TOPVIEW - Maio/2020 - #236

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ISSN 16775767 MAIO #236/ R$ 14,90

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ÍNDICE

Fashion Grandeza nas atitudes

por Duda Slaviero – pág. 21

As mãos que fazem a moda

Costureiras enfrentam a pandemia em condições precárias e exploratórias – pág. 22

A moda fora do estúdio e dentro de casa

Editorial de moda remoto – pág. 28

Limpeza de pele: fazer ou não? por Emmannuelle Bertoldi – pág. 36

Universo da moda mobilizado por Andrea Gappmayer– pág. 38

A vida não pode parar por George Luna – pág. 39

Cuidados com o cabelo descolorido

por Leo Guedes – pág. 40

Estilo Habitar a quarentena

por Marcos Bertoldi – pág. 42

O mundo dentro de casa por Paola Gulin – pág. 44

Intercâmbio é para a vida toda por Ana Claudia Michelin – pág. 45

Qualificação na quarentena por Marilis Borcath – pág. 49

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self O antídoto contra o coronavírus por Luciana Almeida – pág. 53

Todos por todos

Solidariedade e colaboração: alternativas para pessoas e negócios na pandemia – pág. 54

Na linha de frente? Mulheres!

Um ensaio fotográfico com enfermeiras feito por chamada de vídeo – pág. 60

poder A pandemia no mercado financeiro

Como as medidas do governo influenciam os investimentos – pág. 65

Eduardo Bekin discute as premissas f uturas no mercado de investimentos por Bethânia Gilsoul – pág. 66

Curitiba enfrenta a Covid-19 por Bethânia Gilsoul – pág. 68

Moro pede para sair

por Marc Sousa – pág. 70

Ações que enriquecem a alma por Beto Cesar – pág. 71

Social View Especial Colunistas – pág. 74 O olhar das indústrias no pós-crise da Covid-19 por Sandra Comodaro – pág. 77

Social View Quarentenados – pág. 80 Papo Final com Pedro Ribeiro Barbosa – pág. 82

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EXPEDIENTE

Fundador e Presidente Emérito MARIO J. GONZAGA PETRELLI Presidente do Grupo RIC LEONARDO PETRELLI Diretor Corporativo Administrativo & Financeiro ANDRÉ FERREIRA Diretor Corporativo de Tecnologia e Estratégia ANDRÉ FRONZA Diretor Corporativo de Produto, Conteúdo & Convergência MARCUS YABE Diretor Corporativo de Mercado & Soluções Integradas NEY BRAGA ALVES Head de Jornalismo & Conteúdo Multiplataforma IVETE AZZOLINI Head de Trade Marketing & Planejamento Comercial GISLAYNE MURARO Head Digital RIADIS DORNELLES Diretor Regional – Unidade Londrina CARLA HOFFMANN Diretor Regional – Unidade Maringá GUSTAVO GARCIA Diretor Regional – Unidade Oeste PEDRO LUIS ANDRADE Diretor de Mercado Curitiba GILSON BETTE Diretor de Mercado Nacional JOSÉ TRAVAGIN Diretor de Mercado de Rádios e Novos Negócios MARCELO REQUENA

Publisher MARCUS YABE Gerente de Conteúdo e Projetos Multiplataforma PATRICIA TRESSOLDI Coordenador de Produção RODRIGO SIGMURA Editora de Plataformas Digitais GABRIELLE COMANDULLI Repórter MARIA MIQUELETTO Produtor Sênior GABRIEL SORRENTINO Produtora Júnior THAÍS MOTA Designer Gráfico SUSAN VOLANSKI Estagiárias IZABELLY LIRA e EMILIA JURACH Colunistas ANDREA GAPPMAYER, FELIPE CASAS, GEORGE LUNA, LEO GUEDES, MARC SOUSA, MARCOS BERTOLDI, MARCOS SLAVIERO, NADYESDA ALMEIDA, PAOLA GULIN, ROBERTA BUSATO e WILSON DE ARAUJO BUENO Embaixadores ANA CLAUDIA MICHELIN, BETHÂNIA GILSOUL, BETO CESAR, DUDA SLAVIERO, EMMANUELLE BERTOLDI, LUCIANA ALMEIDA, MARILIS BORCATH e SANDRA COMODARO Revisão FILIPPO MANDARINO

Diretor de Mercado MARCELO REQUENA Gerente de Negócios & Relacionamento MARCELE POIANI Executivos de Negócios & Relacionamento LUBNA BRAYTIH e PRISCILA OGASSAWARA Assistente Administrativo REGIANE SCHUPEL � Impressão TUICIAL DESDE MARÇO, O TIME DA TOPVIEW ESTÁ EM HOME OFFICE. POR ISSO, O EDITORIAL QUE VOCÊ VERÁ NESTA EDIÇÃO FOI INTEIRAMENTE FEITO A DISTÂNCIA. A FOTO UTILIZADA NESTA CAPA FOI ADQUIRIDA EM BANCO DE IMAGENS. TOPVIEW Rua Amauri Lange Silvério, 450, Pilarzinho, Curitiba. 82120-000. Tel.: (41) 3331-6100. topview.com.br. CNPJ: 07.066.992/0001-07��

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EXPEDIENTE

embaixadores e colunistas desta edição EMBAIXADORA

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Ana Claudia Michelin

Bethânia Gilsoul

Beto Cesar

Duda Slaviero

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Emmanuelle Bertoldi

Luciana Almeida

Marilis Borcath Faggiani

Sandra Comodaro

TENDÊNCIAS

Educadora, estudiosa de moda e trendsetter, apresenta uma vasta gama de personalidades, serviços e produtos que se destacam no mercado.

BELEZA

É médica e diretora técnica da clínica Toujours Santé. Interessada em beleza, escreve sobre as principais dúvidas e tendências do segmento.

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NEGÓCIOS

Empresária, advogada, MBA Executivo em Direito e Business Law e pós-graduada em Direito Administrativo. Foi membro da comissão da OAB e é especialista em startups e propriedade intelectual. Palestrante com notoriedade certificada pelo IBC.

BOAS AÇÕES

É engenheira civil e, desde 2016, está à frente do Projeto Luz, que fornece alimentos a pessoas em situação de rua em Curitiba.

MARKETING

O publicitário e sócio-diretor da OAK Marketing levanta temas comuns ao cotidiano de todos sob o ponto de vista do marketing.

BEM-RECEBER

É diretora do Grand Hotel Rayon e sócia da Clínica Karla Assed. Escreve sobre a arte de bem-receber.

OMG

A estudante de Direito escreve sobre moda, viagem, marcas, pets e família, sempre com um toque de novidade e um pouco de exagero.

MUNDO JURÍDICO

Advogada, sócia e diretora da Nelson Wilians & Advogados Associados. Escreve sobre o mundo jurídico de forma acessível.



EXPEDIENTE

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

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Andrea Gappmayer

Felipe Casas

George Rosa Luna

Leo Guedes

COLUNISTA

COLUNISTA

COLUNISTA

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Marc Sousa

Marcos Bertoldi

Marcos Slaviero

Nadyesda Almeida

COLUNISTA

COLUNISTA

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Paola Gulin

Roberta Busato

Wilson de Araujo Bueno

MODA

Designer por formação e stylist de profissão há mais de dez anos pela StylebyGapp.

POLÍTICA

Âncora da rádio Jovem Pan e repórter nacional da Record TV. Atualmente, o jornalista dedica-se à cobertura de assuntos ligados ao mundo da política.

PELO MUNDO

É viajante de carteirinha. Sócia e consultora da NomadRoots e fundadora do clube de leitura Volta ao Mundo Literária.

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SOCIAL VIEW

Um dos RPs em ascensão de Curitiba, traz os melhores eventos e personalidades do mês.

ARQUITETURA

Especializado em Arquitetura Paisagística, foi apontado, em 2010, como um dos cem arquitetos mais promissores do mundo pela Architectural Digest-USA.

SOCIAL VIEW

É designer de moda, pós-graduada em Gestão de Negócios, atuante no mercado como relações públicas e sócia idealizadora do 2GET SALE.

BEAUTY

Beauty artist, participa das principais semanas de moda do país, como a SPFW, e já fez editoriais para publicações como Vogue. Atualmente, faz parte do time de maquiadores do Boticário.

SOCIAL VIEW

É frequentador de longa data das mais prestigiadas rodas de Curitiba e de Santa Catarina. Traz sempre quem foi aos melhores eventos.

SOCIAL VIEW

Guarda a memória da sociedade paranaense. Seu olhar e sua projeção estão firmados no Paraná e em sua gente, que conhece como poucos.

CABELOS

Diretor técnico e hairstylist da Casa W, com décadas de experiência, escreve sobre cuidados e estética de cabelos mensalmente.

SOCIAL VIEW

Tem o DNA do colunismo social curitibano. Além dos eventos, ela agora se dedica ao hobby de receber com arte.



Imagens meramente ilustrativas. Registro de Incorporação R-1-108.485 no 6° Registro de imóveis de Curitiba, emitido em 12/11/2018.

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CRÔNICA EDITORIAL

por Patricia Tressoldi, Gerente de Conteúdo e Projetos Multiplataformas da TOPVIEW

A minha história de superação

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ntes de começar a escrever esta crônica, seguindo meu processo criativo, eu fiquei dias pensando em histórias, exemplos e metáforas para falar sobre o tema da edição. Eis que agora, quando me sento em frente ao computador, entendo que devo dividir aqui o meu momento de superação. Era 11 junho de 2013. Um dia com a cara de Curitiba: frio e ensolarado. Acordei, tomei banho, sequei o cabelo, me maquiei, escolhi uma roupa, tomei café da manhã, entrei no carro e fui trabalhar. Tudo seguia seu fluxo normal, até que algo aconteceu no meu corpo. Uma tremedeira incontrolável tomou conta de mim e eu sentia muito frio. Eu realmente não estava bem e não sabia o que estava acontecendo. Fui para o hospital e por lá eu fiquei, por quase dois meses. Uma pedra que estava em meu rim causou uma obstrução no canal urinário, o que causou um refluxo urinário, instalando uma infecção no meu rim direito. Em questão de minutos, a infecção se espalhou por minha corrente sanguínea, ocasionando uma septicemia grave e um choque séptico. Tive duas paradas cardíacas e outras complicações. Assisti a vários procedimentos sem ser sedada por conta da urgência da situação. Uma pedra, menor do que a metade de um grão de arroz. Uma pedra muito pequena, mas que fez um estrago enorme na minha saúde. Fiquei na UTI por dias seguidos

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e perdi toda a minha autonomia. Eu, com 25 anos, não conseguia me levantar da cama. Estava lá, dependendo de pessoas que não conhecia para me alimentar, me limpar e me medicar. E assim foram aqueles meses: a cada minuto, uma batalha diferente. E é aí que está o poder da superação! Superar uma situação difícil está nos pequenos detalhes. Nessa circunstância, a superação poderia se resumir a simplesmente sair do hospital e retomar a minha vida. Mas posso afirmar para você: foi muito mais do que isso. A superação esteve no instante antes da primeira parada cardíaca, em que usei toda a força do meu corpo para gritar por ajuda. A superação esteve em saber que minha mãe estava o tempo todo na porta da UTI. A superação esteve no profissionalismo dos médicos e enfermeiros, no bom humor dos voluntários, no cartão cheio de carinho dos colegas de trabalho, no amor da minha família e dos meus amigos. A superação esteve presente até mesmo depois de eu sair do hospital, pois tudo estava bem, mas eu tinha muito medo de voltar para a minha antiga vida. Superação é conseguir forças em lugares que você nem imaginaria buscar. É aceitar uma nova realidade e estar aberto a tudo o que é novo. A minha vida antiga nunca mais voltou, pois é impossível superar sem mudar.

You’ll Never Walk Alone Pintura em aquarela 2020 | Curitiba | Paraná | Brasil "No dia 20 de abril tocou a música You’ll Never Walk Alone em trinta países da Europa, como mensagem de solidariedade. Em meio à crise do coronavírus, não podemos nos abraçar ou sequer dar a mão para cumprimentar uns aos outros. No entanto, provamos que podemos superar e mostrar outras formas de calor humano, ajudando como nunca quem tanto precisa." Barbera van den Tempel


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a seção de moda, beleza, cosméticos e joias

SEMANA DE MODA DIGITAL A Semana de Moda de Milão acontecerá de forma digital pela primeira vez. A Camera Nazionale della Moda Italiana, responsável pela organização dos desfiles, anunciou que o evento está previsto para acontecer entre os dias 14 e 17 de julho e contará com a exibição da coleção masculina primavera-verão 2021, além das pré-coleções femininas e masculinas da próxima primavera. 20

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Shutterstock

Fashion


FASHION | MODA

Oh my god por Duda Slaviero, embaixadora

Grandeza nas atitudes

Giorgio Armani é estilista e fundador da marca que leva seu sobrenome.

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stamos passando por momentos difíceis. Por isso, é sempre importante termos pensamentos positivos e pensar que tudo isso vai passar logo. Assim, com o tanto de notícias ruins que recebemos diariamente, escolhi algumas boas ações em meio a essa pandemia.

GIORGIO ARMANI O estilista, de 85 anos, anunciou a doação de € 1,25 milhão, destinado aos principais centros de pesquisa e tratamento do coronavírus na Itália, além de determinar home office a seus funcionários e que a produção da marca funcionasse com o mínimo de pessoas possível.

DELBO ANDREA, Mauro Del Signore e George Wirt / Shutterstock.com e Jannis Lucas / Unsplash

CH I A RA FERRAG NI

A influencer tem, atualmente, quase 20 milhões de seguidores no Instagram.

A blogueira italiana – e uma das digital influencers mais famosas do mundo –, junto com seu marido, o músico Fedez, fez uma doação de € 100 mil. Além disso, criou uma campanha em suas redes sociais para arrecadar fundos e ajudar no tratamento do coronavírus. Foram arrecadados € 3,4 milhões em apenas 24 horas. Ela também decidiu fazer posts diários com notícias sobre o coronavírus.

MONCLER

DOLCE & GABBANA A marca italiana fez uma doação para a Universidade Humanitas, um dos centros de estudos do coronavírus na Itália, com objetivo de esclarecer as respostas do sistema imunológico à Covid-19.

A marca queridinha de jaquetas – conhecida pelos modelos acolchoados – fez uma superdoação de € 10 milhões e destinou o valor para a construção de um hospital em Milão, com 400 vagas de terapia intensiva.

A loja da marca na cidade de Nova York fechou suas grandes vitrines.

Leia mais no site da TOPVIEW.

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FASHION | MODA

As mãos que fazem a moda Como costureiras terceirizadas – a maioria mulheres bolivianas – enfrentam a pandemia da Covid-19 em condições precárias e exploratórias por

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cordar cedo, levar os filhos para a escola, começar a costurar às 7h15 e só desligar as máquinas 15 horas mais tarde. Essa era a rotina da boliviana Fernanda* e de seu marido, ambos costureiros autônomos na cidade de São Paulo. Depois que a crise da Covid-19 estourou no Brasil, em março, isso mudou. Eles e as máquinas de costura continuam em casa, mas os pedidos pararam de chegar. Surgiram

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algumas demandas de máscaras, mas muito breves e esporádicas. Há duas semanas estão sem nada. A família faz parte da maior comunidade de estrangeiros residindo em São Paulo, a de bolivianos. São 75 mil pessoas, de acordo com dados da Polícia Federal e da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). O casal integra, também, a grande parcela de bolivianos que trabalha na indústria da confecção de roupas na capital paulista.

Unsplash

Maria Isabel Miqueletto


"Hoje, só na capital paulista, a gente tem uma estimativa de mais de 13 mil oficinas de costura formadas por imigrantes. A grande maioria, latino-americanos, e, dentro disso, a grande maioria, bolivianos. Elas são pequenas oficinas, muitas vezes em casa", contextualiza Cristina Filizzola, coordenadora do Programa Tecendo Sonhos, da ONG Aliança Empreendedora. O programa promove relações dignas de trabalho na cadeia têxtil com imigrantes latino-americanos por meio do empreendedorismo. Por mais que as jornadas de trabalho ultrapassassem as 15 horas diárias, Fernanda e o marido recebiam dinheiro suficiente apenas para pagar o aluguel e suprir as necessidades básicas para os quatro filhos. E não sobrava nada para uma poupança. Agora, não têm nenhum rendimento. "Pegou todas nós [costureiras bolivianas] de surpresa. O serviço que fazíamos era para cada mês, não temos dinheiro guardado", conta Fernanda. "No domingo, conseguimos uma cesta básica, então estamos felizes, porque temos comida para essa semana." A doação foi feita pelo Centro da Mulher Imigrante e Refugiada (Cemir), do qual Fernanda faz parte. A peruana Soledad Requena, que é assessora de gênero da organização, explica que a maioria das costureiras consegue renda apenas para sobreviver. Isso porque são terceirizadas e recebem pagamento por peça, a um valor muito baixo: entre R$ 0,80 a R$ 5 por peça de roupa. É o caso da costureira boliviana Lidia Garcia. Ela, seu marido e uma das filhas trabalham das 7h30 às 21h nas máquinas de costura. Em um mês com boa demanda e trabalho até nos fins de semana, conseguem costurar 300 peças – o que rende R$ 1 mil para cada. O valor é insuficiente para pagar as despesas das 10 pessoas que vivem na casa. "Muita coisa para costurar, demora muito. Tem que fazer de qualquer jeito para entregar naquela data, porque, se não entregar na data, eles não pagam – ou pagam só muito tempo depois. E nem sempre pagam o valor combinado, porque dizem que venderam muito barato", conta. São três fases nessa pirâmide. A marca tem um pátio têxtil que não dá conta da demanda. Para supri-la, contrata uma outra empresa para confeccionar o produto a um preço fechado – ou seja, há a terceirização. Por sua vez, a empresa terceirizada procura a mão de obra para o trabalho – quando ocorre o que chamam de quarteirização. "A maioria das indústrias tem o selo de compliance [política de ética da empresa em suas ações e contratos]. O que acontece é que não vedam que essa indústria 'quarteirize'. E nessa quarteirização é que acabam contratando mão de obra considerada escrava contemporânea. Aí chegam a pagar R$ 0,20 por peça de roupa", explica Carmem Nicolodi, presidente da Comissão de

Assuntos Culturais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), braço que discute a área do Direito da Moda. A demanda por máscaras Quando começaram a chegar os pedidos por máscaras faciais, com alta procura por conta da Covid-19, as costureiras sentiram que seria uma nova fonte de renda. O que pareceu ser uma oportunidade de sobrevivência mostrou-se outra forma de exploração. O problema é que o pagamento por cada máscara é baixo e o trabalho demorado, então, não gera uma boa renda para elas. Chegam a receber R$ 0,15 por cada unidade. "É muito trabalho e não sobra nada. Infelizmente, reproduz-se um esquema de exploração. Tivemos um pessoal no Brás que ficou superfeliz, porque está recebendo R$ 1 por máscara. Foi a única exceção", comenta o padre Paolo Parise, um dos diretores da Missão Paz, congregação dentro da Igreja Nossa Senhora da Paz que auxilia os imigrantes em São Paulo. Lidia chegou a costurar máscaras, mas viu que o valor pago não valia a pena pelo tempo e pela complexidade do trabalho. "Não compensa, pagam muito pouco. Pagam de R$ 0,10 a R$ 0,15 cada máscara. Temos que fazer de 500 a 1.000 peças por dia para poder ganhar algo", analisa. O Auxílio Emergencial do Governo Federal, que poderia ajudá-las nesse período, não foi aprovado para todas. Ou não condiz com as necessidades da casa. A família de Lidia, com 10 integrantes, sobrevive com apenas R$ 600, recebido pelo único auxílio que conseguiram. Isso foi possível porque a costureira, ao longo dos anos, conseguiu regularizar os documentos de todos – exceto os da mãe, que ela trouxe recentemente da Bolívia. "Aqui no bairro, temos muitas famílias que não estão conseguindo o Auxílio porque não têm documento – e nem estão recebendo cestas de alimentação", diz Lidia. Das mulheres que são acompanhadas pelo Cemir, Soledad estima que 35% conseguiram se cadastrar.

Costureiras chegam a receber entre R$ 0,10 e R$ 0,15 por máscara produzida

Você pode contribuir com a campanha Mulheres Imigrantes em Pé pela Vida.

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FASHION | MODA

O futebol era um dos únicos momentos de lazer das costureiras. Agora, com a pandemia, mantêm o contato apenas pelo WhatsApp.

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oficinas que estão completamente contaminadas. O risco de proliferação aumenta, já que muitas famílias convivem em um espaço pequeno, que dividem entre o trabalho e a moradia. Outro fator assusta a comunidade: os índices de tuberculose entre eles. Na dissertação Equidade em Saúde: o Caso da Tuberculose na Comunidade de Bolivianos no Município de São Paulo, Vanessa Nogueira Martinez expõe que as "as condições de trabalho as quais os imigrantes estão expostos na indústria de confecção são degradantes, com carga horária abusiva em um ambiente adverso – geralmente, porões com pouca luminosidade e ventilação, aumentando o risco de doenças respiratórias". Ela explica que "a associação entre a tuberculose e a pobreza ocorre devido à aglomeração, a habitações mal ventiladas, à desnutrição, ao tabagismo, ao estresse e à privação social". É esse o grande desafio para o controle da tuberculose nessas comunidades. A pesquisa também mostra que o tratamento é mais difícil, porque essa população encontra, com maior frequência, dificuldade no acesso a cuidados de saúde e medicamentos, além de menos adesão às indicações médicas. A conclusão, em dados, é que, no período entre janeiro de 1998 e dezembro de 2008, os casos da doença diminuíram 45% entre

"Podemos auxiliar por meio de solidariedade e informação. Mas é um quadro assustador." – Rosana

Soledad Requena / Arquivo pessoal

A questão da regularização migratória tem impactado as famílias nesse período, por impedir que consigam receber o Auxílio do Governo. "Nós não conseguimos inserir todas no Auxílio Emergencial, por diversos motivos. Um deles é que a documentação não está em dia. A maioria tem CPF, mas o problema é o RNM [Registro Nacional Migratório]. Com a tramitação da Polícia Federal, existe esta burocracia de agendamento eletrônico. O agendamento eletrônico já estava atrasado – e agora, com a pandemia, simplesmente ficou fora do ar", explica Rosana Camacho, presidente da Associação de Residentes Bolivianos (ADRB). Organizações estão reforçando a ajuda nesse período. O Cemir, assim como a Missão Paz, fez uma campanha para atender a todos que tivessem dúvidas quanto ao processo de inscrição para o Auxílio. Durante essa época de pandemia, o centro organizou, também, uma campanha de emergência, a Mulheres Imigrantes em Pé pela Vida, para compra de cestas de alimentação e produtos de higiene, que serão destinados às costureiras. Os casos dentro das oficinas Rosana perdeu as contas da quantidade de infectados depois que o número de pessoas mortas por Covid-19 na comunidade boliviana passou de 10. Conta que existem

brasileiros e aumentaram 250% entre bolivianos, em São Paulo. "Essa doença [tuberculose] é um problema sanitário bem sério dentro da comunidade [de bolivianos]. Então faz com que o grupo se torne mais vulnerável. Eles são um grupo de risco, independentemente da idade e do gênero", ressalta Rosana. O acesso à informação também tem sido uma barreira na contenção do coronavírus. "Muitas pessoas não têm o conhecimento da magnitude da pandemia. Com essa cultura de fake news, todo mundo fica duvidando e desafiando a sorte. Infelizmente, é a triste realidade que todos nós vivemos e o nosso presidente também ajuda nisso", lamenta Rosana. "São muitas situações em que a gente fica sem saber como auxiliar. Podemos auxiliar por meio de solidariedade e informação. Mas é um quadro assustador." Muitas famílias estão tentando voltar para a Bolívia, mas o país fechou as fronteiras para conter a disseminação do coronavírus. Outras estão apenas esperando a pandemia passar para fazê-lo. "Existem muitas pessoas que estão paradas na fronteira e não conseguem entrar [no país]. Existem muitos bolivianos que ficaram no aeroporto porque estavam fazendo ponte em São Paulo e não conseguiram pegar o outro voo", afirma Rosana.


Além do visível Lidia e Fernanda são líderes comunitárias do Cemir em seus bairros. Isso é motivo de orgulho e realização para elas: poder usar a própria experiência para ajudar outras bolivianas que chegaram à capital paulista. "Foi difícil aprender a falar. Hoje, consigo me comunicar e posso ajudar quem precisa. Passei por muitas coisas e não quero que outras pessoas passem pelas mesmas situações", compartilha Lidia. Durante a pandemia, o aspecto emocional fica mais evidente. Devido ao isolamento social, as poucas atividades de lazer e acolhimento que as mulheres tinham pararam. O Cemir promovia rodas de conversa warmis (a palavra, em quíchua, significa "mulher"), em que elas conversavam sobre suas situações de trabalho nas oficinas de confecção. Agora, tentam manter o contato por WhatsApp e dividir entre elas as demandas que chegam. "[A pandemia] psicologicamente afeta muito, dói a cabeça, estamos muito preocupadas. É muito triste ouvir o relato das outras mães, porque há famílias que me dizem que estão comendo apenas uma vez ao dia, porque vai acabar a comida", relata Fernanda. O futebol do fim de semana era o momento de desestressar – para muitas, o único momento de lazer. A igreja é outro lugar importante. O padre Paolo viu crescer a participação da população nas missas quando a cerimônia começou a ser transmitida em espanhol e ele passou a rezar pelos doentes e mortos pela Covid-19. Costurando um sonho As histórias de como os bolivianos chegam até as máquinas de costura em São Paulo são variadas. Mas há algumas características que aparecem bastante: buscam um sonho, acreditam que vão passar um tempo para juntar dinheiro, querem oferecer condições de vida melhores para a família. "O pessoal, às vezes, vem com aquela ilusão de que vai fazer o pé-de-meia

"É muito triste ouvir o relato das outras mães, porque têm famílias que me dizem que estão comendo apenas uma vez ao dia, porque vai acabar a comida," – Fernanda, costureira em um, dois, três anos, mas isso se prorroga por muitos anos. Acabam ficando, fazendo família aqui, criando raízes. Sempre sob a pressão desse sonho que não se concretiza", percebe Rosana. Mas Soledad nota que, hoje, imigrantes da América Latina chegam ao Brasil com mais conhecimento. "Antes, eles vinham com muito engano, falavam que iam ganhar bem e em dólar, já tinham os documentos... isso diminuiu bastante. [Hoje] eles já têm mecanismos desde a Bolívia, têm amizades, têm contatos." E é essa uma das razões para ingressarem na costura. As conexões já estão criadas desde o país de origem. Chegando aqui, há a facilidade de conseguir pedidos mesmo sem ter a documentação e a proximidade com conterrâneos que já estão trabalhando na área. Uma realidade das mulheres Como Sidney A. da Silva explica, no livro Imigração Boliviana no Brasil (Rosana Baeninger), a partir dos anos 1980, muitos imigrantes, em sua maioria jovens e solteiros, vieram para o país atraídos pelas promessas de bons salários feitas por empregadores coreanos, bolivianos e brasileiros da indústria de confecção. Uma década mais tarde, em 1990, a população boliviana se concentrava, em especial, em bairros centrais da cidade, como Bom Retiro, Brás e Pari – onde

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ficam a produção e a comercialização das confecções. Muitos vendiam seus produtos na Feirinha da Madrugada, no Brás. Época, também, de contradições, por conta do processo de terceirização que o setor passou. Ao longo dos anos seguintes, com a crescente demanda das oficinas de costura, a presença boliviana aumentou e se tornou mais feminina. "Mudou o perfil do imigrante. Antes era o homem que vinha na frente e logo vinha a família. De uns cinco anos para cá, mudou esse perfil. Agora se fala na feminização da migração. A maior parcela vindo é de mulheres, com os filhos, e, depois, o marido", percebe Soledad. Isso segue uma característica mundial da indústria de confecção. Estima-se que, no mundo, aproximadamente 80% dos trabalhadores do vestuário são mulheres, segundo informações do The World Bank. As mulheres representam 71% das pessoas presas na chamada "escravidão moderna" e o vestuário é a segunda categoria de produtos em maior risco, segundo a Walk Free, parte da organização Minderoo Foundation, que produz o Global Slavery Index. No Brasil, são 1,5 milhão de empregados diretos, dos quais 75% são mulheres. Se adicionarmos os indiretos e o tefeito renda, a indústria reúne 8 milhões de pessoas. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), de 2018. O recorte de gênero explicita questões muito particulares às mulheres, como a violência doméstica e psicológica. É aí que atua o Cemir, com o objetivo de promover o empoderamento dos direitos das mulheres migrantes que moram na cidade de São Paulo. São várias frentes: rodas de conversa sobre trabalho, combate à violência doméstica, direito sexual e reprodutivo, já que elas não conseguem dialogar com profissionais de saúde, além de discutir o direito da educação dos filhos. A violência doméstica e sexual é um problema recorrente. Soledad explica que o machismo boliviano ainda é muito forte e as mulheres temem denunciar os agressores. Em meio à crise do coronavírus, há o agravante de não sa-

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berem o que vai acontecer com o marido, caso denunciem. "Tem toda uma lógica de pressão de grupo social, pressão da própria família. Elas estão vivendo a crise da pandemia, a ansiedade e o estresse de colocar comida na panela e ainda têm que aguentar um agressor", lamenta Soledad. As rodas de conversa e essa união entre as mulheres geram um alento. "É um espaço no qual elas podem desabafar, compartilhar experiências, tristezas e dúvidas. Temos estratégias de temas e conversas para trabalharmos. Já falamos sobre ferramentas para sair do círculo da violência e várias participantes pensaram em alternativas. O poder público tem muito discurso, mas ainda é muito ineficiente na vida real", conta. Uma das ferramentas usadas é a arpillera, um técnica têxtil que facilita a expressão dos sentimentos. "Elas vão desenhando, por meio dos materiais, e construindo sua história, a maneira como se sentiram em situações de violência, quando foram agredidas. Depois, criam um painel grande com algumas possibilidades que elas poderiam colocar em prática para sair do círculo de violência", descreve Soledad. O trabalho das ONGs Na prática, a ajuda vem de orga"Quem seria o nizações independentes. Quando os casos envolvem trabalho análogo melhor fiscal? ao escravo em oficinas de costura, Todos nós. Não A Missão Paz acolhe as pessoas na consumindo Casa do Migrante. No espaço, que conta com 110 vagas, elas recebem aquele produto refeições, têm quartos, sala de TV, que a gente não sala para aprender português com voluntários, brinquedoteca para as sabe qual é a crianças e lugar para lavar as roupas. Tudo acompanhado por psicólogos origem." e assistentes sociais. "Temos também – Carmem Manifestação pelos direitos das mulheres imigrantes.

Soledad Requena / Arquivo pessoal

"Elas estão vivendo a crise da pandemia, a ansiedade e o estresse de colocar comida na panela, e ainda ter que aguentar um agressor." – Soledad


a intermediação de trabalho. As empresas vêm contratar. Então podemos oferecer novas saídas do mundo da costura, da exploração, para que a pessoa se insira em outro contexto laboral", ressalta o diretor. Segundo Paolo, há um desmonte progressivo das fiscalizações, que poderiam auxiliar na descoberta de trabalhadores em condições ilegais. De acordo com o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o trabalho análogo ao escravo é caracterizado por condições degradantes de trabalho, jornadas exaustivas, trabalho forçado e servidão por dívida. "A gente colabora, trabalha junto, inclusive há casos andando agora. Eu chamo eles [fiscais] de heróis, porque, nos últimos anos, foram reduzidos os meios para atuar nas fiscalizações. Estão com poucos fiscais e muita demanda, então as ações diminuíram", observa. Para Carmem, reside aí a importância da conscientização dos consumidores. "Quem seria o melhor fiscal? Todos nós. Não consumindo aquele produto que a gente não sabe qual é a origem", resume a advogada. É hora de revolucionar a moda Todo mês de abril, o universo da moda relembra o desabamento do Rana Plaza, em 2013, que marcou a história do setor. O prédio abrigava diversas confecções e, na queda, morreram mais de mil pessoas. Surgiu a partir desse episódio o Fashion Revolution, um movimento que pretende gerar discussões para construir uma indústria da moda mais ética e sustentável, em todas as etapas da cadeia produtiva. Entre as principais contribuições da iniciativa, está a cobrança por transparência. É difícil responsabilizar uma marca por suas práticas se ela não tem transparência em seus processos. O Fashion Revolution incentiva pessoas a questionar as marcas sobre questões essenciais para transformar a indústria, com indagações como "quem fez suas roupas?" Centenas postam fotos das peças e sinalizam as marcas para cobrar respostas."A exploração não está acontecendo só

"Os grandes grupos têm, sim, que se responsabilizar pela cadeia de fornecimento e garantir que as condições dos trabalhadores continuem dignas mesmo durante a pandemia." – Eloisa

"A exploração não está acontecendo só lá em Bangladesh, só lá na China, mas também debaixo do nosso nariz, no Brasil." – Eloisa lá em Bangladesh, só lá na China, mas também debaixo do nosso nariz, no Brasil", pontua Eloisa Artuso, designer e diretora educacional do Fashion Revolution no Brasil. Nesse período, é importante questionar, também, o que os grandes grupos estão fazendo para auxiliar os trabalhadores diante da pandemia." Eles têm, sim, que se responsabilizar pela cadeia de fornecimento e garantir que as condições dos trabalhadores continuem dignas mesmo durante a pandemia, que estejam protegidos e seguros, que seus direitos sejam resguardados e que eles não percam seus empregos", reforça Eloisa. Os caminhos possíveis Para Carmem Nicolodi, a moda vem passando por um ciclo de mudança há algum tempo. A pandemia apenas acelerou esse processo, o da moda com propósito. "Hoje, as pessoas estão mais conscientes. Precisamos parar de incentivar o consumo. O consumo tem que ser como na época das nossas mães: ter poucas roupas, mas peças muito boas, com tecidos que duravam", sugere. A chave é, também, retomar a indústria nacional, em que toda a matéria-prima e a mão de obra sejam brasileiras. "Não tem que fechar a indústria da moda, não temos que deixar de fomentá-la, muito pelo contrário. É [o momento de] valorizar a moda nacional e pensar no regionalismo. Isso é, inclusive, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU", defende. Eloisa percebe a iniciativa surgindo entre os próprios consumidores: "Eles estão exigindo cada vez mais informação das marcas." Para ela, essa pressão do consumidor é o que faz as marcas mudarem, quando o próprio cliente começa a reagir e questionar. Obs.: A reportagem entrou em contato com o Ministério Público do Trabalho mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta. *Fernanda preferiu manter o anonimato para conceder esta entrevista.

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FASHION | MODA

A MODA FORA DO ESTÚDIO E DENTRO DE CASA

Mudamos para superar. Estilo e moda precisam, sempre, adaptarem-se a situações e contextos macro. Em tempos de pandemia e isolamento social, preparamos um editorial de moda produzido de forma totalmente remota e integrada. Prof issionais separados, porém, unidos por um único objetivo: seguir em frente Modelo: Michelle Fedalto Styling: A n d re a G ap p m ayer Assistente de moda: Letíc ia B atsef Beauty: Ge orge Luna Fotos: N u n o Pa p p Assistente de Fotografia: Math eu s Rh inow Tratamento de imagem: Amais3D

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Pajamas mood Michelle veste Mixed com camisa Felícia Pretto e acessórios Renê Joias.


Client meeting Michelle veste regata e jaqueta de couro Felícia Pretto, acessórios Renê Joias e blusa mostarda e calça branca de acervo.


Confort weekend Michelle veste maxi cardigan e pullover Bazaar Fashion, com acervo e acessรณrios Prata Fina.


F A S HLive ION | MODA Michelle veste casaco Gappy e arco Rafaela Omeire.



Team meeting Michelle veste Mixed com acessórios Renê Joias.


News in the morning Michelle veste calça Gappy e acessórios Renê Joias, com acervo.


FASHION | BELEZA

Mundo da Beleza por Emmanuelle Bertoldi, embaixadora

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Limpeza de pele: fazer ou não? Saiba em quais casos é recomendado realizar o procedimento

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uitos colegas médicos falam que não se deve fazer limpeza de pele, que não adianta porque se você retira aquele comedão de sebo hoje, ele se formará novamente amanhã, o que não deixa de ser a pura verdade. Mas e então, devemos ou não fazer? Depende. Se você está em um tratamento de pele, por exemplo, para evitar acne, limpezas de pele seriadas ajudam muito a acelerar o processo. Se você possui lesões tipo milium (que são bolinhas amarelas subcutâneas – na verdade mini cistos epidérmicos) você também precisa fazer porque só saem com extração com agulha, o ideal é retirá-las logo, para não terem aumento de tamanho. E quanto os poros abertos? Eles são causados por uma tendência dessa pele de formar comedões, se a pele não for tratada num home care, só limpeza não adianta, mas se ela estiver sendo tratada com produtos prescritos por um médico habilitado, com certeza melhorará fazer com frequência porque evita que esses comedões (poros) cresçam de tamanho e oxidem (formem aqueles pontinhos pretos). E quem é tabagista? Sabemos que a formação do sebo nesses pacientes sofre grandes alterações, parece um contrassenso mas ao mesmo tempo que ficam com uma pele opaca, amarelada, aumenta muito a formação de comedos, de miliuns e cistos maiores além de outras alterações. Associar ou não peeling? Dependerá de cada caso e avaliação, mas se o objetivo

continua sendo poros, manchas ou rejuvenescimento pode ser uma boa pedida. Os mecânicos como ultrassônico e de cristal ou diamante são para poros, não atuam nas manchas, muito cuidado com locais que prometem retirar manchas esfregando um peeling físico, isso pode manchar mais. E esses LEDs que estão na moda? Cada cor possui um comprimento de onda e uma função. O azul, por exemplo, ajuda evitar e promove o controle bacteriano da acne, já o infrared é calmante, e ajuda na formação de colágeno (claro que para isso depende muito da tecnologia usada). E as máscaras para que servem? Geralmente, elas possuem uma concentração maior dos ativos e promovem clareamento, controle da oleosidade, hidratação. E a hidrossucção é melhor? Não ao contrário, pode retirar o sebo somente superficialmente, e é preciso ter cuidado com a pressão da sucção para não aumentar vasinhos. Qualquer pessoa pode fazer? Não. Pacientes com peles sensíveis ou sensibilizadas devem evitar a menos que sejam liberadas pelo seu médico de confiança, alérgicos a trietanolamina substância que “amolece” os comedos, também não podem fazer, além de processos infecciosos de outras origens diferentes da acne como por exemplo herpes ativo. Em resumo, limpezas de pele podem ser uma ótima opção de tratamento se bem indicadas e realizadas com o cuidado e as precauções necessárias.

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FASHION | MODA

Moda por Andrea Gappmayer, colunista

Universo da moda mobilizado

Ações conjuntas contra o coronavírus marcam a solidariedade em meio à pandemia

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a reflexão e também o bem-estar. São trocas que fazem bem tanto para quem fala quanto para quem escuta. “Fazer o bem faz bem”: clássico, porém, muito sincero! Por sinal, tenho amado, também, ver as iniciativas de muitas marcas em relação às máscaras, que estão sendo doadas ou vendidas com o intuito de auxiliar quem precisa. Uma iniciativa que chamou minha atenção foi o colab entre o artista André Mendes e a marca masculina Docthos, que criou uma linha solidária de peças assinadas por ele cuja venda total destina-se a ajudar pessoas. E teve mais: alguns alunos do curso de design de moda do Senai arrecadaram R$ 2,5 mil reais por meio de uma campanha para compra de tecidos e confecção de uniformes, que foram todos doados para hospitais locais. Minha marca megaparceira, a SK, também aderiu

ao movimento, participando da ação Desafio das Máscaras do Bem, que tinha como objetivo doar 100 mil máscaras para instituições filantrópicas. Outras lojas também estão se juntando em campanhas, como a Unidas pela Moda, que tem como plano trazer ajuda de suas clientes para que elas realizem doações nas unidades participantes, o que, em contrapartida, faz com que elas ganhem 20% de desconto em peças. O intuito de todos é ajudar para que essa onda de solidariedade permaneça sendo incrível! Welcome to the revolution!

Leia esta coluna completa no site da TOPVIEW.

Unsplash

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pauta para esta edição era trazer uma personalidade da moda que está inovando diante de tudo que estamos passando. Mas trazer uma pessoa só seria impossível, porque vemos diversas pessoas interessantes com muitas soluções e formas de ajudar. Para começar, destaco a iniciativa da Escola São Paulo, que chegou a disponibilizar todos os cursos a R$ 3,99 para incentivar as pessoas a ficarem em casa e manterem os estudos em dia. Agora, os valores aumentaram, mas, mesmo assim, manteve-se muito abaixo do preço normal. Eu fiz dois cursos e adorei! Outra superiniciativa que ganhou forma são as lives de diversos veículos, designers, modelos e influencers, que trazem seus conteúdos de forma gratuita para todos os interessados. E todas essas formas de comunicação têm o intuito de trazer


FA S H I O N | B E L E Z A

Beauté por George Luna, colunista

“[...] se reinventar e olhar para o próximo como parte de si, parece mesmo ser o caminho para a cura de muitas outras pandemias.”

Voluntários produzem uniformes médicos e máscaras.

A vida não pode parar

Geraldo Bubniak/AEN

Iniciativas de pessoas f ísicas e jurídicas ajudaram no combate ao coronavírus

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esmo quando tudo pede um pouco mais de calma (...)/a vida não para." Foi com essa canção que comecei a minha “não rotina” matinal de quarentena. O doce sinal da minha playlist – que nos últimos dias também anda no aleatório – foi a inspiração para este texto. Quando o mundo parou, muitos tiveram a oportunidade de buscar, na desaceleração, o abrigo para a tormenta. Outros se uniram para, ainda que indiretamente, preservar quem está na linha de frente do combate à Covid-19. Foi por isso que empresas – como O Boticário – doaram mais de 200 toneladas de álcool em gel e sabonetes a pessoas em vulnerabilidade social e redes de saúde do Paraná e da Bahia. A marca de roupas Felini, da minha superamiga Tay Gomes, também fabricou máscaras em larga escala para doar a várias instituições.

No entanto, não foram só as grandes empresas que contribuíram. Bia Maestri, com quem tive a oportunidade de trabalhar em várias produções, reuniu um grupo de pessoas que sabiam costurar para produzir máscaras. Com o valor arrecadado pelas vendas, fez os itens para médicos e para alunos da APAE Curitiba. Leandro Tomazoni, estudante de moda e meu amigo de longa data, também reuniu amigos do curso para desenhar e fazer uniformes médicos. A iniciativa contou com crowdfunding e rendeu a entrega de 150 uniformes para o Hospital do Trabalhador. Se nada será como antes, como alguns afirmam, eu não tenho tanta certeza. Mas estar cercado de marcas e pessoas que não deixaram a vida parar me faz pensar que se reinventar e olhar para o próximo como parte de si parece mesmo ser o caminho para a cura de muitas outras pandemias que enfrentamos.

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FASHION | BELEZA

Cabelos por Leonardo Guedes W, colunista

Cuidados com o cabelo descolorido

Ter um prof issional de conf iança e planejar o efeito desejado no seu cabelo é fundamental para a saúde dos f ios

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Shutterstock e Unsplash/ thibault debaene

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ara manter suas mechas em dia e o cabelo sempre saudável, é importante passar por uma avaliação e por cuidados no salão. Por isso, tenha um profissional de confiança. Faz muita diferença quando o cabeleireiro tem intimidade com seus fios. A durabilidade e a constância dos tons de suas mechas dependem de como esse reflexo foi pensado e montado. Por isso, é essencial planejar o jogo de luzes e sombras para criar o efeito desejado sem que seja necessário descolorir tanto o cabelo, pois o processo de descoloração é o que mais agride os fios e, portanto, deve ser feito com todo o cuidado e atenção. Após fazer as mechas, a atenção em casa deve ser redobrada. A dica é: sempre que secar o cabelo, use um leave in com proteção térmica. Esse produto faz muita diferença na proteção dos fios, evitando os danos causados pelo calor do secador. Usar o secador muito próximo ao couro cabeludo pode causar queimaduras, então deixe sempre 15 centímetros de distância para não irritar o couro cabeludo e não danificar os fios. E os cuidados não param por aí: a atenção na hora de desembaraçar o cabelo é muito importante, pois a água é pesada para a fibra capilar, deixando os fios no máximo da sua elasticidade, de forma que eles podem arrebentar mais facilmente. A dica é desembaraçar o cabelo começando pelas pontas e ir subindo aos poucos. Cada cuidado que falei aqui é essencial para manter um cabelo bonito, saudável e fácil de lidar no dia a dia!


Estilo

a seção de arquitetura, decoração, gastronomia, viagem e luxo

Unsplash

SAIBA MAIS.

ARTE EM TEMPOS DE PANDEMIA The Covid Art Museum, ou Museu de Arte Covid, é o primeiro museu digital que nasceu durante a pandemia do coronavírus. O acervo, que tem curadoria dos publicitários espanhóis Emma Calvo, Irene Llorca e José Guerrero, é composto por obras que surgiram durante a quarentena e são enviadas para o perfil do museu no Instagram.

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ESTILO | ARQUITETURA E DECORAÇÃO

Arquitetura por Camila Thiesen, convidada de Marcos Bertoldi

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Habitar a quarentena

Projeto digital colaborativo coleta relatos e fotos de diferentes experiências durante o isolamento

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om a quarentena, as obras e os serviços considerados não essenciais foram paralisados e os clientes passaram a postergar tomadas de decisões. Assim, com menos horas de trabalho demandadas, mesmo me adaptando à nova rotina, a cabeça não sossegava. Com essa inquietação, perguntei-me como as pessoas estariam habitando nesse momento tão singular, coabitando de maneira tão intensa, adaptando suas atividades ao lar e, ainda, se esse período influenciaria na arquitetura daqui para frente. Passei a achar que as pessoas começariam a perceber que morar bem é uma questão de qualidade de vida e que a adaptabilidade na moradia é um aspecto essencial. Buscando respostas, criei o Habitar a Quarentena para refletir sobre os efeitos do distanciamento social no morar contemporâneo. Por meio dele, pretendo captar a relação das pessoas com as suas moradias e como os atributos espaciais dos lares interferem no convívio e nas relações dos moradores. Por fim, refletir se as

estratégias projetuais na arquitetura sofrerão alterações visando possíveis situações futuras de isolamento. Em uma primeira fase, via Instagram (@ habitaraquarentena), o projeto é colaborativo e coleta insights (por meio de relatos e fotos) de diferentes experiências durante o isolamento. Todo esse material coletado fomentará, futuramente, uma pesquisa acadêmica em arquitetura. Mais do que resolver inquietações pessoais, o Habitar a Quarentena propicia uma atividade de reflexão para quem envia seus relatos e, ainda, cria uma rede de compartilhamento de vidas e de casas reais, em que as pessoas se identificam (ou não) com as diversas histórias publicadas. Por meio das mensagens dos participantes, vejo que há um senso de admiração coletivo pelo que é compartilhado. O projeto se tornou um meio de registrar como cada um de nós habita nesse momento tão singular, uma coletânea do nosso presente para o futuro. Torço para que cada vez mais pessoas de diferentes perfis, realidades e localidades participem do projeto para que essa coletânea seja a mais rica e representativa possível.

Camila Pigatto, Roque Degrazia

Camila é uma jovem arquiteta que, em 2012, fundou o Metropolitano Arquitetos, em Porto Alegre. Venceu seis concursos nacionais em curto período de tempo. Participou da Bienal de Veneza em 2018, trabalho depois exposto em Roma e Beirute. Tem participado como jurada em prêmios de arquitetura. Profissional de feitos superlativos e personalidade vulcânica, não passaria a quarentena de maneira contemplativa. Ao se dar conta da enorme transformação nos relacionamentos interpessoais, mediados pelo espaço que cada um habita, preferiu transformar esse período em escola e laboratório. Nada mais legítimo e interessante para um arquiteto. A intenção é que as contribuições sejam as mais diversas possíveis. Acesse o perfil @habitaraquarentena no Instagram e participe com seu relato e fotos!



ESTILO | VIAGEM

Pelo Mundo por Paola Gulin, colunista

O mundo dentro de casa

Conexões com outras regiões do Brasil e do mundo podem acontecer mesmo durante a quarentena

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cimento, pela troca e pela interação entre pessoas verdadeiras. Já oferecemos – virtualmente – uma viagem até os mistérios do Egito com uma conversa com o nosso querido guia Diaa, que é egiptólogo e fala português perfeitamente. Já falamos sobre ayurveda com um médico especialista do Nepal. Também teremos um encontro com um monge no Butão para conhecer mais sobre o budismo. Se, temporariamente, perdemos os abraços apertados e a liberdade de pegar um avião, ganhamos a possibilidade de oferecer verdadeiras conexões a clientes do Brasil todo com pessoas muito especiais dos quatro cantos do mundo.

“Nossos eventos e viagens foram substituídos por (...) experiências virtuais em que (...) continuamos prezando muito pelo conhecimento (...) e pela interação entre pessoas verdadeiras.”

Shutterstock

daptação talvez seja a palavra de ordem neste momento: seja dentro da sua casa, no seu negócio ou na sua forma de agir. Não é novidade para ninguém que o turismo é um dos segmentos mais afetados nesta crise, mas vemos um mercado disposto a se adaptar e contribuir com o seu entorno. Muitos hotéis entenderam que sua hospitalidade tem muito valor para os heróis da saúde, como o Four Seasons de Nova York, que abriu suas portas para receber – sem custo – os profissionais que estão na linha de frente do combate à Covid-19. Aqui no Brasil, não faltam exemplos. Pequenos hotéis provavelmente serão alguns dos mais afetados, mas demonstram sua grandeza. O Cristalino Lodge, em Alta Floresta (MT), por tempo determinado, oferece desconto nas diárias para novas reservas, que contribuirão para a compra de uma cesta básica e produtos de higiene pessoal para uma das 488 famílias que estão sem rendimento na região. E, depois que tudo isso passar, o viajante poderá usufruir das maravilhas de um local isolado e de pura conexão com a natureza. Para alguns, esta crise é uma oportunidade para colocar em prática projetos novos. O Mirante do Gavião, também na Amazônia, criou um e-commerce para a Fundação Almerinda Malaquias. Dessa forma, pessoas do Brasil inteiro podem comprar peças maravilhosas de marchetaria feitas de forma sustentável pelos artesãos do Rio Negro – e ainda apoiam comunidades locais. Aqui na NomadRoots, adaptamo-nos diariamente. Enquanto o mundo não abre as portas, trazemos o melhor do que já vivemos e conhecemos para dentro da casa dos nossos clientes. Nossos eventos e viagens foram substituídos por encontros e experiências virtuais em que, mesmo online, continuamos prezando muito pelo conhe-


ESTILO | TENDÊNCIAS

Tendências por Ana Claudia Michelin, embaixadora Michele Argenta (gerente de high school) e Alexandre Argenta (fundador e diretor-geral), da Travelmate Intercâmbio.

Intercâmbio é para a vida toda Criar os f ilhos para o mundo é saber que eles podem fazer a diferença no futuro

Lígia Lagos

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ascido em uma ao meu lado. Aí nasceu a grande família de empreen- curiosidade em aprender sobre dedores italianos, o mundo. Esse ano de Ensino cresci escutando Médio e competições de tênis nos minha mãe falando EUA levaram ao meu primeiro que os filhos são criados para o emprego como professor de mundo e com meu pai sempre inglês e direcionou minha carreira reforçando que a responsabilidade acadêmica e profissional, ligada à social de gerar emeducação internapregos dignos para “[...] a troca de cional. o maior número No início dos experiências anos 2000, idealizapossível de pessoas é o grande papel entre culturas mos a Travelmate do empresário na em e nações é o ca- Intercâmbio sociedade. Curitiba e, depois Matriculado minho para uma de alguns anos na Mayfield High aprendendo a School, no interior vida melhor [...]” prestar consultoria do estado do Novo de qualidade para México, nos Estados Unidos, programas de estudo e trabalho peguei o primeiro avião da minha no exterior na capital paranaense, vida, de Curitiba para São Paulo. a pedido de amigos, iniciamos Repetia cada movimento que o o projeto de expansão da marca senhor de terno e gravata fazia pelo sistema de franquias, hoje já

presente em mais de 50 cidades de todo o Brasil, assim como nossa primeira unidade internacional, em Portugal. Nossa história recente é marcada por vários ciclos econômicos e políticos, assim como agora, em que passamos todos por um momento único de nossas vidas, em que as fronteiras mundiais estão sob cuidado extremo. Porém, a certeza de que a troca de experiências entre culturas e nações é a rota para uma vida melhor nos traz confiança de que seguir ensinando o Brasil a conhecer o mundo é o caminho certo. Afinal, intercâmbio é para a vida toda! Alexandre Argenta Fundador e diretor-geral da Travelmate Intercâmbio.

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ESTILO | RECEBER BEM

Bem-receber por Marilis Borcath Faggiani, embaixadora

Qualificação na quarentena Cursos online são ótimas oportunidades para que nos mantenhamos atualizados e preparados

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s dias de confinamento diante das medidas restritivas garantem a segurança de todos. Quem pode fica em casa o máximo que puder – ainda que não seja fácil. É um momento de crise, reflexão e mudança. Além dos estudantes, que tiveram as aulas suspensas, muitos colaboradores também mudaram a sua rotina de trabalho. Para mim, como empreendedora, o desafio é imenso. No entanto, em meio a tudo isso, é possível tirar coisas boas. O adiamento de compromissos fora de casa abriu espaço na agenda de muita gente e a liberação de cursos online gratuitos em diversas áreas foi uma das incríveis iniciativas de instituições e grandes profissionais para tornar esse momento mais leve e produtivo. Um desses cursos pode ser, além de uma oportunidade de conhecimento e qualificação, uma inspiração para sair da quarentena com os sonhos renovados. Para quem está acostumado a cursos presenciais, as opções online exigem mais disciplina e foco. Eu tive certa dificuldade para me concentrar e aprender sozinha. Algo que ajuda muito é separar um local silencioso para fazer os cursos e criar uma rotina de estudos. Ainda, assistir às aulas sempre no mesmo horário é uma boa dica. No momento, estou criando novos projetos, pois o Grand Hotel Rayon continua operando em Curitiba – seguindo todas as medidas preventivas –, mas, ainda assim, busco incentivar as equipes do hotel, especialmente as que fazem trabalho remoto, a participar dos treinamentos, dos cursos online e das lives disponíveis nesse momento. Dessa forma, é possível aprimorar ainda mais o time e planejar o futuro para a retomada. topview.com.br

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RENATA MUELLER

A P R E S E N TA M

MANUEL BAGGIO

JAYME BERNARDO

MONICA PAJEWSKI

SUZANE SIMON

SUELY RUON

MARCOS BERTOLDI

PEDRO SILVEIRA

LUCIANA PATRÃO

MICHELE KRAUSPENHAR

ANTÔNIO RISKALA

TASSIANA FISCHER

DANIEL CASAGRANDE

LUIZ MAGANHOTO

SÉRGIO VALLIATTI

VIVIANE BUSH

ALESSANDRA GANDOLFI

GUILHERME BEZ

LARISSA LOH

MAURÍCIO MELARA


ANA CRISTINA AVILA

SAMARA BARBOSA

GUILHERME BELOTTO

CAMILLE SCOPEL

THIAGO TANAKA

ELEUTHERIO NETTO

BIANCA MORAES

RENAN MUTAO

ARY JACOBS

JORGE ELMOR

CAROLINA DANYLCZUK

LISA ZIMMERLIN

KARIN NEITZKE

OLGA BERGAMINI

CLAUDIA MACHADO

SABRINA BECKER

CAROLINE BOLLMANN

DANIELA BARRANCO

ELAINE ZANON

FLÁVIO SCHIAVON

TALITA NOGUEIRA

EDUARDO MOURÃO

Confira alguns dos arquitetos já confirmados para a próxima edição! PAT R O C Í N I O

PRISCILA RUON

SMOLKA


self

SUPER-HERÓIS DE VERDADE O artista britânico Banksy fez, no início de maio, uma homenagem aos profissionais da saúde. No desenho, exposto no hospital da Universidade de Southampton, no sul da Inglaterra, uma criança escolhe brincar com a boneca de uma enfermeira, representada como super-heroína.

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Reprodução | Instagram

a seção de saúde, f itness, comportamento, família e goodness


SELF | GOODNESS

Boas Ações por Luciana Almeida, embaixadora

O antídoto contra o coronavírus

As doações para minimizar os impactos da doença no Brasil já passaram dos R$ 3 bilhões

Jefferson Peixoto | Secom

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nquanto o processo de desenvolvimento da vacina contra o coronavírus ainda não apresenta um resultado de sucesso, um lenitivo vem, aos poucos, contribuindo e fortalecendo o eixo mais vulnerável à pandemia: a solidariedade. Do substantivo feminino, solidariedade é um ato de compreensão e bondade com o próximo, algo que há muito tempo não se evidenciava tanto quanto hoje em tempos de guerra biológica ao redor de todo o planeta. No Brasil, segundo os cálculos da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), as doações que auxiliam o sistema de saúde e a população mais vulnerável ao enfrentamento do vírus ultrapassaram 3 bilhões de reais – dados atualizados diariamente pela instituição. Desde o início do isolamento social no país, muitas pessoas têm se mobilizado para ajudar as vítimas e indivíduos do grupo de risco, até mesmo aqueles que precisam de apoio psicológico diante desse novo momento. São diversas ações voluntárias que vão desde a ida ao mercado até a doação de máscaras, luvas, álcool em gel, grupos de suporte à saúde mental, doação de alimentos nos hospitais, arrecadação para manter o comércio em funcionamento, lives do bem, entre outras atitudes que estão fazendo a dife-

rença para que o número de casos não aumente ainda mais. De acordo com João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR, em comunicado no site da instituição, essa mobilização é inédita e considerada o maior movimento de doações orientadas para uma só causa da história do Brasil. “Estamos falando desde grandes doadores, como empresas e ONGS, com milhões de reais, a famílias, grupos, indivíduos que doam 30, 40 reais e que estão possibilitando que esses recursos sejam encaminhados à ações de saúde, de alimentação e de causas que também estão sendo impactadas pela pandemia, como geração de emprego, trabalho ou renda”, destaca Vergueiro no comunicado. A solidariedade compreende as ações de ajuda ao próximo e, nesse caso, ficar em casa também acaba se tornando um gesto do bem. Afinal, atender às recomendações da OMS sobre o isolamento social é cuidar de si mesmo e ainda proteger as pessoas que estão nas ruas que, imprescindivelmente, precisam trabalhar de forma presencial. Dos pequenos aos grandes atos, temos esperança de que o cuidado com o próximo vai ajudar no combate dessa pandemia e de todos os outros obstáculos que, juntos, vamos enfrentar nos próximos momentos.

Acesse o Monitor das Doações para COVID-19.

“Estamos falando desde grandes doadores, como empresas e ONGs, com milhões de reais, a famílias, grupos, indivíduos que doam R$ 30, R$ 40 (...)” topview.com.br

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Mar ia Is abe l M iqueletto

por

A solidariedade e a colaboração surgem como alternativas para pessoas e negócios enfrentarem a crise da Covid-19

Todos por todos

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publicitária Larissa Filipak chegou a Curitiba para visitar a família na mesma semana em que a Covid-19 começou a assustar as autoridades da cidade. Em pouco tempo, ela notou a rotina das pessoas à sua volta mudar. Foi quando decidiu, com os amigos, reunir doações para ajudar as pessoas que estavam em situação mais vulnerável. "Queríamos doar para essas pessoas que estão ao nosso redor. Nossa ideia inicial era ajudar 30 famílias. Mas, na nossa primeira entrega, conseguimos ajudar 440 famílias", conta. Foi assim que nasceu o projeto Contagiados pelo Bem, uma das centenas de iniciativas criadas para ajudar aqueles que estão em uma situação de vulnerabilidade econômica e social em meio à pandemia. No entanto, os voluntários não pretendem atuar apenas nesse período: já estão planejando outras arrecadações e um mapeamento de quem precisa de assistência. Em uma quarta-feira, quando Larissa conversou com a reportagem da TOPVIEW, o projeto já havia batido a meta de doações da semana: 200 cestas. O arquiteto curitibano Jorge Elmor e seus amigos sentiram a mesma preocupação ao pensar sobre os efeitos da crise em algumas famílias. "Começou de forma despretensiosa. Vimos que tinha muita gente querendo auxiliar o próximo. Como estão todos em casa, acho que começamos a nos conscientizar mais. Isso ajudou a despertar esse sentimento solidário em mais pessoas”, diz. Na primeira ação, distribuíram 210 cestas de alimentação. Pouco tempo depois, criaram um grupo no WhatsApp com arquitetos e designers para ampliar a rede de colaboração. Para a primeira ação, os 170 profissionais arrecadaram mais de R$ 70 mil e distribuíram mais de mil cestas básicas. "Isso deixa a gente muito emocionado, a adesão e o empenho de todos os que entraram [nessa iniciativa] com a gente", diz Elmor. Outra ação do grupo foi realizar leilões de vinhos e de peças de design assinadas para arrecadação de fundos. "Queremos continuar com essa rede solidária, percebemos que conseguimos fazer muita coisa se estivermos juntos nessa batalha." Unidos para enfrentar a crise A pandemia escancarou certas relações sociais que nem sempre estiveram tão claras,

como as noções do papel individual dentro do coletivo. Isso pode ser uma das razões para o aumento da solidariedade. "A pandemia deixa cada vez mais evidente o quanto a gente é dependente um do outro. É uma dependência fatal. Não tem como viver fora da sociedade – e viver na sociedade é estabelecer relações, relações de cooperação, de solidariedade", analisa Cezar Bueno de Lima, sociólogo e professor do mestrado em Direitos Humanos e Políticas Públicas da Pontifícia Universidade Católica "Como estão todos do Paraná (PUCPR). em casa, acho que Apesar disso, Lima aponta que o século começamos a nos XXI tem sido simbolizado pelo egoísmo e pelo conscientizar mais individualismo. "A sosobre o próximo. ciedade não pode matar sua individualidade. As Isso ajudou a despessoas precisam desse pertar esse sentiespaço privado para firmar sua identidade. O mento solidário problema é o individualismo excessivo produzi- em mais pessoas." do em nossa sociedade", – Jorge Elmor reflete. "A pandemia mostra um lado humano da realidade que estava adormecido e reacende essa potencialidade muito humana, muito nossa. A necessidade de recorrer ao outro, pedir ajuda e solidariedade." Para Jackson Bittencourt, coordenador do curso de Economia da PUCPR, a solidariedade é uma construção social e o Brasil conta com sistemas de cooperação desde os anos 1970. "Se você pegar [como exemplo] a cooperativa de crédito, a cooperativa agrícola, a cooperativa de reciclagem de lixo, esses sistemas produtivos, há uma construção social de colaboração, de solidariedade. Isso já vem acontecendo e eu não tenho dúvida de que é uma tendência", exemplifica. Outros casos que têm um caráter colaborativo na economia são a economia solidária e o empreendedorismo social. Os negócios de impacto social movimentam cerca de US$ 60 bilhões mundialmente, com um aumento de 7% ao ano, de acordo com um levantamento da Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs). A essência volta à superfície Uma crise pode potencializar algumas dimensões da pessoa que estavam em um estado embrionário, já que não havia necessidade de se manifestar. As máscaras sociais tendem a se

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"A pandemia mostra um lado humano da realidade que estava adormecido e reacende essa potencialidade (...) muito nossa. A necessidade de recorrer ao outro, pedir ajuda e solidariedade." – Cezar Bueno desfazer e se mostrar mais frágeis, enquanto os aspectos da personalidade mais adormecidos vêm à tona. É o que afirma Cloves Amorim, professor titular do curso de Psicologia da PUCPR. "Mas não há saltos, nem mágica, nem mudança aguda. Se até ontem eu era a pessoa mais egoísta do mundo – e hoje estou vivendo essa experiência –, amanhã eu não vou acordar uma pessoa generosa”, pontua. Nesses casos – como em uma pandemia –, há uma mudança de contingência e, portanto, uma alteração nos comportamentos para responder a ela. "Para o bem ou para o mal. Quem era muito egoísta, já correu e comprou todas as máscaras do mercado. As que tinham predisposição ao altruísmo estão ajudando o outro", exemplifica. Ainda assim, Amorim acredita que a solidariedade pode continuar forte no pós-quarentena. Outros eventos históricos mostram que as transformações que um momento de crise impõe se refletem em comportamentos a longo prazo, como no pós-guerra. "Nós vamos mudar um pouco esse homem enclausurado em si mesmo, por conta dessa experiência intensa, para um homem também voltado para fora, voltado para o outro", defende. "O autor [e neuropsiquiatra] Viktor Frank, que foi também prisioneiro de um campo de concentração, estudou sobre o sentido da vida. Nas suas obras, uma das frases que ele diz é: 'o sentido da vida não está em você mesmo, mas no trabalho para o outro.' É no outro que você encontra o sentido da vida." Foi para servir o outro que nasceu o projeto Do Sofá pra Rua. O produtor de eventos Kahoê Mudry já participava de

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outra iniciativa criada durante o período de isolamento, a No Seu Sofá. Esta tinha o intuito de levar entretenimento e conteúdos legais a quem estava em casa, para deixar esse momento difícil mais agradável – e ainda motivar os artistas locais a produzir enquanto estão parados. Durante esse período, foi convidado a entregar comida a quem precisava e viu um amigo fazendo marmitas com o mesmo intuito. Surgiu a ideia de unir as duas coisas: "Vi que estava ali a chance de fazer algo maior. Fiz um formulário para cadastro de voluntários. No primeiro dia, já tínhamos 80 cadastrados", relembra. Kahoê idealizou, então, o outro braço do projeto. O Do Sofá pra Rua entrega marmitas para pessoas em situação de rua e, hoje, reúne 150 voluntários. "Aquilo que estaEles recebem os insumos va embrionário e cozinham nas próprias e contido, numa casas, para evitar aglomerações. situação de crise "É fundamental nestende a amplifise momento. Quem vive nessa situação de car-se, seja para vulnerabilidade na rua, com tantos coméro bem ou para cios fechados e menos gente circulando, recebe o mal" – Cloves menos doação. Quem Amorim passaria por ali e deixaria algo para eles não está saindo de casa", diz. "Essa ajuda é necessária até pensando em índices de criminalidade. Um pai de família que ficou sem renda e não tem comida para colocar na mesa vai buscar por outros meios. O Estado deveria ajudar, mas sabemos que eles não ajudam, então nós ajudamos." O projeto foi estruturado para ter continuidade mesmo depois que a pandemia passar.

Acompanhe o Do Sofá pra Rua no Instagram


As adaptações do "normal"

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partir das indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a população fazer isolamento social a fim de conter a disseminação da Covid-19, a produtora cultural Lucia Casillo Malucelli baixou as portas do Solar do Rosário. "Nos impactou 100%. Os 300 alunos dos cursos ficaram sem aulas de uma hora para outra – e nós sem eles", conta. Foi o momento de se adaptar. Em duas semanas, a equipe se preparou para transferir as aulas para o ambiente virtual. "Mais da metade dos professores gostou e aderiu, até mesmo os dos cursos práticos, como desenho e aquarela", diz Lucia. "Há uns dois anos, já tínhamos essa ideia de fazer curso online, mas na correria, não paramos para fazer um projeto. Agora que fomos forçados, tivemos que fazer. O lado bom foi a gente se readaptar e aprender algo novo, que já queríamos tirar do papel." A adesão foi imediata. Grande parte dos alunos gostou da mudança. "Nosso objetivo na pandemia é ajudar muita gente com arte, cultura e coisas boas para preencher a cabeça", ressalta. Migrar para o digital foi a solução para vários negócios. Alguns já tinham a ideia e apenas não haviam executado, outros sequer imaginavam que podiam desempenhar a função de outra maneira, sem o contato presencial. Foi diante dessas adaptações forçadas que Marcia Almeida, diretora da loja de mobiliário Casa Villa Batel, descobriu um novo potencial para a marca. No domingo de Páscoa, Marcia recebeu a ligação de um cliente que havia

alugado uma casa e precisava mobiliá-la em dois dias. Ele ficou preso na cidade devido às restrições de viagem para frear a Covid-19. "Ele me mandou o projeto da casa, liguei para minha nora arquiteta, já que não podia chamar nenhum vendedor, fomos até a loja e escolhemos, juntas, o mobiliário que cabia na casa e estava à pronta-entrega", descreve. No dia seguinte, à noite, o frete chegou para embalar e levar tudo para Campinas. Na manhã de terça-feira, os móveis chegaram à casa. "O entregador ligou a câmera do celular e fomos montando a casa juntos. Eu falava onde ia o sofá, a mesa, o tapete… tivemos que ensinar ele até como colocava a almofada no sofá, já que ele nunca tinha feito a montagem." A experiência virtual foi tão boa que Marcia decidiu implementar esse serviço no catálogo da loja. "Foi uma experiência única, o cliente ficou muito satisfeito e grato. Ele disse que salvamos a vida dele, já que não tinha onde ficar. No meio do caos, conseguir fazer um trabalho desses foi muito legal", comemora a diretora. "Vamos incluir no nosso site uma aba para projetos online. Faremos as conversas, os acompanhamentos, tudo online." O projeto Heroínas sem Capa seguiu essa onda. Assim que viu que as atividades presenciais não podiam mais continuar, Gabriella Möller, psicóloga e fundadora da iniciativa, decidiu reproduzir os eventos online. A Liga das Heroínas, encontro mensal de mentoria, passou a ser realizado digitalmente, e o Café com as Heroínas se transformou em live no Instagram. "Nos vimos obrigadas a transpor todos os nossos produtos para esse

"Quando a vida voltar ao normal, seguramente nós não seremos mais os mesmos" – Cloves Amorim topview.com.br

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novo formato. Mas, com isso, conseguimos chegar a bem mais mulheres, atingir cada vez mais pessoas", compara. Lançaram, também, a primeira edição online da Jornada da Heroína – com duração de quatro semanas – para aprofundar todos os temas que são tratados nos outros projetos. "O essencial é entregar esse conteúdo de saúde mental e coach. Nosso foco é a Psicologia Positiva, todas as nossas ferramentas são baseadas na ciência da felicidade e do bem-estar." A embaixadora do projeto e gestora de pessoas Jessica Parolin Backes conta que a recepção foi ótima, uma vez que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde mental. "O isolamento social não nos obriga a se desconectar, podemos ter esse apoio virtual. A gente precisa ter esse cuidado emocional em todas as épocas. As pessoas não sabem lidar consigo mesmas e com o ócio", ressalta. Rachaduras e fortalezas A crise de saúde pública da Covid-19 explicitou, também, nossas rachaduras e fortalezas. A desigualdade social no país ficou ainda mais evidente com relação a como a doença tem afetado cada grupo. O atual presidente, Jair Bolsonaro, tem sido duramente criticado – pela população e por líderes e organizações mundiais – por colocar a economia como aspecto tão importante (ou mais) quanto a vida. Para Lima, não há dúvidas no que deve ser prioridade. "A pandemia nos mostrou que a vida é muito mais importante do que uma relação econômica. Porque as pessoas vivas fazem girar o trem da economia. As vidas têm prioridade sobre o aspecto econômico", pontua. O sociólogo vê, também, um aspecto positivo: o consenso da sociedade brasileira sobre a importância do Sistema Único de Saúde (SUS). "O SUS tem sido a tábua de salvação para minimizar o sofri-

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"O isolamento social não nos obriga a se desconectar, podemos ter esse apoio virtual. As pessoas não sabem lidar consigo mesmas e com o ócio" – Jessica Parolin mento e as mortes. Então recuperamos esse consenso de termos realmente uma saúde mais organizada, que, independentemente da sua situação financeira, você pode ter acesso", complementa. O grande desafio que a Covid-19 traz é a facilidade de propagação e, com isso, o colapso dos hospitais, que não tem espaço para tantos doentes. Ela colocou em xeque o sistema de saúde de grandes potências mundiais e, principalmente, mostrou a falta de preparo para situações como essa. Surgiram com força, então, as discussões acerca da necessidade de um sistema de saúde gratuito, como o SUS, em países que não contam com o serviço, como os Estados Unidos. Aceleração de mudanças Um meme que circulou pelas redes sociais levanta uma discussão interessante. A pergunta "quem liderou a transformação digital na sua empresa?" tem três alternativas: a) CEO, b) CTO, ou c) Coronavirus. A última é marcada como a resposta certa. A verdade é que a pandemia da nova doença viral forçou várias mudanças digitais, que vinham sendo conduzidas a passos lentos, a dar grandes saltos.


"A pandemia nos mostrou que a vida é muito mais importante do que uma relação econômica. Porque as pessoas vivas fazem girar o trem da economia" – Cezar Bueno de Lima A telemedicina foi uma das inovações que precisaram ser aceleradas. A ideia é antiga, mas com o distanciamento social e a saturação do sistema de saúde, o Conselho Federal de Medicina passou a reconhecer e regulamentar seu uso no Brasil. Os atendimento por vídeo-chamada mantêm o paciente em casa, sem precisar estar em contato com outros. A medida é provisória e vigorará até o final da crise de saúde. Na esfera pública, o Senado Federal brasileiro realizou a primeira votação online do mundo, abrindo caminho para os Legislativos Virtuais. O sistema de votação remoto impacta a dinâmica dos órgãos públicos, mas ainda não há como prever se vai perdurar após a crise. Milhares de trabalhadores de vários setores também entraram em regime home office, mantendo as jornadas de trabalho em casa. Na arte, vários museus pelo mundo ainda podem ser visitados mesmo sem sair de casa. Usando o Google Arts & Culture, plataforma lançada em 2011, os visitantes podem ver exposições de

museus e galerias de diversos países online. Em maio, o Museu Oscar Niemeyer (MON) inaugurou sua décima exposição virtual no site, a mostra “União Soviética Através da Câmera”, que foi vista presencialmente em 2015. O consumo de serviços de streaming de filmes, séries e vídeos teve um crescimento de 20% durante o mês de março no mundo, devido a quarentena, aponta o relatório da Conviva. Isso fez com a que a União Europeia requisitasse a serviços como Netflix e Amazon Prime Video, duas gigantes do setor, a redução da qualidade da imagem das plataformas para que a população não tivesse problemas de conexão de Internet. As tecnologias para o mundo digital avançaram anos em meses e prometem continuar fortes na vida da população, hiperconectada. Pelo lado comportamental, não há como garantir que os valores expandidos durante a pandemia vão durar no pós-crise, mas, para o psicólogo Cloves Amorim, não há dúvidas de que, "quando a vida voltar ao normal, seguramente nós não seremos mais os mesmos."

Esta matéria é a segunda parte de uma trilogia que analisa os impactos da pandemia da Covid-19 a partir de três perspectivas: o recolhimento, a superação e a evolução.

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SELF | GOODNESS

Na linha de frente? Mulheres! Por meio de chamada de vídeo, fotógrafo faz ensaio com enfermeiras que se empenham no combate à Covid-19 por Redação

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urante o combate ao novo coronavírus, o termo “sexo frágil” – utilizado de maneira pejorativa para se referir às mulheres – cai por terra. A maioria dos profissionais da saúde na linha de frente da batalha contra a Covid-19 é composta por mulheres, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Elas ocupam 70% dos cargos na área da saúde em todo o mundo, ainda de acordo com a entidade. No Brasil, 84,7% dos auxiliares e técnicos de enfermagem são do sexo feminino, segundo relatório do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e da Fundação Oswaldo Cruz. Para iluminar o trabalho das enfermeiras brasileiras, o fotógrafo André Valentim, por meio de chamadas de vídeo, fez imagens das profissionais. Nas fotos, algumas enfermeiras aparecem nos ambientes de trabalho e, outras, em casa. O projeto tem como objetivo dar rosto àquelas que atuam no combate à pandemia: “estamos em casa, respeitando as indicações e restrições para minimizar o crescimento dos números, mas há muitos profissionais que não têm a possibilidade de escolher ficar em casa e estão todos ali, na linha de frente”, afirma André. Valentim fez ensaios com outros profissionais além das enfermeiras e aponta: “aqui, não estamos dando máscaras ou capas de super-heróis, mas mostrando seus rostos. Mostrando que eles têm família, que eles têm medo, que eles também são humanos, como a gente.”

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Priscila Alves. Maria Fernanda Prestes.

Paloma Lupiañes.

Caroline Ringvelski.

Letícia Alcantara.

André Valentim

Luisa Francisco Sanches.

Raisa Gusso Ulaf.

Carolina Cadenas.

Raisa Gusso Ulaf.

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SELF | GOODNESS

Maria Fernanda Prestes.

Gabrielle Andrusko.

Caroline Ringvelski.

Maiara Pukanski.

Thamara Batistella. Nadia Schneider.

Harymy Barros.

Gabrielle Andrusko.

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Mariana Tosato Zinher.

Vivian Wiens Klassen.


Luisa Francisco Sanches. Priscila Alves. Paloma Lupiañes.

Maiara Pukanski.

Harymy Barros.

Maiara Pukanski.

André Valentim

Carolina Cadenas.

Vivian Wiens Klassen.

Thamara Batistella.

Jéssica Talles.

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poder

A F O R Ç A D O ‘ B U Y L O C A L’ O (2)Collab, marketplace do grupo Icomm Group, foi lançado no início do mês de maio, e tem como objetivo facilitar o canal entre pequenas e médias marcas de roupas com clientes. A plataforma promove o consumo de marcas brasileiras e independentes, afetadas durante a pandemia. 64

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a seção dos bastidores econômicos e políticos, além do social view


PODER | POLÍTICA E ECONOMIA

A pandemia no mercado fi nanceiro Como as medidas do governo

Sede do Banco Central, em Brasília.

e do Banco Central influenciam os investimentos brasileiros por Renan Hamilko, sócio da Allez Invest

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circulação, equilibrando a balança da antiga lei de mercado, a de oferta e procura. A proposta do BC foi baseada em modelos já implantados em outros países, como Estados Unidos e Japão, durante crises ou casos de estagnação econômica. Outro fator que está na mira do mercado financeiro é a taxa Selic, que tem previsão de terminar o ano em 2,50%, o que vai continuar impactando a renda fixa e fará com que os investidores tenham que buscar novas estratégias para manter a rentabilidade. As ações do governo, sozinhas, apesar de ajudar, não vão resolver o problema do Brasil em relação ao mercado financeiro, mas são vistas com bons olhos pelo investidor, que busca segurança no país em que o seu capital está alocado. Além das medidas adotadas por cada federação, outra receita básica para quem está no segmento é a soma da paciência com a cautela. Nesse período, a recomendação, ainda, é a de não tomar decisões no calor do momento, principalmente nas quedas, mas, sim, conhecer o histórico de cada investimento e saber que, mesmo para perfis mais ousados, o momento requer uma estratégia prudente e segura.

PROMOTOP Os conteúdos assim indicados são materiais publicitários em formato nativo. A responsabilidade sobre as informações é do escritor e não expressa necessariamente a opinião da TOPVIEW.

Jonas Pereira | Agência Senado

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xiste uma premissa no mercado financeiro de que os investimentos antecipam os efeitos de uma crise econômica ou política. O mesmo também acontece no momento de recuperação. Por isso, as Bolsas de Valores de todo o mundo já estavam sentindo as implicações que a pandemia provocaria nos países, mesmo antes dos primeiros casos serem registrados fora da China, na Itália e nos Estados Unidos. Com a intensificação da crise pelo novo coronavírus, somada à instabilidade política e ao colapso do petróleo com os desentendimentos entre a Arábia Saudita e Rússia, a Bolsa brasileira deixou de registrar os recordes acima dos 100 mil pontos para dar lugar aos recordes de circuit breaker (ação que leva a Bolsa a suspender as transações após uma expressiva queda dos ativos, a fim de conter os ânimos dos investidores). E foi em meio a esse turbulento cenário que os investidores e as empresas cobravam medidas econômicas para aliviar o mercado financeiro. Algumas foram bem aceitas, outras ainda são aguardadas. As primeiras medidas anunciadas pelo governo estavam relacionadas à injeção de crédito para que a economia continuasse girando, como o Auxílio Emergencial, a liberação antecipada do décimo-terceiro para aposentados e o apoio aos trabalhadores que tiveram seus salários reduzidos em virtude da pandemia. Já para as empresas, o objetivo era ajudar a manter a liquidez no caixa, facilitando o acesso a empréstimos bancários e suspendendo o pagamento de algumas alíquotas, como as contribuições previdenciárias. Para os investidores, a votação da PEC do Orçamento de Guerra, no Congresso Nacional, é uma das medidas aguardadas. Por meio da iniciativa do Banco Central, uma das propostas do projeto é a compra de títulos públicos e privados pelo Tesouro Nacional para ajudar as empresas. A PEC propõe uma estratégia de estímulo que visa aumentar o dinheiro em ALLEZ INVEST

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PODER | NEGÓCIOS

Negócios por Bethânia Gilsoul, embaixadora

Eduardo Bekin discute as premissas futuras no mercado de investimentos

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m momentos de incerteza como este em que estamos vivendo, é sempre bom contar com o conhecimento de quem entende do mercado de investimentos para conseguir superar qualquer obstáculo. Confira a entrevista que fiz com o Presidente da Invest Paraná – antiga Agência Paraná de Desenvolvimento –, Eduardo Bekin, sobre os programas e incentivos no nosso estado. Como está sendo a atuação da Agência Paraná Desenvolvimento nesta pandemia?A atuação da Invest Paraná na questão da pandemia é bem interessante porque, por mais que tenha dado uma parada na procura de empresas querendo investir no estado, ela teve um papel muito bom. Nós começamos a buscar quem eram os fabricantes de produtos da área médica, da área de saúde e identificamos que o maior fornecedor de tecidos para as máscaras descartáveis era do Paraná, da cidade de São José dos Pinhais. Conseguimos, através da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), adquirir o tecido e dar serviços às pequenas fábricas de tecidos, de roupas e confecção, enquanto outros outros estados tiveram problema de aquisição das máscaras junto ao mercado chinês, até pelo elevado preço, bem como pelo problema de quando o avião parava tanto nos EUA como na Europa e, pela necessidade do produto, havia a requisição por parte desse país. Então nós encontramos a solução dupla. Primeiro, nós conseguimos o produto a um preço extremamente adequado e na quantidade abundante. Segundo, conseguimos dar trabalho, conseguimos dar receita às pequenas confecções e costureiras, então isso foi uma lição. Nós conseguimos ativar a economia e mostrar que somos sim capazes de produzir produtos de qualidade. Tanto é que hoje, a fábrica de tecidos, que fica na região de SJP, está triplicando o seu tamanho, em função dessa demanda que nós começamos e hoje é um ponto muito legal. Esse é um dos papéis da Invest Paraná, entre outros. O que é o Programa Paraná Competitivo? O Programa Paraná Competitivo é um dos dois programas da Invest Paraná. Um deles é o PMAI, Programa Municipal de Atração de Investimento que, nós fazemos um levantamento por município, por região, de qual é a aptidão ou qual é a vocação dessas cidades ou dessa região para a

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atração de investimentos. O segundo é o Paraná Competitivo, um grande guarda-chuva de incentivos fiscais em vários investimentos e vários ramos de atividades que a gente dá para as empresas, a fim de que elas venham a abrir as suas portas aqui no Paraná, bem como ampliar as suas atividades aqui no estado. Recentemente nós estendemos o Paraná Competitivo para duas áreas muito importantes, uma delas é a área de importação e a segunda é a área de e-commerce. Nós queremos transformar o estado do Paraná no estado do e-commerce no Brasil. Como f unciona a parceria com a Invest Paraná? Nós abrimos parcerias na Suíça, Alemanha, Israel, abrimos duas parcerias nos Estados Unidos, ou seja, são empresários que estão falando do Paraná e tentando trazer negócios para o Paraná. Se não fosse agora a Covid, a nossa ideia era abrir o primeiro ponto avançado do Paraná em Miami, nos Estados Unidos, e levar os nossos produtos lá para fora. Ou seja, a gente teria um ponto de não mais trazer empresas para dentro do Paraná, mas pegar a nossa produção local, prepará-la e vendê-la para os mercados internacionais. Houve aumento dos incentivos às importações com a quarentena? Em função da pandemia, era um pleito muito antigo aqui da Invest Paraná, de pelo menos quase 8 ou 9 meses, a gente melhorar os nossos incentivos com respeito a importação. Com a quarentena, nós conseguimos sensibilizar ainda mais a Secretaria da Fazenda, que é quem concede de fato os benefícios, nós somos só um órgão que faz a conexão entre o setor privado e o setor público, e a gente alimenta o setor privado de informações nas quais nós somos competitivos ou não. Nós conseguimos, tem um decreto novo colocando o estado do Paraná como um dos mais competitivos na questão da importação hoje. Quais os setores prioritários para investimento? Os setores que a gente coloca como prioritários para investimentos são esses que atendem três pilares: o pilar da geração de emprego, o pilar que atenda o desenvolvimento local e regional, e o pilar que atrai e que gera mais arrecadação. Não é aumento da carga tributária, mas é aumento da arrecadação, porque a máquina é pesada. Então, se atendeu esses três pilares, eu posso dizer tranquilamente que se torna prioritário.

Geraldo Bubniak/AEN e Divulgação

O Presidente da Invest Paraná indica os caminhos pelos quais os investidores devem seguir para superar a crise do coronavírus


Leia a entrevista completa no portal da TOPVIEW

O Estado do Paraná está sendo considerado o do Paraná executa: transparência total nas ações, nos mais inovador do País, a que se deve isso? Eu acho contratos e tudo mais. que a principal inovação do estado do Paraná que a genOs indicadores no início de 2020 para o Parate atribui ao governador Carlos Massa Ratinho Junior, ná eram positivos, como está o cenário atual? Eu é a questão da gente levar a tecnologia à população. A acho que o Paraná finalizou 2019 e iniciou 2020 numa partir do momento que conseguimos transformar a vida ascendência muito alta, crescendo muito rápido. Isso do cidadão comum de alguma forma menos burocrátalvez nos dê um fôlego extra comparado aos demais tico, mais simples, abertura de empresas em questão de estados, principalmente aos nossos vizinhos, como São horas, em questão de minutos, acho que isso é inovaPaulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nós temos ção. Inovação é quando a gente consegue fazer a vida ainda uma gordura para queimar. Sabemos as dificuldado cidadão melhor. E aí a gente gera mais des que vamos passar e já estamos trabacoisa, a gente se torna hoje um estado que “Nós quere- lhando com cenários de 2021 e 2022 não dá muito valor às startups. Nós estávamos e tão favoráveis, mas estamos na luta, olhan3º, 4º lugar, hoje nós já estamos em 2º lugar, mos transfor- do e procurando alternativas e qual vai mar o estado ser a maneira de, o mais rápido possível, estamos à frente de Santa Catarina, então as startups estão olhando com bons olhos, a retomada economia, a retomada do Paraná iniciar o mercado de inovação, o mercado que fodas atividades, sempre com a preservação no estado do da vida humana, ela em primeiro lugar. menta a TI está olhando o Paraná e eu acho que uma das grandes premissas o estado é a com o olho lá na frente e sabemos e-commerce Estamos velocidade da resposta, tanto para dizer sim que vamos repetir a dose. Se nós não no Brasil.” formos os primeiros, vamos ser um dos como para dizer não. O não às vezes também é importante. primeiros a sair dessa crise e retomar. Quais sãos os diferenciais dos portos paraQual seu aconselhamento para os jovens emnaense? Primeiro, nós estamos batendo, a cada dia, preendedores? O jovem tem que aprender a investir, os recordes nas transações dentro dos portos, tanto não ter medo de errar. Quanto mais cedo ele errar, mais na importação quanto na exportação, principalmente rápido ele vai entender os caminhos do porquê errou, na exportação de grãos. Mas eu acho que a principal então errar e se levantar vai transformar o jovem paradiferença é a competência que levou os portos do Paraná naense em um jovem empreendedor. Este ano, a minha a serem portos independentes, os primeiros portos indeideia junto com a Invest Paraná é rodar as universidapendentes. Ou seja, a gestão portuária gerida pelo estado des, principalmente os últimos anos, e fazer todos os tem independência do Governo Federal, podendo fazer trabalhos desses programas, tanto o PMAI como o uma série de ações sem ter a dependência da União. Paraná Competitivo, junto às universidades, passar esses Isso é um grande resultado da administração da gestão conhecimentos. O conhecimento tem que estar na mão atual portuária, como o compliance que o todo o estado do jovem, tem que estar sendo compartilhado.

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PODER | NEGÓCIOS

Negócios por Bethânia Gilsoul, embaixadora

Curitiba enfrenta a Covid-19

Vice-prefeito de Curitiba detalha, com exclusividade, as medidas que a cidade tomou para frear o contágio pelo novo coronavírus

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Daniel Castellano.

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ara esta segunda edição da trilogia “Especial primeiros meses, o que nos motivou a procurar um apoio Quarentena” da TOPVIEW, conversei com o do Governo do Estado – o qual nos auxiliou – e nós pudevice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel mos, aos poucos, pagar os fornecedores, que nos negavam Slaviero. Confira! a entrega de medicamento na época. Aos poucos, colocaQuando o senhor começou a gestão, qual mos a parte de medicamentos em dia também. Abrimos era o maior desafio? Por quê? Antes de a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais nada, é preciso lembrar que, quando as“[...] o distan- do Tatuquara e a da Cidade Industrial de sumimos a Prefeitura de Curitiba, em 2017, (CIC) que estavam fechadas, enciamento social Curitiba encontramos o caixa do município com sétregando as nossas nove UPAs funcionando rios problemas financeiros e sem capacidade é fundamental. para a população. Também renovamos de investimento. Na época, a dívida passava da frota operacional do Serviço de Quem tiver que 100% de R$ 2 bilhões, o que equivale, para se ter Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) sair de casa, que e deixamos reabertas 111 unidades básicas uma ideia, a quase quatro anos do valor do IPTU da cidade de Curitiba. E, para reverter saia prevenido de saúde, o que foi muito bom. o problema, já no primeiro semestre de Quais são as medidas de controle com sua másca- e prevenção que estão sendo tomadas 2017, nós apresentamos à Câmara Municipal o Plano de Recuperação de Curitiba da pandemia? A principal medida ra. Juntos, va- acerca que foi aprovado, à época, pela maioria dos que adotamos foi a reorganização da rede vereadores e se tratava de uma reestruturação mos passar por médica para focar os esforços no combate fiscal importante, diminuição de secretarias, esse momento ao coronavírus. Tratou-se de um plano de um parcelamento das dívidas que nós tínhacontingência para ganharmos eficiência no difícil.” mos encontrado, diminuição de despesas enfrentamento à pandemia. E, sobre isso, e uma reforma na previdência já naquele nós gostamos de dizer o seguinte: trabamomento. Assim, a Prefeitura pôde voltar a respirar e ter lhamos como uma saúde só, tanto a rede pública quanto qualidade nos seus investimentos. a rede privada, chegando a uma capacidade de quase mil Qual o panorama da saúde em Curitiba? Quando leitos de UTI disponíveis dentro da cidade de Curitiba. assumimos, nós tínhamos um déficit de medicamentos nos São, ainda, mais de 5.600 leitos de enfermagem para que


possamos atender a população da cidade. Além disso, adotamos a orientação que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou: o distanciamento social. Nós reforçamos o pedido de que quem puder, fique em casa. É fundamental que isso aconteça. Quem tiver que abrir seu comércio ou trabalhar nos serviços essenciais, que saia de casa seguindo os cuidados: uso da máscara e do álcool em gel. Também nesse período, nós tivemos a contratação de 428 profissionais de saúde e fomos a primeira capital a instalar o serviço de telemedicina para oferecer a consulta dentro das casas. Ativamos, ainda, o nosso fundo municipal para ao combate à pandemia no valor de R$ 500 milhões, o qual foi levantado para essas questões em nosso plano de recuperação fiscal no início de nossa gestão. Também fizemos um trabalho com vários parceiros, que doaram insumos. Como estão trabalhando para reduzir os impactos econômicos na cidade? Um dos nossos maiores desafios é priorizar a saúde mas sem descuidar da economia. É fundamental que o comércio vá retomando aos poucos, a gente sabe disso. Também sabemos que vários segmentos precisam reabrir, como shoppings e academias. Mas precisamos tratar isso com responsabilidade. Uma medida importante que tomamos foi a antecipação do 13º [salário] para os servidores públicos já no mês de abril. Também fizemos uma parceria com as empresas prestadoras de serviço que tiveram de parar. Houve, então, o pagamento do valor equivalente aos salários dos seus funcionários. Existem programas sendo desenvolvidos para ajudar jovens empreendedores? Sim. Nossa cidade tem um programa que é referência nacional: o Bom Negócio Vale do Pinhão. Desde 2018, nós formamos mais de 500 alunos capacitados para novos negócios na cidade. Gratuitamente. Isso é fundamental para que, nesse momento de crise, os profissionais possam reinventar a si e seus comércios. Nós já fomos eleitos a capital mais inteligente do Brasil e ficamos, no ano passado, entre as 12 cidades mais inovadoras do mundo. Eu acho que uma grande oportunidade que pode-se tirar dessa crise é que este é um momento de as empresas, a prefeitura e o setor público entrarem, definitivamente, no mundo digital. Como tem enfrentado a pandemia? O meu dever de cidadão é o mesmo de todos: seguir o distanciamento social e sempre usar máscara e álcool em gel. Eu tenho trabalhado diariamente. Sim, diminuímos o contato e as agendas nos bairros e as reuniões são, sempre que possível, por videoconferência. Em casa, o meu desafio é muito grande também, já que tenho minha esposa e três filhos: um de sete anos, um de três anos e outro de dois. É preciso ter o devido cuidado com eles, então, caso tenhamos que sair, todos estão de máscara. E eu reforço: o distanciamento social é fundamental. Quem tiver que sair de casa, que saia prevenido com sua máscara. Juntos, vamos passar por esse momento difícil.

Leia a entrevista completa no site da TOPVIEW.

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PODER | POLÍTICA E ECONOMIA

Política por Marc Sousa, colunista

Moro pede para sair FR AS E D O M Ê S

“Será que é interferir na Polícia Federal quase implorar a Sérgio Moro, [investigar] quem mandou matar Jair Bolsonaro?” - Presidente Jair Bolsonaro, sobre a exoneração de Sérgio Moro

PARA ACOMPANHAR

E M PRE G OS NA QUARE NT E NA Mais de 200 mil paranaenses aderiram à MP que permite a redução de salários e jornadas de trabalho ou a suspensão temporária de contratos. Os trabalhadores têm garantia de emprego de seis meses durante a pandemia em troca da diminuição dos ganhos por três.

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SÓ A IN ICIATIVA PRIVADA VA I PAGAR A CON TA? A pergunta segue. Até agora, apenas os empreendedores estão quebrando e os trabalhadores de carteira assinada estão sendo demitidos ou tendo salários reduzidos. Tirando os profissionais de saúde e segurança, boa parte dos funcionários públicos apenas foi para casa com as garantias da estabilidade.

MADE IN PARAN Á O Paraná lançou um selo para estimular a produção e consumo de produtos locais. A ideia é fortalecer os empreendedores daqui, fomentando a economia, gerando emprego e renda. Uma campanha publicitária será criada para promover a iniciativa.

Marcos Corrêa/PR/Fotos Públicas , Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL, Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas. José Fernando Ogura e Gilson Abreu/ANPr

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á três meses, esta coluna avisou que interesses nada republicanos conspiravam contra Sérgio Moro. E eles se moveram rápido. O que começou com promessa de “carta branca” terminou com troca de acusações. O paranaense ficou um ano e quatro meses como ministro, acumulou resultados positivos e uma coleção de sapos engolidos. De um lado, os índices de criminalidade caíram, mas, de outro, era constante a ameaça de ter sua atuação reduzida. Além disso, seus projetos de lei eram desfigurados e seus principais auxiliares foram exonerados. O ato final foi avisar a todos que o presidente queria interferir politicamente na Polícia Federal. Bolsonaro negou a ingerência, mas confirmou que queria alguém com quem pudesse ter “interação”. O futuro? Nem o próprio Moro sabe. Mas o aviso dado em fevereiro, aqui mesmo, continua: os tiros de quem não gosta do combate à corrupção podem sair pela culatra.


PODER | NEGÓCIOS

Marketing por Nastássia Romanó, convidada de Beto Cesar

Ações que enriquecem a alma

Consultora em impacto social relata como um evento internacional serviu de motivação para combater o coronavírus no Brasil

Arquivo pessoal

Nastássia esteve no Change Now Summit no início de 2020.

Leia esta coluna completa no site.

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se você chegasse em Paris, no Grand Palais, para o maior evento de inovação e impacto social do mundo, que reuniu 28 mil pessoas, para passear por estandes, escutar palestras, ter reuniões sobre moda, gastronomia, agricultura, mobilidade, limpeza de oceanos, energia limpa e renovável, etc.? Isso tudo juntando jovens, empreendedores e as maiores empresas do mundo? Como você acha que seria? Eu, por exemplo, vi-me diante de grandes ideias, como papel feito à base de resíduos da construção civil, jeans feito a partir da reciclagem de outras calças e até diamantes fabricados em laboratórios. Essa enxurrada de informação que adquiri no Change Now Summit, com tanta inspiração, fez-me voltar ao Brasil – em um dos últimos voos antes das fronteiras fecharem, em meio à pandemia do coronavírus – e mudar os planos de morar fora. Aquele universo de pessoas reunidas, pensando e debatendo como criar soluções, teve forte impacto em mim. Estava decidida que eu precisava fazer algo para ajudar a controlar a situação. Depois de muito pesquisar nas redes de que faço parte, descobri uma iniciativa criada a partir da Comunidade Tecnológica Portuguesa. A ideia era “crescer mais rápido que o vírus”. O Rooms Against Covid ofertou acomodações temporárias aos profissionais da saúde e da linha de frente no combate ao coronavírus, retribuindo justamente aqueles que nos salvam, diminuindo o risco de contágio, estimulando a solidariedade e usando a tecnologia. Amei a ideia e, convicta de que o sucesso em Portugal era um indicador, segui em frente. Resolvi me propor a trazer a ideia ao Brasil, começando por Curitiba. Estamos conseguindo apoios incríveis, incluindo do Beto e da OAK. No entanto, podemos ir muito além. Vamos adorar somar forças, apoios e parcerias! Em época de quarentena, poder ajudar significa muito mais do que nos sentirmos úteis: é um gesto que nos faz sentir que estamos conectados, mesmo que fisicamente distantes. E é esse o tipo de ação que enriquece a alma, que nos leva a ajudar a construir o tipo de país que queremos, que sonhamos. Ele existe – e está bem vivo.

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O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE MORAR BEM Para nós, da Monarca, entre muitas coisas, morar bem é explorar todas as formas de conexão, conforto e comodidade para se integrar aos espaços urbanos. Por isso, nossos projetos são cuidadosamente pensados e valorizam o encanto de morar em locais que são verdadeiros refúgios em meio à correria do dia a dia.

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SOCIAL VIEW | PERSONALIDADES

por TOPVIEW

Marcas e pessoas contra a Covid-19

Desde meados de março, a rotina dos brasileiros foi forçada a se adaptar conforme o avanço do coronavírus. Com isso, viu-se a paralisação de shoppings, academias, clubs e restaurantes, o que levou a um impacto negativo na economia e a uma mudança brusca na rotina de todos. Nesta edição do Social View Especial, nossos colunistas destacam exemplos de marcas expressivas e pessoas que, ao longo do período de isolamento social, tiveram a iniciativa de inovar e colaborar

COLU NI STA S O CI A L

NADYESDA ALMEIDA

A Covid-19 está mudando o mundo e as pessoas – e vai mudá-los ainda mais. Infelizmente, muitas empresas vão quebrar, muitas vão se transformar e novas vão surgir. Toda crise traz oportunidades: é a superação em tempos de pandemia e isolamento social. É um bom momento para refletirmos onde queremos estar, como podemos nos transformar e para onde poderemos ir, transformando incertezas em novas perspectivas. Usar o tempo de isolamento social para ser criativo e pensar nas questões de inovação se tornou fundamental e necessário. Vale aqui destacar algumas marcas e empresas que estão nesse caminho da reinvenção, afinal, o brasileiro é criativo e forte. E essa força e criatividade estão em seu DNA. Não imaginávamos, por exemplo, ver os buffets de festas fazendo delivery ou take away. Já estão nesse caminho o Nuvem de Coco, a Petit Pop e o chef Celso Freire. Isso sem falar nos restaurantes como o Madero, que envia recados positivos em suas sacolas! No uni-

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verso da moda, a Bazaar Fashion, a Animale, a Mixed e a By Rose, por exemplo, intensificaram o delivery. O provador de roupas agora é na casa da cliente. Além disso, lives no Instagram tratam de diversos temas para manter suas clientes conectadas. Enviar lembranças de Páscoa para adoçar a quarentena foi a escolha do ParkShoppingBarigüi. Lives com formadores de opinião foram a escolha do Pátio Batel. As flores que embelezam nossa casa e nossa alma podem ser compradas via Whats-App. A Flor do Dia e a Gazebo já adotaram esse formato de venda.E o salão Casa W, que colocou muitos dos produtos para cabelos à venda por drive-thru a preço de custo? São tantos exemplos de superação que falta espaço nesta coluna. Tudo isso é sensacional! É a prova de que, quando se faz necessário, ir atrás e usar a criatividade podem ser ações transformadoras para amenizar a crise. Olho para todos os lados e sinto orgulho de ver essas iniciativas.


COLU NI S TA S O CI A L

FELIPE CASAS

Saudades de uma Bud e uma Stella na festinha, né? Pois é, por conta do momento que vivemos, a distribuidora oficial das nossas cervejas favoritas, a AMBEV, tem ajudado muitas pessoas. A marca decidiu produzir 500 mil unidades de garrafas de álcool gel na cervejaria localizada em Piraí (RJ). O Burger King Brasil – franqueado das redes Burger King e Popeyes no país – anunciou que doaria parte de sua receita líquida de qualquer lanche vendido nos restaurantes de fast-food em março para o SUS (Sistema Único de Saúde). A pergunta é: será que é correto doar ao setor público? Em meio a esse momento, em que todos começaram a praticar exercícios em casa, a Nike – mesmo com todas as suas lojas fechadas no mundo – doou mais de US$ 15 milhões, sendo que cerca de US$ 10 milhões teve como fonte direta a conta pes-

soal do diretor e cofundador Phil Knight e de sua esposa. Nossos queridos cantores, que ajudaram a animar nossos lares nos últimos meses, também fizeram a parte deles. Além das doações que arrecadaram por meio do PicPay, eles doaram quantias expressivas em dinheiro. Gusttavo Lima, por exemplo, doou mais de R$ 500 mil a famílias que vivem em lixões. Grandes cantoras mundiais também tomaram uma iniciativa. Rihanna doou cerca de US$ 5 milhões por meio de sua ONG, a Clara Lionel, com foco principal em alimentação e comunidades de risco. Ver as pessoas sensibilizando-set com a causa e querendo o bem geral me faz lembrar que ainda existem pessoas boas espalhadas por aí. E você? Já fez suas colaborações nesse momento delicado em que vivemos?

COLU NI S TA S O CI A L

Lembro-me como se fosse ontem quando vi a @alinemaiadance no Instagram de uma amiga e peguei o telefone para agendar uma aula. Ela não foi muito receptiva quando falei em aula particular – acho que não era a “praia” dela. Mas fiz a primeira aula e já amei. Fechei três vezes na semana. Ela achou tudo meio esquisito, mas topou e, aos poucos, nossa amizade foi crescendo. Conforme fui postando as minhas aulas no @on.thelist, novos alunos particulares foram surgindo, assim como novas ideias e muita sintonia! Até resolvemos fazer nosso primeiro aulão, que lançamos sem nem mesmo ter um espaço físico. A aceitação foi maravilhosa e, graças a Deus, o Studio Pilates Batel nos emprestou uma sala. A aula foi um sucesso! Depois disso, a Lu, proprietária do lugar, convidou a Aline para

abrir uma turma lá. Hoje, ela tem seis turmas, mais os alunos particulares, além de outras turmas em outras escolas. Com a Covid-19, tudo para a Aline parou! Tanto as aulas no Studio quanto as aulas particulares. Ela, que é ligada no 220V e não tem outra fonte de renda, precisou se reinventar: lançou aulas online por R$ 59,90 ao mês. São duas aulas por semana mais duas bônus aos sábados. Para dar exclusividade aos alunos online, ela fez um Instagram só para eles. As aulas são sempre às 19h, ao vivo, e ficam disponíveis por 24 horas para quem perdeu. No dia seguinte, ela ainda posta nesse mesmo perfil um IGTV com o tutorial da coreografia, que nunca sai do ar, então você pode dançar sempre que quiser! Para mais informações, acesse o @alinemaiadance.

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Wagner Andrade e Divulgação

MARCOS SLAVIERO

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SOCIAL VIEW | PERSONALIDADES

por TOPVIEW

COLU NI S TA S O CI A L

ROBERTA BUSATO

Olá, pessoal, tudo bem? Mais uma coluna escrita neste momento tão delicado! Mas, hoje, vamos falar de superação! Tão bom ver que, diante da crise, muitas pessoas estão dando a volta por cima e sendo ainda mais criativas, né? Muitas pessoas estão se reinventando e descobrindo qualidades ainda melhores. É o que eu sempre falo: o importante é não desistir! Hoje, eu vou falar de uma marca, a Gabriela Brasil, uma loja multimarcas que está há anos no mercado curitibano, com a qual já fiz eventos como relações públicas e que está sempre presente no 2GET SALE. Agora, além da loja, que está à disposição das clientes com o delivery da coleção, ela começou a confeccionar máscaras de excelente qualidade e ainda com um diferencial: elas têm espaço para colocar um refil de segurança, podendo ser papel-toalha ou coador de café. Assim, a durabilidade chega a até oito

COLU NI S TA S O CI A L

WILSON DE ARAUJO BUENO

Ex-presidente da BPW, Associação de Mulheres de Negócios de Curitiba, Maria Angela Tassi, sempre atenta à realidade social, conduz-se em doação e apoio. Em casa por conta do coronavírus, expande-se com o teclado - mantém-se em dia com os contatos online e as redes sociais, inteirada com o mundo e mais íntima da cozinha, trazendo os sabores ibéricos para a satisfação de sua família. Artista plástica, de realce nas artes paranaenses, Tassi reinventa-se com a pintura em cerâmica, cujas peças estarão disponibilizadas nas lojas #CuritibaSuaLinda, a convite dos amigos Margarita Sansone e Rafael Greca. Vivenciando a fé cristã, vê o momento como de reflexão, de constatação, reiterando o quão importante é a valorização do ser humano, o amor e o congraçamento, partindo da família, que é o âmago do bem-estar.

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horas. Você só precisa trocar o refil. Com criatividade e design, ainda é possível escolher as estampas e bordar as suas iniciais ou a logo da sua empresa. Assim, a marca continua em evidência, auxilia as costureiras, que estavam quase sem trabalho e nos protege da Covid-19.

“Muitas pessoas estão se reinventando e descobrindo qualidades ainda melhores. É o que eu sempre falo: o importante é não desistir!”


PODER | JURÍDICO

Jurídico por Sandra Comodaro, embaixadora

Leia a entrevista na íntegra.

Divulgação

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O olhar das indústrias no pós-crise da Covid-19

m um momento de paralisação como esse em que estamos vivendo, muito se questiona a respeito da expectativa da indústria pós-crise. Presidente da FIEP esclarece a Em abril, realizei uma entrevista exclusiva com quem tem exímia sabedoria sobre o tema: ninsituação das empresas paranaenses guém menos que o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), representante de todo o setor diante da paralisação causada pelo industrial paranaense, Carlos Walter Martins Pedro. isolamento social O senhor assumiu a presidência da Fiep em outubro de 2019. Na sua gestão, quais são os principais pontos de atenção da empresa, em especial neste da saúde está em primeiro lugar, mas a sobrevivência da momento da Covid-19? Temos unidades em todo o atividade econômica também se faz vital. Enquanto emParaná, com quase 4 mil funcionários, e nossa missão presário, defendo o retorno gradual e seguro ao trabalho. é prestar assistência à indústria. Na Fiep, com a defesa Enquanto cidadão, preocupo-me com a questão da saúde dos interesses da indústria; no Senai, com a qualificação dos meus funcionários e da comunidade como um todo. profissional e o apoio tecnológico; no Sesi, com a questão Em termos de intensificação do crescimento, prinda saúde e segurança; e, no IEL, com a educação executiva. cipalmente neste momento, o senhor considera que Mais de 50% do quadro de funcionários está em férias ou as reformas previdenciária, administrativa e tribubanco de horas. Isso tanto para a preservação da saúde dos tária debatidas são suficientes? É preciso nossos colaboradores quanto pelo fato de as buscar caminhos para que tenhamos uma indústrias estarem, em sua maioria, paradas, o “Mais de 50% estrutura pública mais eficiente, que permita que diminui o volume de serviços. As empresas paranaenses têm condições do quadro de um sistema tributário mais justo. O custo dos nossos produtos ainda é alto – e não por culpa de aguentar uma paralisação de 2, 3 meses se o isolamento for prolongado? Uma indús- funcionários da indústria. Em relação ao nosso custo da tria, com os custos fixos que tem no dia a dia, está em fé- porta para dentro, conseguimos reduzir, mas, quando você agrega os impostos e os fatores mas parada para preservar a sua força de mão rias ou ban- posteriores à produção, você torna o produto de obra e de maquinário, não aguenta três ou quatro meses sem faturamento. Neste momen- co de horas.” caro. E isso é injusto com o nosso consumidor, que paga caro pelo produto nacional por to, é importante a preservação do emprego e do conta dos impostos embutidos nele. Por isso, a Reforma negócio e isso depende muito da condução firme, eficaz e operativa dos governos federal e estadual, que são os órgãos Tributária é muito importante. Qual é a sua mensagem para os empresários do Paque têm o direito e a autoridade para isso. raná? Qual é a sua expectativa de f uturo? A mensagem O senhor é a favor do isolamento ou da volta das atividades empresariais? Como industrial, preciso da ati- é de esperança. Sempre tivemos crises e sempre fomos muividade econômica retornando, claro que de forma gradual to criativos e empreendedores, buscando saídas. Vamos e com toda a segurança possível, com a preservação da saú- usar isso a nosso favor nesta crise e também para avançar quando ela passar. de dos nossos trabalhadores e de nós mesmos. A questão topview.com.br

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HOSPITAL SÃO LUCAS CURITIBA

NA QUARENTENA, A SUA VIDA NÃO PARA. Cuide do seu coração.

Procurar um especialista para qualquer problema de saúde, sempre deve ser uma prioridade. Dr. André Bernardi CARDIOLOGISTA HOSPITAL SÃO LUCAS

Em tempos de Coronavírus, são importantes os cuidados de prevenção, mantendo a distância entre as pessoas, lavar as mãos e usar máscara. Entretanto, não deixe de procurar ajuda em situações que podem ser ainda mais sérias, como infarto do coração, derrame cerebral (AVC) ou trombose. O Hospital São Lucas está preparado para atendê-lo em casos urgentes.

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Caso precise de avaliação cardiovascular, a Clínica do Coração está aberta para consultas e adaptada com os devidos cuidados de prevenção. Especialidades: Cardiologia, Cirurgia Cardíaca, Angiologia e Cirurgia Vascular, Pneumologia e Cirurgia Torácica e Diabetologia. Exames: Eletrocardiograma, Ecocardiograma, Doppler Arterial e Venoso, Doppler de Carótidas, Teste Ergométrico, Holter 24h, MAPA 24h.

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SOCIAL VIEW | PERSONALIDADES

por TOPVIEW

EM CASA

QUARENTENADOS Os leitores da TOPVIEW seguem priorizando o distanciamento social como forma de ajudar no combate ao novo coronavírus. Assim, eles aproveitam os momentos com a família e os seus pets. Confira alguns cliques especiais!

Eduardo Mourão em sua casa no Canyon Guartelá.

Diogo Lacerda em casa com a filha, Bia.

Denise Remor.

Marcia Almeida produzindo o lançamento online da nova coleção da Bazaar Fashion.

Gisele Busmayer

Wagner Andrade | Arquivo pessoal

Nicole Hauer e seu filho, Theo.

Marco Franco inspirado para pintar em casa.

Beto Cesar na fazenda.

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Tânia Barthel com Ernesto e Billy no colo.

Eduarda Slaviero com sua mãe, Adriana, e as irmãs, comemorando seu aniversário de 23 anos em casa.


Leatrice Albino em sua chácara.

Vitoria Ciruelos e Francesco Caliceti.

João Prospiter.

Sandra Comodaro comemorando seu aniversário.

Mano Taques e Nikolai.

Elaine Zanon com as filhas, Maria Fernanda e Marcela.

Marcela Almeida com Felícia e Bonnie.

Andrea El Omeiri e Dominick.

Danielle Schmaedecke e Gucci.

Simone e Toni Grocoske com as filhas, Maria Rosa e Maria Augusta. topview.com.br

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PODER | PAPO FINAL

Médico e doutor em saúde pública, Barbosa é diretor-presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Atua como pesquisador da instituição há mais de 30 anos, da qual foi vicepresidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional (2009 – 2017). Também é consultor nas áreas de gestão em saúde, política e gestão da inovação em saúde. É pai da Diana e do Eduardo e persegue o título de avô por Redação

Uma lembrança da infância? Brincar descalço na rua em que eu morava com a turma de crianças. Quem o inspira atualmente? Meus filhos. Uma curiosidade sobre você? Gosto de fazer muitas coisas simultaneamente.

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Um dia não é completo sem… Um momento para relaxar sozinho com meus botões. Atitude mais admirável que testemunhou recentemente? Profissionais de saúde comprometidos em salvar as vidas dos pacientes diagnosticados com coronavírus. Como o senhor está lidando mentalmente com a pandemia? Estou muito envolvido em muitas frentes de trabalho, com algum grau de tensão por mim e por todos, mas o trabalho me absorve e me mantém focado. Como médico, que conselho você daria para as pessoas que não estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus? Fiquem em casa. Aproveitem para valorizar os detalhes e os momentos simples da vida com os seus familiares e amigos, mesmo de modo virtual. E percebam como a vida é

valiosa. E para as que estão na linha de frente? De imediato, agradeço. Hoje expressam, com suas competências e seu compromisso sem igual, um grande valor humano a serviço de salvar vidas. Último presente que se deu? Livros. Se o dia tivesse 27 horas, como usaria essas três horas extras? Ficaria com minha família e meus amigos. Algo inusitado que recomenda que todos façam uma vez na vida? Experimentar ficar anônimo em um ambiente conhecido. Uma mudança importante na sua personalidade no último ano? Aumentar a capacidade de ouvir. E, se não fosse você, quem gostaria de ser? Um músico.

IBMP/Divulgação

Pedro Ribeiro Barbosa



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70 ANOS EM 07 CONVERSAS

JÁ TEVE LIVE DO REI, DA RAINHA E DE TODOS OS ASTROS. AGORA VAI TER LIVE DE CULTURA E CONHECIMENTO. Para comemorar os 70 anos do UNICURITIBA, criamos a série 70 Anos em 7 Conversas. Iniciada em maio, ela é feita de lives semanais em nosso Instagram, toda segunda-feira, sobre temas importantes na área do conhecimento. Em cada uma delas, personalidades são entrevistadas pela professora Maria Rafart. Anote na agenda e comemore com a gente.

@unicuritiba_oficial

UNICURITIBA.edu.br


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