ALMANÁUTICA
Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano III – nº 13 – maio/junho 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ISSN: 23577800 13
PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!
Terminal de São Sebastião vai ou não vai?
Estreia a nova coluna de Hélio Viana
Estreia a nova coluna de Luciano Guerra
Clipper Round the World procura Skippers
Exclusivo: Entrevista com Tom Touber da VOR COI sobre os preparativos para Rio 2016: “Os piores...” Fotógrafo da Expedição de Belov conta o que viu Trocando o rotor da bomba d’água Itajaí realiza sua Semana de Vela e muito mais!!
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EDITORIAL
MMSI? ZZZZ...
Em março deste ano, dei entrada junto à Anatel a um pedido para obtenção do MMSI, um número de 9 dígitos que identifica a embarcação através de um sinal de rádio. Serve para assegurar que você não vai ser atropelado por um navio (talvez...) e que vai poder dizer a ele: “ó eu aqui, ó”. Coisas das novas tecnologias. Um mês antes comecei a pesquisar como fazer isso... A primeira coisa que descobri foi que, como muita coisa nesse país, a burocracia, a falta de informação, a falta de estrutura e outras coisinhas que não ouso escrever aqui, dificultam muito quem quer estar em dia com a documentação e usufruir de um serviço estatal. A começar por uma lista de “rádios homologados”. Não, você não pode simplesmente comprar um rádio que queira. Tem que ser um dos que estejam na lista da Anatel. Porque? Não sei. E se não estiver? Não defere. Alguém confere se o rádio do barco do solicitante é o mesmo escrito que é homologado no requerimento? Não... Próximo passo: preencher um requerimento com informações técnicas e de utilidade duvidosa: Navio em prova? Horas de serviço? Natureza do serviço? A Frequencia é fonia? Quantos Megahertz? Classificação geral? Individual? Tudo preenchido – se vira, no site tem escondido em algum lugar um manual de preenchimento! – coloque num envelope e envie para a agência do seu estado/cidade. E? Criogenia humana é o mais indicado porque a resposta não virá. Aí, passado uns meses você liga para a Anatel num telefone que dá ocupado ou chama até a linha cair. Muitos dias. Um belo dia os planetas se alinham e eles atendem. Muito bem por sinal. Funcionários, provavelmente cientes da estrutura capenga que tem por trás, tratam de fazer o possível para atender bem. Um deles explica: “estamos apenas com um engenheiro para analisar todos os pedidos da Marinha e da Aeronáutica desse estado. No momento está meio devagar mesmo”. Devagar? “Parado” mudou de nome? Conversa vai, conversa vem expliquei que iria viajar com o veleiro e que precisaria do MMSI. Saiu na hora. Graças ao anjo que depende da estrutura falida em que trabalha. Mas as taxas, essas não falham. Chegam direitinho... “Não há mal que sempre dure”, gritou vovó. Deus te ouça... Deus te ouça... Ricardo Amatucci - Editor
Dos Leitores
O Acervo Cultural do Iate Clube do Rio de Janeiro agradece a coleção completa dos exemplares do Almanáutica feitas para o enriquecimento do acervo de nossa Biblioteca. Adriana Santos - Gerente da Biblioteca do ICRJ
Foto da capa
A viagem do veleiro Fraternidade de Aleixo Belov sob as lentes de Leonardo Papini Almanáutica: Jornalista Responsável: Paulo Gorab ISSN: 23577800 13 Jornal bimestral, com distribuição nacional nos principais polos náuticos do Brasil. Ano 02, número 13 julho/agosto de 2014 Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier Contato: falecom@almanautica.com.br Almanáutica é uma marca registrada. Proibida a reprodução total ou parcial. Visite nosso site e fique por dentro das novidades diariamente: www.almanautica.com.br
Murillo NOVAES De grana e copas, do mundo e da América... Olá querido amigo de alma mais que náutica, eis que cá estamos na pós-estreia de nosso varonil continente Brasil na Copa do Mundo, com show de Oscar e presença marcante de Neymar, ainda sob a autêntica alegria que só o futebol e a festa, dois traços marcantes de nosso povo, podem proporcionar diante de tantos “malfeitos” e não feitos e feitos com defeitos que este torneio padrão Fifa de corrupção, enriquecido com a vitamina forte do Custo-Brasil, nos coloca na cara. Que nação queremos ser? Respostas nas urnas na vindoura eleição, por favor! E sigamos neste merecido hiato de prazer que é ver esta celebração de nossa paixão em nossa própria casa. Sem jamais perder o senso crítico, claro. E por falar em senso crítico, ou falta dele, acaba de sair o novo protocolo da próxima Copa América (ou America’s Cup, para os anglófilos) e, como infelizmente tem se tornado rotina nas últimas edições deste que é o torneio esportivo mais longevo de nossa humanidade (humanidade??), a coisa está meio esquisita no feudo do Duque Elisson e seu nobre (ainda?) cavaleiro em armas, o outrora líder do exército inimigo, Russell Coutts. Que desde que o New York Yacht Club, em 1870, resolveu pôr em disputa o belo troféu ganho por sua escuna de nome “América”, em 1851, em águas da rainha Vitória, no Solent, sul da Inglaterra, este desafio de ditos cavalheiros e seus iates clubes é um tanto quanto distorcido em favor do defensor, todos sabem. Poder ditar as regras do jogo é uma vantagem e tanto sempre. Os 132 anos de triunfos consecutivos do referido NYYC, a mais longa série de vitórias de qualquer “time” em qualquer esporte na história do desporto mundial, atestam bem o fato. No entanto, parece que de um tempos para cá tudo adquiriu o tão desejado quanto pernicioso efeito (i)moral do
marketing exagerado ou da marketagem explícita, a depender dos tamanhos da ganância, cara de pau e/ou falta de padrões mínimos de moralidade dos atores envolvidos. O tal padrão Fifa, que pode levar à prisão uma baiana vendendo acarajés “não oficiais” nos arredores de um estádio, mas não vê lá muita graça em exibir para o mundo todo, com um mínimo de respeito e não apenas em míseros sete segundos de transmissão, o avanço do científico Nicolelis e companhia que em breve farão “o cego ver e o paralítico andar”, em um milagre da ciência que mais parece mesmo coisa de Deus. Entre a cerveja patrocinadora e a soberania nacional quem ganha nos dias de hoje? Pois bem, na Copa América o mesmo espírito, digamos, empreendedor dos tempos contemporâneos parece que norteia tudo agora. E isso é realmente o ponto baixo de uma regata que, está provado, mora no coração e nas mentes de aficionados de todo o globo. Incluindo este escriba que ora escreve estas linhas. No fim, os organizadores das copas, do Mundo e da escuna América, sabem que a paixão dos fãs falará mais alto e o espetáculo dos atletas de altíssimo nível salvará o show e conquistará os sorrisos e aplausos de todos. Também, e principalmente, claro, da onipresente mídia com seu instantâneo, acachapante e quase inebriante poder de propagação dos fatos e criação de opiniões. Nesta confusão de papeis, onde o simples espectador (e sua mente e, maiormente, sua decisão de compra) é ao mesmo tempo o objeto último de desejo dos mecenas financiadores do teatro, as marcas, e alvo de seu maior desprezo – “tudo que empurrarmos, eles aceitarão” –, o espetáculo é que fica prejudicado. Se interesses puramente comerciais tivessem movido Shakespeare, se o desejo de ver as contas de seu Globe Theatre em superávit permanente tivessem sido
Crônicas Flutuantes
sua primeira motivação, seria que teríamos nossos Sonhos de Uma Noite de Verão, Ricardo III, Romeu e Julieta, outras obras-primas e, principalmente, o vacilante Hamlet que é e não é ao mesmo tempo, faz-se de louco, e vinga a morte do pai para depois ele mesmo igualmente morrer dizendo que “o resto é silêncio”? Duvido muito! Queridos hoje organizadores de torneios e todo o outro mais repito, a título de memorização, o resto é silêncio. Silêncio! Quando será que os gênios de nossa época perceberão que “mercadando” tudo exageradamente, promovendo tudo ad nauseam, buscando resultados de vergonhosa ganância, se asfixia a alma das coisas e aquilo que deveria ser um original espetáculo se torna apenas a imitação barata de si mesmo, daquilo que fora outrora? Por mais “espetaculoso” que seja. Nunca convém matar a galinha dos ovos de ouro. Esopo já alertava. E isso no século sétimo anterior ao Cristo, bem antes, portanto, das velas enfunarem ao redor da ilha de Wight naquela décima nona centúria após a estada, aqui entre nós, “do cara” e mais anteriormente ainda à era dos catamarãs que caminham sobre as águas. Eles são lentos, senhores... Perdoai-vos! No entanto, como inveterado otimista que crê na rondada positiva, mas também como o realista que ajusta os panos, não só torço e nutro a esperança de dias melhores nas copas, ambas, vindouras, mas milito aqui humildemente na causa do bem, do altruísmo, da generosidade, da preservação da alma de tudo e, principalmente – nunca achei que seria necessário escrever isso um dia –, na inequívoca causa do bom senso que norteia (deveria!) os homens de bem. E viva os homens de bem! Que gire o nosso ainda lindo planeta que é Terra, é água e é também uma bola. Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com
Coluna do escritor José Paulo de Paula
Adeus a Caburé
Em meio àquela meninada ia e vinha Caburé, um meninozinho barrigudinho como a grande maioria de meninozinhos por ali. Beirava, com pouca margem de erro, oito, nove anos. Moreno ao mulato, de olhos claros muito brilhantes, embarcou sem muita cerimônia em nosso veleiro. Embarcou é maneira de dizer; enquanto amarrado ao píer da, dito pelos locais, fábrica de peixes, tempo que durou coisa de três semanas, nosso barco recebia, todo santo dia, a visita do garoto. Chegava impreterivelmente às sete da matina e instalava-se feito um mini iogue na tampa do motor, um velho Perkins três cilindros com tendências ferruginosas ligeiramente preocupantes. A luz do sol matinal entrava pela gaiúta e formava um cone ao redor do guri, dando-lhe um aspecto místico. Do seu palco improvisado e iluminado, após filar o desjejum, iniciava sua prédica. Uma ladainha na qual, vez que outra, conseguíamos identificar algo com teor possivelmente religioso. Deuses, Demônios, soldados e animais monstruosos desfilavam meio a uma montoeira de palavras pronunciadas tão depressa e de forma tão desconexa que pouco ou nada entendíamos. Seu olhar era enigmático. Nunca nos mirava diretamente nos olhos; parecia focar um ponto num infinito qualquer situado, por paradoxal que possa parecer, dentro do próprio barco, bem lá na proa... Alguns velhos barcos de madeira têm essas peculiaridades metafísicas. Falava, falava e falava. Não havia
como ou porque interrompê-lo. Quando, por fim, julgava que seu recado havia sido dado, fechava os olhos, passava a palma da mão sobre o rosto duas ou três vezes e voltava ao olhar normal de qualquer piá da sua idade. Descia da tampa do motor, dava um abraço apertado em cada um de nós e saía para juntar-se a outro menino que o esperava a poucos metros dali. Embarcavam, então, numa pequena piroga com um mastro de bambu envergando, à guisa de vela, farrapos de várias cores costurados de qualquer jeito. Saiam dali em direção às dunas maravilhosas que emolduram aquelas plagas. Várias outras daquelas canoinhas já lá estavam e, juntas, iam todas aos ventos. Como orçavam com aqueles barquinhos diminutos, pendurados pelos bordos fazendo contrapeso, usando dois remos, um como leme outro como bolina, é matéria para especialistas. Pescavam, mergulhavam, apostavam corridas, brincavam a mais não poder, fazendo aquilo que lhes viesse às idéias. Todos os dias que ali ficamos assistíamos maravilhados àquelas pequenas regatas e estripulias. Aparentemente não havia uma escola para aquela meninada ou, se havia, não era lá muito levada a sério. Quando fomos embora, Caburé chorou e produziu um discurso coerente e com palavras razoavelmente inteligíveis, fato que por muito pouco não nos levou também às lágrimas. Era o final da década de 1970 lá pelos perdidos litorais do norte.
Recentemente velejei novamente por aquelas bandas. Saímos da cidade de Natal – RN – eu, meu amigo Fábio e sua companheira Adri – no veleiro “Quarup”. Fizemos escalas em Campinhos, Fortaleza, Jericoaquara, Camocim e terminamos a viagem em?... Ao avistar a antiga fábrica de peixe, hoje uma pequena marina, o que de primeiro me veio à mente foi a lembrança de Caburé. Se anda ainda por aqui deve beirar aí seus 40, 42 anos, pensei. Possivelmente seja um pescador. Procuro, pergunto a muitas e muitas pessoas, jovens e velhas. Em pouco mais de três dias a impressão que se tem é que todos por ali sabem que alguém está atrás de um tal de Caburé. Alguns, possivelmente vislumbrando uma chance sabe-se se lá de que, me procuram mas, por aparências e idades é impossível que sejam ele. Desisto. Numa das noites tenho um estranho sonho. Procuro por Caburé entre a garotada da rua, mas não consigo falar com nenhum. Não consigo com que levantem os olhos dos seus celulares, smartphones e tablets. Nesse dia acordo tarde, perto das oito e meia. Abro a gaiúta e coloco a cabeça para fora. Lá estão as dunas, lá está o Delta do Parnaíba, maravilhoso como sempre, nada parece ter mudado na paisagem, apenas não vejo piroga alguma com seus trapos coloridos ao vento. José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador e conta, em crônicas com muito humor, situações vividas a bordo com sua família no livro “É proibido morar em barco”, à venda na Livraria Moana
Umas e Outras
Histórias de um navegante im pre ciso
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UM GIRO PELA COSTA As principais notícias de Sul a Norte. O que acontece nos polos náuticos.
Rio Grande do Sul Chefe do Juri Classe 470 a lio Vian Por Hé
Velejadores brasileiros são Campeões italianos da classe 470
A Namorada de Zuperri No finzinho da década de 90 do século passado virei cruzeirista de tempo integral. Foram dez anos de preparação, seis deles só para construir, junto com minha companheira Mara, a nossa nova casa, o veleiro MaraCatu. Não foi tarefa fácil cortar as amarras. Os últimos três meses da empreitada foram tomados tentando completar uma interminável lista de coisinhas a fazer a bordo, além de vender o carro – na realidade trocamos o jipe de tração 4X4 por curtição 24X365 –, nos desligar dos muitos anos de trabalho na Fundação Getúlio Vargas e fazer os quarenta e poucos anos de vida, que estavam no espaçoso 2 quartos onde morávamos em Botafogo, caberem nos 29 pés (8,80m) de comprimento do MaraCatu. Finalmente, aos três dias de junho de 1999, com o coração apertado e os olhos rasos d’água, conseguimos zarpar. A liberdade inicialmente assusta. Subindo lentamente a costa para participar da regata Recife-Noronha dei com os costados na pouco visitada Camamu, que dizem ser a terceira maior baía do Brasil e que fica umas 60 milhas ao Sul de Salvador. Ancorei o MaraCatu em frente a ilha do Campinho, no través da casinha amarela das irmãs Onilha e Aurora, no lugar marcado com um “X” num croqui que Renato do veleiro Samba rabiscou num guardanapo às vésperas de nossa partida do Clube Naval Charitas, em Niterói.
Geison e Gustavo: vitória na Itália A dupla brasileira formada por Geison Mendes e Gustavo Thiesen, do Veleiros do Sul, conquistou o título do Campeonato Italiano Open da classe 470 de 2014, realizado no Lago Garda, norte da Itália. Os italianos Francesco Falcetelli e Matteo Bernard ficaram em segundo lugar e na terceira posição os australianos Alexander Conway e Patrick Conway. “Foi um bom campeonato muito disputado, com 34 tripulações de quatro continentes. A Itália possui uma flotilha forte e isso eleva o nível da classe 470 no país”. Gustavo Thiesen, também agradeceu aos patrocinadores Banrisul e Corsan e o apoio do COB e CBVela, Veleiros do Sul, Matracafe e North Sails. No ano passado a dupla gaúcha havia ficado em quarto lugar. Ricardo Padebos / VDS
Brasília - DF Limpeza Cota Mil Em apenas 1,5 horas cinco mergulhadores retiraram uma montanha de lixo na orla que fica em frente ao clube Cota Mil, em Brasília. Tudo foi colocado em exposição no próprio Clube para reflexão de todos. Garrafas, latinhas, pneus, pedaços de ferro, e até uma bolsa com uma carteira de habilitação estavam entre os “achados”. Parabéns ao Clube pela iniciativa de coragem!
Guarapiranga - SP CLÍNICA CBVELA Velejadores participam de clínica no YCSA, com teoria e prática Voltei várias vezes à Camamu e foi fácil conquistar a amizade das “meninas”. Onilha, negra vaidosa de idade indefinida, me contou que em sua juventude conheceu o escritor e piloto Saint-Exupery. O inusitado encontro se deu nos idos da implantação do Correio Aéreo Brasileiro, em uma das escalas do autor do Pequeno Príncipe no campo de pouso de terra batida atrás da casa dela. Reza a lenda que tiveram um affair. Numa tarde modorrenta, depois de Onilha me preparar uma moqueca de caramuru – que é como a moreia é conhecida por essas bandas –, não me contive e quis tirar a limpo essa história. Insisti tanto que ela, acuada, bateu na mesa e esbravejou: “Quer saber? Dei mesmo a Zuperri! E só não fui embora com ele porque ainda não estava pronta”. É uma pena que Onilha (na foto com o velejador Mamão, durante a escala do Cruzeiro Costa Leste de 2004) não esteja mais aqui pra confirmar este causo. Mas há testemunhas... Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora a bordo do MaraCatu, e leva a vida ao sabor dos ventos...
Mais de 80 jovens velejadores participaram de três dias de aulas práticas e teóricas na Represa Guarapiranga, organizado pela Confederação Brasileira de Vela e pelo
Nelson Ilha recebe merecido convite e será chefe do juri em Toronto 2015 O juiz internacional de regatas Nelson Ilha recebeu da Federação Internacional de Vela (ISAF) convite para ser o chefe do Juri Internacional da Vela nos Jogos Pan-americanos de Toronto em 2015. Nelson, gaúcho que já participou de cinco Olimpíadas como juiz de Vela, também é auditor do pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da Vela. Nelson Ilha é associado do Veleiros do Sul, clube onde começou a velejar. Ane Meira / VDS
Semana de vela de Itajaí: novidades
Em junho aconteceu a regata comemorativa da Batalha Naval do Riachuelo no Iate Clube do Natal. Na programação os participantes ganharam camisetas e, claro, premiação para os melhores resultados. E na festa, feijoada, chope, e música ao vivo para animar a festança. A regata - aberta a todas as classes – esteve dentro da programação da Diretoria de Vela do ICN (leia-se Ricardo Barbosa), que tem trabalhado bastante para que a vela potiguar esteja na ordem do dia. Parabéns a todos!
Itajaí realizou pela primeira vez a sua semana de vela. O evento aconteceu de 6 a 8 de junho. “Foi uma grande festa, onde reunimos velejadores de oceano e velejadores de monotipos para a primeira de muitas semanas de vela de Itajaí”, comentou Claudio Copello, Presidente da ANI, a Associação Náutica de Itajaí. O evento foi realizado pela ANI com apoio da FEISC e Prefeitura Municipal de Itajaí,. Essa foi a primeira semana de vela realizada em Itajaí, após a realização de dois grandes eventos internacionais. Como experiência, a cidade conta com mais de 10 edições da Regata Marejada e três edições da Regata Cidade de Itajaí. O evento em nível nacional reuniu em duas raias (Oceano e Monotipos), velejadores de todas as partes do Brasil e de todas as idades. O evento teve como sede a Vila da Regata – Itajaí, situada a Avenida Ministro Vitor Konder, Centro. As regatas de Oceano foram realizadas nas proximidades da barra de Itajaí e as Regatas de Monotipos em frente à Praia de Cabeçudas, com o Mastro Oficial de Bandeiras e Quadro Oficial de Avisos do evento.
YCSA, Yacht Club Santo Amaro. Velejadores de sete estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Distrito Federal - estiveram alojados no YCSA durante os três dias da Clínica que reuniu as classes: Lightning, Laser, 420, 29er, RSX (prancha a vela), Hobie Cat 16, Byte, Techno e Optimist. Durante o período houve um ciclo de palestras e treinos, com o objetivo de preparar os atletas para as competições interna-
cionais mais relevantes como Olimpíadas e Mundiais. A meta mais próxima é o 44º Mundial da Juventude, a partir de 12 de julho em Tavira, Portugal. Os atletas repetiram largadas e manobras de boia - situações que podem definir uma regata. Em terra, os 83 velejadores convocados pela CBVela acompanharam palestras e trocaram muitas informações com os 11 técnicos escalados para acompanhar cada uma das nove classes.
Nelson Ilha: arbitro em Toronto 2015
Rio Grande do Norte Vela Potiguar Iate Clube do Natal realiza regata comemorativa
Vai encarar?
competição. O fundador e presidente da Clipper Race, Sir Robin Knox Johnston adverte que os candidatos devem estar preparados para ficarem exaustos, machucados e surrados, mentalmente cansados e privados de sono durante a viagem 11 meses. “A aptidão e atitude são características chave para ter sucesso neste tipo de ambiente hostil. Estamos procurando os melhores comandantes do mundo em todos os sentidos” acrescentou Knox- Johnston. Como contrapartida os selecionados terão um contrato de 18 meses e um bom salário livre de impostos. O período de entrevistas já começou. Ficou interessado? Envie seu currículo e uma carta de apresentação dizendo “Por que você seria um ótimo comandante (skipper)”, para
Agenda cheia, experiência de mar, muitas habilidades, gestão de pessoas e liderança. Quer esse emprego?
A mais longa regata de volta ao mundo está à procura de 12 corajosos Skippers para liderar suas equipes de amadores na próxima edição em 2015. Para se candidatar você precisa ter o RYA (Yachtmaster Ocean Certificate), experiência pelo menos 30.000 milhas de navegação offshore em barcos grandes e diversas habilidades que vão muito além dos requisitos profissionais de um trabalho normal, como excelente experiência em gestão de pessoas e liderança. Os candidatos deverão ainda cumprir uma agenda cheia de exigências dos patrocinadores e da mídia durante as escalas da
Itajaí Semana de Vela
A Clipper está em busca de Skippers
sirrobinknoxjohnston@clipper-ventures.com
Mas lembre-se: em inglês, claro...
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Guarapiranga - SP Santos - SP Taça dos Lagos Taça Porto Seguro Palestra no CIR Circuito Santista A Regata Taça dos Lagos é a mais antiga da Guarapiranga. Organizada pelo Yacht Clube de Santo Amaro, foi disputada em sua 75ª edição e reuniu diversas Classes como Laser, Snipe, 420, 470, Lightning, Star, Dingue, Optimists a Mini Oceanos. No total foram 88 veleiros de 24 classes.
Tentando velejar no “matagal” O vento sul que trouxe a frente fria e rajadas de mais de 15 nós também deslocou a maior parte das algas que tomavam conta da represa, para o extremo norte, acumulando-as junto à barragem. Mesmo assim, muitas ainda atrapalharam o percurso de 12 milhas. Até a véspera, a regata correu o risco de ser adiada devido ao fenômeno. Destacamos a presença de Claudio Biekarck, maior medalhista da vela brasileira em Jogos Pan-americanos e atual coordenador do Audi YCSA Sailing Team, projeto dedicado à formação de velejadores a partir das classes de base. O Fita Azul foi o Nacra de Marcos Ferrari e Caroline Sylvestre.
Realizada em maio na Represa de Guarapiranga em São Paulo, a Taça Porto Seguro reuniu 48 velejadores da classe Optimist e 8 velejadores (em 4 veleiros) da Classe 420. As regatas foram realizadas em condições de frio, pouco vento e muita chuva, que possibilitou a realização de duas regatas no sábado e apenas uma regata no domingo. Na classe Optimist, o vencedor foi Martin Chao, do YCSA. “Foi uma regata difícil pelo nível dos competidores, não podia errar. Meu peso favorece e velejo melhor no vento fraco”, disse Martin Chao, comentando seu primeiro campeonato vencido. A Taça Porto Seguro foi organizada pela Coordenadoria da Classe Optimist de São Paulo (COSP), Classe 420 SP, Yacht Club Santo Amaro e Federação de Vela do Estado de São Paulo (FEVESP) com apoio do Colégio Porto Seguro.
Nem o frio desanimou a galerinha Categoria geral 1º - Martin Chao - YCSA 2º - Matheus Oliveira - EVI 3º - André Fiusa - YCSA
Brasileiro de Lightning
Categoria Principiante - Classe Optimist 1º - Leonardo Pereira - VEV 2º - Gustavo Stos - EVI 3º - Rafael Moricz - YCSA
A equipe de Claudio Biekarck sagrou-se campeã brasileira de Lightning
CLASSE 420
A equipe que representa o YCSA - Yacht Club de Santo Amaro, formada por Claudio Biekarck, Gunnar Ficker e Maria Hackerott, levou o ouro do Brasileiro de Lightning após liderar o campeonato de ponta a ponta. Em segundo lugar ficou a equipe formada por Thomas Sumner, Felipe Brito e Larissa Juk, do São Paulo Yacht Club (SPYC), e em terceiro, João Hackerott, com Maurício Martins e Charles Bennett, numa equipe mista YCSA/SPYC. Mário, Telma e Marc Buckup (YCI) terminaram a competição em quarto lugar.
Mário Buckup faz palestra em Santos e fala de ajustes de vela e regras. Para regateiros e cruzeiristas... Foi realizada em maio no Clube Internacional de Regatas de Santos (CIR), palestra do empresário e velejador Mário Buckup. Numa linguagem simples Buckup abordou vários assuntos desde a preparação do barco e da tripulação para uma velejada segura, velejadas em mau tempo e os erros mais comuns cometidos quando o vento aperta como também respondeu diversas perguntas formuladas pelos velejadores. Para os regateiros presentes passou dicas de avaliação do ambiente para uma boa largada, regulagem de velas e liderança. Mário Buckup possui conquistas em categorias de monotipo e oceano. Na Classe Lightning, foi Campeão Mundial, duas vezes Vice-Campeão Mundial e também conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-americanos. Na classe Snipe, foi Vice-Campeão Mundial. Na vela de oceano foi Vice-Campeão mundial e Campeão Brasileiro. Participou de diversas regatas de percurso, incluindo Santos-Rio, Fastnet e Galápagos. A palestra foi uma realização conjunta do CIR e da ABVC - Associação Brasileira dos Velejadores de Cruzeiro - Regional Santos, representados respectivamente pelo seu Diretor de Vela José Carlos Chrispin e vice-presidente para a baixada santista, Volnys Bernal.
Mais de 20 veleiros de Oceano disputaram regatas para comemorar os 116 anos do Clube Santista
José Carlos Chrispim entrega o prêmio Em um belo dia de sol, 24 veleiros de oceano participaram de duas regatas valendo para a 4ª Etapa do Circuito Santista de Vela de Oceano. Presentes na disputa as Classes IRC, RGS a e RGS B e Cruzeiro. O evento também comemorou 116 anos do Clube Internacional de Regatas de Santos. Parabéns a José Carlos Chrispim, Diretor de Vela do CIR, e Volnys Borges Bernal, grande colaborador e incentivador da vela santista.
La Belle Classe
São Paulo - interior Encalhando no Tietê
Nem a redução da carga de grãos conseguiu desencalhar as barcaças na hidrovia Tietê-Paraná nessa estiagem. O transporte Categoria Geral 1º - Antonio Mazzuco, Adriano Peek - de grãos emperrou no feriadão de 1° de maio. Duas barcaças carregadas com 4 mil YCSA 2º - Marina Bomeisel, Marco Peek - YCSA toneladas de soja cada uma encalharam. Outras cinco tiveram de esperar por dois 3º - Luiza Ferreira, Lisa Reimer - YCSA dias para fazer a travessia na eclusa da usina de Nova Avanhandava, em Buritama (SP). A falta de chuvas reduziu o nível do Tietê – que na região já é baixo. Uma operação que reduziu a captação da água para a geração de energia, permitiu que as barcas desencalhassem. Mesmo assim, agora as empresas tiveram que reduzir em um terço a capacidade de carga. Vem aumento por aí...
Criada em 2005 por indicação do Príncipe Albert II, presidente do Yacht Club de Monaco, a denominação “La Belle Classe” reúne velejadores e admiradores em torno de valores. Tem por meta fomentar a tradição de iates, unindo seus Comandantes em torno de valores fundamentais como a preservação do patrimonio, o respeito à etiqueta naval, e salvaguardar o mar e o meio ambiente. Além disso, se quer melhorar o trabalho de alta qualidade dos artesãos do mar, para transmitir às gerações futuras um pouco do património cultural marítimo. Por lá, mais de sessenta proprietários de iates tradicionais e personalidades do mundo do iatismo afirmaram seu compromisso com esses valores, assinando a “Carta Compromisso La Belle Classe”. Já no Brasil, inspirado pelos ventos monegascos, o Iate Clube de Santos criou uma regata com o mesmo nome. A regata La Belle Classe foi a primeira regata de veleiros clássicos do Iate Clube de Santos, realizada em Angra dos Reis, em maio. Ventos de 9 a 10 nós fizeram a largada dos treze barcos participantes que correram duas regatas barla-sota debaixo de fina garoa. Confira o resultado regata: Bico de Proa 1 - Neptunus - José Geraldo Prado 2 - Aventura - Helio “Maracatu” Viana 3 - Jacaré VI - Werner Rossger Geral 1 - Lady Lou - Torben Grael 2 - Cairu III - Roberto Geyer 3 - Aries III - Alex Calabria
Rio de Janeiro Visita ilustre
Ilhabela - SP Fotos na Ilha
Mário Barila realiza em Ilhabela, a exposição fotográfica “Os pescadores da Ilha”. As imagens em P&B foram feitas em filme, e ampliadas para o papel (sem uso de Photoshop), acentuando a visão realista e conferindo mais dramaticidade ao retrato dos trabalhadores do mar. “Procurei apresentar alguns dos velhos pescadores de Ilhabela. Com suas canoas feitas por eles mesmos de um único tronco de árvore, enfrentaram e venceram a eterna luta contra o mar. Com a pesca eles fizeram a vida e criaram os filhos, muitos dos quais se tornaram pescadores também. A luta sempre foi muito dura mas o mar sempre foi muito generoso para esse pescadores”, comenta Mário. As fotografias foram feitas com uma camera Nikon F5 e lente 24-120 f4 Nikon. Foram Francis Joyon veio da França ao Brasil divulgar a nova “Rota da Amizade” usados os filmes Fujifilm Neopan Across Após 13 dias no mar (mais 3 horas, 5 minutos e 19 segundos) e percorrer 4.812 milhas 100, Ilford Delta 100 e Ilford Pane 50, toa bordo do maxi-trimarã Idec, Francis Joyon estabeleceu o primeiro tempo de referência dos preto e branco. Algumas fotos um filtro da Rota da Amizade, entre Bordeaux e o Rio de Janeiro. “Estou muito satisfeito por ter chegado. As 24 horas finais foram muito estressantes. Fisicamente estou exausto. Não dormi por dois dias por causa das condições e também porque há muitos navios ao longo da costa do Brasil . Você tem que ficar alerta o tempo todo. Esta é uma tarefa particularmente desgastante”, comentou Joyon. Essa recente e nova rota foi concebida para marcar a união entre a França e o Brasil, além de pensada e realizada em favor do ICM, o Instituto Francês do Cérebro e da Medula Óssea. Uma das velas dianteiras do barco foi autografada pela seleção francesa de futebol e por inúmeros outros atletas e personalidades artísticas e políticas. Ela será leiloada no final do ano em Paris a fim de levantar recursos para o ICM. “Velejar para apoiar o ICM e para outras instituições de caridade é muito motivador para mim. Acrescenta algo espiritual ao esporte da vela”, disse Francis Joyon. Os velejadores medalhistas olímpicos Torben e Lars Grael também participaram, colocando suas assinaturas.
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Pescadores nas lentes de Mário Barila polarizador Nikon. A exposição que está na Pousada dos Ventos (BL3) e já passou pela Secretaria de Cultutra, vai até o final da Semana de Vela, em julho.
Show da North Sails
Rio ou Londres 2016?
Jornais revelaram que COI foi sondado sobre a possibilidade de Londres reativar as sedes e abrigar Jogos em 2016, diante da situação do Rio de Janeiro. O COI nega. O Vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional, John Coates, classificou os preparativos do Brasil para os Jogos Olímpicos Rio 2016 como “os piores que já experimentei”, mas alertou que é tarde demais para encontrar um hospedeiro alternativo. Segundo jornal London Evening Standard, uma abordagem informal foi feita por chefes do COI para determinar se as instalações olímpicas de Londres poderiam ser utilizadas novamente. O COI negou ao site de notícias UOL essa possibilidade, e disse que o boato não tem “qualquer fundamento e é impraticável”. Entretanto, Will Glendinning, que trabalhou no Comitê Organizador de Londres para os Jogos Olímpicos de 2012 disse que havia “tempo mais que suficiente” para Londres ficar pronta: “Sim, claro, isso pode ser feito”, disse. “Um dos maiores expertizes do Reino Unido é a nossa grande capacidade de eventos. Dois anos é mais do que tempo suficiente para preparar as coisas”, comentou. E completou: “Se eu fosse o COI gostaria de ter certeza de ter um plano B e um plano C”. Em uma dura repreensão aos organizadores dos Jogos e aos políticos brasileiros, John Coates disse ainda que “os preparativos estão extremamente atrasados e que
Azzurra, um dos vencedores da 52 Super Series em Capri, com a North Sails No 52 Super Series em Capri, realizado ainda em maio, quatro equipes estavam na briga pelo título. Mas foi a equipe do Azzurra quem venceu. Velejando em “casa” o tático Vasco Vascotto foi superior aos concorrentes. E o domínio das velas North Sails com tecnologia 3Di foi quase total. Oito veleiros, de nove participantes levavam as velas North. Confira nos resultados: “Os piores preparativos que experimentei” o COI viu-se forçado a dar um passo sem precedentes, enviando sua própria força-tarefa, incluindo um gerente de projeto de construção para acelerar os trabalhos. Coates é membro da comissão de coordenação do COI que está supervisionando os preparativos. Ele disse que fez seis visitas ao Rio e a situação era pior do que a de Atenas, em 2004, onde a cidade chegou perto de ser despojada dos Jogos por causa dos atrasos. Mas Coates advertiu que não havia alternativa para o Rio e que a cidade simplesmente tinha que cumprir os seus prazos. “Há pouca coordenação entre o governo federal o estadual e o municipal”, comentou. Sobre os preparativos, foi taxativo: ‘É o pior que eu já experimentei”, concluiu.
1 Azzurra, ITA, (Alberto Roemmers ARG) 2 Vesper, USA, (Jim Swartz USA) 4 Rán Racing, SWE, (Niklas Zennström SWE) 5 Phoenix, BRA, (Eduardo de Souza Ramos BRA) 6 Gladiator, GBR, (Tony Langley GBR) 7 Provezza 7, TUR, (Ergin Imre TUR) 8 Paprec, FRA, (Jean Luc Petithugenin FRA) 9 B2, ITA, (Michele Galli ITA) A Azzura e Phoenix são dois projetos da North Sails Sulamerica assistidos tecnicamente pelos projetistas Juan Garay e Gonzalo Ramos Vértiz...
Paraty - RJ
Carpintaria Naval
A Associação Cairuçu, com coordenação técnica do Instituto Náutico Paraty, realiza o curso de Carpintaria Naval, na Pousada do Portal em Paraty. Com 210 horas, formará 15 jovens moradores de Paraty na arte da carpintaria naval nas diversas técnicas. Tipo de madeira, verniz; história das embarcações e aulas práticas de construção de barcos.
ALMANÁUTICA
6 Essa viagem eu não esqueço nunca mais Leonardo Papini tem 37 anos, e é formado em Desenho Industrial. Já trabalhou como fotógrafo durante oito anos para o jornal Folha de São Paulo, Editora Abril e Editora Escala. Hoje ele voa de asa delta, mas já teve um veleiro. Papini embarcou com Aleixo Belov a bordo do Fraternidade para uma viagem à Antártica. E agora ele contou ao Almanáutica como tudo aconteceu...
“Fiquei sabendo através de amigos em comum e assim que Aleixo Belov chegou à Ilhabela, liguei pra ele: “Venha pra Ilhabela pra gente se conhecer melhor”, foi o que ouvi de Belov, que acabara de chegar vindo de Salvador. Eu não pensei duas vezes e corri pra lá, pois estava disposto a participar de uma perna até Ushuaia. Lá, num bate papo junto com os tripulantes Hermann (mecânico) e Lito (marinheiro), fui aprovado para ser o quarto tripulante pra ir ate Ushuaia. De lá voltaria pra casa. Com o tempo acabei sendo convidado por Belov para fotografar o resto da viagem, assim ele poderia ficar livre desta tarefa dedicando-se apenas à navegação... Com a minha esposa Maíra me incentivando, mesmo grávida das primeiras semanas, vi que tudo estava ao meu favor. Voltei pra Ilhabela preparando o espírito para aquela viagem. No dia 18 de novembro de 2014 saímos para o mar, içando a gennaker e velejando a 5 nós num dia lindo, rumo ao sul. Foram nove dias de puro mar velejando a 300 milhas de distância da costa. Nesses dias, turno após turno íamos jogando xadrez, todos discípulos do mestre Aleixo. Como o Fraternidade é praticamente uma biblioteca, leitura não faltou. Foram ótimos livros também. Velejamos em asa de pombo, pegamos ventos de ate 30 nós
“
Leonardo Papini na Antártica: de caronistra a fotógrafo oficial da viagem
Pra mim o que mais valeu foi estar ao lado da lenda Belov e aprender com ele”
O veleiro Fraternidade de Aleixo Belov ancorado nas águas geladas do polo e chegamos ate a rasgar um pouco a vela mestra tendo que seguir com ela sempre rizada. Já na costa do Uruguai o Lito fisgou dois peixes que logo viraram uma boa moqueca baiana. No dia 25 de novembro às 7h20 minutos avistei o Farol da Ilha dos Lobos. Como estava no meu turno, após plotar a posição na carta, acordei o resto do pessoal e às 11 horas estávamos atracados, prontos para conhecer este lugar. E para citar Belov: “Já não morro sem conhecer Punta de Leste”... No Uruguai o Fraternidade se preparou para o polo sul: trocou a vela mestra, encheu o tanque de diesel e abasteceu de mantimentos. Documentação feita, o zarpe nos foi dado e saímos no dia 14 de dezembro, agora com destino a Ushuaia, quase 1.400 milhas ao sul. Após três dias velejando, passamos o paralelo 40. Enfrentamos calmarias, nevoeiros, e fomos obrigados a usar os radares por dois dias. Foram ventos duros e depressões, um lugar onde o barômetro realmente trabalha... Durante a noite, quando ia ao banheiro urinar, a água acendia toda e ficava brilhando. Lá fora o oceano parecia que estava ligado, todo iluminado, luzes e clarões. Eram as noctilucas, pequenos protistas que produzem uma emissão de luz como resultado de uma reação química. Que viagem!
No Natal pegamos o pior mar de todos: ventos de 39 nós, o barômetro abaixo de 980mb e bem no través do Estreito de Magalhães, na latitude 52 sul. Aleixo sempre atento na meteorologia já estava vendo que teríamos que parar uns dias em alguma baía abrigada antes de passar pelo estreito de Le Maire. Largamos ferro na Baía Bom Sucesso. Lá, pela primeira, o convés do Fraternidade ficou coberto de neve. Ligamos o aquecedor a diesel e com ele as nossas cabines ficavam em “confortáveis” 9 graus Celsius. Assim ele permaneceu ligado 24h/dia alguns meses. Depois de um bom estudo nas cartas náuticas e tábuas de mares saímos em direção ao Canal de Beagle indo parar direto em Ushuaia, conhecida como a cidade mais austral do mundo. Mais uma vez abastecemos o Fraternidade. Fui convidado a participar como fotógrafo, apenas registrar
tudo para um futuro livro de Aleixo Belov. Com o passar dos dias foram chegando os novos tripulantes dentre eles a esposa e o filho mais novo de Aleixo. Formamos uma equipe de 10 pessoas onde cada um teria seu papel e todos ajudariam nos turnos e na navegação... Aleixo convidou seu amigo Oleg Bely para vir a bordo, discutir os planos da viagem a Antártica. Oleg conhece muito bem a região, e deu dicas preciosas a Belov, que anotava tudo nas diversas cartas e fazia desenhos das baías abrigadas. A Antártica ainda é pouco cartografada e estes desenhos ajudaram muito. O dia 9 de janeiro teve bolo e festa: Aleixo completava 71 anos de uma vida dedicada ao mar. Zarpamos em baixo de chuva e o destino agora era a Antártica, o continente gelado, o anti-ártico, local de inúmeras façanhas pelos poucos homens que singraram o sul. Passamos pelo Cabo Horn e velejamos pelo Drake apostando na janela de bom tempo. Foram dias de muito nevoeiro, frio e turnos intermináveis lá fora, pois os icebergs poderiam dar as caras sem avisar. Ainda não sabíamos como eles apareceriam na tela do radar, portanto sempre alguém do turno (que agora era feito por duas pessoas), tinha que ficar lá fora. Era preciso meia hora para se vestir todo. Ir ao banheiro era complicado: muitos zíperes, velcros e camadas de roupas. Parecíamos uma cebola. No dia 13 de janeiro avistamos os primeiros icebergs. Demorou para vermos, pois vínhamos velejando com vento do quadrante norte, o que empurrava os icebergs para o sul. Aleixo e Igor acertaram na janela: foram cinco dias até chegarmos ao arquipélago de Melchior que fica dentro da Baía Dallmann e entre as Ilhas Brabante e Ilha Amberes. Nesse dia ancoramos em 17
metros de profundidade na latitude 64 sul: havíamos chegado à Antártica! Quantos planos deve ter feito Aleixo. Quantos números, cálculos, dúvidas, enfim um lindo projeto que estava dando certo. Dormimos duas noites nesta linda baía que é bem abrigada e proporciona uma linda vista de uma enorme geleira de onde, vez por outra despencavam pedaços enormes de gelo. Na ilha Omega andamos em meio aos pinguins Geentos e escorregamos na neve feito crianças. As pernas entre um ponto e outro são relativamente curtas e para nossa segunda ancoragem navegamos oito horas a motor, rumo a Ilha Coverville, na Península Arctowski. As ancoragnes nestes lugares demandam tempo, pois temos que amarrar a popa em dois pontos em terra. Só a ancora de proa não é suficiente. E a viagem seguiu seu destino: nossa terceira parada foi um lugar conhecido e famoso, Port Lockroy. Encontramos o grande velejador Skip Novak que fez questão de vir abordo e conversar muito com Aleixo sobre a construção do Fraternidade. Ele se encantou com o sistema feito da quilha basculante de 13 toneladas. Ali perto fica a base inglesa, local onde é possível enviar um cartão postal por 1 dólar. Depois o Fraternidade teve como destino a base ucraniana de Vernadsky na latitude 65 graus e 15 minutos, bem ao sul! Aleixo chamou a base ucraniana e num fluente russo perguntou se a tripulação poderia
Fauna exuberante na viagem ao sul visitar a base, tivemos a permissão para o dia seguinte depois do expediente deles. No fim da visita chegamos a um bar com mesa de bilhar e tudo. Aleixo foi muito bem recebido e todos perguntavam coisas pra ele sobre suas viagens pelo mundo. Após uns pequenos tragos, liberados pelo capitão, voltamos para o veleiro que estava sendo esmagado novamente por outros icebergs... Toca ir pra faina de novo: bote na água, cabo pra lá, cabo pra cá... por aqui não se para nunca e tem sempre serviço pra fazer. No dia seguinte Igor identificou uma janela de bom tempo no Drake e após rápida reunião com Aleixo foi decidido levantar âncora e tentar aproveitar os quatro dias sem parar, direto de Vernadsky até o Chile com velas em cima e dois motores a 2500 rpm. A meta era fazer 150 milhas por dia, se não a cobra ia fumar... Passamos ao lado do Cabo Horn para mais uma fotos, e resolvemos parar na Ilha de Navarrino, já território Chileno, por causa do tempo ruim. Descansamos dois dias e
As dicas para fotografar no frio: “Meu conselho é levar baterias extras, além de tomar cuidado com a condensação. E claro, levar equipamento reserva. Eu usei uma Canon 5D e a Gopro Hero3 além de lentes Canon”.
Papini e Belov passam pela Argentina
esperamos o mau tempo passar. Nesses dias, um veleiro australiano teve o mastro quebrado e o Comandante nos disse que pegou ventos de 70 nós. Para finalizar conseguimos com pescadores algumas Centollas e Lygia as preparou de modo magnífico: uma iguaria com sabor especial. Em Ushuaia mais uma boa abastecida, para seguir viagem de volta ao Brasil. O cais do Segundo Distrito Naval em Salvador foi tocado pela proa do Fraternidade no dia 15 de março de 2014 às 10h, com festa, entrevistas e uma deliciosa feijoada na casa da família Belov.
Bem me quer...
Quem vai encarar essa escota?
Mais gelada
Com pré-estréia prevista para julho de 2014 na Semana de Vela de Ilhabela, o filme Mar Me Quer estará presente em todos os eventos importantes O documentário de Isabella Nicolas “Mar Me Quer”, conta a história da vela no Brasil, de Cabral aos grandes campeões da atualidade, passando pela formação dos clubes, pela vela de subsistência do nordeste, pela navegação de cabotagem e pelo relacionamento do brasileiro com o mar. O filme tem uma estética que torna mais cinematográfico este esporte. Esse é o segundo filme de Isabella (o primeiro foi “Senhores do Vento”, sobre o barco Brasil 1 na regata de volta ao mundo Volvo Ocean Race). Com sessão de pré-estréia prevista para julho de 2014, na Semana de Vela de Ilhabela, o filme estará presente em todos os eventos importantes do calendário náutico, como a regata de clássicos de Paraty, Refeno, Match Races, pré-olímpicas e na parada brasileira da VOR. O filme tem locução do ator Danton Mello, trilha sonora de Liminha e a participação de nomes importantes da vela brasileira, como Torben e Lars Grael, Eduardo Souza Ramos, Maurício Santa Cruz, Murillo Novaes, Peter Dirk e Alan Adler. Deverá ser distribuído comercialmente no ultimo trimestre do ano e já tem acordo fechado com o SPORTV. A exibição na grade de programação do canal deve acontecer em 2015. Que bom!
Um acordo prevê exibição na televisão
Invenção para cervejeiros de plantão
O Beer Blizzard é um cubo de gelo reutilizável que tem a forma de fundo de uma lata de cerveja. Ele é feito de poliuretano termoplástico, e preenchida com um fluido não tóxico que congela rápido e dura muito tempo. Os fabricantes-inventores – dupla de bebedores de cerveja – colocaram o produto em um site de financiamento coletivo - kickstarter.com. Após a doação - para melhorar os equipamentos de produção - você recebe alguns como “recompensa”. “É perfeito para uso em casa, no barco, ou numa festa. Do primeiro ao último gole a cerveja estará gelada”, comentaram Mike Robb e Tom “Ozzy” Osborne, a dupla cientista-beberrona.
Meteorologia & Oceanografia Há muito tempo reflito sobre a nossa capacidade, como navegadores, de interpretar as cartas sinóticas, que é um dos instrumentos mais importantes que temos para se lançar ao mar com segurança. Sabemos interpretar a carta sinótica? É com muito respeito aos comandantes que peço licença para embarcar e inaugurar a nossa coluna de meteorologia e oceanografia, fazendo uma explanação sobre as melhores práticas de interpretação da referida carta, neste que é o nosso primeiro artigo de muitos. As cartas sinóticas são mapas que apresentam as informações sobre a distribuição, movimentação e comportamento dos sistemas de pressão atmosférica, vento, nebulosidade, setores de convergência e diversas outras informações de grande importância. São produzidas a partir de dados observados, logo não representam previsão de tempo, mas sim o que ocorre no momento da observação. A simples identificação da simbologia mostrada não fornece muitas respostas quanto ao aspecto de segurança, pois é necessário saber interpretar a inter-relação entre os símbolos. Comecemos então pelo reconhecimento dos elementos que compõe a carta e algumas de suas características. Isóbaras: As finas linhas semelhantes às linhas de nível de uma carta topográfica. Cruzam as áreas que compartilham do mesmo valor de pressão atmosférica. Geralmente os valores são apresentados em hectopascal (hpa). Seus valores muito altos em centros de alta pressão e muito baixos nos centros de baixa em pequenas distâncias nos indica grande probabilidade de atividade convectiva intensa, ou seja, ventos fortes. Centros de pressão: representados pelas letras A (alta) e B (baixa). Determinam a localização do centro do sistema de alta ou de baixa pressão. No hemisfério Sul, o centro de baixa pressão tem a circulação do ar no sentido horário e de baixo para cima, já nos sistemas de alta a circulação é no sentido anti-horário e de cima para baixo. A movimentação dos centros de baixa no hemisfério sul geralmente é de SO para SE, e as frentes frias podem ser identificadas analisando a movimentação destes centros. Direção do vento e nebulosidade: A direção do vento é determinada por um símbolo que parece um “espermatozoide”,
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onde o círculo informa a visibilidade e a calda informa a direção e força do vento na escala Beaufort. A direção do vento é sempre tangente à linha isobárica. A visibilidade é informada pelo preenchimento do círculo. Círculo preenchido significa baixa visibilidade; círculo transparente boa visibilidade. Zona de Convergência: Duas linhas paralelas em arco, com traços transversais em sua parte interna indica a zona de grande umidade. A quantidade de traços transversais indica a força da atividade convectiva. Um traço transversal atividade convectiva fraca, dois traços atividade convectiva média e três traços atividade convectiva de forte intensidade. Ao contrário do que muitos pensam, o símbolo de convergência não se apresenta somente na área chamada Zona de Convergência Intertropical, a ZCIT, que fica próxima às áreas “Hotel” e “November”, esta simbologia também pode aparecer em outras áreas que possuem corredores de umidade. Cito como exemplo a carta sinótica da Marinha do Brasil de 21Jan2014 0000HMG, que apresenta uma Zona de Convergência com média atividade convectiva sobre a área “Delta”:
Interpretando a Carta Sinótica a partir do acompanhamento Como dito anteriormente, não se deve interpretar a carta com a visão isolada de sua simbologia, bem como a análise de uma única carta sinótica reduz a abrangência da previsão. O correto é que o navegador reúna de quatro a seis cartas, da mais atual para a mais antiga e, compare toda a simbologia citada, seus valores e movimentações. Somente após traçar as rotas dos centros de pressão, as diferenças dos valores das isóbaras e as demais informações de nebulosidade e zona de convergência é que pode ser tirada conclusão mais assertiva sobre as decisões a serem tomadas pelo navegador. Bons Ventos! Luciano Guerra, é especialista em meteorologia pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteorológicos no Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS.
ALMANÁUTICA
8 Biodiesel no seu tanque
Em nome da inclusão social, o Programa Nacional de Biodiesel através de medida provisória aumenta o teor de biodiesel no óleo diesel. Isso é bom?
Em fins de maio, a presidente Dilma Rousseff assinou medida provisória autorizando a adição obrigatória do biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final. Desde maio de 2006, o biodiesel passou a ser adicionado ao diesel. E desde janeiro de 2010 todo óleo diesel automotivo comercializado no país recebe a adição de biodiesel, na proporção de 5%. Agora o governo não divulgou qual será a mudança no percentual, mas a expectativa é que a medida aumente o percentual do biodiesel ao diesel fóssil, atualmente em 5%, para 6% ou 7 % a partir de julho. O governo argumenta que o setor do biodiesel trabalha atualmente com uma capacidade ociosa de até 60%. O Programa Nacional de Biodiesel foi criado e implantado entre 2003 e 2005 com o objetivo de implementar a produção e uso do biodiesel, com enfoque na inclusão social. Entretanto, o Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), entidades civis sem fins lucrativos, bem como a Confederação Nacional dos Transportes – a representação privada do setor de transporte no Brasil, descobriram alguns dados interessantes numa pesquisa realizada em 2010. De 262 empresas pesquisadas em transporte de cargas, urbano e de passageiros, pelo menos 21% apresentaram problemas nos motores, como aumento do consumo, com o uso do biodiesel a 5%. A grande maioria (85%) credita isto à adição do biodiesel no diesel comum. Além disso, foram constatados problemas no desempenho e nos custos de manutenção, além do custo do próprio biodiesel. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, o preço médio no mercado com 5% de mistura em março de 2010 era de R$ 2,23 o litro, enquanto o diesel de petróleo, R$ 1,78 por litro, ou seja, 25% de acréscimo no preço do diesel. Tire sua conclusão...
Terminal interrompido
Exclusivo: Entrevista com Tom Touber Falamos com exclusividade com o Chefe de Operações da VOR Tom Touber. É ele quem prepara a vinda ao Brasil dos VOR One Designs.
De onde vem essa tradição de vela da Holanda? A Holanda é um país com uma história náutica muito rica. Isso remonta ao século 17. Hoje, há mais de um milhão de barcos na Holanda e são usados para navegar nos canais navegáveis interiores, no Mar do Norte e os lagos. Mais da metade da população de crianças menores de 16 anos passa pelo menos uma vez na vida por um acampamento de vela com seus amigos, fazendo atividades ao ar livre. Devido a existência da vela nos muitos clubes, ela não é um esporte de elite, mas é acessível para a maioria das pessoas o que cria regularmente uma enorme quantidade de talentos e bons velejadores. E o sucesso dos barcos holandeses nos 40 anos de história da Volvo Ocean Race ajuda muito. Não há nenhum outro país além da Holanda que tenha vencido a Volvo quatro vezes em seguida.
é fazer cada regata da mesma maneira que no passado. Essa é a maneira que eu gosto: ter um bom mix de experiência e pessoas mais jovens na minha equipe. O que conta é a unidade e a paixão, com uma mentalidade de vencedores.
Como a mudança para o projeto OneQual é sua formação? Você já quis com- -Design VO 65 influenciou e mudou seu petir como um membro da tripulação? trabalho na operação de toda a regata?
Ministério Público Federal e Estadual entram com ação civil pública na Justiça FedeFui criado com o futebol. Na época, eu ral pela suspensão do licenciamento ambiental da ampliação do Porto de São Sebastião trabalhava para Brunel e em 1997 cheguei a aconselhar fortemente que fossem contra o patrocínio do barco na Volvo Ocean Race. Mas quando a Brunel - contra o meu conselho - patrocinou o barco na Volvo Ocean Race e ficou em último lugar nas duas primeiras pernas, eu não pude resistir em me envolver cada vez mais tentando obter sucesso. Quando eu vi os resultados do patrocínio da Brunel, em termos de retorno de investimento, mudei de idéia. A Brunel obteve um retorno de investimento que jamais seria alcançado com outros esportes. Eu e minha esposa éramos apaixonados pela vela. Chegamos a ter diversos veleiros menores e navegamos pela Europa durante nossas férias. Fiz algumas regatas também, mas nunca no nível da Volvo Ministério Público: “o estudo de impacto aprovado pelo Ibama é imprestável”... Ocean Race. Depois de fazer a campanha da Brunel em 1997, estar envolvido Ministério Público Federal e estadual pediram a paralisação da obra do porto de São Seno marketing do Assa Abloy em 2001 e bastião através de uma ação civil pública na Justiça Federal, embasados num estudo da Favencer a Volvo Ocean Race com o ABN pesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Segundo a entidade, “pela AMRO em 2005, eu devo admitir que falta de estudos mais detalhados a avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento fiquei um pouco tentado a estar na trifica completamente prejudicada”. A ação civil pública destaca a falta de um estudo que pulação como velejador por um tempo. considere a soma dos impactos sociais e ambientais, a duplicação da rodovia dos Tamoios Mas esse pensamento desaparece logo e a exploração do petróleo do pré-sal nas águas da vizinha Ilhabela, e classifica o estudo de quando você percebe que a sua força está impacto ambiental da ampliação do porto, desenvolvido pela Cia. Docas de São Sebastião mais na gestão da regata. Desde 2012 ese aprovado pelo Ibama como “imprestável”. tou em tempo integral a com a regata, e este ano estou iniciando minha sexta ediO estaleiro deve lançar ainda em 2014 mais ção. Quem teria pensado que isso aconum modelo menor na sua linha esportiva. teceria quando eu desaconselhava a vela Após comunicar parceria com a Portofino em 1997... (risos). Yachts para vender e fabricar as lanchas Qual seu papel no cargo de Chief Opedesta marca, a Aguz Marine veio a público rating Officer? informar que “após a parceria já ter sido assumida e divulgada, surgiram alguns faComo é a minha sexta regata eu trago tos e informações, que fizeram com que tal a experiência das anteriores. Eu vejo parceria não mais fosse continuada”. a regata a partir da perspectiva dos paOs modelos passariam a integrar uma linha trocinadores (mesmo que seja a de um da Aguz Marine denominada Portofino, cético), da perspectiva dos chefes de com a produção dos modelos Portofino equipe, o lado do marketing, bem como Fly38 e Portofino Fly42. o lado organizacional da regata. Isto tudo A Aguz Marine, que já possui modelos de combinado faz com que seja mais fácil 29 e 39 pés deveria adicionar mais três proentender as necessidades e preocupações Aguz e Portofino: parceria não acontece de todas as partes interessadas. O perigo dutos da linha Portofino ao seu mix.
Parceria. Só que não...
Touber: Holanda 4X campeã da VOR
Forçados pela nova realidade econômica, adotamos o projeto One Design e aumentamos o retorno de investmento para os patrocinadores. Conseguimos uma redução de custo da ordem de mais de 50% nos orçamentos das equipes. Como organizadores, a regata mudou muito. Estamos agora desenhando, construindo e fazendo a manutenção dos barcos. Isto costumava ser feito pelas equipes. Temos o benefício com a economia de escala, mas muito mais trabalho. Logisticamente a situação está completamente mudada também. Todas as peças de reposição são agora permutáveis entre as equipes, para que possamos fazer o que chamamos de logística inteligente e poupar dinheiro em peças. Durante vários anos o Brasil tem sido anfitrião para a VOR. Quais são os seus maiores desafios quando chegar aqui? Na última regata paramos em Itajaí pela primeira vez e nossos patrocinadores não tinham idéia do que esperar. No entanto, a parada em Itajaí foi um grande sucesso: 300.000 visitantes, um grande ambiente e milhares de convidados internacionais sendo recebidos da melhor maneira possível. Desta vez, nós selecionamos Itajaí novamente e baseados no sucesso da última regata há uma excelente equipe trabalhando lá. Estamos trabalhando duro para deixar um legado. Em Itajaí uma nova marina está sendo construída e a indústria da vela está começando. Quanto já foi feito em termos de organização, e quanto ainda precisa ser realizado para o início do evento em 4 de outubro? Já estamos na reta final. Nos últimos dois anos nós preparamos a regata e agora vamos construir a Race Village com seus sistemas interativos, testar tudo e planejar todos os eventos. Mas todos já podem sentir uma sensação agradável, um prenuncio do início do evento que vai acontecer em pouco tempo.
SUP
Tahoe Cup
kite
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Paraibano Wilson “Bodete” é Campeão Mundial
Brasileiro conquista mundial de Fórmula KiteSurf na Categoria Master São 3 etapas que aciontecem no lago Donner, norte da Califórnia (EUA). A primeira alto do pódio, seguido pelo turco Tomek ratura perfeitas! etapa (rolou em maio) foi uma volta em De 11 a 13 de Julho teremos a primeiJaniak e fechando na terceira colocação o marcações no lago, em 5 milhas de perEspanhol Pedro Garijo. Com o título con- ra etapa do Circuito Brasileiro na Capital cursp. A segunda etapa acontece no meio quistado na Itália, “Bodete” que é Bicam- Paraibana, João Pessoa, e contaremos com de julho, a chamada Jam for the Dam, um peão do Circuito Nacional se torna Cam- a presença dos melhores velejadores do percurso de 6 milhas ponto a ponto. E a Brasil dando largada na disputa do título peão Mundial em sua Classe. terceira em setembro, marca a mais longa Na categoria Junior, o Brasil também foi Brasileiro de 2014. Até lá! corrida “inland” (não é no mar, num lago), muito bem representado pelo Paraibano no mundo, com 22 milhas: a Tahoe Fall Ian Germoglio que terminou as disputas na Classic. 4ª colocação. O vencedor da classe foi o Desde a sua criação em 2009, a missão da francês Maxime Nocher, que mostrou vir Tahoe Cup é oferecer ao remador de lazer e disposto a conquistar o título mundial na entusiastas uma oportunidade e local para categoria Open este ano. participarem de eventos de Stand Up PaA Paraíba já se tornou referência para esta ddle. A organização é da The Lake Tahoe modalidade no Brasil, e tem recebido váPaddleboard Association, uma organização Wilson: Paraibano é Campeão Mundial rios velejadores de outros estados que quesem fins lucrativos. No total serão distibuíNo último mês de maio foi realizado rem aprender um pouco mais sobre esta cados mais de 20 mil dólares em prêmios (em em Cagliari, Itália o Campeonato Junior e tegoria e aperfeiçoar as técnicas de velejo. dinheiro). Mundial da Classe Fórmula KiteSurf (Re- O segredo de tantas revelações e a flotilha gata). Após quatro dias de competições que não para de crescer e as perfeitas conbem acirradas tivemos o Paraibano Wilson dições da raia de treinamento, que durante Nayara Licarião é hexacampeã brasileira Veloso “Bodete” ocupando o lugar mais todo ano proporciona vento, mar e tempe- de kitesurf, mora e veleja em João Pessoa
Os supistas no lago Tahoe, nos EUA
Jet ski
Bruno salta 5m
O piloto baiano Bruno Jacob ganha prêmio por melhor salto em competição que marcou a terceira etapa do circuito de Jet Ski
Bruno: 5 metros de altura no Giro Flip O piloto brasileiro Bruno Jacob, de 27 anos, representou o Brasil no Campeonato Mundial de Freeride na terceira etapa do Circuito na Inglaterra, Newquay, no início de junho. Ele conquistou o prêmio Biggest Air, de melhor salto com um giro flip de cinco metros de altura. “Estou muito feliz por esse prêmio, volto pra casa muito satisfeito por ter feito meu melhor. O evento todo foi perfeito, em um local excelente, com ótimas baterias entre os competidores. No mundo todo o esporte está crescendo muito e fico muito feliz por isso também”, comentou Bruno Jacob. As próximas etapas acontecem nos Estados Unidos em setembro, e depois no Brasil em outubro. O piloto baiano atualmente está em 9º lugar no ranking mundial
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Cavalos-do-Mar
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A regata do Dia das mães do Cabanga reuniu mães e filhos nos Optmists e foi um Apesar de sua forma e biologia bastante disucesso. Parabéns pela iniciativa! ferentes, os cavalos-marinhos são peixes! São os machos que ficam grávidos e tem Em 19/5 faleceu o velejador e tripucontrações na hora do nascimento de seus lante do veleiro Rudá, Paulo Cesar Parri. filhotes. Eles sofrem ameaças no mundo Nossos sentimentos à família. todo: degradação dos ambientes; turismo Em Paraty foi realizada a tradicional desordenado; aquariofilia; poluição; pesca predatória e a morte para diversas finalida- Regata de São Pedro, com confraternização e entrega de prêmios na Casa da Culdes sem comprovação científica. O Projeto Cavalos-do-Mar nasceu em tura da Cidade. 2009, quando Suzana Ramineli iniciou pesquisas e ministrando cursos. No fim de 2013, ela realizou uma parceria firmada com o Instituto Socioambiental Serra do Mar (ISASM) e com a operadora de mergulho Dive Point. O Projeto Cavalos-do-Mar atua em 3 municípios do Estado do RJ: Arraial do Cabo, Paraty e Angra dos Praticidade é tudo em uma travessia. LeReis, contando com outras investigações vando em consideração que nela há apenas esporádicas, através de colaboradores. O dois tipos de pessoas, as enjoadas (portanto apoio das unidades de conservação ESEC inutilizadas) e as que vão ficar com fome, Tamoios, APA Cairuçu e RESEX-Mar de este número o Almanáutica traz dicas para Arraial do Cabo vêm sendo fundamentais. comidas de preparo prático, rápido e eficaz não só para matar a fome, como para manter os turnos em bom ânimo. As tais “comidas de uma só panela” podem ser um pouco feinhas, mas podem unir o útil ao agradável (e substancioso). E nessa seção, os risotos são uma boa opção. Esqueça o arroz comum e lembre-se de ter a bordo um bom arroz do tipo arbóreo (ou arbório em italiano), o mais comum de ser encontrado. Claro, o carnaroli serve tamCavalo Marinho (Foto: Heraldo Carvalho) bém. São grãos com bastante amido e que O que mais o projeto tem feito? vão deixar aquela cremosidade tão gostosa Fotos e anotações científicas sobre os no friozinho da madrugada. A receita de cavalos-marinhos localizados; Palestras e risoto é simples e varia, mas basicamente cursos para divulgar os cavalos-marinhos, se frita alho e cebola e coloca-se um vinho suas ameaças e proteção; Questionários branco para o primeiro cozimento. Depois com estudantes, pescadores e mergulhado- vai se acrescentando caldo – na falta pode res sobre cavalos-marinhos e Capacitação ser água ou aqueles cubinhos horrorosos de monitores de caldo pronto, ou só água mesmo. O E como você pode ajudar? “sabor” do risoto vai depender do gosto e O Projeto Cavalos-do-Mar não conta com do que estiver à mão: desde camarão fresnenhum patrocínio e sobrevive da co- co (ou seco), até uma seleta de legumes mercialização de alguns produtos como “aberta na hora”, passando por verduras, camisas, adesivos, canetas, canecas e al- legumes, oleaginosas, e até mesmo frutas mofadas. A renda obtida é integralmente (pêra, por exemplo fica uma delícia). Ourevertida para custear as pesquisas e de- tras dicas para “saborizar” seu risoto são: mais atividades. Ajude! Entre no site e sai- alho poró, cogumelo shiitaque (ou outro), ba mais: queijo gorgonzola, aspargo fresco, palmiwww.cavalos-do-mar.blogspot.com e to... enfim, quase tudo se presta. www.facebook.com/cavalosdomar O truque aqui é preparar um pré-cozimento na véspera da travessia. Para deixar o arroz Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI pré-cozido basta começar o preparo nor-
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Papo de Cozinha
Cozinha prática
malmente e aos 15 minutos de cozimento retirar do fogo, espalhando em uma assadeira para resfriar rapidamente. Se puder pode até colocar um ventilador sobre o arroz pré-cozido. Quando for terminar o preparo, aqueça a panela, coloque manteiga e o arroz, e continue colocando caldo e os complementos que você quiser usar até ele ficar no ponto certo. Se você é do tipo que se organiza, vale fazer o “recheio” também de véspera e deixar pronto só para misturar na hora de servir. Outro prato que é rápido e gostoso (embora gosto não se discuta), é a polenta. Os preparados pré-cozidos como a Milharina ou Polentina permitem um cozimento sem demoras. Molho de tomates e queijo ralado completam a refeição. Se você for do tipo preguiça, é só abrir a lata de molho e o pacotinho de queijo. Se for do tipo caprichoso, o molho pode ser feito muito antes e guardado com a técnica de conserva (que será tema desta coluna mais adiante). E já que vai preparar com antecedência, pode colocar umas almôndegas para mais sustento da tripulação. Cuide do ponto e na dúvida prefira errar para mole do que para duro. Veja as instruções com antecedência porque alguns fabricantes primam pela falta de objetividade na descrição das quantidades na embalagem. Na hora de servir o charme é colocar uma porção de polenta, uma fatia de mussarela e outra porção de
polenta em cima, terminando com o molho e o queijo ralado. Prefere a praticidade do macarrão? Então use um molho cremoso, mas leve. Vamos às dicas. Prepare o molho numa panela grande e após escorrer o macarrão jogue-o dentro, mexendo para que o molho se espalhe. Para melhor eficiência, use um macarrão do tipo pene, oco por dentro para que o molho possa entrar nele. Prefira o molho de tomate, mais leve e de digestão mais rápida do que os brancos, à base de farinha e que certamente vão ficar muito tempo na memória dos tripulantes. Engrosse seu molho com tapioca. Aquela do pacote pronto que você também pode fazer no café da manhã ou num lanche. Basta ir polvilhando (desculpe o trocadilho culinário) devagar e mexendo. Ao cozinhar o molho vai engrossar. Algo como uma colher de sopa rasa para uma lata de molho. E aqui a última dica: se você é do tipo que fica com azia com os molhos prontos, prefira fazer o molho com a lata de tomate pelado. Dá mais trabalho, mas não é bom pra memória como os outros molhos “aziáticos”... Bom apetite!
Túnel do Tempo Mundial de Star O Jornal do Brasil de 1º de outubro de 1960, destacava o Mundial da Star com a participação de Jorge Pontual e Cid Nascimento, “tripulantes do star Pilantra”na liderança das eliminatórias da Flotilha Guanabara. Destacou também a nota, a tradicional Regata da Escola Naval...
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Oficina do Capitão Trocando o rotor da bomba d’água Neste número vamos abordar um pouco da manutenção de rotina em seu motor diesel: a troca do rotor da bomba d’água. Um bom começo para quem nunca mexeu no motor perder o medo e começar a não depender totalmente dos mecânicos. Em geral, mesmo em marcas e modelos diferentes, o princípio é o mesmo: a bomba é movida por uma correia pelo eixo do motor e gira, retirando a água do mar que passa pelo sistema interno e resfria o motor. Existem sistemas fechados onde água doce misturada a componentes químicos também circulam. O primeiro passo é estar de posse de um rotor novo, da marca e modelo do seu. Você também vai precisar de graxa (alguns rotores vem com um tubinho) e uma junta da bomba d’água. Para retirar a bomba, o primeiro passo é retirar as mangueiras de entrada e saída de água (1 e 2 na fig. abaixo). Se houver um registro, feche-o, caso contrário amarre com um arame ou barbante a mangueira sobre a linha d’água de maneira a interromper o fluxo. Atenção: Jamais deixe dessa maneira se for sair do barco sob pena de afundá-lo de a mangueira escapar...
Encaixe o rotor e coloque um pouco de graxa branca de boa qualidade.
Brasília - DF Novo cais no ICB
Foi concluído o projeto básico para construção do cais da Marina do Iate Clube de Brasília. Após a realização de consultas a especialistas e contatos com empresas do ramo, agora o clube busca obter as licenças para a realização das obras. Depois é Em seguida é preciso afrouxar e retirar os contratar e iniciar os serviços durante a esparafusos da sua fixação (3 e 4 na fig. abai- tiagem. A previsão para conclusão é ainda xo) e que fazem a tensão da correia. Sinta este ano. Bons ventos! a tensão com o dedo, empurrando-a para dentro. Quando remontar procure deixar com uma tensão ideal, nem frouxa, nem extremamente esticada.
Santa Catarina
Cristina Boabaid
Isto feito, toda a bomba sairá junto com a polia. Na parte de trás da bomba, solte os parafusos (6 ou mais) e retire a tampa traseira. Você vai ver a junta que precisará ser raspada e retirada totalmente, com uma boa limpeza para retirar alguma cola que possa ter sido usada no lugar da troca da junta (mecânicos ruins costumam não trocar a junta, que é bem barata e pode salvar sua saída...). Observe a posição de torção das aletas do rotor, para que elas não precisem ser forçadas a seco na primeira rodada do motor, causando alguma ruptura desnecessária.
Rolf Franz Becker e Jane Becker partiram de Angra dos Reis e velejaram pelo Brasil, Caribe, Portugal e Flórida, a bordo se seu Fast 345, o Bally-Mena. Após a morte de Becker, Jane escreveu o livro Velejando na Melhor Idade, cheio das memórias desses bons momentos. Em entrevista exclusiva ao Almanáutica, ela conta um pouco dessa aventura em sua vida: Alma: O que cada um fez – profissionalmente falando – na vida? Jane: Na época da viagem, o Becker já era Comandante aposentado da Transbrasil, e eu tive de parar de trabalhar quando me casei com ele, trabalhei como enfermeira, antes de conhecê-lo. Após a aposentadoria, o plano de viajar surgiu naturalmente, já tínhamos o barco, à vontade e a disponibilidade. Simplesmente, encarregamos nosso contador de pagar nossas contas de condomínio, etc durante a ausência e saímos. Alma: Quando vocês começaram a velejar? Como foi esse início? Jane: Começamos em Brasilia, em 1977, realizando passeios diurnos nas águas do Lago Paranoá. Já havíamos realizado várias viagens pelo litoral do Brasil, entre Santa Catarina e Salvador. Os barcos se
você da viagem, de importante? As amizades e a experiência de vida que adquirirmos, ao cruzar oceanos, ter contato com povos e culturas diferentes. Não perca o livro “Velejando na melhor idade”, de Jane Becker, baseado nos Diários de Bordo de Franz Becker. Mais que um livro de vela, um registro da memória afetiva e de vida do casal... É um lançamento exclusivo pela Livraria Moana, a mais confiável da web.
Biblioteca de Bordo Melhor idade
Recoloque a junta e feche a tampa com os parafusos. Fixe-a no lugar, dando a tensão na correia. Por último encaixe as mangueiras de entrada e saída de água. Antes de fixá-las com as abraçadeiras, deixe a água escorrer pela saída da bomba d’água para que a primeira virada do motor não se dê completamente a seco. Por último, ligue o motor e verifique – pela ordem – se a água está saindo na saída do casco, indicando o fluxo correto de água e se há algum vazamento na parte de trás da bomba, onde você fixou a tampa com os parafusos. Pronto, você agora já teve sua experiência com um motor diesel e viu que isso não é nenhum bicho de 7 cabeças!
Com apenas dezenove anos a talentosa Maria Cristina Boabaid começa a escrever seu nome na Classe Laser Radial. A atleta do Iate Clube de Santa Catarina conquistou a medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos de Praia, disputados em Vargas, na Venezuela. O resultado confirma o grande momento vivido pela atleta, que esse ano alcançou o top-100 do ranking mundial. Sta Catarina Maria Cristina Boabaid Com apenas dezenove anos a talentosa Maria Cristina Boabaid começa a escrever seu nome na Classe Laser Radial. A atleta do Iate Clube de Santa Catarina conquistou a medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos de Praia, disputados em Vargas, na Venezuela. O resultado confirma o grande momento vivido pela atleta, que esse ano alcançou o top-100 do ranking mundial.
Boabaid: subindo no ranking mundial
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sucederam, em busca de mais conforto. Quando o Becker se aposentou, morávamos na Ilha do Governador, no Rio, e éramos sócios do IC Jardim Guanabara. Consideramos o Fast 345 o barco ideal para nossas necessidades. Alma: Vocês saíram para ir longe ou era pra “ver até onde iriam”, ou tinha um local determinado e depois a coisa mudou? Jane: Saímos com o plano de passar um bom tempo fora, mas sem definir os próximos portos ou o tempo de estadia em cada local, vivendo a plena liberdade de navegar. Em Natal, decidimos que seria nosso último porto do Brasil, pois tínhamos medo de perder o ímpeto da partida. Alma: Quais os equipamentos básicos do veleiro para a viagem? Jane: O barco era bastante básico, um GPS, uma sonda, um bote, uma balsa, dois pilotos automáticos, um VHF e um SSB. Tínhamos apenas um jogo de velas, uma âncora sobressalente, a cara e a coragem com muita alegria de viver. Alma: Uma pessoa que conheceram e que é a primeira que vem à cabeça agora: quem seria? Jane: Fizemos inúmeras amizades, mas talvez o dentista gaúcho Gilberto e família, que conhecemos em Puerto Rico, que deixou grandes saudades... Alma: O que ficou para
ABVC
INFORMATIVO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO
Palavra de
PRESIDENTE Caros Associados, Como diz um diretor nosso... Quem não foi, perdeu!!!! Nosso Encontro Nacional realizado no Bracuhy foi realmente um sucesso. Acesse nosso blog, veja as fotos, relembre, para os quase trezentos associados que estiveram lá. Estamos em contagem regressiva para a largada de mais um Cruzeiro Costa Leste. Com festa de largada na Marina da Glória no Rio de Janeiro, chegaremos a Salvador na Bahia com muita segurança e com muitos causos pra contar. Veja nossa matéria nas revistas Nautica e Mariner deste mês. Estamos também em contagem regressiva pra entrada no ar de nosso site repaginado. Em fase de inclusão de dados e testes, já , já você terá um meio mais moderno de acesso a tudo que acontece na ABVC. Com inscrições abertas, mais um Cruzeiro Costa Verde pela Baia de Sepetiba no litoral do Rio de Janeiro. Limitados a 25 barcos, corra pra não ficar de fora. A todo pano nosso repúdio a criação de mais um imposto – o IPVA pra barcos. Veja nossa participação na matéria na Revista Perfil Náutico deste mês. Também, complementando nosso editorial do mês passado, veja os alertas na Revista Mariner para o que chamam de Pirataria no nosso mar. Por fim, acesse nossa página no Facebook. E aberta a não associados para que possam conhecer e terem contato com nossa Associação. Inverno, aumente sua preocupação na manutenção de sua embarcação!
Encontro Nacional da ABVC 2014 Aconteceu em maio o Encontro Nacional da ABVC no Bracuhy. Churrasco, jantares e muito bate papo com os amigos, foram as marcas registradas. E claro muitas palestras e workshops interessantes: Aleixo Belov, Betão Pandiani, o casal Philippe Goufon e Frederique Grassi (que foram do Bracuhy a Cape Town), meteorologia e oceanografia, com Luciano Guerra, Estação Brasileira na Antártica (Marinha do Brasil), Subindo a costa no Cruzeiro Costa Leste - Dicas de preparação do veleiro com o casal Ivan Perdigão e Egle M. C. Setti e a concorrida palestra de regulagem de velas por Gabriel Borgstrom (North Sails). Mas não foi só isso. Para quem quis colocar a mão na massa, rolaram diversos workshops: motor de popa por Antônio Lopes (O Toninho do Pindá Iate Clube de Ilhabela), o Dr. Ricardo Guimarães que fez um curso completo de sobrevivência no mar, o de cozinha, e refeições para veleiros, com o Chef Maurício Rosa e Regina D’ Elia Collell, Telesmar Lira que falou sobre regulagens de mastro, Eduardo Faggiano, sobre conservação de embarcações, além de eletricidade em embarcações. Durante o evento houve monitoria para as crianças para que os pais pudessem aproveitar com mais tranquilidade. Curta as fotos!
Costa Leste 2014
Dezoito veleiros partiram do Rio de Janeiro em direção à Bahia no final de junho, com destino à Buzios. Este ano, por causa da crise financeira na Argentina, o Crucero de La Amistad, que partiu de Buenos Aires chegou a Angra com apenas 6 participantes que não se engajaram no CCL. De Buzios seguem para Vitória, Abrolhos, Santo André, Ilhéus, Camamú, Salvador e Aratú. O coquetel de largada foi na Marina da Glória e o traslado do pessoal foi de escuna, que partiu no início da noite do ICRJ para o recém inaugurado Cacau Gourmet, o espaço gourmet da Marina da Glória. Chique!
Costa Verde Aleixo Belov
Beto Pandiani
Gabriel Borgstrom (North Sails)
Ivan Perdigão
A quinta edição do já tradicional Cruzeiro Costa Verde, organizado pelo Vice-Presidente de Paraty, Eduardo Schwery acontece em julho. Se você nunca participou de um cruzeiro em flotilha da ABVC, esta é sua oportunidade de aprender com um grupo bem animado e com toda segurança. Praticar a ancoragem, as velejadas mais longas com novos amigos e muita animação. Participe! Inscreva-se pelo sita da ABVC e torne-se um verdadeiro cruzerirista!
CONVÊNIOS A ABVC mantém convênios para os sócios. Veja alguns abaixo e outros no site:
Maurício Napoleão
IATE CLUBES
Eduardo Faggiano (Cocó)
Teles Lira (Telesmar)
- Aratú Iate Clube - Cabanga Iate Clube - Iate Clube Guaíba - Iate Clube de Rio das Ostras - Iate Clube do Espírito Santo - Marina Porto Bracuhy - Iate Clube Brasileiro - Jurujuba Iate Clube DESCONTOS
Philippe Gouffon
Luciano Guerra
Brancante Seguros 7Mares Equipamentos Botes Remar Coninco - Tintas e Revestimentos Ship’s Chandler: Loja Náutica em Paraty Enautic : Loja Náutica Virtual Divevision Loja Virtual E muitos outros. Consulte nosso site para saber dos detalhes de cada parceiro. Seja sócio da ABVC: você só terá vantagens. Se já é associado, traga um amigo!
Midias Sociais
Maurício Rosa
Dr. Ricardo Guimarães
Nosso fórum ou lista de discussão, funciona no Yahoo Grupos. Se você é associado e ainda não participa, basta enviar um e-mail para abvc@yahoogrupos.com.br e solicitar a participação. Estamos também no FACEBOOK. Lá não é preciso ser associado para participar. Conheça e participe!
Produtos ABVC
Antônio Lopes (workshop motor de popa)
Sorteio de brindes (Moana Livros)
Os produtos da grife ABVC estão à sua disposição para compras via internet. São camisetas, flâmulas para embarcações, bolsas estanques, entre diversos outros produtos que podem ser adquiridos na loja virtual da ABVC. Acesse e conheça: www.atracadouro.com.br/abvc
O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.