Almanáutica 17

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ALMANÁUTICA

PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!

Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano III – nº 17 – março/abril 2015 - Distribuição Gratuita

Leia nesta edição:

HPE, Snipe, Lightning e Optimist nos Campeonatos Brasileiros Cruzeiro dos Fortes comemora 450 anos da fundação do RJ Geórgia do Sul: Leia o relato de quem esteve por lá! Velejador é assassinado no Maranhão Estreia a coluna de Eduardo Sylvestre Novo livro de Izabel Pimentel E muito mais!

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ALMANÁUTICA

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EDITORIAL

Mais um assassinato Um holandês em visita ao Brasil - com seu veleiro e sua namorada - foi assassinado em São Luís, Maranhão. A exemplo de outros casos de agressão ou mesmo morte, (como em Itaparica, BA), o incauto velejador não ficou atracado na marina ou Iate Clube do local. Por rádio, tentaram avisá-lo que a região era perigosa para ficar “na âncora”, mas a barreira da língua impediu o diálogo. Três homens abordaram a embarcação, um deles ficou num pequeno barco e dois subiram a bordo. O veleiro tinha alarme que detectou a presença dos bandidos, o que de nada adiantou. Podemos achar que, se o homem estivesse armado, isso pudesse ser uma solução. Ou que parar na marina também devesse ser o caso. Ou mesmo que qualquer local de guarda de veleiro deveria no mínimo ter quem fale inglês, ou que deveríamos ter uma polícia marítima ou outras muitas possibilidades que ensejariam uma longa discussão. O fato é que mais um turista morreu no Brasil. Mais um velejador, mais um ser humano. Como a praia da Baía de São Marcos, onde ocorreu esse recente assassinato, existem muitos outros lugares onde a violência está presente, de sul a norte no litoral brasileiro, e claro, não só no litoral. O que sobra quando esprememos tudo isso é a falta de segurança pública e a impunidade, que imperam no Brasil. Ronald François Wolbeek (o holandês), não foi vítima apenas do tiro disparado pelo bandido. Foi principalmente vítima de Congressos frouxos, populistas e politiqueiros que se eximem há muito de discutir e fazer leis eficazes, mantendo-nos reféns de um Código Penal criado na época de Getúlio Vargas, em 1940! Foi vítima de um judiciário frouxo que sempre se contentou em ser legalista, observando rigorosamente sim, o texto da lei, sem fazer nenhuma interpretação jurídica, mas tão somente gramatical, não atendendo à intenção e ao espírito do legislador. Foi vítima da polícia ineficiente e da polícia corrupta, que atende interesses escusos e dos maus políticos, que não se preocupam em direcionar seus recursos de maneira honesta e competente, nem de exigir que a polícia funcione de verdade. Todos sabem da violência, ninguém faz nada. Talvez Ronald tenha sido vítima de sua ingenuidade, por achar que o Brasil era, de alguma maneira, parecido com a Holanda.

Murillo NOVAES Tudo novo de novo Olá amigos de Almanáutica, eis que cá chegamos a este ano da graça de 2015 em plena forma. Quer dizer, quase... Para qualquer um que leia qualquer jornal diário ou assista a qualquer noticiário televisivo ou navegue (é preciso!) na internet, os prognósticos para este décimo quinto período do século 21 não são nada bons. Em termos econômicos e políticos vemos desde já o negrume das nuvens pesadas que se aproximam. E o prenúncio é de tempestades severas. Já no nosso pequeno mundo vélico, como sempre, as coisas fluem melhor. Ainda bem! Atemo-nos a ele! Como todo começo de ano é propício para fazer planos e antecipar as coisas (e este colunista está lá sem muita inspiração) vamos seguindo nossa procissão com o que de mais importante pinta no cenário da vela tupiniquim neste 2015: a regata de volta ao mundo e o mundo todo em regata no Rio de Janeiro. E o ano já começa bem, em abril, com a chegada, mais uma vez, dos barcos da Volvo Ocean Race ao território nacional. Como na última ocasião, será a cidade portuária de Itajaí, em Santa Catarina, a sede brasileira da esquadra volvica. Como o dileto leitor já deve saber, desta feita a regata é corrida em barcos rigorosamente iguais, fornecidos pela organização, e a ideia inicial de fazer do talento dos velejadores o maior protagonista do grande desafio já se provou mais do que acertada. Ponto para Mr. Frostad! Nesta edição nossa torcida

Crônicas Flutuantes O Balde

Há coisas imprescindíveis – mesmo que hoje em dia possam parecer inúteis – a bordo de um veleiro. Um balde é uma delas. Já fui salvo algumas vezes por um velho balde galvanizado que me acompanhaRicardo Amatucci - Editor va desde tempos imemoriais. Foi adquirido em um armazém de uma cidade no interior das Minas Gerais e esteve presente em quase todos os meus barcos – o leitor que conhece minha história sabe que não foram poucos. Outro dia ele furou bem no cantinho entre o fundo e a lateral. Ainda tentei uma solda, mas o estado avançado de decrepitude do objeto querido não permitiu. Foi um trauma. Lembrei-me da primeira vez que fui salvo por ele quando coloquei meu primeiro barco na água. O maldito, o barco não o balde, era uma espécie ainda desconhecida de esponja, mas... lá estava o balde. Quantas e quantas vezes não ajudou Foto de Jean Baptiste Laborde mostra o veleiro Kotik na Geoórgia do Sul (matéria nesta edição) pessoas, normalmente damas, envergonhadas de fazerem seus pipis e cocôs pela borAlmanáutica: da. Era só se servirem do balde na intimiJornalista Responsável: Paulo Gorab dade da cabine e depois pedirem para que ISSN: 23577800 17 eu lançasse as cargas ao mar, de preferência Jornal bimestral, com distribuição nacional com ninguém olhando. Acredito até que o nos principais polos náuticos do Brasil. balde guardava algo de pudico nessas situAno 03, número 17 março/abril de 2015 ações, pois não me recordo de reclamações Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier a respeito. Precisaria ter mais mãos para Contato: falecom@almanautica.com.br contar nos dedos as vezes que o adricei – o Almanáutica é uma marca registrada. balde – à altura das cruzetas para servir Proibida a reprodução total ou parcial. Visite nosso site e fique por dentro das novide refletor de radar em trechos de muito dades diariamente: tráfego de navios. Acredito que funcionam

Foto da capa

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fica dividida entre o feminino SCA, cujo coordenador técnico é o nosso Joca Signorini, campeão da regata ao lado de Torben e Horácio Carabelli, no Ericsson, e o espanhol Mapfre que carrega o único velejador brasuca na parada, o capitão de turno André “Bochecha” Fonseca, que participa pela terceira vez da volta ao mundo. Já em agosto, teremos mais um evento-teste para os jogos olímpicos de 2016 na, hoje mundialmente famosa pela poluição, baía de Guanabara. No ano passado, em uma prova cabal de que deus é mesmo brasileiro, as águas translúcidas na praia do Flamengo (algo tão raro hoje em dia quanto um governo honesto) até deram um falso alento aos que prenunciavam o caos em meio as regatas, com resultados sendo forjados não só pela competência dos atletas, mas também pela sorte (ou azar) em arrastar ou colidir com lixo flutuante. As medidas paliativas tomadas pelo governo, com seus barcos cata-lixo e redes represando os objetos flutuantes nas bocas dos rios que desembocam na baía, mostraram alguma eficiência e a falta de chuvas no período das regatas, aliada a uma corrente de sul que trouxe água mais limpa do oceano, deixou a prainha na marina da Glória com ares caribenhos. Milagre!! No entanto, nada de muito radical mudou na composição química do líquido que já foi um dia chamado de água limpa. E, mesmo com toda boa vontade das “otoridades” de plantão, nada mudará até o ano vindouro e teremos, infelizmente, o recorde negativo de sediar a competição de vela nas piores águas da história dos jogos olímpicos. Outro ponto que merece destaque é o fato de, finalmente, ter sido

melhores do que os refletores caríssimos vendidos por aí... inclusive os chineses. O balde é uma espécie de “Bombril” a bordo... mil e uma utilidades. Serve de banco, de mesa, para cozinhar, de banheiro, ajuda na faxina, de chuveiro, armadilha para ratos, gelar cervejas, ir às compras e etc... etc... etc... até para tirar água do porão serve!!! Pois então, aconteceu que meu balde, grande companheiro de décadas, estava irremediavelmente avariado. Eu o amava. Dei-lhe fim digno; tem hoje lugar de honra numa escultura pós-dadaísta de interpretação e significado óbvios, algo assim como a densidade da hipotenusa de um triângulo retângulo ligeiramente ovalado nos polos orbitalmente transgressores de normas oficialmente estabelecidas. No entanto... Como quase todo mundo, sucede comigo o seguinte: há um dia do ano em que faço aniversário. Minha companheira (lá já se vão trinta anos!!!), de uns tempos para cá, não sei ainda muito bem porque, encasquetou de me dar presentes úteis – vejam de que o tempo é capaz. No penúltimo cumpre-anos recebi um sofisticado elástico com manoplas para alongamentos musculares que garantia o extermínio sumário de todas as dores; no antepenúltimo, um guarda-chuva e uma galocha – ainda existem galochas!; nesse último o leitor atento já terá adivinhado qual foi o meu presente. Desembrulhei o pacote e ... Lá estava ele! Maior do que o antigo, todo reluzente e com uma alça elegante. Um balde... inteiri-

aprovado o projeto de revitalização da Marina da Glória, a sede da vela no Rio 2016. Depois da novela que se arrastava há anos, com direito até ao capítulo Eike Batista sendo superado, a nova concessionária, a BR Marinas, conseguiu autorização para fazer, com recursos próprios, as obras orçadas em R$60 milhões. Seria uma maravilhosa notícia se o resultado disto tudo fosse uma inesquecível marina pública esportiva como legado da passagem do olimpismo por estas plagas. No entanto, ao que parece, as instalações para a competição serão temporárias e muito pouco da memória de ter sediado o mais importante torneio de vela do planeta restará às margens da Guanabara. Uma pena. De bom fica o lindo projeto arquitetônico que dará ao parque do Flamengo instalações dignas de uma cidade internacional como o Rio. Em termos esportivos, o cenário deste último evento-teste antes do bicho pegar de verdade em 2016, se mostra de altíssimo nível. Aliás, já é comum vermos hoje no Rio as maiores estrelas da vela planetária treinando e competindo na Guanabara. Sem dúvida, um privilégio para os velejadores cariocas e fluminenses que têm a oportunidade de estar lado a lado com as maiores feras do nosso esporte. Sendo assim, entre mortos, superbactérias e feridos, salvar-se-ão todos! Esperamos! E dito isto, já com o recente reinado momesco para trás e com os panos rizados para enfrentar a tormenta que se avizinha, desejo a você e a todos os seus sucesso em 2015! Feliz ano novo!

Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com

Coluna do escritor José Paulo de Paula nho de inox! “ Pôxa! deve ter custado uma nota preta” , exclamei admirado. “Nada”, retrucou minha mulher, “uma pechincha!”. Especialista em baldes que sou, examinei desconfiado o novo companheiro de bordo; sabia à perfeição. Na parte de fora do fundo havia uma etiqueta com código de barras e o emblema universal: made-in-China. Os chineses fazem baldes e exportam baldes! O Brasil – pelo menos Minas Gerais – fazia bons baldes, sou testemunha viva disso, como prova o acima dito... desde que não seja mentira. Daqui a pouco teremos baldes eletrônicos. Como seria um balde eletrônico? Será que exerceria com afinco as mesmas 1001 tarefas dos manuais? De qualquer maneira ando com a pulga atrás da orelha. Passados menos de dois meses de uso, o chinês inoxidável já apresenta alguns preocupantes pontos de ferrugem e estou em dúvida se me lembrarei do nome da cidade lá nas Minas Gerais. Mais ainda, será que estará por lá aquele simpático armazém que tinha de tudo, desde ração para canarinhos cabecinha de fogo, passando por lamparinas a querosene, fumo de corda, pás e picaretas, sementes não transgênicas, munição para caçar codornas, penicos, bacias e uma infinidade de outras coisas e, ainda por cima, garantia um bom dedo de prosa sobre as inutilidades da vida. José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador e conta, em crônicas com muito humor, situações vividas a bordo com sua família no livro “É proibido morar em barco”, à venda na Livraria Moana

Umas e Outras

Histórias de um navegante im pre ciso

a lio Vian Por Hé

Je suis randonneur Viajar é bom. De barco já varri algumas vezes nossa costa, entre São Francisco do Sul e Natal. Também já fui de Angra à Jericoacoara de bugue – rodei 8500 km, por lugares que não davam para chegar de barco, ou onde a ancoragem seria um inferno. Viajar de barco é confortável, a casa vai junto. De bugue nem tanto, mas dá pra ir pela praia. Já de bike é um desafio, com a vantagem de não ter uma moldura limitando sua visão. Continuando na linha minimalista, entrei no Audax Costa Verde: 200 km, de Angra à Paraty, ida e volta, no calor sudanês do verão do Rio. Audax é um evento não competitivo também conhecido como Randonneur. O objetivo é percorrer longas distâncias dentro de um limite de tempo, de forma autossuficiente, utilizando veículos de propulsão a feijão – bicicleta, patinete, skate ou patim. Não é uma prova, até porque não existe pódio com classificação, e sim uma prova de resistência e de cooperação entre os participantes. É como velejar do Rio a Salvador em solitário, só que junto da flotilha do Cruzeiro Costa Leste.

Eduardo Sylvestre Conferência do Desenvolvimento da ISAF e NSPS Uma vez por ano, países (MNA´s) ligados a Federação Internacional de Vela (ISAF) se reúnem para discutir, incentivar, melhorar e desenvolver a vela como um todo. Este ano não foi diferente. No final de janeiro em New Orleans nos EUA, a ISAF reuniu 40 representantes de 20 países, e a CBVela esteve lá! Tivemos a oportunidade de fazer uma apresentação mostrando a nova cara da CBVela, que além de projetos competitivos como Jogos Pan Americanos, campeonatos mundiais e Olimpíadas, a confederação também esta interessada no desenvolvimento da vela como esporte para a vida, como está explícito em sua visão e missão: VISÃO: “O Esporte da Vela é uma atividade para toda a vida, a participação contribui para uma comunidade saudável no qual nós, Brasileiros consistentemente temos obtido sucesso no cenário mundial”. E MISSÃO: “Liderar o desenvolvimento de programas e serviços para a comunidade da vela é oferecer os meios para levar os atletas de alto rendimento ao primeiro nível da vela mundial.” Neste evento pudemos mostrar o Programa Nacional de Vela, que está sendo desenvolvido desde 2012, sendo estruturado com cursos de preparação para instrutores e técnicos nos níveis 1,2 e 3. Estamos fazendo a padronização do ensino, didática, traduções de livros próprios em parceria com a ISAF, entre outras atividades. A ideia é

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expandir! E nada melhor do que começar pela base da vela através dos clubes, projetos e escolas. Nesta conferencia, também pudemos ver como outros países se aprimoraram. Singapura, África do Sul, Nova Zelândia e Estados Unidos, são hoje uma referencia em organização e desenvolvimento de programas voltados para o desenvolvimento da vela. Capacitando técnicos e instrutores e dando apoio para novos clubes e escolas de vela. Pudemos também ver um gráfico alarmante de comparação do grande número de velejadores que iniciam na vela e quantos desistem depois da adolescência nos EUA. Percebemos que projetos que envolvem o lúdico, a aventura e dois ou mais tipos de veleiros, como laser, optmist, open bic, 420, windsurf com a inclusão do stand up, tem mais chance de engajar as crianças na vela para a vida toda. Quanto mais diversificação e mais “aventura” envolvendo brincadeiras, aulas com conteúdo prático com: ciência, tecnologia, engenharia e matemática os alunos participam melhor e se mantem ativos por um Eduardo Sylvestre é Professor de Educação Física, Diretor do Programa de Desentempo muito mais longo. A ISAF também está desafiando as confe- volvimento da CBVela, é um dos Expert derações e clubes a desenvolver projetos da ISAF e técnico nível 3 da USSailing.

Meteorologia Oceanografia

Entrei o ano treinando: 50 km quase todo dia, às vezes entre 10 e 14h para expor o lombo ao calor. Cheguei a testar o percurso, 160 km com tempo líquido de pedal de 8h30. Até que no último treino, me distraí vendo o por do sol e... beijei a lona, tomei Por: Luciano Guerra um capote. Num barco seria como capotar Salve, amigos e amigas do mundo náutico! pela proa e sair com a tripulação e mastreDiretamente da terra da “America’s Cup”, ação ilesas. onde as mudanças climáticas causam uma A largada foi às 8h do 3º domingo de janei- das maiores secas dos últimos cem anos e, ro. O pelotão de quase 200 ciclistas parecia no mar, o tempo muda de humor como o a concentração de um bloco de carnaval, ti- mais bipolar dos seres humanos, um asnha até o homem aranha! E também muito sunto que ainda causa muitos acidentes e MAMIL, palavra formada pelas iniciais de incidentes na navegação de esporte e re“middle-aged man in Lycra”, é isso mes- creio: a ocorrência de nevoeiro na área da mo, um homem de meia idade de roupa navegação costeira. O que é o nevoeiro, colante, que é o uniforme dos ciclistas. É como é formado, como prever sua formaprático, mas esteticamente um horror, prin- ção e quais são as atitudes e boas práticas cipalmente naqueles com uma barriguinha que nos navegadores devemos adotar para de chope. Pedalei com uma bicicleta híbri- minimizar os riscos causados por este feda que está comigo desde 1992, puro vinta- nômeno? ge! Se fosse um veleiro, seria um cruzeirão Primeiro vamos entender o fômeno. O nevoeiro é a ocorrência de nuvens densas clássico de aço. nas camadas próximas a superfície (base Às 9h passei por Bracuhy, a casa da minha da nuvem menor que 15m da superfície), casa, a marina onde deixo o MaraCatu. De- seja ela a superfície do mar ou da terra. Os pois da marina do Frade começam as pio- nevoeiros reduzem drasticamente a visibires subidas, segui moendo os gambitos no lidade do navegador, chegando a zero em tobogã da Rio-Santos. Às 13h32 carimbei alguns casos. Existem diversos tipos de neo passaporte em Paraty, o computador de voeiros, no entanto a explicação detalhada bordo diz que a média é 21 km/h. Depois de cada um deles renderia um capítulo inde uma macarronada, o martírio da volta. teiro de um livro. O mais importante é que O asfalto fervia, teve Garmim marcando o navegador deve sempre estar atento aos 47,4°C! Clamei em vão por uma chuva de aspectos físicos da água e do ar, de forma verão. O bafo quente ardia nas ventas, suei que consiga prever sua ocorrência. a camisa até as pernas fisgarem e a tal pro- Para que haja a formação de um nevoeiro, va de resistência virar um teste de sobrevi- é necessário que o ar esteja com alta umivência. No mar, mais importante do que a dade em suspensão; ausência de correntes vontade de ir é saber a hora de voltar, não verticais ou de alta atividade convectiva; ar adianta lutar contra a natureza. Na estrada necessariamente frio capaz de condensar a desisti aos 157 km, mas já sou randonneiro umidade suspensa e; ventos fracos na sue estou treinando para o próximo. Ou quem perfície. Um dos nevoeiros mais comuns sabe, com certo sentimento masoquista, nas áreas da navegação costeira é o nevopara os outros de 300, 400, 600 e 1000 km. eiro de adveccão, que é formado a partir do deslocamento, em baixa velocidade, de Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora massas de ar muito úmidas em direção a a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos superfície do mar, que deverá estar fria o ventos e mantém o maracatublog.com suficiente para condensar o ar carregado de

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que envolvam mais mulheres na vela. Hoje no mundo temos uma carência de mulheres velejadoras, técnicas e instrutoras. No Brasil não é diferente. Precisamos de mais projetos que segurem estas meninas e as envolvam mais na vela. Estatisticamente a desistência de meninas adolescentes é bem superior em relação aos meninos. O simpósio Americano(NSPS) que foi logo em seguida da Conferência da ISAF, reuniu 420 técnicos e coordenadores de programas de vela dos EUA. Estes 4 dias foram divididos em grupos: Desenvolvimento de programas e curriculum; Administração e coordenação de projetos; Marketing / Comunicação e Novas técnicas e tendências. Ou seja, tinha palestras para todo tipo de programa de vela. Um “oasis” para educadores e técnicos com vontade de aprender e inovar. Estamos compilando várias informações (que logo estarão a disposição em nosso site – cbvela.org.br) que poderão ser compartilhadas para todos os que queiram melhorar seu programa de vela, seja no clube ou na escolinha. A CBVela a partir deste ano estará divulgando novos cursos nível 1 e 2 que poderão ser feitos por pessoas envolvidas neste processo de expansão e aprimoramento da vela no Brasil. Hoje estamos formando equipes de profissionais, técnicos e educadores para juntos levar o nosso esporte para todos os cantos do país de forma clara, ordenada e padronizada.

A navegação costeira e o nevoeiro

É preciso saber as causas do nevoeiro partículas de água. Prever tais formações deve ser tarefa básica do comandante, que deverá ficar atento aos seguintes aspectos que determinarão uma boa previsibilidade: Observar se existe massa de ar com alta umidade relativa e alta temperatura; verificar se esta massa se locomove para a região de navegação; aferir se na trajetória da massa a gradiente de temperatura cai gradativamente ao ponto de condensação; verificar se a temperatura da água do mar está mais baixa do que a do ar na região de navegação e; pouquíssimo ou nenhum vento nesta área. Uma ótima ferramenta para o navegador, que auxilia na previsão e acompanhamento de nevoeiro pode ser acessada em http://satelite.cptec.inpe.br/nevoeiro

Zarif e Trujillo O técnico espanhol Rafa Trujillo, que treinou Jorginho Zarif em 2013 quando ele obteve o título olímpico na Finn deve retornar para treiná-lo em junho. “Não existe um pré contrato, apenas um acerto verbal entre ele, o COB e a CBVELA”, disse Zarif. No ano anterior, na Olimpíada de Londres, o brasileiro havia sido apenas o 20º, quando Rafa deixou de treinar Jorginho e ele não conseguiu repetir o mesmo sucesso de 2013. Ainda em fevereiro, Jorge Zarif ganhou pela sétima vez consecutiva o Brasileiro de Finn em competição foi realizada no Iate Clube Do Rio de Janeiro.

Geralmente, acidentes ou incidentes relacionados a existência de nevoeiros acontecem por motivos que vão desde a ausência de equipamentos que auxiliam a navegação com visibilidade restrita, passam pela negligencia do comandante na previsão do tempo, e finalmente chegam ao não cumprimento de regras básicas da RIPEAM. E o que fazer para evitar acidentes em caso de ocorrência de nevoeiros? Primeiramente o comandante devera’ reduzir drasticamente sua velocidade de cruzeiro e realizar o procedimento de silvos determinado pela RIPEAM; a utilização de equipamentos de auxílio a navegação com visibilidade restrita, tais como radar de banda X (o mais recomendado para navegação de interior e procedimento de aterragem) e AIS são altamente recomendados, porem, com a impossibilidade de utilização de equipamentos caros, já existem recursos mais baratos e que podem trazer grande segurança para nós, apaixonados pelo mundo náutico. Neste caso recomendo a utilização de aplicativos para dispositivos móveis que simulam um AIS, tais como o Boat Beacon, Smart Chart AIS, Marine Traffic AIS App, etc. Lembrem-se de realizar a previsão do tempo antes de suspender! Bons ventos! Luciano Guerra, é especialista em meteorologia pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteorológicos no Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS.


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4 A Bordo

GIRO

Rio de Janeiro Rio 2016...

pela Costa

Com as Olimpíadas batendo à porta, a cidade luta com as dificuldades...

Dia do Saveiro

Comemorou-se no dia 19 de janeiro, o Dia do Saveiro, data instituída por Lei desde 2006, e que homenageia a data de nascimento do arquiteto Lev Smarcevski, velejador e autor do livro Graminho - Alma dos Saveiros. A obra é considerada referência sobre o assunto. Apesar de toda a sua história, os saveiros estão praticamente em extinção. Hoje são raros e alguns poucos deles podem ser vistos principalmente na Bahia. Em 2011 o fotógrafo Nilton Souza publicou um livro com fotos dos saveiros remanescentes. Todos os anos, eles participam da tradicional regata Aratu-Maragojipe, emprestando seu charme, elegância e beleza à regata. A história dos saveiros se confunde com a história da Bahia. Eles já foram muito importantes para a economia da região, fazendo o abastecimento entre as cidades, principalmente de produtos de primeira necessidade e de cerâmica.

A Polícia Federal apreendeu um catamarã Lagoon 44, avaliado em R$1,3 milhão de reais na Ilha de Sapinhos, em Maraú, região de Camamú, Bahia. A embarcação estava lacrada em Ilhabela, sob o nome de Astresail, desde 2014, por ter sido importado e entrado de maneira ilegal (o veleiro é usado, não novo) no Brasil. O veleiro foi “rebatizado” e teve sua documentação adulterada, mas foi encontrado e levado para Ilhéus. O Astresail/Lupie permanece no Yacht Club de Ilhéus será entregue à Receita Federal. A Bordo vai ao ar todos os domingos das 11h às 12h pela Metropolitana: metro1.com.br Baixe o app e ouça em qualquer lugar!

O governo do Rio de Janeiro cortou 95% da verba que havia prometido aplicar na despoluição da Baía de Guanabara visando à Olimpíada de 2016. A meta é despoluir 80% do local que receberá as competições olímpicas de vela. A redução drástica dos recursos foi confirmada quando o orçamento dos Jogos foi divulgado. Segundo o então secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc o recolhimento do lixo era um das ações do governo para evitar que os veleiros enrosquem em detritos durante a Olimpíada. Além disso, a construção de Unidades de Tratamento de Rios, de estações de tratamento de esgoto e a recuperação da Enseada de Botafogo e da Marina da Glória estavam em projetos para a Rio 2016. A maior parte disso não foi incluída no orçamento da Olimpíada de 2016. O orçamento incluiu o projeto dos ecobarcos (recolhimento do lixo), a instalação de ecobarreiras e a implantação de um tronco coletor de esgoto na Cidade Nova. Segundo o governo do Rio de Janeiro, “o fato de grande parte das ações prometidas não ter sido incluída no orçamento da Olimpíada não quer dizer que isso não será levado adiante”. Em nota o governo do Rio afirmou que “o principal problema é o lixo flutuante. Para garantir plena realização dessas competições, o Governo do Estado colocará dez ecobarcos para reforçar o recolhimento de lixo, sendo que três já estão em funcionamento e outros sete serão licitados até o fim de abril. Além disso, já foram instaladas 11 ecobarreiras na foz de rios e canais que deságuam na Baía. Destas, duas serão reconstruídas e outras três reformadas. Outras oito, ainda, serão implantadas”.

O presidente da comissão do COI (Comitê Olímpico Internacional) para a Rio-2016, Nawal El Moutawakel, afirmou que confia no cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo do Rio. Já o biólogo Mario Moscatelli que monitora há anos a situação da Baía de Guanabara comentou: “Sugiro aos atletas que vão disputar as Olimpíadas de 2016, que se vacinem contra a Hepatite A para competirem”...

Maré de azar de Eike Batista

Marina da Glória A reforma da Marina da Glória para a Olimpíada de 2016 deverá causar a derrubada de 298 árvores do Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro (área tombada desde 1965). A marina será ponto de apoio servindo como “estacionamento” para as competições de vela durante a Olimpíada de 2016. Para isso precisa de uma reforma. A BR Marinas, administradora da Marina da Glória solicitou – e obteve – autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio. A Secretaria afirmou que 3.082 novas árvores serão plantadas para compensar o desmatamento autorizado e a BR Marinas informou que a questão paisagística da Marina da Glória segue o que foi discutido com consultoria do escritório Burle Marx, responsável pelo projeto original do Parque do Flamengo. “A principal preocupação é atender o setor náutico da melhor forma possível. Para isso, o espaço que conta hoje com 167 vagas para barcos dentro da água e 73 vagas secas, passará para 415 e 240 vagas, respectivamente. O número de lojas também sofrerá mudanças, sendo reduzido de 40 para 24” explicou a BR Marinas em nota.

Eike teve seu Pershing apreendido...

Atuando em diversos setores como petróleo, logística, energia, mineração e até indústria naval, já foi o terceiro homem mais rico do Brasil e o 75º do mundo. Hoje é acusado dos crimes de falsidade ideológica, formação de quadrilha, indução do investidor ao erro, uso de informação privilegiada e manipulação de mercado. Por isso a Justiça do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de bens de Eike para garantir a reparação de danos a investidores da petroleira OGX. Cumprindo essa determinação, a Polícia Federal apreendeu (entre outros bens) o iate Spirit of Brazil VII em Angra dos Reis. O barco (agora ex...) é (era?) um Pershing italiano, comprado em 2006 por 80 milhões de reais. Com 116.04 pés (35.37m), 189 toneladas e fazendo 45 nós em velocidade de cruzeiro (52 de máxima), tocado por um motor de 12.500 HP com turbina. Chegou à costa brasileira em 2008 e na ocasião era o mais rápido e caro do Brasil. Eike contratou um comandante italiano formado na própria fábrica, com um salário de 60 mil reais por mês para cuidar da embarcação.

Brasília - DF

Guarapiranga - SP

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66º Brasileiro da Brasileiro da Classe Lightning Geraldo Peixoto O Campeonato Brasileiro da Classe Lightning 2015, foi disputado em pleno carnaval O Yacht Club Santo Amaro (YCSA) orgaClasse Snipe na Represa de Guarapiranga. Nele também foi disputada a vaga para os Jogos Pan-

nizou no início de fevereiro seu primeiro -americanos e mundial, que correrão no Canadá. Claus Biekarck, Gunna Ficker e Maria evento da temporada na Represa GuaraHackerott - conquistam o campeonato e garantiram a vaga para o Pan-americano. piranga, a Taça Geraldo Peixoto, antes a O Brasileiro de Lightning foi sediado pelo Yacht Club Santo Amaro na raia 1 da Represa “Taça Flotilha da Garoa”. A mudança de nome da competição deve-se a uma justa homenagem. Geraldo Peixoto é o mais antigo funcionário do YCSA. No próximo dia 1º de março completa 32 anos de serviços prestados ao clube. O mineiro de 64 anos dedicou até hoje metade de sua vida aos associados que o chamam carinhosamente de seo Geraldo. “Sinto-me muito feliz. Não esperava tamanha alegria. Recordo o dia em que cheguei. Não sabia nada e entrei Snipe em Brasília: Boa cobertura como ajudante-geral”, conta o funcionário Em fevereiro foi disputado o 66º Campeque já foi o responsável pela piscina e hoje onato Brasileiro da Classe Snipe, na raia tem o cargo de supervisor náutico. Norte do lago Paranoá, em Brasília. A dupla vencedora foi Alexandre “Xandi” Paradeda / Lucas Aydos, do Clube dos Jangadeiros. Cláudio Biekarck vai pela nona vez aos Pan Americanos pela Classe Lightning Este foi o décimo título nacional conquisGuarapiranga, que recebeu 12 tripulações. Ao todo foram disputadas seis regatas, com tado por “Xandi”, o maior detentor de títuventos variados. Repetindo os bons desempenhos de 2012 e 2014, a equipe de Claudio los brasileiros da classe. Biekarck leva novamente o ouro para casa! A novidade este ano fica por conta de MaRoberto Paradeda / Lucas Mazim ficaram ria Hackerott, que individualmente consagrou-se tricampeã brasileira de Lightning. Em em segundo, e a terceira colocação na clas2013, foi campeã ao lado do irmão João Hackerott e John Bennett, e ano passado formou sificação geral com Alexandre Tinoco e o mesmo trio que este ano, ao lado de Klaus Biekarck e Gunnar Ficker, também alcanAlex Sandro de Carvalho. çando o topo do pódio. A segunda e terceira colocação foram conquistadas por Thomas Em 2016 a competição será sediada pelo Sumner / Felipe Brito / Larissa Juk (SPYC) e Mario Buckup / Telma Buckup / Marc Yacht Clube da Bahia. Este ano o CampeBuckup (YCI), respectivamente. Foi a 22º conquista de um Campeonato Brasileiro por onato teve uma excelente cobertura com parte de Claudio Biekarck e este ano, será a nona participação em Pan Americanos. Em um site de primeira linha, releases para a contra partida, Gunnar Ficker fará a sua oitava participação pela classe Lightning, enGeraldo Peixoto: Justa homenagem imprensa e muito profissionalismo. quanto Maria Hackerott fará a sua estreia. As próximas etapas acontecem 21 e 22 Março, Geraldo acompanhou a evolução de assoParabéns a todos os envolvidos! (Foto: Boia1) 1 e 2 Agosto e 17 e 18 Outubro na Guarapiranga, sediadas pelo YCSA. ciados como Robert Scheidt, João Hackerott e Rique Vanderley e orgulha-se por tê-los ajudado desde a época do Optimist. “Sempre estava na rampa para levar os barcos deles para a água e depois trazê-los Em uma lamentável decisão tomada no úlde volta ao hangar, quando as regatas acatimo dia 31 de janeiro, o Conselho Diretivo bavam. Ajudei muito essa turma e se predo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) cisar ajudarei novamente”, afirma Geraldo, O Veleiros do Sul (RS) realizou o 39º Vecortou a vela para os Jogos Paralímpicos de sempre solícito, esbanjando humildade e lejaço Noturno, uma tradicional regata de 2020 no Japão. simpatia. Atualmente, Geraldo acompanha verão. Sir Philip Craven, presidente do IPC, disse as disputas na Guarapiranga embarcado, A edição contou com 15 veleiros com perque “A decisão final do Conselho não foi curso até o Gasômetro pelo canal do Crisfácil e, depois de muito debate, decidimos Vela Paralímpica: cortada pelo IPC tal. O primeiro a cruzar a linha de chegada não incluir a vela a partir do programa de da nos Jogos Paralímpicos de Atlanta em foi o veleiro Madrugada, de Niels Rump, Tóquio 2020 por não cumprir os critérios 1996, como um esporte de demonstração, em segundo lugar ficou o Macanudo, de mínimos do IPC Manual de alcance mun- usando o Sonar, e em seguida, tornouGustavo Thiesen, e em terceiro Xerife, de dial”, explicou. O Manual do IPC afirma -se um esporte competitivo nos Jogos de Luiz Gustavo Tarrago de Oliveira. que “apenas esportes de equipe ampla e re- Sydney 2000. O 2.4mR e o skud 18 foram O Velejaço Noturno ocorre sempre nos gularmente praticados, em um mínimo de adicionados para os Jogos Qingdao em meses da primavera/verão com o intuito de 24 países e três regiões do IPC serão con- 2008, e participarão do Rio 2016. dar aos velejadores uma pausa no meio da siderados para inclusão nos Jogos Paralím- A notícia recente sobre a decisão do Comi- Quarenta e quatro optimists na raia! semana para uma regata. picos” e para esportes individuais “um mí- tê Paralímpico Internacional para excluir junto à raia como integrante da Comissão A maioria das tripulações conta com faminimo de 32 países em três regiões do IPC”. vela dos Jogos Paralímpicos 2020 é um de Regatas (CR). “Ajudo a organizar as liares e amigos dos comandantes que são O Comitê de Vela Adaptada da ISAF, pros- golpe devastador para o esporte da vela largadas, contar os barcos, ver se alguém convidados para experimentarem a emosegue com a discussão envidando esforços mundial. Para os velejadores paralímpicos largou escapado. Aprendi muito trabalhanção de uma regata, ao pôr do sol no Guaíba para determinar se existem outras oportu- que fazem campanha em suas carreiras é do aqui. O YCSA é muito importante na e com bonito visual de Porto Alegre. nidades de recurso. A vela foi introduzi- uma notícia é extremamente decepcionan- minha vida. Tudo o que conquistei e tenho te. Se você compartilha desta opinião, visi- hoje, veio do meu trabalho neste clube”, ANUNCIE NO ALMANÁUTICA: te o site change.org e assine a petição para resume o supervisor demonstrando que Você aparece em todo o Brasil. que se recoloquem as competições da vela seu empenho foi reconhecido. Quarenta e São leitores de qualidade e colunistas formadores de opinião. nos Jogos de 2020. Visite também a página quatro veleiros das Classes Optimist e 420 Associe sua marca! do Facebook: participaram da Geraldo Peixoto, que teve falecom@almanautica.com.br www.facebook.com/ReinstateParalympicSailing2020 ventos de 6 até 30 nós!

Rio Grande do Sul

Velejaço

Vela Paralímpica cortada para 2020


ALMANÁUTICA

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Geórgia do Sul

Jean Baptiste Laborde velejou pela Geórgia do Sul e nos conta o que viu!

O Kotick descansa depois de 55 nós... O destino: A Geórgia do Sul, segunda parte de minha viagem ao grande Sul, depois de visitar o Continente Antártico em 2012. É uma terra de lendas, refúgio dos caçadores de focas e baleias nos séculos passados. Posicionada abaixo dos “Roaring Forties”, esse pequeno território do Reino Unido só pode ser alcançado pelo mar. Uma viagem de 1700 milhas em condições meteorológicas muitas vezes extremas. Para chegar lá, embarquei no Kotick, um “Damien II”, veleiro de 16 metros atualmente mastreado em sloop e capaz de receber até 8 pessoas. Éramos 6 tripulantes dessa vez. Alain e Claudine (proprietários do barco), Christophe, Manu, Alain e eu. Além dos donos, somente dois tripulantes experimentados: sete vezes em solitária do “Figaro“ para nosso amigo Christophe Cudennec, e uma boa milhagem em vários oceanos para mim… Para chegar, fizemos uma travessia de quatro dias e meio (780 milhas) para chegar na baia de Grytviken, principal porto baleeiro da ilha e hoje, sede da administração, com

tempo variável: ventos de 6 à 35 nós N-NE-ENE, o que obrigou a alternar motor e velas risadas e asa de pombo. Mas isso afinal não são os “prazeres” de velejar? Geórgia do Sul… Aqui estamos! A Geórgia do Sul é um território autônomo do Reino Unido administrado por um governador nomeado pela rainha. Eles tem seu próprio orçamento e sobrevivem fazendo pagar taxas de visita e licenças de pesca. É uma ilha de mais de 100 milhas coberta de glaciais, reduto dos Noruegueses caçadores de focas e baleias nos séculos passados, hoje ninhos de pinguins, elefantes do mar e sobretudo focas (Sea Lions) que são uma verdadeira praga por não terem predadores. Desde que a caça foi proibida no meio do século passado, a população cresce exponencialmente e, como esse “bichinhos” são particularmente agressivos em período de cria, a frequencia das praias para embarque e desembarque é bem “esportiva”. Sempre se deve andar “armado” para mantê-los a distância: varas pontiagudas, pedras e como para um cachorro, nunca recuar porque eles vêm para cima rapidinho... A Geórgia do Sul, terra dos Glaciais e dos Williwaws - rajadas de vento que chegam sem avisar descendo dos glaciais e das montanhas, deitando na horizontal um veleiro de 22 toneladas sem pestanejar. Um Williwaw pode atingir 60 nós em questão de segundos, quando o vento estava antes a 10/15 nós!!! O mais extraordinário desse fenômeno é que ele é extremamente localizado e de relativa curta duração, embora possa ser repetitivo. Quando durante o dia, podemos nos “prevenir” porque as rajadas levantam a água criando turbilhões líquidos. A noite? É melhor estar ancorado e bem ancorado, de preferência. Se por ventura você escuta o vento uivar no estaiamento e não viu nada chegar, é porque que você esta bem no meio e um desses e aí... segura o peão que o pau vai quebrar... Quando da travessia da boca do glacial

Twitcher (7 milhas) o vento subiu de 10/12 nos à 35 em segundos e com rajadas de 45/55 nós, estávamos precavidos só com a mestra no segundo rizo. Mas foi “esportivo”! Uma velejada refrescante. Durante

Laborde: “A fauna é incrível por lá”

uma noite na baia de Cooper Bay, a mesma coisa: Ancorados com 70 m de corrente com 6/7m de fundo, o barco ficou velejando em volta de sua ancora adernando a 30º durante as rajadas de 45/55 nós. Sem vela o barco deita a mais de 30º. Dá para aguentar. Na cama… Passamos 3 semanas percorrendo a ilha do “Oeste para Leste” e voltamos seguindo a costa Norte porque é proibido de navegar no Sul da ilha. Bem, o que não faltam são proibições! Não se pode mais fazer muita

coisa e tudo é regulamentado. Há lugares que se pode visitar, áreas proibidas, zonas interditadas (200m de qualquer base baleeira), até o número de pessoas que podem desembarcar juntas ou a quantidade de barcos que podem ancorar junto ao mesmo tempo num mesmo lugar. Felizmente, os veleiros, mesmo se não são assim tão bem-vindos, podem ainda alcançar lugares que os “crew ship” não alcançam. Pondo de lado esses “pequenos inconvenientes”, a Geórgia do Sul é um lugar extraordinário, de paisagem lindas. A costa é muito recortada e permite uma navegação de cabotagem durante o cruzeiro. A fauna é incrível. Imagine só uma simples praia de 2 km povoada com mais de 260.000 pinguins reais! Centenas de elefantes marinhos e milhares de focas. Tudo isso “berrando” sem parar e sobrevoados por centenas de pássaros. Imaginem que depois de mais de 20 anos de ausência, tivemos a sorte de encontrar, filmar e informar que as primeiras baleias finalmente reencontraram a rota dos bancos de krill da Geórgia do Sul. Imagine costas povoadas de milhares de albatrozes ou de pinguins dourados. Uma sinfonia de cores, de vida, de barulhos e Continua na pág. 10

Vela e Educação Física

(parte IV)

Peter Thomas Comber é Professor e instrutor de vela e fala sobre a modalidade como ensino nas escolas

Habilidades sócio-afetivas “As crianças são seres intelectuais, afetivos e que se movem. O programa de Educação Física desenvolvimentista reconhece a importância de nutrir a compreensão das crianças sobre si mesmas e sobre os outros com a meta de auxiliá-los a desenvolver comportamentos sociais positivos” (Gallahue e Donnelly, 2008). Na vela temos vários exemplos de ganhos sócio-afetivos. Cooperação: Quando estamos velejando, ficamos sujeitos às intempéries da natureza, como ventos fortes, tempestades, o que por vezes provocam situações que podem virar o barco, machucar o velejador, ou mesmo fazê-lo cair na água. Como o meio liquido é hostil ao ser humano, e representa certo perigo na vela, sempre existiu um espírito de solidariedade muito forte, onde a grande maioria dos velejadores, ao deparar com

Cooperação como habilidade na vela um colega em situação de perigo, se mobiliza para o seu auxilio. Outro exemplo ligado a cooperação, pode ser encontrado em barcos maiores, onde é necessário mais de uma pessoa para conduzi-los. A comunicação, o trabalho em equipe e sincronismo são muito importantes para um velejar eficiente e seguro. Respeito, auto-estima, auto-controle: O velejador precisa acima de tudo conhecer os seus limites, de seus colegas e de seus equipamentos. É preciso também ter um enorme respeito pelas forças da natureza, se não houver este respeito, e ele abusar destes limites, poderá ocorrer um acidente. O velejador que consegue manter um

São Luís - MA

Mais um: Velejador assassinado

São mais de 260 mil Pinguins Reais em uma praia de apenas 2 quilômetros...

O velejador holandês Ronald François Wolbeek, de 60 anos, foi assassinado na madrugada de domingo (15/2), na Baía de São Marcos, na área da Ponta D´Areia, em São Luís, Maranhão. Ronald estava acompanhado da namorada, Maria Rawi, de 69 anos. O casal foi surpreendido por três homens armados e um deles acabou disparando contra Ronald, que não resistiu e morreu. Eles estavam no Brasil desde o dia o 21 de dezembro e haviam chegado ao Maranhão na tarde da véspera, vindo de Recife. O veleiro não Ebrahim (no centro): visita pouco antes estava atracado no Iate Clube ou na Marina e renderam o casal. Houve discussão e locais. Por volta da meia-noite do domingo ele foi baleado no peito. “Estou com raiva. Muita raiva. Louca de raiva. Apenas furiosa. Eu espero que a polícia e o governo olhem mais para pessoas como ele para que outros turistas estejam seguros. Ele trabalhou no barco durante 25 anos. E agora ele se foi”, disse Rawi. Alguns dias antes do assassinato, outro holandês (que foi manchete quando fazia uma travessia oceância e teve seu barco atacado por tubarões, sendo resgatado pela Marinha), Ebrahim Hemmatnia esteve com o casal O veleiro: Lacrado para investigações (entre eles na foto). Ele ficou sabendo da o alarme da embarcação disparou e Ronald tragédia e voltou para prestar apoio à Mafoi verificar o que estava acontecendo. Nes- ria, auxiliando também nas traduções. Os se momento, três homens entraram no barco criminosos já foram presos. Lamentável!

Paraíba - PB Iate Clube da Paraíba retoma Marina A marina náutica localizada na praia do Jacaré foi devolvida ao Iate Clube da Paraíba. Ela ficou conhecida nos anos de 2005 e 2006 quando o Iate Clube realizou festas de retorno da Refeno naqueles anos. A Marina havia sido arrematada em novembro de 2006, durante leilão judicial motivado por dívidas trabalhistas, e entregue aos compradores em outubro de 2007. O Tribunal Superior do Trabalho manteve a anulação do leilão e a decisão em última instância foi publicada no início de fevereiro, entendendo que houve um equívoco e, portanto, o leilão não poderia ter validade: “no mérito, errou a magistrada de primeiro grau em não atender ao propósito externado pelas partes. Ao contrário do sustentado na mencionada decisão, inexiste lei que determine o momento último para que as partes ingressem em juízo com pedido de homologação de conciliação”.

bom controle do barco, com segurança para si e seus colegas, consequentemente mantém a moral do grupo alta. Mesmo diante das adversidades que podem surgir em uma situação de perigo, consegue manter sua auto-estima através do auto-controle. Há também significativo ganho nas habilidades Psicomotoras. Velocidade de reação: Com a prática constante da vela, o velejador passa a dominar e reagir com mais eficiência as mudanças impostas a ele. Em caso de mudança de direção do vento, ele rapidamente calcula se é vantajoso mudar a direção do barco ou não, e o faz cada vez mais rápido, em uma regata no desenvolvimento de sua estratégia para chegar primeiro à boia, ou manobra para se velejar contra o vento. Lateralidade: É trabalhado com as constantes mudanças de lado do barco conforme a direção do vento, e direção a ser seguida. No caso de ir contra o vento, por exemplo, o velejador precisa ir em “zigue-zague”, mantendo a proa do barco à aproximadamente 45º em relação ao vento, para um deslocamento satisfatório do barco.

Jornal La Opinion: Argentinos estariam mortos O jornal argentino La Opinion trouxe em sua edição eletrônica matéria sobre o que seria uma análise menos apaixonada do que tem sido feita até o momento pelas filhas, parentes e amigos dos tripulantes do veleiro Argentino Tunante, desaparecido em águas brasileiras em outubro de 2014. A matéria, que praticamente se limitou a reproduzir trechos de uma comunidade do Facebook, chamada de “Tunante – A Verdade” trouxe à tona o que consideram fatos isentos, mostrando que a probabilidade de qualquer esperança de encontrar os tripulantes é quase nula. Com duras críticas às análises feitas até agora, enumeram considerações que, segundo publicado, baseiam-se em “um relatório lapidar publicado pelos peritos que participaram da pesquisa com os dados fornecidos pela família”. Nele, estariam apontadas inúmeras evidências, como a falta de preparo para a viagem, a fragilidade de equipamentos e ainda não terem sido divulgados alguns fatos como uma parada para reparos no estaiamento, feito “de maneira caseira”, para prosseguirem viagem através de uma tempestade anunciada previamente pela previsão meteorológica.

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Percepção espaço temporal: Durante o velejar, tanto em lazer como em competições, o velejador tem que estar sempre atento as mudanças climáticas e ao seu redor, para saber a direção, e a intensidade com que uma rajada se aproxima do barco, e para realizar a manobra mais adequada à situação. Um ponto muito observado é a água. De acordo com a ondulação, o velejador saberá a direção do vento e a sua intensidade. Quanto maiores forem as ondulações, mais forte a rajada que se aproxima. Na próxima edição falarei sobre a abordagem cultural referente à geografia. Até lá!

A seguir, destacamos alguns trechos da comunidade do Facebook: “Vamos resumir o que sabemos com certeza ou com uma probabilidade superior a 80%. Quando Tunante II faz a chamada de socorro famoso para sua família em 26/8 várias coisas emergem: Não tinham SSB apenas dois telefones por satélite com baterias que não podiam recarregar. Também não tinham EPIRB”. “...Outro erro é o de ter deixado o porto de La Paloma (onde foram para reparar um estaiamento... e eles fizeram isso de uma maneira “caseira”...) com moderados a fortes ventos e um aviso de tempestade (apesar de vários, a família diz que não houve o aviso de tempestade, quando nós que navegamos vimos em diferentes serviços de meteorologia)”.

“...A perícia da famosa balsa salva-vidas foi imediatamente desmentida pela família, que havia sido encontrados sinais de vômito e 2 tipos de DNA (Cappuccio e Morales). O fato é que a Polícia Federal tem como certo que existem duas pessoas desaparecidas em circunstâncias nas quais quase certamente não se encotram vivas...” Para visitar a Comunidade do Facebook: https://www.facebook.com/pages/Tunante-la-verdad/768329679916254


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Lars Grael aceita convite para Comissão Nacional de Atletas

Recife - PE Hutzler na ABCO Eleição acirrada

Hans Hutzler: Presidente da ABCO

Lars Grael: “O ministro mostrou disposição de ter os atletas como parceiros” Lars Grael (bronze em Seul 1988 e Atlanta 1996) - foi nomeado presidente da Comissão Nacional de Atletas, cargo ligado ao Conselho Nacional do Esporte (CNE). Convidado pelo ministro do Esporte, George Hilton, Lars disse que o trabalho da comissão “será uma voz direta dos atletas com o governo federal”. Lars já ocupou o cargo de Secretário Nacional de Esportes no Ministério do Esporte e do Turismo no governo de Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido Secretário Estadual da Juventude, Esporte e Lazer do estado de São Paulo com Geraldo Alckmin até março de 2006. O novo ministro do Esporte vem procurando dirigentes e personalidades da área esportiva para se inteirar sobre esportes. Suas consultas incluíram Lars Grael antes do convite. Lars faz parte da ONG “Atletas Pelo Brasil”, que criticou duramente a indicação de Hilton para a pasta: “Exigimos muito mais respeito e cuidado com tudo que envolve o tema Esporte no

Brasil. O que está muito longe de acontecer quando constatamos os critérios, ou a falta deles, que foram usados para a escolha do novo ministro. Infelizmente, há anos, o Ministério do Esporte é usado na barganha política. Nem mesmo uma familiaridade com o tema é observada. Às vésperas das Olimpíadas, a Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral”. “Penso que o ministro mostrou um caminho e estendeu a mão à comunidade esportiva reativando uma comissão, que estava inativa, para que ela traga uma voz representativa do atleta olímpico, do atleta paralímpico e até de modalidades não olímpicas. Eles poderão trazer sugestões e reivindicações. Hilton mostrou disposição de ter os atletas como parceiros diretos na sua gestão”, comentou Lars após aceitar o convite.

Taça Comodoro

Sábado 14/03/15 Regatas – Snipe, Dingue e Hobie Cat 16 (1ª etapa) Domingo 15/03/15 Regatas – Snipe, Dingue e Hobie Cat 16 (1ª etapa) Sábado 11/04/15 Regatas – Snipe, Dingue e Hobie Cat 16 (2ª etapa) Domingo 12/04/15 Regatas – Snipe, Dingue e Hobie Cat 16 (2ª etapa) Sábado 25/04/15 Regatas – Optimist e Laser (2ª etapa) Domingo 26/04/15 Regatas – Optimist e Laser (2ª etapa)

Realizado pelo Yacht Clube da Bahia desde o último final de semana de fevereiro, a Taça Comodoro, é aberta a todos os barcos das classes Optimist, Laser, Dingue, Hobie Cat 16 e Snipe e vai até o fim de abril. Confira a programação e participe! Sábado 28/02/15 Regatas – Optimist e Laser (1ª etapa) Domingo 01/03/15 Regatas – Optimist e Laser (1ª etapa)

Durante o 43º Campeonato Brasileiro de Optimist no Rio de Janeiro, o velejador pernambucano Hans Hutzler foi reeleito presidente da Associação Brasileira da Classe de Optimist (ABCO). O mandato segue até o Brasileiro de 2017. O objetivo de Hans é continuar o trabalho de reestruturação financeira e administrativa da classe. Para os próximos anos, a Associação pretende atualizar o regulamento da classe em vários aspectos, inclusive com relação ao formato de classificação para os campeonatos internacionais e com relação à estrutura mínima a ser oferecida pelos clubes candidatos a sediar campeonatos regionais e nacionais (caderno de encargos). Outra área que a Associação pretende incentivar é a criação e resurgimento de flotilhas de Optimist. “Nosso objetivo é aumentar a cada ano o número de velejadores na classe”, finalizou Hans Hutzler. Pernambuco ainda conta com outros dois nomes na nova direção da Associação - Gésio Lira, no Conselho Fiscal, e Ted Monteiro, no Conselho Técnico. Presidente: Hans Hutzler - PE Vice presidente nacional: Ricardo Didier - SP Vice-presidente internacional: Edgar Plentz - RS Secretário Nacional: Flávio Patrício - DF Tesoureiro: Dionisio Durieux - SC Conselho Fiscal 1. Gesio Lira - PE 2. Otaviana Oliveira - BA 3. Luis Otávio - RJ Conselho Técnico 1. Frederico Monteiro - PE 2. Caco More - RS 3. Guilherme Born - RJ

Quer tripular na Volvo Ocean Race? Já pensou em fazer parte da tripulação de um barco da Volvo Ocean Race? A equipe Alvimedica, está leiloando oportunidades para interessados em integrar o time durante a passagem da regata pela cidade de Itajaí, em abril. A melhor notícia, no entanto, é que todo o valor arrecadado será destinado ao tratamento de crianças com problemas cardíacos do Hospital Infantil Pequeno Anjo, de Itajaí. Os interessados em participar do leilão poderão escolher entre duas modalidades. Na primeira, chamada de “Jump Seat”, quem der o maior lance integrará a equipe no momento da largada oficial, que partirá de Itajaí, no dia 14 de abril, com destino a cidade de Newport, nos Estados Unidos. O novo tripulante poderá permanecer a bordo durante toda a área costeira, quando os barcos ainda estão muito próximos uns dos outros e geralmente acontece a maior troca de posições. Depois de completar o percurso próximo à costa, o visitante é resgatado por um barco de apoio e permite que o barco siga para o alto-mar. A vaga única na modalidade “Jump Seat” tem lance inicial de 2 mil dólares e teto máximo de 15 mil dólares.

Sua chance de velejar um VOR é essa! A segunda modalidade “Pro-Am Race” terá de cinco a seis vagas disponíveis e os maiores lances darão direito a participar da regata “In-port”, que está marcada para acontecer no dia 18 de abril. Cada vaga começa com lance inicial de 3 mil dólares com o mesmo teto máximo. Qualquer pessoa pode participar do leilão e os lances devem ser feitos, até o início de abril, pelo site da equipe (em inglês): www.teamalvimedica.com/auction A melhor notícia é que além de poder participar da maior regata oceânica de volta ao mundo, o montante arrecadado no leilão das vagas disponibilizadas será repassado ao Hospital Infantil Pequeno Anjo, vinculado à Fundação Universidade do Vale do Itajaí. Vai dar um lance? (Foto: Ainhoa SanchezVolvo Ocean Race)

Edival Júnior: Assumindo a delegação

A Chapa Renova Cabanga foi eleita para o biênio 2015/2017 para o Conselho Deliberativo do Cabanga Iate Clube de Pernambuco. A eleição apertada (199 votos contra 162 da Chapa Avança Cabanga), também foi realizada em clima de tensão. Após a eleição, Marcos Antônio Costa Medeiros, Comodoro da gestão anterior disse que foi agredido e prestou queixa na delegacia. Sob acusação de desvios, irregularidades na aprovação das contas, a oposição ainda reclamava que a atual gestão vinha se revezando há mais de seis anos no clube. Segundo Medeiros, “o sócio que provocou a agressão e que foi eleito na chapa vencedora tem longa lista de registro de ocorrências no clube e como agressão ao Comodoro é claramente definido no estatuto do clube com a pena de expulsão”. “Solicitei uma Auditoria a qual foi realizada por empresa internacional, com excelente reputação, chamada KPMG, cujo relatório final está à disposição de qualquer sócio na secretaria do clube não tendo no mesmo nada contra a minha pessoa”, completou Marcos em nota. A eleição foi presidida pelo juiz de Direito do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Dr. Sylvio Paz Galdino de Lima. Nela, foram indicados os 50% do Conselho Deliberativo. A outra metade será escolhida em eleição posterior. Nela, os Conselheiros eleitos escolherão o próximo Comodoro. “Parabenizamos a chapa vitoriosa e destacamos a forma democrática com que a eleição foi realizada. Agora é hora de união no clube”, destacou o presidente do Conselho Deliberativo, Luiz Alexandre Almeida. Alguns dias depois, a página do Cabanga na internet foi invadida por hakcers. Não se sabe se há alguma relação entre os acontecimentos e o site já voltou ao normal.

Site do Cabanga invadido por Hacker

Optmist: Marina, do Cabanga! Terminou dia 11/01 a Copa Brasil de Estreantes da classe Optimist, com 66 competidores na raia. Sediado pelo Iate Clube do Rio de Janeiro, contou com diversos estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Brasília. A velejadora pernambucana do Cabanga Iate Clube, Marina da Fonte (na foto) 12 anos, sagrou-se campeã conquistando além do primeiro lugar geral, o primeiro lugar infantil. O segundo lugar ficou com o carioca Bernardo Martins e o terceiro com o baiano Bernardo Pereira.

A Associação Brasileira da Classe de Optimist (ABCO) também convocou o treinador de vela do Cabanga Iate Clube de Pernambuco, Edival Júnior, para ser um dos treinadores da delegação brasileira que disputará o Sul-Americano de Optimist, em abril. A competição será realizada na cidade de Paracas, no Peru. Pernambuco ainda terá dois velejadores no torneio - Tiago Monteiro (segundo lugar geral do Brasileiro) e Marina Hutzler (terceiro lugar feminino). O Brasileiro de Optimist deste ano classificou os 11 primeiros velejadores masculinos e as quatro melhores mulheres da competição. (Fotos: Cabanga Iate Clube/Divulgação) Marina do Cabanga leva o título Opt

Brasileiro de HPE O IX Brasileiro de HPE acontece entre os dias 28 e 31 de maio, em Ilhabela. Para isso já foi confirmado o calendário de 2015 e o posicionamento dos Clubes participantes frente às Regras da Classe. Segundo Ann Viebig, os organizadores contam com uma grande participação e já se colocam a disposição intermediando barcos de aluguel, para os que não querem ou possam trazer seus barcos. Para a medição, Gordon Kunze, Medidor Oficial, aconselha: “Peça o agendamento de um Medidor, especificando as velas (ano de fabricação) a serem seladas, local, data para que a aplicação seja feita sempre com a presença de um responsável do barco”.

Novo livro de Izabel Pimentel

Santos - SP Santista de Monotipos Realizado pelo Clube Internacional de Regatas de Santos (CIR), com apoio do Iate Clube de Santos, aconteceu dia 21 de fevereiro, na Baia de Santos, a segunda etapa do Campeonato Santista de monotipos. Confira abaixo os resultados oficiais e as classes participantes :

kite

Fórmula Foil. O futuro chegou?

Já há algum tempo que as pranchas foil vem causando um boom no mundo do kitesurf. O kite foil tornou-se popular depois que um kitesurfista americano desafiou o barco Oraclee, na baia de San Francisco, e ambos com a mesma tecnologia foil atingiram velocidades similares durante essa Dingue disputa. A única diferença entre os dois foi 1º Vitor Sudbrack/Giovana Santos/Isabela o custo... Alves. Quem começou a desenvolver estas pran2º Alexandre Garcia/Sophia Ribau chas foi a Carafino, empresa radicada no 3º Isaias e Guilherme Menezes Havaí. A Carafino tinha o interesse de pro4º Sidney Moura/Maria Inês/Patrick Silva.

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diu usar estas pranchas como referência para desenvolver pranchas competitivas que pudessem atingir velocidades maiores, bom ângulo de orça e navegar em ventos fracos (a partir de 5 nós). E conseguiu rápido atraindo vários velejadores, patrocinadores e logo as regatas de Fórmula Foil foram acontecendo ao redor do mundo, fazendo com que todos os atletas americanos e muitos europeus, referências mundiais do kite race, migrassem para os foil deixando as corridas de Fórmula Kite de lado, ou participando de ambas. Alguns afirmam que o foilboard será o futuro das competições de race, embora saibamos que estamos apenas no começo do seu desenvolvimento. No Brasil alguns atletas vem testando e aderindo e quem veleja no foil afirma que é

Holder 1º João Marco Daher 2º Josué Henrique 3º Esdras e Elleon Silva Open Bic 1° Allan William 2º Marco Antonio 3º Alinson Santos Ranger 22 Veleiro Cooperação Snipe 1° Rafael Gagliotti/Andre 2º Kauê/Gustavo 3ºThiago/Leo 4º Marcos BudaClaudio Luiz Gregorio 5º Marcelo/Gabriel 6º Geraldo/Adonis.

Em seu mais novo livro, Izabel Pimentel mostra a força da mulher Classe Aberta Magnum: Leonardo Sanches, Marcos e não só na vela, mas na vida. Raphael Kasann

Izabel Pimentel nasceu no Mato Grosso do Sul. Filha de militar, teve sua infância dividida entre diversas cidades do país. Trabalhou como analista de sistemas no Brasil e em Portugal até 2006, quando aos 40 anos decidiu partir em busca de sua maior paixão: o mar. No mesmo ano consagrou-se a primeira brasileira a atravessar sozinha o Atlântico em um veleiro de apenas 21 pés. Depois, fez mais quatro travessias França-Brasil ou vice-versa e sozinha – ou em companhia de seus gatos. Participou da difícil regata Transat 6.5. Em dezembro de 2014 tornou-se a primeira brasileira e latino-americana a completar a volta ao mundo em solitário, somando assim, mais de 66 mil milhas navegando sozinha. Já escreveu outros 4 livros. Neste quinto, Izabel tinge a sua estrada com as cores da força, da emoção, da coragem e da paixão de uma mulher. É uma obra em que se vê a determinação de uma pessoa em alcançar uma meta, vencer obstáculos e seguir em frente, não desistindo nunca. “Águas Vermelhas” traz em fotos e textos, o registro de sua volta ao mundo. Obrigado Izabel, pelos feitos, e por mais esse livro! Para adquiri-lo entre em contato com Izabel através do facebok: www.facebook.com/izabel.pimentel.9

3 anos depois... e nada Em 18 de fevereiro completou três anos da morte de Grazielly Almeida Lames, de apenas 3 anos, atropelada por um jet ski, pilotado por um garoto de 14 anos, filho de um empresário em Bertioga. O processo tramita no Fórum de Bertioga ainda sem definição final. Os pais dela, Gilson Almeida, de 35 anos, e Cirleide Rodrigues Lames, de 27 anos, querem a punição dos envolvidos, entre eles, o dono do jet ski, o empresário José Augusto Cardoso Filho, proprietário de uma mineradora e de uma usina de tratamento de lixo.

Cusco Baldoso: Escola de Vela cresce

A escola de vela Cusco Baldoso cresceu. Quem acompanha o trabalho da empresa percebeu que Seu dono e instrutor, Juca Andrade tem precisado de outros veleiros, além do seu. A partir de agora a ampliação do número de barcos e de instrutores ampliou e muito a escola. As aulas do curso básico serão ministradas apenas no Guarujá e em São Paulo, na represa Guarapiranga. Para serão três barcos: o Grandpa (Fast 230), o Meltemi (Farr 32) e o Mais Bakanna (Fast 230). Os instrutores serão, respectivamente, Juca Andrade (Grandpa), Alan Trimboli (Meltemi) e Alexandre Dangas (Mais Bakanna). Já para as travessias de instrução (dois dias e uma noite a bordo) serão realizadas a cargo de Spinelli, capitão do veleiro Soneca (Samoa 34), a partir do Saco da Ribeira, em Ubatuba. Com ele ficarão, também, os Explores - imersão de uma semana a bordo, já com datas marcadas: o primeiro em abril e o segundo, em outubro. Todos os instrutores seguem a metodologia da escola e as aulas serão padronizadas, já que a escola possui metodologia própria. Além disso haverá travessias especiais, e em especial a Angra-Rio e a Rio-Angra, a bordo do veleiro Caulimaran II, de Ulisses Schimmels. Veja na página 05 o anúncio da escola e saiba como contatá-la.

duzir pranchas para diversão, para que os riders pudessem flutuar sobre as águas. Mas o mercado não respondeu e quando o foil estava prestes a ser enterrado, um pequeno construtor no sul da França deci-

uma forma mais prática, leve e divertida de se competir ou apenas navegar em mares mais agitados. (Foto:Damien Leroy) Nayara Licarião é hexacampeã brasileira de kitesurf, mora e veleja em João Pessoa


ALMANÁUTICA

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Perigo no mar

Floripa - SC

CURTAS

MERGULHO

Circuito SC

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O “Atrevida” será um dos mais antigos veleiros a competir no St. Maarten vivem Heineken Regatta.

(Parte II)

Esponjas: Essencialmente marinhas, desde a linha de maré baixa até profundidades de 6.000 metros. Incapazes de movimento e com o aspecto semelhante ao de várias plantas, apresentam o corpo poroso com formato e coloração variados e tamanhos que vão de 1 mm a 2 m de diâmetro. Fixam-se a rochas, conchas e outros objetos sólidos. Apresentam um esqueleto de sustentação formado de fibras irregulares de espongina, escleroproteína contendo enxôfre, daí o odor desagradável após algum tempo fora da água , combinadas com espículas calcárias (esponjas calcárias) ou silicosas (esponjas de vidro). Seu epitélio externo, formado por células finas e chatas, pode secretar substâncias químicas irritantes (peçonha) para a pele humana. O resultado de um contato com as espécies mais perigosas, onde suas espículas penetram na pele com a conseqüente inoculação da peçonha, é uma dermatite desagradável e/ou dolorosa com reações alérgicas e/ou inflamatórias. Ouriços: Endêmicos em várias regiões do mundo, são encontrados principalmente nas áreas costeiras, como os costões e praias, em especial nas rochas, no lodo e na areia. O corpo, que na grande maioria tem de 6 a 12 cm de diâmetro (sem contar os espinhos), é esférico e sua superfície apresenta pés ambulacrários, utilizados na apreensão e locomoção, brânquias (pápulas pequenas e moles), pedicelárias e espinhos pontiagudos. Os espinhos são móveis e estão dispostos com relativa simetria, sendo um pouco maiores no equador e diminuindo para os pólos. Um espinho comum, formado por um único cristal de calcita, é afilado, oco, quebradiço e não apresenta nenhuma glândula produtora de peçonha, mas pode possuir uma capa mucosa protetora contendo uma substância irritante. O contato brusco é acompanhado normalmente pela penetração do espinho na pele, produzindo desde uma ferida semelhante à ocasionada por uma “farpa” até uma lesão dolorosa e grave. As pedicelárias (pedúnculo longo e flexível cuja ponta apresenta três mandíbulas opostas e articuladas), características de todos os ouriços, apresentam-se de vários formas. O tipo mais perigoso, chamada de globífera, possui glândulas de peçonha, a sua função principal é a defesa. A penetração de espinhos na pele humana pode, nos casos mais sérios, ocasionar dor, edema e infecção. Uma picada de uma pedicelária pode produzir dor irradiada, parestesia e distúrbios respiratórios. A dor costuma diminuir após 15 minutos e desaparecer depois de uma hora. Felizmente, os acidentes com pedicelárias no Brasil são raríssimos. Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI

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A regata de aniversário dos 59 anos do Yacht Club de Ilhabela aconteceu em 7 de fevereiro e contou com a participação de 14 equipes, terminando com canoa de cerveja, claro!

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O Yacht Clube da Bahia realizou no final de fevereiro a Taça Comodoro 2015, para as Classes Optimist, Laser, Dingue, Hobie Cat 16 e Snipe.

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Entre os dias 13 e 22 de agosto na Marina da Glória (RJ) acontece o Aquece Rio International Regatta, o segundo evento teste para os Jogos Olímpicos de 2016.

Farofa de Banana

ro nas comidas, tendo por base a de farinha de mandioca, de milho ou a junção das duas. O pastor protestante francês Jean de Léry publicou no século XVI a “História de Uma Viagem à Terra do Brasil” relatando como os índios consumiam a iguaria: “Tomam-na com quatro dedos na vasilha e a atiram mesmo de longe com tal destreza na boca que não perdem um só farelo. E se nós, franceses, os quiséssemos imitar, não estando como eles acostumados, sujaríamos o rosto, as ventas, as bochechas, as barbas”. A seguir, uma receita básica, que pode ser modificada acrescentando ingredientes mais variados como milho, palmito, tomate, batata, lingüiça, couve, acelga, e o que mais sua imaginação (ou sobras) acharem conveniente...

Bananas em rodelas Farinha de mandioca e/ou de milho Óleo ou manteiga Bacon Cebola Alho Ovos Sal Salsinha picada

(Continuação da pág. 06)

Modo de Preparo Pique um pouco de bacon bem fino e mi-

Port Stanley : Jardins aparados e flores údo e frite em um pouco de óleo ou man-

-WSW de mais de 35 nós com rajadas de 45 na orça. Tivemos que capear durante 6 horas para poder descansar. Port Stanley. As casas, os jardins aparados feito bigode, tudo florido porque é verão. E então o hotel (Bom, seria melhor dizer a albergue...). Por lá a direção é invertida. Pubs e um supermercado: É simplesmente indescritível e refrescante no meio dessa terra árida sem vegetação tão pobre que precisam de um hectare de terra por ovelha para a criação. God Save the Queen! Se quiserem mais detalhes, venham me visitar no Facebook onde se encontram mais fotos e meu diário de bordo... Está em francês mas “Uncle Google” está sempre aí para ajudar. Bons Ventos!

Novo Guia Náutico Santos-Rio Zeus Team: Santa Catarina no topo BRA-RGS ficou com o Best Fellow, do comandante Leonardo Deboni que estreou na categoria. O Argonauta foi vice-campeão. O Massu I terminou em 3º, com Garrotilho em 4º, Açores II em 5º e Ursa Maior em 6º. Na HPE25, o título ficou com os gaúchos do Tereza, disputado palmo a palmo com o Força 12, de Arno Juk.

Resultados

Túnel do Tempo Em 1937 os velejadores e construtores de veleiros estavam em busca de um modelo de veleiro tipo “day sailer” que fosse mais prático, menor e mais confortável que o Star. John e George Barnes – construtores de sucesso - conheceram os arquitetos navais Rod e Olin Stephens e discutiram a ideia de um barco completamente novo com 19 pés, proporcionando espaço para uma família e uma construção simplificada, além de fornecer o alto desempenho exigido para uma classe one-design. Ao longo de 1936 e 1937, as equipes de Barnes e Stephens conversaram sobre o design do barco que se tornaria o Lightning. O casco #1 foi lançado em outubro de 1938 no Skaneateles Country Club (EUA) e usado como teste para o programa de desenvolvimento do Lightning. Já no inverno de 1938, o Barnes levou Lightning para o Boat Show New York City, e foi recompensado com inúmeros pedidos.

Uma boa farofa de banana, combina com quase tudo. E pra quem é realmente fã, pode até ser comida no prato. A presença da banana dá um toque caiçara ao prato, que dependendo da região pode levar farinha de milho ou de mandioca. E se você tem sobrando aquela farofa pronta comprada pro churrasco pode usar também. Nesse caso, claro, não coloque os temperos... Acompanhando bem o peixe, a carne, o frango, fazendo uma “cama” para servir aqueles camarões generosos, ou mesmo num simples feijãozinho, a farofa é um coringa na cozinha. Fácil e rápida de preparar, dá uma encorpada na refeição. E pode ser consumida quente ou fria. Só depende do gosto... A palavra farofa vem da língua africana – quimbundo – falofa, que designa a farinha de mandioca ou farinha de milho escaldadas ou torradas, geralmente passadas na gordura ou na manteiga. Sua origem é No Brasil em 1950 a flotilha de Lightnings controversa. Uns dizem estar registrada no disputava regatas no Rio de Janeiro, como período colonial consumida pelos escraregistrou o “Jornal dos Sports”: vos. Outros a ligam ao consumo indígena A polivalente farofa, em versão banana antes mesmo da chegada dos portugueses. E teria sido criada para substituir o tempe- Ingredientes

Geórgia do Sul de... cheiros!!! O silêncio? Desconhecido nessa região. Se não escutar as focas ou os elefantes marinhos discutirem na praia, é o vento esta uivando no estaiamento. É difícil de descrever esse lugar, e é ainda mais difícil de alcançá-lo, particularmente de uma maneira mais “selvagem” e menos “pasteurizada” como tivemos a sorte de poder fazê-lo. Cada dia que passa esse paraíso está virando um “parque de atração” e daqui a pouco só poderá ser visitado pelos crew ship com guias e sob controle da administração da ilha. Pode ser melhor para a ilha, mas é triste para a aventura. Na volta a travessia é sempre mais longa devido as correntezas circum-polares que freiam o barco de 0,4 a 2,5 nós, dos ventos variáveis e de orça. Voltamos em 6 dias. Os únicos “incidentes” significativos foram um rasgo na mestre na altura do terceiro rizo que Christophe e Alain consertaram navegando assim que o vento amançou, e uma tempestade que nos obrigou a capear. E vá costurar à mão, em pé, no “dog-house” e “trepado” na retranca, uma vela grossa com sete camadas... E isso velejando! No penúltimo dia, tivemos que enfrentar um vento de W-

Em fevereiro aconteceu em Jurerê, a 26ª edição do Circuito Oceânico da Ilha de Santa Catarina. Na C30, o Zeus Team (SC), do comandante Inácio Vandressen, venceu a regata e conquistou a vitória da competição. O Katana (SC), que vinha de uma fita azul na Volta à Ilha e do título na edição 2014 do Circuito Oceânico, acabou na segunda posição seguido pelo Caballo Loco (SP) e pelo Corta Vento (SC). Na ORC o destaque foi para o Itajaí Sailing Team, que venceu a regata Barla-Sota. Mas quem levou mesmo foi o Ângela Star VI, do comandante Peter Siemsem, que acabou confirmando o bicampeonato da competição. O Itajaí Sailing Team ficou em segundo, seguido por Absoluto (3º - SC), Melody 5 (4º - SC), Bijupirá (5º - RJ), Marlim (6º - RJ) e Dourado (7º - RJ). Já o título da

Já foi divulgado o calendário de regatas do Iate Clube do Natal. Confira em www.iateclubedonatal.com.br

Papo de Cozinha

Biblioteca de Bordo

teiga com alho e acrescente a cebola picada. Depois de frito coloque a banana que fcará menos tempo quanto mais madura for. Misture tudo e vá acrescentando a(s) farinha(s) mexendo sempre, deixando que fique bem umedecida. A farinha de milho tende a ressecar, e nesse caso você pode acrescentar um pouco de líquido (molho de tomate, leite, vinho branco, até mesmo água) para umedecer. Nessa faze você pode optar por colocar ovos já cozidos e picados, ou bater ovos crus numa vasilha e misturá-los aos poucos como em uma fritada (fica mais saboroso assim). Sal, pimenta do reino moída na hora. Apague o fogo e acrescente a salsinha picada. Sirva e espere os elogios...

ORC Geral 1º Ângela Star VI – 9pp 2º Itajaí Sailing Team – 11pp 3º Absoluto – 13pp 4º Melody 5 – 15pp 5º Bijupirá – 18pp 6º Marlim – 29pp 7º Dourado – 35pp C30 1º Zeus Team – 8pp 2º Katana – 11pp 3º Caballo Loco – 12pp 4º Corta Vento – 15pp

HPE25 1º Tereza – 6pp 2º Força 12 – 8pp RGS Geral 1º Flash Best Fellow – 6pp 2º Argonauta – 10pp 3º Massu I – 14pp 4º Garrotilho – 14pp 5º Açores III – 24pp 6º Ursa Maior – 31pp

Oficina do Capitão Limpando o Tanque de Diesel O Diesel contaminado é uma das principais causas do desgaste prematuro de componentes do sistema de injeção. Infelizmente muitas variáveis contribuem para esse problema. Por exemplo, o diesel armazenado a temperaturas muito altas, facilita seu envelhecimento e sedimentação. Os contaminantes mais comuns do Diesel são a água, as micro partículas e o uso indevido de combustível misturado. A presença de água, por exemplo, é causada pela condensação dentro de tanques, devido à variação de temperatura, ou até mesmo na utilização de combustível de origem não conhecida, com potencial presença de água. Micro partículas podem entrar no sistema por meio de tampas mal vedadas ou respiros sempre abertos. Outra coisa que contribui nesse quesito é o uso de filtros saturados, que já não impedem mais a entrada de micro partículas. Já o combustível adulterado pode ter um nível de mistura de biodiesel maior que o permitido pela legislação ou outros produtos não recomendados, como por exemplo, metanol e querosene, entre os mais comuns. A sedimentação causada pela elevação da temperatura tende a deixar uma borra no fundo do tanque, que tende a se acumular ao ponto de entupir o pescador, e mesmo entupir as mangueiras de saída, podendo em casos extremos passar pelo filtro racor e chegar ao motor. Por todos esses motivos, uma boa limpeza do tanque de combustível faz-se necessária a cada ano. O processo embora trabalhoso seja bem simples. Você deve ter uma tampa de inspeção obrigatoriamente. Caso não tenha, vale à pena fazer uma (de pelo menos 20 a 25 cm de abertura para caber um braço e uns bons pedaços de pano).

Esgote o tanque e descarte o diesel que havia nele. Use panos limpos (vai precisar de bastante!) e que não deixe fiapos ou outras partículas para limpar o tanque. Elimine a borra e limpe bem as paredes, lavando no final com diesel novo e não usado. Nunca use água e sabão ou outro produto, o que pode desencadear um novo processo de contaminação. Esgote novamente o tanque e enxuguem bem com um pano limpo até não ver mais nenhum tipo de sujeira nas paredes. Se possível troque as mangueiras e os filtros, racor e de diesel do motor.

Dicas importantes: ** Mantenha o tanque cheio à noite ** Faça a drenagem do filtro racor antes da utilização ** Limpe o tanque de combustível a cada ano ** Os filtros diesel e racor devem ser trocados de acordo com a indicação do fabricante do motor ** Nunca compre óleo diesel de terceiros e não armazene em casa sem os devidos cuidados

Hélio Magalhães lança seu mais novo guia náutico: Santos - Rio Um Roteiro pelo Mar. Como diz o título, é um guia para quem pretende conhecer cada pedacinho do trajeto entre a Baía de Santos ao Rio de Janeiro. Paraibano, ele navega desde os oito anos de idade. Aos 13 anos ganhou sua primeira embarcação, uma jangada típica da praia do Poço, na Paraíba. Foi nela que aprendeu, com os mestres pescadores da região, a desvendar os primeiros mistérios da navegação. Hoje – após mais de 110 mil milhas – ele se dedica a sua empresa de charter, a Latitude Charter. Sua verdadeira aventura começou aos 42 anos, já com um histórico de navegadas em mar aberto: Deixou tudo para trás e decidiu viver em um barco, e começou a colocar em prática a idéia de escrever guias náuticos. Esse não é seu primeiro. Antes vieram dois, que cobrem o litoral da Bahia em cada cantinho. “Numa dessas ocasiões de charter, fui ao Caribe e vi com meus próprios olhos o desenvolvimento que o turismo náutico levou para aquela região. Vi navegantes de todos os lugares e bandeiras utilizando guias para viajar e me perguntei porque o Brasil não estava na lista dessas pessoas como destino de suas navegações”, explicou Hélio.

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O guia recém lançado é recheado de boas novidades: São 360 fotos e mais de 130 ancoragens. Com o guia, é possível saber tudo sobre cada uma delas, com dicas, marinas e suas infraestruturas, inclusive mapas e croquis. Com dicas preciosas que só quem foi pessoalmente em cada lugar pode falar, o guia também é cheio de histórias e causos. “Foram quatro anos e meio de levantamentos e pesquisas. As praias, cachoeiras e outras maravilhas que encontrei nesse pedaço tão lindo de Brasil são simplesmente deslumbrantes”, contou Hélio. Você encontra essa e outras obras sensacionais na mais confiável livraria da web, a Moana Livros. O site está sendo reformulado para ficar ainda melhor, até lá compre por telefone ou pelo Facebook! (012) 3633-6800. Ligue já! www.facebook.com/moanalivros


ABVC

INFORMATIVO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO

Palavra de

PRESIDENTE Prezado Associado da ABVC, Vamos velejar mais com nossas embarcações! Está faltando tempo? Falta companhia? Venha velejar com a ABVC! A ABVC está empenhada, através do trabalho voluntário de nossos Vice-Presidentes regionais, no incremento dos eventos, principalmente passeios, encontros em flotilha e palestras. Só no início deste ano, já foram realizados dois novos cruzeiros: o Cruzeiro Volta da Ilha Grande e o Cruzeiro Forte São João. Além disso, em julho está programado mais um, o primeiro internacional da ABVC, o Cruzeiro Internacional da Croácia. Vários cruzeiros regionais já estão confirmados para este ano: Cruzeiro Costa Verde, Cruzeiro Costa dos Tamoios e o Cruzeiro Hidrovia Tietê-Paraná (Cruzeiro Caipira), este último com realização bienal. Também estão programados diversos passeios e expedições (eventos curtos de navegação em flotilha de 1 a 4 dias). Calendário de eventos da ABVC Para facilitar o planejamento dos associados, já está publicado no site da ABVC o calendário anual de eventos da ABVC, inclusive contendo os eventos regionais. Ocorreram algumas mudanças importantes no calendário de cruzeiros. O Cruzeiro da Costa Leste, que é bienal, terá sua próxima edição deslocada em um ano, pois sua realização coincidia com a troca da comodoria em alguns clubes importantes do percurso. Assim, sua próxima edição será em 2017. Por este motivo, a próxima edição do Cruzeiro Costa Sul também será deslocada em um ano, sendo realizada em 2016. Anuidade 2015 O valor da anuidade para inscrição realizada até 31 de março 2015 é R$ 234,00. Após esta data passa para R$ 259. No momento da inscrição o associado pode optar por fazer uma doação extra no valor de R$75,00 e ganhar o livro de Hélio Magalhães”, numa edição especial feita para a ABVC do Guia Santos Rio – Um roteiro pelo mar (o valor do frete será cobrado à parte). Mas atenção, existem somente 200 exemplares disponíveis. Desejo a todos um excelente ano se 2015 e desde já coloco-me à disposição dos associados para, juntos, continuarmos a construir uma associação melhor a cada dia! Bons ventos!

Volnys Bernal

Presidente da ABVC

Especial para associado Santos-Rio: Um roteiro pelo mar O velejador Hélio Magalhães está lançando o Guia Náutico “Santos Rio – Um roteiro pelo mar” sobre os detalhes da navegação e ancoragens entre Santos e Rio de Janeiro. Existe uma edição especial ABVC que será disponibilizada aos associados em condições especiais os que pagaram a anuidade de 2015 (veja acima).

Cruzeiro Forte São João - 450 anos da Expedição Estácio de Sá O Cruzeiro Forte São João comemorou os 450 anos da expedição de Estácio de Sá para o povoamento do Rio de Janeiro. Estácio de Sá partiu do Forte São João de Bertioga rumo ao Rio de Janeiro com o intuito de ocupar a região que estava sob o domínio dos franceses. Sua chegada foi em 1º de março de 1565, quando foi iniciada a construção do Forte São João da Guanabara, marco da fundação da Cidade do Rio de Janeiro. A organização do Cruzeiro teve colaboração de historiadores em fortificações, com o intuito de divulgar o patrimônio histórico e cultural. O Cruzeiro teve início em Bertioga (SP) com uma solenidade organizada pela Prefeitura de Bertioga que reuniu diversas autoridades: Prefeito de Bertioga José Mauro Orlandini, o General de Brigada João Chalella Júnior, o Capitão dos Portos de São Paulo Ricardo Gomes e os historiadores Cel. Art. Ref. Élcio R. Secomandi e a Profa. Dra. em História Social da Unisantos Clotilde Paul. A Profa. Clotilde Paul fez uma breve apresentação sobre o contexto histórico que marcou a expedição de Está- cio de Sá. A prefeitura inaugurou um marco comemorativo aos 450 da expedição. Os comandantes dos veleiros receberam do prefeito uma réplica do marco comemorativo, além do livro “Coisas de Bertioga”, da escritora Nazareth Moreaux. Após a cerimônia houve a degustação da tradicional tainha espalmada, prato típico da região, no restaurante Sandy em frente ao Canal de Bertioga. Ao final da tarde, após a visita ao Forte de São João da Bertioga, o mais antigo do Brasil, onde os velejadores puderam apreciar a bela vista da praia e do Canal de Bertioga além da belíssima reprodução do quadro de Benedito Calixto onde Manuel da Nóbrega dá as bênçãos na partida expedição de Estácio de Sá, foi dada a largada do Cruzeiro. Antes, reproduzindo a tradição da época, cada veleiro foi abençoado pelo padre Sílvio Luiz. A navegação foi realizada em duas etapas: a 1ª etapa, de 20 a 22/fev, de Bertioga à Angra dos Reis, com participação dos veleiros Jazz IV (Volnys Bernal), Triunfo II (João Peralta), Kilimanjaro (Philippe Gouffon), Serenata I (Hélio Solha) e Malagô (Juca Andrade, somente na largada), e a 2ª etapa, 28/fev e 1º/mar, de Angra dos Reis ao Rio de Janeiro, quando foi integrada à flotilha os veleiros Napoleão (Maurício

Comandantes e tripulantes reunem-se na Marina Piratas com a bandeira do cruzeiro Napoleão) e TYR (Matheus Eichler). A maior parte da navegação entre Bertioga e Ubatuba foi noturna. Com pouco vento e contra,, chegaram no início da manhã seguinte na Ilha de Anchieta, onde foi realizado um churrasco. No dia seguinte, antes dos primeiros raios de sol, a flotilha partiu para a marina Piratas, onde foi muito bem recebida. No sábado seguinte, a flotilha partiu para Palmas (Ilha Grande) e depois seguiu para o Rio de Janeiro. O combinado era estar no través do Forte de Copacabana às 6h30 para que a flotilha se juntasse ao Navio Veleiro Cisne Branco. Com uma travessia noturna agitada pelo tempo ruim com chuva no início, a flotilha chegou meia hora mais cedo do horário combinado. Às 6h30 o Cisne Branco foi avistado, imponente como sempre e,

O Cruzeiro foi organizado pela ABVC e pela Prefeitura de Bertioga com apoio do Centro de Capacitação Física do Exército – Fortaleza de São João, Marinha do Brasil, Iate Clube de Santos, BR Marinas e Iate Clube do Rio de Janeiro, com a colaboração do Laboratório de Tecnologia de Desenvolvimento Social (LTDS) da COPPE/ UFRJ, ICOFORT-Brasil, historiadores Cel. Elcio Secomandi, Profa. Dra Clotilde Paul e Marisa Egrejas, Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS), SOAMAR Santos e Fundação Cultural Exército Brasileiro (FUNCEB).

Flotilha chegando ao Rio de Janeiro

CONVÊNIOS Veja outros no site: ABVC recebe homenagem do Gen. Brasil IATE CLUBES em flotilha, foi ultrapassado o morro do Pão de Açúcar exatamente às 7h35, no momento dos tiros de canhão vindos de terra. O Cisne Branco respondeu também com uma salva de tiros. A flotilha do Cruzeiro foi em direção à Praia de Fora, onde Estácio de Sá desembarcou. Em seguida contornou o Morro Cara de Cão e ancorou na Praia de Dentro, onde foi recebida pelo Cel. Thadeu Marques de Macedo e pelo Gen. Brasil. Em uma breve cerimônia, a ABVC foi agraciada com uma belíssima placa e os velejadores com uma medalha comemorativa aos 450 anos da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Após a visitação à Fortaleza de São João, os participantes participaram do jantar de encerramento.

- Aratú Iate Clube - Cabanga Iate Clube - Iate Clube Guaíba - Iate Clube de Rio das Ostras - Iate Clube do Espírito Santo - Marina Porto Bracuhy - Iate Clube Brasileiro - Jurujuba Iate Clube DESCONTOS

Brancante Seguros 7Mares Equipamentos Botes Remar Coninco - Tintas e Revestimentos Ship’s Chandler: Loja Náutica em Paraty Enautic : Loja Náutica Virtual Divevision Loja Virtual Veleiro Cisne Branco: Salva de tiros E muitos outros. Consulte nosso site para saber dos detalhes de cada parceiro. Caros colegas velejadores, Seja sócio da ABVC: você só terá vantaComo associado da ABVC, quero agradecer o empenho do companheiro de mar e vela Maurício gens. Se já é associado, traga um amigo!

Carta

Napoleão pelo bom desempenho nos trabalhos à frente de nossa associação. Sua atuação de forma voluntária e responsável foram o ponto alto de sua administração a qual vimos os frutos nos eventos com sucesso realizados em sua gestão. E por intermédio deste Boletim Oficial quero desejar ao novo presidente Volnys Bernal e família, felicidades em sua nova empreitada. que acredito, não será fácil mas prazerosa, pois é muito legal trabalharmos e fazermos o que gostamos. Acho também que a ABVC tem cumprido o seu papel de desenvolver a vela de cruzeiro com companheirismo atuante, informação, normas de segurança e intercâmbio junto aos clubes do Brasil e agora exterior. Nota 10! Abraços e bons ventos! Bernardino M. Ramalho Veleiro Manos Rex-PIC-ICRJ

Midias Sociais

Nosso fórum ou lista de discussão, funciona no Yahoo Grupos. Se você é associado e ainda não participa, basta enviar um e-mail para abvc@yahoogrupos.com.br e solicitar a participação. Estamos também no FACEBOOK. Lá não é preciso ser associado para participar. Conheça e participe!

O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.


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