ÁUDIO
A IDEIA INICIAL ERA FAZER AQUELE HARDCORE ULTRA-BÁSICO, MAS COM VOCAL CANTADO, DE MOLEQUE, TIPO OS EPS E O PRIMEIRO LP DO 7 SECONDS Então, Pedro, quer dizer que você queria uma banda pra ficar só no vocal quando decidiram montar o Static Control? PEDRO Exato. No segundo semestre de 2014 o Alemão (bateria) me chamou para fazer uma banda nessa pegada e topei na hora, mas falei que queria cantar. Eu sempre toquei guitarra em todas as bandas, queria variar um pouco e ficar livre no palco. A gente pegou uns ensaios só nós dois, fizemos as músicas e gravamos, já pensando em chamar outras duas pessoas depois que estivesse tudo pronto. Deixei para gravar a voz depois e nesse meio tempo a gente resolveu chamar o Jay P pra tocar baixo. Ficamos pensando em opções para a guitarra, até que acendeu a lampadinha: “E se a gente chamasse o Ruy Fernando [ex No Violence] pra cantar?”. O Ruy ficou anos morando longe de São Paulo, mas tinha acabado de voltar. Daí chamamos, ele topou e foi lindo.
Já passou um tempo desde que lançaram a demo, então vocês já devem ter algum material novo pra gravar ou soltar, não é? Tem alguma coisa nova pra esse ano? E NTR EVISTA
STATIC CONTROL
A VOLTA DO HARDCORE MOLEQUE TEXTO EDUARDO RIBEIRO
// FOTO NATHAN MOTTA
STATIC CONTROL É UM QUARTETO DE SÃO PAULO QUE REVISITA O HARDCORE-SKATE-PUNK NO ESPÍRITO DOS EPS DO 7 SECONDS. DIRETO, ENERGÉTICO E CATIVANTE. REMETE AO MELHOR DO ESTILO OLD-SCHOOL E TRAZ NA FORMAÇÃO CARAS DE BANDAS IMPACTANTES NO CENÁRIO, COMO NO VIOLENCE E FUTURO. ELES JÁ SOLTARAM UMA DEMO COM CINCO SONS E EM BREVE SAI NOVIDADE PELA TRUE SPIRIT RECORDS.
78•TRIBO SKATE
PEDRO O primeiro EP em vinil com a gravação da demo e mais duas músicas inéditas está na fábrica e vai sair pelo selo do nosso amigo Paulo “Sujão”, o True Spirit.
O Static Control é uma banda que nasceu a partir de influências ou referências, uma vontade de fazer um som específico de alguma vertente do punk? Algo que não coube em outras bandas que vocês têm ou já tiveram?
bem. Acho que quem andou de skate um dia fica com uma visão totalmente diferente da arquitetura da cidade. Você pega a cidade e a usa de uma maneira ao mesmo tempo criativa e divertida, que te dá adrenalina. Ou seja, exatamente o que o punk faz com música, zines, o que for. Assim como o punk mostra que você pode usar mil coisas para se expressar, o skate faz isso com o cenário urbano. E assim como o punk, esse modus operandi gera na pessoa um sentimento anti-autoritário muito forte, porque sempre vai ter alguém tentando te impedir de estar ali e fazer o que você tem que fazer, mas você vai fazer assim mesmo. RUY Comecei a curtir punk pelo skate, sem ele eu não seria quem eu seria. Mais magro, provavelmente.
Legal a sacada da capa da demo. Vocês são fãs dos irmãos Hernandez? PEDRO Eu particularmente sou muito, muitíssimo fã dos irmãos Hernandez. A saga do Love & Rockets é uma das coisas que eu mais gosto na vida, e há mais tempo também. Comecei a ler quando era criança, saíam umas historinhas avulsas numas revistas de HQ daqui, tipo a Animal e a Circo, e eu pirava. Daí saiu uma série traduzida lá para 1989, 90 e eu viciei, mas durou pouco e eu fiquei anos lendo tudo de novo. Eu poderia responder a entrevista inteira só falando de Love & Rockets e ainda seria pouco para expressar meu amor, então só o que eu posso fazer é recomendar que todo mundo leia.
PEDRO A ideia inicial era fazer aquele hardcore ultra-básico, mas com vocal cantado, de moleque, tipo os EPs e o primeiro LP do 7 Seconds e aquelas bandas californianas das coletâneas da Mystic Records, tipo Stalag 13, Justice League, Aggression, Ill Repute, etc... Depois que o Ruy entrou, ele botou seu toque pessoal nas músicas e acabou não ficando exatamente esse cosplay que a gente queria originalmente. Ainda bem! RUY Eu curto cosplay.
Vocês descobriram o punk/hardcore através do skate? PEDRO Eu cresci andando de skate e em grande parte foi o skate que me botou no punk rock. Hoje em dia eu não ando mais muito, mas ainda penso e vejo o mundo como um skatista. Sempre que eu estou à toa fico olhando a rua pensando linhas imaginárias que eu faria ali se andasse
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