ANO I #1 - FEVEREIRO 2013
GUAÍRA | SALTO DEL GUAIRÁ | MUNDO NOVO| TERRA ROXA
FELIZ 2013! Porque o ano só começa depois do carnaval
Conheça a revista que vai mudar a sua rotina!
30 ANOS SEM 7 QUEDAS
O QUE DEIXAMOS DE GANHAR
CRACOLÂNDIA GUAIRENSE
CONHEÇA ALGUNS DE SEUS PRINCIPAIS PERSONAGENS
PÔR DO SOL EM GUAÍRA
AMOR VERDADEIRO
DOS MAIS BELOS DO PLANETA!
O TRABALHO DE UMA ONG DE ANIMAIS DE RUA FEVEREIRO 2013
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Entrevista
AMOR VERDADEIRO O amor aos animais é um dos traços marcantes da natureza humana. Nem todos, porém, possuem tal sentimento. Há, por exemplo, os indiferentes. E há também os que odeiam. Entretanto, há pessoas como Paula Piana e todos os colaboradores da Ong AuKiMia, que possuem um sentimento de compaixão capaz de transformá-los em defensores dos animais oprimidos. A Ong é sucesso nas redes sociais e vem chamando a atenção da sociedade. Infelizmente, a realidade de abandono, maus tratos e de desrespeito aos animais é mais comum do que pensamos, como nos revela Paula, nesta entrevista exclusiva.
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Cristian Aguazo: Gostaria que você falasse um pouco sobre sua formação, sua trajetória. Paula Piana: Sou formada em administração e comércio exterior. Atualmente eu tenho um salão de beleza. A paixão pelos cães veio desde pequena, sempre fico muito triste quando vejo animais na rua, sofrendo e eu senti que eu posso ajudar. Então, a gente tomou essa decisão de montar a Ong para ajudar os animais de rua.
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enfrentam? Muitas. Desde a falta do local, conscientização das pessoas para não abandonar seu animal, porque acham que já está velho, não serve mais, ou por não ter mais lugar em casa porque o animal cresceu demais, maus tratos, atropelar um animal e não socorrer. São muitas dificuldades. Tem algum caso de maus tratos que você lembra que tenha chocado muito? Têm vários. Um que chocou mais foi uma cachorra grande, uma Fila, que foi estuprada pelo próprio dono, ficou com o útero todo para fora e a gente resgatou essa cachorra da casa, tomamos do dono, levamos para o tratamento e doamos para outra família. Hoje ela está linda, mas ela ia morrer.
Hoje são quantas pessoas envolviA paixão pelos cães das na Ong, colaboradores, etc? veio desde pequena, Diretamente, nós temos umas 10 sempre fico muito pessoas envolvidas. Mas temos muitos triste quando colaboradores, pessoas que ajudam vejo animais na dando ração, medicamento, as suas rua, sofrendo e eu próprias casas que servem como lares senti que eu posso voluntários para esses animais, porque ajudar.” ainda não temos um lugar apropriado ainda. Nossa Ong já está oficializada, E o que aconteceu com esse dono? tem toda a documentação correta, mas A princípio, a gente não podia fazer nada, a gente não conseguiu mediante os porque a Ong não estava oficializado na órgãos responsáveis um local ideal para exercer nosso época. Hoje, mesmo a Ong sendo oficializada, a gente trabalho. não registrou ainda nenhum boletim de ocorrência, apesar de já terem ocorrido outras situações. Como é uma Por que o nome AuKiMia? cidade pequena, a gente tem medo de mexer com isso, Porque se trata de cão (Au) e gato (Mia). porque quem maltrata um animal, não é uma pessoa que tenha boa índole. A gente prefere resgatar o animal, Quais são as principais dificuldades que vocês tratar e doar para outra família, ao invés de recorrer à
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Entrevista Tem sim. Em caso de maus tratos, animal preso em justiça. corrente curta, embaixo de sol, chuva, sem comida, Quando vocês constatam algum caso de abuso, maus tratos, cachorro que apanha, por exemplo, o usado para briga, pode ligar para a Vigilância Sanitária e denunciar, que a vigilância passa para a Ong e nós dono aceita a intervenção de vocês ou isso é problemático? tomamos a devidas providências. Geralmente, nesses casos, eles Você acha que os protetores de aceitaram justamente porque não Eu também tenho dó de animais são bem vistos pela querem mais o animal. Porque gente que está nas ruas, sociedade? quando os donos não aceitam, nós de crianças, acontece Acho que está mudando bastante. somos obrigados a tomar outras que eu não posso fazer Antes, a sociedade não dava muita medidas, como registrar na polícia, muita coisa, não posso chamar a vigilância. Por enquanto, atenção. Mas acho que é um bem levar para a minha casa. público, porque ajuda na saúde, na não precisamos disso, porque o Essa pessoa certamente limpeza da cidade. Até as autoridadono acaba dando o animal para a tem uma família e, des estão dando mais interesse a gente porque não quer mais ele. principalmente, existem esse problema. Você aconselha as pessoas a muitos projetos dos Muitas pessoas criticam o castrarem seus animais? governos federal, trabalho das ONGs protetoras de Com certeza. A castração é o ideal, estadual e municipal animais com a justificativa de porque não adianta a gente recolher para acolher essas que “tem tanta criança na rua e o animal da rua e doar para alguém pessoas” eles ficam se preocupando com se ele procria várias vezes ao ano. cachorro, gato”. Você já deve ter Então o animal acaba voltando pra ouvido essa crítica, eu gostaria rua, porque ele procria, a pessoa que você comentasse isso. não consegue doar e ele acaba voltando pra rua. Já ouvi sim e minha resposta é que eu também tenho dó de gente que está nas ruas, de crianças, acontece Sobre os maus tratos, se alguém perceber que um que eu não posso fazer muita coisa, não posso levar vizinho maltrata, tem algum meio de fazer denúncia, para a minha casa. Essa pessoa certamente tem uma tentar resolver o problema?
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família e, principalmente, existem muitos projetos dos governos federal, estadual e municipal para acolher essas pessoas, uma criança, um andarilho, coisas que nós não para os animais. Os animais são muito mais maltratados, eles atropelam e não socorre, colocam fogo, eu mesma adotei um cachorro que é todo queimado. O nosso trabalho é porque a gente percebe que essa parte, de proteção aos animais, é muito deficiente e eles necessitam e não conseguem pedir ajuda. O que você pensa sobre entretenimento com animais, como rodeios ou a Farra do Boi no Nordeste? Acho absurdo, deveria ser proibido. Os animais foram feitos para nos fazer felizes, serem nossos amigos, viver dentro de casa, não para serem judiados em hipótese alguma. Eu condeno qualquer prática como essas.
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Os animais foram feitos para nos fazer felizes, serem nossos amigos, viver dentro de casa, não para serem judiados”
Como você avalia as políticas públicas para animais em Guaíra? Não existe. Existe um trabalho para recolher animais errantes, mas são animais grandes, que o dono vai lá e resgata. Para animais de pequeno porte, animais abandonados, não existe. Mas isso é algo que vamos reivindicar a partir de agora. Quais as expectativas para o novo governo? Eu estou bem confiante. O Fabian já ajudou a gente uma vez, acho que é do interesse dele ajudar novamente. Que tipo de parceria com a prefeitura vocês esperam conseguir? Como somos uma Ong oficializada, podemos exigir muito mais, mas a princípio, o que a gente necessita é o mínimo: um local adequado, dentro das normas, para abrigar os animais. Para manter esse local, com ração, medicamentos, a própria Ong vai manter. Os profissionais de medicina veterinária também são parceiros da Ong? São parceiros sim, sempre fazem descontos, às vezes nem cobram. Gostaria que você deixasse uma mensagem para os leitores. Nossa mensagem é também nosso lema: quem não ama um animal, não sabe o que é amor verdadeiro. FEVEREIRO 2013
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nota do editor
Expediente DIREÇÃO GERAL
Nader Hamdan REDATOR CHEFE Cristian Aguazo DIREÇÃO DE ARTE Nader Hamdan REP. COMERCIAL Flávio Christofalo
Editora Ventura 17.341.715/0001-00 Av. Mate Laranjeiras, 685 Sala 06 - Guaíra/PR 44 8404 2727 44 9985 5410 revistaventura@gmail.com
a número 1 A revista Ventura nasce com o objetivo de ser uma revista conceitual, que aborda diferentes temas com equilíbrio e compromisso com o bom jornalismo. Nascida em Guaíra, mas com a pretensão de representar também as cidades fronteiriças de histórica ligação, como Mundo Novo/MS, Salto Del Guairá/PY e Terra Roxa/PR, Ventura é o amadurecimento de antigas ideias de amigos, profissionais e sonhadores de todas as espécies. Não é fácil publicar uma revista em lugar nenhum, mas é ainda mais difícil no interior, especialmente em cidades que não possuem longa tradição no assunto. Por isso mesmo, talvez seja ainda mais saboroso para toda equipe finalmente ver impresso o nosso primeiro exemplar. Que o leitor possa desfrutar de nosso trabalho em nossa modesta primeira edição. E que outros encontros nos sejam reservados. Ventura espera por você e espera chegar até você, leitor, uma vez por mês. Sugestões, críticas e elogios (por que não?) serão sempre bem vindos! Um bom início de ano e até a próxima edição. Cristian Aguazo.
SUMÁRIO Entrevista................................................ 06
Paula Piana fala sobre sua ONG de animais de rua
Economia................................................ 16
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Hidrovia Paraná-Tietê: Será que sai do papel?
História................................................... 24 Sete Quedas: 30 anos de ausência
Cidades.................................................... 34 Conheça o drama de quem usa crack
Turismo................................................... 38 A beleza do pôr do sol guairense
Social....................................................... 42 Destaque das festas da região
Boas Histórias........................................ 46 Um casamento à moda antiga
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Educação................................................. 49 Prepare-se para a volta às aulas
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Personagem........................................... 53
A história de vida de uma pioneira
Carros...................................................... 59 Ferrari tem o IPVA mais alto do Paraná
Agricultura.............................................. 60
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Safra recorde no estado do Paraná
Gastronomia........................................... 63 Receitas práticas e saborosas
Comportamento..................................... 68 Incentivo à bebedeira nas músicas sertanejas
Variedades.............................................. 72 Dicas para o seu filho aproveitar o verão
Panóptico................................................ 76 Dicas de cinema, música e literatura
Saúde....................................................... 79
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Comece a correr já!
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do papel? Por qual razão o Brasil, país que possui a maior bacia hidrográfica do planeta, está praticamente na inércia quando se fala em hidrovia? Por que o rio Paraná, outrora navegado, não é valorizado em seu enorme potencial de escoamento? Essas e outras perguntas encontram inúmeras respostas e dezenas de projetos há décadas. Nos últimos anos, porém, o governo tem finalmente sinalizado positivamente para a exploração do ramal hidroviário. Será que agora vai? FEVEREIRO 2013
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Economia
As barcaças são típicas embarcações de carga das grandes hidrovias. Uma barcaça pode transportar a capacidade de carga de até 9 vagões de trem ou então 35 carretas.
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á mais ou menos 100 anos, o rio Paraná encontrava em Guaíra um porto importante, repleto de barcaças ancoradas e outras a caminho, todas elas recheadas de erva-mate. A erva que vinha do Mato Grosso do Sul chegava pela via fluvial até Guaíra, seguia de trem até Porto Mendes e, de lá, novamente de barco até a Argentina. Uma rota internacional de grande poderio econômico, diga-se de passagem.
desenvolveu de maneira do compatível com as dimensões continentais do Brasil devido ao fato de que as rodovias receberam todas as atenções do Estado referentes à infraestrutura, suporte industrial e investimentos”, afirma. “Mas isso está mudando e finalmente o governo está entendendo a importância das hidrovias dentro de nossa nova realidade”, completa.
As fotografias mostram ainda que o imponente navio Epitácio Pessoa trazia passageiros paulistas para conhecerem as Sete Quedas. A história nos revela também que o antigo aeroporto de Guaíra recebia visitas regulares de empresas aéreas como a extinta e outrora poderosa Vasp.
De fato, os governos estaduais e o governo federal estão investindo na criação de alternativas de transporte muito pouco exploradas, como hidrovia e ferrovia. Em 2008, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou que o projeto da Ferroeste que pretende ligar Maracaju (MS) até Paranaguá, via Guaíra - podendo conectar a produção que chega pelos trilhos à hidrovia Paraná-Tietê - estava nos planos do Governo Federal. Este projeto - que prevê, portanto, a construção de um porto intermodal em Guaíra -é realmente defendido pelos governos do Paraná e Mato Grosso do Sul, mas ainda está sendo analisado pelo Governo Federal. O que parece certo, porém, é a consolidação da hidrovia como ponto de investimentos, já que estas obras estão no PAC (Programa de Acelera-
Ferrovia, hidrovia, rodovia e aerovia. Difícil entender por quais razões décadas depois alguns destes modais foram simplesmente abandonados. Por que o imenso rio Paraná das grandes barragens não imitou o sucesso alcançado pelos rios Mississipi e Missouri, nos Estados Unidos, e Danúbio, Reno e Volga, na Europa? Para o engenheiro AntonioBadihChehin, superintendente da Ahrana (Administração da Hidrovia do Paraná), o que ocorreu foi um erro estratégico. “A hidrovia não se 18
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Paraná-Tietê
ção do Crescimento). A Hidrovia Paraná-Tietê é um trecho composto de 1.726 Km que perpassa dez barragens, 23 pontes, 19 estaleiros e 30 terminais de cargas. A principal carga transportada pela hidrovia Paraná-Tietê é de grãos (trigo e soja). Ela sai dos portos Hernandarias, no Paraguai, e Santa Helena, no Brasil, passa pelo lago de Itaipu, Guaíra, Porto Primavera, Jupiá e entra na foz do rio Tietê, de onde navega até a cidade de Pederneiras, em São Paulo. Deste município, segue por ferrovia para o próprio estado de São Paulo ou para exportação, via porto de Santos.
Modesto
Se por um lado existe um olhar mais condescendente dos governantes, é verdade também que os investimentos ainda são insuficientes. Quando o governo lançou o PAC em 2010, esperavam-se investimentos que batessem na casa dos 10 bilhões, mas o pacote contempla apenas 2 bilhões de reais. “Muito pouco para um país que se pretende potência. O Brasil tem uma grande deficiência no setor de infraestrutura de transportes e isso tem custado caro ao desenvolvimento nacional”, aponta Sebastião Cláudio Santana, empresário e membro da Adeop (Associação de Desenvolvimento do Oeste
do Paraná). Interesses por parte de grandes empresas já existe. A Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) pretende escoar 4 bilhões de litros de etanol pela hidrovia Tietê-Paraná até 2015, quando toda a frota de 20 comboios adquiridos pela companhia estiver em operação.
gam, porém, que os ajustes são necessários para o aperfeiçoamento da rota hidrográfica. Isto é, o calado - profundidade de água necessária para a embarcação flutuar – da hidrovia Paraná-Tietê na região do
Derrocamento
Apesar da hidrovia ser uma das prioridades, há entraves burocráticos que ainda não foram resolvidos pelo governo. Um deles é o derrocamento que está previsto para acontecer em Guaíra, motivo de muita polêmica na cidade, já que ele pode afetar as rochas das antigas Sete Quedas. Há ainda a questão do impacto ambiental em si, fato que já foi motivo de uma ação civil pública da Colônia de Pescadores Z-13. Em meados dos anos 90, o derrocamento das pedras no entorno da ponte Ayrton Senna, ainda em construção naquela época, causou danos ambientais de grande repercussão. “Com relação a esse último derrocamento, já ingressei, em nome da Colônia Z-13, com uma ação cívil pública. Obtivemos uma liminar assegurando à população a realização de audiências públicas. Consideramos um grande feito a liminar obtida, pois, na surdina, o licenciamento da obra já estava sendo relizado pelo Ibama, através do órgão em Brasília. Se não fosse a liminar concedida, a população, provavelmente, só tomaria conhecimento da obra após a sua aprovação ou com a sua execução”, afirma Aparecido da Silva Martins, advogado. Os defensores da intervenção ale-
Os custos para o estudo do impacto ambiental, realizados pela Universidade Federal do Paraná, foram de 960 mil reais, mas o Ministério Público Federal entrou na briga e colocou em xeque a legitimidade da ação. E foi assim que ainda em 2008 o MPF entrou com recursos contra a União. O órgão sustenta que a obra só pode ser feita mediante Estudo Prévio de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/ RIMA), visto que “a abertura de canais de navegação consiste em atividade presumida como potencialmente geradora de significativa degradação”. Para o MPF, o EIA/RIMA é “pressuposto essencial de efetividade do princípio da precaução, a fim de apurar e evitar efeitos indesejáveis”. A União, por sua vez, sustenta que o derrocamento será feito em quantidade inferior a 50 centímetros de rocha subaquática, como prevê o projeto executivo elaborado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Ou seja, trata-se de um derrocamento ínfimo e que respeita todas as medidas de proteção ambiental”, afirmou na época o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, no pedido ao STF.
município de Guaíra é de dois metros. Com as obras de derrocamento, deve passar para 2,8 metros, o que permitirá o aumento na capacidade de transporte das atuais 300.000 toneladas/ano para 6.000.000 toneladas/ano.
É esperar para ver. Será que os investimentos em infraestrutura finalmente contemplarão hidrovias e ferrovias numa região que tantas riquezas produz? Como isso será feito? Haverá impactos ambientais indesejáveis? Vale a pena arcar com os prováveis danos? Sim? Não? Talvez? Quem viver verá. Ou não. Por Cristian Aguazo. FEVEREIRO 2013
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Hist贸ria
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30 anos de silêncio
Três décadas não foram suficientes para arrefecer o sentimento de perda pelas formidáveis Sete Quedas, ainda hoje muito vivas na memória dos guairenses
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História pelas silenciosas águas do artificial e recém-formado Lago de Itaipu. Era a “vitória” da engenharia humana sobre as milenares rochas basálticas esculpidas paulatinamente ao longo das eras. “Foi um dos dias mais tristes na vida de qualquer guairense”, conta o compositor Edson Galvão Dias, que em suas canções menciona as belezas regionais e a tristeza pela perda das quedas. “Teve gente que duvidava que uma barragem lá em Foz fosse capaz de encobrir Sete Quedas. Havia ainda a esperança de um erro de cálculo, ou de uma providência divina”, relembra.
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aior catarata em volume d’água do mundo. Paraíso natural que remonta há aproximadamente 100 milhões de anos. Patrimônio nacional. Patrimônio da humanidade. Todas estas afirmações fariam mais sentido se estivéssemos no passado. Há 30 anos o mundo não conta mais com as Sete Quedas, as “Cataratas do Rio Paraná”, submersas para acionar a hidrelétrica de Itaipu, em 1982. Embora haja um silenciamento por parte da historiografia oficial no que se refere à dimensão do crime ambiental perpetrado, em Guaíra ninguém o esquece. Mesmo as gerações mais novas, que não tiveram a oportunidade de conhecer Sete Quedas, são dotadas de um profundo sentimento de culto às já lendárias histórias que as envolvem. E essa nostalgia quase sempre vem acompanhada de indignação. Para os guairenses, ainda é muito forte a impressão de que a perda das cataratas foi um duro golpe, cujas consequências são sentidas até hoje. “Mais que o potencial de exploração econômica, os guairenses reclamam de uma perda de identidade. Isso
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é muito perceptível. Guaíra ainda hoje parece não ter se encontrado”, afirma Sigrid Andersen, ex-moradora que recentemente defendeu sua tese de doutorado sobre a formação do pensamento geopolítico no Brasil e seu impacto nos ecossistemas da Bacia do Prata.
Energia Os estudos para a exploração do potencial energético do rio Paraná são antigos. Vários governos encomendaram pesquisas com o intuito de aproveitar essa capacidade. Coube ao governo militar, entretanto, levar o projeto à prática. Em parceria com o Paraguai, o Brasil resolveu construir, ainda nos anos 60, a maior hidrelétrica do mundo. O acordo, selado em 1973, foi um ato político que atendia aos interesses geopolíticos do Brasil contra a Argentina e beneficiava (ainda que isso seja discutível) o Paraguai. As obras iniciaram efetivamente em 1975 e terminaram sete anos depois. E foi assim que no dia 13 de outubro de 1982 as comportas da megausina foram fechadas e em apenas 14 dias, em 27 de outubro, o Parque Nacional de Sete Quedas foi completamente engolido
A inundação das Sete Quedas durou apenas 14 dias, pois ocorreu em uma época de cheia do rio Paraná, quando todas as usinas hidrelétricas acima de Itaipu abriram suas comportas, contribuindo com o rápido enchimento do lago. Assim, em 27 de outubro de 1982 o lago estava formado e as quedas, submersas. Nos dias seguintes ao alagamento, apenas as copas das árvores mais altas ficaram acima do nível do rio.
Projetos alternativos Antes do desaparecimento de Sete Quedas, o cineasta e ambientalista teuto-brasileiro Frederico Fullgraff veio a Guaíra por ocasião do Quarup – Adeus Sete Quedas, evento realizado em protesto à construção da usina. Na oportunidade, ele gravou um curta-metragem que registra o evento e as monumentais cachoeiras. Frederico revelou posteriormente que se que encontrou na época com o engenheiro Paulo Marcondes Ferraz, de quem acabou colhendo um memorável depoimento, em que o engenheiro comenta sobre o seu projeto da “Hidrelétrica das Sete Quedas”, encomendado pelo governo João Goulart, mas engavetado pela pressão do lobby das mega-hidrelétricas. Marcondes Ferraz atestou diante das câmaras a viabilidade técnica de sua hidrelétrica, que seria construída em cascata e por etapas, inundando menos de um décimo da área submergida por Itaipu, preservando dessa maneira as milenares Sete Quedas. Mais do que isso, o que a velha Eclair 16 milímetros captou em Quarup foram ruínas da lendá-
ria Ciudad Real del Guahyrá e cenários da triste Guaíra nos anos 80. Segundo Fullgraf, na sessão de estreia, “mais de 500 pessoas no Centro de Criatividade de Curitiba se emocionaram, endereçaram palavrões à Itaipu e produziram uma infindável ovação”.
Justiça A convicção de que Guaíra não foi devidamente recompensada pela perda de seu principal atrativo turístico pode ser conferida nas ruas. Itaipu continua tendo uma rejeição muito grande entre a população, que considera os royalties pagos pela usina insuficientes. É compreensível: a hidrelétrica paga a compensação de acordo com a proporção de áreas alagadas. Assim, Foz do Iguaçu e Itaipulândia, por exemplo, recebem três vezes mais que Guaíra. “A imagem de Itaipu é muito positiva na maioria dos municípios lindeiros ao lago, menos aqui. Há ainda hoje no município uma rejeição muito grande à usina, apesar dos investimentos ambientais, das parcerias com o poder público. Todos os nossos vizinhos, no entanto, compreendem a revolta guairense
porque sabem que quem mais perdeu, sem dúvida nenhuma, foi a nossa cidade”, explica Aparecido da Silva Martins, advogado que defende a Colônia de Pescadores Z-13 e que já processou a hidrelétrica por crime ambiental. Recentemente, o município de Salto Del Guairá reivindicou um ressarcimento pela perda das quedas. O governo do então presidente Fernando Lugo acatou o pedido e sancionou a lei nº 4.597, promulgada no dia 02 de maio deste ano. A lei sancionada pelo governo paraguaio determina o pagamento ao município de cotas trimestrais durante o período de três anos. Estima-se que, com isso, a prefeitura do município paraguaio receba um montante de US$ 10 milhões a mais no seu orçamento a cada ano. “Nossos contatos políticos sabem que estamos empunhando essa bandeira novamente. Acho que como forma compensatória merecemos um hospital e uma universidade pública”, comenta Manoel Kuba, exprefeito. O Tratado de Itaipu prevê que o repasse expire em 2023, embora exisFEVEREIRO 2013
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História ta mobilização dos municípios e da própria direção da Itaipu em manter o acordo. “Nós nos sacrificamos muito pela nação e até hoje não fomos recompensados. Pretendemos rever isso, com certeza. Se não agora pelo menos em 2023, quando existe a possibilidade de corte ou diminuição dos repasses, embora a própria diretoria da entidade entenda que os royalties são fundamentais para a região. Independentemente disso, merecemos ser recompensados pelo fim de nosso maior atrativo”, afirma o prefeito eleito Fabian Vendruscolo, do PT.
Apoio?
A população de Guaíra espera há 30 anos por uma revisão por parte do governo federal. O momento pode ser considerado bom, pois a atual diretoria da usina binacional conhece bem o drama vivido em 82. O diretor-geral Jorge Samek e o diretor de coordenação Nelton Miguel Friedrich (que representou a instituição no evento ambiental Rio + 20) participaram ativamente do Quarup – Adeus Sete Quedas, o evento de protesto que reuniu milhares de pessoas de várias partes do país. “Que venha agora 30 anos mais tarde, ou mesmo depois de 2023. Não importa. A justiça precisa ser feita, ainda que tardiamente. É certo que as Sete Quedas possuem valor inestimável e que as perdas tenham sido
de ordem moral e identitária, muito além da financeira, mas alguma vantagem a cidade merece. O governo tem revisto vários posicionamentos. Instituiu, por exemplo, a Comissão da Verdade para apurar as violações aos direitos humanos no regime de exceção, então bem que ele poderia rever também este que talvez tenha sido o maior crime ambiental da história do Brasil. As pessoas que estão no poder agora eram críticas em relação à postura do governo da época e se lembram muito bem das injustiças pelas quais o município passou”, aponta Melinda Salomão, pesquisadora.
Turismo e memória
Além da indenização, os guairenses se ressentem por não existir um memorial que possa fazer jus ao que representa Sete Quedas. “As gerações mais novas não conhecem Sete Quedas, infelizmente. Estudamos Nagasaki, Hiroshima, Chico Mendes e deveríamos estudar Sete Quedas também. Isso deveria ser assunto obrigatório nos bancos escolares. Em Guaíra não há sequer um memorial para expor o que perdemos. Um museu com fotos, vídeos, enfim, equipado com a atual tecnologia, seria bem interessante. O Museu do Homem Americano, que fica no Piauí, é uma boa referência neste sentido. É o mínimo que Itaipu deveria fazer por Guaíra. Acho perfeitamente viável, porque não há dúvidas de que o tema até hoje interessa a muitos turistas. E creio que surpreenderia os que nunca ouviram falar. Tenho certeza que com as gravações da época, daria para exibirmos não só as imagens, mas também o som e a fúria das águas do rio Paraná de uma época dourada”, conclui Jéssica de Lima da Silva, 23 anos, mestranda em história pela Unioeste. Por Cristian Aguazo.
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Uma epidemia chamada Crack Conheça a história de quem vive o drama da dependência em Guaíra
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venida Martin Luther King, acesso ao Jardim Guaíra e à Vila Eletrosul. Homens e mulheres maltrapilhos consomem crack e transitam angustiadamente na região que está ficando conhecida vulgarmente como cracolândia. Fissurados pela droga derivada da cocaína, os dependentes se multiplicam desde que a substância foi propagada na cidade, no início da década passada. O crack, que geralmente martiriza pessoas de baixa renda, também atinge famílias de classe média. É o caso da vendedora de roupas Margaret, que há 20 anos enfrenta problemas na família relacionados ao uso de substâncias químicas. Sua filha caçula, Ana, começou a usar cocaína com o pai (que morreu recentemente de overdose), aos 16 anos. Depois de conhecer o crack, a vida de Ana, hoje com 31, se transformou num grande pesadelo. Ana, no entanto, está há seis meses lon-
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ge do vício, enquanto Camila, sua irmã, de 33, há três anos começou a frequentar o submundo dos narcóticos. “Minha filha Ana ficou muito abalada com o ingresso de Camila no mundo das drogas. Hoje, eu e minha filha mais nova, que tanto me deu problemas, estamos tentando salvar a vida de Camila”, revela Margaret, aos prantos.
Camila tem dois filhos. Um menino de três anos que mora com a avó, e um adolescente, preso por furto. “Não tem nem meia hora que fumei a última pedra, estou aqui conversando sobre mim e sobre meus filhos, mas queria mesmo é estar na rua fumando outra”, revela. A mãe a observa com tristeza. “É difícil ver uma filha nessa situação”, desabafa.
Camila ainda não sabe, mas a mãe e a irmã estão providenciando a sua internação, mesmo que involuntária. “Não podemos ser omissas, temos que pensar no futuro dela e de seus filhos”, comenta Ana.
Degradação
cia era uma menina evangélica, que encantava o seu ministério cantando aos domingos. “Minha mãe e minhas irmãs são evangélicas, eu era evangélica também e ninguém estava aceitando o meu namoro. Aí para sair desta situação eu fugi com ele, engravidei e não pude mais voltar para casa. Logo depois eu engravidei de novo e meu marido foi preso. Fiquei jogada no mundo e então comecei a usar crack”, afirma.
O relato de um ex-usuário de crack ilustra bem como é a degradação pela qual boa parte dos dependentes passa. “Eu vivia na rua como um cachorro, nem minha mãe me queria dentro de casa. Vendi vários móveis da minha própria residência para comprar a droga, depois passei a furtar cadeiras, varais, bicicletas. Nunca havia pensado em roubar, tinha orgulho de valores como honestidade e dignidade, já frequentei igrejas e nunca, antes de entrar na droga, alguém diria que eu iria me transformar daquele jeito. Emagreci, perdi o interesse pela vida, só queria mesmo era me dedicar ao vício em tempo integral. Cheguei a me prostituir com outros homens para conseguir uma pedrinha”, conta, envergonhado, Jeferson.
E foi assim que o mundo desmoronou para a jovem cantora gospel. Há quatro anos usando drogas, a garota que um dia sonhou fazer a faculdade de direito hoje tem poucas esperanças. “Ás vezes eu penso que não tenho por que parar. Minha mãe cuida dos meus filhos e eu já perdi tudo mesmo. Só que eu adoraria poder ter uma vida normal, voltar a cantar, soltar o vozeirão. Mas ser evangélica assim não dá. Eu não poderia voltar para a minha igreja por causa da doutrina”, explica.
Do céu ao inferno
Cura
O depoimento contundente de Jeferson não é o único e está longe de ser a exceção. Patrícia dos Santos da Silva conhece bem as agruras do vício. Magra, abatida, ela é um retrato muito comum na periferia de Guaíra. “Enquanto você está sob o efeito da droga, está tudo bem. Depois que a droga acaba é que vem o peso. O peso da consciência. Muitas vezes eu tenho que me prostituir, roubar, mentir para as pessoas, pedir esmolas para os outros. Cheguei ao ponto de me vender por cinco reais para fumar uma pedra”, expõe. A jovem de 19 anos foi vítima da inconsequência típica da adolescência – incompreendida pela educação rigorosa dos pais. Aos 14 anos, Patrícia começou a namorar o vizinho. O pai não gostou da história e resolveu lhe dar uma surra. Até então, Patrí-
ocupar integralmente, parar de fumar e de beber. E assim vai ter que ser pelo resto da minha vida”, conclui Jeferson, esperançoso. Enquanto vê a vida passar sem nenhuma perspectiva, Patrícia segue com sua rotina de alimentar o vício, mas faz um apelo: “Eu toparia fazer um tratamento. Minha mãe até tentou conseguir, mas as clínicas que trabalhavam com o SUS já não trabalham mais, então é só pago. Se alguém puder me ajudar, arrumar uma vaga numa clínica ou algum lugar, eu agradeço”, diz. Por ora, Camila, Patrícia e outros usuários seguem circulando pelas ruas, expondo uma triste realidade que está arruinando o destino de milhares de seres humanos. Por Cristian Aguazo e Celso Fonseca.
A cura é possível, como demostram vários relatos de ex-viciados publicados nos veículos de comunicação. Segundo o grupo de narcóticos anônimos, é preciso, contudo, que haja controle a vida inteira. “Quem está nesse mundo não percebe que está doente. Parece que a pessoa vive sempre anestesiada. A internação é torturante, entrei e saí mais de cinco vezes até resolver parar de vez. Você só pensa na droga, treme, tem ataques de ansiedade, ataques de pânico e raiva. Hoje parece que estou conseguindo. Para isso, tive que sair da cidade, evitar amigos, me FEVEREIRO 2013
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Foto: Marcos Albuquerque
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Somente o Sol No verão ou no inverno, o espetáculo de cores promovido pelo astro-rei é um dos atrativos do céu de Guaíra
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Turismo
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final de tarde é romântico em Guaíra, levando turistas e nativos à beira do rio para contemplar a clássica cena de assistir ao pôr do sol. Isso porque “a cidade oferece” simplesmente um pôr do sol cinematográfico. Quem já foi ao Centro Náutico, ou esteve em alguma ilha, sabe bem o espetáculo que é admirar o fim da tarde na orla do rio Paraná. As imagens possuem tanto apelo que o pôr do sol no rio Paraná entrou para a iconografia oficial do estado. “O finalzinho de tarde de Guaíra, principalmente visto das Marinas, é hipnotizante. Gosto de apreciar sempre que posso, faz pensar em tudo, ajusta as ideias, revigora. A única frase que passa pela minha cabeça quando estou vendo o nascer ou o pôrdo- sol nas (Centro Náutico) Marinas é: ‘e ainda tem gente que duvida que Deus existe’. É o mais lindo pôr do sol que já vi na vida”, relata Mirele Cetto Leite, guairense, 25 anos. 40
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Por mais clichê que possa parecer, a cena deve ter algum diferencial, porque todos os que observam o sair do sol em Guaíra o elegem como uma das cenas mais marcantes. “Sempre que posso venho visitar parentes aqui. Faço questão de prestigiar esse lindo pôr do sol. Guaíra foi abençoada pela natureza”, confirma a goiana Paula do Carmo.
De dentro do barco Observar o astro-rei indo embora de dentro de um barco garante uma emoção ainda maior. É o que defende João Ricardo Mendes Gonçalves, que desde criança pesca nas exuberantes águas do Paranazão. “Cansei de voltar de uma boa pescaria quando o sol está se pondo. Poucas coisas são tão bonitas”, aponta.
De uma ilha A composição natureza, rio, luzes não pode ser mais perfeita se você estiver numa ilha. No rio Paraná existem várias e muitas delas garan-
tem uma inesquecível visão. “É um momento especial, que podemos celebrar como único”, opina Frei Pacífico artista plástico e ambientalista que reflorestou e mantém preservada a Ilha São Francisco, nas proximidades do Parque Nacional de Ilha Grande.
O pontal Mas o destino preferido dos guairenses quando o assunto é pôr do sol é, sem dúvida, o “pontal”, espécie de braço que se estende pelo rio via Centro Náutico. O ponto garante uma visibilidade ímpar, fazendo o céu multicolorido se refletir em um espelho d’água. “Quem desce até a superfície da água, em meio às pedras, tem a sensação de receber os últimos raios de luz que tocam a água. Você fica de frente com o astro, perto da água, até que o sol desapareça no horizonte. É mágico”, descreve a universitária Natália de Lima da Silva. Por Cristian Aguazo.
Nenhum guairense precisa sair de férias para desfrutar de um belo pôr do sol. Ao final da tarde, seja no rio, na estrada ou da varanda de casa, todos conseguirão apreciar o sol a pôr-se, as cores em tons alaranjados ou lilases a desenharem-se no céu... Mas para quem planeja tirar uns dias de descanso, há alguns pores-do-sol que sobem à categoria de melhores do mundo. O site português de reservas hotéis.com fez uma seleção que reproduziremos aqui:
Santorini, Grécia A luz intensa do Mar Egeu é famosa por produzir pores-do-sol intensos. A aldeia de Thira, na ilha de Santorini, é um local de paragem obrigatória, porque ali existem vistas desobstruídas do pôr do sol e com vários pontos de vista. Seja durante um piquenique, ou a partir de um iate, o pôr do sol está lá para ser apreciado. Para a estadia, tem ali ao lado o Mill Houses, de 4 estrelas.
Ipanema, Rio de Janeiro, Brasil Este é um dos melhores sítios para ver o sol desaparecer. A areia branca da praia de Ipanema e a água cristalina estendem-se por mais de 2 km. Ali, todos os domingos a estrada ao longo da praia está encerrada ao trânsito para que os turistas e habitantes possam desfrutar do sol a afundar-se lentamente por trás das duas montanhas do Morro Dois Irmãos. O Sheraton Rio Hotel & Resort, em Ipanema, é o hotel sugerido para uns dias de descanso.
Grand Canyon, Estados Unidos Esta é uma das maravilhas naturais do mundo, com um pôr do sol imperdível sobre o Grand Canyon. Para a estadia, pode optar pelo The Grand Hotel, de 4 estrelas.
Cable Beach, Austrália O pôr do sol em Broome, no Oeste da Austrália, é um dos símbolos deste país. Existem vários locais a partir dos quais os viajantes podem optar por desfrutar das sombras de vermelho que iluminam o céu ao pôr do sol, segundo o hotéis.com. E não há nada como passear num camelo ao longo da praia à medida que o sol se põe. Ou então embarcar num iate ou catamarã e fazer amizade com golfinhos. Como local para alojamento, experimente o Oaks Broome.
Serengeti, Tanzânia No Parque Nacional Serengeti, o céu enche-se de tons de vermelho, laranja, amarelo e roxo quando o sol se põe. A isto acrescente-se um cenário incrível, com manadas de elefantes e girafas a regressarem a casa. O Serengeti Safari Lodge está mesmo ali para a estadia.
Taj Mahal, Índia Construído pelo 5º Imperador Moghal como mausoléu para sua amada esposa, a experiência do pôr do sol no Taj Mahal atrai milhares de românticos. Se está apaixonado, não hesite e reserve quarto por exemplo no Taj Palace Hotel, de 5 estrelas.
Hammerfest, Noruega Para uma experiência de pôr do sol diferente, há que visitar Hammerfest. O Midnight Sun é um fenômeno natural que ocorre nos meses de Verão da Europa, fazendo com que o sol permaneça visível por quase 24 horas seguidas. O Rica Hotel é a sugestão.
Salar de Uyuni, Bolívia Atrai turistas e fotógrafos de todos os países devido ao reflexo do sol sobre o forte branco das salinas. Para alojamento, as Suites Camino Real, em La Paz, são uma opção.
Matterhorn, Suíça A montanha Matterhorn é a imagem icônica dos Alpes suíços. Está ali mesmo na fronteira entre a Suíça e a Itália. A distinta forma da montanha em pirâmide cria uma silhueta impressionante quando o sol se põe. Como estadia, o hotéis.com sugere o Hotel Daniela, de 4 estrelas.
Baía Jimbaran, Bali (Indonésia) É o lugar perfeito para desfrutar o pôr do sol sobre o oceano. O Rama Beach Resort & Villas é um hotel onde pode fazê-lo. FEVEREIRO 2013
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Social Aniversรกrio Luciano Icassati
Casamento Fernando e Carla
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Trash the Dress Carlos e Cรกssia
Aniversรกrio de 15 anos Lizandra
Ensaio Tiago
Sua festa bombou? Seu casamento foi lindo? Viajou para algum lugar super bacana? Mande para nรณs e torรงa para ser selecionado para nossa coluna social! revistaventura@gmail.com Fotografias cortesia de
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Boas Histórias
Para quem tem fé no amor e amor na fé
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izem que todas as histórias de amor – e de vida – merecem um livro. Também não é novidade que todas elas são de certa forma iguais. Mudam os personagens, um pouco o enredo, mas nunca a essência. Contudo, há doses de originalidade em cada uma dessas histórias. Em dezembro, após vinte e oito anos de um sólido casamento civil, Humberto José Pedra González e Maria Luíza Frutos protagonizaram uma cerimônia religiosa digna de nota. Seria mais um enlace matrimonial comum não fossem o figurino, o local e data escolhidos. A Vila Velha é o bairro mais antigo e charmoso do município. O centro histórico municipal abriga também uma tradicionalíssima colônia paraguaia, base da mão de obra da Companhia Matte Laranjeira, colonizadora de Guaíra. E foi respeitando essa tradição que o casal resolveu celebrar o matrimônio, no dia 08 de dezembro, dia de Nossa Senhora de Caacupê, padroeira do Paraguai. Na Vila Velha, a data é motivo de festa desde os anos 40. Na verdade, a festa começa no dia 07, quando uma procissão leva os devotos até a capela construída no terreno de Lucila Suarez
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Arguello, organizadora do evento desde que sua mãe faleceu, nos anos 60. Depois das obrigações religiosas, harpas e violões dão o tom da celebração, que avança pela madrugada. Apesar do espírito festivo dos descendentes de paraguaios, a manhã do dia 08 começa com a tradicional missa em louvor à Virgem. E foi justamente nessa missa que Pedra e Maria Luíza se casaram. Com trajes típicos, as damas de honra e o casal se apresentaram ao padre com uma estampada alegria matinal. Vinte e oito anos depois e com duas filhas maiores de idade, o casal fez
bonito e se deu ao luxo de quebrar o protocolo ensaiando passos de dança reconhecidos à distância por qualquer hermano que se preza. O estilo de Pedra e Maria Luíza não passou despercebido e arrancou sorrisos até do padre, compenetrado em sua liturgia. No final, até mesmo o novo cônsul do Paraguai em Guaíra fez questão de cumprimentar os experientes pombinhos. Também não faltaram filas para fotografia, já que convinha eternizar o momento. Todas as histórias de amor são eternas. Por Cristian Aguazo.
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Educação
É tempo de estudar!
Pais precisam ter atenção tanto com os preços na volta às aulas, quanto com o ingresso do filho no mundo escolar
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volta às aulas é sempre motivo de muita apreensão por parte das crianças e dos pais. Mas e o que dizer sobre o sentimento de quem está ingressando? Décadas atrás, as crianças entravam mais tarde na escola, aos seis ou sete anos, e a separação entre a mãe e a criança era feita de forma mais lenta. “Hoje em dia, tudo acontece de forma muito mais rápida. Os pais até se sentem culpados por não poder passar mais tempo com os filhos”, comenta Sônia Keterer, diretora de Educação do município. O primeiro passo para a família ficar mais segura é escolher bem a escola. A diretora sugere que os pais façam uma escolha consciente: “É preciso que os pais acreditem na proposta pedagógica e nos profissionais da escola”, afirma. Além de se sentirem bem atendidos e acolhidos, os pais precisam concordar com a proposta pedagógica
e as regras da instituição. “A criança percebe se o pai critica a escola o tempo todo”, avisa. Depois de escolhida a escola, vem um período de adaptação, tanto para as crianças quanto para os pais. Nos primeiros dias do bebê na creche, muitas escolas particulares pedem que os pais ou outro adulto de referência permaneçam na instituição. É preciso, porém, que os pais evitem uma interferência inapropriada. Os professores estudaram para exercer a profissão e a superproteção pode ser negativa. Por isso, os especialistas recomendam que a parceria seja incrementada com muita conversa. Pais precisam ouvir a escola e vice-versa.
Material escolar
Todo ano é a mesma história: as papelarias e livrarias ficam lotadas de pais em busca de material escolar. Nesse período, os preços dos materiais escolares sobem conside-
ravelmente se comparados a outras épocas do ano. Com isso, o gasto que se tem com os materiais pode comprometer o orçamento familiar. Confira algumas dicas para escapar dessa armadilha: 1º - Antes de sair às compras, verifique os materiais do ano ou semestre anterior para saber o que você pode reaproveitar. 2º - Compre apenas os materiais mais básicos, deixe para o período pós-volta às aulas para comprar os demais materiais, pois os preços tendem a cair. 3º - É sempre melhor pesquisar antes de comprar, pois os materiais escolares sofrem variação de preço de uma papelaria, ou livraria, para outra. 4º - Pesquise também as marcas, pois uma marca menos conhecida pode oferecer materiais tão bons quanto os de marca famosa. 5º - Evite levar seu filho para comprar os materiais, pois ele provavelmente vai optar por produtos da “moda”. 6º - Fique alerta com a compra no cartão de crédito e no cheque especial. Por Cristian Aguazo.
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Coluna
Bom senso é bom e todos nós gostamos
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astimável! Eu poderia ter começado este texto de uma forma mais agradável, todavia, a apreensão sobre o tema deixa qualquer guairense indignado. Vamos ao caso: alguns meses atrás, recebi uma nobre visita no meu gabinete (aqueles que ainda não me conhecem, sou advogado atuante na cidade de Guaíra): o senhor Antonio Augusto Sobrinho, mais conhecido como Frei Pacífico. Com ele, um mandado judicial intimando-o para participar de audiência no Fórum da Justiça Federal, ao qual tem como assunto uma denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, alegando, em resumo, crime ambiental (crime previsto no artigo 40, §2°, da Lei n°. 9.605/98). Segundo a proemial acusatória oferecida pelo parquet, foram realizadas construções irregulares na Ilha João Costa (atualmente batizada de Ilha São Francisco), localizado no lote 459, coordenadas 788358-177942/73418777341148, no município de Terra Roxa/PR, com finalidade de uso constante – a denúncia esta embasada em um laudo realizado por peritos da Polícia Federal - Veja só, está sendo imputado crime ambiental a uma pessoa que dedicou sua vida para defender o meio ambiente. Todo guairense que estuda sobre a cidade conhece a obra deste ilustre amante da natureza e tem conhecimento de que os benefícios realizados no meio ambiente são bem maiores que os malefícios. Isso porque Frei Pacífico adquiriu a ilha no ano de 1995, com o intuito de promover o reflorestamento da área, que encontrava-se totalmente degradada. Ao longo destes 17 anos em que está na ilha, foram plantadas mais de 20 mil mudas, nas quais, boa parte, doadas pelo Ibama e Prefeitura Municipal de Guaíra. A ilha que era coberta de capim, hoje é a única totalmente reflorestada do Parque Nacional Ilha Grande e um exemplo de meio ambiente preservado. Após ler a denúncia, claro, como qualquer guairense, me senti indignado. Diante dos longos anos de
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AlessandroAndrade andrade_andrade.alessandro@ yahoo.com.br
amizade com a família, e sensibilizado com a causa, patrocinei a defesa sem receber honorários. Não que eu queira me vangloriar por isso, até porque defender inocente nem precisa de tantos esforços e há muitas pessoas competentes que teriam feito o mesmo. Apenas queria impressionar o r. Juízo Federal do equívoco ofertado. Após receber um vasto material de apoio do Frei, nada mais justo do que dedicação ao caso (quando digo justo quero dizer buscar a justiça, que no caso nada mais é do que a absolvição). Em síntese, postulei a reconsideração do despacho de recebimento da denúncia ou subsidiariamente a absolvição sumária por força do artigo 397 do Código de Processo Penal, aduzindo que não houve dolo na conduta do denunciado, requisito exigido para configuração do ilícito consubstanciado no artigo 40, § 2°, da Lei 9.605/98. Também sustentei que não há justa causa para o processamento da presente demanda, e, ainda, que o caso pode ser classificado como erro de proibição, excludente de culpabilidade prevista no artigo 21 do Código Penal. Asseverei que a denúncia deve ser considerada inepta por não delimitar exatamente a conduta criminosa no tempo. Por fim, aleguei que não houve dano efetivo ao bem jurídico protegido pelo tipo penal do artigo supramencionado, podendo ser aplicado o princípio da insignificância ao caso, sendo a conduta materialmente atípica. Apesar dos termos técnicos apresentados, posso resumir que apenas aleguei que o reflorestamento da área ajudou na regeneração do meio ambiente degradado. Das teses apresentadas, o r. Juízo acolheu duas e absolveu sumariamente Frei Pacífico pela ausência de dolo na conduta, bem como por aplicação do Princípio da Insignificância. Sem entrar em qualquer tipo de crítica, convenhamos, a absolvição neste caso é o óbvio. Bom senso é bom e todos nós gostamos.. Alessandro Andrade é Advogado.
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Boas Histórias
História de fé
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uem é guairense de longa data sabe que Lucila Suarez Arguello dispensa apresentação. Senhora de uma fé inabalável e uma personalidade encantadora, Lucila é daquelas pessoas raras, que marcou gerações. É ela a principal divulgadora da emblemática festa da Virgem de Caacupê, simplesmente o mais tradicional evento festivo do município. A história é a mesma todos os anos: reunir devotos, colaboradores, preparar o santuário, orar, celebrar, compartilhar. Aliás, é este o principal objetivo, no final das contas. E foi sua falecida mãe quem ensinou. “Minha mãe fez uma promessa que cumpriu por toda a sua vida: dar de comer a quem precisa no dia 08 em nome da Virgem e de Deus. Tem muita gente que não tem o que comer”, observa, com tristeza nos olhos. Encontrá-la é fácil: em sua casa
funciona também um comércio de comidas típicas paraguaias. Aos 93 anos, Dona Lucila recebe todos os dias os clientes interessados em provar uma saborosa chipa com cocido (chá típico do Paraguai). O sotaque castelhano, sempre usado em tom generoso, recebe a todos sem distinção. “Senta, filho, fique à vontade. Não quer comer, tem que comer. Tem chá”. Sua alegria está em ver a casa sempre cheia, especialmente na data mais importante do ano para ela, o dia 08 de dezembro, dia da padroeira do Paraguai. Enquanto a data não chega, Lucila segue com sua rotina de paz e serenidade. Há muitos adjetivos para descrever sua persona. Dona Lucila é a síntese de uma fé que fala português, espanhol e guarani, não raramente tudo misturado. A fé não tem fronteiras. Nem idade. E, muitas vezes, nem palavras.
Sobre a Virgem de Caacupê Caacupé é uma palavra guarani que significa ‘detrás dos montes’ e é nome da bela cidade da Cordilheira dos Altos, no Paraguai. Situada a cinquenta e três quilômetros da capital Assunção, possui uma das mais lindas paisagens do país e é considerada a Capital Espiritual da República, porque na sua Basílica se venera a Virgem de Caacupê, padroeira da nação. Segundo a tradição a cidade nasceu em torno desta devoção mariana. Consta que em 1600 um índio convertido pelos franciscanos, exímio escultor, vivia numa pequena aldeia próxima do povoado de Tabotí. Certo dia ele andava pelas montanhas quando foi capturado pelos temidos índios Mbayes, uma tribo ainda pagã. Mas conseguiu escapar e escondeu-se atrás de um gigantesco tronco.
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Coluna
Como anda a educação ?
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educação no Brasil passa por uma crise sem precedentes. Não que em algum momento de nossa história tenha sido algo exemplar ou que não houvéssemos tido problemas.
A Unesco, em relatório atual, indica que os índices de repetência e abandono escolar no Brasil são altíssimos, o que mostra claramente o problema que o país vem enfrentando no que tange à educação. Segundo o Relatório de Monitoramento de Educação para Todos de 2010, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a qualidade da educação no Brasil é baixa, principalmente no ensino básico. Muitos alunos não conseguem ler uma frase inteira nem a explicar quando chega ao ensino fundamental II (6º ao 9º ano), o número de analfabetos funcionais é alarmante e os que não dominam a leitura e a escrita crescem nos últimos anos, o que não deveria estar acontecendo, visto que a escola é gratuita e que por lei todos em idade escolar têm direito à educação no país. Diante deste quadro, o mais comum é que os culpados sejam os professores. Os problemas sempre existiram, mas como “ensinar” a quem não quer aprender? Como vencer o uso de tecnologias? – não que elas sejam ruins. O uso errado delas mais atrapalha o processo ensino aprendizagem que ajuda. Temos alunos com celular conectados à internet em sala de aula que passam mais da metade da aula tentando esconder o aparelho e a outra metade tentando usá-lo. O problema não é o celular, o problema reside no fato que o uso destes aparelhos eletrônicos tira a atenção dos alunos, os aliena e prejudica a aprendizagem. Vivemos num mundo digital, tudo é instantâneo; notícias, acontecimentos, conteúdos, tudo se encontra a um toque, uma simples pesquisa no google ou em outro site de pesquisas pode dar ao aluno o que ele procura, o que faz com que a figura do 54
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MariaHelena
professor seja vista como algo descartável, ultrapassada. As aulas show, aquelas que “motivam” os alunos (próprias de cursinhos), não são viáveis a profissionais que tem uma carga horária extenuante, a maioria com um mínimo de 40 horas/aula – fora as inúmeras provas e atividades que levam para casa pra corrigir, aulas pra preparar, etc. – o que precisamos ter claro também não é o que se espera da escola, que tem por objetivo ser um local de ensino. O que a escola e profissionais da educação desejam são alunos engajados, que queiram aprender, famílias preocupadas com a educação dos filhos e não pais que aparecem na escola sem nem aos menos saberem a turma que o filho estuda, ou que o fazem quando o filho tem muita falta e o bolsa-escola é cortado; não é isso que nós, educadores, desejamos. Talvez nossos desejos pareçam utópicos, mas queremos alunos que não arregalem os olhos diante da constatação de que o livro que precisam ler tem mais de cem páginas. Que consigam explicar o texto que acabaram de ler. Que valorizem a aprendizagem como uma forma de crescimento pessoal e futuro e que desejem aprender. É óbvio que existem alunos que nos dão a chance de exercemos nossa profissão, mas atualmente, são raros. Com a popularização da internet, os estudantes usam o control “c” mais control “v” sem nem ao menos lerem o que estão pesquisando, diferente de gerações anteriores que precisavam se debruçar sobre pilhas de livros em bibliotecas para concluírem uma simples pesquisa escolar. A internet está tão presente na vida de todos quanto os programas de televisão que ditam moda e que ajudam no processo de deseducação. Maria Helena Barbosa é professora de história, sociologia e filosofia na rede pública e na escola privada.
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Carros
IPVA mais alto do Paraná em 2013 fica com Ferrari FF, de R$ 2,32 mi
Este é o segundo ano em que uma Ferrari tem o maior IPVA no estado. Valor de R$ 58 mil é quase a metade do que é cobrado em São Paulo.
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elo segundo ano seguido, um modelo da Ferrari vai ter o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) mais caro do Paraná. Quem possuir uma Ferrari FF, ano 2012, precisa desembolsar R$ 58 mil para regularizar a documentação do veículo. O valor venal do carro, conforme o Detran do Paraná, é de R$ 2,32 milhões. O valor do IPVA da Ferarri FF, no Paraná, é quase a metade do registrado em São Paulo, onde o imposto sobre o carro sairia por R$ 99,8 mil. Se o dono do veículo com placa do Paraná optar por pagar à vista, terá direito a 5% de desconto, reduzindo
o valor para cerca de R$ 55 mil.
50,05.
Em 2012, o posto de maior IPVA do estado ficou com o modelo 599 da Ferrari, ano 2011. Com valor venal à época de R$ 2,5 milhões, o modelo gerava imposto de R$ 62,5 mil.
IPVA mais barato
Na outra ponta da tabela, o menor IPVA pago no Paraná será para os donos da moto Yamaha FY, ano 2007. O valor a ser pago em 2013 é de R$ 50,12, para a moto, cujo valor venal é de R$ 2.005. No Paraná, o valor mínimo gerado para o pagamento do IPVA é de R$ 50. Em 2011, outra moto da Yamaha, a Crypton, ano 1999, tinha o menor valor pago no estado, de R$
De acordo com o governo do Paraná, o IPVA de 2013 ficou até 11,4% mais barato no estado. O motivo apontado para a redução foi a queda no preço dos veículos. A tabela é calculada com base nos levantamento de preços feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. No estado, o imposto custa 2,5% do valor venal calculado pela Fipe. Para saber o valor a ser pago, o dono pode procurar o valor na tabela e multiplicar por 0,025. Fonte: G1 Paraná. FEVEREIRO 2013
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Agricultura
Paraná deve ser o maior produtor de milho em 2013, diz IBGE Estado deve produzir sete toneladas; 6,5% a mais do que em 2012. Números integram o terceiro prognóstico para a safra de verão.
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perspectiva divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9) mostra que o Paraná deve ser o maior produtor de milho no Brasil em 2013. A estimativa é de que a primeira safra seja de sete milhões de toneladas. Este é o terceiro prognóstico realizado para a safra de verão. A participação do estado corresponderá, segundo o IBGE, a 19,5% da produção nacional. Minas Gerais, que será o segundo estado com a maior produção, terá a mesma participação no montante. Entretanto, a produção será 3.260 toneladas menor. Em todo o país, serão colhidas 35,7 milhões de toneladas
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do grão. Ao se analisar os números, percebe-se que, mesmo com uma redução da área plantada de 12,6%, a produção de milho paranaense será 6,5% maior. De acordo com o IBGE, isso ocorre porque o rendimento médio esperado será 21,8% maior que a última safra, na qual houve grandes problemas climáticos.
Feijão A perspectiva também abrange a produção de feijão. O estado deve ter um aumento de 0,5% na produção, que deve apresentar o rendimento médio de 21,0%. Este percentual é reflexo de recuperação frente à estiagem ocorrida em
2012. A área plantada deve diminuir 16,9% devido à concorrência da soja, que possui um preço está mais atrativo. Com relação a soja, a produção deve aumentar 38%. Cereais, leguminosas e oleaginosas Em 2012, o Paraná apareceu entre os maiores produtores de cereais, leguminosas e oleaginosas. De acordo com o IBGE, o Mato Grosso liderou como maior produtor de grãos, com uma participação de 25,0% no montante nacional. Em seguida esteve o Paraná, 19,1%, e Rio Grande do Sul, 11,8%. Juntos, os três estados representaram 55,9% do total nacional. Fonte: G1 Paraná
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Internet
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Gastronomia
Não invente desculpas para pular a hora do chá neste verão: os iced teas têm baixo teor calórico, alto poder de hidratação e refrescam até a alma. Além disso, dependendo do blend utilizado, podem aliviar o estresse e dar um boost, sempre bem-vindo, no metabolismo. Sabores cítricos e frutados e chá-verde funcionam superbem quando servidos gelados; já os blends como o earl grey, por serem mais amargos, só ficam bons quentes. Fonte: Vogue Brasil
Chás gelados assumem o posto de bebida do verão, aprenda 2 receitas Chá Temperado
Chá Tropical
Ingredientes: ++ 100g de maçã seca ++ 1 saquinho de chá-preto ++ 2 paus de canela ++ 5 cravos-da-índia ++ 1 pedaço de gengibre de 5cm cortado em rodelinhas ++ 8 grãos de pimenta-do-reino ++ 4 colheres de mel ++ Rodelas de limão-siciliano
Ingredientes: ++ 1/2 litro de água ++ 1/2 xícara de maracujá com sementes ++ 1/3 xícara de folhas de erva-cidreira picadas ++ 200g de framboesa fresca ou congelada
Como preparar: Ferva meio litro de água, desligue o fogo e coloque todos os ingredientes, exceto o limão, por dez minutos em infusão. Coe, acrescente gelo até completar um litro e sirva em copos decorados com rodelas de limão.
Como preparar: Ferva a água com a polpa de maracujá até soltar as sementes, desligue o fogo e acrescente a erva-cidreira. Espere 20 minutos e coe. Divida as framboesas em quatro copos e as esmague com um socador. Derrame a infusão vagarosamente e complete com cubos de gelo. FEVEREIRO 2013
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Gastronomia
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Moqueca de peixe à baiana Em menos de 1h é possível fazer um prato leve e saudável para o almoço ou jantar: tilápia assada com legumes e azeitonas do livro “Vigilantes do Peso - ProPontos 3 - Carnes e Cia”, do Vigilantes do Peso. A dica do livro é acrescentar 1 cebola roxa grande fatiada fina na assadeira antes de assar para dar mais cor e sabor ao prato.
Ingredientes: Peixe e temperos: ++ 3 dentes de alho socado ++ 2g de sementes de coentro ++ 1kg de peixe em posta, dividido em 6 unidades ++ Sal quanto baste. ++ Sumo de 2 limões Molho: ++ 50 ml de azeite de oliva ++ 50ml de azeite de dendê ++ 2 cebolas médias cortadas em rodelas ++ 2 pimentões vermelhos médios ++ 2 pimentões verdes médios ++ 6 tomates maduros, do tipo débora ++ 400ml de leite de coco ++ 1 molho de coentro ++ Pimenta malagueta q.b. ++ Pimenta do reino branca, em pó, q.b. ++ 800ml de caldo de peixe ++ 50g de extrato de tomate 64
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Rende: 6 porções
Esta matéria pode ser patrocinada! Agregue mais valor à sua marca investindo em cultura de qualidade. Modo de preparo: Fazer um tempero com alho, sal, coentro picado e suco de limão. Misturar ao peixe e deixar descansar por pelo menos 1 hora. Numa panela de barro aquecida, adicionar o azeite de dendê e o de oliva e refogar a cebola, o extrato de tomate, os pimentões e o tomate (reservar algumas rodelas para finalização). Adicionar o leite de coco e o caldo de peixe e cozinhar até reduzir, por aproximadamente 10 minutos. Temperar as postas de peixe na panela com pimenta malagueta a gosto. Polvilhar com o coentro. Tampar e continuar o cozimento até o peixe ficar macio, por, aproximadamente, mais 10 minutos. Retirar a moqueca do fogo e servir imediatamente acompanhado de arroz de coco e farofa de dendê. Chef Alejandra Faúndez, da AF Gastronomia (talheres.info)
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Comportamento
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Meu Deus do céu, onde é que eu tô? / Alguém me explica, me ajuda por favor / Bebi demais na noite passada / Eu só me lembro do começo da balada (...) / Achei meu carro, dentro da piscina / E o celular no microondas da cozinha” Trecho de ‘Balada louca’, com Munhoz & Mariano e João Neto & Frederico
‘Acadêmicos do sertanejo’ estudam incentivo a ‘bebedeira’ em hits atuais Trabalhos de Letras e Psiquiatria pesquisam elo de música e alcoolismo. De 48 duplas compiladas, apenas sete não falam de álcool em canções.
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m 2012, o sertanejo universitário virou tema de trabalhos acadêmicos em áreas distintas como Letras, Psiquiatria e Artes. Dois destes estudos abordam a relação entre as letras do gênero musical e o consumo de álcool no Brasil, sob diferentes prismas: o do mestrado de Mariana Lioto, 25 anos, em Letras na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e o da especialização em Dependência Química de Francismari Barbin, 37, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). As pesquisadoras levaram a sério versos como “Tudo que eu quero ouvir: eu te amo e open bar”, de Michel Teló, e “É meu defeito, eu bebo mesmo”, de Fernando e Sorocaba. O trabalho de Mariana catalogou 243 68
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letras de sertanejos que citam bebidas. Apesar de o trabalho abordar mais hits atuais, os campeões de citações provam que o tema é recorrente na história do gênero: os veteranos João Carreiro & Capataz, com 19 letras sobre “bebedeira”, e os novos astros João Neto & Frederico, com 17. De 48 artistas famosos do gênero sertanejo estudados por Mariana, apenas sete não possuíam nenhuma música abordando a temática, e 85% das duplas abordam o assunto em pelo menos uma canção. Há outros estudos recentes sobre sertanejo, mas não o bastante, segundo elas. “Encontrei referências sobre a música sertaneja até a década de 80, mas o sertanejo universitário ainda é um fenômeno a ser
estudado”, diz Mariana Lioto em entrevista ao G1, que escreveu a dissertação “Felicidade engarrafada: Bebidas alcoólicas nas músicas sertanejas” (conheça o trabalho). Já para encontrar exemplos de letras de sertanejos sobre “bebedeira”, ela não teve dificuldade. “Acho que fui escolhida pelo tema”, diz a paranaense Mariana. “Em minha região a música sertaneja é muito forte, principalmente entre os mais jovens. Por ter problemas de alcoolismo na minha família, me incomodava o fato de a versão sobre o consumo de bebidas alcoólicas apresentado pelas músicas ser muito diferente da realidade que eu vivi desde a infância”. “Acredito que existe um embate de discursos. De um lado temos a es-
fera médica e religiosa dizendo que beber causa dependência, gera doenças, etc. É um discurso chato, difícil de conquistar adesão. De outro lado temos a música falando que beber te dá amigos, mulheres, sexo, acaba com todos problemas”, diz. A tese do trabalho de Mariana é de que a música sertaneja não só reflete um comportamento já existente, mas ajuda a “naturalizar” e incentiva o hábito de beber, fazendo associações positivas com mulheres, festas, fuga do trabalho, e escondendo os efeitos negativos. “Interessante perceber que em outros gêneros - no rap, por exemplo - é fácil encontrar músicas que criticam o consumo abusivo”, nota Mariana. Francismari Barbi, psicóloga clínica, autora do trabalho “A influência das letras de música sertaneja no consumo de álcool”, diz que também teve dificuldade de achar referências sobre sertanejo. “Mas outros estudos comprovam a influencia relacional entre musica e consumo de alguma substância psicoativa, ou mesmo a letras das músicas como forte in-
fluencia comportamental entre os jovens”, completa “Eu queria um tema ainda pouco estudado no Brasil e ao mesmo tempo com importância clínica e sociocultural. A música possui um elo estreito e forte com a sociedade e a cultura vigente. Isso pode contribuir para que as pessoas associem bebida com diversão ou com a ‘cura’ de diversos problemas, principalmente quando é evidenciado este apelo em suas letras”, explica a psicóloga. “Parece que a tarefa de mostrar o lado negativo da substância ficou basicamente a cargo dos técnicos de saúde” é o lamento conclusivo de Francismari. Entre outros trabalhos recentes que começam a tornar a nova música sertaneja literalmente universitária, mas sem o foco específico na bebida, está o mestrado em Artes de Daniela Oliveira dos Santos na Universidade Federal de Uberlândia. O título é “‘A música sertaneja é a que eu mais gosto!’: Um estudo sobre a construção do gosto a partir das relações entre jovens estudantes de Itumbiara (GO) e o sertanejo univer-
sitário” (conheça o trabalho). “Ao pesquisar sobre a relação dos estudantes com o sertanejo universitário, muitos destaques foram feitos aos elementos extramusicais. Por exemplo, o fato de ser uma música com letra que ‘fala’ sobre o que eles estão vivendo, destacaram também o ritmo mais agitado, a forma pela qual os cantores se comunicam com os fãs e questões afetivas que as músicas proporcionam (amizades, namoros e laços familiares)”, diz Daniela. Ela não é fã de música sertaneja, mas escolheu o tema ao observar o comportamento de seus alunos. “Sou professora do Ensino Médio na cidade de Itumbiara e percebi o quanto os estudantes estavam sendo fascinados pelo sertanejo universitário”, conta. Sua experiência mostra que a bebida não é o único hábito incentivado pelo sertanejo. “Percebi o fato de que alguns dos entrevistados mostraram o interesse pelo violão, instrumento esse que aprenderam a tocar devido ao gosto pela música sertaneja”, diz. Fonte: G1.com
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É meu defeito, eu bebo mesmo, beijo mesmo, pego mesmo, E no outro dia nem me lembro” Trecho de ‘É tenso’, de Fernando & Sorocaba
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Variedades
5 dicas para seu filho aproveitar o máximo do verão sem ficar doente
A estação das brincadeiras em quintais, praias, piscinas e parques está prestes a começar. Com ela, chega também uma série de perigos trazidos pelas altas temperaturas e a umidade. Para seu filho não perder a diversão, preparamos uma série de cuidados para as crianças curtirem o verão de forma segura. Nessa quarta reportagem, tudo para seu filho brincar sem ficar doente Choque de Temperaturas No verão, mesmo com a umidade relativa do ar mais elevada, mudanças bruscas de temperatura acontecem com bastante frequência. Por isso, continuam comuns doenças como resfriado e gripe. Uma situação corriqueira também pode colaborar para esse quadro: você está na rua, passando calor, mas, quando entra em qualquer ambiente fechado – como shopping ou supermercado –, quase morre de frio devido ao ar-condicionado. Ele deixa as vias aéreas mais vulneráveis, pois resseca o muco protetor. Por isso, para que seu filho não sofra com o choque de temperaturas, sempre tenha um casaco leve na bolsa, dê muito líquido e umidifique as narinas com soro fisiológico se o ambiente com ar72
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-condicionado for pequeno (como no avião ou no carro, em viagens longas). Se tiver ar-condicionado em casa, a temperatura ideal é em torno dos 22 graus. Brincadeira Segura Escorregador, balanço e gira-gira são sinônimos de diversão para crianças de todas as idades. Porém, tome cuidado com a temperatura dos brinquedos. No verão, a superfície quente do escorregador, por exemplo, pode queimar a pele do seu filho. Mas, como não dá para encher a criança de roupa, o conselho é frequentar esses lugares antes das 10 horas ou depois das 16 horas. Agora, se o escorregador estiver fervendo e seu filho insistir, leve uma toalha para forrar a superfície ou
chame a atenção dele para outra atividade. Cheio de Farpas! Entrou uma farpa no dedo do seu filho? Não tente apertar, pois isso pode desencadear um processo inflamatório. Se for fininha, tire com uma pinça – caso não tenha, tire quando chegar em casa. Se for maior, que consiga puxar com o dedo, é só tirar e lavar com água corrente e sabão. Caso não seja possível, use lenço umedecido e lave depois. Bzzzzzz... Na hora de brincar ao ar livre, as crianças podem virar um prato cheio para os insetos. Abaixo dos 2 anos, é possível usar repelentes naturais (à base de citronela), mas nunca nas áreas que vão à boca ou
aos olhos, como mãos e antebraços. Acima dessa idade, já dá para usar repelentes infantis, ainda tomando cuidado de não passar nas mãos da criança. Ele deve ser aplicado por um adulto e, de preferência, em loção, evitando sprays e aerossóis (por chegarem mais facilmente ao nariz e à boca). À noite, dá para colocar aqueles de tomada, mas sempre com uma distância de pelo menos dois metros de onde a criança está. Agora, se os pernilongos já fizeram a festa, o pediatra deve indicar o melhor tratamento, principalmente se seu filho for alérgico. “Loções secativas e anticoceiras, como as de calamina, pasta d’água e talco líquido, podem aliviar”, orienta a pediatra Kerstin Abagge. Outra dica: mantenha as unhas da criança sempre bem cortadas, porque, ao se coçar, ela pode levar sujeira para a picada e causar infecção. Fora da geladeira Passar o dia na praia, na piscina do clube ou fazer um piquenique no
parque significa comer fora ou levar lanches de casa. Mas você deve tomar cuidado com o que oferecer e com o tempo que os alimentos ficarão fora da geladeira. A recomendação é que não seja por mais de duas horas, pois esse é o período que as bactérias levam para atingir o crescimento suficiente para causar intoxicação alimentar. “Na praia, só compre em barracas autorizadas e fiscalizadas e observe a higiene dos vendedores, do ambiente e dos utensílios. Não consuma nada que esteja fora de suas características originais ou com embalagens alteradas”, alerta Hélio Fernandes da Rocha, presidente do comitê de Nutrologia Pediátrica da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro. Confira mais dicas para armazenar comida ou comprá-la em dias quentes: > Leve as bebidas geladas, de preferência água e sucos. Caso seu filho menor de 2 anos queira tomar água de coco na praia, é melhor evitar, pois há o risco de contaminação –
nunca se sabe em que tipo de água a fruta estava mergulhada. > Nada de levar papinha para a praia ou a piscina. Nesse horário, a criança não deve estar exposta ao sol. > Frutas são sempre boas opções. As melhores para essas ocasiões são maçã, laranja, uva e banana (se não ficar muito tempo no calor), pois são mais fáceis de serem acondicionadas. > Leve biscoito de polvilho, bolacha maisena ou água e sal. Nada de recheios, chocolates, queijo ou presunto, pois estragam com mais facilidade quando expostos a temperaturas muito altas. > Evite ao máximo comprar sanduíches ou qualquer coisa com maionese fora de casa. > Se for comprar suco natural, cheque sempre se é feito com água mineral. E fuja de raspadinhas! É impossível saber a procedência do gelo. Fonte: Revista Crescer
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Panóptico
Música, Cinema & Literatura Para Ler
Barba Ensopada de Sangue
Daniel Galera Com uma escrita ao mesmo tempo controlada e sensível, Barba ensopada de sangue fala de amores perdidos, conflitos familiares e segredos inconfessos. Um romance magistral que confirma Daniel Galera como um dos expoentes da literatura brasileira contemporânea.
Para Ouvir
Fundamental
Andy Summers e Fernanda Takai Parceria entre Andy Summers (o famoso guitarrista do lendário The Police) e Fernanda Takai (Pato Fu), Fundamental é meio pop/bossa nova cosmopolita em inglês, português e japonês.
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Um Útero é do Tamanho de um Punho
Angélica Freitas O segundo livro da gaúcha Angélica Freitas é uma grande apunhalada. A poeta reuniu neste trabalho 35 poemas tendo a mulher como eixo central, com uma visão crítica extremamente original, animada por um humor que deixa o leitor em suspenso entre a seriedade e o riso. Os versos precisos revelam o domínio da poeta sobre a linguagem.
Boys And Girls
Alabama Shakes Se logo de cara o vocal de Brittany Howard impressiona, o disco também não deixa por menos e o estreante Alabama Shakes se consolida como uma das maiores surpresas de 2012. Rockabilly e blues que poderá ser conferido no Lollapalooza Brasil de 2013.
Confiras as melhores dicas de CDs, Filmes e Livros, selecionados por nós, da Ventura, para que seu entretenimento e lazer seja sempre rico em cultura e bom gosto.
Jamais Fomos Modernos
Bruno Latour O antropólogo francês sustenta que o ano de 1989 é um marco da imaginação utópica, com a queda do muro de Berlim e emergência global da ecologia. Mas, “após essa dupla digressão cheia de boas intenções, nós, os modernos, aparentemente perdemos a confiança em nós mesmos”.
How About I Be Me (And You Be You)?
Sinéad O’Connor Para quem gosta de música triste, um prato cheio. Depois de de cinco anos sem lançar e após uma longa crise depressiva, Sinead O`Connor ressurge cantando com a alma de sempre. Melancolia sincera de uma grande e experiente artista.
Para Assistir
Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas
Tim Burton Ed Bloom (Albert Finney) é um grande contador de histórias. Quando jovem Ed saiu de sua pequena cidade-natal, no Alabama, para realizar uma volta ao mundo. A diversão predileta de Ed, já velho, é contar sobre as aventuras que viveu neste período, mesclando realidade com fantasia. As histórias fascinam todos que as ouvem, com exceção de Will (Billy Crudup), filho de Ed. Até que Sandra (Jessica Lange), mãe de Will, tenta aproximar pai e filho, o que faz com que Ed enfim tenha que separar a ficção da realidade de suas histórias.
Brilho Eterno de uma mente sem lembranças
Michel Gondry Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel se submete ao mesmo tratamento, porém ele acaba desistindo de tentar esquecer Clementine e começa a encaixá-la em momentos de sua memória os quais ela não participa.
Encontros e desencontros
Sofia Coppola Bob Harris (Bill Murray) é uma estrela de cinema, que está em Tóquio para fazer um comercial de uísque. Charlotte (Scarlett Johansson), por sua vez, está na cidade acompanhando seu marido, um fotógrafo workaholic (Giovanni Ribisi) que a deixa sozinha o tempo todo. Sofrendo com o horário, Bob e Charlotte não conseguem dormir. Eles se encontram, por acaso, no bar de um hotel de luxo, e em pouco tempo tornam-se grandes amigos. Resolvem então partir pela cidade juntos e viver algumas aventuras pela capital do Japão.
Para Curtir Janeiro e segue para Belo Horizonte e São Paulo. Baseado no musical inglês da West End, espécie de Broadway do Reino Unido, o “Thriller Live” traz sucessos do Rei do Pop desde a época do Jackson Five até a interpretação de mais de 20 músicas como “Thriller”, “Beat it”, “Billie Jean”, “Bad”, “Dangerous”, “Black and White”, entre outros sucessos mundiais. O show conta com um elenco de 50 artistas internacionais, entre cantores, músicos, dançarinos e técnicos, todos que atuam na produção original da West End. A cenografia e o figurino também são os oficiais da produção inglesa. No Brasil, o musical contará com a participação da cantora Leilah Moreno.
‘Thriller Live Brasil Tour’ passará pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte e SP. Ingressos para a capital paulista serão vendidos a partir de 21 de janeiro.
Show em homenagem a Michael Jackson chega ao Brasil em fevereiro A agência Future Group e a produtora Broadway Brasil trazem o espetáculo “Thriller Live Brasil Tour”, que celebra a carreira de Michael Jackson, para apresentações em três cidades brasileiras. A turnê começa em 22 de fevereiro de 2013 no Rio de
“A produção do musical contou com o aval do próprio Michael Jackson. Por isso, queremos garantir que o público reviva os shows com o alto padrão e com a ‘cara’ dos que eram feitos pelo cantor”, afirma o produtor do espetáculo, Edson Cabrera Junior. O musical foi criado por volta de 2004 por Paul Walden e Adrian Grant, porém, a primeira turnê aconteceu apenas em 2007. Adrian Grant, autor da biografia do cantor “The Visual Documentary”, foi amigo e trabalhou com Michael Jackson desde 1990. Os ingressos para os shows na capital paulista estarão disponíveis a partir de 21 de janeiro pelo site oficial da Tickets for Fun. FEVEREIRO 2013
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Saúde Então você comprou um par de tênis de corrida importado, iPod de última geração e uma camiseta de tecido tecnológico e está louca pra sair correndo pelo parque? Siga essas dicas para não começar com o pé esquerdo.
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Comece a correr já! Correr é uma das atividades mais comuns ao ser humano. É um movimento natural, que somos capazes de realizar praticamente logo após aprendermos a dar os primeiros passos. O problema é que geralmente depois da adolescência a maioria das pessoas abandona as atividades físicas em troca de uma vida profissional cheia de compromissos ou então para cuidar da casa e dos filhos. Qualquer que seja o motivo, provavelmente você ficou um bom tempo sem correr e agora, influenciado pela crescente onda de corridas de rua e a febre que essa modalidade se tornou no Brasil e no mundo, quer retomar o tempo perdido. Todo este entusiasmo é ótimo para (re)iniciar seu programa de corridas, mas é claro que existem ressalvas. A tarefa é simples? Sim! Basicamente basta começar a correr (e insistir mesmo com todos os obstáculos) que seu corpo irá se adaptar. A tarefa é fácil? Não! O esforço físico é só o primeiro dos obstáculos a enfrentar. A corrida deve ser orientada por um profissional para evitar riscos de lesões e os estímulos devem ser frequentes para garantir a adaptação. Siga as dicas abaixo e começe com o pé direito. Antes de começar: Procure um médico e obtenha a liberação para correr. Verifique a saúde das articulações e principalmente
Esta matéria pode ser patrocinada! Agregue mais valor à sua marca investindo em cultura de qualidade. do seu sistema cardiovascular. Tenha o equipamento correto. Não precisa comprar o tênis de R$1000 que o seu amigo trouxe de NY, mas também não dá pra correr de All-Star. Use roupas leves e que te deixem trocar o calor com o ambiente. (Meninas, top é essencial ok?). Escolha um lugar seguro para a sua corrida. Parques e praças são os mais indicados. Se for correr na rua e principalmente à noite, procure ruas bem sinalizadas, sem movimento e use material relfexivo para ficar mais visível aos motoristas. Começando a Correr: O ideal é buscar ajuda profissional antes de iniciar seu treinamento. Qualquer bom professor de educação física poderá lhe ajudar e dar boas dicas. Comece cada sessão de treino com um aquecimento global, de aproximadamente 10 minutos. Uma caminhada em terreno plano já é suficiente. O grande desafio de começar a correr é a imensa diferença de intensidade comparada à caminhada. O segredo é usar intervalos de alta intensidade misturados com outros de menor intensidade. - Para começar, faça intervalos de 30 segundos correndo intercalados com 2 minutos de descanso ativo (caminhada leve). No começo, repita isso 6 a 8 vezes. - À medida que o seu organismo vai se adaptando ao estímulo da corrida, você pode aumentar a duração do intervalo de corrida (45 segundos, 1 minuto, 1m30s e também diminuir o tempo de descanso. FEVEREIRO 2013
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Literatura
Das coisas que também me interessam Cristian Aguazo Os erros ortográficos contidos neste poema são propositais
Me interessa o jeito que as pessoas falam. As prosódias e as sintaxes. A cara de medo de quem chega tarde. E a cara de pau de quem faz alarde. Me interessa o argumento do impostor. O discurso impecável do doutor. E a maneira falsa do original que nunca se desoriginaliza. Me interessa o que as pessoas pensam, como agem, o que fazem. E também o que esquecem, o que deixam, o que não fazem. Me interessam os palavrões da porra, caralho! A fronteira entre o explícito e o ato falho. A norma culta do advogado, e o som estranho quando você fala rindo. O porte solene do padre. O perfil expansivo do pastor. Me interessa a frase toda e o subentendido. Me interessa a algaravia. Charlanda, charangas, migué, kaô, lábia. As verborragias, as verves, as diarréias mentais. O silêncio dos gatos caçando pardais. Barulho de guitarra, bateria, metais. Me interessa a palavra bruta
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que brande e bate. O balbucio que acaricia. O rimbambar de consoantes e vogais no megafone. A voz rouca da amante ao telefone. Até mesmo o tom rude dos generais. Me interessam o assovio do picolezeiro e o apito do guarda noturno. A voz do preto, do branco, do índio. O código Morse, os dialetos, o espanhol argentino. Me interessa o sotaque goshmeinto do carioca. E o modo arrétado do nordestino. Me interessa palavras estranhas como aluvião, sucurujiba e onomástica. Me interessam as epístolas e as frases escritas em papéis de bala. A palavra amor e a palavra mala. O significado e o (in) significante. Eu, você, o hoje e o antes. Amanhã é depois, mais além, adiante. Me interessa o sorriso, o escárnio e até o seu pouco caso. Na verdade, é impagável a sua cara de quem perdeu tempo lendo minhas baboseiras no feicibuqui.
Coluna
Moda LucianoIcassatti lucianoicassatti@hotmail.com
A
moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da sociedade - usos, hábitos e costumes - em um determinado momento. Já o estilismo e o design são elementos integrantes do conceito moda, cada qual com os seus papéis bem definidos. O universo da moda é, sem dúvida, fabuloso. As luzes da ribalta, o mundo das passerelles, as modelos que nos fazem ter água na boca nos anúncios que as colocam num pedestal...
Somos constantemente bombardeados com revistas ilustradas com os mais lindos looks, nos mais belos locais, na grande maioria envergados por pessoas que nos causam profunda admiração e nos são referência. E é nesse momento que nos esquecemos da nossa identidade, a moda ou a tendência se resume a seguir o padrão do novo que esta sem do usado e será usado por todos nós em breve . A moda é um padrão, a partir do qual cada um de nós deve criar o seu estilo, a sua própria identidade. O que me leva a perguntar: Afinal, o que é ter estilo? Esta é a pergunta de partida para um conjunto de perguntas e respostas que foram cuidadosamente elaboradas por formar, informar e esclarecer até onde podemos estar na moda. Ter estilo é muito relativo. Alguém sabe realmente o que é ter estilo? Ou também anda enganado no meio de muitas definições de estilo? Para já deixo umas pistas que li e que me fez passar a elaborar as 5 definições a seguir: Estilo não tem uma definição mundial / Cada um cria o seu próprio estilo / Ainda existem muitos mitos a desfazer sobre o estilo / Como e quando é que nos sentimos identificados com algum estilo / O que são subestilos? Descubra qual seu estilo e procure dentro das principais tendências vestir-se de acordo com o que te faz feliz . Luciano Icassatti, 24 anos, é consultor de moda e promotor de eventos . FEVEREIRO 2013
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