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OPINIÃO
DUARTE CORDEIRO MINISTRO DO AMBIENTE E DA AÇÃO CLIMÁTICA
2025, O ANO DA GRANDE EXPANSÃO DO METRO DO PORTO
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Opinião
OMetro do Porto é uma das maiores redes de metropolitano ligeiro da Europa. Com 67 quilómetros de rede, seis linhas, 82 estações e uma frota constituída por 102 veículos, em 2019 transportou 71,5 milhões de passageiros, em sete concelhos da área metropolitana do Porto, em ambas as margens do Douro.
A 7 de dezembro de 2002, ocorreu a viagem inaugural, na linha azul, num veículo que incorporou componentes fabricados em Portugal, Itália e Inglaterra e que foi montado nas instalações da Bombardier, na Amadora. Quatro anos depois, a rede do metro chegaria ao aeroporto, na Maia, tornando o Porto a primeira cidade portuguesa com uma ligação por metro à infraestrutura aeroportuária que a serve.
Outros marcos houve, nestes 20 anos, no universo do Metro do Porto: inauguração de novas linhas e estações; a operação do funicular dos Guindais, que liga a Ribeira à Batalha; distinções ao design urbano da rede. Foram 20 anos de profunda ligação às cidades e às gentes que serve, conferindo sustentabilidade, conforto e segurança às deslocações na área metropolitana.
Passadas estas duas décadas, está em curso um ambicioso programa de expansão da rede. Algumas, como a Linha Rosa e a extensão da Linha Amarela, estão em curso, gerando nesta fase algumas perturbações aos moradores e comerciantes do Porto e de Gaia, mas assegurando, em breve, novos serviços no coração da Cidade Invicta e em Vila Nova de Gaia, ali ligando importantes polos comerciais, hospitalares e de ensino.
Com recurso a financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, encontra-se igualmente em curso o projeto da linha entre a Casa da Música e Santo Ovídio, um investimento na ordem dos 300 milhões de euros, que comporta uma nova ponte sobre o Douro. Tem este projeto, com 6,7 quilómetros, em via dupla, o objetivo de expandir a cobertura territorial e reduzir problemas de congestionamento entre o Porto e Vila Nova de Gaia.
Por último, e também sob a alçada do Metro do Porto, está em curso a construção do sistema de Bus Rapid Transit (BRT) da Boavista, que ligará a interface do metropolitano aí existente à Praça do Império, mas também a Matosinhos.
Estes importantes investimentos em mobilidade, que ascendem, incluindo a construção das linhas, estações e a aquisição de material circulante, a quase 800 milhões de euros, permitirão reconfigurar a rede do Metro do Porto até 2025. Dentro de três anos, a circulação na cidade será diferente e um catalisador de modos de circulação mais sustentáveis, rápidos e económicos.
O aumento da oferta é uma resposta para a diminuir as emissões de gases com efeito estufa, para assegurar maior mobilidade e acessibilidade aos cidadãos mas também para a competitividade dos territórios.
É através destes investimentos – e também do apoio à procura, que realizámos com a diminuição do preço dos passes para 40 euros, nas duas áreas metropolitanas do País – que temos de inverter a situação da mobilidade. Os recém-publicados dados do Censo 2021 mostram que houve na última década um reforço da utilização do automóvel, que passou de uma quota de 44% pra 48% das deslocações pendulares realizadas no continente.
Nesse período, o transporte público coletivo perdeu quota de mercado, passando de 25% para 20%. Ao nível da Área Metropolitana do Porto, registou-se um aumento superior à média nacional no recurso ao automóvel nas deslocações pendulares (passou de uma quota de 63% para 68%), enquanto a quota dos modos ativos (pedonal e bicicleta) passou de 16% para 14%.
Temos a convicção que este é um panorama que só podemos mudar cumprindo os ambiciosos critérios de descarbonização a que nos comprometemos, com investimento, oferecendo mais e melhor aos que têm de se deslocar no espaço urbano. É o que estamos a fazer.