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SEXTA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2020 www.metrojornal.com.br
{CULTURA}
Mundos unidos
CULTURA
HQs. Aventura ‘Berserker Unbound’ recorre a viagem dimensional para falar de amizade
“BERSERKER UNBOUND” EDITORA MINO R$ 56 136 PÁGS.
Série desenhada por Mike Deodato Jr. marca nova fase do artista após saída da Marvel | EDITORA MINO/DIVULGAÇÃO
‘Ácido para as Crianças’
Saiu a bio do Flea
“Acid for The Children” (Capa dura, 416 págs., R$ 84,90), livro de memórias do figuraça Flea, baixista do Red Hot Chilli Peppers, ganhou versão em português pela Belas Letras. São memórias que relatam as experiências que o forjaram como jovem artista e músico. Em prosa onírica influenciada pelo jazz, faz a Los Angeles dos anos 1970 e 80 ganhar vida. Foi lá que, buscando fugir de um lar turbulento, ele encontrou uma família na comunidade de músicos, artistas e junkies que também viviam à margem. Flea passava a maior parte do tempo em festas e cometendo pequenos delitos, e foi no rock que encontrou um lugar para canalizar seus sentimentos.
O canadense Jeff Lemire, roteirista, um dos nomes mais disputados pelas editoras de quadrinhos, criador das séries “Essex County” e “Sweet Tooth”, e o brasileiro Mike Deodato Jr., que desenhou para títulos da Marvel por 24 anos como “Avengers”, “Elektra”, “Incrível Hulk”, “Homem-Aranha” e “Thor”, travam nova parceria na HQ “Berserker
Unbound”. Aqui, a dupla repete a competência demonstrada na mais recente série em quadrinhos de “Thanos” para relatar a história de um implacável guerreiro de um mundo de espadas e magia que se vê lançado, através de um buraco de minhoca, ao centro uma metrópole dos dias atuais. Neste novo cenário de fantasia bárbara urbana,
Berserker se vê na missão de proteger a população de um maligno feiticeiro determinado a mandá-lo para o inferno. “Berserker Unbound” começou a ser publicada nos Estados Unidos pela Dark Horse em agosto do ano passado. O quadrinho será uma minissérie em quatro partes, e o primeiro volume em língua portuguesa acaba de aportar em terras tupiniquins
pela editora Mino, com acabamento em capa dura e papel couchê colorido. “Eu realmente queria desenhar uma história bárbara, e Jeff transformou esse meu sonho em realidade, com uma trama profundamente emocional de amizade vista sob várias perspectivas”, comenta Deodato. “Não estou exagerando quando digo que este livro tem as batalhas mais épicas que já dese-
nhei! É um ponto de virada na minha carreira.” A relação de amizade à qual o artista se refere é a camaradagem firmada entre o guerreiro selvagem de outra dimensão e o terrestre Joe Cobb, corajoso e empático morador de rua que se torna seu parceiro. EDUARDO RIBEIRO METRO
Quadrinhos na
QUARENTENA
Todas as ramificações culturais têm sido afetadas pela sombra do novo coronavírus, e com a cadeia produtiva e comercial de histórias em quadrinhos não é diferente. Neste semestre, uma porção de eventos tiveram de ser adiados, e as vendagens em lojas físicas naturalmente caíram. Mas nem por isso os quadrinistas brasileiros deixaram de ser solidários com o necessário isolamento social. É o que mostra a campanha coletiva #HQsNaQuarentena.
Um pacotão de gibis gratuitos vem sendo compartilhado para leitura online durante a quarentena. Além de aliviar os efeitos da situação, foi um jeito que os autores encontraram de dar mais visibilidade aos talentos nacionais, cuja boa parte de suas rendas vem de convenções, cursos e eventos presenciais. As HQs participantes ficam disponíveis no link https://bit.ly/hqsnaquarentena. Ao lado, destacamos alguns títulos. METRO
‘Never Die Club’ FONTANA, SILAS E TORINNO Uma guerra silenciosa é travada há séculos. De um lado, supostos imortais; de outro, herdeiros de uma ordem medieval.
‘O Homem que Comprou a Vida Quase Fiado’ ALEX SOUTO E MISAEL NOBREGA Uma HQ matuta com toques de cordel que conta as aventuras de Zé Rufiro, um trambiqueiro tentando enganar dois cangaceiros.
‘SP dos Mortos’ VÁRIOS Zumbis invadem São Paulo nesta série que conta histórias de mortos-vivos ambientadas nas cinzentas ruas da cidade, propondo novas perspectivas ao gênero.
‘Calango’ CRISTIANO SEIXAS E EDUARDO PANSICA Nesta distopia, comida e água são o maior bem de todos, piedade e solidariedade podem levar à morte. Como ser criança nesse mundo?