Artur Bicalho, 18 anos • MG
Desenho a Nanquim e Grafite • Dessins à l’encre de Chine et Graphite
Bruno Assis, 16 anos • MG Texto • Texte
Camila Félix, 20 anos • MG
Poema • Poème Mais do que escrever para tentar entender a língua, as palavras, a literatura contemporânea; eu tento passar tudo o que na vida eu aprendo, o que vou me tornando.
Diogo Bedendo, 25 anos • MG
Pequena história • Petite histoire
Eduardo Lapouble, 19 anos • MG Desenho a lápis de cor • Dessins au crayon de couleur
Felipe Galery, 20 anos • MG
Conto • Petite histoire Mais de mil perguntas sem respostas.
Gabriel Strauss, 21 anos • DF
Desenho • Dessin Não importa o que quero dizer com meu trabalho, ele já fala por si mesmo. https://www.facebook.com/pages/Gabriel-Strauss/133187430196752?ref=hl
Colaboradores Giovanna Lanna, 25 anos • MG Fotografia • Photographie www.giovannalanna.com
Iago Passos, 17 anos • MG Poema • Poème iagopasso.blogspot.com.br/
Igor Rocha, 19 anos • MG Cinema • Cinéma
Paula Assis, 18 anos • MG Fotografia • Photographie
Pedro Rena Todeschi, 17 anos • MG Texto • Texte
Projeto Redoma • RJ
Teatro • Théâtre https://www.facebook.com/pages/Redoma/551649198185815
Vitor Novato, 21 anos • MG Aquarelas • Aquarelle
ficha técnica Capa: Montagem digital por Jade Liz França Curadoria de conteúdo: Jade Liz, Natália Zuca e Paula Assis Editora Chefe: Jade Liz França Tradução Português - Francês: Natália Zuca e Paula Assis Revisão Português: Fernanda Marques Revisão Francês: Shana Faassen Produção grafica: Jade Liz França
Diversidade Pedro Rena Todeschi, 17 anos.
Não existiria o termo diversidade se não existisse um padrão de normalidade (assim como não existiria pobreza se não houvesse riqueza). Ou seja, a diversidade muitas vezes é vista como algo que é anormal, e portanto, mal vista pelos olhos de uma sociedade cheia de medos e preconceitos contra quem e o que fogem do normal. Esta diversidade vem ganhando destaque especial na nossa sociedade conservadora desde a década de 60, quando uma revolução social e cultural tomou conta do mundo. Uma nova geração autônoma e revolucionária, inspirada por astros das indústrias cinematográfica (Hollywood – exemplos Juventude Transviada; Apocalypse Now; Hair) e musical (rock – Bob Dylan já previa essas mudanças com a música The Times They’re A Changin) da cultura hegemônica americana. (Hobsbawm, A era dos Extremos, p.282). Criou-se então uma nova concepção
da moda, do blue jeans, vestimenta originária das classes operárias da indústria automobilística, que queriam romper os laços antigos que ligavam os homens às suas texturas conservadoras sociais.
trias da moda, vêm comprando esse alternativo e lucrando com isso. Ser alternativo, deixa de ser uma coisa natural, mas uma tendência da moda. Cada dia vemos mais jovens usando camisas de bandas de rock (Beatles, Ac/Dc, são as mais populaEsses indivíduos, que desde então res) mas, na grande parte dos casos, desfiaram esses laços sociais, vêm nem sabem o que essas bandas são, sendo taxados como alternativos e representam. se juntam em grupos e tribos em busca de um sabor especial e diferente A diversidade detêm então um imna vida. Esses diversos grupos que portante papel na cultura nos dias surgem, estão ligados à juventude e de hoje. As mais diversas artes, coseu desejo por liberdade e vão sen- lorem e alegram nossas vidas em do taxados periodicamente e conhe- momentos cinzas. Temos que dar um cidos mundialmente por uma infinida- valor especial ao alternativo, que de de nomes que variam de acordo vem ganhando um papel importante com seus movimentos como punks, com o passar do tempo. Quem sabe emos, anarquistas, skatistas, rockei- um dia a sociedade quebrará por ros, etc. O que todos querem mesmo fim as barreiras e dissolverá os preé expressar a sua diferença perante conceitos com quem é diverso. Esses ao ordinário e conservador e exigir a diversos devem então comemorar as diminuição do controle sobre os seus conquistas feitas até agora e continupróprios corpos. ar lutando por um mundo mais justo e diferente. Mas devemos ter cuidado com um ponto importante: as grandes indus-
Diversite Pedro Rena Todeschi, 17 ans.
Il n’y existerais pas le terme Diversité s’il n’avais pas un standard de normalité (comme il n’existerais pas pauvreté s’il n’avais pas richesse). En d’autres termes, plusieurs fois la diversité est vue comme quelque chose qui est anormal et donc mal vue pour les yeux d’une societé pleine de peur et préjugés contre n’importe qui et les choses qui échappent du normal. Cette diversité gagne du status spécial dans notre societé conservatrice depuis les années 60, quand une revolution social et culturel a engagé tout le monde. Une nouvelle génération autonome et revolutionaire, inspirée par les stars de la industrie cinematographique (Hollywood – exemple: “Rebel Without a Cause”, “Apocalypse Now”, “Hair”) et musical ( rock – Bob Dylan avait déjà prévue ces changements avec la musique “The Times They’re A Changin”) de la culture hégémonique americainne (“Hobsbakm”, “L’Âge dês Extremes”).
Alors il a été formé une nouvelle conception de mode, du blue jeans, vêtement originaire des classes ouvrières de l’industrie automobile, qui voulait couper les liens anciens avec les hommes à les textures conservatrices sociales.
Néanmoins on doit faire attention avec un point important: les grandes industries de la mode achetent ce alternatif et gagne d’argent avec cela. Être alternatif ne sera plus une chose naturel, mais une tendence de la mode. À chaque jour plus de jeunes utilisent t-shits de groupes de Ces individues qui depuis tout ça ont rock (Beatles et AC/DC sont les plus contesté les liens sociales vont être populaires) mais dans la grande partaxés comme alternetifs et rejoingnent tie des cas ils ne savent pas ce que en groups et tribus em cherchant un ces groupes sont réellement. saveur special et different dans la vie. Ces pluseiurs groups sont liés à la La diversité a donc un important rôle jeunesse et leur désir pour la liberté dans la culture actuelle. Les differents vont être aussi taxés périodiquement arts peignent et laissent heureux nos et connus mundialment por une infi- vies dans le moments gris. On doit nité des noms qui varient selon ses donner un valeur special à l’auternamouvements comme les punks, les tif qui gagne un rôle important avec emos, les anarchistes, les skateurs, le temps. Qui sait un jour la societé les rockers, etc. Ce que tous veulent rompre enfin les barrières et va déest exprimer ses differences en face faire les prejugés avec ce qui sont à l’extraordinaire et le conservateur differents.Ces differents doivent donc et exiger la diminuition du contrôle sur célébrer les acquis jusqu’à maintenant ses propres corps. et continuer à lutter pour un monde plus juste et different.
Paula Assis, 18 anos Rhônes-Alpes, França • Fotografia
EXATIDÃo (Exactitude)
Camila Félix, 20 anos
A palma exata da mão Se encaixa Em todas as partes Que também se aperta No lado da testa No cotovelo ereto No joelho quieto No calcanhar, Se esperto Se flexível.
La paume exacte de la main S’adapte En tous les parties Qui se resserre aussi Dans le cotê du front Dans le coude droit Dans le genou paisible Dans le talon, Si malin Si flexible.
A palma exata da mão Se encaixa Na cabeça alheia Na circunferência inteira Se envolve Se perneia E sente E tateia
La paume exacte de la main S’adapte Dans la tête de l’autre Dans la circonférance entière S’engage À botter Et sent Et tâtonne
A palma exata da mão Se encaixa No que rodeia No reto Ela so pareia Balustra E também sente E sente A vida inteira
La paume exacte de la main S’adapte Dans le qui entoure Dans le droit Elle seullement mesure Elle ressent Et sent aussi Et sent La vie entière
Eduardo Lapouble, 19 anos Lรกpis de cor Crayon de couleur
Maria Maria nasceu com altura média e peso normal. Seus pais eram de meia idade e sua mãe, meio surda. Maria cresceu e se tornou a filha do meio; em sua adolescência tinha uma meia dúzia de amigas, e elas iam ao cinema sempre que possível. Maria sempre pedia pipoca e refrigerantes médios e saia no meio do filme para ir ao banheiro. Na sala de aula sempre sentava na fileira do meio, pois estava no meio da chamada. Maria sempre tirava média nas provas e era uma aluna mediana, pertencia a uma família de classe média. Não comia pouco nem muito, não era magra nem gorda, costumava almoçar ao meio-dia e dormia à meia-noite. Já tinha perdido metade dos avós, só tinha um avô materno e uma avó paterna. Costumava passar metade das férias na praia, usava filtro solar médio em metade do corpo (dizia que não era necessário passar nas pernas). Maria não tinha manias ou vícios, e não se perguntava se um copo estava meio cheio ou meio vazio, sabia que ele estava pela metade.
Aos 45 anos, Maria estava em crise de meia idade, achava que 90 anos era uma idade boa para morrer. Nunca achara um bom homem pra casar, nem teve filhos. Pensava na vida enquanto voltava para casa, com as compras em uma das mãos. Quando estava no meio da rua, foi atingida por um carro de porte médio, com um motorista meio bêbado. A pancada a jogou para o meio-fio, e ficou ali, meio morta, esperando a ambulância achar um meio de chegar lá. Maria morreu dentro da ambulância, no meio do caminho para o hospital, depois de usada meia bolsa de sangue AB. Foi dado o óbito: 12h do dia 15 de junho, no meio de um ano bissexto. O acidente apareceu no jornal da cidade, um artigo de meia página na página do meio. Em algum tempo ninguém mais lembrava de Maria, todos continuaram suas vidas mais ou menos, se perguntando se a vida é meio alegre ou meio triste. Maria diria que a gente vive pela metade.
Felipe Galery, 20 anos.
airaM Maria est née avec une taille moyenne et un poids normal. Ses parents étaient d’âge moyen et sa mère était à moitié sourde. Maria a grandi et est devenue la sœur du milieu. Dans son adolescence, elle avait une demi-douzaine de copines. Elles allaient au cinéma dès qu’elles le pouvaient. Maria demandait toujours du popcorn et du soda moyens et sortait au milieu du film pour aller aux toilettes. Dans son cours, elle se mettait toujours dans la colonne du milieu car son nom était au milieu de l’appel. Maria avait toujours la moyenne, elle faisait partie d’une partie d’une famille de classe moyenne. Elle ne mangeait ni peu, ni trop, n’était ni maigre ni grosse. Elle était habituée à déjeuner à midi et à diner à minuit. Elle avait déjà perdue la moitié de ses grands-parents, elle n’avait qu’un grand-père maternel et une grand-mère paternelle. Elle avait l’habitude de passer la moitié de ses vacances à la plage, elle utilisait un protecteur solaire moyen, qu’elle n’appliquait que sur la moitié de son corps (elle disait que ce n’était pas nécessaire de le passer sur les jambes). Maria n’avait pas de manies ni de vices et ne se demandait pas si un verre était à moitié plein ou bien à moitié vide. Elle savait qu’il l’était à la moitié. À 45 ans, Maria faisait sa crise d’entre-deux-âges. Elle trouvait que 90 ans était un âge parfait pour mourir. Elle n’a jamais eu l’occasion de rencontrer l’homme de sa vie pour se marier et avoir des enfants. Elle pensait à la vie en rentrant chez elle, les commissions à la main. Elle était au milieu de la rue quand une voiture de taille moyenne conduite par un automobiliste ivre la percuta. Le choc l’éjecta dans le bas-côté la laissant à moitié morte jusqu’à l’arrivée de l’ambulance. Maria est morte dans l’ambulance à mis-chemin de l’hôpital, après avoir reçu la moitié de la poche de sang AB. Le décès a été enregistré à 12h, le 15 juin au milieu d’une année bissextile. L’accident est parue dans le journal local, c’était un article d’une demi-page dans le milieu du journal. Quelques années plus tard, personne ne se rappelait de Maria... Tous avaient continué leur vie moyenne, se demandant si la vie était plutôt triste ou plutôt joyeuse. Maria aurait dit que l’on vit tout à moitié.
Felipe Galery, 20 ans.
Artur Bicalho, 18 anos Nanquim em papelão Dessin à l’encre de Chine en carton
A lua ĂŠ uma estrela gorda que come as outras
La lune est une grosse ĂŠtoile qui mange les autres Iago Passos, 17 anos
São 08 da manhã aqui. Acabo de chegar de uma festa, e descobri que mulheres lindas podem me amar!
Il est huit heure du matin ici. Je viens de rentrer d'une soirée et j'ai découvert que les belles femmes peuvent m'aimer!
O amar está calmo, de manhã parece que tudo tem a chance de recomeçar. Adoro a madrugada em silêncio que me aceita. Estou só, mas é um somente tão completo. Algumas velhinhas caminham na praia de pedra e vejo que meu caminho é difícil, mas muito prazeroso.
L'Amour est calme, au matin, il me semble que tout à une chance de recommencer. J'aime l'aube silencieuse qui croit en moi. Je suis seul, mais d'une solitude qui me remplie. Quelques vielles dames marchent sur la plage de galets et je vois que mon chemin est difficil mais étonnement agréable.
Foi de uma vez, que tudo era quando eu te vi, através da janela! = atração mútua. Estou, cheio, de quase tudo, espero que o silêncio do mundo me diga o que querer. Viajo a pé, para doer, para lembrar. Coragem é um copo cheio, pronto para beber. Te dou uma dose, se quiser!
Tout est arrivé quand je t'ai vu par la fenêtre! = Coup de foudre, je suis comblé. J'attends que le silence du monde me dise quoi aimer. Je marche pied-nu, pour me faire mal, pour m'en rappeler. Le courage est un verre plein, prêt à être bu. Si tu veux je t'en donne une dose!
Não se esqueça de olhar para o céu! É o presente que quero te dar.
Il ne faut pas oublier de regarder le ciel! C'est le cadeau que je veux t'offrir.
Buonanotte ou bom dia. Pode escolher. E se tiver coragem, se dá ao desconhecido para tentar se salvar de uma vida sem sentido, feita pronta para acabar.
si tu avais le courage de te donner à un inconnu, pour essayer de m'éviter une vie sans sentiment.
Muito abraço. Amor? Difícil dizer.. você duvida... e é na dúvida que mora a sua fé.
Buonanotte ou Bonjour. Tu peux choisir. Et
Beaucoup calin. Amour? Difficil à dire, tu as des doutes et dans le doute tu gardes la foi. Diogo Bedendo, 25 anos
Moldand Eu não posso explicar como minha obsessão por Vênus de Milo começou. Pode ter acontecido em 2004, enquanto assistia ao filme ’’Os Sonhadores’’, mas quando vi a figura original, em 2010, eu tinha certeza de que Afrodite tinha uma infinita gama de possibilidades. Eu me apaixonei por Vênus de Milo e comecei a pesquisar tudo sobre ela. O mistério por trás de sua figura me intrigou e eu finalmente entendi o porquê. Eu não estava interessada em outras representações de Afrodite. Meu fascínio era especificamente com a estátua de Milo, não por seu simbolismo, mas pela ambigüidade da estátua sem braços representar a forma idealizada de beleza. A fragilidade da estátua humaniza a figura para mim e confirma a maneira que eu acredito que a beleza deve ser vista. Em “Moldando Você” minha intenção é explorar as várias formas do corpo humano no século 21 e criticar a padronização da beleza ao longo da história da sociedade. Todos os meus assuntos têm em comum o fato de que seus corpos já passaram por algum tipo de transformação. De uma tatuagem para uma mudança de sexo, de cortar o cabelo ou ter parte de seu corpo paralisado. Como estátuas, com o tempo o corpo humano muda, experimenta a vida e a vida o molda. Isso é de onde eu acredito que a beleza vem. Neste projeto eu exploro a relação entre o espectador e o assunto. Sua reação e interpretação é o que o meu trabalho quer comunicar. A questão é: como você se sente com você mesmo e com os outros ao seu redor? É possível moldar julgamentos? Giovanna Lanna, 25 anos
do Você Vous Façonner
(2012)
Je ne peux pas expliquer comment mon obssession par Vénus de Milo a commencé, peut être arrivé em 2004 pendant que je regardait le film “Innocents -The Dreamers”. Mais quand j’ai vu la figure orininale, en 2010, j’étais sure que Aphrodite avait une gamme infinie de possibilitées. J’ai tombé amoureuse de Vénus de Milo et j’ai commencé à chercher tout sur elle. Le mystère derrière ça figure m’a intrigué et j’ai finallement compris le pourquoi. Je n’étais pas interessée à d’autres représentations d’Aphrodite. Ma fascination n’était pas spécifiquement par la statue de Milo, pas par son symbolisme mais par l’ambiguïté de la statue sans les bras representer la forme idealisée de beauté. Pour moi, la fragilité de la statue humanise la figure et confirme la façon que je crois dont la beauté doit être vue. Dans “Vous Façonner” mon intention est d’explorer les formes variées du corps humain dans le 21º siècle et critiquer la normalisation de la beauté dans la histoire de la société. Touts mes sujets ont en commun le fait que ses corps ont déjà passé par quelque type de transformation. D’une tatouage à un changement du sexe, couper les cheveux ou avoir une partie du corps paralisée comme des statues. Avec le temps le corps humain change, experiment la vie et la vie lui façonne. C’est d’où je crois que vient la beauté. Dans ce projet j’explore la relation entre l’espectateur et le sujet. La reaction et interpretation c’est ce que mon travail veut communiquer. La question est comment vous vous sentez avec vous même et avec les autres autour? Est-ce que c’est possible de façonner les jugements? Giovanna Lanna, 25 ans
Heterocontemporaneidade L'hetero-contemporanéité Iago Passos, 17 anos
Dos vários eus líricos que falam por mim nem todos preservam a homogeneidade pelo contrário é tal qual
De tous les personnages,
na contemporaneidade.
Qui parlent pour moi, Pas tous ne préservent l’homogénité Au contraire, C’est ainsi dans la contemporanéité.
Artur Bicalho, 18 anos Grafite Graphite
Setima
A “memória inconsolável” de Petra Costa La “memoire inconsolable” de Petra Costa Nas sequências iniciais do documentário Elena, de Petra Costa, a diretora e narradora diz: “Nossa mãe sempre me disse que eu podia morar em qualquer lugar do mundo, menos em Nova York. Que eu podia escolher qualquer profissão, menos ser atriz. No dia 4 de setembro de 2003, eu me matriculei no curso de teatro da Columbia University. Queriam que eu te esquecesse, Elena.” O novo e belíssimo documentário nacional surge para gritar ao mundo que Elena não foi esquecida. Elena é o primeiro longa-metragem de Petra, cineasta belo-horizontina, e exibe a história de sua irmã, a atriz Elena Andrade. Sua montagem é feita a partir de elementos simples: filmagens e gravações de áudio originais da atriz, datadas dos anos 70-80. Além de imagens e depoimentos recentes do percurso de Petra e a mãe, Li An, em busca de rastros da irmã. A atriz é mineira e aos dezessete anos, partiu para Nova York a fim de aprofundar seus estudos no teatro e tornar-se atriz de cinema. Vinte anos depois, Petra, treze anos mais nova, parte para a metrópole norte-americana para encontrá-la, refazendo os seus passos, os passos de sua “memória inconsolável”. O filme é um relato extremamente íntimo, pessoal, e ao mesmo tempo universal, da memória da jovem cineasta de alguém que se confunde consigo
Igor Rocha, 19 anos.
Dans lês premières scènes du documentaire Elena, de Petra Costa, la directrice et narratice dit: “Notre mère m’a toujours dit que je pouvais habiter dans n’importe quel ville du monde, moins dans New York. Elle m’a dit que jê pouvais choisir n’importe quel profession, moins être actrice. Au 4 septembre 2003, jê me suis inscrite au cours de théatre de la Columbia University. Ils voulaient que je t’oubliasse, Elena”. Le nouveau et très beau documentaire brésilien crie au monde qu’Elena n’a pas eté oubliée. Elena est le premier long métrage de Petra, cinéaste née à Belo Horizonte, et montre l’histoire de sa soeur, l’actrice Elena Andrade. Il était monté sur dês simples éléments: áudio et vídeo enregistrments originels de l’actrice qui prête son nom au film, faites sur les annés 70-80, et images et témoignages récents du trajet de Petra et sa mère, Li An, en cherchant des traces d’Elena. Elle est une actrice née à Minas Gerais que, aux dix-sept ans, part vers New York voulant mieux étudier le thêatre et devenir une actrice de cinéma. Vingt ans plus tard, Petra, treize ans plus jeune, part vers la métropole americaine pour la trouver, refaisant ses pas, les pas de sa « memoir inconsolable ». Le film est un témoignage tellement intime, personnel et, aussi, universel, de la memoire de la jeune cinéaste sur quelqu’une que se confond avec elle même. Petra arrive, dans le documentaire, parler si bien comme s’elle était à côté du spectateur. Cela est
própria. Petra consegue, ao longo do documentário, falar de forma bem próxima ao espectador. Parte disso se deve à sua narração, sempre direcionada a Elena, mas com linguagem informal, pessoal, como se lesse uma carta endereçada à irmã. Da mesma forma, as gravações de áudio que se utilizam são as originais da atriz, que as fazia como cartas à família, explicando que teria vergonha de sua má caligrafia. Também é válido frisar o uso constante da câmera subjetiva, movendo-se junto ao olhar da narradora que caminha por Nova York. Dessa forma, entra-se em contato íntimo com os afetos que Petra deseja explorar no filme. Transcendendo a função biográfica (e, de certa forma, autobiográfica do roteiro), Elena toca em questões de extrema delicadeza e profundidade: a forma e a intensidade com que o gosto pelas artes pode se manifestar em uma pessoa a ponto de interferir diretamente em seu comportamento; a cruel cobrança que pode existir de um artista sobre si próprio, levando à rejeição de seus resultados e à consequente depressão; a pressão existente sobre a mulher para que construa um modelo de família tradicional no Brasil da ditadura militar e a luta por diferentes modos de vida em seu fim e a violência que a rotina de uma grande metrópole pode exercer sobre o ser humano. No entanto, talvez o maior mérito do filme seja a forma poética e profunda com que trata a questão da perda e da ausência. Petra, ao pôr lado a lado a ideia que guarda de Elena e a de si própria, promove entre elas uma fusão que assume uma profundidade tal que, por vezes, não é possível saber quem é quem. No início do filme, são raras as sequências
dû, en partie, à sa narration, toujours dirigée a Elena, mais très informel, personnel, comme si Pétra lisait une lettre à sa soeur. Également, les audio-enregistrements d’Elena qui sont utilisés sont les originels de l’actrice, que les faisat por envoyer à sa famille comme lettres, en disant qu’elle était honteuse de sa (si mauvaise) calligraphie. Il est aussi important de souligner l’uilisation consante de la caméra subjective, mouvant avec les yeux de la narratrice que marche sur New York. Donc il est possible de se communiquer intérieurement avec les affections que Petra a envie d’explorer sur son film. En transcendant la fonction biographique (et, quelque sorte, autobiographique) du screenplay, Elena touche questions de grande delicatesse et profondeur: la intensité du goût pour les arts qui peut s’instaler chez quelqu’un, intervenant sur son comportement; les cruelles exigences qui peuvent exister chez un artiste sur lui-même, aboutissant au refus de ses resultats et à la depression; la pression qui était faite sur les femmes brésiliennes pour qu’elles construisissent un modèle de famille traditionnelle à l’époque de la dictature, et la recherche de différents façons de vivre aprés sa fin ; la violence que le quotidien des métropoles peut exercer sur les gens. Mais, peut-être, le plus grand mérite d’Elena est le façon poétique de travailler l’idée de la perte e l’absence. Petra, en mettant coté à coté l’image qu’elle a construit de sa soeur et d’elle-même, promouve entre elles une fusion si profonde qu’il n’est pas possible de savoir, parfois, qui est qui. Au début du filme, il y a peu de scènes où la caméra se concentre sur son visage en haute définition, et les plans permettent le publique d’imaginer Elena dans la place de la narratrice, même quand il est sûr que c’est Petra
em que a câmera foca seu rosto em alta definição, e as tomadas, por muitas vezes, por mais que esteja claro que é a narradora-diretora quem está sendo filmada, abrem espaço para que o espectador imagine a irmã em seu lugar. Porém, na medida em que Petra descobre e se aproxima mais de Elena, descobrindo melhor a si mesma, seu rosto passa a aparecer um pouco mais.
qui est montré. Mais, pendant qu’elle écouvre et arrive plus proche de la soeur perdue, son visage est affiché un peu plus.
Elena, au moyen d’un témoignage familier, au-delà de reconstruire l’image d’une personne absente, évoque des reflections sur sensations universelles. Petra Costa suit la pensée de grandes cinéastes comme KrzyszElena é um filme que, por meio de um relato fami- tof Kieslowski que, en partant d’un screenplay perliar, além de reconstruir a imagem de uma pessoa sonnel, intime, parle a tous les spectateurs, croyant ausente, suscita reflexões sobre sensações univerque tous les personnes aiment, rêvent et sentent la sais. Petra Costa segue o pensamento de grandes douler de la perte également, indépendamment de cineastas como Krzysztof Kieslowski que, a partir de son origin, classe sociale, religion ou idéologie. Avec um roteiro extremamente pessoal, íntimo, dialoga photographie et direction artistique irréprochables, diretamente com todos os espectadores, partindo Elena ammene son publique vers un voyage interieur do pressuposto de que todos os seres humanos d’inensité et beauté rarement vues dans le cinéma amam, sonham e sentem a dor da perda de forma brésilien contemporaine. Un film unique qui, comme semelhante, não importando sua origem, classe Elena, sera difficilement oublié. social, religião ou ideologia. Com fotografia e direção de arte impecáveis, Elena conduz o público a uma viagem interior de intensidade e beleza poucas vezes igualada no cinema nacional contemporâneo. Um filme único, que, assim como Elena, dificilmente será esquecido.
ELENA Documentário|82’|cor|35mm/DCP|Brasil|2012 Direção: Petra Costa Roteiro: Petra Costa e Carolina Ziskind Elenco: Elena Andrade, Li An e Petra Costa Produção: Busca Vida Filmes
Vitor Novato, 21 anos. Aquarelas feitas a partir da observação de modelos ao vivo e com tempo de distintos, variando entre 20, 15, 10, 5, 2 e 1 minutos. Aquarelles faites a partir de l’observation de mannequins vivants et avec differents temps, variable entre 20, 15, 10, 5, 2 et 1 minute
Camila Félix, 20 anos
Sou geralmente do negro Do preto, escuro, purpúreo Verde musgo, anil Bordô Índigo, naval, rútilo, Fuligem, marrom Sou do cinza Do vermelho Dos refratários Das trevas Do matiz amiga Quando ela é do branco inimiga Gradação sutil Meio-tom Quase imperceptível Quase invisível Uma quase união Confusão demais Icógnitas demais Cores demais Como tintas Mistura que dá escuro Preto puro De si E da visão dessa vida.
Je suis généralement du noir Du black, sombre, pourpre Vert comme le moss, bleu comme le ciel Bordeaux Indigo, naval, rutile, Suie, marron Je suis du gris Du rouge Des refractaires Des ténèbres De la matrice amie Quand elle est du blac Ennemie Gradation subtile Demi-teinte Presque imperceptible Presque invisible Un presque union Trop confusion Trop inconnues Trop couleurs Comme peintures Mélanges qui fait sombre Pur noir De soi Et de la vision De cette vie
red oma No espetáculo Redoma, alunos da UniRio buscam, através do teatro e dança, explorar a relação entre liberdade e aprisionamento em um espaço fechado denominado redoma. A direção é de Gustavo Fonseca de 21 anos e o elenco é composto por Gustavo Fonseca, Marcio Antunes, Marianna Chaves, Renato de Sena e Sabrina Vianna. No vídeo, um trecho da peça. Dans le spectacle “Redoma” les élèves de la Unirio cherchent travers du théâtre et de la danse explorer la relation entre la liberté et l’emprisonnement dans en space fermé nominée Redoma. La direction est faite par Gustavo Fonseca de 21 ans et les acteurs s’appellent Gustavo Fonseca, Marcio Antunes, Marianna Chaves, Renato de Sena e Sabrina Vianna. Sur la vidéo une partie de la pièce.
Teatro
http://www.youtube.com/watch?v=AQ9uH59jHHk
Parte II
Meio Purgatório
A morte do fim e o fim da morte
(o que é amor-te?)
Lá era sem cor, nem claro, nem escuro, era familiar para o protagonista. Chegou pensativo, com uma sensação de que sabia onde estava. Sentia-se como se tivesse do “outro lado da bancada”, como se fosse um “balde dentro d’agua”, sentia-se como uma “blusa ao avesso”. Estava intimidado diante de um grande nada. - Porra! De que adiantou tudo, se vim parar aqui? Cadê o fim? E agora? Meu sentido morreu comigo! E agora? Dúvidas, dúvidas, dúvidas, eram surpreendentemente em sua cabeça como formigas num formigueiro enfumaçado, decisões eram como grave e agudo oscilando em uma orquestra nervosa. Até que uma certa curiosidade começou a aflorar no meio de tantos pensamentos toscos. Uma curiosidade de sentir na pele. De vomitar a dúvida. Estava certo de reviver tudo como nunca antes. Começou a pensar no que tinha feito em seu infinito passado, então, com resto de sabedoria que lhe sobrara, pensou que era o que devia fazer e merecia, não como punição, e sim, para uma melhor compreensão de um outro ponto de vista. Mas o que o levará lá em baixo? - Ó! Repito. Meu sentido morreu comigo! Fico à mercê da metamorfose. A mor te,
que
é
dele,
não
o
matou,
o
trans formou.
Regrediu para o evoluído, Caiu na esteira do tempo, Tornou-se contemporâneo. “Homem de fato, vida de rato” Saiu cantando...
Bruno Assis, 16 anos.
II Partie
À mis-chemin du purgatoire.
La mort de la fin et la fin de la mort
Sans couleur, ni clair, ni obscure, cet endroit semblait familier au protagonist. Pensif, il est arrivé avec la sensation qu’il savait où il était. Il se sentait de “l’autre côté du gradin” tel un “seau dans l’eau” ou três encore une “chemise à l’invers”. En face de lui se presentait un vide, un immence vide que l’intimida. - Putain! À quoi bom vivre tout cela pour s’arreter ici? Où est la fin? Et maintenant? Suis-je en train de perdre le sens de vie? Est-il mort? Les doute s’emparrait de lui et sa tête soudain devins une fourmière, tout se melangait, les decisions étaient comparable aux notes graves et à la fois aigu d’une orchestra enervé. Un certain curiosité commença alors à fleurir en lui, une curiosité telle qui donne envie de cracher et vomir la doute…Il était sûr de revivre comme jamais il ne l’avait fait. Alors les pensés de son infini passé lui sont revenues et avec le brin de sagesse que lui reste il a medité sur ce qu’il devait faire. Il le meritait selon lui, non pas comme une punition mais pour une meilleure comprehension du l’autre point de vue. Mais qu’est ce qu’il emenera là-bas, en bas? - Mon sens de la vie est mort avec moi! Ne saissait-il de repeter. Je ma laisse aller à la merci de la métamorphose. Cet mort que lui appartient, ne la pas tué, mais trans formé Il a reculé pour evolué Il est tombe sur le tapis roulant du temps Il est devenu contemporain. “Homme de fait, vie de rat” Il part n chantant… Bruno Assis, 16 ans.
Gabriel Strauss, 21 anos.