Revista Versa 17

Page 1

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE

1


2 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE

3


EDITORIAL

SUCESSO!

Expediente da edição #17 Out + Nov / 2012 DIRETORA Fabiana Lima EDITORA Taís Rizzotto DIRETORA EXECUTIVA Ana Lis Carteri EXECUTIVA DE CONTAS Rafaela Porth DIAGRAMAÇÃO Estratégia - Marketing e Propaganda CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA Christian Forcelini Paulo Lima Filho

Pensar nessa edição da revista depois de um evento de sucesso como foi a palestra com Gloria Kalil, torna a nossa responsabilidade ainda maior. Muita gente que ainda não conhecia a Versa, teve essa oportunidade de visualisá-la no evento. Foram cerca de 500 pessoas que puderam levar para casa a edição passada, além é claro, do nosso leitor fiel. Certamente os leitores perceberam nosso profissionalismo, capricho, o cuidado todo especial que temos em preparar um conteúdo interessante e intelegente. Por tudo isso, essa edição precisa ser ainda melhor. Então, decidimos contar a história de um advogado que sabe muito bem o que é trabalhar. Desde cedo foi incentivado a entender a importância que o trabalho exerce em nossa vida. José Carlos nos surpreendeu quando contou suas conquistas. Preparamos ainda temas relacionados à educação, saúde, economia e bem estar. Uma boa leitura!

JORNALISTAS Taís Rizzotto Cleiciane Cenci Tainara Scalco JORNALISTA RESPONSÁVEL Taís Rizzotto // MTB 11.842 taisrizzotto@revistaversa.com.br FOTOGRAFIA CAPA Gui Benck REVISÃO Francieli Favaretto REDAÇÃO redacao@revistaversa.com.br fone: 54 3601 0100 PUBLICAÇÃO

A revista VERSA MAGAZINE é uma publicação da Brasil Sul Editora Ltda.

CNPJ - 11.962.449/0001-57 Rua Bento Gonçalves, 50 sala 902 Centro - Passo Fundo EMPRESA DO GRUPO

Passo Fundo/RS // fone: 54 3601 0100

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da Brasil Sul Editora Ltda. Somente as pessoas que constam neste expediente são autorizadas a falar em nome da revista.

Departamento Comercial comercial@estrategia.art.br

www.revistaversa.com.br www.estrategia.art.br 4 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


Carmen Steffens PREVIEW PRIMAVERA VERÃO 2013 Bella Città Shopping

BEIRUTE BUENOS AIRES JOHANNESBURGO HOLLYWOOD MADRID MARBELLA PARIS PUNTA DEL ESTE t RIO DE JANEIRO 200 LOJAS - 16 PAÍSES

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

SÃO PAULO

VERSA MAGAZINE

5


NESTA EDIÇÃO

42 PERSONALIDADE

José Carlos Carles de Souza Disciplina e comprometimento.

36

EDUCA

ESCOLA

Saiba os cuidados de trocar seu filho de escola.

Destaques

DA CAPA

12.

16.

BEM ESTAR

SEXUALIDADE

SEDENTARISMO

Sim, meu filho é gay!

Afasta a cadeira e estica as pernas.

18.

83.

POLÍTICAS SOCIAIS

Grafite

Miséria.

Arte e conscientização

Diminuiu, mas ainda ecoa!

66. Mitos e verdades

6 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


8

50 MÚSICA

ENDIVIDAMENTO

Gadiego Carraro

Cartão

Um passofundense sem fronteiras.

Fatura ou futura dor de cabeça?

56

32

MOEDA

Pequena, mas vale!

NEGÓCIOS

Amizade x Negócios Amigos, amigos, negócios à parte!

e ainda...

65 MERCADO

Gestão

A importância dos softwares de de gestão nas organizações.

34. 40. 48. 54.

ESTÉTICA

O que fazer com as olheiras? ODONTOLOGIA

Lentes de contato no dentista. ARTE

Iberê Camargo, artista riograndense. SOLIDARIEDADE

Calendário 2013 da APAE.

58. Coluna, quem previne, cuida!

74. Ravioloni com ragu de coelho

62. Censura nos meios de comunicação de PF.

76. Decoração + Criatividade = + Desempenho!

68. Um auxílio no sucesso de sua empresa.

79. Reposição Hormonal.

70. Cerveja, aprenda como ela é feita.

82. Novas tendências no amor.

72. Check-up no seu bolso.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE

7


ENDIVIDAMENTO

Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Fatura ou futura dor de cabeça? Se parceladas, as faturas do cartão de crédito podem levar ao endividamento.

Ele caiu no gosto dos brasileiros, ganhou o lugar dos talões de cheques, é raro encontrar um estabelecimento que não o aceite. O cartão de crédito facilita as transações de vários gêneros, da internet ao mercadinho da esquina. Mas, cuidado! Assim como as facilidades, as armadilhas também vêm e podem te colocar em uma crise financeira literalmente.

8 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


A moda muda, o gosto literário também, o corte de cabelo e a posição social entram no clima rapidinho. Por que, então, a forma de pagamento ficaria de fora? Menos de cinco segundos e o negócio está fechado, basta ter limite e lembrar a senha. Se há menos de dez anos o cheque era o queridinho, hoje o cartão de crédito é a bola da vez. Seriam essas mudanças reflexos da teoria evolucionista? Ajuda-nos, Darwin! Trocadilhos à parte, a coisa ficou sé-

ria. As lojas que antes se baseavam no crediário, hoje tentam fisgar os adeptos do magnético com cartões fidelidade. Até vendedores ambulantes já oferecem o parcelamento via cartão. Somos inundados diariamente com uma chuva de ligações de bancos oferecendo uma nova proposta. Não precisa chegar aos 18 anos para ter o primeiro cartão de crédito, se o pai concordar, já pode ser dependente. Tudo parece fácil, até chegar a fatura no início do mês. A euforia dos gastos dá lugar à preocupação do pagamento. Os valores altos, em muitos casos, levam os clientes a parcelar a fatura. Aí mora o perigo. “A população brasileira tem a característica de parcelar suas dívidas sem ter a real noção de quanto está pagando de juros,” conta o doutor em Economia Aplicada e professor do curso de Ciências Econômicas da UPF Julcemar Bruno Zilli. Por que isso acontece? Segundo o professor, alguns fatores podem estar associados ao desconhecimento: necessidade do parcelamento, independente dos juros exigidos pelos vendedores, pouco interesse e divulgação mínima das taxas de juros das instituições. Quando o usuário de cartão de crédito paga o mínimo da fatura, corre o risco de ter que custear juros elevados e se tornar inadimplente. “Essa ‘bola de neve’ pode levar a restrição de crédito.”

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

A população brasileira tem a característica de parcelar suas dívidas sem ter a real noção de quanto está pagando de juros.

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE

9


Curiosidade Os juros do cartão de crédito no Brasil são os mais altos do mundo, aproximadamente 230% ao ano. No Peru é 55%, no Chile e na Argentina chega a 50%. Nos Estados Unidos e no Reino Unido os números não chegam a 20%.

Desde o início do ano, o Balcão do Consumidor da UPF abriu 247 procedimentos contra as instituições financeiras de Passo Fundo. A maioria desses procedimentos, 88, refere-se ao cartão de crédito. Uma pesquisa encomendada pelo Balcão junto a Empresa Júnior da Faculdade de Ciências Econômicas, Administração e Contábeis da UPF, mapeou esses usuários. Cerca de 33% dos passofundenses pagam a parcela mínima e quase 77% desconhecem o juro. O Balcão do Consumidor ajuda quem não consegue dar a volta. “Tentamos fazer uma renegociação com as operadoras, mas como em muitos casos a dívida é muito alta, a operadora exige um mínimo que o consumidor não tem como pagar,” conta o coordenador do Balcão, professor da Faculdade de Direito da UPF e dourando em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul Rogério da Silva. O trabalho também é feito no sentido de informar o consumidor, orientando-o quanto a necessidade de comprar somente o que vai poder pagar ao final do mês. “O cartão é muito sedutor e acaba levando as pessoas que não sabem usá-lo ao superendividamento,” completa Rogério. Se bem utilizado, o cartão de crédito é um aliado, afinal, são raros os estabelecimentos que não o recebem. Então, cabe aos consumidores se organizarem nas contas e utilizarem apenas quando necessário ou considerando as possibilidades de pagamento. Ninguém quer perder o sono por causa de uma compra mal feita, ou melhor, mal planejada.

10 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Os professores Julcemar e Rogério dão algumas orientações para quem usa o cartão de crédito. Anote todas as compras e valores das parcelas junto com os vencimentos da fatura; Sempre que possível, pagar o valor integral da fatura para evitar os elevados juros; Use o cartão de crédito na compra de bens duráveis, evitando produtos que são consumidos rapidamente. A dívida fica enquanto o produto já foi consumido; Procure manter um ou dois cartões no máximo; Se você já está endividado, procure a administradora do cartão para renegociar o pagamento da dívida. Geralmente, elas estão dispostas a renegociar com abatimentos.


FORZA

Administração Arquitetura e Urbanismo Direito Odontologia Psicologia Sistemas de Informação

24/2012

nov

Inscrições até 22.nov

vestibular.imed.edu.br Rua Senador Pinheiro, 304 - Passo Fundo - 54.3045.6100 OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 11


BEM ESTAR

Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Afasta a cadeira e estica as pernas

Quis a engenharia que os prédios ganhassem os céus, os automóveis o trânsito, os shoppings centeres as escadas rolantes. Quis o homem se beneficiar das facilidades e esquecer-se de cuidar do principal bem que se pode ostentar: o corpo. Se na Pré História o sedentarismo marcou o fim no nomadismo, na contemporaneidade ele carimba um estilo de vida nada convidativo.

12 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Conotações à parte, o sedentarismo tem assustado tanto quanto as telas de ficção baseadas em histórias mirabolantes. E não é para menos. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS - há dez anos o sedentarismo é definido como doença. Não seria exagero juntá-lo aos sete pecados capitais, afinal, já é de praxe o conjunto dos sete ganhar um oitavo membro de características semelhantes. A opção pelo mais cômodo parece ser instintiva no ser humano. Por que eu vou subir quatro lances de escadas se o elevador me transporta até o andar superior em menor tempo? A efemeridade do século XXI transforma segundos em eternidade e, na grande maioria dos casos, o corpo paga por isso. Paga caro, por sinal! Vem o ganho de peso, as articulações começam a enrijecer e as doenças não tardam a aparecer. O indivíduo que tem um gasto semanal inferior a 2.200 calorias com atividades físicas, somando exercícios físicos


Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS - há dez anos o sedentarismo é definido como doença.

e atividades ocupacionais do dia a dia, é considerado sedentário conforme a OMS. “O sedentarismo leva hábitos posturais inadequados, diminuição da autoestima, alto nível de estresse, baixa qualidade de sono, declínio das atividades motoras, diminuição da força, do equilíbrio, da coordenação e perda da massa muscular,” salienta a doutoranda em Ciências do Desporto Cristina Bonoto. Mas a lista de malefícios não para por aí. Doenças mortais como dislepidemias, pressão arterial elevada, obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes completam a lista negra. Sem esquecer, é claro, da qualidade de vida que fica totalmente comprometida com esse hábito. “Esse mal está tão comum quanto o tabagismo. Não seria exagero falar em epidemia,” completa Cristina. Se a influência vem de casa, o que dizer das crianças?

Videogames, computadores e tablets adentraram no campo que antes era da corda, das bolas de gude e das pernas de pau. As crianças de hoje brincam sentadas, onde o exercício maior se dá com os dedos nos botões e teclados. Mas a culpa não é somente dos pequenos. Faltam incentivos e exemplos que impulsionem a busca por atividade física. É nesse caminho que a obesidade

infantil transita. “Precisamos estar conscientes dos malefícios do sedentarismo e pensarmos na qualidade de vida que queremos ter,” pondera a doutoranda. Passamos por tantas mudanças no decorrer dos anos, por que não começar pelos hábitos de vida? Todo o início é complicado na mesma proporção que os resultados são gratificantes. Um ditado bem lembrado por Cristina ilustra perfeitamente esse assunto. “Não podemos acrescentar somente anos de vida, mas vida aos nossos anos.”

Se você se identifica com as atitudes a seguir, cuidado! Isso pode ser um mau indício. No shopping, a preferência é por escada rolante e elevador. Estacionamento só se for em frente ou muito próximo ao destino. Passar horas e horas sentado, principalmente, em frente ao computador. Percorrer algumas quadras? Apenas com transporte. Ao invés de levantar pegar algo no aposento ao lado, liga que a mãe alcança! Trocar de canal apenas com controle remoto, sem levantar do sofá é claro.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 13


14 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 15


SEXUALIDADE

Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

SIM! Meu filho é Gay! Ao nascer um filho, nasce também uma mãe, um pai, uma família. Os pais fazem qualquer coisa para proteger e dar sempre o melhor a este ser tão pequenino e indefeso que veio ao mundo. Os anos passam e junto deles muitas alegrias, conhecimento e aprendizado. Em um momento vem a notícia: “Mãe, sou gay!”.

16 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Ao nascer um filho, nasce também uma mãe, um pai, uma família. Os pais fazem qualquer coisa para proteger e dar sempre o melhor a este ser tão pequenino e indefeso que veio ao mundo. Os anos passam e junto deles muitas alegrias, conhecimento e aprendizado. Em um momento vem a notícia: “Mãe, sou gay!”. Ninguém escolhe, o medo toma conta e fica a dúvida de quem vai protegê-lo das maldades e preconceitos que a sociedade vai lançar como se fosse algo de outro mundo, como se uma bomba fosse jogada dentro do lar. E o que muda? Nada! Nada explica a opção sexual de cada um, nem a ciência, nem a genética, nem a religião..Simplesmente acontece! E isso, não torna uma pessoa mais ou menos, não deixa de ser cidadão, religioso, trabalhador, muito menos Filho. Vem então a calmaria, coração de mãe é nobre e não existe amor maior e mais reconfortante do que este. Mãe que se torna uma fera ao se tratar da integridade de seu filho amado. Por isso luta com unhas e dentes para que nenhum mal aconteça e que ele seja apenas visto como um cidadão igual aos outros, seja família, amigos sociedade.


A Revista Versa, na busca de auxílio às mães que passam por dificuldades ao enfrentar a opção dos seus filhos, conversou com uma mãezona, acompanhe: Suzana Castilho de Souza, casada com Paulo Cavalcanti é mãe de quatro filhos, três meninas e um menino, este homossexual.

Versa: Quais os sentimentos que se passam ao descobrir a orientação sexual do filho?

Suzana: São vários os sentimentos e muito confusos. No meu caso, o meu maior medo era de como ele seria aceito pela sociedade e pela minha família, não queria que ele sofresse, pensava nas saídas a noite, bebida, que tudo isso poderia acabar em promiscuidade. Chorei muito, mas nunca senti vergonha ou pensei o que os outros iam pensar. Tinha medo que as pessoas o tratassem com indiferença ou repulsa. Percebo que muitas mães têm medo de apoiar seus filhos porque, na maioria das vezes, é o pai quem não aceita e a mãe, para não se indispor, acaba se omitindo, algumas sentem vergonha, mas são sentimentos que fazem parte do ser humano.

Versa: Como lidar com a família, amigos, sociedade, preconceito?

Suzana: Temos que ter em mente que a única coisa que muda no homossexual é que ele gosta de pessoas do mesmo sexo, no resto somos iguais. É um

relacionamento normal, esqueçamos a questão sexual, num relacionamento homossexual como num heterossexual existe amizade, companheirismo, amor. São pessoas que têm sonhos que querem realizar juntos, querem envelhecer juntos.

Versa: Quais as vantagens da aceitação da família?

Suzana: Todas, o apoio da família é fundamental para que o filho (a) se sinta seguro e nunca excluído. A família é a base de tudo. Em Passo Fundo, há menos de um ano, com o incentivo do Plural num chá oferecido as mães, se iniciou um grupo de apoio às Mães LGBT, com a finalidade de apoiar as mães que não estão preparadas para enfrentar o preconceito contra seus filhos, trocar ideias, mostrar a elas que o amor supera tudo, que seus filhos precisam de apoio, que são maravilhosos e não pecadores, que Deus não escolhe quem vai amar, ele ama todos independente da orientação sexual ou religião. O que importa é o caráter. Muitas mães têm vontade de falar com alguém, mas não têm coragem.

Suzana conta que tem a intenção de criar um blog onde as mães possam falar, sem a necessidade de se identificar, podendo trocar experiências, fazer relatos, pedir ajuda no que precisarem e tendo todo o apoio possível. O grupo ainda está sendo organizado, serão reuniões semanais, com conversas, debates e ainda muitas ideias para serem colocadas em prática. Para as mães, conhecidos, amigos, e todos mais que desejarem se integrar, pedir ajuda, conhecer o trabalho, podem entrar em contato pelos telefones: (54) 81482272 (Suzana) // (54)99481932 ( Ronaldo) // (54) 81234123 (Oscar)

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 17


POLÍTICAS SOCIAIS

Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Diminuiu, mas ainda ecoa! Mesmo com a redução da miséria, Passo Fundo ainda vê pessoas vivendo em condições precárias.

A Capital Nacional da Literatura divide espaço com o Festival Internacional do Folclore. A referência em educação se transforma em pólo quando o assunto é saúde. Multinacionais adoçam a fonte de renda do município junto com o comércio ávido por consumidores. Mas o cenário colorido de Passo Fundo ganha tons de cinza quando o assunto é miséria.

18 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

O Censo de 2010 aponta 184.869 habitantes em Passo Fundo. Com a representatividade de educandários na cidade, esse número aumenta durante o ano com a chamada população flutuante. Mais pessoas, mais giro de dinheiro, mais oportunidades. Essa tríade seria perfeita se viesse junto com uma palavrinha: erradicação. Os programas assistenciais do Governo Federal ajudaram a diminuir os índices de miséria, mas o subdesenvolvimento do Brasil ainda deixa marcas em boa parte da população. Segundo a Secretaria de Cidadania e Assistência Social de Passo Fundo, hoje quase 15 mil pessoas fazem parte do Sistema de Cadastro Único. Isso significa que essas pessoas podem concorrer ou são beneficiárias de algum tipo de programa social, como descontos nas contas de luz e água e Bolsa Família. Há dois anos, mais de 8 mil pessoas recebiam o Bolsa Família em Passo Fundo. Hoje o número não chega a 5 mil. Esse panorama é reflexo da ascensão de renda da população. Para continuar recebendo o benefício é necessário atualizar os dados constantemente a partir de uma renda mí-


nima estabelecida pelo Governo Federal. Conforme a Semcas, quem deixa de atualizar é porque já está trabalhando. Por mais que os números evidenciem ligeira melhora, basta uma passagem por certas comunidades para se debater com a miséria. Falta estrutura para abrigar famílias, em certos domicílios não há encanamento e muito menos energia elétrica. Você já se imaginou morando em um lugar sem esgoto canalizado? Pois muitas pessoas ainda vivem nessa situação em Passo Fundo. A realidade não está tão distante da nossa porta. Afinal, dar o peixe ou ensinar a pescar? Os programas sociais seriam a solução para derrubar esses números. O que falta para esse cenário mudar? Essas perguntas poderiam começar a ser respondidas pela educação. Países como a China dão exemplo de disciplina e crenças no ensino como forma de obter resultados. Não basta apenas detectar o problema, é preciso encontrar o fio da meada para tentar desembaraçá-lo com precisão e efetividade.

A Revista Versa foi em busca de algumas respostas. Conversamos com uma economista sobre o contexto de Passo Fundo. Cleide Fátima Moretto tem doutorado na área da economia e atua como professora e pesquisadora na Universidade de Passo Fundo.

Versa - Levando em consideração os índices de queda apontados pelo IBGE, a situação de Passo Fundo é tão confortável quanto parece?

Cleide - Acredito que nenhum município brasileiro esteja em situação confortável, pois a pobreza em nosso país tem origem estrutural. O município de Passo Fundo, de acordo com os dados do Censo Demográfico de 2010, possuía 0,7% das pessoas residentes em domicílios permanentes com rendimento mensal total “per capita” de até R$ 70,00. É uma proporção menor do que a média do estado (1,4%) e menor do que muitos municípios com população

Falta estrutura para abrigar famílias, em certos domicílios não há encanamento e muito menos energia elétrica. Você já se imaginou morando em um lugar sem esgoto canalizado?

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 19


entre 100 e 500 mil habitantes; perde apenas para Bento Gonçalves e Caxias do Sul. O que chama a atenção é a proporção 16,7% de pessoas com renda mensal total “per capita” de até ½ salário mínimo. Se observamos a distribuição dos rendimentos dos passofundenses, com idade superior a 10 anos de idade (Figura 1), vemos que a maior frequência relativa está na faixa de 1 a 2 salários mínimos, seguida pela parcela da população sem rendimentos (27,6%); ou seja, 44.201 pessoas declararam não ter rendimentos, número que inclui os beneficiários de programas de transferência de renda do governo, como é o caso do bolsa família. Portanto, essa condição não nos deixa confortável.

Uma formação educacional sólida é pré-requisito essencial para a construção de uma estrutura social e econômica mais igualitária. Versa - Passo Fundo é polo em diferentes áreas (saúde, educação, indústria), mesmo assim há pessoas desempregadas. Na sua opinião, isso é reflexo do quê?

Figura 1 Distribuição do rendimento nominal mensal (número de pessoas com 10 anos ou mais), município de Passo Fundo (RS), em número de salários mínimos – 2010.

Fonte: Moretto (2012) a partir dos dados do Censo Demográfico IBGE (2010).

Versa - Até que ponto o acesso a programas assistenciais, como Bolsa Família e Bolsa Escola, beneficia pessoas em situação de vulnerabilidade social?

Cleide - Num país em que as pessoas ainda morrem de fome ou de desnutrição é imprescindível que pensemos em estratégias imediatas para amenizar essa condição extrema. O programa Bolsa família, nesse sentido, tem o intuito não apenas de diminuir ou erradicar a miséria, mas de garantir a melhoria de outros indicadores sociais, como a frequência escolar, a adesão aos programas de vacinação, ao cuidado na fase de gestação e amamentação. Ao transferir renda, o governo busca contribuir para a garantia de condições mínimas para a sobrevivência e, ao mesmo tempo, dinamiza os setores produtivos de bens de consumo não duráveis, como é o caso do setor primário e do comércio varejista de alimentos. Todavia, ainda há um longo caminho para incluir todos os cidadãos em políticas sociais que lhe são de direito. São necessárias políticas públicas que garantam o acesso ao mercado de trabalho. Muitos brasileiros ainda se encontram em situação de vulnerabilidade social.

20 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Cleide - A condição de pleno emprego, ou de desemprego zero, sempre foi um desafio para os economistas: mesmo em condições de crescimento econômico e utilização de plena capacidade das empresas é provável que exista, ainda, o desemprego friccional, ou seja, um número de pessoas que ainda não está ajustado no mercado de trabalho. Voltando para a realidade do mercado de trabalho nacional e local, sabemos que há um grande número de trabalhadores que não atendem às exigências das empresas, seja em termos de educação formal ou de experiência, outros tantos não se enquadram na lógica do mercado. De outra parte, há que se considerar que os setores que sempre absorveram a maior parte da população economicamente ativa, como é o caso do setor primário e da indústria, tem adotado inovações tecnológicas intensivas em máquinas e equipamentos e poupadores de trabalho.

Versa - Erradicar a pobreza, em uma cidade como Passo Fundo, seria uma utopia?

Cleide - Erradicar a pobreza num município como Passo Fundo não pode ser encarada como uma utopia, mas é importante lembrar que toda a economia que atrai capital, renda e mão de obra, também passa pelo efeito do aumento da marginalidade e da pobreza, basta olharmos para as regiões metropolitanas ou os grandes centros produtivos. O desafio é que se torna maior. A maior geração de produção e de renda deve ser vista, em nível de políticas públicas, como uma forma de obtenção de receita pública para a implementação de projetos de inclusão social, como de geração de trabalho e renda, em nível local. Uma formação educacional sólida é outro pré-requisito essencial para a construção de uma estrutura social e econômica mais igualitária.


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 21


COMPORTAMENTO

Por: MARILISE LECH / redacao@revistaversa.com.br

Educando a Inteligência Emocional Jean-Paul Sartre, ao esboçar uma teoria das emoções, apontou que estudos de psicologia poderiam ser insuficientes para explicar o estar-no-mundo emotivamente e que, para fazê-lo, seria necessário recorrer à fenomenologia, afinal, as emoções são fenômenos e não fatos. Será que o físico Isaac Newton explicaria a atração afetiva de corpos humanos, por exemplo? Sartre considera que não, pois essa atração não pode ser explicada, ela apenas existe. E se sequer podem serem explicadas, poderiam as emoções serem educadas? Daniel Goleman, psicólogo norte-americano, defende essa tese desde a década de oitenta do século passado. Esse estudioso afirma que, a partir do nascimento, a criança começa a aprender as noções básicas do coração e que essa aprendizagem emocional ocorre por toda a vida, basicamente por meio das relações humanas. Paralelamente a esses estudos, na mesma universidade (Harward – EUA), o psicólogo educacional Howard Gardner propôs a teoria das Inteligências Múltiplas, na qual descreve que, dentre os oito tipos de inteligência humana, a Inteligência Interpessoal e a Intrapessoal, quando agem conjuntamente, formam a Inteligência Emocional. Mas afinal, o que significa ser Inteligente Emocional? De acordo com Goleman, significa que o sujeito detém os instrumentos essenciais para ter uma vida emocionalmente estruturada e feliz. Depois de sistematizar conhecimentos de várias épocas e de diferentes estudiosos ele resumiu esses instrumentos em apenas cinco qualidades: o autoconhecimento, o autocontrole, a automotivação, a socialização e a empatia, que é a capacidade de ser sensível aos sentimentos alheios. O desenvolvimento dessas qualidades que formam o nosso Quociente Emocional (QE) pode acontecer durante toda a vida. No entanto, esse processo não depende somente de se adquirir conhecimentos (Quociente Intelectual – QI), mas, acima de tudo, de estabelecer relações humanas construtivas com pessoas disponíveis para o diálogo e que ajudem a reconhecer e nominar os sentimentos positivos e negativos, próprios e alheios.

22 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

A aceitação dos sentimentos negativos como a raiva, o medo e a tristeza, permite que se possa verbalizá-los, ao invés de reprimi-los.


A aceitação dos sentimentos negativos como a raiva, o medo e a tristeza, permite que se possa verbalizá-los, ao invés de reprimi-los. Diante da tristeza de alguém, por exemplo, pouco adiantaria algum amigo fazer palhaçadas ou convidar para uma festa. Momentaneamente esses recursos poderiam até ajudar, contudo, o que deu origem àquele sentimento e que precisaria ser compreendido vai continuar ali, latente, podendo provocar angústias ainda maiores. Além disso, se as ditas energias negativas não forem bem identificadas e elaboradas, poderão ser somatizadas, transformando-se, até mesmo, em doenças do corpo. Diante disso, o que precisa ser feito é uma usinagem dessa energia, transformando-a em energia positiva que pode ser o estopim para grandes realizações. Esse difícil, porém possível processo pode ser considerado uma arte e é o que nos ajuda a ser mais resilientes, entusiasmados e de bem com a vida. Na medida em que o tempo passa, caso as pessoas tenham refletido sobre suas experiências de vida e tirado delas algumas lições, a tendência é que se vá ficando cada vez com maior QE. Isso pode ocorrer a partir de nossa autoconsciência, qualidade essa que nos ajuda a ter mais controle sobre nossas emoções. Reconhecer cada uma de nossas emoções, refletir e, na medida do possível, ter o controle sobre elas, pode nos ajudar a expandir nossa Inteligência Emocional, aumentando, assim, nossa potência realizatória. Afinal, a pessoa que somos depende de nossas realizações e não somente do que sabemos, pensamos ou sentimos. E nossas realizações, por sua vez, dependem de nossas emoções... A emoção, segundo o biólogo chileno Humberto Maturana, mora no corpo e é ela que nos torna humanos. Quando aprendemos a escutar o discurso da nossa corporeidade, o qual se expressa através do riso, do choro, da nossa postura, do rubor da face, do arrepio da pele, do coração palpitante e, acima de tudo dos nossos gestos e ações, aprendemos a nos reconhecer e nos respeitar mais. E é só respeitando a nós mesmos que aprendemos a respeitar o outro. O mesmo autor refere, ainda, que o que torna tudo isso possível é a emoção do amor. Na medida em que amamos e expressamos o amor através de nossa corporeidade, que segundo o fenomenólogo francês Merleaut-Ponty é o nosso modo de ser e estar no mundo, estabelecemos relações mais inteli-

A emoção, segundo o biólogo chileno Humberto Maturana, mora no corpo e é ela que nos torna humanos. gentes. Assim, o amor não pode ser só um sentimento, deve sim, ser expressado através do abraço, do gesto solidário, mas, acima de tudo, pela aceitação do outro como um legítimo outro, mesmo frente às diferenças. Por fim, ter um bom QE é tão importante quanto ter um bom QI. De nada adiantaria termos vastos conhecimentos científicos ou mesmo sobre os saberes do cotidiano se não fôssemos capazes de aplicá-los no nosso dia a dia, em prol do próprio bem, do bem ao próximo e de toda humanidade. O equilíbrio entre esses dois tipos de inteligência é o que nos dará a possibilidade de termos sucesso pessoal e profissional, base que são da dita felicidade humana.

Marilise Lech Psicóloga Educacional Professora da Universidade de Passo Fundo Ocupante da cadeira 39 da Academia passofundense de Letras

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 23


24 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 25


MODA

Por: NATÁLIA BOHRER GRAZZIOTIN / redacao@revistaversa.com.br

Maiô ou biquíni. Qual a melhor escolha?

Vem chegando essa época do ano e o que mais queremos são férias, calor, praia e piscina. Mas com este desejo vem a dúvida: em que apostar? Na segurança do maiô ou na sensualidade do biquíni? A boa notícia é que, dependendo do modelo escolhido, podemos ter as duas coisas em ambas as peças. Sim, porque nada adianta um maiô que deixa o corpo ainda mais volumoso (e até os seios caídos) e um biquíni que exala vulgaridade. Por isso é importante prestarmos atenção em alguns pontos. Primeiro observar o próprio corpo. Se estiver com tudo em cima, pode tranquilamente apostar no biquíni e aí se orientar pelos gostos pessoais ou por suas proporções. Por exemplo, quem tem os seios muito grandes, é interessante que use a parte de cima do biquíni com alças, que garantem sustentação. Neste caso, é aconselhável que a calcinha acompanhe o tamanho do top para manter o equilíbrio do visual. Da mesma forma, quem tem seios pequenos e quer realça-los é adequado que use um modelo tomara que caia com bojos, que dão a sensação de aumentar o volume dos seios. E neste caso, a calcinha pode variar bastante, indo desde as mais ousadas, com tiras finas e lacinhos, até as mais comportadas.

26 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

Quem está com alguns quilinhos a mais e não quer deixar o biquíni de lado pode

Se estiver com aquela barriguinha saliente é interessante atrair o olhar para os seios, usando tops coloridos ou estampados tentar alguns truques. Se estiver com aquela barriguinha saliente é interessante atrair o olhar para os seios, usando tops coloridos ou estampados. Na parte de baixo aposte em biquínis com a cintura alta e em tons escuros, que emagrecem e não chamam atenção para a região. O maiô é uma excelente alternativa para quem está acima do peso ou simplesmente quer ter mais uma opção de peça, já que ajuda a modelar o corpo. E nem pense que é coisa de senhora. Hoje, mui-

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

tas marcas estão trabalhando para este nicho, desenvolvendo modelos cada vez mais modernos e até ousados. Existem maiôs que podem ser inseridos tranquilamente na cidade, fazendo às vezes de top com saias, bermudas ou calças. Já para as senhoras é a opção mais acertada, porque ajuda a esconder o excesso de pele. Especialmente neste caso, mas em todos os outros, é importante levar em consideração a qualidade da peça, pois se o tecido não for firme o suficiente, grandes são as chances de ficar deselegante. Seja qual for a sua escolha, o importante é ter bom senso e escolher peças confortáveis, que realcem os pontos fortes e disfarcem os defeitinhos.

Natália Bohrer Grazziotin


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 27


VOCÊ NA VERSA

Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Um brinde à dedicação Três anos de informação pelos olhos de quem faz e acontece: você

Parece que foi ontem. A ideia não veio por acaso, afinal, um bom projeto precisa de planejamento. A Revista Versa surgiu com o objetivo de unir uma variedade de assuntos em uma única publicação. Não é mais um periódico no mercado, não é informação com viés estritamente capitalista. É apenas a sua realidade. Se a ideia é boa, não tem como dar errado. Já são três anos em circulação, comemorados com uma bela festa e atração nacional.

28 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

O minuano deu lugar a uma brisa agradável na noite de 30 de agosto. Com toques requintados, dignos da proposta, o salão principal do Clube Comercial ganhou ares de novela. Para receber a expert em moda Gloria Kalil e comemorar os 3 anos da Revista Versa, cerca de 400 pessoas brindaram em uma noite memorável. As personalidades que foram capa da publicação receberam uma homenagem. Em seguida, um desfile com produção da Loja B&B levou a passarela as tendências da primavera-verão 2013. Os penteados das modelos ficaram a cargo de Mano Escobar. Um colorido especial a uma noite que, por si só, já era de muito brilho. A prática do bom gosto complementada pela teoria de quem entende do assunto. Gloria Kalil, referência em moda no Brasil, falou sobre etiqueta, comportamento e, claro, aspectos que delimitam e norteiam o vasto campo dos estilos de ser e vestir. A consultora em moda é também autora de livros que fazem sucesso entre as mulheres. Além de dicas, Gloria ainda respondeu a questões da plateia.


Florais no guarda-roupa A globalização chegou também em panos e cetins. O que é tendência em uma parte, provavelmente, vai expandir para o restante das fronteiras. As gaúchas, um tanto reticentes quanto aos florais, devem repensar algumas ideologias sobre o tema. “os florais vão vir com tudo no verão e as gaúchas precisam abrir o guarda-roupa para eles,” destaca Gloria.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 29


Errar pouco é possível? Que o hoje o estilo é mais importante do que a moda, isso não é novidade. O segredo está em como adotar um estilo próprio capaz de evidenciar o modo de ser e agir. “A escolha que se faz da moda demonstra quem você é,” destaca Gloria. A partir disso, para a especialista, atualmente, é difícil uma pessoa errar. Por isso, se você ver alguém com roupa justa, curta ou com excesso de tecido, calma, isso é reflexo de uma opção. Ou, cuidado! A roupa nada mais é do que a sua identidade.

30 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


Chique com pouco dinheiro Seria isso uma utopia? A moda está diretamente relacionada com o poder aquisitivo? Essas perguntas são quase unanimidade entre homens e mulheres. Para a consultora, uma pessoa pode estar na moda com pouco dinheiro na mesma proporção que pode estar extremamente fora de moda com muito dinheiro. Moda é uma questão de informação. “Uma pessoa com bons olhos se veste tranquilamente e não corre o risco de estar fora dos padrões,” completa.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 31


NEGÓCIOS

Por: OLIVO TIAGO GIOTTO / redacao@revistaversa.com.br

“Amigos, amigos, negócios à parte!”

É muito comum termos pessoas em nosso círculo de amizade cuja competência nos inspira a mais absoluta confiança e admiração. Logo, também é comum que, em dado momento, pondere-se a possibilidade de “unir o útil ao agradável”. Para que essa parceria possa dar certo, no entanto, há que se ter bem claro que é necessário mais do que amizade e competência. É necessário que exista profissionalismo. Ou seja, apesar da amizade é necessário que sejam criados sistemas de controles que não coloquem em dúvida a integridade do sócio, o que, consequentemente, prejudicaria a amizade. A Ciência da Administração oferece várias ferramentas para gerenciar negócios com profissionalismo e isenção. No entanto, não se pode esquecer que a empresa existe para dar lucro. O negócio que é lucrativo pode continuar crescendo, gerando ainda mais empregos e movimentando a economia local. Assim, antes de iniciar um empreendimento com amigos é muito importante deixar muito claro todos os detalhes da ges-

32 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

tão.

Também é comum recorrer a amigos nas ocasiões em que se precise de dinheiro, do que podem surgir várias situações embaraçosas, tanto para quem empresta quanto para quem toma emprestado. Quando se consegue quitar a dívida com facilidade não há problema algum, no entanto, quando isso não ocorre, a amizade fica ameaçada. Novamente o caminho mais curto é conseguir fazer uma distinção entre amizade e negócios. O dinheiro é um recurso que, ao ser emprestado (apesar da amizade ou parentesco), deve ser remunerado. Ou seja, é justo que seja cobrado o juro devido. Além de se cercar de documentos comprobatórios, também é interessante se utilizar de serviços profissionais de terceiros especializados que podem intermediar esse processo, tais como administradores, contadores ou advogados. Afinal se a amizade é verdadeira sempre se entende que não é correto deixar o amigo no prejuízo, não é mesmo?

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

É necessário que sejam criados sistemas de controles que não coloquem em dúvida a integridade do sócio.

Adm. Olivo Tiago Giotto CRA/RS 24115 Especialista em Gestão de Pessoas Mestre em Administração


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 33


ESTÉTICA

Por: MARILENE UGHINI / redacao@revistaversa.com.br

OLHEIRAS

A olheira é uma hiperpigmentação periorbitária, isto é, área escura ao redor das pálpebras. As olheiras têm um impacto na aparência porque fazem a pessoa parecer mais velha e cansada. Ocorrem mais no sexo feminino, mas incomodam tanto mulheres como homens. Se entendermos as causas das olheiras seremos capazes de encontrar o melhor tratamento. Existe uma forma de pigmentação constitucional hereditária muito difícil de tratar que é a encontrada na população de origem árabe ou

indiana. A forma mais comum de olheira é a de origem vascular. Os vasos no local podem ser vistos através da pele. Nesses casos, as olheiras são inicialmente azuladas ou arroxeadas. Vários fatores podem provocar dilatação desses vasos e com o tempo, por estase venosa no local, inicia a pigmentação escura, que tanto incomoda e vai piorando com a idade. A pele no contorno dos olhos é 3 vezes mais fina que no restante da face e por isso é uma região que requer sempre muito cuidado. Os fatores agravantes das olheiras

Algumas opções de tratamento - cremes apropriados - afastar fatores agravantes - preenchimento - laser vascular para os vasos maiores desta região ( Nd-Yag 1064) - laser fracionado de CO2 (retrái a pele) - luz intensa pulsada (LIP) para certos casos (vasos finos e superficiais) - laser Q-switch para pigmento não melanina etc - laser vascular para os vasos da região

34 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

são: cansaço, noites mal dormidas, ingestão de álcool, fumo, café, stress, período menstrual e doenças em geral. Há casos de aparente olheira por depressão (afundamento) nesta região. O afundamento, ocorrendo nos casos de olheiras, fazem estas parecerem piores. Existem diversos tratamentos de acordo com cada caso, e, embora a cura definitiva nem sempre seja possível, sempre se consegue melhorar.


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 35


EDUCA

Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

Quais os cuidados na hora de trocar a escola de seu filho? Algumas coisas aconteceram e é preciso mudar seu filho de escola. O que fazer? Quais os cuidados tomar? Como prepará-lo para essa mudança?

Para melhor esclarecer, acompanhe o que nos conta a Psicóloga, Vivian Luciane Dresch, especialista em Terapia Sistêmica de Casal e Família. Diversos são os fatores que influenciam os pais a tomarem a decisão de trocar de escola para seus filhos, dentre eles estão as questões financeiras, distância da residência da família ou simplesmente a escola não atende as demandas educacionais esperada pelos pais. Para as crianças as implicações com relação à mudança de escola não são muito diferentes da dos pais, pois para elas significa perder aquela instituição como um todo, a professora, os colegas, amigos e a partir da troca buscar novos vínculos.

Para os pais cabe a tarefa de visitar com antecedência, pesquisar e escolher a melhor instituição de ensino que atenda as suas expectativas e possibilidades.

36 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 37


A mudança de escola precisa ser realizada com cautela, isto é, além dos quesitos a serem pesquisados pelos pais durante a procura de opções, é necessário preparar a criança para este novo contexto, criando um espaço para conversas entre pais e filhos. Possibilitar que a criança conheça a escola antes da decisão ser concretizada para se ambientar e assim diminuir o nervosismo. Para os pais cabe a tarefa de visitar com antecedência, pesquisar e escolher a melhor instituição de ensino que atenda as suas expectativas e possibilidades. Além do valor da mensalidade, é necessário avaliar outros quesitos neste momento de decisão. O pagamento não é o mais importante, porém, é necessário que seja coerente com a realidade financeira familiar. A infraestrutura escolar também é relevante, isto é, número de professores, número de crianças por sala, espaço para lazer, segurança, higiene e limpeza do local, localização da escola, material didático, incluindo carga horária escolar e frequência de atividades escolares para casa, e recursos tecnológicos suficientes. Dentro dos quesitos a serem analisados, está a importância em verificar se a escola solicita uso obrigatório de uniformes, em caso positivo, avaliar se este irá influenciar no orçamento. Com relação a alimentação é fundamental buscar informações se a escola fornecerá lanche ou algum tipo de alimentação durante o período escolar, como funciona e se há custos. Um ponto importante a ser verificado é a grade currícular, se a proposta de ensino é a tradicional, a lúdica ou a sociocontrutivista, e avaliar se estão previstas atividades extracurrículares dentro do período de aula, como passeios em cinemas, museus, parques, etc. Outra possibilidade para ser analisada, se existem outras atividades (balé, judô, natação, etc) dentro da escola. Em caso afirmativo, procure saber se é obrigatório que a criança participe e os custos relacionados.

38 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

Um ponto importante a ser verificado é a grade curricular, se a proposta de ensino é a tradicional, a lúdica ou a sociocontrutivista, e avaliar se estão previstas atividades extracurrículares dentro do período de aula, como passeios em cinemas, museus, parques, etc.

Em todos os projetos é interessante observar se os valores repassados estão próximos aos da sua família. Nesta fase de transição é fundamental que professores e coordenadores acompanhem o novo integrante da turma, criando um clima favorável para a adaptação. A troca é necessária quando a escola não está atendendo às expectativas do aluno ou dos pais, ou quando o estudante não se adaptou a uma característica específica da escola, como a religião, o método ou o grau de exigência. Pode ser considerado uma mudança menos traumática quando a criança finaliza ciclos, como, no início ou final do ensino fundamental e no ensino médio. Além de ser uma nova etapa, existem colegas que estarão passando pelo mesmo processo. Sendo assim, a melhor opção é aquela que está de acordo com as expectativas dos pais com relação à formação do filho.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

VIVIAN LUCIANE DRESCH Psicóloga - CRP 07/18096 Especialista em Terapia Sistêmica de Casal e Família


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 39


ODONTOLOGIA

Por: ADRIANA LANGER / redacao@revistaversa.com.br

Lentes de contato no dentista? É isso mesmo! As também chamadas “lentes de contato” são lâminas de porcelana cimentadas (“coladas”) sobre os dentes. Sua função é melhorar a forma dos dentes, corrigir defeitos, fechar aqueles espaços que algumas pessoas apresentam entre os dentes, como os diastemas, por exemplo. O grande diferencial entre as convencionais facetas de porcelana é sua espessura. As lentes de contato, também chamadas de lâminas ultra finas ou lumineers possuem apenas 0,2mm de espessura, o que permite não desgastar o dente ou apenas “regularizar”a sua superfície. As facetas de porcelana convencionais necessitam um desgaste do esmalte de 0,5 - 0,8mm , dependendo do caso. Como sempre, quem estreia os avan-

Situação inicial

ços da odontologia estética é quem depende do sorriso para viver, como atores, apresentadores e modelos. Aliás, uma grande quantidade de sorrisos perfeitos

As lentes de contato, também chamadas de lâminas ultra finas ou lumineers possuem apenas 0,2mm de espessura, o que permite não desgastar o dente ou apenas “regularizar”a sua superfície.

que vemos na televisão e revistas fazem uso desses recursos já há algum tempo. Após realizado o molde dos dentes, este é encaminhado para o laboratório

protético para a confecção das lentes. Quando prontas, eles retornam ao consultório para serem cimentadas aos dentes. Basicamente o mesmo processo das facetas de porcelana. Porém, nem todos os casos podem ser resolvidos com lâminas ultra finas. Dentes escurecidos são uma contra-indicação, pois devido a pouca espessura dessas lâminas, elas não tem a capacidade de mascarar a cor escura que está por traz, dentes projetados talvez devam ser corrigidos com facetas, caso contrário ficariam ainda mais projetados, assim como dentes quem possuem muitas restaurações em resina. Cada caso é um caso. Por isso, é importante considerar a decisão do especialista em indicar este procedimento ou outro para o melhor benefício do cliente.

Situação posterior: utilizando facetas de porcelana convencionais

Dra. Adriana Langer Situação inicial: anatomia dos dentes anteriores superiores 40 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

Situação posterior: com as lentes de contato.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Dra. Adriana Langer Cirurgiã-Dentista CRO 10430 Especialista em Dentística Restauradora


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 41


PERSONALIDADE

Por: TAÍS RIZZOTTO / redacao@revistaversa.com.br

José Carlos Carles de Souza Foi em uma manhã de sábado que nos en- pre uma referência para a família. Depois de dois contramos para conhecer a história de José Car- anos na cidade de Taquara o pai de José Carlos los Carles de Souza. Foi em um destes chuvosos foi transferido para Ijuí. Lá, foi estudar no grupo dias de setembro que foescolar Rui Barbosa. José mos até sua casa, no bosCarlos, onde sempre foi um que Lucas Araújo em Passo estudante muito disciplinaFundo. do e comportado em sala de Aos cinco anos de idade Usando terno, aliás, aula. “Lembro-me do respeio garoto, que tinha dois uma de suas característito que nós tínhamos pela irmãos, deixou Passo cas, José Carlos, nos recefigura da professora, pela beu. Começamos nossa diretora e pela escola como Fundo por causa do conversa pelo princípio. A um todo” conta. De Ijuí a fatrabalho do pai, que infância no bairro Petrópomília, mais tarde, se mudou havia sido transferido lis. José Carlos nasceu em para Catuípe, e depois para para a cidade de 1956. Seu pai era bancário, Tapera. O retorno a Passo trabalhava no antigo Sul Fundo foi em 1972. Na ciTaquara. Banco, depois Meridional, dade natal, José Carlos estuhoje Santander e a mãe dou no CENAV, hoje EENAV, era dona de casa. Aos cinco Escola Estadual Nicolau de anos de idade o garoto, que tinha dois irmãos, Araújo Vergueiro. Passado algum tempo, os irdeixou Passo Fundo por causa do trabalho do mãos, se mudaram de Passo Fundo. Marco Antôpai, que havia sido transferido para a cidade de nio, formado em direito é empresário em Porto Taquara. A avó e outros familiares continuaram Alegre e João Valter é dentista em Primavera do morando no bairro Petrópolis, sendo o local sem- Leste, Mato Grosso.

42 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 43


A escolha pelo direito “Quando eu morei em Tapera, estudava a noite e trabalhava durante o dia no cartório judicial como office boy. Como o escrivão precisou se afastar por problemas de saúde, eu passava o dia sozinho no cartório, tendo que realizar todas as tarefas. O escrivão substituto chegava às cinco da tarde para revisar o que eu havia feito. Com isso, aprendi todos os passos de um processo. Mais tarde, quando eu ingressei no Direito e iniciava uma ação na justiça, eu já tinha experiência, por saber quais seriam os passos seguintes. Conhecia a rotina de andamento processual.” A lição que levou para a vida Quando a minha família se mudou para a cidade de Catuípe, meu pai queria muito que eu trabalhasse, não pela necessidade financeira e sim pela experiência do trabalho. Ele conversou com um homem que era dono de escritório de contabilidade na cidade. Meu pai acertou com esse homem que ele mesmo pagaria meu salário, sem que eu soubesse, como forma de me incentivar a trabalhar. Depois de 30 dias de trabalho, meu pai foi falar com ele para fazer o acerto. Para surpresa dele, o contabilista disse que o próprio escritório iria pagar meu salário, em função do meu desempenho. Eu vim a saber isso mais tarde e fiquei muito feliz. Levei essa lição para a vida. Sempre trabalhei muito. Eu fui aprovado em 1975 em um concurso no Banco do Brasil, em Tapera. Tinha praticamente 20 anos. Depois fiz vestibular para o curso de direito na UPF no turno da manhã e logo pedi transferência para o noturno. Fui um estudante universitário que estudava a noite e trabalhava durante o dia. A esposa Foi na faculdade, na UPF, em 1978, que conheci a Moema, minha esposa, mãe dos meus dois filhos. Ela me foi apresentada por uma amiga, em uma roda de cafezinho e olha que já se vão 30 anos de casamento. Nós tínhamos um grupo de amigos que faziam algumas festinhas e aos poucos as coisas foram acontecendo. Nos tornamos bons amigos já no primeiro momento. Durante o namoro a gente deu um tempo, mas a amizade permaneceu, a gente não conseguia ficar longe um do outro. Em seguida reatamos. Além de advogada, Moema é corretora de imóveis, empresária e uma grande mãe e esposa. Acho que só um casamento com muito amor e com muita cumplicidade faz uma união durar esse tempo todo. É preciso entender o outro e não competir com ele. Eu e a Moema sempre tivemos muito respeito por nossas individualidades. Embora tenhamos sido sócios de um escritório de advocacia, em 1983, trabalhávamos juntos, sabendo separar bem as coisas. Sempre tivemos mais de uma jornada de trabalho. Juntos comemoramos as conquistas de cada um.

44 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Quando a minha família se mudou para a cidade de Catuípe, meu pai queria muito que eu trabalhasse, não pela necessidade financeira e sim pela experiência do trabalho. Ele conversou com um homem que era dono de escritório de contabilidade na cidade. Meu pai acertou com esse homem que ele mesmo pagaria meu salário, sem que eu soubesse, como forma de me incentivar a trabalhar. Depois de 30 dias de trabalho, meu pai foi falar com ele para fazer o acerto. Para surpresa dele, o contabilista disse que o próprio escritório iria pagar meu salário, em função do meu desempenho.


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 45


Os filhos A Maria Carolina chegou em 1985 e o João Vicente 1986. Foi muito bom ter criado os dois juntos, uma experiência maravilhosa. Não enfrentamos as brigas normais de irmãos, os dois sempre tiveram uma afinidade muito grande, um sempre cuidava muito do outro. Quando os dois eram pequenos eu trabalhava a noite, até a uma hora da manhã. Quando eu chegava em casa, muitas vezes, um acordava e em seguida o outro. Era assim, eu embalava a Maria Carolina e a Moema o João Vicente, eu a embalava ao som de uma valsa... Hoje a Maria Carolina, advogada, com 27 anos, toma conta do escritório de advocacia. Uma das minhas maiores emoções foi em 2007 entregar a ela o diploma de bacharel em direito. O João Vicente, tem 26 anos é mestre em marketing, e está trabalhando em Passo Fundo.

Sua história de 31 anos na UPF 1977 Ingressa no curso de direito 1981 Ingressa no curso de administração rural, como professor, para trabalhar as disciplinas de crédito rural e administração rural, temas que se relacionavam com seu trabalho no banco. 1986 Prestou concurso para ser professor no direito 2002 Eleito vice-diretor da faculdade de Direito 2006 Eleito Diretor da faculdade de Direito 2010 Eleito Reitor da UPF

46 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

O crescimento dentro da UPF As oportunidades profissionais foram surgindo naturalmente na minha vida. Tenho pela frente o desafio de administrar mais de 20 mil alunos, mais de mil funcionários e de mil professores. Na condição de reitor eu pude compreender a complexidade e a grandiosidade dessa instituição, da UPF. Com a experiência de diretor aprendi muito, mas percebi que o que me deu mais segurança foi o fato de ter presidido o comitê de orientação estratégica. A rotina pesada, os pedidos, as reclamações, as cobranças, eu assimilo isso tudo muito bem. Procuro manter a tranquilidade, a serenidade. Muitas decisões não dependem só do reitor. A nossa gestão é caracterizada pela coletividade das decisões. Reeleição Não tenho uma decisão sobre a possibilidade de candidatura a reeleição. Só há espaço para reeleição se houver projetos. Não quero continuar no cargo por motivos menores. Porém ressalto que meu histórico é de uma gestão. Fui diretor por um mandato, presidente da OAB em Passo Fundo por um mandato. Atualmente sinto saudade da sala de aula... O que ainda quer da vida Bem, com 56 anos estou distante do período de jubilamento da UPF, que acontece aos 70 anos. Tenho a expectativa de continuar na UPF. Temos que avançar com a implantação de um mestrado na área do direito. Seria uma marca muito bonita na minha vida. Depois, quem sabe, penso em voltar a sala de aula e a ter um envolvimento profissional na área do direito, já que hoje dou apenas uma consultoria. Tem também as questões familiares. Pensamos em uma viagem internacional, eu, a esposa e os 2 filhos, quem sabe a Grécia seja um destino interessante...


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 47


ARTE

Fonte: www.iberecamargo.org.br / redacao@revistaversa.com.br

Iberê Camargo Exposição No Tempo traz 49 obras de arte a Passo Fundo Fonte: Fundação Iberê Camargo Artista de rigor e sensibilidade únicos, Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma obra extensa, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê Camargo nasceu em Restinga Seca, interior do Rio Grande do Sul, Brasil, em 1914. Começou a pintar em 1936, quando se mudou para Porto Alegre e conheceu Maria Coussirat Camargo, que três anos depois se tornaria sua esposa. Em 1942, ano de sua primeira exposição, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu por 40 anos. Entre 1948 e 1950, Iberê viveu na Europa e estudou com De Chirico, Petrucci, Lhote, Leoni Augusto Rosa e Antonio Achille. Iberê Camargo faleceu em agosto de 1994, aos 79 anos, deixando um grande acervo de mais de 7 mil obras. Grande parte desta produção foi deixada a Maria, sua esposa e companheira inseparável, cuja coleção compõe hoje o Acervo da Fundação Iberê Camargo. O Museu de Artes Visuais Ruth Schneider de Passo Fundo, recebeu a mostra No Tempo, organizada pela Fundação Iberê Camargo e Sistema Fecomércio-RS/ Sesc. A iniciativa vai ao encontro com um dos principais objetivos da Fundação, divulgar a obra e a história de Iberê Camargo. Esse trabalho é especialmente importante dentro do Rio Grande do Sul, justamente por ser o Estado onde o artista nasceu, e produziu boa parte de suas obras.

48 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção em desenho, gravura e pintura, o artista desenvolveu as conhecidas séries Carretéis, Ciclistas e As Idiotas, que marcaram sua trajetória.


O Carretel

Ciclistas

As Idiotas

“Símbolo, signo, personagem – o carretel -, brinquedo da minha infância, e agora, nesta fase, tema da minha obra, está impregnado dos conteúdos do meu mundo.”

A mostra é composta por 49 obras, entre gravuras e desenhos produzidos ao longo de toda trajetória de Iberê, que retratam as mudanças e constâncias que marcaram a sua produção. Elementos e procedimento do início da carreira do artista reaparecem em obras de sua maturidade, modificados pelo longo período de aprendizado e pesquisa formal ao qual se dedicou. A arte, para Iberê, foi o meio encontrado para enfrentar a vida, e também para sobreviver a ela, estendendo sua permanência para além de seu próprio tempo. O responsável pelo acervo, Eduardo Haesbaert, conta que o catálogo elenca obras de diversas fases do artista de trás para frente, como a gravura em água-forte Modelos de 1994, terminando pelas primeiras, entre elas uma gravura em ponta-seca com o título de Autorretrato de 1943, feita no Rio de Janeiro. A transformação na trajetória artística de Iberê, tanto da figura humana como dos objetos figurativos que ele retrata, a exemplo dos carretéis, revela um pouco do que viu na juventude, no interior de Restinga Seca, sua terra natal, e da malha ferroviária de Santa Maria, onde seu pai trabalhou e onde ele mesmo aspirava um trabalho, meta da maioria dos filhos dos ferroviários na época. A exposição traz 4 desenhos usando como inspiração a atmosfera do cotidiano na estação de trem, e outros que remetem ao período de infância do artista, como em Cozinha da Vó Chiquinha (1941), onde os traços imprimem os tarros de leite da avó, lembrando muito Fiada de carretéis 2 (1961) o que segundo Haesbaert, representa a coerência de Iberê com o passar do tempo.

Iberê Camargo ao ladod e seu autorretrato da década de 1940.

Iberê Camargo em seu primeiro ateliê, na Rua Lima e Silva, Porto Alegre, nos fundos da sua residência,1940.

Iberê Camargo pintando o painel de 7m x 7m na sede da Organização Mundial da Saúde em Genebra, Suíça, 1966. OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 49


MÚSICA

Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

“Gadiego Carraro:

um artista sem fronteiras A música é parte do ser humano, está presente desde os primórdios e à medida que o ser humano se desenvolve, a música e a arte em geral seguem como parte da própria expressão e representação de mundo, deste ser. A música passou por vários períodos distintos em nossa história, estando na idade média quase que exclusivamente a serviço do clero, posteriormente transitando entre formas secular e sacra, na Renascença. Posterior a isso ganha representatividade nos período Barroco, Clássico e Romântico com expressivos compositores, entre alguns: Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig Van Beethoven, (mais representativos compositores destes períodos), que determinaram boa parte da estética musical seguida até os dias de hoje. O século XX traz à tona a diversidade expressiva, que em música aponta para os desmembramentos da música chamada “Erudita”. Surge a negação do padrão estético musical seguido até então, com isso a música atonal, serial, minimalista, aleatória, entre outras. Vale ressaltar que o século XX trouxe também um amplo olhar so50 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

bre a música “popular”, com isso surge o Jazz no início do século 1900 e, posteriormente a Bossa Nova na década de 1950. Formas musicais que apesar de serem associadas ao meio popular, demandam

“Meus pais me deram um violão, a partir daí, não sabiam o que lhes esperava. (Risos)”.

alto nível de erudição na sua concepção estética e musical, por isso podem ser classificadas também como gêneros eruditos em um conceito contemporâneo. O que quero dizer, é que após o século XX,

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

fica difícil classificar a música erudita e popular claramente, de modo que, fica mais pertinente apontar ao leitor sobre duas novas classes, “música comercial e música cultural”. Estes conceitos demonstram claramente a divisão existente atualmente, da música com anseios não simplesmente mercadológicos, mas sim da valorização da música como objeto de expressão, reflexão e valor artístico (cultural), no qual se encaixam a Bossa Nova, o Jazz, a música “clássica” (música executada por orquestras, grupos de câmara, etc.), da música que é feita com intuito de atender ao mercado apenas, (música de consumo). Gadiego Carraro, 32 anos, Natural de Passo Fundo, é contrabaixista, compositor e arranjador musical ítalo-brasileiro. Tem se destacado na área da performance musical, atuando em diversas capitais do Brasil e no exterior. Entre as principais características do seu trabalho, está a mescla de linguagens eruditas e populares, associada ao viés do contrabaixo acústico e elétrico como protagonista. Gadiego nos conta que sempre desde criança sempre ouviu muita música,


Gadiego fala que nunca foi vaiado, mas pode apontar perfeitamente alguns fatos curiosos em suas apresentações... “Algumas vezes, ocorriam coisas bacanas no palco, porém eu percebia que as pessoas não estavam preparadas para ouvir aquilo, naquele momento, daquela forma. Já em outros momentos percebia o contrário, você pensa que está tudo ruim, e observa a platéia totalmente realizada e feliz curtindo aquilo.

porém não tinha o desejo de ser músico, gostava de estilos diferentes e ri ao dizer que enjoava de ouvir a mesma coisa sempre! “Meus pais me deram um violão, a partir daí, não sabiam o que lhes esperava (risos)” diz ele. Foi então que começou a ter aulas e a tocar em casa, só fazia isso, ficando meio obcecado pelo instrumento e principalmente pelo ato de tocar, de gerar os sons musicais. Depois daí não teve mais volta. Mestrando em contrabaixo acústico pela Universidade Federal de Goiás, com pesquisa voltada ao contrabaixo solista em obras brasileiras, em 2010 lançou o disco instrumental Influências, abordando o Jazz, música sulina e MPB. No final deste mesmo ano (2010), viajou para a Itália onde divulgou este disco e fez concertos musicais pelo País. No final de 2011 lançou o livro: Música e

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 51


Educação/O Contrabaixo e a Bossa: uma perspectiva histórica e prática. Em 2012 surgem os contrabaixos GCR Bass da empresa gaúcha Ledur Music, que o ele assina como endorsement do modelo, levando as iniciais do seu nome. Valoriza muito o trabalho autoral, de modo que, suas apresentações sempre incluem obras próprias e de colegas de palco, ou compositores que admira. Gadiego fala que nunca foi vaiado, mas pode apontar perfeitamente alguns fatos curiosos em suas apresentações... “Algumas vezes, ocorriam coisas bacanas no palco, porém eu percebia que as pessoas não estavam preparadas para ouvir aquilo, naquele momento, daquela forma. Já em outros momentos percebia o contrário, você pensa que está tudo ruim, e observa a platéia totalmente realizada e feliz curtindo aquilo. Então, não dá para explicar este tipo de coisa. O que tento sempre, cada vez mais, é atingir as pessoas com o que faço, com a música. Esforço-me muito para que isso ocorra sempre!” diz ele. Seu repertório reflete a diversidade e pluralidade, no qual acredita que a música se insere atualmente. Em seu mais recente trabalho, o Cd Influências compõem grande parte do espetáculo musical faço e refletem, além do seu lado instrumentista, sua faceta composicional e de arranjador. Procura aliar a experiência e percepção musical de quem já se apresentou em palcos variados do País e também

52 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

fora. O show musical representa essa mescla de elementos, que une a música erudita e popular. Procura fazer música de qualidade, que atinja as pessoas, sem desmerecer um gênero musical em detrimento de outro. Essa proposta trata, mais especificadamente, de pensar a composição musical integrada a refinamento técnico da escola erudita, que é associada ao contexto interativo/improvisativo da música popular (MPB-JAZZ) e, aliado também a roupagem de ritmos característicos do Rio Grande do Sul. Gadiego afirma que a visão do mercado que não está fácil. Principalmente para aqueles que querem fazer da música, um objeto artístico, mas que ao mesmo tempo seja acessível a mais pessoas e não a pequenos grupos que já tem acesso a esse tipo de nicho cultural. A tentativa hoje em dia é atingir mais pessoas com esse tipo de música, e fazê-las pela sensibilidade, valorizar outros segmentos musicais, que remetam sempre em fazer delas pessoas mais cultas e críticas quanto ao que consomem culturalmente no seu dia a dia. Sobre como está delineado o panorama da música erudita no Brasil, relata que a divulgação da músi-

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

ca cultural em geral passa por inúmeras situações diferentes no país. Existem os projetos de incentivo a cultura em nível federal, estadual e, em algumas cidades os projetos municipais que tentam fomentar a produção da música diversa, mas que não alcançam muitos bons artistas devido às questões burocráticas. Outro fator que importante, diz respeito à problemática de como levar esse tipo de produção de forma significativa e educativa as pessoas de diferentes classes sociais. Apesar das dificuldades do ensino da música no Brasil, Gadiego vê tal atividade de maneira totalmente positiva, principalmente pelo retorno do ensino de música na escola. “A gente tem pressa de ver mais e mais crianças sendo educadas musicalmente, porque sabemos da importância da música, seja na formação intelectual, social e cultural do sujeito. Existe ainda um grande desafio, principalmente quanto à adaptação da estrutura curricular, física das escolas, formação de profissionais, entre outros, para que consiga tirar o máximo de proveito do ensino da música na escola. Porém o primeiro passo foi dado, que é de novamente implantar o ensino musical na escola, o que é muito relevante”. Diz.


Também realizei projetos importantes como de me apresentar na Europa, gravar meu Cd, escrever meu primeiro livro, criar e poder tocar nos meus próprios modelos de contrabaixos (GCR Bass – Ledur Music).

Para finalizar Gadiego resume: - Em meus dezessete anos de música já viveu muitas coisas. Percebi o quanto pode ser mágico lidar com arte e também como isso pode ser doloroso. Mas é uma vida que vale a pena pelo simples fato de que fazer arte, não tem preço de mercado que avalie, e nem dinheiro que pague este prazer, antes é uma necessidade de quem simplesmente faz porque sabe que é preciso. Existe o preconceito e a ignorância das pessoas que não fazem ideia do que é dedicar dez horas de estudo diárias a prática de um instrumento e muito menos, de saber distinguir pessoas que tem na música um trabalho sério e honesto, daqueles que apenas fazem da música o seu passatempo. Outro ponto que ainda é precário no Brasil diz respeito à valorização da profissão de músico, que ainda é “marginalizada”, enquanto em alguns países o valor dado ao artista, o poeta e ao músico, são grandes e motivo de muito orgulho, a nossa sociedade ainda insiste em não perceber a importância dessas profissões para o desenvolvimento sócio-cultural do país.

Nos últimos anos, tive a oportunidade de percorrer grande parte do país e também no exterior apresentando o meu trabalho, o que considero uma grande vitória, principalmente para quem faz música com outros objetivos que não apenas de produto comercial, mas sim cultural. Através da música conheci muitos lugares, pessoas, ampliei meus horizontes e entendi melhor o quanto quero e como quero fazer música e a quem quero atingir com o meu trabalho musical. Percebi que a música tem que chegar às pessoas, tocando-as e impactando -as de alguma forma, muito antes de se fazer entender. Também realizei projetos importantes como de me apresentar na Europa, gravar meu Cd, escrever meu primeiro livro, criar e poder tocar nos meus próprios modelos de contrabaixos (GCR Bass – Ledur Music). Isso tudo faz parte das intenções que sempre tive com relação à música, de não me acomodar nunca, de buscar crescer sempre e me aprofundar musicalmente e intelectualmente”. OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 53


SOLIDARIEDADE

CALENDÁRIO

APAE 2013 O que você precisa para ser feliz? 54 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

A pergunta ao lado é o tema da campanha do Calendário 2013 da APAE. A ideia é mostrar o quão simples é possível fazer uma pessoa sorrir. Os 12 adolescentes que ilustram os meses de 2013 foram produzidos pela equipe do Manno Escobar Cabeleireiros, fotografados por Gui Benck, filmados pela produtora Film Journée, diagramado pela agência Estratégia Marketing e Propaganda e impresso pela gráfica Tapejarense. Com eles, aprende-se muito sobre a vida. O calendário é uma maneira especial de expressar que são nas pequenas coisas que encontramos a felicidade. Os calendários estarão à venda a partir de novembro. Maiores informações: APAE de Passo Fundo (54) 3313-1330.


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 55


MOEDA

Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Pequena, mas vale! Esquecidas por muitos, as moedas de um centavo andam sumidas do mercado, o que acaba refletindo em muitos estabelecimentos comerciais na hora de dar o troco. É dia de compras. Você vai até o supermercado, seleciona todos os produtos que lhe são necessários, chega ao caixa para pagar e a operadora lhe anuncia o valor: R$99,97. A atitude óbvia de qualquer pessoa: entregar à funcionária duas notas de R$50,00. Reação mais comum em quase todos os supermercados do Brasil: receber uma bala de troco. Estranho? Nem tanto. A substituição de moedas de um centavo por outras mercadorias já se tornou corriqueira no comércio de todo o país. O problema é que essa prática está se tornando um vício difícil de ser combatido.

56 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

Os valores com final em zero ou em cinco são menos atraentes.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

A circulação de moedas de um centavo está cada vez mais restrita. Há cerca de quatro anos o Banco Central não produz mais esse valor. Mesmo assim, os comerciantes insistem em cobrar os preços quebrados, o que acaba dificultando na hora de dar o troco. Eduardo Giani, técnico do Banco Central, relaciona a falta de moedas no mercado com a prática de tesouramento. “As pessoas ainda preservam aquela cultura antiga da década de 80, quando convivíamos com a hiperinflação. Naquele período, a moeda não valia nada. Hoje, tem algumas pessoas que reclamam da falta, mas são poucas.


O que se observa é que ninguém gosta de carregar essas moedas no bolso, então elas ficam em fundos de gavetas ou em cofrinhos que nunca são depositados,” sinaliza Giani. Como toda regra há uma exceção, com um centavo não é diferente. Se a grande maioria abomina a ideia de carregar as pequeninas moedas no bolso, pessoas como o bancário aposentado Ricardo Dalle Mulle reconhecem a importância de circular esse valor. É quase impossível encontrá-lo sem uma no bolso e como cidadão conhecedor dos seus direitos, ele exige o troco correto. “Eu tenho direito, o cliente não pode ser prejudicado se o estabelecimento não têm as moedas para dar o troco correto,” conta. Os maiores entraves entre consumidores e comerciantes ocorrem nos supermercados, devido ao fato de as moedas serem substituídas por produtos como balas, chicletes e band-aids. Esse comportamento acaba desencadeando algumas situações inusitadas. Ricardo inteirou o valor da compra com um punhado de balas que recebia seguidamente de um estabelecimento comercial. Segundo ele, a reação da caixa foi imediata, alegando que não poderia aceitar a troca. “Eu disse para ela que aquilo havia virado escambo, se ela poderia me devolver mercadoria ao invés de dinheiro, eu poderia fazer o mesmo,” sinaliza. No final das contas, o estabelecimento aceitou as balas e Ricardo não as recebeu mais como troco. No supermercado de Renan Laucsen,

as moedas de um centavo não costumam dar dor de cabeça. Segundo ele, os clientes são mais flexíveis e concordam em receber produtos como bala quando não têm moedas em caixa. “Se alguém não aceita, nós devolvemos o valor a mais, ou seja, cinco centavos,” explica. Ele observa ainda que casos como esse são bem pontuais. Os consumidores devem ficar atentos aos preços quebrados, pois na maioria das vezes, acabam sendo mais uma jogada de marketing - os valores com final em zero ou em cinco são menos atraentes. Quando o estabelecimento não tem a moeda de um centavo para devolver ao cliente, o valor final do produto sofre um acréscimo. Em casos como esse, o Procon - Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor – pode ser acionado. O consumidor não é obrigado, em hipótese alguma, a aceitar bala ou outro produto do gênero, porque isso caracteriza uma venda casada. Se isso vier a ocorrer, deverão nos comunicar para que possamos notificar o estabelecimento envolvido. O consumidor jamais pode ser prejudicado nesse sentido. Para muitas pessoas, um ou dois centavos representam pouco valor. Mas, para um comerciante ou fornecedor pode ser muito lucrativo. Ao final de uma semana, mês ou ano, ele pode contabilizar um valor a mais nas finanças. Então, será que realmente vale a pena guardar o porquinho lotado de moedas?

QUASE DUAS DÉCADAS DE EXISTÊNCIA Em março de 1994, o governo Itamar Franco passou a utilizar a Unidade Real de Valor (URV) para estabelecer uma proporção entre salários e preços, na tentativa de estabilizar o período inflacionário. No primeiro dia de julho do mesmo ano, o pressuposto se concretizou. Então, o real – representado pelo símbolo R$ - passou a ser a moeda oficial do Brasil, substituindo o cruzeiro. A Casa da Moeda do Brasil começou a produzir os novos modelos do padrão e uma grande ênfase foi dada as moedas: surgiram na mesma data, nos valores de 1 real e 50, 10, 5 e 1 centavos, cunhadas em aço inoxidável, tendo a efígie da República em uma das faces.

O que se observa é que ninguém gosta de carregar essas moedas no bolso, então elas ficam em fundos de gavetas ou em cofrinhos que nunca são depositados.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 57


SAÚDE

Por: MARIANA LAMAISON LIMA / redacao@revistaversa.com.br

QUEM PREVINE, CUIDA Alimentação saudável, prática de exercícios físicos e ergonomia - três meios, um caminho. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as dores lombares afetarão praticamente todas as pessoas em algum momento de suas vidas. De fato, “a lombalgia é a doença mais onerosa em termos de faltas ao trabalho, aposentadoria por invalidez e despesas médicas nos países ocidentais industrializados .” “A dor lombar, ou lombalgia, é um dos mais importantes problemas de saúde pública, bem como uma das causas principais de incapacidade entre adultos em idade de trabalhar”, constata Diogo Macalós de Paiva, especialista em Medicina Física e Reabilitação. Incorporado à vida moderna, o sedentarismo, em sua prática tão corriqueira, faz-se extremamente ofensivo ao sistema osteomuscular. “Tanto a região lombar, quanto a cervical, são tensionadas e exigidas com o uso do computador, associado ao sedentarismo. Esses hábitos provocam um desequilíbrio entre o músculo (despreparado e atrofiado) e o esforço físico. O resultado é a dor”, explica o especialista em Clínica e Cirurgia da Coluna, Fernando Lauda. Manter um peso corpóreo adequado torna-se fundamental. “A obesidade traz muita sobrecarga na região lombar e por isso deve ser evitada”, afirma Lauda. Nesse sentido, a alimentação saudável, desde a primeira infância, à base de fibras, proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais, em quantidades

58 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

balanceadas, contribui para o desenvolvimento corporal sadio, prevenindo as dores e doenças de coluna. A prática regular de exercícios físicos, além de principal forma de prevenção da lombalgia, conduz o praticante a experimentar, ao longo do tempo, sen-

Na hora de utilizar o computador, os especialistas recomendam: 1) altura da mesa de trabalho igual a do cotovelo do usuário na posição sentada; 2) altura da cadeira deve permitir que os joelhos fiquem dobrados em 90º com os pés apoiados no chão; 3) o encosto da cadeira deve estar no início da região dorsal, apoiando a região lombar sem pressioná-la; 4) se a cadeira não possuir apoio para os braços, a mesa deve ter espaço para apoiá-los; 5) os olhos do usuário de computador devem estar a no mínimo 30 cm do monitor, sendo que o ideal é 65 cm; 6) realizar a cada 60 minutos alguma atividade de alongamento ou pequena caminhada;


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 59


MEDIDAS PREVENTIVAS 1) evitar o uso diário de calçados com salto alto; 2) não dormir em decúbito ventral (de bruços); 3) escolher colchões com densidade adequada ao peso do indivíduo.

BANDEIRA VERMELHA Os especialistas recomendam uma visita ao médico quando houver a combinação dos seguintes sinais e sintomas: • Anestesia da região do períneo • Déficit neurológico progressivo ou grave em membros inferiores

sações de bem-estar, contribuindo não somente para o desenvolvimento físico, como também emocional. “O prazer que esta atividade traz leva à vontade de realizá-la novamente e isso se tornará rotineiro”, ressalta Lauda. Outro meio essencial de prevenção da lombalgia é a ergonomia, ciência que busca ajustes na relação entre o indivíduo e o seu meio, almejando otimizar as condições de trabalho. Através da combinação entre correção postural e tecnologia industrial, somada ao entendimento sobre o funcionamento cognitivo, a técnica pretende adaptar o mobiliário (em suas cores, texturas e materiais), a luz, o som e a temperatura do ambiente às necessidades humanas. Como a lombalgia é assunto de extrema relevância para a qualidade de vida da população, uma questão de saúde pública, é preciso combater o sedentarismo. Ao se estimular a prática de exercícios físicos, promover medidas de reeducação alimentar, aplicar os princípios da ergonomia na composição dos ambientes, pode-se reduzir a incidência das dores lombares, o melhor caminho, aquele da prevenção.

60 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

• Dependência química • Disfunção de bexiga • Dor com piora em decúbito dorsal (de costas) • Dor com piora noturna • Febre, calafrios ou perda de peso sem explicação • Histórico de câncer • Idade entre 20 e 50 anos • Imunossupressão • Parestesias (formigamentos) • Pequeno trauma em idosos ou osteoporóticos • Perda de força em alguma região da perna • Redução da mobilidade da coluna lombar.


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 61


HISTÓRIA Por: JOSÉ ERNANI ALMEIDA / redacao@revistaversa.com.br

A CENSURA NOS MEIO DE PASSO ELEMENTOS GERAIS SOBRE A CENSURA

A censura é a mais forte arma de que os regimes autoritários têm se utilizado desde a Antiguidade para impedir a propagação de ideias que podem pôr em dúvida a organização do poder e o seu direito sobre a sociedade. Historicamente, a censura apresenta-se como um eficaz instrumento de controle social, do qual em os regimes democráticos costumam abrir mão. Sempre, em todos os tempos, os homens que detêm a direção de um Estado se valem da força contra os que contestam a sua legitimidade. O con-

62 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

trole do pensamento vigorou no mundo antigo, no greco-romano, na Idade Média, na Moderna, mas foi no século XX que alcançou seu maior rigor. Os escritos de Pitágoras, em Atenas, foram destruídos e seu autor acusado de duvidar da existência de Deus. Em Roma, punia-se com morte os autores de sátiras políticas. Augusto mandou destruir obras satíricas de Tito; Tibério, de Cássio; Diocleciano, dos cristãos;Constantino, convertido ao cristianismo, destruiu as pagãs, dando início à repressão cristã contra a heresia. Foi, entretanto, depois da invenção da imprensa que se iniciou a real e verdadeira preocupação com a censura prévia e se intensificaram as medidas repressivas contra os “infratores”. O regime monárquico absolutista não podia ser posto em discussão.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Á medida que avanços nos séculos, fechou-se o espaço à crítica de base. A censura, secular ou religiosa, aparece como uma tradição ibérica. Em Portugal a censura de livros é anterior ao estabelecimento da Inquisição, mas se intensificou a partir do surgimento desse tribunal em 1540, quando os temas religiosos passaram a necessitar de aprovação do Santo Ofício para serem impressos. O próprio governo luso proibiu a publicação de livros que não tivessem recebido a aprovação da Mesa do Desembargo do Paço – órgão do poder régio. Esse modelo censório português , de censura institucionalizada e mesclada (Inquisição aliada ao Estado), sobreviveu por mais de três séculos. Foi nesse período que a censura portuguesa foi transportada para o Brasil, efetuando-se devassas junto às sociedades literárias.


OS DE COMUNICAÇÃO O FUNDO Nas redações de jornais e das rádios em Passo Fundo nunca foram percebidas as presenças físicas ou ostensiva da censura; o que vez por outra ocorria era o jornalista ou radialista ser avisado pelas direções de que determinada matéria ou artigo, a juízo do comando militar local, havia sido ofensivo ou desprestigioso ao poder dominante.

A CENSURA NO BRASIL A censura surgiu no Brasil, portanto, antes da própria imprensa, pois já no século XVIII Coroa portuguesa proibiu qualquer atividade editorial ou tipográfica em território brasileiro. O primeiro jornal, Correio Brasiliense, foi publicado no exílio, em Londres, por Hipólito José da Costa. Em 1821, foi estabelecida oficialmente a liberdade de imprensa no Brasil, um decreto assinado pelo príncipe regente dom Pedro, com o que os censores régios foram destituídos e os livros de autores da Ilustração, liberados. A prática da censura, porém, persistiu, principalmente para evitar a difusão de ideias antimonarquistas através dos jornais durante o século XIX. No Brasil, é possível constatar uma verdadeira tradição censória, uma vez que integrou o projeto político de diversos governos brasileiros,

iniciando-se no período monárquico e ampliando-se no republicano, especialmente durante o Estado Novo. A censura tornou-se mais evidente e concreta durante o regime militar (1964-1985), por ter sido institucionalizada, sistematizada, materializada, explícita e por tratar-se de um regime político autoritário. Mesmo não sendo uma novidade no Brasil, naquele momento a censura de Estado foi guindada à condição fundamental para a manutenção do regime, tendo lugar de destaque na rede de controle social instituída pelo Estado militarizado.

A CENSURA EM PASSO FUNDO. Uma vez instalado o governo militar, a censura tornou-se um dos mecanismos fundamentais para a manutenção do regime, tendo lugar de destaque na rede

de controle social instituída pelo Estado militarizado. A preocupação do governo militar era manter o seu status, o seu reconhecimento enquanto representação legítima da realidade social e coletiva, através da preservação do modelo das relações político-sociais (regime). Um grande aparelho repressor foi criado, compreendendo numerosas organizações, cujas funções principais incluíam a vigilância, a detenção e interrogatórios. Em comunidades pequenas, a exemplo de Passo Fundo, o exercício da censura e da repressão ficou a cargo dos comandantes das guarnições militares. No caso de Passo Fundo, eram os comandantes da Brigada Militar e do 1º./20º. Regimento de Cavalaria, os quais foram obrigados a se adaptar aos embates políticos locais, muito peculiares. O golpe de 1964 colheu das lideranças políticas locais já antagonizadas e serviu para acirrar os ânimos. Como elementos complicadores da peculiar situação política passofundense havia a questão da disputa pelo controle da Sociedade Pró-Universidade (SPU) e a querela interminável entre os jornais O Nacional e Diário da Manhã. Nas redações de jornais e das rádios em Passo Fundo nunca foram percebidas as presenças físicas ou ostensiva da censura; o que vez por outro ocorria era o jornalista ou radialista ser avisado pelas direções deque determinada matéria ou artigo, a juízo do comando militar local, havia sido ofensivo ou desprestigioso ao poder dominante. A censura, portanto, realizava-se sob a forma de determinações, na maioria das vezes não escritas, e até por “sugestões” de políticos do regime, que sugeriam aos donos dos jornais e de rádios posturas mais amigáveis para não despertar a ira dos militares. Os proprietários dos jornais, embora alinhados ao regime militar, temerosos de represálias

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 63


em função de artigos publicados por seus jornalistas, trataram de eliminar toda e qualquer evidência de oposição ao regime. Assim, quando escrevi minha dissertação de mestrado, constatei o desaparecimento de inúmeras publicações ao longo do período 1964-1978, sem que os atuais dirigentes tenham explicação para isso. Um dos temores dos proprietários de jornais era a suspensão das verbas publicitárias. Nos jornais de pequeno porte, a perda das verbas oficiais representava enfrentar sérias dificuldades. Disso decorria o enquadramento na política oficial; o governo militar usava da ameaça ou do favorecimento. O medo foi um parceiro constante dos jornalistas, notadamente daqueles que desafiaram abertamente o regime militar e o denuncismo local. João Freitas, Argeu Santarém e Ivaldino Tasca foram aos mais visados. Como os proprietários dos jornais se mantinham alinhados ao governo militar, mas permitiam que críticas fossem feitas a ele, os jornalistas é que acabavam respondendo pela opinião que emitiam; só em situações graves os proprietários se manifestavam. No conflito entre o poder ditatorial e o jornal, usava-se a força, via de regra, sobre aqueles que o escreviam ou o editavam. Em Passo Fundo, notabilizaram-se também os chamados “arapongas”, os que realizavam os serviços de espionagem para a repressão. Para os jornalistas tratava-se de meros “puxa-sacos”, comerciantes dedo-duros que freqüentavam as redações, os bares onde a imprensa se reunia. Ao mesmo tempo, atuavam também os S.2 do Exército e os P.2 da Brigada Militar, militares infiltrados na imprensa, nas universidades, nos espaços sociais, nas associações e sindicatos para denunciar possíveis inimigos do regime militar.Para driblar os censores, ou mesmo incomodá-los, os jornalistas passaram a valer-se de metáforas a fim de tentar dizer o que estava acontecendo. Muitos jornalistas, em função da pressão, foram se acomodando ou passaram para os departamentos comerciais, agências de publicidade e outras atividades bem mais rendosas e menos perigosas do que a redação. Alguns, em razão da opressão permanente, não viam mais sentido no seu trabalho jornalístico. A Constituição de 1988 garantiu a livre expressão do pensamento e a liberdade de imprensa, mas a censura continua. Se na época da ditadura militar ela era de caráter político, hoje ela é econômica, em função do abuso do poder econômico. A mídia corporativa reza pela cartilha dos grandes anunciantes para sobreviver. A grande mídia também sufoca a mídia alternativa, que sobrevive com muitas dificuldades e parcos patrocinadores. Isto limita o que precisa ser noticiado. A internet a todo o momento é alvo da censura. Tramita atualmente no Congresso Nacional um projeto de lei que deve criar o Marco Civil da Internet. Os provedores poderão ser respon-

64 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Para os jornalistas tratava-se de meros “puxa-sacos”, comerciantes dedo-duros que freqüentavam as redações, os bares onde a imprensa se reunia. Ao mesmo tempo, atuavam também os S.2 do Exército e os P.2 da Brigada Militar, militares infiltrados na imprensa, nas universidades, nos espaços sociais, nas associações e sindicatos para denunciar possíveis inimigos do regime militar.Para driblar os censores, ou mesmo incomodá-los, os jornalistas passaram a valer-se de metáforas a fim de tentar dizer o que estava acontecendo. Muitos jornalistas, em função da pressão, foram se acomodando ou passaram para os departamentos comerciais, agências de publicidade e outras atividades bem mais rendosas e menos perigosas do que a redação.

sabilizados civilmente caso não cumpram ordem judicial para retirar conteúdo considerado inadequado pela Justiça. Ainda hoje é natural ao jornalista brasileiro deixar de revelar parte – em geral a parte mais quente – das informações que possui. É autocensura como estratégia de sobrevivência num ambiente redacional autoritário, e já incorporada ao ethos jornalístico na democracia pós-autoritária brasileira.


MERCADO

Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

A Importância dos softwares de gestão nas organizações Nos dias atuais o software de gestão torna-se cada vez mais indispensável dentro das organizações empresariais, seja ela, pequena, média ou grande. A demanda crescente de informações gerada pelos próprios órgãos governamentais torna essa “dependência” cada vez maior. A quantidade de informações que a empresa precisa disponibilizar de forma online nos dias atuais é grande, e a confiabilidade das mesmas é indispensável. Outro fator de extrema importância é a própria competitividade existente no mercado atual. Com a economia cada vez mais globalizada, é comum as empresas necessitarem de informações ágeis e precisas para suas tomadas de decisões e suas estratégias, mantendo a empresa sempre atualizada diante de um mercado cada vez mais exigente. Diante deste cenário, a empresa Orácullos Soluções Empresariais, fundada em 2003, conta com um grupo de profissionais qualificados que transformam ideias inovadoras em produtos inovadores para o mercado, auxiliando as empresas a melhorar suas operações. Especializada nas áreas de Manufatura, Distribuição e Serviços, nossos produtos e serviços estão em constante atualização, para que nossos clientes possam agregar valor aos seus negócios.

Com a Missão de desenvolver sistemas de gestão com qualidade, mantendo sempre alto nível de comprometimento naquilo que faz, buscando cada vez mais aperfeiçoar os produtos e serviços oferecidos aos clientes.

O Software de Gestão Orácullos foi concebido para que sua aplicação dentro das organizações não seja simplesmente a de fornecer informações fiscalmente obrigatórias, ou mesmo um simples aplicativo para digitação e armazenamento de informações. Ele interage com os gestores das empresas, auxiliando no monitoramento da cadeia de informações, possibilitando desta forma uma rápida visão da situação das áreas críticas da empresa ou mesmo uma visão global da mesma. Estes recursos permitem que a em-

presa possa dimensionar, por exemplo, se a fábrica tem condições de atender ao pedido do cliente dentro do prazo por ele estabelecido, se a negociação feita pelo consultor de vendas da empresa está de acordo com a política comercial e de gestão da empresa. O Orácullos trabalha de forma 100% integrada, todas as informações podem ser monitoradas em tempo real, com alto nível de segurança, atendendo todas as exigências fiscais e respeitando todas as políticas internas das organizações. Acompanhando as tendências de mercado, oferecemos o que há de mais moderno em tecnologia de aplicativos móveis, compatíveis com as principais plataformas disponíveis no mundo corporativo atual.

Com Sede na Rua XV de Novembro, 930, Sala 02, Passo Fundo/RS – Brasil. www.oracullos.com.br (54)3601-1108/1109

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 65


PETTICHE

Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

Os animais transmitem...

Mito ou verdade! Não há quem resista a ter um gato, cachorro, passarinho ou até mesmo outro animal exótico em casa para cuidar, mas muitos desses animais são responsáveis por transmitir doenças, você sabe quais são elas?

66 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


O que realmente seu bichinho pode transmitir? Procuramos informações sobre algumas dessas doenças, para que você possa conviver com seu animal de estimação sem nenhum receio e tomando todas as precauções necessárias.

As pessoas podem ser contaminadas por asma através do gato?

Não: Doenças alérgicas como asma brônquica, asma, bronquite, bronquite alérgica ou bronquite asmática, não são transmissíveis. O contato com os pelos, de qualquer animal, não somente o do gato, podem causar crises em quem já é portador de asma. Isso acontece pelo próprio pelo ou pelos ácaros presentes nele.

Mulheres grávidas sofrem algum risco de adquirir doenças transmitidas pelos gatos?

Em partes: Se estiverem infectados, gatos, assim como pombos, podem transmitir toxoplasmose. Os gatos domésticos podem contrair toxoplasmose através da carne crua ou pela ingestão de pombos e outras aves. A doença é transmitida pelas fezes quando estão com baixa resistência. O feto poderá ter sérios problemas se a mãe se contaminar.

Na praia, cachorro transmite doença?

Em partes: Se estiver com vermes e o cão defecar na areia, os ovos microscópicos dos parasitas se transformarão em larvas, e essas, por sua vez, podem penetrar na pele dos banhistas causando o chamado “bicho geográfico”. Os cães vermifugados não transmitem as larvas.

A raiva é transmitida pela mordida e a baba do cachorro?

Em partes: A maioria dos cães não são portadores do vírus por serem vacinados. E, claro, apenas os infectados podem transmitir a raiva através da mordida. Animais com raiva salivam muito por não conseguirem engolir a própria saliva.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 67


ASTROLOGIA

Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

Astrologia e Numerologia Um auxílio no sucesso de sua empresa! É notável a expansão da numerologia e da astrologia junto ao segmento empresarial. Grandes corporações, companhias de seguro, indústrias farmacêuticas e agrícolas, além de conceituadas redes usam essas duas ciências como ferramentas de trabalho e estão vendo seus objetivos comerciais serem alcançados. É comum que os clientes recorram ao auxílio do astólogo como se buscassem uma medida “milagrosa” para o sucesso nos seus empreendimentos, demonstrando, não raro, uma postura supersticiosa. A numerologia, por muitas vezes, é confundida com uma espécie de “simpatia”, quando, na realidade, se trata de uma ciência que, para atuar a nosso favor e a favor de nossos negócios, precisa estar amparada por conceitos e princípios de outras áreas do conhecimento. Para entender a importância da numerologia empresarial, parte-se do princípio de que uma empresa é criada, sempre, através de um nome que irá reger a razão social, o qual deve ser escolhido com a finalidade de atingir diretamente o inconsciente coletivo das pessoas, chegando até a

68 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

humanidade em forma de cadeia, de maneira inconsciente. Cada um de nós está em contato com o inconsciente coletivo através das vontades e dos desejos que são acionados por meio de símbolos. E é por isso que se trabalha muito com a cor, com a logo, tendo como fundamentação os conceitos da cabala. Esse nome deve despertar nas pessoas o desejo de se envolver com a empresa. O nome fantasia, por sua vez, é a forma como a empresa vai ser conhecida e deve atingir o consciente e o inconsciente individual das pessoas, despertando nelas a vontade de conhecer a empresa e de comprar os produtos e/ou serviços que ela oferece. A numerologia e astrologia também participam da criação do nome de produtos a serem lançados pela empresa, da sinastria, que consiste no mapa de comparação do perfil de cada sócio, de forma a verificar se vale a pena ou não investir na sociedade, na seleção de pessoal, no endereço da empresa, o melhor momento para a assinatura do contrato social, o melhor dia para a realização do protocolo na Junta Comercial e para a inauguração, entre outros

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Não há número bom ou número ruim. O que há é um contexto, de acordo com o qual se pode chegar a um número capaz de harmonizar esse contexto e, assim, contribuir com todas as ações de marketing de uma empresa.

passos relevantes. Não há número bom ou número ruim. O que há é um contexto, de acordo com o qual se pode chegar a um número capaz de harmonizar esse contexto e, assim, contribuir com todas as ações de marketing de uma empresa. Mas “contribuir” não significa “assumir sozinho” toda a tarefa. Portanto, utilizar um nome escolhido com a orientação do numerólogo e entender que isso, por si só, decidirá os rumos de seu empreendimento é uma noção distorcida da numerologia. Então, o melhor que se tem a fazer é recorrer a um profissional habilitado que possua conhecimento em marketing ou que, ao menos, esteja assessorado por profissionais da área, para que a melhor escolha seja feita, trazendo excelentes (e reais) resultados.


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 69


GASTRONOMIA

Por: DAIANE COLLA / redacao@revistaversa.com.br

Saiba como se produz uma cerveja artesanal Com a ajuda do pessoal da Cervejaria Farrapos mostramos aqui o passo a passo da produção de uma cerveja artesanal deliciosa

O calor começa a dar as caras e nada mais gostoso do que matar a sede com uma deliciosa cerveja. Num país dominado por grandes marcas, cervejarias artesanais investiram pesado e hoje colhem os frutos de terem seus produtos entre os preferidos dos cervejeiros. Essa bebida bastante simples, produzida apenas com água, malte, lúpulo e fermento, tem uma produção um pouco mais complicada. Se aventurar na produção de cerveja artesanal requer não apenas equipamentos adequados, mas também boa sanitização e muita paciência. O diretor da Cervejaria Farrapos, Lucas Grazziotin, explica que a cerveja artesanal se difere das demais pela forma e cuidado com que é produzida. “É produzida em menores quantidades e com maior qualidade e cuidado nos detalhes no produto, utilizando ingredientes mais selecionados, seguindo a Lei de Pureza Alemã, utilizando malte pilsen nacional, dois maltes e todos os lúpulos importados”, explica. Para entender um pouco mais sobre o processo de fabricação desta preferência nacional, a Revista Versa conversou o cervejeiro da Cervejaria Farrapos, Luciano Decesaro, para explicar como funcionam as etapas de uma maneira bastante simplificada.

Seleção dos ingredientes

Como já citado, a cerveja artesanal leva em sua composição apenas água, malte, lúpulo e levedura. Na Farrapos, a água é de fonte controlada, são usados malte pilsen nacional e dois

70 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

maltes importados além de três tipos diferentes de lúpulos importados, Nugget, Hallertau Perle e Tettnanger. Os maltes (cevada, trigo, centeio, defumado) irão fornecer o açúcar que será transformado em álcool e gás carbônico, além de ajudar a filtrar e reservar proteínas que ajudarão na formação e sustentação da espuma da cerveja ou do chope.

Maltes importados e nacionais são utilizados na produção do chope Farrapos

Lúpulos conferem aroma e sabor a bebida Os lúpulos são responsáveis por conferir aroma, sabor e estabilidade microbiológica à cerveja. A levedura é responsável pela fermentação e em converter os açúcares do mosto cervejeiro em álcool e gás carbônico.


Mosturação

Escolhidos os ingredientes, o malte passa pelo processo de mosturação que consiste na extração ou transferência dos açucares fermentáveis existentes no malte para a água.

Maturação

É o último processo pelo qual passa a cerveja em seu processo de produção artesanal. Começa após a fermentação, quando são retiradas as leveduras do mosto. No processo, clarifica-se a bebida e esconde-se os off flavours (pequenos defeitos no aroma e paladar). O tempo de maturação varia conforme o estilo, podendo levar de sete a 20 dias, em temperaturas que vão de 0ºC a 6ºC. Após esse processo, algumas cervejarias optam também pela filtragem do chope.

Acrescentando malte na água para iniciar o processo de brassagem ou mosturação

Clarificação do mosto

Nesta etapa separa-se o mosto líquido do bagaço do malte, obtendo o maior número de extrato de malte possível. O extrato original significa a quantidade de açúcares presentes no mosto, que será convertida em álcool e gás carbônico.

Fervura

O mosto é fervido em seguida. Quando atinge 100º C é feita a adição do lúpulo em dois momentos, no início da fervura quando colocamos o lúpulo de amargor que vai dar sabor a cerveja e perto do fim os lúpulos aromáticos, que dão aroma à bebida.

Resfriamento e aeração

Como o mosto ferveu há pouco oxigênio e ele é necessário para que tenhamos uma reprodução dessa levedura no momento da fermentação. Dessa forma, o mosto passa pelo processo de aeração, que consiste em garantir uma leve propagação do oxigênio.

Fermentação

A bebida precisa ficar em uma temperatura controlada de 10ºC a 22ºC de quatro a sete dias para que a levedura consuma os açucares do mosto, transformando-os em álcool e gás carbônico. O fermentador é lacrado com temperatura controlada até a floculação e decantação das leveduras.

Cerveja clarificada com aroma e paladar únicos

Cerveja x Chope

O processo descrito pelo cervejeiro prático serve para produção tanto de chope quanto de cerveja. Se for chope, basta mandar o líquido para os barris e comercializar normalmente. Já a cerveja passa por um processo a mais, o de pasteurização, processo em que o líquido é aquecido a 60ºC e depois resfriado rapidamente a fim de eliminar todos os micro-organismos. Dessa forma o chope é servido direto do barril com todas as leveduras e substâncias criadas no processo de fermentação. Por isso, sua durabilidade é menor do que a da cerveja.

Ficou interessado e quer saber mais sobre o método de produção da cerveja artesanal?

A Cervejaria Farrapos está aberta para visitações individuais ou em grupo, com direito a degustação do produto. Na fábrica, você pode ver como funciona a brassagem do malte e os tipos de lúpulos utilizados para dar amargor e aroma a bebida. Agende sua visita pelo (54) 3313 0800. Maiores informações no www.farrapos.rs

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 71


ECONOMIA

Por: JOÃO MANOEL PAZ GUSMAN

Check-up no seu bolso

72 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

A globalização e as informações instantâneas colocaram o conhecimento superficial a disposição de todos, sem exceção. Ironicamente, digo para os jovens que vão ingressar na área financeira que devem sempre ser generalistas, assim vão poder conversar e analisar as situações mais inusitadas possíveis. Quando se fala em conhecimentos financeiros e médicos, é quase impossível não dar um palpite, seja a crise americana ou a enxaqueca do vizinho, nada é desconhecido aos olhos do homem contemporâneo. Em meio a essa efemeridade de informações, não podemos esquecer-nos do conhecimento aprofundado, o qual exige dedicação e aperfeiçoamento constantes. Hoje, há muitos profissionais de finanças que conhecem assuntos da medicina e vice-versa. Com um simples clique somos capazes de “examinar” pessoas e estabelecer diagnósticos – tudo graças à superficialidade de muito conteúdo disponível. Descobrimos remédios, tratamentos, curas. Isso tudo até o medicamento mal administrado começar a fazer efeito contrário e agravar ainda mais a situação. Em outras palavras, o relato que faço é de quem entende nada de medicina e se baseia no chute para parece entendido do assunto. Como diz o velho ditado: ‘cada um no seu quadrado’. Brincadeiras à parte, o importante nesse contexto é perceber a necessidade da busca por informações verídicas sobre a área de atuação. Não raro encontramos profissionais que, por melhores que sejam no trabalho, pecam pelo caminho quando o assunto é gestão e, principalmente, por descuido e descontrole financeiro. Aí entra o papel da consultoria financeira que, assim como um médico, é especialista em diagnósticos de precisão e efetivos. Sinteticamente, é o check-up necessário para descobrir como está a saúde do bolso.


Ver o negócio de fora não possibilita a mesma percepção de quem está vivendo o dia -a-dia. Na grande maioria das vezes, as empresas crescem e o administrador entende que deve sempre buscar um faturamento maior. Mas isso é discrepante, uma vez que é melhor parar, em certos momentos, e rever as atividades que estão sendo desenvolvidas até o momento. Projetos existem para serem analisados e não para buscar fontes de recursos e implantação. Muitas vezes, os nossos sonhos não são viáveis como imaginamos, mas podem ser realizados com outro formato financeiro. A consultoria financeira não é somente para empresas, engloba também pessoa física em todas as áreas. Gestão econômica e financeira, gestão de tesouraria, gestão estratégica de custos, planejamento financeiro, empresarial, tributário e avaliação de empresa (valuation), parecem termos e necessidades somente de empresas, mas na realidade são assuntos que dizem respeito a vida financeira de cada um de nós. É necessário cuidar da saúde das pessoas jurídicas, mas também e, principalmente das pessoas físicas. Conhecer a real posição econômica e financeira é algo importante e que a maioria das pessoas não cuida e o pior, se automedica sem perceber que em muitos casos está colocando anos de suas vidas de trabalho duro fora por decisões mal pensadas, ou ainda pior, por orientação de “curandeiros” das finanças. Saber onde queremos chegar financeiramente e ter a ajuda de um profissional capacitado é extremamente relevante. Dessa forma, você vai ter o suporte necessário para gerir as finanças da sua empresa e do seu bolso, sem esquecer, é claro, que tudo começa com um diagnóstico (check-up) certeiro.

A consultoria financeira não é somente para empresas, engloba também pessoa física em todas as áreas.

JOÃO MANOEL PAZ GUSMAN Agente Autônomo da Um Investimentos de Passo Fundo Professor de MBA do IDC Faculdade de Porto Alegre. (54) 3045.4535 www.tscorretora.com.br

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 73


GASTRONOMIA

Por: CULINÁRIA ESPECIAL - LIVRO DE RECEITAS DA APAE

Ravioloni com ragu de coelho e molho de cogumelos Modo de preparo

Ingredientes • 600 g carne de coelho • 3 colheres (sopa) de azeite de oliva • 3 colheres (sopa) de manteiga • 50 g de bacon • 2 cebolas pequenas • 1 talo de aipo • sal e pimenta moída a gosto • 1 ovo • 1 colher (chá) de tomilho • 4 folhas de sálvia • 2 taças de vinho branco 100 mL • 2 colheres (sopa) de vinho branco, para os cogumelos • 300 mL de caldo de carne • 1 colher (sopa) de farinha de trigo • queijo parmesão • 1 pacote de massa para tortellini • 100 g cogumelos paris • 100 g cogumelos shitake • 250 g de nata fresca • 100 g queijo parmesão ralado fino

1. Temperar a carne de coelho em pedaços regulares com sal, pimenta moída, tomilho e sálvia picada. Acrescentar a taça de vinho e deixar marinando por 2h. 2. Aquecer o azeite (2) e a manteiga, fritar o bacon, uma cebola e o aipo, todos bem picados. 3. Acrescentar a carne. Quando dourar, polvilhar a farinha de trigo, mexer e deixar a farinha dourar. 4. Juntar uma taça de vinho e deixar evaporar. Quando estiver todo evaporado, juntar o caldo de carne, bem quente. Tampar a panela e deixar cozinhar por 1h e 30min. Tirar a tampa da panela e deixar terminar o caldo. Retirar a carne, desfiar, deixar esfriar, e reservar. 5. Abrir a massa, cortar em pedaços a seu gosto, colocar uma colher (sobremesa) da carne desfiada, cobrir com outra massa igual e grudar as bordas com clara de ovo, apertando bem, para não abrir no cozimento. 6. Cozinhar a massa, deixando ao dente. Molho 1. Aquecer o azeite, fritar a cebola, juntar os cogumelos, refogar. 2. Colocar duas colheres de vinho branco, deixar evaporar. 3. Acrescentar a nata e finalizar com sal, pimenta a gosto e tempero verde para decorar. 4. Dispor a massa num prato preaquecido, colocar o molho de cogumelos e o queijo parmesão de boa qualidade.

74 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 75


ECONOMIA

Fonte: www.teclemoveis.com.br / redacao@revistaversa.com.br

DECORAÇÃO + CRIATIVIDADE =

+ DESEMPENHO O ambiente de trabalho está diretamente ligado à produtividade e criatividade do funcionário. Por isso, cada vez mais cresce a preocupação das empresas, em proporcionar aos seus funcionários um ambiente de trabalho harmonioso e menos estressante. Arquitetos e designers têm desenvolvido projetos de espaços descontraídos e funcionais dentro das empresas. Um bom projeto corporativo é capaz de alterar significamente o comportamento e a motivação do funcionário. Principalmente, nos dias atuais, em que cada vez mais as empresas estão cobrando eficiência e metas de seus colaboradores. As chamadas “áreas de descompressão” tem sido uma ferramenta para aliviar o stress. Decoração de ambiente corporativo – escritório dos restaurantes Yard House – Irvine Empresas no mundo todo têm investido em ambientes corporativos mais modernos. A Red Bull, na Califórnia, tem uma rampa de skate que atravessa todo o escritório. Em Amsterdã, uma empresa de design parece uma casa. Uma firma sueca de internet tem uma sala de reuniões suspensa dentro de uma caverna de granito. No site “Office Snapshots“, do americano Stephen Searer, é possível observar o universo visual destas e de outras companhias.

76 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


Entre as empresas que aparecem no site, a Predicta, empresa de marketing on-line de São Paulo tem grande preocupação em criar um bom clima de trabalho. A “sala de descompressão” tem televisões, videogames, sofás, lanches e até cerveja para os funcionários, que podem fazer uma pausa quando desejarem. Decoração de Ambiente Corporativo: sala de reuniões da empresa holandesa de energia Eneco – sede de Roterdã. Principalmente nessas áreas, a decoração e os móveis devem fugir do convencional. Por exemplo, utilizar materiais e cores diferentes das demais áreas do escritório. Cores claras nas paredes e nos pisos são convidativas. O uso da madeira é também uma forma de dar um ar mais intimista e aquecer o ambiente. Um espaço com área para reuniões e churrasqueira é uma ótima ideia para promover almoços e churrascos entre os colaboradores ou até mesmo fechar um negócio.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 77


CURIOSIDADE Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

Reposição hormonal Um assunto também para homens Para a maioria dos homens esse assunto é sinônimo de muitos tabus. É importante que eles saibam que a terapia é indicada para todos que apresentam os sintomas de queda hormonal. É considerada a forma mais segura de aplicação através de gel, adesivos cutâneos ou injeções. Para isso, é necessário que o paciente comprove a queda na taxa de hormônios, através de exames laboratoriais, com acompanhamento médico. Com a chegada da idade a força física já não é mais a mesma, assim, a disposição e o desejo sexual. Isso é aceito por todos, tanto homens quanto mulheres, como uma ação natural, nas não há necessidade de ser assim. Esse efeito pode estar sendo provocado pela baixa de hormônios sexuais. Diferente das mulheres que a queda do estrógeno se dá de forma repentina, 30% aos 50 anos, nos homens a progesterona cai 75% entre 35 e 50 anos com

78 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

A obesidade também pode ser um fator relacionado à queda dos níveis de testosterona.

interrupta decadência. Com essa queda, ocorre a Andropausa (diminuição da função sexual masculina). São os sintomas: diminuição da atividade genital do homem, diminuição da libido, fraqueza, cansaço, depressão, irritabilidade, redução do tônus muscular e aumento de massa gorda. A obesidade também pode ser um fator relacionado à queda dos níveis de testosterona. Segundo estudos, obesos produzem menos hormônios, seja qual for a idade, formando um ciclo entre a obesidade que diminui a testosterona e a queda de hormônios que leva à obesidade. Mas não são apenas os hormônios sexuais que são afetados, na região da garganta, existe a glândula denominada tireóide, a qual regula o coração, cérebro, fígado e rins. Nesta são produzidos os hormônios T3 e T4, com funções de suma importância para o equilíbrio do organismo.

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

Quando a tireóide não funciona corretamente, pode liberar hormônios de menos (hipotireoidismo), ou demais (hipertiroidismo). No caso de hipotireoidismo, o corpo passa a funcionar mais lentamente, causando cansaço com facilidade, já no caso de hipertireoidismo, acontece o contrário. Se recomendada, a reposição hormonal entre os homens não é só uma questão de qualidade de vida. Pesquisas mostram que a reposição da testosterona reduz a mortalidade, exatamente pelas funções que o hormônio tem no corpo como um todo. Tanto nos homens quanto nas mulheres, a reposição hormonal não é recomendada para quem tem doenças no fígado, altos níveis de gordura no sangue ou teve algum caso recente de trombose. O câncer de próstata, nos homens, e o de mama, nas mulheres, também são fatores de contraindicação.


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 79


80 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 81


FEELING

MAIÚSCULO e com impacto! Geração Y: comportamento de quem veio para impor novas regras Uma revolução silenciosa com toques digitais. Os jovens da chama Geração Y – com 20 e poucos anos – correm na contramão das gerações dos anos 60 e 70, porém com a mesma ânsia por mudanças. Dar sentido à vida, não perder tempo, correr atrás da máquina sem muita preocupação, com esses princípios tudo é possível para a juventude do século XXI. A prioridade é ter liberdade nas escolhas, fazer o que gosta e buscar o melhor para si. Essa tríade está levando a sociedade a um novo estágio, que conforme

especialistas vai ser muito diferente do que conhecemos. O chamado “umbiguismo” não é de todo negativo, afinal, é preciso caminhar com as próprias pernas. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) realizada com cerca de 200 jovens de São Paulo revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. Na questão “qual pessoa gostariam de ser?”, a resposta “equilibrado entre vida profissional e pessoal” alcançou

É tudo novo, de novo! Indícios apontam novas tendências até no amor Falar de tendências não é estranho, afinal, tudo muda e vira moda. Mas, e quando o assunto é amor, poderíamos falar também em mutações? O sentimento é um só ou tem meandros que o qualificam de forma diferente? Ah, o amor! Ele mexe com as pessoas, impõe regras e abala as estruturas literalmente. Se na época dos nossos avós ele era explicitado com apertos de mãos, olhares e carícias no cabelo, hoje o sentimento se confunde facilmente com atração sexual apenas. Na língua portuguesa, os dicionários destacam vários sentidos para a palavra, mas a subjetividade mostra que não é apenas isso. O amor platônico, por exemplo, vem à procura de um amor ideal, longe e interesses ou gozos. Em outras palavras, seria um amor impossível de realizar, um amor perfeito, ideal, puro, casto. Quando vinculada ao sentido de algo existente apenas no plano das ideias, evidencia uma interpretação equivocada da filosofia de Platão. Recentemente, a notícia de que uma jovem de Santa 82 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

o topo, seguida de perto por “fazer o que gosta e dá prazer”. Nascidos em berço digital, essa é a primeira geração que não precisou dominar as máquinas. Nasceu com TV, computador e comunicação rápida dentro de casa. Segundo estudos americanos, quem convive com essas ferramentas virtuais desenvolve um sistema cognitivo diferente. É a era dos indivíduos multitarefas. Uma Geração que veio com todo o gás e que, além de “ligada”, respeita e exige respeito em um mesmo patamar, primando pela igualdade.

Catarina leiloaria a virgindade pela internet causou espanto. A “primeira vez” deixou de ser vista como momento único para dar espaço ao capitalismo. Parece loucura, mas não é. A profissão mais antiga é outro exemplo de até onde pode chegar os instintos do homem. Até na literatura essa nova visão ganhou vez. Cinquenta Tons de Cinza, da britânica E. L. James, causa polêmica no meio das letras. Sem receios dos arquétipos, a autora não hesitou em adentrar no campo do erotismo, ou melhor, do sadomasoquismo. As páginas recheadas de descrições fortes de sexo pasmaram a crítica e ganharam as estantes de muita gente ao redor do mundo. Dizer que o amor mudou talvez fosse audácia, negar que ele ganha novas cores é hipocrisia. Ao mesmo tempo que podemos encontrar uma companhia para a vida em uma balada, podemos confundir amor com paixão, desejo, simples atração. Mas como saber? É simples, deixe-se amar!


Panmela Castro, pseudônimo: Anarkia Panmela Castro é uma grafiteira do subúrbio do Rio de Janeiro que expressa nas suas obras as verdades instituídas por nossa civilização, em especial em relação ao corpo feminino, à sexualidade, à subjetividade, analisando as relações de poder e colocando a arte como o próprio estilo de vida. Bacharel em Pintura pela prestigiada Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), hoje Panmela cursa o Mestrado no Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) na linha de processos artísticos contemporâneos. Considerada destaque do graffiti brasileiro da década pelo prêmio Hutúz em 2009, Panmela já pintou em cidades como Paris, Nova York, Toronto, Praga, Viena, Berlin, Johanesburgo, Istambul e Washington DC. É professora há mais de 14 anos tendo ministrado workshops e palestras de graffiti e igualdade de gênero para a Secretaria de Segurança Pública, Petrobrás e Academia Brasileira de Letras. Panmela é idealizadora, fundadora e presidente da Nami, uma organização feminista que usa as artes urbanas para promover os direitos das mulheres. Por todo seu ativismo político através das artes, Panmela foi eleita em 2012 ao lado da presidenta brasileira Dilma Roussef e de outras mulheres ilustres como Angelina Jolie, Michelle Brachelet e Cindy Sherman como uma das 150 mulheres que estão bombando no mundo. “Por ser uma arte de rua, o grafite atinge a todos e tem poder para causar uma mudança social positiva. Por meio dele, vamos até as comunidades discutir com outras mulheres questões de gênero, violência doméstica e psicológica e muito mais.” De cores quentes em criações de mundo fantásticos, Panmela explora a mitologia do feminino em construções de mulheres que contam suas experiências de vida.

Sobre a obra: Duas mulheres nuas unidas pelos cabelos. Esta é a história cotada na pintura na grande parede da Coop de Madison. O nu simboliza o natural, a mulher em pura pele, respeitada pelo que é e não pelo que veem. Cabelos, nada tão pessoal e simbólico sobre força e feminilidade. Nesta união, estes falam sobre o poder. Poder este construído da união de mulheres, mulheres de todos os tipos, do passado e futuro. Mulheres que buscam conquistas. www.panmelacastro.com OUTUBRO + NOVEMBRO 2012

EDIÇÃO #17

VERSA MAGAZINE 83


84 VERSA MAGAZINE

EDIÇÃO #17

OUTUBRO + NOVEMBRO 2012


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.