REVISTA RIC RURAL 1º EDIÇÃO

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APRESENTAÇÃO

AO CAMPO E À CIDADE, A BOA INFORMAÇÃO

É

com muita alegria que aproveitamos a oportunidade oferecida pela edição histórica do 30º Show Rural Coopavel, em Cascavel, para o lançamento da Revista RIC RURAL. Com sua alta qualidade, há muitos anos, nas manhãs de domingo, o programa RIC RURAL, apresentado por Sérgio Mendes e Rose Machado, consolidou-se em respeitável faixa de audiência junto a telespectadores do campo e da cidade. As informações interessantes para quem se dedica à atividade rural, sempre muito bem vindas, também, pelos que residem nos centros urbanos e apreciam as riquezas desse imenso mundo agro, nos motivaram a desenvolver mais este produto. O tema da primeira edição não poderia ser mais assertivo: a incisiva ação prática do Governo do Estado para com a conservação do solo e da água, que enseja uma das mais bem sucedidas iniciativas voltadas ao presente e ao futuro do agronegócio paranaense em toda a sua história. Falamos do Programa Integrado de Conservação de Solos e Águas do Paraná, o Prosolo. Com o comprometimento de dezenas das mais importantes instituições públicas e privadas, que trabalham juntas na edificação de uma realidade sustentável para o setor, o Prosolo é a base para que o agro seja ainda mais forte e, com isso, contribua ainda mais para a economia e o desenvolvimento do Estado e do País. Para uma organização cujo escopo é a informação útil e relevante, que visa motivar e a inspirar o seu público, neste caso os produtores rurais, o Grupo RIC oferece mais este conteúdo que, com certeza, será muito proveitoso. Nossos cumprimentos aos realizadores do Show Rural Coopavel pela excelência da realização. Boa leitura! LEONARDO PETRELLI NETO Presidente executivo do Grupo RIC PR

Expediente

Fundador e Presidente Emérito Mário Petrelli Presidente Executivo do Grupo RIC Paraná Leonardo Petrelli Diretor Administrativo Financeiro Albertino Zamarco Diretor de Mercado da RICTV | Record TV Gilson Bette Diretor de Planejamento e de Mercado do Grupo RIC Paraná Carlos Manzoli Diretor de Mercado Nacional José Carlos Grisbach Gerente de Marketing Grupo RIC PR Michelle Reffo Tiragem 25.000 exemplares Redação e Produção Rogério Recco Projeto Gráfico | Diagramação Diego Olejnik Revisão: Michelle Reffo | Fale conosco 41 3331-6131 | rp@ricpr.com.br Conteúdo produzido pela Editora Flamma Coordenação editorial: Luiza Bianca Furlan Recco MTb 10438/PR Rua Flamengo, 544, Jardim Tabaetê, CEP 87005-180 Maringá PR, 44 3041-0970 | 44 9101-1451 Colaboraram nesta edição: Agência de Notícias do Paraná (ANP), assessoria de imprensa Sistema FAEP/SENAR, assessoria de imprensa Sistema OCEPAR, assessoria de imprensa Coopavel, assessoria de imprensa Sanepar.



Foto: Assessoria Sistema Ocepar/Senar

BETO RICHA, Governador do Estado

“Toda comunicação bem feita e dirigida ao produtor rural, é bem vinda. E não temos dúvida que isso o Grupo RIC sabe fazer muito bem. Parabéns por mais esse projeto” ÁGIDE MENEGUETTE, Presidente do Sistema FAEP/SENAR 06 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018

“O Moringa Cheia é um subprograma que se integra ao Prosolo. Quando falamos em solo, não há como dissociar a água. E, nesse trabalho de conscientização da população, o papel de um veículo de comunicação comprometido com a sustentabilidade, é fundamental. Parabéns ao Grupo RIC” MOUNIR CHAOWICHE, Presidente da Sanepar

Foto: Assessoria Sistema Ocepar

“É sempre muito bom contar com publicações motivadoras, que trazem referências e servem de espelho ao desenvolvimento do agronegócio estadual. Temos certeza que, pela qualidade de sua equipe, a Revista RIC Rural será assim. Nossos parabéns pela iniciativa” NORBERTO ORTIGARA, Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento SEAB

“É preciso louvar o esforço voltado a levar informações aos produtores e isto o Grupo RIC vem fazendo de maneira exemplar, de longa data. A Revista enriquece ainda mais esse trabalho. Os nossos cumprimentos” JOSÉ ROBERTO RICKEN, Presidente do Sistema OCEPAR Foto: Mickael Allan e Cacá Cruz/Coopavel

Foto: Arnaldo Alves/ANP

“Parabenizamos o Grupo RIC pela Revista RIC Rural, um projeto que se acrescenta ao importante trabalho de comunicação desenvolvido pela empresa”

Foto: Assessoria Sanepar

Foto: Arnaldo Alves/ANP

ENTRE ASPAS

“Ficamos muito satisfeitos pelo fato do Grupo RIC ter escolhido o Show Rural Coopavel para o lançamento da Revista RIC Rural. Estamos certos de que a publicação será um grande sucesso” DILVO GROLLI, Diretor-Presidente da Coopavel


ÍNDICE

10 14 16 17 18 20 22

PROSOLO O solo em primeiro lugar

24

Secretário destaca a soma de esforços Em busca de soluções

28

Moringa Cheia foca na qualidade da água União de forças traz ganhos para toda a sociedade Braço forte é a capacitação

VITRINE Superar os próprios números, o desafio do Show Rural Coopavel Entrevista com o diretor presidente da Coopavel Dilvo Grolli.

DESTAQUE

30 36

Paraná revela a capacidade realizadora do agronegócio Revoluções iniciaram aqui

40

PRODUTORES Investindo na terra e colhendo recordes

44

Fazenda Mutuca quer fazer mais com o mesmo

46 48

Evolução a cada ano

50

Com braquiária, resultados são visíveis na recuperação do solo

Para os Bizetto, dá para ir mais longe

TELEVISÃO Cooperativas trabalham intensamente o tema manejo de solos

52

Sérgio e Rose, dez anos de RIC Rural


COOPERAÇÃO

Informe publicitário | Fotos: Assessoria Sicredi

SICREDI CONSOLIDA PARCERIA COM O AGRONEGÓCIO NO SHOW RURAL COOPAVEL Terceira maior instituição financeira em crédito rural do País reserva mais de R$ 150 milhões para financiamento no evento Cascavel dá início ao calendário de grandes feiras no País em 2018.

O

Show Rural Coopavel deste ano celebra 30 anos de um dos maiores eventos do agronegócio no mundo. Rodrigo Amaral é um exemplo de quem faz acontecer. Dono de uma pequena propriedade em Assis Chateaubriand (PR), ele diversifica as culturas para otimizar os resultados, com tanques de peixe, criação de gado e plantações diversas. “Fazemos de tudo um pouco, pois a área é pequena e temos que aproveitar ao máximo”, comenta. O custeio durante o ano vem do cooperativismo de crédito, que oferece suporte aos pequenos produtores Rodrigo e sua família são, há mais de dez anos, associados da cooperativa Sicredi Vale do Piquiri Abcd PR/SP. Eles contam com o cooperativismo para fazer girar a produção familiar. O mesmo acontece com Gilberto Pivotto, produtor de Medianeira (PR). Quando precisou financiar uma colheitadeira para otimizar a plantação de soja e milho, o crédito ficou escasso nas instituições financeiras tradicionais. “Tentei várias vezes ter crédito em grandes bancos, mas a demora era grande. No Sicredi o gerente me conhece, sabe como a gente trabalha e como funcionam as coisas, ele é de casa. Temos uma colheitadeira nova graças à confiança da cooperativa”, explica. Gilberto migrou todas as suas operações financeiras para a cooperativa Sicredi Vanguarda PR/ SP/RJ, pois preferiu passar a ser dono da instituição financeira que apoia sua propriedade: “hoje só opero com o Sicredi, porque sei que isso fortalece meu capital na cooperativa. No fim do ano a gente ainda recebe um bom retorno do que usou na cooperativa”.

A INSTITUIÇÃO EM ALTA A parceria é reconhecida por quem entende do assunto. O Sicredi foi distinguido pelo BNDES por três anos seguidos, como o agente financeiro com o maior volume de operações de investimento contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e um dos agentes financeiros que mais liberou volume de crédito no Plano Safra. Também é a terceira maior instituição em crédito rural no ranking geral do País, de acordo com a Revista Exame. Em 2018, o Sicredi marca presença novamente no Show Rural Coopavel e disponibiliza pelo menos R$ 150 milhões em créditos para produtores como Rodrigo e Gilberto. O valor, 50% superior à edição passada, está alinhado com a expectativa do mercado. Para o gerente de Desenvolvimento de Crédito da Central Sicredi PR/SP/ RJ, Gilson Farias, a economia dá sinal de melhoras, o que traz expectativas favoráveis para o evento. Ele aponta também que o produtor deve manter a cautela e analisar as opções de compra de novos equipamentos. “Nós prezamos muito pela saúde financeira dos nossos associados. Os produtores têm que estar em constante atualização para garantir a produtividade e vamos dar toda a orientação para que sejam fechados bons negócios no evento”, explica. Recursos oferecidos são 50% maiores em comparação ao evento de 2017

A família Pivotto migrou todas as suas operações financeiras para a cooperativa de crédito



PROSOLO

Texto: Rogério Recco, com informações da Agência de Notícias do Paraná-ANP | Foto: Flamma

O SOLO

EM PRIMEIROLUGAR Maior produtor de grãos e carnes do país, o Paraná retoma o caminho para uma agricultura sustentável e de alto desempenho

10 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018


11 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018


Foto: Arnaldo Alves/ANP

PROSOLO

O trabalho integrado é responsável pela otimização das ações, racionalização de recursos públicos e a efetivação dos resultados “A pesquisa é importante para criar indicadores e diagnóstico e desenvolver soluções para o futuro”

12 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018

BETO RICHA, Governador do Estado


Foto: Flamma Foto: Flamma

Produtores, orientados por técnicos, estão analisando os problemas e partindo para a busca de soluções

Tráfego constante de máquinas pesadas promove a compactação do solo, afeta a produtividade das lavouras e favorece o processo erosivo

19

Instituições, entre públicas e privadas, são parceiras no Programa

4 mil

é o número de pesquisadores envolvidos

6 mil

é a quantidade de bacias hidrográficas existentes no Paraná, segundo a Seab

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Foto: Arnaldo Alves/ANP

PROSOLO

Secretário destaca a soma de esforços

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Texto: Rogério Recco


Além da questão ambiental, queremos aprimorar o nível de negócio, melhorando a capacidade produtiva das lavouras

Foto: Flamma

NORBERTO ANACLETO ORTIGARA, secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento

Foto: Flamma

Detalhe de lavoura de soja: o Estado avança para ter uma agricultura mais sustentável

Chuvas volumosas, nos últimos três anos, ocasionaram danos em grande parte das propriedades onde os produtores não faziam um trabalho adequado de conservação 15 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018


PROSOLO

Texto: Rogério Recco com Agência de Notícias do Paraná-ANP

Foto: Flamma

A proteção do solo com palha, resultado de práticas como o plantio direto, é a base de qualquer trabalho conservacionista

Em busca de soluções

D

e acordo com o diretor científico da Fundação Araucária, Nilceu Jacob Deitos, a novidade da chamada pública feita no início de 2017, junto a instituições públicas e privadas participantes, é que, pela primeira vez, houve um esforço conjunto entre academia e mercado para criar soluções com o objetivo de diminuir os problemas nas lavouras do Estado. “A organização dos projetos envolve uma complexidade maior, mas teremos resultados muito melhores”, assegura. Para o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), Inácio Kroetz, o programa representa um grande avanço no setor agropecuário. “Não existe evolução se trabalharmos na base da infração e da notificação dos produtores. Tem que existir a solução para o problema”, afirma

PARCEIROS - O Prosolo reúne entre as instituições parceiras, o Sistema FAEP/ SENAR-PR e o Sistema OCEPAR. O primeiro atua em várias frentes, como a formação de profissionais que irão auxiliar os produtores do Estado a elaborar planos de conservação nas propriedades, e também apoiando financeiramente a pesquisa científica aplicada. O segundo mobiliza as mais de 80 cooperativas agropecuárias do Estado, que somam mais de 200 mil produtores cooperados, desenvolvendo ações de transferência de tecnologias voltadas a fortalecer o programa.

“A organização dos projetos envolve uma complexidade maior, mas teremos resultados muito melhores” Inácio Kroetz diretor-Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR)

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PROSOLO

Texto e foto: Assessoria Sanepar

Mounir Chaowiche: até 2022, recuperação de áreas de proteção permanente em bacias hidrográficas no Estado

Moringa Cheia foca na qualidade da água

P

arte integrante do Prosolo, o subprograma Moringa Cheia, da Sanepar, lançado dia 4 de setembro do ano passado, tem a finalidade de recuperar rios e nascentes, principalmente por meio de ações de conservação praticadas por produtores rurais. Para garantir que o abastecimento de água à população não seja comprometido, é preciso preservar esse recurso natural onde ele nasce. “O Moringa Cheia quer assegurar que as águas que abastecem as fontes de captação da Sanepar sejam infiltradas [no solo], portanto limpas e duradouras, ao invés das águas de enxurrada, que comprometem e elevam os custos de tratamento”,

afirma o presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche. ESTÁ LIGADO - O trabalho desempenhado nas lavouras e áreas rurais tem reflexo direto na qualidade e na quantidade de água disponível para o consumo humano. Com isso, o programa da Sanepar tem uma ligação profunda com o Prosolo, que prega a retomada das boas práticas agrícolas de solo e água. “Se não cuidarmos das nascentes dos rios, não teremos água para beber nas cidades”, alerta Chaowiche. Segundo ele, trata-se de um trabalho preventivo. Até 2022 pretende-se recuperar áreas de proteção permanente em grande número de bacias hidrográficas do Paraná.

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PROSOLO

União de forças traz ganhos para toda a sociedade

A

promoção de boas práticas que conciliem produção e sustentabilidade, é um desafio diário do setor produtivo do Paraná. A adoção de tecnologia tem sido fator determinante no ganho de produtividade nas cooperativas, que têm atuado no desenvolvimento e implantação de novas técnicas de produção e serviços. Mas, a busca por melhor produtividade precisa estar aliada à necessidade de garantir a conservação de solos e das águas, o que significa promover uma agricultura que gere menos impactos ao meio ambiente e propicie perenidade às atividades do setor, trazendo mais qualidade de vida aos produtores e seus familiares. A preocupação com a conservação de solos está nas nossas origens, na história do cooperativismo paranaense. Hoje, mais de 2 mil técnicos, entre agrônomos, veterinários, zootecnistas e técnicos agrícolas atuam nas cooperativas paranaenses, atendendo às demandas dos produtores cooperados. O setor tem investido de forma contínua no desenvolvimento de pesquisas, com o trabalho de inúmeras cooperativas, com campos experimentais e Dias de Campo. 18 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018

É um trabalho que envolve também a questão do uso racional de agroquímicos, recolha de embalagens, agricultura de precisão, conservação de nascentes e matas ciliares. O Prosolo Paraná se soma a outras importantes parcerias entre entidades e governo. Agora, contamos também com o importante apoio do Grupo RIC dando visibilidade às ações de conservação de solo e águas, por meio de seus veículos de comunicação. Esta iniciativa é importante para ampliarmos o alcance do Prosolo Paraná, especialmente com a chancela de um grupo com mais de três décadas de atuação, com uma sólida reputação, cobrindo com credibilidade os fatos e eventos que dizem respeito ao Paraná. Por isso, é fundamental termos uma estratégia alinhada que garanta sustentabilidade e perenidade à atividade agropecuária, no Paraná e no Brasil.

“É preciso preservar hoje para não faltar amanhã.” JOSÉ ROBERTO RICKEN, Presidente do Sistema Ocepar



PROSOLO

Texto: Assessoria Faep/Senar

BRAÇO FORTE É A CAPACITAÇÃO “Os produtores fazem a sua parte, consertando o que as chuvas estragaram, e o governo acompanha de perto para incentivar as melhores ações”, afirma o presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, fazendo referência ao Prosolo.

Cuidado com o solo se reflete na melhor produtividade

de março

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Foto: Flamma

“Os produtores fazem a sua parte, consertando o que as chuvas estragaram, e o governo acompanha de perto para incentivar as melhores ações”

Foto: Assessoria Faep/Senar

ÁGIDE MENEGUETTE, presidente do Sistema Faep/Senar

“Parte das tecnologias empregadas hoje merece revisão”

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PROSOLO

O

presidente do Sistema Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR), José Roberto Ricken, afirma que uma das funções mais nobres das cooperativas agropecuárias do Estado é a transferência de tecnologias aos produtores cooperados, e um dos temas mais trabalhados em dias de campo, simpósios, palestras e outras iniciativas, é o manejo correto do solo. Segundo ele, “o sistema cooperativista é parceiro do Governo do Estado e soma esforços, com o trabalho no dia a dia dos seus profissionais junto aos produtores, para que estes incorporem técnicas adequadas visando a conservação do solo”. Na visão de Ricken, o Prosolo conseguiu envolver os mais diversos setores públicos e da iniciativa privada, voltados ao agronegócio. “Há uma motivação muito grande e os resultados já estão aparecendo”, diz.

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Foto: Assessoria de Imprensa Ocepar

Cooperativas trabalham intensamente o tema manejo de solos

Foto: Assessoria de Imprensa Ocepar e Flamma

Ricken: Desenvolver pessoas é estratégia das cooperativas

EVENTOS - Ricken destaca que, historicamente, o cooperativismo paranaense tem atuado com foco no desenvolvimento das pessoas. “O investimento nas pessoas sempre esteve presente na estratégia de fortalecimento das cooperativas”, cita. Em 2017, o Sistema Ocepar, por meio de suas três entidades – OCEPAR, Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP/PR) Federação das Cooperativas do Estado do Paraná (FECOOPAR), realizou 8.324 eventos de capacitação e promoção social, com 192 mil participações, totalizando 107.619 horas-aula. Isto equivale dizer que, a cada hora útil durante o ano, há 51 turmas em sala de treinamento, ou ainda, que em um ano se faz o equivalente a 51 anos de aula. Também há 40 pós-graduações em andamento para 1.209 profissionais”, destaca.


Foto: Flamma

Há uma motivação muito grande e os resultados já estão aparecendo JOSÉ ROBERTO RICKEN, Presidente do Sistema OCEPAR

8.324

Cursos envolvendo técnicos e produtores, sobre manejo de solos, são organizados com frequência nas cooperativas

foi a quantidade de eventos de capacitação promovidos pelas cooperativas em 2017, com 192 mil participações

É PRECISO CONSCIÊNCIA

O

Dia Mundial da Água foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. Portanto, o dia 22 de março, de cada ano, é destinado à discussão sobre temas relacionados a este importante bem natural. No entanto, passa ano, entra ano, os avanços são poucos e a situação dos rios, em grande parte do país, chega a ser alarmante. Nas principais cidades, esses mananciais estão poluídos, transformados em depósitos de lixo. No Paraná, o produtor rural se obriga a proteger os rios e córregos em sua propriedade, instalando Áreas de Preservação Permanente (APP), mas o cidadão urbano não tem a mesma responsabilidade. Dois terços do planeta Terra são formados por este

precioso líquido. A razão é que apenas uma ínfima quantidade, cerca de 0,008 % do total da água do planeta é potável, ou seja, própria para o consumo. E grande parte das fontes, como rios, lagos e represas, como já dito, está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Isto acontece em praticamente todo o mundo, notadamente na China e na Índia, países muito populosos. A situação é preocupante, de acordo com a ONU, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo da população. Pensando nisso, o Dia Mundial da Água tem o objetivo de criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver o problema. 23 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018


VITRINE

Informações da Assessoria de Imprensa da Coopavel Fotos: Myckael Allan e Cacá Cruz/Coopavel

São cerca de 530 expositores de produtos e serviços com as mais avançadas tecnologias

Superar os próprios números, o desafio do Show Rural Coopavel 30ª edição da mostra tecnológica realizada em Cascavel, que reúne mais de 500 expositores de produtos e serviços para o agronegócio e está entre as três maiores do mundo, abre em alto estilo o calendário de eventos do setor no Paraná

A

30ª edição do Show Rural Coopavel, de 5 a 9 de fevereiro em Cascavel (PR), tem um desafio, em especial: superar os seus próprios números. Na edição de 2017, em cinco dias, a feira recebeu 253.068 visitantes, em sua grande maioria produtores rurais oriundos das mais diversas regiões do Paraná, de outras partes do Brasil e também do exterior. Para quem visita, a sensação é que o evento fica melhor a cada ano, belo, completo e

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impecável, considerado um modelo em organização, oferecendo comodidade ao público com as calçadas pavimentadas e protegidas e o espaçoso restaurante, não havendo prejuízo das atividades mesmo que as condições climáticas sejam desfavoráveis. TECNOLOGIAS - “As maiores empresas do agronegócio brasileiro e mundial têm o Show Rural Coopavel como vitrine para inovações, tendências e lançamentos”, diz o diretor-geral da feira, Rogério


Um dos principais destaques da feira são os lançamentos de maquinários agrícolas

Rizzardi, lembrando que a realização abre em alto estilo o calendário do setor rural no Paraná. Tanto o estacionamento quanto o acesso ao evento são gratuitos. Segundo Rizzardi, são mais de 5,4 mil parcelas de experimentos, além de um plano avançado de tecnologias para o setor e novas informações a respeito de energias renováveis e agricultura familiar. A feira começou a ser promovida em 1989 pela Coopavel Cooperativa Agroindustrial, uma das mais importantes organizações cooperativistas do Estado, encorpou, ganhou musculatura e transformou-se em uma mostra robusta, com mais de 530 expositores, em que são apresentadas inovações e as mais avançadas técnicas para o agronegócio. É, nada menos, a

Rizzardi: “As maiores empresas do agronegócio brasileiro e mundial têm o Show Rural Coopavel como vitrine para inovações, tendências e lançamentos”

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VITRINE

O investimento em ciência, por parte de várias companhias participantes, impulsiona a produtividade

maior realização do gênero da América Latina, a segunda maior das Américas e a terceira em âmbito mundial, segundo informações da cooperativa, que estimou uma movimentação financeira de R$ 1,5 bilhão no ano passado e a expectativa de alcançar um montante semelhante em 2018. CONTEÚDO - Prestigiada por um grande número de lideranças, que fazem do Show Rural Coopavel o seu fórum natural, a iniciativa recepciona produtores dos mais variados segmentos. Eles têm a oportunidade de conhecer, na feira, em primeira mão, as mais recentes novidades em

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Evento atrai produtores e familiares em busca de opções para modernizar e incrementar os negócios


maquinários agrícolas e equipamentos em geral, agricultura de precisão, insumos, variedades e cultivares de soja, milho e culturas indicadas para compor um programa de diversificação dos negócios na propriedade, além de veículos e utilitários de todos os tamanhos. O Show Rural Pecuário é outro empreendimento dentro do evento, que mostra aos pecuaristas as técnicas, genética, estruturas e raças de bovinos. Na estrutura física, um investimento de R$ 5 milhões foi realizado para a construção de seis barracões para a exposição do gado de leite e de corte. Quase duas dezenas de raças das principais associações brasileiras dos criadores participam da mostra, efetuando a venda direta de reprodutores das melhores cabanhas do Brasil. E não diferente do setor agrícola, o objetivo é de sempre ampliar o conhecimento do pecuarista, para que ele possa obter uma produção maior, com leite e carne de qualidade.

Chama atenção, por toda a feira, o cuidado com o ajardinamento

253 mil pessoas visitaram a feira em 2017

R$ 1,5 bi Foi a movimentação financeira gerada, segundo a cooperativa

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Informações da Assessoria de Imprensa da Coopavel

Fotos: Myckael Allan e Cacá Cruz/Coopavel

VITRINE

“O DESTINO QUIS E FEZ MUITO MAIS, TRANSFORMOU EM UM EVENTO FABULOSO”

O

diretor-presidente da Coopavel foi um dos fundadores do Show Rural. “É um feito extraordinário para a nossa cooperativa”, diz Dilvo Grolli, nesta entrevista.

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REVISTA RIC RURAL - O Show Rural é sempre cercado de muita expectativa? DILVO GROLLI - Todos que fazem parte da família Coopavel e que, de uma forma ou de outra, estão integrados com o Show Rural Coopavel, contam os dias


para a chegada do evento, um momento especial e histórico. Havia a pretensão de fazer o evento atingir esse porte atual? DG: A feira que nasceu modesta, como um dia de campo e sem grandes pretensões para aquele momento senão a de oferecer mais uma janela de informações de qualidade aos nossos cooperados. Mas o destino quis e fez muito mais, transformou em um evento fabuloso, tão grande que sequer cabia na cabeça e na imaginação daqueles que participaram das suas primeiras edições. O evento transcende o âmbito da cooperativa? DG: Administrando com cuidado, amor e doses de ousadia, sem jamais perder a sua essência, o evento cresceu e chegou a um patamar extraordinário. Não há como negar, é um feito extraordinário para a nossa cooperativa e para todos que dela fazem parte, mas ele não é mais só da Coopavel. Ele é de Cascavel, do oeste do Paraná e do Brasil. Há uma equipe fixa em ação o ano todo? DG: Durante nove meses por ano, 40 pessoas ficam de forma permanente onde o evento ocorre. Cada uma delas dá o seu melhor para preparar a próxima edição, que felizmente tem sido melhor a cada ano. E esse número se eleva a um patamar espantoso com a proximidade da abertura da feira.

O que os visitantes podem esperar desta 30ª edição? DG: A 30ª deverá ser ainda mais especial. De olho em sua importância, estamos redobrando os cuidados e a dedicação para, além de surpreender mais uma vez os visitantes, contemplar a expectativa de todos aqueles que forem até o local em busca de novidades e de novos conhecimentos de qualidade. fazem do Show Rural Coopavel o seu fórum natural, a iniciativa recepciona produtores dos mais variados segmentos. Eles têm a oportunidade de conhecer, na feira, em primeira mão, as mais recentes novidades em maquinários agrícolas e equipamentos em geral, agricultura de precisão, insumos, variedades e cultivares de soja, milho e culturas indicadas para compor um programa de diversificação dos negócios na propriedade, além de veículos e utilitários de todos os tamanhos. O Show Rural Pecuário é outro empreendimento dentro do evento, que mostra aos pecuaristas as técnicas, genética, estruturas e raças de bovinos. Na estrutura física, um investimento de R$ 5 milhões foi realizado para a construção de seis barracões para a exposição do gado de leite e de corte. Quase duas dezenas de raças das principais associações brasileiras dos criadores participam da mostra, efetuando a venda direta de reprodutores das melhores cabanhas do Brasil. E não diferente do setor agrícola, o objetivo é de sempre ampliar o conhecimento do pecuarista, para que ele possa obter uma produção maior, com leite e carne de qualidade. 29 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018


Foto: Flamma

DESTAQUE

PARANÁ REVELA A CAPACIDADE REALIZADORA DO AGRONEGÓCIO Muito trabalho, empreendedorismo, inovações, organização do setor e a cultura do planejamento constroem uma realidade transformadora

C

om apenas 3% do território nacional, o Paraná é exemplo do que a capacidade realizadora do agronegócio consegue fazer. O Estado se destaca como o segundo maior produtor de grãos (soja e milho) do país, o primeiro em trigo, cevada, madeira de reflorestamento, frangos de corte e suínos, casulos de seda, um dos principais produtores de carne bovina e leite, açúcar e etanol, mandioca, peixes de água doce e possui a citricultura mais produtiva na comparação com as demais regiões do país. Sem falar do café e de outros segmentos não menos importantes, como fumo, hortigranjeiros, flores, aveia branca e frutas diversas, com destaque para uvas de mesa. Os

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produtores paranaenses são, em maior parte, pequenos e médios proprietários, com áreas ao redor de 50 hectares, assistidos pelo maior e mais completo sistema cooperativista brasileiro, que faturou R$ 71 bilhões em 2017 e planeja chegar a R$ 100 bilhões em 2020. Segundo a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), suas 80 corporações filiadas, voltadas ao agronegócio, somam cerca de 200 mil cooperados e investem R$ 2 bilhões por ano em processos agroindustriais e em infraestrutura produtiva para suportar quase 60% da produção agropecuária estadual, da qual 48% são transformados, agregando valor e gerando ainda maior renda aos associados.


Das cinco maiores cooperativas do Brasil, quatro estão aqui (Coamo, CVale, Lar e Cocamar) e mais de 20 entre as paranaenses faturam acima de R$1 bilhão por ano. O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, frisa que não há como imaginar o Estado sem as cooperativas. Em mais de 120 municípios, elas são as maiores

Com sua estrutura fundiária caracterizada por pequenas e médias propriedades, o Paraná possui uma produção agropecuária diversificada

empresas, com a reaplicação de seus resultados onde originalmente são gerados, revertendo em benefícios socioeconômicos à população local. “Se há uma pequena diferença entre o cooperativismo do Paraná em relação ao de outros Estados, ela está no fato de que, ao longo dos anos, sempre houve planejamento”, afirma o dirigente.

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DESTAQUE

EXTENSÃO E PESQUISA - Há dois anos, o Instituto Emater, vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB),completou 60 anos reafirmando o seu compromisso com o desenvolvimento dos produtores rurais. Para o presidente Rubens Ernesto

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Niderheitmann, “a Emater tem a missão de transformar o trabalho da agricultura familiar em renda e melhorar a qualidade de vida dos produtores”. “Quando isso acontece nós sabemos que atingimos o nosso objetivo.” Em 2017, foi a vez do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar),


Com apenas 3% do território nacional, o Estado é o segundo maior do país em produção de grãos

igualmente ligado à Seab, celebrar sua história, comemorando 45 anos de fundação. “Sem pesquisa e geração de novas tecnologias, o agronegócio paranaense não teria a mesma pujança econômica de hoje”, observa o presidente da instituição, Florindo Dalberto. Na visão dele, como diversos outros setores, foi essa capacidade de se modernizar – deixar para trás os modelos que não funcionavam mais – que coloca hoje o Paraná como um dos principais Estados produtores de commodities agrícolas. Dalberto acrescenta que o Iapar acabou se tornando um dos elos de uma cadeia muito bem costurada, da pesquisa ao campo. “Há uma interação entre todas as organizações: de um lado o governo estadual com a pesquisa e extensão, de outro as cooperativas, federações, tudo funcionando com sinergia. Esse trabalho em conjunto explica bem o sucesso da agricultura no Estado, inclusive com o setor empresarial, que tem interesse nos resultados da pesquisa”, pontua. E completa: “O agricultor é o ponto final, recebe isso de forma integrada, seja pelo técnico extensionista, um consultor agronômico ou pela cooperativa. Ele pode até não perceber, mas absorve e utiliza conhecimento científico de alto nível na sua lavoura.” Londrina, a sede do Iapar, é também a casa da Embrapa Soja, onde são desenvolvidas pesquisas com foco na mais importante commodity do país. A

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DESTAQUE

estatal foi criada em 16 de abril de 1975 e estabeleceu-se na segunda maior cidade paranaense devido a uma boa logística e por poder contar com o suporte das instalações recém inauguradas do Iapar. “Londrina está localizada numa zona de transição climática que favorece a seleção de material genético de soja, tanto para a região subtropical, quanto para a região tropical do país”, comenta o pesquisador da instituição, Amélio Dal’Agnol. A propósito de Londrina, que no passado ficou conhecida como a Capital Mundial do Café, a cafeicultura perdeu terreno para outros negócios ao longo das últimas décadas e, com isso, o Estado, que nas décadas de 1950 e 1960 liderou a produção nacional do grão, acabou ficando pouco representativo. No entanto, a qualidade do produto paranaense não fica atrás, a considerar pelos resultados dos últimos anos de concursos nacionais, que premiaram cafeicultores daqui. Enquanto o município de Carlópolis, a 230 quilômetros de Londrina, assumiu a dianteira na produção estadual, com a particularidade da maior parte de seus produtores investir na mecanização da cultura, a região do norte pioneiro especializou-se em cafés especiais, reconhecidos por um mercado altamente exigente.

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Cafeicultura perdeu representatividade, mas algumas regiões, como o norte pioneiro, especializaram-se em cafés especiais, enquanto outras investiram na mecanização


“A Emater tem a missão de transformar o trabalho da agricultura familiar em renda e melhorar a qualidade de vida dos produtores” RUBENS ERNESTO HIDERHEITMANN, presidente do Instituto Emater

NO PORTO - O complexo soja puxou desempenho do Porto de Paranaguá, que fechou 2017 com 51,5 milhões de toneladas movimentadas, aumento de 14,2% ante 2016. Foi o maior trânsito de cargas da história do porto, segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Só a oleaginosa respondeu por mais de 11,4 milhões de toneladas exportadas ao longo do ano. Entre os produtos agrícolas também foram destaque açúcar, com 4,8 milhões de toneladas embarcadas, farelos, com 4,5 milhões de toneladas; e milho, com 3,5 milhões de toneladas. “Uma confluência de fatores levou a esse recorde. O campo produziu muito, o câmbio favoreceu a comercialização internacional da produção agrícola e o porto se equipou nos últimos anos para atender a este aumento de demanda”, ressalta o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho. A colheita da safra de soja 2016/17 foi a maior da história do Paraná e a do ciclo atual, 2017/18, segue pelo mesmo

caminho. Contratempos, como a falta de chuvas em várias regiões na época da semeadura, entre setembro e outubro, e semanas seguidas de muita umidade no final de dezembro e ao longo do mês de janeiro, dificultaram a prevenção de doenças e pragas, mas as previsões oficiais são otimistas.

“Há uma interação entre todas as organizações: de um lado o governo estadual com a pesquisa e extensão, de outro as cooperativas, federações, tudo funcionando com sinergia” FLORINDO DALBERTO, presidente do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR)

51,5 milhões de toneladas foram movimentadas em 2017 no Porto de Paranaguá, um recorde. Só a soja participou com 11,4 milhões de toneladas

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DESTAQUE

“REVOLUÇÕES” INICIARAM AQUI

A

lgumas das mais importantes inovações que acabaram mudando a maneira de se fazer agricultura no Brasil, impulsionando o setor e transformando o país em um dos principais produtores de alimentos do mundo, tiveram sua origem no Paraná. A primeira delas, no início da década de 1970, foi o plantio direto na palha, por iniciativa de dois agricultores paranaenses: Herbert Bartz, radicado em Rolândia, norte do Estado, e Manoel Henrique Pereira, o Nonô Pereira, da região dos Campos Gerais.

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Ambos foram precursores, praticamente na mesma época, pesquisando e importando ou desenvolvendo equipamentos que possibilitaram o cultivo de grãos sem a necessidade de arar e gradear a camada superficial do solo. Por esse modelo conservacionista, há controle do processo erosivo, recuperação da fertilidade natural e, com a cobertura de palha, que forma uma proteção, as lavouras têm um ambiente mais favorável ao seu desenvolvimento, por preservar a umidade e inibir as ervas daninhas. “Pesquisadores que se


diziam catedráticos no assunto, me chamavam de alemão louco”, recorda-se Bartz. Seu contemporâneo Nonô Pereira faleceu em 2016. Segundo Bartz, em uma noite de chuva pesada ele saiu de sua casa, na propriedade, aflito com possíveis estragos. “Fiquei assustado ao ver as enxurradas iluminadas pelos faróis do carro. Daquele momento em diante, resolvi buscar soluções. Se eu não fizesse nada, minhas terras seriam destruídas”, conta. No começo, foi difícil convencer os vizinhos e os técnicos, mas os resultados foram aparecendo e o plantio direto começou a avançar. Na safra 2016/17, 33 milhões de hectares de lavouras de grãos do país já estavam sendo cultivados por esse sistema, que é considerado o ponto de partida, o alicerce da agricultura sustentável.

Pastos degradados estão dando lugar a uma pecuária de alta performance na região noroeste, conduzida em sistema de integração com agricultura

SAFRINHA - A revolução seguinte foi conseguir plantar uma segunda cultura no mesmo ano, otimizando a terra e os recursos, Nas décadas de 1970 e 1980, pensava-se que esse cultivo intermediário entre as safras de soja seria o trigo, mas o milho cresceu e acabou ocupando o espaço. Quando esteve em Maringá, em maio do ano passado, para participar de um simpósio nacional

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sobre ciência do solo, o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, no cargo entre 1975 e 1979, recordou-se dessa história. Considerado um dos responsáveis pela estruturação do moderno agro brasileiro, tendo participado da fundação da Embrapa e desbravado os cerrados, Paolinelli relatou que havia pouca confiança, por parte do próprio setor, no sucesso da segunda safra, a “safrinha”. O dinamismo dos agricultores, entretanto, apoiados pela pesquisa, fez com que isto se tornasse possível. “Atualmente, ninguém fala mais em milho safrinha, é safrona, conduzida com alta tecnologia”, frisa Paolinelli. As primeiras lavouras comerciais de milho de inverno teriam sido semeadas nos anos 1980 em Floresta, município vizinho a Maringá. Com o passar dos anos, o trigo foi perdendo terreno para esse cereal, por estar sujeito a menos riscos e oferecer um retorno mais compensador, disseminando-se por outros Estados, tanto que a safra nacional de milho de inverno é, hoje, maior em volume que a de verão. INTEGRAÇÃO - A terceira contribuição dos paranaenses para o fortalecimento do agronegócio brasileiro é das mais emblemáticas e começou a ser praticada timidamente em meados dos anos 1990 na região de solos arenosos do noroeste do Estado. É a integração lavoura pecuária, absorvida e aprimorada mais tarde pela Embrapa Cerrados, hoje uma referência mundial no assunto. Com seus parceiros, a Embrapa difunde esse modelo – que evoluiu para integração lavoura-pecuária- floresta (ILPF) - como uma nova revolução verde, inovadora e

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sustentável. Em 1996, ao ser eleito prefeito de Umuarama, o atual deputado estadual Fernando Scanavaca passou a incentivar um programa de arrendamento de terras no município, nos moldes do que se fazia na região do Triângulo Mineiro. A ideia é que a abundância de pastos degradados e com pouco retorno econômico, fosse explorada por experientes produtores de grãos, que arrendariam propriedades temptorariamente. O programa criado pela prefeitura deu certo e as primeiras parcerias entre pecuaristas proprietários e agricultores arrendatários começaram a fluir, demonstrando a viabilidade da cultura da soja no chamado areião do arenito caiuá, algo que poucos acreditavam. Isto chamou imediatamente a atenção do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), interessado em desenvolver pesquisa para dar sustentação à iniciativa, e de cooperativas como a Cocamar, que enxergou na integração uma forma de reverter o processo de empobrecimento do noroeste. Liderada pelo presidente Luiz Lourenço, a Cocamar instalou estruturas regionais para apoiar os produtores e passou a realizar eventos técnicos para demonstrar a oportunidade. “A integração é uma forma de aumentar a produtividade das lavouras, modernizar a pecuária, fortalecer a economia e, com isso, aumentar a arrecadação dos municípios”, afirma Lourenço, atualmente presidente o conselho de administração da cooperativa.


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O Iapar tem sido outro protagonista e, segundo o pesquisador da instituição, Sérgio José Alves, os primeiros trabalhos com foco na integração, no Paraná, datam de 1995. Hoje, haveria cerca de 400 mil hectares mantidos com sistemas ILP e ILPF no Estado, dos quais 115 mil em regiões atendidas pela Cocamar. No Brasil, pesquisa encomendada em 2016 pela Rede de Fomento ILPF, da qual participam Embrapa, Cocamar, John Deere, Syngenta, Dow e Parquer, apontou que a integração já ocupa mais de 11,5 milhões de hectares. ENTENDA ILP – Integração de lavoura (soja, cultivada no verão) e pecuária (explorada nos meses frios, utilizando para isso o capim braquiária, semeado logo após a colheita da oleaginosa. A braquiária ajuda a recompor o solo, serve de pasto no inverno e é dessecada na primavera para que as palhas protejam o solo para o novo ciclo da soja. ILPF – O “F” de floresta é o terceiro elo da integração, tendo dupla finalidade: assegurar mais conforto térmico aos animais, com o sombreamento, e uma fonte adicional de renda, a partir da corte da madeira.

107

é a quantidade de municípios que integram a região do arenito caiuá, no noroeste. Seriam mais de 2 milhões de hectares, a maior parte de pastos degradados

400

mil hectares já seriam mantidos com programas integrados no Estado, segundo

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PRODUTORES

INVESTINDO NA TERRA E COLHENDO RECORDES Produtores que priorizam os cuidados com o solo são os mais bem-sucedidos em seus negócios

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m em cada quatro copos de cerveja degustados no Brasil é produzido com malte fornecido pela cooperativa Agrária, cuja maltaria fica em Entre Rios, no município de Guarapuava (PR), principal produtor nacional de cevada. Ali, famílias tradicionais, em sua maioria de origem alemã, como os Seitz, se dedicam a essa cultura. INCRÍVEL MARCA – A cevada é a marca registrada do lugar que mais se parece um pedaço da Alemanha em pleno sudoeste paranaense. Mas foi a soja que projetou os Seitz. Na safra do ano passado (2016/17), a família de produtores formada pelo pai Helmut, de 58 anos, e por seus dois filhos agrônomos – Alexandre, de 35, e Marcos, de 26 – bateram o recorde nacional de máxima produtividade de soja no concurso

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organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb). Eles colheram a incrível marca de 149,08 sacas por hectare num lote de cinco hectares especialmente preparado para a competição. Para quem prefere falar em alqueire (2,42 hectares), isto equivale a nada menos que 360,7 sacas. O resultado excepcional é quase o triplo da média nacional. Esta foi a quarta participação consecutiva dos Seitz no desafio, cujo recorde anterior era de 141,8 sacas/hectare (343,1/alqueire) e foi registrado na safra 2014/15 por uma outra família paranaense, os Hilgenberg, de Ponta Grossa. Marcos Seitz foi quem se inscreveu no concurso, tendo o irmão Alexandre como consultor. Segundo ele, a área de cinco hectares recebeu um tratamento minucioso e diferenciado. Ele aumentou a adubação na área e plantou com


Os Seitz transformaram suas terras em um negócio com foco empresarial e atenção aos menores detalhes

espaçamento menor, em sistema de plantio direto, empregou uma dosagem maior de inoculantes e fez aplicações de defensivos preventivamente. A família cuida do solo, em especial, atribuindo a ele a razão do seu sucesso. Geralmente faz rotação de cevada, milho e aveia antes do plantio da soja e, na safra 2016/17, se beneficiou de uma baixa pressão de praga, clima bom e chuva na medida certa ao longo de todo o período de produção. SOLO – Marcos Seitz conta que só começou a trabalhar em período integral na agricultura há dois anos. Ele e o irmão formam a quarta geração de agricultores da família, que têm o acompanhamento direto do pai. Há 30 anos que os Seitz realizam um minucioso trabalho de reestruturação do solo na propriedade. Para Helmut, a boa

condição do solo é o segredo da alta produtividade. CAPRICHAR MAIS – A experiência recordista da família é uma clara demonstração do potencial, ainda inexplorado, da soja. E de quanto os produtores paranaenses podem faturar a mais, em seus negócios, se melhorarem os cuidados com o solo. “A maioria dos produtores deixa de fazer o básico”, diz Marcos. Segundo ele, observa-se que falta a devida atenção a práticas que podem fazer a diferença. Nem todos, por exemplo, segundo ele, se preocupam com uma adequada correção do solo; ao mesmo tempo, não atentam à estrutura física do solo quando vão fazer a descompactação; e, tão importante quanto isso, é escolher o cultivar correto para a sua área; quando for semear, respeitar a velocidade mais adequada parao

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também, acrescenta o produtor, ficar atento à balística das gotas na hora de aplicar defensivos, para que as mesmas alcancem as folhas do baixeiro; por fim, fazer um bom tratamento fitossanitário. SUPERAR SEMPRE – Marcos, que fez um intercâmbio na Alemanha, atua 42 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018

diretamente na lavoura há apenas dois anos e fala que ainda tem muito a evoluir. “Acredito que temos como ajustar alguns procedimentos de adubação e aprender ainda mais para obter resultados ainda melhores.” Como eles praticam agricultura de precisão, com mapa do solo, sabiam que a área reservada para o


concurso era a mais produtiva. A média geral da propriedade toda foi de 79 sacas por hectare (191,2/alqueire). Para se ter ideia, a média geral no ciclo 2016/17 fechou em torno de 58 sacas por hectare (140;alqueire). “Nós participamos porque queremos sempre estar em busca de mais tecnologia, queremos nos superar sempre”, completa Marcos.

“Acredito que temos como ajustar alguns procedimentos de adubação e aprender ainda mais para obter resultados ainda melhores”

Marcos (o primeiro à direita) com o pai Helmut e o irmão Alexandre: nunca, no Brasil, se obteve tanta produtividade quanto eles

MARCOS SEITZ, produtor de Guarapuava que ficou em primeiro lugar, na safra 2016/17, no Concurso Nacional de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) 149 sacas por hectare, o triplo da média nacional, foram colhidos pela família Seitz na média de 5 hectares da área do concurso menores detalhes

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PRODUTORES

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FAZENDA MUTUCA QUER FAZER MAIS COM O MESMO

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m em cada quatro copos de cerveja degustados no Brasil é produzido com malte fornec Especializada na produção de sementes de soja e trigo, a Fazenda Mutuca, em Arapoti (PR), desenvolve agricultura de alta performance e produtividade em soja, milho e trigo, por meio de uma gestão moderna e integrada, conforme explica o engenheiro agrônomo Fausto Tadeu Franchin. São 2,5 mil hectares de áreas cultivadas e mais 2,3 mil de reflorestamento. Em relação ao espaço agrícola, 67% são destinados à soja e 33% ao milho durante os meses de verão; o trigo ocupa praticamente toda a superfície no inverno. Produzir boas sementes vai depender da qualidade do solo. Na Mutuca, a superfície cultivada merece especial cuidado e atenção.

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De acordo com Franchin, é feita correção em perfil mais profundo (60cm), utilizando calcário dolomítico e calcítico, gesso e resíduos de aviário. Por ano, cerca de um terço das terras são corrigidas com o emprego de drone para o mapeamento. O plantio no outono de milheto produz de 5 a 6 toneladas de palha por hectare, que vai fazer a cobertura de solo (evitando a erosão e a compactação e controlando ervas daninhas), a reciclagem de nutrientes e a diminuição de problemas radiculares. RETORNO - “Nosso desafio continuo é verticalizar, fazer mais com a mesma área”, diz Franchin. “Quanto mais se investe, mais retorno tem”, frisa, salientando que usar uma semente sem qualidade acaba saindo muito caro para


Apostando no vigor do solo e das sementes, a Mutuca conduz uma agricultura de alto desempenho.

o produtor. “O maior custo é o uso da terra e das máquinas”, afirma. Segundo ele, o uso de sementes de boa qualidade “vai gerar plantas de alto desempenho”, ressaltando: “sementes de alto desempenho são sementes vigorosas, que vão resultar em plantas também vigorosas, trazendo mais segurança ao produtor”. “Quanto mais vigor, maior será o número de vagens”, mencionando que isto pode trazer um acréscimo de 35% na produtividade. Sobre os caminhos para aumentar a produtividade, ele citou, entre outros itens, o emprego da melhor genética possível e o maior número de plantas produtivas por área. 4,8 mil hectares é a área total da propriedade, localizada em Arapoti.

“Nosso desafio continuo é verticalizar, fazer mais com a mesma área” FAUSTO TADEU FRANCHIN, engenheiro agrônomo

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PRODUTORES

A EVOLUÇÃO A CADA ANO

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a fazenda de 900 hectares da família Hilgenberg, outra campeã nacional de produtividade de soja, em Ponta Grossa, são empregadas variedades altamente produtivas. A média é de 300 mil plantas em média por hectare, mas tem havido experiências com 330 mil e até 380 mil. Na safra 2015/16, quando venceu o Concurso Nacional de Máxima Produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), a família diminuiu o espaçamento entre as plantas de 50 para 45 centímetros. Experiências e inovações são comuns na propriedade e Alisson Alceu Hilgenberg, de 33 anos, diz que quando assumiu a gestão da lavoura em 2007, a média de produtividade era de 70 sacas por hectare, a qual tem evoluído ano a ano, sendo que no ciclo 2014/15 foi batido o próprio recorde, de 141 sacas/hectare. A receita para avançar, segundo o produtor, é cuidar da terra. Ele explica que o solo tem 50% a 70% de teor de argila, sendo considerado de boa fertilidade natural, o que, no entanto, “não quer dizer nada”. Todos os anos, tira amostras para verificar possíveis

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carências nutricionais e faz a correção, utilizando calcário, quantidade que varia de 1,0 a 1,5 tonelada por ano em cada hectare. Não raro, já chegaram a usar uma quantidade maior de calcário por hectare. Para eles, a rotação de culturas também é fundamental, sendo feita com aveia preta. Para reforçar ainda mais, eles utilizam, como parte da adubação, resíduos de aviário. O resultado não poderia ser melhor. EM JUSSARA - Na safra 2016/17, a safra de soja foi recorde na propriedade da família Zanzim, em Jussara, região de Cianorte, no noroeste paranaense. A média do produtor Márcio Zanzim atingiu 71,6 sacas por hectare. Só para comparar, a média geral dos produtores do município, foi de 53,7 sacas/hectare. O produtor conta que, há nove anos, vem trabalhando na estruturação do solo, utilizando adubação química de base e também bastante adubo orgânico, obtido junto a três aviários próprios. A cada safra, são aplicados nada menos que 5,7 toneladas por hectare. “Solo bem estruturado ajuda a aguentar melhor as variações do clima”, afirma.


Foto: Flamma

Zanzin diz caprichar na adubação orgânica, a cada ano, para reforçar a fertilidade. Como resultado, lidera a produtividade regional de soja

“Solo bem estruturado ajuda a aguentar melhor as variações do clima” MÁRCIO ZANZIN, produtor de soja em Jussara

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PARA OS BIZETTO, DÁ PARA IR MAIS LONGE

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o município de Rolândia, a propriedade da família Bizetto, que fica na Água do Jaborandi, é cuidada pelos irmãos José Carlos, Geraldo, Osmar, Osvaldo e o cunhado Pedro. Há quatro anos, eles haviam conseguido a sua maior produtividade, 59 sacas por hectare. Em 2016, devido ao excesso de chuvas na colheita, a média caiu para 52. Mas em 2017, os números dispararam: 72 sacos por hectare. “É o nosso recorde”, destaca José Carlos. Segundo ele, a boa produtividade não veio só porque o clima ajudou. “A gente vai atrás, participa de eventos técnicos para ver o que é possível melhorar”, afirma José Carlos, que ressalta principalmente a evolução dos materiais genéticos nos últimos anos. A atenção às demandas do solo, mediante análises periódicas, também é prioridade. Depois de atingirem o patamar de 72 sacas por hectare, os Bizetto não deixam por menos e já falam em ir mais longe. “Quando a gente ouvia falar em 100 sacas por hectare,

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Bizetto conta, animado, que no ano passado conseguiu picos de 86 a 87 sacas em alguns talhões

“A gente vai atrás, participa de eventos técnicos para ver o que é possível melhorar” JOSÉ CARLOS BIZETTO, produtor de Rolândia

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achava meio exagerado, mas vimos que é possível chegar lá”, afirma José Carlos, salientando: no ano passado foram atingidos picos de 86 a 87 sacas em alguns de seus talhões. Pelo quarto ano, a família faz o consórcio de milho de inverno com braquiária, prática voltada à proteção do solo com palha. “Onde tem palha, dá diferença, colhe-se mais”, garante o produtor. Coberto de palha, o solo permanece relativamente fresco e úmido por mais tempo, protegido dos raios solares. Da mesma forma, fica menos vulnerável à ação de chuvas fortes. Mas a braquiária apresenta outros benefícios, segundo os técnicos: o enraizamento da planta ajuda a combater a compactação, há maior reciclagem de nutrientes e a palha inibe o desenvolvimento de ervas invasoras.


PRODUTORES

COM BRAQUIÁRIA, RESULTADOS SÃO VISÍVEIS NA RECUPERAÇÃO DO SOLO

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m Rolândia (PR), Fernando José Lonardoni, de 29 anos, conduz uma propriedade ao lado do pai Luis Pio e do irmão Bruno, estudante de agronomia, onde produzem grãos. Formado em administração de empresas, Fernando já fez MBA em agronegócios e participa de um programa de lideranças jovens em sua cooperativa. Há cinco anos os Lonardoni adotaram o cultivo de capim braquiária em consórcio com o milho no inverno, sob acompanhamento agronômico da cooperativa Cocamar. Os resultados são visíveis, aponta Fernando. Na safra de soja 2016/17, os Lonardoni colheram média de 68,6 sacas por hectare e nas áreas de milho alcançaram um patamar de 99 sacas/hectare. Segundo ele, a braquiária compete no primeiro ano com o milho, podendo haver uma redução de 10% na produtividade do cereal. Mas nos anos seguintes ocorre o contrário: por causa dos benefícios trazidos pelo capim ao solo, havendo aumento de produtividade, fato que se observa, sobretudo, na soja, cultura subsequente. REVITALIZAR - Fernando explica que a função da braquiária é contribuir para revitalizar o solo. Como o milho cresce

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mais rapidamente, o capim fica por baixo e só se desenvolve mesmo após a colheita do grão. Essa massa verde, segundo o produtor, será dessecada na primavera para manter coberto e proteger o solo na estação quente do ano. Em superfície protegida, garante ele, a umidade é preservada por mais tempo após a chuva e as temperaturas se mantêm mais baixas na comparação ao solo descoberto, o que favorece o desenvolvimento da lavoura. No subsolo, a planta apresenta intenso enraizamento, que pode chegar a 2 metros de profundidade, fazendo a reciclagem de nutrientes, abrindo pequenos canais que ajudam na descompactação e na infiltração de água. “Não podemos pensar no imediatismo”, frisa Fernando, explicando que, sob o ponto de vista um produtor jovem, ele desfrutará das terras por muitos anos. “Se um jovem tiver atitudes e práticas sustentáveis, suas chances de permanecerem no negócio serão maiores”, conclui. Perto dali, em Cambé, o produtor Milton Luiz Ariosi e o filho Leôncio, o Léo, de 34 anos, formado em engenharia de telecomunicação, dividem a gestão da propriedade. Milton conta que a produção, de uns anos para cá, não teve crescimento conforme se via


Cobertura de palha impede o aquecimento do solo e o mantém mais fresco e úmido após a chuva, o que beneficia a lavoura

Foto: Flamma

anteriormente, creditando isso, em parte, à compactação do solo. Para enfrentar o problema, ele foi orientado a adotar o cultivo de braquiária em consórcio com o milho, no inverno. Milton começou a fazer o consórcio em 2017, depois de “só ver vantagens em dias de campo e em propriedades vizinhas”. Segundo ele, um dos resultados é que, na safra 2016/17, quem tinha braquiária não sofreu com a erosão. O produtor diz estar confiante de que a braquiária trará, para eles, “muitos outros benefícios”. “Se um jovem tiver atitudes e práticas sustentáveis, suas chances de permanecerem no negócio serão maiores” FERNANDO LONARDONI, produtor de grãos em Rolândia.

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS PARA O SOLO: - Proteção da camada superficial, impedindo os efeitos da insolação e das chuvas fortes. Com a palha, o solo permanece mais fresco e úmido por mais tempo após a chuva, favorecendo o desenvolvimento das plantas. - A braquiária promove maior reciclagem de nutrientes. - Ajuda na reestruturação do solo e da recuperação da fertilidade natural. - O intenso enraizamento rompe a camada de compactação do solo, favorecendo a infiltração de água. - A proteção do solo inibe o desenvolvimento de ervas daninhas de difícil controle.

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TELEVISÃO

Sérgio e Rose, dez anos de RIC Rural

O

s apresentadores do RIC Rural, Sérgio Mendes e Rose Machado, fazem a comunicação com o público rural há 22 anos e, confirmando a audiência do programa que é exibido aos domingos das 9 às 10h na emissora RICTV | RECORDTV, são reconhecidos por onde passam. “A gente gosta muito desse relacionamento com os telespectadores”, afirma Sérgio. Quando os veem, as pessoas geralmente vão chegando para saudá-los, como se fossem amigos de longa data e dizer que os acompanham em suas andanças pelo mundo do agronegócio estadual. Mas não é somente junto ao segmento rural que os dois se tornaram conhecidos. Nas cidades, parte da população se identifica com os temas abordados e, mesmo aqueles sem nenhuma ligação com a terra, gostam de assistir às reportagens, mergulhando na realidade das fazendas e das pequenas propriedades, sem falar que um dos quadros mais esperados do RIC Rural, o Sabor da Terra, comandado por Rose, pesquisa a gastronomia típica do campo, fazendo um resgate de receitas que, invariavelmente, faz grande sucesso. Sucesso, aliás, que pode ser medido também pela quantidade de premiações importantes conquistadas nos últimos anos. Só o Prêmio Ocepar de Jornalismo, eles já faturaram 14 vezes. E, como resultado dessa interação com o meio, 52 | RIC RURAL - FEVEREIRO 2018

Sérgio e Rose são convidados para viagens internacionais, integrando praticamente todos os anos comissões formadas pelo Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) para conferir o que há de novo, no setor, nos Estados Unidos e na Europa. Em 2017, ambos e o repórter cinematográfico Renato Pesarini, que está com eles há muito tempo, viajaram para países europeus para conhecer mais a fundo a produção de energia limpa, algo que ainda está começando no Brasil. Na Alemanha, se viram diante de um mar de placas fotovoltaicas, uma cena marcante, lembra Sérgio. “Os produtores estão produzindo a sua energia a partir do aproveitamento da luz solar e também de resíduos”, afirma. Casados e pais de seis filhos, dos quais três são jornalistas, Sérgio e Rose residem em Maringá e começaram seu trabalho em Paranavaí, na antiga TV Imagem. Tempos depois, já comandavam um programa semanal, para todo o Estado, no Grupo Paulo Pimentel. Na RIC TV, eles já estão há dez anos e, além da abrangência estadual do programa, as reportagens são exibidas para grande parte do mundo pela Record Internacional. Para completar, os dois apresentam um programa diário de rádio, o CBN Rural, em várias emissoras paranaenses.


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