ALMANÁUTICA
PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!
Informativo Brasileiro de Vela e Esportes do Mar – Ano VI – nº 33 – novembro/dezembro 2017
www.almanautica.com.br ISSN: 23577800 33
Leia nesta edição:
Onde foi parar o monumento a Amyr Klink? E mais! Dicas para instalar bem o VHF no barco Competições Cruzeirismo Volvo Ocean Race: confusão na largada Colunistas especializados Calendário Nacional Mulheres na vela FEVESP inova agrupando Classes e muito mais!
ALMANÁUTICA
2
EDITORIAL
Só boas notícias
N
uzman preso, digo, solto, digo preso. Sei lá... Fico imaginando quanto dinheiro se perde nos desvios aqui e ali e quanto nosso esporte poderia ter se beneficiado. Enquanto isso outras pessoas – e são essas que devemos dar voz e mostrar – trabalham com boa vontade – alguns com mais outros com menos recursos em escolinhas de vela pelo Brasil. Que o digam Ilhabela, Lago de Itaipu, BSJ – Barra de São João, entre outras, e mesmo clubes tradicionais com seus Optimists. De alguns anos pra cá o trabalho sério em prol de projetos de vela jovem e olímpica também mostram que existe a tal luz no fim do túnel. São exemplos positivos e de investimento no futuro que devem nos inspirar. Não vejo muito no Facebook – primordial fonte das lamúrias do brasileiro intelectualóide e espaço ocupado pelos oráculos do dia seguinte ou pelos sábios de plantão – fomentarem a propaganda e os compartilhamentos de coisas boas. Quando noticiamos um projeto social temos um tanto de acessos. Quando noticiamos um naufrágio com morte, 20 vezes mais. Estatisticamente, o ser humano tem necessidade de aceitação e de atenção, e a vitimização é um processo no qual chama a atenção sobre si. Quando somos maltratados numa loja, contamos para 6 a 8 pessoas, mas quando somos bem tratados 1 a 3 apenas. É preciso reagir contra essa tendência humana. Como disse Chico Xavier (ou André Luiz se preferir), não podemos impedir que uma ave de rapina voe sobre nossa cabeça, mas podemos impedir que ela faça ninho nela. É preciso um exercício diário para mudar o que somos, e para melhor. A crítica é benéfica, a denúncia necessária, mas focar apenas nisso não constrói nada. Apenas soma à situação que queremos mudar. Proponho um exercício: sempre que você entrar no Facebook, depois de fazer o que quer fazer, por último, procure algo positivo e compartilhe. Quem sabe isso pode “contaminar” outras pessoas e tornar o dia – e a vida delas – melhor? Aqui no Almanáutica (e no site também), procuramos dar espaço a essas iniciativas que fazem um mundo melhor. Se você conhece alguma pode mandar pra gente ajudar a divulgar: falecom@almanautica.com.br
Murillo NOVAES Nem só de Volvo vive o homem Olá querido amigo e queridíssima amiga de alma mais que náutica. Eis que agora, no coração das Zorópias, onde vim ver minha filhotinha eslovaco-brasuca Isabela aqui em Bratislava, me ponho a refletir sobre os acontecidos da última – e maravilhosa! – semana em águas espanholas. Teve de tudo. E, claro, o ápice foi a largada de mais uma Volvo Ocean Race na solar Alicante. Pra começar tive o prazer de me juntar ao meu amigo Valter Mendes, no seu Beneteau 50, My Bless, com todo seu conforto e hospitalidade desde os tempos de excursões caribenhas (eu recomendo!!) para dar um velejo dos deuses entre Valência, Formentera, Ibiza e Santa Pola, 10 milhas ao sul de Alicante. Valtinho, tu é o cara!! Muchas gracias! Para fechar com chave de ouro, ainda hospedamos a bordo os pais da Martine, também conhecidos como Torben e Andrea Grael e demos uma esticadinha nota mil à ilha da Tabarca logo ali defronte ao cabo de Santa Pola. Deus existe! E gosta das translúcidas águas do Med. Eu também! No entanto, o ponto alto da jornada hispânica deste périplo europeu foi, sem dúvidas, a largada da Volvo. O motivo maior de minha vinda ao velho mundo, obviamente. E novamente – é a quarta vez que Alicante vê o zarpar da aventura – a festa não decepcionou. A vila da regata, assim como em Itajaí, se torna o epicentro da cidade e os milhares de visitantes alegres deixa
Scheidt diz adeus. Diz?
Ricardo Amatucci - Editor
Crônicas Flutuantes Um homem voador Doravante JK. JK Morreu! Causa de quê? Por um tempo não se soube. Boatos de ter sido disto ou daquilo, porém, só assim, sem antecedentes fidedignos. Sujeito bacana, sujeito muito bacana; houvera tempo suficiente teríamos nos tornado bons amigos. Chegou na ilha lá pelos inícios dos noventa. Um dia espichei pela gaiúta e dei direto na direção do barquinho cor-de-rosa, uns sete metros, não mais. YAHELKA: chamava-se assim. Nenhum bote amarrado, indicativo de ausências a bordo. Sem bandeira. Mas havia uma corda pendurada por detrás. A corda indo assim, para o fundo d’água. Nisso vejo abrir a única gaiúta do barquinho e surgir uma cabeça curiosa. Estávamos à distancia de conversa. Primeira pergunta minha foi se queria carona pra terra, mas JK tinha como ir. Puxada a corda na popa, em sua ponta surgiu uma prancha muito surrada. Meu novo amigo havia escutado muitas conversas sobre as artes do furto tão virtuosamente desenvolvidas por essas latitudes e para não ter surrupiado seu transporte afundava-o quando ia dormir. Antes dali JK passara uma boa temporada em Póvoa do Varzin, cidade lusitana às margens
do Atlântico, oceano que não se contenta em banhar só o Brasil, como muitos por aqui pensam, mas banha também outras terras mais ou menos desusadas. E JK aprendeu um português da terrinha que ia permitindo colóquios bastante satisfatórios, mesmo porque Póvoa é terra natal de Eça de Queirós, um escritor russo de 1650 acho, mas não tenho certeza, que escreveu a história de um padre criminoso que absolutamente não vem ao caso. Segue uma pequeniníssima biografia. JK viu por primeira vez a luz do dia na ex Tchecoslováquia em 1946, porém deixou Praga em 1968 em plena primavera. Naturalizou-se no país dos bancos, Suécia ou Albânia, não tenho certeza, as memórias me estão a fraquejar. Atleta de primeira linha foi campeão suíço de slalon e medalha de prata pela Suíça na modalidade num campeonato mundial. Professor de geometria descritiva na universidade de Zurich – fiquei surpreso em saber que Zurich ficava ou na Suécia ou na Albânia; lamentável, mas desculpável, porque as gentes aqui por estas bandas do mar Atlântico não estão lá muito forte em geologia –, exímio desenhista, cartógrafo e glaciologista. Projetou e construiu seu YAHELKA num canto de quintal e, segundo me contou, teve logo de cara a pior das tempestades durante suas investidas
o clima irresistível. Desde que nasceu, em 1973, sob a alcunha de Whitbread, a hoje Volvo Ocean Race povoa o sonho de milhares de velejadores mundo afora e é o cume da carreira de qualquer profissional da vela que se preze. Prova maior são os jovens participantes medalhistas de ouro no Rio 2016, como a própria Martine Grael (no Akzo Nobel) e os kiwis Pete Burling (Brunel) e Blair Tuke (Mapfre), que depois dos jogos ainda fizeram um pit-stop nas Bermudas para ganhar nada menos que a America’s Cup também. Caraca!! Desde a primeira edição, 161 barcos e mais de dois mil tripulantes já participaram da regata e apenas três tiveram a honra de vencer três vezes: Mark Christensen, que ganhou em edições consecutivas, de 1997 a 2006, e os dois capitães de turno de Torben na vitória de 2009, no Ericsson 4, Stu Bannatyne, que está velejando no Dongfeng nesta edição e Brad Jackson, que velejaria no Akzo Nobel. Bem, aí estra o anticlímax da coisa... Um dos... Não bastasse a súbita e inesperada demissão de Mark Turner, CEO da empresa Volvo Ocean Race, esta de propriedade da Volvo Cars e do Volvo Group AB, por divergências quanto ao futuro do desafio e os investimentos necessários para isso, incluindo o novo barco, novo calendário, portos, etc., ainda rolou o imbróglio do time Akzo Nobel. O único a ter brasileiros no barco, Joca Signorini e Martine. Coisa de amadores em um ambiente que deveria ser super profissional. A coisa toda começou quando a empresa contratou o holandês, grinder (girador de manivela) de duas America’s Cup, Simeon Tienpont como skipper e, mais, como o gerente de todo o projeto da equipe por meio de sua empresa. Tienpont, que não possui nenhum grande título de expressão individualmente, fez parte
da jovem equipe ABN AMRO 2, em 2005, e na última edição, estava a bordo do Vestas, protagonista do antológico acidente nos recifes de Cargados Carajos. Não bastasse, esteve também envolvido – sem ser oficialmente acusado, diga-se –, no escândalo das bolinhas de chumbo adicionadas fora da regra no AC45 da Oracle na America’s Cup de 2012. No mínimo, um pé frio... Bem, acontece que o cara, segundo fontes me revelaram in loco, “além de ser um mau timoneiro, não tinha liderança nenhuma sobre o time”. Talvez por isso, e dizem as más línguas, por questões envolvendo parte dos 15 milhões de Euros de investimento da Akzo Nobel na regata, ele, ou melhor, sua empresa, foi posta para fora do projeto. Acontece que nenhuma mente brilhante no patrocinador se lembrou de fazer um acordo para isso, já que tudo envolvia contratos firmados anteriormente. Entrementes, o time anunciou Brad Jackson como novo skipper para alegria da nação velejeira. Só que Tienpont foi na justiça comum com seu contrato e ganhou o direito de voltar. Resultado: Jackson e seus companheiros de Ericsson 4, a parte mais experiente do time de vela, que incluía o navegador Jules Salter e o brasileiro Joca, para nossa tristeza, pularam fora. Martine, para honrar o patrocinador e o resto da tripulação embarcou até Lisboa, a princípio. Jornalistas não gostam de previsões, preferem os fatos e, por isso mesmo, não arrisco dizer nada. Apenas, como torcedor, gostaria que Martine ficasse e que Joca voltasse para podermos exercer nossa verde e amarela paixão pela vela nesta maravilhosa aventura que é a VOR. Quem viver, verá!
Casal que veleja unido, abandona ciclo olímpico unido! Scheidt e sua esposa Gintare anunciaram que estão fora das Olimpíadas. “Tenho que ter muita gratidão pela sorte de ter encontrado Gintare Scheidt Volungeviciute na minha vida. Estamos juntos em tudo, inclusive na decisão de não participar da Olimpíada de Tóquio 2020. Mas com a mesma paixão pela vela que sempre nos motivou”, postou Scheidt no Facebook. Já Gintare disse: “Hoje eu e o Robert fim as nossas estradas olímpicos, mas navegar será sempre o desejo da nossa família. Bons ventos para todos vocês”. Ela fez parte da equipe olímpica da Lituânia por mais de 15 anos. Robert Scheidt agora com 44 anos sente o peso da idade. Ele mesmo assumiu isso ao explicar porque desistiu da 49er e está
voltando para a Star. “Sofri com algumas lesões nessa temporada e o período de recuperação não é mais o mesmo. Eu precisaria de muito mais tempo de treino para chegar competitivo em 2020 e, nessa altura da vida, não quero abrir mão da família”. Ele compete na SSL Finals, em dezembro, onde já foi campeão logo no ano de estréia, e formará dupla com Henry Boenning Apenas ara citar os principais títulos de Scheidt: bicampeão olímpico - Atlanta 1996 e Atenas 2004 na Laser, além de Prata em Sidney 2000 (Laser) e Prata em Pequim 2008 (Star). É 15 vezes campeão mundial, 12 na Laser e 3 na Star, e Tricampeão nos Jogos Pan-Americanos: Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Mar del Plata 1995, todos na Laser. Mas há muitos bronzes e pratas mais...
Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com
Coluna do escritor José Paulo de Paula contra a burocracia de legalizações para objetos flutuantes daquela magnitude (Ah!, se fosse por aqui...). De acordo com JK YAHELKA era daquela cor por ter, o cor-de-rosa, dentro do espectro visível ao olho humano, as melhores chances de ser detectado por sobre as ondas – cabra sabido mesmo o JK; eu sempre pensei que era o verde limão, mas nós por aqui não somos muito versados em biologia. Dentro do barco havia um lugar pra dormir, outro para mantimentos, mapas, um sextante e pouca coisa mais... livros; sacos plásticos cheios de ar por baixo de tudo tornavam seu veleiro inafundável. Havia também uma mochila de aspecto suspeito. Drogas talvez! Nada disso: JK era, além de tudo, um ser voante. Subia morros, colinas e montanhas com aquela mochila às costas e saltava liberando lá de dentro uma espécie de paraquedas dirigível. Assim andava pelos ares a imitar as aves. Muitas vezes foi lá em casa para o almoço ou apenas umas cervejas, sempre com bons dedos de prosa à tira colo. Levou a cabo uma interessante pesquisa sobre que hora seria “depois-do-almoço” pois, muita vezes, marcava encontros para essa hora até então sua desconhecida. Fez muitos amigos, arrumou uma boa companheira, não gostava quando pessoas usavam óculos escu-
ros – queria ver-lhes os olhos – se importava verdadeiramente com minorias descriminadas, com atentados humanos à natureza e tinha notória aversão às fronteiras e a preconceitos. Em certo sentido era um misantropo. Velejamos juntos algumas vezes e aprendi muito com ele. Um dia o Saco do Pequeá amanheceu sem o barquinho cor-de-rosa. Anos depois, 1999, uma carta de sua irmã com notícias. JK, doravante Jan Karel, ia planando pelos Alpes suíços – ou seriam suecos... albaneses talvez... preciso me dedicar mais à semântica. Um vento fora dos conformes, um redemunho perverso, ou uma falha técnica na mochila voadora, não se soube... Jan Karel deixou um livro chamado “Eu não encontrei o paraíso” (tradução do dr. Google), 80 páginas, Editora Pribram 2001. Quem quiser saber um tiquinho mais sobre JK e seu YAHELKA pode tentar www.yatching.cz/magazin/actuality_072.html ... Só tem que está em theco, ou será italiano?... ando fraco em hermenêutica. José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador, violeiro, cervejeiro artesanal e autor dos livros “É proibido morar em barco” e “Divã Náutico” que podem ser encomendados em zepearte@gmail.com
Umas e Outras
Histórias de um navegante im pre ciso
a lio Vian Por Hé
Programa cinco cocares A ilha Grande, na Costa Verde, litoral sul do estado do Rio de Janeiro, além de boas ancoragens é bem servida por um sistema de trilhas. Uma clássica, saindo da vila do Abraão, é a estrada que vai dar na praia de Dois Rios, onde ficam as ruínas do presídio. São 2,30h de caminhada para vencer os 4 km de subida e o mesmo tanto de descida até o mar aberto. Saímos de manhã cedo (eu e Mara, mais Suzy e Renato do veleiro Samba), com ideia de comer um peixe no barzinho da Tereza, tomar um banho de mar e outro no rio e voltar ao entardecer. Fui de sandálias Havaianas, com um short largo e sem cueca. No meio do caminho já estava todo assado. Lá, o sonhado pf de peixe tinha acabado e só nos restou dividir uma posta de cavala, pros quatro! Na praia, atormentado com a volta, conheci o Mineirinho, que oferecia “carreto” de traineira para o Abraão. Renato e Suzy, ao ver o barco, voltaram a pé, como planejado. Mara também tentou me convencer, mas por cumplicidade embarcou no que seria uma tremenda canoa furada. Navegamos um tanto e o motor... morreu! O Mineirinho, à vista dos barcos que passavam, estourou alguns fogos de sinalização que, vencidos, só fizeram “ploft”. Jogamos a âncora e ela ficou pendurada no mar azul, com seus míseros dez metros de filame. Ficamos à deriva, junto com um grupo de jovens paulistas, alguns querendo voltar nadando. Mara notou uma leve brisa nos
empurrando para a ilha. A salvação foi nos revezar no único remo a bordo até dar com os costados, já no fim da tarde, na pequena, e linda!, enseada do Caxadaço. De lá seguimos o Mineirinho nos 4 km de volta a Dois Rios, onde ele tentaria, via rádio, um reboque para seu barco. Nos guias é uma trilha de esforço médio e fácil orientação, mas à noite, com uma lanterna fraquinha, de chinelos e com uma queimação entre as pernas, foi um martírio. Depois de uns biscoitos com refrigerante, mandamos outro tanto para os paulistas, ainda tínhamos os 8 km de volta ao Abraão. Dona Tereza nos deu a luz, improvisando uma lamparina com uma vela enfiada numa garrafa PET, de cabeça pra baixo. Exaustos, perto do bambuzal, foi aterrador escutar os urros dos bugios, parecia que a macacada queria nos comer vivos. Chegamos ao barco perto das 22h. Renato, que já havia dado o alarme aos Bombeiros e sabia que o resgate só retornaria de madrugada, viu o movimento, achou que estavam violando o MaraCatu e chegou de mansinho preparado para dar uma remada no invasor, que era este que vos escreve, caído no cockpit, todo assado e estropiado. Um autêntico programa cinco cocares, como diz uma amiga querida, em alusão ao “programa de índio”. Mas é fácil transformar este passeio em cinco estrelas: vá de tênis, não entre de gaiato no navio e sempre tenha uma boa proteção para os países baixos. Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos ventos e mantém o maracatublog.com
3
Eduardo Sylvestre Como expandir a vela no Brasil? Ministrando um curso no mês passado no Chile, fiz uma comparação com números de velejadores nos EUA e como eles estão fazendo para expandir a vela. Os números são expressivos: nos anos 80 eram 12 milhões de velejadores sem contar outras modalidades náuticas. Em 2009 este número caiu drasticamente para 2,6 milhões. Entre 2004 e 2012 as buscas no Google caíram 40% em pesquisas relacionadas a vela na América do Norte. Com isso a federação Americana de vela (USSailing) começou a promover mais capacitação para escolas de base, e dar impulso a projetos que unem vários tipos de classes e atividades como Open Bic, com 420, com windsurfe, stand up paddle, kite mesclando as aulas com o lado lúdico, divertido da vela. Isso tem dado resultado. E no Brasil será que temos algum dado náutico para podermos saber o que está acontecendo? Segundo a Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil no final de 2011 tínhamos um total de 650 mil amadores com carteiras válidas (Veleiro, Arrais, Mestre e Capitão Amador). Sabemos que a grande maioria dos velejadores entre 7 e 17 anos não tem habilitação, e só pensam em tirar depois dos 18 anos. Também no final de 2011, inscritos em todas as Capitanias de Portos brasileiros um total de 360 mil embarcações amadoras. Sabemos que embarcações miúdas menores que 5 metros sem propulsão mecânica não precisam de documentos da marinha, o que nos mostra que a maioria dos Optimist e Laser não obrigatoriamente estão nestes números. Hoje segundo a própria DPC são 870 mil amadores habilitados com carteira (dados de 30/9/2017), e um total de
520 mil embarcações registradas. Porém creio que o número ligado a veleiros não deve passar de 5 % (puro achismo) e isto sendo extremamente otimista, caindo para 1,5 % se pensarmos em velejadores praticantes (pequenos veleiros + veleiros grandes + windsurfe e Kite) o que deve ser por volta de 7 mil veleiristas (opinião de 4 técnicos de vela com os quais conversei). Como podemos entender estes números? As embarcações amadoras no Brasil cresceram 46 % nos últimos 6 anos? (Número oficial da DPC) E o número de navegantes habilitados cresceu 33% no mesmo período? Talvez estes números possam estar refletindo a quantidade de Jets ou motos aquáticas em todo o Brasil o que também se reflete em números alarmantes de acidentes nos últimos 5 anos. Mas eu não vejo estes números impactando o crescimento da vela no Brasil. Hoje temos muito menos estaleiros voltados para vela esportiva ou recreativa que 20 anos atrás. O que temos é uma gama de veleiros importados e cada vez mais estaleiros fechando suas produções por aqui devido a crises e falta de vendas. Por sua vez, se analisarmos as escolas de vela, notamos que temos muito mais escolas de vela hoje do que 20 anos atrás. Temos hoje um grande número de projetos sociais espalhados pelo Brasil, alcançando um número expressivo de crianças e adolescentes que antes não teriam acesso ao nosso esporte e hoje não estão nas estatísticas pois não “possuem” embarcação nem participam de regatas oficiais da CbVela. Outro ponto interessante é tentar conhecer quais esportes competem diretamente com a vela e o que eles estão fazendo pra reter seus atletas e aumentar a base de entrada. Segundo a World Sailing os esportes que estão direta-
Escolinha de vela de Barra de São João A Escolinha de Vela de Barra de São João, em Casimiro de Abreu (RJ), oferece, através de um projeto social, aulas gratuitas para cerca de 40 alunos matriculados do distrito. Com dois anos de existência, a escolinha é hoje uma referência no esporte na região. Além de ensinar a velejar, as aulas incluem também conhecimentos marítimos, com palestras e parte teórica. “Além de ensinarmos os alunos a velejar, passamos para eles um pouco de marinharia, através de palestras e indicações de livros do gênero”, disse um dos integrantes do conselho da escolinha, o instrutor Otávio Bastos. As aulas estão abertas para crianças a partir de oito anos e sem limite de idade. A única exigência é que a criança esteja matriculada na escola. Com três instrutores e mais três auxiliares, a Escolinha de Vela “Rio São João” funciona todos os sábados, das 9h às 13h, na sede que fica no final da Beira-Rio. A Escolinha de Vela “Rio São João” participa também de campeonatos e regatas. Para Otávio, esses eventos fazem parte da trajetória da escolinha e é uma forma de mostrar resultados. “Participamos de várias re-
Assine: Seguindo as novas tendências da Europa e Estados Unidos, o chamado PWYW (Pay What You Want), o Almanáutica dá ao seu leitor a oportunidade de avaliar o quanto quer pagar pelo seu serviço de assinatura. Funciona assim:
mente competindo com a vela são: Tenis, Hipismo, Golf. Eu pessoalmente creio que a vela no Brasil poderia estar disputando espaço com o ciclismo, montanhismo, e também com wakeboarding, skate e esportes de neve. A Vela é um esporte que tanto pode ser relaxante, quanto ser emocionante e divertido pra quem quer adrenalina. Sabemos que nosso esporte é um esporte completo. Por que ele não cresce? Quais os motivos? Preço do veleiro, falta de opções de barcos, falta de clubes e marinas, falta de interesse de algumas entidades a expandir este esporte... O que você e eu podemos fazer para ajudarmos a multiplicar ou massificar a vela? Facilitar a entrada de pessoas em nossos clubes, apoiar projetos sociais da vela, convidar pessoas a velejar, ter em nossos clubes barcos disponíveis para podermos velejar e convidar alguém... São muitas as nossas questões e indagações, o que não podemos é deixar de entender que a vela no Brasil está diminuindo e que precisamos fazer alguma coisa. Se você já veleja, chame um amigo que nunca pisou num veleiro para conhecer, e se você nunca velejou, procure uma escola de vela, e esteja pronto para se aventurar neste esporte incrível. Eduardo Sylvestre é Diretor do Programa de Desenvolvimento da CBVela, Expert da ISAF, técnico nível 3 da USSailing e ISAF World Youth Sailing Lead Coach.
gatas onde ganhamos diversas medalhas. Recentemente, estivemos na Regata de São Pedro da Aldeia, dentro das categorias. Essa semana participamos também de uma regata no Rio de Janeiro. Em novembro, vamos participar de uma outra em Macaé e a Prefeitura de Casimiro de Abreu nos ajuda com o transporte. O intuito é que seja um projeto social, para tirar as crianças da ociosidade, visando um futuro com uma profissão para elas. Como exemplo disso, fazemos aqui todo o reparo nos barcos, usando fibra de vidro e resina. Aqui não existe “eu não sei”, “está quebrado”, “não consigo”, “está ruim”, mas sim “tem que dar um jeito”, porque tudo o que veio para cá era sucateado, então temos que arrumar...”, explicou Otávio. A Escolinha de Vela têm os instrutores Vinícius Moraes e Ademar Malfei. Daiane e Bruna são instrutores auxiliares e Gabriel é o instrutor voluntário. (Fonte: Folha de Casemiro)
existe um valor mínimo praticado para que os custos sejam pagos. A partir desse preço mínimo, você avalia quanto acha que o nosso trabalho vale. Se você acha que esse conteúdo e nossa proposta valem um pouco mais do que simplesmente cobrir os custos e se isso cabe no seu orçamento ANUAL. Aí basta solicitar um boleto, fazer um depósito ou pagar com cartão de crédito, no valor que escolheu. Mande um email para falecom@almanautica.com.br com sua proposta e solicite um boleto ou peça dados para depósito! Ou opte pelo PagSeguro ou PayPal. Visite nosso site: www.almanautica.com.br e faça sua assinatura.
a anáutic
Há 6 anos nascia o Almanáutica, a partir da vontade de ver as notícias da vela e da náutica valorizadas a partir de bons textos, com qualidade e mostrando o que acontece por todo o Brasil. Mesmo que lá longe, e com poucos veleiros, pois sabemos que isso representa um esforço para quem organiza e participa. Por isso valorizamos TODOS os lugares, competições e velejadores. Dos campeões mundiais aos mais humildes! Missão: Informar, instruir e valorizar atividades relacionadas à vela, seus protagonistas e colaboradores. Visão: Ser reconhecido como o melhor meio de comunicação da vela no Brasil Valores: Transparência, ética, relações duradouras e construtivas
lm
de A s o n a 6
Almanáutica: Jornalista Responsável: Paulo Gorab Editor/Publisher: Jornalista Ricardo Amatucci (MTB 79742/SP) Publicação bimestral Distribuição nacional Ano 06, número 33 novembro/dezembro de 2017
ISSN: 23577800/33 Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier Contato: falecom@almanautica.com.br Assinaturas: Veja condições no site. Assine e receba em casa seu Almanáutica!”
Almanáutica é uma marca registrada.
Foto da capa
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo impresso e/ou on-line. Visite nosso site: www.almanautica.com.br
A foto da capa é de Alinhoa Sanches/ Volvo Ocean Race
ALMANÁUTICA
4 A Bordo
regata Itaipu - PR
Cadê o monumento? Dia 18 de setembro de 1984. Praia da Espera, Itacimirim, Bahia. Em Salvador, na casa do radioamador Henrique Dantas ouviu-se pelo rádio a frase mais esperada dos últimos 100 dias: “Já estou na Bahia”. Eram 16h25 quando um magro e cambaleante Amyr Klink pisou a areia, vindo da inédita travessia de quase 7.000 km sem qualquer escala, em solitário, a bordo de seu barco a remo, o Paraty I.A.T. Na época foi erguido por lá – pouca gente fora da Bahia sabe – um monumento em homenagem ao feito. Representava a viagem de Amyr entre a Namíbia (África) e Itacimirim, localidade a 74 km de Salvador, município de Camaçari. Na sequencia dos anos, ocorreram algumas regatas em homenagem a Amyr, organizadas (entre outros) por Julival Fonseca de Goes (hoje no Programa “A Bordo” todos os domingos na rádio Metrópole de Salvador), e pelo o surfista Bráulio, que marcou sua história no surf baiano fabricando a lendária prancha Musa. Os primeiros eventos de peso do surf baiano foram promovidos pela Musa. Na época, Bráulio também era velejador. Foram três as regatas e Amyr compareceu a duas delas. Na terceira, encontrava-se em sua primeira expedição na Antártica, tendo sido representado por uma de suas irmãs gêmeas, Ashraf Klink de batismo, ou Elizabeth, nome brasileiro adotado, ou ainda simplesmente “Cabeluda”, apelido de família para diferenciá-la da irmã Iran Klink, (Gabriela), que é a “Careca”. “Tendo as regatas tomado grandes dimensões para o local, e já contando com a participação de pescadores de Itacimirim, Arembepe e também de Praia do Forte, a Prefeitura de Camaçari, tomou para si, a responsabilidade de dar uma permanente continuidade. Também determinou que o local do monumento fosse considerado como bem cultural. Na mesma linha de pensamento veio uma iniciativa da EMBRATUR: tornar o local como ponto turístico cultural”, contou Julival ao Almanáutica. “As regatas não mais se realizaram, o monumento desapareceu. A Prefeitura pediu para dar uma necessária manutenção”, completou. Recentemente, a realização da regata e a discussão em relação ao monumento começou a emergir em novas discussões. Alinhava-se a possibilidade de uma palestra de Amyr no município. À frente dos entendimentos estão o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Camaçari, Sérgio Vilalva e do político Waldir Freitas, que já foi secretário de Turismo, Habitação, e presidente da Câmara de Vereadores em Camaçari. A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h às 11h pela Metrópole FM de Salvador: metro1.com.br Baixe o app e ouça em qualquer lugar!
Paraná internacional Vinte e um velejadores do Projeto Velejar é Preciso do Iate Clube Lago de Itaipu (ICLI), com o patrocínio da Itaipu Binacional e de 17 velejadores de três clubes náuticos do Paraguai participaram no fim de semana passado da 3ª Copa Lago de Itaipu, na cidade paraguaia de Hernandárias. O evento organizado pelo Club Náutico Hernandárias contou com a participação de 38 velejadores de Foz Iguaçu, Hernandárias e Assunção, sendo 28 barcos da classe Optimist e 10 do Laser 4.7.
Guarapiranga - SP
FEVESP inova: agrupamento das Classes A Fevesp – Federação de Vela do Estado de São Paulo está de Diretoria nova em 2017. Presidente Mark Essle; Vice Presidente Técnico Carlos Eduardo Sodré (Cuca), Vice Financeiro Paulo Axel Frisch e Web Master Pedro Quezada. Com um bom trabalho esse ano, a Diretoria promete muitas inovações para 2018. Para começar, calendário e formato mudarão. Para solucionar o pequeno número de participantes nas diversas classes, elas foram reunidas em grupos com características parecidas. Nós conversamos com Cuca, o Vice Presidente técnico (e Juiz Internacional de Regatas e organizador da Semana de Vela de Ilhabela) que nos adiantou algumas dessas novidades. “Organizamos as Classes em cinco grupos, por algumas de suas características. Serão cinco grupos concentrando diversas classes”, explicou Carlos Eduardo, o Cuca. Pelo documento que tivemos acesso (ainda
Velejadores do ICLI no Paraguai
Depois de cinco regatas, o ICLI venceu na classe Laser 4.7 com João Pedro Alves, seguido de Fábio Santa Cruz (ICLI) e Gabriel Lopes Pereira (ICLI). Na classe Optimist, Alessando Alves Pereira (ICLI) foi o grande campeão e Sol Alvarez (YCY) venceu no Feminino. No Optimist Estreante também conquistou o pódium com Eloi Jefferson Schaffer (campeão), seguido de Luis Eduardo Lunelli Pastorini e João Felipe dos Santos. A equipe da classe Optimist participará do Sul Brasileiro de Optimist entre os dias 15 e 18 de novembro, em Porto Alegre. Quer conhecer mais da vela paranaense? Acompanhe as notícias, fotos e vídeos no Facebook: facebook.com/escoladeveladoicli
não é definitivo), devem ficar assim – ou bem próximo disso - os grupos: Classes Nacionais: Microtonner, Marreco, Mini Oceano, Poli 19, Day Sailer e Flash 165, DI, OL Multicascos: SC 17, HC 16, HC 14, HC 21, Nacra 17, Tornado, A Class, TOMCAT Vela da Juventude (sub 19): OP, OBIC, 29er, 420, LA 4.7, LA Radial, H, RS:X, Techno 293 Monocasco: ST, Star e HPE Olímpicas e Panamericanas: LA Std, LA Radial, LA 4.7, LI, FI, SN, 49er, 470, PV A Fevesp vai organizar as regatas oficiais
para esses grupos durante o ano. “Acreditamos que as pessoas vão se concentrar mais, e se encontrar mais na água. Numa mesma regata nós vamos ter muito mais barcos correndo, será muito mais divertido”, completou Cuca. Para Volnys Bernal, Coordenador do Grupo da Juventude “isso vai unir os velejadores dessa idade nas regatas de ranking e no Campeonato Paulista, mantendo o mesmo grupo de convívio, algo muito importante nesta faixa etária”. Já Walter Adoglio, que coordena as Classes Nacionais, comenta que “essa iniciativa vai deixar as classes mais animadas. Ao invés de oito a 10, 12 veleiros, poderemos ter por volta de 30 a 40 numa mesma raia. Isso vai deixar a festa mais bonita, a turma mais unida e com certeza a médio e longo prazo atrair mais gente”. A Fevesp também vai agrupar todos os Campeonatos Paulistas e Brasileiros na mesma época. Os Campeonatos Paulistas concentrados em 2 meses e os Brasileiro de todas as classes junto. O calendário também será fechado para os próximos 3 anos para que as pessoas possam se programar com antecedência. Além disso tudo, as informações e atividades estarão concentradas em um novo aplicativo que será lançado e novembro onde todas as informações poderão ser consultadas, haverá troca de informações, resultados, calendários e até fotos.
Campeonato Brasileiro da Classe Flash 165
Em outubro foi realizado na Guarapiranga, o segundo Campeonato Brasileiro da Classe Flash 165, sediado pelo YCSA – Yacht Club de Santo Amaro. Após 4 dias, com oito regatas no total, os veleiros Cielo e Mare e Zinhos, acabaram empatados com 14 p.p. cada, e pelo critério de desempate (maior número de vitórias) o Cielo e Mare de Paulo Braz e João Toledo levaram o título desse ano. O Zinhos (Sebastião Alves e Paulo Patti) ficou em segundo com Agustín Basso e Lami Buccolo
As classes serão divididas em grupos
do Imagine em terceiro. Para Walter Adoglio Júnior, Coordenador da Classe, “o campeonato foi um sucesso. Oito Barcos, 16 velejadores que se prepararam nos últimos meses em clínicas de vela organizadas pela classe e em regatas treino com dois treinadores experientes que orientaram sobre a regulagem dos barcos, táticas visando uma ótima performance”, comentou. Com esse investimento o nível técnico dos velejadores da classe teve uma melhora visível, parta quem acompanhou as competições de 2016. “A excelente raia montada pelo juiz de Regatas Fabio Bocciarelli da FEVESP e a estrutura do Yacht Clube Santo Amaro foram fundamentais”, disse Adoglio. O ventos constantes durante os 4 dias de competição, exigiram dos velejadores muito esforço e técnica durante o campeonato. “Mais uma vez o grande diferencial da Classe Flash 165 foi a união de seus velejadores, a alegria na competição, na confraternização durante a entrega de prêmios foi sensacional. Ano que vem em mais...” completou Walter. A organização foi do Yacht Club Santo Amaro, Federação de Vela do Estado de São Paulo, Confederação Brasileira de Vela - CBVela, Classe Flash 165. Apoio: Veleiros Flash e restaurante Seu Chalita. Apoio de Mídia: Jornal Almanáutica que sorteou brindes, e Pera Náutica (bote de apoio para fotos).
Guarapiranga - SP
Recife - PE
Marrecos: 5ª etapa
Cabanga faz balanço
Aconteceu em outubro na represa de Guarapiranga (SP), sediado pelo Sailing Center, a quinta etapa do VI Circuito Marreco de Vela. Nove Marrecos largaram com vento fraco. Mesmo assim a regata foi disputada desde a largada com trocas de liderança no percurso. A arbitragem foi de Adrian Meusburger e no final dessa etapa o casal Wilson e Madalena Kato
Após a Refeno deste ano, o Cabanga Iate Clube de Pernambuco apresentou – ainda em Noronha - o balanço da 29ª edição. Foram 47 embarcações, 353 tripulantes de 11 estados do Brasil e dois países – Argentina e Reino Unido. Pernambuco foi o estado campeão com 14 barcos. O Rio de Janeiro levou 10, e a Bahia 7 barcos. Completam a lista São Paulo (4), Argentina (2), Alagoas (2), Rio Grande do Sul (2), Distrito Federal (1), Sergipe (1), Paraná (1), Rio Grande do Norte (1), Santa Catarina (1) e Reino Unido (1).
uma vez, o seu nome na história da Refeno conquistando o Fita Azul pelo quarto ano consecutivo, quebrando o próprio recorde entre os monocascos: o barco de Samuel Albrecht cravou 19h03min18s.
Marrecos: sem vento, mas com disputa levaram a melhor: “Quando vi que tínhamos aberto grande vantagem sobre o segundo lugar, e vendo a juria em nossa proa, num popa rasa, falei pra Madá: (Madalena Kato, sua esposa e proeira) é só caprichar no balão, porque essa ninguém tira mais da gente!”, concluiu Wilson orgulhoso. A premiação foi feita durante o churrasco de confraternização, com sorteio dos brindes oferecidos pelo patrocinador oficial, o Jornal Almanáutica. Houve também o sorteio do vale desconto de 15% oferecido pela Loja Velamar. A Classe Marreco também recebe o apoio de: LGA Produções Audiovisuais, CYF, AFETIAN, e VivantSP. Resultado da etapa: 1º) Adesso; 2º) Falcão Peregrino e 3º Gulliver. No site do Almanáutica resultados consolidados até agora.
Comodoro ao centro: “Excelente!” “Tivemos uma regata excelente. Um mar tranquilo. Todas as embarcações que saíram do Recife chegaram a Noronha. Tivemos só três problemas no percurso, mas foram solucionados no próprio barco, pela tripulação. Todos chegaram à ilha”, comemorou Sérgio Avellar, diretor de Vela do Cabanga. O Comodoro do clube, Jaime Monteiro Jr., destacou a impor-
Troféu Mauríco Castro
O Inédito Troféu Maurício Castro, que homenageia o criador da Refeno, foi instituído este ano numa parceria entre a ABVC – que realiza bienalmente o Cruzeiro Costa Leste (navegação em flotilha que parte do RJ) e o Cabanga Iate Clube. Ele é entregue ao primeiro velejador participante do Costa Leste que chegar a Noronha. O vencedor foi Veleiro Sorelle do Comandante Richard Canella.
Jacuípe - BA
200kg de lixo
Porto Alegre - RS
27º Troféu Cayru
tância da festa ser realizada de velejador para velejador e agradeceu o apoio da Marinha e da Administração da Ilha na realização de mais uma edição da maior regata oceânica do Brasil. “É uma alegria saber que estamos trazendo mais gente à Ilha, o que é bastante positivo para Noronha. Ano passado tivemos algo em torno de 300 tripulantes, e este ano chegamos próximo dos 370 velejadores na regata”, disse. Este ano, o Camiranga (RS) escreveu, mais
Bruno Jacob: Jet dando o exemplo
A ação ambiental educativa Eco Jet (foto ao lado) mais uma vez foi realizada com sucesso em Barra do Jacuípe, no litoral norte da Bahia. E melhor ainda, com um recorde: Com auxílio da população da região, a ação liderada pelo piloto de motosurf freeeride Bruno Jacob, resultou no recolhimento de mais de 200 kg de lixo das margens e do rio Jacuípe. “Nosso objetivo é conscientizar a população sobre a importância da preservação desse rio, que é um dos mais limpos da região. Gostaríamos de ter tirado ainda mais lixo das margens, mas acredito que fizemos um bom trabalho e que essa ação servirá de exemplo para outras pessoas também”, explica o atleta baiano Bruno Jacob. Atualmente, ele ocupa a 5ª colocação no circuito mundial de Freeride.
Guarapiranga - SP
Uma das mais importantes competições da vela gaúcha chegou à sua 27ª edição. O “Troféu Cayru” foi criadao para homenagear o barco Cayru, de Leopoldo Gayer, patrono fundador do CDJ (Clube dos Jangadeiros). Em 1935, quando ainda era chamado de Cayruzinho, foi lançado ao mar para celebrar os 100 anos da Revolução Farroupilha. Com condições climáticas ideais para quem gosta de velejar – ventos e correnteza fortes, o Troféu Cayru foi de muita disputa nas águas do Guaíba. O San Chico 3, comandado por Francisco Freitas do Clube dos Jangadeiros, foi quem se sagrou o grande campeão da competição. A embarcação de oito tripulantes levou para casa as duas principais premiações da etapa, os troféus itinerantes Barco Fita Azul – primeiro barco a cruzar a linha de chegada independentemente da classe - e Cayru. Além disso, velejador garantiu também a primeira colocação na sua classe a ORC-INT.
Campeões 2017: Classe ORC-INT – BARCO SAN CHICO – Comandante Francisco Freitas (CDJ. Classe RGS-BRA – BARCO TAZ – Comandante Augusto Moreira (VDS) Classe MT19 – BARCO BATUCADA – Comandante José Eduardo Schuner Araújo (SAVA) Cruzeiro 35 – BARCO MARINA 4 - Comandante Felipe Oliveira de Carvalho (VDS) Cruzeiro 40 – BARCO FRIDAY NIGHT – Comandante Frederico Roth (VDS) Cruzeiro 26 – BARCO REMO – Comandante André Costa (VDS) Cruzeiro 30 – BARCO KAUANA III – Comandante Paulo Angonese (CDJ) Cruzeiro 23 – BARCO CIBS –Comandante Rodrigo Baldino (CDJ) Cruzeiro 20 – BARCO CYCLONE – Comandante Fábio Petkowicz (CDJ)
Dingue Pernambucano
5
O Cabanga Iate Clube sediou mais um Campeonato Pernambucano da Classe Dingue em outubro. Sob duras as condições de tempo com rajadas de até 18 nós e mar bastante agitado, quatro dos 10 veleiros sofreram avarias. A Comissão de Regatas decidiu armar um trajeto trapezoidal (Outerloop) na primeira regata, e barla-sota na segunda, variação decorrente do fato de ainda não ser terem sido divulgados os formatos que serão empregados no torneio nacional. Assim, a flotilha teve a oportunidade de treinar duas das formas possíveis de montagem de raia que poderão vir a ser utilizadas em Ilhabela. No final as cinco primeiras posições ficaram assim: 1 - Kamikaze (Leonardo Almeida / Sofia Hutzler) 2 - Black (René Hutzler / Alan Godinho) 3 - Caso Sério (Hans Hutzler / Karina Hutzler) 4 - Gudino II (José Araújo / Jhonas Gomes) e 5 - Ver o Mar (André Verona / Roberto Xavier). Para o Campeonato Brasileiro em Ilhabela/ SP, o Cabanga Iate Clube de Pernambuco enviará sete duplas, recorde nos dezessete anos de existência da flotilha.
Brasília - DF Nova Comodoria O Iate Clube de Brasília elegeu a nova Comodoria e Conselho Deliberativo, que assumem em novembro para o triênio 2017-2020. O atual Comodoro Edison Garcia transmite o cargo para a Comodoria eleita, Rudi Finger, Quinho Grossi e Celina Mariano. Agora ele passa a compor o Conselho Deliberativo, como Conselheiro Nato, conforme estatuto.
Optimist
O Torneio do Cerrado IV de Optimist foi realizado no I.C de Brasília com quatro regatas. No final na Veteranos deu 1º Lugar: Álvaro Nadal, 2º Marina Garrido e 3º Juliana Seixas. Já na Estreantes Pedro Rocha Dantas ficou em 1º, seguido de Isabella Ferreira e Arthur Mendes, todos do ICB.
Mundial de 6 metros
Realizado em Vancouver, no Canadá, em setembro, o Campeonato Mundial de 6 Metros reuniu 45 veleiros de 11 países. Pela primeira vez, o Brasil foi representado no evento, com a tripulação formada por Lars Grael (timoneiro); Campeonato Torben Grael (tático); Renata Pellicano Grael, Brasileiro de Lightning Marcus Temke e Colin Gomm. Todos associados do Iate Clube de Brasília. Eles competiram na categoria clássicos (21 barcos), em um O São Paulo Yacht Club (SPYC) re- veleiro emprestado. Construído na Escócia em cebeu no último feriado (12/10) o Campeonato 1934, e projetado pelo lendário Sir Wiliam Fife, o “Saskia II” chegou em 3º e na sequência teve Brasileiro de Lightning 2017. O trio comandado por Claudio Biekar- o Bronze no Campeonato Mundial. ck leva a medalha de ouro do Brasileiro de LiSantos-Rio 2017 ghtning pelo quarto ano consecutivo. A equipe vencedora foi o trio do YCSA formado por Cláudio Biekarck, Gunnar Ficker e Marcelo Batista. Na segunda colocação ficou a equipe formada por Martin Lowy, Felipe Brito e Victória Hesse. Na terceira, com cinco pontos de diferença para o segundo, ficaram Diego Zagonel, Fabio Wilke e Vinicius Bandil Com 11 embarcações inscritas, oito regatas foram disputadas nos quatro dias de campeonato. Já é o quarto ouro conquistado A 67ª edição da Regata Santos-Rio contou por Cláudio e Gunnar desde 2014. De lá para com 20 barcos. O Camiranga, de Eduardo cá, o trio foi sendo modificado, por vezes tendo Plass ganhou com ampla vantagem. Segundo Marcelo Batista como um dos tripulantes, por para o Pajero de Eduardo Souza Ramos, 3º outra Maria Hackerott. Em 2017, foram sete vi- Maximus de Ralph V. Rosa e 4º Inaê Transtórias e um primeiro lugar indiscutível. brasa, de Bayard Umbuzeiro Filho.
ALMANÁUTICA
6
O destino do I.A.T. de Amyr Klink
Acidente e polêmica na Classe Nacra
Quando Amyr percebeu que seu I.A.T. estava se deteriorando ele encomendou a um artesão que fizesse uma réplica. Veja como foi...
O Velejador olímpico americano da Classe Nacra 17, Bora Gulari, perdeu partes de três dedos da sua mão direita no final do mês de agosto, quando o seu catamarã virou durante o treinamento para o Campeonato Mundial da Nacra 17. Sua companheira Helena Scutt não ficou ferida. O tempo estava ruim e a mãode Gulari ficou presa no estaiamento do veleiro. O resgate de Bora foi feito pelo treinadora a equipe italiana Gabriele Bruni e pelo treinador da equipe norteamericana, David Howlett minutos depois. Helena Scutt levou o barco de volta à costa com a ajuda do medalhista de ouro olímpico Rio 2016, Santiago Lange, da Argentina. Gulari e Scutt vão se retirar do mundial de Nacra 17 deste ano. Gulari é Turco de nascimento mas veleja pelos EUA.
Complementarmente à coluna do Programa “A Bordo”, (veja na pág 4), contamos agora o que aconteceu com o barco no qual Amyr Klink fez sua travessia a remos, da África à Bahia e que em setembro completou 33 anos... O I.A.T. de Amyr ficou guardado numa garagem do apartamento de seu pai, na Avenida Paulista durante alguns anos. Depois disso Amyr doou para o Museu do Mar, em São Francisco do Sul, SC. Com a deterioração do local, com goteiras e umidade, o I.A.T. também começou a Controvérsia se deteriorar e Amyr retirou de lá a embarcação e levou-a para seu escritório em Moema (SP). Durante uma edição da Adventure Sports Fair, Amyr conheceu o trabalho do artesão Jackson O acidente vem no bojo de uma controvérsia na classe Nacra 17. Também no início de agosto, Bergamo e acertou a restauração do I.A.T. “Depois da restauração o Amyr gostou tanto, que me um evento teste na Dinamarca foi cancelado e todos os barcos configurados com foils, incluindo versões mais antigas e adaptadas foram chamadas para recall, para substituir os rolamentos das quilhas retráteis (bolinas com foil). Na época, a Nacra Sailing pediu a todos os proprietários que não navegassem os barcos até que os rolamentos de substituição fossem instalados. Houve um protesto por causa da pressa da World Sailing para implementar os foils ainda nas Olimpíadas, agindo contra seus próprios regulamentos que exigem que o equipamento olímpico seja testado e aprovado cinco anos antes dos Jogos. A esse respeito, Lars Grael em seu perfil no Facebook publicou uma nota (íntegra no seu perfil). Leia os principais trechos: “A ISAF atual World Sailing (WS) tomou um rumo diverso na Vela. Acabaram com os barcos de quilha nas Olimpíadas e no Pan. Alegação? Custo? Eliminar os velejadores Master? Eliminar os pesados? Se o Finn sair, e deve sair. Quem tem mais de 85 kg não vai mais pra olimpíada. A WS não é mais dominada por velejadores, classes e países. É dominada por juizes e fornecedores de barcos. Nos eventos oficiais da WS, a proporção de barcos é praticamente igual a de botes. Isto é caro e excludente. Um time de 49er com bote, custa muito mais caro que uma campanha de Star sem bote. Fora que o 49er dura 1 ano. A Vela é o ÚNICO esporte olímpico, onde o equipamento individual é fornecido por um fornecedor em regime de exclusividade (monopólio). Estes fornecedores comercializam os equipamentos pelo preço que bem entendem. O lucro é generoso e sobra dinheiro para ganhar votos nas assembléias. Nada muito diferente do que conhecemos no Brasil. A Vela tornou-se a modalidade esportiva mais ecologicamente incorreta de todas reconhecidas pelo COI. O gasto de combustível do Mundial da ISAF (técnicos; juízes; segurança; árbitros), é compatível a quase toda uma temporada da F-1 (sem contar os treinos). E o recall de mastros, problemas estruturais, quebras, problemas de fornecimento dos Nacra pediu para que eu construísse a réplica do para substituir o original no museu”, contou Jackson ao Almanáutica. “A réplica também é navegável, e como não existem mais os planos de construção pra campanha da Rio2016? O que dizer dos velejadores de ponta que declararam terem adquirido 3 barcos; 1 dúzia de mastros e quase 20 jogos de Vela num único ciclo olímpico? Que tal saber originais, usei o próprio I.A.T. durante o processo para retirar as medidas e formas”, explicou. Desde o início deste ano a réplica do barco I.A.T. voltou à exposição do acervo do Museu Nacio- que todos estes Nacras produzidos não servem para a versão 2017/2020? Que um Nacra usado nal do Mar, em São Francisco do Sul (SC). Já a ala que leva o nome do navegador segue fechada vale menos que um Dingue? Que o novo Nacra com foil foi uma adaptação tosca do antigo e que para reformas. Segundo o Governo de Santa Catarina, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) não tiveram tempo para testar? Torcer que venham repensar a Vela após um acidente que exigirá a reflexão de todos...”. vem fazendo reformas emergenciais no Museu Nacional do Mar em reparos principalmente na cobertura e em algumas salas. As reformas priorizarão, além do telhado, o Estaleirinho, a sala Maranhão, atualmente interditada, além da sala Amyr Klink - que será revitalizada para receber ANUNCIE no ALMANÁUTICA a réplica. O barco original está com Amyr, e eventualmente ele o leva em sua exposição de fotos “Linha Associe o nome de sua empresa ou serviço à mídia náutica mais valorizada D’Água”, com fotos das principais expedições de Amyr de sua autoria e de Marina Klink, sua em nosso país. Atletas campeões, velejadores cruzeiristas, jornalistas, clubes esposa. e o público em geral lêem, apoiam e valorizam o Jornal Almanáutica.
Você aparece na web, no rádio, e nos exemplares distribuídos por todo o Brasil. www.almanautica.com.br - falecom@almanautica.com.br
Réplica ou verdadeiro? Esse é o verdadeiro restaurado. A réplica está em SC...
Calendário Nacional Confira as principais competições
Novembro 28/10-5/11 Campeonato Estadual (RJ) Optimist 2-4 Sul Brasileiro de Laser (PR) I C Guaratuba 2-5 Optimist Estadual (RS) CDJ 2-5 48º Circuito Rio ICRJ 2-5 Brasileiro de Dingue Ilhabela EVI 2-5 Campeonato Paulista Dingue Guarap YCSA 2-5 Estadual Optimist (BA) YCB 2-5 A-Class Camp. Paulista Guarapiranga YCP 4 - Regata Taça Morris Brown – Optimist (ICES) 4-5 Copa Dingue CNC 5 - Taça Morris Brown - Laser e Snipe (ICES) 11 Copa Veleiros de Oceano 8ª Etapa (ICSC) 11-12 Taça Bruder Snipe ICRJ 11-12 Búzios Laser Senior Cup Std. e Radial BVC 11-12 Taça Royal Thames Star ICRJ 11-12 Troféu das Ilhas Ubatuba UIC 11-14 Estadual de Finn ICRJ 11-18 Brascat (RS) CDJ 11-18 Brasileiro de Hobie Cat 14/16 RS 11-18 Interclubes Vela da Juventude (RS) CDJ 11-12 Estadual Optimist por Equipes (RS) VDS 11-12 Copa Cruzeiro (RS) ICG 11-12 Copa Paulista (ranking COSP) Guarap YCP 11-12 Mini Oceano Guarap Clube Castelo 12 Volta do Avião Cabanga Maria Farinha 12 Pernambucano de Laser Cabanga/M. Farinha 15 Circuito Guarapiranga YCP 15-17 Campeonato Brasileiro J24 ICRJ 15-19 Estadual (RS) de Oceano VDS 15-19 SulAmericano de Soling (RS) RGYC 18 - Regata Taça Comodoro Helvécio Leal (ICES) 18 Copa Veleiros de Monotipos 8ª Etapa (ICSC) 18-19 Troféu das Ilhas Ubatuba UIC 18-19 Taça Jorge Zarif Star ICRJ 18-19 Copa HPE 30 (6ª etapa) ICRJ 18-19 Pernambucano de Opt Cabanga M. Farinha 18-19 Recifense Ocea Cab. M.Farinha/Itamaracá 18-20 Copa Paulista 11ª Etap Guarap YCP/YCSA 18-26 Estadual Snipe (RJ) RYC 24-16 Estadual (RS) de Snipe CDJ 24-26 Estadual Laser (BA) YCB 25 Taça Comodoro (RJ) CNP 25 Grand Prix Jacques Cousteau (RJ) 25 Camp Estadual - Oceano e Wind (ICES) 25-26 Circ Ilhabela Copa Suzuki/Volta Ilha YCI 25-26 Veleiros Clássicos ICAB 25 Festvela 9ª Etapa YCSA 25-26 Regata SPYC 25-26 Taça Carlos Alberto Wanderley YCSA 25-26 Optimist Paulista Equipes Guarap CCSP 25-26 Mini Oceano Clube Castelo 25 Marreco VI Circuito Marreco Etapa Final Guarap Clube Castelo 26 Pernambucano de Snipe Cabanga M. Farinha 26 XVIII Regata Esquadra Brasileira (RJ) CNP Dezembro 1-3 Estadual Hobie Cat 16 (BA) YCB 2 24 Horas da Lagoa Laser e Dingue CC 2 Copa Veleiros de Oceano 9ª Etapa (ICSC) 2-3 Regata Aniversário CDJ 2-3 HPE 25 Circ Ilhabela/Suzuki Volta Ilha YCI 2-3 Copa Primavera (4ª etapa Copa ICRJ) 2 Regata Interna SPYC 2 Copa Paulista Etapa Final Guarap YCP 8-10 Estadual Classe Snipe (BA) YCB 8-10 Circ Oceânico Niterói CNC 9 Circuito Guarapiranga Evento Final 9 Copa Veleiros de Monotipos 9ª Etapa (ICSC) 9 Almirante Tamandaré CNC 9-10 65ª Benedito César Recife 9-10 Regata Aniversário VDS 10-15 V Copa Brasil de Vela Ilhabela 10-15vIII Copa Brasil de Vela Jovem Ilhabela 10 - Regata da Marinha – Monotipos (ICES) 10 Festvela 10ª Etapa Guarap YCSA 14-17 Estadual 29er (BA) YCB 15-17 Brasileiro J70 ICRJ 16 Preben Schmidt RYC 16 - Regata Volta das 3 Ilhas – Oceano (ICES) 16-17 Copa Amizade (Snipe) Cabanga M. Farinha 16-17 Regata Marinha do Brasil (RS) RGYC 16-17 Copa Snipe (4ª etapa) ICRJ 17 Regata de Natal Cabanga Maria Farinha 17 Regata Neptunus ORC, IRC, e BRA RGS (Válido Estadual ORC/IRC) ICRJ 19-23 N-NE Optimist YCB
Torben entre Cannes e os Clássicos Com mais uma participação na tradicional regata de Cannes, Trophée Panerai, Torben Grael comandou o NYYC30 Linnet, um dos Cutters clássicos da competição. Para todos os resultados e mais conteúdo, você pode visitar o site da regata em www.regatesroyales.com Em entrevista, Torben disse que os clássicos são o seu amor e explica como a vela é um caso de amor na família:
Fotos: Guido Cantini/Panerai
É a sua primeira vez em Cannes? T: Não, eu já velejei aqui com meu irmão em 2007, no White, um 12 metros, originalmente chamado de New Zeland KZ3. Este ano fui convidado a velejar com o Linnet. Adoro os iates clássicos, e tenho um 6 metros de 1912. Estar aqui é uma ótima oportunidade para ver tantos barcos maravilhosos. Você está navegando com o Linnet, que é o barco de Patrizio Bertelli. Alguma notí-
Sudeste Brasileiro da Classe Laser O Yacht Club Paulista sediou o Campeonato Brasileiro Sudeste da Classe Laser. Participaram 33 barcos de São Paulo, São Sebastião e Vitória (ES), com oito regatas. Na Standard, Stefano Mazzaferro obteve cinco vitórias, contra duas do vice-campeão, o velejador olímpico chileno Felipe Echenique. O bronze ficou com Stephan Kunath, com os três degraus do pódio ocupados pelo YCSA. Na Laser Radial, vitória de Felipe Fonseca (YCSA), seguido por Jayme de Paula Jr. (YCP) e Guilherme Marciani (São Sebastião). “O que me ajudou muito foi observar atentamente o comportamento do vento nas largadas da Standard. Como nós, da Radial, largávamos logo em seguida, eu pude analisar qual seria o melhor rumo”, relatou Felipe Fonseca, vencedor de duas regatas. “Nos dois primeiros dias arrisquei um pouco mais. Nos dois últimos, preferi
cia que você pode nos dar sobre a America’s Cup? T: Ainda não há nada oficialmente definido. Eu tenho navegado no Prada Luna Rossa há dez anos, tenho muitos amigos trabalhando para esse time. Eu gosto de navegar com Patrizio e aproveitar o meu tempo aqui em Cannes. Estaremos em Saint-Tropez na próxima semana correndo juntos na Linnet. Você já fez a America’s Cup, a Volvo Ocean
Race e agora você se voltou para o iate clássico? T: Não, na verdade eu aprendi a navegar neste tipo de barco, que era do meu avô, e ele ganhou uma medalha de prata em 1920 em Estocolmo. É bom vir a Cannes e ver tantos clássicos lindos e antigos, não temos tantos no Brasil. Mas para nós é um caso de família. Meu irmão Lars tem um 6 metros de 1933, e nossos tios têm um 5.5 e um Dragon. Mas também adoramos embarcações de cruzeiro. Sua filha Martine também ganhou uma medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio 2016 e ela está embarcando em sua primeira Volvo Ocean Race... É uma verdadeira dinastia de vela! T: Bem, ela é a terceira geração. Meus tios foram para jogos em Acapulco e Kiel, na classe Star e Soling. Meu irmão Lars e eu estávamos acompanhar a flotilha”. O vice-campeão Jayme, 66 anos, elogiou a organização do campeonato regional. “A estrutura do YCP foi perfeita em relação aos hangares, Comissão de Regatas, receptividade e tudo mais que envolveu a competição. Foram oito regatas muito bem gerenciadas e sempre com vento, mostrando o potencial da represa. Se você se prepara fisicamente, não importa a idade. Pode correr de igual para igual com os mais jovens. Por isso a vela é espetacular”, enalteceu o velejador máster. A capixaba Julietty Tesch foi absoluta na Laser 4.7. A tetracampeã brasileira venceu as seis primeiras regatas e descartou as duas últimas. Micael Cruz (Ventos & Velas) e Aleksandros Motta (YCSA) completaram o pódio. “Gosto muito da variação de ventos na represa. O resultado é efeito de um trabalho intenso com nutricionista, preparação física e treinamento funcional. O ano está sendo muito bom”, enfatizou Julietty, que já havia sido terceira colocada no Campeonato Carioca entre mais de 20 barcos.
desde 1984 até Atenas 2004, e agora é Martine, mas meu filho Marco também veleja um 49er e terminou em
7
Torben em Cannes: “Já velejei aqui com Lars em 2007” décimo primeiro no Rio. É uma coisa legal de se ver. Você acha que será mais difícil para uma mulher? T: Sim, será bastante difícil, mas acho que criarem essa regra de ter um máximo de sete homens com duas mulheres é muito positivo. Isso ajudará a ter mais meninas fazendo grandes regatas offshore.
Resultados:
Laser Standard 1 - Stefano Mazzaferro (YCSA) – 7 pp 2 – Felipe Echenique (YCSA) – 11 pp 3 - Stephan Kunath (YCSA) – 21 pp Laser Radial 1 - Felipe Fonseca (YCSA) – 10 pp 2 - Jayme de Paula (YCP) – 13 pp 3 – Guilherme Marciani (V&V) – 20 pp Laser 4.7 1 - Juliétty Tesch (Vitória-ES) – 6 pp 2 - Micael Cruz (V&V) – 13 pp 3 - Aleksandros Motta (YCSA) – 13 pp
ALMANÁUTICA
8
&
Meteorologia Oceanografia
Angra Venta!!!
Por: Luciano Guerra as evidências claras de que a resposta para a
Há exatos 12 meses eu escrevia um artigo para o Almanáutica cujo título era uma pergunta. E este questionamento refletia quase o mesmo argumento que intitula o atual artigo e, que eu sempre fui teimoso em afirmar. O título era “Angra Venta?”. O texto de hoje não mais trata de uma pergunta, mas sim da afirmação de que em Angra venta. Inclusive trago aqui com muito carinho parte do texto de nossa companheira de mar e de letras, Mariana Peccicacco, escreveu: “Quem foi para a Vila do Abraão, na Ilha Grande, em Angra, para o Brasileiro de ORC e IRC não se arrependeu...”. Entre os dias 6 e 9 de setembro deste ano foi realizada na Vila do Abraão mais uma etapa do campeonato brasileiro das classes ORC e IRC. Isso mesmo! Competição na frente da minha casa. Nesta ocasião fui convidado pelo comandante Pierre Joullié para fazer parte da equipe da embarcação Saravah – um Carabellli 54 com uma tripulação muito especial. Juntamente com o estrategista Guilherme Pacheco, pude ajudar a equipe nas conquistas, fornecendo informações sobre marés, correntes, vento, etc. Espero que o comandante tenha ficado feliz. Bem! Até agora ele não reclamou... De acordo com a opinião que coletei dos demais comandantes das embarcações presentes na competição, o final de semana foi especial. O vento estava muito propício, em uma raia considerada complexa e que exigiu muito dos estrategistas e navegadores. Com olhar técnico e imparcial, apesar de ser cria da Ilha Grande, trago mais uma vez à tona o fato de que a região leste da Baía da Ilha Grande também é Angra dos Reis e merece toda a atenção do mundo da vela de competição e de cruzeiro. E apresento aqui
Europeu da Classe Star Aconteceu no fim de outubro o Campeonato Europeu da Classe Star em Sanremo na Itália. Torben Grael e Arthur Lopes ficaram com o título. Diego Negri e Sérgio Lambertenghi, dupla da Itália ficaram em segundo com o americano Augie Diaz e nosso Bruno Prada em terceiro. Lars Grael e Samuel Gonçalves ficaram em 4° (na divisão de categorias em 2°) com a mesma pontuação de Augie e Prada (ficando em 4º no critério de desempate).
Veleiro desmontável que cabe no carro
Parece difícil acreditar, mas basta assisitr ao vídeo (procure no site do Almanáutica) para conhecer um pequeno veleiro de navegação ágil e divertida que tem como principal característica poder ter seu casco desmontado. Fabricado na França e exportado para alguns países, seu custo entretanto ainda é alto: cerca de 8 mil Euros numa versão intermediária ou 10.500 dólares se comprado nos EUA. O fabricante promete eliminar os problemas de “armazenamento” que normalmente vem junto com um barco. O Reverso desmontado cabe no porta-malas de um SUV.
pergunta que foi título do Almanautica de outubro de 2015 é: Sim. Angra venta. Ver a Ilha Grande ser a casa de uma etapa do Campeonato Brasileiro das Classes ORC e IRC é prova mais do que cabal do potencial da região, e motivo de muita felicidade particularmente para mim. Grandes amigos e exímios velejadores têm, ao longo do tempo, confirmado que o canal de entrada Leste da Ilha Grande é uma raia que tem o pote de ouro (ou de vento). E relembrando as características que contribuem para o que isso ocorra, menciono aqui mais uma vez parte do estudo técnico que publiquei para os amigos nautas em anos anteriores. Durante o verão, onde ventos de leste (LE) e nordeste (NE) são os mais predominantes, a velejada é garantida quase todos os dias na área compreendida pelo polígono formado pelos pontos: Farol dos Castelhanos (23º10,026’S 44º5,442’W), Ponta do Arpoador (23º5,774’S 44º0,400’W), TEBIG (23º3,712’S 44º13,571’W) e Ilha dos Macacos (23º4,519’S 44º13,803’W). E próximo ao canal formado pela Ponta do Gambelo (23ºS 44ºW) e a Laje do Japariz
(23ºS 44ºW), onde há um afunilamento entre a Ilha Grande e o continente, o vento LE acelera ainda mais, respeitando as leis da mecânica de fluidos. Entretanto, logo após a Ilha dos Macacos, com o alargamento excessivo deste “quase venturi”, há uma desaceleração natural do vento, e o encontro com as montanhas que contornam Paraty ajudam a manter a calmaria tradicional na porção oposta da região. Ainda na parte LE da Baía da Ilha Grande, existe a contribuição das quentes e rasas águas da Baía de Sepetiba. Este local possui um microclima peculiar. Ao menor sinal de luz solar a energia se manifesta fazendo soprar ventos matutinos muito agradáveis para uma velejada de respeito. É normal encontrar ventos de 15 nós na Baía de Sepetiba e Mangara-
O polígono de vento: Local propício par as velejadas com ventos de LE/NE tiba nas primeiras horas da manhã. Minha opinião como espectador me diz que com a realização e divulgação dos eventos de vela, juntamente com a distribuição das informações técnicas adequadas a respeito da região, o resultado seja otimista, trazendo mais e mais velejadores para esta parte e fazendo com que haja mais barcos com velas abertas ao redor da Baía da Ilha Grande. Nota do colunista: Em 18/10/2017, no mesmo dia em que esta coluna foi revisada e enviada ao Editor Chefe, o autor velejou em solitário da Vila do Abraão até a ponta da Marambaia e retornou com ventos na casa de 30 nós de LE/NE. Neste mesmo dia o sistema de alta pressão atuante na região registrava 1034 hpa de pressão atmosférica em seu centro e 1016 hpa na linha isobárica que passa sobre a região Charlie (região da Baía da Ilha Grande). A diferença de valores mostra o potencial de geração de ventos na região. Se você tem alguma dúvida ou sugestão sobre Meteorologia & Oceanografia voltada para o mundo náutico, entre em contato com o Almanáutica e tire suas dúvidas conosco. Minha alma e o Almanáutica agradecem. Até a próxima.
Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano ABVO 2017 pela lente de Fred Hoffmann
Instalação de rádio VHF na embarcação Uma das mais importantes preocupações de qualquer embarcação é boa comunicação. Este artigo apresenta problemas e modos de testar seu rádio VHF marítimo. Uma das principais preocupações para fazer uma boa instalação do seu rádio é escolher uma boa antena. Existem muitos tipos de antenas de VHF: ¼ de onda, 5/8 de onda e ½ onda. Quanto maior a antena, maior o ganho permitido para o receptor. Portanto, você deve preferir ter a máxima performance da antena principalmente para dar a máxima potência de saída no canal de emergência (16). A outra parte importante da instalação é o cabo coaxial. Um cabo coaxial com baixa perda de sinal é importante. Nos EUA eu recomendo LM-200. Aqui no Brasil
você deve procurar um equivalente com as mesmas características: um diâmetro menor e que também teha um duplo isolamento, para a consequente baixa perda de sinal na transmissão. Quando temos que remover o mastro
Luciano Guerra, é Capitão Amador, especialista em meteorologia pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteorológicos. Dr. John Gregory @ www.CruiseEmail.com.br
para manutenção ou instalação, instalar um longo cabo coaxial para o rádio pode ser um problema complicado. Com um bom conector fêmea / fêmea (SO239) na base da antena fica prático e fácil fazer a desconecção da antena que vem do mastro no rádio. A perda é muito baixa, menos que ¼ dbm, e fará muito pouca diferença, porque a antena tem o chamado “ganho de RF” para acertar esta diferença. Em diversos veleiros, os proprietários acre-
para este condutor central e causará um curto circuito de RF, provocando um sinal de saída limitado. Isso pode inclusive queimar seu rádio. A solução é testar com um multímetro comum e ele não apresentará nenhum curto circuito. Por isso eu recomendo comprar um cabo coaxial comercial com as pontas já soldadas com os conectores, ou testar com um medidor SWR. O próximo item importante é a alimentação DC. Quanto estiver testando seu rádio, coloque em
ditam que o melhor é soldar os conectores. Mas se você soldar o conector PL-259 no cabo coaxial para seu rádio, e por acaso um daqueles pequenos fios da malha externa estiver em contato com o condutor central, quando você transmitir o sinal de RF criará um arco
qualquer instalação de comunicação que conecte o rádio no painel do barco. A razão é que todos os equipamentos do barco passam pelo painel, como refrigeração, inversores, computadores, iluminação... Todos são dispositivos geradores de ruídos.
Plástico recolhido dos oceanos vira embalagens Iniciativa é da Dell Computers O Programa “Clean Seas” das Nações Unidas para o Meio Ambiente exorta todos a eliminar o uso de microplásticos e a parar o uso excessivo e o desperdício de plástico de uso único para
salvar mares e oceanos do mundo de danos irreversíveis, antes que seja tarde demais. Todos os anos, mais de oito milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos, causando estragos na vida marinha, na pesca e no turismo, e custam pelo menos 8 bilhões de dólares em danos aos ecossistemas marinhos. De acordo com estimativas, até 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixe e 99% das
alta potência, pressione o microfone para falar e cheque se a tensão tem alguma queda. O usual é de 2 a 4 décimos, mas não pode ser maior. Para seu rádio operar em ótima performance a tensão precisa estar entre 12.4 V e 13.6 V enquanto pressiona o microfone. O fio deve ser a distância mais curta para a bateria. Eu sempre desencorajo
aves marinhas terão ingerido plástico, caso as tendências presentes não forem mudadas. Um bom exemplo de engajamento foi dado pela empresa DELL Computers. Ela anunciou que usará plástico recolhido do oceano em suas embalagens de produtos. A DELL está empenhada em colocar tecnologia e experiência para trabalhar para um oceano sem plástico...
cruzeiro
Notícias do Caribe
Rita e Rubens contam que “nem só belos cenários e velejadas tranquilas vivem os cruzeiristas. Acompanhe os perrengues...
Voltando a um período fantástico... e assustador!! Entusiasmada com o que acontecia em tempo real, pulei uma parte importante da nossa viagem. Havíamos deixado Dóris em Cuba para retornar ao Brasil, e Rubão voltou a Cuba sozinho (eu ainda estava trabalhando), para os procedimentos que todos conhecem: recolocar velas, pintura de fundo, reparos que sempre são necessários, principalmente em nosso motor que vinha apresentando vários problemas. Ele se deparou com imensas dificuldades com a carência de materiais em Cuba, mas acabou conseguindo contorná-las o suficiente para colocar o barco na água. Resolvemos que eu iria encontrá-lo direto em Fort Lauderdale, pois a passagem era muito mais barata, e ele “voou baixo” chegando super entusiasmado, e aí foi aquela correria imensa para fazer os procedimentos de entrada e enviar a documentação necessária para que permitissem minha entrada nos EUA. Quando cheguei Dóris estava ancorada numa praia, um balanço terrível, e o mais difícil para mim: a diferença entre o que eu considero um barco limpo, e o que um homem considera... kkkkkk, mas relevei, pois o comandante tinha focado em coisas mais importantes. No dia seguinte, exploramos possíveis ancoragens com o dingue, e descobrimos Lake Sylvia, local super calmo, cercado de belas casas e resolvemos fazer deste lugar nossa base para alguns reparos pendentes como a pintura do convés. Apesar de um frio meio desconfortável, pusemos mãos à obra e as coisas foram deslanchando, enquanto esperávamos Rodrigo e Marcão que chegariam a qualquer momento no veleiro Sotália. Eles, ao contrário de Rubão sofreram bastante na travessia de Cuba até lá, pois foram abordados pela Guarda Costeira Americana logo no início da viagem e revistados e acompanhados, com direito a todos os procedimen-
tos assustadores como cães farejadores e etc. Até quem não deve teme numa situação dessas! A temperatura melhorou, todos empenhados no abastecimento dos barcos para seguir para as Bahamas, e aí um aparte: achamos um daqueles supermercados com produtos brasileiros, e quase ajoelhei quando vi o REQUEIJÃO, CATUPIRY, CARNE SECA, LINGUIÇA CALABRESA (sem gosto de salsicha...), e o barco aumentou seu peso em quase uma tonelada! Numa manhã, já estávamos acordados entre 6:00 e 7:00 h, quando vimos o tempo escurecer subitamente. Foi assustador, e Rubão imediatamente ligou o motor, o que provavelmente contribuiu para nos salvar, pois entrou um tornado com ventos de mais de 150 km por hora. O barco deitou o mastro na água a primeira vez, eu lá dentro da cabine devo confessar que nem tive tempo de ter medo, pois estava como no filme Matrix, me esquivando de tudo o que voava, e ao mesmo tempo tentando pegar tudo o que provocaria muita sujeira depois.
Dormiu no cais? Nós contamos o que você tem que saber. A edição 2017-18 começou dia 22 de outubro. Mas antes, em Alicante, Espanha, a os veleiros já haviam feito sua primeira competição in-port (com vitória da equipe Mapfre), quando a largada aconteceu. O Mapfre começou 7 pontos na frente, um a mais que o Dongfeng, segundo colocado. A ecológica equipe Turn the Tide on Plastic já partiu com
De cara alguns integrantes pularam fora, entre eles Joca Signorini. Sobrou Martine Grael que disse, avaliaria a coisa toda até Portugal. Se ambos forem embora vai ser assim como ver a Fórmula 1 sem o Ayrton Senna. É legal, mas sabe como é... De quebra a Akzo ainda pegou emprestado o português António Fontes que é (era?) da equipe Scallywag porque não havia número suficiente para a primeira perna. E você achando que só na sua regata é que dava confusão, né?!? Na perna 1 deu Vestas, Mapfre, DongFeng, Akzo, Skallywag, Brunbel e consolidando a lanterna, Clean Seas. Até o fechamento dessa edição esse quiprocó na Akzo envolvendo os brazucas e Tienpont não tinha sido resolvido. A equipe Clean Seas - Turn the Tide on Plastic não representa um país na Volvo Ocean Race, mas leva o logotipo das Nações Unidas no casco e na vela. A missão
“
Nossos botes viraram pipas...
Repentinamente uma calmaria, que deve ter durado segundos, até a segunda porranca... barco deitado de novo, um barco que garrou esbarrando em Dóris, eu com um azeite voador na mão e mais alguns hematomas na coleção... até que finalmente acabou. Vento forte ainda, e um cenário dos infernos: um catamarã e algumas lanchas ao lado totalmente emborcados, gente na água sendo resgatada pela guarda costeira, casas destelhadas, e a imensa gratidão de ver Dóris e o Sotália ainda flutuando! Aí você começa a contabilizar os prejuízos... tanto nosso bote como o do Sotália viraram pipas e saíram voando As pernas de Doris no vento caribenho: com motor e tudo. Tivemos também alguns amassados no muitos perrengues, botes casco por conta do veleiro que garrou, mas nessas horas vem aquela gratidão pela escolha de um veleiro de aço! Nossos afundados e ventos de 150km/h... painéis solares, ao contrário de muitos outros barcos, resistiram bravamente. A semana subsequente foi de muito trabalho. Rubão e Rodrigo mergulharam 8 dias seguidos até encontrar primeiro os botes, o nosso que era novinho todo murcho, e o motor do Rodrigo, o que nos permitiu alguma mobilidade pois a ancoragem era bem distante de locais de desembarque, e nada do nosso bravo motorzinho novinho! A violência foi tanta, que parte do suporte do nosso motor havia permanecido no bote pois o metal havia rompido. No último dia das buscas, só com meio cilindro de oxigênio e já desanimados, pedi a eles que mergulhassem em um local que já havíamos checado, pois havia sonhado que estava lá. Foram a contragosto, e pasmem, passados 10 minutos começaram a berrar: ACHAMOS, ACHAMOS! Não sou bruxa nem vidente, mas acho que meu bolso doía tanto que alguma boa alma me deu um vislumbre. Na próxima conto sobre as Bahamas, e o título será o mesmo, pois nem só de belos cenários e velejadas tranquilas vivem os cruzeiristas!
Início tumultuado na Volvo Ocean Race
Entra e sai de tripulantes e outras da equipe é ampliar a campanha “Clean Seas” curiosidades. Saiba tudo! da ONU. “Turn the tide” é uma expressão que
a lanterna na mão entre as 7 equipes deste ano (Vestas – aquela do encalhe em Cargados Carajos na edição anterior...), o Team Brunel, o Sun Hung Kai/Scallyway que todo mundo chama só de Scallyway por motivos óbvios, e a confusa AkzoNobel. O caldo engrossou antes de partirem para a primeira parada, Lisboa. Numa confusão (explicada na coluna de Murillo Novaes na pág.2), o time AkzoNobel despediu Simeon Tienpont uma semana antes da largada. Só esqueceu de combinar com Tienpont que tinha um contrato e entrou com uma ação na justiça, voltando ao time no tapetão horas antes da largada. Climão.
”
9
significa virar a mesa, transformar, mudar a situação, no caso, sobre o plástico nos oceanos, e que foi instituída pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente como tema. A skipper Dee Caffari da equipe Turn the Tide montou uma equipe multinacional com 50% homens e 50% mulheres, em sua maioria menores de 30 anos de idade. Mensagens em torno da inclusão de idade e gênero também serão temas da campanha. Esse povo todo desembarca em Itajaí no início de abril. Quer dizer, os veleiros da Volvo, porque quem estará abordo de qual veleiro, fica difícil saber...
Cervejeiros que Navegam
R Desde setembro, o supermercado paulista Pão de Açúcar começou a testar a venda de cervejas artesanais a granel em growlers (garrafões de vidro) que são enchidos na hora na loja da avenida Doutor Ricardo Jafet, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O cliente pode comprar o growler no próprio supermercado ou comprar a cerveja em no seu próprio, trazido de casa. Atente que o growler precisa ter a boca compatível com o equipamento usado no super. Segundo os caras, o cliente pode economizar até 20%. O growler pãodeaçucarense tem dois tamanhos: 950 ml e de 1,89 litro. O preço do 950 ml (sem a cerva), é de R$ 44,90. Já o de 1,89 litro sai por R$ 55 pilas. Mas vamos ao que interessa! Para encher o precioso garrafãozinho você paga entre R$ 27 e R$ 48, dependendo da cerva. Para ter a bebida na base do litrão (1,98) o preço vai para R$ 50 a R$ 90 pilas. Mas você ainda deve estar curioso: quais as cervas disponíveis? O povo fez acordo com as paulistas Blondine (de Itupeva), Dádiva (Várzea Paulista) e Dama Bier (Piracicaba). R Pra terminar: o garrafão leva esse nome (growler = algo como resmungão em inglês) porque no século XIX, os consumidores compravam a cerveja em garrafões para tomar em casa e o barulho do gás que escapava dos vasilhames ao abrir inspirou o apelido do maravilhoso apetrecho.
Contravento ... com Getúlio Vara
f A Santos-Rio que já foi tradicionalíssima, hoje fica meio que jogada às moscas. Divulgação
quase nada... Resultados só depois de depois de depois de sei lá quando. São duas classes: barcõe$, e o resto pra dar volume. Embora tenha sido 20 este ano, brigando mesmo eram os 4 ou 5 de sempre. Vamos botar pimenta nesse molho Iate Clubes??
f O Yacht Clube da Bahia anunciou, feliz da vida, que a Prefeitura de Salvador emitiu autorização para construção de um estacionamento “que (teria) 319 vagas para veículos e mais 71 vagas para motos e bicicletas”. A alegria durou pouco. Após a chiadeira dos contra, o Comodoro Marcelo Sacramento chamou uma votação e a maioria dos associados que compareceu (apenas 39,6%) votou contra. Como dizia Angélica Huck “Vou de taaaaxiiiii.... ce sabeeee....”. f Não convidem para a mesma mesa, Izabel Pimentel e Gustavo Pacheco. Desde o quiprocó (e olha que faz teeeeempo...) da construção do Mini pelo segundo, a primeira está no veneno. Imagine se a questão fosse um Maxi. Ui!
f SP Lancha Show: Tentando driblar a crise de um modelo desgastado, cada ano menor
e mais caro (Oh dúvida Tostines?!?) - já entucharam pesca, mergulho e gastronomia nessa salada de óculos escuros e helicópteros. Vela? Nem pensar. Que tal ouvir quem paga os tubos de ingresso e de estacionamento pra ser maltratado? “Apesar de amar o setor náutico não tenho intenção de voltar neste evento. Estive ano passado e não me senti confortável. A maioria dos estandes estava interessada somente em vendas e não pude entrar em muitos barcos” Michelle pelo Face. Ao que respondeu Vanessa: “Sinto a mesma coisa, entendo que feira é para expor... todos deveriam ter acesso a tudo”. Como diz o velho deitado: “Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo”. #SQN...
m o t a VelaeAs B mulheres no Leme O que é felicidade? Em uma palestra ministrada por Clóvis de Barros ano passado, uma multidão foi convidada a refletir sobre o que é felicidade. Clóvis discursou de maneira bem-humorada sobre o quanto passamos nossos dias trabalhando arduamente para que em uma dada etapa de nossa vida possamos viver o que chamamos de felicidade. Ao fim, ele nos convidou a indagar como seria viver o “ser feliz” agora. Por fim, ele afirmou: “a Felicidade é agora!”. A coluna desse mês traz uma pessoa que abraçou o presente e caiu no mar para viver o seu sonho. E não o fez sozinha, mas levou consigo seus maiores amores: seu filho Vittorio e seu esposo Carlos. Roberta Cosulich tem 43 anos, é arquiteta e mestre em arquitetura formada pelo Mackenzie. Ela contou que a vela sempre fez parte de sua vida e de sua família. Seu pai sempre velejou e fez regatas de Pinguim e Lightning e os filhos aderiram também ao esporte. Sua mãe nunca velejou, mas sempre os apoiou, participando como secretária em campeonatos, como apoio, entre outras funções. Roberta ganhou seu primeiro Optimist em torno dos 7 anos e tem ele até hoje. Junto ela ganhou um balde com detergente, esponja e pano: “Se quiser ter um barco tem que aprender a cuidar dele”, disseram os pais. E logo ela estava fazendo regatas na Guarapiranga (SP). “Uma bela escola de vela!” – ressalta Roberta. Quando perguntamos sobre um momento marcante em sua trajetória na vela, Roberta nos surpreende: “O Maremio é nossa casa e mais que momentos marcantes, temos um cotidiano marcante. Não é um momento especial, mas uma vida especial em um barco. Uma vida onde a família fica mais unida. Todos colaboram com a rotina como preparar a comida, lavar os pratos, trocar lençóis, lavar a roupa, assistir um
para os próximos dias, trocar turnos à noite com chuva ou mar grande... Isso sem contar pescadores sem luzes, redes... A vida a bordo em Paraty é um paraíso. Não existe fundeio como em Paraty. No resto da costa há o balanço, a correnteza, as pedras e o vento forte”. Velejar traz às crianças algo que vocês não ensinariam se não fosse o velejar? “O Vittorio sempre viveu o mundo da vela porque desde sempre tivemos barco. A diferença está na experiência de conhecer todo o Brasil com suas peculiaridades climáticas e culturais tão marcantes e diversas! Ficamos em clubes, marinas e também no ferro. O único denominador comum é que as pessoas são sempre gentis e solícitas. Desde um pescador até diretores de clubes. O Vittorio aprendeu que todas as pessoas têm seu valor pessoal independente de condição social”. Como a vida no mar modifica a relação do Vittorio com o mundo? E a educação dele? “Educar requer paciência e disponibilidade, tanto em um barco quanto em terra, mas estreita fortemente os laços. Optamos por usar uma escola americana com sede em Portugal que se chama Clonlara. Ela trabalha com projetos onde inserimos os conteúdos do ano. Por exemplo, lemos ‘20.000 léguas submarinas’ e fizemos o mapa da viagem, estudamos os animais do fundo do mar e a anatomia das lulas. A criança se apropria do conhecimento vivenciando-o. Em Abrolhos foi um festival de peixes e baleias e pudemos trabalhar anatomia dos cetáceos, migração, matemática, etc. Com o homeschooling, que chamamos de boatschooling, a criança tem mais tempo porque com atenção plena ela aprende mais rápido e, para mim, é fácil e pontual identificar as dificuldades e trabalhá-las.” Sobre os desafios para mulheres na vela: “Não vejo dificuldade alguma. Somos capazes de fazer qualquer coisa a bordo. Desafiador é convencer os homens a fazer o nosso papel. Hoje existe curso de vela para mulheres e acho que devemos montar um curso de lavar louça para os homens. Fica a dica...” O que hoje em sua vida você desejaria a outras mulheres? “Cada pessoa tem a sua forma de ver as coisas, suas prioridades, escolhas e tolerâncias para os problemas. No meu caso a base de tudo é o prazer de estar em contato com a natureza. Amo estar no mar e também amo estar em um cavalo passeando pela mata. O mar exige respeito e devolve prazer. Um veleiro tem sempre que velejar, foi feito para isso. Nem sempre isso é confortável, mas será sempre delicioso quando feito sob controle, com um barco seguro e com uma tripulação que tenha tranquilidade e experiência. Para quem está começando é importantíssimo respeitar seus limites e adquirir conhecimento. Depois de ter velejado um pouco pelo Brasil e ter conhecido muitas pessoas que vivem em seus veleiros, percebi que a questão da mulher (e muitas vezes do homem) no barco está atrelada ao conforto e em um veleiro quanto mais conforto, mais coisas existem para quebrar. O mar é um ambiente hostil que estraga tudo com sal, sol e balanço. Um barco com todo o conforto como ar condicionado, máquina de lavar roupa, micro-ondas, está mais exposto a quebras. Conhecemos franceses que não tem barco, mas compraram um para fazer a volta do Atlântico e vão vendê-lo logo após terminarem. Outros compraram um catamarã abandonado e aos poucos arrumam e velejam com todo o tempo do mundo por serem jovens, aposentados e não terem filhos. É importante conhecer outras realidades para entendermos onde nos encaixamos e como queremos seguir. Podemos passar a vida em Paraty, ou somente subir a costa. Nenhuma escolha está certa ou errada. A escolha tem que ser feita pelo espírito de cada um. Como dizem os franceses: você tem que se sentir bem na sua pele”. No fim, ser feliz está relacionado a ser autêntico e viver o presente o mais plenamente possível. Foi o que aprendemos com mais
f E o Nuzman, ein?! Com aquele ouro todo deveríamos ter finalizado as Olimpíadas no mínimo em terceiro... E a Renata Decnop estaria treinando com veleiro, apoio, estadia, passagens, filme, contemplar o pôr-do-sol, observar uma técnico e ainda sobrava pra um x-tudo. Gogue e Magogue* eram amadores... entrada de frente... Parece simples, mas é isso que faz a vida a bordo especial.” *Vai procurar no Google... Perguntamos a Roberta como velejar modiGetúlio é velejador, bem informado, não tem meias palavras e sim, Vara é o sobrenome... ficou sua vida e ela respondeu enfaticamente: “Eu não sei bem o que é não ter a vela na vida. Velejei de Optimist, Laser, Lightning e Snipe e fiz muitas regatas. Minha vida era pautada pelos campeonatos. Inclusive, fui bolsista durante a faculdade por velejar representando o Mackenzie. Foi uma fase muito boa!”. Sobre lugares inesquecíveis visitados com o Maremio, ela revela: “O inesquecível é relativo. Para mim são inesquecíveis os fins de tarde fundeados na Ilha da Cotia (Paraty), tanto quanto o fundeio em Abrolhos e Camamu (Bahia). Esse nosso Brasil é lindo demais! Para mim inesquecível é ver o meu filho reconhecendo as marés porque ele sabe em que fase da lua estamos e conhecendo os peixes pelos seus nomes. Recentemente a família abraçou um novo projeto de vida. “Nossa mudança de paratienses para itinerantes foi bem simples porque já morávamos no barco havia alguns anos. Foi só soltar as amarras! A grande diferença é que como itinerantes conhecemos diversos lugares e diversas pessoas, mas morremos de saudades dos amigos de Paraty. Gosto de lembrar que a vida itinerante em um barco não é o glamour uma pessoa incrível. Gostou? Esta edição não podíamos deixar de homenagear a Volvo Ocean Race, que partiu de Alicante das fotos de revistas. Além do prazer, há muito Escreva-nos. Bons ventos e até para mais uma edição com a já tradicional parada em Itajaí. Ache os nomes relacionados: trabalho para manter a vida e o barco funcio- a próxima! AKZONOBEL - VESTAS - DONGFENG - CLEANSEAS - ITAJAI nando. Trocar óleo do motor, buscar água na Priscilla Marjorie Olivastro é Pediatra, VOLVOORACE - ALICANTE - BRUNEL - MAPFRE - SCALLYWAG velejadora e Diretora Feminina da ABVC bica com bote e galão, programar as compras
vras
Caça Pala
ALMANÁUTICA
10
l
Memórias do Avoante tos Filho
Por Nelson Mat
MB
Marinha do Brasil
11
Oitavo Distrito: Atendimento público Portal do Paraíso A quarta-feira, 11 de Agosto de 2010, amanheceu com vento forte e com previsões de aumentar durante o resto do dia, o mar também não estava para peixe e muito menos para barco, pelo menos isso era o que se dizia. Saímos da barra de Natal e olhamos meio que entristecidos para a Draga La Belle que agonizava em cima de arrecifes, encalhada e cansada de tentativas inglórias para removê-la. Barco tem alma! E a alma daquele barco estava incrédula. A visão do infortúnio da La Belle nós acompanhou muitas milhas mar adentro. O mar crescia de tamanho e o vento soprava forte. Nosso barco era forte e marinheiro. Rumo: 60 graus. Chegou meu turno de comando e assumi o timão sentindo, apesar daquele mar endiabrado, que estava no comando de um grande guerreiro. Apesar do vento forte e do mar agitadíssimo, o clima a bordo era de alegria e muito bate-papo. O barco subia e descia as ondas surfando e nem tomava conhecimento do tamanho das paredes de água. Vinte milhas de Natal e umas risadas mais, o trabalho no timão não admitia descuido. Foi nessa hora que o timão, que já era leve, ficou mais leve ainda e o barco foi tomando o rumo que queria. “... acho que quebrou a roda leme...” Se nessas horas a primeira reação é olhar para trás para saber se a terra esta distante, num mar de faroeste como aquele então! Não sei os outros, mas eu senti uma enorme saudade do meu Avoante ancorado na segurança do píer e do aconchego carinhoso de minha Lucia. Voltar que nada, estamos em Agosto! O comandante Zeca e o imediato Ceará, que para mim são os dois maiores velejadores do mundo e dois tubarões no mar, nem se abalaram. Improvisaram um novo mecanismo de comando, ao melhor estilo Magaiver, e o barco em menos de 10 minutos estava firme no rumo 60 graus. Faltavam 125 milhas para o nosso destino e com previsão de chegada a meia-noite. Foi assim que iniciou minha primeira velejada ao Atol das Rocas, sonho de destino da maioria dos velejadores cruzeirista do Brasil, único Atol no Atlântico Sul. Uma importante reserva ecológica do mundo e reconhecida pela UNESCO como patrimônio natural da humanidade.
O paraíso é aqui: Atol das Rocas (RN) Fui como tripulante do catamarã Borandá, do comandante Zeca Martinho, que há mais de 15 anos dá apoio a base do IBAMA no Atol das Rocas. Hoje o Atol é administrado pelo ICMBio, Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade. Toda essa jóia da natureza é comandado pela zelosa diretora Zélia Brito, que defende com paixão aquele pedacinho de mundo perdido no meio do oceano. Foi com a benção de Zélia que consegui embarcar no Borandá em direção ao paraíso. Recebi o passe tão desejado, mas os passos no paraíso tinham que ficar para outra oportunidade. Aceite de pronto! Nossa missão era levar Josiel, funcionário do ICMBio e braço direito da Zélia na preservação do Atol, que renderia o grande Jarian, um voluntário fervoroso na defesa, apoio e conservação daquele pedaço longínquo e isolado de Brasil. Como o mercadinho mais próximo fica a mais de 270 quilômetros de distância, levamos também mantimentos para alimentar os três pesquisadores que lá estavam e que ainda iam ficar uns bons 20 dias. Como é ficar isolado do mundo? Isso eu ainda não sei, mas um dia eu descubro! Fiz essa pergunta ao Josiel e também ao Jarian, mas a resposta foi tão evasiva que achei melhor mudar de conversa. Eles apenas têm o foco voltado para o Atol e sua preservação, nada do que ultrapasse essa fronteira é capaz de deixá-los abalados. Se com eles é assim, imagine com a Zélia! A madrugada foi sendo consumida pelas nossas milhas avançadas e um lampejo de farol surgiu na proa do Borandá. Quatro horas da manhã, piados de pássaros ecoavam sobre nosso barco, ao longe uma fina silhueta se delineava no horizonte. O sol preguiçosamente fazia breves alongamentos antes de esquentar suas turbinas de luz e vida. Vidas respiravam a todo pulmão em nossa volta. Chegamos ao portal de um Paraíso: Atol das Rocas/RN.
Nelson Mattos Filho Velejador
Foi anunciado em outubro o atendimento ao público pelo 8º Distrito Naval de São Paulo (Vila Clementino, próximo ao Parque do Ibirapuera). No comunicado assinado pelo Chefe do Estado-Maior do Comando do 8º Distrito Naval Capitão de Mar e Guerra Alexandre Motta de Sousa que regula o atendimento ao público, a MB apresenta os serviços: “Visando facilitar o atendimento do grande número de amadores existentes na Grande São Paulo e interior da área de jurisdição da Capitania dos Portos de São Paulo no que tange a serviços de Carteira de Habilitação de Amadores, o 8ª Distrito Naval iniciará serviços de atendimento ao público”. Especificamente serão realizados os seguintes serviços: 1) Entrada no processo de renovação e 2ª via de Carteiras de Habilitação de Amadores desde que o amador esteja cadastrado no sistema de Amadores (SISAMA) 2) Inscrever candidatos e realizar provas para habilitação de Amadores na cidade de São Paulo, exceto na categoria de Capitão-Amador 3) Realizar inspeções nas Entidades Náuticas devidamente cadastradas, para emissão de atestados de treinamento para Arrais e Motonauta, junto a Capitania dos Portos de São Paulo localizados na Grande São Paulo O atendimento será feito na Rua Estado de Israel, 776 (Vila Clementino), em São Paulo, de segunda a sexta-feira das 9h às 11h30min. Provas, desde que devidamente agendadas previamente nos mesmo local, às 3ªs e 5ªs às 11h30min. Podem ser atendidos o próprio candidato ou seu preposto por procuração (ver modelo em www.com8dn.mar.mil.br ou representante nomeado de entidade náutica habilitada para emissão de Atestados de Treinamento devidamente cadastrado junto à CPSP.
8º Distrito passa a atender o público em SP
Outras informações: Não há estacionamento no interior do 8º Distrito Naval, e também não são admitidos à entrada de pessoas com trajes inadequados ao ambiente, ou seja, trajes de banho, camisetas sem manga, chinelos, sandálias para homens, macacão, bermudas, saias curtas, tops, mini-blusas e roupas que possa ser consideradas muito justas ou transparentes.
Justa homenagem aos veteranos da MB
Dia dos inativos muda de nome A partir deste ano a Marinha do Brasil celebrará o dia 10 de outubro como sendo o Dia dos Veteranos da Marinha. Até hoje a data era celebrada como o “Dia dos Inativos da Marinha”. A nova denominação para essa data é uma forma de prestar um justo reconhecimento aos militares e servidores civis que, após dedicarem uma significativa parte da sua vida ao Serviço Naval, encontram-se na reserva remunerada, reformados ou aposentados. O Dia dos Veteranos da Marinha foi comemorado com eventos sócio-culturais, em âmbito nacional, organizados pela Diretoria do Pessoal Militar da Marinha, Diretoria de Assistência Social da Marinha e Comandos dos Distritos Navais.
Nicolas Bernal: Tricampeão
NOVO VISUAL DA LINHA QUE MAIS ENTENDE DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO D E I N OVAÇ ÃO
Após duas etapas de regatas na Represa da Guarapiranga e em Ilhabela, Nicolas Bernal (YCSA-SP na foto ao centro) conquistou o tricampeonato do Campeonato Paulista de Optimist. Foram 13 regatas ao todo, disputadas com diferentes condições de vento (de 5 a 28 nós) e ondulação. Este é seu último ano de Nicolas na classe optimist devido ao limite de idade de 15 anos. Ainda na classe Optimist, seu próximo desafio é em dezembro, o Campeonato Norte Nordeste de Optimist em Salvador, onde irá defender o tricampeonato.
(11) 2914-5662
WWW.NAUTISPECIAL.COM.BR
ABVC
INFORMATIVO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO
Palavra de
PRESIDENTE
Sejam muito bem vindos!
A ABVC inicia em dezembro sua mudança de plataforma digital e plataforma financeira e até o carnaval teremos implantado algumas inovações e facilidades para os nossos associados, que têm dificuldades com os pagamentos e inscrições. Envie a sua sugestão, crítica ou reclamações para presidente@abvc.com.br Estamos trabalhando por uma ABVC melhor, para todos!
Bons ventos!
Paulo Fax
Presidente da ABVC
Troféu Maurício Castro O veleiro Sorelle do Comandante Richard Canella recebeu em Noronha o Troféu Maurício Castro. A premiação foi entregue para a primeira embarcação oriunda do Cruzeiro Costa Leste, organizado bienalmente pela da ABVC Associação Brasileira de Velejadores e Cruzeiro, a chegar à ilha de Fernando de Noronha. É a primeira vez que o troféu é entregue.
Caro Associado,
Como todos já sabem, o Costa Leste foi um sucesso. Demos a oportunidade mais uma vez dos nossos associados subirem a Costa Brasileira juntos, conhecer novas pessoas e especialmente , novos lugares. Começando pela recepção do Clube Naval Charitas, que este ano recebeu o evento de braços abertos e fez muito bem o papel de anfitrião! A novidade desse ano foi a recepção em Cabrália, as autoridades devolveram a cidade um papel fundamental, que é receber os navegadores da costa brasileira que agora se abre para o turismo náutico de uma forma muito bacana e organizada. Parabéns! Aliás ficaram a disposição para receber qualquer embarcação que na volta quiser dar uma passada lá e curtir a beleza do lugar. Este ano estive pessoalmente em Recife, para a entrega do Troféu Maurício Castro, ao Comodoro do Cabanga, Jaime Monteiro que premiou o primeiro veleiro do Costa Leste a chegar na ilha de Fernando de Noronha. Disputa acirrada entre o Sorelle, Yarebe, Zadig e Labadee, que com muito bom humor, amizade e fraternidade comemoraram a conquista do troféu pelo Sorelle, parabéns a todos! Fim do ano chegando, e vamos ao Cruzeiro Costa Tamoios, Encontro Nacional e Cruzeiro Costa Verde. Um trabalho duro dos nossos Vps Claudio Renaud e Murilo Pigão com muitas atividades para os nossos associados em especial o encontro desse ano recebe palestras com muito conteúdo, temas diversificados e oficinas que vão elevar o seu nível de conhecimento e experiência. Estamos com uma bela equipe de voluntários e diretores, muitos apoiadores e novidades que aos poucos vão deixando nosso encontro mais atualizado e diferente. Este ano serão 3 dias, com 3 jantares deliciosos permeados de muita alegria, bate papo e descontração. Ninguém sai desse encontro sem brinde! A Dream Yacht Charter irá sortear uma semana de charter para Croácia, Grécia ou San Marteen, participe e concorra! Caso não tenha conseguido fazer sua inscrição pelo site, não tem problema, pode fazer na chegada, direto na secretaria. No encontro será lançada oficialmente a página da ABVC no facebook, curta e acompanhe!
Encontro Nacional
Mais um ano realizamos o nosso tradicional encontro no Bracuhy. Na programação, palestras - João Hackerot “Meteorologia e modelos numéricos: segurança e eficiência na navegação”; Sandro Ribas/Expedição&Aventura Paraty Clínica com esportes de aventura e práticas de segurança; Lançamento do livro do veleiro Samba, de Renato Botelho e Susy Collingwood; Cris Amaral e Renata Liu “Desafios para mulheres na vela e facilitação desse processo”; palestra dos Anjos do Mar “Segurança e Resgate”; Maurício Ferreira (Veleiro Tiaré) “Inovações na Comunicação de Dados via Rádio”; e o Comandante do veleiro Unforgettable “O exercício do Sonho”. Jantares, oficinas e clínicas também fazem parte da programação queterá uma festa de encerramento com música ao vivo. Durante todo o evento haverá monitoria para crianças.
Maurício Castro acabou virando um ícone após a criação da Refeno. A ideia de Castro surgiu após montar uma tripulação para ver como seria chegar a Noronha à vela em um 24 pés. A tripulação, batizada de “Pé na Cova”, chegou ao Arquipélago após uma semana de mar. Passada a experiência, Maurício decidiu juntar o maior número possível de embarcações e, a partir daí, “deu vida” à Refeno.
Na ilha, o Comandante do Sorelle, que é médico, participou do projeto de atendimento médico voluntário aos ilhéus, criado pela organização da Refeno 2017. “Atendi 18 pacientes no hospital aqui em Fernando de Noronha. Alguns casos bastante graves e com indicação cirúrgica. Foi muito gratificante auxiliar a comunidade durante a Refeno”, disse Richard Canella, Comandante do Sorelle. “Foi uma oportunidade única. Vi alguns casos que me surpreenderam. Foi fantástico o que o Caban Na próxima edição do nosso Boletim ga fez através da Refeno,que será cada vez Oficial, a cobertura de como foi. melhor acolhida em Fernando de Noronha”,
Um troféu, muitas mãos O Troféu Maurício Castro foi idealizado em agosto de 2016 por Ricardo Amatucci como homenagem ao criador da Refeno. A ideia foi levantada em uma reunião de diretoria da ABVC, à época sob o comando do Presidente Volnys Bernal. Aprovada, foi levada à cabo na gestão seguinte, por causa de outra ação necessária: trocar o Cruzeiro Costa Leste dos anos pares para os anos ímpares, porque nos anos pares a maioria dos Iate Clubes envolvidos no Costa Leste também realizam suas eleições. Como o Cruzeiro Costa Leste inicia sua organização no
ano anterior à sua realização, o contato com o Comodoro dos Iate CLubes só podia ser feito em cima da hora impedindo o bom andamento da organização. Em 2017 Paulo Fax deu continuidade ao projeto anteriormente iniciado. Contatatou o Comodoro do Cabanga Iate Clube, Jaime Monteiro Jr., que abraçou a ideia, e oficializou, assumindo a responsabilidade de fazer a premiação.
Cruzeiro Costa dos Tamoios Em continuidade à sua programação de cruzeiros pela costa brasileira, a ABVC realizará no próximo dia 25 de novembro o já tradicional Cruzeiro Costa dos Tamoios. A flotilha sairá de Ubatuba (litoral de SP) com destino à Paraty, já no Rio de Janeiro, passando pela Ponta da Joatinga. Conhecida por ser local de acidentes e temida por alguns navegadores, um dos objetivos do Costa dos Tamoios é desmistificar essa passagem. O Costa dos Tamoios vem preencher uma lacuna para os cruzeiros de médio percurso. A ABVC tem o Costa Verde (que também sai em novembro), que se restringe à baía da Ilha Grande e Sepetiba, o Costa Sul, que vai até Santa Catarina e o Costa Leste, até a Bahia. Durante o cruzeiro, os veleiros param em muitos lugares aprazíveis para almoços, churrascos, confraternizações ou simplesmente para curtir a praia local. O Costa dos Tamoios tem uma distância e dificuldades intermediárias. O nome escolhido se refere a uma aliança de povos indígenas do tronco lingüístico tupi que habitavam a costa dos atuais estados de São Paulo (litoral norte) e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba fluminense). Esta aliança, liderada pela nação Tupinambá, congregava também os Guaianazes e Aimorés. O termo “tamoio” não se trata, portanto de uma tribo ou nação indígena específica como muitos pensam. O termo vem de “tamuya” que em tupi significa “os anciãos”, indicando que eles eram as mais antigas tribos tupis, os que mais prezavam os costumes tradicionais. Se você nunca fez esse cruzeiro, faça. Vale muito confraternizar com os amigos - mais novos e mais velhos - e conhecer esse pedaço O Cruzeiro Costa dos Tamoios passa por locais lindo de nossa costa. O organizador é o Vice-Presidente de Ubatuba, paradisíacos e tem uma boa navegação Cláudio Renaud: diretoria.ubatuba@abvc.com.br.
Convênios
Cruzeiro Costa Verde O Cruzeiro Costa Verde foi criado em 2010 e está na sua oitava edição. É uma velejada em grupo idealizada para que velejadores sem muita experiência façam um cruzeiro de curto percurso, em águas abrigadas e parcialmente abrigadas, ao lado de velejadores mais experientes, com segurança e tranquilidade. A largada será em Paraty. Como de costume, o cruzeiro passará pelo lado de dentro de Ilha Grande e prosseguirá para o baia de Sepetiba. O programa previsto para este ano foi o seguinte: Dia 05/11 - Saída as 10h da marina Bracuhy com destino a praia do Dentista. Seguiremos para o Saco do Céu no restaurate Coqueiro verde onde haverá reunião dos co-
mandantes e tripulantes e jantar a partir das 19h. Dia 06 - saída as 9h com destino a Praia de Palmas com pernoite e caminhada ate a praia de Lopes Mendes. Dia 07 - saída de Palmas com destino a praia Grande de Itacuruçá. Dia 08 - saída com destino a Ilha de Jaguanum – Praia da Estopa, depois saída para o Iate clube de Ibicuí com churrasco solidário (cada barco leva alguma coisa para o churrasco). Dia 09 – Saída para a Vila de Abraão Dia 10 - Saída para a Ilha de Cataguás e depois Praia da Tapera com pernoite. Dia 11 - Almoço na Praia da Tapera e encerramento
Consulte o site para mais detalhes e condições
Iate Clubes e Marinas
Aratu Iate Clube, Cabanga Iate Clube, Iate Clube Guaíba, Iate Clube de Rio das Ostras, Iate Clube do Espírito Santo,
Marina Bracuhy, Marina Porto Imperial: 50% de desconto nas duas primeiras diárias consecutivas em vaga molhada. Descontos
Brancante Seguros, Botes Remar, CSL Marinharia, Geladei-
ras Elber, SetSail Inteligência Náutica (Iate Clube de San-
tos): descontos em vistoria/Survey, assinatura semestral de previsão de tempo e mar, contratação de Navegação Plane-
jada, Serviços e manutenções. Dream Yacht Charter Brasil
aluguel de embarcações no exterior, Cusco Baldoso cursos
de vela oceânica: desconto e Isenção da taxa de matrícula,
isenção da taxa de pernoite, 10% de desconto nos cursos e atividades.
O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.