Almanautica 32

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ALMANÁUTICA

PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!

Informativo Brasileiro de Vela e Esportes do Mar – Ano VI – nº 32 – setembro/outubro 2017

www.almanautica.com.br ISSN: 23577800 32

Leia nesta edição:

Bruno Prada é eleito para comissão da CBVela Brasileiro de Star: Sétimo título para Lars Dupla do Sul é Campeã Mundial de Snipe E mais: Estreia a coluna de Getúlio Vara Colunistas - Competições com novidades, bastidores e até “porque não?” fofocas da vela Meteorologia - Cruzeirismo


ALMANÁUTICA

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EDITORIAL

Silêncio solidário

J

ornal Almanáutica. Missão: Informar, instruir e valorizar atividades relacionadas à vela, seus protagonistas e co-

laboradores. Visão: Ser reconhecido como o melhor meio de comunicação da vela no Brasil. Valores: Transparência, ética, relações duradouras e construtivas. Nesta segunda edição do sexto ano, continuamos com um trabalho sério em prol da vela brasileira. Somos o único meio especializado em vela, com muito orgulho. Nosso foco é a vela. À barla, sota, em popa ou contravento, com mais ou menos vento, vamos caçando nossos cabos e trimando ações quando acreditamos ser necessário. E isso me faz lembrar algumas coisas... Como por exemplo o Yacht Clube da Bahia e a Direção da Aratu Maragojipe adiarem eventos depois da tragédia em Itaparica. Sei o que é organizar um evento grande e a dor de cabeça que esse adiamento significa. O transtorno com fornecedores, divulgação, patrocinadores e mesmo com os já inscritos. Mas esse é um momento de mudar o rumo, o que foi feito rapidamente. Parabéns. Trimada rápida e precisa... Por outro lado, face à mesma situação, a chuva de bobagens nas redes sociais, com fotos de luto se reproduzindo sem critério. “Ah vou me solidarizar”, deve pensar a pessoa... Então vamos lá: Solidário: pronto a consolar, apoiar, auxiliar, defender ou acompanhar alguém em alguma contingência, que sente do mesmo modo, partilha dos mesmos interesses, opiniões, sentimentos, concordando, dando apoio; irmanado. Ou seja, nada a ver. Vais ligar e oferecer uma palavra de carinho? Pagar uma despesa? Arrumar um emprego? Dar um abraço? Não, né?! Nunca quis saber mas agora “Somos todos...” alguma coisa. Então entenda que postar figurinhas no Face só soma às tragédias, uma corrente de pensamentos negativos que se avolumam conforme aparecem curtidas, compartilhamentos, comentários bobos e curiosidades mórbidas. Não sei qual a sua religião, mas feche os olhos e mentalize a solidariedade através de vibrações de paz. Trime suas velas em silêncio. Sem alarde. O planeta precisa disso. E todos nós também. Ricardo Amatucci - Editor

Murillo NOVAES Volta ao mundo Olá, querido leitor de alma mais que náutica. Eis que estou cá na Bahia, mais precisamente, no Aratu Iate Clube onde eu iria acrescentar um item que muita falta faz ao meu currículo de velejador, a deliciosa regata Aratu-Maragojipe. Este mânzico escriba vélico já noticiou a prova, que sobe o rio Paraguaçu, inúmeras vezes, mas nunca esteve de corpo presente. O nobre sino-baiano Kan Chuh, me honrou com o convite para formar a dupla com ele no seu veloz Mini 6.50. No entanto, a tragédia acontecida em Mar Grande e seu luto que entristeceu todos os navegadores fez a prova ser adiada para setembro. Ainda não foi desta vez... Este final de agosto representa também para mim um momento muito feliz, consegui formalizar a compra do Dufour 35 “Carina Mia”, um one-tonner clássico desenhado pelo próprio Michel Dufour nos anos 1970, veterano da Cape Town-Rio de 1976 e que será, não só para mim, mas para todos os amigos, um belo passaporte para o oceano e fonte inesgotável de prazer e aprendizado. Que Éolo sempre nos abençoe. Com o novo barco pretendo – quem sabe? –, dar aquela tão falada e sonhada volta ao mundo em solitário (ou não!). A nave é um passo importante, mas a caminhada é longa todos sabem. Apesar de ter mais de 35 mil milhas oceânicas navegadas, o que, em distância, equivale a um bom giro no planetinha azul, alguns poucos títulos na vela de monotipos e outros na de oceano, incluindo os ganhos como navegador do clássico “Lady Lou”, do meu ídolo e comandante Torben Grael, mesmo tendo dado velejos fantásticos no Mediterrâneo e até no Índico, só cruzei o oceano (Atlântico) uma vez e gostaria de acrescentar outras passagens e travessias à minha experiência. Vamos ver!!

Sir Robin Knox-Johnston

E todo este nariz de cera* é para chegar ao tema da nossa reflexão de hoje, a volta ao mundo. Em ano de largada Volvo Ocean Race, desta feita com dois brasucas na tripula do Akzo Nobel, Joca Signorini e Martine Grael, a regata que circunda o planeta vai novamente mobilizar corações e mentes em Pindorama até o próximo ano. Mas não é só. Em 2018 teremos também a Golden Globe, a reedição da famosa “regata” do Sunday Times que legou para história Robin Knox-Johnston e Bernard Moitessier, entre outros. Nesta duríssima prova

Bernard Moitessier em solitário, emulando as mesmas condições originais do fim dos anos 1960, teremos também dois brasileiros: Gustavo “Rato” Pacheco e Izabel Pimentel. Canarinhos voando pelo mundo. A ideia de uma regata de volta ao mundo surgiu em 1973 no sul da Inglaterra, mesmo berço da vela como esporte no princípio do século 19, de um desafio de alguns oficiais da marinha britânica com o apoio de uma cervejaria local, a Whitbread. Tudo a ver! Desde então, a prova que reunia amadores empolgados e aventureiros de todo tipo que, além das roupas de tempo, levavam também violões e garrafas de vinho para competição, foi crescendo e se profissionalizando. Com o patrocínio da montadora sueca Volvo se tornou uma das joias da tríplice coroa da vela profissional de alto rendimento, junto com as olimpíadas e a Copa América (America’s Cup). No entanto, antes da regata global para tripulações surgiu o desafio para velejadores solitários, o primeiro desafio global a vela. Em 1968 o jornalão inglês Sunday Times introduziu dois prêmios, um, em dinheiro, para o primeiro a circunavegar o planeta sozinho e o outro, um belo troféu, para quem o fizesse mais rápido (ou era o contrário? Enfim...). De todo modo, quem levou os dois foi o súdito inglês Robin Knox-Johsnton que se tornou Sir pelo feito. Com a liberdade de partir quando quisessem dentro de uma “janela”, os participantes da Golden Globe original não estavam propriamente em uma regata, mas num desafio.

Crônicas Flutuantes

Naturalmente surgiu a ideia de fazer uma regata mesmo em solitário. E nos anos 1990 surgiu na França a Vendée Globe, prova que jamais teve um brasileiro entre os competidores. Antes, porém, houve a BOC Challenge regata de volta ao mundo em solitário com paradas que depois viria a ter o belo e adequado nome de AroundAlone, se tornando ainda Velux 5 Oceans antes de ser descontinuada. E nos anos 2000 nasceria a Barcelona World Race, regata em duplas nas máquinas IMOCA60 usadas na Vendée. No meio rolou até uma outra competição em duplas, de Classe 40, chamada Global Challenge. Entre os barcos tripulados, de qualquer tipo ou tamanho, o grande feito é o troféu Júlio Verne, prêmio para o recorde absoluto de volta ao mundo à vela. E para os amadores empolgados contemporâneos, há a Clipper Race, regata com comandantes profissionais e tripulações amadoras pagantes que é hoje a maior em extensão e duração do planeta. Ufa!! Mas nem só de velocidade vivem aqueles que sonham com a volta ao mundo. Pelo contrário! Desde que Joshua Slocum – novamente um solitário mostrando o caminho! –, fez sua volta ao mundo nos anos 1880 e escreveu seu famoso livro “Sozinho”, a ideia de se lançar livre pelos mares da Terra povoa o imaginário dos velejadores, os que já são ou pretendem ser um dia. Desta forma, em qualquer lugar do mundo há sempre hoje alguém que sonha, quer, planeja ou já está dando sua voltinha. A ideia de circunavegar nossa nave mãe pelos oceanos é parte inseparável da vela como esporte ou lazer. E comigo não seria diferente, claro! E com você?

Joshua Slocum * Em jornalismo, chamamos Nariz de Cera um parágrafo introdutório em um texto que retarda a abordagem do assunto enfocado e tende à prolixidade Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com

Coluna do escritor José Paulo de Paula

Ilhas, Borrachudos e Darwin

Às coisas se há de, por conta de vida mais amena, agregar alegrias e peraltices. Não se surpreenda todavia, o leitor, adrede não, que trabalhos dessa natureza e magnitude possam acontecer por conta de astúcias diversas do tinhoso; isso é pensamento da ignorância e de povo de igrejas mais ou menos universais. Tirante essa turma, todo mundo sabe que é por ser ilha o lugar que se dá aplicação mais marcante dessas forças mutantes, assim ditas não se sabendo bem os motivos. Acontece que em ilhas, das feias às mais belas, por motivo de notório isolamento geográfico e outros fatores mais intrínsecos da evolução de espécies e espécimes. Provindos de antanho, desde a pré-história até esses dias confusos, seres vão se mudando em formas e conteúdos, isso acontecendo também com humanos, mosquitos, cachorros e deputados, desde os federais e os estaduais até os mais complexos. Dessa maneira, vez que outra, depen-

dendo de hora e localidade, profissão do pai – e mais recentemente da mãe –, CPF, RG, cópias autenticadas, direito a cotas, signo do horóscopo – sendo válido também o chinês –, time do coração, sorologia positiva ou negativa e etecétera e tal, vai nascendo um assim, outro assado que se encarregarão em manter novidades adaptativas, tanto fisiológicas como anatômicas, para um bom funcionamento de futuros, do próximo ao mais distante. Todavia, corre por más e miúdas línguas, que tais estratégias estariam muito comprometidas devido ao fato que o mar vai subir, decorrência de defeitos nas estufas de gases carbônicos e outros mais malcheirosos como Sarin e puns diversos. Há outras teorias que explicariam esses desconformes das transmutações, mas não estão ainda devidamente comprovadas por cientistas da especialidade; poderiam estar relacionadas, mas são apenas suspeitas como, por exemplo, a Lava-jato e

as ações caridosas do Bispo Gentil Mancebo. Por consequência dessas suposições é que vão se dando as estranhezas. Dia desses, aparecido lá num dos inúmeros postinhos de saúde da cidade ilha, um garoto com incomum protuberância quente e avermelhada, assim começando crescer no finzinho da coluna em localidade dita cóccix, após espera de praxe de 30 minutos, foi atendido. Coisa estranha de tudo! O doutor, circunspecto, após estudo meticulosamente apático, diagnosticou a bolota com bases em aspecto darwinista. Foi taxativo: – Rabo! É um rabo que tá crescendo aí... provavelmente para espantar simulídeos, porém será útil também para insetos itinerantes transmissores de dengues, malárias e outras pernícies mais; além do que ajudará no equilíbrio virtual e digital do em rabado quando ao uso de celulares ao caminhar. A notícia vazou. Houve um princípio de pânico por parte de algumas das 237 igrejas locais – na verdade 239, pois tive noticias de

que, desde o começo destes escritos, mais duas conseguiram seus alvarás – mas logo todos se acalmaram. Hoje já se tem noticias de vários outros casos e aceita-se a coisa como irreversível, resultando daí que um empresário do ramo de móveis adiantou-se em patentear cadeira com um orifício no assento para passagem confortável dos futuros apêndices balouçantes. Vai daí, então, que a coisa já se escapa do aspecto biológico e se estende a outros âmbitos. Movimentar-se-á a produção de bens de consumo, novos funcionários, comissionados claro!, serão contratados, o vil metal circulará intensamente, cessará a ditadura do proletariado e a cidade se safará da crise sem muita dialética e sem picaduras e coceiras estatisticamente significativas. José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador, violeiro, cervejeiro artesanal e autor dos livros “É proibido morar em barco” e “Divã Náutico” que podem ser encomendados em zepearte@gmail.com


Umas e Outras

Histórias de um navegante im pre ciso

a lio Vian Por Hé

E vamos no pano mesmo!

Conheci o Juca Andrade por conta de um naufrágio. Não meu, que sou virgem neste assunto, muito menos dele. Explico-me: Um certo veleirinho Rio 20 – o mini oceano projetado por Cabinho, que é considerado o WolksWagen dos mares – naufragou aqui na marina Bracuhy. Depois de meses no fundo, alguém o fez boiar novamente e eu publiquei sua foto no blog com o título “Caraca, que craca!” e a legenda: Descoberta, nas águas de Angra dos Reis, uma nova família de cracas, do tipo alpinista. Aqueles bichinhos que infernizam a vida de quem tem barco, agora, além de grudarem no casco embaixo d’água, sobem pelo costado e podem chegar até o topo do mastro! Esta brincadeira foi parar na seção Splash da Revista Náutica. Pouco depois recebi um simpático e-mail do Juca, que sintetizo abaixo:

“Nossa, você não pode sequer imaginar quanta risada isso já rendeu. Sou advogado aqui em Santos e na minha sala de trabalho fiz um mural com algumas fotos do barco, a matéria da revista e o seguinte título: ´É nosso!´ (uma resposta à provocação final da matéria da Náutica, ´Já pensou se fosse seu?´). Não sei se você sabe, mas o barco foi resgatado pelo meu amigo Zé Carlos Winther, ele mesmo mergulhou e fez o barco flutuar novamente. Se por fora parecia haver cracas, por dentro estava muito, mas muito, mas muito pior. Zeramos o interior do barco, nem o tanque de água sobreviveu (e não é que tinha craca dentro?). Acredito que em um futuro não muito distante o pequeno Equinoster, que agora se chama Craca à toa, estará lado a lado do MaraCatu, num lugar bacana, para a gente prosear até perder o tempo de vista!”. O projeto não foi para frente. O que seria “só dar uma lixadinha” virou um tormento nos fins de semana. Sei o que é isto: lixar fibra é como chafurdar no pó de mico, por mais que o incauto se proteja, se roçar coça. O primeiro veleiro de Juca foi o Fraldinha, um Hobie Cat 14, que muito lhe “ensinou a velejar e a laminar”. Depois vieram vários monotipos, entre eles um dinghy Andorinha, também projeto do Cabinho, construído em um galpão do São Cristóvão, o mesmo clube no Rio onde construí o MaraCatu, até o Brisa, o daysailer que deu origem a um blog, em meados de 2009. Já o primeiro veleiro de oceano foi o Cusco Baldoso, que em gauchês quer dizer vira-lata manhoso, um Rio 20 que depois virou Atol 23 e também dá nome ao blog. Acompanho suas peripécias desde então. Juca costuma terminar seus posts com um “vamos no pano mesmo!”. Este é o título do seu livro, com algumas das histórias do blog, prestes a sair pela Editora Almanáutica. São “crônicas de um velejador especialista em ir só até ali e voltar”. O texto é leve, bem-humorado e às vezes lambe o juridiquês: que velejador normal usaria a palavra “mormente” e diria ser amigo de Sêneca? Juca não é estoico, “odeio ficar no leme”, mas poético, descreve Noronha como “uma silhueta de Niemayer no meio da escuridão do deserto do oceano”, ou ainda, “velejar é jogar xadrez com os elementos”, e “um veleiro é, com certeza, uma máquina de tempo”. Tem até algumas tiradas filosóficas, como quando diz que “velejar é estar em comunhão com Deus, é surfar nos ventos”. Agora fico aqui torcendo para que Juca bote na raia o Malagô, seu novo barco de mais de 50 anos, um classe Brasil de 40 pés, e corra o circuito de vela clássica. E vamos no pano mesmo, sempre! Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos ventos e mantém o maracatublog.com

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Eduardo Sylvestre Vela, mais que esporte, veículo de transformação Fico sempre impactado com o poder transformador do nosso esporte. Acabo de dar uma clínica de laser para países emergentes para a World Sailing através da Solidariedade Olímpica e Comitê Olímpico Internacional na República Dominicana em preparação para o próximo Campeonato Mundial da Juventude que será na China em dezembro. Tivemos um total de 16 países (Uruguai, Equador, Colômbia, Trinada Tobago, Belize, Guatemala, República Dominicana e muitos outros) com mais de 50 participantes, sendo 18 técnicos de suas respectivas federações acompanhados de seus 2 melhores atletas, um masculino e um feminino. A história de garra e superação por traz de cada velejador, cada técnico, me fascina, e me deixa mais empolgado em continuar meu trabalho de desenvolvimento da vela ao redor do mundo. Apresento Jose Daniel um técnico de vela da Guatemala, uma pessoa incrível, excelente velejador, simples e humilde, seu pai trabalha como ajudante de pedreiro, caminho que seria traçado por ele se não fosse uma oportunidade para conhecer nosso esporte e aprender a velejar através de um clube com apoio da federação de vela de Guatemala. Jose Daniel aprendeu e gostou, começou a competir e foi medalhista Pan Americano nos últimos Jogos, e devido a Bolsa Atleta que ganha, conseguiu comprar seu terreno e construir sua casa, hoje trabalha como técnico na sua federação de vela e também ensina crianças que como ele, não teriam a oportunidade de conhecer o nosso esporte. Conheça também Kelvin, treinador das ilhas Cayman, ou Kwame, treinador de Barbados, todos com o mesmo histórico, pessoas simples que tiveram suas vidas impactadas pela vela e hoje trabalham e vivem da vela, transformando vidas e treinando cidadãos e cidadãs com propósitos e metas. Mas não precisamos sair do Brasil para ver estes exemplos, conheço vários projetos impactantes que fazem a diferença para centenas de crianças e adolescentes aqui mesmo no nosso pais, tema de outro artigo a alguns meses atrás, projetos como o Projeto Grael, Navega São Paulo, Projeto Abba, Escola de vela BSJ e tantas outras e outros espalhados pelo nosso Brasil. Infelizmente ainda vejo em muitos clubes um grande desperdício de talentos, de tempo, de material que poderiam estar transformando vidas se canalizados para isso. Poderiam criar projetos simples com aulas de uma ou duas vezes por semana, ligada talvez a escolas publicas locais com o apoio da Federação de Vela de seu Estado. Dentro desta clínica na República Dominicana estavam adolescentes talentosos, muitos vindo deste mesmo contesto descrito acima, e muitos em uma posição social extremamente elevada, porem quando estamos em sala de aula, aprendendo sobre técnicas de alto rendimento, táticas, regras e vamos para a água, todas estas diferenças somem, e temos uma só classe social, a classe da vela, e todos dão o seu melhor, pois representam seu pais e querem participar de grandes eventos internacionais como Jogos Pan Americanos, Olimpíada, etc.

Em uma de minhas palestras nesta clínica, falamos sobre “Goal Setting” ou montando minha meta, meu objetivo. E sempre começamos com a seguinte frase: O que estou fazendo hoje para que eu me torne um melhor velejador amanhã? Metas não só guiam nossos programas no dia a dia, eles nos dão direção e confiança. E minha pergunta a você leitor, é o que estamos fazendo hoje para crescer a base da vela em nosso Brasil? Será que estamos fazendo a diferença no nosso esporte? A resposta a esta pergunta está diretamente ligada a qualidade de escolas de vela, projetos náuticos que estamos ou não fazendo. Existe uma quantidade muito grande de pessoas, crianças e adolescente esperando uma oportunidade para mudar suas vidas. O que nos velejadores estamos fazendo para que a vela cresça? E nosso clube? Nossa Federação? Se cada um fizer um pouco tenho certeza que teremos muitos Roberts, Torbens, sendo descobertos e nossa vela crescendo a cada dia. Bons ventos a todos. Eduardo Sylvestre é Diretor do Programa de Desenvolvimento da CBVela, Expert da ISAF, técnico nível 3 da USSailing e ISAF World Youth Sailing Lead Coach.

Brasileiro de Star: sétimo título para Lars “Com dias de muito vento, terminou aqui no Iate Clube BSB o Brasileiro da classe Star. Eu e o Samuel F M Gonçalves vencemos cinco das seis regatas que disputamos e voltaremos para casa com mais um título Brasileiro. O evento foi impecável, com velejadores de alto nível”, comentou Lars Grael após o encerramento da competição. Ele e Samuel Gonçalves ficaram em primeiro lugar, com Marcelo Bellotti e Maurício Bueno do Yacht Club Paulista em segundo, e Admar Gonzaga Neto e Alexandre Figueiredo (ICB/DF) em terceiro. Marcelo Fuchs e Ronaldo Seifert, do YCSA, ficaram com o quarto lugar. “O quarto dia de regata foi o quarto dia com a bandeira Recom em terra, adiando as regatas por excesso de vento. Impressionante as condições aqui no Lago Paranoá em Brasília”, comentou Samuel. Em 2015 o Brasileiro da Classe Star foi realizado em São Paulo, na Guarapiranga, e a dupla Lars/Samuca venceu então pela sexta Lopes) levou mais uma vez, com Lars e Samuel vez, ficando apenas a um troféu de distância de ficando em segundo. Torben Grael. Entretanto, em 2016, na dispuAgora após a sétimo título, Lars fica novata realizada em Cabo Frio, Torben (com Arthur mente a um troféu de distância de Torben...

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Lars Grael e Samuel Gonçalves com mais um título brasileiro na Classe Star, e a galera toda em BSB

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Há 6 anos nascia o Almanáutica, a partir da vontade de ver as notícias da vela e da náutica valorizadas a partir de bons textos, com qualidade e mostrando o que acontece por todo o Brasil. Mesmo que lá longe, e com poucos veleiros, pois sabemos que isso representa um esforço para quem organiza e participa. Por isso valorizamos TODOS os lugares, competições e velejadores. Dos campeões mundiais aos mais humildes! Missão: Informar, instruir e valorizar atividades relacionadas à vela, seus protagonistas e colaboradores. Visão: Ser reconhecido como o melhor meio de comunicação da vela no Brasil Valores: Transparência, ética, relações duradouras e construtivas

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Almanáutica: Jornalista Responsável: Paulo Gorab Editor: Jornalista Ricardo Amatucci (MTB 79742/SP) Publicação bimestral Distribuição nacional Ano 06, número 32 setembro/outubro de 2017

ISSN: 23577800/32 Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier Contato: falecom@almanautica.com.br Assinaturas: Veja condições no site. Assine e receba em casa seu Almanáutica!”

Almanáutica é uma marca registrada.

Foto da capa

Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo impresso e/ou on-line. Visite nosso site: www.almanautica.com.br

A foto da capa é de Ricardo Amatucci e mostra o veleiro Asbar II, de Santos (SP), durante a Semana de Vela de Ilhabela 2017.


ALMANÁUTICA

4 A Bordo

Brasileiro de SUP

Mais de 170 atletas participaram da segunda etapa do Campeonato Brasileiro de SUP, realizada pela ABASUP, CBSUP, CBS e SUP Bahia, na Praia da Preguiça, com a raia de prova em percurso compreendido entre o Forte São Marcelo e o Farol da Barra. Da praia, o mar parecia flat e sem vento, mas logo após o quebra mar os atletas se depararam com vento forte, corrente, maré reversa, numa prova tão dura quanto bela. Pódio 100% baiano na Fun Race Masculina, com Rickson em primeiro, (Associação de Remo Salvador), Alexandre Midlej em segundo (Ilhéus) e Wanderson Santana em terceiro (Toucan Sports). Já no feminino, o lugar mais alto foi para a carioca Karine Aragão, seguida por Elaine Beserra e Juliana Amaral, atletas CTS e Rua K SUP Clube e na sequencia, Marina Penteado, do Yacht Clube da Bahia e Izabela Luz, também atleta CTS. A Race Amador Masculino recebeu 25 atletas e a vitória foi do garoto Guilherme Cunha, seguido por Gabriel Ortiz, ambos de São Paulo. O terceiro lugar foi para o baiano Anderson da Anunciação, de Barra do Serinharém (Toucan Sports) seguido por Fabricio Rodrigues (Associação de Remo Salvador I Barra Paddle Team) e Guilherme Santos, também da Associação de Remo Salvador. Talita Silva puxou as meninas do Race Amador, seguida por Iris Azi, da Bahia, Liliane Martins e Paty Mesquita, do Rio de Janeiro e Nicole Saback, de Salvador. Raia cheia também na categoria 14” Masculino. Bruno Torquato, do Rio de Janeiro liderou a prova de ponta a ponta. O baiano João Carlos Mendes foi o segundo, seguido Bruno Bonfim, também da Bahia. No feminino, vitória de Vanessa Castro, atleta do Yacht Clube da Bahia, seguida pela baiana Marina Mapuranga, do Barra Paddle. Na categoria elite foram 3 baianas entre as top 5 do país e um total de 9 participantes. A carioca Lena Guimarães, recém chegada de uma temporada na Europa, foi a grande vencedora. As baianas Bárbara Brazil e Paloma Sapucaia ocuparam as 2ª e 3ª posições, seguidas por Aline Abad, de São Paulo e Mel Figueredo, da Bahia. A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h às 11h pela Metrópole FM de Salvador: metro1.com.br Baixe o app e ouça em qualquer lugar!

regata

Guarapiranga - SP

Em animada reunião no restaurante Festa no lançamento do “Seu Chalita- o Árabe”, em São Paulo, a turCampeonato Brasileiro da Flash 165 ma da Classe Flash 165 deu o pontapé inicial para o Campeonato Brasileiro da classe deste ano. A competição acontece nos dois 12 a 15 de outubro, e será sediada mais uma vez pelo Yacht Club Santo Amaro – YCSA, na represa de Guarapiranga em São Paulo. Durante a noite – animada pelas delícias do cardápio árabe – a conversa versou sobre treinamentos, incentivos para os velejadores e a preparação de cada competidor presente. Na foto ao lado, à frente Paulo Pêra da Pêra Náutica, e atrás (esq. para dir.): Edgard Piccoli, Cristiano, o capitão de Flotilha do YCSA, Lísias Guimarães Alcântara Filho, o Guima, Sebastião Alves e João Toledo (Capitão de Flotilha do Sailing Center e proprietário do Seu Chalita). Sentado à mesa Walter Adoglio Júnior, Coordenador da Classe Flash 165. A flotilha Flash 165 tem 22 barcos na Guarapiranga e são esperados 12 veleiros no campeonato deste ano. O juiz convidado que deverá arbitrar a competição a exemplo do ano passado é Claudio Buckup. Autoridades Organizadoras são o Velejadores e organizadores Yacht Club Santo Amaro, a Federação de Vela da Classe Flash 165 reunidos Circuito Marreco do Estado de São Paulo – FEVESP, e a Clas- pra umas esfihas se Flash 165. O apoio de mídia da competição Com largada às 14 horas, sob chuva, é do Jornal Almanáutica. frio e pouco vento, aconteceu neste sábado, 19/08 na Represa de Guarapiranga (SP), a quarta etapa do VI Circuito Marreco. A etapa foi sediada pelo Iate Clube Itaupu que ofereceu a tradicional macarronada e – com a ICSC recebe temperatura, fundamental – bons vinhos que aqueceram a cerimônia de certificação para premiação. receber recursos Foram premiados do 1º ao 5º lugares, com troféus para proeiro e timoneiro, Após reforma do Estatuto, o Iate Clube de além do já tradicional Troféu Tartaruga Santa Catarina se atualizou no que diz respei- para o penúltimo colocado, além de um vale desconto da loja Velamar. O resultado da etapa foi: to a transparência fiscal. Isso permitiu que o 1º Falcão Peregrino 2º P.S. 3º Gulliver 4º Banzeiro 5º Mestre 6º Esconderijo e 7º Salgadinho clube recebesse a certificação Portaria Nº 224 do Ministério do Esporte, procedimento de vePaulista de Vela Adaptada rificação, pelas unidades administrativas do Ministério do Esporte, acerca do cumprimento Aconteceu no final das exigências previstas na Lei de incentivo ao de agosto o Campeonato Paulista Esporte (Lei Pelé). Essa verificação permite agora que o clube de Vela Adaptada receba transferência de recursos decorrente com sede no Clube de renúncia fiscal e repasses de recursos que ASBAC – Associaintegrem o orçamento do Ministério do Espor- ção dos Servidores do Banco Cente. O Iate Clube de Santa Catarina atua dire- tral na Represa de tamente com o trabalho de Lei de Incentivo ao Ninguém Esporte, visando o ensino da prática de vela, segura a turma da formação ao alto rendimento, oferecendo dos Poli19 na suporte as classes Optimist, Snipe e Laser. represa de Esse projeto de incentivo náutico está em sua quinta fase. Ampliou sua escola de vela fo- Guarapirainga em São Paulo mentando a iniciação com 5 professores trabalhando na formação de novos velejadores. Guarapiranga (SP). Foram utilizados veleiros da Classe Poli19, projeto concebido pela Engenharia Com esse projeto foi estruturada uma tempo- Naval da USP. “Realizar uma competição deste nível e, praticamente um ano após os Jogos rada inteira de competições estaduais (vali- Paralímpicos no Brasil, é uma maneira de celebrar o legado deixado à nação e revelar novos dadas junto a Federação de Iatismo de Santa talentos”, exalta Luiz Gouveia, presidente do Superação Clube Paradesportivo, organizador do Catarina) com estrutura de arbitragem, ma- campeonato. No primeiro com vento fraco apenas uma regata das três previstas foi concluída. As nutenção de equipamentos, bóias, troféus e demais foram canceladas. No segundo dia vento, chuva e frio acompanharam as duas regatas medalhas, coletes salva-vidas, sonorização e do dia. Após julgamento dos protestos ficou assim a classificação: Veleiro Pescador seguido de uniformização dos atletas. Kronos, com Caçador em terceiro.

Florianópolis - SC


Recife - PE

Joinville - SC

Ludmila Lira (Cabanga) é a melhor brasileira no Europeu de Optimist

A velejadora Ludmila Lira do Cabanga Iate Clube de Pernambuco foi a brasileira melhor colocada no Campeonato Europeu de Optimist 2017 na 8ª colocação. O Campeonato Europeu de Optimist 2017 foi realizado de 30 de julho a 6 de agosto no Yacht Club Port Bourgas, na Bulgária. A equipe brasileira teve a participação de outros 3 velejadores além de Ludmila, que ficaram assim na categoria masculino geral: 49º – Germano Santos (Veleiros do Sul); 114º – Ricardo Coutinho (YC da Bahia) e 118º – Felipe Berardo (RJ). Participaram 261 velejadores, sendo 153 meninos e 108 meninas. Neste campeonato foram disputadas somente regatas individuais. O campeão na categoria masculino foi Stefan Yuill, da Sérvia, e na categoria feminino, Donna Mazzucchelli, da Argentina. Na categoria feminino geral, Ludmila Lira ficou em 8º lugar.

Santos - SP

Segurança em Santos

Representantes da policia Civil, Militar, Militar Ambiental, Marinha do Brasil, ABVC - Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro, Fórum Náutico Paulista, Policia Federal e Secretaria de Turismo de Santos e do Guarujá, Codesp, Marinas locais, Escolas Náuticas, Presidente do Clube de Regatas de Santos, reuniram-se no Clube Internacional de Regatas de Santos para discutir e viabilizar medidas de segurança para embarcações na baixada santista. A Polícia Ambiental e Policia Militar fizeram um acordo para uso das embarcações e trabalharão em conjunto, dando maior atenção e reportando suspeitos no canal de Santos. A marinha se ofereceu para dar treinamento aquático às equipes da Policia Militar (que não possui embarcações), utilizando por hora da equipe ambiental. Importante salientar é que velejadores reportem qualquer ato sofrido ou presenciado, podendo ser via internet com boletim de ocorrência eletrônico, e reportar inclusive os furtos menores para que se crie uma estatística e através dela as policias efetuem ações de investigação e policiamento. Desde 2 de julho não houve mais incidentes e assaltos à embarcações na região.

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Flotilhas atuantes em Joinville A pequena, mas muito ativa flotilha norte-catarinense sediada em sua maioria no Joinville Iate Clube (JIC), tem realizado constantemente regatas, tanto de oceano (Flotilha Norte Catarinense de Veleiros de Oceano - FNCVO), quanto de monotipos (Ranking Norte Catarinense de Monotipos). Em julho a regata de inverno reuniu 10 veleiros para um percurso barla-sota de 6 milhas. O vento não colaborou muito, mas eram previstas 3 regatas ao invés da única realizada. A divisão de classes adotada pela turma é a RGS, Bico de Proa e Classe Regata). Em agosto (22), outra competição – desta vez com 11 participantes, protestos e batidas animou o pessoal. Foram realizadas duas regatas. A primeira, com duração média de 1 hora. Na terceira perna da primeira regata os barcos da RGS estavam muito próximos, e Brasil 31 e JackDawn disputando

Refeno Até o fechamento desta edição no final de agosto, já havia 42 barcos inscritos e mais 19 pré-inscritos. Pernambuco era o estado com o maior número de embarcações, 14 barcos, seguido de perto pelo Rio de Janeiro, com 13. O primeiro veleiro a chegar a Recife foi o Talismann, um Jeanneau 42 DS de Alagoas. Em 2016, velejando pela Classe RGS B, a embarcação alagoana, que já participou mais de 20 vezes da Refeno, foi a segunda colocada, chegando ao Arquipélago de Fernando de Noronha em 37h53min29s. As inscrições para a 29ª Refeno seguem abertas até dia 26/9 e podem ser feitas através do site oficial: www.refeno.com.br. Dia 24/9 acontece a festa de abertura, 28 a reunião de comandantes e a largada no dia 30 de setembro. Quem vai?

Salvador - BA

Solidariedade na tragédia A embarcação “Cavalo Marinho I” que transportava pessoas da Ilha de Itaparica para Salvador, naufragou por volta das 6h30 do dia 24/08. Conforme sobreviventes e autoridades, ela virou cerca de 10 minutos após deixar terminal a 200 metros da costa. Chovia e o mar estava agitado. Os passageiros começaram a se abrigar da chuva apenas de um lado o que a tornou instável. Numa onda mais forte, virou. Havia 120 pessoas a bordo sendo 116 passageiros, 4 tripulantes. A capacidade era de 160 pax. Apenas 89 pessoas haviam sido resgatadas com vida até a manhã do dia seguinte, o que indica um número de vítimas fatais por volta de 30. No mesmo dia tanto Yacht Clube da Bahia quanto a organização da Regata Aratu-Maragojipe manifestaram-se oficialmente tanto em seus sites quanto nas redes sociais, adiando solidariamente seus respectivos eventos em respeito às vítimas. “...O Yacht Clube da Bahia, profundamente consternado com a tragédia ocorrida em respeito e solidariedade às vítimas, vem a público informar o cancelamento do evento “Camarote Yacht, na Regata Aratu/Maragogipe...”. (Marcelo Sacramento Comodoro). “A Diretoria do Aratu Iate Clube vem a público informar que considerando o luto oficial de 03 dias decretado pelo Governo do Estado e em respeito a dor dos familiares e como forma de se solidarizar às famílias, decidiu transferir todos os eventos relacionados com a 48ª Regata Aratu Maragojipe” (Diretoria). Nosso reconhecimento às entidades pelo gesto sensível, mesmo com o sacrifício e trabalho de adiar eventos dessa magnitude.

a primeira colocação se distraíram e colidiram em alta velocidade contra as pedras próximas ao cais do Ferry Boat. A Baía Babitonga tem inúmeras lajes, estas pedras muitas vezes submersas são um grande perigo a navegação. Ali numa regata não se pode relaxar nem por um segundo. #FicaaDica. O fato produziu considerável avaria nos barcos, o que obrigou os seus comandantes a desistirem da prova. Mas não da próxima regata, assim que estiverem consertadinhos... Já a 8ª etapa de monotipos contou com a participação de 31 embarcações. Pelo percurso Barla-sota, disputaram as classes Shellback, Laser, Optimist, Dingue, Day Sailer, 470, Snipe, Holder 12, Tonner 14, Hobie Cat 14 e Hobie Cat 16. Se você quiser acompanhar essa turma é só dar um pulo no site do JIC que fica em www.joinvilleiateclube.com.br Foto: Cintia Pereira

Ilhabela - SP Semana de Vela: a melhor dos últimos anos

O saldo da Semana de Vela de Ilhabela foi mais que positivo este ano. A Race Village foi a estrela da festa, principalmente para quem não velejou. E mesmo para os velejadores, a programação cultural intensa variou dos estandes (Marinha, Secretaria de Turismo, ICMBio, entre outras), palestras (Família Schürmann, Klink, Murillo Novaes), shows de comédia Stand Up e atrações musicais como J Quest, Humberto Gessinger). Até uma sala de cinema (mesmo) foi montada e tudo funcionou quase que ininterruptamente durante a semana toda. Isso, e o desfile dos barcos na orla, atraiu uma multidão que certamente fortaleceu a SVI. A organização também adotou uma estratégia para evitar que o percurso das regatas no Canal de São Sebastião beneficiasse os barcos com calados menores nas provas de barla-sota. Várias boias proibindo a aproximação às zonas mais rasas com menos correnteza (baixios), foram colocadas para as regatas, equilibrando a disputa ainda mais. Em 2017, a competição reuniu 123 barcos e 900 velejadores do Brasil, Chile e Argentina. A organização já confirmou a data para a edição 2018: de 20 a 28 de julho. Que seja pelo menos igual...


ALMANÁUTICA

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Bruno Prada eleito em Comissão da CBVela Em eleição direta e inédita, uma comissão de atletas foi eleita para participar das decisões da CBVela. Além de Bruno Prada, eleito com 94 votos, Isabel Swan (71 votos), Samuel Albrecht (67 votos), Bruno Bethlem (62 votos) e Bruno Fontes (60 votos) também foram eleitos “Os velejadores sabem mais do que qualquer dirigente o que o esporte precisa. Pra mim é incrível que o esporte ainda tenha todas as suas eleições indiretas. A comissão de atletas tem que se expandir. Acho muito importante a participação de integrante da vela jovem, da vela de oceano, da vela amadora, e não só de velejadores que tem interesse olímpico. O Comitê Olímpico Brasileiro poderia seguir o exemplo da Federação de vela e criar uma eleição com a participação dos atletas”. No site do Almanáutica publicamos uma entrevista exclusiva com Bruno. Ouça.

É incrível que o esporte ainda tenha todas as suas eleições indiretas. O Comitê Olímpico Brasileiro poderia seguir o exemplo da Federação de vela...

Assim Bruno Prada deixou clara sua visão, após ser eleito com o maior número de votos (94) para a nova Comissão de Atletas da CBVela. Tetracampeão mundial e ganhador de duas medalhas olímpicas na classe Star, ele fez essas declarações durante entrevista ao Jornal Almanáutica no Esporte Clube Pinheiros, durante a cerimônia que apresentava um convênio entre o tradicional clube paulistano e o Yacht Club Paulista, da Guarapiranga. Em voto direto, mais de 250 velejadores escolheram seus representantes na Confederação, que terão mandato até o fim de 2020. Além de Bruno foram eleitos Isabel Swan, Samuel Albrecht, Bruno Bethlem e Bruno Fontes. A eleição da Comissão de Atletas foi realizada de forma online, no período de 7 a 13 de agosto. O voto era facultativo. Tinham direito a participar do pleito os atletas que tivessem mais de 15 anos e registrados nas suas Federações Estaduais. O número total de votantes foi de 280. Cada eleitor podia votar em até cinco dos 21 candidatos inscritos. Houve dois votos em branco. A Confederação Brasileira de Vela aprovou em abril mudança no estatuto e tornou-se a primeira entidade do esporte olímpico brasileiro a abrir sua eleição presidencial para o voto direto dos atletas, técnicos, oficiais de regata e medalhistas olímpicos. ““Essa representatividade virá com o tempo”, acredita Bruno. Durante a entrevista ele explicou que, na prática, “a comissão faz parte do comitê técnico de vela, que toma todas as decisões referentes ao destino de verbas, planejamento estratégico. A comissão dos atletas está entranhada em todas as outras comissões que existem na CBVela. Ela tem uma participação direta nas decisões. Todas as decisões da CBVela daqui pra frente, os atletas terão direito a voto”. “O voto indireto já acabou há mais de 30 anos no nosso país. E o esporte está 30 anos atrasado em relação ao próprio Brasil. O associado de um clube vota num Conselho Deliberativo que elege a Diretoria desse clube. Quem elege o Presidente das Federações estaduais, são os clubes, não são os atletas. Quem elege o Presidente da CBVela, são os presidentes das Federações Estaduais. Onde está o atleta nesse processo? Onde está o voto direto?”, comentou Bruno. “No meu modo de ver, o voto direto é que garante a legitimidade desse processo todo”, concluiu.

Email via VHF e estações costeiras no Brasil A CruiseEmail instalou sua primeira de 5 estações em São Paulo, com uma boa conexão em toda a costa brasileira. Também está conectando com o Caribe mais ao norte. Uma vez no Caribe, você pode se conectar em uma das 5 estações localizadas em Ft. Lauderdale, Florida e ter sua comunicação do Caribe e toda costa leste dos EUA. A estação em Dripping Springs, no Texas tem cobertura para todo o Caribe dentro do Golfo do México e Golfo da California, Sea of Cortez. A estação em São Paulo está conectando transmissão de SSB para a internet também. Ou seja, se você tem um radio SSB, pode visitar o site da CruiseEmail (CruiseEmail.com.br) para obter instruções detalhadas de instalação. A comunicação por email utilizando VHF brevemente também será instalada ao longo da costa do Brasil. Neste momento a empresa tem planos de começar por Paraty. Esse sistema disponibilizará acesso a email em um computador anexado ao seu rádio VHF. “Nosso plano é ter seis estações VHF para dar uma conexão de internet via VHF para seu barco”, explica Maurício Antônio Ferreira, representante da CruiseEmail no Brasil. A empresa também é a fornecedora nacional para a Rope Antena, um tipo de antena para SSB mais fácil de instalar. Nos últimos doze anos essa antena tem sido considerada a melhor para SSB na regata ARC, das Ilhas Canárias para o Caribe, e também considerada a melhor em comunicação na Trans Pack, de São Francisco para o Havaí. Recentemente foi avaliada como a melhor em comunicação na Trans Pack canadense, de Vancouver para o Havaí. O desenvolvedor e CEO da empresa é o Dr. John Gregory.

Martine Grael na Volvo Ocean Race Martine Grael foi anunciada oficialmente pelo Team AkzoNobel – equipe holandesa na disputa da Volvo Ocean Race como integrante da equipe. A atleta será a primeira brasileira a correr a volta ao mundo. Ela foi escolhida pelo comandante Simeon Tienpont para formar a tripulação ao lado do também brasileiro Joca Signorini. “Conto muito com a torcida de vocês quando a regata chegar em Itajaí”, disse ela. Martine também falou sobre a mudança de um monotipo para um barco de 65 pés: “Nos barcos de oceano geralmente há um número muito maior de tripulantes onde cada um tem uma função específica, já nos monotipos você faz tudo ou divide com um parceiro. Os barcos de oceano tem mais opções de velas e diferentes opções de como colocá-las no mastro, logo aguenta as mais diversas condições de mar e vento. Em quanto muitas vezes o monotipo, que são projetados para navegar em águas costeiras tem uma única opção limitado apenas a como você regula as velas”, explicou.

Martine Grael deve disputar algumas pernas da VOR na equipe AkzoNobel

A campanha para Tóquio 2020 segue nos planos da brasileira ao lado de Kahena Kunze, sua amiga de infância. O comandante Simeon Tienpont rasgou elogios à brasileira. “A Volvo Ocean Race está no sangue dela. Ela tem um excelente conjunto de habilidades e experiência em barcos de alto desempenho. Sua capacidade de liderança a torna um trunfo real para a campanha”, disse Tienpont. Embora anunciada como integrante da equipe, Martine deverá disputar apenas algumas das etapas por conta dos treinos da 49er. A única – e óbvia – participação assegurada até aqui é em Itajaí, a parada brasileira da competição. A VOR começa em 11 de outubro e termina em Haia, na Holanda, em junho de 2018.

Circunavegação e cerveja

Ikuo Tateo, de 76 anos, chegou de volta à cidade de Sakai, sul de Tóquio, dia 2/8 depois de completar sua circunavegação sem escalas no veleiro, Eólia, um 30 pés comprado de segunda mão há 40 anos, e reformado para a viagem. A volta ao mundo sem escalas levou 13 meses para ser completada. Ikuo partiu dia 5 de julho de 2016. E vai solicitar à organização do Guinness para ser reconhecido como a pessoa mais velha a realizar uma viagem solitário sem escalas. O velejador veterano saboreou uma cerveja gelada depois de sair do barco...

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Calendário Nacional Confira aqui o calendário das principais competições dos meses de setembro e outubro pelo Brasil Setembro 2 e 3 - Copinha Paulista Estreantes (ICS) 2 e 3 - Copa Paulista (ICS) 2 e 3 Copa HPE 30 (5ª etapa) ICRJ 2 e 3 Taça Rei Olav ICRJ 2 e 3 J70 Cup (4ª etapa) ICRJ 2 a 8 XXIV Copa da Juventude (CBVela) Cabanga 2 a 9 63ª Taça Cidade de Vitória ICES 2 a 10 4ª Semana de Vela JK IC Brasília 6 a 10 Sul Brasileiro Optimist CDJ 7 a 10 Sul Americano de Finn YCP 7 a 10 Camp Paulista de Lightning YCSA 7 a 10 7º Distrito Classe Star ICRJ 9 Regata Ele&Ela Ubatuba IC 16 Copa Veleiros de Oceano ICSC 16 Aniversário 111 Anos I. C. Brasileiro 16 e 17 Copa Suzuki HPE 25 Ilhabela 16 e 17 Paulista de Optimist Ilhabela 16 e 17 Match Race SP YCSA 16, 17, 23 e 24 Brasileiro de Ranger ICRJ 16 a 22 Mundial Soling Muiden/Holanda 16 a 23 Mundial RS:X Japão 16 a 24 26º Circ. Conesul Oceano VDS 17 Pernambucano Snipe/Dingue 23 Copa Veleiros de Monotipos ICSC 23 Volta da Cotinga Paraná 23 Festvela Guarapiranga YCSA 23 Circuito Guarapiranga Sailing Center 23 e 24 Copa Suzuki HPE 25 Ilhabela 23 e 24 Optimist Taça EVI/Campeonato Paulista (Ilhabela) 23 e 24 HPE 25 Star Lightning Ranking Paulista High End YCSA 24 Regata Foster & Knowles Cup SPYC 30 Refeno Cabanga 30 Santista de Oceano CIR 30 Oceano CSVO 5a etapa CIR 30 e 01/10 Mini Oceano CC Castelo 23,24,30 1/10 Estadual HPE 25 Charitas Outubro 30/9 a 9/10 Semana de Monotipos de Buenos Aires YCA 1 Festvela YCSA 7 Regata Noronha Cabedelo 7 Copa Veleiros de Oceano ICSC 8 72ª Regata da Escola Naval GVEN 7 e 8 Copa Paulista (CCSP) YCP 7 e 8 Copinha Paulista de Estreantes (CCSP) YCP 12 a 15 30ª Semana Internacional de Vela do RJ ICRJ 12 a 15 Santista de Oceano ICS 12 a 15 Paulista de Dingue 12 a 15 Brasileiro de Lightning 12 a 15 Sudeste de Laser 12 a 15 Brasileiro de Flash 14 e 15 Troféu Cayru Oceano CDJ 20 a 22 Mini Circuito Rio 21 Santista de Oceano CIR 21 Regata Volta das Ilhas ICES 21 a 28 Mundial Bic Techno Espanha 22 Campeonato Pernambucano Dingue/ Laser/Day Sailer 28 67ª Rio-Santos 28 Copa Veleiros de Monotipos ICSC 28 Circuito Guarapiranga Clube Castelo 29 N.S. Schmitt Cup SPYC

YCP e ECP fecham parceria O Yacht Club Paulista e o Esporte Clube Pinheiros firmaram um convênio de incentivo à vela com o objetivo de fortalecer a tradição náutica do YCP e ampliar a vocação olímpica do Pinheiros. A parceria entre os clubes foi apresentada oficialmente no Clube Pinheiros pelos velejadores do YCP, Bruno Prada, tetracampeão mundial e ganhador de duas medalhas olímpicas na classe Star; Jorge Zarif, campeão mundial de Finn, e Eduardo Souza Ramos, porta-bandeira nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984), campeão europeu de Soling, três títulos sul-americanos e dez vezes vencedor da Semana de Vela de Ilhabela. Após a apresentação aos associados, o Comodoro do YCP, José Agostini Roxo, e o presidente do Pinheiros, Roberto Cappellano, firmaram o convênio que vinha sendo articulado desde 2016. “O foco estará voltado ao jovem velejador, educando e formando o cidadão por meio do esporte, conforme agimos na Optimist, a classe de formação. A parceria vai fortalecer a cultura náutica de São Paulo”,

Campeões no Mundial de Snipe Os gaúchos Tiago Brito e Antônio Rosa, do Clube Jangadeiros, de Porto Alegre, conquistaram o título de campeões mundiais.

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Aconteceu em La Coruña, Espanha o Mundial da classe Snipe. Na categoria Júnior, entre 23 duplas de sete países (Brasil, Portugal, Espanha, Japão, Estados Unidos, Itália e Peru), os gaúchos Tiago Brito e Antônio Rosa, do Clube Jangadeiros, de Porto Alegre, conquistaram o título de campeões mundiais. Na categoria principal o Brasil liderou até o penúltimo dia com a dupla Mario Tinoco e Leleko Muto. Entretanto Raul Rios e Mac Agnese (Porto Rico) acabaram chegando na frente. No final deu a dupla porto-riquenha em primeiro, com os espanhóis Gustavo e Rafael Del Castilho em segundo e Rayco Alvarez e Gonzalo Quintana em terceiro. Mário Tinoco e Muto ficaram em quinto e Alexandre Tinoco e Victor em sexto.

Alguma dúvida sobre meu currículo? Roxo e Cappellano formalizando... prevê o diretor de vela do YCP, Alonso Lopez, velejador de Snipe. O velejador olímpico Eduardo Souza Ramos demonstrou esperança com a parceria que favorecerá a formação do atleta. “É fundamental para o esporte ampliar a base e aprimorar o atleta de alto rendimento. Não vejo as entidades preocupadas com o aumento da estrutura na base e nesse aspecto o Pinheiros é exemplar, com suas escolinhas lotadas. O projeto é muito bom para ambos os clubes”. Bruno Prada iniciou sua vitoriosa carreira na escolinha do YCP e elogiou o formato do convênio. “A iniciativa das duas diretorias é muito interessante. O YCP abre as portas para o clube mais bem organizado do País em relação a projetos esportivos” enalteceu O flagra foi feito no SPYC - São Paulo Yacht Club (Guarapiranga - SP), durante a distribuição o multicampeão Bruno. Foto: Ricardo Bufolin do Almanáutica por lá. O currículo do Comandante é, no mínimo mostrado de maneira inédita...


ALMANÁUTICA

8 Meteorologia & Oceanografia

Por: Luciano Guerra

Onde foi parar a água? Foi a pergunta que a leitora e Marinheira Auxiliar (MAC) Audrey Nóbrega me fez no dia 14 de outubro de 2017, referindo-se a alta variação de maré ocorrida nesta mesma data em alguns pontos do nosso lindo litoral brasileiro. A pergunta não é espantosa para muitos leitores do Almanáutica, porém merece a devida atenção e, merece também um texto técnico explicando o acontecido. No entanto, antes de iniciar o nosso quase bate papo de convés, gostaria de relembrar o quê alguns meios de comunicação publicaram naquela data: “... Recuo do mar na costa catarinense assusta moradores no fim de semana...” – (Jornal online Aconteceu em Jaraguá do Sul);

Onde foi parar a água? da Terra, é normal escutar pessoas associando fenômenos extremos com as oscilações de maré pré-tsunami ou outros desastres naturais vindos do mar. Mas o que realmente ocorreu? Qual a explicação técnica para tal fato? Porque a maré foi tão distinta aos níveis informados pela tábua de maré? Por mais incrível que pareça, a explicação é muito bem conhecida por nós comandantes. Contudo cabe uma pequena observação aos navegantes de plantão, principalmente aos que vão singrar em portos internacionais mais

de marés estáticas. Mas voltemos ao ponto e à explicação sobre o “desaparecimento” das águas... Desconsiderando o efeito vertical da maré, grandes volumes de água do mar também se movimentam por conta de outros fatores, tais como a diferença de densidade, salinidade e temperatura (Circulação Termoalina), ou pela ação dos ventos (Circulação

“... O fenômeno de recuo da maré, ocorrido ontem (13/08/2017), em Caraguatatuba, deixou os moradores curiosos...” (Portal R3); “... Embarcações ficam encalhadas após recuo do mar em Caraguatatuba...” (Portal G1). Em seu conceito básico, maré é “a oscilação vertical da superfície do mar ou outra grande massa d’água sobre a Terra, causada primariamente pelas diferenças na atração gravitacional da Lua e, em menor extensão, do Sol, sobre os diversos pontos da Terra.” (trecho extraído do livro “Navegação Ciência e Arte” – Altineu Pires Miguens). Apesar de simples, o conceito é a tradução da Lei da Gravitação Universal de Newton, que não é foco deste artigo. Se você é leitor do Almanáutica provavelmente já está habituado com o conceito de maré, e muito acostumado a interagir com este fenômeno natural, porém não é incomum encontrar alguns nautas e não nautas que nunca tenham presenciado alguns eventos extremos envolvendo a variação da maré, tal como o ocorrido. Diante da falta de convivência e da falta de informação a respeito dos movimentos naturais

Grandes volumes de água se movimentam por vários fatores, não só a maré... ventosos: outros fatores meteorológicos podem influenciar o nível do mar. Estes fatores podem adiantar ou atrasar a variação de maré e, inclusive alterar o padrão estabelecido pela tábua de maré. Um dos fatores que mais influenciam em tais variações é o vento. Geralmente, no Brasil, como utilizamos as tábuas de marés estáticas (que não consideram o vento), em portos com muito vento, a diferença entre o previsto e o observado pode ser considerável em determinadas condições – atualmente os Estados Unidos já utilizam tábuas de marés dinâmicas. São tábuas baseadas em informações de boias e nas condições climáticas do porto em questão. Então atente-se ao vento antes de confiar nas tábuas

Pelo Efeito do Vento). E foi justamente por causa de um sistema de vento NE (nordeste) de macro escala que ocorreu a grande variação de maré (circulação na camada superficial do oceano com movimento horizontal). Parte da energia contida no vento foi transferida para a água e transformada em onda (vide a ressaca observada nesta data), outra parcela de energia foi transformada em corrente oceânica – atualmente não se sabe a quantidade exata de energia desprendida para cada elemento (onda e corrente). Quanto maior for a velocidade do vento, maior será a força de atrito exercida sobre a superfície do mar, e por fim mais forte será a corrente gerada.

Capota: Cuidado. Cuide! Apesar de serem desenvolvidas para resistirem ao rigoroso ambiente marinho, as capotas de barcos requerem alguns cuidados. Os tecidos normalmente utilizados na confecção de capotas não promovem o crescimento de mofo, no entanto, o mofo pode crescer na sujeira e outras substâncias estranhas que não são removidas do tecido.

Cuidados:

Manutenção: Lave periodicamente ambos os lados da lona de sua capota utilizando detergente neutro diluído em água e uma escova de cerdas macias. Este procedimento impede o acúmulo de partículas externas agressivas e evita o aparecimento de mofo. Nunca utilize solventes químicos. Procedimentos de limpeza periódica: Escove a sujeira solta. Pulverize uma solução de água e sabão neutro. Permita que o tecido absorva a solução de limpeza. Use uma escova de cerdas macias para esfregar o tecido e um pano macio no plástico transparente das janelas. Enxágue bem até que todos os resíduos de sabão sejam removidos. Deixe secar ao ar livre. Para evitar o aparecimento de mofo, deixe sua capota sempre limpa e arejada. Evite a exposição desnecessária ao sol direto.

Em 1890, o cientista Norueguês Fridtjof Nansen, partiu para a o continente Ártico (Hemisfério Norte) e, durante um ano observou a deriva do navio entre as placas de gelo. Ele chegou a conclusão que o navio derivou em torno de 20º a 40º para a direita em relação ao vento. Logo após este experimento, outro cientista, chamado Vagn Walfrid Ekman, desenvolveu a teoria da Espiral de Ekman, que diz em uma de suas partes que “... a direção da corrente sobre a superfície do mar se desvia de 45º da direção em que o vento sopra, aumentando o ângulo com a profundidade.” No hemisfério norte a água superficial é transportada 45º a 90º para a direita em relação ao vento, enquanto que no hemisfério sul a água superficial se desloca 45º a 90º para a esquerda. Então, conclui-se que o ocorrido no final de semana dos dias 13 e 14 de agosto foi um aumento do Efeito da Espiral de Ekman, que explica parte dos movimentos verticais e horizontais das águas dos nossos oceanos. E tudo causado pela ação dos ventos fortes nas águas do Atlântico Sul. O ditado lusitano é certo caro amigo: “Quem vai ao mar, avia-se em terra”. Navegue bem, navegue com Alma, navegue seguro. Até o próximo Almanáutica e bons ventos! Luciano Guerra, é Capitão Amador, especialista em meteorologia pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteorológicos.

sabão sejam removidos. Deixe secar ao ar livre. Os tecidos geralmente utilizados nas capotas não “sofrem” com o cloro. Faça um teste numa pequena área antes deste procedimento. No entanto, este passo deve ser evitado ao limpar o lado do avesso de tecidos com camada de revestimento. Lembre-se de proteger a área em torno do tecido da capota se estiver usando uma solução de cloro. Outros tecidos que não são resistentes podem ter uma reação adversa ao alvejante. Derramamento oleoso sobre a lona: Limpe o derramamento tão logo ele ocorra. Remova suavemente, sem comprimir o tecido, com o auxílio de um lenço de papel ou pano macio absorvente. Derramamento pastoso ou sólido sobre a lona (incluindo fezes de aves): Limpe o derramamento tão logo ele ocorra. Retire o excesso utilizando um papel ou pano absorvente ou ainda uma espátula ou faca cega. Umedeça a área com solução de água e detergente neutro esfregando suavemente. Repelência:

Por Roberto Bailly (Bailly Capotaria)

Mantenha a capota sempre bem esticada e ajustada. Quando indevidamente ajustada podem ocorrer poças d’água deformando de maneira irreversível a lona. Durante chuva forte evite encostar objetos no interior da capota. Isso pode provocar um início de vazamento de água no ponto de contato. Evite utilizar a capota com altas velocidades. A pressão provocada pelo vento pode causar danos.

O efeito da Espiral de Ekman explica o que houve com a maré...

A Nautispecial e a Bailly te ajudam na proteção da capotaria

Os melhores tecidos de capotas são tratados com um acabamento para repelência de água e sujeira que é projetado para durar vários anos, mas pode exigir re-tratamento após uma limpeza mais radical ou com o passar dos anos. Para aplicar produtos de repelência, este deve ser adequado ao acabamento original de fábrica do tecido e a capota deve ser limpam previamente.

Proteja os acabamentos como botões, estrutura e ilhoses dos efeitos corrosivos da água salgada mantendo-os limpos e eventualmente lubrificados. Zíperes, mesmo os de plástico, devem ser limpos e lubrificados com silicone garantindo um perfeito funcionamento. A estrutura metálica da capota deve ser limpa com solução de detergente e pano macio periodicamente evitando oxidação. Lembrando que a oxidação pode acontecer mesmo nas melhores ligas de aço inox ou alumínio.

Para limpar manchas difíceis: Prepare uma solução de 10 partes de água 1 parte de cloro e 2 partes de sabão neutro. Deixe tecido de molho na mistura por até 15 minutos. Esfregue a mancha com escova de cerdas macias, esponja ou toalha limpa. Enxágue bem até que todos os resíduos de

A Bailly tem também um serviço profissional em parceria com uma lavanderia para limpeza profunda e tratamento de repelência, oferecida apenas para as capotas Bailly e toldos da Stobag. A Nautispecial possui uma linha de produtos para a manutenção e limpeza, como silicone, limpa inox, detergente neutro e também está lançando um produto para repelência de água.


cruzeiro Já começo avisando que nesta edição o nome é diferente: Notícias dos Açores, hahaha. Na edição anterior eu havia dito que estávamos saindo da nossa “zona de conforto” meio ampla: muitas ilhas do Caribe, algumas preferidas visitadas 2 ou 3 vezes, San Juan, Cuba, EUA e Bahamas e havíamos chegado nas Bermudas após 8 dias de navegação das BVI’s até lá. E toca iniciar a travessia até os Açores. O comandante foi frustrado em seus planos de sair no domingo por complicações com nosso plano do Irídium que tinha que ser atualizado e secretamente pelas minhas mandingas - pois estava um perrengue danado lá fora. No dia seguinte, ele todo faceiro e eu me torcendo de medo pela maior travessia que empreenderíamos nestes anos de mar. Tudo começou... No princípio foi meio calmo demais, e nosso balão assimétrico entrou em ação. Ajudou muito nos períodos de calmaria, mas confesso que se puder ficar um tempinho sem vê-lo ficarei feliz. As manobras no leme ao meu encargo para descê-lo me traumatizaram um pouquinho, mas o meu comandante deu um show de ajustes de velas e aproveitamento até da mais fraca das brisas. Ficamos dentro do nosso planejamento. Foram 18 dias, alguns bem calmos, a maioria na verdade, graças a nossa assessoria maravilhosa em terra com o Sérgio que nos orientava para fugir dos perrengues, alguns médios e uns quatro daqueles do tipo “O que é que eu estou fazendo aqui?!?!?... Você percebe, que mesmo com toda a orientação, muitas milhas a mais subindo ou descendo latitudes, não dá para passar incólume numa navegação tão longa, e o bicho pega. A sensação de estar dentro de um liquidificador não é fácil. Mas também senti aquilo sobre o que até então só tinha lido. A sensação de realmente se alhear do mundo, das comunicações midiáticas, e de repente você se encontra tendo pena de chegar em terra. Iniciamos também auxiliados pelos novos equipamentos como o AIS , turnos mais relaxados, e com um friozão rolando lá fora, permanecíamos mais tempo confortavelmente dentro

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nossa Dóris se encontra agora. O local é uma festa só. Na verdade tivemos experiências novas, cada ilha diferente da outra em suas características geográficas e festas típicas. Celebrações religiosas que acabam em muita comida e vinho, e pasmem gratuitos (Bodos do Espírito Santo), danças regionais, touradas de corda, fados, rally de carros e uma riqueza musical muito grande. Cada ilha, por menor e menos habitada que seja tem várias sinfônicas, bandas muito bem ensaiadas com uma grande variedade de instrumentos. Pasmem mais: quando descobrem que você está em um barco

As belas casas e paisagens de Açores, os vinhos incomparáveis, o bacalhau barato...

insistem em buscá-lo com seus carros e levá-lo a conhecer tudo,e percebe-se nitidamente um grande orgulho em cada morador da sua Ilha! Os preços nas marinas são ótimos, vinhos e queijos incomparáveis, os restaurantes muito acessíveis e com disponibilidade de produtos que no Brasil costumam ser caríssimos como o bacalhau e o polvo (além de comer nos restaurantes, fiz tantos no barco que tenho tentáculos saindo pelas orelhas, kkk), e ouvir novamente o seu idioma, mesmo com um sotaque carregado é um alívio mental! Bem, é nítido que estou perdidamente apaixonada e já iniciei meu processo de dupla cidadania para poder permanecer o máximo de tempo possível. Estamos no Brasil há 6 dias para minha “última rodada” de trabalho, e embora ame a minha Ilhabela anseio voltar para lá. Fica a recomendação de que qualquer velejador que deseje conhecer um lugar inesquecível deve começar a colocar esse destino Carona em seus planos. inesperada Citação de alguém: “A vida é uma aventura ousada ou nada...”. na Minha complementação: mesmo que você vomite um pouco durante essa travessia aventura, valerá à pena! Até breve...

Expedições à vista

O Windfinder é um App de previsão meteorológica para celular e tablets e que agora recebeu novas funções

O Veleiro ECO, primeiro veleiro de expedições e pesquisas oceanográficas do Brasil, construído por uma universidade brasileira, a Federal de Santa Catarina deve ser entregue em setembro. Com 60 pés e 5,3m de largura, o veleiro é feito de alumínio naval 5083 H116, soldado com tecnologia TIG e MIG de última geração. Ele terá capacidade de hospedar comodamente até dez pessoas. A embarcação é toda projetada para pesquisas, e possui um laboratório em seu interior para início imediato das atividades. Por suas características, permitirá expedições científicas de grande porte, incluindo a Antárti-

A nova interface permite alterar o tamanho e mover sem restrições o mapa que preenche toda a tela. Com consumo de dados muito baixo (ideal para o uso móvel em smartphones durante longas saídas à vela), o foco está na facilidade para alternar entre os mapas e as previsões locais. “É uma grande melhoria e o primeiro passo para uma onda de novas funções e melhorias como mapas com previsão de ondas e precipitações”, comentou Johannes Bönniger, diretor de TI da Windfinder.

Rita e Rubens saíram do conforto de navegar pelo Caribe e, com coragem, fizeram a travessia para os Açores, com suas cores, comidas, vinhos e um povo inesquecivelmente receptivo...

Mesmo que você vomite um pouco durante a aventura valerá à pena

Previsão do Tempo

O antigo Applet foi renovado com uma nova interface

Açores

do barco vendo filmes, lendo, e o pior: comendo, kkkkk. Achei que chegaríamos magrinhos pelos efeitos da travessia, mas excetuando os poucos dias de perrengue, foi uma comilança só. Um adendo: peixe zero. Só banho na isca mesmo... E de repente a primeira ilha dos Açores eleita por nós surge em nosso horizonte, Flores, e a alcunha lhe faz jus: florida, linda e inesquecível. Sabem aquele receio natural, de que ao ouvir elogios de diferentes amigos sobre um lugar, mesmo assim você possa não gostar tanto ao chegar? Não foi o caso! Toda a minha experiência até então com diferentes povos não havia me preparado para tanta solicitude e educação. E as paisagens destas ilhas vulcânicas? Suas fajãs? E as comidas? São como os Açorianos dizem, oito ilhas, das quais conhecemos seis ( Flores, Corvo, Faial, Pico, São Jorge e Graciosa), duas que conheceremos na próxima temporada (São Miguel e Santa Maria) e um parque de diversões: a Ilha Terceira onde

O Windfinder, site e App (Andoid e iOS) de serviços meteorológicos para esportes aquáticos, está com o site renovado. Agora apresenta mapas meteorológicos novos e interativos, possibilitando visualizar a direção do vento, a força do vento, a temperatura do ar e seleções diferenciadas.

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Notícias do Caribe

ca. A quilha retrátil permitirá ainda a navegação em águas rasas de mangues e estuários de rios. está em formação uma rede de pesquisa cuja governança está centrada no Centro de Pesquisa dos Açores, denominado AIR - Atlantic Interactions Research. Representantes de Portugal estiveram recentemente no Brasil para conhecer o projeto e firmar parcerias no intuito da promoção das pesquisas.

Lixo mapeado O site da Litterbase (litterbase. awi.de/litter) compilou informações de 1.385 publicações científicas sobre lixo marinho em uma base de dados abrangente. O site é constantemente atualizado para acompanhar o progresso contínuo da pesquisa. Lá você pode observar a distribuição de lixo, em particular plásticos, nos oceanos. A crescente população humana e a industrialização global levaram ao aumento da produção de vários bens. Muitos desses produtos são muito embalados e usados apenas por um curto período. Depois, tornam-se desperdício e lixo no meio ambiente quando não são descartados adequadamente. Uma parte considerável dessse lixo termina nos oceanos. O transporte marítimo e, em particular, a pesca são fontes importantes de lixo, uma vez que as redes e materias de pesca são muitas vezes danificados ou perdidos e deixados para trás. Além disso, grandes quantidades de lixo são transportadas para o mar pelos rios. Uma vez que essa massa chega ao ambiente marinho, ela só pode ser removida com grandes esforços, quase impossível dada a vastidão dos oceanos. Essa massa de lixo é muito diversificada e compreende itens de várias formas, tamanhos e materiais não biodegradáveis como plástico e vidro. Mesmo o gelo marinho do Ártico contém peque-

No site da Litterbase você pode acompanhar a localização de onde há despejo de lixo no mundo, principalmente dos plásticos nas partículas de plástico, os chamados microplasticos. Os organismos marinhos interagem com lixo de várias maneiras, muitas vezes com conseqüências fatais. Quando confundido com lixo alimentar pode danificar ou bloquear intestinos. Além disso, a vida aquática torna-se freqüentemente morta presa em linhas e redes também causando lesões ou inanição. Uma série de animais, algas e patógenos podem se instalar na superfície de itens de lixo. Se essa massa flutuante for transportada por longas distâncias pelas correntes oceânicas, esses microorganismos associados podem invadir novas áreas.


Cervejeiros que Navegam

R Um estudo realizado na França descobriu que música alta faz com que as pessoas bebam mais e mais depressa. Vide a venda de bebidas em shows e o consumo em festas. Pelo estudo, as pessoas chegam a beber um copo de cerveja três minutos mais rápido quando estão ouvindo música alta. Pessoas pediam 2,6 cervejas em média. No mesmo período de tempo com música alta foram 3,4 cervejas. R O Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto esteve reunido com o governador Geraldo Alckmin no final de julho. Em debate, a redução do ICMS para as microcervejarias artesanais. Promessas. Veremos. O estado de São Paulo tem 64 microcervejarias, sendo que 10 estão em Ribeirão Preto. Hoje, em média, metade do preço final das cervejas artesanais é para cobrir o pagamento de impostos. Ui! R Enquanto isso... A Cervejaria Nacional, paulistana e com seis anos de vida encerrou as atividades de sua unidade em Ribeirão Preto. A decisão foi tomada diante da retração do mercado das cervejas artesanais e da demora na recuperação no cenário brasileiro. A casa original permanece. R Novidades no bar! Quatro cervas da Green Flash (Califórnia) chegaram para molhar a goela dos brasucas mais exigentes. WEST COAST IPA, a clássica double IPA produzida com os lúpulos Simcoe, Columbus, Centennial, Citra e Cascade. 8,1% ABV (álcool) e 95 IBU (amargor). JIBE, a tranquila e refrescante, uma Session IPA, com notas florais e muito cítrica produzida com os lúpulos Warrior, Chinook e Cascade. Possui 4% ABV e 65 IBU. SOUL STYLE IPA, cítrica, floral e leve. Como a Jibe, tem amargor moderado. Leva lúpulos Cascade, Simcoe e Citra entregando 6,5% no ABV e 75 no IBU. TANGERINE SOUL STYLE É uma versão da Soul Style mas com aroma de tangerina por levar raspas na produção. Lúpulos Citra, Cascade com 6,5% ABV e 75 IBU. R O IPA Day Brasil, maior festival de IPAs do mundo acontece no dia 11 de novembro na em Ribeirão Preto. Serão mais de 6.500 litros de 40 rótulos das melhores IPAs produzidas no Brasil. Ingressos (ainda) disponíveis: R$ 210,00 (último lote).

vras

Caça Pala

ALMANÁUTICA

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Nosso caça-palavras desta edição é uma homenagem às nossas velejadoras. Você conhece todas? Devia! Busque pelos nomes aqui e na internet! Fernanda OLIVEIRA - Ana BARBACHAN - Isabel SWAN - MARTINE Grael - Kahena KUNZE - Marina da FONTE - IZABEL Pimentel Patrícia FREITAS – Fernanda DECNOP- Ludmila LIRA

Contravento ... com Getúlio Vara f Crtl-C Ctrl-V. A cada dia o “jornalismo” copiar/colar ganha novas páginas num site

da imprensa náutica. Literalmente... O Almanáutica online tem sido copiado e colado na cara dura. Sem edição, sem crédito e sem vergonha. É pra ficar com raiva, vergonha alheia pelo “jornalismo” ou orgulho de pautar um meio tão antigo... Ou seria tão velho?

f O Projeto Sailing Sense, que leva a vela aos surdocegos e é apoiado pelo Jornal Almanáutica foi tema do programa Global “Profissão Repórter”. Que bom: ainda temos uma parte da imprensa que pensa antes de fechar a pauta e trabalha mesmo...

f Depois de reclamar com um gerente do Banco do Brasil que os aplicativos não

funcionam, as transferências são limitadas a um número por dia e tudo lá é ruim e difícil, um Diretor da ABVC ouviu dele essa pérola: “Eu mesmo tenho conta em outro banco...”.

f Pirataria no Costa Leste este ano. Além de um motim que destituiu o Comodoro, um veleiro foi expulso por quebrar as regras vigentes. No final todos felizes, com boas lembranças e muita experiência. Além de muito churrasco, lagosta, paella...

f Mais pirataria: Alguns dos que não foram com a flotilha do Costa Leste e ficaram

m o t a VelaeAs B mulheres no Leme A maior de todas as virtudes Em busca de traduzir os sentimentos que pude apreciar ao conversar com mais uma entrevistada para a coluna, deparei-me com uma doutrina interessantíssima criada pelo filósofo grego Aristóteles, fundador da filosofia ocidental e aluno de Platão e Alexandre, o grande. As palavras de Aristóteles são tão antigas e ao mesmo tempo tão atuais! A doutrina a que me refiro é conhecida como a Doutrina do Meio-termo. Segundo ela o equilíbrio e a moderação seriam o estado ideal do ser humano. Para Aristóteles, todos excessos eram considerados vícios: o excesso de coragem seria a impulsividade e falta de coragem, a covardia. É preciso buscar o equilíbrio que é a virtude, ou seja, a coragem em si. Sobre coragem, Aristóteles afirma: “A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras”. E dessa qualidade a velejadora de hoje e sua linda família estão cheias! Seu nome é Beatriz Sassaki, tem 32 anos e reside em Santos. É farmacêutica e esteticista, ministra aulas em cursos de graduação e pós-graduação e administra hoje sua clínica além de cuidar do marido, João, e das suas duas filhas, Kali e Maya. Sua história com a vela começou em 2007, quando conheceu João. Na época, ele velejava em um monotipo, o 420. Foi onde Beatriz aprendeu a velejar. O 420 era um barquinho delicioso, cheio de regulagens e que não possuía motor, apenas um remo. Conta que apesar do medo, o vento no rosto e a aventura de pendurar-se para fora do barco para fazer o contrapeso proporcionavam uma sensação de prazer e de liberdade incríveis. Ficou fascinada pelo vento e nunca mais saiu do mar! “Na época, eu tinha uma filha, a Kali. Ela estava com 4 anos e já nos acompanhava, aprendendo desde cedo a velejar. O 420 foi minha porta de entra-

da para o mundo da vela. Como moramos em Santos, todos os finais de semana e até alguns dias da semana, com chuva ou com sol, com vento ou sem vento, estávamos no mar”, conta. E afirma, entusiasmada: “Desde que a vela entrou de vez em minha vida, nunca mais vi minha vida sem um veleiro. Inclusive, como muitas pessoas, tenho certeza de que um dia moraremos a bordo”. Depois do 420, em 2011 Beatriz e João compraram um Peterson 34. Beatriz estava grávida de Maya, sua segunda filha. Ela conta: “O Grazina nos deu a oportunidade de vivenciar o que era ter um veleiro oceânico, que podia levar nossa família para qualquer lugar e nos dar a sensação de ter nossa primeira casinha ambulante para realizar diversos sonhos. E com ele começamos a sair da Baía de Santos e a viajar. Fomos a diversos lugares e através dele conseguimos aproximar nossas filhas do mar. A Kali velejava desde os 4 anos e a Maya pra-

ticamente nasceu a bordo, nos acompanhando desde os 2 meses. João amarrava uma rede dentro do barco e no embalo do mar ela dormia lindamente.... Que saudade!”. Perguntei a Beatriz sobre seu novo veleiro adquirido recentemente, como foi dar esse passo: “No Grazina tínhamos dois sócios, mas queríamos ter o nosso veleiro, com a nossa carinha. Foi então que em maio desse ano compramos um Fast 310, o Marabá, um veleiro só nosso. Um sonho que virou realidade! Costumávamos dizer que quando adquiríssemos um novo barco, ele se chamaria KaliMaya, em homenagem a nossas filhas. Mas nem sempre somos donos do nosso destino, e este nos brindou com um barco que leva o nome da cidade do Pará em que eu e o João nos conhecemos. Sendo assim, não tínhamos como mudar o nome, não é?”, disse Beatriz sorrindo. Perguntei também sobre como a vela mudou sua vida e de suas filhas. “Velejar mudou minha vida por completo, visto que hoje nossos sonhos giram em torno disso e do desejo de viver a bordo. Além disso, velejar me proporcionou criar minhas filhas num ambiente com experiências únicas como nadar com tartarugas, mergulhar com lulas, acordar com golfinhos, enfrentar tanto ventos fortes quanto ondas grandes e, ainda, controlar o próprio medo. A vela nos ensinou mais sobre o menos, sobre o quanto precisamos de pouco, sobre o quanto a água é preciosa e sobre como precisamos ajudar uns aos outros dentro do barco para que juntos possamos nos locomover com segurança. – e continua – Com a vela a aproximação que já tínhamos com a natureza, devido ao fato de o João ser biólogo, só aumentou. Percebo que enriquece a educação das meninas já que elas entendem literalmente a relação entre homem e meio ambiente. Elas sabem o quanto o lixo interfere sobre vida marinha, entendem a importância da economia de água e de energia. A vida se torna mais simples, deixamos certos conceitos de lado e vivemos mais livres e com maior intensidade”. Sobre barreiras possivelmente existentes para as mulheres no mundo da vela, Beatriz reforça: “As barreiras que enxergo somos nós mesmas. Acredito que muitas mulheres possuem medos em relação a velejar como a possibilidade de apresentar enjoo, preocupações sobre como cuidar do cabelo, tomar banho gelado ou como ficariam as crianças em um barco. São barreiras que nós mesmas instituímos. Acredito ser o tipo de barreira mais difícil de vencer, pois superá-la depende apenas de nós mesmas. – e aconselha – Permitam-se, superem os medos, deem algumas chances de passar horas no mar, sem ruídos e longe do caos da rotina! Se entreguem por inteiro, não deixem de fazer por não poderem levar seus secadores. No mar descobrimos a real beleza dos nossos sentimentos e das nossas verdades, sem estereótipos ou cobranças sociais. A vida se torna muito mais fácil, leve e prazerosa. E nós descobrimos ser mais belas, fortes e intensas do que imaginávamos”. Beatriz finaliza a entrevista com um sonho: “Quando compramos o Marabá, disse ao João que uma de minhas metas era levar mulheres e também pessoas com necessidades especiais, que nunca velejaram, para sentirem o mar. Gostaria de minimizar certas barreiras. Para todas as mulheres desejo que possam ter a sensação que só o vento traz e que só a imensidão do mar é capaz de proporcionar”. Um beijo carinhoso às nossas leitoras e mãos ao leme!

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Priscilla Marjorie Olivastro é Pediatra, velejadora e Diretora Feminina da ABVC

f Num bate papo descontraído, Eduardo Souza Ramos enumerava seus feitos na vela: Campeão Europeu de Soling, Porta Bandeiras da Delegação Brasileira nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles, 10 títulos na Semana de Vela de Ilhabela, Vice-Campeão mundial na classe TP52, Campeão Brasileiro na HPE 25, correu de carro na categoria Endurance onde foi campeão brasileiro em 2006 e vice em 2007, foi eleito piloto do ano em dois anos seguidos, em 2008 correu na categoria Porche... E finalizou: “Ah, eu trabalhei também, viu?!”... f Depois de Souza Ramos ter confessado já ter 76 anos, o Comodoro do Yacht Club

Paulista José Agostini Roxo, saiu-se com essa: “Poxa, então faz 16 anos que eu acho navegando na web mesmo, aproveitaram para meter o pau mesmo longe e sem saber que você tem 60...”. o que se passava. Nada de novo no front: cães lavam, a flotilha passa. Dá-lhe Z!... Getúlio é velejador, bem informado, não tem meias palavras e sim, Vara é o sobrenome...


Memórias do Avoante tos Filho

Por Nelson Mat

História de Palhoção A náutica é cheia de histórias que fazem a alegria de velejadores e frequentadores dos palhoções e alpendres nos clubes espalhados pelo mundo. São as conhecidas histórias de palhoção. É nesse alegre ambiente clubista onde acontecem as mais fantásticas velejadas, as mais terríveis tempestades, os mais fortes ventos, as mais altas ondas e onde ninguém nunca enjoou, quem enjoa é o outro. Mas, a verdade é que no palhoção, banhado por litros e mais litros de cerveja gelada e umas cachacinhas para variar, as histórias são realmente muito engraçadas e acrescidas de grande criatividade. Uma dessas histórias, segundo o contador, aconteceu no Iate Clube do Natal, muitos anos atrás, e vou relatar aqui. Não sei o nome dos envolvidos, mas qualquer semelhança é apenas mera coincidência. Pode ser que você nem ache graça, mas eu me diverti e dei muitas risadas... Conta-se que um veleiro laser estava encalhado na prainha ao lado do Iate Clube e sendo a mesma numa área do Exército Brasileiro. No palhoção do clube um velejador estava super entretido em tomar sua cervejinha, muito descontraído, quando apareceu um Soldado, armado até os dentes, e ordenou a retirada do pequeno barco daquele local. O velejador virou para o Soldado, olhou para o barco invasor e disparou: - Não tiro. O Soldado, vendo sua autoridade ser questionada, ajeitou o fuzil e ordenou novamente que o barco tinha que ser retirado imediatamente. O velejador tomou mais um gole da cerveja e sem olhar mais para o Soldado falou: – Eu não tiro! O Soldado fez uma cara de interrogação imaginando que aquele durão fosse mais uma autoridade, e se retirou do local sem mais dizer nada, para logo em seguida vir acompanhado de um Cabo e mais outro Soldado. Apontou para o velejador e disse para o Cabo que aquele era o sujeito. O Cabo chegou perto do velejador e disse

O Pequeno Príncipe

que ele tinha que retirar o barco de qualquer maneira, pois estava dentro de uma área militar. O velejador disse que já tinha falado que não tirava e ponto final. O Cabo ajeitou o cinturão, deu meia volta e retornou para o Quartel, para voltar acompanhado de um Sargento e mais dois soldados. O Sargento, vendo que o caso era grave, engrossou a voz e chegou arrebentando: - O Senhor vai retirar o barco ou não vai? O velejador mais uma vez disse que aquele barco ele não retirava de jeito nenhum. O Sargento disse que ia mostrar como ele retirava e que poderia até dar voz de prisão. Mas, parou um pouco para refletir, recolheu a tropa e voltou para o Quartel. Meia hora depois apareceu um jipe vindo em alta velocidade com um Tenente, o Sargento, o Cabo e mais dois Soldados. O Tenente desembarcou e foi até a praia examinar a situação. Parlamentou com os subordinados, coçou a cabeça e se dirigiu até onde estava o velejador insolente. O velejador que acabara de pedir mais uma cerveja e nem queria saber de outra vida, nem pressentiu a aproximação do Tenente. O Tenente que acabara de ser despertado de uma soneca e queria acabar logo com aquela peleja, aproximou-se do velejador e falou: – Bom dia Senhor, o que esta havendo por aqui? O velejador despretensiosamente respondeu: – Bom dia Tenente, mas para mim esta tudo bem e ainda vai melhorar. O Tenente então perguntou: – O Senhor desobedeceu à ordem do meu pessoal para retirar aquele barco da praia? O velejador falou que não tinha desobedecido nada, apenas que ele não retiraria o barco. O Tenente, mais vez muito educado, perguntou: – Mais, por que Senhor? Aquela é uma área militar e o Senhor não pode parar o barco ali, pois esta passível de apreensão e inquérito militar. Vamos, por favor, facilitar as coisas pelo bem da boa vizinhança. O velejador deu mais um gole na cerveja, olhou para o barco e para o Tenente e respondeu: – Tenente, eu não vou retirar aquele barco dali, porque ele não é meu! O Tenente fechou a cara, disse um muito obrigado e um bom final de semana ao velejador e lançou um olhar travante para os homens sob seu comando e em seguida gritou: -.... Vamos voltar para o Corpo da Guarda que eu tenho um acertozinho para fazer com vocês... O jipe saiu rasgando o chão e a partir daquele momento não apareceu mais nenhum Oficial. Até hoje ninguém sabe de quem era o barco.

Nelson Mattos Filho Velejador

MB

Marinha do Brasil

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Onde está o dinheiro dos nossos submarinos?

No dia 17 de julho, a Força de Submarinos (ForS) completou 103 anos de criação com algumas preocupações. A celebração da data foi realizada com uma cerimônia militar. O Comandante da Força de Submarinos, Contra-Almirante Alan Guimarães Azevedo, destacou a importância da ForS e sua atuação. Mas, longe de mares calmos, o Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear – PROSUB, pode não atingir a meta de lançar ao mar, no terceiro trimestre de 2018, seu primeiro submarino. Segundo depoimento de Marcelo Odebrecht na Operação Lava-Jato, à época do ex-presidente Lula, parte dos recursos foram desviados. O projeto prevê quatro submarinos convencionais e um nuclear. O programa foi entregue a um consórcio formado pela Odebrecht, pelo estaleiro francês DCNS, cujo principal acionista é o governo da França, e a Marinha do Brasil. Segundo os delatores da Odebrecht houve acerto de 40 milhões de Euros ao lobista José Amaro Pinto Ramos, que representava a DNSC, de 1,5 milhão de Euros e R$ 1,2 milhão para o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luis Pinheiro da Silva e de R$ 50 milhões para o PT. O Prosub está orçado em cerca de R$ 30 bilhões e já consumiu 16 desde 2008. Este ano, o orçamento do Prosub era de aproximadamente R$ 2 bilhões e foi cortado em 32%. Mesmo com (mais uma) readaptação da MB, reduzindo o ritmo das obras, a data de lançamento do primeiro submarino pode estar comprometida.

O Tupi sendo reformado. Abaixo no início, e acima após alguns dias Atualmente 4 submarinos estão em operação, e um em manutenção (Tamoio). São projetos considerados antigos (na maioria entre as décadas de 80 e 90) e mesmo os que estão em operação, também precisam de manutenção. Mesmo assim, a MB continua a investir em sua ForS, como por exemplo a recente dotação de novos torpedos tipo MK-48 em todos os 5 submarinos.

A importância dos submarinos é estratégica e tecnológica. A capacidade de ocultação (principal arma) quando diesel/elétrico, fica comprometida por ter que subir à superfície de tempos em tempos para recarregar suas baterias, aspirar o ar atmosférico, permitindo o funcionamento dos motores diesel e a renovação do ar ambiente. Nos nucleares, a fonte de energia é um reator nuclear, cujo calor gerado vaporiza água, sem necessidade de subir. Obter essa tecnologia significa levar o Brasil à auto-suficiência na fabricação de seus próprios submarinos.

NOVO VISUAL DA LINHA QUE MAIS ENTENDE DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO D E I N OVAÇ ÃO O velejador Paulo Vinícius Arruda Passos está fazendo uma circunavegação a bordo de seu veleiro Petit Prince. Ele partiu de Angra dos Reis em 2014 para a Patagônia e depois percorreu a costa do Atlântico. Atualmente o veleiro está em Key West, na Florida mas Paulo está no Brasil para uma série de palestras contando sua viagem: São 23 palestras (acima na Decathlon de São José dos Campos) por vários estados e cidades do Brasil. Paulo está se preparando para cruzar o Atlântico Norte no em 2018. Para apoiar sua viagem, Paulo abriu uma captação de recursos tipo crowdfunding no site Apoia-se. Você pode conhecer e depois decidir se quer participar desse financiamento a partir de R$2 por mês apenas: www.apoia.se/ altaslatitudespetitprince No site do Almanáutica publicamos uma entrevista com Paulo. Ouça!

(11) 2914-5662

WWW.NAUTISPECIAL.COM.BR


ABVC

INFORMATIVO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO

Palavra de

PRESIDENTE

6º Cruzeiro Hidrovia Tietê - Paraná 2017 e Cruzeiro Costa Leste

Caro Associado,

Seja muito bem-vindo à ABVC. Em primeiro lugar, gostaríamos de nos desculpar pelo atraso nessa comunicação e no envio de sua carteirinha. Gostaríamos que você soubesse que o motivo foi causado por problemas técnicos e burocráticos no registro da ata da nova diretoria, mais lento do que o de costume, agravado pelo péssimo atendimento e entraves interpostos pelo Banco do Brasil, motivo pelo qual já estamos transferindo a conta para outro banco. Nesse meio tempo ficamos sem acesso à conta, e sem sabem quem já havia pago seus boletos e impedidos de efetuar despesas em geral. Agora com a volta à normalidade, estamos retomando as atividades a todo vapor e queremos que você esteja conosco nas atividades da vela! Neste segundo semestre, a ABVC promove vários eventos, entre eles as palestras do Petit Prince, em várias capitais, o Costa Verde, Costa Tamoios e o Encontro Nacional. Fique ligado na programação pelo novo site que está em fase de reformulação e no Jornal Almanáutica. Participe! Sugira! Proponha! Contate! Lembre-se que qualquer dúvida, sugestão ou reclamação você pode contatar nossa secretária, Sra. Márcia, pelo telefone (011) 96497-2819 (de segunda a sexta das 13 às 18h) ou pelo email secretaria@abvc.com.br ou diretamente com o Presidente pelo email : presidente@abvc.com.br. A ABVC também tem muitos Vice-Presidentes nas várias regiões onde atua. Se houver um na sua região, entre em contato com ele e troque idéias sobre suas necessidades em relação à ABVC: Marcelo Rustiguer – Guarapiranga - diretoria.sp@abvc.com.br Matheus Eichler – Rio de Janeiro - diretoria.rj@abvc.com.br Maurício Rosa – Angra dos Reis -diretoria.angra@abvc.com.br Murilo Pigão – Paraty - diretoria.paraty@abvc.com.br Marina Bruschi – Santa Catarina - diretoria.sc@abvc.com.br Maximilian Gorissen – Santos - diretoria.santos@abvc.com.br Claudio Renaud – Ubatuba -diretoria.ubatuba@abvc.com.br Paulo Abreu – Interior Sudeste - diretoria.interior@abvc.com.br Elson F Mucuripe – Brasília - diretoria.brasilia@abvc.com.br Werner Schrappe – Paraná - diretoria.parana@abvc.com.br Fabrício Ribeira – Bahia - diretoria.bahia@abvc.com.br José Medeiros Zezéco – Alagoas - diretoria.alagoas@abvc.com.br Leonides Alves – Alagoas - diretoria.pernambuco@abvc.com.br Peter Robert – Paraíba - diretoria.paraiba@abvc.com.br Sergio Marques – Maranhão - diretoria.maranhao@abvc.com.br Priscila Marjorie - diretoria.feminina@abvc.com.br Maurício Rosa – Social - diretoria.rsocial@abvc.com.br

Bons ventos! Paulo Fax

Presidente da ABVC

Aconteceu em julho o 6º Cruzeiro Hidrovia Tietê-Paraná 2017 organizado pelo Comodoro e agora Presidente da ABVC Paulo Fax e o Vice Presidente do Interior, Paulo Abreu. O passeio de 13 dias teve o objetivo de levar as famílias para conhecer um ponto de vista diferente - pelo rio Tiête - os atrativos turísticos das cidades ribeiras. A Flotilha, composta por 15 embarcações à vela, passou por 8 Cidades, entre Iate Clubes, Marinas, Condomínios e Atracadouros Públicos. Em cada parada foi oferecida uma palestra a toda comunidade ou seus associados, demonstrando o potencial turístico fluvial da hidrovia e suas belezas. Acompanhando a flotilha, o Navio Status de 77 pés, 3 andares com serviço de bar e restaurante, camarotes suítes e muita mordomia, deu o ar de férias possibilitando as demais embarcações e participantes não precisarem cozinhar a bordo. Além disso deu auxílio reboque nas eclusagens e falhas nos motores menores. O Navio também deu a oportunidade as pessoas que não tem ou não puderam levar os seus barcos, a navegarem junto com a flotilha com todo conforto. Um dos objetivos do cruzeiro também foi a medição da qualidade da água em 40 pontos nos 640 km percorridos pelo cruzeiro, sendo ida e volta de Barra Bonita a Adolfo. Esta foi uma parceria firmada entre a ABVC e Universidade São Caetano do Sul. Outro ponto importante, foi a união das flotilhas de veleiros com a flotilha de lanchas dos grandes lagos. Foram mais de 35 embarcações reunidas e 100 pessoas. Em Adolfo, foi inaugurado o primeiro monumento da vela do interior do estado. O Presidente da ABVC Paulo Fax, junto com o Prefeito Municipal Izael Chem inauguraram o monumento e a cidade de Adolfo foi nomeada a “Capital da Vela do Interior Paulista”.

A flotilha vista do navio: este ano

Também em julho, o Cruzeiro Costa Leste levou 19 veleiros do Rio de teve mordomia e o apoio. Janeiro até a Bahia. A recepção no Clube Naval Charitas (partida) foi intensa Em Adolfo, monumento à vela. e cheia de novas amizades que, com certeza deixarão saudades. Mas por A cidade se tornou a Capital pouco tempo porque o clube já abriu as portas para as próximas edições do da Vela no interior Costa Leste. O Iate Clube Armação de Búzios providenciou poitas para todos com muita gentileza. Um churrasco recuperou o tempo nem tão amigável que proporcionou aos velejadores menos experientes sua primeira travessia com mar agitado. Tudo em segurança, entretanto. Todos chegaram bem, sem nenhuma quebra e, de quebra, com mais milhas de experiência. Após uma travessia mais tranquila, porém longa, a flotilha foi de Búzios até o Iate Clube do Espírito Santo. A recepção no ICES, com a presença do Vice-Comodoro Plínio Ceolin Filho e do Diretor de Vela Pericles Martini Quintas, teve direito a uma paella gigante com dança flamenca, o que divertiu todos. O próximo porto seria Abrolhos. Entretanto, em contato com a ilha de Santa Bárbara, sede da Marinha e do ICMBio por lá, a organização soube que a meteorologia não permitiria a ancoragem devido ao tempo ruim. Tristeza? De maneira nenhuma. #PartiuCaravelas... A Prefeitura Municipal de Caravelas na pessoa de seu Prefeito, o Sr. Silvio Ramalho, convidou a flotilha para desembarcar por lá e aguardar já bem pertinho de Abrolhos. Claro que todos aceitaram o convite e zarparam em direção à primeira parada na Bahia para desfrutar da hospitalidade baiana em Caravelas. Lá houve recepção com uma apresentação da banda de música da cidade, onde os habitantes insistiam para que eles não fossem embora... Em Abrolhos, além do tradicional churrasco e da visita ao ninhal dos Atobás acompanhados pela turma do ICMBio, houve uma cerimônia de homenagem e agradecimento à Marinha do Brasil, com entrega de placas para a Guarnição da Rádio-Farol de Abrolhos e para o Comando do 2º Distrito Naval. Também houve a entrega de um bote de apoio de fundo rígido, como doação ao ICMBio para os trabalhos locais de preservação e estudos da flora e fauna marinhas no paraíso do arquipélago. Em Santo André, localidade do município de Santa Cruz de Cabrália, os veleiros foram novamente recebidos com festa pelo Prefeito Agnelo Santos e Secretário de Turismo Guto Jones, que entre outras homenagens, entregaram um troféu para a ABVC. Na data prevista, os veleiros partiram em direção ao Iate Clube de Ilhéus que os recebeu com o coquetel de boas vindas e onde, mais uma vez, houve a entrega de uma placa de homenagem, marcando a presença da flotilha. De lá a turma partiu para Salvador, no TTNB – Terminal Turístico Náutico da Bahia – onde foram recepcionados por um grupo de baianas vestidas a caráter com um welcome drink, acarajés e muito axé. O final do Cruzeiro Costa Leste foi uma festa no Iate Clube de Aratu com muita música, mais baianas a caráter, caipifrutas, acarajés e muitas promessas de voltar... Veja mais fotos dos dois cruzeiros no site da ABVC em www.abvc.com.br

Convênios

Baianas, bote e banda: muita festa...

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Iate Clubes e Marinas

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O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.


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