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papo sem cabeça editada por douglas vieira • almanaque@mtvbrasil.com.br
Uma lenda entre nós Roy Cicala, que produziu alguns dos maiores álbuns do rock, adotou o Brasil como lar lucas lima/mtv
Se você fosse escrever um documentário sobre as mais importantes bandas de rock ao longo de suas quatro primeiras décadas, inevitavelmente não poderia deixar de citar nomes como Bob Dylan, John Lennon, Elvis Presley, The Who, Frank Zappa, Aerosmith e Queen. Pense em mais dez nomes, liste numa folha, e pode perguntar: o que todos esses artistas têm em comum? Todos eles contaram com a ajuda, em algum momento da carreira, do produtor e engenheiro de som norte-americano Roy Cicala, que agora mora no Brasil e tem um estúdio, S.A. Plant, com o também produtor Apollo 9. A nova empreitada traz no nome a lembrança de seu estúdio clássico, Record Plant, que fundou em Nova York, em 1968. Foi lá que ele gravou alguns dos nomes mais importantes da história, com destaque para o disco “Imagine”, de John Lennon, que, aliás tem uma história curiosa por trás: “Se eu pudesse voltar no tempo, regravaria algumas partes do disco, que tem erros de produção”, conta Cicala, sem entregar quais são as falhas. Mesmo com tanta história na bagagem, curiosamente uma de suas marcas é uma simplicidade que deixa qualquer pessoa à vontade. “Se eu ti-
“Phil Spector era um insano, mas seu talento é incontestável. Certo dia estávamos todos chapados no estúdio, quando ele subitamente deu um tiro para o alto.” A respeito do polêmico parceiro e produtor, atualmente preso
Roy Cicala disco a disco
Abaixo, listamos apenas algumas contribuições do produtor ao rock’n’roll
lou reed
Em “Berlin”, álbum de 1973, Roy usou um microfone Sunriser para captar a aspereza do vocal. O instrumento está no estúdio em SP. the who
“Who’s Next” teve duas versões. Uma pelas mãos de Roy e outra no estúdio Olympic. Um lançamento duplo em vinil reúne ambas as edições. rolling stones
No ápice da fase sexo e drogas dos Stones, a banda fazia gravações picotadas. “Brown Sugar” tem duas versões. A mais limpa é de Roy. kiss
Roy Cicala retratado por Bob Gruen, ao lado dos amigos John Lennon e Yoko Ono em 1975
bob gruen
vesse uma postura arrogante, as bandas independentes ficariam acanhadas em tocar para mim. É uma tática profissional”, brinca. Recentemente, passaram pelo estúdio de Cicala e Apollo a cantora Cibelle, os Forgotten Boys e Nasi. Entre seus próximos projetos está um trabalho inspirado na experiência do cineasta Roman Polanski, que concluiu um filme na prisão. Cicala quer gravar um álbum em parceria com o excêntrico Phil Spector (responsável por “Let it Be”, dos Beatles), atualmente preso por homicídio. eduardo ribeiro
“Bob Gruen é fantástico, ótimo fotógrafo de rock. Mas ele deve muito a mim (risos). Foi por intermédio de mim que ele conheceu diversos artistas, dos quais fez retratos memoráveis.”
“A imprensa pode temer aproximar-se de Lou Reed. Mas ele, ao menos hoje em dia, é um cara tranquilo. Mais trabalho que ele quem deu foi Cindy Lauper, uma das poucas artistas que considero difíceis.”
Sobre como o conhecido fotógrafo chegou a Lennon
Comentando os artistas com que já lidou no estúdio
Roy Cicala definiu, em “Destroyer”, de 1976, a estética que acompanharia a banda em todos os seus próximos discos, valorizando peso e melodia. jimi hendrix
Foi no ano de estreia do estúdio Record Plant, em 1968, que Roy gravou o disco “Electric Ladyland”, que traz o maior hit de Jimi Hendrix, “Voodoo Chile”.
documentário David bowie
O mais novo projeto pessoal de Roy Cicala, ao lado de Yoko Ono, é um filme sobre o legado de John Lennon, que ele considera o maior gênio de todos os tempos.
“Fame” reuniu dois gigantes da música: John Lennon e David Bowie. A história foi ocasional. No mesmo dia, Bowie gravava numa sala do estúdio, Lennon em outra.