos um mês que não tem medo e que busca aprender em todas as se passou e, então, recebi uma ligação da empresa e fui situações, por mais difíceis que elas possam parecer. Em chamada para o processo seletivo da vaga de estágio tudo há um aprendizado. – que tinha acabado de abrir – na unidade de FlorianóQuais são seus livros favoritos? polis. Eu, na maior cara de espanto, surpresa e emoção, O Caçador de Pipas e A Arte da Guerra. respondi: “filial de Florianópolis? Como assim? QuanQuais são seus drinks favoritos? do me inscrevi no site, nada falava sobre ela!” Pois é, era Cosmopolitan, Aperol Spritz e todos com champago destino batendo à minha porta e a minha vida mudou ne (risos). totalmente a partir daquele momento. Depois daquela Quais são seus filmes favoritos? ligação, fiz todo o processo seletivo Sou cinéfila, amo filmes. Diria presencial, com várias entrevistas, que gosto de muitos, mas alguns me “Sou uma pessoa e, no final, fui a escolhida. Na IBM, marcaram: Lendas da Paixão, Diário muito determinada, de Uma Paixão, Erin Brockovich – aprendi a amar a tecnologia. Cresci como pessoa e profissional. Brinco Mulher de Talento, O Senhor que não tem medo Uma que fui forjada pela IBM. Foram quados Anéis, todos do Harry Potter, (...). Em tudo há um O Fantasma da Ópera, com Gerard se 12 anos de um aprendizado constante e de passagens por diferentes Butler, O Milagre na Cela 7, A Cabaaprendizado.” áreas: desde a parte mais burocrática na, Hannibal, O Silêncio dos Inocentes, de processos, planilhas, relatórios, até Esposa de Mentirinha – e assim por os desafios do dia a dia na venda de projetos complexos diante. Sou bem eclética. de tecnologia. Passei por marketing, vendas e gestão de Qual é o maior trunfo que a tecnologia nos traz clientes em territórios diferentes. Fui, então, de Floriahoje em dia, na sua opinião? E a maior armadilha? nópolis para São Paulo. Lá, atendi clientes do CentroEla pode simplificar muito a nossa vida, mas, se não -Oeste, Norte e Nordeste, conhecendo grande parte do soubermos usá-la corretamente, ficamos dependentes – nosso Brasil e fazendo amigos por onde passei. Depois no mau sentido. de dois anos na capital paulista, onde fiquei na matriz, Qual é a sua leitura a respeito da segurança na na Tutóia, fui transferida para o Sul novamente, onde internet atualmente? me encontro desde 2008, em Curitiba. Após um ciclo Ela se faz urgente e necessária. Estamos muito exposde muito crescimento e realizações na IBM, em julho de tos e não nos atentamos a questões simples do dia a dia. 2013, tomei a decisão de me permitir alçar novos voos Estamos caindo em situações perigosas de roubo de dae aceitei o convite da Oracle para cuidar do território dos e informações, porque, na correria em que vivemos, PR/SC. Na Oracle, minha garra e persistência vieram aceitamos o desconhecido sem questionamento. ainda mais à tona. Eu brinco que tive os quatro melhoQuais são as suas expectativas para esta embaixares e piores anos da minha vida no mundo de vendas da na TOPVIEW? e tecnologia. Realizei projetos por todas as regiões do Espero poder trazer a tecnologia ao mundo feminino Paraná e de Santa Catarina e comemorei muitas vitórias, e cotidiano de forma mais leve e acessível. Precisamos mas, ao mesmo tempo, vivi muitos momentos de tensão cada vez mais da sensibilidade e intuição da mulher no e pressão neste mundo extremamente competitivo mundo competitivo dos negócios de TI. de vendas. Em setembro de 2017, depois de todos os O que podemos esperar de sua embaixada? desafios vivenciados nessas importantes multinacionais Uma embaixada informativa e descontraída.
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ESTILO | TECNOLOGIA
por Carlos Aros, colunista
Quem você influencia? Ao utilizar as redes sociais, é preciso ter noção do real impacto que os seus posts podem ter na sociedade
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m meados de 2019, uma pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest mostrou que 76% dos consumidores já compraram algum produto ou serviço recomendado por um influenciador digital. A indústria da influência é tão voraz que as marcas têm, hoje, núcleos destinados a identificar e a trabalhar com os influenciadores, ativos importantes em qualquer estratégia de marketing. Tão importantes que podem determinar o sucesso ou o fracasso de um produto ou serviço. Os influenciadores ditam as tendências de uma geração inteira. Nunca fomos tão dependentes de uma curtida, tão carentes por um comentário e tão ansiosos por um compartilhamento. Os influenciadores, que disputam o topo por meio de métricas de engajamento, são produtos de uma geração que se compreende e se reconhece no feed de uma rede social. Por uma série de fatores, um grupo se projeta, ganha notoriedade e audiência e, por consequência, o título de influenciadores. Mas quem é você, que curte, comenta e compartilha as publicações deles? Qual é o seu papel nesse ecossistema que alimenta o ego e reforça o faturamento das grandes e pequenas marcas? Eu aposto que você não é menos importante do que o influenciador que tem milhões de seguidores. Desempenhamos, todos nós, um papel fundamental no mundo digital. Cada usuário inscrito em uma rede social é, também, um pequeno veículo de comunicação, capaz de gerar informações, provocar reações da audiência e nortear conversas que, em alguma medida, vão impactar um grupo de pessoas igualmente conectadas e capazes de atuar da mesma forma. Esse ciclo torna cada um de nós um pequeno influenciador. Sim, essa palavra remete àquele que influencia. Logo, se exercemos um papel de ascendência sobre um grupo, independentemente do tamanho dele, somos influenciadores, capazes de gerar algum impacto sobre as decisões ou visões de mundo daquelas pessoas. Quantas vezes, ao visitar um restaurante, você publicou fotos belíssimas dos pratos do ambiente e rapi“Esse poder de in- edamente recebeu de fluência que exer- alguém o pedido para compartilhar o endecemos sobre as reço? Ou mensagens e nossas bolhas nas ideias que publicamos redes sociais deve e que, silenciosamente, ajudam alguém que ser utilizado com precisava justamente daquela reflexão? sabedoria.”
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Esse poder de influência que exercemos sobre as nossas bolhas nas redes sociais deve ser utilizado com sabedoria. É por meio dele que as notícias falsas são disseminadas, que golpes alcançam vítimas desavisadas e que podemos prejudicar alguém sem que tenhamos a exata dimensão do poder que temos à distância de um clique. É por isso que, muito mais do que os grandes e pequenos influenciadores digitais que atuam profissionalmente, é preciso um olhar atento para nós mesmos e aqueles que nos cercam. Quem são os nossos influenciadores de verdade? E, nós, o que fazemos com o nosso poder de influência?
ESTILO | ARTES
Tendências por Ana Claudia Michelin, embaixadora
Arte sem Frescura Malu Rogers encontrou a arte e a incorporou em sua vida
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Ligia Lagos
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universo das artes pressupõe uma infinidade de possibilidades e ideias, permitindo ao ser humano se descobrir e entender a si e aos outros. Conversei com a publicitária de formação e artista plástica Malu Rogers sobre seu trabalho neste período de pandemia e a respeito da sua visão sobre o tema. Confira: Como você descobriu a pintura? Desde pequena, sempre gostei de desenhar e pintar. Mas meu maior contato com a pintura foi quando passei um período em Nova York para dar apoio à minha filha, que havia ingressado em uma universidade lá. Nas horas em que ela estava na faculdade, eu ia para os museus. Percebi que aquilo era minha paixão quando comecei a trocar lojas e restaurantes por horas dentro dos museus e galerias. Nesse período, também estudei na Art Students League of New York. Durante o curso, recebi um convite para expor meus trabalhos. Depois disso, as oportunidades começaram a aparecer dentro e fora do Brasil. O colorido está muito presente em suas telas. Isso nos remete a uma pessoa alegre. Você é essa pessoa? A vida é um desafio, não é fácil para ninguém. Temos que lidar com perdas, inseguranças e medos. Nos relacionarmos com as pessoas também não é uma tarefa fácil. Contudo, mesmo nas horas ruins, nós sempre temos o poder de escolher como vamos encarar a situação. Em minhas pinturas, quando posso escolher entre o cinza ou o colorido, opto pelo último. Tento fazer o mesmo na vida: sempre que posso, escolho fugir da tristeza. Como foi seu processo criativo durante a pandemia? A pandemia foi e está sendo um aprendizado para todos nós. Inicialmente, tive uma grande sensação de impotência, principalmente por estar longe das pessoas que amo. Mas a parte boa foi que tive muito tempo para pensar e comecei a ler e aprender sobre a vida de outros artistas. Percebi que vários passaram por situações críticas e, nos momentos de desespero, abraçaram a arte. Então, resolvi sacudir a poeira e fazer do limão uma limonada. Foi o meu período de maior produtividade. Além de pintar, iniciei dois novos projetos: o Arte Sem Frescura e o Pintando o Futuro. Na sua opinião, qual é o maior desafio que o mundo artístico enfrenta atualmente? O grande desafio é fazer com que todas as pessoas, independentemente da classe social, tenham acesso à arte, não só como espectadores, mas, também, como agentes atuantes no processo de criação. Simplificar e desmistificar a arte: estes são os grandes desafios, no meu ponto de vista.
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ESTILO | ENTRETENIMENTO
Comunicação e cultura por Paulo Camargo, colunista
Antídoto escapista na pandemia
Melinda Sue Gordon | Netflix
A Festa de Formatura é o novo longa de Ryan Murphy e traz Meryl Streep e Nicole Kidman no elenco
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“(...) o filme tem, sim, alguns momentos inspirados, com boas canções e números musicais, muito por conta de Jo Ellen Pellmann (...)”
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urante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, um dos gêneros cinematográficos mais populares era o musical. Ir ao cinema era uma forma de fugir da realidade. Em tempos de pandemia, nos quais o público busca alento na arte e na cultura, além de uma forma de escapar das notícias tristes, A Festa de Formatura, novo longa-metragem do produtor e diretor americano Ryan Murphy, parece ter sido feito sob encomenda para esses tempos difíceis que atravessamos. Murphy, conhecido pelas séries Glee e American Horror Story, traz para o canal de streaming Netflix, produtor do filme, sua adaptação de The Prom, espetáculo musical que estreou na Broadway em 2018. Para isso, reuniu um elenco estelar. Meryl Streep vive o papel de Dee Dee Allen, diva dos palcos nova-iorquinos, vencedora de dois prêmios Tony, que enfrenta uma fase difícil em sua carreira: a peça que acaba de estrear, na qual vive o papel da Eleonor Roosevelt, lendária primeira-dama do EUA, foi bombardeada pela crítica. Ela e seu companheiro de cena, Barry Glickman (James Corden), que interpreta o presidente Franklin Delano Roosevelt, foram apontados como grandes responsáveis pelo fracasso. Na tentativa de reverter essa maré negativa, os dois se unem a Angie (Nicole Kidman) e Trent (Andrew Rannells), atores quase desconhecidos, na busca de uma “grande causa” politicamente correta. A ideia é colocá-los sob uma luz positiva – tanto Dee Dee quanto Barry têm a reputação de serem narcisistas e pessoas desagradáveis. A procura termina quando Angie descobre no Twitter a história de Emma, uma adolescente lésbica (a ótima Jo Ellen Pellmann), proibida pela Associação de Pais e Mestres de sua escola de ir com sua namorada, Alyssa (Ariana DeBose) à festa de formatura de sua escola, em uma cidadezinha no estado de Indiana. Em alguns momentos, A Festa de Formatura parece muito um episódio expandido de Glee, e isso não seria um problema se a ambição do filme não fosse muito maior. Com as vencedoras do Oscar Meryl Streep e Nicole Kidman, ambas muito bem em seus papéis, à frente do elenco, entregar uma produção com mais cara de cinema tornou-se quase obrigatório para Murphy. E o filme tem, sim, alguns momentos inspirados, com boas canções e números musicais, muito por conta de Jo Ellen Pellmann, que constrói uma Emma muito empática, por quem vale a pena lutar.
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ESTILO | ENTRETENIMENTO
Para ler em 2021 Novo ano, nova lista de livros. Selecionamos 11 obras essenciais para quem quer entender o momento atual do mundo por Redação
O AV E S S O D A P E L E
Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
O terceiro romance do professor e escritor – considerado um dos destaques literários de 2020 por diversas publicações especializadas – trata do racismo e da violência policial de forma atual e contundente. Na história ficcional contada em segunda pessoa, Pedro vai em busca do passado da família após a morte de seu pai, o professor de escola pública Henrique. De forma sensível e densa, Tenório destaca um país que é marcado pelo racismo e por um sistema educacional problemático. Trata-se, assim, de uma intensa narrativa sobre as relações entre pais e filhos e a respeito da vida de um homem negro vivendo em um país racista, tendo de viver com suas dores e superações. A obra foi desenvolvida por Jeferson Tenório a partir de experiências que remetem à vida pessoal do autor, pai de um menino de 10 anos.
UMA TERRA PROMETIDA
Barack Obama
(Companhia das Letras)
A aguardada obra de memórias do primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos vendeu quase 890 mil cópias nas primeiras 24 horas de lançamento. No livro, Barack Obama narra sua jornada: da juventude e formação política aos momentos marcantes de sua vida política. Conta, ainda, os detalhes de seus oito anos como presidente. Inclui reflexões sobre períodos delicados que precisou enfrentar no cargo mais importante do país, como a crise financeira global, a estratégia militar estadunidense no Afeganistão, a reforma de Wall Street e a Operação Lança de Netuno, que terminou com a morte de Osama Bin Laden. Cita, inclusive, um encontro com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Obama ainda relata os efeitos da presidência em sua vida familiar e na relação com Michele, sua esposa.
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PA R A O M E U C O R A Ç Ã O N U M D O M I N G O
Wislawa Szymborska (Companhia das Letras)
Um dos nomes mais importantes da literatura polonesa, Szymborska também já foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura. A mais nova obra reúne 85 poemas, que tratam de temas cotidianos, como amor, morte, sonhos, mitologia e história, "sempre com o olhar curioso, generoso e bem-humorado de uma das poetas mais extraordinárias do século XX", como ressalta a descrição do livro. É uma boa porta de entrada para a obra da poeta, que tem publicados no Brasil os livros Poemas (2011) e Um Amor Feliz (2016).
G A R O TA , M U L H E R , O U T R A S
Bernardine Evaristo (Companhia das Letras)
Vencedora do Booker Prize em 2019, a obra chega ao Brasil já aclamada por personalidades como Barack Obama, Roxane Gay e Ali Smith. Com isso, Evaristo se tornou a primeira mulher negra a ganhar a premiação inglesa. O livro também foi listado como um dos melhores do ano por jornais como The Guardian, Time e The New York Times. O cenário da história é uma Londres pós-votação do Brexit, com clima hostil e a população na luta para sobreviver e para ser ouvida. Com esse pano de fundo, Evaristo traz reflexões atuais sobre o racismo, o machismo e a estrutura da sociedade, mais precisamente por meio da história de 12 personagens – em sua maioria, mulheres negras. O gênero é híbrido, uma combinação de poesia e prosa, o que a autora chama de “ficção de fusão”.
A V I D A M E N T I R O S A D O S A D U LT O S
Elena Ferrante (Intrínseca)
Após cinco anos, a consagrada escritora italiana, conhecida pela Tetralogia Napolitana, volta com um novo romance, indicado pela revista Time como um dos 100 melhores livros do ano. A autora narra o crescimento de Giovanna, entre os 12 e 16 anos, como residente de um bairro de classe média de Nápoles. Após um comentário do pai sobre sua falta de beleza em comparação com a tia, Vittoria, a curiosidade de Giovanna é despertada e a menina decide partir atrás da tia. As periferias de Nápoles ambientam a história, que retrata, por meio de Giovanna, as perdas e os ganhos da transição entre a juventude e a vida adulta. Ainda com a identidade em segredo, Ferrante já vendeu mais de 12 milhões de exemplares da Série Napolitana.
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ESTILO | ENTRETENIMENTO
C O L E TÂ N E A D A O B R A D E L O U I S E G L Ü C K (Farrar, Straus and Giroux)
Ainda inédita no Brasil, a vencedora do Nobel de Literatura deste ano, Louise Glück, deve ter seus livros lançados no país pela Companhia das Letras no primeiro semestre. A coletânea reunirá três de suas obras mais recentes, Faithful and Virtuous Night (2014), A Village Life (2009) e Averno (2007). Esta última, inclusive, é a indicação da poeta para quem quer começar a ler suas obras. O título referencia Avernus, na Itália, visto na mitologia clássica como um portal para a Terra dos Mortos. Retomar a mitologia greco-romana é uma das características de Glück, mas sem perder a simplicidade e a fluência da escrita – alguns dos chamarizes de seus livros. A autora chegou a receber, do ex-presidente Barack Obama, a Medalha Nacional de Artes e Humanidades, em 2015.
A VIDA NÃO É ÚTIL
Ailton Krenak
(Companhia das Letras)
Um dos maiores pensadores brasileiros, o líder indígena Ailton Krenak reúne, em seu novo livro (Companhia das Letras), reflexões tidas no período da pandemia de Covid-19. Na obra, aponta, outra vez, as tendências (auto)destrutivas de nossa sociedade, como o consumismo, a devastação ambiental e uma visão equivocada e simplista do que é a humanidade. O autor apresenta observações sobre temas essenciais para entender os nossos tempos, como a propagação da pandemia, a ascensão de governos de extrema-direita e o aquecimento global. A Vida não é Útil integra textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas por Krenak entre novembro de 2017 e junho de 2020. Neste ano, Krenak recebeu o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano.
C O M O S A LVA R O F U T U R O
André Carvalhal (Editora Paralela)
Em seu quarto livro, André Carvalhal apresenta uma verdade difícil: com as crises acentuadas pela pandemia, o amanhã é assustadoramente incerto, já que, para ele, “estamos nos deparando com uma possibilidade tangível de cancelamento do futuro”. O autor argumenta que, se a única coisa que temos é o presente, precisamos usá-lo para fazer as mudanças sistêmicas necessárias para garantir nossos próximos passos enquanto humanidade. Ao mesmo tempo, apresenta as atitudes que estão nos destruindo, como a exploração do meio ambiente e a opressão de indivíduos minorizados, a exemplo de mulheres, indígenas, pessoas negras e a população LGBTQIA+. As saídas perpassam o autoconhecimento e as mudanças no consumo e na educação.
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T H E VA N I S H I N G H A L F : A N O V E L
Brit Bennett
(Riverhead Books)
A obra, ainda sem título em português, foi considerada um dos livros mais aguardados do ano e se tornou best-seller do The New York Times. A trama narra a trajetória de duas irmãs gêmeas que têm suas vidas separadas após seguirem caminhos opostos. Moradoras de uma cidade no interior da Louisiana, na década de 1950, onde a população é inteira negra de pele clara, enfrentam um dilema: não são claras o suficiente para serem aceitas pelos brancos e, do outro lado, não são retintas o bastante para se integrarem aos negros de pele escura. Ainda na adolescência, as personagens fogem da cidade – e logo se separam. Tempos depois, uma delas volta à cidade para viver com a filha. A outra passa-se por branca para seu marido, que desconhece seu passado. Diante desse cenário, as irmãs voltam a se encontrar em uma trama que envolve o colorismo e a formação da identidade racial. O livro chegará ao Brasil pela Intrínseca, ainda sem data de lançamento.
M Ã E PÁT R I A
Paula Ramón
(Companhia das Letras)
Um retrato da situação da Venezuela a partir de um ângulo diferente: a história e vivência de uma família. No livro (Companhia das Letras), a jornalista Paula Ramón faz um relato de como a crise de um país afeta a intimidade de uma família. A mãe é uma professora aposentada que toma as decisões de gestão do núcleo familiar; o pai, um espanhol que emigrou para a América Latina após ser libertado de um campo de prisioneiros na Segunda Guerra Mundial; os irmãos, um apoiador do regime chavista que se desilude com a política após virar policial, outro um empreendedor em busca de uma nova vida. Nesse cenário, é possível entender como as estratégias dos governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro influenciam a intimidade e os afetos da população para além da situação política e social. Ramón conta a história de seu país ao mesmo tempo em que explicita as sequelas da escassez nas relações interpessoais.
A MÁQUINA DO ÓDIO
Patrícia Campos Mello (Companhia das Letras)
Uma das maiores jornalistas da atualidade, a brasileira Patrícia Campos Mello trata, na obra (Companhia das Letras), sobre as fake news e a violência digital – e como isso ameaça a liberdade de imprensa, em especial no Brasil. Tudo começou quando, dias antes do segundo turno das eleições de 2018, a jornalista publicou uma reportagem – a primeira de uma série – sobre o financiamento de mensagens disparadas em massa no WhatsApp e em redes de propagação de notícias falsas – a maior parte beneficiando o então candidato Jair Bolsonaro. A partir daí, a repórter se tornou alvo do chamado “Gabinete do Ódio” e suas milícias digitais. No livro, Mello relata como as redes sociais são manipuladas por líderes populistas para difamar e intimidar “inimigos”, agora por meio de robôs no Twitter, Facebook, WhatsApp e Instagram, além de mostrar os bastidores de suas reportagens e dos ataques que sofreu.
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ESTILO | ENTRETENIMENTO
O exército branco Giovana Madalosso, escritora curitibana radicada em São Paulo, traz em seu novo livro reflexões sobre as relações maternas e dinâmicas do cuidado na atualidade por Maria Isabel Miqueletto
Renato Parada
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ntes de entender o que era literatura, Giovana Madalosso já tinha sido atraída pelas palavras. Foram diários, quadrinhos, peças de teatro e até a criação de um novo idioma. Mas foi no português mesmo que encontrou sua narrativa. Não teve como fugir. Passou do jornalismo à publicidade – e chegou aos livros. Sorte a nossa, dos leitores! Seu mais recente lançamento, Suíte Tóquio (2020), foi considerado o segundo melhor livro do ano pela revista QuatroCincoUm. Sua motivação para escrever é entender a vida – ainda que saiba ser uma empreitada impossível. A obra nasceu justamente da observação de um fenômeno: as relações e as dinâmicas do que chama de “exército branco”, as babás. Maternidade é o tema central, mais especificamente o rapto de uma criança – embora a narrativa perpasse experiências e dinâmicas sociais comuns a todos. No bate-papo a seguir, feito por e-mail, a curitibana debate a desigualdade de gêneros na literatura, seu processo de escrita e as questões que atravessam seu último livro. Confira: Em Curitiba, é impossível citá-la sem se atentar ao seu sobrenome, que carrega uma vasta história na gastronomia. Mas você foi para o jornalismo, a publicidade e, mais tarde, os livros. Quando a literatura a puxou? Escrevo desde que me alfabetizei. Comecei com diários, quadrinhos e peças de teatro encenadas pelos meus familiares. Aos 11 anos, cheguei até a criar uma língua. Coitada da minha prima, Anauila Madalosso, que teve que acabar aprendendo. Lembramos até hoje de algumas frases. O prazer pela leitura também nasceu cedo. Ainda carrego comigo a minha primeira paixão literária, o livro Grimble, de Clement Freud. Ou seja, eu já era apaixonada pela literatura antes mesmo de saber o significado da palavra.
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“Para escrever, uma pessoa precisa acreditar na própria voz, e muitas meninas e mulheres ainda têm suas opiniões desqualificadas em função do seu gênero.” Por que você escreve? Para entender a vida. Embora saiba que isso é impossível. Como é seu processo de escrita? É metódico ou caótico? Não sou metódica. Adoraria ser um desses escritores que escrevem duas horas por dia, mas não consigo, sou oito ou oitenta. Quando embalo em uma narrativa não quero mais parar. Faço tudo pensando na história. Já saí algumas vezes do banho para anotar frases. Esse estado obsessivo, apesar de não ser muito saudável, é o que funciona melhor para mim. Tanto que cunhei o termo "fluxar". Quando fluxo a narrativa, a caracterização dos personagens fica mais rica, a linguagem floresce, o texto sai melhor. Você escreve contos e romances. Como transita entre os gêneros? Em que medida a estrutura de cada gênero lhe ajuda a contar a história? O conto e o romance são dois gêneros igualmente confortáveis para mim. Com os contos, aprendi a tirar o máximo de cada linha, de cada palavra. Costumo dizer que um escritor não pode se contentar com uma boa palavra. Tem que ser a melhor, entre todas as que existem,
“Ainda fico perplexa ao pensar que, em um mundo em que mulheres compõem mais de metade da população, narrativas sobre maternidade e questões do feminino são coisa rara.”
a mais adequada para ocupar aquele lugar no texto, nem que para isso seja trocada, testada, substituída à exaustão. Imagine esse exercício com cada palavra que existe em um livro. É um trabalho de doido, mas literatura é isso. Essa carpintaria milimétrica que treinei nos contos foi o que importei para os romances. Já com os romances, aprendi que não existem limites dentro de uma narrativa. Ainda há muitas discussões e avanços que precisam ser feitos em relação ao machismo e a desigualdade de gêneros na literatura. Como é escrever da perspectiva de mulheres e sobre vivências tipicamente relegadas a mulheres, como a maternidade? Ainda fico perplexa ao pensar que, em um mundo em que mulheres compõem mais de metade da população, narrativas sobre maternidade e questões do feminino são coisa rara. E são mesmo, por diversos motivos. Para escrever, uma pessoa precisa acreditar na própria voz, e muitas meninas e mulheres ainda têm suas opiniões desqualificadas em função do seu gênero. Ainda que escrevam, a despeito de todas as suas funções domésticas, as mulheres encontram – ou ao menos encontravam até ontem – dificuldade para entrar no meio editorial, chefiado por homens e, portanto, mais aberto a narrativas masculinas. Meu primeiro livro, A Teta Racional, teve seu nome questionado por algumas editoras antes da publicação. E sua temática também. Um editor chegou a me perguntar: quem vai se interessar pela história de uma mãe amamentando? Portanto, escrever sob a perspectiva da mulher é não só prazeroso e
catártico como urgente. Tratar do tema das empregadas domésticas e das babás ainda é tocar em uma ferida brasileira, permeada por questões de classe, gênero e raça. Por que escolheu esse tema para o seu novo livro, Suíte Tóquio? Não fui eu que escolhi. O assunto me escolheu. Tive uma filha e passei a frequentar a praça do bairro onde moro, em São Paulo, frequentada por aquilo que chamo de exército branco. Um batalhão de babás vindas de todos os cantos do Brasil. A maioria delas com histórias muito duras, como as das mães que deixam os filhos no Nordeste e vêm criar os filhos dos outros em troca de um salário que sustente a família na sua cidade de origem. Ou o caso de uma babá que abandonou seu filho recém-nascido na frente de um prédio perto da minha casa, sabendo que não seria aceito no quarto de empregada em que ela morava. Depois de um tempo observando e ouvindo essas mulheres, era inevitável que eu levasse suas histórias para o papel. No livro, há a seguinte frase: “Para ser mãe, a pessoa tem que adotar o filho depois que ele nasce.” Em nossa sociedade, a maternidade é vista como algo intrínseco da mulher – é comum ouvir que todas nascem com o “instinto materno” e, a partir disso, é absolutamente natural o amor e o afeto com a criança. Como você vê a maternidade hoje? Eu acho que a maternidade, em grande medida, é uma construção social. Um conjunto de ideias e expectativas sedimentadas em torno do ato de parir e amamentar. É por
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ESTILO | ENTRETENIMENTO
“O feminismo e a sororidade têm que começar na área de serviço. Como você trata a mulher que te permite ser a mulher que você quer ser?” isso que, em Suíte Tóquio, faço uma especulação sobre a maternidade no mundo animal, como uma forma de discutir o que é intrínseco à reprodução e o que é convenientemente construído em torno da mãe para mantê-la atada ao berço. Podemos dizer que seu novo livro trata da experiência de mulheres, representadas nas duas personagens principais, e de sororidade. O que as separa e o que as une? E em que medida elas se aproximam de você? As duas se distinguem pela posição social. E se assemelham pela solidão. O Suíte Tóquio trata de uma questão que é ligada ao lar – e a casa voltou a ser o foco das nossas atenções, devido à Covid-19. Inclusive, o livro aborda os conflitos do papel das empregadas domésticas e das babás nas residências em que trabalham, retratando como as pessoas com maior poder aquisitivo tiveram que aprender a fazer a limpeza e até passaram a cuidar dos filhos na ausência do “exército branco”, como a personagem as chama. Como é lançar o livro nesse cenário? Espero que o livro gere reflexão. Adoraria que nenhuma mulher tivesse que trabalhar de empregada e babá, que todas pudessem escolher sua profissão conforme seu desejo e talento. Mas esse cenário ainda é distante, levando em conta o apoio social pífio que o governo brasileiro oferece para as mães e a colaboração constrangedora de alguns homens nas tarefas de casa. A maioria das mulheres precisa das funcionárias domésticas para seguir trabalhando fora. Mas acho importante repensar essa relação, abandonar os resquícios de um passado escravagista, diminuindo as cargas horárias e
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remunerando melhor empregadas e babás. O feminismo e a sororidade têm que começar na área de serviço. Como você trata a mulher que te permite ser a mulher que você quer ser? As histórias têm trilha sonora para você? Se sim, qual é a trilha do seu novo livro? Não sei por que, mas Suíte Tóquio não teve trilha. Contudo, Tudo Pode Ser Roubado teve. Nunca escrevo com música, mas, quando queria entrar na narradora do meu primeiro romance, sentir o que ela sentia, ouvia The National e Florence + The Machine. Lembro-me de um post seu, no Instagram, em que você fala sobre sua busca por autoras para compor seu “ménage literário matrimonial”. Quem está na sua “cama” hoje? (risos) No momento, estou transando com a Herta Muller. Finalizo nos trazendo ao momento atual. Como foi sua experiência de confinamento? O isolamento social impactou de alguma forma a sua escrita? Passei a pensar mais no que escrevo. Em um mundo com tantas urgências, a me perguntar: qual é a relevância das minhas temáticas? Jogo rápido com Giovana Madalosso: – Uma escritora para fazer apontamentos em um texto seu: Simone de Beauvoir. Adoraria saber o que ela pensa das minhas personagens femininas. – Um livro que gostaria de ter escrito: Ensaio Sobre a Cegueira, do José Saramago. – Um livro seu: Suíte Tóquio. – Um livro para entender o Brasil: Quarto de Despejo, da Carolina Maria de Jesus.
LIVROS CITADOS POR
GIOVANA MADALOSSO
GRIMBLE
CLEMENT FREUD
QUARTO DE DESPEJO
CAROLINA MARIA DE JESUS
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
JOSÉ SARAMAGO
ESTILO | GASTRONOMIA
Charutos por Stefan Deckert, colunista
Charutos merecem o seu like O universo charuteiro cresce e conquista novos fãs com a colaboração de influenciadores digitais
CHARUTOS DO MÊS
NICARÁGUA
Oliva Serie V Melanio Maduro Torpedo Forte. R$ 160.
NICARÁGUA
Vegafina Magnum Ometepe Suave a Média. R$ 80.
NICARÁGUA
Flor De La Vega Morenos Gigantes Média. R$ 50.
Mikaela Paim é, na minha opinião, o principal nome feminino nesse universo no Brasil. E não é só de charutos que ela entende. Mikaela é sommelière de vinhos, águas, chás e azeites, presta consultorias e dá cursos sobre o tema – sempre lotados. Além disso, ela tem qualidade. programas em rádio e um canal no Youtube. Um talento O consumo de charuto vem se popularizando com o e tanto! passar dos anos, muito em função de especialistas e fãs Para quem tem curiosidade em conhecer tabacarias de um bom puro que utilizam a internet para dissemie clubes de charuto, recomendo os perfis do Clube do nar informações sobre o assunto. Desde conteúdos para Charuto, do Douglas Costa, no Instagram e no Youiniciantes até análises aprofundadas para consumidores Tube. Neles, Douglas visita espaços charuteiros, realiza experientes, as redes sociais trazem uma proximidade bate-papos e compartilha experiências incríveis, tudo nunca antes vista e ajudam a desmistificar a ideia de que com a sua expertise como sommelier certificado pela o charuto é apenas para quem tem muito poder de com- International Association of Cigar Sommeliers. pra ou muito conhecimento sobre ele. Por sorte, temos Esses são somente alguns dos nomes que eu poderia gente muito boa provando que não é por aí! destacar na coluna impressa. No entanto, no portal da O Alexandre Avellar, por exemplo, tem autoridade TOPVIEW, eu listei mais dois nomes muito interessanno assunto. Avellar é uma referência mundial e escreve tes que podem agregar ainda mais conhecimento para no site Tudo Sobre Charutos. Em sua rede social, ele você. Confere lá! compartilha dicas de harmonização, eventos, viagens e Confira esta coluna na suas preferências, por meio de uma linguagem muito íntegra no portal da acessível e clara.
Unsplash
A
produção charuteira nacional é uma potência mundial, uma influência que ultrapassa fronteiras, gera empregos, lança tendências e consolida o Brasil como um dos principais polos produtores de tabaco da melhor
TOPVIEW.
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ESTILO | BEBIDAS
Vinosophie por Elis Cabanilhas Glaser, colunista
Velhos hábitos, novas influências Nova ferramenta conecta influencers e produtos e reforça novas formas de consumo
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Shutterstock
É
inegável que vivemos novos tempos, com novos hábitos. Se antes passávamos horas na frente da televisão, agora os momentos de lazer – e, muitas vezes, de trabalho – estão na palma da nossa mão. Para se ter uma ideia, o brasileiro passa, em média, nove horas e 15 minutos online todos os dias, consumindo os mais variados tipos de conteúdo. A internet mudou a forma como consumimos publicidade. Se antes éramos influenciados por propagandas, na TV ou no jornal, hoje, por mais que muitos neguem o fato, somos influenciados por pessoas que compartilham dos mesmos interesses que os nossos, criando uma poderosa ponte entre marcas e clientes. São os influenciadores digitais. Alguns, chamados de celebridades, alcançam milhões de seguidores nas mídias sociais, criando novos padrões e novas modas. Mas há, também, os influenciadores-autoridades, mais conhecidos como microinfluenciadores. Apesar de terem um número muito menor de seguidores, são especialistas em determinados assuntos e passam muita credibilidade para seus seguidores. Esse é o influenciador que a plataforma recém-lançada UTOO valoriza. Trata-se de um marketplace de vitrines virtuais em que a força da imagem do influenciador se traduz em renda. A facilidade que o seguidor encontra no UTOO para consumir um produto sugerido pelo seu influencer promete ser uma ferramenta facilitadora para ambas as partes. Mas e o que o vinho tem a ver com isso? O universo do vinho será um dos segmentos desse novo serviço. Fui convidada para assumir a vitrine de vinhos, na qual, semanalmente, darei sugestões de produtos com preços diferenciados no mercado. Na maioria das vezes em que produzia um conteúdo digital, recebia inúmeras perguntas sobre os pontos de venda dos vinhos citados. Agora, essa prática vai ficar mais dinâmica, pois, apenas com um clique, será possível comprar o vinho sugerido e recebê-lo no conforto do lar com toda a segurança. Novos tempos, novos hábitos de consumo. Mas a busca pela informação de credibilidade, confiança e respeito... essa prática não muda nunca.
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ESTILO | GASTRONOMIA
Retorno à essência O movimento de resgate das pizzas tradicionais napolitanas cresce em Curitiba, liderado por Jorge Mariano, do Madá Pizza e Vinho, e Daniel Mocellin, da Pizzaria da Mathilda por Maria Isabel Miqueletto
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Arquivo Pessoal
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pizza tradicional napolitana atravessou séculos, ganhou uma associação para manter seu legado e a arte de seu preparo é considerada um Patrimônio Imaterial pela Unesco desde 2017. Em Curitiba, o Madá Pizza e Vinho e a Pizzaria da Mathilda têm feito um movimento de valorização da tradição italiana, mostrando que o prato apresenta outras possibilidades além das que os curitibanos estão acostumados. “Come-se muita pizza no Brasil, mas ela virou sinônimo de recipiente para colocar um monte de recheio em cima”, analisa Jorge Mariano, chef do Madá. Foi a partir da percepção de que vários alimentos passavam por mais processos do que o necessário que ele começou a repensar a produção do pão, na Padaria Maçã, e, depois, da pizza, à frente do Madá. “Estávamos comendo coisas tão manipuladas e tão industrializadas que a gente não sabia mais qual era o sabor real das coisas. Com isso, a essência desses alimentos foi se perdendo. O pão e a pizza são farinha, água e sal”, ressalta. O resultado de seus anos de estudo está (deliciosamente) concretizado nas pizzas que serve no estabelecimento – individuais, com uma base fina e as bordas altas, levemente queimadas, que trazem um contraste de amargor, assadas em um forno a 450°C e com massa feita a partir de um processo de 48 horas de fermentação natural. Suas características, diferentes das pizzas mais comuns, às vezes confundem os clientes. “Até abrir o Madá, pouca gente teve acesso a uma pizza que foi pensada para ser um alimento de alta cozinha”, observa. “A gente quer mostrar que estamos fazendo uma comida que acreditamos ser realmente muito boa e, por isso, queremos que as pessoas provem. É muito mais uma tentativa de trazer algo diferente, de quebrar um pouco os paradigmas.”
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ESTILO | GASTRONOMIA
Guto Souza
“Come-se muita pizza no Brasil, mas ela virou sinônimo de recipiente para colocar um monte de recheio em cima.” – Jorge Mariano
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Mas voltar às tradições não significa deixar de lado a inovação. Por mais que a Associazone Verace Pizza Napoletana (“Associação da Verdadeira Pizza Napolitana”, em italiano) defina critérios do que seria uma verdadeira pizza napolitana, Jorge encontra espaço para criar. “Percebi que, se eu empregasse algumas técnicas um pouco mais modernas, eu poderia até obter um resultado mais interessante do que utilizando as técnicas pregadas pela Associação. Então, hoje, eu basicamente faço pizzas do estilo napolitano, só que de maneira mais moderna.” Para conquistar o público, Jorge tem no cerne do atendimento o diálogo. Antes da pandemia, o espaço contava com lugares no balcão, que é aberto – quem come por lá pode ver sua comida sendo preparada. “Nós adoramos essa troca. Sempre mostramos os motivos e as explicações do por que estamos fazendo um produto que acreditamos ser tão gostoso. E, depois de um tempo, vimos que a aceitação foi muito grande, até hoje. Temos um público fiel”, conta. Aí chegou a Mathilda Em um domingo, ao voltar da praia, Jorge não sabia onde comer. Estava morrendo de fome e lembrou que tinha uma nova pizzaria aberta na cidade. Decidiu ir até lá. Era o primeiro fim de semana de atendimento da Pizzaria da Mathilda, que segue os moldes do Madá, com as pizzas tradicionais de fermentação natural. “Na época, o Madá já estava bombando. Cheguei lá, o Daniel [idealizador e pizzaiolo da Mathilda] me serviu e brincou: ‘não judia muito da gente’”, relembra. Foi o começo de uma amizade que só cresceu. “Ficamos amigos por causa da pizza, e justamente por essa necessidade de evolução. O cara nunca tinha feito pizza na vida. Eu me identifico muito com ele, porque eu aprendi do mesmo jeito. Eu aprendi a fazer pão e pizza na marra.”
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Jorge Mariano, do Madá Pizza e Vinho.
Daniel Mocellin, pizzaiolo da Pizzaria da Mathilda, mais um estabelecimento prospera, mais o mercado se experimentou a pizza que mudou sua perspectiva sobre movimenta para todos. “Já aconteceu, aqui no Madá, de o prato, pela primeira vez, em uma viagem aos Estados estar lotado, com fila de espera de duas horas, e o cliente Unidos. Foi amor à primeira morvirar pra mim e falar: ‘onde eu consigo dida. Quando o ponto que tinha na comer uma pizza boa igual a de vocês?’. “(...) Eu não defendo Eu disse: ‘ali na Mathilda’”, conta Jorge. Vicente Machado ficou vago, decidiu resgatar sua aspiração de infância muito legal ver como esse movimeno fim desse tipo de “É e uni-la à recente paixão para investir to está crescendo, porque as pessoas nas pizzas tradicionais. De lá para cá, pizza, mas eu defen- estão indo atrás. E aí acaba criando um foram centenas de receitas testadas, de pizza, mas cada uma com suas do, com certeza, que monte mais de 30 mil pizzas vendidas – e, características.” as pessoas saibam a em janeiro, a inauguração de uma O segredo da pizza tradicional está segunda unidade, no Juvevê. “Foi a na simplicidade. E é nisso, também, origem primária da coisa, de longe, que eu mais gastei que reside o desafio de sua expansão em pizza, que é o que a terras tupiniquins. Por aqui, a imagem tempo para fazer, para testar, em toda minha vida, sem dúvida alguda pizza é aquela de 12 fatias, com muigente trabalha.” ma”, conta. recheio e borda recheada. “A gente – Daniel Mocellin to O processo incluiu pesquisa, precisa de pizzarias como as nossas, horas e horas de vídeos no YouTube para que cada vez mais as pessoas tirem e muita experimentação. Agora, depois de 11 meses de da cabeça que pizza é só essa. Eu não defendo o fim atendimento, chegou à sua receita ideal. Teve, também, desse tipo de pizza, mas eu defendo, com certeza, que as a ajuda de Jorge. Nada de competição ou concorrênpessoas saibam a origem primária da pizza, que é o que a cia entre os negócios. Seguem a lógica de que, quanto gente trabalha”, ressalta Mocellin.
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Pablo Vaz
Daniel Mocellin, da Pizzaria da Mathilda.
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self
a seção de saúde, f itness, comportamento, família e goodness
Acesse a pesquisa na íntegra.
C O M P O R TA M E N T O D I G I TA L Pexels
Segundo uma pesquisa realizada pela agência Squid no ano passado, o uso do celular durante a quarentena aumentou cerca de 90%. Enquanto muitos influenciadores encontraram formas diferentes de se aproximar dos seguidores, o entretenimento ficou por conta do TikTok, a nova rede social queridinha do momento das Gerações Alpha e Z.
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S E L F | S U S T E N TA B I L I D A D E
por Carol Vosgerau Gusi, embaixadora
Cuidado com o greenwashing!
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onda de conscientização que se espalha pelo mundo simboliza uma grande esperança. É visível que a sustentabilidade tem a preferência não apenas de consumidores, mas também de governos e instituições. Diante disso, as empresas que não demonstram ao menos uma preocupação mínima com o impacto de suas operações no ambiente estão perdendo o seu espaço no mercado atual. Como forma de adaptação e adequação, muitos negócios mudaram a matéria-prima de seus produtos, instituíram uma logística de transporte mais inteligente, criaram formas de política reversa, evitaram o desperdício de materiais, valorizaram a mão de obra local e investiram em melhores condições de trabalho. No entanto, outros apenas mascararam o seu impacto, causando um prejuízo ao ambiente e também ao consumidor. Se dizem ecológicos e, na verdade, não são. O termo que carrega o significado dessa (má) prática é greenwashing. Foi criado em 1986 por Jay Wester-
veld, um ativista ambiental norte-americano, em um artigo que criticava a ironia da campanha da indústria hoteleira para o reuso de toalhas de banho objetivando a economia de água. Segundo estimativas, no primeiro Dia da Terra, celebrado em 22 de abril de 1970, as empresas gastaram mais de US$ 1 bilhão com greenwashing, investimento significativamente maior daquele destinado a projetos para efetivamente reduzir o impacto ambiental negativo. As consequências dessa “maquiagem verde” são o descarte incorreto de objetos, a competência desleal com empresas que estão investindo em métodos mais sustentáveis, o gasto do consumidor com um produto que não irá atender a suas expectativas, entre outras. Portanto, quando nos depararmos com termos como “produto sustentável”, “ecológico”, “não agride o meio ambiente”, sem nenhuma certificação ou comprovação do benefício ecológico, devemos investigar melhor. Afinal, para que o consumo seja consciente, é necessário haver também transparência.
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A propaganda enganosa que dif iculta a escolha de produtos realmente sustentáveis
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SEGUINDO
A nova influência Os influenciadores digitais se tornaram grandes ferramentas de marketing para empresas, em um nicho de mercado que muda rapidamente – e, diante de tantas transformações, surge um questionamento: o que é influenciar hoje? por Maria Isabel Miqueletto
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termo “influenciador digital” não só se Do mega ao nanoinfluenciador tornou mais conhecido entre as pessoas Não há consenso entre especialistas sobre as classicomo vem conquistando cada vez mais ficações de mega, macro, micro ou nanoinfluenciador. profissionais – e empresas dispostas a Para a plataforma de marketing de influência Influeninvestir neles. O marketing de influência cy.me, aqueles que têm entre 10 e 100 mil seguidores tem atraído milhares de marcas que querem utilizar são considerados microinfluenciadores – o caso de outros mecanismos e espaços para impactar seu públi- Josie. Entre as vantagens dessa faixa, está não ter um co, tão presente no mundo digital. Uma pesquisa feita status de celebridade e ter um certo número de seguipela Qualibest em parceria com a Spark mostrou que dores, mas não ser tão caro quanto um macroinfluen76% das pessoas já compraram um produto ou serviço ciador. Quem tem ganhado atenção, também, são os por conta da indicação de influenciadores. nanoinfluenciadores, as pessoas que têm menos de 10 Podemos discutir, então, o que é ser um influenciamil seguidores, mas com um alto engajamento da sua dor hoje. Há pouco tempo – e ainda no imaginário de audiência. “Influência, independentemente da época, muita gente –, a ideia de ser um influencer está relacio- tem a ver com você modificar algum tipo de compornada ao alcance do perfil da pessoa. Quanto mais setamento – está relacionada a essa transformação”, guidores, mais influência. Mas, aos poucos, o conceito aponta o consultor e palestrante André Carvalhal. tem mudado. “Existe uma diferença muito importante Entender a dinâmica e o impacto dos nanoinentre ser famoso e ser influenciador. Esse é um ponto fluenciadores não diz respeito ao número baixo de importante, porque acho que, no início do marketing seguidores, mas, sim, à criação de uma comunidade de de influência, em 2010, as coisas interesse. “Estamos falando justaeram muito associadas àquela lómente de um influenciador que fala gica de celebridade. Era uma coisa “Influência, indepen- com uma comunidade específica muito baseada em números, que interage muito mais com o dentemente da época, eseuqueseguidor, não necessariamente representava o que de fato, para influência de fato”, analisa Stefano mim, significa influência – e não só tem a ver com você Arpassy, consultor da WGSN, famoso”, pontua Arpassy. “Já modificar algum tipo ser empresa líder em tendências. nomeamos de diversas maneiras – de comportamento – nicho, segmentação, etc. –, mas o Naquela época, o que mais contava eram os números, de temos entendido é que existem está relacionada a essa que curtidas e de seguidores. Em 2015, comunidades, que estão fisicatransformação.” a lógica começou a mudar. Passoumente próximas ou não, e que seus -se a entender os influenciadores interesses podem ser representados – André Carvalhal como uma categoria diferente por um influenciador específico.” das celebridades. “Elas [celebriEm uma matéria do New York dades] poderiam também ser influenciadoras, mas a Times, de 2018, o movimento é resumido: quando os coisa inverte um pouco: a força dos influenciadores é nanoinfluenciadores recomendam um produto no Insmaior. A gente percebe, neste momento, a consolidatagram, a indicação deles parece tão genuína quanto a ção daquelas áreas mais tradicionais do marketing de de um amigo próximo. A baiana Karen Costa sempre influência, que começou muito com moda, turismo foi muito presente nas redes sociais, mas há dois anos e beleza. Aqueles tutoriais de maquiagem, e tudo o começou a fazer divulgação de produtos em seu perfil mais, já estavam começando a apontar para blogueiros no Instagram. Hoje, com 13 mil seguidores, é comum e blogueiras que não eram tão somente grandes do mostrar nos stories seus “recebidos”, os quais as marponto de vista de volume ou de número de seguidocas mandam como presente com o intuito de serem res”, explica Arpassy. divulgados por ela. “Quando começou a ter essa coA influenciadora e criadora de conteúdo Josie mercialização no Instagram, me chamaram para fazer Remer começou pouco antes dessa segunda onda. Seu a divulgação de uma lojinha – e eu fui. Depois, outra início foi com um blog – algo comum no setor, o que pessoa me mandou um presente – e eu divulguei. Cofaz com que muitas pessoas ainda usem o termo “blomecei a postar uns vídeos e uma marca me procurou… gueiras” para falar sobre influenciadoras. Aos 19 anos, elas [as marcas] foram se interessando.” oito anos atrás, a curitibana criou o blog IndependênApesar das parcerias, o Instagram não é a renda cia ou Moda. “O meu propósito sempre foi ajudar principal de Karen – o que é bastante comum no e influenciar positivamente as pessoas, mas eu não nicho. “Independentemente de serem pequenos ou tinha noção, na época, do que era influenciar pessoas. médios, o fato é que esses influenciadores têm essa Quando comecei, meu principal objetivo não era ser coisa de parecer um amigo, uma coisa muito mais uma blogueira famosa, foi sempre ajudar as pessoas”, próxima, acessível e que dialoga. É a questão da troca, recorda. Hoje, acumula quase 76 mil seguidores no da interatividade. Geralmente, o nanoinfluenciador é a Instagram, plataforma para a qual migrou e escolheu pessoa que está mais disposta a conversar, a responder como único canal de conteúdo. perguntas”, aponta Arpassy.
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Influência de nicho
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empre que procurava sobre dermatite, a jornalista Marina Mori se sentia frustrada. No Google, só encontrava páginas médicas e algumas raras reportagens que, em sua maioria, tratavam a doença como algo exótico e tinham foco em crianças. “Eu queria um olhar mais pessoal. Encontrei no Facebook um grupo com milhares de pessoas e acendeu uma luz – pensei que eu poderia ter um canal para falar sobre a minha experiência de uma forma que eu gostaria de ver, porque eu procurava e não encontrava”, conta. Desde março de 2019, Marina mostra o dia a dia de convivência com a dermatite no perfil @peleatopica, além de conversar sobre questões que envolvem a doença de uma forma natural e empática. “Meu objetivo é fazer as pessoas olharem com mais carinho para a pele e o que ela diz sobre o emocional, a alimentação e sobre como ela leva a vida. Às vezes, a pessoa não percebe, e os médicos não falam muito, mas a dermatite está ligada a vários fatores – não existe um creme certo ou um jeito de viver que é o correto. Quero mostrar que dá para conviver com a dermatite de forma mais leve e aceitar melhor o próprio corpo e o que ele diz pra gente.” Mesmo sem promover a página ou usar estratégias de mídias sociais, o perfil reúne quase quatro mil seguidores. Os posts têm centenas de comentários, com histórias e experiências de outras pessoas que convivem com a dermatite. “Lembro que, no dia em que eu consegui 40 seguidores de uma vez, eu chorei. As pessoas enviam muitas mensagens positivas, dizendo que se sentem representadas. Aí eu vi que tinha um espaço”, relembra. “Sempre tem muito engajamento e isso quebra uma regra do Instagram, a de que os influenciadores precisam postar todos os dias e coisas do tipo. O meu objetivo nunca foi tratar o perfil de forma comercial: é justamente essa verdade que faz com que ele tenha tanto engajamento.”
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Ainda assim, no começo de 2020, quando ainda atingir pessoas que não tinha disponibilidade para tinha pouco mais de mil seguidores, foi procurada pela atender em sua agência. Seu foco é ajudar pequenas e assessoria da marca de dermocosméticos Profuse para médias empresas a potencializar seus resultados por que encabeçasse a semana da dermatite atópica que meio do marketing digital e da comunicação. Hoje, seu promoveriam. “Fiquei muito chocada. Não sabia como Instagram, a principal plataforma com a qual trabalha, precificar, especialmente por ser um perfil pequeno e reúne mais de 170 mil seguidores. “Eu moro em uma tão nichado e, a partir disso, foi legal, porque comecei a cidade de 15 mil habitantes – e só de alunos dos meus receber contato de outras marcas.” Entre elas, gigantes cursos online, ou seja, pessoas que até mesmo pagado mercado, como a L'Oréal. “Pensava que isso só era ram para adquirir meus produtos, são quase oito mil possível para quem tinha milhares de seguidores. Mas pessoas”, compara. acho que elas [marcas] fazem isso por saber que perfis Do início até aqui, não perdeu de vista seu objetivo: como o meu são vozes que conseguem ter um impacto usar a influência digital de maneira inteligente e estradireto na vida de outra pessoa. É uma ponte entre as tégica. “A internet me mostrou que, quando a gente pessoas que realmente querem saber e a marca. Elas faz algo com o coração, a gente coloca nossa essência, sabem que eu passo exatamente pelo que elas passam”, se permite ser quem é... é isso também que eu influenanalisa. cio as pessoas a fazer: a ser como elas são, a expressar a A pesquisadora de tendências Mariana Smolka naturalidade e o conhecimento delas pela internet, a ser interpreta que essa identificação com os perfis menores útil para as pessoas”, defende. “Expor-se é uma quespode significar uma exaustão das fórmulas prontas tão de propósito e de estratégia. Propósito porque o e repetidas por muitos influenciamundo precisa ouvir nossa mensadores. “[Nanoinfluenciadores] são gem: todo mundo tem algo bacana “Expor-se é uma pessoas que, assim como eu ou você, para compartilhar com o mundo, estão falando sobre assuntos sérios. agregar à vida dos outros, para questão de propósito para Não estou necessariamente falando inspirar as pessoas.” e de estratégia. Todo de temas sérios como aqueles de Já o jornalista Gabriel Sorrentino política, por exemplo, mas sobre encontrou na internet um espaço mundo tem algo baassuntos que elas têm um pouco para difundir informações sobre cana para comparti- tradições religiosas afro-brasileiras. mais de propriedade para falar. E existe, sim, gente que está interessalhar com o mundo e Começou com um canal no Youda em ouvir, porque não é mais do no final de 2018 e, em 2020, inspirar as pessoas” Tube mesmo e cansou aquela regrinha de migrou para uma revista – a Kobá. A um monte de gente postando nos – Suellen Warmling motivação foi se transformar em um mesmos horários, com o mesmo portal de conhecimento e comuniestilo, mesmas cores e mesmo tipo de cação afro-religiosa. “Umbandista tipografia”, observa. e candomblecista não têm concessão pública de canal Isso faz parte de um movimento maior, seguido de aberto, então o que a gente tem que usar? A internet”, perto pelo mercado. “A gente prevê que, a partir de conta. “Vamos usá-la para democratizar informação 2020, a gente saia cada vez mais daquela lógica antiga sobre umbanda e candomblé. Hoje, com a expansão da do blogueiro, que, traçando um padrão meio caricainternet, a umbanda e o candomblé estão conseguindo to, faz unboxing e ‘recebidos’; uma coisa que, apesar atingir públicos que antes a gente não alcançava.” de nova, tornou-se meio tradicional e ficou até meio É uma maneira, também, de mostrar que o candomestigmatizada”, reflete Stefano. O que tem ganhado blé e a umbanda têm muitas pautas interessantes, não força é a especialização dos influenciadores em criação somente o que é noticiado, que, muitas vezes, tem rede conteúdo, em especial focado em nichos. “Esse lugar lação com intolerância religiosa. “Precisamos nos unir é muito mais fragmentado do que a gente conhecia para lutar contra o racismo religioso, que é um racismo antes, daqueles influenciadores-celebridades. Agora, estrutural brasileiro. Até hoje, todos os elementos da temos pessoas que criam conteúdos a respeito de um cultura de matriz africana tendem a ser demonizados tema muito específico, com uma qualidade muito boa, ou marginalizados. A nossa frase principal é ‘conhepara um determinado nicho de seguidores.” cimento para combater esse racismo’. A informação é Foi o caminho escolhido pela empresária e influena principal forma de lutar contra o racismo religioso e ciadora Suellen Warmling, quando decidiu começar a mostrar a beleza da umbanda e do candomblé, que não compartilhar seu conhecimento nas redes sociais para é mostrada na grande mídia, principalmente”, pontua.
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A revista está em sua terceira edição e já acumula mais de seis mil seguidores no Instagram. O foco não é ensinar a doutrina, mas debater a relação entre o terreiro e a sociedade e discutir a relevância política da umbanda e do candomblé. “O ponto principal da Kobá, da receptividade das pessoas, é a representatividade de ver que macumbeiros podem chegar longe, sim, e vamos todos juntos em busca disso. E, também, a questão de que existe muita fome de conhecimento, porque não tem em outros lugares.” A abertura para os nanoinfluenciadores ou influenciadores muito nichados não significa que os grandes influenciadores, com milhões de seguidores, estão
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perdendo seu posto. Quanto a comportamentos, não existe unanimidade, é mais indicado falar em ondas ou tendências. Dentro disso, várias tendências podem coexistir ao mesmo tempo. Carvalhal explica que podemos pensar em camadas de conteúdo. “Acho que, na medida em que a gente tem percebido o crescimento do movimento de ativismo, de consciência de classe e de diversos assuntos que durante muito tempo estiveram adormecidos, isso coexiste com as pessoas que ainda buscam o oposto disso ou, de repente, o escape disso.” Por conta do isolamento social, muitos conteúdos foram inviabilizados, como os perfis focados em viagens e eventos. Entre os questionamentos, estava se postagens sobre essa vida glamorosa continuaria a ter espaço no pós-pandemia. “Tivemos um esvaziamento desse tipo de conteúdo, mas acho que não é correto afirmar que 100% dele perdeu relevância – em alguns casos, vimos pessoas ainda continuarem a postar e a compartilhar isso. Não podemos generalizar”, pondera Carvalhal. O que perpassa todas as pessoas que produzem conteúdo na internet é a responsabilidade envolvida no trabalho. “Tem muita gente influenciando negativamente. A tecnologia é uma arma: se não souber usar, ela pode matar. As redes sociais vêm matando muita gente. Você [influenciador] tem um papel fundamental, algo muito grande em mãos. Qualquer coisa que você poste, uma frase, uma foto, pode estar influenciando as pessoas a fazer algo – bom ou ruim”, reflete Josie. Desafios Por mais que o movimento seja crescente, ainda há muitas empresas que preferem investir apenas em grandes nomes do setor. “Tem marcas que focam grandes influenciadoras e se esquecem da gente. Acham que, só porque essas influenciadoras têm mais seguidores, vai ter mais retorno. Várias vezes fui em eventos em Curitiba e a marca contratou influenciadores de São Paulo. Isso me deixa muito chateada”, conta Josie. No caso de Karen, ela foi uma das precursoras do marketing de influência em sua cidade, no interior
e elas também estavam se sentindo assim. Foi uma troca de experiências muito interessante”, relembra. Na contramão das estratégias genéricas, pessoas reais se conectam com histórias reais. Foi uma das conclusões de um relatório de tendências, divulgado no final de 2019, pela Squid, referência em marketing de influência. Ele aponta que, segundo o estudo Youth Culture: Power in Progress, da Viacom, realizado com pessoas de 13 a 25 anos, 65% dos jovens acreditam que o ambiente digital pode ajudá-los a se engajar com outras pessoas que têm os mesmos valores. Eles querem se sentir representados e ter essa relação de troca com quem acompanham.
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da Bahia, então ainda é um desafio fazer com que as marcas valorizem seu trabalho. “As marcas maiores já entenderam, mas as lojas locais ainda não compreenderam a importância disso”, opina. “É trabalhoso trabalhar com internet. Eu desanimei bastante, tenho fases em que quero desistir, mas continuo, porque sempre recebo mensagens muito bonitas.” Por outro lado, também percebe que ainda existe uma romantização do trabalho com redes sociais. “Eu já ‘desromantizei’ isso com tudo o que já passei. Tem adolescentes que querem entrar nesse meio porque acham que é um sonho. Fico preocupada, porque causa decepções – e não é algo fácil. O Instagram cobra muito essa constância, é muito preocupante, até pela questão de saúde mental das pessoas que trabalham com isso. É um tema que precisa ser mais discutido.” O impacto da pandemia A logística da vida mudou por conta da pandemia – e, quanto ao cotidiano dos influenciadores, não foi diferente. Diversas adaptações precisaram ser desenvolvidas e o digital foi a ferramenta utilizada por centenas de pessoas e negócios para fazê-las. “Muitas marcas me procuraram nesse momento. As redes sociais nunca foram tão usadas quanto neste ano. As pessoas estavam buscando conteúdo porque não estavam mais tendo encontros – eles foram substituídos por lives e conteúdos digitais”, opina Josie. Para Smolka, o último ano foi um divisor de águas no setor. “As pessoas entenderam que ser influenciador é um business. Então, bombou nos últimos dois, três anos. Até [tem] cursos de como ser influenciador. Daí você vê um monte de gente postando as mesmas coisas, com o mesmo estilo e as mesmas cores. Virou uma coisa muito genérica, muito pronta – meio receitinha de bolo. Uma hora, a conta ia bater”, analisa. Josie sentiu na pele as dificuldades para produzir conteúdo em meio a um momento tão adverso. Sentiu-se muito pressionada. Via as pessoas criando muitas coisas, mas não conseguia fazer o mesmo. “Esse ano [2020] foi muito pesado e significativo para quem produz conteúdo. Ao mesmo tempo em que precisávamos produzir, não sabíamos o que produzir, porque estávamos em casa, presos, como todo mundo. Mas comecei a contar isso para as pessoas
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Vanessa Alves
“Umbandista e candomblecista não têm concessão pública de canal aberto, então o que a gente tem que usar? A internet.” – Gabriel Sorrentino
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Novas plataformas A pandemia acelerou outras mudanças, como o crescimento de outras plataformas digitais além das mais conhecidas no país, Instagram, Facebook e Twitter. Isso abriu novas oportunidades para criadores de conteúdo. “Existem novos formatos de plataformas de influenciadores no Brasil e no mundo. Aqui, ainda está muito pautado no Instagram, mas temos uma consolidação importante do YouTube como um lugar de influência – e o surgimento do TikTok”, pontua Arpassy. Por mais que o TikTok tenha grande apelo para as gerações Millenial e Z, seu conteúdo tem conquistado muitos outros adeptos no país. Para Rodrigo Barbosa, gerente de comunidade do TikTok, isso se deve às características que tornam a plataforma diferente das demais. “O TikTok é a plataforma de conteúdo criativo para experiências divertidas e alegres. As ideias criativas são mais importantes que a conexão social e os usuários são celebrados por serem autênticos.” Outra plataforma que se mantém relevante é o YouTube, com influenciadores de nicho muito fortes, que usam o Instagram para direcionar seu público ao canal. “Apesar de o Instagram ainda liderar no Brasil, o YouTube se destaca com vídeos geralmente mais longos e que exigem mais conteúdo. Então vemos muitos influenciadores que falam de História, de temas de vestibular, de estudo...” Ainda focada no universo dos gamers, o Twitch, que promove transmissões ao vivo, vem conquistando um público mais diverso. Para Arpassy, é uma das redes a qual devemos prestar atenção no próximo ano. “Por conta da pandemia, vimos a necessidade de fazer cada vez mais eventos ao vivo e que não dependam da televisão como plataforma principal. Com isso, o Twitch ganhou força. Ele tem promessas interessantes sobre o que vem pela frente nessa dinâmica do conteúdo ao vivo.”
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Lifestyle por João Prospiter, embaixador
Novas influências Mudança no comportamento dos usuários e das marcas privilegia os influenciadores com menos seguidores e maior poder de impacto
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alvez, o momento que estamos vivendo nunca ilustrou tão bem a seguinte frase: “é mais importante focar a qualidade do que a quantidade.” Vemos, todos os dias, o declínio de influenciadores renomados, enquanto grandes orçamentos são repassados para microinfluenciadores, resultando na ascensão de criadores de conteúdos que, muitas vezes, são vistos como eficazes e mais assertivos, independentemente da quantidade de seguidores, ressaltando a confiabilidade que a marca deseja comunicar. Mas todo esse movimento não é de agora. Desde 2018, as marcas tentam se alinhar aos microinfluenciadores, buscando obter um resultado semelhante ao
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“O estrelato de contas entre mil e 10 mil seguidores. Eles são refrescantemente relacionáveis e confiáveis, menos um fardo ou um risco financeiro para as marcas (...)”
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trabalho já realizado com macroinfluenciadores. 2020 chegou com novas formas de influência e muito mais colaborativo. A pandemia forçou a necessidade do relacionamento com nanoinfluenciadores também. E, daqui para frente, o que podemos esperar? É exatamente isso. O estrelato de contas entre mil e 10 mil seguidores. Elas são refrescantemente relacionáveis e confiáveis, menos um fardo ou um risco financeiro para as marcas e não afetam a percepção geral dela se envolvidos em controvérsias ou polêmicas. E, assim, voltamos ao início, contexto no qual a indicação de um amigo próximo vale muito mais do que alguns grandes nomes da mídia.
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por Ane Calixto Ruh, embaixadora dos Campos Gerais
O contato que aproxima
Exibir a rotina e os gostos para um grupo seleto de seguidores pode ser vantajoso para as marcas e para o próprio influencer
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período, em 2016. Sabemos que o engajamento diminui quando os perfis têm milhões de seguidores. O envolvimento nas postagens tende a atingir um pico quando a conta tem entre mil e 10 mil seguidores. Acredito que os seguidores dos influenciadores com impacto menor tendem a confiar mais no perfil que seguem. Naturalmente, esse grupo de seguidores pode estar mais propenso a querer comprar produtos comercializados por alguém que eles acham que conhecem ou que parece mais intimista. Sinto-me próxima dos meus seguidores com uma vida real, do dia a dia. As indicações sempre são supersinceras – de marcas em que acredito e confio e que, preferencialmente, uso. Além disso, fica mais fácil, também, entender a necessidade das demandas locais. Para as empresas, o micro-influenciador tem um custo acessível de investimento, com engajamento e retorno garantidos pela especificidade do público que se quer atingir. É muito gostosa essa relação próxima que o Instagram gera com cada pessoa. Muitas vezes, uma palavra amiga faz toda a diferença para alguém. A troca diária de informações e experiências e o envolvimento com a região e com os negócios locais é muito gratificante. Formamos uma rede de conexão com amor!
Ric Oliveira | Agência Carpo
o começo, meu Instagram era uma rede para os amigos. Mostrava os passeios, o dia a dia, meus treinos e os momentos em família. Com o passar do tempo, fui percebendo o interesse de pessoas que eu não conhecia no que eu postava. Foi aí que comecei estudar mais sobre a influência digital. Passei a acompanhar as principais influencers mundiais. Adoro ver o conteúdo diário delas, mas sempre fiquei pensando: “quando vou poder consumir o que ela mostra ou quando farei uma viagem dessa?” Meio que uma utopia de vida. Até falávamos sobre isso nas rodas de amigas. Fui mostrando meu dia a dia naturalmente até que pessoas próximas ou que eu não conhecia começaram a me perguntar sobre treinos, dieta, maternidade, roupas, acessórios, sapatos, autocuidado e outras preferências de compra. Aí eu percebi a relevância das indicações de uma microinfluencer e como as marcas vêm acreditando em nós. Nenhuma ação de marketing hoje parece completa sem influenciadores digitais. Vi uma pesquisa em que a Mobile Market, empresa de análise de influenciadores, apresenta dados de engajamento com posts não pagos com indicação de menos de 2% no primeiro trimestre de 2019. Eram 4,5% no mesmo
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por José Pio Martins, colunista
O falso saber e o saber verdadeiro Em um mundo repleto de vozes – virtuais ou reais –, é preciso cuidar com o que se ouve e se absorve
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s tecnologias de comunicação, a internet, nhecimentos acumulados pela humanidade. Por isso, o smartphone, as redes sociais e o amplo ele somente fala sobre o que conhece e quando pode leque de opções para falar, opinar e se contribuir para ensinar e melhorar a vida dos outros. comunicar deram voz a todos. A conseO escritor George Iles (1852-1942) disse que “a quência é o gigantesco oceano de opiniões, dúvida é o início, não o fim, da sabedoria”, pois da palpites e pretensos ensinamentos que se propagam o dúvida nasce o desejo de estudar, pesquisar e conhecer. dia todo, sobre todos os assuntos. O problema passou É nesse contexto que entra a função dos falantes públia ser distinguir o que é opinião boa, cos, aqueles que têm plateia e públicos verdadeira e válida do que é palpite sem suas opiniões e ensinamentos. “Os influencia- para base, sem valor. Os influenciadores, hoje, são muitos. Nesse mundo de tempestade opidores, hoje, são Contam-se aos milhares. Como em toda nativa, é enorme o número de pessoas humana, há os virtuosos e os muitos. Contam- atividade falando sobre assuntos sobre os quais charlatões. A questão é: como distinnada sabem – ou sabem superficialmen- -se aos milhares. guir? te. O ignorante ousado não se constrano surgimento dos influenciadoComo em toda resCom ge em ter opinião sobre tudo. Já o sábio seguidos por milhões, surgiu a figura se contém e opina somente sobre o que atividade humana, do influencer pop star, aquele que se emconhece. É legítimo dar opiniões e palhá os virtuosos e polga com o aplauso público e começa a pites sem pretensão, desde que não se se portar como se fosse um artista, uma os charlatões.” estrela, sem que a seu sucesso correspondestinem a convencer nem influenciar a vida e as decisões dos outros. da a amplidão de conhecimentos. Ou O escritor Charles Colton (1780-1832) disse que “a seja, são estrelas sociais, porém, ignorantes intelectuais. dúvida é o vestíbulo pelo qual todos precisam passar A cada um de nós, cabe fazer um esforço para distinguir para adentrarem o templo da verdade”. O homem entre o falso saber e o saber verdadeiro – e ouvir aqueles culto e sábio é humilde diante da imensidão dos coque realmente têm algo a nos ensinar.
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SELF | GOODNESS
por Luciana Almeida, embaixadora
Solte a voz Conheça personalidades que usam sua influência para realizar ações sociais
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izem que “tudo o que vai, volta”, sejam ações, atitudes ou palavras. Boas ou ruins, a lei do retorno é certa. Por isso, é importante usar a sua voz para o bem. Dessa forma, ela ecoa, alcança novos ouvidos e, certamente, multiplica as boas intenções. Uma pesquisa divulgada no fim de 2019 pelo Ibope Conecta mostrou que 52% dos internautas brasileiros seguem algum influenciador digital pelo conteúdo relevante postado ou, ainda, pelas ideias e pensamentos parecidos. Selecionei quatro personalidades que fazem uso do seu poder de influência para ajudar o próximo. Confira:
TA Í S A RAÚJ O
OPRAH WINFREY
NEYMAR JR. Ícone jovem dos gramados, o jogador fundou o Instituto Neymar Jr., que amplia oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade por meio do esporte, da educação e da cultura.
Considerada uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista Forbes, a apresentadora, atriz e produtora americana fornece educação e liderança para meninas de baixa renda por meio da Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls, na África do Sul.
M AT T DA M O N O astro da indústria cinematográfica é fundador da H2O África, uma fundação focada em iniciativas de água limpa nas comunidades africanas.
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HARPO, INC., Reprodução | Instagram, Reprodução | Instituto Neymar Jr. e Reprodução | Water.org
Defensora da ONU Mulheres Brasil para os Direitos das Mulheres Negras, a atriz é um ícone da militância pela igualdade racial e participa de diversas ações para empoderar as mulheres.
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SELF | SAÚDE
Tecnologia e humanização Novo embaixador da TOPVIEW pretende trazer conhecimentos sobre odontologia que possam levar os leitores a buscarem a melhor versão do seu sorriso por Redação
Manoel Guimarães
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om mais de 20 anos de atuação na área odontológica, Laydir de la Torre entra para o time de embaixadores da TOPVIEW, a fim de destacar a importância da saúde bucal e os avanços tecnológicos promovidos pela indústria nos últimos anos. Confira a entrevista: Você se graduou em Odontologia em 1997. O que aprendeu de lá para cá que leva consigo nos atendimentos atualmente? Muita coisa mudou (e para melhor – ainda bem)! Surgiram novos materiais, novas técnicas e novas abordagens. As abordagens estéticas ficaram mais aprimoradas e passaram a ter maior foco por parte das pessoas. No entanto, percebo que muitos se esque-
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cem da atenção ao paciente, ao ser humano. Às vezes, deixam de lado suas vontades e necessidades. Sempre tive comigo a prática de escutar o paciente e cuidar dele com delicadeza e carinho em todos os momentos. Acredito que isso fez e ainda faz a diferença. Caso pudesse se descrever em uma frase, qual utilizaria? Por quê? “Seja um padrão de qualidade. As pessoas não estão acostumadas a um ambiente em que o melhor é o esperado.” Não serei original. Usei essa frase de Steve Jobs em meu consultório – em uma parte reservada, mas ela está na parede para toda equipe vê-la diariamente, pois acredito que temos que nos esforçar em cada detalhe para sermos realmente excepcionais. Isso é possível, começa por nós e, depois, “contamina” toda a equipe.
Quais são seus livros favoritos? removíveis e praticamente invisíveis. Quais são Eu gosto muito de O Jeito Disney de Encantar os seus principais benefícios? Clientes: do Atendimento Excepcional ao Nunca Parar Em geral, a busca das pessoas por essa técnica se dá de Crescer e Acreditar, que destaca as melhores prátipelo conforto, discrição e agilidade. Mas, curiosamencas dessa empresa centenária e encantadora. Também te, o que me levou até ela em 2009/2010 foi a precisão destaco o Dedique-se de Coração: a História de Como e a facilidade de atingir os resultados. Hoje em dia, a Starbucks se Tornou uma Grande Empresa de Xícara a utilização de equipamentos 3D e a simulação por em Xícara, escrito por Howard Schultz. Outro sufotos tornam cada vez mais atraente esse método. cesso que está na minha lista de preferidos é Sapiens: Você já foi finalista do Prêmio Personalidades uma Breve História da Humanidade, do israelense TOPVIEW em 2019 na categoria “Dentista do Yuval Noah Harari – um grande palestrante que se Ano”. Que balanço faz dos seus mais de 20 anos tornou um nome de referência no universo literário. de carreira? Quais são seus filmes favoritos? Primeiramente, entendo que foi uma grata surpreCoração Valente (1995), dirigido por Mel Gibson sa esse reconhecimento, pois, muitas vezes, nós, da – o qual também é protagonista da trama –, é um dos área de saúde, ficamos tão focados em nosso consulmeus filmes preferidos. Na história, soldados ingleses tório que nos esquecemos da vida. Tive uma busca matam a esposa de Gibson em sua noite de núpcias. nestes mais de 20 anos de combinar os cursos de Para se vingar, ele decide liderar seu povo em uma luta estética dental dos quais participei nos primeiros anos contra o rei inglês Edward I. Hotel de carreira com a ortodontia. QuanRuanda (2004) é outro bom título. do vi o upgrade que a ortodontia Trata-se da história do gerente de “Minhas expectati- digital (3D e alinhadores) poderia um hotel que abrigou milhares de à excelência de tratamentos, vas são no sentido de agregar pessoas durante um conflito em mergulhei de cabeça. Foram anos Ruanda, em 1994. Até o Último trazer à tona tudo o de muito investimento e dedicação. Homem (2016) – também dirigiem 2020, preparamos um novo que se está fazendo E, do por Gibson – e o recente Soul espaço (em meio à pandemia) para (2020) igualmente são outros filmes de mais atual, mo- tornar a experiência de quem confia que gostaria de destacar. Aproveito sorriso a nós algo realmente derno e primoroso seu para compartilhar com vocês que especial. Esses espaços foram cuina odontologia com dadosamente planejados e contam também gostei bastante das séries Chernobyl (2019) e O Gambito da inúmeros recursos para tornar uma leitura fácil.” com Rainha (2020). confortável qualquer procedimenComo especialista em Ortoto. Mas não vou dar spoilers (risos). dontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares e Vamos falar disso ao longo do ano. um dos Doutores Invisalign com o maior número Quais são as suas expectativas agora como de pacientes no Paraná, como você descreveria a embaixador da TOPVIEW? busca pelo sorriso perfeito hoje em dia? Ela ficou Fiquei muito feliz com o convite de fazer parte mais fácil com a tecnologia? desse projeto! Minhas expectativas são no sentido de Assim como em outras áreas da medicina, o sorriso trazer à tona tudo o que se está fazendo de mais atual, tornou-se peça essencial na busca pela beleza – talvez moderno e primoroso na odontologia com uma leipor ser figura importante na tradução da alegria de tura fácil. Acredito que o conhecimento irá encorajar maneira mais evidente. Além disso, vemos uma expoas pessoas a buscarem o que sempre desejaram sem, sição por conta das redes sociais e um uso da câmera muitas vezes, saberem o que existe na atualidade para do celular nunca antes visto. De maneira geral, isso atingir esse resultado. Gostaria de estimular cada um facilitou nossa interpretação de anseios por parte do na sua busca pela melhor versão do seu sorriso. paciente, pois, muitas vezes, ele já consegue trazer (em O que podemos esperar de sua embaixada? imagens) seus desejos. E, com o crescente avanço tecPor ser uma embaixada nova, teremos muito nológico, conseguimos simular as mudanças proposespaço para as novidades. Podem esperar duas coisas: tas para aproximar projeto, desejos e limitações. tecnologia e humanização. Vou me empenhar para O Invisalign é uma técnica ortodôntica feita trazer o que temos de melhor na nossa profissão de com uma sequência de alinhadores transparentes, uma maneira leve e diversificada.
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S E L F | C O M P O R TA M E N TO
Pensando com você por Lígia Guerra, embaixadora
Torne-se irresistível Ter autenticidade é a melhor ferramenta em um mundo tão conectado e envolto em inseguranças
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utenticidade: uma qualidade que vale ouro! O motivo? Quem sabe dar valor à sua digital emocional não ocupa o lugar comum. O caminho nem sempre é o mais rápido, mas certamente é o mais sólido. Aplicar esse raciocínio ao mundo digital faz ainda mais sentido. Nestes novos tempos, em que o universo virtual ganhou um espaço tão importante quanto o mundo tangível, saber conviver nas redes e conquistar credibilidade também se tornou um grande e necessário desafio. Aqui entra uma percepção importante: visibilidade não significa engajamento – e vice-versa. Funciona mais ou menos como aquela pessoa que cuida muito do visual, que todos admiram esteticamente, que tem milhares de pessoas querendo ficar com ela, mas que não consegue engatar nenhum relacionamento em longo prazo – por mais que ela o deseje. É preciso rever posturas e identificar como os sentimentos podem estar desconectados de alguma forma da sua maneira de agir. Conheço pessoas incríveis que sofrem profundamente com isso e, na maioria das vezes, são pequenos detalhes sobre elas mesmas que estão negligenciados. Na maioria dos casos, a ânsia de agradar e ser aceito se sobrepõe ao que elas têm de melhor: a autenticidade a qual me referi no começo do texto. Inúmeras pessoas compram seguidores, likes e comentários para “impulsionar” os seus perfis. Elas até
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podem parecer um sucesso para os outros. Mas e para si mesmas? Por mais que possamos enganar os outros, não podemos nos enganar. A “fatura” desse tipo de postura chega com juros e correção monetária: baixa autoestima, insegurança, ansiedade, medo, alergias, insônia, dependência emocional e por aí vai… Para sermos bem-sucedidos, em primeiro lugar, precisamos conquistar a nós mesmos. Ter o nosso autorrespeito. Dizem que “não adianta uma pessoa ser um sucesso no mundo e um fracasso no lar”. É verdade. Ainda assim, é bom lembrar que não seremos bem-sucedidos em nenhum lugar se não formos um sucesso para nós mesmos. Seria como ser o escritor mais lido no mundo, só que com obras escritas por uma outra pessoa. Aqueles que admiramos podem servir de inspiração, jamais como um modelo fechado em si mesmo. Por mais que o mundo queira nos definir em números, notas, idade, dinheiro, likes e seguidores… eu insisto: seja o número um para você mesmo. Nada causa mais realização do que isso. Nada gera mais saúde mental do que sentirmos um imenso prazer em vestir a própria pele. Torne-se IRRESISTÍVEL! Una talento, autenticidade e resiliência. Reflita: o que você tem de especial que ninguém tem? Esse é o seu caminho. Invista nisso! Não seja uma réplica, seja uma alma original. Isso não tem preço, tem valor.
poder
a seção dos bastidores econômicos e políticos, além do social view
Divulgação | Lexus
Veja o vídeo da campanha.
D I V E R S I D A D E AT I VA N O M A R K E T I N G D E I N F L U Ê N C I A Visando atrair um público mais jovem e diversificado, a All In é a nova campanha de marketing para o luxuoso veículo Lexus IS 2021, estrelada por oito microinfluenciadores. Os novos conceitos criativos da marca japonesa incluem alvos que se identificam como minorias nos Estados Unidos.
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PODER | PERSONALIDADES
Influenciadores digitais: quais acompanhar em 2021? A TOPVIEW separou cinco influenciadores digitais que seguem as tendências da prof issão previstas para 2021
*com a colaboração de Izabelly Lira
por Redação*
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star perto não é físico. Por conta do isolamento social, essa é uma das frases que apareceu aos montes nas redes sociais durante a pandemia do coronavírus. Isso também pode ser relacionado com o universo dos influenciadores digitais atualmente: em meio ao alto número de seguidores, a audiência entende os profissionais da internet muitas vezes como amigos próximos. Essa é uma das tendências que circunda o mundo da influência digital na contemporaneidade, de acordo com Luísa Barwinski, professora do curso de Marketing da PUCPR e analista de Inbound Marketing da Juno. Outras apostas de habilidades para os profissio-
nais que trabalham com internet são autenticidade, acessibilidade e a capacidade de encontrar um nicho para produzir conteúdo. Entre as muitas tendências e peculiaridades, o que une todos esses influenciadores é ter um propósito, pontua Luísa: “essas pessoas ‘deram certo’ e atingiram um volume muito alto de seguidores, pois tinham um porquê muito claro que se conectou com o porquê das pessoas.” Junto com Luísa, a TOPVIEW selecionou cinco influenciadores digitais que estão de acordo com as tendências citadas e que têm de tudo para bombar – ainda mais – nas redes sociais em 2021:
DEBS Com o bordão “A Debs que faz textão”, Débora utiliza seu perfil no Instagram para falar sobre maternidade. Os grandes textos são postados nas legendas das fotos que ela compartilha e têm como temas principais a criação dos filhos e a rotina de sua família. Atualmente, com pouco mais de 12 mil seguidores, ela se propõe a problematizar e a criar reflexões sobre o universo das mães.
Reprodução | Instagram
M AT H E U S I LT
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Mostrando suas reformas e fazendo parte do clube Do It Yourself (DIY) – “faça você mesmo”, em português –, Matheus faz sucesso na internet falando sobre arquitetura e decoração. Com fotos bem produzidas de cômodos redecorados e destaques que mostram detalhes de seus projetos, ele atualmente conta com mais de 390 mil seguidores em seu perfil no Instagram.
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KAROL PINHEIRO Mesmo tendo iniciado no mundo da influência digital em 2013 e já ter um milhão de seguidores no Instagram, Karol Pinheiro ainda se mantém próxima de sua audiência por meio do quadro “Vamos Konversar”, no qual responde perguntas sobre sua vida pessoal. Além disso, ela aborda temas como maternidade, empoderamento femino, beleza, finanças, relacionamentos e reformas no canal do YouTube “Karol Pinheiro e as Coisas Mais Legais do Mundo”, do qual é sócia.
MAQUI NÓBREGA Maqui, que é sócia do canal “Karol Pinheiro e as Coisas Mais Legais do Mundo” e designer gráfica, aborda assuntos como aceitação do corpo, cuidado com animais e viagens em seu perfil pessoal no Instagram. Com mais de 220 mil seguidores atualmente, ela cultiva uma relação próxima com seu público por meio de quadros como “Maqui Responde” e “Maqui Indica” de maneira autêntica.
VICTOR OLIVEIRA Com quadros como Não Está Sendo Fácil, Vitinder e ViJobs, todos realizados no Stories do Instagram, Victor é uma central de entretenimento cômico e serviços no Instagram. Apresentando bordões próprios –, que têm relação com o mundo pop – ele cria uma relação próxima com sua audiência, de mais de 275 mil seguidores, respondendo a todos os comentários e mensagens que recebe na rede social.
Acesse o portal da TOPVIEW e confira os perfis listados nesta reportagem.
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PODER | NEGÓCIOS
Marketing por Beto Cesar, embaixador
Criar vem bem antes de anunciar Atrelar um produto a uma boa narrativa é a melhor forma de divulgá-lo uma narrativa vinculada a eles. Juan Moraes, amigo que vivencia muito esse setor, disse-me uma frase que gostei: “os influencers vão dar lugar aos creators, pois a nossa admiração está por quem cria.” Essa é a base das empresas de mídia e deve ser também a base de quem, individualmente, vende mídia como influencer. Vale lembrar a Disney. O maior conglomerado de mídia do planeta, com valor de mercado de US$ 186,6 bilhões (2020), só se tornou o gigante que é por um motivo: nunca deixou de contar histórias. São elas que nos encantam e que mexem com nosso imaginário. O que compramos no final não é o produto, mas a representação das histórias nele.
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ste texto começa com um desabafo: se você é influencer, atua em agência ou é anunciante, por favor, tenha em mente que a publicidade só existe se houver um conteúdo atrelado a ela. O universo povoado pelos nove milhões de brasileiros que se identificam como influenciadores (só no Instagram) tornou-se uma chatice, porque essas pessoas esqueceram que, para anunciar um produto, é necessário ter, antes, uma história que o valorize. O que se vê hoje no comportamento de muitos influenciadores é a lei do menor esforço: uma exibição descarrilhada de produtos sem a construção de
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P O D E R | N E G Ó C I O S E I N OVAÇ ÃO
por Matthias Schupp, colunista
“Microinspiradores”: siga quem engaja e faz a diferença Esse perf il de prof issional é o que irá transformar a realidade dos colegas e, quem sabe, de toda a empresa
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esquisas apontam que, em 2020, o consumo de internet e redes sociais aumentou mais de 77% – principalmente nas classes A, B e C. Além disso, os conteúdos consumidos online estão cada vez mais diversos, assim como os perfis das pessoas que seguimos. Por esse motivo, cada vez mais, os chamados influenciadores ou microinfluenciadores têm um grande poder de nos persuadir, tanto em termos de comportamento como de consumo. Se traçarmos um paralelo, nas empresas não é muito diferente. Eu gosto de dizer que, dentro de cada companhia, temos “microinspiradores”, que são aqueles que exercem uma poderosa influência positiva sobre o time. E são esses que devemos seguir, curtir e compartilhar! Aqui no Brasil, isso tem uma força impressionante, pois as pessoas são muito mais relacionais – ou seja, movidas pela emoção e pelas conexões interpessoais. Quando morei aqui pela primeira vez, nos anos 1980, uma das coisas que mais me encantaram foi o jeitinho brasileiro. Para mim, isso tem uma conotação muito positiva, que é essa vantagem competitiva fantástica e essa forma como os brasileiros são capazes de inovar e transformar o impossível em realidade. Isso é algo que me influencia desde aquela época e que eu sempre tentei passar para os meus colaboradores, nos diversos países onde já trabalhei como gestor. No exterior, esse processo é árduo. Aqui é natural. Abrir espaço para quem está comprometido e alinhado com os valores da companhia e disposto a fazer a diferença é o primeiro passo para que isso dê certo. E, caso, em meio a esse movimento, surjam os negativistas, devemos estar atentos para agir de forma rápida, a fim de responder e esclarecer os fatos. Afinal, quando oferecemos liberdade com responsabilidade, os resultados são extraordinários. Basta compartilhar os desafios e, principalmente, identificar e seguir os “microinspiradores”. São eles que vão conduzir o processo de transformação cultural da empresa e engajar os talentos que podem fazer a diferença. Afinal, por mais tecnologia que tenhamos disponível, são as pessoas inspiradoras que são capazes de tornar uma marca relevante. E temos um jeitinho só nosso para fazer isso acontecer!
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PODER | NEGÓCIOS
EM PARCERIA COM
Liderar é influenciar Comitê de Gestão amplia o papel do LIDE Paraná no fortalecimento da economia do estado por Heloisa Garrett
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Rubens Nemitz Jr.
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m um cenário com tanta informação e tantos especialistas e experts, nunca o contato real, o olho no olho e conhecer a trajetória real, as conquistas, as fraquezas e as fortalezas foram tão valorizados. Nós, seres humanos, vivemos em uma busca real por referências, encontradas nos textos bíblicos, nas grandes biografias... mas a pandemia nos mostrou o quanto heróis e heroínas reais estão do nosso lado, vivendo os mesmos dilemas. É uma tendência clara que o ser humano busque inspiração, busque um líder. No LIDE Paraná, temos despertado essa influência, aproximando empresários, promovendo mentorias e mostrando legados que muitas vezes ficam restritos aos portões da empresa e, quando deixam de ser externados, perdem a chance de inspirar outros empreendedores. Neste ano, o LIDE no Paraná vai atuar de forma ainda mais intensa na promoção desses influenciadores, que fazem a diferença e promovem disrupção dentro dos seus circuitos de negócios. Em 2021, teremos um Comitê de Gestão formado por grandes nomes da cena empresarial do nosso estado e conselhos temáticos para desenvolver potenciais de negócio em vários segmentos da nossa economia. Liderar é influenciar pessoas, é promover o desenvolvimento. Estamos aqui para fortalecer esse movimento, que tem como foco a prosperidade! Vamos juntos! LIDE: quem é líder participa.
NOVELA DE CAMILO PELLEGRINI, RAPHAELA CASTRO E STEPHANIE RIBEIRO / DIREÇÃO-GERAL DE EDGARD MIRANDA / PRODUÇÃO: CASABLANCA.
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O INÍCIO DE TUDO
A origem dos povos e das línguas.
R7.COM/GENESIS
A novela que é uma superprodução.
Aponte a câmera e saiba mais.
*HORÁRIO DE BRASÍLIA.
ESTREIA TERÇA, 19 DE JANEIRO, ÀS 21H.
PODER | POLÍTICA E ECONOMIA
Política por Marc Sousa, colunista
Reféns da CoronaVac Prefeitos paranaenses se queixam, reservadamente, da postura de João Dória (PSDB). Vários dizem que fecharam protocolos de compras da CoronaVac por pressão do governador paulista, que chega a ligar pessoalmente oferecendo o imunizante. Além disso, ele faz pressão com posts em redes sociais e usa estratégia de mídia afirmando que as cidades podem ficar sem vacinas se não comprarem de São Paulo. A campanha do tucano fez com que as principais cidades do estado virassem clientes da “Vacina do Brasil”, como Dória rebatizou a vacina chinesa.
Sonho com “S” de Senado As próximas eleições ocorrem só no ano que vem, mas a classe política do Paraná já está ouriçada com a sucessão da cadeira do Senado. Sem oposição, Ratinho Júnior (PSD) deve ter tranquilidade na reeleição. Por isso, a vaga na chapa dele em 2022 é muito cobiçada. Na lista de pretendentes ao apoio do governador, há prefeitos e ex-prefeitos de cidades importantes, deputados federais e estaduais e secretários de Estado. O problema é que ninguém perguntou se o atual dono do posto, Álvaro Dias, vai se aposentar.
govesp, Moreira Mariz | Agência Senado, Arnaldo Alves | AEN, Rodrigo Fonseca | CMC e Arquivo | ANPr
De volta para o plenário Depois de um ano de sessões virtuais, os deputados estaduais paranaenses finalmente vão retomar as atividades presenciais em fevereiro. Muitos reclamam que a casa sofreu um “apagão democrático”, pois a falta de convivência física dificulta as discussões.
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A lenda da ponte de Guaratuba A Assembleia Legislativa alterou a Constituição do Paraná e abriu caminho para o financiamento da construção da ponte de Guaratuba. Antes, a lei previa apenas o formato de cobrança de pedágio. Agora, os deputados deram ao governo estadual liberdade para escolher como pagar a obra. Apesar do avanço do lado financeiro, o projeto continua a passos lentos, graças a uma ação do Ministério Público que pediu a separação dos estudos ambientais e técnicos e atrasou ainda mais o processo.
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Ligação cara O paranaense Zeca Dirceu (PT) foi o segundo deputado que mais gastou com telefonia em 2020. Segundo o Portal da Transparência, os telefonemas dele custaram R$ 45 mil aos contribuintes. Ele só ficou atrás do também petista Dionilso Marcon.
Museu de novidades O Partido NOVO, que promete no discurso romper com a velha política, recorreu ao antigo acordão para garantir espaço na mesa da Câmara de Curitiba. Atrás do cargo de Corregedor da casa, as duas vereadoras da legenda se esqueceram das críticas que o guru dos “novistas”, João Amoêdo, faz ao lulismo e ao bolsonarismo e se integraram em uma coalizão com o PT e o PSL. Alegaram que era melhor isso do que ficar de fora do processo. O NOVO começa velho na capital paranaense.
O custo do pedágio Há dez meses do fim dos contratos, as concessionárias de pedágio do Paraná ainda precisam entregar um total de 119 quilômetros de obras atrasadas até novembro. Também existem 16 intervenções estruturais, como a construção de trevos e interseções, em que o prazo estipulado na licitação já estourou. O levantamento é do deputado estadual Homero Marchese (PROS), que percorreu todas as estradas pedagiadas do Paraná.
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por Roberta Busato, colunista
BRAND NEW
NOVIDADES PARA UM NOVO ANO
Reuni alguns dos nomes de destaque nos últimos meses de 2020 e outros que devem trazer produtos e serviços úteis e inspiradores neste ano que começa. Confira!
As irmãs Ana Paula e Tatiane Puppi estão à frente da Tata Andriguetto, marca de couros que faz parte do 2GET SALE Shopping.
A nutricionista Juliana Pappi, dá várias dicas de saúde em seu Instagram.
Thaise Coraiola também arrasou nas redes sociais em 2020, com dicas e muito conteúdo de moda.
Os irmãos Maria Eduarda e Henrique Domingos com pijamas da Bugbel para o 2GET SALE Shopping.
Flavia Auer, especialista do método Renata França, já ganhou o coração das curitibanas. Além das massagens, a terapeuta também trabalha com várias técnicas de bem-estar.
Dani Mello deu um show nas redes sociais na quarentena, com mentorias, lives e muitos outros conteúdos.
À frente do Paineras Fit, Francine Assis também surpreendeu o paladar dos curitibanos com as comidas congeladas da marca.
Gabriela Lopes com a Olivia, um presente de 2020.
Fernando e Gabriela Martins com a pequena Ana Tereza.
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Bruna de Carli comemorou no final de 2020 um ano de Duckbill.
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PODER | SOCIAL VIEW
por TOPVIEW
RÉVEILLON
FELIZ ANO NOVO!
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A Virada, por si só, já é uma celebração glamorosa. Branco, prateado, dourado… várias cores se unem para trazer boas energias para o novo ciclo que se inicia. Confira alguns cliques especiais feitos na época das comemorações de fim de ano – e de início de um novo também!
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Alan Nolla e Fabiana Nolla em Trancoso.
Réveillon da família Nolla: Bernardo com os pais, Fabiana e Allan.
Ricardo Ruh e Ane Calixto Ruh com os filhos em seu apartamento, em Caiobá.
Carol Gusi e Solano Amadori Todeschini.
Carol Gusi com a mãe, a sogra e as avós.
Pietro, Ana Claudia e Ricardo Michelin.
Adriano Tadeu Barbosa, Diego Gutierrez e as fofuras Alyssa e Benjamin.
O personal stylist Reginaldo Souza em sua viagem a Cancún.
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O casal Gisele Busmayer e Eduardo A. de Souza com os filhos, Maria Eduarda e Miguel, em Madri.
Emmanuelle Bertoldi com o marido, Fernando Pereira, e os filhos Maria Augusta e Antonio.
ENCONTROS
Judy Nunes, Helena Pereira Oliveira, Beta Mourão, Eduardo Mourão e Elizabeth Mourão.
Simone e Toni Grocoske com as filhas, Maria Rosa e Maria Augusta, no Resort Jurema Águas Quentes.
DÉCOR
BELEZA
PODER E CULTURA
VISITAS E NOVIDADES
NOVO ESPAÇO
A advogada Sandra Comodaro visitou o Palácio Garibaldi e pôde rever a ex-governadora do Paraná, Cida Borghetti.
A arquiteta Catherine Moro esteve na cozinha da SCA Curitiba para conhecer as últimas novidades.
Marcele Poiani e Melody Choinski foram conferir o WM Care no Villa Preview, novo espaço de beleza em Curitiba. A beleza é assinada por André Bartolini.
Sandra Comodaro e Cida Borghetti.
Catherine Moro.
Marcele Poiani e Melody Choinski.
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Nando Fischer e Divulgação
Lucca Mehry Gonçalves, Valentina Schmaedecke Ribas, Augusto Schmaedecke Ribas, Gustavo Ribas Netto e Danielle Schmaedecke Ribas.
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PODER | SOCIAL VIEW
por Felipe Casas, colunista
DRI NKS
NOVO SPOT CURITIBANO
A aposta de novo hotspot para este verão é no bairro Ecoville. Isso porque o Ponto Gin inaugurou sua segunda unidade na Mercadoteca. Por conta da pandemia, poucos convidados foram recebidos nos primeiros dias de abertura. O conjunto de operações gastronômicas e o ambiente aberto e arejado são apostas do bar de drinks para o verão em 2021.
Felipe Casas e Fernanda Assad.
Bruna Nardi.
Vinicius Kodama também prepara os melhores drinks na nova unidade.
Munir Bucair e Jenny França
Novos drinks à base de álcool e café são preparados pelo barista Victor Goncales.
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Rafael Soares, Bruno Thibes, Arthur Maia, Edo Krause e Daniel Kac.
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Victória Andreatta.
A arquitetura do espaço foi projetada por Paulo Peruzo.
PODER | SOCIAL VIEW
INAUGURAÇÃO
LAÇOS DE GRIFE CHEGA A CURITIBA
Equipe KE.
O casal Pâmela e André Pioli.
A proprietária da loja recebeu Maria Elisa Emerick.
Roberta Moraes e Pâmela Pioli.
Letícia Baggioto, Pâmela Pioli e Tenile Souza.
A colunista da TOPVIEW Roberta Busato conferindo o sucesso da inauguração.
Pâmela recebeu o carinho do filho, Mateus Pioli.
Jonatas Amaral | Divulgação
Pâmela Pioli com Marcele Poiani e Vitoria Ciruelos.
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Expandindo o sucesso de Paranaguá para Curitiba, a Laços de Grife inaugurou uma unidade no ParkShoppingBarigui. Sob o comando de Pâmela Pioli, a multimarcas traz grifes nacionais de sucesso para a capital paranaense. Confira alguns momentos!
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PODER | PERSONALIDADES
por Wilson de Araujo Bueno, colunista
Iza Zilli Ligada à história curitibana pela heráldica familiar, Iza Zilli assina uma coluna social, em uma elegante maratona de 36 anos. Livros sobre gente da vida paranaense, em múltiplas atividades, também trazem a sua assinatura. Para 2021, Zilli já deu o “start” a Cartas a Curitiba e Personagens e Empresas.
Josh Berveglieri Com jantar privê, no Castelo do Batel, Josh Berveglieri comemorou 25 anos, atento às normas de saúde, em noite em que a beleza e o porte dos convivas eram redimensionados pelo natural esplendor daqueles salões. Monarquista, Berveglieri, com desenvoltura, atua como produtor e cerimonialista de festas.
Maria Luiza Busato A curitibana Maria Luiza Busato foi eleita a melhor chef do Colorado, nos Estados Unidos, em 2020. Ela capitaneia a cozinha do restaurante Sweet Basil, em Veil, a famosa estação de esqui. Iniciada na PUCPR, em Curitiba, sua culinária pontuou na Europa e nos Estados Unidos. Diversas celebridades já saborearam seus pratos, entre elas, Kim Kardashian, Reese Witherspoon, Kanye West e Gwyneth Paltrow. “Fanzérrima”, vibra com a neta, a elegante Rosi Busato. O avô, saudoso Arnaldo Busato, honrou o Paraná como deputado federal e Secretário de Estado da Saúde.
Rodrigo e Marcelo Alarcón A loja Rodrigo Alarcón, no Design Center Batel, tem no comando o próprio Rodrigo e seu irmão, Marcelo Alarcón. Com educação, que lhes confere a mais autêntica postura de lordes e gentlemen, os Alarcón, em 2021, celebram 20 anos de joalheria. O abalizado design, que agrega criatividade e grandiosidade, expressando o máximo de sensibilidade, chega a felizes colecionadores, entre eles, princesas e rainhas. Já avizinhados com grifes internacionais, na Alvear, em Buenos Aires, as joias Alarcón podem perfilar com as maravilhas da Place Vendôme, em Paris.
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“Entregue o seu caminho ao Senhor; confie Nele, e Ele o ajudará.”
“A verdadeira solidariedade começa onde não se espera nada em troca.”
– Salmo 37:5
– Antoine de Saint-Exupéry
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PODER | PAPO FINAL
Fabbi Cunha Formada em Jornalismo, Fabbi Cunha trabalha com comunicação há mais de 20 anos. Fez pós-graduação em Produção de Moda e Styling. Começou como apresentadora de televisão na Band e segue na profissão até hoje. Ela acredita que seu propósito é ajudar as pessoas a acharem sua melhor versão e que todos têm direito de se sentirem bem consigo mesmos. No Chique de Bonito, comunica-se por meio de posts e vídeo-suporte para que as pessoas possam atingir essas metas. Fabbi já participou das maiores feiras de moda do mundo, estudando antecipação de tendências para aprender a ler e fazer o famoso trabalho de coolhunter e desmistificar e ditar as próximas tendências com embasamento
Chrys Kishida
por Redação
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Uma lembrança da infância? Lembro-me muito da simplicidade das coisas! Dos cheiros gostosos que vinham das cozinhas das vovós, das férias em Belo Horizonte brincando de subir nas árvores, em Caiobá com minhas amigas, que são minhas irmãs de alma até hoje! As coisas mais simples são as que mais nos marcam, não é mesmo? Uma curiosidade sobre você? Eu amo corações! Meu marido me pediu em casamento com um brilhante em forma de coração. Amo que ele e meus filhos sabem da minha paixão. As crianças acham o formato em tudo e me dão de presente, em pedras, folhas, conchas... mas essa paixão é antiga! Quando pequena, eu dizia que meu nome era Fabiana Coração. As pessoas perguntavam para minha minha mãe se esse era mesmo o meu sobrenome (risos). No meu casamento, falei para o [arquiteto] Jayme Bernardo dar um jeito de colocar corações de uma forma que não ficasse brega e ele e a [empresária] Tina Gabriel conseguiram! Atitude mais admirável que testemunhou recentemente? Parei em um semáforo e vi um menino de rua de cerca de 13 anos na topview.com.br
chuva todo sujo, brincando e confortando seu cachorrinho na marquise de um prédio com uma felicidade tão pura que me fez chorar! Defina influência em uma frase. Ser referência de busca nos assuntos que expõe! Último presente que se deu? Escutar meu corpo com mais carinho! Isso me permite parar, respirar e tomar decisões mais assertivas! É uma busca constante e maravilhosa! Qual é seu/sua microinfluenciador(a) preferido(a)? Tenho acompanhado e amado o escritor Jorge Grimberg. Algo inusitado que recomenda que todos façam uma vez na vida? Sair de carro com um Nescau prontinho e bolachas. Aprendi com um amigo que amo. Aproveito para perceber quanta gente podemos ajudar nas ruas! Também gosto de levar cobertores. Enfim, olhar para fora do nosso mundinho é incrível! Uma mudança importante na sua personalidade no último ano? Eu diria que são duas: uma é aprender a dizer não! Nossa, para mim, isso era impossível! E a outra é aprender o meu valor, me amar.
Estou no processo e é tão importante. É revelador! Se não fosse você, quem gostaria de ser? Essa é difícil, hein? Quero ser linda como a Angelina Jolie, calma e sábia como Dalai Lama, alegre e engraçada como Jennifer Aniston (risos). Brincadeira! Seria a Fabbi, com perspectivas de crescer e de buscar cada vez ser melhor. Qual é a primeira coisa que gostaria de fazer no pós-pandemia? Bem piegas: abraçar todo mundo e aglomerar muito (risos)! Acredito que vou valorizar mais os momentos! Defina sua profissão em um parágrafo. Eu amo levar informações de forma leve, ajudando as pessoas – e ser um link entre elas! Amo conectar pessoas! Esse é o meu propósito! Quem a inspira atualmente? Sabe que me inspiro muito em Deus? Não tem nada a ver com religião. Cada um pode chamar como quiser, mas sempre falo para os meus amigos sobre essa força maravilhosa de luz que cuida de nós e me inspira a ser melhor, além de me tranquilizar e me fazer acreditar que tudo vai acabar bem! Tenho muita fé!
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