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LÉS A LÉS

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SERVIÇO EXPRESSO

DURAÇÃO 52 MINUTOS (30 PARAGENS) 46 MINUTOS (16 PARAGENS) TARIFÁRIOS TÍTULO OCASIONAL Z6 2.85€ PASSE MENSAL 40€

De uma ponta à outra

PREÇO E HORÁRIOS CERTOS CONQUISTAM PASSAGEIROS

Os seis amigos viajam juntos diariamente desde o início da linha, na Póvoa de Varzim

Linha Vermelha, entre Póvoa de Varzim e Porto, regista aumento de 54% na procura em relação a 2021

Passam poucos minutos das sete e meia e Carla, Sofia, Nelson, Alexandre e Pedro já ocupam cinco lugares na composição que há-de partir daí a pouco . Outra Carla vai-se juntar duas paragens à frente, em Vila do Conde, mas terá de partilhar o lugar com Sofia, pois o metro sai da Póvoa de Varzim em direção à estação da Trindade lotado.

Nem por isso os utentes rejeitam o meio de transporte. Carla Gomes, Sara Faria, Nelson Santos, Alexandre Costa, Pedro Justo e Carla Fumega não trocam o metro pelo carro. Sabem que chegam à hora certa ao emprego no Porto, sem o desgaste do trânsito em hora de ponta e os nervos em franja na procura de um lugar, cada vez mais escasso, de estacionamento. Este grupo de amigos é já uma rotina na rotina de quem viaja diariamente na Linha Vermelha no serviço expresso antes das oito da manhã. A segunda carruagem é o ponto de encontro. Nelson Santos foi o último a juntar-se ao grupo, em agosto, quando foi transferido para o Porto. Não troca, como os restantes companheiros, embora não deixem de apontar

Ilídio Silva vai de Pedras Rubras até à Maia. Na estação Fonte do Cuco, muda de linha

FOTOS: IGOR MARTINS / GLOBAL IMAGENS Ruben Costa apanha o transporte para o Porto, onde estuda, junto ao outlet, em Modivas

Estivemos com a Metro do Porto nos projetos das primeiras linhas em 1995. Hoje continuamos a projetar com a Metro do Porto e expandimos esta nossa experiência noutros locais do mundo.

debilidades no transporte. A principal é a escassez de composições. Carla Gomes refere, por exemplo, que, no início da operação, havia dois expressos entre as 7h30 e as 8h. Um foi suprimido.

Mais à frente, na Varziela , já em Vila do Conde, Joana Pereira só tem elogios. Viajar de pé até à estação de Carolina Michaelis não a afeta. As vantagens suplantam o sacrifício. Residente em Fornelo, na fronteira de Vila do Conde com o concelho da Trofa, salienta que, “se fosse de carro até ao emprego, teria de sair de casa às sete da manhã”. São 8h17 quando apanha o metro em Árvore, às 8h55 chegará ao destino. Sem percalços.

Sílvia Ribeiro é mais crítica. O preço, a par do trânsito, são os fatores que a fazem optar pelo metro em detrimento do automóvel. Aponta, no entanto, as carruagens lotadas como um aspeto a melhorar. E refere que o novo horário, em vigor desde o início de novembro, não teve qualquer efeito. “Acrescentaram um horário, mas, em vez de duas carruagens, puseram uma, ficamos na mesma”.

Ivo Santos, estudante na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, e Ruben Costa, a estudar informática, olham sobretudo para a eficácia do meio de transporte. “De metro vou a todo o lado”, diz Ruben. “É confortável e fiável”, acrescenta Ivo, que aponta mais uma vantagem: “É menos um na família a usar o carro”.

Não é por acaso que a Linha Vermelha, entre a Póvoa de Varzim e a estação da Trindade, no Porto, é onde a procura mais tem aumentado. Segundo dados fornecidos pela empresa Metro do Porto, nesta altura “a procura é 54% superior a 2021 e ligeiramente superior à de 2019”, antes da pandemia.

Em 2007 –a linha vermelha foi inaugurada em 2002, mas só cinco anos depois chegaria à Póvoa de Varzim”–, foram registadas 2.705.438 validações, um número que registou uma ligeira quebra em 2009 e 2010, com as validações a rondarem os 2,5 milhões, para logo em 2011 voltarem a

De uma ponta à outra

Joana Pereira apanha o serviço expresso do metro na estação de Varziela, em Vila do Conde recuperar para 2.701.069, até em 2019 atingir o melhor valor: 3.209.008. Depois, a pandemia parou o mundo e o metro do Porto não foi, naturalmente, exceção. No entanto. logo em 2020 o número de utentes foi recuperado, atingindo as 1.948.681 validações, valor que se vem consolidando, tendo no ano passado sido contabilizadas 2.160.869.

O preço da energia não deve ser alheio a isso. “Desde que os combustíveis começaram a aumentar, notamos mais gente no metro”, diz Nelson Santos, um dos utilizadores que parte da Póvoa de Varzim, a estação onde mais gente entra em toda a li-

nha. Só na terça-feira, 22 de novembro foram registadas 2.300 pessoas que iniciaram ali viagem, seguindo-se Vila do Conde, com menos mil utilizadores. No podium, com 1.070, está também Pedras Rubras. Todas servidas pelo serviço expresso.

Foi em Pedras Rubras que nos cruzámos com Ilídio Silva, a caminho da Maia. Para para este jardineiro desempregado, colocado numa lar de idosos pelo centro de emprego, o metro nem sequer é alternativa ao automóvel. “Se não fosse o metro ia de bicicleta, mas com esta chuva”...

Recorda com saudade os tempo em que viajava de comboio com a mulher e o filho pequeno até à Póvoa, e daí pela linha de Famalicão até Balazar, “para ver a santinha”. Nostalgia partilhada por Carla Fumega, utente diária e funcionária da empresa Metro do Porto. PAULA FERREIRA JOANA PEREIRA CONSULTORA FISCAL

“Para mim é a melhor opção, embora seja um pouco caro, já que não tenho passe. Não compensa neste momento, uma vez que a maioria dos dias estou em teletrabalho.”

IVO SANTOS ESTUDANTE

“É a maneira mais barata de chegar à faculdade. Esse é o principal fator para a escolha. O o facto de contribuir para haver menos carros a circular também contou na decisão.” RUBEN COSTA ESTUDANTE

“É a melhor opção que tenho para chegar ao Porto, embora venha quase sempre demasiado cheio.”

NELSON SANTOS TRABALHADOR CONSULAR

“É a melhor opção para chegar ao trabalho. Só é pena que vá sempre cheio. Quando sai da Póvoa, os lugares já estão todos ocupados.”

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Bilhética

À BOLEIA DE UM TÍTULO ‘CONTACTLESS’

Economia, ambiente e segurança: tudo num bilhete recarregável e com tecnologia contactless. No início, “tudo se colocou em causa”.

Foram dois os motivos que mais pesaram na decisão de adotar, para o metro do Porto, um modelo de bilhética sem barreiras e contactless: além de ser mais barato construir as estações, também seriam mais seguras, no caso de uma evacuação de emergência. O administrador delegado dos Transportes Intermodais do Porto, Manuel Paulo Teixeira, explica: “Havia standards de evacuação para cumprir com o desenho das estações e o facto de termos corredores completamente amplos permitia que as estações não tivessem de ser tão grandes”. Além disso, “do ponto de vista da acessibilidade, era inquestionável que ter uma entrada completamente limpa para qualquer utilizador era uma solução muito melhor”. A isto juntava-se a questão ambiental. “Se criássemos um título sem contacto e reutilizável poupávamos imenso papel”, notou. As contas apontam para “uma poupança mensal de 13 toneladas de resíduos, em comparação com o sistema clássico”.

Mas, em 2001, com o atentado às Torres Gémeas em Nova Iorque e com a cidade norte-americana a fechar “cada vez mais” as estações com receio de um novo ataque terrorista, “colocou-se tudo em causa”. “Tudo isto foi muito discutido, mas a solução inicial prevaleceu. Chegámos à conclusão de que havia mais vantagens do que desvantagens relativamente a todos estes aspetos: ambientais, acessibilidade, económicos e de segurança”, indica. Faltava decidir um outro ponto: “É um bilhete só para o metro ou para os outros operadores de transporte?”. É para todos. Foi criado um novo zonamento que, desde então, serve tanto o metro como a STCP e os suburbanos da CP, abrindo ainda a possibilidade de outros operadores privados também aderirem ao sistema. “A STCP não chegava a todo o lado da Área Metropolitana do Porto e havia muitos privados que estavam efetivamente a fazer serviço público”, reconhece.

“Tentou criar-se um tarifário o mais ajustado possível àquilo que a pessoa efetivamente utiliza, associando a distância ao tempo de viagem e dando a possibilidade de regressar com o mesmo título. A grande dificuldade foi saber como é que se comunica tudo isto”, admite.

Apesar de, inicialmente, ter sido “muito difícil passar a informação à população”, foram os próprios utentes que se entreajudaram. “A Metro, por exemplo, contratou pessoas para dar apoio junto às máquinas de venda automática, mas a população ajudava a carregar os títulos e a passar aquelas informações de boca em boca: ‘Não deite isto fora, que é para usar outra vez. Pode recarregar’”. ADRIANA CASTRO

Manuel Paulo Teixeira, administrador delegado dos Transportes Intermodais do Porto

PEDRO CORREIA/GLOBAL IMAGENS Bilhética sem barreiras é mais barata e garante mais segurança, se houver necessidade de evacuação

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TONELADAS

Um título ocasional é um bilhete de cartão. O que o distingue é ser recarregável. Só isto poupa 13 toneladas de papel por mês

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