Ventura #7

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ANO II #7 - OUTUBRO 2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

O PASSADO VOLTA À TONA Derrocamento é realidade novamente em Guaíra. POLÍTICA

SAIBA MAIS DOS CONCEITOS QUE TENTAM EXPLICAR ESTA PERTINENTE PALAVRA

ENTREVISTA

CONHEÇA RAMON GARICOIX E SEUS 92 ANOS DE MEMÓRIAS

CURIOSIDADE

CONHEÇA O CALENDÁRIO CÓSMICO E VIAJE NO ESPAÇO E NO TEMPO

TECNOLOGIA

A MAIS ALTA TECNOLOGIA ÓTICA, AGORA AQUI EM GUAÍRA


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Entrevista Foto: Artur Tixiliski

Ramon Garicoix, 92 anos de memórias Ramón e Emília Garicoix são daqueles casais que ajudam a recontar a história de uma cidade. A reportagem da revista Ventura esteve na casa do simpático casal, que há mais de meio século vive numa casinha simples na Vila Velha. Os 92 anos de Ramón e os 88 de Emília guardam com vivacidade momentos marcantes de suas vidas, todos eles atravessados pela história de um bairro que formou Guaíra e por períodos históricos do Brasil e do mundo. As palavras aqui transcritas recriam esse mosaico do pioneirismo de Ramón e Emília, fotografados pela lente de Artur Tixiliski. 5


Entrevista Foto: Artur Tixiliski

Ramon é filho de paraguaio com argentina, foi telegrafista na mesma empresa em que seu pai trabalhava e meteorologista na extinta companhia área VASP. Sempre buscando a precisão das datas e a riqueza dos detalhes, demonstra grande lucidez nesses 92 anos de estrada. Sr. Ramon conte um pouco da sua história e do que lembra do passado de Guaíra. Sr. Ramon: Meu pai veio para Guaíra em 1908 e se casou com uma argentina em 1919. Veio para trabalhar na construção de embarcação de madeira para puxar erva mate e madeira. Aqui só tinha paraguaio e argentino. De 1908 até 1925, aqui só tinha dinheiro argentino, não tinha o brasileiro. Em 1930, Getúlio Vargas fez a revolução e subiu ao poder. Somente depois de 1930 que chegou a moeda de réis, quando entrou o cruzeiro no governo Getúlio Vargas. Aí o Getúlio mandou um funcionário do Palácio do Catete até aqui, para que toda companhia estrangeira tivesse que contratar 50% de funcionários brasileiros e 50% estrangeiros. Isso lá por 1940, ai a Matte, foi contratar trabalhador lá na Bahia para trabalhar aqui. Vieram 50 baianos trabalhar aqui, mas quando chegaram aqui e foram na pensão do Seu Ramirez, um paraguaio - antigamente o nome era pensão agora é restaurante, onde as pessoas comiam, - viram que lá não tinha café, só chá mate, então 6

os baianos se revoltaram e foram quase todos embora, ficaram só dois aqui, um tal de Tio Véio e o João Campos, eles se acostumaram com o chá e ficaram por aqui. O café veio só depois quando a Bacia do Prata, [Serviço de Navegação Bacia do Prata - SNBP, atual Museu Municipal] se instalou aqui, aí tinha café para nós tomarmos (risos). O pai do senhor veio de onde? O meu avô era francês e trabalhava como construtor de embarcações. Veio da França e foi morar em Concepción no Paraguai, perto de Corumbá no Mato Grosso do Sul. Ali ele veio solteiro, em mil oitocentos e não sei quanto, não sei bem ao certo. Ele casou com uma paraguaia e desse casamento nasceu meu pai, que foi criado no Paraguai, falando só guarani e espanhol. Então a Matte arrendou algumas terras e fez um contrato para explorar erva mate e madeira no Mato Grosso do Sul e em Guaíra. Aqui era só mato, não tinha nada. A sede da Matte Laranjeiras ficava


Entrevista na Fazenda Campanário no Mato Grosso do Sul e Guaíra era subordinada a ela. Aqui era uma vila bem pequena, que ia de onde é o Chafariz até a beira do rio, só essa pequena vila, a Vila Velha. Então a Matte contratou meu pai e o pai dele para trabalhar aqui em Guaíra, em 1908. Mostrou como tinha que fazer o estaleiro com assoalho de madeira para largar a embarcação pronta e para puxar quando é preciso consertar. Então meu pai ficou como chefe construtor de embarcação. E em 1919 meu pai foi na Argentina, encontrou uma mulher por lá e se casou, e eu nasci em 1922, seu primeiro filho. Aqui não tinha nada, ele teve que ir até Foz do Iguaçu me registrar. A Matte ia ao Paraguai e trazia trabalhadores de lá, porque o paraguaio sabe cortar a erva. Você pega a árvore e só corta a folha, preservando a árvore. E aí leva lá pra socar e torrar pra fazer a erva ensaca e vai pra exportação. E a madeira vinha de mato grosso, aqui também tinha peroba, o assoalho dessa casa é feito de peroba, madeira dura. O Senhor trabalhou primeiramente na

Foto: Artur Tixiliski

Foto: Artur Tixiliski

Mate Laranjeira, assim como seu pai e avô? Sim, como ajudante de motorista de embarcação. Levava a embarcação até o rio Amambai, carregava de erva e trazia. Ia até no Mato Grosso do Sul e voltava? Sim, e daqui tinha a estrada de ferro até Porto Mendes, carregava os vagões com 480 sacos com 60 quilos. E de lá vinha um navio Argentino alugado pela Matte, que levava passageiros e os produtos. Até que ano a Matte ficou por aqui? Até 1944, quando eu estava no quartel lá em Foz do Iguaçu, ouvi a notícia que o Getúlio Vargas tinha vindo aqui com os ministros dele e tomou posse de toda a benfeitoria da Matte, em Campanário, em Guaíra e em tudo. Passando para a Companhia Bacia do Prata, que continuou o trabalho. Aí nesse tempo eu estava estudando para telegrafista, e quando a SNBP se instalou, ela montou a estação de rádio e telegrafia. Porque naquele tempo não tinha, televisão nem computador, telefone era muito raro, algum ou outro que tinha. Fiquei dois anos servindo o quartel por causa da guerra, entre 1943 e 1945, a Alemanha estava querendo invadir o nordeste, e nós estávamos treinando tiro ao alvo para receber os alemães lá na praia (risos). Mas aí em 1945 terminou a guerra e nós não fomos. Agora fiquei perigoso, se eu pegar uma arma eu atiro (gargalhadas). 7


Entrevista Quando saí de lá, fui trabalhar na companhia Bacia do Prata, fiz um teste com um telegrafista de Corumbá e passei. Coloquei o fone de ouvido, peguei um papel e transferi a mensagem, então o telegrafista voltou para o Mato Grosso do Sul. Ele não queria ficar aqui, porque aqui tinha lei seca. Para você poder comprar bebida tinha que ir até o armazém central que hoje é o supermercado, onde tinha de tudo, perfume, roupas, carne e pão. Esse armazém ficava onde? Na atual associação dos moradores da vila velha. Aí o chefe do distrito dava uma ordem por escrito, “você fulano de tal pode pegar uma garrafa de pinga”, e você levava lá. Porque se ele vendia a bebida pra qualquer um, no outro dia ele era expulso. O armazém era da Matte? Sim, depois passou pra Bacia do Prata com tudo, funcionários e tudo. A Bacia do Prata funcionou até 1970 e depois do fim dela nós fomos aposentados. Aí ela fez propaganda para pessoas de fora virem morar em Guaíra, foi aí que vieram os donos dos hotéis de Guaíra, o seu Tomé abriu um hotel aonde é o Pinguim agora, um alemão abriu o hotel 7 Quedas e a dona Herta o Hotel Herta. Abriram também um boteco e aí nós caímos em cima (risos). Como era trabalhar na Bacia do Prata? Eu conversava com a sede em Corumbá, porque de lá tinha embarcação que levava minérios até Buenos Aires. Em Corumbá, fica a Serra do Urucum, onde extraem o ferro e de lá leva até a Argentina e exportam de lá. Mas hoje vai tudo pelo porto de São Luís do Maranhão com o trem, não vem mais para cá, agora vai para o norte onde vendem para vários países.

... Dona Amélia também participou de nossa conversa, com certo gosto para narrações assombrosas, relata um lado das histórias que não são comumente contadas. ... D. Amélia: Eu fui a primeira cozinheira do quartel. A senhora é daqui também? D. Amélia: Fui registrada em Iguatemi, mas sou de campanário. A senhora veio para trabalhar aqui? D. Amélia: O pai foi lá e trouxe as filhas pra trabalhar, em 1950. Eu fui a única que fiquei, minha irmã se associou com os índios, alugaram um bote e atravessaram para o Mato Grosso do Sul. 8

O que a senhora se lembra de Guaíra que mais marcou? D. Amélia: Ah o mais difícil era ter que sair daqui cedo e ir fazer café no quartel, e nosso comandante era um homem muito ruim. Eu seguia a estrada de ferro - que ficava onde é a rua que vai para o quartel agora – e me encontrava com a dona Hilda no caminho. Íamos escoltadas por um soldado. Lá nós cozinhávamos aqueles panelões de 200 litros, onde ia de tudo um pouco, carne, arroz, de tudo. Foi difícil aquela época. Depois tive a Isabel, ela era bem pequena, eu tinha que levar ela no quartel e todos ajudavam a cuidar dela. Tinha um soldado que colocava ela na rede e balançava até ela dormir. Ela se tornou uma menina brava lá, lembro que ela pegava uma vara e batia nos soldados. (risos) Guaíra era só uma vila né? Quando e quem expandiu as estradas de Guaíra? D. Amélia: Foi um pouco a prefeitura e um pouco o exército, era difícil porque tinha pouca gente pra trabalhar. E ninguém queria vir em Guaíra, aqui era o lugar da morte. Qualquer coisa que acontecia com os peões, eles matavam. Quem matava? O exército? D. Amélia: Não, pessoal da prefeitura e da Bacia do Prata. Tinha um homem aí que pra matar os outros não ia longe. Isso na décade de 60? D. Amélia: Sim, esse homem ficou aqui entre 56 e 60. A senhora comentou que suas irmãs foram embora com os índios. E na década de 60, tinha muito índio aqui? D. Amélia: Tinha, tem até hoje aí nas aldeias deles. Eles trabalhavam aqui? D. Amélia: Eles trabalham só enquanto tinham fome, enquanto tiver comida eles trabalham, são bonzinhos. Mas quando eles pegam a comida eles somem (risos). Até que ano a senhora trabalhou no exército? D. Amélia: Não lembro muito bem, mas trabalhei 3 anos lá, sem ganhar nada. Dizem eles que nós trabalhávamos de voluntários, mas também quem não ia trabalhar de voluntário? Apanhava que só... Eles que escolheram você pra trabalhar lá? D. Amélia: Não, chamara a dona Hilda e ela disse que só iria se me levasse, aí veio um militar me intimar pra cozinhar lá, aí fui com ela pra trabalhar lá. E era difícil, mas nós conseguimos. Aí quando teve uma festa no quartel veio um cozinheiro de fora que me ensinou a fazer bolo, então quando saí


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Entrevista trabalhei fazendo bolos pra festas. Senhor Ramon, você lembra da época da ditadura, mudou algo por aqui? Não, a ditadura só veio mudar o prefeito, nomeou o Kurt Hasper. A Dona Amélia falou que tinha medo de virem para cá, morria mesmo muita gente? Tinha um capitão que morava aqui na frente, que era meio carrasco, prendia e batia em muita gente. Dizem que ele foi a um bordel e mandou fechar pra só ele ficar dentro, então outro policial que não gostou foi lá e matou ele. Um policial matando o outro. D. Amélia: Mas aquele lá era muito ruim, ele matou uma filhinha dele quando era bebê, porque não queria mais filha mulher. D. Amélia: Eu ia cedo pro quartel, trabalhei 3 anos lá. Hoje eu dou razão pra minha filha, qualquer coisa pra ela é no grito, não fica quieta pra qualquer um. Agora no tempo da ditadura, eu digo, foi um tempo triste! Porque o comandante mandava prender os caras, matava e ninguém dizia nada. Até de uma senhora conhecida, mataram dois filhos delas a cacetada e ela tinha que ficar quieta, não tinha pra quem reclamar. Isso em 1970, mais ou menos? Acho que 71, mesmo quando em outros lugares acabou a ditadura, aqui ficou porque era fronteira. Era terrível, ninguém podia discordar se um militar fosse fazer uma queixa, ele tinha toda razão. [O AI-5, decreto que marca o período mais duro da ditadura foi estabelecido em 1968 durando até 1978]. Então o que já era ruim, na ditadura piorou? D. Amélia: E nossa! Quem fala que a ditadura consegue fazer as coisas, é tudo mentira, porque eram uns verdadeiros carrascos que trabalhavam na ditadura. Não tem ninguém dentro da ditadura que faça uma coisa boa. Mas a gente tinha que ficar quieto. Dizia um soldado: Olha Amélia, quando a gente vê que o comandante grita, engole um sapo que fica trancado na garganta, mas não diz nada. Voltando ao Senhor Ramon, como era o trabalho aqui entre 60 e 70? Sr. Ramon: Em 1961 eu trabalhava como telegrafista e como meteorologista pela companhia Vasp. Ela tinha uma linha que ligava São Paulo, Londrina, Maringá, Campo Mourão e Guaíra. Aqui vinha um avião militar Douglas de dois motores. Quando terminou a guerra em 1945, os americanos ficaram com um monte desses aviões, então as companhias brasileiras, Vasp, Varig e 10

o governo compraram vários desses aviões. Então eu trabalhei na Vasp em 1961, a estação de rádio era ali perto do chafariz e o campo de aviação era em frente da caixa econômica. Trabalhava na Bacia do Prata e na Vasp ao mesmo tempo? Isso, eu trabalhava na Vasp de manhã, 6 horas da manhã tinha que fazer o boletim, como meteorologista e a tarde eu ficava na Bacia do Prata como telegrafista. Dentro do avião também viajava um telegrafista, porque o sinal de rádio era fraco, não era igual hoje. Trabalhei até 63 na Vasp, depois ela fechou.

Na década de 70 o casal aproveitou para vender salgados para os milhares de turistas que visitavam Guaíra, na despedida das 7 Quedas. Hoje em dia o Seu Ramon e Dona Amélia, vivem juntos tomando conta um do outro. Ela o ajuda a fortalecer a memória em busca de nomes e ele a levantá-la e caminhar pela casa. Apesar de um pouco debilitados pela idade, emanam muita vivacidade, alegria e simpatia, inspirando aos mais românticos a buscarem o amor que durará até o fim da vida. Entrevista por Roberto Dias, Fotos: Artur Tixiliski

Arquivo Pessoal


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nota do editor Expediente DIREÇÃO GERAL Nader Hamdan REDATOR CHEFE Cristian Aguazo REP. COMERCIAL Diego Prado DIREÇÃO DE ARTE Nader Hamdan DESIGNER Alisson Rochinski REPORTAGEM Roberto Dias SOCIAL Priscila Michels Editora Ventura 17.341.715/0001-00 Rua Mato Grosso, 30 - Sala 02 Guaíra/PR 44 9980 0708 44 9959 9575 revistaventura@gmail.com Conselho Editorial Cristian Aguazo, Diego Prado e Nader Hamdan Tiragem 1.000 exemplares (Gráfica Idealiza) Os artigos e opiniões não refletem, necessariamente, a opinião desta publicação.

Em nossa sétima edição, lhes trazemos as memórias desta lenda viva, que é o senhor Ramon Garicoix, do alto de seus 92 anos de história eles nos relembra histórias de sua vida e do passado de Guaíra. Nossa capa retrata o passando rondando nosso presente, o tema derrocamento sempre é muito delicado para a população e traremos aqui um ponto de vista específico de quem já lidou com este assunto antes, a advogada Rosimara Capatti. Para finalizar, lhes trazemos um texto interessante sobre o assunto dos últimos dias: política e um calendário cósmico extraordinário que nos faz ver como é breve a nossa passagem por aqui. Boa leitura!

SUMÁRIO

Entrevista................................................ 05 Senhor Ramon Garicoix

Capa......................................................... 14 O derrocamento volta a ser pauta

Social....................................................... 18 Eventos de Guaíra e região

Política..................................................... 22 O que é política?

Saúde....................................................... 24 A importância da atividade física aliada a um profissional

Informática............................................. 26 Por que investir em sistemas de gestão?

Tecnologia............................................... 28 A mais alta tecnologia para óculos, agora em Guaíra

Curiosidade............................................. 30 Calendário Cósmico

Panóptico................................................ 32 Seleção de livros, músicas e filmes da Ventura.


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Capa

Arquivo Pessoal/Rosimara Capatti

Os impasses para o derrocamento do canal de navegação em Guaíra. De um lado o meio ambiente e a questão socioeconômica de comunidades pesqueiras e do outro um mega projeto de desenvolvimento econômico nacional. Bem no meio, um processo jurídico com mais de quinze anos. O caso nos remete a criação de Itaipu ou até mesmo sobre a transposição do Rio São Francisco, mas é aqui de Guaíra mesmo que estamos falando.

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ogo na primeira edição da Revista Ventura (disponível online) abordamos a polêmica questão da derrocagem de um canal de navegação do Rio Paraná, onde as perspectivas governamentais de um transporte mais barato e eficiente utilizando a Hidrovia Paraná-Tietê impactariam direta ou indiretamente a memória dos munícipes e, principalmente, o ganha-pão dos pescadores da região. Conversamos com Rosimara Cappati, advogada responsável pela defesa jurídica das colônias de pescadores profissionais Z8 (Mundo Novo – MS) e Z16 (Altônia – PR). Ela assumiu um processo que se iniciou em 1998 - aberto pelo Ministério Público Federal 14

e que já se arrastava por 11 anos, quando se tornou representante das colônias de pescadores. Os pescadores se opõem ao Departamento Nacional de Infra Estrutura de Transportes (DNIT) - representante dos interesses da União – na questão da realização das obras de derrocamento de rochas subaquáticas no Rio Paraná. Em meio ao amontoado de papéis, documentos e dezenas de links, a advogada esclareceu como está ocorrendo o embate clássico entre associações comunitárias e o avanço do progresso econômico. A abertura do processo das colônias representadas por Rosimara - e outras colônias representadas por outros advogados - em 2009 chamou a atenção do Juiz, que

considerou a entrada dos pescadores como uma manifestação do descontentamento legítimo da população e não somente do MPF, o que fortaleceu o processo. As obras do derrocamento estavam em processo de licenciamento ambiental e uma empresa já havia sido contratada para realizar as obras. Todos os passos estavam sendo dados sem a devida comunicação pública. Segundo a advogada, os munícipes só saberiam das obras quando as instalações e maquinários já estivessem sendo preparadas nas margens do rio para iniciar os trabalhos. Os pescadores solicitaram ao juiz que o processo de licitação ambiental fosse suspenso, a fim de


Capa

que em todas as etapas houvesse participação pública. Também pediram que somente fosse liberada a licitação ambiental após a produção do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA), realizado pelo IBAMA e financiado pelo DNIT ou pela União. Pretendia-se ainda, um termo de compromisso assinado pelo empreendedor, no qual se a empreiteira se responsabilizaria pelo pagamento

O medo das colônias é de que a história se repita, pois em 1996, o derrocamento para a construção da Ponte Airton Senna gerou enormes impactos ambientais e socioeconômicos. Mesmo a realização do EIA/RIMA na época não previu os impactos que as obras geraram na pesca do ‘Cascudo’, atingindo diversos pescadores que dependiam do comércio de sua carne. Além de tudo, os pescadores afirmam que já foram muito

O que é o Licenciamento?

O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental autoriza a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

de indenização aos pescadores associados durante a execução das obras, pois o período de construção os impossibilitaria de exercer a pesca. A advogada cita até mesmo a necessidade da criação de um museu que catalogaria as espécies existentes antes e depois da derrocagem como o mínimo de ressarcimento para o município.

prejudicados pelas ações do poder público, citando como exemplo a formação do Lago de Itaipu. Rosimara comentou que apesar dos impactos no passado, a ictiofauna do Rio Paraná estaria se recompondo. Peixes como o Dourado e a Piracanjuba aumentaram de número e utilizam o canal de

navegação para se alimentar de algas, portanto ela crê que a derrocagem gerará impactos diretos nesses peixes. Em seu direito de contestar, o IBAMA alegou que tem autonomia de decidir qual o estudo ambiental será aplicado, e que o EIA/RIMA não seria necessário, por não considerar ser o caso do município de Guaíra, bastando apenas o Relatório de Controle Ambiental (RCA). O DNIT sustentou as informações do IBAMA e afirmou que já havia protocolado o RCA exigido pelo órgão ambiental. E informou que o derrocamento seria de apenas cinquenta centímetros de rocha, respeitando todas as medidas de proteção ambiental aplicáveis. Essa informação segundo a advogada, posteriormente não convenceu o Juiz. Segundo Rosimara Cappati, em júri a empresa contratada afirmou que possuía métodos e equipamentos novos de derrocagem, os quais foram muito bem sucedidos em obras nos Estados Unidos. No entanto o juiz questionou a empresa, alegando que tanto a formação geológica quanto a fauna e flora do Rio Paraná são diferentes daquele país. 15


Capa Rosimara Capatti

Partindo do princípio da precaução, o juiz concedeu uma liminar em 2010, assegurando que por existir possibilidade de riscos de impacto ambiental, as obras só poderiam ser realizadas após a realização obrigatória do EIA/RIMA, com participação popular. No transcorrer de três anos, o DNIT recorreu mais de 20 vezes, até que em abril de 2012, o juiz deu a sentença reforçando o já definido na liminar. Considerou a realização do derrocamento como legal, e que o projeto pronto traria benefícios econômicos, sociais e até ambientais – por ser menos poluente que o transporte rodoviário. No entanto, o juiz definiu que a realização ou não do derrocamento é um ato político, ou seja, há a necessidade de participação popular, portanto julga que a resposta negativa dos cidadãos deve ser dada por meio de manifestações públicas, ou votação e não na via jurisdicional. Por fim o juiz determinou que o IBAMA apenas concedesse o Licenciamento Ambiental após a construção do EIA/RIMA. Quanto à indenização, considerou-se que não é possível ser paga com base em supostos prejuízos, portanto apenas após a conclusão das obras deveria ser aberto 16

outro processo, apontando os danos para uma possível indenização. A advogada considerou isso uma vitória parcial. Apesar de estar contente por a decisão completar agora dois anos, reconhece que a qualquer momento a sentença pode ser suspensa pelos tribunais superiores. Afirma ainda que cedo ou tarde as obras irão ocorrer, pois se trata de um grande projeto nacional, mas desde já avisa que vai lutar para que o as etapas sejam transparentes e que a população seja ressarcida pelos prejuízos inevitáveis.

ao nível de assoreamento existente no leito do rio e os planos de crescimento econômico para o futuro, o aparecimento do nosso saudoso monumento natural é praticamente impossível. Como ressalta o próprio juiz no fim do processo dos pescadores. “... nestes tempos, é utópico pensar que nosso país, algum dia próximo, em razão da crescente demanda por energia, possa abrir mão da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional e decida esvaziar o grande lago artificial formado com a barragem, fazendo com que as rochas dos Saltos Sete Quedas voltem à superfície. Quer dizer, já houve, infelizmente, a perda desse grande monumento natural, não

Arquivo Pessoal/Rosimara Capatti

Sete Quedas Quanto se trata de impacto ambiental é compreensível à associação com a memória das Sete Quedas. Alguns acham que não se deve causar mais impactos na estrutura das quedas caso um dia elas possas voltar a existir. Essa lógica não aplica ao caso do derrocamento para o canal de navegação, porque ele se dará acima de onde se localizavam as Sete Quedas. Além disso, devido

sendo razoável, agora que tudo está submerso, pretender preservá-lo debaixo d’água por questões históricas ou culturais”. Levantamos a mesma pergunta feita na primeira edição: “Vale a pena arcar com os prováveis danos? Sim? Não? Talvez? Quem viver verá. Ou não.”


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Política

O que é política?

Reprodução

As manifestações de junho de 2013 aparentemente despertaram interesse repentino da nação por questões políticas. No entanto é imprescindível ter claro o que de fato é política, quais são os seus objetivos e os de seus participantes.

N

ão é fácil dar uma resposta objetiva para essa pergunta, afinal, a política é um assunto que está em debate há mais de 2000 anos e não é possível de ser compreendida de uma hora pra outra. Ninguém se considera completamente leigo quando o assunto é política. A maioria das pessoas possui certa noção do que pode ser e muito provavelmente tenham respostas prévias para a pergunta. No entanto, essas assertivas sem o devido aprofundamento teórico ficam mescladas com o senso comum, o que a torna muito limitada e com isso pode ter-se a impressão de que sua participação é desnecessária, sendo que na verdade você é peça fundamental na realização da política e na construção de uma sociedade melhor. A ciência política*, como já anuncia é a ciência que estuda a política, como também as formas de organização da sociedade, o surgimento do Estado, as diversas for22

mas de participação da sociedade na gestão do setor público, entre outros assuntos. E utilizando de conhecimentos da Sociologia e Filosofia procura trazer respostas que passaram por análise científica, buscando eliminar sensos comuns e inverdades, deixando-nos o mais próximo possível da realidade. Na medida do possível, tentaremos sintetizar e esclarecer alguns pontos do que é a política.

O livre arbítrio e suas consequências Em primeiro lugar e por mais simples que pareça, devemos ter a consciência que nossa vida pode ser diferente do que é. Dentro da natureza, somos os únicos seres que podem ‘controlar o próprio destino’. Mesmo que os grupos dominantes como o governo, as corporações midiáticas e multinacionais tentem nos fazer acreditar no inverso. Se nos organizamos socialmente de certa maneira, se

há algum sistema econômico predominante ou algum líder que dite como são as coisas, este tipo de organização não tem que ser necessariamente do jeito que é. Até mesmo uma relação que permanece por muito tempo, como por exemplo, os regimes monárquicos, não significam que são os mais justos ou exemplares ou até mesmo que esta forma de organização é a única possível. Isto é, se convivemos de uma forma, seguindo determinadas regras, não quer dizer que porque “sempre foi assim” que sempre terá que ser. O mundo está em constante transformação, o nosso presente possui aspectos inéditos na história da humanidade, como por exemplo, a internet e todos os impactos positivos ou negativos que são gerados a partir dela. E apesar do conhecimento de muitas gerações serem úteis – é também nosso dever olhar o passado para aprender com os erros - cabe a quem vive o presente discutir e procurar os


Política melhores meios de conviver socialmente. Compreende como é necessário que seja discutido de maneira incessante? Sem se prender a regras eternas. A política é o nosso “destino mutável”, apresentando em si a chance de aperfeiçoarmos nossa convivência a partir da nossa inteligência. Ou seja, a partir de debates e raciocínios decidimos como será a nossa organização social. Haja vista que essa organização não é definida para sempre e por ninguém, sendo por sua vez resultado das ações dos seus agentes. Isto é, dos cidadãos que compõem a sociedade. Estes cidadãos devem escolher o melhor para a sociedade. Contudo, o mundo é escasso, quer dizer que: não há como todos terem tudo que desejam, portanto é necessário fazer escolhas e o “melhor” corresponderá ao que esse indivíduo ou o grupo que ele representa considera com maior valor, isto é, deseja mais entre as outras opções. Assim vemos aquilo que já sabíamos, o melhor para um pode não significar o melhor para o outro.

Seres desejantes e em conflito O desejo é outro fator interessante para compreender a política, pois o homem é um ser desejante, sempre terá desejo por algo. Mesmo a imensidão de objetos e possibilidades que existe no mundo, não é suficiente para saciar o desejo de todos os homens. A grama do vizinho, sempre é mais verde, não é? Você é um ser desejante, seus desejos vão do campo individual até o global. Caso não existam grupos que defendam esses interesses, é necessário criar um para encontrar meios de realizar o que você deseja.

Sendo assim, surge a necessidade de elaborar propostas por meio de grupos que desejam coisas que lhes faltam. Essas informações tornam mais claras o objetivo da grande quantidade de partidos que existem, bem como movimentos sociais, associações entre outras. Cada uma representando diversos desejos, ou seja, projetos e programas que beneficiam tais grupos. Dentro da esfera política, se realizam a manifestação de desejos contraditórios. Para que se garanta que ao menos um desejo do indivíduo ou grupo se realize assim, são realizadas trocas e favores. Um grupo auxilia ao outro para que ambos conquistem o seu objetivo.

Desejos coletivos x Desejos individuais No momento em que o indivíduo inicia sua carreira política disputando cargos eleitorais, o seu discurso não contempla mais seus desejos pessoais, mas sim os desejos do grupo por ele representado. Por exemplo, não vemos discursos de políticos solicitando, iluminação pública para a rua de sua casa, mas sim para o bairro ou cidade. Ele retira os seus desejos do discurso para representar os desejos do grupo que o elegeu. No entanto, o filósofo Friedrich Nietzsche afirmava com veemência que todo discurso é uma máscara, deixando o alerta para que obervemos á quem realmente o discurso do candidato beneficia. Podemos citar como exemplo o financiamento de campanha feita por empresas. Talvez a palavra adequada seja “investimento”, uma vez que seria inocência pensar que empresários investiriam milhões em um político que não vai beneficiar de alguma forma essa empresa.

Não devemos nos ater a política somente em ano de eleições, ela está sendo realizada a todo o momento em seu bairro, cidade e país. E somente a crítica pela crítica não move moinhos, por exemplo, não faz sentido cobrarmos candidatos pelo que não é de sua competência. É de extrema importância acompanhar a carreira do candidato, observar se as práticas políticas do candidato correspondem aos seus discursos, descobrir o que está por trás da máscara. Precisamos ter consciência das propostas dos nossos candidatos, pois não adianta clamarmos por melhorias na Educação e na Saúde se apoiamos políticos que não tem compromisso com estas pautas ou se as promessas não são de fato possíveis de ser realizadas, seja por falta de interesse ou pela restrição própria de seu cargo público. É preciso que observe suas parcerias, quem são seus aliados e o que ele irá sacrificar em prol da conquista do desejo coletivo. Está mais que claro a necessidade de estar consciente se os desejos do candidato também são os seus. Thomas Hobbes, pensador que afirma em sua obra clássica O Leviatã (1651), “se o homem é por natureza desejante, a cidade é por natureza uma guerra de todos contra todos”. Uma vez que os desejos são conflitantes, em todo instante um indivíduo ou grupo estará sobrepondo seu desejo sobre o outro. Sendo assim cabe então à política dar conta dessa insatisfação dos indivíduos, ou seja, mediar a guerra de desejos contraditórios e incessantes. *Informações com base na aula do professor Dr. Clovis de Barros Filho, no curso de Ciência Política na Universidade de São Paulo. Você pode conferir o curso online no site da Veduca e adquirir o certificado em prova presencial. 23


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Saúde

A importância da atividade física e do profissional de educação física.

A prática de atividade física regular além de fazer bem para o coração é indicado para diminuir sintomas de ansiedade e depressão, aliviar a dor da artrite entre outros benefícios. Porém é fundamental que haja um acompanhamento de um profissional de Educação Física para indicar os exercícios adequados a cada pessoa. Apesar de comum as pessoas praticarem exercícios por conta própria, tal atitude é como estar se medicando sem conhecimento na área de farmacologia. Ao praticar exercícios de forma errada, fora da medida e do tempo necessário, você corre o risco de sofrer lesões e desperdiçar tempo sem alcançar nenhum resultado significante. Quer perder peso? Ganhar músculos? Agilidade e força para vencer as os testes físicos de concursos? Você pode solicitar o auxílio dos professores de Educação Física, em academias de musculação, ginástica e artes marciais, ou até mesmo contratar um personal trainer. O profissional 24

vai te indicar os melhores exercícios buscando atender os seus objetivos. O sedentarismo, a vida sem prática de exercícios, traz sérios prejuízos para a nossa saúde, enquanto a prática de exercícios traz benefícios diversos como redução do risco de infarto, promove o bem-estar psicológico e ajuda a manter articulações, músculos e ossos saudáveis. “Fazer exercício significa uma qualidade de vida melhor e uma quantidade de vida maior”, defende Ricardo Munir Nahas, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O médico assegura que praticar esportes traz diversos benefícios. “A saúde vai

melhorar. Praticando atividade física, as pessoas vão ter menos pressão alta, colesterol mais controlado, menor risco de diabetes, mais disposição para o lazer e para o trabalho. As pessoas dormem melhor e acordam dispostas com menos depressão, menos alterações psicossomáticas. Também controlam o peso melhor, esse controle faz com que a sobrecarga do envelhecimento seja menor para as articulações, principalmente nos membros inferiores, o que diminui as dores articulares.” Busque agora mesmo um profissional de Educação Física e procure uma atividade que atenda os seus objetivos.


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Informática

Por que investir em sistemas de gestão?

Todo comerciante almeja a otimização de sua empresa, evitando desperdícios e potencializando lucros. Foi visando a melhor gestão de empresas que surgiram os primeiros sistemas de gerenciamento e planejamento empresarial.

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endo em vista a necessidade do comerciante em evitar gastos, existem diversos programas de gerenciamento que sem dúvida se tornará ferramenta fundamental para redução de tempo, custo ou qualquer outra necessidade do seu ramo comercial. A utilização de softwares de gestão vem se tornando item quase obrigatório para a abertura de uma empresa, principalmente com a necessidade de se emitir, no ato da compra, a nota fiscal (NF-e) pelo sistema da Receita Federal. Entretanto o que poderia ser mais um gasto, pode ser o ponta pé para uma revolução em sua empresa, visto que há uma grande variedade de softwares (programas de computador) que além de enviar a nota para a 26

Receita, ainda disponibilizam ao comerciante, o controle da entrada e saída de produtos, bem como estoque, caixa e diversas outras informações. Para quem quer ter controle sobre todos os detalhes do comércio de sua empresa, a aquisição de um software adequado às necessidades do empresário é altamente necessária, visto que vai aperfeiçoar a gestão da empresa e consequentemente economizar gastos. Além de softwares de gerenciamento interno, o comerciante também pode optar por programas integrados que gerenciam informações que podem ser aplicadas na expansão de seu comércio. O técnico Gustavo Nantes Gualberto do Sebrae/ MS afirma que para o empresário

a utilização de um sistema de gerenciamento de informações representa apenas vantagens. “Se um empresário sabe a renda, escolaridade e perfil de consumo de seu cliente, certamente terá uma vantagem competitiva e poderá direcionar melhor a estratégia de sua empresa se comparado ao seu concorrente que não detém tais informações”, explica. A utilização de um software que possibilita uma visão sistêmica de sua empresa possibilita que você identifique possíveis desperdícios e gastos desnecessários. Devido à variedade de programas é indicado buscar o auxílio de empresas especializadas e fazer um orçamento de um sistema adequado às necessidades do empresário.


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INFORME PUBLICITÁRIO: ÓTICA CRISTAL

Tecnologia

A mais alta tecnologia em óculos pertinho de você! Todos nós desejamos um par de óculos perfeito e para que isso aconteça não basta à armação ser confortável e de qualidade. A sua montagem tem que ser perfeita evitando sobras indesejáveis. Atualmente existem inúmeros materiais de armações e lentes para óculos e é importante que o acabamento entre esses dois sejam perfeitos e harmoniosos. Principalmente quando se trata de óculos de grau elevado e lentes multi-focais, aí o cuidado tem que ser em dobro.

E você não precisa ir longe para ter o melhor! Os tempos de viajar horas para ter o melhor atendimento e o melhor produto ficaram para trás. Hoje você encontra uma grande variedade de modelos de óculos e novidades do mundo todo pertinho de você. Aquele par de óculos que passa na propaganda já está disponível para você aqui mesmo em sua cidade. E tão mais importante quanto ter disponível as novidades do mundo 28

da moda, é a disponibilidade de profissionais especializados em tecnologias que utilizam do equipamento mais moderno para ajustar os óculos ao perfil do cliente. Apesar dos materiais de hoje serem um pouco mais resistentes que os do passado, ainda são um tanto quanto delicados e de difícil montagem, necessitando de mão de obra especializada e tecnologia de ponta. As máquinas são de última geração, mas nada substitui as mãos de um profissional que trabalha com o espírito de um artesão. Afinal não esqueça que os seus óculos expressam sua personalidade, não deixe qualquer um tomar conta! Além de anos de experiência no ramo a Ótica Cristal trabalha com o melhor equipamento para montagem de armações.

Atualmente a empresa dispõe do sistema de montagem Delta T, esse aparelho molda sua lente para ajustar perfeitamente à armação, atendendo dos modelos mais simples aos mais arrojados. O cliente sai da loja tendo em suas mãos um produto formidável, harmonioso e adequado ao seu estilo. Confira os produtos disponíveis na loja, você vai ver que não vão te deixar a desejar!


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Colocamos na escala de um ano os fatos mais importantes da história do universo. Nesta escala, cada mês representa aproximadamente 1 bilhão de anos e cada dia quase 40 milhões de anos. Aqui, o nosso período de vida se torna insignificante. Há de se pensar como a humanidade está conseguindo se destruir em tão pouco tempo? E o que nós podemos fazer pra vivermos melhor e em um lugar melhor?

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Panóptico

Música, Cinema & Literatura

Confiras as melhores dicas de CDs, Filmes e Livros, selecionados por nós, da Ventura, para que seu entretenimento e lazer seja sempre rico em cultura e bom gosto.

Para Ler

Feliz Ano Velho Marcelo Rubens Paiva O livro é um relato verdadeiro do acidente que deixou Marcelo tetraplégico, a poucos dias do Natal de 1979. Jovem paulista de classe média alta, vida boa, muitas namoradas, ele vê sua vida se transformar num pesadelo em questão de segundos. Durante um passeio com um grupo de amigos, Marcelo, de farra, resolve dar um mergulho no lago. Meio metro de profundidade. Uma vértebra quebrada. O corpo não responde. Começa ali, naquele mergulho, a história de “Feliz Ano Velho” 32

Viúvas Da Terra Klester Cavalcanti O jornalista Klester Cavalcanti passou os últimos cinco anos pesquisando a violência agrária no Brasil. Em suas andanças, entrevistou mais de setenta pessoas e analisou, mais de 3 mil páginas de inquéritos policiais e processos judiciais. Diferentes histórias são contadas, mas fica evidente o que elas possuem em comum: as viúvas que enfrentam a falta de condições para manter a casa e, impotentes, assistem à impunidade dos crimes que desestruturaram suas famílias

Muito Longe De Casa Ishmael Beah Trezentas mil crianças-soldado, lavagem cerebral, entorpecentes, abusos da guerra, morte. Muitas hoje ainda sofrem com as conseqüências. Fã de hip hop e de boa literatura, Ishmael, após passar a infância e a adolescência na roda-viva da guerra, foi reabilitado pela Unicef e teve a chance de contar o que qualquer ficção jamais conseguiria recriar. Uma narrativa convincente, de linguagem bem acabada da visão do inferno, por quem esteve lá e conseguiu sair com vida.


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Panóptico

Para Ouvir

Trouble will find me The National Arranjos inteligentes. Melancolia. Uma linha de bateria sempre marcante. Uma delicadeza ímpar. É um disco mais denso em suas letras e mais sutil em seus arranjos. Há canções extremamente simples e que prezam pelo minimalismo, enquanto outras soam mais ricas e trabalhadas. A graça do álbum é ser fisgado lentamente com cada uma das faixas, é um trabalho sem lacunas e sobretudo um exercício de audição individual das canções.

Vem ser artista aqui fora Tereza No álbum lançado em 2012, os rapazes de Niterói fazem uma suave mistura entre o rock, o pop e as batidas eletrônicas. O som é dançante e é a companhia perfeita para os dias quentes e ensolarados, pois traz uma energia revigorante, tanto para ouvir em casa, quanto em uma reunião descontraída com os amigos. A banda ficou conhecida após vencer o Prêmio Multishow de Música Brasileira na categoria “Experimente”, també.m em 2012.

Sadnecessary Milky Chance Milky Chance é um duo alemão composto pelos amigos de infância Clemens Rehbein (vocal) e Philipp Dausc (DJ). Com influências pop, rock, folk, reggae e eletrônica, o duo lançou em 2013 o LP de estreia, “Sadnecessary”, e o vídeo da música “Stolen Dance” estourou no YouTube com mais de 60 milhões de visualizações e contando. A música ganhou o mundo e entrou na lista das mais ouvidas da Billboard norte-americana.

Questão De Tempo Richard Curtis Ao completar 21 anos, Tim é surpreendido com a notícia dada por seu pai, de que pertence a uma linhagem de viajantes no tempo, bastando apenas pensar na época e no local para onde deseja ir. Cético a princípio, Tim logo se empolga com o dom. Sua primeira decisão é usar esta capacidade para conseguir uma namorada, mas logo ele percebe que viajar no tempo e alterar o que já aconteceu pode provocar consequências inesperadas.

Garota Exemplar David Fincher Amy Dunne desaparece no dia do seu aniversário de casamento, deixando o marido Nick (Bem Afleck em apuros. Ele começa a agir descontroladamente, abusando das mentiras, e se torna o suspeito número um da polícia. Com o apoio da sua irmã gêmea, Margo, Nick tenta provar a sua inocência e, ao mesmo tempo, procura descobrir o que aconteceu com Amy.

Para Assistir

Babel Alejandro González Iñárritu Um ônibus repleto de turistas atravessa o Marrocos. Ali perto, dois irmãos manejam um rifle que seu pai lhes deu para ajudar no pastoreio. Um tiro atinge o ônibus, ferindo Susan. A partir daí o filme mostra como este fato afeta a vida de pessoas em vários pontos diferentes do mundo: nos Estados Unidos, México, Japão e Marrocos. Famílias que nunca se conheceram, agora estão conectadas por um único acontecimento. 34


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