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almanaque
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
papo sem cabeça editada por douglas vieira • almanaque@mtvbrasil.com.br
lucas lima/mtv
Pág. 666
por didi
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Vazio pós-Fiuk
Mau humor que faz a gente rir Arnaldo Branco, da equipe de quadrinistas do ‘MTV na Rua’, lança ‘Mundinho Animal’, com tiras que satirizam clichês do meio artístico Um dos titulares do espaço reservado aos quadrinhos no “MTV na Rua”, Arnaldo Branco acaba de lançar o livro “Mundinho Animal”, com tirinhas em que brinca com as peculiaridades do meio artístico. A compilação dessas histórias chega às livrarias em formato pocket-book pelo selo LeYa Cult, braço humorístico da editora LeYa, que tem uma parceria com a editora Barba Negra. Além de “Mundinho Animal”, a coleção recém-lançada reúne também os títulos “O Relatório Ota do Sexo” (de Ota), “Vó” (de Jean Galvão) e “@Na_Kombi” (de Silvio Lach e Ulisses Matos). Branco, que ficou famoso inicialmente ao criar o hilário personagem Capitão Presença, um super-herói maconheiro, falou ao “MTV na Rua” sobre seu trabalho. eduardo ribeiro Como surgiu a ideia de lançar uma compilação das tiras “Mundinho Animal”? O pessoal da Barba Negra já tinha mostrado interesse em publicar alguma coisa minha, e essa série que produzo semanalmente já tinha acumulado um número bom de tiras, então fomos por esse caminho. São quadrinhos publicados no portal G1 e também no site da editora Tonto, de Fábio Zimbres.
Quais os temas preferidos dessas tiras? É a crítica não a tribos específicas, mas ao universo artístico em si. Geralmente eu me foco em temas específicos. Pego, por exemplo, cinema, e faço uma série, depois vou para o teatro, para a música, sempre seguindo um rodízio. Os consumidores de cultura são bons alvos, assim como os que mexem com questões burocráticas da produção cultural, como leis de incentivo e coisas assim. E você faz críticas pessoais ao meio? Humor a favor não existe, é sempre contra. Eu pego os clichês de como as pessoas se comportam e transformo aquilo em uma situação cômica, devolvo a pose do sujeito para ele em forma de piada. O humor é maldoso. Sempre pressupõe uma vítima. Isso explica o nome do meu blog, Mau Humor.
Desde o 3º Festival de MPB, em 1967, o jovem brasileiro não presencia um momento tão culturalmente significativo quanto o que ocorrerá na sexta-feira. No entanto, em vez de um Caetano Veloso caminhando contra o vento sem lenço e sem documento, agora é alguém mais bonito, ainda que igualmente malnutrido, que entrará para a história: Fiuk, músico, clone do Fábio Jr. e gato em tempo integral, que se despede do papel de protagonista de “Malhação”. Sua passagem meteórica pelos nossos preguiçosos finais de tarde foi marcante o suficiente para mudar a cara e as calças de uma geração, que viu em sua figura um porta-voz da angústia colorida que nos aflige quando somos jovens e nada sabemos da vida. Com Fiuk, aprendemos lições de amor e amizade. Rimos, choramos e trocamos de canal para ver se já tinha começado a reprise de “30 Rock”. Sua ausência deixará um vazio nos corações adolescentes que nem mesmo uma legião de Pê Lanzas fosforescentes poderá preencher. Mas assim como outros tantos heróis e ícones contraculturais, tais quais Che Guevara ou a Pérpetua de Tieta, ele continuará vivo na nossa memória e em alguma matéria esporádica no “Vídeo Show”, e devemos sempre imaginá-lo feliz onde quer que ele esteja, junto da Madonna, da Hebe e do Patropi no panteão das celebridades fodonas o suficiente para não precisar de sobrenome.
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