Almanautica 27

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ALMANÁUTICA

PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!

Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano V – nº 27 – novembro/dezembro 2016

Leia nesta edição:

www.almanautica.com.br ISSN: 23577800 27

Mussulo 40 - Cape2Rio Foto: Ricardo Cardoso

Volvo Ocean Race muda regras e valoriza as mulheres Notícias do Caribe: As aventuras de um casal ais! m E Nacra 17 deve ter foil para Tóquio 2020 Regatas pelo Brasil Publique seu livro com a EDITORA ALMANÁUTICA Colunistas Saiba como você pode ganhar dinheiro publicando!


ALMANÁUTICA

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EDITORIAL

Shhhh! É segredo!

E

mbora a seleção final dos filmes concorrentes ao Oscar para a categoria de melhor filme estrangeiro ainda deva ser definida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, uma comissão do Ministério da Cultura indicou o filme “Pequeno segredo”, de David Schürmann para a vaga brasileira. Para suicídio de alguns, e alegria de outros (eu!). Dezesseis filmes disputavam essa vaga. Segundo Alcino Leite Neto, da Folha de São Paulo, o filme “é um oceano de clichês e sentimentalismo. A narrativa é piegas, as imagens são piegas, a banda (sic) sonora é piegas, a direção é de uma platitude sem fim. Nem a talentosa Júlia Lemertz salva-se do naufrágio, enroscada em uma encenação monocórdia e maçante. É dos piores filmes brasileiros recentes”, massacrou o “sábio”. Talvez a critica se explique pelo fato do filme queridinho da esquerda – Aquarius (dirigido por Kléber Mendonça Filho e estrelado por Sônia Braga) – ter sido preterido pela atual Comissão do MinC. Mendonça lamuriou-se ao saber da decisão: “A escolha já era esperada e está em total sintonia com a realidade política do Brasil”. No filme, Clara (Sônia Braga) mora em um apartamento da Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, uma construtora consegue adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Clara sofre todo tipo de assédio e ameaça para que mude de ideia. As críticas de Alcino em http://www1.folha. uol.com.br/ilustrada/2016/09/1812668-cliche-pequeno-segredo-e-dos-piores-filmes-brasileiros-recentes.shtml são meras opiniões rasas de quem não entende a base da estética da arte e da linguagem cinematográfica. Preferiu uma critica-deboche. De concreto, no auge de sua escrivinhação, diz: “Tudo segue aos solavancos” e “personagens que são apenas espectros”. Aqui podemos concordar ou não, mas é a única coisa baseada em algum conceito técnico. No mais tenta disfarçar sua opção política travestida de crítico de cinema: “Havia 16 filmes... Muitos deles abordam temas sociais fortes, como a ganância dos empresários, a luta pela sobrevivência, a repressão policial nas favelas, o racismo...”. Imagino Alcino criticado “Bonequinha de luxo”, “Mágico de Oz” ou os filmes de Mazzaropi... Parece que ele optou pela gourmetização da luta pela moradia. Esqueceu-se que cinema também pode ser distração, diversão, experimento, arte, documentário, reflexões sobre cotidiano, como enxergamos os outros. Como se mostrar sua revolta lá de “New York” fosse construir alguma coisa... Alcino, basta assistir o trailer e ver que o filme é muito bem realizado. Faça o seguinte: Pegue um veleiro e vá a Noronha ou Abrolhos. Leia uns livros no caminho. A Família Schürmann tem uns bons... Leve uns de estética da arte também. De cinema... O anúncio oficial dos indicados ao Oscar será feito somente em 24 de janeiro, e a cerimônia ocorre dia 26 de fevereiro... Até lá poderemos ver os dois filmes e tirar nossas próprias conclusões.

Murillo NOVAES De volta ao mundo! Olá querido leitor de alma náutica. Eis que estamos aqui na ressaca pós-olímpica assistindo a mais um episódio da interminável série “Brasil varonil rumo à ponte que partiu”. Ou outras rimas... Enquanto boa parte da inteligência(?) nacional se refugia em um dos dois lados de uma mesmíssima, ferruginosa, carcomida e antiga moeda, fingindo, claro, não saber disso e enquanto vemos vários de nossos amigos se digladiando e se enraivecendo para defender posições indefensáveis, em uma ou outra direção, a beleza dos veleiros, do vento que sopra suave em nossas faces e o farfalhar das ondas nas proas de nossos barcos dão algum alento. Ainda bem! No entanto, pus-me a refletir sobre o momento ímpar por que passa nosso país, nosso mundo e nossa, dita, humanidade. O fato é que ao vermos o vicejar da intolerância, a defesa cínica da desigualdade, do preconceito, da violência, da segregação, da intransigência, do “sempre foi assim”, da manutenção, hipócrita, tola ou maldosa, do status quo, do “estado em que as coisas se encontram” – que levará, inevitavelmente à destruição de nossa nave-mãe Terra e de nossa espécie –, ou, pior ainda, a pregação fundamentalista, portanto ignorante e reducionista, de qualquer grupo, político ou religioso, de um suposto retorno a um passado onde, idealmente, estava a solução de tudo e o bom mundo (como se fosse possível fazer história de marcha à ré e como se a solução de qualquer coisa

não estivesse inexoravelmente no futuro), nosso coração marítimo sofre. Sofre porque aqueles que realmente aprenderam a navegar, que realmente aprenderam a admirar e respeitar o mar e sua natureza, no sentido mais amplo do termo, sua diversidade, grandiosidade, energia e beleza, sabem que força, violência, sofreguidão, vontade demasiada, imposição, soberba e egoísmo só levam ao desastre. Eu mesmo sofri uma dura lição para ser lembrado disto. Aqueles que aprenderam a ajustar seus panos, a ler o vento, as ondas e as correntes, a adaptar e coadunar seu barco e seu rumo às condições presentes, ao invés de desafiá-las ou ignorá-las, sabem que, como disse sabiamente o gênio Charles Darwin (a quem toda a genética e medicina moderna, que salva cada vez mais vidas, deve tudo e apesar disso alguns ignorantes insistem em negá-lo), a natureza, portanto a vida, (inclusive a dos homo sapiens ou seríamos agora homo stupidus?) se produz e reproduz em evolução e adaptação constantes. E, ao contrário do que gostam de pregar algumas ideologias, a sobrevivência, no tempo e no espaço, nesta infinita guerra da existência não é a dos mais fortes, dos mais inteligentes, dos mais duros e nem mesmo dos mais capazes, é sim dos mais adaptáveis, dos mais maleáveis, dos que mudaram, inovaram, daqueles que souberam ou conseguiram, por mérito ou acaso, se adequar melhor às sempre cambiáveis circunstâncias do ambiente em que vivem. Os homens do mar o sabem empiricamente! E o que falar do nosso ambiente hoje? O que falar do ambiente filosófico, político, moral, cultural, ético, econômico? O que falar do meio ambiente, da natureza,

Crônicas Flutuantes Ah! O amor!

Graciosa, um ilhote ao norte de Lanzarote, ilha mais ao norte do arquipélago das Caná¡rias, terras há muito pertencentes ao império espanhol. Muitos e importantes fatos narram a história do lugar, desde a maior explosão vulcânica já documentada por homens e mulheres lá pelos inícios dos 1700, até o exílio voluntário (?) de um dos maiores escritores que a língua portuguesa conheceu ao alertar aos da terrinha sobre a possibilidade da não existência de deuses e demônios e passou quase a persona non grata em terras de Cristiano Ronaldo onde nasceu e escreveu a maior parte de sua obra. Pois é nesse ilhote agregado a Lanzarote que estamos. Há aqui uma pequena vila, outrora de pescadores, hoje sustentada por turistas, em sua maioria europeus. Uma marina - pra lá de simpática, águas transparentes, belos e mansos peixes passeando por baixo dos inúmeros veleiros e pequenos barcos de pesca, suficientemente organizada e... preço justíssimo ainda não praticados por Tupiniquins e Tupinambás - abriga o Kuarup, veleiro do meu querido amigo Fábio Tozzi,sobre o qual já vivi aventuras e aventuras. Daqui a dois dias - escrevo essa crônica aos 03/10/2016 -, pretendemos zarpar para o Brasil com paradas previstas em Cabo Verde, Fernado de Noronha,Atol das Rocas e finalmente João Pessoa e Salvador. O Kuarup já carrega muitas primaveras; foi feito na França em 1977, mas continua, Ricardo Amatucci - Editor apesar da idade, muito bem armado. Em

suas partes, por assim dizer, fundamentais, não nos deixa preocupados; coisas corriqueiras, no entanto, podem eventualmente causar pequenos desconfortos: um fogão preguiçosamente entupido, pequeno pinga-pingas aqui e acolá, uma maresiazinha incontrolável que causadora de algumas artroses nas juntas do piloto de vento e etc. Tudo, no mais das vezes, resolvido com um pouco de bom senso, paciência e boa cerveja gelada. Nessa sua viagem atual, o Kuarup saiu de Santarém, estado do Pará, desceu quase mil quilômetros o Rio Amazonas, gigante em toda sua extenção, foi ao Caribe,voou para os Açores, Ilha da Madeira e... Lanzarote; tudo isso, entre idas e vindas de seus tripulantes, em dez meses. Agora então,com seu capitão Fabio, eu, o Afrânio e o Mauricio, retornara ao Brasil, devendo fincar amarras em Florianópolis. Do velejar por aíi, coisa boa demais da conta é conhecer pessoas e fazer novos amigos. Nossos vizinhos são de muitos lugares; Alemanha, Suécia, França, Espanha - claro - Itália. Todavia, por primeira vez em minhas modestas andanças - maneira de dizer - por domínios do velho e bom Netuno, tenho o prazer de ter como vizinho um barco de um cara que nasceu no maior de todos os continentes - mas que já não existe. Um lituano!, num barco de última geração. Hightec é pouco para descrevê-lo - o barco, não o cara. Anda ai ¬ por volta de seus 40...42 pés, uma popa que eu nunca tinha visto, tão larga como boca máxima, mastro de materiais exóticos, mui-

da relação do homem com seus coabitantes também plenos de vida, animal ou vegetal, igualmente tripulantes de nossa nave? O que falar da manutenção da nave em si? Como seguir navegando nestas condições? Que rumo tomar? São questões que deveriam afligir qualquer velejador terráqueo dos mares celestes neste princípio de terceiro milênio. Será mesmo que os passageiros da primeira classe acreditam que quando nosso Titanic colidir com o iceberg a parte deles do navio não afundará junto a todas as outras? Será que existem botes salva-vidas nos mares gelados da via láctea? Ou perecemos todos, finalmente, por obra de Deus ou da realidade, reduzidos à nossa tão negada, mas tão verdadeira, igualdade? Os que singram os oceanos sabem que, pela ética marinheira, mesmo o mais poderoso navio de guerra mudará seu rumo para acudir um irmão do mar em risco real, sabe que a embarcação com maior capacidade de manobra deve, obrigatoriamente, ceder ante a uma embarcação que tenha menos condições de manobrar. Convido o leitor a refletir sobre isso em termos mais amplos e humanitários. Em termos políticos e filosóficos. Será que a solução para nossos conflitos é mesmo a intolerância ao diverso de nós, o isolamento em nossas próprias crenças, o desprezo pelo outro e pelo diferente? Ou poderíamos, com a ação coordenada de todos os tripulantes, com tolerância, paciência, integração, cooperação e boa vontade navegar melhor por estes tempos que se mostram tão tempestuosos? Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com

Coluna do escritor José Paulo de Paula to fino e leve,cruzetas enormes lembrando pequenas asas, quilha que se move com a inclinação, sistema elétrico integrado com moderníssimas baterias de níiquel/cádmio. Se passa, todavia, que essa novíssima maquina de velejar vem tendo comportamentos, digamos, ligeiramente rebeldes - não vou entrar em detalhes para não entediar desnecessariamente o leitor - que se encarregaram de fornecer ao nosso novo amigo lituano algumas apreensões que o estão deixando com encanações maléficas, de maneira que, momentaneamente parece hesitar na retomada dos rumos delimitados por seus sonhos. Fiquei a conjecturar filosofias sobre os bons e velhos barcos simples quando comparados aos mais modernas, difíceis de serem consertadas e que necessitam para tal seres humanos dotados de conhecimentos sofisticadíssimos e especializados, mas que, lamentavelmente, não são encontrados facilmente em qualquer esquina. Confesso certa confusão a respeito e não sei como poderíamos ajudar nosso novo amigo. No entanto ele tem um trunfo inquestionável sobre nós que, tenho certeza, o fará perder seus temores e retomar os tais rumos; está acompanhado de uma garota, também lituana. Uma garota... Como poderia descrevê-la? Uma garota absolutamente graciosa... José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador, violeiro, cervejeiro artesanal e autor dos livros “É proibido morar em barco” e “Divã Náutico” que podem ser encomendados em zepearte@gmail.com

Umas e Outras

Histórias de um navegante im pre ciso

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Eduardo Sylvestre Capacitar para transformar Fevesp e CBvela tem investido em qualificação para o Instrutor e técnico de Vela

a lio Vian Por Hé

Desapega Mara, desapega... Você conhece o Hashtag Sal? É um canal no YouTube com uma série de entrevistas com pessoas que escolheram morar no mar. Muita gente já passou pelas lentes sensíveis de Adriano Plotzki. A regra é que ele chegue até o entrevistado em seu barco, o Brutus, levando junto o fotógrafo Ernani Oliveira ou, às vezes, Aline Sena, a misteriosa senhora #Sal, que mostrou a cara na visita a Amyr Klink, na marina do Engenho, em Paraty. Amyr nos conta, em um longo bate-papo, que “barco é uma máquina diferente de um carro, barco é uma máquina que tem um grau de ociosidade muito grande, aonde a grande sacada é o uso compartilhado”. Vi uma pesquisa, não lembro onde, que nos Estados Unidos há mais de 12 milhões de barcos registrados, porém a média de uso por ano é de apenas 30 dias - talvez por conta do inverno rigoroso. Já em nosso paraíso tropical, se você não usa o barco ao menos 45 dias por ano, é melhor partir para o aluguel. Ou para a propriedade compartilhada. Aqui em Angra dos Reis, na BR Marina, já existe este tipo de serviço. Funciona assim, como simplificou Renata Liu, sócia da SailAbout: ao invés de comprar um barco inteiro, você adquire uma cota e cada cotista é proprietário dessa fração. Como em um condomínio, existe uma convenção onde os sócios têm direitos e responsabilidades iguais sobre o barco. As despesas com manutenção e limpeza, seguro e estadia na marina são divididas entre os cotistas. Ao contrário do modelo de time share, os sócios do bem adquirido sequer precisam ser amigos, nem mesmo conhecidos. O cliente é o dono do barco e pode vender sua parte quando quiser. Nos idos de 1985 compartilhei um Rio 20 em sociedade com meus sogros e a experiência foi boa. A chave para o sucesso é uma boa adiministração com um contrato bem redigido, tipo pré-nupcial (se a sociedade for pras cucuias, faça como o casal da comédia A Guerra dos Roses). O pulo do gato é o próximo a usar o barco não perder horas em manutenções e o receba limpinho, abastecido, com roupa de cama e banho cheirando a amaciante e até sua escova de dente no armário do banheiro. E o barco ainda pode ser alugado para charter que, dependendo do movimento, paga as despesas e ainda sobra um troco para a cerveja! Lembre-se que estas despesas levam, por ano, quase 10% do valor do bem, diz Renata. Sem levar em conta a cerveja, digo eu. Tenho usado pouco o MaraCatu. Estou passando uma chuva, e como chove!, em um apartamento da família no Bracuhy. Nesses tempos bicudos até já penso em abrir cotas para sócios. Difícil mesmo vai ser convencer minha mulher a compartilhar o seu barquinho. Desapega Mara, desapega... Mais sobre o pau do burro

Muitos leitores ficaram curiosos quanto ao personagem da última coluna “O pau do burro”. Ele também está no Hashtag Sal, é o “Espírito de Lancheiro”, nos episódios 31 e 32. Pesquisa lá! Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos ventos e mantém o maracatublog.com

Todos sabem que trabalho na World Sailing e dou cursos para capacitação de instrutores e técnicos nível 1, 2 e 3 ao redor do mundo. O que muitos não sabem é que estes cursos de capacitação da World Sailing estão disponíveis através da Federação Estadual de vela que é ligada a CBVela, e muitas vezes sem custo algum para clubes federados. Após 3 anos de intensa dedicação da FEVESP/CBVela para expandir o nosso esporte com padronização de ensino, qualificação de instrutores e técnicos com metas claras e objetivas, começamos a ver algumas mudanças e alguns frutos que podem ser vistos em vários pontos do Estado de São Paulo, como Escola de Vela do YCSA, Paulista, Escola Municipal de Vela de Ilhabela, São Sebastião e até mesmo em Parati, RJ. Roberta Cosulich, uma velejadora apaixonada pelo nosso esporte e sócia do SPYC na Represa de Guarapiranga é um destes frutos. Quando ela e seu marido levaram seu barco para Parati, teve contato com o Instituto Náutico Parati (INP), uma escola de vela simples com 10 alunos e 6 barcos, que ensinava crianças a velejar aos Sábados e começou a então a colaborar com a Escola. Ao descobrir que a FEVESP dava curso de capacitação, viu nisso uma oportunidade de transformação e prontamente se inscreveu no curso Nível 1 de Instrutores que seria dado no SPYC (São Paulo Yacht Club). Fez este curso 3 anos atrás, junto com vários outros instrutores de São Paulo, Santos, Ilhabela e São Sebastião. “Em 2013 nos mudamos para Paraty definitivamente e meu envolvimento

com a escola se tornou integral. Para poder fazer um bom trabalho e com o apoio da CBVela, Fevesp e Feverj, acabei fazendo o curso gratuito oferecido pela Fevesp e ministrado pelo Eduardo Sylvestre, onde tive contato com outros 10 alunos como eu, interessadas em lecionar vela para crianças. O curso foi um divisor de águas no desenvolvimento do INP. Melhoramos nosso curso, sistematizamos processos internos e a evolução das aulas aplicando o tema Segurança, Aprendizado e Diversão além de muitas outras ideias inovadoras. Com isso conquistamos as crianças e os pais delas, que tinham medo de ver seus filhos sozinhos velejando. Paraty é uma belíssima cidade histórica do Brasil conhecida mundialmente e, infelizmente, tem uma miséria decorrente dos subempregos gerados pelo turismo muito grande. Por este motivo o perfil do aluno da escola mudou. Antes deste curso Nivel 1 para Instrutores, nossas aulas aconteciam somente aos sábados. Depois de analisada a situação da cidade, juntamente com outras Ongs, entendemos a necessidade de atender ao contra turno das escolas públicas para que as crianças não ficassem na rua a disposição dos traficantes e da prostituição”, diz Roberta Hoje a escola atende alunos durante toda a semana e com ajuda de proprietários e clubes como YCSA, o INP tem um total de 22 veleiros doados (Optimist, laser, HC14). Além de aulas de vela, regatas e passeios diversos, o INP oferece formação profissional para os alunos na área de marcenaria, reparação em fibra de

vidro integrando e dando oportunidade de emprego para os seus alunos no mundo náutico. “Ver uma criança que não tinha perspectiva na vida aprender a velejar, desenvolver sua autonomia e segurança é absolutamente compensador. Uma criança que comanda seu barco, para onde quer, como quer, que o concerta quando quebra e que é capaz de ensinar o que sabe a outra pessoa, nunca mais será a mesma. Ela desenvolveu sua dignidade!”, completa Roberta. Hoje o INP é uma esperança para várias crianças que voltaram a ter acesso ao mar e tem como coordenadora a Lais, que é uma ex-aluna que conta com três professores, todos ex-alunos da Roberta. Como esta história temos também várias outras onde todas tem em comum a capacitação promovida pela CBVela através da federação local com o aval da World Sailing. A Fevesp já formou 75 instrutores, minha esperança é que milhares possam ser formados em todos os Estados do Brasil e sim fazer a diferença para o nosso esporte a Vela descobrindo novos talentos e despertando o Cidadão Solidário dentro de cada um de nós. A Fevesp estará promovendo um curso nível 2 ainda este ano e em Janeiro mais um curso nível 1. Eduardo Sylvestre é Diretor do Programa de Desenvolvimento da CBVela, Expert da ISAF, técnico nível 3 da USSailing e ISAF World Youth Sailing Lead Coach.

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Ano 05, número 27 nov/dez de 2016 Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier Contato: falecom@almanautica.com.br Almanáutica é uma marca registrada. Proibida a reprodução total ou parcial. Visite nosso site: www.almanautica.com.br

Foto da capa: Mussulo 40, que participará da Regata Cape2Rio. Foto: Ricardo Cardoso


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4 A Bordo

regata

Guarapiranga - SP

Brasileiro da Classe Flash 165 Turismo em pauta Dia 28 de outubro no Clube da Bahia (Restaurante Veleiro), foi realizada a 30ª edição do Café com Turismo (SEBRAE), que este ano trouxe o tema “Turismo Náutico e Oportunidades Náutica na Baia de Todos os Santos”. Os participantes Everton Fróes, Rafael Andreguetto, Erico Mendonça e Roberto Duran, falaram sobre os temas, dentro de suas especialidades e experiências no assunto. Turismo Náutico Rafael Andreguetto - Especialista em Gestão em Projetos pela UNINTER, foi consultor na área de turismo na Elaboração de Planos de Uso Público e Ecoturismo de diversos parques nacionais, além de ocupar cargos como superintendente e diretor executivo de vários projetos voltados para o turismo náutico como o Serviço Social Autônomo Ecoparaná , ABIH-PR e da Adetur Litoral – Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná. Atualmente é diretor executivo da AMAPAR – Associação de Marinas do Paraná, diretor da Litoral pra Você – plataforma de comunicação e promoção do Litoral do Paraná, diretor da ECOBILGE – empresa produtora de sistema de tratamento de águas de porão para embarcações, e diretor da RCL Ideias, Negócios e Turismo.

A disputa histórica marcou a primeira realização do Campeonato Brasileiro da Classe

A primeira edição do Campeonato Brasileiro da Classe Flash 165 aconteceu em outubro na Represa de Guarapiranga (SP), com sede no Clube YCSA. Com o aval da FEVESP e 12 veleiros na raia, as equipes entraram para a história como os primeiros a participarem de um Campeonato Brasileiro da classe. Armando Henriques e Paulo “Pêra” Rodrigues foram os campeões. Paulo Bas e João Toledo ficaram com o vice-campeonato, seguidos de Walter Adoglio e Marcelo Monteiro em terceiro. A festa de premiação foi organizada nas dependências do Yacht Club de Santo Amaro, com a presença de Marcos Biekark. O Almanáutica também proporcionou uma mesa com bebidas e salgados, além do tradicional champagne para o banho dos campeões. E numa parceria com o Santé Bar o Almanáutica também patrocinou um barril de chope artesanal para a comemoração. Sediado pelo YCSA, realizado pela FEVESP e Classe Flash 165, o Campeonato Brasileiro da Classe Flash 165 é patrocinado pela Craftec, Santé Bar, 2Meios, Pera Náutica, Loja Velamar, BL3, e tem apoio do Flash Clube e do Jornal Almanáutica.

Paulista de Vela Adaptada

Realizado em outubro na Represa de Gurapiranga, SP, o Campeonato Paulista de Vela Adaptada foi organizado pelo Superação Clube Paradesportivo e contou com o apoio do Clube ASBAC. Ao todo foram seis regatas disputadas. O resultado manteve-se empatado entre as equipes dos comandantes Luiz Gouveia e Honório Rocha, e os campeões conhecidos somente após a última regata. Classificação final: 1º lugar - Veleiro Pescador Luiz Gouveia Ademir Pereira Wilker Pereira 2º - Veleiro Caçador Honório Rocha Evandro de Léo Hélio dos Santos 3º lugar - Veleiro Kronos Ivan Quirico Elaine Cunha Mah Mooni.

Porto Alegre - RS

Troféu Cayru

Oportunidades Náuticas na Baia de Todos os Santos

Erico Mendonça, um dos principais planejadores de turismo brasileiro, tem experiência de mais de 35 anos na área. Em sua carreira, ele trabalhou como superintendente de investimentos turísticos para o Estado da Bahia, e também como coordenador de um programa de desenvolvimento do turismo no Nordeste brasileiro (PRODETUR). Nos últimos anos estruturou um projeto turístico-imobiliário no Nordeste brasileiro como CEO da Prima S.A. Everton Fróes, Economista, Pós-graduado em Gestão de Recursos Humanos, Mestrado em Gestão Empresarial/Marketing, professor universitário, executivo em empresas industriais. Dirigente do Aratu Iate Clube, apresentador do Programa “A Bordo” na Rádio Metrópole aos domingos. Roberto Duran, Vice-Comodoro Social do Yacht Clube da Bahia A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h às 11h pela Metrópole FM de Salvador: metro1.com.br Baixe o app e ouça em qualquer lugar!

A XXVI edição do tradicional Troféu Cayru aconteceu no final de outubro, com muitas disputas nas águas do Guaíba. O veleiro San Chico 3, comandado por Francisco Freitas do Clube dos Jangadeiros, foi o campeão da competição. A embarcação com oito tripulantes levou para casa as duas principais premiações da etapa, os troféus itinerantes Barco Fita Azul – primeiro barco a cruzar a linha de chegada independentemente da classe – e o Troféu Cayru. Além disso garantiu também a primeira colocação na sua classe a ORC-INT.

Florianópolis - SC

Rio de Janeiro - RJ

Brasileiro de Dingue

71 anos da Regata da Escola Naval Realizada no início de outubro, a 71ª edição da Regata da Escola Naval reuniu agremiações militares, atletas e clubes náuticos. Essa tradicional competição - a maior regata em número de barcos da América Latina - é na realidade uma grande festa que contempla diversas outras áreas ligadas à Marinha do Brasil, como comunicação, veleiros rádio-controlados, escaleres e canoagem. Este ano foram mais de 3.500 participantes no total, 1.200 destes na água divididos em 50 classes distintas. Além das atletas medalhistas olímpicas Sargentos Martine Grael e Kahena Kunze, estiveram presentes outros destaques da Vela apoiados pela Marinha, tais como Isabel Swan, Marco Grael, Gabriela Sá, Rafael Paris, Renata Decnop, Gabriel Borges, Henrique Haddad, Felipe Haddad, Tatiana Almeida, André Fonseca e Maria Cristina. A Regata da Escola Naval foi realizada sob o comando do Contra-Almirante Newton, Comandante da Escola Naval.

Veleiros da Ilha sediou o O Campeonato Brasileiro da Classe Dingue foi reCampeonato vencido alizado no início de setembro no Iate Clube de Santa Catapelo Cabanga: rina Veleiros da Ilha. Pernambuco mostrou sua força nessa 46 na raia tradicionalíssima Classe da vela, com a dupla Leonardo Almeida / Miguel Andrade, do Cabanga Iate Clube de Pernambuco ficando em primeiro na geral. Fabio Ramos e Angela Pincelli do clube sede de Santa Catarina ficaram em segundo e Luiz Jose Junior e Anísio Correia CNC/RJ em terceiro. No total foram 46 Dingues na disputa com velejadores de todo o Brasil, do Paraná À Bahia, passando pelo Distrito Federal, São Paulo e Espírito Santo.

Brasília - DF

AABB 208 anos

Mini Circuito Rio

Yacht Clube Paulista

O Yacht Club Paulista – dando continuidade ao trabalho intenso que realiza na Guarapiranga – sediou o Paulista de Microtonner 19 (em maio já havia sediado o Brasileiro), a 7ª etapa do III Circuito Guarapiranga (com 45 barcos presentes), a 8ª etapa da Copa YCP, e o Campeonato Paulista Laser 4.7 e Standard 2016 (29, 30 de outubro e 05, 06 de novembro de 2016). Na Copa YCP Eduardo Souza Ramos com André Bochecha, Mario Sergio Jr. e Amauri Gonçalves Jr. Lideram com bastante folga a Classe HPE 25 e dificilmente perdem essa. As disputas mais acirradas e que prometem emoção até o final estão na Classe mais numerosa, a Laser. Acompanhe pelo site do clube, da FEVESP ou do Almanáutica.

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Regata da Escola Naval é a maior da América Latina

Organizado pelo Iate Clube do Rio de Janeiro com o apoio técnico da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO), o Mini Circuito Rio, é uma regata dedicada a barcos menores de 30 pés. Participaram as classes IRC e BRA-RGS. Frégate (de Antonio C. Paes Leme e Douglas Gomm) venceu na IRC, com o Eurus de Ronald Senfft em segundo e o Stand By Me de Lars Grael em terceiro. Na RGS o Tchau Mandona de Luiz Beckman levou, com o Dorf de Roberto Schnarndorf em segundo e o Nota Jazz de Camila Fernandez em terceiro.

Scheidt foi para prestigiar e levou o primeiro lugar... Em outubro aconteceu no Clube AABB (Brasília), a Regata Comemorativa aos 208 anos do Banco do Brasil. O evento contou com a participação do velejador, bicampeão olímpico e 15 vezes campeão mundial de iatismo, Robert Scheidt, que contou um pouco da sua história, bateu papo e tirou dúvidas dos presentes. A Regata foi abertas às Classses Adaptada, RGS (A e B), SMP², Fast, Ranger e Delta. Claro, Scheidt levou na sua categoria no percurso Longo com o War 2. Na Vela adaptada, duas classes competiram: Hansa 303 e Hansa 2.3. Na 303 ouro para Ana Paula Marques com Estevão Lopes em segundo e Pablo Maia em terceiro. E na 2.3 deu Mariana Guedes em primeiro, seguida de Wellington Silva e Rafael Prudêncio em terceiro.

Mini circuito no clique do mestre Fred Hoffmann


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6 Bahia

Star Sailors League: Bi para Scheidt? 41ª Regata da Primavera

Robert Scheidt estará de volta às Bahamas entre 28 de novembro e 4 de dezembro em busca do segundo título da SSL Finals na Classe Star. Ao lado de Bruno Prada, o bicampeão olímpico da Laser venceu a edição inaugural da SSL Finals em dezembro de 2013 e agora quer o Bi. O paulista de 43 anos afirma que não é possível apontar apenas um favorito entre tantos velejadores consagrados, mas cita os nomes de timoneiros que considera candidatos ao pódio: Torben Grael, Xavier Rohart (FRA), George Szabo (EUA), Augie Diaz (EUA), Diego Negri (ITA), além dos campeões olímpicos deste ano no Rio de Janeiro, Tom Burton (AUS) na classe Laser e Sime Fantela (CRO), na 470. “Acho que será um campeonato diferente em relação ao que fizemos em 2013, quando eu e o Bruno vínhamos de um ciclo olímpico. Velejei pouco de Star nos últimos três anos e preciso recuperar o ritmo”, comentou Scheidt que este ano correrá ao lado de Henry Boening. “Será fantástico e estou super animado”, disse Scheidt.

Semana de Buenos Aires

A festa dos veleiros e dos saveiros é tradicional na Bahia

Foi realizada em 22 de outubro pelo Saveiro Clube da Bahia e Via Tiago Monteiro Náutica Consultoria e Eventos, a 41ª edição da tradicional Regata da do Cabanga Primavera, com largada em Ponta do Humaitá e chegada na localidade Iate Clube de Mutá (Contracosta da Ilha de Itaparica). A regata reuniu dezenas de liderou toda a competição embarcações e centenas de velejadores numa grande e animada festa e terminou em na Baía de Todos os Santos. segundo O evento contou com o Patrocínio Master do Governo do Estado da Bahia através da após ser Bahiatursa e Secretaria do Turismo do Estado e teve apoio da Prefeitura de Jaguaripe, ultrapassado Marano Hotel, Ambev, Espaço Edbeer, Hotel Fazenda Recanto, Restaurante Tijupa, por Lucas Restaurante do AIC, Schooner Resort. (Foto: Maurício Cunha) Videla na última regata Campeão da Copa da Juventude 2016, realizada em outubro no Rio de Janeiro, o Yacht Clube da Bahia recebeu das mãos do presidente da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), Marco Aurélio de Sá Ribeiro, o barco da classe 470 medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 com Fernanda Oliveira e Isabel Swan. A cerimônia de entrega foi realizada dia 22/10, na sede do clube, em Salvador (BA) com a partici- Aconteceu em outubro a Semana de Buenos Aires que contou com a participação de pação do Comodoro do Yacht Clube da Bahia, Marcelo Sacramento de Araújo; do Vice 227 velejadores veteranos e 181 principiantes. Desses, 27 velejadores eram brasileiros. Comodoro de Esportes, Antonio Bernardino Saback; do Diretor de Vela do Yacht Clube Este campeonato, que reuniu várias classes além da Optimist, é considerado o maior da Bahia e presidente eleito da Federação de Esportes Náuticos do Estado da Bahia campeonato de vela da América do Sul. Tiago Monteiro, Optimist do Cabanga Iate Clube (Feneb), Marcio Cruz, e do quadro social do clube. O presidente da CBVela proferiu uma de Pernambuco, depois de manter a liderança por todo campeonato foi ultrapassado na palestra para a comunidade náutica da Bahia. última regata por Lucas Videla (ARG YCO) e acabou em segundo.

470 Olímpico para o YCB

Volvo Ocean Race: Mudança à vista

Nacra 17 com foil para 2020

Quando se trata de atualização e modernização, a Volvo Ocean Race é tão veloz quanto seus One Designs. Em pouco mais de um mês, a organização anunciou diversas mudanças para a próxima edição da Regata que acontece em 2017-18. Uma delas é o incentivo à participação feminina, mudando a composição dos times. Agora as combinações possíveis serão: 7 homens; ou 7 homens e 1 ou 2 mulheres, ou 7 mulheres e 1 ou 2 homens ou 5 homens e 5 mulheres ou ainda 11 mulheres. As equipes também poderão a mudar suas tripulações entre as pernas da regata. Todos os oito barcos – os sete da última edição, além do novo one-design que será construído na Itália, terão um hidro-gerador submerso, que pode fornecer energia suficiente para executar os sistemas de bordo essenciais em caso de falha mecânica. O sistema de pontuação também mudou: Agora o vencedor passa a ser quem somar o maior número de pontos. Entram bonificações especiais para o vencedor de cada etapa, que irá marcar um ponto a mais. Fica 10 por uma vitória, 8 para o segundo, 7 para o terceiro e assim por diante. As duas pernas do Oceano Austral (mares do sul), que são Cidade do Cabo para Hong Kong e Auckland para Itajaí (SC), além da etapa do Atlântico Norte entre Newport e Cardiff, valem o dobro de pontos. Também haverá um ponto de

Em uma Assembléia Geral Extraordinária realizada virtualmente pela classe Nacra 17, os membros votaram 43 a 31 em favor de apresentar um planejamento para um design com foil para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio, Japão.

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A Nacra 17 deve apresentar o foil para as Olimpíadas de 2020 no Japão A Nacra 17 fez sua estreia olímpica no Rio em agosto. Teve – e tem pela frente uma longa lista de desafios na fabricação e no controle de qualidade para a classe. A plataforma foi desenvolvida especificamente para os Jogos Olímpicos, após a solicitação da ISAF. O projeto inicial para a Nacra foi executado por uma empresa holandesa com sede em Haia. “Esse foi o grande desafio dos últimos quatro anos”, disse Marcus Spillane, Presidente do Comitê Executivo da Classe. “A classe não era uma classe antes dos Jogos Olímpicos, foi jogada direito lá”, concluiu. Com quatro anos até os próximos Jogos, a classe tem agora a oportunidade de bônus para o primeiro time a contornar o Cabo Horn - um dos locais mais cobiçados organizar, criar estratégias e tentar melhorar. Antes da configuração com foil ser confirpelos velejadores de oceano do planeta. Outro ponto será dado para a equipe com o mada, o projeto tem que ser aprovado pela ISAF e a Classe confirmada para os próximos Jogos Olímpicos no Japão. melhor tempo percorrido geral da Volvo Ocean Race. Quem viver, verá...

Cape2Rio Após uma temporada de treinamentos preparatórios em águas do litoral brasileiro, do Caribe e Uruguai, o Mussulo 40, zarpa rumo a mais uma aventura, agora com a África do Sul como destino. O barco se prepara para participar da Regata Cape2Rio. A embarcação compete na categoria Double Hand (somente dois tripulantes). Serão cerca de 3.500 milhas e entre 18 e 20 dias em alto mar. O skipper do Mussulo 40 Leonardo Chicourel irá acompanhado do experiente velejador pernambucano Gustavo Peixoto. “É um trecho imprevisível mesmo monitorando o tempo todo as condições do clima, o que torna a viagem um pouco mais delicada. Dependendo da previsão do tempo teremos que fazer a travessia mais ao Sul, que é uma zona mais exposta a tempestades. Além disso, estaremos sujeitos a receber uma zona de baixa pressão – ou seja, formações que trazem fortes ventos. A probabilidade de que isso aconteça é muito grande, mas estamos levando roupas e equipamentos adequados para esse tipo de situação”, diz Chicourel. O projeto conta com apoio da empresa de Telecom Angola Cables, empresa de telecomunicações que se dedica à comercialização de capacidade em circuitos internacionais de voz e dados por cabos submarinos de fibra ótica.

Desaparecido no mar

Guo Chuan, velejador profissional chinês de 52 anos, desapareceu no Oceano Pacífico quando tentava bater o recorde na travessia entre San Francisco, nos Estados Unidos, e Xangai, na China. Ele zarpou dia 18/10 e membros da equipe contataram a Guarda Costeira americana dia 25, depois de 24 horas sem notícias do atleta. Foi enviado então um avião de resgate que avistou o trimarã de Guo, mas não viu o velejador. Depois, uma equipe de resgate abordou a embarcação e a encontrou vazia, e com o colete de salva-vidas em seu interior. Na quinta, 29/10 a Guarda Costeira suspendeu as buscas e ele foi dado como desaparecido.

Mussulo 40 na Cape2Rio: Só Chicourel e Pacheco


ALMANÁUTICA

8 Meteorologia & Oceanografia

A impressão digital do nível do mar

Por: Luciano Guerra

Nesta coluna Luciano Guerra nos trouxe um novo estudo da NASA que mostra o aumento do nível do mar em nosso planeta obedecendo padrões afetados pelo magnetismo

O mundo da ciência está cada vez mais atento às reações do mar e seus impactos em outras áreas do planeta. Após cada iniciativa do mundo científico; ao término de cada pesquisa, fica cada vez mais evidente que o mar é um excelente termômetro para revelar o passado e desvendar vários fenômenos que ocorrem fora dele. Além disso, o mar ainda é um dos lugares menos explorados pelo homem. Um novo estudo da NASA University, que utiliza os satélites que historia dados do nível do mar, revela que os valores das médias globais para os níveis dos oceanos no século 20 possam ter sido subestimados. A pesquisa, liderada pelo Dr. Philip Thompson, avaliou diversos dados de processos que causam mudanças drásticas nos níveis do oceano em diversas partes do mundo e cruzou estas informações.

Alteração do nível do mar em milímetros por ano nível dos oceanos não se altera no mesmo ritmo em todos os lugares do planeta e é isso que queremos entender...”.

Um dos processos que está sendo amplamente estudado, juntamente com os seus efeitos, são as chamadas “Impressões digitais dos degelos”, que geram padrões de alteração do nível dos oceanos. O que foi descoberto é que estes padrões não trabalham de forma isolada, eles são afetados pelos desvios magnéticos causados pelos movimentos da terra e pela atividade gravitacional local que se altera a cada degelo intenso. Para caracterizar a impressão digital do degelo de um determinado local (de um glaciar por exemplo), são utilizados modelos matemáticos que levam em consideração a espessura da camada, sua cobertura e o campo gravitacional de influência. Desta forma é possível simular como as massas oceânicas são redistribuídas a cada derretimento. Uma curiosidade descoberta pela pesquisa é que o nível do mar ao redor da ge“...Não se trata de erro nos instrumen- leira reduz quando há um derretimento intenso, em vez de subir, como era de se esperar. tos ou nos dados...”, alerta o professor Isso pode ser explicado, pois a perda excessiva de gelo reduz a influência gravitacional do Thompson. “Por uma série de razões, o glaciar na região, causando uma migração rápida da água para outras partes do planeta.

O resultado desta migração é um aumento abrupto do nível do mar em outras regiões; maior do que as médias previstas. Trata-se da interconexão das variáveis naturais já descritas aqui em artigos anteriores. Os maiores derretimentos do século 20 foram registrados no Hemisfério Norte. Da mesma forma, os registros do nível do mar nesta mesma região ficaram abaixo da média histórica em todas as épocas de ocorrência de degelo intenso. Os cientistas agora estão cruzando os dados com os padrões de vento que sopram na região para saber se existe uma influência, do vento sul no derretimento das calotas polares. O estudo conclui que o nível do mar subiu a níveis médios próximos dos 17 centímetros, diferentemente dos 14 centímetros médios estimados anteriormente por outros estudos. O professor Thompson finaliza: “Este estudo é muito importante para responder questões tais, como os padrões de degelo e de vento podem nos ajudar a caracterizar o nosso passado, e o que pode ocorrer no futuro.” Fonte: http://onlinelibrary.wiley.com doi/10.1002/2016GL070552/abstract

Luciano Guerra, é especialista em meteorologia pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteorológicos no Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS.

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cruzeiro

E lá fomos nós...

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Nossas navegações nos levaram a revisitar ilhas que havíamos adorado e também lugares novos como as Ilhas Virgens Britânicas e Americanas, que nós particularmente julgamos o “filet mignon” (é assim que se escreve?) pela facilidade de navegação entre elas: trajetos curtos, ventos constantes e ilhas para todos os gostos. Quer deserta e com muitas lagostas? Vá para Salt Island, onde, aliás, fizemos um baita Vou escrever sobre o que aconteceu a bordo de Dóris a partir do momento que luau, com direito a maionese de lagostas, sashimi de lagosta, lagosta assada, muito uísrelaxei com o blog. Alimentar um blog cruzeirando não é uma tarefa tão fácil como que 18 anos gentilmente cedido pelo grande amigo e aniversariante do dia, Luís do Casparece: Internet precária nas ancoragens e pacotes caríssimos são uma realidade calho e Mauriane, sua esposa e co-pilota, cervejadas... Bom, quando nos demos conta, nessa vida, e somando-se a isso um espírito desregrado e meio preguiçoso, a receita a festança era tanta que os rapazes embalados etilicamente estavam quase queimando para “buracões negros” de tempo está completa... os fundilhos pulando a fogueira e outros velejadores que não conhecíamos descendo no píer achando que era festa organizada e paga, kkk, quase faturamos algum. Quer baladas com muita música animada? Jost Van Dyke Island com seus inúmeros barzinhos. Lá dei uma “palhinha” algumas vezes com músicos locais, e pasmem, o que eles mais curtem é a versão do Gilbert Gil em português de No Woman No Cry... São tantos os passeios disponíveis, piscina de bolhas causadas pela entrada do mar em uma área rodeada de rochas que pressurizam a água em Jost Van Dyke, The Baths com suas lindas cavernas na Virgem Gorda, o visual das montanhas iluminadas pelas casas em St. Thomas. É uma região fantástica, fizemos umas 30 ancoragens diferentes, e ficou muita coisa a conhecer! Nossa primeira parada lá foi sempre acompanhada dos Cascalhos e do Rodrigo do Sotália: O CAÇADOR entre os caçadores de lagosta. Que Rubão e Luís me perdoem e que meu comentário não gere um divórcio, pois também são ótimos, mas pensem num maluco que se enfia nas tocas e tem um folego inesgotável e pensarão em Rodrigo. Os peixes, com exceção dos capturados durante O fôlego A turma as navegações longe da costa curricando, não são tão frequentes, furacões que se avizinhava e ainda indefinidos sobre onde subiríamos inesgotável reunida principalmente em função da ciguatera que nos mantém afastados dos o barco, pois pretendíamos visitar os familiares no Brasil. San Juan, a e seu para mais peixes que se alimentam dos corais locais e dos que os comem como capital maravilhosa com um dos fortes mais bem conservados que já prêmio: uma a barracuda, mas o trio dinâmico capturou até tubarão lixa na unha, visitamos e um centro histórico belíssimo, mas com um atendimento Lagostas, noite de pois os arbaletes de lagosta não conseguiam perfurá-lo e quando eu dos funcionários de Custons e Imigração bastante brusco. lagostas e confraria espertamente prometi uma moqueca gigante passou a valer qualquer Depois de tanta lagosta, quando nos vimos dentro de um restaurante mais a bordo... técnica. Fica aí uma dica: Não esqueçam de levar azeite de dendê de uma rede local do tipo self service, protagonizamos uma cena das lagostas do Brasil... mais constrangedoras: 5 horas seguidas comendo como esganados Seguimos daí para Porto Rico, já preocupados com a temporada de tudo que não fosse do mar, hahaha. Rubão teve overdose de sorvete e repetimos a façanha umas 3 vezes na semana que permanecemos lá. Quando nos decidimos por Cuba, zarpamos numa sexta-feira, contra a vontade dos supersticiosos que não nomearei, e com uma escala prevista em Great Inágua nas Bahamas. Este seria nosso primeiro contato com as Bahamas, e pretendíamos fazê-lo na ilegalidade, pois a taxa de 300 US que permite cruzeirar acho que por 3 meses em suas ilhas não estava em nossos planos para uma permanência tão curta. Deu certo: Não fomos pegos, mas no trajeto até lá eu e Rubão pagamos um dos muitos micos gigantes da nossa viagem... Estávamos a umas 20 ou 30 milhas do nosso destino quando um tivemos um problema - acho que um entupimento no racor - e como o vento estava zero estávamos motorando. Nesta altura, navegando a uns 3 dias sem ver terra e num calor escaldante, resolvemos tomar nosso primeiro banho de mar pelados. Mal entramos, vimos um barco imenso, parado bem longe e o Rubens disse: “Acho que é a guarda costeira...”. Eu respondi: “Que nada, de onde estão não enxergam nada, deixa pra lá!”... Como de fato estavam bem distantes nos despreocupamos, curtimos mais um pouquinho e eu saí primeiro para um banho doce na popa, despreocupada e sem pudores em função da grande distancia. Tomei meu banhão, corri em pelo para o cockpit enquanto Rubão se banhava, e assim que entrei, o barcão que com certeza nos observava pelo binóculo, pois disse o nome da nossa embarcação e o DORIS do nosso costado é beeem pequenininho, portanto aguardava nossa disponibilidade nos contatou, e até em inglês consegui perceber uma entonação de risada... quase morri de vergonha, mas na sequência veio a raiva, pois Rubão ao desligar o rádio, rindo, comentou que eles deviam estar decepcionados, pois quando viram a bandeira Brasileira devem ter imaginado uma globeleza desnuda saindo da água, e tiveram que se contentar com uma versão bem passada da meia idade. Que ódio!!!! Quase houve homem ao mar! Na sequência, após este vexame, chegamos às Bahamas e depois em Cuba, mas estas histórias ficam pra próxima, pois principalmente Cuba merece um capítulo à parte.

Notícias do Caribe

P.S. Rubão continua vivo e com saúde graças a tolerância que passar bastante da meia idade me trouxe...

Zarpamos numa sexta contra a vontade dos supersticiosos...”


ALMANÁUTICA

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MERGULHO Segurança Sempre!

Nessa edição quero falar novamente num tema já abordado aqui: Mergulho Seguro! Mais um verão vem aí... Você estará seguro se estiver dentro dos critérios estabelecidos pela sua credenciadora. Em cada nível de formação de curso, são estabelecidos limites que você deverá ficar atento para não ultrapassar. Você acabou de realizar ou faz pouco tempo que se formou um mergulhador básico, ou faz bastante tempo que se formou e nunca mais voltou a praticar. Neste caso vá fazer seu mergulho em local mais raso, mais calmo, e peça o acompanhamento de um profissional, ou tenha como seu dupla um mergulhador bem mais experiente. Nunca tente ou faça nada mais do que aquilo que aprendeu ou já fez. Para ultrapassar esses limites sempre faça outros cursos de especialização, pratique com pessoas competentes e empresas legalmente estabelecidas. A definição de quais são os reais limites nos quais o mergulhador pode chegar sem comprometer a sua segurança, o que pode significar até mesmo a sua vida e a de seu dupla, varia um pouco de acordo com as características de cada pessoa e também do perfil do mergulho. De uma forma geral, podemos afirmar que estar bem de saúde ( fisicamente e mentalmente ) é fator principal, pois terá assim vigor físico e raciocínio lógico e rápido. Um site referencial sobre os acidentes de mergulho no mundo está a sua disposição: http://www.diversalertnetwork.org se você quer saber mais aqui no Brasil: www. danbrasil.org.br Desde 2012 no Brasil foram muito “acidentes” para nossa comunidade. Mas após as respectivas perícias e análises das situações as conclusões são de que o ou o fator primordial ao evento foi a falha humana. Interessante saber que de outro lado os equipamentos utilizados atualmente independente de marcas e modelos estarem em conformidade de uso (até porque a grande maioria são de fabricação americana, francesa, inglesa, italiana e já passam por rigorosos testes para serem aptos aos seus mercados). O mergulho no Brasil está muito bem sedimentado com empresas sérias, certificadoras que trazem ano a ano muito mais normas de segurança em seus treinamentos e profissionais que se atualizam constantemente. Mas cabe a cada um quando vai realizar seu mergulho fazer um check de toda a situação: - Estou bem de saúde? - Meus equipamentos pessoais estão em ordem? - A empresa contratada para meus mergulhos é legalmente estabelecida? Os profissionais que lá trabalham são devidamente credenciados? - Eu conheço, já fui alguma vez ao destino escolhido para os mergulhos? (Faça uma pesquisa ampla com detalhes abrangentes sobre o local e características do mergulho...) - A embarcação é apropriada e está em condições de real de navegação segura? - Se houver necessidade de uma atuação de emergência, existem os equipamentos necessários e pessoas habilitadas? Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI

Caça Palavras

CURTAS

Memórias do Avoante tos Filho

Por Nelson Mat

f Miguel Cleto e Fernando Cunha foram

eleitos os novos gestores do Cota Mil Iate Clube (Comodoro e Vice) para o biênio 2017/2018. Bons ventos!

f No ICSC também assumem o Como-

Operação chute no traseiro

doro Alexandre de Carlos Back, e seus Vice-Comodoros, Leonardo Deboni, Rogerio Capella e Paulo Schaefer. Bons ventos na gestão!

f Nos dias 5 e 6 de novembro foi rea-

lizada a Regata de comemoração do 57º aniversário do Clube Cota Mil de Brasília. Parabéns ao Clube!

f A Refeno 2017 já tem data: Sábado, 24 de setembro. A turma do Cruzeiro Costa Leste (inscrições já estão abertas no site da ABVC) deve engrossar essa linda festa. Bora pra Noronha?

Papo de Cozinha

Nesta edição uma homenagem a alguns Iate Clubes e Marinas do Brasil. São eles: Bracuhy, Iate Clube do Espírito Santo, Aratu Iate Clube, Cabanga, Yacht Club de Santo Amaro, Yacht Club Paulista, Clube de Campo do Castelo, ASBAC, BR Marinas e o Yacht Clube da Bahia. Veja as abreviaturas usadas e ache todos. Boa sorte: BRACUHY - ICESANTO - ARATUIC - CABANGA -

YCSAMARO - YCPAULISTA - CASTELO - ASBAC - BRMARINAS - YCBAHIA

Ceviche

O verão está começando a dar a cara, pelo menos aqui na Bahia... Nessa hora nada como uma refeição prática e leve a bordo, e o ceviche cai como uma luva nessa definição. Ele é uma comida muito cultuada na culinária peruana, composta basicamente de um peixe de carne branca, “cozida” em sumo de limão com cebolas, pimentão, tomates e sal, curtido durante algumas horas antes de servido. Para quem já tem meu livro é bem fácil, basta ir na página 80 e seguir as instruções. Para que não tem vamos dar uma colher de chá... 1 - Pegue um peixe de carne branca, tire os filés e pique em cubinhos ou tirinhas bem pequenos até quase desfiar no corte (qualquer um serve desde que esteja fresco). 2 - Depois de picado, coloque em um pirex e cobra com sumo de limão, sem sementes, cubra e coloque na geladeira ou em local fresco por pelo

Túnel do Tempo Na década de 50 a indústria ainda buscava soluções e tecnologia para pintura náutica. Essa publicidade, de 1959, foi veiculada na Revista Marítima daquele ano, mostrando o que havia de melhor na época, quando a “Ypiranga” produzia sua linha náutica. E abaixo o Correio da Manhã de 1950 registrava a chegada a Buenos Aires, das embarcações que participariam da Regata Buenos Aires - Rio daquele ano: Aldebaran, Atrevida, Aracati, Ondina e Vendaval, este último do saudoso Pimentel Duarte, veleiro que já tivemos a oportunidade de homenagear em outra edição do Almanáutica...

menos 3 horas. 3 – após esse tempo retire o excesso de limão, escorrendo e espremendo ligeiramente o peixe, e acrescente tomates, cebola roxa e pimentão (vermelho ou verde) picados em cubinhos, temperando com

sal e pimenta do reino. 4 - Misture e sirva de várias formas: com salada, puro ou sobre o pão, de preferência acompanhado de um bom vinho branco ou espumante... Maurício Rosa é velejador, amante de gastronomia e autor do livro “Gastronomia em veleiros”

que foi usado para se comunicar com o filho antes que a bateria fosse para o beleléu. A Guarda Costeira australiana montou uma grande operação de resgate e depois de quatro dias de procura, ele foi localizado por um navio mercante a 25 milhas ao sul de Newcastle. Não sei o porquê, mas ultimamente tudo acontece na costa da Austrália! O pior de tudo, não foram às críticas que pipocaram de todos os lados e nem a ira incontida por parte dos contribuintes australianos para que ele pagasse pelos prejuízos causados aos cofres públicos com a operação de seu resgate. Muito menos ter enfrentado a polícia, que desejava abrir um grande inquérito para provar o seu despreparo, colocando não somente sua vida em risco, como também a vida das equipes de socorro. O pior mesmo foi ter que enfrentar a sua mulher, que depois de dizer que estava aliviada com o resgate do marido, declarou que ele agora iria merecer um grande chute no traseiro. Pense numa mulher que ficou braba! Nunca mais ouvi falar nada sobre o velejador Bill e nem sei se a mulher cumpriu a ameaça de chutar o seu traseiro, mas desse episódio podemos tirar muitos exemplos para a segurança da boa navegação. Em primeiro lugar é que por menor que seja a viagem ou o passeio, quem vai navegar, seja no mar, rio, lago ou lagoa, tem que deixar avisado com alguém para onde vai e a que horas pretender retornar. Esse é um procedimento obrigatório e que pouquíssimos comandantes de barcos de esporte e recreio dão importância. Em todo clube náutico e marina tem o formulário de saída e chegada de embarcação. Em segundo lugar, nunca sair para navegar, mesmo que para um simples teste, sem os equipamentos de segurança e navegação. Já vi comandante esquecer da âncora ou mesmo dos cabos de amarração. Sem falar nos coletes salva-vidas ou uma pequena garrafa com água. Barco não tem freio e o mar não tem meio fio para encostar e esperar o socorro. Ficar em um barco à deriva em mar aberto não deve ser uma sensação muito agradável e se ele não estiver armado com os equipamentos de segurança e salvatagem, aí coisa fica complicada. O mesmo vale para navegação em águas restritas, porque se algum tripulante ficar desesperado e pular na água, mesmo próximo as margens, a situação tende a virar tragédia. Felizmente para Bill sobrou apenas um chute no traseiro.

Navegando na internet me deparei com um caso que é um alerta para todos aqueles que têm o mar como paixão e que é mais um dos muitos maus exemplos de autoconfiança, tão comum no meio náutico. Como o assunto é de grande interesse e envolve segurança na navegação, resolvi usar todos os meus conhecimentos dos tempos de escola e fazer uma cola resumida, com minhas palavras, da matéria. É o caso de um velejador australiano de 65 anos que tentou levar um barco para reforma e ficou a deriva durante quatro dias em mar aberto. Bill comprou um veleiro de 20 pés, que precisava de algumas reformas, e tentou levá-lo para o Lago Macquire, 20 milhas ao sul de Port Stephens, onde o barco se encontrava. Bill, com 18 anos de experiência na Marinha Britânica, achou que essa bagagem lhe daria condição para se fazer ao mar em um barco sem nenhum equipamento de segurança e até poderia ter dado certo se tudo fosse como o planejado em sua cabeça de vento. A bordo não havia rádio, GPS, Epirb, foguetes de sinalização e muito menos luzes de navegação. Mesmo assim o marinheiro veterano resolveu encarar o mar, sem nem avisar a Guarda Costeira que estava de partida, pois seria apenas uma viagenzinha de nada para reformar o barquinho dos seus sonhos. Mas a coisa não foi bem como o valente Bill planejou, pois quando saiu na boca da barra o motor de popa de 6 HP do seu veleiro resolveu não mais seguir viagem. O bicho empacou feito burro velho e não teve jeito de Bill fazê-lo mudar de idéia. Motor é sempre assim! A partir daí a coisa foi ficando com cara de tragédia e o veleirinho foi sendo arrastado pelos ventos e correntes para o alto mar. Mas Bill ainda tinha uma excelente ferramenta de comunicação, mesmo com a bateria chegando ao final: Um celular. Quatro dias a deriva foi a prova de que o veterano Bill não tinha tanto conhecimento do mar assim, pois ele usou uma das velas para escrever um pedido de socorro, mostrando para o mundo que o barco tinha vela e que ele não Quer contar a sua história? Mande sua sabia para que mais aqueles panos serviam, colaboração para: além de servir para escrever. avoante1@hotmail.com Por sorte o podre Bill lembrou-se do celular

MB

Marinha do Brasil

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Navios terão que instalar sistema de tratamento de água de lastro Convenção Internacional para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos dos Navios entrará em vigor em 2017 A partir de 08 de setembro de 2017 passa a vigorar mundialmente a Convenção Internacional para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos dos Navios. Com esta medida, os navios enquadrados na Convenção precisarão instalar um Sistema de Tratamento de Água de Lastro para cumprir as normas estabelecidas nas Regras constantes desta Convenção. A Convenção Internacional para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos dos Navios teve sua adoção internacional em 13 de fevereiro de 2004, com o propósito de prevenir, minimizar e, por fim, eliminar os riscos da introdução de organismos aquáticos nocivos e agentes patogênicos existentes na água de lastro dos navios que entram nos portos. No Art. 18 da Convenção está estabelecido que essa regra só passe a vigorar 12 meses após a data em que, pelo menos, 30 Estados, cujas frotas mercantes combinadas constituam 35% ou mais da arqueação bruta da frota mercante mundial, assinem a Convenção sem reservas no que tange à ratificação, aceitação ou aprovação, ou tenham entregue na Organização Marítima internacional (IMO) o instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão em conformidade com o Artigo 17. Sendo assim, no dia 8 de setembro de 2016, com a adesão da Finlândia, foi atingida a arqueação bruta da frota mercante mundial necessária para provocar a entrada em vigor da Convenção 12 meses a partir desta data. Para mais informações, acesse o site da DPC, no link www.dpc.mar.mil.br/pt-br/ comunicacao-social/entrada-em-vigor-da-convencao-internacional-para-o-controle-e-gerenciamento-da-agua-de-lastro.

Despejo de lastro: Agora só com tratamento

Mundial de Snipe Terminou dia 22 de outubro de 16 o Mundial Master de Snipe. Realizado em Nassau, nas Bahamas, a dupla Ralph Rosa e Alfredo Rovere do Yacht Clube da Bahia ficou com o bronze. Ernesto Rodriguez e Kathleen Tocke (EUA) segundo, e Luis Soubie e Diego Lipszyc (AR) em terceiro. No total participaram 35 duplas. O Brasil foi representado também por Adriano JB Santos e Christian Franzen do ICSC (15º), Alexandre Tinoco (com Oscar Gonzales) em 25º, e Enio Lineburger e Eric Lineburger, do Iate Clube Veleiros da Lagoa , que fica em Balneário Rincão, SC em 34º. Alexandre Tinoco foi campeão mundial em 2011, campeão da América do Sul em 2012, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2011 e a medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos de 2010, tudo no Snipe. Atualmente ele treina na Europa e veleja sob a licença federativa do Club Deportivo Canal, de Madrid.

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Palavra de

Cruzeiro Costa Leste 2017

PRESIDENTE

Prezado Associado da ABVC, Terminado este segundo ano de meu mandato, gostaria de agradecer a todos os associados que me apoiaram nesse trabalho intenso de realizações à frente da ABVC. Foram diversos cruzeiros, eventos, organização interna de diversos setores, e junto com a Diretoria, os Vice-Presidentes e o Conselho Diretor, conseguimos não só levar a cabo essa missão, como manter em dia as obrigações e o caixa de nossa associação (em breve estaremos publicando a prestação de contas). Mas o ano ainda não acabou. Nem nosso trabalho: Em novembro a ABVC promove diversos eventos: Encontro de velejadores de água doce em Indaiatuba, Encontro do Cedro em Parary e o tradicional Cruzeiro Costa dos Tamoios. Mas se o desejo é velejar mais longe, em julho de 2017 ocorrem dois grandes eventos: o Cruzeiro Costa Leste (Rio de Janeiro a Salvador) e o Cruzeiro Internacional da ABVC nas Ilhas Baleares (Espanha). As informações sobre calendário, detalhes, regulamento e inscrições dos eventos estão no site da ABVC (www.abvc. com.br). Lá também estão informações sobre as parcerias e convênios da ABVC. Bons ventos,

Volnys Bernal

Presidente da ABVC

Já estão abertas as inscrições para a edição 2017 do Cruzeiro Costa Leste. Além do cronograma, regulamento e inscrições, você poderá saber das novidades para esta edição (como a vistoria técnica, por exemplo). O Cruzeiro Costa Leste partirá do Rio de Janeiro com destino à Bahia, passando por lugares como Abrolhos (foto), Santo André (sul da Bahia) e outros locais paradisíacos da nossa costa. Ainda dá tempo de se planejar e preparar seu barco para essa viagem lendária da ABVC. Não deixe pra depois! Acesse agora mesmo o site da ABVC e inscreva-se aproveitando os valores mais baixos de inscrição. Em caso de dúvidas mande um email para costaleste@abvc.com.br

Cruzeiro Internacional: Ilhas Baleares / Mallorca Depois do sucesso do Cruzeiro na Croácia em 2015, a ABVC organiza mais uma velejada em Flotilha em águas internacionais. Desta vez veleiros serão alugados na Ilha de Mallorca, em empresa de sua preferência. A flotilha sairá da cidade de Palma e navegará em grupo através de uma rota que será disponibilizada em breve. A ABVC possui parceria com a empresa Dream Yacht Charter, o que proporcionará descontos exclusivos aos associados. A empresa Dream Yacht Charter poderá lhe proporcionar descontos que poderão chegar a 25%, distribuídos da seguinte forma: - 10% por ser integrante da ABVC; - 5% se a flotilha ultrapassar 10 barcos; e - 10% para as confirmações efetivadas até 05 de dezembro de 2016 Mais informações no site da ABVC. Garanta sua vaga!

Mallorca é um dos destinos do Cruzeiro Internacional

São Paulo Boat Show Por mais um ano, a ABVC esteve presente com seu estande no São Paulo Boat Show, atendendo os associados, promovendo seus cruzeiros e cadastrando novos associados. A participação da ABVC nesse evento é cada ano mais importante não só para marcar a presença da associação, mas como para representar a vela de cruzeiro, cada vez menos presente nesse tipo de salão. Nossa marca fortalecida e mais conhecida representa ganhos em termos de relações com outras instituições e empresas, o que acaba se revertendo em benefícios para os associados. É através desse tipo de trabalho que conseguimos ampliar os descontos e parcerias com lojas, marinas, Iate Clubes e outros eventos. Nos seis dias de funcionamento, os Diretores e Conselheiros se revezaram no estande para atender os associados - que receberam brindes durante a visita.

Cruzeiro Costa dos Tamoios Acontece em Novembro a 6ª edição do Cruzeiro Costa dos Tamoios. O roteiro envolve a passagem por diversas praias e ilhas, saindo de Ubatuba (SP) com destino a Paraty (RJ), contornando a Ponta da Joatinga, adentrando em Paraty Mirim, Saco do Mamanguá, Ilha da Cotia e encerrando na cidade de Paraty. O objetivo do Cruzeiro Costa Tamoios é integrar navegadores experientes com aqueles que ainda não realizaram grandes navegadas, e desmistificar a passagem pela Ponta da Joatinga. O Costa dos Tamoios vem em 2016 se afirmar como um cruzeiro familiar de

O Tamoios passa pela paradisíaca Ilha Anchieta médio percurso, assim como os Cruzeiros Costa Verde e Costa Fluminense, que se distinguem dos cruzeiros maiores como o Costa Sul e o Costa Leste.

ABVC – Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro CNPJ 05.809.419/0001-02

Convênios

Assembléia Geral Ordinária - Lembrete da Convocação

Iate Clubes

Ficam convocados os senhores associados em dia com suas obrigações e de acordo com o Estatuto em vigência, a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, na sede social, à rua Bela Cintra, nº 1970, São Paulo, SP, às 18:00h horas do dia 29 (vinte e nove) de novembro de 2016 a fim de tratarem da seguinte ordem do dia: a) Leitura, discussão e votação do relatório da Diretoria, balanço geral e demonstração das contas e respectivo parecer do Conselho Fiscal relativos ao exercício em vigência; b) Eleição dos membros da Diretoria para o biênio 2017-2018; c) Outros assuntos de interesse dos associados. Acham-se à disposição dos senhores associados, na sede social, todos os documentos exigidos por lei para sua verificação. São Paulo 1 de novembro de 2016

Aratu Iate Clube, Cabanga Iate Clube, Iate Clube Guaíba, Iate Clube de Rio das Ostras, Iate Clube do Espírito Santo, Marina Porto Bracuhy, Iate Clube Brasileiro, Jurujuba Iate Clube Descontos Marina Porto Imperial: 50% de desconto em vaga molhada por até duas diárias, Brancante Seguros, Botes Remar, CSL Marinharia, Geladeiras Elber: Valor promocional; Azimuth: Desconto nos cursos; Gênova Náutica (Prestadora de serviços de manutenção): Pintura, mastreação, outros e equipamentos. Puxadas e estadias com valores diferenciados.

O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.


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